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Psicanálise I

Prof. Me. Ivan Duarte Brochado


“O real não está no início nem no fim, ele se mostra pra gente é
no meio da travessia”
Guimarães Rosa
“Qual a sua responsabilidade na desordem da qual
você se queixa?”
FREUD
CONTEXTO

• Sigmund Freud (1856 – 1939),


formou-se em medicina na
Universidade de Viena, em 1881;

• especializou-se em psiquiatria,
trabalhou como médico fisiologias e
professor de neuropatologia.

• Por dificuldades financeiras, passou


a clinicar, atendendo,
principalmente, “problemas
nervosos”.
• Algo começou a intriga-lo, deu-se
conta das histerias e iniciou seu
estudo em hipnose com Charcot,
famoso médico francês da época.

• Charcot tratava fenômenos


histéricos através da técnica da
hipnose. Ele procurava a eliminação
dos sintomas histéricos,

• Freud começa a estudar a hipnose e


a aplica-la a suas pacientes
histérica.
• Começa observar que os sintomas somem
momentaneamente, reaparecendo em um
futuro próximo a depender de experiências
dessas mulheres.

• Freud, então, volta a Viena e passa a utilizar


o método hipnótico de Charcot com seus
pacientes.

• Nesse momento, começa a trabalhar com


Josef Breuer, também médico, que começa a
se interessar pelo novo método.
Juntos começam a perceber
que existiam sintomas (nessa
época histéricos) que passavam
para o corpo (a chamada
somatização), sem que
houvesse uma correspondência
fisiológica. E quando estavam
sob influência hipnótica as
pacientes conseguiam relatar, e
os sintomas “sumiam”.
E o que eram esses relatos? De onde vinham esses sintomas?

• Através de uma paciente, famoso caso de


Ana O., Breuer percebeu que vivências desta
paciente em relação ao pai doente, foram
fortemente reprimidas e quando, sob hipnose,
eram relatadas os sintomas desapareciam.

• Breuer percebeu, então, que nesses


momentos havia uma forte liberação de
emoções, liberando o corpo dos sintomas.

• Esse método foi chamado de catártico. Tudo


isso dá a noção do inconsciente freudiano.
O que era o método catártico?

“Breuer denominou método catártico


o tratamento que possibilita a
liberação de afetos e emoções
ligadas a acontecimentos traumáticos
que não puderam ser expressos na
ocasião da vivência desagradável ou
dolorosa. Esta liberação de afetos
leva à eliminação dos sintomas.”
• Freud começou a se questionar o motivo dos pacientes esquecerem tanto os
fatos anteriores. Foi percebendo que esses fatos eram extremamente penosos
para esses pacientes, então o esquecimento era uma forma de defesa.

• Freud começa a abandonar a hipnose ao perceber a insuficiência do método


hipnótico, pois, o terapeuta informava a paciente do que ela havia dito e o que
lhe causava aquele sofrimento, mas, a longo prazo, isso deixava de fazer
sentido para a paciente, voltando assim o sintoma.
• Inicia-se, assim, o desenvolvimento de um
novo método, onde (por sugestão de uma
paciente) Freud deixa a pessoa falar
livremente – o que futuramente seria
chamado de associação livre – e nessa
fala percebe que algumas lembranças
deixavam essas pessoas embaraçadas e
confusas, sendo difícil de serem ditas, a
essa força que se opunha a revelar os
pensamentos Freud chamou de
resistência; e ao processo de tentar
encobrir de repressão.
Então, o que é esse inconsciente?

• Uma metáfora bastante utilizada para falar


de inconsciente é a do iceberg, vemos
uma ponta e achamos que aquilo é o
problema, mas aquela ponta é somente
uma parte de tudo que está encoberto.

• Da mesma maneira, o inconsciente é tudo


aquilo que é jogado para o “esquecimento”
é tudo aquilo que o sujeito não quer
enxergar. Ele é formado, por elementos
recalcados, por linguagem, podendo ser
“acessado” através da fala, sonhos, lapsos
de linguagem e atos falhos.
• Por isso, Freud diz “o Ego não é senhor
de seu próprio domínio”, ou seja, o Eu
não é dono de sua própria casa, ou
ainda “Nenhum ser humano é capaz de
guardar um segredo. Se a boca cala,
falam as pontas do dedos”.

Narciso, óleo sobre tela,


113,3 x 94 cm, 1597-1599,
Caravaggio (Michelangelo
Merisi), Galeria Nacional de
Arte Antiga, Palazzo
Barberini, Roma, Itália.
O que nos remete às três feridas narcísicas da humanidade:

Primeira Ferida Narcísica: Nicolau Copérnico: a Terra não é o centro do


universo, logo, o homem, também não o é. A Terra é uma parte de um
universo bem maior.

Segunda Ferida Narcísica: Charles Darwin: a teoria da evolução das


espécies mostrou que o homem, embora uma espécie evoluída, ainda assim,
é uma espécie como as outras.

Terceira Ferida Narcísica: Sigmund Freud: o inconsciente freudiano mostrou


que o homem não tem total controle sobre seus sentimentos, nossos desejos,
pulsões são, em certa medida, animalescos. O ser humano aqui não é um
indivíduo (não-dividido), mas sujeito, e sujeito barrado.
Referências

BOCK, a. m. et al. Psicologias: uma introdução ao estudo da


psicologia. são Paulo: saraiva, 2001
“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no
trabalho, na ação-reflexão”
(Paulo Freire)

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