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FACULDADE DELTA

PÔS GRADUAÇÃO EM URGÊNCIA EMERGÊNCIA E UTI


EDIMAR DUARTE
GISELLE LINHARES CERQUEIRA LEÃO
JACKELLINE MARTINS XAVIER

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA EMERGÊNCIA


PSIQUIÁTRICA

Goiânia
2017
EDIMAR DUARTE
GISELLE LINHARES CERQUEIRA LEÃO
JACKELLINE MARTINS XAVIER

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA EMERGÊNCIA


PSIQUIÁTRICA

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Faculdade Delta como requisito parcial para a
obtenção do título de especialista em Urgência
e Emergência e UTI.

Orientadora: Ms. Adrielle Cristina Silva Sousa

Goiânia
2017
EDIMAR DUARTE
GISELLE LINHARES CERQUEIRA LEÃO
JACKELLINE MARTINS XAVIER

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA EMERGÊNCIA


PSIQUIÁTRICA

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Delta como requisito


parcial para a obtenção do título de especialista em Urgência e Emergência e
UTI.

Banca Examinadora:

_________________________________________
Prof.ª
_________________________________________
Prof.ª
_________________________________________
Prof.ª

Goiânia, 21 de Setembro de 2017.


RESUMO

Trata-se de uma revisão bibliográfica da atuação do Enfermeiro nas


Emergências psiquiátricas que é toda e qualquer perturbação do pensamento,
sentimentos ou ações que necessitem de uma intervenção imediata para
proteger a pessoa ou a terceiros. Dentre essas situações podemos destacar
comportamentos suicidas, agressivos e distúrbios do pensamento e da
percepção como as situações de emergências mais encontradas.
A emergência em saúde mental se caracteriza por uma manifestação de
comportamento em decorrência de uma situação em que a pessoa se encontra
e para a qual o seu funcionamento geral está gravemente prejudicado e o
indivíduo torna-se incapaz de assumir responsabilidades pessoais, (Rev Esc
Enferm USP2011).
A abordagem à pessoa com transtorno mental e tão importância que, se
realizada com segurança, e qualidade é capaz de determinar a aceitação e a
adesão dessa pessoa ao tratamento. A primeira impressão possui significativa
influência, sendo assim, a enfermagem deve ter o conhecimento do cuidado
humanizado sabendo que os portadores de transtornos mentais precisam ser
acolhidos de maneira integral e singular, respeitando-o como um paciente que
precisa ser estimulado a resgatar sua cidadania (DUARTE; NORO, 2010).

Palavras-chave: Assistência enfermagem. Emergências psiquiátricas.


ABSTRACT

It is a literature review of the performance of the Nurse in psychiatric


emergencies which is all and any disturbance of thought, feelings or actions that
require immediate action to protect the person or to third parties. Among these
situations we can highlight suicidal behaviors, aggressive and disturbances of
thought and perception as the emergency situations most commonly found.
The emergence in mental health is characterized by a manifestation of behavior
as a result of a situation in which the person is and to which your general
functioning is severely impaired and the person becomes unable to assume
personal responsibility. J Epidemiol2011; 45(2):501-7
The approach to the person with a mental disorder and so important that, if
performed with safety and quality is able to determine the acceptance and
adherence of this person to treatment the first impression has significant
influence, thus, the nursing staff must have the knowledge of the humanized
care knowing that patients with mental disorders must be welcomed in an
integral and unique, respecting him as a patient who needs to be encouraged to
redeem their citizenship (DUARTE; NORO, 2010).

Key-Words: Nursing care. Psychiatric emergency.


SUMÁRIO

Sumário
INTRODUÇÃO...................................................................................................06

1 METODOLOGIA.............................................................................................08

2 RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................09

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................17

REFERÊNCIAS.................................................................................................18
INTRODUÇÃO

Desde a Idade Média, os loucos eram confinados em grandes asilos e


hospitais que abrigavam pessoas com diferentes doenças. E assim os mais
violentos ou que estavam em crise eram acorrentados e violentados.
(AMSTALDEN, 2011).
No século XVIII Phillippe Pinel conhecido como o pai da psiquiatria
propõe uma nova forma de tratar os loucos, levando-os para manicômios,
destinados apenas aos doentes mentais. (AMSTALDEN, 2011).
O movimento da luta Antimanicomial surge no Brasil no fim da década
de 70 com a ideia de defesa dos direitos humanos, direitos que estavam sendo
violados nos manicômios, aliada a essa luta surge o movimento de Reforma
Psiquiátrica, que denunciava os manicômios e propunha uma instalação de
serviços alternativos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).
Em 1989, gerou o Projeto de Lei nº. 3.657 de Paulo Delgado a
assistência às emergências psiquiátricas no Brasil em virtude do novo modelo
de assistência à saúde mental sobre a proteção e os direitos das pessoas
portadoras de transtornos e redireciona ao modelo assistencial em saúde
mental, contudo, só foi decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pela
Lei nº. 10.216 em 2001. (AMARANTE, 1995).
A lei 10.216/ 2001 veio como uma conquista desse movimento, com o
objetivo de fazer o fechamento progressivo dos hospitais psiquiátricos, e a
instalação de serviços substitutivos. Dentre esses serviços substitutivos estão
os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), as Residências Terapêuticas,
Programas de Redução de Danos e etc. (PRESIDÊNCIA DA REPUBLICA, LEI
N° 10.216 DE 06 DE ABRIL DE 2001).
Nesse contexto há um aumento nos números de episódios de crises,
fora de o ambiente hospitalar, as chamadas emergências psiquiátricas. (CAD.
SAÚDE PÚBLICA, 2008).
Emergências psiquiátricas é toda e qualquer perturbação do
pensamento, sentimentos ou ações que necessitem de uma intervenção
imediata para proteger a pessoa ou a terceiros. Dentre essas situações
podemos destacar comportamentos suicidas, agressivos e distúrbios do

6
pensamento e da percepção como as situações de emergências mais
encontradas. (REV. ESC. ENF. USP., 2011).
Emergências psiquiátricas constituem 6% de Todas as visitas ao setor
de emergência. (SOOD, MCSTAY, 2009).
A emergência em saúde mental se caracteriza por uma manifestação
de comportamento em decorrência de uma situação em que a pessoa se
encontra e para a qual o seu funcionamento geral está gravemente prejudicado
e o indivíduo torna-se incapaz de assumir responsabilidades pessoais.
(TOWSEND, 2002).
As emergências psiquiátricas são momentos críticos marcados pela
fragilidade e instabilidade do cliente, sendo necessário assim a escuta atenta e
livre de julgamento do profissional de enfermagem. E o mesmo deve ter
perguntas e respostas claras, livres de interpretações ambíguas. (REV. ESC.
ENF. 2011).
A abordagem à pessoa com transtorno mental é tão importância que,
se realizada com segurança, e qualidade é capaz de determinar a aceitação e
a adesão dessa pessoa ao tratamento. A primeira impressão possui
significativa influência, assim como, o modo como a pessoa é recebida, a
atenção que o profissional dispensa e a demonstração de preocupação com o
paciente quando ele chega ao serviço de saúde. Essas atitudes refletem no
modo como o paciente vai lidar com a equipe na aceitação das recomendações
e na sua adesão ao tratamento. (FRANÇA, 2005).
O presente estudo tem como objetivo identificar a atuação do
enfermeiro nas emergências psiquiátricas, prestando um cuidado holístico e
humanizado, respeitando o sujeito na sua subjetividade.

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1 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão bibliográfica realizada por meio de consulta na


base de dados BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), nas plataformas Lilacs,
Medline e BDenf no período de 2008 a 2017, utilizando-se descritores:
Assistência Enfermagem; Emergência Psiquiátrica usados de forma associadas
(AND).
Foram encontrados no total 18 artigos, ao aplicar filtros: artigos textos
completos e disponível em português, foram excluídos 11 estudos, restando 7
artigos para compor o trabalho.

8
2 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Diante da compreensão da necessidade imediata de ação em conjunto


pela equipe de saúde, é notável que se faça uma reflexão a respeito dessa
intervenção enfatizando a importância do aprendizado da comunicação
terapêutica para o estabelecimento de relacionamento entre paciente e
profissional. Notando que precisa ser desenvolvido de forma estruturada
através de planejamentos, utilizando-se dos conhecimentos da comunicação
terapêutica, no qual o profissional oferece-lhe apoio, conforto, informação e
desperta seu sentimento de confiança. (AZEVEDO, 2007).
Ao analisar os artigos utilizados para estudo desta revisão bibliográfica,
como realizam a abordagem em saúde mental foi apontado várias dificuldades,
incluindo a falta de compreensão dos profissionais, falta de preparo para lidar
com as situações específicas da área da saúde mental e que isso causa
sentimentos como medo, desconfiança e insegurança. É preciso que os
serviços de urgência e emergência, tanto no seu componente fixo ou móvel
percebam o momento da crise psíquica como fundamental para proporcionar
acolhimento e compreensão durante a intensificação do sofrimento do
paciente.
Quando o ambiente e a equipe estão devidamente preparados para
receber pessoas com risco de comportamento agressivo, o controle de
agressividade e prevenção de danos tende a ser mais efetivo. É importante
prezar pela segurança do ambiente, o local do atendimento deve oferecer
privacidade, mas ser de fácil acesso para equipe de saúde. Foi notável nos
relatos dos artigos que a assistência psiquiátrica requer uma atenção voltada
para a segurança tanto do paciente como do profissional seja no ambiente
hospitalar ou no resgate do paciente que muitas das vezes e necessário uma
improvisação. Os serviços prestados nas ocorrências psiquiátricas pelo SAMU
embora não o seu foco, as urgências psiquiátricas existe muita solicitação para
o atendimento o número de ambulâncias disponíveis e insuficiente em várias
situações supera a capacidade operacional do atendimento, ou seja,
prioritários.
Segundo a Portaria nº 2.048/GM, uma das funções do SAMU durante o
atendimento é reconhecer a necessidade de acionar outros atores no

9
atendimento às urgências psiquiátricas, quando vítimas agressivas
promoverem situações de risco para si e para os outros, incluindo a segurança
da equipe de Atendimento Pré-Hospitalar. (BRASIL, 2003).
Esses profissionais sentem necessidade de acionar a Polícia Militar
sob o argumento do risco de agressividade. O paciente em crise psíquica se
sente acuado pelo medo da possível violência e do abuso da força que podem
ser praticadas pelo policial o profissional deve dispensar o uso da força policial,
direcionar seu olhar para as necessidades do paciente e utilizar o diálogo como
prioridade de intervenção, ou seja, pautar-se no recurso teórico e científico ao
profissional de saúde, sem negar o atendimento. (ANDIARA, 2015).
No entanto para que esse processo se concretize, os profissionais de
saúde não podem compartilhar com a polícia a tarefa de atemorizar e moralizar
adultos (GOFFMAN, 1974). A agressividade do paciente psiquiátrico não deve
continuar justificando o concílio médico-repressivo indiscriminado entre SAMU
e polícia durante o atendimento às crises psíquicas, pois tais posturas
desvalorizam todo o contexto da Reforma Psiquiátrica brasileira em prol da de
institucionalização. (JARDIM, 2008).
Levando em consideração que um paciente psiquiátrico muita das
vezes precisa ser medicado ou contido o serviço do SAMU não oferece esse
atendimento, o uso da sedação deve ser feito com critério e indicação clínica
quando o paciente coloca em risco a sua integridade ou a de outras pessoas
porém o uso de medicamentos psicotrópicos no SAMU fica prejudicado mesmo
quando existe indicação para sua prática, já que a maioria das ocorrências
psiquiátricas é atendida pelas ambulâncias de suporte básico de vida, que não
dispõem dessas drogas para intervenção. (QUEVEDO, 2008).
Isso significa que, em situação extrema, na qual a paciente manifesta
comportamentos de risco para sua vida o e que outras estratégias de
aproximação tenham falhado, o profissional desse tipo de ambulância só
dispõe da contenção mecânica para intervir, remetendo o atendimento por
meio de atitudes repressivas e violentas que aumentam o desespero e angústia
dos pacientes em sofrimento psíquico.
O despreparo e a falta de treinamento para atender a pessoa com
transtorno vão além do medo profissional e paciente. Coma desde a
ocorrência, para esse paciente ser encaminhado ao atendimento especializado

10
é necessário investir em educação continuada qualificação dos profissionais
que atuam nessa área. A educação permanente em saúde mental deve incluir
o conhecimento sobre as mudanças políticas que vem ocorrendo nesta área
com o objetivo de conscientizar e qualificar assim, a educação permanente, no
campo da saúde mental, tem como desafio consolidar a reforma psiquiátrica.
Em seguida foram organizados e sintetizado em um quadro contendo
algumas informações como: autores, título do artigo, periódico, tipo e método
do estudo, ano e resultados alcançados.
A seguir, será exposto no Quadro1, algumas das informações dos
artigos selecionados.

Artigo Título do Artigo Periódico Tipo e método Autores/


estudo Ano
A1 Abordagem da equipe Revista da Pesquisa Erika; H;
de enf. ao usuário na escola de qualitativa K. et. al.
emergência em saúde enfermagem exploratória 2011.
mental em um pronto da USP
atendimento
A2 Percepção da equipe Revista Mim. Estudo Ana
de enfermagem Enfermagem qualitativo Cláudia;
quanto à REME transversal de A. M. et.
sistematização da caráter al. 2016.
assistência em um descritivo
serviço de exploratório
emergência
psiquiátrica
A3 Onde a reforma ainda Revista de Pesquisa de Andiara,
não chegou Saúde abordagem A. C. B. et.
Coletiva qualitativa al. 2015.
exploratória
A4 Representações Escola de Dissertação Meiriele
sociais dos enfermagem Tavares
profissionais de saúde da UFMG Araújo.

11
das unidades de 2010
pronto atendimento
sobre serviço de
atendimento móvel de
urgência
A5 Leitos hospitalares e Cad. Saúde Revisão Samuel K.
reforma psiquiátrica Pública Bibliográfica et. al.
no Brasil com 2008
abordagem
qualitativa
A6 Urgência e Escola de Apostila de Dra. Kelly
emergências enfermagem urgência e Graciano;
psiquiátricas de Ribeirão emergência G.
Preto Verdana.
2016.

Nos artigos observou-se a carência dos pesquisadores em relação à


diversos aspectos essenciais à assistência de enfermagem tais como:
capacitação, interesse dos profissionais e gestores, publicações de estudos na
área, tecnologias apropriadas e acolhimento.
A falta de qualificação dos enfermeiros que atuam na área de saúde
mental em buscar novos conhecimentos e aprimorar suas práticas, causa um
distanciamento entre o paciente. A necessidade de cuidados na área de saúde
mental cresce gradativamente, porém com profissionais poucos capacitados,
resultando em carência nas ações voltadas para o portador de transtorno
mental, tem-se a consciência de que é fundamental fazer um trabalho, porém a
falta de capacitação relacionada à saúde mental e a ausência de uma equipe
multiprofissional que forneça suporte (RIBEIRO et al., 2010)
No A5 de Samuel K. et al (2008) ressalta que a Reforma Psiquiátrica
tem como objetivo a desinstitucionalização de pacientes psiquiátricos e o
desenvolvimento de uma rede extra hospitalar capaz de garantir a reinserção
social, a cidadania e o direito da pessoa portadora de transtornos mentais de
atingir seu potencial de autonomia na comunidade.

12
De acordo com a legislação em vigor no Brasil, os recursos
financeiros gerados pela desativação dos leitos psiquiátricos devem ser
necessariamente direcionados para a rede de serviços extra hospitalares de
saúde mental.
No A1 Érika Hissae et al. (2011) fala que assistência em saúde mental
exige avaliações, reavaliações e reflexões constantes dos serviços criados e
adaptados para que atinja o objetivo de inclusão social e não perpetuem a
imagem que portadores de transtorno mental são pessoas, ignorantes,
incapazes, agressivas e violentas e que, portanto, devem ser mantidas longe
do convívio das pessoas em sociedade. No A1 relata que é possível evitar
técnicas restritivas e proporcionar assistência de maior qualidade, que
transcenda o cuidado voltado somente para o corpo, e incorpore o cuidado que
considere a dimensão existencial, relacional, histórica, cultural e situacional
desses pacientes, como sujeitos humanos desejantes.
Destacando a utilização de técnicas da comunicação e relacionamento
terapêuticos para abordagem mais efetiva, e recomenda-se que seja realizado
projeto de educação permanente em saúde mental no campo deste estudo.
A6 da Dra. Kelly Graciano; G. Verdana ( 2016). Os cuidados de
emergências psiquiátricas abrangem ações voltadas para preparo do
atendimento, avaliação, detecção e intervenção precoce de
sintomas e comportamentos e manejo da crise. A equipe multidisciplinar deve
estar coesa, preparada para o atendimento e ter consistência em relação a
contratos e ao manejo em geral.
O atendimento em emergências psiquiátricas representa um
momento crítico marcado pela fragilidade e instabilidade do cliente e grande
responsabilidade para o profissional de saúde. A abordagem baseada em
evidências, rápida, humanizada e eficaz pode ser determinante para o
prognóstico do paciente. Nesses atendimentos são fundamentais o
conhecimento, habilidades, o preparo emocional e a integração da equipe.
No A2 a equipe de enfermagem relatou que a SAE melhora a coleta de
dados, promove mais interação entre o paciente e profissional, além de
favorecer a organização do serviço de forma geral, qualificando o cuidado do
paciente.

13
Ana Cláudia; A. M. et. al. ( 2016.) fala que a adesão ao seu uso não
está consolidada. Refere-se a alguns desafios para essa adesão, bem como
algumas inadequações do instrumento da SAE considerando o contexto de
reformulação da atenção em saúde mental, se fazem necessários ajustes
relacionados às mudanças do perfil do paciente, bem como dos cuidados de
enfermagem aos pacientes psiquiátricos é necessária a intervenção
tecnológica, para que todos os profissionais possam melhorar o atendimento,
promovendo a sistematização do serviço.
No A3 foi feito um estudo voltado para a assistência prestada pelos
profissionais de saúde do SAMU na cidade de Natal-RN em casos de urgência
psiquiátrica. Foi citado no artigo que no ano de 2010 entre o mês de Janeiro e
Março ocorreram 314 chamadas para urgências em saúde mental, das quais
74% foram finalizadas com o transporte para o hospital psiquiátrico do
município de Natal-RN.
Desse modo, é importante refletir sobre uma melhoria na reforma
psiquiátrica, existem muitas solicitações para atendimento que não
circunscrevem urgências e emergências, foco de atuação do SAMU colocando
obstáculos à atividade. O SAMU não deve se limitar a um mero instrumento de
transporte manicomial e sim agir de forma incisiva, contemplando as diretrizes
da Reforma Psiquiátrica brasileira.
Andiara, A.C.B et al. ( 2015) descreve que a realidade da assistência
do SAMU aos casos de crise psíquica compõe um contexto complexo e
multifacetado, permeado por elementos sociais e históricos intrínsecos à
discussão sobre loucura e cuidados em saúde. Mas, ao mesmo tempo, esses
aspectos são um estímulo para a produção de conhecimento
Científico que venha a contribuir para a consolidação de uma
intervenção em urgências psiquiátricas humanizadas e articuladas com a
Reforma Psiquiátrica brasileira, garantindo reinserção social e o resgate da
cidadania para os sujeitos em sofrimento psíquico mas que ofereça subsídios
para possibilitar o seguimento correto do tratamento, respeitando seus limites e
possibilidades
No A4 fala sobre A sobrecarga dos Serviços de urgência SAMU a
organização do atendimento pré-hospitalar móvel. Os profissionais de saúde

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relatam que o SAMU é mal aproveitado por parte da população que o utiliza
como “taxi”, demandando um atendimento que não seria necessário.
Uma análise mais apurada do assunto leva a inferir que esse problema
vem das dificuldades na regulação dos usuários pela Central de Regulação
Médica. Segundo os profissionais do SAMU, muitos cidadãos acionam a
Central de Regulação ao se depararem com uma pessoa caída na rua e,
quando a unidade do SAMU chega ao local, seus profissionais verificam a
presença de etilismo, associado ou não a alguma outra comorbidade (ALVES,
VELLOSO, ARAUJO, 2009). Em algumas dessas situações, os profissionais se
veem “obrigados” ou “intimidados” pela população a levar o paciente para o
serviço de saúde de referência, a UPA. Dessa forma, o SAMU adquiriu a
conotação de serviço descaracterizado. Há um grande número de chamadas
recebidas pelas centrais de ambulâncias que se referem a uma pessoa deitada
na rua, geralmente os solicitantes desconhecem essa pessoa e sequer se
aproximam dela antes de telefonar. O simples fato de estar no chão é motivo
suficiente para ligarem para o 192 ou 193, pois estar no chão significa um sinal
de gravidade para a população (JACQUEMONT, 2005).
No A4 relacionado aos serviços prestados pelo SAMU. Meirieles
Tavares Araujo (2010) o serviço deve ser aprimorado e, para isso, faz-se
importante considerarmos a discussão do funcionamento das redes de
referência e contra referência e sua organização, de forma a melhorar as
relações entre os profissionais dos dois serviços, bem como as formas de
regulação do SAMU que e reconhecido como um serviço de excelente
competência técnica e de grande alcance, mas ainda encontra-se sedento de
aperfeiçoamento de sua capacidade gerencial e organizacional, elementos que
poderão ser objetos de novas pesquisas.
Foi possível observar nessa análise dos artigos que é importante
refletirem quanto à saúde mental. Uma abordagem acolhedora é citado pelos
autores como uma importante estratégia para auxiliar no cuidado ao portador
de transtorno mental e cabe ao enfermeiro proporcionar esse espaço, torna-se
relevante considerar que muitas vezes os profissionais Enfermeiro têm medo e
este fato dificulta a relação. Um ambiente apropriado faz com que o portador de
transtorno mental sinta mais seguros e acolhido, favorecendo a escuta
terapêutica e os encaminhamentos para os serviços de apoio.

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O despreparo dos profissionais para lidar com as questões da saúde
mental é um fator preocupante e este fato agrava-se com o aumento da
demanda acarretando em um acolhimento inadequado, comprometendo as
necessidades dessa população. Mesmo considerando que o processo de
reforma psiquiátrica se encontra em fase de implantação no país e que sejam
recentes e, ainda, principiantes as experiências de inclusão de ações de saúde
mental, ressalta-se a importância de estudos na área.

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo mostra a necessidade de se estabelecer processos de


educação permanente à equipe de enfermagem para o atendimento em saúde
mental.
O cuidado de Enfermagem em Emergências Psiquiátricas é complexo
e desafiador (QUEVEDO et al.,2008). os atendimento em emergências
psiquiátricas representa um momento crítico marcado em especial, na atenção
do SAMU, pela fragilidade e instabilidade do paciente. E grande
responsabilidade para o profissional de saúde. A abordagem humanizada e
eficaz pode ser determinante para o paciente nesses atendimentos são
fundamentais o conhecimento, habilidades, o preparo emocional e a integração
da equipe.
A humanização também faz parte no tratamento do doente mental, e só
será desenvolvida se existirem profissionais comprometidos com o ser
humano.
O enfermeiro e os gestores devem ter o compromisso com a
assistência de enfermagem humanizada em saúde mental, promovendo um
processo educativo permanente principalmente para enfermagem, por ser o
profissional que passa a maior parte do período com o paciente .
Considerando a escassez de produção científica encontrada nos
periódicos nacionais a respeito desse tema, faz-se necessário que outros
estudos acerca dessa temática sejam desenvolvidos.

17
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