Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
J
6'
REVlsrrA SUMARIO
DE INFORMAÇÃO
LEGISIJ!~rl VJ\ COLABORAÇAO
"A autonomia. dos mWúcípios e a segu-
rança nacional" - (S!Jmulor Jo-
saphat MarillM) 3
"Pedro Lessa e sua influência na. evo-
lução constitucional do Brasil" -
(Deputado Rubem Nogueira) .... 11
"Obrigação de «>ntratar" - (Professor
Orlando Gomes) ... , ..... " ..... 21
"Os Decretos-Leis na. Constltulçât> dI!
1967" - (Professor Olto de Andra-
de Gil) ,27
"A integração do munlclplo no proces-
so do desenvolvimento" - (Pro-
fessor Rubem de Oliveira Lima) .. 35
BIBLIOGRAFIA
"Segurança nacional c ll.&Sunttls «>r-
relatos" - Biblloteca. do senado
Federal , .. , "" .. 41
EDITADA PELO
PESQUISA
FUNDADORES :
"Menor - um problema pOsto em
SENAOOR AliRO MOURA AlIIDRADE questão" <2.& parte: o ml!nor no
Presidente do senado Federal Direito Civil) -- (Adolfo Eric de
0961-1967) Toledoi , , .. , , 79
E ",Justiça MilHar" - (Sara Ramos d~
"'igucircdoJ 99
DR. ISAAC BROWN
"l..cis complementares" -- (Rogério
secretArio-Geral da Presidência • Costa Rodrlgues) .1"-3
0946-1967)
DIREÇAO: ARQUIVO
LEYLA CA~~ BRA~OO RANGEL "Llmítes BraSil-Paraguai" <documento
histórico: "Tratado de Aliança
comporta e Impressa DO Brasil-A r g e n li n a-Uruguai". de
Serviço Gritlco do 81'D&do Fedenl 1-5-1865) -- (Lida Maria Cardoso
Bruma - D.' Naud) .181
<-\. Diretoria de lnfomwçiio LegislatiU!
compete coligir c fOrllcccr tiOS Snwt!orcs ('
(írgüos ti~crlico.\' do S('tl(u!o dados clllCir/ll/iCO\'
SUMARIO
o PROJETO l A MENSAGEM
o Projeto de lei n.o 13, de 1968, submetido ao Congresso Nacional pelo Poder
Executivo, declara de interêsse do segurança nac;onol, "nos fêrmos do art. 16, § 1.°,
olfnea ta, da Constituiçõo", 68 Municípios, situados uns "na faixa de fronteiro" e
outros "no orla marítimo",
Da mensagem presidencial, com que foi encaminhada a proposição, e do expo-
sição de motivos do Ministério da Justiça, que a fundamenta, vê-se que não há lei
disciplinadora do processo de dedarar de~rminados Municipios do interesse da
segurança nacional. A seleção retratada no projeto obedeceu, confessodamente, o
"razões" extraídos de leis diversos, tôdas anteriores à Constituiçõo de 1967, e de
presumida "orientação" do Conselho de Segurança Nacional.
As leis invocadas foram os seguintes, no ordem e no forino preferidos pelo
exposição ministerial: 2.597, de 12 de setembro de 1955, "que dispõe sõbre os
zonas indispensáveis à defesa do País"; 601, de 18 de setembro de 1850, "que
delimitou os bens de domínio da Uniõo, no zona fronteiriço", e o Decreto-lei 1.531,
de 16 de junho de 1939, "sõbre as colônias militares de fronteiros".
4 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
---------_._--- ----
Como se infere da própria exposição oficial, nenhuma dessas leis regula, espe-
cificamente ou de passagem, a matéria contido no preceito constitucional.
A Lei 601, de 1850, nos precisos têrmos de sua ementa, "dispõe sôbre as
terras devolutas no Império, e acêrco das que são possuídas por título de sesmaria
sem preenchimento das condições legais, bem como por simples título de posse
mansa e pacífica, e determina que, medidas e demarcadas as primeiras, sejam elas ce-
didas a título oneroso assim poro emprêsas particulares, como poro o estabelecimento
de colônias de nacionais, e de estrangeiros, autorizado o Govêrno a promover a coJo-
nização estrangeiro no formo que se declaro". Do ângulo político e administra-
tivo, importa destacar nessa lei o dispositivo que prevê a reservo de óreas neces-
sórias para "o colonização dos indígenas", "o fundação de povoações, abertura de
estrados, e quaisquer outros servidões, e assento de estabeleciment~s públicos",
ou "c.onstrução naval" (artigo 12), e o que autorizo o Govêrno o criar a "Repar-
tição Geral dos Terras Públicas", "encarregado de dirigir a medição, divisão, e des-
crição das terras devolutas, e sua conservação, de fiscalizar o venda e distribuição
delas, e de promover a colonização nacional e estrangeira" (art. 21). Nenhuma
regra se aproxima do que encerra a atual Constituição.
O Decreto-lei 1.531, de 1939, "cria colônias militares de fronteiros", e lhes
regula a organização e o funcionamento, "em locais escolhidos pelo Conselho de
Segurança Nacional, dentro do faixa de 150 quilômetros a que se refere o art. 165
do Constituição Federal" (art. 1,0), Visam tais colônias o "nacionalizar os frontei-
ras do Pois" e a criar nelas "núcleos de população nacional" (art. 1. 0 , parágrafo
único), sem que o objetivo descrito posso inspirar a supressão da autonomia de
Municípios.
A Lei 2.597, de 1955, "dispõe sôbre zonas indispensáveis à defesa do País",
assim considerando "a faixa interna de 150 quilômetros de largura, paralela à linho
divisório do território nacional, cabendo à União sua demarcação" (art. 2,0). Mas
o propósito do legislador, no caso, foi, expressamente, vedar, "nas zonas indis-
pensáveis à defeso do País, a prática de atos referentes à concessão de terras,
ô abertura de vias de comunicação, à instalaçõo de meios de transmissão, à cons-
truçõo de pontes e estradas internacionais e ao estabelecimento ou exploração de
indústrias que interessem à segurança da Nação, sem o prévio assentimento do
Conselho de Segurança Nacional" (art. 1.0). Nado de restrição à autonomia política
dos Municípios foi estabelecido, oú declarado necessário.
a.~ garantias, c a inobservância de qual- lição de Pedro Lessa, impirada ('111 R'~!I
(ll1cr das normas regllladoras dêle im- Barbosa. (I;;)
portará na ilegalidade da coação e De fato, segundo a doutrina que Huy
dará ao paciente o direito de recorrer sustentou sempre, a partir de ahril de
aos Tribunais. (Art. 215) (la O )
1892, o habeas~corpus era o reml'dio
Pedro l,essa (lueria (lue a liberdade aplicável "a todos os casos onde houver
de locomoc;ão func:ionasse como um coação ilegal ao i rufit:Ídu o, onde a per
prcssu posto do exercído do direito ile- sonalidade humana, em qualquer das
galmente cerceado ou ameaçado, para manifestações exteriores da liherdade,
então aplicar-se-Jhe o remédjo do M- se achar violentada por uma invasão
beas-corpus, (H) do poder".
No caso da :\fesa da Assembléia Le- Quando t'le assim se l'xprimiu, estava
gislativa do Estado do Rio, julgado a 6 em causa a liherdade de circulação de
de junho de 1914 (H.C. nY 3.554), certo jornal gaúcho. ~Ias, llma vez que
ficolI isso patente. Os deputados João o texto constitucional não restringia, an-
Antônio de Oliveira Guimarães, Raul de tes ampliava a concessão do 1wbeas·
Almeida Hego c Constância José ~'1ou corTnls a todos os Casos de do!ilncia ou
renat, seu presidente e secretários, em coaçlio por arbítrio da autoridade, cum-
preseuça da cOllvocac,,'ão extraordinária pria adotar o instituto segundo a ampli-
da Assemhl(~ia pelo Presidente do Esta- tude do art, 72, § 22, da Carta Mag-
do, consideraram-se ameaçados no seu na. (lEI)
direito de exercer a1luêles cargos, pelo
propósito, que a outra facção anuncia- Em verdade, o constituinte de 1891
va, de eIcgt'r nova Mesa sómente para não limitou o eonceito de coação 0/1
o período da convocaç'ão. dolJncia, de sorte que a interpretac,'ão
ampliativa de Ruy era legítima, e aca-
O Supremo Trilmnal Federal, contra bou triunfante, embora nüo eorrespon-
os votos apenas dos ministros Godofre- desse à concepção ortodoxa, anglo-saxô-
do Cunha e Coelho e Campos, conce- nica, do lU1beas-corpus. Segundo Ruy,
deu a ordem impetrada pelo advogado tôda pressão empregada "em condições
Astolfo Hezende, para (lue os pacientes de eficácia, contra a liberdade no exer-
pudessem locomover-se livremente, pe- cício de um direito fi uolquer que (11 c
IICtrussem no edifício da Assembléia jôssc", só poderia ser eliminada pelo
/-egislatiLa c aí exercessem, licres de habeas-corpus. Falando em 1915 no
cOllStrangimento, durante o período da Senado, explicou hem: "Desde (pie no
sessüo extraordiruíria e enquanto ela ext'rcício de um direito meu, q[wlqlieT
durasse, as funç()es que tinham na que de fôr, intervém uma coa<,'üo exter-
Mesa. na, sob cuja pressão eu me sinto emba-
Pedro Lessa subscreveu (I ac'Órdão, raçado 0\1 tolhido para usar t'sse direito,
dando, então, como inicialmente frizou, na liberdade plena de seu exercício,
um voto idcntíco ao que sempre vinha
dando em casos iguais. (l3a) Quase ips" litteri. o texto do art. 156 da
ConstituIção de 15 de março de 1967.
Essa maneira sua de encarar o pro- (14) Cfr. Arnold Wald, "O Man1ado de Segu-
blema l'onciliar-se-ia, em última análise, rança", Rio 1955, pago 31.
com a de Huy. E não é por outra razão (151 Cfr. Arnold Wald, "D Mandado de Segu-
rança". Ed. do Serviço de Documente.çAo
que Arnold \Vald, estudando exaustiva- do DASP, Rio, 1955, pago 36.
mente esse a~sunto, assinala (pIe a juris- (16) Cfr. Ruy Barbasa, artigo "O HabeaS-Corpus
e a Imprensa", no "Jornal do Brasil" de
pmdt'ncia, no particular da aplicação 15-8-1893 Obras Completas, vaI. XX. Tomo
IV, "A Ditadura de 1893", Rio, 19-49, pág.
extensiva do halJcas-corpus, adotou a 137/143.
JANEIRO A MARÇO - 1968 17
------
estou debaixo daquilo que, em direito, inovou, ou antes, coerente com O texto
se considera coação. E violência? Vio- Constitucional que regulava o im.1ituto,
lência é o uso da fôrça material ou ofi- advogou-lhe aquela aplicaç'do ampliati-
ciaI, debaixo de qualquer das duas for- va a que Oliveira Viana ligou, como
mas, em grau eficiente para evitar, vimos, a ~rópria sorte das liberdades
contrariar ou dominar o exercício de civis e pohticas do nosso povo-massa.
11m direito". (17)
Nas suas conseqüências prátícas,
Pedro Lessa queria que o direito fôsse entretanto, talvez as duas concepções -
líquido e cerio (certeza e liquidez (lue a de Ruy c a de Pedro Lessa - se
a nosso ver a doutrina de Ruy essen- tenham equivalido.
cialmente não dispensa), sob pena de
escapar ao contencioso de legalidade do Haja vista o habeas-corpus que Ruy
habeas-corpus. Mas, embora ressalvan- impetrou para assegurar a publicação
do que êste remédio protegia apenas a dos seus próprios discursos parlamen-
liberdade individual no sentido estrito tares pela imprensa, onde, quando e
de Iiherdade de locomoção, sempre o como lhe conviesse. Como se sabe, o Ma·
concedeu quando o direito incontestável rechal Hermes, já no último ano de seu
do paciente, para ser exercido, precisa- govêmo, havia decretado a prorrogação
va da garantia daquela liberdade de ir ao sítio para durar todo o tempo da
e vir. sessão anual do Congresso. Ruy Bar-
Os deputados componentes da Mesa bosa, logo no dia da instalação dos
da Assembléia Fluminense não se (luei- trabalhos do Senado (4 de maio de
xavam propriamente de ameaça à sua 1914) discursou prote.'itando contra o
liberdade de entrada e saída no edifício absurdo decreto executivo e forneceu
da Assembléia, senão que temiam não cópia datilográfica do discurso ao Im-
lhes ser possível exercer as suas funçõC$, parcial, dirigido por Macedo Soares. O
porque os seus colegas, solidários com Chefe de Polícia porém proihiu.lhe a
os prop6sitos políticos do Presidente do publicação. Contra êsse ato governa·
Estado, pretendiam eleger outra Mesa, mental Ruy impetrou uma ordem de
e por isso os impetrantes queriam ha- liabeas-corpus, que receheu o n. Q 3.536
beas-corpus para entrar sem <:oação no e ao ser julgada deu até motivo a um
edifício da Assembléia Legislativa e lá incidente.
exercerem as funç6es dos seus cargos. f: que, feito o relatório, o Ministro
Pedro I,essa não concedeu a ordem Oliveira Ribeiro pediu fôsse dada a pa-
apenas para que se lhes garantisse o lavra a Ruy, cuja inicial êle acabava de
livre acesso à Assemhléia Legislativa (o receber, a fim de () paciente e impe-
CJue estaria mais conforme com a idéia trante dar {~sdarccimentos que pudes-
de destinar-se o habeas-corpus unica- sem "desenvolver o objeto da matéria
mente à proteção da liberdade de loco- da petição".
moção), mas ainda para que na Assem-
bléia o Presidente e os dois Secretários O Presidente, Ministro Hermínio do
desempenhassem as suas funções. (18) Espírito Santo, concedeu a palavra ao
Nesta parte de seu voto êlc afinava com paciente c impetrante, mas pelo exíguo
a doutrina de Ruy.
Teoricamente, ou melhor, no corpo 417) D1scurso de 22-1-15. In "Comentlirlo. 4
CondiCulç40 Fedcal BruUelra··, collgadOll
tios seus silogismos jurídicos, Pedro Les- e ordenad08 por Homero PlrM. TOI. V. Rio.
sa encarava o habeas-corpus segundo o 1934, pA8, 505/6,
(18) Cfr, RevLata do 8up. Tr1b. Fed.• vol. n. Par-
conceito tradicional, ao passo que Ruy te I. agOsto a deumbl'O, 11114. Rio, pis, M.
18 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
-------~~_.- -_.. _ - - - - - - - - - - - - -
Huy Barbosa com ,t sua luta sem Ruy e os votos lapidares de Pedro Lessa
quartel pelos interditos clássit.'üs na pro- já sugeriam à posteridade. (~.\)
teção dos direitos pessoais e reivindi-
cando a cohertura do habeas-corpus
(24. Pouco antes de Pedro Lessa, tamMm teve
para proteger o exercício de todo e ALBERTO TORRES asslnalavel l'.tu&Çlo no
Supremo Tribunal Federal, relativamente
qualquer direito individual contra os à natureza Jurld1ca e apHcaçio elttenalv8
do Instituto do habeas-corpus. De alguna
transbordamentos tipicamente brasilei- de seus prlnc lpals vot06 nesse sentido for-
nece-nos circunstanclllda not[cla Barbosa
ros do Poder Executivo, encontrou em Lima Sobrinho no admirável ensalo que
acaba de publicar sob o titulo .. Presença
Pedro Lessa o juiz bravo, culto e ho- de Alberto ~ Sua Vuta e Pensamento" (Edl-
tóra Clvllizaçào Brasllelra, 1968, RIo, 520
nesto, em condições, portanto, de co- páginas) Em 1903, no h. c. requerido pelo
Príncipe D. Oastio de Orleans, para que
mandar a constmçào jurispmdcncial se declarasse a InconstjtuclonlllLdade do
Decreto de banimento da Familla Imperial,
qUL' tanto serviu ao povo brasileiro, Juiz baixado pelo Oovérno Provisório, coloca-
Va-se ALBERTO TORRES ao ladO da dou-
hravo, sim, como a história atesta. No trina (ainda nào sufragada entre nós) se-
gundo a qual o habeas-cMpu. é a tutela
julgamento do habeas-corpus 3.539, jurld1ca, nlo apenas da llberdade de loco,
mo<;ão (doutrlna tradiclonal) mJl.S de todo
que Huy impetrou a henefício dos dire- e qualquer direito indit'ic!ual atingido ali
ameaçado por coação ou violêncIa decor-
t(Jre.~ {' rt'datores do Correio da Jf anhã, rente de Hegalidade ou abuso de poder,
Essa doutrlnll ele a confirmou em 1007,
Imparcial e outros jornais do Hio, e (lue quando, vlgendo alnda aquêle Decreto de
banimento, o Jurista Silva Costa, medIante
o Supremo indeferiu sob o fundamento o h.c. n:' 2.437, procurou garantir o de-
sembarque, no Brasil, do Prlnclpe D. LuIs
de haver sido suspensa pelo estado de de Bragança, então em viagem de cruzeIro a
borda do paquete Amazone.
sítio a garantia eOllstitudonal da livre Conforme Barbosa Llma Sobrinho assinala,
para Alberto Tórres, o habeas-corpus acudi-
manifesta\';w do pCIISamento, Pedro ria a todos o., direitos que. interessando ti
liberdade indIvidual. nao possuírem ne-
Lcssa assinou o acórdão l;C flcido, em nhum outro meio de garantia e de elieacia,
Era essa a tese de R uy Barbosa a partir de
tudo (textual), e a certa altura de seu abrH de 1892, qnando passou a sustentar
perante o Supremo TrIbunal Federal a ~x
voto classifica de caprichoso, arbitrário, tensão do habecu.corpus a todos os casos,
escrevIa ele, em que um direito nosso,
criminoso o ato do Marechal Hermes da qualquer direito. estiver ameaçado, im-
poss.bilitado no seu e;rerclcio pela inter-
Fonse(;<! que decretara o sítio "violando venção de um abuso de poder ou de uma
lJegal>dade.
um claro preeeito da Constituição l' Barbo.sa LIma Sobrinho reconhece que "o
voto de Alberto Torres, LOS habeas-corpus
única17!('nte ,)(/ra a satí.sjação de ódios requeridos a favor da Famllla Imperial, co-
lncldia com esse ponto de vlsta, atendo-se
(' cillgal1ças pcssoaio>". li amphtude do preceito constituclonal, que
nê.o citou, como na leglslaÇê.o do tempo do
Império. a llberdade de locomoção ou O
~as li\úes de HlIY (' Pedro Lessa é constrangimento corporal'>. A defesa dessa
doutrina do habeas-corpus, depols da apo-
sentadoria de Alberto Torres em 1907, velo
que entre nós se foi buscar a mais deei- a ser patrocinada por Pedro Lessa
Tendo Alberto Torres, como proclama o es-
siva inspiração para E'lahorar o nôvo clarecido expositor de sua vida e de seu
pensamento fundamental, "uma concepçào
instituto de def('sa enérgiea E' eficaz dos por assIm dIzer sociológica do Direito", a
qual objetiva a ajudar a colliltrulr a so-
direitos do individuo não amparados ciedade" e "aperfeIçoar a Sua eo;truture."
...::.. aInda mais valorll<ada !lca a poslçlo
pelo habeas-corpus. doutrInária que êle Invarii\velmente sufra-
gou na esfera de apllcaçio do únIco reme~
dium jurts de desenlace rapldo que então
o.~ ahusos da Autoridade Públiea vol- existia no sistema J uridlco brasHelro para
a tutela dos direitos constltuclonals do In-
Iam a encontrar no sistema jurídico dividuo. Da mesma (orma essa coincidência
entre o pensamento do jurlBta sociólogo
Alberto Torres e do J úrls-tllosóto Pedro
brasileiro um veto fulminante, através Lesse. com o de Rul Barbosa, em matéria
de e"egesBe e aplicação do habeas-corpu.,
do mandado de segurança, cujas formas pode ser tomada como o melhor testemunho
do equllibrlo da teoria brasl1elra do h4beas-
embrionárias e perfeitas os trahalhos de corpus que Ruy Barbosa entre nÓ/! fundou.,
OBRIGA CÃO .)
DE
CONTRATAR
serviços públicos. Mas êsse conceito amplo ainda não conseguiu desbancar a
noção tradicional. Por outro lado, há situações que pcàem o contrato coativo,
mas não se acomodam ao nôvo conceito, por mais que se o elas teça.
Pretende-se, em conseqüência, que haja obrigação de contratar, não apenas
quando dctenninada atividade é exercida em regime de monop6lio, senão,
igualmente, quando quem a exerce está, até circunstancialmente, em situação
privilegiada. Deixa, assim, de ser relevante a natureza ou qualidade da pres-
tação. Ainda não se trate do fornecimento de bens vitais, quem os fornece
será obrigado a contratar caso se encontre em posição na qual a recusa seria
abusiva.
A extrema latitude dêsse critério constitui obstáculo à sua aceitação. A
obrigação de contratar é exceção ã regra geral da liberdade contratual, violenta
restrição à autonomia privada. Não se deve, por conseguinte, alargar o setor
em que se apresenta como técnica estritamente indispensável à subordínação
do interêsse particular ao intert~sse geral.
Partindo do conceito de LARENZ relativo à existência de um comporta-
mento social típico (sozialtypischen Verhalten), como nova fonte de obrigações,
BULCK admite que, em relação a prestações ou bens vitais, há o dever de não
recusá-los. Quando se trata de gêneros de primeira necessidade ou prestações
socialmente valorizadas como necessárias à. vida de cada cidadão, como o
transporte, a eletricidade, a água, o gás e tantas outras, é inadmisslvel a recusa.
A superioridade do critério reside na limitação. Somente em relação às
prestações ou bens vitais haveria obrigação de contratar.
Indaga-se, porém, se a relação juridica, assim constituída, configura verda-
deiro contrato.
A primeira difi<:uldadc reside no próprio conceito .tradicional dessa espécie
de negÓcio jurídico. Contrato é o livre acôrdo de vontades para constituição
de uma relação jurídica entre as partes. Nesse esquema, é logicamente impossi-
vcl inserir o chamado contrato coativo, por isso que uma das partes é forçada
a constituf-Ia. A própria expressão contrato coativo seria uma "contradictio in
adjecto". O adjetivo briga com o substitutivo. Por mais que se distenda a noção
de contrato, não se poderá estendê-la a uma relação juridica, na qual o compor-
tamento de llma das partes, para criá-la, é meramente passivo, e está prcc1c-
tenninado.
Inclinam-se os escritores mais afastados da linha dogmática tradicional
pela negação da natureza contratual dos vinculos estabelecidos entre quem
presta e quem recebe um serviço público. Dividem-se, porém, as opiniões.
REVISTA DE INFORMAÇÃ.O LEGISLATIVA
TEMA 1
Para comemorar o primeiro ano de vigência da Constitui<;ão de 1967, muito
oportuno me pareceu discorrer s6hre um dos seus institutos mais polê-
micos e de indisfarçável intert~sse para os juristas, sempre preocupados com o
aperfeiçoamento do processo legislativo: os decretos que o Chefe do Poder
Executivo pode baixar, com fôrça de lei, ainda quando em pleno funciona-
mento o Congresso Nacional, ao qual cabe, embora, hoje, sem exclusiviuade,
elaborar as leis.
Os Advogados nada tem com o Poder, recordava RUY, mas tudo t~m
com a lei.
Em verdade, a nossa vida profi.~sional se exercita na constante invocação
da lei, para obter proteção jurisdicional dos direitos de nossos Clientes, permi-
tindo o nosso Estatuto, até mesmo, advogar contra a letra da lei para argüir a
sua injustiça ou a sua inconstitucionalidade. .
Os problemas que os decretos-leis vão criar para a ordem jurídica são de
monta. E de gravidade, a desafiar a argúcia do hcnnencula.
Reconheço que outros dispositivos há, da Constituição de 1967, a rnerL'eer
a consideraçiio dos Advogados, como é, v. gr., o que importou numa restrição
formidável do recurso extraordinário, nos casos em que, na Constituição de 1946,
podia ser interposto quando a decisão fósse contrária a dispositivo da Consti-
tuição OI! à letra de tratado ou lei federal e, agora ut art. 114, nQ IH - "a",
28 REVISTA DE I~FORMAÇÃO LEGISLATIVA
n~MA II
Os Decretos-Lei<; lUI técnica do direito constitucional:
O Direito Constitllcional da França,
TEMA 111
Os DCCTctos-leiv no direito constitucional brasileiro:
A Carta de 1937 e SClIS artigos 13, 14 e ]80.
TE"fA IV
A necessidade de acelerar o processo dc e1abor:lção das leis e o "slogan",
de que não se libertou o Parlamento, de sua incapacidade para elaborar as leis
de maior vulto ou mais complexas, levou os estudiosos de direito constitucional,
as Associações de classe e o Congresso de Técnicos, realizado em São Paulo,
em 1963, a preconi7.ar soluções que atendessem àquele objetivo e detenninaram
O Govêmo Hevolueionário de 1964 a adotar, nos Ato~ Institucionais I e lI, pro-
cessos de rápida tramitação para os projetos de lei de interêsse nacional.
30 REVISTA. DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
TDIA V
TEMA VI
Os pressupostos necessários para que o Presidente da Reptlblica possa
baixar decretos-leis:
TE.\/A \'lJ
()" de('!'dos-Ieis haixados pr,jo Presidente da HepúbliC'a tt~m vigl'llda inw-
diata ú publica,;:io do H'spedi\'o texto, no U])iúrio Oficia!", ViglO'ncia imediata
sigl,ifica, a 1l0"SO vcr, o1Jrigatorjedllr/e, cis (plt', o decreto. lliz o art. 58 da
COJlStit1li~'ão. t"m fdrça de ld. (' um dos atrihlJtos da lei t· a slla obrigatoriedade,
a partir de sua pll blil"J(;~lo, pois ninglll"m se l''(cusa pnr descumpri-Ia ainda qllt'
a1t-gl](' ignor(l-la.
\las. o Cfll" n:UJ [(·"ta dú\"id~l l' ljlll' o dt'crdo-ki ít'm vida precúria. l'll!l'll-
dido ti \,(J('~'thlllo IJI'('("uriu n;-IO 110 sentido de lJDrlCO d!lriÍrd (pois se aprovado
])('lo Cougre.sso o te:dll sl'rá definitivo), mas no do til](' n:lO se mostra ddiV"(l,
ant<'" l' ft'íto ('li! car(l«'r transitório, de ills!II/)j!idadl' c rtl'0l!.ulJilidoC!e qw' ()
<!comp<lllhalll desdi' I.
início, vaI" dizcr. (11le só se torna c1f'finitivil ,{uaudo
apro\'ado p"lo Con)..,<r,·sso ;'\aeional.
TOlA nH
o [)t'tTl'lo-[ ,('i pode ,ser rej"itat1o pelo Congresso Nacional. p o forarn
algllll,s dos dt't'fdos-l. 'is emitidos pelo atual Chefe do Poder EX{'Clltivo, corno
sucedeu com o de n'! 837, que criava a cédula industrial pignoratícia e discipl i-
nava, em novos moldes, a duplicata cOI11('rciaI. (Vid(' Di(lrin do Congresso
Nacional, Se(;ão I, de 14 dI' fevereiro de 19(8),
A rejeição do Dccreto-Lei pelo Congresso Nacional importa na supressão
do texto da Colcçâo das lciç rm ligor. :\1as, daí não ~{' segue que se possa con-
JANEIRO A MARÇO - 1968 33
siderar "como se a lei nunca tivesse existido". Existiu. Criou direitos e obri-
gações. Quanto aos direitos, se houve apenas expectativa de direito, não surgirão
maiores prohlemas. Mas, com relação aos direitos adquiridos, que a Constituição
Federal garante aos brasileiros e estrangeiros residcntes no país, não admi-
tindo a sua violação: art. 150 - ca]Jut e art. 150 § 3<', é óbvio que terão que ser
respeitados. A rejeição do decreto-lei, embora não seja o mesmo que revogação
da lei, sob alguns aspectos - ao rejeitar o que vigiu, revoga. Inúmeras são
as questões que os decretos-leis, por sua vigência pmcária, poderão suscitar,
como, entre outras, estas duas que apenas afloramos, como desafio aos estu-
diosos.
1~) O decreto-lei baixado pelo Presidente da República pode revogar
a lei elaborada pelo Congrcsso Nacional? E sc podc, a rejeição
do decreto-lei, dentro do prazo fatal dos quarenta e cinco dias,
restaura a lei anterior ou lhe dá o efeito repristinat6rio, a que
alude o § 39 do art. 2<;1 da nossa Lei de Introdução ao Código
Civil?
2;,1) se o Congresso aprova decreto-lei cujo teor não se enquadra
na autori7-<lção constitucional, convalidaria a nulídade que lhe é
intrínseca?
PONTES DE MIRANDA já se manifestou sôbre a questão, declarando
!lOS seus hreves comentários ao art'" 59 da Constituição de 1967:
"Se a matéria não é de Segurança Nacional, ou de finanças públicas,
nula é a aprova~'ão, como nulo é o Decreto Lei". (Com. à Const de
1967, \'01. 3 - pág, 157).
TEMA IX
- CO:\CI,CSAü -
CO:\CLU:\DÜ;
I Illún, TdS, (' da ~ mais \'arbdas, st'rão as contl'llH'rsi:ls (jU" a ('\lw<lil,'J,() (' a
apli('~l\',-lll dos (1,'cr\'los-lcis \;10 Sllscdar.
(ao SI' dl'sintl'n'ss,ll' d" snas L1n,Ll, dI' I'Ltbora\';lo ,Li \roi 'I, ahr,' (',II1\iIl11IJ ClTlll
;l ditad'lra do EVl'lIti\LL E 'lU"II) "íllcla (sli\lT ('111 <1"[\I<1a, l' l(T (' .I!('líl;tr p~lLl
as (1)s('n'"\Cll',, Cj!!(' IH', fa/Clll dois ,los TTI.\is 1110tlITllll" (' ;l1!torí/'ldll' «()ll,lítlldt)-
llalistils fr:llll'('Sl'S: ,\.\"I)IU: ll:il'IHO[', d(, 1%7 (k 'l'I' (:'llllj1"IHli o !la lrlíL;:IO
d.. Dn.it (:ollstitlll'ioll('l. (' .\I.\(·H1CL nrYLllCLll, lla '-)' Iclic;u) (lt- 'lia' "1n'·
t it ut H)II' l'lflitiq 11I'S d l)ro it C'l11st it 11 tilJll(r, .1' J prupl'lstl 11 da pr;',til"1 di) n '~illlt'
dlls "I)('ndm" na Cl>mltt11 i,'iIO FralHl'Sa cle E),j,';.
Tt'T1h,llllO,S IH'I', li'.; JlJrist.ls lh'sk illstitlJtn, a l'ora,!I'lll di' illll'l'dir. [)nr 11111,\
crítl(';[ ('nn,tnlti\,l (' IlpOI'I11II:1, IIILI' tal ,"'Oll\v(,;[ 110 Br;lsil ('lllitl"ll[lI'I<lIH'lí,
As lraTlsf(lrrll;[,'iíl'S '111(' se \!Tifi'\lll1 lIILIl1 I'dí~ ('m !rall('11 dl'SI'll\ Ilh illll'llt", (tlnlo
II 1l11~S<l. (\i,t!I'1I1 ,1(11,t1i/a\:IlJ d,' S:L\S kis (' .1 ('\111)]11('11]('111.((,:10 dl""11S dil,l'I!!ldS
ll",-~i';];Iti\()s. \1.1' d,'sl'n'/,l]' ~l ~\Illlíl"llli~l do ])('\1 1• I'llrtllll' II F,latl,)
11;111 lJ.l 11'll'
('\ist<' para dssl'gllr;lr /, 1)('1t\ l',lar do P(J\l) l' .\S SI!:h 11IStitLli<:'-ws, p,lra tllll<'iOll;lJ
a l'lJIlt\-lltll. 11:10 p"d( 111 i~llor,lr o 1ICII1](,1I1. l' II:LI) i:':IIOl'.llllL, LI 11('111"111, d"\"11I
,,,1)('1' 1111(' ~ls lillrllldS !'C:,Li, \ ,ti"11l lluis por SI,1i1 ,l(Til.l\:IL) ("I'(Jllt,III"~L, d ll (jllt'
]l"f'll,l illl!'llSi\:lil, :1 L')l"<," d" S~LII,'(Il'S, COI" i','IlHlS i\') l'"rbill"lltl) ,i ,drih l!l,;-'"
'
dI' ,'LilHlr,Lr ~IS kis l' Sll ('\ll'lwilllld1tIll'llk d,1t- rdir("lIl)S II Pjlll'l"'() \':-;isLd i\ \'
II"S (';lSllS l'ln IIILl' I) illlt'rt"'l' PÚh1iI'I) l' ;l SI'<,:'ILlIll,a 11~J('í(lll~d l'\ij;\TII llr'c';('Il!c
liil'ldt', IIll'didils dl' ,;lh ,1\\:<' p'i1l1,', ,:,
1'.ILl i,~o, tOd:l\ id. l'd~t,lji,1 o pr(l('l'''~l1lll'[lf .. 1·1!1 [",!//, l 'Ido. d" L,i, I'
IJlldlS pnljl'l'J,-; Ik ll'i, ,"[lll) l'j{'(IIIIJ/illlltls lio _\lI j l'j1(('jd" d" C/III,ti~llil,:I"
orc.:;llli/;lt!'J pl'f (',>«- 111,1It'i:U, tlll l')6h,
18. Esta sitlla<Jlo plTdllra\~1 ak 'jlll', II{IS lt'llljlO,' ,[lu.tis, dl"I)('rlI11] I, gO\"TI'"
para a n'alithtut, IIlUlliL'ipaL t' jl;IS"llI ,I ver IH' 1I1111licipio Il fa(or prÍIIlip,t! d'l
uescn\'o\víllll'nto eCIlIIIJlll i('O ('111 1t'l'Il1 I:S 1I~ll'j(JlI"IS, P]'(JIJ 10\('1\( lo, p' 1rLtll to, ('
apcrfl'ic,'()~UIlI'lIto da ~ll" l'stn!!lIra tl'clllca, forlIITI'IIt!O-lhl', ,lilllLt, li' IIIl'HJ~ I'''~I'II
ciais para a rl'tomad~1 do ~I'\l d('~t'lj\(1h'illll'lltll, Lstrad~ls, l'l)('rt~ia ,'ktri('~1.
escolas, sallC;lfllclltO. l'1'1Il11llit'aIJws, S:lO Illdas prt'~eTlte, llllll' l'lIl todos os rl'C,ulto,S
do país, :\,c(O h;'( Estado da FI'dl 'Ll\"LO, li lIl' IÚII tenha dl'lll:trrado pa ra a SI (;(
participac,'ào no t'l't'sl'iTlÍl'Jltll Ilacional c .\, L'ui\<'I'sidadt's (Tl'SI'l'lll I' SI' prcparaltl
para a l'ra (Lt Pl'Il,., pnidadc l'I'(l!lt"J1I li('<l , () (~O""'1110, L'OnS( IlitLtdo 1 I~l ,'\/,1
(',Strutma, lí\T{, ~lgora potra tra halhar c (l Iida r dos Sl'lIS olljdi\os piai H' Ja I'
organiza, pClIsa (' 1'''l'\'II(,I, jJrtlpllll'illll<lll<!O esq cra que d1l'ga a passl)' 1ar;:;lh
() PI)\-O l'st~l agora ([IIISI'iclIti/ado da 11l'I'('ssidat1l' da ,sna participa\'~lll 1111
proccs,so, e, de todc)., os pont,)s llllS \('In o st"Jpro citl it! II dt, lIJlIa lIa\"J') IIUt·
trabalha, Ao lllllllil'lpin I'stú rl'SIT\ada tarda essl'ncia! 111) Pltl('I'SS[), <,)lIt' SI'
prl'lmn', ('ntelo, rOl'll\~lmL() t' ~lvri\\lor,ll\do os S('US t~""'tllC()S, h\l\'iLmcb ',\'0 ,,',r,'.s
illstitlliçües, adaptando-,>,' ao" 11[I"OS llIdllt!os (' criando llnl:1 l".,(rutllra 11"1' pO~S~1
suportar a t'argd ljUI' lhe t'starú alda (,Iil (ilt!as as 11wLtS (' prilll'ipalllll'lltt' l)a
mais illlportantl' d<' tóda,. jl0rljlll' lJ.'t.,jca, a fi)l'llJa\'~~lll do 11(11)('111,
19, Atingimos, agora, a Lls<' l'lll lI"l' a adlllillbtra~'üo jú IÚO 1Il<lis ,,'r;'l 'll),'li.!'
lllll IllL'!0t10, 1·:la L' hOjl' tllIla eit"lIl'i~I, .\linl.?;illlos a na d~l ,1dlllillí,tra\'~Lo l'il'lItitil'a;
os tL'l'nicos S;lO agora adllJillistradort·., prulis~itlllais,
20, Amlrl'\\' Carrll'gie j:'1 prl'\ü co I 19,"52:
"Arrcbatl'lll,ntl~ a~ Librica,>, tllllll'ln-IJl1S o l"OIIIITCltl. 1IllSSII," l!leios dc
transpork, li{ IS'iO dilllll'ifll, Dei \1 '!l1-1I0S apl 'nas 1111",,1 orgallll.:l\':lO ('
1'111 (platro anos esLtrelllos Illi\'anH'!ltl' t'staIH,Il'cid<I,,"
21. O 1.'lllpirisllw. a falaeia do adrnjJlistr~ldor nato FI ll~({1 kllLlIlI m:li, li
<pIe nüo se podem considerar apenas como meio as despesas quc, nüo s('
traduzindo na aquisição de um fltivO, resultam, porém, em investimentos sociais
('orno educaçâo, saúde, ordem pública etc.
27. 1\0 seu anteprojeto de organização municipal, Viogo Lordello de Mello já
escrevia:
"O art. mJ estabelece a obrigatoriedade do orçamento de capital a
longo prazo, <JlIe deverá ser enviado pellJ prefeito à Càlllara no primeiro
ano do seu mandato. Obriga-se, assim, o executivo a elaborar o seu
plano de obras e investimentos, o (lual deverú ser previsto para prazo
não inferíor a tres anos. Depois de aprovado' pela Càmara, passará a
constituir () Plano de Obras, Serviço e Investimentos do Município,
asseguraIldo-se, ainda, através de plurianualidade das dota~'ü{'s, os
recursos (Jr~'amentários necessários a sua execução futura. É a adoção
do planejamcnto governamental em uma de suas formas mais eficazes,
IlO qual se distingut>m as despesas de custeio das de capital."
Segurança nacional e
assuntos correlatos
SUMARIO
1- Livros e opúsculos
2 - Capítulos
3 - Artlgos de revistas
4 - Legislação estrangeira
4. 1 - América
4.2 - Europa
5 _. Publicações da Escola Superior de Guerra.
1 - LIVROS E OPúSCUWS
AlX-MARSEILLE. Unlverslté. Institut d~udes Juridlques, Nlce. Centre de
Sclences Polltlques. La défense nationale, par ga1. Albord [et d'autresl Paris,
Presses Unlversltalres de France, 1958. 622 p. (BibHothéque des centres
d'ttudes Superieures Speclallsés, 4) CD
ASSOCIAÇAO DOS DIPLOMADOS DA ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA. Rio
de Janeiro. Representação de Belo Horizonte. A educação e a segurança
nacional IBelo Horizonte! Imprensa OHclal, 1966. 42 p. 12.0 Ciclo de Estudos
Sóbre Segurança Nacionall CD
42 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
2- CAPJTUWS
3 - ARTIGOS DE REVISTAS
4 - LEGISLAÇ.í\o ESTRAl'i'GEIRA
4. 1 - AMÉRICA
CHILE. Leis, decretos, etc. Código ·Penal. Crimenes y simples delloos contra la
segurldad exterior y soberania dei Estado, art. 106-120. Crímenes y simples
delitos contra la seguridad Interior deI Estado, art. 121-136. In: JIMENEZ
DE ASOA, Luis. Códigos penales iberoamerlcanos ... Caracas, Ed. "Andrés
BelIo" 11946J v. 1, p. 1052-61.
COLOMBIA. Leis, decretos, etc. Código Penal. Delitos contra la exlstcnc1a y la
segurldad dei Estado, art. 116-138. Delitos contra el régimen constitucional
y contra. Ia seguridad interior deI Estado, art. 139-149. In: JIMENEZ DE
ASÚA, Luis. Códigos penales iberoamerieanos ... Caracas, Ed. "Andrés BeHo'
119461 v. I, p. 698-703.
COSTA RICA. LeiS, decretos, fltc. Código Penal. DeUtos contra la segurldad de
la NaciÓn, art. 333-353. OelJtos contra los poderes púbJlcos y el orden cons-
titucional, art. 354-361. In: JIMENEZ DE ASÚA, Luis. Códigos penales Ibero-
americanos ... Caracas, Ed. "Andrés BeHo" !194e1 v. I, p. 796-800.
CUBA. Leis, decretos, etc. Código Penal. Delitos contra la segurldad dei Estado,
art. 128-161. Delitos contra la paz Internacional, el derecho de gentes y la
lIbertad y segurldad de los mares, art. 162-169. In: JIMENEZ DE ASOA, Luis.
Códigos penales iberoamericanos ... Caracas, Ed. "Andrés Bello" 119461 v. I,
p. 886-93.
EQUADOR. Leis, decretos, etc. Código Penal. De los delitos contra la seguridad
deI Estado, art. 118-145. In: JIMENEZ DE ASÚA, Luis. Códigos penales ibe-
roamericanos ... Caracas, Ed. "Andrés Bello" 119461 v. 1, p. 1220-4.
GUATEMALA. Leis, decretos, etc. Código Penal. Delitos contra la seguridad
exterior deI Estado, art. 122-137. Delitos contra la segurJdad Interior dei
Estado, contra el orden publico y contra las Instltuclones sociales, art.
138-162. In: JlMENEZ DE ASOA, Luis. Códigos penales iberoamerlcanos ..
Caracas, Ed. "Andrés BeHo" 119461 v. 1, p. 1317-23.
HAITI. Leis, decretos, etc. Código Penal. Crimenes y delJtos contra la :>eguridad
deI Estado, art. 57-80. In: JIMENEZ DE ASOA, Luis. Códigos penales ibero-
americanos ... Caracas, Ed. "Andrés Bello" 11946! v. 2, p. 9-12.
HONDURAS. Leis, decretos, etc. Código Penal. Delitos contra la seguridad exte-
rior dei Estado, art. 117-140. In: JIMENEZ DE ASÚ'A, Luis. Códigos penales
iberoamerlcanos ... Caracas, Ed "Andrés Bello" 119461 v. 2, p. 87-91.
~ICO. Leis, decretos, etc. Código Penal. Delitos contra la segurldad exterior
de la Naclón, art. 123-132. Delitos contra la seguridad interior de la Naclón,
art. 133-145. In: JlMENEZ DE ASOA, Luis. Códigos penales iberoamerlca·
nos ... Caracas, Ed. "Andrés Bello" 119461 v. 2, p. 178-83.
NICARAGUA. Leis, decretos, etc. Código Penal. Delitos contra la seguridad exte-
rior dei Estado. art. 126-145. Delitos contra la segurldad Interior deI Estado
y contra el orden publico, art. 146-204. In: JIMENEZ DE ASOA, Luis. Códigos
penales Iberoamerieanos ... Caracas, Ed. "Andrés BeUo" 119461 v. 2, p. 259-
270.
PANAMA. Le\s, decretos. etC. Código Penal. De los deUtos contra la patrla,
art. 98-108. DEl. los delitos contra los Poderes de la Naclón, art. 109-114.
De los delitos contra las naclones extranJeras y los jefes y representantes
de eUas. art. 115-117. Disposlciones com unes a los títulos anteriores, art.
118-125. In: JIMENEZ DE ASOA, Luis. Códigos penales Iberoameneanos ...
Caracas, Ed. "Andrés Bello" 119461 v. 2, p. 348-52.
PARAGUAI. Leis, decretos, etc. Código Penal. Delltos coutra la patrla, art. 137-
140. Delitos contra el derecho de gentes, art. 141-145. De los delitos contra
el orden públJco, art. 146-156. Delitos contra la autorldad pública, art. 157-
163. In: J1MENEZ DE ASOA, Luis. Códi&,os penales iberoamerlcanos ... Ca-
racas, Ed. "Andrés Be11o" 119461 V. 2, p. 418-22.
PERU. Leis. decretos, etc. Código Penal. Delitos contra e1 Estado y la defcnsa
nacional, art. 289-301. Delitos contra los poderes deI Estado y la autorldad
de la Constltuclón, art. 302-313. In: JlMENEZ DE ASÚ'A, Luis. Códigos pena-
lrs lberoamericanos ... Caracas, Ed. ~'Andrés Be11o" 11946: v. 2, p. 506-10.
48 REVISTA DE INFORMA.ÇÃO LEGISLATIVA
VENEZUELA, Leis, decretes, etc. Código Penal. De los drlitos contra la inde-
pendencia y la scguridad de la nación, art. 128-166. In: JIMENEZ DE ASÜA.
Luis. Códigos penales iberoamericanos ... Caracas, Ed. "Andrés BeIlo" ,1946:
v 2. p. 817-23.
4.2 -- EUROPA
ALEMANHA. Leis, decretos, ete, Código Penal. De la haute trahison. art. 80-87.
Mise en péril de l'État, art. 88-98. Trahlson envers la Patrie. art, 99-101
Actes hostiles envers les États étrangers, ari. 102-104. In: ANCEL. Marc
& MARX, Yvonne. Les codes pénaux européens. Paris, Centre Françai:> de
Droit Comparé, 1958. t. 1, p. 23-32 (Nouvelle Colleetion du Comité de Légís-
1atlon Étrangere et de Droit Internatlonal! CD
ÁUSTRIA. Leis, decretos, etc. Código Penal. Des crimes de haute trahison
iD'oflense f'nvers l'Empereur et les membres de la famille Imperialei et de
trouble de la palx publique, art. 58-67. De la rébellion et de I'émeute, art.
68-75. In: ANCEL, Marc & MARX, Yvonne. Les t:odl's pénaux europél'ns
Paris, Centre Françals de Drolt Comparé, 1958. t. 1, p. 105-9 (Nouvellt'
Col1ectlon du Comité de Législatlon Étrangere et de Droit Internatlonall CD
BÉLGICA. Leis. decretos, etc. Código Penal. Des ~rimcs et des déllts contre la
suteté de l'État, art. 101-136. In: ANCEL, Mare & MARX. Yvonnc Les codes
pénaux européens. Paris, Centre Français de Droit Comparé. 1958. t. 1,
p. 193-202 iNouvelle Colleetion du Comité de Léglslation Étrangt're ct de
Droit lnternationall CD
BULGÁRIA. Leis, decretos, etc Código Penal Déllts eontre la Républíque Popu-
lalre, art. 70-99. In: ANCEL, Mare & MARX, Yvonne. Les codes pénaux eu-
ropéens. Paris, Centre Françals de Droit Comparé, 1958. t 1, p. 284-9 I Nau-
velle Collectlan du Comité de Législation Étrangére et de Droít Intcrna-
tlonal) CD
DINAMARCA. Leis. decretos, etc. Código Penal. Crimes et délits contre j'inde-
pendance et la securité de l'État, art. 98-110. Crimes et délíts contre la
Constltutlol1 et les autorltés supremes de l'État, art. 111-118. In: ANCEL.
Mate & MARX. Yvonne. Les codes pénaux européens. Paris. Centre Français
de Drolt Comparé, 1958. t. I, p. 351-5 iNouvelle Collection du Comité de
Législation Étrangere et de Drolt Internatlonali CD
ESPANHA, Leis, decretos, etc. CódIgo Penal Des délits contre la surcté extc-
tleure de l'État, art. 120-141. Des délits eontre la sureté interieure ce l'Ébt,
art. 142-164. In: ANCEL, Mare & MARX, Yvonne. Les codes pénaux euro-
péens. Paris. Centre Français de Drolt Comparê, 1958. t. 2. p. 447-54 INou-
velle ColJection ctu Comité de Léglslatlon Étrangé're et de Droit InterniÁ-
tlonall CC,
FINLANDIA Lei.> decrE'tüs. etc. Código Penal De la haute trahison. rap. 11.
Dl' la tratJlso:1 ('m'''rr. la Patrie. cap. 12. Des actes delictueux eommis a
____________JA_N_E_I...:..R:..::O---:..;A_MARÇO - 1961 .,
l'eneontre d'gtats amJ.s, capo 14. In: ANCEL, Marc & MARX. Yvonne. Les
codes pénauz: européens. Paris. Centre FrançaIs de OroU Compare, 1958.
t. 2, p. 551-5 (Nouvelle Collection du Coml~ de Lég1s1atlon Qrangere et
de Drolt International) CO
FRANÇA. Leis, decretos, etc. Código Penal. Crimes et déUts eontre la sureté
de l'&at, art. 75-108. In: ANCEL, Mare & MARX, Yvonne. Les codes pénauz
européens. ParIs, Centre Français de OroU Compa~, 1958. t. 2, p. 648-53
(NouveJle Collectfon du Comité de Légtslatlon Étrangere et de Drolt ~nter.
national) CO .
GRtCIA. Leis, decretos, etc. Código Penal. Haute trahlson, art. 134-137. fra.
hlson envers le pays, art. 138-151. Infractlons dIrigées eontre des 1:tats étran-
gers, art. 153-156. In: ANCEL, Marc & MARX, Yvonne. Les codes pénaux
européens. Paris, Centre Françals de Drolt Comparé, 1958. t. 2, p. 741-4
(Nouvelle ColIectlon du Comité de Législatlon &rangere et de OroU Inter-
national) CO
OROENLANDIA. Leis, decretos, etc. OéUts eontre l'lndependanee et la sécurité
de l'~tat, art. 1.1-\.3. Délits ~()ntte la ~()nst~tut~()n et 1es au\ort~ S'll~r'if~uns
de l'~at, art. 14-15. In: ANCEL, Mace & MARX, Yvonne. Les codes PéDauz
européens. Paris, Centre Françals de Orolt Comparé, 1958. t. I, p. 395-6
(Nouvel1e COlleetion du Comité de Législation t:trangêre et de Oroit Inter-
national) CO
15LANDIA. Leis, decretos, etc. Código Penal. Trahlson, art. 86-97. Déltts contre
la Constltutlon et les autorItés supérieures de l'ttat, art. 98-105. In: ANCEL,
Mare & MARX, Yvonne. Les codes péDaux européens. Paris, centre Fran-
çals de OroU Comparé, 1958. t. 2, p. 838-40 (Nouvelle Collectlon du Comité
de Législatlon ttrangêre et de Drolt IntematlonaD CD
ITALIA. Leis, decretos. etc. Código Penal. Oes déllts eontre la personnallté de
l'Êtat, art. 241-313. In: ANCEL, Mare & MARX, Yvonne. Les codes Pénaux
européens. Paris, Centre Françals de Drolt Comparé, 1958. t. 2, p. 919-31
(Nouvelle COllectlon du Com1~ de Législatlon ttrangére et de OroU Inter-
national) CO
LIECHTEN5TEIN. LeIs, decretos, etc. CódIgo Penal. Des crimes de haute tralú-
son, d'offense envcrs le Prlnee et les membres de la fam1lle prtnelere, et
des crimes de troublcs apportes à la paIx publlque, art. 58-67. De la rebéll10n
et de l'émeute, art. 68-75. In: ANCEL, Mare & MARX, Yvonne. Les codes
pénaux européens. Paris, Centre Français de Orolt Comparé, 1958. t. 3,
p. 1035-8 (Nouvelle Colleetlon du Comité de Législatlon :tt.rangére et de
Drolt Internatlonal) CO
LUXEMBURGO. Leis. d~cr~t<ls. e~. Códt'g'3 P~na\. ~ enmes et del> d~1its
eontre la sureté de l~tat, art. 101~136. In: ANCEL, Marc &; MARX, Yvonne.
Les codes pénauz: européens. Paris. Centre Françals de OroIt Comparé, 1958.
t. 3, p. 1133-8 (Nouvelle Colleetlon du ComIté de Législatlon i:trangêre et
de Drolt Internatlonal) CO
MONACO. Leis, decretos, etc. Código Penal. Crimes et déllts eontre la sureté
de n~tat, art. 70-95. In: ANCEL, Mare & MARX, Yvonne. Les codes pénaaz
el1ropéens. Paris, Centre Françals de Drolt Comparé, 1958. t. 3, p. 1219-21
(Nouvelle ColleeUon du Comité de Législatlon ttrangere et de Orolt Inter-
natlonal) CO
NORUEGA. Leis, decretos, etc. Código Penal. Crimes contre l'lndependance et
la sureté de l't:tat, art. 83-97. Crimes contre la Constttutlon de la Nonege
et le Chef de l~at, art. 98-104. In: ANCEL, Marc & MARX, Yvonne. Le9
codes pénaux européens. Paris, Centre Françals de Droit Compare, 1958.
t. 3, p. 1303-8 (Nouvelle CoUectlon du Comité de Léglslatlon ttrangere et
de Drolt Internatlonal) CO
PAíSES BAIXOS. Lels, decretos, etc. Código Penal. Oéllts contre la sureté de
l'ttat, art. 92-107. Déllts contre la digntté royale, art. 108-114. Oéllts contre
les chefs et les représentants d~ats amis, art. 115-120. In: ANCEL, Matc
50 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
& MARX. Yvonne. Les codes pénault européens. Paris. Centre Français de
Droit Compart', 1958 t. 3, p. 1401-6 (Nouvelle Collection du Comité de Légis-
!ation €trang&re et de Droit Intrrnational) CD
POL6NIA Leis, decretos, etc. Código Penal. Crimes cantre l'€tat. art. 93-98
Infractions contre le5 interêts extérieurs de l'€tat et contn' les relatians
internationales. art, 99-113. In: ANCEL, Mare & MARX. YVonne. Les codes
pénaux europêens Paris, Centre Français de Droit Comparé. 1958 t. 3.
p. 1.489-91. lNouvelle Colleetion du Comité de Léglslation Etrangere et dE'
Droit International) CD
PORTUGAL. Leis, decretos, etc. Código Penal. Drs crimes eontre la sureté de
rEtat, art. 141~176. In: ANCEL, Mare & MARX, Yvonn€'. Les rodes pénaull.
européens. Paris, Centre Français de Droit Comparé. 1958. t. 3, p. 1548-56
(Nouvelle Col1f'ction du Comité de Législation €trangere et de Droit Inter-
nationa}) CD
URSS. Leis. decretos, etc. Código Penal. Delitos contra el Estado, art. 58, 1 --
53,19. In: -- Legislación sovietica moderna. Traducción directa deI ruso, de
los Códigos vigentes en la Unión de Repúblicas Socialistas Soviéticas, por
Míg-uel Luban... México, Union típog. ed. Hispana-Americana. 11947' p,
277-85.
G- ARTIGOS DE JORNAIS
AB! repele nova lei de segurança Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 16 mar
1967
ABI tIlmbém contra artigo 48. Última flora, Rio de Janeiro, 21 fev. 1968.
ADVOGADO vc segurança como lei absolutisLa. Correio da Manhã, Rio de
Janeiro, 26 mar. 1967. Tribuna da Imprensa, Rio de Janeiro, 25126 mar. 1967.
AlI: protesto contra a Lei de segurança Fôlha de São Paulo, 29 mar. 1967.
ALL RIGHT. A grita contra. a Lei dc segurança. Correio da lUanhã, Rio de
Jane'ro. 29 mar. 1967.
ALVES, Hermano. Golpe de mão. Correio da Manhã, Rio de JaneIro, 11 Jan. 1968
ALVES, Hermano Responsabllldades. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 6
Jan. 1967.
ALVES, Hermano. Segurançn naclona\. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 27
jan. 1967.
ALVES, Hermano Segurança verbal. Correio da Manhã, RIO de Janeiro, ]5
jun 1967.
AMEAÇA potencial. Jornal do Brasil, Rio de JaneIro, 8 abr. 1967.
ANDRADA vê Lei de segurança como um exc('sso de poder. Correio da Manhã,
Rio de Janeiro. 11 mar. 1967.
APÓS a Carta a Lei de segurança. Estado de São Paulo, 4 Jan. 1967.
ARTIGO 48. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 2 fev. 1968.
ARTIGO 48. Diário de Notícias. Rio de JaneIro, 14 !ev. 1958.
ARTIGO 48 é Ilegal. Estado de São Paulo. I !ev 1968.
ATHAYDE. Trístão de. A Insegurança Nacional. "Jornal do Brasil", Rio de Ja-
nelm, 13 abr. 1967
58 REVISTA DE IHFORMAÇÁO LEGISLATIVA
ATHAYDE, Tristão de. A morte do direito. Fôlha. de São Paulo, 12 jan 1967.
CB amplia segurança do Estado: nova Carta. Coneio da Manhã, Rio de Janeiro,
1 set. 1966.
CALDERARO, A. Segurança nacional e a nova Constituição. Diário de São
Paulo, 2 mar. 1967.
CAMARA aprova decreto-lei que reorganiza Conselho de Segurança. Jornal do
Brasil, Rio de Janeiro, 15 fev. 1968.
CAMISA de fôrça. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 12 jan. 1968.
"CASSAÇAO" municipal. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 9 tev. 1968.
CASTELLO BRANCO. Carlos. Lei de segurança só cairia no Supremo. Jornal
do Brasil, Rio de Janeiro, 20 maio 1967.
CASTELO alinha duas leis para completar ciclo revolucionário. Jornal do Bra-
sil, Rio de Janeiro, 24 fev. 1967.
CASTELO expõe ° que ê segurança. O Estaao de São Paulo, 14 mar. 1967.
CASTELO manda integrar à nova Lei de segurança sugestões de Costa e Silva.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 24 fev. 1967.
COMENTADA a nova lei O Estado de São Paulo, 19 mar. 1967.
COMISSAo parlamentar vê o que segurança ameaça. Correio da Manhã, Rio de
Janeiro, 16 mar. 1967.
CONCILIAÇAO impossível. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 17 mar. 1967.
CONSELHO de Segurança. Diário de Noticias, Rio de Janeiro) 16 fev. 1968.
CONSELHO de Segurança diz que não tira poder alheio. Jornal do Brasil, Rio
de Janeiro, 11 jan. 1968.
COSTA: ARENA não reve carta. Segurança tem projeto de revogaçã.o imediata.
Correio da :\Ianha, Rio de Janeiro, 18 mar. 1967.
COSTA vê Lei de segurança, Correio da l\lanhã, Rio de Janeiro, 29 jan. 1967,
COITA, Pery. Nova Lei de segurança incorpora AI-2. Correio da Manhã, Rio
de Janeiro, 21 set. 1966.
"CSN só tem 8 militares e não manda no govêrno". Diário de Notícias, Rio de
Janeiro, 11 Jan. 1968
DEBATE encerra em Niterói primeira fase dos Estudos sôbre segurança nacional.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro. 11 agô. 1967.
DECRETO-lei altera a Lei de segurança Estado de São Paulo, 9 jan. 1968.
DEFESA gasta entre 1 e 2 % do produto nacional, diz Campos. Jornal do Brasil,
Rio de Janeiro, 3 fev. 1967.
DEFINIDO nôvo conceito de segurança nacional. O Globo, Rio de Janeiro, 8
abr. 1965.
DEPUTADOS condE'nam a Lei de segurança. Fõlha de São Paulo, 29 mar. 1967.
DEPUTADOS propõE'm revogação da Lei de segurança Fõlha de São Paulo, 17
mar. 1967.
DESMENTIDA a emenda que amplia a ação da Justiça militar. Jornal do Brasil,
Rio de Janeiro, 13 j un. 1965.
EURICO REZENDE admite revisão do conceito de segurança nacional. O Globo,
Rio de Janeiro, 21 jun. 1967
FIGUEIREDO, M. Poppe de. Política nuclear e segurança nacional. Diário de
!"lotirias, Rio de Janeiro, 19 nov. 1967.
FRANCIS, Paulo. Segurança e regime. Correio da Manha, Rio de Janeiro, 25
agõ. 1967.
GAMA E SILVA quer suprimir artigo da Lei de segurança. O Globo, Rio de
Janeiro, 10 fev. 1968
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ JAHEIRO A MARÇO - 1968 59
GOVItRNO admite rever a Lei de segurança. Diário de São Paulo, 31 mar. 1967.
GOVtRNO anuncia rigor na Lei de segurança. Estado de São Paulo, 31 dez. 1966.
GOVtRNO considera Lei de segurança intocável. Diário de São Paulo, 6 dez. 1967.
GOVtRNO corrigirá com a Lei de segurança erros que acha na Lei de Imprema.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 28 jan. 1967.
GOVtRNO desmente poder de superminlstério do CSN. O Jornal, Rio de Janeiro,
11 jan. 1968.
GOVtRNO espera comiclos de Lacerda com Lei de segurança. Jornal do Brasil,
Rio de Janeiro, 6 fev. 1008.
GOVtRNO vai ouvir Costa e Silva sóbre a nova Lei de segurança. O Globo, Rio
de Janeiro, 2 fev. 1967.
ORONEWALD, José Llno. Lei de segurança. Correio da Manbã, Rio de Janeiro,
16 mar. 1967.
GRONEWALD, José Llno. Nação & Segurança. Correio da Manhã, Rio de Ja-
neiro, 21 set. 1966.
GUDIN, Eugênio. O fantasma da "Segurança nacional". O Globo, Rio de Ja-
neiro, 12 ju!. 1965.
GUERRA aberta contra Lei de segurança e contra o trânsito. Diário de São
Paulo, 5 abr. 1967.
GUERRILHA é uma hipótese admitida pelo Brigadeiro. Jornal do Brasil, Rio
de Janeiro, 4 jan. 1967.
HOJE o substituUvo do MDB à. Lei de segurança. Jornal do Brasil, Rio dp.
Janeiro, 28 mar. 1967.
A IMPLANTAÇAO do m1Utarismo no Pals. O Estado de São Paolo, 12 Cev. 1968.
INSTITUTO inicia exame da Lei de segurança. O Estado de São Paulo, 30
mar. 1967.
JANISMO quer o fim da Lei de segurança. O Estado de São Paulo, 27 set. 1967.
JOBIM, Danton. Lei da tarraxa. (lltlma Hora, Rio de Janeiro, 14 mar. 1967.
JOBIM, Danton. paz nusória. Última Bora, Rio de Janeiro, 22 fev. 1968.
JOSAFA: Leis discricionárias no fim. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 20
abro 1967.
JOSAFA vai sustentar em discurso a llegal1dade do decreto sóbre segurança.
Jornal do Brasil, RIo de Janeiro, 16/17 abr. 1967.
JUIZ enquadra deputado na Lei de segurança nacional. O Globo, Rio de Ja-
neiro, 30 maio 1967.
JULIO MESQu;TA prevê derrubada da nova LeI de segurança. Jornal do
Brasil, Rio de Janeiro, 15 mar. 1967.
JURISTA manifesta-se contra a Lei de segurança nacional. O Estado de São
Paulo, 2 abr. 1967.
KRIEGER acha que a Lei de segurança será "amena" e não deve causar mêdo.
O Jornal, Rio de Janeiro, 26 jan. 1967.
KRIEGER: Decisão sôbre segurança é com juizes. Correio da Manhã, Rio de
Janeiro, 24 mar. 1967.
KRIEGER dissipa temor sôbre LeI de segurança. Correio BrazlUense, Brasilla,
26 jan. 1967.
LEI a revogar. Diário de Noticias, Rio de JaneIro, 7/8 maio 1967.
LEI de segurança. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 23 fev. 1966.
LEr de segurança. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 20 out. 1967.
LEI de segurança arrocha ainda mais. Tribona da Imprensa, Rio de Janeiro,
14 mar. 1967.
LEI de segurança deve Ir logo ao Congresso. Estado de São Paulo, 14 dez. 1966.
60 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
LEI de segurança: MDB quer que Auro decida. Última Hora, Rio de Janeiro,
29 mar. 1967.
LEI de segurança: modificação para evitar o abuso do poder. Diário de São
Paulo, 4 maio 1967.
LEI de segurança pode mudar. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 10 jul. 1965.
LEI de segurança reforçará o SNI. Estado de São Paulo, 5 jan. 1967.
LEI de segurança tem nôvo projeto. O Estado de São Paulo, 17 out. 1967.
LEI não pode ser subjetiva. O Estado de São Paulo, 21 mar. 1967.
A LEI que assegura a crise. Tribuna da Imprensa, Rio de JaneIro, 18/19 mar.
1967.
LIÇõES de uma vitória. Estado de São Paulo, 11 fev. 1968.
LINS E SILVA afirma que a Lei de segurança é um instrumento contra todos.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro. 19 mar. 1967.
LIRA prega conceito nôvo para segurança. Última Hora, Rio de Janeiro, 2
mar. 1968.
MDB apresenta projeto revogando Lei de segurança nacional. Jornal do Brasil,
Rio de Janeiro, 18 mar. 1967.
O MDB insiste em que o Congresso deve homologar a Lei de segurança. O Globo,
Rio de Janeiro, 18 abr. 1967.
MDB propõe na Câmara nova Lei de segurança nacional. Jornal do Brasil, Rio
de Janeiro. 1 novo 1967.
MDB protesta contra Lei de segurança. O Globo, Rio de Janeiro, 14 mar. 1967.
MDB quer anular nova segurança. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 15 mar.
1967.
MDB quer Lei de segurança ho~ologada pelo Congresso. Jornal do Brasil, Rio
de Janeiro. 29 mar. 1967.
MDB vai redigir uma nova Lei de segurança. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro,
17 mar. 1967.
MÁRIO MARTINS: Atual conceito de segurança nacional é lesivo ao Pais.
Diário de São Paulo, 4 jun. 1967.
MEDEIROS: Lei de segurança é pior que "rôlha". Última Hora, Rio de Janeiro,
31 dez. 1966.
MEDEIROS reúne material: Lei de segurança. Fôlha de São Paulo, 4 jan. 1967.
MEM diz que revisão da Lei de segurança é inevitável. Tribuna da Imprensa,
Rio de Janeiro. 22 mar. 1967
MINAS aplaude o cxito do ciclo de debates sôbre a segurança nacional, promo-
vido pela ADESG. O Globo, Rio de Janeiro, 7 maio 1965.
MINISTRO nega 3 novas leis. Estado de São Paulo, 8 dez. 1966.
MINISTRO vota contra o art. 48. O Estado de São Paulo, 22 fev. 1968.
MOURAO condena artigo da Lei de segurança que cassa a profissão de indi-
ciados Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 1 fev. 1968.
MOURAO no STM: Segurança faz do pais um pátio de quartel. Tribuna da
Imprensa, Rio de Janeiro, 18/19 mar. 1967.
MOURAO vê morte da liberdade na Lei de segurança nacional. Jornal do
Brasil, Rio de Janeiro, 16 mar. 1967.
NOV A Lei de segurança é assinada e entra em vigor dia 15. Jornal do Brasil,
12 mar. 1967
NOVA Lei de segurança poderá frustrar revisáo da Carta e partido de Lacerda.
Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 27 jan. 1967.
NOVA Lei de segurança vai ser último ato de Castelo e virá na próxima
segunda-feira Jornal do Brasil, 7 mar. 1967.
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ JAHEIRO A MARço - 1968 61
A NOVA Lei fere a Constituição Federal. O Estado de São Paulo, 18 mar. 196'1.
NOVAS criticas à Lei de segurança. Diário de São Paulo, 30 mar. 1967.
NOVO presidente do STM diz que é contra a Lei de segurança: A democracia
não preclsa d1sso. Tribuna da Imprensa, Rio de Janeiro, 14 mar. 1967.
NOVO projeto contra a Lei de segurança. DiárIo de São Paulo, 18 mar. 1967.
OAB repudia art. 48 da Lei de segurança. O Estado de São Paulo, 8 fev. 1968.
OPOSIÇAO quer substituir Lei de segurança nacional. O Globo, Rio de Janeiro,
1 nov. 1967.
OPOSIÇAO vê militarismo no decreto-lei do C.S.N. O Jornal, Rio de Janeiro,
10 'an. 1967.
ORDEM dos advogados quer derrubar o artigo 48 da Lei de segurança nacional.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 6 fev. 1968.
AS ORDENS religiosas e a segurança nacional. O Estado de São Paulo, 3 agô.
1967.
PADRE GODINHO: Lei de segurança só encontra paralelo em Gengis Khan.
Diário de São Paulo, 31 mar. 1967.
PARA O presidente do STM a Lei de segurança é imprecisa, mas só ao legisla-
tivo cabe reformá-la. O Globo, Rio de Janeiro, 18 agô. 1965.
PASSAMO à competência da Justiça m1lltar os crimes contra a segurança
nacional. O Globo, Rio de Janeiro, 11 jun. 1965.
PEDROSA, Mário. Segurança nacional contra o Brasil. Correio da Manhã, Rio
de Janeiro, 19 mar. 1967.
PEDROSO HORTA: Lei de segurança deverá ser revista. Diário de São Paulo,
19 mar. 1967.
PERACCHI estranha a celeuma quanto a ãreas de segurança. O Globo, Rio de
Janelro, 4 mar. 1968.
PERALVA, Oswaldo. Contrà.rios. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 18 fev. 1968.
PREQCUPAÇAO americana. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 10 jan. 1967.
PRESENÇA. Jornal do BrasU, Rio de Janeiro, 31 jan. 1967.
PRIMEIRO passo. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 10 fcv. 196B.
PRISAO preventiva agora é dflerente, diz Lins e Silva. Jornal do Brasil, Rio
de Janeiro, 7 maio 1967.
O PROBLEMA estudantu e a segurança nacional. Estado de São Paulo, 9
fev. 1968.
PROCURADOR aplaude ampliação da competência da Justiça militar. O Globo,
Rio de Janeiro, 14 jun. 1965.
PROCURADOR enquadra Hélio na. nova Lei de segurança. O Globo, Rio de
Janeiro, 3 agõ. 1967.
PROJETO do MDB restaura anUga Lei de segurança. O Globo, Rio de Janeiro,
18 mar. 1967.
PROJETOS da. oposição revogam Lei de segurança e concedem anistia ampla.
O Globo, Rio de Janeiro. 17 mar. 1967.
AS PROPORÇOES da crise nacional. Estado de São Paulo, 9 fev. 1968.
QUAIS são os novos limites da Uberdade. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro,
23 mar. 1967.
RAMALHErE conclui que a Lei de segurança está cheia de InconsUtuclona-
lldades. Jornal do BrasU, Rio de Janeiro, 5 abr. 1967.
REAPARELHAMENTO das fôrças armadas e a segurança nacional. Diário de
Noticias, Rio de Janeiro, 15 maio 1967.
REPULSA total à. Lei de segurança. Diário de São Paulo, 19 mar. 1967.
RETROCESSO. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 11 jan. 1968.
REVI8AO da Lei de segurança; projeto sal já. Fõlha de São Paulo, 28 mar. 1967.
62 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
SEGURANÇA NACIONAL
LEGISLAÇÃO
PROJETOS
DISCURSOS
"Ari, 159 - TOdas as questôell relativas à " 1.· - Proceder-se-á do mesmo modo
em re1&ç~ ao estabelecimento, nessa Ima,
eeguJ'U1ça nacional aerAo e coor-
e6tUdadaa
denadas pelo CoDlle1ho Superior de segu- de indústrias, inclusive de transportes, Que
rança Nacional e pelos órgios eapec1a1s Interessem à segurança nadona!.
criados pa.ra atender la neeess.1dades da mo- I 2." - O Conselho Superior de se-
blllza.çl.o. kW'8l1ca Nadona! organizará a re1&çAo das
I L· - O Conselho Supertor de Se-- indÚlltrtas acima referidas, que revistam &se
gunulça Nacional seri presidido pelo Pre- e&ráter, podéndo em todo tempo rever e mo-
lI1dente d. Repúbllca e dêle rarAo parte 015 dificar a Memta relaçAo, que deveri ser
M1n1Btros de Estado, o Chefe do Estado- por êJe comunicada aos governos locais in-
MrJor do Ezérclto e o Chefe do Estado- teressados.
MaJor da Armada.
§ ,.. - O Poder Eltecutlvo. t.en<1o em
I t.,. - A organlZJllÇlo, o func1ona- VIsta as necessidades de ordem santlárta,
mento e a competlncla do Conselho Supe- aduaneira e da defesa nacIonal, regulamen-
rior sert.o regulados em let. t.ari. a ut.illzaçio das terras públlcas, em re-
g1f.o de front.elra peJa Unt~ e peloo Esta-
d03, ficando subord1nBda é. aprovação elo
A11. 161 - O estado de fUerr& 1mpUcará
Poder Legislativo a sua alienação."
- susperu;Ao das garantias constit.ucionals
Que po6Sam preJudica.r direta ou indireta-
, mente - securanç- naeional.
(.) LesUlaçAo &61)1"0 JUBUça MJ.Iltar: 'flde ar\11rO
f.~.e:m:IO número llltJtu1&da ",JU6IJl;1I Ml·
A11. 1" - Dentro de uma laiU de cem Leslalaçlo lIObre Elltt.4o dI! Sltlo: vide artl-
qullllmet.r08 ao longo das trontetra.s. nenhu- soe Da }\e'data de lntormaçlo LeR:lallltlva
ma CODca.s&o de ten'a.s ou de vtaa de comu- D.o ~, P'«. IM; D.o I, pAgo 61; D.O 7. P'«. 121;
nlcaçio e .. abertura destas se efetuarão n.o I, p64f. .,; D.o li, Pi8. 119 11 1\." 12.
P's. 22'1.
lIIem audl6nda do CoIUle1bo SuperlQl' de Se- 1AI1Lalaçl.o sObre Intenllnçl.o Pe<leraJ: 'flde
lW"8Dça Naclonal, estabelecendo este o pre- arU&'08 lI& RevtJlta de Lnformaçlo LeslB1a-
Un D.O ., P'8;. 101; D.O 5. P'&8. 2. 11 711 11
domtn1o de capitals e t.rabalhadon=s naclo- D.o li, p6er. 811.
64 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
ATO COMPLEMENTAR N.· 23, DE 20-10-66 regularé. sua utilização e assegurarã, nas in·
D.O. - 20-10-66. dÚ6tr1as nelas situadas, predomlnADcla de
co.pltals e trabalhadores brasileiros."
CONSTITUIÇAO .'EDERAL DE 24-1-196'7
"Ari. 89 - Tóda pessoa natural ou Jurf- DECRETO N,- 17.999, DE 2:9-11-1927
dIca é responsável pela segurança nacIonal, "Providencia s6bre o Conselho de Defesa
nos limItes definidos em leI. NacIonal."
Ali. 90 - O Conselho de Begurançe. Na- D.O. - 3-12-27.
cional destIna-se a assessorar o PresIdente DECRETO N,o Z3.873, DE 15-2-1934
da Republlca na fonnuJação e na conduta "Dá organização 80 Conselho de Defesa.
da segurança nacionu1. Nacional, criado pelo Decreto D,O 17.999, de
fi L- - O Conselho compõe-se do 29-11-1927."
Presidente e do vice-Presidente da Repúbli- D.O. - 2-3-1934.
ca e de todos os MInistros de Estado, DECRETO N,o 'I, DF. 3-8-1934
fi Zo° - A lei regulará. a organização. "Modl1lca a denominação do Conselho de
competência e o fWlclonamento do Comelho Defesa Nacional e de seus órgãos componen-
tes, criados pelo Decreto n.o 17.999, de 1927."
e poderá admitir outros membros natos ou
D.O. - 9-8-1934.
eventuais,
LEI N.· 38, DE 4-4-1935 (t')
Art. 91 -Compete ao Conselho de Se- "Define crimes contra a ordem pollUca e
gurança Nacional: roclal."
I - o estudo dos problemas re- D.O. - 6-4, 28-6, 1, 3 e 6-7-1935.
lativos à segurança nacional, DECRETO N.- 191, DE 18-6·1935
com a cooperação dos 6rgãos "Manda adotar, a titulo provU6rio, o Re-
de infonnação e dos Incumbi- gulamento Interno da secretaria-Geral do
dos de preparar a mobiliza- Conselho Superior de Segurança Nacional."
ção nacional e as operações D.O. - 19-7-1935.
militares; LEI N.o 136, DE 14-12-1935 (r.)
11 - nas áreas indispensáveis à se- "ModIfica vários dlsposttivos da Lei n.o 38,
gurança nacional, dar assen- de 4 de abril de 1935, e define novos crimes
timento prévIo para: contra a ordem poUUca e social."
D.O. - 14 e 18-12-1935.
a) concessão de terras. aber.
tura de vias de transporte DECRETO N,- 991, DE 2'7-'7-1936
e instalação de meios de "Organiza. a CómlssAo de Estudos de se-
gurança Nacional:'
comunlcaçfu:!;
D.O, - 30-7 e 3~8-1936.
b) construção de pontes e es-
t r a das 1nternacionais e LEI N.o UI, DE 11-9-1936 (~)
campos de pouso; "Institui como 6rgão da Justiça Militar o
TrIbWlal de Segurança. Nacional. que fWl-
c) estabelecimento ou ex· clonaré. no Distrito Federal, sempre que fOr
ploração de tndústrlas que decretado o Estado de Guerra, e dà. outras
ínterl'.ssem à segurança provld~nclas."
ti J Bit. lln1 pH~'~~c{'r do CP;)~~l1tur J~l:<dl("(! lIlI ~'llnl:',téno ctn Ju.sliça c Ncl'.óCWS Int(Jr1ores -
~o I.RBS-A, de 2:~-1O-5t1. PrUC'(l':-iSO H,r, 86-CO/40 --, sôbre o nS~l:lItO.
(4) Extlll!:UC a C:IJl]i~~,fi.l) de PlaneJ.Hr1ent') l'~n):lú~nl{'o ('~iada pC!ü D{'C'rptll-LE'1 Hei 6_Qí'6, IJp
H-S-H
i5J RevugA. 1\ [.Pl :!," :n~ de 4-,1-:35. 3. Ipi :1 C1 l:J6. dr :'1--12-35 c u D('cz-t~to-Lpl nO 43I de 18-5-38
1,6.l Rpl'(I!;R () D,"'f~(Ito ~l.0 2~1 '";48, ele- 10-5-51
~~ ~ Hf"'I/oga us. J)f'Tet(,~·LeLs lllúni''[ns 1.]ij4, d(' 18-3-J9: I 968, de lí-1-40, fi ,no. de 11-4-44:
7.724, de jO-7-4~ (" d 008, de 2~-I-o.f6
mente. sugestão do Sr. EmUlo Gomes, sol!- CCJ - Em 20·3·[968 - é aprovado re.
citando. Mesa seja êste projeto remetldo a querimento do Relator, Sr. Luiz Athayde,
essa ComlssAo. . no sentido de Que ao presente projeto 6e-
(D.e.N. - S.I. - 7-6-1966 - pàg. 3.506>' jam anexados os de n.os 71/67 e 1.047/68.
Em 20-!H966 - é deferido Oficio núme- (D.e.N. - S. I - 30-3-1968 - pág. 972).
ro 33/66, de 10-6-1966, da Comissão de Mi- - Em 27-3-1968 - ~ deferido o Oficio da
na.s e Energia. sollcltando seja-lhe remeti- CCJ anexando os Projetos n.Os 71167
do êste projeto. e 1.047/68 a éste.
(D.e.N. - 21-6-1966 - pág. 3.956>. (D.e.N. - S. I - 28-3-1968 .- págt_
SENADO
na 831>'
PROJETO N." 5, DE 1967 CCJ - Em 20-3-1968 - O Relator Arruda
Câmara oferece parecer pela Injuridlcldade.
"Revoga o art. 018 e seus parágrafos do O Sr. Celestino Filho, que pedira vista, apre·
Decreto-Lei n.O 314, de 13-3-1967." sentou voto concordando com o Relator.
(Autor; Sen. Antônio Balblno). Rejeitado o requerimento do Sr. Nélson
D.C.N. - S 11 - 17-3-1967 - pAgo 398. Carneiro, solicitando anelCaçáo dêste proje-
- Enviado As Comissões de Constituição to ao de n.O 71/67. Rejeitada a prelimInar
e Justiça e de Segurança. Nacional. de InconstitucIonalidade argillda pelo Dep.
Tabosa de Almeida. Ressalvada a emenda
eAMARA do Sr. Nélson Carneiro. a Comissão apro-
PROJETO N.- 010, DE 1967
vou o parecer do Relator peia Injurldlcldade
do projeto. Apro~'adl\ com parecer contrá-
"Revoga o Decreto·LeI n.o 314, de 13-3-67, rio do Relator. a Emenda substitutiva do
que define os crimes contra a segurança na· Sr. Nélson Carneiro (Revogando o art. 48
cional, a ordem polltica e social. e dá ou- e seus parágrafo~. da Lei de Segurança Na-
tras providências." clonal). o Sr. Nélson Carneiro foi designa·
(Autor: Dep. Matheus Schmldt) do para redigir o vencido.
(D.C.N. - S. I - 5-4·1967 - pág. 1.016>'
(D.e.N. - S. I - 30-3-1968 - pág. 972).
- Enviado às Comissões de Constltulçáo
e Justiça c de Segurança. Nacional. (:AMARA
- Em 16-3-1967 - fala o autor apresen- PROJt;TO N.O 56, DE 19B7
tando o projeto.
(D.e.N. - S. I - 17-3-1967 - pág. 685>'
"Revoga o De<:reto-Lel n.o 314, de 13-3·67,
e dá outras provídênclas."
CCJ - Em 5-4-1967 - é dlstribuldo ao (Autor: Dep. José Carlos Guerra)
Sr. Arruda Câmara. D.e.N. - s. I. Supl. - 6·4·1967 - pági-
(D.e.N. - S. I - 7·4·1967 - pág. 1097). na 9.
14 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
MENOR-
UM PROBLEMA
PÔSTO EM QUESTÃO
(2'.1 l'ARTE)
do Direito anterior. Ê:-tc só aclmitia enquanto que o Cóeligo Civil l' (} Codigo
a suspE'nsi'i.o do pá.trio poder pela Penal limit.aram-se a trrLtá-Io C~J.(I:l qual
incapacldadc fl:-;j(~a ou moral de no campo de direito que llll' e adstrito.
quem o exercia lJlI por sua ausência
prOllJnf':~ld:l em lugar incerto 011 re-
o Código Civil OCUIJCl-sr. primeira-
mente, da suspensiío do pátrIO podlT. r,
moto." em sl'guidCl. d~\ ~tU perda. Inver:-;anwlltl'
O Código Civil P. realmentE', muito o faz o Cõdig,) de :-"h'nOfes
mais explíl'i to Seu artí~ü 394 determina
que "se o pai. ou núe. :lbusar do seu Mas isso {o incliferell te. no di!.er de
BEATRIZ MINEIRO: "uma qUl'sti'i.o clt'
jJudpr. hlt:lndu aL1S d"V"IT::' paternos, ou
arruinando os bens d,)s filhos, rabe ao método sem Import:úll'ia. IJllh LlIIto fa!.
Iui?:. requE'rcnc!o alg;1l11 parente. ou o r..Ii- comee:ar pelo mais gr8.\'l' COll:O jlelO 111P-
luStl"flO Publico. aclnl.:u :l mcdid:l que nos gravc·'. '~'I
I1w p~lre(:a r('clal~1aeL\ ;ll']a "egmança do Xi'i.o jnrursitJ~1ar('mos pelo ('ampo do.s
111pnor c seus !lavercs. s·.lspcndendo, até. códIgos Pl~nal (' elos Ml.'norei; Estaría-
quando convenha, o patriu poder". mos ultrapass:mdo 1)'; lill1ll.es clJtaclu~ pe-
lo titulu da pre,'icntc I)('squisa FJquc-
E lJ ."cu ,)ara~raf0 únko amplia os ea- mos, portanto, com o pátrio ]loder t:l1
sos de suspells;'lO. prpcdtu;uldo qu(' "sus- qual está capitulado no C0l~lgO Civil,
[lf'ncle-sl' iv;ualmentc () ('xercicio do pa- passando agora ao estudo clu raio ele
trio p"dcr. ao pai ou müe condenadDs at,'iío do instituto.
por senU'll~'a Irrecorrível. em crime cuja
pena exrecla de dois ano,; de prisãu.'· O artigo 384 clf'tenl1ina as fnlllti'ir:,s
d~L competéncia atribuída ao,; p:llS. no
Mais rigiclo. aind:" o a rt igr) 3~5 do ~xercicio clo ]ia t riu Iloder Di!. de
Córlíp;o Ci\'il qlW prevI; ll:11a verdadeira
eapitis diminutio ma:dma con tr:l os pais "Compete ao~ pais. qu;unu ;t pc,'slIa
ilH':.lpa,es, ísto é', a perda do pátrio poder dus fllhus menures:
como consl'qüfncia da gra vldade dos mo-
twos ali enumerados. I - dirigir-lhes a ['fL\('~lO l' educa-
çi'i.o;
Diz () citado artig'll: "Perder:1. por a to
judicial u patrio jJOder o pai, ou mi'i.c: 11 - tê-los em sua comlMnll1:l c
guarda;
qlH' castigar imoderadamente
ü filho. IH - concrder-Ihes, ou llr~ar-lhcs
consentllllento para rusa!'('m;
11 que o deixar em abandono;
IV - l1ome:1[-lhe5 tutur. por testa-
IH que pra tlcar a t,)S contra rios b. mcn to ou clurumcntu a Iltl'll t )(,0, se o
llloral l' aos bons costumls. outro dos pais ll:e nelO SObIt'VlVl'r. OH
O ClHlígo ele Jl.le:lOres ,Decreto númE'- o sobreviVe) n~J.o pudc'r rxercltar o
fi) 17943-A. 0(' l~~ ele ou1 ulm) d" 1927 , ]l~itrio poder:
'
eomo IPi l'spccial. tornou, no dizer de V - rl'[lresclltá-los. at6 aos ci{'zrs-
LEMüS 13IUTU. de certo modo ainda seiS anos. nus a tus da vid~t civil. l'
maIs Sl'\'('I"OS, por mal;; Cl.l]'(JS I' purmello- assi.'.;U-]u..." a1)(')~ t's~~a i<i;i.d{' t~o:--: ~I ~ [~;;
rizados. Uói dlS~)()'itl\'OS clr. Cúdigo Civil. UH que furem j1:,rtcs. suprindo-til!':)
E registra as p;davra,; el(' JH.PROVANDO () con,;entillll"l1to;
FLEURY. em seus "Con;vntarios ao CÓ-
digu de :\1cllllre:)'. ;lagill~1 7U: VI - redan: :1.-10:-; de quC'm i le~~d
mente os cletcnln:
"As Illccl!cbs elo Codwo Civil, pnn~
cipallllcn te :1'; do an i.!':u 3~J5) furam VII - exígu' quc 1l11' prestem obe-
:lmpll,HLls ]l('i;1 I:(I\';L kgisbçao, cii"l1ci:1. l'l's]H'i10 E' (Os ."['nicos jJro-
atenciCl,dr. inclisc\ltinl111enl.t', ele mo- prj(),; dE' SUJ idade r rnndIC;!ll,"
dt! eficaz, ~,s l;('ccs:;k;ldc~ l'vldentes
de ordem .111rid:ca e :;lJcial, cll' povo As"istl-Ihc:,. ~,illd:~ I!ui., um dir,:t"
brasil!'Íro" I ' J que :lpcsar di' tÜO CIJt:.-Lir eXl)rt":"'\-
111('nt(' dl's.':t rc!:wClI). ('!l\(' r~l' d:l !l"d:: '<LI I
Todo O Capitulo V do C'Jclig(} cl~ 11e- elo arUgll :.l~'') I' o C!lrejl!l dr C,:>!;!':,r
non's r" Con,;:lgraclo i1. inilill':w elo p:í.trio
poder (~ a n'mor~LO eia tl\pb. clesc!o-
branc!u-sp ;l matt"'ria em :24 artigos e I;' CL I.E~>Ic)--; l~,n~':'~).
Sl'll.' p:ll"a~:rarlls ~T~lCJ\lcle cÍlpluma o as- ~ll HI'ílIL,' ;,1.I:f c
:-.' (·úd~.!.;., dll~ .'kllllrl' ... ('IJ-
.,1I::'!ú fui clC'sc'nvu]Ylciu L' ,':s\l'matll,aclo, fll~'IILulo, ~).l :,....
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ JANEIRO A MARCO - 1968 83
tes (art. 154). Vejam-se ainda os art. 6.°, feitas por Sa.dy Gusmão no ver-
arts. ] 55 a 158. 387, 388, 390, 391, 424 bete mencIonado:
a 428. "Os menores de vinte e um e maio-
O maior de dezesseis . anos pode res de dezesseis anos enumera-
ser mandatário extrajudicial (arti- dos no art. 6.°, I, do Código ClvU,
go 1298); fazer testamento (àrtl- são consIderados Incapazes relativos
go 1.627, n; contrair casamento. ob- e por isso mesmo não são represen-
tendo autorização da pessoa, sob tados' mas assistidos por seus pais
cuja autoridade estlver (art. 183, (aquêle que exerce o pátrio poder)
XI), com a distinção estabelecida ou tutores nos atos da vida civll.
para a idade nupcial dos dois sexos, embora o pai seja o cheCe e repre-
dezesseis anos para a mulher e de- sentante da famma e tenha a admi-
zoito anos para o homem (art. 183, nistração e o usuCruto legal dos res-
XII); ser testemunha nos atos juri- pectivos bens, ressalvados os enume-
dicas (art. 142, llI, e 1.650)," rados nos arts. 390 e 391 do Código
BULHOES DE CARVALHO, em seu ex- Civil c restrita a assistência ao di-
celente livro "Incapacidade Clvll e Res- reito de disposição e como supri-
trições de Direito", procura demonstrar mento no referente à. capacidade.
que os menores de dezesseIs anos, pelo A lei lhes outorga outros direitos, in-
próprio sistema do Código, têm, quando dependentemente de assistência de
Já capazes de falar (saidos da Infância), seus pais ou tutores, tais como o
capactdade mais ou menos restrita para direito de petição e representação
(Constituição, art. 141, f 37), (U) o
a prática de certos atos jurídicos, isto é, de requerer habeas corpus, o de alis-
têm capacidade relativa. tar-se no serviço mllltar ainda an-
Aponta, ali, o Insigne doutrtnador, vá- tes dos dezoito anos, e nesta idade
rias exceções quanto à Incapacidade clvU alistar-se eleitor, inscrever-se em
absoluta dos menores. Entre outras, po- concursos públicos e estabelecimen-
demos anotar as seguIntes: o de reaUze.r tos de ensino e hospitalares e outros
pequenos negócios jurídicos, comprar, permitidos a menores em geral.
vender jornais, executar serviços: en- Podem também contratar emprésti-
graxamento, fazer transporte remunera- mo. administrar pecúlfo seu, ou seja,
do, excluldos os trabalhos proibidos a o conjunto de bens enumerados nos
menores de 14 anos pelo Código de Me- arUi. 390 e 391 do Cód. Civil, nos li-
nores e Consolidação das Leis do Tra- mites supra e na conCormldade do
balho (.), aeeltar do ações puras. nos art. 1.260 do mesmo Código. Podem,
têrmos do art. 1.170 do Código Civil, ainda, contratar locação de serviços,
requerer a nul1dade do seu casamento, a aprendizagem, requerer carteira
aceitar empréstimo dentro das fôrças do profissional, tudo de acõrdo com os
seu pecúlio (pecúlio castrense e quase- arts. 402 e seguintes da ConsoUda-
castrense) e numerosos outros. ção das Leis do Trabalho, fIcando os
Alongou-se, ainda, o autor, em opor- menores de dezoito anos sujeitos
tunas considerações quanto à extensão não SÓ à fiscalização do M1nistério
da nossa lei aos absolutamente incapa- do Trabalho como também à do Juf-
zes, demonstrando o problema resultan- zo de Menores."
te do artigo 5.° do Código Civil em com- De passagem e na finalização dêste
binação com os artigos 145 e 146. subtitulo, deve-se registrar, ainda, que a
Idade núbil é 11 de 16 anos para a mulher
Não há como discordar de SADY e 18 anos para o homem, não se anu-
GUSMAO, quando - no seu verbete lando, todavia, o casamento por defeito
"Menoridade", repertório citado, vol. 33, de Idade. se do mesmo resultou gravidez.
pâg. 174 - afirma que Bulhões de Ce.r-
valho, naquele livro. pràticamente es-
gotou o assunto. Realmente, a obra é (0) A C<l!l4Utulçlo dll 18e7 fedm:lu essa Idade-
completa e a ela remetemos os Interes- ILml~ para d07..e aDoa (art. ~7, X).
sados que quiserem se ap.ofundar na (00) O autor se retere ali 1 C<lnaUtulçAo de lHe.
matéria. 26M dt~lto. entretanto. sub.latlu com °
texto COt1Jõtltuclonal de IlM17, art. ISO. I 31.):
Julgamos, entretanto, de bom alvitre "8 &8liCKUl1u10 a qualquer pesaoa o eslrelto
transcrevermos aqui - pela clareza da de repreaentaçlo e de petlçAo &Oll r -deres
PObllCOll, em defesa de dlrelColl ou ....entra
sintese - as consIderações em tômo do ab~ de autorIdade."
88 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
mens aos 16, embora os dois já es- f:ste fenômeno tem conseqüências
tej am aptos biolàgtcamente, Um ca- desfavoráveis no que toca à riqueza
samento entre duas pessoas de 14 geral da Nação e à renda per capita
e 16 anos não teria base sólida nem dos que a compõem." (~3)
condições para ser perfeito, Só pos-
so admiti-lo quando é feito para CARLOS RAPOSO, Consultor Jurídico
corrigir "situações de fato". Nesse da Associação Comercjal da Guanabara:
caso, a educação dos filhos ficaria "A redução da idade mínima para o
a cargo dos avós." (~1)
casamento, de 18 e 16 anos para o
Socióloga lUARIA SíLVIA JARDIM: homem, e 16 e 14 para a mulher,
não encontra em nenhum princípio
"Numa sociedade cada vez mais de ordem jurídica, psicológica ou
complexa, como a nossa, o ideal se- hi~iênfca, base irrecusável para sua
ria dar, no mínimo, 20 anos para o adoção.
indivíduo formar-se e adquirir a
lnstrução que lhe servirá para o tra- A questão do casamento, seus efeitos
balho, Estimular o casamento à jo- e sua dissolução, estão solucionados
vem de 14 anos é legalizar sua de- dentro de teses que a tradição bra-
pendência, impossibilitá-la de ad- sileira não comporta.
quirir a formação l~ experiência que Entendemos que a própria democra-
lhe permitirão optar, e estabelece, cia escuda-se na constituição da fa-
como seu único desUno, a reprodu- mília e a sua democratizaçào, como
ção." (22) pretende o projeto, náo pode enca-
minhar-se para a sua decomposi-
REGINALDO NUNES (Do IAB), sôbre ção." (24)
o art. 91:
SENADOR MILTON CAMPOS, na ex-
"Que considerações teriam levado a
Comissão a reduzir a idade matri- posição de motivos que foi seguida do
monial do homem e da mulher para ofíclo do Sr. Presidente da República, ao
16 e 14 anos, respectivamente, quan-
enviar o projeto:
do os adolescentes ainda estão na "Também não são mencionados pon-
primeira muda, a meio caminho de tos de controvérsia, como por exem-
sua formação intelectual e apenas plo, no Código Clvil, a maioridade
entrando na puberdade? aos dezoito anos, a idade nupcial e
O Brasil é um Pais cuja população
o conceito de êrro essencial para o
menor de 21 anos atinge a 52% do desquite, em que a própria Comissão
todo. manifestou variedade de pontos de
vista. Ficou tudo isso inalterado, a
Com esta antecipação da venia despeito da nossa discordância, para
retatis matrtmonial, estaremos for- que, neste e noutros pontos discutí-
necendo meios para uma aceleração veis, entre tantas teses controverti-
ainda mais rápida dêsse processo de das, o debate e a decisão do Con-
rejuvenescimento nacional, príncipa] gresso Nacional fixem a opção fi-
aspecro segundo o qual Jacques nal."
Lambert consIdera o Brasil um pais
novo: - não tanto pela sua idade
(21) Idpm, Idem"
política, como pela composição ex- (22) Jornll] O Estado de São I'a ulo lie 20-4-66
tremamente jovem de sua população (23) Jornal do Comércio, de 26-6-66 - 3." cad.
(Os Dois Brasis, pág. 51). (24) Jomlll Correio da Manhã, de 20-4-66.
JANEIRO A MÁ!,Ç9 - 1968 95
o tema do nosso trabalho, pôsto que Em Roma, porém, onde havia, domi-
fértil no ângulo da vasta literatura, que nante e apaixonado, o espirlto das con-
dêle se ocupa, é, no sentido técnico e ju- quistas guerreiras, teve a matéria um
rídico, um dos Que apresentam maiores tratamento melhor coordenado, já em
variações no tempo e no espaço. razão da Inteligência, cultura e do es-
Sente-se, de logo, que a Justiça Milltar pírito prático e conso1!dado do grande
povo. Ai, jã se podla falar em Institui-
tem variado. através dos tempos, em ção militar. A organização mUltar ajus-
função da estrutura substancial em que tava-se na organização política e admi-
se organizam os Estados. nistrativa do Estado. Os juristas entra-
Sôbre suas origens, não é segura a In- ram em debate no processo de elabora-
fonnação dos escritores. Sabe-se, entre- f,;ão clentiflca da Instituição. E as diver-
tanto, Que essa matéria, mesmo sem ade- gências lIumlnaram o campo doutriná-
quada sistematização ou cunho cientifi- rio. Surgiram as escolas, dlsclpl1nando
co, vem aflorando, entre os povos, desde as Instituições militares. os tribunais
a mais alta antigüidade. Neste periodo adequados e a jurisdição especifica.
histórico vislumbram-se alguns traços de Roma foi a grande fonte de consul-
Imposição disciplinar, no que tange às tas para todos os povos do mundo.
fôrças annadas, entre os assi rios , os
egipcios e os gregos. tsse embrião da O Corpus Juris não é omisso na. Im-
Justiça Militar emergia das necessidades portante matéria. ~SSl: monumento de
das guerras continuas em que se empe- sabedoria jurídica realça bem as diver-
nhavam os povos antigos. gências entre as escolas. Ora, se fazia
Sady Cardoso Gusmão, em trabalho prevalecer, na orientação e processo dos
publicado no "Repertório Enciclopédico julgamentos dos m!l1tares, a competên-
do Direito Brasileiro", vai. :n, pago 4, cia ratione materiae, (crimes mlUtares),
alude aos episódios da guerra de Tróia ora a ratlone personae (crimes pratica-
e às punições Infringidas por Mllciades dos por mtutares).
e Aristides, para salientar que a origem ~ Interessante, para melhor apreciação
da Justiça MilHar quase se perde na do processo de evolução da Justiça mlll-
nolte dos tempos. tar entre os romanos, transcrevermos
100
mesmo texto toda a matéria de direito Assim, "o império caiu sem haver do-
penal, no quádruplo ponm-de-vista ~ tado a Nação de leis penais militares ao
da organização dos tribunais e do seu nivel político das instituições democrá-
processo, ao lado das disposições penais ticas do país e da cultura das classes
e disciplinares ~ juntamente com as armadas, em medidas orgânicas, reduzi-
fórmulas dos atos do processo estabele- da que ficou a legislação militar a pro-
cidas para cada qual dos casos, consi- vidências sem sistema, sem método, im-
derar a norma disciplinar militar no postas pelas necessidades ocasionais, de
mesmo nivel da norma penal núlltar, sorte que um dos mais imperiosos pro-
para dar-lhe garantias até então desco- blemas que a República teve que resol-
nhecidas nas legislações do gênero, an- ver foi o da reforma das leis penais mI-
teriores à Revolução Francesa. litares." I')
Dadas as relações de dependência en- Em 1895, o Governo republicano bai-
tre o direito penal formal e o direito xou o Regulamento Processual Criminal
penal materi~J, de que a disciplinar é, Militar, que vigorou, sem alteração, du-
no nosso parecer, importante ramifica- rante vinte e cinco anos, apesar dos
ção, tudo aconselha a tratar com o mes- graves defeitos que lhe apontavam.
mo método doutrinário os vários pro- Em 1926 tivemos o Código da Justiça
blemas que a codificação do direito pe- Militar, que foi ainda substituído pelo
nal militar suscita, pouco importando Decreto-Lei nO 925. de 1938, que pôs em
que os regule em um mesmo corpo de vigor o nôvo Código de Justiça Militar.
normas.
A verdade é que sàmente em 1944 era
E, conhecidas as condições políticas baixado o Código Penal Militar, siste-
da época, em que se compos o Código, matizando a matéria e dando-lhe um
compreende-se que seus autores. teste- cunho melhor de perfeição técnica e le-
munhas do desmantelo das leis e do gislativa.
descalabro da justiça, se houvessem pre-
ocupado em acorrentar a norma do pro- Não é demais salientar que o espírito
cesso às fórmulas que consideravam ca- civilista dominou as reforma.s militares,
pazes de garantir a exata aplicação da a partir de 1920. como se referem os es-
lei: como igualmente se compreende critores.
que, experimentados nas coisas da mi- E só depois da influencia de mOVI-
lícia, na Metrópole e no Ultramar, pro- mentos subversivos e de uma melhor
curassem habilitar os militares ~ no consolidação das Fõrças Armadas. é que,
exercicio do Comando c no exercicio da ao elaborar-se a Constituição de 1934,
Jurisdição militar com o meio expe- a Justiça Militar foí, pela primeira vez.
dito de terem a mio a legislação que incorporada ao Poder Judiciário do
deviam aplicar. quer no uso de suas Estado.
atribuições disciplinares, quer no de-
sempenho de suas funçôes i udiciais. JUSTIÇA :'tlILITAR - CONSTITUlÇót:S
A sistemática do Código amparava-se, BK\SILEIR.\S
))or:anto. em princípios de doutrina que
o tempo não envelheceu. e satisfazia a Somente em 1801. a Justiça Militar
conveniências práticas da vida militar foi lançada em texto constitucional.
que sao as mesmas em tôdas as épo- atingindo, por essa forma. um nível de
cas. no que concerne ao poder discipli- estabilidade e sistematização A ConstI-
Ilar e à função j uri5dicional. enquanto tuição de 24 de fevereiro daquele ano
a justiça militar existir" estabelecia no art. 77:
Sallentam os críticos o pouco interes- "Art. 77 ~ Os militares de terra
se, no regime munarquico. pelo allerfei- e mar terão foro especial nos deli-
çoamento da matéria. Tanto assim que tos militares
50 em 1875. cinccenta (' cinco anos de-
pois daquele projeto. veio o Regulamen- ~ 1.0 ~ liste f1)ro compor -s('-(j, de
to Disciplinar para o Exército, baixado um Supremo Tribunal Militar, cujos
pelo Decreto 5.884 desse ano. e em 1890 membros serão vitalícios. e dos COIl-
o referente à Armada. e logo depois o selhos nrcessários para a formação
Código Penal da Arma:ia (1891) orga- da culpa e julgamento dos crimes.
nizado por uma comissào presidida por
Benjamim Constant. e aplicado ao
Exército em 1899. 14) Goml?~ CA.rl1e~ro, op. cir.
JANEIRO A MAR~~.~ 19_'_8 --.:1:...::0-=.3
pe8AOal. ratione ~rsonae. porque, sem tadamcnte, ao mesmo tempo, real e pes-
que o agente seja mil1tar, o crime não soai: ratione mat~ria~ e ratione perso-
pode ter eMa natureza_ nae.
O mesmo se dá. em relação aos cri- A5s1m, nem o critério ratione lt-gis,
mes de abandono de pôsto, de inobser- apreclado isoladamente. nem o critério
vânda do dever militar, de insubordi- ratione [oci, apreciado em conjunto, no-
nação. de traição, de covardia, revolta, de, como se pretende, na hlplltese ver-
todos, essencialmente rnllitares, ratione tente, caracterizar o delito mUitar. pa-
materíae. Os crimes de morte, lesões ra relegar à competencia dos tribunais
corporaIs. tuTtú, dano, peculato, falsI- militares."
dade adDÚnistrativa. e outros, só se con-
sideram militares quando praticados A orientação deste acórdão do Supre-
poe militares contra ml11tares. ou no mo Trjbunal Mimar r connrmada rm
exercício de funções mUltares. Os crI- acórdão do Supremo Tribunal Federal
mes de libidInagem têm a indicar-lhes ("I no qual se li>: '
o caráter mUitar somente o cr1wr.o ra- "Como se vê, o qU(. sejam delitos mI-
ilune jlenonae. Os dellws previstos no litares as suas dir'!rsas espêcles (lU
art ? o. § '.\.0. dI) Código Pena\ ~mtar, classes, se estas se devem constituir
consideram-se passiveis de penas mili- obedecend<J aos critérios ratione mate-
tares e são sujeitos ao fôro militar, ra- ria~, ratione loci aut temporis, ou se
tlone temporis e ratione l~i, indepen-
dentemente do critério pessoal. ao contrário, é de necessidade reduzir
êsses delitos as mfrações esprcificas e
Para o juiz -- são ainda palavras do funcionais do soldado, aquelas em que
acórdão, do qual foi relator o Ministro l:á dupla concorrência de qualidade mi-
Edmundo da Veiga ... para o juiz. po- litar -- no ato e no agente, tudo isso
rém, o critério regulador e decisivo ela ricou a cargo das legislaturas ordiná·
diferenciação do crime militar é o ratio- :'las. sendo nestt' ponto restaurado o
ne legis. Se o delíw estiver previsto no pensamento da pnmeira parte do (l.ft.
Código Penal Militar i.' militar, e se nêle 100 do Projew da Comis.são nome:>,da
não tiver sido incluído. não pede como pelo Governo Provisorio que excluiu do
tal ser considerado." Observa, a seguir, fõro comum os erimes definidos em Ie:
Castro Nunes que assinou veneldo o mi- militar.
nistre Bulcão Viana, que, entretar.to, Se a ConstituiJ~te hOl]\'l'SSe dehhera-
escreveu no seu voto: "Não sou dos que do desatender a esse pensamento, te-
entendem Que o fóro mWtar só é com- ria colocado entre o ~,Jbstantivo delitos
petente para conhecer dos crimes pró- e o adj('tlvo militares, modificando i~s
pria ou essencialmente militares isto é te, um dos seguintes advérbios: pro-
os que só peio soldado podem 'ser co~ priamente, puramente. essencialmente,
metidos. l)<)t consis:lrem na infração privativam('nte".
especiflca e fundonuJ da /lror!s.~ão llIÍ·
htar. Pensu, ao contrarIl). que o fóro mi- Afirma, ainda. Cas~ro NUl1('s I"): "0
litar f? também competente para. ccnhe- que sr. lx)de ca:j('!uir do que acaba de
cer dos cri:nes imprópria cu acidental- ser exposto e quI:' crimes mIlitares são
mente mllltarf?s, Isto é. daqueles que. os que a. lei define como tais OI;. ';Iljei-
por Sua natureza, cmbcra possam ser tos ao julgamento dos tribunais mili-
ronsJderados cclJluns. trnham, entre- tares Não rx!s~e para () legislador qual-
tanto. alguma razão especial em sua es- quer limite fundado na natureza da in-
:rutura que diretamente possam af(':ar fração. Esta. qualell.:er q UI.' se) a, podE'
a subordlnaç.ão, boa ordem e disciplina em clrcunst:inclas prefiguradas na leI,
militar.' E mais: "Ora, o nosso Código constituir um dt'li~ militar e caber na
!ur~sdlção militar. Por isso é que o cri-
Penal Militar é quase copia servil do me cDmum, pratira()D l'm dada DcasJão
Código Penal Comum, e lotar í&<;c um nc- ou em certo lugar . ratione temporis
tável Jurlst.a pátrio, de sàudosa memó- aut loci -- toma " feição lle, ainda que
ria, kve ocasião de diur que no Cud:- acidentalmente, militar.
go Penal Militar só ná:) se enccmtrava Assim. o crime comum, comlé'tido (!Jn
definido e previs:.o o cr:me de abôrto_ certos recintos. repl:t:l-se miHtar.'
No direito brasileiro. como diz Rui
Barbosa. em seu notávei parec(>:, por
ocasião da conspIração militar em ]904, L2) Acórd§'o çltQ,d~) r~;!" t"Qstrf' ~~.!',t·...;. np ê~~
o critério do delito rnllltar é, mui acer· 113) Castro N~Jn~s. op :-H
JANEIRO A MARÇO - 1968 107
paração. Deferiu essa tarefa à lei ordi- lo, como é óbvio, tanto no sentldo de
nária e aos regulamentos militares. submeter os civis que exercem ativIda-
O art. 8.° do Código Penal Militar de-
des em servlçcs ou estabelecimentos
finiu a figura do a:lsemclhado. Nele es- m1lltares, como no sentido de exclui-los
do regimento discJpllnar ali dominante.
tá assim a explicitação e o complemen-
to do dispositivo constitucional. E, se- Foi o que ocorreu com o Decreto h.O
gundo o art. 8.° do CPM, "considera-se 23.203, que o autor argüi de inconstitu-
llSSemelhado o funcionário do Mlnlslé- cional. A tradição do nosso Direito, co-
lio da Guerra, da Marinha. e da Aero- mo mos~ra o próprio autor da tese, ClII-
náut.ica, submetido a preceito de disci- ge a referida cláusula da subordInação
plina militar, em virtude de lei ou re- a preceIto cisclpllnar por parte do civil
gulamento, ou peSS<la a ele equIparada que exerça atividade Junto às Fôrças
pelos regulamentos miUtares." Armadas.
Interessar.te será, agora. realçar que,
Como se vê. a cláusula da sujeição a havendo o Decreto n.o 23.203 excluido
preceito de disciplina é condicionadora do âmbito disciplinar os assemelhados
do conceito de asseme~hado. Ora, quem aos militares do Exército. Isto é, "os In-
dispõe sóbre essa sujeição será a pr6- divíduos que, não sendo mll1tares, exer-
prla lei, nos casos Que especificar, ou o cem, em virtude de cargo. emprêgo ou
regulamento que funcionará. como fonro contrato, Qualquer função ou trabalho
penal. Assim. a condição juridica do as- nos quartéis, repartIções, estabelecimen-
semelhado deve ser estabelecida pela tos ou lugares submetidos às leis, regu-
lei ou pelo regulamento. Lamentos ou dJsposlçõcs em vigor no
No nosso regime jurídico penal mili· Ministério da Guerra" (art. 11 do RDEJ,
tar, encontramos, no próprio contexto fêz desaparecer essa. classe de pessoas
relat~vamente a aplicaçãc das leIs pe-
da lei penal, a definição de assemellia- nais milltares. Pois, ainda que não hou-
do. Ao Invés de silenciar, como poderia vessem sido modificados nessa parte os
fazê-lo, o ~eglslador preferiu expticltar regulamentos disciplinares da Marinha.
o conceito. Mas. ainda assim, expliclta- e da Aeronáutica, como foi o RDE, pelo
menw atribuiu ao regulamento a fun- Decreto n. O 23.203, não poderia subsls-
ção Integradora do preceito penal. tlr a figura do assemelhado nos dois úl-
Não há novidades neste passo da lei timos ramos das Fôrças Armadas. por
penal militar. As chamadas leis penais fôrça do próprio prlnc íplo de igualdade
em branco deIerem a outra lei ou, as de todos perante a 1el.
vêzes, a meros atos administratIvoS a Desaparecida a figura do assemelha-
integração do preceito incrlmInador. do s6 há cogitar do civil, como sujeito
Assim, no art 269 do CPC, o preceito ativo da lei penal militar, quando fôr
somente se int.egra na sua plenitude agente de crime contra a segurança ex-
com disposiçáo de regulamento san1ta~ terna ou contra as Instituições m1llta-
rio em que constem as moléstias conta- res. E o Código Penal Mllltar, no art..
giosas que exijam a notificação com- 6.0, n. o lU, nos fornece o critério e os
pulsória por parte do médico. elemento9 para identificar os delitos
contra as Insti~ul:;ões ml11tares. Em to-
Ainda relativamente aos funcionários dos os casos especificados pelo n.o nr
públicas, a lei penal comum define o do referido art. 6.° ficam os civis sujeI-
Que se deva entender por funcionário tos à jurisdição penal miUtar. Dêsse mo-
público para os efeitos da legislação pe- do. o cIvil que exerce atividade nas Fôr-
nal, o que entretanto não exclui a com- ças Armadas, embora não esteja sujeIto
plementação de outras leis ou regula- ao regime disciplinar, estará submetido
mentos em que figurem elementos inte- à le1 pena. mllltar, quando o delito por
gradores do conceito de servidor pú~ éle praticado fôr de natureza mllltar,
bllco. Isto é, sc encontrar entre os especifica.
Assim, com o maior respeito ao eml- dos pela lei a. que nos referimos.
r.ente Ministro Gomes Carneiro, que O Ilustre Ministro Gomes Carneiro
consideramos um mest.re na dlsclplma postula uma definição de assemelhado
penal m1l1tar, ousamos divergtr da tese multo ampla, em cujo contexto se in-
quando nega ao poder regulamentar do cluiriam todos os civIs que exerçam
Presidente da República a competencla Qualquer atJvidade, direta ou Indireta-
para editar normas disciplinares con- mente, junto às Fôrças Armadas, ainda
cernentes aos assemelhados. Pode faze- que a ativIdade 1ósse de natureza civIl.
111 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
não tem fôro especial. porque a compe- decisões e sentenças dos Conse-
tência da Justiça Mll1tar só se estende lhos de Justiça;
aos crimes praticados em razão de pes- e) Julgar os embargos Op05tos aos
soas, de causas ou de lugar, por condi-
ção mllltar." seus aeórdãos;
f) julgar os conflitos de jurlsdiçio,
ÓRG1l0S DA roSTlÇA MILITAR E suscitados entre os Conselhos de
SUA COMPETANCIA Justiça Mll1tar; .
De acõrdo com a aft. 106 da Constl-
.> exercer o poder dlscipllnar sóbre
os Juizes inferiores e runcionirtos
tulção de 1946 "são órgãos da Justiça que lhes são subordinados;
Militar o Superior Tribunal Militar e
os juizes Inferiores· que a lei Instituir." h> exercer em grau de recurso, dos
Sady Gusmão (m) esclarece que são "re- processos de anelais e praçu
metidas para as leis ordinártas as dis- oriundos dos Conselhos de Justi-
posições sõbre número e forma de es- ça das Policias Militares da União
colha dos Juizes mllltares e togados do nos têrmos da legtslaçio v1gen~;
Tribunal Supremo, os quais são equipa- i) julgar os recursos de al1stamento
rados, em vencimentos, aos 1utl.es ou mmtar na lorma da leglBlaçáo em
ministros do Tribunal Federal de Re- vigor;
cursos, bem assim o acesso dos audito-
res." j) processar e julgar as rev1sões cri-
minais de condenações proferidas
A competência do Supertor Tribunal pela Justiça MIlltar.
Militar não está prescrita na Constitui-
ção de 1946. Mas, como observa Cláudio Entretanto algumas destas competên-
Pacheco ("). "nenhum órgão Judiciário cias desapareceram com o advento da
prescinde de uma competência especW- Constituição de 1946. Publicaremos, a
cae expllclta e por Isso continua pre- seguir, a brilhante análise de Cláudio
valecendo a que Já estava estabelecida Pacheco (") sõbre a matéria.
em lei para o Superior Tribunal Mill- "Ho)e, ~m face da atua\ CONU\m~
tar." (refere-se li Constituição de 1~) al-
O Código da Justiça Militar, aprovado gumas destas competências estão afas-
pelo Decreto-Lei n. o 925, de 2 de dezem- tadas. Agora, por fôrça do disposto no
bro de 1938, estabelece essas competên- art. 101, n. O I, letra Co não cabe ao Su-
cias, dentre as quais destacaremos as perior Tribunal Militar julgar os seus
seguintes: membros e sim ao Supremo Tribunal.
Não mais poderá caber ao Superior Tri-
a) processar e julgar orlginàrlamen- bunal Militar julgar crimes de respon-
te os Ministros do mesmo TrIbu- sabilidade de seus membros, de juizes
nal, o Procurador Geral e os ofi- Inferiores, promotores, advogados e ofi-
ciais generais do Exército e da Ar- ciais e escrivães. salvo se estiverem de-
mada, sendo que êstes últlmos Un1dos em le1 como cnmes mUltares,
nos crimes m1lltares e de respon- ou como crimes contra a segurança ex-
sab1lldade; os juizes inferiores, os terna do pais ou as instituições mUlta-
promotores, advogados, oficiais e res a que a lei tenha tomado extensi-
escrivães, nos crimes de respon- vel o fôro especial da Justiça Militar,
sabllldade; tudo em conformidade com o art. 108
b) declarar o oficial do Exército ou e seu parágrafo 1.0 da atual Constitui-
da Armada Indigno do oficialato ção.
ou com êle IncompaUvel, nos rer- O Código da Justiça Mllitar institui
mos do art. 160, parágrafo único, ainda como órgãos da mesma Justiça,
da Constituição da República: três auditorias na 3.& Região Militar,
c) 'Pr~eSS9.re julgar pet~ções de ha- duas na 2.& e uma em cada uma das ou-
beas corpus, quando a coação ou tras, além de Conselhos de Justiça de
ameaça emanar de autoridade três calegarias: Conselho Especial de
militar, administrativa ou judi- Justiça, nas auditorias, para processo e
ciária, ou Juntas de Al1stamento
e Sorteio Militar;
(20) &c1.y OusmlLo, op. clt.
d) conhecer dos recursos interpostos (21) C1!ludlo PacbC'CO. op. clt., pie. 320.
dos despachos de auditor e das (22) C1ludlo PacbC'CO, op. clt.• pàg!l. jJo 11 331.
114 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
---
çées entre membros dos corpos de tro- caprichos e flutuações da onda huma-
pa de superior para inferior Ou mesmo na".
entre elementos de igual categoria hie-
rárquica, torna-se impresclndivel uma Em suma, constituirá uma autêntica
disciplina permanente, o que só se con- dlsformldade juridica e a negação com-
segue com o auxilio de uma leg1slação pleta da concepção mais primárllt. da
própria, contendo normas restritivas competência criminal até agora adota-
das garantias c dos direitos comuns aos da pelos códigos de todos os palses ci-
individuos estranhos à caserna. vilizados, deferir-se à Justiça Militar
competência para julgar paisanos que
Mas, o que é posItivamente Insusten- não adotarem comportamento antijuri-
tável e não se justifica nem concebe, é dica, atingindo, especificamente, à or-
a iniqua suspensão do fôro ordinário dem ou instituições militares e nem à
para os civis, fora dos casos previstos segurança externa do pais.
nas regras pertinentes fixadas na Cons-
tituição, medida que reflete sobrevivên- Finalmente, o entendimento em con-
cIas históricas de há multo proscritas e trário à tese formulada, não encontra
taz recordar as antigas justJças consu- lastro em tõda a doutrina construída em
lares. redor do texto da primeira constituição
republicana e das que se seguiram sõ-
O poder criminal contra os civis po- bre o problema, nem na Jurisprudência,
de perfeitamente ser exercido, como sempre interpretando o esplrito da dis-
vem acontecendo até agora, com abso- posição constltuclonal, de modo a ga-
luta eficiência e até sacrifício. para coi- rantir a tranqü1lldade do povo e a se-
bir as violações ao direito na parte re- gurança individual.
lativa à defesa da estrutura do estado,
ordem poliUco-soclal, pelos órgãos da A par dos argumentos de ordem jurí-
Justiça Ordinária, com os beneficios, dica, antecedentemente alinhados, a
vantagens ou rigores que a sua siste- medida. se efeUvada. determinará uma
mática processual oferece, ao Jnverso do série interminável de inconveniências,
fôro especial (militar) onde, como sa- ligadas às dificuldades da aplicação da
lientou Rui Barbosa "as garantias da lei, face ao Insignlflcante número de
defesa são menos amplas, as formas ju- auditorias, em relação à Imensa exten-
ridlcas mais estreitas e as corn1naçÕeB são territorial brasileira, sem falar no
legais mais severas", em função da sua imprevisivel aumento do volume de tra-
origem e dos fins a que se destina. balho.
Sabe-se, por exemplo, que na Justiça Antes, portanto, da ampliação da área
M1lltar, pelas mesmas razões antes ar- jurisdicional da Justiça Castrense, im-
güidas, não existem, entre outros, os punha-se uma série de providências. en-
Institutos da flança, liberdade provisó- tre as Quais, avulta a criação de várias
rJa para os Juridicamente miseráveis, auditorias no interior do pais. Com as
tamOém chamada de fiança sem dinhei- atuais, apenas, seria Impraticável o
ro, e a suspensão condicional da exe- normal curso da ação penal. Um pro-
cução da pena que, na órbita do direito cesso originário de uma cidade longín-
criminal comum, representam conquis- qua do interior, por exemplo, nas ad.la-
tas há muito tempO incorporadas às cênclas de Foz do Iguaçu, seria julgado
franquias individuais impostergáveis em Curitiba, sede da Auditoria compe-
conferidas a certa classe de delinqüen- tente, localizada a uma distância de 700
tes. (setecentos) quilômetros. Os réus e tes-
temunhas, geralmente homens de condJ-
l!: de meridiana evidência, portanto, ção modesta e desprovidos de fortuna,
que o legislador, sobretudo em uma de- seriam forçados a dispender importân-
mocracia, deve procurar modelar as leis cias de vulto para atender às despesas
de Interêsse coletivo, no bom senso, nos de locomoção, abandonando, por outra
conceitos equilibrados e nas fontes e face, as suas ocupações normais, com o
principios juridicos mais salutares, evi- que deixariam de ganhar o necessário
tando, com Isso, que a Justiça se trans- para atender aos encargos de subsistên-
forme em Instrumento de perseguição c cia da familia, o que seria, antes de
vlndita, pois, como se dIZ sempre com mais nada, desumano. Com os militares
propriedade "Justiça e arbitrio é o bi- isto não acon~e. São requisitados e
nômio social, através de que se pode nada dlspendem para comparecer à. se-
avaliar a saúde moral dos povos e a lei de do Juizo, percebendo regularmente os
é o ponto de estabtlldade superior aos seus vencimentos.
118 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
l!: nesse trato diário que o oficial ad- Conselhos Permanentes de Justiça e
quIre vivência especializada, obrigan- Conselhos Especiais de Justiça, conce-
do-o a recorrer aos Códigos, aos usos, der livramento condicional, decretar
aos costumes, à praxe, com consultas, prisão preventiva em inquérito e quan-
inclusive à jurisprudência dos nossos do o indiciado fôr oficial até o pôsw
Tribunais, de modo a sair-se, de cada de Coronel, proceder às justificações re-
caso, na caserna, com humanidade e queridas e determinar o cumprimento
justiça, os dois maiores fatõres que en- das cartas precatórias, inqueritórias e
tram na formação da mentalidade de citatórias,"
um juiz.
Os Tribunais de Justiça Militar, desti- CRIMES CONTRA A ECONOMIA
nados a processar e julgar crimes de POPULAR
natureza militar e só acidentalmente
civis, tinham que ser compostos e inte- Ressalte-se, ainda, a competência da
grados de juízes togados, técnicos espe- Justiça Militar para processar e julgar
cializados em Direito Penal, e juízes os crimes contra a Economia Popular,
militares, técnicos em assuntos da mili-
tança, vividos na tropa, esclarecidos de acôrdo com o Decreto-lei n.o 2, de H
quanto às regras discipllnares, sempre de janeiro de 1966: C")
e sempre envolvidos em todos os pro- "Autoriza a requisição de bens ou
cessos que batem às portas da Justiça serviços essenciais ao abastecimen-
castrense. ( ... ) to da população e dá outras provi-
dências."
PROCURADOR GERAL
Serve a essa Justiça um Ministério "Art. 3,0 - O náo cumprimento
Público Militar especializado, organiza- das obrigações estabelecidas no art.
do em carreira, absolutamente indl':pen- 2,° (lt) e a oposição de quaisquer di-
dente e em cujo quadro se ingressa me- ficuldades ou embaraços à conse-
diante concurso, sendo o seu chefe o cução dos obj etivos do presente De-
Procurador Geral da Justiça Militar, creto-lei, bem como a Infração aos
candidato natural ao preenchimento de dispositivos da Lei Delegada nO 4,
uma das vagas de ministro togado do I " ) de 26 de setembro de 1962, se-
HABEAS CORPUS N.O 42.515 - RJ conclusão que não foi aceita pelo Juizo
(Tribunal Pleno) da 2. a Auditoria, sendo então designado
um substituto, que formulou a denún-
cia, entendendo que cêrca de 60 indicia-
Relator: O Sr. Ministro Evandro Lins dos deviam ser processados na Justiça
e Silva. Comum e os pacientes e outros deviam
ser processados na Justiça Militar.
Impetrante: Edmilson Jorge de 011-
veira. Pacientes: Rayil Peçanha, Joa- A petição desenvolve argumentos no
quim Mayrlnk Filho, Horst José Bezer- sentido de demonstrar que, sendo os pa·
ra, Arthur Martins Filho, Manoel Mar- cientes civis, e não tendo cometido cri-
tins e Affonso Celso Nogueira Monteiro. me contra a segurança externa do pais,
ou contra as instituições militares, de-
"O legislador ordinário só pode su- vem ser processados perante a Justiça
jeitar civis à Justiça Militar, em Comum.
tempo de paz, nos crimes contra a
segurança externa do país ou as Sustenta que o inc. III do art. 2." da
instituições mihtares" (Sum. 298) L. 1.802. quando fala em ajuda ou sub-
sidio de Estado estrangeiro, ou de or-
ganização estrangeira de caráter inter-
ACóRDAO nacional, quer dizer que eSSa ajud3. ou
subsídio deve ser de caráter concreto e
Vistos, relatados e discutidos üS autos não através de simples presunções, da-
acima identificados. acordam os Minis- da a severidade da sanção dessa dispo-
tros do Supremo Tribunal Federal, em sição penal, que oscila entre 15 e 30 anos
sessão plenária, na conformidade da de reclusão. Analisa detidamente a de-
ata do julgamento e das notas taqui- núncia e pede que a ordem seja conce-
gráficas, unãnimemente, conceder a or- dida, para declarar a incompetência da
dem nos têrmos do voto do Relator. Justiça Militar para julgar os pacientes
Brasília, 14 de outubro de 1965. Solicitei informações, que foram pres-
Cândido Motta Filho, Presidente. tadas pelo Exmo. Sr. General de Exér-
Evandro Lins e Silva, Relator. cito Floriano de Lima Brayner, Minis-
tro Relator do habeas corpus denegado.
RELATÓRIO por maioria de votos, pelo ego Superior
Tribunal Militar.
O Sr. Ministro Evandro Lins: -~ O Essas informações. depois de fazerem
advogado Edmilson Jorge de Oliveira apreciações sôbre a petição do advoga-
pede habeas corpus em favor de Rayil do, dizem o seguinte:
Peçanha, Joaquim Pedro Mayrink Fi-
lho, Horst José Bezerra, Arthur Martins "IV - Ora. eminente Sr. Presidente
Filho, Manoel Martins e Affonso Ce1.so do S. T .F <, a ninguém é dado Ignorar
Nogueira Monteiro, todos civis, que se o ambiente de podridão politica, admi-
encontram com prisào preventiva de- nistrativa e ideológica que imperava na
cretada por decisão do Conselho Per- velha Provincia fluminense antes de
manente de Justiça da 2." Auditoria de 31.3.64. A mercantilização dos Pod{>-
Guerra da L" Reg~ão M!lltar, tf'ndo sido res Públicos, a mais profunda corrupçâo
denunciados como incursos no art. 2.°. e a subversão generalizada, a serviço da
inC.lII da L. 1.802, de 5.1 53. ideologia moscovita, eram a moeda cor-
rente no desumparo dos mais elemen-
A petição é longa e alega que os pa- tares int.erêsses da sociedade, sob a égi-
dentes foram indiciados no IPM ins- de de um famoso Governador chamado
taurado na Loteria Estadual e Caixa Badger Silveira. Alguns dos instrumen-
Econômica do Estado do Rio de Janeiro, tos dessa corrupçãn eram a Loteria Es-
com a finalidade de apurar atos de cor- tadual e a Caixa Econômica do Estado
rupção e possiveis ato:, subversivos, do Rio de Janeiro, que entregavam a
No encerramento do referido inquéri- mancheias, pelos processos mais crimi-
to, foram indiciadas mais de 70 pessoas, nosos, aos agentes da cotrupC~w c d[l.
entre as quais o ex-Governador Badger subversão. as minguadas economias do
Silveira. povo fluminense.
O Promotor Publico que recebeu os V - Iniciado o IPM para apurar I'S-
autos em primeiro lugar pronunciou-se sas irregularidades, a fim de se consta-
pela incompetência da Justiça Militar, tar até onde chegava, na área militar,
JANEIRO A MARÇO 1968 123
sua Influência deletéria, ficou logo cons- trangeira se faça por atos Inequlvocos
tatada a amplltude dos males dissemi- e efetivos, livres de simples presunções.
nados, Já então colocados sob o Impé- Sem comentãrios."
rio da Lei de Segurança n.O 1.802, de .. Junto com as informações velo o
5. 1. 53 . Dal a mudança de orientação
acórdão proferido no habeas co;Pus de-
da Justiça Milltar, na atuação de seu negado pelo ego Superior TrIbunal Mi-
Ministério Publico, que tanto contrariou lltar, pelo qual se vê que foram votos
os interésses do causídico Impetrante. vencidos os dos Exmos. Senhores Minis-
Esta alta cOrte de Justiça Castrense, tros Orlando Ribeiro da Costa e Pery
tem sempre considerado, doutrlnàrla- Bev1l;acqua <f. 18 a 20).
mente, que ser comunista, por convic-
ção ideológica, não é crime, à luz dos A Auditoria de Guerra prestou tam-
textos da nossa Lei Maior. Mas, perten- bém Informações, enviando cópia da de-
cer .ao Partido Comunista, organização núncia e do despacho de prisão pre-
cspuria, Já colocada fora da Lei Brasi- ventiva.
leira, por seu caráter internacional que
u:m por base a destruição das tnsÍltuI- A denuncia é longa (f. 33-45) e de-
çoes nacionais; utll1zar essa condição senvolve largas considerações sôbre o
abastecido por Idéias e recursos allení: comunismo Internacional, acentuando,
genas para trair os Interêsses da: or- de comêço: "o Partido Comunista do
dem polltlca e social de sua Pátria é Brasil é, sem sombra de dúvidas uma
c~me de alta traição, por mancomuria- organização de caráter Internaélonal,
çao com estrangeiro. Não é por outro tendo por principio o marxismo e o le-
motivo que êsses comparsas, que tão nintsmo e como fim a ditadura do pro-
denodadamente alegam sua condição de letariado. O comunismo, por sua própria
civis, para fugir às malhas da Justlça essência e natureza, é um movimento
Mill_tar, acabam enredados nas especltl- Internacional, visando abolir tôdas as
caçoes da Lei de Segurança do Estado classes sociais e constnúr uma socieda-
(L. 1.802, de 5.1.53) e levados ao pre-
de sem classes. Para êste efeito, mister
se faz a conquistado poder polltlco, a
tório da Justiça Castrense. fim de posslbll1tar a Implantação da
VI - Certamente a Lei cltada contém ditadura do proletariado. A abolição da
Imperfeições, princIpalmente se consi- forma burguesa da propriedade priva-
derarmos que tõda a trama vermelha da e Instauração da propriedade social
em nosso pais, desde 1953, já se organi- sôbre os meios de produção, são as so-
za tendo em vista dltlcultar, senão des- luções porque lutam, de rodas as for-
truir, qualquer prova que se tente reu- mas ao seu alcance. os comunistas do
nir, para levar os criminosos ao proces- mundo Inteiro." <f. 33) .
so e ao julgamento, à luz dos seus dis- !. o relatório.
positivos. Exigem, os defensores a exi-
bição de recibos com data, e nima re- VOTO
conhecida, das espórtulas que lhes te- O Sr. Ministro Evandro Lins (Rela-
riam sido enviadas pelo Chefe espiritual
Fldel Castro ou pelos MIkoyans e Kozl- tor). - Os votos vencidos dos senhores
ghlns. Estranha aparentemente o cau- Ministros Orlando Ribeiro da Costa c
sidlco impetrante <copo IV) a afirma- Pery Bevllacqua afinam-se com a ju-
ção da Promotoria da 2.& Aud. da 1.- risprudência do Supremo Tribunal Fe-
R. M., na fundamentação da denúncia deral.
a denominação "Partido Comunista d~ A súm. 298 consigna que o legislador
Brasil." São éles, os vermelhos fidells- ordInário SÓ pode sujeitar civis à Jus-
tas, que fazem questão dessa diferencia- Uça Mil1tar, em tempo de paz, nos cri-
ção. Não se trata de um Partido Brasi- mes contra a segurança externa do Pais
leiro e sim, da sucursal de uma organi- ou as instituIções ml11tares.
zação Internacional, Instalada no Bra-
.sU. E o lntercámblo da Orei Comunista compreendo os alto.> propósitos pa-
do BrLUlU, com os seus comparsas de trióticos do Exmo. Sr. Gcn. Lima Bray-
ner, nas Informações prestadas a este
Cuba ou da Cortina de Ferro, antes de TrIbunal, mas a diferença que existe,
31.3.64, era tão público, notório e os- exatamente, entre o regime democráti-
tensivo que, talvez no nosso Pais o úni- co e os regimes totalitários, é que na-
co a Ignorar seja o signatário da peti- queles se assegura a todos os cidadãos
ção Inicial. tIe exige que a prova da direitos e garantias, entre os quais se
"ajuda ou subsidio de organização e8- encontra o de serem julgados perante a
124 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
----"---
tlvos de 8ão Paulo (marcada para aque- se justo ou Injusto, se êle estava certo
la data pelo sindlcato pronsslonal a ou errado, é forçoso reconhecer a pos-
cuja orientação seguIa), quando estava siblUdade dêle ter agido pensando ou
empenhado em cortar os flos das ala- supondo alcançar o bem da comunida-
vancas dos bondes da Companhia Muni- de. Esta apreciação, todavia, para o juiz,
cipal de Transportes Coletivos, na Rua não pode influir no exercício das suas
da Glória, esquIna da Rua Conde de Pt- funções jurisdicionais, senão nos têr-
nhaI, justamente no momento em que mos do art. 42 do C. Penal. No mais, ca-
cortara o cordão do bonde n. o 1.619. A be ao juiz apenas verificar a existência
denúncia foi recebida por despacho de do fato e aplicar a norma cabivel, em
f. 101 v. 102, o réu interrogado a f. 10'7- suma, verificar a correspondência cntre
198. A F. 112 consta o rol de suas tes- o tato e a lei penal, a existência da tl-
temunhas. Na Instrução foram ou.idas picidade. No mais, qualquer correção da
quatro testemunhas arroladas pela de- sentença judJclal, estranha à função ju-
núncia (t. 121-130), com algumas reln- risdicional, cabe apenas a outro poder
qu1r1çôes (t. 139-141). A detesa promo- ou a outros podêres, como no caso da
veu a inquirição de quatro testemunhas anistia, da graça ou do Indulto. O réu,
(t. 141 - V. 142 v. e 162 v. 163). A Pro- como já se referiu, e não é negado, em
motoria Pública manifesta-se pela pro- tese, estava cooperando no sentido de
cedência da ação, após cuidadoso exa- forçar a paralisação do transporte co-
me da prova (t. 161). A detesa argumen- letivo em São Paulo. Foi preso em fla-
ta em sentIdo contrário, ressaltando, grante, quando fugia após cortar o cor-
principalmente, as circunstâncias so- dão de um sustentador da alavanca de
cIais e politlcas da época, defendendo a um bonde, tendo já cortado outro. Esta
tese de que houve apenas uma talta tra- ação corresponde ao disposto no art. 13
balhIsta, resultante a ação do réu, não mencionado na denúncia, pois êle esta-
bem provada, de uma deficiência legis- va ajudando ou cooperando para que
lativa, em detrimento do direIto de houvesse parallsação de transporte co-
greve. letivo, de natureza pública, tanto que é
realizado por concessão do Estado. A
i o relatório. Decido. paraUsação do servIço objetivada não
O réu realmente foi surpreendido, no
era simplesmente a tipificada no art.
201 do e. Penal. Alt, é imotlvada. Quai-
dia, hora e local, quando acabava de quer paraltsação faz incidir o autor ou
cortar o cordão da alavanca de um autores no art. 201. Aqui, no caso dos
bonde da. C.M.T.e., tomando parte
ativa como dirigente sindical, num es- aulos, de acôrdo com o sIstema da Lei
tôrço para forçar a paraltsação dos 1.802, o objetivo é influir na ordem po-
transportes coletivos na cidade de São titica e social. A ação do rêu, dentro das
Paulo. tsse tato pode, realmente, coln- finalidades confessadas pelos demais dJ-
eldtr com uma Situação quase caótica retores do sindicato, era agir com êsse
na vida polltlca do pais, em que os ór- fim, dependendo de ordem superior. O
gãos sindicaIs, desviados das suas fina- tato de haver divisão entre os diretores,
lIdades especificas, intervinham espon- uns favoráveis e outros contrários a
tlneamente ou através de pressáo de ação, não afasta a responsabllldade do
órgãos politlcos, na criação de ambien- réu, desde que ele exteriorizou a sua in-
te para fins exclusivamente polltlcos, tenção tomando parte ativa nos aconte-
em detrimento, talvez, das finalidades cimentos. Apenas o dispositivo mencio-
especificas, slndtcais. Não cabe ao Jui- nado não parece ter sido atingido em
10 examinar o mérito dêsses argumen-
cheio, com a consumação <io delito. Diz
tos, mormente no Ambito das suas atri- o artIgo 13 mencionado, de acôrdo com
buições especltlcas, nem também no ca- texto, edição Saraiva, 1953, que o crime
BO concreto examinar a Intenção do de-
se Integra com o instigar, preparar, di-
nunciado, allfls, ressaltada na defesa e rigir ou ajudar a parallsação do ser-
nos depoimentos de seus colegas de sin- viço públlco. Supõe, portanto, salvo en-
dicato. Exercendo atividade polltica, co- gano, a paraltsação do serviço, para que
mo se alega, com o melhor Intuito, des- o dellto seja consumado. No caso não
de que, segundo se argumenta, tendo em parece ter havIdo a paralisação. O réu
Ttsta o bem socIal, não se poderia ne- e alguns dos seus companheiros toma-
gar ao denunciado um tratamento di- ram tôdas as medidas que entenderam
ferente ao daquele correspondente aos necessárias para êsse fim, mas, por cir-
delinqüentes comuns. sem se examinar cunstâncias independentes das suas
o mérito dos objetivos do denunciado, vontades, a paralJsação não se efetivou
126 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
('m tôda amplitude, o sf'rvi(:o de trans- tf'nca sóbre o mérito na i)rJmpira ins-
llort(', ao que parece, como decorre da tância. a segunda dcvf' ser :l quc lhe
prova. clJntinuou. dada:, as providl'n- correspondia pelo dirf'ito <lnti[.':o, 0\1 po-
cias da empresa i:' do poder público de ser outra, conforme [) dirf'ito nóvo,
Trat:1-Si:' jlortanto. apenas de uma ten- qUfstuo levantada pelo Mlllist·l'o
tativa. de aCIJrdo com (\ art. 12. inciso Evand!'ll Lins. Roubif'!' adota a prll1wim
lI. <lu C Penal. O reu é primário c t('- soluça0 ILes Confllts de lois dans lp
na agielo sob pressão psicológil'a cna- temps, vol. 2.", pago 662, nO 138 \ F(li
da artifirialnH'lltc em momento a~l.Ido como opinPÍ quando Procllradnr-Orr,ll
ele nossa lii..,li'Jria p'Jlitica. da Rcpública no RE 125:'7 (' foi ('omo'
decidill a 1." Tllrma do Suprl'ml! Tn-
Diante elo rxpostl' c do mais que dos bunal. UnânlllWtlH'ntr. spnd(J Reb:or II
autos consta, jul~o procedente em par- Mll1isf.rn RIbeiro da Cil.';ta E o pnl'C'lto
te a elenúlwia. inc\ll'so Júlio d~, Costa nlÍvo era constitucional"
BlH'lIfl llO art 13 d:1 L. 1802. elc 5 1.53.
comhinad(1 COl11 () :lrt~. 12, inciso n, do Assim, entf'ndo qUi:' COllllH'( cn(l' para
C Pl'n:d e em conseqüência o C'ondeno Julgar esta apl'1aç:-lo é () Supremo Tri-
a C'ul1lpnr f·m prisüo adrqllnda a pêna bunal Federa I c nr'lO (l Superior Trihu-
df' oito !tWSl'S de rf'l~lusão, isto ti, a pc- nal Militar. 50 declaradr, competente
na mínima do art. 13 menclOnaclo, re- prlo ar!. HO, ~ 1 ". do A 1 2, que (; pos-
duzida clt' dois tlTC:os nos tümos do pa- terior à srntt'n~'a l'olldf'na(,)rLl
rúgrafo único (lo art 12 do C. PenaL
Paguf' ameia a taxa pcnitcncbria df'
Cr$ ;')00 (' as custas do procf'Sso. Lancc- VOTO PRFL I ~II:'-l AR
Ulf' o lHlllW no rol cios culp;ldos. l'XJW-
dinclo-sf' o compt'tf'ntf' mandado dt' pri- o Sr l\lin istrn "ilas Bn:iS I R,',' 1:;1 ,r I .
sao. " SI'. Presidente, SP a F.. C. 11; n;lo nos
dessr compl.'! rncia para (,(JIlllrl'rr lie r('-
Apelou o promotor. pleiteando a ma- curso ordin,üio ctns rritlH's políticos, po-
j IJraç'-u) da pena. der-sc-ia aplicar o clisp(lsitivn do art.
A Procuradoria-Gf'ral opina pelo I'ro- 8° do A. I. 2. q\H' deu todo [) )lmc1'sso
vimt'nto da ape!açuo. r J ulgarnrnto a J llstiça T\mi t a r Mas.
aqui, ja Li lima srntcnca IJroknda: o
É o rdaU,río erimr Já CSt;'l ddllll(j() como CntlH' 111)11-
Distnto F!'dcral. 1 de sl'tcmbro dI.' tico, fOI aforado na Just!ça ('olllpclpll!l'
1965 Luiz Gallotti. Lf'mhraria () ca.<;o daqudr ('X-81'crrb-
no do TrIbunal de Jusltc:t do Estado do
VOTO PRELI:\'!IKAR Rio, que matou o Prf'sid('ntr do Tribu-
nal. O crime ficoll carartf'l'i1.ado Como
O Sr. Ministro Luiz GalJotti rRPla- drlito político Vf'io a rlnjstia c aplica-
mos o decreto da anistia f:lr foi con-
tOr!: Nas notas que li ao Tribunal no siderado anistiado O fato já tPIll a df'-
Julgamento do RE 57 fl 17, llá um trrcho filHÇão.
em que SI.' aplica à C:'l)('cif' or:l em jul-
garnf'nto. Agora. o prinCI()]lJ da COllCl'lJtra(:ão ('
um prlllci]110 que tamlJl'lll podt' ser in-
Depois df' dar as LlZI-)f'S lwlas quais vocado em ctch'sa
seria admissivf'1 o cabinlPnto de ernbflr-
gos contra d!'clsóes df' Turmas que co- O réu Já (('In a srll favor lllll,\ srntf'n-
nlw('cram do rf'curso extraordinário ça Sc a ('olll]Jrtrl1cia jr'l 1'"ta df'fllllda,
Icaso em que, pelo dll'('i'J) enL-lO vigell- onde o Juizo foi arrito, ai de elc\'c trr-
te, tais acordr-los eram ('ll1bargUVC1S. minar
ll1Psnw não 11a v!'lldo di v,'rg('ncias cntr(' Foi colocada a qUl'st:lO na Justi~:a Co-
as Turmas ou dl' uma (],'las COll1 o Tri- mum, com rccurso para (1 Suprl'mo Tri-
bunal Pl"IlOI, aCTr'scpntci: bunal Fl'drral. Esta deflllida a SitU:lÇ;-W
"S!'r;'l mat,;ria ('s.-;a a s('r decidida Acho quP o f'Inirwntc l\!inistro L,liz
oportunal11(,Il!l', como no caso anterior, Gallotti, Relator, tem tóda a razã" nes-
pl.'lo TrilJunal Plrno, que é qUCI:l jalga te ponul.
os embargos r !l1rS verIfica o cabimen-
to, facultada às partrs sust('ntaçiio oral. Se não houvessl.' sentença all!:Ullla, pn-
tão, sim. Mas, agora, a via pwcPssllal
O nlf'smo fariamos quanto às arwla- j i está tnlhada em grandr' parte. No
çóes criminab is,l!)('l' se profrnda sen- caso, há sentença condenatória
JANEIRO A MARÇO - 1968 127
tuando que ela restaura o art. loa, f 1.°, vis ou de mllltares", logo "não haveria
da Constituição de 46, que é a tradição necessidade, num Estado organizado, de
do Direito brasllelro: "a garantia do d1~ uma Justiça Mllltar para impedir cri-
relto individual contra a coação e a v10~ mes contra a segurança nacional" Es-
lêncla." Essa garantia é de tal ordem clarece que luta contra o dispositivo
que a própria ComUtulção de 46 só ad- (art. 120 § 1,°) por convicção, pois a
mIte a extensão da "JusUça Militar aos
civis fora daquela hipótese de defesa e questão mesmo toma-se um tanto ou
de resguardo contra os crlmes pratica- quanto dlticU, por que se êle fôsse da
dos contra a segurança externa ou a.s Escola Superior de Guerra, diria psicos-
InsUtuições militares, em caso de esta- social. "Civil julgado por militares? Mi-
do de sitio, determinado por guerra ex- mar julgado por civis? bso seria inad-
terna ou civil" (art. 207). missível, como se, realmente fôssem
Deputado Chagas Rodripes - Pro- dua.s nações, a nação clvU e a nação
testa, veementemente, contra o Julga- mllitar. Entretanto, a nação é uma só."
mento de civis por mllltares. Afirma Deputado Adolpho de OliveIra-
que o Brasll está se afastando do DI- Apresenta, também, emenda ao art. 120
reito OCidental e cita, para exemplifi- I 1.°:
car, a Constituição Italiana, que entrou
em vigor em 1948, e que estatui no seu Emenda n.O 798:
art. 3.0: "Os tribunais militares, em Onde se lê: "nos casos expressos em
tempo de guerra, têm a jUI'Úldição esta- lei", leia-se "nos casos expressos em lei
belecida pela lei e em tempo de paz têm complementar:'
jurisdiçio somente para os delitos mi-
litares cometidos por membros das fôr-
ças armadas." AssInala que êste é o pre- JUSTIFICA-A:
ceito fun4amental no campo do Direi-
to e que t1.0S Estados Unidos da Améri- "Ql1onun qualificado, de maioria ab-
ca o Superior Tribunal Militar s6 pode soluta, para Que se definam os casos em
julgar militares e é constltuIdo por ci- Que poderão ser os civis submetidos ao
vis, na sua totalidade. Entende que se processo e julgamento pela Justiça Mi-
deve acabar, de uma vez por tódas, no litar."
Brasll, "com essa competência de MI-
nistro militar julgar civis, porque Isso é Nos debates da Comissão MIsta, o
um atentado à boa doutrina e às prá- Deputado Adolpho de ~live1ra torna
ticas dos países civlllzados do Ociden- público que sua emenda nao é de reda-
te," Entretanto, não sendo possivel aca- ção, ao revés do que se possa imaginar
bar com essa jurisdição insólita e antl- à primeira vtsta, e não tem o objetivo
democrática, dos males o menor, dai de Incluir apenas a expressão lei com-
apoiar a emenda do Deputado Martins plementar. Aflrma que o objetivo da
Rodrigues. mesma é consagrar a obrigatoriedade
de que a Lei de Segurança Nacional se-
Senador Eurico Rezende - Adverte Ja considerada uma Lei Complementar.
que se tem de considerar, ao examinar "Lei COmplementar que não está sujei-
o art. 120 e seu I 1.°, "a figura da uni- ta à elaboração e aprovação de mato-
dade processual. se o mtUtar praticou rias eventuais, porque a lei comple-
um cr1me civil, obviamente, êle não vai mentar, com a nova Constituição, tem
ser julgado pelo tribunal m1lltar; se um quase a caractcrlstica de um texto com
civll praticou um cr1me militar o lugar fôrça constitucional e com a.s mesmas
dêle ser julgado é no tribunal m.llltar, dificuldades e caracteristlcas de vota-
porque, para isso, a Constituição esta- ção que a própria emenda à Constitui-
beleceu a especialização judiciária. Que- ção." Patenteia que se os crimes contra
rer inverter a JurtsdIçáo é subverter a a segurança nacional ou as instituiÇÕeS
própria ordem constitucional. De modo militares forem detlnidos em lei com-
que, preliminarmente, não se deve es- plementar, e não em decreto-lei ou em
tranhar o fato de um civil estar num lei ordinária, está de ac6rdo com o pro-
tribunal militar," 1eto.
Senador AuéUo Vianna - Pondera Deputado Nelson Carneiro - Propõe
que "está provado que os tribunais ci- emenda, que transcreveremos abaixo
vis, em determinadas drcunstAncia.s, com a respectiva jusUflcação:
são tão severos ou mais severos do que
tribunais m1l1tares no julgamento de cl- Emenda n.o 130/50.
130 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
Art. 119 - Redija-se assim; cial para os civis por meio de lei ordi-
nária." Assim, também, se fêz na Cons-
"O Superior Tribunal Militar com- tituição de 46 e "não se tem noticia de
por-se-á de quinze juízes vitalícios, Que o legislador se tivesse excedido na
com a denomLnação de Ministros, competência que recebeu da Constitui-
nomeados pelo Presidente da Repú-' ção. O que está ocorrendo, afirma, na
blica, depois de aprovada a escolha elaboração desta Carta é que ela acaba-
pelo Senado, dos quais quatro esco- rá por se transformar numa carta de
lhidos dentre os oficiais-generais desconfianças." Entende que é certo "a
da ativa do Exército" etc. lei ordinária dispor sóbre essa extensão
do fôro especia1."
Art. 120, § l°
Quanto ao segundo Tema, adverte que
Onde se diz - "segurança nacional", o conceito de segurança externa ficou
diga-se - "segurança externa". superado com a Guerra Civil espanhola.
Acha que "segurança nacional define e
Art. 120, § 1.0 acautela melhor o interêsse do Estado
Onde se diz: brasileiro. Aliás, lembra, a Carta de 46
já fala em segurança da nação", no art.
"nesse caso a lei assegurará recur- 207. "Não vê como distinguir segurança
so para o Supremo Tribunal Fe- externa de segurança interna, desde que
deral", diga-se: esteja em jôgo a segurança nacional."
"com recurso ordinário para o Su- Com respeito ao terceiro tema, escla-
premo Tribunal Federal". rece que não há razão para levantar
esta questão "face ao que está disposto
no art. 112, lI, letra c: uÉ da compe-
JUSTIFICAÇAO tência do S.T.F. julgar em recurso or-
dinário os casos previstos no art. 120,
"As presentes emendas são oferecidas parágrafos 1° e 2.°." "Já está, portan-
diante da convicção de que a maioria to, decidido no próprio corpo da Consti-
parlamentar manterá o texto do pro- tuição" e assim vai votar "de acôrdu
jeto. Nessa desgraçada contingência, com o texto o projeto, porque acha que
urge torná-lo menos pior. ele atende melhor aos interesses do Pais
e não põe em perigo a liberdade dos
Passando a julgar os civis, é natural cidadãos."
que os juízes do STM tenham suas es-
colhas aprovadas pelo Senado. Senador Eurico Rezende - Assinala
que se comparando o texto da Consti-
A segunda sugestão é, apesar da des- tuição de 1946 com o texto do projeto,
crença acima expressa, uma oportuni- chega-se a seg'J.inte conclusão: A Cons-
dade, que se abre à maioria, de corri- tituição de 1946 "não dá acesso, não for-
gir o êrro da proposição oficial. nece nenhuma escada, nenhuma pln-
guela para o S.T.F. e o projeto dá ês-
Mantido que desgraçadamente seja o se recurso ordinário, graças à Emenda
texto do § l° do art. 120, justo será que Nelson Carneiro", demonstrando que
se torne auto-executável a possibilidade foi melhorado nesse setor. Afirma que
do recurso ordinário (art. 112, lI, c) pa- a Justiça Militar não é uma justiça vio-
ra o STF, independentemente de vota- lenta e que o que se tem visto é "o hon-
ção de qualquer lei." rado S.T.M. não mandar prender,
mas imperativamente mandar soltar",
Deputado Accioly Filho - Divide sua concedendo habeas corpus. Dessa ma-
exposição em três temas: primeiro - neira vem sendo alvo dos maiores lou-
"se deve a extensão do fôro especial aos vores da própria imprensa oposicionis-
civis estender-se, por lei complementar ta. Esclarece que o projeto foi melhora-
ou por lei civil; segundo - se essa ex- do e irá servir "sob a égide do direito
tensão deve ser efetivada para repres- e da justiça aos interesses fundamen·
são de crimes contra a segurança ex- tais dêste país e principalmente da se-
terna ou contra a segurança nacional; gurança nacional."
3.° -'- se deve ou não haver recurso pa-
ra o ST.F." Deputado Ulysses Guimarães - Sa-
lienta que a formulação contida no art.
Com relação ao primeiro tem::l. assi- 120 não foi feliz mas dentro da rigidez
nala que "já na Constituição de 34 era da conceituação lniclal, não se pode
prevista regulamentação do fóro espe- deixar de reconhecer que as cautelas
JANEIRO Ã MARÇO - 1968 131
§ 1.0 - ~sse fôro especial poderá es- Federal, das decisões do Superior Tri-
tender-se aos civis, nos casos expressos bunal Militar.
em lei para repressão de crimes contra Não é demais, dada a importância
a segurança nacional ou as instituições que encerra, transcrevermos aqui os co-
m1litares, com recurso ordinário para o mentários de Paulo Sarasate (~7) que
Supremo Tribunal Federal. dIz o seguinte, com relação a extensão
§ 2.0 - compete originariamente ao do fôro militar aos civis: "Um dos pre-
Superior Tribunal Militar processar e ceitos do Ato Institucional nO 2 que
julgar os Governadores de &itado e seus mereceram a mais severa critica dllJ
Secretários, nos crimes referidos no oposição foI precisamente o art. 8.°,
§ LO. que serviu de inspiração aos parágrafos
1.0 e 2.° do art. 122 do nôvo Estatuto
Art. 3. 0 - A lei regulará a aplicação Político do país. Por essa norma do Ato
das penas da legislação militar em tem- InstitucIonal n. O 2 deu-se nova redação
po de guerra. ao § 1.0 do art. 100 da Constituição de
1946, o qual, reproduzindo a segunda
Como se vê, a Constituição de 1967 parte do art. 84 da Lei Magna de 1934,
inovou, em vários pontos, os textos prescrevia textualmente: ."~e fôro es-
constitucionais anteriores referentes à pecial poderá estender-se aos civIs, nos
Justiça Milltar. casos expressos em lei, para a repres-
são de crimes contra a segurança ex-'
O Superior Tribunal Militar, cuja terna do país ou as instituIções mili-
composição era anteriormente matéria tares."
de competência da legislação ordinária
integrou-se no texto constitucional con- A diferença, como se vê, entre esse
substanciado no artigo 121 e seu pará- texto e o que se contém na Constitui-
grafo 1.0 da nova Constituição, que ele- ção de 1967, na parte trazida do Ato Ins-
va de onze parn quinze o número dos titucional n. O 2, consiste na substituição
ministros do Superior Tribunal Militar. da expressão "segurança externa do
Neste ponto foi, aliás, reproduzido o país" por "segurança nacional". Porque
disposto no aft. 7. 0 e seu parágrafo úni- a norma, como em 1946, continua "fa-
co do Ato Institucional n. O 2 cultativa" ("poderá estender-se") e de-
Quanto aos órgãos inferiores da Jus- pende da leI ordinária, que estabelecerá
tiça Militar, referidos no art. 120, é cer- os casos em que, a seu juizo, ocorrerá a
to que eles têm a situação regulada pe- extensão, prevIsta, do fôro militar ao
lo Código da Justiça Militar baixado pe- processo e julgamento de civis.
lo Decreto-Lei n. o 925, de 2.12.38, mo- Quanto à referida substituição, po-
dificado pelo Decreto-Lei n. O 4.235, de rém, não pretendemos nem fazer-lhe a
6.4.42. apologia, nem examinar aqui a sua pro-
cedência ou improcedência, porque ela
Outra inovação sõbre a matéria de decorre do nôvo conceIto de segurança
que tratamos está na obrigatoriedade fixado pela Constituição vigente, e sô-
da audiência do Senado Federal no to- bre o assunto já tecemos amplos comen-
cante à escolha dos membros do Tribu- tários no local próprio. Não se cuida
nal. Deve-se isso a emenda do Deputado mais de "segurança externa" em parti-
Nelson Carneiro, aprovada pelo Con- cular, porém de "segurança nacional"
gresso ao ensejo em que se discutia e como um conjunto.
votava a nova Constituição.
Desejamos apenas frisar que, à parte
Ainda no tocante à competência da esse aspecto da questão, o Estatuto de
Justiça Militar encontramos novidade. 1967 melhorou, e muito, o de 1946, atra-
t. que foi aquela ampliada no sentido vés da cláusula adicionada ao parágrafo
de envolver o julgamento de cIvis, in- em lide, que faculta "recurso ordInário
cluslve Governadores e Secretários de para o Supremo Tribunal Federal con-
Estado, cujas responsabilidades nos cri- tra qualquer decisão tomada pela Jus-
mes contra a Segurança Nacional esca-
param, por essa forma, da órbita dos
podêres estaduais, legislativo e judi- (36) o projeto do Governo j i falava em recurso
ciário. para ° 8. T.F. A emenda n.o 130/50, do
Deputado Nelson Cllrnelro e5t&beleceu °
recurso ordInárIo.
Estabeleceu, entretanto, a Constitui-
(37) Paulo S6rll8llte - "A Con5tltulçAo do Brll-
ção de 1967 a norma salutar do Recurso 511 ao alcance de todoa" - 1967 - ptr.glJ.
Ordinário, (OI) para o Supremo Tribunal 452 e 4S3.
JANEIRO A MARço - 1"1 133
..
dos por cJvJs sujeitos ao tôro milHar."
( )
a PArtlclllaclo d()jJ repreeentantee elo
povo, 1I9remente ncolh1doe em auhi-
gio universal. t;, 1lOIs, uma les1&laçAo
dltatorla1 que deaaflari o R~ de
CRITICAS j \leUça, o eqUlllbrto ti '8 pondel'flÇl.o
desta EJPigla Côrte. te&14laçio qufl
O Julgamento pela JusU9a Mllltar de correllponde a um Eatado polte1lll e
nia 11 um prols detnoer!t1a). ~Ja
civis acusados de subversao e Incursos çlo que corre&pollde , 81tuaçl.o de
na Lei de segurança Nacional tem en- altlo como ae o Pata 113tlY_ na lml-
n~ncla de agreeosAo lllttema ou Ge re-
sejado severas criticas à Constituição voluçlo, pois IIÔm~te em tais oon-
de 1967. Membros do próprio Superior dlç6eti 6 posslvel. eom seriedade, &rIr·
Tribunal Mll1tar protestam contra essa mar Que tOdaa aa pegoea, llaturals
disposição. (..) O General Olimplo Mou- ou j ur1dlcae, alo respoIlN\vels pela M-
gurallça nacional. Depois IntrocSuz-811
rão Filho (00) entende que o S.T.M. um conceito totallUP.rlo, trulo de um
não é fôro para civis: "A Justiça Mili- terror plnloo ao oomunl6II1o. que tfl:
tar não é própria para julgamento de desaJ)llrecer a lItnpl<la e adml~vel
colleel tuaç&o liberaI. de Que oe tr1mel
civis impllcados na ampla subversão. J)Olltlcos 610 5Ômente aQu~lee que
Não se sabe de outro código do mW1do are Iam a J)er&oDall<lade do Eatlldo e
que permita um tamanho atentado con- a eegurança do re«tme e do OOv~rno,
oom 11 tutela dtl Interh:ees reladona-
tra a llberdade do cidadão, por parte da doe oom 8 e:cls~ncla, a Integrtc1a4e,
autoridade administrativa. O art. 156 li unidade. a IndllpeDd~ncJa do Estado
li a deresa mUltar conU1l a Iljffeea&o
do Código Penal MiUtar é uma excres- uterlor, e, no plano Interno. a In.... o-
cência JUrídica, não sendo aceitável que labllldade do reg1..lne polltlco ngente,
um encarregado de IPM possua seme- li llltlu~ncla e 8 Incolumidade dos Or-
lhante poder sôbre os civis." E mais: llios /lullremOll do Eatado, coDllllCradoe
na COIUUtuIÇIo."
"Desejo deixar bem claro ser jndIspen- Protesta, veementemente, contra a 91-
gl!ncla da. lei Que ,·&tIIbelece tÔro militar
sável lB2Crmos a sã. doutrIna do Direito paa crlrne polltlco, por respeito • Jua-
Penal extravasar da esfera da alta cul- tlça MlIltar e ao direito doa cl<lad&a8". o
tura dos Juristas e derramar-se sôbre Jornallste Carloe Lacerda ("Jornal do
Draall" de 22-6-67).
as outras camadas sociais, a fim de ser-
vir de base sóUda ao pensamento pol1t1- (4()) Declaraç6es do ~neral Mourlo PUbo, ao
assumIr 11 Preetd~ncla do 8. T. M.. Ilubll-
co nacIonal, desencorajando, Impedindo cac1aa no "Correio da Manb...., de 18-3-«7.
mesmo, que falsos lideres ou lideres tg- (41) "Comlo dA M&nhl", 28-4-«7.
134
rão Filho determina a abertura de in- STM manteve o acórdão em que conde-
quérito administrativo contra o Promo- nou os líderes sindicais Clodsmith Riani
tor Benedito Felipe Rauen, que classi- e José Gomes Pimenta, a 7 e 2 anos de
ficou os funcionários da Auditoria da reclusão respectivamente, • A Sra. Gló-
5.a. RM, em Curitiba, de "venais". • O ria dos Santos Monteiro, espõsa do ce-
Juiz da 2. a Vara Criminal de BrasiUa, nógrafo Francisco das Chagas Montei-
Sr. Geraldo Tarso de Andrade Rocha, ro, denuncia ameaças de violências con-
manda arquivar IPM aberto contra o tra o seu marido, por parte do Capitão
presidente deposto João Goulart. • O Zamith. o O IPM do ISEB é remetido ao.
Promotor Eudo Guedes Pereira, da 1,a STF por ser aquela Côrte competente
Auditoria da La RM, denuncia 36 dos para julgar os ex-Ministros da Educa-
300 universitários envolvidos no IPM da ção Clóvis Salgado e Oliveira Brito. •
FANFI da Guanabara. • O STM declara Acórdão do STF estabelece que os
que civil só pode ser preso por juiz com- acusados de crimes políticos praticados
petente. • Ao votar num pedido de ha- antes da vigência do Ato Institucional
beas corpus, o Ministro Alcides Carnei- n.O 2 deverão ser julgados pela Justiça
ro diz que "a imprensa não só é a liber- Comum. o O STM não aplicou os ter-
dade do mundo, corno também a trin- mos do acórdão alegando que êle ainda
cheira das liberdades públicas". não firmou jurisprudência. • O STM
concede habeas corpus ao Engenheiro
MAIO -- Chega ao STM o IPM do Moisés Kuppermann, mas a ordem só é.
jôgo do bicho no Estada do Rio. • Mou- cumprida depois que o Comandante da
rão Filho declara-se contrário a qual- 4.a. RM interveio para exigir do encar-
quer Tribunal Especial para decidir só- regado do IPM, em Juiz de Fora, que
bre a situaçâo dos cassados pela Revo- cumprisse a decisão do Tribunal. • A l. a
lução. o O STM nega habeas corpus ao Auditoria da La RM condena três lavra-
Engenheiro Moisés Kuppermann, que ao dores de Macaé, Estado do Rio. a um
regressar do asilo politico, no Uruguai, ano de reclusão, com base na antiga Lei
foi prêso e levado para Juiz de Fora, de Segurança Nacional. • Por "falta de
acusado de participar das "guerrilhas" elementos de convicção", 30 operários
de Caparaó. • O Juiz José Garcia Frei- dos Estaleiros Ishikawajime são absolvi-
tas, da 3." aud\toría da La RM, determi- dos na La Auditoria da Aeronáutica.
na o arquivamento elo IPM do Sindica-
to dos Trabalhadores Rurais de Carmo, JULHO O ex-Coronel Jefferson
K'>tado do Rio, por falta de elementos Cardim denuncia torturas que sofreu na
de convicção. o O STM nega habeas fase do Inquérito Policial-Militar. • O
corpus ao Professor Bayard Demaria Procurador Mílton Meneses é designado
Boiteux. • Na 1a Auditoria da Marinha para oferecer denúncia no IPM da Im-
sao condenados três ex-marinheiros c prensa Comunista, • Jefferson Cardim
absolvidos 14, todos do Cruzador Ta- apela ao ST1.f contra a sua condenação
mandaré, acusados df~ "sabotagem e in- a 9 anos de reclusão pela Auditoria de
disciplina". • Na l'l Auditoria da Ma- Curitiba. o A 1.a Auditoria da La RM,
rinha são absolvidos o presidente do por unanimidade, absolve sete civis e
Sindicato dos Trabalhadores em Fiacão um cabo, cruelmente torturados na fa-
e Tecelagem de Nova Friburgo, Sr. Fran- se do IPM chefiado pelo Capitão José
cisco de Assis Bravo. e o comerciante Ribamar Zamith. • A Procuradoria-Ge-
Manuel Pereira Leitc' ral da Justiça Militar recebe o IPM da
"Ação Popular", com 32 estudantes in-
JUNHO . - O operáriLl Odilon de Sou- diciados. • O Juiz-auditor de Curitiba
sa Pacheco (' absolvido na 1.1\ Audito- quer nôvo depoimento de Lacerda, co-
ria da I" RM. no processo em que é mo testemunha dp defesa de Jairo Rê-
acusado de tl'ntar "reorganizar o PCB". gis e Agliberto Vieira: o STM, porc-m,
• A 2./\ Audítmi:l d;], M.lfinha, julgando decide que o primeiro depoimento é vá-
90 pftra-q uedistas c ri vis do Corpo de lido e encerra a questão. • Na 2." Audi-
Fuzileiros Navais. acusados de "ativi- toria da Aeronáutica três estudantes são
dades subversl vas". absolveu 85 e con- absolvidos do crime de "pregar cartazes
denou ('mco. O STM considerou-se politicos". o Na 3." Auditoria da 1" RM,
competentt' para processar e julgar SC!- o Coronel NicIL,; da Silva é absolvido,
xas Doria e seus Secrttirios de Estado. porque "nio é crime empregar comunis-
o Carlos Lacerd~L depoe na 3.a. Audito- ta na Comissão Nacional do Carváo". o
ria da I " RM, como testemunha de de- A 2.a. AudItoria da La. RM encaminhfl a
fesa dos jornalistas Jairo de Araúj o Re- relaçâo dos indiciados do IPM do PC às
gis c Agliberlo Vieira de Azevedo, • O de Auditorias Militares.
JANEIRO A MARÇO - 1968 139
Embora usada com freqüência, a ex- "Podia ser intitulada assim - escla-
pressão "lei complementar" até data re- rece Paulo Sarasate - qualquer lei que
cente sempre foi empregada com Impro- visasse a regulamentar um preceito cons-
priedade. Assim foram chamadas no titucional Inerte, Isto é, sem fõrça para
passado diversas normas a que se pre- valer por si mesmo, Mas era uma deno-
tendia emprestar especial destaque, sem minação arbitrária, porque despida uma
Que, todavia, se lhes outorgasse quais- leI dessas de qualquer característica de
quer características que Justificassem natureza formal capaz de distingui-la
uma designação específica. das demais leis ordinárias."
No dizer de Paulo Sarasate (I) a figu- O aparecImento de "leIs complementa-
ra das lels complementares era, até 1967, res" deve-se ao fato de que a Constitui-
despida de feição constitucional em nos- ção nem sempre é uma leI auto-executá-
so Pais, porquanto as Leis Magnas do vel. São muitos os seus dispositivos que
passado "nenhuma referêncIa fizeram a necessitam de uma norma que os com-
leis complementares", Esclarece o autor plete. Existe entre a Constituição e as
que "apenas a de 1891 e a de 1934, ao leLs complementares uma relação seme-
tratar da competência do Poder Legisla- lhante a que ocorre entre as leis ordlná-
hvo, aludiram à atribuição de decretar rias e os decretos, cujo elo reside na de-
leis orgânicas para a execução completa pendência de regulamentação de umas
da Constituição, mas não as definiram pelos outros.
através de rito ou quorum especial de
votação, Não passaram, assim, de leis or-
dinárias com um nome pomposo. (1) Paulo SaraMt.c - "A CoWltltulçAo do Bra-
511 ao alcance de todos". pis. 332.
_l44 ~ R_EV_ISTA DE INFORMAÇÃO L~GISLATlVA
constitucional. Esta última é a própria tem que são tão íncapazes de exe-
Constituição, ou com ela se confunde. O cução compulsória quanto geralmen-
conceito de Constituição escrita - ob- te as provisões que traçam diretri-
serva CarI Schmídt na sua "Teoria da zes. A razão disto é que, embora o
Constituição" -, "não enuncia outra propósito seja de estabelecer direitos
coisa senão que a Constituição é igual a e impor deveres, não contém elas re-
uma série de leis constitucionais. Mais gras por meio das quais tais direitos
além do conceito de lei constitucional se possam ser protegídos ou tais deve-
perde o conceito de Constituição". A lei res impostos. Neste caso, antes que
constitucional, por conseguinte, no re- a medida constitucional possa ser
gime de Constituição escrita que é o nos- efetivada, deve Ser provida de legis-
so, corresponde exatamente a uma lação complementar."
emenda à Constituição. e só com as cau-
As próprias Constituições solicitam
telas expressas dentro desta pode ser
muitas vêzes, no seu texto, o auxílio da
elaborada.
legislação complementar, ao se referi-
Entre as aberrações mais espantosas, rem ã regulamentação por lei ordinária.
as incongruências legais mais extraor- dêste ou daquele dispositivo. No Brasll a
dinárias do chamado Estado no Brasil, Constituição de 1891, instrumento de
salienta-se, sem dúvida, a expedição de uma época feliz de estabilidade econô-
leis constitucionais em flagrante deso- mica e paz social, estabeleceu apenas as
bediência aos próprios preceitos da Carta grandes linhas da organização do Esta-
de 1937 sôbre as emendas, ao seu texto. do. Já o naturai aumento da complexi-
A chamada Constituição de 1937 era rí- dade dos negócios públícos e a instablli-
gida, isto é, a sua reforma só se faria dade geral do mundo contemporâneo fi-
por processo especial, diferente do da le- zeram com que as Cartas modernas ti-
gislação ordinária. O então Chefe do vessem o seu âmbito de ação muito de-
Govêmo estava impedido, pelo art. 13 da senvolvido e, conseqüentemente, o seu
Constituição que outorgou, de expedir material dispositivo muito mais variado.
decretos-leis modif1cativos da mesma, A Constituição de 1891 possuía 91 arti-
ainda no período de recesso do Parla- gos, enquanto a de 1934 continha 137 e a
mento. No entanto, baseado no art. 180 vigente apresenta não menos de 218.
que não lhe dava competência para isto, Evidentemente, tendo de prever a tantos
o ditador reformou por nove vêzes a lei e tão diversos assuntos, as modernas
magna que de resto só pôs em vigor as Constituições generalizam o mais possi-
exceções. vel as suas regras, e fazem, por isto mes-
Voltando à legislação complementar mo, apelo largo à colaboração do Poder
exigida pelas Constituições, insistamos Legislativo ordinário. Se fizermos uma
em que ela é tôda de caráter ordinário, comparação, sob este aspecto, das Cartas
e, por isto mesmo, a sua confecção é da republicanas, veremos que, enquanto a
inteira competência do Legislativo ordi- de 1891 apelou menos de vinte vézes para
nário. o concurso da lei ordinária, a de 1934
deixa a cargo desta lei a regulamentaçio
A êste propósito Tomaz Cooiey, famoso de quase cem dos seus dispositivos, en-
constitucionalista americano, escreve no quanto a de 1946 eleva este número aci-
seu clássico livro "Tratado das Limita- ma da centena.
ções Constitucionais":
Disposições auto-aplicáveis
"AInda que nenhuma das disposi-
ções de uma constituição possa ser O primeiro trabalho exigido pela Cons-
considerada simplesmente esclarece- tituição de 1946 é reconhecer quais são
dora, a verdade é que algumas exls- as suas disposições auto-aplicaveis.
JANEIRO Â MARÇO - 1968 147
Esta expressão pode ser compreendida Rui Barbosa se expressa sôbrc o as-
no sentido geral ou no particular. No ge- sunto Quase com as mesmas palavras:
raI, são auto-apllcáveis tôdas as disposi-
"As determinações constitucionais
ções constitucionais que contenham em
que apenas estabelecem principlos
si mesmas os elementos suflcientes para
não se podem executar enquanto
a execução das medidas que promovem.
uma lei não as tomar executáveis,
Habitualmente pertencem a êste gênero
organizando-lhes êsse mecanismo de
os artigos que se referem à organização
que a Constttuição. no seu texto. as
federal e à definição e atribuições dos
deixou destituldas."
mais altos podêres políticos do Estado.
No sentido restrito são sempre consi- Na COnstituição de 1946, conforme ti-
deradas auto-aplicáveis, segundo a llção ve ocasião de recordar, numerosas são
de Rui Barbosa, as disposições constitu- as determinações incapazes de se faze-
cionais que versem sôbre os seguintes as- rem executar por si mesmas. Ma~, por
suntos: mais variados que sejam êstes princl-
pios, pertencem todos a um mesmo cor-
1.0} Ai; proibitivas, porque, como ad-
po que é a Constitulçào Federal. Eis
verte Rui, "a norma proibitiva
porque o trabalho de elaboração legis-
encerra em si mesma tudo quan-
lativa, visando a transformação de tais
to se há mister para que desde
prlnciplos em leis, deve obedecer ao cri-
iogo se tome obrigatória a proi-
tério da homogeneidade. Se estudar em
hição, embora a sanção contra o
conjunto as leis que se fazem necessá-
ato que a violar ainda não es-
rias, o Poder Legislativo estará apare-
teJa deflnlda".
lhando o Pais com um sistema coerente
2.°) Ai; declaratórias de direitos, por- de normas Indispensáveis, sistema ela-
que. sempre ainda nas palavras borado sob as mesmag Influencias histó-
de Rui, "a deciaração de um di- ricas, os mesmos ideais polítieos que re-
reito Individual pela Constitui- geram a criação da Lei Magna cujo apri-
ção importa na imediata aqui- moramento se procura. O atual Poder
sição do direito assegurado e na Legislativo é mais do que indicado pa-
proibição aos particulares c às ra esta alta função, visto que foi éle
autoridades de o violarem". próprio, na sua fase COnstituinte, que
3.0 } Ai; que contêm Isenções fiscais criou a COnstituição. Estará, portanto,
expressamente declaradas, mes- em condições excepcionais para comple-
mo que a lei fiscal ordinária tá-la sem lhe desvirtuar o espírito de
não tenha ainda disposto sôbre Que é autêntico intérprete.
o assunto.
Aspectos da nossa evolução
DIsposições não apUcávels eonstit ucjonal
automàticamente
A primeira Constituição republlcana
COoley, na obra citada, assim se ex- era uma lei de caráter marcadamente
pressa sõbre a caracterização das dispo- político, no sentido menos extenso da
sições constitucionais que exigem com- expressão. Sua preocupação dominante
plemento legal: foi a de organizar o aparelho do Estado
"Uma provisão constitucional não é no que conceme ao estabelecimento, à
auto-executável quando Indica slm- definição e às atribuições dos podércs
piesmente princípios. sem estabele- polltlcos, isto é. dos podéres públicos to-
cer regras por melo das quais a éstes mados na sua estrutura mais formal do
princlplos possa ser atribuida fô~a que substancial, mais está.tica do Que dl-
de leL" námica, operativa ou social. Devemos.
148 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
aliás, reconhecer que, nas condições his- da organização do Estado. Ê por isto
tóricas mundiais e nacionais que cer- Que a Constituição de 1934, seguindo
caram o advento da Constituição de mais ou menos a ordem adotada pela
1891, o problema brasileiro era também sua antecessora na disposição dos assun-
predominantemente político. A Consti- tos relativos à organização política,
tuição estava, pois, plenamente de acor- acrescenta ao texto vários títulos novos,
do com a sua época. Mas as épocas mu- de que aquela não cogitou, referentes
dam. Por Isto a prática da Constituição aos grandes problemas humanos em que
de 1891 foi, aos poucos, lhe desvendando a ação do Estado moderno se faz sentir
os pontos vulneráveis. A princípio êstes com intensidade cada vez maior.
pontos foram todos de ordem política, e
A Constituição de 1946 é feita no mo-
diziam respeito a situações formais, co-
dêlo da de 1934, com algumas coisas
mo o estado de sítio, a intervenção nos
melhores e outras piores. Entre as me-
Estados, a temporariedade dos manda-
lhores salienta-se a supressão do Poder
tos eletivos não federais. Porém, sob a
Legislativo classista, experiência fascis-
pressão de acontecimentos históricos
tizante bem característica da confusa
que abalaram o mundo, sobretudo a par-
mentalidade política da época que ficou
tir da primeira grande guerra, outros
entre as duas guerras mundiais. Entre
problemas, êstes de ordem econômico-
as coisas piores pode ser citada a supres-
social, foram se erguendo para os exege-
são da delegação de podêres, tal como
tas da Constltuiçào. Daí os têrmos da
se encontra redigida. conseqüência tal-
reforma de 1926 que, ao lado de altera-
vez de um demasiado escrúpulo na de-
ções de cunho político. como a que se
fesa do Legislativo. De Qualquer forma,
referia à intervenção nos Estados (art.
tomada em conjunto, a Carta Vigente é
6,°), introduziu outras que procuravam
desenvolvimento histórico da Que foi vo-
disciplinar situaçôes de caráter econô-
tada em seguida á Revolução de 1930,
mico ou social, como a Que modificou
podendo-se mesmo considerá-la como a
o regime de propriedade das mlnas (art,
expressão apurada das tendências poli-
72, § 171, a que previu uma legislação
tico-sociais daquele movimento. as Quais
especial para o trabalho. (art. 34, núme-
podem ser resumidas na expressão "li-
ro 28 \. ou a que deu ao govêrno autori-
beralismo do século XX". Isto é, libera-
dade para intervir no livre jôgo das fôr-
lismo que visa não somente à liberdade
ças econômicas (art. 34, n.o 5). Basta
política, mas também à libertação eco-
considerarmos estas duas emendas pre-
nômica e social das grandes massas.
paratórias da legislação trabalhista e da
economia dirigida. para se ver como a
A Constituição de 1946 e as leis
mutação dos tempos tinha tornado im~
complementares
pcriosa a evolução do nosso Estatuto
Básico de maneira que assombraria ao Sem o intuito de estudar pormenoriza-
pensamento liberal e à c.rtodoxia contis- damente o assunto. e apenas para for-
ta dos homens de 1891 necer ao Plenario uma idéía mais con-
Estas alterações nio impediram que a creta dos motivos Que favorecem a cria-
Carta de 18n COllservaSse seus linea- ção de uma Comissão Especial de Leis
mentos gerais marcadamente políticos. Complementares da Constituição, indi-
A revolução de 1930, cujos Jundamentos
carei a seguir alguns aspectos mais rek-
econórnicos e SOClalS ainda nao foram vantes do problema, tal como se aprf'-
bem estudados, é que velo fixar, na senta na Constituição de 1946.
Constituição que engendrou. a multipli- O Titulo I, destinado à Organizaç:lo
Cidade dos novos interesses nacionals, Federal, embora com os seus 123 artigos
quc exigiam expressão c dcfesn. df'ntro contenha mais da metade da Constitui-
JANEIRO A MARÇO - 1968 149
Santos Novaes, Flávio Guimarães e Apo- ráter analítico das codificações leglsla-
lônio Sales. Uvas. São, como se sabe, largas sínteses,
sumas de princípios gerais, onde, por via
Na Câmara foram nomeados para in-
de regra, só se encontra o substractum
tegrar a comissão:
de cada instituição nas suas normas do-
Acurclo Torres, Agamenon Magalhães, minantes, a estrutura de cada uma re-
Benedito Valladares, Bastos Tavares, duzida, as mais das vêzes, a uma carac-
Gustavo Capanema, Lameira Bitten- teristica, a uma Indicação, a um traço.
court, Leite Neto, Souza Costa, Vieira de Ao legislador cumpre, ordinàriamente,
Mello, Alde SampaIo, Alencar Araripe, revestir-lhes a ossatura delineada, im-
Afonso Arinos, Argemiro de Figueiredo, por-lhes o organismo adequado, ou dar-
Luiz Vianna, Plinio Barreto, Bertho Con- lhes capacidade de ação".
dê, Gurgel do Amaral, Hermes Lima,
E os comentadores da constituição de
Deodoro de Mendonça, Raul Pilla e Car-
91, inclusive Rui, aceitaram como defi-
los Campos.
nição de lei orgânica a dada por Domin-
Na primeira reuniâo da Comissão, em gos Vieira, em seu "Dicionário", nestes
10 de setembro de 1947, foram e~eitos têrmos: Leis Orgânicas são as que têm
por aclamação os Senhores Cirilo Jr. e por objeto regular o modo e a ação das
Ferreira de Souza para ocuparem, res- instituições ou estabelecimentos, cujo
pectivamente. os cargos de Presidente e princípio foi consagrado por uma lei
Vice-Presidente do novo órgão parla- precedente.
mentar. Duguit, porém, define com precisio
Por proposta do Sr. Presidente foi, na- absoluta: "Leis orgânicas são tôdas as
quela data, constituída uma subcomis- leis Que criam os órgãos de Estado e que
são destinada a elaborar o plano dos lhes fixam a estrutura". E continua: "Es-
trabalhos integrada pelos Senadores ta categoria compreende não somente as
Waldemar Pedrosa e Atílio Vivaqua e leis constitucionais rigidas, mas também
Deputados Joao Mangabeira, Afonso Ari- as de organização política, administra-
nos e Gustavo Capanema. tiva e judiciária", E pouco depois: "A lei
orgânica é uma lei material, embora não
Na qualidade de Relator desta subco-
contenha verdadeiramente um coman-
missão. o Sr. Joio Mangabeira apresen-
do; ela é imperativa porque tem por fim
tou em 22 de setembro do mesmo ano
o seguinte Parecer: organizar o Estado de Direito, isto é, dar
ao Estado a organização que pareça de-
"Antes de tudo deve a Comissão fixar ver garantir, nas melhores condições
os limites de sua competência, definindo possíveis, o cumprimento pelo Estado
o que são "leis complementares da Cons- das obrigações Que lhe impõe a regra de
tituição." direito".
Nas Constituições de 1891 e de 1934 Eis aí a definição e o conceito de lei
atribuía-se expressamente ao Poder Le- orgânica formulados por um dos maiores
gislativo "decretar leis orgânicas para a constltuclonalistas de todos os tempos.
completa execuçao da Constituição". A
Assim, dentro do nosso regime consti-
disposição era evidentemente supérflua,
tucional, lei orgânica será, por exemplo,
pois ainda quando assim não se houves~
a que, nos têrmos do § 2° do art. 99 da
se declarado, óbvio que tal faculdade im-
Constituição, estabelecer o modo por que
plicitamente se continha no poder geral
se procederá à eleição do Presidente e
de legislar.
Vice-Presidente, quando ambos os car-
É que "as constituições - diz Rui em gos vagarem, na segunda metade do pe-
Ação Cível Originária -, "nao têm o ca- ríodo presidencial; ou a que, em obe-
JANEIRO A MARÇO - 1968 153
visão dos juristas de então, de qualquer nos casos previstos em lei comple-
complementação especial. mentar."
Foi esta. aliás, a redação mais próxi-
••• ma da consagrada na Carta Magna:
No Projeto da Nova Constituição inú- "Art. 8.° - Compete à União:
meros dispositivos referiam-se expressa- 1- .
mente à legislação complementar. • •••.••. ,., •.•.•..••. " • . • • • • ·1
Assim está expresso no art. 3.° do Pro- V - permitir, nos casos previstos
jeto: em lei complementar. que for-
"A criação de novos Estados e Terri- ças estrangeiras transltem pe-
tórios, assim corno a alteração das lo território nacional ou nêle
respectivas áreas, somente poderá permaneçam temporàriamen-
ser feita por lei complementar." te."
Embora o artigo tenha sido objeto de Estabelecia o § 2. 0 do art. 14 do Pro-
emendas, não foi, entretanto, por elas jeto:
atingido no tocante à legislação comple- "Lei Federal estabelecerá os requi-
mentar. Manteve o art. 3.0 a exigência sitos mínimos de população e renda
do projeto conforme se lê na Carta de pública e a fórmula de consulta
1967: prévia às populações locais, para a
criação de novos Municípios."
"Art. 3.° - A criação de novos Es-
tados e Territórios dependerá de lei Esclarecendo que "o objetivo da nor-
complementar." ma é evitar a reprodução de excessos e
abusos na criação de Municípios", o Se-
O Item V do artigo 8.° do Projeto, ao
nador Josaphat Marinho, ficou o art. 14
estabelecer a competência da União pa-
ra "permitir que fôrças estrangeiras "Como se trata, porém, de restrição
transitem pelo território nacional ou nê- a faculdades próprias de podêres
le permaneçam transitoriamente", não constitucionais do Estado-Membro,
mencionava, como faz a Constituição é de tôda conveniência que a leí pre-
expressamente, a utilização de lei com- vista seja de caráter complementar,
plementar. nos têrmos do art. 52."
É esta a j ustlficação do parlamentar
Foram as emendas de números 787, de
baiano para a emenda de sua autoria,
autoria do Senador Manoel VUlaça, e.
que recebeu o número 454 e que deter-
especialmente, 843, de autoria do Sena-
mina:
dor Wilson Gonçalves que IntroduzIram
no texto constItucIonal as expressões "Ao art. lf, ~ 2,0
"Lei complementar". Onde se diz:
Reza a Emenda n.O 787: "lei federal".
diga-se:
"Art. 8. 0
- Inciso V
"lei complementar"."
Acrescente-se in fine:
Aprovada a emenda de autoria do Se-
"na conformidade das hipóteses
nador Josaphat Marinho, ficou o art. 14
reguladas na lei complementar." da Constituição assim redigido:
Estabelece a Emenda n.o 843 ao tratar "Lei complementar estabelecerá os
do inciso V do art. 8°: requisitos mínimos de população e
"permItir que fôrças estrangeIras renda pública e a forma de consulta
transitem pelo territórIo nacIonal ou prévIa às populações locais, para a
nêle permaneçam temporàriamente crIação de novos Municipios."
JANEIRO A MARço - 1968 '57
estabelecer Que os mesmos seriam regu- Com tal acréscimo foi aprovado o § 1.°
lados por lei complementar. Não foi al- do art. 118 da Carta Magna.
terada a redação e a materIa assim apa- Foi a Emenda D.O 848, de autorIa do
rece no § 3.° do art. 76: Senador Eurico Rezende Que Instituiu
"A composição e o funcionamento do maIs um caso de uso de lei complemen-
colégio serão regulados em lei com· tar à Constituição:
plementar." "Adite-se ao art. 157 o seguInte pa-
Estabeleceu o § 2.° do art. 77 do Pro- rágrafo:
jeto: "§ 9.° - A União, mediante lei com-
"O Vice-Presidente da República, plementar, poderá estabelecer re-
tendo sómente voto de qualldade, giões metropolitanas, consUtuldas
exercerá as funções de Presidente do por munlc1pios que, Independente-
Congresso Nacional, e outras que lhe mente de sua vinculação administra-
forem conferidas em lei complemen- tiva, Integrem a mesma comunida-
tar." de sócio-econômica, visando à reaH-
zação de serviços de interêsse co-
Foi mantida a redação no que diz res- mum."
peito a parte llnal do dispositivo no § 2.°
do art. 79 da Lei maior. Foi essa a redação do § 10 do art. 157
da Constituição.
O § 4.° do art. 114 do Projeto estabe-
lecia: "A lei complementar poderá estabc-
mencionada no art. 148 do texto cons-
"A lei complementar poderá criar tltucional:
outros tribunais de Recursos, fixan-
do-lhes sede e Jurisdição." "A leI complementar poderá estabe-
lecer outros casos de InelegiblUdade vi-
A Constituição, entretanto, foi mais sando a preservação
detalhada:
I - do regime democrático;
"Art. 116 - .
11 - da probidade administra-
~ 1.° - "A lei complementar poderá tiva;
criar mais dois Tribunais FederaIs
de Recursos, um no Estado de Per- 111 - da normalidade e legimI-
nambuco e outro no Estado de São dade das eleições contra o
Paulo. fixando-lhes a jurisdição e abuso do poder econômico
menor número de Ministros, cuja es- e do exerciclo dos cargos
colha se fará com o mesmo critério ou funções públicas."
mencionado neste artigo." Tal redação é a mesma do art. 147 do
O § 1.0 do art. 116 da Proposição esta-
projeto.
belecIa: ~, portanto, a seguinte a relação de
Recebeu a proposta na Câmara dos lação de área a ser abrangida pelo ter-
Deputados a designação de Proj eto de ritório do município a ser criado.
Lei Complementar nY 26, de 1967, e é o § 1.° - Somente poderão votar os
seguinte o seu teor: alfabetizados, maiores de 18 anos, elei-
O Congresso Nacional decreta: tores há mais de dois anos da data do
plebiscito, na área a ser desanexada ou
Art. 1.° - Nenhum município será
desmembrada.
criado sem o preenchimento dos seguin-
tes requisitos minimos: li 2.° - A Justiça Eleitoral regulará
através de instruções, o processo de vo-
I - Quanto à população:
tação, observadas, no que forem cabíveis,
a) número de habitantes superior a as disposições da legislação eleitoral.
dez mil ou não inferior a cinco
§ 3.° - Na forma da legislação elei-
milésimos da população total do
toral serão apurados os votos procla-
Estado;
mando-se o resultado da votação que
b) número de eleitores não inferior decidirá da criação, ou não, do muni-
a dez por cento dos habitantes cípio.
locais;
§ 4.° - Se a votação fôr favorável
c) densidade populacional mínima
à criação do municipio, as eleições para
na área territorial considerada,
preenchimento dos cargos eletivos deve-
de cinco habitantes por quilôme-
rão ser convocadas no prazo minimo de
tro quadrado, além de um centro
180 dias, contados da data da proclama-
urbano já constituído;
ção do resultado da consulta plebisci-
11 - Quanto à renda pública: tária.
a) terem sido arrecadados no terri- li 5.° - Se a votação fôr contrária
tório do município a ser cria- à criação do município será considerada
do, cinco milésimos no mínimo inexistente a lei estadual que deter-
dos impostos estaduais, calcula- minou a sua criação e que deu origem
dos com base no ano fiscal ante- à consulta.
rior; § 6.° - As Assembléias estaduais só
b) previsão de renda própria corres- poderão dispor sôbre as respectivas or-
pondente, no mínimo, a cInqüen- ganizações territoriais de quatro em qua-
ta por cento da despesa anual tro anOS.
provável, necessária à manuten- § 7.° - Na fixação do prazo do pri-
ção de :-viços públicos muni- meiro mandato eletivo deverão ser ob-
cipais,. se computando, para servados os dispositivos da ConstituIção
efeito do cálcl:' , as receitas pre- Federal, que detenninam a simultanei-
vistas nos arts. 24, § 7.°, 25, § 1.0, dade dos pleitos eleitorais e a coinci-
26, 27 e 28 da Constituição. dência de mandatos.
Parágrafo único - O Instituto Brasi- Art. 3.° - Salvo no que depender da
leiro de Geografia e Estatística apro- competência dos Estados, a fusão de dois
vará os requisitos do inciso I dêste artigo ou mais municipios obedecerá apenas o
e o Tribunal de Contas do Estado os es- que prescreveram as leis ou resoluções
tabelecidos no inciso 11. legislativas mUnicipais pertinentes, sen-
Art. 2.° - A criação de municípios, do, entretanto, obrigatórIa a consulta à
por desmembramento ou desanexação, população dos municípios abrangidos
será precedida de consulta, através de pela medida, aplicando-se na que couber
consulta individual e secreta, à popu- os n 1.° a 7.° do artigo 2.° anterior.
JANIIRO A MARço - 1968 165
Vereadores dentro dos limites e critérios tes, dois terços, e nas ou-
rtxados nesta Lei. tras Capitais, metade.
Art. 2.° - A remuneração dlvidlr-se-á Art, •.0 - Para efeIto do disposto no
em parte fixa e variável e será estabe- artigo anterior, os subsidlos dos Depu-
lecida no tlnal de cada legislatura, para tados às Assembléias Legislativas dos
vigorar na subseqüente. Estados serão os rtxados em resolução
§ 1.° - ~ vedado o pagamento de que respeite a proibição expressa no
qualquer outra vantagem pecuniária em art. 13, VI, da ConstItuição Federal.
razão do mandato, inclusive ajuda de § 1.° - As Câmaras Municipais, que
custo, representação e gratificações. se instalarem pela primeira vez, e as
§ 2.° - A parte variável da remu- que ainda não tiverem tlxado a remu-
neração não será Inferior à fixa e cor- neração de seus Vereadores, poderão de-
responderá às sessões a que comparecer terminá-Ia para a legislatura em curso,
o Vereador, não podendo ser paga mais dentro dos limites e critérios fixados
de uma por dia. nesta Lei.
li 3.° - Durante a legislatura não § 2,° - Ficará prorrogada para a
se poderá elevar a remuneração a qual- legislatura seguinte a vigência da remu-
quer titulo. neração que não fôr alterada antes do
término da anterior.
Art. 3.° - A remuneração dos Verea-
dores não ultrapassará, no seu total, às Art. 5.° - A população do Munlclpl0
seguintes proporções com relação aos será aquela estimada pela Fundação
subsidias atribuidos aos Deputados à As- Instituto BraslIelro de Geografia e Es-
sembléia Legislativa do respectivo Es- tatística (IBGE), que fornecerá, por cer~
tado, excluida a remuneração das sessões tldão, os dados às Câmaras interessa-
extraord Inárlas: das.
I - nos Munic1plos com popu- Art. 6,° - A despesa com a remune-
lação de mais de 100.000 ração dos Vereadores não poderá. ultra-
(cem mm até 300.000 (tre- passar, anualmente, de 3% (três por
zentos mU) habitantes, um cento) da arrecadação orçamentária do
quarto; respecttvo Munlciplo, realizada no exer-
cicio Imediatamente anterior.
11 - nos Munlclplos com popu-
lação de mais de 300 000 Parágrafo único - Se a fixação da
{trezentos ml1l até 500.000 remuneração nos llmites previstos nesta
(quinhentos mil) habitan- Lei importar despesa superior à estabe-
tes, um terço; lecida, será ela reduzida quanto baste
para não exceder a percentagem de que
111 - nos MunIclplos com pôpu-
trata éste artigo.
lação de mais de 500 000
(quinhentos mil) até ..... Art. '7.0 - Será considerado serviço
1.000.000 (hum mt1hão) de público relevante o exercicio gratuito do
habitantes, metade; mandaw de Vereador.
IV - noS Munlclplos com popu- Art. 8.° - A presente Lei Comple-
lação superior ai. 000 .000 mentar entra em vigor na data de sua
(hum milhão) de habitan- publlcação .
tes, dois terços; Art. 9.° - Revogam-se as dlsposlçõcs
V- nas Capitais com popula- em contrário.
ção superior a I .000.000 Brasília, 29 de novembro de 1967; 146.°
(hum milhão) de habltan- da Independência e 79. 0 da República.
172 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
elaborados planos nacionais, observadas três anos, será. elaborado sob a forma
as regras estabelecidas nesta Lei. de orçamento-programa e conterá:
Art. 2.° - Entende-se por Plano Na- I - os programas s e t o r i a i s ,
cional o conjunto de decisões harmôni- seus subprogramas e proje-
cas destinadas a alcançar, no período tos e o respectivo custo,
fixado, determinado estágio de desen- especificados os recursos
volvimento econômico e social. anualmente destinados à
sua execução;
~ 1.° - O Plano Nacional será apre-
11 - os programas setoriais de-
sentado sob a forma de diretrizes geraís
terminarão os objetivos a
e dele constarão as definições básicas
ser atingidos em sua exe-
adotadas, os elementos de informação
cução.
que as justificarem e a determInação dos
objetivos globais pretendidos. Art. 7.° - O Orçamento Plurianual
de Investimentos indicará os recursos
li 2.° - O Plano Nacional deverá orçamentários e extra-orçamentários ne-
indicar as decisões alternativas que po- cessários à reallzação dos programas,
derão ser adotadas durante sua exe- sub programas e projetos, inclusive os fl-
cução, a fim de que o resultado final nanciamentos contratados ou previstos,
seja efetivamente alcançado. de origem interna ou externa.
Art. 3.° - O Poder Executivo elabo- Art. 8.° - ... Vetado ".
rará Planos Nacionais Qüinqüenais, que
Parágrafo único - ... Vetado
serão submetidos à deliberação do Con-
selho Nacional até o dia 1.0 de março Art. 9.° - O Poder Executivo, através
do ano imediatamente anterior ao tér- de proposição devidamente justiflcada e
mino do Plano Nacional que estiver em acompanhada de relatório sôbre a fase
vigor. executada, poderá, anualmente, solicitar
ao Congresso Nacional seja reajustado
li 1.° - O Congresso Nacional apre- o Orçamento Plurianual de Investimen-
ciará cada Plano Nacional no prazo de tos, compreendendo:
120 dias.
a) Inclusão de novos projetos;
!'l 2.° - Esgotado o prazo no pará-
grafo anterior, sem deliberação, a ma- b) alteração dos existentes;
téria será considerada aprovada. c) exclusão dos não-Inlclados, com-
provadamente inoportunos ou In-
!'\ 3.°- Vetado
convenientes; e
Art. 4.° - Em decorrência do Plano d) retificação dos valôres das des-
Nacional. os projetos a serem executa- pesas previstas.
dos, sob a responsabilidade do Poder
Público, serão ordenados em programas § 1.0 - O reajustamento far-se-á
setoriais e regionais. pelo acréscimo de um exercício, desde
que não ultrapasse o periodo de vigência
ArL 5.° - O Orçamento Plurianual de do Plano Nacional Qüinqüenal a que se
Investimentos é a expressão financeira refere.
dos programas setoriais regionais, con-
sideradas, exc1usivam('nte. as despesas § 2.° - Os projetos a que se refere
de capital. êste artigo estão sujeitos às mesmas nor-
mas de procedimento aplicáveis aos pro-
Art. 6.° - O Orçamento Plurianual de jetos de Orçamento Plurianual de Inves-
Investimentos, que abrangerá período de timentos.
JANEIRO Â MARÇO- 1968 175
Também sôbre isenção tributária fo- Projeto de Lei Complementar n.o 40,
ram apresentados na Câmara diversos de 1967, de autoria do Sr. Alípio de Car-
projetos de Leis Complementares, cate- valho, que "isenta de tributos as pro-
goria, que nem sempre coaduna-se per- priedades das entidades esportivas". Ver
feitamente com a natureza da matéria D .C. N. (Seção 1), de 29 de novembro de
proposta, porquanto versam algumas das
1967, página 8.286.
proposições sôbre matéria da legislação
ordinária. Projeto de Lei Complementar n.o 42,
São os seguintes os projetos em tela: de 1968, de autoria do Sr. Paulo Abreu,
Projeto de Lei Complementar n.o 17, que "isenta de impostos e taxas federais,
de 1967, de autoria do Sr. Gabriel Her- estaduais e municipais, as Sociedades
mes, que "Isenta de tributos as socieda- Cooperativas de "Seguro-Saúde", e dá
des de economia mista, de âmbito esta- outras providências". A Comissão de
dual, estabelecidas na Região Amazô- Constituição e Justiça da Càmara dos
nica para explorar a distribuição de Deputados manifestou-se pela inconsti-
energia elétrica". Ver D. C. N. (Seção tucionalidade da proposta, que contraria
I), de 8 de junho de 1967, página 3.023. o art. 150, § 1.0, da Carta Política do
País. Ver D.C.N. (Seção n, de 31 de
Projeto de Lei Complementar n.o 14, janeiro de 196B, página 449 e de 15 de
de 1967, de autoria do Sr. João Menezes, março de 1968, págína 390.
que "isenta de tributos a Companhia
Hidrelétrica de Boa Esf:leranç.a (CQHE- Projeto de Lei Complementar n.O 43,
BE), a Companhia de Eletrificação Ru- de 1968, de autoria do Sr. Alberto Costa,
ral do Nordeste (CERNE) e as sociedades que "isenta de tributos a compra de ouro
de economia mista, de âmbito estadual, pelo Ministério da Fazenda, e dá outras
organizadas para explorar a distribuição providências". Ver D. C. N. (Seção n,
de 8 de fevereiro de 1968, página 666.
de energia elétrica nas áreas de atuação
da SUDENE e SUDAM", Q projeto rece- Excetuando os Projetos de Lei Com-
beu parecer da Comissão de Constituiçáo plementar n.a 14, de 1967 e 42, de 196B,
e Justiça pela constitucionalidade, com todos os demais, aguardam, ainda, o pro-
substitutivo. As Comissões de Economia nunciamento das Comissões competen-
e Finanças pronunciaram-se favoràvel- tes.
mente ao substitutivo de autoria daque-
Além do Projeto de Lei Complementar
le órgão técnico da Câmara. Ver D.e.N.
n. 17, de 1967, duas outras proposições
O
(Seção Il, de 31 de maio de 1967, página
da mesma natureza versam sôbre a Re-
2.735 e de 31 de outubro de 1967, página
gião Amazônica:
7.148.
Projeto de Lei Complementar D.o 39, Projeto de Lei Complementar n. O 19,
de 1967, de autoria do Sr. Padre Vieira, de 1967, de autoria do Sr. Haroldo Car-
que "isenta de tributos as propriedades valho, que "estende à Região Amazônica
rurais de baixa produtividade". Ver os incentivos, favores creditícios e de-
D.e.N. (Seção Il, de 29 de novembro mais vantagens concedidas pela legisla-
de 1967, página 8.283 ção à Região Nordeste do Brasil". Ver
JANEIRO' Â MARço - 196' 179
finir o que seja "região metropoli- lho, que concede às empresas agrícolas
tana", não poderá o legislador fe- e industriais o direito de complementar
deral criar regiões metropolitanas." até 70% o crédito fiscal correspondente
Ver D.C.N. (Seção n, de 23 de se- às mercadorias entradas nos respectivos
tembro de 1967, página 5.805. estabelecimentos". Ver D. C.N. (Seção
I), de 27 de setembro de 1967, página
Além das proposições já mencionadas
5.890. A Comissão de Constituição e Jus-
encontram-se em tramitação na Câmara
tiça da Câmara dos Deputados, em pa-
dos Deputados os seguintes projetos:
recer publicado no D, C.N. (Seção I), de
Projeto de Lei Complementar n.o 16, 20 de janeiro de 1968, página 139, pro-
de 1967, de autoria do Sr. Cunha Bueno, nunciou-se pela inconstitucionalidade do
que "regulamenta os parágrafos 2.° e 3° projeto, Que fere a norma constante do
do art. 161 da Constituição Federal". A § 4.° do art. 24 da Constituição do Brasil.
proposição refere-se à indenização a ser
Projeto de Lei Complementar n.o 30,
paga ao proprietário do solo no caso de
de 1967, de autoria do Sr. Osmar Dutra,
exploração de minas e jazidas por parte
que "complementa o item IlI, do art. 4°
do Estado. Ver D.C.N. (Seção n, de 7
da Constituição do Brasil, definindo a
de junho de lS67, página 2.977.
plataforma submarina". Ver D.C.N.
Projeto de Lei Complementar n.o 22, (Seção 1), de 27 de setembro de 1967,
de 1967, de autoria do Sr. José Penedo, página 5.890.
que "fixa as alíquotas máximas do im- Projeto de Lei Complementar n.o 33,
pósto de propriedade predial e territo- de 1967, que "revoga o art. 4,° do Ato
rial urbana". Ver D. C N. (Seção I), de
Complementar n.O 36, de 13 de março de
15 de agôsto de 1967, página 4.453. A
1967". Essa proposição, de autoria do
Comissão de Constituição e Justiça da Sr. Adhemar Filho encontra-se publi-
Càmara dos Deputados pronunciou-se cada no D.C.N. (Seção 1), de 6 de outu-
pela inconstitucionalidade (art. 97 da bro de 1967, página 6.331.
Constituição) da proposta conforme se
Projeto de Lei Complementar n,o 37,
lê no Diário do Congresso Nacional (Se-
de 1967, de autoria do Sr. Floriano Ru-
ção 1), de 19 de setembro de 1967, página
bim, Que "dispõe sóbre a criação .de no-
5.573.
vos Estados e Territórios, e dá outras
Projeto de Lei Complementar n.o 24, providências", Ver D.C.N. (Seção n,
de 1967, de autoria do Sr. Montenegro de 29 de novembro de 1967, página 8.281.
Duarte, que "dispõe sôbre os juízes clas-
Projeto de Lei Complementar n.o 41,
sistas temporários, referidos no art. 133
de 1967, de autoria do Sr. Lacôrte Vltale,
da Constituição, alterando a redação dos
que "complementa o inciso II do art. 101,
arts. 663, 668 e 693 da Consolidação das
da Constituição Federal, facultando a
Leis do Trabalho". Ver D.C.N. (Seção
aposentadoria do funcionário público
1), de 29 de agôsto de 1967, página 4.892.
com 3D ou mais anos de serviço". Ver
Projeto de Lei Complementar n.o 29, D.C.N. (Seção I), de 18 de janeiro de
de 1967, de autoria do Sr. Adhemar Fi- 1968, página 19.
ARQUIVO
Tratado de Aliança
(Brasil- Argentina - Uruguai)
de 1. o de maio de 1865
RMatora
Diretoria de InlormlU;óo Legis!ativa
No e.no de 1865 a Guerra do Paraguai en- paraguaio, limitado com csta, o comando
seJou a asslnatura de um Tratado de Alian- em chefe e dlreçAo dos exércitos aliados fi-
ça entre o Brasll, a República Argentina c cariam subordinados à República Argenl1na.
a Republlca Oriental do Urogual. Convencidas as partes contratantes de que
Os dois primeiros pa1ses estavam em gucr- não mudaria o terreno das operações de
ra com o Paraguai, sendo que o Uruguai guerra, para salvar os direitos soberanos das
estava cm estado (fc host111dade por ver três nações, flnnavam o principio de reci-
ameaçada sua 6egurança Interna e pela vio- procidade para o comando em chefe. caso
lação de tratados Internacionais. as operações traspassassem para. território
O Tratado de Aliança - ofensiva e defen- brasllelro ou oriental.
siva - teve como plenlpotenclárl06 escolhi- Detennlnava o Trnl.ado que as fOrças ma-
dos pelo Imperador do Brasil: nUmas aliadas ficariam sob o comando do
Francisco Octavlano de Almeida Rosa c Almirante Tam~ndaré c que as fOrças ter-
seu Conselho; restres do Brasil fonnarlam um exército sob
pelo Presidente da RepubUca Ar'ljenUna: as ordens do Gencral-Brlgadelro Me.noel
Dom Ruflno Ellzalde, seu Ministro e Se- Luis OSório.
cretárIo de Estado dos Negócios Estran- As fOrças terrestres da República Oriental
geiros; do Uruguai. uma DivisA0 de fOrças brasi-
pelo Govcrnador Provisório da Repú- leiras e outra de fOrças argentinas dcverlam
blica Oriental do Uruguai: fonnar exército sob ordens imediatas do
Dom Carlos de Castro, 6eU Ministro e Governador Prov1sórlo do UruguaI. Gene-
secretArio de Estado dos Negócios Es- ral-Brigadeiro Venâncio FlOres.
trangeiros . A ordem e economia m!lltar dos exércitos
Concorrendo com todos os meios dc guer· aUados dependeriam unicamente de seus
ra de que pudessem dispor em terra ou rios próprios chefes. enquanto 8S despesas de
que julltasscm necessários. dispunha o Tra- sOldo, subsistência. munlçio de guerra. ar·
tado que. começando operaçio de guerra na mamento. vestuário e meios de mobilização
Republlca Al'!entlna ou parte do Território das tropas aliadas 6erlam feitas à custa dos
182 REVISTA DE ..... FORMAÇÁO LEGISLATIVA
-------
respectivos Estados, prestando-se mutua- Paraguai pela guerra em que se viu obriga-
mente as Partes Contratantes todos os au- do a entrar para defender SUII. segurança
xflios ou elementos de guerra. ameaçada.
Os aliados se comprometeriam a não de- Quanto às questóes de limites, parll. evi-
por as armas senão de comum acõrdo, SÓ- tar dissençóes de guerra, flcaria estabeleci-
mente depois de derrubada a autoridade do do que os aliados exigissem do Govêrno do
então atual Govêrno do Par~ai, bem como Paraguai que fôsse celebrado com os res-
não negociar separadamente com o inimigo pectivos Governos tratados definitivos de
comum. Além disso, não celebrariam Trata- limites, sob as seguintes bases:
dos de Paz, trégua ou armistício, nem Con- O Império do Bl'ull se dividiria da Re-
venção alguma para suspender ou flndar a pública do Paraguai:
guerra, a não ser em conjunto. - Do lado do Paraná pelo primeiro rio
Não sendo a guerra contra o povo do abaiXo do Salto das sete Quedas IIgu-
Paraguai e sim contra seu Governo, os alia- rey) ;
dos poderiam admitir em uma legião pa- - do lado da margem esquerda do Pa-
raguaia os cidadãos dessa nacionalidade que raguai, pelo rio Apa;
quisessem concorrer para derrubar o Go- - no interior, pelos cursos do serrado
vêrno daquele Pais e lhes dariam os ele- Maracaju, sendo as vertentes de Leste
mentos necessários para tal. do Brasil e as de Deste do Paraguai,
Obrlgar-se-iam os aliados Igualmente a e tirando-se da mesma serra as mais
respeitar a independência, soberania e In- retas em direção às nascentes do Apa e
tegridade territorial da República do Para- do Igurey.
guai, podendo o povo paraguaio escolher o A República Al'gentina se dividiria da
Govêrno e instituições que lhe aprouvessem, República do Paraguai:
mas não podendo incorporar-se a nenhum - pelos rios Paraná e Paraguai a en-
dos aliados e nem pedir o seu protetorado contrar os limites com o Império do
em conseqüência da guerra. Brasil, sendo estes do lado da margem
As franqUias, privilégios ou concessões que direita do rio Paraguai à Bala Negra.
obtivessem do Govêrno do Paraguai seriam Os aliad05 se garantiriam reciprocamente
comuns às partes contratantes. o fiel cumprimento dos convenios, ajustes e
Derribado o Governo paraguaio, os aHa- tratados que se devessem celebrar com o
dos fariam os ajustes necessários com a au- Govêrno a estabelecer-se na Repúbllca do
toridade que aI! se constituísse para asse- Paraguai, para isto envldando todos os es-
gurar livre navegação dos rios Paraná e Pa- forços.
raguai, de maneira que os regulamentQs e O Tratado de Aliança se conservaria se-
leis daquela República não pudessem estor- creto até a consecução do flm principal da
var, entorpecer ou· onerar o trânsito e a Aliança, sendo as resoluçôes que não de-
navegação direta dos navios mercantes e de pendessem de aprovação legislativa postas
guerra dos Estados aliados, dirigindo-se para em prática imediatamente e as outras, após
seus territórios respectivos ou para territó- quarenta dias contados da data do Tratado.
rios que não pertencessem ao ParaguaI. Pa-
ra isto seriam tomadas as garantias conve- O Tratado de Aliança foi assinado em
nientes para efetividade dos ajustes à base Buenos Aires, em 1.G de maia de 1865.
de que os regulamentos de polícia fluvial Finda a Guerra do Paraguai, tratou-se do
para os dois rios referidos e para o riO Uru- problema de fronteiras.
guai fõssem feitos de comum acôrdo entre
os aliados. A fronteira do Brasil com o Paraguai
foi definida pelo Tratado de 1872, que criou
Os aliados reservar-se-iam combinar en- a Comissão Mista Demarcadora (reunida
tre si os meios mais próprios para garantir
a paz com a Repúbllca do Paraguai, depois entre êste mesmo ano e o ano de 1874) e
de derribado o Govêrno, sendo nomeados o Tratado de 1927, complementar daquele.
oportunamente os plenlpotenclárl06 que ce- De acôrdo com o Tratado de 1872, foi no-
lebrr-riam os ajustes com os novos gover- meado para Comissário Brasileiro da Co-
nantes, de quem seriam exigidos 06 paga~ missão Mista Rufino Eneas Gustavo Galvão
mentos das despesas de guerra, bem como Para. Comissário de seu pais, o Govêmo
reparação e Indenização dos danos e pre- paraguaio nomeou o cidadão Don Domin-
julzos causados às suas propriedades públi- goo Ortiz.
cas e particulares. A partir de outubro de 1874, estava defi-
A República Oriental do Uruguai exigiria nitivamente fixada a fronteira, de confor-
também uma inden~ão proporcional aos midade com a demarcação feita, nos têrmos
danos e prejulzos causados pelo Govêrno do do Tratado de 1872.
JANEIRO A MARÇO - 1968 183
Daf por diante, qualquer dos dois pafBea uma ComlssAo mista brasUelro-para-
podIa ocupar o território de &eU lado da guata, de serem llubstltuldos os marcos
Unha encarnada do mapa, e nêle plenamen- da mesma fronteira, que hajam deu-
te estabelecer-se - all81m como nas Ilhas a parecido, e de serem colocados marcos
um e a outro adJudicadas, conronne a mes- intermediários nos pontos que forem Jul.
ma linha encarnada, naa plantas. gados convenientes, resolveram celebrar
A demarcação, reconhecida pelos gover- o presente ajuste, no qual, tOdas essas
nos do Paraguaf e do Braall, velo a ser providências se acham indicadas."
conf1rmada ulteriormente em Atos Inter- Em 27 de março de 1872, o DECRETO N.o
naclonala firmados peloo dole paÍSes. 4.911 promulgou o tratado de limites entre
Em 27 de malo de 1927, assinou-se no RIo o Império do BrasU e a Replibllca do Pa-
de Janeiro o "Tratado de LImItes Com- raguaI.
plementar do de 1872." Decreto n.- 4.911, ele n ele mal'QG de 1872-
~ Tratado em nada p& em causa a
Promulp o tratado de limites entre o Im-
pérlo do BrasU e a República do Paraguai.
primitiva linha de limIte, definida pelo Tra-
tado de 1872 e fixada pela DemarcaçAo de Tendo-se conc1uldo e asslgn&do em As-
1872174, mu tratou do seu prolongamento, sumpçAo, aos nove de Janeiro do corrente
Isto é, da linha de límlte entre a foz do anno, um tratado de limites entre o Imperlo
rio Ap.. e '0 desaguadouro da Bala. Negra. e a Republlca do paraguay; e achando-se
Dlzla o ArtIgo m do Tratado de 1927: este acto mutuamente ratificado, havendo-
se trocado as ratificações nesta cOrte em 28
"Uma ComlssAo Mista brasileIro-para- do corrente mez: Sua Alteza a Prlnceza Im-
guaia, nomeada pelos doia Governos no perial Regente, em Nome de Sua Magesta-
mais breve prazo possível ap6s troca das de o Imperador o senhor D. Pedro n, Ha
ratlflcaçôes do presente Tratado. le- por bem Ordenar que o dito tratado seja
vantará a planta do rio Paraguay, com observado e cumprido tio Inteiramente 00-
as suas .Ilhas e cana.ls, desde a confluên- mo neUe se contém.
cia do Apa até o desagllBdouro da Baia
Negra. Manoel Francisco Correia, do Conselho de
Sua Magestade o Imperador, MInistro e se-
Essa comlssAo efetuará as sondagens cretario de Estado dos Negoclos Estrangei-
necessé.rlas e as operações topogriflcas ros, o tenha assim entendido e expeça para
e geodésicas Indlspensi.vels para a de- este fim os despachos necessarl06. Palaclo
terminação da fronteira, e colocaré. do Rio de Janeiro, aos vinte e sete dias do
marcos nu tlhas prtnciPB.1s e pontos mez de Março de mil oitocentos setenta e
que julgar ma.ls convenIentes. dous, quinquageslmo primeiro da Indepen-
paripato únloo. Os dois Governos, em dencla e do Imperlo.
protocolo especlal, a ser firmado IDtfO
depois da troca das ratlflca.ç6es dêste PRINCEZA IMPERIAL REGENTE.
Tratado, estabelecerAQ o modo por que Manoel FraPc1500 Correta.
a comlssio mista será constituída e B8 Nós a Prlnceza Imperial. herdeira pre-
Instruções por que se regerá para a exe- sumptlva da Corôa, Regente em Nome de
cução dos seus trabllolhos." Sua Magestade o senhor D. Pedro lI, por
Em obediência ti. detenntnaçll.o do Pari- Graça de Deus e Unanlme a.ccl&mação dos
grafo único do Artlgo 111 do Tratado de povos. Imperador Constltuclonal e Defensor
Limites Complementar, acima transcrito, Perpetuo do BrasU, ete.
firmou-se, no Rio de Janeiro. em 9 de malo Fazemos saber a todos os que a presente
de 1930, um aJuste; o PROTOCOLO DE carta de conflrmaçAo, approvaçll.o e ratifl-
INSTRUÇOES para a Demarcação e Ca- cação virem, Que aos nove dias do mez de
racterizaçAo da Fronteira Brasil-ParaguaI. Janeiro de 1872, concluiu-se e asslgnou-se
~ Protocolo, no seu prelmbulo. diz:
na cidade de AssumpçA.o entre Nós e S. Ex.
o Sr. Presidente da Republlca do Paraguay,
"Os Governos da Repúbllca dos Esta- pelos respectlV06 plenlpotenclartos, munidos
dos Unidos do Brasil e da República do dos competentes plenos poderes, um tratado
Paraguai, no Intuito de dar cumprimen- do teor seguinte;
to ao estipulado no parágrafo único do
artigo terceiro do tratado de limites, TRATADO DE LIMITES
complementar ao de 1872, flnnado no Sua Alteza a Princeza Imperial do Bra-
Rio de Janeiro a 21 de maio de 1927, sU, Regente em Nome do Imperador o se-
e por outro lado, no de atender à ne- nhor D. Pedro n, de uma parte, e, da outra,
cessidade de serem reparad06 alguns a Republlca do Paraguaf, reconhecendo Que
dos marcos da fronteira. entre os dois as q'lest6es e duvidas levantadas sobre os
paiscs, demarcada. de 1872 a 1874, por limites de seus respectivos terrltorlos multo
184
contrlbulram para a guerra que desgraça- tratado. as altas partes contractantes no-
damente se fizeram 06 dous EStad06, e ani- mearáo commissarios, Que, de commum a.c-
mad06 do mais sincero desejo de evitar que corda e no mais breve prazo possivel, pro-
no futuro sejam por qualquer forma pertur- cedam á demarcação da linha. divisoria, on-
badas 8JS boas relações de amizade que en- de fór necessario e de conformidade com o
tre elles existem, resolveram com este ob- que fica estipulado no artigo precedente.
jecto celebrar um tratado de limites, e para Ari. 3.°. Se acontecer (o que não é de
este fim nomearam seus plenipotenciarlos, esperar) que uma das altas partes contrac-
a saber: tantes, por qualquer motivo que seja, deixe
Sua Alteza a Princeza Imperial do Bra- de nomee.r o seu commissario dentro do
sil, Regente em Nome do Imperador o Se- prazo acima marcado, ou que, depois de no-
nhor D. Pedro lI, a S. Ex. o Sr. João Mau- meal-o, sendo mister substituil-o, o não
ricio Wanderley, Barâo de Cotegipe, Sena- substitua dentro de igual prazo, o comis-
dor e Grande do Imperio, membro do seu sario da outra parte contractante proce-
Conselho, commendador da Sua. Imperial derá á demarcação, e esta será julgada vÍl-
Ordem da R06a, Grã-Cruz da Ordem de lida, me<liante a inspecção e parecer de um
Nossa Senhora da Conceição de Villa Vi- commissario nomeado pelos Governos da
Ç06a de Portugal, da Real Ordem de Izabel Republica Argentina e da Republica Orien-
a Catholica de Hespanha, e da de Leopoldo tal do Uruguay.
da Belgica, Seu Enviado Extraordinario e
Se os ditos Governos não puderem acce-
Ministro Plenlpotenciario em miS1>ão espe-
der á solicitação que para esse fim lhes se·
cial. rá dirigida, começará ou prosseguirá a de-
S. Ex. o Sr. D. Salvador Jovellanos, Vice- marcação da fronteira, da qual será levan-
Presidente da. Republica do Paraguay, em tado por duplicado um mapa individual com
exercido do poder executivo, ao Sr. D. Car- todas as indicações e esclarecimentos pre-
los Lolzaga, Senador da Republica. cisos para ser um delles entregue á outra
Os quaes depois de terem reciprocamente parte contractant€, ficando a esta marcado
comunicado seus plenos poderes, a.chando- o prazo de seis mezes para mandar, se as-
os em boa e devida forma, convieram nos sim lhe convier, verificar a sua exactidão.
artig06 seguintes: Decorrido esse prazo. não havendo recla-
Ari. 1.°. Sua Alteza a Princeza Imperial mação fundada, ficará definitivamente a
do Brazil, Regente em Nome do Imperador fronteira fixada de conformidade com a
o Senhor D. Pe<lro n. e a Republica do Pa- demarcação feita.
raguay, estando de accordo em a.~signalar Art. 4.°. Se no prosseguimento da demar-
seus respectivos limites, convieram em de· cação da fronteira os commissarios acharem
claral-os. definil-os, e reconhecei-os do mo- pontos ou balisas naturaes, que em nenhum
do seguinte: tempo se confundam, por onde mais conve·
O territorl0 do Imperio do Brazil divide-se nientemente se possa assignalar a linha.
com o da Republ1ca do Paraguay pelo alveo f6ra, mas em curta distância da qUe ficoU
do rio Paraná, desde onde começam as pos- acima indicada, levantarao a planta com
~sões brasileiras na foz do Ip;uassú até o os esclarecimentos indispensáveis e a sujei-
Salto Grande das Sete Quedas do mesmo tarão ao conhecimento de seus respectivos
fto Paraná. Governos, sem prejuízo ou interrupção dos
Do Salto Grande das Set€ Quedas conti- trabalhos encetados. As duas al~as partes
nua a linha divisoria pelo mais alto da contractantes li. vista das informações as-
Serra de Maracajú até onde ella finda. sentarão no que mais conveniente fôr a
Daht segue em Jinha recta, ou Que mais seus mutuos interesses.
se lhe aproxime, pelos terrenos mais eleva- Art. 5°. A troca das ratificações do pre-
dos a encontrar a Serra Amambahy. sente tratado sera feita na cidade do Rio
Pr06SegUe pelo mais alto desta Serra até de Janeiro dentro do mais bre~'e pra;o:o pos-
fi. nascente principal do rio Apa, e baixa sivel.
pelo alveo deste até sua foz na margem Em testemunho do Que os plenipotencia-
oriental do rio Paraguay rios respedivos a.~signaram o presente trata-
Todas as verten~s Que correm para norte do em duplicata e lhe puzeram o se1lo de
e leste pertencem ao Brasil e as que cor- suas armas.
rem para sul e oeste pertencem ao Para- Feito na cidade de Assumpçáo, aos nov~
guay. dias do mez de Janeiro do anno do Na.~Cl~
A ilha do Fecho dos Morros é do dominio mento de Nosso Senhor Jesus Christo d~
do flrazil. mil oitocent05 setenta e dous c
Art. 2°. Tres mezes ao mais tardar con- lL.S ..' Barão de ('otegipe.
tados da troca das ratificações do presente (L.S . .1 - Carlos Loizaga.
JANEIRO A MARÇO - 1968 185
Dada no Palacio do Rio de Janeiro, aos Não exfstlndo "fOrças brasileiras em ter-
ritório não-delimitado", a atual comissão
26 dJas do mez de Março do anno do NBS-
cimento de Nosso senhor Je3US Chrtsto de
mlst.a demarcadora foI cr1ada com a flnall-
dade de efetuar a demarcaçllo no rio Pa-
1872. raguaI 005 têrmos do Tratado Complemen-
<L.S.> - IZABEL, PRINCEZA IMPE· tar de 1927, consistindo sua. tarefa apenas
RIAL REGENTE. "ne. reparação ou substituição dos marcos
Manoel Fnnclseo Correia. da fronteira comum demarcada de 1872 a
Leis do BrasU, vai. 1, 1872, pág. 109 1874 que estivessem danificados ou destrui-
dos, mantendo suas respectlvas situações,"
Dn 1965, o Parague.1 levantou quesl.Ao
relacionada com a caracterização da fron- Além disso. observadas as prescrições do
teira brasllelro-parnguala na região do Sal- Tratado de Llmltes de 9 de janeiro de 1872,
to das Sete Quedas, so:icltando o pais vi· contidas na ata da 18· Confer~ncla da Co-
zlnho a reUrada do destacamento ml1Jtar missAa Mista executora do dUo TrauwQ
brasileiro na zona de POrto Coronel Renato. de 1872, assinada em Assunção em 24 de
outubro de 1874. cabia à atual comissão
Frizou ainda o govêmo parague.lo que a erigir novos marcos entre os já existentes
Comissão Mista de Limites e caracter1zação nas terras altas da referida frontelr~ a fim
de fronteiras prosseguisse seus trabalhos e. simplesmente de melhor cllrRcterlú,-Ia..
em caso de desacOrdo entre os governos do
BrasU e do Paraguai no selo da referIda Informou lI.inda o ltamarati que o Minis-
Comissão, ambos 06 governos reco1TeSSem a tério tentara entendimentos com o govêmo
todos os meios de solução pac!f1ca para a paraguaio sObre o possível aproveitamento
resolução do problema. do potencial hidroenergétlco dos Saltos das
Sete Quedas do Rio Parané. em Guaira.
A questio suscitou acaloradas discussões, manltestando o govêmo brasileIro. desde
tendo a impnnsa da época dedJcado grande 1962, disposIção de examinaI' ", po.'lSíbtlidade
atenção ao assunto. de participar a República do Paraguai da
Em fevereiro de 1966, atendendo a pedido utlll2ação cios recursos energéticos e de
de informação do deputado Lyrlo Bertoli, quaisquer outros projetos a serem desenvol-
relativo ao.'i problemas suscitados pelo Pa- vidos n06 Saltos das SCte Quedas.
raguai na regIão do Guaira, o ministro Ju- Não obstante a afirmação brasileira de
racy Magalhães, do Exterior, expôs 0.<; prin- Que não existia nenhum problema frontei-
cipais pontos que o Brasil defendia na riço entre :Brasil e Paraguai, a imprensa
questão. estrangeira destacou o fato. dizendo que
Entre outros aspectos, explicou que a pre· lideres paraguaios exilados em Montevidéu
sença de pequeno contingente mUitar bra- e Buenos Aires estariam dL~postos FI tomar
slJerro aH nAo representava nenhum ato de posição frente às tropas brRsllelra.~. repe-
anlmosidade contra o povo paraguaIo. tindo a Guerra do Chaco com a Bolivla.
QCupando-se I\, tropa em reparar marcos Alegando li necessidade da Intervenção da
frontelrlços danilicados apenas. Além da OEA no problema. a liderança paraguaia
medida de proteçll.o normal de fronteIras. em Buenos Aires distribuiu comunicado à
pretendia o govémo brBSllelro, igualmente, imprensa dizendo não estarem definidos os
promover a. denslf1cação da ocupação do. limites entre o Paraguai e o Bra~11 estabe-
l\rea. lecidos pelo Tratado de 1872 sóbre a. zona
186 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
dos 8altos do Guaíra, estando a questão recursos energéticos e hidráulicos do rio Pa-
aberta até a atualldade, já. que as cascatas raná.
que lIndam com terra paraguaia constitui· Prosseguindo os debates sôbre a questão
riam condominlo dos dois países. do Guaíra, o problema evoluiu para uma
Por ocasião da leitura de sua mensagem proposta do Brasil no sentido de, no caso
anual na abertura do período parlamentar da insistência paraguaia quanto li região das
de 1966, o Presidente Stroessner, do Para· Sete Quedas, conceder o nosso pais IJÔrto
gual, afinnou que a cordlalldade das rela- marltlmo para a. BoUvia.
ções do Paraguai com o Brasil estavam gra- O Brasil propusera. algum tempo atrás ao
vemente alteradas em conseqüência da Paraguai o direito de usar o pôrto de Pa-
ocupação, por parte de fôrças ml1ltares bra- ranaguá, mas, com a crlre motivada pela
sileiras, de uma zona contígua ao Salto de fronteira, tal proposta caiu no esqueci-
Guaíra, ao sul da linha dlvls(>rla da Serra mento.
de Baracayu, estabelecida como limite pelo
artigo primeiro do tratado subscrito com o Dependente econOmicamente da Argenti-
Império do Brasil aos 9 de janeiro de 1872, na, o Paraguai tem que usar o rio da Prata
slmultàneamente com o tratado de paz que para o seu comércio, sendo que a constru-
colocou têrmo à. guerra da Trlpllce Aliança. ção da Ponte da Amizade, ligando para-
guaios e brasileiros, reduziu bastante a In-
Afirmou ainda o presidente paraguaio que fluência argentina.
seu govêrno desejava o seguinte:
a) concluir a demarcação da fronteira. na A questão colocada ao paraguai com a
zona do Salto de Guaíra; possível abertura do pôrto li Bollvia seria. a
de não poder contrabalançar a. influência
b) chegar a um acôrdo com o govêrno argentina e, ainda, a competição com as
brasileiro sôbre o aproveitamento con- exportações bolivianas. Além disso, Para-
junto e em igualdade de condições, do guai e BoUvia questionam, desde a guerra
potencial hldroelétrlco do Salto do do Chaco, no sentido de demonstrar maior
Guaíra. prestígio internacional.
Mais adiante, afirmou o Presidente Stro- Em maio de 1966, o Ministro Juracy Ma-
essner que o Paraguai não considerava can- galhães compareceu à Càmara dos Depu-
celado o l1tlgto com o Brasil, relativamente tados, atendendo convocação feita por aque-
A demarcação de fronteiras, na zona do Sal- la Casa. do Congresso.
to de Guaíra, devido à. presença. de tropas
na uma não demarcada e, ainda, que o Pa- Referindo-se aos diversos Tratados de Li-
raguai estaria disposto a deba ter com o mItes assinados entre o Brasil e o Para-
Brasil o problema. ante qualquer organismo guai, afinnou o Ministro das Relações Exte-
Internacional. riores ser injusta a pretensão paraguaia
quanto A regláo das Sete Quedas.
Rebatendo as criticas paraguaias, o Chan-
celer Juracy Magalhães disse, Inicialmente, Concluindo, disse;
que o Brasil não se prevaleceu da Guerra do "Somos um Pais soberano. cônscio não
Paraguai para se apoderar do território de só de nossos deveres, mas também de
Sete Quedas. nossos direitos. No caso presente, vejo,
Afirmou, igualmente, que os nossos di- entre os primeiros, o encargo de pre-
reitos eram indlscutlvels, pelo que "na defe- servar a obra política de nossos ante-
sa dêles não se arredaria nosso govêrno, se- passados e o território que nos legaram.
ja pela ameaça., seja pela intriga." E entre os segundos está, Ineludivel-
mente, a faculdade de colocar destaca-
Reafirmando a. definição de fronteiras pe- mentos militares em qualquer ponto de
lo Tratado de limites assinado entre os dois nosso território, onde quer que sintamos
palses em 1872, complementado pelo de 1927, ameaçada a segurança nacional, assim
frisou ainda o ministro Juracy Magalhães como podemos removê-los quando, a
que a alegação do Paraguai de que o Tra- nosso juizo, se tomem desnecessários.
tado de 1872 "foi conseqüêncIa duma. guerra Esperamos que o governo paraguaio se
de extermlnlo da Trlpllce Aliança contra convença de nossa boa. disposição e da
aquêle Pais, tendo havido divisão prévia dos sinceridade com que lhe oferecemos jun-
territórios de que seria despojado", era tar-se a nós para, em beneficio de
uma alegação Injusta. nossos povos Irmãos, conjuntamente ex-
O ministro Jura.cy Magalhães terminou plorarmos quaisquer recursos que ofere-
ressaltando que o que devia unir paraguaios ça o Salto de Sete Quedas. Não que-
e brasileiros era a perspectiva de colabora- remos polêmica ou divergência de ne-
ção numa via particularmente promissora. nhuma espécie com o Paraguai, a cUJo
como era a do aproveitamento integral dos povo nos sentimos fraternalmente liga-
JANIIRO A MARÇO -=- 1968 187
A nota paraguaia foi elaborada em res- na, a fim de estudar os problemll5 comuns
posta ao "memorando" brasileIro que, uni- da área, com vista a promover o pleno apro-
lateralmente e em pleno exerclclo de sua veitamento dos recursos naturais da região,
soberania, resolveu como fórmula concilia- e o seu desenvolvimento econômico, em be-
tória e demonstração de boa-vontade, reti- nefício da prosperidade e bem-estar da po-
rar o destacamento militar do Porto Coro- pulação, assim como a rever os problemas
nel Renato_ jurídicos relativos à navegação, balizamen-
A etapa seguinte no andamento da con- to, dragagem, pilotagem, e pratIcagem dos
ferência foram os entendimentos relativos rios pertencentes ao sistema lIidrográfico do
a uma nota conjunta que teve o nome de Paraná, a exploração do potencial energéti-
"Ata das Cataratas", e que foi o documen- co dos membros e a canalização, represa-
to que encerrou um dos episódios mais cri- mento e captação de suas águas, seja para
tic os das relações brasilelfo- paragu a ias. fins de irrigação, ou para os de regulariza-
ção das respectivas descargas. de proteção
"ATA DAS CATARATAS" das margens, ou facilitação do tráfego flu-
(assinada em 22 de junho de 19661 vilil; 61 concordaram em que as respectivas
Marinhas procederão, sem demora, à des-
"O Ministro de Relações Exteriores dos
truição ou remoção dos cascos soçobrados
Estados Unidos do Brasil, Juracy Magalhães.
que atualmente oferecem riscos à navega·
e o ministro de Relações Exteriores da Re-
ção internacional nas águas do rio Paraguai:
pública do Paraguai, Raul Rapena Pastor.
7) Em relação aos trabalhos da COlnlssão
se havendo reunido às margens do rio Pa-
mista de limites e caracterização da fron·
rana. alternadamente !las cidades de Foz do
teira Brasil-Paraguai, convieram os dois
Iguaçu e Porto Presidente Stroessner. nos
chanceleres em que tais trabalhos prossegui-
dias 21 e 22 do corrente, passaram em re-
rão na data que ambos os governos est i-
vista os vários aspectos das relações entre
marem conveniente: 81 congratulam-se, por
os dois países, inclusive aquêles pont-os sõbre
fim, os dois chanceleres pelo espírito cons-
os quais têm surgido ultimamente divergên-
trutivo que prevaleceu durante as duas con-
cias entre as duas chancelarias e chegaram
versações e formulam V(It.OS pela sempre
às seKuintes conclusões: 11 manifestaram-se
crescente e fraternal união entre o Brasil
acordes os dois chanceleres em reafirmar a
tradicional amizade entre os dois povos ir- e o Paraguai, comprometendo-se ainda a
não regatear ('sforços para es(reilar cada
mãos, amizade fundada no respeito mútuo
e que constitui a base indestrutível das re- vez mais os laços de amizade quI' lInpm os
dois países."
lações entre o.~ dois Paises: 21 expres~aram
o vivo desejO de superar, dentro de um mes- Apesar de ter havido vitoria da nossa dI-
mo espírito de boa-vontade e concórdia, plomacia na questão do Guaíra, o "Estado
quaisquer dificuldades e problemas, encon· de São Paulo", tecendo consideraçôrs sôbre
trando-lhes soluções compatíveis com os in- a "Ata das Cataratas" afirmou continuar
ten;ssl'S de ambas as nações; 31 proclama- pendente o problema fronteiriço entre o
ram a disposIção de seus respectivos {(o- Brasil e o Paraguai, problema este solucio-
Venlos de proceder, de comum arônio, o nável sómente por meio de arbitra~em 111-
estudo c levantamento das pos.»ibilidades ternacional, vist.o que, os paraguaIOS . - ]('-
econômicas. em partido., dos H'cUrsos hidro- vando em cont a uma realidade geogrúfica
elétricos, pertl'llCentes em condominio aos - - consideram que o Salto Grande das Sete
dois países: 41 concordaram em restabele- Quedas passaria a pertencer à República do
cer. desde Já, qllea enerf.(ia elptrica even- Paraguai. O Brasil, por seu turno. conSIdera
tualmente produzida pelos desnÍ\Tis no rio que a linha dlvisóna corre pl'lo alto c:a ~crra
Paraná, desde c indu:iive os Salto~; das Se- do Maracaju, até a Quinta das Sete Que-
te Quedas, ou Salto d!' Guaira. até a fol das, o que coloca as cachoeiras em n()s~o
do no Iguaçu. seni dividida em partes iguals territorio. O ParagUai. por 5ua vez, tem co-
em I'e OS dois países. s('ndo reconhecido a mo ponto-de-vista que a linha diVisória (,OI"-
cada um dêlcs o direito de preferência para re pelo alto do contraforte da serra. o que
a aqulsi~'ao desta energia a Justo preço, que desloca a frcmtPlra em cêrca de dOIS qUI-
será oportunamente fixado por espedalistas lômetros para leste. dando-lhe a maior parll'
dos dois países, de qualquer quantidade que das quedas
nào venha a ser lltilv:ada para o suprimen- Reprnduzimos. a segUll-. o artigo Hi rio
to das nl'cessid<ldes do l'onsumo de outro TRATADO DE ALIANÇA a5~inado pelo
Pais; 51 convieram, ainda. os dois chance· Brasil, pela Repúbllca Argentina l' pl'la IIp-
leres, em participar da reunIão de mini,tros pública Oriental do Uruguai, n" atll> d.'
de RelHçües Exl~riorps dos Est.ados flbpiri- 1865, c Que trata, espt'l'lfll'amet1te, da qlle'·
!lhos da Bacia do Prata, " rcaUzar-se em t<io de limites na região do Salto das Se!,'
Buenos Aires. a convite do l:0verno <lrgent i- Quedas.
.#2l.t.g/"'-r-7-""/oJ.t.tZ..';-7;.L....:.+
"'/c.II-~ 41f ~' ~ "","_",,~_k;
J--r--;l.k..-.,...o J/-.4Ji 4 . - .... -
7
~;.;..r..d~/...f. ",.:~...;..L_ d.,.J,.,d.77~~-
.-d",;,,", _ . , v ~,.)/U_~.."..-:"~_ W"" .ot."..~~ 1"Jo1'-'~~