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LOVE, BENJAMIN

Amado abóbora

CONTINUAÇÃO DE DEAR BENJAMIN

Autor (a): 이드
Essa não é uma tradução oficial. É uma tradução feita por fãs.

Desculpas por qualquer erro.


SUMÁRIO

INFORMAÇÕES GERAIS................................................................................................................................. 7
COPYRIGHT INFORMATION........................................................................................................................ 8
Capítulo 01 - Sr. Prixel ................................................................................................................................... 9
Capítulo 02 - Sr. Prixel ................................................................................................................................ 14
Capítulo 03 - Sr. Prixel ................................................................................................................................ 18
Capítulo 04 - Sr. Prixel ................................................................................................................................ 22
Capítulo 05 - Sr. Prixel ................................................................................................................................ 27
Capítulo 06 - Sr. Prixel ................................................................................................................................ 31
Capítulo 07 - Sr. Prixel ................................................................................................................................ 35
Capítulo 08 - Sr. Prixel ................................................................................................................................ 39
Capítulo 09 - Sr. Prixel ................................................................................................................................ 44
Capítulo 10 - Encantador ........................................................................................................................... 49
Capítulo 11 - Encantador ........................................................................................................................... 54
Capítulo 12 - Encantador ........................................................................................................................... 58
Capítulo 13 - Encantador ........................................................................................................................... 62
Capítulo 14 - Encantador ........................................................................................................................... 66
Capítulo 15 - Encantador ........................................................................................................................... 71
Capítulo 16 - Encantador ........................................................................................................................... 76
Capítulo 17 - Encantador ........................................................................................................................... 81
Capítulo 18 - Encantador ........................................................................................................................... 85
Capítulo 19 - Encantador ........................................................................................................................... 89
Capítulo 20 - O jogo da verdade.............................................................................................................. 94
Capítulo 21 - O jogo da verdade.............................................................................................................. 99
Capítulo 22 - O jogo da verdade............................................................................................................ 103
Capítulo 23 - O jogo da verdade............................................................................................................ 107
Capítulo 24 - O jogo da verdade............................................................................................................ 112
Capítulo 25 - O jogo da verdade............................................................................................................ 117
Capítulo 26 - O jogo da verdade............................................................................................................ 122
Capítulo 27 - O jogo da verdade............................................................................................................ 126
Capítulo 28 - O jogo da verdade............................................................................................................ 130
Capítulo 29 - O jogo da verdade............................................................................................................ 135
Capítulo 30 - O jogo da verdade............................................................................................................ 139
Capítulo 31 - Viagem a disneylandia ................................................................................................... 146
Capítulo 32 - Viagem a Disneylândia .................................................................................................. 151
Capítulo 33 - Viagem a Disneylândia .................................................................................................. 156
Capítulo 34 - Viagem a Disneylândia .................................................................................................. 160
Capítulo 35 - Viagem a Disneylândia .................................................................................................. 165
Capítulo 36 - Viagem a Disneylândia .................................................................................................. 169
Capítulo 37 - Viagem a Disneylândia .................................................................................................. 173
Capítulo 38 - Viagem a Disneylândia .................................................................................................. 178
Capítulo 39 - Viagem a Disneylândia .................................................................................................. 182
Capítulo 40 .................................................................................................................................................... 186
Capítulo 41 .................................................................................................................................................... 190
Capítulo 42 .................................................................................................................................................... 194
Capítulo 43 .................................................................................................................................................... 198
Capítulo 44 .................................................................................................................................................... 202
Capítulo 45 .................................................................................................................................................... 206
Capítulo 46 .................................................................................................................................................... 211
Capítulo 47 .................................................................................................................................................... 216
Capítulo 48 .................................................................................................................................................... 219
Capítulo 49 .................................................................................................................................................... 224
Capítulo 50 .................................................................................................................................................... 227
Capítulo 51 .................................................................................................................................................... 232
Capítulo 52 .................................................................................................................................................... 236
Capítulo 53 .................................................................................................................................................... 240
Capítulo 54 .................................................................................................................................................... 244
Capítulo 55 .................................................................................................................................................... 250
Capítulo 56 .................................................................................................................................................... 255
Capítulo 57 .................................................................................................................................................... 260
Capítulo 58 .................................................................................................................................................... 265
Capítulo 59 .................................................................................................................................................... 269
Capítulo 60 .................................................................................................................................................... 274
Capítulo 61 .................................................................................................................................................... 279
Capítulo 62 .................................................................................................................................................... 284
Capítulo 63 .................................................................................................................................................... 288
Capítulo 64 .................................................................................................................................................... 292
Capítulo 65 .................................................................................................................................................... 296
Capítulo 66 .................................................................................................................................................... 300
Capítulo 67 .................................................................................................................................................... 305
Capítulo 68 .................................................................................................................................................... 311
Capítulo 69 .................................................................................................................................................... 315
Capítulo 70 .................................................................................................................................................... 320
Capítulo 71 .................................................................................................................................................... 325
Capítulo 72 .................................................................................................................................................... 329
Capítulo 73 .................................................................................................................................................... 333
Capítulo 74 .................................................................................................................................................... 337
Capítulo 75 .................................................................................................................................................... 342
Capítulo 76 .................................................................................................................................................... 347
Capítulo 77 .................................................................................................................................................... 352
Capítulo 78 .................................................................................................................................................... 357
Capítulo 79 .................................................................................................................................................... 362
Capítulo 80 .................................................................................................................................................... 367
Capítulo 81 .................................................................................................................................................... 370
Capítulo 82 .................................................................................................................................................... 376
Capítulo 83 .................................................................................................................................................... 382
Capítulo 84 .................................................................................................................................................... 390
Capítulo 85 .................................................................................................................................................... 397
Capítulo 86 - Extra 01 ............................................................................................................................... 403
Capítulo 87 - Aniversário de casamento ........................................................................................... 407
Capítulo 88 - Aniversário de casamento ........................................................................................... 414
Capítulo 89 - Aniversário de casamento ........................................................................................... 422
Capítulo 90 - Aniversário de casamento ........................................................................................... 428
Capítulo 91 - Aniversário de casamento ........................................................................................... 435
Capítulo 92 - Aniversário de casamento ........................................................................................... 448
INFORMAÇÕES GERAIS

Título Original: LOVE, BENJAMIN

Autor: 이드

Capítulos: 92

Status do original: Concluído

Gênero: Ação, Adulto, Maduro, Smut, Yaoi

Tradução Português: LeituraL

[https://www.wattpad.com/user/LeituraL ]

ᘛ⋅※⋅ᘚ
Sinopse: Tudo o que Isaac, o beta, quer é viver uma vida normal como um florista pouco
qualificado e deixar seu passado turbulento para trás. Esse sonho rapidamente vai para
fora da janela, no entanto, quando o infame traficante de armas Felix entra em sua loja e
gosta dele. Acontece que a família de Isaac precisa de proteção contra um inimigo
misterioso e, felizmente, Felix está mais do que disposto a fornecê-la em troca do corpo de
Isaac. Quanto mais Felix se apaixona pela florista reservada, mais ele quer desvendar seus
muitos segredos. E à medida que as coisas esquentam no quarto, Isaac acha mais difícil
resistir ao belo alfa e seus poderosos feromônios. Enquanto isso, o segredo sobre seu
passado compartilhado paira no ar como uma bomba-relógio...
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Adaptação para ebook: @NovelEbook


Capítulo 01 - Sr. Prixel

— De forma alguma, a embalagem é muito boa. Gosto da maneira como faz o vaso se
parecer mais brilhante.
O cliente levantou o pequeno vaso e riu. Realmente parecia gostar e também parecia estar
feliz pela planta estar em plena floração, em vez de semimorta. Era raro ser elogiado por um
cliente e também dizer coisas boas sobre a embalagem, então sorriu e começou a rir também.
É agradável. Agora ele sente que é dono de uma loja de flores. E uma muito boa, para dizer
a verdade.
— Obrigado. Por favor, volte sempre.
O cliente fez uma saudação leve e segurou o pote com as duas mãos.
Quando acha que o som de seus passos é bastante alegre e se sente mais do que feliz
consigo mesmo, um novo visitante, que entra pela porta da loja, faz com que o cliente tropeça
e oferece um breve: “Oh, desculpe”.
Só então, do seu lugar no balcão, ele percebe que alguém está de pé. Olhando para ele
fixamente da porta.
Teve que levantar a cabeça de uma maneira exagerada.
Um homem, com o braço encostado na janela, colidiu intencionalmente com o novo
cliente. O pobre coitado o encarava com tanta atenção que quase derrubou o vaso no chão.
Ele se desculpou novamente e se arrastou pela rua, encolhendo os ombros.
As frias pupilas azuis da Prússia não parava de encará-lo de cima a baixo, embora ele
esteja quase a meio quarteirão de distância.
— Félix!
Isaac, que era realmente severo para repreendê-lo, gritou com vontade de dentro pra fora,
então Félix finalmente desviou o olhar descontente para ele.
— Por que estavam rindo?
Então, ele soltou esse tipo de pergunta.
A atmosfera era rígida, mas também parecia completamente absurda.
Bendito Deus.
— Porque ele é um cliente.
— Bem, você nunca ria quando eu era cliente.
— Você não precisa tratá-los dessa maneira, entende? São eles que mantêm o negócio
funcionando. E se o cliente não voltar?
Mas, embora tenha dito isso, a expressão de Félix só piorou.
— Quando cheguei à primeira vez, você me tratou como se eu fosse uma pedra no seu
sapato! Mas agora outras pessoas vêm e… E você vai e olha para eles sorrindo! Quem lhe deu
permissão para rir?
—… Agora você também ficará com ciúmes de um cliente?
— Sim. E você sabe por quê? Porque você ri muito com alguém quando isso deveria ser
apenas para mim!
Apesar de revelar ciúmes que pareciam certamente infinitos, Félix nem parecia saber que
estava fazendo tanto barulho, então ele apenas gritou e continuou gritando.
— Félix. — Ao contrário dele, Isaac falou com uma voz bastante calma… Embora seu rosto
estivesse se aproximando da cor do fogo, acabou engolindo saliva de uma maneira um tanto
escandalosa. — Você deveria…
— Vou mudar meu escritório pra cá.
—… Uau, isso é uma nova ameaça.
— Não é uma ameaça, meu sonho secreto sempre foi trabalhar no meio de uma
floricultura. Você sabe, com o cheiro do perfume das plantas, esses vasos e meu lindo Ômega,
que é ainda mais bonito que uma flor, perto de mim. Não. Nas minhas pernas… Com um
avental.
Ao contrário do tom irritante e dos olhos frios, ele tinha uma curva agradável e suave na
ponta dos lábios. Como um gatinho… Era uma expressão que o fazia sentir uma leve sensação
de crise existencial porque estava apaixonado por aquele gesto. Mas mesmo com esse
pequeno sorriso, a parte de Isaac que ainda estava raciocinando normalmente começou a
dizer: Você está fodendo comigo? Por que você está vendo o sorriso encantador de Félix quando
deveria estar chateado com ele!? Isaac franziu o cenho.
Parecia uma situação difícil, a de assumir o controle.
Félix, cujos olhos são habituais, derramando aquele feromônio alfa sobre ele… O estava
matando. Ele realmente não estava disposto a desistir. Isaac fechou os olhos, ainda tinha
aquele cheiro na ponta do nariz.
— Eles são apenas clientes, não estão interessados em mim. Além disso, estou usando um
anel de casamento e uma marca enorme na parte de trás do meu pescoço. Você poderia…
Parar de ser tão sensível?
Não sabia se tinha dito algo errado… Mas aquele homem inutilmente sensível que ele o
tinha como marido levanta as sobrancelhas para ele e faz com que uma energia
desconfortável encha a sala inteira novamente.
— Scusami, mas eu faço porque estou nervoso. O que acontece se alguém vê aquele sorriso
bonito que você tem e se apaixona por você?

— O que acontece se você é sequestrado de novo? E se alguém te machucar? E Benjamin…


— Deixe esses pensamentos absurdos, Félix! Apenas perde o seu tempo se preocupando.
A resposta de Isaac foi contundente, mas Félix não parece querer ouvir:
— Eu não posso evitar! Olha, eu sei que você não entende agora, mas para as pessoas que
estão perto de mim, sempre passam coisas ruins. Já os viu antes.
— Mas isso não foi…
— Ou você está dizendo que nem se importa se eles tiram você de mim de novo?
— Não, não é isso…
— Estou cheio de pensamentos terríveis. Até acho que se eu não aparecer com
frequência… Eu não sei, minha cabeça vai explodir. Devo estar ficando louco de novo porque
sinto outra vez, aquilo que me diz que algo vai acontecer.
Isaac ficou sem palavras… Félix realmente parecia estar mal. E como acalma um homem
que parece estar a ponto de se quebrar à sua frente quando você ainda tem vergonha de se
abrir? Então, antes que pudesse pensar em algo apropriado, Félix se levanta e olha por cima
do balcão. Isaac o seguiu também.
Por um momento, o sentimento de preocupação se transformou em um de vergonha
absoluta.
— Querido Benjamin… — Murmurou enquanto se inclinava para segurar o cartão na mão.
— Aqui está de novo.
— Sim.
O hábito de Isaac de escrever um cartão para Benjamin ainda permanecia latente. No
entanto, ao contrário do passado quando as cartas estavam empilhadas na gaveta, ele agora
tinha o prazer de entregá-las pessoalmente…
Sempre que pensava em uma palavra, anotava-a imediatamente e colocava a carta na mão
de Benjamin. Era lindo que o garoto abrisse muito os olhos e sorria como se tivesse acabado
de receber um grande presente. Benjamin espia a imagem no cartão colorido e pede que ele
leia o que diz lá. Isaac coloca o garoto no colo e lê o cartão. E Beija o seu cabelo…
Dar cartões para o seu filho é uma rotina indispensável, então Félix certamente sabia que
ele estava fazendo isso. Por que ele estava falando sobre isso agora? Por que ele parecia tão
surpreso?
— Você nunca… Me deu um cartão. — Disse, — não é injusto também?
A voz de Félix era descuidada, cheia de dor e cada vez mais baixa. O que realmente estava
acontecendo com ele hoje? Isso fez sua cabeça parecer uma névoa.
— Félix, isso é algo que…
— Com amor, Isaac.
Pensou que agora deveria dizer algo para ele, mas seus lábios ficaram secos
imediatamente. Félix seguia lendo o final do cartão:
— Com amor, Isaac… Com amor… — E bloqueou as palavras que ele já estava praticando.
Os olhos azuis que o olhava pareciam irritados novamente, então Isaac engoliu novamente
um enorme suspiro. Nunca pensou que ficaria com ciúmes disso ou daquilo, mas talvez ainda
estivesse muito inexperiente com o tema amor.
— Isaac… Você faria uma carta para mim? — Ao contrário do rosto que tinha um sorriso
doce, a pupila azul ficava cada vez mais escura. — Você escreveria seus sentimentos?
O perfume espesso de feromônios imediatamente pegou seu nariz. Em um instante, seus
olhos ficam embaçados, seu coração começa a acelerar, e um calor intenso o atinge do ventre
ao peito. Afastou-se… Porque realmente sentia que era um covarde.
— Eu não mostro meus sentimentos sem a necessidade de um cartão?
Isaac murmurou isso, ignorando o estado de calor que continuava crescendo dentro dele.
— Bem, eu realmente preciso de mais do que isso. — Ele agarrou suas mãos e o puxou
com tanta força que quase acabou encostado em seu peito. Então sussurrou, enfiando os
lábios nos seus: — Todos os dias você está me dizendo com seu corpo, isso é verdade. Às
vezes sente minha falta e outras vezes me quer…
Sua respiração molhada ficou nos lábios dele mesmo depois que o beijou. E toda vez que
sussurrava uma palavra, um hálito doce caía em sua boca e deixava uma forte sensação de
cócegas.
Isaac inclinou a cabeça um pouco mais até ele. Verdade seja dita, ele amava seus belos
lábios e sua língua perfeita. A maneira como se sentia quando estava sobre ele, tão
maravilhosos… Só queria beijá-lo imediatamente, mesmo agora. Mas Félix decidiu zombar
dele e se afastou.
— Mas agora, quero receber seu amor separadamente. Quero um cartão. Um cartão que
diz “Com amor, Isaac”.
Isaac olhou para ele, ele estava mais do que bêbado por seu calor.
— Então te mostrar meu amor pelo meu corpo não será mais necessário…
— Quero tudo… Porque preciso confirmar ainda mais que você não vai a me deixar ir.
Continua…
Capítulo 02 - Sr. Prixel

Os feromônios Alfa, que eram terrivelmente agressivos, vieram de Félix, que não deixava
de olhar pela janela. Seu doce aroma, que hoje é claramente mais espesso, irrita o nariz de
Isaac e depois flui profundamente até seus pulmões… E em seus pulmões se espalham por
todos os cantos de seu corpo e faz com que ele tenha um imenso calor.
Suspirou.
Esse homem é o Alfa com quem ele está enlaçado; portanto, quando seu aroma está no ar,
espalhando-se em todas as direções, seu corpo não tem escolha a não ser responder. Isaac se
aproximou um pouco mais e perguntou se estava bem, vomitando suas palavras tão
rapidamente que ele mal se entendeu. Mesmo tentando fingir calma, os feromônios
envolvem seu corpo de tal maneira que já se sente suas costas cheia de suor.
— Não, fico com raiva toda vez que lembro que meu marido está rindo para outros
homens, conversando com outros homens e escrevendo cartas para outros homens…
— Esse outro homem é seu filho.
— E daí…?
Félix, que tocou o queixo de Isaac com as pontas dos dedos, pressionou seus lábios nos
dele e, em seguida, colocou a mão em sua barriga para subir por baixo de suas roupas…
— Ainda é cedo. O que vai fazer?
Quanto mais pensava, mais absurda a situação lhe parecia: primeiro ele entra na loja e
depois revela ciúmes que parecem infantis. Grita e diz que sente que algo está errado… E
depois o problema de derramar muitos feromônios sobre ele!
É irritante e definitivamente não pode o entender.
— Gostaria de saber se eu devo informá-lo novamente o fato de que você é meu Ômega.
— Isso é algo que eu entendo muito bem.
— Bem, sinto que se esqueceu.
Isaac olhou para Félix com os olhos arregalados. Então, se dando por vencido, olhou para
cima e o beijou. Inclinou-se e abriu a boca para deixá-lo o tomar daquela maneira brilhante,
encantadora e gananciosa que ele sempre fazia…
— Eu não esqueceria algo assim, Félix, tudo bem? Você tem que se acalmar.
—… Posso fechar a porta da loja?
A pergunta sutil levantou uma imensa tentação. Isaac engoliu em seco com tanta força que
foi ouvido novamente e deixou um leve ardor em sua garganta. É muito cedo para fechar a
loja, mas… A verdade é que já começou a molhar sua roupa de baixo. Seu pênis, que já
endureceu devido ao movimento dos quadris de Félix contra os seus, é algo que não pode
ignorar tão facilmente.
— Vou fechar, após concluir minhas vendas de hoje.
Era uma piada, mas Félix ficou sério.
— Se for esse o caso, comprarei tudo por um ano inteiro.
— Idiota. Se meu marido me der dinheiro, duvido muito que possa ser chamado de “uma
venda”.
Embora não houvesse mudanças em sua atitude, com essas novas palavras, Félix riu
escandalosamente, os lábios ainda pressionados no seu rosto. É difícil suportar a sensação
de cócegas quando a respiração entra na boca assim…
Isaac estendeu as mãos e colocou em suas costas para abraçá-lo com força. Dessa vez, seus
lábios não pararam tão rápido, mas parecia estar comendo sua boca. Empurrando-se até que
estejam contra a parede. Suas línguas começam a se enrolar como cobras, entram e saem da
boca um do outro. Sugam… E chupam. Isaac foi o primeiro a começar, mas, no momento
seguinte, ele já estava se movendo à mercê de Félix.
O beijo — que rapidamente se tornou violento — é como se estivessem se atacando. A
saliva escorria de sua boca aberta. As línguas vão do interior de Isaac ao de Félix… Move-se
lado a lado até que o som de fricção e ganância de suas mucosas acaba sendo ouvido.
Tornando-se obsceno.
Félix começou a recuar novamente. O lugar para onde estavam indo agora era o sofá perto
da porta. Andam passo a passo sem tirar os lábios e cada novo movimento que fazem acabam
deixando uma camisa ou calça, meias, cuecas no chão.
A loja já estava fechada e vigiada por Tony, que percebeu o que estava acontecendo no
belo sofá ao lado da porta. Era um móvel feito de veludo escuro que quase não cabia na loja
de flores, mas Félix insistiu em mantê-lo. Talvez porque tivesse exatamente isso em mente.
O homem, que agora se empurrou em direção ao sofá com um lento movimento para trás,
mal separou os lábios que estavam mordendo e chupando até que então, começou a acariciar
suas pernas…
Tem aquele olhar que diz:
“Eu realmente quero te foder”.
— Eu não consigo me controlar… Quando você me olha com aquele rosto tão sujo. — Não
houve dúvidas sobre tocar em seu corpo. Era algo que tinha que confirmar a textura e a forma
do marido com cada um dos dedos. Isaac respirou fundo e apenas deixou-o tocar. — Você me
faz uma fera faminta por sua carne.
A voz sensual esfrega seus ouvidos, então ele suspira e escolhe lentamente começar a
mover os dedos por seu peito…
Oh meu Deus, ele estava realmente se afogando. O calor está subindo e seus olhos estão
um pouco mais vermelhos.
Félix, olhando para Isaac, beijou sua garganta e clavícula, pressionando os lábios para
cima e para baixo. Sua língua, que se tornou um pouco mais violenta do que antes, causa
muita dor na boca quando ele decide beijá-lo. Chupa tanto a língua que dói.
O empurrou porque já não conseguia mais respirar.
Quando Isaac respirou fundo, levantou as mãos e as colocou ao redor do pescoço de Félix.
Se sentou no sofá, abraçando sua cintura… Isaac se acomodou com as pernas cruzadas nas
coxas de Félix, não pôde deixar de tremer as costas. A ereção dura de seu marido esfrega sob
a entrada molhada, para que não lhe custe nada quando ele o levanta um pouco e depois
abaixa para penetrá-lo imediatamente. Seu coração batia como se fosse explodir.
— Ah, ah, Félix. Ah, Félix…
Isaac se contorceu enquanto esquecia todos os vestígios de sua antiga vergonha.
— Isaac, separe sua bunda pra mim.
Então o beija como se não aguentasse mais. São lábios encharcados de saliva e com
pequenos traços de sangue. Isaac abaixou as mãos e acomodou melhor seu pênis com as
pontas dos dedos, enquanto Félix rapidamente levantou os quadris. Quando o vê, parece que
silenciosamente implora para que ele preenchesse seu interior.
Félix o meteu até o fundo.
— AH!
Depois de parar o movimento de seu corpo por um momento, Félix beijou as bochechas
coradas de Isaac por um longo tempo até que ele o acalmasse.
— Mova-se, mova-se agora.
— Não seja tão impaciente, querido.
Félix, que abraçou suas costas, beijou o lóbulo da orelha de Isaac e depois apertou o
traseiro com as duas mãos.
Isaac decidiu mover sua cintura devagar… Realmente muito devagar. Toda vez que se
move para frente e para trás, o pênis que preenche seu interior parece atingir exatamente
onde ele ama. E sente Cócegas. Além disso, quer que esse homem empurre para frente e o
acerte lá com tanta força como sempre. Mas Félix, que ainda não se mexia, estava apenas
acariciando sua barriga… E ele não tinha tempo de se perder em carícias!
Finalmente, Isaac agarrou seu buraco com a mão que ocupava para segurar o pênis de
Félix e o abriu. Não havia sentido em fingir que não gostava porque eles já estavam casados.
Eles tinham um enlace e certamente já havia notado… Que fazer sexo com ele o fazia sentir
como se tivesse nascido de novo.
Logo, no entanto, Isaac limpou os pensamentos que estavam flutuando em sua mente. A
sensação da membrana mucosa sendo esmagada se estende tanto que parece que queima. O
riso baixo de Félix escoou através dele…
— Sim, bom, muito bom, meu amor…
Adiciona uma longa lambida no pescoço e uma voz baixa, os pelos de todo o corpo se
coloca em pé. Agora Félix o sustentava em suas mãos para abrir ainda mais sua bunda…
Sentia-se como se estivesse com febre.
No momento em que Isaac levantou os olhos irritados para reclamar da maneira como ele
estava segurando suas mãos, ficou em branco e depois vermelho e seu rosto parecia se
encher de luxúria quando gritou.
— Agora você não pode me culpar… Porque você está fazendo tudo, certo?
— Ah…
— certo?
— Sim… Sim, eu estou fazendo tudo sozinho.
A temperatura da pequena loja aumentava cada vez que ele respirava com dificuldade e
quando continuava a ofegar e a gritar. O som da pele úmida colidindo um com o outro parecia
cada vez mais alto e, à medida que se moviam, as pernas do sofá chiava e batiam com tanta
força que parecia mais um bordel do que uma loja de flores.
— Félix… Pare. Eu vou gozar…
Mas Félix se dedicou a esmagar seu interior, animado com a ideia de ejacular enquanto
estava dentro.
— Quem foi o garoto que causou tudo isso? Claro que não vou parar.
A pele de Isaac, que ficou úmida e suada, sentiu-se mais sensível quando ele o mordeu na
marca do enlace… Os feromônios ômega então encheram seu nariz e boca.
Continua…
Capítulo 03 - Sr. Prixel

(NOTA: É necessário esclarecer que o extra do primeiro volume chamado “Dia de


Halloween” acontece depois de tudo o que aconteceu neste segundo livro).
°~°~°~°~°~°~°~°~°
Félix passou muito tempo inalando aquele belo aroma que o excita e o embriaga
igualmente… E isso definitivamente também é emocionante. Seu pênis parecia entrar ainda
mais fundo: o corpo de Isaac está tremendo? Porque o apoio de braço do sofá está se movendo
muito…
Félix logo o empurrou até o fim.
— Ah, espere… Não, não, não!
Isaac gritou ansiosamente, com as mãos trêmulas e o rosto cheio de enormes gotas de
suor. O segurou o mais forte que pôde e o deixou suas costas caírem para trás. Félix então
levantou a cabeça até o seu rosto distorcido, e permitiu-se abrir os olhos ainda mais.
— Ah Merda…!
Então, uma fonte de líquido branco se espalhou pela barriga de Isaac enquanto sentia Félix
acabar dentro dele. Era a primeira vez para o Alfa, mas Isaac já havia ejaculado algumas vezes
enquanto tremia, e abria a boca novamente para gritar. Por causa disso, todo o seu corpo
estava cheio de sêmen e fluidos corporais que o faziam sentir-se grudento.
—… Eu disse para você não fazer assim.
No entanto, Isaac, que havia caído sobre abdômen, ainda parecia capaz de repreendê-lo
com uma voz alta. Como se ele não pudesse acompanhar o ritmo, no entanto, seus olhos
piscaram e só se fecharam por um momento.
Isso realmente o cansou.
— Eu tinha pressa.
— E eu queria estar seco.
— Eu não posso me controlar tanto, Isaac. Meu pau também tem sentimentos.
Depois de dar uma desculpa tão boba, Félix deu um suspiro enorme e acabou se deitando
também…
Sempre que Isaac parecia prestes a terminar, dizia para ele se deter para que pudesse sair.
Mas ainda parecia bastante indigno ter que tirá-lo antes de ejacular, então não fazia isso. Por
outro lado, toda vez que faziam sexo, ele sempre ejaculava profundamente dentro da parede
interna de Isaac. Isso… Isso o faz sentir melhor do que qualquer droga ou medicamento no
mundo.
Quando conheceu Isaac há quatro anos, era a primeira e a última vez que tiveram um “Nó”,
o que não significava que não queria fazê-lo, é claro… Mas Isaac tinha medo. Quando
ocasionalmente sentia que os órgãos genitais de Félix estavam mais inchados que o normal,
ele fazia uma cara de extremo pânico e gritava que queria que ele parasse. Obviamente, não
tinha escolha senão aceitar.
— Doeu muito quando nós amarramos na última vez?
Félix, pigarreando um pouco, beijou a testa de Isaac e o deitou para começar a procurar
suas roupas de baixo, que estavam espalhadas por todo o chão. Isaac, que gradualmente se
virou, esticou o corpo inteiro e de repente franziu a testa para a dor inesperada.
— Sim, naquela época pensei que meu intestino estava se rompendo… Inclusive me
deu vontade de vomitar. A verdade é uma experiência que eu não quero ter
novamente.
Uma resposta mais honesta do que nunca veio dos lábios de Isaac.
Félix ergueu as sobrancelhas.
— Bem, mas… Você não queria um segundo bebê?
— Bom, sim. Mas podemos tê-lo, mesmo que não tenhamos um nó.
— Bem, isso não é uma coisa tão fácil de fazer. O corpo de um ômega reage melhor
quando…
— Pare com isso. — Novamente, as palavras de Félix foram implacavelmente cortadas.
Isaac parecia ter se enrijecido. — Você disse, é o meu corpo. E eu quero continuar
decidindo sobre ele.
Isaac, que parecia ter dito tudo isso com o máximo de frieza possível, levantou como se
fosse conduzido por uma força desconhecida. Félix ouviu quando ele puxou um estalo curto
com a língua e depois viu como estava tremendo com força… Ele parecia estar tentando
fortalecer os dedos dos pés para ficarem em pé, de modo que teve dificuldade em vestir sua
roupa de baixo e calça. Félix, que tentava ficar fora do caminho para não incomodá-lo,
aproximou-se para poder segurá-lo — se quisesse — ou seja, ejaculou muitas vezes, afinal.
Além disso, ele chorou e gemeu por quase quatro horas.
— Obrigado…
— Então, o que vamos fazer? — No final deitou no sofá, relaxando de costas. Parecia uma
pessoa absolutamente elegante, mesmo estando nu e manchado. — Não quero forçar você,
mas é uma questão que precisaremos resolver em algum momento.
Isaac olhou pela janela, ouvindo os rosnados de Félix. Quando começaram, parecia uma
tarde quente e ensolarada e agora havia um céu frio e escuro. Uma cena que o fez perceber
que o tempo havia passado rapidamente.
— Eu realmente preciso de tempo…
— E não é melhor superar os medos confrontando-os de imediato?
Mas, como sempre, Félix descaradamente respondeu às suas palavras e se levantou de seu
assento para envolvê-lo em seus braços. Ele parecia muito forte, com músculos marcados e
mãos grandes… Mas sempre foi muito terno com ele. Mesmo que sempre parecesse pensar
com a cabeça do pau.
Mais uma vez, foram envolvidos em uma atmosfera pegajosamente rosa que fez a febre
subir junto com a sensação de fome. Fome de ser engolido por aqueles maravilhosos olhos
azuis prussiano…
Mas, assim como Isaac decidiu, era melhor parar por aí.
—… Benjamin está esperando por nós.
— Tem razão.
Félix respondeu sem rodeios, como se fosse uma rotina… Depois de começar a viver
juntos, Benjamin esperava diariamente pela volta de Isaac. Ele ainda não conseguia
abandonar o hábito de dormir ao lado da avó, mas realmente gostava de vir e esperar na
porta para dizer “Bem-vindo a casa!” Colocando uma voz completamente bonita e um
sorriso enorme. Então Isaac, que não queria que Benjamin esperasse muito tempo, ia limpar
a loja e fechar… Até Félix decidiu que era melhor entrar, é claro.
— Mas quando chegarmos em casa, mandarei o garoto para a cama para que possamos
resolver adequadamente nossa pequena ‘discussão’.
— Eu não acho que meu corpo possa suportar suas estratégias de convencimento.
— Que nada… Sei o quão forte você é.
— Bem, eu digo de jeito nenhum.
Isaac refutou suas palavras e balançou a cabeça. Era verdade que ele tinha confiança em
seu corpo, mas toda vez que se misturava com Félix, sentia que estava completamente perdido.
Está mais exausto do que queria admitir. Ele o consome até ao ponto em que sente que pode
desaparecer e seu corpo para de responder até que todos os fluidos corporais sequem da
pele… Sua força física, tudo o que a marinha lhe ensinou sobre pular, sustentar e lutar parece
inútil ao seu lado. No entanto, a coisa surpreendente sobre toda essa situação é que toda vez
que vê seus olhos, mesmo depois de ficar com ele a noite toda e inchar várias vezes, ele pode
acender novamente como uma pequena bomba de pavio.
De fato, sexo com ele não é ruim. Em vez de pensar que o odeia, sente que está ficando
cada vez mais viciado em como faz tudo parecer tão intensamente agradável. Talvez seja
porque é um Ômega ou porque eles estão ligados, mas pode sentir a alegria e o prazer de
alcançar um êxtase mais intenso do que nunca.
Quanto mais toma de uma droga, mais viciado fica.
Quanto mais o seu corpo desejar prazer, mais difícil será dizer não.
— Mas não era você que queria me mostrar que poderia ter meu filho mesmo sem o meu
nó? Só, quero descobrir se é verdade ou não.
Félix sussurrou suas exigências novamente, seus lábios pressionados no ouvido de Isaac,
e logo em seguida sua boca pressiona totalmente contra sua nuca. Ele sente seus cabelos
dourados fazendo cócegas constantemente em seu nariz…
— Então… Espere até depois do jantar.
É uma palavra carregada de timidez e vergonha, mas Félix finalmente tem um sorriso
satisfatório no rosto.
Quando se beijaram, parecia sentir novamente que o tempo havia se passado muito
rápido. Sempre acordam bem cedo pela manhã, Félix se exercita, toma banho, depois acorda
Benjamin e eles vão tomar café juntos. É o começo de um dia normal… Mas é possível que
não vá ser o mesmo amanhã.
Continua…
Capítulo 04 - Sr. Prixel

Graças à luz do sol, ele franziu a testa e virou a cabeça para um lado…
O espaço ao seu lado estava vazio.
Isaac, que demorou um pouco para perceber isso, esticou a mão e logo levantou levemente
o corpo. Mesmo que fizesse isso devagar, há uma incrível dor que parece estar espalhada por
todos os ossos e músculos que traz por cima, de modo que o movimento se detém. Rola sobre
suas costas… Um gemido do fundo de sua garganta vazou. Então Isaac, que parou de respirar
e exalou profundamente por um longo tempo, preferiu se deitar um pouco mais.
Ele pensou que talvez fosse tarde demais, e estendeu o braço sobre a mesa de cabeceira.
Era como um reflexo, pegar o celular, ligar e se perder ali por um longo tempo, e depois tentar
dormir por mais um minuto. No entanto, de alguma forma, agora não importa o quanto mova
sua mão ou por quanto tempo estenda os dedos sobre a mesa, não o encontra. De maneira
nenhuma, Félix poderia ter levado seu celular por engano? Assim que entrou no quarto na
noite passada, tirou do bolso e… Ou esqueceu-se de tirá-lo? Caiu na loja quando tirou a roupa?
Realmente pensar sobre isso uma e outra vez, mas a memórias de pegar e colocar seu
telefone na mesa de cabeceira não permanece clara, então onde está?
Era um momento em que pensava no paradeiro de um celular com a cabeça toda confusa.
— Papai!
Sem aviso, a porta do quarto se abriu e uma voz alta e feliz foi ouvida. Ouve-se o som de
seus pezinhos enquanto corre em direção à cama e, por um momento, esquece o tolo de seu
celular desaparecido e tenta sentar-se corretamente… Isaac sorriu para ele, como se nada
tivesse acontecido, e esticou os braços em direção a Benjamin.
— Papai, papai.
Benjamin pula rapidamente e se joga em seus braços. Isaac ri alto e abraça seu corpinho
com força. O perfume da criança flui confortavelmente sobre a ponta do nariz…
— Benjamin, dormiu bem? Quando acordou?
Enquanto beijava as bochechas do garoto de maneira exagerada, Benjamin sorriu, riu e
encolheu os ombros até fazer uma bolinha. Aparentemente, isso o fazia muitas cosquinhas
para que ele pudesse resistir.
— Acordei porque já é dia! Mas o papai demorou muito tempo.
O garoto, preso em seus braços, o olha como se estivesse zangado com ele por fazer isso.
— Desculpe, eu estava com muito sono. Acabei de acordar… Você já tomou café da manhã?
— Uhum. Tomei café da manhã com o papai Félix e depois assistimos TV. E o papai
continuou dormindo.
— Com o papai Félix? Onde está o papai agora? Ele ainda está lá embaixo?
— Não, ele foi trabalhar.
— Ele já saiu?
Havia muitas dúvidas sobre o rosto de Isaac. Claro, não é estranho que ele tome café da
manhã com Benjamin e nem assista televisão enquanto isso… Mas ele sempre trabalha até
altas horas da noite. Graças a isso, muitas vezes eles dormiam tarde e acordavam tarde,
então… Estava tudo bem? Devo entrar em contato com ele? Isaac estava tão preocupado que,
enquanto estendia a mão sobre a mesa para encontrar seu celular, lembrou-se que o tinha
perdido.
— Ben, a propósito. Você viu o celular do papai?
Ele estava acariciando os cabelos cor de limão de Benjamin, que continuavam
completamente em seus braços. Então o garoto levantou a cabeça e arregalou muito os seus
olhos. Parecia se lembrar por um momento e logo terminou assentindo vigorosamente.
— Sim!
— Onde?
— Lá.
A mãozinha de Benjamin apontou para a mesa de cabeceira. Claro que deveria estar ali,
mas agora estava vazio.
— Não está aqui. Você conhece algum outro lugar em que ele esteja. Benjamin?
Quando perguntou novamente, o garoto assentiu novamente e exclamou:
— Eu sei!
Então, ao descer de seus braços, ele puxou a caixa de lenços de papel “Kleenex” que estava
ao lado da mesa e enfiou a mão na caixa de entrada. A caixa de Kleenex era grande o suficiente
para que seus dedinhos se movessem perfeitamente. Mexeu-se por um momento, depois
levantou a mão novamente. Ao contrário da primeira vez que ele colocou a mão dentro da
caixa de lenço de papel, o celular de Isaac estava lá agora.
Isaac piscou. E por que estava nos lenços?
— Eu o coloquei aqui.
Quando Isaac, que havia recebido o celular, sentou-se na cama, Benjamin respondeu
imediatamente como se estivesse muito orgulhoso de si mesmo.
— Por que você o colocou na caixa?
— Te daria quando você se levantasse. Se não… Se não acordasse, não terá celular!
— Pobre de mim…
Isaac, que olhou para o garoto, não suportava a vontade de rir. Às vezes Benjamin esconde
coisas da casa e então ele se emociona toda vez que as pessoas encontram algo por conta
própria. O incrível é que Benjamin conhece todos os objetos e lugares sem nunca esquecê-
los.
Isaac continuou a derramar lágrimas de riso enquanto olhava alternadamente para os
lenços de papel e o celular. Era lindo como seu garotinho sempre supera as expectativas que
tinha sobre ele, então decidiu descarregar todos os seus sentimentos nas bochechinhas dele.
Beijando-o repetidamente. Ao fazê-lo, o garoto deu de ombros novamente e começou a dizer
que estava com cócegas.
— Mas Benjamin… Você não pode colocar o celular do papai em nenhum outro lugar. Eu
pensei que tinha perdido.
— Não perdeu.
— Bem. Então na próxima vez você tem que falar com o papai com antecedência.
— Uhum.
— Já que encontramos o telefone, deveríamos descer agora?
— Vovó me pediu para te dizer que já tem comida para você.
— Ok. Papai está realmente atrasado hoje.
Pensou que perderia mais tempo se trocasse de roupa, então ficou de pijama e desceu
carregando o menino contra o peito. Como havia dito, a mesa estava arrumada e cheia de
comida deliciosa. Além do que sua mãe havia feito, quando os empregados perceberam que
ele estava descendo, saíram com bandejas cheias de ovos mexidos e bacon. Fizeram
croquetes de batata e panquecas de atum junto com sanduíches de presunto, como um
simples café da manhã americano. Quando ele se sentou à mesa com Benjamin nos braços, o
funcionário perguntou:
— O que gostaria de tomar?
Isaac imediatamente pediu café. Enquanto isso, o garoto segura o bacon crocante na mão
e começa a comê-lo em mordidas pequenas pausadas.
— Você gostaria de comer ovos também?
Benjamin balançou a cabeça.
— Biscoitos.
— É muito cedo
— A vovó disse que tudo bem se comesse biscoitos depois de comer. Eu já terminei de
comer. Eu comi tanto quanto isso.
O garoto abriu os braços e enfatizou que comia muito. Isaac, que estava olhando
silenciosamente para o garoto pedindo um biscoito, logo soltou um suspiro enorme.
— Você é muito bom em conversar. Você já parece um menino grande.
— Eu tenho três anos.
— Não, você já fez quatro anos.
Com três dedos abertos e estendidos até ele, Benjamin deu de ombros e disse não, como
se achasse que alguém como ele definitivamente não poderia ser grande. Afinal, ele ainda era
um bebê, então Isaac começou a rir novamente. Finalmente, o biscoito de Benjamin, sua
recompensa por tomar café da manhã, foi colocado em um prato de plástico à sua frente,
junto com uma garrafa cheia de figurinhas. Benjamin estava interessado em comer biscoitos
com leite, então segurou o biscoito com as duas mãos e o comeu selvagemente. Como se fosse
o mais delicioso do mundo.
Isaac, que olhou para Benjamin, afastou o cabelo do garoto e depois limpou a boca cheia
de chocolate e pó de biscoitos. Benjamin comeu e ele bebeu seu café… Como uma manhã
comum, calma e relaxante, mas Félix não respondeu suas mensagens de texto nem parecia ser
capaz de receber suas ligações. Embora estivesse preocupado novamente, Isaac se
concentrou mais em seu garoto e na comida à sua frente.
A torrada era boa, pelo menos.

— Eu quero ver meu avô.


Enquanto Isaac tomava um café da manhã tranquilo com Benjamin, ele se preocupava com
seus próprios assuntos.
Desceu ao porão de sua mansão, olhando para a tela do seu celular com um olhar bastante
agudo. Na tela grande com o sinal de uma chamada de vídeo, em vez do avô de Félix,
Vincenzo, estava o rosto duro de Lucca. Um homem conhecido por ser o “braço direito” da
organização.
Félix está familiarizado com ele, mas ainda parecia irritado.
[É um pouco difícil de fazer isso agora. Você precisa esperar].
— Lucca, não seja idiota e peça para ele responder.
Franzindo a testa, Félix se move para baixo como se seu corpo estivesse agindo por conta
própria… Dependendo do movimento, a tela também tem um ângulo diferente; às vezes,
apenas seu rosto e às vezes todo o corpo inteiro. Aparentemente não está na mansão de seu
avô, até parece um pouco confuso. É um espaço que lembra uma fábrica ou uma oficina
fechada, com velhas lâmpadas fluorescentes e ouve… Um gemido reprimido em algum lugar
distante.
Félix bebeu seu café enquanto observava a cena se desenrolar na tela. Isaac gostava de
café leve e perfumado, mas ele gosta de café expresso, que geralmente é escuro. Hoje, no
entanto, ele também está bebendo o mesmo café leve de Isaac.
Lamentou não ter pedido uma vodka.
Continua…
Capítulo 05 - Sr. Prixel

— Deus, isso está começando a me incomodar.


No entanto, a mão que continuou a trazer café à boca acabou parando. A câmera que
estava se movendo em algum lugar finalmente parou, e então Félix torceu completamente as
sobrancelhas e aproximou o nariz um pouco… Havia uma situação terrível se desenrolando
do outro lado da tela. Tanto que ele não sabia dizer se havia uma pessoa ou um pedaço de
carne. Era alguém que foi esmagado, deitado no chão e coberto de sangue. Seu avô tinha um
bastão manchado e, quando ele o sacudiu, um pedaço de algo caiu imediatamente, emitindo
um som repugnante. No entanto, o sujeito ainda treme inconscientemente. Parece estar vivo.
Balançou o bastão mais uma vez. O sangue parecia muito vermelho no topo da madeira,
que pingava e parecia lascado… De repente, PAM, PAM, o som dos golpes começa e parece
muito cruel. É uma visão horrível! Como a de um filme de terror.
Félix, no entanto, só bebeu café novamente. E ocasionalmente, verificava as horas no
relógio de pulso e depois expressava uma raiva total. Quantos minutos já haviam se passado
até agora? E tudo por causa de um homem morto!
O homem, que limpou o suor do rosto, jogou o bastão ao chão como se não funcionasse
mais e depois virou o corpo para olhar diretamente para a tela. Seu rosto tinha muito sangue
respingado…
[Que merda você quer?].
Ele nunca foi exatamente uma pessoa “amável”, mas hoje parece estar mais nervoso que
o normal. Félix começou a rir enquanto colocava a xícara de café na mesa do escritório. Ele
só queria fazer um som alto o suficiente para ser ouvido mesmo onde seu avô estava.
— Que estranho que você ainda é tão ativo, vovô.
— Cala a boca, seu idiota! Essa é exatamente a linha que eu deveria começar!
O avô de Félix, Vincenzo Prixel, gritou alto enquanto jogava no ar suas velhas luvas de
couro ensopadas de sangue. Logo, voltou a mover-se. A tela tremeu abruptamente até o
ponto em que se podia ver Lucca ao fundo, limpando uma massa de sangue deformada.
— Por que você está torturando um homem tão cedo?
Na verdade, havia uma diferença horária de oito horas entre San Diego e Florença, Itália.
Agora eram 10 da manhã e lá por volta das 6 da tarde…
Parece que ele havia esquecido como isso definitivamente afetava muito os nervos de
Vincenzo.
[Garoto idiota.]
O avô caminhou abruptamente por um armazém sombrio e escuro. Nunca parece perder
de vista a tela. Félix, por outro lado, apenas se senta e olha para ele com os braços cruzados
contra o peito:
— Você também deve pensar na sua idade. Você não é mais jovem o suficiente para jogar
beisebol.
[Bem, você também não é exatamente uma criança pequena e frágil].
Quando Vincenzo pareceu suspirar, Félix bebeu o café em tão grandes goles que logo
terminou.
Embora seja seu avô, Vincenzo era mais um pai para ele. Sua idade é de setenta e quatro
anos. Setenta e cinco em três meses… E cuidava de Félix desde os quarenta e um. Ele mostrou
a ele a maneira correta de usar uma pistola e uma faca de combate, já que ele era jovem o
suficiente para ser considerado neto de um executivo da máfia. Quando adolescente, o
ensinou como infligir morte a uma pessoa e também como suportar a dor a fim de lidar com
ela quando for machucado. O ama tanto quanto uma pessoa como ele poderia amar alguém.
E, obviamente, o amor é amor, mesmo que faça você crescer de maneira diferente. Por
exemplo, depois de terminar o colegial, uma pessoa comum morria em um dormitório da
faculdade e começaria a deixar seus pais. Após a formatura, esses mesmos jovens entrariam
em uma realidade mais estável, se casariam e teriam uma família e um bom trabalho… Para
Félix, no entanto, Vincenzo era realmente tudo. Sua família, seu pai, sua casa, seu lugar
seguro, um dos poucos que o entendiam perfeitamente…
E agora, como um daqueles adolescentes comuns que nunca foi igual, ele estava com medo
do que pensaria quando abrisse a sua boca, e descobre que realmente não queria que ele se
metesse tão profundamente no que havia decidido fazer com seu novo destino.
[Então, qual o motivo que o faz parecer tão impaciente hoje?].
Vincenzo, que ficou em silêncio por um longo tempo, fez uma pergunta complicada, em
vez de contar à história que teve com o bastão e o cadáver. Félix coloca a xícara
completamente vazio sobre a mesa e se recosta na cadeira.
— Por que você pergunta quando é óbvio que saiba?
Os olhos de Vincenzo parecem naturalmente pequenos. Com um sorriso educado, Félix
começou a olhá-lo quase como se fosse à primeira vez: cabelos dourados escuros, olhos azuis,
nariz liso e até notáveis lábios rosados. Uma clara atmosfera Alfa… Era um rosto que
lembrava completamente o dele. Claro, seu loiro agora tem cabelos grisalhos e algumas rugas
no rosto, mas ele é atraente até o ponto de ser terrível. Ele sempre o respeitou, mas por outro
lado, havia o fato de que também tinha medo…
Lembrando-se disso, Félix abriu o discurso com os dedos entrelaçados. Em uma palavra
curta e simples, os olhos de Vincenzo brilharam quando o ouviu contar toda a história de seu
novo romance. O marido, o filho, e sua casa… E que definitivamente não o queria por perto.
Algo como “Não é por você, é por eles”.
[Como é que eu estava tão errado sobre você? Você cresceu para ser o homem
podre que eu tanto temia que fosse! Se começar a falar assim, se começar a me evitar
assim, só me fará pensar que tudo o que passei com você foi uma porra de desperdício
de tempo].
— Mas… Irei em breve visitá-lo. Não leve para o lado pessoal, apenas pense que agora eu
sou ocupado o suficiente para uma visita maior e mais elaborada. Portanto, você não precisa
vir.
[Você vai me parar só porque tem medo que eu encontre o garoto?].
— Olha, quando você vier, o FBI estará na frente da minha casa porque eles estão sempre
atrás de mim, entende? Como vamos controlar isso então!?
Se normalmente sente que está sendo vigiado, mesmo quando lava a roupa de baixo, o que
acontecerá se esse homem chegar com toda a sua escolta diretamente do aeroporto?
[Eles não irão saber que eu estou aí.] No entanto, Vincenzo respondeu como se fosse
um assunto relativamente simples. [Vou lhe dizer quando pousar. Você só precisa ir ao
aeroporto por mim].
— Por favor, cancele a reserva.
[Eu vou pra ir!].
No final, os gritos de Vincenzo só fizeram Félix franzisse a testa para um nível que já
parecia exagerado. Ele teve que esfregar com as pontas dos dedos para que parasse de doer.
Quem pode parar essa maldita teimosia, alguma vez!?
— Não há nada que você possa fazer aqui. Meus homens estão à minha disposição, não a
sua. Minha casa não é como a sua na Itália, então será muito incômodo.
[Vou verificar por conta própria se é incômodo ou não].
— Não há espaço.
Enquanto ele continuava dando desculpas, de repente um cinzeiro de vidro voou contra a
tela produzindo um som muito alto. Ugh… Como se desejasse que a tela do telefone tivesse
quebrado.
[O que você disse agora? Que não há espaço naquela grande mansão para mim?].
Em vez disso, sua voz foi ouvida muito claramente através do alto-falante. Félix ainda
seguia olhando fixamente para ele, mas havia movido o controle de volume para que os gritos
de Vincenzo não rasgassem seus tímpanos.
— Eu sei que você não vai ficar sozinho, seu velho louco. Você terá escoltas e homens
armados e não há espaço para todos eles aqui. Minha casa não é um hotel. E, além disso, todo
esse escândalo não é bom para a criança. Você está tentando criar uma atmosfera
desagradável para ele? Benjamin ainda vai à terapia. Será responsável se o assustar?
[OKAY! Selecionarei apenas aqueles que tenham boa aparência para que não o
assuste].
Foi o momento em que a paciência de Félix parecia ter terminado completamente… Mas
Vincenzo parecia tê-lo deixado para trás antes dele.
[Eu não disse nada quando descobri que você se casou com o primeiro Ômega que
se sentou em seu pau, nem quando descobri sobre o garoto… Mas você ainda tem
pouca confiança em mim para me pedir repetidas vezes para não ir?]
— Ah…
[E além do mais, como você sabe que a criança é sua? Talvez seja um Ômega
qualquer que deu à luz a um bebê para enganá-lo com a ideia de que você era o pai.
Você já pensou nisso? Talvez seu Ômega seja uma puta e isso mais?].
O rosto de Vincenzo, que agora revelou seu verdadeiro coração cruel, estava cheio de
raiva. Félix não desviou o olhar. Na verdade, estava olhando para ele tão desafiadoramente
que agora parecia que toda a sala havia congelado.
— Quer saber? Faça o que quiser. Venha ou fique na Itália, traga mil homens, venha
sozinho, não faz diferença para mim… Mas não ouse falar mal do meu Ômega na minha frente.
Esse homem é meu marido e o pai do meu filho, portanto, mesmo que você seja meu avô e
mesmo que eu o ame, não permitirei que tudo que soltou volte a sair de você uma segunda
vez.
[Uau… Você se tornou um filho da puta, huh?].
Vincenzo já havia jogado um cinzeiro antes, então agora ele tinha feito um punho
novamente com a mão como se quisesse jogar outra coisa… Mas a voz de Félix apareceu na
frente dele para evitá-lo:
— E, para terminar, Benjamin é meu filho. Claro, tenho certeza de que sou o pai biológico…
Mas, se não fosse assim, se tivesse sido produto de outro Alfa, sendo filho de Isaac se tornaria
meu filho de qualquer maneira, porque eu o amo. Eu amo os dois.
[Hum…]
— De qualquer forma, o garoto é claramente meu filho. Garanto-lhe que ninguém pode
dizer ao contrário…
Continua…
Capítulo 06 - Sr. Prixel

Vincenzo não era exatamente uma pessoa amigável. Era honesto com Félix e cuidava
muito bem dele, mas estava longe de ser um vovozinho terno daqueles que davam dinheiro ou
doces nos fins de semana. Sempre foi coercitivo e teimoso. Costumava repreendê-lo e puni-lo
bastante se ele não seguisse suas palavras. E isso não aconteceu apenas com Félix! Noah
também recebeu um pouco de tudo isso. Até Tony e Jack. Além disso, devido à sua reputação
como o chefe da máfia, sua maneira de agir era o que todos esperavam: cruel e agressivo.
E eles podem estar acostumados, mas definitivamente não quer que faça o mesmo com
Benjamin ou Isaac. Não tinha a menor intenção de permitir maus tratos a eles.
— Embora tente analisá-lo com calma… Por que parece que você está com raiva do tipo
de homem com quem me casei? Apesar do fato de não saber nada sobre o garoto, você não
pode parecer um pouco mais feliz por mim ou…? Você não pode pelo menos pensar de um
modo mais gentil?
As sobrancelhas de Vincenzo se juntaram de repente. Já havia dito que o inimigo mais
difícil de toda a sua vida era precisamente ele? Infelizmente, não só sua aparência o congela,
mas também sua personalidade. É assustador mencionar o seu Ômega com tanta frequência
porque coloca uma expressão fria e, no entanto, ao contrário de alguns minutos atrás, não
consegue levantar a voz para reclamar agora. Vincenzo tirou um cigarro do bolso da camisa
e perguntou enquanto o colocava na boca.
[Eu não sou esse tipo de homem… Quero dizer, isso era um pouco mais o estilo dele.
Ser gentil].
Sempre que parecia pensar em seu companheiro, a quem havia perdido há muitos anos,
parecia que toda a sua energia e a estranha aura assassina acima dele estavam sendo drenada
terrivelmente do seu corpo. Falou, com a sua voz falhando… Félix não estava completamente
zangado com ele, sabia muito bem que era apenas uma etapa. Seu preconceito contra Isaac e
Benjamin mudaria definitivamente quando os conhecesse e convivesse com eles. Até então,
a verdade é que preferia vê-lo irritado e mandão do que desconfortável com sua tristeza.
Tentou voltar ao assunto.
— Então, realmente vai vir? Quando?
Mesmo que diga repetidamente que não o aceitará em casa, se Vincenzo tomou uma
decisão final, sabe que é difícil impedi-lo.
Movendo lentamente os dedos entrelaçados sobre a mesa, Félix esperou por uma resposta
na forma de:
[Na próxima semana].
Vincenzo respondeu sem rodeios.
— Você vem muito cedo. Não é que eu não queira, mas talvez não seja capaz de recebê-lo.
[Eu não entendo. Não haverá uma saudação de boas-vindas ou talvez um bolo?].
— Estou ocupado… E, na verdade, seria melhor se você também não tivesse muita
comunicação com minha família. Você sabe, para nos salvar de problemas.
Sem esconder seu coração desconfortável, Vincenzo franziu as sobrancelhas novamente…
Félix também era como ele, mas a teimosia de suas ações era facilmente confundida com outra
coisa.
[Me pergunto se você não está tentando esconder seu ômega e seu filho de alguma
outra circunstância, além do medo que afirma ter de mim… Bem, acho que vou julgá-
lo sozinho quando chegar].
— Se meu avô quer vir, então eu definitivamente não posso impedi-lo. Mas quando você
vier, tenho certeza de que a primeira coisa que você fará é julgar a todos, olhar de cima para
baixo e começar a ser cruel. Não há nada que eu tenha que esconder de você. Simplesmente
não gosto de alguém falando e tratando meu Ômega como uma cadela. Eu já te disse não me
importa que você seja meu avô, nem me importo com quem são seus subordinados, uma
palavra errada e juro que vou levar todos para a rua. Seria melhor ouvir, porque este é o
segundo aviso. Não haverá um terceiro.
[Mas isso não…!].
— Ah, e quando vierem à minha casa, não quero que ninguém fume, nem você. Não preciso
lembrá-lo de que isso é prejudicial, certo? Eu não gostaria que Benjamin respirasse essa
coisa, é melhor que pratique como parar de fumar.
[Parar de fumar? Está brincando comigo].
— Pegar ou largar.
E esse foi o final.
Vincenzo, além de não ser capaz de controlar seu temperamento, era viciado em cigarros
importados, logo jogou um novo cinzeiro contra o celular. Felizmente, desta vez, voou para
a tela dele e a comunicação por vídeo caiu. No final, depois de deixar a chamada, Félix
suspirou por um longo tempo e olhou para a tela que estava toda preta.
A figura de si mesmo, sentada com os braços cruzados, foi refletida em vez de Vincenzo.
— Semana que vem…
Nem sequer havia passado muito tempo desde que acordou, mas estava terrivelmente
cansado de novo…
Algumas horas depois, a mansão tombou devido às notícias inesperadas da visita de
Vincenzo. Claro, foi um resultado natural. Era Vincenzo, esse Vincenzo! A ideia de que o
chefe da máfia estava chegando deixou todos nervosos.
A todos.
Noah arrumou sua bagagem, seus computadores e todas as fotos de Benjamin e disse que
ele tinha que fazer uma viagem de negócios imediatamente, então Félix acabou trancando-o
em seu quarto. Jack e Tony estavam alterados todo o tempo, e às vezes descobriram que os
outros homens estavam chorando. Por outro lado, os empregados já estavam ocupados
limpando a casa com uma paciência bastante peculiar.
Uma atmosfera que rapidamente se transformou em um desastre.
Isaac estava tranquilo e calmo, com seu rosto habitual. Provavelmente porque pensou que
coisas piores haviam lhe acontecido do que conhecer o avô do marido. Sempre que
perguntava se ele estava bem, Félix dizia algo doce como, por exemplo, não se preocupe com
isso ou não pense muito nisso. Beijava sua cabeça e quando o via, o seu sorriso era
definitivamente deslumbrante… Mas no final, era óbvio que ele estava mais preocupado com
isso do que queria aceitar, então eles sempre acabavam conversando sobre outra coisa.
Sabia que a tempestade que estava chegando era muito grande e que ele provavelmente
nunca deveria ter dito “Tudo ficará bem”.

— Estão todos prontos?


Diante a pergunta pesada de Tony, seus homens responderam com um suspiro e uma
palavra semelhante a: “UGH”.
Uma semana depois de ouvir a notícia de que Vincenzo chegaria a casa, eles se prepararam
e estudaram o melhor possível.
Enquanto alguns limpavam a mesa e outros arrumavam seus uniformes, Félix se
encarregava de enviar alguns de seus subordinados, incluindo Jack, ao aeroporto para
encontrar o homem… E Jack segurava o volante com tanta força como se estivesse
estrangulando alguém. Movia-se como um robô, sem esconder o rosto pálido e os olhos
esbugalhados. Como uma vaca que estava sendo arrastada para um abatedouro.
Embora Félix nunca tenha sido um chefe precisamente “flexível”, ele não podia ser
comparado a Vincenzo. Em outras palavras, Vincenzo Prixel é o líder da máfia italiana. Tem
estado matando e desaparecendo pessoas tão facilmente como se estivesse tirando uma
soneca e, além disso, seu negócio era enorme: tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro.
Ele era um homem que já havia feito tudo, mesmo estando perto da aposentadoria… Uma
eminência entre as eminências.
Então, em poucos minutos, um carro impecavelmente luxuoso chegou à entrada da
mansão.
Tony engoliu em seco. Ele cuidava de Vincenzo antes de assumir sua posição de guardião
de Félix, mas um encontro com seu antigo chefe ainda era algo que fazia seu coração bater
forte. Vincenzo sempre foi muito popular por colocar extrema pressão em todos os seus
trabalhadores.
Tony cerrou os punhos e logo os abriu. Ele esfregou as palmas das mãos suadas nas calças
e começou a agitar os dedos também para impedi-los de adormecer. Seus lábios estavam
secos, mas em vez de beber água, ele simplesmente se contentou em repetir uma oração
sincera:
— Deus, por favor, não deixe que algo ruim aconteça enquanto ele estiver aqui. Por favor,
não deixe ninguém morrer… Amém.
Tony ansiosamente elevou suas orações para o céu e, finalmente, seus olhos ficaram um
pouco menores e começou a se concentrar no que estava acontecendo à sua frente.
Todos pensavam que Vincenzo seria definitivamente detido no posto de controle do
aeroporto, mas maldição! O chefe da máfia passou como um vencedor completo e com um
visto de turista. Era um absurdo pensar nisso, Meu Deus, um visto de turista! Um mafioso havia
entrado nos Estados Unidos sem realmente fazer um único esforço!
O carro ainda estava na frente da porta e depois de um tempo, vários outros carros
pararam atrás dele… Esse era o sinal. Quando Tony correu para eles e educadamente abriu
a porta, Félix começou a caminhar com uma atitude mais do que elegante. O normal. Um
modelo de uma revista masculina, com um belo corpo e rosto, com uma roupa e um penteado
elegante e aqueles olhos azuis que quase o fazia cair de joelhos. Foi ele quem primeiro
roubou a atenção das pessoas… Mas logo, olharam para o homem alto de terno branco que
saiu do carro. Outro cara bonito, levantando-se com tanta fluência, que até foi algo cativante.
As pessoas prenderam a respiração e depois, passaram a observar Isaac, que se
encontrava ao lado de Félix. Andando sem dizer nada, com olhos tranquilos.
Ambos olharam para Vincenzo…
Continua…
Capítulo 07 - Sr. Prixel

Aparentemente, era um homem comum em seu exterior… Embora não possa pensar que
seja um ancião com mais de setenta anos. Sua aparência era imponente e seus olhos e
expressões faciais também eram absolutamente incomuns. Além disso, parecia esmagador,
como um Alfa inteiro.
Isaac está um pouco desconfortável pela sensação tão sufocando. Cole também era um
Alfa dominante, mas esse homem revela uma aura mais forte e mais perigosa do que ele.
Tanto é assim que até pensa que, se Félix não o tivesse marcado, certamente não suportaria
o odor forte que vinha dele. Poderia ter sido muito difícil.
O ancião, vestido com um terno branco e uma camisa polo azul clara, parece um homem
de negócios. Sua pupila azul está mais próxima do preto que a pupila prussiana de Félix.
Existem rugas perto dos olhos e algumas ao redor da boca. Aparentemente, quando era
jovem, se parecia muito com Félix, então Félix certamente se parecerá assim com o passar
dos anos. Parecia estar em boa forma. Seu físico era grosso, seu rosto era bonito, a cor dos
cabelos, cor dos olhos e o estado de ânimo em geral eram iguais ao de Félix. Não havia lugar
que não se parecessem, então mesmo que não pergunte, pode saber exatamente que ele é
seu avô. Ao mesmo tempo, no entanto, muitos de seus recursos eram completamente
diferentes. Primeiro de tudo (isso é apenas para Isaac) Vincenzo é muito mais maligno que
Félix, porque seu marido pode sorrir suave e brilhantemente. Além disso, Vincenzo é mais
difícil porque Félix é definitivamente gentil e muito amável na maioria das vezes.
O que parecia completamente diferente de Félix, mais do que tudo acima, foi o perfume
que fluía dele. Um perfume sangrento que nunca desapareceu, embora parecesse agradável
e sofisticado. Também ficou claro que o aroma de perfume caro não escondia isso
completamente.
Enquanto Isaac olha atentamente para Vincenzo, Vincenzo olha para tudo ao seu redor.
Jéssica Parker caminhou até ficar ao lado do seu filho e do pequeno Benjamin, que tinha a
mamadeira na mão, estava entre Isaac e Jéssica… No entanto, como se Benjamin sentisse que
a energia do estranho “avô” era mais do que incomum, logo acabou se escondendo atrás
deles.
— Vovô, eles são meu parceiro, Isaac, meu filho, Benjamin, e minha sogra, Sra.
Parker.
Vincenzo, que olhou para Isaac e Jéssica Parker com olhos similares a de uma fera
selvagem, não respondeu imediatamente até que ele pareceu assimilar adequadamente a
situação.
— Prazer em conhecê-lo, Isaac Sinclair.
De fato, o sobrenome de Isaac foi mudado no dia do casamento. Agora era Prixel… E
Vincenzo certamente sabia disso muito bem.
— Você é o ômega de Félix?
— Assim é.
— Você parece mais diferente do que eu esperava.
Esta foi a primeira forte saudação de Vincenzo. Então a voz de Félix é ouvida, gritando
dizendo “vovô!” Mas o homem somente se virou para a Sra. Parker sem a intenção de ouvir.
— É a mãe? Hein? Prazer em conhecê-la. Sou Vincenzo Prixel, avô de Félix.
— Prazer em conhecê-lo, Sr. Prixel.
— Oh senhora, apenas me chame de Vincenzo. Somos família agora, não somos?
Jéssica Parker, que estava rígida com a tensão, piscou bastante, assim como Félix. Pra
dizer a verdade, ninguém esperava que o homem se comportasse como um cavalheiro na
frente dela.
— Oh, claro que sim!
Jéssica Parker sorriu brilhantemente, segurando a mão que o homem tinha estendido para
pedir um aperto de mão.
Que aterrorizante.
Com um rosto amigável e maneiras perfeitas, Vincenzo Prixel parecia saber exatamente o
que tinha que ser feito para liberar todo o nervosismo de Jéssica Parker… Mas, enquanto
Jéssica parece tão impressionada com Vincenzo, Félix fica bastante atordoado.
Se alguém pode agir completamente diferente do que se parece do lado de fora, esse
alguém definitivamente é o seu avô. Ele tem maneiras exteriores perfeitas e pode colocar um
rosto tão gentil que faz as pessoas caírem por ele. Que hipócrita.
Félix sacudiu a cabeça com um gosto amargo na ponta da língua. Enfim, gentil ou não,
estava nervoso…
E então:
— Oh meu Deus! Você é Benjamin?
Foi por causa da reação de Vincenzo que Félix descobriu Benjamin, que agora estava se
escondendo atrás das pernas de Isaac. Não demorou muito para Vincenzo se ajoelhar, os
braços abertos e um gesto italiano exagerado. Ignorou até o terno branco que ele estava
vestindo. Seus olhos brilhavam como uma criança e seu sorriso era brilhante e muito bonito.
Até teve um rubor nas duas bochechas. Os netos são bonitos, independentemente que seja um
mafioso, então a atmosfera que tem é a mesma de um ancião comum.
— Benjamin, eu sou seu avô, seu bisavô. Vem comigo?
Vincenzo, sussurrando ternamente e acenando, parecia tão feliz que Benjamin, que se
inclinou finalmente se aproximou…
— Vovô?
— Sim, sim, sou seu avô! Você pode me chamar de avô sempre que quiser. Deus,
você é realmente é muito fofo. Molto dolce. Você é filho de Félix, embora eu não possa
acreditar que ele foi capaz de criar algo tão encantador.
Félix não conseguiu fechar a boca… Ele estava lá, olhando para Vincenzo com olhos
completamente negros. Prendendo a respiração e pensando “Que porra é essa?” Jack e Tony,
que estavam assistindo, também tinham rostos bastante confusos, enquanto Noah era o
único que pulou de alegria e caminhou até ele.
— Olhe para isso, vovô. Não parece um anjo? Certo? Ele é bonito, muito bonito.
Noah, agachado ao lado de Vincenzo, não age de maneira diferente do habitual… Então
Vincenzo, com olhos de machado, olha para o homem com aquela expressão que diz “saia”
assim que… Só então, Noah ficou chateado, ao ponto de acabar recuando.
— Benjamin, seu avô também comprou um presente para você. Eu não sabia
exatamente o que você gostaria de receber, então peguei tudo o que encontrei. Por
que você não olha?
— Presente? É um brinquedo?
— Eles me disseram que você gosta muito de Mickey Mouse, certo? Trouxe muitos
deles.
Vincenzo usou um método que não é muito diferente do que Noah fez na primeira vez, ou
seja, suborno. E Benjamin, que era infinitamente inocente, olhou para ele com um rosto
animado enquanto repetia.
— Quero ver o brinquedo! O brinquedo!
— Venha então com seu avô para que possamos ver o que tem lá.
— Uhum!
Mas Benjamin, como já havia aprendido. Primeiro olha para Isaac e depois para Félix para
pedir seu consentimento. Quando Isaac assentiu, Vincenzo abraçou Benjamin e o carregou
para que ele pudesse caminhar na direção da mansão.
Félix ainda tinha um rosto de que não sabe o que diabos tinha acabado de acontecer. Isaac,
por outro lado, observa Vincenzo caminhar com Benjamin até que eles se perdem na entrada
da casa. Quando olhou para as pessoas que ainda estavam em uma linha ordenada e reta,
percebeu que todos estavam igualmente surpresos com o tipo de “avô” que Vincenzo se
tornará quando viu Benjamim.
Era realmente seguro deixá-lo ir como se fosse nada?
Continua…
Capítulo 08 - Sr. Prixel

O homem levou o garoto como um ladrão… Ele havia dado seu consentimento, e era o certo,
mas agora realmente não tinha muita certeza de sua decisão.
Eventualmente, Isaac fechou os punhos, ao olhar para as costas de seu sogro, e percebe
que sua mãe não deixa de vê-lo, enquanto começa a esfregar o seu braço com a expressão
que diz “Tudo vai ficar bem”.
Os homens de Vincenzo decidiram segui-lo imediatamente, e outros estavam carregando
toda sua bagagem. Depois de um tempo, Noah, Tony, Jack, e Jéssica seguiram as instruções
para vigiá-lo, e apenas Isaac e Félix permaneceram no jardim da mansão. O silêncio flutuou
como se fosse terrivelmente alto. Isaac expirou e logo deixou os dedos afundarem em seus
cabelos. Não é de se admirar: um homem com uma expressão sangrenta lhe dissera que seu
sobrenome era Sinclair e depois se desculpou carregando Benjamin. Não havia necessidade
de refletir profundamente sobre isso, desde que ele se reconhecesse como bisavô e
expressasse afeto pela criança, assim, apenas tenta, por todos os meios, colocar seus
pensamentos em ordem e… Deixa passar.
Agora, o coração que estava pesado como se tivesse uma pedra fica mais leve. Só um
pouquinho.
— Estou feliz que ele pareça gentil com Benjamin.
— Benjamin é uma criança que qualquer um pode amar.
Isaac tentou tirar sarro e sorriu… Mas ainda parecia diferente do habitual Isaac de sempre.
— Eu nunca vi meu avô ficar assim.
Félix murmurou isso enquanto olhava para a porta onde Vincenzo havia entrado. É
realmente incrível pensar sobre esse fato. Quem poderia imaginar que Vincenzo trataria o
bebê assim? Sabia-se publicamente que ele não gostava de crianças, mesmo quando cuidava
de Félix. Carinho, boas palavras e abraços eram raros. Quando o parabenizou, ele apenas
afagou seus cabelos para trás como um cachorro. Tentava sorrir… E só tentava. Então sua
atitude em relação a Benjamin foi tão surpreendente, que só podia abrir a boca.
— É por causa da idade?
Isaac deu de ombros quando Félix perguntou a ele.
— Talvez seja.
Ele tinha apenas quarenta e um anos quando o “adotou”… E teve que lidar com muitas
pessoas realmente incômodas, rumores escandalosos sobre o garoto, seu futuro e a razão
pela qual seu pai o abandonou.
Então, Vincenzo, que tinha setenta e quatro anos, era muito diferente do antigo… Porque
sua situação e suas emoções haviam mudado ao longo do tempo.
Então, espera que possa ser tão amigável quanto ele é com Benjamin, com Isaac.
Félix agarrou a mão do marido e foi para a mansão, engolindo um suspiro
verdadeiramente amargo.

O carinho extraordinário de Vincenzo por Benjamin também foi revelado na hora do


jantar.
Anteriormente, Félix havia dito que seu avô matava homens como moscas. Também disse
que era uma pessoa educada e que se importava especialmente com a etiqueta na hora das
refeições. Mas agora, com Benjamin sentado ao seu lado, estava extremamente animado
enquanto comia, mesmo que sua boca estivesse aberta. Elogiava-o por fazer o que era certo,
pegou o garfo e cortou a comida para colocá-lo lentamente na boca do garoto ao ritmo de “é
um avião”.
Félix estava apenas olhando para Vincenzo com um rosto completamente vazio, em vez
de ir jantar.
Depois que a refeição terminou, sentou o garoto em seu colo, apoiou sua cabeça em seu
peito, e o deixou comer seu biscoito, ajudando-o a segurá-lo para que não o deixasse cair.
Então Vincenzo, que também o alimentou com sua mamadeira e brincou com ele e com todos
os bonecos do Mickey, levou o menino para escovar os dentes, o deitou, e o colocou em sua
cama. Ainda assim, falou com ele muitas vezes, prometendo que eles definitivamente
terminariam de jogar de manhã e, no final, acabou derramando muitos beijos em suas
bochechas.
Chamou Félix e Isaac diretamente para a biblioteca… Ele não tinha gentileza por eles, nem
mesmo a metade de que tinha por Benjamin. Era pura frieza, sem nenhum carinho.
— Como já te disse. Você realmente é diferente do que eu esperava encontrar.
Quando Félix e Isaac sentaram no sofá em frente a Vincenzo, o homem abriu o discurso
com uma voz extremamente abafada. O avô, que amava demais o bisneto de quatro anos,
parecia ter retornado ao seu papel de “homem cruel da máfia que odeia toda a humanidade”.
Então Isaac, como era de se esperar, estava nervoso novamente. Acabava por engolir em seco
e da maneira mais alta possível.
— Pode-me falar sobre você?
— Bem… Eu abri uma loja de flores há um tempo.
— Não, conte-me sobre o dia em que você, chefe da marinha, Cassey Patricks,
decidiu que era uma boa ideia cavalgar sobre meu filho. Ler sobre isso não é o mesmo
que ouvir de você.
Vincenzo falou, informando de maneira cruel que já havia investigado o suficiente sobre
ele. Isaac calou a boca.
— Vamos lá, Estou escutando.
— Não, espere… Você está orgulhoso de ter investigado sobre a vida de Isaac a fim
de obter alguma informação que tornasse mais fácil para você nos incomodar? — Félix
estava sentado ao lado de Isaac, pegando sua mão e prestes a entrar em um profundo colapso
mental. — Não há nada a dizer sobre isso.
— Eu não estou falando com você.
— E daí? Como essa pergunta é importante? Além disso, por que você está
interessado?
Félix, com os braços cruzados agora sobre o peito, inclinou-se para frente demonstrando
que isso era definitivamente algo que ele não podia se meter. Vincenzo, por outro lado,
diminuiu os olhos, mas nunca se afastou ou parecia se curvar.
— O que você está fazendo defendendo esse cara em voz alta? Você acha que é bom
incitar as pessoas a terem um filho para se conseguir um enlace?
— O que diabos você está dizendo!? Tão idiota, falando sobre o meu Ômega como
se ele fosse um homem interesseiro…
— Não, não é algo “idiota”. Sabe o que é? Alfas como você, que não têm uma gota de
bom senso!
Vincenzo gritou e cerrou os punhos em Félix. Se houvesse algo na frente da mesa ele
pegaria, definitivamente o pegaria para jogá-lo contra a sua cabeça. Félix levantou as mãos.
— Inferno, isso não tem que ser assim. Eu sei com o que você está preocupado, vovô,
ok? Eu entendi. Mas Isaac é a pessoa mais maravilhosa do mundo. Ele me conhece
melhor do que eu mesmo. O amo e sei que ele me ama também. Vamos impedir que
este jogo fosse ser tão defensivo um com o outro.
Mas Vincenzo investigou muito bem a identidade forjada de Isaac, não apenas o nome. O
ex-capitão da Marinha, que tinha ali com ele, também pertencia à unidade antiterrorista
DEVGRU e tinha tantas missões contra sua empresa quanto homens trabalhando para ele.
Félix teria ficado muito orgulhoso de dizer a ele por si mesmo que ele era forte e treinado
como qualquer um, mas sabia que Isaac não queria revelá-lo assim. Na verdade, não podia
nem dizer o que estava acontecendo com ele agora. Desde o início até agora, Isaac está sentado
em silêncio, sem nenhuma mudança na expressão facial e sem mexer as mãos.
Enquanto Félix apenas inclinava a cabeça de um lado para o outro, porque não podia dizer,
ou fazer isso, ou aquilo, Vincenzo mais uma vez levantou a voz:
— Não seja bobo, homem! Você sabe que nesta empresa é sempre necessário
pensar um pouco mais do que é evidente. “Pense mal e…” Estou profundamente
envolvido e você também. Na verdade, enquanto você faz parte desta família, deve
estar mais do que atento. Os inimigos estão por toda parte e agem assim, tão
sentimentais e dignos de confiança, que só os fará que consigam matá-lo.
— Não, você tem que parar.
— Mas é assim que parece. Este é um mundo onde só podemos acreditar no poder
que possuímos! Acha que te ensinei a perseguir uma pessoa usando apenas um rifle
porque estava entediado?
— Não, mas…
— Olha, garoto Ômega, eu li tudo e sinceramente acho que você fez o que fez porque
é muito inteligente e estava tentando ter imunidade. E como você conseguiu? Bem,
engravidando desse idiota aqui!
— Chega, de verdade. Não precisamos continuar ouvindo tanta bobagem.
Félix havia conseguido ficar cada vez mais bravo. Sente como se essas palavras causassem
chamas intensas subindo do fundo do estômago para assentar em sua garganta. No final,
pegou o casaco que havia tirado e levantou-se da cadeira para encerrar a reunião idiota para
a qual ele os chamara… Até que sentiu que alguém segurava seu pulso.
— Vovô… Não precisa se preocupar com isso.
A voz calma de Isaac, segurando sua mão, de repente soou sem ser esperada. Félix voltou
seus olhos a ele, e o olhou de perto, porque não podia acreditar que o chamara de avô… Isaac
sempre teve o dom de transformar o ambiente em algo gelado em questão de segundos, e
sem realmente se esforçar muito.
— Entendo que “querer” e “precisar” de alguém podem ser algo que se confunde
muitas vezes… Mas a verdade é que não preciso que ninguém me salve ou me dê
imunidade, apenas amo demais o seu filho. — As sobrancelhas de Isaac se ergueram
rapidamente após sua resposta. — Além disso, de qualquer forma, eu gostaria de ser o
único a salvá-lo.
Era uma expressão facial que expressava muitas emoções, algo que era completamente
diferente do habitual Isaac. Por um curto período de tempo, Félix se sentiu atordoado demais
para responder também.
— Então, eu deveria estar aliviado que você aparentemente acabou se casando com
um garanhão? Isso não é melhor. Não foi ele quem quebrou seu braço e fez com que
você fosse preso? — Vincenzo usou um tom irritante novamente, embora, na realidade,
parecesse mais uma desculpa para continuar investigando suas respostas. — Você deveria
ter escolhido uma família normal, afinal é isso que eu queria para vocês…
— Vamos lá! Essa situação nunca vai mudar. Eu escolhi a pessoa com quem quero
passar o resto da vida e nunca vou me arrepender dessa decisão. Mesmo que a mesma
situação se repita, meus sentimentos não seriam diferentes. Eu o faria meu Ômega
novamente, consertaria meu braço e diria a ele que quero ser seu Alfa.
Félix lançou uma confissão sincera com uma expressão firme e uma voz profunda, algo
que fez com que ele e o marido se olhassem. Como dois pombinhos apaixonados.
— Que entediante. — Dito isto, Vincenzo parecia se esgotar na cadeira. Ele tinha um
rosto impressionante de nojo, como se tivesse mastigado um caramelo amargo. — Você faz
parecer que vir aqui foi uma perda de tempo.
Continua…
Capítulo 09 - Sr. Prixel

— Você faz parecer que vir aqui foi uma perda de tempo.
— E claramente não foi assim.
Vincenzo novamente apertou sua mão contra Félix, que era abertamente sarcástico, e
ameaçou dar um soco nele se continuasse falando assim. No entanto, logo pensou que não
havia sentido em fazer algo assim e, enquanto soltava um suspiro muito pesado, resolveu
enterrar as costas no sofá.
— Theron está procurando por você. Seria perigoso para você vir para a Itália ou
levar sua família para lá, como você queria… Então foi por isso que eu decidi vir.
— Theron?
Isaac, ouvindo silenciosamente a conversa deles, virou-se para Félix na tentativa de
explicar. Foi a primeira vez que ouviu esse nome e talvez não o tivesse ido tão longe… Mas o
rosto do marido tem uma sombra enorme. Parece que há até muito frio em seus olhos azuis.
—… Por que você não me contou antes? — Sua voz pesada e escura ecoa no coração de
Isaac, como se ele tivesse dedicado uma ofensa. — Deus, acabei de me casar! Se ele souber
disso…
Vincenzo, que sabia como Isaac estava atento, levantou a mão para pedir que
permanecesse calado… Mas Félix abriu a boca de qualquer maneira e perguntou em italiano
o que iam ou não fazer, sustentando o olhar, agora parecia estar cheio de todos os tipos de
lembranças.
— Bem, no momento eu apenas vim. O que mais podemos fazer?
Vincenzo, franzindo a testa, pegou um cigarro importado do bolso da calça e
imediatamente o levou à boca. Parecia muito mais agitado do que quando chegou de manhã.
Até tinha um rosto muito velho… É por causa da iluminação? Suas rugas pareciam mais
profundas, a sombra ao redor dos olhos também era escura. Deus, quem diabos é Theron? E
por que deixou que atmosfera de ambos se esfriasse, tão rápido?
Isaac esfregou as mãos lentamente quando um presságio terrível subiu pelas suas costas.
Félix também pegou um cigarro.
— Por que está me procurando de repente?
— Eu não sei… Mas me diga quem poderia saber o que há dentro daquele louco?
Vincenzo manteve o charuto na boca, respondendo sem rodeios. Félix nem parecia ter
intenção de fumar. Simplesmente passou as pontas dos dedos sobre o papel branco inteiro e
cruzou os braços sobre o peito.
Um breve silêncio caiu sobre todos.
— Eu não sei o que ele quer, mas posso apostar que nunca será uma coisa boa… Ei,
já entendi que é muito feliz agora. E isso só transforma as coisas em algo mais fodido!
Olha, eu sei que você não é do tipo que se esconde, ou corre, mas não há nada de errado
em ter um pouco de cuidado extra de vez em quando. Além disso, ele é… — Novamente,
Vincenzo parou de falar abruptamente. Como se ele estivesse mais ciente de Isaac do que
Félix. Silenciosamente, cospe a fumaça, esfrega a testa e revela um estranho cansaço que não
parecia ter quando começou o interrogatório. — Eu sou uma pessoa da qual centena de
outras pessoas dependem. Devo ser forte por eles, para não perder a compostura,
mesmo que algo aconteça com você… Mas tenho medo. Me preocupo com você, e com
o garoto.

— E você sabe por que estou dizendo isso. Quero dizer… Você realmente se vê
vencendo contra ele? E eu não estou falando sobre o quão forte você é, mas como irá
se sentir em seu suave e estúpido interior. É por isso que eu precisava ver por mim
mesmo como era seu Ômega.
Isaac só sabia falar inglês, então teve que sentar-se em silêncio, sem fazer mais nada. Félix
virou-se para vê-lo por um momento…
— Não sei o que Theron está planejando, avô. E também não sei se posso fazer
alguma coisa contra ele… A única coisa que posso dizer com certeza é que meu
parceiro é forte, espiritual e fisicamente. Você o ouviu. Se algo acontecer comigo, de
alguma forma ele saberá o que fazer.
Félix encolheu os ombros educadamente. Em resposta às suas palavras, Vincenzo apenas
murmurou que esperava que “Nada aconteceria”.
— Tudo vai ficar bem, eu prometo a você. Vamos então? O vovô voou de longe, então
provavelmente está cansado também. Você tem que ir para a cama.
Quando Félix estendeu a mão e levantou o corpo, Vincenzo estalou a língua e disse muito
rapidamente.
— De jeito nenhum.
— Eh?
— Ainda não terminei de falar com você, homem.
— Estamos cansados, melhor amanhã.
— Sente-se!
Félix sentou-se com força, então Vincenzo olhou agora para Isaac.
— Vá embora, saia… Eu vou falar com esse garoto, você não precisa estar aqui. Vai ser algo
muito desconfortável.
Embora fosse uma voz forte, Isaac não conseguia se mexer. Parecia que ele realmente não
tinha ouvido.
— Vamos lá homem. Saia.
— Vovô, chame-o pelo nome. Afinal, o nome dele é Isaac e é o mais novo membro da
família… Ou você pode dizer “genro” se isso parecer mais bonito para você.
Em vez de Isaac, sentado em branco como uma estátua de pedra, Félix murmurou de lado
em um tom bastante animado para alguém que apenas alguns segundos atrás parecia prestes
a morrer. Uma testa vincada disse que não gostou da palavra.
— Che schifo. (Nojento).
—… Só o chame pelo seu nome e ele o chamará de Vincenzo.
— Não, pode dizer “senhor Vincenzo”, se quiser.
— Pode dizer “Velho”, hein? Que tal?
Quando começaram a brigar, Isaac, que observava tudo em silêncio profundo, decidiu se
levantar… Quando ele abaixou a cabeça e se despediu educadamente de Vincenzo para ir
descansar, Félix sorriu com um rosto triste e amargo.
— Eu o alcançarei em breve, querido. Ok?
— Sim.
Isaac, assentindo, saiu da biblioteca em um ritmo lento e ordenado. Ele tinha muitos
sentimentos complexos e, além disso, as emoções sutis que eram difíceis de expressar em
palavras também giravam em torno de seu coração. Davam voltas e voltas.
Isaac esfregou o peito e foi em direção às escadas… Como sempre, quando Benjamin
adormece, a mansão fica infinitamente calma e quieta. Para homens como Félix, Noah, Tony
e Jack, o dia continua mesmo às 21h00min, mas ainda assim, ninguém fez barulho ou se
mexeu. Mesmo que ele já tivesse dito que a criança não acordava facilmente. Assim, o silêncio
flutuou na espaçosa sala de estar onde nem se sentia como se algo tivesse acontecido antes.
Já estava atravessando o corredor quando, em algum lugar, um som rápido foi ouvido. Os
mesmos passos. Um jovem magro foge à distância com uma pilha de papéis amarelados nas
mãos. Como sempre, vestia uma camiseta folgada, calça comprida e larga e pantufas de
coelho. Quando chamou seu nome, sua voz era tão forte que seus ombros se enrijeceram e
ele parou de andar. No entanto, quando reconheceu Isaac, ele rapidamente sorriu e se
aproximou.
— Oi Rambo. Você estava com o vovô?
— Sim. Eu saí por que… Aparentemente, ele tinha uma história para compartilhar com
Félix e eu estava apenas sendo um estorvo. Você também vai até eles também?
Isaac olhou para os papéis e Noah assentiu.
— Ele faz as pessoas trabalharem sem parar. Ele aparentemente quer que todos façam o
que ele fazia quando era mais jovem.
Foi quando riu. Um pensamento inesperado lhe veio à cabeça.
— Ah Noah…
Não seria muito impulsivo…? Mordeu o lábio.
— Diga-me.
A pergunta faz cócegas no final da garganta. Havia escutado a conversa entre Vincenzo e
Félix e havia… Um nome que parecia um espinho no dedo.
— Os papéis são por Theron?
Quando Isaac apontou para os braços novamente, os olhos de Noah se arregalaram.
— Ah, você sabe sobre isso? Bem… Sim. Meu avô de repente teve um problema inesperado
com ele e veio aqui porque precisava de mim… Eu deveria ter notado que ele não estava
vindo para uma turnê! Que idiota!

— Bem, não se pode evitar. Se disserem… Theron, meu avô e Félix irão imediatamente
atrás dele.
O nome de Theron parecia difícil de pronunciar, porque ele disse quase num sussurro.
Isaac, que silenciosamente ouviu as palavras de Noah com a boca fechada, logo sentiu
outro calafrio terrível.
Era fácil conversar com Noah, se dissesse as coisas certas, e sorrisse ele acabava animado
e revelando segredos aqui e ali… No final de sua longa história, Isaac exalou.
Tudo o que estava acontecendo era suficiente para fazer seu peito parecer pesado.
Continua…
Capítulo 10 - Encantador

A água estava espirrando.


Naturalmente, sempre entra na piscina quando tenta acalmar a cabeça. Está localizada no
segundo andar da mansão, logo acima do espaço destinado à garagem interior, para ter uma
vista impressionante do oceano. A piscina externa projetada para olhar de relance,
literalmente faz a mansão parecer um resort de luxo. É a sua instalação favorita… Ao meio-
dia, quando o sol brilha, ele se senta em uma cadeira de sol e lê um livro enquanto olha para
o horizonte azul do mar. É agradável relaxar mesmo se não tomar uma bebida gelada…
Isaac gosta da paisagem calma e da atmosfera da piscina. Claro, não apenas gosta durante
o dia, mas também à noite. Há luzes instaladas dentro e fora da água, portanto, quando essa
luz acende, a cor branca se espalha e cria uma atmosfera diferente da tarde. Já não se vê mais
o oceano negro, nem sente medo ou ansiedade. Em seu lugar, resta apenas uma atmosfera
totalmente romântica.
Queria mover seu corpo e usá-lo em excesso até que sua cabeça esfriasse… Mas, quando
entrou e se afundou até chegar ao chão, apenas pareceu derreter.
Tentou sacudir e nadar no estilo livre, depois na borboleta, e logo retrocedeu, foi ida, e
volta, de ponta a ponta. Embora não importasse o que ele fizesse ou o que coisas as mudasse,
continuou pensando sobre quem eles chamavam de “Theron”

Havia estado há muito tempo indo e vindo ao longo da piscina tranquila e iluminada por
luzes amarelas. Ainda tentava apagar seus pensamentos conflitantes e seguir. Seguir de
alguma forma.
No entanto, os movimentos de Isaac, que cortava a água e causava ondas, logo pararam.
Ele mudou sua postura para girar na parede em sua frente… Foi então que notou os pés e as
pernas de alguém.
Estava descalço.
Isaac agarrou a parede e começou a espremer os cabelos em vez de nadar novamente.
Tinha uma respiração realmente ofegante e só então percebeu que estava dando voltas e
voltas por um longo tempo.
Um homem alto, que parou na borda, olhou para Isaac e rapidamente abriu a boca:
— Eu não sabia que você era tão bom nadando. Acho que poderiam até confundi-lo com
um ex-nadador profissional. Seu corpo sempre foi tão flexível?
— É o primeiro a dizer essas palavras. Que honra que venha de você.
Isaac, que estava perdido demais ouvindo o som da risada de Félix, ficou olhando as
ondulações produzidas pela água e as pequenas poças que as gotas formavam no chão…
Dois meses se passaram desde que começaram a viver juntos. Ainda não havia nadado na
frente dele? Não se lembrava. Às vezes, Isaac tem pesadelos terríveis sobre o seu pai, então
gosta de ir até lá, afundar e gritar com toda a sua força até ver pequenas bolhas saindo da
sua boca e do seu nariz. No entanto, a verdade é que ele passa mais tempo deitado na cama
de sol do que submerso na água. Quando iam com Benjamin, não tinha condições de nadar,
porque sempre passavam o tempo brincando juntos ou cuidando dos dois na praia.
Isaac afundou por um momento, e logo subiu à superfície, exalando com força. Félix ainda
estava lá, esperando ele aparecer. Ele estendeu a mão para acariciar sua cabeça encharcada:
— Você sempre me surpreende, querido. Acontece que você acaba sendo um verdadeiro
especialista em tudo.
Isaac, envergonhado, levantou as mãos no parapeito da piscina e se empurrou até ficar
com mais da metade do corpo para o lado de fora. Nadou por tempo suficiente, então sua
cabeça complicada e seu peito bastante comprimido estavam muito mais calmos agora. Não
tinha mais motivo para ficar ali.
— Espere um minuto. Eu quero entrar na água também.
E para impedir Isaac de tentar sair, Félix apenas o empurrou. Pam. Como um garotinho
tentando fazer uma travessura que não era engraçada… No entanto, quando saiu com a
cabeça para fora da água novamente e ergueu os lábios para começar a reclamar, notou seu
torso apertado sob a iluminação suave da piscina. Deus, era um corpo que apertava sua
garganta toda vez que ele o encarava, embora já o tivesse observado muitas vezes. O Causava
febre.
Então, incapaz de desviar o olhar do impressionante torso à sua frente, Isaac percebe que
Félix está desamarrando as calças de linho que ele está usando, são calças completamente
finas que caem facilmente, simplesmente por mover os cordões. Isaac engoliu em seco, com
tanta força que estava certo de que podia ser ouvido tragando a garganta.
Félix, que teria a mão na pélvis, riu e olhou para Isaac. Um marido travesso…
Um completo e total espetáculo.
— Félix… — Isaac, olhando para ele com o braço apoiado no parapeito da piscina, chamou-
o com uma voz bastante trêmula para seu gosto. — As roupas de banho estão ali.
Ao se aproximar mais, Félix riu agora com muita vontade. O rosto de Isaac imediatamente
ficou vermelho. Não pode negar: que foi arrastado pela atmosfera densa do homem, ou que
gosta de vê-lo completamente nu em sua frente… Isaac, abaixou o rosto e agora estava
esfregando as bochechas quentes uma e outra vez. Naquele momento, Félix, que obviamente
ignorou suas palavras sobre a roupa de banho, pulou na água e mergulhou até que seus
cabelos dourados estivessem espalhados em todas as direções. Isaac esfregou o rosto que
estava cheio de água, depois se levantou completamente para remover o cabelo dos olhos…
Olhou para Félix de longe. Havia entrado na piscina nu! estava realmente nu alí !
Embora o veja nu praticamente todos os dias da semana, Isaac é uma pessoa que se
envergonha muito rapidamente, e agora está mais do que nervoso. Está em pânico.
— Por que você está corando assim, meu amado Ômega?
Félix, que chegou em sua frente em um piscar de olhos, sorriu e beijou sua bochecha
imediatamente. Beijou seu nariz, e depois beijou os lábios… Havia uma leve gota de
feromônios no ar, então ele deu um passo para trás, como se fosse um golpe, e começou a
nadar para longe dele. Mas enquanto se move em direção ao centro da piscina, Félix faz o
mesmo e o segue.
— Eu te deixei com raiva?
— Sim, porque parece que você realmente gosta de envergonhar as pessoas. E se alguém
vem e vê você? Nem sequer usa um traje de banho.
— Tenho que usar uma sunga mesmo que esteja na minha própria piscina?
— Noah ou Jack podem…
— Não. Quando cheguei aqui, fechei todas as portas e abaixei as persianas. Juro pra você.
Sua voz orgulhosa podia ser ouvida através do som da água… Mas Isaac parece ignorá-lo.
— Não importa isso.
— Meu amor, você acha mesmo que eu não tomaria precauções? Não tenho intenção
nenhuma, de mostrar a alguém que meu marido está aqui, molhado, na água, e usando
apenas um par de calções de banho… Eu morreria de ciúmes.
Isaac o olhou com os olhos cheios de surpresa. Ciúme e possessividade, foi exatamente o
que viu em seu olhar a cada momento… Depois de tudo, é alguém que sempre revela o que
sente.
— Desde que me apaixonei por você, a verdade é que não parei de ter ciúmes de cada
coisa ou pessoa que toca em você… Mas você não pode dizer a ninguém sobre isso. Okay? É
um segredo de nosso.
Isaac suspirou novamente. As emoções que são novas para o seu coração fazem cócegas
em todos os cantos do seu peito. Félix acariciou suas bochechas, ergueu o queixo com as mãos
molhadas e desenhou pequenas linhas e sua boca usando as suas. No final, ele esticou a língua
e lambeu a água…
— Mas bom, você já sabe o quão louco você me deixa.
— Acabo de perceber.
— Então eu deveria te ensinar?
Félix, que agora lambia seus lábios com força, inclinou a cabeça e sussurrou isso no lóbulo
da sua orelha. Isaac deu de ombros, a voz molhada de seu marido deixou a pele na parte de
trás do seu pescoço, completamente arrepiada.
— Ah, claro que devo.
Movendo-se pelo pescoço, os lábios que caíam suavemente em linha reta pararam quando
atingiram o início de seus ombros, e então, começou a chupar e lamber as gotas que estavam
ali, usando a ponta da língua…
— Félix…
O som se espalha fortemente sobre a água e, no entanto, parece que ainda não é suficiente.
Félix chupa os ombros de Isaac ainda com mais vontade, enquanto acaricia seu peito. Sua
mão permanece imóvel em um mamilo pontudo e, no caminho, descobre que não apenas
suas bochechas estão vermelhas, mas também seus olhos.
Félix moveu os dedos sobre sua aréola… As carícias ficaram mais densas com o tempo e,
em resposta a isso, o torso de Isaac começou a tremer pouco a pouco até que se tornou
incontrolável.
— Oh, Félix, espere, não aqui…
Mas o poder de resistir a Félix, que agora o segurava para lhe dar um novo beijo, era na
verdade completamente fraco. Sua língua grossa invadiu suavemente seu interior para
esfregar o palato, dando-lhe calor de uma maneira impressionante.
— Ah, ah…
Na ponta dos pés na piscina, Isaac gradualmente começa a ficar tão excitado quanto o seu
marido. De repente, estava , chupando a língua de Félix, apertando os braços e lentamente
passando os dedos pelas costas… Quando seus órgãos genitais semi-eretos começaram a
roçar sua virilha, então sua cabeça parou de girar. Era como se todos os seus nervos
estivessem focados apenas no prazer que ele lhe oferecia. Em sua boca, naquela língua
perfeita e naqueles dentes maravilhosos que continuavam mordendo-o. A excitação
aumentava cada vez que ele esfregava sua mucosa e quando parecia que queria engolir sua
língua.
Sente que todo o seu corpo está ficando febril, embora a água esteja bastante fria.
Naquele momento, Félix colocou o dedo na roupa de banho de Isaac e rapidamente o
abaixou até seus joelhos. As calças rolavam na água e então já estavam emaranhadas em seu
pé.
Félix levantou a perna e ajudou-o a removê-las completamente até que ele estivesse tão
nu quanto ele.
As calças de banho flutuavam até que estivessem parada em um canto.
— Como é nadar nu?
— É um pouco embaraçoso…
Isaac não conseguiu responder com outra palavra, porque Félix colocou a língua em sua
boca novamente… E ele estava absolutamente disposto a recebê-lo.
Continua…
Capítulo 11 - Encantador

Então Félix apoia a cintura de Isaac e gentilmente a levanta sobre a piscina. Isaac,
impulsionado pela sensação de flutuar, envolve Félix com as duas pernas e começa a
acariciar seus cabelos úmidos várias vezes…
Depois de conseguir sentar-se nas escadas, Félix finalmente colocou os lábios nos dele
para começar a chupar e succionar. Era deles que saia “Isaac”, “Isaac” entre cada beijo e que
também expressava o quanto o amava com uma voz doce típica e lenta. Isaac levantou os
olhos embaçados pelo calor e começou a olhá-lo: o rosto de Félix, cheio de água, era
realmente bonito. Seus cabelos dourados escorriam pelo nariz afiado, criando uma
atmosfera mais do que sensual ao seu redor.
Isaac perdeu a cabeça quase de imediato e começou a fazer um beijo um pouco mais
ganancioso do que no começo. Misturando sua saliva com a dele até finalmente escorrer pelo
queixo…
De repente, ele se afastou e disse:
— Está arrependido por ter se enlaçado a mim… Certo?
Logo, no entanto, Isaac parecia começar a se arrepender de perguntar algo assim. Embora
isso não parecesse o caso, seu coração estava terrivelmente pesado o tempo todo. Talvez
fosse porque a conversa com o avô de Félix o fizesse criar muita pressão em torno de seu
peito, ou talvez fosse apenas porque ele estava nervoso, mas na verdade agora ele não pode
escolher suas próximas palavras, embora já as tivesse ensaiado antes. Além disso, pensou:
não se enlaçaram por causa da situação urgente com Cole? Depois disso, e como havia a
questão de ambos terem um filho, casar era a coisa mais natural.
Ele queria, mas quando olhava para trás, ficou impressionado com o quanto isso parecia
“Nós fizemos porque não tínhamos escolha”
— Epa, por que você pensou isso?
Félix o agarrou pelo pulso e perguntou em voz baixa. Tinha uma expressão dura,
completamente diferente de alguns segundos atrás. Isaac suspirou:
—… Quando penso nisso, parece que… Estamos enlaçados para salvar algo, você me
entende? E se é assim, e se o seu avô sabe tanto quanto parece, é normal que ele não confie
no que é nosso.
A testa de Félix estava toda enrugada quando Isaac confessou suas preocupações com um
rosto bastante amargo. Disse que não, várias vezes…
— Isaac, eu não te disse antes?— A voz abafada se espalhou perigosamente sobre a água.
— Se eu soubesse que você era um Ômega, teria me enlaçado a você imediatamente.

— Eu te amo, Isaac. Mesmo quando acreditava que era um Beta. — Félix sussurrou, com
seus lábios molhados agora sobre os de Isaac. — Pensava, o que é que tem se não é um
Ômega? Beta e tudo, teria te abraçado o até que você perdesse a cabeça. Teria lhe dado tantos
feromônios para fazê-lo explodir e, de alguma forma, eu encontraria uma maneira de marcá-
lo. Ômega ou Beta não teria mais como fugir de mim…
Félix se confessou, com o rosto muito triste para o seu gosto. No entanto, ao contrário do
que ele estava dizendo, a voz dele era amável. Tão terna que nem se percebia a escuridão.
— O que meu avô perguntou, o que disse… Foi porque ele acha que me conhece bem e
pensa sou o tipo de homem que não leva alguém a sério.
— Certamente, você não era um desses.
— Não, realmente não… Mas você me fez mudar. De alguma forma, é isso que eu quero
que ele veja.
Isaac, que enfrenta o sorriso brilhante do marido, não sabe o que responder a essa nova
informação. Era doce, a forma se parecia e como falava, sempre foi terrivelmente doce. E o
que se faz quando alguém o trata tão bem?
— Félix…
— Não importa o que eles digam, não mudaria o fato de que sou seu Alfa, nem mesmo se
minha vida dependesse disso. Está tudo bem para você?
—… Está bem.
Falando com firmeza, Félix agarrou a cintura de Isaac e o levantou de novo no ar. O som
da água começa a ficar mais alto quando caminha com ele e o senta no parapeito da piscina
para abrir as coxas como se fosse uma pequena porta.
Então, apenas enterrou o rosto completamente em sua virilha.
— Oh! Félix!
Isaac, surpreso pelo movimento repentino, inclinou-se para tentar segurar sua cabeça
com as duas mãos. Não foi fácil se controlar quando o segurava até que ele puxou suas
nádegas com uma força tão estranha! Além disso, havia o fato de ele não parar de mover sua
língua pela pele, chupando o pênis já inchado devido a tantos beijos e carícias…
No final, Isaac não teve escolha a não ser dobrar sua cintura, abraçar a nuca de Félix e
agarrar seus cabelos com tanta força que se tornou doloroso. Aqueles cabelos dourados que
sempre se sacodem toda vez que o lambe apaixonadamente.

Quando explodiu com um gemido irresistível, Félix ainda tinha o pênis de Isaac quase no
fundo da garganta.
— Ah, meu Deus!!
Os gemidos de Isaac ficaram cada vez mais altos e cada vez mais forte. A boca de Félix,
lambendo seu pênis, era verdadeiramente obscena e experiente…
Depois de esfregar a glande com as partes ásperas de sua língua, fechou os lábios e
pressionou-a ainda mais, até um som semelhante ao do respingo da piscina. Tremeu… E
então seus dedos começaram a pressionar sua cabeça com ainda mais força. Que prazer
irritante! Os quadris que Félix agarra descuidadamente balançam com tanta força que toda
vez que se move um pouco, o rugido da água torna a atmosfera estranhamente peculiar.
— Ah, pare, pare!
Mas, ao mesmo tempo em que reclamava, havia a sensação em seu pênis… Sendo
esmagado e atingindo ainda mais profundamente a garganta. Sentiu como se estivesse
perdendo o controle de seu corpo quando roçava contra sua úvula.
Os gemidos de Isaac atingiram o ponto máximo, então nem sabia mais o que culpar. Era
porque estava muito sensível? Era porque ele estava fazendo fodidamente bem? Maldição! Essa
técnica era impressionante, assim que imaginou o formato de sua garganta, de sua boca e
como o colocou até tocar partes que nem sabia que existia, gozou…
Gozou com tanta força que achou que poderia ser uma experiência absolutamente nova.
Félix tinha muita saliva acumulada escorregando da boca para pingar nos órgãos genitais
que conseguirá remover. Era lascivo… Olha-lo com os olhos completamente nublados e
descobrir que havia engolido tudo.
— Porque… Você fez isso?
— É sua punição por fazer perguntas desnecessárias.
— Oh.
Foi uma resposta sussurrada com uma pequena risada ao fundo, como um menino mau.
Isaac ainda estava sentado na borda, respirando com dificuldade, mas estando
absolutamente ciente de tudo o que estava acontecendo, então viu o jeito que Félix saiu da
água sem mostrar o menor esforço, como um personagem de filme.
Isaac foi empurrado para trás e caiu no chão como se fosse uma pequena tábua de madeira
controlado pelo marido. Não conseguiu apagar o calor de seu rosto ou, o tremor de suas
mãos, quando silenciosamente prendeu suas pernas ao redor de sua cintura e o olhou. Olhou
para Félix com os olhos mais do que excitados. Ele estava encharcado e a água da clavícula
caía constantemente contra o seu rosto.
Isaac coloca a língua para fora para pegar uma gota de água que estava na borda dos seus
lábios…
— Devo remover a água de outros lugares também?
Quando perguntou isso impulsivamente, Félix o olhou como se tivesse ouvido a palavra
mais maravilhosa do mundo.
— Não sabia que você diria isso antes de mim.
Eram maridos, então às vezes o ouvia dizer palavras tão ousadas quanto aquelas, mas
ainda era bastante incomum. Félix acabou não sendo capaz de suportar a emoção e começou
a ofegar como se estivesse à beira do colapso. E não podia evitar! Quando era tão honesto, só
conseguia sentir vontade de comê-lo até o fazer desaparecer…
Subindo e colocando os joelhos em ambos os lados da cabeça de Isaac, lentamente pegou
seu próprio pênis para colocá-lo imediatamente na base de sua bochecha. Então, com a ajuda
da água da piscina e de seus próprios fluidos, ele esfregou a glande para começar a atacar a
boca de Isaac…
O homem engoliu os dedos e abriu a boca até a metade, mas Félix não conseguiu entrar
completamente. Apenas esfregou a glande pegajosa e tentou fazer o mesmo que ele… Mas o
problema é que ele não podia! Isaac, furioso, virou a cabeça e estendeu a mão para tentar
fazer de maneira diferente, então Félix apenas deslizou para trás, e logo para a frente
novamente.
— Você tem que abrir mais a boca..
Isaac abriu como havia dito e depois esticou a língua…
O cheiro doce dos feromônios de Félix irritou a ponta do nariz primeiro, antes de começar
a fazê-lo com o resto do corpo. Sentia que o calor aumentava e estava começando a suar como
um louco… Então se apressou.
Continua…
Capítulo 12 - Encantador

A pele fina de seu pênis era lisa, suas veias estavam marcadas. A forma era tão diferente
que todos os desejos que ele teve por um longo tempo subitamente saíram de seu peito…
Envolto em várias emoções diferentes, Isaac segurou a parte inferior com as mãos,e o topo
com os lábios. E então, apenas embrulhou tudo com a língua. Enfiou em sua boca com um
som tão obsceno que lhe foi difícil pensar em outra coisa.
Foi realmente escandaloso…
— Hum…
Desejava realmente fazer bem, fazê-lo se sentir bem…
No entanto, o tamanho era impressionante. Não pode segurá-lo com uma mão e, mesmo
que o empurre “até o fundo”, percebe que não está nem na metade. Sentia que sua boca
estava quebrada e cheia. Era difícil respirar corretamente, porque estava bloqueado, e
agora? Quando Félix o fez, se sentiu tão fodidamente incrível que era difícil dizer se ele estava
caminhando na mesma direção.
— Não se sobrecarregue, querido…
Limpando a saliva que escorria da boca de Isaac, que estava completamente aberta, Félix
murmurou isso com uma voz bastante ofegante.
Isaac levantou os olhos e tentou olhá-lo com cuidado para ver suas expressões, mas era
difícil quando estava tão cheio de lágrimas e suor.
Está se esforçando tanto, realmente, mas o pênis de seu marido parecia incapaz de se
controlar. Era como acrescentar cada vez mais volume em vez de fazer abaixar, então os
lábios de Isaac estavam em grandes problemas. Estava ansioso para lamber, para levá-lo até
o fundo… Por que só pode enchê-lo com saliva? Ah, se sente tão tonto.
O que aconteceria se colocasse seus feromônios? Poderia suportar enquanto já está assim?
Deus, e se já estivesse mais bêbado do que queria aceitar?
As palavras de Félix, que pareciam ter dito para não exagerar, foram deixadas de lado, e
se viu se dedicando a chupar seu pênis, como se fosse um cachorro lambendo creme…
Isaac lambeu e chupou suavemente o líquido branco que estava fluindo lentamente da
glande. Não aguentou, então segurou-o com a outra mão e agitou para cima e para baixo…
Félix estava apenas olhando para ele. E, na verdade, quanto mais profundo o olhar que sente
sobre ele, mais excitado fica, e maior a emoção em tê-lo na boca.
A velocidade de sucção aumentou gradualmente. O som se perde em sua língua, e também
parece soar de baixo.
— Ah! Droga. Isaac.
O homem franziu a testa e gemeu com uma voz bastante alta. Então, sem que pudesse
evitar, segurou a cabeça de Isaac e empurrou seu pênis até atingir o fundo de sua pequena
garganta. E gozou… A glande tocou sua úvula, então Isaac fez um som estranho. Parecia que
ia vomitar.
Assim que percebeu o que tinha feito, Félix rapidamente se afastou e abaixou as mãos para
começar a verificar sua boca.
— Huh, uh…
— Sinto muito, meu amor, doeu? Você está bem?
Se levantou, esticou os braços e o segurou até conseguir levantá-lo do chão. Na verdade,
fez isso muito rápido, então ficou impressionado com isso.
Félix é um Alfa dominante, é verdade, mas ele tinha uma força física exagerada. O carregou
como se não pesasse nada.
— Não faça mais nada, sua pele está tão fria. É fácil pegar um resfriado aqui.
Isaac, que estava apenas piscando, teve a sensação de que estava sendo superprotegido.
Por exemplo, nem sequer sentiu dor ou notou que sua pele estava fria. Havia um pouco de
vento, mas estava com o corpo muito quente, e podia agir normalmente por mais algumas
horas, até havia se deitado no chão!
Talvez ele tivesse motivos para se preocupar. Embora seja uma noite de verão em San
Diego, não é nada tropical. Além disso, é setembro agora. No início deste mês, apesar de o
calor não desaparecer completamente, parece que a temperatura corporal de todos cai
rapidamente à noite.
Com a cabeça tonta e a mente lembrando coisas sobre o clima e a data, Isaac não percebeu
que o lugar para onde Félix estava indo agora era a Jacuzzi. Um tipo de banheira circular ao
lado da piscina, sempre cheia de água morna. Como vinha do fundo, causava enormes bolhas
e uma corrente suave, por isso também dava a ilusão de ser bastante relaxante.
Félix entra na jacuzzi. Até o fundo… À medida que diminuía a excitação que havia subido
alguns momentos atrás, o homem assumiu uma posição séria e começou a checar melhor
seus lábios e pescoço. Isaac tenta dizer a que está tudo bem e que deve parar de se preocupar
assim… Mas a água morna não para de atingir seu peito, as bolhas não param de girar em sua
pele e isso é realmente muito bom. Sente-se bem quando atinge a aréola, e é ótimo quando
atinge o abdômen…
Os restos de desejo que esfriaram, queimam novamente como se eu tivesse borrifado
gasolina.
— Acho que esse lugar está bastante sensível hoje em dia. Não é?
— Oh, a culpa é sua por não parar de tocar…
Félix não pode ver o mamilo de Isaac porque está completamente submerso na água da
Jacuzzi, então ele respira fundo, fecha os olhos e abaixa a cabeça até que seus lábios estejam
colados ao seu peito.
Todo o mamilo pontudo foi sugado por sua boca.
É assustador como pode fazê-lo tremer apenas brincando com os seus mamilos usando a
língua, e também, é assustador que esteja morrendo com o simples toque de suas perfeitas
mãos… Seus olhos piscam várias vezes e depois parecem completamente negros. Suas pernas
flexionam como se uma corrente tivesse passado por ele e, no final, apenas grita:
— Oh, oh, ugh!!
Félix parecia querer tirar leite de lá, embora claramente não iria conseguir nada com isso.
A sensação entre prazer e dor era difícil de suportar, mas, na realidade, nem uma vez pensou
em escapar ou pedir para parar. Era agradável e estava excitado com todas as sensações que
lhe dava, mastigava, e o chupava como se estivesse delicioso…
Hoje em dia, sente que quanto mais está com ele, e quanto mais inala seus feromônios,
mais sensível se torna seu corpo. E, entre os lugares que quase nem reconhece mais, estão
seu peito e os mamilos. No começo, era muito incômodo quando o beijava lá, mas agora havia
se transformado em uma zona erógena terrível que facilmente o desperta para o prazer. Algo
que deixa a respiração úmida e faz com que as pontas dos dedos se contorçam.
O interior de seu ânus faz cócegas com força suficiente para fazê-lo torcer a cintura mais
uma vez.
Félix continua em sua aréola… Toda vez que ele chupa o mamilo e o aperta para fazer um
som sensual, seu buraco se comprime e relaxa como se estivesse latejando.
— Ah, Félix… Félix, chega…
Quando Isaac soluçou, Félix levantou o rosto e olhou diretamente para ele. Seus olhos
brilham através da água.
— Por quê? Sente que é demais? Quer que eu pare para que possa ficar com o pau
em pé como se fosse um cabo de vassoura a noite toda?
A pergunta de Félix era atrevida o suficiente para aquecer suas bochechas. Mas Isaac é
honesto em casos como este. Estava negando. Abriu as pálpebras e depois abriu o seu buraco
com as pontas dos dedos, para que pudesse ver que o necessitava dentro dele… Félix então
esfregou sua entrada enrugada e começou a abrir suas coxas para ter uma melhor visão do
seu corpo. Isaac encostou as costas na Jacuzzi, abraçou a cabeça do marido e prendeu a
respiração quando sentiu seu dedo, que era lento e forte, atingindo e invadindo tudo por
dentro.
Um breve grito saiu de sua garganta, e também xingou e disse que era o suficiente…
Embora, é claro, os movimentos descuidados de Félix não parecem vacilar.
Sentiu e esfregou, como se estivesse checando o interior pela primeira vez em sua vida.
Um lugar embebido em um constante líquido pegajoso…
Se eles estivessem fora dali, ouviria um impressionante borbulhar, mas como parecia
afundar cada vez mais na água quente, não tocava. Em vez disso, toda vez que move sua mão,
o splash da jacuzzi se torna bastante alto. Tanto que estimula seus ouvidos. Isaac respirou
fundo, o nariz preso no cabelo de Félix… De repente, dois e três dedos o atingiram e encheram
completamente seu interior. Quatro dedos abertos se movimentaram dentro de Isaac e
depois tremeram como se sua mão fosse um vibrador. Ele flexionou os dedos e empurrou
mais para encontrar sua próstata.
Ah, a respiração de Isaac se tornou mais urgente quando ele atingiu sua parede interna.
Parecia que havia conseguido inchar a um ponto exagerado.
Depois disso, a sensação de querer gozar foi realmente difícil de suportar. Isaac colocou a
mão em seu pênis e começou a acariciar-se. Em sua cabeça lhe ocorreu agarrá-lo e apertá-lo
até o sêmen escorrer por seus dedos… Mas Félix o deteve antes. Agarrou seu pulso com força
e evitou por todos os meios que se tocasse.
Os olhos trêmulos de Isaac, quando levantou a cabeça, olhou para aquele homem que
parecia feroz.
— Não. Hoje não será tão fácil.
Isaac estava a ponto de ficar louco. Balançou a cabeça, distorceu a expressão e abriu a boca
para começar a ofegar de uma maneira quase exagerada. Era o mesmo que dizer que não
gostava do que pensava ou do que fazia. Mesmo que não estivesse dizendo isso em voz alta.
Em vez de soltar seu pulso, Félix tirou os quatro dedos que estavam até o fundo no seu cu:
— Uh, hmm!
Mas embora sua mão não estivesse mais lá, seu ânus parecia permanecer aberto…
Essa sensação se estende de maneira estranhamente até fazê-lo suspirar. Mas foi só por
um momento.
*Jacuzzi: banheira de hidromassagem, Ofurô.
Continua…
Capítulo 13 - Encantador

Félix virou-o, colocou-o na escada e segurou seus quadris com as duas mãos. Seu olhar
estava absolutamente fixo na carne vermelha dentro do buraco aberto…
— Você já tentou alcançar um orgasmo seco?
— Oh, isso…
— Quando foi à última vez? Foi quando nos enlaçamos, não foi? Eu não pude ver.
Félix falou muito rapidamente, então era difícil para ele entender suas palavras. Estava
com pressa, como se quisesse começar imediatamente, mesmo já tendo o pênis logo na
entrada…
Deus… É tão forte. Mesmo quando ele apenas toca a borda, parece que seu ânus sempre
abre um pouco mais do que o limite.
Isaac estremeceu, esqueceu sua vergonha e jogou os quadris para trás, tentando colocar
tudo de uma vez. Está muito excitado e só quer que se apresse e continue… Mas Félix parece
estar pensando em algo diferente: Agarrou sua bunda, interrompeu os movimentos
apressados e depois se inclinou para começar a provocar o pescoço de Isaac. A parte que tem
sua marca. Começou a morder sua pele várias vezes até que seu hálito úmido se espalhou
pela carne e sua garganta se apertou.
— Isaac. Estou morrendo de vontade de ver você ter um orgasmo tão forte. Eu já te
disse que já se passou muito tempo, você vai fazer isso por mim, não é?
Sua cabeça estava em branco… Ele perguntou alguma coisa, sabia, mas não conseguiu
responder nada que parecesse coerente, então estava lá, respirando. Inspirando
profundamente ao sentir as mãos enormes do marido em sua barriga e, ao mesmo tempo,
descobria como o seu pênis, conseguia ser ainda maior que os quatro dedos que tinha dentro,
e o penetrava lentamente até atingir o fundo.
— Uf!
Suas sobrancelhas estavam dobradas devido à dor aguda que estava sentindo na cintura
e, no entanto, com o intenso prazer que logo se seguiu, Isaac inclinou as costas toda para
frente e soluçou alto. Incrivelmente forte. Sentia… Que todo o seu corpo estava derretendo
na água. Quando seu pênis entrou um pouco mais profundo, até esqueceu a maneira correta
de respirar.
Cuspiu outro arrependimento.
Na boca que nunca se fecha, a saliva flui e se derrama até escorrer pelo queixo. Não pode
pensar em nada, não pode dizer nada. Apenas ofegar e ofegar como um cachorro com sede.
Há apenas calor e às vezes também gemidos. Félix agarra a bunda de Isaac e a esmaga como
se quisesse quebrá-la. Com o som de palmadas, a água começa a ondular e suas mãos tremem
sem poder evitá-la. Já é difícil abrir os olhos, então se contenta em ver a escuridão das
pálpebras. Queria falar, mover a língua e dizer: “Félix, por favor, não aguento mais”. Mas
não se atreve a fazer nada, embora todos os tipos de palavras flutuavam na ponta dos seus
lábios. O som, que poderia ser descrito como “o som de sua carne se rompendo”, o fez começar
a soluçar novamente.
“Clap, clap” Cada vez que o atinge e cada vez que estende violentamente sua parede
interna com o pênis, as emoções e os prazeres mais estranhos surgem em todas as direções,
fazendo dele um desastre. Isaac, que não sabia como lidar com isso, agora não podia fazer
nada além de chorar…
Era lindo vê-lo assim. O rosto, que geralmente não tem emoção, agora está vermelho, com
lágrimas e saliva saindo dos lábios. O olhar azul de Félix, olhando-o com atenção, tornou-se
cada vez mais selvagem, graças a isso.
— Se você fizer uma cara assim… Não conseguirei me controlar.
Havia o som pulsante da água, o ruído feroz da voz de Félix, o som que o pênis fazia quando
se enterrava em seu traseiro e o som de seu coração em sua cabeça, tudo misturado… E isso
o fazia se sentir ainda mais bêbado. Se contraiu. O seu buraco estreito morde o pênis de Félix
como se quisesse engoli-lo.
— Ah, droga!
Félix estendeu os braços em volta do seu pescoço e o segurou um pouco mais. Com a
desesperada ideia de cobrir os lábios de Isaac com os dele, pega o seu queixo e o faz adotar
uma postura um tanto estranha e inclinada… O gemido que solta em sua boca é tão doce
quanto um algodão doce. Como um chocolate para uma pessoa faminta. Enquanto chupava a
língua e bebia sua saliva, Félix nunca parava de se impulsionar para frente e para trás… Era
tão forte, tão intenso que Isaac começou a chorar como um bebê e acabou em um estado
bastante complexo e lamentável.
— Ah, ah, já… Félix… Por favor… Eu não aguento mais, é demais… Ah! Félix!
— Sério? Você realmente quer que eu saia?
— Eu não posso… Ah!
Félix continuou com as carícias e com os beijos… E então sentiu o tremendo cheiro de
feromônios Ômega.
Foi intenso, muito forte mesmo. Encheram tanto sua cabeça que não podia deixar de
tremer e ver tudo embaçado.
Isaac estava tão assustado quanto ele, então a primeira coisa que pensou foi que ele tinha
que escapar dali. Tentou tirar suas mãos, agarrou o corrimão da escada e colocou todo o seu
poder em tentar empurrar o quadril de Félix para longe de sua bunda…
— Por que está correndo?
— Estou… Estou com muito medo.
— Está bem… Está tudo bem. É só que você ainda não aprendeu como lidar com isso. —
Isaac se viu obrigado a parar de falar quando Félix uniu suas mãos às dele e começou a beijar
seu pescoço repetidas vezes. — Não aconteceu nada… Então não chore. Eu não gosto que
você pareça tão triste com algo assim.
— Ah, ah, ah, Félix…
— Estou aqui… O fluxo de feromônios vai se acalmar em breve, eu prometo.
Félix morde o lóbulo da orelha de Isaac e depois empurra seu pênis um pouco mais
fundo… O corpo de Isaac imediatamente perde sua energia e cai na escada, então Félix o
segurou forte o suficiente para não deixá-lo cair. Ainda estava dentro dele, e parecia não ter
a mínima intenção de sair.
— Félix, eu… Um pouco, ah, ah…
Isaac balançou a cabeça, ainda chorando. Era demais, o prazer transmitido era demais
para lidar. Toda vez que chorava, as lágrimas escorriam por suas bochechas e acabavam
encharcando-o completamente. Seus órgãos genitais aumentavam cada vez mais e Félix
ainda o detinha. Isso iria explodir, certamente explodiria porque Félix não o deixava tocá-lo,
não parecia que o sêmen iria sair por conta própria. Estava com falta de ar…
Há prazer, felicidade, dor, tudo acompanhado por um entusiasmo irritante que nunca
havia experimentado em sua vida. Os dedos dos pés, quase pregados nas escadas, estavam
todos curvados de uma maneira estranha. Seus quadris e coxas colidiram com a virilha de
Félix, então ele tremeu como grama contra o vento.
Félix começa a espalhar seus próprios feromônios desta vez.
— Ah, Deus… Ah, isso é… Muito estranho.
— Você está apertando demais. Como posso acreditar que você acha estranho
quando age assim?
Não era como se estivesse fazendo isso por sua vontade, então decidiu ignorar essa frase.
Na medida em que o prazer aumenta, o tamanho do pênis de Félix também aumenta e,
portanto, seu ânus começa a se contrair como um louco. Seus intestinos se contraíram para
seguir a forma de Félix, como se estivessem vivos e seguindo seus próprios instintos e, então,
alguma dor começou a atrair a calma…
No momento em que o prazer que Isaac não podia suportar fluiu como uma onda enorme
sentiu um orgasmo terrível derramar sobre seu corpo tanto quanto sobre a água quente. Foi
uma reação inesperada. Ele rosnou e caiu sobre a escada desta vez. Gritando e ofegando tanto
que teve que morder o lábio. Não pôde se controlar. Como se suporta a sensação de querer
chorar, se isso parece o certo? Todo o seu corpo tremia e seus olhos estavam em branco. O
seu interior estava… Tão quente.
Ouviu o som de dentes colidindo, mas não tinha percebido que era o seu próprio som.
Félix estava certo, ele já havia tido um orgasmo quando se enlaçou a ele… Mas foi
definitivamente a primeira vez que ele chorava tanto. Não conseguia entender o que estava
acontecendo com seu corpo ou por que seus feromônios ficaram fora de controle assim ou…
Como se sentia tão sensível a ele agora.
Isaac ofegou. Como se tentasse remover todos os vestígios do prazer.
Ah! Estava tão excitado! Não sabia o que fazer, ou como fazê-lo, o calor simplesmente não
se afastava dele. Só, estava aumentando.
Então Félix, que observou a reação de Isaac, segurou-o pelos ombros e o puxou contra seu
peito novamente. Estava respirando tão rápido…
— Idiota! Isso é tudo culpa sua… Hm, mm! Graças a você, estou ficando louco!
— Você quer que a gente pare?
— E pare de perguntar isso, caramba!
Isaac teve muito sexo intenso desde que conheceu Félix, mas agora achava que eles
estavam definitivamente fazendo isso a uma velocidade que nunca havia experimentado.
Todo o seu corpo parecia quebrar sob ele e, de qualquer forma, o prazer se estende a um
grau que o faz ver luzes brilhantes toda vez que fecha os olhos…
O sexo com essa besta com chifres continuava sem parar.
Félix o penetra fundo o suficiente para fazer com que Isaac se sente esmagado e respire
de uma maneira tão escandalosa que sente que o oxigênio não estava entrando com
normalidade. Enquanto isso, sua parede interna se contrai e se contrai quando sente o
repentino ataque da ejaculação de Félix… Algo que flui como se estivesse enchendo seu
intestino.
Seu corpo inteiro se queimou em um instante.
Continua…
Capítulo 14 - Encantador

Nem sequer sabia quanto tempo havia se passado. Embora maravilhoso, o movimento
trêmulo finalmente se acalmou e uma sensação quente se espalhou por sua barriga.
Isaac encolheu seus ombros, ao mesmo tempo em que sentiu um terrível ardor
queimando seu intestino.
— Deus, isso dói.
Isaac, que se queixou de dor, fechou os olhos com uma respiração bastante instável para
seu gosto. Mais embaixo na pélvis, a ereção latejante não parece durar muito mais tempo.
Era doloroso não poder ejacular, agora mesmo sente-se terrivelmente congestionado.
Isaac, sentado com Félix nas escadas, mergulhou até o meio do caminho enquanto tentava
pelo menos olhar para os dedos. Não havia energia nele, então o resto do prazer assustador
se foi completamente também… Era difícil se mover rapidamente, então ele apenas flutuou.
O som do cansaço atingiu seus ouvidos, sua cabeça está tonta e não podia nem se dar ao luxo
de abrir os olhos.
Félix o abraça por trás e depois coloca os lábios sobre seus ombros. E estava bastante
preocupado com ele.
— Eu disse que gostaria de te ver ter um orgasmo seco, mas acho que você teve uma
reação muito mais intensa do que eu imaginava… Inclusive te assustei.
Uma voz jovem e bonita de repente atinge seus ouvidos, mas Isaac mal consegue levantar
as pálpebras. Não sabia o que fazer, então apenas… Tentou olhá-lo, mesmo que seus olhos
estivessem muito embaçados. Toca os seus ombros, com as mãos molhadas, depois agarra o
queixo e também morde o lóbulo da orelha até que esteja molhado. O beija, e o beija sem
descanso e libera de seu corpo aquela estranha aura refrescante e alegre que o caracteriza,
em vez de ser como um cadáver. Justamente igual a ele.
— Mas ainda assim… Você estava ótimo. Completamente lindo.
Isaac queria lhe dizer que estava tudo bem e que, de fato, apesar de ter doído e chorado,
ele gostou muito… Mas sua garganta queima e sua boca fica entorpecida o suficiente de forma
que não consegue sibilar.
Enquanto isso, Félix se dedica a lavar o corpo com a água quente do jacuzzi. Agora estava
bastante entretido, acariciando lentamente o pênis inchado para remover os restos de sêmen
que se acumularam no interior. Félix, olhando turvação que se espalhava pela superfície da
água, também enfiou o dedo no ânus e aspirou ainda mais fluido do que no começo. Era fácil
de limpar, embora não parecesse agradável ver…
Isaac fechou os olhos novamente. Seu corpo estava uma bagunça e sentiu que, se ficasse
mais um minuto nessa posição, definitivamente iria dormir. O sêmen está flutuando, seu
pênis está em pé e realmente não quer pensar em tudo o que aconteceu. É satisfatório, sim,
mas também é infinitamente embaraçoso.
— Está quase acabando…
—…Félix, você se lembra quando me disse que não queria que eu te deixasse ir? Eu
não vou te deixar, então… O que quer que aconteça, você também não deve me deixar,
tudo bem? Não me deixe só… Não me deixe−… — Enquanto estava deitado na escada, com
os olhos fechados em uma posição reclinada, Isaac murmurou isso com uma voz um tanto
embriagada. — Eu tentarei ser melhor e farei… O que você quiser…
Por não ter energia, sua pronúncia não parecia clara o suficiente para ele entender
imediatamente. Mas quando ficou em silêncio e entendeu o que estava acontecendo, Félix
parou a mão que estava limpando o corpo de Isaac e olhou fixamente para o seu rosto. Era
como alguém que não tinha ouvido.
A princípio, um silêncio constrangedor caiu sobre os dois. Isaac adormeceu por um
segundo, mas logo os pequenos olhos se arregalaram novamente…
— Por que você está…?
Mas não conseguiu terminar de falar porque Félix lançou um beijo que parecia mais uma
mordida. Um beijo feroz. Félix correu para morder os lábios e o abraçou gentilmente. Como
se fosse um garotinho em vez de seu marido. Ele abriu a boca, pegou a língua e lambeu
lentamente todo o contorno da boca.
Só depois de um tempo, Félix parou o movimento com um gemido estridente e olhou para
Isaac:
— Isaac, amor, lhe disse que estava tudo bem, não é? Está tudo bem. Nunca te deixarei ir.
E se você tentar me deixar, eu vou te trancar no porão com Noah e seus vibradores, para que
você possa mudar de idéia no momento do trauma.
Félix tentou contar uma piada, mas Isaac, que esqueceu todas as suas palavras por causa
daquele beijo deslumbrante, apenas fechou os olhos e assentiu.
— Uhum…
— Além disso, você fará o que eu quero? Vamos voltar a isso de novo? Parece ousado… —
Félix falou em seus lábios antes de beijá-los novamente. Seu sorriso fica mais escuro e então
até parece ficar um pouco triste. — É só que você está cansado… Nada além disso. Você não
costuma falar assim.
— É… Um pressentimento.
— Pressentimento. Parece com algo que eu diria… Não importa, está ficando mais frio,
tudo bem se formos para dentro agora?
Isaac disse que sim, mas apenas levantou as mãos sem abrir os olhos.
— Eu não posso me mover, assuma a responsabilidade.
— Claro.
E assim, imediatamente depois, Félix fez exatamente o que Isaac queria. Colocou as mãos
atrás dos joelhos e também sob as axilas, algo parecido com uma princesa.
— Vamos tomar banho.
— Você tem que… Trocar toda a água da Jacuzzi.
— Estou feliz por não ter feito isso na piscina. Imagine tirar toda a água dessa grande coisa
para lavá-la e colocar cloro. Isso é um pouco de desperdício.
Isaac riu alto das palavras que Félix havia dito, incrivelmente isso também serviu para tirar
todos os pensamentos que de repente vieram à mente.
Como sempre, por esse sorriso bonito e honesto, Isaac apaga seu espírito irritado e
nervoso e descansa a cabeça em seu peito.
E espera que ninguém os encontre a caminho do quarto.

O jardim tem estado bastante barulhento desde de manhã.


Depois de um café da manhã simples, Félix, com uma xícara de café quente nas mãos,
caminha em direção ao jardim para ver a razão de tanto escândalo. Estranhamente, estavam
todos os subordinados que Vincenzo trouxe.
Os homens, que estavam em uma perfeita linha reta, eram bastante variados. Alguns
pareciam muito vazios e outros completamente expressivos. Os principais contiveram o riso,
outros tinham o rosto de “prefiro morrer do que estar aqui”.
Félix, que observou os homens por uma certa distância, deu um passo na direção deles
enquanto bebia seu café.
Só então, os homens que reconheceram Félix pareceram levantar a cabeça e ficar ainda
mais “em guarda”. Casualmente andou entre eles, sem dirigir-lhes a palavra, e chegou ao
meio do jardim. No entanto, não pôde mais se mexer e acabou endurecendo: seu avô,
Vincenzo, empurrava a bicicleta de Benjamin enquanto o segurava pelas costas. O garoto
ainda não conseguia pedalar, suas pernas são curtas e os pés não conseguem alcançar os
pedais. Era rotina diária da criança pedir a alguém que fizesse isso por ele, mas hoje, em vez
da avó Jéssica Parker, Vincenzo é quem segura firmemente o manípulo da bicicleta (em vez
de um triciclo). Os adultos podem empurrar as crianças que não conseguem andar sozinhas.
Deus, é tão estranho.
Era ninguém mais e ninguém menos que Vincenzo Prixel, está empurrando um triciclo
para uma criança de quatro anos e está gostando! Félix quase deixou cair a xícara de café em
sua mão. Ele pisca e pisca e depois esfrega os olhos antes de olhar em sua direção, mas a
situação que estava vendo permanece a mesma: Vincenzo e o garoto, que estava cheio de
risadas honestas, brincam lado a lado. O vovô pega a maçaneta e dá a volta no jardim. Gritando
e correndo. Depois de uma visão longa e incrível e apenas dando um tapa em si, Félix foi capaz
de seguir em frente.
— Vovô, o que você está fazendo tão cedo da manhã? Quase desmaiei com o impacto. —
Félix se aproximou de Vincenzo, que ainda estava empurrando a bicicleta em um ritmo lento
e calmo e então começou a falar primeiro. — Pensei que você ainda estava dormindo. Não
estava no café da manhã.
Mas antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, Benjamin se inclinou sobre o triciclo
e começou a gritar “Papai! Papai!” Quando abriu as mãos para poder segurá-lo. O perfume
único do bebê, com talco e leite, se espalha entre seus cabelos quando Félix se inclina para
beijar sua cabeça.
— Bom dia.
O garoto assentiu vigorosamente enquanto sorria para ele.
— Bom Di…
Mas então o avô puxa a bicicleta com força e separa o garoto dele antes que ele possa
completar sua frase.
Vincenzo o olhou com força. Algo diferente do olhar encantador que ele oferece a
Benjamin.
— Não me viu no café da manhã, porque eu saí mais cedo que você. Quando você acordou?
— Agora.
— Hum… Foi dormir tarde.
— Fui dormir cedo. A propósito, o que é isso? Por que estão fazendo guarda quando está
apenas brincando com ele?
— Eu decido o que, e como agir quando vou brincar com meu neto
— Bem, eu só estou dizendo que não aprovo isso. — Tomando um gole de café quase frio,
Félix deu de ombros e deu a Vincenzo um rosto um pouco descontente. — Eu não quero tanto
escândalo, e sim, este é o primeiro aviso, ok?
Félix, que se virou para voltar para dentro, mal tomara um segundo gole de café quando
ouviu a risada impressionante começar por trás.
— Você já limpou a jacuzzi?
Continua…
Capítulo 15 - Encantador

— Sim, está limpo agora. Pode entrar se quiser e dar uma olhada.
— E esse Ômega?
— O nome dele é Isaac.
— Seu Ômega está acordado?
Para Vincenzo, que teimosamente chama seu marido de Ômega, Félix balança a cabeça e
diz:
— Ainda não.
Realmente queria dizer que o que ele pensava era verdade. Que a noite toda, na água da
Jacuzzi, esteve fazendo amor com ele um número infinito de vezes. Ah, ele teve uma reação
incrível, então Félix pensa cuidadosamente sobre isso enquanto lambe a borda da xícara de
café. Isaac é fabuloso, mesmo quando diz que está com medo e começa a chorar. Oh, mas no
final mostrou uma reação que nunca tinha visto antes! Ele implorou e implorou, com o rosto
avermelhado e cheio de lágrimas.
Seu corpo tremia tanto, enquanto o empurrava de maneira mais violenta que o normal.
Suas mãos, sua voz dizendo “não me deixe”. Como não podia sentir seu coração bater tão
emocionado quando se lembrava de tudo isso? Sua cabeça estava tonta. E sim, se preocupou
que doeria muito a princípio, mas não conseguiu se controlar quando o tinha apenas para
ele.
Deus, se não tivesse sido exposto à temperatura do amanhecer, se não tivesse ficado tão
frio, o teria abraçado uma e outra vez até amanhecer sobre as espreguiçadeiras.
Ainda parece ouvi-lo dizer “Deus, dói” daquele jeito bonito e inocente, no final, já que era
difícil para andar, até o deixou carregá-lo em direção ao chuveiro. É claro que, embora não
tivesse a intenção de terminar tão rapidamente, no momento em que entraram no quarto e
começou a deitá-lo na cama, notou que estava profundamente adormecido. Seu peito subia
e descia tão lentamente e seus cílios pareciam tão bonitos, que não conseguiu acordá-lo. Meu
Deus, mas também não conseguia dormir porque estava tão concentrado em vê-lo respirar,
nunca havia feito isso! E alguns minutos antes da hora do café da manhã, adormeceu
profundamente com o nariz quase grudado em seu cabelo…
Félix, pensando em tudo o que aconteceu ontem à noite, graças a Vincenzo, que perguntou
sobre a jacuzzi e Isaac, em vez de sentir vergonha de suas ações, pode perceber como o
sangue se acumula imediatamente em seu pênis. Ele bebeu o café rapidamente para tentar
acalmar sua emoção, e também para combater a terrível necessidade de correr até Isaac e
acordá-lo.
— Vi você… Quando o carregava em seus braços como se fosse uma mulher.
No entanto, a voz impulsiva de Vincenzo e o som de sua língua batendo contra seus lábios
são ouvidos alto de um lado. Félix foi então forçado a guardar o sentimento que estava
sentindo, a fim de se concentrar apenas nele:
— Então? Não é natural que eu carregue meu marido em meus braços se ele estiver
cansado? Nós somos recém-enlaçados e também recém-casados. Não apenas isso, mas
ele também é o amor da minha vida.
— E isso te deixa orgulhoso?
— Por que eu não estaria orgulhoso?
Então Félix sorriu com vontade, Vincenzo gritou como se estivesse cansado dele.
— Onde está o bom em tê-lo? Não tem pele lisa e também não é bonito. Seu rosto
não é delicado e seu corpo não é como o de qualquer Ômega. Eu não sei como isso pode
estimular você. Se fosse comigo, eu me sentiria vergonhado.
— Epa, espere. Não o compare com outros Ômegas, nem comece a falar mal dele.
Porque não há outro Ômega que seja tão atraente quanto Isaac.
— Como o papai?
Foi nesse momento que os dois fecharam a boca imediatamente e voltaram o olhar para o
chão. Vincenzo sorriu para ele, embora claramente não tivesse a intenção de fazê-lo estando
tão zangado.
— Devemos conversar sobre isso mais tarde.
— Sim, como quiser. Benjamin gosta muito de brincar com o triciclo… Ah, mas ele gosta
de cavalgar ainda mais, então recomendo que você vá aos estábulos QUE EU COMPREI PARA
ELE mais tarde.
— Isso é verdade, Benjamin?
Quando Vincenzo pergunta isso ao garotinho que ainda segura o guidão da bicicleta com
firmeza, Benjamin assente com os olhos brilhantes e empolgados como se não pudesse
suportar. Vincenzo rapidamente se ajoelhou ao lado dele.
— Meu neto também gosta de cavalos? Meu Deus, isso é ótimo! Então seu avô promete
levá-lo imediatamente para cavalgar… Oh, mas talvez eu deva comprar outros maiores para
mim.
— Já tem dois cavalos adultos, então, por favor, não lhe consiga mais.
Félix franziu a testa imediatamente. Mesmo que só tivesse comprado um pônei para ele
em seu aniversário, Noah se encarregou de levá-lo mais dois junto com um bando de ovelhas
traquinas…
Na verdade, não era necessário que ele o levasse, porque poderia fazê-lo mais tarde, mas
Benjamin, empolgado com as palavras de Vincenzo, parece tão interessado em ir ver os
cavalos, que largou o triciclo e correu em direção aos braços do homem para lhe dizer que
lhe mostraria o caminho mais fácil, e também que lhe diria o nome de cada um dos animais,
para que eles também pudessem ser seus amigos.
— Se meu neto quiser cavalgar, então vamos de imediato. Ei, pessoal. Rápido!
— Papai, papai, vamos cavalgar!
Mas Félix, em vez de ver seu filho, olha atentamente para os homens que seu avô trouxe…
Eles começaram a se mover de uma maneira bastante organizada: um passou de carro, o
outro verificou todas as saídas, outro vai em frente para cobrir o perímetro e o outro começa
a fazer uma grande mala do que parecem ser armas bastante caras. Vincenzo apenas anda
orgulhoso com Benjamin, que continua acenando com a mão e dizendo
— Papai! Vamos!
Suspiro.
— Eu vou ficar e cuidar do papai Isaac, está bem? Ben, vá e cavalgue com cuidado.
— Uhum!
— Vovô, eu vou te dizer mais uma vez: Não compre outro cavalo!
É claro que Vincenzo anda sem se virar para vê-lo, para que apenas ele permaneça… Em
silêncio e com o triciclo de Benjamin no pátio.
Félix, que esfregou o rosto, virou lentamente a cabeça para relaxar os músculos que ainda
estavam dormentes e depois olhou para cima… Bem, desta vez, não há obstáculos para
reprimir seu impulso, certo? Então assim que se moveu, carregado de um bom
pressentimento, decidiu ir até o quarto para acordar a Isaac.
Obviamente, está seguindo as instruções da cabeça de seu pau.

Ao contrário das expectativas de Félix, Isaac já havia se levantado, se trocado, e estava


prestes a entrar na academia.
De fato, assim que acordou, desceu as escadas na ponta dos pés e espiou Vincenzo, Félix e
Benjamin por um momento. Estavam conversando no jardim, talvez por causa do garoto…
No entanto, logo mudaram o tom da voz quase começando a gritar um com o outro. Como se
fosse uma discussão bastante pesada. Felizmente, Benjamin, que estava sentado na bicicleta
que Vincenzo estava empurrando, falou com eles por um momento e conseguiu fazer o
ambiente selvagem voltar a ser “aparentemente normal”. Talvez para o garoto tivesse
parecido um pouco estranho ontem, mas agora ele imediatamente se aproximou de Vincenzo
e começou a puxar as mãos para levá-lo a brincar com ele. Como se eles se conhecessem
desde sempre.
Isaac queria descer para se juntar a eles ou talvez, apenas para dizer “bom dia”, mas a
verdade era que sentia-se um pouco estranho ao enfrentar Félix logo depois de… Tudo o que
havia acontecido na piscina. Sua nuca e o pescoço estão completamente pintados de vermelho
e se ele o vê cara a cara… Tinha a sensação de que sua pele se queimaria em uma febre tão
poderosa que até começaria a arder.
Ir treinar foi a primeira coisa que veio à mente quando os planos de ir com Benjamin, Félix
e Vincenzo desapareceram. Não precisa dizer que o porque sentiu que era isso que seu corpo
precisava para voltar ao normal. Felizmente, a mansão tem uma academia 100% funcional.
Ele gostava que tivessem paredes de vidro porque podia ver o mar enquanto estava na
esteira, e o outro lado da parede era um espelho que podia verificar sua postura com muita
facilidade, e também havia uma televisão enorme, alto-falantes com música, sistemas
eletrônicos e máquinas conectadas a um tablet. Muito bom, para dizer a verdade.
Isaac começou a se alongar, e treinar com os pesos. Sempre pegava muito peso, então, com
esforço, era fácil esquecer as coisas estranhas que havia feito com Félix à noite.
Tentava ser sério e seguir as mesmas rotinas que fazia na marinha. Para cima e para baixo
e para cima e para baixo.
De repente, contudo, ouviu passos ao seu lado e o som de uma esteira desligando. Quando
virou os olhos abruptamente e virou um pouco a cabeça em direção à porta, percebeu que
havia uma pessoa estranha olhando-o fixamente de lado. Pode ouvir o som curto de sua
respiração quente disparando ligeiramente entre seus lábios:
— Eu pensei que não havia ninguém.
O homem, que caminhou lentamente em sua direção, disse isso, com um rosto um tanto
pesado… Ao contrário dos servos de Félix, ele parece ter puro ódio dentro dele. Foi esse cara
que lançou um olhar sangrento para Benjamin ontem, então quando percebeu isso,
inconscientemente começou a guardar rancor contra ele. Ou seja, é normal que um adulto
olhe para um bebê da mesma forma como se quisesse rasgá-lo em pedaços?
Tem um forte físico, parece estar na casa dos trinta. Ombros rígidos e olhos negros, cabelo
castanho escuro, Alfa, possivelmente. Foi uma das pessoas que Vincenzo trouxe da Itália e
também é um daqueles que podem considerar “próximos”. Eles o chamam de Lucca e ele se
chama abertamente de “braço direito de Vincenzo”. Isaac parou completamente o que estava
fazendo e pegou suas coisas:
— Eu estava prestes a terminar. Não se preocupe.
Não era verdade, obviamente… Mas queria a todo custo evitar estar na companhia dele.
Contínua…
Capítulo 16 - Encantador

— Não, não, fique.


Isaac enxuga o suor que cai da cabeça com uma toalha que ele sempre carrega na mão. Diz
que não e se levanta de novo.
Terminou o exercício um pouco mais cedo do que o planejado, é verdade, mas foi mais do
que suficiente para ele.
— Entendo… Que faz exercícios constantemente.
Embora falasse bem baixinho, seu olhar estava descaradamente analisando todo o corpo
de Isaac. Seus braços, pernas, nuca e ombros sob a camisa. Também olhe para o seu short…
Era como se estivesse tentando encontrar alguma coisa.
— Faço isso regularmente, é verdade. — Enquanto encarava seu olhar, Isaac respondeu
da forma mais seca que foi possível. — Porque? É importante?
— É porque não acredito que seja um Ômega, para ser honesto. Ah, e essa ferida que você
tem aí parece muito profunda. A que está em seu braço. O que você fez para tê-la? Você é um
homem normal, ou é o que dizem… Mas sinto curiosidade sobre o que teve que passar para
ferir sua pele assim.
O homem perguntou tudo isso abertamente, sem esconder nada. Parece que fez uma
verificação de antecedentes também, mas ao contrário do avô, não estava tão feliz com o que
havia encontrado.
— Não. Devido ao fato que tenho me exercitado constantemente desde que eu era mais
jovem, meu físico é assim. E… Bem, não é como se eu fizesse algo grande para me machucar.
Acredito que só aconteceu e pronto.
— É isso mesmo? Que inveja, ter treinado desde a infância.
Lucca mantém os olhos nos velhos ferimentos de Isaac, em seus braços e pernas.
— Ainda pode melhorar a forma do seu corpo, continuando a treinar, quero dizer, se é
isso que o torna tão complexo.
— Hum… Você parece bem seguro de si, mas não pense que eu não percebi o fato
de que você não me respondeu sobre ser Ômega ou não. Olha, eu já estive com alguns
deles e acho que sei perfeitamente como é o cheiro de seus feromônios e também a
sua aparência. E com você, não consigo sentir nada disso. Você pode me dizer o
motivo?
O tom do homem estava próximo de ser insensível. Não é exatamente assim que você se
dirige a alguém que mal conhece. Não parece ter nem um pouco de cortesia para lhe dar, já
que em primeiro lugar, parece ter um preconceito absolutamente intenso contra Ômegas.
Naturalmente, pode ignorá-lo. Afinal, é o que fez a vida toda.
Isaac, que olhou para o homem uma última vez, passou a mão na frente do cabelo
enquanto respondia:
— Existe uma lei que não conheço sobre a aparência de um Ômega? Não. Como é a
aparência de um Ômega em primeiro lugar? O que é um Ômega para você? Uma pessoa
ou uma coisa que pode rotular da maneira que deseja, apenas porque você é um Alfa?
Novamente, o olhar que eles assumiram era completamente desconhecido. Parece que a
hostilidade piorou tanto que até o ambiente parece diferente.
— Isso é certo.
— Bom então…
— Eu não sei por que Félix se apaixonou por você. É porque é um espécime raro que
precisava pendurar em sua estante?
Isaac parou novamente, embora já tivesse caminhado em direção à saída com a intenção
completa de interromper aquela conversa sem sentido… Foi um comentário que ele lançou
como se estivesse falando sozinho, mas foi ouvido com perfeita clareza na academia.
—… Se está curioso por que Félix se apaixonou por mim, por que você não pergunta
diretamente a ele?
— Não sou tão curioso, é só que estou pensando em como é fácil enganá-lo. — Com um
enorme sorriso no rosto, Lucca falou com muita calma. — Você apenas teve que colocar um
sorriso bonito para ele, não é?
— Não tenho ideia do que você quer me dizer.
Isaac, intrigado, fez uma pergunta direta, exatamente como as palavras que Lucca estava
jogando. No rosto do homem, a zombaria aparece e desaparece tão rápido que Isaac estalou
a língua como se estivesse dizendo: “está fodendo comigo?”
O olhar que ele lançou a Benjamin desapareceu de sua mente e logo encontrou uma nova
razão para odiá-lo.
— Ok, do que você está me acusando?
— De não ser um puto Ômega, mas um mentiroso do caralho. Quero dizer, de repente
aparece com um garoto que é convenientemente o neto e filho dos homens mais importantes
da Itália? É estranho.
— Então a questão é…?
Lucca olhou Isaac nos olhos.
— Me perguntava se você trouxe uma criança comum para fazê-lo parecer o filho
de Félix. Vamos lá, eu não sou o único que pensou nisso! Vodka parece água, mas você
não percebe até provar. Como se vai provar que esse filhote não é parente deles
quando eles o protegem tanto?
— E por que diabos você se importa?
— Para ser sincero, não me importo com quem é ou, o que está fazendo aqui. Água,
vodka, não sei se você se aproximou de Félix por algum motivo ou não.
— Mas?
— Mas se algum de vocês planeja prejudicar o chefe, então já é uma questão
diferente.
Isaac queria dizer para que deixasse de lado aquelas preocupações inúteis e estúpidas,
mas Lucca simplesmente não ouviu. Parecia que tinha uma necessidade horrível de sempre
interromper Isaac.
— Você parece um homem comum e, na verdade, eu sei que Félix não é uma pessoa má.
— Estou feliz que você saiba disso, eu acho.
— Existe outro “mas”. O sentimento que sinto fluindo de você não é muito bom posso
dizer…
Lucca acrescentou isso com muita frieza, então, a conclusão que Isaac chegou foi que, não
importa o que dissesse ou não , ele não iria acreditar. No entanto, Isaac não se importava com
o que pensava dele, então não estava particularmente interessado em tentar convencê-lo.
— Se isso é tudo o que tem a dizer, então sairei. Não consigo encontrar um motivo
real para continuar essa conversa. Isso me aborrece, honestamente.
Foi nesse momento que Isaac deu uma resposta simples e se afastou, que Lucca falou
novamente:
— Apenas me dê uma razão, e prometo que não o tocarei no coração. Não me
importo se você é Ômega ou seu parceiro, não me importo se Félix é seu filho, ou
Benjamin seu neto. O que importa para mim é o chefe, todo o resto é o mesmo que
pedaço de merda.
—…Perdão?
Os olhos de Isaac se estreitaram quando entendeu que ele não estava apenas ameaçando-
o, mas também a sua família. Parecia que esse era o significado do olhar que ele deu a
Benjamin pela manhã. Seja criança ou adulto, neto de Vincenzo ou bisneto… O resultado foi
o mesmo porque ele não se importava…
Que filho da puta!
— Eu não sei com o que você está preocupado, ok? E eu não me importo. Já tive
problemas suficientes na minha vida para começar a me preocupar com você… Mas
lembre-se, isso não significa que eu permanecerei em silêncio. Sou uma pessoa
comum, mas amo minha família, e vou proteger Benjamin de você o tempo todo, se
isso for preciso! E se Félix estiver em risco, bem… É melhor que Félix nunca esteja em
risco. Ou você será o primeiro que eu vou matar.
— Uau, então agora é você quem está me ameaçando?
Isaac engoliu em seco, mas não recuou.
— Espero que você vá bem com o exercício.
Não havia razão para falar mais do que isso, e não havia necessidade de esquentar tanto
a cabeça. Sem olhar para trás, Isaac passou ao lado de Lucca e atravessou todo o equipamento
de exercícios para sair do outro lado. Enquanto isso, o homem estava parado ali. No silêncio
incômodo, Isaac pôde sentir um olhar aterrorizante em suas costas.
Era apenas uma questão de aguentá-lo por mais algumas semanas, apenas mais algumas
semanas. E não era como se encontrassem com frequência de qualquer forma.
Sim, não era… Uma conversa com a qual tivesse que me preocupar.

Vincenzo, que ficará cerca de um mês, passa todo o seu tempo, e gasta toda a sua energia
brincando com Benjamin todos os dias.
Ben às vezes não vai ao jardim de infância, porque ainda tem medo de ficar sozinho em
um local fechado, então eles o levam para visitar todos os famosos parques de diversões da
cidade: O Zoológico de San Diego, que teve uma enorme exposição de pandas, o Wild Animal
Park, que era tão largo quanto um safari, e o Sea World, que é basicamente um enorme
aquário que Benjamin realmente queria visitar porque queria “alimentar as baleias”.
Também foram para o mar em uma balsa. Graças a isso, Noah, que geralmente não queria
sair, teve que engolir todos os seus aborrecimentos porque o garoto não queria ir para lá se
não fosse com ele.
Isaac e Félix às vezes saíam com o garoto e o avô, outras muitas Isaac se dirigia à loja
durante o dia. No entanto, Benjamin sempre parecia um menino absolutamente feliz no final.
Quando chegava em casa, pulava em seus braços, mostrava o que havia comprado para ele e
explicava em detalhes tudo o que havia visto, e tudo o que havia feito em suas excursões. Era
um garoto que fala mais do que o habitual, e também parecia ser um garoto muito mais
enérgico…
Então, desde que ele esteja bem…
O que realmente importa se Isaac odeia todos eles?
Continua…
Capítulo 17 - Encantador

Poderia dizer que, embora Isaac estivesse zangado com a situação atual, também estava
profundamente agradecido a Vincenzo pelos dias do menino serem especiais. Ou seja, ir ao
zoológico era definitivamente muito mais agradável para uma criança do que entrar e sair
de um hospital para aconselhamento psiquiátrico. Ficou claro que ele era agora, um garoto
feliz passando por um momento feliz.
Isaac riu amargamente, olhando para Benjamin dormindo em seus braços:
— Na próxima vez que você quiser brincar, chame o papai antes.
Mas a verdade é que também sente ciúmes e isso pode ser percebido no timbre de sua
voz.
Logo, Isaac beija cuidadosamente as bochechas macias do garoto e o coloca em seu lugar
habitual. Beija a testa de sua mãe, que está pronta para ficar com seu filho novamente, e sai
do quarto, fechando a porta com muito cuidado.
Isaac espreguiçou por momento, e pensou que seria bom ler um livro antes de dormir,
para que pudesse se concentrar em outra coisa… Mas, antes de se aproximar da biblioteca,
Isaac teve que parar abruptamente: Na frente do escritório, a porta estava aberta, a voz
furiosa de Vincenzo podia ser ouvida. Estava gritando.
— Você acha que há algo mais importante para mim agora do que Benjamin!? Pare de
insistir, homem! Não importa o quão preocupado você esteja, acho que não consigo ouvir
mais uma palavra.
A voz era bastante agressiva, então seu acompanhante respondeu apenas: “mas…” em uma
voz bastante pequena.
Tentou chegar um pouco mais perto e espiar através de uma linha na porta, mas só
encontrou a silhueta de um homem que tinha um físico forte e bastante robusto. Foi só
quando também olhou para cima e descobriu que era Lucca, quem conheceu outro dia na
academia.
Não era tão estranho que estivesse ali, mas ele não se sente completamente confortável
com a conversa.
Isaac tentou ser silencioso para se afastar de lá lentamente, colocando um pé atrás do
outro. Não tinha intenção de perturbar sua raiva, então pensou que a melhor coisa que podia
fazer era subir as escadas em silêncio e fingir que nada havia acontecido.
— Os movimentos de Theron são bastante suspeitos.
No entanto, com uma palavra, Isaac parou de andar… Theron. Esse é o nome que não parou
de ouvir quando o avô discutia com Félix.
Tentou deixar seus ouvidos mais sensíveis para ouvir como Vincenzo suspirava.
— Os movimentos de Theron, na Itália. Ele está muito longe de nós, então com o que está
preocupado? Você acha que ele virá? Se tivesse tanta informação, já teria feito alguma coisa.
A voz voltou a soar com bastante irritação, e então até aumentou o volume.
— E Félix pode cuidar bem de si mesmo, quero dizer, é Félix.
Foi nesse momento que Vincenzo, que falava devagar, ficou subitamente silencioso. Como
Isaac, todos haviam testemunhado o som de passos fortes. Tuck, tuck. À direita… Vincenzo,
Lucca e Isaac olharam em volta como se estivessem em guarda, mas mesmo assim não
esconderam a surpresa quando Felix apareceu de repente e sorriu para eles. Isaac olhou para
Felix com um sentimento de surpresa, tanto quanto todo mundo certamente tinha, mas ele
estava mais envergonhado do que qualquer coisa. Afinal, estivera ouvindo a conversa entre
Vincenzo e Lucca sem permissão.
— Ouvi dizer que alguém havia dito meu nome, então vim investigar.
Félix ficou perto do lado direito de Isaac e olhou para Vincenzo e Lucca. Era evidente que
o silêncio havia explodido como uma bomba, porque ninguém disse mais nada.
— É rude ouvir as conversas de outras pessoas.
— A porta estava aberta e é a nossa casa, podemos ouvir o que quisermos.
Quando Vincenzo, que estreitou os olhos, rosnou, Félix olhou para Isaac para perguntar
silenciosamente se estava tudo bem. Isaac então tentou lhe explicar que ele estava indo para
a biblioteca ler e que tudo isso havia acontecido por acidente, mas mesmo antes de abrir a
boca, Félix agarrou sua mão e o levou para o sofá onde Vincenzo estava sentado… Claro, era
muito desconfortável, mas Isaac teve que se sentar ao lado do homem, porque não tinha
escolha.
— Se você quer falar sobre outra pessoa, por que não toma mais cuidado? Ei, não olhe o
Isaac assim. Olhe para mim de qualquer maneira. Sou eu quem está falando.
Assim que se sentou, Félix começou a xingar Vincenzo então ele apenas levantou as
sobrancelhas com um olhar absolutamente pesado.
— Vocês já foram à Disneylândia?
Em seguida, muda rapidamente à discussão para Disneylândia… Um tópico que não
coincidiu com o que estava sendo discutido. De fato, Vincenzo estava olhando para ele como
se tivesse esquecido completamente do que estava falando.
— O quê? Não…
— Benjamin ama o Mickey Mouse o suficiente, mas você nunca o levou para a
Disneylândia? — Você está brincando comigo?
Vincenzo, que agora falava como um homem emocionado. Bateu a mão contra a mesa de
chá até as xícaras tremerem e colidirem. Claro, Félix nem sequer piscou.
— Leva várias horas para chegar a Anaheim daqui. Não é um bairro barato e, além disso,
faz muito calor…
— Aqui também está quente.
— Mas é mais seco lá e podemos sofrer de insolação.
— Essas desculpas são suficientes! Podemos ir à noite se você é tão fresco! Dizem que
mesmo tarde da noite, você também pode obter um bilhete e estar em bom hotel.
Foi uma decisão teimosa e, portanto, foi à decisão final. Félix franziu a testa… Ele melhor
do que ninguém na terra. Conhecia a teimosia de Vincenzo que era difícil de deixar passar.
Portanto, mesmo que não quisessem, era costume fazer exatamente o que ele queria.
O que obviamente dava como resultado, que iriam para a Disneylândia.
No entanto, não importa a aparência de Félix, os olhos de Isaac estão terrivelmente
escuros agora. É claro que mesmo os tipos mais desagradáveis da casa também vão para a
Disneylândia. É claro que, embora Vincenzo tenha varrido todos os parques temáticos com
seus empregados e Benjamin na última semana, a Disneylândia tem um caráter um pouco
diferente.
Primeiro de tudo, é um parque temático importante. Segundo, havia muitas pessoas.
Outros parques temáticos podem não estar tão lotados se você for durante a semana, mas a
Disneylândia é um lugar cheio de turistas 365 dias por ano; portanto, se quiser levar seu
bebê, não terá escolha a não ser dizer sim.
Ele sabia. Mas não quer.
Depois de pensar e pensar, Félix olhou para Isaac novamente. Ele sentou-se
ordenadamente com a boca fechada… Como se estivesse ciente de seus pensamentos e
pedisse a sua opinião, mesmo que não estivessem falando nada um com outro. Ele sabia que
se dissesse não, Félix o apoiaria. Mas então:
— É perigoso! — Lucca falou com uma voz bastante alta, porque ele estava obviamente
insatisfeito. Ele viu Vincenzo como Félix via Isaac, como se não houvesse mais ninguém no
mundo além dele.
— É perigoso. Você não sabe quantas pessoas se reúnem lá.
— Estive em lugares com mais pessoas e nada realmente aconteceu.
— É diferente. Não é um destino turístico mundialmente famoso? Todos os tipos de
pessoas, de todos os lados, se reúnem alí.
— Bem, é normal. Afinal, é o Lugar Mais Feliz da Terra e eu quero mostrar a Benjamin esse
lugar.
— É difícil para nós ficar de guarda!
Vincenzo parecia não ter intenção de perder sua teimosia, mas Lucca também tinha
razão… Afinal, ele era o chefe da segurança, e essa era sua maior responsabilidade.
— Você vê por que eu preciso que você venha conosco, Félix? É um lugar onde as crianças
se reúnem, e se eu não posso ir com meu neto uma vez devido à minha segurança… Então eu
definitivamente prefiro morrer.
Então Vincenzo parece novamente um velho indefeso. Ele fica calado com os braços
cruzados, tão teimosos quanto uma criança fazendo birra. Realmente dá a ilusão de que, se
não for à Disneylândia uma vez com Benjamin, ele morrerá.
— Bem, não vamos. Desculpe, meu marido não se sentiria confortável.
Félix pode não ter percebido ou estava farto disso, porque acabou de dizer o que queria
dizer sem pensar em seus sentimentos. Dessa vez, Vincenzo pegou um vaso decorativo que
estava sobre a mesa e o ergueu no ar como se tivesse toda a intenção de jogá-lo em sua
cabeça. Em vez de fazer isso, porém, ele olhou para Isaac e percebeu que ainda tinha um rosto
absolutamente confuso. Ele sorriu:
— Bem, se você não quiser ir… Vou levar o menino e vou sozinho com ele.
Continua…
Capítulo 18 - Encantador

Vincenzo, que começou a fazer birra novamente, parece ter um dom incrível para dizer
coisas imprudentes na frente de Félix e na frente de Isaac. Afinal, ele era um homem que
nunca recebeu um não como resposta… Ele havia comprado mais três pôneis para o garoto,
pelo amor de Deus! E quem se queixou?
Graças a isso, Félix suspirou e segurou as mãos do marido.
— Isaac, me desculpe… Mas o que você acha se formos com ele? Ele é tão louco que
certamente diz a verdade e vai acabar sequestrando o garoto enquanto estamos na
cama.
Félix, em vez de lutar contra Vincenzo como sempre, perguntou a Isaac da maneira mais
gentil possível… Isaac já pensara que não havia como ele vencer de qualquer maneira.
Ele virou a cabeça e o encarou:
— Não me importo. Porém eu queria levar Benjamin comigo e com meu marido,
mas se o vovô for conosco, acho que será bem divertido. Acho que será uma boa
viagem e vale a pena tentar.
— Você está certo, certamente será divertido.
Ao contrário do que aconteceu alguns segundos atrás, Félix mudou completamente suas
palavras e colocou uma expressão muito mais animada do que antes.
Vincenzo, então, não teve escolha a não ser elogiar Isaac por seus pensamentos positivos
e compreensivos, e por isso ganhou um olhar bastante pesado de Lucca.
— Então, como planejamos fazer uma viagem em família, vou perguntar à avó do
menino se ela também quer vir.
— Oh, isso parece uma boa ideia.
A oferta de levar Jéssica Parker com eles foi mais do que inesperada. Isaac não conseguiu
esconder seus olhos exageradamente arregalados ou a expressão de surpresa, então, por um
instante, apenas se virou e olhou para ele.
— Tem certeza?
— Claro, ou você acha que ela se sente desconfortável viajando conosco? Nesse
caso, você pode dizer a ela que não há problema se recusar o convite.
E, assim como no primeiro dia, Vincenzo havia se transformado no homem incrivelmente
doce e cortês, em vez de sempre ser cruel e infame. Isaac sorriu imediatamente.
— Não. Minha mãe também vai gostar de ir.
— Então eu estou feliz.
Ele deu de ombros e fechou o casaco para cobrir todo o pescoço. Então lentamente
esfregou os dedos sobre os joelhos e, ao liberar todo o ar que tinha dentro do peito, apenas
se virou e sorriu para Isaac.
Uau. Vincenzo teve uma atitude mais solidária do que esperava ver. Talvez fosse comum
ele surpreender a todos. Como quando ele era educado com a mãe ou quando mostrava que
gostava de acordar o garoto beijando-o repetidamente.
Isaac suspirou também. Não gostava completamente de Vincenzo, mas não podia dizer
uma palavra mais dura como se o odiasse também. Pelo contrário, estava sempre pronto
para tentar. Sua personalidade direta, porém gentil, era boa e ao contrário do tom forte que
ele dava quando estava com seu neto, sua atitude amigável fazia com que simpatizasse com
ele. Mesmo que fosse só um pouquinho.
Além disso, havia o fato de que ele se parecia muito com Félix. Não apenas pela aparência
do lado de fora, mas também pelo que são por dentro. Fazer parte da máfia não deve ser fácil,
então entende que eles nunca serão “bons cidadãos”, mas seus olhos, igualmente azuis,
mostraram algo, um imenso afeto oculto.
Ou, era nisso que queria pensar.
— Bom, já que é uma viagem familiar… Lucca. Chame o Noah para que possamos
conversar com ele também. Ele precisa de mais sol ou vai acabar mofando. Além disso,
com certeza vai adorar a ideia de ir, não é?
Quando Isaac, que estava muito concentrado em seus próprios pensamentos, prestou
atenção ao que Vincenzo havia dito dessa vez, sua primeira reação honesta foi abrir a boca
quase completamente. Ele estava firmemente focado na ideia de uma viagem em família, será
que já haviam planejado isso com antecedência?
—… Noah? — No entanto, Félix levantou uma sobrancelha ao ponto em que parecia um
pouco doloroso. — O carro já está cheio, não acha? Quero dizer… Jéssica Parker está
bem, mas, Noah? Não consigo imaginar Noah na Disney. Você sabe como ele é. Por
Deus! Ele carrega o laptop o tempo todo e vai querer entrar no sistema central para…
Eu não sei… Controlar a montanha-russa até que ela exploda! Ele ficará atordoado o
tempo todo, e não quero carregar um hacker de classe mundial e um ex-capitão da
marinha que certamente dirá coisas como “coitadinho, não fale assim com ele” por um
dia inteiro… Sem ofensas, querido.
A testa de Félix está toda enrugada, e se isso tudo for combinado com sua forte capacidade
de exagerar, o show perfeito será montado.
— Bem… Ele é da família.
— Droga. O que aconteceu com Noah no zoológico, Isaac? Ele parou de andar, se
jogou no chão e começou a dizer “me mate, está tão quente”!
Apesar disso, a opinião de Vincenzo permaneceu firme.
— O garoto gosta de estar com ele.
— Sim, mas sou eu quem terá que arrastá-lo para todos os lugares.
— Huh? Onde? Quem você vai arrastar?
Foi então que uma voz jovem inesperada soou por trás, então agora a atenção de todos se
concentrou nessa direção… Noah imediatamente entrou pela porta e, além disso, Tony e Jack
estavam logo atrás dele, então os números de pessoas reunidas na sala aumentou
dramaticamente de um momento para o outro, e tudo para organizar uma viagem em família
à Disneylândia para Benjamin!
Isaac, que estava ouvindo os tópicos do debate e olhando para os personagens que não
podiam ser mais estranhos, de repente começou a rir.
— Você não pode vir, ninguém te ama.
— O que está acontecendo?! Deixe-me saber primeiro para que eu possa brigar com
você à vontade!
Noah forçou e sentou-se entre Vincenzo e Isaac.
— Enfim… Caralhooo, por que aqui fede tanto a Alfa? Eu não consigo respirar,
realmente… Uau, eu preciso abrir uma janela ou talvez borrifar um pouco de spray no
ar.
Noah cobriu o nariz com a camisa e começou a acenar com a mão na frente do rosto, como
se realmente não pudesse suportar o mau cheiro. Isaac observou que, de fato, todos aqueles
que estavam lá (e aqueles que iam com eles) eram Alfas. Alfa, Alfa, com isso já havia dois Alfas
dominantes, três Alfas recessivos, um Beta e dois Ômegas junto com um bebê… Ele realmente
não sentiu nada, mas Noah era um Ômega que parecia indefeso o suficiente para suportar.
Alto, delicado, com um corpo esbelto e com aquele cabelo tão comprido e vermelho que
definitivamente o fazia parecer uma bela flor selvagem. Inconscientemente, Isaac pensou que
essa era a imagem típica de um Ômega. Exatamente o que Lucca havia dito quando o
conheceu.
De repente, um grito agudo o trouxe de volta à realidade:
— Mamma mia! Disney? Todos estão indo para a Disneylândia? Sério? É legal!
Adoro! Quero muito ir! Posso ir né? Uau? Uau, meu avô é o melhor quem pensaria que
você organizaria algo assim?
Noah, cujo rosto ficou todo vermelho, gritou e começou a pular por todo o lugar. Uma a
reação que se esperaria de alguém como ele. Vincenzo, que estava olhando para ele o tempo
todo, disse algo como “Pare de se mexer, droga!” Mas foi inútil.
Disneylândia! Woah! Noah já tinha deixado sua mente correr muito mais do que o
necessário.
— E por que você quer ir se não tem resistência para nada? Vai deitar no chão
esperando o Mickey Mouse passar por cima de você? — Félix, sentado de pernas
cruzadas, olhou arrogantemente para Noah antes de começar a sacudir a cabeça. — Seria
melhor se você só se contentasse com uma foto do parque.
Noah levantou-se e arregalou os olhos enquanto gritava:
— Cale a boca, seu maldito filho da puta! Como se atreve a pisar nos sonhos de outra
pessoa? Minha fantasia sempre foi ir com o Benjamin para a Disney! Estou esperando
ir com ele desde que soube que ele gostava, então você não tem o direito de se
intrometer!
Noah, A bela flor silvestre, gritou em voz alta um monte de palavrões que Isaac nem sabia
que existia, mas isso deve ter sido muito forte já que fizeram Félix tapar a boca como se ele
estivesse realmente indignado. A briga só diminuiu quando Vincenzo falou novamente.
— Esses animais não mudaram nada, estão brigando desde que Noah tinha apenas
cinco anos, imagine isso. Que grande castigo.
Como se estivesse cansado de vê-los fazer o mesmo de sempre, Vincenzo só tirou um
cigarro do maço que tinha no bolso do seu peito.
— Chefe, eu tenho algo a lhe dizer.
A voz baixa de Lucca surgiu através de uma atmosfera um pouco dura. Seu olhar
endureceu, como se ele quisesse encontrar uma maneira de relatar algo muito importante…
Vincenzo, olhando para ele, levantou a mão, acendeu o cigarro e começou a dar uma tragada
profunda.
Não importa o quanto o purificador de ar funcione, fumar um cigarro dentro de casa faz
parecer que toda a fumaça está se espalhando por todos os espaços da mansão.
Félix já havia lhe dito que ele fumava demais. No entanto, desde a primeira noite em que
veio aqui, e eles foram ao estúdio conversar sobre Theron… Isaac nunca mais o viu fazer isso
de novo.
Isso significa que ele está realmente preocupado com algo no momento.
Continua…
Capítulo 19 - Encantador

Embora Vincenzo tivesse prometido parar de fumar, aparentemente achou que era bom
voltar a fazê-lo, desde que Benjamin não estivesse presente. Além disso, seus empregados
também tiveram que parar. O que era “parte do acordo” em primeiro lugar.
De qualquer forma, se voltarmos ao tópico principal, Lucca é quem parece mais
insatisfeito com todas essas mudanças.
O rosto do homem encarou Vincenzo com os lábios em uma linha reta. Antes de falar, ele
suspirou com todas as suas forças e repetiu:
— É perigoso.
Sua opinião era extremamente simples. No entanto, essa palavra curta e concisa também
consegue formar um silêncio constrangedor por toda a sala de reunião.
— Perigoso? Você acha que estamos indo para onde exatamente? Um bar? Vou ver
o Mickey Mouse com meus netos. O que é perigoso? Mickey atirando luvas? Aquela
bruxa dos anões jogando uma maçã envenenada? Ui, que assustador.
Vincenzo refutou amargamente, mas Lucca parecia ter pensado em detalhes sobre a
situação à frente. Ele abriu seu discurso sem nenhuma mudança no rosto:
— Embora existam guardas na Disneylândia, ninguém pode ter certeza do que
acontecerá quando estiverem lá. Também não sabemos o que acontecerá no caminho
de ida ou de volta.
— Estamos indo e vindo o tempo todo.
— Mas até agora eram apenas o chefe e Benjamin. Às vezes Isaac com Félix e Noah,
um dia, mas não mais. O número de pessoas nunca aumentou. Desta vez é muito
diferente. Sra. Parker e Noah, Isaac e Félix, Benjamin, todos em um lugar tão grande.
O que acontece se alguém se separar? Mesmo se aumentarmos o número de guarda-
costas, é muita responsabilidade e eu não posso carregá-la.
Vincenzo franziu o cenho para a língua afiada dele, depois levantou a mão para silenciar a
conversa.
Félix, que estava ouvindo, tinha um rosto interessante e Noah, que estava encostado no
sofá, só revirou os olhos antes de começar a rir quando ouviu Isaac dizer:
— E quem precisa de sua proteção? — Com uma voz alta e dura.
Naquele momento, o olhar frio de Lucca, olhando para Vincenzo, voou imediatamente em
sua direção.
Isaac encolheu os ombros. Ele concordou com a ideia de Vincenzo de ir todos juntos para
a Disneylândia. Apesar da objeção inicial, Félix imediatamente mudou de ideia e estava
pronto para aceitá-la de braços abertos. Graças a ele! Vincenzo era um pouco mais sociável.
Tão animado para fazer grandes planos e reuni-los todos. Dito isto, não havia razão para ser
tão confrontado por Lucca, Aliás… Não havia razão nenhuma para sentir-se tão
confrontado por Lucca.
Estava olhando para ele, como se estivesse olhando a própria fonte do desastre.
Isaac suportou o olhar de Lucca, respirou fundo e continuou:
— Só estou dizendo que posso cuidar da minha própria segurança. Não há
necessidade de aumentar o número ou fazer você carregar uma carga enorme.
Quando Isaac começou a falar, embora estivesse quieto, chamou a atenção de todos.
— Olha… A Disneylândia tem segurança por si só, então isso é uma vantagem. Você
terá menos ameaças do que pode encontrar em qualquer outro lugar. O guarda-costas
de Félix sempre é o Tony, então ele deve continuar sendo. Ele tem as habilidades para
protegê-lo.
— E?
— Jack pode ser o guarda-costas de Noah e eu vou ficar com minha mãe e Benjamin.
Acho que seria suficiente ter mais dois guarda-costas que pudessem olhar para longe
da rua e mais dois em algum ponto alto.

— É melhor que você se encarregue de Vincenzo por completo, certo? Pegue dois
homens também. Porque o primeiro movimento óbvio é que vão atacar você
diretamente, de cima ou no primeiro local desocupado que vão te encontrar de modo
que, devem pensar que você está em perigo. Mesmo quando nada acontece. Mas ei, já
vi você em movimento e, acredite. Isso não é motivo suficiente para entrar com uma
metralhadora no modo de guerra. Ao menos que esteja louco, deveria começar a usar
armas de curto alcance.
No entanto, embora a sugestão de Isaac já tivesse terminado. Ninguém parece ousar falar.
A sala estava silenciosa, mas Félix e Noah, Tony e Jack, assentiram como se estivessem
absolutamente convencidos com a ideia. O rosto de Vincenzo estava em branco e Lucca
estava olhando para ele como se realmente quisesse provocá-lo.
— Bem, eu não concordo. Você disse que protegeria a Sra. Parker e Benjamin,
sério? Um Ômega?
— Sim.
Isaac respondeu sem hesitar, mas Lucca, que parecia bastante desconfortável e chateado,
olhou para Isaac com um rosto mais do que desagradável.
— Acho que é mais fácil falar do que fazer. Não é o suficiente e você, quem vai
protegê-lo?
— Eu mesmo.
— Não diga coisas estúpidas! Nem sei o que você faz. Você é um Ômega
malditamente recessivo e viveu a vida toda fazendo não sei o que, não sei quem você
é ou o que acha que sabe… Então, não venha aqui me dar ordens?
— Lucca, cale a boca. Você é apenas um convidado e parece esquecer que Isaac é
meu marido. É conveniente para você não dizer palavras inadequadas na frente dele
e na minha presença e manter sua cortesia… Ou então, terei que encontrar outro
guarda-costas para meu avô.
Félix, que estava ouvindo Lucca, não tolerava mais e mostrava um rosto realmente
irritado. À medida que os feromônios de Félix se espalhavam, o suor de suas articulações se
tornava cada vez mais evidente, então Isaac imediatamente entendeu que se soltasse a sua
mão, ele se levantaria e começaria a resolver a situação, como ele sabia — brigando.
Isaac ainda estava olhando para Lucca, mas ele não conseguia tirar os olhos de Félix. Era
como se o marido estivesse esperando apenas mais uma palavra, apenas um movimento
errado para se jogar contra ele… Isaac não queria que um acidente acontecesse.
— Chega, também não vamos começar a nos matar apenas por isso.
— Então, que tal isso? Vamos lutar. Você e eu. Sem nada, apenas com nossas mãos.
Era uma oferta inesperada, então todos que olharam para ele arregalaram os olhos um
par de cada vez… Exceto, é claro, Isaac, cuja expressão era tão difícil de decifrar que ninguém
sabia ao certo se ele entendeu ou não.
— Quando você me derrubar, se conseguir, eu vou confiar em você. Caso
contrário… Acho que minha recompensa será ver você me pedir para parar.
No final, chegou o momento em que Félix parecia muito zangado e tentou se levantar
novamente. Isaac o abraçou com força e até teve o luxo de repreendê-lo. Ele estava
completamente carrancudo.
— Você vai nós deixar em paz quando terminar no chão?
— Claro. — Lucca respondeu brevemente, olhando para Isaac.
— Então farei isso.
E desta vez, a resposta que ninguém esperava veio imediatamente dos lábios de Isaac. Era
natural que as mandíbulas daqueles que os observavam caíssem quase no chão. Eles ouviram
algo que nunca pensaram em ouvir! Noah piscou e Jack enfiou um dedo no ouvido, como se
estivesse convencido de que tinha ouvido mal.
— Você é louco. Sabe disso, certo? Você não tem chance.
— Como eu disse, fiz alguns exercícios antes.
— Você quer fazer isso no jardim? Eu não quero quebrar a mesa com as suas costas.
— Eu não acho que possa me levantar, mesmo se tentar.
Isaac, que estava ouvindo as palavras de Lucca, franziu a testa e respondeu como se
estivesse provocando. O homem o empurrou com força e cuspiu.
— Você vai se arrepender.
Mas Isaac sorriu e depois se levantou, olhando as costas firmes do homem que andava
como um animal furioso. Jogando tudo e até batendo as portas.
— Isaac, você está falando sério, meu amor?
Félix segurou Isaac com urgência mesmo antes que pudesse fazer outro movimento.
Levantou seu rosto e o olhou, que parecia inseguro porque ele não era de brigar só porque
quer.
Isaac aceitou o confronto sem hesitar e talvez não fosse inteiramente bom que ele
estivesse confiante o suficiente para pensar que venceria, mas ainda deu de ombros e
respondeu:
— É sério.
Isaac, que gentilmente removeu a mão de Félix, desapareceu da sala, com o rosto duro.
— Você não deveria detê-lo? — O primeiro a falar, mesmo no silêncio constrangedor,
foi Vincenzo. — Quero dizer, ele vai lutar com o meu melhor homem.
— Eu… Se eu tivesse que escolher o vencedor entre aqueles com o espírito mais
profundo, eu escolheria Isaac.
Em resposta à essa pergunta, Félix falou com bastante decência. Mas se ele gostou ou não
da resposta, Vincenzo não disse. Ele apenas enrugou o rosto.
— O que devo dizer ao garoto quando ele perguntar sobre seu pai está
hospitalizado.
— Deus, não comece.
— Vocês não conhecem o Lucca! Mesmo que o garoto Ômega seja ultra talentoso,
parece impossível! Ninguém na organização pode derrotar Lucca!
— Isaac não é da organização.
Vincenzo estava inquieto, mas infelizmente ninguém o ouviu.
— É isso aí, Alfa estúpido! Ei, foda-se! Você me ouviu? Vá se fuder com suas palavras
estúpidas sobre os Ômegas! Porque Rambo é louco! Realmente louco!
Foi Noah quem quebrou o ar pela segunda vez. Está gritando e rindo muito
escandalosamente. Como se isso parecesse extremamente engraçado para ele.
Ele tentou correr para o jardim e, embora já fosse muito tarde, graças a Lucca, agora ele
tinha energia suficiente para ficar de pé a noite toda. Estava aplaudindo. No entanto, foi Félix
quem parou os passos impacientes de Noah, mesmo que o garoto estivesse tentando correr.
A voz do Alfa foi ouvida por trás. Uma voz lançando uma oferta secreta a Vincenzo.
— Vovô, acho que será uma visão muito interessante, mas que logo terminará. —
Os olhos de Félix, que estavam olhando para Vincenzo com as mãos no bolso, pareciam sorrir
com muita zombaria. Embora, é claro, sua boca não o fizesse. No entanto, Vincenzo não sabia
o significado e não se importava. Ele franziu a testa. — Vamos apostar. Eu digo, vamos ver
alguns coágulos de sangue cair junto com o completo orgulho de Lucca. Vovô, o que
você diz?
Continua…
Capítulo 20 - O jogo da verdade

— Vamos apostar. Eu digo, vamos ver alguns coágulos de sangue cair com completo
orgulho de Lucca. Vovô, o que me diz?
Vincenzo respondeu quase imediatamente:
— Lucca é meu orgulho! Dizer que ele vai perder não faz sentido.
— Então não quer apostar?
— Ninguém pode vencer Lucca, entenda! Estou tentando imaginar como isso é possível, e
a verdade é que não consigo.
— Então não quer apostar?
— Caralho, é sério?!
O rosto de Vincenzo fica distorcido quando tira uma nota de $100 da carteira. Ele reclama,
insulta e coloca o dinheiro na palma das mãos de Félix de tal maneira que ele consegue emitir
um som enorme.
— O que é isso? O orgulho do meu avô vale apenas $100 dólares? Que decepção.
Félix, olhando para a nota na palma da mão, murmura com uma expressão que grita que
não acha divertido. Mais uma vez Vincenzo reclamou: “É demais!”. Mas Félix fingiu não ouvir
e tirou a carteira do bolso da calça. Ele pegou um punhado de notas, centenas de notas de
dólar e disse.
— Eu aposto mil dólares no meu marido.
— Huh…
— Mas eu respeito seus cem dólares… Porque por dentro você sabe muito bem que isso
já tem um nome escrito no topo. E não é do seu homem.
Vincenzo, que estava olhando para Félix, que sorriu e coçou o rosto, disse que estava
completamente louco. Ele abriu a carteira novamente.
— Está bem.
Desta vez, colocou um monte de notas em suas mãos, muito mais do que os $1.000
oferecidos por Félix.
— Sei que não será assim, mas se Lucca perder, devolva todo o dinheiro imediatamente.
Lembre-se de que sou seu avô.
Félix começou a rir enquanto revia o dinheiro que havia lhe dado. Era tanto que seus olhos
brilhavam como uma estrela poderosa no escuro…
Noah, que observou atentamente o dinheiro ir e vir e depois empilhar um pacote enorme,
começou a gritar repetidas vezes:
— Eu também! Aposto mil dólares também! Eu não tenho dinheiro agora, então é
uma aposta verbal, ok? Ah, eu aposto no Isaac.
Vincenzo, impressionado com o comportamento desagradável de seus netos, aceitou a
“aposta verbal” de Noah e, assim, Tony e Jack, que também queriam participar da atividade
familiar, levantaram as mãos ao mesmo tempo.
— Também apostamos. Temos 500 cada um, mas, por favor, vamos combinar de igualar
a aposta. Também estamos com Isaac.
— Essas crianças! Eu entendo que ele é o marido, mas por que estão jogando tantas flores
nele? Eu não acho que ele é tão… Impressionante ou sobre-humano.
— Você está assustado, não é mesmo, vovô? Deus, você não conhece meus planos para
esse dinheiro. Tantos e tantos.
— Chefe, nós precisamos de um bônus.
— Eu também preciso!
Noah estava barulhento, mas Jack e Tony pareciam muito mais. Todos estavam ansiosos
por jogar, porque obviamente sabiam muito mais do que Vincenzo. O homem suspirou e não
teve escolha senão superar seu desconforto:
— Existe alguma habilidade oculta em Isaac?
Os quatro, incluindo Félix, começaram a olhá-lo de cima a baixo. Suspeitando que estivesse
tentando enganá-lo.
— Não existe tal coisa.
— Oh, vovô! Contei tudo sobre o passado dele. O que mais você precisa saber, além disso?
— Sentimos que é provável que Isaac vença.
— Claro, um palpite.
Então Vincenzo se incomodou novamente:
— Bem, Lucca é o melhor aluno que já tive em anos. Ele acordava muito cedo e era o último
a sair. Seu corpo é bastante resistente, e quero dizer absolutamente sério, nunca o vi sendo
empurrado ao solo por ninguém. Ômega, Alfa ou Beta… Além disso…
— Bem, acho que vai começar! Não quero perder nada.
A longa explicação de Vincenzo, que enfatizou o quão grande era Lucca, foi completamente
ignorada por todos eles. Ninguém parece se importar com a carreira de Lucca, muito menos
quando está lutando com Isaac.
Como se fossem crianças novamente, Vincenzo viu os netos correrem pelo jardim.
Gritando até causar um grande ruído também dentro da sala.
O homem, que olhou para eles à distância, desaparecendo como se tivesse ocorrido uma
emergência, teve que andar mais rápido para recuperar o atraso e fazer parte do jogo em que
gastou seu dinheiro. Talvez isso tenha sido ridículo, mas… Só de ver Isaac, parado em silêncio,
como se estivesse esperando por ele, a confiança de Vincenzo em Lucca acabou completamente
destruída.

— Se você está muito nervoso, deveria sair.

— Vamos lá, nós dois sabemos que você não quer fazer. É apenas o seu desejo desesperado
de pertencer a algum lugar.
Lucca falou, no meio do jardim, onde havia apenas a brisa fresca que é comum nas noites
de setembro…
Isaac observa atentamente enquanto Lucca dobra as mangas da camisa para ajustá-las no
antebraço. No escuro, sob as brilhantes luzes amarelas, as sombras desaparecem e fazem
com que cada um de seus músculos se destaque perfeitamente. Sabia que ele possuía um
corpo rígido e bem treinado, mas quando viu o grosso bíceps coberto de massa e a maneira
como pareciam grudar elasticamente em cada um de seus ossos, ele começou a ficar um
pouco mais ansioso do que o normal.
Isaac inclinou o pescoço para o lado.
— E como isso funciona? Se o seu Alfa nos disser para parar, devo ouvir e parar?
Enquanto tentava relaxar os músculos, Lucca, que cerrava o punho para começar a se
mover devagar em sua direção, franziu o cenho e fez uma pergunta que tinha toda a intenção
de ouvir como uma piada. Era um rosto forte, mas com emoções à flor da pele…
Lucca sabe que, mesmo que não pareça um Ômega, todos se movem na mesma melodia.
Além disso, pode ser uma vantagem que este seja precisamente o “Ômega de Félix”.
A briga ainda não havia começado, embora Lucca fosse claramente um homem que
gostava de balançar o punho no ar de vez em quando. Agora ele apenas finge ser paciente e
mantém uma atitude de cavalheiro. Alguém que fica longe da violência… No entanto, Vincenzo
sabe que quando a luta começar e sentir o cheiro do suor do oponente, se tornará um cão de
batalha e revelará a todos o quão brutal sua existência pode ser.
Lucca é maravilhoso… Mas ninguém sabe.
Vincenzo gosta de seu espírito de luta, que é cruel. Talvez seja porque a violência do
homem fosse algo que pudesse ser completamente escondido até que chegasse a hora
perfeita para explodi-la. De fato, se movia como um homem que não se importava nem um
pouco com os atos malignos que podiam ser carregados nas costas para agradá-lo. Era um
dos mais próximos dele e, por esse motivo, também era conhecido publicamente como seu
braço direito.
Lucca é geralmente calmo e sério, mas também estava destinado a sobreviver a uma luta.
Qualquer briga.
Isaac também enrolou a camisa, dos dois braços.
— Não. Certamente Félix vai nos parar quando sentir que estou me excedendo… Ele é
assim.
Uma voz forte, que parecia e soava como um ferrão. Soou completamente no jardim quase
vazio.
— Última chance de ir.
Foi no momento em que Lucca apertou o punho e entrou em uma posição defensiva que
a porta francesa que ligava o jardim a sala de estar se abriu. Vincenzo, Noah, Jack e Tony estão
sentados na cadeira principal e, inevitavelmente, os olhos de Isaac começam a se mover em
busca de Félix…
Ele estava lá, contra a parede, braços cruzados sobre o peito.
— Você pode se dar ao luxo de desviar o olhar nessa situação?
E então…
Baque!. Isaac franziu a testa quando sentiu o tremendo impacto de um punho contra seu
rosto…
Não importava que não tivessem estabelecido regras, não esperava que ele se apressasse
agressivamente e o culparia por desviar o olhar.
— O que houve!? Você não estava decidido a me mostrar que não era como todos
os outros putos Ômegas ? E olhe para você! Tão malditamente sensível!
Foi um golpe forte e direto no nariz, então o sangue começou a escorrer imediatamente…
O corpo de Lucca, a visão de Félix e outras coisas, desapareceram de sua vista em um
momento. Só restava, o som do vento soprando em seu ouvido, as batidas do seu coração e
sua incrível fúria.
Logo, porém, esse som também desapareceu.
Continua…
Capítulo 21 - O jogo da verdade

Tuck, tuck, os punhos de Lucca soaram contra seus braços e seus chutes chocavam
repetidamente contra suas pernas…
Embora fossem movimentos defensivos, a dor pulsante de seus punhos se espalhou em
todas as direções e quase ao mesmo tempo.
Tudo estava bem no começo, mas quando fecha os punhos e sente os terríveis golpes,
movendo-se pelo abdômen e pelos braços, se esquece tudo e só, desperta seu instinto.
A violência estava aumentando e o sangue começou a ferver e ferver até finalmente Isaac
percebe que estava sorrindo. Deus, sua cabeça estava tão tonta.
Baque!
Lucca, quando apenas levantou o braço esquerdo, recebeu um chute tão poderoso no
rosto que a fez engolir com dificuldade e começar a gemer, mesmo que estivesse em silêncio.
Ele começou a recuar na tentativa de pensar em seu próximo passo, mas assim que virou o
corpo para a direita, teve que começar a se cobrir novamente e se concentrar apenas em
evitar os socos. Não pode atacar, nem uma vez.
Pensou que iria começar com uma combinação estranha e isso não seria grande coisa. No
entanto, com o passar tempo, tornou-se estranhamente difícil. Uau, nem sequer consegue
mais respirar.
Levanta ambos os punhos e se coloca completamente na posição básica de boxe… Sempre
que pensa que conseguiu acertá-lo corretamente, descobre que não é assim. Pois Isaac já
virou o corpo para evitar o ataque ou já está novamente se defendendo com tudo o que tem.
Ele identifica com precisão seus ataques e os impede, executando ações mínimas. No entanto,
não parece que esteja planejando acertá-lo imediatamente… Ele se move, como se estivesse
medindo suas habilidades e destreza para acabar com ele. O estava lendo…
Foi então que começou a se sentir um pouco estranho.
Seu olhar parece bastante penetrante. A pupila negra, que brilha claramente no escuro,
parecia tão entorpecida quanto um pedaço de carvão. Embora fosse raro vê-lo expressar seus
sentimentos, não mente quando diz que parece estar olhando diretamente para um abismo.
Parece… Arrepiante.
Inconscientemente, dá um passo para trás.
Lucca, que conseguiu se afastar, queria esquecer aquela sensação estranha que havia
subido ao longo de suas costas, então teve que tentar apressar a luta.
Corria o boato de que ele era um Alfa tão dominante que poucos ousaram se chamar
abertamente de “Inimigos”. Quando começava a atacar, ele não liberava seu rival por nada no
mundo, então eles também o apelidaram de “O Cão”… Mas para uma pessoa Tão dedicado
como era, ser empurrado por um Ômega era simplesmente ridículo. Também era algo que o
orgulho não permitia.
— Desgraçado!
No entanto, Lucca, que estava muito agitado, até esqueceu que ele era um Ômega e que
também era o companheiro de Félix. Ele cuspiu um monte de palavras abusivas e moveu seu
punho ensanguentado novamente.
Lucca conhecia artes marciais e jiu-jitsu. Seu ataque foi rápido e forte e de todas as
maneiras, recebeu um chute tão terrível que sentiu como se tivesse quebrado o tornozelo.
Tuck, Tuck, era um som contínuo, mas alto e ressonante. Um som de ataque real.
A luta de Lucca tornou-se cada vez mais desesperada. Gotas de suor caíam da ponta do
queixo e a respiração que ele exalava repetidamente fez seu coração bater até o ponto de
loucura.
— Filho da puta!!!
Foi então que Isaac começou a recuar, aparentemente ocupado por uma série de ataques
intensos patrocinados por Lucca. Isaac, que estava evitando um soco aqui e ali, parecia hesitar
por um momento, e mesmo assim Lucca nunca perdeu o foco. Levantou a perna muito alto e
depois o atingiu sob a nuca… Isaac recua novamente e dá um gemido baixo o suficiente que
motivou Lucca a pular em cima dele. Estava pensando em chutar o queixo dele, então Lucca
levantou a perna muito alto e, antes de fazer qualquer coisa, Isaac se virou para o lado para
evitar o ataque.
É um fracasso de novo?
Lucca, que estava procurando um ataque que pudesse causar uma condição crítica,
começou a cerrar os dentes com força. Isaac, distanciado, lentamente esticou as costas e
levantou os braços como se esperasse que viesse a ele para se defender novamente… Era
uma postura ameaçadora, mas, mais do que isso, era o fato de que sua pupila negra estava se
tornando muito estranha. Mais uma vez, quando pensou que parecia um abismo que o
engolia, um calafrio subiu e se estabeleceu na base do seu peito. Ao mesmo tempo, o contra-
ataque de Isaac começou… Ele sabia sobre táticas marciais militares destinadas a matar, não
a confrontar. Uma arte que usa técnicas para subjugar o inimigo e diminuir suas defesas.
Perigoso, é claro. Mas agora estava irritado o suficiente para sequer pensar nisso.
Lucca engoliu em seco. O suor frio fluía como um rio pequeno e, embora tentasse detê-lo
de alguma forma, nada do que fazia parecia ser suficiente para parar Isaac, que também havia
mudado de espírito. Ao mesmo tempo, é claro, havia um pressentimento sombrio quando
um ‘Trash’ foi ouvido, um osso quebrando sob seus dedos.
Não fazia muito tempo e já havia dobrado o braço em uma posição horrível! Lucca abaixou
as costas e caiu… Não conseguia mexer nem gritar, porque a náusea disparou tão rápido que
seus olhos se fecharam. Estava vendo tudo branco e depois preto, e então Isaac puxou o braço
um pouco mais e pressionou-o contra as costas para virá-lo de bruços.
Lucca tentou se concentrar nas pernas para se levantar e fazer outro movimento
defensivo, mas quando se arrastou um pouco para cima, um joelho grosso e forte bateu
imediatamente em seu queixo até que sua cabeça formigou também…
Maldição, seus olhos estão arregalados, mas sente que não consegue ver mais nada. Pelo
contrário, estava… Com muito sono. É devido a dor excessiva? Havia até a ilusão de que o
tempo havia parado.
Não tinha notado que o estava sufocando até que, num piscar de olhos, sua boca se encheu
com o gosto ruim de sangue, e logo começou a vomitar… Ou tentar fazê-lo. Ele o apertava
com tanta força que sentiu que o estava forçando a engolir tudo…
Isaac colocou os braços em volta do seu pescoço, apertando e apertando e apertando até
Lucca parecer parar de respirar.
— Isaac!!!
Alguém o chamou com urgência e muitas outras vozes disseram coisas como: “Pare-o!” ,
“Diga que é suficiente!”
Mas o pescoço ainda é apertado até que se inclina para o lado. Creak.
Lucca não pode pedir ajuda.
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— Isaac.
O corpo do homem caiu no chão como um pedaço de papel. Isaac exala.
Viu ao homem a seus pés… Então se virou lentamente e olhou para as mãos vazias. Suas
mãos manchadas de sangue que havia estado no pescoço de Lucca.
O que aconteceu exatamente?
Só queria que sentisse muita dor, como é que ele acabou desmaiando?
— Isaac.
Isaac olha para Lucca. Olha para seu rosto coberto de sangue e vômito. Logo tomou uma
respiração longa e profunda.
Lutar é uma coisa perigosa a partir do momento em que você percebe sua própria natureza.
Estava planejando se abster ao lidar com ele, mas quando o acertou de um lado e esticou a
perna, ele simplesmente perdeu a cabeça. Foi por causa da intensa dor que se espalhou em
seu rosto depois de um longo tempo. Foi porque se sentiu rebaixado ou… Talvez, também
porque estava em uma vida excessivamente calorosa. Com um garoto lindo e um marido que
ficava dizendo que o amava. Pode ser que a vida cotidiana seja entediante sem saber. Talvez
estivesse esperando por essa luta emocionante há muito tempo e isso seja apenas uma
desculpa para fazê-lo.
Então, também se perguntou se era fácil perder a cabeça e lutar sinceramente após o
menor toque.
Muitos de seus ex-companheiros especiais não conseguiram suportar a vida cotidiana e
voltaram ao campo de batalha em poucos meses ou se tornaram mercenários. Isso poderia
acontecer… Isso estava acontecendo com ele? Ele estava ficando louco? De repente, a situação
foi suficiente para colocar Isaac em pânico.
— Isaac Prixel!
Só então Isaac acordou e olhou para Félix, que o segurava pelos ombros. Seus olhos
tremem sem saber… Sentia-se como uma criança que havia feito algo errado e agora estava
sendo punido por seu pai.
— Eu… Acho que exagerei um pouco
Felizmente, sua voz era calma, mas a ansiedade e o medo que sentia agora se refletiam
completamente em sua expressão.
O próprio Isaac sabia melhor do que ninguém.
Continua…
Capítulo 22 - O jogo da verdade

— Sinto muito, Félix. Eu não…


— Não, do que você está falando? Foi aquele cara que começou primeiro e você só
respondeu. Não fez nada errado. Absolutamente nada.
—… Foi uma resposta excessiva.
— Se não, teria machucado você. Olhe para mim. É muito melhor você que tenha feito isso.
Ninguém mais importa, certo? Só você.
Félix acariciou o seu rosto e disse que não havia motivo para ficar tão ansioso, e que tinha
feito muito bem. Então, somente o perguntou se algo estava doendo e o pediu para abrir e
fechar os dedos. Agarrou o braço de Isaac para revisá-lo em detalhes… Havia visto como esse
membro se tornava uma arma mortal, e agora estava preocupado que também tivesse
fraturado. Não que Isaac fosse culpado, mas era verdade que sua reação foi exagerada e que
poderia tê-lo matado se esperasse mais alguns segundos.
Isaac olhou para ele por um momento e depois pareceu prestes a chorar. Quase matou um
homem em sua casa. Nunca esteve em perigo e sua vida não estava realmente em risco, então
deveria ter parado. Nem sequer lembrava do que havia acontecido! Na verdade, quanto mais
pensava sobre isso — mais acreditava que estava ficando louco — então ele apertou o punho
para esconder seus dedos trêmulos e sujos de sangue, e depois mordeu o lábio. Seu rosto
está completamente pálido, parecia um paciente que precisava de estabilidade.
— Félix… Não sei o que há de errado comigo. Não lembro de nada…
Reconhecendo a condição de Isaac, Félix começou a acariciar seus ombros lentamente de
cima, para baixo e depois apenas o abraçou. Essa situação é estranha e na realidade não está
gostando muito… Quando abraçou a Isaac e ele murmurou o quão mal se sentia, acabou se
movendo para a mansão junto com ele.
— Está tudo bem, está tudo bem. Prometo ligar para a médica de Benjamin de manhã e
perguntar o que podemos fazer sobre isso, ok?
— Sim…
Vincenzo, que olhava para eles sem colocar nenhum sinal de expressão no rosto,
rapidamente se aproximou e gritou:
— Você! É…!
— Vovô, conversaremos mais tarde, certo? Agora não é o momento.
No entanto, Félix o deteve com aquela voz que parecia tão afiada quanto uma faca de carne
e só levou Isaac em direção à escada… Enquanto o arrasta, Isaac ainda parece tão perdido
que Vincenzo não pode deixar de olhá-lo em detalhes. No entanto, isso foi tudo. O homem
nem sequer o olhou ou abaixou a cabeça para ele, como fazia quando estava se despedindo.
Ele parecia nervoso e assustado, e a verdade é que isso também era muito interessante.
As costas de Félix ficaram menores à distância, mas Vincenzo notou como se inclinava
sobre ele para carregá-lo de volta em seus braços com o estilo “Meu marido é uma pequena
mulher indefesa” que tanto odiava…
— Uma mulher indefesa?
Enquanto falava para si mesmo, percebeu que os três homens restantes pareciam estar
possuídos por um fantasma. Olhando para a frente e com a boca completamente aberta.
Depois do que aconteceu, Tony telefonou imediatamente para a equipe médica da família,
e agora eles estavam colocando uma maca no quintal, enquanto um paramédico puxava um
colar cervical.
Vincenzo entretanto ainda não entende essa situação, parece que não podia acreditar,
mesmo que fosse testemunha. Está de pé e ocasionalmente revira os olhos quando a maca
passa.
Teve que sair para explicar a situação, então caminhou em direção a Lucca e finalmente o
olhou: seu queixo e boca estão completamente esmagados e, também, tudo está coberto de
sangue. Eles tiveram que colocar um tubo na garganta dele para que ele pudesse respirar,
então sim. É terrível.
Somente depois de perceber a realidade, Vincenzo distorceu sua expressão. Estava
nervoso. Ele lhes disse que poderiam sair com um aceno de mãos e, assim, os paramédicos, a
maca, Lucca e as luzes da ambulância desapareceram da mansão para deixá-los na escuridão.
Um silêncio constrangedor se instalou no jardim frio. Vincenzo, chocado, virou-se para a
mansão e abriu a porta que dava diretamente para a sala. Ninguém se mexe.
— Tony, quero te perguntar, alguma vez você já foi golpeado por Isaac?
Então Noah, que estava lá tão em branco quanto todos os presentes, de repente gritou.
Estava irritado.
— O quê? Ele bateu em você e você nunca me contou?
— Sim, o fez.
— Porque? O que aconteceu?
Na frente de Noah, cujos olhos brilham e mostram curiosidade infinita, Tony esfregou o
pescoço como se fosse uma história muito difícil de contar… No entanto, Noah mantém os
olhos nele. Parece mais do que disposto a encher a cabeça com novas fofocas.
— Bem…
Tony murmurou com dificuldade ao se sentir intimidado por Noah, que parecia estar
morrendo de vontade de saber o que estava acontecendo.
— Isso aconteceu há muito tempo, quando não conhecia Isaac corretamente.
Secretamente, peguei um cabelo de Benjamin e Félix…
Explicando o que aconteceu quando estava tentando ver os resultados de um teste de
DNA, Noah de repente gritou novamente:
— Mas como você saiu de lá sem morrer?
Em vez de responder, Tony olhou para Jack como se esperasse que respondesse por ele.
Mas, na verdade, Tony também não sabia, como ele poderia estar vivo? Excelente pergunta.
— Acho que o Isaac daquela época era o Isaac que todos conhecemos. Ele se controlou
porque o conhecia e não queria machucá-lo.
Sem aviso, Tony olhou para Jack, que estava falando de uma maneira bastante razoável.
Ele concordou, balançando a cabeça de cima para baixo, e então ficou completamente em
silêncio novamente.
Olhando para o passado e olhando para o que havia acontecido agora, não podia suportar
e estava a tremendo com força. Ele ficou completamente agradecido a Isaac por não perder
a cabeça quando estava com ele.
— Graças a Deus!
Mas então, Tony, que estava pensando nesses eventos infelizes, começa a pensar na luta
agora. Não havia como saber o que havia acontecido com o homem porque não eram
profissionais, mas tudo foi desencadeado porque Lucca provocou Isaac, e Isaac, o sujeito
franco, mas gentil que parece distante, aceitou a provocação. E acabou ficando bastante
agressivo.
Agora todo mundo está desconfortável e preocupados. Diante da situação, até a respiração
parece difícil. Por exemplo, Jack continuou fazendo uma careta estúpida, Vincenzo estava
calado e Noah era…
— Isaac nós enganou! Todo esse tempo foi um truque para nos fazer gostar dele, e ele era
realmente um Alfa idiota.
Tony encontrou o olhar de Noah e não pôde deixar de endurecer suas costas.
— Sério? Isso soa estúpido.
— Mas vocês não viram o mesmo que eu? Mesmo nas organizações mais especializadas,
poucas pessoas têm a capacidade de vencer Lucca. LUCCA, Lucca, a cadela demoníaca. Fazia
menos de 7 minutos desde que começaram a brigar! Isso faz sentido para você?!
Vincenzo suspirou, pressionando nervosamente o pescoço que estava ficando
completamente rígido à medida que sua pressão arterial aumentava. 7 minutos? Acontece
que era realmente apenas 6. Foram 6 minutos! Incluindo o momento em que Lucca avançou
e quebrou o nariz. Lucca deve ter demorado um minuto para recuar e quatro em que apenas
se defendeu… Ele o venceu em apenas um minuto. Um ataque assustador contínuo, como
uma arma de fogo rápido. Um garoto Ômega, obviamente danificado, mas que venceu Lucca
em um instante. O acertou tão rápido que nem sequer o notou.
— Então é por isso que apostaram, certo? Trapacearam.
Vincenzo, que olhou para Tony, Jack e Noah, balançou a cabeça e se levantou para sair.
Noah gritou, como um coelho que havia sido caçado.
— Vovô, me desculpe! Eu não sabia.
— Do que você está falando? Isso é bem interessante. Na verdade, eu quero ouvir muito
mais histórias desse homem, então venha aqui!
— O quê? Mas eu não sei de nada!
— Vamos lá, não minta. Poderia haver algo que você não saiba, quando se parece com a
sujeira no dedo de Félix? Cale a boca e venha aqui, ou você quer que eu quebre todos os seus
computadores?
Finalmente, Noah suspira, se despede de todos e caminha devagar atrás das costas de
Vincenzo… Como uma vaca sendo arrastada para o matadouro.
Mais uma vez, um pesado silêncio caiu no jardim escuro. Tony e Jack ficaram lá por muito
mais tempo. Eles não conseguiram se mover, apenas ficaram de pé e suspiraram…
Esquecendo que alguns minutos atrás havia ganhado uma aposta.
Continua…
Capítulo 23 - O jogo da verdade

Isaac estava em branco, bebendo chá quente com leite e mel que seu marido o havia
preparado. No entanto, não importa o quanto tenha engolido, a verdade é que nem sequer
sentiu o doce…
A mão que segurava a caneca quente ainda estava fria como um cubo de gelo. A camisa de
Félix estava sobre ele.
Seu marido, que o deitou na cama no quarto principal, sentou-se em frente a ele e o
encarou por um longo tempo. Como sempre, tinha um olhar calmo e pequeno, mas ainda
estava se sentindo muito confuso por dentro. Ele parecia envergonhado ou talvez estivesse
com medo do que poderia dizer.
Félix não gostou disso.
— Eu realmente me sinto sujo quando me lembro.
Depois de cuspir seus sentimentos honestos, Isaac observou Félix atentamente… Era um
olhar que parecia gritar “O que você quer dizer?” Então teve que começar a explicar:
— Assim é. É desagradável quando alguém além de mim possa deixá-lo tão louco. —
Enquanto olhava para Isaac, Félix murmurou isso como uma de suas típicas frases estranhas.
Embora, na realidade, parecesse mais sério do que uma piada. — Foi muito, muito, muito,
muito desagradável. Foi incomodo desde que Lucca bateu em seu nariz. Eu quase terminei o
duelo por minha conta.
— Sinto muito.
— Não diga “sinto muito”. não precisa pedir perdão, e não quero escutar isso de novo. Se
você estiver em perigo novamente no futuro e precisar se defender, não gostaria que você
viesse aqui e me mostrasse seu arrependimento só porque tentou sobreviver. Você tem que
aprender a ser mais descarado.
— Como você?
— Sim, como eu.
Ele se perguntava se o chá quente com leite e mel realmente o ajudou um pouco, porque,
quando Félix assentiu seriamente e fez uma expressão séria, Isaac riu.
— Então me diga. O que foi que sentiu estando ali?
Enquanto revela sua vontade de saber o motivo da mudança emocional de Isaac, Félix
sorriu e acomoda as mãos sobre seus dedos.
Isaac foi contemplado por um longo tempo em silêncio até que finalmente, levantou os
olhos e olhou para ele também.
— Por que você bateu em Lucca com tanta força?
Isaac, que estava rindo até agora, logo apagou qualquer vestígio de emoção e deixou
apenas uma profunda e terrível tristeza.
— Eu não sei… E isso me preocupa porque quase o matei. Quero dizer, enfrentei vários
inimigos que ameaçavam minha vida e, em cada um desses casos… Senti o mesmo que no
jardim. Que se não tivesse dobrado o seu pescoço, teriam me matado. E não é verdade. Não
desta vez. — A voz de Isaac que soou baixa, treme sem que perceba… Sempre tentava fingir
que estava tudo bem, mas agora está mostrando que não é assim. Que já não se sente forte o
suficiente. — Desde que me formei no ensino médio e entrei na academia militar, vivi no
exército e no campo de batalha. Essa foi a minha vida inteira. Não, na verdade, desde que
Cole se tornou meu padrasto, sempre vivi uma guerra interminável.
Isaac, que agora confessa o tipo de vida difícil que teve, parecia calmo sem importar o
interior… Félix está irritado de novo, então bate na mesa de cabeceira com as pontas dos
dedos. É difícil não sentir-se irritado quando ouve o nome de Cole.
— Não houve um único dia em que não treinei, não atirei ou senti que minha vida estivesse
completo perigo. Honestamente, os últimos meses em que estive aqui foram os mais
confortáveis e pacíficos da minha vida. De toda a minha vida.
— É assim?
— Sim, assim que… Tenho medo de não ser capaz de me adaptar, mesmo que eu queira
tanto. Além disso, às vezes penso quando a natureza da luta que se esconde dentro de mim
de repente sairá? Você viu. Aí está. — Isaac fechou os olhos por um momento, tinha uma
atmosfera de turbulência que parecia nunca ter fim. Seu peito subia e descia novamente,
muito rápido. — Quando eu estava no campo de batalha, sempre sonhei em ser isso. Meu
sonho era abrir uma pequena loja de flores e aproveitar a vida cotidiana, e agora percebo
que posso arruiná-la por conta própria… E me sinto, tão ansioso e estou… Com tanto medo.
Apesar de perceber isso, Félix também ficou surpreso.
— Querido… Como disse, você viveu uma vida em que teve que matar para não ser
morto. É algo que ninguém jamais experimentou antes, algo bastante difícil e algo que
não pode ser apagado da noite para o dia.

— É o mesmo comigo. Mesmo que tivesse tentado fingir todo esse tempo que eu era
uma pessoa aparentemente normal e feliz, a coisa é que… Simplesmente não era
assim. Eu sou uma pessoa má, que não achava que poderia ser feliz. — Félix encolheu
os ombros. — Mas você está me ajudando a mudar isso, não é verdade? Você, e nosso
filho não me deixam sozinho, então não pense por um minuto que vamos deixá-lo.
Tudo será resolvido… Mas você não precisa fingir estar bem, não está sozinho para
atender aos padrões da sociedade. Não precisa fingir que está bem para mim ou para
qualquer outra pessoa além de si mesmo, ou isso vai acabar voltando a ser
insuportável.
— Sim…
— Além disso, se você o tivesse matado… Eu, Tony e Jack teríamos tomado conta do
corpo imediatamente. Teríamos o cortado em vários pedaços pequenos e jogado no
fundo do mar. Como sempre.
Isaac não podia acreditar na resposta simples de Félix, então ele apenas pisca, mesmo que
o homem já esteja rindo.
— Ok, vou dizer que é uma mentira. É uma mentira, querido! Não coloque essa
expressão.
— Félix…
— Nós teríamos consertado o rosto dele, colocado um pequeno traje e enterrado
em um lugar bonito com o epitáfio de sua escolha.
— Por Deus Félix!
Isaac riu também, embora não soubesse dizer se o que acabara de ouvir era ridículo ou
assustador.
Riu por um longo tempo, sacudindo os ombros como se não estivesse mais nervoso.
Ele lhe deu chá com leite quente e mel, vestiu suas roupas, colocou-o na cama e disse que
entendia as coisas que havia feito no passado e a maneira como reagiu agora. É seu Alfa, seu
parceiro e seu ser querido mais precioso, quem instantaneamente remove seu medo e toda sua
ansiedade.
— Eu, estou realmente muito agradecido… — Isaac, que estava rindo muito, de repente
parou de fazê-lo para murmurar. — Por ter você.
Depois, apenas olhou para baixo e bebeu o resto do chá com leite. Tinha uma fragrância
deliciosa e um sabor muito suave. Tanto que sua mente definitivamente não estava mais
cheia.
— Você é muito bom em dizer coisas bonitas ultimamente.
— E agora eu quero te comer.
Debruçado sobre o homem que ainda segura o chá, Félix estende a mão, fecha os olhos e
lentamente aproxima os lábios dos seus. A frase “eu quero te comer” não são apenas palavras,
são um aviso. De repente, a luxúria se derramou de seus lindos olhos azuis quando o nervoso
Isaac engoliu em seco através de sua garganta.
Seus lábios estão vermelhos e completamente molhados e agora está tentando fixar o
olhar no movimento da boca do marido.
— Hum.
O gemido baixo fluiu quando o toque macio e úmido ficou um pouco mais intenso…
Satisfeito com a reação, a boca de Félix se abriu um pouco mais e ele passou a língua sobre o
contorno.
Isaac não pode suportar a sensação de excitação e não pode suportar o riso baixo que flui
até seus ouvidos.
— Tem gosto de chá com leite.
— Ah…
— Embora seja muito mais doce e mais delicioso do que isso.
Félix, que estava chupando levemente os lábios, empurrou a língua para dentro e começou
a lamber os dentes e a mucosa interna de Isaac também. Deus, era demais… Sua língua está
se movendo como se tentasse roubar todas as partes da saliva que ainda tinham gosto de chá
com leite.
Isaac segurou-o pelos ombros e começou a fazer parte do movimento lento, mas sensual,
de sua língua contra a dele… A ponta virou-se para a nuca, de modo que a cabeça de Isaac,
completamente nublada, se moveu para o lado para deixá-lo mais espaço.
Félix começou a beijá-lo até chegar à clavícula.
— Você não precisa se preocupar com nada, porque eu estou aqui com você… Vou
ouvir o que você quer me dizer e não vou te culpar por nada. Ok? Você só… Tem que
compartilhar tudo o que carrega comigo.
— Ah…
Félix havia sussurrado tudo isso com os lábios pressionados na sua nuca, para que aquela
sensação de formigamento intenso o fizesse encolher os ombros inconscientemente…
— Seu cheiro parece estar um pouco mais suave agora. Você se sente melhor?
—… Melhor que antes.
Isaac soprou suas palavras ao sentir seu peito ser lambido agora…
Quando tomou o chá com leite, ainda parecia que seu coração estava sendo apertado de
uma maneira completamente diferente de tudo o que havia experimentado antes. Lhe Doía…
No entanto, no momento em que afundou no conforto que somente Félix podia proporcionar
e o deixou ouvir, seus sentimentos de ansiedade e irritação desapareceram como se tivessem
sido criados de neve.
Ao beijá-lo, muitos dos pensamentos que dançavam em sua mente se afundaram…
— Sim? Então seria melhor se eu te confortasse um pouco mais.
— Não há… AH!
Ele estava tentando lhe dizer que não havia mais nada que doesse, mas Félix, bastante
empolgado, o pegou e o carregou para acomodar completamente entre suas pernas. Ele
mordeu sua boca e fez com que a caneca caísse da cama e a mesinha de cabeceira estivesse
quase jogada na parede. Os olhos de Isaac se estreitaram e logo depois se pintaram de branco.
— Se eu não te abraçar agora… Sinto que você vai derreter e eventualmente desaparecer.
Continua…
Capítulo 24 - O jogo da verdade

— Nós não podemos… Fazer sexo o tempo todo…


— Não gosta quando eu te conforto assim?
Isaac não conseguiu dizer nada. De fato, ele é tão bom nisso que o verdadeiro problema é
que de repente começa a se sentir realmente sobrecarregado.
Isaac, tentando alcançar seus lábios enquanto sua mão impaciente enrolava a camisa,
ouviu quando ele disse:
— Você quer que seja mais divertido?
— Como…?
Isaac, com um gemido que vaza toda vez que o dedo de Félix toca seu mamilo, pergunta
isso muito baixinho… O homem estava lambendo a nuca e a clavícula, abaixando a cabeça
sobre a camisa para lambê-lo por completo.
— Por que não tentamos algo como um jogo da verdade? Um e depois o outro. Fazendo
perguntas que precisa responder com muita honestidade.
— O jogo da verdade?
— Mas o turno da pergunta só muda se você não geme enquanto responde. Caso contrário,
continuarei perguntando.
Isaac franziu as sobrancelhas para um Félix que apresentava uma regra estranha para um
jogo estranho.
E disse que estava bem.
_________________________________________
Naquela mesma noite, entrou e olhou para a sala inteira cheia de monitores.
Em um canto da sala de informações estava o escritório de Noah, o cara pervertido com
um gosto e personalidade bastante excêntricas. Existem vários computadores alinhados,
abaixados e sobre a mesa que ocupa as duas paredes. Tudo está cheio de laptops, tablets,
telefones celulares, outras máquinas e papéis amarelos. Na parede havia uma lousa com
muitas contas de matemática, notas adesivas e todas as lacunas restantes estavam cheias de
fotos de pessoas distintas. Era um lugar frio e, no entanto, nesses dias, aconteceu uma coisa
muito desagradável. A razão pela qual sente que seu estômago está sendo esmagado: o hobby
de Noah, até agora tem sido colecionar vibradores de tamanho imenso e formas estranhas.
Ele os organizou por cores, os limpou e os viu como seu maior tesouro. Agora, todos eles
terminaram em uma caixa que é ventilada debaixo da mesa e estão sendo substituídos por
fotos e fotos dele e de Benjamin. Emoldurado e bonito…
Enfim.
— Não existe outra pessoa mais louca que você.
Enquanto olhava em volta, estalou a língua e voltou para a mesa. A mesa é coberta com
todos os tipos de lixo, embalagens, sacos de batata e caixas que dão a ilusão de ter um ninho
inteiro de baratas dentro. No entanto, Noah parece estar muito confortável nesse tipo de
ambiente estranho. O cara está lá, com a cabeça toda submersa em um balde de frango frito.
Um pouco mais para o canto de onde tem todo o outro lixo. Ele ronca e se inclina cada vez
mais para a frente…
Félix, que o olhava fixamente, levantou a mão e bateu na mesa para gritar:
— Acorde!
Noah deu um pulo e se levantou da cadeira como se não soubesse o que estava
acontecendo. Ergueu os olhos… Ele tem um pedaço de papel preso na bochecha e ainda há
sobras de frango na boca. Parecia meio adormecido, então apenas coçou o cabelo comprido
e desgrenhado e depois olhou em todas as direções.
Noah era bonito, como uma boneca de porcelana… Mas é um grande pervertido e tem uma
personalidade difícil de engolir.
O único Ômega da família, e tinha que ser tão inútil.
Félix o olhou silenciosamente, mas Noah não parecia querer sair de lá.
— E Benjamin?
— Ha. Como se eu tivesse deixado meu filho vir aqui alguma vez. Certamente já tenho
ratos, pulgas e baratas correndo em todas as direções.
— Os ratos são… Amigáveis.
— Mas o que Isaac dirá quando eu lhe disser que você trouxe muitos insetos para viver
com o nosso bebê? Se não o expulsaram por causa dessa sua terrível obsessão, então agora
o farão.
Félix, encostado na porta, cuspiu isso como um terrível aviso, para que Noah, que estava
quase completamente desligado, acordou imediatamente e começou a tentar arrumar os
cabelos.
— Eu… Eu não deixaria nada acontecer com Benjamin. Sempre tomo banho para poder
carregá-lo! Além do mais, eu tomarei banho agora!
Noah tentou ir ao banheiro rapidamente, mas Félix novamente lhe disse para se sentar e
também ficar quieto.
— Você acha que eu viria até aqui apenas para verificar se você tomou um banho? Não,
tenho algo para lhe dizer antes de sair.
— Que coisa?
Noah o obedeceu e sentou-se. De toda forma, ele não pode sair porque Félix está parado
na porta.
— Theron, onde ele está agora?
A pergunta de Félix era muito sombria. Noah pareceu demorar um momento para analisar
o que escutou e depois olhou novamente para o seu rosto. As pupilas cor de oliva balançavam
aqui e ali.
— Eu não sei… Porque só investiguei o que o vovô me pediu.
— E você acha que vou acreditar em você? Eu sei que quando você investiga alguém, você
sempre faz isso até o fim.
— Meu Deus, isso é sério?
O murmúrio de Noah é ignorado, mas Félix ainda levanta os olhos e os fixa nos papéis que
agora estão sendo espremidos por aqueles dedinhos… Noah fechou os olhos. Maldito seja,
agora sua cabeça estava começando a doer.
— Você é um idiota, sabia? Porque quando me pergunta coisas assim, sempre significa
que você vai chegar ao fundo das situações que é melhor ignorar.
— O que você descobriu?
—… O encontrei ontem de manhã. Sua localização.
— Onde está?
Os ombros de Noah caíram e deixou escapar o nome da cidade. Era um segredo que ele
realmente não queria contar, mas não conseguiu escapar. Todos acreditavam firmemente
que ele ainda estava na Itália quando já estava nos Estados Unidos…
Então, Noah de repente se lembrou da conversa que tiveram algumas horas atrás e
também se lembrou… Que este lugar era bem próximo da Disneylândia.
— Droga! Por quê? Por quê? Por que ele está lá quando eu… Eu realmente queria ficar
com Benjamin na Disney por um dia inteiro? Por que? — Noah estava completamente em
pânico, puxando os cabelos avermelhados que estava todo desorganizados e puxados para a
frente. — Deus… Tenho que dizer ao vovô…
— Não, não diga a ele.
Logo, a resposta de Félix fez Noah parar de reclamar e arregalou os olhos. Seu rosto está
completamente vazio… Como se temesse que estivesse pensando a mesma coisa que ele.
— O que você está dizendo? Não! Theron está muito perto porque deve ter vindo atrás de
você… Por que você quer ir mesmo assim? Não só você estará lá, como toda a sua família
pode estar em risco! E se Benjamin se machucar!?
Noah começou a bater na mesa, então Félix apenas franziu a testa.
— Não se confunda, Noah. Você acha que o evitei até agora porque tenho medo dele?
Agente evita merda porque não quer se sujar. Não tenho medo dele, então… Decidi que vou
enfrentá-lo.
— Mas não… Não estaremos sozinhos. Benjamin e a sra. Parker…
— Você não acha que eu posso manter minha família segura?
—… Bem, na verdade acho que Isaac pode fazer melhor que você.
O comentário de Noah, que disse que confiava mais em Isaac do que nele, fez com que
levantasse as sobrancelhas e fizesse um beicinho enorme. No entanto, Noah desviou os olhos
e encostou a cabeça na mão. Parecia ter perdido toda a sua energia em questão de segundos.
— Deus, tenho razão para dizer isso. Isaac foi realmente assustador de se ver ontem…
Com ele no comando, quem vai querer respirar perto de sua família?
— É natural que esse seja o caso, já que foi criado como uma máquina de matar.
Noah suspirou.
— Nem me diga.
— Enfim, apenas… Fique quieto e ficaremos bem, de acordo?
— A propósito, Félix… Vovô estava muito, muito curioso sobre ele ontem à noite.
Foi porque a voz de Noah bateu em suas costas que os passos de Félix pararam
completamente… Ele foi até a porta, mas agora estava se virando novamente, seus olhos se
estreitaram. Noah, que evitou o olhar por medo de fazer contato visual, não disse mais nada.
— O que o vovô perguntou?
Noah começou a esfregar a parte de trás do pescoço.
— Bem…
Foi nesse momento que Félix se aproximou dele com uma atmosfera absolutamente
sangrenta e penetrante. Noah se afastou rapidamente, empurrou a cadeira para trás e
aumentou a distância.
— Hey! Fique aí! Não se aproxime! Apenas… Apenas fique aí… Idiota! Você está tentando
pulverizar feromônios em mim? Eh? Você sabe o quão fraco sou com os feromônios Alfa!
Quer me matar!!?
Félix abaixou o olhar para Noah, mas apenas estalou a língua.
_____________
Continua…
Capítulo 25 - O jogo da verdade

Os feromônios de Félix haviam se derramado tanto sobre ele que Noah imediatamente
arrancou todas as suas roupas e as jogou o mais longe possível de sua vista.
Félix encostou-se à porta e repetiu:
— Vamos, responda. Não tenho muito tempo. Sobre o que você falou com o vovô?
— Caralho! Bem, eu fiz tudo o que combinamos naquela época, ok? Dei a ele apenas os
documentos necessários, disse a ele que era um capitão da Marinha porque eles lhe deviam
alguns favores e até dei ao o luxo de acrescentar que ele era um pouco fraco… Mas de repente,
LITERALMENTE, Sylvester Stallone o possuiu e fez Lucca voar pelo ar!! Diga-me o que você
queria que eu fizesse! Sou péssimo mentindo, tentei fingir demência, e dizer que talvez se
tratava de um Alfa, mas todos me despedaçaram!
Noah parecia estar prestes a rolar no chão, então Félix, pensando no que aconteceu ontem
à noite, apenas coçou o queixo e concordou.
— Bem… Mas talvez você pudesse…
— O nariz e a mandíbula de Lucca estavam completamente esmagados! Eu vi quando ele
foi levado em uma maca e juro que não o reconheci porque seu rosto estava inchado, como
um balão.
Noah estufou as bochechas para explicar melhor a condição de Lucca, mas Félix apenas
fecha a boca e o olha de cima a baixo de qualquer maneira.
— Então, o que exatamente o vovô perguntou sobre Isaac?
Logo repetiu a mesma pergunta e Noah gritou novamente:
— Por que você continua falando como se a culpa fosse minha, seu pedaço de imbecil?
Olha, Lucca teve que ser entubado em nosso jardim, certo? Então me diga se você não ficaria
curioso sobre a vida do homem que o provocou!
— Então, até onde você estragou tudo?
A voz baixa era ameaçadora… Noah, que estava xingando e gritando enquanto segurava a
cabeça, ficou tão bravo que logo começou a soluçar.
— Bem, eu disse tudo!
— Eu quero os detalhes.
Félix era difícil de se mover. Ele ainda estava lá, encostado na porta com aquele olhar de
espingarda…
— Eu disse a ele que Isaac era um ex-soldado que se tornou capitão da Marinha por seus
próprios méritos. Ele estava no DevGru, é claro… Mas todos sabemos que isso não se
compara a fazer parte do esquadrão antiterrorismo. Ontem à noite, vovô pareceu bastante
surpreso com isso, mas também era como se uma parte dele já tivesse intuído isso antes…
Só que, bem, ele é teimoso o suficiente para aceitá-lo.
Então Noah suspirou e acrescentou que não havia contado mais nada. Nada de Cole, nada
de Benjamin. Nada da floricultura destruída e, claro, nada do sequestro.
— Bom trabalho.
— Obrigado, não foi fácil para ele… Espera o que?
Essa foi uma resposta inesperada, então Noah olhou fixamente para Félix por alguns
minutos e simplesmente deu um tapa na bochecha várias vezes. Mas que porra é essa? Por
que Félix disse que ele se saiu bem?
— Bom trabalho, por quê exatamente?
— Porque então nosso avô pode confiar um pouco mais nele. Pode ser muito útil no caso
de eu…
— De você o quê…?
— Não importa.
Félix, que soltou um novo suspiro e mais profundo, levantou a mão para dizer que estava
saindo… No entanto, desta vez, ele também não podia escapar facilmente do escritório de
Noah. Ele virou:
— Noah, que classe de Ômega você é?
A pergunta que fez conseguiu fazer Noah rir em vez de piorar sua personalidade.
— Hey, Louco! Somos uma família e você nem sabe que sou o melhor Ômega da história?
Minha classificação é igual à sua.
— Posso te pedir um favor?
— E desde quando você é tão gentil em fazer isso?
— Você pode ensinar Isaac a controlar seus feromônios?
— O que… Você disse?
— Ensine Isaac um pouco sobre como controlar os feromônios Ômega. Eu não sei, acho
que isso pode torná-lo um pouco mais seguro de si mesmo.
— Eu tenho algum tempo, mas no geral eu sou uma pessoa muito ocupada, como pode
ver. — Noah, sentado arrogantemente com os braços cruzados sobre o peito, de repente se
lembrou que realmente… Nunca o viu fazer nada do que no geral todo Ômega costuma fazer.
embora seja recessivo e ele dominante. Ele esfregou o queixo. — Mas antes de falar sobre o
preço, Isaac não controla nada? E o básico?
Então, quando perguntou isso em uma voz baixa, Felix franziu o cenho e negou balançou
a cabeça freneticamente.
— Não… E já que ele tem alguns problemas psicólogicos, receio que chegará o momento
em que ele realmente matará alguém. Você sabe, não é por minha causa… Só não quero vê-
lo triste.
— Sim… Então conte comigo.
Ele tentou esconder, mas os olhos animados de Noah nunca mentem.
Félix finalmente se despede dele e rapidamente atravessa toda a sala de informações… O
som de seus sapatos cai duro no silêncio, mas tem um sorriso ambíguo emoldurando seu
rosto.
Ontem à noite, um homem quase morreu e estava preocupado o suficiente para
tranquilizar o culpado de que não tinha tempo para pensar em quão duro realmente era.
Tinha que ser muito forte por ele e a verdade é que… Não era. Ele se sentiu como um covarde
fugindo e se escondeu o tempo todo, e como essa pessoa pode ser o pilar de outra pessoa?
Então, enquanto Isaac dormia profundamente, apenas andou e caminhou até chegar a
Noah… E finalmente, falou sobre Theron.
Ah, agora só precisa esquecer tudo isso por um minuto, olhar para o rosto do seu marido,
abraçá-lo com força e passar uma manhã um pouco mais doce do que foi a madrugada… No
entanto, ao contrário das expectativas que tinha, Isaac, que já havia acordado, estava deitado
quase na beira da cama. Pensando e lembrando de muitas coisas complicadas o suficiente
para serem compartilhadas.
Então, soltou um suspiro enorme.
__________________________________________
Talvez o que aconteceu à noite tenha sido o ponto chave para acender toda essa ansiedade.
Afinal, algumas horas atrás, eles estavam jogando o famoso “Jogo da Verdade”.
— É normal que as regras sejam tão estranhas?
Isaac concordou em participar do jogo… Embora, agora que argumentava com cuidado,
era certo que tinha regras bastante injustas. Por exemplo, Félix não parava de chupar seus
mamilos, mesmo que ainda estivesse de camisa. Enquanto chorava por dentro, Isaac sentiu
como se seu ânus estivesse se contraindo cada vez mais, então…
Droga! Que chance eu realmente tinha nisso? Por que Félix parecia tão espantosamente bom
com a boca?
O homem estava ansioso o suficiente para sugar seus mamilos pontudos até que emitiram
um som desagradável. Eles ficaram avermelhados e se destacavam terrivelmente sob as
roupas encharcadas de saliva, então Félix apenas o beijou, mordeu e passou a mão por baixo
para poder acariciar o outro também.
Isaac, que estava sentado nas pernas… Já sentia bastante calor no pênis…
— A primeira pergunta é…
— Ah… Félix, espere. Não importa o quanto eu pense sobre isso, este jogo não vai me
beneficiar em nada.
Isaac, que impediu Félix de tentar fazer sua pergunta, olhou para ele, seu peito subindo e
descendo como se não pudesse mais respirar.
De fato, não parecia que houvesse algo interessante que pudesse tirar dele, porque já sabia
absolutamente tudo sobre ele. Mesmo que as regras injustas do jogo tivessem toda a intenção
de fazê-lo falar apenas.
Os brincalhão olhos azuis de Félix pareciam querer ver dentro dele…
— De jeito nenhum. É um jogo justo.
— Não é! Você vai usar truques repetidamente e nem vai me deixar tentar. Além disso, o
que você pode me perguntar? Vai ser chato assim!
Quando Isaac rapidamente cospe todas as suas inseguranças, Félix abre os olhos por um
momento e depois ri com vontade. É interessante que agora não possa encontrar nenhum
sinal de vergonha saindo da bela língua do marido.
— Então, você não quer mais brincar, meu amor? Ok… Acho que minhas idéias são chatas.
Félix, sussurrando baixinho sobre sua bochecha… É um completo e total trapaceiro.
Somente procurar uma maneira de fazer seu marido dizer sim! O que você acha de “um jogo
justo”?
— Tudo bem… Mas se chegar a minha vez, você deve responder minhas perguntas com
muita sinceridade!
Parecia inevitável… Mas, na verdade, Isaac tinha muitas coisas que queria perguntar a
Félix. Estava na hora de aproveitar essa oportunidade, porque mesmo que fossem casados e
fosse apenas algo aparentemente pequeno, parecia um assunto difícil de tocar em condições
normais.
Felix só beijou Isaac novamente.
— Eu prometo…
— Aí… Nessa parte… Ah!
Félix sabe que seu peito está bastante sensível ultimamente, assim que o não deixa de
incomodar justo ali… Toda vez que passa a ponta do dedo sobre o mamilo, fecha os olhos e
deixa a cabeça inteira cair para trás. Os ombros de Isaac tremeram e ficaram duros.
— Eu posso começar?
— Uhum…
— Por que seu sonho era abrir uma floricultura?
A primeira pergunta foi inesperada. Isaac está muito envergonhado, então tenta não olhar
para ele mais do que o necessário. Félix torceu os mamilos sobre a camisa molhada… Era tão
doloroso que até a sensação de excitação ocorre inconscientemente.
— Ah, ah, Meu Deus!
Inclinou a cintura para a frente quando gemidos vieram e saíram de sua boca como se
fosse uma respiração. Caralho! Isso significava que a próxima pergunta também era de Félix.
— Oh, isso… Não é justo!
O olhou, com os olhos completamente vermelhos e a boca aberta. Parecia um garoto que
tinha tomado um doce muito grande dele, então Félix só começou a sorrir novamente.
— Qual é a resposta?
— Eu… Parei para fazer uma pausa em um campo quando estava na guerra. Eles
mataram muitos dos meus amigos e então eu… Só pensei que se eu sobrevivesse…
Então eu sempre estaria em um lugar tão calmo quanto aquele. Queria… Viver uma
vida tranquila, cercada por flores e árvores, em vez de cadáveres.
— Entendo…
— Talvez fosse porque eu estava sempre vendo o deserto, mas esse pensamento
continuou vagando sem desaparecer da minha cabeça… Nem uma só vez.
Félix então acaricia seu rosto gentilmente e depois o beija novamente com bastante
amor…
Isaac pensou que poderia tirar proveito desses pequenos momentos de fraqueza.
_____________________
Continua…
Capítulo 26 - O jogo da verdade

— Você está satisfeito agora que pode ter sua própria floricultura?
Depois de remover completamente a camisa de Isaac, Félix lambe seus abdominais
proeminentes até parar no início do umbigo. Os olhos azuis que olhavam para seu corpo
eram tão luxuriosos que parecia que o queimava.
No entanto, a resposta foi surpreendentemente simples. Isaac abriu a boca e disse:
— Estou satisfeito. — Então, mais uma vez Félix, ajoelhado entre as pernas abertas do
marido, agarrou seu pênis com força e apertou-o.
— Ugh! Espere um minuto!
Félix pegou as calças de Isaac e as puxou para descansar nos tornozelos. Depois disso, só
teve que mover um pouco o boxer e morder a pele no topo que já estava começando a inchar.
Isaac então pressionou a boca na palma da mão… Mas ele ainda não conseguia engolir o
gemido.
— E… Está trapaceando.
Os olhos de Félix, que pareciam estar sorrindo para ele, brilhavam repentinamente… Seu
rosto estava vermelho quando a cueca também caiu.
— Próxima pergunta: como e quando você aprendeu artes marciais?
— Foi quando eu era jovem… Ah!
Félix começou a varrer o pênis com a língua inteira. Desceu pelos testículos e depois parou
por aí. Seus testículos são bastante difíceis de excitar, então eles parecem incansavelmente
agarrar-se à sua língua molhada.
Foi então que ele mordeu os lábios com força… Sentindo como se estivesse colocando
completamente na boca.
— Ah… Espera, Félix, isso é um pouco… Ah! Hum!
Não havia sentido em ficar quieto quando ele estava fazendo algo assim. Quis dizer, como
eu poderia suportar gemer em sua presença? Quando tinha o rosto todo enterrado na pélvis…
Definitivamente era um jogo que ele não podia vencer, por mais que tentasse!
Isaac ofegou novamente.
— Você não vai responder?
Mas Félix torna isso ainda mais difícil quando começa a lamber lentamente um de seus
testículos.
Oh, Deus. Realmente me sentir ótimo quando ele fez isso!
O prazer misterioso que sua boca lhe proporcionou se espalha por baixo e gradualmente
se levanta para pressionar contra seu peito.
Está perdendo, fez isso desde o início.
— Ah, quando eu era jovem… Quando eu tinha dez anos… Aprendi boxe porque era
o que Cole queria para mim. E… Logo comecei com outros esportes, mas eu não era tão
bom nisso quanto no boxe. Ah, ah, Félix!
Quando ele agora chupou seus dois testículos, suas coxas se apertaram com a sensação
vertiginosa de ser completamente sugado em sua boca. Havia… Essa forte ilusão de ser
bastante sensível. Algo que oscila entre dor, desconforto e prazer completo…
— Continue.
Apressou-se a continuar esfregando a carne com a língua até que emitisse um som
bastante ousado. Sua boca estava quente demais para ele suportar, então seus testículos
pareciam estar derretendo na água.
— Hum… Eu… Eu também pratiquei judô e jiu-jitsu, então… Ah… Eu pratiquei Krav
maga na faculdade. E Muay Thai…
Félix parou de olhar e agora se concentrava inteiramente em seu rosto. Suas emoções
foram totalmente reveladas, e a pupila azul da prussiana, que antes era bastante ansiosa,
agora estava manchada com completa irritação.
A habilidade de Isaac era incrível, isso era óbvio. Mas o incomodava a maneira que ele teve
que aprender a tê-la. É claro que ele deixou a academia e estava nas Forças Especiais do
Corpo de Fuzileiros Navais, mas, nos cinco minutos que durou seu confronto com Lucca, ele
usou várias habilidades de artes marciais de maneira precisa e poderosa. Isso era prova de
que o que ele disse agora era verdade. Um fuzileiro naval não pode lutar tão intensamente
com tanta facilidade, mas esse homem é treinado com força desde o ensino fundamental.
— Então… Aquele filho da puta estava muito determinado a criar você como uma
maldita máquina.
Nervosamente murmurando, os órgãos genitais de Isaac encheram sua boca novamente.
Claro, desta vez estava com raiva o suficiente para fazê-lo da maneira certa. Não é uma boa
ideia pensar em Cole Patrick ao fazer sexo. Pensar que esteve explorando a vida inteira de
Isaac desde os dias de escola até o maldito presente.
Não estava agindo normalmente, não importa o que Isaac disse ou quantas vezes gritou
para parar… Ele parece estar em uma dimensão verdadeiramente sombria agora.
— Uf, Félix!
Assim que seu pênis foi sugado profundamente em sua garganta, Isaac tremeu,
inclinando-se completamente para frente. Porra, ele estava mesmo mordendo os lábios com
força para tentar aguentar. Estava quase rasgando a sua pele e, no entanto, não importa o
quanto tente, não importa como ele tente manter seus gemidos para vencê-lo e fazer sua
pergunta… Ele não pode fazer isso direito. Sozinho, ele não tem prática para lidar com isso.
— Oh, chega…
Olhou com ressentimento para onde estava o marido, mas ele só continua chupando seu
pau com um rosto bastante arrogante para o seu gosto. Habilmente, ele esfrega os testículos
molhados com uma mão, lambe a glande com a língua e depois respira fundo.
Foi terrivelmente estimulante.
O hálito quente fluiu de seus lábios abertos e sua postura começou a ficar cada vez mais
desorganizada a ponto de sentir que podia escorregar.
Foi tão obsceno. Tendo seus órgãos genitais expostos a ele e, além do mais estavam
constantemente entrando e saindo de sua garganta.
— Uh, uh, Félix… Agora, sério… Pare.
Enquanto os movimentos pegajosos da língua de Félix se arrastavam, Isaac chorou e
tentou puxar seu cabelo para trás e sua cabeça também. Parecia que ele não aguentava e
também sentia que, de um momento para o outro, realmente sufocaria e acabaria morrendo.
No entanto, Félix estava com as mãos firmemente no seu quadril. O homem o estava
segurando com tanta força que Isaac, tremendo e agitado, começou a escorregar da cama
como se estivesse terrivelmente absorvido.
No meio dessa posição embaraçosa, Isaac abaixou a mão e tentou novamente empurrá-lo
com força. No entanto, mesmo que tentasse — Félix nunca o libertou.
Ele até agarra sua mão com força e depois se afasta apenas para começar a gritar:
— Por que eu não te vi quando era mais jovem!? Por que não te conheci desde que
você era criança? Eu queria tanto que você fosse meu desde o começo e, antes de ser
domada por esse, por aquela cadela. Queria tanto ter conhecido você primeiro, para
que nenhuma das coisas ruins que te aconteceu nunca houvesse existido!
Félix está muito zangado, então parou todos os seus movimentos enquanto se inclinava
contra ele como se não pudesse respirar… O senso instintivo de Isaac lhe deu o poder de
colocar as pernas em volta da cintura e os braços nos ombros.
— Ah… Se isso tivesse acontecido… Eu ficaria muito feliz.
Isaac, espalhado na cama, murmurou isso a alguns centímetros de seu queixo. Suas
pupilas estavam fora de foco, mas parecia que ainda conseguia pensar bem… Como seria
conhecê-lo desde muito jovem, como disse Félix? O amaria também?
Aos dez anos de idade, Cole e seu pai se casaram e começaram a viver juntos. O Boxe não
era opcional, era uma ordem. Ele tinha um bom físico desde pequeno, mas toda a manhã o
levava para uma corrida por cerca de duas horas. Ensinou a ele todos os tipos de artes
marciais militares, não a autodefesa direcionada ao público em geral, mas a que visa matar.
Ele se tornou… Igual a ele. Mas nunca havia pensando que era estranho.
Dominou as artes marciais e matou seus inimigos, como Cole lhe disse para fazer. Rebeldia
ou refutação não eram algo que pudesse sonhar, porque Cole estava em uma posição
absoluta. Era o líder. Às vezes, teve que enfrentar uma bronca e receber uma punição severa,
mas nunca reivindicou. Agora que pensa sobre isso, pode ter sido submetido a uma lavagem
cerebral de alguma forma porque não importa o que ele disse ou como disse, ele fez.
E ainda assim, a primeira vez que o desobedeceu, a primeira vez que estava livre… Foi
quando lhe deu a ordem para assassinar Félix.
— Mas, graças a você, eu consegui descobrir o que havia de errado com ele e o que
estava falhando comigo… Foi um milagre. — Isaac o olhou, com os olhos frios. — Você foi
o meu milagre.
Nessa situação, era uma palavra muito embaraçosa para se disser. Ainda mais
considerando sua postura. No entanto, era algo que certamente poderia matá-lo se ele não o
libertasse imediatamente.
— Sério. Ultimamente você está dizendo tantas coisas legais que me pergunto se
elas não mudaram meu marido.
— Você não gosta?
— Isso é possível? Eu gosto… É só que quando escuto você, sinto que tenho que
abraçá-lo sem parar.
A voz baixa, sensual e excitada era bem legal.
Depois disso, e sem surpresa, Félix abaixou o corpo novamente para enterrar a cabeça
completamente na virilha de Isaac. Essa é a prova de que ele não estava mentindo quando disse
que queria segurá-lo.
A língua dele lambeu seu buraco encharcado, como se precisasse dele completamente
para viver, e então as coxas de Isaac começaram a tremer em pequenos espasmos repetidos.
— Mas você sabe o quê? O jogo ainda não acabou. Você não pode gemer.
Isaac voltou a deixar cair à cabeça completamente para trás. Maldição! Que regras
absurdas!
_____________
Continua…
Capítulo 27 - O jogo da verdade

— Félix… Você deveria me dar uma chance de perguntar…


Félix começou a rir.
— Mas o que é isso? Você esqueceu as regras? Bem, e quanto a isso? Você pode perguntar
se me fazer gemer e tenho certeza de que nunca vou fazer isso!
Os olhos de Isaac então sorriram, assim como sua boca.
— Se você geme e agora? Quero dizer, você promete?
Até agora, Isaac sempre acabava agindo como queria, porque gostava de ver que como seu
marido sentia-se bem. No entanto, agora quer vencer o cara que parece arrogante o
suficiente para considerá-lo um verdadeiro rival. Sabia o quê tinha que fazer.
— Claro.
Ao mesmo tempo em que Félix estava respondendo, Isaac, que ainda o observava muito
de perto de sua posição na cama, levantou instantaneamente a parte superior do seu corpo
até acomodar sobre os seus cotovelos e depois se moveu para levantar a perna e colocar o
pé sobre o pênis dele…
Isaac o observou, seus olhos pequenos e molhados de lágrimas. Estendeu a mão e
gentilmente acariciou suas bochechas usando as pontas dos dedos. Estava sobressaindo uma
pequena barba, então se divertiu brincando com isso por algum tempo.
— Você prometeu, sim?
Quando ele sussurrou, Félix também o fez.
— Sim…
Então as mãos de Isaac, varrendo as bochechas de Félix, abaixaram-se suavemente para
pousar em seu pescoço.
— Você me ama?
Disse isso tão suavemente e de maneira tão delicada que Félix, completamente perdido
nele e inconscientemente nervoso, engoliu em seco o suficiente. Isaac passou lentamente os
botões por cima do pescoço e, em seguida, só tocou seu peito até que ele finalmente acariciou
seus mamilos…
— Eu te amo.
Ao mesmo tempo em que o ouviu dizer isso, sentiu-se engasgar com a própria respiração.
Sua garganta dói tanto, seu rosto está todo vermelho e, de um momento para o outro, ele está
gemendo enquanto o olha direto nos olhos…
— Oh meu Deus Isaac! Isso é tão sexy!
— Aha! Você está gemendo! Isso é um gemido! É a minha vez porque você está
gemendo. Eu ganhei! Sim! Eu finalmente ganhei!
— Não é isso… Não gemi assim! Gemer… De verdade. Algo do tipo, não sei: Ah, Dio!
Si sente molto bene!
— E você fez de novo! Agora são duas perguntas!
— Isso é trapaça!
Isaac parecia tão feliz com sua grande conquista que começou a beijá-lo suavemente e
repetidamente. Pressionando os lábios contra as bochechas até que ele faça um som
engraçado.
Ele era tão fofo, de repente todas as suas emoções começaram a cair de seu corpo até que
desapareceram.
Félix também começou a rir, pensando que era completamente impossível ir contra os
desejos de Isaac.
— Umm… Eu me pergunto que tipo de coisas esse homem bonito quer saber sobre mim,
para que de repente ele aja assim.
Isaac gentilmente acariciou sua bochecha e, antes de pensar adequadamente sobre o que
queria ou deixar de dizer alguma outra coisa, ele soltou a pergunta:
— Onde estão seus pais?
A frase era simples e realmente muito básica, mas fazia todos os traços de emoção
desaparecerem dos olhos azuis de Félix.
— Quê?
— Você sempre menciona seu avô, mas nunca fala sobre seus pais. Eu quero saber.
— Sim…
— Então fala.
— Você fez isso para baixar meu pau? Porque funcionou.
— Não. Mas se você me contar a história, eu vou fazer você querer de novo.
Félix viu Isaac pronunciar uma palavra diferente da esperada voz séria do “capitão da
marinha”, desmoronou novamente e começou a rir pela segunda vez.
Félix se separou, deitou-se ao lado dele e abriu seu discurso enquanto colocava os braços
debaixo de sua cabeça.
— Bem… Minha mãe morreu quando eu tinha dois anos. Eu só podia conhecê-la por fotos,
mas ela era igual a mim. Era idêntica ao meu pai.
— Seu pai? O vovô?
— Assim é.
Agora, uma emoção amarga é vista no rosto de Félix, que revela que não vê Vincenzo como
avô, mas como pai.
— Se sim… Então sua mãe deve ter sido muito bonita.
Isaac estava tentando tranquilizá-lo, mas ele apenas assentiu.
— Meu avô diz que a amava muito e que ela o amava muito. Vincenzo sempre dava tudo
o que queria, quando dizia que queria estudar no exterior, ele imediatamente a enviou para
os Estados Unidos.
— Então, seu pai…
— Infelizmente, minha mãe não teve a capacidade de julgar adequadamente um homem.
Ela ficou com o primeiro lixo que encontrou.
Deitado e olhando para o teto, a expressão de Félix é difícil de decifrar. Isaac, que ouviu
sua história, também tinha um rosto bastante complicado, então ele abriu a boca para tentar
conversar… Mas não conseguiu dizer nada.
— Você quer ouvir mais?
Os profundos olhos azuis se estreitam suavemente, mas os de Isaac estão arregalados.
Sua pupila estava fria, como se não fosse uma história que realmente quisesse transmitir.
— Sim, eu quero ouvir mais.
Como Isaac não quebrou sua teimosia, Félix deu de ombros.
— Ela conheceu meu pai nos Estados Unidos… E a engravidou. Então decidiu ser corajosa
e me dar à luz. Ela nunca se casou, então ela era mãe solteira e também uma jovem mãe… Ah.
Meu avô estava com muito medo por ela porque sentia que havia algo errado. Era sua filha
pequena, ele a considerava um tesouro… Mas não podia contar nada porque pensava que
meu avô mataria meu pai. E ela o amava.
Félix fechou os olhos como se estivesse pensando apenas na próxima palavra que iria
lançar. Isaac também pensou: uma menina jovem que conheceu um homem deu à luz e não
contou ao seu pai. Um bebê, com um homem que parecia desprezível.
— E meu pai nunca quis ter nada a ver comigo quando ela morreu, então apenas me
deixou com o vovô. Não vi o rosto dele desde então, e a verdade é que ouvi tanto sobre ele
que também não quero vê-lo.
Félix apertou as pálpebras. Ele não quer mais pensar e definitivamente não quer mais
falar sobre isso. Era uma história muito feia.
— Mas você não precisa se sentir abandonado.
Enquanto ele falava para confortá-lo, Félix levantou os olhos e sorriu para ele.
— Sim, nunca me senti assim. Em vez disso, fiquei agradecido por ele não ter me criado…
Ah, a propósito, por que sinto que estou subitamente sendo consolado? — Félix de repente
estendeu a mão para começar a acariciar a bochecha de Isaac. Um rosto pequeno e quente,
macio e bonito. — Obrigado… Ter você me ajuda muito.
— Eu tive um padrasto terrível e você um pai terrível… Mas também tenho uma mãe
calorosa e você tem um avô. Isso é ótimo, não acha? Nunca estivemos realmente sozinhos.
Félix, que ouviu a voz calma de Isaac, colocou os lábios em uma linha reta e assentiu:
— Está certo… — Disse. — Isaac, também sou grato a você.
— Sim?
— Porque você me deu a chance de viver uma nova vida, com você e Benjamin…
Confessando isso, Isaac apenas sorriu.
Há muito tempo, ele o arrastou para um iate e o fez assinar um contrato estúpido. No meio
da conversa, ele disse que não queria um Ômega porque não estava disposto a ter um filho.
Mesmo quando ficou cara a cara com Benjamin, que se parecia muito com ele, nunca tinha
imaginado que era seu, e sempre estava infinitamente atento a ele de qualquer maneira.
Parecia amá-lo e aceitou que cuidaria dele, mesmo que não compartilhassem o mesmo
sangue.
Não tinha um “pai”, mas tornou-se alguém muito gentil. Como não amar esse homem
gentil? Isaac vira a cabeça até seu rosto e começa a beijá-lo.
Quando o hálito quente e úmido e os lábios macios pressionam os dele, Félix então dá um
grande suspiro.
— Isaac, você está satisfeito com a resposta?
— Acho que sim.
Quando ele respondeu, com a boca ainda pressionada contra a sua pele, Félix fechou os
olhos e disse:
— Então você deveria me excitar novamente, como você prometeu…
__________________
Continua
Capítulo 28 - O jogo da verdade

— Então deveria me excitar novamente como prometeu…


Isaac olhou em silêncio para Félix, que exigiu isso com um rosto bastante arrogante para
seu gosto. Como se esperasse que fosse assim desde o início.
Isaac, em vez de lançar uma refutação ou um simples NÃO, só se pôs de joelhos e estendeu
o corpo para acabar com o rosto a poucos centímetros de sua pélvis… Félix gemeu
brevemente e depois, entrou em um estado de completo pânico… Será que ele ia mesmo fazer
uma coisa dessas? Agora? Sem ter que pedir?
— Não é demais? Você disse que estava ferido da última vez.
— Então me ajude…
Quando sussurrou, com os lábios e a língua já sobre sua calça, Félix estreitou os olhos e
abriu um pouco mais a boca.
Isaac está sem calças, então os
contornos suaves de seus órgãos genitais são revelados sob a leve
camada de sua roupa íntima.
Era a única coisa que ele tinha conseguido puxar para cima.
— E como posso ajudá-lo?
— Não se mova.
Isaac parecia bastante inseguro com o que estava fazendo, mas de qualquer forma,
inclinou-se um pouco mais sobre o corpo de Félix e pôs os lábios em contato direto com seu
pênis.
Queria, atravessá-lo completamente através de sua garganta irritada.
Então, do nada… Um forte aroma surgiu na ponta do nariz do Alfa. Foi algo que lhe
deixou uma sensação fascinante e poderosamente sinistra assim que, Félix, assustado, parou
de respirar e abriu os olhos de uma maneira muito exagerada. Seu coração está batendo e o
sangue de seu corpo inteiro parece drenar e depois inundar de uma só vez.
— Isaac?
— Estou fazendo errado?
Isaac perguntou desconfiado ao sentir que não parava de se contorcer… Mas Félix não
parece ter tempo para responder. Só estava olhando, estendido e com as pupilas bastante
dilatadas. É como uma injeção massiva de uma droga terrível.
Sua cabeça estava gravemente nublada e seu coração corre disparado e saltando como se
estivesse fugindo de uma explosão. O calor parece aumentar rapidamente até preencher
todo o seu corpo e então surge a sensação de uma emoção avassaladora. Parecido… Como se
ele pudesse ver, cheirar e ouvir tudo o que acontecia ao seu redor, tudo ao mesmo tempo. Algo
mais intenso do que nunca.
— Você colocou feromônios Ômega dentro de mim?
Félix estendeu a mão só para poder segurar o queixo de Isaac… Mas tremia sem perceber,
com bastante força. Era incomum para ele, por isso seu esposo só tinha tido um vislumbre
dele.
— Eu… Creio que sim. Quero dizer, tentei praticar o ajuste por conta própria ,
então… Ufff, espera! Félix!
Mesmo antes de suas palavras terem terminado, seu corpo deu uma volta estranha no
colchão, suas mãos acabaram sobre as outras e, não sabendo exatamente como havia
acontecido, Isaac acabou batendo no peito de Félix com a cabeça… Seus olhos só se abriram
quando percebeu que tinham conseguido rolar e acabaram deitados no chão. Não havia
doído nem nada, mas eles empurraram o abajur até que a luz da lâmpada tremeu.
— Ah…
No momento em que levanta a cabeça e o olha, pode vê-lo com a testa franzida e os dentes
bem cerrados. O que há com esta atmosfera? De alguma forma, algo parece estar errado, por
isso seus ombros ficaram completamente rígidos. Isaac, indefeso, não sabia que seus
feromônios podiam causar um efeito como este. Em primeiro lugar, como estava conseguindo
colocar seus feromônios dentro dele e como é que parava isso?
— Eu juro que tentei praticar… Desculpe! Eu não sei como fazer para que você o
sinta mais suave.
Embora estivesse envergonhado enquanto explicava, Félix não parecia estar ouvindo. Ele
tinha um sorriso muito assustador, por isso, Isaac, começou a pensar que estava sofrendo o
seu RUT neste momento. Sua pupila azul é intensa e parece não conseguir parar de lamber
os lábios ou murmurar palavras incoerentes. Como se ele tivesse sua presa diante dos seus
olhos, em vez de um ser humano.
Isaac sentiu um calafrio aterrorizante e recuou por puro instinto.
— Félix, vai com calma.
Mas ele apenas começou a rir, pressionando os lábios de Isaac com a ponta do polegar…
Então, quando o homem se aproximou um pouco mais e tentou examiná-lo, Félix pulou
em cima dele e imediatamente mordeu a parte de trás de seu pescoço.
— Ugh.
Isaac gemeu inconscientemente, mesmo assim este som parece bastante extasiado.
Não houve hesitação em mastigar sua carne. Como uma pessoa verdadeiramente ansiosa
que também tem um hálito quente enquanto morde, chupa e beija e… Ele ri.
— Deus, isso é muito bom. É como… Se seus feromônios tivessem entrado
profundamente dentro de mim. Mais, muito mais, mais forte que quando teve seu cio.
É tão… Eu nem sabia que havia algo assim no mundo! Mas é muito louco e parece ser,
tão fantástico… É como se eu tivesse tanta força e tanto desejo de fazer amor com você.
— Félix, pode tentar se acalmar um pouco.
— Então ponha feromônios em mim e me acalme! Hahaha, espere, isso faz sentido?
Você pode me acalmar? Calma é uma palavra muito estranha, você não acha? Sinto que
quase desmaiei, meu Deus! É incrível sentir que posso desmaiar!
Enquanto dizia palavras estranhas, Félix baixou a mão e puxou a roupa íntima de Isaac
novamente. O tecido cai imediatamente e ele começa a gemer quando sente o ar frio batendo
na sua pele.
A pupila azul de Félix revela o desejo enorme que tem de penetrá-lo naquele momento e
ali mesmo, então apenas se acomoda, levanta as pernas e lambe com força do pênis ao ânus.
Lambe e lambe e lambe sem parar.
— Isaac, hoje tentei fazer o mais gentilmente possível… Mas foi você quem arruinou tudo.
Foi você quem me pôs assim.
— Uh, hmm.
Isaac torceu as costas quando Félix pegou um de seus tornozelos para começar a beijá-lo
até alcançar cada um de seus dedos…
— Então assuma a responsabilidade.

— Merda.
Literalmente sentiu como se estivesse morto.
Tudo bem… Ter feromônios Ômega desregulados isso é um pouco… Suicida.
A culpa foi dele porque os derramou sem perceber, e além disso, parecia uma quantidade
exagerada se conseguisse que ele tivesse uma reação assim.
Os Alfas são mais instintivos que os Betas.
Alfas são bastante manipuláveis se souber o que fazer e o fizer corretamente… Já tinha
entendido tudo.
Isaac, que suspirou e reclamou por muito tempo, levantou um braço e cobriu seus olhos
completamente.
— Tenho que levantar. — pensou. — Preciso levantar e ir ao banheiro.
Mas sua cintura não se move e se o fizer, seguramente vai se desfazer.
Esteva fazendo sexo com ele até de manhã.
Adormeceu por um tempo e agora, quando acordou, percebeu que estava sozinho e tinha
uma camiseta limpa… Pelo menos Félix está sendo muito higiênico ultimamente. Melhor
dizendo, ele pode ser um animal louco e drogado, mas a verdade é que, desde que eles se
casaram, ele tem sido bastante meticuloso. Limpou tudo, então não havia sinal de sêmen…
Em certo sentido, ele ainda está um pouco perturbado, preocupado e nervoso. Pode ser
porque as coisas de ontem à noite aconteceram de repente diante de seus olhos, como um
filme.
Antes de mais nada, ele só queria ler… Mas encontrou Vincenzo e Lucca sentados na sala
de estar e depois, a certa altura, Félix, Noah, Tony e Jack também se reuniram. Após a
controvérsia na Disneylândia, Lucca, inconscientemente, pediu um duelo de mãos nuas.
Como Isaac quase o matou, acabou concordando em jogar um “jogo da verdade” bastante
ridículo com Félix, que estava sempre trapaceando. Por outro lado, tem o lance de rolar a
noite toda no chão junto com ele… Oh, meu Deus! Ele deveria ter colocado seu orgulho de lado
e recusado a oferta para lutar!
Félix ressentiu-se de que Cole, que havia saqueado completamente sua infância, de ter
sido responsável por ele ter crescido como uma máquina de combate, por isso se é assim
agora, tem mesmo uma cura? Realmente pode… Não ter medo de si mesmo e continuar com
sua vida normal?
Com seu braço ainda cobrindo seus dois olhos, Isaac decidiu pensar por si mesmo nas
mesmas coisas que havia dito a Félix: Quando ainda estava na escola primária, Cole tornou-
se seu padrasto e começou a ensiná-lo a lutar. Quando se tornou um estudante do ensino
médio, segurou uma arma na mão pela primeira vez e, no segundo ano, lançou-o em sua
missão de estreia. Mas como realmente se sentiu sobre tudo isso? Ele nunca chorou e nunca
disse nada como “Não quero morrer”, “Não quero fazer isto”. Então seu pai foi morto, e em vez
de dizer-lhe para parar, em vez de dizer-lhe o que pensava, em vez de gritar e gritar como
queria, decidiu ficar quieto e continuar seguindo.
Nunca poderia colocar seus sentimentos em primeiro lugar.
Em outras palavras, talvez… Talvez tenha gostado um pouco. Sendo assim. Agindo com
tanta força.
Depois de entrar na academia militar e entrar na Marinha, ele raramente se sentiu culpado
ao completar as missões pessoais de Cole. Principalmente as ordens para matar. Sempre
pensou que isso era mais provável porque a maioria dos alvos eram traficantes de drogas
envolvidos no negócio de armas e drogas. Eles eram pessoas ruins, então…
Não, mesmo isso seria uma desculpa para negar o que ele realmente era.
Quanto mais pensava nisso, mais complicada era sua mente e mais desconfortável seu
coração se sentia.
A sensação de enfrentar seu instinto é estranha quando você percebe que talvez você nunca
foi e nunca será uma boa pessoa.
Continua…
Capítulo 29 - O jogo da verdade

Isaac finalmente saiu da cama… Muito lento. Ele estava com medo de mover a parte inferior
do corpo por causa da dor latejante que se espalhou por toda parte depois da noite passada.
Isaac, tentando ignorar essas dores, rapidamente trocou de roupa e saiu do quarto. Ainda
havia trabalho a ser feito na floricultura e ele tinha que ver seu filho para dizer “Bom dia”.
Apenas lembrando-se disso, ele pode ser capaz de apagar todas as suas ideias negativas e
seguir em frente.
Os feromônios Alfa e Ômega ainda estão flutuando e se dispersam imediatamente quando
ele caminha.
A manhã está estranhamente fria.
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Em vez de ir na direção da sala de jantar, Isaac ficou na porta do quarto que ficava no
terceiro andar. Era um dos quartos que usavam para os hóspedes, Ele bateu algumas vezes
e entrou assim que ouviu uma resposta fraca…
O quarto estava quente sob o sol da manhã. Uma atmosfera agradável que não se
adequava ao monitor ou aos tanques de oxigênio que estavam presos à parede. Isaac olhou
em volta por um breve momento e depois se aproximou da cama em completo silêncio.
O rosto do homem, deitado na cama e olhando para Isaac, refletia imediatamente um
monte de dúvidas estranhas. Ele parecia estar perguntando: “Como você chegou aqui? E por
que está aqui?”
— Lucca, como está seu corpo?
Assim que parou, a um passo de distância da cama, Isaac perguntou isso em voz baixa e
lenta, mas Lucca ficou simplesmente surpreso ao ouvi-lo e olhou para Isaac sem piscar. Isaac
não espera por sua resposta… Primeiro de tudo, porque parece ser difícil falar quando se tem
uma máscara de oxigênio no rosto.
Sua pele estava incrivelmente bagunçada. Sua mandíbula e nariz quebrados estavam
inchados e ele tem hematomas gigantes por toda parte. Ele também tem gaze e ataduras e
parece ter gesso na parte de trás de ombro que vai até o cotovelo.
Isaac é jovem, então ele parece uma criança que olha para Lucca como se estivesse
assustado.
— Por que você está aqui?
Sua pronúncia não estava clara e era bastante cortada. Em seu estado atual, conseguir
falar poderia ser considerado um grande feito. O que quer que ele faça no momento, está em
apuros. Falar, comer, mover-se.
Ele sabia, obviamente. Entretanto, não tinha a intenção de revelar palavras de conforto ou
arrependimento. Não há razão para fazer isso.
— Sei que você me odeia e não venho aqui para lhe pedir que não me odeie. De qualquer
forma, você é uma pessoa de Vincenzo e quando ele se for, você também irá.

— Além disso, não tenho nenhum sentimento por você. Eu não gosto de você, mas não
odeio você.
Quando ele perguntou novamente por que veio, Isaac hesitou e depois ficou em silêncio.
A curiosidade se aprofundava no rosto gravemente ferido e distorcida de Lucca.
— Não vim aqui me perguntando o quanto você estava ferido… É claro que não estou aqui
para me desculpar. Se eu não tivesse lhe derrubado, você teria feito algo assim ou pior
comigo porque me odeia. Já que isso é muito óbvio.
Quando os comentários de Isaac o atingiram, Lucca balançou a boca como se quisesse
responder agressivamente contra isso. Isaac não parou de falar:
— Estou aqui para confirmar.
— Confirmar?
— O que aconteceu ontem à noite foi uma aposta, e foi você quem o sugeriu. Já que
eu lhe derrubei, você vai nos deixar em paz, confie em mim e me deixe cuidar de
Benjamin e de minha mãe na Disneylândia.
— Ha, eu nunca pensei que viveria o suficiente para ver um Ômega me dando
ordens… É medonho.
Lucca, que ouvia Isaac em silêncio, grunhiu de insatisfação em vez de aceitar. Seu rosto,
que mostrava cada um de seus sentimentos desagradáveis sem filtro, estava misturado com
irritação e raiva. Pensava que ele era… Um homem infinitamente interessante e infinitamente
forte também, mas se admitisse isso, sua auto-estima poderia entrar em colapso mais do que
já estava. E ele definitivamente não estava disposto a descer a esse nível.
Isaac, que suspirou brevemente, disse algo como: “Vamos esquecer isso”. Assim, só então
Lucca se permitiu sorrir com ironia.
— Pedaços de lixo serão sempre pedaços de lixo, não importa o que eles façam ou
não façam. Eles se reúnem com outro lixo e acabam dando à luz a… Pedaços de merda.
Foi muito rude dizer algo assim em um momento como aquele, então não foi nada estranho
que Isaac tenha agarrado o pescoço dele como se quisesse matá-lo neste exato momento.
— Você deve se sentir muito másculo falando assim, certo? Mas já vi tantos Alfas,
tantos homens como você, fortes e acreditando ser grande coisa só por causa do lugar
e da condição que nasceram… Ofender e abusar só porque veem que os Ômega ou Beta
têm um físico menor do que eles. E eu estou realmente cansado disso.
— Agh… Para…
— Estranhamente, cada um deles se acham únicos e inigualáveis, mas fazem as
coisas de uma maneira muito semelhante. Falando, agindo, todos os seus padrões são
exatamente os mesmos. É por isso que encontrei a melhor maneira de calá-los. Você
sabe o qual é?
Isaac sorriu, então Lucca fechou a boca ao sentir seu pescoço ser pressionando um pouco
com palma da mão.
Lucca estava começando a ficar cansado. Seu pescoço estava machucado, seu ombro
quebrado, uma máscara no rosto. Assim que ele foi esmagado, o suor frio escorreu em
imensas gotas por sua pele.
— Eu sempre mostro que sou superior a todos eles. Eu os espancava continuamente
até que eles nem quisessem olhar para mim… Não sem ter medo, pelo menos.
— Chega… Ugh, ugh…
— Lucca, ouça com atenção. Lutar contra você me fez perceber uma natureza da
qual eu nem tinha consciência.
A boca de Lucca, antes fechada, estava tão aberta que ele já começava a babar muito. Seus
lábios estavam ficando incrivelmente azuis, então mesmo que ele tentasse, é difícil para os
gemidos chegarem a seus ouvidos.
— Você tem que ter cuidado. Sabe o que meu marido me disse ontem? Mesmo que
você morra, não haveria nenhum problema para mim. Você já deve saber… Que você
seria deixado no fundo do mar, não é mesmo?

— Portanto, se sua vida não é algo trivial para você, é melhor pensar com cuidado.
— Ah…
— Claro, você pode pensar que é apenas uma ameaça vazia. Mas infelizmente matei
muito mais pessoas do que você e por menos do que isso. Posso assegurar-lhe disso.
Você acha que isso vai me tirar o sono?
Os olhos dolorosos do homem se abriram de tal forma que Isaac simplesmente se afastou
e empurrou o pescoço de Lucca para baixo, fazendo um som bastante intenso. Então sua
expressão se tornou calma e sua voz se acalmou. Como se nada estivesse acontecendo. Como
se ele tivesse acabado de falar com um amigo.
Isaac finalmente levantou a mão para avisar Lucca para olhar para trás e passar adiante
tudo o que eles haviam falado. Ao mesmo tempo, Lucca, que estava respirando rápido,
vomitou uma tosse violenta que causou uma completa dor na mandíbula e no braço
quebrado.
— E para terminar. Não se esqueça de que Benjamin é bisneto de Vincenzo… E se
falar mal dele ou vê-lo de uma forma que me parece errada, direi a ele imediatamente.
Basta ter isso em mente… Já que você o quer tanto.
Isaac, que ainda o observava tremer e sofrer intermitentemente, virou-se sem esperar por
uma resposta.
O som da tosse de Lucca é semelhante a choro… Mas Isaac apenas caminhou pelo corredor
até não ouvir mais nada.
______________________
Continua…
Capítulo 30 - O jogo da verdade

Era um dia brilhante, único em San Diego. O sol estava em seu auge e o ar dava uma
sensação incrível de frescor e estabilidade.
Algo infinitamente leve e refrescante, ao contrário de seu coração.
Isaac parecia não estar com disposição para fazer nada e sem pensar muito, olhou o céu
azul pela janela…
Ele mal tinha dado alguns passos pelo corredor quando ouviu alguém quase correndo
atrás dele e depois sentiu a pressão de dedos delgados assentando imediatamente sobre seus
ombros. Quando congelou e virou a cabeça lentamente, descobriu que o protagonista
daquela mão sólida que segurava seu corpo pertencia ao avô de Félix. Sr. Vincenzo.
— Meu filho, vamos conversar.
—… Desculpe?
Como que para contar um segredo, sua voz soa pesada e muito baixa. Tanto que Isaac teve
que se curvar um pouco mais para confirmar o que ele havia dito.
— Eu quero falar com você.
— Oh… Então você gostaria de ir a algum lugar onde possamos conversar mais
confortavelmente?
— Não, isso não é necessário. Eu só tenho algo a perguntar.
Isaac encolheu os ombros. Pode adivinhar o que ele está prestes a dizer.
Sobre a luta com Lucca e a maneira como ele quase torceu o seu pescoço. É possível que
ele estivesse curioso sobre isso, então provavelmente escavou fundo em seu passado para
encontrar algo que pudesse usar contra ele: o filho adotivo de Cole, como ele tentou matar
Félix sob seu controle…
O coração de Isaac estava batendo rápido, então ele apertou as mãos em um punho.
Não havia nada que ele pudesse fazer.
— Por favor, me diga…
— Você seria meu sucessor?
Vincenzo olhou ansiosamente para Isaac, com os olhos cheios de grandes expectativas…
Isaac, por outro lado estava tão branco que seus olhos se abriram quase ao dobro.
O que ele tinha dito?
Ouviu bem?
Não, espere.
O que quis dizer com “sucessor”?
—… Eu não entendo.
Esta não é uma pergunta completamente diferente do que eu esperava?
Enquanto permanecia em silêncio, apenas piscando e piscando, o rosto de Vincenzo
iluminou-se tanto que de um momento para o outro ele estava quase em cima dele,
segurando as duas mãos.
— Vamos juntos para a Itália! Lá você terá um tempo mais fácil assumindo todo o
meu negócio. Oh, e você não precisa se preocupar com Benjamin porque é óbvio que o
levaremos conosco.
— O que você quer dizer com…?
— Nunca tinha conhecido um homem que fosse digno o suficiente de mim por isso
não me sentia confortável com a ideia de minha morte… No entento olhe para você!
Você está bem na frente dos meus olhos.
Mas Isaac ainda pensava que era o acontecimento mais absurdo que já havia enfrentado
em toda a sua vida. Ele não consegue manter a boca fechada.
— Esse meu avô idiota.
Enquanto Isaac lutava com o fardo de um cérebro amortecido, Félix, que apareceu sabe-
se lá de onde, estendeu a mão e puxou o mais forte que pôde as roupas de seu marido até tê-
lo de volta ao seu lado. Ele não gostava que Vincenzo tivesse suas mãos em cima de Isaac.
— Por que você está me interrompendo novamente?
— Porque meu avô está fazendo uma proposta ridícula a Isaac.
A voz que falava com o avô era ameaçadora o suficiente para deixar o ambiente pesado,
então Vincenzo, percebendo isso, adotou uma atitude que poderia ser considerada
“completamente insatisfeito”.
— O que é ridículo? É uma posição importante!
— Por que Isaac?
— Quem mais? Eu lhe disse e você me mandou esquecer, então por que está
reclamando agora? Você pode cuidar disso e depois passar o fardo para Benjamin,
quando ele for mais velho.
— E meu tio? Por que não ele?
Não importa o quanto Vincenzo grita alto, Félix parece ser capaz de faz isso muito mais alto.
— O que? Como posso ocupar um homem que fica sentado no chão o dia todo,
balançando para frente e para trás só porque um de seus programas de computador
travou? Além disso, você sabe como é. Ele não gosta de nada disso. Ele estaria num
alpe suíço ordenhando vacas se pudesse.
Isaac passou de confuso a desesperadamente curioso. O que seu outro filho fez?
— Então pergunte ao filho do tio.
Félix nem fingiu ouvir o que havia dito e murmurou uma nova resposta em voz alta. O
rosto de Vincenzo está ainda mais duro agora.
— Meu neto saiu tão louco quanto meu filho! Mas bem, um é um professor e o outro
é um hacker. Pelo menos isso é melhor que nada.
Somente por causa dessa resposta ele percebeu que o tio de Félix era o pai de Noah. E, que
era um professor.
Isaac ficou surpreso. Quanto mais ele sabe, mais surpreendente é. Algo tão grande e
poderoso como a máfia, e ninguém queria lidar com isso… Onde fica a casa do avô? O pai de
Noah vai morar com ele? Ele vai ter um parceiro? Entretanto, após outro barulho, Isaac
finalmente acordou de seus pensamentos e olhou para cima.
— De qualquer forma, preciso de um sucessor para transmitir meus negócios. É algo
que tem de acontecer em algum momento… E se meu sucessor é Isaac, acho que ele
seria mais do que perfeito. Quero dizer, um ex-soldado! E não apenas isso, o melhor
ex-soldado do mundo! Vamos para a Itália… Se você estudar um pouco sobre o que eu
faço, talvez…
— Vovô, nem sonhe com isso. Pegar meu Ômega e torná-lo seu herdeiro. Está louco
ou o que há de errado com você?
Embora ele estivesse bastante entusiasmado com a ideia de seu sucessor, desta vez Félix
corta a emoção de suas palavras com uma voz que parece uma faca afiada…
— Por que?! Seu ômega é mais forte e mais poderoso que você!
— Eu sei, foi por isso que me apaixonei por ele.
— Isso não vai afetar você de forma alguma! Vou dar a ele meu negócio e deixar
minha fortuna para ele. Você não pode aceitar isso como um presente?
— Eu trabalho aqui… E se Isaac deixar de estar comigo, eu definitivamente vou
morrer.
Félix respondeu com força, mas também com muita teimosia. Vincenzo o olhou como se
não pudesse acreditar.
— Onde está sua maldita honra Alfa? Eu já te disse antes, você não pode depender
de outra pessoa para viver!
— Você vai se responsabilizar se nosso casamento desmoronar?
— Então você também vem!
— O meu trabalho é aqui, caralho!
Isaac, que não se sentia parte disso, embora estivessem falando dele, os observava com
olhos interessantes, mas mantendo um silêncio prudente.
— Bem! — Quando afinou a garganta, seus olhos caíram para o rosto de Isaac como se
de repente tivesse se lembrado de que ele estava ali. — Vou perguntar diretamente. O que
você acha disso, meu filho?
Vincenzo perguntou isso a Isaac com uma expressão de confiança infinita. Pensando que
ele definitivamente não iria recusá-lo. Ao seu lado, Félix também parecia bastante curioso. Ele
tinha um olhar penetrante e muito desconfortável.
Isaac, que estava recebendo dois olhares ao mesmo tempo, de repente se sentiu bastante
envergonhado.
— Vovô, sinto muito, mas agora estou satisfeito com minha vida aqui. Abri minha
floricultura não faz muito tempo, e Benjamin mal se acostumou a tanta mudança como
posso lhe atribuir uma nova. Além disso, Félix já disse. Ele está trabalhando aqui e eu
não tenho nenhuma intenção de deixá-lo.
Em resposta às palavras de Isaac, Félix colocou sua boca em um ângulo. Um sorriso
arrogante que era bem típico dele. Vincenzo parecia desapontado:
— É sério?
— Sim… Mas, estou feliz que agora, o senhor parece ter uma boa imagem de mim e,
estou muito feliz que tenha pensado que eu era o melhor candidato para ocupar seu
lugar. Eu aprecio a confiança.
Quando respondeu calmamente, Vincenzo não pôde deixar de colocar uma expressão
tremendamente triste.
Isaac se sente imediatamente como o vilão da história.
— Talvez eu não devesse dizer isto, mas isso não é algo que Lucca pode fazer?
Não faz muito tempo, enquanto apertava o pescoço dele com força, tinha feito uma ameaça
contundente contra ele. Mas isso e aquilo eram coisas muito diferentes e, além de seus
sentimentos pessoais, Lucca era muito bom em cada coisa que envolvia o avô. Ele foi um bom
homem que sempre colocou Vincenzo em primeiro lugar e, como seu braço direito, ele
certamente seria melhor do que qualquer outro em tudo o que tem a ver com negócios.
Inesperadamente, porém, Vincenzo estava apenas perplexo. Parece que seus comentários
foram inapropriados.
— Lucca não é meu sucessor. Ele nunca poderia ser.
Após um breve silêncio, Isaac abriu seu discurso com uma nova voz abafada:
—… Eu disse isso porque pensava que era Lucca quem conhecia o trabalho do avô
melhor do que ninguém. Sinto muito, peço desculpas se meus comentários foram
precipitados.
É difícil saber em detalhes quais são os requisitos necessários para ser um sucessor.
_____________________________
______________
No pedido de desculpas de Isaac, Vincenzo balançou a cabeça para frente e para trás para
tentar dizer-lhe que tudo estava bem. Não era particularmente desagradável, e não o havia
incomodado. Entretanto, quando Vincenzo acariciava seu queixo, como sempre fazia quando
queria pensar, de repente, do outro lado, ouviu o som das cortinas se movendo
desordenadamente.
Depois começa a ver-se um movimento… Isaac virou seus olhos na direção do som, com
um rosto endurecido e absolutamente atento. O mesmo aconteceu com Félix, que parece
estar pensando o mesmo que ele. Alguém poderia ter estado ouvindo a conversa,
intencionalmente ou não.
No entanto, quando confirmaram a visão na frente deles, começaram a rir ao perceber um
pequeno corpo se movendo atrás da grande cortina.
Era Benjamin que estava se escondendo, tentando ficar muito, muito quieto. Como seu
corpo é minúsculo, todos pensavam que ele é um Alfa recessivo ou talvez um efeito de
ele ser um bebê prematuro. Seu cabelo é encaracolado, seus quadris são carnudos e suas
pernas curtas revelam seus sapatos coloridos. Até as calças são fofas, têm estampas de urso
e são de veludo cotelê, para que possa se mover com conforto. Ele está rindo, então Félix não
aguenta mais e começa a rir também.
Isaac se aproximou de Benjamin, na esperança de encontrá-lo. No entanto, Vincenzo foi
mais rápido do que ele, então ele gesticulou para deixá-lo ir em seu lugar.
— Ei, acho que estou ouvindo algo. Quem está aí?
Benjamin escorrega lentamente, rindo e gargalhando enquanto faz todo o esforço para
tapar a boca.
— Oh, talvez um cão tenha entrado. Temos que chamar o canil para que venham
buscá-lo?
— Buuh! estou aqui, vovô!
Enquanto Vincenzo continuava dando voltas e mais voltas parecia incapaz de encontrá-
lo, Benjamin gritou em voz alta, fazendo um som alto com seus pés enquanto esticava seus
braços. Só então o homem estendeu a mão e segurou a criança com força o suficiente para
fazer Benjamin rir alegremente.
Era um som deslumbrante e brilhante.
— Eu estava escondido aqui, vovô! Mas você não me encontrou.
— Sim. Nosso cachorrinho está se escondendo muito bem! Gênio, gênio!
— Vamos jogar de novo? Vou me esconder. Procure por mim!
— Existem regras?
— Uhum! Feche seus olhos e conte até dez. — Benjamin gentilmente informa as regras
do jogo e estende suas mãos para que possa ouvi-lo e vê-lo fazer.
— Um, dois, três, sete, nove e dez.
Vincenzo ri de um garoto que estende os dedos e diz que deve contar corretamente,
mesmo que ainda não conte bem. Então, quando ele disse que estava bem, Benjamin correu
rapidamente para o outro lado.
— Conte, vovô! Conte!
— Já vou!
Encontrar uma criança nesta espaçosa mansão pode ser um pouco difícil, mas se for
Benjamin, ele pode simplesmente empurrar a cabeça para algum lugar entre os vãos, como
antes. Um pequeno vulto que será visto muito nitidamente.
— Vou procurar por Benjamin. Enquanto você pensa um pouco mais na minha proposta…
Vincenzo, que tinha dificuldade em contar até dez lentamente, caminhou na direção onde
Benjamin tinha corrido e depois desapareceu também… Isaac só olhou para o espaço vazio
por muito tempo, as paredes brilhando ao sol da manhã.
Ah. Na realidade, agora a sensação é ainda mais calma. Como se nada tivesse realmente
acontecido. Mesmo na noite anterior e no exato momento em que ele apertou o pescoço de
Lucca.
Que estranho.
— O que tanto pensa, meu amor?
Ele estava submerso em suas próprias coisas, então, Félix, que percebeu isso
imediatamente, colocou a cabeça na frente dos olhos e o encarou até começar a morder o
nariz. Só então Isaac voltou à realidade, fazendo um pequeno som de espanto. Ah, seus olhos
azuis são tão brilhantes. São tão lindos, como se pudesse fazê-lo se apaixonar a qualquer
momento e apenas piscando. Olhos como o mar…
— Eu só estava pensando, que não importa o que aconteceu, quem eu sou ou que
natureza tenho… Seria melhor se eu simplesmente esquecesse e pronto.
Enquanto esclarecia suas preocupações, Félix sorriu brilhantemente e estendeu a mão
para que pudesse acariciar sua bochecha.
— Como eu disse ontem, não importa o que você era antes ou o que você é agora, eu
te amo… E estou com você nisso.
— Obrigado.
— Mas, sobre ir para o hospital…
— Vamos deixar isso por enquanto, está bem? Eu só quero estar com minha família
hoje e só. É um ótimo dia.
— Bem… Isso é verdade.
Foi um sussurro doce, então Isaac sorriu gentilmente e deixou Félix segurá-lo em seus
braços por um momento. Abaixou a mão… Juntaram ambas as mãos. Em seguida, eles apenas
entrelaçaram os dedos.
Isaac caminhou ao seu lado e olhou para suas mãos perfeitamente unidas. Ainda era algo
estranho, mas também era uma sensação muito boa. Na palma da mão, Isaac sente pequenas
gotas de suor se formando, fazendo com que sua pele fique terrivelmente molhada. No
entanto, Félix não o largava de modo algum.
— Na verdade, fiquei feliz por você ter recusado a proposta do meu avô.
Isaac não o ouviu de imediato… Ergueu os olhos: O perfil de Félix, caminhando diante da
manhã, é fascinante. Brilha mais nitidamente do que nunca e faz com que veja tudo dele.
Nariz reto, lábios equilibrados e queixo fino. Como uma escultura.
— Foi uma oferta de paz…
Isaac sorriu silenciosamente.
Flutuando no mar incessantemente agitado, as ondas escuras faziam seu barco de
borracha se mover novamente… Até que, claro, Félix o encontrou e de repente estendeu mão
para ele. O pegou, o segurou com firmeza e depois o abraçou.
— É que, não posso imaginar ser algo diferente do que sou agora.
Félix olhou para Isaac com espanto embora logo sorriu brilhantemente outra vez.
— Sim, eu também.
Era uma manhã clara com uma estranha sensação de calma. O som de andar lado a lado
era bastante poderoso, mas também se ouvia muito bem. Isaac exalou profundamente por
um longo momento, expandindo seu peito.
Sim, é uma boa ideia. Esquecer tudo.
O importante é esconder o passado porque, mais importante do que isso, são Ben e o Félix e
a amada família que construíram no presente.
Era um dia lindo e ensolarado. Um céu limpo depois de uma forte chuva.
__________________
Continua…
Capítulo 31 - Viagem a disneylandia

A máfia de Vincenzo é uma das principais organizações criminosas do mundo com sede
na Itália. Uma grande família que tem uma longa história e que se ocupou da lavagem de
dinheiro, negócios financeiros, drogas, tráfico de armas entre muitas outras coisas. Eles têm
ajuda do governo, de modo que sua receita líquida é comparável à de grandes corporações.
Era literalmente uma grande organização que ninguém ousava tocar.
Porém, atualmente, existe um indivíduo que tenta se infiltrar repetidamente para se
apossar de cada uma das ações existentes no sistema: Theron William. Ele era o chefe de
uma máfia incipiente que estava localizada no centro dos Estados Unidos. Isso é claro, antes
de ir para a Itália. Dizem que sua avó é italiana, embora ele tenha nascido e se criado nos
Estados Unidos. Mudou para a Itália por algum motivo desconhecido e se juntou a uma
organização mafiosa bem pequena. Logo depois, porém, se tornou o principal executivo da
organização.
Theron tinha uma rede de comunicação profunda…
— Theron tentou hackear de novo? Esse lixo. — Quando Vincenzo explicou
brevemente o problema, Noah imediatamente começou a trabalhar para consertá-lo. — Vou
começar a fazer uma limpeza, certo? Vou verificar cada um dos portos também.
— Dizem que a segurança está comprometida. Restaure-a rapidamente.
— Puta merda.
Há alguns anos, Noah projetou todo o sistema de segurança de TI (Tecnologia de
Informação) de negócios pessoais sob as ordens de Vincenzo. E realmente, era muito bom.
Na verdade, Vincenzo não apenas cuidava do trabalho dentro da organização, mas também
executava alguns projetos maiores por conta própria, então, obviamente, ele precisava de
mais segurança. A mais rigorosa que puderam oferecer a ele. O que eles vão fazer se forem
hackeados do nada? Isso significa que não foi totalmente bem-sucedido.
Os subordinados de Vincenzo foram forçados a transferir informações importantes do
sistema rapidamente e excluir os dados existentes também.
Noah segurou sua cabeça. Não se sabe quanto tempo vai demorar em consertá-lo
novamente ou quanta informação já foi roubada…
— Que tipo de armadilha você montou para nós, sua vadiazinha? Só deixe o papai
encontrar você.
Enquanto suspirava, Noah moveu a mão pela tela do “laptop” e começou a inserir algum
código na fonte. Queria fazer uma estimativa aproximada dos danos, dos pontos de fuga e
trabalhar nisso, mas não havia muito que pudesse fazer.
— Isso está muito bem feito. O desgraçado contratou alguém.
Ao verificar o sistema, encontrou um enorme buraco na tabela financeira do avô.
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Enquanto Noah murmurava um monte de insultos estranhos e olhava para a tela,
Vincenzo só conseguia estalar a língua.
— É algo que não podemos lidar?
— Nós podemos, mas ele está ferrando a gente. Ele está em todo lugar. Eu acho que
ele está procurando por algo que seja sua fraqueza.
Vincenzo suspirou profundamente enquanto Noah quase chorava na frente dele, batendo
no notebook para que fosse mais rápido.
— Tudo o que está lá é a minha fraqueza.
— Oh merda. Porra! Esses fundos não estavam faltando desde o início?
— Oh meu Deus! Olhe para mim! Eu fiz um monte de coisas ruins na minha vida,
mas não sou idiota a ponto de roubar dinheiro da minha própria organização!
Noah finalmente ergueu as sobrancelhas e depois ergueu os olhos também. A mão que
estava tocando o notebook parou de repente.
— Ele está colocando obstáculos. Ele quer algo, vovô. Tenho certeza que quer algo
que você colocou aqui. Você tem listas?
— Listas? Você está falando sobre listas de tráfego? Ou um livro?
— Algo similar?
Esfregando as têmporas com a ponta dos dedos, Vincenzo engasgou e soltou um grito
terrivelmente frustrado.
— Eu tenho documentos antigos relacionados ao governo.
Vincenzo não queria, mas se obrigou a ser muito honesto com ele. A pupila verde-oliva de
Noah brilha de curiosidade. Ele não parece ter nada a dizer sobre isso, então continua
trabalhando.
Até agora ele não disse a Noah ou Félix, mas o Vincenzo já está aposentado. Ao mesmo
tempo em que entrou nessa nova etapa, deu início à construção de um livro maior que
contém todas as especificações governamentais. Até mesmo as mais antigas. Nem mesmo
são dados de computador, é um livro de papel escrito à mão, no entanto, o livro maior
original foi copiado e salvo como dados para uma pesquisa organizacional muito mais fácil.
À primeira vista, o velho livro poderia parecer lixo que está desatualizado. Jogado
aleatoriamente. Mas agora alguém parece ter investigado o suficiente para saber que o tem.
Não importa a idade do livro maior, se for revelado ao mundo, terá um grande impacto
não apenas na Itália, mas também nos Estados Unidos. Uma bomba-relógio. Portanto, foi
decidido que Vincenzo se tornasse o último gerente a cuidar dele.
O motivo para não se desfazer imediatamente do livro maior era simples: mesmo que
tenha sido retirado, ainda é um documento que pode servir como escudo organizacional. É
muito valioso. É por isso que mais da metade das pessoas no negócio da máfia esperam
pacientemente que ele morra ou anuncie sua aposentadoria de um modo mais formal.
Passaram-se menos de dez anos desde que Vincenzo assumiu o controle do livro razão,
mas Theron, que tinha um relacionamento ruim com ele, percebeu a identidade da lista e a
hackeou numa questão de dias. Era um segredo, portanto, era difícil de descobrir, a menos
que ele tivesse infiltrado um espião dentro de casa. E isso tinha toda a lógica do mundo.
Vincenzo tornou tudo o mais privado possível para reduzir o número de ajudantes e, quando
finalmente encontrou um homem de Theron, trancou-o em um armazém e o matou com um
morcego.
Enquanto isso ficou claro que tinham passado muitas informações pessoais para Theron.
Coisas sobre Félix. Ocorreu-lhe que Theron estava procurando por Félix e o livro razão não
apenas para desferir um grande golpe na organização, mas também para causar danos a seu
coração.
Félix pode ser um idiota, mas de qualquer maneira era seu filho. Sentiu como se todos os
anos estivessem caindo sobre ele em questão de segundos.
— Deus… Está pronto. Não foi fácil, mas…
— Então, você guardou o livro?
— Claro. Eu criptografei onde ninguém pode acessá-lo facilmente. Mas quer saber?
Parece-me que o assistente anterior dele conseguiu fazer uma cópia disso, e eu
preciso. É difícil de encontrar, não tenho um passe. Ele não te deixou a chave?
— Chave? Não, que tipo de mundo é esse dos computadores para que tenham
chaves também?
— Deve haver uma chave! Ah. É, como um tipo de senha.
Vincenzo tocou o nariz.
— Experimente o antigo prédio onde realizávamos nossas reuniões. Era um lugar
de um homem coreano, então seu nome era.
— Era…
— Myeongwan. Era o edifício Myeongwang.
— Funcionou?
— Temos que esperar.
— E a cópia dos dados?
— Paciência, paciência. Vamos manter Félix em segurança. Eu prometo. Além
disso, Theron não pode mexer com ele só para tentar acabar conosco.
Vincenzo olhou para Noah, que respondeu com seriedade. Seus netos pareciam cães de
briga, então havia rumores frequentes de que eles não se davam bem quando, na realidade,
os dois se amavam. Eles confiavam muito um no outro, então sempre que se tratava de Félix,
Noah não mostrava nenhuma dúvida.
Vincenzo apenas franziu as sobrancelhas, como se estivesse com problemas.
— Ele não quer o Félix pela organização.
— Hã, então por quê? Eu não acho que seja por beleza.
— É porque ele diz que foi Félix quem matou Elena.
Vincenzo murmurou isso com o rosto mais sombrio do que o normal. Seus olhos
profundos se tornaram mais negros e suas rugas pareciam ainda mais marcadas. É por causa
do nome de Elena?
Noah o olhou nos olhos e distorceu sua expressão. Parecia bastante irritando.
— Isso é… Bobagem. Por que Félix mataria minha tia? Quem caralho a engravidou
em primeiro lugar? E cuidou dela? Não, definitivamente não. Então não quero que
venha agora dizer que a matou!
— Pare, sua voz é alta.
Vincenzo respondeu tirando um cigarro do bolso interno, como se não pudesse suportá-
lo nem mais um momento. A porta do escritório estava bem fechada, mas ainda assim…
— É frustrante, não é? Essa situação é… Então. Ah! Droga! Tadinha da minha tia. Ela
deve estar muito triste agora.
Vincenzo não pôde dizer nada a Noah, porque se sentia como se ainda estivesse de luto.
O segredo que o mundo não conhece é que o chefe da máfia americana, Theron William,
é pai de Félix.
Elena, a filha mais velha de Vincenzo, morreu dois anos após dar à luz ao filho de Theron,
Félix. Ela era uma menina, tinha acabado de fazer 18 anos. Não podia contar a ninguém que
tinha um filho, então começou a criá-lo sozinha.
Theron, um estudante de 22 anos na época, se apaixonou terrivelmente por Elena, que
também morava no exterior.
Mas não era uma situação com a qual eles pudessem lidar.
Os Prixel’s e os William’s, duas famílias envolvidas na máfia, não aceitaram a estranha
relação. Os avós italianos de Theron tinham sua base na Sicília, enquanto a família de Elena
tinha sua base em Amalfi. Eles tinham um rancor muito antigo e persistente. Muito sangrento.
Dizia-se que seu amor era como o de Romeu e Julieta. Proíbido. Desaprovado.
Finalmente, o relacionamento terminou em tragédia quando Elena morreu. Ou melhor,
quando a mataram. Romeu e Julieta tiveram o mesmo final cruel, é verdade. No entanto, neste
caso, Elena morreu por dar à luz aquele filho bastardo.
Theron se culpava por isso o tempo todo e com tanta força que simplesmente não
conseguia aceitar a realidade. Ela era tudo para ele, seu sol, seu céu. A única que poderia
acalmá-lo apenas por segurá-la em seus braços então… Ele fez o que qualquer Alfa sabe fazer
melhor quando perde o vínculo: enlouqueceu.
Ele odiava o menino que tirou tudo dele e finalmente o abandonou.
Vincenzo foi um dia procurar a filha para levá-la de volta à Itália e foi lá que lhe contaram
tudo. Uma tragédia, uma mulher tão jovem. Que pai poderia ter ouvido tal notícia sem quebrar
seu espírito? Ainda mais quando havia uma criança que ele nem conhecia, pequeno e nu na
terra.
_______
Continua
Capítulo 32 - Viagem a Disneylândia

Vincenzo criou Félix porque ele era filho de sua filha e também seu sangue. Não podia
jogá-lo fora como fez seu pai, ou deixá-lo à sua própria sorte, especialmente quando cheirava
tanto a ela.
Ele fez o seu melhor para fazê-lo crescer bem, como uma criança feliz. Às vezes, como um
pai e às vezes como um avô, ele elevou seu coração atentamente para fazê-lo sentir-se amado
e, acima de tudo, em paz. Embora ele tivesse que lhe contar toda a história antes.
— Noah, mantenha Félix a salvo. Ou eu sinto que talvez possamos perdê-lo para
sempre.
Enquanto ele cuspia uma grande quantidade de fumaça cinza, Noah se viu na frente dele.
Abrindo os olhos de uma forma realmente exagerada.
— O que você quer dizer?
— Estou dizendo que parece que isso pode ser possível.
— Não, não diga isso. Afinal, estamos falando do Félix, não é?
No final, embora Noah tivesse dito isso com bastante confiança, de repente bateu no peito
ao sentir que seu coração estava batendo rápido demais para o seu gosto. Olhou para
Vincenzo, branco como um fantasma.
Por ser um Alfa, Vincenzo às vezes demonstra uma sensibilidade impressionante às coisas
que podem acontecer. Um sentimento semelhante ao que às vezes Félix tem. Podem se tornar
realidade, por isso Noah está com tanto medo que chega a doer.
— Meu primo vai ficar bem. Ele, vai ficar bem porque lhe convém estar bem.
— Theron está agindo de forma tão suspeita esses dias que não tenho ideia do que
está pensando. Quer dizer, é difícil descobrir o que está dentro de um homem louco.
Noah acenou com a cabeça e pensou, ele era definitivamente louco. Não só por tudo o que
aconteceu com o Félix e seu jeito obsessivo de ser, mas porque ele sabe coisas que o resto da
família ignora e que não tem coragem de dizer. Em primeiro lugar, Noah acredita
fervorosamente que o inimigo que matou Elena não foi a família sangrenta de Theron, mas o
próprio Theron. E seu plano não era abandonar Félix como um homem misericordioso, ao
contrário, ele queria matá-lo. Além disso, Theron e Elena não se encontraram pela primeira
vez nos Estados Unidos. Elena o conheceu alguns anos antes de ir estudar fora, quando fez
uma viagem com os tios. É que ela só nunca percebeu isso.
Seu avô Vincenzo sempre conta como eles se conheceram “romanticamente” no exterior,
que Theron a viu por acidente. Não, Theron estava seguindo Elena porque era uma
Prixel. E, alguns anos depois, quando soube que Elena estava estudando no exterior, ele
deliberadamente viajou e se aproximou dela.
Elena ficou completamente apaixonada. Ela era jovem e aventureira e não conhecia a
verdadeira natureza de Theron, mas Theron a conhecia.
Félix pediu a ele que investigasse, e descobriu que o ângulo de Vincenzo era o de um pai
que queria acreditar que sua filha era feliz o maior tempo possível. Com um final lamentável,
mas razoável. Mas Theron era apenas um jovem chefe da máfia que buscou crescer sem se
preocupar em prejudicar os outros.
Noah não pode dizer isso a ele… Dizer a Vincenzo que o presente que seu parceiro lhe
deu era uma piada de alguém mais.
— Vou observá-lo da melhor maneira possível. Não se preocupe muito.
Mas Noah também se lembra das palavras de Felix: “Não tenho medo dele. Vou
enfrentá-lo”, então secretamente colocou um GPS nele.
_______________
A viagem à Disneylândia, que toda a família esperava, aconteceu quase duas semanas
depois da luta contra Lucca.
O plano era fazer uma viagem rápida e sem o menor desvio.
Eles entraram em uma limusine Rolls-Royce Phantom, que já era sinônimo de luxo. O carro
tem dois assentos na parte de trás do banco do motorista e mais dois na frente, com
capacidade para quatro pessoas.
Nos assentos estão Félix e Isaac, Benjamin e a senhora Parker sentados frente a frente.
Portanto, Vincenzo e Noah tiveram que ir em outro carro. Claro, os dois queriam ir com
Benjamin para registrar cada uma de suas expressões quando entrassem no parque pela
primeira vez, mas, infelizmente para eles, o menino estava dormindo profundamente nos
braços de Jéssica e eles não tinham permissão ou coração para tirá-lo dela.
Jack estava encarregado de dirigir a primeira limusine enquanto Tony se sentava no banco
do passageiro. O servente de Vincenzo dirigia a outra limusine e, como copiloto, estava Lucca.
Na verdade, o homem ainda estava gravemente ferido. Ele ainda tem hematomas no queixo,
nariz e rosto, além de arrastar muitos curativos que ainda não foram trocados. Ele parecia
ter muitos problemas para caminhar, mas insistia fervorosamente que o seguiria até o fim
do mundo, se necessário.
Isaac o confrontou no mesmo dia em que tomou a decisão de acompanhá-los, então não
teve escolha a não ser aceitar. Lucca desta vez não disse nada. Ele simplesmente evitou seus
olhos o máximo possível e agradeceu. Prometeu que faria o melhor.
Sentimentos amargos não podem ser resolvidos em algumas semanas.
Isaac, pensando por um momento em Lucca, logo soltou um suspiro gigante e desta vez se
virou para olhar Benjamin. O carro é enorme e Benjamin, que já está mais acordado do que
antes, parece muito ocupado tocando isso ou aquilo. Ele tinha um boneco do Mickey Mouse
nos braços. O que Vincenzo deu a ele assim que chegou à mansão. Era feito de plástico e
falava italiano, mas Benjamin gostou tanto que muitas vezes o abraçava e o levava para
comer e brincar na piscina.
— Olá papai, eu sou o Mickey Mouse.
Isaac agarra a mão enluvada do Mickey Mouse enquanto Benjamin a estende para ele,
depois o observa sentar-se cuidadosamente ao seu lado.
— Mickey já quer chegar em sua casa! Há outros Mickeys lá então. Eles são irmãos
dele, certo, papai?
— Sim. Mas eu disse que você não precisa tirar isso da sua mochila por nada no
mundo, está bem? Você pode perdê-lo.
Abraçando Mickey Mouse com força, Benjamin balançou a cabeça várias vezes e
murmurou um pequeno Uhum.
Isaac suspirou novamente. O que lhe preocupa tanto? Se a criança o perder, é mais do que
certo que Vincenzo lhe comprará mais dois ou três daqueles bonecos. A loja inteira se ele
quiser!
“Ecco, topolino. Questa é casa sua.”
“Ecco, topolino. Questa é casa sua.”
“Ecco, topolino. Questa é casa sua.”
(Aqui, ratinho. Está é a sua casa X3)
— Meu amor, você pode pegar o boneco e jogar pela janela? Muito obrigado, eu te
amo.
Mas ao contrário de Isaac, que parece aguentar a voz estranha do “Mickey italiano”, Félix,
que olhava para seu tablet eletrônico e seu celular ao mesmo tempo, parecia estar de péssimo
humor. Humor terrível.
Tinha esquecido isso por um tempo, mas na realidade seu marido havia feito um
tremendo escândalo desde o primeiro dia. Todos os itens que haviam trazido para a criança
eram italianos, falavam em italiano, diziam eu amo a Itália, a Itália é o melhor em cada um de
seus pacotes, então… Não estava nada contente com isso. Ele disse que era uma espécie de
“lavagem cerebral intensiva” e que logo seu filho iria querer se mudar para o lugar onde as
pessoas comumente diziam: “Aqui, ratinho. Esta é a sua casa”, assim como seu rato.
— Eso, Topolino, quesa casa su.
— Não Benjamin, não diga isso. Mickey Mouse não é italiano, é um rato americano.
Mora nos Estados Unidos, como você e eu. Ele acha que a Itália é uma merda e que ele
quer viver com seus pais ratos para a eternidade.
— Félix… Você se lembra de que é ítalo-americano. Certo?
— Não estou ouvindo você, querido. Sinto muito. A viagem só fez meus ouvidos
parecerem terrivelmente entupidos. Que pena.
Enquanto o ouvia reclamar, Isaac olhou pela janela até perceber como duas limusines e
três ou quatro veículos SUV começaram a se mover até criar uma formação que os deixou
bem no meio. Muito exagerado e muito mais perigoso do que benéfico, mas o que ele poderia
fazer se fosse ordem do vovô?
No final, ainda olhando para a longa procissão, balançou a cabeça e pegou Benjamin nos
braços para verificar se ele tomou todo o seu leite.
______________________
Anaheim, a cidade onde fica a Disneylândia em San Diego, fica relativamente perto, a
duas horas de distância quando não há tráfego.
Há muitas coisas para ver na Disneylândia, então há um pedido especial (de Noah e
Vincenzo) de que é melhor ficar lá por uma semana inteira para que possam relaxar
completamente. Eles reservaram toda a parte de cima de um hotel dentro do parque, mesmo
que fosse alta temporada e tudo já estivesse reservado com antecedência.
Cada cômodo pode ser usado por uma pessoa, mas a sala de estar, o salão, a cozinha, a sala
de jantar e a sala de estudo estão juntas. Isaac e Félix, que estavam olhando em volta,
simplesmente iam e voltavam para organizar a bagagem e verificar se estava tudo bem. Na
sala de jantar, havia um almoço que já havia sido reservado. Graças ao serviço que Vincenzo
comprou, a comida era tão luxuosa que se comparava à que servia na residência de Félix. No
entanto, era correto dizer que, mesmo diante da comida que parecia um tanto gostosa,
Benjamin não quis comer nada.
Foi porque ele queria ir à Disneylândia o mais rápido possível, então todos cooperam para
terminar o que foi servido a ele. Bolos quentes, frutas, cereais e leite. E depois de um almoço
embalado, foram direto para a Disneylândia sem esperar.
Os homens se dividiram. Alguns dirigiram o Rolls Royces até o estacionamento e pegaram
dois carros de luxo Side by Side. Não era um veículo comum, então, enquanto dirigiam com
eles, os olhos das pessoas estavam absolutamente fixos ali.
Os homens de Vincenzo e Félix geralmente usam lindos ternos pretos, mas agora eles têm
camisas havaianas porque, aparentemente, essa é sua melhor ideia de camuflagem.
Infelizmente, o físico e a atmosfera sangrenta pareciam ser totalmente visíveis, mesmo
com a camisa ou os gorros com orelhas pequenas. Eles eram muito assustadores, para falar a
verdade.
Quando eles caminharam, as pessoas começaram a evitá-los e se virar.
— Bem pelo menos não teremos que nos preocupar com segurança.
______________________
Continua…
Capítulo 33 - Viagem a Disneylândia

Eles foram a um restaurante temático.


Seu marido usava uma camisa pólo de mangas curtas, shorts cáqui, sapatos claros, óculos
de sol pretos e Benjamin em um braço.
Segurando um sorvete próximo à boca para não o deixar cair.
As pessoas olham para a estranha família e a ensanguentada multidão de camisas
havaianas que a seguem. Às vezes, uma mulher diz algo como: “Você já viu?,” Ele é muito
bonito, não é?, “Você acha que ele é um ator?” E ainda assim Félix não tem olhos para
ninguém além do menino e talvez seu estranho boneco italiano.
Isaac riu por dentro observando atentamente enquanto explicava isso e aquilo para
Benjamin, que olha ao redor com olhinhos brilhantes.
Isaac vai atrás dele com Jéssica ao lado. É revigorante caminhar pelo parque lado a lado
porque nunca tinha estado dessa maneira ao seu lado. Exceto, talvez, quando ele era muito,
muito jovem.
Percebeu que era a primeira vez que viajava com ela. O parque temático em si, é a primeira
vez para os dois.
Quando ele era criança, eles não podiam pagar uma viagem a um parque temático como
este e após o divórcio, seu pai tratava de estar o menos possível em casa, por isso nem sequer
podia pensar em ir com ele.
— É um lugar bonito.
— É verdade.
— Quando estou com você, até me sinto uma criança de novo.
Isaac olha ao redor em silêncio, sentindo a ilusão de que entraram em um colorido livro
de contos de fadas. Não podia facilmente dizer que estava feliz por poder vir com ela e que,
estava muito feliz por ter tido Benjamin para tornar isso possível. Se ele não tivesse
engravidado, não estaria na Disneylândia com esta sua família incomum. Como? Com que
desculpa poderia ter vindo a este lugar ao seu lado sem se sentir estranho? Por exemplo, as
pessoas vão aos parques temáticos dependendo do seu gosto pessoal, mas não parece ser
algo que combine com Isaac.
Mesmo que tivesse tempo e espaço, estar em um lugar cheio de crianças barulhentas como
um parque temático da Disney, seria estranho para um encontro de mãe e filho, não seria?…
Nunca pensou que isto aconteceria, até que o seu filho acabou gostando muito do Mickey
Mouse.
Foi uma viagem significativa, pensou que era maravilhoso. Que Benjamin pudesse
experimentar coisas incríveis como essa. Com seu pai, virando seus olhinhos e pintando suas
bochechas de vermelho quando ele começava a rir.
— Teria sido bom se eu tivesse te trazido aqui quando você era tão pequeno quanto
Benjamin. Desculpe, desculpe por não ter feito isso.
De repente, Jéssica, caminhando ao lado dele, abriu seu discurso com uma voz triste o
suficiente para fazê-lo se sentir desconfortável. Ele não sabia que sua mãe diria isso, então
foi realmente surpreendente. No entanto, foi muito mais porque suas ideias eram muito
semelhantes. Afinal, há alguns meses pensava que ir ao parque com Benjamin era impossível!
— Mãe, está tudo bem. Você não tem que se desculpar comigo. Estamos aqui, agora, não
estamos? E podemos fazer memórias mais agradáveis, você e eu.
Jéssica Parker respira fundo e depois expira.
— Obrigado por dizer isso. Como você disse, estou feliz por poder estar com meu lindo
filho agora. — Os olhos de Jéssica Parker brilham, como os de uma menina. — Eu te amo,
desde que você nasceu tenho te amado muito…
— Eu também amo você.
Realmente foi uma cena de conto de fadas. Andando por um lugar lindo sentindo que seus
passos eram tão leves quanto seu coração. Às vezes, sua boca fica frouxa, como se pudesse
começar a sorrir a qualquer momento e sem nenhum motivo específico.
Foi nesse momento que Félix, caminhando com Benjamin, virou a cabeça e olhou para
Isaac. O olhar que penetrava nos óculos escuros era tão intenso que parecia que ele queria
dizer algo importante. Depois caminhou, inclinou o rosto em um ângulo e esfregou os lábios
juntos. E disse:
— Eu também te amo. — Em silêncio, e em seguida, olhou para trás e caminhou para
outra nova atração.
Sua mãe estava rindo.
Às vezes é um grande problema para ele que o marido se comporte da mesma forma fofa
que uma criança… Se não houvesse ninguém, se estivessem sozinhos, correria até ele e o beijaria
um pouco mais, mas é uma pena que teve que reprimir seu desejo porque haviam muitos olhos
em cima deles.
À noite, devia dar-lhe um beijo mais profundo como presente… Por enquanto, no entanto,
só limpou a boca com a palma da mão.
__________________________
A Disneylândia tem muito a oferecer para a diversão, começando com o fantástico Castelo
da Cinderela, o ícone da Disney. Tudo é decorado por variados temas e os personagens agem
e cumprimentam animadamente e depois começam a desfilar. Eles fazem isso a cada hora,
na verdade.
Parece ser uma corporação muito bem organizada no que diz respeito à atração de
turistas.
Benjamin gostava muito do Mickey Mouse, o personagem principal da Disney, mas isso
não significava que ele não se entusiasmava sempre que via outros. Por exemplo, os
personagens do Toy Story, Carros, Frozen e também as princesas. Pode-se entender
imediatamente porque uma criança ficaria animada por estar ali, cheia de personagens
famosos. Nem imaginava que poderia parecer tão natural.
Graças a isso, os adultos eram forçados a gastar todo o dinheiro com o bebê. Vincenzo e
Noah abrem e abrem suas carteiras, então Isaac, que os estava observando à distância,
começou a ter um pouco de medo. Preocupado que seu filho se tornasse terrivelmente mimado.
Como resultado, as orelhas redondas de Mickey Mouse estão na cabeça de todos os
membros da família, incluindo Benjamin. Eles tinham canecas, um buquê de algodão doce, e
Lucca, Jack, Tony e o motorista particular de Vincenzo tinham que andar com as duas
mãos cheias de bichos de pelúcia de todos os tipos. No entanto, como um sinal agradável,
literalmente não há ansiedade nesse mundo. Como se tivesse chegado ao lugar mais feliz.
Enquanto caminhava, Isaac abaixou o menino para que ele pudesse andar. Afinal, ele já
tem quatro anos, então deve conseguir fazer isso sozinho, pelo menos por um tempo. No
entanto, Benjamin ficou parado no lugar e estendeu os braços para dizer:
— Papai estou cansado.
— Só daqui até a barraca bem ali. Aquela com os balões, você pode ver?
— Papai me carrega.
Ele abriu os braços para pedir novamente, então não teve escolha a não ser se inclinar e
gentilmente colocá-lo contra o peito. Na verdade, durante todo este tempo, ele só andou
alguns passos porque toda a família se revezou segurando-o. Primeiro Félix, depois Isaac,
depois Vincenzo e finalmente Noah. Mas como Noah se cansou logo, foi esperto o suficiente
para comprar um carrinho para ele.
Agora, ao chegar à barraca que havia prometido, o menino desceu mais um pouco apenas
para estar em seus braços novamente. Embora agora fossem nos braços de Jack. A cabeça do
homem tinha uma faixa em forma de orelhas de Mickey Mouse que se iluminava quando o
tocava, de modo que Benjamin ficava absolutamente fascinado com ele.
Um urso com um pequenino que ri sem parar.
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— Benjamin, não nas pessoas. Isso é rude. — Isaac se aproxima de Benjamin, que tinha
um pequeno brinquedo que disparava bolhas de sabão ao apertar um pequeno botão. Ele
não gostava que estivesse fazendo isso com as pessoas. — Você tem que fazer isso para outro
lado, está bem?
Felizmente, Benjamin respondeu: “Sim!”, com um sorriso gigantesco e depois
rapidamente mudou de direção para começar a atirar as bolhas para o céu. As pequenas
bolhinhas começam a se agitar no ar, brilhando intensamente quando o sol as atinge. Até as
crianças que passavam e mesmo os pais dessas crianças, começavam a tentar tocá-las com a
ponta dos dedos.
Lucca, que não parecia ser exatamente o tipo de homem que parava para brincar com
bolhas, parou na frente de Benjamin e começou a brincar com ele. Mostrando-lhe como ele
poderia segurá-las sem quebrá-las e então apenas pegou o brinquedo de Benjamin e
pressionou de tal forma que ele conseguiu fazer uma bolha realmente grande.
Isaac olhava tudo com muito cuidado, então, quando viu Lucca rir, o rosto dele envolto em
bolhas, só começou a sorrir sem perceber.
— Agora você tem olhos para Lucca, senhor infiel?
De repente, Félix ficou ao seu lado e exclamou como se estivesse realmente bravo com ele.
Porém, quando Isaac se virou para vê-lo, só podia ver seus lindos olhos azuis quase o
olhando, suas sobrancelhas todas esmagadas e… Isaac ergueu as mãos e cobriu a boca em vez
de dizer algo sobre sua atitude. Foi um ataque tão estranho que não teve escolha senão soltar
todas as suas risadas. Félix tem na cabeça uma coroa de princesa que está presa a uma
espécie de peruca loira trançada.
— O que é isso?
— Eu não sei… Noah comprou para mim porque ele disse que eu me pareço com a
Elsa. Mas não sei quem é Elsa.
Isaac só conseguiu rir de novo.
— Está lindo.
— É mesmo?
Isaac segura a mão de Félix, que agora se inclina sobre ele para começar a beijá-lo.
_________________________
Continua
Capítulo 34 - Viagem a Disneylândia

Na realidade ele estava falando sério, Félix era realmente lindo. Mesmo que fique parado
apenas olhando para ele, sem fazer nada em particular, o ar ao seu redor o faz sentir que
pode acabar se perdendo nele. E como é possível que um homem usando uma peruca de
princesa fique tão bonito em primeiro lugar? Mesmo que ele esteja carrancudo… Quem é
bonito será bonito até o fim.
— Se estiver muito ridículo, talvez eu deva tirá-la.
— Não, está muito fofo. Eu até pensei que… Seria bom ter uma menina que se
parecesse completamente com você. Quero dizer, com você assim, posso ter uma ideia
de como seria.
— Isso não é ruim. Embora eu não me importasse se você desse à luz a uma menina
ou um menino.
— Tem razão.
Benjamin, que tem uma personalidade bastante suave e calma, é muito bonito e na
realidade já se parece bastante com o Félix para querer ter agora uma menina idêntica… É
só que não pode evitar pensar em como seria bonita. Tão bela. Com cabelo que poderia
trançar, assim como o que está nele. Com os olhos e talvez, com sua personalidade. Como
uma princesinha de verdade.
Como Félix parece poder ver através de seus pensamentos, encontra-se com a mão já
sobre sua bochecha.
— Eu vou tentar todos os dias, constantemente até que você fique grávido de filho
meu novamente.
— Isso é um pouco extremo… Agora não planejamos nada e já sinto que vou acabar
sem cintura.
Quando o olhava, Félix sorriu um pouco mais forte e depois soltou uma risada. Já sabendo
como ele é, Isaac tem certeza de que se ele pudesse já começaria a fazer uma filha nele agora
mesmo.
Talvez… Era como cavar sua própria sepultura.
— Então você não pode se dar ao luxo de olhar para qualquer outro cara, certo?
— Ah!
— Você só precisa olhar para o seu Alfa. Apenas, mantenha seus olhos em mim e
pronto.
Félix, que é famoso por ser extremamente ciumento com ele, faz Isaac apenas erguer uma
sobrancelha e o olhar como se não pudesse acreditar no que ele acabou de dizer. Porém,
diante de seu olhar desesperado, logo parece não ter escolha a não ser dar um enorme
suspiro.
— Certo, escute. Eu só posso ver você. Você é tão bonito que não posso ver mais
ninguém. Mesmo se eu olhar para outra pessoa algum dia, apenas virando minha
cabeça em sua direção de novo. Acho que me esqueceria disso. Imediatamente.
Quando respondeu de forma tão honesta, as sobrancelhas de Félix se contraíram como se
não pudesse acreditar no que tinha acabado de acontecer. Como sempre, quando fala com
Isaac, ele perde.
— Deus acho que meu Ômega está ficando muito mais sincero com o passar do
tempo. Parece que o vendedor de flores que me disse para não voltar à sua loja
desapareceu completamente.
— É verdade. Talvez seja esse o caso.
Quando ele disse isso, Félix agarrou a mão de Isaac com força.
— Fiquei animado, quando te vi pela primeira vez e você olhou para mim com uma
cara dura e imprudente. Mas agora, estou muito louco pelo homem que continua
mostrando que me ama tanto quanto eu o amo.
Isaac não disse nada e começou a rir baixinho. Parecia que ultimamente tudo era assim,
sorrisos e risadinhas. Sinais de que Félix continuava fazendo mudanças nele.
— Foi culpa sua.
— Sim, então não mostre minha criação para ninguém.
— Ninguém mais.
Em resposta a Isaac, Félix sorriu satisfeito e levantou a mão de Isaac para começar a beijá-
la.
O sol estava se pondo até causar um brilho muito frio, que logo pareceu tingir tudo de
vermelho.
_________________________
A viagem em família à Disneylândia continua com uma atmosfera mais amigável do que o
esperado. Enquanto desciam a rua, compravam lanches, brinquedos e brincavam juntos até
o anoitecer.
O jantar foi em um dos restaurantes do parque e isso, obviamente, também graças à
reserva especial de Vincenzo e Tony. Não foi difícil sentar-se com toda a família porque eles
estavam no terraço, não dentro. Além disso, era um lugar excelente porque eles podiam olhar
em volta lentamente sem serem incomodados por ninguém.
— Há outro desfile. O desfile noturno é de luzes então diz aqui que vale a pena ir ver. Olha,
aqui está escrito em negrito. Você tem que ver isso!
Depois de um jantar tranquilo, Noah olhou para o folheto do parque como se estivesse
lendo um livro bastante complicado. Na verdade, eles já tinham visto o desfile da tarde. Onde
os personagens da Disney se juntaram e dançaram uma música muito bonita. Benjamin
estava ali nos ombros de Félix, olhando para eles com olhos grandes e brilhantes. Apertando
as mãos para cumprimentar cada princesa, monstro ou rato gigante que passasse.
— E por que vamos ver esse outro desfile se já vimos um antes?
— Vovô, esse é diferente!
— Minhas narinas são diferentes.
No entanto, graças ao desejo intenso de Noah de ver o desfile da noite, Vincenzo, que
terminou a refeição e estava bêbado de vinho, reclamou. Mas concordou em ir. Afinal, Noah
havia começado a falar tanto com Benjamin sobre como certamente seria lindo e maravilhoso
aquele desfile, que logo o menino abriu as mãos e gritou:
— Quero ir!
Noah sabia melhor do que ninguém que Benjamin era o único que poderia convencer
aquele homem.
— Vovô, podemos ir ver o Mickey que brilha?
A resposta de Vincenzo foi mais do que óbvia, então ficou estabelecido que a próxima
parada seria o festival noturno com o Mickey que brilha.
À noite, o parque parecia muito mais colorido. Os prédios e as decorações eram tão claros
que até tinha que estreitar os olhos para ver melhor. A música continua e mesmo sendo
muito tarde, ainda está cheio de pessoas.
Isaac caminha no meio da multidão e chega ao local onde será o desfile. Por isso sentou-
se imediatamente no chão e acomodou o Benjamin suavemente entre os seus braços. Não
era desconfortável, ao contrário, ele gostava de ser capaz de enterrar o nariz completamente
no cabelo do garoto e farejar seu cheiro agradável e profundo. Além disso, pensou que era
um dia de sorte, por poder passar um momento desses com sua família sem a menor
complicação.
— Querido, o ar está esfriando, você quer que eu traga uma xícara de café para você?
Enquanto esperavam, Félix sussurrou isso em seu ouvido antes de seguir em frente para
acomodar um pouco melhor o gorro de Benjamin. Quando Isaac vira a cabeça para
responder, um olhar azul prussiano amigável, o captura tão intensamente como se estivesse
no fundo do mar.
Ele não tinha notado mas já estava dizendo sim com a cabeça.
Ele realmente não queria beber café, mas a voz dele, sussurrando docemente perto de sua
bochecha, o fez pensar que não seria uma má ideia sentar-se com ele, tomar café juntos e ver
o desfile ao lado de seu filho.
— Espere um minuto, eu já volto.
Então Félix se levantou. Inconscientemente, Isaac estendeu a mão para segurá-lo.
— Você vai agora?
— O que? Claro que agora, ainda tenho tempo, não é?
O desfile começava às 8 horas. Ainda faltavam 10 minutos por isso, como Félix disse, ainda
tinha tempo para ir comprar café. No entanto, em vez de se mover, há algo que
definitivamente não parece certo.
— Você está indo sozinho?
— Claro. Esse era o nosso plano ao longo do dia, certo? Eu vou comprar e você cuida de
Benjamin.
Bem, isso é verdade, mas a verdade é que Isaac não queria deixá-lo ir de qualquer maneira.
— Não. Que tal irmos juntos um pouco mais tarde?
Havia realmente alguma coisa. Pressionando o peito como se tivesse sido atingido por
uma pedra, Isaac parecia visivelmente agitado e olhou ao seu redor e de novo até notar como
se enchia de mais pessoas. Noah está na primeira fila junto com Lucca. À esquerda de Isaac
estão Vincenzo e Jéssica, longe da multidão.
Eles tinham visto o desfile da tarde e estavam absolutamente convencidos de que agora
iam apenas adicionar mais luzes para que, na realidade, não tinha prestado muita atenção.
Além disso, eles já estavam cansados de caminhar o dia todo, então apenas se sentaram em
um banco, lado a lado, e conversaram um pouco. À primeira vista, eles pareciam idosos
normais, mas então se virassem um pouco o olhar, logo poderiam notar homens enormes em
camisas havaianas.
Todos estavam ocupados, cuidando dos próprios assuntos porque, na verdade, o clima
estava bom. Mas ele estava lá, segurando a mão de Félix porque não queria deixá-lo ir.
De fato, Isaac não tinha nenhuma base sólida para detê-lo. Por que ele se sentia tão nervoso
agora quando antes confiava tanto em seu plano? Ele até lutou com Lucca por isso.
Por isso…
— Não vá sozinho. Por favor.
Isaac, ainda olhando ao redor, diz de novo e então, se apega tanto a ele que até Benjamin
começa a sentir um pouco confuso. Félix conhece essa expressão, está pálido e frio e parece
que está á beira de um ataque de ansiedade, então ele só pode pensar em beijá-lo novamente.
— É isso. Não vou sozinho, está bem? Não se preocupe. Vou levar Jack.
_____________
Continua…
Capítulo 35 - Viagem a Disneylândia

— É isso. Não vou sozinho, está bem? Não se preocupe. Vou levar Jack.
— Então diga a ele para ir e você ficar.
— Humm, eu também quero ir ao banheiro.
Félix sorriu, mas soou como uma desculpa completa, então Isaac apenas o segurou um
pouco mais apertado.
Ele não deveria ter falado nada sobre o café, deveria ter dito que estava tudo bem assistir
ao show. Isaac sacudiu os ombros, cuspindo uma respiração forte que logo se tornou amarga.
Seu filho começou a abraçá-lo também, então ele pensou, talvez estivesse sendo muito
exagerado.
— Meu amor.
—Sinto muito… Só estou muito preocupado.
—Você não precisa se desculpar, não precisa explicar o que está pensando porque
é um sentimento absolutamente normal. Afinal, estamos ligados, você sente o mesmo
que eu.
— O que?
— Vou ao banheiro, compro um café para você e volto imediatamente. Não se
preocupe, está bem?
Félix, que beijou suas bochechas várias vezes para acalmá-lo, tentou se levantar mais uma
vez para ir. Até que sentiu a mãozinha de Benjamin sobre a sua. Possivelmente Isaac o
infectou com seus sentimentos estranhos ou ele estava nervoso por conta própria. Seja o que
for, ele aperta com força.
— Onde você está indo, papai?
Félix se abaixou novamente e olhou para Benjamin mais de perto.
— Vou comprar algo delicioso para o seu pai Isaac beber, porque está frio.
— Eu posso ir?
— Bem, não. Porque agora eu preciso que você fique aqui para cuidar do papai,
enquanto eu estiver fora, certo?
Félix tem um olhar e uma voz bastante séria, mas se inclina e beija o cabelo de Benjamin
como se estivesse brincando. Benjamin assentiu, embora não conseguisse entender o que
isso significava.
— Não se esqueça do meu café, seu inútil!
Então Noah intervém de lado, mas Félix finge que não ouviu nada.
Isaac o soltou.
Félix anda no meio da multidão assim não dar para ver o que está fazendo ou se realmente
chamou Jack para ir com ele. Em certo momento, sua aparência foi rapidamente misturada
com a do povo, foi ofuscado por um grupo de crianças e, não sobrou nada dele. Como se
tivesse sido absorvido pela escuridão… Só podia ver, estranhos e mais estranhos
perambulando além de sua vista.
— Ei Rambo. O que há de errado? Você está tão pálido.

— Não se preocupe muito. Estamos na Disneylândia, certo? Há segurança privada


em todos os lugares, até no banheiro.
Mas Isaac continuou olhando para o lugar onde Félix havia desaparecido. O lugar escuro,
as pessoas.
Noah, que é muito bom em perceber o interior de uma pessoa, sentou-se ao lado dele e
segurou seus ombros antes de também acariciar suas costas.
— É de Félix que estamos falando, certo? Ele é um Alfa dominante difícil de vencer.
Sem mencionar sua personalidade nojenta. Qual é, cara! Anime-se. — Noah se
endireitou e gemeu, olhando para frente também. No entanto, não encontrando nenhuma
reação, Noah encolheu os ombros e puxou o celular para mostrar o que ele tinha feito. — Eh,
eu coloquei um rastreador de localização no Félix. Com isso você pode ver tudo. Onde
ele está e como está.
—… Sério?
Noah apertou seu celular e o deixou cair na sua mão. Como se estivesse dizendo que ali
estava s possibilidade, e que deveria aproveitar. Novamente, em vez de uma resposta, apenas
recebe um sorriso vago.
— Papai, quando o Mickey Mouse vem?
Enquanto isso, Benjamin parece muito entediado de ficar sentado. Eles chegaram cedo e
sentar no banco da frente não é exatamente uma coisa divertida de se fazer.
Isaac finalmente beijou o cabelo dele e o segurou contra ele novamente.
— Em breve. Vamos esperar um pouco mais.
— Quando o papai vem?
— Seu pai estará aqui em breve.
— Ele foi comprar café para mim também?
O menino pergunta imediatamente para que Isaac perceba que ouviu toda a conversa.
Olhando para seus olhinhos azuis, tão parecidos com os de Félix, o homem o acaricia e beija
novamente sua bochecha e sua cabecinha. Ele assentiu.
— Ele com certeza trará algo delicioso para você.
— Eu não quero café.
— Então? Chocolate?
— Eu quero papai Félix. Você pode… Você pode dizer a ele para vir logo?
Noah tinha um grande problema nas mãos, então tentou trazer outro assunto para a
conversa. Perguntou se ele queria comer doce com ele e de que tipo gostava.
Ele sempre carregava doces e chocolates no casaco então, tudo que ele pedia, pirulito, uma
goma de mascar ou um “marzipan”, ele tirava repetidamente fazendo a criança bater palmas
e rir.
Então, lentamente, o desfile começou.
Foi um desfile lindo e deslumbrante, com música e muita gente também. Ouviam-se ao
redor sons de vivas e aplausos, altos e alegres. Mas sua mente estava completamente em
branco.
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Félix não voltou.
O desfile barulhento e colorido já havia acabado e milhares de pessoas que haviam se
reunido no local também começaram a dispersar. Quando isso aconteceu, Isaac se levantou,
entregou Benjamin a Noah e correu em direção da banca de café, afim de encontrá-lo. Noah,
que também estava bastante frustrado, rapidamente move-se junto com Isaac.
— Para onde eles estão indo? E quanto ao Félix?
— Vovô, leve o menino, está bem? Félix não voltou do banheiro.
Noah imediatamente pegou o laptop que carregava na mochila e começou a verificar o
GPS que havia anexado a Félix. Na verdade, mesmo no meio do desfile, ele não parou de
conferir. O sinal parou de se mover no mesmo lugar por muito tempo. A princípio estava no
banheiro, mas depois se perdeu, como se tivesse sido desligado.
Ele não pôde deixar de ficar nervoso, então disse a Isaac para verificar se a mesma coisa
acontecia no celular. No entanto, Isaac apenas correu novamente. Ele atravessa o parque que
já estava coberto pela escuridão e dá outra volta.
— Félix e os homens que o seguiram não voltam e o rastreador que foi colocado nele não
responde!
Todos correram para o banheiro juntos e, foi quando descobriram que o motorista pessoal
de Vincenzo e Jack estavam amarrados, costas com costas e completamente inconsciente. No
espelho tinham escrito a frase: “Vou reparar a falha”, com algo parecido com um marcador.
— O que aconteceu aqui?! Jack, Kevin! Acordem!
Tony gritou e começou a desamarrar os dois enormes homens que estavam no banheiro.
Eles não acordaram, há sangue no chão e eles não parecem estar machucados. Na verdade,
seu pulso é tão lento que acreditam que eles foram drogados. Então esse sangue…
O rosto de Isaac, que olhou ao redor, é um completo desastre. Seus olhos estavam
escurecidos.
__________
Continua
Capítulo 36 - Viagem a Disneylândia

Mesmo sabendo quem era a causa e por que de suas ações precipitadas, a verdade era que
parecia quase impossível localizá-lo corretamente estando ali.
Cada vez que acrescentava mais e mais pensamentos à sua cabeça já confusa, o coração
de Isaac se tornava terrivelmente pesado e dolorido. Embora quisesse falar com Vincenzo e
Noah sobre a situação, eles parecem empenhados o suficiente em seus próprios assuntos
para poder estar com ele. E ele entendia. Também sabia que tinha que esperar que esse
cenário confuso se acalmasse um pouco, mas, a verdade era que a medida que tempo passava
, as coisas ficaram tão tensas que inevitavelmente destruiriam tudo nas suas costas.
— Papai, uuh, uuh, papai, papai… Pa… Uh, papai. — Benjamin estava sendo embalado
de um lado para o outro porque, ao contrário do que era esperado para uma criança de
quatro anos, ele também sentia que o ambiente era completamente incomum. Ele estava
estressado e assustado, então apenas chorava com força, com a cabecinha toda enterrada no
peito de Isaac.
— Eu quero… Papai Fé-. Uh… Uhh.
— Benjamin, não chore. Não chore mais. Não há nada com que se preocupar, ok?
Papai Félix estará aqui em breve.
—… De verdade?
— De verdade.
— Para dormir?
— Sim… Mas não vai vim se você continuar chorando assim, então tente se acalmar
um pouco.
— Uhum.
Isaac respondia a tudo em voz baixa, com os lábios colados nos cabelos macios do filho e
a mão esquerda dando batidinhas em suas pequenas costas… Com uma segurava o menino
em um braço, e com a outra enviava mensagens de texto, então realmente não sabia se estava
fazendo bem ou se pelo menos ele entendia.
Depois de enviar cerca de dez mensagens de texto, rapidamente colocou o celular de volta
no bolso da calça…
O celular de Lucca não parava de tocar.
Ele estava em outro lugar, investigando até que ponto eles conseguiram contornar sua
segurança e as maneiras pelas quais poderiam repará-la. No entanto, quando pegou o celular
e começou a checar as notificações, sua testa começou a se distorcer mais e mais até o ponto
em que já era bastante doloroso. Até sua pele estava tingida de vermelho. Desligou o celular
e correu direto para Vincenzo. E começou a falar em italiano:
— Temos mais problemas.
— O que aconteceu?
Vincenzo, quem ouvia tudo com muita atenção, distorceu sua expressão tanto quanto
Lucca.
— Isaac disse que as condições no hotel não é a melhor. Os caras que estavam em
guarda também foram golpeados.
— Do que você está falando?!
— Isaac está assumindo no momento… Mas está errado. Eles os maltrataram muito
e aqueles que conseguiram recuperar a memória disseram que a segurança que
colocamos no sótão também está perdida. Alguns estão mortos.
— Ha, aquela vadia de merda.
Uma palavra que nunca havia sido, usado saiu da boca de Vincenzo. Sua imagem era
completamente diferente do que tinham visto na mansão, então isso inevitavelmente o
deixou bastante desconfortável.
Foi horrível carregar Benjamin enquanto ele chorava e depois ter que deixá-lo com o pai
porque mal conseguia respirar. Além de se sentir completamente desamparado e triste, tanto
o peito quanto a cabeça doem como se fossem explodir… Era possível que seu oponente
estava planejando e observando cuidadosamente desde o início. Esperando o momento certo
para atacar. Houve algo que deixou passar. Mas o quê? Como? Quando caralho?
— Vovô, tenho algo a dizer.
Noah, que protegeu o vídeo CCTV enquanto baixava outros dados, tardiamente se
aproximou de Vincenzo… Seu rosto, que geralmente é pálido, agora estava muito mais.
Dezenas de vezes mais pálido!
— O quê? Você encontrou algo?
Vincenzo estava com muita pressa para chegar ao hotel, mas ainda assim parou e olhou
para ele por tempo suficiente para ver a maneira como Noah mordia o lábio.
— Eu não te disse uma coisa… É que, se Félix dissesse ao vovô, você iria cancelar a
viagem em família e…
— Félix? Pare de falar como um idiota e me diga as coisa adequandamente!
Vincenzo bateu na cabeça de Noah porque ele não falava direito, e também porque sacudia
os ombros como se estivesse morrendo de frio. Só então Noah arregalou os olhos e, sem
fôlego e rapidamente cuspiu cada uma de suas palavras, e lhe contou absolutamente tudo.
Que Félix havia dito que queria enfrentá-lo e que não tinha medo de ir com ele.
— Eu não sabia que isso aconteceria.
A voz de Noah, que está apertando os punhos com força, gradualmente perde sua energia
e chega a um ponto em que se quebra. Estava chorando, escandaloso e muito honestamente.
Assim como Benjamin e como se realmente estivesse muito assustado e arrependido de tudo.
Vincenzo apenas o olhou fixamente e então agarrou seu ombro para confortá-lo por um
momento. Parecia que havia perdido seu palavras e ao mesmo tempo, realmente queria chutá-
lo…
Noah deu de ombros e fungou o nariz, ainda chorando. Lucca, que também se emocionou
com ele, o abraçou.
— Ah. Não me toque. Você cheira mal.
—… Sinto muito.
___________________
Tony está olhando para Isaac como se não soubesse mais o que fazer para confortá-lo. Os
olhos de Isaac não piscam. Não. Até parecia que havia esquecido a maneira correta de
respirar.
Agora, não tinham mais escolha a não ser dizer a ele que quem havia sequestrado seu
marido era possivelmente Theron William. Theron, o pai de Félix. O primeiro nome que
Vincenzo soltou quando chegou em San Diego e todos conversaram juntos na biblioteca.
Desta vez estava bastante curioso sobre isso porque, quando mencionou seu nome, o rosto
de Félix mudou para algo verdadeiramente assustador.
Quando viu Noah, correndo na direção de algum lugar com uma pilha de papéis nas mãos,
imediatamente o abordou e falou com ele até quehe falou que Theron era o pai de seu
primo…
A relação entre pai e filho era muito ruim. Com base no que pôde ouvir no jogo da verdade,
Félix estava muito triste em falar sobre ele e até pareceu realmente perturbado ao se lembrar
dele. Depois disso, tentou ser o mais empático possível e o consolou dizendo que eram iguais.
Que o entendia perfeitamente porque seu pai e o dele foram os piores, e isso era verdade…
Mas não sabia que eles realmente se pareciam em tudo! Quis dizer, havia sido filho da puta o
suficiente para sequestrá-lo em uma viagem familiar. Além disso, atacaram o hotel e
aniquilaram a maioria dos guardas. Que tipo de humano repugnante ele era? Era uma pessoa
relacionada à máfia? Noah havia lhe dito antes, Félix era o melhor Alfa, um realmente
dominante, forte e habilidoso então que truque usou para levá-lo com ele?
Isaac suspirou com força, e começou a empacotar tudo o que foi possível enquanto, ainda
agarrado ao seu bebê, que parecia suficientemente cansado de tanto chorar para fazer outra
coisa. Então tiraram todo mundo de lá e começaram a executar uma espécie de “Plano de
Fuga”. Vincenzo e Noah, Jéssica também…
Estavam com pressa para sair da Disneylândia o mais rápido possível, então quando se
dirigiram para o carro e…
BOM! BOM! BOM!
Logo veio as explosões sobre suas cabeças… Todos pareciam tão honestamente confusos
que pararam de caminhar.
Os fogos de artifício enchem o céu, um após o outro. Afinal, a queima de fogos é o destaque
das noites da Disneylândia. Benjamin, que estava em seus braços, de repente levantou a
cabeça e disse algo semelhante a um “uau”. Acima deles, uma chama colorida irrompeu mais
uma vez, trazendo uma névoa escura que abalou completamente a terra…
Foi um show espetacular de fogos de artifício que coloriu a escuridão. Mesmo quando
Benjamin tapava suas orelhas com as duas mãos, levantava o queixo e arregalava a boca e os
olhos, como se estivesse possuído pela beleza deslumbrante que brilha como se fosse só para
ele. Não apenas o garoto, mas também os adultos estavam assistindo. Vincenzo, Noah todos
olharam para o céu sem tentar entrar no carro. No entanto, Isaac logo se forçou a entrar no
Rolls Royce e estendeu a mão para que sua mãe fizesse o mesmo.
Ao contrário da jornada de ida, o assento de Félix estava vazio agora… E parece
excepcionalmente espaçoso também. Isaac o olhou por um momento e logo observou pela
janela: Os fogos de artifício riscando o céu em formas coloridas duraram muito tempo,
embora o carro tivesse começado a se mover…
— Félix…
Isaac, ainda olhando para o céu, chamou seu nome algumas vezes. Era um nome que o
fazia se sentir bem quando o dizia, então o repetia sem parar. Todo o tempo…
“Félix…” os fogos de artifício fazem com que tudo se ilumina. “Você está vendo?” O som é
tão forte que sacode toda a cidade então… “Você está ouvindo? Está vendo… Aquela chama
preciosa que preenche todas as partes do céu? Se é assim, se você pode ver e ouvir o mesmo que
eu, se está vivo, isso é o suficiente para mim. Vou ficar bem enquanto você estiver bem”.
“Eu prometo a você, não importa onde esteja ou em que parte ou quem quer que esteja com
você neste momento…”.
“…Eu irei por você”.
________________
Continua…
Capítulo 37 - Viagem a Disneylândia

Era tarde.
Isaac deixou a Disneylândia com Benjamin e com sua mãe e procuraram um lugar onde
pudessem parar e descansar. Depois de tudo, o lugar onde estavam ficando era uma bagunça
e não podia deixar que ficassem ali. Cercado por cadáveres, sangue, feromônios Alfas e coisas
quebradas.
Então, ao contrário de Vincenzo e Noah, que planejaram ficar ali um pouco mais para
solucionar o máximo possível, Isaac estava no carro. Olhando seu bebê chupar seu dedo e
sua mãe fechar os olhos como se quisesse um momento para pensar…
Desta vez, Tony cuidou de tudo, encontrando um hotel que não fosse muito longe. Era uma
suíte com dois quartos separados, um para ele e outro onde sua mãe e o filho poderiam
dormir. Também conseguiram uma pequena escolta… No entanto, Isaac não consegue
relaxar nem mesmo estando ali. A partir do momento que Noah começou a reunir
informações para localizar Félix, sabia que tinha que se alistar para lutar uma guerra difícil.
Não, provavelmente desde antes. Quando entrou no banheiro e descobriu que o chão tinha
muitas manchas vermelhas e uma mensagem estranha na parede.
Depois de conversar com Tony, Isaac se encarregou completamente de Benjamin. É muito
tarde, muito mais do que a hora que normalmente vai para a cama, mas Benjamin ainda está
mais do que acordado e também está muito mais alterado do que de costume. Pensou que
dormiria a noite toda porque havia vagado por todas as partes da Disneylândia durante o
dia, mas parecia difícil para o menino conseguir fechar os olhos. Por causa do que aconteceu
com Félix, se agarrava a ele enquanto chorava e gritava.
— Onde está o papai? Onde está o papai?
Isaac engole as lágrimas, veste o pijama e deita-se na cama para tentar fazê-lo dormir.
Como sempre, faz uma cara sorridente, diz que o ama muito, que seu pai estará ali a qualquer
momento e lhe dá um beijo de boa noite para depois sair do quarto e deixar o caminho
totalmente livre para sua mãe, que o olha como se quisesse abraçá-lo com força e começar a
confortá-lo…
— Tony, tenho uma coisa para te pedir, tudo bem?
Isaac, parado na porta do quarto e completamente fechado em seus pensamentos, deu a
Tony um olhar completamente estranho enquanto esperava em silêncio bem em sua frente.
O pedido que tinha era simples: Queria ir aonde estava Vincenzo para começar a ajudar no
caso do seu marido. No entanto, antes de ter uma resposta, Isaac já estava se preparando e
logo começou rápida caminhada até a recepção do hotel. O corredor acarpetado engoliu até
mesmo os passos mais fortes de Isaac e fez cada pequeno eco desaparecer até que não
houvesse mais nada…
Enquanto caminhava pelo corredor, Isaac cerrou os punhos e logo parou de se mover. De
repente, as palmas das suas mãos estão úmidas de suor e seu coração parecia que poderia
escapar pela sua garganta. Isaac, que suspirou brevemente, esfregou os dedos na calça jeans
e fechou os olhos para tentar se acalmar. Estava nervoso e bastante assustado. Agora já que
havia parado de segurar o filho ou de sorrir para sua mãe, sentia o mesmo como se fosse
morrer. “Deus, o que é que tenho que fazer quando me sinto tão mal em um momento em que
deveria estar calmo?”
Isaac cobriu a boca uma última vez, moveu-se rapidamente e pegou o elevador para ir
imediatamente para a porta da principal.
Quando saiu, a brisa do outono de repente espalhou seu cabelo. O sul tem um clima
desértico e o sol parece estar sempre alto, então dificilmente chove. No entanto, podia
perceber totalmente a diferença entre o dia e a noite. Fazia frio…
Pensando em coisas novas e perigosas, Isaac esfregou os braços expostos sob as mangas
curtas e caminhou diretamente para o sedã que esperava na frente do estacionamento do
hotel. Tony estava ali, quase correndo atrás dele enquanto gritava que não podia ir sozinho…
Mas Isaac entrou, trancou todas as portas e gritou para ele ficar e cuidar de Benjamin e de
sua mãe.
Enquanto o sedan se movia suavemente na escuridão, ele começou a chorar… Embora
tenha sido um acidente.
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Na lateral do hotel não havia policiais ou algum tipo de movimento estranho até então,
graças a isso, o ambiente não estava todo lotado… Embora o ar ainda estivesse terrivelmente
pesado.
Seus ombros estavam quase completamente comprimidos enquanto caminhava pelos
corredores do hotel. Embora agora, ao contrário da primeira vez, o cheiro de pólvora
flutuando no ar e o cheiro de sangue tenham se intensificado consideravelmente. O ar
condicionado estava soprando forte o suficiente para sentir frio, mas cheirava. Era um
perfume que tornava os sentimentos desconfortáveis ao se tornarem ainda mais fortes. Um
cheiro familiar e desagradável.
Quando Isaac chegou à porta, percebeu que todas as vítimas de ferimentos foram
eliminados e resolvidos até certo ponto. Logo, sem nem perceber os subordinados que ainda
estavam arrumando o quarto, se aproximou do local onde estavam Vincenzo e Noah. Eles
estavam sentados na sala de estar, trocando alguns papéis estranhos com Lucca… Assim
como no banheiro, os homens têm rostos duros e terríveis, no entanto, quando o vêem
chegar, se levantam e abrem seus olhos como se estivessem tentando encontrar as palavras
certas para se dirigir a ele.
Foi Vincenzo quem começou a conversa.
— Você está aqui. Como está Benjamin?
Isaac se aproximou dele, mas somente porque parecia preocupado.
— Um pouco ansioso, mas está tudo bem. Minha mãe vai assumir.
— Não tenho rosto para vê-la depois do que a fiz passar.
— Ela é forte.
Em resposta à oração muito clara de Isaac, Vincenzo suspirou brevemente, balançou a
cabeça e ficou em silêncio novamente. Como se tivesse um enorme nó na garganta que subiu
para um terrível cinza escuro.
— Já teve algum contato com Theron?
Logo se sentou em silêncio e olhou em volta até chegar a Noah. Os olhos firmes que o
encaram são terrivelmente negros. Tão manchado que era impossível conhecer o seu
interior.
Noah mostrou a ele seu laptop:
— Não parece estar por perto, então agora estamos esperando que entre em
contato conosco. Esperamos que o faça em breve.
Ao contrário dos outros funcionários de Vincenzo, Noah não parecia ter nenhum tipo de
energia ou força sobre ele. Estava aborrecido, os ombros caídos e manchas vermelhas
profundas sob os olhos e na ponta do nariz. Isaac acenou com a cabeça silenciosamente,
observando o homem fungar seu nariz como se ainda estivesse pingando, embora estivesse
realmente seco…
Houve silêncio entre eles por um longo momento, mas, de alguma forma, Lucca estava
completamente imovel e fechado. Como um molusco. Ninguém podia falar facilmente,
apenas se sentam. Ouvindo o ponteiro dos segundos do relógio se movendo ruidosamente.
‘Tik, Tak, Tik, Tak’
Então, o celular de Vincenzo vibrou como se de repente lhe enviassem muitas mensagens
ou notificações de algo importante e, imediatamente depois, todos voltaram a ficar de pé e
atentos… Havia tensão no quarto quando Vincenzo atendeu o telefone sem hesitar. Noah
pegou seu tablet e começou a digitar até conseguir abrir o programa de rastreamento. Seus
olhos verde-oliva brilhavam como antes havia visto brilhar os de Félix: um predador com
sua presa na frente…
— Alô?
Vincenzo colocou o telefone no ouvido, deu início à conversa.
— Muito tempo sem ouvir sua voz, Senhor Prixel.
Ele abaixou as costas e estreitou os olhos, como se tentasse ouvir sua voz com mais
detalhes… A mão de Vincenzo, colocada sobre a mesa, se curvou e fechou até formar um
punhos enquanto Isaac apenas se inclinava, tentando ouvir o som que vinha do alto falante.
________________________
Félix estava olhando para o homem que se encontrava sentado em sua frente…
Os dois estavam em uma limusine com estrutura semelhante ao Rolls Royce em que foram
todos levados para a Disneylândia.
Enquanto tentava analisar tudo o que estava acontecendo, Félix moveu lentamente as
mãos amarradas e descobriu que também haviam amarrado seus pés.
Droga, antes de entrar no carro só perdeu a consciência por um momento, talvez um minuto!
E agora estava completamente perdido e foi carregado como um saco… Quanto tempo
realmente havia se passado? Foi por causa da droga que o injetaram? Quando o confrontou,
antes mesmo de cortar o braço, por acaso disse algo como: “Tragam o remédio”, “Injetem o
remédio”. Era um inibidor de feromônios cem vezes mais forte do que os que ele havia usado
antes para acalmar seu cio, então poderia dizer que era mais uma arma. Não importa o quanto
tentasse, não poderia usar seus feromônios para lutar!
Pouco depois de se dar conta daquele fato absurdo, Félix percebeu que tudo estava ficando
terrivelmente escuro e quando abriu os olhos novamente… Teve essa situação de estar
sentando na limusine em frente ao mandante do ataque. “Ah! Caralho. Até parece que um
caminhão passou por cima…”.
— Está acordado agora?
Quando o homem que tinha toda sua atenção na janela sentiu o olhar penetrante de Félix,
imediatamente revirou os olhos e o encarou completamente. Eram olhos castanhos, pupilas
como pedras que não refletiam a menor emoção. Um rosto tão monótono que o deixou
deprimido só de olhar…
Parecia ter uns 20 anos agora. A última vez que o enfrentou foi há quase 10 anos, então
colocar essa idade nele é a coisa mais lógica a se fazer. No entanto, a aparência do garoto que
conheceu naquela época e sua aparência de agora eram absolutamente diferentes. Como
pode mudar tanto? Acho que definitivamente não é normal.
(N/T: Estou tão confusa quando vcs sobre esse negócio garoto de 20 anos?? Só traduzi o que
estava no espanhol hehe)
— Então…
— Deus, olhe para o seu maldito rosto. Tem toda a fachada de um empresário de
meia-idade falido que acabou de descobrir que sua esposa está grávida… E que ele não
é o pai.
A primeira palavra de Félix, que estava olhando para o homem, foi uma frase estúpida que
realmente tinha um ponto. Parecia um homenzinho muito triste que estava entrando em um
estágio muito pior.
— É o rosto de um homem que não tem mais nada.
Não houve resposta enquanto se acomodava um pouco melhor, os braços cruzados contra
o peito e a boca em uma curva que expressava zombaria completa e absoluta.
— Então você precisa de mais doses hein? Já que você parece tão ativo a ponto de
dizer tantas bobagens…
________________
Continua
Capítulo 38 - Viagem a Disneylândia

— Não sabia antes, mas agora que te vejo… Você se parece exatamente com sua mãe.
Talvez, você seja realmente igual a Vincenzo.
O garoto, que ainda olhava para Félix com curiosidade, confessou seus pensamentos em
voz baixa demais. Era um tom tão abafado quanto sua expressão. Soava entediante.
— Não me importo com o que você diz e não me importo se pareço minha mãe ou
não… Apenas me diga o que você quer. Vamos conversar rápido e terminar rápido
também.
Tentou se lembrar do que tinha acontecido enquanto estava na Disneylândia.
“Fui comprar café… Não, antes fui ao banheiro. Enquanto estava secando as mãos em uma
toalha de papel, um Ômega magro entrou e… Se jogou em meus braços”.
Literalmente caiu sobre ele e o abraçou como se fossem amantes de toda uma vida. Foi
nesse momento que Félix o segurou involuntariamente também.
Jack e Kevin, que o seguiram, correram e tiraram o estranho Ômega de cima dele.
— Oh, sinto muito. Foi um acidente.
O Ômega se desculpou por cair contra ele, e Jack respondeu fazendo uma cara ruim. Não
havia escutado realmente bem, mas tinha certeza que a voz mal-humorada era ameaçadora
o suficiente para assustar qualquer um.
— Pare, estou bem. Não aconteceu nada.
Félix ordenou a Jack que o deixasse em paz… Começou a notar um pouco mais no Ômega
que tinha um ambiente e físico completamente diferente do que Isaac tinha. O olhou como se
ele fosse uma criatura incrível: Tinha uma aparência bonita e um físico esguio e brilhante,
lindo onde quer que olhasse.
Seu marido tinha um físico sólido e altura considerável, então parecia que havia esquecido
por um momento como eram os outros Ômegas até que estivesse um bem ali em sua frente.
Mesmo que Noah também fosse magro e bonito. Ele gostou, e isso era completamente ilógico
porque nunca gostou de ninguém em quatro anos, quando de repente teve um ciclo de calor
complicado e dormiu com um Ômega. Ah… Isaac era fabuloso. Ele o havia preenchido tanto
com seu perfume que estava sempre procurando por ele, sempre teve sede dele… Sabia que
era o seu destino desde o primeiro beijo que compartilharam, então, como é que outro homem
o estava encantando tanto? Como é que queria tanto devorá-lo…?
Devorá-lo…?
Certo, Isaac queria um café.
Félix logo começou a piscar e virou a cabeça.
“Oh, meu Deus. Isaac ainda estava lá fora, não está? Estava esperando por ele junto com seu
filho, então… O que estava fazendo em primeiro lugar?”
Tentou sair correndo, mas não conseguiu dar alguns passos. Sua cabeça latejava como se
tivesse um gongo dentro.
Naquele momento sentiu… O mau pressentimento que teve era por um ômega? É uma
piada?
— Jack!
Félix gritou e se aproximou deles para tentar avisá-los de que algo estava errado com ele,
mas seu corpo, que antes parecia completamente fresco, agora estava pesado como uma bola
de concreto. A dor de cabeça começou a piorar e piorar até que seus olhos ficaram
desfocados… Estava surdo, mudo e era difícil se concentrar em uma única coisa sem sentir
que ia explodir, então inconscientemente estendeu a mão.
Então, Tak, alguém agarrou sua mão com força e cortou sua pele como se procurasse algo
importante lá dentro. Félix ergueu os olhos, mas não disse nada. Ao contrário do físico esguio,
era uma ótima pegada…
— Uau, você é o melhor Alfa do mundo, não é mesmo? Nem todo mundo pode tomar
uma dose dessas sem cair.
Félix, que sacudiu seu braço o mais forte que pôde, percebeu que Jack e Kevin estavam
desaparecendo na sua frente como se alguém os estivesse levando para longe… Não apenas
eles estavam saindo, mas o banheiro em si parecia terrivelmente vazio e branco.
Não tinha reparado antes mas, na entrada do banheiro, logo à direita, há uma porta
estranha com a palavra “limpeza” escrita nela e a partir daí vários homens vestidos de
zeladores começam a sair da mesma como se já tivessem ensaiado com antecipação…
Queria dizer algo, mas uma respiração diferente encheu seu queixo e interferiu em suas
palavras. Alguns dentes morderam seus lábios…
O que estava acontecendo e por que nunca havia experimentado isso em sua vida?
A atmosfera era muito desagradável e se sentia… Apenas sentia que não era ele mesmo…
Por exemplo, em outras ocasiões o teria empurrado e batido a sua cabeça contra o vaso
sanitário até que o quebrasse, mas agora se pergunta por que estava tão indefeso.
— Ohhh. Meu lindo Alfa… Eu quero que você me siga em silêncio, de acordo? Não se
aborreça e tudo terminará antes que você perceba.
É difícil chegar ao outro lado segurando um homem mais alto e maior do que ele,
movendo-se de um lado para o outro como se estivesse derretendo… Então ele pede ajuda.
Félix, por sua vez, tentava se livrar daquelas mãos desagradáveis que pareciam ter se
enraizado completamente em seus dedos, mas está tão descoordenado que parece nem
sequer saber onde estão e o que estavam fazendo… O Ômega colocou as unhas sob a pele do
seu braço porque o dispositivo que trouxe não deixava de dizer que tinha um GPS justo
naquela região…
— O que você quer?
Quando o homem perguntou, o Ômega apenas deu de ombros.
— Nós vamos sair daqui para conversar lá fora. Dei a vocês um inibidor muito forte,
então não seria conveniente para ninguém se de repente perdessem completamente
a cabeça. Se isso acontecesse, eu teria que lhes dar mais doses… E seria muito perigoso
tomar tantos produtos químicos querido, entendeu?
— Algo como isso-…
“Merda, o que estava errado? Quando foi que você injetou!?”
No momento em que esbarrou nele e o segurou em seus braços, houve uma sensação de
formigamento dentro de sua palma… No entanto, em vez de dor ou algum outro sinal de
alerta, houve gritos de Jack dizendo que era melhor que saísse de lá se não quisesse
problemas.
Félix olhou para seu pulso e piscou, tentando focar em algo, embora seus olhos estivessem
completamente turvos e quase escuros… Em sua mão, bem onde estavam os formigamentos,
havia algumas marcas bastante estranhas. Não que tivesse inserido uma agulha, parecia mais
um pequeno botão. Um dispositivo que administrava drogas simplesmente pressionando-o.
— Olha, vou te dizer pelo qual te convém parar de lutar. Você tem o seu Ômega, seu
filho, seu avô e seu primo, tudo dentro do parque. Não importa que seja um parque
temático tão protegido quanto este, certo? Você viu… Porque eu já alcancei esse nível
e ninguém me parou. Então, o que você acha que vai acontecer com eles? Você pensa
que não estou em todo lugar? Que não posso dizer ‘faça’ e fazer voar a cabeça do seu
bebê?
Era uma ameaça bastante óbvia, a intimidação normal de que sua família se machucasse
se não ficasse calmo… Félix tentou, mas não pôde evitar rir. Bem, sua família tinha guardas
e, mais importante do que isso, ele tinha Isaac. Como poderia levá-lo a sério quando o
homem com quem se casou tinha uma arma no bolso da calça? Foi hilário imaginá-lo
batendo em alguém como seu parceiro.
O Ômega empurrou sua cabeça para baixo.
— Eu acho que você pensa que minhas palavras são engraçadas, mas não são uma
ameaça vazia.
Sua voz ficou cada vez mais alta enquanto a visão de Félix ficava consideravelmente mais
embaçada. Ao mesmo tempo, sentia-se sendo empurrado para trás e depois levantando as
pernas como uma criança pequena… Obviamente pensou que poderia chutá-lo e então, se
fosse jogado, rastejaria ou encontraria um jeito de correr para pedir ajuda. Claro, era
impossível. E seus pensamentos permaneceram apenas sendo isto…
Então os homens que o seguravam viram uma pequena máquina em forma de botão sob
seus sapatos. Ele também tinha um GPS lá, talvez houvesse mais em suas roupas.
— Jogue isso fora! Vamos ver o resto.
Quando o Ômega ordenou, com aquela voz absolutamente contundente, o botão foi
retirado e jogado fora sem esperar mais um momento…
Félix olhou pelo espelho do banheiro, mas ainda não entendia o que estava fazendo. O que
ele tinha no sapato? O que estava em seu braço?
Teria sido bom não ser movido por suposições puras e ouvir as palavras de Isaac sobre
irmos juntos depois que o desfile acabasse.
Deveria ter mandado apenas Jack, deveria ter agido de forma diferente, deveria ter deixado
para trás aquela ideia de ir atrás de Theron, deveria ter agarrado Benjamin e dito que não iria
a lugar nenhum. Deveria ter dito a eles que os amava mais uma vez. Mais um momento…
Devia ter…
Félix suspirou e… Essa foi a última coisa que fez. Suas pálpebras não suportavam mais o
peso e acabou sendo absorvido por aquela escuridão que parecia uma cortina.
_______________________
Continua…
Capítulo 39 - Viagem a Disneylândia

— Não disse que o teria “Comendo na palma da sua mão” quando o trouxesse?
— Bem… É um Alfa complicado. A droga não funcionou muito nele.
Com as costas apoiadas no assento, Félix está com a cabeça erguida e os olhos quase
completamente fechados. No entanto, suas pupilas estão se mexendo, como se procurasse
algo importante nisso tudo… O olhar castanho à sua frente é completamente irritante.
Olhando-o assim, tão perto, não havia canto que realmente parecesse ser de seu pai
biológico. Mas era. Theron e ele tinham o mesmo sangue dentro de seus corpos, embora a
aparência, personalidade, atmosfera e olhos não fossem nada semelhantes. Em primeiro
lugar, tudo em Félix era herança materna e, como cresceu sob o teto de Vincenzo desde os
dois anos de idade, seu comportamento, voz e expressão facial eram idênticos aos seus. Ele
se tornou semelhante a um verdadeiro Prixel. Em vez disso, Theron é um completo estranho.
“Caralho. Preferia morrer antes de ser arrastado assim por ele!”
Pensando nisso, Félix balançou a cabeça até que estivesse colada na janela do carro. Era
diferente do primeiro, então quanto tempo havia se passado? Estava bastante escuro, então
parece que adormeceu por um longo tempo… Certamente já devem ter descoberto o desastre
do banheiro e agora estão investigando cada parte do hotel. Ah, possivelmente Vincenzo está
com raiva, Noah está chorando como um louco e Isaac…
— Isaac deve estar muito preocupado comigo…
Foi quando falou inconscientemente que Theron olhou para ele.
— Isaac?
Theron ficou curioso e confuso ao ponto de que havia se inclinado um pouco mais contra
ele… Mas logo, se lembrou do que estava no relatório.
— Ah, você se refere ao seu companheiro? Não me admira que a droga não
funcionou bem! Você está enlaçado, certo? Que bobo. Não havia pensado nisso, porque
não pensei que fosse possível vindo de você, mas olha para você. enlaçado com uma
pequena cadela Ômega! Tão formal.
Um ar denso encheu o interior do carro, era uma raiva impressionante que subia de todas
as partes de sua pele até se misturar completamente com o cheiro do aromatizante… No
entanto, como se isso não parecesse surpreendente, Theron apenas se sentou mais
casualmente. Desafiando Félix, que encolheu os ombros em frustração.
— De qualquer forma. Não importa se você tem um parceiro ou um filho ou uma
bela casa feliz… O que eu quero é mais importante.
Esse homem, igual ao Ômega que está ao seu lado, parece um completo e total desastre.
Ele cria uma atmosfera que diz “Não me importo com nada além do que quero fazer.”
Assim que, quanto mais o olha, mais difícil é para pensar que se trata de um chefe da máfia.
É mais fácil acreditar, e imaginar que é dono de uma mercearia.
— Que porra você quer?
Então, cruzando uma perna, Theron colocou as mãos nos joelhos e olhou para o rosto
zangado que tinha apenas para ele… E sorriu:
— Hum… Vejo que também é de atitude desesperada, hein? É muito para processar
e na verdade estamos apenas começando. Não é bom ir correndo.
— Acredite, é melhor se desfazer das coisas sujas rapidamente.
— Se é assim, suponho que seja algo que não pode ser evitado. — Theron, que não
piscou nenhuma vez, mesmo depois de ouvir palavras tão fortes. Abriu os lábios novamente:
— Há duas coisas que eu quero.
— Você me vê como uma loja de roupas? Eu não faço promoções, apenas uma coisa.
— Duas coisas.
Theron fingiu não ter ouvido e continuou com sua oração, ele tinha uma cara de pôquer
impressionante que até parecia pior que a de Isaac. No entanto, embora seu Ômega não
soubesse como expressar o que sentia corretamente, seu semblante estava repleto de
pensamentos e emoções intensos e belos. Theron, por outro lado, é literalmente uma
máquina sem nada dentro dele.
— A primeira é uma lista. Uma que, curiosamente, está nas mãos do seu avô.
—… Lista?
— Sim. Você verá, é uma lista antiga e não tenho certeza se será útil ou não, mas sei
que existe. E definitivamente irei precisar.
A diferença de Félix, que estava perplexo com a existência de tal coisa, Theron parecia
convencido de que era real e, mais importante ainda, que era muito importante. Uma lista…
De jeito nenhum. Vincenzo tinha segredos dele? Que traidor!
Félix, que estava organizando rapidamente seus pensamentos e memórias… Não
conseguia encontrar nada. Não havia nem mesmo a possibilidade de que estivesse lá,
enterrado em algum lugar de seu cérebro.
Algo que Vincenzo não lhe disse, mas Theron conhecia… Interessante.
— Para explicar melhor, aparentemente tem alguns nomes importantes. É valioso,
então pensei que Vincenzo ficaria com tanto medo de perdê-lo que também o levaria
para o hotel… Veja, eu não tive nenhum sucesso. Ou seja, deveria estar ao alcance,
certo? Mas não havia nada.
— Você entrou no hotel?
— Não foi difícil.
— Não foi difícil? Maldito idiota, o que você fez?
Já havia pensado que era louco o suficiente para segui-lo até o banheiro de um centro
turístico… Mas o hotel? Obviamente, foi uma proclamação de guerra.
— Eu gosto que saibam da minha presença.
Félix soltou uma risada absolutamente amarga de seu comentário estúpido, e ele tinha
certeza de que este homem era terrivelmente determinado e teimoso. Bem, senão ele não
teria deixado a Itália e viajado por horas para a Califórnia apenas para sequestrá-lo dentro
da Disney. E dizer que ele era quem estava com a atitude desesperada? Por favor!
— Olha, entendo que é importante, mas as coisas definitivamente teriam
funcionado mais rápido se você tivesse agido de forma diferente e não como um
novato.
— Eu faço as coisas do jeito que eu quero.
— Sim, eu também… É que pensei que apreciava um pouco mais sua vida patética
ao se atrever a agir assim.
“É encantador que diga isso quando a única vida que vai se perder é a sua”.
— Deus, que medo! Agora estou com muito medo, o que será de mim? — Félix se
encostou no encosto do assento para poder ver melhor os seus olhos.— Eu quero que você
tente, minha pequena raposa.
— Félix, eu me pergunto por quanto tempo você pode continuar com essa atitude
atrevida.
— Eu nasci assim, e acho que vou continuar agindo assim até morrer. Desculpe,
quis dizer até você me matar. Eu já tinha esquecido disso.
— Você não viu o que meu Ômega pode fazer? Seus feromônios, a maior arma que
vocês tiverem, se tornarão inúteis. Olhe para você! Até suas extremidades estão
amarrados. O que você realmente tem contra mim agora? Você deveria estar
implorando em vez de ameaçar o ar.
— Não tenho medo de me perder… — E realmente não estava assustado com nada que
pudessem fazer contra ele. Disse que haviam suprimido seus feromônios e amarraram suas
mãos, mas o que isso realmente importava? Pode dizer honestamente que já passou por coisas
mais aterrorizantes do que isso, e nenhuma o teria como personagem principal. — Existem
homens piores do que eu… Existem pessoas mais valiosas do que eu. É só que você é
estúpido e não percebeu isso.
— O quê? Me parece que você tem muita fé naquele velho…
Uma voz infinitamente poderosa soou do fundo de sua garganta. Suas pupilas azuis estão
agora muito mais coloridas do que antes, como o mar profundo. Theron franziu a testa para
a aura que emanava do corpo de seu filho. Não era o que esperava de uma pessoa amarrada
e, na verdade, foi a primeira mudança verdadeira em sua expressão desde que acordou: —
Na verdade, há alguém mais assustador do que meu avô. Se me tocar, você morrerá. Se
eu morrer, você também morrerá. Na verdade, você já está morto só de fazer aquele
ataque estranho no banheiro.
A voz lenta e ameaçadora de Félix encheu o interior do carro de tal forma que Theron
ficou em silêncio e manteve a boca completamente fechada. Na verdade, estava muito
curioso sobre “Se você me tocar, você morrerá”.
Uma pessoa mais forte do que Vincenzo?
Félix, que o olhou de perto, sorriu de repente:
— Você verá o inferno em breve.
Que divertido.
— Pois que assim seja.
________________
Continua…
Capítulo 40

O carro estava absolutamente calmo. Às vezes, o som de chocalho era ouvido quando havia
um movimento muito brusco, mas fora isso era tão calmo como se todos estivessem mortos.
Ninguém falava. O carro não tinha janelas e o banco do motorista estava dividido. O interior
era espaçoso, mas não havia assentos comuns. Em ambas as paredes, tinham algo parecido
com um longo banco de metal e quinze homens, totalmente uniformizados e de aparência
forte, estavam sentados justo ali. Não havia cintos de segurança, então todos se moviam de
um lado para o outro. Tinha um garoto que tocava a ponta dos dedos o tempo todo, um que
limpava os sapatos e muitos outros que ficavam com os olhos fechados, como se estivessem
tirando uma soneca… Os que ainda estavam de olhos abertos apenas se olhavam, e então,
observavam o sujeito sentado ao lado de Lucca. Algumas pessoas o conheciam, outras apenas
ouviam rumores: era o marido do Sr. Félix, Ômega, enlaçado, e agora o líder da equipe.
No início, estavam completamente em desacordo. Suavizaram sua reação apenas graças
às palavras duras de Lucca, mas é claro, as reclamações continuam muito fortes.
— Temos que seguir as palavras de um Ômega, é sério?
— O que isso vai nos ajudar? A perder?
— Só mais um obstáculo.
Ou foi o que disseram… Até que o homem problema, comumente chamado por todos de
“O Ômega”, finalmente se mostrou diante deles.
Em um momento, todos os garotos insatisfeitos endureceram o rosto e fecharam a boca.
Havia mais medo em seus olhos do que a dúvida e a zombaria iniciais.
— Isso é um Ômega?
— Nunca havia visto algo semelhante.
Os guardas, que engoliram a saliva com muita força, olharam para Isaac com um olhar
extremamente confuso. Que demônios foi aquilo? Ele usava uma camisa preta de gola alta,
calça preta e um colete à prova de balas preso a um corpo musculoso. Parecia bastante cruel,
com aqueles olhos negros e aquelas luvas de couro reforçado. Alguns achavam que era um
cara legal e outros achavam que era uma piada. Segurava uma submetralhadora, não uma
pistola comum.
Enquanto estava com Noah fazendo um teste em seus fones de ouvido, os espectadores
apenas deram de ombros e trocaram dúvidas silenciosas. Havia uma sensação perigosa e
avassaladora que fez com que todos ficassem em silêncio… É assustador! É realmente
assustador! Todos os presentes continham sua respiração e olhavam a Isaac. Nem sequer
podiam perguntar algo porque não ousariam fazer! Era um daqueles que dava a ilusão de ser
um líder nato e de ter participado de muitas lutas sangrentas. Esse cara é o companheiro
Ômega de Félix? Era difícil de acreditar…
O Chefe Félix tem um gosto muito incomum.
Os garotos, ainda nervosos com a figura de Isaac, caminhavam atrás dele como pequenos
gatos fugindo de um cachorro enorme. Andavam no mesmo carro e depois disso, alguns
fingem estar ocupados com outros assuntos, enquanto a maioria prefere fingir que está
dormindo. É um lugar incômodo, claro… E é difícil até piscar quando se está sentado no
mesmo espaço. Apenas Lucca parecia ser capaz de olhar e falar com ele de vez em quando,
mas ele nem sequer olhava para mais alguém, nem se apresentava, ou pelo menos dizia “olá”.
Eles só podem, suspirar brevemente e desejar chegar ao seu destino o mais rápido
possível.
Isaac sabe o que estão pensando, então se endireita e olha para frente… Mesmo que não
seja uma pessoa com muitas mudanças em sua expressão facial, seu rosto está muito mais
duro do que pensou que estaria. Era difícil estar ali conhecendo a razão. Isaac encostou a
cabeça na parede e fechou os olhos como os outros homens fizeram. Deus, parece que ainda
faltam horas e horas para chegar, como se o tempo não estivesse realmente passando. É
apropriado dizer que eles entraram no veículo e designaram o pessoal assim que amanheceu?
No entanto, desde o momento em que deixou Benjamin no hotel e disse que o amava, ele
estava pronto para sair imediatamente… E lutar.
Era uma situação que se desenvolveu aparentemente de forma rápida… E tudo começou
quando Theron ligou.
Vincenzo foi bastante paciente com as ordens e necessidades de Theron, tentando ganhar
o máximo de tempo possível para que Noah encontrasse sua localização…
Estava relaxado, falando o que era necessário, mas sutilmente prolongando a conversa até
que ouviu dizer à sua direita:
— O Encontrei!!
Mas Vincenzo não podia comemorar.
— Você não acha que eu posso matar Félix? Acha que irei parar só porque é o meu sangue?
Ele é seu neto, mas não o considero meu filho. Além do mais, a qualquer momento posso
pensar em enfiar uma navalha em seu pescoço enquanto está dormindo e, acredite, ficaria
feliz em vê-lo morrer.
— Você…
— Então, antes que você me faça falar e ouvir bobagens, diga-me quem você acha que está
em desvantagem neste jogo?
Vincenzo era o tipo de homem que sempre agia com sangue frio. Firme e imperturbável…
Mas sua boca se curva sempre que respondem de uma forma tão intimidante. Seu rosto
parece estar cheio de raiva enquanto olha para frente, como se Theron estivesse ali.
— Por favor, traga a lista. E talvez, apenas, talvez, pense em um bom negócio para você e
para mim.
— Você é bastante atrevido, não é?
— Não o suficiente. Se fosse, diria algo como “sinto muito ter deixado você com Félix há
33 anos atrás”.
Theron falou lentamente, então Vincenzo ficou em silêncio novamente. Sua voz, ainda
ouvida pelo fone de ouvido, tinha um tom assustador.
— Vou ser honesto. Naquela época, eu deveria tê-lo matado. Acho que tive um momento
de fraqueza, mas você sabe o que… Não é tarde demais para corrigi-lo. Então, seja bonzinho,
me dê o que peço ou vou estrangulá-lo com meu cinto. Com força.
—… Meu neto me contou o que acha que você fez. Ou melhor, o que eu já sabia, mas não
queria aceitar como realidade. Sobre Elena.
—… Tenha cuidado com isso.
— Cuidado com o quê? Você está ameaçando matar meu neto assim como matou minha
filha!
— Foi por Félix! Tudo o que aconteceu foi por causa dele!
— Foi você, seu filho da puta!
A mão de Vincenzo, que segurava seu telefone celular, tremia com força. O mesmo
aconteceu com as pessoas que estavam ouvindo sua conversa.
Theron ficou em silêncio por um longo tempo graças ao grito furioso de Vincenzo, no
entanto, ele de repente respirou fundo e abriu uma nova frase:
— Eu a salvei, Sr. Prixel.
— O que?!
— Eu a salvei, mas agora você finge não saber de nada enquanto age como um avô
generoso e amoroso na frente de Félix…
A voz de Theron, que era alta o suficiente para parecer um tanto escandalosa, abaixou até
ficar muito pequena… Noah olha para Vincenzo como se dissesse: “pare já com isso”. Mas o
rosto do velho, que estava absolutamente obscuro, agora também parece prestes a explodir.
As veias em seu pescoço eram até perceptíveis, latejando.
Estava esperando uma nova frase de Theron, mas ele não respondeu mais.
Acabava de desligar o telefone.
O celular, que Vincenzo jogou contra o chão com toda a fúria do mundo, tocou e estalou
ruidosamente antes de explodir em pequenos pedaços de vidro. Sua respiração está pesada,
embora Noah tenha se levantado para segurá-lo pelo ombro e lhe oferecer um copo d’água.
— Calma, vovô. Isso é o que ele deseja alcançar.
— Bem, está fazendo um bom trabalho.
Vincenzo resmungou, mas conseguiu beber um grande gole d’água até que o copo
estivesse quase vazio. Até que ponto sua raiva era vermelho o suficiente para parecer roxo?
Ele nem parecia ser capaz de falar com alguém ou pelo menos levantar os olhos…
Quando cerrou o punho mais uma vez, levantou a cabeça e olhou para os homens sentados
ali. Noah, Lucca e Isaac estavam em sua frente. Todos eram próximos a ele, de alguma forma.
— Como Noah disse, temos a localização. Só precisamos nos preparar.
O tom baixo e pesado de Lucca foi ouvido por todo o quarto e depois disso, o som de
descontentamento apareceu um por um. As opiniões foram divididas.
— Vovô, eu quero te perguntar uma coisa.
Isaac, que havia ouvido tudo adequadamente, abriu seu discurso. Era uma voz indiferente,
como sempre. Como se estivesse conversando regularmente sobre o clima ou os presentes
de Natal.
Vincenzo voltou os olhos para ele:
— O que?
— Eu quero ir encontrar Félix também.
— Isso… Não me importo se quiser, mas…
— Então é isso.
____________
Continua…
Capítulo 41

— Então é isso.
Em resposta às palavras calmas de Isaac, Vincenzo ergueu as sobrancelhas… Era óbvio
que ele estava esquecendo isso, independentemente do que dissesse. Como membro da
máfia, não é difícil encontrar um homem para lutar pela causa, então… Está tudo bem em
deixá-lo fazer o que quiser? Nas polícias militares e especiais existem equipes de repressão
responsáveis pela gestão dos reféns e na verdade, é que funcionam de forma muito diferente
e sob regras bastante estranhas.
— Você realmente acha que pode?— Lucca franziu a testa e olhou o homem de cima a
baixo como se ele tivesse esquecido que todas as cicatrizes em seu rosto e braços, haviam
sido feitas por Isaac. — Quero dizer, esta não é uma luta de quintal, você entende? Eles
são Alfas, e Alfas durões. Em sua maioria dominante. Eles não vão lutar de forma justa
apenas por você e, desculpe… Mas você ainda é um Ômega.
Isaac pensou no que estava dizendo e acenou com a cabeça. Ele tinha fingido durante toda
a sua vida que era um Beta, no exército e fora dele também. Por tanto tempo que as coisas
pareciam completamente diferentes de quando parou de fugir e aceitou que era um Ômega.
E é verdade… Ser um deles era uma desvantagem completa em um mundo que parecia
determinado a vê-los morrer sob os pés de todos. No entanto, ele era corajoso, estava
orgulhoso de si mesmo e estava cansado de todos pensarem que ele ainda não era o
suficiente.
— Se você está com medo, pode ficar.
— Espere filho, Lucca tem razão. Por exemplo, quanto tempo você esteve no exército
agindo como um Ômega realmente? Você é forte, isso ninguém lhe tira… Mas nós nem
sabemos se você pode atirar corretamente porque nunca o vimos fazer. Entendeu o que eu
digo?
Mas as reclamações não puderam ser concluídas. Em um instante, Isaac já segurava um
Colt semiautomático que aparentemente usava no cinto o tempo todo… E ele o segurava na
frente do rosto de Vincenzo. O movimento de soltar o alfinete de segurança e puxar a
corrediça foi tão rápido que até pareceu imperceptível.
Ele disparou a centímetros dele… Na verdade, ele podia sentir passando pelo ouvido. A
postura era tensa e a boca da arma apontava com precisão.
O ar parecia ficar mais pesado, mas Isaac estava lá, segurando a arma e apontando para a
cabeça do homem como se não tivesse medo do que poderia ou não acontecer. Bem entre
suas sobrancelhas. Parecia que ele puxaria o gatilho a qualquer momento, assim que abrisse
a boca novamente…
Os homens de Vincenzo se reuniram em um piscar de olhos.
— O que diabos você está fazendo? Você está louco!?
— Senhor… Agora mesmo vou provar o quão bom sou atirando em uma pessoa. — Sua
voz não tremia e estava fria o suficiente para que todos sentissem também. Sua pupila negra
não parecia demonstrar emoção enquanto seu pobre oponente já estava rangendo os dentes.
— Eu me pergunto onde eu deveria fazer isso para impressioná-los. Em um olho? Ou lhes
interessa ver como eu faço um buraco nos dentes dele? O sangue respinga tanto assim…
— Isaac…
Mas o homem, com a arma apontada exatamente para cada parte que mencionou, na
verdade tinha uma atmosfera bastante calma ao seu redor.
— Vamos, abaixe a arma imediatamente.
— Não. Eu vou apagar todas as informações sujas e estúpidas que este mundo tem
sobre os Ômegas eu mesmo, prometo. E se esta é a única maneira de fazer isso… Então
eu vou fazer.
— Noah, pelo amor de Deus, faça algo você mesmo então!
Noah e Isaac pareciam ser bons amigos, então Vincenzo o chamou como um recurso
desesperado. Mas então “Tang” Noah jogou seu tablet na mesa e fez um barulho bem alto.
Ele era um homem silencioso quando estava na frente do computador, mas, fora isso, ele
também era famoso por sua personalidade altamente explosiva. Ele ergueu os olhos:
— Eu também estou farto de ver todo mundo falando sobre os Ômegas como se eles
fossem estúpidos. Qual é o sentido de Lucca, vovô? Porque eu posso apostar na frente
dos dois que ninguém pode vencer Isaac, ninguém pode trazer Félix de volta além
dele! E ninguém pode encontrá-lo além de mim!! Droga, vovô! Eu também sou um
maldito Ômega! E a verdade é que estou morrendo de vontade de ver como ele perfura
sua cabeça ou a de Lucca se com isso você conseguir acordar… Você, ele, todos os Alfas
sujos falam muito. Agora vão ter que ouvir.
A energia desconfortável das palavras de Noah corre como água fria por toda a sala,
ninguém disse nada. Até Lucca, que começou com o ataque imprudente a Isaac, apenas se
senta e levanta as mãos como se pedisse calma. Ele estava balançando a cabeça e aceitando…
Embora todos pensassem que ele iria reagir fortemente após o óbvio ataque ao seu senhor.
Isaac foi o primeiro a quebrar o silêncio constrangedor.
— Bem, isso certamente foi o suficiente. — No silêncio ainda sufocante, a breve oração de
Vincenzo fluiu como um suspiro. — Uma atitude maravilhosa… Com certeza vou levá-lo para
a Itália quando isso acabar.
___________________________________
Isaac, ainda segurando o Colt nas mãos, deixou-o cair com muita violência contra a mesa
da sala. Era a arma que Tony carregava no cinto da calça quando o levou para o hotel, então
ele supôs que mais tarde teria que se desculpar com ele por pegá-la sem dizer nada.
Finalmente, Isaac se sentou em frente à Noah. Deus! O que está fazendo? Ele não tem tempo
para lutar, porque sua maior prioridade é encontrar Felix!
Isaac se endireitou e olhou em volta: eles estavam completamente em branco, então ele
pensou, seria bom aprender a esmagar as pessoas apenas com as palavras. Assim como
Noah. Elegante, lindo e intimidante… Mas Isaac só conseguiu fazer o último.
Como seja.
Ele começou a se concentrar nos problemas que viriam. Inferno, eles estão em um ótimo
lugar. É o maior porto do sul da Califórnia e muitos dos navios que atracam vêm do exterior.
Como poderia fazer uma inspeção de todos eles? Os homens de Vincenzo estavam
investigando se Theron estava se escondendo dentro de um contêiner ou de um navio…
Embora, na realidade, fosse um pouco difícil entrar em todas aquelas áreas protegidas com
a rapidez necessária.
Isaac olhou para o tablet que Noah jogou na mesa e verificou a rota. Theron está perto de
Long Beach, muito próximo da autoestrada central. Porém, era mais fácil acreditar na teoria
de que estariam procurando uma rota marítima… Mas ainda assim não é estranho? Por que
Theron revelou sua posição? Não acreditam na história de que ele não soubesse do
rastreamento então, é como se ele quisesse que fossem até ele.
Mas o que mais eles poderiam fazer quando a vida do seu marido estava em risco?
— Então? — Vincenzo, que estava com o queixo na mão, olhou para Isaac. — O que vamos
fazer Senhor da Marinha?
— Não há outra escolha, não é?
Isaac respondeu sem hesitação, mas os olhares de todos os outros parecem estar
completamente nervosos. Isaac sabia que havia a possibilidade de que isso fosse apenas uma
armadilha para perder seu tempo e que Félix poderia não estar lá, mas em um lugar mais
remoto.
— Até mesmo pequenas migalhas de pão levam a uma casa, não é?
— Nós partiremos imediatamente.
— Bem… Tony tem os contatos. Felizmente este é o território de tráfico de Félix, então
podemos trazer qualquer arsenal que você precisar aqui.
Isaac, que estava ouvindo tudo com muita atenção, fechou os olhos por um momento
enquanto apenas balançava e balançava a cabeça… Então, ele olhou para ele. Uma pupila
negra intensa.
— Mas primeiro, há uma coisa que eu quero saber.
— O quê?
— Qual é a lista de que Theron está falando? Onde está?
Diante da pergunta direta de Isaac, Vincenzo ergueu ligeiramente as sobrancelhas. Seus
dedos batiam constantemente tak, tak, tak contra a mesa até que se tornasse bastante
irritante. Depois de um tempo, Vincenzo, que ainda pensava no pedido, acabou se
levantando. As pessoas que estavam sentadas ao lado dele se levantaram em uníssono.
— Isaac, Noah, posso falar com vocês em particular?
A voz do homem estava absolutamente clara. Ele não quer falar sobre a lista ali, e Isaac
entende isso perfeitamente.
— Lucca, comece a alistar as armas e os homens necessários. Encontrar Félix é a principal
prioridade, então Isaac está no comando. É a missão dele, então se você ver algum filho da
puta que não segue a Isaac ou age de forma rude, vá e coloque uma pistola na boca dele. Se
necessário, mate um para servir de aviso.
Aprofundando as rugas sob os olhos, Vincenzo ordenou tudo isso com uma atitude
terrivelmente severa. Lucca não teve escolha a não ser abaixar a cabeça às ordens do chefe,
mas, mesmo que ele não tivesse dito isso, não era como se ele se sentisse capaz de enfrentá-lo.
Nem mesmo ele era tão estúpido.
_______________
Continua…
Capítulo 42

Depois de mais algumas palavras, Vincenzo finalmente saiu da sala. Isaac e Noah estavam
bem atrás dele, em silêncio.
Ao caminharem, notaram que havia uma biblioteca que não estava totalmente organizada,
então os homens de Vincenzo, trabalhando como se sua vida dependesse disso, estavam se
movendo de um lado para o outro… É certo dizer que pareciam estarem fazendo o seu
melhor, mas ainda havia muito a se fazer.
Vincenzo atravessou a movimentada biblioteca e entrou em seu quarto. Ele trancou a
porta para evitar que alguém entrasse e olhou para Isaac com olhos verdadeiramente
sombrios. Já era tarde e foi um dia muito cansativo. Noah, estava parado ao lado dele, suas
bochechas também estavam cheias de cansaço. Elas eram pálidas, como uma folha.
— Você nunca me disse nada sobre você. Eu sei que não te dei a chance de fazer isso, mas…
Eu sinto que você mentiu para mim.
Noah encolheu os ombros.
— Não é verdade… Eu disse que era um soldado.
— Um soldado que ascendeu a uma posição elevada graças às suas influências. Não fazia
nada, foi pura aparência. Fraco, de baixo escalão, sem missões sob seu comando. Mudou seu
nome para parecer ser Alfa e quebrou o braço do meu neto quando… O que você disse?
Acusou outra pessoa. — Uma pupila intensa, como a de uma espada azul, foi devolvida a Isaac
desta vez. — Tudo a seu respeito, me contaram ou eu vi pessoalmente. Metade disso era falso.
Então agora, me conte você mesmo.
— Eu era um capitão da Marinha. Era um membro do DevGru, missão contra
terrorismo e, o líder da equipe.
— Era…
Ele estava relutante em permitir que Vincenzo voltasse a se intrometer em seus negócios.
No entanto, também estava bem ciente de que, neste ponto do jogo, já não importava o que
revelava ou não.
— Estou esperando.
Vincenzo, varrendo o queixo com a ponta dos dedos, parecia ter pensamentos mais
complicados do que curiosos… Era bastante incômodo ter que se confessar para ele.
— Eu não queria me esconder de você… É que agora o passado não me interessa e
nem quero me lembrar disso. Estive fora do serviço militar por 4 anos e não quero
estar lá de novo. Não quero nada disso.
— Bem, no momento apenas nós sabemos… Eu recomendo que você não diga nada. Não
quero que isso se espalhe por aí, não importa o quão confortável você se sinta, ok?
— Está bem, senhor.
Logo depois, Vincenzo, que ainda parecia estar tendo um debate bastante intenso consigo
mesmo, colocou a mão na cabeça e caminhou até a mesa para pegar um pequeno copo d’água.
— Agora… Vamos voltar ao tópico importante.
Como se entendesse perfeitamente seus pensamentos, Isaac balançou a cabeça
gentilmente e tentou dar-lhe o máximo de espaço possível… Quase colados à porta, Noah e
Isaac sentaram-se à sua frente, que decidiu se esparramar no sofá como se ele tivesse
perdido toda a sua energia. Então ele abriu seu discurso sem demora:
— E agora, sobre a lista que Theron quer… Digamos que não tenho coragem de dar
a ele. Não tenho a mínima intenção de negociar.
Vincenzo falou tão brevemente sobre a lista que até parecia que não ligava muito… Porém,
em um instante pigarreou e começou a contar tudo: Os nomes que tinha, sobre sua
aposentadoria, o quão importante era e como. Noah o criptografou em seu computador até
que, finalmente, depois de um tempo, nada mais veio a tona.
— É uma lista perigosa, então não deve cair nas mãos de Theron. Nunca. Enquanto
isso, se ele a quer o suficiente para ameaçar eliminar Félix… Então podemos supor que
temos um grande problema, e a única solução existente é lutar… Lutar e vencer.
Desde o início, Isaac sabia que Vincenzo nunca negociaria com Theron. Por nada no
mundo. No entanto… Agora é da vida do seu marido que eles estão falando.
— Se eu estivesse na Itália, não teria muito a ser feito, o que poderia fazer Theron
encontrar o livro em segundos. É por isso que, em parte, vim para a América.
O rosto de Vincenzo, que revela seus pensamentos e circunstâncias mais profundos, era
de um cinza profundo e quase doentio.
Foi Isaac quem iniciou a conversa desta vez.
— Então já sabiam que haveria uma guerra.
— Era uma possibilidade enorme, mas Félix já sabia. Decidimos trazer mercenários e
oficiais especializados para que as nossas habilidades fossem semelhantes às que os homens
de Theron certamente teriam.
Na verdade… Foi Tony quem chamou os mercenários por conta própria.
Félix era membro de uma família poderosa pertencente à máfia italiana e, como tal, tinha
um orgulho terrível. Uma pessoa que valorizava muito a sua imagem de empresário
comercial interessado no negócio de armas, por isso, não gostava de depender de outra pessoa
para se manter a salvo quando podia fazer tudo sozinho… Aí vieram os palpites e o nervosismo
e quando isso aconteceu, Tony entrou em contato com uma empresa mercenária que poderia
lutar muito desde que pagasse adiantado…
Theron e Vincenzo estavam competindo, uma organização contra outra, família contra
família. Deus, todos estavam preparados, exceto ele! Piada de merda.
— Onde está escondida a lista? Você pode tirá-la? Onde estão as chaves?
Isaac perguntou tudo isso com olhos bastante profundos. Embora antigo, é um livro muito
importante e perigoso, por isso presumiu que havia um original e uma cópia. Tinha que ser
curioso porque era importante. E, de fato, Noah estava olhando para ele com muita dúvida.
Para ele e Vincenzo.
— Vovô, onde você colocou o original? Theron entrou e não conseguiu encontrar, então
não deveria estar no hotel.
— Possivelmente.
— Mas se veio, e fez tudo isso e não viu nada, então você deve ter colocado em algum outro
lugar de San Diego, certo?
Vincenzo ergueu as duas mãos para Noah, que ficou perguntando onde estava.
— O original está na Itália. Guardei-o em um cofre, e o cofre em si é difícil de
encontrar. Só eu tenho a chave, e a trouxe comigo.
— Estou feliz. É bom que você que a esteja cuidando, vovô.
Foi quando Noah disse isso que Vincenzo encheu seu copo até o topo. Claro, agora ele o
tinha feito com puro conhaque dourado em vez de água.
— Eu não disse que a tinha, eu disse que a trouxe.
— Que… Merda isso significa?
Noah perguntou. Então Vincenzo se recostou no sofá e mexeu o pescoço de um lado para
o outro. Ele não deveria ter nenhum conflito, mas sua expressão gritava problema. O que ele
está escondendo agora?
Por causa disso, Noah, exalou por um longo tempo e deu um novo grito:
— Caralho, fala!
— Ecco, topolino. Questa è casa sua.
(T:Aqui, ratinho. Esta é sua casa.)
Os olhos de Isaac se arregalaram e Noah perguntou com o rosto quase completamente
vazio.
— O Mickey Mouse que fica repetindo aquela frase idiota?
— O melhor italiano do mundo!
— Isso não importa agora! Como você coloca uma coisa tão importante em um
boneco, seu velho louco!?
— Ninguém sabe! Quem diria que a chave da caixa estaria escondida dentro do boneco?
Você nem percebeu!
— Isso… Isso tem algum sentido? Podia perdê-lo enquanto brincava! É um menino de
quatro anos que ainda morde os dedos! Podia tê-lo deixado por aí ou decidido jogá-lo no mar.
Isso foi perigoso!
Noah sacudiu os ombros para frente e para trás, mas Vincenzo não perdeu a luta. Na
verdade, ele decidiu gritar mais alto.
O barulho dos dois, falando em italiano, era escandaloso o suficiente para que seus
ouvidos doerem… Isaac parou por um momento com a resposta inesperada e não teve
escolha a não ser assistir a luta por um tempo verdadeiramente longo.
Quando soube que Vincenzo pediu ao menino que cuidasse bem dele, teve um mau
pressentimento… Como pode ser? Como foi possível que ele pensasse que o boneco…?
— O boneco… Acho que Félix o jogou no lixo.
No entanto, Isaac, que resumiu os pensamentos e memórias sobre a viagem em alguns
segundos, falou com mais calma do que o necessário para tal momento.
Noah e Vincenzo, que lutaram por tempo suficiente para machucar a cabeça, calaram a
boca.
— Ai Caralho.
_________________
—… Long Beach é um ótimo porto, certo?
Mas Isaac só estava pensando na comoção que havia ocorrido na sala antes de ele sair e
como certamente todos os homens de Vincenzo estavam mergulhando no lixo. Lucca,
sentado ao lado dele, encolheu os ombros e perguntou mais uma vez para que Isaac
acordasse e erguesse a cabeça: os olhos de Lucca, que o encaravam, estavam injetados e
tinham manchas bem profundas sob as pálpebras… Parece que ele não era o único sem
dormir desde o que aconteceu com Félix. Um rosto cansado.
__________________
Continua…
Capítulo 43

— Long Beach é grande, isso é verdade… Mas parece que vamos ter um bom tempo. Por
quê? Algum problema?
Isaac perguntou, olhando atentamente para o relógio em seu pulso.
— Não… Só pensei que as coisas poderiam ficar complicadas no porto, como você disse.
Fico pensando que será uma armadilha.
Isaac virou à direita e olhou para Lucca, que ainda olhava para frente.
— Noah disse algo ?
Mas sabia que se Noah quisesse lhe contar alguma coisa sobre a missão, o teria contatado
antes. No entanto, Isaac perguntou se faltava alguma coisa ou se estava esquecendo algo.
Para retificar, Lucca balançou a cabeça.
— Não há nada.
— Bom, então temos que nos mover com o que já sabemos… São quatro veículos e quinze
pessoas em cada um deles, certo?
— Sim, isso mesmo.
— Sessenta homens… Sim, vamos ter que nos separar. Lucca, você vai levar dois carros
para o porto.
Ouvindo as instruções de Isaac, Lucca apenas ergueu uma sobrancelha imediatamente e
virou para ele.
— O que ?
— Estamos avançando com a ideia de que seja uma armadilha, que querem nos atacar e
que Félix não estará no lugar que Theron quer que estejamos… Desculpe, mas você tem que
aceitar isso e ser a isca de Theron.
—… Então você diz que quer que agimos como se fossemos os idiotas que caíram nas mãos
deles.
— Exatamente. Se Noah puder encontrar o local exato, o plano pode mudar… No entanto,
por enquanto só tenho isso.
A voz de Isaac tornou-se fraca o suficiente para ser ouvida apenas por ele… Era difícil
tentar organizar pensamentos tão complicados como os que já tinha, mas, ainda assim,
encontrar a localização de Félix era o primordial e não podiam ficar e esperar que Noah o
encontrasse, porque isso só exigiria mais tempo. E isso era o que menos queria perder! No
veículo instável, Isaac puxou o celular que estava no bolso. Houve o alarme de que havia
chegado uma mensagem de texto na sua caixa de correio, o nome “daquela pessoa”
imediatamente apareceu em suas pupilas. Não poderia contar a Vincenzo ou a Noah, mas,
Isaac era uma pessoa que tinha seus próprios contatos. Seu ritmo cardíaco e a tensão se
misturaram dentro de seu corpo de forma que conseguiram até mesmo acelerar sua
respiração. Há muitos sentimentos desconhecidos dentro dele , mas todos se parecem
inteiramente com a impaciência. Apertando o vidro do celular, havia uma boa notícia.
Felizmente! Isaac deixou escapar um grande suspiro ao digitar a resposta.
É Steve, o vice-presidente do NCIS ( Naval Crimes Investigation ) e ex-agente da CIA, seu
mentor e um bom amigo. Dentro da Disneylândia, logo depois que Félix desapareceu e
encontraram toda aquela bagunça no banheiro, Isaac entrou em contato com ele e começou
a contar tudo o que havia acontecido. Do início ao fim… Sabia bem que as influências de
Vincenzo, um grande executivo da máfia, eram ótimas e totalmente úteis, mas, infelizmente,
isso aqui não é a Itália, ele não tem o controle aqui. Existem várias agências importantes e
pessoas realmente capazes nos Estados Unidos, e honestamente dúvida que conheça todas
elas. Portanto, como estava desesperado e com medo, naturalmente o primeiro nome que
lhe ocorreu foi Steve…
Quando foi expulso do exército por acusações falsas e todo o problema que passou com o
seu pai e com o bebê, foi ele quem o ajudou e esteve ao seu lado o tempo todo. Era, portanto,
o único em quem podia confiar e o único que poderia pedir ajuda… E ele respondeu muito
rapidamente ao contato.
— Vou lhe ajudar tanto quanto posso.
O risco é inevitável, pois não informou a instituição e está secretamente o ajudando em
um assunto pessoal. Por isso, estava imensamente grato por sua disposição. Encontraria uma
forma apropriada para agradecê-lo.
Isaac rapidamente mexeu o dedo aqui e ali. Depois de escrever uma mensagem muito
longa durante muito tempo, ele pressionou o botão ‘Enviar’ e exalou forte. Então,
pressionando as pontas dos dedos umas contra as outras, ele percebeu que a resposta já
estava lá. O telefone tocou e Isaac olhou apressadamente para a tela LCD. Ele leu.
A notícia de que Theron veio para a América depois de Vincenzo se espalhou cedo e em
todas as direções. Vincenzo entrou no país com uma postura excessivamente rígida e, para
variar, o fez com visto de turista. Steve conhecia instituições que haviam monitorado cada
movimento deles, então…
— Diga para pararem todos os carros, nós vamos mudar de direção.
Isaac, que havia lido todas as informações que Steve tinha enviado, falou com tanta pressa
que Lucca ficou mais do que perplexo. Ele ergueu os olhos, mas naquele momento não podia
se dar ao luxo de explicar direito.
— Lucca, a situação será a mesma. Pegue dois veículos e vá para o porto. Você tem que ter
cuidado e certificar-se de que eles o vejam entrar ali. Basta ser visto… Faça o máximo de
barulho possível. Eu vou para o leste.
— Que tipo de informação você conseguiu de Noah?
— Não era dele.
— O que?
— Eu sei onde Félix está.
Com a explicação rápida de Isaac, Lucca o encarou com um olhar que gritava que ele não
conseguia entender absolutamente nada. Mais uma vez, não tinha tempo de explicar.
— Ouça-me e comece a se mover. Vou falar com Noah agora e manterei contato com você
também. Falaremos novamente à medida que formos avançando, prometo.
Embora ainda confuso sobre o que Isaac acabou de falar em tom absolutamente firme,
Lucca acenou com a cabeça uma vez e se levantou para começar a executar suas ordens. Disse
aos motoristas dos quatro veículos que parassem sem dar nenhuma outra explicação, então
agora estavam todos no final da estrada. Enquanto isso, Isaac conectou os fones nos ouvidos
e os ligou. Noah deu uma resposta rápida.
— O que aconteceu?
— Noah, vou me separar de Lucca a partir daqui. Estou indo para o leste de Los Angeles,
não para Long Beach.
— Leste? Noah ficou tão surpreso quanto Lucca.
— Long Beach é apenas uma isca, não uma armadilha. Theron tirou Felix da cidade…
Exatamente, eles estão indo para Palm Spring.
Noah estava sem palavras. Long Beach fica perto de Anaheim, um porto a oeste, e Palm
Spring era uma cidade muito mais distante, na direção oposta. Considerando as duas áreas a
serem analisadas, Long Beach parecia a mais razoável. Além disso, agora o tráfego pode estar
reduzido, mas, em algumas horas, quando eles não puderem mais se mover, o que devem
fazer? Como vão resolver isso? Parece um grande inconveniente. No entanto , nas
proximidades de Long Beach existem muitos caminhões que transportam contêineres de
navios. Levaria muito tempo para localizar uma pessoa entre todos eles, então, sim… Era
lógico que, mais do que uma armadilha de combate, era uma distração.
— Como soube? Quer dizer, estou bloqueando a linha telefónica de Theron, mas não
consigo encontrar a localização exata.
— Isso… Vou lhe contar os detalhes mais tarde.
— Por mim está tudo bem.
— Oh, por favor, entre em contato com Tony e diga para trazer mais mercenários. Que
possam lidar com submetralhadoras, se possível, está bem? Enquanto isso, Lucca pegará dois
veículos e irá para o porto de Long Beach. Preciso que pareça que estão procurando algo
importante, então seria melhor se ficassem lá o máximo de tempo possível.
— De acordo.
Seu carro também havia saído da estrada e agora estava completamente parado no
acostamento. A rua estava tranquila e meio escura. Uma cidade sem vida onde ninguém
mora… Isaac, ainda em sua posição original, decidiu fechar os olhos por um momento para
entrar totalmente na atmosfera de sua ideia. Lucca não estava mais lá, nem qualquer um dos
homens, então estava sozinho. Ele com seus pensamentos estranhos sobre os próximos
passos .
— Isaac?
Foi só quando ouviu novamente a voz de Noah em seus ouvidos que ele respirou fundo e
foi capaz de acalmar toda sua crescente emoção.
_____________________
Continua…
Capítulo 44

— Acabei de ligar para Tony… Ele disse que entraria em contato com alguns mercenários
realmente bons.
— Obrigado.
— Posso perguntar o que aconteceu ?
— Consegui a informação com um conhecido meu.
— Ah… — Noah ficou em silêncio por um momento, como se tentasse procurar as palavras
certas antes de continuar. — Cheguei atrasado desta vez . Estou feliz que tenha sido muito
útil, mas estou com raiva de mim mesmo… Sinto como se houvesse falhado.
Isaac balançou a cabeça sem hesitar, embora Noah não pudesse vê-lo. Ele respondeu
“Não”.
— Suas habilidades são as melhores… Só que desta vez achei que seria mais rápido se eu
perguntasse a algumas instituições locais. Assim que Theron entrou no país, foi iniciada uma
vigilância rigorosa. Não somente nele, mas também no vovô.
— Uau, imaginei, mas quando o vovô descobrir vai ficar muito bravo.
— Eu sei.
— Ei, quando soube que Theron estava nas proximidades da Disneylândia, achei que seria
definitivamente algo perigoso, mas estava empolgado para viajar… Sinto muito.
Isso era verdade. Noah era quem parecia completamente entusiasmado com a ideia da
viagem e com o fato de ir com toda a família… Mas não achou que a culpa fosse dele.
— Não foi você… Na verdade, a culpa foi minha. Estava muito empolgado para ir depois
de derrotar Lucca. Queria que vissem que meu plano funcionaria e que eu era realmente bom
no que estava fazendo, mas, acho que teria sido melhor ter ficado em silêncio.
— Oh não, não, não, não. Não se atreva a dizer isso , Isaac idiota!— Noah ficou furioso com
seus repentinos arrependimentos, então levantou a voz até quase parecer que estava
gritando. De alguma forma, odeia ouvir Isaac dizer que a culpa é dele. — Quer que eu bata em
você? Huh? Vou te bater com o meu maldito laptop até que não queira mais dizer porcaria
nenhuma!
— Oh , são palavras bastante interessantes. — Isaac começou a rir. — Tudo bem… acho
que não, a culpa não foi minha, certo? Então não se culpe também. Vamos esquecer tudo e
seguir em frente.
— Sim, está bem.
— Você achou o boneco?
Ele sentiu que Noah ainda estava muito bravo com ele, então mudou o assunto para uma
outra coisa importante… Entretanto, ao invés de uma resposta concreta, Isaac apenas ouviu
um gemido bastante sofrido. Tanto que ele começou a pressionar a testa com as pontas dos
dedos repetidamente até sentir sua pele arder. Era a chave para um cofre importante. Um
livro que poderia provocar guerras intensas, piores do que as que já tiveram agora. E porque
o procurava, Theron seguiu-o até aqui e levou Félix.
A confissão de Vincenzo de colocar a chave no boneco do Mickey Mouse foi um choque
completo para ele. Na verdade, seus ouvidos vacilaram por um momento e pensou… Que
talvez não tivesse ouvido direito.
Não se lembrava se seu marido o tinha jogado fora ou não, então pensou e pensou sobre
isso a manhã toda até que os flashes finalmente voltaram. O menino deixou o boneco no hotel
à tarde. Sabe isso porque quando entraram no quarto para comer e se prepararem para sair
novamente, o menino , olhou para a cama espaçosa e fofa, colocou o boneco do Mickey no
meio e disse:
— Eu já volto. Você tem que ficar aqui para que o papai não jogue você no mar, está bem?
E o cobriu com um cobertor.
— Por que não o leva? Você não disse que ficariam juntos o tempo todo? Papai estava
apenas brincando.
Benjamin balançou a cabeça.
— Mas… eu não quero perdê-lo. E se ele ficar na cama ficará bem, então vou deixá-lo aqui!
Benjamin saiu da cama com um olhar completamente determinado. Ele é tão fofo quando
começa a agir como um menino crescido, então, naturalmente, Isaac começa a sorrir
calorosamente. Ou seja, o boneco do Mickey não estava no lixo, mas na cama.
Quando receberam a notícia de que Félix havia sido sequestrado e que também entraram
no quarto deles até que fizeram uma bagunça, rapidamente correram para outro lugar de
modo que esqueceram de verificar o local. Vincenzo não conseguiu evitar que sua pele ficasse
completamente cinzenta quando soube disso. Ele se deitou de costas no sofá e começou a
esfregar as pálpebras até quase ferir os olhos. Bem, isso era mil vezes melhor do que nadar no
lixão municipal.
Enfim, assim que terminou a ligação de Isaac, se levantou e disse:
— Ninguém vai descansar até encontrar o maldito boneco!! Entenderão!!?
Os movimentos dos criados, que ainda estavam muito ocupados organizando e
descartando objetos quebrados e destruídos para substituí-los por novos, todos pararam de
uma só vez… Não é de se admirar que Vincenzo também tenha saído correndo.
O homem, que pensava que ficaria seguro com Benjamin, parecia um maluco completo.
Atirando coisas, destruindo travesseiros e quase colocando a mão no sanitário enquanto
amaldiçoava a todos menos a si mesmo.
— Não se preocupe… Vamos encontrá-lo em breve. Quer dizer, somos profissionais.
— Ainda estou muito preocupado com isso.
— Vai ficar tudo bem. Você não deveria ter escondido em um lugar tão ridículo para
começar.
Então, Noah, que estalou a língua como se estivesse muito chateado de novo, de repente
gritou algo como um longo “AAAH…” Os olhos de Isaac se arregalaram graças a isso.
— O que foi ?
— Verifiquei as informações que você me deu. É verdade, ele está em Palm Spring… Mas,
é um pouco mais à frente. Ao lado da montanha. Uma casa de dois andares.
Imediatamente após dizer isso, começou a preencher a tela do celular com plantas e fotos
da casa e de Palm Spring. Uma grande habilidade, sem dúvida.
— Noah, por favor, envie as fotos para todos os homens que estão conosco.
— Qual é o tempo estimado de chegada?
— Bem, acho que estarei em cerca de 20 minutos. É longe, mas se sairmos da rodovia
podemos cruzar as cidades vizinhas e economizar alguns quilômetros.
Algum tempo atrás, Isaac esteve rondando o Arizona. Há quatro anos se escondia aqui e
ali então poderia se dizer que tinha bastante experiência com rotas estranhas.
Palm Spring. Fica a poucos passos da cordilheira, então pensa que se for um pouco mais
além, poderá ver perfeitamente como se desenvolve o vasto deserto. Exatamente onde a casa
parece estar localizada. É amplo e sombrio, os caminhos podem ser facilmente encobertos
porque há muita sujeira e poeira ao redor, provavelmente foi por isso que Theron escolheu
aquele local.
— Casa de madeira, dois andares, duas entradas. Uma na frente e outra nos fundos… Não
há nada ao redor dela para que não se possa esconder ou fazer um ataque surpresa.
— Isto é mau.
— Vou tentar me aproximar da porta e mandar a foto para você… Tem um armazém
incluído, parece ter sido um edifício agrícola, mas tudo aponta para que foi fechado há muito
tempo. O armazém é muito grande e pode ser perigoso. Você tem que ficar em alerta.
— Obrigado.
Mas tudo o que ouviu foi o som do teclado e do mouse sensível ao toque. Nada mais do
que isso. Quase que podia ver a figura concentrada com os olhos completamente fixos no
monitor e as sobrancelhas juntas e amassadas…
Isaac, olhando para o relógio em seu pulso, estreitou um pouco os olhos… Já estava quase
na hora do sol nascer e como Noah disse; se esconder parecia ser uma questão praticamente
impossível. Não consegue entender o que Theron está preparando e, portanto, não tem
nenhum plano específico para lidar com isso. Além disso, Félix foi feito refém e Tony ainda
não enviou os mercenários ou subordinados adicionais…
Isaac, pensando em várias coisas ao mesmo tempo, piscou e olhou para a parede oposta.
O carro não tinha janelas, nem porta, era difícil dizer a cor do céu… Mas era como se ainda
estivesse olhando para ele apesar de tudo isso. Então, de um momento para o outro, baixou
os olhos para o telefone: embora não tenha conseguido dormir à noite toda, o rosto refletido
no vidro não parecia cansado. Ele ainda é um homem treinado na vida militar e com
problema de insônia pode aguentar mais alguns dias.
Como uma pessoa em um piquenique, Isaac sentou-se ereto e olhou sem parar para a foto
que Noah havia enviado. Era como se estivesse tentando colocar o prédio inteiro na cabeça de
uma só vez!
Demorou cerca de 10 minutos até que, como um homem com um tédio extremo, ele
esticou seus longos membros e levantou a cintura.
______________________
Continua..
Capítulo 45

De pé com a cabeça ligeiramente inclinada, Isaac olhou de cima a baixo para os homens
que o encaravam com o rosto completamente endurecido. Eles tinham visto os planos e fotos
há um tempo.
— É seu trabalho memorizá-lo perfeitamente, porque quando entrarem no prédio serão
culpados se algo der errado por não saber onde está tudo… O lugar é uma casa de fazenda
que agora está quase abandonada. Não há lugares para se esconder, por isso será impossível
infiltrar-se em segredo. Quero atiradores lá dentro que possam executar um ataque imediato
caso percebam algum tipo de movimento… Se não puderem fazer isso, seria melhor que me
dissessem agora, para não perdermos tempo depois.
Isaac, apesar de ser dotado de uma personalidade extremamente forte, falava em voz
baixa e com um rosto muito inocente. Como sempre… O olhar que fluía dele era algo que
nunca havia se visto antes. Como uma lâmina afiada, totalmente escura e fria.
Como estão trancados com ele, a pressão parece ser avassaladora o suficiente para que
todos mantenham a cabeça baixa.
— O que devemos fazer então ?
Um dos mercenários, sentado dentro do carro que ainda estava parado no acostamento
da rodovia, mostrava-se visivelmente nervoso. Perguntou com muito cuidado sobre isso,
então Isaac respondeu enquanto erguia a submetralhadora em suas mãos para batê-la contra
a parede.
— Existem duas entradas para o prédio, uma na frente e outra atrás… E, felizmente, temos
dois carros bem robustos aqui conosco.
Podia-se ouvir nitidamente o som da saliva sendo engolida pelas suas gargantas secas.
Isso significava que ele queria fazer os carros atravessarem a porta. Isso é uma loucura! É por
isso que mercenários e soldados aposentados não se misturam!
Isaac acenou a cabeça e, em seguida, colocou os óculos.
— A equipe vai se dividir. Ouviu o plano?
Isaac pressionou o microfone no ouvido e esperou pacientemente até ouvir as palavras de
Noah. A explicação que deu também foi breve e concisa.
__________
Félix acordou depois de adormecer… Parece que algum tipo de sonífero foi aplicado nele.
Ele pisca suas pálpebras completamente rígidas.
Olhou à sua volta… Era um espaço amplo, mas estava cheio de mofo. Então, logo,
pressupõe que não é usado há muito tempo e que ele está ali. Abandonado.
O cheiro de mofo e poeira penetrou seu nariz… Como parece não haver fornecimento de
energia elétrica apropriado, está escuro e por isso há luzes portáteis em todas as direções.
Móveis quebrados e gastos e pedaços de tecido velho rolam aleatoriamente e criam uma
atmosfera assustadora, semelhante ao de uma casa mal-assombrada. Em contraste a isso, os
laptops e outros equipamentos nas mesas de madeira no meio da sala parecem de última
geração. Objetos que definitivamente não combinam com o lugar velho e degradado. É
realmente desconfortável.
Félix, que estava olhando para a luz que vinha do laptop, então se virou. Um dos laptops
está executando algum tipo de programa para que a tela ilumine o interior e o exterior do
prédio…
Cada seção da tela está dividida em dezesseis colunas de quatro linhas, superior e inferior.
Brilhava tanto, parecia que estavam instalando uma espécie de CCTV (sigla em inglês para
Circuito Fechado de TV).
Félix move o pescoço. Demorou a encontrar um lugar onde possa correr e se preparar
completamente… No entanto, seus pensamentos são completamente impulsivos. Estava
sentado em uma velha cadeira de madeira. Os pulsos foram amarrados com faixas grossas de
couro sobre o apoio rígido de braços. Os tornozelos imobilizados estão amarrados às pernas.
É difícil ficar reto, então Félix balança as mãos repetidamente sem obter um resultado.
Depois de verificar seu estado, virou os olhos e observou em volta novamente. Pensou
com um pouco mais de calma. Espaço amplo e escuro, vários computadores. O CCTV é visível
no monitor do laptop. Pode ouvir muitas pessoas se movendo… Mas este lugar não parece
um lugar onde se realizariam reuniões. É um edifício? Por acaso está escondido em um lugar
diferente? Não foi fácil tirar uma conclusão sobre isso.
Ergueu o corpo e levantou a cintura para se mover… Então, percebe que há um movimento
perto dele.
A porta se abriu.
— Oh , você já acordou? Que momento lindo.
Não era a voz de Theron, mas sim de alguém muito diferente… Ele está completamente
atordoado. Então não sabe se é uma pergunta ou se é apenas uma afirmação. Talvez seja bem
diferente, e é na verdade um escárnio.
O homem que entrou era magro. Cabelos castanhos e brilhantes, olhos redondos e um
olhar curioso. O homem era Ômega, poderia dizer mesmo que não recordasse porque seus
feromônios estavam se espalhando muito rápido. Também fez o ambiente parecer
estranho…
Era uma atmosfera que dava a sensação de estar flutuando.
Foi uma impressão difícil de descrever. Ele estava olhando para o Ômega caminhando em
sua direção… Mas ele não conseguia se lembrar de nada do que aconteceu na limusine.
Theron também estava lá. Um homem de meia-idade com olhos cristalinos…
— O que você vai fazer? Você só quer me manter aqui como refém?
A voz de Félix , que fez perguntas apressadamente , estava entrecortada e trêmula. Como
se tivesse ficado muito bêbado na noite anterior… Mesmo depois de piscar e balançar a cabeça
parecia que sua condição não havia melhorado.
— Hmm…
O Ômega, antecipando qualquer movimento de Theron, virou as costas para que ele
encarasse a mesa cheia de laptops. Ele estava de pé, digitando algo importante enquanto
Theron apenas assistia…
— Em primeiro lugar, quero que saiba que não está numa situação de refém.
Theron se endireitou, com as mãos no bolso do terno. De uma maneira diferente, Félix
recostou-se na cadeira de madeira e inclinou a cabeça para o lado. Estava amarrado, mas
ainda era uma posição muito preguiçosa. Ele olha para Theron e ouve suas palavras, não faz
mais nada. Se pudesse mover a mão, teria coberto as orelhas ou talvez… Arrancado. Que pena.
— Pode apostar que alguém que se preocupa mais com você do que Vincenzo virá buscá-
lo, embora, infelizmente, não acho que isso seja possível. Estou em um lugar completamente
diferente do que pensam. Assim, podemos trabalhar sem problemas.
— Trabalhar ?
Félix não se importa com o que fazem com ele, mas as palavras “trabalhar sem
problemas” estavam fazendo muito ruído. Se ele não é um refém, o que é então?
— Mencionei isso no carro. Há duas coisas que eu quero.
— Sim, parece que sim… Mas seus dois desejos não me interessam então, decidi ignorá-
los.
— Sério? Então ouça com atenção. Eu…
— Não importa o que queira, será igual para mim. Não estou interessado e não tenho
intenção de ouvir.
— Bem, não me importo se ouve ou não. Levarei o que quero e pronto.
Como no carro, Theron tem uma cara de pôquer impressionante. Um estilo venenoso que
o permeia. Félix levanta a cabeça e olha para ele com olhos estreitos…
— Você não deveria se orgulhar disso, é só porque meus feromônios estão suprimidos
com os medicamentos.
Os olhos de Félix estavam turvos, mas sua voz era firme e bastante segura… Então, o
Ômega interveio apenas para dizer.
— Pare de lutar e pronto. Nós vamos apenas coletar seu sangue…
— Sangue ?
O Ômega, que subitamente chegou ao seu lado, proferiu uma frase bastante inesperada. E
Félix, que estava trocando um olhar ameaçador com Theron, virou imediatamente sua
cabeça. A ideia de coletar seu sangue parecia terrível o suficiente para seu gosto.
— Não se preocupe. Eu sou um especialista neste campo. Não vou desperdiçá-lo
novamente.
— Espere o que quer dizer com isso? Vai tirar meu sangue? Sério?
— Bem, nos conhecemos há muito tempo e apenas à distância… Mas digamos que eu sou
uma espécie de médico. Fui um pesquisador.
Mas, naquele momento, não conseguiu ouvir nenhuma das palavras dele. Nada se
aprofundava em seu olhar, a não ser a agulha grossa que se aproximava de sua pele…
— O que você está fazendo!?
Tentou sair dali, mexendo os punhos para frente e para trás também movendo suas costas.
O Ômega olhou para Félix e riu alto:
— Retiro o que disse no carro É bom ver você com tanta energia. Sabe de uma coisa?
Quando o vi no banheiro, o achei muito bonito, mas agora, quando olho um pouco mais de
perto, percebo que na verdade você é completamente o meu tipo.
— Não sei quem você é.
— De jeito nenhum, você ainda não me reconheceu? Acho que talvez tenhamos exagerado
um pouco com a droga, posso ver suas pupilas por um instante?
Félix abriu os olhos furiosamente quando sentiu as mãos nas suas bochechas. O homem
riu de novo e apertou-o com mais força do que pensava… Lentamente baixou os dedos até
que pararam no antebraço de Félix, onde havia feridas perfeitamente tratadas e limpas.
— Vamos ver, nos encontramos pela primeira vez no banheiro. Na Disneylândia.
— O que?
Félix olhou para ele… Ali, sorrindo e dizendo que havia sido no banheiro.
Banheiro.
Banheiro…
Pouco antes de encontrar Theron, quando estava indo tomar um café? Um homem estranho
esbarrou nele e… Bom, começou a ter os pensamentos mais estranhos de sua vida. Abaixou a
cabeça por um momento e descobriu que havia um botão estranho em sua mão e então…
— Que filho da puta.
_______________________
Continua…
Capítulo 46

— Você realmente parece confuso… Mesmo eu estando bem na sua frente esse tempo
todo.
Foi no momento em que o homem relaxou as sobrancelhas que a agulha da seringa
começou a cravar em sua carne a um ritmo realmente impressionante. Inconscientemente,
Félix deixa escapar um “UGH” e fecha os olhos.
— Eu não planejava tornar isso tão brusco… Mas como vê, parece necessário.
O homem murmurou isso levemente, logo puxando o êmbolo da seringa para que ela
começasse a encher. Foi um movimento bastante confuso, fazendo as pupilas azuis de Félix
começarem a brilhar com fúria absoluta, semelhante ao fogo.
— Como você ousa… fazer algo assim?— Foi então que Félix, já completamente zangado ,
deu mais força ao braço e puxou-o para si — Merda, só me deixem ir de uma vez!
— Querido, se você fizer isso, pode acabar quebrando a agulha. Fique quieto, ok?
O homem, que acabara de coletar muito sangue de Félix, demorou o tempo necessário
para arrumar seus equipamentos e logo voltou à mesa para anotar sabe-se lá o quê em um
caderninho bem pequeno. Félix, que não podia fazer praticamente nada para resistir, apenas
arfou friamente enquanto gritava e soltava um monte de insultos em italiano e inglês.
A respiração fina do Alfa flui descontroladamente sobre o grande espaço mofado
enquanto Theron permanece de pé apenas observando o sangue fluindo antes de encolher
os ombros.
— Você tá morto, seu desgraçado!
— Bem, devemos nos apressar então.
Félix, que estava muito atento à voz insensível de Theron, distorce o rosto um pouco mais
e estalou a língua, provocando um barulho realmente alto. No entanto, Theron, que vinha
ignorando cada palavra sua por um bom tempo, murmurou como se estivesse falando
consigo mesmo, em voz muito baixa:
— Pretendo fazer um clone.
— O quê?
Félix estava honestamente pasmo com a estranha confissão, piscando continuamente .
Aquela frase saía da boca de Theron com tanta facilidade que ele até pensou que fosse uma
piada… Mas não parecia ser uma.
— Isso é loucura…
— Eu quero reviver Elena… E você é o único que herdou o sangue dela, então tê-lo aqui é
necessário. Claro, isso será um sucesso ainda maior se eu também conseguir o livro de
Vincenzo.
—… Clonar Elena? Como isso pode ser possível?
Suas pupilas, que continuavam brilhando como se fossem vidro, olhavam fixamente para
Félix como se suas ideias fossem grandes demais para que ele pudesse entendê-las.
— Já fizemos isso antes… E tenho tido muito sucesso.
Olhando atentamente para Theron por um momento, Félix de repente riu com vontade.
Ele tinha um sorriso enorme, até se dando ao luxo de ser exagerado.
— Você… Você deve achar que estamos em Star Wars ou… HAHAHAHAHAHA — Félix, que
riu como se tivesse visto um show de comédia realmente bom, de repente jogou a cabeça
para trás — Mas não é Elena , o certo é Alice.
— De que merda você está falando?
— É um filme de zumbis, mas você é muito chato para saber sobre ele, então esqueça —
Logo ele finalmente parou de rir e olhou mais uma vez para Theron — Que conversa
estúpida… Embora tenha sido divertida, eu admito.
Era fato que Theron tinha ficado completamente louco. Quer dizer, era óbvio para todos
que esse cara tem sido obcecado por Elena por um longo tempo… mas isso e aquilo são coisas
totalmente diferentes! A verdade é que isso lhe deu arrepios.
— Não é loucura. Sou um especialista… — Diz o Ômega — Bem, usar um método mais
detalhado para clonar humanos ainda não é possível. Vamos, temos que fazer isso em
particular! Uma vez fui pego e tiraram todos os meus títulos graças à lei, mas felizmente
tenho Theron… Ele me permite estudar e ser eu mesmo, sem filtros. E em troca, devo dar a
ele sua Elena.
A respiração se espalha sobre sua cabeça como se alguém tivesse derramado gelo frio do
alto até encharca-lo completamente. Ele realmente já viu de tudo, do mais leve ao mais
nojento e terrível que a sociedade tinha a oferecer, mas é muito diferente lidar com pessoas
que parecem terrivelmente boas e sérias no que fazem.
Essas não são ameaças vazias… Eles vão reviver sua mãe.
Essa é a primeira vez que se sente tão ansioso desde que foi sequestrado por Theron. Com
uma forte sensação de que tudo estava indo por água abaixo, Félix mordeu os lábios até
quase poder ouvir como eles cediam sob seus dentes. Ele já tinha dito isso, mas era muito
assustador, então a pele de seus antebraços ficou arrepiada de uma hora pra outra.
— Vou te explicar… Para fazer um clone, primeiro temos que começar com algo chamado
“Divisão celular”. Em outras palavras, fazer um bebê. Uma linda garota que ao crescer será
nossa linda Elena.
— Foda-se. Que caralho você tá falando?
Ele está ficando louco. Está definitivamente enlouquecendo tanto quanto ele só de ouvir
suas palavra…
Com a cabeça baixa, Félix suspirou profundamente algumas vezes. Seu punho cerrado
começou a tremer e as unhas foram cravadas desesperadamente na palma da mão… Ele
estava brincando antes, mas realmente tinha visto muitos filmes de ficção científica na
televisão, e parecia que os planos estúpidos de Theron teriam sucesso de uma forma ou de
outra. Não era questão de pensar muito para saber que já tinham um plano e uma forma
bastante organizada de fazer tudo.
— Você realmente acha que meu sangue vai servir para você? Não parece ser o suficiente.
— Oh, quer mais injeções, querido? Eu tenho um pouco de sangue extra para o caso de você
precisar. Sou um homem cuidadoso.
O Ômega então mostrou a ele um frasco de coleta de sangue e um saco grosso e
refrigerado, completamente pintado de vermelho. Ele tirou as luvas e depois voltou para
Theron e Félix, ficando entre os dois.
— Acho que você tem razão, não parece ser o suficiente… Seria melhor coletar um pouco
do seu sêmen também.
O homem lambeu os lábios ao dizer isso, deixando Félix em dúvida se isso era realmente
necessário para o experimento ou se era apenas para suas necessidades pessoais… Não, ele
não queria saber, não queria pensar nisso e não queria ouvi-lo falar! Sempre que o Ômega abre
a boca ele fica tão irritado que sua cabeça parece que vai explodir. Deus, é tão irritante! Na
verdade, todas essas emoções negativas: irritação, raiva, tristeza, tudo se junta e queima sob
sua pele até doer.
— Me sinto como um rato de laboratório.
— Tem razão sobre isso. O homem riu alto.
— Malditos desgraçados.
— Estou muito feliz por poder trabalhar com meu lindo Alfa. Já estou ansioso pelo
momento da real ação. E mais… Theron, eu tenho tempo?
O sujeito, que tinha uma expressão impressionante de ansiedade, perguntou isso a Theron
sem ousar olhar para trás, com medo de receber uma palavra negativa. No entanto, ele olhou
para o relógio e respondeu:
— Sim , mas não muito.
— Acho que só tenho cerca de 10 minutos… Não, 15 minutos. Posso brincar com ele? Estou
morrendo de vontade de coletar seu sêmen. O sêmen do homem que vi apenas uma vez
quando estava investigando nossa organização na Itália. À distância… Apenas um olhar. Alfa,
jovem e bonito. Ah, é emocionante e tão louco.
O homem sussurrou enquanto batia com a palma das mãos nos joelhos de Félix amarrados
à cadeira. Era difícil entender o que ele estava dizendo, revelando seus desejos sem nem
tentar escondê-los.
Embora seus olhos estivessem fixos nele, a pupila azul de Félix ficou vermelha de uma
raiva terrível. No entanto, o homem não poupou esforços para esfregar a parte interna de
suas coxas usando os dedos, e logo os joelhos.
— Faça o que quiser, mas você só tem 10 minutos… E precisa se limpar antes que o
helicóptero chegue.
— Helicóptero ? — Não tenho planos de ficar aqui. Tenho que ir buscar aquele livro. —
De onde vem tanta confiança? Por que você acha que uma pessoa como você terá tanto
sucesso?!
Félix, que achava ridículo ter uma confiança infinita em tal situação, estalou a língua
novamente, embora Theron o tenha ignorado. O homem simplesmente se virou e começou a
fechar cada um dos muitos notebooks à sua frente.
Se você tentar obter a lista de Vincenzo, fico imaginando o que exatamente fará para pegá-
la.
— Você quer que tentemos fazer um banho de feromônio primeiro?
— Mesmo se usar essas suas drogas, você não tem chance.
— Você não se lembra do que aconteceu no banheiro? — Ele riu e pressionou a virilha de
Félix com um pouco mais de força usando os joelhos,— Quer dizer, você gostou muito de
mim daquela vez…
— Se não for o meu Ômega, não posso cheirar ou reagir a você… Se não for ele, não posso
desejar nenhum outro homem.
Félix olhou para seu oponente com um rosto distorcido. É uma expressão que parece
indicar “Você estará em perigo se continuar me tocando”, mas o Ômega age como alguém sem
medo. Na verdade, ele já havia começado a desabotoar sua calça.
— Pobre de mim. Você está amarrado e não responde a outros feromônios. O que eu vou
fazer? Não seja chato, cara! Na Disneylândia eu usei um inibidor misturado com um
afrodisíaco. Quer que tentemos de novo? Agora melhorarei a dose, então, tenho certeza de
que você poderá desfrutar de mim mesmo já tendo um parceiro.
— Só cala a porra da boca e me deixa sair!
Rugindo como um leão enjaulado, Félix cerrou o punho novamente e se sacudiu. No
movimento, o Ômega consegue ver perfeitamente a jóia que ele usa no dedo anelar da mão
esquerda. Um anel de platina que brilhava lindamente.
— Que bonito.
Mas quando ele estendeu a mão para tocá-lo, Félix dessa vez gritou :
— Não me toque se não quiser morrer!
— Você ainda é muito impulsivo, hein? Relaxe, não é grande coisa. Acho que seu problema
é que você viveu de uma forma muito conservadora todos esses anos. Ter dois parceiros
sexuais não é um crime.
— O problema nisso é que você é um covarde de merda que não pode me enfrentar a
menos que esteja usando inibidores e drogas… Há limites para minha paciência, então eu vou
te dizer de novo, tira a porra das mãos de mim!
A voz de Félix finalmente conseguiu fazer o Ômega encolher os ombros pela primeira vez.
— Paciência? Não… eu digo que na verdade você está com muito medo, certo? Porque
agora você sente como é terrível quando seu corpo não responde. Estar amarrado, indefeso
e não ser o predador, não é típico de um Alfa. Está com medo porque você sempre foi o gato
e agora você é só um ratinho tentando se coçar para sair. Porque você nem sabe o que pensar
ou dizer e não é mais o poderoso Sr. Alfa!
O Ômega abriu o zíper da calça de Félix. Ele estendeu a mão como se não tivesse certeza,
mas mesmo assim agarrou o pênis flácido com a palma da mão inteira. Os olhos azuis do
homem agora mostram desconforto, além de raiva. Seu rosto fica branco e então seus olhos
caem para ver a carne que agora está sendo segurada por outra pessoa.
— Uau, é grande… E você não tem uma ereção. O quanto isso vai crescer depois? É
realmente incrível.
_________________
Continua…
Capítulo 47

Foi ouvido o som de quando suas calças caíram.


As mãos deslizavam apressadamente e começaram a masturbá-lo de cima para baixo.
Félix quer gritar, mas descobre que sua cabeça está quase totalmente descansada no encosto.
Estava cheio de feromônios e outros cheiros estranhos, o que em vez de deixá-lo excitado,
estava causando-lhe muita náusea.
— Eu te disse… para não me… tocar.
— Então, o que há com essa voz, senhor Alfa? Não se encaixa nenhum pouco com o que
está dizendo.
Já tinha colocado um afrodisíaco nele? É tão estranho, sua mente está turva e suas palavras
não saem do jeito que ele quer..
Porém, enquanto ainda sentia aquelas mãos frias e úmidas correndo em todas as direções,
ele ouviu perfeitamente uma voz gritar “Abaixe!” e então BAM! Há uma grande explosão.
O prédio, que estava incrivelmente silencioso desde que ele abriu os olhos, fez um som
tão alto que parecia querer desabar. A poeira voa em todas as direções e as lâmpadas
começam a se mover para frente e para trás. O homem que colocou a cabeça entre as pernas
de Félix de repente levanta o rosto e deixa as mãos apoiadas no chão.
— Aquilo foi um terremoto?… Ei! O que foi aquilo?
No entanto, suas palavras não puderam ser completadas. Eles batem com força, uma e
outra vez, até que todo o prédio tremeu novamente como se realmente fosse um terremoto.
As coisas estão caindo, e pessoas gritam no andar de cima.
— O quê? 0 que está acontecendo?
O garoto, ainda sentado entre os joelhos de Félix, gritou alto até que Theron reapareceu à
distância. Em vez de responder às perguntas, ele vai rapidamente até o computador mais
próximo e reabre o programa que divide a tela em dezesseis partes.
— Que merda…?
Theron balançou a cabeça e pronunciou uma palavra estranha. Não muito longe da sala,
ouve-se um grande disparo.
Ao contrário de Theron, que estava bastante ansioso com os ruídos altos e o barulho
constante das paredes, Félix estava observando a tela com atenção: dois veículos enormes
haviam passado por ambas as entradas do prédio e, não satisfeitos com isso, continuaram
seu curso até destruir algumas paredes e até algumas pessoas. O sol ainda não nasceu, então
não se pode entender claramente o que acontece no escuro. Mas está muito ruim.
Parece um espetáculo impressionante. Uma invasão.
Os homens de Theron, que estavam ocupados demais fazendo as malas para vigiar,
notaram a situação e responderam rapidamente. No entanto, o ataque de vários atiradores
que pularam da traseira dos carros foi muito melhor e mais rápido. Os malditos tinham
metralhadoras!
Devido ao tiroteio, o ambiente rapidamente se transformou em algo semelhante a um
abismo. O fogo disparou e brilhou no final de suas armas. Pareceu iluminar o espaço escuro,
como uma faísca que ricocheteava de uma ponta a outra.
— O que aconteceu? Disse que eles estavam em Long Beach! Você disse que os viu!
Theron, que estava olhando para a tela, contatou alguém em algum lugar e,
desesperadamente, elevou a voz ao tom de um grito totalmente frustrado. Foi a primeira vez
que sua voz e seu rosto pareciam concordar. Cada uma de suas emoções foi revelada de
forma muito dura, deixando-o com um tom pálido.
Enquanto isso, os homens que entraram com os veículos rapidamente dominaram o lugar.
Os subordinados de Theron atacaram usando o que tinham ao alcance, então os tiros ficaram
mais altos e o prédio tremeu mais uma vez. São escutadas explosões, gritos e tantos golpes
que logo há a ilusão de que realmente estão no meio de um verdadeiro campo de batalha.
Félix continuou olhando para a tela.
Os homens que saíram das duas vans estão cobrindo todo o térreo e agora sobem para o
segundo andar. Não se pode dizer quantos mercenários ou subordinados existem, mas a
equipe se move enquanto as balas voam de um lado para outro.
Como o primeiro andar foi transformado em um campo de batalha, a maioria dos homens
de Theron estão se movendo para cima em uma tentativa desesperada de escapar, no
entanto, não é uma sala espaçosa como o térreo, mas um corredor com cantos bastante
estreitos. Não parecia fácil encontrar uma saída.
Félix então mostrou sentimentos de ansiedade bastante honestos. Olhando para a tela,
havia uma coisa que ele percebeu: esta sala ficava no segundo andar, e os tiros e gritos que
se aproximavam apenas confirmaram sua teoria.
O homem, ainda cerrando os punhos ansiosamente, não conseguia tirar os olhos da tela.
Ele balançou a cabeça para frente, tentando ver melhor os rostos dos homens que
entraram no segundo andar. Na verdade, os caras usavam roupas pretas, coletes à prova de
balas, óculos e carregavam metralhadoras compridas. Todos pareciam exatamente iguais,
então era difícil dizer quem era quem. Porém, aos olhos de Félix há uma pessoa que se destaca
das demais. O homem de cabelos negros liderando a equipe. Aquele que caminhava
calmamente pelo corredor segurando um rifle e apontando para frente. Algumas vezes ele
sinaliza com a mão enluvada, e outras enviava alguns homens para o outro lado do corredor.
É alto e tem um corpo treinado, além de ser terrivelmente habilidoso com a metralhadora,
atirando como se fossem patinhos de feira, assim como daquela vez na floricultura.
O homem perfurava cabeças com uma bala ou, ao invés disso, os pegava e dobrava seus
membros em um instante, quebrando seus pescoços. Seus movimentos eram assustadores,
mesmo apenas observados por uma pequena tela. Ele varreu o corredor em um instante e,
mal respirando, caminhou sem parar e habilmente trocou os cartuchos.
Félix, que observava atentamente a figura do marido, engoliu toda a saliva que se
acumulava em sua boca… Seu coração começou a bater mais rápido e a respiração se tornou
muito difícil. A imagem em movimento estava claramente visível na tela. Ele anda com calma,
matando inimigos como um homem habilidoso que está apenas fazendo seu trabalho.
Theron contatou alguém novamente. Todos já viram o suficiente e têm certeza de que a
porta ao lado se abrirá a qualquer momento. Alguns de seus homens entraram pelo lado sul
e ficaram na entrada segurando suas armas, outros começaram a empacotar as coisas com
pressa. Enquanto isso, Félix apenas os encarava, seus olhos bem abertos. Ele parecia estar
esperando o momento em que abriria a porta e encontraria seu olhar escuro e rosto bonito.
A emoção de esperar se assemelha ao prazer.
— Oh meu Deus, então você fica excitado em cenários como esse?
Enquanto fazia as malas, o garoto Ômega virou a cabeça na sua direção e perguntou algo
que parecia completamente estranho. Félix olhou para o homem e só então percebeu que ele
estava voltado para sua virilha.
Porra! Ele havia esquecido por um momento, mas suas calças ainda estavam abaixadas e
seu corpo estava claramente exposto. Faz um tempo, aquele maldito Ômega tirou sua roupa
e o masturbou… E agora ele estava com uma ereção enorme na frente de todos!
— Oh não, não, agora não. Por que agora? Para baixo! Para baixo, porra!
Félix parecia estar em sérios apuros… De fato, ele teve uma ereção por pensar em Isaac, mas
assim que aquele homem vir à cena vai cortar o pau dele!
— Deus… Você parece ter muita energia, não é?
Nervoso, o Ômega tentou colocar a mão na virilha de Félix… Ele estava tentando tocá-lo
porque realmente não conseguia acreditar no tamanho daquela coisa. Estava horrivelmente
ereto, quase latejante.
Mas ele parou antes de chegar lá.
_______________________
Continua…
Capítulo 48

BAM!
A velha porta de madeira quebrou junto com o som de estrondo. Ao mesmo tempo, ele
podia ver a poeira, a faísca vermelha de várias detonações e um monte de homens mortos a
seus pés.
O sujeito na frente deles, assim que entrou na sala, apontou a arma para Theron bem na
sua cabeça. Parecia que conhecê-lo muito bem, embora eles nunca tivessem realmente
trocado uma palavra.
Todos os caras no segundo andar, os que arrombaram a porta do lado de fora e os que
obedeciam a Theron do lado de dentro, tinham armas muito boas nas mãos. No entanto,
ninguém conseguiu puxar o gatilho porque eles estavam apontando um para o outro. A
tensão enche suas gargantas completamente.
— Ouvi dizer que estavam indo para Long Beach… Parece que são mais espertos do que
eu pensava.
Theron foi o primeiro a puxar conversa. Era uma atmosfera de aparência tão instável
quanto uma bomba, mas mesmo assim, o homem na linha de frente apontando uma arma
para ele permaneceu em completo e total silêncio. Ele não apenas não respondeu, como
parecia não ter ouvido a oração de Theron em primeiro lugar.
Embora estivesse apontando para Theron com uma postura firme, seu olhar não estava
direcionado a ele. A poucos passos de distância, Félix estava sentado, seu corpo
completamente amarrado e seu rosto estava pálido como uma folha de papel. O Alfa também
estava olhando para ele.
— Isaac?
Félix abriu os lábios para chamá-lo, mas o olhar de Isaac tremeu de ansiedade e caiu em
sua virilha.
Ele estava obviamente olhando para seu pênis e o Ômega tentando tocá-lo. Não parecia
exatamente o melhor cenário para uma reunião.
— Ei, espere, Isaac! Não é uma ereção!… Bem, é, mas não por causa de quem você pensa
que é!
Félix estava gritando com muita urgência. Esse realmente foi o momento mais
constrangedor de toda a sua vida! Seu cabelo estava todo grudado na pele, o suor frio corria
por toda a testa e era tanto que até sua camisa estava molhada. Parecia ser exatamente o que
ele estava pensando.
— É por sua causa! É porque a maneira como você atira e mata as pessoas é absolutamente
inacreditável! Eu estava te observando na tela o tempo todo. Foi por causa disso, Isaac! Eu
juro!
— Isaac? Ele é o seu parceiro?
Theron falou mais uma vez, mas Isaac continuou olhando alternadamente entre o pênis
de Félix e o homem que ainda estava parado ao lado dele. O Ômega percebe, faz uma
expressão estranha e sorri para ele, então levanta a perna e começa a esfregar lentamente o
pênis usando o joelho.
— Esse homem aqui é muito bom em colocar o pau de pé a qualquer momento.. Não dói?
Quer dizer, se fosse meu parceiro, eu não suportaria que ele ficasse assim com qualquer um.
Enquanto ele gritava, o Ômega pressionou o genital de Félix com o joelho, apertou os
testículos e então “Aah!” Félix gemeu tanto que rapidamente abriu os olhos e virou-se para
Isaac.
— Espere! Eu não fiz aquele som porque queria! Quer dizer, eu queria… Mas foi do nada!
A pupila negra de Isaac, olhando para ele como se quisesse dizer algo importante, é fria e
completamente estranha e obscura. Seu marido, o pênis dele, o Ômega ao lado dele… Parecia
que havia perdido toda sua energia em questão de segundos. Algo semelhante a ter sido
ferido.
O Ômega, que olhava tudo com muito cuidado, parecia estar gostando muito de tudo o que
estava acontecendo.
— Isaac!
Mas quando Félix grita fortemente e o homem não responde de jeito nenhum, é quando
Theron percebe o quão perdido está Isaac.
Silenciosamente, ele deu ordens a seus homens. Apenas alguns movimentos com os dedos,
então o guarda rapidamente tira a arma do coldre e POW! POW! POW
Alguns homens que estavam atrás da porta caíram no chão.
Isaac, que também estava na sua mira, foi baleado com tanta força no peito que
estremeceu e perdeu repentinamente o equilíbrio. Quando caiu de joelhos, alguém correu
até ele e o atingiu na cabeça com uma arma.
— Isaac!
Félix, que abriu terrivelmente os olhos, gritou alto e tentou se levantar da cadeira.
— Isaac!
Ele não era alguém que perderia tão facilmente, nunca teria permitido que algo assim
acontecesse… Mas agora parecia não ter intenção alguma de lutar. Como se todos os seus
objetivos tivessem desaparecido e houvesse apenas uma escuridão à sua frente.
Parece estúpido, mas Isaac está realmente caindo. Um homem que é mais forte do que
qualquer outro está ferido e deitado no chão.
— Temos um novo prisioneiro.
Theron, com a arma ainda apontada em sua direção, olhou rapidamente ao redor antes de
ordenar que o levassem.
Com aquela única palavra, os guardas arrastaram Isaac e também outros homens que
haviam caído no chão e os levaram para outra sala. Seus olhos injetados de sangue pousaram
nos de Félix, que observava tudo. Uma mão com uma aliança de casamento estava apertando
a ponto de começar a tremer, as unhas estavam cravadas em sua palma. O sangue parece
estar subindo à cabeça porque a corda em seus braços está esticada como se fosse quebrar.
Então Theron, que parecia impressionado, olhou para Félix um pouco mais de perto, até que
as veias de seu pescoço começassem a inchar.
— Esse é o seu parceiro? Ele é realmente um Ômega?
— Uau, ele ainda conseguiu chegar até aqui. Interessante.
Quem diria? Um Ômega único, com tal caráter e habilidades de guerra. Uma máquina
perfeita e absolutamente precisa.
— Eu acho… que se eu roubar dele, vou conseguir obter todas as informações que preciso
mais rapidamente. O que você acha?
Félix, que ainda estava olhando para ele, franziu os lábios.
— Eu acho… que se você tocar pelo menos na ponta do dedo dele, eu vou te matar. Eu
vou… Abrir seu estômago mesmo se você ainda estiver vivo e forçá-lo a assistir a maneira
como tiro seus órgãos para esmagá-los. Eu prometo a você. Portanto, seria bom não pensar
em nada que inclua ele.
Seus olhos azuis tremeram e até sua voz começou a ficar assustadora, mas Theron, que o
olhou por um momento verdadeiramente longo, pareceu gostar disso tanto quanto o Ômega.
Ele ainda se deu ao luxo de acertar as bochechas de Félix com a ponta dos dedos.
O sentimento de impotência que experimenta agora é tão grande que ele confia
plenamente em nunca ter sentido algo assim em toda a sua vida.
______________
Havia poeira por toda parte. O amanhecer, por onde o céu azul claro se estendia, ilumina
a sala até certo ponto.
Alguém entrou enquanto a poeira flutuava.
Ninguém sabe ao certo, mas o homem começou a enlouquecer há pouco tempo, como no
jardim, quando estava com Lucca.
Seus braços estavam totalmente estendidos para cima em uma corda presa no teto. Ambos
os tornozelos estão amarrados, um em cada extremidade da mesa e ele sente que não
consegue falar.
Deus, onde ele estava? E seus homens?
A pessoa que olhou para ele por um momento segurou uma seringa na mão e enfiou a
agulha em seu ombro. Isaac não consegue levantar a cabeça, parecia pesada e nublada, quase
como se fosse difícil manter sua mente no lugar.
O homem, aquele de físico esguio que acabara de lhe dar uma injeção, ordenou aos outros
dois ao seu lado que o ajudassem a movê-lo, então o sentaram e estenderam ainda mais
aqueles braços.
“Você veio por Félix”. Ele repetia para tentar voltar à realidade assim que descobrisse a
verdadeira situação. “Você veio por Félix, você veio por Félix.”
Há pouco tempo, a operação revelou-se bastante contraditória. As vítimas e ferimentos
foram consideráveis, portanto estar vivo é realmente surpreendente.
“Aha, fui tão idiota”
____________
Felizmente, depois de capturar o líder do ataque, o restante dos homens de Theron
conseguiram fugir rapidamente e acabaram salvando suas vidas. O trabalho estava feito, mas
quase se transformou em uma situação diferente.
O homem, pendurado na cadeira com os braços totalmente estendidos para cima, era
impressionante. Seu cabelo, roupas e luvas são todos pretos. Dizia-se que era o líder da
equipe, um cara do exército, e ele realmente guiava a todos com muita habilidade. Além disso,
o homem pode ter desistido muito facilmente, mas assim que você fica na frente dele, de
repente tem a terrível sensação de que vai morrer.
O homem parecia estar dormindo, então um dos assistentes de Theron teve que dizer
várias vezes “acorde, acorde”, batendo na parede para chamar sua atenção, até ele
finalmente piscar.
— Você dormiu..
— Hum…
— Já se passaram 10 minutos. Acorde.
Mas o homem ainda estava na mesma posição, então se sentiu obrigado a se aproximar
dele.
— Abra os olhos, é hora de levantar.
O homem bateu um pouquinho em sua bochecha Tap, Tap, porém, como não há reação, a
intensidade aumenta, Tap, Tap, Tap.
Os fios negros tremem toda vez que o homem é atingido no rosto, e na terceira vez que
ele o faz, o preso levanta lentamente os olhos e endireita a cabeça. Ele parece… Tão diferente
de antes. Com olhos mais profundos e mais negros que um abismo.
Foi uma pupila negra de obsidiana que o assustou tanto, até fazê-lo recuar.
_________________
Continua…
Capítulo 49

Não pode mexer no seu cabelo oleoso. Ele gostaria de poder levantar a mão e pressionar a
têmpora para parar a dor, mas também não consegue… Ele simplesmente começa suar e
transpirar como um maníaco completo.
Félix fecha os olhos e descobre que a sala inteira está começando a girar. Inclina a cabeça
para trás e solta um suspiro verdadeiramente forte.
Parecia que o principal motivo eram as drogas. Os feromônios estão sendo tão
pressionados em seu corpo que causam enormes perturbações dentro dele… Com o passar
do tempo, os feromônios não circulantes se acumulam em seu corpo de tal forma que um
estranho tipo de envenenamento está surgindo nele.
Os feromônios de um Alfa dominante são superiores aos de um Alfa normal. Feromônios
de alto grau têm o poder de esmagar um inferior enquanto controlam a mente de um Omega
e causam excitação sexual.. Portanto, para um Alfa de nível superior pode ser considerado a
maior arma e ao mesmo tempo algo com que se deve ter bastante cuidado.
É por isso que os feromônios são tóxicos para o corpo se acumulam na circulação.
Está morrendo, mas ninguém parece prestar atenção nele… É por isso que seu cabelo está
tão oleoso e seus olhos embaçados.
Em outras palavras, os inibidores de longo prazo não funcionam a menos que sejam
administrados em um Ômega. O inibidor não suprime completamente o gene alfa, só… Não
se pode fazer um medicamento que funcione perfeitamente porque é um mecanismo
bastante complexo. Sim, existe um medicamento que suspende temporariamente
o RUT, mas não totalmente os feromônios.
Theron disse que haviam feito um inibidor Alfa dominante com bastante sucesso e então
se deu ao luxo de administrar a droga nele… Com o tempo, veio à dor de cabeça e depois a
tontura, logo náusea e tremores
Quando a dor de cabeça começou, ele viu Isaac sendo arrastado como um cachorro para
outra sala. Foi no momento em que observou o que havia causado que experimentou o
enorme sentimento de autodestruição em relação a si mesmo, junto à derrota e a culpa
iminente.
Algo que ele experimentou pela primeira vez em sua vida…
Ah, ele está com uma dor terrível. É tão horríve! Os feromônios que haviam sido suprimidos
à força estavam misturados com raiva e tristeza, então agora parecia estar fervendo.
Suor, suor e mais suor..
Então a porta se abre e alguém entra rapidamente na sala: Theron, que começou a andar
na frente dele em silêncio, ergueu as sobrancelhas e abriu a boca.
— Você está bem? Porque eu tenho que te mostrar algo muito interessante.
Theron se aproximou apenas um passo, murmurando tudo isso em uma voz tão baixa que
era difícil dizer se ele estava falando sozinho ou não.
— Interessante. Estou morrendo de vontade de saber o que é .. pode apostar.
Enquanto respondia da melhor maneira possível, Theron girou um dos notebooks que
estava dividido em dezesseis espaços. Em seguida, muda a imagem para uma tela estendida
que mostra um único cenário: uma sala, com um homem inconsciente bem no meio. Cabelo
negro, terno preto, ambas as mãos amarradas acima da cabeça e penduradas por uma corda
que estava no teto, e outro homem estava encostado nele, estendendo os braços como se
quisesse acordá-o. Ele o acerta, mas toda vez que faz isso, a cabeça do homem balança para
frente e para trás.
____________
Félix, olhando para a tela, pressionou os dentes contra os lábios até que finalmente
sangraram. Seu rosto não havia sido revelado, mas ele podia entender rapidamente quem
era…
— Seu parceiro. Um Ômega que está ligado a você.
Theron, que acabou sentando à mesa de frente para ele, abriu seu discurso enquanto
olhava completamente para a tela. Félix ainda estava mordendo os lábios, então não
respondeu.
— Colocamos um “indutor de confissão” nele. É uma espécie de anestésico, por isso causa
muita conversa.
—… Você pôs remédio nele?
A voz de Félix falhou. Theron encolheu os ombros.
— Acho que é um hobby meu consertar tudo com remédios.
Félix ergueu os olhos ferozmente. É fato que, nos últimos anos, o mercado da distribuição
de drogas ilícitas se expandiu e se espalhou pelo mundo. Não é de admirar que ele saiba ou
tenha todos os tipos de drogas para fazer quase tudo que quiser.
— Então, isso tudo é por causa da lista do vovô?
Em resposta à pergunta estridente de Félix, Theron respondeu simplesmente:
— Sim… Se você me disser onde Vincenzo está escondendo a chave e o paradeiro do livro-
razão, vou deixá-lo ir. Claro, se você não responder corretamente, as unhas dele vão cair uma
a uma ou os dedos podem sair da sua mão.
— Ele não sabe de nada…
— Bem, Félix, eu gostaria muito de poder acreditar em você.. Enfim, suponho que se for
verdade, eu posso usar o choro dele para fazer você ligar para o seu avô implorando para
que lhe dê a chave.
Félix desviou o olhar novamente. O homem ainda está batendo no rosto do outro para
acordá-lo e, a um passo de distância, ele pode ver outro cara encostado na porta. Ele está
segurando uma adaga na mão, então as palavras de Theron sobre cortar os dedos de Isaac
voltam à sua cabeça.
— A menos que você queira ouvir seu parceiro gritar, é claro.
Félix, que ouvia em silêncio a conversa, fechou os olhos por um momento devido a uma
nova dor de cabeça que o fazia sentir prestes a explodir. No entanto, ainda tonto e atordoado,
a figura de Isaac permanece completamente brilhante em sua mente.
Oh, meu Deus. Posso ficar sentado olhando para a tela enquanto o outro sofre? Posso ficar
parado e ver como começa a sangrar? É realmente a única maneira? Implorar e pedir a chave?
— Bem, então devemos ouvir primeiro o que seu Ômega tem a dizer?
Theron pode dizer exatamente o que está pensando apenas olhando para o “seu filho”.
Ele suava, olhando fixamente para Isaac através da tela como se não houvesse ninguém além
dele.
Perfeito.
__________________
Continua…
Capítulo 50

O homem não parava de bater nas bochechas do seu parceiro, então ele pensa: “Tudo que
você tem que fazer é sair daqui, ir para aquela sala e arrancar a pele aquele desgraçado antes
de arrancar seus globos oculares para esmagá-los com o pé”
Isaac ergueu a cabeça.
— Senhor… Ele parece doente. Quero dizer, no começo ele não estava assim. Então acho
que ele desmaiou, foram apenas dez minutos, mas ainda parece estranho para mim. Devemos
parar?
A voz do homem que bateu nas bochechas de Isaac saiu bem alta pelos alto-falantes.
Theron, que ainda estava olhando para a tela, apenas estalou a língua e se inclinou um pouco
mais perto:
— Então primeiro pergunte o seu nome, idade e trabalho. Assim vamos verificar sua
condição.
Theron ordenou isso imediatamente, embora sua voz ainda estivesse terrivelmente
monótona e chata. Também tem uma expressão que diz: Não deve ser tão importante.
— Vamos acabar logo com isso.
Em contrapartida, o Ômega, que havia chegado à sala assim que ouviu a voz de Félix,
estava bastante curioso sobre a expressão repentina mostrada por Isaac.
Ele também olhou para a tela…
— Está me escutando?
Naquele momento, o homem na tela agarrou o cabelo de Isaac e o ergueu para que seu
queixo ficasse alto. Ele gritou a mesma pergunta que Theron ordenou:
— Está me ouvindo? Qual o seu nome e idade?
Isaac, que estava olhando em volta como se estivesse realmente confuso, finalmente olhou
para o homem e suspirou. Ele ainda não disse nada.
— Qual é o seu nome?
O homem, com os cabelos negros de Isaac entre os dedos, sacudia-o para frente e para trás
com força suficiente. Foi naquele momento que Félix se comprometeu com ainda mais força
que ia cortar o braço daquele maldito homem estúpido.
Os lábios de Isaac estão separados. Ele não parecia ser capaz de falar fluentemente, então
por um momento, parecia que estava apenas pensando em algo importante, ou apenas
ignorando-o. O homem repetiu:
— Qual o seu nome? Quantos anos você tem?
De repente, Isaac disparou ao homem um olhar verdadeiramente hediondo. Era um caos,
como quando o viu pela primeira vez. Aqueles não eram olhos comuns! Em vez disso, era uma
pupila que afunda tão friamente em seu peito que podia ser sentida até mesmo por pessoas
do outro lado da tela.
Um olhar inabalável, agudo e hediondo.
O homem, que ainda segurava o cabelo de Isaac, ficou surpreso com a mudança repentina
na atmosfera ao ser encarado, então acenou com a mão para recuperar o controle, mas Isaac,
que estava olhando para ele, finalmente falou..
Foi uma resposta precisa e clara. Uma voz firme.
— Casey Patricks, 20 anos, capitão da Marinha.
Por um momento, a cabeça de Félix parou de girar. Ele entende exatamente do que o
homem está falando… E é justamente por isso que seu queixo caiu no chão.
— Está acontecendo de novo.
— De que merda você está falando?
Mas Félix estava totalmente atento a ele, sua testa bastante enrugada.
Casey Patricks… Isaac não diria algo assim por vontade própria.
— Pergunte de novo. Qual é o nome dele? Qual a sua idade? Não, não pergunte a idade,
mas o ano atual!
— E por que eu deveria…?
— Apenas diga ao seu maldito homem para perguntar de novo
Ele disse que tinha vinte… Isaac está com vinte e cinco agora, então o que ele disse foi há
cinco anos. Ele conheceu Isaac há quatro, então é antes disso.. Seu rosto não parece dizer
muito, mas seu coração bate loucamente com o pensamento de que ele está perdido agora, e
não é como o que aconteceu no jardim de sua casa. Deus, ainda pode se lembrar dele dizendo
que estava com medo, que não sabia o quem era, que não se lembrava de nada… E como vai
ajudá-lo se está assim agora?
Theron e o Ômega ao seu lado aparentemente não conseguem entender. Eles apenas
olham com desconfiança para Félix.
— Pergunte de novo, filho da puta! Pergunte qual é o nome dele e em que ano está agora,
caralho!
Quando Félix começa a gritar, o homem do outro lado da tela também o ouve… Ele ficou
perplexo ao ouvir uma voz diferente da do patrão, então realmente não sabia o que deveria
fazer. No entanto, Theron ordenou a mesma coisa a ele. Olhando para a câmera uma última
vez, não teve escolha a não ser acenar e voltar para Isaac.
— Nome. Responda agora qual é o seu nome… E, em que ano estamos.
Isaac ouviu sua pergunta.
— Casey Patricks, 2014.
Sua resposta foi täo clara quanto sua voz. Não era uma mentira, ele estava respondendo
com sinceridade.
— 2014? Que porra é essa? O que aconteceu?
— Ele está doente.
Ao contrário do Ômega, que balançou a cabeça e murmurou como se achasse que era uma
piada, Félix falou rápido e de forma áspera, bastante angustiada.
— Ele pensa que está em algum tipo de lugar.. Onde estava há cinco anos.
Uma missão? O cérebro de Isaac o mandou de volta para uma missão?
— Que porra injetaram nele?
— Foi apenas anestésico!
— Ele nunca tinha ficado tão-…
Mas ele não conseguiu terminar a frase.
Foi um instante, apenas um breve momento em que eles se distraíram discutindo sobre
Isaac, mas, de uma hora pra outra, o homem na sala começou a gritar com todas as suas forças.
Isaac havia soltado as amarras em seus pulsos.
Ele agarrou a corda que o segurava e, ao mesmo tempo em que se levantou, chutou a
parede atrás de si para pegar impulso e saltou muito alto até conseguir fazer uma espécie de
balanço, que o levou direto para o outro homem.
O homem estava com o pescoço preso entre as pernas de Isaac. Seu corpo estava muito
torcido, estranhamente torcido, quando ele caiu no chão acompanhado pelo som das
vértebras em seu pescoço que se dividiram ao meio.
Aconteceu literalmente em um piscar de olhos.
Os olhos do outro empregado se arregalaram, ele ainda estava com a adaga na mão, mas
parecia ter esquecido de como manuseá-la. O fato de o outro ter morrido de tal forma fez
com que ele ficasse com uma cara um tanto estúpida e, infelizmente, ele tinha congelado
naquele lugar.
Isaac novamente segurou a corda e balançou seu corpo inteiro para que pudesse atacá-lo
da mesma forma que o homem anterior. Porém, após piscar por um momento, o sujeito
conseguiu segurar a adaga bem alta e corajosamente pular na direção de Isaac.
Um punhado de grosserias é ouvido do outro lado dos alto-falantes quando ele agarrou
seu pulso e então.. Clack! O dobrou de tal forma que conseguiu quebrar aquela mão de um
jeito um tanto escandaloso. Seus pés ainda estão amarrados, então parece difícil se mover
para mudá-lo de direção. O alvo aproveita a oportunidade, pega a adaga e faz um corte
significativo em seu nariz.
O sangue é espalhado por toda parte.
— Isaac!
Félix gritou ao ver o sangue espalhar-se pelas roupas, mas não parecia importar o quanto
ele grite ou reclama, Isaac não o escuta. Ele estava apenas focado em se defender e atacar
com tudo o que tinha, mesmo que seus membros estivessem fortemente amarrados e sua boca
cheia de sangue.
Félix, irritado, cerrou o punho de tal forma que todo o seu braço se sacudiu com força. Sua
pele fica horrivelmente vermelha com a pressão das cordas contra ele quando murmura:
“Filhos da puta…” Mas então, quando Félix balançou seu pulso mais uma vez como se
quisesse aparecer na outra sala, Isaac se revelou novamente em seu ponto de visão.
Encarando o oponente com olhos brilhantes, ele pula novamente, dobrando os joelhos
quase até o peito. A adaga parecia se aproximar novamente de seu nariz quando agarrou a
corda mais uma vez e Bam! A coisa que conectava Isaac ao telhado caiu acompanhada por
uma pilha de entulho e lixo. A poeira branca voa em todas as direções junto com os
fragmentos de vigas gastas e galhos de árvores que não deveriam estar lá em primeiro lugar.
Não havia nada na tela devido à poeira, então Félix fica tão nervoso que engoli com força.
Theron contatou seu homem com urgência, mas onde está Isaac? Ele não conseguia tirar os
olhos da tela, mesmo que fosse apenas uma tela vaga, sem nada visível.
De repente, movimentos fracos são vistos à distância. A respiração de alguém também é
ouvida. Nem Félix, nem Theron conseguiam falar porque estavam olhando para a tela
enquanto pressionavam os lábios com força.
A poeira, que foi se espalhando lentamente até que parte estivesse limpo, levantou
novamente devido aos golpes de alguém, e então Isaac apareceu. Com os pés livres, as mãos
cheias de sangue e uma adaga entre os dedos que depois atirou contra o vidro da câmera de
segurança como se sempre soubesse de sua existência.
— Não me foda… Quem é essa pessoa?
O Ômega murmurou enquanto olhava para a tela quebrada com um rosto cheio de
assombro… Theron para ao seu lado e grita para alguém começar a preparar seus homens
para que corram para a ala norte. Félix, por sua vez, só pode ficar em silêncio. Apenas
observou Isaac, cortando todas as amarras que prendiam seus pulsos e tornozelos, matando
dois homens em menos de dez minutos e quebrando uma tela de segurança com uma faca
antes de sair do quarto.
Rosto sem expressão, olhos frios, um ambiente diferente… Comparado ao Isaac atual, este
era um pouco mais mecânico e direto. Cruel, certamente. Uma máquina de matar que Cole
criou desde que era um garoto.
___________________
Continua…
Capítulo 51

Isaac… Ele era assim antes de se conhecerem? Antes de criar Benjamin? Félix, que estava
olhando para a tela, engoliu em seco mais uma vez e com muita força.
Isaac, no momento em que se virou e olhou para cima, mostrou-lhe uma pupila preta
completamente impressionante. Frio, tão firme quanto seus ombros tensos e a mão que
segurava a adaga que ele acabara de recuperar do chão.
O homem moveu-se rapidamente para outra sala, Félix pôde ver isso devido à câmera
externa. A porta se abriu com um único estrondo e imediatamente um grupo de homens com
armas de curto alcance apareceu. Eles eram os oficiais comandados por Theron. Fortes,
preparados e que de qualquer jeito ainda não conseguiram nada das mäos experientes de
Isaac. A adaga voou diretamente para o centro da testa do homem que liderava a equipe. Ele
foi incapaz de gritar ou reagir, e inadvertidamente seus joelhos já estavam dobrados e seus
braços completamente mortos ao lado do corpo, mas um segundo antes de cair no chão, Isaac
o segurou em seus braços, agarrou a arma que ele estava segurando e então, de pé segurando
o cadáver como um escudo, puxou o gatilho repetidamente até que se perdeu em toda aquela
fumaça. Félix não conseguia ouvir os tiros porque não tinha microfone, mas podia ver as
faíscas e os cartuchos da arma voando aqui e ali.
Ao ser baleado, o homem com uma faca na testa é sacudido como uma pessoa com
epilepsia. Suas costas ficaram esfarrapadas e ele começou a esguichar sangue, embora Isaac,
ainda olhando para frente, apenas o segura com um pouco mais de força e atira sem tremer.
Ele jogou o homem fora quando entrou em uma nova sala.
Os três ou quatro guardas que correram em sua direção para pegá-lo foram exterminados
em um minuto, embora tivessem armas bastante especializadas e modernas. Porém, apesar
da maravilha de suas habilidades, sua expressão ainda era insensível. E como se estivesse
caminhando no parque à noite, sua vida normal de todos os dias.
E isso é muito assustador.
Isaac, que olhou em volta uma última vez, colocou firmemente a pistola de volta em sua
mão, descartou o carregador vazio e o substituiu por um novo em um trabalho manual rápido
e preciso, muito diferente das outras ocasiões.
Ele estava prestes a sair, mas pouco antes, parando de andar como se tivesse lembrado de
algo importante, ele se virou e olhou atentamente para a câmera, como fez antes dos homens
de Theron entrarem para tentar matá-lo.
Félix, que estava olhando para ele por um longo momento, tentou voltar e analisar
cuidadosamente, mas acabou se sentindo frustrado. Lambendo os lábios com a ponta da
língua, ele observou Isaac segurar sua Beretta e apontar diretamente em sua direção. Ao
puxar o gatilho, pensou ter ouvido o som de uma explosão impressionante e, como vinha
fazendo, deixou o monitor no escuro.
____________
Ninguém estava falando. O rosto de Theron, olhando para a tela preta, está provavelmente
tão pálido quanto o seu, e o rosto do Ômega, ainda ao seu lado, definitivamente não poderia
ser considerado melhor. Félix estava tão nervoso que balançou os pulsos repetidamente.
— O que o seu parceiro tem?
Finalmente, a voz de Theron ergueu-se no ar em um ritmo assustador.
— Existe uma anormalidade em sua memória?
Félix dá de ombros, não está disposto a contar nada sobre ele.
— Ele deve estar louco… Apesar de lhe darmos drogas, não consigo me lembrar de uma
confissão que tenha saído tão ruim para nós.
— Isso mesmo. Nunca vi um comportamento tão excessivo quanto esse! Um completo
insano, para ser honesto.
Theron e o Ômega estavam debatendo por conta própria, mas cada uma de suas palavras
apenas fez com que os olhos de Félix sobre eles esfriassem até que finalmente parecesse algo
muito exagerado e assustador.
— Primeiro, toda droga tem efeitos colaterais, mesmo que nada tivesse acontecido até
agora. Segundo, eles o acertaram na cabeça com uma bendita arma e terceiro, o amarraram
como um porco para começar a questioná-lo sobre essa idiotice! Há um monte de coisas lá
que poderiam ter causado a condição dele, seus pedaços de merda!
Como Félix estava gritando, ele nervosamente espalhou todo o seu cabelo até que
descansassem em seu rosto. Ele não é um especialista, então só pode especular e se
preocupar.
— O que quer que ele tenha, Isaac parece estar em algum lugar de cinco anos atrás…
Lutando. Naquela época ele e eu não nos conhecíamos, então eu acho que ele não sabe quem
eu sou. Além disso, como vocês viram até agora, ele tem a habilidade especial de matar
pessoas como ratos em um balde, porque era um capitão da marinha. Essa é a sua missão, e
estamos bem no meio.
Félix, que começou a falar sobre seu Ômega, tinha uma voz excepcionalmente baixa, então
Theron fechou a boca. Um problema impressionante surgiu em um lugar inesperado, então
é normal estar muito irritado.
— Garanto que você não vai conseguir parar Isaac porque agora ele nem mesmo é o Isaac.
Sua única fraqueza é que ele é um Ômega, mas infelizmente agora ele está ligado a mim, então
mesmo se algum dos seus Alfas borrifar feromônios nele, ele não vai reagir. Nem sequer vai
conseguir sentir o cheiro.
— Então?
— Meus feromônios são os únicos que podem deixá-lo indefeso… Ah, mas vocês os
inibiram, não foi? Aquela vadia estragou tudo, então agradeça a ela, porque em breve
estaremos nos encontrando com os seus guardas para contar a história da nossa morte e
fazer concursos sobre qual foi a pior.
— E isso significa…?
— Significa que não há nada que eu possa fazer, estamos na merda!— Enquanto move os
dedos sobre a cadeira de madeira, e ri ruidosamente como se achasse isso muito engraçado
e ao mesmo tempo terrivelmente absurdo— Ah, ele vai literalmente cortar o meu pau. O que
está acontecendo?! Que final ruim… Bem, pelo menos eu vou ter a satisfação de ver o
verdadeiro inferno se desenrolando bem na minha frente e queimando você na porra das
chamas.
____________
Ele ouviu o som pegajoso de seus pés. É o que acontece quando você pisa no sangue.
Enquanto caminhava pelo primeiro andar, Isaac chegou a um espaço aberto que parecia
bastante familiar. Um lugar que o deixou terrivelmente desconfortável, embora não tivesse
tempo ou paciência para pensar no por que.
Havia infinitas pessoas com armas, mas também não conseguia entender quais eram suas
identidades ou objetivos. No entanto, tinha certeza de que teria que lutar contra eles se não
quisesse acabar morto. Sim, sempre foi assim. Do contrário, eles o matarão, e essa era a
verdade absoluta da guerra.
Isaac se vira, a Beretta está completamente firme em suas mãos. Sua habilidade de atirar
é famosa porque ele nunca se distrai e sempre o faz bem no meio das sobrancelhas. Essa
situação já se repetiu inúmeras vezes, algumas em equipe e outras completamente sozinho.
No entanto, agora era como se uma parte dele se sentisse deslocada. Alguma coisa estava
errada, mas não parecia haver algo em específico, então era uma grande contradição.
Quando o tiroteio terminou, o pequeno Isaac de 20 anos fica quase na beira da casa e olha
em volta mais uma vez… Era certamente um espaço enorme. O teto é alto o suficiente e as
paredes parecem muito velhas para suportar tanto movimento. Na verdade, já está
desabando sobre ele, que ainda não colocou em prática nem a metade do que viu em seu
treinamento.
Uau, que estranho.
A manhã estava clara. Vindo de um enorme buraco na parede, havia uma luz
deslumbrante.
Onde fica esse lugar mesmo? Quem são os caras de antes? Isaac, que pensou nisso por muito
tempo, franziu o cenho e colocou a mão no queixo… Não há nada, nenhuma ideia. Nem sabe
como perdeu a memória em primeiro lugar! A última coisa que lembra é de quando deixou o
quartel-general do DevGru. Era hora de voltar para Washington e tirar umas férias curtas
depois de sua missão especial.. Mas então por que está aqui? Eles o mandaram para algum
lugar novo sem pedir sua opinião? Ele está no meio de um lugar estranho com inimigos que
não conhece e não consegue ver seus homens em lugar nenhum..
Isaac estava confuso, então supõe que primeiro precisa sair de lá e ligar para Cole. “Se você
o informar de que há um problema de memória, ele definitivamente assumirá o controle”
Pensando nisso, Isaac colocou a Beretta de volta no lugar. Os arredores estão silenciosos
agora, então parece seguro começar a se mover, mas naquele momento, outra estranha
sensação de contradição veio tão rapidamente que ele abriu os olhos de uma forma um tanto
exagerada. Desta vez há algo errado com sua mão. Quer dizer, ele está sentindo isso! Estava
usando luvas bem grossas, mas por baixo delas, em sua mão esquerda, havia algo incômodo
que não combinava com seus gostos.
Isaac, que estava olhando para sua mão, tirou a luva.
— Ah…
Sua expressão, olhando para a mão nua, era semelhante à de ver um fantasma: Um anel
de prata que ele não lembra e nem sabe por que está usando se encaixa perfeitamente em
seu dedo anelar, obviamente é algo sob encomenda. Inferno, quando ele ficou noivo? Ou tem
um amante de quem não se lembra?
Duvidando de si mesmo, ele balançou a cabeça rapidamente e pensou “não, de maneira
nenhuma”. Ele nunca gostou assim de alguém em toda a sua vida e, honestamente, ele não se
vê namorando um homem ou uma mulher em algo tão sério.
Que patético.
Desde muito jovem praticava artes marciais, controle de armas de fogo e muitas outras
atividades que tornavam praticamente impossível para ele conhecer pessoas ou namorar.
Foi pior ainda depois de entrar para o exército, então que merda de anel no dedo anelar é
esse? Além disso, o design não é simples e não parece ser barato. Platina, com muitos
diamantes embutidos. Era um anel de noivado ou de casamento.. Honestamente, o desenho
não era ruim. Longe de ser ruim, era muito bonito. Tem um F ao lado dele.
Isaac, que tocou o anel com uma estranha sensação de desconforto nas pontas dos dedos,
logo hesitou e o arrancou. O nome dele não começa com F então… Provavelmente não é dele.
Talvez alguém que amava morreu e então pegou o seu anel para que pudesse lembrá-lo..
Coisas semelhantes já aconteceram antes, embora ainda seja estranho que ele se encaixe tão
bem em seu dedo.
Mas como não era dele de qualquer maneira, não valia a pena pensar muito nisso.
___________
Continua…
Capítulo 52

No momento em que Isaac resolveu tirar a aliança do dedo, sentiu que estava também
esvaziando uma parte de sua vida. Não conseguia esconder seu sentimento. E o mesmo vale
para as marcas da aliança, aquelas que estão gravadas profundamente no dedo anelar. Como
se estivesse usando-a a muito tempo, como um cinto.
Algo que não parece ter se formado em questão de horas, mas de dias.
— Devo estar louco.
Isaac, que suspirou pesadamente, olhou para o anel uma última vez e o enfiou no bolso da
calça em vez de jogá-lo nos escombros. Não se lembra de nada sobre isso, então, embora
pareça relutante em livrar-se dele, não poderia usá-lo novamente. Como poderia usar um anel
tão descuidadamente nessas circunstâncias?
Isaac, que voltou a usar a luva preta, respirou fundo e começou a sacudir todo o corpo.
Gosta de jogar fora energias negativas e pensamentos inúteis. Especialmente no campo de
batalha.
Olhou à sua volta e caminhou com o passo apressado para encontrar uma saída rápida.
No entanto, de repente parou de se mexer e olhou para trás novamente. Por que tudo isso
estava acontecendo com ele? Era uma sensação estranha e uma emoção irreconhecível.
Também foi uma sensação débil, como quando ele acordou na sala de interrogatório e
descobriu que não sabia de nada. Um sentimento que se espalhou fortemente pouco antes
de ter soltado os membros amarrados e saído dali.
Não suportava a sensação de incongruência, e até mesmo se dava ao luxo de olhar para a
câmera que apontava diretamente em sua direção. Então, mecanicamente, acabou movendo
a arma e puxando o gatilho para quebrar a câmara pela terceira vez. No entanto, a sensação
não desapareceu. Ficou presa, como uma etiqueta em seu peito. Um espinho… Algo que está
tão preso que o faz sentir uma estranha ansiedade e faz com que ele olhe repetidas vezes
para trás.. Esperando por alguém que nunca chega.
Se der um passo e sair pela porta, seria errado. Mas por quê? São emoções irritantes que o
impedem de continuar com sua missão.
Parece importante ficar.
Parece que algo foi deixado para trás…
Parado como um homem derrotado, Isaac piscou algumas vezes e, eventualmente, suas
pernas entraram na casa. No início foi lento, passo a passo, mas de um momento para outro
começou a acelerar até acabar correndo. Em vez de sair pela porta quebrada, ele voltou para
o espaço sangrento com os corpos e a luz do sol brilhando atrás dele.
Esperando que seja a coisa certa a fazer, e que seu corpo se certifique de fazer ou
encontrar aquela coisa importante que parece ter perdido.
____________
Félix, que estava com os olhos fechados para suportar a dor de cabeça que aumentava
gradativamente, estava desmaiando. Ergueu as pálpebras, as sentindo extremamente
pesadas e tentou recuperar um pouco de sua energia para não dormir. Então o Ômega que
esteve ao seu lado todo este tempo, curvado, levantou as calças e o olhou diretamente nos
olhos. Suas sobrancelhas estavam franzidas.
De repente, o sol brilhou e uma luz clara e limpa começou a fluir da janela atrás dele. Uma
luz transparente e intensa, embora mal tenha amanhecido.
Félix olhou para ele:
— O que foi? Tem algo a dizer?
A voz de Félix, que abriu a conversa pela primeira vez, revelou peso e raiva em igual
medida.
— Não, só queria te dizer que é ótimo.
— O que?
— Seu Ômega… O fato de você ter se ligado a um homem assim.
— Tudo o que está acontecendo é uma merda. — Foi quando disse isso que toda a raiva
finalmente saiu. O homem dá de ombros e suas mãos estão tremendo de novo.— E culpo
totalmente você por isso.
— Seu Ômega interrompeu todos os planos de Theron, então é mais parecido com o
contrário. Quero dizer, eu tenho tentado obter informações sobre a chave que ele tanto ama,
por anos e anos… Mas ele estragou tudo. Tentei ter dados para interrogar o homem, mas
também não funcionou. Ele matou todo mundo e me deixou sem nada.
O Ômega deu um longo suspiro. Ele parecia estar muito triste quando disse isso, mas Félix
estava rindo muito:
— Bem, que triste.
— Deve ser para você. O que você vai fazer? Seu Ômega parece ter fugido de casa. Você
acha que alguém com problemas de memória vai voltar para você?
Félix não podia dizer nada a ele, mas estava preocupado com o mesmo problema.
Isaac, que saiu do porão, parecia terrivelmente enérgico, lidando com todos os inimigos
sem um momento de reflexão. Não podia nem mesmo contar quantos tiros disparou ou
quantos recebeu diretamente em seu colete. Como sempre, sem mudar sua expressão,
colocou uma bala na cabeça dos homens bloqueando seu caminho e quebrou a parede de
mais algumas salas. Graças a ele, tudo virou uma bagunça e mais da metade das dezesseis
telas ficou preta. Até o final, seus movimentos e alvos capturados pelo CCTV eram claros.
Uma saída honrosa para alguém que tinha perdido cinco anos de memória.
Para ele, não havia motivo para ficar em um lugar estranho, então Theron, percebendo
sua vontade, finalmente ordenou que seus homens se retirassem imediatamente. Agora, em
vez de pegar Isaac, ele percebeu que seu pessoal não deveria morrer por algo assim. As
baixas já eram grandes o suficiente para acrescentar mais dois dígitos. O número de
subordinados arrastados com ele foi reduzido a mais da metade.
E de qualquer forma, ele tem o refém mais eficaz ali mesmo, Félix Prixel.
Isaac, que estava segurando a arma há muito tempo em suas mãos, finalmente percebeu
que os homens haviam saído e decidiu fazer o mesmo. A velha fazenda, com sangue e
cadáveres era apavorante… Theron viu o necessário. Como erguia e inspecionava as armas
dos mortos, como pegava uma pequena pistola e a colocava no cinto e, como olhava em volta
com muito cuidado até desistir.
Foi à saída de Isaac que Félix viu sem tirar os olhos da tela que ainda funcionava. Ele puxou
uma arma, atirou em sua direção e, junto com as faíscas e chamas iluminando o espaço, a tela
escureceu e Isaac desapareceu de sua vista.
___________
Félix ficou em silêncio e parou de respirar. Ele fechou os olhos, como se estivesse
completamente exausto…
Se Isaac for embora, o que fará? Suas memórias se foram, cinco anos.
Se perceber a realidade, que o tempo passou, como vai aceitar isso? Irá voltar? Terá que
entender isso de alguma forma, mas será possível?
Numerosas questões se enredaram dentro dele complicando sua mente. Não, antes disso,
ele será capaz de encontrá-lo novamente?
Não. Não será capaz.
Quando ele se apaixonou por aquele Ômega, não conseguiu encontrá-lo por quatro
malditos anos, então se Isaac voltar a se esconder..
— Maldição!
Palavras horríveis pairavam na ponta de sua língua, assustando-o enquanto analisava
seus pensamentos e imaginava um mundo em que não o teria.
— Sinto muito… Mas se Theron deixar este lugar, você, o principal refém, irá morar
conosco. Se você acha que as coisas estão ruins o suficiente, então acrescente o fato de que
seu Ômega nunca mais terá notícias de você. Mesmo que ele recupere a memória.
— Deus, sua voz estridente está me dando um derrame, então cala essa boca!
O tom feroz de Félix soava como uma ameaça real, só então o homem fechou a boca e
encolheu os ombros. Logo, porém, tirou um pequeno frasco do bolso e o sacudiu na frente
dele como se estivesse brincando com sua condição.
Uma forte raiva espalhou-se pelo rosto de Félix
— Theron está se preparando para se mover e não quer ouvir você falar.
— Então aplicará o inibidor de feromônios novamente?
— Estou curioso sobre o quanto pode ser poderoso os feromônios de um Alfa-dominante
como você, mas acho que o verei mais tarde.
Félix riu novamente.
— Quando eu recuperar meus feromônios, você não poderá sequer ficar na minha frente
para assistir ao espetáculo.
___________
Continua…
Capítulo 53

— Quando eu recuperar meus feromônios, você não poderá sequer ficar na minha frente
para assistir ao espetáculo.
— Ter cuidado é bom.. Porém, não acho que esteja nas melhores condições para dizer isso.
O homem, que curvou os lábios em um ângulo estranho e depois riu, tirou uma seringa e
colocou uma agulha no eixo. Como da primeira vez, a encheu com um remédio transparente
até ocupar todo o comprimento do tubo. Deus, se deixar que ele faça isso de novo, não
conseguirá resistir. Sua cabeça dói muito e seu cabelo não para de pingar. O que vai Ihe
acontecer com mais doses? Félix começou a falar nervosamente, dizendo que ele deveria
parar; que não se sentia bem e que seria uma péssima ideia. Mas o Ômega estendeu a mão e
segurou seu braço.
Como seu punho estava sendo apertado com força, o sangue escorreu por seu antebraço
enquanto o picava sem o menor cuidado.
— Oh, sinto muito. Você ia dizer mais alguma coisa? Ou finalmente vai ficar tão quieto
quanto seu parceiro?
A risada leve do Ômega fluiu em seu ouvido. Félix fecha os olhos, está terrivelmente tonto,
mas… Sorri. Sempre mostra um sorriso quando ouve como as pessoas veem Isaac.
— Sempre há um motivo para ficar quieto…
Na verdade, existem muitas razões. Ao ver a reação de Isaac ao acordar e seus movimentos
enquanto matava, a forma como caminhava… Percebeu que na verdade parecia estar em
alerta o tempo todo. Uma criança, certamente. Mas a melhor de todas. Alguém que, apesar de
ter perdido cinco anos de memórias importantes, ainda estava analisando e planejando.
Guiado pelo instinto, como uma criatura inteligente.
Ele era um homem de poucas palavras e milhões de ações. E como seu marido, supôs que
teria que agir exatamente da mesma forma…
— O que disse?— Já que Félix parecia querer justificar a estranheza de seu parceiro, o
Ômega não teve escolha a não ser rir abertamente diante dele. Toca o antebraço rígido de
Félix com os dedos e desamarra para liberar a pressão. Um movimento errado.— E você vai
me explicar sobre isso?
Só então, Félix ergueu os olhos azuis e o encarou.
— Eu queria que meu Ômega me salvasse. Estava esperando e ansioso por isso, fazendo
minha melhor expressão preocupada e gritando, “Corra para mim. Me salve..” Mas às vezes
as pessoas ficam em silêncio para pedir milagres.
— Hum…
Ele não parecia entender, e fez um som estúpido com sua boca.
— Você realmente estragou tudo.
Houve um tremor no tom de Félix enquanto falava… O homem estava agitado, de tal forma
que sua voz se arrasta pelo ar até parecer muito mais perigoso do que realmente é.
Assim que ouviu, seus joelhos tremeram e ele recuou.
— Ah, e mais uma coisa… Eu estava esperando a melhor hora para ficar sozinho com você.
Como agora.
Lentamente, Félix sussurrou mais uma vez enquanto dirigia um sorriso fascinante a um
homem terrivelmente assustado..
Então, de um momento para o outro, apoiou sua perna na cadeira, recostou-se um pouco
mais e, aproveitando o fato dele ter desatado sua mão para aplicar a injeção, virou-se. Foi um
movimento complicado, mas não impossível. O Ômega, parado com uma seringa na mão, não
teve tempo de escapar ou pensar. Félix usou seu peso para esmagar a madeira sob seus
joelhos, de modo que as pernas da cadeira rangeram com um barulho impressionante
quando finalmente se quebrou. Ao cair, tudo o que tinha que fazer era se levantar e esticar
uma perna para fazer o Ômega perder o equilíbrio. Confuso e ainda pensando no que havia
acabado de acontecer, caiu sobre a mesa e depois gritou:
— Aah!
Logo, lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto. Porque além de jogá-lo longe, Félix
conseguiu perfurar seu braço com um pedaço de madeira quebrada… Como se a ferida fosse
muito profunda, sangue vermelho se espalhava pelo chão empoeirado. O homem gritava e
esbravejava como se fosse morrer, mas Félix não pôde aproveitar porque ainda tinha um
pulso preso ao apoio de braço da cadeira. Há cordas também amarradas firmemente em seu
peito e pernas.
O Ômega, que jorrava sangue devido ao pedaço de madeira enterrado nele, chorou e
começou a rastejar no chão como uma cobra. Parecia estar à procura de sua seringa, pois o
braço esticava-se na direção de seu armário de remédios. Entretanto, antes que conseguisse
pegá-la, ainda rastejando no pó branco com os pedaços da cadeira, Félix o agarrou pelo
pescoço e pressionou sua cabeça contra o chão. Puck. Um baque. Um rosto esmagado
impiedosamente e um nariz desfigurado.
— Dói.. Isso dói!
Mas Félix continuou batendo seu rosto no chão, várias vezes, até que sua voz não era mais
compreensível em meio a tanta poeira e sangue.
Quando Félix o levantou, finalmente mostrou-lhe um sorriso.
— Você me entende agora, idiota? Às vezes as pessoas ficam em silêncio antes de fazer
coisas como esta.
Se Isaac não deixava sua mente se mostrar perturbada e em choque, então ele também
não o faria, mesmo que estivesse em um estado em que não conseguisse pensar em nada.
O rangido do nariz do Ômega soa quase tão alto quanto quando Félix range seus dentes.
O odiava tanto… Não parecia ser o suficiente bater nele e nunca seria, mesmo que o segurasse
com as duas mãos e quebrasse seu pescoço.

Foi quando o Ômega reclamou novamente, que a porta atrás dele se abriu com um som
extremamente forte… O homem que caminhava em ritmo acelerado passou por toda a
desordem, e então parou a um passo deles e os observou.
Os olhos de Theron estavam arregalados e os homens armados que o seguiam pareciam
ter a mesma expressão.
— Essa cadela é importante para você?
Félix, que estava olhando Theron de cima a baixo, inclinou seus lábios em um ângulo
estranho e perguntou isso rapidamente… No entanto, ele não respondeu tão rapidamente
quanto esperava. Na verdade, não houve realmente nenhum movimento. Como se tivesse
virado uma estátua de pedra.
Olhou para Félix.
— Fale! Ele é o único homem louco o suficiente para fazer um clone da Elena que você
tanto deseja. — Félix ergueu a cabeça ensanguentada do Ômega, inchada e mutilada, e
gritou:— olhe para ele!
— Então? Você pensa que se o fizer refém pode simplesmente sair daqui?
— Apenas me desafie.
E Crack! Félix puxou o pedaço de madeira do braço do homem… O Ômega, deitado de
bruços, chora e grita tão alto que começa a ser um pouco lamentável.
— Da próxima vez, vou enterrar na garganta dele.

— Você tem que pensar Theron. E tem que fazer isso rapidamente. Ou talvez você não
quisesse tanto assim ver minha mãe, afinal.
As pupilas de Theron que olhavam com atenção para Félix, pareciam de alguém que estava
completamente furioso. Ele parece refletir sobre o assunto inúmeras vezes e, no final, chega
à conclusão de que não pode vencê-lo. Por isso, não nega nada do que Félix disse, não podia
dizer que ele não era necessário. Se aquele homem dissesse que construiria um membro de
alguém a partir do zero ou criaria seus próprios olhos, acreditaria nele com toda a
sinceridade. Além disso, confiaria sua vida a ele. Ele é o único que pode fazer uma pesquisa
genética tão extensa sem se envolver em questões legais. A única pessoa que pode tornar
realidade as coisas com as quais sempre sonhou. Não podia deixar isso desaparecer agora e
diante dele.
Entretanto, assim que seguir as palavras de Félix, com certeza será dominado pelo
orgulho. Só de ouvi-lo falar, já se sentia como se estivesse fervendo de raiva.
O número de sobreviventes é muito pequeno, sem falar, nos outros danos consideráveis
que ele e a casa sofreram. E, em meio a isso, ainda tem que lidar com esse problema.
O homem quebrou a cadeira e o esfaqueou. O sangue corria tão rápido que Theron
definitivamente não sabia como responder ou como reagir. O que seu coração dizia era muito
diferente do que seu cérebro dizia.
O ômega tentou respirar fundo por um momento.
— Se concordar, afaste-se.
Félix apontava a madeira novamente em direção ao corpo do Ômega, só então Theron
arregalou os olhos e abriu a boca..
Entretanto, antes que pudesse falar mais, o ’Dudududu’ de um helicóptero podia ser
ouvido à distância. A princípio era fraco, mas em poucos segundos ficou tão alto que as
janelas do antigo prédio tremeram como se fossem quebrar. Theron, Félix e o Ômega com as
mãos cobertas de sangue, acabaram olhando pela janela.
Era uma figura sombria… Mais homens vestidos de preto.
___________
Continua…
Capítulo 54

Era como se alguém estivesse gritando.


O tiroteio soou mais alto do que nunca e acabou deixando sua cabeça completamente
tonta.
No meio dos disparos, Félix abaixou o corpo até que seu peito batesse no chão e então
tentou se mover alguns centímetros para frente enquanto gritava:
— Que porra está acontecendo dessa vez!? Porra! Puta merda!!— A linguagem rude e
abusiva pairava na ponta da língua enquanto ele continuava avançando mais e mais até que
de repente, a poucos metros da porta, uma mão forte começou a segurar seu ombro.. Os olhos
de Félix se abriram ferozmente quando ele pensou que provavelmente era
Theron ou um de seus homens que estava bem atrás dele tentando quebrar seu braço.
Parecia grande, então ele estava realmente assustado com isso.
— Chefe! Chefe! Sou eu! Oh, isso dói! Não aperte minha mão desse jeito!!— O homem
encolheu os ombros enquanto tentava fazer com que Félix o soltasse. Foi doloroso, mesmo
que não correspondesse ao seu físico… — Você me machucou senhor!
Só então o homem pareceu conseguir respirar livremente por alguns segundos. Ele olhou
para o rosto dele e suas roupas pretas combinadas com aquele colete à prova de balas.
— Jack?
— Sim, sou eu! Trouxemos algumas armas!
Doía que ele continuasse a apertá-lo, então ele levanta a mão de seu braço e tenta sacudi-
lo um pouco para evitar seguir com tanto entorpecimento.
Félix estalou a língua.
— O que aconteceu?
— Porque você pergunta isso? Vim porque pediram apoio. Isaac pediu ajuda através de
seu transmissor!
— Isaac.. Isaac pediu apoio?
— Isso mesmo.
— Não deveriam ter vindo.
— Do que você está falando, senhor? Claro que viríamos se você precisasse de nós!
Enquanto o segurava para que pudesse levá-lo para um local seguro, podia sentir como a
casa continuava a ressoar terrivelmente ao seu redor. Havia chegado a um ponto em que
parecia ter um escândalo bem dentro de sua cabeça.
Na verdade, assim que atravessaram a janela, e apesar de fugirem rapidamente, os
homens que vieram apoiar Theron pareciam ansiosos para fazê-los em pedaços a qualquer
descuido, então… Era óbvio que os gritos e explosões estariam na ordem do ocorrido.
— Agora, antes de tudo, pegue isso primeiro.
Enquanto seguiam os outros guardas até a saída, Jack entregou-lhe algo embrulhado em
seu casaco… Era uma pistola e um fone de ouvido de longo alcance. Félix franziu a testa, mas
começou a colocar o aparelho no ouvido sem dizer mais nada. Assim, ao pressionar um
pequeno botão na parte inferior, algo começou a ser ouvido. Uma voz que chora e reclama.
— Noah?
Gritando na tentativa de clarear sua voz em meio ao barulho, Félix finalmente pegou a
arma que Jack havia lhe dado e puxou a trava de segurança para removê-la. Apontou
diretamente para frente, enquanto ouvia o que ele dizia:
— Félix? Félix, você está vivo? Olá, filho da puta!! Você é tão bonito, mas como pode ser
tão estúpido Félix Pixel?
— Eu estou tão..
— Você não disse que havia poucos Alfas dominantes como você seu idiota? Você está
sempre andando por aí, fingindo ser o maldito mestre do mundo, com seu cabelo de Barbie
e sua.. Suas armas estúpidas e seus homens estúpidos e sua cara estúpida. Como você se deixa
ser apanhado por Theron? Seu bastardo, seu idiota, infeliz, condenado, inútil filho da…
— Está bem, já chega.
As palavras de Noah parecem rasgar seus ouvidos, então Félix fala mais uma vez para
tentar evitar tudo isso — blasfêmias e gritos. Falando insultos como se fosse culpa dele!
— Ouça… Tenho um plano.
Mas quando Félix falou aquela palavra, os tiros começaram a ser ouvidos ainda mais altos
pelos fones de ouvido e a comunicação foi cortada… A linguagem imprudente do primo voltou
a seus ouvidos com muitas palavras preocupadas.
— Félix? Que som foi esse? Você está bem? Ei! Você está bem?
— Desculpe, eu estava atirando.
— Seu idiota de merda! Quer que eu tenha um ataque? Antes de atirar, me diga que vai
atirar! Maluco, maluco de merda!
— Pelo amor de Deus, quer parar de ser tão barulhento?
Félix, ainda segurando a arma, atirou na direção de uma pessoa que tentava atacar Jack
por trás. Do outro lado, no meio do chão, estava o Ômega, rastejando fracamente para
escapar. Havia sangue ao redor dele, espalhando-se amplamente como se fosse um pequeno
riacho que ele não podia perceber. Félix, com o rosto em branco, apenas olhou para sua luta
inútil antes de sorrir.
No entanto, ele voltou à realidade quando Jack perguntou:
— Quem é essa pessoa? Ele parece muito mal.
— Não importa. Os frutos podres não precisam ser preservados.
Félix respondeu com a voz baixa e rapidamente caminhou até a mesa que tinha todos os
“laptops”, os “desktops” carregados com dispositivos de segurança e os papéis amarelados.
Era uma mesa deslumbrante, moderna e cheia de tecnologia de ponta… Mas Félix jogou tudo
isso no chão como se procurasse algo mais importante ali. Suas sobrancelhas estavam
franzidas e sua testa pingando de suor.
Um momento atrás, Theron tinha se apressado para se preparar a fim de sair da casa,
então parecia lógico que tivesse levado seu sangue com ele.
— Onde você está, Noah?
— Sobre sua cabeça.
— No helicóptero? Sério?
— Bem, não consegui pensar em algo melhor.
— Encontre Theron. O desgraçado tem meu sangue na porra de uma seringa.
— Sangue? Que sangue? O que você quer dizer com sangue?
— Conto para você mais tarde.
Félix atravessou a mesa e continuou procurando em todos os documentos amontoados.
Havia seringas, gaze, remédio, mas não encontra nada que possa ser importante ou útil. Em
vez disso, perseguir e encontrar Theron parecem ser a única saída possível a essa altura. E
como ele vai sair daqui sem ser detectado quando tem Noah montado em um helicóptero
gigante?
— De qualquer forma… Isaac? Onde ele está? Estão juntos?
Quando Félix caminhou até a porta, Noah finalmente puxou a pergunta que estava presa
no fundo de sua garganta. Na verdade, Isaac era uma pessoa que não precisava se preocupar
tanto… Mas é estranho que não consiga ouvir sua voz.
— Bem.
—…Ele está bem?
— Tenho um pequeno probleminha com Isaac. Ele precisa ser encontrado.
— Uau, você precisa encontrar Isaac? Do que está falando!? Como assim tem que
encontrar Isaac!!?
— Acho que ele foi embora.
Noah ficou em silêncio por um longo momento. Para ele parece ser uma coisa estúpida de
se acreditar, então não consegue nem mesmo entender. Nem consegue imaginar! Por que o
homem que parecia tão desesperado para encontrar Félix simplesmente iria embora?
— O que você fez com meu cunhado?
Quando Félix ouviu isso, hesitou por um momento e então ficou extremamente nervoso.
— Brigaram?
— Não é algo como uma briga, é um problema real. O problema de memória de Isaac.. —
Ao sair do salão, Félix esfregou a testa com a ponta dos dedos… É muito difícil explicar a ele
isso! Tanto que ele inevitavelmente começou a suspirar. — O problema dele é que…
Mas ele não finalizou sua resposta..
Havia um homem todo vestido de preto no final de seu campo de visão. Um homem alto,
apontando uma arma enquanto o olha bem no rosto.
Deus, por que ele ainda está aqui? O que aconteceu? O que o levou a voltar e pedir ajuda?
Félix abaixou a arma… Seus olhos estão bem abertos e seu nome está na ponta dos lábios.
— Isaac..
Mas no momento em que o chama e estende à mão, o sujeito puxa o gatilho..
POW!
Uma bala atravessou o ombro de Félix com uma força de impacto tão grande que ele
acabou caindo irremediavelmente no chão.
— Senhor!!!
Ao mesmo tempo, seus servos contra-atacaram imediatamente. POW!POW! POW! Os
tiros encheram os corredores e os fizeram ficar completamente surdos em um instante. Jack
estava assustado e chocado, então instintivamente levantou a mão com a arma e apontou…
Mas não podia fazer nada.
O que faria?
Meu Deus, o que faria?
Ele é o marido de seu patrão e agora ele também é seu patrão. Ele é o pai de Benjamin, seu
amigo… E a pessoa que atirou em Félix.
Alguns homens disseram:
— Jack, atire agora mesmo!
Mas também havia aquela voz dolorida que gritou:
— É Isaac! Seus olhos estão com problemas? Ah, porra, abaixem as armas!
— Senhor, você está bem? Seu braço parece.
— Não deveria se mover.
— Vocês não entendem o que há de errado?! Se alguém atirar nele, pelo menos um tiro,
vou meter uma bala na cabeça e jogá-lo ao marl! Ouviram isso, seus idiotas!?
Félix, que revelou uma nova raiva perigosa e penetrante, gritou a tal ponto que parecia
que seu sangue ia explodir. Jack abaixou a arma… Era uma situação que não conseguia
entender perfeitamente, mas se o chefe dissesse “abaixe as armas” ninguém poderia
discordar dele.
Obedeceu.
—…O que há com Isaac senhor? Por que está apontando uma arma para nós? Não faz
sentido.
Foi Jack quem corajosamente fez a pergunta que todos tinham entalado na garganta. Por
que atirou neles? Por que estava agindo como se estivesse terrivelmente furioso com eles? Mas,
em vez de responder, Félix puxou seus homens e começou a correr na direção oposta do
atacante. Aparentemente, seu plano principal era fugir antes que atirasse neles novamente. E
mais ainda, fugir pelas escadas abaixo.
— Isaac atirou? Por que lsaac fez algo assim?— Enquanto ouvia a agitação dos homens
descendo as escadas do segundo andar, Noah perguntou sobre a condição de Isaac
repetidamente antes de gritar:
— Droga, me diz!!
— Não sei! Escuta, Isaac veio me buscar, um homem de Theron bateu na cabeça dele com
uma arma. Quando acordou.. Ah, quando acordou, disse que estava no ano de 2014!
— O quê!!?
O som de surpresa saiu inevitavelmente do fone de ouvido.
— Acalme-se. Está bem? Explicarei os detalhes mais tarde.. Primeiro tenho que tirar todos
daqui para que eu possa voltar para buscá-lo.
Félix fala com Noah, gemendo e respirando pesadamente enquanto Jack, que ainda não
tem uma ideia clara da situação, apenas o segura com muita força… Seus olhos azuis
pareciam olhar atentamente para os degraus, mas sua mente estava repleta de pensamentos
sobre Isaac. Porque Isaac está aqui? Ele não estava fugindo? Por que voltou?Quer dizer, o
propósito dele parecia ser escapar dali o mais rápido possível, por isso que começou a quebrar
todas as câmeras do primeiro andar..
Então, por que ele está na casa?
— Por que não o matou embora tivesse uma chance?
Embora estivesse andando rápido, sua cabeça estava completamente louca. Não
importava o quanto pensasse e refletisse ou quantas vezes repetisse o cenário anterior… Não
conseguia encontrar uma resposta que fizesse sentido para ele.
___________
Continua…
Capítulo 55

Foi mais ou menos na hora em que desceram as escadas que Jack, carrancudo e com
muitas gotas de suor nas sobrancelhas, começou a respirar um pouco mais forte e mais
rápido. Ele parecia honestamente zangado com tudo isso.
— Senhor, se lsaac pensa que somos o inimigo, então não temos escolha a não ser lutar
também.
Só então Félix, totalmente desperto de seus pensamentos, abriu os olhos de maneira
impressionante e olhou para ele:
— O que você está dizendo? Você vai se atrever a apontar uma arma para o meu Ômega?
Eh? Você quer ir contra as minhas ordens nessa situação?
— Ah, não, senhor, não. Mas pelo menos temos que nos defender, certo? O chefe Isaac não
está disparando uma arma de brinquedo e também não é um homem insignificante! É Isaac!
— Jack chorou. — Não deveríamos estar correndo! Precisamos consertar isso.
Quando Jack grita, Félix bate com a mão na cabeça dele fazendo um alto PAM!
— Idiota, corremos porque estou com medo do Isaac. Você entende? Estou com medo
porque ele não pode me reconhecer, porque é muito forte e porque eu não quero morrer. Ele
atirou em mim! Na porra do mesmo braço! Por que não fugir? Você tem uma ideia melhor?
Jack reclamou novamente com as palavras apressadas de Félix:
— Você deve ser o único Alfa no mundo que foge do seu Ômega por medo.
— Não importa o que você diga sobre mim.. Eu sou um covarde quando encontro um
homem muito mais forte do que eu seja Ômega ou Alfa.
— E se você usar feromônios? — Noah falou novamente após um longo momento de
silêncio, mas assim que o fez, o som da voz fraca de Félix começou a preencher todo o espaço.
— Você acha que se eu pudesse usar os feromônios corretamente, estaríamos nessa
situação? Acha que eu já não teria tentado? Eu simplesmente não posso!
— Uau,e o que era? Um inibidor? Nunca ouvi falar de nada que suprima completamente
os feromônios de um Alfa.
— Não sei. Não sei o que foi, ou como ele fez, mas tenho certeza de que aconteceu minutos
depois que tomei um comprimido.
— Então talvez…
— Me dê um momento e cale a boca. — Félix falou rispidamente, olhando para trás
enquanto tentava prender a respiração…
Por que Isaac ficou dentro da casa? E uma coisa boa, claro, mas onde ele estava e o que
fazia? Embora, é claro, o fato de ele estar lá e não perdido em sabe-se lá onde fosse muito
reconfortante.
— Se você não tem nada para fazer, vá atrás de Theron. Ele disse que estavam vindo buscá-
lo de helicóptero.
— Helicóptero?
— Sim, também me parece estranho.
Na verdade, ouvindo o zumbido acima, ele pensara que eram os homens de Theron, e não
os dele.. Mas não. Então, se ele não estava em um helicóptero e Noah não conseguia localizá-
lo em nenhum lugar, o que aconteceu com ele? Merda! E justamente quando não tenho tempo
para coisas assim.
— Olha, eu posso procurá-lo junto com o Lucca… Isso vai demorar um pouco porque ele
foi direto para o outro lado da cidade, mas vai ser muito mais fácil assim. Você precisa focar
no Isaac porque, além dele ser da nossa família, não podemos deixar em paz alguém que é
como uma bomba-relógio pronta para explodir.
Graças à voz de Noah, Felix parou de se mover como um leão enjaulado e suspirou
profundamente antes de dizer:
— Estou com medo, Noah.
— Do que você está falando? Vai deixar Isaac sozinho? Você quer um daqueles
mercenários que não o conhece para vir atrás dele? É isso?
Mas Félix apenas fechou os olhos.
Isaac, o de cinco anos atrás e o de agora, ambos estão absolutamente bravos com ele. Félix
ainda não explicou a nenhum deles o que aconteceu com seu pênis bem na sua frente, nem o
que havia pensado do Ômega no banheiro. Por culpa dele o acertaram com uma pistola e por
sua causa Isaac desmaiou.
A figura que caiu no chão, com olhos distorcidos, o provocou. E não importava como ou
quando, se ele usava drogas ou qualquer outra circunstância que deu origem a esse
problema… No fim de tudo, foram os erros dele.
— Então, como você vai tranquilizá-lo?
— Meu Deus, é o seu Ômega! Você deve se responsabilizar!
— E quem disse que não há responsabilidade da minha parte? Eu sou absolutamente
responsável… Só preciso de um tempo para pensar!
— E você acha que temos todo o tempo do mundo ou o quê? Me peça para fazer algo agora
e comece a se mover também, em vez de um plano de ação que possamos nos arrepender!
A urgência e as acusações de Noah levaram Félix a inspirar e expirar muito, como um
balão esvaziando. Ter esse temperamento de seu primo bem no meio de um período difícil fez
sua dor de cabeça e no ombro aumentar significativamente. É tão ruim que parece que vai
explodir então ele pressiona nervosamente a têmpora e a testa.
— Patrão?
A voz preocupada de Jack foi ouvida, só então Félix negou silenciosamente e escolheu
abrir os olhos novamente.
— Pessoal, vamos sair. Noah disse que Lucca está em algum lugar por aqui, sigam suas
palavras e encontrem Theron juntos.
Como se estivesse carregando uma carga realmente pesada nas costas, os ombros de Félix
caíram para frente e pareceram ficar muito pequenos. Jack olhou para ele novamente, desta
vez sem hesitar:
— O que o chefe vai fazer?
— Tenho que ir até Isaac, já disse isso. De alguma forma, vou convencer ele e trazê-lo de
volta conosco, então… Vocês só têm que me trazer as boas notícias. Ajudem Lucca, ouçam
Noah.
— Mas senhor, você realmente vai entrar sozinho? E se a próxima bala entrar na sua
cabeça?
Jack perguntou isso em um tom quase tão ansioso quanto o frustrado Félix tinha, ao invés
de oferecer palavras de encorajamento ou fazê-lo se sentir calmo com a missão. Puck! Félix
começou a bater em suas costas com uma força indefinida até fazer Jack abaixar a cabeça.
Parece que ele quer dizer algo importante, mas ao mesmo tempo não consegue. A mão de
Félix é bastante áspera e dói.
— Senhor! Você tem que me deixar ajudá-lo! — Jack gritou, esfregando o pescoço que já
começava a doer depois de tantos tapas — Me deixe ser seu guarda-costas ou pelo menos
dá-lo um colete à prova de balas para que fique seguro! Não tenho Tony hoje, então estou
frustrado com o que deveria ou não fazer.
— Bem, então eu aceito o colete.
— Ótimo! Eu não sei se isso vai servir para o chefe, no entanto.
E depois disso, Jack rapidamente tirou seu colete à prova de balas e riu enquanto o
entregava. Ele parecia ainda mais assustado do que Félix.
— Vai ficar tudo bem, eu prometo.
Mas ninguém tinha certeza.
Em primeiro lugar, ele pretendia entrar sem armas. O homem entenderia que ele não
queria prejudicá-lo? E se ele ainda decidisse atacar caso a situação dissesse que queria lutar
com as próprias mãos?
O colete não ia impedi-lo de quebrar o pescoço.. Mas ele aceitou. Também deixou Jack
ajudá-lo a se vestir, colocando os braços em volta do colete e dando as costas para ele.
— Por favor, faça um bom trabalho e encontre Theron. Não importa quanto tempo leve
para trazê-lo de volta, mas faça isso.
— Ok. Por favor, leve o Sr. Isaac de volta para casa.
Fingindo não ver Jack, que sempre se despedia seriamente, Félix se virou e voltou para
dentro da casa. Ele subiu as escadas… Dessa vez estava completamente molhado de suor,
então começou a esfregar as palmas das mãos nas calças. No entanto, o tempo todo ele se
moveu com um olhar firme, como uma daquelas pessoas que sempre são arrogantes e
confiantes, que não têm medo de nada.
Se tivessem visto o seu rosto, certamente teriam percebido que ele não conseguia apagar
sua expressão de tensão e medo.
— Noah, não se esqueça de entrar em contato com o pronto-socorro e.. Se algo acontecer
comigo, se eu não voltar depois de um tempo, Benjamin.
— Merda. Se você sair daí, a primeira coisa que eu vou fazer é arrancar a porra da sua
boca pra você parar de falar merda.
Ouvindo todos os insultos que ele tinha a lhe oferecer, Félix franziu o cenho e diminuiu
um pouco os olhos. O som da língua de Noah fluiu como se ele o estivesse repreendendo.
— Félix, mesmo que seus feromônios estejam desligados agora… Isaac ama você. E às
vezes você simplesmente tem que confiar nisso.
Era ambígua a dúvida se eram palavras para confortá-lo ou criar coragem, embora, na
realidade, ele não pudesse ser consolado, de qualquer maneira.
Enquanto subia as escadas, Félix espalhou o cabelo para frente. Era algo que ele fazia
sempre que estava nervoso.
— Logicamente falando, você acha que eu posso pegar Isaac? Ele era um lutador especial
afinal e… Bem, aí está Lucca.
— Você está certo, ele poderia quebrar você em muitos lugares e deixá-lo sem um pé.. Mas
você vai morrer tão fácil? Você simplesmente vai desistir? Então tudo isso será em vão.
—…Quando Benjamin perguntar, diga a ele que eu morri enquanto lutava contra
cinquenta homens. Enormes e armados. Russos. Os russos são intimidantes, então isso vai
parecer ótimo.
— Idiota, sobreviva para que você possa contar ao garoto sobre como o seu pai Isaac te
humilhou pela décima terceira vez!
Félix sorri, então morde o lábio. Ele parecia um homem desesperado e perdido, tanto que
seus olhos azuis começaram a se mover ansiosamente.
Infelizmente, Noah estava certo novamente. Ele tinha que lutar e proteger sua família…
Embora fosse assustador enfrentar um Isaac que talvez o odiasse.
Em vez de um olhar afetuoso, iria receber um olhar frio. Ao invés de dizer que o amava e
queria ter uma menina com ele, provavelmente iria começar a perguntar: “Quem é vocé e o
que está fazendo aqui?” E também, você conseguirá encarar seu olhar quando a temperatura
estiver baixa e o corpo quiser sentir seu calor? Poderá olhar diretamente para ele sem sentir
dor quando o outro apontar uma arma em sua direção novamente? Sua memória retornará
corretamente? Ele terá o marido nos braços outra vez? São perguntas que o fazem afundar
infinitamente e dar voltas e voltas aqui e ali.
E então ele finalmente alcançou o final da escada e parou no corredor do segundo andar.
Era um lugar vazio, tanto que seus passos pareciam soar muito altos.
Foi em frente à sala onde estava amarrado por muito tempo que seu andar finalmente
parou.
___________
Continua…
Capítulo 56

— Isaac?
Alguém chamou o seu nome do nada.
O cano da Colt estava para frente, pronto para atacar a qualquer momento.
Enquanto Félix sussurrava seu nome, a pupila negra ficou quase tão inexpressiva quanto
seu rosto.
Como um fantasma, Isaac estava parado atrás de uma mesa ampla, cheia de todos os tipos
de equipamentos estranhos que também estavam espalhados pelo chão. Ele apenas olhou
em volta, andando de um lado para o outro até que Félix caminhou até a porta quebrada e
começou a chamá-lo.
A essa altura, ele já estava mirando a arma e estendendo o braço em linha reta.
Esperando…
Ele exalou por um longo tempo.
— Isaac, vamos conversar, ok? Você não atiraria em alguém que nem tem uma arma,
certo?
O homem pergunta isso com uma atitude séria e os braços para cima no objetivo de
transmitir a mensagem de que ele estava falando a verdade e que não estava disposto a lutar.
Foi então que finalmente veio à tona.
— Como você sabe o meu nome?
Ele perguntou em um tom bastante sério, era a primeira voz que ele ouvia desde que
chegara. Um homem alto e forte, alguém que possivelmente era o inimigo, mas teve coragem
de falar com ele.
Enquanto isso, Félix parecia confuso. Ele não se lembrava do tipo de voz que tinha quando
o conheceu no meio do campo de batalha quatro anos atrás, no entanto, desde que se
reencontrou, ele sempre usou palavras suaves e um tom não tão sério. Este homem fala de
uma forma muito masculina e profunda, por isso é certamente estranho.
É Isaac, mas também.. E como enfrentar alguém completamente diferente.
— Isaac Sinclair, me escute. Você tem um problema de memória. O tempo que você pensa
que está agora é errado, foi há 5 anos atrás.
— Quero dizer, você viveu cinco anos a mais do que pensa. Sua mente está errada, você
está doente e… Você foi espancado.
Ele tentou explicar o mais brevemente possível, mas o olhar de Isaac estava ficando cada
vez mais frio a ponto de se tornar insuportável. Ele apenas o observa como se pensasse que
é louco. Uma expressão que o faz temer até de respirar no mesmo espaço.
— Isaac, eu… Foda-se.
Félix apertou o botão em sua orelha, aquele que havia conectado a um dispositivo para
que pudesse se comunicar com Noah. Ele o removeu e imediatamente colocou no bolso. Félix
não estava disposto a contar toda a fofoca para Noah como fez com Cole. Então, quando
desligou, pôde imaginá-lo triste e rolando no chão enquanto o insultava várias vezes.
— Eu não acredito em merda nenhuma do que você diz.
O homem que estava observando Félix por um longo tempo de repente abriu seu discurso
e recarregou a arma. Félix acenou com a cabeça, concordando com suas palavras.
— Eu sei, acredite em mim, eu posso te entender.
— Você não entende nada sobre mim, ou o que eu penso.
— Existem… Há muitas maneiras de provar que eu sou honesto, mas primeiro, abaixe a
arma e vamos ter uma conversa decente. Só nós dois, sem truques.
Quando Félix falou isso, Isaac, que tinha toda a aura de um assassino em potencial,
lentamente abaixou o braço e disse algo como “Certo”, largando a arma na mesa com um
baque surdo.
Como ele havia dito, a ideia de ameaçar alguém que nem mesmo tinha uma arma pode ser
considerada um tanto complicada… Não há por que ter medo.
— Então, o que exatamente você vai provar e como vai fazer isso?
Isaac silenciosamente golpeou a madeira com a ponta da arma e então ergueu o rosto para
olhar a expressão dele. Félix, muito inconscientemente, estendeu a mão para tentar tocar a
dele.
— Bem, seria muito surpreendente se eu dissesse que sou seu Alfa Vinculado?
Os olhos de Isaac se arregalaram o suficiente para ser considerado anormal.
— Você é o meu Ômega e eu sou o seu Alfa.
Sem perder tempo, Félix acrescentou a palavra “Ômega” de uma só vez como se fosse sua
carta vencedora. O rosto sério de Isaac, duro como uma pedra, de alguma forma se tornou
tão instável que ele até pensou ter parado de respirar. Seu rosto estava ficando branco.
— Não faz sentido…
— Não faz sentido agora porque aconteceu durante os anos que você não consegue se
lembrar.
Como alguém que tinha medo de enfrentar Isaac, que o trata como uma pessoa estranha,
Félix se torna um homem muito gentil e Ihe conta tudo com um sorriso sincero. Mas, ao
tentar se mostrar seguro para ele, percebe que sua boca já está tremendo muito.
O olhar de Isaac parece estar cheio de descrença. É apenas descrença? Parece ser algo
desagradável combinado com ansiedade, além de muitos outros sentimentos depreciativos
e olhos que dizem “você está louco!” Então, inevitavelmente, Félix ficou aflito novamente.
Mesmo que tentasse ser paciente, seu peito estava muito pesado. Seu coração batia muito
rápido enquanto ele olhava para uma figura que não o reconhecia. Independentemente de
saber se ele é seu marido agora, Isaac está fadado a se apaixonar do nada? Isso o lembra um
pouco da primeira vez que o conheceu na floricultura. A primeira vez que o viu e falou com
ele. Quando pediu um buquê…
Se sente mal, congestionado, azarado, triste e solitário, uma mistura de coisas boas e ruins.
Sentimentos estranhos que eram difíceis de expressar em palavras normais. Porque ele o
amava muito. Porque queria segurá-lo com força e sentir o cheiro de seu cabelo… Mas agora
não podia.
— Você sabe que eu sou um Ômega?
Isaac perguntou isso com os olhos cheios de confusão. Félix apenas acena com a cabeça.
— Sim, porque você é o meu Ômega.
A pupila negra de Isaac tremeu ligeiramente quando o homem respondeu sem hesitar.
Cinco anos atrás Isaac estava escondendo completamente o fato de ser um Ômega, então
está claro que a palavra de Félix deve tê-lo surpreendido. Além disso, ele não falou apenas
sobre seu gênero, ele também disse que era um Alfa, SEU Alfa, então seria natural que sua
cabeça ficasse mais confusa do que o normal.
— Você pode ver a marca no meu pescoço?
Félix perguntou, dobrando a camisa para o lado e deixando que sua pele ficasse
claramente visível.
— Olha, o seu pescoço tem a mesma marca.
— Isso é ridículo.
— Então de que outra forma posso provar a você que é o meu Ômega?
Foi quando ele perguntou dessa forma desesperada que o homem cerrou os punhos e deu
a volta na mesa… Ah, ele começou a caminhar em sua direção, de pé em uma posição solta,
encostado na porta quebrada. Félix sente que o ar fica consideravelmente pesado, tão forte
que involuntariamente dá um passo para trás.
Embora não seja surpreendente que lsaac quisesse fazer isso para estar mais perto do
homem que afirmava ser seu Alfa, a realidade é que, até certo ponto, foi bastante assustador.
E então.. PAM!
Acompanhado pelo som do vento quebrando, seu punho passou pela frente de seu nariz
e bateu na porta.
Se ele quisesse, se não tivesse decidido descontar na madeira, os ossos do seu nariz teriam
sido completamente esmagados. Inferno, ele nem percebeu que ia fazer algo assim!
Ignorando o suor frio em suas costas, Félix engoliu em seco.
— Por favor, vamos apenas conversar sobre..
— Por quê? Por que você é o meu Alfa?! Minha ligação?! Então eu deveria pelo menos ser
capaz de sentir seus feromônios, certo? Mas eu não sinto nada vindo de você!
Seu punho está tremendo descontroladamente, então Félix sente que pode decidir matá-
lo a qualquer momento. Seus olhos brilharam de raiva, o analisando. Se ele bater
corretamente, é óbvio que o ferirá gravemente. Talvez dobre o seu pescoço ou o jogue do
parapeito do segundo andar. Seja como for, sentindo-se terrivelmente nervoso com isso,
Félix teve que erguer os braços novamente.
Ele estava muito cansado, dolorido e sua garganta estava seca. Até agora, não tinha ideia
do que fazer ou como.
— Como posso mostrar a você que estou dizendo a verdade?
— Se você realmente é o meu Alfa e está ligado a mim, despeje feromônios por todo o meu
corpo… Então talvez eu acredite em você.
— Eu não posso fazer algo como… Ugh
Foi quando ele rapidamente cuspiu sua resposta que uma das longas pernas de Isaac girou
no ar e então, Baque, o chutou na lateral com uma velocidade tão intensa que, apesar de usar
um colete à prova de balas, foi invadido por uma terrível dor.
Sua respiração para.
O choque foi tão grande que Félix recuou pelo corredor segurando o abdômen e
vomitando uma tosse violenta. A saliva escorre assim como o sangue de seu ombro.
Se ele não tivesse usado o colete à prova de balas de Jack, então certamente suas costelas
poderiam ter se quebrado em um segundo. Mesmo agora, com proteção, fica claro que ele
tem uma contusão severa.
Quando encontra os olhos de Isaac e percebe que ele realmente o vê como um “inimigo”
que deve ser eliminado rapidamente, sua dor aumenta de nível.
Merda, e eu nem consigo me defender! Como poderia machucar seu rosto ou corpo? Na
verdade, ele prefere levar mais dez tiros do que fazer qualquer coisa contra ele.
“Você não pode evitar, mesmo que não levante o punho ou as pernas, você tem que de
alguma forma o vencer e o levá-lo para casa’”
Enquanto Félix dá um passo para trás, envolvendo as mãos em torno de seu abdômen,
Isaac o olha novamente, ganha impulso e corre para atacá-lo. Parecia estar tão longe…
— Isaac! Por favor!
Mas ele não escuta.
__________
Continua
Capítulo 57

Félix virou o corpo quando viu aquele grande punho voar direto para ele. Eles gritaram
juntos. Então, no final, o punho de Isaac, que se afastou de Félix, soou como uma pedra
quando ele bateu na parede. E, sem surpresa, a parede prova que não resiste ao golpe do
homem e se quebra como um pedaço de papel.
— Ah, Merda.
Félix olhou para a parede quebrada com olhos arregalados. Isaac estava irritado. Ele se
debateu descontroladamente enquanto tentava remover o punho que estava preso na
madeira.
— Oh, Deus… Isaac, por favor, podemos conversar? Não use violência. Quero dizer, você
pode, mas eu não posso! Você não acha que é injusto?
Félix, cujas costas estavam completamente rígidas, falou tão rápido que mal foi
compreendido. Não importa o quão parado ele estava ou quão preso parecia, foi
definitivamente uma questão de segundos até que seu punho saísse da parede.
— Por que você não pode? Está com medo?
Em uma voz absolutamente duvidosa, Isaac se sacudiu mais uma vez.
— “Por que?” Porque você é o meu Ômega, pelo amor de Deus! Você é a pessoa que eu
mais amo no mundo e eu.. Droga, não me bata de novo.
Félix deu um passo para trás, embora suas pernas estivessem terrivelmente trêmulas.
Nesse momento, a sensação no ombro havia tornado a dor de cabeça ainda pior do que antes.
Tanto que ele se viu gritando como se estivesse terrivelmente ferido.
Era uma dor aguda e impressionante, como se algo estivesse tentando quebrar sua cabeça
por dentro para sair de lá. Seus olhos ficaram escuros e, quando sentiu que finalmente ia
desmaiar, no preciso momento em que seus joelhos se dobraram, Isaac estendeu a mão e o
chutou.
BAQUE!
Em um piscar de olhos, percebeu como a parte de trás do chão se movia sob seus pés e
então, sem perceber, sua cabeça já estava colada ao piso e seus braços imóveis de cada lado
do tronco. Antes mesmo que pudesse reclamar da dor, Isaac esmagou seu peito com os
joelhos até que suas costelas quebrassem.
— Ah..!
Félix estava sem fôlego, pálido e seus olhos quase completamente fechados. Ele não
conseguia falar ou sequer respirar, então quando sentiu Isaac liberar a pressão e se levantar,
sua primeira reação natural foi se esticar no chão e respirar fundo.
Isaac se inclinou para frente e agarrou seu rosto com força, esmagando-o como uma bola
de borracha e sussurrou:
— Eu não sei quem é… Mas estou terrivelmente bravo com você. Muito, muito bravo. Eu
poderia te bater e até atirar na sua cabeça, mas ainda assim não ajudaria a me acalmar.
As palavras de Isaac, jogadas ao ar, continham um sentimento absolutamente específico e
familiar para Félix, então ele, tão vazio quanto no início, finalmente parece ter alguma luz em
sua cabeça.
—… Uau, está falando sério? Você está me batendo porque ficou com raiva do que
aconteceu, meu amor?
— Hum?
— Não importa o que tenha acontecido com aquele Ômega, nada do que aconteceu foi por
causa daquela vadia… Foi por você. Foi apenas um fenômeno fisiológico, ok? Oh, olhe para
você, tenho certeza de que há uma parte sua que me entende, por que mais você faria tanto
beicinho? Sinto muito pelo que fiz e me desculpe. Por minha causa você enlouqueceu e depois
matou todo mundo… Mesmo se eu me desculpar, não irei resolver, eu sei, mas não dói tentar.
Em resposta aos comentários de Félix, Isaac se viu pressionando-o com tanta força contra
o chão que até os ossos de suas costas pareciam se dobrar em uma dor terrível, pior que a
das costelas e da cabeça.
— ARGH! Isso foi muito ruim, entendi! O que eu fiz foi errado e muito injusto com você!
Ai, ai… Eu era uma pessoa terrível até te conhecer. Brinquei muito por aí e admito isso, mas
não procurei mais ninguém desde que te conheci. Aquele Ômega era… Bem, no banheiro eu
gostei dele um pouquinho, mas foi só por que.. AH PORRA! Por que você está apertando meu
ombro desse jeito?! Ainda não acabei de contar o que aconteceu! Foi errado, o que eu fiz foi
errado e eu sinto muito. Desculpe… Me perdoe! Eu não gosto de mais ninguém além de você.
— Não é o suficiente… Nada do que você diga é o suficiente.
— O que você disse? Ah! Tudo bem.. Pode funcionar então, Isaac… Seja guiado por essas
emoções, ok? Você sente muito? Você está… muito zangado porque ficou com ciúmes.. está
se vingando de mim por mostrar meu pênis na frente de outro homem. Isso não foi justo, não
pode ser justo com você. Vamos, Isaac, sinta. Você está triste… Porque estava tão nervoso e
preocupado comigo e quando chegou, eu estava com outro homem bem debaixo do seu nariz
e… Oh Deus, por que você está chorando?
Era inconsciente, mas era verdade que Isaac tinha um monte de pequenas lágrimas
transparentes escorrendo pelo rosto.
Talvez… Realmente e apenas por um momento, ele estava conseguindo trazê-lo de volta.
— Meu amor..
— Deus, cale a boca!
Então esmagou a boca de Félix com uma palma grande e completamente pesada. Ele não
sabe o que está acontecendo, ou o que houve com suas emoções, e definitivamente fica pior
quando tem alguém tão barulhento quanto aquele homem na sua frente! Por isso ele fechou
aquela boca antes que tudo piorasse mais. Félix, por outro lado, não tem escolha a não ser
piscar.
— Isso deve ser um truque.

— Não consigo nem sentir o cheiro dos seus feromônios, mas agora parece que é verdade
e que você é meu Alfa? Que engraçado. Como você planejou algo assim?
Isaac, ainda sentado no peito de Félix, de repente distorceu seu rosto quase
completamente… Um breve gemido saiu de seus lábios enquanto ele tentava
apressadamente levantar a mão que havia colocado na boca do homem.
Tentou uma vez.
Então ele tentou de novo e de novo
Céus, sua mão era muito forte.
— Me deixe ir!
Diante dessa situação repentina, Isaac gritou com todas as suas forças, sua expressão se
quebrando até que parecia realmente desesperado… Mas Félix, como um homem que não
conseguia ouvir nenhuma de suas queixas ou desgostos, segurou o pulso dele com firmeza e
nunca o largou. Na verdade, seus lábios pressionam contra as palmas das mãos.
Eles mordem sua pele, uma e outra vez.
— Me solte!
A voz de lsaac ficou cada vez mais alta. Mesmo as emoções que não parecia ter antes, de
repente começam a sair de seu peito até que ele pareça um pouco envergonhado.
Não eram apenas beijos e mordidas, o homem estava lambendo entre os dedos dele tão
suavemente que não era de se admirar que estivesse com medo e tentando se afastar dali.
Uma raiva aguda se revela no rosto avermelhado do homem, mas Félix tem uma expressão
quase imperturbável. Sua palma e dedos são sugados como um doce delicioso. Sozinho,
lambia e chupava loucamente para que sua luva negra, com a área dos dedos cortada,
umedecesse rapidamente com toda sua saliva… Ah, o homem parecia estar com muita pressa
de colocar o nariz e os lábios entre os dedos para passar a língua sobre eles. Ele parecia tão
experiente e delicado que… Realmente se sentia muito bem.
Isaac parou de respirar e mordeu os lábios. Ele estremeceu, revelando uma raiva
misteriosa que fez seu rosto sem sentimentos ficar ainda mais vermelho do que já estava. No
entanto, Félix, que ainda se concentrava nos negócios com aquela mão, olhou para ele com
atenção e finalmente sorriu. Isaac estava ajoelhado e seu coração batia a uma velocidade
exagerada. O corredor vazio parecia ter se enchido com a respiração selvagem dos dois, se
misturando como se nunca tivessem lutado.
Eles se entreolharam como se fossem se matar. Para ser preciso, era correto dizer que
Isaac o observava como se quisesse enfiar o joelho na sua garganta, enquanto o outro o fazia
como se quisesse fodê-lo ali mesmo.
No momento em que se olharam em silêncio, como se o tempo tivesse parado para os dois,
de repente Félix ri e deixa escapar:
— Seus feromônios Ômega parecem peculiarmente mais fortes hoje.
O sentimento de alegria transparece à primeira vista, mas, ao contrário dele, Isaac não
está nada feliz. Claro, Felix sabia o porquê. A raiva, ansiedade e frustração que foi forçado a
sentir agora era algo desconhecido para um capitão da Marinha tão treinado quanto ele.
Félix não planejava parar até que conseguisse despertar suas memórias ou seus instintos.
Ele era um Ômega marcado. Fazendo as coisas certas, tocando-o lentamente em um ponto-
chave ou devorando-o com sua boca deveria excitá-lo o suficiente para trazer alguma coisa
à tona. Ou seja, só de beijá-lo já sente um feromônio doce e estimulante tocando a ponta do
seu nariz. Já se sente tão ansioso…
Ele cheirou, lambeu com a língua, chupou, provou e logo a situação estava fora de controle.
Os feromônios que se acumularam em seu corpo estavam tentando escapar de seu
sistema, então, inesperadamente, ele sentiu a mesma maldita dor de cabeça do início. Deus,
eu estou tão tonto.
Dentro de seu corpo, o calor, que não podia ser resfriado por nada no mundo, fervia a
ponto de parecer que havia derretido todos os seus órgãos. Ele exalou e inalou, mas mesmo
assim aquele ar estava muito quente.
— Isaac, você quer saber qual é o meu problema?
— Q-que problema?
— Meu Ômega. Graças a você… estou morrendo.
Como se essas fossem as palavras-chave ou o botão de alguma máquina interna, uma
tremenda onda de calor se instalou em um instante na base de seu peito até que ele parou de
respirar.
Isaac, que franziu a testa, parecia estar mais confuso do que nunca porque, pela primeira
vez em todo esse tempo, ele tentou se afastar.
— Ei, ei..
Mas antes disso, Félix segurou seu braço e o puxou com força. Graças a este movimento,
em vez de fugir, Félix consegue fazê-lo ficar completamente imóvel.
— Meu RUT chegou..
Com um olhar sombrio, Félix riu. O pulso de Isaac foi apertado com tanta força que quase
parecia que estava quebrando seus ossos.
Era um sorriso lindo, mas ele parecia uma fera.
Isaac não conseguia entender o que estava acontecendo agora. Ele ergueu os olhos, os
fechou e não conseguiu se lembrar de nada. Ele não entendia a situação em que se meteu e
nem o motivo pelo qual o fizera bem no meio do campo de batalha.
Ele não podia machucar aquele cara… Simplesmente não podia.
Ele não fugiu antes por conta de sua intuição, que lhe disse que havia esquecido algo
importante. Foi um caso bastante inútil, mas parecia ser o que ele precisava para ficar bem.
Sua coisa valiosa…
Ele não sabia exatamente, mas esse homem parecia um tesouro.
___________
Continua…
Capítulo 58

Um forte tiroteio soou do lado de fora.


Alguém estava lutando.
Distinguir entre amigo e inimigo parece ser difícil, então Isaac, que não consegue
diferenciá-los, cruza o espaço interior muito rapidamente, abaixando a cabeça com o barulho
terrível que o campo de batalha causa.
A parede estava cravada de buracos de bala e havia manchas de sangue em todas as
direções.
Isaac, que olhava em volta, acidentalmente entrou em uma sala estranha onde pôde notar
uma conversa bastante incomum. Ele atirou, mas o contra-ataque nunca voltou. O loiro,
aquele homem bonito que se destacava da multidão, levantou-se com velocidade
impressionante e conduziu todos os outros rapazes escada abaixo para o norte. Ele escapou
muito rápido, para falar a verdade, era como se estivesse diante de uma mina terrestre que
não deveria ser pisada.
Esse era apenas uma espécie rara em um mar de ridículos.
Claro, desde que abriu os olhos, havia um monte de coisas ao seu alcance que ele
definitivamente não conseguia entender, embora nada superasse aquela beleza loira que
correu pelo corredor e escapou como se tivesse visto um fantasma. Foi meio engraçado,
então começou a pensar nele um pouco além do que era necessário… Porém, percebendo
isso, Isaac logo balançou a cabeça e voltou a se concentrar em si mesmo.
Quando olhou através dos corpos mutilados e poeira, pensou que definitivamente não
eram militares ou terroristas.
Talvez eles possam ser apenas mercenários. Mas por que os mercenários estariam lá?
Ainda é duvidoso. Uma situação da qual ele nem se lembra e que, quanto mais pensa, mais
estilhaça sua cabeça até causar dor.
Isaac, que estalou a língua, caminhou em frente a uma grande mesa entre os cadáveres.
Parece que estavam com pressa para sair porque alguns computadores e notebooks ainda
estavam instalados. Ele se perguntou se haveria a possibilidade de encontrar uma pista ou
prova, mas quanto mais procurava, menos encontrava. Obviamente, eles já haviam levado
todo o equipamento importante e o que ficou era só um monte de lixo.
Foi quando ele estava olhando em volta da mesa que ouviu alguns passos um tanto
irregulares ao longe. Era o som do movimento de uma pessoa, não de várias, então Isaac,
prestando atenção nas mudanças, levantou lentamente a cabeça e saiu do esconderijo.
Olhando pela porta que dava para o corredor e sempre se mantendo em guarda, ele ergueu
a arma.
Os passos se aproximando foram aumentando gradativamente até quase atingir sua
posição. Quem sabe quem está lá ou porquê, mas está passando com tanta calma pelo
corredor que o preocupa. Ou seja, não se sabe se é inimigo ou aliado.
Finalmente, depois de alguns segundos, ele descobriu que o homem que vinha pelo
corredor era o mesmo loiro que correu rapidamente para se afastar dele. Além disso, aquele
homem o chamava por um nome que ninguém além do seu pai sabia. Era uma situação que,
mais do que medo, estava lhe causando muita curiosidade. Quem é o cara? O que está fazendo
naquele lugar e por que sabe que o nome dele é Isaac?
Todos os tipos de perguntas e dúvidas começam a atingir sua cabeça tal ponto que fazem
uma grande bagunça.
O homem sai e as perguntas começam.
E agora ele diz que Isaac é um Ômega.
Uau, como você descobriu todos os meus segredos? Segredos que também estavam
profundamente escondidos em um lugar que nem ele conseguia encontrar facilmente.
O homem estava ali, gritando e fingindo saber mais sobre sua vida do que ninguém..
Infelizmente, falar muito parece ser o seu principal problema e por isso ele não conseguia
acreditar que eles estivessem relacionados de alguma forma. Não dá para acreditar que de
um momento para outro ele tenha decidido manter um relacionamento com alguém tão
insuportável, certo? E além disso, ele não gostava que um cara como aquele cuspisse palavras
tão sensíveis como “Ômega e Alfa vinculados” porque ele definitivamente não faria uma
merda dessas.
No final, Isaac lutou implacavelmente contra ele, mas o homem não tinha como se
defender, mesmo que parecesse coordenar seus movimentos perfeitamente. Ele é
desajeitado, bobo, tem uma expressão de puro medo, mas não foge de nada e de alguma forma
recua, evita e se defende, mas ele nunca ataca. Ele não foge, mas fala bobagens.
— Meu amor..
Oh, isso parece ruim.
Em uma palavra, seus lindos olhos parecem ser capazes de revelar muitos sentimentos
tristes que ele teria preferido evitar, em primeiro lugar.
É estranho, pegajoso e às vezes parece uma besta. A besta que não o deixa ir, tornando-se
desesperado para morrer.
Mas ainda se sente terrivelmente seu…
O loirinho, olhando para ele, soltou uma frase estranha acompanhada de “meu RUT
chegou”: E então, o ambiente ficou completamente diferente do que existia antes. Não parece
uma luta para viver, nem algo em que ambas as partes se espancam até a morte, mas… Um
demônio faminto contra um humano. Uma besta que morreria por ele. E claro, isso retorna à
situação em que tentou escapar dele em um confronto bastante “especial”
Seus olhos rolam. Ele desce, segura o pulso, morde, suga e depois começa a desenhar
linhas com a língua. Seus pulsos estavam expostos sobre as luvas de borracha e começavam
a se encher de marcas e gotas de saliva.
Diante de uma situação que ele nem podia imaginar, Isaac parou de pensar corretamente
e baixou a guarda. De repente, como se esperasse que ele fizesse isso, o homem agarrou lsaac
com toda a força que pôde e rapidamente se virou para deitá-lo no chão.
PAM!
Ele cai com um baque e imediatamente sente uma pontada dolorosa na cintura.
Isaac, que franziu a testa por um momento, inadvertidamente mudou de posição. Oh meu
Deus, quando isso aconteceu? Então, enquanto Félix parecia completamente perdido nele,
Isaac aproveitou o momento para atacar com a mão que parecia mais ágil.
Puck!
Ele bateu com o punho exatamente na parte inferior da cintura para tentar tirá-lo do
caminho, mas o homem só conseguiu lançar um gemido bastante curto. Ele ouviu um
murmúrio ao colocar a boca no pulso.
— Dói, não faça isso.
E o homem olhou para ele, com aqueles olhos azuis incríveis.
— Você tem que ser legal comigo.
Então Isaac, rosnando, rapidamente o agarrou pelo pescoço e balançou até que ele
terminou de se virar mais uma vez e..
PAM!
Suas costas caíram no chão novamente, então ele até se permitiu parecer muito triste.
Também parecia que ia soltar um gemido de pura dor, mas o homem teimoso fechou a boca
e engoliu as suas queixas.
A pupila azul o absorve.
O devora.
O homem parece o desejar tanto que de repente houve uma sede terrível, onde ele não
conseguia controlar com nada. Parecia que poderia queimá-lo até a ignição total e fazê-lo
morrer se não a acalmasse e, para uma mudança, naquele momento Isaac também notou um
cheiro fraco, mas único. Algo doce, que estimulou a ponta do nariz.
— Agora é você quem está com medo?
Deitado no chão, de bruços, o homem olhou para ele e sorriu como se seus dentes também
fossem lindas joias.
Isaac distorce sua expressão, respira fundo e decide enfrentá-lo. Félix está segurando seu
pulso com a maior força possível para que não possa se mover e não há nada que ele possa
fazer quando decidir que está tudo bem em chupá-lo novamente, até que o homem o fez.
Delineou seus dedos e palmas e puxou-os para cima para mordê-los como se fossem uma
refeição deliciosa.
Ele sentia que, se antes havia um homem treinado para lidar com tudo isso, agora ele
definitivamente não estava lá.
Oh Deus, é terrível.
No entanto, Félix, que parece não ter ideia da confusão de Isaac, riu e falou:
— Eles colocaram inibidores em mim… Meus feromônios estavam correndo em meu
corpo e envenenando o meu sangue devido à supressão intencional, mas os feromônios do
meu Ômega me libertaram. Você sempre me salva, meu amor, mesmo quando não é de
propósito… Mas você ainda quer explodir minhas costelas.
Isaac, que enfrentou seu rosto, engoliu em seco.
— Feromônios…?
Em sua mente, Isaac não passou por um ciclo de calor completo ainda, então coisas como
Alfa, Ômega e Feromônios não parecem se encaixar bem no seu vocabulário.
Confuso como sempre, ele não percebeu quando Félix estendeu a mão novamente, pegou-
o pelo pescoço, inclinou-lhe um pouco as costas e baque! Essa foi a segunda vez que ele
conseguiu girar e fazê-lo cair de costas no chão.
— Puta merda!
A maldição saiu da língua de Isaac, que tentava se levantar usando os joelhos, mas Félix,
provando ser mais rápido que isso, alcançou os pulsos de Isaac, agarrou-os entre as mãos e
os ergueu sobre a cabeça para que pudesse pressioná-lo contra o chão.
— Você deve sentir isso também, certo?
— Me solte.
— Meus feromônios… Aos poucos estão saindo, então você deve saber.
Mas Isaac ergueu as pernas e começou a se mover como um peixe fora d’água. Não foi um
ataque, não uma ameaça.. Vinda de um homem que já havia provado ser infinitamente forte.
— Tenho muitas coisas para te ensinar.
___________
Continua…
Capítulo 59

A voz de Isaac parecia abafada por sua fúria infinita, a mesma que estava presente na
pupila escurecida que ficava olhando para ele. Foi porque Félix se abaixou, enfiou o joelho
entre suas pernas e esfregou a virilha com força, de trás para a frente. No entanto, enquanto
fazia isso e não encontrava nenhuma reação que pudesse considerar favorável, ele baixou a
cabeça e encostou o rosto na orelha. Então sussurrou como se estivesse contando um
segredo bastante complicado:
— Você já não está molhado aqui?

— Sua bunda já está ficando molhada, certo? Porque eu sinto que suas calças estão
terrivelmente encharcadas.
Isaac não conseguiu cuspir nenhuma refutação quando estava com tanta sede e calor. Ele
queria umedecer seus lábios secos com a língua, mas nem isso conseguia fazer bem. Ele
tentou inspirar e expirar em respirações curtas, mas todas acabaram parecendo puros
suspiros.
— Isaac..
Então o homem que se aproximou de seu rosto respirou fundo e abaixou o corpo um
pouco mais até que o nariz foi pressionado contra sua nuca. Ele respirou fundo, como se
estivesse tentando obter o máximo de feromônios em seus pulmões.
Isaac, como uma estátua de pedra, não conseguia mover um dedo sequer. Ele nem mesmo
pensou em maneiras adequadas de tirar aquela mão do seu pulso ou como poderia empurrá-
lo para longe… Embora quisesse. O cheiro, que fazia cócegas na ponta de seu nariz, estava
ficando cada vez mais espesso. Era um cheiro estranho, uma fragrância que o faz perder a
cabeça e embaçar os olhos.
Um cheiro doce e bastante familiar.
Ele está ficando cada vez mais tonto à medida que sua cabeça e corpo inteiro tremem, até
de repente perceber que não consegue mais respirar. O calor é impressionante e sua virilha,
que ainda está pressionada contra o joelho daquele homem, esquentou a um nível realmente
exagerado. Ele sente que está fervendo, até mesmo o lado direito do seu peito também.
— Sim, você já está ereto.
Ele sorriu e começou a esfregar com mais força sua virilha e coxa. Foi um movimento
lascivo.
Casey definitivamente não teria deixado um oponente de batalha fazer isso com ele.
Nunca. Parecia uma loucura inconcebível e completa.
Mas agora, com a boca aberta e as mãos ao lado do corpo, realmente parecia uma
experiência muito emocionante. Gosta de ser empurrado pelo corpo pesado de um homem que
parece prestes a começar a devorá-lo.
Ele não sabe o que fazer com o sentimento opressor e é mais do que claro que não quer
revelar esses sentimentos estranhos em relação ao outro. Mas o homem, que o olhava como
se estivesse lambendo sua boca à distância, já havia percebido seu estado e tinha um longo
sorriso no rosto.
— Não sei dizer.. Mas tenho certeza de que o seu cuzinho está encharcado e vazando.
— Pare.
— Com certeza é delicioso. Deus, eu quero tanto abri-lo com meus dedos e te foder.
Foi no momento em que o homem pronunciou palavras tão obscenas que… “Ugh!” Isaac
gemeu e acabou mastigando dentro e fora da boca. Ao mesmo tempo, ele parou de respirar,
sua cintura saltou e se ergueu enquanto seu peito subia e descia como se tivesse começado
a sentir uma dor intensa.
Félix mordeu sua nuca.
— Ah…
— Oh meu Deus, isso é realmente… Isaac, acorde meu amor. Você tem que acordar e vir
comigo.
Os feromônios esmagaram seu corpo inteiro… Não só isso, mas pareciam perfurar sua
cabeça e fazê-lo tremer como se estivesse tendo um ataque.
— Ah…
— Estou aqui, meu amor. Estou aqui.
— Ugh!
Mas, ao contrário de suas palavras gentis, o homem estava mordendo seu pescoço como
se quisesse rasgar sua pele.
Então ele simplesmente abriu a boca, ergueu o rosto e se dedicou totalmente a olhá-lo nos
olhos, espalhando todo aquele aroma quente em sua pele irremediavelmente molhada.
Isaac percebeu quase instantaneamente que esta parecia ser uma tática para derramar
feromônios sobre ele. De que outra forma ele se sentiria como se estivesse sendo esmagado por
uma explosão?
Alfas e Ômegas são informados desde tenra idade que existe um método de ligação
comumente chamado de “Chuva de feromônios” Algo que consistia em espalhar feromônios
para excitar ou marcar o ente amado… Mas além disso, até causar dores de cabeça e cãibras
nos membros, pode-se dizer que houve uma grande tempestade.
Isaac balançou a cabeça, vomitando um hálito bastante pesado que o fez pensar que estava
ficando sem oxigênio. Estava nublado. Seus membros tremiam e então ele engasgou como se
estivesse sentindo uma nova dor. O homem segurava suas mãos e dizia algo com uma voz
triste… No entanto, parecia que seus ouvidos estavam desligados e ele não ouviu direito. A
chuva de feromônios Alfa dói quando você se recusa fervorosamente a tomá-la, agora ele
parecia entender.
— Como você pôde fazer isso comigo?
Isaac fala com uma voz fina e trêmula no ouvido de um homem que o segura com força.
Porque sua cabeça parece estar desesperadamente esmagada pelo outro, sua pronúncia não
é clara e a voz soa muito dividida. Ele não sabia se conseguiria entender, mas tentou.
— Eu, um pouco.
Isaac estava excitado, sentindo os feromônios de Félix no nariz e também na ponta da
língua. Não era uma coisa comum para ele, mas como o outro disse, seu interior e a parte
profunda da sua bunda já estavam molhados, seu pênis estava subindo com força e o corpo
se sacudia com uma série de feromônios opressivamente pesados.
A excitação e a luxúria que subiram ao topo de sua cabeça rapidamente se transformaram
em um estado que estava muito além da razão e do bom senso.
Com aquela mão ainda em seu pulso, ele não podia evitar estremecer cada vez que sentia
sua respiração ou o tratamento cruel em sua virilha. No entanto, não estava mais com raiva.
Na verdade, está ansioso porque quer que ele esfregue seu corpo um pouco mais, que o toque,
abra suas pernas e coloque os dedos para que possa sentir o quão molhado ele está… E não era
ele, mas sim os desejos de seu corpo, um que o reconhece e é envolvido pelos feromônios
alfa de tal forma que parece correr na direção do prazer e do instinto.
Um corpo que não era dele.
— Meu RUT chegou, mas você parece ainda pior do que eu. Está realmente muito animado,
não é? Você me quer, meu amor.?
Félix pegou o tremor de Isaac como se o estivesse aceitando. Ele sorriu, e depois de alguns
segundos, se encostou nele e mordeu sua nuca novamente.
Oh Deus, o homem loiro tinha um rosto poderoso e brilhante. Além disso, como um mar
profundo e calmo, a pupila azul é tão boa quanto ele.
Isaac lambeu os lábios secos com a ponta da língua e soltou um gemido que realmente
soou muito poderoso.
— Meu Alfa, hein? Se realmente é verdade…
— Se é verdade..?
Seus olhos azuis brilharam lindamente quando ele falou. Como uma besta cada vez mais
feroz e temível.
A sensação assustadora e a sede aumentam quando tenta enfrentá-la da maneira
adequada.
—…Prove.
— Como quer que eu faça isso?
— Você já sabe como.
Seu pênis tenso, aquele que sofreu tantos toques em suas coxas, revelou sua excitação
pulsando muito. Ele é terrivelmente quente, duro e grande, mas o homem que estava
esfregando as coxas sem parar, estranhamente faz uma cara um tanto confusa.
— Eu só farei isso se você me disser o que quer.. Muito especificamente.
— Ha, é sério? Você está fingindo ser legal e atencioso no meio disso? Mesmo se você já
me tem assim?
— Claro.
— Se eu disser “não”, você tem certeza que não vai me tocar? Me deixaria ir?
— Claro. Não sou de forçar as pessoas a fazerem algo que não gostam. Se você me disser
“não”, juro que paro.
— Hum… Você fala muito, mas não é tão estúpido quanto parece.
— Mas estou muito inquieto, porque sou um homem também, e um que está no RUT.
—…Eu não o odeio completamente. Você não acha que eu já teria quebrado o seu pescoço
a essa altura?
— Não vou fazer mais do que isso se você não me der permissão para fazê-lo…
No entanto, o homem ainda fala de “dar sua permissão” com um sorriso bastante
confiante. Um sorriso arrogante em um rosto bonito e estúpido.
— Nosso primeiro encontro foi algo assim. Houveram barulhos lá fora, mas parecia que
éramos os únicos em todo o mundo. Pessoas que não tinham nada a ver com os outros.
— Sério?
— Naquela época, como agora, eu perguntei se você gostava daquele jeito ou se queria
que eu parasse, e você. Você me deixou terrivelmente louco.
Ele então abaixou a mão e acariciou o seu queixo. Isaac continua respirando cada vez mais
forte e fecha os olhos… Ele não podia nem falar mais e definitivamente não conseguia pensar
com calma. É como estar envolvido em uma febre terrível.
— Posso te beijar, querido?
De repente, aquela voz baixa se agarrou ao seu ouvido de tal forma que o fez abrir os olhos.
O olhar azul daquele homem era lindamente brilhante e parecia que o estava apertando de
alguma forma. Droga, ele realmente adicionaria mais uma loucura à lista? Nessa situação, era
certo beijar os oponentes? Mesmo que sejam tão irritantes e desagradáveis?
Embora achasse que poderia ser um engano, Isaac deu um longo suspiro e acenou com a
cabeça.
— Me beije…
O homem tem um sorriso feroz e encantador enquanto abaixa a cabeça.
___________
Continua…
Capítulo 60

— Hmm, hmmm… Hum!


Gotas de suor caíam no chão.
Ele fechou os olhos e tentou respirar profundamente, mas o som de sua boca contra a dele
ecoou por um corredor vazio e silencioso… Tudo bem dizer que está me comendo como um
cachorro faminto ou devo dizer que é semelhante a um besta com chifres? Ah, é tão violento. É
como se estivessem lutando em um campo de batalha, é como se estivessem longe dali
mesmo com as costas no chão…
É tão estúpido e estranho.
Apesar que todos os caras que apontaram suas armas para ele tenham escapado do
prédio, há coisas quebradas ao seu redor e também centenas de cadáveres… O homem o vira,
colocando sua testa nua no chão e o faz estender os braços completamente para a frente.
Embora seja um espaço fechado, ainda é um lugar estranho e não adequado para ter aquele
“tipo de relação”.
O homem coloca as mãos nos seus quadris, e faz o seu traseiro se levantar. O homem que
era o inimigo no lugar que deveria ter sido destruído alguns minutos atrás.
Para explicar com palavras simples, estava claro que havia jogado toda a sanidade no
exato momento em que disse “Beije-me” e o deixou penetrar profundamente na parede
interna de seu ânus até parecer que poderia romper o seu estômago.
Sua cabeça, suas extremidades e a parte inferior de suas costas derretem com um prazer
violento que é difícil de se explicar. A saliva flui de sua boca aberta e os gemidos começam a
parecer como orações desesperadas.
— Oh, oh, um pouco… Um pouco mais devagar…
Uma voz trêmula se elevava a um homem que ergue suas costas de maneira selvagem e o
penetra no ritmo de “PUCK, PUCK, PUCK” acompanhado de suas próprias respirações
irregulares…
Ele estendeu os braços e implorou novamente. Foi um movimento tumultuado, como se
estivesse tentando agarrar algo ou rastejar até a porta de saída. Félix então segurou o braço
de Isaac entre suas mãos e puxou-o completamente para trás enquanto o penetrava com
tanta força, que chegou a pensar que havia definitivamente a possibilidade de deixar o seu
buraco aberto.
Oh meu Deus, como pode me penetrar com aquele pênis gigante? Até onde ele chegou? Não
posso medi-lo, é claro. Entretanto, ainda se lembra daquele: Posso te beijar? A sua pergunta
foi o início do seu martírio. Ele concordou conscientemente e de todas as formas começou a
se arrepender muito rapidamente. Doía tanto e ainda assim a palavra “Rejeição” não existia
dentro de uma cabeça que já estava completamente viciada em seus feromônios. Queria que
ele o prosseguisse, que metesse e que o transformasse em algo que se adapte somente a ele.
O olhou nos olhos: As pupilas que o lembram das profundezas do mar. Algo tão frio e
bonito como o oceano, mas ao mesmo tempo parecia emitir calor. Uma chama azul, bem em
suas mãos.
— Abra a boca um pouco mais, querido.
Seguindo o fluxo, foi obediente.
Ele mostra sua língua, e entreabre os olhos e… No momento seguinte, o rosto de um
homem extremamente apaixonado cobre completamente seu campo de visão.
— Ah.
O beijo dele foi totalmente diferente do que havia imaginado. Em sua mente confusa, este
era seu primeiro beijo. A primeira vez que ele uniu sua boca com a de outra pessoa e provou
um sabor diferente, a primeira vez que sentiu o calor de outra carne… Ele era inexperiente e
desajeitado, desde o primeiro momento em que o tocou, mordeu seus lábios violentamente
e sugou toda a sua pele com um desejo tremendo. Dentro e fora. Não tinha sido planejado,
óbvio que não. Mas quando seus lábios se tocaram e descobriu como era doce, sua língua
tornou-se mais travessa e chupou sua saliva como se fosse sua própria água. Envolveu a
língua em torno da sua, mordeu seu lábio inferior e fez o mesmo com o queixo… O som da
saliva descendo por sua garganta é tão alto que não se sabe se está realmente fazendo algo
bom ou ruim. Porém, é tanto, tanto que sai de seus lábios abertos e cai até pingar em seu
queixo.
Logo, sua língua está dolorida o suficiente para que possa continuar a usá-la… O homem
esfrega o seu paladar e raspa os dentes para relaxá-lo. Ele beija seus lábios, o morde e acaricia
e depois o suga de uma forma verdadeiramente doce… Foi um movimento maravilhoso e
sensual, então não pareceu estranho quando o oxigênio deixou de ser suficiente e começou
a respirar de boca aberta.
Estava tão excitado que seu corpo esquentou como se tivesse sido colocado no fogo.
A língua do homem era doce. A sua saliva, aquela que cai dentro dele, é bem saborosa e
quanto mais ele engole, mais parecia necessitar…
Seu primeiro beijo foi tão sexy que logo estava deitado em um estado de confusão e, de
repente, se sentiu impaciente. Ele tirou o colete, largou as armas e estendeu a mão para
começar a tirar as roupas também.
Baque, baque!
O equipamento pesado batendo no chão parecia tão longe como em um sonho. Suas mãos
eram hábeis, seus olhos eram rápidos.
Inferno, o que estou fazendo?
Tinha… Tinha muita vontade de aliviar um pouco a sede do desconhecido, misturada com
uma paixão infinita por um homem estranho.
Foi quando ele suspirou profundamente que Félix ergueu um pouco a cabeça e tocou os
lábios molhados de Isaac com as pontas dos dedos:
— Armado, você é muito sexy… Desde a primeira vez que te vi entrar, quis tirar tudo isso
com as mãos e atirá-los ao lixo. Um por um, até deixá-lo totalmente nu sobre mim. Mas isso…
Uau. Você é precioso, Casey. Você está realmente além da minha imaginação. Além de
qualquer outro maldito homem no mundo.
E ele beijou suas pálpebras com um sorriso profundo em sua boca.
Ao contrário do beijo selvagem de antes, agora é suave como uma pena. Ele lhe dá um
beijo leve e cuidadoso aqui e ali, mais um no nariz e então se afasta e diz que o ama de todo
o coração, então Isaac inevitavelmente se sente tão tonto que ele respira fundo. Percebe
como ele segura suas bochechas com as duas mãos, como o beija gentilmente nos lábios e
como volta a colocar a língua dentro dele…
Isaac lhe dá permissão para fazer absolutamente tudo o que quiser.
— Você é o amor da minha vida.
Isaac morde os próprios lábios.
Apesar da febre e da incapacidade de se controlar, os sentimentos embaraçosos e
vergonhosos sobem rapidamente em seu peito até que não pode mais suportar, mas ainda
assim, tenta pelo menos respirar e aparentar que tudo está bem com ele, embora seja difícil
olhar diretamente para seu rosto dele sem sentir que queima.
No entanto, a vergonha que o fez evitar o seu olhar e permanecer em guarda vai embora
quando seus lábios molhados descem para o seu pescoço, atravessam sua clavícula e caem
diretamente sobre seu peito.
Seu rosto foi pintado de um vermelho profundo em um instante.
— AHH!!
Um gemido insuportável explodiu para fora de sua boca quando o homem desceu um
pouco mais e mordeu seu mamilo. Até sua cintura começou a tremer com uma sensação
impressionante de formigamento…
Enquanto segura Isaac, tira a língua, lambe e esfrega os mamilos dele até parecer querer
tirar algo de lá. Suga e absorve e no final, quando parece muito cansado, esmaga o mamilo
com os lábios molhados.
A cada minuto, um gemido que parecia não ser seu escorria de sua garganta enquanto se
perguntava: Desde quando diabos meus mamilos são tão sensíveis?
Isaac parecia queimar de tanto estímulo excessivo…
— Ah, ah, ah, ah.
Enquanto segura os ombros magros de Isaac para evitar que se escape, ele lambe, morde
e suga até ficarem inchados… E quando um mamilo incha o suficiente para parecer vermelho
e latejante, ele passa para o outro lado e começa tudo desde o início: lamber e chupar e então
fica tão intenso que começa a derreter.
— Oh, ah…
Parecia que tinha toda a intenção de derreter seu mamilo com a boca. Inclusive até morde
como uma criança faminta enquanto acaricia seu corpo inteiro com a outra mão. É como uma
linda boneca de porcelana. Como se estivesse apreciando sua beleza ou como se estivesse
tentando gravar o formato de seus músculos curvos um a um, passando os dedos. Apenas
tocava e acariciava repetitivamente.
A sensação de cócegas e calor espalhou-se por sua pele sensível, e o fogo percorreu cada
parte que havia tocado. Sentiu-se como se estivesse sendo corroído por tanto calor, desde
sua garganta aos lábios, e aos mamilos… O homem seguiu as linhas de seus músculos até ficar
sem fôlego para repetir os movimentos e então se levantou.
Cada vez que seu coração bate, o cabelo dourado e brilhante dele gruda em seu peito. Seus
olhos estão fixos nele, e está tão ansioso…
Tenho tanta vontade de fazer amor.
— Eu não aguento mais…
Finalmente, uma palavra semelhante a um soluço escapou de sua boca e o fez levantar a
cabeça, revelando olhos azuis que brilhavam de ambição. Havia um sorriso travesso
aparecendo na ponta dos lábios dele.
Tão arrogante como sempre.
Com um olhar, ele agarrou as calças de Isaac. Então desamarrou a fivela e tirou o cinto
para trazer o tecido até os joelhos…
Isaac assiste a cena com os olhos bem abertos: observando atentamente como lhe tira a
calça, como abaixa sua cueca boxer e como deixa o seu pênis exposto a ele. Só, estava olhando,
Talvez tudo isso seja um sonho. Não sente desconforto ou acha que é surpreendente, embora
seja um homem nu deitado sob um cara estranho. Mesmo que estejam prestes a fazer algo
estúpido, não parece um erro… Em vez disso, parecia tão familiar que Isaac estava
honestamente assustado.
— Eu sinto muito, eu também não consigo suportar.
— Posso ver…
— Eu não queria deixar nada ao acaso… Mas acho que falhei.
Perplexo, Isaac ergueu as sobrancelhas e baixou a cabeça um pouco mais adiante… Em
realidade podia compreender perfeitamente o que estava falando. Parece que é difícil para
ele controlar seus movimentos depois de tomar tantos inibidores, então se fosse um Alfa de
nível inferior, um Alfa diferente, ele definitivamente não estaria falando com ele neste
momento. Para falar a verdade, parecia estar se esforçando bastante para permanecer
“bem”.
— Você está me deixando louco
E de repente, levantou sua mão e colocou-a no queixo dele para levantá-lo mais uma vez.
_____________________
Continua…
Capítulo 61

A ponta de um dedo penetrou em seus lindos lábios vermelhos. A saliva transparente


havia se acumulado o suficiente para começar a fluir, então Félix, que observava cada
movimento seu atentamente, agarrou a bunda de Isaac e o levantou ao ar:

— Como meus feromônios foram completamente comprimidos pelos inibidores, estou


tendo dificuldade em controlá-los, então eles ainda não podem fazer o que eu peço. Inclusive
meu RUT veio sem aviso… Você vê. É o mesmo que estar doente.
Enquanto se queixa sobre tudo isso com uma cara absolutamente séria, ele se inclina e
toca o pênis de Isaac com os dedos molhados. Estava esfregando. Em um ponto, ele estava
apenas subindo e descendo enquanto suas mãos ásperas esfregavam para cima e para baixo
até que pararam completamente em seus testículos.
Foi apenas uma ejaculação, mas foi uma ejaculação impressionante. Algo que certamente
daria muito trabalho para limpar. No entanto, como se tivesse lido seus pensamentos, seu
dedo deslizou por sua espinha e desceu um pouco mais para que ele pudesse acariciar seus
testículos, esfregar seu períneo e chegar à entrada que já estava terrivelmente molhada. Ele
começou a esfregar sua barriga com força até que o sêmen se espalhou.
— Você está realmente molhado… Você gosta quando eu toco mais rápido? Você prefere
que eu cuide de seus mamilos primeiro? Bem, eu poderia fazer tudo isso de imediato… Mas
estou preocupada em machucar o meu garoto.
— Hum…
— Você pode aguentar?
Sussurrando docemente em uma tentativa de acalmá-lo, acabou pressionando o dedo em
torno de seu buraco inchado. Moveu-se lentamente, abaixou e depois levantou novamente
para que pudesse esfregar os quadris com ambas as palmas das mãos. Oh, é uma tortura.
Parece que ele quer colocar seu pênis bem ali, mas também é como se não quisesse.
Ele apenas zomba de sua necessidade.
— Oh, rápido!
Desta vez, Isaac implorou como se fosse uma criança. O homem à sua frente está
experimentando um RUT bastante intenso e os feromônios estão pulando sobre ele de
diferentes direções… Porém, com a boca entreaberta, sorriu com as palavras de Isaac e falou
novamente:
— Isso é emocionante. Algumas coisas parecem interessantes porque suas memórias se
foram. É como a primeira vez, para nós dois. — Félix parece muito hábil ao pronunciar
palavras constrangedoras, mas ainda ri alto como se achasse que era um caso bastante
divertido. — Fico excitado quando você fala muito duramente comigo e logo então parece
que você me deseja como se fosse morrer. Ah, isso me faz pensar que te conheci de novo.
Quando nos vimos pela primeira vez, você sabe o que me disse, meu amor? “Você pode fazer
o que quiser comigo”.
—… O que? — Com os dedos dos pés totalmente plantados no chão, os joelhos dobrados
e os quadris tremendo nas mãos do homem, Isaac parou e tentou olhar para ele. — EU? Tem
certeza?
Era um rosto claramente pálido e nervoso, então o homem loiro, que enfrentou aquele
tipo de expressão, sorriu brilhantemente.
— Isso mesmo… não posso esquecer, falando casualmente com um rosto tão bagunçado.
— Isso não…
— Por favor, me diga novamente.

— Você pode fazer o que quiser comigo.


Com um olhar persistente, ele esfrega sua bunda molhada e, em seguida, move os dedos
para cima e para baixo dentro de seu buraco. Embora ele demonstrasse uma paciência
impressionante para alguém no cio, seu olhar era persistente e cheio de luxúria exagerada.
Olhos que dizem que não basta abraçá-lo assim, que não basta beijá-lo e que não pode mais
fingir que está relaxado o tempo todo. Não é assim que ele parece ser.
— Claro, eu nunca te machuquei, você com certeza nunca foi machucado… E nunca fiz com
você o que eu realmente queria. Acredite em mim, minha mente é muito rude e obscena para
me permitir ter tanta liberdade. Não importa o quão louco que me ponha, cada vez que fala,
não importa o quanto você me provoque, você é mais valioso do que tudo isso.
Ele lambeu o queixo de Isaac em toda a extensão, esfregando seu rosto com as mãos
encharcadas. Depois, ao contrário das palavras que acabara de dizer sobre “Nunca fazer com
ele o que queria”. Dois dedos entraram tão de repente que começou a soar como um respingo.
Ele abriu o buraco ao máximo e entrou completamente.
— Ah!
As coxas de Isaac tremeram como se ele estivesse tendo um espasmo e seus dedos se
fecharam com tanta força que seu calcanhar se ergueu do chão. Seu dedo, que deslizou quase
todo para dentro, roçou a parede interna com bastante força e causou um estalo que atingiu
totalmente seus ouvidos.
Nem sequer é preciso olhar como está molhado, o som diz tudo.
Moveu os seus dedos com bastante flexibilidade, para dentro e para fora. Não é tão
extremo a ponto de danificar a mucosa de sua parede interna, mas ainda o faz com muita
força…
Na posição em que estão agora, Isaac pode ver como suas veias parecem inchadas, a linha
de sangue descendo pelo meio e o tendão que parecia bastante proeminente. Seu antebraço
forte, aqueles dedos batendo continuamente contra sua parede interna. Tão quente que está
parado, mas segurando seus braços como se não aguentasse mais.
Isaac foi arrastado para baixo de uma só vez e imediatamente cobriu os lábios com os dele
para um beijo quente e descuidado. Sua língua está emaranhada com a dele e o som molhado
fluindo de todas as direções é consideravelmente obsceno. A ponta de sua língua continua
varrendo suas membranas mucosas, agitando-o até que o som que sai dali parece tão úmido
que transborda como água.
— Isaac, quando você geme com esse rosto tão sério, isso só me deixa ainda mais animado.
— Enquanto falava contra sua boca, se viu levantando os lábios ligeiramente e beijando seu
queixo enquanto respirava aquele hálito quente delicioso e excitante. Ele sussurrou: — Bem,
para ser honesto, Eu fico duro quando você me ameaça e tenta me matar! É tão emocionante
quanto um bom RPG.
— Como um pervertido…
Isaac o olhou com os olhos turvos e falou tão baixo que parecia falar consigo mesmo. Ele
o beijou e sentiu-se como se concordasse com essa palavra.
— Bem, se você diz isso, então deveria mostrar o quão pervertido eu sou?
Era um sorriso travesso que parecia totalmente com o de um menino mau. No momento
seguinte, sem dizer mais nada, empurra outro dedo e o sacode rapidamente em seu interior
até que se faça uma curvatura. Ele começou a levantá-lo. Seus movimentos repentinos o
fizeram inclinar a cabeça para trás e sua boca se abrir por completo. Desta forma, os gemidos
fluíam incessantemente ao mesmo tempo que as maldições e alguns suspiros tão
desesperados, que ele inevitavelmente se viu estendendo a mão para agarrar seu braço
novamente:
— Oh, ah, ah, pare…
Quando Isaac chorou, Félix empurrou o dedo um pouco mais fundo até que ele fez um
novo rangido e de repente, ele simplesmente puxou a mão. PAM. Quando os dedos que o
preenchem saem tão de repente, estranhamente parece que o buraco que já havia aberto não
poderia ser fechado novamente.
Isaac não consegue prender a respiração. Ele respira, suspira e levanta os olhos para
despejar em seu companheiro uma série de sentimentos que eram difíceis de explicar,
mesmo ocupando uma linguagem abusiva. Mas o quão molhado está seu interior para que
deixasse seus dedos e antebraços molhados? Quando ele levantou a mão, o líquido viscoso
escorria pela linha de sua pele, criando uma visão um tanto mórbida. Chegou até um
momento em que duvidou que o líquido em cima fosse realmente dele. No entanto, no
instante seguinte, ele colocou as coxas de Isaac sobre suas pernas e ergueu os quadris.
— O que você está fazendo?
Isaac estava assustado e tentou levantar a parte superior do corpo para fugir, mas seu
movimento foi um pouco mais lento que o dele. Tanto que Isaac foi forçado a segurar seus
joelhos até que se tocasse no peito…
Ele engoliu em seco.
O homem havia decidido colocar a língua contra seu buraco molhado, o que provocou que
se dobrasse, fazendo se curvar até a metade e erguer o traseiro ao máximo. O esfregou, como
se estivesse construindo sua própria entrada com a ajuda de sua língua quente e macia que
derretia tudo ao redor livremente. Era uma sensação completamente diferente de ter seus
dedos. Como uma criatura viva e monstruosa…
Enquanto se movia e balançava sua parede interna com a ajuda de sua boca, seus olhos
ficaram completamente brancos e seu queixo caiu, embora não pudesse nem falar ou dizer
nada sobre isso. Era constrangedor e, além disso, era difícil suportar um sentimento tão
impressionante.
Estava apertando e sugando, como se quisesse beber todos os seus fluidos…
Uma dura blasfêmia saltou de sua boca para ele. Eu queria perguntar: “Por quê?”, “Por que
você está fazendo isso?” Mas em sua cabeça não conseguia nem formar as palavras certas para
formar uma frase. Apenas gritou e gritou de novo… Porque a sensação de ejaculação disparou
enquanto chupava sua parede interna e chupava seu ânus.
Seus órgãos genitais fortemente inchados esfregaram contra sua própria barriga e
mancharam um líquido pegajoso de cor clara. Isaac então ergueu as mãos trêmulas e
envolveu seu próprio pênis, mas o homem agarrou seu pulso muito antes de que pudesse
fazer qualquer coisa:
— Não, não. Você está tentando ir pelo caminho mais fácil? Não está sendo muito
ganancioso?
— Oh meu. Isso é… Me deixe ir!
— Isaac, quando você gosta de algo você fica arrogante e seco… Por que não pensa um
pouco mais em mim?
Ele agarrou os pulsos de Isaac, dizendo palavras que pareciam incompreensíveis. As mãos
que seguravam seus joelhos desapareceram e suas pernas tremeram no ar. Mas novamente
ele o viu colocar o rosto em sua bunda enquanto o deixava provar um pouco mais do cheiro
de seus feromônios.
Assim, enquanto mastigava as dobras de seu buraco e empurrava sua língua até o ponto
máximo, o incrível prazer e a excitação similar a uma bomba nuclear se espalharam como se
tivessem toda a intenção de queimar seu corpo. As lágrimas escorreram terrivelmente dos
olhos de Isaac e se derramaram até a morte em seus lábios. Tinha a impressão de que cada
vez que empurrava e puxava a língua, seu corpo inteiro se derreteria e tremia até a morte.
Ele não podia suportar mais, então imediatamente depois disso, ele implorou e implorou
para que parasse, mas ele nunca lhe deu ouvidos. Não tinha ideia de como estava
conseguindo ser tão hábil em lamber contra a parede interna de seu corpo e chupá-lo como
se fosse um cachorrinho, mas era assustado. “Slup, slup” o som de sucção na pele sensível
de seu ânus estimulou sua audição. Parecia uma loucura. Seu corpo tremia tão
intermitentemente que parecia não ser seu. Ainda assim, o pensamento de que algo estava
faltando veio à mente tão rápido quanto seus dentes em sua carne.
— É o suficiente. A outra coisa… eu quero… eu prefiro você.
Isaac, que era quase insensível e indiferente, disse uma palavra assim entre respirações
absolutamente irregulares, então, só então, o homem ergueu os olhos ligeiramente turvos e
como se estivesse bêbado disse:
— Félix.
— Hum?
— Meu nome é Felix. Me chame assim.
___________________________
Continua…
Capítulo 62

Félix jogou seu nome do nada e o fez tremer completamente. É porque ele é realmente seu
Alfa vinculado? Quer dizer, era definitivamente um nome que parecia fazer muito sentido.
Então o homem apenas levanta os lábios em um ângulo estranho e começa a beijar agora
a parte superior do corpo.
Isaac encolheu os ombros.
— Quer dizer que você quer que eu coloque meu pênis agora?
Logo, tirou sua camisa como se estivesse atrapalhando seus movimentos e revelou a
maravilha de seu torso exposto. De fato, se via muito bonito. Tão bonito quanto seu rosto
branco e olhos azuis…
Isaac olhou o corpo de cima a baixo, então Félix, que rapidamente percebeu os olhos
travessos de Isaac percorrendo seu abdômen, desenhou uma linha suave em seus lábios:
— O que você está fazendo? É constrangedor.
Mas mesmo que tenha dito isso, não parecia estar envergonhado. Nem mesmo
corresponde à palavra “Tímido”. Na realidade parecia estar muito bem, e seu sorriso
estúpido naquele rosto completamente sem vergonha demonstra isso.
Foi então que Isaac suspirou por um longo tempo… Embora ele continuasse observando
mesmo assim. Desta vez, o encarou enquanto desabotoava as calças e abria o zíper. Ele notou
sua pélvis bem definida e seu pênis protuberante sob a cueca boxer escura. De fato… É
possível, que tenha tentado recuar sem seu conhecimento diante a este último… Porque têm
um tamanho bastante intimidador. Na verdade, o que diabos é isso?
Félix de repente agarrou o tornozelo de Isaac e o puxou para frente.
— Para onde vai correr, querido? Você não o estava desejando tanto agora a pouco?
Mesmo o envergonhado Isaac não consegue responder adequadamente a algo assim.
Enquanto isso, Félix, lambendo a parte de trás do lábio, parece estar cansado de esperar por
ele.
Ele abaixou a cueca, só um pouco… Mas o suficiente para fazer seu pênis aparecer
claramente diante dele e fazer com que a saliva escorresse por sua garganta em um gole seco.
Está extremamente em branco. Esse monstro parece chegar além do umbigo!
— Eu mudei de ideia, eu definitivamente nunca deixaria que você fizesse o que quiser
comigo.
— Oh, não é tão grande. É só que ele cresceu porque te ama.
— Okay… Prazer em conhecê-lo. Estou saindo daqui.
Não importa que seja um Ômega, como poderia colocar isso em seu corpo e suportar
perfeitamente alguma vez? Sim, não teve nenhum problema com sua afirmação de que ele é
seu Alfa e que possuem uma ligação e todas aquelas coisas ridículas. Foi difícil por um tempo,
mas novamente, cada vez que tentava se recusar, um sentimento forte lhe dizia que tudo isso
era verdade e que “Se pertenciam”. Mas se ele colocar algo assim em seu corpo, vai matá-lo!
No momento em que Isaac tentou recuar para encontrar suas roupas, Félix o segurou
novamente, agarrou seu tornozelo com força e lambeu a sola do pé com toda a largura de sua
língua.
— Uff.
Ah, isso faz cócegas e dá muitas emoções assustadoras. Queria soltar os pés e correr, mas
não é fácil se mover quando sua cabeça e corpo estão tão encharcados de seus “feromônios
Alfa”.
— Isso… é só esperar…
Mas ele lambeu as solas dos seus pés dele como se fossem completamente deliciosos e
então calmamente cuidou de cada um de seus dedos. Mordeu e chupou profundamente,
então um gemido escapa no ar. Parece um estímulo diferente do que quando ele
descaradamente lambeu seu buraco. É… Até muito gostoso. Deixando-o chupar os dedos,
mordiscar da planta do pé até o calcanhar e depois subir e chupar o tornozelo até fazer sua
cintura se agitar… Faz cócegas, é tão doce.
Enquanto morde e lambe, seu corpo se aquece com uma sensação irresistível.
— Faz cócegas… pare.
— Você realmente gosta quando eu beijo seus pés. — Félix franziu os lábios e beijou o
arco do pé até terminar em seu tornozelo. — Porque esse olhar que você tem agora é o
mesmo que você usa quando estamos na cama.
— O que…?
— Eu sei onde lamber para que você comece a tremer. Onde colocar a língua para te deixar
sem fôlego, o ponto que dói, aquele que te faz gritar, onde massagear… Quero que você saiba,
que eu sei tudo sobre você.
Isaac, que olhou nos olhos azuis, não conseguiu responder. Sente que sua garganta está
muito apertada e que mal consegue respirar. Com um lindo sorriso no rosto, o homem à sua
frente o olhava muito suavemente, sem piscar. Mas no momento seguinte ele agarrou suas
coxas e abriu os joelhos novamente até quase carregá-lo.
Como se tivesse medo de fazer algo errado, o homem esfregou lentamente o pênis com a
glande ligeiramente úmida com pré-sêmen. Sua mão, cada vez que se movia para cima e para
baixo, fazia um som bastante irritante…
Isaac soltou um breve suspiro sem saber. Céus, seu pênis é tão grande e grosso que ele nem
consegue segurá-lo só com uma das mãos. Por mais estranho que possa parecer, a ideia de
querer fugir desapareceu em um segundo e, em vez disso, sente que sua barriga está
apertada de excitação. O que diabos está acontecendo? Supõe que podem ser seus feromônios,
por que de que outra forma poderia desejar algo que tanto temia antes!?
Enquanto pensava nisso, Isaac dobrou os dedos dos pés e olhou para frente novamente.
Em seguida, ele agarrou suas coxas e as levantou até que seus joelhos tocassem
completamente seu peito. Desse modo, Félix soltou suavemente a glande que esfregava com
as mãos e acomodou-a entre as nádegas abertas de Isaac como se esse fosse o sinal que ele
tanto esperava.
A carne esfregando suavemente entre sua pele faz com que pareça tão excitante quanto
assustador.
— Você ainda está com medo?
Foi quando Félix, que estava apenas carrancudo e erguendo as sobrancelhas, se inclina e
segura o queixo de Isaac em sua mão para fazer contato visual.
— Abre a boca.
— Por que tão de repente…?
— Eu quero fazer você se sentir bem.
Sussurrando com um sorriso adorável, Félix se inclinou um pouco mais e o beijou. Inclinou
a cabeça, mordeu os lábios e mostrou a língua para que pudesse passar a ponta
completamente sobre eles… Tão suave e lento que a saliva caiu e começou a escorrer ao ritmo
de “tuk, tuk, tuk”.
Félix se afastou, mas fez com que sua saliva também pingasse e fosse direto para a boca
aberta de Isaac até que sua língua ficasse completamente molhada. A saliva de Félix parecia
um pouco diferente do que ele havia provado antes. Um sabor com aroma adicionado. Tem um
cheiro tão doce e um gosto tão bom que seu corpo literalmente esquenta a ponto de sentir
que está bebendo álcool. Seus olhos estão fora de foco e seu corpo parece ter sido vítima de
uma febre forte.
Sua saliva é definitivamente álcoolica.
— Qual é o gosto?
Quando Félix lhe perguntou e olhou de perto, Isaac ergueu os olhos embaçados e fez
contato com ele novamente. Porém, em vez de abrir a boca para reclamar novamente, ele
ergueu a cabeça e disse:
— Me dê mais.
Sua mente está perdida em uma confusão impressionante depois de provar o sabor doce
dos feromônios de Félix. Seu feromônio era impressionante por si só, mas passá-lo
diretamente para a garganta é uma sensação completamente diferente do que respirar pelo
nariz ou senti-lo na pele. Parecia que até mesmo seu próprio ciclo de calor poderia chegar… A
pequena mordida amarga de seus lindos lábios contra os dele, a maneira como os chupava e
depois enfiava a língua em sua boca, era incrível e ele gostava muito.
— Mais…
Em resposta ao beijo apressado de Isaac, Félix respondeu feliz, tocando seu queixo,
embora tivesse os braços de Isaac em volta do pescoço enquanto bebia sua saliva e pedia
mais. Como um homem faminto.
Isaac parecia muito impaciente, então ele começou a ofegar, chupou seus lábios
repetidamente e então, quase pareceu gritar… Ele havia engolido apenas algumas gotas de
saliva, mas já se sentia muito quente, não sabia o que fazer com o fogo que estava subindo
mais rápido do que quando lambeu seu buraco. Movimentava sua cintura, esfregava seu
pênis e o vê fazendo a mesma coisa ainda preso ao ânus. Deus, o que é tudo isso?
— O que você fez… Comigo?
Quando ele exclamou com um suspiro, exalando uma mistura de ar quente que se funde
com o hálito de Félix, o homem riu e disse:
— Te amar, querido. Só você pode provar tudo de mim. Só você, pode me conhecer
completamente. Ninguém mais. Você é meu Ômega, depois de tudo.
— Hum…
— Mais tarde, quando você puder controlar seus feromônios, me deixe prova-lo, ok? Estou
esperando tanto engolí-lo.
Mas Isaac parecia incapaz de ouvir qualquer coisa e simplesmente voltou a pressionar seu
corpo contra o dele novamente.
— Tudo bem, mas se apresse…
— Se quiser fazer isso rápido, tem que me dizer exatamente o que você quer.
Com um tom infinitamente relaxado, é tão irritante que nem sequer parece que está em
seu RUT… Só então Isaac se lembrou do que havia falado e implorou:
— Qualquer coisa! Você pode fazer qualquer coisa comigo! O que você quiser…
— Oh, eu realmente não consigo resistir a esse tipo de rosto.
Os genitais, que estavam apenas grudados em sua bunda, foram empurrados para o
buraco escorregadio com um só empurrão.
_________________________
Continua…
Capítulo 63

— Ah!!!
Foi uma penetração repentina.
De sua boca, um grito de surpresa irrompeu brevemente até que suas extremidades
ficassem completamente rígidas. Porém, ao contrário da reação repentina de seu corpo, seu
buraco, que ficou encharcado por muito tempo, se abre sem nenhum problema e Félix chega
quase ao fundo.
Como se tivesse esperado muito tempo, sua entrada suave engole o grosso pênis até os
testículos, fazendo com que seu abdômen endureça pela estranha sensação de um corpo
estranho. Ao mesmo tempo, entretanto, a emoção de tê-lo tão perto o fez perder a cabeça.
Era uma coisa muito estranha.
Mas, à medida que aquele pênis preenche e se infiltra em suas entranhas, a respiração
agonizante acaba saindo em golpes desesperados…
Então Félix parou. Parece que já se aprofundou o suficiente dentro dele, embora ainda
esteja empurrando e empurrando ao ponto em que fica com medo de rasgá-lo.
— Espera…
Pendurado no pescoço de Félix, Isaac o chamou inconscientemente e respirou
profundamente seu cheiro… O suor frio escorria por sua testa e molhava cada um de seus
dedos até que se tornasse absolutamente escorregadio. Era desnecessário dizer o estado em
que sua virilha estava.
— Eu te machuquei? — Perguntou Félix, que estava tão agitado e louco quanto Isaac. —
Você está bem?
Só então se encararam: era um rosto impaciente, diferente do que havia mostrado agora
pouco. Um olhar apaixonado misturado com desejo sexual. Realmente se parece com um Alfa
passando por seu RUT.
Isaac, que foi confrontado com o verdadeiro coração de Félix, parecia que ia começar a
tremer de um momento para o outro. No instante em que começou a pensar que era
realmente surpreendente que tivesse parado. Félix sorri, franzindo a testa e estendendo a
mão para envolver as bochechas de Isaac e acariciar seu queixo. Com uma voz baixa que
atinge todo o pescoço…
É realmente… Muito amoroso. Uma voz calma que não combinava com um homem cuja
razão foi completamente deixada para trás.
Isaac olhou para o comprimento de sua mão. Então, quando tenta ser muito específico
com sua rota e subir em seu torso para não perder nada, consegue ver sua nuca. Um pescoço
longo e fino que eleva a ombros fortes e viris. Há uma marca ali, um selo gravado que mais
parece uma tatuagem. Significaria… Que uma marca assim também está em seu pescoço, não
é? Mas ainda não consegue imaginar, então não diz nada.
— Posso me mover agora?
Enquanto ainda mantém os olhos fixos em seu pescoço, Félix lentamente levanta a parte
superior do corpo e vai um pouco mais para frente. Seus ombros, braços e músculos do peito,
contraídos com a tensão, fazem com que desvie sua atenção e morda seus pequenos lábios
com o tremendo impacto.
Ofegante.
— De… Devagar.
Félix sorriu.
— Está bem, mas não vou parar.
— Ah…
— Céus… eu realmente acho que vou morrer.
Com a voz muito baixa, Félix colocou os braços sob os joelhos de Isaac e os ergueu no ar
para tentar estender de uma maneira melhor suas nádegas… O homem teve que suportar a
sensação de pressão em seu abdômen cada vez que empurrava para trás e para a frente
brevemente. Pensou que seu buraco tinha sido aberto, mas não parecia ser o caso. Basta
empurrar para dentro uma e outra vez, sem se preocupar com mais nada…
Puxou um pouco para trás e então foi mais fundo, cada vez que Isaac ofegava como uma
pessoa afogando com o ar, sentia como se estivesse batendo fundo o suficiente para atingir
a parede mais distante de seu interior.
Finalmente, termina em um gemido baixo:
— Tão profundo…!
Surgiram palavras que ele não sabia que poderia pronunciar. Uma reclamação completa e
total. Mas Félix, como se não tivesse ouvido nada, inclinou-se e conseguiu cruzar as pernas
sobre o abdômen. O corpo de Isaac parecia dobrado ao meio, completamente à mercê do
homem que tocava sua orelha com os lábios:
— Meu amor…
E depois de lamber levemente o lóbulo da orelha, Félix abaixou os lábios e se inclinou até
conseguir lamber o local onde a marca foi gravada e os feromônios Ômega fluía… Ah, é
delicioso, sente sua cabeça girando em todas as direções só com pouco. Sua visão fica
embaçada e definitivamente sente vontade de comê-lo por inteiro.
Delicadamente, morde a pele da nuca e respira fundo a cada nova ação, como se quisesse
engolir seu aroma… Seu corpo está tonto, então se consola lambendo seus feromônios como
se fossem seu mel ou um doce. Ele chupa e depois morde.
— Você está me deixando louco, Isaac. Eu amo seus feromônios, amo absolutamente tudo
em você.
A voz de Félix soou em seu ouvido de uma forma realmente incrível… Ele gemia
loucamente com os joelhos quase atingindo seus ombros e aquele olhar que dizia: “Me dê
mais”, “me dê um pouco mais”. E, como se isso não bastasse, no meio disso, Félix se moveu
ainda mais rápido, sem parar nem por um segundo para respirar. Sacudiu as costas e grita:
— AAHH!
Isaac tentou manter os ombros tensos o máximo possível, porém, é difícil quando ainda
tem aquele homem chupando sua nuca, inalando seus feromônios e empurrando seu pênis
em sua parede interna.
O gesto do Alfa foi realmente muito intenso, deslumbrante e ameaçador. Os músculos de
seus braços pareciam prestes a explodir, assim como os de sua cintura e abdômen. Seu poder
de empurrar usando a força de seu abdômen o fez estremecer como se seu corpo inteiro
estivesse quebrado. Suas pernas em seus braços sacudiram no ar. Oh meu Deus, poderia haver
outro momento que fosse tão bom no futuro? Já experimentou algo assim antes? A certa altura,
o sentimento de autodestruição passou por sua cabeça quando pensou que realmente
gostava demais do que estava acontecendo com ele… A maneira como estava sendo
dilacerado.
Lágrimas tremiam em seus cílios cada vez que batia contra sua bunda e reconstruía suas
entranhas com um pênis poderoso. Afinal, ele não conseguia nem dizer para parar! Não, nem
pensou em pedir para que parasse em primeiro lugar. Não estava incomodado ou com medo
de quebrar seu corpo e, na verdade, deveria ser o contrário. Deve ser como no começo.
Sentindo medo e querendo escapar.
A velocidade com que o sacode é mais forte do que pensa, então sua boca se move sozinha
para dizer:
— Oh, hmm, pare… Por favor pare… Ah, ah, ah, pare, pare, pare, pare.
Então Félix, que olhou para Isaac estranhamente, ergueu os lábios em um ângulo estranho
e estendeu a mão para bloquear sua boca e parar o som de Isaac. Não estava sendo rude, mas
o apertou forte o suficiente para não poder escutá-lo… O homem ofegou. Deus! O calor e o
odor corporal fluindo de sua palma fazem Isaac revirar os olhos, colocar a língua para fora e
lamber sua mão.
— Umm!
Félix deu um pequeno gemido.
O homem lambeu o dedo médio, a palma e cada dobra de seus dedos, e de repente, com a
ponta da língua ainda inquieta, Isaac descobriu um corpo estranho que o fazia parar cada
uma de suas ações até que fez Félix levantar a palma da mão para olhá-la também. Só então
a identidade do objeto fica à vista: no dedo anular esquerdo, ele usa um anel. Algo simples,
mas elegante em design, diamantes embutidos e um I ao lado. Um lindo anel que fez Félix
sorrir encantadoramente.
— Sim, você provavelmente viu a mesma coisa em sua mão, não é? São anéis com o mesmo
designer… Você os escolheu quando nos casamos.
Isaac não conseguiu dizer nada, Félix acabou rindo e então, com a outra mão, pegou a dele
e olhou com atenção: Embora tirasse toda sua roupa como se estivesse incomodando, nunca
se livrou das luvas pretas. Era como se ele quisesse esconder algo dele…
_____________________
Continua…
Capítulo 64

Félix, que olhou para a mão fechada de Isaac, simplesmente estalou a língua. Isaac não
queria tirar as luvas por nada no mundo.
Ainda dentro de seu buraco, Félix ordenou em voz baixa. “Deixe-me conferir.” Mas Isaac
olhou para ele com uma cara que dizia: “Prefiro morrer primeiro.” E, no entanto, embora
tivesse todo o desejo de dar uma resposta, não era algo fácil de dizer. Parecia que sua
garganta estava completamente apertada e seca. Não havia anel, porque o tinha retirado. No
entanto, este homem parece estar certo da existência de um, então quer encontrá-lo.
Uma aliança de casamento… E a aliança no dedo de Félix é obviamente a mesma que tirou!
Era um designer lindo e único, não havia dúvida sobre isso. Realmente tinha um problema
de memória? Então, o quanto esqueceu?
Isaac, que estava em dúvida até agora, apertou os ombros com força e parou de respirar…
As memórias não voltam, mas ainda estava preocupado com o anel que não estava ali. Então
Félix, o homem de olhar rápido, olha Isaac de cima a baixo e estende a mão esquerda e a
ergue até um ponto muito exagerado. Ele o agarrou, pegou sua luva e esticou-a
completamente…
Isaac franziu os lábios e ergueu os olhos para a voz teimosa em seu ouvido: “Estique os
dedos, estique-os!” Ele não conseguia tirar as luvas já que Isaac havia fechado o punho com
tanta força.
De repente, Félix estendeu a mão e agarrou o pulso de Isaac para que ficasse
completamente imóvel. Nem ao menos conseguiu resistir a um aperto tão forte! A luva, que
caiu facilmente no chão, fez um ruído surdo e finalmente expôs toda a sua mão… Não havia
nada na mão esquerda do homem que segurava com tanta força. De longe, apenas resta o
vestígio de que estava usando um anel porque há uma mancha mais clara na pele.
—… Onde o guardou?
Sua voz, que fazia perguntas, era inesperadamente gentil. Já sabia que não iria conseguir
encontrar, então pensou que talvez devesse explicar tudo, mas de novo, como se tivesse
colado sua boca, Isaac não conseguia dizer a coisa mais simples do mundo. Seus lábios estão
secos e rachados. Como posso relaxar quando é uma aliança de casamento? Com certeza vai
ficar bravo!
— Você o tirou?— No momento em que Isaac se arrependeu de tudo o que havia feito,
Félix perguntou novamente. — Você o jogou fora?
No entanto, diante de uma resposta silenciosa, o homem suspirou brevemente com uma
expressão mais do que desapontada. De repente, soltou sua mão.
Oh… Está com raiva ou triste? Talvez pare e tente encontrá-lo de alguma forma… E se ele
chorar? Não quero que chore. E é estranho porque deveria dar a você o mesmo.
— Bem, se você jogou fora… Teremos que pedir um novo.
No entanto, Félix apenas arrumou seu cabelo desgrenhado e riu. Foi uma reação que não
correspondeu a nenhuma de suas previsões anteriores. Quer dizer, não parece estar com raiva
nem parece querer culpá-lo, é apenas… O mesmo homem louco falando baixinho com o pau
ainda enfiado em seu cu.
No entanto, vendo sua reação, logo estendeu os dedos desajeitados e acariciou
suavemente a cintura e a barriga de Isaac:
— Não é algo que poderia ser evitado. Não me admira que você tenha ficado surpreso ao
ver o anel… Afinal, você perdeu a memória.
— Eu ainda…
— Eu não me importo com o anel, Isaac. Basta que você fique ao meu lado sem
desaparecer. Eu só queria que soubesse que você tinha o mesmo anel que eu, que eu sou seu
Alfa, que você é meu Ômega… E que eu te amo muito.
Félix disse tudo isso como se encerrasse o assunto… Isaac fechou a boca novamente, o
observou e então, com os olhos quase semicerrados, suspirou e esfregou a testa que já estava
quase totalmente franzida.
— Mesmo que não me lembre de você?— A pergunta continha emoções que pareciam ser
culpa. Um som triste. — Não me lembro de você. Não seria melhor se você simplesmente
desistisse?
No entanto, Félix simplesmente respondeu:
— Você disse isso antes… Para que eu não o deixasse ir, aconteça o que acontecer. E eu
respondi: “Eu nunca vou deixar você ir.” Mesmo que tivesse que trancá-lo no porão.

— Ok, não importa se você não se lembra… Eu não vou deixar você ir porque meus
sentimentos são mais fortes do que isso, — as mãos ásperas que acariciavam a parte inferior
de seu peito e a parte inferior de sua barriga, vagavam aqui e ali até parar em suas costelas.
— Mesmo que nunca se lembre de mim, eu sempre vou te amar…
O peito de Isaac estremeceu.
— No… bolso da calça.
Em uma palavra simples, Félix, que estava acariciando seus mamilos com os dedos, parou.
— O que?
— Eu não joguei fora. Eu tirei do meu dedo e coloquei no bolso.
Como parecia tê-lo surpreendido com essa revelação, Félix se acomodou um pouco
melhor no chão e estendeu a mão para pegar a calça de Isaac que havia jogado ao seu lado. E
começou a procurar dentro dela…
— Hum…
Depois de vasculhar rapidamente os bolsos, logo piscou como uma criança emocionada
que encontrou um tesouro valioso. No final, na ponta do dedo, Félix mostrou o anel com o
diamante enquanto sorria lindamente. Realmente lindamente. Era uma risada inocente que
não combinava com seu rosto. Como você pode mostrar um sentimento tão feliz em seu rosto?
Que maldito.
Disse que não se importava com o anel e o fez se emocionar o suficiente para lhe contar a
verdade. Agora todas as suas palavras parecem mentiras.
Isaac continuou a observá-lo de perto, mas Félix apenas pega a mão esquerda de Isaac e
coloca o anel nele. Cacete. Quando notou o anel pela primeira vez, nem lhe deu importância…
Mas o fato é que é do tamanho correto. Perfeito, como se não fosse pequeno, nem grande,
nem muito apertado… Além disso, escondia perfeitamente as marcas brancas do dedo.
Isaac exalou. Ele honestamente se sentiu como a Cinderela quando encontrou o sapatinho
de cristal que se encaixava perfeitamente em seu pé. Não, Cinderela nunca se sentiria assim,
e ela definitivamente não tinha um príncipe viciado em sexo a penetrando quando a
encontrou depois do baile! Pelo contrário, era uma emoção complicada que era difícil de
explicar em palavras… Mas, quando o calor inesperado, úmido e quente se espalha pelo dedo
que tem o anel, as emoções difíceis desaparecem rapidamente.
— Mentiroso…
Félix decidiu lamber seu dedo anelar até que sua boca estivesse cheia… O calor de seus
lábios foi transmitido para todos os lugares enquanto girava o anel com a ponta da língua,
sugando até que fizesse um som semelhante a um clique.
— Eu não estou… Apenas parece muito melhor se você usar o meu anel.
— Ah…
— Portanto, no futuro, nunca mais o tire.
Foi quando Félix murmurou isso com uma risadinha, ele agarrou a pélvis de Isaac
novamente, empurrou o pênis que havia puxado para fora até a metade, e então PAM. Sentiu
uma leve dor na cintura. Uma pulsação desesperada que o faz mastigar os lábios e começar
a praguejar.
Isaac agarrou o pulso de Félix com os olhos repleto de lágrimas.
— De repente… Se fizer algo como isto…
— Não foi de repente, você esqueceu que estamos fazendo sexo?
Félix colocou os lábios em um ângulo, fingindo estar relaxado quando na verdade sua
pupila era azul escura. Um olhar faminto que revelou seu espírito ávido e totalmente
excitado. Logo, ergueu as pernas de Isaac e ergueu as costas em um movimento apressado
que o fez entrar novamente até o fundo…
“Puck, Puck”. O cabelo preto de Isaac rasteja no chão toda vez que o pênis dele o atinge.
Ele o balança de um lugar para outro até que faz com que suas nádegas toquem sua virilha e
fiquem vermelhas e, ainda assim, em vez de ser doloroso ou aterrorizante, a emoção
rapidamente explode e queima no topo de sua cabeça.
Ah, ele está enlouquecendo.
—Não… Ah, aí, um pouco mais…
Estava derramando tanto em seu corpo que nem sabia exatamente o que estava dizendo.
Félix agarrou a mão de Isaac, enfiou o dedo no fundo na boca e chupou com força. Novamente
estava brincando com o dedo anelar da mão esquerda, aquele com anel de diamante… Parece
que está completamente perdido. Não foi perceptível no início, mas ele estava bêbado com
seu feromônios Ômega e acabou deixando os olhos em brancos.
Foi divertido vê-lo perder sua dignidade. Pelo menos por um segundo.
Félix brincava com os dedos na boca, girando a língua e balançando-a para frente e para
trás até que a saliva fluía pela palma e pelo pulso.
— Félix, ah, hmmm, pare…
É tão estranho. É o mesmo que sentiu quando lambeu seus dedos dos pés e solas… Uma
sensação vertiginosa que o fez encolher os ombros e suspirar. Não sabia quando seus dedos
das mãos e dos pés se tornaram tão repulsivamente sensíveis.
— Uff.
Os movimentos de Félix, que chupava o dedo como uma pessoa faminta, ficaram mais
fortes e mais longos. Tanto que sentiu seus órgãos genitais começarem a pulsar em seu
abdômen, o sinal de um novo orgasmo ainda mais forte estava por vir.
Lançou outro gemido e uma dose impressionante de esperma caiu nas coxas de Félix, que
detinha seus dedos ainda na boca.
____________________________
Continua…
Capítulo 65

Os músculos apertados em suas coxas eram mais duros que as rochas, de modo que
pareciam ser bastante difíceis de mover por conta própria. Isaac tenta empurrá-lo pelo
menos um pouco, mas, no momento seguinte, ele parece estar gritando devido à tensão ainda
dentro dele. Foi um ato inconsciente.
— Isaac, você sabe que ainda estou dentro? Preciso que você se acalme porque quando
você grita aperta meu pênis e não consigo me mover. Eu vou machucar você.
As palavras de Félix foram claras o suficiente, mas ele não conseguia nem entender
direito:
— Oh, oh, não mais…
Isaac ergueu os dedos e tentou segurar o joelho de Félix. Queria agarrar qualquer coisa
para tentar se acalmar, mas novamente seus músculos provaram estar muito tensos e lisos,
então ele continuou escorregando em vez de se ancorar a ele.
Isaac perdeu o controle…
— Ah… Você está apertando de novo. Ah, droga!
Félix, que estava um pouco carrancudo no momento, parecia ter ficado muito tenso diante
desta situação. Não pretendia quebrar seu corpo em dois, então sua preocupação o impedia
de agir da maneira que queria, embora o seu pênis parecia ignorar seu cérebro…
Em seguida, a parede interna de Isaac foi preenchida com uma sensação inacreditável de
ardor. Uma dor estranha que o fez perceber que o homem estava ejaculando dentro dele. E
de forma bastante exagerada.
Isaac então tentou sacudir o corpo. Como é difícil respirar, gemer e mexer a cabeça
corretamente quando você está nesse tipo de situação! Sua boca e garganta estavam
incrivelmente secas, então agora que ele finalmente gozou e tudo estava acabado, ele poderia
descansar um pouco para se acalmar… E ainda assim o desejo despretensioso de Isaac não se
tornou realidade: os fluidos corporais quentes e escorregadios de Félix pararam de escapar
de dentro de seu buraco quando novamente seu ânus foi bloqueado pelo pênis que inchou,
então Isaac começou a entrar em pânico com isso.
Isaac ergueu os olhos e lançou-lhe um olhar incrivelmente alarmado, embora Félix
estivesse apenas gemendo de uma forma bastante selvagem. Céus, seu pênis inchou e muito a
ponto de enlouquecer! Era diferente de apenas ficar excitado e duro. Mais doloroso. As costas
e a barriga de Isaac ricochetearam como uma convulsão e de repente um gemido realmente
assustador saiu de sua boca. Seus ombros e braços tremiam como pequenos gravetos. As
pontas de seus dedos, que tentavam segurar as coxas de Félix, ficaram terrivelmente brancas,
a certa altura, não conseguia nem gritar mais. Ele mal conseguia respirar direito, e para isso
tinha que abrir a boca.
— Sinto muito, Isaac… Sinto muito.
Com um rosto completamente apaixonado, Félix franze a testa ao dizer um monte de
palavras que soam um tanto lamentáveis e complicadas. No entanto, é difícil ouvir bem o que
está dizendo quando sente… Como se seus intestinos estivessem inchando ou seu estômago
fosse explodir. Foi muito doloroso e para ser sincero, teve muito medo dessa sensação.

Isaac murmurou fracamente, exalando a respiração de uma forma muito irregular.


Novamente, o homem diante dele diz: “Desculpe, desculpe”. Embora parecesse um monte
de palavras vazias… A sensação de aumentar o volume era tão forte quanto a sensação de
pressão dentro dele. A forma da genitália de Félix que inchou incontrolavelmente parecia
esculpir seu formato com fogo em sua parede interna… Não, parece que está quebrando,
então Isaac, preso por um medo incessante, se viu forçado a tremer com o rosto
absolutamente branco e contorcido… Mas a reação de Isaac foi muito diferente da de Félix. O
homem, que parou completamente e estufou os órgãos genitais, parecia excitado demais para
o seu próprio bem. Era um rosto que dizia que estava no auge do prazer sexual.
Isaac, agitado, fechou os olhos com força e mordeu a boca. Seus órgãos genitais, ainda
inchados, o fizeram experimentar uma sensação aterrorizante e arrepiante que até encheu
seu estômago. Seu coração estava acelerado. Quando ele chorou, sem abrir totalmente a
boca, a voz de Félix, antes cheia de prazer, parecia ter ficado completamente triste. Suas
palavras dizendo: “Desculpe”, foram tão abafadas quanto lamentáveis…
Foi quando queria gritar que Isaac, que ofegava como um pequeno animal moribundo, de
repente arregalou os olhos. Quando foi que os órgãos genitais inchados ficaram tão inflados
que agora parecia estar em sintonia com eles? De repente, ao contrário da dor, um prazer
misterioso percorre todo o seu corpo. É como um golpe forte, muito diferente de toda a
alegria que sentiu até agora.
Ele precisava respirar, mas não conseguia. Apenas soltou um pequeno: “Ah, ah” com os
dedos cravados na pele de Félix e seus pés completamente curvados. Então, de um momento
para o outro, seu próprio sêmen jorrou em uma tremenda bagunça em seu peito.
— Uau Isaac… Você disse que odiava ser atado, lembra? Mas gozou de novo.
Félix ri com um lindo sorriso no rosto que está sufocado de prazer. Parece infinitamente
satisfeito com a experiência. Isaac, por outro lado, sacudiu a cabeça e deu um olhar que
denota não saber o motivo de tanta dor.
O olhar de Félix era estranhamente gentil quando ele perguntou:
— Está tudo bem? Dói muito?
— Nem tanto…, mas… Ah, terminamos?
— Terminar? Mas Isaac, você sabe o quanto está sujo agora? — Ele riu e inclinou a parte
superior do corpo até que acabou estendendo as duas mãos também para o chão. Só então,
quando ele o acariciou, pareceu liberar parte da pressão que estava esmagando seu
estômago. — Meu Ômega me surpreende cada vez mais devido à sua força. Mas não posso
deixá-lo ir nesse estado.
— Não há necessidade de…
Mas as palavras finais que acrescentou sem energia, rapidamente se extinguiram quando
Félix abriu os lábios e o beijou com muita fome, atacou sua boca, seu pescoço, depois mostrou
a língua e lambeu o sêmen que escorria em seu peito e em algumas linhas das costelas… Isaac
sacudiu os ombros. Embora tentasse se segurar, quando lambeu o fluido corporal turvo que
se espalhava por seu estômago, Isaac começou a gemer repetidamente com uma voz bastante
poderosa. Era incrível olhar para seu rosto, seus lábios brilhando com seu sêmen pegajoso.
— Por que…?
— Porque você é meu. Você, sua saliva e seus fluidos corporais. Cada parte sua é minha.
Até suas lágrimas, também seus feromônios.
— Por favor, pare.
— Parar? Meu RUT acabou de começar. Não temos tempo para parar.
— E… Seu ombro?
— Já estive pior…
Félix sorriu casualmente e o lambeu mais uma vez, seus lábios brilhantes e brancos…
Então Isaac sentiu como se não tivesse mais réplicas contra ele e então, após alguns longos
minutos sem se mover, o pênis que estava completamente preso em seu buraco esvaziou e
começou a se mover até lentamente se retirar e deixar completamente seu corpo… O sêmen
que estava no interior do ânus, começou a sair a uma velocidade impressionante quando
Félix, com um puxão rápido, segurou-o para que pudesse acomodar sua bunda contra suas
coxas.
Oh, isso é terrível. É tanto que ele sente que o fluxo de sêmen quente está criando uma
poça.
— Hum!
— Isaac, você é um bom menino. Que corpo obediente.
Então Félix, que ainda estava olhando para sua figura trêmula, ergueu ligeiramente a
bunda de Isaac e enfiou os dedos para que o sêmen que havia chegado bem fundo finalmente
começasse a fluir.
— Você realmente queria mesmo me engolir. Não é mesmo? Veja como você me suga.
— Ah…
— Certamente seu estômago está cheio da minha porra. Não é verdade? Você pode sentir
este pequeno caroço aqui? Foi o que eu causei com o meu nó.
Falando sem rodeios como sempre, Félix chupa, beija e morde a pele sensível do pescoço
dele até ficar vermelha. Talvez essa fosse sua própria maneira de tentar acalmá-lo, quem
sabe?…
E então, embora tivesse olhado para o rosto dele todo esse tempo, de repente baixou os
olhos e sussurrou:
— Isaac, o que você quer que eu limpe primeiro?
Seu rosto lindo e sorridente… De repente, escureceu até parecer malicioso. Como um Alfa
com chifres. Não pretendia tocar seu pênis de novo, era verdade… Mas de repente quis fazê-
lo gozar algumas vezes.
O dedo frio de Félix passou pelo seu pênis flácido.
— Daqui até aqui, está bom assim? — Murmurou enquanto começava acariciar sua glande
e descendo lentamente até chegar aos testículos. Delineando o contorno e o meio como se de
repente decidisse fazer linhas e círculos aleatórios. — E farei isso até que você derreta.
— Ugh.
— E estou ansioso por esse momento.
E, como prometeu, Félix dedicou muito tempo e cuidado ao corpo dele que realmente
pensou que iria começar a pingar novamente. Acariciou o pênis, contornou os testículos e
tocou cada canto e ranhura do traseiro dele até ficar completamente vazio.
No mundo onde ele vivia exclusivamente com Félix, havia apenas o ar lascivo e obsceno.
Prazer e alegria, não há mais nada… Não conseguia nem ver o sangue no ombro, ouvir o
barulho dos tiros, dos helicópteros ou os gritos dos homens que estavam fora do prédio.
___________________
Continua…
Capítulo 66

— Oh, ah, uh, uh, bem aí. Mais, mais…


Isaac soluçou, deitado no chão da casa. Não conseguia se lembrar qual era a situação ou
como havia chegado até ali novamente, com um homem em cima dele que parecia um maldito
cachorro. Estava apenas mordendo, sugando, formigando com os dedos enquanto gozava
repetidas vezes em seu estômago.
Seus feromônios preencheu os corredores, sua cabeça o encharcou completamente até
fazê-lo cair em um ciclo de calor ainda mais intenso…
— Isaac, Isaac… Graças a você, você pode assumir a responsabilidade de me deixar
terrivelmente louco?
Como uma besta feroz, Félix o morde e o chupa da cabeça aos pés enquanto libera
feromônios que fazem com que Isaac, que está suficientemente enfraquecido para
acompanhá-lo, desabou sem hesitar diante dele, enquanto se deixa levar por seu próprio
ciclo de calor.
Pior ainda, foi o próprio Isaac quem implorou que se movesse ainda mais, que o acertasse
ainda mais, que fosse ainda mais longe.
— Você está bem? Seu interior se abre como se fosse romper… Ainda dói? Não consigo
respirar, ou mesmo pensar. Por que meu Ômega é tão perfeito? Não deveria ser assim. Não
deveria me deixar tão mal… Isaac, me diga o que está fazendo comigo. Você faz eu me
apaixonar sempre que chora e grita assim…
Com uma voz doce, sussurrando e lambendo a orelha, Isaac desviou o olhar e chorou tanto
o quanto podia. Sem parar para pensar. E cada vez que o fazia, Félix sorria feliz e ejaculava
enquanto se atava dentro de sua parede interna até que as coisas ficassem muito mais
rápidas e muito mais sujas.
Por isso, o homem se sacudiu dentro de seu traseiro até preenchê-lo novamente com
esperma quente que range e espirra como se fosse a música mais linda do mundo inteiro. Ele
foi mais fundo e guiou seus movimentos de tal maneira que pensou… O quanto gostaria de
fazê-lo chorar.
Foi um momento louco.
Félix em seu RUT e Isaac, mordendo e lambendo a boca daquela fera até que o tempo cheio
de luxúria parecia se repetir sucessivamente.
Estava nublado.
Ele move os olhos com dificuldade e olha ao redor por alguns minutos, apesar de não haver
nenhuma forma específica à sua frente. Não, na verdade, não é grande coisa que seu campo
de visão estivesse embaçado. O mais importante é: onde ele está e o que está fazendo ali? Suas
extremidades estavam extremamente pesadas, como se um caminhão de carga tivesse
passado por cima dele.
Oh, merda. O que aconteceu e como isso aconteceu?
Ele tropeçou em sua memória e tentou trazer luz à sua consciência à força, mesmo
sentindo-se tão úmido e macio como um cotonete.
Então, logo tudo se tornou bastante familiar.
Um Alfa. Alguém que conheceu no campo de batalha e que fingiu conhecê-lo e se lembrar
dele. No começo lutou com ele, mas de repente ele disse que seu RUT havia chegado e…
Lembrou-se… Que seu corpo não o obedecia corretamente. Os feromônios que exalou
pareciam ter lhe causado febre alta, até que ele sentiu como se seu corpo estivesse pegando
fogo. Sua cabeça derreteu com sede e desejo crescentes, e no momento seguinte, se enredou
como uma besta com olhos cheios de luxúria. Gozou muitas vezes e chorou. Chorou sob um
Alfa que tremia violentamente. Foi tão intenso que possivelmente seu próprio ciclo de calor
explodiu simultaneamente… Uma história de amor muito estranha.
Ele estava gemendo, então mordeu seus lábios. Gemendo, ofegando, gritando, uivando, e
depois também mastigou a mucosa do lábio inferior até finalmente parar tudo… Oh, meu
Deus. Quanto mais pensava nisso, mais sentia vontade de bater com a cabeça contra a parede
e de se insultar. No entanto, tudo o que fez foi soltar um suspiro grande e abrir os olhos
enquanto tentava levantar a parte superior de seu corpo…
— Ah…!
Porém, como esperado, era impossível movimentar seu abdômen de maneira correta.
Seus braços e pernas, sua cintura, tudo está tão rígido que ele até pensa que a palavra
paralisado caberia nele mil vezes melhor. A dor muscular é terrível e começou a se espalhar
rapidamente de um lugar para outro, como se estivesse em uma briga terrível. Uma dor
severa. Não apenas isso… Ambos os pulsos foram amarrados na frente de seu peito em um nó
muito estranho.
Mas que…?
Isaac, que agitou suas mãos com muita força, logo desistiu e decidiu deixar as coisas como
estavam. Tudo o machuca, então certamente está indefeso.
— Porém, será difícil escapar novamente.
De repente, escutou uma voz áspera que chegava a seus ouvidos por trás. Isaac não pode
deixar de enrijecer os ombros e ficar de guarda… Embora não precise olhar para trás para
saber quem é. Era uma voz que ouvira há muito tempo, a mesma que o fez cair em um
estranho estágio de autodestruição e se colocar em um estado quase amoroso… Mas ele
disse: “Outra vez?” Essa palavra o fez franzir a testa em uma expressão engraçada.
— Também vai ser difícil quebrar meu braço. Ah! Melhore isso.
— O que…?
— Esse era o seu plano, não era? É por isso que você atirou em mim!

— Mas, para sua informação, sou canhoto! Se quiser quebrar alguma coisa, basta quebrar
meu braço esquerdo. Meu braço direito já teve o suficiente de você!
Isaac finalmente se virou para a voz detrás dele. Era difícil dizer se estava falando sério ou
apenas brincando, mas depois seus olhos, os que eram completamente azuis e grandes,
encheram imediatamente seu campo de visão até que sua cabeça ficou em branco. Droga, ele
ainda era um Alfa lindo e fascinante, maravilhoso o suficiente para fazer sua garganta
queimar e parar de respirar num relance. Um homem que não pode ser facilmente superado
por ninguém e que segura sua cabeça com um braço, revelando sua parte superior
impecável… Ele sorri, e sua pupila prussiana parece estar quente o suficiente para fazer
cócegas na parte superior do peito.
Não sabe porquê, mas realmente sente que está muito apaixonado por ele.
— Hum… Está dizendo que quebrei seu braço e fugi?
Sua voz era terrivelmente rouca, no entanto, Félix aparentemente parece gostar:
— Sim… Me comportei como um cavalheiro apaixonado, mas você me bateu, quebrou meu
braço e depois simplesmente fugiu sem olhar para trás.
—… Solte minhas mãos.
Isaac suspirou profundamente, mas Félix finge não ter ouvido nada e deixa os braços em
volta da cintura para fazer a sua cabeça cair contra o peito dele…
— Se eu fizer isso, você vai fugir imediatamente… Então, não. Não vou cair nesse jogo duas
vezes.
— Eu não quero fugir, juro.
Mas Félix parecia incapaz de ouvir as reclamações de Isaac, em vez disso, seus braços se
estenderam e o agarraram um pouco mais… Beijou seu pescoço, suas orelhas, podia sentir
seu hálito quente e também, seus cabelos pinicando suas bochechas enquanto se inclinava
para pegar as calças que estavam bem ao seu lado.
Quando os braços dele se desprenderam de seu quadril para dar um pouco mais liberdade
nos movimentos, Isaac sente muito frio e uma sensação intensa de vazio que o deixa um tanto
envergonhado… Enquanto isso, Félix enfia os dedos no bolso das calças e tira um pequeno
aparelho que imediatamente coloca em sua orelha.
— Noah, Noah? Responda-me.
Enquanto chamava por alguém, mais uma vez ele coloca os braços ao redor do abdômen
de Isaac e o inclina para que suas costas fiquem suavemente apoiadas em seu peito e acaricia
seus braços para cima e para baixo e lhe diz para tentar dormir um pouco para descansar
seu corpo… O frio que sentiu quando ele se afastou para pegar suas calças, desapareceu em
um instante e rapidamente o aqueceu. Uma sensação amistosa que parecia fazer cócegas em
cada parte de sua pele.
— Seu filho da puta! Louco!
Isaac, que tinha dezenas de milhares de pensamentos estranhos ao ouvir aquela voz,
inclinou-se um pouco mais para dar toda a sua atenção… Ficou surpreso com o palavrão
cortante que tinha conseguido atravessar o fone de ouvido, então virou os olhos:
— Vá mais devagar. Se eu ficar surdo devido a sua maldita voz, juro que vou processá-lo.
Parecia bastante irritado com aquela pessoa, mas ainda não achava que eles tivessem um
relacionamento ruim.
— Como foi sua missão? Como foi seu dia?
— Ah, maravilhoso. Boa pergunta. Tivemos um bom dia comendo biscoitos todos juntos.
Esse dia foi ótimo! Este dia esteve do caralho!
Isaac estava ouvindo os palavrões de Noah e pensou: O dia? Seria uma boa opção
perguntar sobre o dia, é verdade. Quando conheceu e se envolveu com Félix? Talvez tenha sido
ontem? Parece que foi à tarde, então isso significa que sua história de amor durou a noite
toda. Isaac gemeu baixo, percebendo que esteve com ele por várias horas e fazendo sexo!
Claro, poderia colocar toda a culpa nos ciclos de calor, deles. Mas ainda assim é terrivelmente
embaraçoso! Mais ainda porque a princípio não se interessou, porque ele era o inimigo e
estavam em uma casa destruída… E porque, isso significava que ele não era diferente de outro
Ômega. Ele perdeu toda a razão e, simplesmente, se deixou levar. Pedindo por mais.
Quanto mais ele pensava, mais seu rosto queimava e não conseguia levantar a cabeça.
— Poderia vir me buscar.
— Porra, você pulverizou todos os seus malditos feromônios Alfa o suficiente para
impedir alguém de entrar no prédio por um mês, e agora eu sou o culpado? Demorou muito
para entrar em contato com você! Você é um grande filho da…!
Noah gritou com uma grosseria que ele ignorou no instante em que tirou o aparelho do
ouvido e deu um suspiro longo e cansado. As palavras ríspidas de Noah são difíceis de ouvir,
mesmo em momentos como esses.
Então, deixou que Noah se irritasse sozinho.
______________________
Continua…
Capítulo 67

Não importa quanto tempo passasse a energia de Noah não se perdia nenhuma vez…
Embora fosse verdade que ele estava xingando com cada vez mais dificuldade, então, só então,
Félix teve coragem de colocar o dispositivo de volta no ouvido.
— Você está muito temperamental hoje.
— Droga! Graças a VOCÊ estou tendo um derrame!
— Você está falando muito alto, sério. Não tenho tempo para isso, então vou perguntar de
novo, como foi a missão?
Félix cortou as palavras de Noah completamente, como se não tivesse tempo suficiente
para absorver mais informações depois de toda aquela situação estranha com Theron, o
Ômega e o que aconteceu com seu RUT. Há um breve silêncio no ambiente, então ele
respondeu:
— Alguma vez nós falhamos?
A resposta irritada de Noah levou Félix a estalar a língua e então, como se estivesse
querendo muito isso, ele simplesmente agarrou a cintura de Isaac com os dois braços na
tentativa de começar a acariciá-lo novamente. Isaac, inconscientemente nesse ínterim, tenta
colocar os dedos nos seus para corresponder às carícias… Mas percebe que seu pulso não
consegue se mover por isso, sentado de costas para ele e ainda incapaz de segurar totalmente
o ritmo da conversa, fecha os olhos e tenta colocar ordem sua cabeça.
Ele teve que ficar parado enquanto Félix falava com Noah, fazendo a mesma cara séria que
ele viu da primeira vez.
— Bem. Eu gostaria de falar mais sobre isso, mas primeiro, quero que me faça o favor de
mandar um helicóptero e fazer uma reserva no hospital. Tenho que levar Isaac para fazer
exames.
— Ele já se lembra de ti?
—… Nós veremos.
Após aquela curta resposta, Félix olhou para Isaac enquanto ele ignorava uma nova onda
de insultos que viajava direto para seu ouvido. Logo ele removeu o comunicador e desligou-
o para que pudesse colocá-lo de volta nas calças.
Isaac não consegue se levantar ou sentar-se corretamente. Ele ainda não consegue olhar
para os olhos de Félix de forma direta, então seus pensamentos permanecem sendo apenas
isso…
— Oh, é difícil olhar para você neste estado sem ficar nervoso.
Ele estava literalmente olhando para ele como se fosse um cachorrinho que foi
repreendido por fazer algum estrago, então, Isaac, que parece um pouco envergonhado com
tudo isso, deixou-o chegar perto dele e tocar suas costas o quanto quisesse. Ele geme… Parece
ter ficado tão entusiasmado com os feromônios que ainda está um pouco sensível e dolorido
com isso. Como tudo dentro e fora lateja ou arde…
— Dói? Ainda está inchado.
As pontas dos dedos tocaram a cabeça de Isaac com muito cuidado, como se estivesse
manuseando um recipiente de cerâmica muito delicado. Ele analisa, verifica seu couro
cabeludo e, de repente, ele tem uma expressão completa que revela raiva, irritação e
ansiedade. Bastante fúria.
Então, enquanto continuava a olhar e a revisar com ternura seu ferimento, Isaac não
conseguiu dizer uma única palavra. Ele não conseguia tirar aquela mão ou pelo menos tentar
fazer com que se afastasse dele.
Alguém já cuidou dele com uma cara tão ansiosa? De repente, surgiu esse tipo de pergunta
para a qual, claro, a resposta foi não. Na verdade, ele raramente recebeu esse tipo de
gentileza de outras pessoas e embora seu pai fosse uma pessoa muito amigável, amoroso e
atencioso… Ele se foi, então não havia ninguém com quem ele pudesse compará-lo.
Uma pessoa que revela ter puro afeto o está tocando em uma parte que dói. E como ele foi
ferido nesse local em primeiro lugar? Afinal, ele não era fraco o suficiente para ter cicatrizes
ou hematomas. Também não era o tipo de pessoa que gostava de receber conforto, gentileza
e coisas assim, é claro, a gentileza e a ternura que aquele homem estava lhe dando se
tornaram cada vez mais desconhecidas e até mesmo, algo que evitava… Mas agora, embora
esteja preocupado com as mãos ansiosas de Félix, ele não as afastou. Não removeu os dedos,
nem faz nada mais do que se mover de um lado a outro.
—… Está bem.
Depois de um longo tempo, sussurrando através dos lábios aparentemente secos, Félix riu
e disse:
— Temos que nos apressar. Vamos para o hospital, eu solicitarei um exame médico
completo para você. Os helicópteros estão chegando, então comece a se vestir.
Então, Félix começa a ajudá-lo com as roupas como se fosse uma criança que precisa ser
conduzida pela mão. Ele levanta Isaac, estende os braços e as pernas para ele e até pede para
ele inclinar um pouco a cabeça… E então, quando o som do helicóptero vem de longe, Félix
agarra as bochechas de Isaac e junta ambos os rostos e beija levemente a ponta de seu nariz.
— É estranho… Você é igualzinho ao meu Isaac, mas ele se foi. Isso é confuso e irritante.
São palavras que ele não consegue entender, então Isaac não diz nada.
— Vamos lá.
Então, de repente, ele olhou para cima e, pegando a mão de Isaac e segurando-a
firmemente entre as suas, Félix, que agora decidiu entrelaçar os dedos com os seus para
dificultar a fuga, deu um passo reto para que os dois pudessem começar a andar pelo
corredor escuro. Suas costas, embora esteja um passo à frente, estão vagamente esculpidas
na retina de Isaac.
É lindo, então parece um bom momento para fazer seu coração chorar.
— Então, onde está aquele bastardo agora?
Assim que chegou em casa, a primeira pergunta que Félix fez depois de tirar as ataduras,
tomar banho e trocar de roupa foi justamente sobre o maldito pai. Foi a primeira vez que Noah
o viu depois de tudo o que aconteceu na Disneylândia e na cabana, mas o homem parece tão
cheio de irritação e fúria que ele simplesmente tem que concordar e não dizer nada.
Afinal, ele nunca foi um homem que perdia tempo com palavras gentis ou boas-vindas.
— Não sei.
—… Com licença? Você não disse que já o tinha aqui com você ou algo assim?
— Não me lembro de ter dito algo assim para você. Na verdade, não consegui nem mesmo
encontrá-lo da primeira vez… Foi Isaac quem descobriu a localização. Não eu.
— Isaac?
Noah, que estava sentado em uma posição bastante relaxada em uma cadeira de madeira,
acenou com a cabeça enquanto batia na tela do laptop:
— Ele disse que alguém o ajudou com isso, e na verdade foi muito útil.
Félix estreitou os olhos. Que contato Isaac teve que foi bom o suficiente para achar algo que
nem Noah podia encontrar? Ele deve ser um grande homem se conseguiu encontrar a
localização precisa, de modo que não pode deixar de ficar se perguntando quem ele é e de
onde é. Bem, não é completamente estranho também. Claro, ele era um capitão da Marinha,
então ele pode ter muitas conexões espalhadas aqui e ali. É óbvio que se trata de alguém que
trabalha na Marinha.
Mas…
— Ah, eu não tenho ideia. Eu sou muito ciumento, então eu apago todos os nomes e rostos
de outros homens assim que Isaac os menciona ou os apresenta a mim. Isso me ajuda a
dormir.
Inadvertidamente, ele sacudiu o ombro direito, e o moveu para cima e para baixo,
caminhou até Noah até que seu rosto estava quase completamente colado ao monitor. Seu
corpo ainda parecia bastante desconfortável, mas ainda havia muito trabalho a fazer antes
que pudesse se lamentar disso.
— Descubra onde Theron está e faça isso agora. Mesmo que leve o dia todo e a noite toda…
Ele tem o meu sangue.
Só de pensar nas coisas que poderia fazer com isso (a amostra de sangue), Félix se
levantou com um tremor visível na coluna e bebeu metade de um copo de uísque em apenas
alguns segundos. Noah, que estava olhando para ele, também suspirou enquanto deixava
todo o seu cabelo cair para frente.
— Sempre soubemos que ele era louco.
— Droga, eu ainda não consigo acreditar. Noah, ele não é apenas louco. Ele planejava fazer
um clone de Elena! Como ele pode pensar em algo tão estúpido como isso?
Noah suspirou fortemente enquanto ele analisava as palavras de seu primo:
— Há muitos loucos no mundo, querido… Pessoas piores do que você e eu.
— Então é por isso que você tem que localizá-lo. Eu não acho que ele decidiu voltar para
a Itália como se nada tivesse acontecido, ele ainda deve estar por aqui.
— Como você pode garantir que ele não desistiu? Quero dizer, eu já teria feito algo.
Noah, que encostou as costas, olhou desconfiado para Félix enquanto ele girava sua bebida
de um lado para o outro antes de engoli-la novamente.
— Por que… Ele é um cara muito obsessivo. Ele não pode desistir da lista do vovô. Por que
ele está tão interessado nela em primeiro lugar?
— Ele vai pensar que é a melhor maneira de esmagar o vovô e você. A organização. Algo
maluco assim.
Enquanto ouvia as palavras de Noah, Félix balançou o copo mais uma vez para fazer o gelo
bater um no outro… Os lábios elegantes do homem se esticaram por um longo tempo, como
se quisesse falar, ou beber, ou morder a língua, mas não foi capaz de fazer nada parecido. Sua
pupila, por outro lado, brilhava com uma força impressionante. Como uma pessoa que sente
alegria na expectativa de poder atacar seu inimigo.
Claro que seu plano não era fugir do controle. Ele nunca pensou que Theron sairia de lá
quando Isaac chegasse… No entanto, a conclusão que chegou foi o fato de que Theron era
mais inteligente do que ele imaginava. Amarre-o, drogue-o, vire tudo contra ele…
Um filho da puta inteligente.
— Como está Isaac?
Noah olhou nervosamente para Félix, que ainda estava muito focado em seus planos
contra Theron para pensar em outra coisa. No entanto, foi só depois de ouvir o nome de Isaac
que os olhos azuis de Félix escaparam da loucura em que estavam e brilharam com uma luz
completamente diferente. Embora não tenha sido algo muito agradável por se dizer.
— Fizeram exames diferentes… Não há trauma, exceto uma concussão bastante leve. Eles
não puderam me dizer se o problema dele era por causa disso ou por uma questão
psicológica, apenas… Não podem saber com certeza quando voltarão suas memórias.
Noah franziu a testa e esfregou o queixo por um longo tempo… O problema de sua perda
de memória os afetou de muitas maneiras diferentes e o mais óbvio para todos foi que ele
havia perdido todo o controle de seus feromônios. Mesmo o Beta, que dificilmente é afetado
por eles, escapou do hospital sem ousar nem mesmo entrar no corredor… Noah não
precisava tomar mais nenhuma providência para isso, obviamente, mas ele estava muito
preocupado que Isaac pudesse se machucar.
Eles pensaram que quando ele fosse exposto aos feromônios de Félix, seria estimulado o
suficiente para que suas memórias pudessem voltar aos poucos, mas sem sucesso.
Aparentemente, nem mesmo um RUT o trouxe de volta.
Ele estava seguro no pequeno espaço que haviam criado, mas era uma pena que ele ainda
não tivesse recuperado suas memórias perdidas. Ainda mais, quando tinha coisas realmente
importantes nelas.
— Por que não leva Benjamin com você?
Noah, que por muito tempo ficou preocupado com o que deveria fazer ou não, abriu seu
discurso com cuidado e esperou… Mas Félix balançou a cabeça quase imediatamente. O som
de gelo batendo em seu copo adicionou tensão ao espaço fechado.
— Não contei a ele sobre Benjamin de propósito. Talvez ele ache ainda mais difícil lidar
com o choque se acrescentarmos que ele teve um filho. Não sei.
— Oh…
— Mas quando eu disse a Isaac que havia perdido minha memória, ele já sabia que ele era
um Ômega. Ao dizer-lhe que estava ligado a mim, ele se tornou passivo e começou a conectar
os pontos. Me Pareceu que baixou a guarda…
Sua expressão, aparentemente chocada na medida do possível, ainda é claramente visível
na frente dele quando fecha os olhos.
— Porém, ele não é Isaac. Ele é um homem estranho e desconhecido e se eu contar a essa
pessoa que tem um filho, não é óbvio que pode reagir de forma confusa? Além disso, pode
ser um golpe para Benjamin. Imagine que seu pai, aquele que não para de dizer que te ama e
que te abraça todos os dias, se torna uma pessoa diferente de um momento para o outro e
não consegue te reconhecer. E se ele parecer estranho? E se disser que não se lembra? Pode
ser uma cicatriz profunda para a criança e ele não precisa disso.
O rosto de Noah escureceu com a explicação de Félix.
— Isso… Eu acho que é uma possibilidade.
Noah, que realmente ama Benjamin, ficou chocado ao saber que o menino pode se
machucar. Ele definitivamente não quer que isso aconteça, então permanece em silêncio
enquanto observa Félix esvaziar o copo de álcool diluído com gelo sobre a boca. A sensação
de queimação que aquece sua garganta sobe para a língua, apesar de estar fria.
— Então pense nisso e se prepare, porque vamos voltar para casa.
Quando Félix colocou o copo vazio na mesa e mudou de assunto, ele abriu seu discurso e
deixou Noah absorver a informação lentamente.
— Wo, o que vamos fazer então? Vamos mover os empregados ou algo assim? Benjamin e
vovô podem estar em perigo se Isaac…
— Mas não vou mantê-lo em um hotel para sempre. Nem vamos ficar nesta maldita casa
alugada enquanto esperamos as respostas caírem do céu. A verdade é que estamos mais
expostos aqui, todos nós. Um local inimigo.
— Sim… — Noah tinha pensado que voltar para San Diego era a coisa errada a se fazer
porque eles não haviam terminado o trabalho. No entanto, também era verdade que ficar em
um hotel dificultava a segurança.
— Então, quando vamos fazer isso?
— É melhor encontrar alguma estabilidade para meu marido, por isso vamos ficar no
hospital por pelo menos algumas noites.
— Espero que as memórias dele voltem logo.
Noah disse isso bastante ansioso, mas Félix se levantou sem responder. Talvez tivesse que
encontrar Vincenzo para lhe contar sobre a situação atual e ver se Benjamin e a Sra. Parker
estavam bem…
Ah, havia tantas coisas para fazer e realmente não havia tempo.
— Encontre Theron.
— Estou procurando…
— Como seus mercenários foram exterminados, ele certamente tem pouco material e
armas. Não há muitos lugares onde ele possa se esconder.
— É fácil dizer.
Noah balançou a cabeça, mas parecia mais focado em seu computador do que em lutar.
Ele ia dizer mais alguma coisa, mas Félix virou seu corpo antes disso. Segurando a jaqueta na
mão e mantendo os lábios em uma linha reta e silenciosa.
__________________________
Continua…
Capítulo 68

Foi uma manhã movimentada.


A enfermeira balançou a cabeça enquanto caminhava pelo corredor e olhava as notas
médicas. Ela tinha um prato de comida nas mãos, um potinho de remédio e estava
absolutamente pronta para levá-lo ao paciente recém-admitido ontem antes de assinar sua
folha de liberação.
Estava na frente da porta do quarto. Antes de chamar, a enfermeira, que geralmente
verificava o relógio em seu pulso para ver quando seu turno acabaria, suspirou brevemente
e fechou os olhos por um momento. Ela tem o rosto de uma mulher que trabalhou a noite
toda, então é óbvio que está cansada o suficiente para querer ir para casa logo. No entanto,
apenas sacudiu a preguiça e bateu na porta.
— Sr. Sinclair, é hora de comer. Vou verificar seu soro também.
A enfermeira, que abriu a porta com dificuldade, olhou em volta e observou a sala
ligeiramente escura. Tudo está quieto e as cortinas estão meio fechadas de modo que o
interior da cama não fica visível.
— Sinto muito filho, mas você tem que tomar o remédio na hora certa.
A enfermeira baixou um pouco a cortina, pedindo paciência por parte do paciente e que
ele tentasse se inclinar pelo menos um pouco para colocar a bandeja… Mas ela não conseguiu
continuar falando. Seus olhos redondos estavam arregalados porque não havia vestígios do
homem que antes parecia estar muito doente. A enfermeira, surpresa, olhou em volta e foi
até o banheiro para procurá-lo lá também… Mas tudo estava em silêncio.
Seu rosto cansado foi ficando cada vez mais escuro. Inferno, o que você vai fazer? Disseram-
lhe que há um problema com a memória do paciente, então ela estava tendo todos os tipos
de pensamentos perigosos no momento.
A enfermeira olhou para o lençol novamente. É como se ninguém nunca tivesse existido
lá em primeiro lugar. Isso foi perfeitamente arrumado. Colocou a mão… Nem sequer sente o
calor. Sua cabeça estava em branco. Onde havia errado? Ela verificou os sinais vitais ao lado
da cama. A máquina não apagava e acendia no escuro. A campainha quebrou…
Oh, meu Deus! Seu rosto rapidamente ficou branco. “O paciente fugiu!”
— O paciente! Segurança! Meu paciente não está aqui!
Gritando, a enfermeira saiu da sala enquanto procurava um guarda ou algum médico de
plantão. Era definitivamente uma noite mais tranquila do que o normal, havia enfermeiras
na frente dos quartos o tempo todo. Ela o estava vigiando do escritório, mas, bom, havia
muitos pacientes doentes e ela teve que consertar uma bomba de oxigênio. Não pode ser!
Além disso, visto que o marido do paciente não é uma pessoa normal, isso significa que todos
dentro do hospital estão em perigo? Oh… Claro! Se ele tem um guarda-costas, primeiro precisa
contar primeiramente a esse homem.
A enfermeira, que estava muito assustada, correu até a mesa e começou a ligar para os
parentes. Tomara que o paciente aparecesse em qualquer lugar e ficasse bem… Mas ela já
tem uma cara de choro impressionante.

Benjamin, que ficou longe do pai por pouco menos de uma semana, chorou muito alto
assim que viu Félix entrar na sala e estender a mão para ele.
Parece que o menino tem se sentido muito ansioso desde o que aconteceu na
Disneylândia, então obviamente Félix tem dificuldade em acalmá-lo corretamente e continua
a embalá-lo e carregá-lo enquanto lhe diz muito que lamenta e beija a sua cabeça uma e outra
vez.
Era urgente encontrar Theron, claro… Mas seu filho é muitíssimo mais importante do que
tudo isso, então faz uma grande mudança em sua agenda para poder estar com ele.
A criança não quer deixá-lo ir por nada neste mundo, então dorme ao seu lado e só acorda
quando sente uma enorme cascata de beijinhos caírem em sua pele. Ele quer agir
normalmente, então toma café da manhã e assiste TV com Benjamin, como de costume.
Tomam banho, conversam sobre seus brinquedos e, no final, vão brincar juntos.
Assim que viu Félix na noite anterior, o menino chorou até que seus olhos ficaram
terrivelmente inchados e vermelhos. No entanto, ao contrário de ontem, ele teve energia o
suficiente para correr cinco voltas ao redor da mesa sem cair nenhuma vez. Vai para um
canto, se prepara e joga uma bola para seu pai enquanto ri alegremente.
O telefone tocou quando ele disse ao filho para estender as mãos… O nome Noah apareceu
no visor do celular.
Ficou bastante preocupado, qual seria o motivo que o levou a ligar naquela hora e, claro,
quando Benjamin corre em sua direção para lhe entregar a bola e se jogar sobre seu peito
para dizer que está com muito calor, ele força os lábios para sorrir.
— O que aconteceu tão cedo?
— Ei, foda-se. Como você viveria sem mim, seu pedaço de coisa? Quero que pense um
pouco sobre isso antes de responder qualquer coisa. Quer saber? Acho que fui eu quem te
salvou em sua vida passada, então mostre um rosto agradecido. Você tem sorte que…
— Deus, vá se fu… Vá direto ao ponto.
Na medida do possível e ainda com a criança em seu pescoço, Félix tenta cortar a fala do
grande salvador do mundo para passar às coisas importantes… Mas Noah estava animado o
suficiente para falar sem parar e querer ouvi-lo um só segundo. Estranho, muitas vezes esse
homem está dormindo a esta hora.
— Bem, agora, obrigado por existir. Todos nós apreciamos isso. Diga-me o que aconteceu.
— Eu encontrei Theron.
Noah, que falou muito rápido, riu alto como se também não pudesse acreditar. É uma
loucura! E, no entanto, em contraste com o que ele queria gritar, um sorriso suave que se
espalhou pela boca de Félix e não parece querer ir embora facilmente. Benjamin decidiu
correr com uma bola maior que seu corpo nos braços.
— Onde?
— Perto de Los Angeles. Tony contatou uma empresa que contratava principalmente
mercenários e que aparentemente era sua. Eles têm parte da sede justamente nessa área.
Félix, que recebeu uma bola lançada por Benjamin, teve que ligar o alto-falante de seu
celular para poder estender novamente as mãos em direção ao menino e deixá-lo se jogar
com força em sua direção. Ele estava rindo alto, aparentemente encantado com o
improvisado jogo de futebol. Félix riu também.
— Talvez porque ele nasceu e foi criado nos Estados Unidos, ter escritórios aqui é mais
fácil do que se mudar para a Itália. Além disso, ele tem muitos contatos porque seu avô
também era membro da máfia siciliana.
A voz de Félix é suave e gentil, mas o garoto não consegue entender a conversa, então ele
se inclina um pouco mais perto para tentar ouvir. Ele está muito zangado e nervoso, então
tenta ser muito cuidadoso com sua voz quando diz para ele fazer de novo.
Benjamin corre de volta para o canto, a bola cobrindo a maior parte de seu rostinho. É
muito engraçado e fofo que uma bola possa fazer seu filho tão feliz, então não se contém e
volta a sorrir. A bola volta a voar e Félix, que a recebeu com delicadeza, ergueu o polegar em
sua direção e disse que ele estava fazendo muito bem. Portanto, mesmo com esse pequeno
elogio, Benjamin parece tão animado que não sabia o que fazer. Se seu pai parecia ter gostado
de seu lançamento, então com certeza deveria fazer melhor da próxima vez!
E foi buscar a bola novamente:
— Prepare-se para sair daqui a pouco.
— Okay, Lucca vem também.
— Tudo bem.
Depois de uma conversa bastante amigável com Noah, Félix se levantou e reposicionou o
menino contra seu torso para que pudesse falar com ele… Parece um dia muito bom para
pegar alguém e talvez matá-lo.
— Benjamin, amor, tudo bem se você for para casa primeiro? Vou assim que terminar meu
trabalho.
______________________
Continua…
Capítulo 69

Quando disse que precisava ficar mais um pouco por causa do trabalho, Benjamin revelou
um rosto completamente triste. Ele fez beicinho e logo parecia que seus olhos haviam se
enchido de lágrimas…
Félix segurou a bola com uma das mãos para que pudesse jogá-la e se dedicou totalmente
a abraçar o menino que havia se transformado em uma pequena bola trêmula.
— Ei… Mas você gosta de ficar com o vovô e a vovó, não é? Além disso, você pode cuidar
da casa enquanto eu vou buscar o papai.
— Se eu for para casa… Você virá com o papai na próxima vez?
Os olhos do menino brilharam com as palavras de Félix. Parece que certamente sente muito
a falta de seu pai Isaac.
— Sim, eu vou. E a Disneylândia? Você realmente gostou certo?
O menino concordou.
— Tony me disse que você estava muito triste porque não pudemos ver todas as atrações,
então que tal isso? Além de levar o papai para você, prometo que voltaremos no mês que
vem. Vamos visitar todo o parque.
Com uma oferta tão generosa, a criança não tem escolha a não ser balançar a cabeça várias
vezes.
— Para Toontown?
— Será o primeiro lugar.
Toontown, na Disneylândia, é um lugar temático popular por ter uma réplica exata da casa
de Mickey Mouse e também das casas de todos os seus outros amigos. O menino disse que
realmente queria conhecê-lo e estava honestamente zangado por não poder comparecer na
primeira visita. Algo natural para alguém que se considerava o fã número um do Mickey
Mouse.
Benjamin então levanta a mãozinha, estende o dedo mindinho a Félix, promessa?
Os dedos do seu filho são tão fofos e rechonchudos que Félix imediatamente levanta a mão
e coloca o dedo mínimo em volta do dele.
— Benjamin é um menino muito forte, não é? Então, acredito que você vai cuidar de seus
avós assim como eles vão cuidar de você. E depois do trabalho do papai, vamos ter um jogo
de bola muito mais demorado que o de hoje, ok?
— Uhum!
— Meu menino valente.
Félix beija as bochechas macias de Benjamin repetidamente até que ele começa a rir e se
contorcer descontroladamente em seus braços. Ele então o leva para Jéssica, que estava
dando a eles o espaço necessário ao esperar pacientemente em outra sala.
— O Sr. Felice encontrou o boneco? Ele parecia um pouco bravo com isso outro dia.
Jéssica abriu o discurso como se não soubesse de que outra forma começar a falar com
ele… Mas Félix, que não tinha ouvido falar em algum tipo de boneco, imediatamente se
aproximou para perguntar mais um pouco.
— Boneco? De que boneco está falando?
— Oh, eu acho que eles não te contaram ainda.
Quando ela percebeu que Félix não tinha a menor ideia do que estava falando, Jéssica
pareceu um pouco envergonhada na frente dele. Seu olhar estava bastante ansioso, então,
Félix, que estava tentando tirar um pouco da tensão do ambiente, apenas sorriu com uma
cara um tanto suave… Embora, claro, muitas dúvidas surjam sobre isso.
Vincenzo está procurando um boneco. O que diabos isso significa? Ao retornar ao hotel, ele
viu o homem caminhando apressado segurando uma cesta de lixo nas mãos, mas na verdade
não disse nada. Sua mente está em outro lugar, como sempre.
— O que aconteceu com ele?
— Parece que quer encontrar um boneco do Mickey Mouse que deu a Benjamin quando
ele veio da Itália. Eu ouvi falar, mas não estou totalmente certa disso.
— Haa…
— Estou preocupada que seja algo mais importante do que parece. Lamento incomodá-lo
com isso também! Não sei, talvez não seja nada.
Com um olhar preocupado, Jéssica deixou escapar tudo isso com cautela enquanto Félix
apenas ria e assentia.
— É só o vovô sendo o vovô. Não se preocupe muito com isso… Na verdade, eu queria te
agradecer. Por cuidar de Benjamin. Sabe, parece que foi difícil.
— Nem um pouco, estou acostumada… Mas, por favor, tenha muito cuidado.
— Sim, eu terei.
Então, ao estender a mão para entregar o menino à vovó, ele beijou a bochecha de
Benjamin uma última vez antes de se dirigir imediatamente para a saída.
— Promessa!
— Promessa.
Enquanto caminhava para o sedan que estava esperando em frente à porta do hotel, seu
cabelo dourado voou ao vento até cair em seus olhos e bochechas.
Embora estivesse soprando um ar bastante poderoso, a sensação que deixou por toda a
sua pele era fresca e bastante aconchegante. No entanto, ao contrário do dia claro e
ensolarado, Félix tinha um rosto frio e duro. Mesmo jogar bola com seu filho não tinha
conseguido acalmá-lo direito…
— Jack, vamos primeiro ao Noah. Lucca também está esperando.
Jack, que segurava o volante com as duas mãos, não parecia ter uma expressão facial. Era
uma aparência que combinava perfeitamente com seu humor.
No outro dia, ele foi um dos homens que participou junto com Lucca do ataque pegar
Theron e derrotá-lo… Porém, de repente ele desapareceu em meio a todo o tumulto e se
escondeu como um rato. Jack era tão orgulhoso quanto Lucca, então era natural que ele
tivesse aquela cara.
— Não cometerei erros desta vez, senhor.
— Não foi culpa sua.
— Foi sim. Eu perdi o cara que sequestrou o chefe.
Jack pisou fundo no acelerador, com as mãos segurando o volante com força e a cabeça
erguida… Desta vez parece ser um trabalho de vida ou morte, então, Félix, que estava
olhando para o homem que parecia estar queimando de vontade e raiva, encolheu os ombros
e começou a rir:
— Você faz uma voz muito estranha quando fica todo sério: ’Não cometerei erros’.
— Estou falando sério!
— Ok, entendi, então dirija com cuidado, os mortos não podem lutar.
Ao contrário de Jack, que tem muito peso sobre seus ombros, Félix bate a testa contra a
janela repetidamente até fazer um som bastante oco. Ontem de manhã, ele estava tão
concentrado em abraçar Isaac que não conseguia pensar em mais nada, então agora, um dia
depois do ocorrido, percebe como sua mente estava lenta e corre com a mesma urgência para
encontrá-lo. Era difícil quando ainda tinha a sensação do que havia acontecido! Isaac ainda
está em seu corpo. Os feromônios derramados estão flutuando em seu nariz e seus lábios
parecem ainda estar quentes sobre a boca dele… Mas ele não o tem lá com ele.
Não é como se ele simplesmente estivesse com raiva, mas também sente como se estivesse
sem tempo.
— Não me fodam…
Era seu pai biológico. Depois de tudo, Theron era seu maldito pai e por isso a máfia
concedeu-lhe uma espécie de santa indulgência, como uma regra implícita. Assim, embora
pudesse ser considerado um crime aos olhos da organização, ele queria matá-lo com tanta
força que até se tornou incontrolável e estúpido. Ele foi sequestrado porque estava lidando
com um desejo egoísta e até mesmo Isaac foi ferido e perdeu a memória, por causa dele…
Portanto, pensa que não vai desistir. Não vai desistir e ele pagará por tudo que arruinou.
Duas, três, cem vezes mais. Contanto que possa terminar o relacionamento tedioso que ainda
tem com Theron, para sempre.
Félix suspirou.
Às vezes, também deseja uma vida tranquila e normal. Com um trabalho, chato e feio, mas
com Benjamin nos braços dizendo que é muito bom e quer brincar mais…
Lembrando-se da noite que passou com ele, recostando-se e segurando sua mãozinha ele
parecia não ter mais pesadelos, Félix fechou os olhos e suspirou profundamente.
Isaac, que não estava ao seu lado, fez com que fosse um momento verdadeiramente triste.
Assim que chegaram ao ponto de encontro, descobriram que Lucca estava com um
ferimento à bala no braço quase no mesmo nível do ferimento de Félix. No entanto, ele estava
com curativo.
Como Jack, Lucca perdeu todo o orgulho alguns dias atrás na frente do inimigo principal,
então não importa se eles o virem lamber suas feridas e ter pena de si mesmo.
— Não quero reclamações ou perguntas, todo mundo deve saber o que fazer.
Félix tira o casaco e diz uma palavra curta, mas absolutamente assustadora. Então, assim
como Isaac havia feito, ele vestiu um colete à prova de balas e um cinto no qual enfiou todas
as suas armas favoritas.
Mais uma vez, todos os homens, exceto Tony, o cumprimentaram como se ele fosse o
capitão da missão e lançaram um olhar tenso e preocupado. Como a preparação antes de
uma guerra intensa. Uma atmosfera de raiva e tensão em vez do cansaço anterior.
Félix caminhou lentamente para a caminhonete enquanto Lucca e Jack o seguiam como se
fosse um plano silencioso. Noah estará com eles dando as coordenadas, Vincenzo e Tony se
encarregarão de levar Benjamin e Jéssica em segurança para San Diego.
Ou essa era a ideia.
— Podemos falar?
Pouco antes de abrir a porta dos fundos, Vincenzo falou em voz bastante baixa, deixando
os braços totalmente estendidos no ar. Como se pedisse misericórdia para não morrer.
Félix suspirou profundamente.
— O que faz aqui?
— Eu…
— Vovô deveria estar procurando o boneco antes de vir me enfrentar.
Assim que chegou em casa, Félix ouviu a história do boneco Mickey Mouse, do começo ao
fim. Claro, Noah explicou tudo isso o mais lentamente possível, mas com uma cara um tanto
complicada. Era óbvio que Vincenzo ainda não havia encontrado o boneco idiota e também
estava bastante claro que ele não parecia querer admitir a culpa por todos estarem prestes
a ir direto para o inferno.
— Eu só quero falar sobre a minha ideia, droga!
Porém, sem ser notado pelos outros, Félix segurou o ombro de Vincenzo e apertou até
causar uma dor intensa em seus ossos. Era uma ameaça não verbal, mas que o fez franzir a
testa até certo ponto.
— Esta não é a hora, sério. Apenas saia daqui e faça o que estou mandando.
Mas Vincenzo, que mordeu a língua enquanto o olhava com uma expressão realmente
dura, o encarou sem baixar a guarda até que Félix não teve escolha a não ser relaxar os lábios
e fingir sorrir. A mão passou do ombro para as costas.
— Inferno, isso não importa mais. Você e eu somos muito parecidos. Afinal, havia algum
outro homem me criando?
— Eu entendo… Mas acho que me culpar não é…
— Eu te culpo, então, fique quieto e saia daqui. Vovô, o senhor tem que encontrar o boneco
e ficar seguro. Sim? Eu vou cuidar de Theron.
Depois de responder, Félix saltou em direção ao veículo sem esperar mais nenhuma
palavra de Vincenzo… O homem fica pálido, mas com muitas emoções que parecem difíceis
de descrever.
Seu filho lhe deu as costas.
_______________________
Continua…
Capítulo 70

Sentado em um veículo bastante barulhento, Félix estava conversando com Lucca, Jack e
alguns outros subordinados. As informações de Noah eram perfeitas e precisas, então não
parecia haver nenhum grande problema…
Eles estavam no meio do caminho.
De repente, um som estranho veio do seu lado direito: Lucca estava dormindo, então ele
roncava como um animal selvagem. Do outro lado, alguém estava batendo na parede para
ver se a ventilação estava aberta e então, para variar, a voz de Noah começou bem alta em
seu aparelho auditivo.
Ele parecia inquieto.
— O que foi Noah?
Os sons barulhentos do carro se misturam à sua própria voz e ao barulho constante do ar
condicionado. A paciência de Félix estava atingindo um limite perigoso.
— Oh merda. O que eu faço? O que vamos fazer?
— Primeiro, acalme-se.
A voz de Noah parecia bastante oprimida pelo que quer que estivesse acontecendo. Félix
estalou a língua e descobriu que estava experimentando um terrível ataque de pânico, então
pediu a ele que respirasse junto com ele. Lento. Logo, o som do jovem vai além do ponto
limite até que ele acaba exalando muito.
Gritou:
— Isaac escapou do hospital!
No início, Félix se sentiu um pouco surdo. Certamente era um assunto difícil de acreditar.
—… O quê…? Do que você está falando?
— Ele desapareceu sem deixar vestígios!!
Noah fala alto e em tom de dor total, mas Félix não consegue fazer um único gemido. Sua
garganta parecia estar apertada e queimando… Parece que um balde de água fria foi jogado
bem sobre sua cabeça.
Jack e Lucca, que haviam acordado com a insistente pergunta do homem sobre o mapa,
ergueram a cabeça e ergueram suas palavras para ele… Mas ele nem percebeu. Félix caiu,
mal se segurando o assento.
— Senhor!
— A enfermeira veio esta manhã e descobriu que a cama estava vazia. Recebi uma ligação
de um dos homens que colocamos para cuidar dele e ele explicou tudo. Ele disse que não
sabia de nada. Eles fecharam o hospital para verificar o andar, mas ele definitivamente não
sabia. Ele estava lá Félix! Agora não está!
— Como ele fugiu?
— Pela janela. Eu também não queria acreditar, mas…
— O que os malditos guardas estavam fazendo para deixá-lo escapar!!!? O que eles
estavam fazendo quando a única ordem era ficar de olho nele!!? AH! Aqueles idiotas!
Não surpreendentemente, Félix agiu como se de repente tivesse decidido explodir. Ele
está de pé com a mão sobre o rosto enquanto grita e pragueja continuamente até chegar a
um ponto onde já é insuportável… E então, para uma mudança, um feromônio realmente
impressionante começou a sair dele, causando Jack e Lucca, que estava bem ao seu lado,
abrirem a boca como se quisessem começar a perguntar sobre o motivo da raiva. Eles não
fizeram, é claro. Eles nem mesmo tiveram uma chance.
Só Noah, que começou a chorar como se não pudesse respirar direito, foi capaz de fazer a
raiva de Félix diminuir pelo menos um pouco… Embora ele ainda parecesse que poderia
dobrar o pescoço de todos os homens no veículo se quisesse. E sem fazer o menor esforço!
Seu rosto estava vermelho, suas veias incrivelmente marcadas…
— Encontre ele.
—… Estou tentando.
— Você não vai tentar. Encontre-o. Primeiro… Não posso fazer mais nada, então o plano
continua como está. Vou buscar Theron primeiro e depois corro com você para buscar Isaac.
Fingindo não ter ouvido o gemido doloroso de Noah, Félix desligou o aparelho e se deixou
cair no assento de uma forma realmente pesada e selvagem. Encostando as costas na parede
para que possa baixar a cabeça e fechar os olhos… Seu peito sobe e desce até que causa um
suspiro profundo que soa mais como um grunhido: “AH!” O interior de sua cabeça está uma
bagunça! Se sente tonto, com náuseas e tão confuso que, em vez de se acalmar, parece que
seus pulmões estão sendo esmagados de forma perigosa.
A última aparição de Isaac diante de seus olhos foi terrivelmente silenciosa. Eu voltarei
logo, ok? Ainda há alguém que preciso perseguir. E quando lhe disse isso, o homem acenou
com a cabeça encantadoramente e fechou os olhos ao seu toque. Ele pensava que estava
bastante tranquilo e que talvez, possivelmente, ele tivesse começado a acreditar nele… Mas ele
desapareceu durante a noite. Saiu do hospital sem deixar vestígios, como se estivesse
evaporando. Não podia acreditar. Para onde ele foi?
— Ah, droga. Droga.
— Chefe… O que aconteceu? Quer que a gente… pare para respirar?
Jack o chamou de lado, mas logo seu braço se encheu dos dedos de Lucca, que o puxou
para dizer para deixá-lo em paz… Não é bom falar com ele em um ambiente tão incomum,
um silêncio pesado foi pressionado para todos os homens.
Não há ninguém que abra a boca porque ninguém é estúpido o suficiente para fazê-lo.
Uma época que parecia tão longa quanto a eternidade.
—… Umm… Precisamos mudar de estratégia.
Félix, que tinha sentimentos agitando-se como ondas em um mar violento, murmurou isso
em um tom surpreendentemente cansado. Então, abre os olhos e abaixa a mão que cobria
sua cabeça para revelar uma pupila azul cheia de irritação e raiva intensa.
— Eles podem usar qualquer arma e podem matar quem quiserem. Eu não me importo,
apenas… Mate todos e faça isso o mais rápido possível. Eu não quero ver ninguém morrer.
A voz, que afundou em sua garganta, era fria o suficiente para deixar todos atordoados no
lugar.
— Assim que você encontrar a amostra de sangue, traga para mim imediatamente. É a
principal prioridade. E Theron… Eles podem matá-lo, eu não me importo.
Lucca e os outros caras, os da frente, mostraram emoções surpreendentes antes da nova
ordem… Afinal, ele havia pedido que o trouxessem vivo primeiro.
Mais uma vez, eles mostram um coração fraco o suficiente para recusar.
— Se ele morrer, diga-me imediatamente. Eu preciso verificar por mim mesmo.
Os homens assentiram silenciosamente com a voz de Félix.
E então ele simplesmente se sentou novamente.

Os passos do homem eram bastante pesados. Um som absorvente no longo corredor do


hotel…
E quatro homens de bom físico e altura considerável caminhavam bem atrás dele.
Como um executivo de uma grande empresa, ele usava um terno elegante, mas bastante
justo. Gravata, sapatos sem sujeira e meias com diamantes. Ele parece um homem novo e
rico trabalhando para uma grande empresa recém-aberta. Pelo contrário, os outros quatro
homens que vão com ele parecem mais do tipo comum. Eles têm armas escondidas em suas
calças, principalmente pistolas.
O lugar onde o estranho finalmente para de caminhar é na cobertura, no andar mais alto
do hotel.
Ele estava em frente à porta dupla do quarto… A ação de apertar a campainha com a mão
enluvada foi tão rápida quanto o movimento de sacar a pistola que estava colocada dentro
da jaqueta.
No entanto, ao contrário de suas expectativas, não houve reação interna. Nem consegue
sentir o movimento.
Havia uma veia latejante na testa do empresário.
Ele olhou para trás e mandou um sinal com uma de suas mãos: Um dos homens avançou
rapidamente até o seu nível e segurou a maçaneta até que finalmente, após alguns
movimentos silenciosos, a porta da sala que estava trancada se abriu com um clique alto.
Os cinco homens sacaram suas armas imediatamente e entraram no quarto…
A porta dupla fecha-se com um estrondo quase doce e melódico, mas chega a deixar todos
nervosos… Cada um olha em volta com os ombros tensos e as mãos nervosas, mas, ao
contrário do que esperam, sangue e lágrimas, o interior da cobertura está excepcionalmente
vazio.
— Que porra é essa?
Um gemido baixo fluiu entre eles.
— Eles nos disseram claramente que estavam aqui.
— Tem certeza?
— Sim, claro. Arthur nos disse que eles planejavam fazer o check-out logo depois que o
garoto almoçasse, então é por isso…
POW.
O homem não conseguiu terminar de dar sua explicação.
De repente, bem ao lado de seu coração, uma abertura altamente impressionante fez com
que a carne se desprendesse de seu osso e o sangue derramasse até cair em pequenas gotas
no chão.
O homem olha fixamente para a aparência do buraco em seu peito, vira os olhos e no
minuto seguinte, cai contra o tapete ao ritmo de: “Merda!! O que é isso?”
Junto com palavrões e gritos de pânico, os homens rapidamente se esconderam atrás dos
móveis da sala. Então: POW!! Uma nova bala voa de uma parede e atinge terrivelmente o
próximo homem até que metade de sua cabeça esteja aberta.
Os três homens restantes apontaram suas armas na direção em que ela voou. Atentos.
Cabeça erguida, mas os dedos terrivelmente trêmulos…
Depois de passar pela entrada e pelo corredor que levava a outra sala, eles puderam ver
uma nova faísca que fez a porta de madeira explodir em alguns pedaços.
Um som é ouvido de dentro…
— O que diabos está acontecendo? Você estava esperando por nós?
O homem, que tomara a iniciativa de ir primeiro, perguntou tudo isso com voz carregada
de dúvida e terror. O resto dos homens na sala estavam olhando para ele com uma pupila
quase tão escura quanto alterada.
— Desculpe, não tenho certeza do que está acontecendo. Entrei em contato com Arthur
há apenas uma hora e ele parecia bastante seguro sobre tudo.
Os dois homens morderam os lábios e balançaram a cabeça. Não tem sentido. Graças a esse
tipo de informação, eles conseguiram invadir o hotel há alguns dias, quando toda a família
saiu de férias para a Disneylândia. A pessoa que se autodenominava Arthur era bastante fiel
a eles e acreditavam nele em absolutamente tudo.
Ele havia dito a eles que Félix estava a caminho para pegar Theron.
_____________________
Continua…
Capítulo 71

Ao descobrir o plano de Félix, Theron foi ao hotel para assassinar a sua família. Uma
ameaça por outra, possivelmente. Sem dúvida, diferente do comportamento de seu filho,
quem gosta de fazer tudo de um modo escandaloso e desorganizado, ele levou apenas alguns
amigos íntimos.
Na sala está Vincenzo, o filho de quatro anos de Félix, e sua sogra. Que imagem! Uma
mulher normal com um filho inútil que apenas baba e come. Além disso, Félix estendeu as
mãos para todos os que podem estar com ele. Seus amigos, seu primo, até braço direito de
Vincenzo, e esse Lucca. Ele planejava esmagá-los de uma forma terrível, o que sem dúvida
teriam pesadelos por toda a eternidade…
Então, do que se trata?
Os homens que estavam caindo como ratos diante de um gato invisível. Um franco-
atirador, escondido atrás da sala como um maldito covarde.
Podia ver o cabelo… Preto. Curto.
— É um… É só um! Não entrem em pânico ponham-se de pé agora!
Theron, conduzido por uma fúria terrível, atirou com velocidade e precisão suficientes
para esvaziar toda a munição em suas armas antes que pudesse se render. A baixou as mãos,
e tentou carregá-la novamente.
Foi como ele disse. Restava apenas um.
Existe apenas um ponto onde as balas os atingiram. Apenas um lado. Na verdade, foi fácil
ver. As mãos de um homem que se virou para apontar a arma atirou em alguém até que se
tornasse uma bolsa de sangue que transpira como se tivesse chovido sobre ele e então
apenas convulsiona. O choque pode ser por causa do sangramento excessivo.
Theron encostou-se à mesa e observou, estalando a língua diante do momento
desagradável. Não sabia que coisas fáceis de planejar se transformaria em algo assim. Claro,
os subordinados de Félix faziam parte do negócio de armas, então era bastante óbvio que
tinham brinquedos muito bons. Eles também deram um apoio generoso a seus homens, é
claro. Mas havia confiado demais e sua arma era simplesmente uma pistola com silenciador
contra um homem que deixou cair três sem demonstrar medo.
Um homem brilhante, mas muito calmo, sem dúvida.
Theron removeu o cartucho.
— Que merda você é?
Os nomes de Félix e Vincenzo foram os primeiros a aparecer em sua mente. Sem dúvida,
são adversários há muito tempo e são os homens mais forte que já conhecera. No entanto…
Nenhum deles parecia ser a causa ou poderia estar exalando os seus horríveis feromônios
de Alfa Dominantes em um golpe.
— Então…?
Theron pensou e pensou até que a cabeça começasse a doer. E então escutou um click… E
viu o responsável por tudo isso. Uma figura que há muito havia sido esquecida, mas o viu a
pouco tempo quando sequestrou Félix e o manteve em sua cabana. Ele que tinha matado
quase todos os seus subordinados e também quase o matou.
— Isaac?
— Exatamente, seu filho da puta.
O homem olhou em sua direção, com uma pupila negra muito profunda e fria.
Definitivamente, o Ômega de Félix! Portanto, um medo terrível o atravessar devido à
natureza da situação. Muito bem, devido, a única pessoa que poderia fazer isso parece
desfavorável.
Ele se lembrava muito bem, então Theron engoliu a saliva em seco com um golpe muito
forte. Félix disse que costumava ter algo errado com a cabeça dele? Problema de memória é
uma coisa tão estúpida… E foi por causa disso que saiu do seu caminho aquela vez,
esquecendo inclusive o que havia ido buscar. Seu marido, seu povo.
— Oh meu Deus. Não olhe para nada além da situação.
Fosse o que fosse às chances de sair vitorioso, não eram boas. Theron segurou a arma com
força em suas mãos e xingou palavras abusivas várias vezes, POW! Com um forte som de
impacto, sangue respingou diretamente do homem ao lado dele… Mas o inimigo estava se
escondendo novamente. Um tiro preciso que perfura a sua artéria em pouco tempo. Seus olhos
estão abertos. O rosto pálido e os lábios tremendo. O som pesado do corpo do homem,
sufocando com um fluxo interminável de seu próprio sangue que caiu no chão enquanto
morria, é muito difícil de suportar.
Theron, que escutou o golpe, mas não viu nenhum movimento, começou a suar frio em
segundos.
Agarrou a arma com uma só mão
— Chefe, porra!
O homem, que ainda estava parado ao seu lado, tremendo de nervoso tanto quanto Theron
estava fazendo… Claro, que não havia se dado conta até percebe que sua respiração estava
definitivamente mais rápida e sufocante.
Foi porque notou que o homem estava brincando de caça. Escondendo-se nas sombras,
avançando para fazê-los recuar.
O Ômega de Félix não era um Ômega comum, era uma maldita coisa que o perseguiu até o
fim para se dedicar a matar cada um de seus subordinados. Um a um. O único que ainda
respirava era um homem que nem sequer conseguia usar os braços. Havia atirado nele de
uma maneira que poderia jurar que escutou seus ossos se partindo.
— Misericórdia! Misericórdia, eu imploro! Por favor, me rendo! Por favor, tenha
misericórdia de mim!
O homem, que estava à beira do choque devido ao sangramento excessivo, grita e se move
de uma forma muito monstruosa. Pernas no ar. Pupilas dilatadas. Um rosto azul e um corpo
trêmulo, como os galhos de uma árvore nitrogenados pelo vento. Não está exagerando.
Depois de ser baleado com tanta força e sangrando como um pedaço de carne, sem contar
com a perda de três de seus colegas de trabalho, ele obviamente ficaria mais apavorado do
que qualquer coisa no mundo.
O perdedor começou a rastejar no chão, com a ajuda só de uma mão…
A sala ficou em silêncio. Só se escutava os gritos do homem que clamava por socorro
dizendo:
— Chega não farei mais! Chega não farei mais!
O homem fazia um barulho latejante cada vez que tentava escapar…
Seu grito desapareceu depois que os tiros foram disparados um após o outro. Golpeando-
se contra ele até que as costas do homem estivessem pintadas de vermelho e sua respiração
caísse em um chocante vômito de sangue.
Theron trocou o cartucho… É o último.
— Por que não sai agora maldito infeliz? Sou o único que resta! Venha aqui e fique cara a
cara comigo! — Theron, que empurrou o cartucho o mais forte que pode se viu forçado a
falar… Mas soava trêmulo.
— Você está tentando me matar como eles? Por que só não sair para brigar cara a cara
como a porra de um homem?
Então Theron franziu a testa. Quando o silêncio sufocante pairou sobre a sala de uma
forma forte o suficiente para fazê-lo sentir como se estivesse sozinho com o ar e os móveis.
— Se está aqui, significa que tem memória. Já não está mais em missão e seja lá o que esse
estúpido tenha dito a você. Agora você está aqui, cara.
Mesmo dizendo como se tivesse muita certeza disso, na verdade era um tanto
questionável. Estava apenas contando com um mero palpite.
—… Por que pensa isso?
Então escuta-se uma voz clara ao longe, fazendo Theron erguer os olhos. À primeira vista,
depois de pensar com calma sobre o assunto, o primeiro pensamento que teve foi: ‘Uau. Ele
sempre falou assim? Quando ele começou a matar a todos, daquela vez que acordou depois de
injetar a droga, ouvi a sua voz pelo alto-falante… Definitivamente era muito mais profundo do
que agora’.
— Se você não se lembrasse, não seria tão específico. Não estaria no hotel… E já teria me
matado. Poderia ter feito isso na primeira vez que me viu e me apontou a sua arma. Você só
falou, hesitou. Então se escondeu novamente.

— É porque eu sou o pai do Félix? Você me odeia. Mas ele é seu companheiro e o pai do
seu filho de qualquer maneira. Me matar não é sua responsabilidade, não quer que ele fique
triste? Não é assim? Com certeza você pensou sobre isso e decidiu que só vai me capturar.
E mesmo perguntando, desta vez não teve uma resposta. Isaac não abriu na boca, assim
Theron voltou estalar a língua. Com apenas algumas perguntas pode ter plena consciência
de que o Ômega voltou a lembrar o que estava acontecendo, e que também o reconhecia
como pai de seu esposo. Tão fácil de ler… E isso significava apenas que seu amor recém
conquistado não agiu corretamente.
— Ok, isso é o suficiente. Se tem algo a dizer, saia e faça. Vou manter a arma baixa.
Theron colocou lentamente a Beretta sobre a mesa e levantou suas mãos. Clik, o som é
pesado quando se afasta e anda de um lado para o outro, como se tentasse demonstrar que
já não está armado e que podia confiar nele… Porém, o silêncio foi além da porta. Theron de
uma volta tranquila ao redor da mesa e depois caminho para uma sala.
Fazer isso era como apostar em nada… Mas ele realmente tinha certeza de que seu
oponente não atiraria. Um jogo que ele sabia lidar com perfeição, porque, além de ser o pai
do marido dele, não é uma ameaça.
Isaac não é Casey. Ele não parece ser uma pessoa que atiraria em alguém desarmado.
_______________________
Continua…
Capítulo 72

— Você tem mais a dizer do que eu…


Então, um homem alto, todo vestido de preto e com as mãos enluvadas segurando uma
Glock, apareceu inesperadamente à sua direita.
Theron manteve a boca tensa e em linha reta, olhando em volta como se esperasse ver
Vincenzo e Félix aparecendo também…
— Eu? Falar? Em vez de ter algo a dizer, quero perguntar O que você vai fazer comigo? Vai
me arrastar para fora com seu marido? Vai me levar para morrer nas mãos de Vincenzo? O
quê?
Quando questionado diretamente, o homem, que ainda estava olhando nos olhos de
Theron, apenas disse: “Não”. Colocou a arma na cintura e levantou as mãos para que também
pudesse vê-las.
Theron encolheu os ombros:
— Então?
— Eu gostaria de perguntar primeiro… Por que está fazendo tudo isso? Seja como for, você
é o pai de Félix, então por que está atacando ele?
Sua pergunta foi surpreendente. Não, deveria ter esperado que desde o início fosse dizer
a verdade.
— Félix é o principal assassino do meu Ômega. A única mulher que eu realmente amei.
— Félix?
— Talvez possamos dizer que Félix era inocente, mas Vincenzo o transformou em culpado.
A expressão de Theron, que na verdade está respondendo de maneira bastante inocente,
endureceu de um momento para o outro, embora todo esse tempo parecesse estar correndo
sem qualquer mudança aparente. Foi porque seus sentimentos honestos surgiram de dentro
de seu coração.
— Como uma criança pode ser culpada? Isso é difícil de entender.
— Pode ser, se não conhece a história.
— Eu sei, e ainda não entendo.
Theron lhe olhou de um modo desagradável, como se pensasse que era um completo
idiota em não ter empatia por ele. Mas o homem ainda estava a sua frente e com uma cara
absolutamente séria.
— É difícil acreditar em mim depois do que ouviu da família Felice… Eu entendo. Sempre
me fazem parecer o maldito vilão. Em cada uma de suas histórias de merda. — Theron, que
olhou para Isaac como se de repente tivesse começado a queimar vivo, finalmente suspirou
e disse: — Não sou como você pensa… Não sou o que pensam.
— A sua história é diferente, então?
— Muito diferente.
— Fale. Talvez eu possa entender um pouco sobre o que pensa.
Theron voltou a olhar para Isaac, que perguntou sobre sua história sem tremer ou desviar
o olhar. Ele ignorou sua ansiedade obedeceu. E abriu a boca:
— Elena não tinha que engravidar em primeiro lugar. Era algo que simplesmente poderia
se tornar uma situação muito difícil para nós dois. Ela era jovem e seu corpo estava muito
fraco… Sei que foi minha culpa, eu entendo perfeitamente também. Como entendi daquela
vez. Então, pedi desculpas a ela. Recomendei que desse um fim… Mas ela não me ouviu. ‘Se
tiver um filho, Vincenzo vai descobrir’. Eu disse a ela. Mas era muito teimosa em ter o filho.
Tudo começou com um suspiro. Revelando um passado que havia sido enterrado há muito
tempo. Theron mordeu o lábio como se essa fosse sua única maneira de conter a raiva. Como
se fosse um impulso obsessivo… Isaac esperou em silêncio até então, depois de um tempo,
Theron falou novamente:
— Mas Vincenzo descobriu imediatamente. Éramos famílias inimigas e a ideia de ter um
filho nosso era inconcebível. Elena era boba e me disse que ia ter o bebê de qualquer jeito.
Não sei o que ela esperava, talvez compaixão… Mas só teve uma resposta agressiva. Eu não
quero ver você tendo um filho com ele, então nem pense em trazê-lo. Então ele disse a ela para
voltar para a Itália e logo ameaçou matá-la, a ela, eu e a criança.

— Ele não era misericordioso. Não iria ouvir Elena, muito menos eu. É por isso que
tivemos que continuar fugindo mesmo depois que ela deu à luz. Se Vincenzo nos pegasse,
literalmente nós e a criança iríamos morrer.
Theron, esfregando o queixo e os lábios com a palma da mão, como se precisasse de um
tempo para respirar, parecia bastante inquieto. As pupilas delatadas se misturavam em
sentimentos semelhantes à ansiedade e ao medo. Inclusive estava tremendo ligeiramente e
realmente não parecia se dá conta disso, mas sua voz revelava a verdadeira angústia:
— A partir daquele momento ela começou a ficar doente e às vezes via e ouvir coisas que
não existiam. O seu pai nos mataria esse medo me a fazia chorar e chorar. Todas as noites.
Theron deu alguns passos involuntários. Ele vai e vem na sala, como se estivesse tentando
se livrar de todo o seu aborrecimento e raiva óbvia. Tinha uma cara dura então, Isaac podia
sentir um pouco de tudo que estava acontecendo com ele naquele momento. O olhou como
se estivesse esperando que ele fizesse alguma coisa. Pelo menos um movimento em falso que
desse a ele um motivo para atacar. Uma mão desliza sobre o cabo da arma, mas Theron, que
caiu completamente em suas memórias, continua se movendo.
— Ela… Ela realmente chorou e chorou como uma louca. Todos os dias.

— Em vez de melhorar com o tempo, as coisas foram piorando cada vez mais até ficarem
insuportáveis. Eu estava farto de tudo isso. Cansado de ter tanta ansiedade e medo por causa
dela. Não conseguia nem andar até a esquina sem sentir que me observavam e ela ficou tão
visivelmente doente que me contagiou e fiquei louco. A sua obsessão começou a ir longe
demais e no final, não confiava nem em mim.
Theron, suspirando joga o cabelo para frente parece muito mais esgotado do que parecia
da primeira vez. Ele também parecia ter um rosto muito mais envelhecido…
Cada vez que fala sobre o passado, se sente impotente e com raiva.
— O que você fez em seguida?
Isaac, que só ouvia a história de boca fechada, de repente fez uma pergunta um tanto
agressiva. Theron sacudiu os ombros e olhou para ele novamente.
— O que eu fiz?
— Sim. Pela mulher que você tanto amava e seu filho, o que fez?
Sua pergunta foi concisa e clara. No entanto, Theron apenas olhou para Isaac com a boca
fechada.
— Pode soar como uma desculpa, mas eu estava… No limite. A situação me superou e…
Eu fiz isso por ela, sabe? Tudo que eu pude fazer foi abraçá-la enquanto a via perder o
controle. Na época, eu era jovem e Vincenzo… Ele me destruiu. Ele me fez matá-la.
Era uma voz seca. Diferente dos sentimentos que parecia ter nutrido até agora, a nova
revelação o levou a uma expressão de choro desesperado. Gritou… E mesmo assim as ondas
de tristeza não foram completamente aceitas por seu corpo.
— Vincenzo foi o culpado, Vincenzo me levou ao desespero sem ouvir nossa história
primeiro. É por isso que odeio Félix e Vincenzo! Odeio que fale de nós e odeio a estúpida
história de amor que ele sempre conta! Tirou tudo dela e ela apenas… Apenas dizia: ’Meu
bebê, meu bebê, tenho que cuidar do meu bebê. Tenho que proteger meu bebê’. Eu odiava,
odiava tanto ouvir isso.

— Pode entender meus sentimentos agora? Vê-la assim, ouvi-la… Meu bebê, meu bebê.
Aquela não era minha Elena. Eu nem sabia o que era mais importante para ela! Tinha…! Tinha
que me livrar dele desde o princípio! Eu deveria ter feito isso muito antes! Desde que saiu
dela e começou a chorar! Não queria ver o maldito garoto! Nunca quis ser o pai dele!
Theron abriu os olhos e o olhou como se Isaac fosse o homem que o empurrou do
penhasco e gritou com como se não pudesse suportar.
— Mas, sabe o que é engraçado? O garoto por quem a matei, o garoto que roubou Elena
de mim, o garoto com quem eu sempre me incomodava foi com ele! O joguei fora, mas ele o
pegou! E pensei: ‘Ah, droga! Como faz isso comigo, velho estúpido! Não o odiava tanto a ponto
de nos ameaçar?’ Mas ele o ergueu! Me pergunto por que ele mudou de ideia tão de repente.
Quando Elena morreu, percebeu algo? Reconsiderou? Sentiu pena do menino?
Theron, que vinha levantando a voz há muito tempo, respirou fundo antes de distorcer o
olhar… Então, de repente, riu.
— Não sei por que Vincenzo o criou, mas não se deixe enganar por ele. Mas é melhor tomar
cuidado porque esse velho sabe quando e como te apunhalar pelas costas. — Theron, que
estava sentindo dor, olhou para Isaac com um sorriso bastante estranho antes de começar a
varrê-lo da cabeça aos pés. — Você disse que não me entendia. Entende agora que ouviu
minha história? Consegue compreender pouco da minha dor?
De repente, ele perguntou isso com um tom de zombaria completo. Mesmo que tudo esteja
perdido no passado, parece sangrar tanto como se nunca tivesse fechado.
— Infelizmente, ainda não te entendo. Talvez porque nossa ideia de amor seja bem
diferente uma da outra.
A resposta foi inesperada, então Theron fechou a boca.
___________________
Continua…
Capítulo 73

Isaac ficou honestamente surpreso ao ouvi-lo falar. Quem diria que o pai de Félix era assim?
Existe um canto que se assemelha a ele? Ainda se lembra do que lhe disseram quando deu à
luz Benjamin: “Uma criança é sempre como seus pais. É algo que não pode ser mudado.” Um
bebê sempre pergunta: “Pareço com meu pai, ou pareço com minha mãe”. São semelhantes,
mas não são exatamente iguais. As proporções das partes que se assemelham são diferentes,
mas as semelhanças entre o pai e a mãe são visíveis na criança… Porém, aparentemente Félix
expulsou tudo de seu interior. Desde a aparência à personalidade. Ele não se parece em nada
com aquele sujeito.
“Então é esse o motivo?” Enquanto continuava a pensando e encarava fixamente o idiota
do Theron, Isaac perguntou isso em voz bem baixa.
— Você acabou odiando seu filho por algo tão estúpido como isso? Até o sequestrou. E
tudo para quê? Por que queria derrubá-lo e arruiná-lo o máximo possível? Não conseguiu
fazer isso, então você inclusive planejou algo que o faria vir por seu filho de quatro anos…
Que lamentável. Realmente não consigo acreditar.
O olhar de Isaac ficou mais afiado enquanto a raiva subia em seu rosto indiferente. Theron
notou uma mudança impressionante em seu humor, então inconscientemente apertou seus
ombros.
— Não, não entendo nenhum dos seus sentimentos. Se estivesse em seu lugar, a história
teria sido escrita de uma forma completamente diferente. Eu não teria machucado minha
esposa, muito menos meu filho.
— Não fiz porque quis! Não tive chance diante do grande chefão da máfia chamado
Vincenzo! Não sabia o que fazer ou para onde me mexer. Realmente me senti preso.
Theron ficou em silêncio… Ainda tinha as palavras borbulhando em sua garganta, mas não
pode dizer nada sobre isso. Pelo menos não como deveria. Assim como agora, ele olhou para
Isaac como se estivesse pedindo um pouco de compaixão de sua parte e ainda assim Isaac
não mediu as palavras quando começou a cuspir todos os seus pensamentos:
— Mesmo se tivesse enfrentado alguém como Vincenzo, eu não odiaria meu próprio filho.
Nunca, não importa o que acontecesse. Além disso, se essa criança nasceu de alguém a quem
ama, o protegeria até mais. O amaria ainda mais porque é um pedaço dele! Ah, eu penso tão
diferente de você, como posso te entender?
— Ei, eu não…
— Você é um covarde. A única coisa que lhe ocorreu quando tudo ficou difícil foi fugir.
Isaac, observando Theron como se estivesse explorando um pouco mais fundo em seu
olhar, deu um passo de cada vez. Se movendo silenciosamente, como um gato ou um leão…
Theron tentou remover a pontada de tensão que pressionava suas costas.
— Arthur, é o guarda-costas do Félix que estava cuidando de mim no hospital. O cara que
você comprou. O ouvi falando com você, falando sobre Benjamin. Ele disse claramente seu
nome e falou que, você queria matá-lo!
— Isso é…
Theron, que tentava dizer algo, se sentiu dominado pelo impulso poderoso que tinha
Isaac. Raiva e fogo. Além disso, havia o fato de que começava a cerrar os punhos nas laterais
do corpo.
— Isso é porque…
— Agora, deixe-me te contar sobre minha situação, Sr. William.
Isaac deu um novo passo à frente e começou a falar com uma voz verdadeiramente calma.
— Sua situação?
Theron ergueu as sobrancelhas então Isaac apenas levou um dedo aos lábios pedindo
silêncio.
— Escute… Meu parceiro, meu Alfa ligado a mim e com quem sou casado, foi ameaçado
por você. Foi ferido por você e sequestrado por você. E não só isso, mas agora ouvi planos
para acabar com meu filho e com minha mãe, então vou te perguntar: o que devo fazer?
— Por acaso é minha culpa que seu Alfa seja incompetente?
— A pergunta não era literal. Seria melhor não dizer nada.
Isaac deu um passo para frente novamente, bloqueando o rosnado de Theron com a palma
da mão ao colocá-la contra o rosto. Isaac estava apertando a boca dele com tanta força que
definitivamente não era possível deixá-lo escapar!
— Você tem certeza que não vou te matar, então me deixe lhe dizer que você está errado.
Você tocou no meu marido e também no meu filho, não sou bom o suficiente para deixar ir
alguém que ameaça e coloca minha família em risco. Acha Isso dói? Acha que eu deveria te
deixar ir se despedir? Não dou a mínima que você seja o pai biológico do meu Alfa.
O tom de Isaac era lento, mas tinha o poder de frustrá-lo a tal ponto que inclusive se sentia
muito assustado. A pupila negra, que ainda estava cravada nele e cuja profundidade é
invisível, também o faz suar… Theron inala, tentando ignorar as gotas frias que caem de seus
olhos até se perderem em suas bochechas.
Isaac ainda não tinha terminado.
— Mas posso entregá-lo se quiser. Embora, infelizmente, ele não seja tão ético ou
moralmente consciente como eu poderia ser.
Quando retirou a mão, a primeira coisa que escutou Theron dizendo foi:
— Agora você está me ameaçando?
No entanto, em vez de responder, Isaac apenas se moveu em silêncio.
— Você me ouviu te ameaçar? Quando se faz uma ameaça é com um propósito. Querer
algo, obter algo e, infelizmente, não há nada que eu queira de você.
— Então?
— Só quero que você saiba que tocou na pessoa errada…
Foi quando terminou de falar que Theron realmente sentiu o perigo em que estava
correndo. No entanto, no instante em que tentou empurrá-lo para ir direto para sua arma,
Isaac se moveu mais rápido do que isso até PAM! bateu em seu punho em uma velocidade
impressionante contra ele e escutou o som de um osso se quebrando. Sua respiração se corta
e cai no chão, sentindo tanta dor que não podia fazer mais nada a não ser do que ficar de
joelhos olhando para as mãos. No entanto, isso não impediu Isaac, que agora acertou um
chute forte e direto para o lado.
Theron, cambaleando, solta um gemido verdadeiramente aterrorizante que soou um
tanto lamentável. Não conseguia escapar de seus golpes e agora definitivamente não
conseguia respirar.
Costelas quebradas, provavelmente. Um sentimento intenso que fez seus olhos ficarem
um pouco embaçados.
Theron se levantou e lutou da melhor maneira possível. Suava tanto que logo se sentiu tão
encharcado que o ar que atingia seu queixo parecia frio. Seu rosto estava completamente
azul…
— Você verá o inferno em breve.
De repente, uma advertência passou pela sua cabeça. Félix havia lhe dito quando o
sequestrou na Disneylândia, dentro da limusine. Disse… Que havia outras pessoas além de
Vincenzo que não ficariam parados se o tocasse. Estava mesmo se referindo a esse garoto? Seu
ômega marcado, seu parceiro… Theron finalmente entendeu tudo.
Theron, que conseguiu escapar de seu punho, tentou alcançar a arma que colocara na
mesa. Se lançou para frente, embora Isaac estivesse quase em cima dele… Os ombros do
homem estavam esticados ao máximo. Com a ponta dos dedos, tocou o canto da mesa até não
poder mais lutar e caiu no chão novamente. Lá, as botas pesadas de Isaac caíram em seu
pescoço. Sufocando-o até que Theron fosse forçado a cuspir no ar.
— Não vou te matar aqui, fica tranquilo. Mas não é porque eu não posso te matar, é claro.
Uma voz baixa pousou na cabeça de Theron, que continuou lutando para ficar de pé
repetidamente até que Isaac terminou por chutá-lo na boca. Ao contrário do suspiro anterior,
o que fez agora é cuspir sangue…
A coisa mais assustadora sobre isso é que não estava lutando com todas as suas forças. É
como se um gato estivesse brincando com um rato ou olhando seu fígado antes de comê-lo.
— Sabe como matei o homem que estava me incomodando desde sempre? Muito simples,
apertei o gatilho da arma contra seu corpo uma e outra vez até que ele desmoronasse. Não
queria que vivesse ou respirasse nem por milésima. Imaginá-lo abrir os olhos, mesmo que
fosse por um pouco, me dava nojo.
— Oh… Então… você quer me matar? Faça o que quiser. Ah… qual é o problema?
Theron, deitado no chão, foi esmagado um pouco mais pelas botas de Isaac.
— Eu não vou te matar.
Isaac respondeu calmamente.
— Por que…?
Com o cabelo completamente espalhado no chão, abriu os olhos e olhou pela última vez
para Isaac… Havia uma mistura de raiva e loucura que nunca tinha visto antes.
— Vou fazer você ter um corpo inútil. Não será mais capaz de andar, ou usar seus braços.
Ficará sozinho, respirando com aparelhos enquanto vê tudo ao seu redor virar gelo. Sem
falar, sem gritar, apenas respirando e sentindo como eu quebro seus ossos até me cansar.
Vivendo angustiado e miserável em um buraco no fundo da minha casa enquanto lhe mostro
Félix de vez em quando para que possa ver como ele está feliz comigo. Mesmo que não queira
que ele seja.
Assim que terminou de falar, Isaac pressionou os ombros de Theron até senti-los ranger.
Uma vida que fluía sob a sola de seu sapato.
________________________
Continua…
Capítulo 74

O som de ossos quebrando um após o outro continuou por um longo tempo. Os ombros
de Theron estão distorcidos de uma forma bastante singular, mas ele só consegue gritar e
berrar como se não aguentasse mais um minuto.
— Não era o bastante jogar Félix fora quando ainda era um bebê, não é? Tinha que
perturbá-lo e provocá-lo como se fosse a porra de um mosquito na cabeça dele! Ele não
consegue falar de você sem fazer uma cara completamente triste… Uau. Acredito que é por
isso que não consigo me controlar desta vez.
Isaac protestou enquanto levantava a perna somente para soltar um enorme sapato
militar no braço esquerdo de Theron. É um chute atrás do outro até que o som terrível de
ossos quebrando seja ouvido novamente.
— Mas quer saber? Não haverá nada para incomodá-lo no futuro. Ele ficará mais forte e
feliz também. Vou cuidar disso.
E então, Pok, sua bota se move até quebrar o joelho e também as partes abaixo dele. Logo,
os nódulos dos tornozelos e dedos estouraram em uma onda impressionante de sangue e
pequenas lascas de ossos amarelados… Mas mesmo que Theron gritasse e ofegasse a ponto
de revirar os olhos, Isaac continuava a despedaçá-lo… Como prometido. Afinal, ele havia dito
que iria transformá-lo em um corpo inútil.
Por último, Isaac, quebrou as costelas e o rosto dele, virou os olhos e viu o espírito de
Theron desvanecer-se em nada.
O rosto de Isaac, olhando para ele, estava quase vazio de emoção quando disse:
— Eu amo o Félix, demais… E é por isso que estou pensando em fazê-lo mais feliz do que
qualquer pessoa e afastá-lo de coisas que possam lhe causar algum mal. Sou eu quem o
protege. Por favor, não se esqueça disso.
A voz, ainda fluindo descontroladamente na sala vazia, dispersou-se em completo
silêncio… Esse foi o último momento em que Isaac enfrentou Theron.

— Encontrei uma espécie de refrigerador que continha o sangue. Mas o maldito Theron
não foi visto em nenhum lugar. — Era Lucca que estava falando com Félix. Ele tem uma cara
extremamente rígida que pingava sangue. Porém, não era dele. — Olha isso, é o que você
queria.
Félix tinha respingos de sangue em suas luvas e mangas, olhou silenciosamente para a
sacola oferecida e a abriu imediatamente. O saco refrigerado tinha uma pilha de tubos de
ensaio com sangue vermelho ao lado de uma etiqueta com seu nome. Exatamente o quanto
aquele bastardo tirou dele? Félix, contando os tubos de ensaio existentes, tirou um por um e
os jogou sob seus pés. Crash, Crash. Cada vez que as jogava fora, os tubos de vidro se
espatifavam e o sangue se espalhava pelo chão, misturando-se com o sangue que já
encharcava os paralelepípedos.
Após quebrar todos os tubos, Félix estalou a língua de uma forma irritante. Isso resolveu
um problema.
— Onde você está se escondendo, seu rato?
Depois de falar sozinho, Félix jogou no chão a caixa contendo os tubos de ensaio e retirou
as luvas com um único puxão. Estão pegajosas, então ele também as joga fora junto com o
sangue…
Tudo estava cheio de fluidos avermelhados e cheiro desagradável de pólvora e cadáver.
Havia braços por aqui, cabeças por ali, e ainda assim Félix e Lucca pararam no meio de tudo
para ter uma conversa bastante estranha. Foram eles que transformaram a área em um
inferno, afinal, não havia razão para ficar triste.
— Não há ninguém no prédio?
Depois de tirar as luvas e limpar as mãos, Félix, que continuou a substituir o carregador
da metralhadora com movimentos ágeis, perguntou com voz um tanto pesada. Lucca acenou
com a cabeça. Tirou a luva com os dentes:
— Matei todos desde o porão até o telhado. Porém, por mais meticulosos que fôssemos
ou os lugares que entrássemos, não conseguimos ver ou ouvir Theron. Será que ele saiu antes
de começarmos? Como um cachorrinho assustado.
Estava pensando que se sentiria melhor depois que o pegasse, mas sua febre começou a
subir quando foi lhe dito que parecia que ele não estava lá. Félix, que se movia com
xingamentos e praguejamentos incessantes ficou nervoso depois de consertar a arma e olhar
em volta.
Se este era o caso, então não havia motivo para ficar em um espaço morto.
— Bem, vamos ter que procurar mais um pouco, não é mesmo?
— Precisamos limpar tudo isso primeiro, direi aos homens para fazerem isso e depois
entrarei em contato com Noah.
— Isso me parece bom.
Depois de ouvir atentamente suas palavras, Félix saiu da sala e caminhou pelo corredor
que conduzia diretamente para fora… Embora estivesse mais irritado e ansioso do que nunca.
Quanto mais pensa nisso, mais sua cabeça lateja, por isso descer as escadas para o primeiro
andar é um tormento. Tem de pressionar a testa com a ponta dos dedos para remover a
sensação de que seus olhos vão saltar para fora.
— Chefe!
De repente, alguém correu pelos bastidores, então Félix teve que parar e olhar para trás.
Cinco ou seis homens, incluindo Lucca, também o seguiam, então todos pareciam
honestamente confusos com a voz. Jack também tinha sangue na cabeça, mas isso não era o
mais estranho.
— Por que ele está correndo como se estivesse fugindo de alguém?
— Chefe! Noah quer falar com você e diz ser muito importante!
Antes de perguntar: “O que há de errado?” Antes mesmo de Félix se aproximar para vê-lo
melhor, Jack fala com o rosto absolutamente pálido e trêmulo. O homem ficou tão
desconfortável com os gritos que imediatamente franziu a testa e cobriu os ouvidos com as
duas mãos… Embora também não pudesse repreender Jack.
— O que é? — Félix, que estava olhando para Jack com olhos desagradáveis, estalou a
língua e deu alguns passos em sua direção. — Deus, é por isso que você tem que respirar pelo
nariz!
Jack, que já corria há muito tempo, tinha o rosto branco-azulado e olhos arregalados.
Como se fosse morrer subitamente. Mesmo assim, não conseguia obter o oxigênio direito! Não
adianta perguntar o que estava passando quando seu peito subia e descia como um louco.
Com uma atitude trêmula, o pobre homem enfiou a mão no bolso das calças e tirou um
fone de ouvido… Antes de chegar a essa casa, recebeu a notícia de que Isaac havia partido.
Félix ficou muito irritado com isso e desligou o fone e o jogou no chão com toda a força.
Depois disso, quando não conseguiu mais contatá-lo, Noah, que certamente estava frustrado,
deve ter falado com Jack.
Félix percebeu a estupidez de sua ação, tirou a minúscula máquina de sua mão e a levou
ao ouvido. Ele ligou.
— Agora, Aaah… Noah me aaah… Disse que…
— Está tudo bem, está tudo bem, cale a boca e respire.
Então Félix apenas olhou para seu rosto pálido enquanto gesticulava para que ele calasse
a boca de uma vez por todas. E então, repetidamente, gritou o nome do primo até ouvir um
som estridente, semelhante a um bipe, que o fez fechar os olhos e segurar o ouvido.
Infelizmente, a distância entre Jack e Félix era muito pequena, assim o homem com
problemas respiratórios distorce seu rosto também.
— Ah, porra.
— Não é isso que o idiota que tirou seus fones de ouvido merece!?
Ao mesmo tempo, Noah, que é famoso por deixar os nervos à flor da pele, fala como se
estivesse muito nervoso e apressado. Félix foi forçado a suspirar por um momento.
— O que foi?
— É um alívio você ter respondido! Ameacei enfiar um vibrador do tamanho do meu
antebraço em Jack se ele não chegasse até você em menos de dois minutos.
— Sério? Que cruel! Mas um vibrador do tamanho do seu antebraço não é pequeno?
— Sim? Eu também tenho um que tem o formato de uma mão aberta, talvez esse…
— Diga-me o que você ia me dizer, seu garotinho doentio. Ou vou tirar meu fone de ouvido
novamente.
Enquanto descia as escadas novamente, Félix estalou a língua… Ah, ele não conseguia
superar que Theron não estar ali, embora tivessem viajado por horas só para isso! No
entanto, quando abriu a boca para falar sobre isso, Noah gritou:
— Isaac está a caminho agora mesmo!
Não admira que o passo de Félix tenha parado. Deus, até mesmo os caras que estavam lhe
seguindo tiveram que diminuir o ritmo.
— O que você disse?
— Você está com os ouvidos tapados? Isaac está a caminho!
— O que quer dizer?
Sua voz se exaltou sem perceber. É uma coisa lógica, sabe o que isso significa, mas sua
cabeça está sobrecarregada e não consegue acreditar… O que aconteceu? Como isso é possível?
Desde madrugada ele desapareceu do hospital sem deixar vestígios, por que está indo para
lá? Sozinho? Com alguém?
— Você o encontrou?
Em sua mente atordoada, surgiram inúmeras perguntas que continuaram se acumulando
e se multiplicando até se tornarem algo terrível. Sua cabeça estava tão atordoada que,
logicamente, também se sentiu bastante idiota.
— Noah, me diga, o que aconteceu e como aconteceu? Como assim Isaac virá até aqui?
Era preciso acalmar a cabeça que girava sem parar, mas seu coração batia tanto que podia
ouvir no ouvido.
— Não sei exatamente como aconteceu. Primeiro queria informá-lo que Isaac estava a
caminho.
— Além disso, a culpa é sua! Porque foi você quem tirou os fones de ouvido!
______________________
Continua…
Capítulo 75

— Não sei exatamente como aconteceu. Primeiro queria informá-lo que Isaac estava a
caminho.

— Além disso, a culpa é sua! Porque foi você quem tirou os fones de ouvido!
Noah disse tudo isso rapidamente, enquanto Félix erguia os olhos quase muito
intensamente. Assistindo o ar como se Noah estivesse bem na frente dele.
O homem levantou a voz novamente:
— Ah, e tem uma coisa que quero acrescentar. Quando você olhar para Isaac, faça sua
melhor cara de inocente, fique de joelhos e implore pelo seu perdão, entendeu? Te desejo o
melhor e que Deus lhe abençoo. Rezarei por você.
Pensando nos comentários estranhos de Noah, Félix de repente se sente como uma pessoa
condenada à morte.
— Por que de repente você rezará!?
— Eu repito… Deus te abençoe, meu amor.
— Então você está dizendo que estou em perigo? Realmente em perigo? Noah! Ei, Noah!!
E subitamente, a casa parecia afundar em um ar um tanto assustador e gelado… No
entanto, e muito infelizmente, as palavras de Félix continuaram até o fim. Noah interrompeu
o contato primeiro, então não importava o quanto gritasse ou chorasse, a resposta que queria
não viria. O homem teve que engolir todas as suas reclamações e desligar o aparelho.
— O que aconteceu, chefe?
— Nada. Ele… Ele fez algumas ameaças estranhas e então cortou o contato. Um verdadeiro
bastardo.
Sua cabeça está tonta, então não percebe como a voz está trêmula. Muito menos que agora,
parece uma criança assustada e desprotegida.
Félix continua andando no meio da escada, em seguida para. Respira descontroladamente
a ponto de estremecer o peito e acaba se agarrando ao corrimão como se tivesse medo de
cair. Estava muito inquieto e, embora pensasse continuamente que tinha que se acalmar,
enquanto olhava para o chão, não conseguia fazer isso mesmo que se esforçasse ao máximo.
Porque não podia?
Sufocando um grito, Félix tocou sua testa oleosa e depois coçou…, Mas logo levantou os
olhos.
Não sabe o que lhe esperava, só compreende que Isaac estava vindo para cá e… Maldição!
Noah queria lhe dizer que ele queria matá-lo? Teria sido maravilhoso se tivesse informado se
ele recuperou suas memórias ou não! Noah parou de falar sem nem mesmo lhe dizer nada
sobre isso e então houve aquele: “Deus o abençõe”.
— Maldição, que inferno…?
Murmurou, muito insatisfeito consigo mesmo e com o coração trabalhando com todas as
suas forças, o que ele fez de errado? Cometeu algum outro erro? Havia algo que já se lembrasse?
E como não sabia exatamente o que era sua ansiedade foi crescendo e perdendo o controle
até se tornar insustentável… E, como sempre fazia quando estava nervoso, levou o dedo à
boca e começou a mastigar.
De repente, no entanto, retirou a mão e começou a olhar atentamente para os guardas que
ainda o observavam como se não soubessem o que fazer para animá-lo.
— O que estão fazendo aí? Saiam daqui agora! Rápido!
A ordem de Félix foi bastante simples e direta, mas, com todas as palavras que lançou,
suas expressões, seu dedo e seu rosto pálido; Lucca, Jack e os outros homens atrás dele
fizeram uma expressão bem estúpida.
‘O chefe estava bem?’
Jack deu um passo à frente:
— Tem certeza?
Só então Félix abriu ainda mais seus impressionantes olhos azuis e gritou:
— Seus buracos do ouvido estão bloqueados? Eu disse que tudo acaba aqui! Vocês
terminaram o trabalho, agora vão todos juntos para a saída.
— Não limpamos nada, os cadáveres ainda…
— E desde quando dois cadáveres são um problema? Eles não vão a lugar nenhum. Façam
isso depois! Isaac está vindo pra cá agora. Vocês ouviram? Então, andem rápido e vão
embora!
— Senhor…
—… Quer saber? É melhor você ficar aqui e eu que vou embora. Quando Isaac entrar no
prédio, diga que fui para Las Vegas e que nunca mais voltarei. Não, se Isaac não for o Isaac, o
transformará em uma peneira antes que possa dizer qualquer coisa. Você está certo, vamos
prosseguir com o plano de fugir.
— Fugir?
— É inteligente, certo?
Não sabia o que dizer, nem ele, nem os outros homens… Quer dizer, aquele homem era
mesmo Félix Felice? Há pouco, entrou sem hesitar e assumiu o controle do prédio em apenas
um segundo. Era incrível que a pessoa que tinha matado todo mundo ali tivesse… Com tanto
medo. Um traficante de armas assustador, sombrio e cruel. Um homem que é oficial da máfia
perde a cabeça quando se trata de seu Ômega e se transforma em um idiota incoerente que
corre e grita:
— Fuja, fuja! Isaac está chegando!
Jack e Lucca olham para ele com os olhos espremidos.
— Não sei quanto a você, mas não quero mais segui-lo.
Porém, quando a voz de Félix soou escada acima, os homens que haviam estado no
primeiro ataque e viram as coisas que Isaac era capaz de fazer choraram e gritaram e
decidiram ceder ao pânico total. Tiveram que correr. O nome Isaac é muito, muito assustador,
por isso as pessoas param de falar e obedecem ao Alfa.
Noah disse que iria rezar! E ele nunca rezou!!
Félix, que estava ansioso e preocupado como um jovem em período de exames finais
chega em Jack e o segura pelas mãos.
— Jack… Noah me assustou.
—… Tudo bem.
— Isso significa que Isaac está muito puto comigo que é até capaz pular de uma
janela só para vir atrás de mim?
Isso foi definitivamente culpa de Noah. Se o aviso dele for sincero, algo deve ser feito, mas
o que deve fazer? O QUÊ!?

Logo em seguida que todas as pessoas saíram do prédio como se estivessem fugindo de
um fantasma, alguém entrou.
O homem olhou em volta com admiração. Havia poeira cinza acima do local mal iluminado
pela luz solar de fim da tarde. Além disso, havia apenas um estranho silêncio. Manchas de
sangue no chão, móveis quebrados e armas descartadas. Foi assustador porque não era um
cenário que ele esperava. Não tinha uma ideia clara de como tinha sido a brutal luta de poder
entre a máfia, mas parecia ser definitiva e cruel.
Enquanto olhava ao redor no primeiro andar, lentamente puxou uma pistola semi-
automática da cintura…
Existem muitos mortos.
Com muito nervosismo, cruzou a sala novamente. As botas pretas que ele usava pareciam
pesadas à primeira vista. No entanto, surpreendentemente, não houve som em seus passos.
Embora o homem não seja pequeno em estatura ou físico, olhou ao redor da sala sem sequer
se dar conta de um notário.
Porém, como não conseguiu encontrar o que procurava, foi direto para a escada que
levava ao segundo andar.
Foi quando ele pisou no primeiro degrau que um cheiro incrível, algo que de repente
irritou levemente a ponta de seu nariz, atingiu seus pulmões rapidamente. Quando sentiu,
ergueu os olhos e ficou em guarda em um instante. É um aroma que pode ser distinguido
mesmo que seja tênue. Um aroma que faz seu corpo reagir por reflexo, pois lhe é familiar. É
doce e estimulante… Flui do segundo andar acima das escadas, como se estivesse o guiando.
Em seguida, cada vez que subia os degraus um a um, o perfume o envolvia com mais
intensidade. Doce, muito doce. Uma fragrância que causou a necessidade de inalar mais,
porém se o fizer, com certeza o fará perder a cabeça.
Desceu o corredor do segundo andar, pressionando suavemente a ponta do nariz para não
ficar obcecado com o cheiro… O segundo andar também não era muito diferente do primeiro.
O ar está cheio de odor de sangue. Cadáveres, armas e fragmentos de móveis quebrados
espalhados de forma terrível e desorganizada. Mas parece não atentar muito a essas coisas.
Sozinho, caminha, seguindo o cheiro que o atrai o levando em sua direção. Como se fosse uma
corda invisível.
Então, quase no final do corredor, finalmente parou diante de uma pequena porta de
metal. Estava fechada, mas era deslumbrante o quanto cheirava agora e como aquela
fragrância fluía intensamente através de cada buraco. Esta é uma situação difícil para ele.
Enquanto estalava a língua, não hesitou em agarrar a maçaneta da porta e girá-la até que
fizesse um rangido terrível. O que apareceu diante dele foi uma pequena sala. O ambiente
estava bagunçado, mas não tanto quanto lá fora. Parecia um armazém. Equipamentos de
limpeza e outros itens diversos estão empilhados aleatoriamente em uma parede. E no meio
disso, estava à pessoa que procurava por tanto tempo… O homem, sentado em uma
cadeira de madeira, amarrado, sem se mover e sem falar, enquanto a porta se abria quase
completamente. A sala estava cheia de um odor sombrio que o deixava tonto e preocupado
quase a ponto de enlouquecer. É o único feromônio que pode descer pela garganta,
assombrar seu nariz e até mesmo agir na sua boca. Tem um perfume mais doce do que
qualquer outra coisa no mundo inteiro.
Inspirando profundamente, ele entrou.
O som da porta fechando atrás dele, foi ouvido muito longe, embora estivesse a alguns
centímetros dele. O homem, ainda sentado na cadeira, olhando fixamente enquanto entrava
na sala, analisou cuidadosamente em seguida tragou a saliva. Parecia estar ferido.
Escutou.
—… Isaac?
Por fim, a voz quebrada, aquela que o chamava pelo nome, o fez sentir um arrepio intenso
subindo pela espinha. Obviamente foi devido ao seu feromônio… Seu corpo, que já estava
derretendo, reage a ele como sempre fez desde o momento em que o conheceu.
Isaac caminhou em sua direção.
_______________________
Continua…
Capítulo 76

Quando se aproximou o suficiente para ficar de frente a Félix de joelhos, levantou a mão
e tirou os cabelos do rosto dele…
Era um homem fraco. Com medo de deixá-lo com raiva e como se ainda fosse uma criança
pequena, se colocou naquela situação estranha enquanto jorrava um monte de feromônios
como se fossem migalhas de pão. Isaac não tem escolha a não ser se deixar levar, embora
conheça o homem melhor do que ninguém e entenda que isso é apenas um truque estúpido.
Isaac não largou a arma que segurava, apenas olhou para ele. Era como se não o
conhecesse, como se fosse um completo estranho… Porque o tocava em todas as direções
enquanto Félix, ainda fingindo muita dor, fica quieto e respira devagar…
Isaac, que ficava olhando para o homem de cima a baixo, abriu os dedos e enrolou os
cabelos louros brilhantes entre eles… Abriu os lábios, afastou a língua do palato e o encarou:
— Você estava me esperando?
Quando questionado, em voz muito baixa, Félix fechou os olhos por um momento e disse:
— Não tenho escolha a não ser fazer isso. Estou amarrado.
— E os outros?
— Não preciso de outros, vim sozinho.
Respondeu com uma voz muito preguiçosa, virou a cabeça e colocou a boca no pulso de
Isaac, que ficava passando os dedos pelo rosto dele como se quisesse gravar o formato das
maçãs do rosto, o calor da pele… Por isso, quando seus lábios tocaram sua mão, uma sensação
de formigamento se espalhou terrivelmente até que o fez tremer.
— Porque eu confiava que você viria para me salvar. Desde o início até agora, acreditei
plenamente em você.
— Posso ter vindo para matá-lo.
— Você? Por favor. — Com o ridículo som de uma risada, Félix fingiu estar absolutamente
calmo e convencido de suas palavras… embora a verdade é que estava morrendo de medo há
poucos minutos atrás. — Você não é capaz.
Lambeu o pulso dele… E como era um espaço fechado sem som, podia ouvir perfeitamente
a maneira como ele fazia sua saliva dançar.
— Realmente eu queria atirar em você. — Isaac suspira de excitação que sente cada vez
que a língua sobe e desce por sua mão… — Talvez, em uma perna.
— Em mim? Você ia atirar?
— Sim… Porque você colocou seu pênis na frente, desse, Ômega muito bonito. Seu pau
sempre foi muito fácil de levantar?
Isaac perguntou friamente, olhando para Félix com os olhos ligeiramente fechados, talvez
devido à nova intensidade dos feromônios. A diferença entre a temperatura de suas mãos e a
temperatura de sua voz é muito perceptível que é impossível saber qual é a verdadeira, o
homem amarrado arregala seus lindos olhos azuis e olha para Isaac. Era um rosto vago, como
o de quem não acredita no que ouve. Talvez tenha realmente se surpreendido…
Ele o observa, piscando sem parar, em seguida, seus lábios se curvam. Não conseguia mais
aguentar, então o abraçou.
— O que está fazendo? Você não estava amarrado?
— Estava fingindo estar amarrado… Para pegar você na hora certa.
— Isso é perverso.
— Sou sempre malvado. Você não é inexperiente em me confrontar.
Félix empurrou a cintura de Isaac com força em seus braços e o segurou até que caiu
sentado em seu colo, com as pernas abertas de cada lado e o seu pequeno rosto virado para
ele, a pistola escorregou de seus dedos e caiu no chão com um som alto e seco.
— Oh, já largou a arma? Isso significa que ganhei?
— Você não acredita que posso vencê-lo porque não tenho uma arma?
— Não, não acredito.
Félix balançou sua cabeça suavemente e depois acariciou lentamente suas costas, como
se fosse esta parte que havia mais sentido falta nesse tempo todo. O abraçou com força e
depois o beijou no queixo… Isaac é um gatinho obediente no colo de Félix, com pernas
trêmulas e braços em volta dos ombros.
Desde o momento em que entrou na sala e fechou a porta, o calor aumentou
gradativamente até se transformar em algo que não conseguia mais suportar.
— Sua memória… Voltou completamente.
—… Sim.
— Então vamos conversar sobre o que aconteceu, meu amor. Sim? — Félix sussurrou,
tocando os olhos de Isaac com a ponta dos dedos para remover algumas pequenas lágrimas.
Sua voz era agradavelmente doce ao olhar para ele e ao sorrir. — Quero dizer, conversar
sobre sua raiva ao me ver colocar meu pênis diante de outro cara poderá reforçar nosso
amor… E também adoro que você esteja com ciúmes.
— Adora que quase levou um tiro?
— Não deveria?
Isaac estalou a língua, pensando que seu marido era definitivamente um lunático
completo. Ele não sabia que ficar com ciúmes era uma coisa boa. Era absurdo e
completamente estúpido, mas isso não impediu que a risada fluísse imediatamente em seu
ouvido.
— Não há problema em ficar com raiva. Não faz mal ter ciúmes. Em vez disso, gosto que
tenha ciúmes de mim… Isso me faz sentir irresistivelmente excitado.
—… Eu não acho normal sentir-se assim.
— É normal… Em algumas circunstâncias.
Ele o agarrou e exalou todo o ar em seus pulmões enquanto abraçava a cintura de Isaac o
mais forte que podia. Colocando a mão debaixo de sua camisa para percorrer os delicados
ossos de sua coluna.
— Mas saiba disso… Não gosto de ninguém além de você, não me sinto excitado com
ninguém além de você. Se alguém além de você me tocar, meu pau vai ficar mucho. Prometo.
—… Mentiroso.
— Naquele momento, eu estava muito excitado por ver você na tela. Procurando por mim.
Fiquei louco ao vê-lo armado e com aquele rosto bonito.
— Isso é um pouco… Você foi sequestrado então me parece um pouco estranho.
Isaac franziu o cenho diante de uma confissão tão inesperada. Não importa quando, onde
ou a situação que estava vivendo. Ele estava realmente excitado em vê-lo matar pessoas? Isso
é normal?
— Certo, eu não sabia que ia ficar com tesão. Mas o que poderia fazer se meu marido
estivesse fazendo uma cara bonita mesmo quando estava matando alguém?
Não havia nada a dizer sobre Félix, falando como se estivesse lidando com um bebê
fazendo beicinho. É uma loucura! Então Félix abraçou as costas de Isaac para segurá-lo um
pouco mais perto dele e, quando o seu coração se aproximou o suficiente para tocar o seu, o
calor do corpo aumentou dez vezes mais do que pensara.
— Isaac, nunca ficarei excitado por ninguém além de você, meu Ômega perfeito. O único
homem que me deixa excitado, — com o rosto cheio de emoções reprimidas, Félix sorriu
brilhantemente enquanto mostrava seu interior de fetiches ocultos — mas isso não vai
acontecer de novo, prometo.
Assim ele se desculpou com uma voz terrivelmente gentil e encostou a cabeça no peito de
Isaac. Como uma criança em sua camisa preta…
Enquanto esfregava a testa, seu cabelo dourado se movia lentamente diante de seus olhos.
Daqui para lá. Uma cor brilhante e suave… Isaac ergueu a mão, ainda olhando para ele com
bastante atenção, e no instante seguinte, e passou um dedo pelo cabelo para começar a
brincar com ele.
— Você promete?
— Sim prometo.
No final de suas palavras, os sentimentos pesados que estavam presos no meio de seu
coração desapareceram a tal ponto que um suspiro escapou inconscientemente da ponta de
seus lábios. Quando o viu com o Ômega foi por um instante, mas parecia que sua cabeça
estava absolutamente vazia e fervendo. Não conseguia pensar em mais nada, nem mesmo em
Theron. Havia esquecido que estava apontando uma arma para ele e acabou nocauteando-o.
E foi chocante de várias maneiras! Porque antes de tudo, ele foi educado para agir ignorando
as emoções e julgando racionalmente os movimentos do oponente, então ele nunca pensou…
Que poderia ser distraído por algo assim, por um homem. Mas acabou sendo mais que
suficiente. Ao se deparar com algo que nunca havia experimentado antes na vida, seu
raciocínio voou e ele não pôde fazer nada para impedi-lo. Estava emocionalmente distraído.
Félix era um prisioneiro e claro que não era culpa dele, mas seu instinto apenas gritava que
seu Alfa não tinha calças na frente de outro Ômega… E que também tinha um pênis ereto.
Perdeu a cabeça por Félix. Ficou com ciúmes…
Perguntou-se se era normal ter esses sentimentos. Temia não ser o mesmo homem de
sempre e de que estar apaixonado o tornasse uma pessoa completamente diferente e
absurda. Quanta confusão teve que suportar em um breve momento? Ninguém jamais saberia.
Mas através de emoções intensas que nunca havia sentido antes, pensou que iria virar o cano
da arma e machucar Félix, teve que segurar o cabo com as duas mãos. Foi uma sensação
terrivelmente desagradável! O ciúme feroz que teve de Félix e o medo que teve de
enlouquecer e atirar… E esses sentimentos se misturaram até que ficou difícil para se mover
novamente. Não conseguia nem fazer um som.
Não via, nem ouvia. E quando estava parado como uma estátua de pedra sem saber o que
fazer, a escuridão veio com uma dor surda. Sentiu-se inclinar para o chão e honestamente
pensou que era a melhor coisa que poderia ter acontecido com ele. Era melhor ser capaz de
escapar da tempestade de emoções que eram difíceis de controlar. Era melhor se não fosse
ele quem assumisse, era melhor se desaparecesse, seria melhor se fosse alguém que pudesse
atirar…
Ao lhe contar tudo isso em voz baixa, como se fosse falar consigo mesmo, Félix expressou
um sentimento de confusão e arrependimento intenso:
— Sinto muito. Tudo é minha culpa. Que tenha acontecido isso com sua memória, que
fosse Casey…
— Não é sua culpa, não ao todo. Eu deveria ter me controlado melhor.
— Não, sinto muito ter feito você se sentir assim. Gosto que tenha ciúmes, mas disso lhe
fazer sofrer… Para evitar que isso aconteça no futuro, farei certo da próxima vez, serei o
melhor marido da vida, então… — Félix suspirou brevemente enquanto enterrava os lábios
no pescoço dele. Sua respiração em sua pele parece excepcionalmente quente: — Não fuja de
novo.
Suas palavras desesperadas fluem silenciosamente e fazem o coração de Isaac bater um
pouco mais forte.
— Eu não vou fugir.
— Não se esqueça de mim.
— Isso não aconteceu porque eu queria…
— É bom ter você de volta.
_________________________________
Continua…
Capítulo 77

Félix colocou um pouco mais de força em seus braços, incentivando-os a segurar Isaac
com ainda mais firmeza.
Deus, o homem o torna a pessoa mais feliz do mundo. É como uma pequena poesia. Sua
doce voz sussurrando que estava feliz em vê-lo, seus olhos, seus lábios, suas lindas mãos…
— Você ficou triste sem mim? Chorou muito?
Enquanto Isaac brincava com isso, Félix, segurando-o como se fosse um lindo garotinho,
de repente ficou com seus ombros e rosto completamente rígidos:
— Bem… Você se lembra de quando veio atrás de mim?
— Sim, bem, algumas coisas.
— Como o quê?
— Bem, eu lembro que você tinha um pênis…
— Uau, querido. Não estou falando sobre isso.
Enquanto o ouvia repetir as mesmas palavras acusadoras e percebia como evitava seu
olhar, um enorme sorriso começou a se formar em seu rosto até que se iluminou
completamente.
— Naquele momento, você e eu começamos a lutar.
Com uma palavra calma, mas determinada, Félix olhou para ele com as sobrancelhas
totalmente para baixo até que Isaac ergueu a mão e tapou a boca com força, olhando para ele
como se o tivesse repreendido ou talvez, como se não pudesse acreditar. Não foi até que este
homem acariciou seu pulso que ele deu uma exclamação impressionante semelhante a “de
jeito nenhum!” Mas só consegue fazer com que a mão que segurava suas costas suba um
pouco mais. Ele se move lentamente, como se soubesse exatamente onde tocar para aquecê-
lo.
— E então nós fizemos sexo…
—…?
— Mas Casey estava totalmente de acordo! Pergunte a ele se você não acredita em mim!
— Maldito animal!!
Ouviu as risadas de Félix, tão claras e ultrajantes, de alguma forma parecia que ele havia
perdido um jogo importante. Como isso poderia ser possível? Como diabos poderia perguntar
se…
E então a febre se espalhou por seu rosto e pescoço enquanto sentia perfeitamente o jeito
que ele o acariciava com tanto cuidado. Sua mente se enche de perguntas estúpidas e ele
pensa… Só pensa que vai derreter se não parar.
— Sua pele já está vermelha. Sabia? Isso mostra como você está animado agora, ainda
mais do que envergonhado. Que fofo. Meu marido é realmente muito fofo. Você realmente
gosta quando eu te acaricio assim, não é?
— Espere Félix… Eu ainda tenho algo para te contar.
— Tudo bem. Vou ouvir o que você tem a dizer.
Félix respondeu secamente, ouvindo e olhando para ele, embora estivesse mais focado em
mudar sua camisa para o lado para expor seu peito e ombros.
— Theron…
Ao ouvir esse nome, Félix parou de tocar sua pele nua e deixou cair os braços
completamente para os lados. Talvez ele estivesse realmente muito chocado e confuso, mas
isso não o impediu de continuar a beijar logo acima de sua clavícula. Afinal, seria um
desperdício não fazê-lo.
— Se eu te dissesse que cuidei dele antes de você, ficaria com raiva de mim?
Isaac, que mal conseguia prender a respiração dentro dos pulmões, perguntou
cuidadosamente e o observou como se estivesse com medo. As pupilas azuis cravaram
suavemente na dele. Então, com os lábios, ele deixa um beijo bastante forte em seus ombros
e pergunta brevemente.
— Foi você?
— Sim. Eu descobri seu paradeiro e também seus planos. Graças a isso, minhas memórias
voltaram.
Foi no hospital. Ele não conseguia dormir bem porque haviam feito exames e ressonâncias
magnéticas o dia todo e então, antes do amanhecer, ouviu o conteúdo de uma longa conversa.
Por acaso, obviamente. Mas se pensar sobre isso novamente, pode honestamente dizer que
foi apenas algo que pode ser considerado como um golpe de sorte.
Benjamin.
Eles planejam matar Benjamin.
Hotel.
Poucos homens guardando.
Félix.
Vincenzo.
Jéssica.
Benjamin.
Nomes desconhecidos vagaram até chegarem aos seus ouvidos. Do outro lado da porta, o
homem ao telefone cuspiu a palavra “matar” tantas vezes que ela ficou gravada em sua mente
como espinhos realmente longos e duros. Seu coração acelerou e seu interior virou de cabeça
para baixo. Sua cabeça começou a doer tanto que ele se levantou, correu rapidamente e
enfiou a cabeça no vaso sanitário para começar a vomitar. Era de manhã cedo e não havia
nada dentro de seu estômago, então ele cuspiu todo seu suco gástrico e saliva… Mas a
sensação nojenta ainda está lá. Suas mãos, agarradas ao vaso sanitário, tremiam
violentamente e devido ao vômito, sua energia também sumiu. É por isso ou é por causa de
uma dor de cabeça tão forte?
É… Porque eles estão falando sobre matar uma criança, que seus braços, pernas e corpo
tremiam como se estivesse com muito medo. Sua respiração também se tornou áspera e
rápida, então Isaac, sentado no chão, exausto e pálido, fechou a boca e prendeu a respiração.
Estava hiperventilando. O som do ponteiro dos segundos do relógio na parede estava batendo
em seu ouvido sem sentido uma e outra vez, até que ele sentiu que ia morrer. Da cabeça aos
pés, ele estava encharcado de suor frio e os tremores começaram a se parecer com fortes
espasmos.
Quando ele se acalmou um pouco e levantou a cabeça… Lembra-se da maioria das coisas
que antes não conseguia.
Tudo estava inesperadamente claro.
Ao sair do chuveiro depois de lavar todo o corpo pegajoso, a primeira coisa que chamou
sua atenção foi a mancha na nuca. Era uma marca limpa e perfeita. A marca criada pela
ligação com Félix há alguns meses…
Seu esposo.
Seu Alfa.
Isaac, de pé em frente a um espelho molhado, respirou novamente. Sentia-se mais calmo,
mais firme em seus passos. Então abriu a porta do chuveiro e sentiu que seu rosto também
havia mudado.
— Antes de encontrar Theron, eu pensei que tinha que cuidar disso primeiro.
As pontas dos dedos acariciando o cabelo de Félix tremeram enquanto ele falava sobre o
que acontecera no hospital. Félix, que parecia estar com raiva, ou como se não tivesse
realmente energia desde o início, levantou a cabeça e perguntou:
— O q-que você fez?
— Ele é seu pai. De qualquer forma, ele é seu pai e eu tinha medo de tratá-lo mal e que
você…
— Você achou que o dano que você poderia fazer a ele seria comparável ao que ele tem
feito a nós até agora?
Isaac balançou a cabeça, parecia que estava prestes a chorar.
— É porque eu pensei que você se importava que eu analisei isso uma e outra vez.
— E?
— Eu o deixei por último.
Félix riu muito da voz inocente, mas incrivelmente ansiosa de Isaac. Ele segurou sua
bochecha, acariciou-a e beijou-o até que causou uma doce sensação tanto em sua pele quanto
nos lábios que o tocaram. Como se estivesse saboreando, Félix mostra a língua e lambe
lentamente o contorno dos lábios antes de perguntar:
— Você o matou?
Foi algo forte. Uma voz que não combinava com as ações gentis de sua boca.
— Não. Eu o mantive vivo.
— Eu teria matado. Assim não teria que vê-lo de novo.
Também era uma resposta que parecia bastante comum para ele, mas Isaac coloca a ponta
dos dedos em seus lábios e pressiona levemente para fazê-lo parar de falar.
— Eu não o matei, mas você nunca poderá vê-lo novamente.

— Eu quero mostrar a ele como você está feliz agora. A maneira como você sorri
brilhantemente e a maneira como você vive, mesmo que ele desejasse que você estivesse
morto. Quero mostrar a ele, realmente quero… Então eu o deixei de uma forma que vai ser
fácil para ele ver, mas sem atrapalhar.
— Eu…
— Você não é mau, Félix! Não foi sua culpa, nada do que aconteceu! Você era uma criança
e era inocente. Você não é responsável pelo que aconteceu com sua mãe ou pelas ações de
seu pai e não…!
— Issac…
O hálito úmido de Félix passou por seus dedos enquanto os apertava um pouco mais.
— Eu disse hoje?
— Disse o que?
— O quanto eu te amo.
Os profundos olhos azuis que estavam completamente contidos, tremeram com força até
provocarem a ilusão de estar nas profundezas do mar então, de frente para o marido, Isaac
deu um sorriso suave.
— Eu, eu não sei… Acho que ouvi isso algum dia. Uma vez? Sim, foi uma vez. Então, eu
quero ouvir de novo.
Seus lábios se tocaram acima de seus dedos. Uma, duas vezes, e então seus lábios se
roçaram totalmente e se separaram para deixá-lo passar. Félix, segurando a nuca de seu Isaac
com firmeza, inclinou a cabeça transversalmente e lambeu os lábios como se estivesse com
muita sede.
— Eu te amo, Félix. Eu te amo muito. Eu te amo, eu te amo, eu realmente te amo.
Uma doce confissão fluiu com um hálito quente pelos lábios entrelaçados até que fez Félix
gemer de completo prazer. Ele não aguentava mais a febre, mesmo tendo passado apenas
dois dias desde que o tocou… Na verdade, ele estava com muita fome, como se o tivesse
perdido há anos. Era o mesmo que Isaac, ele também exibia uma luxúria irresistível. Um
homem silencioso que agora estava puxando sua camisa e jogando-a ao chão. Que o beijava
e lambia como se tivesse se transformado em outra pessoa.
Isaac, sentado em seu colo com as pernas bem abertas, levanta a cintura para começar a
puxar para baixo as calças. O corpo dele, por sua própria vontade, se excita cada vez que as
palmas das mãos descem pela barriga, púbis e pelas pernas de modo que o pênis incha como
se fosse explodir…
No momento em que ele pensou que estava no limite, a mão de Félix apertou sua bunda.
Ele o agarrou com um movimento forte que o fez soltar um grito terrível e começar a babar.
— O que devo fazer? Quero entrar em você agora mesmo.
Com a língua lambendo o queixo de Isaac, que estava com a cabeça quase pendurada para
trás, Félix engasgou profundamente. Ele o abraçou, agarrou sua bunda, lambeu e chupou seu
pescoço até que Isaac, respirando fundo, se levantou para agarrar seu ombro e suspirou:
— Ah, não espere. Não importa como, apenas… Aaah, Félix!
Félix, bêbado de desejo, se deleitou com o incrível prazer que o fez sentir como se
estivesse quase se movendo sozinho.
_______________________
Continua…
Capítulo 78

Finalmente, Isaac abraçou sua cabeça enquanto ele chupava selvagemente cada parte de
seu peito. Sua mão afrouxou as fivelas da calça e abriu o zíper enquanto deslizavam sobre as
roupas que estavam quase todas para baixo. Então ele acariciou sua bunda e esfregou seu
buraco…
— Está tão molhado. Uau! Faz tanto tempo que você não se lubrifica assim.
Félix fechou os olhos enquanto lambia seus mamilos com a ponta da língua. Não havia
nada que ele pudesse fazer contra seus desejos. Ele queria estar dentro dele, tão dentro…
Tão profundamente dentro que isso o deixava louco e o fazia gritar.
Seu corpo, que já estava totalmente animado para senti-lo, não parou quando ele o
mordeu, até que um gemido incontrolável fluiu entre os lábios de Isaac.
Gritou.
Isso foi só o começo.
Quando abriu os olhos, descobriu que o ambiente já havia mudado completamente. Ele
estava em uma sala estranha. Algo espaçoso, luxuoso e limpo. Muito bonito, para dizer a
verdade.
— Umm…
No momento em que ele se virou para descobrir onde estava, uma dor aguda se espalhou
por seu corpo até que o ar saiu de seus pulmões. Uma pontada na parte inferior das costas e
nos glúteos, seguida por um peso horrível nos membros.
Isaac franze a testa, começa a reclamar, e então sente um formigamento impressionante
subindo pelo pescoço e pela mandíbula. Ah, é uma sensação terrível. Mesmo quando ele
estava gritando e chorando durante as outras sessões de ’sexo intenso’, não parecia ser tão
extremo quanto o que estava experimentando agora. Então, ao se lembrar de tudo o que
havia acontecido no armazém, Isaac soltou um longo suspiro.
— Essa maldita besta.
Então o ar vibrou ao seu redor quando ouviu o som da porta se abrindo. Isaac, que ergueu
a mão e cobriu os olhos por um momento, oscilou um pouco mais, depois deixou os braços
caírem ao lado do corpo. Como esperado, Félix estava se aproximando com um copo d’água.
— Quando você acordou?
Ao contrário dele, que ainda nem conseguiu se lavar, a aparência do marido é
absolutamente maravilhosa. Vestia um roupão de banho e cheirava a sabonete líquido de
flores.
Enquanto olhava para ele, Isaac pegou o copo d’água e se sentou. Ele rangeu, mas isso não
significava que tinha vontade de admitir que se sentia terrivelmente cansado. Ele bebeu a
água primeiro e, graças a isso, se sentiu um pouco mais vivo e revigorado. Ao menos, não
como no início.
— Onde estamos?
— É um hotel.
— Quando chegamos?
— Algumas horas atrás, meu amor. Você nem acordou.
— Eu desmaiei?
Ele parecia preocupado com isso, mas Félix riu em vez disso. Seu cabelo ainda não está
seco, então a sensação de frescor que flui dele finalmente forçou Isaac a baixar os ombros e
se deixar levar pela situação.
— Eu acho que foi muito intenso.
— Só um pouco.
— Que horror.
— Sabe? Antes de sair daqui eu ouvi algumas reclamações do Noah que me irritaram.
Liguei para o vovô para pedir desculpas.
E ele estava falando a verdade, ele realmente tinha feito muito durante o tempo que Isaac
estava meio desmaiado, meio dormindo e não acordado. E olhou em volta como uma
desculpa. Na verdade, ele não tinha energia para falar de maneira mais séria.
— E vou avisar com antecedência que Benjamin, minha sogra e meu avô estão bem e estão
todos relaxando juntos na praia.
— Está tudo realmente em ordem?
— Muito bem. Eu disse a eles que íamos chegar amanhã.
Nas palavras finais, Isaac ergueu os olhos em vez de beber de sua água.
— Amanhã e não hoje?
Ontem já era tarde quando ele foi procurar Félix. Lá, antes de começar a beijá-lo e dizer
que o amava, ele disse “só mais uma vez”. Mas a história de amor com que começaram durou
até o amanhecer, e então ele o levou para um hotel enquanto estava inconsciente. E sim,
provavelmente já era tarde agora, mas ele gostaria de estar em San Diego imediatamente. É
realmente bom estar lá depois de todo o desastre que enfrentaram? Isaac, que estava medindo
o tempo, olhou para ele por um momento.
— Estamos em um hotel para relaxar, minha vida. Porque você precisa descansar e porque
quero aproveitar um pouco disso para mimá-lo o quanto eu quiser.
No entanto, ele apenas recebeu um suspiro de resposta.
— Não conseguiremos fazer isso.
Quando Isaac disse isso a Félix, imediatamente a expressão triunfante do homem
desvaneceu-se tão rapidamente que Isaac fingiu não tê-la visto.
— Não temos que verificar se as coisas estão em ordem? Temos que ver nosso bebê e,
além disso, seu trabalho deve ter se acumulado como uma montanha nestes dias.
— Amor, o importante agora é você. Eu quero que você dê uma pausa e vá dormir. Pode
pelo menos me conceder isso?
— Ok… Eu entendo o ponto que você quer chegar
— Oh, mas ainda há um problema.
De repente, Félix franziu as sobrancelhas com força e estalou a língua ao pegar o copo
vazio de Isaac e colocá-lo na mesa de cabeceira. Isaac, que estava olhando para ele, também
mostrou uma expressão perplexa.
— Um problema?
— Quer ouvir? Meu avô colocou uma chave do cofre com listas e suprimentos importantes
e uma cópia USB dentro do boneco de Benjamin. Você sabe, o boneco chato que ele deu de
presente dizendo que foi feito na Itália.
— Eles ainda não encontraram?
— Você já sabia?
Isaac acenou com a cabeça. Embora Vincenzo, cansado e pálido depois de tanto procurar
na lata de lixo, fosse a única coisa que lhe ocorresse. Também a maneira como gritou para
encontrar o boneco e como parecia que poderia começar a chorar a qualquer momento. Mas
desde então, as coisas aconteceram tão rápido que não tinha cabeça para pensar nisso…
Porém, se ele fala assim então é óbvio que eles ainda não conseguiram encontrá-lo.
Isaac estalou um pouco a língua.
— Droga.
— Ele olhou em todo lugar, do hotel ao lixo, mas acho que ele simplesmente desistiu e foi
embora. Já estava tudo acabado mesmo.
— Mas a cópia ainda permanece, não é?
— Na verdade, foi uma sorte que o texto em si não foi perdido. É claro que a chave do cofre
e o arquivo original sumiram, então tem sido muito chato não poder abrir a caixa para dar
uma leitura e sentir um pouco de… você sabe, alguma calma.
—… Perguntaram a Benjamin diretamente?
Félix encolheu os ombros.
— Você acha que isso ajudaria?
— Vou ligar.
Isaac levantou muito rápido pelo único motivo de pegar o celular. Enfim, não custaria nada
dizer olá ao seu filho e também à mãe dele…
Isaac tenta apertar o botão em forma de telefone e então pensa em Benjamin. O menino
mais animado do mundo e que gosta muito de receber vídeo chamada. Então, depois de
arrumar seu corpo e seu cabelo terrivelmente bagunçado, ele aperta o botão que tem uma
pequena câmera e dá seu melhor sorriso feliz. Primeiro Isaac ligou para sua mãe para
cumprimentá-la brevemente e depois pediu que ela o transmitisse a Benjamin. Foi
maravilhoso ouvir a voz do menino, correndo de longe enquanto gritava: “Papai, papai!”
Para depois ver seu rosto rechonchudo totalmente colado à tela. É tão lindo e tão bonito!
Na hora, Isaac franziu os lábios e riu alto, mesmo sem saber. Seu coração estava muito
quente e inexplicavelmente cheio.
— Benjamin, você está em casa? Você está bem?
— Sim! Quando você vem?
— Amanhã meu amor. Vou dormir mais um dia e irei com o papai Félix.
— Com Papa Félix? Papa Félix está aí?
Benjamin arregalou um pouco mais seus enormes olhos redondos e perguntou várias
vezes até que Félix de repente enfiou a cabeça na frente do telefone e gritou:
— Buuu!
Quando Félix fez isso, a risada do menino transbordou.
— Papai! Você me assustou, pai, o que está fazendo?
— Huh? Pai? Papai é… Bem, eu fui alimentar as baleias.
— Wooo! Eu quero alimentar as baleias também, papai! Você deu arroz para elas?
— Uhum, com carne. Ai!
Isaac, que viu Félix responder naturalmente sobre as baleias, estendeu a mão e deu um
tapinha nas costas dele, que foi ouvido até o outro lado do mundo. O homem não teve escolha
a não ser fingir um sorriso.
— Benjamin, diga a papai Isaac o que você fará comigo quando chegarmos aí amanhã.
— Ah! Ah! Jogar bola!!!
— Jogar bola o dia todo!
— Sim!
Deitado no colo de Isaac, Félix manteve uma longa conversa com o menino. Falando sobre
o jogo, seu dia, comida e desenhos animados também. Como se estivessem em seu pequeno
mundo.
No passado, Isaac só conseguia ver seu rosto de vez em quando, não todos os dias. Ele
estava fugindo de seu pai adotivo, correndo aqui e ali e ouvindo sua voz às vezes uma vez
por mês. As expressões e o tom do menino agora estão tão felizes que ele só quer passar pelo
celular para imediatamente correr e abraçá-lo com força.
Mas, tentando acalmar a emoção inicial, Isaac clareou a voz e disse rapidamente:
— Benjamin, vou te perguntar uma coisa meu amor, ok?
Benjamin, que ouviu a voz de seu pai, corajosamente respondeu:
— Pergunte qualquer coisa, papai!
Desta vez, ele coloca o nariz na frente da câmera até que apenas um enorme olho azul
ficou visível. Isaac sorriu, e rindo começou a perguntar:
— Você tem o boneco do Mickey Mouse que seu avô lhe deu?
— Não. Ele se foi.
Ele fez beicinho, é porque realmente doía muito perder o boneco que seu avô comprou?
Benjamin gostou muito do boneco, talvez por ser muito especial ou por ser o primeiro
presente italiano. Afinal, ele até o levou para a Disneylândia e estava muito determinado a
tentar garantir que nada acontecesse com ele.
— Não se preocupe amor. Papai vai te dar um muito melhor e um que também é mudo.
Quem falava agora era Félix, que estava deitado com o queixo afundado na coxa de Isaac.
O menino balançou a cabeça e respondeu “sim”, mas ainda não conseguiu apagar sua
expressão triste.
— Eu gostava muito dele porque… Porque ele tinha calça amarela.
—… Hã? Calça amarela?
— De jeito nenhum, o vovô disse que ele tinha o traje básico do Mickey Mouse. Calça
vermelha com dois botões brancos. Sapato amarelo e luvas brancas.
— Aquele tinha sapatos brancos.
E foi ali, que descobriram que o avô trouxe para ele duas versões.
_____________________
Continua..
Capítulo 79

O boneco importado de Vincenzo usava calças vermelhas, luvas brancas e sapatos pretos.
O que Benjamin gostava tinha uma jaqueta amarela e shorts. Além disso, o vovô disse a Félix
que, se olhasse de perto, notaria que o primeiro Mickey Mouse estava usando uma fita
ligeiramente… estranha em volta dele. Não é uma fita comum, é bastante brilhante. Era uma
fita com um grande cubo preso no meio. Algo que se destacou muito para um boneco de
criança. Aparentemente, Vincenzo consertou e colocou a chave e a lista no balde.
Vincenzo não ficou feliz por ter perdido o boneco errado porque, quando voltou para casa,
o Mickey certo não tinha a fita ou o balde!
— O boneco que seu avô disse para cuidar era aquele, não o outro com o terno amarelo.
— Sim, mas eu não gostei dele…
— Onde está a fita e o balde que Mickey Mouse tinha?
Quando questionado sobre a fita do boneco, o menino abriu as mãos para mostrar que
estavam vazias e disse: “Não sei”. Isaac esfregou os lábios e acenou com a cabeça. Frustrado
com tudo o que estava acontecendo.
— Você se lembra do cubo, querido? Você o viu?
Na verdade, parece muito impulsivo fazer perguntas sobre isso a uma criança de quatro
anos que pode não estar muito interessada na aparência de seus brinquedos. Mesmo que
faça as perguntas apropriadas, tudo pode acabar sendo uma perda de tempo no final.
— Eu não gosto porque… Porque aquele não é o Mickey Mouse.
Mas Benjamin deu uma resposta inesperada, então Isaac silenciosamente tocou na tela
para ver melhor. A mesma coisa aconteceu com Félix, porque ele levantou a cabeça da coxa
de Isaac.
— Ben, o que você quer dizer amor?
— O Mickey Mouse não usa uma coisa grande e brilhante como uma fita! Não gosto do
Mickey assim, é por isso que não o levei.
Isaac se sentiu um pouco confuso, mais do que tudo, porque as emoções de Benjamin
mudavam rapidamente à medida que ele crescia. Ele disse com firmeza que não gostava, que
não queria a fita do Mickey, e então ficou furioso. Um menino com uma personalidade suave,
gentil, bonita… Parece bastante chateado e determinado a continuar agindo assim.
Isaac, que nunca o tinha visto se comportar assim, murmurou “Benjamin” para tentar
acalmá-lo, mas isso só fez com que o menino de repente parecesse infinitamente triste. Suas
sobrancelhas baixam e sua boca faz um enorme beicinho antes dele começar a chorar.
— Buááá… eu não queria… que o vovô ficasse triste porque eu não gosto daquele boneco
então, eu não contei a ele… umm… buááá…
— Entendi.
— Mickey Mouse não usa uma fita amarela!
— Sim, sim, Mickey Mouse nunca usaria nada assim. Você está certo.
Quanto mais falava, mais triste Benjamin se sentia. Sua expressão gradualmente se
transformou em uma expressão de puro choro e chegou um momento em que nem conseguia
mais falar.
— Ahhhhhhhhh. Tirei aquela fita e… E quando… Quando chegamos em casa… Uuuh, o vovô
viu Mickey Mouse no meu quarto e… E ele me perguntou sobre a fita, mas eu não… Ahhhhh,
eu não quero que ele coloque a fita novamente. É feia e eu odeio isso!
— Ben, não chore. Amor, olhe para mim. Não chore, ok? Você não fez nada de errado, tudo
bem que você não usou aquele boneco e foi ainda mais maravilhoso você ter perdido um
porque agora o papai não vai mais ter que aturar dois “Ecco Topolino” o tempo todo. Você
deixou o papai tão feliz! Você só tem que me dizer onde colocou a fita.
O menino estava chorando, mas ao ouvir a estranha imitação de Félix a risada saiu por
algum motivo. Seu rosto estava estranhamente distorcido para suportar as risadas e então
rapidamente as lágrimas começaram a cair novamente.
O menino baixou a cabeça.
— Na mochila do papai.
No momento seguinte, uma resposta inesperada apareceu.
— Mochila?
— Joguei papai, joguei fora porque Mickey odeia!
— Sim, papai vai jogar fora. Mas que mochila?
— A mochila que papai leva para trabalhar. Mickey Mouse odeia fitas.
O menino respondeu inocentemente e mais uma vez enfatizou o absurdo que era aquela
fita antes de chorar como se tivesse levado outra bronca. Isaac teve que explicar por muito
tempo que o menino não tinha feito nada de errado enquanto Félix, sendo Félix, se inclinou
para fora da cama o suficiente para acabar caindo com força.
O colchão tremeu e a tela vibrou por um momento, mas Isaac fingiu não notar.
Félix pegou seu telefone.
— Noah! Droga, cale-se! Verifique a mochila de Isaac agora… O que quer dizer com ‘O que
é uma mochila?’ A lista está na mochila que Isaac leva para a floricultura. Benjamin acabou
de nos contar. Encontre-a rapidamente e diga ao vovô para não esconder mais nada nos
bonecos do meu filho ou eu irei esconder um tiro nele…! Ok, não. Não diga isso a ele. Vamos
lá! O que há de errado com o vovô para fazer seus bisnetos terem o mesmo hábito de
esconder coisas?
Enquanto ouvia Félix ao telefone, Isaac continuou a confortar o menino e a ser muito,
muito gentil com seu pequeno Benjamin.
— Benjamin, quando eu chegar em casa amanhã, você quer comprar um novo boneco do
Mickey Mouse?
— Sim!
— Vamos escolher um boneco sem fitas feias.
Embora as lágrimas ainda estejam ao redor de seus olhinhos, o rosto sorridente do
menino era definitivamente muito bonito. Mesmo em situações difíceis como essas.
— Pai, eu tenho um presente.
— Um presente?
Dessa forma, Benjamin rapidamente muda o assunto e sai correndo esquecendo que
chorou e como ficou com raiva há pouco tempo atrás. Cada vez que ele faz isso, Félix o
provoca dizendo coisas como “ele é maluquinho”, mas ele é apenas uma criança afinal. Muda
suas emoções rapidamente e esquece os problemas para se concentrar em outra coisa.
Isaac, que estava preocupado com o fato de Benjamin estar chorando e ficando mal-
humorado, disse que podia dar para ele amanhã, quando todos chegassem em casa… Mas o
menino quer mostrar imediatamente.
Desapareceu.
Vendo a tela em branco, Isaac esperou pacientemente pelo retorno do menino. Chama
Félix e dá um tapinha na lateral da cama para ele sentar ao seu lado, então, quando voltou,
Benjamin tingiu o rosto de vermelho ao ver seus dois pais. Juntos e esperando por ele.
— Papai! Este é o presente. Eu fiz isso.
Então ele tirou um pedaço de papel de sua mãozinha. Grande e perfeitamente dobrado ao
meio: na parte inferior, ele desenhou círculos com uma vara irregular por baixo. Eles eram
mais ou menos como formas humanas, o que significa que são duas pessoas. E embaixo está
um círculo menor com um corpo feito de gravetos semelhantes. Dois pais e seu filho.
Enquanto Isaac entendia rapidamente a figura, Félix continuou a olhar para a tela com olhos
minúsculos. Então colocou a mão sob o queixo e olhou para a foto com bastante seriedade.
Inclinou a cabeça.
— São flores?
— Somos nós dois e Benjamin?— Isaac respondeu, dando um tapa no ombro de Félix para
fazê-lo calar a boca antes de estragar tudo. — Certo?
Benjamin mal acena, com uma cara muito, muito tímida.
Félix disse:
— Ah, sim. Claro. Agora entendo. Que idiota eu sou.
E acima, a escrita torta dizia claramente ⟨Com amor, Benjamin. Seu querido Benjamin.⟨
Isaac, que lê calmamente as palavras do menino, segura a boca ao sentir um som baixo
descer por sua garganta sem que ele perceba. Seus olhos estavam quentes e também podia
sentir seu coração batendo com grande força.
De repente, a imagem dos cartões que escreveu para ele e das centenas que nunca pode
lhe entregar vieram à mente. Também se lembra dos últimos meses e das cartas que leu para
ele sem parar.
⟨Querido Benjamin⟨.
Todas as suas cartas começavam com aquela frase… E agora voltaram para ele de uma
forma linda e inesperada.
Isaac abaixou a cabeça e apertou os olhos com força, Félix se aproximou um pouco mais
para poder abraçá-lo. Quando fez isso, seus olhos ficaram ainda mais quentes e ele não pôde
deixar de chorar.
Benjamin, segurando um grande cartão na tela, inclina a cabeça e pergunta: “Papai?”
Então, quando olha para cima, viu como o nariz e os olhos da criança eram grandes e
preenchiam a tela inteira. Aproximando-se para ver por que seu pai estava chorando.
Isaac riu alto e balançou a cabeça.
— É muito bonito.
— Não chore, papai.
— Não, eu não choro.
— De verdade?
— Eu gosto muito, baby! Eu gosto do desenho e gosto das coisas bonitas que você
escreveu. Obrigado.
— Eu darei a você amanhã!
— Ben, muito obrigado.
— Você deve vir amanhã.
— Claro que sim amor.
— Posso ir agora?
O menino, que ria com carinho, apontou para a tela com o dedo para ver se podia apertar
o botão “Encerrar”. Isaac, que conhece o bebê que se diverte muito em ver a tela desligar ao
toque de um botão, acenou para Benjamin para lhe dizer que estava bem.
— Vejo você amanhã, Ben. Nós te amamos.
— Eu também, tchau!
Isaac sentou por um momento e olhou para a tela… Parecia que ele ainda podia ver a
imagem de seu filho e suas cartas espalhadas.
— Está chorando?
Félix perguntou, como se estivesse brincando do lado da cama. Isaac então olhou para ele:
O homem, ainda com a cabeça molhada e o roupão, olhava para ele com infinita ternura…
Com um rosto que parecia muito com o seu pequeno Benjamim. Ele abraça o torso do marido
e sorri feliz. No entanto, quando o fez, as lágrimas vieram ainda mais.
— Estou tão, tão feliz… Hum… Quando isso acontece, é difícil para mim parar de chorar.
— Deixe-me ver. — Félix, que ergueu o rosto e olhou nos olhos de Isaac vermelhos de
lágrimas, se aproximou para beijar sua testa, nariz e, finalmente, seus lábios. Chupando até
que pudesse absorver o doce aroma que fluía por sua boca entreaberta. — Meu amor… vou
te fazer tão feliz no futuro, que com certeza você vai chorar muito mais.
— Sim…
Beijando-o suavemente, Isaac ergueu os braços e colocou em volta do pescoço para que
ele pudesse trazê-lo um pouco mais perto.
Dentro da sala preenchida com o sol da manhã, havia sussurros de amor desenfreado
correndo entre os dois. Um doce momento, uma doce família…
Foi um momento caloroso e feliz.
______________________
Continua…
Capítulo 80

No final de outubro do ano passado, um dia após a festa de Halloween e no início de


novembro, Isaac foi ao hospital de San Diego com o rosto completamente pálido e um marido
que dizia: “Eles não precisavam ir tão longe só por causa de uma suposição”. No entanto,
por meio de um exame de sangue e também de urina, determinou-se que ele estava
realmente esperando um bebê. O segundo bebê.
Quando Vincenzo voltou para casa, com um visto de visitante em uma das mãos e uma
pilha de malas com presentes na outra, Félix o sequestrou e imediatamente o levou para a
biblioteca para começar a conversar com ele. Passaram-se apenas três meses e meio depois
que todo o drama foi resolvido, então Isaac ficou muito envergonhado quando disse ao
homem que estava esperando outro filho e, em seguida, passou a mão pelo abdômen para
mostrar a ele uma pequena curva que estava aderindo a roupa. Foi muito pequeno mesmo…
Mas foi o suficiente para gerar muita emoção em toda a família. Mas ninguém ficou realmente
surpreso com a notícia. Afinal, eles estavam fazendo sexo todos os dias, e se isso não
engravidasse? Não seria mais estranho? Além disso, quando ele foi resgatá-lo, seu RUT e o ciclo
de calor do Ômega explodiram ao mesmo tempo até que ficaram presos no meio disso tudo
por mais de um dia. Depois disso, independentemente da hora e do lugar, os atos excessivos
de afeto dos dois foram tão efusivos que até se tornaram um tanto incômodos.
Todos na mansão receberam bem a notícia. Era divertido pensar nisso! Foi esperado e
amado, principalmente por Noah, que ficou ao seu lado o tempo todo, dizendo que era
importante se preparar para receber o recém-nascido. Coisas como organizar salas, comprar
berços e móveis, frequentar cursos de iniciação.
Assim sendo, por conta disso, a mansão aos poucos se transformou em um ambiente
semelhante a um imenso berçário. Com enormes ursos em que o marido se afundava para
descansar a barriga e tentar impedir o bebê de se mexer. Sem falar que Vincenzo enviava
flores sem parar! Portanto, é claro, a creche também era a casa do jardim. Com flores rosa e
amarelas aqui e ali… Embora Félix ficasse insatisfeito e reclamasse sem parar por estar
enviando essas coisas inúteis.
Claro, houve grandes brigas entre os dois, onde também houve muitos gritos. As
conversas entre pai e filho terminaram quando o monitor de Vincenzo foi quebrado em
vários pedaços ou o celular de Félix desabou em um canto até que a tela escurecer. Porém,
quando Isaac concluiu com uma palavra áspera que deveria deixá-lo em paz, Félix acabou
cedendo e aceitando os vasos e as guirlandas. E como poderia começar a brigar com o marido
grávido também!? Não fazia sentido!
A mansão teve que ser deixada aberta por dias para que o sol pudesse entrar e então antes
que a semana acabasse as flores estavam tão bem cuidadas e bonitas que não murcharam,
mas as pétalas estavam começando a cair em um tapete enorme. Uma vez e outra, mês após
mês, durante nove meses.
Como nos meses anteriores, desde muito cedo a mansão de Félix estava repleta de
grandes guirlandas, buquês e vasos de flores que diziam: “parabéns! É uma menina!”.
Tony, que estava abrindo a porta repetidamente, de repente arregalou os olhos enquanto
olhava para o desfile interminável sem entender exatamente o que estava acontecendo.
O dono da casa, embora por muito tempo não quisesse ser chamado assim, e Ômega que
se enlaçou ao Sr. Prixel, tem uma pequena floricultura no centro da cidade, certamente ficaria
muito feliz com todos esses presentes. Isso já é um exagero! Realmente quer transformar esta
mansão em um jardim de flores? Além disso, há também caixas de presente embrulhadas em
papel colorido, fraldas, roupas, babadores, mamadeiras, muitas mamadeiras.
Tony, que estava olhando para os presentes que enchiam a mansão sem nada a dizer em
particular, suspirou pesadamente e coçou o nariz.
Vincenzo Prixel foi quem mandou tudo isso e também parecia tê-lo ameaçado dizendo que
a segunda entrega seria muito mais rápida. Sim claro que sim.
Um banner enorme com as palavras “Bem vindo Bebê” foi colocado sem aviso bem na
frente da porta principal e havia balões também! Balões em todos os lugares. ‘Oh, meu Deus!
Que bagunça!’ Então Tony, aparentemente nervoso, colocou a mão na cabeça e puxou um
lenço para começar a enxugar a testa suada.
Isaac começou a ter contrações durante a madrugada e agora, ele acabou de dar à luz seu
segundo filho.
Estava pálido como uma folha, sua palma na mão do homem que ficava acariciando sua
barriga enquanto dizia que estava bem. Que poderia esperar mais um pouco… Mas Félix correu
para o hospital fingindo não ouvir nada do que ele dizia e a criaturinha nasceu logo pela
manhã. O Alfa estava tão nervoso que perdeu a conta de quantas vezes gritou com os médicos
para fazerem seu trabalho direito! Mas ele teve sorte porque Isaac e o bebê estavam
saudáveis e bem.
O bebê que nasceu era na verdade uma menina. Uma linda menina que se parecia muito
com Félix.
Isaac costumava dizer que queria uma garota que se parecesse com seu marido, então
quando finalmente a segurou em seus braços e ouviu a maneira perfeita como ela chorava,
ele ficou tão feliz que até começou a chorar também.
A família Prixel estava em festa!
A notícia de que uma menina havia nascido sã e salva tornou a atmosfera agradável e
incrivelmente comovente. Benjamin agora era um irmão mais velho, então finalmente e
depois de praticamente toda a noite acordado, ele conseguiu adormecer nos braços de
Jéssica Parker, que na verdade também parecia incrivelmente ansiosa por seu filho e neta.
Noah, que tinha ficado mais sensível ultimamente, estava tão feliz que se mostrou com
lágrimas escorrendo pelo rosto e sua boca cheia de soluços violentos. Não só eles, mas
também todos os que ficaram na mansão esperando ansiosamente pela notícia pareciam fora
de controle. Está tudo bem? Nasceu bem? Quanto pesou? Quanto mediu? Então Vincenzo
distribuiu guirlandas de flores, presentes e estandartes, o que foi…
Honestamente, assustador. Uma anedota para contar.
Vincenzo pegou um avião imediatamente, mesmo que tivesse muito que fazer na Itália.
Queria ver o bebê e definitivamente, queria agora… Mas voltando ao assunto inicial, as
enormes faixas que cercavam a entrada da mansão e as flores que enchiam a casa eram um
pouco bastante exageradas. Quando Félix vê-lo, é óbvio que vai começar a arrancar as coisas
ou atear fogo nelas. Algo assim. Mas ele teimosamente colocará a língua para fora e lhe dirá
que nunca é demais ter guirlandas, cestos de flores, vasos de flores e mais flores e presentes
espalhados por todos os lados.
Enquanto olhava em volta, Tony esfregou o queixo em constrangimento. Uma vez que
Vincenzo quer fazer algo, não consegue se livrar de sua vontade incansável. Sim, essa é a
verdade. Não havia nada que ele pudesse fazer a não ser deixar Félix e Isaac voltar e
consertar por conta própria.
No meio disso, a única pessoa que não sabe de nada e fica muito feliz com isso é Benjamin.
A criança que corre entre as flores como um cachorrinho com o rosto avermelhado. Mesmo
depois de dormir por tantas horas.
— Benjamin, você vai se machucar se correr assim.
— Não vou~!
Depois do café da manhã, Jéssica disse que levaria Benjamin ao hospital então tinha que
organizar seu itinerário, tinha muito para embalar! Muito que fazer! Tony desenhou as
atribuições de hoje em sua cabeça e sorriu ao receber outra remessa.
Ao contrário de seu rosto, que estava relaxado, ele sentiu que poderia vomitar de tanto
estresse.
_____________________
Continua…
Capítulo 81

Félix não estava tão chateado a ponto de causar uma má impressão e não cumprimentar
as enfermeiras cada vez que elas entravam em seu quarto. No entanto, ele agora está
ocupado o suficiente olhando para o pequeno artefato à sua frente do que sequer presta
atenção em outra coisa.
O homem fica olhando e olhando tanto que sua testa está franzida, seu queixo está
inclinado e seus olhos estão arregalados. Ele parecia terrivelmente sério. Tanto que até as
pessoas estão começando a temê-lo.
O lugar para onde ele olha é o berço de plástico transparente comumente usado em
hospitais. É pequeno e permite ver claramente o que está dentro e de que forma, mesmo à
distância… E dentro, não havia nada mais e nada menos do que um pequeno bebê. É
realmente tão pequeno que tem medo de tocá-lo. Ela tinha menos de cinco horas de vida,
uma cabecinha do tamanho de seu punho e um torso um pouco maior do que um palmo.
Olhinhos fechados. É incrível que haja nariz, boca e tudo em um rosto comum em um espaço
tão pequeno quanto sua cabeça! Além disso, às vezes ela boceja, se contorce e faz gestos
muito estranhos que fazem ele se perguntar se isso é normal. Parecia fazer tudo que um bebê
poderia fazer, mesmo que fosse apenas uma pequena “coisinha”.
A cabeça do bebê é coberta por um chapéu de recém-nascido, porém um olhar mais atento
revela os finos cabelos negros no topo. É ondulado e parecia com os da mãe dele, mas o preto
com o do marido.
Todos disseram que o bebê se parecia muito com ele. Nariz alto, olhos grandes e lábios
bonitos o suficiente para ser humano. A mesma linha do queixo, um sinal do lado direito, e
ainda assim Félix não conseguia ver nenhuma semelhança que ele tinha com o bebê. Os
médicos e enfermeiras diziam que ela se parecia com ele, então deve ser assim… Porém, o
homem olhava para o bebê com uma expressão clara de descontentamento: O bebê estava
dormindo, com os olhos fechados e o peito subindo e descendo sem parar. Mas por que
existem tantas rugas em seu rosto?
— Deus, o que vamos fazer com você, pequena abóbora?
Depois de olhar para o bebê por um longo tempo, Félix falava sozinho sem saber o que
estava fazendo.
— Aos seus olhos… Toda criança parece uma abóbora.
Félix desviou o olhar.
— Você viu? Quem diria que haveria tantas rugas no rosto de um bebê.
— Uhum…
— É só o rosto ou todo o corpo é enrugado também? Achei que não era humano, sabe
como estou surpreso?
— Ela… Surpreendeu você?
— Porque é feia.
— Ei, pare com isso.
Félix, que balançou a cabeça, ergueu a mão e a aproximou um pouco mais da do bebê.
Como ele disse, está realmente surpreso com isso. A primeira criança que Félix conheceu, a
primeira criança com quem realmente viveu, foi Benjamin. Seu Benjamin. Quando se
conheceram, o menino já tinha três anos e depois fez quatro e depois cinco e sempre, dia ou
noite, era charmoso, meigo e adorável. Outras crianças não tinham o cheiro dele nem sorriam
como ele. Pensava que todas as crianças eram assim, mas não era um recém-nascido
completamente diferente do que pensava? Uma cabeça do tamanho de um punho, minúscula,
um corpo diferente, olhos de rã esbugalhados, pele enrugada, tem até muito cabelo cobrindo-
a! Como um animal!
Às vezes, na TV, assistia a comerciais e desenhos animados e os bebês pareciam macios.
Por que esse bebê é assim? Parece um alienígena. Bem, não tanto assim. Apenas achou que
parecia estranho. Além disso, ela era tão pequena, mas o som de seu choro era tão alto que o
deixou tonto e fez sua cabeça doer… Porém, assim que deixou o corpo de Isaac e o homem a
abraçou contra o peito, a garota parou de chorar e começou a gemer pedindo por leite.
Foi até bonitinho, mas ser um recém-nascido é feio.
— Com o tempo ela vai engordando e ficando mais bonita… Além disso, ela é uma menina
muito bonita para um bebê recém-nascido.
— Bem…
— Não diga isso a ela… O bebê vai ficar triste.
— Ele nem consegue me entender.
Falando levemente, Félix puxou cuidadosamente o cobertor fino que cobria o corpo da
garota. Sim, ele reclama que é como uma fera feia, mas também se sente um tanto confuso
porque ama o bebê. Ele é tão louco por ela que se outra pessoa disser “feia”, portanto, com
certeza fará com que sangue e ossos fluam.
— Eu queria que ela fosse mais parecida com você, mas a única coisa que parece ser seu
é o cabelo preto. Todo o resto é uma abóbora.
— Isso é… Umm.
Quando Isaac reclamou, Félix ergueu uma sobrancelha e caminhou até ele. Ele se ajoelhou,
estendeu a mão…
— Se ela fosse mais parecida com você, tenho certeza de que não pararia de chamá-la de
“bonita”; “Você é tão bonita quanto seu pai”.
Isaac sorriu enormemente enquanto o ouvia murmurar e murmurar como se ele se
arrependesse seriamente de se parecer com ele. Na verdade, é impossível tirar os olhos dele
quando, além de parecer incrivelmente lindo, ele diz coisas assim ainda acariciando-o.
Félix começou a marcar os ossos de suas bochechas.
— Eu não gosto do seu rostinho assim, querido, quando você vai se recuperar totalmente?
O rosto de Isaac parecia muito pálido e também muito, muito inchado. Ele deu à luz há
alguns momentos atrás, e estava com dor durante as primeiras horas da manhã, então,
embora achasse que era bonito, a aparência cansada era desconhecida e de repente ele se
viu dando tapinhas aqui e ali.
Rosto inchado, pele áspera. Nossa, os olhos vermelhos são uma pena.
— Em alguns dias, voltarei ao normal se descansar bastante. Quando aconteceu com
Benjamin demorou muito porque não tinha ninguém para me ajudar. Acho que parecia um
homem morto mesmo depois de um mês.
—…Quando você deu à luz Benjamin, você fez todas essas coisas sozinho?
—…Sim.
— Deve ter sido muito mais difícil.
Os olhos azuis, aqueles que olhavam atentamente para Isaac, ficaram tão tristes que Isaac
sorriu silenciosamente e colocou todo o peso de seu rosto em suas mãos.
— Na época nem achei difícil porque a única coisa importante para mim era proteger meu
bebê. Agora, tenho meu marido ao meu lado. — Uma voz tenra e delicada se transforma em
um suspiro suave… As carícias que Félix lhe dava eram doces e relaxantes então Isaac fechou
os olhos em silêncio e se acomodou mais um pouco na cama. — Mas sim, foi um grande
problema e… não quero passar por isso de novo.
Os lábios de Félix tocaram sua testa, desceram até o nariz e, lentamente, pousaram em
seus lábios para beijá-lo várias vezes.
Isaac suspira, abriu a boca… Seu coração bate um pouco mais rápido, antecipando o
próximo beijo.
Apesar de morar com ele há mais de um ano e já ter dois filhos, os beijos de Félix ainda o
deixam infinitamente nervoso. Tanto que até parece uma criança beijando pela primeira vez
a pessoa de quem gosta. Tão perfeito. Seu calor, seu aroma, seus feromônios. Sentir-se..Tão
querido e também tão amado por ele.
— Ah…
Inconscientemente suspirou sobre sua boca, fazendo com que os lábios de Félix se
contraírem em um beijo muito mais suave e terno…
Os dentes do homem mordem a língua de Isaac e então se move lentamente em todas as
direções. Esfregando sua pele como as asas de uma borboleta. Isaac gemeu e abriu a boca um
pouco mais, e seu Alfa se encarregou de levantar o braço e abraçar suavemente seu ombro
na esperança de aprofundá-lo o máximo possível… Porém, naquele momento foi ouvido um
grito imenso que fez Isaac começar a rir. Félix franziu a testa e levantou a cabeça:
— Uau, ela é uma garota que não consegue capturar a atmosfera, hein? Teremos muitos
problemas no futuro se ela já estiver assim agora.
Mas reagiu muito rápido ao choro do bebê e de um momento para o outro já estava na
frente do berço. Ele desembrulhou o pano em que estava enrolanda e olhou primeiro para o
estado de sua fralda.
Isaac, que estava gostando bastante da cena, estava longe o suficiente para sentir que não
tinha escolha a não ser olhar para o marido e ver o quanto ele podia fazer.
Então, imediatamente depois, ele lançou um sorriso zombeteiro.
— É uma abóbora. É feia. — Mas mesmo que fingisse ser um pai assustador, a menina
choraria e o transformaria em um pai adorável que queria fazer tudo sozinho.
— Há listras verdes na fralda?
— Isso significa que está molhado, certo?
— Certo.
Félix sorriu, esfregou o queixo e olhou atentamente para as pernas do bebê. Parecia difícil
trocar a fralda quando ela fazia movimentos bastante descuidados e violentos e, mais ainda,
quando precisava tirar uma fralda menor que a palma da mão.
Isaac, que era muito atencioso, quase riu do drama e se preparou para oferecer sua ajuda…
Mas Félix trocou ele mesmo as fraldas. Sozinho… Embora no momento seguinte pareça que a
urina está escorrendo por suas pernas sem parar, então algo deve ter dado muito errado.
— Existe outra linha verde na frente de sua fralda?
— Parece molhado de novo.
— Hum…
— Eu tenho que trocar novamente. Droga!
Félix olhou para a fralda, com uma nova faixa verde brilhante, e no momento seguinte um
monte de palavrões italianos estranhos começaram a flutuar em todas as direções. Mas ao
invés de ser derrotado por isso, ele tirou a fralda suja e jogou na cesta ao lado dele. Sua
expressão é muito trágica quando colocou uma nova fralda e murmurou as instruções para
si mesmo. E quem poderia pensar nisso? Que o traficante de armas Félix Prixel chegasse um
dia a trocar fraldas de bebês. E na frente dele! Ah, é normal pensar que seu olhar estranho
combina com ele? Na verdade, seu coração está batendo forte só porque ele é fofo e porque
cuida do bebê daquele jeito esquisito.
É o tipo de coisa que a maioria das pessoas que o conhecem não acreditarão!
Depois de muito tempo tentando trocar a fralda do bebê, Félix resolveu pegar um pano
fino para amarrar seus braços na tentativa desesperada de fazê-lo parar de brigar. O homem
suspira de forma longa e olha para o bebê como se tivesse muito orgulho do que havia
conquistado… Mas o bebê apenas se contorceu novamente e chorou muito. Ele já havia
sujado a fralda duas vezes seguidas, então Isaac presumiu que estivesse com fome agora.
— O que, você só sabe ter fome e vontade de urinar?
— Esse é o trabalho de um bebê.
— Porque é uma besta.
— Me dê ela…
Mas, novamente, embora Félix gemesse um pouco e reclamasse, ele tirou a fórmula líquida
sem pedir ajuda a ninguém além de suas mãos. Ele colocou a chupeta… Embora para fazer
tudo isso também foi tão desajeitado como quando teve que trocar fraldas.
Isaac, olhando seus movimentos um a um, lembrou-se de repente do momento em que
Benjamin nasceu. Era uma situação completamente diferente de agora, ele havia fugido da
casa de Steve e não tinha ninguém que pudesse ajudá-lo com absolutamente nada. Ele se
sentia ameaçado por Cole tanto quanto se sentia ameaçado pelo resto do mundo, então não
conseguia parar por um minuto para pensar. Assim que teve o bebê, o envolveu em um
cobertor e correu novamente até que acabou visitando a casa da mãe. Deus! Foi um momento
tão difícil… Na verdade, sempre foi assim. Exausto e triste. Olhando para o bebê adormecido
em seus braços enquanto pensava no que fazer, porque não conseguia nem imaginar a ideia
de que seria bom ter alguém ao seu lado. Ou seja, como sempre esteve sozinho, acreditava
que aquele era o seu estado natural…
Assim, Isaac, que havia se lembrado do que havia vivido muito tempo atrás,
silenciosamente agarrou o cobertor que cobria sua cintura e o abaixou para que pudesse
sentir sua barriga vazia. Foi um movimento inconsciente porque… Involuntariamente sentiu
pena das coisas que fez seu pobre Benjamin passar. Pelo amor que ele certamente não sentia,
embora tentasse tanto. Ele teve que fugir sem ninguém o parabenizar, sem médicos ou
enfermeiras, apenas ele e suas mãos cheias de sangue enquanto segurava seu filho e dizia:
“sinto muito. Realmente, sinto muito.”
Mas agora, havia Félix. Havia sua mãe, Noah, e Vincenzo também. E só de pensar neles por
um momento, sentiu-se forte e também bastante em paz. É algo muito importante para quem
acaba de dar à luz, seus entes queridos e sua família com ele, pois eles dizem o quanto o
amam.
Isaac puxou o cobertor novamente.
_______________________
Continua…
Capítulo 82

— Tenha cuidado com a cabeça e… Isso mesmo. Certifique-se de que não engula o ar.
Félix estava segurando uma pequena mamadeira de leite para bebês recém-nascidos…
Inferno, por que tudo o que faz, parece ser tão adorável? É porque é maravilhoso ver um homem
alto e com grande porte físico dar leite em pó a uma menininha que parece indefesa?
Colocando-a contra seu peito enquanto diz: “Abra a boquinha. Está fazendo isso muito
bem”.
— Félix…
— Diga.
Não conseguia se lembrar exatamente o que estava tentando lhe dizer, só… Queria chamá-
lo. Chamá-lo e confirmar que o homem à sua frente era realmente seu Alfa. Mas Isaac estava
tão cansado que simplesmente pisca e se deitar. Com a frase “te amo” descansando bem no
fundo da garganta… E então, do nada se escuta o som de alguém batendo na porta do quarto
do hospital. Toc, Toc, Toc até que o vidro deslizante finalmente se abre com um som
estridente de bipe.
Embora a cortina estivesse pendurada para um lado e houvesse um anúncio de bebê
descansando presos bem na maçaneta, os passos inesperados começam a se aproximar,
mesmo que nenhum dos dois tivesse dado permissão.
Félix olhou naquela direção, franzindo a testa com algo parecido a uma fúria tremenda.
— Quem se atreve a…?
— Estou aqui!! Vim ver a nova princesinha!
A voz áspera de Félix foi enterrada na agitação que de repente se formou no quarto. Foi
Noah quem entrou, gritando como se na verdade fosse sua própria casa em vez de um
hospital. Seus olhos brilharam loucamente quando olhou para Félix e seu bebê como se fosse
comê-los.
— O que diabos você está fazendo aqui?
— O que diabos você está fazendo? Acha que ter filho é uma coisa de todo dia? Não é assim,
tem que tirar uma foto! Pra mostrar a família!!
— Garoto barulhento. A menina está tentando… Não faça isso!!
Quando Félix vê Noah tentando tirar uma foto do bebê com seu celular, Félix revela seus
dentes e começa a rosnar como um cachorro louco. Porém, Noah apertou rapidamente o
botão, um flash saiu e então, sem poder evitá-lo, tirou uma foto do homem segurando a bebê
e no final, quando seus olhos encontraram os de Félix e antes que conseguisse dizer algo
mais, ele ficou ao seu lado e tirou uma foto dos três.
Félix dá de ombros, mas Noah caminha até a bebê, cantando e fingindo não conhecer Félix,
que está olhando para ele como se quisesse começar a morder sua cabeça. Sorriu, e abriu os
braços para que a pudesse passar… Mas o Alfa segura o bebê no ar como se fosse uma banana
e Noah o macaco chato que quer pegá-la. Uma atitude bastante infantil e… Irritante.
— Não vai dizer oi a Isaac?
Foi quando Félix, que mostrava seus sentimentos desagradáveis com seu rosto rabugento
e seu bebê recém-nascido nos braços, perguntou algo assim que Noah, que já o teria
esbofeteado ou chutado em qualquer outra situação, disse: Opa! E correu agora até ele.
— Isaac!
— Noah… Desculpe por ter te preocupado tanto durante a noite.
— Nem um pouco, muito obrigado Isaac! Você realmente lutou muito. Ter um filho do
mesmo idiota duas vezes parece muito complicado! Além disso, sempre dá à luz a crianças
tão lindas! Como Vênus a deusa da beleza. Partilhe seus dons com os outros.
Noah, que foi ao corredor apenas pegar alguns pacotes e voltou com os braços ocupados,
colocou uma grande caixa de bolos na mesa perto da cama de Isaac.
Então, lhe agradeceu e o parabenizou novamente.
— Oh… Isso não foi…
— Isaac precisa de um prêmio muito maior do que bolos. Viver com Félix parece uma
grande façanha, mas você fez um milagre dando filhos adoráveis para a família, certo?
— Suponho que…
— Então, vou viver com vocês para sempre porque estou preocupado com a educação que
esse demônio pode lhes oferecer! Sim, de nada.
Noah fala rápido, mas Félix finge não ouvi-lo. Estava tão animado com a menina que Isaac
apenas sorriu e começou a rir da óbvia luta para abraçá-la…
E assim, enquanto Félix e Noah brigam e gritam sem parar e o bebezinho começa a gritar
bem alto, Jéssica e Benjamin abrem a porta do quarto e entram quase ao mesmo tempo. Na
verdade, eles vieram junto com Noah direto de casa para o hospital. Mas no primeiro andar
do prédio da maternidade havia um belo e grande lago, então Benjamin, que havia
encontrado uma tartaruga no meio, pediu para ver mais e alimentar os peixes até o tempo
ficar fora de controle.
— Papai!!
Ao olhar para Isaac, o menino, que abriu a porta do quarto do hospital com um forte
impulso, pulou e correu para abraçar o pai com grande entusiasmo.
Benjamin, que fez aniversário recentemente, de repente ficou mais alto e mais magro.
Todos os dias descobrem algo novo sobre ele, não quer mais beber leite e seu rosto de bebê
está sumindo. Cada vez que ver seu filho crescer e crescer para revelar mais as características
de um Alfa, sente-se orgulhoso e… Um pouco triste. Parecia que era um bebê ontem e agora
sente que não será capaz de segurá-lo para sempre. Deus, quando ficou tão grande? Ainda é
pequeno, é verdade, mas… Parece que está olhando para um menino grande.
Isaac sentiu pena disso.
— Pai, ainda dói?
O menino perguntou, encostando a cabeça no seu peito enquanto o acariciava
repetidamente até que seu cabelo espalhasse. Parece se lembrar de todas as vezes que
reclamou durante as a madrugada, portanto ficar sentado em um quarto de hospital pode
lhe dar a impressão de que ainda há coisas erradas com ele.
— Não, não dói mais.
Isaac balançou a cabeça e deu um tapinha carinhoso nas costas de Benjamin algumas
vezes antes de abrir um espaço para ele entre os lençóis. Benjamin pareceu aliviado e só
então começou a sorrir.
— Benjamin, você estava preocupado com o papai Isaac?
— Uhum.
— Mas você disse que viu as tartarugas primeiro. Se está preocupado com o papai, vá
primeiro ao pai para ver se está tudo bem. Quero dizer, ver tartarugas é bom, mas o que teria
acontecido se o pai ainda tivesse dor? Antes de tudo, deveria ver se ele não precisar de você.
Félix, que havia passado o bebê para Noah e agora estava ouvindo atentamente a conversa
de Isaac e Benjamin, de repente abriu a boca e começou a falar com a criança como se
estivesse repreendendo-o por não aparecer imediatamente. Benjamin gritou, gemeu e
ergueu os olhos para começar a se defender.
— Era importante.
— Sim?
— Havia duas tartarugas.
— Uau. Duas.
— Sim, tinha duas. Elas estavam sentadas em uma rocha e uma nadou!
— Eu perguntei se você gostava mais de tartarugas do que do seu pai, essa não é uma
resposta válida.
Sim, ele entendeu a pergunta de se gostava mais de tartarugas do que de seu pai, mas
pareceu-lhe que primeiro deveria falar sobre as tartarugas que vira lá embaixo. Félix ergueu
as sobrancelhas em sinal de que era a vez de Benjamin falar perante o tribunal, mas não disse
nada. Com apenas cinco anos. Qual é a vantagem de repreendê-lo assim? Na cabeça da criança,
tudo está tão bagunçado que ele só consegue franzir a testa.
— O que é uma resposta válida?
Então, dessa vez, pega uma frase que lhe parece bastante estranha e pergunta enquanto
Félix coloca a mão sob seu queixo.
— Uma resposta que me deixa satisfeito e que responde minha pergunta corretamente.
— Tudo bem.
— A Família é mais importante do que as tartarugas, Benjamin. Você tem que saber disso
agora. Pense um pouco e quando tiver uma resposta aceitável, venha me avisar. Certo?
— Uhum.
Ao lado dele, Noah estalou a língua, murmurando coisas como isso é muito exagerado. Mas
Benjamin logo estendeu os braços para Félix pra que pudesse carregá-lo. Esqueceu a
conversa e olhou para o outro pai.
— E o bebê?
— Tio Noah está segurando. Gostaria de ver?
— Sim.
Isaac, que tinha estado bastante atento à conversa sobre tartarugas e família, respondeu
com um sorriso e encorajou o menino a ir até lá… Noah então se curvou para Benjamin
enquanto embalava o bebê suavemente contra seu peito e, mostrou:
— Ela é sua nova irmãzinha, Benjamin. Não é bonita?
— Uau. É muito pequena, certo, pai?
Benjamin olhou o bebê com olhos incrivelmente arregalados e bochechas coradas. Parecia
tão animado que fez o peito de Isaac senti-se quente e cheio… São irmãos que se encontram
pela primeira vez. Família, como Félix havia dito. E não importa que a menina esteja tão
cansada a ponto de dormir sem se levantar! Mesmo que seja o primeiro encontro. O primeiro
encontro dos filhos que viverão como irmãos por toda a vida. Além disso, é por seu filho está
ao lado de seu recém-nascido que quer chorar tanto? Tão bonito, inteligente e grande. Um
irmão mais velho, olhando para o bebê com aquele brilho selvagem que seu pai também tem
na maior parte do tempo.
Seus primeiros dois filhos.
Foi no momento em que olhava as crianças que uma vozinha suave veio da direita:
— Como está se sentindo, amor? Está tudo bem?
De repente, Isaac ergueu os olhos e olhou para Jéssica Parker desta vez. Parecia ansiosa e
preocupada, então correu até ele imediatamente, em vez de ir com o bebê. Sentou-se na cama
e estendeu a mão para segurar suas mãos e começou a esfregá-las para cima e para baixo.
Então, sem se importar com o ambiente, olhou até mesmo o estado de seu rosto e entregou-
lhe uma garrafa d’água também.
— Estou morto.
— Deve ter sido difícil para você, esperou a noite toda e também de manhã cedo… Mas
estou tão feliz que você e seu bebê estão a salvo e bem.
— Não precisava se preocupar tanto. Você dormiu?
— Como ia dormir amor? Esperei até a notícia chegar… Mas depois fiquei tão animada
que também não consegui dormir. Mais estou feliz e aliviada por você estar saudável e por
me dar uma netinha linda e perfeita.
O bebê estava dormindo como se tivesse desmaiado… Embora o barulho seja alto e
Benjamin fale com Félix tão alto como se eles tivessem um alto-falante. Noah enxugou
suavemente o leite em pó que escorria de seus lábios com uma toalha molhada e o menino
saltou em volta dele sem um único sinal de tédio, como se fosse uma cena de maravilhosa ou
muito feliz.
— Lembro-me… Quando você veio até mim. Segurando um bebê com menos de dois
meses com força, mesmo que seus dedos estivessem trêmulos. Nem quero lembrar em como
o seu rosto estava ruim. — Jéssica, olhando para ele, de repente trouxe à tona o assunto do
passado. — Você sofreu muito… Mas sempre conseguiu olhar além de tudo isso.
Isaac sorriu, mas sua mandíbula começou a tremer enquanto a ouvia. Afinal, ela é sua mãe
e se preocupa primeiro com seu filho e sua felicidade. Lembrou-se dos momentos difíceis
que enfrentou até o fim e ela tentou estar lá para ele como Isaac tenta estar lá para ela.
Isaac, sentindo-se envergonhado por chorar, apertou as mãos dela por um momento,
embora tivesse levantado-as para que pudesse colocá-las bem em suas bochechas.
— É completamente diferente agora, certo?
— Sim…
— Você parece tão contente… Parece feliz, então agora meu coração está relaxado e em
paz.
Mas isso só fez com que as lágrimas caíssem com tanta força que sentiu como se não
pudesse mais respirar.
— Sim… Estou feliz, mãe. Estou muito feliz.
Com a resposta de Isaac, Jéssica sorriu calorosamente. Talvez até as lágrimas de seu filho
tivessem passado para ela também…
Se um filho está feliz, a mãe também está.
— Eu também estou, baby. Estarei enquanto você estiver.
— Obrigado… Hum, pode… Continuar me ajudando mesmo que eu pareça feliz?
— Nem precisa perguntar.
Jéssica de repente abraçou seu filho e o deixou chorar em seu ombro o tanto quanto
quisesse. Acariciou suas costas suavemente e ouviu seus soluços até que eles se tornaram
pequenos soluços. Se antes não havia mãe que o abraçava, agora as mãos dela estavam lá
para segurá-lo. Se não tinha mãe para cuidar dele no momento do parto, agora ela ficaria até
achar que era o suficiente.
— Meu garoto é tão corajoso.
Isaac, capturando a gratidão e os sentimentos avassaladores por sua mãe, a abraçou
afetuosamente até se sentir menos cansado do que no início e finalmente relaxado.
O nascimento de uma nova família é também o nascimento de uma nova felicidade.
________________________
Continua…
Capítulo 83

Foi quando Isaac finalmente adormeceu que o celular de Noah tocou de repente. O
homem, que estava ciente de que um barulho daqueles poderia incomodar um bebê recém-
nascido tão pequeno como aquele em seus braços, pegou o celular quase por reflexo e
atendeu. Embora no momento seguinte mostrasse suas costas retas.
— Avô!
A palavra que saiu de sua boca fez toda a família ficar completamente rígida no quarto do
hospital… Só havia uma pessoa no mundo que Noah chamava de avô. Somente a Vincenzo
Prixel.
— Não, eu não esqueci. Estava tentando entrar em contato agora há pouco. Bem, que
maravilha! A bebê é tão fofa, você deveria vim para… Está bem. Sim Sim. Claro, com certeza!
Muito linda! Nosso Benjamin também é bonito, claro. Mas a princesa é bonita demais…
Chamada de vídeo? Agora mesmo, espere um minuto.
Na verdade, Vincenzo havia lhe dito que entrasse em contato assim que fosse para o
hospital, mas teve medo de fazê-lo. Finalmente, Vincenzo, que não podia esperar mais um
minuto, ligou primeiro e Noah não teve escolha a não ser atender a todos os seus pedidos.
Então, olhando para a direita e para a esquerda novamente, deu de ombros de novo e olhou
atentamente para o novo papai.
— Ei, o vovô quer fazer uma chamada de vídeo.
Havia uma leve tensão em seu rosto quando falou com Félix. Ele não disse nada. Sempre
que Vincenzo e Félix faziam uma vídeo chamada, gritavam e brigavam como se fossem
animais de circo. Então ficam bravos e acabam quebrando alguma coisa. Principalmente
quando se trata de um assunto que tem a ver com crianças.
Vincenzo Prixel é um conhecido executivo da máfia, então sempre agiu como tal. Quando
se encontrava com Félix parecia que poderia trabalhar bem ao seu lado, mas… Quando é por
telefone… Apenas gritam e brigam e gritam de novo e isso é tudo. Talvez porque liberam as
frustrações que não podem resolver quando se encontram, quem sabe? Agora o desejo de
Vincenzo de ver a menina é intenso e é claro que eles sabem disso.
Noah pediu a Vincenzo que esperasse um pouco, depois mudou imediatamente para uma
vídeo chamada e se conectou.
— Ok, é isso.
O rosto de Vincenzo então aparece na tela. Ele parece mal-humorado e terrivelmente
imponente, como sempre.
— Ouvi dizer que o novo bebê nasceu meu filho. Parabéns. Você trabalhou muito. Ter
contrações parece difícil.
E ali descobriram que quem foi chamado meu filho era Isaac e não Félix. Ele, mal acordado
e sentado na cama, parecia mais confuso com o estranho título do que com qualquer outra
coisa que acontecia ao seu redor.
Então riu:
— Obrigado vovô.
— Agora que vi meu bisneto e minha bisneta, não tenho mais nada a desejar. Estaria tudo
bem para mim mesmo se eu morresse amanhã. Acho que posso fechar meus olhos e ir para
o céu com todos os anjos e nosso Senhor Jesus Cristo e…
— Ha, por favor!
Félix e Noah vaiaram Vincenzo ao mesmo tempo, que parecia estar redigindo algo
semelhante a um testamento. Ele franziu a testa, mas felizmente não levantou a voz nem
ficou bravo, apenas fingiu não ouvir as críticas de seus dois netos.
— Estou ansioso para ver as crianças de frente. Mesmo que Félix faça algo estúpido e isso
me deixe com raiva, tenha certeza de que vou conseguir.
— Sim, não se preocupe com isso.
— Já me deu dois netos, você é o único em quem posso confiar. Estou feliz por você ter, a
única cabeça onde existe sanidade com eu tendo esses netos inúteis aqui.
Félix, que estava sentado ao lado do marido, franziu a testa com sua estranha fofoca de
sogro. Levantou-se e aproximou-se para tentar impedi-lo. Parecia que até agora estava muito
determinado a fingir que não podia ouvi-lo.
— Bem, então nós…
— Oh, a propósito, deixei alguns presentes em casa porque não me deixaram mandar as
flores para o hospital.
— Flores?
Os olhos de Isaac se arregalaram com as palavras flores e presentes. Noah, que estava
segurando o celular, balançou a cabeça com o que havia dito e falou:
— Não é difícil mandar flores para o hospital, o difícil é mandar MIL flores para o hospital,
vovô.
Félix pareceu liberar todo o ar de seus pulmões em menos de um segundo:
— Não pode ser, você mandou flores de novo? Sério? — Quando Vincenzo ouviu a notícia
da gravidez, quase criou um enorme jardim dentro de casa, então definitivamente já teve
obstante disso por uma eternidade. — Vovô, eu sei que você quer nos dar os parabéns, mas,
por favor, não transforme a casa de outra pessoa em uma floresta. Quantas vezes já te disse?
— Disse o seu nome ou o quê? Mandei para o novo bebê.
— Sim, não são para mim.
— Não.
— Mas você as mandou para a casa em que moro.
— Bem, isso é diferente.
— Eu te disse da última vez! Ok, certo, você quer parabenizar, quer enviar um presente.
Faça. Ou então mande dinheiro! Dinheiro! Por que é tão obcecado por flores? Elas ocupam
espaço, fazem bagunça e secam com o tempo. Já temos o suficiente com as flores e os vasos
da loja de Isaac.
— Oh, Deus, só cale a boca!
Quando Félix expressou seus sentimentos de desagrado e falou, Vincenzo finalmente
começou a brigar com ele. Abriu a boca, levantou a voz e sua mão se levantou
involuntariamente. Mas então virou a cabeça e percebeu que Jéssica e Benjamin também
estavam por perto, então com pesar, se forçou a limpar a garganta e sorrir.
— Peço desculpas. Meu filho é um sujeito que não tem muita noção de romance, isso e
tudo. É um monstro que só conhece dinheiro, típico dele.
— Desculpe?
— Além disso, você acha que só mandei flores para o bebê? Tem muitas outras coisas!
— Bom tudo bem. Obrigado pelas flores, pela água, pela terra e tudo mais. Você está feliz?
No entanto, Vincenzo estava agora muito ocupado cumprimentando Jéssica para pensar
em outra coisa, foi só depois de uma conversa verdadeiramente longa com uma saudação
terrivelmente longa e afetuosa a Benjamin que finalmente pediu para ver sua bisneta.
A bebê dormia como se fosse uma pedra então, embora tenha sido acordada pelo som da
guerra nervosa entre Vincenzo e Félix, decidiu dar meia-volta e voltar a sonhar… Vincenzo
vê o bebê dormindo no tecido que Félix segura nas mãos e, em seguida, fica tão feliz que seus
cílios se enchem de muitas lágrimas. Pega um lenço de papel e limpa os olhos e também o
nariz.
— Sei que você ficou desapontado por não poder ver quando Benjamin nasceu… Mas
agora pode estar com a princesa.
Noah, que estava segurando o celular, disse tudo isso com um grande sorriso. Ele já tinha
ouvido falar o quão triste ficou por não poder ver Benjamin desde que ele era um bebê, então
certamente consideraria isso uma grande conquista.
— Ela é linda… Já escolheram um nome?
Vincenzo, que esteve olhando o bebê todo esse tempo, na verdade fez uma ótima pergunta.
Houve silêncio entre todos os presentes e aconteceu ao mesmo tempo que os olhos de Noah
e Jéssica se focaram em Isaac. Ele havia se esquecido disso até agora, mas quando pensou
sobre isso, percebeu que não tinha um.
Isaac suspirou brevemente, esfregando as bochechas para cima e para baixo
repetidamente.
— Eu ainda não decidi.
— Ainda não? Por quê?
Com a resposta simples de Isaac, Vincenzo perguntou a ele sem esconder seu enorme
espanto. Jéssica e Noah também parecem ter a mesma opinião, então Félix apenas deu de
ombros.
— Tenho que… Registrá-la antes de sair do hospital, então, uma decisão tem que ser
tomada agora. Eu realmente não tenho um nome agora. Nem sei um nome que soe bem!
— Como pode ser? Então, o que você fez nesses meses?
— Honestamente, eu estava mais preocupado em não vomitar.
Então Isaac teve uma ideia… Quer dizer, é meio estranho, mas ele não acha que é ruim. Só
tem que perguntar às pessoas que estão lá sobre um nome que elas acham significativo e
bonito e assim decidiram todos juntos e ficariam igualmente felizes. Félix não se importa e
Vincenzo disse que estava tudo bem.
— Todos deveriam dizer um nome e… Vamos votar naquele que mais gostamos.
— Posso dizer um nome para a bebê, papai?
O primeiro a mostrar interesse foi, claro, seu pequeno Benjamin. Quando o assunto surgiu,
o menino foi o único a levantar a cabeça, caminhar em sua direção e segurar seu braço.
Inclusive parece que seus olhos azuis estão brilhando como nunca antes.
— Já pensou em algo, amor? Como você gostaria que sua irmã se chame?
— Tony Stark.
—…Ah, bem.
Seguindo Mickey Mouse, Tony Stark era seu personagem favorito. O vingador mais
poderoso de todos os tempos! O riso irrompe aqui e ali com a resposta infantil.
— Bem, Benjamin. Tony Stark é um nome masculino. O bebê é uma menina, então temos
que dar um nome que combine bem com ela.
Isaac respondeu sério, mas pressionou o punho contra o canto da boca para não começar
a rir também. Benjamin pareceu um pouco desapontado, mas mesmo assim fez uma segunda
proposta.
— Peter Parker.
— Isso é masculino também.
— E o Capitão América?
— Isso não é um nome, bem, sim… Mas é o de um personagem.
Benjamin, que vinha nomeando vários heróis da Marvel, acabou fazendo um grande
beicinho com a boca. Por que sua irmã não podia ter um nome legal? É errado querer que seja
um herói?
— Benjamin, o bebê, é uma menina. Então me dê um nome que não seja de menino. Se seu
irmãozinho acabar sendo menino da próxima vez, prometo que vou chamá-lo de Tony ou
Steve. Tudo bem?
— Meu irmão mais novo? Quando? Pode me dar um irmão agora?
Então, como que animado de novo, Benjamin apenas se inclinou um pouco mais perto dele
e colocou a orelha na barriga de Isaac, esperando seu novo irmãozinho.
— Oh não… Eu não quis dizer… — Isaac rapidamente se meteu em apuros, então não sabia
mais o que dizer. Só queria confortá-lo, não prometer ao menino um irmão homem! Não, isso
é…
— No ano que vem vou te dar um irmão.
Félix, que estava ao lado de Isaac, respondeu muito sério, então todos os olhos estavam
nele.
O homem apenas ergueu as sobrancelhas:
— O que está olhando? Eu já fiz dois, não foi?
— Você é um cachorro ou o quê? Quer ter um terceiro filho no ano que vem? Sem pensar
no corpo de Isaac?
— Ele adoraria ter outro filho meu, basta perguntar. Ele me disse antes de chegarem.
— Nossa, estúpido Isaac, filho da puta, e eu estava tendo compaixão por você porque
ontem estava gritando que doía muito. Com certeza pode lutar enquanto dá à luz hein? Hein?
Nesse caso, levante os punhos e lute contra mim!
Noah bateu no ombro de Isaac, ele nem sequer o fez com força, mas os olhos de Félix
ficaram ferozes em um instante. Olhava para Noah, como se falasse peça desculpa. Mas Isaac,
que na verdade sempre falava assim com ele, começou a rir bastante. E quem se importa? De
qualquer forma, o rosto de Benjamin está um pouco mais brilhante agora que ele prometeu
que, quando um menino nascer, definitivamente usarão um nome de herói.
— Sim, temos que falar sério.
Depois disso, vários nomes foram dados a Isaac. Vincenzo apresentou nomes italianos,
Noah listou nomes incomuns e unissex e Jéssica apenas recomendou um nome comum de
menina, algo simples. Independentemente disso, parecia que eles tinham falado o nome de
todas as garotas do mundo e que, mesmo que ele os examinasse com cuidado, ainda não
havia uma de que realmente gostasse. Todos os membros da família pensaram no nome do
bebê, mas no final não conseguiram se decidir por nada! Além disso, o bebê começou a chorar
porque estava com muita fome, então que tipo de discussão poderiam ter quando todos
parecem tão abobados vendo Félix agitar diligentemente uma fórmula líquida enquanto a
acomoda contra seu peito? Impossível.
Embora lamentem não poder decidir sobre um nome, a família não teve escolha a não ser
sair para dar-lhes alguma privacidade. Inclusive Vincenzo também desligou, embora, é claro,
não sem antes pedir para ser avisado quando decidisse.
Quando Benjamin, Jéssica e Noah voltaram para casa, o espaçoso quarto do hospital
parecia absolutamente vazio e em paz. O barulho desapareceu imediatamente e a luz
começou a ficar tão fraca que, de um momento para o outro, Félix se sentiu tão confortável
que até sentiu sono.
Ele estava sentado em uma cadeira, acalmando e alimentando seu bebê choramingando
que chupava o bico fazendo um som de sucção impressionantemente alto. Então, com o bebê
contra o peito, Félix começou a cantar. Era um pequeno som que não combinava nem um
pouco com seu rosto ou com o formato de seus braços então Isaac, prestando atenção
absoluta em sua entonação e na letra, riu silenciosamente e apenas observou: embalar e
alimentar o bebê com leite em pó como se tivesse feito isso por anos, embora fosse o primeiro
dia. Um momento calmo e tranquilo com seu marido e seu recém-nascido. Quase como se
estivessem em uma pintura, tão linda. Ele também pensou que poderia ser considerado um
momento perfeito, embora seu corpo ainda se sentisse entorpecido e cansado até a morte.
— Temos que dar um nome ao nosso bebê.
Félix abriu seu discurso como se pensasse que Isaac poderia esquecer se não o lembrasse.
— Sim.
Mas logo, olhando para o bebê que chupava ansiosamente o bico da mamadeira sem abrir
os olhos, Félix simplesmente ficou em silêncio novamente. Também não parece pensar em
muitas opções para oferecer, ou está apenas pensando com cuidado enquanto cuida da
criança… Mesmo assim, o problema está aí e eles têm que resolvê-lo antes de terem alta.
Depois de retirar a mamadeira do bebê, Félix a ajustou para que ela ficasse apoiada em
seu ombro, e então a apoiou e começou a dar tapinhas em suas costas. Curiosamente, toda
vez que a mão de Félix atinge a protuberância que forma o corpo de sua menina, o tamanho
de sua palma cobre todo o torso e parte das pernas dela, então podem chegar a pensar que é
um pouco bruto ou rude ,embora em geral é gentil e muito, muito fofo. E então, um pouco
depois, a bebê se contrai e vomita um pequeno suspiro que faz Félix começar a rir como se
ouvir seu arroto fosse a coisa mais linda do mundo. Logo a acomodou nos braços novamente
e fez um monte de coisas estranhas de novo apenas para que a colocasse no berço: É
desajeitado e parece estar com medo, mas faz coisas que nem sequer poderia imaginar. Ele
troca ela, alimenta, acalma, está praticamente grudado nela o tempo todo então não
consegue tirar os olhos daí… Porque o homem parece mais genial do que nunca e quer se
lembrar dele para sempre.
Félix, um pai que é mais maravilhoso do que qualquer pessoa no mundo.
Ele olhou e encarou seu Alfa como se estivesse tentando gravá-lo em sua córnea e, de
repente, percebeu que Félix também havia adormecido. Sua cabeça está apoiada no ombro e
seus braços estão quase deslizando ao longo do corpo, inclusive parece que já começou a
roncar. Pobrezinho. Não pode dormir a noite toda, nem nas primeiras horas da manhã, e
agora que é tarde, tem cuidado de Isaac e do bebê com tanta vontade que nem lhe ocorreu
perguntar se estava bem. Mas agora, supõe que não pode aguentar. E dá a impressão de que
pode cair no chão se não o tirar daí! Isaac, que deu um grande sorriso, desta vez sentou-se
um pouco para corrigir o estado do bebê deitado no meio. A menina, em um berço de plástico
transparente, também dormia sem muita dificuldade. Ela é quieta e pequena, não é maior do
que a boneca do Mickey Mouse de Benjamin e, sim, seu rosto é enrugado e coberto com muito
cabelo, mas isso não quer dizer que parece uma fera!
Isaac se levantou devagar da cama e depois foi até a parede para poder olhar pela janela
grande com cortinas de ursinho de pelúcia. Do outro lado, havia uma vista maravilhosa do
sol, das palmeiras e dos prédios luxuosos. O hospital ficava perto da praia, então foi uma bela
visão ver o mar sob as nuvens. Uma névoa azul que se estende até onde a vista alcança, como
tudo em San Diego, Califórnia.
Suspiros.
— Califórnia.
Isaac murmurou inconscientemente e olhou para o bebê novamente. Refrescante, linda. A
terra em que encontrou todas as maravilhas que agora pode desfrutar. Califórnia, San Diego.
Se não tivesse vindo aqui, se não tivesse se arriscado, ele não poderia ter visto Félix mais
uma vez. Não teria se apaixonado outra vez, nem amado novamente, nem teria sido livre ou
teria vivido um momento tão divino como este.
— Callie.
No momento em que murmurou isso em uma voz muito baixa, o bebê, que tinha dormido
muito bem até agora, apenas se contorceu. Como se estivesse respondendo ao chamado de
Isaac.
— Você gosta desse nome?
E embora o bebê obviamente não pudesse responder, conseguiu fazê-la se contorcer
novamente até que Isaac começou a rir.
“Callie”, (que soa como Cali) não era exatamente um nome peculiar. Na verdade, está
entre os nomes muito usados nos Estados Unidos, independentemente de ser homem ou
mulher. Deve ter muitos e muitos Callie e deve haver centenas de significados para isso…
Mas Isaac quer chamá-la de Callie porque, para ele, o significado é Califórnia.
Na verdade, também pensou em chamá-la de Diego por San Diego, e analisando bem, pode
ser muito mais significativo do que Callie… Mas não poderia ter brigado com Benjamin pela
a ideia de chamá-la de Tony e de repente dar um nome masculino espanhol à menina, como
Diego.
San Diego vem da palavra Sant ou Sanctus, cuja origem é Santiago, mas que se torna uma
palavra que significa Santo como o rio Sant Jame ou Sant José… E já que ele não pode atribuir
nenhum desses nomes à menina, o segundo filho de Félix e Isaac Prixel será chamado
simplesmente de Callie.
Era um nome e um significado um tanto ridículos, mas ninguém questionou ou negou.
A bebê era brilhante como o sol nas ruas e seus olhos eram como o mar azul
transbordante. Ela era definitivamente linda como a Califórnia. Uma menina brilhante e
apaixonada como seu nome.
_________________________
Continua…
Capítulo 84

Félix olhou para Isaac com os olhos estreitos.


— Você sabe quanto tenho sido paciente até agora?
— Ah…
— Sei que está se contendo tanto quanto eu, não diga algo estúpido como se não soubesse
certo?
Isaac estava com problemas por causa de sua pergunta feroz. De fato tinha razão, ele sabia
muito bem… Foi no ano passado: Isaac foi direto para o hospital no dia seguinte ao
Halloween. Não tinha certeza de sua condição, então o mandaram fazer um exame de sangue
e urina e, como resultado, foi determinado que estava esperando um bebê. Isaac não assimilou
por um tempo, como um homem atingido por um raio. Quer dizer, ele estava grávido?
Realmente grávido? Era verdade que da última vez que o RUT de Félix e seu ciclo de calor
explodiram juntos. Estava apaixonado pelo homem e eles entrelaçaram seus corpos sem
parar até escurecer e logo era noite outra vez. Não estavam literalmente emaranhados como
animais? Nem mesmo usavam anticonceptivos, pelo amor de Deus! A maioria dos Ômegas
tem 99,9% de chance de engravidar, isso era claro. Mas era um Ômega recessivo. Isso
significava que mesmo sendo um Ômega, ele poderia ser considerado um irmão dos Betas e,
portanto, bastante irregular.
Foi quando conheceu Félix, a cinco anos e meio atrás, que percebeu o quão fértil ele era.
Daquela vez foi só uma noite e já o tinha deixado com um filho no ventre!
Durante esta nova fase da sua vida se entrelaçam durante muito tempo, dias e noites,
usaram preservativo uma vez, mas depois uma semana inteira sem usar… E no final tudo
continuou sem qualquer alteração. Na verdade, sempre diziam que queriam ter um segundo
filho. ’Ei, vamos tentar hoje’. ‘Ei, não seria ótimo ter uma menina?’ Mas, não teve outra chance.
Chegou a pensar que havia algo de errado com ele e então, em uma consulta com o médico,
foi informado de que realmente tinha tido muita sorte. Saber que foi um milagre dar à luz a
Benjamin foi um grande choque para ele. Um Ômega recessivo precisa de mais cuidados,
então isso significa que não poderá ter um segundo? Ele não disse isso, mas era um problema
em que pensava constantemente.
Quando disse que estava grávido, sua família e as pessoas ao redor, que ouviram a notícia,
ficaram emocionados e alegres e os parabéns foram imediatos. Noites e noites de festa! Mas
a cabeça de Isaac estava em branco. Não podia acreditar. Algo parecido ao que aconteceu com
Benjamin, embora desta vez nem pudesse sentir o realismo. Estendeu a mão e acariciou sua
barriga lisa.
Um segundo bebê.
Mas logo depois, o enjôo matinal começou a ser uma coisa séria e, gostando ou não, tinha
que admitir que com certeza estava. Podia senti-lo. Ele havia se esquecido como era porque
fazia muito tempo que deu à luz a Benjamin, mas era fato que os sintomas eram exatamente
os mesmos.
Isaac era uma pessoa que sofria de graves enjoos matinais. Há um ditado que diz que na
segunda gravidez as náuseas são muito diferentes e que se aproveita um pouco mais o
momento. Mas infelizmente, mesmo na segunda vez, teve que sofrer de náuseas horríveis e
absolutamente cansativo e irritante. Quando senta à mesa, de repente segurava a boca e se
inclinava no lugar. Quando estava com Benjamin, de repente segurava a boca e ficava parado
no lugar. Isaac não suportava o cheiro de comida, nem o cheiro de perfume, e às vezes nem
mesmo o dele.
Félix também não se sentia bem com tudo isso.
Com o passar do tempo, Isaac mostrou que a náusea não melhorava, mas piorava
gradativamente. E mesmo estando grávido, ele perdeu tanto peso que tinha que ficar no
hospital quase sempre para tomar soro. Noah costumava brincar sobre isso dizendo que
Félix era definitivamente o culpado por todos os seus males e que ficaria bem quando tirasse
umas férias longe dele… Na verdade, desde o início de todo esse problema ele provou ser um
pai e um marido absolutamente maravilhoso. Sem dúvida, embora dissesse que sofria de um
sintoma um pouco similar ao enjoo matinal de Isaac, o maior incômodo, o problema que
estava no topo da pirâmide e poderia colocar em risco seu relacionamento conjugal, era que
eles não podiam fazer sexo.
Antes de ir ao consultório médico para ter a confirmação, Issac disse que iriam deixar o
sexo de lado e bem, estava sendo fiel a suas palavras.
Os Ômegas recessivos tem um risco realmente alto de aborto espontâneo. Como isso podia
significar não apenas a morte do feto, mas também a de Isaac, não podiam nem mesmo fazer
coisas eróticas. Além disso, o próprio Félix se sentia nervoso e preocupado, então pela
primeira vez na vida e muito surpreendentemente, não reclamou ou insistiu e nem mesmo
tentou fazer qualquer movimento contra ele. Além disso, como se não bastasse, não só seu
esposo parecia doente, mas sua própria condição piorou durante a noite… Os enjoos matinais
de Félix duraram mais do que o esperado e o fez agir tão dramaticamente doente que o
período de bom e inesperado comportamento de Félix também aumentou.
No final, quando o enjoo matinal cedeu um pouco e o banheiro deixou de está ocupado 24
horas por dia, 7 dias por semana, Isaac relutou porque sua barriga estava enorme. Oh,
Benjamin era na verdade muito maior do que Callie, mas era estranho e difícil se mover
assim, então só teve as mãos do esposo subindo e descendo com calma durante toda a
gravidez. Obviamente, massageá-lo completamente era chato em comparação com o
habitual, então ele só podia considerar isso uma brincadeira de criança inútil. Não ser capaz
de tocar aquele homem redondo e fofo se tornou apenas uma situação terrivelmente
dolorosa para Félix. Mas que inferno! Não tinha coragem de dizer isso a ele! Estava lindo
grávido, mas era ainda mais precioso ter sua família completa e segura. Ele gostava de
dificultar as coisas? A abstinência dependia inteiramente de Félix.
— Eu me masturbei. Sabe? Desde que era estudante do ensino médio, nunca me masturbei
tanto nem com tanta vontade. Quero dizer, eu sempre me tocava quando via meu erótico e
lindo Ômega, segurando sua barriga deitado na minha cama. Isso fazia meu coração disparar.
Mereço um prêmio, certo? Porque mesmo quando meu RUT chegou eu aguentei tomando
inibidores.
— Muito bem feito. Parabéns.
— O que você acha deste assunto, Isaac?
— Isso foi… É muito lamentável.
Isaac se sentiu envergonhado, então evitou seu olhar o máximo possível. Claro que sabe
como a situação era triste. Não apenas durante a gravidez, mas agora após o parto, seu corpo
não se recuperou totalmente e isso fez com que seu período de abstinência se arrastasse
indefinidamente até parecer honestamente interminável.
Na verdade, o que Félix suportou até agora foi muito útil e o ajudou a melhorar muito.
Também ajudou seu bebê a nascer e se desenvolver plenamente. Todos os que conhecem o
admiram honestamente! Que surpreendente. Os membros da família sabem que os Alfas são
fracos contra o instinto. Entre eles, obviamente Félix é muito mais. O Alfa dominante mais
imponente entre todos os de sua espécie. Deve ter sido um problema e ainda assim, por quase
um ano, ele foi muito paciente e muito fofo e… E se a paciência dele já ultrapassou o limite?
Se fosse, seria natural. Claro.
Mas se o tocar mal, se isso o excitar da maneira errada, então ele teria que lidar com tudo
de uma vez, e isso é um pouco… Assustador.
— Vamos começar devagar…
Realmente queria responder que tentaria… Mas seus lábios já haviam começado engolir
como se tivessem vida própria. Isaac sentou-se no sofá involuntariamente, ofegante quando
os lábios de Félix se agarram aos seus como se estivessem pressionando até o limite. Um
beijo forte e fervoroso, como se mostrasse o fim de todo o seu autocontrole.
— Ah…
Os lábios entreabertos se sobrepuseram um ao outro e, ao mesmo tempo, a língua úmida
se envolveu e se moveu quase até a garganta. Um beijo tão apaixonado e inesperado
provocou uma sensação estranha que a fez congelar no lugar. Isaac, que não conseguia nem
fechar os olhos ou piscar, engasgou e olhou para cima. Inclinando a cabeça para trás em uma
tentativa de fazer soltá-lo. Porém, como se não pudesse se dar ao luxo de ficar um momento
longe dele, Félix o seguiu com determinação e lambeu seus lábios com bastante cobiça.
Esfregou a língua dele, uma e outra vez, até que um som úmido e abafado saiu, ecoando alto
entre as paredes. O corpo de Isaac parece recuar incapaz de fazer qualquer coisa além de
levantar rapidamente a mão e agarrar o ombro de Félix até que suas unhas se cravaram nele.
Parece tão firme quanto uma madeira.
Nas mãos de Félix, a camisa de Isaac se desfez.
— Agora, espere, espere um minuto. Devagar…
Félix, que corre como uma fera cega pelos desejos carnais que não tem mais razão para
controlar, lambe-o, acaricia-o completamente e parece não ouvir nada além da própria
respiração. Nem as reclamações nem os golpes, nem mesmo o alvoroço lá fora… Bem, não é
tão estranho se pensarmos no passado, não era ele que tinha fome depois de apenas uma
semana sem atividade? Mas desta vez foi quase um ano. Não era um nível que ele suportaria,
mesmo que estivesse lutando tanto, chegou um momento em que ele ficou completamente
louco por Isaac.
É por isso que o homem suspirou brevemente, lamentando não ter conseguido escapar
mais cedo ou ter tido força para socá-lo. Então sentiu a boca do marido morder seu pescoço,
passando os dedos sobre ele e fechando os olhos como se tentasse se concentrar antes de
explodir. Gosta disso, então o que pode fazer a respeito?
— Espero que possa me levantar de manhã.
— Isaac, você deve ter sofrido muito pelo bebê.
Félix falou, mordendo os lábios ligeiramente inchados do homem à sua frente.
— Haha eu sei… Mas você me ajudou.
Isaac toca as costas de Félix, que desce dos lábios até o queixo e passa pelo pescoço para
poder morder sua nuca. Ninguém respondeu e Isaac ficou sem ar. Seu estado físico, durante
toda a gravidez foi tão caótico que não consegue manter o ritmo corretamente desta vez,
embora pareça que voltou um pouco ao normal.
O cheiro do marido é muito forte. Seu calor está na ponta dos dedos… É uma sensação de
queimação depois de muito tempo sem ter absolutamente nada. Sua barriga estava muito
tensa e seu pênis e o buraco em sua bunda, aquele que claramente lembra a alegria de entrar
nele, vão se molhando aos poucos até que teme estar caindo no instinto.
Os Ômegas são muito instintivos, obviamente depois do Alfa. Eles detectam o feromônio e
respondem favoravelmente a ele… E como prova, agora seu corpo está tão excitado como
sempre.
Que escandaloso.
— Se sempre que você estivesse grávido, pudéssemos fazer sexo, seria encantador me
fascinaria.
— Ah…
— Mas não quero passar por isso de novo, esse ano infernal.
Grunhindo, Félix cravou os dentes sobre a nuca e depois na clavícula de Isaac. Em algum
momento de seu período no hospital ele disse com segurança que daria à luz seu terceiro
filho, um menino… Mas agora ele diz que não quer e choraminga como uma criança que teme
não ter seu doce favorito até a hora do jantar. Sorri sem perguntar sobre seus sentimentos e
começa a deixar muitas pequenas marcas em sua pele. Mastigou e chupou e depois mastigou
novamente. Isaac parou de sorrir. Abraçou sua cabeça…
Esse rosto está enterrado sob seu pescoço e as mãos estão percorrendo dentro de sua fina
camisa constantemente. Sobem cada vez mais ao longo de sua barriga e vai lentamente
passando pelas costelas de Isaac até que, em um ponto, ele enrola a camisa e toca cada parte
até parar em um mamilo que parece tão pequeno quanto um grão de arroz.
— Lindo, meu marido é muito fofo.
Com dedos desajeitados que parecem ter encontrado um tesouro inestimável, Félix
começa a esfregá-lo.
— Oh!
— Seu corpo é tão sensível.
Félix riu baixinho, deslizando a língua do seu pescoço até o ombro e continua descendo
cada vez mais até que Isaac abaixasse a cabeça e abrisse a boca. ’Oh, meu Deus! Como você
está animado com tudo isso!’ Inclusive está mordendo os lábios até deixá-lo de um tom
vermelho brilhante incrível e parece que o suor decidiu começar a cair até bloquear sua
visão. Também houve um gemido que estourou como se não pudesse suportar e os mamilos
se queixam ficando mais volumosos.
Não pode ser. Sua expressão, sua voz e seu corpo sensível o estão deixando louco!
Félix usa seus braços para segurá-lo com todas as suas forças. Em seguida, empurra o
torso de Isaac para trás e o estende por todo o comprimento do sofá para que possa baixar
suas calças. Seu pênis está ereto o suficiente para começar a latejar, então o hálito quente de
Isaac sai na forma de um grito impressionante… No entanto, foi quando esfregou a virilha e
o peito que Félix começou a sentir calor na ponta do seu dedo. Algo molhado que o fez parar
todos os movimentos e levantar a cabeça.
— Uau.
Ao olhar para o dedo, Félix fez um som confuso com um significado desconhecido. O olhou
com os olhos nublados por toda a luxúria acumulada e de repente ele deixou escapar:
— Acho que você finalmente conseguiu dar leite.
—… Ah? — Sua cabeça ficou em branco com os comentários de Félix. —… Já saiu?
— Bem, há algo no meu dedo. Olhe.
Félix mostrou-lhe a mão: A água pegajosa escorre como se provasse que ele não estava
errado.
— Aí meu Deus
— Ha, chega de despesas! Quero dizer, chega de fórmula!
Só então Félix riu… Embora Isaac estivesse honestamente envergonhado. Era verdade, o
líquido viscoso que estava naqueles dedos saiu de seus mamilos. Félix enrolou a camisa de
Isaac, que começava a escorregar rapidamente, abaixou a cabeça e aproximou os lábios até
murmurar contra a sua pele:
— Então isso quer dizer que posso…
— Espera um minuto!
Isaac ficou assustado e tentou se cobrir com as mãos… Mas o mamilo já estava na boca do
Félix e não só isso! Ele também abocanham toda a sua aréola.
Ele engoliu tudo.
— Espere, espere, Félix!
Isaac gritou para impedi-lo, embora obviamente Félix não obedecesse de forma alguma.
Ele apenas lambeu e mordeu até que parecia muito mais faminto do que a pequena Callie.
— Você está me deixando louco, amor…
Félix, que lambeu e chupou seu seio sem hesitar por um segundo, murmurou isso em voz
baixa e bastante quebrado de prazer. É pegajoso. O sabor do seu leite é doce, assim como o
cheiro, e ele se derrete na ponta da língua até fazê-lo lamber e lamber brutalmente, como se
estivesse ficando viciado nele. Maldição. É tão doce! Nunca tinha pensado nem em seu sonho
mais louco que Isaac teria o doce leite materno.
— Ah, ah! Espere um minuto, ugh, Félix!
Isaac gritou com toda sua vontade. Suas bochechas e orelhas estão realmente vermelhas,
então sentir Félix lamber e lamber tão obscenamente só o deixa pior.
— Amo o seu leite, você realmente não sabia que isso ia acontecer?

Isaac balançou a cabeça. Na verdade, Ômegas recessivos dificilmente podem produzir leite,
então Isaac pensou que não era exceção a essa maldita regra. Ao dar à luz Benjamin, ele teve
que substituir o leite materno pelo leite em pó, porque nem uma gota saiu. Desta vez foi o
mesmo. Mesmo após o parto, não houve aumento das mamas ou formação de leite materno.
Era só a ponta inchada e a dor… Era isso. Portanto, acreditava que estimular e esperar era
uma perda de tempo, então não o fez. Os médicos disseram que havia exercícios que ele podia
fazer, mas isso era mesmo um problema? Quer dizer, pelo menos a menina era saudável.
Assim como fez com Benjamin, Isaac pegou um leite em pó especial e disse que o
importante era que o bebê se alimentasse bem… E depois de dois meses sem problemas e
graças ao esforço constante, conseguiu fazer sua Callie crescer bem e ficar um pouco mais
gordinha. Mas agora, o leite materno está fluindo até cair.
_____________________
Continua…
Capítulo 85

— Não faz sentido de qualquer maneira, porque sou um re… Ah! Félix, pare. Ugh.
Isaac gemeu corado, abaixou a cabeça e disse que não conseguia acreditar. Mas essas
foram suas palavras finais porque Félix levou a língua ao seu mamilo como se estivesse
realmente ansioso para continuar a fazer amor com ele.
Os mamilos que ele costumava morder e chupar agora enrolavam suavemente entre seus
dedos. Seu corpo parece muito sensível a qualquer um dos estímulos que ele faz, então ele
apenas fecha os olhos e começa a tremer. Foi por reflexo. Os ombros encolhem e suas coxas
parecem começar a balançar de um lado para o outro. Seus dedos escorregaram como se
estivessem tentando empurrar o sofá para frente, mas Félix nem estava pensando em nada
além de seu lindo mamilo. Como isso era erótico para ele. Depois de segurá-lo, morde e suga
outra vez, fazendo com que Isaac alcance um pico de excitação e êxtase…
Estava prestes a ejacular.
— Ah, ah Félix… Não aguento mais. Não mais…
— Sim, você pode…
— Pare… Ah, por favor, pare.
— Mas e se eu deixar o leite derramar? É algo que não podemos permitir depois de esperar
tanto, certo? Além disso, quero ver o quão louco você pode ficar. O quão alto vai gritar.
Félix, que chupou até os mamilos ficarem incrivelmente vermelhos, acabou tirando a calça
de Isaac até ficarem completamente deitados no chão… E no sofá, os dois homens que se
tocaram e se despiram sem medir um pouco de sanidade, começaram a se emaranhar como
bestas selvagens. Pernas longas e fortes se misturavam e torsos encharcados de suor e leite
se tocavam. Há mãos que se tocam e braços que seguram e parecem relutantes em soltar
novamente. Os lábios, que se mesclam quando trocam um beijo profundo, permanecem em
contato próximo até que se perdem em um calor bastante devastador. Queimando como o
maldito do sol da manhã.
— Acho que não aguento mais, o que devo fazer? Já faz um tempo que não fazemos amor,
então eu queria ser gentil… Mas parece que infelizmente não posso me dar ao luxo de fazer
isso assim.
Félix murmurou isso com uma cara de fera faminta. Suas pupilas azuis já estavam escuras
e seus dedos parecem estar tremendo desesperadamente. Isaac, deitado de costas no sofá
em um quarto completamente fechado, assentiu. Respirando tão fundo quanto seu marido
cansado estava fazendo… A partir do momento que ele começou a chupar sua auréola e
morder seus mamilos, desejou que pudesse de alguma forma curar seu corpo quente e fazê-
lo se sentir melhor.
— Ah… Eu também sinto o mesmo.
Foi quando ele cuspiu aquilo com um suspiro verdadeiramente quente, que Félix levantou
uma de suas coxas como se não pudesse suportar por mais nem um minuto. Coloca as pernas
do homem em seus ombros e observa enquanto elas tremem no ar todo o tempo que
esperavam por ele… E, no momento seguinte, Félix agarra a bunda de Isaac e a abre para que
comece a inserir seu pênis.

O calor de seu membro é sentido muito claramente dentro dele. É tão apertado… Seu pau
parecia grudar perfeitamente em sua mucosa enquanto se movia lentamente, como se
estivesse cavando seu próprio caminho para chegar ao ponto que buscava.
Embora o campo de visão de Isaac tivesse nublado e sua respiração chegasse a um ponto
onde não podia mais sair de sua garganta, Félix continuava com pressa pra mover seu pênis,
nunca parando, sem pensar em mais nada e batendo as costas com força contra a mobília.
Sua parede interna amolece com o tempo e engole seu pênis até que entra mais da metade.
Envolvendo-o com cuidado e depois apertando-o com ferocidade repetidamente até que se
torne insuportável. Ele tinha um buraco tão incrivelmente atrevido como este antes? O
movimento de aperto e sucção fez com que Félix soltasse um suspiro impressionante.
Isaac não sabia o que seu corpo estava fazendo, então foi estranho ver Félix estalar a
língua e então parar para dizer:
— Eu vou enlouquecer.
Com esta palavra de reclamação, Isaac piscou os olhos completamente nublados de
luxúria… Mas Félix parecia incapaz de fazer ou dizer qualquer outra coisa. Ele apenas está lá,
olhando o corpo nu de Isaac. Suas pernas bem abertas e o buraco que engoliu seu pênis ereto
até a raiz. O estômago está tenso e a cabeça cheia de suor… É verdade que sentia um prazer
excitante e terrível, mas, além disso, havia a sensação de que a pressão finalmente o faria
explodir. Ele não conseguia nem respirar direito!
— Devagar, mais devagar…
Isaac soluçou, mal respirando. Apesar de haver passado um tempo significativo desde que
fizeram sexo tão intenso, era natural que fosse difícil se ele empurrasse para dentro de uma
forma completamente desesperada e potente. Félix se move para frente e para trás
constantemente e quando para, inclina as costas e beija a bochecha de Isaac. Ele parece estar
com medo de causar-lhe algum tipo de dor, mas ao mesmo tempo, tem aquele tipo de olhar
encantador que lhe faz cair de joelhos na frente dele sem o menor esforço. Toca sua bochecha
suavemente e depois toca seu peito.
— Isaac.
Ele chamou seu nome ao mesmo tempo em que torceu o mamilo entre os dedos… Aperta,
e aperta mais até causar um gemido semelhante a um intenso “Uff!” e a sua cintura se levanta,
Um fluxo de formigamento corre por seus membros e depois, a sensação de gozar é tão forte
que é honestamente assustador. Estimulante até a morte, mas difícil de suportar.
Ao contrário de Isaac, Félix apenas riu com vontade.
— Aqui. Tem estado pingando todo esse tempo, sabe?
— Sim…
— Você está muito emocionado?
Com uma voz realmente ofegante, Félix explicou com luxo de detalhes cada uma das coisas
que podia ver nele. Foi constrangedor ouvir. Logo, aplicando força na palma da sua mão, cobre
todo seu peito, e coloca os mamilos entre os dedos e começa a massagear até que fiquem
grandes e carnudos. Cada vez que faz isso, toda vez que acaricia esses lindos mamilos com as
unhas, ele se sente animado de um modo que nunca imaginou experimentar. Isaac pensou
que a irritação, causada pelo ágil movimento de suas mãos, era insuportavelmente boa, então
a palavra “mais” subiu até o topo de sua garganta… No entanto, no final, o único som que
escapou de sua boca foi um nervoso: “Aah!”
Vendo a reação de Isaac e pensando que era realmente maravilhoso, Félix esfregava
constantemente seu peito, como se quisesse espremer cada gota de dentro. E quando seus
dedos ficaram encharcados de leite e sêmen, levou a palma da mão à boca e lambeu tão
profundamente que até a fez estremecer. Ele se limpa, se inclina, morde e o chupa.
Bendito Deus! Parecia que uma besta cega pela luxúria o possuiu.
— Ah, ah, não faça mais aquele barulho Félix, ah, por favor…
Puck, puck, puck, os movimentos de Félix estavam se tornando infinitamente radicais.
Isaac ofegou embaixo dele como se tentasse respirar um pouco mais e balançou a cintura
como uma puta. Félix sentia que seu coração batia forte e que seu pênis parecia tremer cada
vez que se movia de dentro pra fora.
Um prazer insuportável se espalhou por dentro de seu buraco, então pensou que
definitivamente iria enlouquecer. Está tão feliz! Tão malditamente faminto!
O traseiro dolorido de Isaac está molhado, sua cintura está elevada, seu pênis cheio de
porra e um líquido pegajoso fluindo de seu peito tão duro como antes… Era lascivo e
decadente. Tanto que, se ele tivesse se visto no espelho, certamente teria desmaiado com o
choque.
Uma imagem fora do comum.
Isaac, que soluçava e gemia com uma expressão intensa e desesperada acompanhada por
um rosto vermelho brilhante, parecia mais uma mulher que estava prestes a enlouquecer.
— Isaac, Isaac… Meu Deus, estou tão louco por você.
Félix, que sugava vorazmente o leite materno escorrendo até o umbigo, de repente ergueu
os olhos, levantou a cabeça e segurou-o para que levantasse e caísse no seu colo… Félix nem
tirou o pênis que estava no interior dele.
Isaac estremeceu levemente com o estímulo causado pela tensão desse pênis dentro do
seu corpo e então, assim que percebeu como estava sentado, olhou para frente e voltou os
olhos em direção a Félix.
— Ah… Por quê?
— Para poder tocá-lo de forma mais agradável.
— Ah…
— Mas você tem que abrir mais as pernas, meu amor.
Félix empurrou seus joelhos no meio das coxas de Isaac e abriu suas pernas. Os joelhos de
Isaac estão bem abertos e seu abdômen se curva tão deliciosamente que ele pode ver sua
virilha com total clareza. Desta forma, não poderia fechá-las mesmo que morresse de pena.
— Umm… Isso é um pouco…
Ele queria dizer que era constrangedor, mas novamente o som de reclamação entalou em
sua garganta e o afogou… Agora todo o seu corpo tremia, seus olhos pareciam ficar em branco
e seus órgãos genitais, que estão expostos, tremiam no ar a ponto de explodir.
Sua aparência é terrível, tão obscena que Isaac acaba mordendo os lábios e fechando os
olhos com força.
Isaac sentou-se da melhor forma que pôde nas coxas do esposo. Gemeu e se abaixou ao
sentir que não podia acompanhá-lo e, no final, para sustentar um corpo que provavelmente
desabaria a qualquer momento, colocou as mãos nos joelhos e tentou encontrar estabilidade.
O som da carne batendo em seu traseiro o estava deixando tão tonto que ele não conseguia
se mover mais.
— Ah, ah, Félix, por favor… Ah, pare.
Queria se levantar, mas tudo o que podia fazer era segurar seus joelhos. Enquanto os
joelhos de Félix curvava totalmente costas e puxava o peito ainda mais para ele. Foi tão
intenso que sentiu que ia desmaiar. Lágrimas dispararam em todas as direções e saliva
também começou a pingar.
— Isaac chore mais. Chore. Mesmo se você fizer isso a noite toda, parece insuficiente,
então não pare meu amor. — Sussurrando, estendeu uma das mãos e começou a massagear
ainda mais seu peito. — Está pingando tanto…
Abaixo do mamilo, imprensado entre os dedos de Félix, o líquido flui para baixo até
encharcar completamente seus dedos. Isaac apenas cavalga em seu pau e também gemia:
— Félix!! Ah, ah, uh, isso… Ai, ai meu Deus! Sim bem aí!
Suas coxas grossas tremeram como em uma convulsão. Isaac balança a cabeça, chora e
berra… E foi nesse momento que perdeu toda a sua energia e caiu para a frente. Não consegue
respirar, então Félix o abraçou com força e o fez deitar de costas novamente. No entanto, não
houve descanso algum. Félix esmagou as coxas de Isaac com as palmas das mãos e abriu seus
joelhos a um ponto quase exagerado.
Seu pênis entrou e saiu várias e várias vezes, com tanta força que seus membros tremeram
sem hesitação. Ao mesmo tempo, o sêmen transbordou do pênis de Félix e fez o traseiro de
Isaac cair terrivelmente contra o sofá. Se escutava o som do líquido pingando no chão, um
hálito úmido que gruda em seus ouvidos e uma doce voz misturada com uma doce risada.
Isaac, sem fôlego, fechou os olhos com força. Seu rosto, os lóbulos de suas orelhas e seu
pescoço estão todos vermelhos… Félix lambeu seu pescoço por um longo tempo, ainda
segurando seu peito com as duas mãos.
— Nunca vou me cansar de te ver… Você é lindo.
— Ah… Félix.
Isaac o chamou com a voz trêmula, então Félix, que riu de forma satisfatória, se abaixou e
segurou seu pênis.
— Goze agora meu amor, faça na minha mão.
— Ah, ah, não, por favor… Ahhh.
— Seria melhor se gozermos juntos?
Félix, sussurrando docemente como se acariciasse suas orelhas com a boca, sacudiu o
pênis de Isaac com força até que o movimento de subir e descer de seu abdômen e cintura se
tornou muito mais selvagem. O pênis do Alfa preenche completamente sua parede interna,
incha e o faz experimentar um estímulo fortemente transmitido de um lado para o outro que
deixa sua mente totalmente vazia. Sentiu que morreria quando lhe apertou o peito!
Sua respiração zumbida saiu ao acaso devido ao terrível estímulo, prazer e excitação difícil
de suportar. Seus olhos estão inchados, mas não consegue chorar, e se o faz, soam apenas
como soluços. Não sabia o que fazer com a energia que se espalhava toda vez que o sentia
meter e meter até que seus intestinos fossem remexidos. Um arrepio da cabeça aos pés que
o fez parecer quebrado e, ao mesmo tempo, sentir como se fosse morrer.
Ele o ama tanto que com certeza está ficando louco.
Foi nesse momento que uma fina linha de sêmen disparou da ponta de seu pênis, lhe
fazendo sentir uma impressionante sensação de calor que também se estendia por sua
parede interna.
Então, só depois que a sensação de queimação encharcou seu ânus, parece que o tempo
finalmente conseguiu parar, logo Isaac, que se inclinou no peito de Félix para tentar tocá-lo,
perdeu a energia e seus membros caíram novamente. Suas pálpebras pesadas pareciam que
não iriam mais abrir.
— Eu te amo. Meu Ômega.
——FIM——
Capítulo 86 - Extra 01

Callie Prixel, de quatro anos, era uma garota brilhante. Determinada, capaz de conseguir
o que queria sem fazer o menor esforço. Ela tem uma maneira tão fofa de se comportar e agir
que ninguém consegue lhe dizer: NÃO. Nem uma vez.
Quando Benjamin tinha quatro anos, ele era um menino forte, mas também muito
sentimental. Se eles dissessem que não, ele chorava e fazia uma grande birra, mas costumava
esquecer rapidamente. Callie não era assim. Se queria algo, lembrava mesmo depois de
alguns dias e o conseguiria com seu próprio esforço. Embora tenham nascido das mesmas
pessoas, eram duas crianças com personalidades muito diferentes. O mesmo se aplica a
jogos: por exemplo, Benjamin gosta de brincar de esconde-esconde, jogar bola, andar de
bicicleta e montar a cavalo. Callie gosta de brincar um pouco diferente. Como agora.
— Agora o tio Jack é meu cachorrinho!
Não gostava de cavalos porque eles são realmente assustadores, então era melhor montar
em seus tios e dizer-lhes para começarem a engatinhar. Parecia um jogo muito difícil para
personagens como eles, mas se a garota abre aqueles lindos olhos redondos e pede para ser
carregada nas costas, não tem escolha a não ser aceitar. É algo que não se evita.
Portanto, aqueles homens com um físico forte estão sempre rastejando de um lado a outro
porque ela quer. Algo como uma espécie de rotina.
Hoje foi a vez de Jack:
— Pequena Srta. Prixel, eu só posso brincar 5 minutos hoje. Ok?
Jack, que estava rastejando pela casa a ponto de doer na carne, pediu misericórdia. Mas
quão curtos são 5 minutos? Callie não sabia o quanto as pessoas achavam difícil brincar com
ela porque nunca negaram ou reclamaram de suas atividades, assim, tão bela quanto ela era,
apenas sorria daquele jeito angelical. Se fizer isso, significa que eles brincarão o quanto Callie
quiser.
É um daqueles dons típicos dos gêneros dominantes.
— Me carregue!
Ao comando de Callie, Jack engatinhou até não poder mais.
— Onde estamos indo?
— Hahaha. Não! Você não deveria falar porque é um cachorrinho.
— Ah…
É frustrante quando a garota de olhos azuis e boca rosa o incentiva com tanto fervor a
fingir que é um cachorro. Mas o que você pode fazer se já começou a brincar? Não tem escolha
a não ser dizer sim e colocar sua melhor expressão de satisfação.
Jack é um cachorro, pelo menos por mais alguns minutos.
— Cachorrinho, você quer comer sanduíches?
Há quanto tempo estou engatinhando? Quando sentiu seus joelhos doerem, Callie
perguntou uma coisa tão meiga com aquela vozinha de bebê. Jack não disse nada, ele não se
esqueceu de que não podia responder. Mas no momento seguinte, a garota, com uma mão
pequena e ágil, jogou o biscoito que segurava direto no chão.
— Você quer comer um biscoito? Agora eu dou um pra você, coma porque está
muito gostoso.
A expressão da garota era linda… Mas vendo o biscoito jogado em frente ao seu rosto, Jack
se sentiu tão confuso que disse algo como: “hã?” Com um suspiro estendeu a mão para pegá-
lo. A criança balançou a cabeça novamente.
— Não. Cachorros não têm mãos! Com a boca! Assim yum-yum-yum.
A voz confiante de Callie o deixou envergonhado. Agora eles estavam brincando de
cachorro, então é normal que ela queira que ele coma com a boca e não fale. Afinal, ela é um
bebê de quatro anos e eles são apenas empregados de Félix. Ele não tem a força que Isaac ou o
chefe parecem possuir, porque se tivesse, ele teria gritado “já chega!” E teria se recusado a
continuar… É aí que está o real problema. Nenhum deles é capaz de ser firme. Eles apenas
veem a garota bonita com aparência de boneca colecionável e fingem que sua atitude está
bem. Embora obviamente não esteja.
E como corrigir algo quando eles apenas sorriem e aceitam tudo?
— Cachorrinho, você não quer comer?
Callie parecia sinceramente magoada, então inclinou a cabeça e olhou para Jack, com
aquelas pedras quentes incríveis.
— Woof.
Jack ri daquele jeito que o Félix sempre diz que é muito falso… Ele vê um novo biscoito
voar em sua direção e dessa vez, ele o come.
— O cachorrinho come muito bem. Quer outro?
Aqui está o segundo problema: do início ao fim, Callie não mostra a menor malícia. É um
brilho puro e infantil, um brilho lindo e deslumbrante. No entanto, para Jack, que hoje é um
cachorro, é difícil aceitar isso como inocente.
Jack negou com a cabeça enquanto balançava a boca cheia de biscoitos e então Callie
sorriu. Ela sorriu honestamente.
— Callie, aqui está você.
Callie virou a cabeça quando ouviu seu nome. Ela nunca para seus movimentos quando
começa seus jogos, mas desta vez ela para e pula nas costas largas de Jack sem nem mesmo
pensar por um momento.
— Irmãozinho! Você já voltou da escola?
— O que você fez? Você incomodou o tio Jack de novo?
— Não! Nós estamos brincando de cachorrinho! Certo, tio Jack?
O menino virou-se rapidamente e olhou fixamente para Jack, como se tentasse descobrir
algo errado com ele. Porém, o homem apenas ergueu as sobrancelhas, sorriu abertamente e
disse:
— Sim, claro.
Benjamin sorriu como se estivesse honestamente aliviado e se aproximou, segurando a
mão de Callie novamente.
Benjamin, que fez 9 anos este ano, era muito maduro para sua idade. Personalidade
inocente, mas séria. Um carisma brilhante. Na escola, ele era apelidado de cavalheiro. Com
cabelos loiros brilhantes e uma aparência linda que lembra a do Sr. Félix. O menino, que tinha
a atmosfera completa de Isaac, tornou-se um menino que qualquer um poderia amar. Claro,
o mesmo foi dito de sua única e inteligente irmã de quatro anos, Callie. Cabelo preto
cacheado, forte e dominante. Muito mais impressionante do que ninguém. A única coisa que
se parece com Isaac é a cor de seu cabelo, então é um assunto interessante.
No entanto, Benjamin era o único personagem no mundo a que Callie obedecia
perfeitamente. Além do mais, ela sempre disse ele que é o melhor do mundo inteiro. Sempre
foi função de Benjamin repreender a garota e dizer a ela que essa não é uma maneira
adequada de agir…
— Se você incomodar meus tios, não comprarei lanches para você.
— Sim. Eu não incomodo mais os titios.
Benjamin fala como um irmão decente e Callie balança a cabeça fortemente enquanto
caminha com ele… Jack riu e sorriu: As crianças Prixel são sempre assim. Na verdade, Jack,
que massageava o quadril, relembrou outras cenas enquanto os observava. Agora ele tem
que ir com Tony e cuidar de outras coisas, mas achou que seria bom ouvir um pouco da
conversa deles e testemunhar como conseguiram. Ele se esticou ao máximo novamente,
sentindo-se orgulhoso de si mesmo por jogar tão bem com Callie hoje. Mesmo que fosse um
pouco doloroso ser um cachorro.
Agora sua natureza está escondida por sua inocência, mas em poucos anos, após se tornar
uma estudante do ensino médio, Callie certamente começará a mostrar sua verdadeira
personalidade teimosa, gananciosa e forte. Finalmente, quando ela fosse adolescente, Callie
se qualificaria para uma escola cara e… ‘Sim, eu imagino que ela será o tipo que baterá nos
meninos que ousarem provocar Benjamin’. Porque ele certamente ainda teria uma
personalidade suave. Então seria a garota que os esmagaria sem parar! Callie Prixel! Uma
super-heroína! E alguns anos depois, como adulta e se sua imaginação estiver correta, ela
deve herdar todos os negócios de Félix e Vincenzo. Derrotar vários adversários e derrotar o
filho mais velho, que ia querer se dedicar exclusivamente aos estudos.
A melhor Ômega dominante de todos os tempos!
Na casa as pessoas perceberam que, que a menina não só tinha a maldita personalidade
do Félix, mas também, objetivos muito organizados. Até o caráter era bastante parecido!
Mesmo que não tenha sido revelado externamente ainda.
Mas Jack, que apenas imaginava um futuro ainda não escrito, desapareceu de vista,
fazendo um pequeno barulho com seus sapatos enquanto seu coração se sentia muito
orgulhoso.
As crianças seriam bem-sucedidas, não importa o que quisessem fazer.
Continua no próximo extra…
Capítulo 87 - Aniversário de casamento

— Como pode está tudo tão tranquilo?


A vida cotidiana de Isaac passava tranquila e pacificamente a ponto de questionar se era
realmente “normal”. Desde que seus pais se divorciaram, quando criança, ele nunca teve um
momento tão relaxante e agradável como este, por isso, às vezes, ele acordava e olhava em
volta para se perguntar: Esta é realmente sua vida diária e é realmente a vida certa? Não é um
sonho? É realmente o tempo que lhe foi dado para viver? Seria possível que se ele acordasse um
dia, esse sonho feliz se desvanecesse e ele voltasse para sua antiga vida? Aquela que parecia
lama?
Isaac suspirou, piscando continuamente porque era muito difícil para ele determinar.
Então, em um momento, os braços duros que começaram a envolver suavemente em torno
de suas costas o lembrava de que aquele momento era completamente real.
— Bom dia, Isaac. Bom dia? Já é de manhã?
Uma voz bêbada escapou suavemente por trás dele e imediatamente alcançou seus
ouvidos.
O sussurro, agora fluindo por seus ombros nus, sempre fazia sua pele ficar quente e
também começar a formigar. A mão que tinha começado a envolver sua cintura e gentilmente
a varrer sua costela e espinha, também parecia estar propositalmente lhe fazendo cócegas
para que ele se concentrasse apenas nele…
Em pouco tempo, inúmeras sensações derramaram sobre seus antigos pensamentos que
levaram Isaac a expirar ligeiramente. Foi um suspiro de alívio, para dizer a verdade. Então
ele lentamente virou a cabeça e voltou toda a sua atenção para o homem que sempre
conseguiu trazê-lo de volta à realidade em um único piscar de olhos: o rosto de Félix, que
exalava e inalava regularmente sem abrir os olhos, preenchia completamente todas as partes
de sua visão. Os traços artísticos de suas feições e as linhas distintas de seu queixo eram tão
lindas e perfeitas que ele não podia ignorar nenhum canto ou parte. Isaac olhou para o rosto
do homem, ele poderia fazer isso por toda a eternidade sem deixar seu coração parar de
bater como um louco cada vez que o tomava. Às vezes ele respirava fundo como se fosse um
adolescente apaixonado e às vezes sorria como se fosse uma criança.
Era inacreditável.
Sempre foi incrível o que ele provocava nele.
Em primeiro lugar, era surpreendente que este homem fosse a pessoa que deu a ele uma
tranquilidade de sonho e uma vida tão incrivelmente pacífica. Às vezes ficava tão satisfeito
que não conseguia distinguir entre sonho e realidade e por isso também havia nele o fato de
que este homem, apenas este homem, era o único que poderia trazê-lo à tona cada vez que
ele olhava para o ambiente como se estivesse perdido. Félix chegou a conhecer sua própria
mudança antes mesmo que ele próprio, era mais ágil do que qualquer pessoa que já conheceu
e achou honestamente fascinante que ele soubesse sobre seus pensamentos e sentimentos
íntimos. Algo que ninguém no mundo podia notar porque sua expressão facial não era variada.
Além disso, por mais assustador que pudesse ser, ele sempre foi compreensivo e amoroso e
não tinha escolha a não ser ficar surpreso todas as vezes.
Por causa disso, parecia não ter escolha a não ser amar aquele homem de todo o coração.
Loucamente.
— Isso mesmo. Bom dia, Félix.
Isaac sussurrou baixinho, exalando por um longo momento antes de senti-lo pressionar
os lábios contra o ombro dele. Ele acariciou suavemente sua bochecha porque parecia ter
adormecido novamente e estimulou seu cavanhaque com a ponta dos dedos. Mesmo essa
sensação cotidiana era encantadora, então Isaac curvou a ponta dos lábios sem saber.
— Bom… Desde de manhã você tem o rosto de estar cheio de pensamentos inúteis, mas
agora está me dando carinho para que eu possa voltar a dormir? Tão fofo…
Félix ainda estava murmurando com uma voz terrivelmente rouca. Ele estava com sono,
então ainda não conseguia nem abrir direito os olhos. O sussurro, que soou um pouco
irregular porque os lábios dele continuaram em seu ombro, fez cócegas em sua pele até que
ele sentiu como se aquela voz cheia de umidade penetrasse diretamente em seu corpo
através de cada uma de suas veias. Se prestasse atenção à sensação doce e quente que
suavizou o interior de seu peito por mais tempo do que o necessário, ele poderia começar a
surtar.
— Como você sabe que estou tendo pensamentos inúteis?
De repente, curioso sobre isso, o perguntou. Félix balançou a cabeça levemente e mais
uma vez esfregou os lábios em seu ombro.
— Se eu não soubesse o que você está pensando, o que está acontecendo com este homem
perfeito aqui, que tipo de pessoa ele seria? Eu sou seu Alfa afinal.
Então, com uma voz menos alerta, ele começou a roncar e a deixar muita baba na pele.
Muitas vezes ele acordava tarde porque era um daqueles homens que dormia muito pela
manhã, e mesmo quando acordava cedo, sentia-se como um zumbi falando e falando, mas
sem saber direito o que dizia.
— Isso mesmo… Você é.
A doce resposta fez seu coração começar a rir novamente. Foi Félix quem sabia mais sobre
ele do que o próprio Isaac. Ao se lembrar desse fato e pensar em tudo o que haviam passado
juntos, em todo o caminho que haviam percorrido, sua cabeça ficou tão feliz que parecia até
pertencer a outra pessoa. Não podia suportar porque ele era mais adorável do que qualquer
outra pessoa e sentia que isso o deixava fofo também. Finalmente, Isaac ergueu a mão
novamente para continuar seus toques suaves na bochecha dele. Na verdade, não apenas a
bochecha, mas também as sobrancelhas espessas e elegantes, a ponte do nariz alta e os lábios
delicadamente esculpidos que a faziam parecer um desenho. Félix franziu a testa como se
estivesse coçando, então piscou rapidamente até que seus longos cílios loiros piscaram
muito…
— Isaac… Se você continuar me estimulando assim, não conseguiremos levantar por um
tempo.
— Tocar sua bochecha também se qualifica como um estímulo?
— Claro. Já é de manhã, então conta como um.
— Eu não sabia.
Com as palavras contundentes de Félix, Isaac riu de novo sem perceber o que estava
fazendo. Como ele disse, foi um estímulo completo porque seu pênis já estava incrivelmente
ereto. Como se mostrasse com orgulho que estava com saúde e em excelente forma. Além
disso, a carne, que parecia estar dando a ele uma forte sensação de calor, já estava
pressionada contra suas coxas repetidas vezes por um tempo. Estava obviamente muito
atento a isso, mas fingiu não sentir nada e continuou a brincar casualmente com o seu rosto.
Então, muito lentamente, Félix começou a acariciar sua pele com a cabeça do pênis dele
antes de tentar colocá-lo entre suas coxas também. Era como se ele dissesse: “podemos
brincar agora?” Ele não pôde deixar de rir de seu comportamento infantil, embora o obsceno,
sempre se revelava apenas para ele.
— Eu já sabia que você ia fazer isso.
— Então você estava fingindo que não? Só tocar minhas bochechas é feio. Que rude…
Félix balançou lentamente a cintura e ergueu o rosto totalmente. Imediatamente, um par
de olhos azuis foi revelado, tremulando como um mar profundo sob as pálpebras inchadas.
São umas pupilas incrivelmente bonitas. Perfeitas. Ao contrário de sua parte inferior do corpo,
que já tinha um pênis incansavelmente esfregando contra sua coxa em um movimento que
revelava perfeitamente o quão promíscuo ele era, sua expressão parecia excepcionalmente
transparente e clara. Era um mar profundo que parecia prestes a engoli-lo completamente.
— Por que você está me olhando assim? A minha beleza fez você se apaixonar de novo?
Mas Isaac continuou olhando em seus olhos, como se ele tivesse todo o mar azul profundo
enfiado lá.
Félix, que estava deitado em seu ombro, ainda com os lábios em sua pele e aquela
expressão silenciosa de filhote de cachorro, arregalou os olhos e ergueu a parte superior do
corpo completamente. Em um instante, o cachorrinho silencioso desapareceu em algum
lugar e foi engolido por uma enorme onda de fúria.
O homem à sua frente, que conseguia cobrir a luz forte da manhã com as costas, curvou a
boca para lhe mostrar um sorriso. Era uma expressão que nem todos podiam ver e que Isaac
conhecia tão bem quanto com a palma da mão. Ele voluntariamente estendeu os braços e os
envolveu em torno de seus ombros, antes de deixar todo o corpo dela se apoiar no dele:
— É estranho que a pessoa que mais me conhece neste mundo não saiba que me apaixono
por ele todas as manhãs e todos os momentos.
Uma confissão silenciosa se espalhou pelos lábios de Isaac, então por um segundo, Félix
apenas parou para olhar para ele. Em suma, não o conhecia melhor do que ninguém porque
não sabia que ele diria isso.
— Isso… Uau, Isaac. Uff. Cada vez que você diz algo assim, tão completamente inesperado,
eu sinto que meu coração começa a bater muito forte e que minha vida se reinicia de novo
ou que meus pulmões fazem “fushh”… Não sei o que estou dizendo. Honestamente. Acho que
você vai me matar.
— De jeito nenhum, não diga isso. Eu nem quero pensar em uma vida sem você.
—… Ai Deus.
Isaac respondeu com calma e fortaleceu os braços em volta do pescoço dele. Como se
pedisse um beijo imediato, ele baixou os olhos até a metade e lançou-lhe um olhar sutil que
fez Félix estreitar os olhos e erguer os lábios. No entanto, ele não abaixou a cabeça e não o
beijou tão facilmente quanto Isaac pensava que faria. Em vez disso, apenas o olhou como se
procurasse por algo em seu rosto.
— É estranho. O homem que conheci na floricultura pela primeira vez não está em lugar
nenhum. Só sobrou um Ômega, que é fofo e me dá vontade de comê-lo todos os dias até que
ele fique inconsciente.
Félix, que estava analisando Isaac por um tempo, murmurou isso como se estivesse
realmente surpreso. Era um tom de quem estava apaixonado, embora Isaac tivesse um rosto
quase tão inexpressivo como de costume.
De repente, mesmo que Isaac estivesse abraçando a nuca de seu marido, parecia que
estava tentando não encontrar seus olhos com os dele. Foi constrangedor. Qual parte dele era
exatamente fofa? No entanto, Félix parecia estar profundamente envolvido em suas próprias
emoções para perceber isso. Ele era um homem tentado pela luxúria.
— Então, você gostou de mim desse jeito?
Claro, Isaac não piscou uma vez enquanto encarava seu marido. Mesmo depois de viverem
juntos como um casal por um ano, havia muitos hábitos e pensamentos antigos dos quais ele
ainda não conseguia se livrar.
— E quem não gostaria?
Félix riu alto enquanto o olhava, com as mãos agora aninhadas em cada lado da cabeça de
Isaac. E com uma expressão ligeiramente tímida que só o marido dele poderia reconhecer,
com um pouco de calor e emoção misturados no peito, Isaac o convidou a beijá-lo
silenciosamente. Só então Félix se abaixou como se fosse cair em cima dele. Seus torsos nus
se tocaram e seus hálitos quentes se misturaram em uma confusão. Eles tinham feito isso na
noite anterior, mas agora estavam se embriagando com a presença um do outro desde o
início da manhã, como se tivessem sentido saudades.
— Félix…
Isaac silenciosamente chamou seu nome, uma perna esticada e enrolada em sua cintura.
A sensação de que o buraco onde a persistência da noite anterior ainda permanecia, estava
ficando molhado novamente, fez Félix começar a enlouquecer sem poder evitá-lo. Na
verdade, haviam se passado apenas três meses depois que ele deu à luz Callie, então foi difícil
para ambos terem uma relação adequada. Ainda não fazia muito tempo, quando o trabalho
de Félix ficou agitado, começou a fazer tantas viagens de negócios que ele quase não o via
mais em casa. Então, hoje, o desejo de abraçá-lo tornou-se excepcionalmente forte. Mesmo
que estivesse ofegando embaixo dele na noite passada. Na verdade, parecia ainda mais
desesperador.
Antes de se unirem e se casarem, eles se enredavam como bestas loucas uma vez por
semana como desculpa para um contrato. Quando começaram a morar juntos, eles fizeram
isso em todas as partes da casa, então ter parado com isso de repente foi incrivelmente
estranho. A maior culpa foi pela gravidez e depois pelo período entre o parto e a recuperação,
que foi bastante longo. Agora, além disso, parecia que mais e mais razões estavam surgindo
para não se tocarem nas últimas semanas.
— Você está fazendo algo hoje que normalmente não faz, querido. Por que você está tão
fofo? Você realmente quer se meter em encrenca?
De repente, Félix mostrou um sinal de constrangimento e também ergueu as
sobrancelhas. Isso porque ele sabia muito bem que não poderia se beneficiar em ficar
animado pela manhã, porque em poucos instantes algumas crianças e pessoas começariam
a chamá-los, a chorar e a encher o saco. E ele definitivamente não iria sair parecendo excitado!
Isaac riu baixinho, fingindo não saber o quão fofo ele era por dentro, embora fosse
certamente muito aparente para todos.
— Eu não quero me meter em encrenca.
— Pode ser só uma rapidinha…
Como ele disse, é melhor se apressar um pouco para não se meter em tantos problemas.
— Muito rápido.
Foi então que Félix balançou o pescoço e encostou a cabeça nele. Imediatamente, seus
lábios úmidos se entrelaçaram e suas línguas começaram a se enredar em um desejo louco.
Os longos dedos esfregaram e torceram seus mamilos, que haviam se tornado mais cheios
do que antes por causa do leite, até que ele o fez gritar.
— Mmm… Hum!
Mesmo com aquele breve contato, ele se sentiu tão doce que não sabia mais o que fazer.
Isaac esfregou o pênis tenso de Félix com as pernas. Foi um gesto de ansiedade para que ele
entrasse rapidamente. Ele não conseguia parar o que desejava, mesmo sabendo que não
combinava com o gosto de Félix, que geralmente gostava muito de preliminares por um
longo tempo.
Como esperado, Félix mordeu o lábio e suspirou.
— Mas eu queria…
— Se você não quer nos interrompam, faça isso rapidamente.
Isaac estava respirando muito rápido, falando enquanto fingia não notar a insatisfação de
Félix. Os olhos do homem se estreitaram e ainda, como se também fosse difícil para ele se
segurar por mais tempo, agarrou a coxa de Isaac e apressadamente enfiou todo o seu pênis
dentro. A sensação da abertura estreita do buraco, se estendendo, emocionou-o ao
infinitamente. Isaac inclinou a cabeça para trás por reflexo e prendeu a respiração o máximo
que pôde. Não houve dificuldade em entrar porque ainda estava úmido, mas a carne quente
e a sensação de que estava estendendo cada ruga de seu ânus correram dentro dele até que
ele não conseguiu se acostumar facilmente.
— Ah! Oh meu…!
Isaac respirou fundo e recostou-se um pouco. No entanto, Félix ainda estava ocupado
empurrando seu pênis. No começo, ele entrou devagar, como se não quisesse machucá-lo,
mas logo, como se não aguentasse mais, o acertou com força sem nenhum motivo. A frente
de seus olhos brilhou em branco. Ele engasgou e sentiu o pênis no estômago. Quando seu
quadril começou a sacudir, os arrepios aumentaram e um suor frio desceu por sua espinha.
Ah, foi demais. A excitação estava se espalhando por todo o seu corpo, então Isaac gemeu
baixinho e abraçou Félix pelos ombros.
— Ah, aí, aí, bem aí, Félix.
— Isaac, ah, Isaac, por que você gosta de deixar as pessoas loucas desde a manhã?
Félix exalou descontroladamente por entre os dentes e uma excitação apaixonada
começou a flutuar em seus rostos. Havia uma paixão profunda no olhar que ele deu a Isaac,
então sua garganta queimou a ponto de ter que lamber os lábios secos com a língua. Félix,
que balançava fortemente, de repente abaixou a cabeça e procurou os lábios de Isaac…
Mas, naquele momento, os dois pararam de se mover ao mesmo tempo como se tivessem
ensaiado por um tempo.
Toc-Toc-Toc.
Foi devido ao leve som de batidas na porta do quarto.
O movimento obsceno de Félix parou. Isaac, que esperava um beijo, com o braço em volta
do ombro de Félix, voltou o olhar para a porta, sem saber o que fazer com seu corpo rígido.
Esse era o novo fator que tornava o relacionamento conjugal de Isaac e Félix cada vez mais
difícil.
— E se fingirmos que… Estamos mortos?
De repente, Félix olhou para Isaac com uma expressão triste que não combinava com ele.
Também era verdade que parecia prestes a chorar. Seus corpos queimavam com a emoção do
sexo, mas ainda assim, suas palavras não pareciam lógicas. ‘Vamos fingir que não ouvimos
nada, fingirmos que estamos dormindo e não vamos responder’. Parecia bom… Mas, como se
tivessem percebido seus planos, ouviram outra batida na porta.
Toc-Toc-Toc.
— Não há outra opção.
Isaac disse isso calmamente, com um longo suspiro que fez Félix desabar em cima dele,
reclamando como um homem que parecia ter perdido o mundo.
— Hah, droga. É por isso que eu disse que era difícil de manhã. Eu odeio ser adulto e
odeio… Odeio minha porra por fazer bebês com isso.
Até sua voz triste havia perdido energia. Isaac olhou para a cabeça de Félix sobre seu peito,
estendeu a mão e acariciou suavemente seus cabelos despenteados. Aqueles pequenos
cabelos que pareciam areia dourada deslumbrante e se enrolavam perfeitamente em seus
dedos para criar uma sensação adorável.
— É minha culpa. Eu me perguntava se poderíamos fazer se fosse rápido.
A culpa foi definitivamente dele, porque sabia que eles não tinham tempo, mas ele estava
com pressa e ansioso e o encorajou.
Uma terceira batida foi ouvida. A pessoa que bateu na porta parecia um pouco urgente.
Então Isaac riu e disse: “Não podemos evitar”, como desculpa.
— Bem, acho que todos podem ir para o…
Estrondo!
O colchão estremeceu ligeiramente com a queda de um adulto bastante pesado.
Aparentemente, Isaac o chutou antes que ele terminasse a frase. De lado, Félix murmurou:
“Ugh!”
Ele tinha ouvido claramente, primeiro o gemido e depois o lamento. Mas Isaac estava
muito ocupado andando até a porta e se vestindo para prestar atenção nele.
— Isaac! Não importa o quanto você me odeie, não é demais me empurrar?
— Não pude evitar, você é muito barulhento. Além disso, Benjamin está esperando.
— Vá com o menino, anda, fique com ele se quiser e me deixe aqui.
Félix gritou para as costas de Isaac. Isaac olhou para Félix uma vez com uma expressão
que dizia “chega”, e logo abriu a porta que havia sido fechada.
Continua…
Capítulo 88 - Aniversário de casamento

— Bom dia, Benjamin.


O rosto de Isaac, que falava feliz enquanto olhava pelas frestas da porta entreaberta,
relaxou de repente assim que viu o filho à sua frente.
Para o menino, Isaac estava cheio de sorrisos simpáticos e sinceros e, ao seu lado, deixou
de parecer uma pessoa um tanto insensível. Ele era um pai amigável e amoroso em todos os
sentidos da palavra.
— Pai, o senhor já acordou? Posso entrar?
Benjamin, mostrando suas bochechas rechonchudas, olhou para dentro do quarto com
seus olhinhos azuis bem abertos. Como sempre, ele era fofo o suficiente para que quisesse
mordê-lo ou atacá-lo com beijos. Isso o fez esquecer todos os arrependimentos que teve com
Félix apenas alguns segundos atrás.
— Claro. Você dormiu bem, Benjamin?
Isaac se ajoelhou na frente de seu filho para começar a cumprimentá-lo. Em seguida,
beijou sua orelha, suas bochechas rechonchudas, seu nariz e sua testa até que fez o menino
rir e acabou colocando o braço em volta do pescoço do pai.
Benjamin, que tinha ficado mais falante ultimamente, visitava Isaac e Félix várias vezes
durante o dia. De manhã, assim que abria os olhos, às vezes começava a chorar tanto que
corria para o outro cômodo para sentir a proteção que apenas seus pais poderiam lhe
oferecer. Era quase a mesma hora de sempre, como se fosse um pequeno relógio biológico. E
por causa da chegada de Benjamin, as horas da manhã para Félix e Isaac foram forçadas a se
reduzir significativamente até quase não existirem mais.
A princípio, quando ouvia Benjamin batendo na porta, mesmo depois de ficar muito
tempo enrolado com seu marido, Isaac endureceu os ombros e o encarava com um semblante
que mostrava a quilômetros como ele ainda era inexperiente nisso. E nem é preciso dizer que
a emoção que estava queimando entre os dois sempre esfriava rapidamente. Não apenas por
causa de Benjamin, mas porque também havia Callie. Um bebê com menos de 3 meses que
chorava alto sem se esforçar e, portanto, destruindo o clima do ambiente, embora ainda
estivessem apenas começando. Eles perceberam que não tiveram sorte por terem uma
incrível facilidade de ficarem excitados quando estavam sozinhos, porque então, mesmo que
criassem um bom momento e misturassem seus corpos, era difícil dizer que eles se sentiam
satisfeitos quando o clima era cortado ao meio.
— Eu dormi bem!
Mesmo assim, o menino, que o olhava com os olhos estrelados, era tão fofo que não se
importava em perder mil momentos sexuais para estar com ele. Além do mais, poderia
colocar essa vida de lado simplesmente por ter seu filho tão perto quanto agora!
Isaac abraçou Benjamin para aninhá-lo nos braços, esfregou o rosto nos cabelos macios
do filho, beijou-o e também cheirou-o com cuidado. Naquela idade, Benjamin ainda tinha um
cheiro doce que lembrava o cheiro característico de leite de um bebê. Um perfume que o
envolveu… O melhor perfume do mundo inteiro.
— Papai Félix ainda está dormindo?
Sempre que ia com Isaac, Benjamin também era levado pelos braços do papai Félix e
depois começava a ser coberto por uma infinidade de beijos doces. Até então, ele estava
apenas deitado quieto e parecia muito estranho. Ele nem disse: “Bom dia”… Isaac desviou o
olhar. Félix havia se coberto com uma pilha de cobertores até ficar parecido com uma
montanha redonda e horrível. E parecia ainda mais assim porque nem mesmo o movimento
de sua respiração era perceptível.
— Você gostaria de ir ver?
Isaac sussurrou isso para Benjamin enquanto ainda olhava para Félix, que parecia um bebê
tendo um ataque de raiva. O menino balançou a cabeça e caminhou furtivamente até a cama.
Ele sabia que Félix era uma pessoa que dormia muito pela manhã e trabalhava
principalmente à noite, então muitas vezes ele acordava muito mais tarde do que todos os
outros na casa. De vez em quando, percebendo que dormia feito uma pedra, Isaac pegava
Benjamin e saía silenciosamente do quarto para não incomodá-lo, então o menino estava
bastante familiarizado com tudo isso e também, muito acostumado a tentar não acordá-lo.
Tanto é que desta vez ia o mais devagar possível… Era uma consideração gentil de criança
para o pai. Ele até colocou o dedo nos lábios para dizer a Isaac para não fazer barulho.
— Shhh.
Isaac, que ainda estava agachado em frente à porta, parecia tão emocionado que baixou
levemente a cabeça e riu alto. Enquanto isso, Benjamin tinha começado a subir lentamente
na cama para se esgueirar até seu pai. Ele acabou se deitando ao lado dele, pressionou seu
rostinho no rosto de Félix e perguntou:
— Papai, o senhor está dormindo?
Com uma vozinha minúscula. Então, com um rosto bastante séria, ele sussurrou
novamente:
— Papai, o senhor está dormindo?
Isaac, olhando para a imagem, pressionou o canto da boca com a palma da mão inteira.
Ele quase começou a rir alto com isso.
— Papai Félix parece estar dormindo.
Benjamin olhou para Félix, que ainda não havia respondido, e encolheu os ombros como
se tivesse desistido. No entanto, naquele momento, o cobertor sacudiu e os ombros de Félix,
quase invisíveis, começaram a se contorcer e tremer de vontade de rir. Era óbvio que ele
também não aguentava mais a risada. No final, Isaac, com um breve sorriso, levantou-se de
onde estava e caminhou até o colchão para lhe fazer companhia. Ao mesmo tempo, Félix de
repente deu um pulo e grunhiu: “Guarrr!” Com uma voz incrivelmente forte. Ele ergueu os
braços e fingiu ser um tigre pronto para pular. Benjamin, que novamente pediu a Isaac que
ficasse quieto, moveu-se como se o tivesse assustado. Ele caiu para trás com um baque e
começou a rir muito.
— Papai! Papai, o senhor não dormiu?
— Sim, eu estava dormindo, mas Benjamin me acordou. Nossa, abrir os olhos me dá muita
fome. Vou ter que comer o Benjamin! Guarrr!
— Não, não! Eu não sou comida!
— Não? Suas bochechas parecem deliciosas. Sua barriguinha é realmente gordinha, então
vou começar por aí.
— Não, hahahaha, eu não sou comida, pai!
Félix agarrou Benjamin, que estava lutando e agitando as perninhas, e começou a morder
as bochechas com os lábios. O rosto de Félix estava cheio de alegria, mordendo e puxando o
rosto do menino como se fosse um pequeno marshmallow. Ele levantou a camisa, colocou a
boca em sua barriguinha macia e começou a soprar ar até que o menino riu alto e ficou sem
ar. O homem nomeado, o melhor Alfa do mundo, o famoso traficante de armas e o mais raro
Alfa dominante, não estava em lugar nenhum (na época) nesse momento. Quando brincava
com o filho, era tão travesso que era difícil saber quem era a criança e quem era o pai. Isaac
olhou para Félix como se ele estivesse derretendo.
— Coma o papai Isaac, não eu!
O menino, que estava rindo o suficiente para falar com uma pronúncia pouco clara, disse
isso enquanto apontava para Isaac.
— Mmm, comer o papai Isaac parece delicioso, você realmente me dá permissão?
De repente, Félix ergueu os olhos e olhou para Isaac, ainda sentado na beira da cama. A
risada do homem havia derramado sobre suas pupilas azuis e agora estavam mostrando a
ele um mar azul profundo que vibrou amorosamente. Embora, é claro, nessa bondade
houvesse também um sentimento impuro que apenas Isaac poderia reconhecer. Ao contrário
da intenção do menino, isso o fez se sentir bastante… Libidinoso. A sensação de excitação,
frustração, desejo e insatisfação que teve que acalmar um momento atrás.
— Eu também não sou comida.
Isaac, reconhecendo o interior luxurioso no olhar de seu marido, puxou a ponta dos lábios
para cima antes de começar a rir. Embora o tivesse evitado o tempo todo. Dito isso, o olhar de
Félix se estreitou:
— Você com certeza tem um gosto fabuloso. Afinal, você é o único que se encaixa
completamente no meu gosto.
— Ah…
Félix, que estava nu, parecia bastante animado (naquela época) naquele momento.
— Eu me pergunto se estou com muita fome de você porque não te comi direito. Quando
poderei comer bem? Quero comê-lo devagar para que eu possa apreciá-lo adequadamente,
mas não tenho muito chance agora.
— Isso parece…
Isaac esfregou a bochecha de Félix enquanto observava suas pupilas começarem a se
formar com aquele brilho comum profundo e atrevido. Parecia que a febre havia subido sem
seu conhecimento, então ele estava definitivamente desamparado contra aquele homem sem
vergonha que tinha revelado irrestritamente a nítida luxúria que sentia por ele.
— Não, não coma o papai Isaac. O senhor é um tigre mau. Mau, mau! Papai Isaac não é
comida!
No momento em que estava preste a dizer algo, o grito estridente de Benjamin quebrou a
atmosfera sutil que começava a fluir (pela sala) pelo quarto entre os dois. O menino, que até
então vinha (jogando) brincando bastante, agarrou rapidamente o rosto de Félix e o
repreendeu com força. Ele parecia sentir que o humor de seu pai olhando para Isaac era muito
sério.
Félix, que ficou constrangido por um momento, sorriu calorosamente e abraçou o menino
de volta contra o peito. Ele lhe mostrou um lindo sorriso, igual ao de um anjo, e enxugou suas
bochechas com os dedos uma e outra vez para fazê-lo parar de chorar. Benjamin estava
realmente com medo de que seu papai Isaac fosse comido.
— Não, eu não vou comer o papai Isaac.
— Sério? O senhor realmente não vai comê-lo?
— Não, eu não vou comê-lo.
— Isso.
— Então, o que um papai tigre faminto deve comer?
Félix perguntou, fazendo sua voz soar mais profunda do que realmente era. O menino
piscou e ergueu a mão para responder. Adotando a atitude completa de uma criança que
frequentava o jardim de infância e que havia aprendido a maneira correta de responder às
perguntas de sua professora.
— Panquecas doces!
— As panquecas? O que mais?
— Ovo! Leite! Bacon!
— Oh, esse é o cardápio de café da manhã favorito do papai. Então, vamos comer juntos?
Benjamin bateu palmas e se alegrou com as palavras do pai. Até agarrou sua mão para ele
descer e comer imediatamente.
Félix, incapaz de ficar de pé nu, enrolou um cobertor na parte inferior do corpo, curvou os
lábios e riu:
— Benjamin, desça primeiro e coma. Papai vai se lavar e se vestir rapidamente. O que você
acha?
— Vou comer tudo então.
— Oh, nesse caso, eu teria que comer o papai Isaac de novo? Perfeito.
— Não! Não! Não coma papai!
Benjamin, assombrado (pasmo) com a aparição de Félix, aproximando-se de Isaac de boca
aberta, agarrou a mão de Isaac e puxou-o para frente, como se ele fosse um pequeno cavaleiro
corajoso protegendo-o do vilão. Com o movimento desesperado de seu filho, Isaac riu e se
levantou para seguir Benjamin.
— Eu vou logo. Vá na frente para que você possa se alimentar bem, babê.
Mas mesmo que ele disse isso, Félix deitou-se de bruços novamente. Ele casualmente
acenou para Isaac e Benjamin quando (eles) saíram pela porta e adotou um rosto que lhe
dizia que, se tentasse, poderia dormir bem em um segundo. No entanto, a emoção que não
podia desaparecer por dentro, parecia também permanecer no olhar que ele havia dado a
Isaac. Um olhar com febre. Isaac respondeu com um sorriso, depois fechou a porta e saiu
também.
Ele começou a andar pelo corredor, liderado pelo bravo cavaleiro Benjamin, que o salvou
do tigre faminto.
— Callie ainda está dormindo?
Benjamin perguntou ao olhar para cima. Após o nascimento do bebê, Benjamin ficou
incrivelmente feliz e ativo, chamando a si mesmo de “o melhor irmão mais velho”. E,
consequentemente, cuidar de Callie como se fosse o trabalho para o qual nasceu. Parte de
sua rotina diária era: acordar Isaac todas as manhãs e depois ir ver a bebê.
— Bem, eu acho que ela já está acordada.
Foi quando Isaac respondeu que, como se tivesse ouvido a conversa entre pai e filho, o
som de um bebê chorando veio de (uma sala) um quarto não muito longe de onde os dois
estavam. Benjamin correu para lá, alarmado com a voz chorosa que o informou que ela estava
acordada. Isaac também andou consideravelmente mais rápido também.
— Bom dia, Isaac, Benjamin.
Entrando no quarto, a babá, que cuidara de Callie a noite toda, sorriu alegremente e
cumprimentou Benjamin e Isaac com uma reverência marcante. Isaac a cumprimentou
também, em seguida, tirou Callie de entre os cobertores e segurou-a nos braços para começar
a acalmá-la. Agora com mais de três meses, Callie estava cerrando os punhos e chorando com
a boca aberta. Era um sinal de que ela estava com fome.
— Benjamin, amor, acho que Callie está com fome. Você vai me deixar alimentá-la
primeiro?
Benjamin, olhando para o bebê que Isaac estava segurando, balançou a cabeça
gentilmente. Enquanto isso, a babá habilmente entregou a ele uma garrafa bem cheia de leite,
que Isaac aceitou de bom grado. Ele sorriu e depois se sentou em uma grande cadeira de
balanço. Ele a observou fechar os olhos com força e cuidadosamente colocou a chupeta em
sua boquinha.
— Shhh, tudo bem…
O bebê, que chorava forte o suficiente que dava até para ver sua úvula, agarrou a
mamadeira com as duas mãos e começou a sugar de forma bastante desesperada.
Callie era uma menina muito bonita, como uma boneca com bochechas rechonchudas,
olhos redondos e cabelos pretos cacheados. Algo que estava lentamente se afastando da
aparência “feia” de um bebê recém-nascido. Em particular, quando ela arregalou os olhos,
percebeu que sua pupila azul da Prússia era completamente igual à de Félix, ou até mais
escura que a de Félix. Brilhava como uma joia rara…
Callie era bonita o suficiente para ser admirada para sempre. Quando ele a segurava contra
o peito, às vezes se perguntava se ela era realmente sua filha. ‘Esta linda garotinha saiu da
minha barriga?’ Impossível. No entanto, ao contrário de Benjamin, que era mole desde jovem,
ela chorava muito e era muito teimosa também. Na ocasião, Félix disse que não era normal
que fosse assim e que talvez precisassem até de um exorcismo. Como se ele estivesse fingindo
não saber que ambos tinham exatamente a mesma personalidade.
— Callie estava com muita fome. — Benjamin, olhando por um longo tempo para Callie,
como se estivesse cuidando dela mesmo nessa situação, de repente colocou a cabeça para
fora e sussurrou isso. Era uma voz que dizia que ele estava fazendo o possível para não
incomodar a bebê enquanto ela segurava a mamadeira e bebia sua fórmula. — É por isso que
ela come muito, muito rápido.
Benjamin explicou a condição como se fosse um porta-voz de Callie. No rosto do menino,
o sentimento de orgulho era excessivo.
— Então, você pode dizer a ela para comer devagar?
Quando Isaac perguntou isso com um sorriso amigável, Benjamin acenou com a cabeça e
disse:
— Bebêzinha, papai diz que você não deve comer tão rápido. Sua barriga vai doer,
entendeu?
Então, com uma expressão bastante severa, ele olhou para Callie, chupando a mamadeira,
e a repreendeu para que bebesse leite ainda mais devagar. Não havia outro irmão mais
confiável do que ele, então Isaac mal conteve uma risada que pareceu irromper
involuntariamente.
Benjamin cuidava muito bem de sua irmãzinha, com curiosidade e muita gentileza. Ao
mesmo tempo, ele não se esquecia de aconselhá-la por mais que tivesse 3 meses. Callie estava
olhando para Benjamin e começando a rir. Então, havia momentos em que ela o batia
balançando os bracinhos em sua direção. Também havia momentos em que ela estava
lutando e chutando, mas Benjamin brincava com ela com muita paciência. Sacudindo
brinquedos na frente dela, inventando histórias, rindo, protegendo-a.
Ele era um bom irmão.
Mas quando Isaac viu Benjamin e Callie assim, ele se lembrou do momento em que deu à
luz a uma criança. Sozinho e fugindo. Ele tinha lembranças do tumulto de não saber como
lidar com o recém-nascido e a lembrança do bebêzinha, que ele admirava por ser fofo mesmo
tendo uma vida difícil. Quando olhava para sua pequena Callie, ele costumava pensar muito
sobre isso. A situação e os sentimentos que ele havia esquecido por um momento e que eram
tão diferentes de agora, como para lhe causar algum terror.
Ele olhou em volta sem perceber. Como se (você) não pudesse acreditar nessa situação
como em sonho. Este momento não foi realmente um sonho, mas uma realidade? Repetiu a
mesma pergunta que se fez ao se despertar.
— Papai! O leite acabou!
Os pensamentos de Isaac olhando para Callie evaporaram com o grito de Benjamin ao
lado. Então Isaac piscou e ergueu a cabeça.
— Certo.
A mamadeira havia se esvaziado muito rápido e Callie, que havia chorado antes que lhe
entregasse o leite, olhou em volta, piscando os olhos redondos como se estivesse satisfeita
por sentir o estômago bem cheio. Com olhos azuis mais profundos que os de Benjamin, a
bebê mais parecida com Félix esticou os braços curtos, que não alcançavam nem sua cabeça,
e começou a pedir para ser carregada.
— Callie está pronta! Vamos todos descer juntos?
Isaac se levantou, segurando Callie no ombro e dando tapinhas nas costas dela algumas
vezes enquanto se movia aqui e ali. O som das bochechas de Callie contra sua pele foi um
arroto muito bom. Ele não sabia que chegaria o dia em que teria um bebezinho nos braços
novamente, então parecia algo refrescante. Embora Callie tivesse nascido meses atrás, toda
vez que ele a tinha ao seu lado, ele pensava que ela era nova e ficava muito animado. Um ano
atrás, aconteceu algo que (eu) nem ele conseguia imaginar, então esses sentimentos não
poderiam ser considerados totalmente estranhos.
— Vamos. Vovó também está esperando.
Benjamin assumiu a liderança novamente enquanto Isaac caminhava segurando Callie em
um dos braços.
Benjamin ainda adorava estar com sua avó materna, Jéssica Parker. Eles dormiam no
mesmo quarto porque o hábito de estar com ela, que o criara em nome de Isaac todo esse
tempo, nunca mudou. E sempre parecia causar-lhe ternura que, quando tinha medo,
acordasse cedo e batesse na porta do quarto dos pais. Então ele levaria Isaac e eles iriam
juntos ver a bebê. E se Callie ainda não estivesse acordada, comeriam juntos e quando ela
acordasse cedo, como hoje, esperariam que ela bebesse todo o leite e depois desceriam para
a sala de jantar.
Seus dias sempre começavam assim. E hoje também parecia ser uma manhã calma e
quente.
Exceto por um problema…
Continua…
Capítulo 89 - Aniversário de casamento

— Quando meu tio virá?


De repente, quando as panquecas favoritas de Benjamin foram colocadas na mesa, o
menino perguntou isso em um sussurro triste. Ele tinha pensado nisso do nada, então Jéssica,
que estava sentada ao seu lado, também olhou para o filho com uma expressão um tanto
curiosa. Isaac parou por um momento ao ver Callie em seus braços e Benjamin comendo
panquecas. Infelizmente, Isaac não sabia o que responder. Ninguém sabia exatamente
quando Noah voltaria, nem mesmo se voltaria rápido. Noah era como Félix, ou até mais lento
do que Félix, na maioria das vezes. No entanto, toda vez que ele acordava, era o primeiro a ir
ver Benjamin. Às vezes, ele aparecia quando Benjamin estava tomando seu café da manhã, e
outras vezes, ficava na cama conversando com ele sobre coisas ridículas e depois iam para a
escola juntos. Mas já faz muito tempo desde que ele partiu. Na verdade, havia uma sensação
impressionante de carência devido a isso. Uma atmosfera estranha em toda a casa… Em
primeiro lugar, ele não tinha saído porque queria, mas também não estava sendo ameaçado.
Pelo menos, de acordo com a explicação de Noah. Além disso, ele ligava todos os dias, como
havia prometido a Isaac. Ele disse que estava seguro e que ocorreram questões pessoais que
exigiam que ele se ausentasse por um tempo. Ele também garantiu que estaria de volta em
breve. Isaac se sentia nervoso, mas Noah disse que tudo ficaria bem. E já que não podia evitar
a situação, ele estava apenas esperando que Noah se comunicasse pelo celular todos os dias,
como fazia sempre.
Seja qual fosse a história, Noah, que era extraordinariamente muito querido para
Benjamin, desapareceu de repente e fez com que o menino se sentisse muito e mais muito
triste. Mesmo quando Benjamin parecia ter esquecido por um momento, de repente
perguntava quando ele voltaria e colocava uma expressão incrivelmente sombria em seu
rostinho. Parecia que agora não conseguia nem comer com facilidade as panquecas
polvilhadas em calda, que tanto amava, por causa da lembrança do tio que tinha ido embora
sem lhe dizer nada. Ele estava simplesmente cutucando-as com um garfo e então, seus olhos
se encheram de lágrimas.
— Querido, seu tio está bem. Ele virá depois do trabalho. Se seu tio ligar hoje, direi a ele
para regressar logo. Tudo bem?
No caso de que Benjamin começasse a chorar, Isaac respondeu dessa maneira e fez uma
promessa poderosa a ele. Porém, em lugar do clima alegre da manhã, o clima nublado que
estava sobre a mesa não pareceu que iria desaparecer facilmente. Nos braços de Isaac,
apenas Callie, que estava brincando com seu chocalho, estava animada e balbuciando.
— Meu tio disse que viria depois de dez noites.
— Dez noites?
— Meu tio prometeu quando eu liguei.
Benjamin respondeu sem energia, abriu a sua mão e começou a contar quantos dias se
passaram desde aquele momento. No entanto, como não conhecia bem a forma de contar e
não tinha ideia da data, tudo o que fez foi dobrar e desdobrar os dedos à vontade.
— Se o seu tio disse isso, ele definitivamente virá em breve.
Dez noites… Passaram-se apenas três dias, mas Isaac respondeu calmamente para tentar
tranquilizá-lo.
— Sim, Benjamin. Como papai disse, seu tio foi trabalhar e estará de volta muito em breve
se esperar por ele. Então você tem que ser muito, muito paciente.
Jéssica também falou com o menino ao lado dela. Entretanto, o rosto de Benjamin não
pareceu voltar ao normal enquanto Callie, animada com o brinquedo em sua mão, começava
a jogá-lo contra a mesa para fazê-lo chacoalhar ainda mais.
— Espero que ele volte rápido.
— Se ele souber que Benjamin está esperando por ele com tanta ansiedade, Noah vai
começar a ser muito presunçoso.
Uma voz refrescante veio de trás de suas costas, então, olhando naquela direção, eles
descobriram que Félix, vestido com roupas confortáveis após tomar banho, estava entrando
na sala de jantar como se estivesse ansioso para participar da conversa. Mesmo que ele
estivesse vestindo apenas uma camisa pólo azul de mangas curtas e calças de algodão até o
tornozelo, os olhos de Isaac se arregalaram ao ver como ele parecia bonito. Isaac negou
balançando a sua cabeça. Era verdade que era seu marido e o Alfa que havia se enlaçado com
ele, mas era estranho estar tão possuído por sua presença em cada momento e em cada
ocasião.
— Bom dia, Félix. Você quer comer?
— Bom dia, Sra. Jéssica.
Jéssica, que já havia acabado de comer, perguntou isso enquanto se levantava de seu
assento para ajudá-lo a se servir de alguma coisa. Félix a cumprimentou calorosamente e se
sentou.
— Nossa princesinha também está bastante ativa hoje.
Ele beijou o topo da cabeça da garota que Isaac segurava nos braços, com um som
escandaloso de seus lábios, e depois deu um tapinha na cabeça de Benjamin, que ainda não
havia conseguido se acalmar.
— Certamente Noah não vai demorar.
Félix olhou para o menino e disse isso com muita doçura. Mas Benjamin, que estava triste,
apenas olhou para cima:
— Ele prometeu que não demoraria muito, mas…
— Não pode ser, aquele cara mau. Bem, a personalidade dele é podre, então era de se
esperar… !!!Auch!!!
Félix, que sempre começava a xingar muito quando falava de Noah, desta vez apenas
engasgou e fechou a boca como se estivesse morrendo de dor. Isso foi causado porque Isaac
havia chutado precisamente sua canela por baixo da mesa. Foi literalmente apenas um
pequeno toque, mas como sempre, a reação de Félix foi terrivelmente exagerada.
— Isaac… Estou todo machucado por causa de você!
— Ele é o tio favorito de Benjamin. Você não deveria falar mal dele.
— Mesmo que seja seu tio favorito, ele deveria saber quem ele realmente é.
— Félix!
Às vezes, ele olhava para Félix de uma forma fascinante e às vezes apenas o repreendia
com uma expressão incrivelmente severa. Apenas então, Félix suspirou e ergueu as mãos
para estender uma bandeira branca para indicar que havia perdido.
— Benjamin, o tio Noah pode estar em qualquer lugar agora. Ele tem uma personalidade
estranha e incomum, mas ele é bom em desempenhar o papel de um tio normal para você,
então ele estará de volta logo após o trabalho, apenas para estar com você. Em vez disso, peça
para ele te trazer muitos presentes como punição. Muitos, muitos presentes.
Ele amaldiçoou Noah, mudando suas palavras e falando em um tom e voz extremamente
perverso, mas sincero. Inclusive, até disse a Benjamin para pedir muitos presentes como
forma de compensação.
— Presente? Sério?
Os olhos de Benjamin brilharam rapidamente. Ele não compreendia totalmente as
palavras do seu pai, mas parecia que tinha entendido a palavra presente. Em vez do consolo
de que seu tio, que estivera ausente, voltaria, ele parecia distraído pelo presente que
certamente traria. Afinal, ele era um menino e, como tal, mudou rapidamente seus
sentimentos. Além disso, era bastante fraco quando se tratava de suborno e coisas materiais.
— Claro, ele fez que Benjamin ficasse preocupado dessa maneira, então é claro que ele
tem que te compensar. O que você deveria pedir desta vez? Hmm, o último presente de
aniversário estava todo feio. Já sei! Um barco de água para o seu aniversário. Ou dois barcos
de água.
— Eu entendo que o aniversário é importante, mas um barco é um presente sem sentido
para uma criança.
Isaac rebateu em voz baixa ao lado da mesa, mas Félix nem fez o esforço de fingir que
estava ouvindo. Ele estava ali, esfregando seu queixo e pensando mais seriamente sobre o
que Benjamin deveria pedir — ou arrancar — de Noah.
— De jeito nenhum, na última vez o vovô deu a ele uma ilha, então não nos machucaria
pedir até um parque de diversões.
— Félix!
— O quê?
Isaac não podia suportá-lo por mais um minuto sequer, então chamou seu nome. Foi então
que Félix, que teve a ideia de assumir o controle do parque de diversões com o nome de Noah,
acordou de seus pensamentos e olhou completamente para Isaac.
— Comece a comer o café da manhã. Benjamin está indo para o jardim de infância e já
estamos atrasados.
E logo, a mesa inteira ficou com uma atmosfera especialmente fria.
— Claro.
Félix o abraçou calorosamente, beijou-o na bochecha e se despediu dele. Isaac se levantou
da mesa, pegou Benjamin pela mão e deixou seu marido, para que ele refletisse sobre tudo o
que havia feito de errado. Hoje, em vez de Isaac, Jack levaria Benjamin ao jardim de infância,
mas pelo menos ele queria deixá-lo no carro e desejar-lhe um bom dia.
— Isaac, por falar nisso… Eu tenho uma coisa para te contar.
Mas antes mesmo de dar um passo, Félix de repente falou com uma voz profundamente
abafada, ao contrário de sua voz normal. Isaac olhou para ele espantado com seu tom
dominante, mas o homem só decidiu sentar-se ereto para que pudesse continuar comendo.
Felizmente, Benjamin entrou no carro com uma aparência que lhe disse que havia se
esquecido momentaneamente da ausência do tio. Isaac acenou para o menino, que balançou
os dedos com entusiasmo contra a janela, mesmo depois de colocar o cinto de segurança. E
só depois que o carro com o menino desapareceu na distância, ele deixou Callie com Jéssica
por um tempo e voltou junto com Félix.
Seu marido, que não era um grande fã de café da manhã em primeiro lugar, estava
tomando um café expresso enquanto olhava para a tela de um celular em sua mão. Ele era
italiano e bebia café expresso como um verdadeiro italiano. Isaac caminhou até ele e sentou-
se à sua frente. Normalmente, gostava de brincar muito sobre esse assunto, mas agora ele
havia dito algo tão estranho como: “Eu tenho algo a dizer” com uma expressão
impressionantemente séria. Isaac tinha muita curiosidade para saber o que era.
— Fale.
— Você sabia que nosso aniversário de casamento é na próxima semana?
Contudo, o assunto que Félix trouxe à tona, com um rosto sem sorriso, foi completamente
inesperado. Um aniversário de casamento. Isaac, que estava tenso sem perceber, sentiu-se
envergonhado por um momento e então piscou com descrença em vez de responder
imediatamente. Na verdade, já faz um ano que eles começaram a morar juntos. E há um ano
atrás, apenas haviam se enlaçado depois de vários incidentes e Benjamin, sua mãe e ele
tinham ido morar juntos. No entanto, a data em que a certidão de casamento foi assinada, o
aniversário legal, parecia ser apenas na próxima semana.
— Claro… Claro que sim.
Depois de compreender o que aconteceu, Isaac respondeu organizando melhor cada um
de seus pensamentos. Poucos meses atrás, ele lembrou que Félix o havia enviado para trazer
muitos presentes luxuosos dizendo que era para seu aniversário de “companheiros”. E ao
mesmo tempo, Isaac respondeu à sua pergunta sobre o que gostaria de fazer no aniversário
de casamento deles, dizendo que estava bem do jeito que estava. Félix ficou desapontado, mas
Isaac parecia tão calmo como sempre. Naquele momento, ele estava prestes a dar à luz a
Callie, então Isaac não estava pensando corretamente ou pensando nos costumes que
deveriam ser feitos para comemorar um determinado dia. Não, estava bem dizer que era
ignorante e amante da simplicidade. Até mesmo o casamento foi realizado brevemente em
um escritório do governo, assim que preferiria mil vezes fazer tudo de maneira rápida e
simples. Chegou até a se perguntar se o aniversário de casamento poderia simplesmente ser
esquecido. Ele teve um segundo bebê e um menino que estava no jardim de infância. Além
disso, Isaac não tinha uma personalidade muito boa para pensar com carinho sobre seus
aniversários em primeiro lugar. Não que ele não gostasse dessas coisas sobre grandes datas
de casamento, ele simplesmente não tinha esse tipo de personalidade. Mas de repente, agora,
Félix estava mencionando o aniversário de casamento novamente, quando faltavam menos
de alguns dias para isso.
Isaac, que estava preocupado com Noah, que de repente deixou a mansão, e se sentiu
ainda pior por causa disso.
— Você sabia? Então você já escolheu um presente?
Félix perguntou, segurando uma pequena xícara de café expresso enquanto deixava a
outra mão descansar em seu queixo. Isaac, que percebeu seu olhar endurecendo p, balançou
o próprio pescoço, tenso e dolorido até que ele começou a relaxar.
— Não quero nada mesmo e não sei como comemorar. Já temos dois filhos e um deles é
uma recém-nascida para variar.
Não importava o quanto ele pensasse sobre o aniversário de casamento, não conseguia
encontrar uma resposta adequada para isso. Mas quando ele expressou honestamente seus
sentimentos, os olhos de Félix se estreitaram ainda mais e então, se escutou um suspiro
profundo. Parecia que ele havia dado a resposta errada.
— Isaac, está tudo bem em dizer que você não quer nada de presente. Mas e eu? Você não
vai pelo menos me ouvir?
Isaac ficou cego com a pergunta de Félix. Ele se sentiu como se tivesse sido atingido por
uma arma até ser atingido com força.
— Ah…
Não havia nada a dizer. Quando ele pensou sobre isso novamente, a verdade é que ele
parecia estar absolutamente certo. Não havia lei que dissesse que, quando ele não queria
nada, significava que o seu marido também não queria. Foi muito egoísmo da sua parte.
Quando Félix perguntou, ele também deveria ter perguntado o que o seu marido queria e se
preparado com antecedência para fazê-lo. Ele deveria ter sido mais atencioso porque sabia
que Félix estava ansioso pelo primeiro aniversário de casamento deles. Tardiamente, o
arrependimento surgiu.
— Fui muito indiferente.
Isaac não conseguiu esconder seu constrangimento e esfregou o canto da boca com a
palma da mão inteira. Félix suspirou profundamente:
— Para mim, o dia em que me enlacei com você é um dia significativo. Mas o aniversário
de casamento é um dia muito especial também. Afinal, é apenas uma vez por ano. E é nosso
primeiro aniversário juntos também.
— É definitivamente um dia significativo para mim também. É um dia especial e um
momento muito feliz. Entretanto, nunca tinha tido um aniversário na minha vida, por isso,
quando você perguntou, achei que não havia problema em apenas pensar no que eu queria,
mas foi muito ruim da minha parte eu não ter pensado em você também. Como você disse.
Sinto muito.
Isaac nem ligava para o próprio aniversário há muito tempo. Não havia ninguém para
cuidar disso antes e, como resultado, muitas vezes ele esquecia, esquecendo até mesmo o
dia. Como ele nunca teve um relacionamento especial com alguém, evidentemente nunca
lidou com um aniversário de casamento ou mesmo com o aniversário de outra pessoa. Sua
própria personalidade em si era insensível, mas também era um grande problema que ele
não tinha ideia do que deveria fazer. Ele nem mesmo havia lidado com o aniversário de
Benjamin da primeira vez e o que ele realmente sabia sobre um bebê recém-nascido? Mesmo
agora, Jéssica era sempre aquela que buscava a bebê e a segurava com ternura. Dando uma
pequena boneca ou outro brinquedo para que a bebê pudesse dormir. No ano passado, foi a
primeira vez que Isaac deu uma festa de aniversário de criança e foi porque sua mãe o
incentivou a convidar os amigos de Benjamin.
— Não sei muito sobre isso então… Me avise aos poucos. O que é um aniversário e o que
fazer nesses momentos. Se você me perguntar o que eu quero, direi que não quero nada
porque eu não sei o que eu quero, então…
Isaac parou de tentar se comunicar corretamente. Ele olhou timidamente na direção do
marido e suspirou até que Félix agarrou seu pulso e puxou-o contra seu peito. Quando ele
reflexivamente ergueu os olhos, as pupilas de Félix, semelhantes ao mar de um azul profundo
e intenso, balançaram como se quisessem devorá-lo novamente.
Continua…
✓ Tradução: Vero Youji
✓ Revisão: Yuri
Capítulo 90 - Aniversário de casamento

— Tudo bem. Então, para começar, de agora em diante me pergunte o que eu quero.
Félix falou, um sorriso suave e sedutor nos lábios. Isaac engoliu em seco e a vergonha
tomou todo o seu corpo até chegar a sua cabeça.
— O que você quer?
Esfregando as bochechas e chegando um pouco mais perto, ele fechou os olhos…
— Você tem certeza que quer saber?
— Claro. Por favor, me diga. Ficarei feliz se for um presente que eu possa te dar.
Por algum motivo, a voz de Isaac estava ficando cada vez menor e mais pequena. Ele nem
sabia o porquê, então atribuiu a razão do olhar de seu marido ser muito quente.
— O presente que eu quero não é nada fora deste mundo. É algo muito, muito pequeno.
Claro que é algo que você poderia me dar.
Isaac ficou um pouco ansioso com a aparência de Félix. Ele suspirou brevemente e ergueu
as sobrancelhas em questão. O que exatamente Félix queria que desse a ele? Era uma
atmosfera que parecia como as que esperaria antes de algo muito importante acontecer.
— Estou ouvindo.
Isaac começou suas palavras com cuidado, com a premonição sinistra de que ficaria sério
e, em seguida, jogaria uma coisa ridícula nele.
— Primeiro, você vai para o quarto. E vai colocar aquela lingerie de renda preta que deixa
o meu pau como…
— Tudo bem, chega.
— Por quê?
Enquanto interrompia suas palavras, Félix perguntou insatisfeito, baixando as
sobrancelhas com a mesma expressão que Benjamin fazia antes de fazer beicinho. Isaac teve
um sentimento de vergonha e tristeza cruzando seu peito, então ele olhou para Félix
novamente antes de abrir a boca:
— Me escute. Um aniversário de casamento é uma celebração minha e sua, não um dia
para ouvir todas as suas malditas fantasias sexuais. O que você é? Uma besta?
— Você disse que iria me ouvir.
Nesses casos, Félix era um homem que parecia mais uma criança do que o próprio Benjamin.
— Farei isso mais tarde… Muito mais tarde. Perguntarei de novo no seu aniversário e
pensarei novamente.
O que mais podia fazer? Afinal, era assim que ele acalmava seu filho, depois de tudo. E ele
parecia não ter escolha a não ser acalmar este grande homem justo da mesma maneira.
Porém, ao contrário de Benjamin, que logo se esquecia das coisas depois de prometer algo,
os olhos azuis de Félix, que não perdia de vista aquele “no seu aniversário”, brilhavam
perigosamente.
— Ah, no meu aniversário. Não está mal, nada mal. Lembre-se, você deve usar lingerie de
renda preta com meia arrastão, cinta-liga, salto alto… Ah, e um plug com cauda de coelho.
Pode ser do tipo que faz barulho quando você o aperta.
—… Seus delírios terminam aqui.
Isaac interrompeu seus delírios imediatamente. Se o deixasse continuar, parecia que a
fantasia continuaria sem fim. Inclusive, tinha até medo de quão longe isso poderia ir.
Na verdade, no dia do seu aniversário, em dezembro do ano passado, ele não pôde fazer
nada por Félix porque seu corpo, com um bebê dentro e chegando, não lhe permitia fazer
muito. Félix, que conhecia a situação melhor do que ninguém, passou o aniversário com
calma ao seu lado, sem nem pedir nada. Portanto, embora ele tivesse ganhado pequenos
presentes e comida deliciosa, era verdade que Félix teve um aniversário lamentável em
muitos aspectos. Ainda assim, quem saberia que ele teria essas fantasias ridículas? Isaac negou
balançando a cabeça. Mais uma vez, Félix franziu a testa em descontentamento, porém não
disse mais nada. Em vez disso, ele se aproximou de Isaac e disse:
— Deixando a brincadeira de lado… eu realmente quero uma coisa.
Sua voz baixa e oca, seus olhos semicerrados e sua expressão sem riso deixaram Isaac
nervoso em um instante. Além disso, sua barriga se contraiu com força sem saber porque
seus feromônios se espalharam como um perfume no ambiente.
— O que… O que é?
Isaac olhou para ele, exalando um leve suspiro que aqueceu na base de seu diafragma.
— Eu quero passar um tempo sozinho com você.
No entanto, a palavra que ele pronunciou foi bastante inesperada. Os olhos de Isaac se
arregalaram quando ele olhou para Félix novamente.
— Perdão?
— Eu acho que seria bom passar um tempo com você por uma semana ou um mês.
Sozinhos. Não podíamos nem mesmo ir em nossa lua de mel. Não é verdade?
Isso estava correto. Após o vínculo, eles viveram juntos por vários meses, ocupados,
lidando com o que acontecia, com Isaac e depois com o avô materno de Félix. Então,
imediatamente, Callie entrou em suas vidas, e assim podiam dizer que tinha sido um ano em
que não conseguiram respirar, nem por um momento.
— Você não acha? Nós nos unimos e nos casamos, mas não podíamos realmente desfrutar
de uma lua de mel, muito menos sexo durante a lua de mel. Não podíamos fazer nada disso!
— Isso é porque você fez outro filho em mim!
— Ah, é mesmo.
— Além disso, estávamos ocupados. Houve momentos em que eu tive que contar os dias
que veria seu rosto em um mês.
— Isaac, então você concorda, certo? Pelo menos um dia. Não, somente passe dois dias
comigo.
Uma voz infinitamente doce irritou seus ouvidos, era como se o conduzisse a uma tentação
secreta. Seu coração começou a bater rapidamente e então ele acabou assentindo. As
crianças eram tão adoráveis que ele adorava estar com elas a cada momento, mas como eles
nunca haviam passado um tempo sozinhos depois de se casarem… Só de pensar nisso seu
peito pulava.
— O plano não é ruim.
— Não é? Então, para onde vamos? Para onde você quer ir?
Quando Isaac respondeu positivamente, Félix perguntou isso a ele com um rosto
incrivelmente iluminado. Parecia uma criança que se empolgava com a expectativa de poder
receber o presente que desejava depois de muito tempo. Isaac riu dessa aparência.
— Em qualquer lugar. Acho que seria bom estar com você em qualquer lugar.
Antes de conhecer Félix, ele não tinha muito tempo para ficar com Benjamin e por isso
queria estar com ele a todo momento. Isaac queria recuperar o tempo perdido para que seus
filhos estivessem sempre em primeiro lugar. No entanto, ele também sentia falta do tempo
em que podia desfrutar de um momento a sós com Félix. Estava bem em qualquer lugar se eles
pudessem namorar sem a interferência de ninguém, realmente importava para onde eles
fossem? A única coisa importante era que os dois pudessem ter um momento juntos e
tranquilo.
— Acontece… Acontece que… Acontece que comprei uma bela ilha no Caribe.
— É muito longe. Só de voltar para casa vai levar dois dias.
— Não há lugares agradáveis para visitar nas proximidades.
San Diego era uma bela cidade de clima temperado e rodeada por um mar azul
deslumbrante, mas morando lá, você não poderia curtir a cidade como um verdadeiro turista.
Embora Isaac também não se importasse com isso. Ficar em um hotel de mal estado no
centro de San Diego por dois dias também teria sido divertido, desde que Félix lhe fizesse
companhia.
— Vamos para algum lugar perto.
Isaac disse isso baixinho, acariciando a bochecha de Félix com a ponta dos dedos. O
homem suspirou longamente, como se fosse uma pena não ter havido tempo para ir a um
lugar muito mais bonito.
— Então desta vez será assim… Mas da próxima vez me prometa que planejaremos
adequadamente toda a nossa viagem e iremos para um lugar muito melhor. Pelo menos por
uma semana.
— Claro. Eu prometo.
Na realidade, não importava se eles planejavam uma viagem na próxima semana, agora
era importante porque se tratava sobre seu aniversário de casamento. No entanto, ele queria
ir a algum lugar perto o suficiente para ficar de olho nos filhos e poder correr direto para eles
se algo acontecesse. Havia muitas preocupações porque Félix não era um cara normal.
Especialmente agora que Noah não estava lá para ajudá-lo como antes…
De repente, ele se lembrou do trabalho de Noah e, claro, o sorriso gradualmente
desapareceu da boca de Isaac.
— A propósito… Você pode parar de trabalhar mesmo no meio disso tudo?
Dada a situação atual, ele não conseguia deixar de se sentir incrivelmente ansioso. Mesmo
que Noah tenha saído por apenas três dias. Porém, como sempre, Félix apenas inclinou a
cabeça em sinal de que não sabia sobre o que ele estava pensando.
— O que aconteceu?
— Porque Noah está fora… Eu estava pensando se algo aconteceria com ele…
Foi um momento em que ficou bastante assustado só de pensar nisso e inclusive, parecia
que não conseguia mais falar. Afinal, Noah era seu melhor amigo.
— Se ele precisar de mim, eu quero…
— Já se passaram alguns dias desde que ele saiu de casa, não se preocupe muito.
Isaac olhou para Félix com um olhar penetrante. Por pior que fosse o relacionamento
deles… Não, na verdade, parecia ser verdade que se tratava de um primo que ele também
considerava muito próximo, Félix só não queria admitir que o amava.
— Não se preocupe com Noah, mas com o homem que está com Noah. Por que você está
tão angustiado por esse idiota? Ele deve estar perdido aí ou… No mundo do vibrador.
Se alguém o ouvisse, poderia pensar que Noah era realmente uma pessoa estúpida.
— Você deveria se preocupar.
— Isaac, você pode falar com ele a cada bendito dia, mas você realmente não conhece
Noah. Você não precisa se preocupar com ele em absoluto nada.
No entanto, Isaac refutou o pensamento de Félix.
— Por quê? Quem é Noah Felice se ele não é quem eu conheço?
Ele passou a pequena xícara de café de sua mão para a base e então, Félix falou com uma
voz e um olhar bastante sérios:
— Noah é o verdadeiro neto de Vincenzo Felice. Ao contrário dos outros netos, esse cara
vem de uma linha direta de Felice. Você sabe o que isso significa? Significa que Noah é o único
que foi criado desde a infância para cuidar do sobrenome Felice em nome do avô. Para ser o
líder dos negócios da família.

— Ultimamente pode parecer que ele está preso na frente do seu computador e que ele é
uma pessoa chata que nem sai no sol, mas, uff. Você não deve ignorar o processo de
crescimento que ele teve que passar e as coisas que ele pode fazer.
Isaac engoliu em seco sem seu conhecimento. Era algo que ele definitivamente não sabia.
A pessoa que foi criada como o sucessor dos Felices não era o Alfa Félix dominante, mas o
Ômega Noah. Isaac estava envergonhado por algo que nem ele tinha pensado. Até agora,
embora Noah fosse um membro da família da Máfia, ele acreditava profundamente que era
apenas um hacker com uma alma peculiar e uma personalidade que estava bem longe de
todos esses assuntos. As ações ou palavras de Noah, não importa para onde olhasse, não o
lembrava de gangsters.
— Mesmo eu sendo Alfa, não sou o neto real de Vincenzo Felice. Para os italianos, isso está
nas veias. Claro, meu avô me ama e a Noah igualmente e eu também cresci com a mesma
educação, mas, Noah… Ele é mais importante do que eu.
Félix encolheu os ombros insignificantemente. De repente, ele se lembrou do que seu avô
materno, Vincenzo, dissera na última vez em que o vira. Ele disse que ainda não tinha
sucessor, então estava pedindo a Isaac para se tornar um. Suas palavras diziam que Félix e
Noah se recusaram a ocupar o lugar de sucessor.
— Parecia que seu avô pensava em mim como seu sucessor…
— Sim, o assento do sucessor está vazio agora, então… Talvez ele queira passar tudo para
Benjamin.

— Mas seria igual, é complicado para quem não é totalmente Felice.


O que ocorreu foi que quando perguntou o que aconteceria se seu braço direito, Lucca,
fosse seu sucessor, Vincenzo ficou um tanto desconfortável com a ideia. Isaac não sabia que
existia esse tipo de regra sobre o sangue.
— Não pense que o vovô me perguntou primeiro. Eu era… A opção reserva, eu acho. Noah
é o melhor. Com ele, eu sempre percebi imediatamente que sou o segundo em tudo.
— Não diga isso.
— Está tudo bem, eu aprendi a aceitar isso.
Félix respondeu calmamente, como se não fosse grande coisa. Então disse que foi por isso
que ele deixou Vincenzo e começou o negócio de armas. Essa também foi uma informação
inesperada, por isso, Isaac não conseguiu falar mais nada e olhou para Félix à distância.
— A família da máfia, incluindo a família Felice, que é uma das maiores, não é tão
habilidosa quanto parece. Quero dizer, é algo que você pode notar, apenas olhando para o
vovô. — Félix balançou a cabeça como se odiasse pensar nisso. — Acho que era porque eles
sempre contaram com Noah para tudo e quando ele foi embora, começaram a se sentir
desafortunados, meu avô me disse para fechar meu negócio e voltar. Mas você sabe, depois
de cultivar algo por tanto tempo e descobrir a diversão de ganhar dinheiro, por que eu
voltaria lá? Até Noah pensa como eu.
Félix, que pareceu bastante perdido em sua história por um minuto, olhou para o relógio
como se temesse ter passado muito tempo contando essa história. Então ele lentamente se
levantou.
— Então, não seria mais benéfico se preocupar com o cara que está com Noah em vez de
perder tempo se preocupando com ele?
Isaac não conseguiu encontrar uma resposta para sua pergunta, então Félix se moveu
lentamente e se aproximou dele.
— Além disso, Noah também é o melhor Ômega dominante do mundo. Isaac, você sabe o
que é um Ômega dominante?
Isaac enrijeceu os ombros. Assim como ele não sabia que Noah havia sido criado como o
sucessor da família mafiosa, ele também não sabia nada sobre Noah ser um Ômega
dominante. Isaac viveu como um Beta até a adolescência e como um Ômega recessivo desde
os 20 anos, então ele realmente não tinha todos os tipos de conhecimentos sobre Alfa ou
Ômegas. Félix abriu seu discurso com um sorriso:
— É uma abelha-rainha. Seria como a abelha-rainha das vespas. Das que atacam a abelha
que se aproxima para acasalar e matar a que acidentalmente se junta.
Abelha rainha. Isso não havia ocorrido a ele. Félix também balançou a cabeça como se não
quisesse explicar mais:
— Um ômega dominante é muito mais perigoso do que os recessivos. Mesmo eu, que sou
Alfa dominante, tenho dificuldade em lidar com ele.
Isaac engoliu em seco. Quanto mais ouvia a história, mais sentia que não era o Noah que
conhecia. Não era consistente com o que ele sabia e com a atitude sombria que estava
formando com suas palavras.
— E você não diz que ele fala com você no telefone todos os dias? Ele disse que era pessoal,
certo? Então não tem mais nada a ser dito.
— Alguém o levou…
— Não, Noah está apenas esperando o momento correto para matá-lo.
Sua cabeça ficou em branco. O Noah, que Isaac conhecia, era um homem gentil e alegre,
que às vezes tremia, roncava e brincava com Benjamin de maneira amigável. Qual era a
realidade de Noah então? Foi um momento em que ele ficou confuso com o que não sabia.
Félix colocou a mão no ombro de Isaac e beijou-o de leve na bochecha. Só então, ele conseguiu
sair de seus pensamentos.
— Então, em vez disso, vamos pensar em onde ficar por dois dias na próxima semana. Se
Noah precisar de você, com certeza, você saberá e poderá ajudá-lo, mas isso não vai
acontecer agora.
Félix, com um sorriso, era tão brilhante quanto o próprio sol. Isaac acenou com a cabeça
silenciosamente e mais uma vez, deixou o marido beijar a lateral do seu rosto, nas bochechas
e depois, nos lábios também. Então ele deu as costas para Isaac e saiu da sala de jantar sem
mais delongas.
Isaac não se levantou de seu assento até que ele tivesse ido embora completamente.
— Oh, Noah.
Um canto de seu peito estava pesado. No entanto, ele balançou a cabeça e se levantou. Foi
porque ele tinha ouvido Callie chorar à distância.
Continua…
✓ Tradução: Vero Youji
✓ Revisão: Yuri
Capítulo 91 - Aniversário de casamento

Um cheiro fraco de peixe se misturou com a brisa fresca. Era, evidentemente, o aroma
peculiar e característico do mar.
Era final de mês, mas o vento na praia estava frio como de costume. O sol quente brilhava
acima e a brisa, com um cheiro salgado, soprava suavemente até atingir seus rostos. O
encanto do vasto mar era infinito…
— Você não deveria estar tão exposto.
Foi quando incontáveis iates pararam na costa, olhando fixamente para a frente, que Isaac
acordou de seus pensamentos e virou a cabeça.
— As pessoas que passam não param de olhar para você. Não seria um problema arrancar
os olhos deles cada vez que eu me desse conta, mas, como não tenho tempo agora, fico
preocupado e com ciúmes.
Félix, que estava ao lado dele, estava sorrindo brilhantemente, embora ele tivesse feito
um som tão estranho… Isaac negou com a cabeça, tão indiferente que não parecia surpreso
com suas ameaças.
— Não é você que deve arrancar os olhos das pessoas.
— O que quer dizer?
Ele fez uma expressão de surpresa, como se aquela resposta não fosse esperada. Seu
cabelo dourado, cintilando como se quebrasse ao sol, balançava suavemente com o vento,
então talvez seja por isso que ele parecia mais atraente do que nunca.
Isaac era quem estava preocupado.
O homem tinha um rosto impecável, era escultural, tinha uma grande estatura e um corpo
sólido. A maioria das pessoas que passava parava para olhar Félix, um personagem estranho
e bonito que nem precisava de um cartão de visita. E cada vez que via essas pessoas, aquelas
que não conseguiam esconder suas expressões de admiração enquanto caminhavam ao
longo da costa, o ciúme de Isaac inevitavelmente aumentava. Ele não estava pensando na ideia
perturbadora de querer arrancar seus olhos, como Félix, mas ele pensou totalmente em
querer espancá-los com todas as suas forças. Embora soubesse que era uma emoção boba,
era difícil de controlar.
— Não quero mostrar meu marido a ninguém. Olhar para você, com essa expressão, me
faz pensar que eu deveria tê-lo deixado em casa. É engraçado.
Isaac, que honestamente revelou seus sentimentos, esfregou suas bochechas que estavam
quentes. O olhar de Félix era tão intenso que ele até se sentiu travesso.
— Meu Ômega está me tentando cada vez mais com o passar dos dias… Deus, eu quero
tanto abraçar você agora. Se eu te dissesse que estou a ponto de explodir, você acreditaria
em mim?
Félix, que se aproximou, inclinou a cabeça totalmente na sua direção. A luz forte do sol
escureceu para lançar uma sombra direta em seu corpo e, ao mesmo tempo, seus lábios
macios caíram sobre os seus e o som de sua carne molhada começou a ser ouvido de todas
as direções. Um gemido escapou de seus lábios.
Foi um beijo lento e gentil. Lábios emaranhados…
Cada vez que ele o mordia e depois o soltava, os ruídos se espalhavam docemente por toda
a praia e isso, é claro, estava apenas começando a fazer com que a febre explodisse
furiosamente de dentro de seus corpos. A partir daquele momento, seus feromônios
começaram a fluir com densidade crescente ao seu redor.
— Oh meu Deus, eu realmente gostaria de não sentir o olhar das pessoas agora. Afinal,
estou seriamente prestes a perder o controle.
Félix, que mal havia baixado os lábios, riu amargamente de todas as emoções que estava
começando a sentir. Isaac, que não conseguia escapar de seu feromônio espesso, ainda estava
olhando para ele com olhos incrivelmente embaçados. Como se estivesse vagando em um
sonho.
— Olhe em volta… acho que devemos deixar este lugar agora. O que você acha? Estou
certo?
Félix enxugou os lábios molhados de Isaac com a ponta dos dedos e pediu sua opinião.
Isaac assentiu imediatamente. Foi um problema porque também estava cheio de uma terrível
emoção…
Em resposta, Félix pegou a mão de Isaac e deu um passo à frente. Na direção em que
estavam caminhando, ele viu um lindo iate branco que se parecia muito com o da primeira
vez. Nos próximos dois dias, seria o lugar onde eles passariam um tempo a sós.

— Devo dizer que isso é inesperado? Não sabia que você escolheria ir ao mar.
Félix se aproximou, com uma bebida em cada mão e, em seguida, colocou uma expressão
bastante curiosa no seu rosto. No início, quando Isaac comentou que queria ir para o mar,
Félix teve medo que fosse alguma brincadeira, mas com o tempo, ficou terrivelmente curioso
sobre o porquê dessa ideia de ir justamente para o mar.
— Eu sei. Pra dizer a verdade, eu estou com um pouco de medo.
Para lidar com essa decisão, Isaac havia tomado remédios contra enjôo antes de chegar
ao porto marítimo. Além disso, também havia tomado a mesma cápsula que havia sido
prescrita para ele durante a gravidez, caso o medicamento anterior parasse de funcionar.
Porém, mesmo que o iate balançasse com as ondas, ele tinha certeza de que a experiência de
esvaziar todo o seu estômago rapidamente já havia sido resolvida no ano passado.
— Em que você está pensando? Você disse que queria ir ao mar em um iate, mas
ainda não entendo exatamente o porquê.
— Eu também não faço ideia do motivo…
Seria apenas dois dias. Dois dias em que Félix pediu a Isaac para ficarem juntos como um
presente para o seu “aniversário de casamento”. Então Isaac ponderou por algum tempo e
finalmente respondeu: “Vamos passear no mar em um iate”. Mas agora que analisou mais
de perto, talvez ele tenha cometido um grande erro, porque cada vez que o iate balançava,
de um lado para o outro, os espinhos claramente do arrependimento começavam a crescer
nele. No entanto, antes de dizer algo como “Esqueça dessa ideia, vamos embora”. O iate já
havia deixado o cais e se dirigia para o vasto mar.
No ano passado, quando conheceu Félix, o homem tirou Isaac da floricultura e
silenciosamente o colocou em um iate com o único propósito de fazê-lo assinar um contrato.
Foi um momento bastante absurdo, para dizer a verdade. Tanto que naquele momento nem
imaginava que um ano depois voltaria a embarcar no mesmo barco. E menos ainda, por sua
própria vontade.
— É incrível estar aqui outra vez. No ano passado, houve um momento em que você
me arrastou até o mar, além disso, até me ameaçou de não me devolver inteiro quando
estivéssemos em terra firme, caso eu não assinasse aquele contrato estúpido.
— Não foi uma ameaça, foi um convite.
Isaac balançou negativamente com a cabeça em resposta às palavras estranhas, mas
naturais, que Félix sempre dizia. Então o homem se encostou na grade onde Isaac estava
apoiando os braços e se inclinou até que tocassem pele com pele:
— Mas a verdade é que estou muito apaixonado por você desde então. Foi bom que
você me forçou a tudo isso.
Félix entregou a Isaac um copo de uma bebida colorida e começou a rir:
— Já te falei que eu não estava falando sério. Eu só… apenas pensei sobre isso.
Porque naquele momento, você estava agindo como se não estivesse interessado em
mim.
— Porque as coisas não estavam indo bem comigo.
— Eu entendo, agora eu entendo.
Félix, com um braço na grade, olhou para Isaac novamente. O mar azul profundo e suas
pupilas, que pareciam ondas, balançaram rápido o suficiente para fazer sua cabeça se sentir
toda inundada em um instante. Na realidade, várias emoções estranhas vieram à sua mente
como se fosse uma maré.
— Posso te contar uma coisa? Às vezes, quando acordo, sinto que estou sonhando.
Também sempre houve momentos em que se perguntava se realmente essa era a sua vida e
se era real. Ele não podia acreditar em nada que estava experimentando ultimamente, então
ele apenas olhava ao seu redor e comprova as coisas que estavam ao seu lado. Talvez a
realidade tenha sido tão dolorosa que agora ele estava sonhando com algo ridículo e feliz para
compensar todo o sofrimento. Porém, acordava um pouco mais calmo, depois de olhar um
pouco a sua volta e comprovar que tudo era real.
Depois de revelar cuidadosamente seus próprios pensamentos e preocupações que nunca
antes havia mencionado, a expressão de Félix, que o fitava seriamente, começou a ficar mais
intensa. Isaac olhou para o mar azul profundo, fingindo não saber o significado de sua
expressão:
— Então, pelo menos mais uma vez, eu queria ir para o mar com você… Foi aqui que
você me trouxe quando me tirou daquela estrada uma vez. Quero dizer, o contrato era
ridículo, mas é por isso que eu posso estar com você agora.

— E por isso pensei que seria um bom local para visitar agora que é o nosso
aniversário de casamento. Queria… Perceber um pouco mais claramente que este
lugar onde estou, não é um sonho nem uma fantasia, mas sim uma realidade. Embora,
eu ainda não possa acreditar em toda a minha felicidade.
Isaac sorriu timidamente e tocou o copo em sua mão com as pontas dos dedos. As gotas
de água fria escorreram, até molhá-lo…
— Isaac, você se lembra do que eu te disse naquele momento? — Félix, que ainda
estava fitando Isaac, perguntou isso com os olhos ligeiramente fechados. — Eu implorei
para você não sorrir na frente de outras pessoas. Estou falando dessa expressão que
está fazendo justamente agora… E a razão é porque, quando você sorri, Isaac, é a
criatura mais linda de todo o mundo.
— Félix…
— Droga, eu queria ir devagar e criar uma atmosfera entre nós dois, mas não posso
fazer isso quando você está dessa maneira.
E em um instante, Félix terminou de jogar fora a bebida que segurava. O coquetel de cores
foi espalhado aleatoriamente por todo o chão do terraço, em seguida, a própria bebida de
Isaac acabou rolando no chão até colidir com a grade. No entanto, nenhum dos dois prestou
atenção aos copos derramados, porque os lábios que já se sobrepunham com urgência,
estavam quentes demais para poderem pensar em outra coisa.
Eram suaves, desesperados… A língua grossa de Félix começava a invadir sua boca aberta
de uma forma quase rítmica e o beijo envolveu toda a carne de sua língua e Félix a chupou
dolorosamente por segundos eternos, se sentia como um movimento quase que bastante
selvagem. Apesar disso, Isaac não resistiu nenhuma vez. Ele colocou os braços em volta dos
ombros rígidos de Félix e o segurou contra o seu peito usando cada uma de suas forças.
A sua temperatura aumentou, o suor começou a escorrer e um gemido escapou de seus
lábios, Isaac estava seduzido pelo movimento voraz de varrer dentro de sua boca que Félix
gananciosamente fazia com a língua e com as membranas mucosas de sua boca. O ritmo de
Félix tornou-se brusco e o som de sua boca parecia ter sido aumentado por um amplificador.
Félix lambeu seus lábios e língua sem hesitar e, ao mesmo tempo, começou a tirar a camisa
de Isaac e a desabotoar a sua calça. Nesse momento, Isaac ergueu a cabeça.
— Ei, espere um segundo. Se você fizer isso aqui, as pessoas… Ah.
Além de Isaac e Félix, havia várias pessoas no iate. Sem contar o capitão, havia cozinheiras,
criadas e guarda-costas também. E não importava quão grande fosse o iate! Estavam em plena
luz do dia, com o sol batendo em suas cabeças e, além disso, precisamente no convés, não
dentro. Só de pensar em praticar atos obscenos em um lugar onde não saberia exatamente
quando ou onde outras pessoas apareceriam, o fazia sentir arrepios na espinha.
— Ninguém está nos vendo. E ninguém vai sair, a menos que eu ligue para eles.
Relaxe.
Entretanto, Félix respondeu com calma e lambeu lentamente o pescoço exposto de Isaac.
Os feromônios que fluíam apenas dessa parte pareciam estar ainda mais espessos do que da
última vez que eles fizeram amor, então, em um instante, Isaac engasgou com o cheiro que
soprou na ponta de seu nariz.
— Em primeiro lugar, se alguém viesse e conseguisse ver você, mesmo que fosse
uma pequena mecha de seu cabelo, eu iria imediatamente jogá-lo ao mar.
— Humm…
— Então abra as suas pernas Isaac… Porque te farei perceber que o que você pode
encontrar em meus braços é real. É muito real.
Isaac não conseguiu encontrar nenhuma resposta para lhe dar. A mão de Félix afundou sob
sua calça e ele apenas engasgou, agarrando-o com a mesma força, como se fosse explodir a
qualquer momento. Sua bunda estava bem levantada e, como se não pudesse se dar conta,
sua voz começou a se tornar muito erótica.
Félix lambeu sua nuca, depois esfregou suas nádegas com as duas mãos, enquanto afundava
os dentes com força na sua pele. A mão dele, que havia estado acariciando e esfregando a sua
bunda por um longo período de tempo, de repente se abaixou e parou bem na entrada dele.
O homem riu baixinho quando o sentiu encharcado e molhado por ele:
— Isaac, você está me deixando louco. E olhe como está todo animado também.
— Ahhh, merda…
Enquanto sussurrava, Félix mordia seu lóbulo da orelha e seus longos dedos abriram a sua
entrada e invadiram completamente a parede de seu ânus. Apenas dois dedos o haviam
penetrado no momento, porém uma sensação de vertigem e de tirar o fôlego, imediatamente
se espalhou por todas as partes do seu corpo. Seus pés, que estavam descalços no convés,
encolheram, e a respiração que começou a sair da ponta dos seus lábios, tornou-se
impressionantemente quente. O sol brilhando acima e o próprio calor de Félix queimava
seu corpo.
Cada vez que seu marido passava a mão pela sua calça meio abaixada, se escutava um
estalo úmido. Seus ouvidos foram aquecidos pelo som lascivo dos arredores e o sussurro das
ondas que parecia engolir até mesmo os ecos do horizonte. Os dedos de Félix, continuavam
movendo-se dentro dele e estavam começando a se cruzarem e a se moverem como uma
tesoura, e tudo isso conseguiu fazê-lo se sentir muito apertado, e com sua parede interna
sensivelmente inchada.
E como ele pensava que aconteceria, quando Félix esfregou e esfregou várias partes
dentro dele, ao acaso, com a ponta dos dedos, teve que engasgar, pois estava afogando-se
como um peixe jogado longe do mar.
— Ah, uh… Félix, não mais. Ahh! Pare!
Ele balançou a cabeça e esfregou a testa no ombro de seu marido. Félix também estava
ofegante:
— Ah… Agora, eu quero entrar em você. Muito, muito dentro e profundamente. Eu
não aguento mais, ah… Isaac.
Isaac, mais uma vez, não conseguiu dar qualquer resposta a Félix, que o chamou com uma
voz incrivelmente entrecortada. E ali, enquanto estava com as pernas trêmulas e sensíveis,
ele de repente testemunhou sua calça sendo completamente removida junto com a sua cueca.
Como a pele de uma cobra, tudo caiu no chão com um som surdo e em um instante, o corpo
nu de Isaac, sem uma única parte coberta, se revelou na luz intensa da manhã e perfeitamente
sob as pupilas de Félix. Se reparava umas coxas firmes e no meio, havia um líquido espesso
que começava a escorrer pelo buraco que Félix estava remexendo com os dedos.
Podia ver tudo, o líquido transparente fluindo pelo chão…
— Caramba…
À primeira vista, era como se Isaac tivesse um físico esguio devido às roupas. No entanto,
quando Félix tirou a sua roupa para fora do caminho, ele pôde ver alguns músculos bem
treinados e posicionados em seu corpo. Ele se sentia, inclusive, um pouco mais dominante.
Félix olhou para baixo, admirando completamente o corpo de seu Isaac. Desde os cabelos
negros, que foram soprados pelo vento, até o decote macio e os ombros pontudos.
Aqueles braços e pernas compridos e os abdominais e músculos perfeitos criados pelo
longo exercício. Félix queria lambê-los um por um até que não houvesse mais nada. Na
verdade, Félix queria devorá-lo. Sua pele parecia queimar onde quer que aquele olhar cheio
de desejo corresse, e obviamente, o rosto de Isaac ficou incrivelmente vermelho quando se deu
conta disso. Ele queria levantar a mão e cobrir os olhos, se possível. Era algo como uma
sensação estranha que era difícil de descrever com palavras simples.
A brisa fresca do mar fez cócegas nele e, combinada com suas mãos, Isaac poderia dizer
que era um ambiente perfeitamente planejado para lhe dar arrepios.
Embora ele já tivesse se enroscado com Félix na piscina externa da mansão, mas naquele
momento, era uma noite escura e a porta estava literalmente trancada para que ninguém
pudesse entrar. E de qualquer maneira, eles estavam dentro de sua própria casa. Agora, em
um iate com o mar fluindo por toda parte, não era isso algo inapropriado?
O lugar era enorme e, embora Félix tivesse ordenado a seus homens que não vagassem
por lá, aquele era o convés de qualquer forma. Ele não sabia o que iria acontecer e, estando
com o corpo todo nu, deu-lhe a sensação de que sua garganta estava queimando.
— Félix, talvez isso seja…
Finalmente, Isaac abriu a boca para começar a sussurrar o que estava pensando. Porém,
Félix só o beijou com mais entusiasmo do que no início, de um lado para o outro como uma
pessoa que já não quer ouvir mais nada. Ele abraçou o corpo de Isaac com força e beijou seus
lábios e bochechas diversas vezes. Logo então, fez o mesmo com o seu queixo, o lóbulo de
sua orelha, a sua nuca e o nariz e olhou para ele com uma incrível expressão de êxtase.
Foi justo nesse momento.
De repente, como se milhares e dezenas de milhões de flores estivessem em plena
floração, um aroma doce, mas brilhante e também fresco, porém distante, envolveu Isaac
completamente. No entanto, em vez de apenas cobri-lo, penetrou em seu corpo através de
sua pele e tomou conta de seus pulmões. Ele não conseguia respirar e sentiu como se seu
pescoço estivesse sendo envolvido por um par de mãos. Foi porque o Alfa dominante de Félix
acordou para liberar todos os seus feromônios. Isaac gritou silenciosamente perante o
banquete de aromas, suas extremidades tremiam e, finalmente, seus joelhos desabaram,
assim tombando para frente. Félix o abraçou suavemente e esfregou suas costas.
— Ah… Ah… Fé-Félix. Félix, eu não posso…
— Shhh, está tudo bem meu amor. Você não é o meu ômega? Tudo vai ficar bem,
não há como eu te machucar. Olhe para mim, eu não vou te machucar. É o efeito do
feromônio Alfa, é por isso que agora você sente como se não pudesse suportá-lo. Basta
respirar fundo e se deixar levar.
A voz amorosa de Félix, perfurou seus ouvidos, o fez tremer dos pés à cabeça. Em seguida,
o suor surgiu imediatamente. Ele não sabia o que fazer com a crescente emoção e, ao final, de
seu pênis rígido, o líquido pré-seminal que saía de seu pequeno orifício foi tomado pelos
dedos de Félix para lambuzar a área de sua bunda. Foi uma sensação terrível!
Não, foi terrível e extraordinariamente incrível também. A intensa excitação que o estava
distraindo fez seus membros tremerem e ele começou a se questionar se poderia realmente
continuar a suportar toda aquela excitação.
Isaac agarrou— se a Félix e esfregou seu pênis novamente.
— Ah, Félix, isso… é estranho. Mmm! É estranho!
— Ei, está tudo bem. Tudo está bem. Libere seus feromônios, assim como eu fiz.
Então eu aguentarei tanto quanto eu puder.
Félix, que estava mordendo lentamente o lóbulo de sua orelha, também inspecionou a
orelha do outro, pediu-lhe que libertasse completamente seus feromônios, agora que estava
ao seu lado. Na verdade, era algo que ele nunca tinha feito antes, então parecia natural que
estivesse tão assustado. Em casa, não importa o quão longe eles estivessem da porta do
quarto, se este Alfa dominante decidisse deixar seus feromônios escaparem, era óbvio que
todos que trabalhavam na mansão teriam que sair quase cobrindo seus rostos.
Mas agora eles estavam num lugar aberto. No meio do oceano que se estendia até o
horizonte. Com isso em mente, pode-se dizer que a escolha do local de Isaac foi incrivelmente
excelente, embora, claro, essa não fosse sua intenção.
Félix riu baixinho, enquanto abraçava o marido, que se agarrava a ele e se esfregava como
um gatinho, no mesmo momento em que tremia. Então, de repente, Félix removeu todas as
suas roupas também e deixou Isaac totalmente deitado no chão do terraço. No entanto,
parecia que Isaac nem havia notado que o piso do convés estava tocando a sua pele e
também, parecia não compreender que o seu marido, o pressionava enquanto acariciava um
corpo terrivelmente treinado. Na verdade, sua cabeça estava uma bagunça. Louco de
entusiasmo e paixão.
— Então…
Mas as palavras que ele estava prestes a deixar escapar não puderam continuar até o fim.
Isaac balançou a cintura, em seguida, envolveu as pernas ao redor dos quadris de Félix e o
puxou para que pudesse senti-lo contra seu peito. Parecia ser semelhante a quando o calor
surgiu, só que agora ele estava apenas emocionado.
— Isaac, meu querido, eu quero beber seus feromônios, então vá em frente. Tudo
bem fazer isso aqui.
Então Félix, que tinha colocado o rosto de Isaac em seu peito, o lambeu vorazmente de
cima a baixo, e mencionou sobre os feromônios com uma voz baixa que soou mais como um
rosnado. Ele estava tão animado que suas pupilas azuis ficaram pretas, suas mãos tremeram
e então, ele sorriu quando Isaac começou a soluçar. Foi até estranho quando Isaac implorou:
— Ah, ah, só se apresse. Félix, se apresse e me penetre.
— Eu irei, mas primeiro vou beber seus feromônios. Depois vou meter até quando
você quiser.
Félix estava animado e ansioso para acalmar Isaac, que não sabia o que fazer diante de tal
estímulo. Logo depois, Félix se abaixou, sugando tenazmente os mamilos inchados de Isaac
com a ponta da língua, e assim, limpando o leite materno que pingava facilmente por causa
da sucção constante de Callie, ele pensou que a comida da menina era deliciosa para o adulto
também.
Isaac, originalmente era um homem que dizia estar seco, devido a ser um Ômega
recessivo, então, pareceu desistir da possibilidade de amamentar porque se lembrava de que
nem mesmo produzia leite na época de Benjamin. Mas agora, o líquido gotejava como água e
por causa disso, Félix estava sempre ansioso e muitas vezes atormentava cruelmente seu
mamilo inchado. Além disso, o que era inicialmente pequeno como um grão de arroz, agora
era grande como uma moeda.
A cor também ficava mais escura e a textura ao ser tocada com a ponta dos lábios ficava
bem carnuda. É por isso que, atualmente, Félix não conseguia deixá-lo ir e começou a assediá-
lo persistentemente. Felizmente, houve muitas vezes em que Félix sentiu que Isaac também
havia se tornado um pervertido.
Isaac sentiu dor e sacudiu as costas, ofegante com o rosto vermelho, enquanto enfiava os
dedos nos cabelos louros e brilhantes do marido. Quando ele o abraçou, se sentiu tão lascivo
que Félix empurrou um pênis firmemente ereto entre sua entrada e o esfregou várias vezes
alí, fazendo com que Isaac levantasse as mãos e cobrisse o rosto, enquanto seguia o ritmo de
movimentos que pareciam penetrantes, crepitantes e obscenos.
— Félix… Félix, pare.
— Eu também estou ficando louco, meu amor. Mas é normal em um aniversário de
casamento, não é? E em momentos como este está tudo bem se divertir um pouco e
colocar para fora tudo o que estamos guardando. Eu adoro me embriagar de você. Eu
posso beber você por dias, por meses inteiros.
Félix, observando a figura do marido com um olhar cheio de alegria, engasgou, abaixando
o braço de Isaac para revelar seu lindo rosto.
E depois de um tempo, Isaac finalmente olhou para Félix, com seus olhos vermelhos, e
então, ele também se aventurou a segurar o pênis de Félix nas mãos… E, em esse momento, o
aroma elegante do homem também vazou.
Se os feromônios de Félix eram o aroma das flores que se abriam na primavera, o aroma
de Isaac era próximo ao perfume elegante da madeira. Um cheiro delicioso que parecia uma
parte inteira de frutas e carvalho. Uma fragrância limpa, fresca e rica, mas densa. Tanto que
aos poucos começou a colorir todo o ambiente. Era um aroma contrário aos que eram
chamativos, como o de Félix, e não era tão vibrante. Ele só conseguia se espalhar de forma
insignificante e, na realidade, era tão fraco que alguns Alfas nem conseguiriam perceber.
No entanto, Félix podia sentir o aroma claramente e, em um instante, começou a se
embriagar e a ter a sensação de uma mente distante. Era um feromônio que havia lançado
seu Ômega, então ele adorou. Um cheiro forte de árvore antiga, mas erótico. Erótico até a
loucura, na verdade.
Paixão irresistível passou diante de seus olhos e como se ele não estivesse mais disposto
a se segurar, ele agarrou a coxa de Isaac com todas as suas forças, exalou brevemente,
agarrando-o com força suficiente para deixar uma marca, e então, abriu bem as pernas de
Isaac. Ele empurrou seu pau grosso contra a parede interna de Isaac em um gesto selvagem
e implacável, fazendo com que a parte superior de seu corpo se movesse e sacudisse ao
mesmo tempo. Suas coxas enlouqueceram.
— Oh, ah, ah, ah, Félix… Hoo, ah!
Isaac não conseguia engolir toda a saliva, então a deixou escorrer. Ele colocou o braço em
volta do pescoço de Félix, cravando as unhas em suas costas e, sem delonga, deixando a sua
cabeça bater na clavícula dele mais algumas vezes. Seu corpo inteiro tremia de uma forma
que até fez sua visão escurecer e então ver um céu azul claro sem nuvens, acima da cabeça
de seu marido.
Ele não conseguia perceber nada além disso.
Seus feromônios estavam completamente dentro dele e Félix parecia estar na mesma
situação. Ambos intoxicados pelos feromônios um do outro, exalando sem se esconder,
enredando-se como feras e saciando uma sede inesgotável.
— Félix, Félix, ah, aí, mais, mais, mais profundo, mais forte! Mais forte!
As demandas causadas pela fome vazaram sem seu conhecimento. E toda vez que Félix
escutava os seus pedidos, ele metia em Isaac como se fosse uma pessoa completamente
diferente do normal. Puck, puck, puck, sua pele encharcada colidiu com a dele, fazendo um
barulho alto e profundo.
Já não existia Isaac.
Já não existia Félix.
Já não existia mais razão.
Sua “besta com chifres” parecia ser mais feroz do que isso. Um momento em que ele estava
tão confuso que pensava que era até perigoso.

Quando ele olhou para baixo, um líquido branco, turvo e pegajoso espirrou até seu
estômago e chegou no seu peito também. E encharcado, Isaac apenas suspirou… Parecia não
haver uma parte dele que não fosse luxuriosa, e então, uma sensação incrivelmente
assustadora de calor cresceu dentro de seu peito. Algo esmagador. Afinal, devido à abertura
de seus feromônios, ele fez com seu marido o que normalmente nunca fazia.
Pensando que tudo havia acabado, Isaac deixou sair a sua energia e se derreteu para parar
de prestar tanta atenção nisso.
Comparado ao estilo sexual usual de Félix, esse tinha sido extremamente curto. Ele
conseguiu ficar tão animado que não tinha mais energia para mais nada e, inclusive, sentiu
que poderia desmaiar. Isaac suspirou, fez uma pausa e levou um momento para organizar
sua mente.
Puck.
Com um som dilacerante e com uma dor surda, que parecia ter sido causada por um golpe
de martelo, se instalou na base de seu estômago. Como foi difícil! Seu corpo foi empurrado
para cima e para baixo em uma situação repentina, então Isaac se virou para Félix
novamente, com um rosto que ainda não havia perdido completamente seu calor inicial.
Então, Félix colocou o cabelo suado atrás das orelhas e franziu os lábios em um ângulo
estranho.
— Isaac, você não acha que é muito cedo para descansar? É só o começo, mas por
que você está se espreguiçando como um lagarto tomando sol?
— Eu só… Ugh!
Suas coxas abertas tremeram ligeiramente, como um graveto. O sêmen vazava por seu
ânus cada vez que Félix empurrava, apertava e metia, e mesmo após a ejaculação, o pênis
estava bem enterrado dentro dele, então mesmo que ele tivesse gozado, não parecia que seu
pênis havia diminuído. Isso significava que ele gostaria de continuar fazendo sexo? Sério!?
— Fé… Félix…
Quando inconscientemente lhe ocorreu chamá-lo pelo nome, o homem empurrou
brutalmente o pênis no seu buraco onde o sêmen havia se tornado incrivelmente espumoso.
Todos os pensamentos que vagavam por sua cabeça desapareceram em um instante e ele
começou a se sentir como se tivesse se tornado um idiota. Com a boca aberta, Félix chamou
e chamou seu nome repetidamente.
— Isaac, que gostoso. Ah, muito bom. Então, meu amor, eu gosto que você enlouqueça.
Eu gosto que você não pare de ofegar. Ah… me diga que você gosta. Me diga que você
gosta, me diga.
Félix, que de repente puxou Isaac do chão e o sentou em seu colo, ergueu as costas e pediu-
lhe que respondesse. Isaac acenou com a cabeça fervorosamente. Era difícil dizer uma frase
adequada em meio aos gemidos constantes que fluíam em sua direção, mas ele disse que sim,
depois chorou e, diante disso, Félix segurou sua bochecha e o beijou.
— Eu gosto, ah, eu gosto muito. Eu gosto, gosto, gosto tanto que acho que é um sonho.
Ah, mas se é um sonho, então é bom o suficiente para que eu nunca queira acordar
novamente.
Então, lambendo avidamente os lábios de Félix, ele confessou tudo o que estava dentro de
seu coração. O Alfa, que estava envolvendo um braço em volta de sua cintura, sorriu
brilhantemente.
— Se for um sonho, então ficarei com você dentro dele. Mas ouça, seja um sonho ou
uma realidade, você nunca estará fora do meu alcance novamente. Então… No futuro,
lembre-se disso, todas as vezes que você se sentir sem respostas. Quando sua
realidade parecer se transformar em um sonho, venha comigo e se agarre em mim
justamente como está fazendo agora. Então, eu não vou deixá-lo ir até que o momento
se torne realidade novamente. Você não precisa ter medo, porque estou aqui. E porque
nunca vou deixar você. Nunca.
Ao contrário de seus movimentos, sua voz era infinitamente bela. Isaac se sentiu bêbado
novamente com as palavras dele, que ressoavam docemente em seus ouvidos. Como as ondas
do mar.
— Então Isaac… Me abrace com força até que tudo esteja bem.
— Claro que sim… só preciso de você e dos nossos filhos. Ah, a cada hora, todos os
dias, irei sempre te abraçar.
— Eu nunca vou deixar você ir embora.
Isaac baixou a cabeça enquanto o abraçava. Lábios quentes e línguas doces encheram suas
bocas até que ambos perderam o controle. Isaac sacudiu as costas ao receber calorosamente
um gesto que era doce e adorável e que, por sua vez, criou uma sensação estranha.
— É um bom aniversário de casamento, huh? Eu disse que você iria gostar disso.
Felix riu baixinho enquanto abraçava Isaac. Mesmo que ele parecesse uma besta,
misturado com suor e esperma, Félix sorriu com uma cara incrivelmente feliz. Isaac sorriu
para ele também…
O céu azul de repente ficou vermelho. No convés de um iate flutuando sobre o vasto mar,
eles simplesmente rolaram até estarem se abraçando. Afinal, hoje era seu aniversário de
casamento, e foi maravilhoso celebrá-lo com seu amado Alfa em seus braços.
— Ei, me escute…
— Sim?
— Feliz aniversário de casamento, Félix.
Isaac sussurrou, beijando lentamente a ponta do nariz dele. Félix tinha um sorriso mais
brilhante e bonito do que antes.
— Feliz para você também, Isaac.
Sua voz calorosa e amigável cobriu todo o navio, enquanto eles se abraçavam com força.
Como ele disse, foi um aniversário de casamento maravilhoso e impressionante. Além disso,
foi um dia digno de se comemorar.
Ele estava tão, mais tão feliz… Com seu amado Félix.
Continua…
✓ Tradução: Vero Youji
✓ Revisão: Yuri
Capítulo 92 - Aniversário de casamento

Eles haviam jantado tarde da noite, tendo o céu avermelhado e o mar azul como um
maravilhoso e incomparável espetáculo. Depois disso, beberam vinho e mantiveram uma
conversa leve até altas horas da noite. Durante o dia, o calor era terrivelmente forte, mas
agora eles estavam desfrutando de uma noite agradável e refrescante. Era um momento
perfeito.
— Há muito tempo, os mares escuros me assustavam muitissímo. Acho que é desde
que escapei da ilha sozinho.
Provavamente era por isso.
Isaac, que estava mergulhado em seus pensamentos, silenciosamente iniciou seu discurso,
enquanto olhava para o céu, onde a lua redonda parecia particularmente brilhante. Félix
parou de picar o queijo com o garfo e o encarou.
— Pensei que nunca mais voltaria para o mar. Mas, principalmente, não queria
voltar a vê-lo à noite, sabe?
— E agora já está tudo bem?
Quando ele terminou de falar, Félix perguntou de imediato, como se estivesse curioso
demais para esperar a resposta pacientemente. Isaac, ainda olhando para o céu negro, ao
mesmo tempo, que ouvia o som das tranquilas ondas, virou-se para Félix em um instante.
Seus olhos, contemplavam profundamente os de seu marido, da mesma maneira, que o céu
escuro se misturava com o mar que os rodeava.
— Agora, eu já não tenho mais medo. Curiosamente, a sensação de medo não vem
mais como antes. Embora o enjôo ainda não tenha desaparecido.
Isaac riu amargamente. Mesmo tomando remédio para o enjôo, ele estava com dificuldade
para engolir a comida. Ele não conseguia nem beber mais do que meio copo de vinho. Era
por isso que o interior de seu peito ficava um pouco desconfortável toda vez que o iate
balançava junto com as ondas. Felizmente, não foi tão grave quanto no ano passado.
— É uma pena. — Félix apoiou o queixo na mão antes de disparar a língua. Depois, como
Isaac, mal tinha tocado no vinho, decidiu por deixar em paz o garfo com o queijo. — Estou
preocupado porque parece que você não pode comer todo o jantar. Se você se sentir
desconfortável, não precisa beber.
Félix, cujo rosto estava coberto de preocupação, estendeu a mão e tirou a taça de vinho
que Isaac estava segurando. Seu marido, que o deixou agir da maneira que ele quisesse, agora
tinha um leve sorriso no rosto.
— Não é tão ruim, então pega leve. Eu tomei remédios, assim que estou ótimo. Em
vez disso, eu só queria dizer… Obrigado.
— Existe algo pelo o que ser grato?
— É graças a você que posso sentar tranquilamente, enquanto observo o mar na
escuridão.
Ele ergueu os olhos para Félix, levantando o rosto quando o marido começou a fazer a
mesma expressão sexy da última vez. Logo, Isaac olhou de novo para o mar ou então,
certamente perderia a vergonha e eles voltariam a se beijar.
A brilhante luz da lua caía com força sobre o mar negro, provocando uma bonita e
interessante vista. Também havia passado um tempo significativo desde que ele teve a
impressão de que algo era “bonito”.
— Porque eu sei que você está ao meu lado… O mar não é mais assustador.
O passado de atravessar o vasto mar sozinho, não era nada além de algo que já aconteceu
e se terminou. Em vez disso, Félix estava lá junto com ele. Um homem forte que o segurava
com firmeza, sem tremer, e que o observava com um olhar que continha todo o mar azul
profundo em suas pupilas. Não havia nenhuma razão para ter medo.
— Então, muito obrigado.
— Mesmo em meus sonhos, eu nunca pensei que ouviria essa linda confissão.
Félix, que estava ouvindo silenciosamente a história de Isaac, sussurrou isso com ternura,
quando seus olhos se encontraram. Suas bochechas, lóbulos das orelhas e a nuca estavam
quentes, enquanto ele sorria como se estivesse absolutamente feliz.
— Eu sou aquele quem deveria ser grato.
— Você?
Quando Isaac perguntou assombrado, Félix se inclinou sobre a pequena mesa, diminuindo
ainda mais, a distância entre os dois.
— Porque você é meu Ômega, porque é meu parceiro, meu amigo, meu confidente,
meu namorado e meu marido. Porque você me ama e porque está sempre ao meu lado.
Estou muito, muito grato por tudo isso.

— Obrigado. Eu te amo imensamente.


Isaac não conseguia mais falar em virtude dos doces sussurros de seu marido. Félix
balançou os ombros e riu.
— Então, meu desejo é que vivamos eternamente apaixonados, como agora. No
futuro, espero que possamos caminhar na mesma direção, lado a lado, por muito
tempo até nos tornarmos avós grisalhos. Como hoje, como em esse momento, eu quero
viver só para te ver e dizer o quanto também te agradeço.
Como uma criança brincalhona, sua voz, na mesma proporção que sorria e falava, se sentia
e ouvia muito mais bonita do que nunca antes. Isaac ergueu os olhos sem esconder o rosto
ligeiramente corado.
Ele assentiu.
— Eu realmente gostaria de tudo isso.
Quando imaginava Félix e ele próprio caminhando juntos e na mesma direção, inclusive
depois de envelhecerem, um sorriso impressionante começou a se formar em sua boca. Não
parecia ruim. Fosse o que fosse, uma vida com Félix nunca seria ruim. Isaac olhou para o mar
escuro e ficou imerso em pensamentos por um longo tempo. Então, exalou brevemente com
a nova ideia que lhe veio à mente:
— Félix, é por isso que quero falar com você sobre algo importante.
Então, voltando a olhar na direção de seu marido, Isaac calmamente abriu seu discurso,
até que Félix, que estava bebendo o seu vinho, parou de se mover:
— Eu te amo e muito. E amo minha família da mesma maneira, então sempre quero
estar lá para protegê-los.
— Eu me sinto da mesma maneira.
— Noah é nossa família.
Félix se inclinou para o assunto repentino.
— Quando você estava em perigo, alguns dos ajudantes do seu avô me vaiaram por
querer ir salvá-lo porque eu sou um Ômega. Naquela época, Noah era o único que
estava completamente ao meu lado, então, sem ele, eu não poderia ter sido capaz de
fazer tudo o que fiz. Ou talvez tivesse cometido muitos erros.
Félix também não sabia o que tinha acontecido quando ele não estava lá, então ele
rapidamente endureceu o rosto. As palavras de Isaac tornaram a atmosfera estranha. Mesmo
agora, era um ambiente que não condizia em nada com uma noite de núpcias.
Isaac estendeu a mão e pegou a dele:
— O que eu queria dizer é que Noah é muito, muito importante para mim. Ele é
minha família. E se algo tivesse acontecido com você agora, Noah definitivamente não
ficaria parado.
Com o comentário inesperado, Félix nem piscou, olhando para Isaac.
— Você disse que eu não tenho nada com que me preocupar, mas… Estou
preocupado. Então, eu queria dizer a você que se ele não voltar no dia que prometeu,
irei buscá-lo imediatamente. Vou fazer isso apenas se for necessário.
— Então não importa se eu dizer que não.
Félix, que rapidamente percebeu seu interior determinado, perguntou, franzindo a testa.
— Exato, não importa.
Foi uma resposta clara, então a expressão de Félix se tornou ainda mais fria devido a isso.
Parecia que havia muito a se conversar, já que a ideia de aproveitar o aniversário de
casamento tinha sido anulada pela a atmosfera incompatível que flutuou abruptamente
entre os dois. Mas, em seguida, Félix suspirou profundamente, como se estivesse consciente
de que já tinha perdido a discussão.
— Você tem que esperar que Noah entre em contato com você.
— Claro. Mas se não…
— Em primeiro lugar, digamos que eu já soubesse que você se sentiria assim.
Foi infinitamente encantador vê-lo rosnar, com os lábios franzidos. Ele sempre ficava
assim quando era teimoso.
— Obrigado.
Isaac sussurrou.
— Obrigado? De qualquer forma, você deveria apenas pensar em mim agora. Por
que você pensa em Noah e fica louco por ele? Oh, Noah isso, Noah aquilo, blá, blá, blá.
— Hahaha. Me desculpe.
Félix, que rapidamente revelou seu ciúme, se aproximou de Isaac, ainda com uma
expressão desagradável.
—Então agora… Estou planejando entrar e te segurar em meus braços para que
você possa apenas falar sobre mim. O que acha?
Félix, aproximando-se de seu nariz, perguntou isso com uma voz incrivelmente sutil. Isaac
piscou e ergueu a cabeça, olhando para o homem que segurava a taça de vinho que havia
roubado dele. E talvez fosse porque o cheiro de vinho circulava ao seu redor, mas aparência
de seu marido na luz suave era terrivelmente erótica. Olhos meio caídos, um sorriso no canto
da boca. Uma expressão tingida de luxúria, enquanto ele bebia vinho tinto. Uma tentação
absoluta, certamente.
Isaac engoliu em seco. Aparentemente, um momento atrás, o tópico sobre Noah tinha sido
tão inesperado que a atmosfera mudou em um único momento. E, como tal, Félix era um
especialista em trazer à tona a atmosfera inicial. Obviamente, longe de ser mau, Isaac
começou a mostrar uma reação bastante entusiasmada com isso.
— De acordo.
Isaac respondeu com calma, pressionando a mão no peito como se pudesse deter o seu
coração acelerado. Félix, por outro lado, riu como se finalmente tivesse se libertado de toda
a sua irritação e então, como se não aguentasse mais, levantou-se e estendeu o braço na
direção de Isaac:
— Não há crianças para me segurar agora, então corra! Corra antes que já seja
muito tarde!
Os dois deram as mãos e se dirigiram para a cabine, correndo. O som da risada de ambos,
no navio, impreguinou o mar escuro. Era um som de excitação, como se fossem crianças
brincando.
⟨FIM⟨
✓ Tradução: Vero Youji
✓ Revisão: Yuri

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