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Adriana D’Almeida, Daniela Pinna, Fernanda Martins, Gilsie Siebra, Ilca Moura1
Resumo
A reabilitação tem como objetivo central melhorar a qualidade de vida dos pacientes e
dos familiares fazendo com que as funções preservadas ou parcialmente preservadas
sejam melhor aproveitadas, ensinando o uso de estratégias compensatórias, a aquisição de
novas habilidades e a adaptação às perdas permanentes. Durante o período de tratamento,
percebe-se, no que diz respeito às seqüelas motoras, que o paciente se adapta com maior
facilidade. No entanto, quanto às seqüelas cognitivas, mais imprevisíveis e de evolução
variável, torna-se difícil a sua percepção, adaptação e aceitação. O psicólogo, portanto,
pode ser de importante contribuição, tendo como objetivo proporcionar a reflexão do
indivíduo sobre sua nova condição existencial, fazendo-o pensar sobre as conseqüências
cognitivas e emocionais de sua nova situação. Com isso, o psicólogo possibilita o
enfrentamento das perdas sofridas.
Palavras-chave:
Reabilitação, psicologia da saúde, reabilitação cognitiva, lesão cerebral adquirida.
1
Adriana D’Almeida, Daniela Pinna, Fernanda Martins, Gilsie Siebra, Ilca Moura são estudantes da
Faculdade Ruy Barbosa do curso de Psicologia.
manutenção da saúde, à prevenção e ao tratamento de doenças. Pode ser definida, ainda,
como sendo aquela que visa à identificação de correlatos etiológicos e de diagnósticos da
saúde e da doença, contribuindo para a análise e o progresso do sistema de assistência à
saúde e para a elaboração de políticas públicas de saúde sanitárias (Matarazzo, 1980).
Neste aspecto, pode-se dizer que a reabilitação compõe o escopo da Psicologia da Saúde
na medida em que esta assume o papel de promover saúde à proporção que reeduca o
indivíduo, potencializando e aprimorando as habilidades que ainda lhe restam,
proporcionando adaptação. Contudo, não se trata apenas de saber fazer coisas de uma
maneira diferente. A reabilitação também visa construir, juntamente com o paciente, uma
nova visão de mundo e de si mesmo, o que pode ser obtida através da elaboração de
estratégias de enfrentamento.
Segundo Ignarra (sem data), coordenadora da elaboração do guia de referência
para conselheiros municipais, pode-se afirmar que a reabilitação constitui uma atenção
em quarto nível, visto que as atenções primária, secundária e terciária constituem,
respectivamente, a promoção e prevenção da saúde, o atendimento ambulatorial
(assistência médica) e o atendimento curativo (internação hospitalar).
Sabendo-se ser de vital importância a existência de um suporte psicológico
durante o processo de reabilitação e depois dele, pode-se dizer, então, que a reabilitação
do paciente é função intrínseca da Psicologia da Saúde. Isto se confirma na medida em
que esta pode ser enquadrada como sendo um conjunto de práticas que atuam numa
integração da saúde mental com a saúde física e social do paciente (Angerami, 2000).
Atuar no processo de reabilitação do paciente torna-se um fator primordial ao
psicólogo, uma vez que a Psicologia da Saúde é dotada de um potencial crescente de
favorecer a aquisição de hábitos mais saudáveis pelo indivíduo. Conseqüentemente, há
uma melhora também na adesão ao tratamento e uma diminuição do estresse do indivíduo
em relação à doença, o que influencia diretamente no processo de reabilitação.
A metodologia utilizada para a confecção deste artigo consiste na revisão
bibliográfica, compilando várias visões, de diferentes autores, sobre o processo de
reabilitação de pacientes portadores de lesão cerebral adquirida, em especial a
reabilitação cognitiva.
REABILITAÇÃO
CONCLUSÃO
Enfim, a partir do que foi relatado acima, no que concerne à reabilitação cognitiva
e sobre Psicologia da Saúde pode-se concluir que ambas possuem objetivos semelhantes,
como, por exemplo, melhorar a qualidade de vida dos pacientes e dos familiares. A
ênfase de ambos os campos é direcionada para a promoção da saúde.
Portanto, é de suma importância para a formação do psicólogo a discussão acerca
desta temática, a fim de que tal profissional esteja instrumentalizado e devidamente
preparado, para saber atuar de modo preventivo, enfocando a qualidade de vida e não
somente procurando resolver problemas.
No que diz respeito à reabilitação cognitiva, o psicólogo poderia contribuir
proporcionando ao indivíduo uma reflexão sobre sua nova condição de vida,
possibilitando-o pensar sobre as conseqüências cognitivas e emocionais de sua nova
situação. Dessa maneira, o psicólogo contribui para que o indivíduo crie estratégias de
adaptação às perdas sofridas.
LURIA, A. R. Higher cortical functions in man. New York: Basic Books, 1980 apud
CAPOVILLA, F.C. A reabilitação cognitiva na abordagem de processamento de
informação. In CAPOVILLA, F. C. et al (org) Tecnologia em (Re)habilitação cognitiva:
uma perspectiva multidisciplinar. São Paulo: EDUNISC, 1998, p. 33-41.
MATARAZZO. Jornal de Psicologia da Saúde. 1982 apud GIMENES, M. G. G. Psico-
oncologia – definição, foco de estudo e intervenção in Carvalho M. M. M. J. (coord.)
Introdução à Psico-oncologia. Campinas: Editorial Psi 1994.