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DE
a· Agosto
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'DIREITO
REDACTORES
•
ESCRIPTORIO E REDAÇCÃO
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DOUTRINA
INSTITUIÇÃO DO JDRY'
]ULGA'1\{ENT o A DESCOBERTO
CONSULTA
•
" Em face dos arts. 34, n. 23 (legislar, etc.) e 72, '. 31
(é mantida, etc.) da Consto Federal, podem os Estados:
a) abolir a instituiçao do Jury? b) reformaI-a, abo--
lindo algum dos seus caracteres essenciaes ?
Entre esses caracteres comprehende-se o escrutini()
secreto na votação dos juizes de facto, e o direito a re--
cusaçOes peremptorias por parte do accusado e do
accusador?
PARECERES
Quando a Constituição diz: «E' mantida a instituiçã(} do
'Jury» (art. 72, § 31), sua intenção manifesta ê determinar
tIue e11e, nos seus elementos substanciaes, continue a existir
'
~al qual era sob o regimen de que sahimos. A phrase «6 mano
ida» exprime evidentemente um laço de continuidade, e tem
~
Lcações de caracter: manteve a existente instituição do Jury,
'sto é, prolongou a dnração a uma entidade precreada, conso-
lidou-a, perpetuou-a, fixon-a.
: « Onde se dispõe» (são de um dos mais recentes commen·
tadores do direito publico americano estas palavras) «que
,se manterá o direito ao julgamento pelo Jury, ou que ficará
~intacto, quer se dizer que esse direito subsistirá tal como era,
;ao tempo em que foi adoptada a Constituição. And 10he?'~ it
:is provided that the right of trialby jU1'y shall « be p"eserved », •
lor shall «remain inviolate», it is meant that this right shall
icontinue as it existed at the, , adoption of the Oon8~it1dion.»
(BLACH: Americ. Oonstit. :4,iiw~ 1895. Pg. 494.)
, E «essa garantia», accrescenta o publicista norte-ameri-
cano, «veda ao poder legislativo, como aos tribuuaes, a intro-
--'6,.-
II
i . - 10 - \
.~. § 31, a exemplo de quasi todos os codigos pdi2:Kicos, sabia-
mente insere a instituição do tT ury entre as garantias/'constitu-
ciol1aes que consagra,-o que, swr.. dUVlçla, importa uma
restricção á autonomia dos Estados quantp_ ~ 'um dos elementos
da sua respectiva organisação judiciaria, conforme ao disposto.
no art. 63 da mesma Constit. Federal.
Segue-se, portanto, do exposto q \le não podem os Estados
(assim como apropria Ulliiio em lei ordinaria) abolir a
instituição do Jury, ou reorganisal-a de modo a supprimir as
condições de sua efficiencia como garantia constitucional da
liberdade e segurança individuae.s, qual é declarada. na lei
fundamental da Repl1blica.
De outm par~e, porém, não é menos certo que o tribunal
do Jl1ry desvirtuar-se-ia, tornando-se inefficiente quanto ao seu
objectivo constitucional, si na respectiva lei or~anica .fossem
supprimidas ou coarctadas as condições destinadas a assegurar
a isenção e a independencia dos jurados.
, E entre essas condições têm sido sempre reputadas
esseneiaes e congenitas á instituição: as recusações peremp-
torias (não motivadas) e a votação' por escrutinio secreto
A primeira porque, ainda que consagrada a egualdade politica.
e civil dos cidadãos perante a lei, é indispensavel pl'emunir-se
o accuslldo e o accusador contra a intel'ferencia, quiçá abusiva,
dos fUllccionarios encarregados da confecção da lista dos
jurados, não preenchendo esse intento as suspeições carece-
doral de prova, Hem sempre possivel, nem sempre convenient~.
A segunda porque o voto descoberto é incompativel com o
estado de subordinação economica e politica em que ainda se
acha o cidadão, mesmo nas sociedades mais avança,ias.
Fundado nas razões acima expenditlas. respondo:
I? Aos Es[ados é defezo abolir a instituição do J ury ;
bem como, .
2. - reformaI-a, abolindo algum dos seus caracteres essen-
ciaes ; entre os quaes,
3.- comprehendem-se as recusações peremptorias e' o
escrutínio secreto na votação.
S. M. J.
S. Paulo, 10-12-:-1896.-D,.. Erasilio dos Santos.
- 12 - \,~
\.'\
<':Jury, substituindo-se este tribunal por um . outrc., de indole
· çompletamente diversa,
, Cumpre, pois, indagar si o escrutinio sem'eto e as recusas
.peremptorias, ou não motivadas, constituem elementos essen-
. ciaes do J ury ,
O estudo da natureza da instituição e as lições dos mes-
tres nos convencem de que sim,
; O Jnry não se compõe de cidadãos que se dediquem a
uma determinada profissão, que vivam em uma esphe:a á parte
e tenham um tratamento juridico especial, como os juizes to-
. gados, O Jury compõe-se de nossos pares, que vivem a nosso
lado, mantendo comnosco relações de mutua dependencia, de
pessoas que'11os podem naturalmente ter odios, resentimentos,
ou affeições,
. Isto posto, como pretender que, abolido o escrutinio se-
" creto, os jurados continuem a :votar com a mesma liberdade?
E desde que o jurado não obe<Ülça a suas inspirações pessoaes,
e tenha de explicare dar contas de seu voto, não estará ipso
· facto alterada profundamente a instituição do J ury ?
Quanto ás recusas peremptorias, Mittermayer (Tratado da
prova, capo 13) expressamente as inclue entre os caracteres
especiaes do .Tllry.
Gozando o accusado do mais amplo direito de recusar, os
jurados se DOS apresentam como juizes cujas decisões o réo
livremente aceita. Abolido esse direito, vêm os jurados a. ser
juizes que sé impõem ao réo,
.Como provar resentimentos, prevenções e paixões, que se
adivinham, que se seutem, de que se tem mesmo certeza, mas
que. se não podem precisar, e algumas vezes nem sequer com-
prehender?
. .' Basta a substituição da recusa peremptoria pela motivada,
C(}U suspeição legal, para que se desnature a instituição do J ury. •
. Era tambem essa a opinião do marquez de S, Vicente, que
nos Apontctmenlos 8obt'e o P,l'ocesso Criminal Brazileú'o, pag. 135,
, escreveu «as recusações formam um outro dos caracteres phi-
1osophicos e essenciaes do Jury» ,
.Assim, pois, o estudo refiectiJo da natureza do Jllry e a
doutrina ensinada pelos mestres nos levam 1\ conclusão de que
·os. Estados não podem modificar esse Tribunal collectivo, ex-
·tingllindo o escrutinio secreto e as recusas peremptorias, E'
o meu parecer.
S. Paulo, 10 de Novembro de 1896.-Dr. Pedro Lessa.
! ~.. - 13 -
Jurisdiccão
, Criminal
Revisão-crilDe
DENUNCIA
***
Seja·me, porém, licito, preliminarmente, ponderar ao Su·
perior Tribunal a inopportunidade deste processo e os incon-
venientes que podem surgir do pronunciamento do Superior
Tribunal antes da decisão do Supremo Tribunal Federal nas
especies em que a denuncia allega ter sido commettid<l o
crime.
Não preciso invocar a detida attenção dos Srs. desembar·
Iladores para esta preliminar, cuja importancia technica a sa-
bedoria do Tribunal melhor do que eu saberá salientar.
O crime que em definitiva me attribue a denuncia é o.
de ter eu procedido contra litteral disposição de lei estadoal. A
infracção deu~se por ter ffil entendido, no cumprimento stricto
de um dever, que a dita lei contraria uma disposição expressa
das Constituições Fed. e Est.
Precisando os factos, resulta em ultima analyse que, como
presidente do tribunal do Jury, admitti, contra litteral dis-
posição de lei estadoal, recusações peremptorias de jurados e
respostas secretas dos mesmos aos quesitos por mim formulados,
por entender que a lei estadoa) contraria o disposto no art. 72
§ ~1 da Constituição Federal.
Ora, nestas condições, a autoridade competente para de·
finitivamente resolver o fundo da questão, isto é, decidir si a
lei estadoal é valida em face da Constituição da União, é o
Supremo Tribunal Federal. E' expresso o art. 59 § 10 lettra b
da citada Constituição quando dispõe: . «Das sentenças das
justiças dos Estados em ultima instancia haverá recurso para
o Supremo Tribunal Federal quanda se conte~tar a validade
de leis ou de actos dos governos dos Estados em face da Con-
stituição ou das leis federaes, e a decisão do Tribunal do
Estado considerar validos esses actos, ou essas leis impugna-
das.» Donde se conclue que emquanto o Supremo Tribunal Fe·
deral não decidir a especie em que foi agitada a inconstitucio·
nalidade da lei estado ai em face da federal, não deve o Superior
-20 -
Tribunal do Estado decidir si foi criminoso o juiz que deixou
de applicar a referida lei. _
. '. Admittir o contrario seria abrir uma porta para con6ictos
de jurisdicção entre a justiça estadoa\ e a federal Im materia
da exclusiva competencia desta; seria destruir a necessaria e
imprescindivel subordinação do Tribunal do Estado ao Supremo
Tribunal Federal em assumptos que entendem com a interpre-
taçã.o da lei basica da União. .
Figuremos a hypothese que dá ao denunciado uma con-
demnação por violação da lei esta,doaI.
- Neste caso, si o denunciado não quizer usar do recurso
. de revisão, soffrerá inevitavelmente os effeitos da condemnação:
será. encarcerado, inhabilitado para exercer outro emprego e
multado na fórma da lei.
Entretanto, nas especies que foi'em ao conhecimento do
Supremo Tribunal Federal poderá este decidir que a lei es-
tadoal é inconstitucional, e neste caso fica evidenciada a in-
nocencia do denunciado. '
Não está. ahi um grave con6icto entre uma decisão da jus-
tiça estadoal e outra em sentido contrario da justiça fideral?
Não ficará a justiça estadoal abalada no prestigio das
suas decisões? f<
***
E' innegavel que a instituição do Jury mantida pelo le-
gislador constituinte é a que jâ existia organisada ao tempo
- 22-
***
Ferida assim a instituição em dous de seus elementos, ba·
sicos, devia o juiz applicar a lei estado aI nos casos occurrentes?
Certamente não.
Para justificar-se perante um juli'ador desapaixonado e
imparcial bastaria a esse juiz abrir a lei n. 10 e apontar para
o art. 8', onde se lê: «0s juizes deixarão de applicar as leis e
regulamentos manifestamente inconsti tucionaes.»
Nesse artigo está compendiado um postulado genuinamente
republicano. Principalmente nos Estados-Unidos donde o tran·
splantamos para o corpo da nossa legislação, aquelIe conceito
juridico é um axioma democratico, ao qual a União e os
Estados se submettem convictos de ser elIe uma ef:ficaz garan·
tia contra as in debitas excursões dos poderes legislativo e ex-
ecutivo pelo campo constitucional.
«0 poder de i:tlterpretar as leis, diz Story, comprehende
necessariamente o de decidir si são ou não conformes á Cons-
tituição, e neste ultimo caso declaraI-as nulIas e sem nenhum
valor _ Como a Constituição é a lei suprema de um paiz, si um
8onflicto surge entre ella eas leis do Congresso, ou dos Es-
tados, a autoridade deve seguir sómente aquelIa' que é de
obrigação principal, isto -é, a Constituição. Este principio re·
sulta de uma constituição republicana, porque de outra ma-
neira os actos das autoridades legislativa e executiva seriam
- inata caveis e fóra de toda a fiscalisação: apezar das prohibi-
ções e das restricções contidas na Constituição, as usurpações
menos equivocas e as mais perigosas teriam lugar, sem repa-
ração possivel.» (O.m. Abrev. trad. de Colvo T. II 4& ed.
pago 422-423.)
E é muito para notar que o preceito contido no referido
-29 -
..art. 8." ê um dever imposto á magistratura do Estado, como
ibem pondera. Bryce, quando affirma: .
, cO poder de annullar as leis inconstitucionaes é antes um
:aever do que propriamente um poder; e tal dever incumbe,
'~'ão menos do que á Suprema Côrte Federal em Washington,
.o mais humilde tribunal de qualquer Estado, logo que pe-
ante eUe se pleiteie algum feito que porventura levante a
uestão.> (Milton-A Oon.t. ao BraziZ -pg. 77.)
I O proprio governo-legislador escreveu referindo-s'e ao art.
a?: «A disposição do projecto nada encerra de vago e peri-
goso, porque ella traduz apenas essa preeminencia necessaria
,da lei constitucional quando em conflicto com as leis ordina-
rias.» E em seguida, citando Savigny, atravez de Paula Ba-
ptista, disse:
\ «E' preciso que se tenha sempre em vista o que Savigny
chama a ligação de todas as leis e instituiçõe8 de di1'eito aõ seio
,ele sua vasta unidade».
E depois, citando:as palavras do proprio Paula Baptista,
preceituou:
«A la regra é que as leis oonstituoionaes, na parte que es-
tabelecem o regimen polítioo e garantem os individuaes, exer-
cem uma preponderancia decidida sobre todas as leis seoun-
'darias.» (Lei n. 10, ed. ofr. pago 35.)
De todo o expendido a conclusão a tirar-se requer unica.-
mente o esforço do bom senso. Si a propria lei attribue ao
magistrado a faculdade de :o,egar execução ás leis inconstitu-
cionaes; si essa faculdade é antes um dever do que um direito
ou um poder; si o proprio autor da lei considera essa faculdade
isenta de perigos; é claro que o magistrado, usando dessa
faculdade, cumprindo aquelle dever, não faz mais do que
exercitar uma funcção propria do poder judiciario.
Como se pôde transformar na pratica de um crime o cum-
primento de um dever imposto pela lei?
Qüal o caminho que conduz a essa transformação?
Realmente vendo o poder publico do meu Estado clas~i,
ficar como criminosa a execução da sua propria obra, eu me
julgaria viver no paiz dos cafres, si não tivesse diante dos
, meus olhos para tirar· me dessa illusão a denuncia official da
Procuradoria Geral do Estado!
Na Republica Norte Americana tem surgido por parte
do C?n.gresso tentativas de embaraços ao poder judiciario no
exerClClO dlaquella sua nobre e elevada funcção. Por veze~
tem·se negado a apPellação para a Côrte Suprema nas causas
em que poderia apparecer a controversia sobre a constitucio-
nalidade da lei, cuja execução o Congresso considera necessaria.
- 30-
Outras vezes tem-se augmentado o numero de jnizefl, preen-
chendo-se os lugares com partidarios da lei que a Côrte Su-
prema poderia impuguar por ine'lllstitucional_ (Racioppi:-
Nuovi limiti e f7-eni pag. 340.)
Não consta, porém, que jámais se lembrasse o Governo
daquella Republica de manád.r responsabilisar· os juizes que
Si prenunciam pela inconstitucionalidade de uma lei do Con-
gresso. E não passa anno, affirma Racioppi, oh. cito pago 339,
em qne n'uma das numerosas Côrtes da União ou dos Estados
não se faça questão da constitucionalida.de de alguma lei do
Congresso.
Neste Estado, que, com razão, é considerado um dos mais
adiantados da Republica, persegue-se com um processo de
responsabilidade o primeiro magistrado que no exercício de suas
funcções ousou preoccupar-se com a inconstitucionalidade de
uma lei ordinaria ! !
• Tempo virá em que este processo ha de ser relembrado
como notavel attestado da sabedoria da época!
•
** I
MaOl, tem-se objectado, a lei refere-se aos casos mani·
festamente inconstitucionaes, e o de que se trata não está
nestas condições.
1:'ouco importa, respondemos nós, uma vez que o interprete.
do-manifestamente-é o executor da lei e não outro.
Si ao juiz parecer a lei manifestamente inconstitncional,
é seu dever inconcusso negar-lhe applicabilidade aos casos
occurrentes.
Sem duvida que o juiz deve ser circumspecto e reservado
no cumprimento desse dever. afim de evitar os sobresaltos da
susceptibilidade do legislativo; mas, uma vez convencido da
inconstitucionalidade, não deve hesitar nem deixar-se possuir
de falsos escrupulos ou infundados receios de desagradar o
poder que exorbitou. Deve agir na conformidade da sua inter-
pretação doutrinaJ, visto como a interpretação das leis, no
dizer de Story, obro cito pag. 338, é um attributo especial
do poder judiciario.
Noexercicio desta missão o magistrado usa do seu poder
discricionario, no dizer de Delisle:-Traité de l' Interprétation
Juridique, tom. I pago 4.
Em synthese, não se pó de honestamente vêr um crime
na interpr~tação, embora má ou erronea, que o magistrado dá
aos textos de uma lei.
Mas, objecta a denuncia: «quando em fórma tie projecto
-31-
~
'-'. rticula d.o p~der legi.slativo, 11odendo. apresentar .emendas,
<Jlar1ou sIlenclCl, e 80 agora, na cadeIra de presIdente do
l·· ry, com abuso flagrante de autoridade, vem dar o seu grito
sedição, etc.» -
, Affil'mar que o cidadão tem no seu gabinete uma particula
~ poder legislativo, pelo facto de poder apresentar emendas
um projecto de lei, é desconhecer deplora velmente a natureza
'aquelle poder.
Particula do legislativo é a individualidade de um depu·
do ou de um senador, cujo voto ou deliberaçã", cuja vontade
intelligencia influem efficientemente ria forruação da lei;
I articulas desse poder são os cidadãos de alguns Estados da-
, nião Americana, que submettem á ratificação popular os actos
e suas legi!llatura~, porque ahi a vontade de cada cidadão
, flue directamente na manutenção da lei, de modo tal, que si a
aioria do povo não approval,a, ella não adquirirá força obriga-
ria; partícula do poder legislativo é, finalmente, cada cidadão
L isso quando chamado pelo processo de f'eferendum a sanccionar
;!qm acto da Assembléa Legislativa.
;iJ Mas a simples faculdade de apresentar emendas, que podem
I"~U não ser acceitas pelo governo, segundo o seu unico criterio,
iq,.teress~ partidario ou preferencias doutrinarias, é um escar?eo
,que se faz ao povo soL o pretexto de dar-lhe collaboração n um
ppder, que de facto só reside na pessoa do presidente.
:/~ Foi para não ser cumplice nesse escandaloso falseamento
qo regimen democratico; foi tambem para não projectar a
J~inha actividade fóra da missão especial do poder judiciario,
que não apresentei emendas tendentes a restaurar o sigillo do
~oto e as recusas perempto rias. •
'. ? E, de mais, que esperanças poderia eu nutrir de vêr accei-
~as as minhas emendas, quando ellas já e~tavam de antemão
i:ondemnadas?
,;.: Pois a apologia pomposa com que a exposição de motivos
:~!rcuI?dou o projecto de lei no tocante áquelles dois pontos, não
:~~clUla préviamente toda a possibilidade da aceitação de qual-
;I
q,per emenda? .
'.' . O autor do prc ject o deÍ:i:ou claramente manifestada a sua
bma e profunda convicção sobre a conveniencia de adoptar o
oto a descoberto e de supprimir as reeusas peremptorias: como
. . ovidencias elementm'es de mm-aZisação e ,·egene1·açlJ.o do J'Iu·y.
,.:i Portanto, aceitar emendas em contravenção ás excellen-
Cla~, préviamente proclamadas pelo proprio autor do projecto,
sena dar uma rude prova de incapacidade ou de leviandade, a
-32-
***
Depois de tactear por varios artigos do Codigo Penal a
denuncia fixou-se no art. 207 § lOque preceitúa: «Commetterá
o ~rillle de prevaricação o empregado publico q ne, por aft'eição,
OdlO, eontempb(ilo OH para [ll'OIllOVel' interesse pessoal seu:
l. o J ulgal' ou prc)ceàer contra litteral disposição. da lei.
Penas - de prbilo cellular por seis mezes a um anno,
perda do emprego com inhabilitação para exercer outro, e
multa de 200$ a 600$000.»
Como ::;e vê o Coc1igo refere-se ao odio e o procurador
menciona o odio politico; o Codigo refere-se ao interesse pes-
soal do delinqnente e o denuIiciante ao interesse politico; fi-
nalmente o Codip:o é omisso quanto fJ paix.ão partidaria, mas o
procurador geral a inclue entre os moveis reprova';los do
crime.
Dcy1!le se pórte conelnir, com visos de aeerto, que o pro-
Clll"ador g'i'l'al o~hnnr1() 'lue o Cocligo não era bem explicito
ou nfiO se i1.iustava. perfBitamente á éspecie, proenrou conigir-
lhe os defeit.os, sUPIHimindo·lhe as lacunas e amoldando-o ás
CÍrcnlYlstallci,t;; .
Somente Il llt'oturador geral parece ter-se esquecido de
que UtlnUIlCÜtV;l, llill membro de sna classe, que, respeitando
os ~E'ns talentos, comtudo llão o púde aceitar como legtslador.
DUt. VOLt 73 ~
- 34-
~
IOU circumstaucias é, no diZer ele Ortolan, indispensavel para
que o deliCiO exista. Nas mesmas condições está a falta de
xacção no Cl/(illil'imento d.o dever, crime, de que, aliás, não
. e cogitou. No (~<l:50 sllolllettido á apreciação do Tribunal ha
carencia absolutl d.e provas ele prevaricação, cujo elemento
:principal ou cl'.racte:istico seria, na especie, o moveI do odio
político, paixfw p,útidr. ria. e illter~sse }Jessoal; attribuido pela
ldenuncia ao juiz l'espoll~abilisado. As testemunhas do•. processo
1não geram no meu espírito a convicção ele que o querellado
.~osse impulsionado por algum daquelles moveis reprovados.
fOs factos que referem Hão contêm siqller indicios consistentes
ije prevaricação; são os indicios equivocos de que faUa o
telatorio apresentado pela commissão do corpo legislativo a
llProposito da discussii.o do arl. 183 do Cod. Peno Francez
i~nalogo ao art. 20'1 do 00[\. Pell,"Ll Bl'azileiro. Quando se
~rat~ de um jl\lgal1lellto attl'ibuÍtlu ;Í, paíxão do juiz, a regra
Dratlca e salnt~lt' pal'~l a ap\'ecia~<l~) do .iulgador é a que
illsina Ohau"t'au, relemtll'illHlo a illterp"tJta~ão li lle applicavam
~ esta matel'ia os velhoJ .iuri:scoll~dtos da França, antiga.
~abedoria, que não rwdé'rtlo::i rtlpurlictl', que llO,~ deve guiar ainda:
(In dubio judex non lIolo sed pe!' ilnpcrjliwn 1nalc jndicassc pr6-
- 42-
ACCORDAM DE CONDE~NAÇÃO
PETIÇÃO DE RECURSO
(1) GOURD : Les chartes coloniales et les constitutions d~s États Unis,
v. lI, p. 176.
(2) CRANE and MOSES : POlities, p. 92.
(3) « '" the free liberties of the free-born people of England .•• ,.
STORY: Comment. L p 33.
\4) « •_. what may properly be deemed the fundamental laws of their
jurisprudence. »Ib.
(5) STORY: Comment. 1, p. 46, 49, 60, 80.
(6) GOURD, lI, p. 178.-ALEX. JOHNSTON : The Genesis of a New Englantl
State. Jonks Hopkins University Studies in Hist. and Pol. Science, First
Series, XI, p. 17. '
(7) JONH FrsKE : The be,qinnings of New England, p. 136, 250.
(8) GEOR. DANCROFT: Hilt. of the Uno Btat. of Amer., V. 1, p. 117-8.
DIR. VOL. 73 , 4
-50-
(1) Desde 1819, pelo decreto real desse anno: (LALCR'S Cyclop. II.
p. 66Ó.-LESSER, p. 159.) Constituições de 5 de Dezembro de 1848 (ih.) e
de 31 de Janeire de 1850, art. 94 (DARESTE: Constit. M'odernes I, p. 175.)
(2) Desde 1848. (LESSER, ib. LALOR'S Cyct., ib.)
(3) Desde 18408. Ib.
(4) Desde 1849. lb.
(5) Desde 1849. Ih.
(6) ARANGIO RUIZ: Delle (juw'entigie ronstitllzionan, p. 401.
(7) LEDERLIN: Organisat. judic. de l'Alsace Loraíne. Bullet. de la
Soc. de Leg. Comp., t. lI, p. 360-61. ,
(8) Cod.pen. do imperio allemãe, p. }a t. VI. (DUBAULE, lI, p. 57 e
seg.)
(9) Consto feder. de 29 de Maio de 1874, art.l06. (HILTY: Les constit.
(lJdérales de la con{édération Suisse. Neuchatel, 1891. P. 472.)
(10) Consto de 24 de Maio de 1847, art. 96. (Récueil eles constitutions
fédérales et contonales. Edit. otlicielle. Bern., 1880. P. 958. •
(11) Consto de 31 de Jul. de 1846, art. 63. (Récueil, p. 209.)
(12) Bull. de la Soc. de Lég. Comp. voI. X. p. 62.
(13) Consto de 30 de Jul. de 1866, art. 105. (DARESTE, lI. p. 282.)
(140) Consto de 20 de Junho de 1869, art. 117. (DARESTE lI. p. 309.)
(15) Desde 1 de Julho 'de 1887. (LESSER,p. 157-8.)
(16) SENTUPERY: L'Eur01Je ]Jolitique, t. UI, p. 1020.-EncyclolJaedia
Bl'itannica, 9th. ed., voI. XXIII, p. 743.
(17) Constituic. de 28 de Jul. de 1866, art. 74. (DARESTE, lI, p. 74.)
(18) Consto dá 29 de Abril de 1896,. art. 119. (DARESTE JI, 39.)
(19) ANGEL PINTOS, n. 9 á p. 246, O]]. cito
(20) Desde 1834.Garantido pela constit. de 28 de Nov. de 1864, art. 94
(DARESTE, lI, 335.-LALOR'S Cyel. lI, p. 660.-Encycl. Britann. voI. XI.
p. 85.)
(21) Ukase de 1864. (Encycl. Britann., XXI. p. 71.) Celebrou-se alli
o primeiro julgamento pelo jury em 8 de Ag. de 1SGG. (LALOR'S Cycl.,
lI, 660.)
(22) ARANGIO RUIZ : Op. cito p. 406.
(23) BOISSONNADE: Proj. de code dc procedo cl'imin. pOUI' l'emlJÍ1'e
du Japon. Toldo, 1882, P. 706 e seg.
(24) AVALLE: Notices sW'les colonies anglaises (Par., 1883), p. 43, 139,
161, 424, 453, 479, 551. .
(25) MUNRO: The constituitiou of Canadá (Cambridgc, 1889), 1). 09.
(26) Constit. de 8 de maio de 1879, art. -lU. (DAREsTE lI, 604.)
~59-
(1) « He has left on recorrl his deliberate opinion that our liberti8iJ are
closely bound up witlt the prcservation in fuU vigor anti usefulness of
the great principles10f the common law ànd triaI bJ jury.» DILLON, op.
cito p. 167.
(f) MILLER: The sustem of tdal li!! juru,» A.jJI~I·. Law R~t·ien',
vol, XXI pago 861. 3m,
(3) « The privilege (of trial by jury) in criminal cases has been looked
upon as a 'necessary part of the liberties oí' the people, and a sentiment
aUaches to it which ",iH scarcely suft'er its value to be que:;;tioried.»
COOLi:T: Gen~r. Princ, of Consto La/I', p, 238.
(4) JAilIES PATERSON: The liberty or the press (Lond., 1880) p. 81.
(5) « Like cvery thing human it hns its imperrections, I only say. that
it is the best protection for innocence and the surest mode of punishin~
guilt that has yet becn oi3covercd,» .TEREMIAH BLACK (SNYDER'S Gr~litt
Specches, p. 4~O.)
(6) Citado no Stltals· "VVoertcl'lJ/lcl: de BLUNTSCHLI, v· SCll'uhrgericht
(IX, p. 344).
(7) « It is a historical ano e"sential part of the free institutions of
England. It equally belongs to Ollr own free institlltions, It springs out
of them. and trmds to ]JP1jJctuate them,» DILLON : La/cs anel Jurisp. of
England (()/(Z Alil" p. 123. .
(8) CHAMBRm! : Dr. et lib, aux Et. Unis, p. 449.
-64-
(1) "The radical rerncdies, whiclt have heell proposed look toward
the complete abolition of the jury» LALOR'S C!JcI •• lI. !l. 660.
-71-
(I) What the organic laW8 of the Union and the several states con-
tem'plate and are designed to seoure, is that trial by jury 811a11 remain
as 1t stood in England anrl tltis rnunt)'y at the dr1('laralion of indepen-
dcnce, ana do/cn to the pel'iod 11:118n thc!! /{'ere adoptcdo» HABE : Amcl'.
Const Lalc, lI, p. SôO.
o
(I) «L'action contre lcs juges est sans exemple dans nos fastes jUdi"
ciáires.BELLOT. Ap: À'IATTIROLO, Y. IV, p. 1.127, n. 1.265. '
- 119-
(1) MATTIROLO :
-- v. IV, p. 1129.
uH secondo privilegio» (dellll. garsnZÍa judiciaria) « ristringe Ia. res-
ponsabilità tassatiVamente a quelle colpe che sono iudicate tassativa11?ente
d~lla legge : cio e, al dolo, alla frode, alia concussione ; nonchiJ al rI1luto
dl provvedere sulle domande delle parti. E qui veramente lo scopo della
legge si ta chiaro, VUOL SOTTRARRE IL GIUDICE ALLA RESPONSAHJLITA'
DELL'EltRORE GIUDIZIARlO.» GIORGI: Delle oblÍ(lazioni, vol.' V, p. 308,
n.205_ '
(2) V, pg. deste memorial.
(3) DALLOZ; Répert .• V.o XXXVI, v. Prise à partie, ns. 9,24, 28,30.
- 110-
Essa excepção aberta, em favor da magistratura, ao prin-
cipio geral de direito comm'.lm, que associa á culpa a respon-
sabilidade, essa excepção, verdadeiro progresso da jurispru-
dencia moderna (I), é o que se chama, na França e na Ita·
lia, D. garantia judiciaria. EUa não elimina, para os juizes,
a responsabilidade, commum a todas os que, em paizes con-
stitucionaes, exercem alguma parcella ela auctoridade publica;
mas cede á evidencia de que não pode ser regulada pelo
mesmo modo que a de outros cargos (2) a responsabilidade
legr.l, em um ministerio, «no exercicio de cujas funcções o
erro as mais daí> vezes outra cousa não é que o. effei.to da di-
versidade de pareceres em materias controversas. ~ (3) 4tAc-
cumule no entendimento o juiz todas as leis positivas, quem
poderá jamais acautelai· o de interpretaçõet! transviadas? quem
o guiará nas questões indecisas, no silencio das leis, na critica
sempr~ espinhosa das provas? Tão provavel se antevê aos le-
gisladores de todos os tempos o erro judiciario, que f;empre
instituiram meios, para impugnar as sentenças, creando uma
organização de tribunaes superiores e inferiores, com o designio
de que uns emendem os desacertos dos outros. E, pois que,
de outro lado, a primeira cogitação de quem perde uma de·
manda ê criminar, pelo menos d" impericia, o julgador, todos
enxergam a que perigos ficariam expostos os magistrados judi-
ciarios, se fossem civilmente responsaveis pelas suas sentenças,
quando revogadas e corrigidas na instancia superior, a que
perturbações e conftictos se acharia dest' arte aventurada a
administração da justiça. ~ (4) Obvio é que esse perigo seria
infinitamente mais grave, em se t.ratando, como no caso ver-
tente, não de uma reparação civil, DIas de uma repressão
penal, não de sentenças contra interesses particulares, ma.s
de julgados contra actos do poder político, não de uma decisão
f'ensurada em grãu de recurso, mas de um juizo, a que adrede
i ~o se oppoz o recurso legal.
: Evidentem6I1tf'. pois, na especie actual assume caracteres
illlllolitos e inauditos a violação da garantia judiciaria. Por eUa
no tocante aos actos da magistratura, a responsabilidade é a
(1) •.. cnell' art. 166 (ora 175) la cui dilposizione e... una crande çaran-
2ia li deU' indiViduo ehe delluooietá contro quasivoglia atto arbitrariO p.r
qualunque fine comme.so e con lesione di ogni diritto, sem-a r'listin;;;ioM
ti'a la Utertà e gli altridiritti, assicurrztti al cittadino in uno s'a to ci"ile
• libero •• Rela:io'" della Commissione della Camera.- 11$88.
:~~.
-128 - •
ment~ a que corresponde á do art. 226 no nosso. Com efféito,
ao passo que, no primeiro, o legislador fulmina indistincta·
mente o abuso das funcções pelo funccionario, no segundo se
pune o funccionario, «que exceder os limites das fuqcções
proprias do emprego». A formula brazileira é equhralente á
italiana; porquanto, se indagarmos «que cousa se entenda por
abuso das funcções em um funccionario publico », teremos de
concluir que «abusa das suas funcções o funccionario que opere
fõra dos limites a eIla assignados na lei ». (1)
O pensamento daqueIle legislador, ao redigir o art. 175
do codigo penal italiano, deve, portanto, servir de lume á in·
tenção do nosso na phraseologia do art. 226. Ora, eis como o
ministro ZANARDELLI, submettendo' o seu projecto á camara.
dos deputados, se exprimia acerca do art. 175, então designado
pj)lo numero 166: «Encerra o primeiro artigo Jo capo IV uma
di~posiçâo geral e complementar, concebida com o fim de re·
primir todos aquelles abusos, commettidos pelos fnnccionarios
P"~J:icos em detrimento do direito de outt'em (cont1'o l'alt,,'U;
dil'itto), que não se acharem contemplados em disposição es·
pt:cial de lei. Como nem todos os abusos, que se pódem com·
n.,~~ter p,'r fnnccionarios publicos, estejam designadamente
previl"tos e reprimidos pelo codigo, justo é, para evit.ar de·
plonrveis lacunall, que uma norma geral venha prover a todas
as c~'ntil1gf,ncjas possíveis. Bem talhado parece, poís, este logar
para essa disposição, por dois motivos: primeiramente, porque,
incluida no titulo dos delictos contra a libérdade, seria nimia·
mente al~aDbado o circulo dos abusos, a que esse texto se
referiria; em segundo logar, porque, prejudicando o livre exer·
cicio dos direitos individuaes, os abusos, a que se quer acudir,
lesam sempre a administração publica, visto ser o instrumento
da. lesão o abuso dessa auctoridade, cujo prestígio elle
abala.» (2)
'Por sua vez a com missão da camara, adoptando as idéas
do ministro guarda-seIlos, projectou ainda sobre o llesignio
legislativo do art. 175 este raio de luz: «Até aqui os codigos
vigentes, na Italia, com particularidade o toscano, limitavam
o titulo de abuso de auctoridade a uma só serie de delictos : -t'
os perpetrados contra a liberdade pelos funccionarios publicosj .
entretanto, que os abusos, a' que deve attender o legislador
(1) c Abbiamo ~i' spiegato che cosa s'intenda per abulO delle funzionl
in un pllblico ufflclale. Abusa delle sue funzione quell' ufflciale' che opera
fuori dei conful,i delle funzioni che gli lono dalla legge assegnate.~ NEGRI :
D,i delitti contro la Z.õertd. P. COGLIOLO: Completo "'attal.'i clirittf
penale. T. I~, parto I, ,pago 464. '
(2) ZANARDlILLI: Relazione ministeriaZe, XCII.
• • •
129 -
~
c..... . LII.
(1) VILLA: Relazione della commislione della camera dei depHtati,
- (2) c....
che siasi commesso per' parte di un pubblico urftciale' un..
abuso dt auto/'ità abbastanza grave da mel'itare liii essel'e j'epl'esso come
r~ato.,. CRIH1LLARI: Concetti (ondamentali di diritto perlale, p. 437.
IHa. TOL. 73 9
:. 4~~.:
•
.- 130 - "
(*) «Le juO'e a rempli tous les devoirs envers la societé, envers les
parties elles m8mes, lorsque, interprétant le fait ou le droit,il a prononcé.
da,. 1e sens, que sa conscience lui a indiqué comme 1e plus lJrobable.La
purété de ses intentions, l'indépendance de son caractere sont les seuIes
garanties que la loi pouvait promettre aux justieiabIes.. BEDARRID.:
J)u dol et de la fraude, vol. l, p. 452.
-135-
(1) c No action willlie against a judge for any acts done or words
spoken in hisjudicia1 capacites in a oourt ofjustioe. This doctrine has
been applied not onIy to the superior courts, but to the court of a coro·
ller and to a court martial, w11ich is not a court of record. It is_ essen-
tial in all courts t11at the judges who are appointed to administer the law
shoulcl be permitted to administer it uncler the protection of t11e law
independently and freeI'y, lfithouth [avour and without fear. This provi·
sion i of the law is not for t11e protection or benefit of a malioious ()r
corrupt judge, but for the beneflt of the pubblic, whoie interest it is ihat
the judges shoud be at liberty to exercise their functions with indepen·
dence and withoutfear Ilonsequenees. How coulda judge so exeroise Ili.
oruce, if he were in daily and hourIy fear of an aetion being brought
against him and of having the question submitted to a jury wether a
matter on which he had commentedjudicially was or was not relevant to
tha case before him?» SeoU v. Stan,fidcl. L. R. 3 Exch. 2Z3. AC<!sol<l :
The Law and Custom of the Constillltion (1892), Y. lI, p. 454.
- 137-
(1) CARSON: The Supreme Cow't of the United States (1892) pags, 443-57,
502-3.
-138 -
J urisdicção Oivil
(") Vil!, Di;', vvl. 71, pllg, 104 fl vol. 7%, pa.~. M.
- 14.7-
_.
(lO) V. Orlando. Principii dll dirittoadministrativo, nl. 14' e 14P.
(11) V. o opuseulo-Justiça Fed,ral-A acção do pod.r judieiario
.m actOI 41.0 Goverll' pelo Dr. Gra;a Ara~h&.
-153 -
sivel. E' natural que, quasi ao correr da ptnna, se descu-
rasse da fórma, deixando em desalinho, talvez, muito argu-
mento adduzido. O certo, porém, é, que n:poz o dir,ito, como
elle é, sem atavios, nem floreios. Confia na justiça de Ima
causa, muito principalmente attendendo·!e ao julgado em caso
identico, como se vê da sentença impressa í. fl. H:. Nio é
uma estravagancia o seu pedido na presente acção. Legem ha-
btmW8! E a lei é clara, termina.nte e decl!iTa: não carece de
interpretação, pois fôra ocioso explicar o que é intuitil'O.
Na verdade, basta attender, !em prevenção, ao disposto
no art. 6° das Di.po.içõe& tl'an&itorias da Constituição da Re-
publica, para S\3 vêr que é procedente o emprego do meio ju-
diciario para. a salvaguarda da instituição política e resalva
dos direitos individuaes. .
De facto, os termos - contin"ar~o a pet·c.~er 6S seus oro
clenados, até que .ejam ap,'ov.ilados ou aposentado. com o o"ae-
nado c01Tespondente &0 tempo de exercicio-não autorisavam a
medida tomada pelo citado Decr. n. ~ .056 de Julho de 1895.
A expressão -flt' que lejam ap"oveitadol - corresponde á em·
quanto ndo fOl'.m aproveitados.
Do contrario dar·se·hia incongruencia. de principio!; pois
era mais curial estabelecer a aposentadoria dos' magist rado!
que tivessem menos de 30 anno~ de exercicio, com ord enado
proporcional, na mesma alinéa do artigo relativo á aposentado-
ria dos que tinham mais d'esse tempo. Ora, as leis de favor
só podem ser interpretadas favoravelmente.
Mas, admittindose mesmo que outra seja a intelligencia
das dü posiçô,.; constitueionaes, qual a lei, reguladora das
aposentadorias decretadas pelo acto de 25 de Julho de 1895? .. ·
Onde a aulod.açlfo legi.lativa para que o Poder ExecntÍTo to-
masse semelhante medida? .. Podia o Governo em um s6 rasgo
de penna tornar nenhuma [\ garantia dos dil'eilo3 adqiurido.
pelos magistrados em dispo,libilidade?. A reiposta não pode
ser duvidosa.
Em taes emergencias, o autor espera, com justa razão,
~ue a presente acção seja afinnl julg'arla procedente para o
fim de, declarada nulla a sua allosentadorhL pela inconstitu-
cionalidade do Decr. n. 2051) de 25 de Julho de 1895, ser
condemnada a Fazenda Nacional no pedido e custas, como é.
de inteira justiça.
Petropoli.s, 17 de Agosto de 1896.
Mano.l Godofredo de L lencastl'o Àutran.
-154 -
SENTENÇA
DECISÕES DO GOVERNO
MINISTERIO DA GUERRA
Declara: l° que os estabeleeimentos mili-
tares, existentes nos Estados, sujeitos ao re-
gimen de regulamentosespeeiaes, como os ar-
senaes de guerra,as escolas militares, as esco-
las praticas etc., estão nadependeneia directa
e immediata dos commandos dos respeotivos
districtos militares, presoindindo da subordi-
naç.ão intermediaria dos com mandos das
guarnições j 2° que os commandos das refe-
ridas guarnições cabem aos commandantes
mais graduados ou mais antigos dos corpos
existentes nas guarnições.
1\Iinisterio da gnerra-Rio de Janeiro, 3 de Setembro
de 1896.-A' Repartição de ajudant.e g\~llel'nl.
O commandallte da Escola Pratica <lu EXHcito, no E~
tado do Rio Grande do Sul, consulta:
1.. Si em face do art. 14 do regulamento que baixoll:
com o decreto n. 432, de 4 Julho de 1891, a referida escola
está subordinada ao commalldante da guarnição da cidade do
Rio Pardo;
2." Si no caso affirmativo este commalldante tem inge-
rencia no serviço .della ;
3.· Si o ajudante do dito estabelecimento, que tem suas
funcçôes definidas, deve tirar ordem na glHl.rnição :
4. o Si a correspondencia da escola para com o comman-
dante do districto eleve ser feita por intermedio do da guar-
nição;
5.° Si o commandante da escola deve accumu]ar.a funcção
de commilndante da guarnição, quando fôr de patente superior
á deste.
Em solução a esta consulta que acompanhou o officio
n...1.280, de 9 de Maio ultimo, do commJll1uante do 6° districto
mIlitar, dirigido a essa Repartiçfw, e ao oftido em qne o do 25°
batalhão de infantaria reclama contra a flnlem que mandoa que
elle passasse o commando da gU1\1 nição do Rio raHlo ao te-
neute·coronel Francisco de Paula Azeredo, con mmdante da.
E~r'(Jla PI'"ol'C" ,10 L'xer"I··C
..... ''''L ... ,",
.... "'" .i~
'L',.~
_ ' , .... 0 .I!.I
U .... ..,rlo (I" u;.., (J.~""'''o do Q"l ,
l.o.\....... t.V l,,~v V"'{\J.J..~...... hJ",~
-160 -
por ser este o official mais graduado da guarnição, oMcio junto.
ao do referido commandante de districto, lob n. 1.514, de
10 de Junho seguinte, declare-se a' essa autoridade, para os
fins ctmvenientes, que os estabelecimentos militares existentes
nos Estado!:j, sujeitos ao regimen de regulamentos especiaes,
como os arsenaes de guerra, as escolas militares, as escolas
praticas, etc., e que estiveram sempre subordinados directa·
mente ao min sterio da guerra, até a creação dos districtos mio
litares, passaram por força do art. 40 das instrucções que bai·
xaram com o decreto n. 431, de 2 de Julho de 1891, a ter
dependencia dos commandos dos mesmos di8trictos.
Essa dependencia, attenta ainda a natureza especial de
taes estabelecimentos, regidos por meio de regulamentos espe·
ciaes, não pó de deixar de ser directa e immediata, prescindindo
da subordinação intermediaria. dos commandos das guarnições,
que, nos termos claros e precisos do art. 10 das citadas instruo
cções, devem caber aos commandantes mais graduados ou mais
antigos dos corpos existentes· nas guarnições.
Para o caso vertente, que deu motivo á consulta e ao offi·
eio de que se trata, ainda é claro o art. 14 do regulamento
das escolas praticas do exercito, estabelecindo quo o comman·
dante da escola é o orgão unico, official e legal, para pôr o
estabelecimento em relação com as repartições superiores por
intermedio do commando geral da arma da artilharia, na Capital
Federal, e do cOfll'mandante do 60 disiricto militar no Estado
do Rio Grande do S1tl.
Assim, de accordo com as disposições em questão, os
quesitos formulados na consulta ficam respondidos do seguinte
modo:
.1 0 Não está a escola sllb1lrdinada sinão no que se acha
estatuido pelos preceitos geraes de subordinação militar;
0
2 Respondido com a solução do 10 quesito;
3 o Não, porque não existe subordinação que a isto obri.
gue e o ajudante tem a categoria de fiscal do estabelecimento;
4. o Deve a correspondencia ser feita directamente com o
commando do districto militar, não impedindo isto as commu·
nicaçõei e requisições directas ao cO.mmando da guarnição' no
que possa interessar o serviço commum e para cumprimento
do disposto nO.s §§ 20 e SO do art. 90 das mencionadas
instrucções. .
5. o Competindo o cO.mmando da guarnição aos comman.
dantes mais graduados ou mais antigos' dos CO.rpos nella exis·
tenteEI, de aecO.rdO. com o que dispõe o art. 10 destas instruc·
ções, náu pO.derá o. da escola pratica assumir o da guarnição,
salvo' nomeação especial do Governo.-Bernado Vasque ••
DOUTRIN..Lt\
DIREITO CRIMINAL
A INIMPUTABILIDADE (I)
Ha tempos aprecianQo nesta revista' o grande valor da
nova obra do protessor Alimena diziamos o seguinte:
«A' obra falfa talvez a. parte mais importante ainda no
prélo e porventura a que interessa melhor aos juizes e advo-
gados porque mais pratica, isto é, a que se refere a todos os
casos de não imputabilidade, de justificativas e attelluantes
desde as moles tias melltaes at.é as attenuantes gene ricas» (2)
AS<sim é quasi um livro novo e difl'erente o que acaba de
apparecer, constituindo a quarta parte da obra - a não impu..
tabilida(le (3).
Em capitulos separados toda materia é extensa e profi-
cientemente explanada sob ~st.es variadissimos aspectos :
moles tias do espirito ;
somnabulismo eSpolltalleo, hypnotismo, fascinação e sug-
gestão; .
surdo-mudez;
embriaguez ;
idade;
sexo;
ignorancia e elTO, boa int-enção e boa fé ;
arrependimento êfficaz e reparação.
E' difficil dizer qual desses aSsllmptos foi melhor tra-
tado.
Nota-s.:: á pl'ilU.eira vista a cópia surprendente da legis-
lação comparada e a riqueza bibliographica, pºr assim dizer
(7) Silva Ferrão, Cod, Pen. POl't. 1" vol., pago LXII; noto in fine.
(8) Meu Ensaio, etc., pago DO; Meu Comnumtm'io cito n. 7ô,
-lF4-
UI
v
A idade nas differentes pbases -correspondentes á respon-
sabilidade criminal, com o exame do problema do discerni·.
mento, é um outro assumpto magist.ralmente tratado, sendo a
conclusão final que a maioridade criminal, deve sel' inferior á
civil e não coincidir com esta (pag. 271).
Em pdncipio, pareCd que assim deve ser, mas atten-
dendo ao nosso systema de graduação 110 calculo das penas,
a attenuante da menoddade de 21 almos não produz grande
effeito no abaixamento da pena, desde que houver uma aggm-
VI
O sexo naturalmente el'a outra questão que devia ser
tratada, c\)mo é, em f'ar',e da anthropologia e da estatistica,
comparando·se a crirninàlidade masculina com a feminina.
O delicto da mulher é mais cruel que p do homem; a mu-
lher delinque mellOS que o home m, mas quando delinque
muito peior (pag. 334).· -
O autor occupa·se (la cOlltroversia sabida sob o ponto de ..
vista juridico e opina que o sexo feminino per se não é nm
miulJrativo de imputabilidade, mas deve ser apreciado na ava-
liação das dirimentes e justificativas (pag. 348).
. No po~co q ne se encontra nas .. legislações, elle nota as
d.lfferanças apenas apreciaveis, já contidas no nosso Cod, ante-,
nor arts. 43 e ~5, sobre que o vigente é de todo,mudo, isto é,
menor rigor no cumprimento das penas e o addiamento da
. execução da mulher gravida até qUe dê a luz, nos codigos que
consagram a pella de morte (pag. 356).
- 170
VII
o capitulo é interessantissimo sobre a ignorancia e o elTO~
a boa intenção e a boa fé, assumptos pouco condensa<los e
aprofundados Tlas obras vulg'ares dos criminalistas e obscure,
cidos pela confusão resultante do máo veso de applicar aqui
principios inapplicaveis do dil'eito civil.
E' impossivel resumir a substanciosa monographia d()
autor na ill<!teria.
Pouco annotaremos.
São notaveis as soluções das questões sobre o error ilt
oojecto ou in persona e a abernttio ictus (pags. 373 e 377).
O mesmo se póde dizer a respeito da questão da boa O~
má intenção em que se cita o nosso -Cod, anterior (pag. 386).
A proposito-do consenso, surge a questão do homicidio-
suicidio, citando-se o DOSSO codigo vigente e um nosso estudo-
na Revista Academica do Recife, de cuja solução dissente ()
autor (pag. 396).
Seguimos no caso a opinião de Ferri (17).
Na questão da boa fé estuda-se o significado da formula.
-factum pro dolo accipitur-e as difficuldades que o problema.
offerece em relação ao crime e ás contravenções (pag. 399).
Entretanto não concordamos com o autor em que a boa
fé exclua a responsabilidade civil si não houver culpa ao-
menos civil, o que aliás parece contradizer o principio acceito.
anteriormente, encarnado em' nosso direito e de accordo com
.a opinião que lembrei de Silva Costa (pags. 113 e 413).
VIII
Tambem não concordamos que o arrependimento efficaz s~
possa ter lugar na simples tentativa e não no crime frustradll-
(pago 424).
Uma analyse profunda não encontra motivo de distincção~
bastando considerar que codigos como os nossos fundem os.
dous momentos do iler C1'iminis em uma só formula.
O autor tambem publicou uma monographia sobrá a.
tentativa. (18) .
Mas é impossível dar idéa exacta de obra de tal natureza.
em uma ligeira critica.
JurisdicQão Oivil
,4.CCORDAM
ACCORDAM
Aggravo Civel.
EXCEPÇÃO (FL.25)
12
-17S -
IllNUTA DO AOGRAVO
§
A aggravante Companhia Docas de Santos não baseou a
excepção declinatoria na alIegação (le qne a questão Pl'QPosta
pelo aggra vado se fundava lia lesão (le direito ind.ividual po~
acio ou dccistio de auloridwle federal, como affirma o juiz a quo
em sua sentença; seria alterar a verdade dos fclctos, sem o
menor resultado pratico. A aggravallte disse que era incom-
petente a justiça local para eonhecer e julgar a acção posses-
soria intentad.a pelo aggravado porque esta se fundava em
uma pretendida tUl'baçfw cansada pelo des(mvol vimento das
obràs do porto de Hautos, que pertencem á .Uniãõ e são ex-
ecutadas pela aggravante autorisada para isso por actos ad.
ministrativos do governo federal.
Nestes termos, é de toda a evidencia a competencia da
justiça federal para conhecer da cansa (art. 60 da Consti-
tuição Fed. ; art. 15 a do Decr. n. 848 de 11 de Outubro de
1890, e art. 12 da' lei n. 221 de 20 de Novembro de 1894) .
§
A CO,mpanhia Docas de Santos executa no litLoral do porto
lia Sa!:.t9>S
obras de ca7'acleJ" federal, isto é, obras pertencentes
á União, havim~~/cóÍltraetàdoa coilstrucçào dellas com a ad·
ministração federal mediante'o rl'gimen que, em Direito ad·
ministrati vo, se denomina'- concessão - (lei 11. 1. 746 de
13' de Outubro de i869 e Decrs. federaes .n~. 9.979 de 12 de
Julho de 1'888; 10.166 de Janeiro de 1889; 10.277 de 30 de
Julho de 1889; 966 de 7 de Novembro de 1890; 74 de 21
de Março de 1891; 7a9 e 7.90 de 8 (~e Abril de 1892; 942 e 943
de 15 de Julho 'de 18~2; aeto de 14 de Outubro de 1894;
Decr. federal n. 2.411 de 23 de Dl''zembro de 1896).
A feição caracteristica deste acto, uma das fôrmas espe-
~ificas, ~a realisaçãode obras pnblica~, é a segui,lte : ~ a' Ad·
ministraçãocontracta a execução da obra com um empreiteiro,
o qual é pago do seu trabalho não com dinheiró directamente
recebido da Administração, mas sim com o uso e,goso da obra.
durante certo tempo j ou melhor, o empreiteiro recebe em pa-
gamento do preço da obra o direito de 'Usufrttil a durante de·
t~rminado prazo (Aucoc, C'onjé1'ences de D1'Oit Adm.., voI. 2°
- 179-
á assistencia da caus a.
§
o juiz a quo além de ter comprehendido maIo funda-
mento ,da excepçiio de fi. 25, conform~ mostramos no começo
desta minuta, parece que apeiar de tudo, proferia a sentença
aggravada por não ter a aggravante provado estar auctorisada
pelo governo federal a praticar especialmente os acto8 que o
aggravado considera .turbativos. ' ,
Na excepção de fi. 25 estão citados todos os actos ad·
. ministrativos do governo federal autorizando as obras do po rto
de Santos.
Que outra prova queria o juiz a quo que o aggravante
fornecess e ?
E mais :'-a aggravante tem junto a si u:n fiscal de no·
meação do governo (clausllla X[ do Decr. n. 9.979 de 12de
Julho de 1888); este seria o. primeiro a se oppôr a execução
de obras não previstas nos contractos celebrados com a pu·
blica administração ou não autodzado.s por actos administra-
tivos. .
O facto da Oompanhia aggravante continuar nas obras é
prova indiscutivel dá estar para a execução dellas devida·
mente autorizada.
Si o aggravado nega isso, isto é, si nega que a aggravante
não está autorizada para executar as obras, que diz, lhe cau·
saram turbação, vem fornecer poderosc argumento a favor da
competencia da justiça federal para julgamento da' presente
eal),sa, pois ter· se-ha de apreciar a força e extensão dos con·
tractos que a Oo.mpanhía vocas celebrou com o Governo Federal.
Isto parece-nos evidente.
-181-
ACCORDÂM
Aggravo de instruD1ento
Aggravante-'-O Dl'. curador geral de orphãos.
Aggravado-João Baptista Accioli Lins.
Superior Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco
ACCORDAM
*
**
Chegàmos agora ao. ponto p~incipal do assumpto desta.
reclamação. ,
A despeito e contra o disposto no art. 7- n. 2 da Donsti-
tnição do Estado da Bahia, de 2 de Julho de 1891, tem-se. na.
Bahia e:Itbrquido ao commercio um imposto sobre a sahida de
generos nacionaes em cabotagem.
P,lrece incrivel, mas • a triste verdade.
Póde o Estado da Bahia cobral·o? Podem os Estados,
em geral, taxar o commercio de cabotagem? 'Quem tiver co-
nhecimento da nossa Constituição, quem snbe que o pensamento
do legislador,.constituinte revelado no projecto da Constituição -
do Govel'110 Pruvisorio foi até abolir o imposto geral de expor-
tação, condemnado até pelo senso commum, não poderá vacillar
em responder pela negativa.
O legislador determinando no art. 78 n. ~ que o ColU-~
mercio de cabotagem -seria livre ás mercadorias nacionaes e_
até ás estrangeiras que já houvessem pago imposto de impor-
tação, teve om vista acabar de uma vez com o abuso das pro·
vincias que acabrunhavam o commercio nacional com os seus
impostos inconstitucionaes pela sahida dos seus portos de ge·
neros em cabotagem. .
Em compensação concedeu aos Estados a larga fonte da
exportação (para o estrangeiro) que eIllbora condemnada oft'e·
PIa. '.L. 73 . ' 13
- \94--
rece largas contribuições aos orçamentos que nelIas 'se vãlJ
fartar. E' escusado dizer que a exportação se faz em maxima
parte, quasi totalmente para o estrangeiro.
O substancioso relatorio que por vezes já se tem aqui
feito· referencia diz a respeito, tratando da cobrança do im-
posto em 'Minas -«Cobram-se logo 11 por cento de imposto,
tributando-se, tambem, o café consumido aqtti o.u netvegaáo em
cabotagem para os Estados, COUSA. -de que jamais cogitou á Con-
stituição da Republica no art. ,90 n. 1 e art. 5° da~ Disposi.
ções transitorias, quando cedeu essa renda 11.I)S Estados e não
cogitou de sua applicação ao consumo privado da Nação.
Temos aqui desvirtuado desde já o imposto de exportação,
pois tanto importa precipitar a sua cobrança sobre a totali·
dade de um producto (café de Minas) cuja grande parte é ccn-
sumida aqui no petiz ou antes não exportado para o exle.l·iol'».
Como sê vê, continúa elIe, referindo-se aos abusos das le·
gislações estadoaes-«cobram-se 08tenIJivamente o imposto geral
de sete por cento sobre o producto que é remettido para os
E~tádos da Republica, sem se indagar se é destinado ao ex·
terior, e menos ainda attender á indole e natureza do imposto
de que se trata je o que é mais,· sem a menor attenção ao 1'e·
gimen fiscal das a~fandegas, estatuido por leis expressas que
nem aproprio mi!listro da fazenda pÓde preterir, etc.»
1'ão claro é que os generos expot'lad08, enviados de um
porto para outro dó nosso paiz não devem pagar direitos que a
Consolidação dSE Leis dasAlfandegas declara no§ 13 do art.564
o seguinte: Verificado o factn da lransfel'encia, pum po'tios da
Republica, de generos já despachados com destino a l'aize.s es-
trangei1'os, tê1n di1'eiio os dono8 016 expol'tctif01'8& de tae8 generos
á restituição dos di/'BU08 pag08, ainda que já e8tivessem elles
ernbctrcado8 aO tempo de ,·.eaZi8a1'-8e a tt'al1sf81'encia. ,
l\Iais adianté diz no § 2° do art. 567: aos geIieros nacio-
naes se concederá a sahida, independente de de8pClcTw ou guia,
nos termos do art. 388 do presente regulamento.
Ü art. 388 do mesmo concede até - aos gelleros nacionaf8
navegados em cabotagem um enorme privilegio, COr.lO é o de
o serem descarregados onde convier ao commandante da em,
barcação que os transportar, independente de despacho Olt
guias : O § 2° do art. 568 diz ainda- <los despachos ou guias
de exportação por cabotagem, de genel'os nacionaes, são dispen·
sados os v-apores e mais embarcações empregadas na navegação
de cabotagem .
, Parece ao reclamante pel feitamente dispensaveis qnaes·
quer outras citaçõeA e mais argumentos para "provar que o com-
m er 0io fnt,t)r'~5~~{loa~ 8 intetri1l!l~ptfl Hvr~ qos p.re~~nqi(~Q~ 4j,
- 195 -
- 204 -
- 207-
..
~-j fI (\ ACCORDAM (FL. 47)
*t'l,J,
,,' /)35 Vistos, expostos e discn tidos estes autos de recurso extraor·
dinario, em que são recorrentes.lfrancisco Cal'rloso e Silva & C.
e recorrida a Fazenda Publica do Estado da Bahia, verifica·se
- i08-
- 212 ~
.A.cção ordiI,Hu'ia
SEN'l'E:-IÇA
o. • DIa. VOL. 73 15
COJlsideralldo que a f,tIL, r1rS:~"l testemunha, nft.o IlJejl.lr1iea
a vldÍil~1I1e do titnlo de 11. 12' pc·i- rlne ::>em ella üca o nu-
mero de eillCO testemulihas c1)lllplei.o t:om It que H ;\1:';0 '-;0 ou-
torg1l1Üe l'\lll'ci;,;o l10drigues :_ti;::,;ig'llOU, () qU-3 8lli f,l('o Itr. cit..
Ord. liv. 4, tit, 80, pr., nELo po(lel'ia tazer ~i lllW fos~e tambem
testemunha do aeto ;
Considerando (P.H3 o dito da. 4" testemunha dos autores,
Manoel do ESIJÍrito Santo Lobato, na parte em li n8 H.ftirma
'-lue Jo aeto s6 assistio á leitura da escl'iptul'ê1, feita lJt!() tabellíãú
na pres~nça das ontrastestemunhas,llleMs ,Jeronymo Ho(lrigues,
ach11.·l'e destruido pe11t8 ilpma iS te't(;m'l:lh~ i ll>:trIlnJen t nriils, U\PS
cumoa 2'(1(,8 811tores, que v;oCjne ,u~ tt':·,fenJllldH\s,úe:.'~el)ção de
JewDymo Rodl"iguts, e~~tavam l-l '. senlt::;, t entravam no quarto
ou sala 0lil que estava o doente, us :3", 4 n e 5"- tla 1"8, bem
como a 6' te~temunha á fl. 56, 11;:1) illsÍ,illmel1t:11'!;1! é eerto,
por nflO saLer escrever, m?s que f.s~btio a ttJll!J o <teto; e todas
aftirmP,ID que a eIJe HSSÍf'tiullll b'das as tef'temul1has com a
alludida exclusão de Jeronymo, e p.ssim incluiram a de nolile
Manoel do EllpiritO ~anto Lohato ;
COlHurlerando mais que o dito da 2" testeml1nha dos ant,)-
res Manuel I'el'f~ira 'ravares, na p;(rte em qne depüe llfl/) ter
sido a c:<criptUla lida l1elo tahellião ,lO (103(\0]', e~tá igualmente
destrniôo pel<ls afihmRi;ues enl contratio <lr.s outras testi:llJtlllhas
instrumentiirills, taes como a. -1' teF'temllllh:l dus autorp!;! J~ 4"
e 5a da ré, bem cumo da 6" da jt:eSn)~l ré 'In6 lIa mesma i'6rma
usshtiIJ á(lltella leHma, e uee]:mlçi'l.O do doador de CJ.lle a
acha va conforme ;
COllsidel'anào que ~Ó a meSll.'fl t (~~:Le!il UI,lm j\[auod Pe-
reira Tavares depõe que 8S dellJai:, Hão onYÍram da pinte os
termos flil qne queria que fosse :t escl'iptum cClH:€bida; e11-
tretado \\ffirma que for!;!:,; e)]H8 enmll'Hil! !lO ql1HI't;.) em que
se aeh,wa e U00llte, e del!o já tendo :~ahir1ú, 1l~IO ouvio o 'lHe
e~te lhes dizia; mas aquelle seu (1ito lIem foi (;!)l11irnwdo pelacl
outras iest2J:lulUJaS im:trnIlH_'Jltní'Ías, npnl, aill(la quan(to o fi-
zessem, seriam rellas attendida~) a mellOS que llÜO coal'etassem
a ilE:'u .tiva, sem (J qne não poderiam offendel' f'l. v,dilla<1e do
instn1 11ento.-Lobãe-8cg. linlw8, vúl. l, noto '173, 11S. t3 e 8,
pc.g. 491 ;
(;on~ítlerando que est~. dG me,lo jnequivor-.o (' plenamente
provado das testemunhas, que . e:crip1.tIl'f\ que;:.:tiOll:l(la. foi
lavrada f;m ;~ala diVérsa à'aqut'lla em (lue doente í'e acIJava o
ontorg,lllt8, explieada esta c!J'('nnJ8u:lllda pl:la razão de ser es-
cura pam fóscreve1'-se, e est.ar eLeja de ln()\'ej~ .• rêrles e mais
objectos (p!e j!))llO;,;~'j!JiLtcivHm aW ser bvnula a 0l'C:Jiptllra j
mets
- 227 ~
Acção ordinaria
O DI;, JJ1'oc1wadm' 8eccional no E8tac1o do P,tt'aná.
ÁUt01' -
Réo-O Estado do Pamná.
::iENTENÇA
p')(lcr,ü solJt,.ranw q:le, Icre ,~'r;! ;d, 11110 lJnde; ~;el' atl-l~ado(J~1)1'I{.:\.nA
--, !)Jelto I' ,de! (d, Cd:: ~.; li f· f',\ l\ll,'L,,'()V })/'" ('(J'll~l' :,~ ()"l.{i) •
, ' •• ' ~ ., A J ' . .J ..1. , • l 'I :) " ,
-- ~i) 1 -
cito I-LARE) j
COI!! _<11110 qne taes lH'Íllcillios passam por in(',ollc.usSOS
lIa jurisf,- .dencia da Amel'ica do Norte, qne não pó'le deix;1.r
de ser mOllelo da nossa (eie. HARE; 'rWKNOH. OURTIS
J[i810ry of C01l8titntlon V. UI, pa~. 433 a 4:Jõ j - L\.BOU·
IJ.~.YE-aon8t. (lelJ hats- Unis. lição 18a j STORY, Comm. ert.
rle Cal vo uS. 897 fI 898; n AJIlllfO ~ - Tlie F~derali8t, C'11'ta
I./XXVJII) ;
Considerando qne, na !Jypothese dos autos, a lll'OcedtH1cia
da acçiio proposta pelo DI'. procm<tllol' liecciollal M~ria uma in·
Justifielwel ingel Pllei,t em q nestiies RlIlll1lt<ttirlas ás justiças do
E8t.adu eOllt,ra () pl't't'.('.ito do i1rL 62 d,t Oonst, F~àerlll, porque
(i jnst.i~a fedel'al Bit') C(lllllleto ('.(}uliecer, 118111 mesmo em hypo-
tllPse, ori;;innriluneut.l·, da vaIi(l!i.ile das leis dos E8tadoi pe·
rante a COlIstitniçflO e leis da Uniiio-- e sim súmente em gl'áu
0
(1 R reClIl'SO extraordiJJaril! (art. ;39 § 1 lHtr<1 li) Constit.
Fe(I!}!'al) ;
COJ\::;Í,lel':1ntlo que lltWl um valor tem na pl'atica as dispo-
f'ieõQs da hi esUvJoal -numero 191 que ferirem a. competenciR
feclel;l!, porquanto, flstando derrogado o Hrt. 16 do Decl'. 8,1,8
pedi) :Irt. no § 1° ;l;t ("Jllstit. Ferlerct!,poc{9:ll ~:,-lIllpre ,I,S ('.OlJ1P'>,-
t~lllditS l'úspedivüs ::;er l'est'tbeleC'irlns poia.s ILYoe:1.toria.s pCtldiB
iJOt' piti'Í,es, üupd<l Jlliui::\Ler1 f l lillÍ>li(~IJ (il.rt. 'iU (h cit.lei u. '2:':1
de Lt:91 conllJinado com o <tet. 2!) 11. :3 Uit 11l1:~mlL' lei);
-232 -
. .'
Jurisdioção Commeroial
Aggravo cOIDIDercial
CONTRAMINUTA
RESPOSTA DO JUIZ
ACCORD,IM
ACCORDAM
ACCO&DAM
ACCORDAM
A'JCORUAi\I
ACCORIHM
ACCORDAl\!
ACCORDA.M
PETIÇÃO IN ICIAL
...
" I)
6'"
Que a defesa' do devedor não é 1'estricta . ao caso da re·
cusa,
25i) -
u'
Qlle, e segundo L .: no § I! di,} art. 8° do cito Decl';,
<'omo relevantes razões diteito são consideradas: a faIsi-
darIe. o pagamento, a L 'lw, a prescripção, a ))' teril1. do
ltrt, 588 do Codigo Comi . e do, art. 252 do '.lI. 737
de 25 ~e Novembro ele 13;".
90
. Que, eviuentemente, It .allegação feita. pelo dev,c,(lor, etn·
q1{(liItli IlCprocedM/t as diligencia8 anteri01·t!8 a dee1,trt'_?ão. da
falli:ncia, dI' pagamento, ou, depois d~ declarada a falIenei., a
me~ma allegação nos embargos á sentença e no aggravo- della
interposto - é de ordem, uma vez comprovada, a e~clttir a
fallenma : a tüllencia é nm estadp aetual. Se o indicio da fal-
.Ienda, qne <JWIl.J'eceu contra o devedor desappareceu, ipso facto
desappar6cen O efltltdo de fallellcia. Conseguintemente,
10
Que por si só nit,) é snfficiente, para antorisar a decla-
ração da fallencia t'; '2. t:ftinnação jndidal desse estado r o facto
do protesto por falta àe -pagéH!lêuto, Gsem embargo de lH'ova,
- ~5S-
13
Que se o devedor apresenta im juizo-depois do pro-
testo e d.fl iiliciado o processo commercial da sua fallencia-
autes da declaração desta para excluil-a ou, depois de decla-
rada, no recurso de embargos ou de aggravo, osproprios
tit,ulos de obrigação liquida e certa, paga posteriormente ao,
acto do protesto, e l'ecebidos<das mãos de seus credores-a
verificação deste facto é, nos tel'l1lOS da lei commerCial1 sufti-
ciente para excluir o estado de fal~encia ;
14
Que as sentenças declaratoria e confirmatoria da faBencia,
-apoiadas no simples protesto, sem attenção á razão relevante
do pagamento-posto que postel'ior ao referido protesto, é con-
t.raria á expressa disposição da legislação commercial (art. 8°
~ 10 alinea b-do Decr. n. 917 de 24 de Outubro de 1890).
Isto posto e cOlJsiderando .. '.
15
l()
Que, na petição -do referido embargo, ,e pretendeu jus-
tificar a medida violenta e initante, empregada contra 08 bens
e credito do autor por meio de aIlegações call1mniosas, como:
a) Achar-se oaotor ausente-segundo ~e dizia-na ci-
dade de" Barbacena, Estado de Minas, em quanto a policia pro-
cedia a inqllerito requerido pelo ministerio publico sobre o
emprestimo Morton, Ro~e & C., e -a Companhia Geral de Es-
- tradas de Ferro no Brazil, de que o autor fôra. intermediario;
- b) Verificar-se a parte .directa que o autor tivera nesse
negocio, do qual recebêra préviamente valiosa commissão,Sl3Il1
que o emprestimo fosse eff.ctivamente reali:il:1\do; .
c) Serem at lettras vencidas e ollt.rlÍs a vencer recebidas
pilo Banco embargante do autor, -110 presupposto da realidadt;
-do emprsstimo Morton, Rose & O. j •
o) Haver o Banco, induz\do pelo autor e pela. refel'ida
Companhia Geral, com quem o autor se achava iiitimameute
ligado, subscripto quinhentas mil libras esterlinas do referido
emprestimo j"
. ,,) Ser notorio que o autor e a mencionada Cnmpanhia
jogavam na praça com os debentures emittidos por conta du
-emprestimo; vendendo-os precipitadamente quando se üeseo-
TJrio o i?lgano, em qu" havia .cahicTo a p,'aça rIo Rio fIe Janeiro.
17
Que por meio dessas aIlegações, notoriamente falsas, se
pretendeu provar a certeza da divida e a mudança de estado do
devedor, bem assim as liquidações precipitadas por elIe feitas,
e o artificio empregado para obter o credito do Banco· e da
praça do Rio de Janeiro, e sobre eIlas se fundou o Banco
para o seu pedido de embargo em todos os vens qne o antor
posstda j
18
20
25
Que, embargando o embargo, o aut.or allegou (doc. junto
fls. 34 v. a 37),' além da mate ria de impugnação já repro-
duzida: '
a) Ter sido apenas o negociador do emprestimo Morton,
Rose & C., em Londres, como mandatario-da Compànhia Geral,
ficando exonerado desse man(lato des(le que entregou a pro-
posta á Companhia e esta, com Bancos desta capital, entrou
em relações directas com os mesmos Morton, Rose & C: para
accordarem nos termos e condições definitivas do mesmo em-
prestimo;' '
b)' Ter o embargante Banco lIa Republica, perfeito
conhtlcimento da operação e, portanto': não poderallegár o
supposto al'tificio empregado para olltenção de credito i
c) Serem as letras que deram logar ao embargo, assim
como outras de igual vall)1' prefilzelilto toda:;; a quantia de tl'es •
mil cont,os de réis, a:-;~igll(ulas pelo autor em garantia I\, um
debito da Companhia Geral em letras por esta a(~eitas e endos- .
sadas pelos negociantes rrl'ajallo 'José de Moraes, Antonio
Paulo de Mello Bart~tto e Leopol(lo 'reixeira Leite, directores
daquella Companhia; achando·se, além disso, esse debito
'garantido por caução de cem mil debelltnres de ,e 20~O. o. ~
d) Constituirem aquellas letras a rnaÜ3 eloqnente prova da ,
boa fé do autor e o intuitl) de acautelar os interesses do refe-
rido Banco embargante;
e) Figurar o embargante 1111, liquida(;fw jndicial da Com-
panhia Geral como credor da me:-;ma conta. ;,sanmtida com as
letras e os cem mil debentul'e:>, e ter ::ii'lo, C01ÜO um dos maiores
credores, nomeado syndico da liqnida~ão ; I
26
Que, á vista da procedencia dos embargo~ oppostos pelo
autor ao embargo e sabendo q'te do exame <los livros de sua
escl'Ípturação resultaria prova plena e inconcussa do allegado, o
Banco ,"m:Jiu'gallte desi:-;t,: I[ (lo (~rllbal~l'iJ e (1;>, ace:v! dtlCellllial
(doc. junto fls, 60 e 66 v.) e taes <fesístencias-foram homo-
Jo[~'ad,'..~ pejas sentE':lças ,1,1:\ n". (j2 () ()7 do doc. junto, pl'ofe-
riditi [Jr;}O mt-;;::1!!) lllórii,issi '!lU ,j ItiL! LU; dee:'etou a fd.llen cia ;
./.~ '~;\'.I 1'\.::--;;:" n :~.':-,,~.,t.: . ·U,~.>.~~:. ,{,lt~ ::. il. ri;l~~d(1~ {l~
ct"\.~t~;tJtJ; ;.;, .t.J)lti~.tltU, \l-l\.~ ~: l !'.' '.;.,,1 :'>.',!-, ~i,:~,:,t\_~t.:t'~(t,
Accre~ce :
29
Qlle havia, elltão, llma campanha p01icial dirigirla cOIr,tm
as instituições indllstriaes e de 'credito e os pl'ÍncilJues uupita-
listas da pr'aça: o credito estremecia sob a preEsão da espio-
nagem e da má vontad~ dos altos poderes da. nação; eram. in·
uicados os. mais notaveis commerciantes e indllstriaes como te-
miveis adversarios da situação politica inaugurada 11 23 de
Novembro de 1891; e o autor, 11<1. sua residencia de ve"rã:o
em Barbacena, no Alto dil. Boa Vista dá'l'ij IIca, na l'na do
'Riaclmelo, era cnidadosan:Bnte vigiarIo- e acompanhado pelos
agentes da policia secreta-noite e dia. E~saopprimellte vi-
gihlllcia policial acom panlu va o até ao seu escriptol'io á l'lk\
Primeiro de Março'n. 7J) ;
30
Qne, inuteis como foram os esforços empregados para en· ..
volver o autor nos crimes imputarIos ao direc~orio da Compa-
nhia Ge!'al pOl' ficnr ~rovado qUéllenhuma ingerellda tivera nas
respectivas opel'açõe~ e, ao cOlltrario empregára em auxilio
dessa empreza quuutia superior a vinte mil contos. de
réi~, o meio mais eXp'~àito encontrado para desmoralizar e
castigar o auto!' fui 11. fallencia j a qual fornecen pretexto,
como docil instrumento do sinistro plano, á directoria do Banco
dos Estados UnirIos do Brazil que, requerendo o embargo na
totalidade dos bens do autor, SllppOZ reconquistar graças e
vantagens e. dar arrhas de céga obediencia. .
Rea.zado o eS('êlndalo da fallencia seguia-se, para completo
exterminio da victfrna, a imputaçilo de conspirado!', a prisão
e destérro do autor para Cucuhy;
31
Que, não obstante as allegações de dií'eito e de facto evi·
dentes e inelutaveis, prodnzidas pelo autor em sua defeza na
resposta qne offereceu ao pedido do Dl'. curador fiscal, foi de·
clarada a sna fallencÍa j .
32
,Que recorrenuo, como lhe permittia a lei, da seulençá
(leclaratoria (b fallencia llam o Conselho (10 Tribunal CÍvil e
Criminal foi ne~':Hl(l provimento ao reenrso (le aggravn intel'-
l,,):~~tu :
263 -
33
.' 36
CONTESTAÇÃO
E ainda
P. P. que o autor penleu Lu,la :t capacidade 1'<1.l'a reda-
mlll' con tra a sentença II ue aJJrill·lhe a falleucitt, arguillllo·a
de violenta, de::;de flue com dIa. se conformou ao ponto
de, por mais de uma vez, peLlil' o Lwvl' da cOlleoruata
lior abanc1011o, qUf:J veill a 01)1.1;1' do!) seus eredores (de)es.
juntoli) ;
Fillalmente
l', P. que os arL~. G80 S !J 0 e 68 1 ~ ,1" di) regulamento
737 ele 1850 nãl! podem servir defulldamento á acção pl'oposta, •
porquanto o 'j LlU ellm; dispõem {õ (1 ue (1, (t(;\;iicJ resdsoria para
llullülade da 5~Jilfynçit ~Ú tem lognl' quando e:itu. f{)r proff:\rida
contra. a €xpreJsa d,i'po;je;il'l (LI, legi ,~l;lf::lO CI)W lllllt'd:d, f:l, t',n\
reirl.ção ;J, fâll\~ill;i;.~. ri,) ~~\,Ii)l', 11:'.0 ;']UiTllolll,e a S,'IlLeIH:a n:i.o ili'
fringin nenhuma lei, Ci}jllU !'ui prut"el'ii.la de aecordo com ale-
gi::;la~~tl) cüJlllUel.'cial ;
- ~67-
E nestes termos
. P. P. que a presente contestação deve ser recebida ete.
O ªdvogado-Sa1zcho de Ba7T08 Pimentel.
*
* '"
o ponto lH'illcipal d'este pleito é a interl)retação do
art. 1" da moderna lei das fallellcias, Decr. H: 917 de 24 de
Outubro de 1890, e a questão, como a expô4} o autor, é a
mesma que foi discutida entre os signatarios do accordam ~
que declarou a fallencia, os quaes divergiram no modo de
ent.ender aq uelle artigo, pronunciando-se a llt!'l.il)ria pela fal-
lencia e entendendo um dos juizes que elIa não devia ser
declarada. .
Os fundamentos do voto vencido são os fl\llàamentos dá
presente acção e, do pont.o de vista legal, todos elles se
resumem ll'esLe argumento: «O Decr. <1\3 24 de- Outubro nao
altei'on a noção d,t falIencia acceita pelo' art. 797 do Co-
. digo Commercial, e com." segundo essa noção, .1, fallencia só
podia sel' declarada quando tivesse sido allegada e provada a
insolvabilidade do devegoí;, ainda hoje não tas',a, para que
seja ella aberta, que o lleg'ociante tenha deixado de pagar em
seu vencimeuto tiLlllüs de uivida liquidos e cer1x,:.»
-- 2138 -
E conclue:
< Está explicado qual o meu tim: a cor-
recção que eu proponho se faça na lei consistiria
em estabelecer, em logar da cessação de paga-
mentos, causas devidamente. especificadas .·de
fallencia ... (v. IOu. 45) .
•"A. TOL. 73 18
- 274-
:, .... CORDAM
J urisdicção criminal
Revisão crhninal
PETIÇÃO DO RECORRENTE
<:<J('U()
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\.....- "él'hii;a
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>.\ . '.' n'- illÍZe"
I,. I.. - ... \ c) ... ,.,;;
ACCORDAlII
Vistos, expostos e relatados estes autos de revisão cri-
~llillal,
em que·é recorreute ..'ullim .1Iat.ar, cOlltlcumauo pelo
Jllry da cidade de S. Paulo ll:l. pena do médL üo art. 294
§ 2', combinado com o art. 2t § 2' do Codigo Penal e refor-
mada a sentença .pelo Supremo 'l'ribullal de J Llstiça daq uelle
Estado, para ser o réo cOIHlelllnado na pena, entre o grão
médio e o minilllQ do Illesmo art. 294 §~o, com referencia
ao art; 21 § 20 ; - dão provimento ao presente recuno para,
reformando a sentença recol'l'ida, absolver o recorrente da
acção intentada, attenta a evidencia dos autos j porquanto
deUes mostra-se de um modo iuhlJitavel que -o réo OQim Aüe(!
aproveitou ·se de um conflictü occasional entre o recorrente e
José Glllckmaull para ferÍi' a este com um g:)lpc: de punhal,
desfechaclo por detl'az, não tendo ln:eeeüido 1l(:c:ll'i1i) entre o
recorrente e Aded, nem teullo mesmo o recorrente conueci-
mento da resolução inopillUUal1lCll to tomada polo tmUjl (:() 110-
micidio, durante o mesmo cullllicto.,Nel1humLt respom;aLilluade
c~iminal pórle, nestas condiçüe::i, cabel' ao recon ellt8, visto
- 302-
_'l.CCORDA:-'l
304 -
Applioação dOI Artigos de Guerra e do Cc
digo Penal da Ar:ffia~a.
da Repnblica.
. Appellação criIne n. :l Z
ACCORDAM
Appellação-crilll.e t .... 13
ACCORDAM
PETIÇÃO (FL. 2)
Ao Supremo Tribunal FederaJ-Pal'a o Sllpremo Tdbunal
Federal recorre o coronel Sebastião Fernandes Pereira do ac-
cOl'dam da Relação desta cidade, de 8 de Agosto ultimo, pu-
blicado em audiencia de 2 do corrente mez (fi.), em que dene·
gou se-lhe a ordem de habeas-corpu8, que impetrou a favor de
seu filho, o mellor UlysseB Fernandes Pereira, e instruindo o
seu recurso, sujeita ao conhecimento do Egregio Tribunal o
traslado das peças essenciaes do respectivo processo e o auto
de exame de sanidade, constante do documento junto.
O paciente é ameaçado lle constrangimento illegal, di
prisão, que o recorrente reputa illegal por ter sido ordenada
- 309-
em despacho de pronuneü proferido em 'proce~so nullo, ine
subsistente.
E' na verdade nullo o processo que formou-se contra o
paciente, por crime de lesões corporaes, em virtude de de-
nuncia do promotor da justiça da comarca deOaldas, deste
Estado, porque lhe falta um dos termos essenciaes, a citação:
lei mineira n. 17, doe 20 de Novmnbro de 1891, art. 5.
E' certo que da certidão á fi. 10 consta ter sido o pa-
ciente citado !)ara a formação da culpa; mas o paciente ê
menor, filho-família (fi. 12), e a citação ficou incompleta, pois
cumpria que fosse igualmente citado seu pai, o l'ecorrente-
Ord. L. 30, tit. 41, §§ 2, 5 e 8.
Accresce([ue o delicto imputado ao paciente não podia ser
classificado no art. 304 paragrapho unico do Ood. Penal á
vista do auto de sanidade feito quatro dias depois do corpo
de delicto (fi. 5 v. e documento junto), do qual consta-que
das offeusll:s não resultou gTande incommodo de saude, que
inhabilitasse o offtmdido de serviço activo por mais de 30 dias.
. Dessa irregular classificação do crime resultou privar-se o
- paciente do direito ã fiança em caso não iucl uido no art. 406
do Cod. Penal (art. 303).
A pronuncia não obsta a concessão do habeas-co)'pus; são
expressas as disposições dos arts. 9° da lei mineira n. 17 supra
citada e 50 § 1° da lei mineira 11. 72, de 27 de Julho de 1893,
que rfivogaram o art. 18 § 2° da lei n. 2.033 de 1871, har-
monisando as leis do processo criminal com as disposições das
Consts. Fedo e estadoal j e já o Egregio Tribunal assim julgou
em autos de habeas-corpus da comarca de Juiz de Fóra.
Não obsta i15ualmente a concessão do lwJjC(I(;-C01]nlS a er-
rada c1assificàção do crime, devendo-se pe~mittir a prestação
da fiança; e assim julgou o. EgTegio Tribunal recorrido em
autos da comarca de Tres COl'll.ções do Rio Verde.
Por estas razões aguarda I) recorrente o provimento de seu
recurso, a concessão do haoeas-co?'1)US ao paciente para que
possa livrar-se solto ou_ affiançado, nos termos do art. 50 da
citada l~i n. 72, e ex-more, justiça.
Ouro Preto, 15 de Setembro de 1896.- Advogado, Lc'"
vindo Fe1'reÍ1'a Lopes.
ACCORDAM RECuRRIDO
Custas ex·causa.
S,upremo TribunarF,~dtn'), 14 de Outubro de 1896,-
A quino e Castl'o, presid(~ll u~ ,--~ _J !/lel'ico Lobo ,-lIIacedo SOa1'e,Q.
J08é Hygino,-Figueil'edo ,]l1n[OI', --H,(ro EspiritoSanto, Yencido.
~Lucio de llfendonça, Yê11ci(\.il: !,enso que é caso em que, por
lei, não póde ser coneedi(lo i! (I beas,cOl'pttS, e, pois, não cabe·
a providencia do acc,jda11J. <lllctllrisada pelo nosso RE'gim.
interno, art. 65 § &0, __ Jíilí,';!'o de Almeida, -':Pindahiba c7e
Maltos, vencido, p'elor- lllf;~lll'IS motivos do voto do S1', ministro
Luciu de Mêndonça,-J>ereh' Franco,-Bernardino Pen'eim,
·vencido, pelo-s mesmos ft:nua1ll6utos do voto do SI'. ministro Lucio
de l\Ie-ndonça,
Habeas-corp~s n, 936
ACCORDAM
phantll.stico~J
da propaganda dos mOlrarchistas para a subver-
são da Republica. E bastava o final do seu officio, resumido.
nestes termos fieis: «Decidi o que quizerde~, que llQS faremos-
o que entendermos, isto é, desobedeceI-o·hemos», para que o
Trib~mal, vindicando a sua dignidade, mandasse expedir a
impetrada ordem.-.tosé Hygino, de aecordo.com o voto do Sr.
ministro FigueiredQ Junior. -- Ribeiro de Alliteida, vencido.-_
Fui presente. Lucio de lIIen<lonça.
ACCORD_HI
'. "-1,"
.~-!
, , t '.
, .' - ' 'REDACTORES. '.' -.:1
.Con8élheil'o 'J'1'i~tãO de, Alellcw·IDr. _A 11(0.1110 Joaqtt-i1~1~ de Ma,'~,~lr
. 'Araripe, lHi nistro aposell tano Sow'e8, Ministro do .Supr.enl'
doSupl'e'mo 'l'l'iLHllial Ferlel'lll. 'I'l'ibllllal Fe,deral. >,~
.. Oonselheiro Ol~gctrio Herculano IDr.
Manoel ciem~nt-ino do lIlQ~::
'. rteAquino e Ca8tro, Presidente I Advo~ado._~,
'dÓ Suprem o '!'ribu !lal Ff'lleral. Dl' . .Toão J08~ do },f~nte,Ad"Og1~(
-
::.1
15 DE JULHO DE lB97
... ~ .
RIO DE ,JANEIRO
Papelaria ,e TYP. MONT'ALVERNE-R. DO OUTIDPR; 82
4' ~- • • ,.
',: '.
:8 TI MM A fi. 1'0-'
jUl~18P t..tUD~NOIA
DIREITO CRIMINAL
lJO LEN0CIN 10 ('i')
I
Ensinam os escripte;'c's qtíll Lenocini(), no sentido jUl'idieo,
exprime acto dt'sllOlIe::;(.I~ " e;:ped:,-bente indica os aetos pelos
qUlte~: édguem ~e colloca éilLn:J 11u;ls peSS0<1,8 para fazer com que
UW<i, ae0edü. aO de,e,;D \':all,tl ,ltL outra ou para Ül.cilitar e
<t\lxiliar a J\~idj;a(:ito du., l\;(',il'l'üCOS desejús~ preexistentes em
.(muas. d", c'~~ e,lul18l:en:lll l:ül'llalmente.
Os Ltt.iJ!')s I.le;:1S;"n'W'l!i1 COLl <1. palavra lenociuio estes factos
qHe !lO (lÍt:er tte .,:J'fl,' Fre;l'c~ (TlI~t. Jll'r. (!1'im. Lus.) § -XIV)
C01!~;UtuGm Cl'i!)(r ;1, ildC:itil'/l') II./;~ ct OlCllt 1I/.a:âmo humuni generis
li dI' i iII 1!1l to CiJ1l) ltnctl! I:; •
Elltl\'. eIllpl'egada quer no
~;()~ :~ n:I'~'m[: l~~.~:i::;1\,~J'.l! L,i
CO(l. Phl. ,~~l 1 :.;~):l, qÜ"1 He,; I)t"i}~\"ti::~
(le 1803 t de 1896.
No ellli:autu. :; OJ'd. do Liv. ~) 1'iL. 32 llümêa-os pela
il:lhVl'ií alcovilm'il., cnjct, tt'<t:hle(;.o serve vulgarmente, em hes-
p,W;IOJ, pan>, indicar P. l!1e~;'!il', cüHiia, 1üiás tambern expressa pelo
i1.11ntlilll) YO(',;\ l.11.l1o---1811ociEÍü--G p,lJit pa,la vra --pl'oxenetismo-,
qu,: (!, Academia J-LJspal:llolc. <tÍiilicl, lli\.O admittio, mail provem
do grego pl'o:vclleié8, ÕU--llU2- 'i l~81' diZGl' negociador e é usada
na terminologia ::;c.ientilic'l, em Fm!\ça~ ,.I 11(1 e ~ml>stitue a. ex-
pressüo vulg-a\' ?J!([!jUC /'el! apc.
O termo-!::l::jí.'iuiu-'.ÜÍ empregado POl Mello Freire em
sen COIl., Or,lIl, 01lC'JIltril-;.ie no iUlt.igO e no model'llo Cod. Pano
POl'tuguez, a:~;:liHl ':ClllJO liÜ ili.VO CUd.P611. Italiano.
" . (') E:'ite bello éstUI!'J. !lubli,~;\(lo lJO Jornal' do Com.mel·cio, foi-nos
(ll\~o pelo soa illustro :,nLOI', que l'edio'{\úi:! o tl'a,slada&semos para O Di-
;4Cl-lo. o (lUe t'a~c!!los eC'l_'~ ~~~J·.s:'~Lt)io~
(DI,lüm.,
DIR. VOI.. 73 ~l
- 322-
E' manifesta, sob :) primeiro f\l,pe l: , ,:dor grayirlade
do lenocinio, que, ~m qualqu01' 112 surs fôrmae, é sempre um
crime hediondo e revoltante, cujo opjectivo reside nos costumes
publicos " na moralidade social. Mas a systen1atisaç1i.o das forças
'organicas de semelhante crime tem sido grandemente contro-
vertida, quer na doutdna, quer na legislação; resultando dahi
fllmolla divergellcia no tocante á sua. formula scientifica e legal.
No Brazil o Cod. eriro. de 1830 omittio essa q\lalificação
delictuo~a, mas o Cod Peno de 1890, e os Projectos de 1893
e de 1896 previram, na expressamente.
O Pl'ojecto de 1893 copiou o novo Cod. Pen. italiano;
inlorporando, aliás, em uma incriminação sujeita á mesma })e118,
não só a inducção d p"ostituição e a excitação á corrup,llo,
como tambem o fav01'ecintento e o avxili. nesses factos. Por
isso, em face do alludido Projecto existem tre~ lispecie!l de
lenocinio :
1a especie- Induzir á prostituição, excitar á corrl1pçlio,
favorecer ou auxiliar nesses factos, afim de servir, a libidi-
nagem de outrem, uma peslloa menor de 21 anIlO$ (art.. 294).
Considera-se aggravada essa especie do lenocinio e maior
pentt lhe é comminada se o crime é commettido : ,
a) contra' pessoa que não tenham completado 12 annolj
b) com engano;
c) por ascendentes consanguineos ouaffins, pai ou mãi
_ adoptivos, marido, tutor ou por outra passoa a que o menor
tenha ~!ido confiado em razão de tl'atamento, educação, ins-
trurção, vigilancia ou guarda, ainda que temporaria ;
d) habitualmente; ,
e) com o fim de lucro (art. 294 § 1-). O concurso simul-
taneo demais de uma das referidas circumstancias aggrlvantes,
augmenta a duração da pena, restrictiva da liberdade pessoal;
ha.vendo no caso do fim de lUC1'O e do habito tambem a pena
de multt'i de 500$ a 5:000$ (art: 294 § 2-).
2a especie -Constranger com violencia ou ameaça o
ascendente, coIisanguineo tm afim, o marido ou o tutor, a.
prostituir-se o descendente ou a mulher-ainda que maiores
ou o menor sujeito á sua. tutela (art. 295 princ.)
3" especie-O ascendente ou o marido induzir, com engano,
á prostituiçãe, O descendente ou a mulher (art. 295, paragrapho
~~. .
i~os casos dos arts. 294 e 295 a condemnação tQrá por
effeito em r9lação aos ascenoentes a perda de qualquer di'reito
que em tal qualidade lhes seja concedido pela lei sobre a
pessoa ou bens dOR desce11<lentes, em prejnizo dos quaes tenham
CO'illmettido o crime, e, em relação aos tutores, a remoção da
-323-
e)
V
As modiftcações introduzidas no projecto de 1893 pelo
pl'ojecto n. 1U de 1896, recentemente pnblic~do, no que con·
cerne ás definições das diversas etlpecies de lenocínio, refel'em·~e
apenas, ás duas figuras da l~ especie.
- 335-
,-
JURISPJ~UDENCIA
Jurisruoção Civil,
~pellante-A.
Fazenda Publica do Estaào áe Pernambuco.
ppéllada-A Sociedade Ânonyrna Lot81'ia Nacional.
Supremo Tribunal Federal
ACCORDAM
ACCORDAM
Ag:gravo de petição n. li ~6
ACCORDAM
Aggravo civel D. I 8 0
Aggravante-Lltciano Bm·trand.
Ággravado- O juizo. federal do Estado de Santa Oatlta·
1'in(l,.
Supre ao Tribunal i'ederaJ
ÁCCORD.A.lIl
AggraTo de instrum.ento n. 68
ACCORDAM
Accordam em Relação.
. Vistos e, após o sorteio legal, expostos e discutidos estes
autos de aggravo, entre partes-aggravante a Companhia In-.
dustrial do Brazil e aggravada a Camara Municipal da. Para.-
byba do Sul-: . . .
Considerando que é caso de aggravo a materia de incom·
petellcia (art .. 669 § l- do Decr, n. 737 de 25 de Novembro'
de 1850), aqui allegada e deduzida;. .
Considerando que, por ser em Direito o mais it'felevante
vicio a falta de jurisdicção do juiz, repete-se, por formal ex·
cel'Jção, o recurso, sem dar·se· a anomalia ou redundanCia de. .
recurso, quando trata-se de incompetellcia, que ainda. é ar-
~:uida contra o juiz que proferir o segundo despacho, embora.
. Ja em grão de aggravo, como no presente caso em que, regu-
-344 -
larmente, Q1'dine ju(Ticii servato, só ao juiz de direito, prola·
tor da sentença no concurso de preferencia, cumpria interpre·
tal-a, e não ao juiz executor, o municipal;
Con8iderando que,l'estabelecelldo-se os termos processuaes,
fica como de pmneira instancia o despacho aggravado;
Considerando, entretanto, que a intelligencia, dada pelo
juiz de direito á sua sentença, n8.0 destâa nem dos funda·
mentos dalla, que são claros, nem do consequente decisorio
em que, reconhecida a preferencia do pedido !la aggravada,
se lhe~ mandou pagar integralmente, não tendo o juiz exclui do
parte do pedido feito, o qual consiste tanto na certidão de
'fi. 143,como na de tl, 64;
Considerando que a importancia, cons~ante da certidão de
fi. 64" e que tambem é de impostos devidos pelo executado
Francisco Antonio Pifano, ntt0 foi mandada ao rateio, por·
quanto a sentença, depois de firmar na especie a preferencia
da aggravada no tocante aos seus impostos, mandou pagar aos
outros credores p1'O rata, menos a ag-gravada que assim adqui·
riu direito ao recebimento integral;
Considerando que não procede a aIlegação de só poder
ser resolvida esta questão por embargos de declaração, cujo
prazo é expirado, porque não se verifica qualquer das hypo.
theses restrictas do art. 641 do Decr, n, 737 de 25 de No,
vembro de 1850, e a inteIligeneia da. sentença, como a dá o,
juiz a quo, não se estende, além da que suas palavras contém,
tomadas ou entendidas em seu conjuncto, e accommodadas ao
sentido claro de direito com que o juiz se conformára, quando
é indubitavel que é comprehendido n'uma sentença tudo quanto
deIla se deduz por necessaria antecedencia ou consequencia,
de modo que sem'essa intelligencia a decisão ficaria illusoria
(T. de Freitas a Pereira de Souza, nota, 605); assim tomam
conhecimento do aggl'avo, para, considerando o despacho ag,'
grl1vado como de primeira instancia, o· confirmar por seus
fundamentos.
Pagas as custas pela ág-grav81nte.
Petropolis, 13 de Dezémbro de 1895.-Gomes, presi·
dente, -Santos Oampos, relator .-Silva Fm'raz. -Ferreira Lima.
-845 ......
Não cabe aggravo da deoisão que rejeita a
excepção de illegitimidade de parta: ' .
Aggravo de ins1:rulUen1:o n. 69
ACCORDAM
Accordam em Relação.
Vistos, e, apóS o sorteio legal,relatados e discutidos estes
autos de aggravo, vin dos da comarca de Nictheroy, entre par-
tes,-aggravante Joa.quim José de Amorim e Silva e ag-gra-
vados Benigno Amado Rodrigues e outros:
Considerando -que o aggravante, no termo de recurso que -
assignou, não fez referencia a qualquer dispositivo de lei em
que o apoiava; e, se no final de sua minuta, tI-. 57, cita in-
determinadamente o art. 669 § 18, parece querer referir-se ao
Regu!. n. 737 de 25 de Novembro de 1850, o qual, nessa
parte, exara a admissibilidade tIe aggravo interposto de sen-
tença de lJrócedencia ou improcedencia do embargo;
Considerando que, entretanto, as allegações ou razões con·
tidas, nem só na petição de fi. 50 dirigida ao juiz prepàrador,
como ainda na minuta ao juiz julgador, não versam sobre a im-- _
prol',edencia do arresto, não se allegando não se terem pro-
vado devidamente as condições exigidas pelo art. 322 do cio
tarIo Regu!. n. 737, mas versam sobre materia de excepção
peremptoria de ordem processual da. propria acção principaJ, a
qual ainda nem proposta foi, isto é, sobre íncompetencia das
requerentes arrestantes para estarem juntos em juizo, ou so·
bre a indivisibilidade da causa, dizendo expressamente o ag-
gravante que se ab8tem de di8cuti?' o merecimento do feito;
Considerando que, se os actos jurídicos não padecem em
sua essencia pela denominação diversa que se lhes venha dar,
a incompetencia alludida é propriamente assnmpto de illegiti.
midade de pártes, e não de juizo, ou declinatoriafori, que nem
o aggravante de frente accentuou, t3 nem era de articular-se,
attentos os valores, superiores á alçada dos debitos pediJos por
qualquer dos tres segnintes arrestantes-Antonio Gomes de
Almeida, credor de 2:650$000, Manoel Rodrigues, credor de
4:725$000, e Antoniolglezias, credor de 1:066$000;
Considerando que da decisão proferida sobre illegitimi-
. drde de partes não cabe aggra vo, por não ser caso do art.669
do Regul'. citado nem de qualquer outro dispositivo, como tem
- 34~-
Â~~ravo civel
ACCORDAM
Aggravo civel
SENTENÇA.
Recur~o eleii:oral n. 24
ACCORDAM
Acção de arrendaIDento
SENTRNÇA
Jurisdioção Commeroial
Dissolvida uma sociedade, perece a firma
commercial sob a qual eUa exercia o com-
mercio.
A continuaoão da firma á porta de um dos
socios, que fundou nova sociedade, é um
acto de concurrencÍlI. desleal contra a socie-
dade fundada por um dos outro. 8ocios, cujo
nome fazia parte deUa.
Appellação CODuDercial D.
PRTIÇÃO INICIAL
Exmo. Sr. Dr. Pruidente da Oamal'a Oommef'cialdo T,-ib,t·
nal Civil e Ol'iminal-Dizem Ortigão, Santos & C. que são uma so·
-360-
I
que Cerqueira & Soares têm á pl)rta de sua casa commel'cial
o nome Ortigão, por este modo: - Cerqueira, Ortigão & ., e
Ol'tigão&C., firmas ambas a que pertenceu osocio da supplicante
'. Ortigão, e das quaes a ultima foi fundada por seu pae;
361
II
que assim procedendo, commettem contra a supplicante '
um acto de concurrencia desleal;
III,
que devem ser condemnados a não mais usar do nome
Ortigão e especialmente a apagaI-o da portada onde se acha;
a indemnisar a supplicante das perdas e damnos já. causados e
que se liquidarem na execução j a pagar 200$ por cada dia de
demora, a partir da petição inicial. '
, i'O
Nestes termos:
P. P. deferimento, ficando os supplicados
intimados para todos os termos da acção
até final sentença, sob pena de reV6lia.
Protesta-se por vistoria imme-
diata, depoimento dos supplicados e
todo genero de provas admittidas em
direito.
Rio de Janeiro, de Abril de 1895.-0. advogado, San-
cho de Barros Pimentel.
CONTESTAÇÃO
Conte&tandoa acção de fi., dizem Carqueira
& Soares contra os autores Ortigão Santos & C.,
por este, e melhor fórma de direito o seguinte:
E. S. N.
1.0
P. que a 3 de Agosto de 1878 fundou-se nesta capital,
sob'a razão social de Ortigão &; Oomp., uma sociedade com-
missaria, da qual foram unicos fundadores o finado Joaquim da
Oosta Ramalho Ortigão e o réo Joaquim J08é Oerqueira.
2?
3.°
P. que o réo Cerqueira, querendo honrar a m.mGria de
seu unico socio na fundação da primitiva .ociedade, chamou a
si o filho mais velho do mesmo, o a1ttor Â. tU Barros Rama.
lho Or"gão, que acabdra dtJ chegar da Buropa e d. 't1t' eman,
cipado por supplemento dfl idade, e fel-o seu fOJi(l, dando,lhe
12 I. nos lucro! da casa.
Q .
4,·
p, que da mesma. fÓl'ma emprestou a seu empre,aào
(guarda-livrOf) o autor Jacintho Rogue C ondé dOI Stlntos, oca.'
pital d. 30:000MOO, e tambem fel,o .eu ,ooio AOlidario,
dando-lhe igualmente 12 e/. nos lucros.
5~
9°
p, Que a firma ré-Oerqueira & Soares-não é dirlctamenttJ
cessionaria dos autores A, de Barros Ramalho Ortigão e Ja-
cintho Roque Condé dos Santos, mas sim Joaqui1n José Oe,'-
queira e Francisco Joaquim Pereira SOct1'ell, como se vê á fI. 8
da clausula 5:1 do distrato da firma Cerqueira Ortigão & O.
cessionat'ia aa firma 01'tigão & O.
Sendo isto assim
10
p, Que os autClrellA. de Barro!! Ramalho Ortigão e Ja-
cintho Roque Condé dos Santos, não tendo direito algum ao
activo da firma Cerqueira Ortigão & C"estã9, entretanto,
ainda ligados a elIa, que não está, nem podia, em dou8 meee8,
estar liquidada, pois tem obrigações legae!! pelo passivo da
mesma firma, Cod. do Comm., art. 329. Ora
11
P. Que a firma ré Gerqueira & Soa1'e. é inteiramente
distincta da firma autora; e nem poderá !!er confundida com a
dos autores, que é Ortigão Santos & O.
Isto posto
12
P. Que a firma ré 0e.1'queim & Soare8, nunca U3GU dasfir-
mas O,'tigao & (,. e Cet'quei,'a Ortigão & O. e é isto que o di-
reito prohibe-Cod. Commercial, art. 340.
13
1', Que nosso Codigo O.,mmercial, nem lei alguma brasi-
leira ou . estrangeira, chamou firma ou razão .ocial o nome-
ou l1istico que o uso introduziu fazer escrever nas portadas
das casas de commercio para designar que ahi eroiste a séde a,
tal firma ou rado Ilocial, poill que
14:
P. Q~e iit'ma ou ,'azllo comme1'cial é o nome .00 o qual o
commerciante EXllatCE NO COMME .. CIO E ASSIGNA NOS ACTOS A.
ELLE REFERENTES. A.rt. 2- da ltli n. 916 de 24 de Outubro
de 1890,
15
P. Que a ré nunca usou da firma dos autores Ortigão San-
t08 &; O,
-364-
Isto posto
16
P. que é absolutamente impossivel concurrenoia desleal,
negociando os réos sob a razão social de Cerqu.ira & Soare8.
17
P. E dos documentos de ns. ] a 20 se Tê provada sobe·
jamente a solicitude e até exoesso ele publioidade dada. á reti·
ràda dos autores da firma OerqueÍ1'a Ortigão & C.
18
P. que os diatioos, e não firmas, de Ortigtlo & e O., Ger-
?/.ueira Ortigão & C., que existem nas portadas da cata. da rua
dos Benedictinos n. 4, onde funccionaram durante annos aquel.
las firmas, juridicamente hoje desappa1'eoiáas mas não liquida,
elas, servem unicamente para indicar aoS fregueses das mesmas,
que têm saldos a retirar e oontas apagar, o local onde podem
fazel-o.
Para commerciar a ré tem, em lettra8 enormIB, e em pri·
meiro lagar, o distico CERQUEIRA & SOARES, que tambem é sua
razão commerci,al nos seus livros, nas suas transacç6es com Ban·
cos, ensaocadores, con~ todos os seus c01n1nlttentes, e a UNICA QUE
ASSIGNA.
19
P. que nenhuma disposição legal existe que imponha. fi
ré a obrigação de fazer apagar de suas portadas esses distioos,
ou, como pretendem os autores-o NO~E ORTIGÃO-j e por
tanto, o pedido dOI autores não tem fundamento em Direito.
·20
P. que se o commercio de commissõl~s de café fosse daquel-
les que a lei de mltrCCtSae fabrica abrangesse, o nome ou dis-
tico Ortigão seria uma usurpação. Mas não o sendo, porque o
commissario é unicamente intermediario entre o proauctor e o
comprador de café, O nome Ortigão é um simples nome patrony·
mico que distiugue o Sr. A. de Barros Ramalho Ortigão de
todo! os O?,tros 8eus socios. e entra hoje na composição da
razão commercial de Ortigão Santos & C. Nas portadas da
casa da ré não passa de parte integrante de disticos de firm a8
que alli existiram.
21
P. que o Direito não sancciona o pedido de indemnisação
-- 365 -
***
QuesUio prMimina)'
E per fim:
« E como o pl'ejuizo 1za h!J1)othcse 'C!) reflecte
« positivamente sobre a .fi1'1Jla social t708 ({Ppc:-
lC lados, (~fJeetwldo sua clienlellct e sen creâito (!))l
- 371-
Primeiro consideran(Zo
Casareges-Disc. 128 n. 4:
«Ql1amvis sit finita societas, suus tamen
«durat effectus, donec pertinentia ad illl1m ter·
cminentur et finiantun.
R,ta Genuce-Decis. 71 n. 7:
«Dl1rat effectus societatis, donecfl1erit ela-
«ctum omne id quod pertinet ad societatem».
J oan Bohl - o illustre jurisconsulto hollandez, tlIU seu
recente trabalho sobre o Cod. Commercial Italiano-ediç. 1894
-pago 173, diz:
«Les sociétés dissoutes CONTINUENT LEUR EX·
cISTENCE, fictionis jwris, por leu!' Ziquiã,ation. l)
Segunáo consiáermH[O
Diz o aecordam :
«Considerando que as firmas «Ortigão & c,» ~ Cerqr1eira,
«Ol'tigão & C,:. sfw nomes commerciaes de firmas dissolvidas,
(as qllae~, tendo cessado o exercicio do commercio, com eUas
«pereceram j
«que a inscripção desses nomes o,u firmas na porta da
«casa commercial dos réos, sem qualificativo !le liquidaçllo ou
CSUcceisol', é um acto de cOllcurrencia de~leal em prej nizo da
«firma autora, pela significaçl10 li ,.,<putaçao do nome Ortigão,
«patronymico de um, dos SOCi08 e berdeiros daquelle nome:..
A primeira parte d' eHte considerando é reproducção do
erro de dout1'ÍlIa, e violação clara do art. 335 2" alinearlo Cod.
Commerdal, já examinado, e discntido,
Aceresce, porém, ponderar o seguinte:
O,i appellantes são, pela clausula 5[1. do distrato social de
16 de Março á fi. 7, ~ cesslonario3 e 8ucceS8ores das firmas Ger-
queira, O,.tigb,o & G. e &U tS antecessoras.»
Logo exercitam um direito procedendo á sua Uquidaçb,o.
Cod. Comm. art. 335 cito
. Não innoTar lilelJão cSoOt'eponáo sua nova fi1'rna ás anteri8-
re8», como fizeram os appelIantes, fi se vê da photographia
junta aos autos, era ainda um áireito e ao mesmo tempo um
dever, o qual se completou Ptl]o "egistl'o na Junta Commercial
da firma nova 'Oet'queira & Soares». Demais ficou demonstrado
á saciedade nas 1'(lZÕeS finaes elos appellantes que o ?lom,
commercialpintado nas portadas de sua casa não é, nem pode
ser, U80 de finnà, no sentido do art, ~ •. do Decr. n. 916 de 2~
de Outubro Je 1890, mas sim um dístico para indicar aos in·
tessados que «n' aquella casa ainda existe qnem tem reA]iOnsa7ri·
- 376-
Te1'Ceit'0 considerando
Concurrencia de8leal
.
A eS8a propriedade, que para os appellantes nem sequer
existe, escriptores como Calmels, referindo-se aos nomes de
~~.~ ~
- 386-
familia, eOl1sideram a, mais ab807<<fa de todas, prolwie(la(7,
em que nem se dcrc tocar. (Dcs No'/l1s et Marq. de }'ab.)
pago 73).
E tão respeitavel como a do nome patronymico é a da
firma commercial, pois que, se o primeiro distingue um ho·
mem dos outros" a segunda distingue um negociante dos SIlU~
concorrentes.
D e como é l)rotegida essa especie de propriedade nos
paizes civilisados, póde-se avaliar por dous arestos que,
delltrfl muitos outros, vamos citar.-Tendo o jornal Le Gauloi,
começado fi publicação de um romance, com o titulo Pot-Bouille,
do conhecido escriptor Zola, logo que nelIe appareceu um per·
sonagem com o nome de DtlVel'dy, lIome que era o de ,um advo·
gado de PllriZ, redamou este- sua snppressão e, Com'll1auto
declarasse o romancista Qne nenhuma allusão thllia' querido
fazer, pois que nem sabia oa existencia do II.dvogadn, orllenou
o tribunal que o nome fosse supprimÍll0, prevenindo, na seno
tenç~, que fi !luppre~são não poderia consistir em uma simples
allera r;ão orthographica, de modo que se conservasse a lIIe~ma
COllsolllillcia.-Deci:-ão inspirada nos mesmos princípios foi
proferida no proce~so intl3ntado por dous membros da família
Miron .contra o escriptor ]J[orin, que adoptára nos seus livros
O BnagraJllllJa de MirOl1. 0 tribunal, atlf>noendo â possibilidade
de cúnfllsão, prohibio que Morin usasse do nome ]JfiTon em
suas obras 011 expuzesse á venda qualquer trabalho com este
Domp. (Dalloz, S11]Jp. auRép. vb. Nom).
De cel to estamos longe da coarctada de que o Sr. An-
tonio de Bal'l'OS Ramalho Ortigão nada t.em que "SI' com o
seu nome escripto á porta dos negociantes Gm'queira & Soares,
porque esse Ortigão não é elle, mas um Ortigão qualquer t
A COllclusão do que acabltmos de expor é que Antonio
de BalTu; Ramalho Ortigão t.em o direito de,até por acção
criminal, impedir que C~rqt1eira & Soar'~8 usem de seu n(Jme
(Cod. Penal art. 353 § 6·) da mesma fÓl"ma que 0111 appellados
tef'm o de impedir que ~e use da sua firma, com ou sem altera-
ções. 8e preferimos propôr a acç1io em nome da firma, foi
porque, como dissemos Das razões de.fI. 113, o fim com que
em"queira & Soares commettem elSsa usurpação é aproveitarem·
se do nome OrtigãO' para o seu negocio, e é a nova s_ociedade
fundada por Antonio de Barros Ramalho Ortigão a quem isto
principalmente prejudica.
Até certo ponto de suas razões a defesa dos appellantes
consiste em allegar que não usam da firma em que figura0
Dome Ortigão, chegando a affirmar que não são firmas o que
está €scripto á porta de sua casa, mas meros disticos (Replica,
- 387-
por uma firma a outra; e como a firma social não é coisa que
se possa compor com os nomes d!3 negociantes que não sejam
os proprios socias, a lei auctorisa que, ao lado da firma dos
adq uirelltes, se inscreva a firma dos cedentes, com a declara-
ção de que S9.0 successores de~tes. A firma, repetimos, só pode
ser cedida para ser empregada pelo adquirente com a declara·
ção de slteecssor, e bto pela razão de que um nome ou uma
firma não se transferem de um a outro, nft'l pódem ser, fóra
d'aquella condição, objecto de negocio. Mesmo para que a
sociedade appe11ante pudesse .usar, com aquella clausub, da
firma que se dissolveu, preciso era que isto tivesse ficado es·
tatuido no distracto. Ora,' o distra~to é mudo a este respeito,
liem se poderia cogitar de transferir ouso da firma Cerqueira,
OJ'tigão & a. qllal1do' cada um dos socios tinha o proposito,
que immediatamellte se realizou, de fundar nova sociedade.
Mas ainda neste ponto cahem os appelhntes em contradic-
ção flagrante, sustentando, ora que a qualidade <le successores·
111es dava o (lil'eito, lhes impunha até o <levc/', de conservarem
na portada a antiga fi1'ma, ora que nenhuma responsabilidade
teem porque já alli a acharam, sendo mero facto negativo o de
a não mandarem eliminar. Uma de duas: ou a conservação é
um dever e é peh vontade de cumpril·o que 08 appellantes
não retiraram as firmas de suas portas, ou é um aelo negativo, ,
e, então, não é pelo sentimento do dever qlle e11e3 as não eli-
minam, mas por simples omissão, pela qna1 sllppõem que não
podem ser condemnad03. i\Ia~, simples omissi"lOqllando os ap·
pelhHlos começaram por se dirigir aos appellantes chamalld()
. sua attenção para, o facto e pedindo, em termos muito corte·
ze~, que o fizessem cessar? omissão, mesmo depoistUe inti·
mados para a acção, mesmo det>ois de condemnados pelo tribu·
nal de primeira instancia?
. Ter escripto as firmas, ou conservaI-as é, na hypothese, a
mesma coisa, porque é absurdo suppor q ne algnem deixe em ~ua
casa o nome de outrem sem um fim qualquer.
O primeiro cuidado (10 particular ou do negociante, ao
entrarem para um edificio, é dissipar qualquer confusflO que
se possa dar com os que ne11e anteriormente habitaram.
O aresto dos tribunaes francezes no' processo Valentino
esclarece bem este ponto, bem como outros que se discutem na
presente causa; e como teem os appellantes a pl'etenção de
que só elIes entenderam esse caso, somos obrigados a .referir
em que elleconsistiu para tirarmos a verdadeira lição que
encerra.
Um certo Chabl'and havia illstallado em uma casa da rua
Saint·Honoré uma sala ele concertos, que ficou sendo conhe ..
- 391 -
ACCORDAM
Ortigãú & C. não podiam mais usar os appella !ltes, lJor (lever
~stai' fill(la a liquidação da dita firma, e não a terem os
appelbutes adquirido, estando a mesma extiult l; -deiXdll(lo
este terreno, tOlnaram a snstelltar,.á fi. 116, que é para fllll
de cOllcurrellcia desleal que os appeIlantes têm ~ porta â firma
com o nome-Ol'tigão-para recommelldal'em·se com a honrosa
tradic,ão deste nome, que é preprieflade <le outl'em qlfe, exer-
<sendo a me:mw. iUllustria, delle se earece aproveitar para o
mesmo fim; fi üe este fi\cto constitue concurrenciadesleal,
porque neIle hn o proposito de, por mt'io de uma. confusão,
chamar a si parte da clieutela alheia; assim que, á n. 119,
não insistindo mais na illvocação dos decretos ns. 3346 de
1887 e 916 de 1890, declaram os appellados que não propu-
zeram a acção especial, na fÓl'ma de lei e~pecial alguma, mas
propuzeram a acção ordinal'ia facultada a. todo aq uelle que se
sente prf'jndicado pelo facto de outrem.
Entretanto, nas razões á fi. 175, ante o juizo dlit appel.
lação, os appellados de novo allegam-qne se tl'ata de questão
que te:.u. aS:lento na legíslação-: o decreto 916 de 1890, o
Codigo Penal, art. 353 § 6°, expressamente consagrado á
hypothese, e ainda o decreto n. 3349 de 1887 art. 14 § 7,
fonte proxima da disposiçfw analoga do Codigo.
A mesma vacillação de idéas que se nota nos articu·
lados e arrazoados dos appellados, patenteia-se no accordam
appelhul0. .
Ao principio oaccordam mostra que o nome eommercial que
distingue o commerciallte de seus concurrentes, tem, tanto
como o nome civil, a protecção das leis, como-se vê do Codigo
FerraI, dos decretos de ] 887 e 1890; accusa a firma appel·
. lante de não ter .qualificativo que indique a continuação das
:tirmas estampadas á sua porta 011 a liquidação dellas, nos
termos do decreto da 1890 art. 7~ l)aragrapho unico, e o Co-
digo COllimercial art. 341; pondera que essas firmas desap ..
pareceram-como as sociedades ás qml.e~ serviram de nome,
se dissolveram; depoi~, passando a outra ordem de conside·
rações, salientQ que o nome Ol'tigão, componente dessas firmas,
é o de um dos'socios da firma appelladae replltada no com-
mereio, o que pó de induzi!' em erro os terceiros sobre a iden-
tidade dos dous estabelecimentos, sendo esse nome tRmbem
parte da firma appellada, qüe assim fica prejudicalla ; refere·se
á insct'Ípção do nome cOillmsrcial nos portaes e taboletall como
uma das manifestações do direito do seu uso legitimo; lembra
o julg<tdo da OOM]' ÜC P,tris sobre a questão do nome «Valen-
tino» getdO ao nm café· concerto, e conclue: que a dissolução
das sociedades commerciaes faz desapparecer o nome dell . . s;
~.
- 396 -
ACCORDAl\l
Aggravo cornrnercial
ACCORDAM
•
Applicação do Co digo Penal da Armada,
.de 189J .-Confirmação de!lentença do Su.,.
prllmo Tribunal Militar.
ACCORDAM
ACCORDAlIl
Habeas-corpus.
Crime de· rapto seguido ie defloramento
(art. 470 § 20 do Cod. Penal). _10, Assiste
ao pai o direito de dar queixa por sua filha.
malQr de 21 annos. 2', O perdão da otfendida
não põe termo ao processo. 3', A falta de
corpo de deHato não constitue nullidade do
processo.
Recurso de habeas-corpus D. 959.
Rec01Tente-Bachm'el Lauro Lopes Villas-Boas, e'ln favor
do paciente Sebastião João Longo.
Recorrido - O Tribunal de .t4ppellação da Bahia.
Supremo Tribunal Federal
PETIÇÃO
ACCORD_UI
Vistos estes autos, etc.
NeO"am a ordem de Tzabeas-coi'pttS impetrada por Sebastião
João LO~lg0, por serem improcedentes as nullidades allegada5
contl'a o despacho, qne o pronuncionno art. 270 § 2° do Cod,
Penal, visto ter o pae direito de dar queixa por RUa filha,
ainda que maior de 21 annos, porque o jillw-jarnilia8, qnal(IU~r
que seja a edade, p~rmanece sob o patno poder; - o penlao
- ~3L-
PETIÇÃO DE RECuRSO
ACCORDAM
Legislação Federal
OBSERVAÇÃO
Bernardino de Oampos.
- 442-
CAPITULO I
CREAÇÃO E NUMERO DOS OFFIeIOS DE CORRETORES DE FUNDOS
PUBLICOS. CONDIÇÕES DE HABILITAÇÃO. I:~·VESTIDURA PARA
OS MESMOS. IcIANÇA. VAGA DO OFIcIeIO.
CAPITULO II
PREPOSTOS DOS CORRETORES
CAPITULO III
COMPETENCIA, EXERCICIO E FUNCÇÕES DOS CORRETORES DE
FUNDOS PUBLICOS
CAPITULO IV
C.A.PITULO V
ASSEMBLÉA DOS CORRETO~ES. BLEIÇÃO DA C.l.MARA SYNDICAL.
ATTRIBUIÇiES DEST.l."E DO SYMDICO
. ....
-451-
CAPITULO II
OPERAÇÕES E LIQUIDAÇÕES POR COMPENSAÇÃO, A PREMIO E FIRMES.
REPORTS. NEGOCIAÇÕES À PRAZO MEJUANTE DESCONTO. VENDaS
POR MANDADO JUDICIAL.
CAPITULO IV
RESPONSABIF..IDADE CIVIL DOS CORRETOIES. SANCÇÃO PENAL.
DISP0SIÇÕES TRANSITORIAS
Be,'nardino de Campos
ARTIGO I J.RTICLE I
ARTIGO II ARTICLE II
ARTIGO IV AR'l'ICLE IV
ARTIGO IX ARTICLE IX
ARTIGO X ARTICLE X
ARTIGO XI ARTICLE XI
A maI'o Oavalcanti.
-·480 -
DIREITO PROCESSUAL
o privilegio do fÔro para as causas da 1I'a-
zenda Naoional restabelecido pela lei n. 242
de 29 de Novembro de 1841 foi abolido, e re-
vogada por tanto a mesma lei' ...
J. F. POGGI DE'FIGUEIREDO
.,
JURISPRUDENCIA
Jurisdiação Civil
ACCORDAM
Recurso extraordinario n. I I I
A.CCORD.A.M
ACCORDAM
ACCORDAM
-494-
•
E' oabivel a appellação :ex-o!7icio nos pro-
oessos executivos fiscaes.
O proourador seccional da Republica,como
representante da União, é parte legitima
para demandar uma divida fiscal de qual-
quer dos Estados da União em virtude de
aecordo celebrado entre o Governo Federal
e o dito Estado para arrecadação por farte
d'aquelle de impostos de pro duetos d eate,
por intermedio das alfandegas dos logares
por onde se etfectue a exportação dos re-
feridos productos. '.
Já pelo valor litteral dos propri08 termos
do art. 666 da Consolidação da. Leis das
.Alfandegas, já pela sua combinação com 08
do art. 537 § 1" da dita Consolidação, o
engano ou erro em despacho de que falia
aquelle artigo é o que se dá no calculo.
isto é, nas operações arithmeticas para a
determinação da quantia a pagar pelos di-
reitos devidos; sendo, por tanto, inappli-
caveI ao caso de erro na interpretação da.
lei a prellcripção extinotiva de um anno para
as reclamações da Fazenda, estabelecida no
oito art. 666.
Intelligencia do art •. 14 do Decr. n. 173 B
de 10 de ietembro de 1893 e do art. 666 da
Consolo das Leis das Altandegas •
ACCORDAM
•
-496-
ACCORDAK
-<te appellação
JI~II IVâBtoBl,'1 ex:postosl1I6 I dt1scutidl(J~, estes ·autos
clvel, entre partes, como ré appellante a Fazenda Nacional,
- 503-
e como autora appellada a Companhia. de Navegaçã.o Nord·
dentscher Lloyd de Bremen:
Oonsiderando que o art. 15 do decreto n. 528, de 28 de
Junho de 1890, revogado pela. lei do orçamento de 1896,
permittia às companhias de navegação que houvessem tram-
portado durante o anno 10,000 immigrantes pelo menos, sem
que tivesse havido reclamação alguma a respeito das bagagp.n~
e tratamento dado aos immjgrantel!, o premio de ceJ;n ltil
francos;
Considerando que desta disposição se conclue que o dí·
reito ao dito premio dependia. destal! duas condições:
1-, que a companhia de navegação houvelilse transportado
durante o anno 10.000 immigrantes pelo meDQS;
2°, que durante o anno não tinISse havido reclamaçÃ,o
alguma a respeito das bagll.genlil e do trata.mento dado MS
immigrantes j
Congiderando que, quanto aos immigrantes transportad&!
durante o anno de 1890 nos navio!! da appellada, esta sati8fe7j
a 1a, mas nio a ~~ condição; porquanto houve reclamação por
parte dos immigrantes, vindos no vapor 01tio, com~ se vê da.
parte offl.cial apresentada â Repartição Oentral de Terras e
Oolonisação pelo interprete Eduardo Nicolick (docum.ento á
fi. 73), dando o mesmo interprete o seu testem.nho a respeito
da falta de asseio e do ml\o passadio, reclamação que o ins-
peetor geral levou ao conhecimento da appellada por offleio de
29 de Outubro de 1890 (documento t\ :fi. 74);
Considerando, porém, que, quanto ao premio correspon-
dente ao anno de 100 1, a appellada tranl5portou nos seul'!
navios 19.611 immigrantes, e Dão ~e provou ter havido por
parte destes reclamação sobre &8 bagagens ou o tratament.o;
Considerando que, com effeito, comquanto se leia na car·
tidão â fi, 83 qna tconsta dos papeis archivados na 8ecretaril\
(da Inspectoria Geral das Terras e Colonisação) que as quei-
xas dos immigrantes transportado!! no vapor Leipsig, foram
verbaes:., não se diz sobri que verlavam, quando e perante
quem forlm feitas taes reclamações, nem dfilIas se deu conhe-
cimento á. appelIada;
Aceordam dar provimento á. appellação para absolver a.
appellante do. pedido, quanto ao premio corre,spondente 3,;>
anno de 1890, e confirmar a. ~entença na parte ém que con·
demna a appellante ao pagamento do premio correspondente
ao anno de 1891 e juros da mora. Oustas pI'O f·Clta.
Supremo Tribunal Federal, 7 de Abril de 1897.-Aquino
e Oa.,tro, presidente. -José Hygino.-Jol1lJ Pedl'o.-Perein!
Fl'anco.-Pindakiba ele Matto8.-Manuel MUl'tinho.-Bel'ftar·
'~,
504 -
ACCORDAll
ACCORDAM
Embargante~Dr.
Jeronymo Caetano Ravello.
Embargada- A Companhia Estmda de Fen'O Bahia e
Minas.
Supremo Tribunal Federal
ACCORDAll .
ACCORDJ.M
PBTIÇÃO
TERMO DE AUJHENCIA
SENTENÇA
DIll. TOL. 73
Jurisdicção Commercial
Reoorrente-Jo8é de Maoedo.
Récorriãa-..4 Oompanhia de Estiva.
Supremo Tribunal Federal
ACCORDAM
ACCORDAM
ACCORDAM
ACOORDAM
.A.ggravo çOllllllercial
ACCORDAlII
J urisdicção -Criminal
Conflict:o de j~risdicção n. G5
Entre o juiz 8eccional do Estado de Pernambuco e o ;ui'
da comarca de Palmare8 no mfl.~mo Estado.
Supremo Tribunal Federal
ACCOIWAM
Conflict:o de jUrisdicção n. 64
ÁCCORDAM
ACCORDA-K
ACCORDAM
ACCORDAM
ACCORDAM
ACCORDAM
I-Iabeas-corpul!D n. 921 I
. PETIÇÃO
ACCORDÁM (FL. 4)
Vistos e expostos estes autos de petição de habeas-cm'pus,
em que é paciente Antonio José Fagullde~, nao tomam conhe·
cimenl'o da dita petição por .!lã·o e;<tal' <levi,lamente inst.ruilla.
Supremo 'rribullal Pederal, 31 ,In ():Jtnhro <1B 1896.·_-Aq!tino
e Oastro, prusidente. -ir. do R,ij.'i;'i:'o 8I1n{o.--P,:reira Franco.
- Âmer'Íco Lobo. -Luciu ao Jle>."o/lça, -·l'inrlahiba de Mattos.
-Macedo Soares, por outro fllli:Ltlueuto, constante dos uutos,
-561-
Dm. TOL.78
-562 -
Ha'beal-C01':pus : - o Supremo Tribunal
Federal oonoede a respoctiva ordem sobre
petição originaria. quando dá-se o cavo de
lmminente perigo de consummar-se a vio-
lencia antes de outro tribunal ou juiz poder
tomar conheoimento da especie.- Intelligen-
oia do art. 23. ultima parte do 1& alinea, da
lei n. 221 de 20 de Novembro de )894.
Habeas-corpo. D. 9~6
ACCORDAM
Habeas-corpus D.
.
965
ACCORDAM
ACCORD.UI
Vistos, relatados e discutirlos estes autos de habeas-
C01pU8, req,uerido pelo advogado Monteiro Lopes, em favor dos
orphãos menores Joaquim 11<lll1enha Lins, 'l'heopllilo Pedro dos
Santos, Satyro Jacob dus Santos, Petronilio :Moysés Rio
Branco, ,h;stevão Pereira de Souza e José Cordeiro de Barros.
Allegou o impetrante, sem adduzil' prova alguma, que tendo
e stado os pacientes asylados 110 CoIlegio Orphanologieo de
Alagõas, foram, ao extinguir-se este, remettidos, por ordem do
governador do Estado, para a Escola de Aprendizes :Mari-
nheiros de Maceió, nH. qual se alistaram sem consentimento de
suas mães, sendo llosteriormellte recolhidos ao Corpo de Ma-
rinheiros Nacíonaes, em cujas fileir:ls verificaram praça, o
que importou um recrutamento forçado, abolido pela Consti·
tuição Federal, e occasiona aos mesmos l)acientos verdadeiro
constrangimento illegal. Das informações, f:lntl'etanto, presta- ,
das pelo governador e Capitania do Porto do referido Estado
ele Alagôas, !e collige que os l~acientes foram alistados na
Escola de Aprendizes Marinheiros da Capital, mediante p,'évia
autorisação de suas nlães e tutores; e que daquelle' estabele-
cimento p[I,s-aram para o Corpo de Marinheiros Nacionaes, na
fórma da legislação qne regula o amImpto.
Estando, pois, á viita do exposto, averiguario que, tanto o
alistamento dos paciéntes na Escola de Aprendizes ,Marinheiros,
como sua passagem para o corpo em que ora servem, se fizeram
com obsel'vaneia das disposições vigeÍltes, accordam negar o
habeas-COl'p1lS impetrado por não !la,ver constrangimento illegal
na praça com que se acham os mesmos pacientes.
Supremo 1' rilJunallTederal, 27 de Março de 1897 .-,dquillo
Oastro, pl'€sidente,-.llfanoel Mm'tinllO.- Jollo Pedro.-JI. do
Espi1'ito 8a71tO,- P-indahiTJa de llfattos.- Pigllch'edo Junior.
Pereira Franco. -111 aced o 8oorc8, - Ribeiro de A lmeiáa, - Bel'-
nanlino Fen'eira--- João Barballw) vellcitlo. ~Jo8é HyÚino.
- 567 -
Ha.eas-corpus.-Prisão administrat~vlL d J .
escrivão de collectoria por sua supposta s'"
lidariedade com o collector achado em al-
cance : illegalidade da prisão.
Habeas-corpus n. 968
Reque1'ent9-Jod Bustaquio de Ara.ujo.
Supremo Tribunal Federal
ACCORDAM
Habeas-corpus
EXPOllIÇÃO
l- ACCORDAM
2° ACCOItDAM
Habea s-corpulII
ACCORDAM
-583-
Babe as-corpulii
ACCORDAM
/
"'7 584-
Habeas-eorjJus ,-Não é caso de recurso de
habeas-coljJUS o despacho mandando que o
paciente reclame perante a autoridade com-
petente contra o facto de haver sido remo-
vido da Casa de Detenção para a de Corre-
ção, estando ainda pendente lIe appellaçio
a sentença contra elle proferida.
Recurso de habeas-corpus n. 963
Recorrente-Lu'iz Araujo,
Recorrillo-O juizo. .
Supremo Tribunll.l Federal
ACCORDAM
Vistos estes autos, relatados e discutidos, delles consta
que Luiz Al'!lljo, ploeesiado lJor tentativa de mOlte (Codi~o
Penal, art. 2V~, § l°, combinado com o art. 13) appelloll
lIa ~enten~a e pende ainda de ,deci~~o eSiie recurso i alIegrt
que foi removido da Casa de lJeten~ão para a de Conecção
e tendo contra isso requerido,o juiz despachou que reclamasse
á autoridade competente: desse despacho intel'poz para este
'l'ribunal recurso de habqas-c01'jJu8. E porque não houve (1e-
ciSrlO 110 juizo a quo, denegatol'ia de 7zabeaa-c01'Plls,.0 Supremo
'l'ribunal Federal não toma conhecimento do recurso, ·llor
Ilão ser caso dell(i!, e. condemna /I recorrente nas cnstas.
Supremo 'l'ribunal Federal, 10 de Março de 1890.-
.i1 quino e Castro, presidente. -JOlW Bm'balão. -Paeira Franco.
Manoel .1l:IU1,tinllO. -Figueiredo Junior. -Be1'nardino Fen'ei1' a,
-lI. (lo ENpirito 8anto,-Ribeiro de Alrneicía.-João Pedro.
- .11iacedo Soares. - A:me1'ico Lobo.- Pinclaltiba de Jllatlo8.
ACCORDAM
Recurso-criIne
.
autor,., como nos dispositivos dos arts. 345 e 346,- estão
comprehendidas não 96 as obrai origina.. , como as trad'Uc~6e8
licitas.
~~.'~
- 694-
Pelo 6Xposto, e
Considerando que o facto incriminado circ.umsereva-se á
infracção do dil'eito do tra-'luclor, e por isso pouco importa a
circumstancia de set' o autor da obra ol'lgÍ1lal de nacionali.
dade fl'anceza e não residente em o nosso paiz j
Considerando que os querelados são os proprios ~ reco-
nhecer, com as provas que offerecêram que Eduardo Ga.rrido
era o dono do original quando teve logar a traducção ;
Considerando que o documento de fi. 8, firmado por
Eduardo Garrido, prova que elle cedeu ao recorrente a tra·
ducção de fls. 10 a tl~ v., que o mesmo Garrido asseverou
ser ~e sua lavra j
Considerando que o direito invocado em favor de Pedro
ti' Vidoeira é susceptivel de apreciação, embora este escriptor
seja de nacionalidade portugueza e não resida no Brazil,
poi3 com Portugal temos a reciprocidade em materia de pro·
priedade litteraria e artística (Decr. n. 10.353 de 14 de
Setembro de 1889)j que, porém, a declaraçãO de Vidoeira e
as da em preza do Theafro de D. Maria II não bastam para
demoustrar que a alludida traducção pertence .áquelle, 13
quando muito serviriam para convencer de que esse escriptor
fez o trabalho pOJ' conta de Eduardo Garrido, que cedeu·lhe,
como recompensa, os p"oveHtos de traductor, em Portugal;
que, para que se reconhecesse o direit l ) autoral de Vidoeira
era preciso que se provasse, antes de tudo, que elle obtivera
do dono do o1'iginal (Garrido) a necessaria autorizaçflo para
traduzir a obra, consoante a "lei portugueza e de Recordo
com o disposto no art. 34'1 do nosso CGldigo. Penal;
Considerando que, segundo o systema patrio, o trab!lho
intellectual materiali~acio no escripto· comprehende·se na
cathegoria dos direitos reaes mobiliarios; que militando em
favor de Garrido e seu cessionario a anterioridade da posse
da traducção, não a posse simplesmente material, mas a da
qttalidaàe de tl'aauclol', mencionada 'publicamente nos an-
nuncios, em ordem a provocar a contestação e a critica dos
interessados, esta circumstancia colIoca o recorrente na situa-
ção de (lono, até prova em cOlltrario, pela regra de que
en fait de meuble la possession vaut tilrej que este modo d.e
ver é tão conforme a direito que muitas nações não dUVI·
daram escrevel·o em suas leis, bastando citar a lei aUemã
de 1870, art. 53, e a lei hnngal'H. de 4 de Maio de 1884,
art. 56;
Considerando que segundo o parecer dos peritos - ~
verifica~se pela confrontação das duas traducções - a que fOI
- 595-
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"
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LEGISLAÇÃO
Legillaqio Federal
•
-601-
§ 2-. Os conhecimentos de deposito e os warraflta corres-
pondentes ás mercadoria! depositarlas nas alfandegas serão as-
signados pelos fieis de armazem e rubricados pelo inspector,
e os correspondentes ás depositadas nos armazens das docas
serão assignados pelos fieis de armazem e superintendenteí, e
rubricado! por um director da companhia,ou delegado especial-
mente autorisado. .
§ SO. N.a falta de armazens das alfandegas e companhias
de Dócas, o Ministro da Falenda poderá autorizar os arma-
zens ou trapiches alfandegados a emittir conhecimentos de de-
positos e I\7arranú observadas as disposições deste decreto,
sob a fiscalisação e com a rubrica do inspector da alfandeg&"
a que estiver sujeito o armazem ou trapiche.· .
§ 4-. Parase dar esta autorisação, é neces!srio que a no-
meação do gerente e do 1I.el do armazem ou trapiche seja ap~
provada pelo Ministro da Fazenda e que o seu proprietario ou
gerente preste fiança, em dinheiro ou em apolices d" divida pu- .
blica federal, no valor que for arbitrada, segundo· as. circum-
stancias, pelo mesmo ministro, para & garantia da responsabi-
lidade do depo!ito das mercadorias, como nos armale. da
Alfandeg-a e Dócas.
§ 15-. Igual autorização, nos termos dos paragraphol ante-
riores, poderá ser concedida 11.011 armazens das eltações das
Istradas de fel'ro, mediante ali melmas garantias de fiança 8
approvação Pilo Ministerio da Fazenda do pelioal encarregado
da guarda e gelltAo e eom 8. fi.calinçllo da directoria da
eltrada. . I
§ 6°. A' execução do diapoaton08 §§ S- a i IJ preeederlo,
além da autorisação prelcripta, iOltrucções dó Ministerio da
. Fazenda, relativas ao fuoecionamento dosarmazen. 8 trapi-
ches, ao pessoal, fianças, condições do. edificioll, garantias
filcaes e acautelamento dos inter,slo, publicos.
§ 7°. Os conhecimento. de deposito e os warranta lerão
extrahidOI de um livro de talão, no qual eerão declaradas
todal!l as circumltancias mencionada. no § l- e o numero
correspondente, conforme osmodelol!l juntos ao prelente regu-
lamento. O livro de talão deve preenéher ai ·formalidades
extrinlecasdol livros de commercio (art. 13 do Oodigo do
Oommercio).
§ S-. Os numerOI dos titulos do livro do talão e da folha
respectiva serão Dotados nOI!l conhecimentos, facturas ou quaas·
quer outros documentos de propriedade, que ficarão em de ..
posito até a entrega da mercadoria.
§ 9°. O depositante passará recibo dfl3 titulo8, no tá.lio
respectivo. .
- 602-
°
Approva regulamento para a execução
do art. 20 da lei n. 428, de 10 de Dezembro
de 1896.
BeTnm'dillo de Campos.
Ameu'fI Cavalcanti.
.. "
-612-
Decreto n. ~.;;;;8-de 21 de Julho de IS9'2'
Amaro Ga",alccnti.
0•• : , '
-614 ~
CAPITULO II
DOS ESPECTACULOS
CAPITULO III
DOS ESPECTADO!tES
CAPITULO IV
DA INSPECÇÃO
DISPOSIÇÕES GERAES
Art. 36. Os actores e mais empregados do theatro ou
casa de espectaculos que não cumprirem as ordens da autori·
dade policial, e todas as pessoas que infdllgirem as dispo·
sições das presentes instrucções, na parte em que não ha com-
minação de pena especial, serão puuidos com a de desabe-
diencia, além das mais em que incorrerem.
Capital Federal, 21 de Julho de 1897. - Amaro Cavalo
ea'fl'i.
DECISÕES DO GOVERNO'
, ment8 das:irltgas que SE':' derem ({aqlli P:)l.' df:'antp. ~ó terão lo,
, gar os concursoS 'nêdiante prévia antol'Í~i'l.(:ão o.~~te ilIinisterio,
".saudJ3 ti fratel'n id~'<le, -,:llbe1'fl) TV)'J'es.-SI'. clil'eetor da
.
Bibliotlieca Na~ional.
. "
-,
Instrucções pa1."a o"co~rs~ ao logar de chefe de secção
da Biôliotheca Nacional, ã que se refere o aviso
desta data. ", .1- 'I>
•
. *:,.: '""
-- 626 -
concursos com toda~ as circumstancias que neUe hou'ver occor·
rido e serão assignadas pelo presidente e commissão ~ulgadora'.
Krt. 13 .. Servirá de secretario nos concurs.os o proprio
secretario ,da BibliothecIt. , .
Art. 14. Findo o concurso, serao remettidas ao minis-
terio respectivo as provas escriptas, uma cópia da aeta e a
lista dos candidatos approvados devidamente classificados.
O director da Bibliotheca apresentará nessa occasião em·
officio reservado quaesquer informações ou ponderações que
julgar indispeJls~veis para que o Governá possa resolver sobre
a nomeação. .
Oapital Federal, 2 de Dezembro de 1896. - Alberto
Ton·eB.
.A..
Abalrnação de embarcações-prova da culpa do sinistro .•.•.• 000 536
- de navios-damno-desnecessidade de prévio arbitr9.mento ..•. o 252
- indemnisação de perdas e damnos a quem cumpre-m,eios de
prova.. ............. ................................• ....... .... 249
Abalroamento no mar-Decr. que manda vigorar regras........ 440
A b~Lndono de navio -responeabilidade ... ,., .... " ..........• " . .. 245
Acção contra o governo municipal para nullidade de contracto,
L feito com a respectiva administração................. ......... 342
de manutenção de posse de terrenos proposta. por Camara Mu-
nicipal perante a justiça local-recurso extraordinario.;.. •.... 489
de seguros-responsabilidade da Companhia seguradorl1.-embar
gos relevantes oppostos á acção................................ 241
.... entre um Estado e individuo residente em outro Estado-com-
petencia -diversidade de leis.................................. 1'14
executiva tem o commandante do navio para hll.ver o psga-
mento' de sobrestadiàs. ........ ........................... ..... 531
.para annnHar lei estadoal e sustar sua execução não compete ao
procurador da Republica. . . . . . .. .. . . . . . .. .. . . .. . .. .. .. . .. . ... . • 227
preparatoria de exhibição-pena de prisão,........ ........•... 544
- publica no crime de furto nao se admitte...................... 553
- .rescisoria para annulla,,'!o de sentença de fallencia-illegitimi-
dade-questão........................................ .......... 253
Aceordo entre o Governo Federal e o dos Estades para arreca-
dação por parte daquelle de pro~uctos destes-competé~ia neste
caso do procurador da Repubhca para demandar 4ivldllo fis-
cal dos Estados .....•.........•..................•.. ·0 ••• 'i!>;... '~94
Ag~ra'Vo adimitte-se do despacho do juiz federal que se declaJ'a
l.ncompetente em causa cujo valor cabe em sua alçada •.
cabe da decisão sobre a excepção declinatoria f01·i............
o... .. 540
a46
càbe do despacho do juiz federal que reje~t~ in limine a pe!i.
ção inicial de acção contra governo mUlllClpal-qual a acçao
em 'tal· caso .........•............................•....... ·.·.• 342
interposto de outra. deoisão de aggravo quando conhece-se.... 343
- 630-
Aggl'avo não cabe da decisão que rejeita a excepção de illegiti-
midade de parte............................................... 345
não é provido quando o dUlllno não se acha comprehendido
na disposi\'ão da Ord. liv. 3°, tit. 69 pro e § l°.... ......... 341
não Úlh o despacho que recebe para discus8ão embargos re-
levantes á acção de seguro... ..•. . ...•. .. .... . .........•.. .•. . 241
n~lo se admitte da sentença que julga a não interdicção.... .. 1112
deve o juiz a quo dar as razões de direito ............ ,. "," .. 341
Alçada quando se trata de competencia ou iucompetellcia de
juizo-aggravo....... ............•...................... 539 e 540
AU'audcgas e mesas «Ie rcn,las-nova tarifa................. 44~
Amanuease da secretaria da Justiça e Negocios Interiores-ex·
tincção c.e dous logares ...................................... 480
A I) ()Hcl'OS dos Estados e estampilhas do sello federal-falsillcação
-competencia de justiça..... ................................ 516
Aposentaduri:a dos magistrados em disponibilidade-nullidade
do Decr. n. 2056-eompetencias .................... 146. ;,00 e 524
-A~,pt·iia.("à() cabe da sentença que, excedendo de seu objecto na
exrep~ã() de incom pctf'llcia, decide a que8tão principal....... 174
- crime ex-o/ficio do juizo federal não é cabivel.. -.. .......... . 306
- da decisão Cjl1cjulga os erllbargos em acção decel~dial-elreitos 233
- ex Qjíicio cabe 1I0S executivos Jlticaes.... .. ................ ... 4\J 1
Arlútl',"'lcnb prévio -abalroação (le navios.................... 252
1I.1·sena"s ,h\ r.;'ucr::,a. escolas militar'e;;, e:;colas praticas, dc.
nos Estados ern que dcpenllencia estão.......... .... ... .... ... 15D
J'..1·(i:.\"'.s .h\ g'1I1')"'a e Coei. Peno da armada-npplicação........ 304
Assigllat!u·:t da petição do rcc,)ITente para rcyj,.;ão crime ... ;,51 e [;52
ASSH(,iaç;i" politica «Cent.ro l\1onarchista de S. Paulo»- prohi-
bição úe reunir-!>e e funccional'................................ 311
A 'liaJi::4"à .. dos damno6 feito antes da açcão para o fim de fup.-
damentar o pedido............................................ 522
An'al'jas-yistoria'. . . . . .. . . . .. . . .. . . . .. .. . . . . . . . . .. . .. . . .. . . . . . .. . 2.J.ü
~7-:ll
~
nilJliothc~a. Nacional- instrucções para o concurso de chefes
de secçao.e de aml:\llucnses.................................... 623
-·631-
COlllpetenci:\ da justiça fedêral para eonhecer da ncção entre um
fj;stado e individuo residente em outro Estado ................ . lU
- - para os crimes imputados a directores de estradas de
ferro da Uniào ..... : ........................................ . 515
de justiça não diversificando as leis dos Estados a que per-
tencem os litigantes ...................................... 539 e 540
- para os crimes de falsificação de estam'pilhas federaes e
de apolice>! dos Estados, clJmmettidos pelos mesmos individuo!'. 546
do jui7.0 federal no li:slado em que o magistrado tinha exercicio
quan:.lo foi posto em disponibilhlade para a acção de nullidaoje
de sua aposentadoria ...••..........................•......•...• 500
- - - em que residir o representante de companhia estran-
geira para esta ser demandada .............................. . 538
do procurarlor da Republira para demandar :li vida fiscal dos
Estados ...............•........................................• 494
do Supr. Trib. Fed. para conhecer dos aelos do. presidente
da CÔrte de AppeIlação do Districto Federal eomo dá·se ....... 512
dos Estados para decretar impostos de exportação eomprehende
a exportação de uns para outros Estados .......•......••.~ ]84 e 213
ou incompetencia de juizo-não 1lrevalece a alçada ......•... 539 e 540
Computo da pri~ão preventiva na pena legaL.................... 318
- - - no cumprimento da pena-conversão da multa........... 584
Con.lcmn:\ç:lo de custas ])1'0 rata............................... 251
C"nservatorio (h·:lInatico-extincção........................... 611
Contra,,'o de mCcleos agricolas-caducidade-indemllÍsação..... 515
- de reboque-principios que o regulam... ...................... : 47
COIH'cn.,.,ào Postal UnivCl'sal-adhesão da Coréa........ ...... 618
- 'I'cll'graIJltic:t luteruacian:l!-entrada da colonia ingleza ('O
Ceylão ......................................................... .. 475
- -. - modificação das tarifas e do regulamento ..'. .•...•.....•. 480
COIl ,'crs:io da pena <.. .. .. .. .. . .... .. .... .... ......... ........ .
~ 55!)
- - de multa na de prisão ........................ " ....... " ... . 58!
(;Ol'r«,tor de fundos publicos. corno depoflitario de tits. de tereei-
ros, subtrahidos de seu peder-sua legitimidade para demand'ar
a restituição ou indemnisa~üo ................................. . 504
COl'rMol't's de fundos publicos da praça da Capital Federal-re-
gulamento ....................................................... . 441
Causa ('ommulIl praticamente indivisivel-meio de evitar o tTes-
frude de um dos consenhores com prejuizo do~ demais ..... . 357
(;l·j ... ~ de estupro em menor de H annos, sendo casado o autor .. 4t5
- de f'Ul'to- inadmissivel a acçao -publica ...................... . 553
de injurias-inconstitueionalidade tia lei estadoul que confere.
ao ministel'Ío publico attribui~ão para promover o respectivo
processo .... " . '" ." " .....•................... '" ....•........ 422
de rapto seguido de defloramento em maior de 21 annos ..... 426
inafiançavel-nullidade do processo da pronuncia em diante
não autorisa a soltura do l'éo ...................•........ '" ., . 536
Crimes de falsificação de estampilhas do sello federal e de apoli-
ccs dos Estados, commettidos pelos mesmos individuos-eom-
. 'petenci:J. de jus.tiça ....... " ............... '" ............. :.: •... 546
ln1pladuos a dU'cctores de estradas de (erro da Ulllao-
competencia ...................•.......••............ " ...... , . 545
CUll1lJlicidadc criminal não dá-se quando o concurso não é pre-
stado dolosamente........ . ................•....•.• '.' .. '...... . 290
Custas pro rata condemnação ...... ' " ...•.....•...... ; :-.••... 251
, .
Dall1no cau~do por abalroação de navios - desneeessidade de
prévio arbitramento... ... . ...... .. . .. ......................•.. "252
- irreparavel não causa o despacho que recnsa requisitar a ex-
hibição de livros e papeis de repartitlões publicas............ 523
Del(~ga(lia especial do l\Iinisterio da Fazenda no gstado do Rio
Grande do Sul - alterações no decreto de sua creação.. . .. ..• 438
- 632-
'Despacho de mercadorias - engano ou erro qual é ... '" .•..• " . 494
Dissolução de sociedade - perecimento da firma _. coneurrencia
desleal pela continuação da firma á porta de um dos socios. 359
Doação - a decisão sobre nullidade não é casO" de recurso ex-
traordim,rio .... , .................................. '. .• . . . . . . . . . . 355
-:- Causa mortis feita pelo marido á mulher -questão. ••••.••..... 218
Docas e caes -obras no littoral dos portos....................... 176
Domicilio do commerciante qual é......... ............... ....... 420
I
Idade do alistando no exercito como deve ser provada •...•.• , ., • 490
- do réo-prova bastante ...• , .................. ".: ..... ' .. , ... '!' 550
Igreja, cYependencia de convento de ordem extincta-;-manutençao
de posse ...•..•. , .....•............. , ..... ".·· ._'1 •••• ••• ,... • 173
Illegitimi(ltllle cYe acção l'escisoria para annnllaçao de sentença
de fallencia ... , ............. , .. _........ ; ..' ...... ,., .•• , •. ,.... 263
IIDlnigralltes transportados por companhias de' jlavegação-
premio a estas ................. ,............................... 502
Impostos de exportação inter.estadoal................... 184 e 213
- 634-
Incompatibilidade docommerciante que tem contracto com a
Fazenda Nacional para o cargo de procurador interino da Re-
publica .............................................. , . .. . . . . .. 260
lneolRlJe<eucia de juizo allegada antes da decisão recorrida
-aggravo de outra decisão de aggravo....................... 343
- do juizo federal para acção de nullidade de demissão de escri·
vão de pretoria do Districto Federal. ..... " ............ " ... . 512
Inconstit,ucioualitlatle de lei estadoal-acção para annullal·a
-avocatoria.......... . .. .. .... .... ...... . .. .... .... .... .•....• 227
lndemnisa"lào a que ficam sujeitos os Estados que prohibem a
venda de bilhetes das loterias geraes ............•... ~..... .... 337
de perdas e damnos, consequentes de abalroação, a quem cum-
pre-meios de prova do sinistro. .....•....................... NO
- - - por parte da Fazenda Federal, por obras feitas por seus
encarregados em terrenos alheios................. ........... 320
- de prejuizos, oriunda de .:!ontractoB celebrados com o Governo
da União - isenção de direitos de importação................ 4HZ
~ do valor de titulos de terceiros, subtrahidos do poder de cor-
retor, compete a este pedir em .i uizo 1 .. ' .... .. . .. ........ .. .. 504
= pedida em embargos de declara(:ão nj~lo se attende............. 522
- p0.r.motivo de prisão de pessoa suspeita durante o estado de
SItIO •.•••.•..••.•••••••.•••...••..•.•••• , • • • •• • • • • . • • • . . • • • • • . • 50.!
- por parte da Fazenda Nacional pela caducidade de contracto_de
nucleos agrícolas .............. , ................•. " . . . . . . . • . • . 515
InimIJut,thitidatl? (AJ ..••. '....... ...••....•.. •.••. •...•.•. ••..•• 161
Injurias (Crimes de) - inconstitucionalidade da lei estadoal que
confere ao ministerio publico attribuições para promover ore·
spectlvo processo....... ........•.........•....•.........•.... 422
- vcrbacs - revis!io do processo - reforma da selltença con'
demnatoria .......... " .•..•..•...•............•......... " . .. . 3il2
InstrU(lçtHls para o concurso de chefes de secção e de amanuenses
da Bihliotheca Nacional.. ......... ........... .... ............. 623
Intclligenci:t do art. 666 da Consol. dãs Leis das Alrandegas... 494
- do art. 10 da Consto Fed....................................... ::137
- do art. 34 § 23 da Consto Fed ................................. · 4~2
- do art. 5H § l° letras a e b da Const, Fed...................... 4S0
- do art. 5D n. III da Const. Fed................................ 1;:;
- do art. 60 letra d da Consto Fed............................... 174
- do art. 60 letra d 2'" parte, dll Consto Fed........ •...• 53\) e 540
- do art. 81 da Cou'st. Fed....................................... 551
- do art. 6° das disposições transitarias da Consto Fed .146. 500 e 524
- dos arts. 7 n. 2, !:I n. ll.l § 2°. (J 34 § 50 da Consto Fed. 184 e 213
- da Ord. liv. 30 tit. ÜO pro e § l°........................ ........ 341
- da Ord. liv. 4° tit. 96 § 5 ..... •......•......................... 357
Q
Quci1a do pai por sua filha maior de 21 annos! raptada e
deflorada .....................•.. 0 ••••••••••••• 0 •••••••• •••••••
....
., ~~~~
~:.".'
INDICE 0I1R01IO-LOrl!CO
'. ,
LEGISLAÇÃO FEDERAL
ACTOS DO PODER LEGISLATIVO
LÉI N. 433 DF, 12 DE JUNHO DE 1898-Fixa a força naval para
o exe;rcicio de 189$ ..•••... , ....•.......•·•• . .......•....• ,..... ,137
" , " ,
ACTOS DC? ,P~D~~iCUTlVO ~iÇ,·
-- vutJ .-
• JIt.>."" - '
e~!f. ~.~~ .~~~~~:~~~~ .~~ .~~I~~?~. ~.~~I.i:~.S. ~.a. :~~ç.~ ~.~. ~:~i~~::, 't4I'
ú N .'2.482 DE 22 DE lIIARÇO DE '1897-Altera em alguns ' -
, ~ di~posiçQes lIo.rlecreto n, 590. de 17 de Outubro de 1S9l.' 46.
I!;í:,.,., ) N. 2,.189 DE 3i DE MARÇO DE 1897 - Manda exe' ,.
cuta). o Trataáo de Amisade, Commel'cio e Navegação celebrado
cntre o Brazil e o Jap'ão, em 5 de Novembro de 1895 ....... ,.
B:tRETO N. 2.495 DE 14 DE ABRIL DE 1897 - Crêa com o
pessoal que for neces8ario uma legação no imperio de Japão' e
• um consulado Ireral de 1.0. classe com ~éde em Yokoaina~."". 47,4
J<;CRE'l'O N. 2.499 DE 19 DE ABRIL DE 1897 - Publica a deds. '"
tOlnadà pelos governos da Al1stri~ e da Hungria de a . - e m • "
I 11 União para a protecção da propriedade illdust~ial. ~ :I"~,
CRETO N. 2.50:J DE 24 DE ABRIL DE 1897 - Da r e g ' '
ao § 6° do art;,,!O do decreto n. 1.746 de 13 de Outubro": ' " ~,
CRE'DO, N. 2.507 DE 4 DE MAIO ])g 1897 - Publica a entJ!ad.., ~'
da Colonl~ Ingleza do, ,Ceyliio na Convenção 'relegrapWti.~i;~'
riR~~,~c~0.n~I.5·úi DE' '22 ~E 'úÃiü" iúi;' iS9i: ::.:"; 'r'~g~i~~é~'
p~ra a execução do art. 5" da lei n. 177 A, if 15 de sete~" ~
"i- .
bro de 1893 .. '. . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . .. . • . • . . . . . . . . . . . • 4/6
ECRETO N. 2.522 DE 24 DE MAIO DE 1897-Marca o vestÍlario
que,"no exert'icio de suas funcções e solemnidades publicas., "
devem usar os juizes federaes e os procuradOI'es da Republica ~79
"CRETO N. 2.523 DE 24 DE MAIO DE 1897 -Extingue mais
dois logares de amanuenses da Secretaria da Justiça e Ne- __
fC~Ê~Q, 1~~erk~~~9'j:\~"S 'jü~Ii~ '~i!i'i897':':Ã ?pro~~· ~~.. ~~di)fi~' ",~r~ •
caeões que. segunql)\a revisao feita na conferenola d() Buáa-
~~st." c!év~ sotl'[·Cf ..,uS. tarifas e o regulamento da Convenção , ... , ;
febrapMca InternaclOnal., ......... , ......... '" ..... .. .. . •. ,,ASO
GRETO N. 2,537 DE I DE JULHO DE ISrn-:.fal)da,vigorar'Ii'
em ~u<a'plenitude o regulamento da Secretaria de Estado da "" '~,.'~
Marmha;' promulgado pelo decreto n. I ]();"j A, de _ 30 de' De-, ,i:
zembro de 189"'. ficando revogado o decrtto n. 1.6/3 ile 11 de'
Fevereiro de 1894 " '. ,-' 605
,~ETO N. 2.538 DE' G'D'Ê' jiH,iciü' DE' i197::AI;P~;~';"~ ';~g~:
,amento para cobrança do imposto de um conto de réis (l;OOOa).
i
que estão sujeitas as SOOiedacte, s sport, ivas ................ '"
RETO N. 2.516 DE 9 DE JULHO DE 1897-'-Applica ás Bllcces-
ões drs subditos belgas as disposiçõe~ do tIecreto n. 855 de
Novcmbro de 18;';1. 11 que se ,refere o seu art U ....... ..... '608·
IlE'l'O ~ .2.5-18 DE 17 DE JULHO DE i97- Appl'ova o regu- . '!
amento para a execução do art. 20 ~ lei n. 428 de 10 de
czenJbro de 1896 .. '.................... 4', ; ; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6()9
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