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ENG-ETS-ON-D005/01.

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ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA - SERVIÇO
DATA: 09/01/2019

CONDIÇÕES MÍNIMAS DE LASTREAMENTO

DA VIA PERMANENTE

1. ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA

Estabelecer as condições e formas de lastreamento da via permanente na


malha ferroviária da RUMO.

1.1. DESCRIÇÃO DO SERVIÇO

1.1.1 Objetivo

Fixar as condições técnicas exigíveis para manutenção e atividades


pertinentes a manutenção do perfil de lastro na via permanente da malha
ferroviária da RUMO.

1.1.2 Definições e siglas


Não aplicável.

2. EXIGÊNCIAS TÉCNICAS

2.1. Frequência de utilização


Conforme rotinas de manutenção definidas pela equipe de Planejamento e
Controle da Manutenção de Via Permanente.

2.2. Responsabilidades
2.2.1. A equipe de Planejamento e Controle da Manutenção deverá
programar os serviços de prospecção, adequação e manutenção do perfil
de lastro da via permanente ao longo da malha ferroviária da RUMO.

1 Elaboração: Leonardo Souza Soares


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2.2.2. A equipe de manutenção da via permanente deverá executar as


atividades de Prospecção, adequação e manutenção do perfil de lastro
conforme as programações da equipe de Planejamento.

2.2.3. Controle da Manutenção e conforme as diretrizes


técnicas estabelecidas neste procedimento.

2.2.4. A equipe de engenharia de via permanente deverá fazer inspeções


eventuais na forma de auditoria para verificação do cumprimento desta
especificação.

2.3. Referências teóricas

- Engineering Standard – Track - Ballast – Asset Management &


Engineering Services Manager – CRN Network.
- Ballast – Section 4 – Australian Rail Track Corporation Ltd – 2011

3. MATERIAIS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS


Gadanho;
Trena de fibra (ou equipamento de medição similar).

4. DESCRIÇÃO DE PROCEDIMENTO

4.1. Lastro e classificação do lastro


Para aplicações existentes, todo material empregado como lastro deve
cumprir os requisitos materiais e de classificação da ENG-ETM-D003 em
sua versão mais atualizada.

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Materiais alternativos para atender aos requisitos especiais (como por


exemplo graduações especiais necessárias em conjunto com profundidade
de lastro reduzida) devem ser aprovados pela Engenharia de Via Permanente
da RUMO.

4.2. Perfil de lastro (lastreamento de grade)


Uma seção transversal típica que ilustra o perfil de lastro é apresentada na
Figura 1:

Figura 1. Nomenclatura de regiões de dimensionamento de lastro.

4.3. Altura do ombro do lastro


A altura do ombro do lastro (do topo até a base do dormente) é determinada
pelo dimensional do dormente. O lastro deve ser distribuído de forma a
cobrir toda seção lateral da cabeça do dormente.

De acordo com o dimensional do dormente, a região de assentamento do


trilho poderá ficar com mais lastro que o vão central do dormente.

4.4. Altura do lastro no vão dos dormentes (região central da grade)


O lastro deve ser distribuído de forma a completar o “vão” entre dormentes
da base até o topo.

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4.5. Inclinação do ombro do lastro (“slope”)


Para regiões de banqueta livre a inclinação do lastro deverá obedecer a taxa
de 1:1,5 (altura; largura).

4.6. Largura do ombro de lastro


4.6.1. O dimensionamento mínimo do ombro de lastro é determinado por
requisitos de estabilidade da grade ferroviária e o comprimento dos trilhos
utilizados. Os requisitos dimensionais mínimos destas condições são
detalhados na tabela a seguir:

Tabela 1. Dimensionamento do ombro do lastro.

Comprimento Largura do ombro do lastro (mm)


Tipo de via
dos trilhos Mínimo Máximo
Trilhos longos
Corredor e 400 700
soldados
pátios de (>100m)
cruzamento Trilhos curtos
400 700
(<100m)
Trilhos longos
400 700
soldados
Ramais (>100m)
Trilhos curtos
250 700
(<100m)
Trilhos longos
250 400
Desvios e soldados
pátios de (>100m)
manobra Trilhos curtos
150 400
(<100m)

4.6.2. A largura do ombro de lastro deve ser medida exatamente na


extremidade do dormente. Caso a extremidade esteja coberta de lastro, a
mesma deve ser limpa para que a medida seja feita de forma correta.

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4.6.3. O ombro do lastro deve estender-se horizontalmente a partir da


extremidade do dormente. É, no entanto, aceitável em algumas condições
que o ombro ultrapasse a altura do dormente devido as reguladoras de
lastro, mas estes pontos devem estar distantes aproximadamente 400 mm
da fila de trilhos mais próxima. Quaisquer ombros prolongados em regiões
críticas, tais como em pontes e túneis, devem estar na horizontal.

4.6.4. O projeto da largura do ombro de lastro é um fator que contribui para


estabilidade lateral. A largura do ombro de lastro adicional acima do mínimo
e um lastro até a altura do trilho na da região determinada no item 4.6.3
pode ser necessário em áreas de pouca estabilidade lateral, para oferecer
uma resistência adequada contra flambagem em curvas apertadas.

Figura 2. Diagrama de condição de ombro de lastro elevado.

4.7. Profundidade do lastro


4.7.1. A profundidade do lastro é a distância entre a face inferior do
dormente e o início da plataforma ferroviária. Esta medida não inclui o
sublastro.

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NOTA: A profundidade do lastro em dormentes de aço é medida em relação


a face inferior da calha do dormente, e não em relação a cava lateral
existente.

4.7.2. Nas curvas, devido a presença da superelevação, a profundidade do


lastro deve ser medida na fila de trilhos mais baixa.

4.7.3. A profundidade do lastro deve ser definida de acordo com a


tonelagem anual bruta transportada, tipo de dormentes e trilhos.
Profundidades de lastro mínimas e máximas são detalhados conforme
tabela a seguir:

Tabela 2. Dimensionamento da profundidade (altura) do lastro

Tonelagem Dormentes / Profundidade do lastro (mm)


bruta anual Trilhos Mínimo Máximo
(MTBT)
Concreto / TR-57
250 500
ou superior
Concreto / perfis
menores que 200 500
TR-57
Até 60 MTBT
Aço / todos os
270 500
trilhos
Madeira ou
polímero (todos 200 500
os trilhos
Concreto / TR-57
300 500
ou superior
Concreto / perfis
menores que 270 500
Superior a TR-57
61 MTBT Aço / todos os
300 500
trilhos
Madeira ou
polímero (todos 270 500
os trilhos
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NOTA 1: A profundidade de lastro medida deve levar em consideração o


lastro limpo ou poluído.

NOTA 2: Linhas existentes requerem planejamentos e intervenções para


adequação ao perfil de lastro apresentado.

NOTA 3: O perfil de lastro com sublastro ou sub-base insuficientes pode


gerar maior nível de estresse na infraestrutura. A investigação detalhada da
infraestrutura incluindo sua condição pode ser necessária em situações
críticas.

4.8. Perfis de lastro alternativos


4.8.1. Em condições especiais aprovadas pela Engenharia de Via
Permanente, a largura do ombro de lastro poderá ser reduzida até 75 mm,
entretanto, será obrigatória a imposição de pás de ancoragem ou outros
dispositivos de retenção lateral como para-lastro. Nesta condição, devem
ser previstos arranjos no sistema de drenagem de forma inibir deficiências
no escoamento de água do lastro.

4.8.2. A largura do ombro de lastro pode ser superior a medida apresentada


neste procedimento para locais com tráfego de pessoas ou equipes
operacionais. Para estas condições devem ser previstos ajustes no sistema
de drenagem.

4.8.3. Em condições especiais aprovadas pela Engenharia de Via


Permanente, a profundidade do lastro poderá ser reduzida, entretanto, a
verificação das condições da infraestrutura é obrigatória. Em algumas
condições, devem ser previstos arranjos na plataforma para aumentar a

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resistência superficial para que a infraestrutura resista aos novos esforços


atuantes.

4.8.4. A rigidez do lastro pode ser alterada nos pontos de transição entre
diferentes estruturas da via permanente (como por exemplo: entradas e
saídas de pontes lastreadas ou não lastreadas, alteração de tipo de
dormentes, regiões de túneis, etc.). Todos projetos para utilização de
métodos alternativos devem ser aprovados pelo Engenharia de Via
Permanente.

4.9. Insuficiência de lastro

É considerada via permanente com insuficiência de lastro, todo segmento


de via permanente que não atingem o volume mínimo de lastro descrito
neste procedimento.

Para estes casos deve ser programado restabelecimento das condições


mínimas especificadas neste procedimento.

A insuficiência de lastro pode ser classificada em: insuficiência parcial de


lastro ou insuficiência total de lastro.

4.9.1. Insuficiência parcial de lastro: quando o lastro da via permanente está


com alguma das dimensões abaixo do mínimo em até 50% do valor
especificado neste procedimento.

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4.9.2. Insuficiência total de lastro: quando o lastro da via permanente está


com alguma das dimensões abaixo do mínimo em mais 50% do valor
especificado neste procedimento.

5. CONSIDERAÇÕES DE MEIO AMBIENTE


Todas as atividades descritas nesta especificação deverão ser realizadas
em conformidade com as normas ambientais vigentes.

6. CONSIDERAÇÕES DE SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL

Na execução desse serviço pessoas envolvidas deverão estar portando os


equipamentos de proteção conforme estabelecem a Portaria 3214 de 1978,
em suas Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego e
a CLT em seus artigos de Saúde e Segurança do Trabalho.

7. ANEXOS

Não aplicável.

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