Artigo: Biofeedback em terapia cognitivo-comportamental, autor: Armando
Ribeiro das Neves Neto. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo ano 2010; 55(3):127-32 com objetivo deste artigo é descrever a utilização do biofeedback como um recurso terapêutico complementar à psicoterapia (Terapia Cognitivo-Comportamental). O texto traz visivelmente a importância de usar o biofeedback como um instrumento nas terapias através de métodos não invasivos, mensurados por aparelhos. É possível observar uma melhora considerável das pessoas submetidas, as quais passam a ter maior domínio sobre as funções orgânicas e cognitivas. Áreas como a Medicina comportamental ou Psicologia da saúde utilizam esse procedimento como uma estratégia que resultará na reestruturação cognitiva, treino de habilidade de enfrentamento e treino de resolução de problemas, tudo isso como recurso auxiliar na TCC, por exemplo. O autor salienta os papéis da autorregulação psicofisiológica e do aumento da consciência dos processos corpo-mente, objetivos finais do treinamento por meio do biofeedback, objetos de estudo da neurociência cognitiva (ex. plasticidade cerebral). De fato a questão do bem estar físico é implicada diretamente ao contentamento psíquico. Essa questão enfatizada pelo autor nas atribuições das áreas cerebrais, as quais são levadas em conta as emoções que influenciam os hormônios e vice- versa, procuram solucionar problemas sem intervenção farmacológica, e a partir do tratamento proposto de forma educativa, construtiva e integrada. Também fala-se sobre a ameaça às respostas inatas de luta, fuga, paralisia, tais respostas permitem que o organismo responda às cognições, emoções e comportamentos, e pode-se utilizar técnicas de relaxamento, respiração diafragmática e treinamento autógeno. Neal Miller (1969; 1989), foi um dos grandes teóricos no desenvolvimento do campo da psicofisiologia aplicada e Biofeedback. Nessa área também temos a colaboração através dos estudos de reabilitação neuromuscular de Basmajian; estados meditativos e neurofeedback de J. Kamiya; Quirk e G. Von Hilsheimer que observaram um padrão de atividade eletrotérmica que ajuda pacientes com transtorno esquizofrênico. Outros estudos foram feitos na área, por B. Sterman, com pilotos de aviões de guerra que objetivava definir a frequência cerebral sensório-motora (SMR), tratamento da epilepsia, transtornos do sono, redução de sintomas do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), de fato grandes feitos para a época e em ascensão nos dias de hoje. Biofeedback, também utilizado nos transtornos ansiogênicos, como uma técnica de conscientização e relaxamento para fazer com que se possa controlar voluntariamente funções fisiológicas que normalmente não estão sobre nosso controle. Neurofeedback é um tratamento que tem como principal objetivo melhorar o funcionamento cerebral por meio da neuromodulação auto regulatória. Esse tratamento não tem nenhum efeito medicamentoso e muito menos invasivo no cérebro. Wickramasekera (1996) e Moss (2005) defendem a utilização do biofeedback na psicoterapia. Os principais motivos são: recurso psicoeducacional sobre os sinais psicofisiológicos relevantes às queixas apresentadas pelos pacientes, potencialização do treinamento de habilidades de relaxamento e de respiração diafragmática personalizados aos pacientes, gerenciamento objetivo dos sinais psicofisiológicos do estresse, reestruturação cognitiva guiada por sinais psicofisiológicos, TCC associada ao biofeedback para modificação de padrões de pensamentos associados a manutenção de queixas físicas (ex. somatizações), monitoramento psicofisiológico durante a sessão de psicoterapia verbal, utilizando as reações do sistema nervoso autônomo para identificação de emoções implícitas (não-expressas ou subliminares), tratamento dos transtornos somatoformes e/ou disfunções psicofisiológicas (psicossomáticas), entre outros. O texto nos mostra a eficiência do tratamento em patologias como Ansiedade, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), cefaleia em adultos, hipertensão, disfunção da articulação temporomandibular (D-ATM), incontinência urinária em homens, Alcoolismo, abuso de substâncias, artrite reumatóide, dor crônica, epilepsia, cefaléia em crianças, insônia, trauma cerebral, vestibulite vvulvar. Todas essas informações dos trabalhos pioneiros de Galvani, Jung, Jacobson, Schultz, entre outros, além do brilhantismo estudo do psicólogo Neal Miller acerca da Psicofisiologia trazem um avanço exponencial para a saúde. Apesar de ainda não ser um tratamento muito conhecido e nem utilizado por uma grande quantidade de profissionais, o biofeedback vem se expandindo.