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ENG-ETS-ON-D003/03.

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ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA - SERVIÇO
DATA: 09/01/2018

CARACTERIZAÇÃO DE DORMENTES INSERVÍVEIS (“CLUSTERS”)

1. ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA

Estabelecimento de critérios para classificação de dormentes inservíveis e


tratamento de tais pontos em toda via permanente da RUMO.

1.1. DESCRIÇÃO DO SERVIÇO

1.1.1 Objetivo

Fixar as condições técnicas exigíveis para identificação e classificação de


grupamento de dormentes inservíveis na malha ferroviária da RUMO.

1.1.2 Definições e siglas

- FRA: Federal Railroad Administration


- AREMA: American Railway Engineering and Maintenance-of-Way
Association
- CCO: Centro de Controle Operacional
- Cluster: Agrupamento de dormentes inservíveis na via permanente.
- EPI: Equipamento de Proteção Individual

2. EXIGÊNCIAS TÉCNICAS

2.1 – Frequência de utilização

A caracterização de dormentes inservíveis deverá ser obrigatoriamente


executada quando:

• Durante realização de rondas;


• Durante atividade de prospecção de dormentes;
• Durante atividade de manutenção de dormentes.

1 Elaboração: Adriano Magalhães Freitas, Leonardo Souza Soares, Adriano Mohr


Bonatto, Wescley Silva Brito.
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2.2 – Responsabilidades

2.2.1 A responsabilidade de acompanhamento e verificação das


informações de existência de dormentes inservíveis ao longo das linhas é
do Supervisor do trecho onde for identificada a necessidade de realização
destes serviços.

2.2.2 O serviço será executado de acordo com os critérios estabelecidos


neste documento.

2.2.3 O Planejamento e Controle da Manutenção deverá registrar e manter


atualizado o mapeamento de dormentes inservíveis ao longo da malha da
RUMO.

2.3 – Referências teóricas

- Federal Railroad Administration – Track Safety Standards Compliance


Manual
- RAILROAD TRACK STANDARDS - TECHNICAL MANUAL - ARMY TM 5-
628 - CHAPTER 5 – TIES

3. MATERIAIS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS


 Alavanca de unha (se necessário);
 Giz ou tinta para marcação de dormentes;
 Régua de bitola e superelevação;
 Trena.

4. DESCRIÇÃO DE PROCEDIMENTO

4.1 - Qualificação de equipe para execução do procedimento

No caso de execução por equipe contratada, a mesma deverá possuir


experiência comprovada e validada pela RUMO. A qualificação mínima
exigida de pessoal é:

a) Supervisor de via:
Experiência comprovada através de certificado de treinamento ministrado
por empresa especializada ou através de teste de campo na execução dos
serviços de alívio de tensão de trilhos.
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b) Supervisor Auxiliar de Via:


Mínimo de 1 ano de experiência em serviços correlatos na via permanente,
através de certificado de treinamento ministrado por empresa especializada;

c) Trabalhador de Via Permanente:


Experiência mínima de 6 meses em manutenção de Via Permanente.

4.2 - Execução do procedimento

Compreende as seguintes operações:

I. Realizar análise de risco aos envolvidos. Alertar para risco de


atropelamento durante a atividade de identificação de dormentes
inservíveis. Também deverá ser observado o risco de acidente com
animais peçonhentos devido a necessidade de verificação dos
estados de fixação e socaria dos dormentes.

II. Utilizar EPIs: capacete, botina, luvas, óculos, protetor auricular, cinto
de segurança (se for o caso).

III. Inspecionar a grade ferroviária com foco na visualização dos


dormentes e identificação de possíveis dormentes inservíveis.

Caracterização de dormentes inservíveis:

a) Todo dormente deverá ser produzido de material que permita


uma fixação segura dos trilhos.

b) Cada seguimento de 10 metros de via (aproximadamente 18


dormentes) deverá possuir os seguintes quesitos de dormentação:

• Número suficiente de dormentes que em conjunto mantenham


uma condição de suporte tal que: mantenha a bitola,
nivelamento e alinhamento descrito na ENG-ETS-E003 -
Limites Geométricos de Segurança da Superestrutura em sua
última versão.

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• Número mínimo de dormentes e condição de dormentes que


estejam distribuídos e mantenham o suporte e fixação dos
trilhos do segmento de 10 metros de forma inteiriça,

• No mínimo 1 (um) dormente que não seja considerado


inservível e esteja localizado em região de junta como
especificado no item VII deste procedimento.

c) São considerados dormentes inservíveis, dormentes que


apresentarem alguma das seguintes condições físicas detectadas
visualmente:

Dormentes de madeira (lei ou reflorestável) ou polímero.

• Quebrados no meio ou na “cabeça”.

• Rachados e/ou quebrados em sua superfície de forma que o


lastro penetre dentro do dormente ou não permita instalação
dos conjuntos de fixação.

• Deteriorado, queimado ou danificado (inclusive por acidente)


de forma que a base do sistema de fixação consiga se mover
mais que 12mm em relação ao dormente.

• Cortado e/ou afundado pela placa de apoio mais que 20% da


sua seção, ou seja, 36mm.

• Dormentes com furação em excesso, exemplo, dormentes


que já sofreram consolidação de fixação ou correção de bitola
com a movimentação da placa de apoio para geração de
nova furação.

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Figura 1 – Ilustração de dormente de madeira em boas condições

Figura 2 – Ilustrações de dormente de madeira inservível

Figura 3 – Ilustrações de dormente de madeira inservível

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Figura 4 – Ilustrações de dormente

Dormentes de aço:

• Empenado no vão central gerando alteração na bitola


nominal.

• Empenamento de aba lateral prejudicando ancoragem do


dormente no lastro.

• Presença de corrosão comprometendo a resistência mecânica


do dormente.

• Trinca em qualquer região detectada visualmente.

Figura 5 – Foto de dormente de aço inservível (trinca central).

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Figura 6 – Foto de dormente de aço inservível (trinca na região de pregação).

Figura 7 – Foto de dormente de aço inservível (fratura na região de assentamento).

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Dormentes de concreto:

• Trinca na região de apoio do trilho.

• Trinca no vão central do dormente.

• Quebra ou dano nos chumbadores dos conjuntos de fixação.

• Desgaste abrasivo da região de apoio do trilho com perda de


inclinação ou perda de acabamento fino.

Figura 8 – Foto de dormente de concreto inservível (trinca na região de apoio do trilho).

Figura 9 – Foto de dormente de concreto inservível (trinca na região central).

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Figura 10 – Foto de dormente de concreto inservível (quebra de olhal ou chumbador do dormente).

Figura 11 – Ilustração de dormente de concreto inservível por abrasão da região de apoio do trilho.

IV. Realizar marcação de identificação nos dormentes que se enquadram


nos quesitos estipulados no item anterior.

V. Cada seguimento de 10 metros de via não deverá possuir um número


superior de dormentes inservíveis conforme descrito na tabela a
seguir:

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NÚMERO MÁXIMO DE DORMENTES INSERVÍVEIS EM 10 METROS


Tangentes e Curvas com raio AMV’s e
curvas com raio inferior a 800 curvas com
CLASSE DA VIA superior a 800 metros e raio inferior a
(conforme ENG-ETS-E003)
metros superior a 300 300 metros
metros
1 12 11 8
2 9 8 6
3 9 7 4
4e5 5 3 2
Notas:

- Caso o número de dormentes inservíveis for superior ao citado na tabela


anterior, o agrupamento de dormentes inservíveis (mesmo intercalado) é
considerado malha inservível (“cluster”) e deverá ser tratado imediatamente
para redução do número de dormentes inservíveis.

- Os dormentes inservíveis não deverão estar agrupados de forma que exista


uma sequência superior a três dormentes consecutivos para qualquer classe
de via ou geometria.

- O maior espaçamento de dormentes permitido independente da condição


dos mesmos não poderá ultrapassar 70 cm (eixo a eixo).

- Para dormentes situados em túneis, viadutos, pontes lastreadas ou


perímetros urbanos, o número máximo de dormentes inservíveis apresentado
na tabela anterior deverá ser reduzido pela metade.

- Para dormentes situados em pontes não lastreadas, devem ser adotados


os limites da tabela a seguir:

NÚMERO MÁXIMO DE DORMENTES INSERVÍVEIS EM 10 METROS


Ponte não lastreada
CLASSE DA
Velocidade Distância entre eixo de Distância entre eixo
VIA
dormentes < 50 cm e de dormentes > 50 cm
raio > 300 m ou raio <300 m
1 0 a 15 6 3
2 16 a 40 4 2
3 41 a 64 2 1
4 65 a 95 1 0
5 96 a 128 0 0

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- Para dormentes situados em regiões de waysides (detectores de roda


quente, detectores de roda fria, detectores acústicos, dentre outros
equipamentos de precisão), deve ser considerado como referência o número
máximo admissível de dormentes inservíveis conforme definido para os AMV’s
(de acordo com a classe de via), considerar 200 m para cada lado do
equipamento.

VI. Durante a segregação da via em segmentos de 10 metros, a


determinação do início do segmento para medição pode ser realizada
em qualquer posição quilométrica da via, não sendo necessariamente
obrigado a coincidir com regiões de juntas e/ou outros elementos da
via permanente.

VII. Condições dos dormentes em juntas:

a) Para as classes de via 1 e 2 em região de junta, deverá existir


pelo menos 1(um) dormentes em boas condições com seu eixo
distanciado em no máximo 30 cm a partir do eixo da junta.

b) Para as classes de via de 3 a 5 em região de junta, deverá


existir pelo menos 1(um) dormente em boas condições com
seu eixo distanciado em no máximo 22 cm a partir do eixo da
junta; ou 2 (dois) dormentes em boas condições com os eixos
distanciados em no máximo 60 cm a partir do eixo da junta.

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VIII. Para vias construídas sem a utilização de dormentes (estruturas


“slab”, trilhos conectados diretamente sobre pontes, valas de
oficinas) a geometria da via e as condições de suporte deverão
obedecer aos requisitos geométricos definidos na ENG-ETS-E003 -
Limites Geométricos de Segurança da Superestrutura em sua última
versão e suportar o peso efetivo do material rodante mais pesado da
RUMO.

IX. Qualquer agrupamento de dormentes inservíveis (“cluster”) em que os


parâmetros geométricos definidos pela ENG-ETS-E003 - Limites
Geométricos de Segurança da Superestrutura em sua última versão
não consigam ser mantidos, conforme a classe da via, deverá ser
eliminado. A eliminação do agrupamento de dormentes (“cluster”)
poderá ser feita de forma parcial ou total.

X. Eliminação parcial: a eliminação parcial deverá ser feita realizando a


substituição de parte dos dormentes inservíveis e após a conclusão
da atividade de substituição dos dormentes, o seguimento de via de
10 metros atenda o item 4.2 III b) deste procedimento.
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XI. Eliminação total: todos os dormentes inservíveis do seguimento de


10 metros são eliminados.

XII. O prazo para eliminação dos dormentes inservíveis que estejam


gerando impacto na geometria é imediato. Deverá ser realizada a
eliminação parcial em caráter de urgência intercalando dormentes em
boas condições na região do agrupamento de dormentes inservíveis.

XIII. Demais pontos de dormentes inservíveis que não estejam impactando


a geometria de via deverão ser monitorados pela equipe de
Coordenação de Via local, através de relatórios dos rondas de linha
e/ou carros controle de forma a identificar qualquer degradação
acelerada e para intervenção antes de impactar a geometria.

XIV. Qualquer serviço de substituição de dormentes deverá obedecer ao


procedimento específico de forma a não gerar imperfeições
geométricas na Via Permanente.

4.3 – Controle, medição e aceitação dos serviços

Não aplicável.

5. CONSIDERAÇÕES DE MEIO AMBIENTE


Todas as atividades descritas nesta especificação deverão ser realizadas
em conformidade com as normas ambientais vigentes.

6. CONSIDERAÇÕES DE SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL


Na execução desse serviço pessoas envolvidas deverão estar portando os
equipamentos de proteção conforme estabelecem a Portaria 3214 de 1978,
em suas Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego e
a CLT em seus artigos de Saúde e Segurança do Trabalho.

7. ANEXOS

Não aplicável.
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