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SENADO FEDERAL

DIRETORIA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

J
6'

REVlsrrA SUMARIO
DE INFORMAÇÃO
LEGISIJ!~rl VJ\ COLABORAÇAO
"A autonomia. dos mWúcípios e a segu-
rança nacional" - (S!Jmulor Jo-
saphat MarillM) 3
"Pedro Lessa e sua influência na. evo-
lução constitucional do Brasil" -
(Deputado Rubem Nogueira) .... 11
"Obrigação de «>ntratar" - (Professor
Orlando Gomes) ... , ..... " ..... 21
"Os Decretos-Leis na. Constltulçât> dI!
1967" - (Professor Olto de Andra-
de Gil) ,27
"A integração do munlclplo no proces-
so do desenvolvimento" - (Pro-
fessor Rubem de Oliveira Lima) .. 35

BIBLIOGRAFIA
"Segurança nacional c ll.&Sunttls «>r-
relatos" - Biblloteca. do senado
Federal , .. , "" .. 41
EDITADA PELO

SENADO FEDERAL DOCUMENTAÇAO


"SeRurança nacional" Oegislaçl!.o, pro-
DIRETORIA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA jetos, pronunciamentos) - (Fer-
nando Gtubertt Nogueira) 63

PESQUISA
FUNDADORES :
"Menor - um problema pOsto em
SENAOOR AliRO MOURA AlIIDRADE questão" <2.& parte: o ml!nor no
Presidente do senado Federal Direito Civil) -- (Adolfo Eric de
0961-1967) Toledoi , , .. , , 79
E ",Justiça MilHar" - (Sara Ramos d~
"'igucircdoJ 99
DR. ISAAC BROWN
"l..cis complementares" -- (Rogério
secretArio-Geral da Presidência • Costa Rodrlgues) .1"-3
0946-1967)

DIREÇAO: ARQUIVO
LEYLA CA~~ BRA~OO RANGEL "Llmítes BraSil-Paraguai" <documento
histórico: "Tratado de Aliança
comporta e Impressa DO Brasil-A r g e n li n a-Uruguai". de
Serviço Gritlco do 81'D&do Fedenl 1-5-1865) -- (Lida Maria Cardoso
Bruma - D.' Naud) .181
<-\. Diretoria de lnfomwçiio LegislatiU!
compete coligir c fOrllcccr tiOS Snwt!orcs ('
(írgüos ti~crlico.\' do S('tl(u!o dados clllCir/ll/iCO\'

c elementos de inter(:.\·sc '}(Ira r!a!Jol'Uç'üo


lcgislatit;,(J c esc1lJrccimcPltos das nwtàills em
tramitaçiio na Casa ou 110 COlll!.n:sWJ,

I Resoluçoes nO, 20. 27 (' 38


de 1963, e n." 59, de 1966)
COLABORAÇÃO

A autonomia dos municípios


e a Segurança Nacional

S-ruuk, Jo~hat 'fJ1a,inho


Professor ãa Faculãade de Direito d4
UnlVersletaãe efa Bahia

SUMARIO

o Projeto e a Mensagem - A Constituição


e a Autonomia dos Municípios - Interpre-
tação da Constituição - Necessidade de Lei
de Normas Gerais - Concordância da Dou-
trina Militar - Unilateralidade Imprudente
- Projeto Inadmissível.

o PROJETO l A MENSAGEM
o Projeto de lei n.o 13, de 1968, submetido ao Congresso Nacional pelo Poder
Executivo, declara de interêsse do segurança nac;onol, "nos fêrmos do art. 16, § 1.°,
olfnea ta, da Constituiçõo", 68 Municípios, situados uns "na faixa de fronteiro" e
outros "no orla marítimo",
Da mensagem presidencial, com que foi encaminhada a proposição, e do expo-
sição de motivos do Ministério da Justiça, que a fundamenta, vê-se que não há lei
disciplinadora do processo de dedarar de~rminados Municipios do interesse da
segurança nacional. A seleção retratada no projeto obedeceu, confessodamente, o
"razões" extraídos de leis diversos, tôdas anteriores à Constituiçõo de 1967, e de
presumida "orientação" do Conselho de Segurança Nacional.
As leis invocadas foram os seguintes, no ordem e no forino preferidos pelo
exposição ministerial: 2.597, de 12 de setembro de 1955, "que dispõe sõbre os
zonas indispensáveis à defesa do País"; 601, de 18 de setembro de 1850, "que
delimitou os bens de domínio da Uniõo, no zona fronteiriço", e o Decreto-lei 1.531,
de 16 de junho de 1939, "sõbre as colônias militares de fronteiros".
4 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
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Como se infere da própria exposição oficial, nenhuma dessas leis regula, espe-
cificamente ou de passagem, a matéria contido no preceito constitucional.
A Lei 601, de 1850, nos precisos têrmos de sua ementa, "dispõe sôbre as
terras devolutas no Império, e acêrco das que são possuídas por título de sesmaria
sem preenchimento das condições legais, bem como por simples título de posse
mansa e pacífica, e determina que, medidas e demarcadas as primeiras, sejam elas ce-
didas a título oneroso assim poro emprêsas particulares, como poro o estabelecimento
de colônias de nacionais, e de estrangeiros, autorizado o Govêrno a promover a coJo-
nização estrangeiro no formo que se declaro". Do ângulo político e administra-
tivo, importa destacar nessa lei o dispositivo que prevê a reservo de óreas neces-
sórias para "o colonização dos indígenas", "o fundação de povoações, abertura de
estrados, e quaisquer outros servidões, e assento de estabeleciment~s públicos",
ou "c.onstrução naval" (artigo 12), e o que autorizo o Govêrno o criar a "Repar-
tição Geral dos Terras Públicas", "encarregado de dirigir a medição, divisão, e des-
crição das terras devolutas, e sua conservação, de fiscalizar o venda e distribuição
delas, e de promover a colonização nacional e estrangeira" (art. 21). Nenhuma
regra se aproxima do que encerra a atual Constituição.
O Decreto-lei 1.531, de 1939, "cria colônias militares de fronteiros", e lhes
regula a organização e o funcionamento, "em locais escolhidos pelo Conselho de
Segurança Nacional, dentro do faixa de 150 quilômetros a que se refere o art. 165
do Constituição Federal" (art. 1,0), Visam tais colônias o "nacionalizar os frontei-
ras do Pois" e a criar nelas "núcleos de população nacional" (art. 1. 0 , parágrafo
único), sem que o objetivo descrito posso inspirar a supressão da autonomia de
Municípios.
A Lei 2.597, de 1955, "dispõe sôbre zonas indispensáveis à defesa do País",
assim considerando "a faixa interna de 150 quilômetros de largura, paralela à linho
divisório do território nacional, cabendo à União sua demarcação" (art. 2,0). Mas
o propósito do legislador, no caso, foi, expressamente, vedar, "nas zonas indis-
pensáveis à defeso do País, a prática de atos referentes à concessão de terras,
ô abertura de vias de comunicação, à instalaçõo de meios de transmissão, à cons-
truçõo de pontes e estradas internacionais e ao estabelecimento ou exploração de
indústrias que interessem à segurança da Nação, sem o prévio assentimento do
Conselho de Segurança Nacional" (art. 1.0). Nado de restrição à autonomia política
dos Municípios foi estabelecido, oú declarado necessário.

A CONSTITUIÇAO E A AUTONOMIA DOS MUNI(fPIOS


De certo, segundo o art, 16, § LO, b, da Constituição, serão nomeados pelo
Governador, com prévia aprovação do Presidente do República, os Prefeitos dos
Municípios declarados de interêsse da segurança nacional, por lei de iniciativa do
Poder Executivo,
Mas êsse parágrafo é integrante do artigo· que assegura a autonomia municipal,
inclusive pera eleição direto de Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores. Demais, a Cons-
tituição encerra outras normas básicas, a que se vincula, intimamente, essa cláu-
sula. Alicerço o sistema político na República Federativo, sob o regime representativo
(art. 1.0), Proclamo que todo poder emana do povo e em seu nome e exercido (§ 1.0
do art, 1,0), Repetindo diretriz firmada desde a Reformo de 1926, ergue a autonomia
municipal à categoria de princípio constitucional da Uniõo (art. 10, VII, 1). A fim
de nõo permitir dúvida quanto à eficócia ou à objetividade da garantia, estipulo que
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a autonomia é assegurado, também. pela admistração próprio. no que concerne


00 seu peculiar interêsse, especialmente quanto à decretação e arrecadação dos
tributos de sua competência e à aplicoçôo de suas rendas (art. 16, 11, cr). E, confe-
rindo densidade a êsse poder enunciada, enumera os tributos do competência dos
Municípios (arts. 18, 19 e 25), assim como as parcelas dos impostos que lhes devem
ser distribuídos (art. 28).
O principio da autonomia municipal é, portanto, peja firmeza e amplitude com
que foi definido, inerente 00 regime federativo instituído. o qual. por suo vez,
nôo pode ser abolido mediante emenda à Constituiç~ (art. 50, § 1.°).
lago. qualquer limitação ó autonomia municipal somente se legitimaró nos estritos
têrmos da Constituição, interpretado através do conjunto das preceitos entre si
articulados. e não por exegese isolada de qualquer norma.
INTERPRETAÇAO DA CONSTITUIÇAO
Tôda interpretação de texto constitucional. aliós, como de resto o dos leis em
geral, obedece, por exigência elementar de hermenêutica, 00 processo de análise do
complexo codificado. O critério prevalece, porém, superiormente, no t1preciação dos
dispositivos que corporificam o regime político. social e econômico, porque mais se
relacionam com .() interêsse do comunidade.
Em recente e vitorioso voto no Supremo Tribunal Federal, 00 examinar e reco-
nhecer a inconstitucionalidade do art. 48 da lei de Segurança Nacional. o eminente
Ministro Themistocles Cavalccrlrti, publicista de renome, recordando passagem de
um de seus livros, resumiu êsse entendimenta dominante. O trecho do voto é de
precisão singular, dispensando o invocação de outros autoridades.
"A Constituição - acentuou - compreende um conjunto de preceitos lógi-
cos. homogêneos, pelo menos quanto à orientação geral do texto. O siste-
ma político, O formo de govêrno, o formo de Estado, o mecanismo dos insti-
tuições, o regime dos liberdades, a ordem econômico, são elementos perma-
nentes a ser considerados.
Por sua natureza, O seu texto exprime um sistema harmônico, represento
um ideal político, um programa que se completo pelo legislação e pelo
administração.
Não se pode desligar o interpretação constitucional dêsses pressuposfOS,
embora não possam êles constituir uma preocupaçõo prioritário no pro-
cesso de interpretação."
E, particularizando o importância do critério no elucidação dos cônones fun-
damentais, p'rosseguiu:
"Ter-se-ia, entretanto, de repelir uma interpretação que ferisse os pressu-
postos constitucionais do federação, da república, do demdcrocia, do auto-
nomia municipal. dos princípios essenciais relativos à economia. à família,
à educação etc."
Por fim, esclareceu e advertiu:
"Quando se folo em todo harmônico, pressupõe-se o exame do conjunto de
normas que regulam cada instituta ou coda matéria e o suo compreensõo
em face dos princípios fundamentais do Constituiçõo.
A interpretação de uma norma contrariando os boses ~ssenciais do regime
não pode ser tolerado porque atrito com os principias gerais de inter-
6 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA .

pretação" (Ac. do Sup. Trib. Fed., de 21·2·1968, no h.c.n. 45.232, da


Guanabara).
Oro, a nomeaçõo de Prefeitos é uma forma de redução ou de desfiguração do
autonomia municipal.
Na vigência da Constituição de 1891, representou "o aspecto mais debatido no
conceituação da autonomia municipal", segundo refere Castro Nunes (00 Estado
Federado e sua Organização Municipal - Rio, 1920, pág. 176). Já nesse período,
em que o princípio não tinha o mesmo relêvo de hoje, Pedro Lessa e EdmundG
Lins, no Supremo Tribunal Federal, opuseram a inviolabilidade do autonomia local
aas excessos praticados pelos governadores. "A autonomia municipal desaparece -
objetou o primeiro -, desde que o Executivo Municipal é impôsto pelo Estado. Ao
tempo do Império, várias vêzes se tentou criar um agente executivo municipal,
nomeado pelos Presidentes dos Províncias ou pelo Govêrno geral; e nunca se apro-
vou qualquer dos projetos nesse sentido, por se julgarem ofensivos da autonomia
municipal". O segundo observou que se o Executivo estadual "pode assumir, por
empregados de sua confiança, a direção dos Municípios, incontestàvelmente, fere
o autonomia municipal, pois, intuitivamente, não é autônomo um poder que se não
dirige por si, mos está submetido a um outro" (In Raul Machado Horta: A Autono-
mia do Estado·Membro no Direito Constitucional Brasileiro - Belo Horizonte, 1964,
página 117).
Claro que o postulado do autonomia nõo tem caráter absoluto ou de dogma.
Não o tem, sobretudo, na configuração do "nôvo federalismo", em que se ampliam,
seguidamente, os podêres da União. As funções do Estado moderno, crescentemente
múltiplas e diversificados, justificam o alargamento progressivo do poder central.
não só no domínio social e econômico, também no político, inclusive em resguardo
do soberania nacional.
Já em 1920, no livro citado, Castro Nunes sustentara a relatividade do prin-
cípio quanto à escolho do órgão executivo, justificando o critério de nameação de
Prefeitos. A seu ver, a "concorrência dos interêsses locais e gerais no Município
é o fundamento do tutela, da qual o Prefeito nomeado é uma modalidade no esfera
executória" . .. Corretamente, porém, ressalvou que
"o designação, por via eletiva, dos autoridades municipais, não oferece
igualmente margem o controvérsia, porquanto não se contesta que é êsse
o regime mais conforme à noção da autonomia, tomado esta no sentido
genérico de lei próprio, govêrno próprio etc" (Castro Nunes: Ob. clt. págs.
173 e 176).
Essa doutrina subsiste, apesar do oumento incessante dos faculdades do Go-
vêrno Federal. As Constituições brasileiras posteriores a 1930, à exceçõo da de 1937,
consagraram o princípio de autonomia, inclusive pela eletividode do Prefeito, e o
fortaleceram em comparaçõo com o Estatuto de 1891. ~ o que assinala o genera·
lidade dos estudiosos, dentre os quais alguns dos autores de "Perspectivas do
Federalismo Brasileiro" (Eds. da Rev. Brasileira de Estudos Políticos, Univ. de Minas
Gerais, 195B).
Daí, e pelo conjunto dos preceitos pesquisodos, Victor Nunes Leal ter firmado,
a par de outras conclusões, que o Município, no Brasil, "não é essencialmente uma
organização administrativa", mos "uma entidade medularmente político", e que os
"limitações" de suo autonomia "devem ser entendidas restritivamente" (Problemas
de Direito Público, Rio, 1960, págs. 318 e 331 l.
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~ legítimo argulr, portanto, que a declaração de incidência de determinados
Municípios no área de interêsse da segurança nacional, poro o fim de nomeação
de Prefeitos, não pode resultar, linear e isoladamente, do disposto no art. 16, § 1.0,
b, do Constituição.
Sendo a autonomia municipal a regra e o estrangulamento dela a exceção, e
se o autonomia, como principio constitucional do Uniõo, coordena-se com outros prin-
cipias diretores do sistema político estabelecido, notadamente a Federação e o regi.
me representativo, quaisquer restrições ao postulado amplo hõo de ser aootadas com
os cautelas que preservem o funcionamento harmônico das instituições, nesse proces-
so compreendido o respeito à competência legislativa do Congresso Nacional.
NECESSIDADE DE LEI DE NORMAS GERAIS
Oro, invocando os leis já referidos, a expaslçao do Ministério da Justiça reco-
nhece o insuficiência do normo inscrito no dispositivo constitucional como razôo bas-
tante para justificar o projeto. Se o parágrafo, por si só, legitimasse o medido, des-
necessário seria citar leis ordinários, e até uma do período imperial, poro assegu-
rar·lhe o execução. Se o citação dessas leis se impôs, poro esclarecer o preceito
maior ou para fixar a idéio de segurança nacional, como quer que seja revelou tro-
tar-se de regra constitucional que não é de aplicação autônomo - self.executing.
Ocorre. no entanto, que os leis enumerados pelo Govêrno não lhe sustentam o pro-
pósito. consoante salientamas liminarmente. Ao contrário: por suas omissões, sobre-
tudo, servem poro demonstrar o necessidade de um diplomo de normas gerais. como
instrumento prévio regulador da medido previsto no dispositivO" constitucional e
agora precipitadamente proposto.
A Const.uiçeo preceituo, no parágrafo único do art. 91, que "o lei especificarâ
os áreas indispensáveis à segurança nacional, regulará suo utilizaçõo e assegurorâ, nos
indústrias nelas situadas, predominância de capitais e trabalhadores brasileiros".
Por irrecusâvel identidade de fins, também por lei adequado devem ser fixados os
pressupostos da declaração de Municípios como âreas de interêsse do segurança
nacional, ou, pelo menos, incluidos, taxativamente, no contexto daquele diploma, pre·
conizodo no parágrafo único do art. 91.
Inadmissivel é considerar Municípios do interêsse do segurança nacional, poro
nomeaçõo de seus Prefeitos, sem previa fixaçõo de criterios gerais, normativos,
pois isso resulta, como ogoro, em soluções casuísticos, injustas e contraditórias.
Pouco importo que o Constituição nõo exijo, de modo expresso. prévio lei gerol
definidora dos requisitos permissivos da providência prevista no art. 16, § 1.°, b.
~ sabido que a interpretaçõo não se escravizo às fórmulas verbais, inclusive porque
as leis, e especialmente as constituições pela generalidode de seus têrmos, pressu-
põem sempre disposições implícitos inegáveis.
Jó em 1891, no Senado, Rui Barbosa assinalou, sôbre os artigos de uma Cons-
tituição:
"Não sôo disposições que principiem e acabem cada uma em si mesmo;
debaixo da lei político de cada país existe uma infinidade de relações
emonentes que elo nõo define, uma base comum, uma rêde intrincada e
sutil de principios que a apóiam, que a orientam, mos que ela não par-
ticularizo.
Este conívnto de principias constitui, o respeito da lei fundamental do
país, a fonte superior de sua intf!rpretaçõo, e às conclusões que dela de-
8 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

correm estõo subordinados em suo inteligência tõdas os cl~:.'sulos consti·


tucionais.

Não é, portanto, o letra dos disposições constitucionais o oráculo decisivo


do seu pensamento; por baixo do letra existe o seu espírito mais alto,
mllis poderoso, mais concludente nos grandes questões políticos do que
a letra expresso dos preceitos constitucionais" (Coms. à Consto Fed. Bras.
- Col. e Ord. por Homero Pires ~ 111 Vol., S. Paulo, 1933, págs. 411-12).
E, nos magistrais razões da Questão Minas - Werneck, em 1917, acrescen-
tava, como se escrevesse hoje:
"Em cada Constituição, Ó luz do critério impôsto aos seus hermeneutos e
executores, lado a lado com as determinações textuais, se hôo de ter
por existentes, como disposições inexpressas, tôdas as regras, tôdas as
exigências, todos os corolários essenciais o realidade ativa de quaisquer
instituições ou direitos, de quaisquer autoridades ou prerrogativas, de
quaisquer jurisdições ou magistraturas consogradas nessa Constituição, e
que, se ela articula normas positivas, tão imperativas quanto essas fór-
mulas declarados sóo os que, implícitas nestas, subsidiário ou colateral-
mente delas decorrerem" (Rui Barbosa: Questéio Minas - Werneck ~ Comp.
do 5up. Trib. Fed. - Rio, 1917, pág. 36).
Essa doutrina, de impressionante atualidade, aplica-se, com rigor, 00 exame do
presente projeto. Um parágrafo que restringe a regra do artigo, e em matéria rela-
cionada com a estrutura dos instituições políticas, não pode ser erigido em fulcro
do interpretação constitucional, com desprêzo do mecanismo e do espírito do sistema.
Nem o intervenção do Congresso, na delimitação do conceito de segurança nacio-
nal, representará novidade ou justificará estranheza. De um lado, a Constituição
atual, no seu art. 91, parágrafo único, prevê uma lei definidora dos áreas indis-
pensóveis ó segurança nocional. De outro, a lei 2.597, de 1955, no paróg rafo único
de seu art. 2.°, já estabelece que o Congresso Nacional, "ouvido o Conselho de
Segurança Nacional", poderá alterar, "a qualquer tempo", o quadro das zonas
indispensóveis à defesa do País. Agora, portanto, numa lei de normas gerais a
respeito da declaraçóo de Municípios incidentes no interêsse da segurança nacio-
nal, apenas se ajustaria a competência do Congresso 00 nôvo regime constitucional.
[sse ajustamento impõe-se claramente, visto que o Constituição anterior só al-
cançava a autonomia dos Municípios que fôssem declarados "bases ou portos mili-
tares de excepcional importância paro a defesa externo do Pais", e sem que o Presi-
dent& da República interferisse na designação do Prefeito (art. 28, § 2.°), não tendo,
pois, o poder limitativo do Corto de 1967.
Demais, a norma constitucional discutida, além de redutora do exercício do
Govêrno próprio, reveste o Govêrno Federal e o estadual de atribuições especia is,
equivalentes às de caráter excepcional. Cumpre estabelecer, par isso mesmo, uma disci·
plina severo e permanente pora suo aplicação, à semelhança da que o legislador
realiza quanto 00 uso dos podêres excepcionais, inclusive na estado de sítio, e como
estipula a Constituiçóo do Brasil (art. 152, § 3.°). E acertada é essa orientação,
ainda, porque, conforme lembram Bowie e Friedrich,
"Ies restrictions imposées à I'exercice des pouvoirs exceptionnels consti-
tuent une portie importante des arrangements constitutionnels des régi-
mes fédéraux modernes". (ttudes sur le Fédéralisme, lib. Gen. de Drort et
de Jurisp., Paris, 1962, 2. e Porfie, pago 464).
' ......1'.0 ... MARÇO - 196. 9
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COHCOIDINCIA DA DOIITIINI MAITAR
A confirmor fadas essas rozões jurídicas e políticos, concorre, também. para
legitimar o intervenção do legislador no preparo de uma lej.q.adro sôbre <r maté-
ria, o doutrino desenvolvida no Escola Superior de Guerra. ou por militares ilustres.
Realmente, essa doutrina sustenta, entre outros pontos:
.) "A Política de Segurança Nacjonal ou Estratégia é uma parte integran-
te do Política Nacional, destinada a garantir a segurança ;ndispensável 6
consecução ou salvaguarda dos Objetivas Nacionais. contornondo ou eli-
minando os antagonismos que a isso se anteponham. Portanto, a Estra-
tégia subordina-se à Política, embora em determinadas circunstôncias pos-
so tornar-se dominante. conforme sejam os antagonismos a considerar"
(Contro-Almirante lua Ottavio Brasil: Planejamento do Segurança Nacio-
nal - Conceitos Fundamentais. 1959 - pág. 5).
b) "O aspecto básico, fundamental. do Poder Nacional. é suo característicc:
de integrasão. Suo aplicação importo, por conseguinte. no emprégo de
todos os recursos disponlveis da Nação - políticos, econômicos, PSlCOS-
sociais e militares -, os quais, completando-se e inteirando-se, re-
percutem UIlS sóbre os outros e, condicionando-se mutuamente, combi-
Itom-se poro integrar aquê~e Poder" (Coronel José Brito da Silvei"; Copo
de Fragata Sylwio CaieUi de Siqueira e 1eo..(el. Allir Benjamin (haloub:
Elementos Militares do Poder Nacional - In Rev. Bras. de Estudos Polí-
ticos - Univ. Fed. Minas Gero;s - n. o 21 (Especial sôbre a Sego Natio-
nal). póg. 211).
c) "A natureza integrado da Estratégia Nacional não permite, pois, que se
c()rtsidere uma Estrah~gio Particular com exclusão das demais e, como
decorrência, i~pede que se pense em ações estratégicos isolados e inde-
pendentes nos diferentes cal1'pos do Poder."
Dai, fla apreciação dos instrumentos de cada estratégia particular, destacar-
se, "no ômbito interno", o "a~io partamentllr, quanto li elaboração dos leis, o co-
bertura às iniciativas do Go\'êrno, 00 provimento dos meios indispensáveis 00 eficien-
te funcionamento ~o máquina do Estado, e ao favorecimento das soluções mais con-
sentôneas com a realidade nocionDI" (Cap.-de-Mor-e-Guerra Herick Marques Coneinho;
Cel.-Aviador bmoel da Motta Paes, e Ten,-Cel. Paulo Emillo Souto: Estratégia Nacio-
nal - Rev. Bros. de Est. Políticos, cit., pógs. 244-5>.
Tais observações não serão 'Vólidos nem proveitosos, entretonto, se no tonteio
hor segurnça Ilocional, paro efeito relevante como o previsto no Drt. 16. § 1.0, b,
do Constituição, a Poder Legislativo fir exduldo do tarefa construtiva, e COnYuado
.penas na condição de órgão punitivo. Tanto menos oceitóvel é o exclusão quanto
o Constituição atribui 00 Congresso Nacional, em têrmos amplos, "disp<l r, mediante
lei, sôbre tõdos os matérias de competência da União" (art. 46).
Por ser órgão qualificado e de opinião valiosa. nem por isso o Conselho de
Segurança pode substituir o .deliberação (ongres5uol, pois O Constituição lhe atribu i
papel relevante, mos de consulto, ou seja. no conformidade do art. 90, o de "asses-
sorar o Presidente da Republico na formulação e no conduta do segurança nacio-
nal". Depois, e dentro das diretrizes já mencionadas. "o segurança do Estado deve
ser encorada em cada um dos sistemas fundamentais que integram o seu orga-
nismo: o político, o econômico, o psicossocial e o militar" (Gen. Lyra TavClfes; Segu-
rança Nacional - Bib. do Exercito - Editôra, 1958, pág. 90).
10 ~ . ~VISTA DE INFORMAÇÁO LEGISL~.!!~~_~ ~~ _

Em conseqüência, não há como suprimir, legitimamente, a ação parlamentar


legislativa, na definição da política de segurança nacional, em particular no que
concerne à autonomia dos Municípios, por se tratar de decisão que atinge a essência
das instituições do Estado.
UNILATERALlDADE IMPRUDENTE
De resto, e ainda que noo se conjugassem todos esses motivos juridicos e de
ordem institucionol, ao Gavêrno conviria aliar a responsabilidade do Congresso no
fixaçõo da política de segurança nacional.
A ninguém escopo, hoje, que a idéia de segurança nôo se afirmo por si mesmo,
abstratamente, nem como simples decorrência de imposição legal, ou de fôrça. A
ordem imposta não é segurança, mas obediência constrangido, geradora de rebel-
dias irreprimíveis. "A verdadeiro segurança - advertiu o Marechal Castello Branto,
em aula no Escola Superior de Guerra - pressupõe um processo de desenvolvimento,
quer econômico, quer social", e "o desenvolvimento econômico e SoOcial pressupõe
um mínimo de segurança e estabilidade dos instituições" (Segurança e Desenvolvi·
menta - In Síntese Político, Econômico, Social, n.o 35, pág. 5).
Mas a supressão da autonomia de Municípios nõo pressupõe nem garante o
realizaçõo de um plano de desenvolvimento, enquanto reflete, seguramente, instabi-
lidade dos instituições, sobretudo quando adotado em período de paz. Assim, o elimi
naçõo arbitrória ou precipitado do governo local próprio nôo beneficia o segurança
nacional e amortece nos populações regionais o interêsse pelo aperfeiçoamento regu-
lar da vida político. Do mesmo passo, recaindo nas comunas de fronteiro, indica
desconfiança em relação aos países limítrofes e propicio reservas prejudiciais 00
convívio tranqüilo.
~sse quadro sombrio é que se desenho no projeto examinado, atentatório
do livre determinação de 68 Municípios. Muitos dêles buscavam encontrar no expio-
raçõa de riquezas naturais os condições poro o seu progresso em regime de auto-
nomia e liberdade, como, o exemplo, Paulo Afonso e S. Francisco de Conde, no Bahia.
Todos esses Municípios, porém, correm o risco de intervençoo permanente e
prec ipitada, diante do procedimento absorvente do Govêrno no conceituação de segu-
rança nacional. Demais, o foto se configuro sem nenhuma singularidade de cORiuR.
tura que o justifique, pois os eventuais folhas administrativos de alguns Municí·
pios, a que alude a exposiçõo oficial, sôo puníveis e corrigíveis por sanções comuns,
nõo legítimando a providência fadica!.
Por fim, cumpre ver que a medida poderá estender·se de modo surpreendente
a outros Municípios, precisamente pelo falto de disciplino legal adequado.
Mos o Congresso Nacional, que nao participou dos decisões preliminares bósi·
cas, nõo pode ser desatento o seus deveres institucionais.
PROJETO INADMISSIVEl
Em presença de tôdas essas razões, parece-nos que um diplomo de conceitos
gerais, um instrumento normativo sóbrio e Hexível, deve anteceder à elaboração
do lei específico enumerativa dos Municípios incidentes no interêsse do segurança
nacional.
Enquanto essa lei-quaclro nôo se fizer, tôdo proposição declaratório do inclusao
de Municípios no órea de interêsse da segurança nacional afigura-se.nos ofensiva,
como o projeto analisado, ao sistema da Constituição, ameaçando, especialmente,
a estrutura da Federação e o regime represento: ivo.
Peáro Lessa e sua influência na
evolução constitucional cio Brasil

'2)QPuiaJo l<ukm 'Y/C1gur.iNl


Deputaew Federal e Professor na
Faculdade de Direito da
Ulliver.~idade Católka da Bahia

A reconstituição histórica do pen- cultura filosófica de sua época (~m nossa


samento filosófico que um dia agitou terra", Filiado à doutrina aristotélico-
a vida da Faculdade de Direito de São tomista, "limitou-se a estudar os siste-
Paulo, levou um dos seus mais distin- mas filosófi<:os já elaborados, sem pro-
tos livres-docentes, a doutora Ester de curar desenvolver qualquer esfôrço pes-
Figueiredo Ferraz, a, estudando a obra
soal visando a atingir a essência, funda-
do nosso incomparável processualista -
João Mendes Júnior - considerá-lo o mento e condi\-'Ões lógicas de evolução
maior filósofo que até hoje passou pelas do fato jurídico".
Arcadas, (1) Em suma, diz a brilhante profe- Alra
A própria pesquisadora, entretanto, paulista de Direito Penal, "João r-~endes
adiante dá o exato sentido em gue co- Junior é precipuamente 11m jurista", cujo
mo tal considera João Mendes Júnior, pensamento filosófico, Ilão muito grato
ao ambiente acadcmico daquela época,
No rigor da concepção, êle não terá
sido um filósofo, mas "um homem que
sabe, que conhece profundamente filo- (I) erro "A Orlentaçlo FJlosóflca de Joio Men-
des J(lnlor", In Ensaio' de Fllo,ofla do
sofia", e "possui a maior e a mais sólida Dlr~to. &0 Paulo, 1952, pAgo 13-55,
12 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

não conseg;uiu exercer nos estudantes reito, os quais eram desenvolvimentos


tão generalizada e forte atração quanto de seu programa professora1 e que pos-
o de Pedro Lcssa. teriormente compuseram os sete exten-
sos capítulos de seu livro "Estudos de
Estudando, em lúcido ensaio, a obra
FilOSOfia do Direito" (notadamente o
e a vida de João Mendes Júnior, afirma
quarto capitulo, sôbre o determinismo
o notável processualista Prof. Alfredo
psíquico e a imputabilidade e a respon-
Buzaid que êle féz uma aplicação da
sabilidade criminais, (lue só ele daria
filosofia aristotélico-tomista à ciência do
um livro autônomo com as suas (luase
processo, tendo consistido "a sua contri-
duzentas páginas de texto).
buição original em elaborar, entre nós.
lima filosofia do direito judiciário". (2) Às idéias evolucionistas e empíricas
Pedro Augusto Carneiro L essa, minei- que preponderavam na época do seu
ro de origem, doutourou-se em direito magistério superior, deu-lhes Pedro Les-
na Faculdade Paulista em 1884, e já em sa grande relho e certo cunho de atua-
1891, depois de tres anos de experiéncia lidade, conforme o insuspeito depoimen-
letiva como professor substituto, era al- to de seu atual sucessor na cadeira, o
çado à difícil cátedra de Filosofia do professor Miguel Reale, no capítulo XII
Direito. Acerca de suas fIualidades de do 29 volume de sua apreciada Filosofia
t'ducador universitário, escreve sóbrio do Direito, (4l) onde dedica algumas
historiador dos fastos da Academia: páginas à posição filosófica de Pedro
"Professor insigne, de uma cultura pro- Lessa.
funda, foi, verdadeiramente, o criador Para isso há de ter contribuído a lin-
da cadeira de filosofia do direito, nos ~lIagem de (lue se servia o autor. Ana-
nossos cursos jurídicos". (3) Aí está fisando embora problemas científicos,
ainda dito que ele era dos professôres cujo tratamento não pode simplificar-se
mais acatados pelos moços. ao extremo de ser por todos entendido,
€ssc traço da sua individualidade pois a ciência, e principalmente a filo-
lhe é também assinalado por Antônio sofia, que é a ciência retora. tem a sua
Gontijo de Carvalho, em admirávp] tra- nomenclatura específica, só acessível
balho crítico e biográfico acerca do aos iniciados; Pedro Lessa exprimia-se
chanceler Raul Femandes. (~) com uma nitidez vocabular muíto capaz
de torná-lo fàcilmente compreendido (',
Traçando o perfil dos lentes do tem-
pois, admirado.
po de Raul Femandes acadêmico,
(1895-1898), quando ainda dirigia a ve- Graças talvez a esse l'sti!o que tanto
tusta Aeudemia do distrito de Piratinin- lhe clarificava as idéias - coisa aHAs
ga a veneranda autoridade do já então pouco freqüente entre juristas e filoso-
nonagt'nário processualista Barão de fantes, alguns dos quais não raro dissi-
Ramalho, Gontijo de Carvalho, no seu mulam na linguagem impenetrável ou
agradável e bem feito livro, cita em confusa uma tal ou qual deficiência de
primeiro lugar Pedro Lessa, de quem
afírma ter sido o renovador do pensa-
mento filosófico da Academia, o de (2) AlfrMo Buzaid. "João Mendes de Almeida
Júnior. aspectos de uma grande t'ma", S.
maior influência no espírito dos moços, Paulo, pág. 81 e 83.
entre aquples "vultos (~ue a persp(>ctiva 13} Waldernar Ferreira. "A Congregaçáo da Fa-
cutdade de Direito de São Paulo na Cen-
do tempo engrandeceu', (") túria de 1827 a 1927", S. Paulo, 1928. pl\.g,
81/2 .
. De sua posição filosófica deixo li-nos o (4, "Raul Fernande .•. um seJ't'Jdor do Brasil",
Agir EditOra Rio, 1956.
monumento capital nos ensaios que pu- (5) üb. clt., pago 47.
hlicou na Rerista da Faculdade de Di- (6) s. Paulo, 1953, vaI. l, Tomo II, paI,; 291·294.
JANEIRO A MARÇO - 1961 13

assimilação de idéias - é que Pedro não pode grangear os meios de sllbsis·


Lessa chegou à Academia Brasileira de tenda, e menos ainda obter qualquer
Letras, onae sucedeu a outro juiz, o mi- colocação saliente; ou um ancião vt>ll·
nistro Lúcio de Mendonça, e teve o en- cido da vida, para quem a fortuna foi
sejo de pronunciar memoráveis orações, descaroável madrasta nas profissões
como, por exemplo, a de recepção a Al- que tentou, sem disposição alguma para
fredo PujoJ, seu antigo colega de lides o exercício de qualquer mister conh«i-
forenses, pois Pedro !.essa, antes de se do e lícito; dá-se não raro uma espon-
tomar magistrado, freqüentou os audit6- tânea conspiração entre os conjuntos
rios em São Paulo, como advogado mi- por parentesco de um ou outro, os poli-
litante. (7.) ticos militantes e os detentores do p0-
der, para elevar o inclassificável às vá-
UM HOMEM COMBATIVO rias posições políticas, e então, com o
mais bem-aventurado júbilo dos chefes
Advogado, escritor, professor, juiz. S6 das agremiações assim enriquecidas,
a política não conseguiu seduzi-lo. Vo- êsse vai a ser legislador, êsse vai ser
tava-lhe certa ojeriza, diante, é claro, estadista"...
dO" espetáculo brasileiro. Falando em
1906 como paraninfo da turma de ba- A aquarela é irreprccns(vel. Dá a
charelandos da Faculdade paulista, as· imagem acesa do Brasil-político de on-
sinalou a mediocridade da nossa politi- tem e também ainda do de hoje. Era
ca, principalmente por causa da incapa- natural que uma política em tais mol-
cidade do elemento humano de que des não seduzisse uma estrutura de elei-
ela se nutria. ção como a de Pedro Lessa, sem embar-
go do seu feitio pessoal ardente e até
"~ que, senhores, - dizia êle - com
mesmo impetuoso. Certa feita, dois
exceções tanto mais nobilitantes, quan-
anos antes de ingressar na magistratu-
to mais raras se vão tomando. os polí- ra, inconformado com a desordem rei-
ticos brasileiros se distin~em, especial-
nante no ensino e para a qual, segun-
mente, porque timbram em não conhe-
:lo Aureliano Leite, êle queria chamar
cer os mais indispensáveis preparatórios
a atenção dos podêres públicos, aprova
para o exercício das suas árduas e no-
com distinção a unanimidade de seus
bres funções; a história, a sociologia, a
alunos de Filosofia do Direito! (11)
moral, o direito, a economia poHtica. Já
os encargos de legislar e executar as leis No debate era igualmente arrebatado.
são <.'Onferidos, não aos que deram pro- Experimentou-lhe a maneira peculiar
va de maior capacidade, mas por uma de discutir assuntos científicos, o seu
espécie de seleção inversa, em que a provecto colega João Mendes Júnior,
mais condenável abdicação do povo, a quando ambos disputaram em tômo da
mais egoística e indecorosa suspeita dos competência de legislar, no Brasil da-
governos c as mesquinhas emulações quela época, sÓbre matéria de processo,
aos políticos profissionais, geram em
regra a vit6ria dos menos id6neos inte-
lectual e moralmente. (8) E adiante as- (1) Ctr. "Aca4ffllio SrG.Slklra de Ldru", 8eI;-
sim falou ainda, como se estivesse vi- do 80IeDe em 23 de Julho de 1919. Dt.scur,o
lU Bi!<:epç~ do Sr. AlfredO Puto!. D~rfO
vendo nos dias que passam: "Hoje, em rupodG ~lQ 5,. Pedro teuG, B. Paulo.
MCr.otIX.
quando no seio de uma famUia nume- (8) Pedro ~ . "Dlscu.!o. e CO"f",~ncún".
rosa há um J'ovcm que, por falta de cer- lUo, 19UI. P'«. M/5.
ta vivacida e de espírito o de outros (9) Cfr. Aureliano ~I~. "Hút6rlG dG C(vUI-
e;aç4a POtllutG". Edlçf.o MODumental CO-
predicados naturais, ou dos que se ad- memorativa do IV Cent4lDArlo da Cidade de
S. Paulo, E4. Saraiva, B. Paulo, 195i, p'«!-
quirem pelo esfôrço e pelo ttabalho, na 2lIII.
14 REVISTA DE INFORMÀÇÃO LEGISLATIVA

em face do (lne dispunha o texto da ainda a visão J?rofunda do fenômeno


Constituil~'ão de 1891. Na interpretação jwídico, o dommio completo da cien·
dé.~st' texto, chegaramum e outro a en- cia dos principios, que a filosofia, e só
tendimento radicalmente contrário, pois ela, pode fornecer. Sem ela - disse-o
t'nquanto João ~lendes Júnior afinnava ele próprio, "a tarefa do jwista se reduz
a unidade do direito adjetivo ou pro- a um esfôrço inferior por interpretar e
cessual, eomo uma decorrência da exe- aplicar preceitos, de cujo verdadeiro c,
gest' constitucional, Pedro Lessa só profundo sentido não lhe é dado com·
aceitava essa unidade em direito cons- penetrar-se". (Prefácio da l." edição de
tituendo. Em face do direito positivo seus "Estudos de Filosofia do Direito·).
brasileiro, sufragava a tese de que aos Trouxe finalmente a queda pelo 'deba-
Estados é (IUC era expBcitamente per- te, o gôsto de enfrentar os temas de
mitido legislar sôbre o processo das mais nítido caráter polêmico, cujo dis-
justiças locais. (10) cernimento sua cultura básica estava
sempre apta a elaborar.
A controvérsia extravasou do assun-
to específico, graças ao temperamento Dando-lhe uma cadeira perpétua de
um tanto ardoroso de Pedro Lessa, que juiz, aos 26 de outubro de 1907, em
atacou inclusive a posição filosófica do sucessão a Lúcio de Mendonça, o Presi-
H'U velho colega c lhe estigmatizou o dente Afonso Pena poSSivelmente terá
método escolástico, bem como o estudo tido a consciência de que abria as por-
(Iue fá das noçôes de substância e aci- tas do Supremo Tribunal Federal ao
(entes, matéria e forma, essencia e exis- que seria, até 1921, quando desapare-
tencia, potúlcia e ato, - estudo por ceu, o seu maior juiz.
})edro Lessa desdenhado mas hoje tido
como exaustivo e profundamente filosó- Não tendo antes jamais vestido a toga,
fico. (ll) começou pelo fim da carreira judiciá-
ria, mas revelou-se, não obstante, um
Aí, nessa polemica que fêz época, o juiz de primeira grandeza, em treze anos
estilo refletia corretamente o homem de constante judicatura; constante e
combativo que por índole sempre foi, produtiva. Ao interromper a tarefa de
ao ponto de raiar mesmo talvez por um todos os dias - conta Levi Carneiro -
certo (Im" de intolerúncia contra opi- estava irremediàvelmente exausto, rela-
niües adversas, segundo registra O seu cionando-se ao esfôrço que lhe custou
grande admirador Levi Carneiro, em a sua obra judiciária a vida relativa-
artigo escrito após a sua morte. (l~) mente breve que teve, poís morreu com
apenas sessenta anos de idade.
PODEROSA ESTRUTURA
A jurisprudencia brasileira especial-
DE MAGISTRADO mente no campo do direito constitu-
A ('ena por exceknda de sua ativida- cional, recebeu de Pedro Lessa contri·
de, entrdanto, foi a cena judiciária - buição decisiva, que lhe inaugura uma
no pa]wl de juiz, que (,11.' assumiu já na etapa digna de registro.
plena madureza dos 48 anos de idade. Foi no seu tempo, e enquanto publi-,
Para desempenhar ('sse papel trouxe a cista, talvez mais influente do que, no
visüo ampla, geral e penetrante do ad- campo do direito privado, era ainda há
vogado, suas técnicas inconfundíveis de
tratamento dos temas, técnicas cuja fal-
ta l' tiio perceptível entre os magistra- (10) err. Pedro Lessa, "Duurtaçõu ~ PoMmj-
dos que não tiveram a insupríve1 expe- cas", Rio. 1909, pág. 233/279.
(11) Cfr. B8ter de P'lguelredo Ferraz, "E,ualo.
ri(\ncia da advocacia militante. Trouxe de Fllooo!14 do Direito", clt., pÁg. 1~.
JANEIRO A MARÇO - 1968 lS
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pouco Oro7.imbo Nonato, Oll eram, há mediante JU1beas-corpus, de matéria
vinte anos, Filadelfo Azevedo e Castro ,JOlítica.
Nunes nos campos de suas mais acen-
Desde 1892, entretanto, já Ruy distin-
t IIadas espcciaIi7..1ções.
guia entrc atos meramente políticos
(não controlávei.~ judicialmente) e os
RUY E LESSA, DUAS
que, emhora resultantes de funções po-
lNFUJf.l\'CIAS GtMEAS liticas,envolccm direitos comtituciorwis
Estudando a nossa organização de- do indivíduo, sujeitando-se, assim à
mocrática e o problema das liherdades competencia revisora dos tribunais. Em
civis, no scgundo volume de "Institui- suma, proclamava êle que (J feição l,olí-
ç6es Políticas Brasileiras", chega Olivei- tiw do ato 000 furta à aç{io d(J justiça
ra Viana à conclusão de que as liber- os abusos do poder.
dades civis do povo-massa do Brasil não Pedro Lcssa tamhém aceitava a excc-
soçobraram completamente em eonse- ção de incompetência quanto aos casos
qiJcncia da descentralização política imo meramentc políticos, mas, integrado
plantada com o regiml~ republicano, quanto a isto no pensamento de Ruy,
únicamcnte por causa da aplicação ex- admitia o contrôle judicial do ato ,}OU-
tensiva do habeas.corlJlJS, de sua am- tico, desde que este implicasse lesfw de
pliaç~1O providencial, inspirada na dou- um direito individual. O Supremo Tri-
trina de Huy Barbosa c na jurisprudên- bunal, para êlc, era um Tribunal políti-
cia do Supremo, sem embargo daquilo co, pois podia decretar a inconstitucio-
que o laureado sociólogo patrIcia consi- nalidade de atos dos Podêres políticos,
dera a "cxegese estrita de Pedro Les- l'odos os f~os políticos sujeitos a nor-
sa , (I~.)
O'
mas legais, dizia, podem ser discutidos
e apreciados pelo Tribtmal. (13)
Pedro Lessa e Ruy Barhosa, entretan-
to, se completam na influência incom- Por isso mcsmo Pedro Lessa sempre
parável gue amhos exerceram na cons- concedeu 1wbeas.corpus para proteger
trução jurisprudencial responsável pela direitos individuais em l,leno estado de
chamada teoria hrasileira do habeas- sítio e ainda mediante o iJabeas.corpus
corpus, que predominou até 1926 e vcio admitia o reexame da constitucionalida-
a determinar o advento dessa formi- de do próprio estado de sítio, a fim de
dável conquista do nosso direito posi- verificar se a sua decretação tinha obser-
tivo atual que é o Mandado de Segu- vado os pressupostos constitucionais -
rança. matéria esta por ele mesmo considerada
lJOlftica.
O desenvolvimento dessa influência
assumiu proporções monumentais no es- Essa doutrina de Ru)', que Pedro
fôrço dc ambos, no sentido de tomar o Lessa corajosamente adotou nos seus
habc(Js·corpus o recursO capaz de inva- grandes votos, acabou influindo no
lidar os atos do poder púhlico não ape- nÔvo direito positivo brasileiro.
nas cerceadores da simples liberdade de A Constituição de 46 declara, com
ir e vir, mas que criassem qualquer vio- efeito, que o sítio não suspende tôdas
~ência ou coação ao indivíduo, intercep-
tando-lhe, em (:onscqiJência, o exercício
de um direito seu, Qualquer que fôsse (12) Cfr. Levl Carneiro, "O Lf~TO de Um Advo-
êsse direito, queria Ruy. Inclusive direi· g440", RIo 1943. p(lg. 43/~
(l2a) Ob. clt., p(lg. 231.
tos políticos. Foi árdua a batalha para (13) Cfr. Voto no H.C. n," 3.~5a, Impetrado por
supcrar a exceção de incompetência do J .I!:. Macrdo Soares, Re\'. (lo SUp. Trlb.
Fed., \'01. lI, Parte ),', agOsto a de~bro
$uprcmo Trihunal Federal no reexame, de 1914, pAgo 8D.
16 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
~--_._-----~- ----- ~- ._--- ~

a.~ garantias, c a inobservância de qual- lição de Pedro Lessa, impirada ('111 R'~!I
(ll1cr das normas regllladoras dêle im- Barbosa. (I;;)
portará na ilegalidade da coação e De fato, segundo a doutrina que Huy
dará ao paciente o direito de recorrer sustentou sempre, a partir de ahril de
aos Tribunais. (Art. 215) (la O )
1892, o habeas~corpus era o reml'dio
Pedro l,essa (lueria (lue a liberdade aplicável "a todos os casos onde houver
de locomoc;ão func:ionasse como um coação ilegal ao i rufit:Ídu o, onde a per
prcssu posto do exercído do direito ile- sonalidade humana, em qualquer das
galmente cerceado ou ameaçado, para manifestações exteriores da liherdade,
então aplicar-se-Jhe o remédjo do M- se achar violentada por uma invasão
beas-corpus, (H) do poder".
No caso da :\fesa da Assembléia Le- Quando t'le assim se l'xprimiu, estava
gislativa do Estado do Rio, julgado a 6 em causa a liherdade de circulação de
de junho de 1914 (H.C. nY 3.554), certo jornal gaúcho. ~Ias, llma vez que
ficolI isso patente. Os deputados João o texto constitucional não restringia, an-
Antônio de Oliveira Guimarães, Raul de tes ampliava a concessão do 1wbeas·
Almeida Hego c Constância José ~'1ou­ corTnls a todos os Casos de do!ilncia ou
renat, seu presidente e secretários, em coaçlio por arbítrio da autoridade, cum-
preseuça da cOllvocac,,'ão extraordinária pria adotar o instituto segundo a ampli-
da Assemhl(~ia pelo Presidente do Esta- tude do art, 72, § 22, da Carta Mag-
do, consideraram-se ameaçados no seu na. (lEI)
direito de exercer a1luêles cargos, pelo
propósito, que a outra facção anuncia- Em verdade, o constituinte de 1891
va, de eIcgt'r nova Mesa sómente para não limitou o eonceito de coação 0/1
o período da convocaç'ão. dolJncia, de sorte que a interpretac,'ão
ampliativa de Ruy era legítima, e aca-
O Supremo Trilmnal Federal, contra bou triunfante, embora nüo eorrespon-
os votos apenas dos ministros Godofre- desse à concepção ortodoxa, anglo-saxô-
do Cunha e Coelho e Campos, conce- nica, do lU1beas-corpus. Segundo Ruy,
deu a ordem impetrada pelo advogado tôda pressão empregada "em condições
Astolfo Hezende, para (lue os pacientes de eficácia, contra a liberdade no exer-
pudessem locomover-se livremente, pe- cício de um direito fi uolquer que (11 c
IICtrussem no edifício da Assembléia jôssc", só poderia ser eliminada pelo
/-egislatiLa c aí exercessem, licres de habeas-corpus. Falando em 1915 no
cOllStrangimento, durante o período da Senado, explicou hem: "Desde (pie no
sessüo extraordiruíria e enquanto ela ext'rcício de um direito meu, q[wlqlieT
durasse, as funç()es que tinham na que de fôr, intervém uma coa<,'üo exter-
Mesa. na, sob cuja pressão eu me sinto emba-
Pedro Lessa subscreveu (I ac'Órdão, raçado 0\1 tolhido para usar t'sse direito,
dando, então, como inicialmente frizou, na liberdade plena de seu exercício,
um voto idcntíco ao que sempre vinha
dando em casos iguais. (l3a) Quase ips" litteri. o texto do art. 156 da
ConstituIção de 15 de março de 1967.
Essa maneira sua de encarar o pro- (14) Cfr. Arnold Wald, "O Man1ado de Segu-
blema l'onciliar-se-ia, em última análise, rança", Rio 1955, pago 31.
com a de Huy. E não é por outra razão (151 Cfr. Arnold Wald, "D Mandado de Segu-
rança". Ed. do Serviço de Documente.çAo
que Arnold \Vald, estudando exaustiva- do DASP, Rio, 1955, pago 36.
mente esse a~sunto, assinala (pIe a juris- (16) Cfr. Ruy Barbasa, artigo "O HabeaS-Corpus
e a Imprensa", no "Jornal do Brasil" de
pmdt'ncia, no particular da aplicação 15-8-1893 Obras Completas, vaI. XX. Tomo
IV, "A Ditadura de 1893", Rio, 19-49, pág.
extensiva do halJcas-corpus, adotou a 137/143.
JANEIRO A MARÇO - 1968 17
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estou debaixo daquilo que, em direito, inovou, ou antes, coerente com O texto
se considera coação. E violência? Vio- Constitucional que regulava o im.1ituto,
lência é o uso da fôrça material ou ofi- advogou-lhe aquela aplicaç'do ampliati-
ciaI, debaixo de qualquer das duas for- va a que Oliveira Viana ligou, como
mas, em grau eficiente para evitar, vimos, a ~rópria sorte das liberdades
contrariar ou dominar o exercício de civis e pohticas do nosso povo-massa.
11m direito". (17)
Nas suas conseqüências prátícas,
Pedro Lessa queria que o direito fôsse entretanto, talvez as duas concepções -
líquido e cerio (certeza e liquidez (lue a de Ruy c a de Pedro Lessa - se
a nosso ver a doutrina de Ruy essen- tenham equivalido.
cialmente não dispensa), sob pena de
escapar ao contencioso de legalidade do Haja vista o habeas-corpus que Ruy
habeas-corpus. Mas, embora ressalvan- impetrou para assegurar a publicação
do que êste remédio protegia apenas a dos seus próprios discursos parlamen-
liberdade individual no sentido estrito tares pela imprensa, onde, quando e
de Iiherdade de locomoção, sempre o como lhe conviesse. Como se sabe, o Ma·
concedeu quando o direito incontestável rechal Hermes, já no último ano de seu
do paciente, para ser exercido, precisa- govêmo, havia decretado a prorrogação
va da garantia daquela liberdade de ir ao sítio para durar todo o tempo da
e vir. sessão anual do Congresso. Ruy Bar-
Os deputados componentes da Mesa bosa, logo no dia da instalação dos
da Assembléia Fluminense não se (luei- trabalhos do Senado (4 de maio de
xavam propriamente de ameaça à sua 1914) discursou prote.'itando contra o
liberdade de entrada e saída no edifício absurdo decreto executivo e forneceu
da Assembléia, senão que temiam não cópia datilográfica do discurso ao Im-
lhes ser possível exercer as suas funçõC$, parcial, dirigido por Macedo Soares. O
porque os seus colegas, solidários com Chefe de Polícia porém proihiu.lhe a
os prop6sitos políticos do Presidente do publicação. Contra êsse ato governa·
Estado, pretendiam eleger outra Mesa, mental Ruy impetrou uma ordem de
e por isso os impetrantes queriam ha- liabeas-corpus, que receheu o n. Q 3.536
beas-corpus para entrar sem <:oação no e ao ser julgada deu até motivo a um
edifício da Assembléia Legislativa e lá incidente.
exercerem as funç6es dos seus cargos. f: que, feito o relatório, o Ministro
Pedro I,essa não concedeu a ordem Oliveira Ribeiro pediu fôsse dada a pa-
apenas para que se lhes garantisse o lavra a Ruy, cuja inicial êle acabava de
livre acesso à Assemhléia Legislativa (o receber, a fim de () paciente e impe-
CJue estaria mais conforme com a idéia trante dar {~sdarccimentos que pudes-
de destinar-se o habeas-corpus unica- sem "desenvolver o objeto da matéria
mente à proteção da liberdade de loco- da petição".
moção), mas ainda para que na Assem-
bléia o Presidente e os dois Secretários O Presidente, Ministro Hermínio do
desempenhassem as suas funções. (18) Espírito Santo, concedeu a palavra ao
Nesta parte de seu voto êlc afinava com paciente c impetrante, mas pelo exíguo
a doutrina de Ruy.
Teoricamente, ou melhor, no corpo 417) D1scurso de 22-1-15. In "Comentlirlo. 4
CondiCulç40 Fedcal BruUelra··, collgadOll
tios seus silogismos jurídicos, Pedro Les- e ordenad08 por Homero PlrM. TOI. V. Rio.
sa encarava o habeas-corpus segundo o 1934, pA8, 505/6,
(18) Cfr, RevLata do 8up. Tr1b. Fed.• vol. n. Par-
conceito tradicional, ao passo que Ruy te I. agOsto a deumbl'O, 11114. Rio, pis, M.
18 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
-------~~_.- -_.. _ - - - - - - - - - - - - -

prazo do H l',l!;i llH'lItO. O Iklator, falando (guerra ou comoç'ão inkstina), e cita


pela ordem, ft"z ver (jue o caso era espe- o prúpiro Ruy assim: "Como muitu bem
cial, n:lO pre'vbto no invocado disposi- disse o Sellador Hu)' Barhosa, a como-
tivo reginwHtal qne reduzia a 15 minu- ção intestina, o iminente perigo que
tos o tempo de snstcntaç'ão oral, pois corre a pátria, deve ser algnma coisa
iria ouvir-se o pníprio paciente. O Mi- '1ue. pda sua gravidade, sl'ja compad.-
nistro Prt'sidenk H'ndeu-se ti evidl;ncia, VI,1 à guerra illtemacional".
(' Ruy ocupou a tribuna por mais de
llma hora, atac<lHdo, pod,m, duramente' E tamhi'lll conce'de a nrd('rn, sem
a inkrvl'Jl(;üo presidl'llcial <jue preten- llcll/uww discrepância da extl'llstJO quc
dl'U hitolar-lhe o din'ito de ddesa oral. lhe dera o Relator, contra cuja opini:lo
(Esse illcidentl' parece revelar (flte Levi fica solitário o ministro CodofrE'do
Canll'iro HÜO tem razão (piando atribui Cunha.
a Pedro Lessa a iniciativa dI' se COIK'l'-
Certo l; que, na sustclltaç'ão de seu
der. !lO Supremo Tribunal Federal. a
voto, PE'dro I,essa, ao estelll!er a ordem
Ruy Bar1)osa o privilt'-gio de falar Sl'm
limita~,:LO de lI'mpo. É o pn')prio Ruy.
nüo só a Hu)', senão a todos os jorna-
listas do Imparcitd, admitia haver no
no discurso acim.l n·ferido, quem afir-
ma jamais lhe haverem no Supremo caso uma coa(,.'ão, isto é, dizia de, ''se os
tentado "medir o uso da palavra com () jornalistas publicassem os discursos, se-
correr da areia na ampulheta"). riam presos. como já o foram alguns
por oulra.s publicuç'ões". E concluía i;stl'
seu raciocínio. "Por conseguinte, pode-
Da tri1mna traç'OIl entüo Ruy a lumi-
se ter certl'za de (pie, se não fór conce-
nosa intl'fprda(;ão dos textos constitu-
cionais atinentes ao sítio, patenteando a dido haveas-corpus, os jornalistas (IUE'
publicarem os discursos serilo coagidos
irremediúvd inconstitucionalidade do
sítio c do cerccamento posto pela })o- em sua liberdade individual",
lida :1 divulgaç'ão ampla das opiniões,
~las,a rigor, o direito de lo('omo<;ão
pala\Tas, votos e discursos dos parla- funcionava ai como um pressuposto
II;LO
nWIltares. l~ssl' improviso, (Fie ocupa do E'xercício do direito de publicar dis-
vinte c cim'O p(lgiI1ó.ls da Revista onde
curso. Contudo, Pedro Lpssa concedeu
SI' cstampCJlI, (' 11m dos instanks mais
a ordem illlpl'trada, sem (PIC a liberdade
hei os l' grandiosos da e\ollü0ncia forense individual de locomoção l'stivessc prin-
do Sl'll autor. (1:»
cipalmente ameaç'ada. ou exprimisse, na
espi'cie, a(pülo que de denominava o
o relator cOllcede a ordelll, para ficar dircito esn)po. O "direito escôpo", aí,
ao impetrante assegllrado (a expressão rcsultava da imunidade assegurada no
11.~ada Ilo seu vüto l' exatamente essa) o art. HJ da Carta de 91 e llue o sítio
scu direito n!Hslifuciona[ de publicar os não podia interceptar. (Sôbre o direitu
.~<'liS discursos parlamentares, pela im- cscopo falou Pedm I,essa em voto ven-
prensa, "ollde, lluándo e como lhe cido no ha[)cas-corprls !l" 3.539, (IUC
COH desse".
Hu)' requereu em favor dos diretores do
lmparcú.Jl, Correio </a .\1a/11/(1, A. Nuite,
Pedro Lt'.~sa vota logo depois da im- (;az('/a l' a A [~P()('(1, e foi [[("gado pelo
pllgna~'ão tin pedido pelo \1inistro ~1 u- Supremo.) ("li)
lliz Barrdo. Procurador Ct'ral da Rc-
vúbliea. Acolhe a lt'sc de Hu)' quanto
ú inconstitucionalidade du decreto exe- )9) Cfr. Rev. do 8up. Tnb Fed", e.bril a Julho
de 1914. \0'01. 1, Parte I, Rio. 1914. pagine.
cutivo <ll1c prescre\'era o sítio, visto não 260/285
(20) Cfr. "Rev. do 8up. Tnb Fed"", e.no de 1914.
havercm oeorrido os S('lIS pressupostos agôsto e. dezembro, \'oL II. Parte I. pagc 294.
JANEIRO A MARÇO - 1968 19

Pedro Lessa, portanto, em última aná- cessão do habeas-coTJ)tJs aos casos de


lise não se distanciou de Ruy na concep- ofensa à liberdade física de ir e vir -
ção prática do habeas-corpus e seu raio sob o pretexto irrisório de restaurar o
de alcance. Coerente com a sua posição sentido ortodoxo dêsse instituto ou de
doutrinária em face dêsse problema coibir supostos exageros da construção
jurídico, votou pelo deferimento de to- jurisprudencial ampliativa que vinha ao
dos os habeas-corpus que Ruy impetrou encontro de uma grave lacuna do nosso
para a defesa de direitos lwlíticos direito formal, a saber, a falta de um
(exercício de funções govemamentais remédio jurídico para a pronta e eficaz
c legislativas), quando ocorreram na defesa dos direitos individuais violados
Bahia, em 1912, os tristes epi.~6dios que ou ameaçados de violação por atos
culminaram no bombardeio de sua Ca- ilegais dos agentes do Poder Público,
pital. (~I) - quando os constituintes de 192ü assim
procederam, contrariaram tanto o ideal
A jurisprudencia, até 1926, sufragou, do habeas-corpus de Ruy Barbosa
inclusive com o voto de Pedro Lessa, quanto o de Pedro Lcssa.
o conceito amplo dêsse Temedium juris,
que tão luminosamente assinala a pre- Ambos (·Ies tinham, porém, impreg-
sença de Ru)' Barbosa na história da nado de tal forma a conscj{~ncia jurídica
civilização política e jurídica de nossa brasileira da inviolabilidade dos direitos
Pátria. individuais constitucionalmente cansa-
~rados e tão firmemente a jurisprudên-
Em 5 de maio de 1919, quando Ruy, cia do Supremo Tribunal Federal lhes
pelo seu patrono, dr. Artur Pinto da tinha apoiado a doutrina da aplicação
Rocha, requereu uma ordem de habeas- extensiva do lwbeas·corpu.~, que o legis-
corpus para si e para Miguel Calmon, lador não descansou até que o direito
Pedro Lago, Simões Filho, Medeiros positivo brasileiro preencheu o clamo-
Neto, Vital Soares, Lemos Brito, Pires roso espaço vazio deixado pela reforma
de Carvalho, Altamirando Hequião, constitucional do Governo Bernardes e
Otaviano Sabach, Américo Barreto, Por- introduziu no sistema de defesa dos
to da Silveira, Agenor Chaves, Madureí- direitos individuais o remédio do man-
ra de Pínho, Mário Leal, Homero Pires, dado de segurança.
João Mangabeira, Ar<)uimedes Pires,
Alfredo Rui e Caio Monteiro de Barros Seus mais legítimos precursores são,
- para fazerem comícios na Bahia e pois, inegàvelmente, Pedro Lessa e Huy
especialmente na Cidade do Salvador, Barbosa.
comícios que o Chefe de Polícia Alvaro
Cova tinha proibido, o Supremo Tribu- Para Pedro Lcssa a liberdade de loco-
!lal concedeu :J. ordem por unanimidade. moção Ué m11 meio l}(JTU a consecução
(~~) E no acórdão respectivo está dito de um fim, ou de uma multiplicidade
precisamente: "Com efeito, para a maio- infinita de fins", c, como acertadamente
ria do Trihunal, é J,1rincípio corrente observa Amold Wald. hoje diríamos
que o habeas-corpus e competente para mandado de segurança, onde aquêle
proteger o exercício de qualquer direito, grande jlliz, nalguns dos seus votos prin-
desde CJue êste seja certo, líquido e in- cipais, cogita de habeas-corpus. (23)
contestavel" - premissa esta que se COII-
tinha no pensamento tanto de Ruy Bar-
bosa quanto de Pedro Lcssa. (21J Cfr. ··Ob."" CompletCl.' de BUli Barbosa",
\'01. XXXIX. 1912, Tomo I. O Caso d4 Ba-
/I ~. Rio, 1950.
Quando, por conseguinte, a reforma (22) Clr. "Reui.$ta de Direlfo", vol. 64/288.
constitucional de 1926 reduziu a con- (2J) Cfr. Arnold Wl\ld. ob. clt. piK. 33.
20- - - - - - REVISTA DE INFORMAÇÁO LEGISLATIVA
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Huy Barbosa com ,t sua luta sem Ruy e os votos lapidares de Pedro Lessa
quartel pelos interditos clássit.'üs na pro- já sugeriam à posteridade. (~.\)
teção dos direitos pessoais e reivindi-
cando a cohertura do habeas-corpus
(24. Pouco antes de Pedro Lessa, tamMm teve
para proteger o exercício de todo e ALBERTO TORRES asslnalavel l'.tu&Çlo no
Supremo Tribunal Federal, relativamente
qualquer direito individual contra os à natureza Jurld1ca e apHcaçio elttenalv8
do Instituto do habeas-corpus. De alguna
transbordamentos tipicamente brasilei- de seus prlnc lpals vot06 nesse sentido for-
nece-nos circunstanclllda not[cla Barbosa
ros do Poder Executivo, encontrou em Lima Sobrinho no admirável ensalo que
acaba de publicar sob o titulo .. Presença
Pedro Lessa o juiz bravo, culto e ho- de Alberto ~ Sua Vuta e Pensamento" (Edl-
tóra Clvllizaçào Brasllelra, 1968, RIo, 520
nesto, em condições, portanto, de co- páginas) Em 1903, no h. c. requerido pelo
Príncipe D. Oastio de Orleans, para que
mandar a constmçào jurispmdcncial se declarasse a InconstjtuclonlllLdade do
Decreto de banimento da Familla Imperial,
qUL' tanto serviu ao povo brasileiro, Juiz baixado pelo Oovérno Provisório, coloca-
Va-se ALBERTO TORRES ao ladO da dou-
hravo, sim, como a história atesta. No trina (ainda nào sufragada entre nós) se-
gundo a qual o habeas-cMpu. é a tutela
julgamento do habeas-corpus 3.539, jurld1ca, nlo apenas da llberdade de loco,
mo<;ão (doutrlna tradiclonal) mJl.S de todo
que Huy impetrou a henefício dos dire- e qualquer direito indit'ic!ual atingido ali
ameaçado por coação ou violêncIa decor-
t(Jre.~ {' rt'datores do Correio da Jf anhã, rente de Hegalidade ou abuso de poder,
Essa doutrlnll ele a confirmou em 1007,
Imparcial e outros jornais do Hio, e (lue quando, vlgendo alnda aquêle Decreto de
banimento, o Jurista Silva Costa, medIante
o Supremo indeferiu sob o fundamento o h.c. n:' 2.437, procurou garantir o de-
sembarque, no Brasil, do Prlnclpe D. LuIs
de haver sido suspensa pelo estado de de Bragança, então em viagem de cruzeIro a
borda do paquete Amazone.
sítio a garantia eOllstitudonal da livre Conforme Barbosa Llma Sobrinho assinala,
para Alberto Tórres, o habeas-corpus acudi-
manifesta\';w do pCIISamento, Pedro ria a todos o., direitos que. interessando ti
liberdade indIvidual. nao possuírem ne-
Lcssa assinou o acórdão l;C flcido, em nhum outro meio de garantia e de elieacia,
Era essa a tese de R uy Barbosa a partir de
tudo (textual), e a certa altura de seu abrH de 1892, qnando passou a sustentar
perante o Supremo TrIbunal Federal a ~x­
voto classifica de caprichoso, arbitrário, tensão do habecu.corpus a todos os casos,
escrevIa ele, em que um direito nosso,
criminoso o ato do Marechal Hermes da qualquer direito. estiver ameaçado, im-
poss.bilitado no seu e;rerclcio pela inter-
Fonse(;<! que decretara o sítio "violando venção de um abuso de poder ou de uma
lJegal>dade.
um claro preeeito da Constituição l' Barbo.sa LIma Sobrinho reconhece que "o
voto de Alberto Torres, LOS habeas-corpus
única17!('nte ,)(/ra a satí.sjação de ódios requeridos a favor da Famllla Imperial, co-
lncldia com esse ponto de vlsta, atendo-se
(' cillgal1ças pcssoaio>". li amphtude do preceito constituclonal, que
nê.o citou, como na leglslaÇê.o do tempo do
Império. a llberdade de locomoção ou O
~as li\úes de HlIY (' Pedro Lessa é constrangimento corporal'>. A defesa dessa
doutrina do habeas-corpus, depols da apo-
sentadoria de Alberto Torres em 1907, velo
que entre nós se foi buscar a mais deei- a ser patrocinada por Pedro Lessa
Tendo Alberto Torres, como proclama o es-
siva inspiração para E'lahorar o nôvo clarecido expositor de sua vida e de seu
pensamento fundamental, "uma concepçào
instituto de def('sa enérgiea E' eficaz dos por assIm dIzer sociológica do Direito", a
qual objetiva a ajudar a colliltrulr a so-
direitos do individuo não amparados ciedade" e "aperfeIçoar a Sua eo;truture."
...::.. aInda mais valorll<ada !lca a poslçlo
pelo habeas-corpus. doutrInária que êle Invarii\velmente sufra-
gou na esfera de apllcaçio do únIco reme~
dium jurts de desenlace rapldo que então
o.~ ahusos da Autoridade Públiea vol- existia no sistema J uridlco brasHelro para
a tutela dos direitos constltuclonals do In-
Iam a encontrar no sistema jurídico dividuo. Da mesma (orma essa coincidência
entre o pensamento do jurlBta sociólogo
Alberto Torres e do J úrls-tllosóto Pedro
brasileiro um veto fulminante, através Lesse. com o de Rul Barbosa, em matéria
de e"egesBe e aplicação do habeas-corpu.,
do mandado de segurança, cujas formas pode ser tomada como o melhor testemunho
do equllibrlo da teoria brasl1elra do h4beas-
embrionárias e perfeitas os trahalhos de corpus que Ruy Barbosa entre nÓ/! fundou.,
OBRIGA CÃO .)

DE
CONTRATAR

P,O~jjo" O,.lanJo ÇomrJ


Professor da Faculdade de D/rrilo
dez Universidade da Bahia

A liberdade de concluir contratos sofre limitação quanrlo o sujeito de


direito é forçado a se vincular a detenninada pessoa, ou não pode recusar-se a
travar relações juridicas unifonnes com os interessados em constituí-Ias.
Diz-se que, nesses casos, tem a obrigação de contTatar.
A supressão da liberdade contratual, nesta sua manifestação, foi analisada,
primeiramente, por NIPPERDEY, que a admitiu somente nos casos de uma
disposição legal expressa impor a obrigação de contratar, mas a crescente
22 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

intervenção do Estado no domínio econômico originou ~itllaçôes nas l]lIais se


tornou Jl('cessária a diminação da liberdade de reclIsa de contratar independen-
temente de determillação legal. ~e~sas situações, passou o contrato a ser, do
mesmo modo, necessário, forçado, coativo,

Classificou-as LARENZ, distribllindo-a~ em tn's grupos:

1.0 contratos fJllC se conc!twlll no setor dos serviços públicos;


2.° con1 ratos (llle St' realizam lia área em (llle se manifesta interesse
t'collômico de natureza geral (economia dirigida);
3,° - contratos cuja recma de estipulação sera contrária aos bons
costumes.
primeiro grupo, o problema de maior delicadeza é o da determinação
]\'0
dos limites da obrigação de l'Ontratar, evidente, como parece, que o simples
fato de exercer alguém certa atividadt' no setor dos serviços de interesse
público não basta para privá-lo da prerrogativa de recusar-se a contratar.
Sugerem-se diversos critérios de limitação dessa prerrogativa. Em primeiro
lugar, o da cxigéncia de ser a atividade exercida em regime de monópolio.
Quem a promove não pode recusar-se a contratar. Se tivesse essa liberdade,
arbitràriamente privaria (!ualqucr pessoa do liSO de servü;o concedido no
intert'sse geral. Pense-se na hipótt'se da recusa do fornecimento de energia
elétrica pela empresa concessionária desse serviço, :'-ião havendo outro forne-
cedor, qllem precisasse de luz ou fôrça não seria atendido, deixando de usufruir
bem considerado vital.
o critério do monopólio revelou-se, entretanto, demasíadamente ('streito.
Reduz a obrigação de contratar à área dos seITiços públicos diretamente
exercidos pelo Estado, ou concedidos, e não permite exigi-Ia nos casos de
monopólio virtual ou ('lD situações que se assemelham, lia prática, it que
decorre da posição de sllper.ioridade de quem exerce atividade em car:tter
exclusivo. Demais destas razões, o conceito de serviço público é restrito,
pOf<!lIanto se sohrepõe à noção civilistica de prestação e se deduz com refe-
rl'ncía aos tri's rC(lllÍsitos fundamentais de titularidade estatal, interesse tutelado
e objeto. Verdade é [pie. recentemente, se vem refutando, não somente a teoria
das prestações administrativas, como o princípio nominalístíco da titlllaridade
do Estado (1), para admitir-se que qualquer atividade, pública ou privada,
dirigida ~l realização de um fim social deve sujeitar-se à disciplina própria dos

(lI OIANINI, verbete "Atth·ité. Ilmmlnlstratlvl\" jn Encidopédia Del Dlntto,' POTOTSCHINO, I


pubbllcl servl~1 apud Ricca, Sul cosldettl rapportl conttratullH di flttt'l
JANEIRO A MARÇO - 1968 21

serviços públicos. Mas êsse conceito amplo ainda não conseguiu desbancar a
noção tradicional. Por outro lado, há situações que pcàem o contrato coativo,
mas não se acomodam ao nôvo conceito, por mais que se o elas teça.
Pretende-se, em conseqüência, que haja obrigação de contratar, não apenas
quando dctenninada atividade é exercida em regime de monop6lio, senão,
igualmente, quando quem a exerce está, até circunstancialmente, em situação
privilegiada. Deixa, assim, de ser relevante a natureza ou qualidade da pres-
tação. Ainda não se trate do fornecimento de bens vitais, quem os fornece
será obrigado a contratar caso se encontre em posição na qual a recusa seria
abusiva.
A extrema latitude dêsse critério constitui obstáculo à sua aceitação. A
obrigação de contratar é exceção ã regra geral da liberdade contratual, violenta
restrição à autonomia privada. Não se deve, por conseguinte, alargar o setor
em que se apresenta como técnica estritamente indispensável à subordínação
do interêsse particular ao intert~sse geral.
Partindo do conceito de LARENZ relativo à existência de um comporta-
mento social típico (sozialtypischen Verhalten), como nova fonte de obrigações,
BULCK admite que, em relação a prestações ou bens vitais, há o dever de não
recusá-los. Quando se trata de gêneros de primeira necessidade ou prestações
socialmente valorizadas como necessárias à. vida de cada cidadão, como o
transporte, a eletricidade, a água, o gás e tantas outras, é inadmisslvel a recusa.
A superioridade do critério reside na limitação. Somente em relação às
prestações ou bens vitais haveria obrigação de contratar.
Indaga-se, porém, se a relação juridica, assim constituída, configura verda-
deiro contrato.
A primeira difi<:uldadc reside no próprio conceito .tradicional dessa espécie
de negÓcio jurídico. Contrato é o livre acôrdo de vontades para constituição
de uma relação jurídica entre as partes. Nesse esquema, é logicamente impossi-
vcl inserir o chamado contrato coativo, por isso que uma das partes é forçada
a constituf-Ia. A própria expressão contrato coativo seria uma "contradictio in
adjecto". O adjetivo briga com o substitutivo. Por mais que se distenda a noção
de contrato, não se poderá estendê-la a uma relação juridica, na qual o compor-
tamento de llma das partes, para criá-la, é meramente passivo, e está prcc1c-
tenninado.
Inclinam-se os escritores mais afastados da linha dogmática tradicional
pela negação da natureza contratual dos vinculos estabelecidos entre quem
presta e quem recebe um serviço público. Dividem-se, porém, as opiniões.
REVISTA DE INFORMAÇÃ.O LEGISLATIVA

Predomina, nessa volumosa corrente, a tese de (pIe a relação jurídica deriva


de imposição legal, instaurando-se por efeito de uma ordem da autoridade
pública. Rejeita-se a idéia de contrato, explicando os adeptos dessa teoria que
tal relação é regulada pelo direito público c repousa numa situação estatutária.
Essa explicação não é, entretanto, satisfatória, não apenas porque jogaria no
comportamento unilateral do usuário, em última análise. a fonte da obrigal;ão
de prestar o serviço, mas, princípalmente, pela incxist€-nda de critério diferen-
ciai seguro entre as várias formas de gestão dos serviços vitais, de modo especial
quanto às relações que se instauram entre o gestor e o usuário. e). Não é. assim.
solução unitária, nem explica o mecanismo da constituição da relação jurídica
em támos que defiham seus diversos aspectos. !\'ão hasta dizer, com efeito,
que a relação jurídica decorrt' de imposição legal. É preciso qualificar sua
fonte porquanto a lei não cria diretamente obrigações, limitando-se a emprestar
a determinados fatos a significação de causa geradora, à medida que ocorrem.
Se bse fato é o comportamellto obrigatório do gestor, por não preexistir o
direito à prestação, cai-se na figma privatística do quase contrato C).

Procede, no entanto, a ohservação de que o comportamento do gestor do


serviço público, ao se comprometer a prestá-lo, pratica ato devido. ~ão emite,
realmente, declaração de vontade como expressão de autonomia privada. Falta-
lhe, portanto, caráter negociaI.
A objt'ção é séria. Admitem, porém, os contratualistas, que não perde esse
cunho a declaração de simples adesão ao conteúdo preestabelecido de um
contrato, uma vez que o acôrdo de vontades seja indispensável à criação da
rela\'ão jurídica.
Outros sustentam que a obrigação de prestar o serviço preexiste, de sorte
(lue nada mais faz o gestor do que cumpri-Ia. A situação asst:'meIha-se à do
compromisso, em contrato preliminar, de prestar consentimento em futuro
contrato, ddinitivo. A con.stituição desta relação jmídica necessàriamcnte com-
plementar também resulta de ato devido, distinguindo-se apenas pela drcuns-
tànc:ia de (lue sua realiza\'ão se torna obrigatória em virtude de compromisso
voluntário, enquanto o gestor de serviço público está coagido legalmente a
prestar o consentimento.
Funda-se a explica\'ão, porém, numa ficção, ({IW a recambiaria à faixa do
contratualismo, ondt:' enfrentaria (} obstáculo de conciliar a negação da liherdade
de concluir negócios jurídicos com a autonomia privada.

(2) RICCA. Op. clt .• páli[. 68.


(3) von THUR. T~oria Ilen~ral dei dlTicho cil'll alemdn. t. n. vol. 1
JAHllRO A. MARÇO - 1961 2S

Pode-se, finalmente, incluir, na corrente anti.contratualista, a teoria de


LARENZ. Afirma êsse eminente civilista que quem usa um serviço público não
se a<.:ha na condição da pessoa a quem se faz oferta de contratar, e, quem é
obrigado a prestá-lo, não está na posição do que pode aceitá-la, ou não, com
direito, indusive, a fazer contraproposta. Assim, o uso de um serviço público
não é aceitação de contrato por fato concludente, mas, sim, comportamento
socialmente típico, que deve ser configurado como fonte autonôma de obriga-
~·õcs. O efeito obrigacional da relação jurídica não deriva, nem da vontade,
nem da consciência do efeito jurídico, isto é, não decorre de um contrato, mas
da conexão entre comportamento e resultado, pouco importando se houve, ou
não, dedaração de vontade válida.
A explicação é sobremodo ilustrativa na sua parte descritiva, mas, reduzida
a suas proporções mais simples, faz do comportamento unilateral do usuário a
fonte da obrigação do gestor. Esbarra, dêsse modo, com séria dificuldade, pois
um comportamento unilateral atípico não pode incidir vàlidamente na esfera
jurídica de outrem (t).
A se aceitar, por outro lado, que o comportamento socialmente típico se
insere na moldura da autonomia privada, como pretendeu posteriormente
LARENZ, seria admitir conceito demasiado amplo dessa autonomia, tomando-a
sin6nima de liberdade, e esvaziando, assim, seu conteúdo, conforme a justa
ponderação de R1CCA. Ademais, não se distinguiriam dois momentos lógicos
inconfundíveis, a manifestaçio negociaI através do comportamento típico e a
execução da relaçio jurídica, consistente na prestação do serviço e pagamento
do preço.
Discrepando de tOdas essas soluções, esclarece SERNA (~) que o problema
se coloca em têrmos falsos ao se insp.ri-lo na p~rspectiva da obrigação de contra-
tar, e, conseqüentemente, na indagação a respeito da possibilidade da recusa
de estipular contrato. Assim equacionado, configuram-se, inexatamente, os
casos de orerta ao público. O gestor de serviço público, bem como tôdas as pes-
soas que oferecem serviços ao público, propõc, indiscriminadamente, a estipu-
laçâo de um contrato, pouco importando que a sua oferta derive de obrigação
anterior, contraída com a administração pública, 011 que a formule no exercício
de sua autonomia privada. Ao anunciá-Ia, divulga as condições nas quai') reali-
zará o contrato. Quando alguém as aceita, o contrato está formado. Se, após a

(4) RICCA, Op. clt., ptg. 56.


(5) Le refUJI 4e con tracter
26 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
------

aceitação, se recusa a prestar o serviço, está-se recusando a executar o contrato


já concluído com a aceitação. Caso é, pois, de inexecução contratual. l\'ão há
cogitar, por consegüinte, de obrigação de contratar no sentido que se empres-
ta à expressão, ncm se pode discutir se tem direíto a recusar o contrato, uma
vez aceito nas condif,'ões'" propostas, Uma vez que, em tais ofertas, se contem
todos os elementos do contrato a cuja conclusão se dirigem, não se qualificam
como simples "invitatio ad offerendwn", São, inequivocamente, propostas "ad
incertam personae". Dizer-se que a oferta não constituí declaração negociaI,
porque o polícit3nte é obrigado a fazê-la por estar explorando um serviço
público, não modifica a estrutura da relação jurídica instaurada com a aceitação
do oblato. Para 3 conclusão de um contrato, não são necessárias duas decla-
rações de vontade em sentido próprio, bastando duas manifestações volitivas,
significativas para a criação da relação jurídica em que se inserem direitos c
obrigações recíprocas (6). O intento negociaI pode manifestar-se mediante uma
declaração e uma atuação, ou ate mediante a combinação de dois comporta-
mentos, como bem esclarece CAMPAGNA. A aceitação de um contrato medi-
ante comportamento concludente tornou-se usual na vida moderna, Quem
embarca num ônibus realiza, com essa atuação, o contrato de transporte, acei-
tando a oferta ao púbIíco da companhia exploradora do serviço, Quem deposita
na agencia do expedidor um pacote a ser transportado, pagando a tarifa,
celebra o contrato de expedição mediante comportamento (lue implica acei-
tação.

A colocação do problema nos seus devidos têrmos facilita a explicação das


diversas situações nas quais se vê uma obrigação de contratar quando, em
verdade, já se trata de uma obrigação de executar o contrato. Tanto nos casos
°
em (lue se trata de um sen'iço público, nos quais interfere aspecto da titula-
ridade, como naqueles em que não há sequer qualquer finalidade social na
atividade do policitante. O exibidor cinematográfico não tem obrigação de
contratar com a pessoa que se apresenta no seu guichê para comprar o bilhete
de ingresso, mas, como faz permanente oferta ao público, quem a aceita tem
direito a exigir (Iue cumpra o contrato, isto é, (lue venda o bilhete como esta-
belecido na oferta para aquisição do direito ao ingresso na sala de espetáculos
°
e cumpra a obrigação de proporcionar espetáculo a quem adclllÍriu o direito
de assisti-lo
l\'essa perspectiva, () problema da obrigação de contratar e um falso
problema.

16J CAMPAGNA, I llegozl di attuazlone, pÍ\~. 126.


Os Decretos-leis na
Constituicão de 1967
~

TEMA 1
Para comemorar o primeiro ano de vigência da Constitui<;ão de 1967, muito
oportuno me pareceu discorrer s6hre um dos seus institutos mais polê-
micos e de indisfarçável intert~sse para os juristas, sempre preocupados com o
aperfeiçoamento do processo legislativo: os decretos que o Chefe do Poder
Executivo pode baixar, com fôrça de lei, ainda quando em pleno funciona-
mento o Congresso Nacional, ao qual cabe, embora, hoje, sem exclusiviuade,
elaborar as leis.
Os Advogados nada tem com o Poder, recordava RUY, mas tudo t~m
com a lei.
Em verdade, a nossa vida profi.~sional se exercita na constante invocação
da lei, para obter proteção jurisdicional dos direitos de nossos Clientes, permi-
tindo o nosso Estatuto, até mesmo, advogar contra a letra da lei para argüir a
sua injustiça ou a sua inconstitucionalidade. .
Os problemas que os decretos-leis vão criar para a ordem jurídica são de
monta. E de gravidade, a desafiar a argúcia do hcnnencula.
Reconheço que outros dispositivos há, da Constituição de 1967, a rnerL'eer
a consideraçiio dos Advogados, como é, v. gr., o que importou numa restrição
formidável do recurso extraordinário, nos casos em que, na Constituição de 1946,
podia ser interposto quando a decisão fósse contrária a dispositivo da Consti-
tuição OI! à letra de tratado ou lei federal e, agora ut art. 114, nQ IH - "a",
28 REVISTA DE I~FORMAÇÃO LEGISLATIVA

cabe, apenas, das decisões (ltle contrariarem dispositivo da Constituição ou


lwgarem dgéncia de tratado ou lei federaL
E, negar vigencia, segundo a interpreta<,'ão l.]ue as mais recentes decisões
do S.T.F. estão dando ao dispositivo, é negar vigência mesmo, e não, ser
contrária, por interprda<,'üo errada ou erradíssima, à letra da lei federal!

n~MA II
Os Decretos-Lei<; lUI técnica do direito constitucional:
O Direito Constitllcional da França,

Inicialmente, há que tomar posiçào em tôrno da conceituação de decreto-


lei que entendemos ser o diploma legislativo expedido, com fôn,'a de lei, pelo
Chefe do Poder Executivo, num regime político constitucional (pie consagra
a separa<,'üo de podt'rcs,
Por igual, não há como contundir os decretos-leis, com a legislação dele-
gada que a Constitui<,';'lo de 1967, inélui no processo de elabora<,'ão legislativa:
art, 49, n l .' IV,
A necessidade de salvar a economia francesa, nos duros tempos da guerra
de 1914 a 191H, enriqueceu o direito público frands dos denominados decretos-
leis, (lue versavam, de H'gra, sôbre matéria de natureza urgente, {' ligados à
disciplinação da ordem econômica, resultante do estado dt:' guerra.
VerificOlHe ser illdispens(lvl'1 dotar o chefe do Poder Exet:utivo dt'sse
instmmento de ;l(;ão. de modo a poder disciplinar, com a urgência que se fizesse
net:essária, qualquer lIIedida ligada à própria segurança nacional. Daí, nas-
ceram os primeiros decrdos-leis, proibindo a fahricação de certos produtos;
qualificando as t'mpn\sas cuja exploraçiio interessava à defesa nacional; várias
medidas de ordem militar; a fixa<,'ao do preço da loca~'ão residencial. E, por ai
em diante, invocando a "teoría dos podl~res de guerra" foi um não mais acabar
de decrdus-Icis, em FraTl<,'a, cujo regime polítieo, da separação dos podi'res,
disciplinava, a rigor, o conteúdo das leis e dos regulamentos.
:t:sses decretos-leis. como se sabe, eram incontestàvelmente contrários à
letra da ConstitllÍ<,'iío de 1875, que atrihuía, de m~lIwira formal, às Càmaras.
o eX('rcício do Pocil'r Legislativo,
))crru1Jada a I lIa Hq1líhlíca e ante a desastrosa situa~'ão militar de maio
de UJ40, renasccram os (kcrdos-Ieis, E, com a sllper\'cniência da atual Consti-
tui<;ào Francesa de 1958, o Prcsidente DE GA LTLLE obteve se inscrevesse,
lIessa t'ollstitui~'ã(l. Ulll dispositi\'() (pIe lhe permite, através do Poder Rq.';ub-
menta r, ('Xl'fcer, ('OTll plellitude, as fUlI<,'ües legislativas,
A rq.;ra l' esta: "'le\ matit"n's ~\11trcs (111C celles qui sont dI! (itnllaillc dc la
loi ont UI1 caradi'rl' rh~knwntain:''',
JANEIRO A MARÇO - 1968 29

ANDRP.. HAURIOU, comparando o regime que vigorava em França, em


1948 e o que lá hoje vigora, escreveu no seu recentíssimo çompi~ndio de Droit
Constitutionel et Institutions Politiques:
"- Em 1948, a lei parlamentar continuava a ser a regra geral; ela hoje
não é mais do que a exceção".

TEMA 111
Os DCCTctos-leiv no direito constitucional brasileiro:
A Carta de 1937 e SClIS artigos 13, 14 e ]80.

Os Decretos-Lei<; que a Constituição de 1967 inclui como processo legis-


lativo (art. n Q nJ IV) não constituem, a hem dizer, lima "novidade" em
nosso Direito constitucional, pois, enquanto vigorou o Estado Nôvo, a sua legis-
lação foi feita através de decretos-leis. Fôrça do disposto no art. 13 da Carta de
1937, o Presidente da República, nos períodos de recesso do Parlamento,
poderia, se o exigissem as necessidades do Estado, expedir decretos-leis sôbre
matérias de competência legislativa da União, com {~xceção de algumas matérias
que o art. 13 enumerava. Mas, essa mesma Carta, no art. ISO, dispunha que
"Enquanto não se reunisse o Parlamento Nadonal, o Presidente da Repú-
blica tinha o poder de expedir decretos-leis s6bre t6das as matérill.'; de
competência legislativa da União".
E, porque o Parlamento jamais se reuniu na vigência do Estado Nôvo,
em todo o período de sua duração foram haixados centenas de Decretos-Leis,
desde os principais Códigos que ainda hoje vigoram, até normas de interêssc
pessoal e que tiveram efêmera duração.
Mas esses Decretos-Leis, - fôrça do disposto no art. 180 da Carta de
1937, não se assemelham, senão na denominação, aos Decretos-Leis da Consti-
tuição de 1967, êstes tendo como suporte a urgência na expedição da nonna
do direito positivo ou o interêsse público relevante a exigi-la.' Nem suhstituição
- à lei - como na Carta de 1937, ncm amplitude de matérias, como se. permitia
no Estado Nôvo.

TE"fA IV
A necessidade de acelerar o processo dc e1abor:lção das leis e o "slogan",
de que não se libertou o Parlamento, de sua incapacidade para elaborar as leis
de maior vulto ou mais complexas, levou os estudiosos de direito constitucional,
as Associações de classe e o Congresso de Técnicos, realizado em São Paulo,
em 1963, a preconi7.ar soluções que atendessem àquele objetivo e detenninaram
O Govêmo Hevolueionário de 1964 a adotar, nos Ato~ Institucionais I e lI, pro-
cessos de rápida tramitação para os projetos de lei de interêsse nacional.
30 REVISTA. DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

o 11.) Congresso Brasileiro para a Definição das Hefonnas de Base, reunido


em São Paulo em janeiro de 1963, indicou a delegação legislativa. nos moldes
do sistema constitucional ítalíano, - a Comissão de Jllfistas, nomeada pelo
Presideut~' Clstello Branco, em 1966, propendeu para a aceitação do sistema
adotado 1I0S Atos IllStitucionaís I e II e u Grande Comissão de Juristas, nomeada
por I'Stt' Instituto, para ('Iaborar, em fius de 1966, o Autt'projcto de Constitlliç'~lO
da Ih'pública, inclimm-se por solLH;ões que não se afastavam, dt, todo, das
pmb.~ <'m pr:ltica pelo C<)Yerno Revolucionário de 1964, disdplínando, todavia,
eIll nuvos IlJolllt-s. o preparo de Códigos e Slla tramibç';lO no Congresso
I\' acionaI.
r-,Ias, nelll a Comissào de Especialistas que tomou parte no referido l° Con-
gresso Brasileiro para a Defini<;ão das Rdormas de Rase, nem os Jllfistas
nomeados pelo Presilknte Castf'!lo Branco; nem m \1embros dl;Stl' Instituto
(qu(' organizaram o Anteprojeto divulgado em o núuwro :3 da Revista (ll'ste
Instituto), incluíram, llO proces.so de clahoração legislativa. os decretos-leis.
Ikconla(;ão da ava1allche legislativa do Estado 1'\ôvo? OH jnsto temor das pers-
pectivas de um Co\'(\mo Ditatorial, exercido preponc1crantcmenl{' pelo Podpr
Exccutivo. com a gradativa suprf'ssão dos podi-rl's do Parlamento para l'laborar
as !eis, como slIcetlc no atual regime forte do Presidente Dl' Gaulk? A l'xperi(;n-
l'Ía pn')pria I' a alheia terão sido motivos da posição adotada pelos rdonnistas
de 196.'3 (' 1$)66.

TDIA V

Os Dccrl'tos-Ll'Ís na Constituir,ão de 1967 haviam sido sugeridos. de


co !lH'ç'O , por forma muito mais ampla daquela que, afinal, foi inscrita no Ante-
projdo Carlos \ledt'Íros Silv,l e por {;le apresentada ao Presidcntl' Castel10
Branco. Basta confrontar os tl\rmos do art. 57 do allkprojdo divulgado p('[os
Jornais (O Globo; o Jornal do BrasiL O ESLado de São Paulo. de 7 tI(' dezembro
de Hlfi6) , com a plIhlil'u<;ão oficial do art. 57 do Anteprojeto Oficial, para
Sl' verificar <[1I1" d,'.sle último, foi suprimida a expedi\:ào de decretos com fôr\'a
d(, leí sôbre;
"llI ~ (/ odmínistraçiiu federal, do D. F. e tios Territórios, das
Autarquias, l'mpn:sas púhlicas e Sociedadt's de Eco1lomia misla",
])l) IlWSIlH! lllodo, se compararmos a rcda\';-lo do art. '-l7 do Auteprojt'to
ohl'ial com a wdar;ào do art. 5S da C01lstitui\:~1O de 1967. vamos vcrificar '[U"
O Congresso ~ acionaI introduziu uma modificação de maior rel(~v;lnda e (Iue

di largou os podt'T<'s do Presidcntl' da República, no tocante à expedú;ào dl'


decretos-leis, eis (FI(', onde o próprio (;OVt'flI0 propunha <llle permitido fôsse
baixar decretos-leis em cusos de urgencia e de infcl'ô'se público rc!evante,
o Congresso SHustilu iH a conjuntiva pela alternativa "ou", e assim, au em Vl'Z
de dois pressnpostos, conjugados e inarredúveis: a urgt'ncia c o inlcrt·sst' público
JANEIRO A MARÇO - 1968 31
--------
relevante, o Presidente da República pode, hoje, escolher entre a urgência ou O
interêsse público relevante pará baixar os decretos-leis sôbre segurança nacional
ou finanças públicas.

TEMA VI
Os pressupostos necessários para que o Presidente da Reptlblica possa
baixar decretos-leis:

Ao contrário do que se estatuiu na Carta de 1937, o Presidente da Repú-


blica, na vigcncia da C..onstituição de 1967, poderá baixar decretos-leis, ainda
quando em pleno funcionamento o Congresso Nacional. Não se requer o recesso
do Parlamento. Ao contrário: pressupõe·se o Congresso em pleno funciona-
mento, a modo de poder aprovar ou rejeitar o decreto-lei do Executivo, dentro
de sessenta dias, admitindo-se a aprovação tácita, se o Congresso, naquêle pra7.o,
não tiver dito sim ou não.
Mas o Presidente s6 poderá expedir decretos-leis, com fôrça de lei, aten-
dendo a dois únicos prc.~supostos;
a) urgência na decretação da norma de direito positivo;
ou
b) - intert1sse público relevante, observando-se, tanto num caso como
noutro, que - do decreto-lei expedido não poderá resultar aumento de despesa,
ainda que indiretamente, a nosso ver.
E, quanto às matérúls que podem constituir objeto dos decretos-leis a Cons-
tituição limitou-as a duas classes:
1 - Seguranç.1 Nacional;
ou
II - Fill3nças públicas. (art. 58)
A Segurança Nacional a que alude () art. 58 da Constituição é a mesma
a (pIe se refere o art. 89, quando declara que por ela são responsáveis tôdas as
pessoas naturais ou jurídicas, conceito amplo, que a lei ordinária defínirá.
Melhor seria que a própria Constituição, para evitar o arhítrio, concei·
tuasse o que se deve entender por segurança nacional.
Quanto às fillanças públicas o conceito é amplo e compreende não s6 as
normas gerais de direito financeiro (a que alude o art. 8 r, XV II - "c"),
como todos os iustitutos que as leis e a doutrina admitem corno integrantes das
finanças do Estado.
Finanças Públicas, segundo a definição de AI.lOMAR RALEEIRO (in
"Uma Introdução à Ciência das Finanças") é a disciplina que, - pda investiga-
ção dos fatos, procura explic.'lr os fenômenos ligados à obtenção e dispendio
32 REVISTA DE INFORMAÇÃO lEGISLATIVA
- -- --, - - - ,-
-~ - . . '-
-- --~ -~ -- - --- - - ~

do dinheiro [l('cc~s<Írio ao funcionamento dos s('fvi~'os a cargo do Estado, ou de


outras pessoas de direito púhlico, assim como os efeitos outro.S r('sultanít's
dessa atívicladc go\·t·rnanwntal".
Invocando t',S" 's prc'.supostns, c com fnndamento no artigo ,Si) da COllst i-
tui(;:io dl' 1967, furam haixados ati' .s de fewrciro de 1961-) (dat~l do último
Decreto·! ,ei di\"1dgado pelo "Diúrio Oficül" de Brasília) 32 decrdos-leis (do
])ecreto-Lei :319. de 2i de man,'o de H167 ao Decreto-lei :351. d t , ~ dt, fewfl'iro
ti" 1968), sóhrl' as mais r({ri(J(las nlUlérí(1s, incluindo-se, na maior parte tkles, a
\"incnla~'üo ú Sl'guralJl,'a :\facional 011 ao ÍlÜl'rt"Sse púhlico, l'OITlO aconlt'ccll com
a mndificac;ão da Lei 3.325/67, (l'I(' instituiu a D['PUCATA FISCAL,
Em um ano de vig(~ncia, contamos trinta e dois dC<Tdos-leis, flue, con jn-
gados à faculdade que tem o Presidente da Hepúhlica de ('nviar ao Congrc.sso
Nacional projt'lo.s de lei para tramita\'ão dentro de quarenta l' t'ÍlICO dias (como
j:l sucedeu com a mais recente altt'[;l(;:io da lei dl~ ]oca<;,-to predial), dão bem
idéia do acc!eramelito do processo cle elaboração kgislativa que S(' iniciou
com os Atos Institucionais I e II e prosseF;ue com os novos institntos adotados
lwb Constitlli~'ão viF;elll(', cntre os qnais "l' conta a kgísl:HJIO dt'!<'gada (art. 49,
1]" IV), ainda 11<10 posta ('m pr(ltic.l.

TE.\/A \'lJ
()" de('!'dos-Ieis haixados pr,jo Presidente da HepúbliC'a tt~m vigl'llda inw-
diata ú publica,;:io do H'spedi\'o texto, no U])iúrio Oficia!", ViglO'ncia imediata
sigl,ifica, a 1l0"SO vcr, o1Jrigatorjedllr/e, cis (plt', o decreto. lliz o art. 58 da
COJlStit1li~'ão. t"m fdrça de ld. (' um dos atrihlJtos da lei t· a slla obrigatoriedade,
a partir de sua pll blil"J(;~lo, pois ninglll"m se l''(cusa pnr descumpri-Ia ainda qllt'
a1t-gl](' ignor(l-la.
\las. o Cfll" n:UJ [(·"ta dú\"id~l l' ljlll' o dt'crdo-ki ít'm vida precúria. l'll!l'll-
dido ti \,(J('~'thlllo IJI'('("uriu n;-IO 110 sentido de lJDrlCO d!lriÍrd (pois se aprovado
])('lo Cougre.sso o te:dll sl'rá definitivo), mas no do til](' n:lO se mostra ddiV"(l,
ant<'" l' ft'íto ('li! car(l«'r transitório, de ills!II/)j!idadl' c rtl'0l!.ulJilidoC!e qw' ()
<!comp<lllhalll desdi' I.
início, vaI" dizcr. (11le só se torna c1f'finitivil ,{uaudo
apro\'ado p"lo Con)..,<r,·sso ;'\aeional.

TOlA nH
o [)t'tTl'lo-[ ,('i pode ,ser rej"itat1o pelo Congresso Nacional. p o forarn
algllll,s dos dt't'fdos-l. 'is emitidos pelo atual Chefe do Poder EX{'Clltivo, corno
sucedeu com o de n'! 837, que criava a cédula industrial pignoratícia e discipl i-
nava, em novos moldes, a duplicata cOI11('rciaI. (Vid(' Di(lrin do Congresso
Nacional, Se(;ão I, de 14 dI' fevereiro de 19(8),
A rejeição do Dccreto-Lei pelo Congresso Nacional importa na supressão
do texto da Colcçâo das lciç rm ligor. :\1as, daí não ~{' segue que se possa con-
JANEIRO A MARÇO - 1968 33

siderar "como se a lei nunca tivesse existido". Existiu. Criou direitos e obri-
gações. Quanto aos direitos, se houve apenas expectativa de direito, não surgirão
maiores prohlemas. Mas, com relação aos direitos adquiridos, que a Constituição
Federal garante aos brasileiros e estrangeiros residcntes no país, não admi-
tindo a sua violação: art. 150 - ca]Jut e art. 150 § 3<', é óbvio que terão que ser
respeitados. A rejeição do decreto-lei, embora não seja o mesmo que revogação
da lei, sob alguns aspectos - ao rejeitar o que vigiu, revoga. Inúmeras são
as questões que os decretos-leis, por sua vigência pmcária, poderão suscitar,
como, entre outras, estas duas que apenas afloramos, como desafio aos estu-
diosos.
1~) O decreto-lei baixado pelo Presidente da República pode revogar
a lei elaborada pelo Congrcsso Nacional? E sc podc, a rejeição
do decreto-lei, dentro do prazo fatal dos quarenta e cinco dias,
restaura a lei anterior ou lhe dá o efeito repristinat6rio, a que
alude o § 39 do art. 2<;1 da nossa Lei de Introdução ao Código
Civil?
2;,1) se o Congresso aprova decreto-lei cujo teor não se enquadra
na autori7-<lção constitucional, convalidaria a nulídade que lhe é
intrínseca?
PONTES DE MIRANDA já se manifestou sôbre a questão, declarando
!lOS seus hreves comentários ao art'" 59 da Constituição de 1967:
"Se a matéria não é de Segurança Nacional, ou de finanças públicas,
nula é a aprova~'ão, como nulo é o Decreto Lei". (Com. à Const de
1967, \'01. 3 - pág, 157).

TEMA IX

Pode suceder que o Decreto-Lei, submetido ao Congresso Nacional, venha


a ser por êle aprovado expressamcntc, dentro do prazo fatal estabelecido no
parágrafo único do art. 58, WlnO poderá resultar a aprovação tácita, por omis-
são do Congresso.
Essa circunstância, - a da aprovação tácita ou expressa - não dá ao
dccreto-Iei validade de modo a tomá-lo imune de apreciação pelo Poder Judi-
ciário, eis que, segundo o disposto no art. 150 § 49 da Constituição, nenhuma
lei poderá excluir da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão dc direito
individual.
E se o Poder Judiciário podc apreciar a lei, e pô-la cm confronto com
a Constituição Federal, desse confronto poderá resultar a decretação de incons-
titucionalidade do Decreto-Lei, expedido pelo Poder Executivo, ratificado pelo
Podcr Legislativo, mas reprovado pelo Poder Judiciária.
34 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

- CO:\CI,CSAü -
CO:\CLU:\DÜ;

I Illún, TdS, (' da ~ mais \'arbdas, st'rão as contl'llH'rsi:ls (jU" a ('\lw<lil,'J,() (' a
apli('~l\',-lll dos (1,'cr\'los-lcis \;10 Sllscdar.

:\ pok'll1iea eTTl 1<)f!HJ dcssc W\\'O processo dc ch1H,r'(';;i() kgd,llÍ\" COIlH'i,'(l1l


em S:iq I':llt!O, o"a", sob o patfOl'ínio du illstituto a(' J)in'ito Público da
Fac11l,L1dc cle ])in 'ito da l' nÍ\('rsida<lc d(' S,-IO 1'a11 lo, a l:C:llns dlls cm i lH'lI tcs
prot ('''(lrl'S da' !llC Li Fac\l ldadc ch-s,ln('arall1 (l" <1t'cr('(os-l<-is (Li Const it 11 i ,',lO
d(' llJG7:

Celso :\nh\ni(l Bandeira dE' \kl1o e Ceraldo .\t.diha \'Il<':lli'ira SolO os


n'slH111.,;iQ'is por c"es mans tratos, :\'J,1l l"1l!1l1Ing.tlllilS, :IS cllPlpl<bs, ('(1111

as SII:I, crític!" di'('llr<1an<1o. frontalm('nte, de al,t!IITll'tS ddit~. \LI, () 11IL" pllr


t"Ic,s n,'IO foi dito, (' 11()S temos COlllO c('rto, l' q\le a pr,ític,l dll~ 1kndíl,s- L('is,
num p'lís ('m '{IH' Pnrkr I,cl!is!:lti\"o n:l([ se forLlkl'l' p,'ran!e a llj'ini:lo p,'t1)1i(',I,
(J

(ao SI' dl'sintl'n'ss,ll' d" snas L1n,Ll, dI' I'Ltbora\';lo ,Li \roi 'I, ahr,' (',II1\iIl11IJ ClTlll
;l ditad'lra do EVl'lIti\LL E 'lU"II) "íllcla (sli\lT ('111 <1"[\I<1a, l' l(T (' .I!('líl;tr p~lLl
as (1)s('n'"\Cll',, Cj!!(' IH', fa/Clll dois ,los TTI.\is 1110tlITllll" (' ;l1!torí/'ldll' «()ll,lítlldt)-

llalistils fr:llll'('Sl'S: ,\.\"I)IU: ll:il'IHO[', d(, 1%7 (k 'l'I' (:'llllj1"IHli o !la lrlíL;:IO

d.. Dn.it (:ollstitlll'ioll('l. (' .\I.\(·H1CL nrYLllCLll, lla '-)' Iclic;u) (lt- 'lia' "1n'·
t it ut H)II' l'lflitiq 11I'S d l)ro it C'l11st it 11 tilJll(r, .1' J prupl'lstl 11 da pr;',til"1 di) n '~illlt'
dlls "I)('ndm" na Cl>mltt11 i,'iIO FralHl'Sa cle E),j,';.

Tt'T1h,llllO,S IH'I', li'.; JlJrist.ls lh'sk illstitlJtn, a l'ora,!I'lll di' illll'l'dir. [)nr 11111,\

crítl(';[ ('nn,tnlti\,l (' IlpOI'I11II:1, IIILI' tal ,"'Oll\v(,;[ 110 Br;lsil ('lllitl"ll[lI'I<lIH'lí,
As lraTlsf(lrrll;[,'iíl'S '111(' se \!Tifi'\lll1 lIILIl1 I'dí~ ('m !rall('11 dl'SI'll\ Ilh illll'llt", (tlnlo
II 1l11~S<l. (\i,t!I'1I1 ,1(11,t1i/a\:IlJ d,' S:L\S kis (' .1 ('\111)]11('11]('111.((,:10 dl""11S dil,l'I!!ldS
ll",-~i';];Iti\()s. \1.1' d,'sl'n'/,l]' ~l ~\Illlíl"llli~l do ])('\1 1• I'llrtllll' II F,latl,)
11;111 lJ.l 11'll'

('\ist<' para dssl'gllr;lr /, 1)('1t\ l',lar do P(J\l) l' .\S SI!:h 11IStitLli<:'-ws, p,lra tllll<'iOll;lJ
a l'lJIlt\-lltll. 11:10 p"d( 111 i~llor,lr o 1ICII1](,1I1. l' II:LI) i:':IIOl'.llllL, LI 11('111"111, d"\"11I
,,,1)('1' 1111(' ~ls lillrllldS !'C:,Li, \ ,ti"11l lluis por SI,1i1 ,l(Til.l\:IL) ("I'(Jllt,III"~L, d ll (jllt'
]l"f'll,l illl!'llSi\:lil, :1 L')l"<," d" S~LII,'(Il'S, COI" i','IlHlS i\') l'"rbill"lltl) ,i ,drih l!l,;-'"
'
dI' ,'LilHlr,Lr ~IS kis l' Sll ('\ll'lwilllld1tIll'llk d,1t- rdir("lIl)S II Pjlll'l"'() \':-;isLd i\ \'
II"S (';lSllS l'ln IIILl' I) illlt'rt"'l' PÚh1iI'I) l' ;l SI'<,:'ILlIll,a 11~J('í(lll~d l'\ij;\TII llr'c';('Il!c
liil'ldt', IIll'didils dl' ,;lh ,1\\:<' p'i1l1,', ,:,
1'.ILl i,~o, tOd:l\ id. l'd~t,lji,1 o pr(l('l'''~l1lll'[lf .. 1·1!1 [",!//, l 'Ido. d" L,i, I'

IJlldlS pnljl'l'J,-; Ik ll'i, ,"[lll) l'j{'(IIIIJ/illlltls lio _\lI j l'j1(('jd" d" C/III,ti~llil,:I"
orc.:;llli/;lt!'J pl'f (',>«- 111,1It'i:U, tlll l')6h,

T,'rí,llllus ds ('lllt!íl,"'), S 111'('t'S',ll'ias dI !,1l1 ('{,tll'f F\(llltl\OJ 111]lCillll;l] d"llflll

d" PlJ.,tlILtdos di lIill;1 r\t'lIILl(,L((,lil \'\'Ic1.ld"iLl.


.~. al'i~lI~" :~J_, l':~\ :" .-,; ~-~'~J {\;, ";"l.',;~t'c:to lH).1 A,l'.LI:'_~ld();; H"~\-l:i·~l')~.
1.1\ H:(I, C1J~ : -~ ,:t' In:I:T;J (:t' :~·I~i;.
A integração do municípIo
no processo do desenvolvimento

Profi'JJUf' K!u/II'm th' 06vrif'1I c:iJmll


Professor de Administração Financeira
e Orçamentària da UllÍversidade de Brasília
Professor de Moeda e Credito da
U7liversidade do Distrito Federal

Antes de encetar a nossa tarefa, onde procuraremos demonstrar c realçar


a participação do município no processo do desenvolvimento nacional, quere-
mos patentear o nosso agradecimento pela oportunidade que nos é dada de
contribuinnos no sentido de ser o município considerado, em seus vários
aspectos, como a usina em que se forja êsse desenvolvimento. Não abordaremos,
porém, os aspectos políticos dessa participação, a não ser no que interessem
ao desenvolvimento regional, como a política goveruamental de assistência que
lhes está programada.
2. Desde cêdo a humanidade compreendeu que somente através da uniâo
dos indivíduos encontraria fôrças para vencer o meio hostil, sobrepujando, pela
inteligência, aliada à fôrça, os maiores perigos, os maiores cataclismas. E a
primeira fôrça aglutinante dt~sses indivíduos, foi, no dizer de Jellinek, a família,
quando escreveu:
"A concepção de que o Estado procede historicamente da família e é
como uma aplicação dela, se funda na lembrança llist6rica de muitos
povos."
36 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

3. Assim, surgindo dos agrupamentos t'tnicos e sociais, a lIaç~lO, ainda sem


as Sllas característiC1S essenciais, j:l pressupunha, port'm, uma organi/.a<,\lO
patriarcal, onde o chefe, ou patriarca, decidia, fixava nannas <l Sl'll gnlpo guiadll
exclusivamente pelo próprio arbítrio, orientando-se lH'las ('ircuust~lncias e
n<'cessidadcs intnnsccas da (,olllllllidaL1c. ek penIll'io com a sua vontadc e Op<,':LO
incontestadas.
4. Amaral Fontoura. na sua obra ~ Programas de Sociologia, HHO -, escrevia:
"Por mais atrás que se recue llO estudo da história da l'tnolngi~l,
encontram-se sempre os homells vin'nou cm grupos sociais, Em pm'os
primitin)s dos mais antigos, encontram-se l'OIlHl único grupn sodal
l'onstituíc!() a Ltmília, Em ()lltro~ já se' encllntram as famílias agrupadas
em t riho, sob chdia comum, E, portanto, a tribo a unidade pn!ítica
elementar. .,

5, Posteriormente, (TL'SlTndo a triho c suas atividades, fi ,aram-sc os grupns


oriundns lIas famílias que se desl'tlvo!n'ralll com seus trahalhos (' a!i\'idades ('
o chefe, de simples patriarca. passou il t'ondiç'CLO mais evolllída dt, i1iÍz t' ~'lrhitro,
de condutor e chefe,
6. A tcrra dividiu-se l'lIl glt'has e m'las fixaram-sc as trilllls ('m tt)rn<l tk 11m
núcleo em que estaria mais garantida, pela lI])i~-lll, pela aJlllla llil'ltlla, a sobre'-
vivência c10s indivídllos, Surgiram, ellLio, as prinwiras Clllllllllidades. as urhs
que, por muito tempo, foram a repn'sl'ntac,<lo lTlúxima da sociedade humana,
Ainda hoje ellcontralllllS povos "kendo IIcsse estúgin, COlllO em alguma,~
C0l1111llidades africanas l' australianas,
7, A noção do Estado. em que se concehe a na<,'ilo POlltiC<lIllClItt' orgauiz:lda,
já pressupüe, pois, a exisll"ncia das urhs Ol! l'lIlll\llJidades e pode-se, selll m("'do,
afirmar qut', por muito tempo, desde t'pocas illlclI1oriais, foralll as COrJll111i(ladcs a
funçCLO esscncial Jo d{',~cnv()lvimcllto, ljuando a proc1l1<"'-Hl (')'a fmto c\dusi\'o do
artesanato ou das atixidades agric<llas e pastoris, Dil'-sc-ia, l'llL\n, ljlH' a grandeza
de um povo era t!inwtlsitlnada pela pro,~peridad(' de Sll ó1S cic1ac1cs, E, hllje,
podemos abalidonar tal l'OIll'ci to'J
8. Já
nao mais ]J(ldeJ'l'lIlos conceber as cidades-l'stadll da Crú'ia, Oll lIil'SlllO
tlIll~lHoma ou Cartago, ou (;I"nO\'a c \'('tll'/a, ('m qll(' a pWspt'ridadl' da
cOlllllnidade lhes deu a soberania Ilt'ct'ssliria a l'ollstittlín'111-sl~ ('m Estados,
mas, por outro lado. Il:LO poderelllos csqm'L'cr \fnL', se n:lll atingeltl ('SS~l POSi(;:Il)
as cidades modl'mas, tamhém jamais dei"aram de ser a cl"1lth fliIHLt:lll'nt,tl
da estrutura social e política dos po\'os,
9. Assim, poís, a urbs. a conllltliebdC ;intiga, l'\Olllill (', huj(', illt('grada !la
orgallizaç'ão social L' política de todos m pu\'os, (' a l'(HICJ'dizal;ão do E,L,do,
l' aquilo que, IH>S illdi,ídl]os, lIde mais 1I0S apL'fl'c1>l'IllOS; I'~ a pn'scll\'a constantl'
em 'Iossa vida da orgalli.l.<lç,lO social a (11]l' pCrklJCerrH]S,
lO. O município, entao, pelas sllas origclls históricas l' pda slla P()Sil;Cln allla1
na orgallizaç,io nacional, t' CkllH'lIto flllHlallll'ntal do dL'SI'lI\'o!drnl'llto, cL,
participac,'üo dos illtlivídllm lia Cirl'IILll;ÜU das riljlll'.I.aS, (la r'll'ln:HJlll l'UlIH)lniLI
de um po\'u.
11. Os embates ill{('rnal'it)]}ai,~, as c1issl']}IJws íntlTllas, as crisl's l' COII\ ilÍ,~fjl";,
poré'm, transferiLlIlI ao F.~tad[), como dcfl'lI,or dns PIl\11S, l'OIllO pro\'('l!nr dol
JANEIRO A MARÇO - 1968 37

bem comum, o direito de organizar-se e de organizar as comunidades, de forma


a dar execução aos seus pr6prios fins. Evoluindo o Estado, buscou-se, então,
justificar a sua existência, já que as simples tarefas que lhe deram origem não
mais sustentavam os fundamentos das suas atividades e ordenações. O contrato
social, a teoria orgânica, a teoria idealista, tentaram esclarecer os fundamentos
procurados, mas foi mesmo na justificativa jurídica~ na sua identidade com a
ordem jurídica, que o Estado encontrou tais fundamentos. E Estado é, portanto,
a ordem jurídica, identifica-se com ela na melhor expressão, e o Covêmo é a
sua corporificação.
,12. Com tais fundamentos armou-se O Estado de todos os podêres e assumiu,
com '{>1es, obrigações para com as comunidades, inclusive de incentivar-lhes O
desenvolvimento. ."
13. Bem depressa esqueceu-se o Estado, porém, dessas obrigações, tomando
a nação e o território inteiro sob seus cuidados, assumindo, sozinho, a tarefa
de administrá-lo, ignorando, no mais das v~zes, as necessidades dos municípios.
Esqueceu.se o Estado, ainda, de que, para ser forte um todo, é preciso que
fortes sejam as suas partes, nos seus limites. Fortaleça-se o município, e teremos
um Estado Forte. Se o município é econômicamente forte, o Estado também
o será. Todos sabemos o destino das nações de reis potentados c faustosos e
comunidades miseráveis.
14. O Brasil Colonial obteve da estrutura forte dos seus munidpios aquela
fôrça que lhes deu alento. Desde a Inconfidência Mineira, da Revolução
Pernambucana, dos Farrapos, da Balaiada e de tantas outras, como o arrojado
episódio de Teófilo Otoni, foi a ordem social que lhe deu vida e capacidade
para enfrentar a Independcncia e a República. Foi a economia das comunidades,
das fazendas, dos engenhos que, sôbre a sangria permanente das minas, lhe
deram a estabilidade de flue desfrutava. Foi a estrutura forte e sadia dos
municípios que, nas províncias, sustentaram a estrutura social.

15. O ouro, as minas de pedras preciosas, as bandeiras que penetravam o


sertão foram o fator mais essencial do desbravamento, da posse da terra, mas
foi na agricultura c na pecuária que as populações encontraram a estabilidade
necessária à verdadeira colonização. As minas c a extração de ouro e pedrarias
não exigiam grande emprêgo de capital fixo, dada a sua própria mobilidade de
instalação, mas as fazendas exigiam grandes imobilizações de capital para
construção da planta (sede, pontes, currais, cêrcas, dutos. moinhos, etc.).
16. A crise cafeeira da terceira década deste século e o advento da industriali-
zação deram início à transição da nossa economia então essencialmente agrícola,
para a sua fase industrial. Ao emprêgo dos capitais pennanentes na terra,
preferiu-se empregá.los na planta das emprêsas, c o capital'" circulante avultou,
acompanhando a curva dos financiamentos c o gráfico da produção e ao
investidor pa~~cJtl a ser mais alviçarciro o finam:iamento da prooução industrial
cllIe a imobilização dos seus capitais na terra, wja produção já não lhe
proporcionava Os resultados que o café lhe dava. A indústria procurava os
grandes centros mercê da mão·de-obra ali mais fácil, c a mão·de-obra procurava
Os mesmos centros em Ims<:a de emprêgo. As populações adensaram-se nas
metr6poles e escacearam nas comunidades, e o fenômeno, todo, fazia-se sentir
mais ou menos forte, conforme a região.
38 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISL.A TIVA

li. Despidos tTOllUlrli('<lllleIJtl\ e rarl'kitos do 1'],.IJH'ntll hlllll<JJlll, (J~ 1111 IIH{<I1'10,'


caíram no marasTllO dt, lIllla \ i(b \Tgcta!i\ a I' a sua 1'lllltri!l\II\':UI lia prlldll\'-l'1
minirnízolL-sl" rednzindll () Sl'!! plH!cr aljnisiti\'tl, c F1SSIIlI ~! kr IIJl'IIIlS 1"jHl'S,':"1
(:omo ll11'rcat!o ('oJ!SlJIllidor. EIII Illllra~ p<l la \LIS, i~L IJ:LO lil,lis part jcipa \ ,li I] d,l
renda naciollal l'lrl ra/,'lI1 das Sll:IS IWI'cssidadcs, ] )I'sUlidoll o 1lllllliclplll, l'llbll,
da SlI,1 própria l'.strullIra social. cl'rlll 11l' <IUt' II~-«(J I1w ,(lllaIlLI\a (1'lallj1wr
ueparac,:úo para 11111 dl'sl'lI\ tl!"iIllcrilll qUL', para ['k na Ille!"l IIlllpi., _ ":111
lhe interessa\'a ,dlSOI\'l'r clllllrl'cill II'JI! IIS tiTII i['1 IS, i.i '1lll' lI:tll t 11111;1 Olll!t-
elll pn'g,i -los,

18. Esta sitlla<Jlo plTdllra\~1 ak 'jlll', II{IS lt'llljlO,' ,[lu.tis, dl"I)('rlI11] I, gO\"TI'"
para a n'alithtut, IIlUlliL'ipaL t' jl;IS"llI ,I ver IH' 1I1111licipio Il fa(or prÍIIlip,t! d'l
uescn\'o\víllll'nto eCIlIIIJlll i('O ('111 1t'l'Il1 I:S 1I~ll'j(JlI"IS, P]'(JIJ 10\('1\( lo, p' 1rLtll to, ('
apcrfl'ic,'()~UIlI'lIto da ~ll" l'stn!!lIra tl'clllca, forlIITI'IIt!O-lhl', ,lilllLt, li' IIIl'HJ~ I'''~I'II­
ciais para a rl'tomad~1 do ~I'\l d('~t'lj\(1h'illll'lltll, Lstrad~ls, l'l)('rt~ia ,'ktri('~1.
escolas, sallC;lfllclltO. l'1'1Il11llit'aIJws, S:lO Illdas prt'~eTlte, llllll' l'lIl todos os rl'C,ulto,S
do país, :\,c(O h;'( Estado da FI'dl 'Ll\"LO, li lIl' IÚII tenha dl'lll:trrado pa ra a SI (;(
participac,'ào no t'l't'sl'iTlÍl'Jltll Ilacional c .\, L'ui\<'I'sidadt's (Tl'SI'l'lll I' SI' prcparaltl
para a l'ra (Lt Pl'Il,., pnidadc l'I'(l!lt"J1I li('<l , () (~O""'1110, L'OnS( IlitLtdo 1 I~l ,'\/,1
(',Strutma, lí\T{, ~lgora potra tra halhar c (l Iida r dos Sl'lIS olljdi\os piai H' Ja I'
organiza, pClIsa (' 1'''l'\'II(,I, jJrtlpllll'illll<lll<!O esq cra que d1l'ga a passl)' 1ar;:;lh
() PI)\-O l'st~l agora ([IIISI'iclIti/ado da 11l'I'('ssidat1l' da ,sna participa\'~lll 1111
proccs,so, e, de todc)., os pont,)s llllS \('In o st"Jpro citl it! II dt, lIJlIa lIa\"J') IIUt·
trabalha, Ao lllllllil'lpin I'stú rl'SIT\ada tarda essl'ncia! 111) Pltl('I'SS[), <,)lIt' SI'
prl'lmn', ('ntelo, rOl'll\~lmL() t' ~lvri\\lor,ll\do os S('US t~""'tllC()S, h\l\'iLmcb ',\'0 ,,',r,'.s
illstitlliçües, adaptando-,>,' ao" 11[I"OS llIdllt!os (' criando llnl:1 l".,(rutllra 11"1' pO~S~1
suportar a t'argd ljUI' lhe t'starú alda (,Iil (ilt!as as 11wLtS (' prilll'ipalllll'lltt' l)a
mais illlportantl' d<' tóda,. jl0rljlll' lJ.'t.,jca, a fi)l'llJa\'~~lll do 11(11)('111,
19, Atingimos, agora, a Lls<' l'lll lI"l' a adlllillbtra~'üo jú IÚO 1Il<lis ,,'r;'l 'll),'li.!'
lllll IllL'!0t10, 1·:la L' hOjl' tllIla eit"lIl'i~I, .\linl.?;illlos a na d~l ,1dlllillí,tra\'~Lo l'il'lItitil'a;
os tL'l'nicos S;lO agora adllJillistradort·., prulis~itlllais,
20, Amlrl'\\' Carrll'gie j:'1 prl'\ü co I 19,"52:
"Arrcbatl'lll,ntl~ a~ Librica,>, tllllll'ln-IJl1S o l"OIIIITCltl. 1IllSSII," l!leios dc
transpork, li{ IS'iO dilllll'ifll, Dei \1 '!l1-1I0S apl 'nas 1111",,1 orgallll.:l\':lO ('
1'111 (platro anos esLtrelllos Illi\'anH'!ltl' t'staIH,Il'cid<I,,"
21. O 1.'lllpirisllw. a falaeia do adrnjJlistr~ldor nato FI ll~({1 kllLlIlI m:li, li

t!eSl'nn',,"ill)('llto, B"IICt!ittl Siha, certa fl'lta, declarou,


"O trisll' l'spc!.lculo do atl1llillistrador crnpíric[J l'II1 !Ilta COlil tl~ atur-
doallks prohlellus I[U(' hut!il'rll-lllll'll!l' a'iSo]ll'rballl (J Estado, kmllLI ;1
sitnaç';-lO de 1I111 dl's\Tlllllrado aprt'lHliz dI' "iolino ([Ul', ('111 \I'/c di' arl''',
usaS'i(; ~llll SelTotl' e, ,Iimb por cima, cal"'<lssl' lu",_!' di.' bO\" (l.lra LI/cr
t'Xl'rc'Il'IO,

() illlpro\'isallll'llto se c''>falb ,'t'm l'ol1~l'guir nada 1c.llizar. II 1'lllJlirisllltl j~í


rúo consegue nelll IIlI'SmIJ lll~ltlter a \'I,lha estrutura. A l'r,l du adlJliltistrat10r
profissional jú l'stÚ ai l' clama por lodos nós. As escolas St' ahrem, os cursos
se sm'pelem, e a tcxlos Oll'rl'l'l'mOS t!" ('owçào uherto ~l oportllllidade de, jllll(U a
nós, cUl1struÍrl'lll U llÚC]CU dessa classe (!'-le já co 111 \,\'<1 a tJt.spcrtar para slla
importantíssima f III iC,'jO social, o administrador profissional,
JANEIRO A MARÇO - 1968 39

22. Recentemente o CED (Committee for Econonúc Development) publicava


o seguinte comentário:
"Onde (luer que você viva - na metr6pole, na cidade, ou na zona
rural - é possível que a máquina administrativa esteja obsoleta e
superada pelo tempo. Não raro planejados para atender às necessidades
de uma época mais simples, os governos municipais talvez já não
estejam capacitados a enfrentar os pr.oblemas do século XX. Encon-
tram-se cobertos por verdadeiras camadas de ineficiência que lhes
entravam os esforços para se manterem atuali7..ados."
E isto é necessário realçar num país desenvolvido, na primeira potência
industrial do mundol
23. Prossegue aquela publicação com o seguinte comentário que se nos afigura
merecedor de citação:
"Dia após dia as municipalidades vêem enfraquecer o seu papel
tradicional de servir às comunidades locais. Carecendo de visão,
imaginação ou dedicação tanto quanto de recursos financeiros, as
municipalidades precisam desesperadamente de reorganização, auto-
imposta à maioria, se quiscrcm sobredver e não ceder SuBS prerroga-
tivas a uma autoridade mais alta e distante. :E: claro que alguns
governos municipais acham-se em vias de desintegração. Alguns J'á,
tomaram providências no sentido de reduzir o índice de criminalida e
em suas areas mrais, suburbanas ou metropolitanas e têm despendido
tempo, dinheiro c esforços para reduzir os índices de mortalidade,
melhorar as escolas, aumentar a eficiência dos programas de bem-estar
social, controlar o tráfego e, no caso de unidades urbanas maiores,
erradicar as favela~ e remodelar suas cidades mais importantes, porém,
não raro os meUlOramentos não acompanham o processo de
deterioração."
24. São palavras ~uase profética.~ no ~uc podem Sl:rvir ao quadro brasi]dro.
Dir-se-ia que foram escritas para o nosso país, para o nosso tempol Mas é
profundamente sintomática a afinnativa que se contém no mesmo artigo:
"Finalmente, não deveria o município depender tanto do impôsto
imobiliário. O impôsto de circulação de mercadorias e o impôs to de
renda (rendas transferidas) são fontes adicionais de receita que não
deveriam ser relegadas a segundo plano. Estas mudanças deveriam
ser efetuadas por ato legislativo. Qllando isto não puder ser feito
dever-se-ia proceder a emendas constitucionais."
25. Todos sabemos qlle foi esta exatamente a diretiva fiscal que tomamos,
através da nova discriminação de rendas instituída inicialmente pela Lei
n.o 5.172, de 25 de outubro de 1968, e hoje objeto do extenso capítulo V do
Título I da Constituição Federal de 1967 (V. art. 25).
26. Não basta, todavia, a discriminação de rendas 011 a formação de recursos.
~ preciso que a técnica assegure o seu emprêgo atendendo :\ economicidade
das despesas ou, em outras palavras, é preciso que não se usem os recursos
financeiros apenas em despesas de custeio, ou em operações correntes que
consomem o capital e nada oferecem em troca; que ao; despesas-meio sejam
efetivamente meio para obtenção do resultado ou consecução dos fins. :E: verdade
40 -"----_._. REVISTA DE INFORMAÇÃO
-- LEGISLATIVA
---~---_.--.-,---------- - -- - --

<pIe nüo se podem considerar apenas como meio as despesas quc, nüo s('
traduzindo na aquisição de um fltivO, resultam, porém, em investimentos sociais
('orno educaçâo, saúde, ordem pública etc.
27. 1\0 seu anteprojeto de organização municipal, Viogo Lordello de Mello já
escrevia:
"O art. mJ estabelece a obrigatoriedade do orçamento de capital a
longo prazo, <JlIe deverá ser enviado pellJ prefeito à Càlllara no primeiro
ano do seu mandato. Obriga-se, assim, o executivo a elaborar o seu
plano de obras e investimentos, o (lual deverú ser previsto para prazo
não inferíor a tres anos. Depois de aprovado' pela Càmara, passará a
constituir () Plano de Obras, Serviço e Investimentos do Município,
asseguraIldo-se, ainda, através de plurianualidade das dota~'ü{'s, os
recursos (Jr~'amentários necessários a sua execução futura. É a adoção
do planejamcnto governamental em uma de suas formas mais eficazes,
IlO qual se distingut>m as despesas de custeio das de capital."

28. Em outro trabalho o mesmo autor comentava:


"É opinião de muitos estudiosos dos problemas municipais que a
aus(~ncia de administradores profissionais e das técnicas modemas da
administraçüo tem constituído sério obstáculo ao elOpf(~go racional dos
!laVaS recursos atribuídos ao município."

29. E a nossa meta será exatamente despertar e conscientizar o administrador


municipal para essa técnica racional de administrar, propugnando pelo engran-
deeimellto dos municípios e, com êles, do Brasil.
30. N:w ficaremos mais como planejadores à margem da realidade. Planeja-
[('IIIOS <' executaremos dentro dessa realidade, adaptando os nossos planos ao
momento relativo da sua execução. Roberto Campos, na sua facilidade de
expressào. ponderava:
"A escassez de técnícos constitui seno obstáculo à formulação de
programas de desenvolvimento econômico, ao mesmo tempo que a
escassez de experiência admmistrativa dificulta a transformação dos
plallos em realidade."
E mais adiante prossegue:
"O planejador assim como o administrador tem de desenvolver uma
"estrategia de planejamento" assim como urna "estratcgia de execlH;ão",
procurando, tanto {juanto possível, apresentar os valores e ()bjetiv()~
da planificação sob forma que reduza a resistência e inércia do setor
privado. Neste contexto, assume particular importància nos países
subdesenvolvidos a criação de uma "mistica de desenvolvimento" capaz
de provocar formas de comportamento sodaI conducentes a al:eitação
dos sacrifícios inerentes a qualquer esfôrço de aceleração da fonnação
de l:apital em economias pouco distanciadas do nível de simples
subsistência."
31. Esta mística já a temos nós, os planos estão adaptados à realidade nacional,
e o momento em <Jue vivemos absorve bem qualquer iniciativa de progresso.
Que cada um procure a sua formação técnica; que cada um reúna o máximo
<lue puder de conhecimentos e parta para a aplicação desses conhecimentos
com coragem e patriotismo.
UI nu OG U .'\ FI A
,

Segurança nacional e
assuntos correlatos

Diretoria da n,blwlecn do SC'lado Federal

Atendendo li delicada .solici~ d4 Diretora desta Revista, oferecemos aos .sem


leltares a presente bibliografia sórn-e "Segurança Nacional e As.~tlntos Correlatos", traba-
lho elabor(Uk) pela Seç40 de Classifica.çero e Catalogaçáo duta Diretoria.
DiV1l1gando o que a Biblioteca do Senado possui sôbre o a.ssunto. em livros, folhetos
e artÍ/1os, eSJleramos estar f)l"e.'tando uma mo<Usta ccmtribuiç(i.o aos trabalhos desta
Ca.'a.
As obras a..ssirnJladas com a sigla CD (Cámara dos DeJlutados) slio encontradas,
exclusivamente, n<Iquela Casa do Congresso. As que seio comuns ds dU4S Casas náo
fizemos qualquer refert'rU:la. - ADELIA LEITE COELHO, Diretora da Biblioteca do
Senado Federal.

SUMARIO
1- Livros e opúsculos
2 - Capítulos
3 - Artlgos de revistas
4 - Legislação estrangeira
4. 1 - América
4.2 - Europa
5 _. Publicações da Escola Superior de Guerra.

1 - LIVROS E OPúSCUWS
AlX-MARSEILLE. Unlverslté. Institut d~udes Juridlques, Nlce. Centre de
Sclences Polltlques. La défense nationale, par ga1. Albord [et d'autresl Paris,
Presses Unlversltalres de France, 1958. 622 p. (BibHothéque des centres
d'ttudes Superieures Speclallsés, 4) CD
ASSOCIAÇAO DOS DIPLOMADOS DA ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA. Rio
de Janeiro. Representação de Belo Horizonte. A educação e a segurança
nacional IBelo Horizonte! Imprensa OHclal, 1966. 42 p. 12.0 Ciclo de Estudos
Sóbre Segurança Nacionall CD
42 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

ASSOCIAÇAO DOS DIPLOMADOS DA ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, Rio


de Janeiro. Representação de Belo Horizonte. Elementos militares do poder
nacional IBelo Horizonte l Imprensa Oficial, 1966. 29 p. ,2. 0 Ciclo de Estudos
Sàbre Segurança Nacional CD
ASSOCIAÇAO DOS DIPLOMADOS DA ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, Rio
de Janeiro. Representação de Belo Horizonte. A estratégia nacional :Belo
Horizonte Imprensa Oficial, 1966. 31 p. !2.o Ciclo de Estudos Sõbre Segu-
rança Nacional CD
ASSOCIAÇAO DOS DIPLOMADOS DA ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, Rio
de Janeiro. Representação de Belo Horizonte ..~s informações e a segurança
nacional ,Belo Horizonte, Imprensa Oficial, 1966. 28 p. '2. 0 Ciclo de Estudos
Sôbre Segurança. Nacional CD
ASSOCIAÇAO DOS DIPLOMADOS DA ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, Rio
de Janeiro. Representação de Belo Horizonte. O poder nacional; fundamen-
tos e fatôresBelo Horizontei Imprensa Oficial, 1966. 23 p. :2. 0 Ciclo de
Estudos Sàbre Segurança Nacional, CD
ASSOCIAÇAO DOS DIPLOMADOS DA ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, Rio
de Janeiro. Representação de Belo Horizonte. Segurança nacional; conceitos
fundamentais 'Belo Horizonte Imprensa Oficial, 1966. 26 p. 12. 0 CieJo de
Estudos Sôbre Segurança Nacional, CD
BENTO DE FARIA, Antonio. Repertório da constituição nacional. Lei de segu-
rança. nacional. Rio de Janeiro, F. Briguiet, 1935. 259 p.
BRASIL. Leis, decretos, etc. Lei de segurança Rio de Janeiro: Departamento de
Imprensa Nacional, 1967. 8 p.
COUTO E SILVA, Golbery do. Planejamento estratégico. Rio de Janeiro, Ame-
ricana, 1955. 320 p. (Biblioteca do Exército, v. 213)
ESTADOS UNIDOS. The Commission on Organization of the Executive Branch
of Government. The national security organization IWashington, U. S. Govt.
Printing Office, 1949. 30 p. (A Report to the Congresso 1949) CD
ESTADOS UNIDOS, The Commission on Organization of the Executive Branch
of Government. Task force report on national security organization. Appen-
dix G 'Washington, U. S. Govt. Printing Officel 1949. xiv, 121 p. org
desd. CD
GARCEZ NETO, Martinho. Democracia, doutrinas políticas e segurança nacional.
Rio de Janeiro, Sâo Paulo, Freitas Bastos, 1965, 151 p,
GUERREIRO RAMOS, Alberto. Ideologias e segurança nacional. Rio de Janeiro,
Instituto Superior de Estudos Braslleiros, 1957. 50 p. (Textos brasileiros
de sociologia, 1) IConferência pronunciada no Instituto Superior de Estudos
Braslleiros em 16 de agõsto de 1957' CD
KENT, Sherman. Informações estratégicas. Rio de Janeiro, Biblioteca do Exér-
cito, 1967. 213 p. lColeção General Benicio, v. 57, publ. 262)
LASWELL, Harold Dwight. National security and individual freedom. New York,
McGraw-Hill Book, 1950. 259 p. (Committee for Economic Development,
Research study) CD
LIDDELL HART, Basil Henry. Estratégia. Rio de Janeiro, Biblioteca do Exército,
1966. 507 p. mapas (Coleção General Benicio, v. 52, publ. 257 )
LYRA TAVARES, Aurélio de. Segurança nacional; antagonismos e vulnerabi-
lidades :Rio de Janeiro' Biblioteca do Exército, 1958. 247 p. (Biblioteca do
Exército, v. 252)
MACHADO, Jorge Figueira. Política de segurança nacional e política de educação
,Rio de Janeiro, Gráf. Olympica, 1936?: 172 p.
MACHADO, Raul. Dos crimes contra o estado e a sua ordem politica e social (Lei
n,a 1. 802, de 5 de janeiro de 1953) Comentários e legislação comparada IS.1.,
s.ed,: 1953.66 p.
JANEIRO A MARÇO -_..:..19~6:..:8=---- 43

PAPADATOS. Plerre A. Le délit polltique. Contribut.ion a I'étude des crimes


contre rtotat ... Genéve, E. Droz, 1954. xv, 204 p.
PESSOA, Rui. Espionagem e os meios jurídicos de segurança nacional Rio de
Janeiro, Biblioteca do Exército, 1966. ] 15 p. (C<lleção General Beníclo, v. 43,
publ. 248)
RAYMOND, Jack. O poder do Pentál:"ono. Rio de Janeiro, Saga, 1965. 2 v.

2- CAPJTUWS

ARARIPE, Tristão de Alencar. ° direito da sobrevivência nacional entrevisto por


um mll1tar In: CONGRESSO DE DIREITO PENAL MILITAR. 1.. Rio de
Janeiro, 1958. Anais. Rio de Janeiro. Imprensa do Exército, 1958. v. 1, p.
121-41.
ARGENTINA. Ministério da Defesa. In: FERRAZ FILHO, LlndoIphl) et aUI.
Integração das fôrças armadas IRlo de Janeiro: Escola Superior de Guerra,
Departamento de Estudos. 1962. p. 10-2 org. desd. (Brasil. Escola. Superior
de Guerra, C-33-62) CD
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Brasileira de Estudos Politicos, Belo Horizonte, 21: 157-82, jul. 1966.
BRAGA, Antonio Saturnlno. Introdução ao estudo da segurança nacional. PrI-
meira parte: Sociedade, Nação, Estado, Poder e Politica. Política nacional.
Revista Brasileira de Estudos Políticos, Belo Horizonte, 21: 7-31, jul. 1966
BRAGA, Antánlo Saturnlno et alll. Elementos politlcos do poder nacional. Re-
vista Brasileira de Estudos Politicos, Belo Horizonte, 21: 135-56, jul. 1966,
CAMINHA, Herick Marques et aUl. Estratégia nacional. Revista Brasileira de
Estudos Polítlcos, Belo Horizonte, 21: 235-55, Jul. 1966.
CONFER'=NCIA DOS DESEMBARGADORES. V. Conclusão. A prisão por motivo
de ordem e segurança públlcll não pode ser considerada como a provisória
ou a preventiva, quando durante o processo por contravenção ou delito
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4 - LEGISLAÇ.í\o ESTRAl'i'GEIRA
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seguridad exterior drl Estado, art. 151-174. De los delitos contra la seguridad
interior dei Estado y contra la tranquilldad y orden publico, art. 175-266.
In: JIMENEZ DE ASÜA, Luis. Códigos penales iberoamericanos.. Caracas,
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segurldad exterior y soberania dei Estado, art. 106-120. Crímenes y simples
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ASÚA, Luis. Códigos penales iberoamerieanos ... Caracas, Ed. "Andrés BeHo'
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de la Naclón, art. 123-132. Delitos contra la seguridad interior de la Naclón,
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penales Iberoamerieanos ... Caracas, Ed. "Andrés BeUo" 119461 v. 2, p. 259-
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De los delitos contra las naclones extranJeras y los jefes y representantes
de eUas. art. 115-117. Disposlciones com unes a los títulos anteriores, art.
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exterior deI Estado, art. 95-119; Delitos contra la seguridad interior deI
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BÉLGICA. Leis. decretos, etc. Código Penal. Des ~rimcs et des déllts contre la
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Droit lnternationall CD
BULGÁRIA. Leis, decretos, etc Código Penal Déllts eontre la Républíque Popu-
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tlonal) CD
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Constltutlol1 et les autorltés supremes de l'État, art. 111-118. In: ANCEL.
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de Drolt Comparé, 1958. t. I, p. 351-5 iNouvelle Collection du Comité de
Législation Étrangere et de Drolt Internatlonali CD
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tleure de l'État, art. 120-141. Des délits eontre la sureté interieure ce l'Ébt,
art. 142-164. In: ANCEL, Mare & MARX, Yvonne. Les codes pénaux euro-
péens. Paris. Centre Français de Drolt Comparê, 1958. t. 2. p. 447-54 INou-
velle ColJection ctu Comité de Léglslatlon Étrangé're et de Droit InterniÁ-
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G- ARTIGOS DE JORNAIS

Os artigos de jornais, abai.ro relacionados. encontram-se no ArQuit'o Vertical. e.riJtente


na Diretoria .de lnlorm. ação Leg~I'HlIXl.

AB! repele nova lei de segurança Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 16 mar
1967
ABI tIlmbém contra artigo 48. Última flora, Rio de Janeiro, 21 fev. 1968.
ADVOGADO vc segurança como lei absolutisLa. Correio da Manhã, Rio de
Janeiro, 26 mar. 1967. Tribuna da Imprensa, Rio de Janeiro, 25126 mar. 1967.
AlI: protesto contra a Lei de segurança Fôlha de São Paulo, 29 mar. 1967.
ALL RIGHT. A grita contra. a Lei dc segurança. Correio da lUanhã, Rio de
Jane'ro. 29 mar. 1967.
ALVES, Hermano. Golpe de mão. Correio da Manhã, Rio de JaneIro, 11 Jan. 1968
ALVES, Hermano Responsabllldades. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 6
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ALVES, Hermano. Segurançn naclona\. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 27
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ALVES, Hermano Segurança verbal. Correio da Manhã, RIO de Janeiro, ]5
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AMEAÇA potencial. Jornal do Brasil, Rio de JaneIro, 8 abr. 1967.
ANDRADA vê Lei de segurança como um exc('sso de poder. Correio da Manhã,
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CASTELO expõe ° que ê segurança. O Estaao de São Paulo, 14 mar. 1967.
CASTELO manda integrar à nova Lei de segurança sugestões de Costa e Silva.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 24 fev. 1967.
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COMISSAo parlamentar vê o que segurança ameaça. Correio da Manhã, Rio de
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CONSELHO de Segurança. Diário de Noticias, Rio de Janeiro) 16 fev. 1968.
CONSELHO de Segurança diz que não tira poder alheio. Jornal do Brasil, Rio
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COSTA vê Lei de segurança, Correio da l\lanhã, Rio de Janeiro, 29 jan. 1967,
COITA, Pery. Nova Lei de segurança incorpora AI-2. Correio da Manhã, Rio
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"CSN só tem 8 militares e não manda no govêrno". Diário de Notícias, Rio de
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MEDEIROS reúne material: Lei de segurança. Fôlha de São Paulo, 4 jan. 1967.
MEM diz que revisão da Lei de segurança é inevitável. Tribuna da Imprensa,
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MINAS aplaude o cxito do ciclo de debates sôbre a segurança nacional, promo-
vido pela ADESG. O Globo, Rio de Janeiro, 7 maio 1965.
MINISTRO nega 3 novas leis. Estado de São Paulo, 8 dez. 1966.
MINISTRO vota contra o art. 48. O Estado de São Paulo, 22 fev. 1968.
MOURAO condena artigo da Lei de segurança que cassa a profissão de indi-
ciados Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 1 fev. 1968.
MOURAO no STM: Segurança faz do pais um pátio de quartel. Tribuna da
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MOURAO vê morte da liberdade na Lei de segurança nacional. Jornal do
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NOV A Lei de segurança é assinada e entra em vigor dia 15. Jornal do Brasil,
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NOVA Lei de segurança poderá frustrar revisáo da Carta e partido de Lacerda.
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NOVA Lei de segurança vai ser último ato de Castelo e virá na próxima
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NOVO presidente do STM diz que é contra a Lei de segurança: A democracia
não preclsa d1sso. Tribuna da Imprensa, Rio de Janeiro, 14 mar. 1967.
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OAB repudia art. 48 da Lei de segurança. O Estado de São Paulo, 8 fev. 1968.
OPOSIÇAO quer substituir Lei de segurança nacional. O Globo, Rio de Janeiro,
1 nov. 1967.
OPOSIÇAO vê militarismo no decreto-lei do C.S.N. O Jornal, Rio de Janeiro,
10 'an. 1967.
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PASSAMO à competência da Justiça m1lltar os crimes contra a segurança
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PRISAO preventiva agora é dflerente, diz Lins e Silva. Jornal do Brasil, Rio
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PROCURADOR aplaude ampliação da competência da Justiça militar. O Globo,
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PROCURADOR enquadra Hélio na. nova Lei de segurança. O Globo, Rio de
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18 mar. 1967.
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QUAIS são os novos limites da Uberdade. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro,
23 mar. 1967.
RAMALHErE conclui que a Lei de segurança está cheia de InconsUtuclona-
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REAPARELHAMENTO das fôrças armadas e a segurança nacional. Diário de
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62 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

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STF derruba por unanimidade artigo 48 da Lei de segurança. Correio da Manhã,
Rio de Janeiro, 22 fev. 1968.
STF Julga hoje artigo 48 da Lei de segurança. O Globo, Rio de Janeiro, 21
fev. 1968
STF julgará o artigo 43. O Estado de São Paulo, 13 fev. 1968.
STF recebeu petição contra o art. 48 da Lei de segurança. Fôlha de São Paulo,
13 fev. 1968.
STF vê ilegal o artigo 48 da nova Lei de segurança. O Jornal, Rio de Janeiro.
22 fev. 1968.
STM nega "Habeas" e ministro acusa a lei. Última Hora, Rio de Janeiro. 8
agõ. 1967.
STM reduz pena aplicando a nova Lei de segurança. O Globo, Rio de Janeiro,
4 maio 1967.
SEGURANÇA Correio da Manhã. Rio de Janeiro, 14 juL 1967.
SEGURANÇA democrática. Correio da ~tanhã, Rio de Janeiro, 22 set. 1966
SEGURANÇA c Congre;-;so. Fôlha de São Paulo, 21 mar. 1967.
SEGURANÇA e planejamento. O Estado de São Paulo, 15 mar. 1967.
SEGURANÇA. Fôlha de São Paulo, 7 mar. 1967.
SEGURANÇA. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 17 iev. 1967.
SEGURANÇA nacional. Diário de Noticias, Rio de Janeiro. 16 jan. 1968.
SEGURANÇA nacional e seu planejamento foi tema de palestra. O Globo, Rio
de Janeiro. 15 agó 1965.
SEGURANÇA reorganizada. Diário de São Paulo, 16 fev. 1968.
SEGURANÇA sujeita prisão preventiva ao judiciário. Correio da Manhã, Rio
de Janeiro, 7 maio 1967.
SEGURANÇA tem nóvo conceito. O Globo, Rio de Janeiro, 14 mar. 1967.
SEGURANÇA vai sair este mês. Correio da M.anhã, Rio de Janeiro, 4 j an, 1967.
SEGURANÇA viola Carta. O Estado de São Paulo, 5 abr. 1967.
SERÁ instalado hoje o ciclo sôbre os problemas da segurança nacional. O Globo,
Rio de Janeiro, 5 abr. 1965.
SETORES da ARENA favoráveis à revisão da Lei de segurança, O Globo, Rio
de Janeiro, 20 mar. 1967.
SIGILO: regulamento entrou em vigor. O Estado de São Paulo, 21 mar. 1967.
SOFISMAS. Correio da ~tanhã, Rio de Janeiro. 12 j an. 1968.
Só Senado pode tirar artigo 48 diz advogado . Correio da Manhã, Rio de Janeiro,
23 fev, 1968.
SUPERMINISTÉRIO esta aí. Fôlha de São Paulo, 18 fev. 1968
SUPERPRE8IDÉNCIA. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 10 jan. 1968.
SUPREMO decide: Lel de segurança não pode impedir o exercício profissional.
Fôlha de São Paulo, 22 fev. 1968.
SUPREMO derruba artigo 48 da Lei de segurança, Correio da M.anhã, Rio de
Janeiro, 22 fev. 1968,
SUPREMO Tribunal julgou inconstitucional em parte o artigo 48 da segurança.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 22 fev, 1968.
UMA lei condenada, Diário de São Paulo, 23 mar. 1967.
VICE-L1DER do govêrno defende a revisão da Lei de segurança. O Globo, Rio
de Janeiro, 5 abr. 1967.
VITÓRIA, Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 23 fev. 1968.
DOCUMENTAÇÃO

SEGURANÇA NACIONAL
LEGISLAÇÃO
PROJETOS
DISCURSOS

5.,.nan1o ç~t-,.ti 1101"6;1'i2


Orientador de Pesllui.s1U Legi.tlalfoo$
Diretoria de lnlonnaçfJo Legl.!lClfiva

LEGISLAÇÃO (.) na1s e detennlnEUldo as llgações interiores


neoesstu1as à defesa das zonas serv1da.s pe-
CON5TITUlÇAO FEDERAL DE 16-7-19U ]as estradas de penetracAo.

"Ari, 159 - TOdas as questôell relativas à " 1.· - Proceder-se-á do mesmo modo
em re1&ç~ ao estabelecimento, nessa Ima,
eeguJ'U1ça nacional aerAo e coor-
e6tUdadaa
denadas pelo CoDlle1ho Superior de segu- de indústrias, inclusive de transportes, Que
rança Nacional e pelos órgios eapec1a1s Interessem à segurança nadona!.
criados pa.ra atender la neeess.1dades da mo- I 2." - O Conselho Superior de se-
blllza.çl.o. kW'8l1ca Nadona! organizará a re1&çAo das
I L· - O Conselho Supertor de Se-- indÚlltrtas acima referidas, que revistam &se
gunulça Nacional seri presidido pelo Pre- e&ráter, podéndo em todo tempo rever e mo-
lI1dente d. Repúbllca e dêle rarAo parte 015 dificar a Memta relaçAo, que deveri ser
M1n1Btros de Estado, o Chefe do Estado- por êJe comunicada aos governos locais in-
MrJor do Ezérclto e o Chefe do Estado- teressados.
MaJor da Armada.
§ ,.. - O Poder Eltecutlvo. t.en<1o em
I t.,. - A organlZJllÇlo, o func1ona- VIsta as necessidades de ordem santlárta,
mento e a competlncla do Conselho Supe- aduaneira e da defesa nacIonal, regulamen-
rior sert.o regulados em let. t.ari. a ut.illzaçio das terras públlcas, em re-
g1f.o de front.elra peJa Unt~ e peloo Esta-
d03, ficando subord1nBda é. aprovação elo
A11. 161 - O estado de fUerr& 1mpUcará
Poder Legislativo a sua alienação."
- susperu;Ao das garantias constit.ucionals
Que po6Sam preJudica.r direta ou indireta-
, mente - securanç- naeional.
(.) LesUlaçAo &61)1"0 JUBUça MJ.Iltar: 'flde ar\11rO
f.~.e:m:IO número llltJtu1&da ",JU6IJl;1I Ml·
A11. 1" - Dentro de uma laiU de cem Leslalaçlo lIObre Elltt.4o dI! Sltlo: vide artl-
qullllmet.r08 ao longo das trontetra.s. nenhu- soe Da }\e'data de lntormaçlo LeR:lallltlva
ma CODca.s&o de ten'a.s ou de vtaa de comu- D.o ~, P'«. IM; D.o I, pAgo 61; D.O 7. P'«. 121;
nlcaçio e .. abertura destas se efetuarão n.o I, p64f. .,; D.o li, Pi8. 119 11 1\." 12.
P's. 22'1.
lIIem audl6nda do CoIUle1bo SuperlQl' de Se- 1AI1Lalaçl.o sObre Intenllnçl.o Pe<leraJ: 'flde
lW"8Dça Naclonal, estabelecendo este o pre- arU&'08 lI& RevtJlta de Lnformaçlo LeslB1a-
Un D.O ., P'8;. 101; D.O 5. P'&8. 2. 11 711 11
domtn1o de capitals e t.rabalhadon=s naclo- D.o li, p6er. 811.
64 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

CONSTITUlÇAO FEDERAL DE 10-11-1931 República, e dêle participarão, no caráter de


".'-rt. 162 - Tôdas a..~ Questões relativas à membros efetivos, os mini~tros de Estado e
segurança nacional serão estudadas pelo os chefes de Estado-Maior que a lei deter-
Conselho de Segurança Nacional e pelos ór- minar. Nos impedimentos, indicará O Presi-
gãos especiais criados para atender à emer- dente da República o seu substituto.
gência da mobilização. li 2.· - A lei regulará a. organização,
O Conselho de Segurança Nacional será a competência e o funcionamento do Con-
presidido pelo Presidente da República e selho de Segurança Nacional.
constituído pelos ministros de Estado e pe- Art. 180 - Nas zonas indispensáveis à.
los chefes de Estado-Maior do Exército e defesa do Pais, não se permitirá, sem prê-
da Marinha. vio assentimento do Conselho de Segurança
Nacional:
Art. 165 - Dentro de uma faixa de cen-
I - Qualquer ato referente à con-
to e cinqüenta Quilômetros ao longo das
cessão de terras, à abertura
fronteiras, nenhuma concessão de terras ou
de vias de comunicação e à
de vias de comunicação poderá efetivar-se
instalação de meios de trans-
sem audiência do Conselho Superior de Se-
missão:
gurança Nacional, e a lei providenciará para
Que nas indústrias situadas no interior da 11 - a construção de pontes e es-
referida faixa predominem os capitais e tra- trada~ internacionais;
balhadores de origem nacional.
111 - o estabelecimento ou explora-
Parágrafo único - As indústrias Que in- ção de quaisquer indústrias
teressem à segurança nacional só poderão que interessem a segurança
estabelecer-se na faixa de cento e cinqüen- do Pais.
ta Quilômetros ao longo das fronteiras, ouvi-
!í 1,. - A lei espe.. ;ficará as wna.s in-
do o Conselho de Segurança Nacional, que
dispensáveis à. defesa nacional, regulará a
organizará a relação das mesmas, poden-
sua utilização e assegurará, nas indústrias
do a todo tempo revê-la e modificá-la."
nelas situada.s, predomináncia de capitais e
trabalhadores brasileiros.
LEI CONSTITUCIONAL N.· 9, DE 28-2-1945
CONSTlTL'lÇAO FEDERAL DE 18-9-1946 li 2." - As autorizaçôes de Que tra-
"Art. 28 - .. tam os nOs I. II e III poderão. em qualquer
li 2.· - Serão nomeados pelos Go-
tempo, ser modificadas ou cassadas pelo
Conselho de Segurança NacionaL"
vernadores dos Estados ou dos Territórios os
Prefeitos dos Municípios que a lei federal,
ATO INSTITUCIOSAL N." I, DE 9-4-1964
mediante parecer do Conselho de Segurança
D.O. - 9-4-64 - L" pág.
Nacional, declarar bases ou portos milita-
res de excepcional importância para. a defe-
ATO INSTITUCIONAL N.· 2. DE 27-10-1965
sa externa do Pais.
D.O. -- 21-10-65 e Rep. D.O. - 5-11-65.
Art. 179 - Os problemas relativos à de-
ATO COMPLEMENTAR N.· I, DE 27/10/1965
fesa do Pais serão estudados pelo Conselho
D.O. - 27-10-65 e Ret. D.O. - 28-10-65.
de Segurança Nacional e pelos órgãos espe-
ciais das Fôrças Armada.s, incumbidos de ATO COMPLEMENTAR N.· 3, DE 3-11-1965
prepará-Ias para a mobilização e ~ opera- D.O. - 4-11-65.
ções militares.
li L· - O Conselho de Segurança ATO COMPLEMENTAR N." lO, DE 4-6-)966
Nacional será dirigido pelo Presidente da D.O. - 1-6-66.
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _J_A_N_EI_R_O_A MARÇO - 1968 65

ATO COMPLEMENTAR N.· 23, DE 20-10-66 regularé. sua utilização e assegurarã, nas in·
D.O. - 20-10-66. dÚ6tr1as nelas situadas, predomlnADcla de
co.pltals e trabalhadores brasileiros."
CONSTITUIÇAO .'EDERAL DE 24-1-196'7
"Ari. 89 - Tóda pessoa natural ou Jurf- DECRETO N,- 17.999, DE 2:9-11-1927
dIca é responsável pela segurança nacIonal, "Providencia s6bre o Conselho de Defesa
nos limItes definidos em leI. NacIonal."
Ali. 90 - O Conselho de Begurançe. Na- D.O. - 3-12-27.
cional destIna-se a assessorar o PresIdente DECRETO N,o Z3.873, DE 15-2-1934
da Republlca na fonnuJação e na conduta "Dá organização 80 Conselho de Defesa.
da segurança nacionu1. Nacional, criado pelo Decreto D,O 17.999, de
fi L- - O Conselho compõe-se do 29-11-1927."
Presidente e do vice-Presidente da Repúbli- D.O. - 2-3-1934.
ca e de todos os MInistros de Estado, DECRETO N,o 'I, DF. 3-8-1934
fi Zo° - A lei regulará. a organização. "Modl1lca a denominação do Conselho de
competência e o fWlclonamento do Comelho Defesa Nacional e de seus órgãos componen-
tes, criados pelo Decreto n.o 17.999, de 1927."
e poderá admitir outros membros natos ou
D.O. - 9-8-1934.
eventuais,
LEI N.· 38, DE 4-4-1935 (t')
Art. 91 -Compete ao Conselho de Se- "Define crimes contra a ordem pollUca e
gurança Nacional: roclal."
I - o estudo dos problemas re- D.O. - 6-4, 28-6, 1, 3 e 6-7-1935.
lativos à segurança nacional, DECRETO N.- 191, DE 18-6·1935
com a cooperação dos 6rgãos "Manda adotar, a titulo provU6rio, o Re-
de infonnação e dos Incumbi- gulamento Interno da secretaria-Geral do
dos de preparar a mobiliza- Conselho Superior de Segurança Nacional."
ção nacional e as operações D.O. - 19-7-1935.
militares; LEI N.o 136, DE 14-12-1935 (r.)
11 - nas áreas indispensáveis à se- "ModIfica vários dlsposttivos da Lei n.o 38,
gurança nacional, dar assen- de 4 de abril de 1935, e define novos crimes
timento prévIo para: contra a ordem poUUca e social."
D.O. - 14 e 18-12-1935.
a) concessão de terras. aber.
tura de vias de transporte DECRETO N,- 991, DE 2'7-'7-1936
e instalação de meios de "Organiza. a CómlssAo de Estudos de se-
gurança Nacional:'
comunlcaçfu:!;
D.O, - 30-7 e 3~8-1936.
b) construção de pontes e es-
t r a das 1nternacionais e LEI N.o UI, DE 11-9-1936 (~)
campos de pouso; "Institui como 6rgão da Justiça Militar o
TrIbWlal de Segurança. Nacional. que fWl-
c) estabelecimento ou ex· clonaré. no Distrito Federal, sempre que fOr
ploração de tndústrlas que decretado o Estado de Guerra, e dà. outras
ínterl'.ssem à segurança provld~nclas."

naclono.! ; D.O, - 12-9-1936,

In - modificar ou cassar as con- DECRETO N.o L505, DF. 15-3-1937


cessões ou autorizações refe- "Manda adotar, a titulo provisório, o Re-
ridas no Item antenor. gulamento Interno da Comissão de Estudos
do Conselho Superior de Segurança. Na-
PadgTaro único _. A lei espedflcará as cional."
áreas 1ndIspensávels à segurança nacional, D.O. - 17-3-1937.
66

DECRETO 1'0'.0 2.036, DE 11-10-1937 DECRETO-LEI N." ,179, DE 8-6-1938


"Dá organização à Seção de Segurança "Dispõe sôbre a expulsão de estrangeiros,"
Nacional do Ministério da Educação e 0.0. - 11-6-1938.
Saúde."
DECRETO N,o ::1.010, DE 20-8-1938
D.O, -- 16-10-1937,
"Regulamenta o Decreto-Lei n.o 406, de
DECRI<:TO-LU N.O 37, DE 2-12-1937 (:1) 4-5-1938, que dispõe sóbre a entrada de es-
"DIspõe sôbre partidos políticos," trangeiros no tRrritório nacional."
0.0. - 4-12-1937, 0.0. - 22-8-1938.
DECRETO-LEI 1'0'.0 1,164, DE 18-3-1939 (' J
Di:CRETO-LH N.o 88. DE 20-12-1937
"Dispõe sôbre as concessôes de terras e
"Modifica a Lei n,O 244, de 11-9-1936, Que vias de wmunicação na faixa da fronteira,
Illstituiu o Tribunal de Segurança Nacional, bem como sô1Jre as indústrias aí situadas."
e dá outras providÉ'ncias,"
Col. Leis do Brasil - Vol. n, 1939, pág, 118
D.O. -- 24 e 28-12-1937,
DECRETO-LEI N.o 1.261, DI<: 10-5-1939
DECRl-:TO-U:I N,o 110. DE 28-12-1937 "Dispõe sôbre a composição do Tribunal
"Dispõe sóbre o recurso de decisóes do de Segurança NacionaL"
Tribunal de Segurança Nacional." D.O. - 12-5-1~39,
D.O. -- 31-12-1937.
DECRETO-LEI !'\i. o 1.393, DE 29-6-1939
DECRETO-LEI 1'\,0 383, DE 18-4-1938 (1) "Modifica o Decreto-Lei n," 1.261. de
"Veda a estrangeirus a atividade poHtica 10-5-1939, que dispõe sõbre a composição do
no Brasil, e di outras providências." Tribunal de Segurança Nacional."
0.0. ~ 19-4-1938, D.O. ~ 1-7-1939.
DECRETO N." 4.517, DE 12-8-1939
DECRETO-LEI :-<.0 392, DE 27-4-1938
"Dá organizill;ão à Seçã-o de Segurança
"Regula a expulsão de est.rangeiros," Nacional do Ministério da Justiça e Negó-
D.O. - 4-5-1938, cios Inwriores,"
D.l). - 15-8-1939,
DECRETO-LEI :-".0 394, DE 28-4-1938
DECRETO N." 4,631, DE 6-9-1939
"Regula fi. extradição,"
"Dá orga.niza.ção à. Seção de Segurança
0.0. _. 19-5-1938, Nacional do MinistÉ'rio da Fazenda. criada
pelos arts, 3.0 e GO do Decreto nO 23,873,
DECRETO-LEI "'.0 406, DF. 4-5-1938 de 15-2-1934."
"Dispõe sôbre a entrada de estrangeiros D.O. - 9-9-IS39.
no tt'rritório nacional."
DECRETO N.o 4.644, DE 6-9-1939
CoL Leis do Brasil - VaI. n - 1938 -
página 92. "Regula a Seção de Segurança Nacional
do Ministério das Relações Exteriores."
UH'RETO-LEI 1'0'.0 428, DE 16-5-1938 D.O. - 9-9-1939.
"Dispoe sôbre o processo dos crimes defi- DECRETO ~;.o 4,696, DE 22-9-1939
nidos nas Leis 11. "s 38 e 136, de 4-4 e .,., "Organiza a Seçã-o de Segurança Nacional
14-12-1935," do Ministério da Viação e Obras Públicas, e
D.O, ... 16, 18 e 19-5-1938, dá out.ras providências."
D.O. -- 25-9-1939,
nECRETO-U:I 1'0'.0 431, DE 18-5-19311 U'l
DECRETO X. D 4.816, DE 31-10-1939
"Define crimes cuntra a personalidade in-
"Organiza a Seção de Segurança Nacional
ternaclOllal. a e~Lrlltura e a segm'ança do
Estado e contra a ordem sociaL" do Ministério do Trabalho, Indústria e Co-
mél'cio,"
D.O. -- 19-5-1938, D.O. - 3-11-1939.
DE('RETO-LEI !".D 474, DE 8·6-1938 DECR.ETO-LEI :'\.0 1.9G8. DE li-I~19·10 (~I
"Dispõe fôbre (} procl'sso elos crinws de "Regula as concessóes de terras e Vla.~ de
coml'" 'ência do Tribunal de Segurança Na- co;:nunicação, bem como o esi,l belecimento
cim'al." de indústrias, nu fuixa de fronteira.
D.O. _. 9-6-1938. CoL Leis do Brasil - VaI. I. 1940, pif(, 20
JANEIRO Â MARÇO - 1968 67

DECRETO N.· 5.2.0, DE 3-2-1940 DECRETO-LEI N." U37, DE 9~11-1M2


"Altera o regulamento baixado cam o De- "Assegura. o pleno funcionamento dos es-
creto n.o 4.696, de 22-9-1939. da seção de se- tabelec1mentos fabris mJlltares e civis. pro-
gurança Nacional do Ministério da Viaçlo e dutores de materiais bélicos."
Obras Públicas." D.O. - 12-11-1942.
D.O. - 8-2-1940.
DECRETO N." 11.087, DE 10-12-1942
DECRETO N." 5.301, DE 23-2-1940
"Declara de interêsse mUltar, para os fins
"Aprova o Regimento da Seção de segu- do Decreto-Lei n.O 4.937, de 9-11-19t2. vá-
rança NacIonal do Minls~rio da Agricul- rios estabelecimentos fabris civis,"
tura."
D.O. - 26-2-1940, D.O. - 12-12-1942.
DECRETO-LEI N." 2.188, DE 15-5-1910 DECRETO-LEI N." 5.163, DE 3l-lZ-1m
"Modtrica dL<;poslç{)es do Decreto-Lci nú- "DIspõe sôbre a orgar'.1zaçáo do Conselho
mero 88. de 20 de dezembro de 1937, que de Segura.nça Nacional,"
dispõe sObre o Tribunal de segurança Na- D.O. - 31-12-1942.
cLonal.'·
0.0. - 25-5-194C. DECRETO N.o 12.628. DE 17-6-1943
DECRETO-LEI N." U42, DE 18-7-19fl (2) "Regulamenta a execução do Decreto-Lel
n.o 4.098, de 6-2-1943."
"Cria, no Mlnls~rlo da Justiça. e Negóclos
Interiores, o Quadro VIII - Tribunal de D.O. - 19-6-19t3.
Segurança Nacional. e dó. outras providên- DECRETO-LEI N." 6.227, DE 24-1-19+&
cIas."
D.O. - 21 e 30-7-1941. "Código Penal Militar."
D.O. - 1 e 16-2, e 15-3-1944.
DECRETO-LEI N." 3.808, DE 7-11-1941
"Reorganiza a Seção de segurança Nacio- DECRETO-LEI N." U30, DE 17-.-19+& (õ)
nal do M1nistérlo da Viação e Obras Pú-
"Dispõe sObre as transações imobiliárias e
blicas."
o estabelecimento de Indústria e comércio
D.O. - 11-11-1941.
de estrangeiros na faixa de fronteiras:'
DECRETO N." 8.504. DE 27-12-1941 D.O. - 19-4 e Rep. D.O. 14-6-1944.
'. Aprova o Regulamento Interno da Seção
de Segurança Nacional do Minl~rio das DECRETO-LEI K" 6.476, DE 8-5-1944 (t)
Relaçõcs Exteriores." "Cria, no Conselho de Segurança NacLo-
D.O. - 30-12-1941. nal, camo órgão complementar, a Comissão
de Planejamento Econômico. e dá outras
DECRETO-LEI N." •.098, DE 6-2-1942 providências."
"Deflne camo encargos necessários li. de- D.O. - 13-5-1944.
fesa da Pátria. 00 serviços de defesa passi-
va antiaérea." DECRETO-LEI N." 6.608, DE ZJ-6-1944.
D.O. - 10-2-1942. "Modl!lca o Decreto-Lel n.O 1.393, de 29
DECRETO-LEI N." 4.270. DE 17-4-194.2 de junho de 1939, que dispõe sObre a or-
"Estabelece a prioridade para as exigên- ganizaçoo do Tribunal de Segurança Na-
cias da Segurança Nacional. e dê. outras pro- cional."
vidências," D.O. - 22-5-1944.
D.O. - 20 e 25-4-1942.
DECRETO-LEI N." 7.586, DE 28-5-1945 (3)
DECRETO N.· lU90-A, DE 25-9-1942
"Não d1vulgado." "Regula, em todo o Pais, o alistamento
eleitoral e as eleições a Que se refere a lei
DECRETO-LEI N." t. 766, DE 1-10-1942 Constitucional n.o 9, de 28-2-1945."
"Define crimes ml1ltares e contra a se- D.O. - 28-5-1945.
gurança do Estado, e dá. outras providên-
cias." DECRETO-LEI N." 7.724, DE 10-7-1945 (7)
D.O. - 3-10-1&42.
"Submete ao regime de aforamento as ter-
DECRETO-LEI N." •. 783, DE 5-10-1942 ras devolutas dentro da faixa de sessenta e
"DiSpõe sóbre a. organização do Conselho seis qu1l6metros ao longo das fronteiras, e
de Seguranç~ Nacional." dê. outras providências."
0.0. - 7-10-1942. D.O. - 12-7-1945.
68 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

DECRETO-LEI :".0 8.908. DE 24-1-1946 (õ) DECRETO N,o 23.~l44, DE 28-10-1947


"Transforma em cargo isolado a funçã.o "Aprova o Regulamen(o da Seçüo de Se-
de Secretário da COll1i~ão Especial da Fai- f,':urança Nacional do Millistáio das Bela-
xa de Fronteiras." çoes Exteriores."
0.0. - 28-1-1946, D.O, - 30-10-1947.

DECRETO-LEI :",0 9.085, DE 25-3-1946 I,EI N.O 211, Dl: 7-1-1848


"Dispõe sôbn~ o registro civil das pessoas "Regula os casos de !:'XllllÇÜO de manda-
jurídicas." tos dos membmói do" Corpos Lq(i"lativos da
União, dos Esta4os. do Dlstrito Federal. elos
D.O. - 27-3-1946.
Territórios e dos ~llmllip!os.·'
DECRETO-LEI K· 9.775, DE 6-9-1946 (4) 0.0. - 8-1-194B
"Dispoe sobre as atribulções do Conselho DECRETO roi.· 24.452, DE 4-2-1948
de Segurança Nacional e de seus órgãos
"Aprova o RegImento da SeçCIO de Segu-
complementares"
rança Nacional do ~1inistério da Agncul-
0.0. - 10-9-1946 tura."
DECRETO-LEI N." 9.775-A, DE 6-9-1946 D.O. - 6-2-1948.
(Não divulgado.) DECRETO N." 24.468. DE 4-2-1918
DECRETO N." 22.047, UE 13-11-1946 "Aprova o Regimento da Seçüo de Segu-
"Apro\'a, o Regimento da Secretaria-Geral rança Nacional dn Millls(rrjo da Justiça e
do Conselho de Segurança. Nacional." Negócios Interiores."
D.O - 16-11-1946. D,O. - 9-2-1948.

DECRETO 1\.0 22.048, DE 13-11-1946 DECRETO LEGISLATIVO N.o 5, DI·:


14-2-1948
"Apro\'a o Regimento da Comissão de Es-
tudos do Conselho de Segurança Nacional." "Aprova os textos do Tratado Illlerameri-
cano de Assistpncia Heciproca para a ma-
D.O. - 16-11-1946.
nutenção da Paz r da Seguranq do Con-
RESOLUÇÃO roi.' 1.841, DE 7-5-1947 tinente, assinado 1\0 Rio de Janriro. a 2
TRIRUroiAL SLPERIOR ELEITORAL de setembro de 1947. pelo Bra~ll e demais
Repúblicas Alllericanas"
"Cancela o registro do Partido Comunista
D.O. - 15 e HI-2-1948.
do Brasil."
0,0. -- 7-6-1947. DECRETO N.· 26.524, DE 29-3-19-lH
"Altera os arts. 33 e 34 do Rt'gímento da
DECRt:TO 1".0 23.315, DE 8-7-1947
Seção de Segllrall~'a Nacional do Ministério
"Aprova o Regimento da Seção de Segu- da Justiça e :-":egócios Interiores. baixado
rança Nacional do ::'vlinistério de Viação e com o Decreto n,o ~4.4li!l. de 4-2-1~48."
Obras Públicas." 0,0. ~ 31-3-1848.
0.0. ~- 10-7-1947.
DECRETO ~ .• ~7-4H. DE 17-11-19-19
DECRETO N.· 23.419, DI~ :W-7-1947 "Altera o Hegimell10 ela Seção ele SCf;ll-
"Aprova o Regimento Interno da Secreta- rança Nacional do Mltlislél'io da A~ricuJt u-
ria de Segurança Nacional do Ministério do ra, baixado com o Decrr'o n." ::l44:l:.'. dt'
Trabalho." 4-2-1948."
D.O. - 19-11-1949 e Rei. n.o. _. 10-:.'-1950
D.U. - 31-7-1947.
DECRETO N.· 27.583, DE 14-12- t9-1!J
DECRETO N,· 23.438, DE 29-7-1947
"Aprova o Regulamento para ;~ Salva
"Aprova o RegIment.o Interno da Seção de guarda. das 1nfoonaçôes que in(.('f['.,sam à
Segurança. Nacional do Mimsténo da. Edu- Segurança. Nacional."
caçiiO)" D.O. ~ 12-1-1950.
D.O. - 31-7-HI47,
LEI N.o 1.057-.-\, DE ~8-1-1950
LEI N.· 121, DE 22-10-1947 "Díspõe sóbre a l'efOrnHl de milit "re~ que
"Declara. para fins do art. 28 da Consti- pertencerem. forem filiados Oll propaó!:uf'm
tuição Federal, os MunicípioS que constituem as doutrina:; de as.'i(}da~'ües ou par(.idos po-
bases ou portos militan's de excepcional líticos que tenham 51do impedIdo:; de (Ull-
Importánda para a defesa externa do País." ClOnar legalmen ti'''
n.o. - 24-10-11147. 0.0. - 1-3-1950,
JANEIRO A MARÇO - 1968 69

DECRETO N.o 27.903, DE 21-3·1950 LEI N.- 1.551, OE'1-2-1952


"Altera a reda.çAo do art. 23 e revoga o "Fixa prazo para o Conselho de Beguran-
art. 27, ambos do Regimento da Seção de ça Nacional emitir parecer nos t.êrmex. do
Segurança Nacional do Ministério da Via- pa.rágra!o 2. ° do art. 28 da Constltulç!(l
ção c Obras Públicas. baixado com o De- Federal."
creto n.o 23.315, de 8-7-1947." D.O. -- 11-2-1952
D.O. - 23-3-1950. OECRETO N.o 30.583, DE 21-2-1952
DECRETO N.o 27.930. DE 27-3-1950 "Cria a Com1ssA.o de Exporta.çlo de Ma-
"DIspõe sôbre a apllcaçAo do Decreto nú- teriais Estratégicos, e di outras providên·
mero 27.583, de 14-12-1949, que dispõe sO- elas."
bre a salvaguarda das infonnações Que In- 0.0. -- 28-2-1952.
teressam li. segurança Nacional."
LEI N.· 1.665, OE 1.9.1952
0,0. - 30-3-1950.
"Modifica a Lei n. O 121, de 22-10-1947, que
LEI N.O 1.079, DE 10-4-1950 disp6e sObre os munlc!plos que constituem
"Define os crimes de responsabilidade e bases ou portos de importância para a de-
regula o respectivo processo e julgamento." fesa do Pais."
D.O. - 5-9-1952.
0.0.. - 12-4-1950.
LEI N.o 1.720, OE 3-11-1952
DECRETO N.o 28:725, OE 9-10-1950
"Exclui da cla.ssl!1cação dedarada no ar-
"Aprova o Regimento da Seção de Segu-
tigo 1.0 da Lei n,o 121. de 22-10-1947. o
rança Nadonal do Ministério da Fazenda."
Mun1clplo de São Paulo, Estado de São
D.O. - 11-10-1950, PaUlo,"
LEI N.o ).207, DE 25-10-1950 0.0. - 5-11-1952.
"Dispõe sóbre o direito de reunião." LEI N.o 1.743, DE 26-11-1952
D.O, - 27-10-1950. "ExclUI da class1ffcação decla.rad~ no ar-
tigo 1.0 da Lei n. o 121, de 22-10-1947, os
LEI N.o 1.287, DE 9-12-1950
Munic1pios de Santos. no Estado de S10
"Dispõe sObre promoção de oficiais e pra- PaUlo, e o de Natal, no Estado do Rio
ças das Fõrças Annadas que tenham toma- Grande do Norte."
do parte no combate à revolução comunis- D.O. - 28-11-1952.
ta de 1935."
D.O. - 13-12-J950. LEI N.· 1.'167, DE 18-12-1952
"ExclUI da classificação constante do ar-
OECRF.TO N.o 29.548, DE 10-5-1951 (r.) tigo 1.°, da Lei n,o 121. de 22-10-1947, o
"Regulamenta a aplicaçáo da Lei núme- Municipio de Conunbã, no Estado de Mato
ro 1.267, de 9-12-1950. Que dispõe sObre pro- Grosso."
moções de oficiais e praças que tenham to- D.a. -- 23-12-1952.
mado parte da revolução comunista de 1935, LEI N.o 1.115, DE 27-12-1952
e dá outras providências."
"Exclui os Munlclplos de Niterói e An-
0.0. - 5-6-1951. gra dos Reis, no Estado do RIO de Janeiro,
DECRETO N.o 29.908, DE 20-8-1951 do art. 1.0 da Lei 11.0 121, de 22-10-1947."
0.0 - 29-12-1952.
"Dá nova redaçáo ao art. 1.° do Decre-
to n.o 22.048. de 13-11-1946, que aprova o LEI N.- 1.802, OE 5-1-1953 (5)
Regimento da Coml~ão de Estudos do Con- "Deflne os crimes contra o Estado e a Or-
selho de Segurança Nacional." dem Politlca e Socill.l. e dá outras provi-
D.O. - 22 e 23-8-1951. dêncIas."
0.0. - '1 e 8-1-1953.
LEI N.o 1.4«, DE 29-9-1951
"Exclui da cla.ssifícação constante do ar- DECRETO .N.o 32.399, OE 11-3-1953
tigo 1.0 da Lei n.O 121, de 22-10-1947. que "Altera 06 lU'ts 5,°, 19 e 33 do &eg1men-
declara os municlplos que constituem bases to da Seção de Segurança. Nacional do MI-
ou portos militares parll. a. defesa. externa nistério da Justiça e Negócios Int.ertores,
do Pais, os munJclpios de Põrto Alegre. Rio baixado com o Decreto n.o 24.468, de ...
Grande, Santa MlU'lll. Gravatal e Canoas, 4-2-1948, e modificado pelo Decreto núme-
no Rio Grande do Sul." ro 26.524, de 29-3-1948."
D.O. - 2-10-1951. 0.0 - 14-3-1953.
70 REVISTA DE INFORMAÇAO LEGISLATIVA

LEI ~.o 1.878, DE 5-6-1953 DECRETO S.o 38.598. DE 17-1-1956


"Exclui da relação contida no art. L" da "Aprova as Instruções para a Organiza-
Lei n.o 121. de 1947. o Municipio de Manaus." ção e FunCionamento dos Núcleos de Co-
D.O. -- 10-6-1953 mando de Zonas de Defesa."
D.O. - 21-1-1956.
LEI S.o 1.949, DE 19-8-1953
"Estende. para efeito de pensão. as pro- LEI ~'.O 2.728, DE 16-2-1956
mOÇües de que trata a Lei nO 1.267, de . .. "Modifica o art 52 da Lei n." 2.083. de
9-12-1950. aos militares já falecidos que, em 12-11-1953, que r('gula a Itberda<\e de im-
idênticas condições hajam tomado parte no prensa."
combate contra a revolução comunista de
1935." 0.0. -- 21-2-1956.
n.O•._- 22-8-1953. DECRETO N.o 39.605-R, DE 16-7-1956
LEI N. o 1.956. DE 26-8-1953 "Aprova o Regulament.o para execução
da Lei nO 259'1. de 12-9-1955."
"Regula a divisão millt.ar do Território
nacLOnal para o ernpr{ogo combmado das D.O. - 20-7-1956.
Fôrças Armadas. e cria as Zonas de Defesa."
LEI :"p 2.905, DE 8.10-1954;
D.O.- 29-8-1953.
"Revalida a auWrjzação contida !la art. 11
LH :>1'.0 2.083, DE 12-11-1953 da Lei n.O 1.956. de 26 de agôsto de 1953."
"Regula a liberdade dI.' imprensa." D.O. - 11 e 12-10-1956.
0.0. - 13-11-19:-'3.
DECRETO N." 40.342, Df<: 13-11-1956
DECRETO N.o 34.591>, DE 16-11-1953
"Da nova redaçfw ao DecrE'to n 0 38.5911.
"Aprova o Regulamento do ~inistérjo da de 1956."
Saúde. criado pela Lei nO 1.920, de 25-7-1953
e dá outras providencias." D.O. - 16-11-1956.
Arts. 2.° e 6° di>'])(lem sóbre segurança LEI s,0 3.081. DE 22-12-1956
nacional. "Regula o processo !las ações discrimina-
D.O. - 19-11-1953. tórias de terras públicas."
IlECRETO N.o 35.618, Dl-: 4-6-1954 D.O. -- 26-12-1956.
"Altera a redação do art. L" do Decrcto DECRETO N. o 40.735. DE 9-1-1957
n." 30.583, de 21-2-1952. que cria a Comis-
são de Exportação de Matpriais Estratégi- "Submete ao regime de aforamento a.~
em. e dá outra.'i providências." terras devolutas situadas dentro da faíxa
dE' cento e cinqüenta quilômetros ao longo
D.O. - 7-6-1954. das fronteiras e nos Territorias Federais."
DECRETO K" 37.856, DE 5·9-1955 (I:) n.o. -- 11-1-195'1
"D,'L nova redação ao Decreto n." 29.548,
DI':CRETO N." 42.154, Df<: 27-8-1957
de 10-5-1951. que regulament-ou a aplicação
da Lei 11.° 1.267. de ~1-12-195()." "Modifica a redação dos arts. 35 I' 36 do
D.O. __ 6-9-1955
o
Decreto n.O 24.468. de 4-2-1948, que aprovou
o Regulamelllo da Srção de S('gurança Na-
LEI N.~ 2.597, de 12-9-1955 I ; ' ('lonal do Minist{irio da Justiça r Negócios
"Dispõe sô\)re zonas indi~pensáveis à de- Interiores. "
fesa. do País, e dá outras providências." 0.0. -- 28-8-195'1.
D.O. _ .. 21-9-1955
UE('RETO N.o -I3.8Q6. UE 26-à-l!l58
Df<:CRI·:TO :>1'.0 37.909, DE 16-9-1955 "Dispõe sóbre a orgalli~ação e o preparo
"DlspOc sôbre a criação dos Núcleos de para utilização na guerra, dos Transportes
Comando de Zonas de Defesa. estabelece sua Terrestres dI" int.erê,s(' rlllliLar."
organização. e da OU! ras providpllcias." 0.0. - - 29-5-1958
0.0. - 21-9-1955.
DECRETO 1'\." 44.235, IH; 1-8-1958
DECRETO S.O 38.232. IH: 10-11-1955 "Altera ,L redaçao do art. 25 do Rel(ula-
"Altera H. redaçã.o do art. 1." do Decreto menta da Seção de segurança Nacional do
[lO 35.618, que alterou o de nO 30.583. de MÍlti5térlo da Vi::v;ào e Obras PúblJcas. bai-
21-2-1952. " X;tdo com (> Decreto n." 23-315. de 8-7-1947."
D.O.- 16-11-19(;5. 0.0. -- 1-11-1958.
71
- - - - - - - _ . - - - - JANEIRO A MARço - 1968

DECRETO N.o 44.296, DE 7-8-1958 DECRETO N.O 54.301, DE 24-9-19G4


"Altera o Decreto n.o 37.856, de 5-9-1955, "Altera a redação do Regimento de. se-
para o fim que espectnca... cretaria-Geral do Conselho de 8egUrança
D.O. - 8-8-1958. Nacional, aprovado pelo Decreto n.O 45.04C,
de 6-12·1958, e revoga os Decreoos nÚJne·
DECRETO N.o «.483, DE 8-9-1958 ros 44.4a9-A, de 16-9-1958, e 46.508·A. de
"Revoga o arL. 6.° e dá nova. redação ao 20-7-1959."
art. 25 do Regimento da seçAo de seguran- D.O. - 25-9-1964 - pág. 8,610.
ça Nacional do Ministério da ViBÇio e
Obras Públlcas. aprovado pelo Decreto nú- LEI N.- U73, DE 12-U-I9G4
mero 23.315, de 8-7~ 1947, alterado pelo de "Dispõe sôbre atribuições das autorida.-
n.O 44.235, de 1-8-1958." des para tiscal1zar a entrada de esuangel-
D.O. - 1-8-1958. ros no Território Nacional. e dá out.rtlos pro-
vidências."
DECRETO N.o ""489-A, DE 15-9-1958
(Não divulgado,) D.O. - 17-11 e Ret. D.O. 2-12-1964 e
D.O. 3-2-1965.
DECRETO N.o 45.040. DE 6-12-1958
"Aprova o Reg1mento da Secretar1a-~­ DECRETO N.· 55.194, DE 10-12-1964
ral do Conselho de Segurança Nacion&l." "Aprova Regulamento do servIço Nado-
D.O. - 9 e 18-12-1958. nal de infonnaçõcs:'
D.O. - 11-12-1964 e Ret. D.O. -
LEI N.O 3.528, DE 3.1-1959 (8) 16-12-1964 e D.O. 4-1·1965.
"Apllca (l.()6 Prefeitol; mMlcipals. no que
couberem, as d1spo.s1çOes da Lei n,O 1.079. DECRETO N.· 55.644. DE 27.1-1965
de 10-4-1950, que define os crimes de res- "DlspOe sóbre a lista consular de passa-
pon5abllldade e regula o respectivo proces- geiros em Viagem marlt1ma. seu desembar-
so de Julgamento." que, e dé. outras providências."
D.O. - 7-1-1959. D.O. - 28-1-1965 - pág. 1.069.
DECRETO N.o 46.508-A, DE 20-'-1959
(Não divulgado.) DECRETO N.o 56.Z02. DE 30-4-1965
"Aprova e manda executar o Regimento
DECRETO N.- 46.804, DE 11-9-1959 Interno da 8eçAo de Segurançe. Nacional, do
"Aprova instruções que regulam as atiVi- Ministério da Saúde."
dades e o fW1clonarnento do Grupo de Es- D.O. - 6 e 16-8-1965.
tudos c Planejamento de Segurança Na-
cional. de que trata o Decreto n,o 45,()40, DECRETO N.o 58.589, DE 20-7-19&5
de 6-12-1958," "Modifica a divisA0 do Território Nacio-
D.O. - 16-9-1959. nal em Zonas Aéreas."
DECRETO N.o 47.445, DE 17-12-19$.9 D.O. - 21-7-1965 - pág. 6.892.
"Dispõe sóbre a organlza.çli.o e regula as DECRETO N.- 56.823, DE 1-9-1965
atribuições das Seções de Segurançe. Nacio-
"Altera o Decreto n.o 47.445. de 17-12-1959.
nal dos M1n1stérios Civis."
para e.tender ao funclona.mento transitório
D.O. - 22 e 23-12-1959. da 5eçáo de Segurança Naclona.l do Minis-
LEI N.- 4.252, DE 10-8-1963 tério da Viação e Obras PUbllcas,"
"Dispõe s6bre a diVisão do Território Na- D.O. - 2 e 10-9-1965.
clonal em Zona.s Aéreas." DECRETO-LEI N.· 3. DE 27-1-1966
D.O. - 14-8-1963 "Dlsclpl1n& as relaçócs jurídicas do pes-
LEI N.o '.322, DE 7-4-J964 soal que integra o slstema de aUvidades
"Dlsp6e sôbre atribuições conferidas às portufu1as; altera disposições da Consollda-
autoridades de Pollcla. para. fisca11zar e con- çáo das Leis do Trabalho. e dá outras pro-
ceder Ingresso em Território Nacional e. es- Vidências,"
trangeiros." D.O. - 27-1-.1966 - pâg. 987.
D.O. - 9-4-1964 - págs. 3.194 e 3.195. DECRETO-LEI N.O 8, DE 16-6-1966
LEI N.· un, DE 13-6-1964 "Acrescenta parágrafo ao art. 6.° do De·
"Cria o serviço NI\c1onal de Informações." ereto-Lei n.o 9.085. de 25-3-1946."
D.O. - 15 e Ret. D.O. 16-6-1964. D.O. - 17-6-1966 - pâg. 6570,
72 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

LEI ~.o 5.130, DE 1~lO·194;6 presentante da Serrt'taria-Geral do Conse-


Illo de Segurança I"aclOnal.·
"Dispfle sôbr(' as zonas indispenS:Lveis à
defesa do Pais. (' dá outras pl'ovidrnrias" D.O. ,. 2G-G-19ii7
1).0.-- 5-10-196li - p:\g 11451 UH'RETO !'O.o flO.9tO. DE t- ~-196~
DECRETO !'O.o (jI1.1!!2. In: 3-2-I!l6i "Tl'ansfonn:t em Dn'lsúo df' Segurança e
"Aprova o R('gulanwn10 do Servi~'o Na- Infonna~'ões as alU"ts Seç'Jes d!' Segunll:ça
nonal de lnfonnaç,"e.'" Nacional dos ~lll)ist rnns Civi,,- e dó ou! l'as
providencias .,
D.O. - 8-~-1 %7 pa". 1.5tJl.
]l.0. - .'j-7-1~'fi7· - P'·l[:. 7117
DECRI:TO·LU ~.o 200. DE 2.~-2-196i
DECRJ>:TO ~.o ia.341. UE 13-9-1~JG~
"D1SpÓP sóor(' :, or"al1Jzaçüo da Adminis-
tração Federal. ('sta!J('!P('1' dlrl'trizes para 11 Hln.-litui na Secret:ll'ja-Geral do ('uns!'ll:,.
Reforma Admlt\i.'!r~tl\·a. f' d;. outras provi- de Segurança NaCIonal. (;ru!lu clt' TrabtdlJO.
d(~ 11 eia:'.·' para o fjm de l'labora:- li Hegul'llnenlo das
Divlsões d(' Se~uranra e Infr,nnaçól's dos
0.0. Supl. - - ê7-~ (' ReI n.o. 8. 30-3-
....tinistrrios Civis."
1967 c 17-7-1967
D.O.-- 14-9-1'167 púg 94~3
DECRETO ~." 60.4l7. DE 11-3-1967
"Aprova o Re~Llhllll{'lllo para a Sal\'ilf(Uar- DECRETO-LE:I ~.o 3-18, DE -1.1-1~l68
da. dI' ASSllnt0~ Si~i!(}.'(l.'" "Dispõe sobre a organizaçã,.. a rompet"ll-
0.0. - 17-3-1~j(i7 -- pil " 3.23G. ('ia e o funcionamento do Clm~elh() dt' S,·-
u;urança Nacional, e d" outra;; prOnd{'lh:la~' .
DECRETO-LEI ~." 311. DE 13-3-1967 1"1 0.0, -- 8, Rd. H.O. - - 11 (' Hep n.o.
"Define os crimes cllntr:, H segurança na- I2-1-19G8.
cíonal. a ordem politica e social. e d:\ 011-
lm.s proVIdéncía8.· U":CRETO LEGISLATIVO 1'\," 15, DE 1968
0.0. - - 13 e Rei D.O. - 27-3-1967. "Aprova o t{'xto elo Decreto-Lei n. o 348.
de 4-1-1968. que dispOp sôore a organização,
DECRETO ~.o 60.892, DE 23-6-1967 a competência e o funcionamento elo Con-
"Altera o Decreto nO 60.642, de :n -4-1967, selho de Segurança Nacional. e da outras
que criou o Corpo Consultivo da Indústria providências."
Siderúr?:ica, paro. indu)!' no Dlesmo o r('- n.o. -- 26-3-1968 - pág. ~.425

ti J Bit. lln1 pH~'~~c{'r do CP;)~~l1tur J~l:<dl("(! lIlI ~'llnl:',téno ctn Ju.sliça c Ncl'.óCWS Int(Jr1ores -
~o I.RBS-A, de 2:~-1O-5t1. PrUC'(l':-iSO H,r, 86-CO/40 --, sôbre o nS~l:lItO.

121 HcYn~~fl. o a~·t 17 da L(,l %l.f l 244, dl' 11-9-37.


r:\) Rt'VOPl C,I DcC':-('t ...J-I.~'l Il_O 37. dtO ~-12-:3í

(4) Extlll!:UC a C:IJl]i~~,fi.l) de PlaneJ.Hr1ent') l'~n):lú~nl{'o ('~iada pC!ü D{'C'rptll-LE'1 Hei 6_Qí'6, IJp
H-S-H
i5J RevugA. 1\ [.Pl :!," :n~ de 4-,1-:35. 3. Ipi :1 C1 l:J6. dr :'1--12-35 c u D('cz-t~to-Lpl nO 43I de 18-5-38
1,6.l Rpl'(I!;R () D,"'f~(Ito ~l.0 2~1 '";48, ele- 10-5-51
~~ ~ Hf"'I/oga us. J)f'Tet(,~·LeLs lllúni''[ns 1.]ij4, d(' 18-3-J9: I 968, de lí-1-40, fi ,no. de 11-4-44:
7.724, de jO-7-4~ (" d 008, de 2~-I-o.f6

dJ,j J{rSOI1.lçl\o n_f) :n/Hb do Sl'n:ldo Fpdt'fnl


"Sl~Spf>l:de a PX(',:llçftn di,) nrt. 2 o da 1.('1 r~('(leral n,C) 3 ..128, de :~-I<l~J"
D O. -- l-7-6G IM,.':. ,:Si
',9 J O SlIpn'!llp Trlh:"l!~fl.l Federal C'oul'f'dt-'Li., 110 dla 21-2-6K, por llllalllnlldaclc. () pedido de
hab.."as f"orptls illlpf1 radc pelo COIlSt'lllu f'ederal da Orden'l dos Ad\'o~ado~ do Brasil. ('Dl
favor ele alto pc...;,sU1tS. f'ulltra a:-: qllai~ foi Rpl1cado O art. 48 da LeL c1~ S~gurfLnçA. NaciolHLl,
ql:C Inlp€'de ild 11HllCUtdo t'm IP~1, o Exercicio da profi~~são.
A dCt'H·iw, lia ir:tl\;nt, é a. sl'guitlt('. "Rcjeit.a,dú a ]Jr{'linlina~ clt' incompctcnda (lu
Tr~bunal C'011tr<l. (1 ;'cto d~) ;"!iHi~tI"U Amural Santos. rejeitada ainda a ldoneJdndp do
hatJl'as ('orpus. n'~Jtra.
l~ H)!O ctll i ..l1nlSi..t'o El(l\ Rochl1~ cO!lcedc'.I-:3f1 p:n parte, o hahfl,;\s
rorpus, no~~ L!o ·;otu do ~'lll:i.stru-Helator, Temlsto('!CS
U'I':lil'S CaVH.kaIltc, dedarando
ln('nn::;L~tuCl()H~~ u :-'.['1 ';'H do DC',:n,:ll/-Lt'( nO 314, no quP Se f('.ft-'l"fI' o. profiR.'"iÓt>:s Hberais
(' a t.'lllpn~gns ('In o.tl\'Hiude pri\'ada, S~lldo que o ~tjtli.t.;tro E\-'andro lins (~o[l('E'dla o habeas
l'orpus, in totUJH. pu!" j'on~l{krar i~ln.'n.stit . . :c1{jnajs todo o IIrt. 43 c Sé-'Il.'1 pan\~rn.fos·'
Ob!oõ.: O Pr-t~':;l(knte dt' STT-'. 1I.11I11stl'(1 Ltdz Gallotti. tan~b(om '·íJtO\' do(' ncôrLin ('orn o
He:lator
JANEIRO A MARÇO -. 1968 73

PHOJETOS - Em 11-5-1967 parecer do Dep. Ar-


ruda Câmara pela rejeição, por inju-
eAMARA rldicldade e falta de técnica. leglsla.-
PROJETO N.- 3.546, DE 1966
tlva. Concedido vista ao Dep. Celesti-
no FiJho. ~ aprovado requerimento do
"Define a exportação clandestina de mi- Relator. no sentido de ser sollcltada a
nérios e minerais cOIno crime contra a se· anexação do Projeto n.o 57/67 ao pre~
gurança nacional." sente projeto. por t.ratarem de matéria
(Autor: Dep. Mateus Sehmldt). análoga.
(D.e.N. - 8.1. - 25·3·1966 - pág. 1.266). (D.C.N. - 5. I - 19·5·1967 - pági-
- Enviado às Comissões de Constltuiçlio na 2.435>'
e Justiça e de segurança Nacional. - Em 19-5-1967 - é deferido o OUclo
- Em 21-3-1966 - fala o autor apresen- n.o 31/67. da CCJ, solicitando a anexa-
tando o projeto. ção do Projeto nO 57/67 a esto. pro-
(D.C.N. - 22-3·1966 pAgo 1.167 posição.
S.I.>. <D.C.N. - 5. I 20·5-1967 - págI-
na 2.457>'
CCJ - Em 24·3·1966 - é dlstrlbuldo ao
Sr. WUson Martins. - Em 31-10-1961 - fala o Sr. Celestino
(D.e.N. - 25-3-1966 - pág. 1.300 - S.I.>. Filho. para umA. comunicação.
Comlsslo de Minas e Enerrla: (D.e.N. - S. I - 1·11·1967 - p6gl_
Em 25·5-1966 - é aprovada. unClnlme· 7.214).
tlll.

mente. sugestão do Sr. EmUlo Gomes, sol!- CCJ - Em 20·3·[968 - é aprovado re.
citando. Mesa seja êste projeto remetldo a querimento do Relator, Sr. Luiz Athayde,
essa ComlssAo. . no sentido de Que ao presente projeto 6e-
(D.e.N. - S.I. - 7-6-1966 - pàg. 3.506>' jam anexados os de n.os 71/67 e 1.047/68.
Em 20-!H966 - é deferido Oficio núme- (D.e.N. - S. I - 30-3-1968 - pág. 972).
ro 33/66, de 10-6-1966, da Comissão de Mi- - Em 27-3-1968 - ~ deferido o Oficio da
na.s e Energia. sollcltando seja-lhe remeti- CCJ anexando os Projetos n.Os 71167
do êste projeto. e 1.047/68 a éste.
(D.e.N. - 21-6-1966 - pág. 3.956>. (D.e.N. - S. I - 28-3-1968 .- págt_
SENADO
na 831>'
PROJETO N." 5, DE 1967 CCJ - Em 20-3-1968 - O Relator Arruda
Câmara oferece parecer pela Injuridlcldade.
"Revoga o art. 018 e seus parágrafos do O Sr. Celestino Filho, que pedira vista, apre·
Decreto-Lei n.O 314, de 13-3-1967." sentou voto concordando com o Relator.
(Autor; Sen. Antônio Balblno). Rejeitado o requerimento do Sr. Nélson
D.C.N. - S 11 - 17-3-1967 - pAgo 398. Carneiro, solicitando anelCaçáo dêste proje-
- Enviado As Comissões de Constituição to ao de n.O 71/67. Rejeitada a prelimInar
e Justiça e de Segurança. Nacional. de InconstitucIonalidade argillda pelo Dep.
Tabosa de Almeida. Ressalvada a emenda
eAMARA do Sr. Nélson Carneiro. a Comissão apro-
PROJETO N.- 010, DE 1967
vou o parecer do Relator peia Injurldlcldade
do projeto. Apro~'adl\ com parecer contrá-
"Revoga o Decreto·LeI n.o 314, de 13-3-67, rio do Relator. a Emenda substitutiva do
que define os crimes contra a segurança na· Sr. Nélson Carneiro (Revogando o art. 48
cional, a ordem polltica e social. e dá ou- e seus parágrafo~. da Lei de Segurança Na-
tras providências." clonal). o Sr. Nélson Carneiro foi designa·
(Autor: Dep. Matheus Schmldt) do para redigir o vencido.
(D.C.N. - S. I - 5-4·1967 - pág. 1.016>'
(D.e.N. - S. I - 30-3-1968 - pág. 972).
- Enviado às Comissões de Constltulçáo
e Justiça c de Segurança. Nacional. (:AMARA
- Em 16-3-1967 - fala o autor apresen- PROJt;TO N.O 56, DE 19B7
tando o projeto.
(D.e.N. - S. I - 17-3-1967 - pág. 685>'
"Revoga o De<:reto-Lel n.o 314, de 13-3·67,
e dá outras provídênclas."
CCJ - Em 5-4-1967 - é dlstribuldo ao (Autor: Dep. José Carlos Guerra)
Sr. Arruda Câmara. D.e.N. - s. I. Supl. - 6·4·1967 - pági-
(D.e.N. - S. I - 7·4·1967 - pág. 1097). na 9.
14 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

Enviado às Comi.",ôes de Constituição CCJ Em 13-4-1967 e dlstnbllido :10


e Justiça e de Se,;urança Nacional. Sr. Flávio Mareího
Em 16-3-1967 -- fala o autor apresen- ID,C.N. - S. I -- 14-4-1967 - pág. 1.346>_
tando o proJeto. CCJ Em 17-10-1967 -- é redistribuído
m.c.s. S. I 17-3-1967 - pági- ao Sr. Montenegro Duarte.
na 685.1.
m.e.N. -- S. I 4-11-1967 -, púg. 7.2641.
- CCJ - Em 5-4-1967 -- é distribuído ao
. Em lJ-JO-1967 - faJa o alJIDr, Dp}).
Vep. Rubem No!,:,ueira.
m.e.N. - S. I 7-4-1967 -- pági- Mário Covas, para Ullla questão de or-
na 109BI. dem. sôbre urgência pedida para o
presente projeto e ainda não posta em
C.HIARA votaçâo.
m.t.N. --- S. I -- 18-10-1967 - pá-
PROJETO N.· 57. DE 1967 gina 6.700 I .
"~voga o Decreto-Lei n_O 314. de 13-3-67
(Lei de Segurança Nacional). e dá outras -- Em 18-10-1967 ~ o Sr. Presldrnte res-
providências." ponde à questão de ordem do Sr. Mã·
(Autor: Dep David Lererl rio Covas.
m.C.N. - S r Supl. - 6-4-1967 ~ pá- (D.e,N. - S I ~ Supl. --- 19-10-1967
gína UI. - pág. 101.
~ Enviado às COlni~s6es de Constituição -- Em 25-10-1967 '- o Sr. Presidente põe
e Justiça e de Segurança Nacional. em votação o requerimento de urghl-
Em 16-3-1967 - fala o autor apresen- cia do Sr. :-.erário Cova.s. 81'\1: 3~:
tando o projeto. NAO: 160_ REJEITADO. Nlí.o hOLlve
m.C.N. - S, I 17-3-1967 - p:í.gi- número.
na 6851. Verificação de vot.aç:io a requerimento
do Sr. João lIerculinn.
CCJ __ Em 5-4-1967 -- é distribuído ao
o

Sr. Arruda Câmara. Declaração de voto do Sr. Flôres Soa-


m.C.N. - S. I - 7-l-1967 -- pág. 1.09BI. res voto contra.
(D.e.N. - S. I SllpL 26-10-1967
~. Em 11-5-1967 i:: aprovado requeri-
página 211.
mento do Relator Arruda Cãmara, soli-
citando anexação deste projeto ao de Em 25-10-1967 ~ na Sessao Noturna.
nO 40'67. o Sr. Presidl'nte submete a votos, re·
quelimento do Lider :vrário Covas. de
Em 19-5-19fi7 é deferido o Ofício
nO 31'67. de 16-5-1967, da. CCJ, solici- URG:E:NCIA para [) projeto.
tando anexação cléste projeto ao de Em votaçãu-- REJEITADO.
11°40,67. O Sr. Mário Cova.'i requer vcrificaçáo
de votação Fpit<t a chamada nominal.
m.c'N. S 20-5-1967 pá- vaiaram :!53 Srs. Deputados. sendo 94
gll1a 2.457.1. SIM e 159 NAO.
Anexado ao }'rojeto n." iO 67 ESTA REJEITADO O REQUERI-
MENTO.
<:A:\I.\ H . \
-- O Sr. Mário Covas, em questrto de or-
PROJt:TO ~·.o
71, DE 19H7 dem, requer. dI' acordo com o arl. 175,
"Re~'uga o Decreto-Lei nO 314, de 13-3-67. do Regimellto Intel'llO, que o Sr. Presi·
e revigo!'a a Lei n." J.80~, de 5-1-1953, que dente fixe prazo para apresPl]taçâo do
definem os ('l1lnCS ('on! r:t a ~egurança na- parecer.
cional e a onlem polltll:a e social." (D.C,:,\. - S. I SlIpl - :!fi-1O-19G7
(Autor: Dep. Mário ('uvasl -- página 311.
m.CS. -- S I - ~1--t-196~ )ág. 1.5531.
- Na mesma Sl's~ào, o Sr. Presidente rl's-
Enviado as Comis..,ôes de Constituição ponde à questão de ordem acima llCí'n-
(. Justiça (' de Segurança NaCIOnal. cionada. comunicando que () proJI~to
foi redlstrlimído na CCJ a 17 de ou-
Em 17-3-1%1'· fala o autor apresen, (libra. em virtude da ausencia do re-
tando o proJeto. lator; mot.1VO pelo qual a Presidência
I D.e.N. ~ S. I -, 18-3-1967 - pági- acha justo ~(' dêem mais 30 dias ao
111\ 725). novo RelatJ.)r para produzir {] s€u pa-
_ _ _ _ _ JAH'EIRO A MARÇO - 1968 75

recer. Não haverá prejuízo algum para gurança Nacional e do Estado-Maior


e. tramltaçll.o do projeto, uma vez que de das FOrças Arrna.das.
e.cc1rdo com o art. 175. se houver ne- (D.C.N. - S. I - 2-9-1967 - pági-
cessidade, poderé. êste prazo ser prorro- na 5.053).
gado peJa Comissão por maJs 30 dias.
(D.C.N. - S. I Supl. - 26-10-1967 - - Em 6-9-1967 - pelo Oficio n.o 2.830,
página. 32). é transmitido ao Chefe do Gabinete
Militar da Presidência da Republlca.
- Em 8-11-1967 - fala o Sr. Mário Co- <D.C.N. - S. I - 23·9-1967 - pá-
vas, para uma questão de ordem. SO- gina 5.823}'
lIcita a colocação do presente projeto CCJ - Em 27-9-1967 - é aprova.do pa-
ne. Ordem do Dia. O Sr. Presidente recer do Relator, Sr. José Carl05 Guerra,
Infonna que a Presidência se esforça- pela constltucionallda.de e jundlcldade,
ré. no sentido de atender à solicitação. unAnimemente.
(D.e.N. - S. I Supl. - 9-11-1967 -
página 13). (D.C.N. - 5 I - 5-10-1967 - pág. 6305L
- Oficio n.O 39/68, de 20-3-1968 - Da CSN - Em 11-10-1967 - é dlstnbuido ao
Comlssio de Constituição e' Justiça ... Sr. Floriano Rublm.
Que os Projetos n.Os 71/67 e 1.047/68, (D.C.N. - S. I - 7-11-1.967 - pl\g. 7.324),
sejam anexados ao de n.o 40/67. por CSN - Em 8-11-1967 - o Relator, Sr. Flo-
tratarem de matéria idêntica. riano Rublm, oferece parecer favorável, com
(D.C.N. - S. I - 28-3-1968 - pág.831). emenda adiUva ao art. 1.°, Inciso I.
- ANEXADO AO PROJETO N." 40/6'1. ;l;; concedida "vista" aos Srs. Bernardo Ca-
bral. Souza Santos, Carvalho Sobrinho e
CAMARA. Clóvis Stenu!.
(D.C.N. - S. I - 30-11-1967 - pág. 8.434).
PROJETO N." 2a9, DE 1967 CSN - Em 24·1-1968 - os Sn. Carvalho
"CotUiJdera de Interêsse da Segurança Na- Sobrinho, Bernardo Cabral, Souza Santos e
cional o exercfclo, pela UnJão, do monopó- Clóvis Stenzel, Que hav1am pedido "vista"
lio InsUtu1do pela Lei número 2.004, de conjunta, conclulrtun peJa sol1clta.çl\o de
3-10-1953,· que dispõe sõbre a polltlca na- audiência do Conselho de Segurança Na.clo-
cional do ~tróleo. e dê. outras providências." nal. do Estado-Malor da.s FOrças Armadas,
(Autor; Dep. Janarr NllJus) do Ministério das Minas e Energia. do Con.
<D.e.N. - S. I - 20-5-1967 - pég. 2.481). selho Nacional do Petróleo e da Petróleo
Brasileiro 5./ A. - Petrobrás.
- Envia.do ê.s Comissões de Constltulçl!.o
POsto em votaçil.o. o pedido de audiência,
e Justiça, de Minas e Energia e de Se-
foi aprova.do por unanimIdade.
gurança NacIonal.
(D.e.N. - S. I - 19-3-1968 - pág. 525).
- Em 10-5-1967 - fala o autor apresen-
tando o projeto. - Em 26-1-1968 - é deferido OUclo de
(D.C.N. - S. I - 11-5-1967 - pá- n." 14/68, da Comissão de Segutlmça
gine. 2.124). Nacional. solicitando da Mesa audiên-
cia do Conselho de Segurança Nacio-
CCJ - Em 18-5-1967 - é dlstribuldo ao nal, Estado-Malor das FOrças Annadas,
Sr. José Carl05 Guerra. Ministério das Minas e Energia, Con-
(D.e.N. - S. I - 23-5-1967 .- p~. 2.577). selho Nacional do Petróleo e da Pe-
trobrás.
CCJ - Em 8-8-1967 - é concedida "vis-
ta" ao Dcp. Pedroso l1ortlr.. (D.C.N. - S. I - 27-1-1968 - págl-
(D.C.N. - S. I - 15-9-1967 - pâg. 5.516). ·na 379).

CCJ - Em 23-8-1967 - o Sr. Pedroso - Em 1-2-1968 - pelo Oficio n." 610. de


Horta, que pedira "vista", solicitou a au- 31-1-1968 - ao Ministério das Minas
diência do Estado-Maior das FOrças Anna- e Energia.
das (EMFA) e do Conselho de segurança - Em 2-2-1968 - pelos Oficios n.os 611 e
Nacional. Aprova.do. 614, de 31-1-1968 - ao Ministério das
(D.C.N. - S. I - 2-9-1967 - p~. 5.(95) Mlna,s e Energia.
- Em 1-9-1967 - é deferido o Oficio de - Em 2-2-1968 - pelos Oficios n.OS 612
n.o 116, de 17-8-1967, da CCJ, solici- e 613, de 31-1-1968 - ao Gabinete MI-
tando audiência do Conselho de Se- litar da Prcsldêncla da Republlca.
76 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

* LEI N." 2.004, DE 3-10-1953 -- Enviado às Cmnissõl's dl' Constitui~';l<J


"Dispõe sôbre a Poli1ica Nacional do Pe- e Justiça, dl' ~eglll'allça NaCIonal e dl'
tróleo e define as atribuições do Conselho Agricultura.
Nacional do Petróleo, Institui a Sociedade
por Açôes Petróleo Bra"iJeiro S,/A" e dá ('/Dli\RA
outras providencias:'
D.O. - - 3-10-1953, I'ROJETO N," 1.04 •. DE 194;8
"Revoga o art. 48 d() 1)t'rTpto L"i núme·
('AMARA ro 314. de 13-3-I!H)7."
IAutor: Dcp. Wilson i'lartinsl
PROJETO N." 582, DE 1967
Ohs.: N;lO foi publicado.
"Torna obngatória a prr-vill. autorizaçào do
Conselho de SeRUl'ança Nacional para a rea- -- EnVIado às Comissôes de Conslltlll~':'io
lizaçào das operaçlies que menciona. e di e Jusl iça " de Seguran~'a NaCional
outras providencias."
CCJ- Em 13-3-Hl61l dicl nbllido ao
(Autora: Dep. l'õysia Carone 1
Sr. Luiz Athaydr
ID.C.]';. -- S. I 4-10-1967 -- pig. 6.208l.
{D.C.!'\. -- S. I _. 20-3-19f18 - p;lg 5761.
Enviado às Comissôes de Constituição
e Justiça, Sl'gurança Nacional e Eco- .. - Em 19-3-1!Jíi8 --- o Sr. :\-li\rio Covas
nomia. apresenta requ~rill1('nto, s(Jlidtnndo
- Em 28-8-1967 ... fala o autor apresl'n- imediata dis<:\lssáo e volal:ão para (',te
tando o projeto. proJeto_
lO.e.N. - S. I - 29-8-1967 - - pá- Falam, para encatlll111wf a v[Jta~';l() do
gina 4.9051. requerimenlo, os Srs. Deplltados' lllti-
CCJ ~ Em 18-9-1967 - é drslrlbuido ao mo de Can'illho, I\l:irio CO\'ilS I' ('hl-
Sr. Geraldo Freire. vis StelUl'1.
(D.e.N. - S. I _. 26-9-196, - pá- Em votação: (chamada nOlllinall SI;-,f,
gina 5.878). 99, e NAO, 133 - REJEITADO O RE-
-- Em 19-3-1968 - r- recUsLribuido ao SI'. QUER1:'vIENTO.
Erasmo Pedro. (D.C.:-;'. -- S. r . - 20-3-1!16R - p,lgi-
m.e.N. - S. - n·3-1963 _. pá- na. 5631.
gina 707 J.
CCJ - Em 20-3-1968 - é aprovado o rl'-
{'AMARA qUl'rimento do Relator, Luiz Atha\'tl<'. no
sentido de que o presente projeto -e o de
PROJETO ~.o 764, DE 1967 n," 7167, sejam anexados ao de 11." 40 1i7,
"Define segurança nacional e os crimes (D.e.N. - S. I -- 30-3-1968 -- púg, !l7:n.
contra ela perpetrados, e dá outras provl- - Em 27-3-1968 - - ,i drff'rido Ofício cl:\
dências,"
CCJ anexando 1'0,1 e proJdo ao de nú-
(Autor: Dep. Celestino Filho)
mero 40 67.
D.e.N. -- S, I SupL .. 28-11-1967 _.. IH~­
gina 59, Anexado ao Projeto n.O ,10 fi7
~ Enviado as Comissões de Const.itulção
e Justiça e de Segurança Nacional.
._- Em 7-11-1967 -- fala o Sr. Celestino
PROJETO ~." U}!!O, DE 1968
Filho, para uma comulllcação.
\D.C.N. - S. I -- 8-11-1967 -- pá!;'i- "Revoga o 3rt. 48 do Denl'lo-Ll'i 11." 314,
na 7,361>. de 13-3-1967, qlle define os crimes contra. ~1
- CCJ - Em 26-3-1968 -- é redistribuído segurança naciol\al. a [lrdem llolilica e so-
ao Sr. MOlltenegro Duarte. cial, e dá outras providl'ncias"
(Autor: Dep Padre Antônio Vieira'
S.:NADO D.e.X. -~ S. I - 23-3-)96/3 - - püg, 671.
PROJETO 1'\.0 19, DE 1968 ~ Enviado às CO!lli,s<Jcs cil' COllStit llição
"Submete à prévia aprova':üo do Conselho e Justiça c dt' 1:iegUranCl NaCIO!lal.
de Segurança Nacional as atribuições Que Em 13-2-19fi8 faIa n ;[\lem' aFrl',-f'!l-
e-"pecifíca." tando o projeto.
(Autor: Senador Uno de :Hattos) (D.C.N. - S. I 14-2-1%11 (l.\-
D.e.N. -- S. TI - :l:!-:!-196H - püg, 459, gilla 876 .
'
JANEIRO A MARÇO - 1968 77

DISCURSOS ComunicaÇÍlo do Sr. Depullldo Alceu de


Carvalho
Discurso do Sr. Senador CamUlo Norueira - Municípios
da Gama. - Area de segurança nadonal
- Cassação de novos munlclplos em Mi· D.C.N. - S. I - 3-2-1968 - pág. 543.
nas Gerais Comunicação do Sr. Deputado '{nUmo de
D.C.K - S. II - 29-6-1966 - pág. 1.808 Canalho
Discurso do Sr. SCnador Aurélio Vianna - MunIcípios
- Decreto-Lei n.O 314/67 - Arca de segurança nacional
D.e.., ". - f;. II - 18-3-1967 - pl\g. 419. D.C.N. - S. I _. 3-2-1968 - pâg. 543.
Discurso do Sr. Deputado Hermano Alves Comunicação do Sr. Deputado Humber-
- Decreto-Lei n.o 314/67 to Lucena
D.C.I\i. -- S. I - 18-3-1967 - pâg. 721. - Municípios
DL~curso do Sr. Deputado ~lata Machado - Area de segurança nacional
D.C.N. - S. I - 3-2-1968 - pág. 543.
- Decreto-Lei n.O 314/6'1 - CriUce.s
D.C.N. - S. I - 30-3-1967 - pág. 821. Comunicação do Sr. Deputado Gastone
Righi
Dlscurso do Sr. Deputado Paulo Macarlnl
- Munlclpios
- Decrcto-Lel n." 314/67 - Area de scgurança nacional
D.C.S. - S. I - 8-4-1967 - pág. 1.135.
D.C.N. - S. I - 3-2-1968 -- pig. 543.
Criticas do Sr. Deputado Mário Covas
Discurso do Sr. Deput.ado Geraldo .'rei-
- Decreto-Lei n." 314/67 te (como Llder)
D.C.N. - S. I - 13-4-1967 - pâg. 1.278.
- Mwllclpios
Discurso do Sr. SCnador Josaphat Marinho - Area de segurança nacional
- Decreto-Lei n.o 314/61 D.C.N. - S I - 3-2-1968 - pág. 543.
- Considera-o Inconstltuclonal Comunicação do Sr. Deputado lIenrique
D.C.S. - - S. 11 - 20-4-1967 - pág. 703. lIenkln
Questão de Ordem do Sr. Deputado Má- - Municlpios
rio Covas - Area de segurança nacional
- Decreto-Lei n.O 314/67 D.C.N. - S. I - 6-2-1968 - páginas
581/582.
- Apreensão do livro Torturas e Tortu-
ra.dos, do Dep. Moreira Alves Comunicação do Sr. Deputado Wilson
D.C.S. - S. I supl. - 1-6-1967 - pá- Ma.rtin.~
gina 25.
- Municípios
Discurso do Sr. Deputado Márcio Morei- - Area dc segurança nacional
ra Alves D.e.N. - S. I - 6-2-1968 - paginas
- Decreto-Lei n." 311/67 581/582.
-- Apreensão do livro Torturas e Tortu- Comunicação do Sr. Deputado João Borges
rad09 - Municlplos
- Defesa do autor - Area de segurança nacional
D.C.S. - S. I - 7-6-1967 - pã.g. 2.992. D.C.N. - R I - 6-2-1968 - páginas
Comunicação do Sr. Deputado FranceUno 581/582.
Pereira Comunicação do Sr. Dcputado Paulo Abreu
- Municípios - Municípios
-- Area. de segurança nacional. . - Area de segurança nacionlll
D.C.N. - S. I - 3-2-1968 - pág. 543. D.C.N. - S. I - ,·2-1968 - pâg. 627.
Comunicação do Sr. Dcputado DJalma Comunicação do Sr. Deputado Vital do
I"al~ão RêA'O
-- Munlclplo$ - Municípios
- Arca de segurança nacional - Area dc scgurança nacional
D.C.N. - S. I - 3-2-1968 - pl\.g. 543. D.C.N. - S. I - 7-2-1968 - pág. 627.
78 REVISTA DE- INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
-- ---,,. ".- - - - - - - _ . -
,-, -- - .-

Comunicação do SL Deputado Getúlio Discurso do Sr. Deputado GI'lúlio Mllura


Moura. Conselho de Seguran\'a ~al"ional
Municipios Reformulação - Condena
Arca de segurança naCIOnal D.e.N. Ses~ão COIlJunta 16-2-196tl
o.e./Ii. - S I ~~ ~-2-1968 --- pago 62'1. - pág. 50.
Comunicação do SL Deputado Zaire Nunes Dl~ur:;o do SI'. Semidur Jo,aphat l\-Ia~itlh()
~~ Municípim --. Decreto-LeI n." 314 6,
Area de segural'Ça :lacional InconstItucionalidade do art. 41\, decla-
O.CS. -- S r - 7-2-1968 .--- pago 627. rada pelo ST.F
D.e.N. --- S. II ,. :n-~-1~68 - pág. 493.
Comunicaçao do SI'. Deputado :'llário :l-Iaia
Comunicação do SI'. Depul'ldo :'Ilario
Municipio:'>
Covas
- Arca de S('gllrança nacional
D.t',N. - S. 1 - :\-2-1968 - púg. 613.
Decreto-Lei 11.° 314 6,
Art. 48 e paragrafo~
Dlscurso do SL Deputado Getulio Moura. " ... qUl'rO encaminhar à I\le~a prOjeto
~- MUlllCípl(b de lei que revogli () art 48 e seus pa-
-- Area de segnrança llacHJnal rágrafos do Decl'eto-Lt'i n." 314 6í.",.
D.eS. - S. I ~L2-196B - pag 714 D.C.!\'. ::l. I ;!fJ-3-1%8 pat{. 560

Cunnmicaçao do Sr lkputado Henriqul' Comunica,'üü do Sr Depul a<1o Padre Xobre


lIenkin Município~
MUlllClPIOS Area de sl'guran~'a wHiunal
Area de segurança naciunal " ... Não cont~rel'l1Cj{) que um (TovPl"no
O.C.I\'. - S. r 10~2-1968 - pago 741 tào hem armado precIse conflllar lllU-
njciplOs. tIrar do rum a prl'ITo;.:allva
CUlnul1lcaçáo rio Sr'. Deputaelo ('elso das hberdadc~ democráticas. lIa mam-
Passos fe~taç.ão livre do S('U voto."
MuniClplos D.C.S. S r 21-3-196tl p,'lg ti06.
Area de .,cgurallça naclOllal
D.e.X.- S. r 10-:'-1%8 -- pago 747.
Discursu elo SL l),:pUl.ado I'edro Gomlim ISSTlTUTO DOS .'\nVOGA1l0:-; DE SAO
MuniClplOs PA{;LO
Area ele Sl'gllraII(.:a naClt,llal Sao Paulo. :i d(' maio de 1!Joi,
D.C.S, -::-\. I 10-2-19ti8 pág. 14i. " ... () prOlllJl1CJanIC1HO do IJl~t1(uLo dos
Advogados de Si\o Paulo. ~óbrl' fI. nova
Comullil'a,'[iG d(1 SI'. lJeputado Adylio Lei de SrgllnUl\'a NaclOllal. d~vjdaml'n­
Yianna te aCOlllpalllwlÍo de copIas das confe-
:.,.t UIllC iJJlOs rPllcia, pr0ll111ICl'lda~ pelos t'1l1111ClIt.;s
- Area de s('gur.1I1ça :;.,cl(lnal COllseltlelros. Dl', Tlleoelolllldo Ca:.tlglío-
D.C.S. S I 13-2-1968- ~jg, 80S. Ile e Prol I)/, J B ~':ana de :\1oraes.
l' pelo ('l!l('nlo Prof. DI' No<' Azevedo.
CornUlllcaçclO li" S" I )cputado Cunha 110 estud" daquela Lel."
Bueno D.(l.X. - Ses~'-IO C[1:~.ill:1:a ~~}-:J-19t;7
pi'lg. 574.
MIJllI('Í\llO"
.- Area de :-t';.!',Jran\'a ~la',_l(lnal REQl.·ERL\lESTO IH: (,O."\'\'O<A<".-\O S.o
Ja foram ouvicl:l S. {'m ~fI Muni- 4,068. DE 191.8
CiplOS de Süo Palllo, ;5J20 pc'~soas, e. De autnria (lll :--lI' ]),'plitadn Fra.nctS('o
embora ];l'W l'~lí'ja aLIda concluída a .-\maral
"cnquetp J ,\ jJ1IÜl'lllC" adIantar que 93
ai( 101110.. Tia .L1"l'~l dl' ~\~~ll­
C\.111Ilicipl0S
pur ccn LO d( IS prOlUl)l·· ia In L'11 (('S j oram
r:ll!ça. naCHlnal
CUllCl'a)"jlJ$ Ú f'Xr 1Il,fw âa [I utOllOlllW
"Solicila. l:loS ~t'rllll):... reglnll.'lllaLs, ;-il'Ja
111 t1lliLl]Ml.·
n.l'.:-; S. I 14-2-1%8 -- pago 8t;8
cOllVOC'Wu [) E"tllJ. sr. \L 1. 1.' i rn da Ju,-
tiça, a flrn de prestar. ali Pll,tl:ú·ju da
D1SLllr~() d'l S!· U('put clclu (ia:,tunl' Ri~hi
Cúltl'lr<t do:. Ikl)\I1 a<il), :111, "'ltlaçües
\-tlJl;il' ip" I., ,,(\ore proiet OJ dl' :.. 1 'OJllpl"llH'lli ,.1' a af-
- An'a de ;j1·L;ur~il:(.-a !:~l('iunnl tjgo (la COtl,llta,,'31) du Bra:.ll .
O.C.S. S T 1~-2-19IiB p'lg 94g D.C:\". - S I - ti<l-l%B jl:i:! ;,5
PESQUISA

MENOR-
UM PROBLEMA
PÔSTO EM QUESTÃO
(2'.1 l'ARTE)

Orientador de Pesquisas Legislativas


Dirtlorio cU lnfoTlnaçlfu Legislativa

"DICA-SE O QUE SE QUEIRA: O ~XITO OU O


FRACASSO, O PHOCRESSO OU A INVOLUÇÃO
D~STE COMO DE TODOS OS DEMAIS PAlSES DO
MUNDO DEPENDEM "ESSENCIALMENTE" DA
EFICII!;NCIA COM QUE SUAS CEH.AÇOES JOVENS
SÃO PREPARADAS PARA ENFRENTAR AS ATUAIS
CONDIÇOES DA VIDA HUMANA."

EMILIO MIRA Y LOPES

"Psicologia Evolutiva da Criança c do Adolescente"

o MENOR NO DIREITO CIVIL


SUMARIO - I - O Pátrio Poder. II - Inca·
pacidade Civil. 111 - Responsabilidade Civil.
IV - O Projeto do Nôvo Código Civil de Auto·
ria do Professor Orlando Gomes. V - Algumas
Opiniões. VI - Aspectos da Menoridade, Ca-
pacidade Civil, Idade Núbil e Adoção, no Di-
reito Alienígena.
80 REVISTA DE INFQRM.6.ÇÀO LEGISLATIVA

I () 1'\TlUO PODEH vidade paterna era comu ainda o sào


tantas outras P:lrt(,,< ele) nusso diploma
.. Aos Vil1tl' (' 11111 :l1l('S CI 'mIl Idos acaba eivil ,-- r('~quicio da manifesta influl'n-
a menoridade, ficando o individuo habi- cia do antigo dIreito romano na elabo-
litado p~ra l()dil~ os atos da vida civil," l'arào de IlIJSSO coc!q,o.
IArt. 9.° elo CodJgo CIvil.! É bem n'rclade qur, como correta-
"Tal fixac;'w cil' lclade. que llOderia lllente ensill;l SADY CARDOSO DE
ser aos vintl' I' cinCI). uu mais tardr, GUSMAO. "O ]la triu p,)dcr, no sistemn
uu entre Vinte' (' um e vinte e cinco. do Código Civil, nàu cra exercido. com
ou antrs de vintL' " 'llll. a\wnas L' ex- absol\lti~nlll pelo pnl. (' ml'~mo a ('xclu-
pE'diE'n te p~l r~: ~e turnar qll3.n\i ta ti Vil sividade dC'\'b ser entelldida em ti'rIllOS,
o qual! t~l tI"iJ I n,pt()(jo d,' sub- rogar:üo combinando-sI' as di~p()sic()l"'i elo COdI-
aproximaUvil H VO~ JHERIKG. Dl'r go". , I
Besitzwil!l'. 1:iO I O p('rl.~ar. o querer A atribllict,) di' p:li n:'!u t()rnav:l, as-
t' ;, con'C:"':lci:, li'l dcv('r I' da rc~­ sim, despi('Í('llda :l colahoracCw da mãe.
ponsalJilid;vll'. q',lc ~c atrilJuelll it id;ldc. A import:-'::C::I di ,"Ja participaçClO no
SE'm se :<,Í)('l' qll;mdl) .'C f,)rtalcrcm Sll- (~fet.ivo eX"l'('wio r!CSS(' podl'l', estava im-
fi('ien tl'IlH'1l t (', 11 :\(1 p,Jderiam ficar a plirita em v:\no.' dbposiUnls,
merc(~ de pl'rJclas. it vpnfi(:aç;'LO in {'asu.
Dal cada ~ht('mil !lll'Hlico tE'r de adotar Fnt rl·tan to. lliJ",n i('~:>Ll(.Ior- a tI'n"
quantitativo a quc liglll.' [] qualitativo da dendo às modc mas te'l1Cli'nC'Ías e em
matundadp," '.; I c'onsonúncJa ('om a Dc('!aracClo dos Di-
rei tos elo Humem e a COlH'I'!1Cio de 130-
Nosso kgJslad()r cnt('ndeu que o qua- gotá dr U148. da;; quais fOJ))I)S signata-
litativo da maturiel:tde só l' attngido "os rios - !JOUVf por bem tr:1nsformar essa
vinte P Ulll anos ele idade, ll.tc entào, impllcitud(', lluma expressa necessidade
a ('dU('~H:iHl JnOl":tl r fj"ica é dever pri- ela eoopcr3çà() da m:'lc no ~eu exercicio.
mordial dns pais df't('ntorrs do pátrio
podee ,f:Sll', nCw c lInJa ('rw,eüo artifi- A con('retizaç~'lO dósse entendimento
cial do 11'gisiadlJr Artifirta( variúvcl veio atraves (Ll LCI n." 4121. de 27 de
segundo as diferentes urdens morai::; P agósto ele 1~62. dando nova redaçào ao
cconómic:ls. (' a fixacüo da idade-limitr. artJ~o 380 do Código Civil. que passou a
a cujo alranc{' fira s'\lll,)rdinado () devcr s('r a seguin te:
de protcç:'(CJ di):' pais p~lra com os filhos "Durante {) easamento. ('ompctl' o
l11l'l1ores, ua sllpusil:~'lO ele que ést(~s não pátrio lloder aos pais. cxercl.'ndo-o
estào, aillcl~l.. bastante fo::taleclelos para o marielo com a colaboração da mu-
a (Iire~'Cto (!e sc'u" atns, adaptação ~, vida lher. Na falta ou impedimento de
social. consc]"V[leClO (' dcsenvolvimento de um dos pl"og-enitores passarú [] outro
seus 11U yt.["(.,-; a cxercé-l(l com exclusividade,
O artigu :37~! do Cudig,) Civil Brasileiru Parágrafo único - Divcrg-indo os
determll1a qw' "os filllus l('gJtimos. os progenitot"!'s quanto ao exercicio do
lcgi tim "do" (I.' kgallllcn! l' n'conll('ciclos pátrio puc\cr. prevalccerá a cleeis~'lo
(' os aclotlvlls ('stão Hljeitos 8.0 pátrio elo pai. fl's.';al vado a màe o direi to de
poder, Cn(p:llltlJ ml'nort:s". recorrer ao Juiz para sOIUC;'LO da cli-
vergéll('la, ..
Qual a siglllfH' ~lÇClI) (':·:a b cJ\ossl' insti-
tuto) Qual il SUi, gt;rwse E' l'V'JIUc;ClO? O aleanc\' cI a culaborac:ã() da m ullll'r.
Qual a sua :tlllJllltll(il' dentro de nosso ali referida, () limitr de ~ua ingerên-
elirPito pOSI\l\'I)~ cia no eXt'l'cícw por parte do marido, é
assun to ainda não dilucidado percucien-
Ka r1dinicClU elc' CLOViS BEVILAQUA. temente, quer pela doutrina quer pela
repetiel:t e a('('iLI por g:'ande rarte dos
jurisprudêJlC'ia
autôres patrills "c' [) c, ,mplcxD dos di-
reitos que a lei ('1Jl1ferc ao p:l.l. s(jbre a WASHINGTON DE BARROS MONTEI-
pessoa e os bens dos filllOs". RO dêle se ocupou em seu Curso de Di-
Cumpl'l' lllltar, entretanto, que essa reito Civil, Se1l ('scólio ao artigo 380 e
definiC';-1O - a seu te:llpo cunsiclerada parúgrafo ele\'(' , entrptanto, ser rnrarado
perfcita - jil IÜO se ('O:1duna com o
moelerIw 1)ensalllPnto d;l ci{'neia do di-
reiu), cOlidellanUlJ-sc. !Jojr' l'm d~a. o I I) .Pontes el' \l.i.r.fL!lria. "Trat~ldo de Dirf'itn
l'riVll<10" VaI. 1. pago 1~2.
r'xelTíeio do pátria potestas l'om exclusi- '2} "HE'pPt·t~·,:,~1'i I·7~H'tdop(\d.lr~l dll Din-itu Bra-
vidade pejo p:u. A condlçào de exclusi- sllpl:'O" \'ed. :H3. pú~. l64 -- P:"drio POdí'f
JANEIRO A MARÇO - 1968 81

sub judice, segundo o entender de SADY O mestre LINO DE MORAIS LEME


CARDOSO DE GUSMAO à página 166, lembra, ainda. no seu excelente "Direito
volume 36, do Repertório Enciclopédico Civil Comparado", que a Lei das Sete
do Direito Brasileiro, verbls: Partidas de Castela pennltla vender ou
empenhar os fIlhos, e até comê-los.
"Deve ser entendida com reserva a
aflnnação de WASHINGTON DE Até o século sexto da era cristã, havIa
BARROS MONTEIRO, de que "o po- a permissão aos pais na venda de seus
der é simultâneo, mas o exercício é filhos, cabendo a CARACALLA e a DEO-
do marido com a colaooração da CLECIANO a declaração de IlIcitude des-
mulher", visto como a lei pressupõe sas transações.
o exerciclo em comum, quando diz Foi sob o Influxo do Direito germânico
"divergindo os progenitores quanto que a antiga concepção romana de pá-
ao exercicio do pátrio poder", Em- trio poder se modificou, passando o
bora haja de prevalecer a decisão do pater familias a perder, gradativamente,
marido, a mulher terá direIto a re- seus poderes absolutos. Com a influên-
correr ao juiz." cia das novas ordens morais e econômi-
cas, foi se desenvolvendo o reconheci-
De qualquer forma, aos jurisconsultos mento dos direitos dos filhos e a necessi-
restará apenas a interpretação dos limi- dade do amparo aos menores.
teS da cooperação da mulher e nunca
quanto ao relêvo e necessidade da parti- Aos direitos dos pais sôbre os filhos,
cipação materna. somaram-se proporcionais obrigações
para com os mesmos. De Instrumento
Vemos, assim, estar desajustada frente tirano dos interêsses paternos, transfor-
à moderna concepção de pátrio poder, mou-se em escudo prorotor dos Interês-
a mencionada definição de CLóVIS BE- ses filiais, destinando a êstcs a tutela
VlLAQUA. Muito mais atuaLLzado o pen- jurídica.
samento de PONTES DE MIRANDA que,
em síntese, conceitua o Instituto como E chegou-se, assim, ao moderno con-
sendo o conjunto de direitos concedidos ceito em que existe a bllateralldade, uma
aos pais, a fim de qUe graças a êles, pos- reiação recíproca de direitos e obriga-
sam desempenhar a sua missão protec- ções, unindo pais e fllhos.
Uva em relação aos filhos. (3) Foi-se mais além. Permitiu-se ao Es-
Mas nem sempre o patria potestas foI tado a Intervenção na vida familiar, pa-
encarado dêsse modo. No antigo direito ra Impor aos pais - quando estes dis-
visava muito mais ao Interêsse do pai torcerem as funções tutelares da insti-
do que o do filho. Era exercido com tUição - o correto exercício de um po-
requintes de arbitrariedade, prepoténcta der não mais considerado discricionário.
e barbarismo. O pai Unha o direito de Pode, assIm, o Estado, promover a ini-
vida e de morte sóbre os filhos, podendo bição do pátrio poder, abrangendo essa
atê transferir o dominio pela mancipatio expressão a suspensão e a perda deste.
c aliená-los. Num rápido repasse sóbre No direIto brasileIro houve uma cons-
ICl';islações antlgas, verifica-se a que tante evolução no sentido de se restrin-
brutal expressão chegou o instituto. gir, em benefício dos filhos, o pátrio
poder. t o que nos ensina o autorizado
Na Lei das Do7.C Tábuas encontravam- LEMOS BRITO (7), estribando-se em
se perversas disposições como estas: de- comentários de JOAO LUIZ ALVES, que
via ser morta tõda criança Que nascesse assim escrevia:
disforme e o pai tinha sóbre ela o direito "O Código CIvil contém preceitos
de lançá-la à prisão, flagelã-Ia e tê-Ia desenvolvidos e mais precisos Que os
acorrentada nos trabalhos rústicos, ven-
dê-la ou matá-la, mesmo Quando o filho
gerisse os mais altos cargos da repú-
blica. (~) (3) Apud Sndy Cardoso de Ousmlo -- "~J)tr­
tórIo F.nClc\opédlco do Dlrelto Bra5ilelro",
GOLDSTEIN, "Derecho Hebreo", ensi- Vol. :ui - P{\R 164.
(4) JORGE MUCCrU.o, O l\lenor e o Dlrdto,
na que no Direito hebraico o pai era ao plg 128 - 1961.
mesmo tempo, magistrado, sacerdote e (5) Apud UNO LEME, Dlfflto Cl\'l1 Compa-
senhor da vida c dos bens dos filhos. (~)
(S)
rado, p"". 230 - Nota 2. rO<laJl~.
FREI JOAO BATISTA. Se Tdrn Ka6, La
Entre os chineses. o poder do pai sôbre ...110.ot", s"d~l 1 Pollur" deI Contuclonls-
o fllho era multo grande, emoora não mo - Apud Llno ~me. obr clt. loco clt.
(7) Lemos Brito - "ObraJI COmplct.a.t;" - vol. 1
fôsse absoluto. (r.) - pllg. 2:'>9.
82 REVISTA DE INFORMAÇÃO lEGISLATIVA

do Direito anterior. Ê:-tc só aclmitia enquanto que o Cóeligo Civil l' (} Codigo
a suspE'nsi'i.o do pá.trio poder pela Penal limit.aram-se a trrLtá-Io C~J.(I:l qual
incapacldadc fl:-;j(~a ou moral de no campo de direito que llll' e adstrito.
quem o exercia lJlI por sua ausência
prOllJnf':~ld:l em lugar incerto 011 re-
o Código Civil OCUIJCl-sr. primeira-
mente, da suspensiío do pátrIO podlT. r,
moto." em sl'guidCl. d~\ ~tU perda. Inver:-;anwlltl'
O Código Civil P. realmentE', muito o faz o Cõdig,) de :-"h'nOfes
mais explíl'i to Seu artí~ü 394 determina
que "se o pai. ou núe. :lbusar do seu Mas isso {o incliferell te. no di!.er de
BEATRIZ MINEIRO: "uma qUl'sti'i.o clt'
jJudpr. hlt:lndu aL1S d"V"IT::' paternos, ou
arruinando os bens d,)s filhos, rabe ao método sem Import:úll'ia. IJllh LlIIto fa!.
Iui?:. requE'rcnc!o alg;1l11 parente. ou o r..Ii- comee:ar pelo mais gr8.\'l' COll:O jlelO 111P-
luStl"flO Publico. aclnl.:u :l mcdid:l que nos gravc·'. '~'I
I1w p~lre(:a r('clal~1aeL\ ;ll']a "egmança do Xi'i.o jnrursitJ~1ar('mos pelo ('ampo do.s
111pnor c seus !lavercs. s·.lspcndendo, até. códIgos Pl~nal (' elos Ml.'norei; Estaría-
quando convenha, o patriu poder". mos ultrapass:mdo 1)'; lill1ll.es clJtaclu~ pe-
lo titulu da pre,'icntc I)('squisa FJquc-
E lJ ."cu ,)ara~raf0 únko amplia os ea- mos, portanto, com o pátrio ]loder t:l1
sos de suspells;'lO. prpcdtu;uldo qu(' "sus- qual está capitulado no C0l~lgO Civil,
[lf'ncle-sl' iv;ualmentc () ('xercicio do pa- passando agora ao estudo clu raio ele
trio p"dcr. ao pai ou müe condenadDs at,'iío do instituto.
por senU'll~'a Irrecorrível. em crime cuja
pena exrecla de dois ano,; de prisãu.'· O artigo 384 clf'tenl1ina as fnlllti'ir:,s
d~L competéncia atribuída ao,; p:llS. no
Mais rigiclo. aind:" o a rt igr) 3~5 do ~xercicio clo ]ia t riu Iloder Di!. de
Córlíp;o Ci\'il qlW prevI; ll:11a verdadeira
eapitis diminutio ma:dma con tr:l os pais "Compete ao~ pais. qu;unu ;t pc,'slIa
ilH':.lpa,es, ísto é', a perda do pátrio poder dus fllhus menures:
como consl'qüfncia da gra vldade dos mo-
twos ali enumerados. I - dirigir-lhes a ['fL\('~lO l' educa-
çi'i.o;
Diz () citado artig'll: "Perder:1. por a to
judicial u patrio jJOder o pai, ou mi'i.c: 11 - tê-los em sua comlMnll1:l c
guarda;
qlH' castigar imoderadamente
ü filho. IH - concrder-Ihes, ou llr~ar-lhcs
consentllllento para rusa!'('m;
11 que o deixar em abandono;
IV - l1ome:1[-lhe5 tutur. por testa-
IH que pra tlcar a t,)S contra rios b. mcn to ou clurumcntu a Iltl'll t )(,0, se o
llloral l' aos bons costumls. outro dos pais ll:e nelO SObIt'VlVl'r. OH
O ClHlígo ele Jl.le:lOres ,Decreto númE'- o sobreviVe) n~J.o pudc'r rxercltar o
fi) 17943-A. 0(' l~~ ele ou1 ulm) d" 1927 , ]l~itrio poder:
'
eomo IPi l'spccial. tornou, no dizer de V - rl'[lresclltá-los. at6 aos ci{'zrs-
LEMüS 13IUTU. de certo modo ainda seiS anos. nus a tus da vid~t civil. l'
maIs Sl'\'('I"OS, por mal;; Cl.l]'(JS I' purmello- assi.'.;U-]u..." a1)(')~ t's~~a i<i;i.d{' t~o:--: ~I ~ [~;;
rizados. Uói dlS~)()'itl\'OS clr. Cúdigo Civil. UH que furem j1:,rtcs. suprindo-til!':)
E registra as p;davra,; el(' JH.PROVANDO () con,;entillll"l1to;
FLEURY. em seus "Con;vntarios ao CÓ-
digu de :\1cllllre:)'. ;lagill~1 7U: VI - redan: :1.-10:-; de quC'm i le~~d­
mente os cletcnln:
"As Illccl!cbs elo Codwo Civil, pnn~
cipallllcn te :1'; do an i.!':u 3~J5) furam VII - exígu' quc 1l11' prestem obe-
:lmpll,HLls ]l('i;1 I:(I\';L kgisbçao, cii"l1ci:1. l'l's]H'i10 E' (Os ."['nicos jJro-
atenciCl,dr. inclisc\ltinl111enl.t', ele mo- prj(),; dE' SUJ idade r rnndIC;!ll,"
dt! eficaz, ~,s l;('ccs:;k;ldc~ l'vldentes
de ordem .111rid:ca e :;lJcial, cll' povo As"istl-Ihc:,. ~,illd:~ I!ui., um dir,:t"
brasil!'Íro" I ' J que :lpcsar di' tÜO CIJt:.-Lir eXl)rt":"'\-
111('nt(' dl's.':t rc!:wClI). ('!l\(' r~l' d:l !l"d:: '<LI I
Todo O Capitulo V do C'Jclig(} cl~ 11e- elo arUgll :.l~'') I' o C!lrejl!l dr C,:>!;!':,r
non's r" Con,;:lgraclo i1. inilill':w elo p:í.trio
poder (~ a n'mor~LO eia tl\pb. clesc!o-
branc!u-sp ;l matt"'ria em :24 artigos e I;' CL I.E~>Ic)--; l~,n~':'~).
Sl'll.' p:ll"a~:rarlls ~T~lCJ\lcle cÍlpluma o as- ~ll HI'ílIL,' ;,1.I:f c
:-.' (·úd~.!.;., dll~ .'kllllrl' ... ('IJ-
.,1I::'!ú fui clC'sc'nvu]Ylciu L' ,':s\l'matll,aclo, fll~'IILulo, ~).l :,....
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ JANEIRO A MARCO - 1968 83

moderadamente os filhos. Nesse sentido, o previsto para suprimento do consenti-


temos o pensamento de JORGE MUC- mento pelo Juiz de familla, ou de meno-
CILLO: res, conforme o caso, ou atormal, se h,la-
"Embora não conste do elenco o dI- ver demanda entre os pais; b) tê-los em
reito de castigar moderadamente os sua companhia e guarda, ressalvada a
fllhos, reconhece-se aos pais êsse di- hipótese de separação, em se tratando
reito, tanto que o art. 395 determina de desquite, anulação do casamento ou
a perda do pátrto poder ao pai ou a sJtuação decorrente de reconheclzzien-
máe que "casUgar Imoderadamente to, ou, ainda, da separação de corpos, o
que impUca o iWl corrlcencU, desde que
o filho", donde concluir-se que o moderadamente exercido (Cód1go Civil
castigo moderado é permltldo." art. 395, I, Código de Menores, arts. S2
De idêntica opinião, BEATRIZ SOFIA e seguintes); c) conceder-lhes, ou nelttlr-
MINEIRO afirma textualmente: lhes consentimento para casarem ob-
servadas as d1spos1ç~ dos a~. ias e
"Entre os direitos que a lei reconhe- 186 do Código Civll, que não foram alte-
ce aos pais está o de corrigir os fi- radas pela Lei n.1) 4.121; d) nomear-lhes
lhos; essa faculdade é um corolário tutor, por testamento Ou documento au-
do direito de lhes dirigir a criação têntico, valendo a nomeação do ado-
e educação. Embora o nosso Código tante, salvo se sobrevivem os pais na-
Civil não a mencione expressamen- turais se puderem exeteer o pátrio po-
te, ela se deduz da combinação do der; e) representá-los, até os dezesseis
seu art. 384, n.1) I, com o art. 395, anos, nos atos da vida civil e a.ssl.stl-Ios
n.o I; desde que é proibido ao pai e após essa idade, até a maIoridade ou
à mãe castigar imoderadamente o emanclpação, nos atos em que torem
filho, lhes é licito castigà-lo mode- partes, suprindo-lhes o consentimento;
radamente. f) reclamá-los de quem llegaJmente os
A lei níio se ocupa, e a nosso ver,
detenha, inclusive recorrendo ao habeas
com tóda a razão, das pequenas pu- corpus, embora êste possa ser Impetrado
nições domésticas infllgidas pelos por quem quer, e até pelo menor púbere,
pals aos filhos para emenda .moral
como se vê da 1et; c) exigir que lhe
p~stem obediência, respeito e os servtços
dêsWs. Só os pa1B podem conhecer proprlos de sua idade e situação, sem
bastante o caráter dos filhos, para excessos, porque tais excessos se repu-
saber quais os meios a empregar na tam sevicia. :l!:.stes são de ajuda no do-
correção; c um texto legal precisando mJ clJi o, ou obsequiais, mesmo porque o
êsses meios, teria podido servir para Código de Menores proibe ou restringe
encobrir muitos abusos; o papel do os servIçOS e o trabalho, em detertn1na-
legIslador em tal matéria deve limi- das condições: com risco, ou perigo para
tar-se a impedir os excessos e repri- a formação intelectual e moral do menor
mIr a punlção imoderada." (tO) (arts. 26, 34) e fixa a idade de 12 anos
SADY CARDOSO DE OUSMAO, em além de outras exigências em relaç~
síntese que, por sua clareza, identifica a ao trabalho do menor,
pena inteJlgente do autor, equaciona o Nessas relações patrimoniais dever-
problema do exercicio do pátrio poder
suborcUnando-o a dois aspectos: Quanto se-ão ter em conta, no interêsse de pais
às relações pessoais e quanto às relações e tuhos, as disposições dos arts. 385 a
patrtmoIÚaIs . 391 do CódIgo Clvn, tendo presentes as
"O pátrio poder, em seu exerelcio,
modificações trazidas ao instltuto pela
compreende os seguintes direitos e de- LeI n.O 4.121, de 27 de agõsto de 1962.
veres para os pais em relaçlí.o à pessoa Na forma do art. 385, o CódIgo esta-
e aos bens dos t1lhos. belece que o pai e, na sua falta, a mãe,
Quanto às relações pessoais, estas são são os administradores legais dos bens
enumeradas no art. 384: a) dirigir-lhes dos fllhos Que se achem sob o seu poder,
a crtação e educação, dever que decorre com ressalva do disposto no art. 22:'>, ou
também de outras disposições civis, pe- seja, nos CQSOS de infração do art. 183,
nais e até constitucionais, compreenden XIII, relativo a impedimento impedien-
do: a escolha da educação é instrução te, 1mpllcando a perda do usufruto legal.
e respectivo mestres e educandários. Em
caso de dIvergência entre os pais cabe
a intervenção do Juiz. O processo será (tO) Beatriz Mineiro. Obro clt.. Plo«· 55.
84 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

:lste é inerente ao exercício do pátrio Mais um caso de legitimação adotiva


poder, de acôrdo com a ressalva supra contempla essa lei, no parágrafo 1.0 do
(Código, art. 389)," (11) art. 1.0: a do menor com mais de sete
anos de idade, quando à época em que
Conforme determina o art. 392 do Có- completou essa idade, já se achava sob
digo Civil, o pátrio poder extingue-se: a guarda dos legitimantes, mesmo que
estes não preenchessem as condições exi-
I - pela morte dos pais ou do gidas,
tuho;
11 - pela emancipação, nos têrmos O projeto do Nôvo Código Civll intro-
do parágrafo único do art. 9,°, duziu o instituto da legitimação adotiva
Parte Geral; no seu texto (arts. 236 a 238), e, justi-
ficando-a, disse a Comissão Revisora em
111 - pela maioridade; seu relatório:
IV - pela adoção.
"A fim de proporcionar completa
De clareza meridiana, êste dispositivo integração do adotado na família do
não comporta maIores indagações. Ape- adotante, exigindo se proceda con-
nas quanto ao item IV, não é inútil as- juntamente pelos cônjuges sem fl-
sinalar que a adoção extingue o pátrio lhos. Para tornar mais perfeita a
poder do pai natural, art. 378, in verbi.s: imitatio familiae, corta os laços do
legitimado com a família de origem.
"Os direitos e deveres que resultam Sua incorporação ao direito pátrio
do parentesco natural não se extin- parece aconselhável, não só pela evi-
guem pela adoção, exceto o pátrio dente superioridade em relação à
poder, qU€ será transferido do paI forma tradicional da adoção, como
natural para o adotivo." porque, preenchendo uma lacuna,
evitará a prática em voga de atri-
Mas, como vemos, o !Uho adotivo não buir-se a filho de criação, mediante
tlca por ela emancipado, permanece sob falso registro, a condição de legiti-
a autoridade do adotante, que poderá midade,"
perdê-la desde que ocorra uma das cir- O menor, ao atingir a maioridade, ad-
cunstâncias enumeradas no art. 392, quire o pleno gôzo dos direitos civis, fi-
números r, II e ITr, cando o pátrio poder extinto por falta
de finalidade, eis que não mais existe
Cumpre observar que a Lei n.O 3.133, o incapaz, o mesmo sucedendo com a tu-
de 8 de malo de 1957, modificou a reda- tela.
ção do Código Civil, permitindo a ado-
ção aos maiores de trinta anos de idade A menoridade cessa, e com ela a inca-
e impondo a diferença minima de dezes- pacídade dos menores:
seis anos entre a idade do adotante e a
do adotado. Aos casados, só depols de a) ao completar vinte e um anos de
decorridos cinco anos de casamento per- idade;
rnttiu-se a adoção. b) por concessão do pai, ou se for
morto, da mãe, e por sentença do
Esta última norma não foi incorpo- juiz, ouvido o tutDr, se o menor
rada ao projeto do Nôvo Código Civil, o tiver dezo;to anos cumpridos;
sendo, entretanto, as duas primeiras.
c) pelo casarnenw;
Vale mencionar, também, a Lei núme- d) pelo excrclcio de rmprego llúb1íco
ro 4.665, de 2 de junho de 1965, que per- efetivo;
mitiu a legitimação adotiva do infante
exposto, cujos pais sejam desconhecidos, e) pela colação de gra li científi~u
ou hajam declarado por escrito que em curso de ensino superior;
aquêle pode ser dado a outrem; bem f) pelo estabt'lecimento civil !>ll co-
assIm do menor abandonado propria- mercial, com economia prlijlrl.l
mente dito, até a idade de sete anos, e
cujos pais tenham sido destituídos do Para efeito do alistamento l' do :'iorteio
p~trio poder, do órfão da mesma idade, militar, cessará a incapacidade do n1P-
nao reclamado por qualquer parente por nor que houver completado dezoito anos.
mais de um ano; e, ainda, do filho na-
tural reconhecido apenas pela mãe, im-
possibilitada de prover à sua criação. OI) Repert. cit, pá>;. 166.
JANI'IO A MARÇO - 196. '5
fi - INCAPACIDADE CIVIL por ai só todos os atos da vida
civil, sem restrição de espéc1e al-
Ineapac1dade é, em DireUo CivU, a guma;
falta de aptidão conalderada pela leI Im- b) limitada ou relativa é aquela que
preaclndivel para pratlcah- vàlldamente
OI atos da neta civU, por ld ou por ou- sofre restrições, Inerente à.s pes-
trem. soas que, para a prática de certos
A incapacidade pode ser absoluta ou· atos, necessitam da assla~ncla de
~relaUva, de modo que, pela prlmeira, a seu representante legal, ou de sua
peuoa, por falta de aptidão, não pode autorização. Ex.: a capacidade
ter o exercicl0 peasoal dos seus direitos do menor, a da mulher casada, a
chia; é a incapacidade de fato; relativa- do s1lvtcola e a dos pródigos. (.)
mente Incapazes são as pessoas que não
podem exercer detennlnados atos da A capacidade j uridlca, ou como diz o
vida e1vil sem ass18t.êncla e autorizações CódIgo Ctnl (art. 4.°), com ma18 proprie-
sob forma legal. (12) dade, a personalidade civil do homem,
começa do nascimento com vida. Mas a
Todo homem é capaz de direitos e leI põe a salvo, desde a concepção, os
obrigações na ordem clvU, preceitua o direitos do nascJturo. "HA quem aftrme
art. 2.° do CódIgo Cinl Brasileiro. Acon- que a pel'ROnalldade ou capacidade de
teee, porém, que algu.na não podem exer- g6zo, longe de prlnclptar com o nasci-
cê-la, devido a certas circunstâncias pre- mento e cessar com a morte, pode con-
vlatas em lei, como a menoridade, a siderar-se Independente da vida huma-
loucura etc. Dai a dtattnção da capaci- na, pelo menos em certos casos, a saber:
dade de ,ÔZO e capacidade de exercício. a) o nascituro ou concepturo pode ter
Os ineapua têm sômente a capacidade cUrettos protegidos pela lei; b) o ausen-
de gôzo e os capazes têm esta e ma.ls a te, ainda que haja tódas as probablll-
de eurcle1o. dades de ter morrldo algures, continua
Costuma-se elaaalficar a capacidade a viver JurldJcamcnte e até pode adqui-
da maneira que se segue: rir heranças e outros direitos, durante
a curadoria dos seus bens; c) as doações
1 - Capacidade de fato ou capaci- para casamento aproveitam aos filhos
dade reral é a aptidão que tem que os nubentes donatários ainda ve-
o Individuo de exercitar todos nham a ter; 41) 08 t1detcomlssários são,
os seus direitos, podendo pra- quase sempre, pessoas ·futuras. 2s&es
ticar todo e qualquer ato da casos, porém, não autorizam a conclusão
vida civ1l por ai só; de que a personalidade é Independente
2 - capacidade de direito ou es- da vida humana, porque, no caso da
pecial, assim se denominando ausência, enquanto não decorre o prazo,
aquela que é Inerente a tôdas findo o qual o ausente se presume morto,
as pessoas. Compreende o gõzo há uma presunção de estar vivo e um
do direito, ainda que seu titular curador que o representa. Nos outros
não possa exerce-lo por si SÓ. casos a personalidade é condicionada,
O menor, por exemplo, tem sujeita à condição suspensiva de o nas-
capacidade de direito, 1800 é, a cituro vir a nascer com vida e fJgura
do gôzo de direitos, mas não humana." <Cu.nha Gonçalves.)
tem a de fato, ou I'eral, ou seja, A capacidade assume modalldades,
a capacidade de exercer por si
só os aoos da vida civil. Deve- conforme o fim para o qual se torne
mos essa distinção ao genial necessária. Assim, temos a capacidade
TEIXEIRA DE FREITAS, que politlca, a contratual, a processual, a
tratou do a&SUDto DOS artB. 21 matrimonial, capacidaJe de dispor, de
e 25 do seu esbôço. teatar, etc. (18)
A capacidade civil, essa de que nos
fala o art. 2.° do C6digo, já citado, pelo
qual todo homem é capaz de direitos e (.) A Lei 11.0 4.121. de 2'7 de acfIsto de 11162,
e&clulu, dentl'e u Pfl3IIOU enumen.c1u no
obrigações na ordem civil, pode ser plena art. S.o do Côc11g0 Clv1t, como IncaptlZM
ou limitada: relativamente. as mUlheres C&II6c1u.
a) pleD~ a. atrlbu1da a tôdas as pea- (12) Cf. TUa lduller Leite - Dlclo~o 11111-
dlco BruUdJ'o.
soas aptas para gozar e exercer (13) Jc* N'ufel - N&ro DtdolÚrlo larfcUco
os seus direitos, podendo pratJcar BruUelro - Vol. I, pag. 280.
16 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

N0880 Código Civil d1stin gue , quanto à da lei, e permitirem-se as experiên-


1ncapacld~e, do1B tipos de pessoas: as cias da atividade livre. O ponto de
absoluta e as relativamente Incapazes. vista da capacidade genésica é limi-
Du primeiras, trata0 artigo 5.0: tado; o campo do direito civil é mais
amplo, como reconheceu a inteligên-
"São absolutamente incapazes de cia perspicaz de Teixeira de Freitas
exercer pessoalmente os atos da vida (Esbôço, art. 63, nota),
civU:
I - 08 menores de 16 anos; Em segundo lugar, não há razão
para distinguir os indivíduos, se-
II - os loucos de todo o gênero; xualmente, quando se trata de apre-
11] - os surdos-mudos, que não pu- ciar a sua aptidão para agir no cir-
derem exprimir a sua vontade; culo da vida civil, quando se exa-
mina se sua consciência das coisas
IV - os ausentes, declarados tais já adquiriu certo desenvolvimento,
por ato do juiz." se a sua vontade se afirma dirigida
por uma inteligência normal, se a
As segundas estão arroladas no ar- sua adaptação ao meio se efetua, sa-
tigo 6.°: tisfatóriamente .
"São Incapazes, relativamente a cer- Os menores de 16 anos não podem
tos atos (art. 147, n,o 1), ou à ma- exercer por si só os aws da vida
neira de os exercer: civil. A validade do ato jurídico re-
I - os malores de 16 e menores de quer agente capaz (art. 82). As pes-
21 anos (arts. 154 a 1M); soas absolutamente incapazes são
representadas por seus pais, tutores
11 - os pródigos; ou curadores (art. 84, primeira par-
111 - os silvícolas." te). Pra tlcados por pessoas absolu-
tamente incapazes, os atos juridicos
Com relação ao art. 5.°, CLóVIS BE- são nulos (art. 145, Il. Todavia, se
VILAQUA teceu as seguintes considera- alguém, no cumprimento de uma
çóes: obrigação anulada, tiver pago algu-
"As incapacidades de que tratam ma coisa a um incapaz, poderá re-
êste artigo e o seguinte, são de fato clamar a restituição, provando que
e não de direito. As pessoas aqui êsse pagamento reverteu em proveito
consideradas, por isso que o são, no do incapaz (art. 157). Vejam-se
sentido jurídico, têm direitos, mas ainda os arts. 1.259, 1.260 (emprés-
não os podem exercer, ou de modo timos a menores) e 1.627, I (facção
absoluto (artigo 5.°), ou relativa- testamentária, ativa)." (14)
mente a um certo número dêles (ar-
tigo 6.°). E, com respeito ao art. 6°, comenta o
mesmo renomado autor:
O n.o I dêste artigo, inclui, entre os
absolutamente incapazes, de fato, os "Os menores entre dezesseis e dezoi-
menores de 16 anos, equiparando-se to ou vinte e um anos, como os pú-
os dois sexos. Diversamente dispu- beres do direito anterior, e melhor
nha o direito anterior por influên- do que êles, possuem certo discerni-
encia do romano e do canônico, que mento, já adquiriram, no seio da
tomavam por base a puberdade, atri- familia e no contato com a socieda-
buída à mulher aos 12 anos e ao de, certas noções de moral, de direi-
homem aos 14. Mas, em primeiro to, e de prática da vida, que os ha-
lugar, nâo é a aptidão para procriar, bilitam a tomar parte direta nas re-
que nos deve servIr de base, quando lações jurídicas, ainda que não pos-
tratamos de examinar se o indivíduo sam dispensar o auxílio e a autori-
está ou não em condições de tomar dade dos pais ou dos tutores, São
parte ativa nas relações da vIda ju- representados por seus pais ou tu-
rídica. lt ao desenvolvimento mental, tores nos atos que o Código deter-
aJ poder de adaptação às condições mina (artigo 84); as suas obrigações
da vida social, à fõrça de resistência são anuláveis, quando não autoriza-
contra os perigos, que a perversi- das por seus legítimos representan-
dade, profusamente, espalha na so-
ciedade, que se deve atender, para
afrOUXarem-se os liâmes da tutela (14) Código Civil Comentado, VoL I, pág, 193.
JANEIRO A MARÇO - ]968 87

tes (art. 154). Vejam-se ainda os art. 6.°, feitas por Sa.dy Gusmão no ver-
arts. ] 55 a 158. 387, 388, 390, 391, 424 bete mencIonado:
a 428. "Os menores de vinte e um e maio-
O maior de dezesseis . anos pode res de dezesseis anos enumera-
ser mandatário extrajudicial (arti- dos no art. 6.°, I, do Código ClvU,
go 1298); fazer testamento (àrtl- são consIderados Incapazes relativos
go 1.627, n; contrair casamento. ob- e por isso mesmo não são represen-
tendo autorização da pessoa, sob tados' mas assistidos por seus pais
cuja autoridade estlver (art. 183, (aquêle que exerce o pátrio poder)
XI), com a distinção estabelecida ou tutores nos atos da vida civll.
para a idade nupcial dos dois sexos, embora o pai seja o cheCe e repre-
dezesseis anos para a mulher e de- sentante da famma e tenha a admi-
zoito anos para o homem (art. 183, nistração e o usuCruto legal dos res-
XII); ser testemunha nos atos juri- pectivos bens, ressalvados os enume-
dicas (art. 142, llI, e 1.650)," rados nos arts. 390 e 391 do Código
BULHOES DE CARVALHO, em seu ex- Civil c restrita a assistência ao di-
celente livro "Incapacidade Clvll e Res- reito de disposição e como supri-
trições de Direito", procura demonstrar mento no referente à. capacidade.
que os menores de dezesseIs anos, pelo A lei lhes outorga outros direitos, in-
próprio sistema do Código, têm, quando dependentemente de assistência de
Já capazes de falar (saidos da Infância), seus pais ou tutores, tais como o
capactdade mais ou menos restrita para direito de petição e representação
(Constituição, art. 141, f 37), (U) o
a prática de certos atos jurídicos, isto é, de requerer habeas corpus, o de alis-
têm capacidade relativa. tar-se no serviço mllltar ainda an-
Aponta, ali, o Insigne doutrtnador, vá- tes dos dezoito anos, e nesta idade
rias exceções quanto à Incapacidade clvU alistar-se eleitor, inscrever-se em
absoluta dos menores. Entre outras, po- concursos públicos e estabelecimen-
demos anotar as seguIntes: o de reaUze.r tos de ensino e hospitalares e outros
pequenos negócios jurídicos, comprar, permitidos a menores em geral.
vender jornais, executar serviços: en- Podem também contratar emprésti-
graxamento, fazer transporte remunera- mo. administrar pecúlfo seu, ou seja,
do, excluldos os trabalhos proibidos a o conjunto de bens enumerados nos
menores de 14 anos pelo Código de Me- arUi. 390 e 391 do Cód. Civil, nos li-
nores e Consolidação das Leis do Tra- mites supra e na conCormldade do
balho (.), aeeltar do ações puras. nos art. 1.260 do mesmo Código. Podem,
têrmos do art. 1.170 do Código Civil, ainda, contratar locação de serviços,
requerer a nul1dade do seu casamento, a aprendizagem, requerer carteira
aceitar empréstimo dentro das fôrças do profissional, tudo de acõrdo com os
seu pecúlio (pecúlio castrense e quase- arts. 402 e seguintes da ConsoUda-
castrense) e numerosos outros. ção das Leis do Trabalho, fIcando os
Alongou-se, ainda, o autor, em opor- menores de dezoito anos sujeitos
tunas considerações quanto à extensão não SÓ à fiscalização do M1nistério
da nossa lei aos absolutamente incapa- do Trabalho como também à do Juf-
zes, demonstrando o problema resultan- zo de Menores."
te do artigo 5.° do Código Civil em com- De passagem e na finalização dêste
binação com os artigos 145 e 146. subtitulo, deve-se registrar, ainda, que a
Idade núbil é 11 de 16 anos para a mulher
Não há como discordar de SADY e 18 anos para o homem, não se anu-
GUSMAO, quando - no seu verbete lando, todavia, o casamento por defeito
"Menoridade", repertório citado, vol. 33, de Idade. se do mesmo resultou gravidez.
pâg. 174 - afirma que Bulhões de Ce.r-
valho, naquele livro. pràticamente es-
gotou o assunto. Realmente, a obra é (0) A C<l!l4Utulçlo dll 18e7 fedm:lu essa Idade-
completa e a ela remetemos os Interes- ILml~ para d07..e aDoa (art. ~7, X).
sados que quiserem se ap.ofundar na (00) O autor se retere ali 1 C<lnaUtulçAo de lHe.
matéria. 26M dt~lto. entretanto. sub.latlu com °
texto COt1Jõtltuclonal de IlM17, art. ISO. I 31.):
Julgamos, entretanto, de bom alvitre "8 &8liCKUl1u10 a qualquer pesaoa o eslrelto
transcrevermos aqui - pela clareza da de repreaentaçlo e de petlçAo &Oll r -deres
PObllCOll, em defesa de dlrelColl ou ....entra
sintese - as consIderações em tômo do ab~ de autorIdade."
88 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

além de admitir-se o casamento para cessário, não excedendo os limites


evitar a imposição de pena <Código Civil, do indispensável para a remoção do
arts. 214 e 215, os quais não se devem perigo."
reputar revogados pela legislação espe-
Assim, são três as figuras jurídicas
cial de menores).
que excluem a tlicitude do ato: legítima
São consideradas sanções penais as defesa, estado de necessidade e exercí-
que são impostas pelo Juiz de Menores. cio regular de um direi to.
desde que haja restrição à liberdade, nos
A legítima defesa, na observação de
delitos sexuais.
KOHLER (l;'l não é, em rigor, um di-
reitü distinto, c, sim, uma faculdade que
111 - RESPONSABILIDADE CIVIL emana, diretamente, da personalidade, e
é da mesma categoria das faculdades de
o principio gera] da responsabilidade exercer o direito e dêle gozar. Se legi-
civil está expresso no artigo 159 do Có- tima desde que ocorram os seg'..lin tes re-
digo Civil: qUiSItoS:
a) que a agressão seja injusta. isw
"Aquêle que, por ação ou omissão é, que constitua um ato contrário
voluntária, negligência, ou impru- ao direito, porquanto qui suo jure
dência, violar direi to, ou causar pre- utitur neminem lo~dit, contanto,
i uízo a outrem, fica obrigado a re- é bem de ver, que i:sse uso do
parar o dano." direito seja regular;
A violação de um direito ou o dano b> que seja atual e não uma apre-
causado a outrem por dolo ou culpa ê ensão do que possa ou vá acon-
ato ilícito, portanto. tecer, e, muito menos, o desforço
de um mal já passado;
O dolo consiste na Intenção de ofender
o direito ou prejudicar o patrimônio por c) que seja inevitável a agressão e
ação ou omissão. A culpa é á negligên- impossível o socõrro oportuno da
cia ou imprudência do agente, que de- autoridade;
termina violação do direito alheio ou d) que a repulsa não exceda o ne-
causa prej uízo a outrem. Na culpa há, cessário para efetuar a defesa,
sempre. a violação de um dever preexis-
tente. Se êsse dever se funda em um O Estado de necessidade se retrata na
contrato, a culpa é contratual; se no situação em que o direito de um indivi-
princípio geral do direito que manda duo se acha em conflito com o direito de
respeitar a pessoa c os bens alheios, a outro, e o conflito se há de resolver pelo
~ulpa é extracontratual, ou aquiliana. desaparecimento ou cessação transitória
do direito me'1OS valioso do ponto de
tstes os comentários de CLóVIS( obra vista ético e humano.
citada, pág. 449) ao artigo supracitado.
Pelo nosso diploma civil, art. 156, o
O dispositivo seguinte (art. 160), des- menor, entre 16 e 21 anos, equipara-se
'caca atos que. embora possam parecer ao maior quanto as obrigações resul-
violações de direitos, não são atos ilí- tantes de atos ilícitos, em que fõr cul-
ciws: pado.
'Não constituem atos iLcitos: Na exegese dêsse artigo, CLóVIS as-
I - os praticados em legítima de- sim se pronunciou:
fesa, ou no exercício regular de um "O menor, que comete um crime ou
direito reconhecido; causa um dano civil, deve responder
11 - a deterioração ou destruição pelos prejuízos causados a outrem,
da coisa alheia, a fim de remover não em atenção à sua culpa ou a
perigo iminente." seu dolo, mas porque todo dano deve
ser reparado por aquêle que lhe deu
E o seu parágrafo único configura o causa, agindo sem direito, contra o
abuso do direito, que, embora de aparên- direitü, ou abusando do seu direito.
cia legítima, importa num desvio da or- O Código usa da locução em que fôr
dem j urídjca: culpado, não para fazer depewlpr a
'~este último caso, o ato será legí-
timo somente quando as circunstân-
cias o t<Jmarem absolutamente ne- (15) Apud Cl6vls. obro clt .. pág. 451.
JANEIRO A MARço - 1t61 89

responsab1lldade da culpa, mas para PONTES DE MIRANDA que "0 elemento


estabelecer o nexo da causalidade, de llgação é a luarda; se ti guarda é in-
porquanto, se o menor não tem ca- devida, ou quem devia. guardar o menor
pacidade para agIr licitamente, não não o guarda, ligado fica. quem o devia
a deve ter, em regra, para agir 111- guardar e não guardou, ou confiou, ou
cltamente." aquiesceu na guarda por outrem. E é
A capacidade do maior de 16 anoa e
possivel que o guardador efetivo tam-
menor de 21 anos é presumida. JOS~ bém fique responsável pelo ato Uiclto do
«lE AGUIAR DIAS (lC) ensina que "ca- menor".
berá ao representante de ca.da um (no Responderá pelo dano c1vU causado
casa, o representante do rnr.nor) provB.r peJo menor o progenitor que o tiver sob
que o representado não pode ser respon- a sua guarda, conforme acórdo ou de-
sabilizado por lhe faltar o elemento que terminação Judicial, ainda que o outro
é a sua própria alma: a lmputabllldade, viva no mesmo lar. Em caso de desquite
o que. arma!, terá por efeito ~medlaw a ou anulação do casamento, embora per-
transferência, para o representante, da sista o pátrIo poder, responderá o pro-
responsabllldllde atribuida ao represen- genitor em cujo Ia.r Irá viver o filho (.).
tado". A regra é, poIs. que a. responsabil'.(,~e
cabe ao progenitor que tem a guard ... do
Resta-nos, finalmente. as con5idera- filho menor, porque emana ci~ cl.tpa
~õcs em tôrno do pa.rágrafo único do ar- in vigilando daquele que () wm <;81 sua
tigo 1.518 e do nrt 1.52], 1 e II: companhia. Aflguro-se esta a solução
"AJ'i. 1.518 - . . mais consentânea com o preceito do ar-
tigo 1521, n.o 1.
ParáP'2fo único - ~ão solldàrta- Como é natural, a regra admite ex-
mente responsáveis com os auk>rt's, ceções. Casos há de rcsponsab1l1dadc de
os cúmplices e as p(!~~oa.'i designa- ambos os pais; quando os tuhos, por
das no art. 1.521." vontade dos pais, ou del.crminação do
"Art. 1.521 - São também responsá- juIz, fiquem na companhia de outrem,
veis peUl reparação civil: para criar, ou como preposto ou empre-
gado. A razão dessa res;>onsabUidade
I - os pais, pelos filhos menores está em que o progenitor que assim pro-
que estiverem sob seu poder e em cede viola o dever legal de ter o fllho
sua companhia; consigo. ( ... )
11 - o tutor e o curador, pelos pu- A rcsponsabllldade dos pais pelos atos
pUos c curatelados; que se B.charem nocivos dos lllhos menores decorre da
nas mesm~ (;ondlçn(':"." sua próprta culpa, porque (a observa-
Em csc6llo dp r.:lnl1;.~s ~.ranscrevemos­ ção é de LUIS DA CUNHA OONÇAL VES
(1I1)) os atos illcltos dos menores se pre-
por oportun~ e atu9.11zada.s -as pala-
vras de VlCEN'rF. 8AOlNO JaNtOR: (11) sumem devIdos à n>lação de dlsclpllna.
"Achando-s~ .,;ob a guarda do!': pais,
Essa responsabUldadc, por~m, s6 diz
respondemo éd.es pelos ato! UicH.[)S com os tlIhos menores de dezesseis anos
prat1cado~ }'e'o menor de dezp.ssels
de Idade, porque o menor entre dezesseis
anos, :o;olld:\.hmente, segundo a re- e vInte e um anos é eQuiparado, pelo
gra do ",:.t. 1.518, combinado com o código CIvil, art. 156, ao maior, quanto
art. 1.5~1. n.O l, do Código Civil. RE>za As obrigações resultantes de atos meltos,
o último dispositivo: "São tamb~m em que fôr culpado. Mas, os pais res-
responsáveis pela reparação c~vU: ponderão solldàrtamente, se se prova.r
I -- os pais. pelos Ulhos menores que concorreram para. o dano, por culpa
que estlverem sob seu poder e em ou neglIgência de sua parte (art. 1.523).
sua companhia."
O i>rlndpio é o mesmo quanto aos tu- (.) A R'Uarda d"", rnhos menore.a está rrgUllld&
torell e curadores, em relação aos atos pelos arta. J2S a m do Código ClyU. pelo
Decr~to-J..el n." P.'01. (le 3
de aetembro de
praticados pelos seus PllpUOS ou curate- 19~ (em ea60 d~ dellQult.e Nl1lcJall e pelo
lado~ (Código, art. 1.521, n. o IlJ. Código de Menores.
(lI) Apuel JOJ1l;fI Muoclllo, obro clt., p6g. 123.
Para que essa responsablUdade se efe-
(17) Direito e Guarda do f11ho MenDr, Jléc. n.
tive, necessário se faz Que o menor es-
(18) Cunh.\ aOD~I"'ee. Printfplos de Dtmco
te~a sob o poder e em companhia dos etri1 - Apeld Vicente BablDo Jllnlor. obro
pais, tutores ou euradores. Diz bem ~It. p,«. 49.
90 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

Distingue, assim, o Código a respon- Essas as principais alterações cons-


sabilidade direta dos pais, tutores ou tantes do projeto, que sistematiza a ma-
curadores pelo dano causado pelo menor téria em quatro livros: Pessoas, Família,
absolutamente incapaz (art. 5.0, n.o I), Coisas e Sucessões,
que estiver sob a sua guarda e em sua As Obrigações não foram ali consig-
companhia, ou na companhia de ou- nadas, por serem objeto de Código espe-
trem mas a sua guarda, da resultante de cífico.
ato danoso praticado por menor relativa-
mente incapaz (art. 6.°, n.o n, sob a
mesma guarda ou companhia, porque es- DISPOSITn'OS DO PROJETO mr'
ta é uma responsabilidade solldária, com CóDIGO CIVIL DE AUTORIA DO
base na culpa in vigilando. PROFESSOR ORLANDO GOMES
(Mensagem posteriormente retirada
A propósito. não são unànimes os civi- pelo Govêrno) E REAPRESI>;NTADO
listas. Se. como entendeu Clóvis Bevi- PELOS DEPUTADOS NELSON CAR-
laqua. a responsabilidade dessas pessoas NEIRO E JOSÉ MARIA RIBErno,
se funda na culpa e deve ser objetiva- EM JUNHO DE 1966, COMO DE SUA
mente provada, pensam outros que tem AUTORIA (Projeto h.o 3,771/1966)
origem na presunção juris tantum da
culpa, a ser ilidida pelos meios compe- LIVRO I
tentes. Das Pessoas
O Código dos Menores dirimiu a ques- TíTULO I - CAPíTULO I
tão. em seu art. 68. § 4°, estabelecendo a
responsabilidade dos pais ou da pessoa Art. 4.° - Capacidade de fato - A
incumbida legalmente de sua vigilância, capacidade de exercer pessoalmente
enquanto não provarem que não houve os atos da vida civil adquíre-se com
culpa ou negllência de sua parte." a maioridade, ou pela emancipação.
Art. 5.° - Majo~'idade - A maiori-
IV - O PROJETO DO NOVO CÓDI· dade começa aos dezoito anos.
GO CIVIL DE AUTORIA DO Art. 6.° - Incapacidade absoluta -~
PROF. ORLANDO GOMES São absolutamente incapazes:
I - os menores de 14 anos;
o projeto estabelece novos limites à 11 - o., que, por enfermidade men-
incapacidade. Fixa em dezoito anos a tal, não tiverem discernimcntz) para
venia aetatis da maioridade (art. 5.o!, a ryratica dos atos da vida civil e os
fazendo cessar aos quatorze anos a in- qu'e não tiverem a livre disposição
capacidade absoluta (art. 6.01 e aos de- de sua pessoa e bens.
zesseis anos, a relativa (art. 7.°).
Art. 7.° - Incapacidade relativa -
Segundo o projeto, soment.e serão São incapazes relativamente à prá-
anulaveis os atos praticados pelo menor tica de certos atos, ou ao modo de
relativamente incapaz, sem a devida as- exercê-los. os maiores de qual:<Jrze
sisténcia, se importarem prejuíw a seu anos.
património (art. 10): a emancipação
ocorrerá aos dezesseis anos de idade, su- Art. 8.0 - Representação legal ,-
Jeito o ato à homologação do j l1iz, po- Os absolutamente incapazes podem
dendo ser cassado, se o menor emanci- exercer direitos ou contrair obriga-
pado demonstrar incapacidade de gerir ções por intermédio de seus repre-
os bens (art. 11). sentantes.
A idade núbil passará a ser para o Art. 9,° - Assistência -- Os meno-
homem e a mulher, respectivamente, de- res relativamente incapazes serão
I.esscis e quatorze anos I art. 91); quem assistidos por seus pais. ou tutores,
tiver a guarda de menor, responderá. nos atos da vida civil.
por sua. direção, educação e vigilãncia Art. 10 - Atos do Menor sem Assis-
I art. 303): aos estabelerimentos desti- tência ~ Só serão anuláveis os atos
nados à assistência e proteção da infân- praticados pelo menor sem assistên-
cia, conferir-se-ão funcões tutelares (ar- cia, se lhe trouxerem prej uízo .
tigo 3041. " Art. 11 - Emancipação Voluntária
Introduz o instituto da legitimação - Ces.sará a incapacidade do menor
adotiva. que cumprir dezesseis anos, se lhe
_ _ _ _ _ _ _ _ _--'J:..:A.:.:N..:..:E:..:..IR:..:..O::...-:.A MARço,
__ -_1_9_68 ---:..91

fôr concedida pelo pai a emancipa- mento - No desquite amigáVel, ob-


ção, sujeito o ato à homologação do servar-se-á o que os cônjuges acor-
juiz. darem sõbre a guarda. dos filhos.
§ 1.° - Se o menor estiver sob tu- Art. 149 - Efeitos quanto aos FI-
tela, a emancipação s6 se dará por lhos no Desquite Litigioso - Sendo
sentença, por iniciativa do tutor. o desquite litigioso, ficarão os filhos
§ 2.° - O ato de emancipação pode
menores Com a mãe, salvo inconve-
ser cassado pelo juiZ, a requerimento niência reconhecida pelo juiz.
dos pais, ou tutores, quando o me- Parágrafo único - A guarda dos
nor emancipado demonstre incapa- filhos menores poderá ser deferIda
cidade de administrar os bens, re$- ao pai, ou a ascendente, ou a irmão
guardados os direitos de terceiros. de qualquer dos cônjuges, se assim
Art. 12 - Emancipação Legal - A o Justificar o interesse daqueles.
emancipação ocorre de pleno direito Art. 150 - Podêres do Juiz - Ha-
pelo casamento. vendo motivos graves, poderá o juiz,
em qualquer caso, regular de ma-
LIVRO 11 neira. dlferente da. estabelecida nos
Do Direito de Família artigos anteriores a situação dos fi-
lhos.
T1TULO I - CAPíTULO II
Parárrafo único - O Juiz fixará a
Art. 91 - Incapacidade Matrimonial contribuição dos cônjuges para o
Absoluta - Não podem casar: sustento dos menores.
1 - os homens menores de dezes-
seis anos; TITULO IV
U - as mulheres menores de qua-
torze anos; Do Parentesco
m - os enfermos mentais sem dis- CAPtTULO V
cernimento para a prática dos atos
da vida civll. Da Adoção
Parágrafo único - será pcrm1tido
o casamen to de menor incapaz para Art. 225 - Quem pode adotar -
evitar imposição ou cumprlmento de Qualquer pessoa de mais de trinta
pena criminal, com aprovação do anos de Idade pode adotar, sendo
juiz, ou para resguardo da honra da dezesseis anos mais velho do que o
mulher que não atingiu a maiori- adotado.
dade. Nesses casos o juiz poderá Parárrafo único - Nenhum dos
ordenar a separação de corpos até cônjuges pode adotar sem o consen-
que os cõnjuges alcancem a idade timento do outro, salvo se fôr lm-
legal. possivel obtê-lo.
Art. 93 - Casamento de Menores- E seguintes <até art. 235).
Os menores não podem contralr ca-
samento sem autorização dos pais, CAPITULO VI
ou do tutor.
§ 1.° - A autorização será concedi- Da Legitimação Adotiva
da por escrito c apresentada ao ofi-
clal para que conste no processo de Art. 236 - Legitimação Adotiva
hablUtação. Os menores de sete anos de idade,
§ 2.° - A denegação do consenti-
cujos paIs sejam desconhecidos ou
mento pode ser suprida pelo juiz. estejam mortos, pndcm ser legiti-
mados por adoção, desde que a pro-
TlTULO II mova, em Juízo, um casal sem filhos,
correndo o processo em segrêdo de
Da Dissohlção da Sociedade justiça.
Conja~al
Art. 237 - Efeitos - A legitimação
CAPlTULO n adotiva confere ao adotado os mes-
Art. U8 - Efeitos quanto aos Filhos mos direitos e deveres do tUho le-
no Desquite por Mútuo Consenti- gitimo.
92 REVIST A DE lloUORMAÇÁO LEGISI.ATIVA

TíTULO V cem, por seus órgãos administrati-


vos, funções tutelares sôbre os me-
Do Pátrio Podet'
nores recolhidos, regendo-lhes a
CAPíTULO I pessoa.
Art. 239 - Sujeiws ao Pátrio Poder Art. 305 - Guarda do Menor Aban-
- Os filhos estão sujeiws, enquanto donado ~ O menor abandonado será
menores, ao pátrio poder, que será entregue, pela autoridade compe-
exercido em comum, pelos pais. tente, a quem se encarregue de sua
E seguintes (até art. 256). guarda, detenninadas as condições
TÍTULO VII
julgadas úteis à sua saúde, seguran-
ça e moralidade.
Da Tutela e da Curatela
Parágrafo único - No interêsse do
CAPíTULO I menor, pode a autoridade compe-
Art. Zi4 - Pessoas Sujeitas a Tu- tente determinar o seu internamen-
tela _. Sr o menor não estiver sub- w em asll0, instltuto de educação
metido ao Pátrio Poder, será pôsto ou escola de preservação e reforma.
em tutela. Além do projeto de Nôvo Código Civil,
Art. 281 - Tutela Dativa - Na fal- sem dúvida alguma a proposição que
ta de tutor nomeado pelos pais, de- altera de maneira mais ampla a maté-
signado por lei, ou quando êstes fo- rLa pertinente aos menores, existem,
rrm excluídos, escusados ou remo- ainda, em tramitação no Congresso, vá-
vidus, o juiz nomeará pessoa idônea. rios outros projetos que - embora de
Art. 282 - Tutela de Menores Aban- forma mais restrita ~ modificam tam-
donados -- Aos menores abandona- bém a legislação vigente.
dos o jui;: dará tutor ou serão êles
recolhidos a estabelecimentos públi- São exemplos:
cos a esse fim destinados. Na falta Proj. n.o 449/63 - mep. Gabriel
de estabelecimento adequado, fica- Hermes) - DCN-12.6.63 -- "Altera
rãu sob a tutela de pessoas que, vo- o art. 16 do Dec.-Lei n.O 3.200, de
luntàriamente, se encarregarem de 19/4/41, que dispõe sôbre a guarda
sua criação. do filho natural, enquanto menor."
CAPíTULO II Proj. n. o 1.917/64 - IDep. Adylio
Da As..~istência aos Menores Viana) - DCN-2114/64 - "Dispõe
sôbre o InstLtuto de Adoção do Pá-
Art. 303 - Disposições aplicáveis - trio Poder, e dá outras providências."
A assistência aos me:lOres abando-
nados e àqueles a cuj a subsistência Proj. n.o 2.337164 - <Dep. Nelson
não possam prover os pais, regular- Carneiro) - DCN-OI-10-64 - "Dis-
se-á por normas especiais e pelos põe sôbre a asslsti'ncia à família, e
preceiws constantes dêste titulo. dá outras providências."
Parágrafo único - Quem tenha a Proj. h.O 3.012/65 - <Dep. Jaeder
guarda de menor, não sendo seu pai, Albergaria) - DCN-13 .8.65 - "Mo-
mãe, ou tutor, responde por sua di- d1fica a Lei n.O 3.133, de 8/5/57, que
reção, educação e vigilância. atuallza o instituto da Adoção."
Art. 304 - Funções Tutelares - Os Proj. n.O 351167 - (Dep. Feu Rosa)
estabelecimenws destinados à assis- - DCN-29/8/67 - "Altera o art. 9.°
tência e proteção da infância exer- do Código Civil Brasileiro."
JANEIRO A MARço - 1968 93

v- ALGUMAS OPINIOES assim foi, isto é o maior dos absurdos,


porque o casamento é, principalmente,
ALBERTO CAVALCANTI DE GUS- união moral ou espiritual, antes de ser
MAO, Ju.i2 de Menores do Estado da união de corpos".
Guanabara, em entrev1Bta concedida ao
10mal (llUma Hora, em 21 de outubro Professor EBER CHAMOUN, da Fa-
de 1965: culdade Nacional de Direito, em pales~
tra proferida num dos auditórlos da Câ-
"Sou contra a diminuição do nlvel mara dos Deputados, respondendo a
de Idáde para efeito de capacidade uma interpelação do Deputado Ulisses
civil e de casamento, da maneira Guimarães, disse, sôbre a antecipação
como tal proposta na reforma do da idade núbll, de 14 anos para a mu-
nosso CódIgo O1vU. lher e 16 anos para o homem, que o
Os a.rgumentos dos Juristas que ela- problema não é apenas jurldlco, mas,
boraram o anteprojeto de retorma, sim, bIológico, social e psicológico. tsses
nos casos do rebabtamento de 1dade, limites propostos são os próprios llmltes
são baseados na constatação de que do Direito Romano, e na tamma mo-
o desenvolvimento lntelectual dos derna dois sáo os fatõres que precisam
Jovens de hoje é multo mais acele- ser consIderados para o casamento (ida-
rado do que em épocas passadas, e de nupcial): fator biológico e tator eco-
que a maturidade ocorre multo mals nômico. (111)
cedo. Isto é uma Ilusão perigosa. A
capacidade - seja ela cMI ou cri- NICOLAU NAZO, catedrático aposen-
minal - assenta sóbre a responsa- tado de Direito Civll' da Faculdade de
bUldade moral. E todos sabem que Direi to da USP:
a tormação moral do homem é maL9
lenta que a formação intelectual."
"O problema da capacidade matri-
monial da mulhel" aos
envolvendo, como envolve, a sua
1.
anos,
Sóbre a Idade núbU, opina que "uma
móça de 14 anos e um rapaz de 16 anos emancipação, é bastante complexo
não têm condições de maturidade para para ser resolvido assim como têz
poder casar. Mas é exatamente Isso que o projeto Orlando Gomes.
o anteprojeto não reconhece, ao perm1t1r Alega-se que no Direito Canónlco a
a tormação do lar em tais llmltes de Idade matrimonial para a mulher
idade. Considero verdadeiro absurdo era de 14 anos, lustamente quando
que nos dias de hoje, e à luz dos mo- ela se toma púbere. Antes do Códi-
dernos ensinamentos de psicologia, o le- go Civil não havia restrição sôbre
gislador braslleiro venha a contribuir, a Idade nupcial desde que a mulher
alnda maIs, para a insegurança, para a tivesse mais de 14 anos. O problema
talta de establlldade da periclitante iruJ- é sério, principalmente no Brasil,
tttulção da faDÚlis. onde há grande diVersidade de cul-
Se tal anteprojeto rór transformado tura entre o centro urbano C o ru-
em lei, a conseqüência sem o aumento ral" (:lO)
de desquites, os desaJustamentos de to- Pediatra ROSA ALVES TARGINO DE
da ordem com a procissão lnten..~nável ARA'OJO:
dos menores abandonados que passam "Sou contra o casamento da mulher
pelos gabinetes dos Juizes de Menores. aos 14 anos, multo menos dos ho-
Parece que o anteprojeto do Código
Clvll levou em consideração apenas o
(19) loma.! do Brull de 16~-1966 - 1.0 catt.
desenvolvimento fisiológico, o Inicio da - pãs. 1'.
puberdade no homeIIl e na mulher. Se (20) Jornal O Estado de Slo Paulo tte 20-4-611.
94

mens aos 16, embora os dois já es- f:ste fenômeno tem conseqüências
tej am aptos biolàgtcamente, Um ca- desfavoráveis no que toca à riqueza
samento entre duas pessoas de 14 geral da Nação e à renda per capita
e 16 anos não teria base sólida nem dos que a compõem." (~3)
condições para ser perfeito, Só pos-
so admiti-lo quando é feito para CARLOS RAPOSO, Consultor Jurídico
corrigir "situações de fato". Nesse da Associação Comercjal da Guanabara:
caso, a educação dos filhos ficaria "A redução da idade mínima para o
a cargo dos avós." (~1)
casamento, de 18 e 16 anos para o
Socióloga lUARIA SíLVIA JARDIM: homem, e 16 e 14 para a mulher,
não encontra em nenhum princípio
"Numa sociedade cada vez mais de ordem jurídica, psicológica ou
complexa, como a nossa, o ideal se- hi~iênfca, base irrecusável para sua
ria dar, no mínimo, 20 anos para o adoção.
indivíduo formar-se e adquirir a
lnstrução que lhe servirá para o tra- A questão do casamento, seus efeitos
balho, Estimular o casamento à jo- e sua dissolução, estão solucionados
vem de 14 anos é legalizar sua de- dentro de teses que a tradição bra-
pendência, impossibilitá-la de ad- sileira não comporta.
quirir a formação l~ experiência que Entendemos que a própria democra-
lhe permitirão optar, e estabelece, cia escuda-se na constituição da fa-
como seu único desUno, a reprodu- mília e a sua democratizaçào, como
ção." (22) pretende o projeto, náo pode enca-
minhar-se para a sua decomposi-
REGINALDO NUNES (Do IAB), sôbre ção." (24)
o art. 91:
SENADOR MILTON CAMPOS, na ex-
"Que considerações teriam levado a
Comissão a reduzir a idade matri- posição de motivos que foi seguida do
monial do homem e da mulher para ofíclo do Sr. Presidente da República, ao
16 e 14 anos, respectivamente, quan-
enviar o projeto:
do os adolescentes ainda estão na "Também não são mencionados pon-
primeira muda, a meio caminho de tos de controvérsia, como por exem-
sua formação intelectual e apenas plo, no Código Clvil, a maioridade
entrando na puberdade? aos dezoito anos, a idade nupcial e
O Brasil é um Pais cuja população
o conceito de êrro essencial para o
menor de 21 anos atinge a 52% do desquite, em que a própria Comissão
todo. manifestou variedade de pontos de
vista. Ficou tudo isso inalterado, a
Com esta antecipação da venia despeito da nossa discordância, para
retatis matrtmonial, estaremos for- que, neste e noutros pontos discutí-
necendo meios para uma aceleração veis, entre tantas teses controverti-
ainda mais rápida dêsse processo de das, o debate e a decisão do Con-
rejuvenescimento nacional, príncipa] gresso Nacional fixem a opção fi-
aspecro segundo o qual Jacques nal."
Lambert consIdera o Brasil um pais
novo: - não tanto pela sua idade
(21) Idpm, Idem"
política, como pela composição ex- (22) Jornll] O Estado de São I'a ulo lie 20-4-66
tremamente jovem de sua população (23) Jornal do Comércio, de 26-6-66 - 3." cad.
(Os Dois Brasis, pág. 51). (24) Jomlll Correio da Manhã, de 20-4-66.
JANEIRO A MÁ!,Ç9 - 1968 95

DEPUTADO ARRUDA CAMARA: A adoção é admitida desde 1926. O


"O projeto reduz a maioridade para adotante deve ter 25 anos pelo menos,
18 anos e a Idade núbll para 16 e e 21 mais do que o adotado. Um homem
14 anos, respectivamente ao homem não pode adotar pessoa do sexo femi-
e â. mulher. nino, a não ser em circunstâncias es-
pecla.1s. (21)
Ora, tal inovação não parece acon-
selhâvel. ~ preciso ter certa madu- O DIREITO AMERICANO
reza - não é só o vigor físico - e
a experiência para um ato jurfdlco A Idade para casar é igual à de nosso
Direito. (28)
de alUsslma relevàncla, qual o ca-
samen to. E estas não se adquirem O DIREITO RUSSO
na Idade propugnada.
A maioridade clvll é flxada aos 18
Uma menina do Interior, quase anal- anos, mas, desde a idade de 14 anos, o
fabeta, com 1"4 anos, que sabe ela menor pode dJspor de seu salé.rlo, e é
da altitude do casamento, das suas responsável pelas obrigações decorren-
flnaUdades, da sua ,Importância, da tes de atos llieltos.
sua Irretratab1lldade exceto pela
morte? Aos 18 anos o Individuo pode contrair
casamento, apresentando prova de iden-
A medida poderia aumentar o nú-
tidade - que pode ser feita por teste-
mero de casamentos Irrefletidos e
munhas -, a declaração, conflrmada
pouco felizes, ocasIonando desajus-
por assinaturas, de que contrai o casa-
tamentos soclals malores." (211)
mento livremente, não havendo os Im-
pedimentos legais (arts. 66-69).
VI - ASPEcrOS DA MENORIDADE)
'C1nlcamente os menores podem ser
CAPACIDADE C~ IDADE adotados, e no lnterêsse dêles. (~)
NúBn. E ADOÇÃO) NO DIREI-
TO AUENICENA o DIREITO MUÇULMANO
O menor púbere pode dispor de sua
O DIREITO ESCANDIN-\VO pessoa, mas sàmente aos 25 anos pode
A malorldade é aos 21 anos na Suécia gerir seus bens, salvo sendo reconhecido
e na Noruega, e aos 25 na Dinamarca. apto. A puberdade é presumida aos 15
Antes dessa Idade SÓ pelo casamento. anos, para ambos os sexos, no rIto hanl-
Mas o menor com 18 anos completos, ou fita; aos 18, no malek1ta; aos 15 anos
uma jovem que se tenha casado antes para os homens e aos 19 para as mulhe-
dessa Idade, podem fazer contrato de res, no rito chUta. (80)
trabalho, gerir uma emprêsa, com plena
capacldade para explori-Ia. O DIREITO FRA,NC:ES
A adOÇão pode ser feita por quem te- A Idade para o casamento é a de 18
nha 25 anos. (28) anos, para o varão, e de 15, para a mu-
lher, podendo, no entanto. ser concedida
o DmElTO mQUS dispensa, por motivo grave.
A maioridade é aos 21 anos, Não hé.
distinção entre menores púberes e bn-
púberes. (2:1) DeM - 81 - 10-3-1* - p!g. 86e.
(2ll) Llno Leme - DIreito Civil Comparado -
~ de 16 anos a Idade minlma para p6«. 12 - Bd. 1962.
(21) Idem, Idem - p!p. 85/66.
casamento, desde 1929; antes, era de 14 (28) Idem, idem - Pi«. G9.
e 12 anos, respecttvamente, para o ho- (211) Idem, idem - p6p. 81/82.
mem e a mulher, (30) Idem, idem - ~. 109.
96 REVISTA l:!.E INFORMAÇÁO L~~l~LATIVA

Somente o pai exerce o pátrio poder, A Idade para o casamento do varão é


durante o casamento (Códl~o Civll, ar~ a de 21 anos, que pode ser reduzida a 18,
tlgo 373;. se não estiVEr sob patrio poder ou tu-
O adotante deve ter 40 anos, pelo me- tela.
nos, e mais 15 do que o adotado. 1!: ad- Na Alemanha podem ser adotados
Mitida a adoção por marido e mulher, também os !ilhas naturais <contra o Có-
conjuntamente. O parentesco resultante digo grego, art. 1.569 e Código ltalla~
da adcção se estende aos filhos legi'J- de 1942). O adotado tem os mesmos
mos do adotado. O adotado sucl'de ao direitos á sucessào do Rdotante, que seus
adotante, ramo os descendentes legitl- Hlhos, regra à qual fazem rxeeção c DI-
mos; não, porém. aos parentes do ado- reito espanho: e o de alguns paises islâ-
tar. te. micos. (:1,1)
A maioridade é aos 21 anos, mas, até
05 25, o ~ilho precisa de lI~tnça para o DIREITO Sl:lÇO
casar-se. A maIoridade é fixada aos 21 anos. O
São pupilos ca nação flei de 1917) os ca.samento eman::ipa. O meno: ~om llt
órfãos de paI. ou arrimo de famíEa, Que anos cumpridus pode ser ('mancipado.
morreu na guerra, ou cujos pais ou ar- Os menores e Interdites, CajlUZeS de
rimos morreram em eonseqüêneia de fe- discernimentü, n~Lo. pedem agir 5em o
riment.o ou doença resultante c.a guer- ('onsentimenUl de seu representante le-
ra. UIl)
gaI. excetü para adquirir a t~:ul'J gra-
tuito ou para l'xercc r direitüs estrita-
o DIREITO AUSTRíACO mente pessoais.
A ldade pam o casamento e ~ixada em
maioridade se verifica aos 24 anos,
A
20 € em 18 anos. podendo ser reduzida,
extingUindo-se com ela. o pátrio poder
em caso de 1"orça maior, a 18 e : 'I.
e &. tutela, que perduravam no Direito
Remano. no antigo Direito germãnjco O adotante deve ter p('lo menos 40
e no Direito prussiano 13~}. ALCI~O anos de idade e 18 ma::> do que o ado-
PINTO FALCAO P:l) i:1fl)nna, entreian- tado, e a adoção não pode ser felia. con-
tD, que até lei de 6 de junho de 1919, na juntamente pe;os esposos. (:",)
Austrla, a menoridade ia até os 24 anos,
pa.~sando por essa lei a maioridade a o DIREITO :...A TIKO-AMERICANO
akançar-se com os 21 anos.
A maioridade e fixada em 21 anos, nos
Códigos argentino. unguaio. )1pruano e
o DIREITO AU:MAO
mexicano; em 25 anos no Códi!~o chileno
(no Código fr:mcés em 21, r, no espa-
A personalidade civil resulta do r.as-
c1mrnto com vida, não s(' exigindo via- nhoL em 23l; a viabilidade nào é exi-
gida, mas a figura h'Jmana o (O, nos Có-
bilidade, como no CódiR"O Frar.ccs; a
maioridade é fIxada aos 21 anos, permi- dIgos do Urug'Jai e da Argentina, st'-
~ulndo o Códil:O f'spanho: r o portllr.:ul'~
tindo-se a concessão da mesma aos 13
anos completos, ficando o emancipado
equiparado ao major, e r.âú com capa· '31, Idem, lct~n1 .- 1J>\~s. 1:'3, J:,4.
cidade restrita, como no Código Francês. :321 Idem, icem __ paI{ 161.
o

133.1 Par1.f' r:~r...1 do (ódlKO Ch'iI 1!1.,9


Os menores, após os SE'te anos, podem paI". 9f.
contratar, mediante o consentimento de lJ~J Uno Lem~. OIr~Lto [IvU Comparado, p~g,
168, 169, 172 e ]73.
seus ~presentantes legais. ,J~I Idem. Idem pill;S. 177/~71l
_ _ _ _ _ _ _--'J:..:..A=N.=EIRO A MARÇO - 1968 97

o Código peruano fixa em dezoIto o DIREITO ITALIANO


anos para a mulher e em vinte e um DeUe personc fisiche
para o homem. a Idade para o casamen- Art. 2 - Magg10re età. Capacità di
W, e considera o adotado como filho le- agire. - La magglore età é fissa-
gitimo. pG) ta ai compimento dei vcntuneslmo
anno.
Com la maggiore età si acquista la
capacltà di complere tuttt gli atti
o DIREITO PORTUGU~ per I quaU non sla stablllta un'età
diversa.
O Nóvo Código Civil fixa a maioridade Del ma trimonio
aos vInte e um anos de idade, para am- Art, 84 - Non possono contrarre
bos os sexos (art. 122). matrimonlo l'uomo che non ha eom-
pluto gli annl sedlcl, la donna che
A incapacidade dos menores é suprida non ha compiuto gll annl quattor-
dic~ .
pelo poder paternal e, subsld!àriamente,
I1 (Re) o le autorltà a elo delegate
pela tutela, conforme se dispõe nos lu- possono per gravi motlvl aecordare
gares respectivos (art. 124l. dispensa, ammettendo aI matrimo-
nio l'uomo che ha compiuto gll annl
Reconhece a adoção como fonte das Quattordicl e la donna ehe ha com-
pluto gl1 anl dodlcl.
relações de famiUa, suprindo, assim, a
omissão dêsse instituto no antigo Có- Dell'adozlone
digo de 1867. Conforme prescreve o ar- Art. 291 - Condizion1 - L'adozlone
é pennessa aUe persone che non
tlgo 1.974, a adoção apenas será decre- hanno dlscendenU leglttiml o leglt-
tada quando se verifiquem, cumulativa- Umati, e:,he hanno comptuto I cin-
mente, os segu1nt~s requisitos: quanta annl e che superano almeno
di dlclotto annl l'età di coloro che
essl intendono adottare.
a) apresentar reaIs vantagens ao
adotando; Quando eccezionall c1rcostanze lo
conslglla:J.o, la corte di appelo puo
b) ter o adotando menos de quator- llutorlzzare la adozione se l'adottan-
te ha raggiunto almeno l'età di
ze anos, ou menos de vinte e um Quaranta annl e se la differenza di
e não se encontrar emancipado, età tra l'adottantc e l'adottando é
quando desde idade não superior cU almeno sedlci llnnL (38)
a quatorze anos tenha estado, de O DIREITO DA REPÚBLICA
fato ou de dtreito, ao cuidado do DOMINICANA
adotante; A maioridade civil e matrimônio es-
c) ter o adotante maIs de trinta e tão regulados pela Lei n,o 4.999, de 19 de
setembro de 1958, que deu a seguinte
cinco anos de idade. redação aos artigos do Código Civil per-
tinentes à matéria:
Quando o adotando tenha mais de "Art. 3118 - Se entlende menor de
quatorze anos, é ainda necessé.rio o seu edad el Individuo de uno u otro sexo
consentimento, a menos que êle não es- que no tenga cUeclocho afios cum-
plidos."
teja no uso de suas faculdades mentais.
São Impedimentos dirimentes absolu-
(36) Idem, Idem - pãgs. 202 e 206.
tos para o casamento, as idades inferio- (37) JacInto ~rnandes Rodrigues Sutoo -
res a dezesseis e Quatorze anos, respec- cód1co ClvU Porlucuh de 1966 - Uvrarlll
Alnlcdlno - Coimbra - 1966.
tivamente para o homem c a mu- (38) Waltcr d'Avanv,Q - I\lanuale D'Udlenu -
1 'luatuo Co41d - Ecllz.1one ~omata.
lher (37) 5ettembro 1963.
"Art. 488 - Se fija la mayor edad ni descendi entes legítimos. La exis-
en dieciocho anos cumplidos y por tencia de hijos adoptivos no cons-
ella se adquiere la capacidad para tituy obstaculo a una subsigulente
todos los actos de la vida civil." adopción.
Pela mesma lei, os incisos 1, 2 e 5 El adoptante deberá tener 15 anos
do artigo 56 da Lei sôbre Atos do Estado más que la persona que se propone
Civil, n.O 659, de 17 de julho de 1944, adaptar, y si ésta fuese el hijo de
passaram a se redigir assim: su cónyuge, bastará con que la di-
1) De los mayores de edad, ferencia de edad entre ambos sea
de 10 anos, y aún podrá ser reducida
Los mayores de 18 anos puedem por dispensa deI Juez de Primera
contraer matrimonio libremente Instancia correspondiente." (:l9)
sim tener que recabar el consenti-
miento paterno.
o DIREITO JAPON:gS
2) Menores de 18 anos.
Los menores de 18 anos no podrán "MAJORITY
contraer matrimonio sen el consen·
Artic1e 3 - Majority is atta1ned on
timiento de sus padres o deI padre
the completion of full twenty years
superviviente.
of age.
5} Impedinüento para el matrimo-
nio por motivo de menor edad, Minor's capacity
y dispensas que puede conceder Article 4 - A minor shall obtain
f'1 Juez de Primem Instancia. the conscnt of his legal representa-
El hombre, antes de los 16 anos tive for doing auy juristic act, un-
cumplidos y la mujer antes de cum- less it is an act rnerely to acquíre a
pUr los 15, no puedem contraer ma- dght or to be relieved fram a duty.
trimonio; pero el Juez de Primera 2. An act done in contravention of
Instancia puede, por razones aten- the preccding paragraph ls voidable.
dibles, conceder la dispensa de edad.
MARRIAGE
A Lei nO 5.152, de 13 de junho de 1959,
modificou as normas do Codígo Civil re- Article 731 - A man may not mar-
lativas a adoção, passando estas a ter ry until the complction of his full
a seguinte redação: eighteen years of age, nor a woman
until the campletion of hef {ull si x-
·'.'\rt. 343 -
La adopción, ya se ha- t~en years of age.
ga en forma ordinaria o en forma
privilegiada. no puede ser hecha ADOPTION
1;1no cuando haya justos motivos que
ufrezcan ventajas para el adaptado. Artícle 792 - Any person who !las
attained majurity may adopt ano-
Art. 344 - Se requiere cuarenta anos
thl:'r.
para poder adaptar. Sín l:'mbargo,
la adopcíón puede ser pedida jun- Article 793 - No ascendant ar per-
tamente por dos esposos no separa- son of older age may be adopted.
dos personalmcnte, de los cuales uno ( ~ "I

tenga más de 35 afios, si se han


casado desde hace más de 10 anos
139) PlInia Terrero Peúa - Cadiga Civil de La
" no han tenido hijo de su matri- R~'publíc-a Uoulínicana Santo UOtningo -
mania. Los adoptantes no deberãn 1961.
140) The Civil rode Df JajJan -- Elb\ln-Horel-
tener en eI dia de la adopción hijos Sha. lne Tok)'o. Jllpan - 1962
Sara r<aMO~ dQ Jifuoil'êJo
Orientad<:Jra de Pesquisas Legislativas
Diretoria de lnjormaçáo Legislativa

o tema do nosso trabalho, pôsto que Em Roma, porém, onde havia, domi-
fértil no ângulo da vasta literatura, que nante e apaixonado, o espirlto das con-
dêle se ocupa, é, no sentido técnico e ju- quistas guerreiras, teve a matéria um
rídico, um dos Que apresentam maiores tratamento melhor coordenado, já em
variações no tempo e no espaço. razão da Inteligência, cultura e do es-
Sente-se, de logo, que a Justiça Milltar pírito prático e conso1!dado do grande
povo. Ai, jã se podla falar em Institui-
tem variado. através dos tempos, em ção militar. A organização mUltar ajus-
função da estrutura substancial em que tava-se na organização política e admi-
se organizam os Estados. nistrativa do Estado. Os juristas entra-
Sôbre suas origens, não é segura a In- ram em debate no processo de elabora-
fonnação dos escritores. Sabe-se, entre- f,;ão clentiflca da Instituição. E as diver-
tanto, Que essa matéria, mesmo sem ade- gências lIumlnaram o campo doutriná-
quada sistematização ou cunho cientifi- rio. Surgiram as escolas, dlsclpl1nando
co, vem aflorando, entre os povos, desde as Instituições militares. os tribunais
a mais alta antigüidade. Neste periodo adequados e a jurisdição especifica.
histórico vislumbram-se alguns traços de Roma foi a grande fonte de consul-
Imposição disciplinar, no que tange às tas para todos os povos do mundo.
fôrças annadas, entre os assi rios , os
egipcios e os gregos. tsse embrião da O Corpus Juris não é omisso na. Im-
Justiça Militar emergia das necessidades portante matéria. ~SSl: monumento de
das guerras continuas em que se empe- sabedoria jurídica realça bem as diver-
nhavam os povos antigos. gências entre as escolas. Ora, se fazia
Sady Cardoso Gusmão, em trabalho prevalecer, na orientação e processo dos
publicado no "Repertório Enciclopédico julgamentos dos m!l1tares, a competên-
do Direito Brasileiro", vai. :n, pago 4, cia ratione materiae, (crimes mlUtares),
alude aos episódios da guerra de Tróia ora a ratlone personae (crimes pratica-
e às punições Infringidas por Mllciades dos por mtutares).
e Aristides, para salientar que a origem ~ Interessante, para melhor apreciação
da Justiça MilHar quase se perde na do processo de evolução da Justiça mlll-
nolte dos tempos. tar entre os romanos, transcrevermos
100

alguns trechos das páginas eruditas de magistri militum, no tempo de Constan-


Esmeraldino Bandeira, constantes do seu tino, como se pode ver em Teillefer. (')
livro "Direito Penal Militar". 1915. págs. Em conseqüência da falta de uma di-
474 e seguintes, Não entraremos nas mi- ferenciação de órgãos e funções. a jus-
núcias e detalhes com que tanto se pre- tiça milítar era exercida pelos Reis, que
ocupou o autor. no propósito de salien- tudo absorviam, concentrando em suas
tar a grande antigüidade dos tribunais mãos tôda sorte de poderes; é a primei-
militares, a evolução da instituição e tu- ra fase,
do quanto se referia à competência e
jurisdição vinculadas ao julgamento dos Posteriormente passa a justiça mili-
militares. Abramos. entretanto. margem tar por movimentos inversos diferentes,
a citação parcial de trechos do jurista: em que ora se verifica o fenômeno da
centralização de podêres, ora se paten-
"Em Roma, a<J tempo da realeza, a teia a lei da diferenciação gradativa e
jurisdição tanto civil como militar per- sistemática dos órgãos e funçoes,
tencia ao Rei. assistido de um conselho
formado de membros das familias pa- Assim, na segunda fase, a justiça mi-
tricias. litar era exercida pelos cônsules, que jul-
gavam, a princípio, como tem lembra
Com o correr dos tempos foi permiti- Teillefer, os crimes civis também, co-
do nos casos criminais apelar de sua nhecendo, porém. posteriormente, dos
sentença para o povo reunido -- provo- crimes militares.
catio ad poplllum --, o Qual decidia em
última instância sob a direção dos duo- O C0nsul possuia o impel'ium majus.
viri perduellionis.
Abaixo do Cônsul existia um outro ór-
Além do Rei. os tribuni celerum, in- gão misto de justiça e comando, que era
vestidos ainda de certas funcões sacer- o Tribuno militar. que possuia o cha-
dotais, tinham uma atribu'ição quase mado imperium militiae, que simboliza-
absoluta sôbre as tropas de seu comando. va a dupla reunião da justiça e do co-
Com a queda dos Tarquínios. a ple- mando; essa feição mista vêmo-Ia cla-
nitude do poder judiciário passou para ramente no Digesto do Re Militare.
os cônsules. Como pondera ainda Teillefer, na épo-
ca imperial, assiste-se uma nova con-
Dividiu-se depois, ficando a jurisdI- centração dos diversos podfres nas mãos
ção civil com os pretores, e guardando dos monarcas, aliás natural, como con-
os cônsules sàmente a militar. seqüência da necessidade de alguma ino-
Nos casos de grave perigo. porém, no- vação profunda que obviasse a desagre-
mea','a-se um Ditador que, como magis- gação, a lassidão e o desvirtuamento da
trado excepcional, concentrava então milícia romana nos últimos tempos da
todos os podêres j udiciarios, inclusive República.
um direito absoluto de vida e morte sô- "O Imperium torna-se único; o Im-
bre militares e paisanos. sendo irrestri-
tas e inapehweis as suas decisões." perador absorve' nele todos os poderes.
porém, pode os delegar a seus aj udan-
Chrysólito de Gusmão, "Direito Pe- tes de ordens, promagistratis . aqueles
nal Militar". U115, pá,g, 223 e Sf'guintes, que êle não pode exercer por si mesmo."
faz notável síntese da formaç:to evoluti-
va da Justiça Militar entre os Romanos: Nessa terceira fase, uma modificação
"Quanto ao direito romano é que a se dá, porém. na época de Augusto. A
formação evolutiva da Justiça militar se justiça militar é exercida, então, pelos
nos apreser,ta sob feições mais interes- prefeitos do prewrio, cuja Jurisdição era
santes e definidas, principalmer.te em mui ampla, apenas se limitando no que
seu desdobramento histórieo, que nos re- dizia respeito à jurisdição sôbre os ofi-
flek. verdadeiramente, os diversos mo- ciais superiores.
mentos sociais que atravessou a cidade
eterna. Na quarta fase, na época de Constan-
tino, é que fundas modificaç'oes são
Sua evolução hist-órica pode ser divi- feitas,
dida em quatro grupamentos ou fases:
aI a época dos Reis; b) a dos cansules
e tribunos militares; e apos a fundação
(I) Telllefer ~ "La Ju'ticc MilJ (alre dan,
do Império monárquico temos duas ou- L'Armt'e de Terrc" -- 1895 - Apud Chrl-
tras fases: c) a dos prctores; d) a dos 'óLi to de Gusmão.
- - - - - - - - - - -JANEIRO
-- Â MARço - 1968
--..:..._--------------
101

Em conseqüência da grande fôrça tonomla, não tiveram suas sentenças


politlca que havia adqu1rldo a mIHcia sujeitas ao recurso de apelação.
romana. avassalada e conturbada pelas
paixões e interêsses de facção Que dela Na origem, porém, dessa última ma-
faziam um fator primordial na tela po- gistratura houve o recurso de apelação
lítica. Constantino procurou e usou de interposto às suas sentenças."
meios diversos para enfraquecer a fôr- A verdade é que todos os crimes' e.
ça da legião romana, multiplicando-a. penas mllltares foram previstos na le-
separando as asas da legião, Isto é, a gislação romana.
cavalana, que, como se sabe, era com-
posta dos elementos nobres, de modo Considerava-se, jã a êsse tempo, que
que formasse um corpo à parte. As le- a necessidade da. disciplina, da ordem,
giões romanas deixavam de ser os cor- da hierarquia e da própria flnalldade
pos coesos, fortes e sistemáticos, cons- das fôrças armadas, impunha dar às
cientes de sua própria fôrça, para se instituições militares. leis próprias e j u-
transformarem numa multiplicidade de risdição específica. No século XIV, na
membros desagregados. Assim reduzida, velha Inglaterra, já. encontramos noti-
cada uma dessas legiões perdeu, com o cias Indicativas da existência da Justi-
sentimento de sua própria importância, ça Militar. (t)
o pensamento de dela abusar para per-
turbar o Estado. (Crozals) Na Idade Média - refere ainda Sady
Gusmão (') - usos internos de coman-
Constantino, em conseqüência dessas do, leis de cavalaria, eram adotados; e
suas reformas, teve necessidade de mo- no século XVIII "encontramos, em meio
dificar também a organização da justi- a outras ordenanças, os severos e famo-
ça, adaptando-a e moldando-a sob no- sos artigos de guerra do Conde de Llp-
va feição. pe, aprovados em 1763. Na França, mais
tarde. chegaram os Constituintes à uni-
Constantino, afastando, assim, os ele- ficação da justiça comum e da militar.
mentos da legião, foi obrigado a criar A lei francesa de 1791 cstabeleéeu a
uma dupla espécie de magistratura: os separação das jurisdições civil e mili-
magistri peditum e os magistri equitum, tar, o que veio firmar-se através do art.
que eram denominados, ambos magis- 56 do Code de Justicc Militaire, precei-
tri militum. to transcrito no art. 291, do antigo Có-
No Ocidente, como lembra Telllefer, digo Mllltar Portugucs."
havia três dêsses juizes, e no Oriente
havia cinco, dos quais "trcs estavam na JUSTiÇA MILITAR NO BRASIL
fronteira, per Orientem, per Tbraciam,
per Illyriam, e os dois outros permane- AO tempo de D. João VI começou a
ciam junto ao Imperador Proesentales." Justiça Militar a ter organização legal.
Constantino Instituiu um Consillum, Realmente, pelo Alvará de 1.0 de abril
encarregado de assistir o juiz mUltar. de 1808, foi críado o Conselho Supremo
Militar da Justiça.
A opinião do ConsUium era meramen-
te consultiva, não tendo fôrça delibe- Em 1820 era organizado o Projeto de
rativa obrigatóría no funcionamento da Código Penal Militar, aprovado pelo Al-
justiça militar, conquanto fósse, mui- vará de 7 de agôsto do mesmo ano. Em
tas vêzes. obrigatória a consulta, que po- virtude de acontecimentos polltlcos na
dia, então, ser ou não aceita. Metrópole, obrigando a convocação das
Quanto à hierarquia dessas diversas Côrtes. o referído Código não foi apli-
entidades da magistratura mllltar, so- cado. Gomes Carneiro (Repertórío En-
freu, ela, também, diversas modlflca- ciclopédico do Direito Brasileiro - vaI.
çôes acordes a cada momento histórico. 9 - pago 211) evidencia o admirável f!S-
fórço construtivo dêsse diploma: "O que
Segundo Te1llefer, a Quem vamos re- êsse Côdigo assinala de modo particular,
correr, não havia, até a época Imperial, como exemplo do sistema de codifica-
o recurso de apelação contra as senten- ção Integral, do tipo das antigas Orde-
ças dos juizes militares. nanças, é o método de. expondo no
Na época de AUgusto, algum tempo
depois de criada a magistratura autõ-
l2) Clnudlo Pacheco - "Trotado dM CansU-
noma dos prefeitos do pretória, éstes, tlllçOc~ Bf1ISUelru" .- \'01. VII - p6g. 323.
paulaUnamente, ampliados, nessa au- (3) Bady Gusmlo. ap. clt.
102 REVISTA DE INFORMAÇÁO LEGISLATIVA

mesmo texto toda a matéria de direito Assim, "o império caiu sem haver do-
penal, no quádruplo ponm-de-vista ~ tado a Nação de leis penais militares ao
da organização dos tribunais e do seu nivel político das instituições democrá-
processo, ao lado das disposições penais ticas do país e da cultura das classes
e disciplinares ~ juntamente com as armadas, em medidas orgânicas, reduzi-
fórmulas dos atos do processo estabele- da que ficou a legislação militar a pro-
cidas para cada qual dos casos, consi- vidências sem sistema, sem método, im-
derar a norma disciplinar militar no postas pelas necessidades ocasionais, de
mesmo nivel da norma penal núlltar, sorte que um dos mais imperiosos pro-
para dar-lhe garantias até então desco- blemas que a República teve que resol-
nhecidas nas legislações do gênero, an- ver foi o da reforma das leis penais mI-
teriores à Revolução Francesa. litares." I')
Dadas as relações de dependência en- Em 1895, o Governo republicano bai-
tre o direito penal formal e o direito xou o Regulamento Processual Criminal
penal materi~J, de que a disciplinar é, Militar, que vigorou, sem alteração, du-
no nosso parecer, importante ramifica- rante vinte e cinco anos, apesar dos
ção, tudo aconselha a tratar com o mes- graves defeitos que lhe apontavam.
mo método doutrinário os vários pro- Em 1926 tivemos o Código da Justiça
blemas que a codificação do direito pe- Militar, que foi ainda substituído pelo
nal militar suscita, pouco importando Decreto-Lei nO 925. de 1938, que pôs em
que os regule em um mesmo corpo de vigor o nôvo Código de Justiça Militar.
normas.
A verdade é que sàmente em 1944 era
E, conhecidas as condições políticas baixado o Código Penal Militar, siste-
da época, em que se compos o Código, matizando a matéria e dando-lhe um
compreende-se que seus autores. teste- cunho melhor de perfeição técnica e le-
munhas do desmantelo das leis e do gislativa.
descalabro da justiça, se houvessem pre-
ocupado em acorrentar a norma do pro- Não é demais salientar que o espírito
cesso às fórmulas que consideravam ca- civilista dominou as reforma.s militares,
pazes de garantir a exata aplicação da a partir de 1920. como se referem os es-
lei: como igualmente se compreende critores.
que, experimentados nas coisas da mi- E só depois da influencia de mOVI-
lícia, na Metrópole e no Ultramar, pro- mentos subversivos e de uma melhor
curassem habilitar os militares ~ no consolidação das Fõrças Armadas. é que,
exercicio do Comando c no exercicio da ao elaborar-se a Constituição de 1934,
Jurisdição militar com o meio expe- a Justiça Militar foí, pela primeira vez.
dito de terem a mio a legislação que incorporada ao Poder Judiciário do
deviam aplicar. quer no uso de suas Estado.
atribuições disciplinares, quer no de-
sempenho de suas funçôes i udiciais. JUSTIÇA :'tlILITAR - CONSTITUlÇót:S
A sistemática do Código amparava-se, BK\SILEIR.\S
))or:anto. em princípios de doutrina que
o tempo não envelheceu. e satisfazia a Somente em 1801. a Justiça Militar
conveniências práticas da vida militar foi lançada em texto constitucional.
que sao as mesmas em tôdas as épo- atingindo, por essa forma. um nível de
cas. no que concerne ao poder discipli- estabilidade e sistematização A ConstI-
Ilar e à função j uri5dicional. enquanto tuição de 24 de fevereiro daquele ano
a justiça militar existir" estabelecia no art. 77:
Sallentam os críticos o pouco interes- "Art. 77 ~ Os militares de terra
se, no regime munarquico. pelo allerfei- e mar terão foro especial nos deli-
çoamento da matéria. Tanto assim que tos militares
50 em 1875. cinccenta (' cinco anos de-
pois daquele projeto. veio o Regulamen- ~ 1.0 ~ liste f1)ro compor -s('-(j, de
to Disciplinar para o Exército, baixado um Supremo Tribunal Militar, cujos
pelo Decreto 5.884 desse ano. e em 1890 membros serão vitalícios. e dos COIl-
o referente à Armada. e logo depois o selhos nrcessários para a formação
Código Penal da Arma:ia (1891) orga- da culpa e julgamento dos crimes.
nizado por uma comissào presidida por
Benjamim Constant. e aplicado ao
Exército em 1899. 14) Goml?~ CA.rl1e~ro, op. cir.
JANEIRO A MAR~~.~ 19_'_8 --.:1:...::0-=.3

§ 2. 0 - A organlzação e atribul- Tratado das Constituições Brasileiras


çóe3 do Supremo Tribunal Militar - voI. VII - pág. 325L
serão reguladas por let" Assim estatui essa Constituição:
Destarte. Já não era mllla possivel ex- "Art. 111 - Os m1Utares e as pes-
cluJr âs tórç3:j armadas o apaxelho JU- S083 8 êles a.ssemelhadas terão tô-
diciário qué lhes estava destinado pela ro especial nos delitos miUtares.
Lei Matar da República. Possivel seria t.ste fóro poderá e.stender-se aos ci-
apenas, como observa Pontes de Miran- vis, nos casos definidos em lei, pa-
da (.). através da politlca juridlca le- ra os crimes contra a segurança ex-
gislativa, aumentá-lo ou dlRúnui-lo, li- terna do pais ou contra as institui-
mitá-lo ou estendê-lo. O Supremo 1'11- ções mm tares.
bunal Militar é que não poderia ser el1-
minado. Art. 112 - São órgãos da Justtça
Militar o Supremo Tribunal MiUtar
Ao elaborar-se a Constituição de 1934, e os tribunais e juizes inferiores,
a Justiça Mll1tar foi, pela primeira vez, criados em leI.
incorporada 8.0 Poder Judfclárto do Es-
tado. Essa Constituição manteve o fôro Art. 113 - A inamovibllldade as-
especial nos delitos mUltares. para mi- segurada aos juizes miUtares não os
litares e pessoas Que lhes fôssem asseme- ex.lme da obrigação de acompanhar
lhadas. E abrangia os civis: as fô~as junto às quais tenha.m de
servir.
"Art. 84 - Os mll1tares e as pes-
soas que lhes são assemelhadaa te- Parirrafo único - Cabe ao Su-
rão fôr:o esp~ial nos dellws milita- premo Tribunal Mllltar determinar
res. ~te fôro poderá ser estendido a remoção dos Julzes milltares,
ao cIvis, nos casos expressos em lei, quando o interêsse públ1co o ex1-
para a repressão de crimes contra gir.
a segurança externa do pais, ou
contra as instituições mllltares. Art, 11'Z Os crimes cometidos
Art. 85 - A lei regulará a j urls· contra a segurança do Estado e a
diçáo dos juizes mLUtares e a apli- estrutura das instituições serão su-
cação das penas da legislação mtu- jeitos a justiça e processo especiais
lar, em tempo de guerra, ou na zo- Que a lei prescreverá.
na de operações durante grave co- § 1.0 _ A lei poderá determinar
moção intestina. a apllcação das penas da legisla-
Art. 86 - São órgãos da Justiça ção militar e a jurisdição dos tribu-
Militar o Supremo Tribunal Militar nais rnLUtares na zona de operações
e os tribunais e juizes inferiores, durante grave comoção intestina.
cl1ados por leI. § Z!' - O oflc1al da ativa, da re-
Art. 87 - A Inamovibilidade asse- serva ou reformado. ou o funcioná-
gurada aos juizes mUltares não ex- rio público que haja participado
clui a obrigação de acompanharem de crime contra a segurança do Es-
as fôrças junto às quais tenham de tado ou a estrutura das instituições,
servir. ou influido em sua preparação in-
telectual ou material, perderá a sua
Parágrafo único - Cabe ao Su- patente, pósto ou cargo, se conde-
premo Tribunal Militar determinar nado a qualquer pena pela d~lsão
a remoção de juizes mUltares. de da Justiça a que se refere éste ar-
conformidade com o art. M, letra tlgo,
b."
Art. 173 O estado de guerra
A Constituição de 1937, restringindo. motivado por confllto com pais es-
como fêz a de 1934, a Inamovlbilldade dos trangeiro se declarará no decreto
juizes mLUtares (arUgos 111 a 113)' de mobilização. Na sua vigência. o
acresceu, com todo rigor (art. 172), a Presidente da República tem os po-
apl1cação das penas da legislação mUl- dêres do art. 166 e os crimes come-
tar e da jurisdiÇão dos tribunais miUta- tidos contra a estrutura das Jnsti-
res, nos casos de crimes contra 8 segu-
rança do Estado, a estrutura das lnsU-
tul r,:ócs , a comoção intestina grave e o (5) Pontes de .MIranda - "Com~n""rloa ~
estado de guerra (CláudJo Pacheco - Con&t1tulçAo t1e 1946".
104 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
----~-~--------- .. _._-----_.~-

tuições, a segurança do Estado e dos te, no final dêste trabalho, em virtude


cidadãos serão julgados por tribu- das várias modificações estabelecidas,
nais militares." provocando uma grande transformação
na Justiça Castrense.
LEI CONSTITUCIONAL r\.0 7, DE 30 DE
SETEMBRO DE 1912 JUSTIFICAÇAO DA JUSTIÇA MILITAR
- INFUJt.NClAS E RE?.Ç()ES-
"Artigo único C art. 173 da
Constituição fica assim redigido: A criaçáo da Justiça Mililtar tem si·
do apoiada e j ustiflcada pelos nossos
Art. 173 . - O estado de guerra. constitucionalistas, como uma institui-
motivado por confllto com país ção necessária para manter a disciplina
estrangeíro se declarará no de- das fôrças armadas. Cláudio Pacheco
creto de mobilização. Na sua vi- (0) ensina que "para sua defesa interna
gência. o Presidente da Repúbli- e externa, o Estado precisa de armar
ca tem os poderes do J.rt. 166 e a estas corporações, concedendo-lhes os
lei determinará os casos em que elementos de um grande poderio mate-
os crimes cometidos contra a es- rial, mas depois precisa de se defender
trutura das instituições, a segu- ~cmtra el'i\.s j)!oe\1!'C\ndo submeté-las a
rança do Estado e dos cidadãos um duro regime de clisciplina e a uma
serão julgados pela Justiça Mili- rígida rotina de obediência, de modo a
tar ou pelo Tribunal de Segurança obter a sua submissão e a sua confor-
NacionaL" mação diante do desarmado poder civil.
A Constituição de 1946, "obra de uma A Justiça Militar é assim uma das ins-
Constituinte formada com deições per- titujçôes que visam a assegurar a subor-
feitas" assim estabelece a organização dInação das fôrças armadas."
da Justiça MJlitar: Não há dúvida, como assinala Barba-
"Art. 106 - São orgãos da Justi- lho que para os crimes previstos pela lei
ça Militar o Superior Tribunal Mi- mtIJtar, deve existir uma jurisdição es-
1it:.u e os tribunais e j \,ízes inferio- pe(',\ó.l, não eom\) prwUeg\o dos ind\'fl-
res que a lei instituir. duos que os praticam mas por fôrça da
natureza dêsses delitos que impõem, pe-
Parágrafo ú.pico A lei disporá lo império da dlsciplina, uma repressâo
sôbre o número e a forma de esco- pronta e flnne, além das formas sumá-
lha dos juízes militares e togados rias. para o seu' julgamento .
do Superior Tribunal Militar, os
quais terão vencimentos iguais aos "E assim o fôro especial é uma con-
dos juízes do Tribunal Federal de dição de boa administração da justiça.
Recursos, e estabelecerá as condi- Mas êsse fôro, ref1lta~se, não é propria-
ções de acesso dos auditores. mente para os crimes dos militares e
sim para os crimes militares; porque no
Art. 107 - A inamovibilidade as- militar há também o homem, o cida-
segurada aos membros da Justiça dão, e os fatos delituosos praticados
Militar não oS exime da obrigaçâo nesta qualidade caem sob a alçada da
de acompanhar as fôrças junto às jurisdição comum a todos os membros
quais tenham de servir. da comunidade civil; o fõro especial é
Art. 108 - A Justiça Militar com- só para o crime que êle praticar como
pete processar e julgar, nos crimes soldado, uti miJes, na frase do juriscon-
militares definidos em lei, os mill- sulto romano." (')
tares e as pessoas que lhp.s são asse- lt certo, entretanto, que a Justlça Mi-
melhadas. litar tem recebido, em todos os países,
!'\ 1.0 - ~sse fôro '-'special poderá
sem exceção do nosso, a direta influên-
estender-se aos civis, nos casos ex- cia dos governos fortes e autoritários.
~stes sempre se \nc)inam a ampliar-lhe
pressos em lei, para a repressão de
crimes contra a segurança externa a jurlsdlção e a competência.
do país ou as instituições militares. Muitos, porém, animados de maior es-
~ Z.o - A lei regulará a aplica- pírito liberal e civilista chegam a com-
ção das penas da legislação militar
em tempo de guerra,"
(6) Claudlo Pacheco. Oll clt
A Justiça Militar, na constituição de li) BlIl'balho -- "ConstltlllçAo l"ederal Bra.l-
lV67, está analisada em capitulo à par- leira de 1001" - Comentários.
lOS

bater a existência do fôro privilegiado disciplina dó'Exérclto e da Armada; 3.°,


para militares e seus assemelhados. os que alteram a ordem politlca e eco-
Entendem que, a manter-se o fôro es- nômica do serviço milltar, em tempo de
peclal, êste deveria restringir-se aos guerra ou de paz; 4.0, o excesso ou abu-
crimes que só o militar poderia co- so de autoridade em ocasião de serviço
meter. ou lnfluência de emprégo militar, não
excetuados por lei, que positivamente
A Constituição de 1946 adotou um prive o delinqüente do fôro militar."
conceito a que poderiamos chamar de ( '0)
Illlsto, eis que atribui à Justiça MUitar
a função de processar e julgar não só Por outro lado, Castro Nunes (") dIs-
os militares mas também às pessoas que corda de Chrlsóllto de Gusmflo e ensi-
lhe são assemelhadas. :E: o aue está ex- na que a corrente usual, entre nós, é a
presso no art. 108 daquela Lei Maior. E "divisão de tais crimes em própria e
no § 1.0 do citado artigo encontramos impropriamente militares ou em essen-
os próprios civis envolvidos na compe- cial e acidentalmente militares.
tência e jurisdição da Justiça Militar.
Os primeiros supõem a um tempo
Qualidade militar no ato c caráter mill-
COMPETtNCIA - CosCt:ITOS t.ar no agente. São os crimes que, con-
forme o ensinamento de certa doutri-
Convém sallentar que vem de longe, na, constituem um residuo de infrações
entre os povos, a controvérsia a respei- irreduti\'cis ao direito comum.
to da competência dos tribunais milita- Os segundos são crimes intrinseca-
res. Além dos que propugnam pela com-
petência ratione materiac e pela com- mente comuns, mas que se tornam mi-
petência ratione personae, a que nos litares, já pelo caraler militar do agen-
referimos, há os Que lutam para defi- te, já pela natureza militar do local, Já
nir a competcncia da Justiça mllltar, pela anormalidade da época ou do t.em-
tendo em vista a ratlone loei. E ainda po em que são cometidos."
uma quarta corrente, abandonando os Esclarece, ainda, que o Supremo Tri-
três critérios ant.criores, adotou a com- bunal Federal e o Militar têm entendi-
petência ratione legis, isto é, deu am- do que "os crimes militares são os que
pla liberdade ao legislador ordinário a lei deftne como tais ._. ralione Jegis."
para definIr o delito militar e subordi-
nado à ação dos pretores militares. O "Tal doutrina, acentua, explanada no
último critério foi adotado pela Consti- acórdão de 28 de setembro de 1928 do
tuição Brasileira de 1946. Supremo Tribunal Militar, no Qual sc
iê: Os demais conceitos diferenciais da
Barbalho (') ligava-se bem à escola natureza dêsse delito, como sejam ra·
dos que defendiam os crimes militares tíone materiae, rationc personac, ratio-
em ra7.ão da qualidade militar dos seus ne loel, ratione tcmporis -- serviram,
agentes, ou seja, atento ao conceito ra- sem dúvida, de orientação ao legislador,
tione pcrsonac. pata a capitulação dos crimes constan-
Segundo Chrisólito de Gusmão ("), tes do Código, atuando, ora Isoladamen-
te, ora concomitantemente
essa é a verdadeira tendência moderna
Inclinada a só considerar crime militar Teàrieamente, o crime se torna mm-
aquele que só pelo militar possa ser lar pelo concurso de dois ou mais da-
cometido. "constltulndo, assim, uma 111- queles critérios: um só dêles raramente
fração especiflca, pura, funcional ou de é suficiente para sua caracterização,
serviço." salvo quando contém implicitamente um
No direito brasileiro o mais anllgo dos outros. Assim é que o crime de de-
documento conhecido sôbrc essa m,.tc- serção se reputa essencialmente mllltar,
raUonc materiae, motivo êsse que não
ria é a provisão de 27 de outubw de pode existir no caso sem o -elemento
1834, "que reputava crimes meramente
militares todos os declarados nas leis
militares e que só pelos cidadãos alis-
tados nas fileiras poderiam ser pratica- la) Bar!>olh". op. <'1l.
dos. E tals eram, segundo a dlta provi- (9) Chrls611to de GlIsmlo - "DI,,,lto Penal
Ml1lmc" -- pAI:. 41 - 1915.
são: 1.0, os que violam a santidade e
(10) Documento cItado por castro Nune~
religiosa observância do juramento "T~rll\ e Pr~tlcl\ do I'odl'f Judll'lúrlo" -
prestado pelos que assentam praça; 2..°, ]943 - pilg 404.
os que ofendem a subordinação e boa rlll Castro NUlle~, 0I'. c!l
106 REVISTA DE INFORMAÇÁO LEGISLATIVA
----- ~_. ~- -. ---- --------

pe8AOal. ratione ~rsonae. porque, sem tadamcnte, ao mesmo tempo, real e pes-
que o agente seja mil1tar, o crime não soai: ratione mat~ria~ e ratione perso-
pode ter eMa natureza_ nae.
O mesmo se dá. em relação aos cri- A5s1m, nem o critério ratione lt-gis,
mes de abandono de pôsto, de inobser- apreclado isoladamente. nem o critério
vânda do dever militar, de insubordi- ratione [oci, apreciado em conjunto, no-
nação. de traição, de covardia, revolta, de, como se pretende, na hlplltese ver-
todos, essencialmente rnllitares, ratione tente, caracterizar o delito mUitar. pa-
materíae. Os crimes de morte, lesões ra relegar à competencia dos tribunais
corporaIs. tuTtú, dano, peculato, falsI- militares."
dade adDÚnistrativa. e outros, só se con-
sideram militares quando praticados A orientação deste acórdão do Supre-
poe militares contra ml11tares. ou no mo Trjbunal Mimar r connrmada rm
exercício de funções mUltares. Os crI- acórdão do Supremo Tribunal Federal
mes de libidInagem têm a indicar-lhes ("I no qual se li>: '
o caráter mUitar somente o cr1wr.o ra- "Como se vê, o qU(. sejam delitos mI-
ilune jlenonae. Os dellws previstos no litares as suas dir'!rsas espêcles (lU
art ? o. § '.\.0. dI) Código Pena\ ~mtar, classes, se estas se devem constituir
consideram-se passiveis de penas mili- obedecend<J aos critérios ratione mate-
tares e são sujeitos ao fôro militar, ra- ria~, ratione loci aut temporis, ou se
tlone temporis e ratione l~i, indepen-
dentemente do critério pessoal. ao contrário, é de necessidade reduzir
êsses delitos as mfrações esprcificas e
Para o juiz -- são ainda palavras do funcionais do soldado, aquelas em que
acórdão, do qual foi relator o Ministro l:á dupla concorrência de qualidade mi-
Edmundo da Veiga ... para o juiz. po- litar -- no ato e no agente, tudo isso
rém, o critério regulador e decisivo ela ricou a cargo das legislaturas ordiná·
diferenciação do crime militar é o ratio- :'las. sendo nestt' ponto restaurado o
ne legis. Se o delíw estiver previsto no pensamento da pnmeira parte do (l.ft.
Código Penal Militar i.' militar, e se nêle 100 do Projew da Comis.são nome:>,da
não tiver sido incluído. não pede como pelo Governo Provisorio que excluiu do
tal ser considerado." Observa, a seguir, fõro comum os erimes definidos em Ie:
Castro Nunes que assinou veneldo o mi- militar.
nistre Bulcão Viana, que, entretar.to, Se a ConstituiJ~te hOl]\'l'SSe dehhera-
escreveu no seu voto: "Não sou dos que do desatender a esse pensamento, te-
entendem Que o fóro mWtar só é com- ria colocado entre o ~,Jbstantivo delitos
petente para conhecer dos crimes pró- e o adj('tlvo militares, modificando i~s­
pria ou essencialmente militares isto é te, um dos seguintes advérbios: pro-
os que só peio soldado podem 'ser co~ priamente, puramente. essencialmente,
metidos. l)<)t consis:lrem na infração privativam('nte".
especiflca e fundonuJ da /lror!s.~ão llIÍ·
htar. Pensu, ao contrarIl). que o fóro mi- Afirma, ainda. Cas~ro NUl1('s I"): "0
litar f? também competente para. ccnhe- que sr. lx)de ca:j('!uir do que acaba de
cer dos cri:nes imprópria cu acidental- ser exposto e quI:' crimes mIlitares são
mente mllltarf?s, Isto é. daqueles que. os que a. lei define como tais OI;. ';Iljei-
por Sua natureza, cmbcra possam ser tos ao julgamento dos tribunais mili-
ronsJderados cclJluns. trnham, entre- tares Não rx!s~e para () legislador qual-
tanto. alguma razão especial em sua es- quer limite fundado na natureza da in-
:rutura que diretamente possam af(':ar fração. Esta. qualell.:er q UI.' se) a, podE'
a subordlnaç.ão, boa ordem e disciplina em clrcunst:inclas prefiguradas na leI,
militar.' E mais: "Ora, o nosso Código constituir um dt'li~ militar e caber na
!ur~sdlção militar. Por isso é que o cri-
Penal Militar é quase copia servil do me cDmum, pratira()D l'm dada DcasJão
Código Penal Comum, e lotar í&<;c um nc- ou em certo lugar . ratione temporis
tável Jurlst.a pátrio, de sàudosa memó- aut loci -- toma " feição lle, ainda que
ria, kve ocasião de diur que no Cud:- acidentalmente, militar.
go Penal Militar só ná:) se enccmtrava Assim. o crime comum, comlé'tido (!Jn
definido e previs:.o o cr:me de abôrto_ certos recintos. repl:t:l-se miHtar.'
No direito brasileiro. como diz Rui
Barbosa. em seu notávei parec(>:, por
ocasião da conspIração militar em ]904, L2) Acórd§'o çltQ,d~) r~;!" t"Qstrf' ~~.!',t·...;. np ê~~
o critério do delito rnllltar é, mui acer· 113) Castro N~Jn~s. op :-H
JANEIRO A MARÇO - 1968 107

A Constituição de 1946 adotou o cri- ção da legislação penal militar, decla-


tério da ratione legis. Dando assim ple- ra-se S. Exa. em oposição a qualquer
no arbitrio ao legislador ordinário ampliação do Direito Penal Militar.
quanto à definição dos crimes m1llta- Diz S. Exa.: "A lei é Indispensável à
res, talvez procurando fugir das difi- segurança nacional, mas não é tudo. Se
culdades da conceituação dos mesmos. devêssemos põr essa segurança, sob a
Cláudio Pacheco (") observa que náQ égide exclusiva da Lei Penal Militar.
aceita "esta conclusáQ, sem ressalvas e decretarlamos a falência de tõdas as or-
restrições. Ao nosso ver, - diz - a ganizações que, direta ou Indiretamen-
competência do legislador para definir te, a ela estão ligadas. Mais um passo
crimes m1lltares não será absoluta, an- audacioso no sentido da militarização
tes será relativa. no sentido do respeito das leis, chegaríamos ao absurdo de
às competências da justiça comum e tornar o Código Penal Militar o verda-
das outras justiças especiaIs. às lições deiro Código Penal Comum e o Código
certas e fundadas da doutrina, especial- Penal comum o Código Especial."
mente aquelas que assinalam e encare-
cem o caráter restrlto. Improrrogável, Confessa ainda o autor: "Não pode-
excepcional, da jurisdição mllltar. Tam- mos aceitar como democrático subme-
bém devem ser considerados os prece- ter o cidadão civil; por atos não espe~
dentes e a tradição. Entendemos asstm clais, a tribunais especiais. O prtncíplo
que não prevalecerá a disposição da lei democrático é a igualdade e não a exce-
Que defina como crime mllltar ato que ção. Em matéria criminal. socialmente
tenha um outro caráter, ou que ve- falando, o Código Penal comum o reall~
nha sendo considerado tradicionalmen- za, pois a ele estão sujeitos todos os ci-
te como de outra natureza, como de ou- dadãos, civis ou m1l1tares, e, só em fun-
tra j urtsdlção, cuja prática em nada ções irredutíveis às da. vida clvU, expll-
prej udlQue ou afete a hierarquia, a dis- cam democràtlcamente um Código ex-
ciplina, a obediência das fôrças mlllta- cepcIonal."
res, a segurança externa do pais e as Em prosseguimento ao seu trabalho,
Instituições mll1tares." passa. o autor à justtrlcaUva de sua po-
Em 1958, o Superior Tribunal MUltar sição em contrário à conceituação legal
comemorava o sesquicentenário de sua de crtme mllltar, não aceitando. doutrt-
fundação reunindo, no Rio de Janeiro, nàrlamente, o critério rattone legis pa-
o Primeiro Congresso Nacional de Direi- ra conceituar o delito miUtar.
to Penal. DIscutiu-se, então, o conceito IWssalva S. Exa. como é óbvio: "O
de crime militar. A tese foi apresentada quanto afirmamos, é claro, não Importa
pelo Cel. Dr. Ernâni Adalberto de Cun- em negar o Direito Penal Militar."
to e teve como Relator o Capo Dr. Her-
minio Gomes da SUva, que assim se ex- Expõe ainda S. Exa., com a proprie-
pressou: dade e a agudeza que lhe são peculia-
"A tese apresentada ao I Congresso res:
de Direito Penal Militar pelo Cel. Dr. A Justiça Mllltar "é uma justiça de-
Ernáni Adalberto de Cunto, professor terminada por funções especiais e de-
de Direito da Academia Militar das veres especiais, da qual o cidadão,
Agulhas Negras, Intitulada "Conceito alheio a essas funções e a esses deveres,
de Crime Militar", versa, de modo geral, não deve sofrer os rigorismos, por vêles
sôbre o delito m1l1tar, tendo em vista absurdos para o próprio m1l1tar, como
a extensão do fôro militar aos civis e à o da negação do "sursls" em penas de
sua competência no crime de militar mínIma significação.
contra mllltar, por motivo não milltar. Sintetiza o autor seu trabalho nos se·
De inicio, o autor procura deixar bem gulntes itens:
definida a sua posição diante do pro-
blema da dIlatação demasiada do con- 1.° - Se é exato que as leis m1l1tares
ceito do crIme mUltar, considerando B exprimem a cultura civil de um povo, a
iei substantiva que rege a matérta (Có- nossa legislação especial é um parado-
digo Penal Ml11tar - Decreto-lei n. O •• xo, frente ao civilismo nacional.
6.227, de 24 de janeiro de 1944), nesses 2.° - A legislação penal mll1tar des-
casos, "num flagrante paradoxo, diante viou-se da orientação primitiVa, e, im-
da vocação civlUsta do Brasll".
Discordando fundamentalmente de
autores que adotam a tese da amplla- (14) ClAuc!lo Pacheco, op. clt.
perando o critério ratione legis para crime militar é, doutrinàriamente. ina-
conceituação do delito militar, contra- ceitável, data venia, porque a lei po-
diz as tendências democrática e liberal de ser arbi trárla:
do povo. Considerando Que continua de pé a
3.° - Tôda a nossa evolucâo, históri- lição de Rui Barbosa: "O critério de
ca e política contraria os Códigos Mi- delito militar é mui acertadamente, ao
litares, adj eU vos e su bstan tivos. mesmo tempo, real e pessoal, ratione
materiae e ratione personae. Assim, nem
4.° - €sses Códigos. produtos de de- o critério ratione legis, apreciado isola-
cretos-leis, exculpam-se, por serem Có- damente, nem o critério ratione loci,
digos de momentos anormais do mundo apreciado em conj unto, pode caracteri-
e do Brasil. zar o delito militar. para o relegar à
5.° - Os civis só excepcionalmente competência dos tribunais militares"
deveriam estar sujeitos à jurisdição mi~ (José Frederico Marques, da Competên-
litar em tempo de paz. cia em matéria penal, pág. 146);
6.° - O militar apenas deve subme- Considerando que não pode ter aco-
ter-se a essa jurisdição quando delin- lhida o critério exclusivo ratione legis,
qüe, uti miles. por ferir profundamente o nosso senti-
7.° - A Constituit:;ão Federal não mento jurídico, embora rendamos imen-
pode deixar à lei ordinária um campo so respeito ao determinado na lei penal
ilimitado para conceituar o crime mi- substantiva:
litar e importava definir que vem a ser Considerando que em apoio na lógica
"Instituições militares". para restrmgir jurídica que ressalta do desenvolver do
o delito militar. tema surgem grandes mestres do Direi-
8.° - A segurança nacional deve es- to como Nelson Hungria, cuja lição im-
tar precipuamente posta na disciplina pecável sobre a matéria ainda ressoa
consciente do povo, preocupando-se os em nossos ouvidos. lição essa por de-
governos com a sua educação, reforman- mais recente. porquanto proferida na
do-se para isso a péssima legislação sessãa solene de abertura do I Congres-
educacional. so de Direito Penal Militar (8.6.1958):
Afinal, defende-se o autor, com j us- Considerando que a tese é, sem dú-
tas razões: "Dirão que a nossa tese é vida, de uma atualidade palpitante.
antiquada, obsoleta: que o Ministro devendo ser considerada de grande in-
Acyndino Vicente de Magalhães assim terêsse;
votou em 1915: que duas guerras mun- Considerando que a matéria deve ser
diais já eclodiram. Sim, a tese é anti- ventilada sempre que houver oportuni-
ga. De moderno. nela só a nossa cora- dade, como é o caso. para que melhor se
gem de ressuscitá-Ia. Concordamos. firme doutrina a respeito:
Mas a lei vigente. retrocedendo a tem-
pos mais bárbaros do que o do Conde Concluimos pela procedência da tese
de Lippe. é mais antiga ainda. É medie- apresentada, julgando, pois. data venia,
valesca! E essa lei atual, atualíssima. que os civis só excepcionalmente. por-
sob o critério ratione legis, impera num tanto, deveriam estar suj eitos a i uris-
regime que se pretende democrático, dição militar em tempo de paz; que o
nascido após a luta da democracia con- militar sômen te deve submeter-se a es-
tra os selvagens civilizados que inven- sa jurisdição quando delinqüe uti miles;
taram a segunda catástrofe mundial r finalmente, que a Constituição Federal
Isto posto: não pode deixar à lei ordinária um
campo ilimitado para conceituar o cri-
Considerando que a militarização das me militar e importava, sem dúvida de-
leis deve ser encarada com muitas re- finir. explicitamente. o que vem a ser
servas, para o que deve sempre estar "Instituições Militares", para restringir
presente a lição de Esmeraldino Ban- o delito militar."
deira: "Nada reflete melhor a cultura
civil de um povo do que as suas leis mi- PESSOAS QL'E ESTAO SUJEITAS A
litares. Quanto mais militarista fôr uma JURISDIÇAO )1IL1TAR
nação. tanto mais militarizadas serão
suas leis;" É preciso otservar quP () ato defini-
Considerando que tao-só o criterio do em lei como c.rime militar. nem sem-
ratione legis para a eoncei tuaçao do pre está sUJ eito à jurisdição militar. De
JANEIRO A MARço - 1968
.- - - - - - - - - - -109
-
Bcôrdo com o art. 108 da Constituição CONCLUSOES DA TESE
de 194& é necessário que êle seja pra-
ticado, em regra, por mBltar ou pessoa I - Assemelhado é o civil que, direta
que lhe seja assemelhada. ou indiretamente, exerce função de na-
tureza civil ou m!Utar nas Fôrças Ar-
Entretanto, quais são as pessoas as- madas, nas Fôrças Auxiliares ou nos ór-
semelhadas aos m1l1tares? gãos administratlvos que delas se
ocupam, c, em razão dessa circunstãn-
Pontes de Miranda ('.) ensina: "Já o cia, adquire estado juridIco especial que
Código Penal da Armada, art. 3.°, dl- a Constituição equiparou ao de militar
zla que as suas disposIções haviam de para os efeitos da jurtsdIção mlUtar.
ser apllcadas a todo Individuo mllltar
ou seu assemelhado. O Regulamento 11 - t a condição de sujeito à ju-
Processual Criminal Mllltar 06 de ju- risdição núlitar. em virtude de sua equi-
lho de 1895>, art. 32, usou da mesma ex- paração ao "militar", por preceito cons-
pressão, e o Código de Organização Ju- titucional, que submete o "assemelhado"
diciária e Processo Milltar (Decreto n.o ao regime disclpUnar militar, e não à
14.450, de 30 de outubro de 1920, art. condição de sujeito ao regime discipli-
96>, definiu: "São assemelhados, para nar militar que classifica de mil1tar a
os efeitos da lei penal, os que exerce- Infração (crtme ou contravenção disci-
rem funções de caráter militar a bordo plinar) em que o "assemelhado" figura
dos navios da Armada ou embarcações como agente ou vítima, em slt~ação
sujeitas a êsse regime, nas fortalezas, igual à do ml1ltar.
quartéis, acampamentos, estabelecimen- 111 - A lei penal formal, elaborada
tos, repartições, lugares, em geral, de pelo Congresso Nacional, é o diploma
caráter proprtamente militar, e os su- que, regulamentando o preceIto consti-
jeitos, em razão de serviço que desem- tucional sôbre os Umltes da j urlsdlÇão
penham, devidamente especificado em militar (penal e dlsclpUnar>, pode de-
leis ou regulamenkls, a preceito de su- tinir a sujeição do "assemelhado" às
bordinação ou disciplina". Mas o De- suas normas, por constituirem normas
creto n,O 4.988, de 8 de janeiro de 1926, penais e as normas disciplinares maté-
art. 2.°, corrigiu-o: "São assemelhados rta de natureza essencialmente estatu-
os individuas que, não pert.encendo à tárta.
classe ml1ltar dos combatentes, exer-
cem funções de caráter civil, ou mlll- IV - O Código Penal Mllitar. de 1944,
tar, especificados em leis ou regulamen- embora com fórmula Imperfeita, no fa-
tos, a bordo dos navios de guerra ou zer remissão à norma dlsclpUnar como
embarcações 31 êsses equiparadas, nos a fonte legal para definir o "asseme-
arsenais de guerra, fortalezas, quartéis, lhado", há de valer como a regulamen-
acampamentos, repartições, lugares e tação do preceito constitucional sôbre o
estabelecimentos de natureza e juris- Instituto estabelecido nas Cartas de
dição mUltar e sujeitos, por isso, a pre- 1937 e 1946, na parte em que considera
ceIto de subordinação e dlsclpUna." O "assemelhados" oS funcionártos dos mi-
Decreto n.O 24.803, de 14 de julho de nistérios mlUtares; e, assim sendo, não
1934, que alterou o Código, manteve es- pode ser modificado por simples ato do
sa regra. Por onde se vé que a nature- Poder Executivo, no uso da atrtbulção
za das funções não Importa, - o que de regulamentar as leis, porque foi ex-
Importa é a subordinação, a disclpllna. pedido com apoio na disposição consti-
Assim, a. lei penal, sob a ConstituiÇão tucional que, na época, atrtbuía ao Pre-
de 1946." sidente da República legislar por meio
de Decretos-leis, na alisêncla do Con-
Com o objetivo de melhor esclarecer gresso Nacional.
o assunto, publlcaremos, a seguir, a te-
se "Conceito de Assemelhado Estabele- V - Por conseqüência, são jurIdica-
mente inoperantes os atos do Poder
cido por Preceito Constitucional e seus Executivo que, em matérta disclpUnar
Corolártos lógicos e Jurídicos", debati- mUltar, modificaram as normas sôbre
da no I Congresso de Direito Penal. ('")
em 1958:
Autor: Ministro Márto Tibúrclo Go- (15) Pontes de MIranda - "Comentlu1oa •
Constltulçl.o de 1946" - Tomo m - 4.&
mes Carneiro. edlç60 - 1963 - pAg. m.
(UI) ..Anais do I ConçesllO de DIreIto Penal
Relator: Prof. José Salgado Martins. ML11w" - :l.a volume - 19$8 - pAgo U.
110 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

"a~,~('ml'lllad\l" l'xi:<l('Il\i}' 1\:1 Dt:lTL'~!1 (llsdpllll;l1' a C'llnpc\.i'lina dli p()(il'1' !':xc,


Ll'l-'islaU'.'o n,' 4,!I~)iL UI' fl di' plll'im elc' Cl/tl vo
1!J26, l' nu art, n," de (;.)rll',;1I Pl'ILÜ :V1i-
Volt,lndo ;1 insbUr q\le I) t:linn'lto do
litar de 1+4-1, q\ll' 11;"1') de S"!" illll'l'PF'-
;,S,~('I1l(' IlJ;ldo d{",'r s('r () f\)rnccicto pel:,
tarlils a luz cb COll:;ti(lIicllO l]() PI'L'I'l'IU
(Íl\ :lrt. 10H I' ~I"'l pill ilgrafo
ln, () :lustre :>llll, Clil1ll'S Cal'tll'!ro pro-
Cld':,-. (l!~!~-l.(). rl'~di,'a:' a Sll.~l I ')l..Pgc:-.;C'. {'Ul
T"l'llll das clts]lf1.'i<'(-)(,':' legaIs, arlic',ilan-
l{ n ,,\'1'1 lHlO el.l ü ("mci'lto l'elitadll pdl) 'll't. g" do
diploma lW!lil! ll11litar C'illl t, Ilurma
Ofl'U'l'(' au I ('Ol1gT\'"S() de IJil',.jlu 1'('- l'OllsI1tuc;un:l! colbt~ltl\(' do ;lrt 108,
nal Ivlilltar n Il\l~trl' '.\ini,! rI) l\Ltrjo Ti· r'lpul. d,l CI)nsLtuic,-,O F\'lkral.
búrciu GOll1l'S C~Hnl'Íro Iltll;1 11ll[l'Jr1 an A scu Vi'l" "nL(I) (', LI l"Jt1C!JI'CIO de S\l-
t(' cOll\ri1)lIküQ ell1 ma 1,"ri:1 qUL' slIbs- JI'lto ao 1'1 '!.!, i 1111' disl'ipllllar ,p'l\, das~iri­
(ancia!ml'lltt' Illtl'rl'S,~;1 ,'I apJica'-:;'w da l'a de lllilil.l: a 1l1fra i :à'J "lll q\lt' () "as-
l('i IWlli11 nulJt;Jr. qll:ll sei;l a tll'(' dil. sl'l1ll'lllaelo" i-' ;q,(i'nte IlU vitllll:l: ao I'llli-
respeito ,'l 1'1g'llLl di) a,'"cml'lllad,l. tr:iril) disso, é a colHilc;'w dc SUJcito ao
Ü t'tn11 H'lltl' :lllt"r d,l t..'>L' ,~:diL'nl:I, de fum militaI'. ;i Illr:sll1~';lo mtllt:;r, I'lll
mÍl'io, qlil' (J l'(Jll('('::U de :lss,'ml'liliHI" vir111l!e ck Sllil qua];cLu!e <I,' "l'ouillilra-
passou, entre lllJS, (1:1 ],'gisLll,;'IU ul'dm:l" ção do militar", que o submete ao regi-
ria para o cl'llllll1111 d,t lloriH;1 clIlIsll1ll- I1W di'iClplillar militar"
Cil)llaL ;1 ]J:lrtir di' I (:1 ~ DI'1l t ru cit'~S;l.s pn'lllh:,a,'i, 11 :1 lltor da
[{I'curda, .l ~I'.~lIlr, "'> 1\'xL's l'1I1l.'>tltli- \r:-;c CCll1cllil lj!\[' aS,'ieILdlladu (, () 1'lVil
l'iun,li~ elc' EI3í v dc l~;46 qUl' 1'()1l1111U;I- qUI', dIreta u\! indJrd:UllL'l1l(', ('XI'rl'C
ram a ('ditar U llH',',JllO Jll'indJl'i!. fUIlC:lO d,' liaL'.lrl'/a CIvil iJll millt:u n:ls
Fi JJ"('a~ ,\ t"m:ll!.ts nas F,lrc:\::: lI. u ,:i li:1l"p:i
A eqlliparac:l(J do civil :lI! lll!l1t~tr. ad- (J I, IlClS Ul'!!:'t( ':i adllli Ii ist LI ti ':11:-; (J'.:C IH'-
mil ida pl'l~l COl]StitlIJo'i-iO di' 1!I,Hl. CIln:o I:ts se (JCllp;i1n, ,', I'!ll 1'a'<", dl'-",a dl'-
fora pelos EstatcLl,ls di' l~':H (' 1!d7, se ('unst ;IIH'la, :l(lq lI!!P l'sL!do .I11rid;I~[l l'~­
cfl'tu;lril. ]Jurl'l11, scg\;[;c!o a 1"1, L' Ilao pedal qUl' a COT1slitllit:üo ('quiJlarou ao
por illu:; cmanados elu I'ocil'r EX.'l'lll1\'11
de m'li,ar l':n';l I',' dl'iti" d~l ~l,llSdl<'ClO
l1a sua esfvLl l'ef;lll~llnlnLH, milil ar. .
Rccorda l'llLll) qUL' II ('; ,!'C,'I,i) dI' as-
senH'lllac!o, ai) [J;;S,-;,ll' P,ll'il II :\m\1itr:
constitucional. ctn 1:13~, c;'a u ('''IlSil~',r;l­
clo pelo Dt'crl't1J Ixg.sl:\l i Vi) n," 4,!i3a de :';1:' l:elll ;\jH'i'Cllliclll ::, (J ]WnS,lllll'll til
a de j~ll1('irlJ (;c 1!!:.!G. do L'minclltl' ~l\:tllr éb ti'Si', S Ex:! SllS-
Cum IWCl'li'Ii:\S ;\ltel'[\c'lll'S, c,-;se ("In- (I'nta que (1 ("II1l'I'it" de as"elHclllLHio
ccito fUi rCl'cilLld'J 111) ,\I'L :~(J d.) CudigIJ n:i.lJ depend!' "d:l CII!1(!JC:1O ele Stljl'itú ao
(1:\ Justit:il :-.rilibL d,' I: 3,l. :linila vi- rt'gime disciplinar militar", PO]S esta "tl-
gl'!1tI', e no art B' dlJ ;,tu:d Cudig,) Pe- id(:[w é s[l1lpl{',~ pfPltO l' !li-lU l'al1:-::l ela
Ilal :-.lilitaL equiparac;-(() do Civil ao miltLlr. .iá reall-
I.;\C\;l por [lj'('l'l'ltu (',)11:-:1 itUCillllil l.
J',';l pk!l:l \':~.·IH'i,l dl'';sl' rq!,.Ilil' .illl'l-
:\Iigll1':I-:,I'-Il",", lj!l{':t c.'l:cl,,~CI" dp
clico, no tl'can(e ali ;l,-.'il'llll'lludll, ~:lnÜ\1
illl~trc au(u1' i;jVl'l'k os Ic'rlllOS du [lI'O-
o l1cc'l"d,) 11" :::l ~iJ:l cl, lO dL' 11111hl)' di'
1!,15í, l'CVOg;\lh!O ;\ ;;lil:I';1 I) I d;) ;Irl 111 bldna, 1\ IWS jJ.ll'l'CC ql,e I' prtl'ls:ullell-
cio RDE Cjll(, lIll'luü U ':,S,'l'1ll1'11lact<l na \t' lia cOIllJie;'t1l di' StljCltll ;1 pl'cccitu dI'
eSlua clhl'ipli n;lr " sllbordi llac~'t(J l' dlsciplina (i UL' ,-;l' t'!l\'Pt1-
tra a ('all~a CL1 cq\ll]lara.'~ll) d" ('[,'il ;w
Sllstt'nt;l U :lul"r dil 1,.'.'(' :1 illl',)]]stitél- tlllhbr. para qu.' pll~sa de sn sl:IJmeti-
Clu11alidadl' l!u DlT1Tlu 11" :':L:.!(-:l, PO!:i do i1 j urisctieC\u 1H'na l da JIlstil':t \1ili-
segul1du o seu p"I\'~;llnl'l1t'l '0 a Ll'j tal' e a J\lri"dic;w ~,dl1linlstr:lti':~l elisd·
emanada do ('on;':Tl'sso ~arion;t1 pedi' plinar das FlÍ!'l:as :\1'II1'lcla"
dispor ,,(',1)1'1' a sillli\CLU ,iundic;l do) ci,'jl
A ConstitukCll) apl'lLlS c!!sp,-)[' que a
equiparav{'[ ao mUitar i' l'sLl I:' 0'11'
jdtam i .iurisdi6111 1'1'1::\1 r a c;h"lpll-
Justi<'a J\Iilit:ll' l'om])('tr procI's,':u e i\ll-
nar. J)p rl'stl1, [la!":, l) a'.lkr d~l j,'"l', "da- l!.:IL !lOS C'l'lIllIS milit:u'es Ildit:ic!'ls' t'lll
da a natul'cz~, prnal cio dil\'itJ\ discipli- te'i, 0:-; militar,'s l' a" ]lcs,'ioas [jlil' liws
nar", so\)n' ('ste SJ\ l) COn'2'lT,~.';o, na "dil SClO as"eJnclh;l.(l:\s I a;'t. 108"
tarda legisla li '.. ~ f'Spl'C i i IV :1, j10dl,ra di,s- N:1O dl"póe li (('x(1) COllStltIlC!\lIl;1l Ül-
por, i'sc,lpando ;l~ liUl'lJl;L" Ll('~:ie dil'!'ltu brc os ('<lSOS em que' se' oprra I'SS;, equi-
JANEIRO Â MARÇO - 1968 111

paração. Deferiu essa tarefa à lei ordi- lo, como é óbvio, tanto no sentldo de
nária e aos regulamentos militares. submeter os civis que exercem ativIda-
O art. 8.° do Código Penal Militar de-
des em servlçcs ou estabelecimentos
finiu a figura do a:lsemclhado. Nele es- m1lltares, como no sentido de exclui-los
do regimento discJpllnar ali dominante.
tá assim a explicitação e o complemen-
to do dispositivo constitucional. E, se- Foi o que ocorreu com o Decreto h.O
gundo o art. 8.° do CPM, "considera-se 23.203, que o autor argüi de inconstitu-
llSSemelhado o funcionário do Mlnlslé- cional. A tradição do nosso Direito, co-
lio da Guerra, da Marinha. e da Aero- mo mos~ra o próprio autor da tese, ClII-
náut.ica, submetido a preceito de disci- ge a referida cláusula da subordInação
plina militar, em virtude de lei ou re- a preceIto cisclpllnar por parte do civil
gulamento, ou peSS<la a ele equIparada que exerça atividade Junto às Fôrças
pelos regulamentos miUtares." Armadas.
Interessar.te será, agora. realçar que,
Como se vê. a cláusula da sujeição a havendo o Decreto n.o 23.203 excluido
preceito de disciplina é condicionadora do âmbito disciplinar os assemelhados
do conceito de asseme~hado. Ora, quem aos militares do Exército. Isto é, "os In-
dispõe sóbre essa sujeição será a pr6- divíduos que, não sendo mll1tares, exer-
prla lei, nos casos Que especificar, ou o cem, em virtude de cargo. emprêgo ou
regulamento que funcionará. como fonro contrato, Qualquer função ou trabalho
penal. Assim. a condição juridica do as- nos quartéis, repartIções, estabelecimen-
semelhado deve ser estabelecida pela tos ou lugares submetidos às leis, regu-
lei ou pelo regulamento. Lamentos ou dJsposlçõcs em vigor no
No nosso regime jurídico penal mili· Ministério da Guerra" (art. 11 do RDEJ,
tar, encontramos, no próprio contexto fêz desaparecer essa. classe de pessoas
relat~vamente a aplicaçãc das leIs pe-
da lei penal, a definição de assemellia- nais milltares. Pois, ainda que não hou-
do. Ao Invés de silenciar, como poderia vessem sido modificados nessa parte os
fazê-lo, o ~eglslador preferiu expticltar regulamentos disciplinares da Marinha.
o conceito. Mas. ainda assim, expliclta- e da Aeronáutica, como foi o RDE, pelo
menw atribuiu ao regulamento a fun- Decreto n. O 23.203, não poderia subsls-
ção Integradora do preceito penal. tlr a figura do assemelhado nos dois úl-
Não há novidades neste passo da lei timos ramos das Fôrças Armadas. por
penal militar. As chamadas leis penais fôrça do próprio prlnc íplo de igualdade
em branco deIerem a outra lei ou, as de todos perante a 1el.
vêzes, a meros atos administratIvoS a Desaparecida a figura do assemelha-
integração do preceito incrlmInador. do s6 há cogitar do civil, como sujeito
Assim, no art 269 do CPC, o preceito ativo da lei penal militar, quando fôr
somente se int.egra na sua plenitude agente de crime contra a segurança ex-
com disposiçáo de regulamento san1ta~ terna ou contra as Instituições m1llta-
rio em que constem as moléstias conta- res. E o Código Penal Mllltar, no art..
giosas que exijam a notificação com- 6.0, n. o lU, nos fornece o critério e os
pulsória por parte do médico. elemento9 para identificar os delitos
contra as Insti~ul:;ões ml11tares. Em to-
Ainda relativamente aos funcionários dos os casos especificados pelo n.o nr
públicas, a lei penal comum define o do referido art. 6.° ficam os civis sujeI-
Que se deva entender por funcionário tos à jurisdição penal miUtar. Dêsse mo-
público para os efeitos da legislação pe- do. o cIvil que exerce atividade nas Fôr-
nal, o que entretanto não exclui a com- ças Armadas, embora não esteja sujeIto
plementação de outras leis ou regula- ao regime disciplinar, estará submetido
mentos em que figurem elementos inte- à le1 pena. mllltar, quando o delito por
gradores do conceito de servidor pú~ éle praticado fôr de natureza mllltar,
bllco. Isto é, sc encontrar entre os especifica.
Assim, com o maior respeito ao eml- dos pela lei a. que nos referimos.
r.ente Ministro Gomes Carneiro, que O Ilustre Ministro Gomes Carneiro
consideramos um mest.re na dlsclplma postula uma definição de assemelhado
penal m1l1tar, ousamos divergtr da tese multo ampla, em cujo contexto se in-
quando nega ao poder regulamentar do cluiriam todos os civIs que exerçam
Presidente da República a competencla Qualquer atJvidade, direta ou Indireta-
para editar normas disciplinares con- mente, junto às Fôrças Armadas, ainda
cernentes aos assemelhados. Pode faze- que a ativIdade 1ósse de natureza civIl.
111 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

Concluindo, propomos as seguintes dispunham as Constituições de 1934 e


conclusões, em substituição às constan- 1937, aproximadamente, que as paten-
tes da brilhante tese do eminente autor: tes, com as vantagens, regalias e prer-
l.a - A Constituição Federal não de- rogativas a elas inerentes, são garanti-
finiu o que seja assemelhado, Deferiu das em tôda a plenitude, assim aos ofi-
à legislação ordinária ou aos regula- ciais da ativa e da reserva, como aos re-
mentos disciplinares das Fôrças Arma- formados e que os titulos, postos e uni-
das o encargo de dizer em que condi- formes militares são privativos do mili-
ções os civis poderão ser considerados tar da ativa ou da reserva e do refor-
como assemelhados aos militares. mado, Assim, entendemos que nada im-
pede, desde 1934, que a lei ordinária
2. a - A lei ordinária que é o CP},!, possa definir como militares crímes im-
ao conceituar o assemelhado, considerou putáveis a militares reformados e sujei-
como integrante dêsse conceito, a sujei- tá-los à jurisdição militar,"
ção do civil ao regime disciplinar das Adverte, ainda. que apreciando moda-
Fôrças Armadas. lidade especial, já decidiu o Supremo
3. 01 - A exclusão dos civis do âmbito Tribunal Federal, "que o militar da Po-
disciplinar. como assemelhados aos mi- lícia Estadual, quando em função civil.
litares, realizada pelo Decreto n,o , ...
23.203, fêz desaparecer a figura do as-
117) CláudIO Pacheco. op <,il, Pt.ll. 33R.
4. a - A inexistência do assemelhadu
(IR) Acórdão elo S T F, citado por Cláudio
no atual direito disciplinar não impor- Pachem, profendo em 13 de setembro de
ta na exclusão do civil do império da 1951: VoU, do Ministro Orozlmbo :-10 ne. to ,
lei penal militar, pois. consoante o art. relator: "Esforçado nesse disposItivo é que
6,0, n. O lU do CPM, ele está sujeito ü o emJnenle Procurador-Geral de. Repú-
blIca. no parccer de fls, opIna lia sentIdo
jurisdição penal. quando agente de cri- df' fie c1irintir o ronfHtn, proclamada a
me mihtar, como tal definido em lei. competêllda, no <,asa, da JustIça MUltar
A objeção de so:' trntar de otidal retor-
5. a - Só serú legítimo falar de asse~ nlado sena procedente. mã.s Irrelevante.
melhado quando a lei ou regulamento Fala n dispOS1Civo ci~ado em militar em
submeta o civil que exerça atividade nas situat;ã.o de ath'idadf>, o qlle abranl;c- o
reforma.do se se encontra. corno no caso,
Forças Armadas, à dlsciplma militar." em desempenho de função mjlltar. C"mo
a r'ireçáo de um Tiro de Guerra. que tem
or~anização n1ili l.-ar, enlbora se lhe at.ribua
Cla udio Pacheco (" l esclarece que caráter de sodedade C["l!.
sempre se tem considerado e assím c,- É que, corno observou O MM. Juiz de
tá inscriUl no art. 11 do Código Militar Serrinha, SUIl Lmçíí.o ~. nlt:damente, c1vi-
(decreto-lei nO 6.227, de 24,1.441, "que co-mllltar e sua crIação prerrogatlvn do
o militar de reserva ou reformado, con- 1\.1inist(irlo da. Guerra, llOS tprmos do regu-
lamento e.)1rol'lLdo p~lo Decreto nO 19.694.
serva as responsabilidades e as prerro- de 10 de o\lC\lbj"o de 1945. E do próprIo
gativas do posto ou graduações, para art. 181, ~ 40. da Comtltulçáo F~der"l se
efeito de aplicaçãu da l"i penal militar, de8.511me ser o Tiro de Guerra ,')rgáo inte-
grante das ~"órças Armadas. pois nele se
quando pratica ou contra êle é pratica- dispóe que
do crime militar" Assinala, também, "Pi.1fU. favorc·cer o cl.lIllprinlent.o dat;
que a jurisprudência do Supremo Tribu- olnigaçües mIUta"eb, são pe~mltidus O~
nal Federal "considerou sujeito à juris- tiros de g\wrru e OUU'o.s Ón~lil)S de for-
r.laç&.d d{~ rC}ierVlstUf'i.."
dição militar o reformado que se en- Suhmel1do~i ~c ncharn ('l('s à o.drninis-
contra em situaçüo de atividade, ou no tração nlilJtar. vermos enl que a citação
desempenho de função militar, como do luto 6°, H.Q li. letla b. do CÓ(.1i~o Pe-
n~d :"Hl.tar. r' pernncl1t.c pRrn a crl1~c)u.~o
tal considerada a direçà(l de um tiro de dll. cllmp('tl'llcia. no ca.so, da Justiça. Mi-
guerra. que tl'l11 organização militar, litar, emhora ao tempo das infrações, o
embora se lhe atribua caráter de socie- diretor e o lnstruwr d00 tiros de ~uerra
dade civil." l I sóuH:nte fósben1 !·e~;ponsúvel.s, peranle R
adnlilllstraçii.o n11ll'tar, Pç'lo o.nnG.n1f~nto,
nluniçé.o. a~V(lS e cOll&'rvação dt' materia.l
A jurisprud('ncia. tudavia. não é unâ- ll~ado thretarncnte a In~";'l}ct{)ril.L.
nime quando se trata cle "militar re- Prcva.l(·{·(-~, entretnn~--O. a. (~Ollsld('raç-ão cít'
formado que se mantém afastado de :-:.,cr o TifO e1e Guerra órgão )nt.e~rante d~i.~
qualquer funçâo militar." Cláudio Pa- Fórça:-; Arrnatias, PULS n{~IE's. com.o no
Exército, no. :Marlnhll. e lla Aeronúuticl::t,
checo (; ) afirma que "o militar refor- cumprclll uS cldadãos o .'-iervlço das o.rtnH.S
mado conserva direitos (' regalias que 'vede Seailra Fagundt~s. "Al-;. Fórçfl.~ Arnul-
nêles mantêm a essencialidade da qua- àa.i na Const:tuiçã\l··, in "Rc\-iSLa .Füren-
>€", vol 115, pág;s 5 e 3661."
lidade de militar, Com efeito. O art. 128 I 191 Cláudio Pnch,'<'''' "]l. Clt.. pà~b. :;30, 339 e
da Cons!.ituiç:w de 1H4li dispõe, comfJ ::I3'j.
JANEIRO Â MARÇO - 19" lU

não tem fôro especial. porque a compe- decisões e sentenças dos Conse-
tência da Justiça Mll1tar só se estende lhos de Justiça;
aos crimes praticados em razão de pes- e) Julgar os embargos Op05tos aos
soas, de causas ou de lugar, por condi-
ção mllltar." seus aeórdãos;
f) julgar os conflitos de jurlsdiçio,
ÓRG1l0S DA roSTlÇA MILITAR E suscitados entre os Conselhos de
SUA COMPETANCIA Justiça Mll1tar; .
De acõrdo com a aft. 106 da Constl-
.> exercer o poder dlscipllnar sóbre
os Juizes inferiores e runcionirtos
tulção de 1946 "são órgãos da Justiça que lhes são subordinados;
Militar o Superior Tribunal Militar e
os juizes Inferiores· que a lei Instituir." h> exercer em grau de recurso, dos
Sady Gusmão (m) esclarece que são "re- processos de anelais e praçu
metidas para as leis ordinártas as dis- oriundos dos Conselhos de Justi-
posições sõbre número e forma de es- ça das Policias Militares da União
colha dos Juizes mllltares e togados do nos têrmos da legtslaçio v1gen~;
Tribunal Supremo, os quais são equipa- i) julgar os recursos de al1stamento
rados, em vencimentos, aos 1utl.es ou mmtar na lorma da leglBlaçáo em
ministros do Tribunal Federal de Re- vigor;
cursos, bem assim o acesso dos audito-
res." j) processar e julgar as rev1sões cri-
minais de condenações proferidas
A competência do Supertor Tribunal pela Justiça MIlltar.
Militar não está prescrita na Constitui-
ção de 1946. Mas, como observa Cláudio Entretanto algumas destas competên-
Pacheco ("). "nenhum órgão Judiciário cias desapareceram com o advento da
prescinde de uma competência especW- Constituição de 1946. Publicaremos, a
cae expllclta e por Isso continua pre- seguir, a brilhante análise de Cláudio
valecendo a que Já estava estabelecida Pacheco (") sõbre a matéria.
em lei para o Superior Tribunal Mill- "Ho)e, ~m face da atua\ CONU\m~
tar." (refere-se li Constituição de 1~) al-
O Código da Justiça Militar, aprovado gumas destas competências estão afas-
pelo Decreto-Lei n. o 925, de 2 de dezem- tadas. Agora, por fôrça do disposto no
bro de 1938, estabelece essas competên- art. 101, n. O I, letra Co não cabe ao Su-
cias, dentre as quais destacaremos as perior Tribunal Militar julgar os seus
seguintes: membros e sim ao Supremo Tribunal.
Não mais poderá caber ao Superior Tri-
a) processar e julgar orlginàrlamen- bunal Militar julgar crimes de respon-
te os Ministros do mesmo TrIbu- sabilidade de seus membros, de juizes
nal, o Procurador Geral e os ofi- Inferiores, promotores, advogados e ofi-
ciais generais do Exército e da Ar- ciais e escrivães. salvo se estiverem de-
mada, sendo que êstes últlmos Un1dos em le1 como cnmes mUltares,
nos crimes m1lltares e de respon- ou como crimes contra a segurança ex-
sab1lldade; os juizes inferiores, os terna do pais ou as instituições mUlta-
promotores, advogados, oficiais e res a que a lei tenha tomado extensi-
escrivães, nos crimes de respon- vel o fôro especial da Justiça Militar,
sabllldade; tudo em conformidade com o art. 108
b) declarar o oficial do Exército ou e seu parágrafo 1.0 da atual Constitui-
da Armada Indigno do oficialato ção.
ou com êle IncompaUvel, nos rer- O Código da Justiça Mllitar institui
mos do art. 160, parágrafo único, ainda como órgãos da mesma Justiça,
da Constituição da República: três auditorias na 3.& Região Militar,
c) 'Pr~eSS9.re julgar pet~ções de ha- duas na 2.& e uma em cada uma das ou-
beas corpus, quando a coação ou tras, além de Conselhos de Justiça de
ameaça emanar de autoridade três calegarias: Conselho Especial de
militar, administrativa ou judi- Justiça, nas auditorias, para processo e
ciária, ou Juntas de Al1stamento
e Sorteio Militar;
(20) &c1.y OusmlLo, op. clt.
d) conhecer dos recursos interpostos (21) C1!ludlo PacbC'CO. op. clt., pie. 320.
dos despachos de auditor e das (22) C1ludlo PacbC'CO, op. clt.• pàg!l. jJo 11 331.
114 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
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julgamento de oficiais, excetuados os ou cúmplices, cometerem crimes defini-


generais; Conselho Permanente de Jus- dos em lei como:
tiça, nas auditorias, para processo e 1) crimes contra o dever m1lltar, in-
julgamento de acusados que não sejam clusive os crimes contra o serviço
oficiais; Conselhos de Justiça, nos cor- militar e de insubmissão;
pos, formações e estabelecimentos do 2) crimes de usurpação de autorida-
Exército, para processos de desertores e de mJlltar;
insubmissos. 3) crimes contra a disciplina das fôr~
ças armadas, assim entendidos 03
Está ainda prescrito que o Conselho crJmes contra a honestJdade e
Especial de Justiça compor-se-á do au- bons costumes e a segurança da
ditor e de quatro juízes mUltares de pa- pessoa e da vida;
tente superior à. do acusado ou de sua
4) crimes contra a propriedade mi-
graduação militar sob a presidencia de
ofielal combatente, superior ou general, litar e a ordem econômica do
ou do mais antigo no caso de Igualda- Exército e da Marinha.
de de pôsto; que o Conselho Permanen- Pa.rágrafo único - Nos casos a que
te de Justiça compor-se-á. de três ofi- se referem os incisos n.os 2, 3 e 4, o dis-
ciais até à patente de capitão ou capi- posto nesta lei apUca-se aos crimes pra-
tão-tenente, além do auditor e de um ticados contra as fôrças policiais.
oficial superior que será. o Presidente e Art. 2,° - O fõro mll1tar abrangerá
que os conselhos de justiça para julga- os civis que, em lugar sujeito à jurisdl~
mento de desertores ou de insubmissos, ção militar, cometerem crime definido
serão constituídos por capitão, coma em lei militar, ou na lei penal comum,
Presidente, e dois oficiais, de preferên- contra pessoa Investida de autoridade
cia de patente inferior à do Presidente, militar.
sendo relator o Que se seguir em gra- Art. 3.° - Para o efeito da aplicação
duação ou antiguidade a êste da pena, os civis serão, sem qualquer
Ainda o Código de Justiça Militar, exceção, considerados praças de pré.
modificado pelo decreto-lei n.O 4.235, de Art. 4.° - Revogam-se as disposições
6 de abrU de 1942, prescreve Que o Supe- em contrário."
rior Tribunal Militar compor-se-á de A inconstitucionalidade dêsse decreto-
onze juízes vitalícios com a denomina- lei foi argüida ao Supremo Tr1bunal
ção de ministros, nomeados pelo Presi- Federal, pois entendiam alguns Que o
dente da República, "dos quais tres es- legislador ordinário havia exorbitado.
colhidos entre os generais efetivos do O Ministro Orozimbo Nonato, exami-
ExércIto, dois dentre os oficiais genprais na a matérla e esclarece que não ocor-
da Armada, dois dentre os oficiais gene- re inconstitucionalidade. "A Constltui-
rais da Aeronáutica e quatro civis." ção apenas deu o critério geral para ex-
tremar o delito militar do comum. Não
EXTENSAO DO FORO MILITAR AOS os enumerou e não definiu a exwnsão
CIVIS do delito militar, isto é, dos delitos con-
tra as Instituições militares ~ deflnlçâo
que cabe ao legislador ordinário.
A Constituiçâo de 1946 (art. 108, §
1.0), bem como as de 1934 e 1937, esta- 1!:ste, no caso, não transcendeu do cri-
belece a extensão do fôro especial da tério geral estabelecido na Constitul-
Justiça Militar aos civis, nos casos ex- ção." (")
pressos em lei, para a repressão de cn- Assim, também, pensa Castro Nunes
mes contra a liegurança externa do país (OI) quando profere o seu voto, no mes-
ou das instituições mllítares. Dá, dessa mo acórdão, quanto ao conteúdo da lo-
maneira, pleno arbítrio ao legislador or- cução constltucional "crimes contra as
dlná.rio para determinar essa extensibi- instltuições m1l1tares": "Podem ser con-
lida de e os casos em que ela se dará.. siderados crimes contrários às institui-
O decreto-lei n.O 510, de 22 de junho de ções militares os crimes contrários do
1938, "definiu os cas,Js em que o fôro ponto-de-vista da eficiência, do cariter
m1lltar se exwnde aos civis", nos têrmos bélico dessas instituições; podem ser as-
abaixo transcritos:
"Art, 1.0 - Serâo processados e jul-
gados no fôro militar, em tempo de paz, 123) Oro\':imbo Nonato, citado por C... tro Nu-
nes, op. clt.. pâg> 414.
os civis que, como autores, co-autores (24) Castro Nunes, op. clL, pllg. 414.
JANEIRO A MARÇO - 1968 l1S

s1m considerados do ponto-de-vlsta da 1967, Julgamos interessante dizer que,


economia das instituições. De qualquer de muito, se falava numa reformulação
maneira, a1nda é sempre o critério le- da Justiça Castrense. Opinavam um. no
gislativo, o critério do legislador. ~ êste sentido de ser modificado o Código da
quem vai dizer, dentro do critério lato, Justiça MIl1tar visando a atender a um
o que considera capaz de comprometer melhor aparelhamento da própria Jus-
as instituições m1lltares, o que conside- tiça dos Militares. Entendiam outros
ra como contrário às instituições m1U- que se devia modtf1car o art. 108, § 1.°,
tares, Eu não consideraria inconstitu- da Constlu1ção de 194e, a fim de esten-
cional êsse preceito." der o fôro especIal aos civis acusados
Jã CláudIo Pacheco (-) comentando "de prática de delitos de natureza po-
o § 1.° do art. 108 da Constituição de litlca e contra a segurança Interna do
1946, faz uma ressalva a respeito da
pais."
competência do Congresso para definIr Sõbre êsse assunto, Te6crito Miranda
os crimes mllltares: "Ressalve-se desde numa crônIca intitulada "A Competin-
logo que esta extensão não é obrigató- cia da Justiça Militar", p..) assim se ex-
ria, O Poder Legislativo tem apenas pressa:
uma faculdade para estendê-la, uma "Fala-se, com insistência, no envio de
opção entre se omitir ou estender, sem mensagelll ao parlamento nacional, pro-
nenhuma 'obrlgação em um ou outro pondo a modIficação do preceIto cons-
sentido. titucional -... art. 108, parágrafo 1.° -
Parece-nos, além disto, ser necessário a fim de possib1l1tar a extensão do tôro
sempre considerar que se trata de uma m1l1tar aos civis acusados de prática de
faculdade excepcional e perigosa de delitos de natureza polltlca e contra a
uma extraordInária agravação de intui- segurança interna do pais.
tos repressivos, de uma extensão algo Transformados que sejam em reali-
imprópria de fOro militar aos civis, en- dade os comentários, o que é, aliás. pou-
volvendo nova queb!}l do principio de co provável, os legisladores das duas ca-
igualdade, peio que seria pre1erivel que, sas do Congresso estarão a braços com
em sua vigência, o Congresso encarasse uma enorme responsab1l1dade, tal seja,
o assunto para uma nova e atual opção. a de evitar que vigore uma lei, sobretu-
Assim, não prevaleceria qualquer legis- do antldemocrática, ferindo em cheio a
lação anterior à sua promulgação. A sensib1l1dade social e contrariando uma
única legislação aplicável seria aquela tradIção juridlca que conta, apenas,
que viesse a concretizar a opção do Con- com a exc~ão de periodo inexpressivo,
gresso constttuido por fôrça da Consti- não só pela Insigntf1cância de sua dura-
tuição e na sua vigência, seria assim a ção. como também tendo-se em vista a
opção pronunciada no tempo futuro da anormalidade da situação polltlco-so-
Constituição, depois da sua promulga- eial então vigente. De feito, com a ex-
ção." Unção do Tribunal de Segurança Na-
Entende que, "enquanto faltar a no- cional, através da let constitucional n.o
va legislação, só com cautela e cUscri- 14, de 17 de novembro de 1945, o De-
minadam~nte se considere em vigor o creto-lei n.O 8.186, de 19 do mesmo mês
Decreto-lei n.o 510', de 22 de junho de deferiu à Justiça Militar competência
1939." para apreciar os crimes contra a segu-
rança do estado, previstos e definIdos
Cita, também, decisão do Supremo na Lei de Segurança Nacional, então vi-
Tribunal Federal no sentido de que "os gente. (Decreto-lei n. o 431, de 18 de
crimes culposos não podem ser tidos co- maio de 1938).
mo crimes m1l1tares, quando praticados
por civis desde que lhes falta o ânimo Mas, com a promulgação da Carta
hostil contra as instituJções mllltareS"', Polltlca de 16 de setembro de 1946, no-
(Acórdão do S.T.F. proferido em li de vamente e por fôrça do disposto no seu
junho de 1954). art. 108, parágrafo 1.0, foi estabelecIdo
o principio clássico segundo o qual os
JUSTIÇA MILITAR NA
CONSTlTUlÇAO DE 1967
(~~) ClAudio Pacbcco. op. clt., p~. :ue l! &c.
ANTECEDENTES gulnto.
(26) "~vl4ta ~"""lIelra de CrlmlnolOllla e DI-
Como •premissas necessárias à análise reito Penal". n,o la, julhO-lIet. - 186:1 -
da Justiça Militar na Constituição de pAp. I ~ e se«e.
116 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISlATIVA

civis não podem responder a processo civis, em tempo de paz, exclusivamente


perante as Côrtes Militares, em tempo nos casos que atentassem contra as ins-
de paz, a não ser quando os crimes a tituições militares.
êles atribuídos, de caráter doloso, aten- Hoje o assunto é disciplinado, de mo-
tem contra as instituições militares, de-
fInidos no art. 6.°, n.o IH, letra "a" do do genérico, pelo mandamento constitu-
Código Penal Militar, ou contra a' se- cional e, especificamente e ainda, por
gurança externa do país. meio do art. 6.° do Código Penal Mili-
tar e alguns dispositivos da chamada
Vê-se, pois, que ocorreu um ligeiro in- Lei de Segurança Nacional, de 2 de ja-
terregno, compreendido entre 19 de no- neiro de 1953.
vembro de 1945 e 16 de setembro de
1946, momento histórico realmente de Sujeitat-se o civil ao fôro militar pela
exceção, afinal normalizado com o ad- j)tã,UC'é\ de in{r'é\~õcs ~\le nã~ as ca})it\l-
vento da Constituição ainda vigorante, ladas no diploma substantivo penal mi-
interregno único durante roda a histó- litar e outras de indisfarçável gravida-
ria do direito pátrio. de contempladas na Lei de Segurança
e atentatórias à segurança externa do
Acentue-se, a par disso, que em todos país representa uma patente negação
os tempos, a partir da primeira consti- de todos os princípios e tendências mo-
tuição republicana de 1891 (art. 77), dernas que disciplinam a matéria.
consagrou-se, manifestadamente, a in-
competencia da Justiça Militar para A não ser em casos isolados e raros
julgar paisanos. De início, não se admi- em países que atravessam fases anôma~
tia, sequer, fôsse o civil processado pe- las e não fundam o sistema político nas
rante os tribunais especiais, nem mes- amplas garantias individuais, tolera-se
mo quando transgredia infrações que a implantação de um sistema diferente
atingiam as instituições militares. transformando-se uma Justiça Especlai
em justiça de exceção, não compativel
Na França, um dos mais atualizados com um regime democrático.
publicistas da matéria, o General Pe-
doya, em sua festejada e sempre atual Além do mais, logrando trIunfar a
obra "La Reforme des Conseils de Guer- inconveniente idéia, operar-se-á, não há
re," pág. 135, vai muito maís além, negar, uma invasão do âmbito da.s ga-
quando leciona: "I!: um dever dos legis- rantias do cidadão civil, como melhor
ladores não deixar aos Conselhos de garantido está o soldado ao ser julga-
Guerra senão o conhecimento dos cri- do por uma justiça específica, integra-
mes e delitos militares (essencialmente) d~ pelos seus companheiros de profls-
e dar aos Tribunais Comuns o conheci- sao das anuas, e se ocorresse o contrá-
mento dos crimes e delitos de direito rio, estaria comprometida, de maneira
comum cometidos por militares sob intima, a própria substância do organis-
bandeiras". mo militar. Com efeito, a Justiça Mili-
tar tem em mira preservar o dever a
Também, entre nós, a princípio, o disciplina, e a subordinação milita~es
conceito relativo à competência do foro a fim de assegurar o primado da ordem:
militar obedeceu ti várias wodjfjcações, e do acatamento à. hierarquia, cerne
ampliando-se, gradativamente, até atin- das corporações annadas.
gir a um estágio definitivo que é, j us-
tamente, o estabelecido na atual legis- Inspirado neste entendimento. (j in-
laçào. signe BrunioIs assim se manifesta: "A
i~stituição armada implica a institul-
Esta competência recebeu o .>eu pri- çao da Justiça Militar, destinada a as-
meiro esquema, bem restrito, na Lei 631, segurar a obediência aos chefes e o res-
de 18 de setembro de 1851, abrangendo peito às hierarquias". (La supression
somente os casos de guerra externa as- des Conseils de Guêrre).
sim mesmo cifrada aos crimes de e~pio­ Em decorrência da sua finalidade os
nagem. tentativa de sedição de praças, Tribunais Militares surgiram para j ul-
ataques a sentinela e entrada nas for- gar os integrantes de uma determinada
talezas por lugares defesos, regra que classe que exerce, na comunidade so-
predominou no curso da legislaçào im- cial, função de superior significação c
perial.
considerada anormal com relação às
Posteriormente, isto é, pelo uecreto demais.
n.o 1.681, de 28 de fevereiro de 1894 a Assim é que, para ser atingido um ní-
jurisdição militar passou a alcançar' os vel alto de perfeito equilíbrio nas rela-
JANEIRO A MARÇO - 1968 117

çées entre membros dos corpos de tro- caprichos e flutuações da onda huma-
pa de superior para inferior Ou mesmo na".
entre elementos de igual categoria hie-
rárquica, torna-se impresclndivel uma Em suma, constituirá uma autêntica
disciplina permanente, o que só se con- dlsformldade juridica e a negação com-
segue com o auxilio de uma leg1slação pleta da concepção mais primárllt. da
própria, contendo normas restritivas competência criminal até agora adota-
das garantias c dos direitos comuns aos da pelos códigos de todos os palses ci-
individuos estranhos à caserna. vilizados, deferir-se à Justiça Militar
competência para julgar paisanos que
Mas, o que é posItivamente Insusten- não adotarem comportamento antijuri-
tável e não se justifica nem concebe, é dica, atingindo, especificamente, à or-
a iniqua suspensão do fôro ordinário dem ou instituições militares e nem à
para os civis, fora dos casos previstos segurança externa do pais.
nas regras pertinentes fixadas na Cons-
tituição, medida que reflete sobrevivên- Finalmente, o entendimento em con-
cIas históricas de há multo proscritas e trário à tese formulada, não encontra
taz recordar as antigas justJças consu- lastro em tõda a doutrina construída em
lares. redor do texto da primeira constituição
republicana e das que se seguiram sõ-
O poder criminal contra os civis po- bre o problema, nem na Jurisprudência,
de perfeitamente ser exercido, como sempre interpretando o esplrito da dis-
vem acontecendo até agora, com abso- posição constltuclonal, de modo a ga-
luta eficiência e até sacrifício. para coi- rantir a tranqü1lldade do povo e a se-
bir as violações ao direito na parte re- gurança individual.
lativa à defesa da estrutura do estado,
ordem poliUco-soclal, pelos órgãos da A par dos argumentos de ordem jurí-
Justiça Ordinária, com os beneficios, dica, antecedentemente alinhados, a
vantagens ou rigores que a sua siste- medida. se efeUvada. determinará uma
mática processual oferece, ao Jnverso do série interminável de inconveniências,
fôro especial (militar) onde, como sa- ligadas às dificuldades da aplicação da
lientou Rui Barbosa "as garantias da lei, face ao Insignlflcante número de
defesa são menos amplas, as formas ju- auditorias, em relação à Imensa exten-
ridlcas mais estreitas e as corn1naçÕeB são territorial brasileira, sem falar no
legais mais severas", em função da sua imprevisivel aumento do volume de tra-
origem e dos fins a que se destina. balho.
Sabe-se, por exemplo, que na Justiça Antes, portanto, da ampliação da área
M1lltar, pelas mesmas razões antes ar- jurisdicional da Justiça Castrense, im-
güidas, não existem, entre outros, os punha-se uma série de providências. en-
Institutos da flança, liberdade provisó- tre as Quais, avulta a criação de várias
rJa para os Juridicamente miseráveis, auditorias no interior do pais. Com as
tamOém chamada de fiança sem dinhei- atuais, apenas, seria Impraticável o
ro, e a suspensão condicional da exe- normal curso da ação penal. Um pro-
cução da pena que, na órbita do direito cesso originário de uma cidade longín-
criminal comum, representam conquis- qua do interior, por exemplo, nas ad.la-
tas há muito tempO incorporadas às cênclas de Foz do Iguaçu, seria julgado
franquias individuais impostergáveis em Curitiba, sede da Auditoria compe-
conferidas a certa classe de delinqüen- tente, localizada a uma distância de 700
tes. (setecentos) quilômetros. Os réus e tes-
temunhas, geralmente homens de condJ-
l!: de meridiana evidência, portanto, ção modesta e desprovidos de fortuna,
que o legislador, sobretudo em uma de- seriam forçados a dispender importân-
mocracia, deve procurar modelar as leis cias de vulto para atender às despesas
de Interêsse coletivo, no bom senso, nos de locomoção, abandonando, por outra
conceitos equilibrados e nas fontes e face, as suas ocupações normais, com o
principios juridicos mais salutares, evi- que deixariam de ganhar o necessário
tando, com Isso, que a Justiça se trans- para atender aos encargos de subsistên-
forme em Instrumento de perseguição c cia da familia, o que seria, antes de
vlndita, pois, como se dIZ sempre com mais nada, desumano. Com os militares
propriedade "Justiça e arbitrio é o bi- isto não acon~e. São requisitados e
nômio social, através de que se pode nada dlspendem para comparecer à. se-
avaliar a saúde moral dos povos e a lei de do Juizo, percebendo regularmente os
é o ponto de estabtlldade superior aos seus vencimentos.
118 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

Se se deseja reformar a legislação mi- e acelerando a reforma do vetusto e bo-


litar, em o\.;.tro sentido, nada mais justo lorento Código da Justiça Militar, os
nem mais necessário. Os juízes e de- podêres executivo e legislativo, aí sim,
mais auxilla,res da Justiça Militar cla- ao mesmo passo, respeitarão uma anU-
mam por esta reforma há mais de vin- ga tradição jurídica tão preciosa para o
te anos, pelo menos em setor de impor- regime e prestarão indispensável amá-
tância vital para a função de distribui- lio às Fôrças Armadas e aos que per-
ção de Justiça, por isso seriamente di- tencem aos quadros da Justiça dos sol-
ficultada. ~ inacreditável que ocorra, na dados, que continuarão pugnando, qua-
nossa Justiça, um verdadeiro absurdo, se em desespero, pela reorganização do
justamente ligado a uma peça essencial seu estatuto formal, tão necessário à
ao bom andamento dos trabalhos judi- prática judiciária, a fim de que continue
ciários. Trata·se da lei processual mili- como realidade aquêle ideal de equilí-
tar de espírito e letra caducos, desatua- brio entre a balança e a espada de que
lizada e inteiramente divorciada da no- falava Iherlng nesta lapidar sentença:
va política criminal que' vem vigorando "A Balança sem a Espada é o desmaio
desde 1942 e consagrada no Código Pe- do Direito; a 'Espada sem a Balança é
nai Comum e, o que e de pasmar, no a fôrça bruta. Na combinação dos dois
próprio diploma Legal Militar Substan- princípios está o "Segredo da Justiça".
tivo. Como se compreende que em uma
mesma Justiça, esteja vigorando uma Em 4 de outubro de 1963, o Presidente
lei substantiva - o código dos velha- João Goulart envia Mensagem ao Con-
cos -~ contendo novos institutos e as gresso Nacional pedindo a decretação
normas processuais da lei adjetiva, que do Estado de Sítio, e cujo art. 3° assim
Ferri crismou de Código dos Homens de estatui: "Durante a vigência do estado
bem, seja antiga - 1938 - desconhe- de sitio, ficam suj ei tos a jurisdição e
cendo, por inteiro, as medidas de se- legislação militares, como faculta o art.
gurança, a reabilitação, o livramento 207 da Constituição, os crimes defini-
condicional nos novos moldes e ainda, dos na Lei n.o 1.802, de 5 de janeiro de
o que e grave e inacreditável, exija o 1953, arts. 2.°, n. O IV, 4°, n° 1, 5.°, 9°,
número minimo de 3 (trêsl testemu- 14, 16, 17, 25, 26, 27 e 29," ("") Acompa-
nhas para a intentação da ação penal, nha a mensagem exposição de motivos
coisa que pertence ao passado. dos Ministros da Justiça e Negócios In-
teriores, da Marinha, da Guerra e da
o Código da Justiça Militar é crimi- Aeronáutica, todos acentuando a neces-
sidade do sítio a fim de se manter a
nosamente omisso no que respeita à re-
gulamentação daqueles institutos que já própria legalidade democrática. No pa-
constam do textD do Código Penal Mi- recer da Comissão de Constituição e
litar, tornando mais complexa e árdua Justiça, sôbre essa Mensagem. o depu-
a missão do juiz, forçado a recorrer a tado Vieira de Mello, quanto ao art. 3.°,
todo instante para o Código de Processo acentua: "Se o Govêrno pede a decreta-
Penal Comum, estatuto subsidiário. ção do estado de sítio, com fundamento
no art. 206, inciso I (caso de comoção
É inadiável, dêsse modo, a necessida- intestina grave ou de fatos que eviden-
de e conveniência de ser modificado, em ciam está a mesma a írromper), e cla-
tôda a sua extensão, o Código da Jus- ro que não poderia catalogar as garan-
tiça Militar, para que a Justiça dos Mi- tias individuais que permaneceriam em
litares fique melhor aparelhada para vigor, nem cuidar de suj eição à juris-
desempenhar a sua função na sociedade dição e legislação militares de crimes
que e das mais significativas e de rele- definidos na Lei nO 1.802, porqL<C' nesta
vância inegável para a estabilidade das hipótese (sítio preventivo). as únicas
instituições. medidas a adotar contra as pe5soas es-
tão taxativamente enumeradas pela
Esta afigura-se a única reforma séria própria Constituição em seu art. 209". O
e imperiosa exigida há mais de vinte Senador João Agripino le, no Senado.
anos, mas sempre mal sucedida refle- nota da U.D.N. e do P.L. protestando
tindo êsses insucessos. constantes pre- contra a decretação do estado de sitio
juízo" reais a Justiça Militar, atormen- e advertindo à Nação do propósito "ma-
tando os que nela atuam e comprome-
tendo o seu conceito.
Conservando as atuais dimensões do 12~ ) Véde "RevlstR de Informaçâo Lc~l,lall"""
11,0 9, pâg. lI!) "Estndu de SItiO" 15."
perimE'tro jurisdicional do fôro especial parte I.
JANEIRO A MARÇO - 1968 119

nifesto no projeto do Govêrno, de am- § 3.° - Compete orig1nàr1amente ao


pliar, contra a segurança dos cidadãos, Superior Tribunal Militar processar e
a juriscUção militar de exceção." julgar os Governadores de Estados e
seus Secretários, nos crtmes referidos no
A Mensagem do estado de sitio foI, parágrafo primeiro, e aos Conselhos de
entretanto, retirada pelo Presidente Justiça nos demais casos,
Goulart.
Assim, a Justiça Militar brasileira, com
Agrava-se a crise nacional e em abril mais de século e meio de existência, "só
de 1964, um Movimento Militar destitui ganha maior relevância no quadro ju-
o Presidente G<lulart. Investindo-se do diciário do pais depois da Revolução de
Poder Constituinte êsse movImento re- 31 de março de 1964, quando passa a
volucionário edita um Ato Institucional. apreciar milhares de processos de natu-
Em outubro de 1965 é editado um outro, reza polltlca, envolvendo civis e mili-
o de n,o 2, cujos artigos 7.° e 8.°, com tares.
seus respectivos parágrafos, dispõem sõ-
bre a Justiça Militar: Ao Superior TrIbunal MUltar cabe
maior volume de responsabUldade no
ATO INSTITUCIONAL N.o 2 julgamento de centenas de habeas-cor-
pus, embargos, agravos, conrutos de ju-
Art. 7.° - O Superior Tribunal Mllltar risdição, bem assim as apelações e re-
compor-se-á de quinze juizes vitallcios, cursos procedentes das Auditorias do
com a denominação de Ministros, no- Exército, Marinha e Aeronã-utica.
meados pelo Presidente da República, O chamado Processo dos AlmIrantes,
dos quais quatro escolhidos dentre os o caso dos chineses, o pedido de prisão
generais efetivos do F.xército, três den- preventiva do Governador Negrão de
tre os oficiais generais efetivos da Ar- Lima, os julgamentos de habeas-corpus
mada, três dentre os oficiais generais em favor do ex-G<lvernador Mauro Bor-
efetivos da Aeronáutica e cinco civis. ges, do d1r1gente comunista Gregório
Parágrafo único - As vagas de mi- Bezerra e do ex-cabo Anselmo foram as
nistros togados serão preenchidas por causas de mais viva repercussão no
brasileiros natos, maiores de 35 anos de S ,T ,M., depois da Revolução.
Idade, da forma seguinte: O caso dos chineses, por. exemplo,
I - três por cidadãos de notório sa- atraiu as atenções do mundo inteiro,
ber juridlco e reputação ll1bada, com merecendo a mais ampla cobertura,
prática forense de mais de dez anos, da tanto na nossa imprensa como por par-
livre escolha do Presidente da Repú- te de vários Jornais estrangeiros". (-)
blica;
A composição do Superior Tribunal
11 - duas por auditores e Procurador Militar. também, é comentada por Al-
Geral da Justiça MiUtar. berto Romero: (-)
Art. 8.° - O parágrafo 1,0 do artigo
108 da Constituição passa a vigorar com os MINISTROS
a seguinte redação:
"O mlllta.r quando atinge o generala.to
"Parárrafo 1.0 - tsse tõro especial (e 8Õmente nesse põsto é que chega ao
poderê. estender-se aos civis, nos casos TrIbunal), tem ele adquirido na caser-
expressos em lei para repressão de cri- na, nos vários postos de comando, uma
mes contra a segurança nacional ou as vivência excepcional, no que diz respei-
lnstltuiçÓ("s m1lltares." to ao principio de punir, aplicando o
§ 1.° - Competem à Justiça Militar, RDE às pequenas faltas regulamentares,
na forma da legislação processual. o bem como dispondo quanto à remessa
processo e julgamento dos crimes pre~ dos casos à Justiça comum e 'militar,
vistos na Lei n.o 1.802, de 5 de janeiro conforme a hipótese, quando a falta ex-
de 1953. cede os limites do Código das Trans-
gressões e cal na esfera das Infrações à
11 2.° - A competéncia da Justiça MI- lei penal.
lltar nos crimes referidos no parágrafo
anterior,com as penas aos mesmos atri-
buidas, prevalecerá sóbre qualquer ou-
tra estabelecida em leis ordinárias, ain- (28) Report.aeem de Alberto Romero - "Jornal
do Brasil" - 2:l-g.G6,
da que tais crimes tenham Igual defini- (29) Reporta~m de A1~rto Romero - "Jornal
ção nestas leis, do BruU" - 2S·9~,
120 REVISTA D~~FORMAÇÃO LEGISLATIVA

l!: nesse trato diário que o oficial ad- Conselhos Permanentes de Justiça e
quIre vivência especializada, obrigan- Conselhos Especiais de Justiça, conce-
do-o a recorrer aos Códigos, aos usos, der livramento condicional, decretar
aos costumes, à praxe, com consultas, prisão preventiva em inquérito e quan-
inclusive à jurisprudência dos nossos do o indiciado fôr oficial até o pôsw
Tribunais, de modo a sair-se, de cada de Coronel, proceder às justificações re-
caso, na caserna, com humanidade e queridas e determinar o cumprimento
justiça, os dois maiores fatõres que en- das cartas precatórias, inqueritórias e
tram na formação da mentalidade de citatórias,"
um juiz.
Os Tribunais de Justiça Militar, desti- CRIMES CONTRA A ECONOMIA
nados a processar e julgar crimes de POPULAR
natureza militar e só acidentalmente
civis, tinham que ser compostos e inte- Ressalte-se, ainda, a competência da
grados de juízes togados, técnicos espe- Justiça Militar para processar e julgar
cializados em Direito Penal, e juízes os crimes contra a Economia Popular,
militares, técnicos em assuntos da mili-
tança, vividos na tropa, esclarecidos de acôrdo com o Decreto-lei n.o 2, de H
quanto às regras discipllnares, sempre de janeiro de 1966: C")
e sempre envolvidos em todos os pro- "Autoriza a requisição de bens ou
cessos que batem às portas da Justiça serviços essenciais ao abastecimen-
castrense. ( ... ) to da população e dá outras provi-
dências."
PROCURADOR GERAL
Serve a essa Justiça um Ministério "Art. 3,0 - O náo cumprimento
Público Militar especializado, organiza- das obrigações estabelecidas no art.
do em carreira, absolutamente indl':pen- 2,° (lt) e a oposição de quaisquer di-
dente e em cujo quadro se ingressa me- ficuldades ou embaraços à conse-
diante concurso, sendo o seu chefe o cução dos obj etivos do presente De-
Procurador Geral da Justiça Militar, creto-lei, bem como a Infração aos
candidato natural ao preenchimento de dispositivos da Lei Delegada nO 4,
uma das vagas de ministro togado do I " ) de 26 de setembro de 1962, se-

S. T. M., a exemplo do que acontece na rão processados e julgados pela


Justiça comum. Justiça Militar, na forma da legis-
lação processual vigente. sujeitan-
O atual Procurador-Geral, sr. Eraldo do os infratores ou os responsáveis
Gueiros Leite. vez por outra afirma, de às sanções previstas no art. ]3, da
sua tribuna, que não constrange os seus Lei n.O UJ02, de 5 de janeiro de
comandados, "todos conscientes de que ]953". ("')
não são Sistemáticos acusadores, mas
sim Promotores de Justiça", Icrnbrando- Visando a um esclarecimento melhor
os de que "o Ministério Público é a Ma- da matéria publicaremos, a seguir. de-
gistratura de pé." cisões do Supremo Tribunal Federal C'n-
volvendo o Decreto-lei n° 2 e a Lei n.O
1.802.
O JUIZ-AUDITOR

A função de Juiz-Auditor náo é me- (30) Decr,,!{)-L"j nO 2 -- DO. de 17-1-66 .-


nos árdua. Eis aqui, para terminar, as Ret 11 O. d" ]1-2-66.
suas atribuições no corpo da Justiça Mi- (31} .\rt. ~.~ - As autoridades r"d<'fais, e"l.a-
litar, segundo informou o Juiz Teócrito duais e mUlIldpals o(Lmprestn.rão A SUPf'-
de Miranda, da la Auditoria do Exér- rintendêncie. Nadonal do Abaste('lmento
I HUNAB I " colaboração que lh~s tór 8011-
cito: ~ltada pam () tj~l cumprlm"nto dêste De-

"Administrar a Auditoria, receber ou creto-LeL.


rf'ieitar denúncias oferecidas 'Jelo MI- (32) L ..1 Del~;mda n" 4. d~ 26-9-82 "Dispô"
sóbre a lnte~vençã.o no dumínio ecollórnl~o
nistério Público, decretar arquivamento pura o.sse!-':'urar B. !l\'t~ dlstribulçâ'j de p::-o-
de inquéritos ou autos de prisão preven- dlitos necessfLrlos ao consumo du p0\,().'l
tiva em flagrante, orientar os juízes mi- -- D.O. 27-9-62 -- Ret. D.O. 2-LC-62.
lltares nas questões de Direito por oca- (33c~ LL'Í n.o 1.802. de ~-l-.'l:~· "DefIne oS ('Tunes
contra () E..-:.tado e a Ordenl Pü) iUca r- 80-
sião dos julgamentos, redigir tôdas as C'la~, e dá. outras provldi'nc1as," - D. ().
decisões e sentenças proferidas pelos de 7-1-53-- Ret. DO. de 8-8-~J.
JANEIRO /t!. MARçO - 1968 12'

CONFLITO DE lURlSDIÇAO slt1vos da LeI Delegada n. o 4, de 26.9.62,


N.o 3.182 - GB (Tribunal Pleno) passariam a ser processados e Julgados
pela Justiça MIlitar, sujeItando os In-
Relator: O Sr. MInistro Hermes Lima. fratores ou responsáveis às sanções pre-
SuscItante: 2.- Auditoria da Aeronáu- vistas no art. 13 da L. 1.802, de 5.1. 53,
tica - Guanabara. Suscitado: JuJz de isto é, à pena de dois a cinco anos de
DIreIto da 3.& Vara Criminal da Gua- reelusão. Portanto, a nova lei aumentou
nabara. a pena que, na legjslação anterior, era
de seis meses a dois anos de detenção.
"Conruto de Jurisdição. DL. 2, de
14.1.66. Não se aplica aos fatos ti- No caso em aprêço, a denúncia data
dos como delituosos ocorridos antes de 9.7.63, descreve o fato tido como de-
dêle. Aplicação Imediata de lei pro- utuoso, como ocorrido em 13.6.60, ante-
cessual não pode acarretar para os rior, assim. à Lei Delegada n.o 4, que é
réus da ação penal pena superlor à de 26.9.62.
Que estavam sujeitos, segundo a lei Em face dessas razões c considerando
vigorante ao tempo em que teriam que a leI postertor ao fato tido como de-
cometido o delito. Competência do lituoso exacerba a penalidade a 'que o
Juiz de Direito da 3.- Vara Criminal mesmo está sujeIto, julgo competente o
da Guanabara." suscitado, JuJz de DlreIoo da 3. a Vara
AC6RDAO Criminal da Guanabara.
Vistos e relatados êstes autos, acor- A aplicação Imediata da lei processual
dam os Ministros do Supremo Tribunal não pode acarretar para os réus da ação
Federal, em sessão plenária, por unani- penal pena superior à Que eles estavam
midade de vows, julgar procedente o sujeitos, segundo a lei vigorante ao tem-
conflito, e competente a Justiça Comum, po em que teriam cometido o delito. O
na conformidade da ata do julgamento art. 141, § 27, da C.F. dispõe que nin-
e das notas taquIgráflcas. guém será processado, nem sen;encla-
do, senão pela autortdade competente e
Brasllia, 31 de agõsto de 1966 - Cân- na forma de leI anterior.
dido Motta Filho, Presidente. - Her- A aplicação da nonna processual no-
mes Lima, Relator. va no caso Implicarta em aumento da
RELAT6RIO pena. Julgo competente o Juiz da 3. a
Vara Criminal da Guanabara (Nota: O
O Sr. Ministro Hermes Lima: - O Dr. parecer é da autorta do Procurador Dr.
Juiz da 3.- Vara CrimInal da Guanaba- Salazar) .
ra, Invocando o art. 3.° do DL 2, de .. DECISAO
14 .1. 66, deu -se por Incompetente para
julgar ação penal movida contra Ante- Como consta da ata, a decIsão tal a
ro PInto de Resende e Jo?-o Pereira da seguinte: Procedente o conflito, compe-
Costa, e determinou a remessa dos au- tente a Justiça Comum, à unanimIdade.
tos à Corregedoria da Jusuçã Militar e Presidência do Exmo. Sr. Ministro
dai encaminhados à Audltorta. CândIdo Motta Filho. Relator, o Exce-
O Auditor da 2.& Auditoria da Aero- lentisslmo Sr. M1n1stro Hermes Lima.
náutica, considerando que a Infração ao Tomaram parte no julgamento os
preceIto da LeI de Economia Popular de Exmos. Srs. Ministros Aliomar Baleeiro,
que dão noUcIa os autos ocorreu antes Prado Kelly, Adallcio Nogueira, Evandro
da vigêncIa do DL 2, de 14.1.66, consi- Uns e SIlva, Hermes Uma, Pedro Cha-
derando-se incompetente, suscitou o ves, Victor Nunes Leal, Gonçalves de
presente conflito de jurisdIção. Oliveira, VUas Boas, LuIz Gallotti e
O pareeer da douta Procuradoria é
Hahnemann Guimarães. Ausentes, Jus-
pela competência do juizo suscitante, tificadamente, o Exalo. Sr. MInistro os-
em face do principIo da aplicação Ime- waldo TrtgueIro e Latayette de Andra-
diata da lei processual. da. Licenciado, o Exmo. Sr. Ministro A.
M. RIbeiro da Costa.
~ o relatório.
Brasilia, 31 de agõsto de 1966 - Al-
VOTO varo Ferreira dos Santos, Vice-Diretor-
O Sr. Ministro Hermes Lima (Rela- Geral.
tor): - O DL 2, de 14.1.66, no art. 3.°, (RTJ - vaI. 39 - fev. 1967 - pág.
detenninou que as Infrações dos d1spo- 286) .
122 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISL.ATI~~ _

HABEAS CORPUS N.O 42.515 - RJ conclusão que não foi aceita pelo Juizo
(Tribunal Pleno) da 2. a Auditoria, sendo então designado
um substituto, que formulou a denún-
cia, entendendo que cêrca de 60 indicia-
Relator: O Sr. Ministro Evandro Lins dos deviam ser processados na Justiça
e Silva. Comum e os pacientes e outros deviam
ser processados na Justiça Militar.
Impetrante: Edmilson Jorge de 011-
veira. Pacientes: Rayil Peçanha, Joa- A petição desenvolve argumentos no
quim Mayrlnk Filho, Horst José Bezer- sentido de demonstrar que, sendo os pa·
ra, Arthur Martins Filho, Manoel Mar- cientes civis, e não tendo cometido cri-
tins e Affonso Celso Nogueira Monteiro. me contra a segurança externa do pais,
ou contra as instituições militares, de-
"O legislador ordinário só pode su- vem ser processados perante a Justiça
jeitar civis à Justiça Militar, em Comum.
tempo de paz, nos crimes contra a
segurança externa do país ou as Sustenta que o inc. III do art. 2." da
instituições mihtares" (Sum. 298) L. 1.802. quando fala em ajuda ou sub-
sidio de Estado estrangeiro, ou de or-
ganização estrangeira de caráter inter-
ACóRDAO nacional, quer dizer que eSSa ajud3. ou
subsídio deve ser de caráter concreto e
Vistos, relatados e discutidos üS autos não através de simples presunções, da-
acima identificados. acordam os Minis- da a severidade da sanção dessa dispo-
tros do Supremo Tribunal Federal, em sição penal, que oscila entre 15 e 30 anos
sessão plenária, na conformidade da de reclusão. Analisa detidamente a de-
ata do julgamento e das notas taqui- núncia e pede que a ordem seja conce-
gráficas, unãnimemente, conceder a or- dida, para declarar a incompetência da
dem nos têrmos do voto do Relator. Justiça Militar para julgar os pacientes
Brasília, 14 de outubro de 1965. Solicitei informações, que foram pres-
Cândido Motta Filho, Presidente. tadas pelo Exmo. Sr. General de Exér-
Evandro Lins e Silva, Relator. cito Floriano de Lima Brayner, Minis-
tro Relator do habeas corpus denegado.
RELATÓRIO por maioria de votos, pelo ego Superior
Tribunal Militar.
O Sr. Ministro Evandro Lins: -~ O Essas informações. depois de fazerem
advogado Edmilson Jorge de Oliveira apreciações sôbre a petição do advoga-
pede habeas corpus em favor de Rayil do, dizem o seguinte:
Peçanha, Joaquim Pedro Mayrink Fi-
lho, Horst José Bezerra, Arthur Martins "IV - Ora. eminente Sr. Presidente
Filho, Manoel Martins e Affonso Ce1.so do S. T .F <, a ninguém é dado Ignorar
Nogueira Monteiro, todos civis, que se o ambiente de podridão politica, admi-
encontram com prisào preventiva de- nistrativa e ideológica que imperava na
cretada por decisão do Conselho Per- velha Provincia fluminense antes de
manente de Justiça da 2." Auditoria de 31.3.64. A mercantilização dos Pod{>-
Guerra da L" Reg~ão M!lltar, tf'ndo sido res Públicos, a mais profunda corrupçâo
denunciados como incursos no art. 2.°. e a subversão generalizada, a serviço da
inC.lII da L. 1.802, de 5.1 53. ideologia moscovita, eram a moeda cor-
rente no desumparo dos mais elemen-
A petição é longa e alega que os pa- tares int.erêsses da sociedade, sob a égi-
dentes foram indiciados no IPM ins- de de um famoso Governador chamado
taurado na Loteria Estadual e Caixa Badger Silveira. Alguns dos instrumen-
Econômica do Estado do Rio de Janeiro, tos dessa corrupçãn eram a Loteria Es-
com a finalidade de apurar atos de cor- tadual e a Caixa Econômica do Estado
rupção e possiveis ato:, subversivos, do Rio de Janeiro, que entregavam a
No encerramento do referido inquéri- mancheias, pelos processos mais crimi-
to, foram indiciadas mais de 70 pessoas, nosos, aos agentes da cotrupC~w c d[l.
entre as quais o ex-Governador Badger subversão. as minguadas economias do
Silveira. povo fluminense.
O Promotor Publico que recebeu os V - Iniciado o IPM para apurar I'S-
autos em primeiro lugar pronunciou-se sas irregularidades, a fim de se consta-
pela incompetência da Justiça Militar, tar até onde chegava, na área militar,
JANEIRO A MARÇO 1968 123

sua Influência deletéria, ficou logo cons- trangeira se faça por atos Inequlvocos
tatada a amplltude dos males dissemi- e efetivos, livres de simples presunções.
nados, Já então colocados sob o Impé- Sem comentãrios."
rio da Lei de Segurança n.O 1.802, de .. Junto com as informações velo o
5. 1. 53 . Dal a mudança de orientação
acórdão proferido no habeas co;Pus de-
da Justiça Milltar, na atuação de seu negado pelo ego Superior TrIbunal Mi-
Ministério Publico, que tanto contrariou lltar, pelo qual se vê que foram votos
os interésses do causídico Impetrante. vencidos os dos Exmos. Senhores Minis-
Esta alta cOrte de Justiça Castrense, tros Orlando Ribeiro da Costa e Pery
tem sempre considerado, doutrlnàrla- Bev1l;acqua <f. 18 a 20).
mente, que ser comunista, por convic-
ção ideológica, não é crime, à luz dos A Auditoria de Guerra prestou tam-
textos da nossa Lei Maior. Mas, perten- bém Informações, enviando cópia da de-
cer .ao Partido Comunista, organização núncia e do despacho de prisão pre-
cspuria, Já colocada fora da Lei Brasi- ventiva.
leira, por seu caráter internacional que
u:m por base a destruição das tnsÍltuI- A denuncia é longa (f. 33-45) e de-
çoes nacionais; utll1zar essa condição senvolve largas considerações sôbre o
abastecido por Idéias e recursos allení: comunismo Internacional, acentuando,
genas para trair os Interêsses da: or- de comêço: "o Partido Comunista do
dem polltlca e social de sua Pátria é Brasil é, sem sombra de dúvidas uma
c~me de alta traição, por mancomuria- organização de caráter Internaélonal,
çao com estrangeiro. Não é por outro tendo por principio o marxismo e o le-
motivo que êsses comparsas, que tão nintsmo e como fim a ditadura do pro-
denodadamente alegam sua condição de letariado. O comunismo, por sua própria
civis, para fugir às malhas da Justlça essência e natureza, é um movimento
Mill_tar, acabam enredados nas especltl- Internacional, visando abolir tôdas as
caçoes da Lei de Segurança do Estado classes sociais e constnúr uma socieda-
(L. 1.802, de 5.1.53) e levados ao pre-
de sem classes. Para êste efeito, mister
se faz a conquistado poder polltlco, a
tório da Justiça Castrense. fim de posslbll1tar a Implantação da
VI - Certamente a Lei cltada contém ditadura do proletariado. A abolição da
Imperfeições, princIpalmente se consi- forma burguesa da propriedade priva-
derarmos que tõda a trama vermelha da e Instauração da propriedade social
em nosso pais, desde 1953, já se organi- sôbre os meios de produção, são as so-
za tendo em vista dltlcultar, senão des- luções porque lutam, de rodas as for-
truir, qualquer prova que se tente reu- mas ao seu alcance. os comunistas do
nir, para levar os criminosos ao proces- mundo Inteiro." <f. 33) .
so e ao julgamento, à luz dos seus dis- !. o relatório.
positivos. Exigem, os defensores a exi-
bição de recibos com data, e nima re- VOTO
conhecida, das espórtulas que lhes te- O Sr. Ministro Evandro Lins (Rela-
riam sido enviadas pelo Chefe espiritual
Fldel Castro ou pelos MIkoyans e Kozl- tor). - Os votos vencidos dos senhores
ghlns. Estranha aparentemente o cau- Ministros Orlando Ribeiro da Costa c
sidlco impetrante <copo IV) a afirma- Pery Bevllacqua afinam-se com a ju-
ção da Promotoria da 2.& Aud. da 1.- risprudência do Supremo Tribunal Fe-
R. M., na fundamentação da denúncia deral.
a denominação "Partido Comunista d~ A súm. 298 consigna que o legislador
Brasil." São éles, os vermelhos fidells- ordInário SÓ pode sujeitar civis à Jus-
tas, que fazem questão dessa diferencia- Uça Mil1tar, em tempo de paz, nos cri-
ção. Não se trata de um Partido Brasi- mes contra a segurança externa do Pais
leiro e sim, da sucursal de uma organi- ou as instituIções ml11tares.
zação Internacional, Instalada no Bra-
.sU. E o lntercámblo da Orei Comunista compreendo os alto.> propósitos pa-
do BrLUlU, com os seus comparsas de trióticos do Exmo. Sr. Gcn. Lima Bray-
ner, nas Informações prestadas a este
Cuba ou da Cortina de Ferro, antes de TrIbunal, mas a diferença que existe,
31.3.64, era tão público, notório e os- exatamente, entre o regime democráti-
tensivo que, talvez no nosso Pais o úni- co e os regimes totalitários, é que na-
co a Ignorar seja o signatário da peti- queles se assegura a todos os cidadãos
ção Inicial. tIe exige que a prova da direitos e garantias, entre os quais se
"ajuda ou subsidio de organização e8- encontra o de serem julgados perante a
124 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
----"---

Justiça competente, com ampla defe- cenciados, OS Exmos. Srs. Ministr08


sa. enquanto, nos países totalitários, o Luiz Gallotti e Pedro Chaves.
indivíduo não goza de garantias consti-
tucionais semelhantes e está sujeito ao Em 14 de outubro de 1965 - Alvaro
arbitrio da ditadura dominante. Ferreira dos Santos, Vice-Diretor-Geral.
A Lei de Segurança Nacional subme- (RTJ - voI. 34 -- Dez. 1965 -- pág.
te a maior parte das infrações nela pre- 684 e segs,).
vistas à jurisdição da Justiça Comum.
APELAÇAO CRIMINAL N,o 1.585 - SP
Só excepcionalmente é que o crime (Tribunal Pleno)
previsto nessa lei se desloca para a
competência da Justiça Militar. Relator: O Sr. Ministro Luiz Gallotti.
São exatamente os crimes contra a Apelante: Justiça Pública. Apelado:
segurança externa do País e contra as
instituições militares. Júlio da Costa Bueno.
Ora. no caso dos autos, o de que se Apelação criminal.
cogita. é de um processo de subversão Questão de saber se, proferida sen-
generalizada, em que as características tença sôbre o mérito na primeira
do internucionalismo do Partido Comu- instãncia, a segunda deve ser a que
nista não refletem aquela ajuda ou sub- lhe correspondia pelo direito antigo,
sidio, que deve ser de ordem material, ou pode ser outra, conforme o di-
para que se retire da competência da reito nôvo.
Justiça Comum o julgamento dos civis. Adota-se a primeira solução (Rou-
A Justiça Comum deve reprimir e pu- bier, Les Conflits de Lols dans Le
nir todos os que pratiquem atos tenden- temps, voI. 2.°, p. 662, n.O 138).
tes à mnclança do re~ime. nos têrmos Assim, competente para julgar esta
da Lei de Segurança. Não é, contudo, a apelação é o Supremo Tribunal Fe-
posição ideológica do autor dêsses aten- deral e não o Superior Tribunal Mi-
tados que o faz submeter à j urisdiçãc litar, só declarado competente pe-
militar. lo art. 8.", § 1.0, do A.I. 2, que é
posterior à sentença condenatória.
A regra geral, nos crimes políticos, é Apelação do Ministério Públlco, não
a competi'ncia da justiça comum. Só provida.
excepcionalmente é que esses crimes se
deslocam para a competência da justi- ACóRDAO
ça militar. como já dissemos. ~sse, aliás,
é o sentido de nossa jurisprudência pre- Vistos e relatados estes autos de Ape-
dominante. lação Criminal nO 1.585, de São Paulo,
Nestes U;rmos, concedo a ordem pa- em que é apelante a Justiça Pública e
ra declarar a incumpetência da Justi- apelado Júllo da Costa Bueno, decide o
ça Militar, devendo os autos serem re- Supremo Tribunal Federal conhecer do
metidos à Justiça Comum, para o pro- recurso por maioria de votos e, por W1a-
cedimento penal contra os pacientes. nlmidade, negar-lhe provimento, de
É o meu voto,
acôrdo com as notas junta5.
Distrito Federal, 3 de março de 1966,
DEcrSAO - A. 11:. Ribeiro da Costa, Presidente
- Luiz Gallotti, Relator.
Como consta da ata, a decisáo foi a
seguinte: Concedida a ordem nos têr- RELATéRlO
mos do voto do eminente Relator, à
unanimidade. O Sr, Ministro Luiz Gal1ottl: - Esta
Presidência do Exmo. Sr. Ministro a sentença, do ilustre Juiz Antônio Mar-
Càndido Motta Filho, no impedimento zagão Barbuto (f. 185-187):
do Exmo. Sr. Ministro A. M, Ribeiro da "Júlio Costa Bueno, qualificado à f.
Costa. Relator. o Exmo. Sr. Ministro 108, foi denunciado como incurso no art.
Evandro Lins e Silva Tomaram parte 12 da L. 1.802, de 5.1.53, sob a alega-
no julgamento os Excelentissimos Srs. ção de que cêrca das 16,45 horas. do dia
Ministros Evandro Lins e Silva, Her- 15.8.62, d urante uma das crises políti-
mes Lima, Victor Nunes Leal, Gonçal- cas que naquela época agitaram o país,
ves de Oliveira. Vilas Boas, Hahnemann foi surpreendido prestando ajuda à pa-
Guimarães e Lafayettc de Andrada. Li- rallsação do serviço de transportl'S cole-
JANEIRO A MARçO - 1968 125

tlvos de 8ão Paulo (marcada para aque- se justo ou Injusto, se êle estava certo
la data pelo sindlcato pronsslonal a ou errado, é forçoso reconhecer a pos-
cuja orientação seguIa), quando estava siblUdade dêle ter agido pensando ou
empenhado em cortar os flos das ala- supondo alcançar o bem da comunida-
vancas dos bondes da Companhia Muni- de. Esta apreciação, todavia, para o juiz,
cipal de Transportes Coletivos, na Rua não pode influir no exercício das suas
da Glória, esquIna da Rua Conde de Pt- funções jurisdicionais, senão nos têr-
nhaI, justamente no momento em que mos do art. 42 do C. Penal. No mais, ca-
cortara o cordão do bonde n. o 1.619. A be ao juiz apenas verificar a existência
denúncia foi recebida por despacho de do fato e aplicar a norma cabivel, em
f. 101 v. 102, o réu interrogado a f. 10'7- suma, verificar a correspondência cntre
198. A F. 112 consta o rol de suas tes- o tato e a lei penal, a existência da tl-
temunhas. Na Instrução foram ou.idas picidade. No mais, qualquer correção da
quatro testemunhas arroladas pela de- sentença judJclal, estranha à função ju-
núncia (t. 121-130), com algumas reln- risdicional, cabe apenas a outro poder
qu1r1çôes (t. 139-141). A detesa promo- ou a outros podêres, como no caso da
veu a inquirição de quatro testemunhas anistia, da graça ou do Indulto. O réu,
(t. 141 - V. 142 v. e 162 v. 163). A Pro- como já se referiu, e não é negado, em
motoria Pública manifesta-se pela pro- tese, estava cooperando no sentido de
cedência da ação, após cuidadoso exa- forçar a paralisação do transporte co-
me da prova (t. 161). A detesa argumen- letivo em São Paulo. Foi preso em fla-
ta em sentIdo contrário, ressaltando, grante, quando fugia após cortar o cor-
principalmente, as circunstâncias so- dão de um sustentador da alavanca de
cIais e politlcas da época, defendendo a um bonde, tendo já cortado outro. Esta
tese de que houve apenas uma talta tra- ação corresponde ao disposto no art. 13
balhIsta, resultante a ação do réu, não mencionado na denúncia, pois êle esta-
bem provada, de uma deficiência legis- va ajudando ou cooperando para que
lativa, em detrimento do direIto de houvesse parallsação de transporte co-
greve. letivo, de natureza pública, tanto que é
realizado por concessão do Estado. A
i o relatório. Decido. paraUsação do servIço objetivada não
O réu realmente foi surpreendido, no
era simplesmente a tipificada no art.
201 do e. Penal. Alt, é imotlvada. Quai-
dia, hora e local, quando acabava de quer paraltsação faz incidir o autor ou
cortar o cordão da alavanca de um autores no art. 201. Aqui, no caso dos
bonde da. C.M.T.e., tomando parte
ativa como dirigente sindical, num es- aulos, de acôrdo com o sIstema da Lei
tôrço para forçar a paraltsação dos 1.802, o objetivo é influir na ordem po-
transportes coletivos na cidade de São titica e social. A ação do rêu, dentro das
Paulo. tsse tato pode, realmente, coln- finalidades confessadas pelos demais dJ-
eldtr com uma Situação quase caótica retores do sindicato, era agir com êsse
na vida polltlca do pais, em que os ór- fim, dependendo de ordem superior. O
gãos sindicaIs, desviados das suas fina- tato de haver divisão entre os diretores,
lIdades especificas, intervinham espon- uns favoráveis e outros contrários a
tlneamente ou através de pressáo de ação, não afasta a responsabllldade do
órgãos politlcos, na criação de ambien- réu, desde que ele exteriorizou a sua in-
te para fins exclusivamente polltlcos, tenção tomando parte ativa nos aconte-
em detrimento, talvez, das finalidades cimentos. Apenas o dispositivo mencio-
especificas, slndtcais. Não cabe ao Jui- nado não parece ter sido atingido em
10 examinar o mérito dêsses argumen-
cheio, com a consumação <io delito. Diz
tos, mormente no Ambito das suas atri- o artIgo 13 mencionado, de acôrdo com
buições especltlcas, nem também no ca- texto, edição Saraiva, 1953, que o crime
BO concreto examinar a Intenção do de-
se Integra com o instigar, preparar, di-
nunciado, allfls, ressaltada na defesa e rigir ou ajudar a parallsação do ser-
nos depoimentos de seus colegas de sin- viço públlco. Supõe, portanto, salvo en-
dicato. Exercendo atividade polltica, co- gano, a paraltsação do serviço, para que
mo se alega, com o melhor Intuito, des- o dellto seja consumado. No caso não
de que, segundo se argumenta, tendo em parece ter havIdo a paralisação. O réu
Ttsta o bem socIal, não se poderia ne- e alguns dos seus companheiros toma-
gar ao denunciado um tratamento di- ram tôdas as medidas que entenderam
ferente ao daquele correspondente aos necessárias para êsse fim, mas, por cir-
delinqüentes comuns. sem se examinar cunstâncias independentes das suas
o mérito dos objetivos do denunciado, vontades, a paralJsação não se efetivou
126 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

('m tôda amplitude, o sf'rvi(:o de trans- tf'nca sóbre o mérito na i)rJmpira ins-
llort(', ao que parece, como decorre da tância. a segunda dcvf' ser :l quc lhe
prova. clJntinuou. dada:, as providl'n- correspondia pelo dirf'ito <lnti[.':o, 0\1 po-
cias da empresa i:' do poder público de ser outra, conforme [) dirf'ito nóvo,
Trat:1-Si:' jlortanto. apenas de uma ten- qUfstuo levantada pelo Mlllist·l'o
tativa. de aCIJrdo com (\ art. 12. inciso Evand!'ll Lins. Roubif'!' adota a prll1wim
lI. <lu C Penal. O reu é primário c t('- soluça0 ILes Confllts de lois dans lp
na agielo sob pressão psicológil'a cna- temps, vol. 2.", pago 662, nO 138 \ F(li
da artifirialnH'lltc em momento a~l.Ido como opinPÍ quando Procllradnr-Orr,ll
ele nossa lii..,li'Jria p'Jlitica. da Rcpública no RE 125:'7 (' foi ('omo'
decidill a 1." Tllrma do Suprl'ml! Tn-
Diante elo rxpostl' c do mais que dos bunal. UnânlllWtlH'ntr. spnd(J Reb:or II
autos consta, jul~o procedente em par- Mll1isf.rn RIbeiro da Cil.';ta E o pnl'C'lto
te a elenúlwia. inc\ll'so Júlio d~, Costa nlÍvo era constitucional"
BlH'lIfl llO art 13 d:1 L. 1802. elc 5 1.53.
comhinad(1 COl11 () :lrt~. 12, inciso n, do Assim, entf'ndo qUi:' COllllH'( cn(l' para
C Pl'n:d e em conseqüência o C'ondeno Julgar esta apl'1aç:-lo é () Supremo Tri-
a C'ul1lpnr f·m prisüo adrqllnda a pêna bunal Federa I c nr'lO (l Superior Trihu-
df' oito !tWSl'S de rf'l~lusão, isto ti, a pc- nal Militar. 50 declaradr, competente
na mínima do art. 13 menclOnaclo, re- prlo ar!. HO, ~ 1 ". do A 1 2, que (; pos-
duzida clt' dois tlTC:os nos tümos do pa- terior à srntt'n~'a l'olldf'na(,)rLl
rúgrafo único (lo art 12 do C. PenaL
Paguf' ameia a taxa pcnitcncbria df'
Cr$ ;')00 (' as custas do procf'Sso. Lancc- VOTO PRFL I ~II:'-l AR
Ulf' o lHlllW no rol cios culp;ldos. l'XJW-
dinclo-sf' o compt'tf'ntf' mandado dt' pri- o Sr l\lin istrn "ilas Bn:iS I R,',' 1:;1 ,r I .
sao. " SI'. Presidente, SP a F.. C. 11; n;lo nos
dessr compl.'! rncia para (,(JIlllrl'rr lie r('-
Apelou o promotor. pleiteando a ma- curso ordin,üio ctns rritlH's políticos, po-
j IJraç'-u) da pena. der-sc-ia aplicar o clisp(lsitivn do art.
A Procuradoria-Gf'ral opina pelo I'ro- 8° do A. I. 2. q\H' deu todo [) )lmc1'sso
vimt'nto da ape!açuo. r J ulgarnrnto a J llstiça T\mi t a r Mas.
aqui, ja Li lima srntcnca IJroknda: o
É o rdaU,río erimr Já CSt;'l ddllll(j() como CntlH' 111)11-
Distnto F!'dcral. 1 de sl'tcmbro dI.' tico, fOI aforado na Just!ça ('olllpclpll!l'
1965 Luiz Gallotti. Lf'mhraria () ca.<;o daqudr ('X-81'crrb-
no do TrIbunal de Jusltc:t do Estado do
VOTO PRELI:\'!IKAR Rio, que matou o Prf'sid('ntr do Tribu-
nal. O crime ficoll carartf'l'i1.ado Como
O Sr. Ministro Luiz GalJotti rRPla- drlito político Vf'io a rlnjstia c aplica-
mos o decreto da anistia f:lr foi con-
tOr!: Nas notas que li ao Tribunal no siderado anistiado O fato já tPIll a df'-
Julgamento do RE 57 fl 17, llá um trrcho filHÇão.
em que SI.' aplica à C:'l)('cif' or:l em jul-
garnf'nto. Agora. o prinCI()]lJ da COllCl'lJtra(:ão ('
um prlllci]110 que tamlJl'lll podt' ser in-
Depois df' dar as LlZI-)f'S lwlas quais vocado em ctch'sa
seria admissivf'1 o cabinlPnto de ernbflr-
gos contra d!'clsóes df' Turmas que co- O réu Já (('In a srll favor lllll,\ srntf'n-
nlw('cram do rf'curso extraordinário ça Sc a ('olll]Jrtrl1cia jr'l 1'"ta df'fllllda,
Icaso em que, pelo dll'('i'J) enL-lO vigell- onde o Juizo foi arrito, ai de elc\'c trr-
te, tais acordr-los eram ('ll1bargUVC1S. minar
ll1Psnw não 11a v!'lldo di v,'rg('ncias cntr(' Foi colocada a qUl'st:lO na Justi~:a Co-
as Turmas ou dl' uma (],'las COll1 o Tri- mum, com rccurso para (1 Suprl'mo Tri-
bunal Pl"IlOI, aCTr'scpntci: bunal Fl'drral. Esta deflllida a SitU:lÇ;-W
"S!'r;'l mat,;ria ('s.-;a a s('r decidida Acho quP o f'Inirwntc l\!inistro L,liz
oportunal11(,Il!l', como no caso anterior, Gallotti, Relator, tem tóda a razã" nes-
pl.'lo TrilJunal Plrno, que é qUCI:l jalga te ponul.
os embargos r !l1rS verIfica o cabimen-
to, facultada às partrs sust('ntaçiio oral. Se não houvessl.' sentença all!:Ullla, pn-
tão, sim. Mas, agora, a via pwcPssllal
O nlf'smo fariamos quanto às arwla- j i está tnlhada em grandr' parte. No
çóes criminab is,l!)('l' se profrnda sen- caso, há sentença condenatória
JANEIRO A MARÇO - 1968 127

o Sr. Ministro Lolz GaUottl (Rela- VOTO


tor): - O Ministério Público é que Quer
majorar a peno.. O Sr. Ministro Luiz GalloUi (Rela-
tor): - Reportando-me aos fundamen-
O Sr. Ministro Vilas Boas (Revisor): tos da sentença apelada, nego provi-
Poderíamos dar a refonnatio ad pejas. mento ao rccurso Interposto pelo Mi-
nistério Público.
De sorte Que estou de inteiro acôrdo
,com o eminente Relator. VOTO (NO M1:RITO)
VOTO PRELIMINAR O Sr. Ministro Vilas Boas (Revisor):
- Sr. Presidente, estou de inteiro acôr-
O Sr. Ministro Carlos Medeiros Silva: do com o voto do eminente Ministro
- Acompanho o voto, na preliminar, Relator.
dos eminentes Ministros Relator e Re-
visor.
DECISAO
Entretanto. desejo fazer uma consi-
deração, qual a de Que o art. 8.° do A.I. Como consta da ata, a decisão toi a
2, no seu § 2.°, declara que "a compe- seguinte: Conheceram, prelIminannen-
'têncla da Justiça Mllltar, nos crimes re- te, do recurso, contra o voto do Minis-
feridos no parágrafo anterior, com as tro Pedro Chaves. De meritis, negaram
penas aos mesmos atribuídas, prevale- provimento, à unanimidade.
cerá sõbre qualquer outra estabelecida
em leis ordinárias, ainda que tais cri- Presidência do Exmo. Sr. MinIstro A.
mes tenham Igual definição nestas leis." M. Ribeiro da Costa. Relator, o Exmo.
Sr. Ministro Luiz Oallottl. Revisor, o
No caso, o eminente Relator quer que Exmo. Sr. Ministro Vilas Boas. Toma-
prevaleça uma competência anterior, ram parte no julgamento os Exmos. Srs.
estabelecida na Constituição. De modo Ministros Carlos Medeiros, Allomar Ba-
que a solução me parece perfeitamente leeiro, Prado Kelly, Adalicio Nogueira,
jurídica e condizente com o próprio art. Evandro Lins, Hennes Lima, Pedro Cha-
8.0, § 2.° do A. 1. 2, que faz essa distin- ves, G<lnçalves de Oliveira, Vilas Boas,
ção, com remissão à competência esta- CândidO Motta, Luiz Oallotu, Hahne-
belecIda em leis ordinárias; portanto, mann Guimarães c Latayette de An-
supõe que haja outras competências es- drade. Impedido, o Exrno. Sr. Ministro
tabelecIdas em leis de outra hierarquia. Oswaldo Trigueiro. Licenciado, o Exce-
Nesta conformidade, acompanho o vo- lentlssimo Sr. Ministro Vlctor Nunes
to do eminente Relator e do não menos Leal.
eminente Revisor. Brasilla, 3 de março de 1966 - Alva-
ro Ferreira dos Santos, Vice-Diretor-Ge-
VOTO PRELIMINAR ral.
<RTJ - vaI. 39 - Jan. 1967 - pág.
O Sr. MinIstro Pedro Chaves: - Sr. 97).
Presidente, data venla, voto em sentido
contrário. ELABORAÇAO CONSTrruCIONAL
Para mim, é matéria de competencia
constitucional. O Ato Institucional não Quando se começa a cogitar da ela-
faz distinção alguma entre processos boração de uma nova Constituição pa-
julgados c não julgados, pendentes de ra o Brasil, englobando todos os Atos
julgamento. A nossa competência penso InstitucIonais, surgem divergências
que foi subtraida, expressamente. quanto à continuidade da extensão do
fõro mll1tar aos civis. Não são poucos
Peço vênia aos eminentes Ministros os que entendem que essa medida sO-
Relator e Revisor e insignes juízes que mente seria admissivel no perlodo re-
os acompanharam em seus votos, para volucionário, "mas nunca em têrmos
manter minha opInião em sentido con- constitucionais."
trá.rlo, pela competência da Justiça Mi- O Oovêmo, entretanto, no Projeto
lItar. que envia ao Congresso Nacional, ln-
128 REVISTA DE INFORMAÇÁO LEGISLATIVA
---- ~_._------ ----~---------------- ---- ---------

clui disposições decorrentes do Ato Ins- caremos, a seguir, algumas dessas


titucional nO 2, quanto à Justiça Mi- emendas e trechos dos debates travados
litar: sôbre a matéria.
Seção V Deputado Martins Rodrigues - Apre-
senta emenda ao art. 120, § LO, modi-
Dos Tribunais e Juízes Militares ficando a expressão "segurança nacio-
nal" para "segurança externa" ("). En-
Art. 118 - São órgãos da Justiça MI- tende que se permanecer o texto do
litar o Superior Tribunal Militar e os projeto a "lei poderá estender, amanhã,l
Tribunais e Juízes inferiores instituí- a jurisdição militar, que é jurisdição
dos por lei. de caráter excepcional pela sua nature-
za, a todos os crimes praticados pelos ci-
Art. 119 --~ O Superior Tribunal Mili- vis em relação à segurança nacional de
tar compor-se-á de quinze juízes vitalí- modo amplo. e não apenas com relação à
cios. com a denominação de Ministros, segurança interna ou às instituições mi-
nomeados pelo Presidente da República. litares." Esclarece que o texto do projeto
dos quais quatro escolhidos dentre os talvez fôsse admissivel no período revo-
oficiais-generais da ativa do Exército, lucionário, "mas não em termos de per-
três dentre os oficiais-generais da ati- manência. em têrmos de Constituição".
va da Marinha de Guerra, três dentre Assinala que mesmo com a garantia de
os oficiais-generais da ativa da Aero- recurso para o Supremo Tribunal Fe-
náutica e cinco civis. deral. "a justiça militar é justiça de ex-
Parágrafo único -- As vagas de Mi- ceção, é justiça de caráter violento e
nistros civis serão preenchidas por bra- mesmo quando um recurso chega ao S.
sileiros natos, maiores de trinta e cinco T.F. os civis já terão sofrido as torturas,
anos de idade, da forma seguinte: os vexames e as violências dos inquéritos
policiais-militares" Grifa que a Oposi-
a) três por cidadãos de notório sa- ção não apoiará uma violi~ncia dessa
tler j uridico e idoneidade moral. natureza, contra um direito individual.
com prática forense de mais de Defende sua emenda (n° 7171 acen-
dez anos, de livre escolha do Pre-
sidente da República;
b) duas por auditores c membros do 134} o Senador Afonso Arinos, e-nl diM"UTS{) pro-
Ministério PúblIco da Justiça Mi- ferido perante o Senado r'edcral, na ses-
litar de comprovado saber juri- são d~ 16-12-66. ao exanünllr o projeto de
Constituição. re<'onhece um fator. ao seu
dica ,,-cr, aitam.ente df"staC'ó.vel, que é I) da nla-
m,lençâo da integridade do JudiciArlo. As-
Art. 120 - A Justiça Militar compete slnala dcpoi!-;: '<Certa,,; atrlbulçõ~S espeda1s
processar (' julgar. nos crimes militares c{lJlr-eclida.., no Supremo Tribunal Federal.
cOlno, por (,xf'mplo. Il de se ma.nl!e~tar
definidos em lei. os mIlitares e as pes- sôbre (lS dCCIWl'S tomadas. pela JUStiÇIl
soas que lhe sio assemelhadas. ;.,milar. em relaçãD a acusados civis. Já
i>: inovaçáo muito ê~tranhR Não C'OrriE"s·
'" L" - ii:S:;(' U)ro E'~p('cial poderá es- ponde il tradIção Hem à t€>cn1cB da con1-
tC'nder-se aos civis. nos C.1S0S expressos lwt{i-nCla. do SlIpremo TribllJII\l ?o.!fL~. d.e
q~lalquer nlRnfil'irfL, é umu. lI)l)vaçl\o salll-
em lei para rE'pressáo ele crimf-S contra tar. Se- llB.lJ pudernlos eVItar esta inlplan-
a :;egur:mça nacional 0\1 as instituições taçAo, que f'onsldero absurda. da jurl&H-
nlllít.are:"'; neSSI' caso a lei assegurara ção militar sôbre oS ('lVIS, en) qli.alsqur.-r
ca"<Jh. dadR R nalure~a de jnrlS(liçl\o mUi-
re~urs() para (j Supremo Tribunal Fe- lar -- e cu na.) V01J, IUllll, nH' estclldor.-r
deraL I " 1 ~óbrf' ('In. -- ~l' não p'ddennof- f'vLl,ar Isso.
então ~ssa nH'didA., tomada tiro pouco ao
~ 2." - Competc' onf;ínariamE'nte ao arreplO da n(ISSn tradJçA\I j l~rídlCB., "- a.ntes
Superior Tri\)unal Militilr proeessar e ctp SP ILCCltll!"" d~ > qUf" d('" H' repelir. embora.
se poS,.'-;JJ, estr!lllhar.··
j lllgar ()s Governadores ele Estad·) e seus
135) IEmcndR 'L" "il71 11) - RediJR-se. Rssim.
Sccrl'túríos nos crimes rderidos no pa- ~, Ln do art. 120.
(,1

nigrafo primeiro_ ~ 1.0 - fi;sse fôro especiaL pod~rà estcn~


der-si' ao:,. clviH, nos CfiSüS expr~&'Sos. em
l::l 3.0 - A lei regulara a aplicação das lei. para a repre&<u\.o de crim('s cuntra &
penas da If'gisb\âo militar em tempo segurança externa. do Pai.s, ou as 1n~ti­
de guerra. tUlções militltres, rom recurso ordinário
para. o Suprf'mo Tribunal F'cdcral.
Durante a discussão do projeto de 121 - Sllbslltlla-se °
§ 2 o do art. 120 p"lI)
seguinte'
Constituiçào. na Comissão Mista, são
~ 2"· - A lei r ..gllll\ni a apllcaçw daR
apresenta,das pelos Srs. Congressistas penas da I"g;j~l"çê.o nuHlar em tempo de
virias emendas, ao art. 120, ~ 1.0. Publi- guerTtl.
JANEIRO A MÃRÇO - 1968 129

tuando que ela restaura o art. loa, f 1.°, vis ou de mllltares", logo "não haveria
da Constituição de 46, que é a tradição necessidade, num Estado organizado, de
do Direito brasllelro: "a garantia do d1~ uma Justiça Mllltar para impedir cri-
relto individual contra a coação e a v10~ mes contra a segurança nacional" Es-
lêncla." Essa garantia é de tal ordem clarece que luta contra o dispositivo
que a própria ComUtulção de 46 só ad- (art. 120 § 1,°) por convicção, pois a
mIte a extensão da "JusUça Militar aos
civis fora daquela hipótese de defesa e questão mesmo toma-se um tanto ou
de resguardo contra os crlmes pratica- quanto dlticU, por que se êle fôsse da
dos contra a segurança externa ou a.s Escola Superior de Guerra, diria psicos-
InsUtuições militares, em caso de esta- social. "Civil julgado por militares? Mi-
do de sitio, determinado por guerra ex- mar julgado por civis? bso seria inad-
terna ou civil" (art. 207). missível, como se, realmente fôssem
Deputado Chagas Rodripes - Pro- dua.s nações, a nação clvU e a nação
testa, veementemente, contra o Julga- mllitar. Entretanto, a nação é uma só."
mento de civis por mllltares. Afirma Deputado Adolpho de OliveIra-
que o Brasll está se afastando do DI- Apresenta, também, emenda ao art. 120
reito OCidental e cita, para exemplifi- I 1.°:
car, a Constituição Italiana, que entrou
em vigor em 1948, e que estatui no seu Emenda n.O 798:
art. 3.0: "Os tribunais militares, em Onde se lê: "nos casos expressos em
tempo de guerra, têm a jUI'Úldição esta- lei", leia-se "nos casos expressos em lei
belecida pela lei e em tempo de paz têm complementar:'
jurisdiçio somente para os delitos mi-
litares cometidos por membros das fôr-
ças armadas." AssInala que êste é o pre- JUSTIFICA-A:
ceito fun4amental no campo do Direi-
to e que t1.0S Estados Unidos da Améri- "Ql1onun qualificado, de maioria ab-
ca o Superior Tribunal Militar s6 pode soluta, para Que se definam os casos em
julgar militares e é constltuIdo por ci- Que poderão ser os civis submetidos ao
vis, na sua totalidade. Entende que se processo e julgamento pela Justiça Mi-
deve acabar, de uma vez por tódas, no litar."
Brasll, "com essa competência de MI-
nistro militar julgar civis, porque Isso é Nos debates da Comissão MIsta, o
um atentado à boa doutrina e às prá- Deputado Adolpho de ~live1ra torna
ticas dos países civlllzados do Ociden- público que sua emenda nao é de reda-
te," Entretanto, não sendo possivel aca- ção, ao revés do que se possa imaginar
bar com essa jurisdição insólita e antl- à primeira vtsta, e não tem o objetivo
democrática, dos males o menor, dai de Incluir apenas a expressão lei com-
apoiar a emenda do Deputado Martins plementar. Aflrma que o objetivo da
Rodrigues. mesma é consagrar a obrigatoriedade
de que a Lei de Segurança Nacional se-
Senador Eurico Rezende - Adverte Ja considerada uma Lei Complementar.
que se tem de considerar, ao examinar "Lei COmplementar que não está sujei-
o art. 120 e seu I 1.°, "a figura da uni- ta à elaboração e aprovação de mato-
dade processual. se o mtUtar praticou rias eventuais, porque a lei comple-
um cr1me civil, obviamente, êle não vai mentar, com a nova Constituição, tem
ser julgado pelo tribunal m1lltar; se um quase a caractcrlstica de um texto com
civll praticou um cr1me militar o lugar fôrça constitucional e com a.s mesmas
dêle ser julgado é no tribunal m.llltar, dificuldades e caracteristlcas de vota-
porque, para isso, a Constituição esta- ção que a própria emenda à Constitui-
beleceu a especialização judiciária. Que- ção." Patenteia que se os crimes contra
rer inverter a JurtsdIçáo é subverter a a segurança nacional ou as instituiÇÕeS
própria ordem constitucional. De modo militares forem detlnidos em lei com-
que, preliminarmente, não se deve es- plementar, e não em decreto-lei ou em
tranhar o fato de um civil estar num lei ordinária, está de ac6rdo com o pro-
tribunal militar," 1eto.
Senador AuéUo Vianna - Pondera Deputado Nelson Carneiro - Propõe
que "está provado que os tribunais ci- emenda, que transcreveremos abaixo
vis, em determinadas drcunstAncia.s, com a respectiva jusUflcação:
são tão severos ou mais severos do que
tribunais m1l1tares no julgamento de cl- Emenda n.o 130/50.
130 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

Art. 119 - Redija-se assim; cial para os civis por meio de lei ordi-
nária." Assim, também, se fêz na Cons-
"O Superior Tribunal Militar com- tituição de 46 e "não se tem noticia de
por-se-á de quinze juízes vitalícios, Que o legislador se tivesse excedido na
com a denomLnação de Ministros, competência que recebeu da Constitui-
nomeados pelo Presidente da Repú-' ção. O que está ocorrendo, afirma, na
blica, depois de aprovada a escolha elaboração desta Carta é que ela acaba-
pelo Senado, dos quais quatro esco- rá por se transformar numa carta de
lhidos dentre os oficiais-generais desconfianças." Entende que é certo "a
da ativa do Exército" etc. lei ordinária dispor sóbre essa extensão
do fôro especia1."
Art. 120, § l°
Quanto ao segundo Tema, adverte que
Onde se diz - "segurança nacional", o conceito de segurança externa ficou
diga-se - "segurança externa". superado com a Guerra Civil espanhola.
Acha que "segurança nacional define e
Art. 120, § 1.0 acautela melhor o interêsse do Estado
Onde se diz: brasileiro. Aliás, lembra, a Carta de 46
já fala em segurança da nação", no art.
"nesse caso a lei assegurará recur- 207. "Não vê como distinguir segurança
so para o Supremo Tribunal Fe- externa de segurança interna, desde que
deral", diga-se: esteja em jôgo a segurança nacional."
"com recurso ordinário para o Su- Com respeito ao terceiro tema, escla-
premo Tribunal Federal". rece que não há razão para levantar
esta questão "face ao que está disposto
no art. 112, lI, letra c: uÉ da compe-
JUSTIFICAÇAO tência do S.T.F. julgar em recurso or-
dinário os casos previstos no art. 120,
"As presentes emendas são oferecidas parágrafos 1° e 2.°." "Já está, portan-
diante da convicção de que a maioria to, decidido no próprio corpo da Consti-
parlamentar manterá o texto do pro- tuição" e assim vai votar "de acôrdu
jeto. Nessa desgraçada contingência, com o texto o projeto, porque acha que
urge torná-lo menos pior. ele atende melhor aos interesses do Pais
e não põe em perigo a liberdade dos
Passando a julgar os civis, é natural cidadãos."
que os juízes do STM tenham suas es-
colhas aprovadas pelo Senado. Senador Eurico Rezende - Assinala
que se comparando o texto da Consti-
A segunda sugestão é, apesar da des- tuição de 1946 com o texto do projeto,
crença acima expressa, uma oportuni- chega-se a seg'J.inte conclusão: A Cons-
dade, que se abre à maioria, de corri- tituição de 1946 "não dá acesso, não for-
gir o êrro da proposição oficial. nece nenhuma escada, nenhuma pln-
guela para o S.T.F. e o projeto dá ês-
Mantido que desgraçadamente seja o se recurso ordinário, graças à Emenda
texto do § l° do art. 120, justo será que Nelson Carneiro", demonstrando que
se torne auto-executável a possibilidade foi melhorado nesse setor. Afirma que
do recurso ordinário (art. 112, lI, c) pa- a Justiça Militar não é uma justiça vio-
ra o STF, independentemente de vota- lenta e que o que se tem visto é "o hon-
ção de qualquer lei." rado S.T.M. não mandar prender,
mas imperativamente mandar soltar",
Deputado Accioly Filho - Divide sua concedendo habeas corpus. Dessa ma-
exposição em três temas: primeiro - neira vem sendo alvo dos maiores lou-
"se deve a extensão do fôro especial aos vores da própria imprensa oposicionis-
civis estender-se, por lei complementar ta. Esclarece que o projeto foi melhora-
ou por lei civil; segundo - se essa ex- do e irá servir "sob a égide do direito
tensão deve ser efetivada para repres- e da justiça aos interesses fundamen·
são de crimes contra a segurança ex- tais dêste país e principalmente da se-
terna ou contra a segurança nacional; gurança nacional."
3.° -'- se deve ou não haver recurso pa-
ra o ST.F." Deputado Ulysses Guimarães - Sa-
lienta que a formulação contida no art.
Com relação ao primeiro tem::l. assi- 120 não foi feliz mas dentro da rigidez
nala que "já na Constituição de 34 era da conceituação lniclal, não se pode
prevista regulamentação do fóro espe- deixar de reconhecer que as cautelas
JANEIRO Ã MARÇO - 1968 131

foram tomadas, inclusive '8 de "possibi- contexto - que os mInistros do S.T.M.


litar o pronunciamento conclusivo e fi- têm se mostrado, em muitos casos, mais
nal da Instáncla suprema do Jurllciário sensíveis que os do Supremo, de uma
do Pais." Mas, ainda assim, não consi- senslbllldade gritante, e que naquele
dera o texto o melhor para a espécie. tribunal superior mais sewivels a~nda
Pondera que "o êrro da matéria está se têm manifestado os juizes milltares
na rigidez do seu enunciado, porque em do que os juizes civis. Assinala que :>
detennlnadas clrcunstánclas o Estado Importante no caso não é discutIr con-
,poderá usar a Instrumentação referen- ceito de segurança nacional e de segu-
'te à segurança, Inclusive nacional atra- rança externa, o "Importante é se esta-
vés de medidas excepcionais, mas não belecer uma regra que pennlta um sis-
deseja ir ao ponto de detennlnar que tema de segurança. E isto foi feito, por-
o julgamento conseqüente se faça pela que a última palavra. será do S.T.F.,
Instância Militar. O próprio Govêmo, o onde a matéria chegará através de re-
próprio Estado poderá ter êsse proble- curso ordinário. O Supremo terá, pois,
ma dada a rigidez do texto." Adverte ampla competência para examinar tóda
que "o que caracteriza debelar uma di- ela." O Importante é que uma vez que
ficuldade que se situe na área da segu- se altere a competência dos tribunais
rança nacional não é julgar o crime, militares que a sua composição seja
isso se faria a posterlorl já para exem- precedida de manifestação do Senado
plar aquêles que ousassem tanto. Há as Federal.
merlldas de pronto, de imediato, as me-
didas excepcionais, não sendo conve- CONSTlTUIÇAO DE 1967
niente, porém, que fôsse sempre a Ins-
tância Militar a julgar civis." Dessa Seção V
maneira demonstra sua inconformidade
com a redação do art, 120 e se ela fár Dos Tribunais e Juizes Militares
aprovada ficará na expectativa de que
seja possivel se tomar mais maleávels Art. 120 - São órgãos da Justiça MI-
as configurações que Irão surgir quan- litar o Superior TrIbunal Militar e os
do da elaboração da lei que irá regula- Tribunais e juizes inferiores iwtituldos
mentar ou tornar auto-exeqüivel o art. por leI.
120. Art. 121 - O Superior Tribunal M1l1-
tar compor-se-á de quinze Ministros vI-
Senador Antônio Carlos - Expressa talicias, nomeados pelo Presidente da
seu ponto de vista favorável à manu- RepúbUca, depois de aprovada a escolha
tenção do texto com a aceitação da pelo .Senado Federal, sendo três entre
emenda do Deputado Nelson Carneiro, oUclals-generals da ativa da Marinha
de n.o 130/50. Afinna que assim age de Guerra, quatro entre oficiais-gene-
porque tem absoluta confiança que es- rais da ativa do Exército, três entre ofi-
tá "defendendo uma fónnula. que, na ciaIs-generais da ativa da Aeronáutica
prática, quando fôr exercitada pela Jus- Militar e cinco entre civis.
tiça, não pennlt1rá quaisquer abusos
ou injustiças" pois entende que o re- § 1.° - Os Ministros civis serão bra-
curso ordinário ao S.T.F. e a escolha sileiros natos, maiores de trinta e cinco
dos juizes do S.T.M., precedida de ma- anos, livremente esco1hldos pelo Presi-
nifestação do Senado, dão ao sistema dente da República, sendo:
aquelas garantias capazes de enchê-lo a) três de notório saber juricUco e
de entusiasmo e convicção para exaltar idoneidade moral, com prática fo-
o texto com as emendas. Assinala que rense de mais de dez anos;
ao decidir sóbre as emendas, como re-
lator, examinou o texto sóbre o qual b) dois auditores e membros do Mi-
elas Incidem, as suas repercussões, mas, nistério Público da Justiça Mili-
também, olhou para todo o trabalho da tar, de comprovado saber juricUco.
elaboração constltuclonal, pois o dispo- § 2.° - Os juizes militares e togados
sitivo do art. 120, § 1.0 diz bem de perto do Superior Tribunal Militar terão ven-
aos direitos e às Rarantias, à liberdade cimentos Iguais aos dos Ministros dos
do q~ as Juizes civis. Assinala que.
assim, examinou o projeto no campo Tribunais Federais de R~cursos.
dêsses direitos e entende que êles estão Art. 122 - A Justiça Militar compete
perfeitamente acautelados no projeto processar e julgar, nos crtmes mllllares
com as emendas. Lembra artigo do jor- definidOS em lei, os miUtares\e as pes-
nalista Danton Jobin que diz no seu soas que lhes são assemelhadas.
132

§ 1.0 - ~sse fôro especial poderá es- Federal, das decisões do Superior Tri-
tender-se aos civis, nos casos expressos bunal Militar.
em lei para repressão de crimes contra Não é demais, dada a importância
a segurança nacional ou as instituições que encerra, transcrevermos aqui os co-
m1litares, com recurso ordinário para o mentários de Paulo Sarasate (~7) que
Supremo Tribunal Federal. dIz o seguinte, com relação a extensão
§ 2.0 - compete originariamente ao do fôro militar aos civis: "Um dos pre-
Superior Tribunal Militar processar e ceitos do Ato Institucional nO 2 que
julgar os Governadores de &itado e seus mereceram a mais severa critica dllJ
Secretários, nos crimes referidos no oposição foI precisamente o art. 8.°,
§ LO. que serviu de inspiração aos parágrafos
1.0 e 2.° do art. 122 do nôvo Estatuto
Art. 3. 0 - A lei regulará a aplicação Político do país. Por essa norma do Ato
das penas da legislação militar em tem- InstitucIonal n. O 2 deu-se nova redação
po de guerra. ao § 1.0 do art. 100 da Constituição de
1946, o qual, reproduzindo a segunda
Como se vê, a Constituição de 1967 parte do art. 84 da Lei Magna de 1934,
inovou, em vários pontos, os textos prescrevia textualmente: ."~e fôro es-
constitucionais anteriores referentes à pecial poderá estender-se aos civIs, nos
Justiça Milltar. casos expressos em lei, para a repres-
são de crimes contra a segurança ex-'
O Superior Tribunal Militar, cuja terna do país ou as instituIções mili-
composição era anteriormente matéria tares."
de competência da legislação ordinária
integrou-se no texto constitucional con- A diferença, como se vê, entre esse
substanciado no artigo 121 e seu pará- texto e o que se contém na Constitui-
grafo 1.0 da nova Constituição, que ele- ção de 1967, na parte trazida do Ato Ins-
va de onze parn quinze o número dos titucional n. O 2, consiste na substituição
ministros do Superior Tribunal Militar. da expressão "segurança externa do
Neste ponto foi, aliás, reproduzido o país" por "segurança nacional". Porque
disposto no aft. 7. 0 e seu parágrafo úni- a norma, como em 1946, continua "fa-
co do Ato Institucional n. O 2 cultativa" ("poderá estender-se") e de-
Quanto aos órgãos inferiores da Jus- pende da leI ordinária, que estabelecerá
tiça Militar, referidos no art. 120, é cer- os casos em que, a seu juizo, ocorrerá a
to que eles têm a situação regulada pe- extensão, prevIsta, do fôro militar ao
lo Código da Justiça Militar baixado pe- processo e julgamento de civis.
lo Decreto-Lei n. o 925, de 2.12.38, mo- Quanto à referida substituição, po-
dificado pelo Decreto-Lei n. O 4.235, de rém, não pretendemos nem fazer-lhe a
6.4.42. apologia, nem examinar aqui a sua pro-
cedência ou improcedência, porque ela
Outra inovação sõbre a matéria de decorre do nôvo conceIto de segurança
que tratamos está na obrigatoriedade fixado pela Constituição vigente, e sô-
da audiência do Senado Federal no to- bre o assunto já tecemos amplos comen-
cante à escolha dos membros do Tribu- tários no local próprio. Não se cuida
nal. Deve-se isso a emenda do Deputado mais de "segurança externa" em parti-
Nelson Carneiro, aprovada pelo Con- cular, porém de "segurança nacional"
gresso ao ensejo em que se discutia e como um conjunto.
votava a nova Constituição.
Desejamos apenas frisar que, à parte
Ainda no tocante à competência da esse aspecto da questão, o Estatuto de
Justiça Militar encontramos novidade. 1967 melhorou, e muito, o de 1946, atra-
t. que foi aquela ampliada no sentido vés da cláusula adicionada ao parágrafo
de envolver o julgamento de cIvis, in- em lide, que faculta "recurso ordInário
cluslve Governadores e Secretários de para o Supremo Tribunal Federal con-
Estado, cujas responsabilidades nos cri- tra qualquer decisão tomada pela Jus-
mes contra a Segurança Nacional esca-
param, por essa forma, da órbita dos
podêres estaduais, legislativo e judi- (36) o projeto do Governo j i falava em recurso
ciário. para ° 8. T.F. A emenda n.o 130/50, do
Deputado Nelson Cllrnelro e5t&beleceu °
recurso ordInárIo.
Estabeleceu, entretanto, a Constitui-
(37) Paulo S6rll8llte - "A Con5tltulçAo do Brll-
ção de 1967 a norma salutar do Recurso 511 ao alcance de todoa" - 1967 - ptr.glJ.
Ordinário, (OI) para o Supremo Tribunal 452 e 4S3.
JANEIRO A MARço - 1"1 133

tlça M1lltar em desfavor de elementos norantes levem a Nação a dar guina-


civis. das odiosas para a direita, para o abso-
Dessa maneira, a critica ao dlspositl- lutismo, matando a llberdade em nome
vo, para ser feita em têrmos Juridlcos, da própria liberdade." Em nova decla-
que devem ser serenos, e não polltlcos, ração (41) o General Mourão Ftlho
que são via de regra exagerados, terá anuncia a revisão do Código da Justiça
que estender-se aos textos anteriores e Milltar "instituto que nasceu nas trevas
basear-se, principalmente, na "margem
~e decisão" conferida ao Poder Legtsla-
tlvo de que Já falava ClAudio Pacheco, (38) Rclbert.o Maplb"ea - "A Conlltltulç'o JPe..
relativamente ao preceito semelhante deraJ de 1967" - Comentada - n - artll.
de 1946, que o mesmo autor quallficava 10'7 a 189 - P'ss. 328 e 327.
(39) O pelllllUnllnto do elemento clvll, tanlb6m,
de "dIspUcentemente ampllaUvo" e que, nl,) tem II1do dh·oreo. O Proresaor Heleno
realmente, se reveste dêsse vicio de ori- Fragoao, representante <Ia OTdem doe Ad·
gem. E, para arrematar, diremos, com voga<l08. na pOllBe do Prell1dente do 6T.M.,
em deelataçOllll publlcadaa no "CorreIo <Ia
aQuêle tratadista, que, de qualquer for- Manhl" de 18·3-81, . .Inala:
ma, a competência do legislador ordiná- "Nio Ylmos. em momento algUm. esta
rIo para definir os crimes milltares "é COrte de Justiça traDMonnar-1Ie em
Instrumento da açAo re90luelon4r1a e
relativa, é restrita, não pode exorbitar eUbgel'lllva du le.. e <Ia I~
das conceltuações doutrJnánas, dos pre- demoenttlca, efe r_to ue rudlJlDelJtll
cedentes e tradições e até mesmo de um aUngtc1a pela açlo de certaa autort-
certo teol' de razoabllldade." dadllll perturbadae pelo poder 4I1lCrl-
clor.lrlo." Em outro treào atum.:
"Leis oomo a <Ia Se1furança Nacional,
A ComtltuIção de 1967, no que diz Inter_rn de perto ~ Ilberc1a4e do
respeito à fixação da competência não cldadlo em lIIIUB uPect.os de maJor
Inovou o critério estabelecido na ante- t.nnac:end~ncla do Estfodo Delbocri·
tlco o oon.atttul a anUga llçio de que
rior, ou seja, a de 1946: " ... evitou a fi- nlo podem aer elaborad.aa no mo-
xação da competência ratione materiae, mente) da crJ.ae, ti mUlto menllll outor-
raUone personae e ratlone loei, prefe- gadaa por ato dlllCrlclonâr1o doe ga.
vernaDtea. Viola a regnr, tundantental
rindo confiar à legislação ordJnária à do Estado de direito, a legtslacl.o ela-
atribuição, de definIr os crimes pratlca- borada e Imposta pelo ExecutlYo, Rm

..
dos por cJvJs sujeitos ao tôro milHar."
( )
a PArtlclllaclo d()jJ repreeentantee elo
povo, 1I9remente ncolh1doe em auhi-
gio universal. t;, 1lOIs, uma les1&laçAo
dltatorla1 que deaaflari o R~ de
CRITICAS j \leUça, o eqUlllbrto ti '8 pondel'flÇl.o
desta EJPigla Côrte. te&14laçio qufl
O Julgamento pela JusU9a Mllltar de correllponde a um Eatado polte1lll e
nia 11 um prols detnoer!t1a). ~Ja­
civis acusados de subversao e Incursos çlo que corre&pollde , 81tuaçl.o de
na Lei de segurança Nacional tem en- altlo como ae o Pata 113tlY_ na lml-
n~ncla de agreeosAo lllttema ou Ge re-
sejado severas criticas à Constituição voluçlo, pois IIÔm~te em tais oon-
de 1967. Membros do próprio Superior dlç6eti 6 posslvel. eom seriedade, &rIr·
Tribunal Mll1tar protestam contra essa mar Que tOdaa aa pegoea, llaturals
disposição. (..) O General Olimplo Mou- ou j ur1dlcae, alo respoIlN\vels pela M-
gurallça nacional. Depois IntrocSuz-811
rão Filho (00) entende que o S.T.M. um conceito totallUP.rlo, trulo de um
não é fôro para civis: "A Justiça Mili- terror plnloo ao oomunl6II1o. que tfl:
tar não é própria para julgamento de desaJ)llrecer a lItnpl<la e adml~vel
colleel tuaç&o liberaI. de Que oe tr1mel
civis impllcados na ampla subversão. J)Olltlcos 610 5Ômente aQu~lee que
Não se sabe de outro código do mW1do are Iam a J)er&oDall<lade do Eatlldo e
que permita um tamanho atentado con- a eegurança do re«tme e do OOv~rno,
oom 11 tutela dtl Interh:ees reladona-
tra a llberdade do cidadão, por parte da doe oom 8 e:cls~ncla, a Integrtc1a4e,
autoridade administrativa. O art. 156 li unidade. a IndllpeDd~ncJa do Estado
li a deresa mUltar conU1l a Iljffeea&o
do Código Penal MiUtar é uma excres- uterlor, e, no plano Interno. a In.... o-
cência JUrídica, não sendo aceitável que labllldade do reg1..lne polltlco ngente,
um encarregado de IPM possua seme- li llltlu~ncla e 8 Incolumidade dos Or-
lhante poder sôbre os civis." E mais: llios /lullremOll do Eatado, coDllllCradoe
na COIUUtuIÇIo."
"Desejo deixar bem claro ser jndIspen- Protesta, veementemente, contra a 91-
gl!ncla da. lei Que ,·&tIIbelece tÔro militar
sável lB2Crmos a sã. doutrIna do Direito paa crlrne polltlco, por respeito • Jua-
Penal extravasar da esfera da alta cul- tlça MlIltar e ao direito doa cl<lad&a8". o
tura dos Juristas e derramar-se sôbre Jornallste Carloe Lacerda ("Jornal do
Draall" de 22-6-67).
as outras camadas sociais, a fim de ser-
vir de base sóUda ao pensamento pol1t1- (4()) Declaraç6es do ~neral Mourlo PUbo, ao
assumIr 11 Preetd~ncla do 8. T. M.. Ilubll-
co nacIonal, desencorajando, Impedindo cac1aa no "Correio da Manb...., de 18-3-«7.
mesmo, que falsos lideres ou lideres tg- (41) "Comlo dA M&nhl", 28-4-«7.
134

da ditadura de 1938 e está obsoleto e preceitos legais em vigor". As conces-


impróprio para o regime democrático, sões feitas ultimamente pelo S. T.M.,
cuja modificação já está em estudos por de vários pedidos de "habeas corpus",
uma comissão de juristas nomeados pe- nos casos de coação ilegal previstos no
lo S.T.M." projeto de Resolução normativa, ao que
O General Pery Bevilacqua, em repor- se constata, têm tido como resultado a
tagem publicada no "O Jornal" de 8. g. redução do número de prisões de civis
67, "também não quer civll preso por por militares e também de indevidas
mmtares" : instaurações de IPMs contra aquêles, ad.
que parece pelo melhor esclarecimento
"Ao condenar, ontem, a prisão de ci- das autoridades militares que vinham
vis pelas autoridades militares, o mi- praticando tais a tos ~ disse o Minis-
nistro do S. T . M., General Pery Bevi- tro do Tribunal Militar.
lacqua, disse que "contra essa pernicIo-
sa distorção da missão das Fôrças Ar-
madas, tenho clamado e continuarei a HARMONIA E REFORMA
clamar, e ninguém poderá recusar-me
autoridade moral para assim proceder, "O S. T. M. -- prosseguíu - com a
pois sempre detestei as ditaduras, tanto autoridade que lhe dá o conhecimento
da esquerda como da direita, por serem ~xperimental da extensão da Justiça
ambas llberticidas e, por isso, igualmen- Militar aos civis acusados da prática de
te execráveis" e a prepotência, civil ou crimes não previstos no Código Penal
m1l1tar, que sempre verberel, constitui o Militar, se o art. 50 da Constituição do
caminho direto para a ditadura. Brasll o permitisse, poderia levar ao
Congresso Nacional parecer mostrando
O pronunciamento surgiu em conse- ponderáveis razões que desaconselham
qüência de uma resolução normativa -- tal extensão que lhe foi dada ultima-
derrotada pela segunda vez .- que Pery mente. Essa espécie de militarização da
pedira ao S. T.M. fôsse baixada, decla- Justiça não concorrerá, por certo, para
rando que "militar não pode prender apressar o encerramento da atual fase
civil com base no Código da Justiça, a de transição e ingresso do País na ple-
não ser em flagrante delito" e que "mi- nitude do regime democrático, com o al-
litar não tem autoridade legal para mejado restabelecimento do princípio
instaurar inquérito policial contra civis da harmonia dos Podêres da União en-
que sejam acusados ou suspeitos da tre si e o retôrno das Fôrças Armadas
prática de crimes políticos ou contra a às suas funções normais."
segurança interna do País. competindo
a iniciativa e a execução de tais inqué- "Reintegrado completamente o País
ritos à Polícia Civil." O Egrégio S T. M. na posse de si mesmo - prosseguiu --
por maioria de votos, rejeitou essa pro- será, então reformada a atual Consti-
posta, decidindo, no entanto, apreciar tuição, escoimada dos defeitos que a
a questão em cada caso de per si, dando prejudicam, dos quais o principal é a
a solução que cada um exigir. hipertrofia do Poder Executivo, grande
responsável pelas distorções do regime
Justificando, disse o General Pery Be- republlcano, democrático e federativo,
vilacqua que. se oS. T. M. continuar a tão auspiciosamente estabelecido em 15
receber pedido de "habeas corpus" em de novembro de 1889 pelos seus funda-
favor de civis Uegalmente presos por dores que o visionavam puro, fecundo c
autoridades militares e, em muitos ca- benfazejo, regime orgànico da liberdade
sos, sujeitos a IPMs, "julguei oportuno e da fraternidade, da conciliação siste-
e conveniente à economia processual, mática da Ordem e do Progresso, de
renovar a apresentação. que. posta em confiança plena, a par da mais comple-
discussão, recentemente, foi rejeitada ta responsabilidade, de respeito meti-
com a mesma votação anterior". "Te- culoso iJ. dignidade e às convicções po-
nho a esperança -- acentuou -- de que líticas ou fllosóficas dos cidadãos, regi-
em breve venha a se tornar desnece;;- me de separação definida entre o poder
saria tal recomendação, que teria a vir- espiritual c fôrça temporal, regime de
tude de servir para orientar e esclare- liberdade espiritual." A subversão, U
cer autoridades militares zelosas e tam- corrupção e a inflação, que tantos ma-
bém autoridades policiais igualmente les têm acarretado ao pais. são descen-
bem intencionadas e que inadvertida- dentes diretos do excesso de poder con-
mente, vinham agindo ao arrepio de centrado nas mãos do Poder Executivo.
JANEIRO A MARço - 1968 lU

FORO MILITAR MI88AO DISTORCIDA


A certa altura. o membro da mais "Contra essa perniciosa distorção da
alta Côrte de Justiça Militar diz que "a ml3sáo daa Fôrças Armadaa, tenho cla-
extensão do fôro mllltar aos civis Incur- mado e continuarei a clamar enquanto
sos na LeI de Segurança Nacional, feita tiver alento; antes de m1lltar, sou clda-
pelo Ato n,o 2 e, lamentàvelmente, tor- dão e amo o ExércIto a que me orgulho
nada permanente pela Constituição do de pertencer por amor de minha Pátria.
BrasIl, não importa em transferir para E ninguém poderá recusar-me autorida-
as autoridades mllltares as funções po- de moral para asslm proceder. Sempre
liciais exercidas pelas Delegacias de Or- verberel a prepotência, cIvil ou mllltar.
dem Polltica e Social - DOPS - e pela O despotismo é o caminho direto para
Policia Federal, que está sendo organi- a ditadura e sempre detestel 8.8 ditadu-
zada" - "Aquelas autoridades policiais ras, tanto da esquerda como da direita,
- prosseguiu - nâo foram demitidas de por serem liberticidas e, por isso, Igual-
suas atribuições legais; nada obstante, mente, execráveis", dlsse o mInistro do
cada comandante' de Guarnição, permi- S.T.M., que cita o Fundador da Repú-
tindo-se a Iniciativa de instaurar IPMs blica, Benjamin Constant, que, em 2 de
contra civis e ordenar a sua prisão com fevereiro de 1887, em plena Questão Mi-
base no Código de Justiça Militar, por lltar, disse: " ... se no regime democrá-
suspeitos de crime contra a Segurano;a tico é condenada e preponderância de
Nacional, vinha, pràtlcamente, exercen- qualquer classe, muito maior condena-
do funções que o tornam delegados em ção deve haver para o predominlo da es-
potencial do DOPS, pada que tem sempre mais fáceis e me-
lhores meios de executar os abusos e
BRASIL: UM VASTO QUARTEL as prepotênclas."
"Em cada guarnição, as autoridades Lembra o ministro que a êsse respeito
mllltares competindo entre si em Ini- escreveu, em 1939, o saudoso general A.
ciativas pollciais, e competindo tódas Tasso Fragoso - "Não se pode ler hoje
sem emoção tão elevado pensamento
com as autoridades pollciais civis, com enunciado por um soldado! O conceito
a instauração de IPMs contra civis de é indestrutIvel, está de pé e estar' em
ambos os sexos e a prisáo dos indicia- todos os tempos. 8ó não o reconhecerão
dos durante as investigações policiais os que não tiverem alma de subservien-
te ou de tirano", ("Revolvendo o Passa-
por 30 dias. prorrogáveis por mais 20 do", Augusto Tasso Fragoso, gen, dIv.
com a apUcação do C6d!go da Justiça Ref. Natal de 1939).
Militar - feito para garantir a disci-
Concluindo, o ministro Per}' Bev1lac-
plina nas Fôrças Armadas, e aplicável qua observa: "Fellzmente a apontada
sómente pelos comandantes aos seus co- distorção da missão daa Fõrçaa Arma-
mandados - vinha convertendo virtual- das parece estar chegando ao fim. A
mente o pais, num vasto quartel, ou os fase aguda Já... passou. A perfelta nor-
alto mUhócs e 5<J0 mU quIlômetros qua- -malIzação da vida democrática nado-
nal, entretanto, 8Ómente poder' advir
. drados de território nacional em pátio com o fortalecimento do principio conJ-
de quartel, comprometendo - essa es- t1tuclonal de independêne1a e harmo-
pécie de estado poUcial-mlUtar - a nia dos Podêres da União. O Julgamento
dignidade do regime republicano e o de cidadãos civ1B pela Justiça MiUtar
por crimes polltlcos contra. a .segurança
próprio prestigio de que sempre desfru- interna, evidentemente, não deverá per-
taram, merecidamente, na sociedade 33 manecer: não prestlgla o Poder Civll,
nossas Fôrças Armadas." especialmente o Poder JudJcllrto."
136 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

o jornal "última Hora" publica em voto do MinIstro Peri Bevilacqua, nega


3.1.68 os julgamentos do Superior Tri- o quarto habeas-corpus impetrado em
bunal MiUtar em 1967: favor do mais antigo prêso político do
País - Gregório Lourenço Bezerra -
"STM BATEU RECORDE DE recolhido na Casa de Detenção do Re-
JULGAMENTOS EM 67 cife. • Ao relatar o habeas-corpus pe-
dido em favor do pianista Joaquim To-
o Superior Tribunal Militar realizou, más Jaime, o MInistro Alcides Carnei-
em 1967, o maior número de julgamen- ro denuncia que o pacIente, juntamente
tos registrados num só período da sua com seis outros companheiros, acusados
história~ A quantidade de condenações, de delitos políticos, está recolhido num
absolviçoes e habeas corpus concp.didos "depósiw de animais", no Forte de São
foi bem maior que em anos anteriores. João, desde outubro de 1966. • Por 7 vo-
Em apenas um habeas coletivo - o tos contra 6 o STM concede habeas-cor-
maior já julgado pelo STM - foram ex- pus ao cabo Francisco Dorismar - Ar-
cluidos de processo 104 trabalhadores raes, prêso no Forte de São João, por
das Minas de Mórro Velho, em Minas ter dado fuga e posteriormente se asi-
Gerais. lado com quatro estudantes detidos na-
quela unidade mmtar, acusados de "ati_
Quase sempre o Tribunal anulou deci- vidades subversivas". O Embaixador
sões das dez auditorias existentes no Sanchez Amorim, do Uruguai, não con-
pais. Dezenas de penas foram diminUÍ- cedeu asilo politico ao cabo, mas apenas
das, muitas em pelo menos um quarto aos estudantes, tendo o militar sido en-
de século. Doze IPMs foram arquivados tregue aos seus ~uperiores, gerando o
por falta de provas. O maior índice de episódio uma série de problemas di-
condenações foi registrado nas Audito- plomáticos. • O Conselho Permanente
rias de Curitiba, Juiz de Fora e Recife de Justiça da 1,ll. Auditoria da Aeronáu-
._- 5. a , 4. a e 7."' Regiões Militares. tica, julgando 12 operários do Serviço
de Transporte da Baia de Guanabara,
BALANÇO acusados de "subversão", condena a dois
anos de reclusão José Batista da Costa
Eis uma súmula dos principais acon- e Fernando Ferreira Marinho, • Habeas-
tecimentos na Justiça Militar durante corpus concedido ao cabo Arraes não é
o ano de 1967, mês por mês: cumprído e o mllltar continua prêso no
JANEIRO - O Mínistro Murgel de Forte de São João, • O Almirante Dlogo
Rezende, do STM, - se pronuncia con- Borges Fortes, Presidente do STM,
tra o proj eto da nova Lei de Imprensa, anuncia o fim do ano JudIcIário Militar
que afinal foi decretada pelo Presiden- de 1966, dando a conhecer que a Supre-
te Castel10 Branco. • O Procurador-Ge- ma Côrte Militar julgou naquele perío-
ral da Justiça Militar. Sr. Eraldo Guei- do 607 habeas-corpus, 743 apelações e
ros opina em parecer no sentido de que 1.603 processos de outra natureza. A fim
o IPM da Rêdc da Legalidade seja re- de dar cunho legal à continuidade da
metido à. Auditoria da 4.a. RM, em Juiz prisão do cabo Arraes, a 2. a Auditoria
de Fora: o principal indiciado no inqué- da La RM, decretou a prisão preventiva
rito é o Arcebispo D. José Newton, de do militar. • O Ministro Peri BevHacqua
Brasília. • O Procurador-Geral Eraldo declara à Imprensa que a futura Cons-
Guelras nega. em parecer. fôro privile- tituIção da República não deve permi-
giado no STM para os ex-Governadores tir o julgamento de civis por m1lltares,
do Amazonas, Srs. Gilberto Mestrinho e senão quando se tratar de crimes contra
Plínío Coelho, alegando que os acusados a segurança externa do País. • O Pro-
tivr.'ram os seus direitos políticos cas- curador Eraldo Gueiros pede ao BTM o
sados, • Já com o parecer do Procura- arquivamento do IPM que apurou "o
dor-Gerai da Justiça Militar, o IPM do movimento separatista do Govêrno de
JSEB é encaminhado ao STM, fi gurando Goiás, Sr. Mauro Borges", por falta de
eomo principais indlCiados os ex-Presi- indício de crimlnalidade. • O BTM con-
dentes Juscelino Kubitschek, J5.nio dena a 17 anos de reclusão quatro fa-
Quadros e Joao Goulart. • Eraldo Guei- zendeiros que assassinaram um fanna-
ros defende o Juiz Gilberto Lamõnaco, cêutico, no dia l""de abril de 1964, sob a
da La. Auditoria da Marinha, censurado alegação de ser "um perigoso comunis-
pelo Capitão Ataliba Galvão Neto, que ta". • O Ministro PerI Bevilacqua ma·
chefiou o IPM da fuga do ex-cabo An- nifesta-se favorável à anistia para ali
selmo dos Santos. • O STM, contra o crimes políticos, a fim de "corngtr in-
JANEIRO Â MARÇO - 1968 137

justiças e extinguir ódios". • Começa na velra lmpetra habeas-corpus em favor


3.a Auditoria da La RM O sumário de do septuagenário Franclsco Rux, prê-
culpa dos denunciados no chamado so, na PE, em Vila Isabel, por ordem do
"Processo do Trem da Esperança". • Capitão José Rlbamar Zamlth. • O Ge-
Eraldo Gueiros pede ao STM o arquiva- neral Ollmplo Mourão Filho, pr('sidente
mento do IPM do Congresso de SolIda- eleito do STM, faz pronunciamento con-
riedade Q Cuba, cujo único Indiciado é tra a nova Lei de Imprensa, afirmando
o General Lms Gonzaga de OnveJra Que "uma democracia forte e estável
Leite. não preclsa de nenhuma medida de ex-
ceção." • O Governador do Estado da
FEVEREIRO - O MJnistro da Justi- Paraíba, Sr. João Agripino, em audiên-
ça, Sr. Gama e Silva, anuncIa que, de cia na Auditoria da Aeronáutica defen-
acôrdo com o § 1.° do art. 122 da nova de, como testemunha, o Coronel Neiva
Constituição Federal, compete ao Su- de Figueiredo, processado por "subver-
perior Tribunal Mllltar julgar os recur- são". • O General Peri Bevllacqua, Mi-
sos oriundos de decisões de primeira nistro do STM, declara que a nova Lei
instância - Auditorias - ao invés dês- de Imprensa "equivale a um Estado de
se julgamento ser feito diretamente pe- Sítio". • O General Olimpio Mourão Fi-
lo Supremo Tribunal Federal. • Acusa- lho toma posse na presldêncla do STM,
dos de ativistas do PartJdo ComunJsta, fazendo um 11belo contra a nova LeJ de
28 civis dos munlcipios de NUópol1s e Imprensa, assim como aos processos
Nova Iguaçu, Estado do Rlo, são denun- fascistas oriundos da Alemanha nazista
ciados pelo Promotor Otávio Durval de Hitler. • O General Ernesto Geisel to-
Meyer, da La Auditoria da La RM. • O ma posse como ministro do STM. • O
Conselho Permanente de Justiça da 2.- Ministro Magalhães Pinto, das Relações
Auditoria da Aeronáutica absolve por Exteriores, VisIta o STM e diz que "a
unanImidade quatro clvis acusados de Revolução já acabou", • O STM manda
"subversão" na cidade de ltaguai, Esta- arquivar representação do Comandante
do do Rio. • Por ter sido considerado da 7.- RM, no Recife, contra o Juiz-Au-
revel no processo a que responde por ditor Amilcar Cardoso de Meneses. •
"subversão", o Jornallsta Agllberto Viei- MlnJstro Saldanha da Gama, votando
ra teve a prisão preventlva decretada em habeas corpus no STM, declara que
pela Auditoria da 5.a RM, em Curitiba. "estamos viVendo a tutela. da nação pe-
• O Professor Sobral Pinto pede à Au- lo militar, um caso típico de tropa de
ditoria do Recife para adiar o julga- ocupação".
mento do septuagenário Gregórlo Be-
zerra, alegando motivo de doença Justi- ABRIL - O ex-Deputado Doutel de
ficado, mas o pedIdo não foi considera- Andrade pede habeas· corpus ao STM
do. • O advogado Alexandre Gedey In- para ser excluido de processo a que res-
forma que vai anular de dlreito a con- ponde por "subversão" na Auditoria dll
denação de cInco anos de reclusão Im- s.a RM, em CuritIba. • Depois de vee-
posta ao aeroviário Adílson Pinheiro mentes debates o STM determina o ar-
Pimentel, pelo Conselho Permanente de quivamento do IPM da Ri:dc da Legall-
Justiça da 3.- Auditoria da 1.- Região dade, com o voto do MJnJstro DlimpJo
Mil1tar, acusado de tentar assassinar o Mourão Filho; os dois principais lnd.1-
Presidente Castello Branco. • Primeira ciados no inquérito são o Arcebispo de
Auditoria da AeronáutIca recebe do MJ- Brasilia e o presidente deposto João
nistério da JusUça o processo relativo à Ooulart. • O STM arquiva outro IPM .-
proibição do jornal "Fôlha da Semana", feIto contra o General Maurílio Lemes
baseado num expediente do sm. • O de Avelar e dezenas de candangos de
IPM das Companhias de Navegação é Brasilla. • O Ministro Saldanha mani-
dlstribuido à 1.11 Auditoria da Marinha, festa-se novamente contra a atual Lei
e depois, com parecer do Promotor Ro- de Segurança NacIonal, saUentando que
bério Albuquerque, ao STM; figuram co- "discutimos entre duas !llosoflas de G<J-
mo principaIs indiciados o presJdente vemo, entre dois destinos nacionaIs: o
deposto João Goulatt e os Almirantes de republiqueta e o de grande nação". •
Luís de Araújo Susano c Eduardo Sêco. O Professor Bayard Bolteux é le"lado pa-
ra Juiz de Fora, acusado de participar
MARÇO - O jurlsta Raul Lins e Sil- das "guerrlllias" de Caparaó. • O Juiz
va aponta duas nulidades no julgamen- José Gar<:1a. Freitas, da 3.- Auditoria da
to de Gregório Bezerra: - cerceamento 1.- RM, manda arquivar o IPM da Com-
de defesa e incompetência da Justiça panhIa Sldenirgica. Naclonal, por "ln-
Militar. • O Advogado Modesto da Sl1- suficiêncIa de provas". O Ministro Mou-
138 REVISTA DE INFORMAÇÃO UG~~':.ATIV~ __

rão Filho determina a abertura de in- STM manteve o acórdão em que conde-
quérito administrativo contra o Promo- nou os líderes sindicais Clodsmith Riani
tor Benedito Felipe Rauen, que classi- e José Gomes Pimenta, a 7 e 2 anos de
ficou os funcionários da Auditoria da reclusão respectivamente, • A Sra. Gló-
5.a. RM, em Curitiba, de "venais". • O ria dos Santos Monteiro, espõsa do ce-
Juiz da 2. a Vara Criminal de BrasiUa, nógrafo Francisco das Chagas Montei-
Sr. Geraldo Tarso de Andrade Rocha, ro, denuncia ameaças de violências con-
manda arquivar IPM aberto contra o tra o seu marido, por parte do Capitão
presidente deposto João Goulart. • O Zamith. o O IPM do ISEB é remetido ao.
Promotor Eudo Guedes Pereira, da 1,a STF por ser aquela Côrte competente
Auditoria da La RM, denuncia 36 dos para julgar os ex-Ministros da Educa-
300 universitários envolvidos no IPM da ção Clóvis Salgado e Oliveira Brito. •
FANFI da Guanabara. • O STM declara Acórdão do STF estabelece que os
que civil só pode ser preso por juiz com- acusados de crimes políticos praticados
petente. • Ao votar num pedido de ha- antes da vigência do Ato Institucional
beas corpus, o Ministro Alcides Carnei- n.O 2 deverão ser julgados pela Justiça
ro diz que "a imprensa não só é a liber- Comum. o O STM não aplicou os ter-
dade do mundo, corno também a trin- mos do acórdão alegando que êle ainda
cheira das liberdades públicas". não firmou jurisprudência. • O STM
concede habeas corpus ao Engenheiro
MAIO -- Chega ao STM o IPM do Moisés Kuppermann, mas a ordem só é.
jôgo do bicho no Estada do Rio. • Mou- cumprida depois que o Comandante da
rão Filho declara-se contrário a qual- 4.a. RM interveio para exigir do encar-
quer Tribunal Especial para decidir só- regado do IPM, em Juiz de Fora, que
bre a situaçâo dos cassados pela Revo- cumprisse a decisão do Tribunal. • A l. a
lução. o O STM nega habeas corpus ao Auditoria da La RM condena três lavra-
Engenheiro Moisés Kuppermann, que ao dores de Macaé, Estado do Rio. a um
regressar do asilo politico, no Uruguai, ano de reclusão, com base na antiga Lei
foi prêso e levado para Juiz de Fora, de Segurança Nacional. • Por "falta de
acusado de participar das "guerrilhas" elementos de convicção", 30 operários
de Caparaó. • O Juiz José Garcia Frei- dos Estaleiros Ishikawajime são absolvi-
tas, da 3." aud\toría da La RM, determi- dos na La Auditoria da Aeronáutica.
na o arquivamento elo IPM do Sindica-
to dos Trabalhadores Rurais de Carmo, JULHO O ex-Coronel Jefferson
K'>tado do Rio, por falta de elementos Cardim denuncia torturas que sofreu na
de convicção. o O STM nega habeas fase do Inquérito Policial-Militar. • O
corpus ao Professor Bayard Demaria Procurador Mílton Meneses é designado
Boiteux. • Na 1a Auditoria da Marinha para oferecer denúncia no IPM da Im-
sao condenados três ex-marinheiros c prensa Comunista, • Jefferson Cardim
absolvidos 14, todos do Cruzador Ta- apela ao ST1.f contra a sua condenação
mandaré, acusados df~ "sabotagem e in- a 9 anos de reclusão pela Auditoria de
disciplina". • Na l'l Auditoria da Ma- Curitiba. o A 1.a Auditoria da La RM,
rinha são absolvidos o presidente do por unanimidade, absolve sete civis e
Sindicato dos Trabalhadores em Fiacão um cabo, cruelmente torturados na fa-
e Tecelagem de Nova Friburgo, Sr. Fran- se do IPM chefiado pelo Capitão José
cisco de Assis Bravo. e o comerciante Ribamar Zamith. • A Procuradoria-Ge-
Manuel Pereira Leitc' ral da Justiça Militar recebe o IPM da
"Ação Popular", com 32 estudantes in-
JUNHO . - O operáriLl Odilon de Sou- diciados. • O Juiz-auditor de Curitiba
sa Pacheco (' absolvido na 1.1\ Audito- quer nôvo depoimento de Lacerda, co-
ria da I" RM. no processo em que é mo testemunha dp defesa de Jairo Rê-
acusado de tl'ntar "reorganizar o PCB". gis e Agliberto Vieira: o STM, porc-m,
• A 2./\ Audítmi:l d;], M.lfinha, julgando decide que o primeiro depoimento é vá-
90 pftra-q uedistas c ri vis do Corpo de lido e encerra a questão. • Na 2." Audi-
Fuzileiros Navais. acusados de "ativi- toria da Aeronáutica três estudantes são
dades subversl vas". absolveu 85 e con- absolvidos do crime de "pregar cartazes
denou ('mco. O STM considerou-se politicos". o Na 3." Auditoria da 1" RM,
competentt' para processar e julgar SC!- o Coronel NicIL,; da Silva é absolvido,
xas Doria e seus Secrttirios de Estado. porque "nio é crime empregar comunis-
o Carlos Lacerd~L depoe na 3.a. Audito- ta na Comissão Nacional do Carváo". o
ria da I " RM, como testemunha de de- A 2.a. AudItoria da La. RM encaminhfl a
fesa dos jornalistas Jairo de Araúj o Re- relaçâo dos indiciados do IPM do PC às
gis c Agliberlo Vieira de Azevedo, • O de Auditorias Militares.
JANEIRO A MARÇO - 1968 139

AOOSTO - Os estudantes Sebastião OUTUBRO - Com base em acórdão


Rodrigues Paixão e Lúcia Marinha Mou- do STF, a 2.1' Auditoria da Marinha dá-
tinha, e o Professor José Valentim Lo- se por incompetente para processar e
renzettl são condenados a seis meses de Julgar nOve civis acusados de "subver-
reclusão na 3.& Auditoria da 1. 6 RM, são". • A Auditoria da. 7.& RM, no Reci-
acusados de fazer propaganda poliUca fe, absolve um camponês e um tenente
de "caráter subversivo" na Universidade do Exército acusados de "subversão". •
Rural do Brasil. • Na 1.- Auditoria da O Juiz Te6crito Miranda entrega ao STM
La RM, 12 camponeses são absolvidos o Inquérito que fêz para apurar ativida-
por unanimidade, acusados de subver- des políticas do seu colega de São Paulo,
são no Estado do Rio. • A DOPS de Ni- Tinoco Barreto: o inquérito foi realiza-
terói prende o ex-Prefeito de Natal, Sr. do por determinação do presidente do
Luis Gonzaga dos Santos, e o entrega às STM em virtude de representação do
autoridades m1J1tares do Recite, onde Comando do II Exército. • Advogados
foi condenado a 15 meses de reclusão na continuam denunciando violências do
Auditoria da 7. a RM; meses depois o Coronel Ferdlnando de Carvalho. em
mesmo morre na Casa de Detenção do Curitiba. • O Ministro Ribeiro da Cos-
Recife, em virtude de distúrbios cardia- ta, do STF faleceu de enfarte do mio-
cos, ao que Informam as autoridades da cárdio. • O STM concede habeas corpus
7.- RM. • O STM nega habeas corpus a Darci Ribeiro, asIlado no Uruguai e
para o Professor Bolteux e estabelece mais 11 pessoas, por "falta de funda-
Que não há prazo para a prisão preven- mentação do decreto de prisão preven-
tiva na fase do processo. • O escritor tiva". • O jornallsta Flávio Tavares per·
Barbosa Lima Sobrinho e o Professor de habeas corpus no STM.
Cândido Jucá Filho prestam depoimen-
to na Justiça Militar em defesa do Pro- NOVEf\.ffiRO - A 2. 6 Auditoria da
fessor Bolteux. • O STM rejeita denún- Marinha absolve 18 marinheiros do Con-
cia feita contra o Jornalista Heitor Conl tratorpedeiro "Bauru", acusados de le-
enquadrado na Lei de Segurança Nacio- rem praticado, nos dias 31 de março e
nal. • O STM rejeita proposta do Minis- 1.0 de abril, "motim e sabotagem" na-
tro Perl BevUacqua, no sentido de que quele barco de guerra. • Chega na 2. 6
o mllltar não pode prender civil. Auditoria da La RM O IPM aberto con-
tra os estudantes que lutaram pelo nô-
SETEf\.ffiRO - O advogado Rômulo vo Restaurante do Calabouço. • O Juiz
Gonçalves faz denúncias de violências Teócrito Miranda manda arquivar o
físicas no IPM das "guerrilhas de Uber- IPM feito no Sanatório de Itatlala, Es-
lândla". • Em Itauçu, Goiás, é feito um tado do Rio. • O STM, pela via do ha-
IPM contra 26 lavradores expulsos pe- beas-corpus, exclui do processo a que
los latifundiários das terras que culti- respondia com mais quatro estudantes,
vavam há 30 anos: houve numerosas por fazer um comielo no Largo do
prisões. • A 3.a Auditoria da l. a RM ab- CACO, no dia 31 de março de 1964, o
solve três lavradores de Itaperuna, Es- Professor Francisco Mangabeira. • Dan-
tado do Rio, por "falta de lUcito penal". te Pelacanl apresenta-se à La Audito-
• Conforme parecer do Procurador-Ge- ria da Marinha. de regresso do exílio,
ral da Justiça Militar, Sr. Eraldo Guei- tendo a sua prisão preventlva relaxada.
ros, a pena a que foi condenado Gregó- • Quatro lavradores de Macaé, Estado do
rio Bezerra pela Auditoria do Recife - Rio, sào absolvidos na 1.- Audltorta da
19 anos de reclusão - deve ser aquela 1.1' RM, por "falta de elementos de con-
prevista no art. 21 da nova Lei de Se- vicção para condenar". • A 2.- Audito-
gurança Nacional, que varia de 4 a 12 ria da Marinha, numa segunda decisão,
anos. • O advogado José Carlos Correia estabelece que é Incompetente para pro~
denuncia o terrorismo desencadeado no cessar e julgar civis que cometeram cri-
Paraná pelo Coronel Ferdlnando de mes poliUcos antes do AI-2, conforme
Carvalho, chefe de um IPM, prendendo acórdào do STF. • O STM dá prazo a
a sua mais representativa tntelectuall- Tinoco Barreto para se defender. • O
dade. • O IPM de Barra Ma.nsa, Estado STM nega habeas corpus a Quatro re-
do Rio, aberto contra 15 lavradores, é ligiosos de Volta Redonda, presos por
mandado arquivar pelo juiz Te6crito "distribuírem panfletos atentatórios à
segurança do Estado. • O STF dá ha-
Miranda, da l.a Auditoria da 1.- RM. • beas corpus a Flávio Tavares. • A 2.-
O MJnlstro Perl Bevllacqua denuncia o Auditoria da Aeronáutlca decreta a pri-
que chama de "arbítrio dos mlnl-lnqué- são preventiva dos quatro religiosos de
ritos" . Volta Redonda.
140 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
- - - - - - _ . --- - - - -

DEZEMBRO - O Juiz Teódu)o Miran- DECRETO N.o 24.803, de 14.7.34 -


da, da 2. a Auditoria da Aeronáutica, ex- "Modifica diversos artigos do Código de
pede alvará de soltura em favor dos re- Justiça Militar". 0.0. 16.7.34 (SupU.
ligiosos de Volta Redonda. • O STM
concede, para exclusão da denúncia, o DECRETO N.o 71, de 27.2.35 -- "Apro-
maior habeas-corpus coletivo de tôda a va e manda observar o Formulário para
sua existência: 104 trabalhadores das o Processo e Julgamento dos crimes de
Minas de Môrro Velho, em Minas Ge-
rais, são beneficiados. • Mourão Filho insubmissão e deserção de praças." D.O.
solidariza-se com o Comandante da Po- 11.5.35.
licia Militar do Estado do Rio. • O STM DECRETO-LEI N.o 925, de 2.12.38-
extingue o chamado "Processo do "Aprova o Código da Justiça Militar."
CACO", com a concessão de habeas-cor-
pus aos denunciados que restavam. • O D.O. 9.12.38 - Rep. 26.1.39.
I Exército ainda não devolve o IPM dos DECRETO-LEI N.o 2.234, de 27.5.40 -
religiosos de Volta Redonda à 2. a Audi- "Modifica um dispositivo do Código de
toria da Aeronáutica. • O STM absolve
o Coronel Pedro Arbues Martins Alva- Justiça Militar." D.O. 29.5.40.
res, do Rio Grande do Sul. • O operá- DECRETO-LEI N.o 2.746, de 5.1140 ~
rio João Zeferino da Silva está recolhi- "Altera as disposições do Código da Jus-
do na Fortaleza de Santa Cruz há 20 tiça Militar, baixado com o Dec.-Iei nO
meses e ainda não sabe da sua condc-
nação, oficialmente_ • Os jornalistas 925, de 1938, relativa ao Conselho de
elegem Ministros do Ano: Peri Bevílac- Justificação." D. O. 7.11.40.
Qua e Alcides Carneiro. • O IPM com 13 DECRETO-LEI N.o 3.020, de 1.2.41 --
intelectuais chega à 2. a Auditoria da
Marinha, figurando como principal in- "Prorroga à Aeronáutica a jurisdição da
diciado o pensador católico Alceu de Justiça Militar do Exérclto." D. O.
Amoroso Lima - Tristão de Ataydc_ • 4.2.41.
O Juiz Alvarenga Viana, da 2. a Audito-
ria da l-l~ RM, manda arquivar o IPM DECRETO-LEI N.o 3_038, de 10.2.41 -
contra Lacerda. • O IPM contra Abelar- "Dispõe sôbre a declaração de Indigni-
do Jurema também é arquivado. • Mou- dade para o oficialato." DO. 12.2.41 -
rão Filho quer saber sóbre violências Ret.24.2.41.
contra os condenados do CaparaÓ. • A
2" Auditoria da Aeronáutica intima o DECRETO-LEI N.o 3.581. de 3.9.41 -
Capitão Zamith a explicar torturas con- "Dispõe sóbre a substituição de ocupan-
tra presos pol1tiros sob sua guarda." tes de cargos da Justiça Militar. (Fi-
cam revogadas as alíneas b, c, d, e, f,
JUSTIÇA MILITAR ~ LEGISLAÇAO g, h, do art. 54, o art. 55 e seus parágra-
fos 1.0 e 2°. do Dec.-lei nO 925, de ..
DECRETO N-" 17.231-A, de 26.2.26 - 2.12.38, e mais disposições em contrá-
"Manda observar o Código da Justiça rio_" D.O_ 5.9.41. Ret. 4.1041.
Militar." D.O. 3.3.26. DECRETO-LEI N° 4.023, de 15.1.42 -
DECRETO N.o 17.513, de ~i .1126 -- "Altera os artigos 102 e 103, do Dec.-]ei
"Manda observar o Formulário do Pro- nO 925, de 2.12.38, que aprovou o Có-
cesso Criminal Militar, a que se refere digo da Justiça Militar." D O 16.1.42.
o Dec_ nO 17.231-A, de 262.26, em seu DECRETO-LEI N.O 4.225. de 23.42 -
art_ 386." D. O. 23 11. ::6. "Modifica o art. 24 do Dec.-lei n. a 925,
DECRETO N-" 19453, de 4_12.30 -- de 2.12.38, que aprova o Código da Jus-
"Revoga o § 1-" do art. 3° do regula- tiça Militar." D O de 6.4.42. Ret.
mento anexo ao De[~. nO 17.231-A, de 15.4.42.
26.2.1926, que determina que na 1." cir- DECRETO-LEI N° 4.235, de 6.4_42--
cunscrição haverá também um auditor "Altera a composição do Supremo Tri-
de 1 A. entrância com a,~ funções de cor- bunal Militar e da outras providências_
regedor dos processos findos." D, o. fDec.-Iei n.o 925, de 2.12.381". D. O.
10.1230. Ret. 17.1230. 8.4 . 42. Ret. 11.4.42
JÂHEIRO Â MARÇO - 1968 141

DECREI'O-LEI N.o 4.470, de 14.7.42- LEI H.O 2.738, de 20.2.56 - "Dispõe


"Altera a redação do I 1.0 do art. 1.° do sôbre o afastamento do oficIal que se
Dee.-LeI D.o 3.581, de 3.9.41, que dispõe revelar lDcompatlvel com o exercido de
sôbre a substituição de ocupantes de suas funçóe3, quer em Situação normal,
cargos da Justiça Militar." D.O. 16.7.42. quer por ocasião de provas de instrução,
de manobras ou operações de guerra, e
DECRETO-LEI N.o 5.857, ~e 28.9.43 - dá outras providências." D. O. 22. 2 . 56 .
"Altera a redação do art. 34 do Dec.-IeI
n.o 925, de 2.12.38. Código da Justiça LEI H.o 2.933, de 31.10.56 - "Modifi-
Militar." D.O. 30.9.43. ca o art. 33 do CódIgo da Justiça Mili-
tar." D.O. 31.10.56.
DECRETO-LEI N.o 8.186, de 19.11.45 LEI N.o 3.836, de 14.12.60 - "D1Bpóe
- "DJ3põe sôbre o processo e Julgamen- sôbre a entrega de autos aos advogados,
to dos crimes da competêncIa do extin- e dá outras providências." D.O. 14 .12.60
to Tribunal de Segurança." D.O. de .. - Ret. D.O. de 20.12.60.
24.11.45.
LEI DELEGADA N.o 4, de 26.9.62 -
DECRE.'I'O-LEI N.o 8.758, de 21.1. ~ - "Dispõe sôbre a intervenção no domi-
"Dá nova redação ao art. 7.° do Dec.-Iei mo econômico para assegurar a livre
n.O 925, de 2.12.38, e dá outras provi- d1stribuição de produtos necessártc?s ao
dências." 0.0. 30.1.46. consumo do povo". D.O. 27.9.62 - Ret.
2.10.62.
DECRETo-LEI N.o 8.913, de 24.1.~­
"Altera o Código da Justiça Mllltar, LEI H.o 4.162, de 4.12.62 - "Altera 8
aprovado pelo Dec.-Iei n.O 925, de .... redação da letra "I" do art. 88 do Códi-
2.12.38:' D.O. 30.1.~. go da Justiça Militar. (Dec.-Iei D.O 925,
de 2.12.38)". D.O. 7.12.62. Ret......
DECRgrQ-LEI N.o 9.421, de 28.6.46- 28.1.63.
"Altera d1sposlção do Dee.-Iel n.o 3.581,
de 3.9.41, modificado pelo de n.o 4.470, LEI N.o 4.389, de 28.8.64 - "Altera os
de 14.7.42. (SubStituição de ocupantes a.rts. 273 a 283 do Código da Justiça Mi-
de cargos da Justiça M1lltar):' D. O. .. litar, aprovado pelo Dec.-lei n.O 925, de
29.6.46. 2.12.38". D.O. 5.1. de 31.8.64.
LEI N.o 4.517, de 29.12.64 - "Altera
LEI N.o 966, de 9.12.49 - "Reorgani-
o Código da Justiça MiUtar, aprovado
za os Cartórios das Auditorias M1lltares, pelo Dec.-Iel n.o 925, de 2.12.38." 0.0.
e dá outras providêncIas:' 0.0 ......
7.12.64.
15.12.49.
DECRE:rO·LEI N.o 2, de 14.1.66 -
LEI H.o 1.341, de 30.1.51 - ''Lei Or- "Autoriza a requls.lção de bens ou ser-
gAn1ca do M1nJstério Público". D. O. .. viços essenclals ao abasteclmento da po-
1.2.51. pulação, e dá outras providências:' D.
DECRETO-LEI H.O 30.959, de 9.6.52 - O. 17.1.66.
"Manda adotar formulários para pro- LEI N.o 4.984, de 18.5.66 - ''Dá nova
cesso e Julgamento dos erimes de 1nBub- redação aos arts. 263 e 266 do Código da.
m1asio e deserção tomando lnBubslaten- Justiça Militar, aprovado pelo Dec.-lel
tes os Decretos D.Os 17.513, de 5.11.26 e n.o 925, de 2.12.38, e dá outras provi-
71, de 27.2.1936." D.O. 11.6.52. dênc1a8." D,O. 23.5.66.
LEI H.o 2.197, de 5.4.54 - "Modifica DECRErO-LEI H.o 215, de 27.2.67 -
o I 2.° do art. 19 do Dec.-Iel D.o 925, de "Altera o CódJgo da Justiça Milltar -
2.12.38 (Código da Justiça Mlllta.r". D. (Dec.-Ie1 n.O 925, de 2.12.38)". D: O.
O. 8.4.54. 27.2.67.
141 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

DECRETO-LEI N.o 267, de 28.2.67 -- dois anos." D.O. 22.10.27. Ret. D. O.


"Introduz alteração no Ministério PÚ- 27.10,27.
blico da União junto à Justiça Militar e LEI N° 38, de 4.4,35 -- "Define cri-
dá outras providências." D. O. 28.2.67. mes contra a ordem política e social."
DECRETO-LEI N° 314, de 13.3 67 -- D.O. 6.4,35. Retificados nos D.O, ".
"Define os crimes contra a segurança 1.7,35,3,7.35,6,7.35 e 28.6.35.
nacional, a ordem política e social, e dá LEI N.o 136. de 14.12.35 - "Modifica
outras providências." D.O. 13.3.67. vários dispositivos da Lei nO 38, de .. ,
DECRETO-LEI N.o 317, de 13.3.67 - 4,4,35 e define novos crimes contra a
"Reorganiza as Polícias e os Corpos de ordem política e social." D. O. de ...
Bombeiros Militares dos Estados, dos 14.12.35. Ret. D.O, 18,12,35.
Territórios e do Distrito Federal, e dá DECRETO-LEI N.o 431, de 18.5,38 -
outras providências." D. O. 14.3.67 e "Define crimes contra a personalidade
Ret. 17 3.67. internacional, a estrutura e a seguran-
LEI N.o 5.256, de 6.4.67- "Dispõe sõ- ça do Estado e contra a ordem social."
bre a prisão especial". D.O. 7.4.67. D. O. 19.5.38.
LEI N° 5.300. de 29.6.67 _. "Dispõe DECRETO-LEI N.o 4.766, de 1.10.42 -
sôbre o Conselho de Justificação. esta- "Define crimes militares e contra a se-
belece normas para o seu funcionamen- gurança do Estado, e dá outras provi-
to, e dá outras providências." D. O. dencias." D.O, 3 10.42.
3.7.67. DECRETO-LEI N,o 6,227, de 24.1. 44 -
LEGISLAÇAO CÓDIGO PENAL MILI- "Código Penal Militar," D.O. 1.2.44.
TAR. Ret. 16.2.44 e 15.3.44.
DECRETO N° 949, de 5.11.1890 - LEI N.o 1.802, de 5. L 53 - "Define os
"Estabelece um Código Penal Militar crimes contra o Estado e a Ordem Po-
para a Armada". L.B. 1890, VaI. V. lítica e Social, e dá outras providências.
DECRETO N,a 18, de 7,3.1891 - "Es- Revogam-se as disposições em contrário
tabelece nôvo Código Penal para a Ar- e, em especial a Lei n,o 38, de 4.4.1935,
mada (de acôrdo com o Decreto n. a 14, a Lei n. a 136, de 14.12 do mesmo ano e
de fevereiro deste anol ", L,B, 1891, o Decreto-lei n.O 431, de 18.5.38", D,O.
VoI. 1. 7. 1. 53. Ret. D. O. 8 1. 53.
LEI N° 612, de 29.91899 - "Aprova LEI N.a 2.505, de 11,6.66 - "Modifica
e amplia ao Exército Nacional, o Códi- o art. 180 e seu parágrafo 3.° do Decre-
go Penal para a Armada, que acompa- to-Lei nO 2.848, de 7.12,1940. (Código
nhou o Decreto n.o 18, de 7.4.1891. L.B. Penal) e artigo 208 do Decreto-Lei nO
1899, VaI. 1. 6.227, de 24 1.1944 (Código Penal Mili-
tar)". D.O. 16.6.55,
DEC. (P.L.) N° 4.988,de8.1.26-"Pu-
ne com as penas de suspensão e multa ANTEPROJETO do Código Penal Mi-
todo indivíduo ao serviço da Armada c litar, de autoria do Prof. Ivo D'Aqui-
do Exército que, por frouxidão, indolên- no Fonseca, mandado publicar pelo Sr,
cia, negligência ou omissão, cometer Ministro da Justiça e Negócios Interio-
qualquer crime do art. 170 do Código res, para receber sugestões de acôrdo
Penal Militar, e dá outras providências." com o dispositivo do art. 4° do Decreto
D.O. 14,1.26, n.a 1.490, 8.11.1962. D,O. 6,5,63 (su-
plemento) ,
DEC. (P.L.) n.o 5.285, de 13.10.27 -
"Determina que o crime previsto no art. LEI N.a 5.346-67 - Altera dispositivos
117, n.Os 1 a 7, inclusive, do Código Pe- do Código Penal, visando a proteger ser-
nal Mílítar, seja punível com a pena de viços de utilidade pública" - D.O, "
prisão, com trabalho de seis meses a 7.11.67.
LEIS
COMPLEMENTARES

K?og/rio LOJ{n. !?oJrigltl'J


Orientador de Pesquisas Legislatívas
Diretoria de Informação Legislativa

Embora usada com freqüência, a ex- "Podia ser intitulada assim - escla-
pressão "lei complementar" até data re- rece Paulo Sarasate - qualquer lei que
cente sempre foi empregada com Impro- visasse a regulamentar um preceito cons-
priedade. Assim foram chamadas no titucional Inerte, Isto é, sem fõrça para
passado diversas normas a que se pre- valer por si mesmo, Mas era uma deno-
tendia emprestar especial destaque, sem minação arbitrária, porque despida uma
Que, todavia, se lhes outorgasse quais- leI dessas de qualquer característica de
quer características que Justificassem natureza formal capaz de distingui-la
uma designação específica. das demais leis ordinárias."
No dizer de Paulo Sarasate (I) a figu- O aparecImento de "leIs complementa-
ra das lels complementares era, até 1967, res" deve-se ao fato de que a Constitui-
despida de feição constitucional em nos- ção nem sempre é uma leI auto-executá-
so Pais, porquanto as Leis Magnas do vel. São muitos os seus dispositivos que
passado "nenhuma referêncIa fizeram a necessitam de uma norma que os com-
leis complementares", Esclarece o autor plete. Existe entre a Constituição e as
que "apenas a de 1891 e a de 1934, ao leLs complementares uma relação seme-
tratar da competência do Poder Legisla- lhante a que ocorre entre as leis ordlná-
hvo, aludiram à atribuição de decretar rias e os decretos, cujo elo reside na de-
leis orgânicas para a execução completa pendência de regulamentação de umas
da Constituição, mas não as definiram pelos outros.
através de rito ou quorum especial de
votação, Não passaram, assim, de leis or-
dinárias com um nome pomposo. (1) Paulo SaraMt.c - "A CoWltltulçAo do Bra-
511 ao alcance de todos". pis. 332.
_l44 ~ R_EV_ISTA DE INFORMAÇÃO L~GISLATlVA

SOmente na Carta de 1967 é que apa- Analisando o conceito e o objetivo das


receu pela primeira vez no elenco de que leis complementares, Paulíno Jacques
trata o art. 49 a expressão lei comple- menciona o pensamento de Afonso Ari-
mental' da Constituição como uma das nos de Melo Franco FJ que distingue
espécies de normas compreendidas no entre "leis complementares por destino"
processo legislativo. E é o art. 53 que (as que dizem respeito aos órgãos do Es-
confere a essa figura o conteúdo formal, tado), e "leis complementares por ori-
que a vem diferenciar da lei ordinária: gem" (as que dizem respeito aos súditof
do Estado), admite que as "chamadas
"As leis complementares da Consti- leis orgânicas, que se destinam a estabe-
tuição serão votadas por maioria ab- lecer o mecanismo administrativo do Es-
soluta dos membros das duas Casas tado", integram as leis complementares.
do Congresso Nacional, observados os I!: certo que Duguit inverte os dados do
demais têrmos da votação das leis problema, quando sustenta que "leis or-
ordinárias. " gànicas são tôdas quantas criam os ór-
Paulo Sarasate deflne as "leis comple- gáos do Estado e lhes fixam li estrutu-
mentares como aquelas que aprovadas no ra", absorvendo, portanto, as leis com-
mínimo- pela maioria absoluta dos mem- plementares; mas não menos certo é que
bros das duas Casas do Congresso Na- Hauriou as restringe às que "lirn1tam as
liberdades individuais".
cional, e observados, na sua elaboração,
os demais têrmos de votação das leis "Entre nós - continua Paulino Ja-
ordinárias, têm por obj etlvo regular os cques - também os autôres não se en-
preceitos constitucionais cuja aplicação tendem: João Barbalho considera leis
delas depende expressamente", orgânicas as que organizam serviços, as
que regulamentam (completam) a Cons-
"Com essa noção _. esclarece Sarasa- tituição. Pontes de Miranda e Temísto-
te -, fIca bem entendido, nem pode ser eles Cavalcanti, à sua vez, não dão maior
de outra forma, que somente serão leis significação ao assunto.
complementares ~ e por isso mesmo su-
jeitas àquele quorum especial - aquelas Em 6 de maio de 1947, através do Re-
a que a Constituição expressamente se querimento n. o 144/1947 (:l), o Sr. Afonso
refere, no curso de seus articulados." Arinos e mais sessenta e um deputados
sugerem a criação de uma Comissão de
Muito embora somente em 1967 a lei Leis Complementares da Constituição. E
complementar se tenha transformado o fazem nos seguintes têrmos:
numa realidade constitucional, em 1962,
Considerando;
nela falou-se por ocasião da Emenda
n. o 4 à Carta de 1946, que instituiu o Que é assunto de grande importân-
Parlamentarismo no País. Nessa época cia e reconhecida urgência o das leis
assinalava Miguel Reale que constitui complementares da Constituição;
ela "um tertium genus de leis, que não Que esta tarefa incumbe precipua-
ostentam a rIgidez dos preceitos consti- mente ao Poder Legislativo;
tucionais, nem tampouco deve compor-
Que o Sr. Presidente da República,
tar a revo(ação por fôrça de qualquer
na mensagem dirigida ao Congres-
lei ordInária superveniente: é a catego-
so, bem como os Senhores DeputadoS'
ria das leis de complementação do texto
Cirilo Júnior e Prado Kel1y, em dls-
constitucional ou de estruturação do Es-
tado, as chamadas leis orgânicas, para
cuja aprovação ou reforma se crê pre- (2) Paul1no Jacques - "A Conatltulcfoo do
ferivel exigir-se um QUORUM ESPE- Brasll Expl1cad..... , pago 59.
CIAL". (J] Publicado no Diário do Con(resso Nadonal
de 7 de maio de 1947.
___________JA_N_E_I._RO_A_MA:....R..:!ço~-
__1..;.9..:..68,;,.,._ ___=.1..:..:...U

CU1'8OS pronunciados respectivamen- versem assunto da competência da


te nas sessões de 23 e 28 de abril Comlssão;
passados, salientaram particular- 8.°) A proporção que fôr recebendo
mente 08 problemaa da elaboração os projetos o Presidente da Comis-
d88 leia complementares da Consti- são os remeterá à Mesa, a fim de
tuição; lhes ser dado o destino regimental.
Que, esta elaboração é um esfôrço
que exige a cooperação de todos os Na sessão do dia 12 de maio de 1947,
partidos, por se sobrepor, em virtu- encaminhando a votação do Requeri-
de do seu caráter permanente e na- mento que apresentou, propondo a cria-
cional, a Quaisquer divergências po- ção de uma Comissão de Leia Comple-
litlco-partidárias; mentares da Constituição, o Sr. Afonso
Arinos pronunciou o seguinte d~urso:
Que é necessár:lo, para tal trabalho,
um estudo tanto quanto posslvel "Sr. Presidente, é ponto assentado, en-
coordenado, simultâneo e de con- tre os melhores cultores do Direito Pú-
junto, a fim de que se possa organi- blico, que a divisão clássica das Cons-
zar um sistema harmOnlco e rápido tituições em escritas e não escritas não
de lels complementares da Constitui- pode ser tomada rlgidamente. A Cons-
ção; tituição Inglêsa, paradigma de lei fun-
damental costumeira, apóia-se, de fato,
Indicamos: em numerosos textos escritos. Reclpro-
1.°) Fica criada a Com1s8ão de Leis camente, a ConstItuição Americana, mo-
Complementares da Constituição. dêlo reconhecido de lei constitucional
2.°) A Comissão se comporá de 21
escrita, Incorporou à sua prática mais de
(vinte e um) membros, nela repre- um elemento introduzido pelo costume.
sentados proporcionalmente todos os E nio é somente por incorporar cos-
partidos. tWDes ao texto formal que as Constitui-
3.°) O funcionamento da Comissão ções chamadas escritas deixam de cor-
se regerá pelas nonnas regimentais responder à designação. t também por
referentes às Comlasões especiais. que, em muItos casos, as suas provisões
não bastam, por elas mesmas, para as-
4.°) Tão logo se organize a Comlsaão, segurar a execução das medidas Que· as-
o seu Presidente dtatribulré. aos sentam. O texto escrito da Constituição
membros da mesma. Quer indivi- deixa, assim, de ser auto-SUficiente, ou
dualmente, quer reunidos em subco- para empregar a expressão técnica con-
missões, segundo o vulto e a com- sagrada, deIxa de ser auto-aplicável, exi-
plexidade do trabalho, o encargo gindo o auxilio de tôda uma legislação
da apresentação das leis comple- complementar. Pode-se, portanto, atlr-
mentares da Constituição. mar que nenhuma Constituição é com-
5.°) A distribuição referida no item 4pletamente escrita. Tõdas necessitam,
anterior seguirá a ordem de refe- para a construçii.o do seu mecanismo, de
rência dos artigos da Constltuição textos complementares que as interpre-
que aludem a leis complementares; tem e as enriqueçam."
6.°) Os relatores terão o prazo de
dois meses para apresentar à Co- Le~lação C(Jmplementar
m1S8ão os projetos que lhes forem Devemos acentuar'desde logo o caráter
dtstrlbuidos. extraordinário desta legislação comple-
'7.0) Serão aproveItados os projetos mentar. Não se pode Identlt1car a lei
já em trânsito pela Câmara, e Que complementar da Constituição com a lei
146 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

constitucional. Esta última é a própria tem que são tão íncapazes de exe-
Constituição, ou com ela se confunde. O cução compulsória quanto geralmen-
conceito de Constituição escrita - ob- te as provisões que traçam diretri-
serva CarI Schmídt na sua "Teoria da zes. A razão disto é que, embora o
Constituição" -, "não enuncia outra propósito seja de estabelecer direitos
coisa senão que a Constituição é igual a e impor deveres, não contém elas re-
uma série de leis constitucionais. Mais gras por meio das quais tais direitos
além do conceito de lei constitucional se possam ser protegídos ou tais deve-
perde o conceito de Constituição". A lei res impostos. Neste caso, antes que
constitucional, por conseguinte, no re- a medida constitucional possa ser
gime de Constituição escrita que é o nos- efetivada, deve Ser provida de legis-
so, corresponde exatamente a uma lação complementar."
emenda à Constituição. e só com as cau-
As próprias Constituições solicitam
telas expressas dentro desta pode ser
muitas vêzes, no seu texto, o auxílio da
elaborada.
legislação complementar, ao se referi-
Entre as aberrações mais espantosas, rem ã regulamentação por lei ordinária.
as incongruências legais mais extraor- dêste ou daquele dispositivo. No Brasll a
dinárias do chamado Estado no Brasil, Constituição de 1891, instrumento de
salienta-se, sem dúvida, a expedição de uma época feliz de estabilidade econô-
leis constitucionais em flagrante deso- mica e paz social, estabeleceu apenas as
bediência aos próprios preceitos da Carta grandes linhas da organização do Esta-
de 1937 sôbre as emendas, ao seu texto. do. Já o naturai aumento da complexi-
A chamada Constituição de 1937 era rí- dade dos negócios públícos e a instablli-
gida, isto é, a sua reforma só se faria dade geral do mundo contemporâneo fi-
por processo especial, diferente do da le- zeram com que as Cartas modernas ti-
gislação ordinária. O então Chefe do vessem o seu âmbito de ação muito de-
Govêmo estava impedido, pelo art. 13 da senvolvido e, conseqüentemente, o seu
Constituição que outorgou, de expedir material dispositivo muito mais variado.
decretos-leis modif1cativos da mesma, A Constituição de 1891 possuía 91 arti-
ainda no período de recesso do Parla- gos, enquanto a de 1934 continha 137 e a
mento. No entanto, baseado no art. 180 vigente apresenta não menos de 218.
que não lhe dava competência para isto, Evidentemente, tendo de prever a tantos
o ditador reformou por nove vêzes a lei e tão diversos assuntos, as modernas
magna que de resto só pôs em vigor as Constituições generalizam o mais possi-
exceções. vel as suas regras, e fazem, por isto mes-
Voltando à legislação complementar mo, apelo largo à colaboração do Poder
exigida pelas Constituições, insistamos Legislativo ordinário. Se fizermos uma
em que ela é tôda de caráter ordinário, comparação, sob este aspecto, das Cartas
e, por isto mesmo, a sua confecção é da republicanas, veremos que, enquanto a
inteira competência do Legislativo ordi- de 1891 apelou menos de vinte vézes para
nário. o concurso da lei ordinária, a de 1934
deixa a cargo desta lei a regulamentaçio
A êste propósito Tomaz Cooiey, famoso de quase cem dos seus dispositivos, en-
constitucionalista americano, escreve no quanto a de 1946 eleva este número aci-
seu clássico livro "Tratado das Limita- ma da centena.
ções Constitucionais":
Disposições auto-aplicáveis
"AInda que nenhuma das disposi-
ções de uma constituição possa ser O primeiro trabalho exigido pela Cons-
considerada simplesmente esclarece- tituição de 1946 é reconhecer quais são
dora, a verdade é que algumas exls- as suas disposições auto-aplicaveis.
JANEIRO Â MARÇO - 1968 147

Esta expressão pode ser compreendida Rui Barbosa se expressa sôbrc o as-
no sentido geral ou no particular. No ge- sunto Quase com as mesmas palavras:
raI, são auto-apllcáveis tôdas as disposi-
"As determinações constitucionais
ções constitucionais que contenham em
que apenas estabelecem principlos
si mesmas os elementos suflcientes para
não se podem executar enquanto
a execução das medidas que promovem.
uma lei não as tomar executáveis,
Habitualmente pertencem a êste gênero
organizando-lhes êsse mecanismo de
os artigos que se referem à organização
que a Constttuição. no seu texto. as
federal e à definição e atribuições dos
deixou destituldas."
mais altos podêres políticos do Estado.
No sentido restrito são sempre consi- Na COnstituição de 1946, conforme ti-
deradas auto-aplicáveis, segundo a llção ve ocasião de recordar, numerosas são
de Rui Barbosa, as disposições constitu- as determinações incapazes de se faze-
cionais que versem sôbre os seguintes as- rem executar por si mesmas. Ma~, por
suntos: mais variados que sejam êstes princl-
pios, pertencem todos a um mesmo cor-
1.0} Ai; proibitivas, porque, como ad-
po que é a Constitulçào Federal. Eis
verte Rui, "a norma proibitiva
porque o trabalho de elaboração legis-
encerra em si mesma tudo quan-
lativa, visando a transformação de tais
to se há mister para que desde
prlnciplos em leis, deve obedecer ao cri-
iogo se tome obrigatória a proi-
tério da homogeneidade. Se estudar em
hição, embora a sanção contra o
conjunto as leis que se fazem necessá-
ato que a violar ainda não es-
rias, o Poder Legislativo estará apare-
teJa deflnlda".
lhando o Pais com um sistema coerente
2.°) Ai; declaratórias de direitos, por- de normas Indispensáveis, sistema ela-
que. sempre ainda nas palavras borado sob as mesmag Influencias histó-
de Rui, "a deciaração de um di- ricas, os mesmos ideais polítieos que re-
reito Individual pela Constitui- geram a criação da Lei Magna cujo apri-
ção importa na imediata aqui- moramento se procura. O atual Poder
sição do direito assegurado e na Legislativo é mais do que indicado pa-
proibição aos particulares c às ra esta alta função, visto que foi éle
autoridades de o violarem". próprio, na sua fase COnstituinte, que
3.0 } Ai; que contêm Isenções fiscais criou a COnstituição. Estará, portanto,
expressamente declaradas, mes- em condições excepcionais para comple-
mo que a lei fiscal ordinária tá-la sem lhe desvirtuar o espírito de
não tenha ainda disposto sôbre Que é autêntico intérprete.
o assunto.
Aspectos da nossa evolução
DIsposições não apUcávels eonstit ucjonal
automàticamente
A primeira Constituição republlcana
COoley, na obra citada, assim se ex- era uma lei de caráter marcadamente
pressa sõbre a caracterização das dispo- político, no sentido menos extenso da
sições constitucionais que exigem com- expressão. Sua preocupação dominante
plemento legal: foi a de organizar o aparelho do Estado
"Uma provisão constitucional não é no que conceme ao estabelecimento, à
auto-executável quando Indica slm- definição e às atribuições dos podércs
piesmente princípios. sem estabele- polltlcos, isto é. dos podéres públicos to-
cer regras por melo das quais a éstes mados na sua estrutura mais formal do
princlplos possa ser atribuida fô~a que substancial, mais está.tica do Que dl-
de leL" námica, operativa ou social. Devemos.
148 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

aliás, reconhecer que, nas condições his- da organização do Estado. Ê por isto
tóricas mundiais e nacionais que cer- Que a Constituição de 1934, seguindo
caram o advento da Constituição de mais ou menos a ordem adotada pela
1891, o problema brasileiro era também sua antecessora na disposição dos assun-
predominantemente político. A Consti- tos relativos à organização política,
tuição estava, pois, plenamente de acor- acrescenta ao texto vários títulos novos,
do com a sua época. Mas as épocas mu- de que aquela não cogitou, referentes
dam. Por Isto a prática da Constituição aos grandes problemas humanos em que
de 1891 foi, aos poucos, lhe desvendando a ação do Estado moderno se faz sentir
os pontos vulneráveis. A princípio êstes com intensidade cada vez maior.
pontos foram todos de ordem política, e
A Constituição de 1946 é feita no mo-
diziam respeito a situações formais, co-
dêlo da de 1934, com algumas coisas
mo o estado de sítio, a intervenção nos
melhores e outras piores. Entre as me-
Estados, a temporariedade dos manda-
lhores salienta-se a supressão do Poder
tos eletivos não federais. Porém, sob a
Legislativo classista, experiência fascis-
pressão de acontecimentos históricos
tizante bem característica da confusa
que abalaram o mundo, sobretudo a par-
mentalidade política da época que ficou
tir da primeira grande guerra, outros
entre as duas guerras mundiais. Entre
problemas, êstes de ordem econômico-
as coisas piores pode ser citada a supres-
social, foram se erguendo para os exege-
são da delegação de podêres, tal como
tas da Constltuiçào. Daí os têrmos da
se encontra redigida. conseqüência tal-
reforma de 1926 que, ao lado de altera-
vez de um demasiado escrúpulo na de-
ções de cunho político. como a que se
fesa do Legislativo. De Qualquer forma,
referia à intervenção nos Estados (art.
tomada em conjunto, a Carta Vigente é
6,°), introduziu outras que procuravam
desenvolvimento histórico da Que foi vo-
disciplinar situaçôes de caráter econô-
tada em seguida á Revolução de 1930,
mico ou social, como a Que modificou
podendo-se mesmo considerá-la como a
o regime de propriedade das mlnas (art,
expressão apurada das tendências poli-
72, § 171, a que previu uma legislação
tico-sociais daquele movimento. as Quais
especial para o trabalho. (art. 34, núme-
podem ser resumidas na expressão "li-
ro 28 \. ou a que deu ao govêrno autori-
beralismo do século XX". Isto é, libera-
dade para intervir no livre jôgo das fôr-
lismo que visa não somente à liberdade
ças econômicas (art. 34, n.o 5). Basta
política, mas também à libertação eco-
considerarmos estas duas emendas pre-
nômica e social das grandes massas.
paratórias da legislação trabalhista e da
economia dirigida. para se ver como a
A Constituição de 1946 e as leis
mutação dos tempos tinha tornado im~
complementares
pcriosa a evolução do nosso Estatuto
Básico de maneira que assombraria ao Sem o intuito de estudar pormenoriza-
pensamento liberal e à c.rtodoxia contis- damente o assunto. e apenas para for-
ta dos homens de 1891 necer ao Plenario uma idéía mais con-
Estas alterações nio impediram que a creta dos motivos Que favorecem a cria-
Carta de 18n COllservaSse seus linea- ção de uma Comissão Especial de Leis
mentos gerais marcadamente políticos. Complementares da Constituição, indi-
A revolução de 1930, cujos Jundamentos
carei a seguir alguns aspectos mais rek-
econórnicos e SOClalS ainda nao foram vantes do problema, tal como se aprf'-
bem estudados, é que velo fixar, na senta na Constituição de 1946.
Constituição que engendrou. a multipli- O Titulo I, destinado à Organizaç:lo
Cidade dos novos interesses nacionals, Federal, embora com os seus 123 artigos
quc exigiam expressão c dcfesn. df'ntro contenha mais da metade da Constitui-
JANEIRO A MARÇO - 1968 149

ção, é o que menos solicita a colabora- O século dezenove foi caracterlzado


ção da lei ordinária. Fato que se explica pela conquista constitucional dos direi-
pela clrcunstllncia de ser o Título I em tos lndtvlduais de natureza polltlca, for-
grande parte destinado a estabelecer o mulados com largueza e eloqüência nelos
aparelho polltIco do Estado, e, como vi- pensadores do século dezoito. O século
mos, serem as disposições de natureza vinte se vem caracterizando pela con-
polltIca geralmente auto-aplicáveis. En- quista constitucional dos direitos sociais,
tretanto, na parte não estritamente po- também de ordem politlca, fonnulados
lítica dêste Titulo, parte Inexistente na com igual amplitude e vibração pelos
Constituição de 1891, exige a Carta de pensadores do século dezenove. Cada
1946 complementos importantes. Assim época moderna vai realizando, assim, no
ocorre, por exemplo, quanto à re!onna direIto positivo, as fonnulaçóes teóricas
indispensável da legislação eleitoral e da da época precedente. Creio que foi Re-
organização dos partidos políticos. nan quem disse: lentamente, mas inces-
santemente, a Humanidade executa o
O Titulo lI, referente à Justiça dos
sonho dos sábios.
Estados, nâo impõe deveres ao Legislati-
vo federal, mas aos estaduais. O Título Pode-se considerar a Constituição ale-
UI trata do Mlnlstérlo Público, e não mã de 1919 como sendo a pioneira do
oferece exigência marcante para o nos- nóvo constitucIonalismo detnocrátlco do
so tema. Já o TItulo IV que corresponde século vinte, visto que a Constituição so-
à Declaração de Direitos, reclama uma viética de 1918 já Impunha a confessada
série de leis Importantes ao legislador ditadura de classe, que até hoje afasta
ordinário, seja Inteiramente novas, seja aquela nação da prática da demooracla
vIsando a alterar as existentes. Entre elas politlca, tal como a entende a d<Jutrlna
a de naturalização, a de Imprensa, a de ocidental. Foi a Constituição de Welmar
direitos autorais, a de adaptação ao tnelo que inaugurou os Conselhos Econômicos
nacional de profissionais diplomados no (art. 165) destinados a Impulsionar as
estrangeiro. fôrças da produção e a primeira que re-
conheceu expressamente a evolução do
Muito importante para o nosso caso conceIto de propriedade do estágIo sub-
é, sem dúvida, o Titulo V, que dispõe
jetivo - o dominium tradicional -, pa-
sôbre a ordem econômica e social. ra a noçíio de função social que não po-
O problema da coexistência da demo- de ser exercida em prejuízo dos interês-
cracia política com as nonnas que aten- ses coletivos.
dam à melhor dlstribulÇâo das oportuni- tstes e outros grandes principlos do
dades econômicas e com a elevação so- direito moderno, passaram da COnstitui-
cial dos trabalhadores se encontra na ção alemã para a admirável Constituição
base de tôdas as tentativas refonnistas espanhola de 1931, brutalmente suprimi-
do Direito ConstitucIonal. O resultado da pela ditadura fascista de Franco, e
concreto dessas tentatlvas pode ser tra- para várias outras Leis BásIcas moder-
duzido nesta observação: as Constitui- nas, Inclusive a francêsa e a brastlelra
ções mOdernas não procuram somente de 1946.
controlar as condições econômicas e so-
clals da vida coletiva, mas o fazem Referindo-se â. aplicação do Titulo V
criando no seu texto e fora dêle órgâos da Constituição vigente, escreve o pro-
especiais de controle econômico e so- fessor Cesartno Júnior no trabalho "O
elal, que exerçam, no campo de ação Dlrelto Social na Nova Constituição'"
respectivo, funç:io semelhante à conferi- "A tarefa dos LegIsladores ordIná-
da aos órgãos politicos para o exercí· rios se reveste, no momento, de im-
elo das atrIbuições políticas. portância quase tão grande como a
150 REVISTA DE INFORMAÇÁO LEGISLATIVA
-----------=-----------~ --_.-------

dos constituintes. Oxalá saibam êles custeada pelas emprêsas, prevista no


estar à altura dessa responsabilida- Título VI, da Educação e Cultura e a
de, colocando acima dos interêsses que instituirá o Conselho Nacional de
políticos do momento as mais ele- Economia, órgão fundamental de plane·
vadas preocupações com a manu- jamento econômico previsto no Título
tenção da paz social." IX, das Disposições Gerais.
Vejamos algumas leís importantes tor-
nadas necessárias pelo Título V, das A Comissão Especial de Leis
quais o Poder Legislativo deve se ocupar Complementares
desde logo.
Eis, em poucas palavras, algumas das
O art. 148 exige uma lei que reprima o razões determinantes da iniciativa que
abuso do poder econômico. Quem conhe- submeto à aprovação dos meus nobres
ce a influência das leis anti-trust nos colegas.
Estados Unidos, pode bem aquilatar o A Comissão Especial, no meu enten-
alcance desta medida. O art. 155 reco- . der, não deve nem pode centralizar com
menda a fixação do homem desajustado exclusividade o trabalho da legislação
no campo. É outro gravíssimo problema
complementar da Constituição. Sua exis-
nacional, acentuado nestas épocas de in- tência em nada interfere com a inicia-
flação e concentração urbana. O art. 157 tiva, seja individual dos senhores Depu-
conta com numerosas inovações. tados, seja das Comissões permanentes
No n.o I cria o salário mínimo familiar, ou especiais<
medida da maior justiça mas que pre- O que a vai caracterizar é apenas a
cisa de uma lei especial que a execute. obrigação de trabalhar com afinco num
Quer adotemos o sistema das caixas de
setor que até agora está como os demais.
compensações, quer qualquer outro, é deixado livre à iniciativa parlamentar.
indispensavel agirmos logo. para pre-
miar a família, protegida pela Constitui- O Sr. Aliomar Baleeiro - Todos podem
ção. O n.o IV estabelece obrigatória- e ela deve.
mente a participação do trabalhador nos
O Sr. Afonso Arinos - Evidentemente.
lucros da emprêsa. Eis aí outro assunto
l!:ste o propósito. Vossa Excelência aca-
da maior relevância que necessita ime-
ba de, em feliz aparte, sintetizar meu
diato estudo e solução. O nO XII inova
pensamento.
a estabilidade do trabalhador rural, es-
tendendo a éste grande pária da civill- E o que me parece Incontestável é que
zação brasileira, uma das garantias já a Câmara deve criar um órgão com ju-
conferidas ao seu irm:ío das cidades. risdição obrigatória neste terreno, que
não pode ser deixado ao acaso das ini-
Os arts. 158 e 159 tratam dos delica-
ciativas esparsas. Que me seja permitido
dos assuntos da regularização legal do
insistir no dever que nos cabe, lembran-
direito de greve e da autonomia sindi-
do mais duas opiniões de Cooley e Rui
caL Ambos ticaram a critério da lei or-
Barbosa. Algumas vêzes ..- observa Coo-
dinárias, e tão importantes são que nin-
ley -, a Constituição requer expressa-
guém poderá negar a urgência da sua
mente do Legislativo que adote leis sô-
solução.
bre determinados assuntos. e é óbvio que
Pa:a completarmos esta enumeração tal requerimento tem apenas uma fôr-
que já vai longe, apesar de não conter ça moral, mas o Legislativo deve obede-
senão o essencial e talvez nem todo éle, cer-lhe". E Rui concorda: "As Consti-
podemos aludir ainda a futura lei que tuições não têm o caráter analítico das
regule a instrução dos empregados codificações legislativas ... Ao legislador
JANEIRO A MARÇO - 1968 151

cumpre, ordtnàriamente, revestir-lhe a não revogados tais diplomas. E é sôbre


ossatura del1neada ... e lhes dar capaci- o Congresso Nacional que se passará a
dade de ação". responsablUdade do prolongamento dés-
se estado de colsas, que produz, In-
t minha sincera convicção, senhores
d18cutivelmente, inquietação e intran-
Deputados, que ao terminardes o grande
qüllldade no espírito público, se desde
trabalho que vos é requerido pela Cons-
logo não tomar a si a tarefa de elaborar
tituição, tereis bem merecido da Pátria e
aquelas leis, cuja feitura decorre, Im-
prestigiado. aos olhos de tôda a Nação,
perativamente, da Constituição.
a democracia republlcana. (Muito bem!
Muito bem! Palmas.) O Ilustre Deputado Afonso Arinos, em
requerimento, ontem aprovado pela Câ.-
"Documentos Parlamentares - XCVIII"
mara Federal, propõs a nomeação de
Leis Complementares da Constituição,
uma Comissão Especial, composta de 21
I, pág. 175 e seguintes.
deputados, para elaborar os projetos da-
••• quelas leis. tsses projetos, porém, terão
seu andamento nonnll.l em ambas as
Em 13 de maio de 1947 o Sr. João VH-
Casas do Congresso Nacional. Há, por-
lasboas e 12 outros senhores Senadores
tanto, conveniência IndecUnável, em que
apresentaram o Requerimento n.o 40, de
da sua elaboração participe o Senado
1947, de seguinte teor:
Federal.
Senhor Presidente
O nosso Regimento Interno, no artigo
"A Constituição Federal, para ser exe- 63, autoriza, para casos como êsse, a
cutada em tóda a sua plenitude, depen- criação de Comissões mistas de Senado-
de da legislação complementar regula- res e Deputados. Idêntica faculdade se
mentadora de vários de seus dispositi- encontra no artigo 30 do Regimento In-
vos. E o Congresso Nacional está no de- terno da Câmara dos Deputados. Eis,
ver de votar aquelas Leis, no mais breve porque, requeremos que seja ouvido o
prazo possivel, a fim de que se norma- Senado:
lize a vida jurídica do Pais, dentro dos
1.°) seja constltuida uma Comissão
princípios basilares do regime Inaugu-
mista, de 37 membros. sendo 16 Senado-
rado 11. 18 de setembro de 1946. res e 21 Deputados, para elaborar os pro·
A legislação votada pelo Congresso Na- jetos das leis complementares da Cons-
cional, de 1934 a 1937, teve por base 11. tituição;
Constituição de 1934, da qual multo se
2.°) Seja autorizada a Mesa do Sena-
afasta a que neste momento rege os
destinos do Brasil. Os decretos-leis, bai- do a convidar a Câmara dos Deputados
a participar daquela Comissão e a Indi-
xados de 10 de novembro de 1937 até
car 21 Deputados para a sua composi-
setembro do ano passado, enquadram-se
em um regime diametralmente oposto ao ção."
inaugurado com esta terceira Repúbllca. O Requerimento foi aprovado em ses-
Na ausência da legislação especltica são de 14 do mesmo més. Foram desig-
ordenada pela nossa Constituição, o nados para participar da Comissão os
Executivo e até mesmo .0 JudJclárlo vêm seguintes Senadores:
procurando adaptar aquelas leis do pas- Aloysio de Cárvalho, Arthur Santos.
sado à. vida presente, dando, assim, Alfredo Nasser, Ferreira de Souza Atl1lo
oportunidade a dúvidas e a Incertezas Vivaqua, Alexandre Marcondes Filho,
sóbre a legitimidade de um tal procedi- Euclydes Vieira. Vitorlno Freire, Walde-
mento, divergindo as opiniões dos ju- mar Pedrosa, Pinto Aleixo, Filinto Mül-
ristas na conclusão de se acharem ou ler, Roberto Slmonsen, Augusto Meira,
152 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

Santos Novaes, Flávio Guimarães e Apo- ráter analítico das codificações leglsla-
lônio Sales. Uvas. São, como se sabe, largas sínteses,
sumas de princípios gerais, onde, por via
Na Câmara foram nomeados para in-
de regra, só se encontra o substractum
tegrar a comissão:
de cada instituição nas suas normas do-
Acurclo Torres, Agamenon Magalhães, minantes, a estrutura de cada uma re-
Benedito Valladares, Bastos Tavares, duzida, as mais das vêzes, a uma carac-
Gustavo Capanema, Lameira Bitten- teristica, a uma Indicação, a um traço.
court, Leite Neto, Souza Costa, Vieira de Ao legislador cumpre, ordinàriamente,
Mello, Alde SampaIo, Alencar Araripe, revestir-lhes a ossatura delineada, im-
Afonso Arinos, Argemiro de Figueiredo, por-lhes o organismo adequado, ou dar-
Luiz Vianna, Plinio Barreto, Bertho Con- lhes capacidade de ação".
dê, Gurgel do Amaral, Hermes Lima,
E os comentadores da constituição de
Deodoro de Mendonça, Raul Pilla e Car-
91, inclusive Rui, aceitaram como defi-
los Campos.
nição de lei orgânica a dada por Domin-
Na primeira reuniâo da Comissão, em gos Vieira, em seu "Dicionário", nestes
10 de setembro de 1947, foram e~eitos têrmos: Leis Orgânicas são as que têm
por aclamação os Senhores Cirilo Jr. e por objeto regular o modo e a ação das
Ferreira de Souza para ocuparem, res- instituições ou estabelecimentos, cujo
pectivamente. os cargos de Presidente e princípio foi consagrado por uma lei
Vice-Presidente do novo órgão parla- precedente.
mentar. Duguit, porém, define com precisio
Por proposta do Sr. Presidente foi, na- absoluta: "Leis orgânicas são tôdas as
quela data, constituída uma subcomis- leis Que criam os órgãos de Estado e que
são destinada a elaborar o plano dos lhes fixam a estrutura". E continua: "Es-
trabalhos integrada pelos Senadores ta categoria compreende não somente as
Waldemar Pedrosa e Atílio Vivaqua e leis constitucionais rigidas, mas também
Deputados Joao Mangabeira, Afonso Ari- as de organização política, administra-
nos e Gustavo Capanema. tiva e judiciária", E pouco depois: "A lei
orgânica é uma lei material, embora não
Na qualidade de Relator desta subco-
contenha verdadeiramente um coman-
missão. o Sr. Joio Mangabeira apresen-
do; ela é imperativa porque tem por fim
tou em 22 de setembro do mesmo ano
o seguinte Parecer: organizar o Estado de Direito, isto é, dar
ao Estado a organização que pareça de-
"Antes de tudo deve a Comissão fixar ver garantir, nas melhores condições
os limites de sua competência, definindo possíveis, o cumprimento pelo Estado
o que são "leis complementares da Cons- das obrigações Que lhe impõe a regra de
tituição." direito".
Nas Constituições de 1891 e de 1934 Eis aí a definição e o conceito de lei
atribuía-se expressamente ao Poder Le- orgânica formulados por um dos maiores
gislativo "decretar leis orgânicas para a constltuclonalistas de todos os tempos.
completa execuçao da Constituição". A
Assim, dentro do nosso regime consti-
disposição era evidentemente supérflua,
tucional, lei orgânica será, por exemplo,
pois ainda quando assim não se houves~
a que, nos têrmos do § 2° do art. 99 da
se declarado, óbvio que tal faculdade im-
Constituição, estabelecer o modo por que
plicitamente se continha no poder geral
se procederá à eleição do Presidente e
de legislar.
Vice-Presidente, quando ambos os car-
É que "as constituições - diz Rui em gos vagarem, na segunda metade do pe-
Ação Cível Originária -, "nao têm o ca- ríodo presidencial; ou a que, em obe-
JANEIRO A MARÇO - 1968 153

diênc1a ao art. 125, "organizar o Minis- de colonIzação e o aproveitamento das


tério Público da Uniio", ou - "regular terras públicas. Para êsse tim serão pre-
a. organização, a competência e o fun- feridos os nacionais e dentre êles os ha-
cionamento do Conselho de Segurança bitantes das zonas empobrecidas e os
Nacional", como determina o I 2.0 do desempregados". E o artigo desdobra-se
art. 179, ou cllspuser sôbre a superinten- em três parágrafos. 1: preciso, portanto,
dência em "todo o território nacional dos compor, completar a lei especial, cuja
serviÇOS de policia marítima aérea e de slntese a COnstituição nos oferece e cujo
fronteiras", ou "sôbre a organização do esbõço nos delinea. t a reforma agrária.
COnselho Nacional de Economia". Estas Não se trata de uma lei orgânica, por-
e outras são caracterizadamente leis or- que não se refere a órgãos ou serviços do
gânlcas, porque respeitam a órgãos ou Estado. 1: tipicamente o caso de uma lei
serviços do Estado, que a Constituição complementar.
criou e deixou ao legtslador dar-lhes a
Dado assim o conceito, formulada a
estrutura ou lhes regular o funciona-
mento. definlção e exempllficado um caso de lei
complementar, estamos aptos a fazer o
Mas a órbita da nossa competência é esquema que a esta subcomissão se de-
ma1s ampla - a das leis complementa- terminou apresentar.
res, em cuja extensão as orgânicas se São estas, segundo o nosso parecer, as
Incluem. leis complementares à Constituição:
Todavia, se as leis são apenas comple- 1.&) a de superintendência em todo
mentares, nelas não deve, em regra, ca- o território nacional do servi-
ber a matéria de leg1slação geral, nos ço de policia marítima aérea e
têrmos que a própria constituição esta- de fronteiras;
beleceu. Se assim não fõsse, teríamos 2.&) a de dlretrl~ e bases da edu-
submetido à alçada desta comissão t0- cação nacional;
do o campo legislativo, e eliminado por 3.&) a do regime dos portos e da
esta usurpação o trabalho e a compe- navegação de cabotagem;
tência de quase t6das as comissões par-
f.&) a reguladora da distribuição
lamentares.
das arrecadações referidas no
As51m, temos de conalderar como ex- § 4.° do n. o VI do art. 15 da
tranha à nossa competência, quase tôda Constituição e no art. 13 das
a matéria de Jegtslação geral, precisa- DIsposições Transitórias;
mente d1stribulda e expressamente enu- 5.&) a de organização administrati-
merada no artigo 65, em cujo f1nal se va e Judiciária do Distrito Fe-
Inclui o enunciado em o n.O XV do art. deral e dos Territórlos;
5.° Evidente que, por exemplo, a refor-
6.&) a de organização do Tribunal
ma do Código C1 vll ou do Penal não é
objeto de lei complementar. de COntas;
7.&) a de eleição, pelo COngresso, do
Assim, a nosso ver, Jel complementar Presidente e Vice-Presidente
é a que compõe, completa, afeiçoa ou da RepúbUca, quando ambos os
remata a lei especial, que a. Cónstltuição cargos. vagarem na segunda
determina seja feita ou a que se retere metade do período presiden-
partlculannente em artigo especifico do cial;
seu texto.
8.&) a de definição dos crlme-<> de
Assim, por exeIUplo, o art. 156 pres- responsabiUdade do Presldente
creve: "A lei facllJtará a fixação do ho- da RepúbUca, bem como do seu
mem no campo, estabelecendo os planos p~esso e Julgamento por ês-
154 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
.~---------~------ _ ---_ _---
.. .. -_.-

ses crimes, assim como o dos dação do diploma expedido por


ministros nos delitos conexos estabelecimento estrangeiro de
e dos ministros do Supremo ensino;
Tribunal Federal no caso do 28. a J a de imigração;
art. 100;
29.;1.) a de assistência à maternida-
9.") a da Justiça do Trabalho; de, à infància, à adolescência e
10. a ) a de organiza.ção do Ministério de amparo às famílias nume-
Público da União; rosas;
11.") a de suspensão e perda dos di- 30,a) a que define e pune a usura;
reitos políticos e requisição 31,A) a de organização, competência
dêstes e da nacionalidade; e funcionamento do Conselho
12.") a orgânica dos partidos; de Segurança Nacional;
13.") a de imprensa; 32.a ) a do Estatuto do Funcionaria
H.") a de direitos autorais; Públlco;
15. a) a de organização do júri; 33. a) a de orga.niza.çã.o do Conselho
Nacional de Economia.
16.") a de assistência judiciária aos
necessitados; Das leis complementares, constantes
17. a ) a reguladora do seqüestro e dêste esquema, muitas já se encontram
perdimento de bens no caso de formuladas em projetos estudadOS por
enriquecimento ilícito, por in- comissões parlamentares, ou sob seu es-
fluência ou com abuso de car- tudo. Não podemos portanto delas co-
go ou função pública ou de nhecer, a menos que as comissões em
emprêgo em entidade autár- que tais projetos se encontram, ou qual-
quica; quer das Casas do Congresso, no-Jos re-
metam, por serem êles de nossa compe-
18. a ) a repressora do abuso do poder
tência.
econômico:
19.") a relativa a regime dos bancos Por outro lado, não podemo,s recu,sar o
de depósitos, emprêsas de se- conhecimento do projeto que, embora
guros, de capitalizaçào e fins não conste do esquema acima traçado,
análogos; nos seja enviado, por deliberação de
qualquer dos ramos do Congresso. É que
20.") a criadora de estabelecimento somos um órgão a êle subalterno c às
de crédito especializado de am-
suas determinações só nos cumpre obe-
paro à lavoura e à pecuária;
decer. É o que acontece com a chamada
21. a } a reguladora do regime das Lei de Segurança, cujo projeto. de inl-
emprêsas concessionárias dos dativa do Governo, nos foi enviado, por
serviços públicos; deliberação parlamentar. Em boa técni-
22.a ) a de minas e riquezas do sub- ca, tal lei deverá constituir um capítulo
solo; águas e energia; do Código Penal. Seja porém como fôr,
23. a) a agrária; o Estado não pode ficar indefeso, em
24.") a do trabalho e da previdência face de agressões cometidas contra ele,
social; seus podêres ou seus agentes. Temos, a
partir de 1934, várlas leis de segurança.,
25.") a reguladora da greve; tódas elas mais ou menos nazifascistas,
26. a ) a reguladora dos sindicatos e porque promulgadas na enchente ou na
associações profissionais; preia-mar do fascismo. Todas elas, pela
27. a ) a reguladora do exercício das brutalidade de suas penas e de seus pro-
profissões liberais e da reval1~ cessos, antagõnicas à democracia e à
JANEIRO A MARço - 1968 155

nossa cultura Juridlca. Cumpre, pois, ao nopollzadoras de serviços públicos deve


PaIs repudiá-las, substituindo-as por ter sempre em vista que "power over the
uma lei de defe3a do Estado, adequada publlc Is public power", isto é, poder 00-
à nossa Constituição e às nossas tradi- bre o púbUco é poder públlco. Por 1sso
ções de povo llvre. A própria denomina- mesmo, a fLscallzação do Estado, a sua
ção de lêl de segurança, tão odiada e de intervenção, em casos tais, deve ser
tão triste fama em nosso melo, deve ser enérgica e vigilante, contra as manlpu"
~ubstituida pela de Lei de Defesa do Es- lações habituais dêsses potentados, que
tado, caso não vingue o alvitre de apen- organizam verdadeiros governos priva-
sá-lo ao CódIgo Penal, como um dos seus dos dentro de uma Nação.
capltulos. O certo porém, é que o Esta-
Parece-nos que a Comissão deve Ini-
do nio pode ficar Indefeso, nem a ll-
ciar os seus trabalhos devotando-se à
berdade individual desamparada, nem
elaboração de tais projetos. E, somente
afrontada a cultura Jurldlca do Brasil.
depois dJsso, lormular os que na ordem
A lei, portanto, tem caráter urgente e a
da necessidade lhes devam suceder."
comJssão deve empenhar-se em fazê-la
quanto antes. •••
Na formação das leis complementares, Na vigência da Constituição de 1946
deve-se atender às mais urgentes. En- muitos juristas defendiam o ponto de
tre estas podem ser enquadradas desde vista de que não exisUam leis comple-
logo: a de defesa do Estado; a dos cri- mentares e que tal rótulo não poderia
mes de responsab1I1dade do Presidente ser pôsto em quaiquer norma entre as
da República e do seu processo e Julga- mencionadas anteriormente, porquanto,
mento; a de eleição do Presidente e Vi- tratavam-se elas de meras leis ordiná-
ce-Presidente, pelo Congresso; a regula- rias. O único verdadeiro complemento
dora da distribuição das arrecadações à Constituição, segundo éles, seria a lei
referidas no I 2.° do n.O VI do art. 15 orgânica do DIstrito Federal, que não
da Constituição; a reguladora dos sindi- dJspõe de órgão legislativo próprio para
catos e 8S3OClaçõcs proflssjonais; a agrá- elaborar a sua organização.
ria; a repressora do abuso econõmico; a Era opinião dominante que, ao falar
reguladora do regime das emprésas con- em regulamentação por lei, a Carta
cessionárias de serviços públicos; a de Magna referia-se a norma pré-existente
organização do Conselho Nacional de ou em vias de reforma.
Economia. Para tais juristas, o legislador caiu
A Comissão deve pôr todo o seu empe- num vicio de linguagem ao utilizar no
nho em formular dentro do menor pra- art. 22 da Emenda Constitucional n.O 4
ZO posslvel tais projetos. Todos éles são
a expressão complementar ("Poder-se-á
urgentes e quase todos de grande com- complementar a organização do sistema
plexidade. A reforma agrárla por exem- parlamentar de govêmo ora InsUtuido,
plo. num pais semifeudal, de latifún- mediante lei votada nas duas Casas do
dios, aforamentos e laudémlos, de traba- Congresso Nadonal, pela maioria abso-
lhadores rurais desprotegidos, analfabe- luta dos seus membros"), como Impro-
tos, miseriveis, é o problema máximo priamente têm sido consideradas leis
que a democracia brasileira tem de en- complementares, algumas normas ordi-
frentar e resolver. O abuso do poder eco- nárlas existentes ao tempo da Carta de
nômico, que em tóda parte se procura 1946.
rest.rtngtr, nio pode, entre nós; conti- Todos os dispositivos constitucionais a
nuar com os seus desmandos. A lei que que se pretende complementar através
estabelece o regime das companhias mo- de leis ordinárias, não necessitam, na
156 REVISTA DE INFORMAÇÁO LEGISLATIVA

visão dos juristas de então, de qualquer nos casos previstos em lei comple-
complementação especial. mentar."
Foi esta. aliás, a redação mais próxi-
••• ma da consagrada na Carta Magna:
No Projeto da Nova Constituição inú- "Art. 8.° - Compete à União:
meros dispositivos referiam-se expressa- 1- .
mente à legislação complementar. • •••.••. ,., •.•.•..••. " • . • • • • ·1

Assim está expresso no art. 3.° do Pro- V - permitir, nos casos previstos
jeto: em lei complementar. que for-
"A criação de novos Estados e Terri- ças estrangeiras transltem pe-
tórios, assim corno a alteração das lo território nacional ou nêle
respectivas áreas, somente poderá permaneçam temporàriamen-
ser feita por lei complementar." te."
Embora o artigo tenha sido objeto de Estabelecia o § 2. 0 do art. 14 do Pro-
emendas, não foi, entretanto, por elas jeto:
atingido no tocante à legislação comple- "Lei Federal estabelecerá os requi-
mentar. Manteve o art. 3.0 a exigência sitos mínimos de população e renda
do projeto conforme se lê na Carta de pública e a fórmula de consulta
1967: prévia às populações locais, para a
criação de novos Municípios."
"Art. 3.° - A criação de novos Es-
tados e Territórios dependerá de lei Esclarecendo que "o objetivo da nor-
complementar." ma é evitar a reprodução de excessos e
abusos na criação de Municípios", o Se-
O Item V do artigo 8.° do Projeto, ao
nador Josaphat Marinho, ficou o art. 14
estabelecer a competência da União pa-
ra "permitir que fôrças estrangeiras "Como se trata, porém, de restrição
transitem pelo território nacional ou nê- a faculdades próprias de podêres
le permaneçam transitoriamente", não constitucionais do Estado-Membro,
mencionava, como faz a Constituição é de tôda conveniência que a leí pre-
expressamente, a utilização de lei com- vista seja de caráter complementar,
plementar. nos têrmos do art. 52."
É esta a j ustlficação do parlamentar
Foram as emendas de números 787, de
baiano para a emenda de sua autoria,
autoria do Senador Manoel VUlaça, e.
que recebeu o número 454 e que deter-
especialmente, 843, de autoria do Sena-
mina:
dor Wilson Gonçalves que IntroduzIram
no texto constItucIonal as expressões "Ao art. lf, ~ 2,0
"Lei complementar". Onde se diz:
Reza a Emenda n.O 787: "lei federal".
diga-se:
"Art. 8. 0
- Inciso V
"lei complementar"."
Acrescente-se in fine:
Aprovada a emenda de autoria do Se-
"na conformidade das hipóteses
nador Josaphat Marinho, ficou o art. 14
reguladas na lei complementar." da Constituição assim redigido:
Estabelece a Emenda n.o 843 ao tratar "Lei complementar estabelecerá os
do inciso V do art. 8°: requisitos mínimos de população e
"permItir que fôrças estrangeIras renda pública e a forma de consulta
transitem pelo territórIo nacIonal ou prévIa às populações locais, para a
nêle permaneçam temporàriamente crIação de novos Municipios."
JANEIRO A MARço - 1968 '57

Determinava o § 2.° do art. 15 do Pro- tantes: três salé.rios-minlmos vi-


Jeto: gentes na região;
"Os vereadores não perceberão re- e) MunIciplos de maIs de quinhen-
muneração" tos mil habitantes e Capitais dos
Recomenda a Emenda n.o 83, de auto- Estados: Quatro salários-mínimos
ria do Sr. Britto Velho: vigentes na região:'
"I - Redija-se, assim, o § 2.° do Mais objetiva foi a Emenda n.o 354/3,
artigo 15: de autoria do Sr. Oswaldo Lima Filho,
que preferiu delegar à lei complementar
"§ 2.° - Os vereadores não perce- a dIscIpUna da remuneração dos verea-
berão remuneração, salvo os das Ca- dores. Aproximou-se dos têrmos em que
pitais e dos Munlcipios de renda foi aprovado o dispositivo da Carta Mag-
igualou superior a um trigésimo da na. Trata-se do § 2.° do art. 16, Que re-
receita orçamentá.ria do Municipl0 za:
da Capital do respectivo Estado. A
remuneração n':!stes casos, não ex- "somente terão remuneração os ve-
cederá a 50% da percebida pelos readores das capitais e dos Municí-
Deputados do Estado, e o total gasto pios de população superior a cem
com os vereadores não poderá pas- mil habItantes, dentro dos limites e
sar de um por cento da renda do critérios fixados em lel complemen-
Município." tar."
A Emenda n.o 804-D do Deputado A Emenda n.o 354/3 foi uma entre ou-
Adolpho Oliveira ainda era mais deta- tras que aconselharam a regulamenta-
lhada: ção da matéria por parte de legislação
complementar. Foi o mesmo pensamen-
"Ao art. 15, § 2.° to que motivou os Srs. Nelson Car~
Redija-se assim: neIro (Emenda n.o 130/6), Oscar Passos
u§ 2.0 _ Os vereadores não perce- (Emenda n.O 479/10), e Ruy Santos, que
berão remuneração, salvo ajuda. de multo embora não se tenha referido ex-
custo a ser paga exclusivamente nos pressamente à leI complementar, em sua
meses de funcionamento ordinário Emenda de n.O 521/12 aconselhou de
da Camara MunicIpal, segundo dis- modo genérico que "a le. estabelecerá a
puser a COnstituição do Estado, nun- remuneração dos vereadores, Que, nas
ca ultrapassando a seguInte propor- Capitais, não poderá ultrapassar a me-
ção: tade dos subsidios dos deputados esta-
duais ... "
a) Munlciplos de menos de vinte mil
habItantes: cinqüenta por cento Ao tratar do s1.stema tributário, o Pro-
do salário minlmo vIgente na re- jeto da Nova Constituição voltou a falar
gião; em lei complementar.
b) Munlciplos de mais de vinte mil Diz o art. 17 da proposta Constitucio-
e menos de cinqüenta núl habi- nal:
tantes: um salário-minlmo vi-
"O sistema tributário nacional com-
gente na região;
põe-se de Impostos, taxas e contri-
c) Mun1cíplos de mais de cinqüenta buições de melhoria, e é regido pelo
e menos de cem mil habitantes: disposto neste Capitulo, em leis com-
dois salários-minlmos vigentes na plementares, em resoluçõcs do Se-
região; nado Federal e, nos limites das res-
d) Municlplos de maJs de cem mH pectivas competências, em leis fe-
e menos de quinhentos mil habl- derais, estaduais e municIpaIs."
_1 !B R!~I.~TA DE I~FORMAÇÃ.O LEGISLAT!'IA

A redação foi mantida no art. 18 da Foi através da Emenda nO 2S3. de au-


Constituição de 1967. toria do Deputado Ernani Sátiro, que
"Lei c:omplementar -- dizia o § 1.0 do surgiu a palavra complementar, que se
art. 18 do Projeto -- estabelecerá nor- lê ao final do dispositivo que veio a ser
mas gerais de direito tributário, resol- o § 4.° do artigo 24 da Constituição.
verá os conflitos de competência tribu- Veio do Projeto do Executivo (art. 24,
tária entre a União, os Estados, o Dis- item lI) a redaçào repetida na Consti-
trito Federal e os Municípios, e regula- tuição (art. 25, item lI):
rá as limitações constitucionais do po-
"Compete aos Municípios decretar
der tributário." impostos sôbre:
Foi a redação quase que totalmente
1- ..
mantida no § 1." do art. 19 do texto
aprovado. 11 - serviços de qualquer natureza
O mesmo ocorreu com a redação dos não compreendidos na compe-
§§ 3.° e 4.0 do mesmo artigo. tência tributária da União ou
Rezam êles: dos Estados, definidos em lei
complementar. "
"A lei (subentende-se a lei comple-
mentar) fixara os limites e a forma Também o paragrafo único do artigo
da cobrança de contribuição de me- 63 da Constituição, que se relere à obe-
lhoria a ser exigida de cada imóvel. diência das despesas de capital aos or-
e o total da sua arrecadação não po- çamentos plurianuais, lala em lei com-
derá exceder o custo da obra públi- plementar, sendo a sua redação exata-
ca que lhe der causa. mente a mesma do parágrafo único do
artigo 62:
"Somente a União, nos casos excep-
cionais definidos em lei complemen- "As despesas de capital obedecerão
tar, podera instituir empréstimo ainda a orçamentos plurianuais de
compulsório." investimento, na forma prevista em
No § 2.0 do art. 19 do Projeto também
lei complementar."
aparece a lei complementar A Consti- O § 3.° do art. 64 do Projeto da Cons-
tUição manteve a expressão no disposi- tituição estabelecia:
ti vo correspondente:
"Ressalvados os impostos únicos e as
"Art. 20 - disposições desta Constituição, ne-
i=i 2." -A União. mediante lei com- nhum tributo terá a sua arrecada-
plementar, atendendo a relevante ção vinculada a determinado órgão.
interesse social ou econômico nacio- lundo ou despesa. A lei poderá, to-
nal. poderá conceder isenções de im- davia, instituir tributos cuja arreca-
postos federais, estaduaIs e munici- dação constitua receita do orçamen-
pais." to de capital. vedada sua aplicaçâo
no custeio de despesas correntes."
O ~ 4." do ari 23 da proposiçào do Go-
verno Castello Branco nio se referia a Através de uma emenda do Deputado
lei complementar. Dizia ele: Paulo Sarasate, de n.O 363/D foram colo-
cadas ao lado das expressões "impàsto
"a aliquota do impósto a que sc rc-
único" e "as disposições desta Constitui-
fcre o nO II será uniforme para tô-
ção", as palavras "e de leis complemen-
das as mercadorias e nào excederá.
tares".
nas operações que as destinem a ou-
tro Estado e ao exterior, os limites Ao disciplinar a composição e o funcio-
fixados em resolução do Senado, nos namento do colégio eleiwral, o Projeto
tt'rmos do disposto em leI." do Executivo no § 3.° do art. 74, preferiu
____________JA_H_EI_R_O_A MARÇO - 1968 159

estabelecer Que os mesmos seriam regu- Com tal acréscimo foi aprovado o § 1.°
lados por lei complementar. Não foi al- do art. 118 da Carta Magna.
terada a redação e a materIa assim apa- Foi a Emenda D.O 848, de autorIa do
rece no § 3.° do art. 76: Senador Eurico Rezende Que Instituiu
"A composição e o funcionamento do maIs um caso de uso de lei complemen-
colégio serão regulados em lei com· tar à Constituição:
plementar." "Adite-se ao art. 157 o seguInte pa-
Estabeleceu o § 2.° do art. 77 do Pro- rágrafo:
jeto: "§ 9.° - A União, mediante lei com-
"O Vice-Presidente da República, plementar, poderá estabelecer re-
tendo sómente voto de qualldade, giões metropolitanas, consUtuldas
exercerá as funções de Presidente do por munlc1pios que, Independente-
Congresso Nacional, e outras que lhe mente de sua vinculação administra-
forem conferidas em lei complemen- tiva, Integrem a mesma comunida-
tar." de sócio-econômica, visando à reaH-
zação de serviços de interêsse co-
Foi mantida a redação no que diz res- mum."
peito a parte llnal do dispositivo no § 2.°
do art. 79 da Lei maior. Foi essa a redação do § 10 do art. 157
da Constituição.
O § 4.° do art. 114 do Projeto estabe-
lecia: "A lei complementar poderá estabc-
mencionada no art. 148 do texto cons-
"A lei complementar poderá criar tltucional:
outros tribunais de Recursos, fixan-
do-lhes sede e Jurisdição." "A leI complementar poderá estabe-
lecer outros casos de InelegiblUdade vi-
A Constituição, entretanto, foi mais sando a preservação
detalhada:
I - do regime democrático;
"Art. 116 - .
11 - da probidade administra-
~ 1.° - "A lei complementar poderá tiva;
criar mais dois Tribunais FederaIs
de Recursos, um no Estado de Per- 111 - da normalidade e legimI-
nambuco e outro no Estado de São dade das eleições contra o
Paulo. fixando-lhes a jurisdição e abuso do poder econômico
menor número de Ministros, cuja es- e do exerciclo dos cargos
colha se fará com o mesmo critério ou funções públicas."
mencionado neste artigo." Tal redação é a mesma do art. 147 do
O § 1.0 do art. 116 da Proposição esta-
projeto.
belecIa: ~, portanto, a seguinte a relação de

"Cada Estado, ou Território, assIm leIs complementares exigidas pela Cons-


tituição:
como o Distrito Federal, constituirão
uma seção judielárIa, que terá por I - Leis politicas - assunto: trân-
sede a capital respectiva." sito .e permanência de fôrças estran-
geIras em território nacional
A Emenda n.o 873/4, de autoria do Sr.
Deputado Adaucto Cardoso acrescentou Art. 8.° - "Compete à União:
ao texto do Projeto o seguinte final:
"A lei complementar poderá criar v - permitir, nos casos previstos em
novas seções." lei complementar, que fôrças estrangel-
160 REVISTA DE IHFDR~O LiGiSUTlVA

ras transitem pelo território nacional ou nômico e do exercíclo dos


nêle permaneçam tempOràriamente," cargos ou funções públi-
cas."
Art. 47 - É da competência exclusiva
do Congresso Nacional: 11 - Leis financeiras
a) assunto: sistema tributário
11 - autorizar o Presidente da Repú- Todo o Capítulo V: "Do Sistema Tri-
blica a declarar guerra e a fazer paz; butário", uma vez que diz o art. 18: "o
e a permitir que fôrças estrangeiras sistema tributário nacional compõe-se
transitem pelo território nacional ou de impostos, taxas e contribuições de
nêle permaneçam temporàriamente, nos melhoria e é regido pelo disposto neste
casos previstos em lei complementar Capitulo (V), em leis complementares,
.~rt. 83 - Compete privativamente ao em resoluções do Senado e nos limites
Presidente: das respectivas competências em leis
federais, estaduais e municipais.
XI - permitir, nos casos previs- b) assunto: conflitos de competência
tos em lei complementar, tributária.
que f ô r ç a s estrangeiras Art. 19, § 1.0
transitem pelo território
nacional ou nêle permane- "Lei complementar estabelecerá nor-
çam temporàriamente. mas gerais de direito tributário,
disporá sôbre os conflitos de com-
b) assunto: eleição do Presidente da
petência tributária entre a União,
República
os Estados, o Distrito Federal e os
Art. 76, !:i 3.° Municípios, e regulará as limitações
"A composição e o funcionamento do constitucionais do ooder tributário."
colégio elei toral serão regulados em lei c) assunto: empréstimo compulsório
complementar."
Art. 19, § 4. 0
c) assunto -- funções do Vice-Pre- "Somente a União, nos casos excep-
sidente da RepúbHca: cionais definidos em lei complemen-
Art. 79, !:i 2.° tar, poderá instituir empréstimo
compulsório."
"0 Vice-Presidente exercera as fun-
ções de Presidente do Congresso Nacio- d) assunto: isenção de impostos
naL tendo somente voto de qualidade,
Art. 20, § 2.°
além de outras atribuições que lhe forem
conferidas em lei complementar." "A União, mediante lei complemen-
tar, atendendo a relevante interêsse
d) assunto: inelegibilidade
social ou econômico nacional, poderá
"Art. 148 - A lei complementar po- conceder isenções de impostos fe-
derá estabelecer novos casos de inele- derais, estaduais e municipais."
gibilidade visando à preservação
e) assunto: circulação de mercadorias
I - do regime democrático; "Art. 24 - Compete aos Estados e
11 - da probidade adminis- ao, Distrito Federal decretar impos-
trativa: tos sôbre:
111 - da normalidade e legiti-
midade das eleições, con- 11 - operações relativas à circula-
tra o abuso do poder eco- ção de mercadorias. inclusive lubri-
_ _....:..JÂME~~O~ _~Rço.
__ -_l_9_6I l_'_1

f1cantes e combustlvels liquldos na Art. 157, § 10


forma do art. 22, § 6.°, real1zadas por "A União, mediante lei complementar,
produtores, industriais e comercian- poderá estabelecer regiões metropolita-
tes. nas, constituídas por munIcfpIos Que, In-
dependentemente de sua vinculação ad-
§ ~.o - A allquot.a do impôsto a que mlnistratlva, integrem a mesma comu-
se refere o n.O II será uniforme para nIdade sócio-econômIca, visando à rea-
tôdas as mercadorias nas operações l12ação de serviços de interêsae comum."
internas e interestaduais, e não ex- IV - Leis admlnlstrativas
cederá, naquelas que se destinem a
outro Estado e ao exterior, os 11mJ- a) assunto: Criação de Novos Estados
tes fixados em resolução do Benado, e Territórios.
nos têrmos do disposto em lei com- Art. 3.° - "A criação de novos Estados
plementar." e TerrItórios dependerá de lei comple-
f) assunto: impostos municipais mentar."
b) assunto: criação de novos Munl-
Art. 25 - "COmpete aos Municlpios
decretar impostos sõbre: clplos
Art. 14 - "LeI complementar eatabe-
ServiÇOS de qualquer natu-
I - lecerá os requisitos m1nimos de popula-
reza não compreendidos na ção, de renda púbUca e a. forma de con-
competêpcia. tributária. da. sulta prévia. às populações locais, para
Unllo ou dos Estados, defi- a criação de novos muntclptos."
nidos em Lei complemen-
tar." c) assunto: remuneração de vereado-
res
r) assunto: orçamento plurianual
Art. 16, fi 2.°
Art. 63, parárnfo único:
"Sômente terão remuneraçlo os verea-
"As despesas de capital obedecerão dores das Ca.pitais e dos MunlcipIos de
ainda a orçamentos plurianuais de população superior a cem mil habitan-
investimento, na forma prevista em tes, dentro dos llml~ e critérios flxados
lei complementar." em lei complementar."
r) assunto: arrecadação vinculada. d) assunto: criação de Tribunais Fe-

Ad. 65, tl 3.° derais de Recurso


Art. 116, fi 1.° - "A lei complementar
"Ressalvados os Impostos únicos e
as disposições desta COnstituição e poderá criar mais dota Tribunals Fe-
de leis complementares, nenhum tri- derais de Recursos, um no Estado de
buto terá a sua arrecadação vin- Pernambuco e outro no Estado de São
culada a determinado órgão, fundo Paulo, fixando-lhes a Jur1ad1çio e n6me-
ou despesa.. A lei poderá, todavia, ro de Ministros. cuja escolha se fará com
instituir tributos cuja arrecadação o mesmo critério menclonado neste ar-
tigo,"
constitua receita do orçamento de
capital, vedada sua aplicação no e) assunto: juizes tedera1a
custeio de despesas correntes.~'
Art. 118 - t 1.°
111 - Lei econômica "Cada Estado ou TerrItório, aastm como
a) assunto: realização de serviços de o Distrito Federal, constituirá uma seção
lnterêsse comum. Judiciária, que terá por sede a respectiva
162 REVISTA DE INFORMAÇÃO. LEGISLATIVA o

Capital. Lei complementar poderá criar apresentação do Anteprojeto exige, no


novas seções." entender de setores do Ministério, que
x x x o Executivo o tenha estudado em todos
os sentidos e forneça ao Congresso o
Em 31 de maio de 1967 reclamava "O melhor instrumento que puder para a
Diário de Notícias" em editorial intitu- elaboração das leis,"
lado Leis Complementares a necessária
urgência de formulação das normas pe- Informava ainda o matutino carioca
didas pela Lei Maior. E o fazia nos se- que "em seu discurso de posse o Minis-
guintes têrmos: tro Gama e Silva anunciou a disposição
de determinar estudos para a apresen-
"O deputado por São Paulo, Sr. Mar- tação dos anteprojetos de tôdas as leis
cos Kertzmann. requerendo à Mesa complementares à nova Constituição,
da Câmara a constituição de uma havendo criado a Comissão de Estudos
comissão especial para elaborar, Legislativos que superlntende esta ela-
dentro de noventa dias, as leis com- boração, nos primeiros quinze dIas de
plementares necessárias, arrolou os sua administração."
dezoito casos em que a Carta Magna
determina e s s a complementação, Em 15 de j unho, o Ministro de Estado
Quando a Constituição, em tais dis- da Justiça divulgava à imprensa que "os
positivos, fala em "casos previstos estudos relativos às leis complementares
em lei complementar", "regulados foram atribuídos, pelo Decreto n.o 60.528,
em lei complementar", "definidos à Comissão de Estudos Legislativos, que.
em lei complementar" ou que "a lei no desempenho de suas funções, tem
complementar estabelecerá" e coisas mantido estreíto e eficIente contato com
assim -- é claro que se tem de tratar os diversos Ministérios diretamente in-
quanto antes de elaborar tais leis. teressados, ao mesmo tempo que. a con-
Tais remissões estão nos artigos 3.°, vite do Ministro de Estado, alguns juris-
8.0, 14, 16, 19, 20. 24, 25, 47, 63. 65, tas de nomeada estudam determinadas
76, 79, 83, 116. 148, 157 e o Capí- leis.
tulo V. "Assim, quaisquer trabalhos alheios à
"A Constituição já tem quatro meses Comissão e aos juristas especialmente
de promulgação e dois meses e melo convidados não representam o pensa-
de vigência. Já é tempo. e mais que mento do Ministério da Justiça e são
tempo, de se cuidar dessa comple- recebidos como simples contribuição pes-
mentação Mas que se proceda com soal de seus autores, não tendo sido, até
prudência. Não se abuse, como se o momento, divulgado qualquer antepro-
tem abusado -- inclusive no próprio jeto de lei complementar dos que estão
governo atual - da deturpada in- em estudo no MinistéI10 da Justiça".
terpretação dos decretos-leis, fugin- O "Jornal do Brasil" em 27 de junho
do à estrita restrição constitucional." de 1967 noticiava que já fôra fixado o
Informava o "Jornal do Brasil" em rito para as leis complementares e escla-
2 de junho do mesmo ano que "para o recia:
Ministério da Justiça, o fundamental na "O MlnistrQ Gama e Silva, na visita
elaboração das leis complementares não que fêz há dias ao Congresso, esta-
é o encaminhamento rápido de Mensa- beleceu com a liderança da ARENA
g2ns ao Congresso, pois não há porque um processo para a elaboração das
acusa-lo de moroso se já foram Iniciados leis complementares que a:;scgura,
todos os estudos necessários. mas ela- ao mesmo tempo, rapidez para a
borá-las em nível técnico perfeito. A tramitação dos projetos e perfeito
_________ ---.!À"EI~O~ MARÇO -_1_'_'_. -=-"=3

conhecimento da matéria pelos par- estará espelhando o pensamento


lamentares que terão de se mantres- médio da classe política, serA obJeto
tal a respeito. de nova reunião daquelas mesmas
autoridades, com o possivel concurso
Firmada essa espécie de acõrdo, de outras, cuJa presença seja julgada
deve o Govêrno, logo em agôsto, ini- recomendável.
ciar a sua execução, de tal 'modo que
se torne garantida a votação de O resultado dêsse encontro serA, en-
muitas, senão de tôdas as leis com- tão, o texto definItivo do projeto a
plementares antes de encerrar-se a ser encamInhado pelo Presidente da
atual sessão legislativa, compondo- República ao Congresso, para tra-
se, por êsse melo, um nôvo quadro mitação, segundo um dos ritos cons-
Institucional que dê o máximo de titucIonaiS em vIgor. ProvAvelmen-
apllcab1l1dade ao texto da Consti- te, o rito menos rigoroso, qual seja
tuição e concorra para O revlgora- o que concede à Câmara quarenta e
mento do prestigio do Congresso. cinco cUas para apreciar o projeto e,
vencido êsse prazo, maIs quarenta e
o ajuste entre o Ministro da Jus- cinco dias para o Senado. Como essa
tiça e os llderes parlamentares im- hipótese, conclui para posslbllldade
pôs uma profunda alteração no que de pennanecer cada projeto por três
se chama no gabinete ministerial de meses nas Casas do Congresso antes
fluxograma de encaminhamento das de ser vencido o prazo constitucio-
leis complementares. Essa estranha nal, o Oovémo deverA estar atento
palavra corresponde mais ou menos à necessidade de que todos ésses
a uma tática para o envio dos pro- projetos sejam encaminhados ao
jetos ao Legislativo e a sua trami- Congresso até o último cUa de agôsto.
tação nas duas Casas do .Congresso. Depois disso, o prazo JA ultrapassará
Pelo nôvo fluxograma, o MinIstro o limite da sessão legislativa, que
da Justiça, tão logo tenha em mãos se encerra em 30 de novembro. Em
os anteprojetos de leis complemen- tal hipótese, a de tardar o envIo, o
tares que encomendou a vários dos Govêrno flcarã obrigado a recorrer
maiores juristas do Pais, se reunlrá ao segundo rito, o do prazo total de
com o Senador Daniel Krieger, Pre- quarenta dias para apreciação pelas
sidente da ARENA, o Deputado Er- duas Casas em sessões conjuntas, o
nani Sátiro, Lider do Govêrno na que, entre outros Inconvenientes,
Câmara, e o Deputado DJalma Ma- terá o de descontentar a maioria dos
rinho, Presidente da Comissão de
parlamentares, que anseia dispor de
Justiça da Câmara, para um exame
maior espaço de tempo possivel para
prelimInar, durante o qual serão apreciar tais projetos."
ponderadas e, quando fôr o caso,
aproveitadas sugestões de cada um Histórico da Lei Complemeniar n.o 1
dos presentes, compondo-se, assim,
nesta primeira fase, já um nôvo an- Através da Mensagem n.o 612/67, do
teprojeto. Poder Executivo, chega ao Congresso
Nacional (Vide D.C.N. (Seção 1) de 12
o texto resultante do debate inicial de setembro de 1967), o Projeto de Lei
serã, então, publicado, oferecendo-se Complementar Que "estabelece os requi-
o Ministro da Justiça para receber sitos m1nlmos de população e renda pú-
sugestões dos parlamentares e dos blica e a forma de consulta prévia às
setores juridIcos competentes. O con- populações locais, para a criação de no-
junto dessas sugestões, que então jA vos municiplos."
164 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

Recebeu a proposta na Câmara dos lação de área a ser abrangida pelo ter-
Deputados a designação de Proj eto de ritório do município a ser criado.
Lei Complementar nY 26, de 1967, e é o § 1.° - Somente poderão votar os
seguinte o seu teor: alfabetizados, maiores de 18 anos, elei-
O Congresso Nacional decreta: tores há mais de dois anos da data do
plebiscito, na área a ser desanexada ou
Art. 1.° - Nenhum município será
desmembrada.
criado sem o preenchimento dos seguin-
tes requisitos minimos: li 2.° - A Justiça Eleitoral regulará
através de instruções, o processo de vo-
I - Quanto à população:
tação, observadas, no que forem cabíveis,
a) número de habitantes superior a as disposições da legislação eleitoral.
dez mil ou não inferior a cinco
§ 3.° - Na forma da legislação elei-
milésimos da população total do
toral serão apurados os votos procla-
Estado;
mando-se o resultado da votação que
b) número de eleitores não inferior decidirá da criação, ou não, do muni-
a dez por cento dos habitantes cípio.
locais;
§ 4.° - Se a votação fôr favorável
c) densidade populacional mínima
à criação do municipio, as eleições para
na área territorial considerada,
preenchimento dos cargos eletivos deve-
de cinco habitantes por quilôme-
rão ser convocadas no prazo minimo de
tro quadrado, além de um centro
180 dias, contados da data da proclama-
urbano já constituído;
ção do resultado da consulta plebisci-
11 - Quanto à renda pública: tária.
a) terem sido arrecadados no terri- li 5.° - Se a votação fôr contrária
tório do município a ser cria- à criação do município será considerada
do, cinco milésimos no mínimo inexistente a lei estadual que deter-
dos impostos estaduais, calcula- minou a sua criação e que deu origem
dos com base no ano fiscal ante- à consulta.
rior; § 6.° - As Assembléias estaduais só
b) previsão de renda própria corres- poderão dispor sôbre as respectivas or-
pondente, no mínimo, a cInqüen- ganizações territoriais de quatro em qua-
ta por cento da despesa anual tro anOS.
provável, necessária à manuten- § 7.° - Na fixação do prazo do pri-
ção de :-viços públicos muni- meiro mandato eletivo deverão ser ob-
cipais,. se computando, para servados os dispositivos da ConstituIção
efeito do cálcl:' , as receitas pre- Federal, que detenninam a simultanei-
vistas nos arts. 24, § 7.°, 25, § 1.0, dade dos pleitos eleitorais e a coinci-
26, 27 e 28 da Constituição. dência de mandatos.
Parágrafo único - O Instituto Brasi- Art. 3.° - Salvo no que depender da
leiro de Geografia e Estatística apro- competência dos Estados, a fusão de dois
vará os requisitos do inciso I dêste artigo ou mais municipios obedecerá apenas o
e o Tribunal de Contas do Estado os es- que prescreveram as leis ou resoluções
tabelecidos no inciso 11. legislativas mUnicipais pertinentes, sen-
Art. 2.° - A criação de municípios, do, entretanto, obrigatórIa a consulta à
por desmembramento ou desanexação, população dos municípios abrangidos
será precedida de consulta, através de pela medida, aplicando-se na que couber
consulta individual e secreta, à popu- os n 1.° a 7.° do artigo 2.° anterior.
JANIIRO A MARço - 1968 165

Parárrafo único - Poderão também o Presidente da Repúbllca:


os m untciplos reallzar a fusão dos órgãos Faço saber que o Congresso Nacional
constltuciona.1s de seu govêrno e dos decreta e eu sanciono a seguinte Lei
quadros da sua admJnlstração por prazo Complementar:
não superior a cinco anos, salvo prorro-
gação ulterior, conservando, cada qual, Art. 1.° - A criação de munlciplo de-
durante êsse perlodo, sua e~ncla dls- pende de Lei Estadual que será prece-
tinta. dIda de comprovação dos requisitos es-
tabelecidos nesta Lei e de consulta às
Art. 4.° - Esta Lei entrará em vigor populações Interessadas.
na data de sua publlcação, revogadas
as disposições em contráI1o. Parárrafo único - O processo de cria-
ção de município terá inicio mediante
Ao Projeto de Lei Complementar D.o~. representação dIrigida à Assembléia Le-
de 1967, são apresentadas na Comissão gislativa, assinada, no minlmo, por 100
de Constituição e Justiça 26 emendas, (cem) eleitores, residentes ou domicllla-
sendo as duas primeiras de caráter subs- dos na área que se deseja desmembrar,
titutivo. (Vide Diário do Congresso Na- com as respectivas f1rmas reconhecidas.
cional - Seção I - de 15 de setembro
de 1967, página 5.498 e seguintes). Art. 2.° - Nenhum munlcipto s e r á
criado sem a verificação da existência,
É apresentado Parecer da Comtssão de na respectiva área territorial, dos se-
Constituição e Justiça com substitutivo. guintes requisitos:
(Vide D.e.N. (Seção U, de 22 de setem-
bro de 1967, página 5.750 e seguintes), I - população estimada, supe-
que é aprovado pelo Plenã.rIo em 28 de rior a 10.000 (dez mil) ha-
setembro de 1967 (Vide D.e.N. - Seção bitantes ou não inferior a
I - Suplemento, de 29 de setembro de 5 (cinco) milésimos da
1967, página 16). exIstente no Estado;
No Senado o projeto recebe parecer 11 - eleitorado não Inferior a
por sua aprovação de autoria do Sr. 10% (dez por cento) da
Aloysio de Carvalho, Relator na Comis- população;
são de censtltulção e Justiça (Vide 111 - centro urbano já constituí-
D.e.N. (SCção 11), de 20 de outubro de do, com número de casas
1967, página 2.526). superior a 200 (duzentas);
O projeto é aprovado por 45 votos fa- IV - arrecadação, no ú I t i mo
voráveis e nenhum contrário e vai à exercício, de 5 (cinco) mi-
sanção. (Vide D.C.N. (Seção ll) de 26 lésimos da receita estadual
de outubro de 1967, pág. 2.658). de Impostos.
A Lei complementar é sancionada nos § 1.° - Não será permitida a cria-
seguintes termos, conforme se lê no Diá- ção de município, desde que esta medida
rio Oficial de 10 de novembro de 1967: importe. para o municiplo ou munlclpios
de origem, na perda dos requisitos exi-
LEI CO~IPLEl\IENTAR N.o J,
gidos nesta LeI.
DE 9 DE NOVEMBRO DE 1967
!:j 2.° - Os requisitos dos Incisos I
Estabelece os requisitos mínimos c 111 serão apurados pelo Instituto Bra.-
de população e renda pública e a sUelro de Geografia e Estatística, o de
forma de consulta prévia às popu- n.o II pelo Tribunal Regional Eleitoral
lações locais, para a criação de no- do respectivo Estado e o de n.O IV, pelo
vos munícípios. órgão fazendárto estadual.
166 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

~ 3.° - As Assembléias Legislativas cípiOS já existentes ressalvado o dis-


dos Estados requisitarão, dos órgãos de posto no art. 16, § 1.0, da Constituição:
que trata o parágrafo anterior, as infor-
~ 2.° - A eKigência dêste artigo se
mações sobre as condições de que tratam
estende ao caso de fusão de municípios.
os incisos I a IV e o § 1° dêste artigo,
as quais serão prestadas no prazo de 60 Art. 6.° - A criação do município e
(sessenta) dias, a contar da data do re- suas alterações territoriais só poderão
cebimento. ser feitas quadrienalmente. no ano ante-
rior ao da eleição municipal.
Art. 3.° - As Assembléias Legislati-
vas, atendidas as eKigências do artigo Art. 7.° - Não se inclui nas exigên-
anterior, determinarão a realização de cias desta Lei a criação de municípios
plebiscito para consulta à. população da nos territórios federais
área territorial a ser elevada à categoria Art. 8.° - A Lei que criar o nôvo mu-
de município. nicípio definirá seus limites segundo
Parágrafo único - A forma da con- linhas geodésicas entre pontos bem
sulta plebiscitária será regulada me- identificados ou acompanhando aciden-
diante resoluções expedidas pelos Tri- tes naturais.
bunais Regionais Eleitorais, respeitados Art. 9.° - Esta Lei entra em vigor na
os seguintes preceitos: data de sua publicação.
I - residência do votante há Art. 10 - Revogam-se as disposições
mais de 1 (um) ano, na em contrário
área a ser desmembrada;
Brasília, 9 de novembro de 1967; 146.°
11 - cédula ofldal, que conterá da Independência e 79° da República.
as palavras Sim ou Não, - A. Costa c Silva - Luis Antônio da
indicando respectivamente Gama e Silva."
a aprovação ou rejeição da
criação do município. Sôbre a mesma matéria foi apresen-
tado na Câmara em maio de 1967 (Vide
Art. 4,° - Para a criação de muni- D.e.N. ISeção li, de 12 de maio de 1967,
cípio que resulte de fusão de área terri- pág. 2.139) o Projeto de Lei Comple-
torial integral de dois ou mais muni- mentar n.o 11, de 1967, de autoria do Sr.
cípios. com a extinçào dêstes, é dispen- Justino Pereira.
sada a verHicação dos requisitos do ar-
tigo 2° Também uma proposta de autoria do
Sr. Celestino Filho, Projeto de Lei Com-
Parágrafo único - No caso dês te ar- plementar nO 3, de 1967 - publicada
tigo. o plebiscito consistirá na consulta no Diário do Congresso Nacional (Seção
às populações interessadas sóbre sua I) de 26 de abril de 1967, pág. 1 669) -
concordância com a fusão e a sede do versa s:,bre os requisitos para a criação
nôvo municipio. de municípios.
Art. 5.° - Somente será admitida a Ambas as propostas não chegaram a
elaboração de lei que crie município, se receber parecer da Comissão de Consti-
o resultado du plebiscito lhe tiver sido tuição e Justiça da Câmara dos Depu-
favorável pelo voto da maioria absoluta tados
dos eleitores.
Hbtórico da Lei Complementar
!:i 1,0 - Os municípios somente se-
n.O 2
rão instalados com a posse do Prefeito,
Vice-Prefeito e Vereadores, cuja eleição Em 28 de março de 1967, o Senador
será simultânea com a daqueles muni- Ca ttete Pinheiro através do Projeto
JANEIRO A MARÇO - 1961 167

n. O 7i67, "regula a. execução do dIsposto Ugo, poderão as Câmaras Municipais,


no art. 16, § 2.°, dâ Constituição Fe- compreendidas nas disposições desta Lei,
deral." t o seguinte o teor da propo- adaptar os seus Regimentos indepen-
sição: dentemente de quaisquer outras forma-
lidades.
"O COngresso Nacional decreta:
Art. 5.° - A alteração dos niveis de
Art. 1.0 - O sistema de remuneração
salário-mínimo vigentes no Pais, não
dos Vereadores das Capitais e dos MunJ-
implicará, em nenhuma hipótese, na
cíplos de população superior a cem ml1
modlrtcação automática dos valôres dos
habitantes é fixado segundo os critérios
subsídios fixados pelas Câmaras Muni-
e limites estabeleeidos por esta lei com-
plementar. cipais, os quais s6 poderão ser revistos,
tendo em conta a sua atuallzação, em
Art. 2.° - Os subsídios dos Vereado- Resoluções das referidas Câmaras, obe-
res, respeitados os limites e crttértos decidos os critértos e limites desta Lei.
desta Lei, serão fixados em Resoluções
das Câmaras Municipais, no fim de cada Art. 6. 0 - Para o estabelecimento dos
legislatura para a subseqüente. valõres dos atuais subsidias de Vereado-
res, respeitados os crItérios e limites
§ 1.0 _ Na fixação do Quantum do desta Lei, tornar-se-ão os constantes da
sub,sld1o do Vereador, ter-se-lÍ como teto Tabela, a que se refere o Decreto núme-
a soma até 12 <doze) salártos-mínlmos ro 60.231, de 18 de fevereiro de 1967.
regionais.
Art. 1.° - Esta Lei entra em vigor na
§ 2.° - Em qualquer caso, o subsI- data de sua publicação, revogadas as
dio do Vereador não poderá ser superior disposições em contraria.
a dois terços do subsidio atrtbuido ao O Diário do Congresso Nacional (Se-
Deputado membro da Assembléia Legis- ção n, pág. 713), de 21 de abrll de 1967,
lativa do Estado, a que pertence o Mu- publicou o parecer do senador Josaphat
nicípio. Marinho, Relator da COmissão de COns-
Art. 3.° - t vedada a concessão de tituição e Justiça, favorável à aprovação
ajuda de custo, sob qualquer titulo. da matérIa com as seguintes emendas:
Art. 4. 0- Até que se realize nõvo re- Emenda n.o 2 (C.CJ.)
censeamento s6 poderão enquadrar-se No § 1.0 do art. 4.°, onde se lê:
nas disposições desta Lei, mediante re- - com destaque das capitais dos
ronna regimental, as Câmaras legisla- Estados e Municípios ... , dLga-se
Uvas das Capitais dos Estados e os Mu-
- com destaque dos Municípios.
nicípios Que possuam mais de cem mil
habitantes nos têrmos do último censo Emenda n.o 1 <C.C.J.)
geral, realizado pelo InsUtuto Brasllelro
de Geogra!la e EstatísUca, em 1960. No art. 4. 0 , onde se diz "Câmaras Le-
gislativas, diga-se "Câmaras Munici-
§ 1.° - Os recenseamentos a serem pais".
realizadas com base na Lei n.o 4.789, de
Emenda n.o 3
14 de outubro de 1965, serão publicados
no órgão oUclal da União, eom destaque Acrescente-se ao art. 4.°, um pará-
das Capitais dos Estados e Municípios graro que passarâ. a ser o LO, alterando-
que atingirem nível populacional supe- se a numeração dos demals.
rior a cem mll habitantes.
§ 1.° - O disposto neste artigo não
§ 2.° -Publicados os resultados dos se aplica aos Municípios de mals de
recenseamentos a que se refere êste ar- cem mil habitantes referidoS na Re-
168

solução 0.° 7.943, de 27 de setembro 3) Municípios de receita superior a


de 1966, do Tribunal Superior Elei- 100 (cem) mil cruzeiros novos,
toral, nos quais poderão ser fixados até 200 (duzentos} mil:
os subsidias dos Vereadores, obede- NCr$ 2.400,00 e NCr$ 1.800,00
cidos os critkrios e limites desta Lei. 4) Municípios de receita superior a
200 (duzentos) mil cruzeiros no-
Mais quatro emendas foram apresen-
vos até 400 (quatrocentos) mil:
tadas a matéria em sua fase de dis-
NCr$ 3.000,00 e NCr$ 2.400,00
cussão; são elas as de números 4, 5, 6
e 7, as tres primeiras de autoria do Se- 5} Municípios de receita superior a
nador Vasconcelos Tôrres e a última do 400 (quatrocentos) mil cruzeiros
Sr Cattete Pinheiro (Vide Diário do novos, até 1 (hum) milhão:
Congresso Nacional de 4 de maio de NCr$ 3.600,00 e NCr$ 3.000,00
1967 (Seção lIl, pág. 834). 6) Municípios de receita superior a
Estabelece a Emenda n.o 4: (hum) milhão de cruzeiros no-
vos, até 1,5 (hum e meio) mi-
o Congresso Nacional decreta: lhões:
NCr$ 4.200,00 e NCr$ 3.600,00
Art. 1.° - Os Vereadores das Capitais
7) Municípios de receita superior a
e dos Municípios de população superior
a 100.000 (cem mil) habitantes recebe- 1,5 (hum e meiol milhões de
rão subsídios e representação obedecidos cruzeiros novos, até 2,5 (dois e
os critérios fixados na presente Lei. meio) milhões:
NCr$ 6.000.00 e NCr$ 4.200,00
Parágrafo único - Os subsidias pre- 8) Municipios de receita superior a
vistos neste artigo constarão da parte 2.5 (dois e meio) milhões de cru-
fixa e variável. zeiros novos, até 4 (quatro) mi-
AI't. 2.° - O dado estatistico sóbre a lhões:
população municipal, para efeitos da in- NCr$ 7.200,00 e NCr$ 6 000,00
cidência das disposições desta Lei, será 9) Municipios de receita superior a
fornecido pelo Instituto Brasileiro de 4 (quatro) milhões de cruzeiros
Geografia e Estatistica, com base na es- novos: o subsidio e a represen-
timativa estadual que ésse órgão faz da tação poderão ser acrescidos até
população brasileira. 30',~~ (trinta por cento) dos való-
res previstos no inciso anterior.
Art. 3.° - Os subsídios e a represen-
tação dos Vereadores e das municipa- Art. 4.° - As disposições desta Lei
lidades que estejam nas condições indi- seria aplicü.das a partir de 15 de março
cadas no art. 1° desta Lei serão fixados. de 1967.
em cada exercício, em valôres anuais, Art. 5.° - Revogadas as disposições
com base na recelta municipal respec- em contrário. esta Lei ent.ra em vigor
tiva do exercíCio anterior. observada a na data de sua publicação.
seguinte relação: Determina a Emenda n,u 5
1) Municípios de Receita até NCr$ Onde con vier:
50.000,00:
NCr$ 1.500.00 c NCr$ 1.200,00 Art. .. - Aos Vereadores de Muni-
cípios com população inferior a 100.000
2) Municípios de receita superior a I cem mil I habitantes será atribuída uma
50 (cinqüenta) mil cruzeiros no- gratificação de função, como njllda de
vos até 100 (ccml mil: custo. cujo valor seri est.ipulado pelas
NCr$ 2 000.00 c NCr$ 1.500,00 Assembléias Legislativas
JANEIRO A MARço - 1968 169
--_._--------'--
Reza a Emenda n.O 6 emenda de número 3 (da mesma Comis-
Ao art. 4.°, In fine são) - aprovada por 47 votos - e as
subemendas de números 1 (à Emenda
Onde se lê: n.O 3) e 2 (à Emenda n.O 7, que fica,
"do último censo geral, reallzado conseqüentemente. prejudicada)
pelo Instituto Brasllelro de Geogra- Por 46 votos contrários são rejeitadas
lia e Estatística, em 1960." as emendas de números 5 e 6.
Leia-se: Após receber parecer do Sr. Flllnto
"da estimativa anual da população Müller na Comissão de Redação (n.o 342,
processada pelo Instituto Brasileiro de 1967), inicia-se a discussão em se-
de Geografia e Estatistlcs" gundo turno (Vide Diário do Congresso
Estabelece a Emenda n.o '7 Nacional (Seção lI), de 1.0 de Junho de
1967 - pág. 1.127), sendo o projeto
Ao art. 6.°: aprovado por 42 votos.
Inclua-se o seguinte:
Na Câmara dos Deputados, o Relator
"Parágrafo único - O reajustamen- da Comissão de Constituição e Justiça,
to dos valôres dos subsidias de que Sr. Acctoly Filho, apresenta substitutivo
trata êste artigo poderá ser decla- (publicado no Diário do Congresso Na-
rado pelas atuais Câmaras Munici- cional (Seção 1), de 24 de junho de 1967
pais, compreendidas nas disposlçõc!; - pág. 3.690). Na fase de discussão são
desta Lei, com vigência a partir de apresentadas novas emendas (Vide Diá-
15 de março de 1967" rio do Congresso Nacional (Seção I), de
29 de junho de 1967 - pág. 3.896). Pos-
O Senador Josaphat Marinho, Relator
ta em votação a matéria, é aprovado o
da matéria na Comissão de Constituição
art. 1.0, e em seguida os demais, do
e Justiça, através do Parecer n.o 317, de
1967 (Vide Diário do Congresso Nacional
substltutlvo apresentado pelo Relator da
(Seção 11), de 20 de maio de 1967 - Comissão de Constituição e Justiça na
pág. 1. 011), manifesta-se pela aprova- Câmara dos Deputados (Vide Diário do
Con....esso Nacional (Seção I), de 9 de
ção parctal da Emenda Substitutiva
n,o 4, com a aprovação de algumas su- agõsto de 1967 - págs. 4.286 e 4.295).
gestões das emendas de números 1 e 2; A proposta volta ao Senado. O Sr.
pela rejeição da emenda de número 5; Josaphat Marinho, Relator na Comissão
pela aprovação da Emenda n.O 6, nos de Constituição e Justlça, no Parecer
têrmos da Subemenda n.o 1 e pela apro- n.o 539, de 1967, manifesta-se pela rejei-
vação da Emenda n.o 7, na forma da ção da emenda substitutiva da Câmara,
Subemenda n.o 2. salvo quanto ao § 3.° do art. 2.°, que
considera Incorporável (Vide Diário do
Colocada a proposta em votação no
Senado (Vide Diário do Congresso Na- Congresso Nacional (Seção 11), de 26 de
cional (Seção lI), de 25 de mala de 1967, agõsto de 1967 - página 1.837)
pág. 1.047) é aprovado um requerimen- Iniciada a discussão em turno único
to de autoria do Senador Cattete PI- (Vide Diário do Congresso Nacional (Se-
nheiro, que solicita preferência para o ção 11), de 31 de agõsto de 1967 - pág.
projeto. independente das emendas que 1.893), após falarem os Senadores Au-
lhe foram apostas. O projeto é aprovado relio Vianna, AntôniO Carlos, Josaphat
por 42 votos. Em seguida são votadas e Marinho e Eurico Rezende. já na fase de
aprovadas as emendas de números 1 e 2 votação é apresentado o Requerimento
(da Comlssâo de Constituição e Justiça) n.O 747, de 1967, de autoria do Sr. Cat-
-- ambas aprovadas por 49 votos; a tele Pinheiro, que requer a votação em
170 ----~
REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

globo do substitutivo aprovado na Cá- guintes), Foram também rejeitadas as


mara dos Deputados. Aprovado o reque- emendas de Plenário de números 1, 2,
rimento, é colocado o substitutivo à deli- 3, 4, 6 e 7.
beração do Plenário, que o rejeita, salvo
Aprovada a redação final o projeto
quanto ao § 3.° do art. 2.0, que, votado
é encaminhado ao Senado, onde entra
em seguida, tem o mesmo destino.
Imediatamente em discussão, devIdo a
O projeto é aprovado em seguida e um requerimento de urgência (urgen-
vai à sanção. tíssima) .
O Poder Executivo nega a sanção ao São apresentadas 4 emendas. O Sr.
projeto por considerá-lo inconstitucional Wílson Gonçalves manifesta-se tavorà-
(' contrário ao lnterêsse público. (Vide a velmente ao projeto, que "não apresenta
Mensagem nO 488, de 1967 - n. O 617/67, aspecto algum que possa ser considerado
na origem - publicada no Diário do Inconstitucional ou injurídlco. No que
Congresso :-.racional (Seção II), de 13 de diz respeito ao mérito, a providência é
setembro de 1967, pago 2.005). das mais urgentes e mais justas." Ma-
Tal veto foi mantido pelo Congresso nífesta-se, ainda, o Relator da Comissão
Nacional. (Vide Diário do Congresso de Constituição e Justiça contràriamen-
Nacional, de 11 de outubro de 1967, pág. te às quatro emendas apresentadas no
887) Senado.

Foi. entretanto, o Projeto de Lei Com- O projeto é aprovado pelo Plenário


plementar nO 36, dl' 1967, de autoria do por 40 votos, havendo duas abstenções.
Sr Geraldo Freire. que "Dispõe sóbre Em seguida são rejeitadas as emendas
a execução do disposto no art. 16, § 2. 0 , por 28 votos contrários, onze favoráveis
da Constituição, relativamente a remu- e duas abstenções. Aprovada a Redação
neração dos Vereaclores", que veio a Final. a matéria vai à sanção. (Vide
constituir a Lei Complementar nO 2, de Diário do Congresso Nacional de 15 e 16
1967. de novembro de 1967, página 2.961 e pa-
ginas 2.965 e seguintes.
A proposta foi publicada no Diário do
Congresso Saeional (Seção I _. Suple- É o seguinte o texto da Lei Comple-
mento I, de 12 de outubro de 1967, pág, mentar nO 2, conforme publicado no
12 Recebeu parecer favoni.vel com qua- Diário Oficial de 1° de dezembro de 1967:
tro emendas na Comi:;são de Constitui-
"LEI COl\lPLE~IErolTAR rol.o
2, DE 29 DE
ção e Justiça. A matéria foram apre-
sentadas ainda mais uma emenda da rolOVE~IBRO DE 1967
Comissão de Finanças c sete emendas
ele Plenário n3, fase de discussão única. Dispõe sôbre a execução do dis-
I Vide Diário do Congresso ~acional (Se-
posto no art. 16, !'\ 2.°, da Consti-
çáo lJ· Suplemento, de 26 de outubro tuição Federal, relativamente à re-
ele 1967, pág. 28). As emendas de núme- muneração dos Vereadores.
ros 1, 2 c 3 da Comissão de Constituição O Presidente da República.
e Justiça, bem como a da Comissão de
Fmanças e a de número ;) do Plenário Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e cu sanciono a seguinte Lei
foram aprovadas com o projeto, por 279
Complemen tal':
votos favoraveis, 7 contrários e duas abs-
tenções. Foi rejeitada a Emenda n.o 4, Art. 1.0 - As Càmaras Munldpals das
da Comissão de Constituição e Justiça. Capitais e dos Municípios de população
I Vide Diário do Congresso rolacional - superior a 100.000 (cem mil) habitantes,
Seção I -- Suplemento, págs. 11 e se- poderão atribuir remuneração aos seus
JANEIRO A MARço - 1961 171

Vereadores dentro dos limites e critérios tes, dois terços, e nas ou-
rtxados nesta Lei. tras Capitais, metade.
Art. 2.° - A remuneração dlvidlr-se-á Art, •.0 - Para efeIto do disposto no
em parte fixa e variável e será estabe- artigo anterior, os subsidlos dos Depu-
lecida no tlnal de cada legislatura, para tados às Assembléias Legislativas dos
vigorar na subseqüente. Estados serão os rtxados em resolução
§ 1.° - ~ vedado o pagamento de que respeite a proibição expressa no
qualquer outra vantagem pecuniária em art. 13, VI, da ConstItuição Federal.
razão do mandato, inclusive ajuda de § 1.° - As Câmaras Municipais, que
custo, representação e gratificações. se instalarem pela primeira vez, e as
§ 2.° - A parte variável da remu- que ainda não tiverem tlxado a remu-
neração não será Inferior à fixa e cor- neração de seus Vereadores, poderão de-
responderá às sessões a que comparecer terminá-Ia para a legislatura em curso,
o Vereador, não podendo ser paga mais dentro dos limites e critérios fixados
de uma por dia. nesta Lei.
li 3.° - Durante a legislatura não § 2,° - Ficará prorrogada para a
se poderá elevar a remuneração a qual- legislatura seguinte a vigência da remu-
quer titulo. neração que não fôr alterada antes do
término da anterior.
Art. 3.° - A remuneração dos Verea-
dores não ultrapassará, no seu total, às Art. 5.° - A população do Munlclpl0
seguintes proporções com relação aos será aquela estimada pela Fundação
subsidias atribuidos aos Deputados à As- Instituto BraslIelro de Geografia e Es-
sembléia Legislativa do respectivo Es- tatística (IBGE), que fornecerá, por cer~
tado, excluida a remuneração das sessões tldão, os dados às Câmaras interessa-
extraord Inárlas: das.
I - nos Munic1plos com popu- Art. 6,° - A despesa com a remune-
lação de mais de 100.000 ração dos Vereadores não poderá. ultra-
(cem mm até 300.000 (tre- passar, anualmente, de 3% (três por
zentos mU) habitantes, um cento) da arrecadação orçamentária do
quarto; respecttvo Munlciplo, realizada no exer-
cicio Imediatamente anterior.
11 - nos Munlclplos com popu-
lação de mais de 300 000 Parágrafo único - Se a fixação da
{trezentos ml1l até 500.000 remuneração nos llmites previstos nesta
(quinhentos mil) habitan- Lei importar despesa superior à estabe-
tes, um terço; lecida, será ela reduzida quanto baste
para não exceder a percentagem de que
111 - nos MunIclplos com pôpu-
trata éste artigo.
lação de mais de 500 000
(quinhentos mil) até ..... Art. '7.0 - Será considerado serviço
1.000.000 (hum mt1hão) de público relevante o exercicio gratuito do
habitantes, metade; mandaw de Vereador.
IV - noS Munlclplos com popu- Art. 8.° - A presente Lei Comple-
lação superior ai. 000 .000 mentar entra em vigor na data de sua
(hum milhão) de habitan- publlcação .
tes, dois terços; Art. 9.° - Revogam-se as dlsposlçõcs
V- nas Capitais com popula- em contrário.
ção superior a I .000.000 Brasília, 29 de novembro de 1967; 146.°
(hum milhão) de habltan- da Independência e 79. 0 da República.
172 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

- A, Costa e Silva - Luiz Antônio da Projeto de Lei Complementar n,o %8,


Gama e Silva." de 196'7, de autoria do Sr. Vinicius Can·
sanção, publicado no Diário do ConJTes·
Regulando o mesmo dispositivo da 50 Nacional (Seção 1), de 27 de setem-
Carta de 1967, foram, ainda, apresen- bro de 1967, pâg, 5.890.
tados na Câmara dos Deputados os se-
guintes projetos: Projeto de Lei Complementar n,o 34,
de 1967, de autoria do Sr. José Llndoso"
Projeto de Lei Complementar n.o I, de publicado no Diário do Congresso Na-
1967, de autoria do Sr, Celestino Filho, cional de 6 de outubro de 1967, página
que foi publicado no Diário do Congresso 6331.
Nacional (Seção Il, de 4 de abril de
1967, pág. 955. Em 13 e 14 de junho de 1967, atraves
dos ofícios de números 67 e 71, de 1967,
Projeto de Lei Complementar n.o 2, de a Comissão de Constituição e Justiça da
1967, de autoria do Sr. Luiz Viana Neto, Câmara dos Deputados sollcltou a ane-
publicado no Diário do Congresso Na- xação dos projetos de números 4, 5, 7
cional (Seção I -- Supl.), de 6 de abril e 10, e 12 e 13 ao Projeto de Lei Com-
de 1967, pág. 4. plementar n.o I, de 1967, por versarem
Projeto de Lei Complementar 0,° 4, de aquelas propostas sõbre matérias corre-
1967, de autoria do Sr, Gastone Righi, latas e análogas.
publicado no Diário do Congresso Na-
cional (Seção I), de 3 de maio de 1967, Histórico da Lei Complementar
pág. 1. 847, n.o 3, de 1967

Projeto de Lei Complementar n,o 5, de Através da Mensagem n,o 17, de 1967


1967, de autoria do Sr. Francisco Ama- (n. D 732/67, na origem), o Poder Exe-
ral, publícado no Diário do Congresso cutivo enviou ao Congresso Nacional o
Nacional (Seção Il, de 3 de mala de Projeto de Lei Complementar que "dis-
1967, pág. 1 848. põe sõbre os Orçamentos Plurianuais de
Investimentos, e dá outras providên-
Projeto de Lei Complementar n,o 7, de cias."
1967, de autoria do Sr Simão da Cunha,
publicado no Uiário do Congresso Na- Nos termos da mensagem, a matéria
cional lSeção 11, de 6 de maio de 1967, tem tramitação conjunta, recebendo a
[lág 1.946. designação de Projeto de Lei n.O 17, de
1967 - Congresso Nacional, conforme se
Projeto de Lei Complementar n,o 10,
lê no Diário do Congresso Nacional (Se-
de 1967, de autoria do Sr. Osmar Cunha,
ção lI), de 26 de outubro de 1967, página
llublicado no Diário do Congresso Na-
2.637.
cional (Seção n. de 11 de maio de 1967,
pág.2.106. Lida a matéria, é designada uma Co-
missão Mista lVide D. C. N. - Seção
I'rojeto de Lei Coml,lementar n,o 12,
Conjunta - de 27 de outubro de 1967,
de 1967, de autoria do Sr, Ario Theo-
página 922).
doro. publicado no I>iário do Congresso
!lóal'ional ISf'çào I I, dp 31 de maio de A Comissão Mista apresenta trinta c
1[167. pág. 2.734 oito emendas à matéria (publicadas no
Projeto de Lei Complementar n.o 13, Diário do Congresso Sacional ISeçào
de 1967, de autoria do Sr. Anac!cto lI), de II de novembro de 1967, pagina
2.919) .
Cumpanella. publicado no Diário do
{'ongrl'SSO ro;acional 18(,(,:::'0 11. de 31 de o Deputado Rafael Mugall1ües, Rl'la-
maio de HH37, pág. 2 735. tor da Combsão :\,fista no Parecer nú-
JANEIRO A MARço - 1961 173

mero 30/67 (C.N.), apresenta um subs- mas examInem a matéria obedientes ao


titutivo à proposição. (Vide Diário do rigor dos preceitos constitucionais."
Conrresso Nacional (Seção 11), de 22 de Respondendo à questão de ordem le-
novembro de 1967, página 3.079). vantada pelo Sr. Llno de Matos, o Sr.
Em 7 de novembro, atendendo a uma Pedro Alelxo afirma que "o projeto sô-
questão de ordem levantada pelo Depu- bre o orçamento plurianual deverá con-
tado Mlirlo Covas sôbre a natureza da tinuar seu curso, conforme o Itlnerárfo
Mensagem n.O 17/67, do Poder Executi- Já estabelecido. . .. mantenho em subs-
vo, assim se manifesta o Sr. Pedro Alei- tâncIa a decisão anterior'.
xo, Presidente do Congresso Nacional: O Sr. Lino de Matos recorre da decisão
"O que se pede na mensagem é que do Presidente do Congresso Nacional
o projeto referente ao Orçamento para a Comissão de Justiça e o Plená-
Plurianual seja apreciado pelo Con- rio. O Sr. Pedro Alelxo defere o recurso.
gresso Nacional nos têrmos do I 3.°, (Vide D.C.N. de 10 de novembro de
do art. 54, combinado com o art. 53 1967, página 962).
da Constituição. Destaca-se do texto O Sr. Wilson Gonçalves, através do
do art. M e seus parágrafos, um Parecer n.O 32/67 (C. N. ), opina no sen-
Unico parágrafo, o 3.°. Não se têz tido de que deve ser negado provimento
qualquer referencla, quer ao próprio ao recurso do Senador Uno de Matos.
texto do art. M, quer ao texto dos
demais parágrafos do mesmo artigo li: lldo o Parecer n.o 32/67 (C.N.) de
54. ... Não há uma mensagem a autoria do Deputado Montenegro Duar-
ser devolvIda, mas há um projeto a te, Relator na Comissão de Constituição
ser considerado. E na consideração e Justiça, que conhece do recurso, ne-
deste projeto, a Câmara e o Senado gando-lhe, todavia, provimento pelos
poderão, dentro do prazo de qua- fundamentos que expõe. (VIde D.C.N.
renta dias, ou tora do prazo de 40 de 25 de novembro de 1967, página 1.111).
dias, apreciar a matéria. Se não o PÔ8to em votação, o projeto é rejeitado
fizerem no prazo de 40 dias, Isto não pelos Integrantes da Câmara e do Se-
significa que se dê por aprovada a nado, sendo, em seguida. aprovado pelas
matéria, que poderá vir a ser apro- duas Casas o seu substitutivo, que vaI
vada até mesmo depois dos quarenta à sanção.
dias. Isto p6sto, acredito tenhamos Fica, assim, redigida a Lei Comple-
encontrado a perfeita compatlbiU. mentar n.o 3, conforme publlcada no
zação entre os principlos constantes Diário Oticlal de 11 de dezembro de 1967,
da Constituição e as sollcltaçõeB página 12.399:
consignadas na mensagem que en-
caminhou o projeto." (Vide D.C.N. "LEI COMPLEMENTAR
(seção Conjunta). de 8 de novembro N.o 3. DE '-12-6'
de 1987. pAgo 945).
Dispõe sôbre os Orçamentos Plu-
Em 10 de novembro. o Diário do Con- rianuais de Investimentos, e dá ou-
gresso Nacional publlca na página 962, tras providências .
uma questão de ordem do Sr. Uno de O Presidente da República,
Matos, na qual afirma que "consideran-
do extinta a ComIssão MIsta, encami- Faço saber que o Congresso Nacional
nhará, em seguIda, um ProJ eto de Lei decreta e eu sancIono a seguinte Lei
Complementar que dispõe 8Ôbre orça- Complementar:
mentos plurianuais de investimentos a Art. 1.0 - Na forma do cUsposto no
cada uma das Casas, para que as mes- art. 43, Inciso m, da Constituição, serão
174 _.
REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
_ ~ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ••• " . , _ •• ~r

elaborados planos nacionais, observadas três anos, será. elaborado sob a forma
as regras estabelecidas nesta Lei. de orçamento-programa e conterá:
Art. 2.° - Entende-se por Plano Na- I - os programas s e t o r i a i s ,
cional o conjunto de decisões harmôni- seus subprogramas e proje-
cas destinadas a alcançar, no período tos e o respectivo custo,
fixado, determinado estágio de desen- especificados os recursos
volvimento econômico e social. anualmente destinados à
sua execução;
~ 1.° - O Plano Nacional será apre-
11 - os programas setoriais de-
sentado sob a forma de diretrizes geraís
terminarão os objetivos a
e dele constarão as definições básicas
ser atingidos em sua exe-
adotadas, os elementos de informação
cução.
que as justificarem e a determInação dos
objetivos globais pretendidos. Art. 7.° - O Orçamento Plurianual
de Investimentos indicará os recursos
li 2.° - O Plano Nacional deverá orçamentários e extra-orçamentários ne-
indicar as decisões alternativas que po- cessários à reallzação dos programas,
derão ser adotadas durante sua exe- sub programas e projetos, inclusive os fl-
cução, a fim de que o resultado final nanciamentos contratados ou previstos,
seja efetivamente alcançado. de origem interna ou externa.
Art. 3.° - O Poder Executivo elabo- Art. 8.° - ... Vetado ".
rará Planos Nacionais Qüinqüenais, que
Parágrafo único - ... Vetado
serão submetidos à deliberação do Con-
selho Nacional até o dia 1.0 de março Art. 9.° - O Poder Executivo, através
do ano imediatamente anterior ao tér- de proposição devidamente justiflcada e
mino do Plano Nacional que estiver em acompanhada de relatório sôbre a fase
vigor. executada, poderá, anualmente, solicitar
ao Congresso Nacional seja reajustado
li 1.° - O Congresso Nacional apre- o Orçamento Plurianual de Investimen-
ciará cada Plano Nacional no prazo de tos, compreendendo:
120 dias.
a) Inclusão de novos projetos;
!'l 2.° - Esgotado o prazo no pará-
grafo anterior, sem deliberação, a ma- b) alteração dos existentes;
téria será considerada aprovada. c) exclusão dos não-Inlclados, com-
provadamente inoportunos ou In-
!'\ 3.°- Vetado
convenientes; e
Art. 4.° - Em decorrência do Plano d) retificação dos valôres das des-
Nacional. os projetos a serem executa- pesas previstas.
dos, sob a responsabilidade do Poder
Público, serão ordenados em programas § 1.0 - O reajustamento far-se-á
setoriais e regionais. pelo acréscimo de um exercício, desde
que não ultrapasse o periodo de vigência
ArL 5.° - O Orçamento Plurianual de do Plano Nacional Qüinqüenal a que se
Investimentos é a expressão financeira refere.
dos programas setoriais regionais, con-
sideradas, exc1usivam('nte. as despesas § 2.° - Os projetos a que se refere
de capital. êste artigo estão sujeitos às mesmas nor-
mas de procedimento aplicáveis aos pro-
Art. 6.° - O Orçamento Plurianual de jetos de Orçamento Plurianual de Inves-
Investimentos, que abrangerá período de timentos.
JANEIRO Â MARÇO- 1968 175

Art. 10 - ... Vetado no Orçamento Plurianual de Investi-


Art. 11 - O Poder Executivo estima- mentos.
rá, quando fôr o caso, o acréscimo dos Art. 16 - Na mensagem a que se re-
custos de operação resultantes dos In- fere o inciso XIX do art. 83 da Consti-
vestimentos previstos. tlÚção Federal, o Poder Executivo apre-
Art. 12 - Preservada a consistência e sentará elementos de Informação que
coerêncIa dos programas, subprogramas permitam analisar os resultados obtidos
e projetos canUdos no Orçamento Plu- com a execução do Plano NacIonal e dos
rianual de Investimentos, o Poder Le- programas, subprogramas c projetos In-
gislativo dellberará sóbre: cluldos no Orçamento Plurianual de In-
vestlmentos.
I - o mérito dos objetivos se-
lecionados, sua compatibI- Pará(J'afo único - . .. Vetado ...
lIdade e adequação com os Art. 17 - Não será. objeto de trami-
objetivos do Plano Nacio- ta<;ão, devendo ser arquivada, por ato
nal; do Presidente do Senado Federal e da
11 - o mérlto das prioridades Câmara dos Deputados, qualquer propo-
fixadas; sição que implique em alterar o Plano
Nacional aprovado pelo Congresso Na-
lU - .. , Vetado ... cional, a não ser as de ln1ciativa do
IV - a previsão dos recursos in- Poder Executivo, na forma estabelecida
dicados para atender às nesta Lei.
despesas de capital. Art. 18 - Os Estados, os Municiplos e
Art. 13 - Vetado o Distrito Federal adaptarão seus orça-
mentos, no que fôr aplicável, ao disposto
1- Vetado nesta Lei.
11- Vetado Art. 19 - O primeiro Plano Nacional
u- Vctado Qüinqüenal será encaminhado ao Con-
111- Vetado gresso Nacional até o dia 1.0 de março
de 1969.
Arto 14 - O Congresso Nacional dc-
verá apreciar os orçamentos Plurianuais Art. 20 - O primeiro projeto de Or-
de Investimentos no prazo de 120 (cento çamento Plurianual de Investimentos
e vinte) dias. deverá ser encaminhado ao Congresso
Nacional até o dia 1.° de março de 1968,
Paráil'afo único - Esgotado o prazo e abrangerá os anos de 1968, 1989 e 1970.
previsto neste artigo, sem dellberação,
a matéria sp.rá considerada aprovada. Parágrafo único - Na elaboração le-
gislativa do primeiro projeto de Orça-
Art. 15 - Em caráter excepcional, por mento Plurianual de investimentos, ob-
não eXistir Plano Nacional aprovado pe- servar-se-á o seguinte:
lo Congresso Nacional, o Podcr Executi- a) o prazo para apreciação do pro-
vo instruirá. o primeiro projeto de Orça- j eto será de 90 dias;
mento Plurianual de Investimentos com
a enunciação dos princípios de política b) o projeto será considerado apro-
econômico-financeira que orIentarão sua vado se não houver deliberação
atividade no período e com a definição no prazo de 90 (noventa) dias.
dos objetivos gerais, setoriais e regionais Art. 21 - A presente Lei entra em vi-
que pretende alcançar através da exe- gor na data de sua publicação, revogadas
cução dos programas e projetos Incluidos as disposições em contrário.
116 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

Brasilia, 7 de dezembro :ie 1967; 146.0 f('nça da lei ordinária é o quorum


da Independência e 7f1." da República. qualifieado de dois tkrços, possa ser
-- :\. Costa (' Silva - Hélio Beltrão. aprovada por decurso de prazo. As
contestações, sena ocioso rememo-
Atraves da Mensagem 11. 0 35, de 1968
rá-las tal c aspecto formal das dis-
(:lO834/G7. na nri~{'m I, o Presidente da
torções silogistas em que são estri-
República apõe veto parcial à Lei Com-
badas Em sintese, trata-se de subs-
plementar n." 3, ao declarar:
tituir por efeito igualou semelhante
1) § 3.° do art. 3.0 --- contrário ao aos dos decretos-leis uma lei para a
Interêsse público e Inconstitucio- qual é exigido o voto de maioria
nal; absoluta de cada Casa do Congresso.
2) art. 8° E' seu pará~ra.fo unieo -- A oposiçã.o antes de examinar o mé-
lidem) . rito do projcto do Executlvo, arma-
sc de argumentes que poderão, con-
3) art. 10 -. contrário ao interêsse sumados os prazos, levá-la ao Su-
público; premo Trl'::Junal Federal para a ar-
4) item In do art. 12-contrário ao güú;ã.a de lnconstitudona.lidade."
interêsse público e inconstitucio- "Num esfõrço de formulação polí-
nal; tica -- comcnta o "Jornal do BraslJ"
5) art. 13 ldem: em 8 de r:ovembro __o, o Sr. Rafa~l
de Almeida Magalhães pretende sus-
6) parágrafo úni~o do art. 16 con- tentar que. ao mencionar prazo, D
trário ao interêsse público. Govérno não quis obter a aprovação
A Comissão Mista volta a estudar a autor.1.át:cEl por decurso de tempo.
matéria. (Vide Diário do Conçesso Na- mas teve em mira apenaa advertir
cional (Seçâo 1I1, dt' 18 de janeiro de o Congresso para a. neces$daàe de
1968, página 6) . que nâo haja protelação na elabo-
ração da le:."
Em 20 ce março do corrente ano todos
os vetos do Presidente da República são O mesmo jornal comenta ainda que
rejeitados e c projeto é enviado à san- o Sr. Carvalho PInto observo'.! ao Sr.
ção. Para maiores esclarecimentos sôbre Rafael de Almeida Magalhães que, "ao
os trabalhos da Comissão Mista, ver os admit:r a tramitação sImultânea nas
Uiãrios do (;ongresSQ Nacional de 15 de duas Casas. o Conj.(resso dá ao Govêrno
març:) de ]968, (Seção lI), ;>âgina 670. motivos para promulgar o projeto por
e de 21 de março de 1968. ptig-inas 188 e dffurso de prazo.
seguintes. o'É log;.co-- conclui o edltorlal

Surgem divergencias nos melas polí- se o Congresso admite a forma de


ticos, quanto a interpretução do Exe- tramitação prevista para os projetos
cutivo, que entendeu que a lei comple- ass~nalados para decisão em prazo

mentar possa. ser considerada aprovada certc, admite também a (lOssiblll-


petO decurso do prazo A respeIto escre- dade de sua aprovação automática
ve Otacillo Lopes, em :11 de outubro no por decurso de tempo."
'Diário de Notícias": No Senado Federal foram ainda apre-
sentados dOiS projetos de leI comple-
"O ponto de vist.a oposicionista re-
mentar. São êlcs:
sulta em essência que o Executivo
ao cumprir o dlsposit~vo constitu- Projeto de Lei n,o 24, de 1961, de aut.o-
cional excedeu-se, determinando q~c ria do Sr. Cattete Pinheiro, que "esta-
uma lei complementar, cuja dUe- belece normas para reaquisição dos dl-
JANEIRO A MARço :-. 1968 177

reltos polltlcos e regula a concessão de Impõsto sôbre Circulação de Mercado-


anistia". Essa proposta encontra-se pu- rias, o bagaço de cevada destinado à
blicada no Diário do Congresso Nacional alimentação do gado leiteiro e à sulno-
- seção II - de 16 de maio de 1967, cultura", Vide D.e.N. (Seção I), de 10
página 949. Através do Parecer n.o 907, de mala de 1967, página 2,053.
de 1967, da Com1ssão de Constltulção e Projeto de Lei Complementar n.o 21,
Justiça, de autoria do Sr. Aloysio de de 1967, do Sr. Amaral Peixoto, que
Carvalho, o projeto 101 declarado incons- isenta do lmpôsto sõbre Circulação de
titucional, injurídtco, inconveniente e Mercadorias a primeira operação de ven-
inoporturm. (VIde D.C.N. (Seção D), da de produtos destinados à. alimenta-
de 25 de novembro de 1967, pág. 3.166). ção humana e dá outras providências."
O Sr. Josaphat Marinho apresentou uma Vide D. e. N. (Seç&o I), de 5 de agôsto
emenda substitutiva à matéria na fase de 1967, página 4.186,
de dIscussâo e o projeto voltou à Comis-
Projeto de Lei Complementar n.o %5,
são de Constituição e Justiça para apre-
de 1967, de autoria do Sr. Jonas Carlos,
ciação da emenda. <D.C.N. (Seção lI).
que "concede aos produtores rurais isen-
de 30 de novembro de 1967, página
ção do lmpôsto sôbre Circulação de Mer-
3.280).
cadorias e de taxas federais, estaduais
!"l'ojeto de Lei n.o 28, de 1967, que re- e municipais," Ver o D.C.N. (Seção n,
gulamenta a aplicação do art. 3.° (cria- de 29 de agôsto de 1967, página 4,893,
ção de Estados e Territórios) da Cons- Projeto de Lei Complementar n.o 27,
tituição. A matéria, que foi publicada de 1967, de autoria do Sr. Antônio Bue-
no Diário do Congresso Nacional <seção no, que "Isenta o produtor do Impêsto
1I), de 19 de maio de 1967, página 1.003, sôbre Circulação de Mercadorias em ope-
é de autoria do Sr. Vasconcelos Tõrres rações relatlvas a produtos agropecuá-
e aguarda Parecer da Comissão de Cons- rios e dá. outras providências." Ver
tituição e Justiça. D . C.N. (Seção I), de 27 de setembro de
Entre os muitos projetos de Lei Com- 1967, página 5.890.
plementar apresentados na Câmara, Tôdas estas proposições aguardam o
cinco versam sõbre a Isenção do Impõsto pronunciamento da Comissão de Cons-
sôbre Circulação de Mercadorias. São tituição e Justiça da Câmara dos Depu-
êles: tados.
Projeto de Lei Complementar n.o 6, Também aguarda o parecer da mesma
de 1967, de autoria do Sr. Adhemar Fi- Comissão o Projeto de Lei Complemen-
lho, que "dispõe sõbre Isenção do lm- tar n,o 9, de 1967, de autoria do Sr.
pêsto sôbre Circulação de MercadorIas". Paulo Macarlni, que "modifica a base de
Vide D.C.N. (Seção I), de 10 de maio cálculo para incidência do Impôsto sõ-
de 1967, página 2.052. bre Circulação de Mercadorias, na pri-
Projeto de Lei Complementar n.o 8, meira operação relativa a produtos agro-
de 1967, de autoria do Sr. Cardoso de pecuários". Ver D, C, N. (Seção I), de
Almeida, que "isenta áa incidência do 10 de maio de 1967, pAgina 2.053.
178 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

Também sôbre isenção tributária fo- Projeto de Lei Complementar n.o 40,
ram apresentados na Câmara diversos de 1967, de autoria do Sr. Alípio de Car-
projetos de Leis Complementares, cate- valho, que "isenta de tributos as pro-
goria, que nem sempre coaduna-se per- priedades das entidades esportivas". Ver
feitamente com a natureza da matéria D .C. N. (Seção 1), de 29 de novembro de
proposta, porquanto versam algumas das
1967, página 8.286.
proposições sôbre matéria da legislação
ordinária. Projeto de Lei Complementar n.o 42,
São os seguintes os projetos em tela: de 1968, de autoria do Sr. Paulo Abreu,
Projeto de Lei Complementar n.o 17, que "isenta de impostos e taxas federais,
de 1967, de autoria do Sr. Gabriel Her- estaduais e municipais, as Sociedades
mes, que "Isenta de tributos as socieda- Cooperativas de "Seguro-Saúde", e dá
des de economia mista, de âmbito esta- outras providências". A Comissão de
dual, estabelecidas na Região Amazô- Constituição e Justiça da Càmara dos
nica para explorar a distribuição de Deputados manifestou-se pela inconsti-
energia elétrica". Ver D. C. N. (Seção tucionalidade da proposta, que contraria
I), de 8 de junho de 1967, página 3.023. o art. 150, § 1.0, da Carta Política do
País. Ver D.C.N. (Seção n, de 31 de
Projeto de Lei Complementar n.o 14, janeiro de 196B, página 449 e de 15 de
de 1967, de autoria do Sr. João Menezes, março de 1968, págína 390.
que "isenta de tributos a Companhia
Hidrelétrica de Boa Esf:leranç.a (CQHE- Projeto de Lei Complementar n.O 43,
BE), a Companhia de Eletrificação Ru- de 1968, de autoria do Sr. Alberto Costa,
ral do Nordeste (CERNE) e as sociedades que "isenta de tributos a compra de ouro
de economia mista, de âmbito estadual, pelo Ministério da Fazenda, e dá outras
organizadas para explorar a distribuição providências". Ver D. C. N. (Seção n,
de 8 de fevereiro de 1968, página 666.
de energia elétrica nas áreas de atuação
da SUDENE e SUDAM", Q projeto rece- Excetuando os Projetos de Lei Com-
beu parecer da Comissão de Constituiçáo plementar n.a 14, de 1967 e 42, de 196B,
e Justiça pela constitucionalidade, com todos os demais, aguardam, ainda, o pro-
substitutivo. As Comissões de Economia nunciamento das Comissões competen-
e Finanças pronunciaram-se favoràvel- tes.
mente ao substitutivo de autoria daque-
Além do Projeto de Lei Complementar
le órgão técnico da Câmara. Ver D.e.N.
n. 17, de 1967, duas outras proposições
O
(Seção Il, de 31 de maio de 1967, página
da mesma natureza versam sôbre a Re-
2.735 e de 31 de outubro de 1967, página
gião Amazônica:
7.148.
Projeto de Lei Complementar D.o 39, Projeto de Lei Complementar n. O 19,
de 1967, de autoria do Sr. Padre Vieira, de 1967, de autoria do Sr. Haroldo Car-
que "isenta de tributos as propriedades valho, que "estende à Região Amazônica
rurais de baixa produtividade". Ver os incentivos, favores creditícios e de-
D.e.N. (Seção Il, de 29 de novembro mais vantagens concedidas pela legisla-
de 1967, página 8.283 ção à Região Nordeste do Brasil". Ver
JANEIRO' Â MARço - 196' 179

D.C.N. (Seção I), de 22 de Junho de que "estabelece região metropolltana


1967, página 3.582. constitulda pelos Municipios de Nova
Projeto de Lei Complementar n.o 20, Iguaçu, Duque de Caxias, São João de
de 1967, de autoria do Sr. Nunes LeaJ, Meritl, NHópolis, Magé, Itagual e lta-
que "cr:la incentivos ao desenvolvimento borai, no Estado do Rio de Janefro". Ver
da construção civil e das emprêsas con- D.e.N. <Seção I), de 24 de agôsto de
:ess1onárias de serviços públicos na 1967, página 4.752.
Amazônia OCidental e dá outras provi- Frojeto de Lei Complementar n.o 32,
dêncIas." Ver D.C.N. (Seção 1), de 5 de de 1967, que "estabelece regiões metro-
agôsto de 1967, página 4. 185 . polItanas constttuidas pelos MUJÚclpios
Relativamente à instituição de Re- que menciona, e dá outras providências".
giões Metropolitanas foram apresenta- ~e projeto, que é de autoria do Sr. Raul
dos na Câmara diversos projetos, dos Brunlnl, encontra-se publlcado no D.N.e.
• quais apenas um, o de n. D 31, de 196'7, (6eção I), de 4 de outubro de 1967, à
apresenta o caráter essencialmente com- página 6.228.
plementar à Constitulção. Disciplina a
Projeto de Lei Complementar n.o 35,
proposição, de autoria do Sr. Paulo Ma-
de 1967, de autoria do Sr. Adhemar
carini, o disposto no I lO, do art. 157,
OhJsl, que "cria região metropolitana sob
da Constituição do Brasil, relativo à Ins-
a denominação de "Granja Florianópo-
tituição de regiões metropolitanas e dá
lis", no Estado de Santa Catarina". Ver
outras providências. A matéria, que
D.e.N. (seção I), página 6.558, e
aguarda os pareceres das Comissões de
Constituição e Justiça; Transportes, Co- Projeto de Lei Complementar n.o 38,
municações e Obras Públicas e Finan- de 196'7, de autoria do Sr. MUton lWis,
ças, encontra-se publlcada no DlárIo do que "estabelece a Região Metropolitana
Congresso Nacional (Seção n, de 4 de constituida dos Municiplos de Ipatlnga,
outubro de 1967, página 6.227. Timóteo e Coronel Fabriciano, no Estado
São as seguintes as outras proposições de Minas Gerais". Ver D. e. N. (Séção
I), de 29 de novembro de 1967, página
em questão:
8.283.
Projeto de Lei Complementar n.o 15,
de 1967, de autoria do Sr. Edgardo de Ao declarar a Inconstitucionalidade do
Almeida, que "estabelece a região me- Projeto de Lei Complementar n.o 23, de
tropolitana da Baixada Fluminense". 1967, a Comissão de Constituição e Jus-
Ver D.e.N. (Seção I), de 3 de junho de tiça da Câmara dos Deputados, através
1967, página 2.886. O prol eto recebeu do Parecer relatado pelo Sr. Pedroso
parecer da COmissão de Constituição e Horta, deu um pronunciamento que se
Justiça pela inconstitucionalldade e In- apl1:a também aos demais projetos men-
jurldlcidade. Ver D.e.N. (Seção !), de cionados:
1.° de setembro de 1967, página 5.016. "O I 10 do art. 157 da Constituição
Projeto de Lei Complement.ar D.O 23, Federal não é auto-apl1cável. En-
de 1967, de autoria do Sr. Paulo Biar, quanto a Lei Complementar não de-
180~~~--~~- REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

finir o que seja "região metropoli- lho, que concede às empresas agrícolas
tana", não poderá o legislador fe- e industriais o direito de complementar
deral criar regiões metropolitanas." até 70% o crédito fiscal correspondente
Ver D.C.N. (Seção n, de 23 de se- às mercadorias entradas nos respectivos
tembro de 1967, página 5.805. estabelecimentos". Ver D. C.N. (Seção
I), de 27 de setembro de 1967, página
Além das proposições já mencionadas
5.890. A Comissão de Constituição e Jus-
encontram-se em tramitação na Câmara
tiça da Câmara dos Deputados, em pa-
dos Deputados os seguintes projetos:
recer publicado no D, C.N. (Seção I), de
Projeto de Lei Complementar n.o 16, 20 de janeiro de 1968, página 139, pro-
de 1967, de autoria do Sr. Cunha Bueno, nunciou-se pela inconstitucionalidade do
que "regulamenta os parágrafos 2.° e 3° projeto, Que fere a norma constante do
do art. 161 da Constituição Federal". A § 4.° do art. 24 da Constituição do Brasil.
proposição refere-se à indenização a ser
Projeto de Lei Complementar n.o 30,
paga ao proprietário do solo no caso de
de 1967, de autoria do Sr. Osmar Dutra,
exploração de minas e jazidas por parte
que "complementa o item IlI, do art. 4°
do Estado. Ver D.C.N. (Seção n, de 7
da Constituição do Brasil, definindo a
de junho de lS67, página 2.977.
plataforma submarina". Ver D.C.N.
Projeto de Lei Complementar n.o 22, (Seção 1), de 27 de setembro de 1967,
de 1967, de autoria do Sr. José Penedo, página 5.890.
que "fixa as alíquotas máximas do im- Projeto de Lei Complementar n.o 33,
pósto de propriedade predial e territo- de 1967, que "revoga o art. 4,° do Ato
rial urbana". Ver D. C N. (Seção I), de
Complementar n.O 36, de 13 de março de
15 de agôsto de 1967, página 4.453. A
1967". Essa proposição, de autoria do
Comissão de Constituição e Justiça da Sr. Adhemar Filho encontra-se publi-
Càmara dos Deputados pronunciou-se cada no D.C.N. (Seção 1), de 6 de outu-
pela inconstitucionalidade (art. 97 da bro de 1967, página 6.331.
Constituição) da proposta conforme se
Projeto de Lei Complementar n,o 37,
lê no Diário do Congresso Nacional (Se-
de 1967, de autoria do Sr. Floriano Ru-
ção 1), de 19 de setembro de 1967, página
bim, Que "dispõe sóbre a criação .de no-
5.573.
vos Estados e Territórios, e dá outras
Projeto de Lei Complementar n.o 24, providências", Ver D.C.N. (Seção n,
de 1967, de autoria do Sr. Montenegro de 29 de novembro de 1967, página 8.281.
Duarte, que "dispõe sôbre os juízes clas-
Projeto de Lei Complementar n.o 41,
sistas temporários, referidos no art. 133
de 1967, de autoria do Sr. Lacôrte Vltale,
da Constituição, alterando a redação dos
que "complementa o inciso II do art. 101,
arts. 663, 668 e 693 da Consolidação das
da Constituição Federal, facultando a
Leis do Trabalho". Ver D.C.N. (Seção
aposentadoria do funcionário público
1), de 29 de agôsto de 1967, página 4.892.
com 3D ou mais anos de serviço". Ver
Projeto de Lei Complementar n.o 29, D.C.N. (Seção I), de 18 de janeiro de
de 1967, de autoria do Sr. Adhemar Fi- 1968, página 19.
ARQUIVO

LIMITES BRASIL· PARAGUAI


DOCUMENTO HISTÓRICO

Tratado de Aliança
(Brasil- Argentina - Uruguai)
de 1. o de maio de 1865

RMatora
Diretoria de InlormlU;óo Legis!ativa

No e.no de 1865 a Guerra do Paraguai en- paraguaio, limitado com csta, o comando
seJou a asslnatura de um Tratado de Alian- em chefe e dlreçAo dos exércitos aliados fi-
ça entre o Brasll, a República Argentina c cariam subordinados à República Argenl1na.
a Republlca Oriental do Urogual. Convencidas as partes contratantes de que
Os dois primeiros pa1ses estavam em gucr- não mudaria o terreno das operações de
ra com o Paraguai, sendo que o Uruguai guerra, para salvar os direitos soberanos das
estava cm estado (fc host111dade por ver três nações, flnnavam o principio de reci-
ameaçada sua 6egurança Interna e pela vio- procidade para o comando em chefe. caso
lação de tratados Internacionais. as operações traspassassem para. território
O Tratado de Aliança - ofensiva e defen- brasllelro ou oriental.
siva - teve como plenlpotenclárl06 escolhi- Detennlnava o Trnl.ado que as fOrças ma-
dos pelo Imperador do Brasil: nUmas aliadas ficariam sob o comando do
Francisco Octavlano de Almeida Rosa c Almirante Tam~ndaré c que as fOrças ter-
seu Conselho; restres do Brasil fonnarlam um exército sob
pelo Presidente da RepubUca Ar'ljenUna: as ordens do Gencral-Brlgadelro Me.noel
Dom Ruflno Ellzalde, seu Ministro e Se- Luis OSório.
cretárIo de Estado dos Negócios Estran- As fOrças terrestres da República Oriental
geiros; do Uruguai. uma DivisA0 de fOrças brasi-
pelo Govcrnador Provisório da Repú- leiras e outra de fOrças argentinas dcverlam
blica Oriental do Uruguai: fonnar exército sob ordens imediatas do
Dom Carlos de Castro, 6eU Ministro e Governador Prov1sórlo do UruguaI. Gene-
secretArio de Estado dos Negócios Es- ral-Brigadeiro Venâncio FlOres.
trangeiros . A ordem e economia m!lltar dos exércitos
Concorrendo com todos os meios dc guer· aUados dependeriam unicamente de seus
ra de que pudessem dispor em terra ou rios próprios chefes. enquanto 8S despesas de
que julltasscm necessários. dispunha o Tra- sOldo, subsistência. munlçio de guerra. ar·
tado que. começando operaçio de guerra na mamento. vestuário e meios de mobilização
Republlca Al'!entlna ou parte do Território das tropas aliadas 6erlam feitas à custa dos
182 REVISTA DE ..... FORMAÇÁO LEGISLATIVA
-------
respectivos Estados, prestando-se mutua- Paraguai pela guerra em que se viu obriga-
mente as Partes Contratantes todos os au- do a entrar para defender SUII. segurança
xflios ou elementos de guerra. ameaçada.
Os aliados se comprometeriam a não de- Quanto às questóes de limites, parll. evi-
por as armas senão de comum acõrdo, SÓ- tar dissençóes de guerra, flcaria estabeleci-
mente depois de derrubada a autoridade do do que os aliados exigissem do Govêrno do
então atual Govêrno do Par~ai, bem como Paraguai que fôsse celebrado com os res-
não negociar separadamente com o inimigo pectivos Governos tratados definitivos de
comum. Além disso, não celebrariam Trata- limites, sob as seguintes bases:
dos de Paz, trégua ou armistício, nem Con- O Império do Bl'ull se dividiria da Re-
venção alguma para suspender ou flndar a pública do Paraguai:
guerra, a não ser em conjunto. - Do lado do Paraná pelo primeiro rio
Não sendo a guerra contra o povo do abaiXo do Salto das sete Quedas IIgu-
Paraguai e sim contra seu Governo, os alia- rey) ;
dos poderiam admitir em uma legião pa- - do lado da margem esquerda do Pa-
raguaia os cidadãos dessa nacionalidade que raguai, pelo rio Apa;
quisessem concorrer para derrubar o Go- - no interior, pelos cursos do serrado
vêrno daquele Pais e lhes dariam os ele- Maracaju, sendo as vertentes de Leste
mentos necessários para tal. do Brasil e as de Deste do Paraguai,
Obrlgar-se-iam os aliados Igualmente a e tirando-se da mesma serra as mais
respeitar a independência, soberania e In- retas em direção às nascentes do Apa e
tegridade territorial da República do Para- do Igurey.
guai, podendo o povo paraguaio escolher o A República Al'gentina se dividiria da
Govêrno e instituições que lhe aprouvessem, República do Paraguai:
mas não podendo incorporar-se a nenhum - pelos rios Paraná e Paraguai a en-
dos aliados e nem pedir o seu protetorado contrar os limites com o Império do
em conseqüência da guerra. Brasil, sendo estes do lado da margem
As franqUias, privilégios ou concessões que direita do rio Paraguai à Bala Negra.
obtivessem do Govêrno do Paraguai seriam Os aliad05 se garantiriam reciprocamente
comuns às partes contratantes. o fiel cumprimento dos convenios, ajustes e
Derribado o Governo paraguaio, os aHa- tratados que se devessem celebrar com o
dos fariam os ajustes necessários com a au- Govêrno a estabelecer-se na Repúbllca do
toridade que aI! se constituísse para asse- Paraguai, para isto envldando todos os es-
gurar livre navegação dos rios Paraná e Pa- forços.
raguai, de maneira que os regulamentQs e O Tratado de Aliança se conservaria se-
leis daquela República não pudessem estor- creto até a consecução do flm principal da
var, entorpecer ou· onerar o trânsito e a Aliança, sendo as resoluçôes que não de-
navegação direta dos navios mercantes e de pendessem de aprovação legislativa postas
guerra dos Estados aliados, dirigindo-se para em prática imediatamente e as outras, após
seus territórios respectivos ou para territó- quarenta dias contados da data do Tratado.
rios que não pertencessem ao ParaguaI. Pa-
ra isto seriam tomadas as garantias conve- O Tratado de Aliança foi assinado em
nientes para efetividade dos ajustes à base Buenos Aires, em 1.G de maia de 1865.
de que os regulamentos de polícia fluvial Finda a Guerra do Paraguai, tratou-se do
para os dois rios referidos e para o riO Uru- problema de fronteiras.
guai fõssem feitos de comum acôrdo entre
os aliados. A fronteira do Brasil com o Paraguai
foi definida pelo Tratado de 1872, que criou
Os aliados reservar-se-iam combinar en- a Comissão Mista Demarcadora (reunida
tre si os meios mais próprios para garantir
a paz com a Repúbllca do Paraguai, depois entre êste mesmo ano e o ano de 1874) e
de derribado o Govêrno, sendo nomeados o Tratado de 1927, complementar daquele.
oportunamente os plenlpotenclárl06 que ce- De acôrdo com o Tratado de 1872, foi no-
lebrr-riam os ajustes com os novos gover- meado para Comissário Brasileiro da Co-
nantes, de quem seriam exigidos 06 paga~ missão Mista Rufino Eneas Gustavo Galvão
mentos das despesas de guerra, bem como Para. Comissário de seu pais, o Govêmo
reparação e Indenização dos danos e pre- paraguaio nomeou o cidadão Don Domin-
julzos causados às suas propriedades públi- goo Ortiz.
cas e particulares. A partir de outubro de 1874, estava defi-
A República Oriental do Uruguai exigiria nitivamente fixada a fronteira, de confor-
também uma inden~ão proporcional aos midade com a demarcação feita, nos têrmos
danos e prejulzos causados pelo Govêrno do do Tratado de 1872.
JANEIRO A MARÇO - 1968 183

Daf por diante, qualquer dos dois pafBea uma ComlssAo mista brasUelro-para-
podIa ocupar o território de &eU lado da guata, de serem llubstltuldos os marcos
Unha encarnada do mapa, e nêle plenamen- da mesma fronteira, que hajam deu-
te estabelecer-se - all81m como nas Ilhas a parecido, e de serem colocados marcos
um e a outro adJudicadas, conronne a mes- intermediários nos pontos que forem Jul.
ma linha encarnada, naa plantas. gados convenientes, resolveram celebrar
A demarcação, reconhecida pelos gover- o presente ajuste, no qual, tOdas essas
nos do Paraguaf e do Braall, velo a ser providências se acham indicadas."
conf1rmada ulteriormente em Atos Inter- Em 27 de março de 1872, o DECRETO N.o
naclonala firmados peloo dole paÍSes. 4.911 promulgou o tratado de limites entre
Em 27 de malo de 1927, assinou-se no RIo o Império do BrasU e a Replibllca do Pa-
de Janeiro o "Tratado de LImItes Com- raguaI.
plementar do de 1872." Decreto n.- 4.911, ele n ele mal'QG de 1872-
~ Tratado em nada p& em causa a
Promulp o tratado de limites entre o Im-
pérlo do BrasU e a República do Paraguai.
primitiva linha de limIte, definida pelo Tra-
tado de 1872 e fixada pela DemarcaçAo de Tendo-se conc1uldo e asslgn&do em As-
1872174, mu tratou do seu prolongamento, sumpçAo, aos nove de Janeiro do corrente
Isto é, da linha de límlte entre a foz do anno, um tratado de limites entre o Imperlo
rio Ap.. e '0 desaguadouro da Bala. Negra. e a Republlca do paraguay; e achando-se
Dlzla o ArtIgo m do Tratado de 1927: este acto mutuamente ratificado, havendo-
se trocado as ratificações nesta cOrte em 28
"Uma ComlssAo Mista brasileIro-para- do corrente mez: Sua Alteza a Prlnceza Im-
guaia, nomeada pelos doia Governos no perial Regente, em Nome de Sua Magesta-
mais breve prazo possível ap6s troca das de o Imperador o senhor D. Pedro n, Ha
ratlflcaçôes do presente Tratado. le- por bem Ordenar que o dito tratado seja
vantará a planta do rio Paraguay, com observado e cumprido tio Inteiramente 00-
as suas .Ilhas e cana.ls, desde a confluên- mo neUe se contém.
cia do Apa até o desagllBdouro da Baia
Negra. Manoel Francisco Correia, do Conselho de
Sua Magestade o Imperador, MInistro e se-
Essa comlssAo efetuará as sondagens cretario de Estado dos Negoclos Estrangei-
necessé.rlas e as operações topogriflcas ros, o tenha assim entendido e expeça para
e geodésicas Indlspensi.vels para a de- este fim os despachos necessarl06. Palaclo
terminação da fronteira, e colocaré. do Rio de Janeiro, aos vinte e sete dias do
marcos nu tlhas prtnciPB.1s e pontos mez de Março de mil oitocentos setenta e
que julgar ma.ls convenIentes. dous, quinquageslmo primeiro da Indepen-
paripato únloo. Os dois Governos, em dencla e do Imperlo.
protocolo especlal, a ser firmado IDtfO
depois da troca das ratlflca.ç6es dêste PRINCEZA IMPERIAL REGENTE.
Tratado, estabelecerAQ o modo por que Manoel FraPc1500 Correta.
a comlssio mista será constituída e B8 Nós a Prlnceza Imperial. herdeira pre-
Instruções por que se regerá para a exe- sumptlva da Corôa, Regente em Nome de
cução dos seus trabllolhos." Sua Magestade o senhor D. Pedro lI, por
Em obediência ti. detenntnaçll.o do Pari- Graça de Deus e Unanlme a.ccl&mação dos
grafo único do Artlgo 111 do Tratado de povos. Imperador Constltuclonal e Defensor
Limites Complementar, acima transcrito, Perpetuo do BrasU, ete.
firmou-se, no Rio de Janeiro. em 9 de malo Fazemos saber a todos os que a presente
de 1930, um aJuste; o PROTOCOLO DE carta de conflrmaçAo, approvaçll.o e ratifl-
INSTRUÇOES para a Demarcação e Ca- cação virem, Que aos nove dias do mez de
racterizaçAo da Fronteira Brasil-ParaguaI. Janeiro de 1872, concluiu-se e asslgnou-se
~ Protocolo, no seu prelmbulo. diz:
na cidade de AssumpçA.o entre Nós e S. Ex.
o Sr. Presidente da Republlca do Paraguay,
"Os Governos da Repúbllca dos Esta- pelos respectlV06 plenlpotenclartos, munidos
dos Unidos do Brasil e da República do dos competentes plenos poderes, um tratado
Paraguai, no Intuito de dar cumprimen- do teor seguinte;
to ao estipulado no parágrafo único do
artigo terceiro do tratado de limites, TRATADO DE LIMITES
complementar ao de 1872, flnnado no Sua Alteza a Princeza Imperial do Bra-
Rio de Janeiro a 21 de maio de 1927, sU, Regente em Nome do Imperador o se-
e por outro lado, no de atender à ne- nhor D. Pedro n, de uma parte, e, da outra,
cessidade de serem reparad06 alguns a Republlca do Paraguaf, reconhecendo Que
dos marcos da fronteira. entre os dois as q'lest6es e duvidas levantadas sobre os
paiscs, demarcada. de 1872 a 1874, por limites de seus respectivos terrltorlos multo
184

contrlbulram para a guerra que desgraça- tratado. as altas partes contractantes no-
damente se fizeram 06 dous EStad06, e ani- mearáo commissarios, Que, de commum a.c-
mad06 do mais sincero desejo de evitar que corda e no mais breve prazo possivel, pro-
no futuro sejam por qualquer forma pertur- cedam á demarcação da linha. divisoria, on-
badas 8JS boas relações de amizade que en- de fór necessario e de conformidade com o
tre elles existem, resolveram com este ob- que fica estipulado no artigo precedente.
jecto celebrar um tratado de limites, e para Ari. 3.°. Se acontecer (o que não é de
este fim nomearam seus plenipotenciarlos, esperar) que uma das altas partes contrac-
a saber: tantes, por qualquer motivo que seja, deixe
Sua Alteza a Princeza Imperial do Bra- de nomee.r o seu commissario dentro do
sil, Regente em Nome do Imperador o Se- prazo acima marcado, ou que, depois de no-
nhor D. Pedro lI, a S. Ex. o Sr. João Mau- meal-o, sendo mister substituil-o, o não
ricio Wanderley, Barâo de Cotegipe, Sena- substitua dentro de igual prazo, o comis-
dor e Grande do Imperio, membro do seu sario da outra parte contractante proce-
Conselho, commendador da Sua. Imperial derá á demarcação, e esta será julgada vÍl-
Ordem da R06a, Grã-Cruz da Ordem de lida, me<liante a inspecção e parecer de um
Nossa Senhora da Conceição de Villa Vi- commissario nomeado pelos Governos da
Ç06a de Portugal, da Real Ordem de Izabel Republica Argentina e da Republica Orien-
a Catholica de Hespanha, e da de Leopoldo tal do Uruguay.
da Belgica, Seu Enviado Extraordinario e
Se os ditos Governos não puderem acce-
Ministro Plenlpotenciario em miS1>ão espe-
der á solicitação que para esse fim lhes se·
cial. rá dirigida, começará ou prosseguirá a de-
S. Ex. o Sr. D. Salvador Jovellanos, Vice- marcação da fronteira, da qual será levan-
Presidente da. Republica do Paraguay, em tado por duplicado um mapa individual com
exercido do poder executivo, ao Sr. D. Car- todas as indicações e esclarecimentos pre-
los Lolzaga, Senador da Republica. cisos para ser um delles entregue á outra
Os quaes depois de terem reciprocamente parte contractant€, ficando a esta marcado
comunicado seus plenos poderes, a.chando- o prazo de seis mezes para mandar, se as-
os em boa e devida forma, convieram nos sim lhe convier, verificar a sua exactidão.
artig06 seguintes: Decorrido esse prazo. não havendo recla-
Ari. 1.°. Sua Alteza a Princeza Imperial mação fundada, ficará definitivamente a
do Brazil, Regente em Nome do Imperador fronteira fixada de conformidade com a
o Senhor D. Pe<lro n. e a Republica do Pa- demarcação feita.
raguay, estando de accordo em a.~signalar Art. 4.°. Se no prosseguimento da demar-
seus respectivos limites, convieram em de· cação da fronteira os commissarios acharem
claral-os. definil-os, e reconhecei-os do mo- pontos ou balisas naturaes, que em nenhum
do seguinte: tempo se confundam, por onde mais conve·
O territorl0 do Imperio do Brazil divide-se nientemente se possa assignalar a linha.
com o da Republ1ca do Paraguay pelo alveo f6ra, mas em curta distância da qUe ficoU
do rio Paraná, desde onde começam as pos- acima indicada, levantarao a planta com
~sões brasileiras na foz do Ip;uassú até o os esclarecimentos indispensáveis e a sujei-
Salto Grande das Sete Quedas do mesmo tarão ao conhecimento de seus respectivos
fto Paraná. Governos, sem prejuízo ou interrupção dos
Do Salto Grande das Set€ Quedas conti- trabalhos encetados. As duas al~as partes
nua a linha divisoria pelo mais alto da contractantes li. vista das informações as-
Serra de Maracajú até onde ella finda. sentarão no que mais conveniente fôr a
Daht segue em Jinha recta, ou Que mais seus mutuos interesses.
se lhe aproxime, pelos terrenos mais eleva- Art. 5°. A troca das ratificações do pre-
dos a encontrar a Serra Amambahy. sente tratado sera feita na cidade do Rio
Pr06SegUe pelo mais alto desta Serra até de Janeiro dentro do mais bre~'e pra;o:o pos-
fi. nascente principal do rio Apa, e baixa sivel.
pelo alveo deste até sua foz na margem Em testemunho do Que os plenipotencia-
oriental do rio Paraguay rios respedivos a.~signaram o presente trata-
Todas as verten~s Que correm para norte do em duplicata e lhe puzeram o se1lo de
e leste pertencem ao Brasil e as que cor- suas armas.
rem para sul e oeste pertencem ao Para- Feito na cidade de Assumpçáo, aos nov~
guay. dias do mez de Janeiro do anno do Na.~Cl~
A ilha do Fecho dos Morros é do dominio mento de Nosso Senhor Jesus Christo d~
do flrazil. mil oitocent05 setenta e dous c

Art. 2°. Tres mezes ao mais tardar con- lL.S ..' Barão de ('otegipe.
tados da troca das ratificações do presente (L.S . .1 - Carlos Loizaga.
JANEIRO A MARÇO - 1968 185

''&:: sendo-n09 presente o mesmo tratado Quanto a noticias de posslvel movimen-


cujo teor fica ac1ma inserido e bem visto, tação de fOrças do exéreito brasllelro e pa-
considerado e examinado por NOs tudo O raguaIo. aflnnou o Ministro. estavam elas
que nelle se con~m. o approvamos. ratlflca- sendo provocadas por questões relativas a
m06 e contlnnamos, assim no todo. como Hmites entre os dois paises.
em cada um kios seus artigos e estipulações Em comunicado distrlbuldo à imprensa,
e pela presente o damos por flnne e valio- em fins de 1965, Jé. o ltamaratl definira a
so para produzIr o seu devido effelto, pro- posição brasileira relaUva a limites, dizendo
mettendo em fé e palavra. ímperlal cum· que o govêrno brasileiro não admitia a exis-
prtl-o lnViolavelmente e fa.zel-o cumprir e tência. de "litígio" uma V~ que a fronteira
observar, por qualquer modo que pOSSa ser. da Barra do Iguaçu, no Parané., até li. BOca
Em testemunho e flrme'Zll. do que fizemos do Apa, no Paraguai, ficou exata, escrupu-
passar a presente carta por nós assignada, losa e definitivamente demarcada em 1874.
sellada com o sello grande das annas do nos tênnos do Tratado de Limites de 1872
Impel10 e referenda.dll. pelo Ministro e Se· pela "Comissão Mista Demarcndora Bras!-
cretario de Estado dos Negoclos &strangel- lelro-ParaguaJa", tendo sido a demB.rcaçiio
ros abaixo asslgnado. solenemente reconhecida pelo Paraguai.

Dada no Palacio do Rio de Janeiro, aos Não exfstlndo "fOrças brasileiras em ter-
ritório não-delimitado", a atual comissão
26 dJas do mez de Março do anno do NBS-
cimento de Nosso senhor Je3US Chrtsto de
mlst.a demarcadora foI cr1ada com a flnall-
dade de efetuar a demarcaçllo no rio Pa-
1872. raguaI 005 têrmos do Tratado Complemen-
<L.S.> - IZABEL, PRINCEZA IMPE· tar de 1927, consistindo sua. tarefa apenas
RIAL REGENTE. "ne. reparação ou substituição dos marcos
Manoel Fnnclseo Correia. da fronteira comum demarcada de 1872 a
Leis do BrasU, vai. 1, 1872, pág. 109 1874 que estivessem danificados ou destrui-
dos, mantendo suas respectlvas situações,"
Dn 1965, o Parague.1 levantou quesl.Ao
relacionada com a caracterização da fron- Além disso. observadas as prescrições do
teira brasllelro-parnguala na região do Sal- Tratado de Llmltes de 9 de janeiro de 1872,
to das Sete Quedas, so:icltando o pais vi· contidas na ata da 18· Confer~ncla da Co-
zlnho a reUrada do destacamento ml1Jtar missAa Mista executora do dUo TrauwQ
brasileiro na zona de POrto Coronel Renato. de 1872, assinada em Assunção em 24 de
outubro de 1874. cabia à atual comissão
Frizou ainda o govêmo parague.lo que a erigir novos marcos entre os já existentes
Comissão Mista de Limites e caracter1zação nas terras altas da referida frontelr~ a fim
de fronteiras prosseguisse seus trabalhos e. simplesmente de melhor cllrRcterlú,-Ia..
em caso de desacOrdo entre os governos do
BrasU e do Paraguai no selo da referIda Informou lI.inda o ltamarati que o Minis-
Comissão, ambos 06 governos reco1TeSSem a tério tentara entendimentos com o govêmo
todos os meios de solução pac!f1ca para a paraguaio sObre o possível aproveitamento
resolução do problema. do potencial hidroenergétlco dos Saltos das
Sete Quedas do Rio Parané. em Guaira.
A questio suscitou acaloradas discussões, manltestando o govêmo brasileIro. desde
tendo a impnnsa da época dedJcado grande 1962, disposIção de examinaI' ", po.'lSíbtlidade
atenção ao assunto. de participar a República do Paraguai da
Em fevereiro de 1966, atendendo a pedido utlll2ação cios recursos energéticos e de
de informação do deputado Lyrlo Bertoli, quaisquer outros projetos a serem desenvol-
relativo ao.'i problemas suscitados pelo Pa- vidos n06 Saltos das SCte Quedas.
raguai na regIão do Guaira, o ministro Ju- Não obstante a afirmação brasileira de
racy Magalhães, do Exterior, expôs 0.<; prin- Que não existia nenhum problema frontei-
cipais pontos que o Brasil defendia na riço entre :Brasil e Paraguai, a imprensa
questão. estrangeira destacou o fato. dizendo que
Entre outros aspectos, explicou que a pre· lideres paraguaios exilados em Montevidéu
sença de pequeno contingente mUitar bra- e Buenos Aires estariam dL~postos FI tomar
slJerro aH nAo representava nenhum ato de posição frente às tropas brRsllelra.~. repe-
anlmosidade contra o povo paraguaIo. tindo a Guerra do Chaco com a Bolivla.
QCupando-se I\, tropa em reparar marcos Alegando li necessidade da Intervenção da
frontelrlços danilicados apenas. Além da OEA no problema. a liderança paraguaia
medida de proteçll.o normal de fronteIras. em Buenos Aires distribuiu comunicado à
pretendia o govémo brBSllelro, igualmente, imprensa dizendo não estarem definidos os
promover a. denslf1cação da ocupação do. limites entre o Paraguai e o Bra~11 estabe-
l\rea. lecidos pelo Tratado de 1872 sóbre a. zona
186 REVISTA DE INFORMAÇÃO LEGISLATIVA

dos 8altos do Guaíra, estando a questão recursos energéticos e hidráulicos do rio Pa-
aberta até a atualldade, já. que as cascatas raná.
que lIndam com terra paraguaia constitui· Prosseguindo os debates sôbre a questão
riam condominlo dos dois países. do Guaíra, o problema evoluiu para uma
Por ocasião da leitura de sua mensagem proposta do Brasil no sentido de, no caso
anual na abertura do período parlamentar da insistência paraguaia quanto li região das
de 1966, o Presidente Stroessner, do Para· Sete Quedas, conceder o nosso pais IJÔrto
gual, afinnou que a cordlalldade das rela- marltlmo para a. BoUvia.
ções do Paraguai com o Brasil estavam gra- O Brasil propusera. algum tempo atrás ao
vemente alteradas em conseqüência da Paraguai o direito de usar o pôrto de Pa-
ocupação, por parte de fôrças ml1ltares bra- ranaguá, mas, com a crlre motivada pela
sileiras, de uma zona contígua ao Salto de fronteira, tal proposta caiu no esqueci-
Guaíra, ao sul da linha dlvls(>rla da Serra mento.
de Baracayu, estabelecida como limite pelo
artigo primeiro do tratado subscrito com o Dependente econOmicamente da Argenti-
Império do Brasil aos 9 de janeiro de 1872, na, o Paraguai tem que usar o rio da Prata
slmultàneamente com o tratado de paz que para o seu comércio, sendo que a constru-
colocou têrmo à. guerra da Trlpllce Aliança. ção da Ponte da Amizade, ligando para-
guaios e brasileiros, reduziu bastante a In-
Afirmou ainda o presidente paraguaio que fluência argentina.
seu govêrno desejava o seguinte:
a) concluir a demarcação da fronteira. na A questão colocada ao paraguai com a
zona do Salto de Guaíra; possível abertura do pôrto li Bollvia seria. a
de não poder contrabalançar a. influência
b) chegar a um acôrdo com o govêrno argentina e, ainda, a competição com as
brasileiro sôbre o aproveitamento con- exportações bolivianas. Além disso, Para-
junto e em igualdade de condições, do guai e BoUvia questionam, desde a guerra
potencial hldroelétrlco do Salto do do Chaco, no sentido de demonstrar maior
Guaíra. prestígio internacional.
Mais adiante, afirmou o Presidente Stro- Em maio de 1966, o Ministro Juracy Ma-
essner que o Paraguai não considerava can- galhães compareceu à Càmara dos Depu-
celado o l1tlgto com o Brasil, relativamente tados, atendendo convocação feita por aque-
A demarcação de fronteiras, na zona do Sal- la Casa. do Congresso.
to de Guaíra, devido à. presença. de tropas
na uma não demarcada e, ainda, que o Pa- Referindo-se aos diversos Tratados de Li-
raguai estaria disposto a deba ter com o mItes assinados entre o Brasil e o Para-
Brasil o problema. ante qualquer organismo guai, afinnou o Ministro das Relações Exte-
Internacional. riores ser injusta a pretensão paraguaia
quanto A regláo das Sete Quedas.
Rebatendo as criticas paraguaias, o Chan-
celer Juracy Magalhães disse, Inicialmente, Concluindo, disse;
que o Brasil não se prevaleceu da Guerra do "Somos um Pais soberano. cônscio não
Paraguai para se apoderar do território de só de nossos deveres, mas também de
Sete Quedas. nossos direitos. No caso presente, vejo,
Afirmou, igualmente, que os nossos di- entre os primeiros, o encargo de pre-
reitos eram indlscutlvels, pelo que "na defe- servar a obra política de nossos ante-
sa dêles não se arredaria nosso govêrno, se- passados e o território que nos legaram.
ja pela ameaça., seja pela intriga." E entre os segundos está, Ineludivel-
mente, a faculdade de colocar destaca-
Reafirmando a. definição de fronteiras pe- mentos militares em qualquer ponto de
lo Tratado de limites assinado entre os dois nosso território, onde quer que sintamos
palses em 1872, complementado pelo de 1927, ameaçada a segurança nacional, assim
frisou ainda o ministro Juracy Magalhães como podemos removê-los quando, a
que a alegação do Paraguai de que o Tra- nosso juizo, se tomem desnecessários.
tado de 1872 "foi conseqüêncIa duma. guerra Esperamos que o governo paraguaio se
de extermlnlo da Trlpllce Aliança contra convença de nossa boa. disposição e da
aquêle Pais, tendo havido divisão prévia dos sinceridade com que lhe oferecemos jun-
territórios de que seria despojado", era tar-se a nós para, em beneficio de
uma alegação Injusta. nossos povos Irmãos, conjuntamente ex-
O ministro Jura.cy Magalhães terminou plorarmos quaisquer recursos que ofere-
ressaltando que o que devia unir paraguaios ça o Salto de Sete Quedas. Não que-
e brasileiros era a perspectiva de colabora- remos polêmica ou divergência de ne-
ção numa via particularmente promissora. nhuma espécie com o Paraguai, a cUJo
como era a do aproveitamento integral dos povo nos sentimos fraternalmente liga-
JANIIRO A MARÇO -=- 1968 187

dos e ao qual renovo, neste Instante, do 5. participação nos estudos da Bacia do


alto desta. Tribuna, a. expressA0 de meu Prata;
maior aprêço." 6. destrulçlio ou remoçA0 dos cascos so-
Logo a seguir, processaram-se os entendi- çobrados que ofereces.<õem risco..o; à na-
mentos entre os dois palses visando a con- vegação internacional em águas do
versaçóes oficiais slJbre a questão de fron- RJo Paragual;
teira, entendlmentos êstes reallu.dos no en- '2. adiamento da dens1f1cação dos mar-
contro da Foz do 19uaçu, presentes os cha.n· cos nOli trechos alnda não caracterl-
celeres do Brasil e do Par~ai e suas res- zat:los da fronteira;
pectivas delegaÇÓes. 8. mudança do nosso embaixador no
O iJúclo das conversações mareou logo a Paraguai;
predisposição do Brasil de fazer certas con- 9. deslocamento do destacamento do
cessões, tendo como ponto paclrico, entre· POrto Coronel Renato;
tanto, não abrir mão, sob qualquer hipóte- 10. conjugaçAo de esforços no trabalho da
se, de nossa soberania, Isto é, não admitir Conferência.
discussões liObre o Tratado de 1872. NAo ressaltando em nenhum ponto desta
O roteiro elaborado para os entendimentos agenda a. discussão do problema de fron-
continha. dez pontos principais entre os teira, a preliminar levantada pelo chance-
quais, figurando como fundamental, a reti- ler paraguaio conduziu a discussão a ser
rada do destacamento milltar de Guaíra. e processada para um Impasse. afírmando o
a. exploração conjunta do potencial energé- chanceler Juracy Magalhães que "o Brasil
tico das sete Quedas. não admitia que se diScutisse soberania num
Saudando o Chanceler Sapena Pastor, do território de ocupação mansa e pacifica há
Pe.ra.gual. o Ministro Juracy Magalhl'les afir- 9-4 anos," E mais: que "abdicação de sobe-
mou que por parte do govérno brasUelro rania sômente se poderia tazer por arbi-
encontraria o Paraguai "a melhor dlspas!- tragem Internacional, ou através de uma
çA.o para a adoção de soluçóes que, sem te- guerra", propondo "para a redação de uma
rir a dIgnidade, a soberania e o Interêsse nota em que declarassem o desacOrdo."
dos dois palses, fornecessem as bases cons-
trutivas para. um trabalho conjunto v1sando Após estas aflrm~ do chanceler Ju-
ao desenvolvlmento econOmlco, o progresso racy MagalhAes, o ministro Sapena Pastor
soclaJ e à realiu.ção do Ideal pan-america- apresentou proposte. singular que consistia
no de paz." na criação de uma espécie de "Estado-Tam·
páo", na rona contestada, Estado êste que
Agradecem:lo a. saudação, o chanceler Sa- serie. governado por ume. comlsslio mista de
pena Pasror c1eclarou que "o povo paraguaio Alto Nfvel que 1111 se Instalaria. para. solu-
desejava, Igualmente. um amistoso e fra- cionar o problema das fronteiras.
terno entendimento com a Nação brasileira.,
sObre a base de soluções decorosas que res- De &Côrdo com a proposta paraguaia, ne-
peitassem a dignidade, a soberania. e os In- nhuma autoridade brasileira, civil ou mlU-
terésses de ambas as nações." ta.r poderia entrar naquele território, e. não
ser com permissão expressa da ComLo;sAo Es-
Apesar da. cordialidade Intelal do primei- pecial e com o referendo da parte para-
ro encontro dos chanceleres, não decorreu guaia..
de maneira inteiramente pactuca a reunião
da Foz do 19uaçu, pois já no segundo dia Antevendo um posslvel malógro da Con-
dlUi reuniões, o chanceler Sapena Pastor le- ferência, devido à posição paraguaia, o mi-
vantou um obstilculo aparentemente In- nistro Juracy Magalhães exibiu ao chance-
transponivel para o encontro de um deno- ler Palitor o projeto de uma nota-conjunta
minador comum, quando estabeleceu - t0- que encerraria definitivamente as conversa-
mo preliminar para qualquer entendimento çOes.
- a discussão do problema de !rontelrlUi. A partir dêste momento, entretanto, hou-
Como diretrizes dos entendimentos a se- ve um recuo na posição paraguaia, afirman-
rem processados. o Ministro Juracy Maga- do o chanceler Sapena Pastor que "a Re-
lhães entregara. ao Chanceler Sapena uma. pública. do Paraguai considerava que o Tra-
agenda contendo dez pontos principais: tado de Limites firmado entre os dois Es-
1. Reaflrmaçli.o de amizade; tados em 9 de fevereiro de 1872 e l\ reali-
2. superação das dificuldades; dade geográfica. constatada. pelos trabalhos
3. estudo e levantamento das posslbUl- da "Comissão Mista. de Limites e Caracte-
dades econômicas da região de Guaí- rlzaçio da Fronteira. Paraguai-Brasil" f'C-
ra; conhecera ao Paraguai dominlo e soberania
.. . exploração do potencial energético 5Ôbre a mesma 7.ona em que se achava lo-
das sete Quedas em co-partlclpar;Ao; calizado o destacamento militar brasileiro."
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--.-._.- -- - ._.- ---- .- ._.

A nota paraguaia foi elaborada em res- na, a fim de estudar os problemll5 comuns
posta ao "memorando" brasileIro que, uni- da área, com vista a promover o pleno apro-
lateralmente e em pleno exerclclo de sua veitamento dos recursos naturais da região,
soberania, resolveu como fórmula concilia- e o seu desenvolvimento econômico, em be-
tória e demonstração de boa-vontade, reti- nefício da prosperidade e bem-estar da po-
rar o destacamento militar do Porto Coro- pulação, assim como a rever os problemas
nel Renato_ jurídicos relativos à navegação, balizamen-
A etapa seguinte no andamento da con- to, dragagem, pilotagem, e pratIcagem dos
ferência foram os entendimentos relativos rios pertencentes ao sistema lIidrográfico do
a uma nota conjunta que teve o nome de Paraná, a exploração do potencial energéti-
"Ata das Cataratas", e que foi o documen- co dos membros e a canalização, represa-
to que encerrou um dos episódios mais cri- mento e captação de suas águas, seja para
tic os das relações brasilelfo- paragu a ias. fins de irrigação, ou para os de regulariza-
ção das respectivas descargas. de proteção
"ATA DAS CATARATAS" das margens, ou facilitação do tráfego flu-
(assinada em 22 de junho de 19661 vilil; 61 concordaram em que as respectivas
Marinhas procederão, sem demora, à des-
"O Ministro de Relações Exteriores dos
truição ou remoção dos cascos soçobrados
Estados Unidos do Brasil, Juracy Magalhães.
que atualmente oferecem riscos à navega·
e o ministro de Relações Exteriores da Re-
ção internacional nas águas do rio Paraguai:
pública do Paraguai, Raul Rapena Pastor.
7) Em relação aos trabalhos da COlnlssão
se havendo reunido às margens do rio Pa-
mista de limites e caracterização da fron·
rana. alternadamente !las cidades de Foz do
teira Brasil-Paraguai, convieram os dois
Iguaçu e Porto Presidente Stroessner. nos
chanceleres em que tais trabalhos prossegui-
dias 21 e 22 do corrente, passaram em re-
rão na data que ambos os governos est i-
vista os vários aspectos das relações entre
marem conveniente: 81 congratulam-se, por
os dois países, inclusive aquêles pont-os sõbre
fim, os dois chanceleres pelo espírito cons-
os quais têm surgido ultimamente divergên-
trutivo que prevaleceu durante as duas con-
cias entre as duas chancelarias e chegaram
versações e formulam V(It.OS pela sempre
às seKuintes conclusões: 11 manifestaram-se
crescente e fraternal união entre o Brasil
acordes os dois chanceleres em reafirmar a
tradicional amizade entre os dois povos ir- e o Paraguai, comprometendo-se ainda a
não regatear ('sforços para es(reilar cada
mãos, amizade fundada no respeito mútuo
e que constitui a base indestrutível das re- vez mais os laços de amizade quI' lInpm os
dois países."
lações entre o.~ dois Paises: 21 expres~aram
o vivo desejO de superar, dentro de um mes- Apesar de ter havido vitoria da nossa dI-
mo espírito de boa-vontade e concórdia, plomacia na questão do Guaíra, o "Estado
quaisquer dificuldades e problemas, encon· de São Paulo", tecendo consideraçôrs sôbre
trando-lhes soluções compatíveis com os in- a "Ata das Cataratas" afirmou continuar
ten;ssl'S de ambas as nações; 31 proclama- pendente o problema fronteiriço entre o
ram a disposIção de seus respectivos {(o- Brasil e o Paraguai, problema este solucio-
Venlos de proceder, de comum arônio, o nável sómente por meio de arbitra~em 111-
estudo c levantamento das pos.»ibilidades ternacional, vist.o que, os paraguaIOS . - ]('-
econômicas. em partido., dos H'cUrsos hidro- vando em cont a uma realidade geogrúfica
elétricos, pertl'llCentes em condominio aos - - consideram que o Salto Grande das Sete
dois países: 41 concordaram em restabele- Quedas passaria a pertencer à República do
cer. desde Já, qllea enerf.(ia elptrica even- Paraguai. O Brasil, por seu turno. conSIdera
tualmente produzida pelos desnÍ\Tis no rio que a linha dlvisóna corre pl'lo alto c:a ~crra
Paraná, desde c indu:iive os Salto~; das Se- do Maracaju, até a Quinta das Sete Que-
te Quedas, ou Salto d!' Guaira. até a fol das, o que coloca as cachoeiras em n()s~o
do no Iguaçu. seni dividida em partes iguals territorio. O ParagUai. por 5ua vez, tem co-
em I'e OS dois países. s('ndo reconhecido a mo ponto-de-vista que a linha diVisória (,OI"-
cada um dêlcs o direito de preferência para re pelo alto do contraforte da serra. o que
a aqulsi~'ao desta energia a Justo preço, que desloca a frcmtPlra em cêrca de dOIS qUI-
será oportunamente fixado por espedalistas lômetros para leste. dando-lhe a maior parll'
dos dois países, de qualquer quantidade que das quedas
nào venha a ser lltilv:ada para o suprimen- Reprnduzimos. a segUll-. o artigo Hi rio
to das nl'cessid<ldes do l'onsumo de outro TRATADO DE ALIANÇA a5~inado pelo
Pais; 51 convieram, ainda. os dois chance· Brasil, pela Repúbllca Argentina l' pl'la IIp-
leres, em participar da reunIão de mini,tros pública Oriental do Uruguai, n" atll> d.'
de RelHçües Exl~riorps dos Est.ados flbpiri- 1865, c Que trata, espt'l'lfll'amet1te, da qlle'·
!lhos da Bacia do Prata, " rcaUzar-se em t<io de limites na região do Salto das Se!,'
Buenos Aires. a convite do l:0verno <lrgent i- Quedas.
.#2l.t.g/"'-r-7-""/oJ.t.tZ..';-7;.L....:.+
"'/c.II-~ 41f ~' ~ "","_",,~_k;
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