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FASE

Matemática
Eduardo YUDI Tamaki

Física
JOÃO CÉSAR Carvalho Souza
João Pascoal M. PIMENTA

Química
SAULO Theodoro da Silva Júnior

Biologia
Rogério RIGHI
Felipe Leite MANTOVANI

Língua Portuguesa
RICHARD Mascara

Literatura
DYLAN Frontana

Entendimento e Produção de Texto


Marcos Veith CAMARGO
PEDRO Muller

História
Marcelo FERRARO
JOÃO Ivo da Fonseca

Geografia
Márcio SAMPAIO
FASE

ÍNDICE
1151 • M Prof. ................................................................
tema 1 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 5
tema 2 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 10
tema 3 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 17
tema 4 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 23

1152 • M Prof. ................................................................


tema 1 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 34
tema 2 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 39
tema 3 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 45
tema 4 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 51

1251 • F Prof. ................................................................


tema 1 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 62
tema 2 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 80
tema 3 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 93

1351 • Q Prof. ................................................................


tema 1 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 107
tema 2 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 116
tema 3 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 127
tema 4 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 138
tema 5 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 145
tema 6 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 151

1451 • B Prof. ................................................................


tema 1 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 159
tema 2 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 168
tema 3 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 176
tema 4 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 185

1551 • LP Prof. ................................................................


tema 1 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 196
tema 2 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 201
tema 3 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 207
tema 4 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 212
FASE

1552 • L Prof. ................................................................


tema 1 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 218
tema 2 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 228
tema 3 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 234
tema 4 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 242

1553 • ET Prof. ................................................................


tema 1 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 249
tema 2 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 255
tema 3 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 260
tema 4 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 267
tema 5 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 275
tema 6 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 291

1651 • H Prof. ................................................................


tema 1 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 308
tema 2 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 315
tema 3 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 323
tema 4 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 330

1751 • G Prof. ................................................................


tema 1 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 339
tema 2 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 350
tema 3 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 362
tema 4 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 376

1851 • I Prof. ................................................................


tema 1 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 390
tema 2 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 394
tema 3 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 398
tema 4 .......... AD .......... TM .......... TC .......... 403
FASE
MATEMÁTICA
1 PORCENTAGEM

Exemplo 2: Observe a figura:


RESUMO TEÓRICO

1. CONCEITO
A porcentagem é um conceito muito utilizado no
nosso dia a dia, e tem como principal aplicação a
representação de quantidades em relação ao todo,
ou seja, partes de um todo. Vamos a um exemplo
prático:

Exemplo 1:
Consideremos uma sala de aula em que 11 dos 25
alunos são do sexo masculino. Qual a porcentagem
de alunos do sexo masculino dessa sala? Revista Veja, 26/03/2008

Resolução: Da tabela temos que 27% dos cientistas brasileiros


A fração que representa a quantidade de alunos do trabalham nas empresas. Podemos dizer então que
11 no Brasil, de cada 100 cientistas, 27 trabalham nas
sexo masculino nessa sala é . Mas, utilizando as
25 empresas. Já nos Estados Unidos, de cada 100 cien-
propriedades das frações podemos escrever: tistas, 80 trabalham em empresas.
11 11 ∙ 4 44
= = Supondo que existam aproximadamente 25.000 ci-
25 25 ∙ 4 100 entistas no Brasil, quantos trabalham em empre-
Perceba então que dizer que 11 dos 25 alunos são sas?
do sexo masculino é equivalente a dizer que a cada
Resolução:
25 alunos 11 são do sexo masculino. Logo, utili-
zando a equivalência das frações acima, a cada 100 Queremos calcular 27% de 25.000:
alunos 44 são do sexo masculino. Ou seja 44 por- 27
27% de 25.000 = ∙ 25000 = 6.750
cento dos alunos são do sexo masculino. A simbolo- 100
gia adotada é a seguinte:
Resposta: 6.750 cientistas
44
= 44%
100
Resposta: 44%

Obs.: Perceba que a notação 15% é uma represen-


15
tação da fração , que também pode ser repre-
100
sentada na forma decimal 0,15:
15
15% = = 0,15
100

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ANOTAÇÕES

6 ∣ Matemática ∣ Setor 1151 ANGLOVINCI VESTIBULARES


EXERCÍCIOS

1. Complete a tabela abaixo:

Porcentagem Fração Decimal Razão


25 1
25% = 0,25 1 para 4
100 4

3 para 10

7 para 20

2
=
5
31
=
50

0,99

149%

0,01%

2. Calcule:
a) 60% de R$ 80

b) 75% de 72 kg

c) 10% de 40% de R$ 5.000

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3. (Enem) A água é um dos componentes mais impor-
tantes das células. A tabela a seguir mostra como a TAREFA MÍNIMA
quantidade de água varia em seres humanos, de-
pendendo do tipo de célula. Em média, a água cor-
responde a 70% da composição química de um in- 1. Calcule:
divíduo normal. a) 15% de 80
b) 80% de 15
Quanti- c) 70% de 30
Tipo de célula dade de
d) 150% de 45
água
e) 100% de 40
Tecido nervoso – substância cinzenta 85% f) 2% de 1% de 1000
Tecido nervoso – substância branca 70% g) 1% de 2% de 1000
Medula óssea 75% h) 200% de 7% de 500
i) 112% de 12% de 10000
Tecido conjuntivo 60%
j) 1000% de 500% de 1%
Tecido adiposo 15%
Hemácias 65% 2. Do meu salário R$ 1.200,00 tive um desconto total
de R$ 240,00. Este desconto equivale a quantos por
Ossos (sem medula) 20% cento do meu salário?
(Fonte: L. C. Junqueira e J. Carneiro. Histologia Básica. 8. ed., Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1985.)
3. Eu tenho 20 anos. Meu irmão tem 12 anos. A idade
Durante uma biópsia, foi isolada uma amostra de dele é quantos por cento da minha?
tecido para análise em um laboratório. Enquanto
intacta, essa amostra pesava 200 mg. Após seca- 4. Meu carro alcança uma velocidade máxima de
gem em estufa, quando se retirou toda a água do 160 km/h. O carro de meu pai atinge até 200 km/h.
tecido, a amostra passou a pesar 80 mg. Baseado na A velocidade máxima do carro do meu pai é quan-
tabela, pode-se afirmar que essa é uma amostra de: tos por cento da velocidade máxima do meu carro?
a) tecido nervoso — substância cinzenta
b) tecido nervoso — substância branca
c) hemácias
d) tecido conjuntivo
e) tecido adiposo

4. (Vunesp) Um advogado, contratado por Marcos,


consegue receber 80% de uma causa avaliada em
R$ 200000,00 e cobra 15% da quantia recebida, a
título de honorários. A quantia, em reais, que Mar-
cos receberá, descontada a parte do advogado, será
de:
a) 24000
b) 30000
c) 136000
d) 160000
e) 184000

8 ∣ Matemática ∣ Setor 1151 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. (Vunesp) Uma pesquisa realizada com pessoas com
TAREFA COMPLEMENTAR idade maior ou igual a sessenta anos residentes na
cidade de São Paulo, publicada na revista Pes-
quisa/Fapesp de maio de 2003, mostrou que, den-
1. (Enem) A escolaridade dos jogadores de futebol nos
tre os idosos que nunca frequentaram a escola, 17%
grandes centros é maior do que se imagina, como
apresentam algum tipo de problema cognitivo
mostra a pesquisa abaixo, realizada com os jogado-
(perda de memória, de raciocínio e de outras fun-
res profissionais dos quatro principais clubes de fu-
ções cerebrais). Se dentre 2000 idosos pesquisados,
tebol do Rio de Janeiro. De acordo com esses dados,
um em cada cinco nunca foi à escola, o número de
o percentual dos jogadores dos quatro clubes que
idosos pesquisados nessa situação e que apresen-
concluíram o Ensino Médio é de aproximadamente:
tam algum tipo de problema cognitivo é:
a) 680
b) 400
c) 240
d) 168
e) 68

a) 14% b) 48% c) 54% d) 60% e) 68%

2. (Enem) Um professor dividiu a lousa da sala de aula


em quatro partes iguais. Em seguida, preencheu
75% dela com conceitos e explicações, conforme a
figura seguinte.

Algum tempo depois, o professor apagou a lousa


por completo e, adotando um procedimento seme-
lhante ao anterior, voltou a preenchê-la, mas, dessa
vez, utilizando 40% do espaço dela. Uma represen-
tação possível para essa segunda situação é:
a)

b)

c)

d)

e)

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2 PLANO CARTESIANO – ANÁLISE DE GRÁFICOS

Gráfico 2
RESUMO TEÓRICO

• PLANO CARTESIANO
Um plano cartesiano é um conjunto de pontos que
estão associados a pares ordenados de números,
sendo que, por convenção, a notação é P (xP, yP), em
que xP é a abscissa e yP é a ordenada. Na figura
abaixo estão representados dois pontos P e Q no
plano cartesiano.

Gráfico 3

A abscissa de P é 1, e sua ordenada é 2. Já a abscissa


de Q é −2, e sua ordenada é 1.

• GRÁFICOS E APLICAÇÕES
Um gráfico num plano cartesiano corresponde a um
conjunto de pontos (e, portanto, pares ordenados
de números) que podem ser isolados ou podem for-
mar uma linha contínua. Veja abaixo alguns exem-
plos de gráficos:

Gráfico 1 Para representarmos como uma determinada vari-


ável se relaciona com outra, utilizamos com muita
frequência, além das relações algébricas que já vi-
mos no curso, um gráfico.
No gráfico 1, a variável y representa o índice de ab-
sorção de água pela soja (em porcentagem) e a va-
riável x o tempo (em horas). Assim, após 6 horas, o
índice de absorção foi de aproximadamente 1,1%.
O gráfico 2, expressa a relação y = 2x2 + 2x − 4 en-
tre as variáveis x e y. Nesse gráfico, para x = 1,
y = 0.
O gráfico 3 representa a variação da corrente elé-
trica y, em miliamperes, em função do tempo x, em
microssegundos, num componente de um circuito
elétrico. Nesse gráfico, nota-se que o valor máximo
da corrente elétrica foi de, aproximadamente, 590
miliamperes.

10 ∣ Matemática ∣ Setor 1151 ANGLOVINCI VESTIBULARES


• VARIAÇÕES EM UM GRÁFICO
Num gráfico no plano cartesiano, dizemos que:
» o gráfico é crescente num intervalo se, quanto
maior for o valor da variável x, maior é o valor
da variável y;
» o gráfico é decrescente num intervalo se,
quanto maior for o valor da variável x, menor é
o valor da variável y;
» o valor máximo num intervalo é o maior valor
da variável y no intervalo;
» o valor mínimo num intervalo é o menor valor
da variável y no intervalo.

Exemplo:

No gráfico acima, no intervalo 1 ≤ x < 5, temos:


• o gráfico é crescente para 1 ≤ x < 3;
• o gráfico é decrescente para 3 < x < 5;
• o valor máximo é 3;
• o valor mínimo é 1.

ANOTAÇÕES

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EXERCÍCIOS

1. Indique no plano cartesiano fornecido os pontos:


a) A = (1,−2)
b) B = (−2,1)
c) C = (−3,0)
d) D = (0,5)
e) E = (5,5)

2. (Enem) No gráfico abaixo, mostra-se como variou o


valor do dólar, em relação ao real, entre o final de
2001 e o início de 2005. Por exemplo, em janeiro de
2002, um dólar valia cerca de R$ 2,40.

Durante esse período, a época em que o real esteve


mais desvalorizado em relação ao dólar foi no:
a) final de 2001
b) final de 2002
c) início de 2003
d) final de 2004
e) início de 2005

12 ∣ Matemática ∣ Setor 1151 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. Considere o gráfico dado, em que a variável x é um d) Quais os valores máximo e mínimo de y?
número tal que −2 ≤ x ≤ 3.

e) Para quais valores de x o gráfico é crescente?

f) Para quais valores de x o gráfico é decrescente?


Nesse intervalo de valores de x, quais os valores
de y?

4. (Enem) Foram publicados recentemente trabalhos


relatando o uso de fungos como controle biológico
de mosquitos transmissores da malária. Observou-
se o percentual de sobrevivência dos mosquitos
Anopheles sp. após exposição ou não a superfícies
cobertas com fungos sabidamente pesticidas, ao
longo de duas semanas. Os dados obtidos estão
presentes no gráfico.

a) Qual o valor de y para x = 1?

b) Para quais valores de x temos y = 0?

No grupo exposto aos fungos, o período em que


houve 50% de sobrevivência ocorreu entre os dias:
a) 2 e 4
b) 4 e 6
c) 6 e 8
c) Quais os valores máximo e mínimo de x? d) 8 e 10
e) 10 e 12

Obs.: o Enem trocou a legenda. O correto é: ponti-


lhado – não expostos, e linha cheia – expostos.

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TAREFA MÍNIMA

1. (Enem) O gráfico a seguir apresenta o gasto militar dos Estados Unidos, no período de 1988 a 2006.

Com base no gráfico, o gasto militar no início da guerra no Iraque foi de:
a) U$ 4.174.000,00
b) U$ 41.740.000,00
c) U$ 417.400.000,00
d) U$ 41.740.000.000,00
e) U$ 417.400.000.000,00

2. (Enem) Um desfibrilador é um equipamento utilizado em pacientes durante parada cardiorrespiratória com ob-
jetivo de restabelecer ou reorganizar o ritmo cardíaco. O seu funcionamento consiste em aplicar uma corrente
elétrica intensa na parede torácica do paciente em um intervalo de tempo da ordem de milissegundos. O gráfico
seguinte representa, de forma genérica, o comportamento da corrente aplicada no peito dos pacientes em fun-
ção do tempo.

De acordo com o gráfico, a contar do instante


em que se inicia o pulso elétrico, a corrente
elétrica inverte o seu sentido após:
a) 0,1 ms
b) 1,4 ms
c) 3,9 ms
d) 5,2 ms
e) 7,2 ms

14 ∣ Matemática ∣ Setor 1151 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. Considere o gráfico dado, em que a variável x é um
número tal que 0 ≤ x ≤ 4. TAREFA COMPLEMENTAR

1. (Enem) Acompanhando o crescimento do filho, um


casal constatou que, de 0 a 10 anos, a variação da
sua altura se dava de forma mais rápida do que dos
10 aos 17 anos e, a partir de 17 anos, essa variação
passava a ser cada vez menor, até se tornar imper-
ceptível. Para ilustrar essa situação, esse casal fez
um gráfico relacionando as alturas do filho nas ida-
des consideradas. Que gráfico melhor representa a
altura do filho desse casal em função da idade?
a)

a) Qual o valor de y para x = 0?


b) Para quais valores de x temos y = 0?
b)
c) Quais os valores máximo e mínimo de x?
d) Quais os valores máximo e mínimo de y?
e) Para quais valores de x o gráfico é crescente?
f) Para quais valores de x o gráfico é decrescente?

4. (Enem) O dono de uma farmácia resolveu colocar à


vista do público o gráfico mostrado a seguir, que
apresenta a evolução do total de vendas (em Reais) c)
de certo medicamento ao longo do ano de 2011.

d)
De acordo com o gráfico, os meses em que ocorre-
ram, respectivamente, a maior e a menor venda ab-
solutas em 2011 foram:
a) março e abril.
b) março e agosto.
c) agosto e setembro.
d) junho e setembro.
e)
e) junho e agosto.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1151 ∣ 15


2. (Enem) Deseja-se postar cartas não comerciais, d) a obtenção de IDH superior a 0,8 requer con-
sendo duas de 100 g, três de 200 g e uma de 350 g. sumo anual de energia per capita superior a 4
O gráfico mostra o custo para enviar uma carta não TEP.
comercial pelos Correios: e) o IDH é inferior a 0,5 para todos os países com
consumo anual de energia per capita menor que
4 TEP.

4. (Unicamp) Os gráficos abaixo representam a espa-


cialização e proporção da pobreza e da indigência
no Brasil entre 1990 e 2004. Considerando esses
gráficos, assinale a alternativa correta:

O valor total gasto, em reais, para postar essas car-


tas é de:
a) 8,35 b) 12,50 c) 14,40 d) 15,35 e) 18,05

3. (Fuvest) O Índice de Desenvolvimento Humano


(IDH) é um indicador do nível de desenvolvimento
socioeconômico de um dado país que leva em
conta, simultaneamente, diversos aspectos, tais
como expectativa de vida, índice de mortalidade in-
fantil, grau de escolaridade e poder de compra da
população. A relação entre o consumo anual de
energia per capita (TEP) e o IDH, em vários países,
está indicada no gráfico ao lado, no qual cada ponto
representa um país.

Adaptado de S. Rocha, ‘Pobreza e indigência no Brasil — algumas evidên-


cias empíricas com base na PNAD 2004.‘ Nova Economia. Belo Horizonte,
pag. 4-5. Maio/Agosto. 2006. Disponível em http://www.scielo.br. Acesso
em 15/04/2010.

a) Comparando as áreas metropolitanas, ur-


banas e rurais, observa-se que a melhoria
da pobreza (queda na proporção de po-
bres) no período 1990-2004 foi menos
acentuada nas áreas urbanas.
b) Nas áreas rurais, a queda na proporção de
indigentes foi mais significativa do que a de
Com base nesse conjunto de dados, pode-se afirmar pobres.
que:
c) No período 1995-2004, a proporção de po-
a) o IDH cresce linearmente com o consumo anual bres e de indigentes no Brasil se manteve
de energia per capita. mais ou menos constante.
b) o IDH aumenta, quando se reduz o consumo d) A queda menos acentuada na proporção de
anual de energia per capita. indigentes no Brasil, no período, ocorreu
c) a variação do IDH entre dois países é inferior a nas áreas urbanas
0,2, dentre aqueles, cujo consumo anual de
energia per capita é maior que 4 TEP.
16 ∣ Matemática ∣ Setor 1151 ANGLOVINCI VESTIBULARES
3 FUNÇÃO

RESUMO TEÓRICO

• CONCEITO DE FUNÇÃO. NOTAÇÃO f(x)


É toda relação entre dois conjuntos, denominados DOMÍNIO e CONTRA-DOMÍNIO, onde a cada e todo elemento
do domínio está relacionado um, e somente um, elemento do contra-domínio.
Esquematicamente temos alguns exemplos:

Na figura 1 o conjunto domínio é {5, 3, 1, 22, 45} e o contra-domínio é {K, J, I, L, H, M, N}. O conjunto formado
pelos elementos do contra-domínio que estão relacionados a elementos do domínio é chamado de conjunto
imagem. Na figura 1 o conjunto imagem é {K, J, I, H}.
Logo, na figura 2, sendo X o conjunto domínio, Y o conjunto contra-domínio, e f a função que relaciona os ele-
mentos de X com os elementos de Y, usamos a notação: f: X → Y, e sendo I o conjunto imagem temos:
X = {A, B, C, D, E}, Y = {33, 2, 3, 4, 22, 5, 45, 1} e I = {2, 3, 4, 45}.
Geralmente usamos a letra x para indicar os elementos do domínio de uma função, y para indicar os elementos
do contra-domínio e f(x) para os elementos da imagem. Logo, na figura 1 temos que para x = 5, y = K, ou ainda,
f (5) = K. Então, na figura 2, f (D) = 4 e f (E) = 45.
A notação f (x ) é utilizada também quando há um padrão de cálculo para, dado um x, determinarmos o y corres-
pondente. O padrão de cálculo é também chamado de lei da função.
x−4
Exemplo: Seja f : A ℜ uma função de variável real dada por f (x) =
1−x
a) Calcule f (0) e f (2).
1
b) Determine x tal que f (x) = .
3
c) Obtenha A (ou seja, o domínio da função).
Resolução:
x−4 x−4
a) Usando a lei da função f (x) = : b) Usando novamente a lei da função f (x) = :
1−x 1−x
0−4 −4 x−4 1
f (0) = = ⇒ f (0) = −4 f (x) = = ⇒ (x – 4) ∙ 3 = 1 − x ⇒
1−0 1 1−x 3
2−4 −4 13
f (2) = = ⇒ f (2) = 2 3x − 12 = 1 – x ⇒ 4x = 13 ⇒ x =
1−2 −1 4
Resposta: f (0) = −4 e f (2) = 2 13
Resposta: x = .
4

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1151 ∣ 17


• GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO • FUNÇÃO CONSTANTE
Além de representarmos uma função através de um É toda função f : ℜ ℜ cuja lei pode ser expressa
diagrama ou através de sua lei, podemos represen- por f (x) = k, sendo k uma constante real (k ∈ ℜ ).
tar uma função através de um gráfico.
Seja a função constante dada por f (x) = 2. Seu grá-
Exemplo: Seja f : ℜ ℜ dada por f (x) = −2x + 4. fico é:
Represente-a graficamente.
Resolução:
Na função dada o domínio é o conjunto dos núme-
ros reais (ℜ). Podemos montar uma tabela para ob-
ter algumas relações de f:
x f (x)
0 4
1 2
2 0
Logo, os pares ordenados (0,4), (1,2) e (2,0) fazem
parte do gráfico de f. Então temos:
Logo, toda função constante tem como gráfico uma
reta horizontal (paralela ao eixo x). Perceba, por-
tanto, que o conjunto imagem da função constante
tem um único elemento: I = {k}.

ANOTAÇÕES

• FUNÇÃO DO 1º GRAU
É toda função f : ℜ ℜ cuja lei pode ser expressa
por f (x) = ax + b, com a ∈ ℜ* e b ∈ ℜ (dizemos que
as constantes reais a e b são os coeficientes da fun-
ção).
x 7
As funções dadas por f (x) = 3x + 1, f (x) = +
2 5
5x
e f (x) = − − 1 são exemplos de funções do 1º
2
1
grau, com coeficientes a = 3 e b = 1; a = eb=
2
7 5
;ea=− e b = −1, respectivamente.
5 2
Toda função do 1º grau tem como gráfico uma reta,
que pode ser crescente (se a > 0) ou decrescente
(se a < 0). Perceba, portanto, que o conjunto ima-
gem da função do 1º grau é ℜ.

18 ∣ Matemática ∣ Setor 1151 ANGLOVINCI VESTIBULARES


ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1151 ∣ 19
d) Preencha a tabela:
EXERCÍCIOS
x y
0
1. (Vunesp) Considere os conjuntos A e B:
A = {−30,−20,−10,0,10,20,30} e 0
B = {100,200,300,400,500,600,700,800,900,1000},
e a função A B, f (x) = x2 + 100..

O conjunto imagem de f é:
a) {−30,−20,−10,0,10,20,30}
b) {100,200,500,1000}
c) {300,400,600,700,800,900}
d) {100,200,300,400,500,600,700,800,900,1000}
e) conjunto vazio
e) Esboce seu gráfico no plano cartesiano abaixo.

x
2. Seja f : ℜ ℜ dada por f (x) = + 3.
2
a) Calcule o valor de f (2) + f (4)

b) Determine a raiz dessa função.


f) Quanto varia y a cada variação de uma unidade
de x?

c) Qual o valor do coeficiente linear?


g) Qual o valor do coeficiente angular?

20 ∣ Matemática ∣ Setor 1151 ANGLOVINCI VESTIBULARES


h) Qual o conjunto imagem de f? b) Obtenha a expressão que relaciona a tempera-
tura T(x) em função da profundidade x.

3. Determine a lei da função cujo gráfico contém os


pontos (2,5) e (5,20). c) Qual a temperatura na superfície?

d) A que profundidade a temperatura é de 10°C?

4. O comportamento da temperatura da água do oce-


ano para profundidades de até 100 metros é linear
em função da profundidade. Com base na tabela
abaixo, responda às perguntas.

profundidade
10 42
(metros)
temperatura da água
15 11,8
(°C)

a) Qual a variação de temperatura a cada metro


de profundidade?

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1151 ∣ 21


TAREFA MÍNIMA TAREFA COMPLEMENTAR

1. Esboce o gráfico, obtenha a raiz e dê o conjunto 1. (UEPA) Um pequeno comerciante investiu


imagem de cada função abaixo, de variável real: R$ 300,00 na produção de bandeiras do seu time
a) f (x) = −2x + 3 favorito, para venda em um estádio de futebol. Fo-
ram vendidas x bandeiras ao preço de R$ 8,00 cada
b) f (x) = x − 3
uma. Então o lucro L(x) obtido na venda de x ban-
c) f (x) = 2x + 4 deiras é dado por:
d) f (x) = −3x − 1 a) L (x) = 300 − 8x
b) L (x) = 8x + 300
2. Determine a lei da função cujo gráfico é a reta que c) L (x) = 8x − 300
passa pelos pontos (−1,0) e (2,3). d) L (x) = 8x
e) L (x) = −8x − 300
3. (FGV) Uma função polinomial f do 1º grau é tal que
f (3) = 6 e f (4) = 8. Portanto, o valor de f (10) é: 2. (FGV) Uma empresa fabrica componentes eletrôni-
a) 16 cos; quando são produzidas 1000 unidades por
b) 17 mês, o custo de produção é R$ 35000,00. Quando
são fabricadas 2000 unidades por mês, o custo é
c) 18
R$ 65000,00. Admitindo que o custo mensal seja
d) 19 uma função polinomial de 1º grau em termo do nú-
e) 20 mero de unidades produzidas, podemos afirmar
que o custo (em reais) de produção de 0 (zero) uni-
4. (FGV) Para determinado produto, o número de uni- dade é:
dades vendidas está relacionado com a quantia a) 1000
gasta em propaganda, de tal modo que, para x mi- b) 2000
lhares de reais investidos em propaganda, a Receita c) 5000
50
R é dada por R (x) = 50 − milhares de reais. d) 3000
x+5 e) 4000
Pode-se dizer então que a receita, ainda que ne-
nhuma quantia seja investida em propaganda, será
igual a: 3. (IBMEC) Suponha que os três gráficos abaixo este-
a) R$ 40000,00 jam na mesma escala, em que a distância entre
duas marcas consecutivas sobre os eixos igual a 1.
b) R$ 50000,00
c) R$ 0,00
d) R$ 10000,00
e) R$ 100000,00

Se f (x), g (x) e h (x) são as funções nestes três gráfi-


cos, respectivamente, então h ( g(f (1))) é igual a:
a) 4
b) 2
c) 1
d) −2
e) −4

22 ∣ Matemática ∣ Setor 1151 ANGLOVINCI VESTIBULARES


4 FUNÇÃO QUADRÁTICA

RESUMO TEÓRICO

• CONCEITO
É toda função f : ℜ ℜ cuja lei pode ser expressa
por f (x) = ax2 + bx + c, com a ∈ ℜ*, b ∈ ℜ e c ∈ ℜ.

Toda função do 2º grau tem como gráfico uma pa-


rábola.

Exemplo: Seja f : ℜ ℜ dada por


2
f (x) = −x + 2x + 3. Represente-a graficamente e
obtenha sua imagem.

Resolução:
Resolvendo por etapas: Do gráfico temos que o conjunto imagem I é
1) Inicialmente observamos o sinal do coeficiente dado por: I = {y ∈ ℜ / y ≤ 4}. Dizemos, portanto,
a. Se a > 0 teremos uma parábola de “boca que o valor máximo da função é 4, e isso ocorre
para cima”. Caso a < 0 teremos uma parábola para x = −1.
de “boca para baixo”. Como a = −1, essa pará-
bola é de “boca para baixo”.
ANOTAÇÕES
2) Obtemos o vértice da parábola:
b −2
xV = − ⇒ xV = − ⇒ xV = −1
2a 2 ∙ (−1)
{ ∆ (−2)2 −4 ∙ (−1) ∙ 3
yV = − ⇒ yV = − ⇒ yV = 4
4a 4 ∙ (−1)
V = (−1,4)

3) Obtemos as raízes (pontos onde a parábola


corta o eixo x):
f (x) = 0 ⇒ −x2 – 2x + 3 = 0

Usando a fórmula resolutiva:


−b ± √∆ −(−2) ± √16
x1,2 = ⇒ x1,2 =
2a 2 ∙ (−1)
x = −3
⇒{ 1
x2 = 1

4) Obtemos o ponto onde a parábola corta o eixo


y (ou seja, para x = 0):
f (0) = c ⇒ f (0) = 3

Reunindo as informações obtidas em cada uma


das etapas acima temos:

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1151 ∣ 23


24 ∣ Matemática ∣ Setor 1151 ANGLOVINCI VESTIBULARES
3. (ESPM) O custo de produção e o preço de venda,
EXERCÍCIOS em reais, de x unidades de uma certa mercadoria
são dados, respectivamente, pelas funções
C (x) = 20x – x2 e V (x) = 60x – 3x2, para 0 < x < 20.
1. Seja f : ℜ ℜ dada por f (x) = 2x2 − 4x − 6. Repre- O lucro máximo obtido com a venda dessa merca-
sente-a graficamente e obtenha sua imagem. doria é de:
a) R$ 240,00
b) R$ 200,00
c) R$ 180,00
d) R$ 280,00
e) R$ 300,00

2. (Vunesp)

A expressão que define a função quadrática f (x),


cujo gráfico está esboçado, é:
a) f (x) = −2x2 − 2x − 4
b) f (x) = x2 + 2x − 4
c) f (x) = x2 + x − 2
d) f (x) = 2x2 + 2x − 4
e) f (x) = 2x2 + 2x − 2

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1151 ∣ 25


TAREFA MÍNIMA TAREFA COMPLEMENTAR

1. Esboce o gráfico, com pelo menos 5 pontos, e dê o 1. (Fuvest) Os pontos (0, 0) e (2, 1) estão no gráfico de
conjunto imagem de cada função abaixo: uma função quadrática f. O mínimo de f é assumido
1
a) f (x) = 3x2 − 6x − 9 no ponto de abscissa x = − . Logo, o valor de f (1)
4
b) f (x) = −x2 + 2x + 3 é:
c) f (x) = 5x2 − 6x + 1 1
a)
d) f (x) = −x2 + 9 10
2
e) f (x) = 2x − 6x 2
b)
10
f) f (x) = 2x2 + 1
3
c)
10
2. Em cada item identifique se a função possui um va- 4
lor máximo ou mínimo, e determine esse valor. Es- d)
10
creva também o conjunto imagem de cada uma 5
dessas funções. e)
10
a) f (x) = 1 − 5x + x2
b) f (x) = −3x2 + 7x − 7 3 25
2. (MACKENZIE) Se f ( )= é o máximo de uma
x x 2 4
c) f (x) = ( 2 − 1) (1 − 3
) função quadrática f e se (–1, 0) é um ponto do grá-
d) f (x) = 1 − 16x 2 fico de f, então f (0) é igual a:
e) f (x) = (2 − x)2 a) 5
f) f (x) = x2 + 5 b) 4
c) 3
d) –1
e) –2

3. (UNIFESP) A tabela mostra a distância s em centí-


metros que uma bola percorre descendo por um
plano inclinado em t segundos.

t 0 1 2 3 4
s 0 32 128 288 512

A distância s é função de t dada pela expressão


s(t) = at2 + bt + c, onde a, b, c são constantes. A
distância s em centímetros, quando t = 2,5 segun-
dos, é igual a:
a) 248
b) 228
c) 208
d) 200
e) 190

26 ∣ Matemática ∣ Setor 1151 ANGLOVINCI VESTIBULARES


4. (Fuvest) Alguns problemas de saúde, como bócio
EXERCÍCIOS EXTRAS endêmico e retardo mental, são causados pela in-
gestão de quantidades insuficientes de iodo. Uma
maneira simples de suprir o organismo desse ele-
1. (Fuvest) Sobre o preço de um carro importado in- mento químico é consumir o sal de cozinha que
cide um imposto de importação de 30%. Em função
contenha de 20 a 60mg de iodo por quilograma do
disso, o seu preço para o importador é de
produto. No entanto, em algumas regiões do País,
R$ 19.500,00. Supondo que tal imposto passe de
o problema persiste, pois o sal utilizado ou não foi
30% para 60%, qual será, em reais, o novo preço do
produzido para consumo humano, ou não apre-
carro, para o importador?
senta a quantidade mínima de iodo recomendada.
a) R$ 22.500,00 A fonte de iodo utilizada na indústria do sal é o io-
b) R$ 24.000,00 dato de potássio, KIO3, cujo custo é de R$ 20,00/kg.
c) R$ 25.350,00 Considerando que o iodo representa aproximada-
mente 60% da massa de KIO3 e que 1 kg do sal de
d) R$ 31.000,00
cozinha é comercializado ao preço médio de
e) R$ 39.000,00 R$ 1,00, a presença da quantidade máxima de iodo
permitida por lei (60 miligramas de iodo por quilo-
2. (ESPM) Num seminário promovido por uma em- grama de sal) representa, no preço, a porcentagem
presa, sabe-se que 2/3 dos participantes eram seus de:
funcionários e que 60% dos seus funcionários parti- a) 0,10%
ciparam. Se a soma do número de participantes ex- b) 0,20%
ternos com o número de funcionários que não par-
c) 1,20%
ticiparam deu 140, pode-se concluir que o número
total de participantes desse seminário foi: d) 2,0%
a) 320 e) 12%
b) 150
c) 260 5. (Fuvest) Um reservatório, com 40 litros de capaci-
dade, já contém 30 litros de uma mistura gaso-
d) 180
lina/álcool com 18% de álcool. Deseja-se completar
e) 220 o tanque com uma nova mistura gasolina/álcool de
modo que a mistura resultante tenha 20% de ál-
3. (FGV) Em uma pesquisa de opinião sobre um pro- cool. A porcentagem de álcool nessa nova mistura
jeto de lei, uma amostra de adultos de uma cidade deve ser de:
revelou que: a) 20% b) 22% c) 24% d) 26% e) 28%
• 360 eram a favor da lei.
• 480 eram contra a lei. 6. (Enem) Um grupo de pacientes com Hepatite C foi
• 44% dos entrevistados não tinham opinião for- submetido a um tratamento tradicional em que
mada. 40% desses pacientes foram completamente cura-
dos. Os pacientes que não obtiveram cura foram
A porcentagem de adultos favoráveis à lei, em rela- distribuídos em dois grupos de mesma quantidade
ção ao total de entrevistados, foi: e submetidos a dois tratamentos inovadores. No
a) 21% primeiro tratamento inovador, 35% dos pacientes
foram curados e, no segundo, 45%. Em relação aos
b) 22%
pacientes submetidos inicialmente, os tratamentos
c) 24% inovadores proporcionaram cura de:
d) 23% a) 16%
e) 25% b) 24%
c) 32%
d) 48%
e) 64%

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1151 ∣ 27


7. (Enem) Umidade relativa do ar é o termo usado 8. (Enem) O gráfico abaixo mostra a área desmatada
para descrever a quantidade de vapor de água con- da Amazônia, em km2, a cada ano, no período de
tido na atmosfera. Ela é definida pela razão entre o 1988 a 2008.
conteúdo real de umidade de uma parcela de ar e a
quantidade de umidade que a mesma parcela de ar
pode armazenar na mesma temperatura e pressão
quando está saturada de vapor, isto é, com 100%
de umidade relativa. O gráfico representa a relação
entre a umidade relativa do ar e sua temperatura
ao longo de um período de 24 horas em um deter-
minado local.

As informações do gráfico indicam que:


a) o maior desmatamento ocorreu em 2004.
b) a área desmatada foi menor em 1997 que em
2007.
c) a área desmatada a cada ano manteve-se cons-
tante entre 1998 e 2001.
d) a área desmatada por ano foi maior entre 1994
e 1995 que entre 1997 e 1998.
e) o total de área desmatada em 1992, 1993 e
Considerando-se as informações do texto e do grá- 1994 é maior que 60.000 km2.
fico, conclui-se que:
a) a insolação é um fator que provoca variação da 9. (PASUSP) Os gráficos a seguir mostram a presença
umidade relativa do ar. de álcool, detectada no sangue de 3 homens adul-
b) o ar vai adquirindo maior quantidade de vapor tos, que pesam, em média, 75 kg. As curvas ilustram
de água à medida que se aquece. como seria a variação da concentração de álcool no
c) a presença de umidade relativa do ar é direta- sangue, em função do tempo, após a ingestão de
mente proporcional à temperatura do ar. cerveja.
d) a umidade relativa do ar indica, em termos abso-
lutos, a quantidade de vapor de água existente
na atmosfera.
e) a variação da umidade do ar se verifica no verão,
e não no inverno, quando as temperaturas per-
manecem baixas.

Escolha a alternativa que indica quanto tempo leva,


aproximadamente, para que a concentração de ál-
cool, detectada no sangue, volte a ser inferior a 0,1
g/l, após o consumo, de forma ininterrupta, de 2, 3
e 4 latas de cerveja, respectivamente.
28 ∣ Matemática ∣ Setor 1151 ANGLOVINCI VESTIBULARES
a) 1 hora, 1 hora e meia, 2 horas. Se, produzindo e comercializando 960 CDs, o custo
b) 1 hora e meia, 2 horas, 4 horas. e a receita são iguais, o lucro pela venda de 2000
CDs é:
c) 2 horas, 3 horas, 4 horas.
a) 1400
d) 2 horas, 4 horas, 5 horas e meia.
b) 2500
e) 3 horas, 5 horas, 7 horas.
c) 3000
d) 2600
10. (Enem) O gráfico fornece os valores das ações da
empresa XPN, no período das 10 às 17 horas, num e) 1580
dia em que elas oscilaram acentuadamente em cur-
tos intervalos de tempo. 12. (FGV) “Receita bate novo recorde e acumula alta de
quase 10%.” Esta foi a manchete dos jornalistas Fa-
bio Graner e Gustavo Freire para O Estado de
S.Paulo de 19 de outubro de 2007. O corpo da ma-
téria, ilustrada pelo gráfico abaixo, informava que
“a arrecadação da Receita Federal em setembro to-
talizou R$ 48,48 bilhões, um recorde para o mês. De
janeiro a setembro ficou em R$ 429,97 bilhões que,
corrigidos pela inflação, somam R$ 435,01 bilhões,
com crescimento de 9,94% ante o mesmo período
de 2006. O secretário adjunto da Receita Federal
destacou que, de janeiro a setembro, a expansão
Neste dia, cinco investidores compraram e vende-
das receitas, na comparação com igual período de
ram o mesmo volume de ações, porém em horários
2006, foi de 11,14%”.
diferentes, de acordo com a seguinte tabela.

Hora da
Investidor Hora da Compra
Venda
1 10:00 15:00
2 10:00 17:00
3 13:00 15:00
4 15:00 16:00
5 16:00 17:00

Com relação ao capital adquirido na compra e


venda das ações, qual investidor fez o melhor negó-
cio?
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 Pode-se concluir, então, que:
a) a arrecadação da Receita Federal, de janeiro a
11. (MACKENZIE) A figura mostra os gráficos das fun- setembro de 2007, foi crescente.
ções custo total C(x) e receita total R(x) de uma em- b) em setembro de 2007, a Receita Federal arre-
presa produtora de CDs. cadou 10% a mais do que foi arrecadado em se-
tembro de 2006.
c) a arrecadação de setembro de 2007 foi 11,14%
maior que a de janeiro de 2007.
d) em 2007, a arrecadação foi crescente nos perí-
odos de fevereiro a abril, e de maio a agosto.
e) no período de julho a setembro de 2007, a ar-
recadação da Receita Federal foi decrescente.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1151 ∣ 29


13. (Fuvest) Uma função f de variável real satisfaz a a) 2501
condição f (x + 1) = f (x) + f (1), qualquer que seja b) 2601
o valor da variável x. Sabendo-se que f (2) = 1, po- c) 2770
demos concluir que f (5) é igual a: d) 2875
a) 1/2 b) 1 c) 5/2 d) 5 e) 10 e) 2970

1 4
14. (Fvuest) Se f (x) = , quanto vale f ( √7)? 17. (Fuvest) Seja f a função que associa, a cada número
x2 +1 real x, o menor dos números x + 3 e –x + 5. Assim,
a) 4√7
o valor máximo de f (x) é:
b) √7
4 a) 1 b) 2 c) 4 d) 6 e) 7
√7 − 1
c)
6
√7 − 1 18. (FGV) Atualmente, o valor de um computador novo
d) é R$ 3.000,00. Sabendo que seu valor decresce line-
6
√7 + 1
armente com o tempo, de modo que daqui a 8 anos
e) seu valor será zero, podemos afirmar que daqui a 3
6
anos (contados a partir de hoje) o valor do compu-
15. (FGV) O custo médio, Cm, de produção de q unida- tador será:
des de um artigo, é obtido dividindo-se o custo C a) R$ 1.875,00
C b) R$ 1.800,00
pela quantidade q, ou seja, Cm = . Sendo
q c) R$ 1.825,00
C = 2q2 – 3q + 20 o custo, em milhares de reais,
para a produção de q milhares de unidades de gar- d) R$ 1.850,00
rafas plásticas, considere as seguintes afirmações: e) R$ 1.900,00
I. A função custo médio será dada por
20 19. (Fuvest) A figura a seguir representa o gráfico de
Cm = 2q − 3 + .
q x+a
II. O custo total para a produção de 5000 garrafas uma função da forma f (x) = , para −1 ≤ x ≤ 3.
bx + c
plásticas é R$ 55000,00.
III. Quando 10 000 garrafas plásticas são produzi-
das, o custo por unidade é R$ 19,00.
Associando V ou F a cada afirmação, conforme seja
verdadeira ou falsa, tem-se:
a) V, V, V
b) V, V, F
c) V, F, F
d) F, V, V
e) V, F, V

16. (Vunesp) A unidade usual de medida para a energia


contida nos alimentos é kcal (quilocaloria). Uma fór-
mula aproximada para o consumo diário de energia
(em kcal) para meninos entre 15 e 18 anos é dada
pela função f (h) = 17 ∙ h, onde h indica a altura em
cm e, para meninas nessa mesma faixa de idade,
Pode-se concluir que o valor de b é:
pela função g (h) = (15,3) ∙ h. Paulo, usando a fór-
mula para meninos, calculou seu consumo diário de a) –2
energia e obteve 2975kcal. Sabendo-se que Paulo é b) –1
5 cm mais alto que sua namorada Carla (e que am- c) 0
bos têm idade entre 15 e 18 anos), o consumo diá- d) 1
rio de energia para Carla, de acordo com a fórmula,
em kcal, é: e) 2
30 ∣ Matemática ∣ Setor 1151 ANGLOVINCI VESTIBULARES
20. (FGV) Uma função f (x) é tal que f (2) = 0,4 e 23. (Enem) Uma pousada oferece pacotes promocio-
f (3) = –0,6. Admitindo que para x entre 2 e 3 o grá- nais para atrair casais a se hospedarem por até oito
fico seja um segmento de reta, podemos afirmar dias. A hospedagem seria em apartamento de luxo
que o valor de k, tal que f (k) = 0, é: e, nos três primeiros dias, a diária custaria
a) 2,40 R$ 150,00, preço da diária fora da promoção. Nos
três dias seguintes, seria aplicada uma redução no
b) 2,35
valor da diária, cuja taxa média de variação, a cada
c) 2,45 dia, seria de R$ 20,00. Nos dias restantes, seria
d) 2,50 mantido o preço do sexto dia. Nessas condições, um
e) 2,55 modelo para a promoção idealizada é apresentado
no gráfico a seguir, no qual o valor da diária é fun-
ção do tempo medido em número de dias.
21. (FGV) Uma fábrica de bolsas tem um custo fixo
mensal de R$ 5.000,00. Cada bolsa fabricada custa
R$ 25,00 e é vendida por R$ 45,00. Para que a fá-
brica tenha um lucro mensal de R$ 4.000,00 ela de-
verá fabricar e vender mensalmente x bolsas. O va-
lor de x é:
a) 300
b) 350
c) 400
d) 450
De acordo com os dados e com o modelo, compa-
e) 500 rando o preço que um casal pagaria pela hospeda-
gem por sete dias fora da promoção, um casal que
22. (Enem) O gráfico mostra o número de favelas no adquirir o pacote promocional por oito dias fará
município do Rio de Janeiro entre 1980 e 2004, con- uma economia de:
siderando que a variação nesse número entre os a) R$ 90,00
anos considerados é linear. b) R$ 110,00
c) R$ 130,00
d) R$ 150,00
e) R$ 170,00

24. (Enem) A parte interior de uma taça foi gerada pela


rotação de uma parábola em torno de um eixo z,
conforme mostra a figura.

Se o padrão na variação do período 2004/2010 se


mantiver nos próximos 6 anos, e sabendo que o nú-
mero de favelas em 2010 é 968, então o número de
favelas em 2016 será:
a) menor que 1150.
b) 218 unidades maior que em 2004.
c) maior que 1150 e menor que 1200.
d) 177 unidades maior que em 2010.
e) maior que 1200.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1151 ∣ 31
A função real que expressa a parábola, no plano car-
3 GABARITO
tesiano da figura, é dada pela lei f (x) = x2 – 6x + C,
2
onde C é a medida da altura do líquido contido na
taça, em centímetros. Sabe-se que o ponto V, na fi- Tema 1
gura, representa o vértice da parábola, localizado so-
bre o eixo x. Nessas condições, a altura do líquido Tarefa Mínima
contido na taça, em centímetros, é: 1. a) 12
a) 1 b) 12
b) 2 c) 21
c) 4 d) 67,5
d) 5 e) 40
e) 6 f) 0,2
g) 0,2
25. (Fuvest) A função f : IR → IR tem como gráfico uma h) 70
parábola e satisfaz f (x + 1) − f (x) = 6x − 2, para i) 1344
todo número real x. Então, o menor valor de f (x) j) 0,5
ocorre quando x é igual a: 2. 20%
11 3. 60%
a)
6 4. 125%
7
b)
6
5 Tarefa Complementar
c) 1. D
6
d) 0 2. C
5 3. E
e) −
6
Tema 2

Tarefa Mínima
1. a) 9
b) 1 e 3
c) 0 e 4
d) −3 e 9
e) 1,7 ≤ x ≤ 3
f) 0 ≤ x ≤ 1,7 e ,3 ≤ x ≤ 14
2. C
3. E
4. E

Tarefa Complementar
1. A
2. D
3. C
4. C

32 ∣ Matemática ∣ Setor 1151 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Tema 3 c) d)

Tarefa Mínima
1. a) b)

Im = − 4 5 ;+ Im = −;9

e) f)

RAIZ: 3/2, Im =  RAIZ: 3, Im = 

c) d)

Im = −5;+ Im = 1;+

RAIZ: −2, Im =  RAIZ: −1/3, Im =  2. a) mínimo e Im = − 21 4 ;+


2. f(x) = x + 1 b) máximo e Im = −;133 12
3. E c) máximo e Im = −;1 24 
4. A d) máximo e Im = −;1
e) mínimo e Im = +
Tarefa Complementar f) mínimo e Im = 5;+
1. C
2. C Tarefa Complementar
3. B 1. C
2. B
Tema 4 3. D

Tarefa Mínima Exercícios Extras


1. a) b)
1. B 2. D 3. C 4. B 5. D
6. B 7. A 8. D 9. D 10. A
11. D 12. E 13. C 14. D 15. A
16. B 17. C 18. A 19. D 20. A
21. D 22. C 23. A 24. D 25. C

Im = −12;+ Im = −;4

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1151 ∣ 33


MATEMÁTICA
1 RAZÃO E PROPORÇÃO

Resolução:
RESUMO TEÓRICO Como a razão entre a quantidade de café cru e a de
café torrado deve ser sempre a mesma, sendo x a
1. CONCEITO quantidade pedida, temos a seguinte proporção:
A razão entre dois números nada mais é do que a 8 x 8 ∙ 27
=  8 ∙ 27 = 6 ∙ x  x = = 36 kg
divisão (que pode ser representada na forma de fra- 6 27 6
ção) entre eles. Por exemplo, a densidade é a razão Resposta: 36 kg
entre a massa e o volume de um corpo. Logo, se a
massa de uma barra de metal é 2,5 kg e seu volume
é 2 litros, então a densidade dessa barra é a razão
2,5 ANOTAÇÕES
, ou seja, 1,25 kg/l. Um outro exemplo é a veloci-
2
dade, que é a razão entre a distância e o tempo.
Quando duas ou mais razões são idênticas, dizemos
que temos uma proporção. Se Alberto leu um livro
de 100 páginas em 4 dias e Bruno leu outro livro de
150 páginas em 6 dias, então as razões entre o nú-
mero de páginas lidas e o número de dias, são iguais
para Alberto e Bruno:
100
Alberto: = 25 páginas por dia
4
150
Bruno: = 25 páginas por dia
6
100 150
Temos, portanto a proporção: =
4 6
(lê-se: “100 está para 4, assim como 150 está para
6”)
Note que se multiplicarmos ambos os membros da
sentença por 24, teremos:
100 150 100 150
=  24 ∙ = 24 ∙  6 ∙ 100 = 4 ∙ 150
4 6 4 6
O que nos leva à famosa “regra de três”: o produto
dos extremos é igual ao produto dos meios:
a c
= a∙d=b∙c
b d
Exemplo:
Sabe-se que com 8 kg de café cru obtém-se 6 kg de
café torrado. Quantos quilos de café cru devem ser
levados ao forno para obter-se 27 kg de café tor-
rado?

34 ∣ Matemática ∣ Setor 1152 ANGLOVINCI VESTIBULARES


ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1152 ∣ 35
3. A distância entre duas cidades é de 800 km. Um
EXERCÍCIOS trem com velocidade constante percorreu em 3 ho-
ras os primeiros 120 km. Quanto tempo levará o
trem para percorrer os quilômetros restantes?
1. Numa garagem de um edifício havia 120 veículos
entre motos e carros. Se a quantidade de motos era
igual a 48, qual a razão entre as quantidades de mo-
tos e carros nessa garagem, nessa ordem?
12
a)
19
2
b)
5
19
c)
40
5
d)
2
12
e)
25

4. (Enem) Nos Estados Unidos a unidade de medida de


volume mais utilizada em latas de refrigerante é a
onça fluida (fl oz), que equivale à aproximadamente
2,95 centilitros (cL). Sabe-se que o centilitro é a cen-
tésima parte do litro e que a lata de refrigerante
usualmente comercializada no Brasil tem capaci-
2. (Enem) Sabe-se que a distância real, em linha reta, dade de 355 mL. Assim, a medida do volume da lata
de uma cidade A, localizada no estado de São Paulo, de refrigerante de 355mL, em onça fluida (fl oz), é
a uma cidade B, localizada no estado de Alagoas, é mais próxima de:
igual a 2000 km. Um estudante, ao analisar um a) 0,83
mapa, verificou com sua régua que a distância entre b) 1,20
essas duas cidades, A e B, era 8 cm. Os dados nos
c) 12,03
indicam que o mapa observado pelo estudante está
na escala de: d) 104,73
a) 1 : 250 e) 120,34
b) 1 : 2 500
c) 1 : 25 000
d) 1 : 250 000
e) 1 : 25 000 000

NOTA: 1 km = 1.000 m = 100.000 cm

36 ∣ Matemática ∣ Setor 1152 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. (Enem) No monte de Cerro Armazones, no deserto
TAREFA MÍNIMA de Atacama, no Chile, ficará o maior telescópio da
superfície terrestre, o Telescópio Europeu Extrema-
mente Grande (E-ELT). O E-ELT terá um espelho pri-
1. (Enem) Em um certo teatro, as poltronas são dividi- mário de 42 m de diâmetro, “o maior olho do
das em setores. A figura apresenta a vista do setor
mundo voltado para o céu”.
3 desse teatro, no qual as cadeiras escuras estão re-
servadas e as claras não foram vendidas. Disponível em: http://www.estadao.com.br. Acesso em: 27 abr. 2010 (adap-
tado).

Ao ler esse texto em uma sala de aula, uma profes-


sora fez uma suposição de que o diâmetro do olho
humano mede aproximadamente 2,1 cm. Qual a ra-
zão entre o diâmetro aproximado do olho humano,
suposto pela professora, e o diâmetro do espelho
primário do telescópio citado?
a) 1 : 20
b) 1 : 100
c) 1 : 200
A razão que representa a quantidade de cadeiras d) 1 : 1 000
reservadas do setor 3 em relação ao total de cadei- e) 1 : 2 000
ras desse mesmo setor é:
17
a) 4. (Enem) Uma mãe recorreu à bula para verificar a
70 dosagem de um remédio que precisava dar a seu fi-
17
b) lho. Na bula, recomendava-se a seguinte dosagem:
53 5 gotas para cada 2 kg de massa corporal a cada 8
53
c) horas. Se a mãe ministrou corretamente 30 gotas
70 do remédio a seu filho a cada 8 horas, então a
53
d) massa corporal dele é de:
17
70 a) 12 kg
e) b) 16 kg
17
c) 24 kg
2. (Enem) Cerca de 20 milhões de brasileiros vivem na d) 36 kg
região coberta pela caatinga, em quase 800 mil km2 e) 75 kg
de área. Quando não chove, o homem do sertão e
sua família precisam caminhar quilômetros em
busca da água dos açudes. A irregularidade climá-
tica é um dos fatores que mais interferem na vida
do sertanejo.
Disponível em: http://www.wwf.org.br. Acesso em: 23 abr. 2010.

Segundo este levantamento, a densidade demográ-


fica da região coberta pela caatinga, em habitantes
por km2, é de:
a) 250
b) 25
c) 2,5
d) 0,25
e) 0,025

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1152 ∣ 37


3. (Enem) A figura a seguir mostra as medidas reais de
TAREFA COMPLEMENTAR uma aeronave que será fabricada para utilização
por companhias de transporte aéreo. Um enge-
nheiro precisa fazer o desenho desse avião em es-
1. (Enem) Um dos grandes problemas enfrentados nas cala de 1:150.
rodovias brasileiras é o excesso de carga transpor-
tada pelos caminhões. Dimensionado para o trá-
fego dentro dos limites legais de carga, o piso das
estradas se deteriora com o peso excessivo dos ca-
minhões. Além disso, o excesso de carga interfere
na capacidade de frenagem e no funcionamento da
suspensão do veículo, causas frequentes de aciden-
tes. Ciente dessa responsabilidade e com base na
experiência adquirida com pesagens, um caminho-
neiro sabe que seu caminhão pode carregar, no má-
ximo, 1500 telhas ou 1200 tijolos. Considerando
esse caminhão carregado com 900 telhas, quantos
tijolos, no máximo, podem ser acrescentados à
carga de modo a não ultrapassar a carga máxima do Para o engenheiro fazer esse desenho em uma fo-
caminhão? lha de papel, deixando uma margem de 1 cm em
relação às bordas da folha, quais as dimensões mí-
a) 300 tijolos
nimas, em centímetros, que essa folha deverá ter?
b) 360 tijolos
a) 2,9 cm × 3,4 cm
c) 400 tijolos
b) 3,9 cm × 4,4 cm
d) 480 tijolos
c) 20 cm × 25 cm
e) 600 tijolos
d) 21 cm × 26 cm
e) 192 cm × 242 cm
2. Num bosque do Japão foram capturados 18 maca-
cos, em que foram feitas marcas para identificá-los
posteriormente. Duas semanas depois, foram cap-
turados 55 macacos, dos quais 4 eram marcados.
Faça uma estimativa de quantos macacos haviam
nesse bosque.

38 ∣ Matemática ∣ Setor 1152 ANGLOVINCI VESTIBULARES


2 EQUAÇÕES NUMA INCÓGNITA X – PROBLEMAS ARITMÉTICOS

Veremos que nesse tipo de equação, a única raiz é


RESUMO TEÓRICO o número 9. Logo, o conjunto solução é S = {9}.

1. CONCEITOS BÁSICOS RESOLUÇÃO DE UMA EQUAÇÃO


EQUAÇÃO NA INCÓGNITA X Resolver uma equação significa determinar o seu
conjunto solução, ou seja, obter todas as suas raí-
Consideremos a seguinte sentença matemática:
zes. Para isso utilizamos as seguintes propriedades
5x + 4 = x + 40 lógicas das equações:
Essa sentença é caracterizada pelos seguintes ele- • Se somarmos ou subtrairmos a mesma quanti-
mentos: dade em ambos os membros, eles permanece-
• o símbolo “=”, que tem o significado de igual- rão iguais (e obteremos assim uma equação
dade ou equivalência (no termo equação, o pre- equivalente à inicial, ou seja, que apresenta o
fixo equa significa igual), e separa a sentença mesmo conjunto solução).
em dois membros; • Se multiplicarmos ou dividirmos ambos os
• o primeiro membro que contém a expressão membros por qualquer quantidade não nula,
5x + 4; eles permanecerão iguais.
• o segundo membro que contém a expressão
Usando essas propriedades podemos determinar o
x + 40;
conjunto solução de muitas equações, lembrando
• a letra “x”, que é um valor geralmente desco- que a ideia é “achar o valor de x”.
nhecido e que se quer descobrir, denominada
incógnita. Na equação 5x + 4 = x + 40 temos:
• subtraindo-se 4 em ambos os membros (para
Obs.: numa equação nem sempre a incógnita é re-
presentada pela letra “x”, e nem sempre há so- “isolar” a incógnita no primeiro membro):
mente uma incógnita. Podemos ter a equação 4t + 5x + 4 = x + 40  5x + 4 − 4 = x + 40 − 4 
2w = 5y, em que as incógnitas podem ser t, w e y. 5x = x + 36
Muitos problemas práticos do nosso cotidiano, ou • subtraindo-se x em ambos os membros (ainda
fenômenos da natureza, podem ser representados para “isolar” a incógnita no primeiro membro):
por equações.
5x = x + 36  5x − x = x + 36 − x  4x = 36
• dividindo-se ambos os membros por 4:
CONJUNTO SOLUÇÃO DE UMA EQUAÇÃO 4x 36
É o conjunto que possui todas as raízes de uma 4x = 36  = x=9
4 4
equação, geralmente indicado por S. Raiz é o valor
numérico que, substituindo a incógnita, torna a Nessa equação, a única raiz possível é o número 9.
sentença verdadeira. Nenhum outro número tornara essa sentença ver-
dadeira. Logo, o conjunto solução é S = {9}.
Na equação 5x + 4 = x + 40 temos:
• 9 é raiz, pois substituindo a incógnita x por 9,
obtemos no primeiro e no segundo membro o EQUAÇÃO DO SEGUNDO GRAU
valor 49: Toda equação que pode ser reescrita (ou seja, pos-
5 ∙ 9 + 4 = 9 + 40 = 49 sui uma equivalente) na forma ax2 + bx + c = 0,
com a ≠ 0, é chamada de equação do segundo grau.
• 8 não é raiz, pois fazendo-se a substituição, no
Podemos chegar a uma fórmula resolutiva para ela,
primeiro membro obtemos 44, enquanto que
bastando, portanto, identificar os coeficientes a, b
no segundo membro obtemos 48:
e c e aplicar a fórmula para se obter as raízes. A se-
5 ∙ 8 + 4 ≠ 8 + 40 guir temos a dedução da fórmula:

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1152 ∣ 39


• multiplicando-se ambos os membros por 4a: Resolução:
ax + bx + c = 0  (ax + bx + c)4a = 0 ∙ 4a 
2 2 Organizando as informações na forma de uma ta-
2 2
4a x + 4abx + 4ac = 0 bela:
• subtraindo-se 4ac em ambos os membros:
1º caso 2º caso 3º caso
4a2x2 + 4abx + 4ac = 0 
4a2x2 + 4abx + 4ac – 4ac = 0 – 4ac 

Número de
parcelas
4a2x2 + 4abx = −4ac n (n – 3) (n – 5)
• somando-se b2 em ambos os membros:
4a2x2 + 4abx = −4ac 
4a2x2 + 4abx + b2= −4ac + b2 

Valor de cada
4a2x2 + 4abx + b2= b2 −4ac

parcela
• note que o primeiro membro é um produto no- x (x + 60) (x + 125)
tável. Logo:
4a2x2 + 4abx + b2= b2 −4ac 
(2ax + b)2 = b2 – 4ac

geladeira
Valor da
• para que a sentença seja verdadeira, temos
duas possibilidades: nx (n – 3) (x + 60) (n – 5) (x + 125)

(2ax + b)2 = b2 – 4ac  2ax + b = ± √b2 − 4ac


• isolando a incógnita x:
Igualando o valor da geladeira nos dois primeiros
−b ± √b2 − 4ac
2ax + b = ± √b2 − 4ac  x = casos:
2a
n ∙ x = (n − 3) ∙ (x + 60)  n ∙ x = n ∙ x + 60n − 3x
Resumindo, temos então: – 180  3x = 60n − 180  x = 20n − 60 

−b ± √b2 − 4ac Igualando o valor da geladeira no primeiro e no ter-


ax2 + bx + c = 0  x = ceiro caso:
2a
n ∙ x = (n − 5) ∙ (x + 125)  n ∙ x = n ∙ x + 125n −
PROBLEMAS ARITMÉTICOS 5x – 625  5x = 125n − 625  x = 25n − 125 
Em muitas situações do cotidiano enfrentamos situ- Igualando  e :
ações-problema que podem ser modelados mate- 20n – 60 = 25n − 125  −5n = −65  n = 13
maticamente, levando a equações do primeiro ou
segundo grau. Por exemplo, tomemos o seguinte Logo, a alternativa A é a correta.
problema:
Note que a interpretação do problema é fundamen-
(Fuvest 2011) Uma geladeira é vendida em n tal! Mas no exemplo acima alguns recursos facilita-
parcelas iguais, sem juros. Caso se queira adqui- ram a modelagem matemática. Alguns importantes
rir o produto, pagando-se 3 ou 5 parcelas a me- são os seguintes:
nos, ainda sem juros, o valor de cada parcela • Identifique claramente quais são as variáveis do
deve ser acrescido de R$ 60,00 ou de R$ 125,00, problema.
respectivamente. Com base nessas informações,
• Elabore uma figura, ou um esquema, ou uma
conclui-se que o valor de n é igual a:
tabela, de acordo com a adequação.
a) 13
• Identifique as relações existentes (equacione!).
b) 14
• Responda o problema (foco no que foi pedido!).
c) 15
d) 16
e) 17

40 ∣ Matemática ∣ Setor 1152 ANGLOVINCI VESTIBULARES


ANOTAÇÕES

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1152 ∣ 41


EXERCÍCIOS

1. Resolver no universo dos números reais:


a) 2x − 6 = 6

b) 3x − 5 = −2 ∙ (x − 1)

c) x2 − 2x − 3 = 0

d) 30 = 12x – 2x2

42 ∣ Matemática ∣ Setor 1152 ANGLOVINCI VESTIBULARES


2. (FEI) Atualmente as idades (valores inteiros em
anos) de três irmãos são tais que a soma das idades TAREFA MÍNIMA
dos dois mais novos é igual à idade do mais velho e
a diferença entre as idades dos dois mais novos é
de 1 ano. Há um ano, a idade do mais velho era o 1. Resolver no universo dos números reais:
triplo da idade do mais novo. Daqui a um ano qual a) 3x − 5 − 2 ∙ (x + 1) = 0
será a soma das 3 idades? b) 3x − 5 = −2 ∙ (x − 1)
a) 17 c) 2010x − 2000x = 0
b) 15
c) 14 2. Resolver no universo dos números reais:
d) 18 a) x2 − 7x = 0
e) 12 b) 9x2 − 1 = 0
c) 16x2 + 8x = 0
d) x2 − 7x + 12 = 0
e) x2 + 7 + 8x = 0
f) x2 = 9 + 8x

3. (IBMEC) Num prédio existem 12 andares, todos


ocupados. Alguns, por 4 pessoas, outros, por ape-
nas 2 pessoas, num total de 38 pessoas. O número
de andares ocupados por 2 pessoas é:
a) 4
b) 5
c) 6
d) 8
3. (Fuvest) Para a fabricação de bicicletas, uma em-
presa comprou unidades do produto A, pagando e) 10
R$ 96,00, e unidades do produto B, pagando
R$ 84,00. Sabendo-se que o total de unidades com- 4. (MACK) Uma herança de R$ 270.000,00 foi distribu-
pradas foi de 26 e que o preço unitário do produto ída entre 3 irmãs, de modo que a filha do meio re-
A excede em R$ 2,00 o preço unitário do produto B, cebeu metade do que recebeu a filha mais nova e a
determine o número de unidades de A que foi com- mais velha recebeu o equivalente à metade do que
prado. receberam juntas a mais nova e a do meio. Em re-
ais, a filha mais velha recebeu:
a) 70.000
b) 90.000
c) 80.000
d) 65.000
e) 75.000

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1152 ∣ 43


TAREFA COMPLEMENTAR

1. Uma das raízes da equação do segundo grau


x2 + bx – 36 = 0 é 9. Logo, os valores da outra raiz
e de b são respectivamente iguais a:
a) –9e4
b) 9e4
c) –4e–5
d) –4e5
e) 4 e 5

5x − 3 5x + 3
2. (FGV) A equação − = 0 tem uma raiz
x−2 x+2
que é um número:
a) Maior que 2
b) Menor que – 2
c) Par
d) Primo
e) Divisor de 10

3. (Fuvest) Os estudantes de uma classe organizaram


sua festa de final de ano, devendo cada um contri-
buir com R$ 135,00 para as despesas. Como 7 alu-
nos deixaram a escola antes da arrecadação e as
despesas permaneceram as mesmas, cada um dos
estudantes restantes teria de pagar R$ 27,00 a
mais. No entanto, o diretor, para ajudar, colaborou
com R$ 630,00. Quanto pagou cada aluno partici-
pante da festa?
a) R$ 136,00
b) R$ 138,00
c) R$ 140,00
d) R$ 142,00
e) R$ 144,00

4. (Vunesp) Um grupo de x estudantes se juntou para


comprar um computador portátil (notebook) que
custa R$ 3.250,00. Alguns dias depois, mais três
pessoas se juntaram ao grupo, formando um novo
grupo com x + 3 pessoas. Ao fazer a divisão do valor
do computador pelo número de pessoas que estão
compondo o novo grupo, verificou-se que cada pes-
soa pagaria R$ 75,00 a menos do que o inicialmente
programado para cada um no primeiro grupo. O nú-
mero x de pessoas que formavam o primeiro grupo
é:
a) 9 b) 10 c) 11 d) 12 e) 13

44 ∣ Matemática ∣ Setor 1152 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3 SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS – TEOREMA DE PITÁGORAS

Resolução:
RESUMO TEÓRICO Desenhando os triângulos ABC e DEC separadamente:

SEMELHANÇA
Duas figuras são semelhantes quando os lados corres-
pondentes são proporcionais e os ângulos correspon-
dentes congruentes, como nas figuras:

Nos triângulos ABC e DEC temos:


• Â≅D ̂ (pois DE
̅̅̅̅ // AB
̅̅̅̅)
• Ĉ é comum aos dois triângulos.

Dizemos então que: ∆ABC ~ ∆DEF, e existe uma relação Logo, eles são semelhantes pelo caso ângulo-ângulo.
entre ângulos e lados: Usando a proporcionalidade:
CD DE AC − AD DE 12 − 4 DE
• ângulos correspondentes (homólogos) são congru- = = = ⇒ = = 14 cm
entes: CA AB AC AB 12 21
AB̂ C ≅ DÊ F Resposta: 14 cm.
{AĈ B ≅ DF̂E
̂ C ≅ ED
BA ̂F NOTA: lembre-se que, num triângulo, a soma das medi-
das dos ângulos internos é sempre igual a 180°!
• lados correspondentes (homólogos) proporcionais:
AB AC BC
= = = razão de semelhança TEOREMA DE PITÁGORAS
DE DF EF
Observe a figura abaixo, onde temos representados
̅̅̅̅ paralelo a AB
Exemplo: Na figura temos DE ̅̅̅̅, AD = 4 cm, dois quadrados ABCD e MNPQ, de lados medindo a + b
AC = 12 cm e AB = 21 cm. Calcule DE. e c, e os vértices do quadrado menor pertencem aos la-
dos do quadrado maior:

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1152 ∣ 45


Da figura podemos perceber que a área do quadrado
maior é igual à soma das áreas do quadrado menor com
as áreas dos quatro triângulos idênticos AMQ, BMN,
CNP e DPQ (que, portanto, têm mesma área). Logo,
equacionando:
Área (ABCD) = Área (MNPQ) + 4 x Área (AMQ)
a∙b
(a + b)2 = c2 + 4 x
2
a2 + 2 ∙ a ∙ b + b2 = c2 + 2 ∙ a ∙ b
a2 + b2 = c2

Ou seja, considerando somente um dos triângulos re-


tângulos:

Verificamos então que:

“Num triângulo retângulo, a soma dos quadrados dos


catetos é igual ao quadrado da hipotenusa:
a2 + b2 = c2”

ANOTAÇÕES

46 ∣ Matemática ∣ Setor 1152 ANGLOVINCI VESTIBULARES


EXERCÍCIOS

1. Nas figuras os triângulos são semelhantes. Calcule


o valor de x e de y.
a)

y
15
12 x

5
15

b)

8 6
x y

4
6

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1152 ∣ 47


2. (Unicamp) Uma rampa de inclinação constante, b)
como a que dá acesso ao Palácio do Planalto em
Brasília, tem 4 metros de altura na sua parte mais
alta. Uma pessoa, tendo começado a subi-la, nota
que após caminhar 12,3 metros sobre a rampa está
a 1,5 metros de altura em relação ao solo.
a) Faça uma figura ilustrativa da situação descrita.

4. (Fuvest) Na figura abaixo, tem-se AC = 3, AB = 4 e


CB = 6.
b) Calcule quantos metros a pessoa ainda deve ca-
minhar para atingir o ponto mais alto da rampa.

O valor de CD é:
17
a)
12
19
b)
12
23
c)
12
25
d)
12
29
3. Determine o valor de x em cada uma das figuras e)
12
abaixo:
a)

48 ∣ Matemática ∣ Setor 1152 ANGLOVINCI VESTIBULARES


TAREFA MÍNIMA TAREFA COMPLEMENTAR

1. Os triângulos da figura são semelhantes. Calcule x e 1. (Vunesp) Um observador situado num ponto O, lo-
y. calizado na margem de um rio, precisa determinar
sua distância até um ponto P, localizado na outra
margem, sem atravessar o rio. Para isso marca, com
estacas, outros pontos do lado da margem em que
se encontra, de tal forma que P, O e B estão alinha-
dos entre si e P, A e C também. Além disso, ̅̅̅̅
OA é
̅̅̅, OA = 25 m, BC = 40 m e OB = 30 m,
paralelo a BC
conforme figura.

2. (Fuvest) A sombra de um poste vertical, projetada


pelo sol sobre um chão plano, mede 12 m. Nesse
mesmo instante, a sombra de um bastão vertical de
1 m de altura mede 0,6 m. Qual é a altura do poste?
A distância, em metros, do observador em O até o
ponto P, é:
̅̅̅̅ // CD
3. (PUC SP) Na figura seguinte, AB ̅̅̅̅. Se AB = 136,
CD = 50 e CE = 75, quanto mede o segmento ̅̅̅ AE? a) 30
b) 35
c) 40
d) 45
e) 50

2. (Fuvest) Na figura o triângulo ABC é retângulo em


A, ADEF é um quadrado, AB = 1 e AC = 3. Quanto
mede o lado do quadrado?
4. Determine o valor de x em cada uma das figuras
abaixo:
a) c)

b) d)

a) 0,95
b) 0,85
c) 0,80
5. Qual a medida da diagonal de um quadrado de lado d) 0,75
2 cm? e) 0,70
ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1152 ∣ 49
3. (FGV – Economia) No quadriculado a seguir, está re-
presentado o caminho percorrido por uma joaninha
eletrônica, em que o menor quadrado tem lado
cujo comprimento representa 1m.
A distância real entre o ponto de partida C da joani-
nha e o de chegada A é:

a) 2√10 m
b) 2√5 m
c) 2√2 m
d) 2 m
2√2
e) m
3

4. (Fuvest) Uma escada de 25 dm de comprimento se


apoia em um muro do qual seu pé dista 7 dm. Se o
pé da escada se afastar mais 8 dm do muro, qual
será o deslocamento verificado pela extremidade
superior da escada?

50 ∣ Matemática ∣ Setor 1152 ANGLOVINCI VESTIBULARES


4 CÁLCULO DE ÁREAS

• Trapézio
RESUMO TEÓRICO

FORMULÁRIO (B + b) ∙ h
Área =
2
• Quadrado

• Círculo

Área = a2

Área = π ∙ R2

• Retângulo

ANOTAÇÕES
Área = b ∙ h

3. Paralelogramo

Área = b ∙ h

• Triângulo

b∙h
Área =
2

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1152 ∣ 51


52 ∣ Matemática ∣ Setor 1152 ANGLOVINCI VESTIBULARES
4. A figura representa três semicírculos, mutuamente
EXERCÍCIOS ̅̅̅̅, AB
tangentes dois a dois, de diâmetros AC ̅̅̅̅ e BC
̅̅̅.

1. Calcule o valor da área hachurada na figura:

Sabendo-se que AB = 6 cm e BC = 2 cm, a medida


da área da região sombreada na figura, em cm2, é
igual a:
a) π
b) 2π
c) 3π
d) 4π
e) 6π

2. Determine a área de um triângulo eqüilátero de pe- 5. (Fuvest) Na figura seguinte, estão representados
rímetro 30 cm. um quadrado de lado 4, uma de suas diagonais e
uma semicircunferência de raio 2.

Então a área da região hachurada é:


π
3. (FGV) Um círculo de área 16 está inscrito em um a) +2
2
quadrado. O perímetro do quadrado é igual a: b) π+2
a) 32 b) 28 c) 24 d) 20 e) 16 c) π+3
d) π+4
e) 2π + 1

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1152 ∣ 53


A área da região hachurada é igual a:
TAREFA MÍNIMA a) (12 − 12π) cm2
b) (9 − 9π) cm2
1. Calcule a área de um quadrado cuja diagonal mede c) 
16 −
9 
 cm2
12 cm.  4 

 9 
d) 9 −  cm2
 8 
2. (Fuvest) Dois irmãos herdaram um terreno com a
seguinte forma e medidas:  9 
e) 9 −  cm2
 4 

5. (FGV) Uma pizzaria vende pizzas com preços pro-


porcionais às suas áreas. Se a pizza média tiver raio
igual a 80% do raio da grande, seu preço será:
a) 59% do preço da grande.
b) 64% do preço da grande.
Para dividir o terreno em duas partes de mesma
área, eles usaram uma reta perpendicular a AB ̅̅̅̅. c) 69% do preço da grande.
Para que a divisão seja feita corretamente, a distân- d) 74% do preço da grande.
cia dessa reta ao ponto A, em metros, deverá ser: e) 80% do preço da grande.
a) 31
b) 32
c) 33
d) 34
e) 35

3. Uma coroa circular é a região limitada por duas cir-


cunferências concêntricas, conforme ilustra a fi-
gura.

Calcule a área de uma coroa circular limitada por


circunferências de raios 5 cm e 8 cm.

4. O perímetro do quadrado ABCD na figura abaixo é


igual a 12 cm, e AC é um arco de circunferência com
centro em B.

54 ∣ Matemática ∣ Setor 1152 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. (IBMEC) Um CD comum, que comporta em média
TAREFA COMPLEMENTAR 80 minutos de música, tem 12 cm de diâmetro,
sendo que não é possível gravar em seu círculo in-
terno de diâmetro 4 cm. Considerando que o tempo
1. (Enem) Em uma certa cidade, os moradores de um total de música que pode ser gravada num CD é di-
bairro carente de espaços de lazer reivindicam à
retamente proporcional à sua área de gravação, se
prefeitura municipal a construção de uma praça. A
duplicarmos as medidas dos diâmetros do CD e do
prefeitura concorda com a solicitação e afirma que
círculo interno em que não se pode gravar, será
irá construí-la em formato retangular devido às ca-
possível gravar neste novo CD:
racterísticas técnicas do terreno. Restrições de na-
tureza orçamentária impõem que sejam gastos, no a) 160 minutos de música.
máximo, 180 m de tela para cercar a praça. A pre- b) 240 minutos de música.
feitura apresenta aos moradores desse bairro as c) 320 minutos de música.
medidas dos terrenos disponíveis para a construção d) 400 minutos de música.
da praça:
e) 480 minutos de música.
• Terreno 1: 55 m por 45 m
• Terreno 2: 55 m por 55 m
4. (ESPM) Na figura abaixo, a cruz é formada por 5
• Terreno 3: 60 m por 30 m quadrados iguais e está inscrita num círculo de área
• Terreno 4: 70 m por 20 m 10π cm2.
• Terreno 5: 95 m por 85 m

Para optar pelo terreno de maior área, que atenda


às restrições impostas pela prefeitura, os morado-
res deverão escolher o terreno:
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

2. (Vunesp) A figura representa um triângulo retân- A área dessa cruz é:


gulo de vértices A, B e C, onde o segmento de reta
̅̅̅̅ é paralelo ao lado AB
DE ̅̅̅̅ do triângulo. a) 15 cm2
b) 20 cm2
c) 16 cm2
d) 25 cm2
e) 18 cm2

Se AB = 15 cm, AC = 20 cm e AD = 8 cm, a área do


trapézio ABED, em cm2 , é:
a) 84
b) 96
c) 120
d) 150
e) 192

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1152 ∣ 55


5. (Fuvest) Um passageiro, viajando de metrô, fez o re-
EXERCÍCIOS EXTRAS gistro de tempo entre duas estações e obteve os va-
lores indicados na tabela.
1. Três amigos resolvem juntar, ao longo do ano, selos
Chegada Partida
para uma coleção. Se as quantidades que cada um
deles juntou foram proporcionais a 2, 5 e 7, totali- Vila Maria 0:00min 1:00min
zando 1568 selos, qual foi a quantidade que cada
um deles juntou? Felicidade 5:00min 6:00min

Supondo que a velocidade média entre duas esta-


2. (FGV) Uma máquina A produz 200 peças por hora; ções consecutivas seja sempre a mesma e que o
uma outra máquina B, mais moderna, produz 300 pe- trem pare o mesmo tempo em qualquer estação da
ças por hora. Se elas começarem a trabalhar juntas, linha, de 15 km de extensão, é possível estimar que
após x minutos produzirão 200 peças. O valor de x é: um trem, desde a partida da Estação Bosque até a
a) menor que 20 chegada à Estação Terminal, leva aproximada-
b) um número entre 20 e 25 mente:
c) um número entre 25 e 30
d) um número entre 30 e 35
e) maior que 35

a) 20 min d) 30 min
3. As idades de dois irmãos estão na razão 2:5. Se da-
b) 25 min e) 40 min
qui a 14 anos a razão entre essas idades passará a
ser 3:4, qual a soma das idades atuais? c) 35 min
a) 7 b) 9 c) 11 d) 14 e) 18
6. (Vunesp) Todos os possíveis valores de m que satis-
fazem a desigualdade 2x2 − 20x + 2m ≠ 0, para todo
4. (Enem) O esporte de alta competição da atualidade
x pertencente ao conjunto dos reais, são dados por:
produziu uma questão ainda sem resposta: Qual é o
limite do corpo humano? O maratonista original, o a) m > 10
grego da lenda, morreu de fadiga por ter corrido 42 b) m > 25
quilômetros. O americano Dean Karnazes, cruzando c) m > 30
sozinho as planícies da Califórnia, conseguiu correr
d) m<5
dez vezes mais em 75 horas.
e) m < 30
Um professor de Educação Física, ao discutir com a
turma o texto sobre a capacidade do maratonista
americano, desenhou na lousa uma pista reta de 60 7. (FGV) Um artesão fabrica pulseiras de prata de um
centímetros, que representaria o percurso referido. único tipo e as vende na feira dominical do MASP
por R$ 120,00 a unidade. A esse preço, consegue
Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 25 jun. 2011 (adaptado).
vender 400 pulseiras por mês. Empiricamente, o ar-
Se o percurso de Dean Karnazes fosse também em tesão avalia que, para cada redução de R$ 15,00 no
uma pista reta, qual seria a escala entre a pista feita preço da pulseira, venderá 24 pulseiras de prata a
pelo professor e percorrida pelo atleta? mais por mês. Para vender 452 pulseiras, é neces-
a) 1:700 sário que o preço por unidade seja:
b) 1:7.000 a) R$ 101,50
c) 1:70.000 b) R$ 87,50
d) 1:700.000 c) R$ 90,60
e) 1:7.000.000 d) R$ 80,00
e) R$ 102,50

56 ∣ Matemática ∣ Setor 1152 ANGLOVINCI VESTIBULARES


8. (MACKENZIE) O diretor de uma empresa, o Dr. An- 11. (Fuvest) Durante uma viagem choveu 5 vezes. A
tonio, convocou todos os seus funcionários para chuva caía pela manhã ou pela tarde, nunca o dia
uma reunião. Com a chegada do Dr. Antonio à sala todo. Houve 6 manhãs e três tardes sem chuva.
de reuniões, o número de homens presentes na Quantos dias durou a viagem?
sala ficou quatro vezes maior que o número de mu- a) 6 b) 7 c) 8 d) 9 e) 10
lheres também presentes na sala. Se o Dr. Antonio
não fosse à reunião e enviasse sua secretária, o nú-
mero de mulheres ficaria a terça parte do número 12. (PUC) Pouco se sabe sobre a vida de Diofanto da
de homens. A quantidade de pessoas, presentes na Alexandria, considerado o maior algebrista grego
sala, aguardando o Dr. Antonio é: que, acredita-se, tenha vivido no período conhecido
como o século da “Idade da Prata”, de 250 a 350
a) 20 b) 19 c) 18 d) 15 e) 14
d.C. O texto seguinte é uma transcrição adaptada
do “Epitáfio de Diofanto”, extraído do livro Mate-
9. (IBMEC) Quando sai de casa até as 6h30min, Rui mática Divertida e Curiosa, de Malba Tahan, conhe-
gasta 30 minutos para chegar ao seu trabalho. Ele cido matemático brasileiro.
percebeu também que, para cada 2 minutos que o Eis o túmulo que encerra Diofanto — maravilha de
horário de saída ultrapassa as 6h30min, o tempo de contemplar! Com um artifício aritmético a pedra
percurso aumenta 1 minuto, devido ao trânsito. De ensina a sua idade:
acordo com esses dados, se num dia Rui chegou ao
trabalho às 7h39min, pode-se concluir que ele saiu “Deus concedeu-lhe passar a sexta parte de sua vida
de casa às: na juventude; um duodécimo na adolescência; um
a) 7h09min sétimo, em seguida, foi passado num casamento es-
téril. Decorreu mais cinco anos, depois do que lhe
b) 7h01min
nasceu um filho. Mas esse filho — desgraçado e, no
c) 6h56min entanto, bem amado! — apenas tinha atingido a
d) 6h50min metade do total de anos que viveu seu pai, quando
e) 6h43min morreu. Quatro anos ainda, mitigando a própria dor
com o estudo da ciência dos números, passou-os Di-
ofanto, antes de chegar ao termo de sua existên-
10. (Fuvest) Um senhor feudal construiu um fosso, cir- cia.”
cundado por muros, em volta de seu castelo, con-
forme a planta ao lado, com uma ponte para atra- De acordo com as informações contidas no epitáfio,
vessá-lo. Em um certo dia, ele deu uma volta com- o número de anos vividos por Diofanto foi:
pleta no muro externo, atravessou a ponte e deu a) 64 b) 72 c) 78 d) 82 e) 84
uma volta completa no muro interno. Esse trajeto
foi completado em 5320 passos. No dia seguinte,
ele deu duas voltas completas no muro externo, 13. (Fuvest) No triângulo acutângulo ABC a base AB ̅̅̅̅
atravessou a ponte e deu uma volta completa no mede 4 cm e a altura relativa a essa base também
muro interno, completando esse novo trajeto em mede 4 cm. MNPQ é um retângulo cujos vértices M
8120 passos. ̅̅̅̅, P pertence ao lado BC
e N pertencem ao lado AB ̅̅̅ e
̅̅̅̅
Q ao lado AC.
O perímetro desse re-
tângulo, em cm, é:
a) 4
b) 8
c) 12
d) 14
e) 16

Pode-se concluir que a largura L do fosso, em pas-


sos, é:
a) 36 b) 40 c) 44 d) 48 e) 50

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1152 ∣ 57


14. (Enem) O dono de um sítio pretende colocar uma 16. (Fuvest) Na figura abaixo, os quadrados ABCD e
haste de sustentação para melhor firmar dois pos- EFGH têm, ambos, lado a e centro O.
tes de comprimentos iguais a 6 m e 4 m. A figura
representa a situação real na qual os postes são
descritos pelos segmentos AC e BD e a haste é re-
presentada pelo EF, todos perpendiculares ao solo,
que é indicado pelo segmento de reta AB. Os seg-
mentos AD e BC representam cabos de aço que se-
rão instalados.

Se EP = 1, então a é:
2 √2
a)
2 − 1 √2 − 1
2
Qual deve ser o valor do comprimento da haste EF? b)
√3 − 1
a) 1 m √2
b) 2 m c)
2
c) 2,4 m d) 2
2
d) 3 m e)
√2 − 1
e) 2√6 m
17. (Fuvest) Um lateral L faz um lançamento para um
15. (Fuvest) Uma folha de papel ABCD de formato re- atacante A, situado 32 m à sua frente em uma linha
tangular é dobrada em torno do segmento ̅̅̅
EF, de paralela à lateral do campo de futebol. A bola, en-
maneira que o ponto A ocupe a posição G, como tretanto, segue uma trajetória retilínea, mas não
mostra a figura. paralela à lateral e quando passa pela linha de meio
Se AE = 3 e BG = 1, então a medida do segmento do campo está a uma distância de 12 m da linha que
̅̅̅ é igual a:
AF une o lateral ao atacante.
3√5
a)
2
7√5
b)
8
3√5
c)
4
3√5
d)
5
√5
e)
3 Sabendo-se que a linha de meio do campo está à
mesma distância dos dois jogadores, a distância mí-
nima que o atacante terá que percorrer para encon-
trar a trajetória da bola será de:
a) 18,8 m
b) 19,2 m
c) 19,6 m
d) 20 m
e) 20,4 m

58 ∣ Matemática ∣ Setor 1152 ANGLOVINCI VESTIBULARES


18. (FGV) Na figura abaixo, a razão entre as áreas do tri- a) o dobro do valor da primeira encomenda, por-
ângulo AED e do quadrado ABCD é igual a: que a altura e a largura dos quadros dobraram.
3 b) maior do que o valor da primeira encomenda,
a)
2 mas não o dobro.
1
b) c) a metade do valor da primeira encomenda, por-
2 que a altura e a largura dos quadros dobraram.
2
c) d) menor do que o valor da primeira encomenda,
3
3 mas não a metade.
d) e) igual ao valor da primeira encomenda, porque
4
3 o custo de entrega será o mesmo.
e)
5
21. (Unicamp) Considere três modelos de televisores
19. (Enem) Para decorar a fachada de um edifício, um de tela plana, cujas dimensões aproximadas são for-
arquiteto projetou a colocação de vitrais compos- necidas na tabela abaixo, acompanhadas dos pre-
tos de quadrados de lado medindo 1m, conforme a ços dos aparelhos.
figura a seguir.
Largura Altura
Modelo Preço (R$)
(cm) (cm)
23’’ 50 30 750,00
32’’ 70 40 1.400,00
40’’ 90 50 2.250,00

Com base na tabela, pode-se afirmar que o preço


por unidade de área da tela:
a) aumenta à medida que as dimensões dos apare-
lhos aumentam.
Nesta figura, os pontos A, B, C e D são pontos mé-
dios dos lados do quadrado e os segmentos AP e QC b) permanece constante do primeiro para o se-
1 gundo modelo, e aumenta do segundo para o
medem da medida do lado do quadrado. Para terceiro.
4
confeccionar um vitral, são usados dois tipos de ma- c) aumenta do primeiro para o segundo modelo, e
teriais: um para a parte sombreada da figura, que permanece constante do segundo para o ter-
custa R$ 30,00 o m2, e outro para a parte mais clara ceiro.
(regiões ABPDA e BCDQB), que custa R$ 50,00 o m2. d) permanece constante.
De acordo com esses dados, qual é o custo dos ma-
teriais usados na fabricação de um vitral?
a) R$ 22,50 22. (Fuvest) Na figura, o triângulo ABC é retângulo com
catetos BC = 3 e AB = 4. Além disso, o ponto D per-
b) R$ 35,00 ̅̅̅̅, o ponto E pertence ao cateto
tence ao cateto AB
c) R$ 40,00 ̅̅̅ e o ponto F pertence à hipotenusa AC
BC ̅̅̅̅, de tal
d) R$ 42,50 forma que DECF seja um paralelogramo.
e) R$ 45,00
Se DE = 3/2, então a área do
20. (Enem) A loja Telas & Molduras cobra 20 reais por paralelogramo DECF vale:
metro quadrado de tela, 15 reais por metro linear a) 63/25
de moldura, mais uma taxa fixa de entrega de 10 b) 12/5
reais. Uma artista plástica precisa encomendar te- c) 58/25
las e molduras a essa loja, suficientes para 8 qua-
d) 56/25
dros retangulares (25 cm × 50 cm). Em seguida, fez
uma segunda encomenda, mas agora para 8 qua- e) 11/5
dros retangulares (50 cm × 100 cm). O valor da se-
gunda encomenda será:

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1152 ∣ 59


23. (ESPM) A figura ao lado representa uma marca
onde os arcos têm centros nos vértices do qua- GABARITO
drado de lado igual a 10 cm.
Tema 1

Tarefa Mínima
1. A 2. B 3. E 4. A

Se as partes clara e escura devem ter a mesma área, Tarefa Complementar


a medida do raio de cada arco deve ser: 1. D 2. 248 3. D
a) 4,50 cm
b) 4,40 cm Tema 2
c) 4,25 cm
d) 4,15 cm Tarefa Mínima
e) 4,00 cm 1. a) S = {7}
b) S = {7/5}
Considere: √2π = 2,5
c) S = {0}
2. a) S = {0;7}
24. (FGV Economia) O ponto D é o centro de uma cir-
b) S = {1/3;−1/3}
cunferência de 26cm de diâmetro. O triângulo ABC
inscrito nesta circunferência possui base BC = 10cm c) S = {0;−1/2}
e é isósceles. d) S = {3;4}
e) S = {−1;−7}
A área hachurada do
f) S = {2;5}
círculo é igual a:
3. B
a) (169π − 125)cm2
4. B
b) (44π)cm2
c) (149π − 75)cm2
Tarefa Complementar
d) (130π − 125)cm2
1. C 2. C 3. E 4. B
e) (26π − 25)cm2

Tema 3
25. (Fuvest) A figura representa um retângulo ABCD,
com AB = 5 e AD = 3. O ponto E está no segmento
̅̅̅
CD̅ de maneira que CE = 1, e F é o ponto de inter- Tarefa Mínima
̅̅̅̅ com o segmentoBE
seção da diagonal AC ̅̅̅. 1. x = 72 e y = 132
2. 20 metros
Então a área do
3. 204
triângulo BCF vale:
4. a) 13
a) 6/5
b) 15
b) 5/4
c) 8
c) 4/3
d) 6
d) 7/5
5. 2√2 cm
e) 3/2

Tarefa Complementar
1. E 2. C 3. A 4. 4 dm

60 ∣ Matemática ∣ Setor 1152 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Tema 4

Tarefa Mínima
1. 72 cm2
2. D
3. 39 cm2
4. E
5. B

Tarefa Complementar
1. C
2. B
3. C
4. B

Exercícios Extras

1. 224, 560 e 784 selos.


2. B
3. D
4. D
5. D
6. E
7. B
8. B
9. C
10. B
11. B
12. E
13. B
14. C
15. D
16. E
17. B
18. B
19. B
20. B
21. D
22. A
23. E
24. A
25. B

ANGLOVINCI VESTIBULARES Matemática ∣ Setor 1152 ∣ 61


FÍSICA
1 CINEMÁTICA ESCALAR

CONCEITOS

• Espaço: Valor numérico que indica a posição de um corpo em uma trajetória orientada.

• Deslocamento escalar: Valor numérico que indica a mudança de posição que um corpo realizou.

• Velocidade escalar média: Grandeza que indica a rapidez que um corpo muda de posição.

• Velocidade escalar instantânea: Velocidade média em um intervalo de tempo muito pequeno (instante).

• Aceleração escalar média: Grandeza que indica a rapidez que um corpo muda de velocidade escalar instantânea.

• Aceleração escalar instantânea: Aceleração média em um intervalo de tempo muito pequeno (instante).

RESUMO

• Vm = ∆S/∆T Propriedade do gráfico v x t

• Vinst = velocidade no instante

• a = ∆V/∆T

• Se a velocidade for constante trata-se de um MU

• Se a aceleração for constante trata-se de um MUV


Entre os instantes t1 e t2

∆S Área da figura

62 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Quando o gráfico de duas grandezas é uma reta inclinada, então as grandezas possuem variações proporcionais.

ou

∆Y
= Constante ≠ 0
∆X

Na Cinemática, os gráficos representam.

ou

∆S
s = espaço
= Constante ≠ 0 MU v = velocidade
∆t
a = aceleração

corpo em repouso

corpo em MU

ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 63


ANOTAÇÕES

64 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES


EXERCÍCIOS

1. (Unesp 2018) Um foguete lançador de satélites, par-


tindo do repouso, atinge a velocidade de 5400 km/h
após 50 segundos. Supondo que esse foguete se des-
loque em trajetória retilínea, sua aceleração escalar
média é de:
a) 30 m/s2
b) 150 m/s2
c) 388 m/s2
d) 108 m/s2
e) 54 m/s2

2. (ESPCEX-AMAN 2017) Um trem de 150 m de com-


primento se desloca com velocidade escalar cons-
tante de 16 m/s. Esse trem atravessa um túnel e
leva 50 s desde a entrada até a saída completa de
dentro dele. O comprimento do túnel é de:
a) 500 m
b) 650 m
c) 800 m
d) 950 m
e) 1.100 m

ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 65


3. (UNIFESP 2016) Dois veículos, A e B, partem simul-
taneamente de uma mesma posição e movem-se
no mesmo sentido ao longo de uma rodovia plana
e retilínea durante 120 s. As curvas do gráfico repre-
sentam, nesse intervalo de tempo, como variam
suas velocidades escalares em função do tempo.

Calcule:
a) o módulo das velocidades escalares médias de
A e de B, em m/s, durante os 120 s.

b) a distância entre os veículos, em metros, no ins-


tante t = 60 s.

66 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. (IME) Um automóvel percorre uma estrada reta de
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES um ponto A para um ponto B. Um radar detecta que
o automóvel passou pelo ponto A a 72 km/h. Se
esta velocidade fosse mantida constante, o auto-
1. (EPCAR-AFA 2016) Dois móveis, A e B, partindo jun- móvel chegaria ao ponto B em 10 min. Entretanto,
tos de uma mesma posição, porém com velocida-
devido a uma eventualidade ocorrida na metade do
des diferentes, que variam conforme o gráfico
caminho entre A e B, o motorista foi obrigado a re-
abaixo, irão se encontrar novamente em um deter-
duzir uniformemente a velocidade até 36 km/h, le-
minado instante.
vando para isso, 20 s. Restando 1 min. para alcançar
o tempo total inicialmente previsto para o per-
curso, o veículo é acelerado uniformemente até
108 km/h, levando para isso, 22 s, permanecendo
nesta velocidade até chegar ao ponto B. O tempo
de atraso, em segundos, em relação à previsão ini-
cial, é:
a) 46,3
b) 60,0
c) 63,0
d) 64,0
Considerando que os intervalos de tempo e) 66,7
t1 – t0, t2 – t1, t3 – t2, t4 – t3 e t5 – t4 são todos iguais,
os móveis A e B novamente se encontrarão no ins-
tante 4. (Fuvest) Um consórcio internacional, que reúne de-
zenas de países, milhares de cientistas e emprega
a) t4
bilhões de dólares, é responsável pelo Large
b) t5 Hadrons Colider (LHC), um túnel circular subterrâ-
c) t2 neo, de alto vácuo, com 27 km de extensão, no qual
d) t3 eletromagnetos aceleram partículas, como prótons
e antiprótons, até que alcancem 11.000 voltas por
segundo para, então, colidirem entre si. As experi-
2. (Fuvest) Arnaldo e Batista disputam uma corrida de ências realizadas no LHC investigam componentes
longa distância. O gráfico das velocidades dos dois elementares da matéria e reproduzem condições
atletas, no primeiro minuto da corrida, é mostrado de energia que teriam existido por ocasião do Big
na figura. Bang.
a) Calcule a velocidade do próton, em km/s, rela-
tivamente ao solo, no instante da colisão.
b) Calcule o percentual dessa velocidade em rela-
ção à velocidade da luz, considerada, para esse
cálculo, igual a 300.000 km/s.
c) Além do desenvolvimento científico, cite outros
dois interesses que as nações envolvidas nesse
consórcio teriam nas experiências realizadas no
LHC.
Determine:
a) a aceleração aB de Batista em t = 10 s.
b) as distâncias dA e dB percorridas por Arnaldo e
Batista, respectivamente, até t = 50 s.
c) a velocidade média vA de Arnaldo no intervalo
de tempo entre 0 e 50 s.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 67


5. (Enem) O gráfico a seguir modela a distância per- 7. (Unesp) Uma bola desloca-se em trajetória retilí-
corrida, em km, por uma pessoa em certo período nea, com velocidade constante, sobre um plano ho-
de tempo. A escala de tempo a ser adotada para o rizontal transparente. Com o sol a pino, a sombra
eixo das abscissas depende da maneira como essa da bola é projetada verticalmente sobre um plano
pessoa se desloca. inclinado, como mostra a figura a seguir.

Qual é a opção que apresenta a melhor associação


entre meio ou forma de locomoção e unidade de Nessas condições, a sombra desloca-se sobre o
tempo, quando são percorridos 10 km? plano inclinado em
a) carroça – semana a) movimento retilíneo uniforme, com velocidade
de módulo igual ao da velocidade da bola.
b) carro – dia
b) movimento retilíneo uniforme, com velocidade
c) caminhada – hora de módulo menor que o da velocidade da bola.
d) bicicleta – minuto c) movimento retilíneo uniforme, com velocidade
e) avião – segundo de módulo maior que o da velocidade da bola.
d) movimento retilíneo uniformemente variado,
6. (Fuvest) João está parado em um posto de gasolina com velocidade de módulo crescente.
quando vê o carro de seu amigo, passando por um e) movimento retilíneo uniformemente variado,
ponto P, na estrada, a 60 km/h. Pretendendo al- com velocidade de módulo decrescente.
cançá-lo, João parte com seu carro e passa pelo
mesmo ponto P, depois de 4 minutos, já a 80 km/h.
8. (Fuvest) A figura adiante representa as velocidades
Considere que ambos dirigem com velocidades
em função do tempo de dois corpos, que executam
constantes. Medindo o tempo, a partir de sua pas-
movimentos verticais. O corpo A, de massa M, é
sagem pelo ponto P, João deverá alcançar seu
descrito por uma linha contínua; o corpo B, de
amigo, aproximadamente, em:
massa 3M, por uma linha tracejada. Em um dos in-
a) 4 minutos tervalos de tempo listados adiante, ambos estão so-
b) 10 minutos bre a ação exclusiva de um campo gravitacional
c) 12 minutos constante. Tal intervalo é:
d) 15 minutos
e) 20 minutos

a) de 0 a T1
b) de T1 a T2
c) de T2 a T3
d) de T3 a T4
e) de T4 a T5
68 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES
9. (Fuvest) Um carro se desloca numa trajetória retilí-
nea e sua velocidade em função do tempo, a partir LEITURA
do instante t = 10 s, está representada no gráfico.
1. A MECÂNICA E A CINEMÁTICA
A Mecânica estuda os movimentos. A Cinemática é
a parte da Mecânica que descreve os movimentos
sem apresentar suas causas.
Todas as unidades de grandezas utilizadas no es-
tudo da Cinemática podem ser expressas em função
de unidades que expressam duas grandezas funda-
mentais: comprimento e tempo. No Sistema Inter-
nacional de Unidades (SI) estas unidades são o me-
tro (m) e o segundo (s).

2. PONTO MATERIAL
Se o carro partiu do repouso e manteve uma acele- É todo corpo cujas dimensões não interferem no es-
ração constante até t = 15 s, a distância percorrida, tudo de seu movimento.
desde sua partida até atingir a velocidade de 6 m/s,
vale: Atenção: despreza-se somente as dimensões do
corpo, sem desprezar-se sua massa.
a) 12,5 m
b) 18,0 m Exemplos:
c) 24,5 m a) A Terra, em seu movimento de translação ao re-
dor do Sol.
d) 38,0 m
b) Um corpo que se movimenta de maneira tal,
e) 84,5 m
que um segmento qualquer pertencente ao
corpo, mantém sempre a mesma direção, como
10. (ITA) Um motorista pretende realizar uma viagem é o caso de um trem em movimento retilíneo:
de 20 km com velocidade média de 80 km/h. A pri- pode-se estudar o seu movimento, analisando
meira metade do percurso foi realizada a 20 km/h. o movimento de um ponto qualquer perten-
Qual a velocidade média na segunda metade para cente a ele.
que ele realize seu objetivo.

3. REFERENCIAL — MOVIMENTO E REPOUSO


Movimento e repouso são conceitos relativos:
quando uma pessoa viaja sentada num ônibus, ela
está em repouso em relação ao banco do ônibus,
mas está em movimento em relação a uma árvore
presente no ambiente circundante.

Então, para se estabelecer que um ponto material


está em movimento ou em repouso, é necessário es-
colher outro corpo, que será denominado referencial.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 69


4. TRAJETÓRIA No Sistema Internacional de unidades, a unidade de
É o lugar geométrico dos pontos ocupados pelo móvel tempo é o segundo (s) e de espaço é o metro (m).
no decorrer do tempo. É a linha sobre a qual se move Esse será o sistema de unidades adotado.
o ponto material.
Exemplos:
a) Quando o esquiador desce a encosta de uma
montanha, seus esquis deixam um rastro na neve
que indica a sua trajetória.
Observando a figura anterior, pode-se construir a
seguinte tabela:

Instante (t) Espaço (s)


t0 s0 = −20 m
t1 s1 = 10 m
t2 s2 = 40 m
b) Os trilhos de uma ferrovia reproduzem a trajetó- Obs: O espaço apenas localiza o móvel na trajetória.
ria do trem em relação à terra.

6. DESLOCAMENTO ESCALAR
Observe a figura abaixo que indica o caminho tra-
çado entre São Paulo e Rio de Janeiro, cidades cuja
distância é de aproximadamente 430 km pela Rodo-
via Presidente Dutra:

5. ESPAÇO
Sobre a trajetória de um móvel, previamente conhe-
cida, pode-se associar uma orientação positiva e a
cada um de seus pontos um número real. A um desses Um automóvel, que se dirige de São Paulo ao Rio,
pontos é arbitrariamente associado o “zero” (origem). passa pela cidade de Queluz às 10 h e por Piraí às
Aos outros pontos associam-se números positivos 12 h.
crescentes a partir da origem, no sentido da orienta- Entre essas duas localidades, houve uma variação
ção escolhida e números negativos decrescentes no de espaço de 100 km [(330-230) km]. Matematica-
sentido contrário da orientação escolhida. mente, chamamos esta variação deslocamento es-
Em cada instante, durante o movimento, o corpo calar:
ocupa uma posição diferente. O número associado a
∆s = s – s0
esta posição, acompanhado da unidade da medida,
denomina-se espaço (s) do móvel. onde: s = espaço final e s0 = espaço inicial
Cuidado: a função S(t) não representa a equação da Num intervalo de tempo:
trajetória. Para um movimento bidimensional (duas
dimensões), por exemplo, a equação da trajetória se- ∆t = t – t0
ria dada pela função Y(x). Para um movimento tridi- Graficamente, temos:
mensional teríamos uma função do tipo Z(y,x). Por
exemplo: Uma partícula que executa um MCU (Movi-
mento Circular Uniforme) teria uma função do espaço
S(t) linear (espaço varia de forma constante), já a fun-
ção da trajetória desta partícula seria uma equação do
tipo (x − a)2 + (y − b)2 = r2 (trata-se da equação re-
duzida de uma circunferência, com (a;b) sendo as co-
ordenadas do centro e r é o raio da trajetória).
70 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES
Obs.: O deslocamento escalar não pode ser confun- 8. VELOCIDADE ESCALAR INSTANTÂNEA
dido com distância percorrida. É apenas um indica- Muitas vezes é necessário calcular a rapidez com
tivo global do movimento de um ponto material en- que a posição de um ponto material está mudando
tre dois instantes. em um determinado instante t. Para isto calcula-se
a velocidade escalar média entre os instantes t1 e t2,
Cuidado: quando o deslocamento de um corpo for em que t2 é um instante muito próximo de t1. Esta
zero não podemos afirmar que o corpo permane- velocidade média dá uma informação tanto mais
ceu em repouso, pois o mesmo pode ter avançado precisa a respeito de como muda a posição com o
e retrocedido a mesma distância tempo no instante t1, quanto mais próximo t2 está
de t1.
7. VELOCIDADE ESCALAR MÉDIA Matematicamente:
Se considerarmos o deslocamento escalar de um ∆s
automóvel, ∆s = 100 km e o seu correspondente in- v = lim
∆t
tervalo de tempo ∆t = 2 h, teremos que o desloca- ∆t → 0
mento escalar (100 km) dividido pelo intervalo de
tempo (2 h) caracteriza a velocidade escalar média
do automóvel: 9. ACELERAÇÃO ESCALAR MÉDIA
Um movimento pode ser classificado observando
100 km
vm = = 50 km/h sua velocidade escalar: Se ela é constante, o movi-
2h mento é uniforme. Se varia, o movimento é variado.
Um caminhão que efetuasse o mesmo desloca- Um movimento variado pode apresentar num dado
mento escalar em 4 h, teria a velocidade escalar intervalo de tempo, um aumento ou uma diminui-
média de: ção da velocidade, que podem ocorrer com maior
ou menor rapidez. A aceleração escalar média nos
100 km
v´m = = 25 km/h indica se houve variação da velocidade escalar e
4h mede a rapidez desta variação (variação da veloci-
Fazendo uma generalização, podemos dizer que dade instantânea em função do tempo).
para qualquer móvel, a velocidade escalar média é
dada pela relação:
s − s0 ∆s
vm = =
t − t0 ∆t

∆v = v – v0
∆t = t – t0
∆v
am =
∆t
m/s m
Unidade: SI → =
Obs.: s s2
1) No Sistema Internacional, a unidade de veloci-
dade é m/s (metro por segundo).
2) A Velocidade média não nos fornece nenhuma
informação sobre o movimento da partícula ou
corpo num determinado instante, por exemplo
se dizemos que um corpo parte de São Paulo,
às 10 h, e se desloca até 200 km, às 12 h. Não
podemos afirmar que as 11 h sua velocidade é
de 100 km/h (valor da velocidade média), pois
o mesmo pode estar por exemplo parado neste
instante. A velocidade que nos fornece infor-
mação sobre o movimento acaba instante é de-
nominada velocidade instantânea.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 71
4. (PUCSP) Os gráficos na figura representam as posi-
TAREFA MÍNIMA ções de dois veículos, A e B, deslocando-se sobre
uma estrada retilínea, em função do tempo.
1. (Fuvest) Um automóvel e um ônibus trafegam em
uma estrada plana, mantendo velocidades constan-
tes em torno de 100 km/h e 75 km/h, respectiva-
mente. Os dois veículos passam lado a lado em um
posto de pedágio. Quarenta minutos (2/3 de hora)
depois, nessa mesma estrada, o motorista do ôni-
bus vê o automóvel ultrapassá-lo. Ele supõe, então,
que o automóvel deve ter realizado, nesse período,
uma parada com duração aproximada de:
a) 4 minutos A partir desses gráficos, é possível concluir que, no
b) 7 minutos intervalo de 0 a t,
c) 10 minutos a) a velocidade do veículo A é maior que a do veí-
d) 15 minutos culo B.
e) 25 minutos b) a aceleração do veículo A é maior que a do veí-
culo B.
c) o veículo A está se deslocando à frente do veí-
2. (UFC) Um motorista realizou uma viagem com velo-
culo B.
cidade média de 32 km/h. Os primeiros 100 km fo-
ram percorridos com velocidade média de 50 km/h d) os veículos A e B estão se deslocando um ao
e o restante com velocidade média de 20 km/h. lado do outro.
Qual o intervalo de tempo da viagem toda? e) a distância percorrida pelo veículo A é maior
que a percorrida pelo veículo B.
3. (Enem) Uma empresa de transportes precisa efe-
tuar a entrega de uma encomenda o mais breve 5. (UFSCAR) Um terremoto normalmente dá origem a
possível. Para tanto, a equipe de logística analisa o dois tipos de ondas, s e p, que se propagam pelo
trajeto desde a empresa até o local da entrega. Ela solo com velocidades distintas. No gráfico a seguir
verifica que o trajeto apresenta dois trechos de dis- está representada a variação no tempo da distância
tâncias diferentes e velocidades máximas permiti- percorrida por cada uma das ondas a partir do epi-
das diferentes. No primeiro trecho, a velocidade centro do terremoto.
máxima permitida é de 80 km/h e a distância a ser
percorrida é de 80 km. No segundo trecho, cujo
comprimento vale 60 km, a velocidade máxima per-
mitida é 120 km/h. Supondo que as condições de
trânsito sejam favoráveis para que o veículo da em-
presa ande continuamente na velocidade máxima
permitida, qual será o tempo necessário, em horas,
para a realização da entrega?
a) 1,5
b) 1,4 a) Qual a razão entre as velocidades da onda mais
c) 0,7 rápida e a mais lenta?
d) 2,0 b) Com quantos minutos de diferença essas ondas
e) 3,0 atingirão uma cidade situada a 1500 km de dis-
tância do ponto 0?

72 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES


6. (UFRGS) Nos gráficos apresentados nas alternativas “s” representa espaço, “v” a velocidade escalar, “a” a acele-
ração escalar e “t” o tempo. Assinale a alternativa que indica um movimento em que a aceleração escalar é nula.

7. (UFPR) Uma formiga movimenta-se sobre um fio de 9. (UFU) O gráfico ilustra a distância S em função do
linha. Sua posição (S) varia com o tempo, conforme tempo T que um som produzido por uma pessoa
mostra o gráfico. atinge um obstáculo e, após a reflexão, retorna ao
local onde a pessoa se encontra. A distância do obs-
táculo à pessoa e o valor da velocidade de propaga-
ção do som vale respectivamente:

O deslocamento entre os instantes t = 0 s e


t = 5,0 s é:
a) 0,5 cm
b) 1,0 cm a) 66 m e 340 m/s
c) 1,5 cm b) 3,3 m e 34 m/s
d) 2,0 cm c) 16,5 m e 66 m/s
e) 2,5 cm d) 33 m e 330 m/s
e) 6,6 m e 3,3 m/s
8. (Fuvest) Dois pontos móveis P e Q percorrem o
mesmo eixo Ox; seus movimentos estão represen- 10. (UFSC) O diagrama abaixo mostra a velocidade mé-
tados na figura abaixo, pelo gráfico de espaço x em dia que os automóveis conseguem desenvolver em
função do tempo t um trecho de uma grande avenida da cidade ao
longo das primeiras 12 horas de um dia da semana.

Podemos afirmar que:


a) P e Q passam, no mesmo instante, pelo ponto
de abscissa x = 0.
b) A aceleração de P é maior que a de Q.
c) A velocidade de Q é maior que a de P. Um automóvel que estivesse se movendo nesta
d) P e Q passam, no mesmo instante, pelo ponto avenida, das 7h30 às 8h30, teria se deslocado de:
de abscissa x = x1. a) 2 km b) 3 km c) 5 km d) 10 km e) 15 km
e) P e Q movem-se em sentidos opostos.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 73


11. (UFC) O gráfico abaixo mostra o espaço em função 13. (UFF) O motorista de um carro A, vendo o sinal
do tempo para três móveis em uma trajetória ori- verde do semáforo, arranca com o seu carro. Neste
entada. instante outro carro B passa por ele e ambos pas-
sam a se movimentar em trajetórias paralelas ao
longo de uma extensa avenida.
O gráfico abaixo mostra a variação de velocidade de
ambos os carros desde o instante em que A começa
a se movimentar até 15 segundos após.

Com relação a essa situação é correto afirmar que:


a) Os móveis 1, 2 e 3 se encontram simultanea-
mente.
b) Os móveis 1 e 2 se encontram antes do início do
movimento do móvel 3.
Das afirmações abaixo assinale aquela que é verda-
c) O móvel 2 passa pela origem após o encontro
deira.
dos móveis 1 e 3.
a) O carro A alcança B depois em t = 3,75 s.
d) O móvel 1 encontra o móvel 2 após ter encon-
b) No intervalo 0 −15 s o carro A não alcança B.
trado o móvel 3.
c) Quando os velocímetros dos carros marcam a
e) O móvel 3 encontra o móvel 2 antes de 2 ter mesma velocidade A está cerca de 28 metros na
encontrado 1. frente de B.
d) No instante t = 15 s o carro A está 25 metros na
12. (UFSCAR) O diagrama abaixo mostra o comporta- frente de B.
mento do movimento de um automóvel numa es- e) O carro A ultrapassa B no instante t = 5 s.
trada. Outro automóvel viaja nesta mesma estrada
e seu espaço varia de acordo com a equação 14. (UEL) O gráfico a seguir mostra a distância entre
s(t) = 10 + 60 t com s em km e t em h. dois automóveis A e B em função do tempo. Eles vi-
ajam em uma mesma estrada retilínea. No instante
zero, o automóvel A á frente de B.

A análise desse gráfico nos permite concluir que:


a) No instante 2 s a velocidade de A é menor que
O instante e o espaço em que ocorre o encontro es- a de B.
tão na alternativa: b) No instante 3 s a velocidade de A é maior que a
a) 1,5 h e 100 km de B.
b) 1 h e 90 km c) No instante 4 s a velocidade de B é menor que
a de A.
c) 3,25 h e 140 km
d) No instante 6 s o automóvel A alcança B.
d) 3,5 h e 220 km
e) No instante 8 s o automóvel B está à frente de
e) 2 h e 130 km A.
74 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES
15. (PUC-PR) O consumo de combustível para um auto-
móvel depende, entre outros fatores, da velocidade TAREFA COMPLEMENTAR
média desenvolvida pelo automóvel. Um estudo re-
cente sobre o consumo de combustível de certo au-
1. (Fuvest) Na figura, estão representadas as velocida-
tomóvel da marca X, revelou dados que são mostra-
des, em função do tempo, desenvolvidas por um
dos no gráfico a seguir.
atleta, em dois treinos A e B, para uma corrida de
100 m rasos.

Um proprietário de um automóvel desta marca X


Com relação aos tempos gastos pelo atleta para
fará uma viagem de 360 km, economizando o má-
percorrer os 100 m, podemos afirmar que, aproxi-
ximo possível de combustível. Considerando que a
madamente,
viagem seja feita com velocidade praticamente
constante, o consumo total de combustível e a du- a) no B levou 0,4 s a menos que no A
ração da viagem serão respectivamente: b) no A levou 0,4 s a menos que no B
a) 18 L; 4,5 h c) no B levou 1,0 s a menos que no A
b) 36 L; 3,6 h d) no A levou 1,0 s a menos que no B
c) 36 L; 4,5 h e) no A e no B levou o mesmo tempo
d) 60 L; 9,0 h
e) 60 L; 3,0 h 2. (Fuvest) Uma pessoa (A) pratica corrida numa pista
de 300 m, no sentido anti-horário, e percebe a pre-
sença de outro corredor (B) que percorre a mesma
pista no sentido oposto. Um desenho esquemático
da pista é mostrado abaixo, indicando a posição AB
do primeiro encontro entre os atletas.

Após 1min e 20s, acontece o terceiro encontro en-


tre os corredores, em outra posição, localizada a
20m de AB, e indicada na figura por A’B’ (o segundo
encontro ocorreu no lado oposto da pista). Sendo
VA e VB os módulos das velocidades dos atletas A e
B, respectivamente, e sabendo que ambas são
constantes, determine:
a) VA e VB.
b) A distância percorrida por A entre o primeiro e
o segundo encontros, medida ao longo da pista.
c) quantas voltas o atleta A dá no intervalo de
tempo em que B completa 8 voltas na pista.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 75


3. (UFC) Um automóvel viajando com velocidade 7. (ITA) Um motorista pretende realizar uma viagem
constante passa pelo marco XY (X e Y naturais e X < com velocidade média de 90 km/h. A primeira terça
Y) de uma estrada. Meia hora depois o automóvel parte do percurso é realizada à 50 km/h e os próxi-
passa pelo marco YX e finalmente meia hora depois mos 3/5 do restante é realizado à 80 km/h. Qual a
ele passa pelo marco X0Y. Qual a velocidade do au- velocidade média na última parte, para que ele re-
tomóvel? alize seu objetivo?

4. (UFMG-Adaptado) O gráfico abaixo mostra a acele- 8. (Unicamp) A figura abaixo mostra o esquema sim-
ração em função do tempo de uma composição do plificado de um dispositivo colocado em uma rua
metrô que parte do repouso no instante zero, de para controle de velocidade de automóveis (dispo-
certa estação e 50 s depois atinge a próxima esta- sitivo popularmente chamado de radar).
ção, novamente parando. A trajetória é sempre ho-
rizontal e retilínea.

Os sensores S1 e S2 e a câmera estão ligados a um


computador. Os sensores enviam um sinal ao com-
putador sempre que são pressionados pelas rodas
de um veículo. Se a velocidade do veículo está
a) Determine a distância entre as estações.
acima da permitida, o computador envia um sinal
b) Determine a aceleração do corpo no instante para que a câmera fotografe sua placa traseira no
38 segundos. momento em que esta estiver sobre a linha trace-
jada. Para certo veículo, os sinais dos sensores fo-
5. (FEI-adaptado) Um automóvel parte do repouso e ram os seguintes:
acelera a 2 m/s² durante 3 segundos. Em seguida
sua aceleração passa a ser 1m/s2 durante 2 segun-
dos. Determine para os 5 segundos de movimento:
a) A aceleração escalar média.
b) A velocidade escalar média.

6. (Fuvest) A figura representa o gráfico da posição em


função do tempo do movimento de um corpo lan-
çado verticalmente para cima, com velocidade ini-
cial V0, na superfície de um planeta.
a) Determine a velocidade do veículo em km/h.
b) Calcule a distância entre os eixos do veículo.

a) Qual o valor da aceleração da gravidade na su-


perfície do planeta?
b) Qual o valor da velocidade inicial vo?

76 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES


9. (Fuvest) Dois veículos A e B deslocam-se em traje- 12. (Enem) Para melhorar a mobilidade urbana na rede
tórias retilíneas e paralelas uma à outra. No ins- metroviária é necessário minimizar o tempo entre
tante t = 0 s eles se encontraram lado a lado. O grá- estações. Para isso a administração do metrô de
fico representa as velocidades dos dois veículos, em uma grande cidade adotou o seguinte procedi-
função do tempo, a partir desse instante e durante mento entre duas estações: a locomotiva parte do
os 1200 s seguintes. repouso com aceleração constante por um terço do
Os dois veículos estarão novamente lado a lado, tempo de percurso, mantém a velocidade cons-
pela primeira vez, no instante. tante por outro terço e reduz sua velocidade com
desaceleração constante no trecho final, até parar.
Qual é o gráfico de posição (eixo vertical) em função
do tempo (eixo horizontal) que representa o movi-
mento desse trem?
a) d)

a) 400 s b) 500 s c) 600 s d) 800 s e) 1200 s

b) e)
10. (Fuvest) Um carro viaja com velocidade de 90 km/h
(ou seja, 25 m/s) num trecho retilíneo de uma rodo-
via quando, subitamente, o motorista vê um animal
parado na sua pista. Entre o instante que o moto-
rista avista o animal e aquele em que começa a
frear, o carro percorre 15 m. Se o motorista frear o
carro à taxa constante de 5 m/s², mantendo-se em c)
sua trajetória retilínea, ele só evitará atingir o ani-
mal, que permanece imóvel durante todo o tempo,
se o tiver percebido a uma distância de, no mínimo,
a) 15 m d) 77,5 m
b) 31,25 m e) 125 m
c) 52,5 m

13. (Fuvest) A posição X de um corpo, que se move ao


11. (Fuvest) Dois trens A e B fazem manobra em uma longo de uma reta, em função do tempo t, é mos-
estação rodoviária deslocando-se paralelamente trada no gráfico. Para cada um dos quatro interva-
sobre os trilhos retilíneos. No instante t = 0 s eles los assinalados no gráfico indique:
estão lado a lado. O gráfico representa a velocidade
dos dois trens a partir do instante t = 0 s até
t = 150 s, quando termina a manobra.

a) Se a velocidade é positiva, negativa ou nula


A distância entre os dois trens no final da manobra b) Se a aceleração é positiva, negativa ou nula
é:
a) 0 m b) 50 m c) 100 m d) 250 m e) 500 m

ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 77


14. (UEL) Duas pedras são lançadas verticalmente para cima, simultaneamente e com velocidades iniciais diferentes.
Qual dos seguintes gráficos melhor representa a altura dessas pedras em função do tempo?

15. (Unesp) O gráfico na figura mostra a posição x de 17. (UFF) Manteve-se a velocidade de 60km/h em 40%
um objeto, em movimento sobre uma trajetória re- do tempo de um percurso. No restante do tempo, o
tilínea, em função do tempo t. corpo esteve ora parado, ora em movimento, com
uma velocidade de 100 km/h. Sabe-se que a veloci-
dade média total do percurso foi 40 km/h. O per-
centual do tempo total em que o corpo esteve pa-
rado foi:
a) 16 b) 20 c) 44 d) 21 e) 12

18. (MED-Jundiaí) A figura representa a vista de duas


A partir desse gráfico, é possível concluir que a ve- estradas: as rodovias Marechal Epaminondas e Pre-
locidade instantânea do objeto se anulou somente. sidente Belarmino. Dois automóveis viajam a favor
da orientação das trajetórias, em movimentos uni-
a) no instante 0 segundo. formes e, indicados na tal figura. A Rodovia Presi-
b) nos instantes 9 e 14 segundos. dente Belarmino “cruza” a Rodovia Marechal Epa-
c) nos instantes 2 e 7 segundos. minondas por um viaduto localizado no km 330 da
d) nos instantes 5 e 11 segundos. Rodovia Marechal Epaminondas. Na Rodovia Presi-
dente Belarmino, o viaduto se localiza no km X. No
e) nos instantes 2, 5, 7 e 11 segundos.
exato instante em que o automóvel 1 passa sob o
viaduto, o automóvel 2 passa sobre o viaduto.
16. (ITA-adaptada) Considere que num tiro de revólver,
a bala percorre trajetória retilínea com velocidade
510 m/s constante, desde o ponto inicial P até o
alvo Q. Mostrados na figura, o aparelho M1 registra
simultaneamente o sinal sonoro do disparo e o do
impacto da bala no alvo, o mesmo ocorrendo com
o aparelho M2.

Então qual o valor do número X?


Sendo 340 m/s a velocidade do som no ar, então
qual a razão entre as respectivas distâncias dos apa-
relhos M1 e M2 em relação ao alvo Q?

78 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES


19. Um automóvel viaja com velocidade de 40 m/s,
quando começa a frear constantemente e percor- TAREFA DESAFIO
rendo 75 m até reduzir sua velocidade pela metade.
Quantos metros ele percorrerá, desde quando ini-
ciou a frenagem, até parar completamente? 1. De São Paulo a Campinas, saíram dois carros com
um intervalo de tempo T = 10 min com velocidade
de 30km/h cada um. Com que velocidade V movia-
20. Um automóvel percorre um terço de seu trajeto se um outro carro em direção a São Paulo, uma vez
com velocidade média de 80 km/h e o restante com que ele encontrou os outros dois carros com um in-
velocidade média de 40 km/h. Qual a velocidade tervalo de tempo de 4 min.
média no trajeto todo?
2. Três turistas, que possuem uma bicicleta, devem
21. Um corpo percorre um terço de seu trajeto com ve- chegar ao parque no menor intervalo de tempo
locidade média de 30 km/h; em seguida dois quin- possível (o tempo é contado até que o último tu-
tos do trajeto com velocidade média de 60 km/h e rista chegue ao parque). A bicicleta pode transpor-
o restante com velocidade média de 10 km/h. tar apenas duas pessoas e por isso o terceiro deve
a) Qual intervalo de tempo da viagem foi o mais ir a pé. Um ciclista leva o segundo turista até um
demorado? O primeiro, o segundo ou o ter- determinado ponto do caminho, de onde ele conti-
ceiro? Justifique sua resposta nua a andar a pé e o ciclista regressa para transpor-
b) Determine a velocidade média na viagem toda. tar o terceiro. Determine a velocidade média dos
turistas, sendo a velocidade do que vai a pé de
4 km/h e a do ciclista 20 km/h.
22. Após ter corrido 2/7 de um percurso em 2 minutos
e em seguida, caminhado 5/11 do mesmo percurso
em 8 minutos e 45 segundos, um atleta verificou 3. Um homem, movendo -se com velocidade cons-
que ainda faltavam 600 metros para o final. O atleta tante v, passa sob uma fonte puntiforme de luz, que
então voltou a correr. Durante todo o trajeto sua está situada a uma altura H. Sabendo-se que o ho-
velocidade média foi de 3 metros por segundo. mem possui altura h, determine a velocidade V da
extremidade de sua sombra
a) Qual a velocidade média na primeira parte que
o atleta correu?
b) Quanto tempo demorou o atleta para percorrer
o último trecho do percurso?

23. Em função do trânsito de São Paulo, um determi-


nado trajeto é realizado em alguns dias da semana
em certo intervalo de tempo e o mesmo trajeto é
realizado em outro intervalo em outro dia da se-
mana. Um motorista leva 12 minutos para realizar
o percurso de sua casa até seu trabalho durante as
terças feiras. O mesmo percurso demora 18 minu-
tos na sexta feira. Durante as quintas feiras ele faz
esse percurso durante x minutos com a velocidade
média da terça feira e (x + 3) minutos com a veloci-
dade média da sexta feira.
a) Qual o valor de X?
b) Qual o tempo gasto para realizar o percurso na
quinta feira?

ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 79


2 MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME

RESUMO TEÓRICO ANOTAÇÕES

MOVIMENTO CIRCULAR E UNIFORME (MCU)

⃗⃗⃗v

⃗⃗⃗
ac
∆φ

∆S ∆S
∆φ =
∆φ R

R Com φ dado em rad

CARACTERÍSTICAS DO MCU
I) A intensidade da velocidade é constante e não nula.
Em símbolos: V = constante ≠ 0
II) A direção e o sentido do vetor velocidade são vari-
áveis no tempo.

Em símbolos:
⃗⃗⃗v é variável

DEFINIÇÕES

• Período (T): Intervalo de tempo para que o corpo re-


alize uma volta completa
• Frequência (f): Número de voltas realizadas pelo
corpo em uma unidade de tempo (f = 1/T)
• Velocidade angular: ω = ∆φ/∆t = 2π/T
• Velocidade escalar: v = ∆S/∆t = 2πR/T
• Relação entre velocidade angular (ω ) e velocidade
escalar (V): V = ω ∙ R

80 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES


ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 81
EXERCÍCIOS

1. (Fuvest 2018-adaptada) Núcleos atômicos podem


girar rapidamente e emitir raios γ. Nesse processo,
o núcleo perde energia, passando sucessivamente
por estados de energia cada vez mais baixos, até
chegar ao estado fundamental, que é o estado de
menor energia desse sistema. Nos laboratórios
onde esses núcleos são estudados, detectores re-
gistram dados dos pulsos da radiação γ emitida, ob-
tendo informações sobre o período de rotação nu-
clear. A perda de energia devido à emissão de radi-
ação eletromagnética altera o período de rotação
nuclear. O gráfico mostra quatro valores do período
de rotação de um dos isótopos do núcleo de érbio
(158Er) durante um certo intervalo de tempo, obti-
dos a partir de dados experimentais.

Obtenha o valor da:


a) velocidade angular de rotação, ω, do núcleo no
instante t = 8 x 10 −12 s, em rad/s;
b) energia, E, emitida pelo 158Er sob a forma de ra-
diação eletromagnética entre os instantes
t = 2 x 10 −12 s e t = 8 x 10 −12 s.
Note e adote:
Radiação γ: radiação eletromagnética de frequên-
cia muito alta.
Energia rotacional do núcleo ER = (1/2) I ω2, onde
I = 12 x 10−55 J s2 é constante.
π=3

82 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES


2. (Fuvest 2017 − adaptada) De férias em Macapá, ci-
dade brasileira situada na linha do equador e a 51° EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
de longitude oeste, Maria faz um selfie em frente ao
monumento do marco zero do equador. Ela envia a
1. (UERN) Dois exaustores eólicos instalados no te-
foto a seu namorado, que trabalha em um navio an-
lhado de um galpão se encontram em movimento
corado próximo à costa da Groenlândia, a 60° de la-
circular uniforme com frequências iguais a 2,0 Hz e
titude norte e no mesmo meridiano em que ela
2,5 Hz. A diferença entre os períodos desses dois
está. Considerando apenas os efeitos da rotação da
movimentos é igual a:
Terra em torno de seu eixo, determine, para essa
situação, a) 0,1 s b) 0,3 s c) 0,5 s d) 0,6 s
a) a velocidade escalar vM de Maria;
2. (UECE) O ano de 2015 tem um segundo a mais. No
b) a velocidade escalar vn do namorado de Maria;
dia 30 de junho de 2015, um segundo foi acrescido
Note e adote: à contagem de tempo de 2015. Isso ocorre porque
a velocidade de rotação da Terra tem variações em
Maria e seu namorado estão parados em relação à
relação aos relógios atômicos que geram e mantêm
superfície da Terra.
a hora legal. Assim, no dia 30 de junho, o relógio
As velocidades e acelerações devem ser determina- oficial registrou a sequência: 23h59min59s -
das em relação ao centro da Terra. 23h59min60s, para somente então passar a 1º de
Considere a Terra uma esfera com raio 6 x 106 m. julho, 0h00min00s. Como essa correção é feita no
Duração do dia ≈ 80.000 s horário de Greenwich, no Brasil a correção ocorreu
às 21h, horário de Brasília. Isso significa que, em
π=3
média, a velocidade angular do planeta:
Ignore os efeitos da translação da Terra em torno
a) cresceu.
do Sol.
b) manteve-se constante e positiva.
sen 30° = cos 60° = 0,5
c) decresceu.
sen 60° = cos 30° ≈ 0,9
d) é sempre nula.

3. (Unicamp) Considere um computador que arma-


zena informações em um disco rígido que gira a
uma frequência de 120 Hz. Cada unidade de infor-
mação ocupa um comprimento físico de 0,2 μm na
direção do movimento de rotação do disco. Quan-
tas informações magnéticas passam, por segundo,
pela cabeça de leitura, se ela estiver posicionada a
3 cm do centro de seu eixo, como mostra o es-
quema simplificado apresentado abaixo?

a) 1,62 x 10−6
b) 1,8 x 106
c) 64,8 x 108
d) 1,08 x 108

Considere π ≈ 3
ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 83
4. (UPF) Recentemente, foi instalada, em Passo
Fundo, uma ciclovia para que a população possa an- LEITURA
dar de bicicleta. Imagine que, em um final de se-
mana, pai e filho resolveram dar uma volta, cada
um com sua respectiva bicicleta, andando lado a 1. MOVIMENTO CIRCULAR E UNIFORME
lado, com a mesma velocidade. Admitindo-se que o Os primeiros estudos sobre modelo de compreen-
diâmetro das rodas da bicicleta do pai é o dobro do são do cosmos foram realizados por Pitágoras (571
diâmetro das rodas da bicicleta do filho, pode-se a.C. – 496 a.C.), na antiga Grécia. Embora muitos
afirmar que as rodas da bicicleta do pai, em relação historiadores afirmem que Pitágoras absorveu e re-
às da bicicleta do filho giram com: elaborou tudo que apreendeu em suas viagens pela
a) o dobro da frequência e da velocidade angular. Babilônia, Egito, Síria, Pérsia, Fenícia e Índia, é a ele
que devemos os primeiros registros de como funci-
b) a metade da frequência e da velocidade angu- ona o universo.
lar.
Segundo Pitágoras, a natureza era regida por núme-
c) a metade da frequência e a mesma velocidade ros inteiros e figuras geométricas perfeitas. Essas fi-
angular. guras representariam a perfeição divina. Para Pitá-
d) a mesma frequência e a metade da velocidade goras os corpos celestes realizavam movimentos
angular. circulares e uniformes, pois o círculo é a figura per-
e) a mesma frequência e o dobro da velocidade feita e o movimento uniforme mostra a regulari-
angular. dade e a constante presença divina nos céus. Esse
conceito recebeu o nome de “divindade do círculo”
e acompanhou a astronomia por aproximadamente
5. Em um antigo projetor de cinema, o filme a ser pro-
2000 anos. Conforme estudaremos nas próximas
jetado deixa o carretel F, seguindo um caminho que
aulas, somente no século XVI, o físico Johannes Ke-
o leva ao carretel R, onde será rebobinado. Os car-
pler mudou esse conceito.
retéis são idênticos e se diferenciam apenas pelas
funções que realizam. Hoje o movimento circular e uniforme está pre-
sente em muitas situações do dia a dia, como em
Pouco depois do início da projeção, os carretéis
engrenagens, caixas de câmbio, satélites, etc.
apresentam-se como mostrado na figura, na qual
observamos o sentido de rotação que o aparelho Vamos estudar os principais conceitos do movi-
imprime ao carretel R. mento circular e uniforme (MCU).

2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Já estudamos nas aulas anteriores que, nesse tipo
de movimento, a velocidade escalar é constante e
diferente de zero, mas a velocidade vetorial muda
ponto a ponto de direção. Esse é o motivo pelo qual
um corpo, em MCU, possui aceleração centrípeta.

Nesse momento, considerando as quantidades de


filme que os carretéis contêm e o tempo necessário
para que o carretel R dê uma volta completa, é cor-
reto concluir que o carretel F gira em sentido
a) anti-horário e dá mais voltas que o carretel R.
b) anti-horário e dá menos voltas que o carretel R.
c) horário e dá mais voltas que o carretel R.
d) horário e dá menos voltas que o carretel R.
e) horário e dá o mesmo número de voltas que o
carretel R.

84 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. PERÍODO E FREQÜÊNCIA No MCU, o deslocamento realizado pelo corpo, em
Devido à regularidade do MCU, o corpo sempre de- uma volta, corresponde ao comprimento de uma
mora o mesmo intervalo de tempo para realizar circunferência, ou seja, ∆S = 2 π R. Lembrando que
uma volta. Esse intervalo de tempo chama se perí- o intervalo de tempo que o corpo realiza uma volta
odo e representa se pela letra T. No SI, a unidade de completa é o período T, podemos colocar a expres-
período é segundo (s). Além disso, o corpo, em cada são acima da seguinte forma:
unidade de tempo (por exemplo, segundo), realiza V = 2π R/T
certo número de voltas, que pode ser inteiro ou
não. Esse número de voltas chama se frequência e Uma vez que 2 π/T corresponde à velocidade angu-
representa se pela letra f. No SI, a unidade de fre- lar ω:
quência é s−1, denominada hertz (Hz).
V=ω∙R
Podemos determinar a relação entre frequência e
período da seguinte forma: Uma consequência da expressão acima é o fato de
pontos ou corpos que possuam a mesma veloci-
1 volta → T 1 dade angular (ω), aquele que estiver em uma cir-
f= cunferência de raio maior, terá uma maior veloci-
f →1 T
dade escalar.
4. VELOCIDADE ANGULAR
Quando um corpo realiza MCU, ele descreve, em
certo intervalo de tempo, um ângulo Δϕ cuja me-
dida, em radianos, é dada pelo quociente entre o
comprimento do arco descrito ΔS e o raio R da cir-
cunferência. ∆S1 > ∆S2
R1 > R2
V1 > V2
ω 1 = ω2

Esse ângulo é percorrido em certo intervalo de 6. UMA APLICAÇÃO DO MOVIMENTO CIRCULAR E


tempo Δt. Define-se velocidade angular ω como UNIFORME
sendo a grandeza que mede a rapidez com o qual O planeta Terra é aproximadamente uma esfera
esse ângulo é descrito. que gira em torno do seu eixo com velocidade an-
ω = ∆φ/∆t gular constante.
Mas, o que é eixo terrestre?
Quando o corpo realiza uma volta completa o ân- Eixo terrestre é definido como o conjunto de pontos
gulo descrito é 2π radianos e o intervalo de tempo que possui velocidade angular nula em relação ao
é o período. Assim a velocidade angular pode ser centro da Terra.
escrita como: Como consequência dessa afirmação, podemos en-
ω = 2π/T tender que os pólos terrestres são os pontos da su-
perfície que possuem velocidade angular nula em
relação ao centro da Terra.
5. VELOCIDADE ESCALAR Note que todos os pontos da superfície (exceto os
O fato de o MCU ser um movimento uniforme nos polos) possuem a mesma velocidade angular, pois,
garante que a velocidade escalar média (Vm) coin- todos esses pontos realizam uma volta completa
cide com a velocidade escalar instantânea (V) e em 24 h. Por outro lado, nem todos os pontos da
pode ser calculada por: superfície da Terra possuem a mesma velocidade
escalar, pois esses pontos podem pertencer a cir-
V = Vm = ∆S/∆t
cunferências de raios diferentes.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 85
Quanto mais próximo um ponto da superfície ter-
restre estiver dos polos, menor será sua velocidade TAREFA MÍNIMA
escalar em relação ao centro. Caso esse ponto es-
teja em um dos pólos terrestres, sua velocidade es-
calar será nula, pois sua velocidade angular tam- 1. (Unesp 2015) A figura representa, de forma simpli-
ficada, parte de um sistema de engrenagens que
bém o é. Os pontos que estão no Equador realizam
tem a função de fazer girar duas hélices, H1 e H2. Um
o movimento circular e uniforme com o maior raio
eixo ligado a um motor gira com velocidade angular
possível. Por esse motivo esses pontos possuem
constante e nele estão presas duas engrenagens, A
máxima velocidade escalar em relação ao centro da
e B. Esse eixo pode se movimentar horizontalmente
Terra.
assumindo a posição 1 ou 2. Na posição 1, a engre-
nagem B acopla-se à engrenagem C e, na posição 2,
a engrenagem A acopla-se à engrenagem D. Com as
engrenagens B e C acopladas, a hélice H1 gira com
velocidade angular constante ω1 e, com as engrena-
gens A e D acopladas, a hélice H2 gira com veloci-
dade angular constante ω2.

Quando se pretende lançar um foguete a partir da


Terra, o ideal é que esse local possua uma grande
velocidade escalar em relação ao centro da Terra
para que o foguete já possa partir com uma grande
velocidade inicial. O melhor local para isso são as
regiões próximas do Equador. No ano de 1965 o go-
verno brasileiro inaugurou a base de lançamento da
Barreira do Inferno no estado do Rio Grande do
Norte. Em função da urbanização e do aumento da
população nas proximidades desse local em 1989 o
governo inaugurou uma nova base de lançamentos:
A base de Alcântara localizada no estado do Mara-
nhão.

Considere rA, rB, rC e rD, e os raios das engrenagens


A, B, C e D, respectivamente. Sabendo que rB = 2 ∙ rA
ω1
e que rC = rD, é correto afirmar que a relação é
ω2
igual a:
a) 1,0
b) 0,2
c) 0,5
d) 2,0
e) 2,2

86 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES


2. (Enem) Um professor utiliza essa história em qua- 3. (Unicamp) As máquinas cortadeiras e colheitadei-
drinhos para discutir com os estudantes o movi- ras de cana-de-açúcar podem substituir dezenas de
mento de satélites. Nesse sentido, pede a eles que trabalhadores rurais, o que pode alterar de forma
analisem o movimento do coelhinho, considerando significativa a relação de trabalho nas lavouras de
o módulo da velocidade constante. cana-de-açúcar. A pá cortadeira da máquina ilus-
trada na figura abaixo gira em movimento circular
uniforme a uma frequência de 300 rpm. A veloci-
dade de um ponto extremo P da pá vale

a) 9 m/s
b) 15 m/s
c) 18 m/s
d) 60 m/s

Considere π ≈ 3

4. (UFRGS) Um satélite geoestacionário está em órbita


circular com raio de aproximadamente 42.000 km
em relação ao centro da Terra. Sobre esta situação,
são feitas as seguintes afirmações.
(Considere o período de rotação da Terra em torno
de seu próprio eixo igual a 24h.)
Desprezando a existência de forças dissipativas, o
vetor aceleração tangencial do coelhinho, no ter- Sobre esta situação, são feitas as seguintes
ceiro quadrinho, é: afirmações.
a) nulo. I. O período de revolução do satélite é de 24h.
b) paralelo à sua velocidade linear e no mesmo II. O trabalho realizado pela Terra sobre o satélite é
sentido. nulo.
c) paralelo à sua velocidade linear e no sentido III. O módulo da velocidade do satélite é constante
oposto. e vale 3500π km/h.
d) perpendicular à sua velocidade linear e dirigido
Quais estão corretas?
para o centro da Terra.
a) Apenas I.
e) perpendicular à sua velocidade linear e dirigido
para fora da superfície da Terra. b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
5. (UFG) A Lua sempre apresenta a mesma face

ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 87


quando observada de um ponto qualquer da super-
fície da Terra. Esse fato, conhecido como acopla- TAREFA COMPLEMENTAR
mento de maré, ocorre porque:
a) a Lua tem período de rotação igual ao seu perí- 1. (Fuvest) Um disco tem seu centro fixo no ponto O
odo de revolução. do eixo x da figura adiante, e possui uma marca no
b) a Lua não tem movimento de rotação em torno ponto A de sua periferia. O disco gira com veloci-
do seu eixo. dade angular constante ω em relação ao eixo. Uma
c) o período de rotação da Lua é igual ao período pequena esfera é lançada do ponto B do eixo em
de rotação da Terra. direção ao centro do disco, no momento em que o
d) o período de revolução da Lua é igual ao perí- ponto A passa por B. A esfera desloca-se sem atrito,
odo de rotação da Terra. passa pelo centro do disco, e após 6s atinge sua pe-
riferia exatamente na marca A, no instante em que
e) o período de revolução da Lua é igual ao perí- esta passa pelo ponto C do eixo x. Se o tempo gasto
odo de revolução da Terra. pela esfera para percorrer o segmento BC é supe-
rior ao necessário para que o disco dê uma volta,
mas é inferior ao tempo necessário para que o disco
dê duas voltas, o período de rotação do disco é de:

a) 2s b) 3s c) 4s d) 5s e) 6s

2. (UFMG) A figura a seguir representa três bolas, A, B


e C, que estão presas entre si por cordas de 1,0 m
de comprimento cada uma. As bolas giram com mo-
vimento circular uniforme, sobre um plano horizon-
tal sem atrito, mantendo as cordas esticadas. A
massa de cada bola é igual a 0,5 kg, e a velocidade
da bola C é de 9,0 m/s.

A alternativa que indica como se relacionam as ve-


locidades tangenciais vA, vB e vC das bolas A, B e C e
seus respectivos períodos TA, TB e TC é:
a) vA < vB < vC ; TA = TB = TC
b) vA = vB = vC ; TA = TB= TC
c) vA > vB > vC ; TA = TB = TC
d) vA = vB = vC ; TA > TB > TC
e) vA = vB = vC ; TA < TB < TC

88 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. (Unesp) Sejam ω1 e ω2 as velocidades angulares dos 7. (UFPE) A figura a seguir mostra um tipo de brin-
ponteiros das horas de um relógio da torre de uma quedo de um parque de diversões. As rodas meno-
igreja e de um relógio de pulso, respectivamente, e res giram com uma velocidade angular de р/5rd/s,
v1 e v2 as velocidades escalares das extremidades independentemente da roda maior que gira a
desses ponteiros. Se os dois relógios fornecem a р/300rd/s. Qual o número de voltas completas da
hora certa, pode-se afirmar que: roda pequena que terá dado o ocupante da cadeira
a) ω1 = ω 2 e v1 = v2 hachurada, inicialmente no ponto mais baixo,
quando o centro da roda pequena, na qual ele se
b) ω 1 = ω 2 e v1 > v2
encontra, atinge o ponto mais alto da roda maior?
c) ω 1 > ω 2 e v1 = v2 (Esse tipo de roda gigante permite trocar os ocu-
d) ω 1 > ω 2 e v1 > v2 pantes de uma roda menor, enquanto os demais se
e) ω 1 < ω 2 e v1 < v2 divertem!)

4. (Fuvest) Dois carros percorrem uma pista circular,


de raio R, no mesmo sentido, com velocidades de
módulos constantes e iguais a v e 3v. O tempo de-
corrido entre dois encontros sucessivos vale:
a) π R/3v
b) 2π R/3v
c) π R/v
d) 2π R/v
e) 3π R/v

5. (PUCCAMP) Na última fila de poltronas de um ôni- 8. (ITA) Um avião voa numa altitude e velocidade de
bus, dois passageiros estão distando 2 m entre si. módulos constantes, numa trajetória circular de
Se o ônibus faz uma curva fechada, de raio 40 m, raio R, cujo centro coincide com o pico de uma mon-
com velocidade de 36 km/h, a diferença das veloci- tanha onde está instalado um canhão. A velocidade
dades dos passageiros é, aproximadamente, em tangencial do avião é de 200 m/s e a componente
m/s, horizontal da velocidade da bala do canhão é de
a) 0,1 b) 0,2 c) 0,5 d) 1,0 e) 1,5 800 m/s. Desprezando-se efeitos de atrito e movi-
mento da Terra e admitindo que o canhão está di-
6. (UNITAU) Uma esfera oca feita de papel tem diâme- recionado de forma a compensar o efeito da atra-
tro igual a 0,50 m e gira com determinada frequên- ção gravitacional, para atingir o avião, no instante
cia f0, conforme figura adiante. Um projétil é dispa- do disparo o canhão deverá estar apontado para
rado numa direção que passa pelo equador da es- um ponto à frente do mesmo situado a:
fera, com velocidade v = 500 m/s. Observa-se que, a) 4,0 rad
devido à frequência de rotação da esfera, a bala sai b) 4,0π rad
pelo mesmo orifício feito pelo projétil quando pe- c) 0,25R rad
netra na esfera. A frequência f0 da esfera é:
d) 0,25π rad
a) 200 Hz
e) 0,25 rad
b) 300 Hz
c) 400 Hz
d) 500 Hz
e) 600 Hz

ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 89


9. (Fuvest) Num toca fitas, a fita F do cassete passa em 11. (PUC-MG) A figura mostra uma barra que gira com
frente da cabeça de leitura C com uma velocidade movimento circular e uniforme, em torno de um
constante v = 4,80 cm/s. O diâmetro do núcleo dos eixo E. Os pontos A e B giram com velocidades line-
carretéis vale 2,0 cm. Com a fita completamente en- ares tais que VA > VB. Em relação às velocidades an-
rolada num dos carretéis, o diâmetro externo do gulares wA e wB e aos períodos TA e TB, é correto afir-
rolo de fita vale 5,0 cm. A figura adiante representa mar:
a situação em que a fita começa a se desenrolar do
carretel A e a se enrolar no núcleo do carretel B.
Enquanto a fita é totalmente transferida de A para
B, o número de rotações completas por segundos
(rps) do carretel A.

a) wA > wB e TA = TB
b) wA < wB e TA < TB
c) wA = wB e TA = TB
d) wA > wB e TA > TB
e) wA = wB e TA > TB
a) varia de 0,32 a 0,80 rps.
b) varia de 0,96 a 2,40 rps. 12. (UECE) A figura mostra um disco que gira em torno
c) varia de 1,92 a 4,80 rps. do centro O. A velocidade do ponto X é 50 cm/s e a
d) permanece igual a 1,92 rps. do ponto Y é de 10 cm/s.
e) varia de 11,5 a 28,8 rps. A distância XY vale 20 cm. Pode-se afirmar que o va-
lor da velocidade angular do disco, em radianos por
segundo, é:
10. (UFPE) Em um determinado instante t0 de uma
competição de corrida, a distância relativa ao longo a) 2,0
da circunferência da pista, entre dois atletas A e B, b) 5,0
é 13 metros. Os atletas correm com velocidades di- c) 10,0
ferentes, porém constantes e no mesmo sentido d) 20,0
(anti-horário), em uma pista circular. Os dois pas-
sam lado a lado pelo ponto C, diametralmente
oposto à posição de B no instante t0, exatamente 20
segundos depois. Qual a diferença de velocidade
entre eles, medida em cm/s?

13. (Fuvest) Uma criança montada em um velocípede


se desloca em trajetória retilínea, com velocidade
constante em relação ao chão. A roda dianteira des-
creve uma volta completa em um segundo. O raio
da roda dianteira vale 24 cm e o das traseiras 16 cm.
Podemos afirmar que as rodas traseiras do velocí-
pede completam uma volta em, aproximadamente;
a) 1/2 s b) 2/3 s c) 1 s d) 3/2 s e) 2 s

90 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES


14. (UFC) A figura mostra dois discos planos, D1 e D2,
presos a um eixo comum, E. O eixo é perpendicular TAREFA DESAFIO
a ambos os discos e passa por seus centros. Em cada
disco há um furo situado a uma distância r do seu
centro. Os discos estão separados por uma distân- 1. A figura abaixo mostra um dispositivo composto
por um motor elétrico, cujo eixo se encontra ligado
cia d = 2,40 m e os furos alinham-se sobre uma reta
a uma polia ideal de raio R, solidária a uma segunda
paralela ao eixo E. Calcule as três frequências mais
polia de raio r, sem deslizamento. Solidário ao se-
baixas (medidas em rotações por segundo) com as
gundo eixo há um disco rígido metálico de raio r. Em
quais deverão girar os discos se quisermos que uma
duas extremidades opostas deste disco, foram fixa-
bala com velocidade v = 240 m/s, que passa pelo
dos dois pêndulos compostos idênticos, com fios
primeiro furo, passe também pelo segundo furo.
ideais e esferas homogêneas, de massa m. Existe
Suponha a trajetória da bala paralela ao eixo E.
um fio extensível ligando as esferas inferiores, pro-
vendo uma força elástica F elástica que as mantém na
configuração mostrada na figura.

Determine, em função de g, m, r e R:
a) a velocidade angular ω do motor elétrico.
b) a força elástica Felástica do fio extensível.

Dado: aceleração da gravidade = g

2. (Esc. Naval) Analise a figura abaixo.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 91


Na figura temos um dispositivo A que libera partí- 4. (IME)
culas a partir do repouso com um período T = 3 s.
Logo abaixo do dispositivo, a uma distância H, um
disco contém um orifício que permite a passagem
de todas as partículas liberadas pelo dispositivo.
Sabe-se que entre a passagem das duas partículas,
o disco executa 3 voltas completas em torno de seu
eixo. Se elevarmos o disco a uma altura H/4 do dis-
positivo, qual das opções abaixo exibe o conjunto
de três velocidades angulares w’, em rad/s, possí-
veis para o disco, de forma tal, que todas as partí-
culas continuem passando pelo seu orifício? Um objeto puntiforme encontra-se a uma distância
L de sua imagem, localizada em uma tela, como
a) 2/3, 5/3 e 8/3
mostra a figura acima. Faz-se o objeto executar um
b) 2, 3 e 5 movimento circular uniforme de raio r (r = L) com
c) 4/3, 8/3 e 12/3 centro no eixo principal e em um plano paralelo à
d) 4, 7 e 9 lente. A distância focal da lente é 3L/16 e a distância
entre o objeto e a lente é x. A razão entre as veloci-
e) 6, 8 e 12
dades escalares das imagens para os possíveis valo-
Dado: considere π = 3 res de x para os quais se forma uma imagem na po-
sição da tela é:
a) 1 b) 3 c) 6 d) 9 e) 12
3. (ITA) Um dispositivo é usado para determinar a dis-
tribuição de velocidades de um gás. Em t = 0, com
os orifícios O’ e O alinhados no eixo z, moléculas 5. (UFU) João e Maria apostam uma corrida numa
ejetadas de O’, após passar por um colimador, pe- pista circular de raio R. A figura a seguir mostra a
netram no orifício O do tambor de raio interno R, vista de cima dessa pista.
que gira com velocidade angular constante ω. Con-
sidere, por simplificação, que neste instante inicial
(t = 0) as moléculas em movimento encontram-se
agrupadas em torno do centro do orifício O. En-
quanto o tambor gira, conforme mostra a figura,
tais moléculas movem-se horizontalmente no inte-
rior deste ao longo da direção do eixo z, cada qual
com sua própria velocidade, sendo paulatinamente
depositadas na superfície interna do tambor no fi-
João e Maria deveriam partir do ponto A e seguir
nal de seus percursos. Nestas condições, obtenha
para B no sentido horário. Porém, ele nota que ela
em função do ângulo θ a expressão para v – vmin, em está em ótima forma e que ele não teria a menor
que v é a velocidade da molécula depositada cor-
chance de ganhar a corrida. Em um ato de deses-
respondente ao giro θ do tambor e vmin é a menor pero, ao largar, João resolve correr ao longo da
velocidade possível para que as moléculas sejam
corda indicada na figura, chegando em B junto com
depositadas durante a primeira volta deste. Maria (que correu ao longo da circunferência, con-
forme o combinado). O arco AB forma um ângulo
de abertura θ.
Determine:
a) a razão entre as velocidades de João (Vx) e Ma-
ria (Vy), em função do ângulo θ. Para simplificar
o problema, desconsidere a aceleração de lar-
gada e considere as velocidades de ambos
como constantes.
Vx
b) o valor da razão se o ângulo θ for igual a 60°.
Vy

92 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3 CINEMÁTICA VETORIAL

CONCEITOS

• Grandezas físicas: Tudo que possa ser medido dire-


tamente ou indiretamente com o auxílio de um ins-
trumento.

• Grandezas escalares: São as grandezas que, para


serem compreendidas, é suficiente representá-las
por um número real e uma unidade de medida (in-
tensidade). Por exemplo, a grandeza tempo.

• Grandezas vetoriais: São grandezas que, para se-


rem compreendidas, é necessário especificar, além
da intensidade, uma direção e um sentido. Por
exemplo, a grandeza força.

• Vetor: Representação geométrica de uma grandeza


vetorial

Para caracterizar um vetor, deve-se especificar seu mó-


dulo, sua direção e seu sentido.

ANOTAÇÕES

ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 93


EXERCÍCIOS

1. (FGV 2016) Um veículo desloca-se por uma pista ho-


rizontal, retilínea nos trechos AB, CD e DE, e curvilí-
nea no trecho BC, este em forma de quarto de cir-
cunferência, como ilustra a figura.

Partindo do repouso no ponto A, o referido veículo


aumenta sua velocidade uniformemente até o
ponto B; a partir de B, ele mantém constante a ve-
locidade adquirida até o ponto D; de D até E, ele re-
duz uniformemente a velocidade até parar em E. O
valor absoluto de sua aceleração vetorial está qua-
litativa e corretamente representado na alterna-
tiva:
a)

b)

c)

d)

e)

94 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES


2. (Fuvest) Uma criança com uma bola nas mãos está
sentada em um “gira-gira” que roda com veloci- EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
dade angular constante e frequência f = 0,25 Hz.
a) Considerando que a distância da bola ao centro 1. Sobre o conceito de aceleração vetorial média, as-
do “gira-gira” é 2 m, determine os módulos da sinale a alternativa que apresenta a informação cor-
velocidade ⃗⃗⃗⃗
VT e da aceleração a da bola, em reta:
relação ao chão. a) Por ser uma aceleração média, ela fornece-nos
Num certo instante, a criança arremessa a bola ho- o valor da aceleração no instante desejado.
rizontalmente em direção ao centro do “gira-gira”, b) Toda aceleração vetorial deve apresentar mó-
com velocidade ⃗⃗⃗⃗
VR de módulo 4 m/s em relação a dulo, direção e sentido.
si. c) Trata-se de uma aceleração que apresenta so-
mente módulo.
Determine, para um instante imediatamente após
d) Não pode ser dividida em mais de uma compo-
o lançamento,
nente.
b) o módulo da velocidade U ⃗ da bola em relação
ao chão;
2. Um objeto cai em queda livre com aceleração cons-

c) o ângulo θ entre as direções das velocidades U tante e igual a 10 m/s². Um vento assopra o objeto
⃗⃗⃗⃗
e VR da bola. em uma direção perpendicular, paralela ao solo,
acelerando-o em 2 m/s². O módulo da aceleração
Note e adote: π = 3 vetorial resultante desse objeto é igual a:
a) 10√2 m/s²
b) 12 m/s²
c) 2√26 m/s²
d) 12√2 m/s²
e) 8 m/s²

3. Suponha que uma partícula se move com acelera-


ção escalar de 3 m/s2 em uma trajetória circular
cujo raio é igual a 24 m. No instante t = 0, a veloci-
dade dessa partícula é igual a 6 m/s. Assim, deter-
mine o módulo da aceleração tangencial e marque
a alternativa correta.
a) 2 m/s2
b) 3m/s2
c) 4 m/s2
d) 5 m/s2
e) 6 m/s2

4. Suponha que você tenha uma partícula em movi-


mento circular uniforme. Podemos dizer que:
a) aceleração vetorial é constante
b) o módulo da velocidade vetorial é constante
c) o módulo da aceleração vetorial é nulo
d) a velocidade vetorial é constante
e) a velocidade vetorial tem seu sentido para o
centro da trajetória

ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 95


5. (UEL) Uma pista é constituída por três trechos: dois
retilíneos AB e CD e um circular BC, conforme es- LEITURA
quema abaixo. Se um automóvel percorre toda a
pista com velocidade escalar constante, o módulo
GRANDEZAS FÍSICAS
da sua aceleração será:
Numa conversa entre duas garotas, uma diz para a ou-
tra que amava seu primeiro namorado muito mais do
que ama o atual. A garota insiste com sua amiga que
seu amor pelo primeiro namorado era 1000 vezes maior
que pelo atual.
Do ponto de vista da Física essa é uma fala sem sentido,
pois não há como se medir o amor que uma pessoa pos-
sui pela outra, não havendo instrumento que o faça.
a) nulo em todos os trechos. Em Física, grandeza é tudo que pode ser medido direta-
b) constante, não nulo, em todos os trechos. mente ou indiretamente por um instrumento. Assim,
c) constante, não nulo, nos trechos AB e CD. por exemplo, a massa de um corpo pode ser medida di-
retamente com o auxílio de uma balança. Essa é uma
d) constante, não nulo, apenas no trecho BC.
medida direta.
e) variável apenas no trecho BC.

6. Um ciclista treina em uma pista circular, execu-


tando um movimento circular e uniforme, com ve-
locidade igual a 20 m/s. Sendo o raio da pista igual
a 80 m, determine o valor da aceleração centrípeta.

7. Um objeto realiza um movimento circular e uni-


forme em uma circunferência com raio igual a
100 cm e com uma aceleração centrípeta de 4 m/s2.
Determine sua velocidade.
Em outros casos a medida é indireta. Como exemplo,
podemos pensar na grandeza energia cinética. Não há
um instrumento (um aparelho) que meça diretamente
essa grandeza física. Não existe um “energizómetro”.
Estudaremos ao longo do curso que essa forma de ener-
gia depende da massa do corpo e da velocidade, e pode
ser calculada pela expressão. É possível medir a massa
com uma balança e a velocidade com um velocímetro.
A partir daí, determina-se a energia cinética.

1. GRANDEZAS ESCALARES
São aquelas grandezas que ficam perfeitamente de-
terminadas a partir de um número real mais uma
unidade de medida. Essa junção do número mais a
unidade de medida é denominada intensidade da
grandeza escalar. Observe que não há restrições
quanto ao sinal desse número, podendo ser posi-
tivo ou negativo.
Como exemplo, pense nessa frase: “Olha lá o Pedro
transportando um garrafão com 5 litros de água!”
Essa mensagem já está bem entendida com o nú-
mero mais a unidade de medida. Nesse caso a gran-
deza escalar envolvida é o volume.

96 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES


As grandezas massa, tempo, comprimento, resis- 2.1. VETOR VELOCIDADE
tência elétrica, área, densidade, pressão e potencial VELOCIDADE VETORIAL apresenta as seguintes ca-
elétrico são alguns outros exemplos de grandezas
racterísticas:
escalares.
⃗ ∣ = ∣V∣ (velocidade escalar)
intensidade: ∣V
2. GRANDEZAS VETORIAIS
direção: a mesma da trajetória se ela é retilí-
São aquelas que para serem compreendidas preci- ⃗
V nea; tangente à trajetória se ela é curvilínea
sam de um número positivo (módulo), acompa- sentido: do movimento
nhado de uma unidade, uma direção e um sentido.
A direção é determinada pela inclinação que uma
reta faz com um eixo orientado. Dada uma direção
é possível determinar dois sentidos. Por exemplo, a
direção horizontal admite dois sentidos: para di-
reita ou para esquerda.

Sentido para
Direção
direita
horizontal É possível classificar os movimentos segundo dois
critérios.
I) Quanto à trajetória
Sentido para • Retilíneo
esquerda
• Curvilíneo
Para representar as grandezas vetoriais, necessita- II) Quanto ao módulo da velocidade
mos o auxílio de uma representação geométrica de- • Se ∣V∣ é constante  movimento uniforme
nominada vetor. • Se ∣V∣é crescente  movimento acelerado
• Se ∣V∣ é decrescente  movimento retar-
dado

Para a classificação dos movimentos, é usual e se-


guinte simbologia.
• MRU  movimento retilíneo e uniforme.
• MRA  movimento retilíneo e acelerado.
Suponha o seguinte exemplo. Pedimos para uma • MRR  movimento retilíneo e retardado.
pessoa aplicar uma força de 10 N em um objeto. • MCU  movimento curvilíneo e uniforme.
Existem infinitas maneiras de fazer isso. Se restrin- • MCA  movimento curvilíneo e acelerado.
girmos que essa força precisa ser vertical, ainda as-
• MCR  movimento curvilíneo e retardado.
sim existe a possibilidade de ser para cima ou para
baixo. Se pedirmos para a pessoa aplicar uma força Observe na figura a seguir.
de 10 N, vertical para cima, aí sim o pedido está
bem determinado.
São alguns exemplos de grandezas vetoriais: veloci-
dade, aceleração, força, quantidade de movimento
e campo elétrico.

Ela representa um corpo se movendo ao longo de


uma trajetória curvilínea, vista por cima, em duas
posições A e B, ocupadas em instantes distintos.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 97


Nessa representação, como é possível decidir se, A obtenção da intensidade da aceleração resultante
nas posições indicadas, o corpo está ou não em mo- pode ser feita aplicando-se o Teorema de Pitágoras
vimento? Caso esteja em movimento, ele é para di- no triângulo retângulo em destaque na figura:
reita ou para a esquerda? Ou ainda, caso o corpo a2 = a2t + a2c
esteja em movimento, sua velocidade é constante
ou variável? Para fornecer essas informações, faze- Conhecendo a aceleração vetorial do corpo, pode-
mos o uso da representação vetorial da velocidade mos entender como o vetor velocidade varia, em
do corpo. Por exemplo, nas posições A e B, ocupa- sua direção, em seu módulo ou ambos.
das pelo corpo, os respectivos vetores velocidade
estão representados a seguir. Componentes da aceleração vetorial

• Aceleração tangencial

módulo: módulo da aceleração escalar


Perceba que, com representação vetorial, somos direção: tangente à trajetória
capazes de afirmar que o corpo está em movi-
mento, é para direita e que o valor da velocidade na
⃗⃗a⃗t Nos movimentos acelerados 
posição B é maior que na posição A.
sentido: igual ao da velocidade
O vetor velocidade informa para onde o corpo se Nos movimentos retardados 
move. Suas características são: contrário ao da velocidade
• Intensidade: igual ao módulo da velocidade es-
calar
• Aceleração centrípeta
• Direção: tangente à trajetória
Em aulas anteriores, aprendemos que a acele-
• Sentido: do movimento
ração centrípeta pode ser calculada pela ex-
pressão
ac = v2/R
Como V = ω ∙ R, podemos então escrever a ace-
Nos vários tipos de movimentos, o vetor velocidade leração centrípeta da seguinte forma:
descreve o comportamento do corpo com relação ac = (ωR)2/R
ao tipo de movimento envolvido. ac = ω2 ∙ R2/R
ac = 𝛚 2 ∙ R
2.2. ACELERAÇÃO VETORIAL DE UM CORPO
Esta expressão mostra que, para corpos que
É a aceleração vetorial de um móvel em cada ponto percorram circunferências de raios diferentes,
de sua trajetória. mas com a mesma velocidade angular, o corpo
Como todo vetor pode ser obtido pela soma de suas que percorre a circunferência de raio maior,
componentes perpendiculares, vamos decompor o terá maior aceleração centrípeta.
vetor aceleração instantânea, tomando como base
a direção do vetor velocidade:

98 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES


TAREFA MÍNIMA TAREFA COMPLEMENTAR

1. Para uma partícula com aceleração 3 m/s2 em uma 1. (CESGRANRIO) Um móvel se desloca, com veloci-
trajetória curva de raio R = 24 m, que no instante dade constante, numa trajetória plana e curvilínea
t = 0 possui velocidade igual a 6 m/s, determine a de raio R. O gráfico que melhor representa a relação
aceleração centrípeta para o tempo t = 2 s. entre o módulo da resultante F das forças que agem
a) 12 m/s2 sobre o corpo e o raio da trajetória é:
b) 5 m/s2
c) 9 m/s2
d) 3 m/s2
e) 6 m/s2

2. Uma pedra amarrada em um barbante realiza um


movimento circular e uniforme, em um plano hori-
zontal, com velocidade de 3 m/s. Sendo o valor da
aceleração centrípeta igual a 18 m/s2 , determine o
raio da circunferência.

3. Um objeto de massa “m” descreve uma trajetória


circular de raio R/3, com velocidade escalar √v/2. 2. (CESGRANRIO) Um satélite do nosso planeta tem
Se o raio é aumentado para 2R/3 e a velocidade órbita rasante, cuja altitude h é bem menor do que
o raio terrestre, e possui velocidade constante. Su-
para √3v/3, a razão das acelerações centrípetas de
pondo sua trajetória como circular, a direção, o sen-
antes e depois desses aumentos, é igual á:
tido e o módulo do vetor aceleração do satélite são,
a) 3 no ponto A:
b) 2/3
c) 3/2
d) 1/3
e) 4/3

4. Um carro com a velocidade escalar constante de


30,0 m/s faz uma trajetória circular de raio 100 m.
Determinar a velocidade angular.

5. Um ponto material em MCU, numa circunferência


horizontal, completa uma volta a cada 10 s. Sa-
bendo-se que o raio da circunferência é 5 cm. Con-
sidere π = 3. Calcule: 3. (FEI) Um móvel em trajetória circular de raio
a) O período e a frequência. r = 5 m parte do repouso com aceleração angular
b) A velocidade angular. constante de 10 rad/s2. Quantas voltas ele percorre
c) A velocidade escalar. nos 10 primeiros segundos?
d) O módulo da aceleração centrípeta. a) 500
b) 250/π
c) 100/π
d) 500/π
e) 500 ∙ π

ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 99


4. (FEI) Para um móvel que descreve trajetória circular 7. (PUC-RS) Considerar um ventilador com hélice gi-
com velocidade constante, podemos afirmar que: rando. Em relação aos pontos da hélice, é correto
a) o valor da aceleração é nulo. afirmar que
b) o valor da aceleração é constante. a) todos têm a mesma velocidade linear.
c) o valor da velocidade varia em função do b) todos têm a mesma aceleração centrípeta.
tempo. c) os pontos mais afastados do eixo de rotação
têm maior velocidade angular.
d) o deslocamento é nulo para qualquer intervalo
de tempo. d) os pontos mais afastados do eixo de rotação
têm menor aceleração centrípeta.
e) o valor da aceleração varia em função do
tempo. e) os pontos mais afastados do eixo de rotação
têm maior velocidade linear.

5. (PUC-MG) Leia atentamente os itens a seguir, tendo


8. (PUCCAMP) A máquina a vapor: um novo mundo,
em vista um movimento circular e uniforme:
uma nova ciência.
I. A direção da velocidade é constante. 1
As primeiras utilizações do carvão mineral verifica-
II. O módulo da velocidade não é constante. ram-se esporadicamente até o século XI; ainda que
III. A aceleração é nula. não fosse sistemática, sua exploração ao longo dos
séculos levou ao esgotamento das jazidas superfici-
Assinale: ais (e também a fenômenos de poluição atmosfé-
a) se apenas I e III estiverem incorretas. rica, lamentados já no século XIII). A necessidade de
b) se I, II e III estiverem incorretas. se explorarem jazidas mais 1profundas levou logo,
já no século XVII, a uma dificuldade: 2a de ter que se
c) se apenas I estiver incorreta.
esgotar a água das galerias profundas. O esgota-
d) se apenas II estiver incorreta. mento era feito ou à força do braço humano ou me-
e) se apenas III estiver incorreta. diante uma roda, movida ou por animais ou por
queda-d'água. Nem sempre se dispunha de uma
6. (Fuvest) Um disco de raio r gira com velocidade an- queda-d'água próxima ao poço da mina, e o uso de
gular w constante. Na borda do disco, está presa cavalos para este trabalho era muito dispendioso,
uma placa fina de material facilmente perfurável. ou melhor, ia contra um princípio que não estava
Um projétil é disparado com velocidade v em dire- ainda formulado de modo explícito, mas que era co-
ção ao eixo do disco, conforme mostra a figura, e erentemente adotado na maior parte das decisões
fura a placa no ponto A. Enquanto o projétil prosse- produtivas: o princípio de se empregar energia não-
gue sua trajetória sobre o disco, a placa gira meia alimentar para obter energia alimentar, evitando
circunferência, de forma que o projétil atravessa fazer o contrário. O cavalo é uma fonte de energia
mais uma vez o mesmo orifício que havia perfu- melhor do que o boi, dado que sua força é muito
rado. Considere a velocidade do projétil constante maior, mas são maiores também suas exigências
e sua trajetória retilínea. O módulo da velocidade v alimentares: não se contenta com a celulose - resí-
do projétil é: duo da alimentação humana -, mas necessita de
aveia e trevos, ou seja, cereais e leguminosas; com-
pete, pois, com o homem, se se considera que a área
cultivada para alimentar o cavalo é subtraída da
cultivada para a alimentação humana; pode-se di-
zer, portanto, que utilizar o cavalo para extrair car-
vão é um modo de utilizar energia alimentar para
obter energia não-alimentar. Daí a não-economici-
dade de sua utilização, de modo que muitas jazidas
de carvão que não dispunham de uma queda d'água
nas proximidades só puderam ser exploradas na su-
wr 2wr wr πw
perfície. Ainda hoje existe um certo perigo de se uti-
a) b) c) d) wr e) lizar energia alimentar para se obter energia não-
π π 2π r
alimentar: num mundo que conta com um bilhão de
desnutridos, há quem pense em colocar álcool em
100 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES
motores de automóveis. Esta será uma solução privado de circularidade e de simetria, destinado à
"econômica" somente se os miseráveis continuarem degradação e à morte.
miseráveis. 5
Aplicada à tecnologia da mineração, a máquina
2
Até a invenção da máquina a vapor, no fim do sé- térmica provocou um efeito de feedback positivo: o
culo XVII, o carvão vinha sendo utilizado para forne- consumo de carvão aumentava a disponibilidade de
cer o calor necessário ao aquecimento de habita- carvão. Que estranho contraste! Enquanto o se-
ções e a determinados processos, como o trato do gundo princípio da termodinâmica colocava os cien-
malte para preparação da cerveja, a forja e a fundi- tistas frente à irreversibilidade, à morte, à degrada-
ção de metais. Já o trabalho mecânico, isto é, o des- ção, ao limite intransponível, no mesmo período his-
locamento de massas, era obtido diretamente de tórico e graças à mesma máquina, a humanidade se
um outro trabalho mecânico: do movimento de uma achava em presença de um "milagre". Vejamos
roda d'água ou das pás de um moinho a vento. como se opera este "milagre": pode-se dizer que a
3
A altura a que se pode elevar uma massa depende, invenção da máquina a vapor nasceu da necessi-
num moinho a água, de duas grandezas: o volume dade de exploração das jazidas profundas de carvão
d'água e a altura de queda. Uma queda d'água de mineral; o acesso às grandes quantidades de carvão
cinco metros de altura produz o mesmo efeito quer mineral permitiu, juntamente com um paralelo
se verifique entre 100 e 95 metros de altitude, quer avanço tecnológico da siderurgia - este baseado na
se verifique entre 20 e 15 metros. As primeiras con- utilização do coque (de carvão mineral) - que se
siderações sobre máquinas térmicas partiram da hi- construíssem máquinas cada vez mais adaptáveis a
pótese de que ocorresse com elas um fenômeno altas pressões de vapor. Era mais carvão para pro-
análogo, ou seja, que o trabalho mecânico obtido duzir metais, eram mais metais para explorar car-
de uma máquina a vapor dependesse exclusiva- vão. Este imponente processo de desenvolvimento
mente da diferença de temperatura entre o "corpo parecia trazer em si uma fatalidade definitiva, como
quente" (a caldeira) e o "corpo frio" (o condensa- se, uma vez posta a caminho, a tecnologia gerasse
dor). Somente mais tarde o estudo da termodinâ- por si mesma tecnologias mais sofisticadas e as má-
mica demonstrou que tal analogia com a mecânica quinas gerassem por si mesmas máquinas mais po-
não se verifica: nas máquinas térmicas, importa não tentes. Uma embriaguez, um sonho louco, do qual
só a diferença de temperatura, mas também o seu só há dez anos começamos a despertar.
nível; um salto térmico entre 50°C e 0°C possibilita 6
"Mais carvão se consome, mais há à disposição".
obter um trabalho maior do que o que se pode obter Sob esta aparência inebriante ocultava-se o pro-
com um salto térmico entre 100°C e 50°C. Esta ob- cesso de decréscimo da produtividade energética do
servação foi talvez o primeiro indício de que aqui se carvão: a extração de uma tonelada de carvão no
achava um mundo novo, que não se podia explorar século XIX requeria, em média, mais energia do que
com os instrumentos conceituais tradicionais. havia requerido uma tonelada de carvão extraída
4
O mundo que então se abria à ciência era marcado no século XVIII, e esta requerera mais energia do
pela novidade prenhe de consequências teóricas: as que uma tonelada de carvão extraída no século
máquinas térmicas, dado que obtinham movimento XVII. Era como se a energia que se podia obter da
a partir do calor, exigiam que se considerasse um queima de uma tonelada de carvão fosse continua-
fator de conversão entre energia térmica e trabalho mente diminuindo.
7
mecânico. Aí, ao estudar a relação entre essas duas Começava a revelar-se uma nova lei histórica, a lei
grandezas, a ciência defrontou-se não só com um da produtividade decrescente dos recursos não-re-
princípio de conservação, que se esperava determi- nováveis; mas os homens ainda não estavam aptos
nar, mas também com um princípio oposto. De fato, a reconhecê-la.
a energia é "qualquer coisa" que torna possível pro- (Laura Conti. Questo pianeta, Cap.10. Roma: Editori Riuniti, 1983. Traduzido e
duzir trabalho - e que pode ser fornecida pelo calor, adaptado por Ayde e Veiga Lopes)

numa máquina térmica, ou pela queda d'água,


A necessidade de se explorarem jazidas mais pro-
numa roda/turbina hidráulica, ou pelo trigo ou pela
fundas levou logo, já no século XVII, a uma dificul-
forragem, se são o homem e o cavalo a trabalhar -
dade: a de ter que se esgotar a água das galerias
a energia se conserva, tanto quanto se conserva a
profundas. O esgotamento era feito ou à força do
matéria. Mas, a cada vez que a energia se trans-
braço humano ou mediante uma roda, movida ou
forma, embora não se altere sua quantidade, reduz-
por animais ou por queda-d'água.
se sua capacidade de produzir trabalho útil. A des-
coberta foi traumática: descortinava um universo
ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 101
Sabendo-se que uma roda, de raio 5,0 m, movida 11. (PUC-MG) A figura mostra um corte do globo ter-
por um cavalo, efetua, em média, 2 voltas por mi- restre, contendo o seu eixo de rotação (ligando o
nuto, a velocidade angular dessa roda, em radianos Polo Norte ao Polo Sul). O ponto A representa uma
por segundo, vale: pessoa no equador, e o ponto B representa uma
a) π/10 pessoa em uma latitude θ, ambas em repouso em
relação ao planeta. Este gira no sentido mostrado.
b) π/15
Seja vA a velocidade linear
c) π /30 de rotação de A, e vB a velo-
d) π /45 cidade linear de rotação de
e) π /60 B. A razão vB/vA é igual a:
a) sen θ
9. (UFSCAR) No site www.agespacial.gov.br, da Agên- b) cos θ
cia Espacial Brasileira, aparece a seguinte informa- c) tan θ
ção: d) cossec θ
"O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) vem
sendo construído desde a década de 80 e está atu-
almente preparado para lançar foguetes de sonda- 12. (Unicamp) A descoberta das luas de Júpiter por Ga-
gem e veículos lançadores de satélites de pequeno lileu Galilei em 1610 representa um marco impor-
porte. Localizado na costa do nordeste brasileiro, tante na mudança da concepção do sistema solar.
próximo ao Equador, a posição geográfica do CLA Observações posteriores dessas luas permitiram as
aumenta as condições de segurança e permite me- primeiras medidas da velocidade da luz, um dos ali-
nores custos de lançamento." cerces da Física Moderna. O esquema a seguir re-
presenta as órbitas da Terra, Júpiter e Ganimedes
Um dos fatores determinantes dessa redução de (uma das luas de Júpiter). Considere as órbitas cir-
custos se deve à inércia do movimento de rotação culares, π = 3 e 1 dia = 90.000 s.
da Terra. Graças a essa inércia, o veículo lançador
consome menos energia para fazer com que o saté-
lite adquira a sua velocidade orbital. Isso ocorre
porque, nas proximidades do Equador, onde se en-
contra o CLA,
a) a velocidade tangencial da superfície da Terra é
maior do que em outras latitudes.
b) a velocidade tangencial da superfície da Terra é
menor do que em outras latitudes.
c) a velocidade tangencial da superfície da Terra é
igual à velocidade orbital do satélite.
d) a aceleração da gravidade na superfície da
Terra é menor do que em outras latitudes.
a) A distância de Ganimedes a Júpiter é de
e) a aceleração da gravidade na superfície da R(G) = 106 km e o período da órbita de Ganime-
Terra é maior do que em outras latitudes. des em torno de Júpiter é de 7 dias. Calcule a
aceleração centrípeta de Ganimedes em m/s2.
10. (ITA) Uma partícula move-se ao longo de uma cir- b) No Séc. XVII era possível prever os instantes
cunferência circunscrita em um quadrado de lado L exatos em que, para um observador na Terra,
com velocidade angular constante. Na circunferên- Ganimedes ficaria oculta por Júpiter. Esse fenô-
cia inscrita nesse mesmo quadrado, outra partícula meno atrasa 1000 s quando a Terra está na si-
move-se com a mesma velocidade angular. A razão tuação de máximo afastamento de Júpiter. Esse
entre os módulos das respectivas velocidades tan- atraso é devido ao tempo extra despendido
genciais dessas partículas é para que a luz refletida por Ganimedes cubra a
(√2) (√3) distância equivalente ao diâmetro da órbita da
a) √2 b) 2√2 c) d) Terra em torno do Sol. Calcule a velocidade da
2 2
luz, em km/s, sabendo que a distância da Terra
ao Sol é de 1,5 x 108 km.
102 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES
13. (UFPI) Uma partícula descreve um movimento cir-
cular uniforme de raio r = 1,0 m. No instante t = 0, TEXTO COMPLEMENTAR
sua velocidade v0 e sua aceleração a0 apontam nas
direções indicadas na figura adiante. Dois segundos
depois a partícula tem pela primeira vez velocidade Iremos agora mostrar duas maneiras diferentes de de-
v = − v0 e aceleração a = a0. Os módulos de v0 (em duzir a expressão da aceleração centrípeta
m/s) e de a0 (em m/s2) são, respectivamente:
π π2 CASO 1
a) , No movimento circular, o movimento da partícula é de-
2 2
π π2 finido pela direção da velocidade linear que é constan-
b) , temente alterada. Isto ocorre porque sobre ela, atua
4 16
π π2 uma aceleração chamada de Aceleração Centrípeta, ou
c) , radial (devido sua direção).
2 4
π π2 Considerando o caso de um satélite que orbita em torno
d) , da Terra. No ponto P1 ele está com velocidade v. Se não
4 8
π houvesse aceleração ele iria do ponto P1 ao P2, num in-
e) , π2 tervalo de tempo t. Porém, ele chega ao ponto P’2.
2

14. (CFTCE) Uma bicicleta parte do repouso e percorre


20 m em 4 s com aceleração constante. Sabendo-se
que as rodas desta bicicleta têm 40 cm de raio, com
que frequência estará girando no final deste per-
curso?

SE NECESSÁRIO, ADOTE g = 10 m/s2.

Assim, num certo sentido, o satélite “cai” à distância h.


Tomando um tempo infinitamente pequeno, teremos
h << r (h muito menor que r):

ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 103


(r + h)2 = (v t)2 + r2 Observando a figura (2) percebe-se que o ângulo θ for-
2 2
r + h + 2rh = v t + r 2 2 2 mado pelos vetores velocidade de A e B é igual ao ân-
gulo formado entre os segmentos de reta CA e CB. A
2rh ≅ v2t2
partir disso pode-se inferir que os triângulos destacados
1 v2 t2 em ambas as figuras são semelhantes. Usando o princí-
h≅ ( )
2 r pio da semelhança de triângulos, temos:
Associando h com: ⃗∣
∣∆V ∣v⃗⃗⃗A ∣
=
1 AB R
at2
2 Voltando à figura (1), quando ∆t → 0, em outras pala-
reconhecemos que a aceleração centrípeta é: vras, quando a variação de tempo tende a 0, ou seja,
v2 quando assume valores cada vez menores, o segmento
a= de reta AB tende a ser igual o valor do segmento de arco
r
AB. Como ambos são medidas de comprimento, pode-
mas como v = r ∙ w, temos: se escrevê-los como um produto da velocidade pela va-
(rω)2 riação do tempo. Sabe-se ainda que, ao tender a varia-
a= ção de tempo a 0, o vetor velocidade de A tende à velo-
r
cidade instantânea v
a = rω2
̅̅
AB̅̅ ≈ AB
̃ = v∆t e ∣vA ∣ → v
Que é a aceleração centrípeta, medida em m/s2
A partir destas relações
⃗∣
∣∆V v ⃗∣
∣∆V v2
CASO 2 = =
v∆t R ∆t R

Comparando a equação de aceleração vetorial média


com esta última
v2
∣a⃗ m ∣ =
R

Quando a variação do tempo tende a zero a aceleração


vetorial média assume caráter instantâneo. Uma vez
que essa aceleração é um vetor, possui direção e sen-
tido e (como pode ser visto na dedução que segue logo
abaixo) o vetor aceleração centrípeta sempre aponta
para o centro da trajetória e daí vem o “centrípeta” do
nome.

A figura (1) representa uma partícula se deslocando de


A à B em uma trajetória circular. Sabe-se que:
vB − ⃗⃗⃗
⃗⃗⃗ vA
∣a⃗ m ∣ =
2

104 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. 90 km/h
GABARITO 4. a) 875 m b) – 1,25 m/s2
5. a) 1,6 m/s2 b) 4,6 m/s
Tema 1 6. a) 2m/s 2
b) 6m/s
7. A realização do objetivo é impossível
Exercícios Complementares 8. a) 72 Km/h b) 3 m
1. A 9. D
2. a) aB = 0,2 m/s2 10. D
b) dA = 125 m dB = 160 m 11. D
c) vA = 2,5 m/s 12. C
3. D 13. a) I, II e III positiva, IV nula
4. a) v = 2,97 x 105 km/s b) I positiva, II e IV nula, III negativa
b) rP = 99% 14. D
c) Sabemos da corrida em busca de novas armas 15. E
envolvendo tecnologias nucleares. Portanto, um 16. 0,4
primeiro interesse das nações envolvidas é bélico.
17. C
Além disso, a descoberta de novas tecnologias
também pode ser aproveitada no desenvolvi- 18. 160
mento de novos produtos, ou mesmo na redução 19. 100 m
dos custos de produção, melhorando o poder aqui- 20. 48 km/h
sitivo e a qualidade de vida das pessoas. Há ainda
21. a) O último b) 22,5 km/h
um outro interesse que é a busca por novas fontes
para produção de energia. 22. a) 5,5 m/s b) 125 s
5. C 23. a) 6 minutos b) 15 minutos
6. A
7. C Série Desafio
8. C 1. 45km/h 2. 10 km/h 3. V = v ∙ H/(H − h)
9. B
10. 5 h Tema 2

Tarefa Mínima Exercícios Complementares Tarefa Mínima


1. C 8. D 1. A 1. D
2. 5 horas 9. D 2. C 2. A
3. A 10. E 3. D 3. C
4. C 11. C 4. B 4. E
5. a) 5/3 12. A 5. D 5. A
b) 2 horas 13. D
6. B 14. D Tarefa Complementar
7. B 15. C 1. C
2. A
Tarefa Complementar 3. B
1. B 4. C
2. a) 3,5 m/s e 4,0 m/s 5. C
b) 140 m 6. D
c) 7 voltas 7. 30

ANGLOVINCI VESTIBULARES Física ∣ Setor 1251 ∣ 105


8. E 9. A
9. A 10. A
10. 65 cm/s 11. B
11. C 12. X
12. A 13. C
13. B 14. 4 Hz
14. f1 = 100 rotações/segundo
f2 = 200 rotações/segundo
f3 = 300 rotações/segundo

Série Desafio
1. X 2. E 3. X 4. D 5. X

Tema 3

Exercícios Complementares
1. B
2. C
3. B
4. B
5. D
6. 5 m/s2
7. 4 m/s

Tarefa Mínima
1. E
2. R = 0,5 m
3. C
4. w = 0,3 rad/s
5. a) f = 0,1 Hz T = 10s
b) w = 0,2 π rad/s ou substituindo π por 3, temos:
w = 0,6 rad/s
c) v = 3,0 cm/s
d) ac = 1,8 cm/s2.

Tarefa Complementar
1. C
2. D
3. B
4. B
5. B
6. B
7. E
8. B
106 ∣ Física ∣ Setor 1251 ANGLOVINCI VESTIBULARES
QUÍMICA
1 ESTADOS FÍSICOS E MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO

CONCEITOS

ESTADOS FÍSICOS
A matéria pode se apresentar em 3 estados físicos.
Sólido → Estrutura organizada e compacta com forma
e volume próprio.
Líquido → Estrutura desorganizada e compacta com vo-
lume próprio e forma variada, podendo se adequar a
forma do recipiente no qual está contido.
Gasoso → Estrutura desorganizada com partículas
muito distante uma das outras não apresentado forma
e nem volume próprio, podendo se adequar a forma do
recipiente no qual está contido e apresenta uma alta
taxa de compressão.

MUDANÇA DE ESTADO FÍSICO

*Naftalina (C10H8), Gelo-seco (CO2) e Iodo (I2) são exemplos de substâncias que sublimam a pressão ambiente.
A vaporização, pode ocorrer de 3 formas diferentes:
Ebulição → Requer energia adicional, ou seja, é um processo induzido. A transformação ocorre com aparecimento
de bolhas.
Exemplo: Água sob fervura.
Evaporação → É um processo espontâneo. A transformação ocorre na superfície do líquido.
Exemplo: Evaporação de uma poça d'água.
Calefação → É um processo muito rápido. A transformação é instantânea.
Exemplo: Jogar gotas d'água em uma superfície ultra-aquecida.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 107
CICLO DA ÁGUA
O ciclo da água é a circulação constante de água sobre o planeta.

Disponível em: http://turma41escolabrasilia.wordpress.com/2013/05/29/ciclo-da agua. Acesso: 04/02/2013.

ANOTAÇÕES

108 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 109
2. (Unicamp) Depois das 19 horas, os convidados co-
EXERCÍCIOS meçaram a chegar. Dina os recepcionava no bar,
onde havia dois baldes: um deles com gelo e o outro
com gelo seco. Dina bradava aos quatro cantos:
1. (Unesp) Os compostos orgânicos possuem intera- "Isso faz a festa tornar-se mais química, já que esses
ções fracas e tendem a apresentar temperaturas de
sólidos serão usados para resfriar as bebidas!" Para
ebulição e fusão menores do que as dos compostos
cada bebida, Estrondosa escolhia o sólido mais
inorgânicos. A tabela apresenta dados sobre as
apropriado. Curiosamente alguém pediu duas do-
temperaturas de ebulição e fusão de alguns hidro-
ses iguais de uísque, uma com gelo e outra com gelo
carbonetos.
seco, mas colocou os copos em uma mesa e não
consumiu as bebidas. Passado um certo tempo, um
Substância TE (ºC) TF (°C) colega de faculdade resolveu verificar se Dina ainda
metano −162 −182 era a "sabichona" de antigamente, e foi logo per-
guntando:
propano −42 −188
a) "Esses sólidos, quando colocados nas bebidas,
eteno −104 −169 sofrem transformações. Que nomes são dados
para essas duas transformações? E por que es-
propino −23 −101
sas transformações fazem com que as bebidas
se resfriem?"
Na temperatura de –114°C é correto afirmar que os
estados físicos em que se encontram os compostos,
metano, propano, eteno e propino, são, respectiva-
mente,
a) sólido, gasoso, gasoso e líquido
b) líquido, sólido, líquido e sólido
c) líquido, gasoso, sólido e líquido
d) gasoso, líquido, sólido e gasoso
e) gasoso, líquido, líquido e sólido
b) "Dina, veja essas figuras e pense naqueles dois
copos de uísque que nosso amigo não bebeu.
Qual copo, da situação inicial, corresponde ao
copo 'd' da situação final? Em algum dos copos,
a concentração final de álcool ficou diferente
da concentração inicial? Por quê?"
Obs: considerar a figura para responder ao item
Texto para a próxima questão: b.

Eles estão de volta! Omar Mitta, vulgo Rango, e sua es-


posa Dina Mitta, vulgo Estrondosa, a dupla explosiva
que já resolveu muitos mistérios utilizando o conheci-
mento químico (vestibular UNICAMP 2002). Hoje estão
se preparando para celebrar uma data muito especial.
Faça uma boa prova e tenha uma boa festa depois dela.
Embora esta prova se apresente como uma narrativa
ficcional, os itens a e b em cada questão devem, neces-
sariamente, ser respondidos.

110 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Texto para a próxima questão: 4. (UFV) Considere as seguintes propriedades de 3
substâncias:
Vivemos em uma época notável. Os avanços da ciência
• substância A: quando colocada dentro de um
e da tecnologia nos possibilitam entender melhor o pla-
recipiente move-se sempre para o fundo;
neta em que vivemos. Contudo, apesar dos volumosos
investimentos e do enorme esforço em pesquisa, a Terra • substância B: quando colocada dentro de um
ainda permanece misteriosa. O entendimento desse sis- recipiente espalha-se por todo o espaço dispo-
tema multifacetado, físico-químico-biológico, que se nível;
modifica ao longo do tempo, pode ser comparado a um • substância C: quando colocada dentro de um
enorme quebra-cabeças. Para entendê-lo, é necessário recipiente, move-se sempre para o fundo, espa-
conhecer suas partes e associá-las. Desde fenômenos lhando-se e cobrindo-o.
inorgânicos até os intrincados e sutis processos biológi-
cos, o nosso desconhecimento ainda é enorme. Há Os estados físicos das substâncias A, B e C são, res-
muito o que aprender. Há muito trabalho a fazer. Nesta pectivamente:
prova, vamos fazer um pequeno ensaio na direção do a) líquido, sólido e gasoso
entendimento do nosso planeta, a Terra, da qual de- b) gasoso, sólido e líquido
pende a nossa vida.
c) sólido, gasoso e líquido
d) sólido, líquido e gasoso
3. (Unicamp) A figura a seguir representa o ciclo da
e) gasoso, líquido e sólido
água na Terra. Nela estão representados processos
naturais que a água sofre em seu ciclo.

5. (Unicamp) A figura adiante mostra o esquema de


um processo usado para a obtenção de água potá-
vel a partir de água salobra (que contém alta con-
centração de sais). Este "aparelho" improvisado é
usado em regiões desérticas da Austrália.

Com base no desenho, faça o que se pede:


a) Considerando que as nuvens são formadas por
minúsculas gotículas de água, que mudança(s)
de estado físico ocorre(m) no processo 1?

b) Cite pelo menos um desses processos (de 1 a 6) a) Que mudanças de estado ocorrem com a água,
que, apesar de ser de pequena intensidade, dentro do "aparelho"?
ocorre no sul do Brasil. Qual o nome da mu-
dança de estado físico envolvida nesse pro-
cesso?

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 111


b) Onde, dentro do "aparelho", ocorrem estas mu-
danças? TAREFA MÍNIMA

1. (CFTM) As chamas atingem diferentes temperatu-


ras dependendo de como são produzidas. Em
shows pirotécnicos chegam a 3.600°C, nos fogões
residenciais podem atingir até 800°C e, em sistemas
de oxiacetileno, alcançam 3.200°C. Quando em
contato com chamas de altas temperaturas, alguns
metais fundem e, até mesmo, entram em ebulição.
c) Qual destas mudanças absorve energia e de A tabela seguinte apresenta as temperaturas de fu-
onde esta energia provém? são de alguns metais sólidos.

METAIS TEMPERATURAS DE FUSÃO (°C)


Ouro 1064,4
Prata 961,9
Cobre 1083,5
Alumínio 660,5

O número de metais que não muda de fase, quando


aquecidos em chamas de fogões residenciais, é
igual a:
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4

2. (UFRRJ) "Onda de calor mata mais de 120 pessoas


na Ásia. A temperatura mais alta foi registrada no
distrito de Sibi, na Província do Baluquistão, no Pa-
quistão, onde o calor chegou a 52°C...".
Publicidade. Folha On-line, agosto, 2006. Disponível em http://www1.fo-
lha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u303366.shtml Acesso em 04/09/2007.

A notícia acima ilustra as possíveis consequências


do descaso com a natureza. A tabela a seguir indica
o ponto de fusão e o ponto de ebulição de algumas
substâncias presentes no nosso cotidiano.

Ponto de fusão Ponto de ebulição


(°C) (1 atm) (°C) (1 atm)
Éter etílico −116 34
Álcool −114 78
Naftaleno 80 217

Essas substâncias, quando expostas à mesma tem-


peratura registrada no distrito de Sibi (52°C), apre-
sentam-se, respectivamente, nos estados:
a) líquido, gasoso e líquido
b) gasoso, líquido e gasoso
c) líquido, gasoso e sólido
d) sólido, líquido e sólido
e) gasoso, líquido e sólido

112 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. (UTFPR) Em uma noite de inverno rigoroso uma 6. (UFRN) Quitéria, para combater traças e baratas, foi
dona de casa estendeu as roupas recém lavadas no aconselhada a colocar no guarda-roupa algumas
varal, expostas ao tempo. Pela manhã as roupas bolinhas de naftalina (C10H8). Com o passar do
congelaram, em função do frio intenso. Com a ele- tempo, notou que as bolinhas diminuíam de tama-
vação da temperatura no decorrer da manhã, co- nho. Buscando nos livros alguma explicação para o
meçou a pingar água das roupas, em seguida elas curioso fato, encontrou que esse fenômeno é cau-
ficaram apenas úmidas, e elas logo estavam secas. sado pela:
Ocorreram nestas roupas, respectivamente, as se- a) evaporação
guintes passagens de estados físicos: b) sublimação
a) solidificação, evaporação e fusão
c) fusão
b) solidificação, fusão e evaporação
c) fusão, solidificação e evaporação d) condensação
d) fusão, evaporação e solidificação
e) evaporação, solidificação e fusão

4. (PUCMG) Considere o quadro a seguir, que apre-


senta algumas substâncias e suas respectivas tem-
peraturas de fusão (TF) e de ebulição (TE), ao nível
do mar.

Substância TF(°C) TE(°C)


Água 0 100,0
Clorofórmio −63,0 62,3
Hidróxido de sódio 318,6 1389,0
Ácido acético 16,7 118,1

Considerando-se esses dados, é incorreto afirmar:


a) O clorofórmio a 70°C é gasoso.
b) A 85°C, o hidróxido de sódio é sólido.
c) A 25°C, duas das substâncias são líquidas.
d) A substância mais volátil é o clorofórmio.

5. (UFSM) Para acelerar o processo de evaporação na


secagem de grãos, utiliza-se um jato de ar a uma
temperatura mais elevada do que a do meio ambi-
ente. Então, sobre o processo de evaporação, é pos-
sível afirmar:
I. Ocorre a qualquer temperatura e é tanto mais
rápido quanto mais elevada a temperatura do
líquido.
II. Fica mais rápido se o vapor do líquido é remo-
vido das proximidades do líquido restante.
III. A quantidade de líquido evaporada por unidade
de tempo independe da área da superfície livre
do líquido.
Está(ão) correta(s):
a) apenas I.
b) apenas I e II.
c) apenas III.
d) apenas II e III.
e) I, II e IIII.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 113


3. (CPS) O desodorante em spray, um produto muito
TAREFA COMPLEMENTAR utilizado por adolescentes, quando aplicado sobre
a pele dá a sensação de resfriamento no local, como
se o líquido fosse gelado. Essa sensação de frescor
1. (UESPI) No vidro traseiro de alguns automóveis, há na pele desaparece aos poucos. Medindo com um
filamentos que funcionam como desembaçadores.
termômetro a temperatura do líquido contido no
Ao acionar um botão no painel, o motorista aquece
frasco do desodorante, verifica-se que é próxima à
esses filamentos e, por isso, os vidros desembaçam.
do ambiente. Isso acontece porque:
Sobre esse fato, analise as afirmativas a seguir.
a) o líquido do desodorante possui uma substân-
1) O vidro fica embaçado porque o vapor d’água cia que reage quimicamente à pele produzindo
condensa sobre ele. uma nova substância, de temperatura menor.
2) Os filamentos aquecem o vidro e provocam a
b) o líquido é mantido congelado no interior do
vaporização da água, desembaçando o vidro.
frasco para produzir o spray quando sai da em-
3) Os filamentos aquecem o vidro e acarretam a balagem.
sublimação da água, desembaçando o vidro.
c) a pele retira o calor das substâncias presentes
Está(ão) corretas apenas: no líquido do desodorante no momento do
contato com ele.
a) 1 b) 2 c) 1 e 2 d) 1 a 3 e) 2 a 3
d) substâncias voláteis presentes no desodorante
evaporam, ao retirar calor da superfície da pele.
2. (UNB) No sistema mostrado na figura abaixo, um
e) o líquido se resfria assim que sai da embalagem
frasco aberto contendo éter etílico está inserido em
e, por isso provoca sensação de calor ao entrar
um béquer maior, termicamente isolado, contendo
em contato com a pele.
álcool etílico. Considerando as temperaturas de
ebulição e de fusão mostradas na tabela abaixo e
que o sistema descrito na figura esteja, inicial- 4. (UFJF) Atualmente, é comum encontrar, nas prate-
mente, à temperatura de 30 °C e, ainda, que não leiras de supermercados, alimentos desidratados,
haja evaporação do etanol, esboce uma curva que isto é, isentos de água em sua composição. O pro-
descreva, qualitativamente, a variação da tempera- cesso utilizado na desidratação dos alimentos é a li-
tura do etanol, em função do tempo, monitorada ofilização. A liofilização consiste em congelar o ali-
durante o processo de evaporação do éter etílico, mento a uma temperatura de −197°C e depois sub-
até metade do seu volume. meter o alimento congelado a pressões muito bai-
xas. Na temperatura de −197°C, a água contida no
alimento encontra-se no estado sólido e, com o
abaixamento de pressão, passa diretamente para o
estado de vapor, sendo então eliminada. Assinale a
afirmação correta:
a) No processo de liofilização, a água passa por
uma transformação química, produzindo H2 e
O2, que são gases.
b) No processo de liofilização, a água passa por um
ponto de ponto de
processo físico conhecido como evaporação
fusão (°C) ebulição (°C)
éter etílico –115 34 c) No processo de liofilização, o alimento sofre de-
composição, perdendo água.
etanol –115 78
d) No processo de liofilização, a água sofre decom-
posição.
e) No processo de liofilização, a água passa por
uma transformação física denominada sublima-
ção.

114 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


5. (UFPR) Dependendo do tipo de lâmpada de uso doméstico, pode-se encontrar um dos dois elementos químicos
metálicos que desempenham papel importante na produção da luz. Nas lâmpadas incandescentes, um filamento
metálico é percorrido por uma corrente elétrica, o que causa seu aquecimento a temperaturas elevadas, fazendo
com que passe a emitir luz. Para que a lâmpada tenha uma vida útil longa, o filamento deve suportar altas tem-
peraturas sem se fundir ou vaporizar. Por isso, atualmente é empregado o elemento que permanece como sólido
em temperaturas maiores que a dos demais metais. Por outro lado, nas lâmpadas fluorescentes, é empregado
um metal que é líquido em condições ambientais normais, mas que também se vaporiza de forma apreciável.
Portanto, no interior dos tubos de vidro há uma quantidade significativa do vapor desse elemento, cujos átomos
colidem com elétrons quando se aplica uma corrente elétrica na lâmpada. Os átomos, ao receberem energia ci-
nética dos elétrons, atingem um dos estados excitados. Logo a seguir retornam ao estado fundamental (isto é, o
estado de mais baixa energia) ao perderem energia na forma de luz, mas grande parte dessa energia está situada
na faixa do ultravioleta, que é invisível ao olho humano. Por causa disso, as paredes de vidro das lâmpadas são
recobertas com um material fluorescente, capaz de absorver a luz ultravioleta e de emití-la na forma de luz visível.

Com base no texto, selecione na tabela a seguir o metal que é empregado em cada um dos tipos de lâmpada.
Justifique cada escolha com base em uma ou mais propriedades citadas no texto.

Nome do Símbolo Número Massa Ponto de Ponto de


elemento Químico Atômico Atômica fusão (°C) ebulição (°C)
Gálio Ga 31 69,723 29,97 2204
Mercúrio Hg 80 200,59 −38,83 356,73
Molibdênio Mo 42 95,94 2623 4639
Túlio Tm 69 168,934 1545 1950
Tungstênio W 74 183,84 3422 5555

6. (UFMG) A evaporação da água líquida é um pro-


cesso que pode ocorrer como consequência de di-
versas ações. Dentre elas podem ser citadas o con-
tato com um outro sistema de temperatura mais
alta, a incidência de radiação eletromagnética e o
arraste por um fluxo de gás.

Considere três situações em que ocorre a evapora-


ção da água líquida:
I. na chama de um fogão a gás;
II. em um forno de micro-ondas em funciona-
mento;
III. pela ação do vento.

Sobre essas situações, pode-se afirmar que a eva-


poração ocorre devido a um fluxo de calor em
a) I e II.
b) I.
c) I, II e III.
d) II e III.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 115


2 SUBSTÂNCIAS, FASES E MISTURAS

CONCEITOS

Matéria → tudo que tem massa e ocupa lugar no espaço.


Sistema → Espaço escolhido do universo para experimentos e observações.
Elemento químico → "É um tipo de átomo"
Substância ou substância pura → Apresenta composição fixa e propriedades constantes como P.F., P.E. e densidade.
Apresenta-se isolado, separado de outros materiais.

Simples → Formada por um só elemento químico


Exemplos: H2, O2, O3, P4, Cgrafite, Cdiamante ...

Alótropos: são substâncias simples diferentes,


Substância formadas pelo mesmo elemento químico

Composta → Formada por dois ou mais elementos químicos


Exemplos: CO2, H2O, C6H12O6 ...

ALÓTROPOS DO CARBONO

Mistura → É um sistema que apresenta duas ou mais


substâncias.

Fase → Cada porção de um sistema que apresenta dis-


tribuição uniforme.

http://quimica-dicas.blogspot.com/2010/05/alotropia.html

Homogênea (solução) → Apresenta uma só fase


Exemplo:

Mistura

Heterogênea → Apresenta duas ou mais fase


Exemplo:

116 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


GRÁFICO DE AQUECIMENTO TIPOS DE MISTURAS
Substância pura: Durante as mudanças de estado físico • Mistura entre gases: Apresenta apenas uma única
as temperaturas permanecem constantes, portanto, te- fase.
mos a formação de dois patamares.
N2 − 78%
Ar 3 componentes
O2 − 21%
atmosférico uma fase
Argônio − 1%

• Mistura entre sólido: O número de componentes é


o número de fases.

Quartzo
3 componentes
Granito Feldspato
três fases
Mistura: Durante as mudanças de estado físico as tem- Mica
peraturas variam.
Açúcar
2 componentes
+
duas fases
Sal

Exceto para ligas metálicas: Apresenta apenas uma


fase.

Ouro } 75%
Ouro 18 3 componentes
Prata
quilates 25% uma fase
Mistura Eutética: Apresenta temperatura de fusão Cobre
constante.
Exemplo: Solda comum (chumbo + estanho) • Mistura entre líquidos: Não há uma regra estabele-
cida.

2 componentes
uma fase

Mistura Azeotrópica: Apresenta temperatura de buli- 2 componentes


ção constante. duas fases
Exemplo: Água + álcool

Um sistema pode ser heterogêneo, mesmo sendo for-


mado por apenas uma substância.

1 componente
duas fases

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 117


ANOTAÇÕES

118 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


2. (Fuvest) Na obra O poço do Visconde, de Monteiro
EXERCÍCIOS Lobato, há o seguinte diálogo entre o Visconde de
Sabugosa e a boneca Emília:
1. (Unesp) Na indústria farmacêutica, substâncias es- - Senhora Emília, explique-me o que é hidrocarbo-
pecíficas são utilizadas para revestir pílulas e com- neto.
primidos. Em um experimento, uma das substân- A atrapalhadeira não se atrapalhou e respondeu:
cias sólidas foi retirada de uma formulação e purifi- - São misturinhas de uma coisa chamada hidrogênio
cada. Para verificar a eficiência da purificação, um com outra coisa chamada carbono. Os carocinhos
termômetro foi colocado em um tubo de ensaio de um se ligam aos carocinhos de outro.
contendo uma amostra da substância derretida, a 1
atm. Durante o resfriamento e até que a amostra Nesse trecho, a personagem Emília usa o vocabulá-
tenha se solidificado completamente, foram lidas as rio informal que a caracteriza. Buscando-se uma
temperaturas em intervalos regulares. Com esses terminologia mais adequada ao vocabulário utili-
dados, foi traçada a curva de resfriamento, um grá- zado em Química, devem-se substituir as expres-
fico que mostra a variação de temperatura em fun- sões “misturinhas”, “coisa” e “carocinhos”, respec-
ção do tempo, a 1 atm. tivamente, por:
a) compostos, elemento, átomos
O gráfico que corresponde à curva de resfriamento
b) misturas, substância, moléculas
da substância pura está representado por:
c) substâncias compostas, molécula, íons
a) d) d) misturas, substância, átomos
e) compostos, íon, moléculas

3. (Fuvest) O rótulo de um frasco contendo determi-


nada substância X traz as seguintes informações:

Propriedade Descrição ou valor


Cor Incolor
b) e)
Inflamabilidade Não inflamável
Odor Adocicado
Ponto de Fusão −23°C
Ponto de ebulição a 1 atm 77°C
Densidade a 25°C 1,59 / cm3
Solubilidade em água a 25°C 0,1 g/ 100 g de H2O
c) a) Considerando as informações apresentadas no
rótulo, qual é o estado físico da substância con-
tida no frasco, a 1 atm e 25°C? Justifique.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 119


b) Em um recipiente, foram adicionados, a 25°C, 4. (UFPR) Numa proveta de 100 mL, foram colocados
56,0 g da substância X e 200,0 g de água. Deter- 25 mL de CCℓ4, 25 mL de água destilada e 25 mL de
mine a massa da substância X que não se dis- tolueno (C7H8). A seguir, foi adicionada uma pe-
solveu em água. Mostre os cálculos. quena quantidade de iodo sólido (I2) ao sistema. O
aspecto final pode ser visto na figura a seguir:

Pode-se dizer que o número de fases, o número de


componentes e o número de elementos químicos
presentes no sistema esquematizado é de:
a) 3, 4 e 6
b) 1, 3 e 5
c) 1, 5 e 6
c) Complete o esquema, representando a aparên-
cia visual da mistura formada pela substância X e d) 3, 4 e 5
água quando, decorrido certo tempo, não for e) 2, 3 e 5
mais observada mudança visual. Justifique.
5. Classifique o sistema formado por água líquida, va-
por d'água e cubos de gelo, quanto ao número de
fases e quanto ao número de componentes.

Dado: densidade da água a 25°C = 1,00 g/cm3

120 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. (UCS) A adição de cloreto de sódio à água reduz o
TAREFA MÍNIMA seu ponto de congelamento devido ao efeito crios-
cópico. A presença de 23,3% de NaCℓ(s) na água
pode reduzir o seu ponto de congelamento a −21,1
1. (ULBRA) O cimento é um pó fino, com propriedades
°C, formando entre ambos uma mistura eutética. Se
aglomerantes, aglutinantes e ligantes. É constituído
NaCℓ sólido for adicionado ao gelo acima dessa
basicamente de sulfato de cálcio (gesso) e clínquer,
temperatura, parte desse gelo se fundirá e ocorrerá
combinações de quatro componentes principais:
a dissolução do sal adicionado. Se mais sal for adi-
óxido de cálcio, CaO, óxido de alumínio, Aℓ2O3,
cionado, o gelo continuará a fundir. Essa é uma prá-
óxido de ferro, Fe2O3 e sílica, SiO2. Em menores
tica comum, utilizada para remover o gelo das ruas
quantidades, estão o óxido de magnésio, MgO, e
das cidades em que neva no inverno.
sulfatos alcalinos originados de compostos de enxo-
(PERUZZO, F. M; CANTO, E. L. Química: na abordagem do cotidiano. v. 2. Físico-
fre presentes nas argilas e no combustível de aque- Química. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2006. – Texto adaptado.)
cimento do forno rotativo, utilizado no processo de
Assinale a alternativa na qual a curva de aqueci-
fabricação do cimento. Com base nessas informa-
mento da mistura eutética citada acima está corre-
ções, qual ou quais da(s) alternativa(s) abaixo é
tamente representada.
(são) correta(s)?
I. Uma substância pura Legenda: S = Sólido; L = Líquido, G = Gasoso
II. Um elemento químico a) d)
III. Uma mistura de substâncias simples
IV. Uma mistura de substâncias compostas
V. Uma mistura de substâncias simples e compos-
tas

a) I.
b) e)
b) II, III, IV.
c) IV.
d) II e III.
e) Todas as alternativas estão corretas.

2. (ITA) A figura representa a curva de aquecimento de


c)
uma amostra, em que S, L e G significam, respecti-
vamente, sólido, líquido e gasoso. Com base nas in-
formações da figura é correto afirmar que a amos-
tra consiste em uma:

4. (COL.NAVAL) Dos elementos abaixo, qual pode for-


mar duas substâncias simples diferentes?
a) Oxigênio
b) Nitrogênio
c) Hélio
d) Flúor
a) substância pura
e) Hidrogênio
b) mistura coloidal
c) mistura heterogênea
d) mistura homogênea azeotrópica
e) mistura homogênea eutética

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 121


5. (CPS) Em 2010, o inverno foi uma estação muito Texto para a próxima questão:
seca, em que a umidade relativa do ar esteve várias
vezes em situação de alerta, por isso foi recomen- Uma festa de aniversário foi decorada com dois tipos de
dado que as práticas esportivas fossem realizadas balões. Diferentes componentes gasosos foram usados
pela manhã e suspensas no período da tarde, para encher cada tipo de balão. As figuras observadas
quando a situação era mais grave. representam as substâncias presentes no interior de
Entre outros problemas, tivemos também o acú- cada balão.
mulo de poluentes na atmosfera, como os gases
monóxido de carbono, ozônio, óxidos de enxofre,
óxidos de nitrogênio e material particulado, o que
agrava os problemas respiratórios.
A diminuição das chuvas, neste inverno, comprova
uma interferência no ciclo da água.
Considere a figura.

6. (UFRJ)
a) Indique quantos elementos diferentes e quan-
tas substâncias simples diferentes existem nos
balões.
b) Classifique o tipo de sistema de cada balão
quanto à homogeneidade.

7. (UEL) Um rapaz pediu sua namorada em casa-


mento, presenteando-a com uma aliança de ouro
18 quilates. Para comemorar, sabendo que o álcool
é prejudicial à saúde, eles brindaram com água ga-
seificada com gelo, ao ar livre. Os sistemas: ouro 18
Sobre o ciclo da água e sobre as substâncias menci- quilates, água gaseificada com gelo e ar atmosfé-
onadas no texto, é válido afirmar que: rico, são, respectivamente:
a) a água é dispensável para a realização da fotos- a) Substância heterogênea, mistura heterogênea
síntese. e mistura homogênea.
b) no ciclo da água são encontrados somente dois b) Mistura heterogênea, mistura homogênea e
estados físicos da matéria. substância homogênea.
c) a água da chuva retira os poluentes da atmos- c) Substância homogênea, mistura heterogênea e
fera intensificando o efeito estufa. mistura homogênea.
d) no ciclo da água ocorrem apenas duas mudan- d) Mistura homogênea, mistura heterogênea e
ças de estados físicos: fusão e liquefação. mistura homogênea.
e) as moléculas de água encontradas na chuva, na e) Mistura heterogênea, substância homogênea e
neve, no solo e na atmosfera são iguais entre si. substância heterogênea.

8. (UFV) A gasolina comum consumida no Brasil con-


tém, em volume, aproximadamente 25% de etanol.
Este sistema é um exemplo de:
a) substância pura simples.
b) substância pura composta.
c) mistura homogênea.
d) mistura heterogênea.
e) mistura alotrópica.

122 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


9. (CFTSC) Em um laboratório de química, em condi- 11. (Unesp) Uma amostra de água do rio Tietê, que
ções ambientais, foram preparadas as seguintes apresentava partículas em suspensão, foi subme-
misturas: tida a processos de purificação obtendo-se, ao final
I. gasolina + areia do tratamento, uma solução límpida e cristalina. Em
II. água + gasolina relação às amostras de água antes e após o trata-
III. oxigênio + nitrogênio mento, podemos afirmar que correspondem, res-
IV. água + sal pectivamente, a:
V. água + álcool a) substâncias composta e simples.
b) substâncias simples e composta.
Quais misturas podem ser homogêneas?
a) III, IV e V, somente. c) misturas homogênea e heterogênea.
b) II, III e IV, somente. d) misturas heterogênea e homogênea.
c) IV e V, somente. e) mistura heterogênea e substância simples.
d) I, II e IV, somente.
e) I e II, somente.

10. (Unesp) No campo da metalurgia é crescente o in-


teresse nos processos de recuperação de metais,
pois é considerável a economia de energia entre os
processos de produção e de reciclagem, além da re-
dução significativa do lixo metálico. E este é o caso
de uma microempresa de reciclagem, na qual dese-
java-se desenvolver um método para separar os
metais de uma sucata, composta de aproximada-
mente 63% de estanho e 37% de chumbo, usando
aquecimento. Entretanto, não se obteve êxito
nesse procedimento de separação. Para investigar
o problema, foram comparadas as curvas de aque-
cimento para cada um dos metais isoladamente
com aquela da mistura, todas obtidas sob as mes-
mas condições de trabalho.

Considerando as informações das figuras, é correto


afirmar que a sucata é constituída por uma:
a) mistura eutética, pois funde a temperatura
constante.
b) mistura azeotrópica, pois funde a temperatura
constante.
c) substância pura, pois funde a temperatura
constante.
d) suspensão coloidal que se decompõe pelo
aquecimento.
e) substância contendo impurezas e com tempe-
ratura de ebulição constante.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 123


Estão corretas as afirmações
TAREFA COMPLEMENTAR a) I e III, somente.
b) I, II e III, somente.
1. (UFSC) Considere a curva de aquecimento de uma c) II e III, somente.
substância sólida até seu estado gasoso, em função
d) I, II e IV, somente.
do tempo, à pressão de 1 atmosfera.
e) I, II, III e IV.

Texto para a próxima questão:

O ferro raramente é encontrado livre na crosta terrestre


e sim associado a outros elementos químicos consti-
tuindo um minério.
Para extrair o ferro de seu minério é usado um equipa-
mento chamado alto-forno, no qual são introduzidos a
hematita (um tipo de minério de ferro), o coque (consti-
De acordo com as informações do enunciado e com tuído principalmente por carbono) e ar quente, que é in-
o gráfico acima, assinale a(s) proposição(ões) cor- jetado por aberturas existentes na base do alto-forno.
reta(s). A queima do coque libera energia térmica elevando a
01) No tempo t2 coexistem sólido e líquido. temperatura até cerca de 1 500ºC e produz monóxido
02) A temperatura T2 representa o ponto de ebuli- de carbono, que irá interagir com o minério para formar
ção da substância. o ferro-gusa.
04) No intervalo de tempo t3 a t4, os estados líquido O ferro-gusa é empregado na produção de aço, que é
e vapor da substância coexistem a uma tempe- um material essencial aos vergalhões utilizados na
ratura constante. construção civil.
08) A curva de aquecimento mostra que a substân- No alto-forno também é introduzido calcário cuja fun-
cia não é pura, mas sim, uma mistura homogê- ção é extrair as impurezas do minério de ferro, princi-
nea simples. palmente a areia, formando um material chamado es-
16) O tempo t1 representa o início da vaporização cória, o qual é usado na produção de cimento e de tijolos
da substância. especiais e na pavimentação de rodovias.
32) No intervalo de tempo t2 a t3, a substância se
Fontes: Caderno de Química. São Paulo: SEE, 2008. Interações e Transformações I.
encontra no estado líquido a uma temperatura GEPEQ. São Paulo: EDUSP, 1999. Adaptados
que varia de T1 a T2.
3. (CPS) Pela leitura do texto, conclui-se que na produ-
2. (MACKENZIE) Quando dois ou mais metais, no es-
ção do ferro-gusa,
tado líquido, são miscíveis, dizemos que constituem
uma liga metálica, podendo ter composição porcen- a) o coque, além de ser matéria-prima, é o com-
tual, em massa, variável. Como exemplo, tem-se o bustível utilizado no alto-forno.
bronze, liga de cobre e estanho, usado na manufa- b) a maior quantidade do ferro encontrado na na-
tura de um sino que contém 80% de cobre e 20% de tureza está sob a forma metálica, isto é, puro.
estanho e de uma fechadura contendo 90 % de co- c) a escória é o resíduo formado no alto-forno e
bre e 10% de estanho. não apresenta nenhum interesse comercial.
Com as informações acima, fazem-se as afirmações. d) a hematita, o monóxido de carbono e a escória
I. O bronze, por não ter composição fixa, não é são as matérias-primas introduzidas no alto-
representado por fórmula química. forno.
II. Se o sino for de meia tonelada, a massa de co- e) para aquecer o alto-forno é consumida grande
bre é de 400 kg. quantidade de energia elétrica, tornando o pro-
III. Se, na fechadura, houver 20 g de estanho, en- cesso caro.
tão a quantidade de bronze, nela, é de 200 g.
IV. Na obtenção de ligas metálicas, deve haver a
evaporação dos metais que a compõem.

124 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


4. (ITA) Num experimento, um estudante verificou ser Pode-se afirmar que o pó branco encontrado é:
a mesma a temperatura de fusão de várias amos- a) uma substância simples.
tras de um mesmo material no estado sólido e tam-
b) uma substância composta.
bém que esta temperatura se manteve constante
até a fusão completa. Considere que o material só- c) uma mistura de cristais com tamanhos diferen-
lido tenha sido classificado como: tes.
I. Substância simples pura d) uma mistura de duas substâncias.
II. Substância composta pura e) uma mistura de três substâncias.
III. Mistura homogênea eutética
IV. Mistura heterogênea 7. (UEL) Um termo químico, principalmente na lingua-
gem cotidiana, pode ter significados diversos, de-
Então, das classificações acima, está(ão) errada(s) pendendo do contexto em que se encontra. Consi-
a) apenas I e II. dere as seguintes frases:
b) apenas II e III. I. A ÁGUA é composta de HIDROGÊNIO e OXIGÊ-
c) apenas III. NIO.
d) apenas III e IV. II. O HIDROGÊNIO é um gás inflamável.
e) apenas IV. III. O ozônio é uma das formas alotrópicas do OXI-
GÊNIO.
5. (UFLA) Ao observar um bloco de gelo produzido em IV. O gás HIDROGÊNIO reage com o gás OXIGÊNIO
um freezer, um adolescente perguntou ao profes- para formar ÁGUA.
sor por que o gelo apresentava algumas bolhas no
V. A ÁGUA é constituída por dois HIDROGÊNIOS e
seu interior. A alternativa que corresponde à expli-
um OXIGÊNIO.
cação correta do professor é:
a) As bolhas formadas são devidas ao vapor d'á- Com relação ao significado dos termos destacados
gua presente na estrutura do gelo. é incorreto afirmar:
b) O cristal de gelo possui uma estrutura circular e a) ÁGUA significa substância química em I e molé-
as cavidades são hexagonais. cula de água em V.
c) A água sólida produzida em um freezer comum b) HIDROGÊNIO em II significa substância química.
não se cristaliza totalmente, produzindo regi-
c) HIDROGÊNIO em IV significa substância quí-
ões esféricas de água líquida.
mica, e em V, átomos de hidrogênio.
d) As bolhas existentes no interior do bloco de
d) O significado de OXIGÊNIO em III e IV é o
gelo são decorrentes do rápido congelamento
mesmo.
da água no freezer, que não permite a perfeita
cristalização. e) OXIGÊNIO em V significa átomo de oxigênio.
e) A ocorrência das bolhas é devida ao ar dissol-
vido na água líquida, que não é solúvel na água 8. (Unesp) Os recém-descobertos fulerenos são for-
sólida. mas alotrópicas do elemento químico carbono. Ou-
tras formas alotrópicas do carbono são:
6. (Unesp) Em um laboratório, foi encontrado um a) isótopos de carbono-13.
frasco, sem identificação, contendo um pó branco b) calcáreo e mármore.
cristalino. Aquecendo este pó com taxa constante c) silício e germânico.
de fornecimento de calor, foi obtida a seguinte
curva de aquecimento. d) monóxido e dióxido de carbono.
e) diamante e grafite.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 125


9. (Unicamp) Augusto dos Anjos (1884-1914) foi um 11. (Unicamp) O farelo de soja, que apresenta alto teor
poeta que, em muitas oportunidades, procurava a de proteínas, é um subproduto da fabricação do
sua inspiração em fontes de ordem científica. A se- óleo de soja. Recentemente, compradores interna-
guir transcrevemos a primeira estrofe do seu so- cionais observaram a adulteração de um carrega-
neto intitulado "Perfis Chaleiras". Nestes versos, mento de farelo de soja brasileiro, ao qual foram
Augusto dos Anjos faz uso de palavras da química. adicionados ureia (NH2)2CO e pedra moída. Sabe-se
que o teor de proteína no farelo é avaliado pelo
O oxigênio eficaz do ar atmosférico, conteúdo de nitrogênio no mesmo.
O calor e o carbono e o amplo éter são Baseando-se nas informações acima, explique por-
Valem três vezes menos que este Américo que os falsificadores usaram, conjuntamente, pe-
Augusto dos Anzóis Sousa Falcão... dra moída e ureia na adulteração do farelo de soja?

a) Uma das palavras se refere a um gás cujas mo-


léculas são diatômicas e que é essencial para o
processo respiratório dos animais. Escreva a
fórmula desse gás.
b) Outra palavra se refere a uma mistura gasosa.
Um dos constituintes dessa mistura está pre-
sente em quantidade muito maior que os de-
mais. Escreva a fórmula do constituinte majori-
tário da mistura gasosa e forneça também a
porcentagem em volume do mesmo nessa mis-
tura.

10. (UFRGS) Considere as seguintes propriedades de


três substâncias líquidas:

Misturando-se volumes iguais de hexano, tetraclo-


reto de carbono e água, será obtido um sistema:
a) monofásico.
b) bifásico, no qual a fase sobrenadante é o he-
xano.
c) bifásico, no qual o sobrenadante é o tetraclo-
reto de carbono.
d) trifásico, no qual a fase intermediária é o te-
tracloreto de carbono.
e) bifásico ou trifásico, dependendo da ordem de
colocação das substâncias durante a prepara-
ção da mistura.

126 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3 MODELO ATÔMICO CLÁSSICO, ÍONS E SEMELHANÇAS ATÔMICAS

ÍONS
CONCEITOS Íons são cargas, e são formados quando o número de
prótons é diferente do número de elétrons.
MODELO ATÔMICO CLÁSSICO

Massa Relativa Carga Relativa

Exemplos:
Próton 1 1+ A = 27 A = 16
27 3+ P = 13 16 2− P = 8
Nêutron 1 Zero 13Al {
n = 14 8O {
n=8
Elétron 1/1836 ≈ Zero 1− e = 10 e = 10

Elemento químico → É o conjunto de átomos com o SEMELHANÇAS ATÔMICAS


mesmo número de prótons.
=P
Isótopos {≠ A
Número atômico (Z) ≠n

Representação: Exemplos:
1 2 3 35 37
1H 1H 1H 17Cl 17Cl

=A
Isóbaros { ≠ P
≠n
Exemplos:
40 40
20Ca 19K
O átomo é eletricamente neutro → P = e
=n
Exemplos: Isótonos {≠ A
A = 56 A = 35 ≠P
56 P = 26 35 P = 17
26Fe {n = 30 17Cl {n = 18 Exemplos:
e = 26 e = 17
- 31H - 42He
2 2

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 127


ANOTAÇÕES

128 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


EXERCÍCIOS

1. (UEPG) Na natureza podem-se encontrar três varie-


dades isotópicas do elemento químico urânio, re-
presentadas abaixo. Com relação a esses isótopos,
no estado fundamental, assinale o que for correto.
234 235 238
U92 U92 U92

01)O urânio-234 possui 92 prótons e 92 elétrons.


02)O urânio-235 possui 92 prótons e 143 nêutrons.
04)Os três átomos possuem o mesmo número de
massa.
08)O urânio-238 possui 92 elétrons e 146 nêutrons.

2. (UDESC) Os íons Mg+2 e F–1, originados dos átomos


no estado fundamental dos elementos químicos
magnésio e flúor, respectivamente, têm em comum
o fato de que ambos:
a) possuem o mesmo número de elétrons.
b) foram produzidos pelo ganho de elétrons, a
partir do átomo de cada elemento químico, no
estado fundamental.
c) foram produzidos pela perda de elétrons, a par-
tir do átomo de cada elemento químico, no es-
tado fundamental.
d) possuem o mesmo número de prótons.
e) possuem o mesmo número de nêutrons.

3. (UFPB) Rutherford idealizou um modelo atômico


com duas regiões distintas. Esse modelo pode ser
comparado a um estádio de futebol com a bola no
centro: a proporção entre o tamanho do estádio em
relação à bola é comparável ao tamanho do átomo
em relação ao núcleo.
Acerca do modelo idealizado por Rutherford e con-
siderando os conhecimentos sobre o átomo, é cor-
reto afirmar:
a) Os prótons e os nêutrons são encontrados na
eletrosfera.
b) Os elétrons possuem massa muito grande em
relação à massa dos prótons.
c) O núcleo atômico é muito denso e possui partí-
culas de carga positiva.
d) A eletrosfera é uma região onde são encontra-
das partículas de carga positiva.
e) O núcleo atômico é pouco denso e possui partí-
culas de carga negativa.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 129
4. (UFRGS) A coluna I, a seguir, apresenta cinco dife- 6. (PUC-RIO) Um íon X- tem 18 elétrons e 20 nêutrons.
rentes pares de espécies químicas; a coluna II, a ca- Portanto, o elemento X tem:
racterização de quatro desses pares. a) número atômico 17
Associe adequadamente a coluna I à coluna II. b) 18 prótons
c) 19 elétrons
Coluna I Coluna II
d) 19 nêutrons
1 - Cdiam e Cgrafite ( ) espécies isoeletrônicas
e) número de massa 38
2 - H2O e H2O2 ( ) formas alotrópicas
3 - He e Ne ( ) substâncias monoatômicas
4 - Ca2+ e S2– ( ) substâncias diatômicas
5 - N2 e Cℓ2

A sequência correta de preenchimento dos parên- 7. (UFF) Alguns estudantes de Química, avaliando seus
teses, de cima para baixo, é: conhecimentos relativos a conceitos básicos para o
a) 2 − 1 − 4 − 5 estudo do átomo, analisam as seguintes afirmati-
vas:
b) 3 − 2 − 4 − 1
I. Átomos isótopos são aqueles que possuem
c) 3 − 5 − 1 − 2
mesmo número atômico e números de massa
d) 4 − 1 − 3 − 5 diferentes.
e) 4 − 3 − 2 − 1 II. O número atômico de um elemento corres-
ponde à soma do número de prótons com o de
nêutrons.
III. O número de massa de um átomo, em particu-
lar, é a soma do número de prótons com o de
elétrons.
IV. Átomos isóbaros são aqueles que possuem nú-
meros atômicos diferentes e mesmo número
5. (Unesp) Com a frase "Grupo concebe átomo 'mági- de massa.
co' de silício", a edição de 18.06.2005 da "Folha de V. Átomos isótonos são aqueles que apresentam
S. Paulo" chama a atenção para a notícia da produ- números atômicos diferentes, números de
ção de átomos estáveis de silício com duas vezes massa diferentes e mesmo número de nêu-
mais nêutrons do que prótons, por cientistas da trons.
Universidade Estadual da Flórida, nos Estados Uni-
dos da América. Na natureza, os átomos estáveis Esses estudantes concluem, corretamente, que as
deste elemento químico são: 14Si28 14Si29 e 14Si30. afirmativas verdadeiras são as indicadas por:
Quantos nêutrons há em cada átomo "mágico" de a) I, III e V
silício produzido pelos cientistas da Flórida?
b) I, IV e V
a) 14
c) II e III
b) 16
d) II, III e V
c) 28
e) II e V
d) 30
e) 44

130 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


8. (UFSC) Considerando as relações entre os átomos,
indicadas no esquema, TAREFA MÍNIMA

1. (UFPB) As pilhas e baterias estão incorporadas ao


cotidiano da vida moderna. Esses materiais geral-
mente contêm metais tóxicos, por exemplo, cád-
mio, cujo descarte de forma incorreta pode conta-
minar o meio ambiente. Utilizando a tabela perió-
dica e sabendo que o número de massa do cádmio
é 112, é correto afirmar que esse elemento possui:

Número de Número de Número de


prótons nêutrons elétrons
a) 20 20 20
pode-se afirmar que o(s) número(s): b) 64 48 64
01) de massa de Y é 40. c) 20 32 20
02) de massa de Z é 20. d) 48 64 48
04) de prótons de Y é 22. e) 48 112 64
08) de nêutrons de X é 20.
16) de nêutrons de Z é 20. 2. (UESPI) Os radioisótopos são hoje largamente utili-
32) de nêutrons de Y é 20. zados na medicina para diagnóstico, estudo e trata-
64) de prótons de Z é 22. mento de doenças. Por exemplo, o cobalto - 60 é
usado para destruir e impedir o crescimento de cé-
lulas cancerosas. O número de prótons, de nêu-
60 3+
trons e de elétrons no nuclídeo 27Co são, respec-
tivamente:
a) 33, 27 e 24
b) 27, 60 e 24
9. Se os elementos 2x−1A4x e 2xB3x+8 são isóbaros. Qual c) 60, 33 e 27
é o número de nêutrons de A e B?
d) 27, 33 e 27
e) 27, 33 e 24

3. (FGV) A tabela seguinte apresenta dados referentes


às espécies K, K+, Ca2+, e S2–

Espécie Z Nêutrons
K 19 22
K+ 19 22
Ca2+ 20 22
S2− 16 18

Em relação a essas espécies, são feitas as seguintes


afirmações:
I. K+ e Ca2+ são isótonos;
II. K e Ca2+ são isóbaros;
III. K+ tem mais prótons que K;
IV. K+ e S2− têm o mesmo número de elétrons.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 131


É correto apenas o que se afirma em: 6. (UNEMAT) Isótopos radioativos do iodo têm grande
a) I e II. importância na medicina. São usados no diagnós-
tico e no tratamento de problemas da tireoide. O
b) I e III.
isótopo do iodeto 131 –
53I usado para esse fim apre-
c) I e IV. senta os seguintes números de prótons, nêutrons e
d) II e III. elétrons, respectivamente:
e) II e IV. a) 131; 53; 78
b) 53; 53; 132
Texto para a próxima questão: c) 53; 78; 54
d) 54; 131; 53
Os profissionais da Química têm aprofundado o conhe- e) 131; 78; 53
cimento da química do hidrogênio ao pesquisar fontes
alternativas de energia limpa para o futuro. O abasteci- 7. (FATEC) Se 57Fe26 e 57Co27 são espécies de elementos
mento desse elemento é de baixo custo e inexaurível, diferentes que possuem o mesmo número de
uma vez que utiliza a energia solar para produzi-lo a massa, uma característica que os distingue sempre
partir da decomposição fotoquímica da água. A grande é o número de:
maioria dos átomos de hidrogênio pode ser represen- a) elétrons na eletrosfera
tada por 11H. Contudo, além deste, também existem ou- b) elétrons no núcleo
tros, em menor quantidade, representados por 21H e 31H. c) nêutrons na eletrosfera
d) prótons no núcleo
4. (IFSP) Os números de nêutrons do 11H, 21H e 31H são, e) nêutrons no núcleo
respectivamente,
a) 2; 3; 4 8. (PUCMG) Considere as representações genéricas
b) zero; 1; 2 das espécies X, Y, R2– e Z2+.
c) zero; 2; 1 16 17 17 2– 16 2+
8X 8Y 7R 7Z
d) 2; 1; zero
e) 2; zero; 1 É correto afirmar que as espécies que apresentam
o mesmo número de nêutrons são:
a) X e Z2+
5. (CFTMG) Considere a espécie química esquemati-
zada a seguir. b) X e Y
c) Y e R2–
d) Y e Z2+

9. (UFJF) Na tabela a seguir, qual é a alternativa que


melhor preenche as lacunas nas colunas de I a IV,
respectivamente?

I II III IV
Símbolo Ca2+ Cℓ–
Prótons 20 53 16 17
Nêutrons 20 74 16
Elétrons 53 16 18
Sobre essa representação, afirma-se, correta- Carga +2 0 0 −1
mente, que:
a) possui um núcleo neutro. a) 20, I, S, 17
b) apresenta carga total negativa. b) 18, I, S, 18
c) representa a estrutura de um cátion. c) 20, I–, O2–, 17
d) contém partículas positivas na eletrosfera. d) 22, I, O, 18
e) 18, I–, S2–, 18
132 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES
10. (UFRGS) Entre as espécies químicas a seguir, assi- 14. (UFSM) O elemento presente na crosta terrestre
nale aquela em que o número de elétrons é igual ao em maior percentagem é o oxigênio (em torno de
número de nêutrons. 46% em massa). Sabendo que esse elemento é
a) 2
H+ composto de três isótopos 8O16, 8O17 e 8O18, analise
13 as afirmativas:
b) C
I. O número de prótons de cada oxigênio é 8, 9 e
c) 16
O–2
10, respectivamente.
21
d) Ne
II. Os números 16, 17 e 18 correspondem à massa
e) 35
Cℓ– de cada isótopo, respectivamente.
III. O número de nêutrons de cada oxigênio é igual
11. (UFC) Na tentativa de montar o intrincado quebra- a 8.
cabeça da evolução humana, pesquisadores têm
utilizado relações que envolvem elementos de Está(ão) correta(s):
mesmo número atômico e diferentes números de a) apenas I.
massa para fazer a datação de fósseis originados em b) apenas II.
sítios arqueológicos. Quanto a estes elementos, é c) apenas III.
correto afirmar que são:
d) apenas I e II.
a) isóbaros
e) apenas I e III.
b) isótonos
c) isótopos
15. (MACKENZIE) A molécula D2O, chamada de água pe-
d) alótropos sada, é formada por átomos de hidrogênio, que
e) isômeros possuem 1 próton, 1 elétron e 1 nêutron, e de oxi-
gênio, que tem 8 prótons, 8 elétrons e 8 nêutrons.
12. (PUCRS) Um cátion de carga 3+ possui 10 elétrons e A soma dos números de massa na molécula D2O é:
14 nêutrons. O átomo que o originou apresenta nú- a) 9
mero atômico e de massa, respectivamente, b) 10
a) 3 e 14 c) 20
b) 7 e 24 d) 27
c) 10 e 14 e) 30
d) 13 e 27
e) 14 e 28 16. (UFSM) Analise as seguintes afirmativas:
I. Isótopos são átomos de um mesmo elemento
13. (Unesp) O elemento químico B possui 20 nêutrons, que possuem mesmo número atômico e dife-
é isótopo do elemento químico A, que possui 18 rente número de massa.
prótons, e isóbaro do elemento químico C, que tem II. O número atômico de um elemento corres-
16 nêutrons. Com base nessas informações, pode- ponde ao número de prótons no núcleo de um
se afirmar que os elementos químicos A, B e C apre- átomo.
sentam, respectivamente, números atômicos iguais III. O número de massa corresponde à soma do nú-
a: mero de prótons e do número de elétrons de
a) 16, 16 e 20 um elemento.
b) 16, 18 e 20
Está(ão) correta(s)
c) 16, 20 e 21
a) apenas I.
d) 18, 16 e 22
b) apenas II.
e) 18, 18 e 22
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) apenas II e III.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 133


17. (UFLAVRAS) As afirmações que se seguem dizem 20. São dados dois isótopos: 4x–8 A 8x e 3x+6 B 8x–2
respeito a dois elementos A e B. Qual o nº de massa de A?
I. B possui massa atômica igual a 39
II. O número atômico de A é igual a 20. 21. (PUCCAMP) O silício, elemento químico mais abun-
III. B é isoeletrônico com A+ dante na natureza depois do oxigênio, tem grande
IV. A e B são isótonos aplicação na indústria eletrônica. Por outro lado, o
enxofre é de importância fundamental na obtenção
Podemos afirmar que: do ácido sulfúrico. Sabendo-se que o átomo 14Si28 é
a) A e B+ são isoeletrônicos. ISÓTONO de uma das variedades isotópicas do en-
b) o número de massa de A é igual a 40. xofre, 16S, pode-se afirmar que este átomo tem nú-
mero de massa:
c) o número de elétrons de B é igual a 20.
a) 14
d) o número de nêutrons de A é igual a 17.
b) 16
e) A e B são isóbaros.
c) 30
d) 32
18. (FGV) O elemento hidrogênio, cujo número atômico
é 1, possui 3 isótopos: 1H (mais abundante), 2H e) 34
(deutério), 3H (trício). Estes 3 isótopos apresentam
entre si:
a) diferente número de prótons, mesmo número
de nêutrons e mesmo número de massa.
b) mesmo número de prótons, mesmo número de
nêutrons e diferente número de elétrons
(1H = 1 elétron, 2H = 2 elétrons, 3H = 3 elé-
trons).
c) mesmo número de prótons, mesmo número de
nêutrons e diferente número de massa.
d) mesmo número de prótons, mesmo número de
elétrons e diferente número de nêutrons
(1H = 1 nêutron, 2H = 2 nêutrons, 3H = 3 nêu-
trons).
e) mesmo número de prótons, mesmo número de
elétrons e diferente número de nêutrons
(1H = 0 nêutron, 2H = 1 nêutron, 3H = 2 nêu-
trons).

19. (UFSM) Assinale a alternativa correta.


a) Isótopos de um elemento são átomos com dife-
rentes números atômicos e mesmo número de
massa.
b) Elemento químico é definido como um con-
junto de átomos de mesmo número atômico.
c) O número de massa de um átomo é a soma do
seu número de prótons e do seu número de elé-
trons.
d) Ocorre íon positivo ou cátion quando o número
de prótons é menor que o número de elétrons.
e) O número atômico pode ser definido pelo nú-
mero de prótons ou de elétrons do átomo.

134 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Está(ão) correta(s):
TAREFA COMPLEMENTAR a) apenas I.
b) apenas II.
1. (UERJ) A descoberta dos isótopos foi de grande im- c) apenas III.
portância para o conhecimento da estrutura atô- d) apenas I e II.
mica da matéria. Sabe-se, hoje, que os isótopos 54Fe
e) apenas II e III.
e 56Fe têm, respectivamente, 28 e 30 nêutrons.
A razão entre as cargas elétricas dos núcleos dos
isótopos 54Fe e 56Fe é igual a: 4. (UFRGS) O hidróxido de sódio, NaOH, é uma subs-
tância de ampla utilização industrial, sendo obtida
a) 0,5 b) 1,0 c) 1,5 d) 2,0
através da eletrólise em solução aquosa do NaCℓ,
de acordo com a reação abaixo.
2. (UDESC) Assinale a alternativa correta. Os isótopos
são átomos: 2 NaCℓ + 2 H2O Cℓ2 + H2 + 2 NaOH
a) de um mesmo elemento químico, apresentam Considere as seguintes afirmações, a respeito da
propriedades químicas praticamente idênticas, quantidade de partículas atômicas presentes em al-
mas têm um número diferente de nêutrons no gumas espécies químicas dessa reação.
seu núcleo.
I. As quantidades de prótons existentes nos áto-
b) que têm o mesmo número de prótons e um nú- mos de sódio e de cloro presentes no NaCℓ per-
mero diferente de nêutrons no seu núcleo, manecem inalteradas quando esses átomos
apresentando propriedades químicas total- formam os produtos Cℓ2 e NaOH.
mente distintas.
II. A substância cloro gasoso é constituída por mo-
c) de um mesmo elemento químico, apresentam léculas neutras formadas por átomos de cloro
propriedades químicas idênticas, mas têm um que apresentam 17 elétrons cada um.
número diferente de prótons no seu núcleo.
III. No íon positivo do elemento sódio, o número
d) de elementos químicos diferentes, com o de elétrons é maior que o existente em um
mesmo número de nêutrons no seu núcleo e átomo neutro de sódio.
apresentam propriedades químicas semelhan-
tes. Quais estão corretas?
e) de elementos químicos diferentes, apresentam a) Apenas I.
propriedades químicas distintas, mas têm o b) Apenas II.
mesmo número de nêutrons no seu núcleo.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
3. (UFSM) Quando os fabricantes desejam produzir fo-
e) I, II e III.
gos de artifício coloridos, eles misturam à pólvora
compostos de certos elementos químicos apropria-
dos. Por exemplo, para obter a cor vermelho-car- 5. (CCAMPOS) O elemento químico B possui 20 nêu-
mim, colocam o carbonato de estrôncio (SrCO3); trons, é isótopo do elemento químico A, que possui
para o azul-esverdeado, usam o cloreto de cobre x prótons, e isóbaro do elemento químico C, que
(CuCℓ2) e, para o verde, empregam o cloreto de bá- tem 16 nêutrons. O número de massa de C é
rio (BaCℓ2). 2x + 2. Sabendo-se que A e C são isótonos, pode-se
Analise as afirmativas: afirmar que o somatório do número de massa, do
número atômico e de número de nêutrons dos ele-
I. O íon Sr2+ possui 38 prótons e 36 elétrons.
mentos A, B e C, respectivamente, está relacionado
II. O íon Ba2+ é isoeletrônico com o átomo de xe- na alternativa:
nônio.
a) 109, 56 e 53
III. Se o átomo de cobre perde um elétron, ele se
b) 110, 58 e 52
torna um ânion com 28 elétrons.
c) 112, 54 e 4
d) 118, 62 e 56

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 135


6. (UFG) As relações entre os produtos e os reagentes 8. (UFRRJ) Mattel anuncia 'recall' de 18,6 milhões de
da reação química brinquedos.
CO + H2O = H2 + CO2 Após 15 dias recolhendo brinquedos por excesso de
chumbo na tinta, a Mattel anuncia 'recall' de 18,6
podem ser descritas como relações de conjuntos milhões de brinquedos...
matemáticos. Considere o conjunto domínio CO,
Brincadeira de alto risco. In: Jornal "O Globo", 27036, agosto, 2007.
formado pelos isótopos 12C e 13C, e o conjunto ima-
gem formado pelo produto CO2. Desse modo, com O envenenamento por chumbo é um problema re-
base na relação entre o domínio e a imagem, pode- latado desde a Antiguidade, pois os romanos utili-
se concluir que: zavam esse metal em dutos de água e recipientes
a) cada elemento do domínio corresponde a um para cozinhar. No corpo humano, com o passar do
elemento da imagem. tempo, o chumbo deposita-se nos ossos, substi-
b) cada elemento da imagem corresponde a dois tuindo o cálcio. Isso ocorre, porque os íons Pb+2 e
elementos do domínio. Ca+2 são similares em tamanho, fazendo com que a
c) cada elemento do domínio corresponde a dois absorção de chumbo pelo organismo aumente em
elementos da imagem. pessoas que têm deficiência de cálcio. Com relação
ao Pb+2, seu número de prótons, nêutrons e elé-
d) cada elemento da imagem corresponde a três
trons são, respectivamente:
elementos do domínio.
a) 82, 125 e 80
e) cada elemento do domínio corresponde a três
elementos da imagem. b) 82, 125 e 84
c) 84, 125 e 82
7. (UTFPR) Atualmente, um elemento químico é defi- d) 82, 127 e 80
nido em termos do seu número de prótons, ou seja, e) 84, 127 e 82
um elemento químico terá exatamente o mesmo
número de prótons, mas não necessariamente o
mesmo número de nêutrons. Com base nisto, exa- 9. (UFSCAR) Um modelo relativamente simples para o
mine as representações químicas a seguir e analise átomo o descreve como sendo constituído por um
as proposições. (As letras maiúsculas podem repre- núcleo contendo prótons e nêutrons, e elétrons gi-
sentar qualquer átomo): rando ao redor do núcleo. Um dos isótopos do ele-
mento Ferro é representado pelo símbolo 26Fe56.
1
1X ; 1Z2 ; 1T3 ; 2M4 ; 2L3 ; 3R4 Em alguns compostos, como a hemoglobina do san-
gue, o Ferro encontra-se no estado de oxidação 2+
I. X, Z e T são representações de um elemento
(Fe2+). Considerando-se somente o isótopo mencio-
químico e, portanto, devem ter um mesmo sím-
nado, é correto afirmar que no íon Fe2+:
bolo químico.
II. M e L são representações de um elemento quí- a) o número de nêutrons é 56, o de prótons é 26 e
mico e, portanto, devem ter um mesmo sím- o de elétrons é 24.
bolo químico. b) o número de nêutrons + prótons é 56 e o nú-
III. X, Z e T são isóbaros entre si e M e L são isóto- mero de elétrons é 24.
nos entre si. c) o número de nêutrons + prótons é 56 e o nú-
IV. T, L e R são isóbaros entre si e Z, L e R são isóto- mero de elétrons é 26.
pos entre si. d) o número de prótons é 26 e o número de elé-
V. X não possui nenhum nêutron, e Z e T possuem trons é 56.
1 e 2 nêutrons respectivamente. e) o número de nêutrons + prótons + elétrons é
56 e o número de prótons é 28.
As proposições falsas são somente:
a) I e II.
b) I, II e III.
c) III e IV.
d) IV e V.
e) I, III e V.

136 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


10. (UFSM) Na indústria de alimentos, as radiações são 12. (UFMG) As alternativas referem-se ao número de
usadas para a preservação de diferentes alimentos, partículas constituintes de espécies atômicas.
como a batata, o morango, a cebola, o tomate e o A afirmativa falsa é:
trigo. A conservação ocorre porque as radiações ini-
a) dois átomos neutros com o mesmo número
bem ou destroem as bactérias e os microorganis-
atômico têm o mesmo número de elétrons.
mos presentes nos produtos agrícolas, provocando
sua inativação ou morte. Os alimentos, contudo, b) um ânion com 52 elétrons e número de massa
não sofrem efeitos nocivos nem se tornam radiati- 116 tem 64 nêutrons.
vos. c) um átomo neutro com 31 elétrons tem número
Nas instalações industriais, usualmente, utilizam-se atômico igual a 31.
radiações provenientes do 27Co60, que se trans- d) um átomo neutro, ao perder três elétrons,
forma no elemento 28X60. mantém inalterado seu número atômico.
Em relação aos elementos 27Co60 e 28X.60, assinale e) um cátion com carga 3+, 47 elétrons e 62 nêu-
verdadeira (V) ou falsa (F) em cada afirmativa a se- trons tem número de massa igual a 112.
guir.
( ) O elemento X formado é o níquel (Ni), isóbaro 13. (PUCCAMP) A água pesada, utilizada em certos ti-
do 27Co60. pos de reatores nucleares, é composta por dois áto-
mos de deutério (número de massa 2) e pelo isó-
( ) O elemento X formado é o neodímio (Nd), isó-
topo 16 de oxigênio. O número total de nêutrons na
topo do 27Co60.
molécula da água pesada é:
( ) O elemento X possui o mesmo número de nêu- a) 10
trons que o elemento 27Co60.
b) 12
( ) O elemento X possui maior número de prótons c) 16
que o elemento 27Co60.
d) 18
A sequência correta é: e) 20
a) V − F − F − V
b) F − V − V − F
c) F − F − V − F
d) F − V − F − V
e) V − F − V − V

11. (UFRGS) Ao comparar-se os íons K+ e Br− com os res-


pectivos átomos neutros de que se originaram,
pode-se verificar que:
a) houve manutenção da carga nuclear de ambos
os íons.
b) o número de elétrons permanece inalterado.
c) o número de prótons sofreu alteração em sua
quantidade.
d) ambos os íons são provenientes de átomos que
perderam elétrons.
e) o cátion originou-se do átomo neutro a partir
do recebimento de um elétron.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 137


4 DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA

• Subníveis de energia
CONCEITOS
Subníveis Número máximo de elétrons

POSTULADO DE BOHR s 2
• Um elétron em um átomo se move em órbita circu- p 6
lar ao redor do núcleo. d 10
• Um elétron se move apenas em uma camada, man- f 14
tendo sua energia.
• Diagrama de Linus Pauling
• Um elétron ao receber energia, pode passar para
um nível posterior. Ao retornar para camada de ori-
gem libera essa energia na forma de uma onda ele-
tromagnética.

ELETROSFERA

Exemplos:
+ –
1H → 1p = 1e

Ordem energética: 1s1

6C→ 6p+ = 6e–


Ordem energética: 1s2 2s2 2p2

11Na→ 11p+ == 11e–


Ordem energética: 1s2 2s2 2p6 3s1
→ 17p+ = 17e–
17Cl

Ordem energética: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5


DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA
• Camadas ou níveis de energia 26Fe → 26p+ = 26e–

Camadas K L M N O P Q
Níveis 1 2 3 4 5 6 7

138 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


ANOTAÇÕES

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 139


EXERCÍCIOS

1. (CPS) Considere os átomos neutros dos elementos


químicos representados abaixo:
I. oxigênio (Z = 8) III. cálcio (Z = 20)
II. argônio (Z = 18) IV. (Z = 11)

Os dois elementos químicos que apresentam maior


número de elétrons na camada de valência são:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.

2. (UEPG) Tendo por base o modelo atômico atual, as-


sinale o que for correto.
01) Os elétrons movimentam-se ao redor do nú-
cleo em órbitas definidas de energia.
02) Um elétron, quando excitado, pode passar de
um nível de energia para outro, através do
salto quântico.
04) A massa do átomo não está igualmente distri-
buída em sua estrutura, concentrando-se na
eletrosfera.
08) Átomos neutros no estado fundamental apre-
sentam igual número de prótons e elétrons.

3. (UERJ) A figura a seguir foi proposta por um ilustra-


dor para representar um átomo de lítio (Li) no es-
tado fundamental, segundo o modelo de Ruther-
ford-Bohr.

Constatamos que a figura está incorreta em relação


ao número de:
a) nêutrons no núcleo
b) partículas no núcleo
c) elétrons por camada
d) partículas na eletrosfera
140 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES
4. (UNIRIO) "O coração artificial colocado em Elói co-
meçou a ser desenvolvido há quatro anos nos Esta- TAREFA MÍNIMA
dos Unidos e já é usado por cerca de 500 pessoas. O
conjunto, chamado de Heartmate, é formado por
três peças principais. A mais importante é uma 1. (UERN) “O processo de emissão de luz dos vagalu-
mes é denominado bioluminescência, que nada
bolsa redonda com 1,2 quilo, 12 centímetros de di-
mais é do que uma emissão de luz visível por orga-
âmetro e 3 centímetros de espessura, feita de titâ-
nismos vivos. Assim como na luminescência, a bio-
nio - um metal branco-prateado, leve e resistente."
luminescência é resultado de um processo de exci-
Revista "Veja", julho de 1999 tação eletrônica, cuja fonte de excitação provém de
uma reação química que ocorre no organismo vivo”.
Entre os metais a seguir, aquele que apresenta na
A partir da informação do texto, pode-se concluir
última camada, número de elétrons igual ao do ti-
que o modelo atômico que representa a luz visível
tânio é o:
dos vagalumes é o:
a) C
a) Rutheford c) Thomson
b) Na
b) Bohr d) Heiserberg
c) Ga
d) Mg
2. (UCS) Os dias dos carros com luzes azuis estão con-
e) Xe tados, pois, desde 1º de janeiro de 2009, as lâmpa-
das de xenônio (Xe), não podem mais ser instaladas
Dados: Ti(Z = 22); C(Z = 6); Na(Z = 11); Ga(Z = 31);
em faróis convencionais. Mesmo que as lâmpadas
Mg(Z = 12); Xe(Z = 54)
azuis possibilitem três vezes mais luminosidade do
que as convencionais, elas não se adaptam adequa-
damente aos refletores feitos para o uso com lâm-
padas convencionais, podendo causar ofuscamento
à visão dos motoristas que trafegam em sentido
contrário e possibilitando, assim, a ocorrência de
acidentes.
5. (UNAERP) O fenômeno da supercondução de eletri- Quantos elétrons o gás xenônio apresenta na ca-
cidade, descoberto em 1911, voltou a ser objeto da mada de valência?
atenção do mundo científico com a constatação de a) 2 b) 6 c) 8 d) 10 e) 18
Bednorz e Müller de que materiais cerâmicos po-
dem exibir esse tipo de comportamento, valendo
um prêmio Nobel a esses dois físicos em 1987. Um 3. (PUCMG) O íon óxido O2– possui a mesma configu-
dos elementos químicos mais importantes na for- ração que:
mulação da cerâmica supercondutora é o ítrio: 1s2 a) o íon fluoreto F–.
2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d1, o número de ca- b) o átomo de sódio Na.
madas e o número de elétrons mais energéticos
para o ítrio, serão respectivamente: c) o íon cálcio Ca2+.
a) 4 e 1 d) o íon sulfeto S2–.
b) 5 e 1 Dados: O (Z = 8); F (Z = 9); Na (Z = 11); Ca (Z = 20);
c) 4 e 2 S (Z = 16).
d) 5 e 3
e) 4 e 3 4. (CFTCE) O número de elétrons "s", na configuração
eletrônica do cobre, 29Cu, no estado fundamental, é
igual a:
a) 4 b) 5 c) 6 d) 7 e) 8

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 141


5. (PUC-RIO) Na produção de fogos de artifício, dife- 04) a cor da luz emitida depende da diferença de
rentes metais são misturados à pólvora para que os energia entre os níveis envolvidos na transição
fogos, quando detonados, produzam cores varia- das partículas nucleares e, como essa diferença
das. Por exemplo, o sódio, o estrôncio e o cobre varia de elemento para elemento, a luz apre-
produzem, respectivamente, as cores amarela, ver- sentará uma cor característica para cada ele-
melha e azul. mento.
Se a localização dos elétrons num determinado ní-
08) no teste de chama as cores observadas são de-
vel depende da sua quantidade de energia, é incor-
correntes da excitação de elétrons para níveis
reto afirmar que:
de energia mais externos provocada pela
a) quando a pólvora explode, a energia produzida chama e, quando estes elétrons retornam aos
excita os elétrons dos átomos desses metais, fa- seus níveis de origem, liberam energia lumi-
zendo-os passar de níveis de menor energia nosa, no caso, na região da luz visível.
para níveis de maior energia.
16) as cores observadas podem ser explicadas con-
b) os níveis de menor energia são aqueles mais
siderando-se o modelo atômico proposto por
próximos do núcleo, e os níveis de maior ener-
Bohr.
gia são aqueles mais distantes do núcleo.
c) quando o elétron retorna para o estado funda-
mental, ele cede energia anteriormente rece- 7. (UFPI) O sulfeto de zinco-ZnS tem a propriedade de-
bida sob a forma de luz. nominada de fosforescência, capaz de emitir um
d) a luminosidade colorida nos fogos de artifício brilho amarelo-esverdeado depois de exposto à luz.
não depende do salto de elétrons de um nível Analise as afirmativas a seguir, todas relativas ao
para outro. ZnS, e marque a opção correta:
e) no laboratório, o estrôncio poderia ser identifi- a) salto de núcleos provoca fosforescência.
cado pela coloração vermelha quando este re- b) salto de nêutrons provoca fosforescência.
cebe o calor de uma chama. c) salto de elétrons provoca fosforescência.
d) elétrons que absorvem fótons aproximam-se
6. (UFSC) Quando uma pequena quantidade de clo- do núcleo.
reto de sódio é colocada na ponta de um fio de pla- e) ao apagar a luz, os elétrons adquirem maior
tina e levada à chama de um bico de Bunsen, a ob- conteúdo energético.
servação macroscópica que se faz é que a chama
inicialmente azul adquire uma coloração laranja.
8. (MACKENZIE) O número de elétrons na camada de
Outros elementos metálicos ou seus sais produzem
valência de um átomo que apresenta número de
uma coloração característica ao serem submetidos
massa igual a 40 e 22 partículas neutras, é:
à chama, como exemplo: potássio (violeta), cálcio
(vermelho-tijolo), estrôncio (vermelho-carmim) e a) 2 b) 3 c) 4 d) 6 e) 8
bário (verde). O procedimento descrito é conhecido
como teste de chama, que é uma técnica utilizada 9. (UEL) Um átomo neutro de certo elemento, no es-
para a identificação de certos átomos ou cátions tado fundamental, tem eletrosfera constituída por
presentes em substâncias ou misturas. 11 elétrons distribuídos, na ordem crescente de
Sobre o assunto acima e com base na Teoria Atô- energia de dentro para fora, na configuração 2, 2, 6,
mica, é correto afirmar que: 1. Satisfaz essa configuração átomos de:
01) as cores observadas para diferentes átomos no a) neônio (Z = 10)
teste de chama podem ser explicadas pelos b) flúor (Z = 9)
modelos atômicos de Thomson e de Ruther- c) cloro (Z = 17)
ford.
d) sódio (Z = 11)
02) as cores observadas na queima de fogos de ar- e) magnésio (Z = 12)
tifícios e da luz emitida pelas lâmpadas de va-
por de sódio ou de mercúrio não são decorren-
tes de processos eletrônicos idênticos aos ob-
servados no teste de chama.

142 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


10. (UFLAVRAS) Temos as seguintes configurações ele-
trônicas dos átomos A, B, C, D e E no estado funda- TAREFA COMPLEMENTAR
mental.
A - 1s2 2s2 1. (UEPG) Quando um átomo está eletricamente neu-
B - 1s2 2s2 2p6 3s2 3p3 tro ele possui prótons e elétrons em igual número.
C - 1s2 2s2 2p6 Contudo, quando um átomo neutro perde ou ganha
D - 1s2 2s2 2p6 elétrons, ele se transforma em um íon. Baseado
nisso, assinale o que for correto.
E - 1s2 2s2 2p6 3s2
01) Um íon negativo é chamado de ânion e um íon
É correto afirmar que positivo é chamado de cátion.
a) o átomo que tem mais elétrons na última ca- 02) Quando o átomo neutro de sódio origina seu
mada eletrônica é o D. cátion monovalente, observa-se a diminuição
b) o átomo C apresenta 3 camadas eletrônicas de uma unidade em sua massa atômica.
ocupadas. 04) O cátion Ca2+ (dado: Ca, Z = 20) é constituído
c) o átomo A tem o mesmo número de camadas por 20 prótons e 18 elétrons.
eletrônicas que o átomo E. 08) Dado que para o Cℓ, Z = 17, a distribuição ele-
d) o átomo B tem 3 elétrons na última camada ele- trônica do ânion Cℓ– é 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6.
trônica.
e) os átomos A e E têm suas últimas camadas ele- 2. (UFPR) Considere as seguintes afirmativas sobre
trônicas completas. dois elementos genéricos X e Y:
* X tem número de massa igual a 40.
11. (CESGRANRIO) A distribuição eletrônica do átomo * X é isóbaro de Y.
56
26Fe , em camadas é:
* Y tem número de nêutrons igual a 20.
a) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6
Assinale a alternativa que apresenta, respectiva-
b) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2
mente, o número atômico e a configuração eletrô-
c) K - 2 L - 8 M - 16 nica para o cátion bivalente de Y.
d) K - 2 L - 8 M - 14 N - 2 a) 20 e 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2
e) K - 2 L - 8 M - 18 N - 18 O - 8 P - 2 b) 18 e 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2
c) 20 e 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 4p2
12. (PUCCAMP) A corrosão de materiais de ferro en- d) 20 e 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
volve a transformação de átomos do metal em íons e) 18 e 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
(ferroso ou férrico). Quantos elétrons há no ter-
ceiro nível energético do átomo neutro de ferro?
3. (UFES) A configuração eletrônica do átomo de ferro
a) 2 em ordem crescente de energia é
b) 6 1s22s22p63s23p64s23d6. Na formação do íon Fe2+, o
c) 14 átomo neutro perde 2 elétrons. A configuração ele-
d) 16 trônica do íon formado é:
e) 18 a) 1s22s22p63s23p63d6
b) 1s22s22p63s23p64s23d4
c) 1s22s22p63s23p64s13d5
d) 1s22s22p63s23p44s13d6
e) 1s22s22p63s23p44s23d5

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 143


4. (UFPR) O modelo atômico de Bohr, apesar de ter 7. (UEPG) Sobre as representações a seguir, assinale o
sido considerado obsoleto em poucos anos, trouxe que for correto.
como principal contribuição o reconhecimento de
que os elétrons ocupam diferentes níveis de ener-
gia nos átomos. O reconhecimento da existência de
diferentes níveis na eletrosfera permitiu explicar,
entre outros fenômenos, a periodicidade química.
Modernamente, reconhece-se que cada nível, por
sua vez, pode ser subdividido em diferentes subní-
veis. Levando em consideração o exposto, assinale 01) I e VI são isótopos, apresentam a mesma confi-
a alternativa correta. guração eletrônica, mas não têm a mesma
a) Os três níveis de mais baixa energia podem aco- quantidade de nêutrons.
modar no máximo, respectivamente, 2, 8 e 8 02) I e II têm o mesmo número de prótons e de elé-
elétrons. trons.
b) O terceiro nível de energia é composto por qua-
04) Embora sejam isótopos isoeletrônicos, II e IV
tro subníveis, denominados s, p, d e f.
não têm a mesma massa atômica.
c) O que caracteriza os elementos de números
atômicos 11 a 14 é o preenchimento sucessivo 08) III e V, que não têm o mesmo número de nêu-
de elétrons no mesmo nível e no mesmo subní- trons, apresentam menor quantidade de elé-
vel. trons que o átomo IV.
d) Os elementos de números atômicos 10, 18, 36 16) II e IV não têm o mesmo número de nêutrons
e 54 têm o elétron mais energético no mesmo nem a mesma massa atômica.
nível, mas em diferentes subníveis.
e) O que caracteriza os elementos de números
atômicos 25 a 28 é o preenchimento sucessivo Texto para a próxima questão:
de elétrons no mesmo nível e no mesmo subní-
Na questão a seguir, escreva a soma dos itens corretos.
vel.

8. (UFPR) O jornal "Folha de São Paulo" publicou, em


5. (UFPI) De acordo com o "princípio de Aufbau" para
19/06/94, matéria sobre empresas norte-america-
a distribuição eletrônica em átomos multieletrôni-
nas que estavam falsificando suco de laranja. O pro-
cos, diz-se que um átomo encontra-se no seu es-
duto, vendido como puro, estava sendo diluído com
tado fundamental quando seus elétrons se locali-
água. A fraude foi descoberta através de medidas
zam nos estados de menor energia. Dentre as op-
de teores de isótopos de oxigênio (16O e 18O). O isó-
ções abaixo, aquela coincidente com a de um
topo mais pesado fica um pouco mais concentrado
átomo no seu estado fundamental é:
nas águas presentes nas plantas em crescimento,
a) 1s2 2s1 2p4 do que nas águas oriundas de fontes não-biológi-
b) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 4s2 3d10 cas. É correto afirmar que:
c) 1s2 2s2 2p6 3s1 3p5 4s2 01) Os números atômicos destes são iguais.
d) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10
02) O número de massas de 16O é 16 e indica a
e) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1 3d8 4p2 soma do número de prótons e de elétrons exis-
tentes no átomo.
6. (PUCCAMP) Vanádio, elemento de transição, cons- 04) O número de nêutrons nos isótopos anteriores
titui componente importante do aço para produzir é 16 e 18, respectivamente.
um tipo de liga que melhora consideravelmente a
tenacidade, resistência mecânica e corrosão do 08) A distribuição eletrônica de 16O é igual à de 18O.
ferro. Quantos elétrons há no subnível 3d da confi- 16) O suco puro deve conter uma maior quanti-
guração eletrônica do vanádio? dade de 18O.
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

144 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


5 TEORIA ÁCIDO BASE DE ARRHENIUS

OUTROS ÁCIDOS
CONCEITOS

ÁCIDOS
• Apresentam sabor azedo
• Fenolftaleína = Incolor

H2O
HxA xH+ + Ax− (Ionização)
BASES
Exemplos:
• Apresentam sabor adstringente (“amarram a
HCℓ H+ + Cℓ−
Hidrácidos boca”)
H2S 2H+ + S2−
• Fenolftaleína = Vermelho (róseo)
H2SO4 2H+ + SO42−
Oxiácidos H2O
H3PO4 3H+ + PO43− C(OH)x Cx+ + xOH− (Dissociação Iônica)
HIDRÁCIDOS Exemplos:
Nomenclatura: terminação ídrico. NaOH Na+ + OH− Metais com
HCl → Ácido clorídrico (suco gástrico) 2+ − carga fixa
Ca(OH)2 Ca + 2OH
HF → Ácido fluorídrico (corrói vidros)
Fe(OH)2 Fe2+ + 2OH− Metais com
HCN → Ácido cianídrico (câmara de gás)
H2S → Ácido sulfídrico (cheiro de ovo podre) Fe(OH)3 Fe3+ + 3OH− carga variável
HBr → Ácido bromídrico
HI → Ácido iodídrico METAIS COM CARGA FIXA
(IA, IIA, Al3+, Zn2+ e Ag+)
OXIÁCIDOS
Nomenclatura: Hidróxido de nome do elemento
Nomenclatura: terminação ico.
NaOH → Hidróxido de sódio (soda cáustica)
H2SO4 → Ácido sulfúrico
• Produção de sabão
• Presente na água de baterias de automóveis;
• Forte desidratante; Mg(OH)2 → Hidróxido de magnésio (leite de magnésia)
• Presente na chuva ácida. • Antiácido
H3PO4 → Ácido fosfórico • Laxante
• Conservante (acidulante). Ca(OH)2 → Hidróxido de cálcio (cal hidratada)
HNO3 → Ácido nítrico • Pintura (caiação)
• Usado na produção de explosivos;
Al(OH)3 → Hidróxido de alumínio
• Presente na chuva ácida.
• Antiácido
H2CO3 → Ácido carbônico
• Presente nas bebidas gaseificadas;
• Presente na chuva ácida natural.
<H2CO3> = CO2 + H2O
HClO3 → Ácido clórico

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 145


METAIS COM CARGA VARIÁVEL
Nomenclatura: Hidróxido de nome do elemento + carga
(n° romano)

Fe(OH)2 → Hidróxido de Ferro II


Fe(OH)3 → Hidróxido de Ferro III
CuOH → Hidróxido de cobre I
Cu(OH)2 → Hidróxido de cobre II

CASO PARTICULAR
NH4OH → Hidróxido de amônio (amoníaco)
• Produtos de limpeza doméstica (tipo Ajax)

Produção:
NH3(g) + H2O(l) = < NH4OH(aq)> = NH4+(aq) + OH−(aq)

ANOTAÇÕES

146 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


EXERCÍCIOS

1. Escreva as fórmulas dos seguintes ácidos:


a) Ácido Clorídrico →

b) Ácido Fluorídrico →

c) Ácido Sulfúrico →

d) Ácido Fosforoso →

e) Ácido Carbônico →

f) Ácido Hipocloroso →

2. Dê os nomes dos seguintes ácidos:


a) HBr →

b) H2S →

c) H3PO4 →

d) H2SO3 →

e) HNO3 →

f) HCℓO4 →

3. (Fuvest) A água purificada por destilação comum


tem caráter levemente ácido.
Esse fato é atribuído a:
a) presença de oxigênio dissolvido.
b) presença de gás carbônico dissolvido.
c) sua dissociação em hidrogênio e oxigênio.
d) sua evaporação.
e) presença de sais dissolvidos.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 147


4. Escreva as fórmulas das seguintes bases:
a) Hidróxido de Sódio → TAREFA MÍNIMA

1. (FATEC) Leia atentamente a seguinte notícia publi-


cada em jornal:
b) Hidróxido de Ferro II →
Alunos tomam soda cáustica durante aula
e passam mal.
c) Hidróxido de Cálcio → Dezesseis alunos de uma escola particular de Soro-
caba, interior de São Paulo, foram internados após
tomar soda cáustica durante uma aula de química.
Os alunos participavam de um exercício chamado
d) Hidróxido de Amônio → "teste do sabor": já haviam provado limão, vinagre
e leite de magnésia e insistiram em provar a soda
cáustica, produto utilizado na limpeza doméstica.
Em pouco tempo, os alunos já começaram a sentir
5. Dê os nomes das seguintes bases: os primeiros sintomas: ardência na língua e no estô-
a) KOH → mago, e foram encaminhados ao Hospital Modelo
da cidade.
(Adaptado do "Diário do Grande ABC OnLine", 19/09/2005.)

b) Cu(OH)2 → Sobre essa notícia, foram feitas as seguintes afirma-


ções:
I. Os produtos ingeridos pelos alunos (limão, vi-
nagre, leite de magnésia e soda cáustica) são
c) Mg(OH)2 →
todos ácidos e, por isso, corrosivos.
II. Tanto o leite de magnésia como a soda cáustica
são compostos alcalinos.
d) Aℓ(OH)3 → III. A soda cáustica (NaOH) é uma base forte; o leite
de magnésia (suspensão de Mg(OH)2) é uma
base fraca. Isto ajuda a entender por que o leite
de magnésia pode ser ingerido, mas a soda
6. (MACKENZIE) O suco gástrico necessário à digestão cáustica não.
contém ácido clorídrico que, em excesso, pode pro-
vocar "dor de estômago". Neutraliza-se esse ácido, Dessas afirmações,
sem risco, ingerindo-se: a) apenas I é correta.
a) solução aquosa de base forte (NaOH). b) apenas II é correta.
b) solução aquosa de cloreto de sódio. c) apenas III é correta.
c) suspensão de base fraca (Aℓ(OH)3). d) II e III são corretas.
d) somente água. e) I e III são corretas.
e) solução concentrada de ácido sulfúrico.
2. (MACKENZIE) Observe as fórmulas do sulfato de
amônio (NH4)2SO4 e do hidróxido de potássio KOH e
assinale a alternativa que apresenta a fórmula do
hidróxido de amônio, substância presente em al-
guns produtos de limpeza.
a) NH41+
b) (NH4)2OH
c) NH4(OH)2
d) NH4OH
e) NH4(OH)4

148 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. (UFSM) Associe a 2a coluna à 1a, considerando os
ácidos. TAREFA COMPLEMENTAR
a- fosfórico
b- fosforoso 1. (UFLA) O H2S, também conhecido como gás sulfí-
1 – H2CO3 drico e gás-do-ovo-podre, é produzido pela decom-
c- nitroso
2 - H3PO3 posição de matéria orgânica vegetal e animal. Na
d- nítrico
3 - H3PO4 atmosfera, em contato com o oxigênio, o H2S trans-
e- hipofosforoso forma-se em dióxido de enxofre (SO2) e água.
4 - HCℓO2
f- carbônico Escreva a equação que representa a reação com-
5 - HCℓO3
g- sulfuroso pleta e balanceada do gás sulfídrico com oxigênio.
6 - HCℓO4
h- cloroso
7 - H2SO3
i- perclórico 2. (UEG) Sangue de mentirinha!
8 - HNO2
j- clórico De tanto assistir a filmes de terror, ou mesmo a fil-
l- sulfúrico mes de ação, nos quais o mocinho tem sempre que
apanhar primeiro, cabe sempre uma constatação e
A sequência das combinações corretas é: ao mesmo tempo uma pergunta: "Nossa, quanto
a) 1e - 2f - 3a - 4h - 5b - 6j - 7g - 8d sangue!". É claro, tudo é de mentirinha mas, na
maioria das vezes (quando não há efeitos especi-
b) 1f - 2e - 3b - 4j - 5h - 6i - 7l - 8c ais), os diretores de filmes recorrem ao velho truque
c) 1b - 2e - 3f - 4i - 5j - 6h - 7g - 8d do sangue-de-mentirinha.
d) 1e - 2b - 3f - 4j - 5i - 6h - 7l - 8d Uma forma de fazê-lo, sem manchar roupas, é me-
e) 1f - 2b - 3a - 4h - 5j - 6i - 7g - 8c dir 6 mL de água e 1 mL de detergente com amoní-
aco (amônia) e adicionar, com um conta-gotas, de
2 a 3 gotas de fenolftaleína, e colocar a solução num
4. (MACKENZIE) Uma amostra de água, colhida num
frasco de spray (do tipo desodorante). Ao borrifar a
rio da Amazônia, revelou ter pH = 6,5. Após ter sido
mistura num tecido branco, ele fica imediatamente
agitada suavemente, o pH medido foi de 6,2. Esta
manchado de vermelho. Aos poucos a mancha de-
variação de pH pode ser atribuída à:
saparece.
a) liberação de CO2 da amostra original.
Disponível em: <http://www.geocities.com/CollegePark/Bookstore/2334/san-
b) dissolução, na amostra, de CO2 proveniente do gue.html-adaptado>. Acesso em: 21 ago. 2007. [adaptado].
ar atmosférico.
a) Escreva a equação química que descreve o pro-
c) dissolução de CO na amostra original.
cesso.
d) liberação de gás hidrogênio.
b) Explique o que ocorreria se a peça de roupa em
e) precipitação de ácidos inorgânicos. questão fosse lavada com sabão sem antes ser
lavada somente com água.
5. (Unesp) Escreva:
Os nomes dos compostos de fórmulas H2SO3 e 3. (MACKENZIE) Dentre as fórmulas dadas, a única que
H3PO4. representa um ácido de Arrhenius é:
a) H2O
b) NH3
c) HMnO4
d) NaCℓ
e) KOH

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 149


4. (Unicamp) Da caverna ao arranha-céu, o homem
percorreu um longo caminho. Da aldeia, passou à
cidade horizontal, e desta, à verticalização. O cres-
cente domínio dos materiais e, portanto, o conhe-
cimento de processos químicos teve papel funda-
mental nesse desenvolvimento. Uma descoberta
muito antiga e muito significativa foi o uso de
Ca(OH)2 para a preparação da argamassa. O
Ca(OH)2 tem sido muito usado, também, na pintura
de paredes, processo conhecido como caiação,
onde, reagindo com um dos constituintes minoritá-
rios do ar, forma carbonato de cálcio de cor branca.
a) Dê o nome comum (comercial) ou o nome cien-
tífico do Ca(OH)2.
b) Que faixa de valores de pH pode-se esperar
para uma solução aquosa contendo Ca(OH)2
dissolvido, considerando o caráter ácido-base
dessa substância?

5. (MACKENZIE) O ácido que é classificado como oxiá-


cido, diácido e é formado por átomos de três ele-
mentos químicos diferentes é:
a) H2S
b) H4P2O7
c) HCN
d) H2SO3
e) HNO3

150 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


6 NEUTRALIZAÇÃO TOTAL E SAIS

CONCEITOS ANOTAÇÕES

NEUTRALIZAÇÃO TOTAL
ÁCIDO + BASE → SAL + ÁGUA
H+(aq) + OH−(aq) → H2O(l) (Neutralização)
Na+(aq) + Cl−(aq) → NaCl (s) (salificação)
Forma simplificada: HCl + NaOH → NaCl + H2O
Nomenclatura dos ânions:
Sufixo (ácido) Sufixo (ânion)
ídrico eto
ico ato
oso ito

Exemplos:
H2SO4 + 2NaOH → Na2SO4 + 2H2O
Ác. Sulfúrico Sulfato de sódio

2HNO2 + Mg(OH) 2 → Mg(NO2)2 + 2H2O


Ác. Nítroso Nitrito de magnésio

3HCl + Al(OH)3 → AlCl3 + 3H2O


Ác. Clorídrico Cloreto de alumínio

PROPRIEDADES DOS SAIS


Cloreto de sódio – NaCl (sal de cozinha)
• Alimentação (apresenta NaI, KI, NaIO3 ou KIO3,
como aditivo para evitar o bócio).
• Conservação da carne e do pescado.
• Soro fisiológico (0,9% em massa de NaCl)
Nitrato de sódio – NaNO3 (salitre do Chile)
• Fertilizante.
• Usado na fabricação de explosivos (pólvora → car-
vão + enxofre + salitre).
Carbonato de cálcio – CaCO3 (calcário)
• Principal componente do mármore.
Sulfato de cálcio – CaSO4
• Giz
• Gesso

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 151


152 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES
EXERCÍCIOS TAREFA MÍNIMA

1. Complete as reações entre ácidos e bases com seus 1. (PUCRS) No mar existem vários sais dissolvidos, tais
respectivos balanceamentos: como CLORETO DE SÓDIO, CLORETO DE MAGNÉ-
a) HCℓ + KOH → SIO, SULFATO DE MAGNÉSIO e outros. Também se
encontram sais pouco solúveis na água, como o
CARBONATO DE CÁLCIO, que forma os corais e as
conchas. As fórmulas químicas das substâncias des-
b) HNO3 + Mg(OH)2 → tacadas estão reunidas, respectivamente, em:
a) NaCℓ, MgCℓ2, MgS e CaCO3
b) NaCℓ2, MgCℓ2, MgSO4 e Ca2C
c) HNO2 + Al(OH)3 → c) NaCℓ2, MgCℓ, Mg2SO4 e Ca(CO3)2
d) NaCℓ, MgCℓ2, MgSO4 e CaCO3
e) NaCℓ, Mg2Cℓ, MgS e Ca2CO3
d) H3PO4 + Ba(OH)2 →
2. (PUCMG) Qual das reações a seguir não é uma rea-
ção de neutralização?
2. Dê os nomes aos seguintes sais: a) KOH(aq) + HCℓ(aq) → KCℓ(aq) + H2O(ℓ)
a) NaCℓ → b) NH3(g) + HCℓ(g) → NH4Cℓ(s)
c) Ca(OH)2(aq) 2 + 2 HF(aq) → CaF2(aq) + 2
H2O(ℓ)
b) K2SO4 →
d) CH4(g) + 2 O2(g) → CO2(g) + 2 H2O(g)

c) Na2SO3 →
3. (UFPR) A nomenclatura de um sal inorgânico pode
ser derivada formalmente da reação entre um ácido
d) NaClO → e uma base. Assinale a coluna 2 (que contém as fór-
mulas dos sais produzidos) de acordo com sua cor-
e) CaCO3 → respondência com a coluna 1 (que contém os pares
ácido e base).

3. (UFV) Considere a reação de neutralização total en- Coluna 1


tre o ácido fosfórico e o hidróxido de cálcio. 1. Ácido nítrico com hidróxido de ferro II.
a) Complete a equação da reação com as fórmulas 2. Ácido nítrico com hidróxido de ferro III.
dos reagentes: 3. Ácido nítrico com hidróxido de sódio.
_________ + _________ → Ca3(PO4)2 + H2O 4. Ácido nitroso com hidróxido de sódio.
b) Dê o nome do sal formado na reação: 5. Ácido nitroso com hidróxido de ferro III.

______________________________________ Coluna 2
c) Escreva a equação balanceada da reação repre- ( ) NaNO3
sentada no item a: ( ) Fe(NO3)3
( ) Fe(NO2)3
______________________________________
( ) Fe(NO3)2
( ) NaNO2
4. (FGV) A reação: x Ca(OH)2 + yH2SO4 → zA + wB,
depois de corretamente balanceada, resulta para a Assinale a alternativa que apresenta a sequência
soma x + y + z + w o número: correta da coluna 2, de cima para baixo.
a) 6 b) 5 c) 4 d) 7 e) 10

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 153


a) 3, 2, 5, 1, 4. a) AℓCℓ
b) 3, 1, 2, 5, 4. b) AℓCℓ3
c) 5, 4, 1, 2, 3. c) AℓSO4
d) 4, 5, 2, 1, 3. d) Aℓ2(SO4)3
e) 4, 3, 1, 5, 2.
7. (FGV)
4. (UFF) Até os dias de hoje e em muitos lares, a dona
de casa faz uso de um sal vendido comercialmente
em solução aquosa com o nome de água sanitária
ou água de lavadeira. Esse produto possui efeito
bactericida, fungicida e alvejante. A fabricação
dessa substância se faz por meio da seguinte reação

⎯⎯
Cl2 + 2NaOH ⎯→ NaClO (A) + NaCl (B) + H2O

Considerando a reação apresentada, os sais forma-


dos pelas espécies A e B são denominados, respec-
tivamente:
a) hipoclorito de sódio e cloreto de sódio A amônia, ácido nítrico e nitrato de amônio corres-
pondem, respectivamente, aos números:
b) cloreto de sódio e clorato de sódio
a) I, III, IV
c) clorato de sódio e cloreto de sódio
b) II, IV, VI
d) perclorato de sódio e hipoclorito de sódio
c) I, V, VI
e) hipoclorito de sódio e perclorato de sódio
d) I, IV, VI
e) III, IV, VI
Texto para a próxima questão.

Nem todos os compostos classificados como sais apre- 8. (UFRN) As substâncias puras podem ser classifica-
sentam sabor salgado. Alguns são doces, como os eta- das, por exemplo, de acordo com sua composição e
noatos de chumbo e berílio, e outros são amargos, como sua estrutura. Essas características determinam as
o iodeto de potássio, o sulfato de magnésio e o cloreto diversas funções químicas.
de césio.
As substâncias NaOH, HCℓ e MgCℓ2 são classifica-
das, respectivamente, como:
5. (UERJ) A alternativa que apresenta apenas fórmulas
de sais com gosto amargo é: a) ácido, sal e hidróxido.
a) KI, MgSO4, CsCℓ b) sal, ácido e ácido.
b) K2I, MgSO3, CsCℓ c) sal, sal e hidróxido.
c) KI, MgSO3, CsCℓ2 d) hidróxido, ácido e sal.
d) K2I, MgSO4, CsCℓ2

6. (UERJ) Para o tratamento da acidez estomacal, re-


comenda-se a ingestão de antiácidos que conte-
nham hidróxido de alumínio em sua formulação. A
função dessa substância é neutralizar o excesso do
ácido produzido pelo estômago.

Os produtos da reação de neutralização total entre


o hidróxido de alumínio e o ácido do estômago são
água e um sal, cuja fórmula está contida na seguinte
alternativa:
154 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES
a) Se hipoteticamente, HX for substituído pelo
TAREFA COMPLEMENTAR H2S, o sal produzido será o sulfito de cálcio.
b) Se hipoteticamente, HX for substituído pelo
1. (UERJ) O ácido nítrico é um composto muito empre- HCℓ, o sal produzido será o cloreto de cálcio.
gado em indústrias químicas, principalmente para a c) O sal produzido será o CaH2CO3 já que HX é re-
produção de corantes, fertilizantes, explosivos e presentado pelo ácido carbônico.
nylon. Um processo industrial de obtenção do ácido d) Se hipoteticamente, HX for substituído pelo
nítrico consiste na seguinte reação: HBr, o sal produzido será um bromato.
e) O CaCO3 é muito solúvel em água, portanto não
NaNO3(s) + H2SO4(aq) → HNO3(aq) + NaHSO4(aq)
pode ser atacado por hidrácidos.
Escreva os nomes dos reagentes empregados nesse
processo. 4. (UFV) Como a obtenção de água potável é de fun-
damental importância para a saúde da população,
2. (UERJ) O técnico de uma farmácia deve usar um toda cidade moderna possui uma estação de trata-
composto de enxofre para preparar um determi- mento de água. Nessa estação a água captada, após
nado medicamento. passar por uma tela para a remoção de objetos di-
versos, é submetida a um tratamento químico.
Os compostos de que ele dispõe são:
Nesse tratamento, inicialmente adiciona-se sulfato
I. sulfato de sódio de alumínio e hidróxido de cálcio. Esses compostos
II. sulfeto de zinco reagem entre si formando um precipitado gelati-
III. sulfato de magnésio noso de hidróxido de alumínio, que se agrega com
IV. sulfeto de sódio partículas sólidas em suspensão, resultando na flo-
culação das mesmas, que são removidas por decan-
O preparo desse medicamento deverá ser feito com tação e posterior filtração. Para eliminar agentes
o composto que apresente a maior razão entre o patogênicos, adiciona-se cloro gasoso ou hipoclo-
número de átomos de enxofre e o número total de rito de sódio ou hipoclorito de cálcio. Em todos es-
átomos dos outros elementos. ses casos o agente bactericida gerado é o ácido hi-
Considerando uma unidade de cada composto, pocloroso.
aquele a ser utilizado é o de número: a) Dos reagentes químicos citados no texto, vários
a) I pertencem à função sal. Cite o nome de dois de-
b) II les.
c) III b) Dê as fórmulas dos sais citados na resposta
d) IV acima.
c) Qual dos reagentes citados no texto é uma
3. (UFF) "A pérola é o resultado da reação de molus- substância simples?
cos, como ostras e conchas de mar e água doce, a
qualquer corpo estranho que esteja em sua parte in- 5. (Unicamp) Frequentemente tem-se recorrido à exu-
terna, conhecida como manto." mação de ossadas para investigação policial e ar-
"Discovery Magazine". Setembro de 2004.
queológica. Os ossos que restaram após um longo
período de sepultamento resistiram à ação do
Boa parte da massa das pérolas - usada na confec- tempo por serem constituídos, principalmente, por
ção de colares - se deve ao carbonato de cálcio. O um tipo de fosfato de cálcio, muito estável, de fór-
contato prolongado das pérolas com a acidez do mula genérica Ca10(PO4)6(OH)x.
suor faz com que elas sofram um processo lento de a) Qual o nome do elemento químico que, no
corrosão, processo esse que pode ser representado composto acima citado, aparece na forma de
pela reação cátion?
CaCO3 + 2HX → CaX2 + H2O + CO2 b) Consulte a tabela periódica e indique outro ele-
mento que poderia substituir o cátion do refe-
Desprezando-se o estado físico dos reagentes e dos rido composto.
produtos e sabendo-se que HX representa ácidos c) Determine o valor de x indicado na fórmula
presentes no suor, assinale a opção correta. acima. Lembre-se de que a fórmula do ácido
fosfórico é H3PO4.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 155
6. (MACKENZIE) Quando se aproxima um frasco
aberto de ácido clorídrico concentrado, de outro GABARITO
contendo hidróxido de amônio também concen-
trado, há a formação de uma névoa branca. Essa né-
voa, que é formada por pequenas partículas sólidas Tema 1
suspensas no ar, tem fórmula:
a) NH3 Tarefa Mínima
b) HNO3 1. C
c) NH4Cℓ 2. E
d) N2 3. B
e) Cℓ2 4. C
5. B
7. (UFRJ) O ácido clórico é um ácido forte, utilizado 6. B
como catalisador em reações de polimerização e
como agente oxidante. Soluções aquosas desse Tarefa Complementar
ácido podem causar grande irritação na pele e nas
1. C
mucosas.
2.
Qual o nome do sal formado pela reação de neutra-
lização do ácido clórico pelo hidróxido de alumínio?

3. D
4. E
5. Nas lâmpadas incandescentes: O metal é o tungstê-
nio, tem T.F. elevado. Nas lâmpadas fluorescentes:
O metal é o mercúrio, que é líquido em condições
ambientes, pois apresenta baixa T.F.
6. B

Tema 2

Tarefa Mínima
1. C
2. E
3. B
4. A
5. E
6. a) Balão I: 1 elemento e 1 substância simples. Balão
II: 4 elementos e 2 substâncias simples.
b) Balão I e II são sistemas homogêneos.
7. D
8. C
9. A
10. A
11. D

156 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Tarefa Complementar Tema 4
1. 02 + 04 + 32 = 38
2. B Tarefa Mínima Tarefa Complementar
3. A 1. B 1. 01+ 04 + 08 = 13
4. E 2. C 2. D
5. E 3. A 3. A
6. D 4. C 4. E
7. D 5. D 5. D
8. E 6. 08 + 16 = 24 6. 29
9. a) O2 7. D 7. C
b) N2 – 78% 8. A 8. 01 + 08 + 16 = 25
10. E 9. D
11. A pedra moída é adiciona para aumentar a massa 10. E
do farelo, mas isso diminui o teor de nitrogênio na
11. D
amostra, para compensar, é adicionado ureia que
apresenta alto teor de nitrogênio. 12. C

Tema 3 Tema 5

Tarefa Mínima Tarefa Complementar Tarefa Mínima


1. D 1. B 1. D
2. D
2. E 2. A
3. E
3. C 3. D
4. B
4. B 4. D
5. H2SO3 - ácido sulfuroso e H3PO4 - ácido fosfórico
5. C 5. B
6. C 6. A Tarefa Complementar
7. D 7. C 1. 2H2S + 3O2 → 2H2O + 2SO2
8. D 8. A 2. a) NH3(g) + H2O(l) = NH4+(aq) + OH-(aq)
9. B 9. B b) Os sabões são básicos. Ao lavar a roupa com o
10. E 10. A sabão, sem antes lavar com água para retirar a fe-
11. C 11. A nolftaleína, haverá novamente o aparecimento da
mancha vermelha.
12. D 12. B
3. C
13. E 13. A
4. a) Nome científico → hidróxido de cálcio.
14. B
Nomes comerciais → cal hidratada, cal extinta e cal
15. C apagada.
16. D b) Apresenta pH entre acima de 7.
17. B 5. D
18. E
19. B
20. 112
21. C

ANGLOVINCI VESTIBULARES Química ∣ Setor 1351 ∣ 157


Tema 6

Tarefa Mínima
1. D
2. D
3. A
4. A
5. A
6. B
7. D
8. D

Tarefa Complementar
1. - nitrato de sódio
- ácido sulfúrico
2. B
3. B
4. a) Hipoclorito de sódio e hipoclorito de cálcio
b) NaClO e Ca(ClO)2
c) O cloro gasoso (Cl2)
5. a) Cálcio
b) Um elemento da família IIA
c) x = 2
6. C
7. Clorato de alumínio

158 ∣ Química ∣ Setor 1351 ANGLOVINCI VESTIBULARES


BIOLOGIA
1 COMPOSIÇÃO QUÍMICA E INTRODUÇÃO AO METABOLISMO

ANOTAÇÕES

ANGLOVINCI VESTIBULARES Biologia ∣ Setor 1451 ∣ 159


EXERCÍCIOS

1. (UECE 2018) A água, substância essencial para to-


dos os seres vivos,
a) apresenta-se em quantidade invariável de es-
pécie para espécie.
b) tende a aumentar seu percentual nos tecidos
humanos com o passar da idade.
c) em geral é mais abundante em células com ele-
vado metabolismo.
d) é considerada como um solvente universal por
ser uma substância apolar.

2. (UFPR 2018) Em relação às proteínas, carboi-


dratos (glicídios) e ácidos nucleicos que são
componentes moleculares dos seres vivos, faça
o que se pede:
a) Cite dois carboidratos com função de re-
serva energética, um presente em plantas e
outro em animais (identificando essa asso-
ciação).

b) Quais são as unidades constituintes funda-


mentais das proteínas?

c) Quais são os dois tipos de ácidos nucleicos en-


contrados nas células?

160 ∣ Biologia ∣ Setor 1451 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. (UFPR 2018) A falta de vitaminas pode causar 4. (UFRGS 2017) A desnutrição infantil é um dos mai-
doenças chamadas avitaminoses, cujos sinto- ores problemas de saúde pública que atinge países
mas dependem do tipo de vitamina que está cuja assistência social não é prioritária. A anemia é
deficiente. Em um estudo realizado em diferen- o principal resultado da desnutrição infantil.
tes populações humanas, foram constatados os Considere as seguintes informações sobre a desnu-
seguintes sintomas e doenças relacionados a trição infantil.
avitaminoses: I. A anemia proteica está relacionada ao baixo
(1) raquitismo peso infantil e à falta de calorias necessárias ao
(2) escorbuto desenvolvimento.
(3) hemorragias II. A proteína animal, que provém de carne, pei-
xes, ovos e leite, é fonte de todos os aminoáci-
(4) cegueira noturna dos essenciais.
Assinale a alternativa com a dieta correta para III. A síntese de hemoglobina está diretamente re-
o tratamento de cada uma das quatro avitami- lacionada à anemia e pode ser prejudicada, en-
tre outros fatores, pela falta de ferro e de vita-
noses acima identificadas.
mina B12.
a) (1) cenoura, abóbora e fígado como fontes de
vitamina D. – (2) frutas cítricas como fontes de Quais estão corretas?
vitamina C. – (3) peixe como fonte de vitamina a) Apenas I.
A. – (4) vegetais com folhas verdes como fontes
b) Apenas II.
de vitamina K.
c) Apenas III.
b) (1) peixe, leite e gema de ovo como fontes de
vitamina D. – (2) frutas cítricas como fontes de d) Apenas II e III.
vitamina C. – (3) vegetais com folhas verdes e) I, II e III.
como fonte de vitamina K. – (4) abóbora, fígado
e cenoura como fontes de vitamina A.
c) (1) peixe, leite e gema de ovo como fonte de vi- 5. (PUC-RJ 2017) Sterna paradisaea, também conhe-
tamina K. – (2) frutas cítricas como fontes de vi- cida como andorinha do ártico, é uma ave migrató-
tamina A. – (3) vegetais com folhas verdes ria que percorre aproximadamente 40.000 km a
como fonte de vitamina D. – (4) cenoura, abó- cada ano. A maior parte da energia requerida para
bora e fígado como fonte de vitamina C. uma ave realizar uma rota migratória de longa dis-
d) (1) cenoura, abóbora e fígado como fontes de tância é armazenada sob a forma de:
vitamina D. – (2) peixe, leite e gema de ovo a) Glicogênio
como fontes de vitamina K. – (3) vegetais com
b) Gordura
folhas verdes como fonte de vitamina A. – (4)
frutas cítricas como fontes de vitamina C. c) Proteína
e) (1) vegetais com folhas verdes como fonte de d) Carboidratos
vitamina D. – (2) cenoura, abóbora e fígado e) ATP
como fontes de vitamina C. – (3) frutas cítricas
como fontes de vitamina K. – (4) peixe, leite e
gema de ovo como fontes de vitamina A.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Biologia ∣ Setor 1451 ∣ 161


OBSERVAÇÕES

1. MATÉRIA INORGÂNICA

1.1. ÁGUA

Quanto maior o teor de água


maior a atividade metabólica

Quanto maior a Idade me-


nor o teor de água

Quanto maior a Idade me-


nor a atividade metabó-
lica
Prof. Righi

1.2. MINERAIS

AÇÕES FUNCIONAL E ALGUNS PROBLEMAS LEVANTADOS PELA


ÍONS ONDE SE ENCONTRAM
ESTRUTURAL CARÊNCIA
Queijo, leite e derivados, Esqueleto, dentes, coa- Raquitismo, cárie, dificuldade de coagulação
Cálcio
peixes, cereais integrais gulação do sangue sanguínea, problemas neuromusculares
Cloro e Sal refinado, carnes pro-
Plasma sanguíneo, linfa Neurastenia, fadiga muscular, desidratação
Sódio cessadas, peixe enlatado
Peixe, legumes, cereais, Esqueleto, reprodução,
Fósforo Má calcificação
carnes dentes

Potássio Peixe, carnes, leite, frutas Constituinte celular Desequilíbrio interno do meio celular

Flúor Carnes, peixe, laticínios Esmalte dentário Cárie

Hemoglobina, respira-
Ferro Fígado, feijões, hortaliças Anemia
ção
Sal refinado, moluscos,
Iodo Crescimento Nanismo, deficiência intelectual
peixes, lagostas, ostras

162 ∣ Biologia ∣ Setor 1451 ANGLOVINCI VESTIBULARES


2. MATÉRIA ORGÂNICA

2.1. CARBOIDRATOS 2.2. PROTEÍNAS E LIPÍDEOS 2.3. ÁCIDOS NUCLÉICOS

3. VITAMINAS

VITAMINAS ONDE SE ENCONTRA VANTAGENS SEGURAS


Evita cegueira noturna e a xeroftalmia. Importante para o cres-
Cenoura, fígado, ovos, leite cimento normal das crianças. Essencial para uma pele saudá-
A
e derivados vel, para os cabelos e, de uma maneira geral, para todos os te-
cidos epiteliais do corpo.
Levedura de cerveja, cere-
B1 Necessário para as funções específicas do coração e sistema
ais, carne magra, peixe, fí-
(Tiamina) nervoso. Evita o beribéri.
gado, leite
Fígado de cordeiro e de Necessário para a saúde da pele. Corrige a extrema sensibili-
B2
frango, ovos, leite e deriva- dade dos olhos à luz. Essencial para o crescimento e proteção
(Riboflavina)
dos, pão, vegetais verdes dos tecidos do corpo.
B3 Vaca, amendoim, leite, Necessária para converter os alimentos em energia. Colabora
(Niacinamida) ovos, bacalhau no sistema nervoso. Combate a falta de apetite. Evita a pelagra.
B5 Frutos secos, cereais, legu- Essencial para a fisiologia das hormonas supra-renais, para a sa-
(Ácido Pantoteico) mes e batatas úde do sistema nervoso e para a produção de anti-corpos.
Carne, vísceras, legumes, Importante para a saúde dos dentes e gengivas, vasos sanguí-
B6
bananas, cereais neos, glóbulos vermelhos e sistema nervoso.
Necessária para a conservação da pele e das membranas muco-
B8 Fígado, rins, chocolate,
sas. Importante para o crescimento dos pelos, dos cabelos e das
(Biotina) amendoim
unhas.
B9 Vegetais verdes, ovos, fí- Necessário para a produção de glóbulos vermelhos, para o sis-
(Ácido Fólico) gado tema nervoso e peristaltismo.
Importante para a formação dos glóbulos vermelhos, preserva-
B12 Carne, peixe, leite, amêi-
ção a saúde do sistema nervoso e ativa o crescimento das crian-
(Cobalamina) joas, atum
ças.
Essencial para o funcionamento do sistema imunitário, para a
C Pimentos, kiwis, citrinos,
absorção do ferro, saúde dos dentes e gengivas e ossos. Forta-
(Ácido ascórbico) morangos, legumes frescos
lece as células dos tecidos e os vasos sanguíneos.
Necessário para fortalecer os dentes e os ossos. Evita o raqui-
D Peixes, ovos, manteiga
tismo. Ativa a absorção do cálcio e do fósforo.
E Óleos vegetais, manteiga, Importante para a formação e funcionamento dos glóbulos ver-
(Tocoferóis) gema, legumes melhos, músculos e outros tecidos.
Peixes, ovos, manteiga e
K Essencial para a coagulação normal do sangue.
hortaliças

ANGLOVINCI VESTIBULARES Biologia ∣ Setor 1451 ∣ 163


4. INTRODUÇÃO AO METABOLISMO

Carboidratos Mitocôndrias
Energético
Lipídeos Cloroplastos

Proteínas De Construção Ribossomos

Proteínas Ribossomos
De Controle
Ácidos Nucléicos Cromatina

2. (FCM-MG 2018) O gráfico abaixo refere-se à quan-


TAREFA MÍNIMA tidade de 100 gramas de um determinado ali-
mento:
1. (Unesp 2017) A espectroscopia de emissão com
plasma induzido por laser (Libs, na sigla em inglês)
é a tecnologia usada pelo robô Curiosity, da Nasa,
em Marte, para verificação de elementos como
ferro, carbono e alumínio nas rochas marcianas.
Um equipamento semelhante foi desenvolvido na
Embrapa Instrumentação, localizada em São Carlos,
no interior paulista. No robô, um laser pulsado in-
cide em amostras de folhas ou do solo e um con-
junto de lentes instaladas no equipamento e foca-
das em um espectrômetro possibilita identificar os
elementos químicos que compõem o material.
Pesquisa Fapesp, janeiro de 2014. Adaptado.

Pelos valores fornecidos, podemos concluir que se


Incidindo-se o laser pulsado em amostras de folhas,
trata de:
certamente será identificado, por meio do espec-
trômetro, o elemento químico fósforo, que compõe a) Pão integral
as moléculas de: b) Ovo de galinha
a) lipídios c) Pedaço de bacon
b) proteínas d) Barra de chocolate
c) aminoácidos
d) glicídios.
e) nucleotídeos.

164 ∣ Biologia ∣ Setor 1451 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. (UFRGS 2018) Em relação às macromoléculas que 5. (PUC-PR 2018) Considere o texto a seguir.
constituem a maioria dos seres vivos, é correto afir- Soro Caseiro
mar que: Sal contra a desidratação
a) os lipídeos e os peptideoglicanos compõem a O soro caseiro é a maneira mais rápida de evitar a
membrana plasmática de todos os eucariotos. desidratação em crianças com diarreia. A doença
b) os ácidos nucleicos, DNA e RNA, são formados ainda mata cerca de 3 milhões de crianças nos paí-
por várias unidades chamadas de nucleotídeos. ses em desenvolvimento, de acordo com dados da
c) o glicogênio e o amido são polissacarídeos pro- Organização Mundial da Saúde. A diarreia pode le-
duzidos pelas células vegetais. var à morte devido à perda de água, sais minerais e
potássio. Quando cuidada adequadamente, a maior
d) os triglicerídeos e polissacarídeos são carboi-
parte das crianças com diarreia evolui sem desidra-
dratos.
tação e, dentre aquelas que desidratam, 95% po-
e) as enzimas e os esteroides são proteínas. dem ser reidratadas por via oral. A Organização
Mundial de Saúde elaborou o soro e passou a distri-
4. (PUC-SP 2018) A figura a seguir ilustra a com- buí-lo em todo o mundo, principalmente nos países
posição de dois carboidratos, o amido e a celu- em desenvolvimento. O soro é distribuído em Postos
lose. de Saúde pelo Ministério da Saúde. O pacote deve
ser diluído em 1 litro de água limpa e ingerido após
cada evacuação líquida. Cada embalagem é com-
posta por cloreto de potássio, cloreto de sódio, ni-
trato de sódio e glicose.
Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/curiosidades/soro-ca-
seiro>. Acesso: 17 de jun. 2017.

O principal motivo para adicionar o açúcar (glicose)


no soro caseiro, se o objetivo principal é a reposição
de sais perdidos e água, é que:
a) a presença da glicose torna o interior do tubo
digestório hipotônico facilitando a passagem da
As afirmativas a seguir dizem respeito a esses com- água para o interior das células, processo que
postos. ocorre por osmose.
I. Tanto o amido quanto a celulose são considera- b) sais minerais e água atravessam a membrana
dos polissacarídeos. plasmática das células respectivamente por
II. Pelo fato de ambos serem constituídos por mo- transporte passivo e ativo, a glicose é utilizada
nômeros de glicose, amido e celulose são hidro- como fonte de energia para garantir o trans-
lisados pelas mesmas enzimas digestórias. porte ativo.
III. As configurações moleculares diferentes da gli- c) a glicose atua de forma competitiva com o sítio
cose á e glicose â resultam em biopolímeros di- de ligação de proteínas membranosas, as perfo-
ferenciados: enquanto o amido serve de re- rinas, impedindo a desidratação.
serva de energia, a celulose forma fibras de d) a glicose presente no soro serve de fonte de
grande importância estrutural nas plantas. energia para a produção de ATP necessário no
processo de reabsorção de sais que ocorre de
Está correto o que se afirma:
forma ativa.
a) em II, apenas.
e) a reidratação feita com água ocorre por osmose,
b) em I e III, apenas. nesse processo ativo a fonte de energia (ATP)
c) em II e III, apenas. deriva da quebra da glicose.
d) em I, II e III.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Biologia ∣ Setor 1451 ∣ 165


6. (UEM 2018) O quadro abaixo apresenta informa-
ções nutricionais de dois tipos de requeijão. TAREFA COMPLEMENTAR

INFORMAÇÂO NUTRICIONAL
Porção de 30 g (1 colher de sopa) 1. (UECE 2018) A intolerância à lactose pode causar
Requeijão Requeijão grande desconforto aos seus portadores e provocar
tradicional light quadros de diarreia. Com relação à intolerância à
Valor calórico 90 kcal 55 kcal lactose, é correto afirmar que:
Carboidratos 1,0 g 1,0 g a) o leite de cabra é o alimento indicado para
Proteínas 3,2 g 3,2 g
substituir o leite de vaca.
Gorduras totais 8,2 g 4,2 g
b) se trata de uma alergia desenvolvida pela inges-
Gorduras saturadas 5g 2,8 g
Gorduras trans 0g 0g tão de proteínas presentes nos alimentos que
Sódio 194 mg 160 mg contêm leite de vaca.
c) se desenvolve somente em recém-nascidos e
De acordo com essas informações e conhecimentos perdura pela vida inteira do indivíduo.
sobre o assunto, assinale o que for correto. d) alguns pacientes podem tolerar pequenas
01) Gorduras saturadas são compostas de ésteres quantidades de lactose presentes nos alimen-
de ácidos graxos que apresentam apenas liga-
tos.
ções simples entre os átomos de carbono.
02) O consumo do requeijão tradicional e do light é
altamente recomendável para indivíduos hiper- 2. (FGV 2018) A opção por uma dieta excludente de
tensos, pois ambos não contêm gorduras trans. qualquer produto de origem animal é totalmente
04) Com base em uma dieta diária de 2.000 kcal ao possível, porém, implica em uma reeducação ali-
ingerir uma porção de requeijão tradicional, um mentar cujo objetivo é manter a fisiologia do orga-
indivíduo consome 4,5% do valor calórico total. nismo a mais equilibrada possível, e, assim, evitar a
08) O requeijão light apresenta um valor calórico carência nutricional de:
menor que o requeijão tradicional devido à re- a) vitaminas do complexo B.
dução da quantidade de lipídios.
b) nucleotídeos essenciais.
16) O sódio é encontrado nos alimentos na forma c) colesterois de baixa densidade.
de sódio metálico que, por ser um metal pe-
d) minerais como o ferro e o cálcio.
sado, não pode ser consumido por indivíduos
diabéticos. e) vitaminas A e K.

3. (UECE 2017) A água é uma substância que possui


funções importantes e essenciais para a sobrevi-
vência dos organismos vivos. Uma função da água
nas células vivas é
a) metabolizar lipídeos e proteínas provenientes
da alimentação nos organismos.
b) catalisar reações enzimáticas no meio interno
ou externo às células dos seres vivos.
c) proteger algumas estruturas do corpo, como,
por exemplo, as meninges.
d) dissolver moléculas orgânicas como carboidra-
tos, lipídeos, proteínas, sendo por esse motivo
denominada solvente universal.

166 ∣ Biologia ∣ Setor 1451 ANGLOVINCI VESTIBULARES


4. (UEM 2017) Considere que um homem de 80 kg d) os ácidos graxos saturados são encontrados so-
apresenta as seguintes substâncias constituindo o mente em animais, pois as plantas não produ-
seu corpo: zem colesterol.
e) as bases nitrogenadas encontradas no DNA e
Tipos de Substâncias % no RNA são as mesmas.
Água 70
Carboidratos 3,5 7. (PUCCAMP 2017) O amido, um carboidrato pre-
Lipídios 10 sente em grande quantidade na farinha, é a princi-
Proteínas 15 pal forma de armazenamento de energia das plan-
Sais minerais 1
tas, ocorrendo principalmente nas raízes, frutos e
Outras substâncias 0,5 sementes. Nos mamíferos, a reserva de carboidra-
Com base nessas informações e em conhecimen- tos que corresponde ao amido:
tos sobre a composição química dos seres vivos, a) são os lipídeos, acumulados no tecido adiposo.
assinale o que for correto. b) são os triglicérides, abundantes no plasma san-
01) A água e os sais minerais são substâncias guíneo.
inorgânicas que não são produzidas pelo or- c) é o glicogênio, encontrado no fígado e nos mús-
ganismo humano. culos.
02) O homem, conforme descrito, apresenta 15 d) é a glicose, armazenada no citoplasma das cé-
kg de proteínas em seu corpo. lulas pancreáticas.
04) Os lipídios são compostos orgânicos forma- e) é o ATP, que é a principal fonte de energia de
dos pela polimerização de ácidos carboxíli- todas as células.
cos de cadeias pequenas em meio alcalino.
08) Por ser uma molécula apolar, no corpo hu- 8. (MACKENZIE 2017) Assinale a alternativa correta a
mano a água é utilizada na transmissão do respeito dos carboidratos.
impulso nervoso e na formação de cristais. a) Somente são utilizados como fonte de energia.
16) As “outras substâncias” da tabela incluem vi- b) A síntese de polissacarídeos ocorre nos ribosso-
taminas e ácidos nucleicos. mos.
c) Em mamíferos sua digestão ocorre preferenci-
5. (UECE 2017) No corpo humano, a água exerce vari-
almente na boca.
adas atividades fundamentais que garantem o equi-
líbrio e o funcionamento adequado do organismo d) Polissacarídeos podem ser sintetizados tanto
como um todo. Considerando que um ser humano por animais como por vegetais.
adulto tem entre 40 e 60% de sua massa corpórea e) A fotossíntese é o único processo responsável
constituída por água, é correto afirmar que a maior pela síntese de monossacarídeos.
parte dessa água se encontra localizada
a) no meio intracelular. 9. (UFPR 2017) As moléculas mais utilizadas pela mai-
b) na linfa. oria das células para os processos de conversão de
c) nas secreções glandulares. energia e produção de ATP (trifosfato de adeno-
sina) são os carboidratos. Em média, um ser hu-
d) no plasma sanguíneo.
mano adulto tem uma reserva energética na forma
de carboidratos que dura um dia. Já a reserva de li-
6. (UFRGS 2017) Sobre as macromoléculas biológicas
pídeos pode durar um mês. O armazenamento de
presentes em todos os organismos, é correto afir-
lipídeos é vantajoso sobre o de carboidratos pelo
mar que:
fato de os primeiros terem a característica de se-
a) os carboidratos são as macromoléculas encon- rem:
tradas em maior quantidade nos tecidos vivos.
a) isolantes elétricos
b) os carboidratos podem ter função estrutural
b) pouco biodegradáveis
como, por exemplo, a quitina presente nos ar-
trópodes. c) saturados de hidrogênios
c) os monômeros das proteínas são os aminoáci- d) majoritariamente hidrofóbicos
dos cujas diversificadas funções incluem o ar- e) componentes das membranas
mazenamento de energia.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Biologia ∣ Setor 1451 ∣ 167
2 MODELO CELULAR

ANOTAÇÕES

168 ∣ Biologia ∣ Setor 1451 ANGLOVINCI VESTIBULARES


EXERCÍCIOS

1. (UECE 2018) No que diz respeito a vírus, é correto


afirmar que:
a) são parasitas intracelulares não obrigatórios.
b) genoma viral é um ácido nucleico de cadeia sim-
ples.
c) podem ser unicelulares ou pluricelulares.
d) o capsídeo viral tem composição proteica.

2. (MACKENZIE 2018) A simplicidade bioquímica dos


vírus tem levado alguns cientistas a questionar se
eles realmente são seres vivos. Para alguns estudio-
sos, os vírus são a forma de vida mais simples que
existe. Mesmo os que não incluem os vírus entre os
seres vivos concordam que eles são sistemas bioló-
gicos, uma vez que possuem ácidos nucleicos e utili-
zam o mesmo sistema de codificação genética que
todas as formas de vida conhecidas.
Amabis, J.M.; Martho,G.R. Fundamentos da Biologia Moderna. 4 ed. São Paulo:
Moderna, 2006. p. 251

Julgue como verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirma-


tivas sobre os vírus.
( ) São acelulares e procariontes.
( ) Seu material genético pode ser DNA ou RNA.
( ) Não possuem metabolismo próprio; por isso,
são parasitas intracelulares obrigatórios.
( ) São constituídos por um capsídeo duplo com
constituição lipoproteica e por uma molécula
de ácido nucleico.
( ) Os retrovírus são portadores de RNA e da en-
zima transcriptase reversa.

A sequência correta de cima para baixo é:


a) V, V, F, F, V
b) V, F, F, V, F
c) F, F, V, V, F
d) V, V, V, F, V
e) F, V, V, F, V

ANGLOVINCI VESTIBULARES Biologia ∣ Setor 1451 ∣ 169


3. (UCPEL 2017) Analise a tabela abaixo:

Componente de célula Grupos de seres vivos


1 2 3 4 5
Parede celular x x * - *
Membrana plasmática x x x x x
DNA x x x x x
Ribossomo x x x x x
Retículo endoplasmático x x - x x
Complexo de Golgi x x - x x
Lisossomo x * - x x
Centríolo * x * x x
Mitocôndria x x - x x
Cloroplasto x - - - *
(x) presença; (-) ausência; (*) existe nas células de,
pelo menos, alguns representantes do grupo.

Analisando a tabela acima podemos considerar que os organismos do grupo:


a) 1 tem célula procariótica, podendo o número indicar o grupo dos Protistas.
b) 4 tem célula eucariótica, podendo o número indicar o grupo dos Fungos.
c) 3 tem célula procariótica, podendo o número indicar o grupo das Arqueas.
d) 2 tem célula eucariótica, podendo o número indicar o grupo das Plantas.
e) 5 tem célula eucariótica, podendo o número indicar o grupo dos Animais.

4. (UPF 2017) Analise a figura e assinale a alternativa que indica o que é representado nela.

a) O surgimento das células procariotas.


b) A teoria celular.
c) A teoria da endossimbiose.
d) A teoria da abiogênese.
e) A origem da vida.

170 ∣ Biologia ∣ Setor 1451 ANGLOVINCI VESTIBULARES


OBSERVAÇÕES

1. OS VÍRUS – ACELULARES 2. A CÉLULA PROCARIÓTICA

3. A CÉLULA EUCARIÓTICA

3.1. Célula Eucariótica Animal

ANGLOVINCI VESTIBULARES Biologia ∣ Setor 1451 ∣ 171


3.2. Célula Eucariótica Vegetal

4. TEORIA ENDOSSIMBIÓTICA

172 ∣ Biologia ∣ Setor 1451 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. (FEEVALE) As células animais são compostas basica-
TAREFA MÍNIMA mente por três partes: membrana plasmática, cito-
plasma e núcleo. O citoplasma preenche a célula e
nele são encontradas estruturas denominadas or-
1. (UECE 2017) As células procariontes são reconheci- ganelas, cada qual com sua função. Uma organela,
das como aquelas que não possuem material gené-
denominada de _______, é responsável pela gera-
tico delimitado por um envoltório nuclear. Sobre os
ção de energia para a célula.
procariontes, é possível afirmar que contêm ape-
Assinale a alternativa que preenche corretamente a
nas:
lacuna do texto.
a) complexo golgiense e ribossomos. a) Retículo endoplasmático liso
b) ribossomos e parede celular. b) Ribossomo
c) retículo endoplasmático e parede celular. c) Mitocôndria
d) mitocôndria e plasmídeos. d) Centríolo
e) Lisossomo
2. (UEFS 2017)
4. (UECE) “Existem muitas controvérsias na comuni-
dade científica a respeito do vírus ser ou não um ser
vivo. Muitos autores consideram que a vida se ori-
ginou do RNA, pois, a partir destas moléculas são
formadas novas quantidades dela mesma. Em
1960, o físico alemão Manfred Eigen, ganhador de
um prêmio Nobel, descobriu que era possível a re-
plicação de RNA in vitro. O RNA, portanto, tornou-
se um grande candidato à condição de supermolé-
cula da vida primitiva, capaz de se replicar e sofrer
mutações, albergando genes codificadores de enzi-
mas e outras proteínas. Essa molécula, denominada
RNA de Eigen, é muito semelhante ao vírus, pois se
encontra na fronteira entre o químico e o biológico.
Avaliando-se a célula em destaque e com os conhe- Uma das hipóteses da origem do vírus, denominada
cimentos acerca do assunto, é correto afirmar: teoria dos Elementos subcelulares, é de que o vírus
seria proveniente de uma molécula de RNA. Uma
a) É uma célula que apresenta divisão de trabalho outra hipótese defende que o vírus teria se origi-
e se encontra nos organismos de todos os do- nado de seres unicelulares de vida(...).”
mínios.
(Paulo Roberto Soares Stephens; Maria Beatriz Siqueira Campos de Oliveira; Flá-
b) Na célula, ocorre a glicosilação em um compar- via Coelho Ribeiro; Leila Abboud Dias Carneiro. Conceitos e Métodos para a For-
mação de Profissionais em Laboratórios de Saúde. Virologia, capítulo 2.)
timento específico, membranoso e polar.
c) Das organelas destacadas, a única que não se Sobre os vírus, é incorreto afirmar que:
apresenta envolvida pela membrana é o ribos- a) sua capacidade de replicação difere-os de ou-
somo. tros agentes, tais como as toxinas bacterianas.
b) possuem uma estrutura protetora de seu mate-
d) É uma célula que pode fazer parte da constitui-
rial genético, que é ausente nos plasmídeos
ção de um vegetal, como as gimnospermas e
(molécula de DNA circular).
angiospermas.
c) apesar de terem a capacidade de se replicar,
e) A constituição de seu citoesqueleto impres- não possuem um aparato enzimático suficiente
cinde da presença de tubulinas sintetizadas por para a replicação, necessitando, assim, da ma-
polissomos aderidos ao seu próprio ergasto- quinaria celular para completar o seu ciclo re-
plasma. plicativo, o que os torna parasitas intracelulares
obrigatórios.
d) o genoma viral pode ser somente de DNA, com
exceção do Mimivírus (família: Mimiviridae),
que apresenta em seu genoma os dois ciclos
nucleicos, DNA e RNA.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Biologia ∣ Setor 1451 ∣ 173
5. (Enem 2ª aplicação 2016) Companheira viajante
Suavemente revelada? Bem no interior de nossas TAREFA COMPLEMENTAR
células, uma clandestina e estranha alma existe. Si-
lenciosamente, ela trama e aparece cumprindo 1. (UERJ 2018) Por meio de técnicas desenvolvidas
seus afazeres domésticos cotidianos, descobrindo pela engenharia genética, é possível alterar o DNA
seu nicho especial em nossa fogosa cozinha meta- das células. Uma dessas técnicas se baseia na utili-
bólica, mantendo entropia em apuros, em ciclos va- zação de vírus, manipulados por meio de duas enzi-
riáveis noturnos e diurnos. Contudo, raramente ela mas: uma responsável pelo corte do material gené-
nos acende, apesar de sua fornalha consumi-la. Sua tico viral em pontos específicos e outra pela inser-
origem? Microbiana, supomos. Julga-se adaptada ção de genes de interesse no vírus.
às células eucariontes, considerando-se como es-
crava – uma serva a serviço de nossa verdadeira Indique a característica dos vírus que justifica sua
evolução. utilização na alteração do DNA das células. Em se-
guida, nomeie as duas enzimas referidas acima, in-
McMURRAY, W. C. The traveler. Trends in Biochemical Sciences, 1994
(adaptado). dispensáveis para esse procedimento.

A organela celular descrita de forma poética no 2. (UECE 2018) Atente ao que se diz a respeito de ví-
texto é o(a): rus, e assinale com V o que for verdadeiro e com F
a) centríolo o que for falso.
b) lisossomo ( ) Um vírus que se aproxima da célula hospedeira
c) mitocôndria injeta seu material genético e multiplica-se
com a ajuda das organelas da célula infectada
d) complexo golgiense
tem ciclo lisogênico.
e) retículo endoplasmático liso ( ) Todo vírus possui uma cápsula proteica prote-
tora denominada capsídeo que encerra um ge-
noma de DNA ou RNA.
( ) No ciclo lítico, o vírus invade a célula hospe-
deira e agrega seu material genético ao ge-
noma da mesma.
( ) Apesar de poder ser causada por fungos e bac-
térias, a pneumonia também pode ter origem
viral.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) V, V, F, F
b) F, V, F, V
c) F, F, V, V
d) V, F, V, F

3. (UECE 2017) Vírus são organismos biológicos que se


apresentam de variadas formas na natureza, cau-
sando inúmeros problemas aos seres humanos.
Sobre vírus, pode-se afirmar corretamente que:
a) são denominados bacteriófagos quando infec-
tam seres eucariontes.
b) se reproduzem obrigatoriamente no interior
celular sendo compostos por um ácido nucleico
protegido por um envoltório sempre proteico.
c) sobrevivem e se reproduzem somente em meio
intercelular, provocando as conhecidas viroses.
d) não provocam doenças em vegetais, pois suas
proteínas apenas reconhecem células animais.
174 ∣ Biologia ∣ Setor 1451 ANGLOVINCI VESTIBULARES
4. (UEM-PAS 2017) Desde março de 2014, meninas de 6. (UEPG 2017) Analisando-se as características e pe-
11 a 13 anos estão recebendo a vacina contra o pa- culiaridades dos procariontes e eucariontes, assi-
piloma vírus humano (HPV), gratuitamente, nas es- nale o que for correto.
colas públicas e privadas e nos postos de saúde. O 01) Os procariontes, principalmente as bactérias,
HPV é responsável por 95% dos casos de câncer de são sempre nocivas aos demais seres, ora cau-
colo do útero. sando doenças, ora vivendo em mutualismo
com os outros organismos.
Sobre o assunto, e outros correlatos, é correto afir-
mar que: 02) Acredita-se que a célula eucariota tenha sur-
gido da procariota. Por exemplo, as mitocôn-
01) por não conter o DNA do vírus, e sim partículas
drias e os cloroplastos surgiram de bactérias
virais criadas em laboratório, a vacina contra o
que invadiram as células primitivas e passaram
HPV não produzirá os anticorpos específicos
a viver em seu interior.
contra esse vírus, sendo necessárias várias do-
ses. 04) A célula eucariota é menor que a procariota,
apresentando em seu citoplasma o material ge-
02) todos os vírus possuem DNA na sua constitui-
nético livre de envoltório e organelas responsá-
ção; possuem também grande quantidade de
veis pela síntese proteica.
mitocôndrias e retículo endoplasmático rugoso,
essenciais para que possam se reproduzir. 08) A célula procariota apresenta DNA organizado
em pequenos cromossomos protegidos por
04) para invadir uma célula, as proteínas integrases
uma fina membrana. No citoplasma são encon-
do HPV se ligam às proteínas transcriptase pre-
trados ribossomos, responsáveis pela geração
sentes na membrana celular da célula hospe-
de energia na célula.
deira.
16) Os procariontes são fundamentais para a manu-
08) nos retrovírus, primeiro deve ser sintetizado o
tenção da vida, pois algumas espécies atuam
DNA, a partir do RNA viral, para que a célula
como decompositoras, outras são fotossinteti-
hospedeira possa produzir as proteínas virais.
zantes, quimiossintetizantes, além de poderem
16) os vírus possuem genes para os três tipos de também participar de processos de fermenta-
RNA (ribossômico, mensageiro e transporta- ção.
dor), pois só utilizam aminoácidos e energia das
células hospedeiras.

5. (UEFS 2017) Os primeiros organismos a habitar a


Terra foram os procariontes, que viveram, há 3,5 bi-
lhões de anos. Durante toda sua longa história evo-
lutiva, as populações procarióticas foram (e conti-
nuam a ser) sujeitas à seleção natural em todos os
tipos de ambientes, resultando em sua enorme di-
versidade atual.

A partir dos conhecimentos a respeito do reino que


possui organismos com essa organização procarió-
tica, é possível afirmar que:
a) seus representantes vivem exclusivamente iso-
lados em meios específicos.
b) ele é dotado de uma grande diversidade meta-
bólica e seus representantes são unicelulares.
c) seus representantes possuem DNA circular, ri-
bossomos 80S e parede celular.
d) os organismos autótrofos desse reino são ex-
clusivamente fotossintéticos.
e) a expressão do potencial biótico dos seus repre-
sentantes não possui fatores limitantes.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Biologia ∣ Setor 1451 ∣ 175


3 EVOLUÇÃO

INTRODUÇÃO

Evolução como conceito biológico trata da modificação


das linhagens ao longo das gerações. Essa modificação
ocorre de forma aleatória, sem um sentido predetermi-
nado, ou seja, existe variabilidade no meio ambiente e
essa variedade é selecionada por processos naturais ou
artificiais.

ANOTAÇÕES

176 ∣ Biologia ∣ Setor 1451 ANGLOVINCI VESTIBULARES


EXERCÍCIOS

1. (UEL 2017) O tempo nada mais é que a forma da


nossa intuição interna. Se a condição particular da
nossa sensibilidade lhe for suprimida, desaparece
também o conceito de tempo, que não adere aos
próprios objetos, mas apenas ao sujeito que os intui.
KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. Valério Rohden e Udo Baldur Moosburguer.
São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 47. Coleção Os Pensadores.

No início do século XIX, alguns naturalistas passa-


ram a adotar ideias evolucionistas para explicar a
diversidade do mundo vivo. Embora os teólogos na-
turais tivessem reconhecido a importância do meio
ambiente e as adaptações dos organismos a ele,
Jean-Baptiste Lamarck foi o primeiro a reconhecer
a importância crucial do tempo para explicar a di-
versidade da vida.

Assinale a alternativa que apresenta, corretamente,


uma contribuição de Lamarck para o pensamento
evolucionista da época, além do fator tempo.
a) Uma vez que, a cada geração, sobrevivem os
mais aptos, eles tendem a transmitir aos des-
cendentes as características relacionadas a essa
maior aptidão para sobreviver.
b) Os indivíduos que sobrevivem e se reproduzem,
a cada geração, são os que apresentam deter-
minadas características relacionadas com a
adaptação às condições ambientais.
c) Algumas características conferem a seus porta-
dores vantagens para explorar o meio ambiente
de forma a tornar a sobrevivência e a reprodu-
ção mais eficientes.
d) A variação casual apresenta-se em primeiro lu-
gar e a atividade ordenada do meio ambiente
vem posteriormente, ou seja, a variação inde-
pende do meio.
e) A adaptação é o inevitável produto final de pro-
cessos fisiológicos requeridos pelas necessida-
des dos organismos de fazer face às mudanças
de seu meio ambiente.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Biologia ∣ Setor 1451 ∣ 177


2. (UECE 2017) O fixismo e o evolucionismo foram cor- 08) De acordo com o darwinismo, o próprio ambi-
rentes de pensamento utilizadas para explicar a di- ente selecionava as espécies mais bem adapta-
versidade das espécies. Sobre essas correntes, é das. Como exemplo atual, podemos citar a ação
correto afirmar que: de certos antibióticos que induzem mutações
a) o fixismo considera que as diferentes espécies em cepas de bactérias ultra resistentes.
são permanentes, perfeitas e mutáveis e que
foram originadas, independentemente, umas 4. (Unesp 2017) Na natureza, a grande maioria dos ga-
das outras. fanhotos é verde. No entanto, uma mutação gené-
b) para o evolucionismo, as espécies atuais são o tica incomum e pouco conhecida, chamada eri-
resultado de lentas e sucessivas transforma- trismo, provoca alteração na produção de pigmen-
ções sofridas pelas espécies do passado, ao tos, o que resulta em gafanhotos cor-de-rosa. Des-
longo dos tempos. cobertos em 1887, esses gafanhotos raramente são
c) a geração espontânea, ou abiogênese, é uma encontrados.
corrente do evolucionismo que acredita na cri-
ação dos seres vivos a partir da matéria inani-
mada.
d) o criacionismo considera que os seres vivos fo-
ram criados por ação divina, portanto, são per-
feitos e instáveis ao longo do tempo.

3. (UEPG 2017) O pensamento evolutivo predomi- http://voices.nationalgeographic.com. Adaptado.

nante, até meados do século XVIII, preconizava que


Os gafanhotos cor-de-rosa são raros porque:
cada espécie teria surgido de maneira indepen-
dente e permaneceria sempre com as mesmas ca- a) a mutação reduz a variabilidade genética na po-
racterísticas. No início do século XIX, a hipótese de pulação de gafanhotos, prejudicando a seleção
uma transformação de espécies passou a ser defen- natural de indivíduos cor-de-rosa.
dida por alguns cientistas para explicar a diversi- b) concorrem por alimento com os gafanhotos
dade das espécies. Assinale o que for correto sobre verdes, que são mais eficientes por terem a
as teorias evolutivas. mesma coloração das folhagens.
01) Segundo o Lamarckismo, a evolução das espé- c) destacam-se visualmente e são facilmente en-
cies era guiada pelas mudanças ambientais. Ou contrados e predados, enquanto os gafanhotos
seja, os seres vivos reagem às mudanças utili- verdes se camuflam na natureza.
zando alguns órgãos mais do que outros e trans- d) os gafanhotos verdes são mais numerosos na
mitem as mudanças em seu corpo às gerações natureza e, portanto, se reproduzem e deixam
seguintes. muito mais descendentes.
02) O neodarwinismo ou teoria sintética da evolu- e) são muito menos evoluídos que os gafanhotos
ção considera que um órgão se desenvolvia com verdes e por isso sobrevivem por pouco tempo
o seu uso e atrofiava-se com o seu desuso. Por na natureza.
exemplo, a girafa atual poderia ter adquirido
um pescoço comprido como resultado do uso
constante e do esforço de um ancestral, de pes-
coço menor, para alcançar as folhas do alto das
árvores.
04) Segundo o mecanismo de evolução proposto
por Darwin, os indivíduos com mais oportunida-
des de sobrevivência seriam aqueles com carac-
terísticas apropriadas para enfrentar as condi-
ções ambientais, os quais teriam maior proba-
bilidade de se reproduzir e deixar descendentes
férteis – Seleção Natural.
178 ∣ Biologia ∣ Setor 1451 ANGLOVINCI VESTIBULARES
Darwin então adaptou as ideias de Malthus para o
LEITURA contexto das populações dos demais seres vivos. Es-
sas têm maior capacidade de gerar descendentes pela
reprodução do que o meio possui recursos para sus-
1. LAMARCKISMO
tentar tantos indivíduos. Sendo assim a cada geração
O naturalista francês Jean-Baptiste Lamarck (1744 - todos os indivíduos deveriam competir pelos recursos
1829) foi um dos primeiros a propor uma teoria siste- escassos do meio, com isso apenas os indivíduos com
matizada sobre evolução. características mais vantajosas para aquele determi-
As ideias de Lamarck baseavam-se em duas leis fun- nado contexto teriam maiores chances de sobrevivên-
damentais: cia, podendo passar essas características aos seus des-
I) Lei do uso e desuso: Modificações das estruturas cendentes.
corporais ocorrem baseadas na utilização da O meio ambiente age como um agente que SELECI-
mesma. Uma estrutura muito utilizada ficaria
ONA características mais vantajosas para um determi-
maior e mais desenvolvida, enquanto uma estru- nado ambiente dentro de uma variedade existente na
tura pouco utilizada sofreria uma redução po-
população.
dendo até ser perdida no processo. Ex.: O Fla-
mingo tem as pernas alongadas devido ao esforço Para dar maior robustez a sua teoria, Darwin analisou
que faziam para manter as penas secas enquanto ainda diferentes raças de animais e variedades de
locomovia-se na água, esse esforço durante diver- plantas que surgiram pelo processo da seleção artifi-
sas gerações produziria aves com pernas mais al- cial. Nesse caso o ser humano seleciona os indivíduos
tas. que irão reproduzir, a fim de manter determinada ca-
racterística na prole.
II) Lei da transmissão dos caracteres adquiridos: As
modificações adquiridas por um indivíduo ao Finalmente, em 1859, publica o livro com suas ideias
longo do tempo seriam transmitidas aos descen- sobre evolução: A origem das espécies por meio da se-
dentes. leção natural ou a preservação das raças favorecidas
Para Lamarck o ambiente é responsável por GERAR na luta pela vida. No livro encontramos duas ideias
(causar, forçar, impõe, demanda, causa necessidade, centrais:
etc) uma modificação para que o indivíduo adapte-se. 1. Todos os organismos descendem, com modifica-
As ideias de Lamarck foram rejeitadas a época, não ções, de ancestrais comuns;
por falar em herança de caracteres adquiridos, mas 2. A seleção natural atua sobre as variações indivi-
sim de evolução em uma época em que acreditava-se duais, favorecendo as mais aptas.
que as espécies eram imutáveis (fixas). Apesar de La-
marck ser muito bem conhecido pelas suas ideias so-
3. TEORIA SINTÉTICA DA EVOLUÇÃO
bre evolução, ele foi o primeiro a falar sobre adapta-
ção, mostrando que os seres vivos estão adaptados ao A Teoria sintética da Evolução muitas vezes é apre-
ambiente em que vivem. sentada de forma resumida como o Darwinismo ali-
ado aos conhecimentos de genética elucidados ini-
2. DARWINISMO cialmente por Gregor Mendel.
Entre dezembro de 1831 e outubro de 1836, o natu- Um dos problemas enfrentados pela teoria original
ralista Charles Darwin (1809 - 1882) realizou uma via- de Charles Darwin era como a variação aparecia na
gem ao redor do mundo a bordo do navio H. M. S. Be- população e como ocorria a transmissão das carac-
agle. Durante a viagem, Darwin coletou diversos ani- terísticas hereditárias. Os conhecimentos sobre Ge-
mais, plantas e fósseis das diferentes localidades onde nética eram muito rudimentares na época e, apesar
esteve, com base nessas coletas começou a contestar do trabalho de Mendel sobre as leis da herança te-
que as espécies seriam imutáveis (fixas). rem sido divulgados em 1865, apenas no início do
Ao ler em 1838 o livro Ensaio sobre o princípio da po- século XX começaram a ser aceitas e consideradas
pulação, do economista britânico Thomas Malthus importantes.
(1766 - 1834), que afirmava que a produção de ali- Com o redescobrimento dos trabalhos de Mendel
mentos crescia em progressão aritmética enquanto a pode-se explicar a variabilidade na população como
população humana apresentava um crescimento em uma consequência tanto das mutações, essas são
progressão geométrica, caso não hajam fatores que aleatórias e não ocorrem para que o indivíduo
impeçam o crescimento da população, haveria escas- torne-se mais apto a ocupar um ambiente, quanto
sez de alimentos e competição por alimento. da recombinação genética.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Biologia ∣ Setor 1451 ∣ 179
TAREFA MÍNIMA

1. (IFBA 2017) Analise a charge a seguir.

Com base na charge e nos conhecimentos sobre evolução biológica é correto afirmar:
a) O evento descrito acima se refere ao processo de seleção natural, no qual o indivíduo com maior necessidade
de permanecer no ambiente sobrevive.
b) A charge ilustra a seleção artificial, uma vez que é realizada sob ação antrópica.
c) A necessidade de sobreviver faz com que algumas presas corram e por isso conseguem transmitir essas ca-
racterísticas aos descendentes.
d) A charge indica o evento de seleção natural, proposto por Darwin no século XIX, o qual indica que grupos
mais aptos tendem a ter mais chances de sobrevivência no meio ambiente.
e) O indivíduo que correu mais transmitirá essa condição aos descendentes e a cada geração subsequente será
observada indivíduos mais rápidos.

2. (Mackenzie 2017) O avanço da medicina é respon- 3. (IFSP 2016) Sapos e rãs são anfíbios, apresentam
sável pelo aumento da expectativa de vida de mui- dependência de ambientes terrestres úmidos ou
tas pessoas portadoras de genes que causam doen- aquáticos, apresentam na sua pele as glândulas de
ças graves. muco para conservá-la úmida e favorecer trocas ga-
sosas, além de poder exibir glândulas de veneno
Assim, podemos dizer que a medicina: que eliminam substâncias para combater microrga-
a) vai contra a seleção natural, prejudicando a nismos e afugentar animais predadores. A explica-
permanência da espécie humana. ção para essas características nos anfíbios, forne-
b) vai contra a seleção natural, favorecendo a per- cida pela Teoria da Evolução de Charles Darwin é
manência da espécie humana. apresentada em:
c) vai contra o processo de mutação, prejudi- a) seleção de adaptações positivas devido à ação
cando a permanência da espécie humana. do meio ambiente.
d) tem sido favorável à seleção natural, sendo po- b) lei do uso e desuso.
sitiva para a permanência da espécie humana. c) a existência de pulmão atrofiado devido à res-
e) tem sido favorável à ocorrência da mutação, fa- piração cutânea.
vorecendo a permanência da espécie humana. d) a transmissão de características adquiridas para
os descendentes.
e) a destruição dessas espécies porque estão mal
adaptadas.

180 ∣ Biologia ∣ Setor 1451 ANGLOVINCI VESTIBULARES


4. (UFJF 2016) Um nome importante na origem do c) A seleção natural é um processo linear que con-
pensamento evolucionista é o do francês Jean-Bap- duz ao surgimento de organismos mais evoluí-
tiste Lamarck, que publicou uma série de obras so- dos, conforme é possível perceber na história
bre sua teoria evolutiva, sendo a mais conhecida a evolutiva dos seres vivos.
de 1809 no seu livro “Filosofia Zoológica”. Dentre as d) Na natureza, a vida é uma constante luta pela
suas ideias, uma relaciona o ambiente à mudança sobrevivência, em que os mais aptos sobrevi-
de hábitos de um ser vivo, levando à alteração de vem.
certas estruturas em seu organismo. Essa ideia é co-
nhecida como a lei de:
7. (UDESC 2016) “O tamanho das populações naturais,
a) uso e desuso.
a despeito de seu enorme potencial de cresci-
b) transmissão das características adquiridas. mento, mantém-se relativamente constante ao
c) fixismo. longo do tempo, sendo limitado pelo ambiente (dis-
d) seleção artificial. ponibilidade de alimento, locais de procriação e
presença de inimigos naturais, de parasitas, etc.).”
e) divergência adaptativa.
A informação acima constitui um dos alicerces da
teoria elaborada por:
5. (Enem 2ª aplicação 2016) Darwin, em viagem às a) Charles Robert Darwin
Ilhas Galápagos, observou que os tentilhões apre- b) Jean-Baptiste Lamarck
sentavam bicos com formatos diferentes em cada c) Theodosius Dobzhansky
ilha, de acordo com o tipo de alimentação disponí-
d) Charles Lyell
vel. Lamarck, ao explicar que o pescoço da girafa te-
ria esticado para colher folhas e frutos no alto das e) Newton Freire-Maia
árvores, elaborou ideias importantes sobre a evolu-
ção dos seres vivos.

O texto aponta que uma ideia comum às teorias da


evolução, propostas por Darwin e por Lamarck, re-
fere-se à interação entre os organismos e seus am-
bientes, que é denominada de:
a) mutação
b) adaptação
c) seleção natural
d) recombinação gênica
e) variabilidade genética

6. (UECE 2016) Segundo a Teoria da Evolução de Dar-


win, a seleção natural atua permanentemente so-
bre as populações, eliminando fenótipos desviantes
como resposta a diferentes interações que se esta-
belecem entre esses organismos e o meio em que
vivem. No que concerne à seleção natural, assinale
a afirmação verdadeira.
a) No processo de seleção natural, o mais forte e
mais evoluído sempre vence a luta pela sobre-
vivência.
b) Os seres mais complexos e, portanto, mais evo-
luídos, possuem maior chance de reproduzir-se
deixando descendentes.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Biologia ∣ Setor 1451 ∣ 181


c) contraria as fundamentações teóricas propos-
TAREFA COMPLEMENTAR tas pela Teoria Sintética da Evolução.
d) fortalece as explicações da Teoria Sintética da
1. (IFBA 2016) As mutações genéticas são, na maior Evolução, quanto ao resultado da ação da Sele-
parte das vezes, aleatórias, e constituem uma efici- ção Natural.
ente forma de variação genética. Entretanto, o pro- e) sustenta tanto as ideias evolucionistas de La-
cesso de seleção natural não é aleatório. Uma de- marck como as de Charles Darwin e da Teoria
corrência importante dessa afirmação é que: Sintética da Evolução.
a) espécies mais bem adaptadas tendem a ser
mais bem distribuídas em diferentes biomas. 3. (FAMERP 2017) Após uma aula sobre a teoria evo-
b) a seleção natural prioriza as formas de vida lutiva de Darwin-Wallace, cinco estudantes discuti-
mais complexas em ambientes com maiores ram sobre o tema e cada um chegou a uma conclu-
chances de mudanças. são sobre as adaptações encontradas em algumas
c) a seleção é o mecanismo responsável pela mo- espécies de animais.
dificação que as espécies sofrem ao longo do • Lucas: “As espécies animais tiveram que se ade-
tempo evolutivo para se tornarem mais aptas quar ao meio ambiente para sobreviver e foi as-
ao meio. sim que as características adaptativas favorá-
d) a adaptação ocorre de maneira gradual à me- veis foram surgindo.”
dida que o ambiente vai se modificando, con- • Bernardo: “O meio ambiente escolheu os seres
duzindo as espécies para um status mais ajus- vivos mais aptos e, assim muitas espécies,
tado ao ambiente em que vivem. como os insetos, formaram as asas para aten-
e) A seleção natural é um mecanismo que seleci- der a essa escolha.”
ona os indivíduos com maiores chances de so- • Camila: “A seleção natural impôs às espécies
brevivência e reprodução em um dado con- animais que se modificassem e, dessa forma,
texto ambiental, fazendo com que a caracterís- elas sobreviveram, caso contrário, teriam sido
tica evolutiva, responsável por esse diferencial, eliminadas.”
se torne mais frequente ao longo das gerações.
• Karen: “Os animais com características favorá-
veis tinham mais chance de sobrevivência e de
2. (Unesp 2019) Aristóteles procurou explicar os fenô- reprodução e essas características foram trans-
menos naturais a partir de argumentos teleológi- mitidas aos descendentes.”
cos. A palavra teleologia provém de dois termos
• Tatiana: “Animais, como os peixes, possuem
gregos, telos (fim, meta, propósito) e logos (razão,
adaptações semelhantes, uma vez que tinham
explicação), ou seja, uma “razão de algo em função
as mesmas necessidades de sobrevivência na
de seus fins” ou uma “explicação que se serve de
água e, por seleção natural, geraram filhotes
propósitos ou de fins”. Na explicação teleológica, se
semelhantes.”
algo existe e tem uma finalidade, é porque existe
uma razão para essa finalidade. Neste sentido, uma O conceito da teoria de Darwin-Wallace foi correta-
explicação teleológica estará centralizada na finali- mente apresentado por:
dade de alguma coisa. Por exemplo, na explicação a) Tatiana
teleológica, nossos dedos são articulados para que
possamos manipular objetos, ao contrário da expli- b) Karen
cação não teleológica, que afirma que manipula- c) Camila
mos objetos porque nossos dedos são articulados. d) Lucas
(Matheus de M. Silveira et al. Argumentos – Revista de Filosofia, julho/dezem- e) Bernardo
bro de 2016. Adaptado.)

Considerando as características adaptativas dos or-


ganismos, a teleologia:
a) refuta a proposta de Lamarck, no que concerne
à transmissão dos caracteres adquiridos.
b) contribui para a explicação da origem da varia-
bilidade a partir da ocorrência de mutações.
182 ∣ Biologia ∣ Setor 1451 ANGLOVINCI VESTIBULARES
4. (Enem Libras 2017) Hospitais de diferentes regiões 6. (Unicamp 2018-adaptada) A figura A abaixo mostra
do país registram casos de contaminação pela su- o claro dimorfismo sexual que ocorre na espécie de
perbactéria Klebsiella pneumoniae carbapenamase besouro neotropical Dynastes hercules (besouro-
(KPC), que apresenta resistência à maioria dos me- hércules), um dos maiores besouros do mundo. Nos
dicamentos. Acredita-se que o uso inadequado de machos, protuberâncias cefálicas e torácicas for-
antibióticos tenha levado à seleção dessas formas mam estruturas semelhantes aos chifres de alguns
mais resistentes. mamíferos. Um estudo mostrou que, nessa espécie,
há três tipos de machos geneticamente distintos, P,
De acordo com as teorias darwinistas e neodarwi- M e G, que diferem apenas quanto ao tamanho mé-
nistas, o surgimento dessa superbactéria ocorreu dio dos "chifres" (figura B). Os dados na figura C in-
por: dicam a capacidade de machos dos três tipos de co-
a) aumento da especiação. pular com fêmeas. Testes genéticos mostraram
b) crescimento populacional. ainda que 85% dos filhotes em cada geração têm
c) variações no material gênico. machos do tipo G como pais.
d) ampliação da irradiação adaptativa.
e) potencialização da convergência evolutiva.

5. (UECE 2017) Relacione corretamente as teorias da


evolução apresentadas a seguir às suas descrições,
numerando a Coluna II de acordo com a Coluna I.

Coluna I
1. Lamarkismo 2. Darwinismo
3. Mutacionismo 4. Neodarwinismo

Coluna II
( ) Postula que a evolução prossegue em grandes
saltos por meio de macromutação, uma
grande mudança entre progenitor e prole que
é herdada geneticamente.
( ) ) Postula que devido à seleção natural, formas
mais adaptadas à sobrevivência deixam uma
descendência maior enquanto as menos adap-
tadas terão sua frequência diminuída.
( ) Primeira teoria proposta para explicar a evolu-
ção biológica. Postula que as características C
adquiridas pelo uso intenso ou pelo desuso
Tipo de macho Capacidade da cópula
dos órgãos poderiam ser transmitidas à des-
P 70
cendência.
M 85
( ) Teoria que incorpora as explicações genéticas
G 100
para a origem da diversidade das característi-
Capacidade de cópula de cada tipo de macho (% de
cas nos indivíduos de uma população, assim
como os conhecimentos de sistemática, em- encontros com uma fêmea que resultam em cópula)
briologia, paleontologia e morfologia. Darwin acreditava que diferenças entre animais
A sequência correta, de cima para baixo, é: machos e fêmeas como as mostradas na figura A
surgem durante a evolução como consequência da
a) 2, 1, 4, 3 seleção sexual, um tipo especial de seleção natural.
b) 4, 3, 2, 1 Defina seleção natural. Utilizando os dados forneci-
c) 1, 4, 2, 3 dos acima, explique por que a característica mascu-
d) 3, 2, 1, 4 lina dimórfica do besouro-hércules é uma adapta-
ção, fruto da seleção natural.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Biologia ∣ Setor 1451 ∣ 183


7. (Enem PPL) As superbactérias respondem por um número crescente de infecções e mortes em todo o mundo. O
termo superbactérias é atribuído às bactérias que apresentam resistência a praticamente todos os antibióticos.
Dessa forma, no organismo de um paciente, a população de uma espécie bacteriana patogênica pode ser consti-
tuída principalmente por bactérias sensíveis a antibióticos usuais e por um número reduzido de superbactérias
que, por mutação ou intercâmbio de material genético, tornaram-se resistentes aos antibióticos existentes.
,

FERREIRA, F. A.; CRUZ, R. S.; FIGUEIREDO, A. M. S. Superbactérias: o problema mundial da resistência a antibióticos. Ciência Hoje, n. 287, nov. 2011 (adaptado).

Qual figura representa o comportamento populacional das bactérias ao longo de uma semana de tratamento
com um antibiótico comum?
a) d)

b) e)

c)

8. (Santa Marcelina-Medicina 2016) Lamarck, Darwin e Wallace foram importantes evolucionistas que contribuíram
para esclarecer a transformação dos seres vivos ao longo do tempo.
a) Cite as duas leis que norteavam o princípio evolutivo de Lamarck.
b) O meio ambiente desempenha um papel preponderante na adaptação dos seres vivos. Entretanto, para os
evolucionistas citados, o meio exerce papéis diferentes. Como o meio atua sobre os seres vivos de acordo
com o lamarckismo e de acordo com a teoria de Darwin-Wallace, respectivamente?

184 ∣ Biologia ∣ Setor 1451 ANGLOVINCI VESTIBULARES


4 ECOLOGIA

INTRODUÇÃO ANOTAÇÕES

A palavra Ecologia deriva de duas palavras gregas: oikós


(casa) e logos (estudo). Assim ecologia significa literal-
mente o “estudo da casa”.

Glossário
• População: Conjunto de indivíduos de uma mesma
espécie que compartilham de uma mesma área em
um mesmo período.
• Comunidade (Biocenose ou Biota): Conjunto de
populações que compartilham de uma mesma área
em uma mesma época.
• Biótopo: Área ocupada por uma comunidade.
• Ecossistema: Interação entre a comunidade e os fa-
tores abióticos do meio.
• Fatores abióticos: Fatores não vivos do ambiente
que influenciam os seres vivos. Exemplos: tempera-
tura, incidência solar, pH, salinidade, etc.
• Fatores abióticos podem ser divididos em físicos
(luz, umidade) e químicos (nutrientes).
• Bioma: Conjunto de ecossistemas semelhantes,
apresentam características muito parecidas quanto
a clima, temperatura, regime de chuvas e vegeta-
ção
• Ecótone: A região que localiza-se entre dois ecossis-
temas, contendo algumas características dos dois
ao mesmo tempo. Ex.: Zonas de Transição.
• Biosfera: Conjunto de todos os ecossistemas do
planeta Terra. Toda a faixa onde contém vida.
Abrange uma grande variedade de ecossistemas
aquáticos e terrestres.
• Habitat: É o local onde um organismo vive.
• Nicho Ecológico: Engloba diferentes aspectos dessa
espécie, dentre os quais o habitat, o alimento utili-
zado, assim como a forma de obtenção do mesmo,
a temperatura do meio ambiente, por quem é pre-
dado, quais as táticas de defesa, as formas de re-
produção e os rituais de acasalamento.
• Cadeia Trófica: Representação de uma sequência
de relações de alimentação entre os seres vivos.
• Teia Trófica: Representação esquemática da intera-
ção entre diferentes cadeias tróficas.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Biologia ∣ Setor 1451 ∣ 185
186 ∣ Biologia ∣ Setor 1451 ANGLOVINCI VESTIBULARES
3. (UEPG 2017) Na ecologia, é possível representar os
EXERCÍCIOS níveis tróficos de um ecossistema por meio de re-
tângulos superpostos, que formam as chamadas pi-
râmides ecológicas. Abaixo são apresentadas qua-
1. (Fuvest 2019) Nas margens de um rio, verificava-se
tro pirâmides ecológicas. Sobre elas, assinale o que
a seguinte cadeia trófica: o capim ali presente ser-
for correto.
via de alimento para gafanhotos, que, por sua vez,
eram predados por passarinhos, cuja espécie só
ocorria naquele ambiente e tinha exclusivamente
os gafanhotos como alimento; tais passarinhos
eram predados por gaviões da região.
A lama tóxica que vazou de uma empresa minera-
dora matou quase totalmente o capim ali existente.
É correto afirmar que, em seguida, o consumidor
secundário:
a) teve sua população reduzida como consequên-
cia direta do aumento da biomassa no primeiro
nível trófico da cadeia.
b) teve sua população reduzida como consequên-
cia indireta da diminuição da biomassa no pri-
meiro nível trófico da cadeia.
c) não teve sua população afetada, pois o efeito 01) As pirâmides A e B são pirâmides de números.
da lama tóxica se deu sobre o primeiro nível tró- As pirâmides de números são utilizadas para
fico da cadeia e não sobre o segundo. indicar a quantidade de indivíduos existentes
d) não teve sua população afetada, pois a lama tó- em cada nível trófico de uma cadeia alimentar.
xica não teve efeito direto sobre ele, mas sim 02) A pirâmide B é considerada uma pirâmide in-
sobre um nível trófico inferior. vertida. Isso ocorre quando a base é menor
e) teve sua população aumentada como conse- que o ápice. Neste exemplo, uma árvore é ca-
quência direta do aumento da biomassa no se- paz de sustentar pulgões que, por sua vez, sus-
gundo nível trófico da cadeia. tentam protozoários.
04) Uma pirâmide de biomassa é representada na
2. (Fuvest 2018-adaptada) O tapiti é um coelho nativo letra C. A quantidade de matéria orgânica pre-
do Brasil, habitante típico de campos, cerrado ou, sente no corpo dos seres vivos de determinado
mesmo, bordas das matas. Tem hábitos noturnos e, nível trófico é chamada de energia. Com fre-
durante o dia, fica escondido em meio à vegetação quência, ela é expressa em peso seco (para
ou em tocas. Alimenta-se de vegetais, especial- descontar a água) por unidade de área por
mente brotos e raízes. A quantidade desses animais exemplo) ou de volume em todas as represen-
está cada vez menor pela presença da lebre euro- tações, a biomassa aumenta ao longo da ca-
peia, que foi introduzida no Brasil. A lebre europeia deia.
também se alimenta de vegetais, e tanto o tapiti
como a lebre são caças apreciadas por jaguatiricas 08) As pirâmides de números apresentadas em A
e onças. e B são as únicas capazes de indicar a produti-
vidade de um ecossistema.
Represente esquematicamente a teia alimentar
16) Em D, é representada uma pirâmide de ener-
mencionada no texto.
gia. Nestas, representamos, em cada nível tró-
fico, a quantidade de energia acumulada por
unidade de área ou de volume e por unidade
de tempo.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Biologia ∣ Setor 1451 ∣ 187


4. (Unifesp 2018) Em Galápagos, Charles Darwin fez
várias observações sobre os tentilhões, aves que LEITURA
habitam diferentes ilhas desse arquipélago.

Em uma dessas ilhas, tais observações levaram às 1. ECOSSISTEMAS


seguintes constatações: Podemos classificar os seres vivos, fatores bióticos
ou a comunidade daquele meio, como sendo Pro-
1. Os tentilhões pertenciam a várias espécies dis-
dutores, Consumidores e Decompositores.
tintas.
2. Algumas dessas espécies habitavam a vegeta- Os organismos classificados como Produtores são
ção esparsa, próxima ao solo e outras habita- indivíduos autótrofos (auto = próprio, trofos = ali-
vam o alto das árvores da vegetação mais mento), sendo capazes de sintetizar o próprio ali-
densa. mento (matéria orgânica) a partir de matéria inor-
gânica, como gás carbônico e água, na presença de
3. Os diferentes tipos de bicos encontrados nessas
uma fonte de energia como a luz, em um processo
espécies estavam associados à obtenção de di-
conhecido como fotossíntese. Os exemplos mais
ferentes tipos de alimentos, segundo o ambi-
comuns de produtores para o meio terrestre são as
ente em que viviam.
plantas e no ambiente aquático temos as algas.
Usando exclusivamente as informações do texto, Os Consumidores são organismos heterotróficos
responda: (hetero = diferente, trofos = alimento), não são ca-
a) A ilha é habitada por duas populações de tenti- pazes de produzir matéria orgânica para alimentar-
lhões? Os tentilhões presentes nessa ilha ocu- se, sendo assim necessitam consumir outros orga-
pam dois diferentes habitats? Justifique suas nismos ou restos de organismos (detritos) para su-
respostas. prir suas demandas energéticas. Animais que ali-
mentam-se de produtores são consumidores pri-
mários (C1), os herbívoros estão contemplados
nesse nível trófico. Os animais que se alimentam de
herbívoros são consumidores secundários (C2). In-
divíduos que alimentam-se de consumidores secun-
dários são consumidores terciários (C3). Sendo as-
sim, com exceção dos consumidores primários, her-
bívoros, todos os demais consumidores de matéria
viva são carnívoros (alimentam-se de animais) ou
onívoros (consomem animais e/ou plantas). Consu-
midores de detritos são chamados de detritívoros.
Decompositores também são indivíduos heterótro-
b) Nas condições apresentadas pelo texto, ocorre fos, mas nesse caso eles degradam matéria orgâ-
competição interespecífica por espaço e ali- nica contida em outros seres vivos após a morte
mento nessa ilha? Justifique sua resposta. desses. Alguns produtos da decomposição são utili-
zados como alimentos e outros são liberadas para o
meio ambiente em formas inorgânicas mais sim-
ples, podendo ser novamente utilizados pelos pro-
dutores. A ação dos decompositores gera um movi-
mento cíclico para a matéria.

2. CADEIA E TEIA ALIMENTAR


O alimento produzido pelos autótrofos pode ser uti-
lizados tanto por eles ou pelos heterótrofos. O pro-
cesso mais comum de produção de matéria orgâ-
nica, alimento, é a fotossíntese. A liberação de
energia contida nos alimentos orgânicos ocorre co-
mumente pela respiração celular, no qual a molé-
cula de glicose é totalmente degradada em gás car-
bônico (CO2) e água (H2O), na presença de oxigênio.
188 ∣ Biologia ∣ Setor 1451 ANGLOVINCI VESTIBULARES
Um indivíduo autótrofo degrada a glicose produzida
por ele através da respiração. Heterótrofos podem
degradar a glicose produzida direta ou indireta-
mente por um ser autótrofo. É direta quando
quando tratamos de um herbívoro e indireta
quando falamos de qualquer outro consumidor na
cadeia (secundário ou terciário).

A energia química contida na matéria orgânica que


faz parte do corpo do organismo pode ser transfe-
rida para outros seres vivos. A sequência de orga-
nismos em que um serve de alimento para o outro
é chamado cadeia trófica. Em todas as cadeias a
matéria é transformada e reciclada, já a quantidade 3. PIRÂMIDES
de energia vai diminuindo a medida que passa dos As relações tróficas entre os diferentes níveis po-
produtores para os consumidores. Esse fenômeno dem ser representadas graficamente como uma pi-
ocorre pois parte da energia é utilizada para a reali- râmide, essa representação se deve ao fato de ha-
zação dos processos vitais do organismo e outra ver redução da quantidade de energia e, na maioria
parte da energia é perdida na forma de calor para o dos casos, de matéria de um nível trófico para o ou-
ambiente, restando apenas uma parcela da energia tro.
para o nível trófico seguinte. Assim a transferência
de energia é unidirecional, enquanto a matéria
pode ser reciclada, sendo um ciclo.

Nas pirâmides, cada nível trófico, é representado


por um retângulo no qual a dimensão horizontal é
proporcional ao número de indivíduos (Pirâmide de
Número ou Quantidades), a quantidade de matéria
seca (Pirâmide de Biomassa) ou a quantidade de
energia (Pirâmide de Energia).

Entretanto as relações em um ecossistema nem


sempre ocorrem de forma tão simples e linear, o
mais comum é a interação entre diversas cadeias
tróficas e formando um padrão que pode ser deno-
minado teia alimentar.

Pirâmide de Quantidades

Pirâmide de Biomassa

ANGLOVINCI VESTIBULARES Biologia ∣ Setor 1451 ∣ 189


TAREFA MÍNIMA

1. (UFPA 2016) Em relação aos níveis de organização


de um ser vivo, a alternativa que contém os termos
que substituem adequadamente os números 1, 2, 3
e 4, sendo
Pirâmide de Energia
Em algumas situações especiais podemos observar Célula (1) (2) Sistema (3) (4) Comunidade
também pirâmides invertidas, como é o caso de
É:
uma pirâmide de números quando o produtor é
muito grande (árvores da floresta amazônica) e po- a) 1 – tecido, 2 – órgão, 3 – corpo, 4 – espécie
dem alimentar diversos herbívoros ou caso esteja b) 1 – órgão, 2 – tecido, 3 – organismo, 4 – ecossis-
em estudo uma pirâmide onde há parasitas em al- tema
gum nível trófico. c) 1 – tecido, 2 – órgão, 3 – organismo, 4 – popula-
ção
d) 1 – organela, 2 – tecido, 3 – corpo, 4 – população
e) 1 – organela, 2 – órgão, 3 – tecido, 4 – órgão

2. (UNISC 2017) Qual das categorias ecológicas citadas


abaixo é constituída por indivíduos da mesma espé-
cie?
Exemplo com parasitismo: a) Comunidade
b) Ecossistema
c) Biosfera
d) População
e) Consumidores primários

3. (PUC-PR 2018) Observe a imagem a seguir.

O último caso de pirâmides invertidas tratasse da


pirâmide de biomassa em ambientes aquáticos, nos
quais a taxa de reprodução do fitoplâncton é tão
elevada que pode dar suporte a uma biomassa
maior de zooplâncton. Essa sequência representa uma cadeia alimentar.
Sobre ela, é possível afirmar que:
a) o lagarto é um consumidor primário.
b) o gafanhoto ocupa o primeiro nível trófico.
c) a cobra ocupa o terceiro nível trófico.
d) o milho representa um decompositor.
e) a quantidade de energia disponível para a cobra
é menor.
Obs: A pirâmide de energia nunca poderá apresen-
tar o padrão invertido, no caso dessa pirâmide a
base sempre tem a maior dimensão horizontal e
há uma redução a cada nível trofico posterior.

190 ∣ Biologia ∣ Setor 1451 ANGLOVINCI VESTIBULARES


4. (FCM-MG 2018) Em uma comunidade biológica, os a) gavião, porque parte da energia transferida vai
seres vivos mantêm diversos tipos de relações se dissipando a cada nível trófico.
quanto à alimentação. Certos tipos de plantas ser- b) sapo, pois ele se alimenta de grande quanti-
vem de alimento para diversas espécies de animais. dade de consumidores secundários.
Alguns pássaros alimentam-se de pequenos ani- c) libélula, pois ela se alimenta diretamente de
mais, outros só comem sementes de capim e ambos consumidores primários.
podem servir de alimento para predadores maiores
d) borboleta, pois a energia vai se acumulando em
e assim por diante. Essa multiplicidade de relações
cada nível trófico.
alimentares existente num ecossistema é conhe-
e) cobra, pois ela se alimenta de consumidores
cida como:
terciários.
a) teia alimentar
b) fluxo de energia
7. (UNISINOS 2017) O esquema abaixo representa
c) cadeia alimentar
uma teia alimentar em que as setas indicam a dire-
d) aporte de biomassa ção em que há transferência de energia de um nível
trófico a outro:
5. (MACKENZIE 2016) Considere o diagrama da pirâ-
mide abaixo que representa uma cadeia alimentar.

A partir da análise desse esquema, podemos afir-


A respeito dessa pirâmide, é correto afirmar que ela mar, corretamente, que os organismos I, III e IV re-
pode representar: presentam, respectivamente:
a) apenas uma pirâmide de energia ou de massa. a) produtor - herbívoro - decompositor
b) apenas uma pirâmide de energia ou de número. b) produtor - carnívoro - decompositor
c) apenas uma pirâmide de massa ou de número. c) decompositor - carnívoro - produtor
d) apenas uma pirâmide de energia. d) herbívoro - onívoro - decompositor
e) pirâmides de energia, de massa e de número. e) herbívoro - carnívoro – onívoro

6. (Enem Libras 2017) A figura mostra o fluxo de ener- 8. (FAMERP 2017) De acordo com alguns conceitos
gia em diferentes níveis tróficos de uma cadeia ali- ecológicos, uma cidade como São José do Rio Preto
mentar. e uma reserva ecológica são ecossistemas. Esta afir-
mação é:
a) incorreta, porque na cidade existem muitos se-
res vivos que não interagem com a parte não
viva do ambiente.
b) incorreta, porque a reserva ecológica é um am-
biente natural, onde alguns seres vivos intera-
gem com a parte não viva do ambiente.
c) incorreta, porque a reserva ecológica é um am-
biente artificial, onde há seres vivos que foram
introduzidos para interagir com a parte não viva
do ambiente.
d) correta, porque nos dois locais existe uma po-
pulação de seres vivos interagindo com a parte
não viva do ambiente.
Entre os consumidores representados nessa cadeia e) correta, porque nos dois locais existe uma co-
alimentar, aquele cujo nível trófico apresenta me- munidade de seres vivos interagindo com a
nor quantidade de energia disponível é o(a): parte não viva do ambiente.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Biologia ∣ Setor 1451 ∣ 191
3. (UEFS 2016) Os organismos vivos e seu ambiente
TAREFA COMPLEMENTAR não vivo ou abiótico estão inseparavelmente inter-
relacionados e interagem entre si. Denomina-se de
sistemas ecológicos ou ecossistemas qualquer uni-
1. (Fuvest 2016) Em relação ao fluxo de energia na bi- dade, biossistema, que abranja todos os organis-
osfera, considere que mos que funcionam em conjunto, a comunidade bi-
• A representa a energia captada pelos produto- ótica, em uma dada área, interagindo como ambi-
res; ente físico de tal forma que um fluxo de energia pro-
• B representa a energia liberada (perdida) pelos duza estruturas bióticas claramente definidas e
seres vivos; uma ciclagem de materiais entre as partes vivas e
• C representa a energia retida (incorporada)
não vivas.
pelos seres vivos. ODUM, Eugene P. Ecologia. São Paulo: Guanabara, 2008, p. 9.

A relação entre A, B e C na biosfera está represen- Analisando-se as informações do texto e com base
tada em: nos conhecimentos a respeito dos ecossistemas,
em geral, é correto afirmar:
a) A < B < C
a) Os fatores abióticos são prescindíveis à manu-
b) A < C < B
tenção da vida.
c) A = B = C
b) A ação dos decompositores é fundamental para
d) A = B + C a reciclagem da energia.
e) A + C = B c) Os heterótrofos, normalmente, são encontra-
dos em estratos desprovidos de energia lumi-
2. (SANTA MARCELINA-MED 2016) Analise a teia eco- nosa.
lógica. d) Os componentes bióticos autotróficos têm
como objetivo produzir alimentos para todos os
outros níveis tróficos do ecossistema.
e) Em sua estrutura, há um estrato autotrófico
constituído de organismos clorofilados que po-
dem ser encontrados em reinos distintos.

4. (UFRGS 2016) Considere as seguintes afirmações


sobre níveis tróficos.
I. Os herbívoros alimentam-se de organismos que
se encontram em vários níveis tróficos.
a) De acordo com a teia ecológica, escreva a ca- II. Os detritívoros, por se alimentarem de restos
deia alimentar formada por cinco níveis trófi- de outros organismos, não fazem parte das ca-
cos. deias alimentares.
b) Considerando as relações tróficas contidas III. A principal fonte de energia dos organismos
nessa teia, teria maior chance de sobrevivência produtores é a energia solar.
nesse ambiente a ave ou a serpente? Justifique Quais estão corretas?
sua resposta, baseando-se na teia fornecida.
a) Apenas I.
b) Apenas III.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

192 ∣ Biologia ∣ Setor 1451 ANGLOVINCI VESTIBULARES


5. (UERJ 2017) O Parque Nacional de Yellowstone é considerado o habitat selvagem dos EUA com maior variedade
de megafauna. Depois de 70 anos ausentes, os lobos cinzentos foram reintroduzidos nesse espaço, causando
grande impacto no ecossistema. A figura abaixo ilustra uma teia alimentar do parque, após a reintrodução dos
lobos.

Explique por que a reintrodução dos lobos provoca redução das espécies A e B.

Pesquisadores observaram que, em menos de dez anos, diminuiu a erosão do solo no parque. Indique o efeito
da reintrodução dos lobos sobre as populações de alces, veados e plantas de que estes se alimentam. Aponte,
ainda, de que forma essas plantas atuam na redução da erosão do solo.

6. (UEPG 2016) Em relação ao fluxo de energia nos 7. (Unicamp 2017)


ecossistemas, assinale o que for correto.
01) Toda a energia produzida pelos organismos fo-
tossintetizantes é liberada ao ambiente como
forma de O2, CO2 e calor, permitindo, assim, a
sobrevivência dos demais indivíduos da cadeia
alimentar.
02) A transferência de energia na cadeia alimentar
é unidirecional, iniciando-se com a captação de
energia luminosa pelos produtores e termi- A figura acima mostra duas reações perante os in-
nando com a ação dos decompositores. setos mencionados, sob pontos de vistas diferen-
04) Nas pirâmides de energia, a base representa o tes.
nível trófico dos organismos decompositores, a) Construa uma teia alimentar completa que in-
seguida dos carnívoros e dos herbívoros, sendo clua os organismos retratados na figura.
que os produtores se localizam no topo da pirâ- b) Considerando que insetos são, em geral, pobres
mide, com maior nível de energia. em gorduras e açúcares, qual é a principal fonte
08) Em uma cadeia alimentar, a quantidade de de energia oriunda da ingestão de formigas? O
energia presente em um nível trófico é sempre que acontece com esse nutriente no estômago
maior que a energia que pode ser transferida ao humano?
nível seguinte, já que parte da energia é consu-
mida para a manutenção da própria vida e não
é transferida ao nível trófico seguinte.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Biologia ∣ Setor 1451 ∣ 193


8. (Fuvest 2017) Recentemente, pesquisadores desco- Para combater parasitas que têm consumido a ve-
briram, no Brasil, uma larva de mosca que se ali- getação de Paris, a prefeitura distribuiu aos mora-
menta das presas capturadas por uma planta carní- dores 40.000 larvas de joaninhas, predador natural
vora chamada drósera. Essa planta, além do nitro- desses organismos e que pode substituir pesticidas.
gênio do solo, aproveita o nitrogênio proveniente (Veja, 05.04.2017. Adaptado.)
das presas para a síntese proteica; já a síntese de
carboidratos ocorre como nas demais plantas. As
larvas da mosca, por sua vez, alimentam-se dessas
mesmas presas para obtenção da energia necessá-
ria a seus processos vitais.

Com base nessas informações, é correto afirmar A pirâmide de biomassa, a pirâmide de energia e a
que a drósera: barra que representa as joaninhas são:
a) e a larva da mosca são heterotróficas; a larva da a) I, II e 3.
mosca é um decompositor. b) II, II e 3.
b) e a larva da mosca são autotróficas; a drósera é c) I, II e 2.
um produtor. d) II, III e 1.
c) é heterotrófica e a larva da mosca é autotrófica; e) III, III e 2.
a larva da mosca é um consumidor.
d) é autotrófica e a larva da mosca é heterotrófica; 11. (UFRGS 2018) Observe o diagrama abaixo que re-
a drósera é um decompositor. presenta uma teia alimentar.
e) é autotrófica e a larva da mosca é heterotrófica;
a drósera é um produtor.

9. (Fuvest 2018) As figuras I e II mostram pirâmides


ecológicas de biomassa para dois ecossistemas.

Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirma-


ções abaixo, referentes à teia alimentar.
( ) O pássaro pode ocupar tanto o segundo como
o terceiro nível trófico.
P = Produtor
( ) O rato e a lagarta são consumidores primários
CP = Consumidor Primário e estão no segundo nível trófico.
CS = Consumidor Secundário
( ) Três níveis tróficos ocorrem na teia.
CT = Consumidor Terciário
( ) A coruja é consumidora secundária e está no
a) Indique um ecossistema que cada uma dessas segundo nível trófico.
pirâmides de biomassa possa representar.
A sequência correta de preenchimento dos parên-
b) Desenhe as pirâmides de energia correspon-
teses, de cima para baixo, é:
dentes às pirâmides de biomassa, para os dois
ecossistemas indicados. a) V – V – F – F
b) F–F–V–F
10. (Unesp 2018) Considere a notícia sobre o controle c) V–F–F–V
biológico de pragas adotado pela prefeitura de Pa- d) V–V–F–V
ris e as pirâmides ecológicas apresentadas logo a e) F–V–V–V
seguir.

194 ∣ Biologia ∣ Setor 1451 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Tema 4
GABARITO
Tarefa mínima
1. C 2. D 3. E 4. A
Tema 1
5. C 6. A 7. B 8. E
Tarefa Mínima
Tarefa Complementar
1. E 2. B 3. B 4. B 5. D 6. 01 + 04 + 08 = 13
1. D
Tarefa Complementar 2. a) planta aquática mosca libélula rã serpente
1. D 2. A 3. C 4. 16 5. A b) A ave teria maior chance de sobrevivência do que
6. B 7. C 8. D 9. D a serpente, por apresentar nutrição mais genera-
lista, alimentando-se de peixes e anfíbios. A ser-
Tema 2 pente alimenta-se apenas de anfíbios.
3. E
Tarefa Mínima 4. B
1. B 2. B 3. C 4. D 5. C 5. Com a redução da população de coiotes, haverá
crescimento da população de castores e ratos, au-
Tarefa Complementar mentando o consumo dos vegetais A e B.
1. Característica: vírus normalmente invadem e utili- A reintrodução dos lobos reduziu a população de al-
zam células para se reproduzir. Enzimas: de restri- ces e veados, aumentando a população das plantas
ção; DNA - ligase. C e D.
2. B Uma das respostas:
3. B - as raízes das plantas retêm o solo;
4. 08 - a presença das plantas aumenta a proteção do
5. B solo.
6. 02 + 16 = 18 6. 02 + 08 = 10
7. a)
Tema 3

Tarefa Mínima
1. D 2. B 3. A 4. A 5. B 6. D 7. A
b) A ingestão das formigas fornece proteínas como
Tarefa Complementar
fonte de energia. No estômago humano, as proteí-
1. E 2. C 3. B 4. C 5. D nas são hidrolisadas e desdobradas em peptídeos
6. A seleção natural é o fator evolutivo que age sobre menores, sob a ação da enzima pepsina.
as variações, preservando aquelas que são favorá- 8. E
veis para a sobrevivência e reprodução das espé-
9. a) Pirâmide I: ecossistema terrestre
cies. Os machos com os "chifres" maiores, designa-
Pirâmide II: ecossistema aquático
dos por G, obtêm maior sucesso na cópula e trans-
mitem esse traço para a maioria dos descendentes Na pirâmide II a biomassa dos produtores P é me-
machos, configurando a ação da seleção sexual. nor do que a biomassa dos consumidores primários,
porém os produtores se reproduzem mais rapida-
7. B
mente e suprem as necessidades alimentares dos
8. a) Segundo Lamarck as transformações evolutivas
consumidores primários.
ocorriam por modificações de órgãos devido ao uso
b) Em ambos os ecossistemas a pirâmide de energia
e desuso. Essas modificações adquiridas passariam
é a mesma:
para as próximas gerações hereditariamente.
b) Para Lamarck, o meio ambiente impõe a necessi-
dade para a mudança de órgãos. Segundo a de Dar-
win e a de Wallace, o meio seleciona as variações
mais vantajosas que permitem melhor capacidade
de sobrevivência e reprodução. 10. B
11. A

ANGLOVINCI VESTIBULARES Biologia ∣ Setor 1451 ∣ 195


LÍNGUA PORTUGUESA
1 CONCEITOS BÁSICOS: LÍNGUA/LINGUAGEM – SEMÂNTICA

PROPOSTA DE AULA

Apresentação de conceitos básicos relacionados à Lin-


guística e à Semântica com destaque para a terminolo-
gia vinculada aos aludidos campos de estudo da Língua.

ANOTAÇÕES

196 ∣ Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ANGLOVINCI VESTIBULARES


EXERCÍCIOS

1. (UFRRJ) Esparadrapo
Há palavras que parecem exatamente o que que-
rem dizer. “Esparadrapo”, por exemplo. Quem que-
brou a cara fica mesmo com cara de esparadrapo.
No entanto, há outras; aliás, de nobre sentido, que
parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo,
“incunábulo”.
QUINTANA, Mário. Da preguiça como método de trabalho. Rio de Janeiro,
Globo. 1987. p.83.

incunábulo: (do lat. incunábulo, berço). Adj. 1- Diz-


se do livro impresso até o ano 1500/S.m2 – começo,
origem.

A locução “no entanto” tem importante papel na


estrutura do texto. Sua função resume-se em:
a) ligar duas orações que querem dizer a mesma
coisa.
b) separar acontecimentos que se sucedem cro-
nologicamente.
c) ligar duas observações contrárias acerca do
mesmo assunto.
d) apresentar uma alternativa para a primeira
ideia expressa.
e) Introduzir uma conclusão após argumentos
apresentados.

2. (PUCMG) Em todas as alternativas, a mudança pro-


posta para o período em destaque alterou o seu
sentido, exceto em:
a) Ele levantou lentamente os olhos para ver o
céu. / Ele levantou os olhos para ver o céu len-
tamente.
b) Devo encontrá-lo apenas no shopping. / Devo
apenas encontrá-lo no shopping.
c) O meu pedido foi só que ele estivesse aqui no
horário marcado. / O meu pedido foi que ele es-
tivesse aqui só no horário marcado.
d) Ele disse que necessariamente conseguiria re-
sultados para a pesquisa. / Ele disse que conse-
guiria necessariamente resultados para a pes-
quisa.
e) Cármen gosta de pensar muito antes de agir. /
Cármen gosta muito de pensar antes de agir.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ∣ 197


3. Leia o fragmento do poema “Evocação do Recife”, 5. Quanto ao emprego dos “porquês”, as expressões
em que o autor, Manuel Bandeira, fala sobre a Lín- destacadas estão corretamente empregadas em:
gua Portuguesa, e responda: 1) Os pacientes não entenderam o por que da de-
mora no atendimento.
“A vida não me chegava nem pelos jornais nem pe-
los livros/Vinha da boca do povo na língua errada 2) Por que todos os voos programados para hoje
do povo/Língua certa do povo? Por que ele é que foram cancelados?
fala gostoso o português do Brasil/Ao passo que 3) Porque chovia torrencialmente, todos os voos
nós/O que fazemos / É macaquear/A sintaxe lusí- programados para hoje foram cancelados.
ada.” 4) Entenda o porquê de tantos movimentos soci-
(MELO MESQUITA, Roberto. Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo, Ed. Sa- ais no ano de 2013.
raiva.6. ed.1997.p.48.)
5) Não ir à aula hoje? Por quê?
a) Para o poeta, qual deveria ser, na verdade, a lín-
a) 1, 2, 3, 4 e 5.
gua falada pelo povo?
b) 2, 3 e 5.
c) 2, 3, 4 e 5.
d) Apenas 1 e 4.
e) 2, 4 e 5.

6. (PROMUN) Os sinônimos de “exilado”; “sustentar”


e “banimento” são, respectivamente:
b) Por que se diz que a língua do povo é errada? E,
a) degradado – sustar – prescrição
logo em seguida, é certa?
b) degredado – sustar – proscrição
c) degredado – suster – proscrição
d) degradado – suster – prescrição
e) degredado – sustar – proscrição

7. Leia o trecho abaixo. Trata-se de um exemplo de


“ambiguidade”.
4. Indique a alternativa através da qual as palavras
complementam, corretamente, os espaços das fra- “A mãe pediu à filha que arrumasse o seu quarto.”
ses abaixo.
a) Explique de que formas a frase acima pode ser
• - O adultério foi _______ do Código Penal.
interpretada.
• - O congestionamento na Av. Paulista paralisou
o _______ de veículos por duas horas.
• - Ao beber e dirigir, o condutor está _______ as
leis de trânsito.
• - Os condenados foram presos em _______ ao
tentarem assaltar a residência.
b) Reescreva-a de maneira a evitar a ambiguidade.
a) descriminado – tráfego – infringindo – flagrante
b) descriminado – tráfico – infringindo – fragrante
c) discriminado – tráfego – infligindo – fragrante
d) descriminado – tráfego – infligindo – flagrante
e) discriminado – tráfico – infligindo – fragrante

198 ∣ Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ANGLOVINCI VESTIBULARES


LEITURA TAREFA MÍNIMA

1. LÍNGUA/LINGUAGEM 1. (FEI) Identifique a alternativa que completa corre-


A Linguagem representa um conjunto de símbolos tamente as lacunas:
(fala, sinais, imagens, sons) de que o homem se uti-
“ _______ com discrição quanto à existência do
liza para estabelecer a comunicação. Língua é uma
_______, hoje com as paredes _______ e apresen-
modalidade de linguagem. É composta de princí-
tando perigo _______ de desabamento.”
pios (regras) que possibilitam a comunicação ver-
bal. a) Hajo, celeiro, ruças, eminente
b) Ajo, celeiro, russas, eminente
2. LINGUÍSTICA/GRAMÁTICA/SEMÂNTICA c) Ajo, celeiro, ruças, iminente
A Linguística é a parte da Semiótica (ciência que es- d) Ajo, seleiro, ruças, eminente
tuda os sistemas de signos – evidência cultural de
e) Ajo, celeiro, russas, iminente
um povo) que estuda o “signo” da comunicação ver-
bal. A Língua. A Gramática estuda a comunicação
verbal (Fonética, Morfologia, Sintaxe) de uma de- 2. (MACKENZIE) Aponte a alternativa que completa
terminada língua. A Gramática da Língua Portu- corretamente as lacunas da frase de acordo com a
guesa, por exemplo. significação das palavras:

A Semântica é a parte da Linguística que estuda o “Devido à forte _______, os passageiros do avião
significado, o sentido das palavras que compõem o _______ o passo, atravessaram a pista do aero-
léxico (vocabulário) de uma língua. porto, mas não puderam escolher os _______;
_______ logo as cortinas, para não ver a embaçada
ORIENTAÇÕES tarde.”
Signo linguístico: unidade linguística (palavra) que
possuí um significante (a sua forma. É o que se vê; a) cerração, apressaram, assentos, cerraram
o que se ouve); um significado (o seu conteúdo. É o b) serração, apressaram, acentos, cerraram
que significa). c) cerração, apreçaram, assentos, serraram
Polissemia: do grego “polýssemos, “que tem mui- d) cerração, apressaram, assentos, serraram
tos significados”. O Vocabulário português é, por e) serração, apreçaram, acentos, cerraram
natureza, polissêmico. Assim, uma palavra haverá
de apresentar o sentido “denotativo”; ou seja, real, 3. (PUCSP) Identifique a alternativa que propõe a
literal, objetivo e o sentido “conotativo”; qual seja, substituição dos termos ou das expressões em des-
virtual, figurado, subjetivo, contextual. taque, sem que haja alteração do sentido da sen-
tença apresentada a seguir:

“Parecia ESTAR PRESTES A ACONTECER a desclassi-


ficação, pois os jogadores demonstraram usar mé-
todos POUCO SÁBIOS na REALIZAÇÃO dos prepara-
tivos finais para a partida decisiva.”

a) eminente, incípidos, concecussão


b) eminente, insipientes, consequência
c) eminente, insípidos, concecussão
d) iminente, insipientes, consecução
e) iminente, incipientes, consequência

ANGLOVINCI VESTIBULARES Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ∣ 199


4. (Fuvest) Explique a diferença de sentido entre:
a) Ele invocou o argumento precedente. TAREFA COMPLEMENTAR
b) Ele invocou o argumento procedente.
1. (FAFEOD-MG adaptada) Aponte a alternativa que
5. (Fuvest) “Os atuais simuladores de voo militares es- representa as duas sequências que contêm erros or-
tão em condições não apenas de exibir uma imagem tográficos:
“realista” da paisagem sobrevoada, mas também I. ressarcir, seção (divisão), viagem, divirjo (pres.
de confrontá-la com a _______ obtida dos radares.” do indicativo);
II. dissídio, praxe, açude, tacha (prego pequeno);
O termo que preenche adequadamente a lacuna do
texto é: III. endosso, gesto, ressalva, vultoso (inchado);
a) iconologia IV. cassar (anular), despercebido (desatento), rati-
ficar (confirmar), acender (pôr fogo);
b) iconoclastia
V. fluir (desfrutar), vultuoso (volumoso), cela (cu-
c) iconografia
bículo), apreçar (avaliar preços).
d) iconofilia
e) iconolatria a) I e II.
b) I e V.
c) III e IV.
d) IV e V.
e) III e V.

2. Aponte a alternativa errada:


a) Escreve-se ‘estender’, ‘extensor’ e deve-se es-
crever ‘extensão’.
b) Se a grafia é ‘ascensor’, ‘ascensorista’, então
deve ser ‘ascensão’.
c) Se a grafia correta é ‘pajé’, ‘jenipapo’, então
deve ser ‘jerimum’.
d) Se é correto ‘excepcional’, também é certo ‘ex-
ceção’ e ‘excecivo’.
e) Escreve-se ‘analisar’, ‘civilizar’, então devemos
escrever ‘simpatizar’.

3. (Osec) Aponte a alternativa que completa correta-


mente as lacunas da frase apresentada:

“Em época de eleições, é grande a _______ política


e são frequentes as _______ acaloradas.”

a) efervescência, discussões
b) efervescência, discuções
c) efervessência, discussões
d) efervecência, discussões
e) efervecência, discuções

200 ∣ Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ANGLOVINCI VESTIBULARES


2 ACENTUAÇÃO GRÁFICA

PROPOSTA DE AULA

Estudo da acentuação gráfica da Língua Portuguesa.


Destaque para as alterações ocorridas após a assinatura
(16/12/1990) e vigência do Acordo Ortográfico da Lín-
gua Portuguesa (01/01/2009).

ANOTAÇÕES

ANGLOVINCI VESTIBULARES Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ∣ 201


EXERCÍCIOS

1. (Fuvest) Reescreva o texto, acentuando correta-


mente os vocábulos cujos acentos foram omitidos.

“De um rir irado, estridulo e sardonico/Que, como a


seta, me transpasse as fibras/De um rir danado, que
me inspira furias,/As vezes gosto.”
(Junqueira Freire)

2. (Vunesp-adaptada) A alternativa em que todas as


palavras devem ser acentuadas graficamente é:
a) móvel, cascavel, síntese, semáforo, odor
b) avaro, austero, gratuito, ruído, éter
c) graúdo, fêmur, destróier, ínterim, Mário
d) ureter, cateter, miséria, fluido (substância ole-
osa), aparelho
e) coroa, flor, urutu, amendoim, grau

3. (SANTA CASA) As silabadas, ou erros de prosódia,


são frequentes no uso da língua. Assinale a alterna-
tiva em que não ocorre silabada alguma:
a) Eis aí um protótipo de rúbrica de um homem
vaidoso.
b) Os arquétipos de iberos são mais pudicos que
se pensa.
c) Para mim, a humanidade está dividida em duas
metades: a dos filântropos e a dos misantropos.
d) Nesse ínterim chegou o médico com a conta-
gem dos leocócitos e o resultado da cultura de
levêdos.
e) Ávaro de informações, segui todas as pegadas
do éfebo.

202 ∣ Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ANGLOVINCI VESTIBULARES


4. Preencha as lacunas com a forma adequada:
LEITURA
“Os pais _______ na tv que os desenhos animados
_______ grande influência sobre seus filhos, mas
_______ , também, que faz parte da infância.” 1. ACORDO ORTOGRÁFICO
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi assi-
a) vêm, tem, crêm nado em 16 de dezembro de 1990 por todos os países
b) vem, tem, crêem que utilizam o português como língua oficial. São eles:
c) vêm, têm, crêem Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. O
d) veem, têm, creem
Brasil, através do Congresso Nacional, aprovou-o em
e) veem, tem, creem 18 de abril de 1995 (Decreto Legislativo n. 54). Foi,
posteriormente, ratificado oficialmente como medida
executiva com a assinatura do então Presidente da
5. (Fuvest-adaptada) Assinale a alternativa em que to- República em 29 de setembro de 2008, com início de
das as palavras foram acentuadas corretamente: vigência estabelecido para 1. de janeiro de 2009 e
com um período de adaptação até 2012.
a) Tietê, órgão, chapeuzinho, estréia, advérbio
b) fluido, anzóis, Tatuí, armazém, caráter
2. REGRAS DE ACENTUAÇÃO
c) saúde, melância, fortuito, amendoim
ORIENTAÇÕES
d) cipó, cafezinho, útil, Itú • O alfabeto da Língua Portuguesa apresenta 26
e) canôa, heroísmo, lêem, Sergipe, bambu letras. As letras: K, W, Y passaram a integrar o
nosso alfabeto.
• Dá-se o nome de “sílaba tônica” àquela de so-
6. (USF) “Ele _______ uma bela mansão, que _______ noridade mais acentuada na palavra.
pela riqueza de sua _______.” I) Palavras proparoxítonas (sílaba tônica: antepe-
a) possuía, facinava, fachada núltima):
b) possuía, fascinava, faixada Todas são acentuadas.
c) possuia, facinava, faixada Exemplos: gráfico, Atlântico, médico, máquina,
d) possuía, fascinava, faixada lógico, pássaro, lâmpada, quilômetro, límpido,
devêssemos, público, fôlego, louvaríamos, lâ-
e) possuía, fascinava, fachada mina, gótico, pêndulo, azáfama, barbitúrico
etc.
II) Palavras paroxítonas (sílaba tônica: penúl-
7. (Unicamp-adaptada) Por ocasião da comemoração tima):
do dia dos professores, foi veiculada a seguinte pro- São acentuadas quando finalizam em ditongos:
paganda, assinada por uma grande corporação de
Exemplos: jóquei, tênue, túneis, vácuo, órgão,
ensino:
subúrbio, insônia, vigência, memória, órfão,
Parabéns [Pl. de parabém] S.m. pl. 1. Felicitações, história, falácia, pônei, ilusório, superfície,
congratulações. 2. Oxítona terminada em ens, sem- água, Mário, páscoa, série, glória, ígneo, mágoa
pre acentuada. Acentuam-se também as termina- etc.
das em a, as, e, es, o, os e em. Quando finalizam em:
• L: fácil, ágil, túnel, crível, cível, têxtil, táctil,
Para a homenagem do Dia do Professor ser com- hábil, difícil, afável etc.
pleta, a gente precisava ensinar alguma coisa.” • r: revólver, âmbar, açúcar, vômer, éter, ca-
a) Observe os itens 1 e 2 do verbete ‘parabéns’. Há ráter, díspar, pôquer, fêmur, Bolívar etc.
diferenças entre eles. Aponte-as. • x: látex, fênix, xérox (ou xerox), córtex, sí-
b) Levando em conta o enunciado que está abaixo lex, bóxer, hélix, dúplex (ou duplex), clímax,
do verbete, a quem se dirige tal propaganda? Félix etc.
• n: próton, íon, hífen, cânon, lúmen, nêu-
tron, elétron, cátion, alúmen, abdômen etc.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ∣ 203
Obs. Plural “ens”, sem acento: hifens, itens, Em palavras paroxítonas, perdem o acento.
edens, dolmens; plural “ons”, com acento: pró- Exemplos: assembleia, ideia, Coreia, alca-
tons, elétrons, íons, cátions ... teia, boleia, jiboia, heroico, paranoia, joia,
• um (uns), us: vírus, álbum, álbuns, vênus, boia, jerandeua (tipo de árvore), araran-
bônus, médiuns, ânus, sérum, séruns, ônus deua (idem) etc.
etc.
• i(s): beribéri, júri(s), lápis, tênis, pênis, mio- b) Hiatos no interior da palavra formados por
sótis, íris, dândi, clitóris, táxi(s) etc. i(s); u(s):
• ã(s), om: órfã(s), ímã(s), dólmã(s), rádom, Exemplos: saída, faísca, raízes, juízes, con-
iâncom etc. tribuímos (contribuir), ruína, egoísta, cafe-
ína, heroína, saúde, balaústre, viúvo, pe-
• ps: fórceps, bíceps, tríceps, Quéops etc.
úga, ciúme, semiústo, ataúde, carnaúba
Obs. As vogais tônicas em hiatos (oo); (ee) não etc.
são mais acentuadas.
Exceções: Quando seguidos por nh, l, m, n, r, z,
Exemplos: enjoo, voo, abençoo, coo (coar),
i, u, quando precedidos de ditongo ou for-
leem, veem (ver), creem, deem etc.
mando-o.
III) Palavras oxítonas (sílaba tônica: última): Exemplos: rainha, tainha, Raul, Saul, ruim,
São acentuadas quando finalizam (monossíla- Coimbra, oriundo, ainda, cair, sairdes (sair), de-
bos ou não) em: miurgo, raiz, juiz, vadiice, xiita, juuna, baiuca,
• a(s): sofá(s), ás, atrás, maracujá(s), más, já, feiura, alauita (exceções: guaíba, guaíra – diton-
pá, cajá(s), babá(s), há (haver), amá-la, atá- gos crescentes), atraiu (atrair), pauis (plural de
la (atar) etc. paul) etc.
• e(s): café(s), até, fé, ralé, jacaré(s), pé(s),
c) Acento diferencial
sapê (ou sapé), José, português, fê-los (fa-
zer) etc. O acento diferencial foi revogado. Porém,
mantido em algumas exceções. São as se-
• o(s): avó(s), avô(s), cipó(s), sós, pó, pa-
guintes: pôr (v) – por (prep.); pôde (pret.
letó(s), retrós, robô(s), dominó(s), pô-los
perf. ind.) – pode (pres. ind.). As grafias fô-
(pôr) etc.
rma (subst.)- forma (v.); dêmos (pres. in-
• em (ens): vintém, também, parabéns, ha-
dic.) – demos (pret. perf. indic.) são opcio-
rém (éns), refém, recém, conténs (conter),
nais.
armazém (éns), alguém, além etc.
Obs. O trema como acento gráfico foi revo-
Obs. Verbos “ ter” e “vir”: ele tem, eles têm (di- gado. Mantém-se apenas em nomes pró-
ferencial); ele vem, eles vêm (diferencial). Ver- prios estrangeiros e nos comuns deles deri-
bos derivados de “ter” e “vir”: deter, conter, en- vados. Exemplos: Müller, Hübner, citroën,
treter, reter; advir, provir, sobrevir, intervir. Ele über, göthiano etc.
detém (oxítona term. “em”), eles detêm (oxí-
tona term. “em” e diferencial); ele intervém Obs. Os verbos “arguir” e “redarguir” per-
(oxítona term. “em”), eles intervêm (oxítona dem o acento agudo no “u” tônico nas fle-
term. “em” e diferencial). xões rizotônicas (sílaba tônica na raiz da pa-
lavra). Assim, argui, arguis, arguem, redar-
Obs. Oxítonas terminadas em “i(s)”; “u(s)” gui, redarguis, redarguem.
quando formarem hiatos. Exemplos: Itajaí, Jun-
diaí, açaí(s), distribuí-lo (distribuir), país, Itaú, Obs. Os verbos terminados em “guar”,
Tambaú, Jaú, baú(s), Anhangabaú etc. “quar”, “quir” aceitam as flexões pronunci-
adas com acento tônico na sílaba “u” (sem
IV) Regras Especiais acento) ou, como no Brasil, na sílaba ante-
a) Ditongos abertos: éi; éu; ói: rior. Assim, enxaguo ou enxáguo; obliquo
Em palavras oxítonas, mantêm o acento. ou oblíquo; delinquo ou delínquo.
Exemplos: anéis, papéis, fiéis, véu, céu, cha-
péu, ilhéus, troféu, herói, constrói, anzóis
etc.

204 ∣ Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. (FAFEOD-MG) Indique a alternativa que contém
TAREFA MÍNIMA duas palavras oxítonas, duas paroxítonas e duas
proparoxítonas:
1. (MACKENZIE) Aponte a alternativa em que haja a) anil, zebu, rubrica, vício, ibero, infância.
uma palavra incorretamente grafada. b) metro, rapidez, nobel, vende, espontâneo, car-
a) Para pôr em evidência o personagem principal bônico.
e repor a equipe da faxina, o diretor do filme c) rosa, funil, avaro, régua, remédio, capítulo.
gastou dois milhões de dólares. d) circuito, amálgama, prótese, douto, narciso, Sí-
b) As forças governistas fazem concessões só com sifo.
o propósito de que o líder apazigue a rebelião. e) talvez, melhor, reles, meteoro, bêbedo, coá-
c) Por que a análise do porque tem gerado dúvi- gulo.
das a todos os alunos interessados nesse as-
sunto? Por quê? 4. Aponte a alternativa correta:
d) Os comerciantes estreiam um produto novo a) esferóideo, Méier, debiloide, epopeia.
através da exibição de letreiros na fachada as-
b) réis (plural de rei), destrói, panaceia, heroico.
cendente dos prédios.
c) tireoideo, urubu, tatu, jujuba.
e) A frequência assídua dos alunos no curso de lin-
guística deve-se à tranquilidade do ambiente e d) pínguela, baínha, cairmos, Coréia.
à eloquência dos professores. e) anel, amasíado, xuxu, Gravataí.

2. Leia o texto de Manuel Bandeira e responda ao que 5. Preencha as lacunas com a forma verbal adequada:
se pede: • As empresas mineradoras _______ os direitos
“O Bicho de prospecção da área assinalada no mapa.
Vi ontem um bicho • O problema _______ de sua errática postura.
Na imundície do pátio • _______ que sejas muito prudente diante de tal
Catando comida entre detritos. situação.
Quando achava alguma coisa, • A família inteira _______ do nordeste do país.
Não examinava nem cheirava: a) detêm, advém, convém, provém
Engolia com voracidade. b) detém, advêm, convém, provêm
O bicho não era um cão, c) detém, advém, convêm, provém
Não era um gato, d) detêm, advêm, convém, provêm
Não era um rato. e) detêm, advém, convém, provêm
O bicho, meu Deus, era um homem.”
(Manuel Bandeira)
(Gramática da Língua Portuguesa – Roberto Melo Mesquita. Ed. Saraiva. 6. Ed.
1997, p.118).

a) Retire do texto duas palavras paroxítonas acen-


tuadas e duas não-acentuadas.
b) Retire dos três primeiros versos os monossíla-
bos átonos e o único tônico.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ∣ 205


TAREFA COMPLEMENTAR

1. (FGV adaptada) Explique a necessidade do acento


diferencial, fundamentando-se na frase: “Juan Di-
ego sensibilizou-se com os materiais ( ... ) e lhes da
vida com uma naturalidade impressionante.”

2. (UNIFESP adaptada) Das alternativas abaixo, apenas


uma delas traz uma palavra cuja acentuação foi re-
tirada, de acordo com as Novas Regras de Ortogra-
fia. Assinale-a.
a) assembleia
b) próprios
c) país
d) renováveis
e) Hanói

3. (EEAER 2017-banca aeronáutica adaptada) As pala-


vras abaixo estão corretamente acentuadas em:
a) ruína, aínda, xiíta, raínha.
b) feiúra, saúde, paúl, saúdam.
c) ânsia, bênção, bônus, cônsul.
d) paranóia, herói, alcatéia, destrói.
e) Capitú, Marília, Crusoé, Macunaíma.

4. Assinale a alternativa que apresenta palavras que


perderam o acento em decorrência do Novo Acordo
Ortográfico:
a) pôr (verbo), pelo
b) pára (v. parar), pólo (extremidade do planeta).
c) pôde (pretérito perfeito indicativo), pêra
d) pôr de sol, pôlo (ave)
e) côa (v. coar), pôr (verbo)

206 ∣ Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3 MORFOLOGIA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS

PROPOSTA DE AULA

Estudo dos principais campos de atuação da Gramática,


com destaque para a Morfologia (classes gramaticais) e
para os processos básicos de formação de palavras da
Língua Portuguesa.

ANOTAÇÕES

ANGLOVINCI VESTIBULARES Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ∣ 207


EXERCÍCIOS

1. (UFMG) Em que alternativa a palavra em destaque


resulta de derivação imprópria?
a) Às sete horas da manhã começou o trabalho
principal: a “votação”.
b) Pereirinha estava mesmo com a razão. Sigilo ...
Voto secreto ... “Bobagens”, bobagens!
c) Sem radical “reforma” da lei eleitoral, as elei-
ções continuariam sendo uma farsa!
d) Não chegaram a trocar um “isto” de prosa, e se
entenderam.
e) Dr. Osmírio andaria desorientado, senão bu-
fando de raiva

2. (Unesp) As palavras “perda”, “corredor”, e “saca-ro-


lhas” são formadas, respectivamente, por:
a) derivação regressiva, derivação sufixal, compo-
sição por justaposição.
b) derivação regressiva, derivação sufixal, deriva-
ção parassintética.
c) composição por aglutinação, derivação paras-
sintética, derivação regressiva.
d) derivação parassintética, composição por justa-
posição, composição por aglutinação.
e) composição por justaposição, composição por
aglutinação, derivação prefixal.

3. (UFGO) Encontra-se escrito, em um dos muros de


Goiânia, o seguinte grafito:

“I love you como ninguém loveu.”

Da forma como está grafado, o termo “loveu” não


pertence à estrutura da Língua Inglesa nem à da Lín-
gua Portuguesa. Explique, então, através de que
mecanismos esta construção se tornou possível?

208 ∣ Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ANGLOVINCI VESTIBULARES


4. (UFCE-adaptada) Sobre a formação das palavras,
aponte as indicações corretas: LEITURA
a) barbeiro: palavra composta.
b) oficial: palavra formada por sufixação. O estudo da Gramática se subdivide em três campos de
c) barbear: palavra primitiva. atuação: Fonética (som, pronúncia, acentuação e grafia
d) pequenino: palavra formada por prefixação. das palavras); Morfologia (estrutura, formação, classifi-
cação e flexão das palavras); Sintaxe (emprego, regên-
e) guarda-livros: palavra formada por aglutinação. cia, concordância, colocação das palavras e estrutura-
ção de orações e períodos). Estudaremos inicialmente a
5. Aponte a alternativa que apresenta a correta defi- Morfologia (‘morfo’= forma; ‘logia’= estudo). Principal-
nição do processo de formação da palavra: mente, a formação das palavras (processos) e a sua clas-
a) adorável – derivação por prefixação. sificação (classes gramaticais).
b) recomposição – derivação parassintética.
c) Fonseca – composição por justaposição. FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
d) Governar é preciso; esperar, também. – deriva- A palavra, menor unidade de uma frase, é constituída
por sons (fonemas) e morfemas (elementos constituti-
ção imprópria.
vos da palavra: raiz, radical, tema, afixo, desinências). O
e) joão-ninguém – composição por aglutinação. destaque fica para o conceito de “radical” (elemento de
significação básica de uma palavra. Ex. ‘bio’ = vida,
6. Aponte a alternativa correta: como em biologia, biografia; ‘aero’ = ar, como em aero-
a) Sagarana e caferana são exemplos de hibri- nave, aeroporto) e “afixo” (partícula gramatical que se
agrega ao radical. Antes dele, prefixo; depois, sufixo, ou
dismo.
a ele se intercala, infixo).
b) vinagre e surdo-mudo são exemplos de compo-
sição por justaposição.
PROCESSOS DE FORMAÇÃO
c) telhado e amparo são exemplos de derivação
A Língua não é um organismo morto. Está sujeita a
regressiva. transformações. Assim, o Léxico (vocabulário) altera-se,
d) cultura e remexer são exemplos de prefixação. ao longo do tempo, com a presença de “estrangeiris-
e) amolecer e empalidecer são exemplos de sufi- mos”, “neologismos”, com a criação de novas palavras.
xação. A formação de “novas” palavras é resultado da ação de
“cinco” processos principais: derivação, composição, hi-
bridismo, abreviação e onomatopeia.
7. (ITA-SP) Considere as seguintes significações, res-
pectivamente: “nove ângulos”; “governo de pou- 1. DERIVAÇÃO: Consiste em criar uma nova palavra a
cos”; ”som agradável”; “dor de cabeça” partir de outra já existente, através de acréscimo de
a) pentágono, plutocracia, eufonia, mialgia. um “afixo” (prefixo ou sufixo).
b) eneágono, oligarquia, eufonia, cefalalgia.
Tipos de Derivação:
c) non-angular, democracia, cacofonia, dispneia.
a) Prefixal (prefixação): Presença de um prefixo
d) eneágono, aristocracia, sinfonia, cefalalgia. agregado ao radical ou à palavra primitiva. Ex.
e) hendecágono, monarquia, sonoplastia, cefalgia in-feliz, des-leal, a-por, endo-venoso, perí-me-
tro, sim-patia, hipó-tese.
b) Sufixal (sufixação): Presença de um sufixo agre-
gado ao radical ou à palavra primitiva. Ex. barc-
aça, cart-az, card-ume, mud-ança, durá-vel, bel-
eza, frag-mento ...
c) Parassintética: Presença “simultânea” de pre-
fixo e sufixo agregados ao radical. Ex. em-palid-
ecer, des-camp-ado,sub-mar-ino, des-leal-
dade, in-feliz-mente.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ∣ 209


Obs. Palavras como “deslealdade”, “infeliz-
mente”, “desigualdade”, “desvalorização” re- TAREFA MÍNIMA
presentam derivações prefixais e sufixais (não
parassintéticas), pois os afixos não são simultâ-
neos. 1. (Vunesp) Em “ ... gordos ‘irlandeses’ de rosto ver-
melho ...” e “ ... deixa ‘entrever’ o princípio de uma
d) Imprópria: Altera a classe gramatical, mas não tatuagem.”, os termos sublinhados são formados,
a grafia da palavra. Ex. Rui Barbosa (subst.. pró- respectivamente, a partir de processo de:
prio). Ele é um verdadeiro rui barbosa. (adj.); a) derivação prefixal e derivação sufixal.
não (adv.). O não de todos foi importante para b) composição por aglutinação e derivação prefi-
o afastamento do candidato. (subst..); inútil xal.
(adj.). O inútil também pode ser útil às vezes.
(subst.). c) derivação sufixal e composição por justaposi-
ção.
e) Regressiva: Supressão de partes de uma pala- d) derivação sufixal e derivação prefixal.
vra primitiva. Geralmente, os sufixos. Ex. por- e) derivação parassintética e derivação sufixal.
tuga (português), barraco (barracão), canto
(cantar), combate (combater), comuna (comu-
nista)... 2. (EFEI-MG-adaptada) Dê três palavras cognatas de
a) poeira
2. COMPOSIÇÃO: Consiste na união de duas ou mais b) passageiro
palavras (ou radicais) para a formação de uma nova
palavra. 3. (UFSCAR) Considerando os vocábulos seguintes,
identifique a alternativa que indica os pares de de-
Tipos de Composição:
rivação regressiva, derivação imprópria, derivação
a) justaposição: Unem-se sem alterações prosódi- sufixal, precisamente nesta ordem:
cas (acentuação) ou ortográficas (grafia). Ex:
passatempo, pontapé, bem-me-quer, malme- 1. embarque a) 2-5, 1-4, 3-6
quer, vaivém, bendizer . 2. histórico b) 1-4, 2-5, 3-6
b) aglutinação: Unem-se com alterações ortográ- 3. cruzes! c) 1-5, 3-4, 2-6
ficas. Ex: embora (em+boa+hora), fidalgo (fi-
lho+de+algo), aguardente (água+ardente), pon- 4. porquê d) 2-3, 5-6, 1-4
tiaguda (ponta+aguda), pernilongo 5. fala e) 3-6, 2-5, 1-4
(perna+longo) .
6. sombrio

3. OUTROS PROCESSOS:
a) hibridismo: Associam-se palavras de origem lin- 4. (UEL-PR) Identifique a alternativa que contenha pa-
guística diferente. Ex: alcoômetro lavras formadas exclusivamente por derivação sufi-
(árabe/grego), burocracia (francês/grego), mo- xal:
nóculo (grego/latim), goiabeira (tupi/portu- a) gotícula, folhagem, amanhecer.
guês), sociologia (latim/grego) ... b) abotoar, envernizar, subterrâneo.
b) abreviação: Reduzem-se as palavras. Ex: moto c) caldeirão, chuvisco, povaréu.
(motocicleta), pornô (pornográfico), Rio (Rio de d) rendeira, aguardente, sonolento.
Janeiro), auto (automóvel), extra (extraordiná-
rio) ... e) entristecer, península, democracia.
Obs. Não confundir abreviação vocabular com
abreviatura (siglas, símbolos). Assim, FUVEST, 5. A palavra “imexível” foi proferida por um ex-Minis-
DETRAN, IBOPE, IML, IBGE ... tro do Trabalho. À época, o termo não constava em
c) onomatopeia: Criam-se palavras visando à re- dicionário; porém, hoje, está registrada no VOLP.
produção de sons ou ruídos. Ex: zunzum, cata- Sua criação pode ser referendada por princípios
pimba, reco-reco, tique-taque, matraquear, que regem a formação de palavras? Por quê?
psiu.
210 ∣ Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ANGLOVINCI VESTIBULARES
TAREFA COMPLEMENTAR

1. (Fuvest) Nas palavras: “atenuado”, “televisão”, “per-


curso” temos, respectivamente, os seguintes pro-
cessos de formação de palavras:
a) parassíntese, hibridismo, prefixação.
b) aglutinação, justaposição, sufixação.
c) sufixação, aglutinação, justaposição.
d) justaposição, prefixação, parassíntese.
e) hibridismo, parassíntese, hibridismo.

2. (PUC-SP) Considerando o processo de formação de


palavras, relacione a coluna da direita com a da es-
querda:
(1) derivação imprópria
(2) prefixação
(3) prefixação e sufixação
(4) sufixação
(5) composição por justaposição

( ) desenredo
( ) narrador
( ) infinitamente
( ) o voar
( ) pão de mel

a) 3,4,2,5,1
b) 2,4,3,1,5
c) 4,1,5,3,2
d) 2,4,3,5,1
e) 4,1,5,2,3

3. (Fuvest) Dos vocábulos da relação a seguir, trans-


creva apenas aqueles cujos prefixos indiquem “pri-
vação”, “negação” ou “oposição”: indicado, anar-
quia, aprimorar, península, amoral, antípoda, ante-
diluviano, ateu, antigo, imberbe.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ∣ 211


4 MORFOLOGIA – CLASSES GRAMATICAIS

PROPOSTA DE SALA

Estudos das principais “classes gramaticais”, exami-


nando caracterização e emprego semântico e gramati-
cal.

ANOTAÇÕES

212 ∣ Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ANGLOVINCI VESTIBULARES


EXERCÍCIOS

1. (PUCSP) Indique a alternativa correta no que se re-


fere ao plural dos substantivos compostos: casa-
grande, flor-de-cuba, arco-íris e beija-flor.
a) casa-grandes; flor-de-cubas; os arco-íris; beija-
flor.
b) casas-grandes; flores-de-cuba; arcos-íris; bei-
jas-flores.
c) casas-grandes; as flor-de-cubas; arcos-íris; os
beija-flor.
d) casas-grande; flores-de-cuba; arcos-íris; beijas-
flores.
e) casas-grandes; flores-de-cuba; os arco-íris;
beija-flores.

2. (Enem)
Carnavália
O repique tocou
O surdo escutou
E o meu coração corasamborim
Cuíca gemeu, será que era meu, quando ela passou
Por
mim?
(...) ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalista, 2002 (fragmento)

No terceiro verso, o vocábulo “corasamborim”, que


é a junção de coração+ samba+ tamborim, refere-
se, ao mesmo tempo, a elementos que compõem
uma escola de samba e a situação emocional em
que se encontra o autor da mensagem, com o cora-
ção no ritmo da percussão. Essa palavra corres-
ponde a um(a):
a) estrangeirismo, uso de elementos linguísticos
originados em outras línguas e representativos
de outras culturas.
b) neologismo, criação de novos itens linguísticos,
pelos mecanismos que o sistema de língua dis-
ponibiliza.
c) gíria, que compõem uma linguagem originada
em determinado grupo social e que pode vir a
disseminar-se em uma comunidade mais am-
pla.
d) regionalismo, por ser palavra característica de
determinada área geográfica.
e) termo técnico, dado que designa elemento de
área específica de atividade.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ∣ 213


3. (FMU-FIAM adaptada) Indique a alternativa em que
só aparecem substantivos abstratos. LEITURA
a) tempo, angústia, saudade, esperança, imagem.
b) angústia, sorriso, luz, ausência, esperança, ini- As palavras que compõem o nosso Léxico podem ser
mizade. classificadas em 10 (dez) categorias ou “classes grama-
c) inimigo, luto, luz, esperança, espaço, tempo. ticais”. São as seguintes: substantivo, artigo, verbo, ad-
d) angústia, saudade, ausência, esperança, inimi- jetivo, advérbio, pronome, conjunção, preposição, nu-
zade. meral e interjeição.
e) espaço, olhos, luz, lábios, ausência, esperança, Existem ainda algumas palavras que não se enquadram
angústia. em nenhuma das classes gramaticais citadas. São cha-
madas “palavras (ou locuções) denotativas”. Geral-
4. (UFF) Assinale a única frase em que há erro no que mente, expressam uma natureza afetiva ou subjetiva.
diz respeito ao gênero das palavras. Ex: isto é, ou melhor (retificação); qual o quê, pois sim
a) O gerente deverá depor como testemunha (negação), pois não, é fato (afirmação).
única do crime.
b) A personagem principal do conto é o Seu Rodri- SUBSTANTIVO
gues. Palavra variável em gênero, número, grau e que repre-
c) Ele foi apontado como a cabeça do motim. senta os seres em geral (pessoas, animais, vegetais, mi-
d) O telefonema deixou a anfitriã perplexa. nerais, instituições, estados, ações, fenômenos, aconte-
e) A parte superior da traqueia é o laringe. cimentos ...).

5. (OSEC adaptada) Leia o trecho e aponte a alterna- I) Tipos:


tiva correta: a) Primitivo/Derivado: primitivo: dá origem a ou-
O relato de histórias de fadas e _______ foi um dos tros substantivos; derivado: origina-se de um
recursos _______ explorados pela professora. primitivo. Ex. carro, carroção, respectivamente.
a) anõezinhos, técnico-expressivos b) Simples/Composto: simples: formado por um
radical; composto: formado por mais de um ra-
b) anãozinhos, técnico-expressivo
dical. Ex. retrato, porta-retrato, respectiva-
c) anõezinhos, técnicos-expressivo
mente.
d) anãozinhos, técnicos-expressivos
c) Próprio/Comum: próprio: refere-se a um só in-
e) anõezinhos, técnico-expressivo divíduo da mesma espécie; comum: refere-se a
todos indivíduos da mesma espécie. Ex. José,
6. Aponte a alternativa que apresenta, respectiva- Maria, homem, mulher, respectivamente.
mente, substantivo “comum de dois gêneros”, “so- d) Concreto/Abstrato: concreto: designa o ser de
brecomuns”, “epicenos”: existência independente no mundo real ou ima-
a) criança, intérprete, urubu ginário. Ex. alma, Deus, criança, bruxa, fada ...;
b) protagonista, vítima, coruja abstrato: designa o ser cuja existência depende
c) galo, repórter, andorinha de outros seres. Ex. alegria, saudade, pânico,
morte, pobreza ...
d) vedete, carrasco, gaivota
e) Coletivo: designa um conjunto de seres da
e) agente, motorista, tigre
mesma espécie. Ex. cardume (peixes), alcateia
(lobos), malta (bandidos), vara (porcos), flora
7. Aponte a alternativa que apresenta um substantivo (plantas) ...
do gênero masculino e um feminino, respectiva-
mente: II) Gênero:
a) diadema, emblema Os substantivos (todos) pertencem a um gênero:
b) análise, omoplata masculino ou feminino. Assim, o homem, o Sol, o
grama (peso), o cometa, o champanha, o herpes, o
c) apendicite, guaraná
eclipse são do gênero masculino. E a mulher, a Lua,
d) grama(peso), libido a libido, a alface, a grafite, a comichão, uma bacanal
e) variante, eclipse são do gênero feminino.
214 ∣ Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ANGLOVINCI VESTIBULARES
Obs. Oriundo do latim, há alguns resquícios no por- IV) Grau:
tuguês do denominado “gênero neutro”, como os Embora saibamos que a flexão de grau representa
pronomes demonstrativos: isto, isso, aquilo; indefi- matéria pertinente aos adjetivos, ora seguimos a
nidos: tudo, algo ... tradição do ensino do idioma e em consonância
com a NGB. Assim, temos o grau normal, o aumen-
Há ainda, quanto ao gênero, os denominados subs-
tativo, o diminutivo. Estabelecem-se pelo acrés-
tantivos “comuns de dois gêneros”. São aqueles
cimo de sufixos (sintético), ou através da oposição
que se distinguem pela presença do artigo. Assim,
dos adjetivos: grande e pequeno (analítico). Assim,
o/a jornalista, o/a camarada, o/a mártir, o/a rival,
casa/casarão, barca/barcaça, boca/bocarra (au-
o/a paciente ... Os substantivos “sobrecomuns” que
mentativo sintético); casa grande, barca grande,
apresentam uma única forma para designar ambos
boca grande (aumentativo analítico). Rio/riacho,
os gêneros. Assim, a criatura, a pessoa, a vítima, a
vila/vilarejo, poema/poemeto (diminutivo sinté-
testemunha, o cônjuge, o animal, o indivíduo, o ca-
tico); rio pequeno, vila pequena, poema pequeno
dáver ... E os “epicenos”, representativos de ani-
(diminutivo analítico).
mais ou plantas que possuem uma única forma para
designar ambos os gêneros, como o sabiá, o rouxi-
nol, a palmeira, o mamoeiro, a borboleta ... Em-
prega-se os designativos “macho” e “fêmea”
quando nos referimos ao sexo. Ex. jacaré macho/fê-
mea; cobra macho/fêmea.

III) Número:
São dois os números dos substantivos. O singular e
o plural. Embora haja inúmeras formas de distinção
entre singular e plural; geralmente, indica-se o plu-
ral com a consoante “s”. Assim, amigo/s, amante/s,
cadeira/s. Outras formas: gás/ gases, ardil/ardis, jú-
nior/juniores, cristal/cristais, limão/limões, via-
gem/viagens, bênção/bênçãos, anel/anéis, cate-
ter/cateteres, cânon/cânones.

Obs. Em relação aos substantivos compostos, em


geral, flexionam-se ambos os elementos, quando
formados por dois substantivos. Assim, decreto-
lei/decretos-leis, carta-bilhete/cartas-bilhetes.
Quando o segundo elemento “determina” o pri-
meiro, o Vocabulário Ortográfico, bem como os
principais dicionários, tem registrado ambas as for-
mas. Ex. navio-escola/navios-escola ou navios-esco-
las, peixe-gato/peixes-gato ou peixes-gatos, vagão-
leito/vagões-leito ou vagões-leitos. Com preposi-
ção intercalando, flexiona-se o primeiro elemento.
Ex. dente-de-alho/dentes-de-alho, pão de ló/pães
de ló, chefe de seção chefes de seção.

Quando formado por substantivo e adjetivo, flexio-


nam-se ambos. Ex. salário-mínimo/salários-míni-
mos, amor-perfeito/amores-perfeitos, guarda-ci-
vil/guardas-civis. Com verbo e substantivo, flexi-
ona-se o segundo elemento. Ex. guarda-li-
vro/guarda-livros, arranha-céu/arranha-céus,
salva-vida/salva-vidas.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ∣ 215


TAREFA MÍNIMA TAREFA COMPLEMENTAR

1. Aponte a alternativa em que o substantivo em des- 1. Aponte a alternativa que apresenta forma de plural
taque foi empregado de forma genérica: incorreta:
a) Aquele homem contundente lançou, como um a) ureter/ureteres
vulcão, sua ira já incrustada nas paredes do es-
b) rincão/rincões
tômago.
c) tabelião/tabeliães
b) Instrumento de força e energia pacífica, um ho-
mem de fé e coragem pertinaz, aquele pai ob- d) limão/limões
teve o reconhecimento dos filhos. e) guarda-civil/guarda-civis
c) Todo homem necessita de segurança, não só
para dominar a própria vida, como também 2. Observe a sequência de palavras e a correspon-
para desvendar os mistérios do universo exte- dente forma de plural. Indique as formas corretas e
rior. corrija as incorretas: decreto-lei/decretos-leis;
d) Com nove páginas, o laudo da Justiça acusou mapa-múndi/mapas-múndis; chefe de seção/che-
Mário de vários crimes e o considerou como ho- fes de seçãos; joão-de-barro/joão-de-barros; pão
mem devasso. de ló/pães de ló.
e) O novo marco implantado na geografia humana
de Paris deve-se a um artista americano, ho-
mem de origem chinesa, considerado um dos 3. Qual a alternativa que apresenta forma feminina in-
mais bem-sucedidos arquiteto da atualidade. corretamente declinada:
a) papa/papisa.
2. Há substantivos que são do gênero masculino ou fe- b) primeiro-ministro/primeira-ministra.
minino conforme o sentido em que são emprega- c) o sacerdote/ a sacerdote.
dos. Aponte a alternativa em que isso ocorre: d) patriarca/matriarca.
a) czar, marajá, rã. e) páter-família/máter-família.
b) capital, moral, coma.
c) indivíduo, criatura, esqueleto.
d) pernilongo, onça, apóstolo. 4. Aponte a alternativa cujo plural da palavra está in-
correto:
e) ídolo, artista, monge.
a) hífen, hifens ou hífenes
3. Aponte a alternativa em que há erro na flexão de b) gérmen, germens ou gérmenes
plural da palavra. c) espécimen, espécimens ou especímenes
a) o tique-taque; os tique-taques. d) dólmen, dolmens ou dólmenes
b) o bem-estar; os bem-estares. e) Éden, Edens ou Edênes
c) o zé-ninguém; os zés-ninguém.
d) o vaga-lume; os vaga-lumes.
e) o reco-reco; os recos-recos.

4. Observe as palavras a seguir e identifique quais são


do gênero masculino e quais do feminino: dinamite,
talismã, aneurisma, acne, herpes.

5. Identifique a alternativa cuja segunda palavra não


corresponde à forma feminina da primeira:
a) arcebispo/arquiepiscopisa
b) tabelião/tabelioa
c) césar (título)/cesarina
d) abade/badessa
e) perdigão/perdiz
216 ∣ Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ANGLOVINCI VESTIBULARES
Tema 3
GABARITO
Tarefa Mínima
Tema 1 1. D
2. a) poeira: pó, empoeirar, pozinho, poeirento.
Tarefa Mínima b) passageiro: passar, passagem, passante, pas-
1. C sado.
2. A 3. C
3. D 4. C
4. Examinando os dois períodos, percebemos que, na 5. Sim, pois nela encontramos um prefixo (“i”) e sufixo
primeira oração, o termo “precedente” faz alusão a (“vel”). O primeiro indicando “negação, contrarie-
argumento ‘anterior’. Na segunda oração, “proce- dade” e o segundo, “capacidade, possibilidade de
dente” refere-se a argumento ‘que apresenta fun- receber ação”.
damento; validade’.
5. C Tarefa Complementar
1. A
Tarefa Complementar 2. B
1. E 3. Examinando as palavras, indicam a noção de priva-
2. D ção, negação ou oposição, os seguintes termos:
3. A anarquia, amoral, antípoda, ateu e imberbe.

Tema 2 Tema 4

Tarefa Mínima Tarefa Mínima


1. C 1. C
2. a) Examinando o texto temos: “imundície”, “pátio”, 2. B
paroxítonas acentuadas. E “bicho”, “ontem”, paro- 3. E
xítonas não acentuadas. 4. São do gênero masculino as seguintes palavras: o
b) Temos: “um”, “na”, “do”, “os”, átonos. E “vi”, tô- talismã, o aneurisma, o herpes. São do feminino: a
nico. dinamite, a acne.
3. E 5. D
4. A
5. A Tarefa Complementar
1. E
Tarefa Complementar 2. Estão corretas: decreto-lei/decretos-leis e pão de
1. A ausência do acento diferencial na forma verbal ló/pães de ló. Incorretas: mapa-múndi/mapas-
“dá” - verbo ‘dar’ (presente. do indicativo)- ocasi- múndi; chefe de seção/chefes de seção; joão-de-
ona incoerência no texto, pois o leitor pode confun- barro/joões-de-barro.
dir a aludida forma com “da” – contração da prepo- 3. C
sição ‘de’ mais artigo ’a’. 4. E
2. A
3. C
4. B

ANGLOVINCI VESTIBULARES Língua Portuguesa ∣ Setor 1551 ∣ 217


LITERATURA
1 ARTE E LITERATURA

Localizada na Espanha, a Caverna de Altamira conserva


INTRODUÇÃO um importantíssimo conjunto pictórico da pré-história,
com inúmeras figuras rupestres pintadas nas paredes e
no teto. Essas figuras remontam ao período paleolítico
• As manifestações da Arte
(entre 14.500 e 12.000 a. C.). Inspirado na imagem do
• Arte Literária touro desta caverna, Pablo Picasso realiza um trabalho
• Relacionamento de obras e contextos elaborado de abstração cubista. As gravuras evoluem
• Funções da arte da representação mais figurativa para a quase abstrata,
em que o animal é reduzido ao essencial.
• Literatura – a arte da palavra
• Texto literário e texto não literário
• Estilo individual e Estilo de época
ANOTAÇÕES
• As figuras de linguagem
• Periodização da Literatura

A arte é uma forma de conhecimento e sempre ocupou


lugar significativo na vida de todas as sociedades huma-
nas. A arte não tem uma finalidade utilitária. Ela serve
como forma do ser humano marcar sua presença cri-
ando objetos e formas estéticas que representam sua
vivência no mundo, o seu expressar de ideias, sensa-
ções e sentimentos e uma forma de comunicação.

218 ∣ Literatura ∣ Setor 1552 ANGLOVINCI VESTIBULARES


ANGLOVINCI VESTIBULARES Literatura ∣ Setor 1552 ∣ 219
c)
EXERCÍCIOS

Texto para a questão 1.

Na busca constante pela sua evolução, o ser humano


vem alternando a sua maneira de pensar, de sentir e de
criar. Nas últimas décadas do século XVIII e no início do
século XIX, os artistas criaram obras em que predomi-
nam o equilíbrio e a simetria de formas e cores, impri-
mindo um estilo caracterizado pela imagem da respei-
tabilidade, da sobriedade, do concreto e do civismo. Es-
ses artistas misturaram o passado ao presente, retra-
tando os personagens da nobreza e da burguesia, além
de cenas míticas e histórias cheias de vigor.
Monabean, de Funny Filez.
(RAZOUK, J. J. (Org.). Historias reais e belas nas telas. Posigraf: 2003.)

d)
1. (Enem) Atualmente, os artistas apropriam-se de de-
senhos, charges, grafismo e até de ilustrações de li-
vros para compor obras em que se misturam perso-
nagens de diferentes épocas, como na seguinte
imagem:
a)

Marylin Monroe, de Andy Warhol.

e)

Gisele e Tom, de Romero Brito.

b)

Retrato de Jaqueline Roque com as mãos cruzadas, de Pablo Picasso.

Michael Jackson, de Andy Warhol.

220 ∣ Literatura ∣ Setor 1552 ANGLOVINCI VESTIBULARES


2. (ENEM) Leia os textos para responder ao que se 3. (Enem 2017) Segundo quadro
pede: Uma sala da prefeitura. O ambiente é modesto. Du-
rante a mutação, ouve-se um dobrado e vivas a
Texto I
Odorico, “viva o prefeito” etc. Estão em cena Doro-
Terezinha de Jesus téa, Juju, Dirceu, Dulcinéa, o vigário e Odorico. Este
De uma queda foi ao chão último, à janela, discursa.
Acudiu três cavalheiros ODORICO – povo sucupirano! Agoramente já inves-
Todos os três de chapéu na mão tido no cargo de Prefeito, aqui estou para receber a
O primeiro foi seu pai confirmação, a ratificação, a autenticação e por que
não dizer a sagração do povo que me elegeu.
O segundo, seu irmão
Aplausos vêm de fora.
O terceiro foi aquele
ODORICO – eu prometi que meu primeiro ato como
A quem Tereza deu a mão prefeito seria ordenar a construção do cemitério.
(BATISTA, M. F. B.; SANTOS, I. M. – [Org.]. Cancioneiro da Paraíba. João Pessoa :
Grafset, 1993 – adaptado.)
Aplausos, aos quais se incorporam as personagens
em cena.
Texto II ODORICO – (continuando o discurso:) Botando de
Outra interpretação é feita a partir das condições lado os entretantos e partindo pros finalmente, é
sociais daquele tempo. Para a ama e para a criança uma alegria poder anunciar que prafrentemente vo-
para quem cantava a cantiga, a música falava do cês já poderão morrer descansados, tranquilos e
casamento como um destino natural na vida da mu- desconstrangidos, na certeza de que vão ser sepul-
lher, na sociedade brasileira do século XIX, marcada tados aqui mesmo, nesta terra morna e cheirosa de
pelo patriarcalismo. A música prepara a moça para Sucupira. E quem votou em mim, basta dizer isso ao
o seu destino não apenas inexorável, mas desejável: padre na hora da extrema-unção, que tem enterro
o casamento, estabelecendo uma hierarquia de e cova de graça, conforme o prometido.
obediência (pai, irmão mais velho, marido), de (GOMES, D. O bem amado, Rio de Janeiro, Ediouro, 2012.)
acordo com a época e circunstâncias de sua vida.
(Disponível em: http://provjose. blogspot.com.br)
O gênero peça teatral tem o entretenimento como
uma de suas funções. Outra função relevante do gê-
O comentário do Texto II sobre o Texto I evoca a nero, explícita nesse trecho de O bem amado, é:
mobilização da língua oral que, em determinados a) criticar satiricamente o comportamento de pes-
contextos, soas públicas.
a) assegura a existência de pensamentos contrá- b) denunciar a escassez de recursos públicos nas
rios à ordem vigente. prefeituras do interior.
b) mantém a heterogeneidade das formas de rela- c) censurar a falta de domínio da língua padrão
ções sociais. em eventos sociais.
c) conserva a influência religiosa sobre certas cul- d) despertar a preocupação da plateia com a ex-
turas. pectativa de vida dos cidadãos.
d) preserva a diversidade cultural e comporta- e) questionar o apoio irrestrito de agentes públi-
mental. cos aos gestores
e) reforça comportamentos e padrões culturais.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Literatura ∣ Setor 1552 ∣ 221


LEITURA

1. AS MANIFESTAÇÕES DA ARTE
Poesia, pintura, arquitetura, música, escultura são
algumas manifestações da arte. Cada manifestação
artística tem sua própria maneira de se expressar e
sua matéria-prima. O pintor se exprime pelas cores
e pelas formas; o escultor, pelas formas construídas
pela tridimensionalidade; o músico, pelo som e
ritmo; e o escritor se exprime pela palavra oral ou
escrita. Quando o homem faz arte, ele cria um ob-
jeto artístico que não precisa ser uma representa- Os fuzilamentos de 3 de maio de 1808, de Goya, 1814.

ção fiel das coisas no mundo natural ou vivido


A pintura retrata um fato real – um pelotão de fuzi-
“como elas são” (princípio de realidade) e sim,
lamento francês executando moradores de Madri
“como as coisas podem ser” (princípio de imagina-
como punição pelos atos de rebeldes espanhóis
ção), de acordo com a sua visão, ou seu desejo.
contra a ocupação francesa. Com o fundo escuro
Durante muito tempo, a arte foi entendida como a em forte contraste com a luminosa cena de horror,
representação do belo. Na Grécia antiga, o belo não o artista extrai da situação dramaticidade e expres-
estava na realidade palpável, mas sim em uma sividade marcantes.
forma ideal de harmonia, a partir da seção áurea.
No decorrer do tempo, conforme as regras da arte
mudaram, o olhar do observador mudou também.
Na Idade Média ocidental, a pintura não se fazia
com perspectiva. No Renascimento, as regras do
período clássico são resgatadas e a perspectiva tor-
nou-se regra obrigatória na arte. Na arte do século
XX, o Cubismo fragmentou a forma de todas as ma-
neiras, e a realidade passou a ser representada pelo
Guernica, de Pablo Picasso, 1937.
artista não apenas por uma perspectiva única, mas
por todos os ângulos possíveis simultaneamente. Picasso usa o Cubismo para retomar a pintura de
Goya. A tela retrata o horror do bombardeio aéreo
2. RELACIONAMENTO DE OBRAS E CONTEXTOS sobre a cidade de Guernica, em 26 de abril de 1937,
durante a Guerra Civil Espanhola. O homem com os
Toda obra de arte é o reflexo do artista, de seus va-
braços para o alto remete o observador para o civil
lores, de seu modo de ver e de compreender o
fuzilado em 3 de maio de 1808.
mundo. Como todo artista está inserido em uma
determinada sociedade e em uma determinada
época da história, ele é um ser social. Desse modo,
a obra de arte também é a expressão de sua época,
de sua cultura.

3. FUNÇÕES DA ARTE
Utilitária: finalidade religiosa, política ou social;
Naturalista: representação da realidade e da imagi-
nação;

Formalista: expressão de ideias e emoções.


Guernica, de Jovcho Savov, 2015.

222 ∣ Literatura ∣ Setor 1552 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Na imagem anterior, o artista búlgaro Jovcho Savov • Poesia: escrita estruturada em versos
usa a obra de Picasso para destacar a situação dos » Verso: cada linha de um poema
refugiados sírios fugindo de seu país, devastado
» Isometria: mesmo número de sílabas poéti-
pela guerra civil, em barcos superlotados na tenta-
cas
tiva de entrar na Europa.
» Polimetria: alternância de versos de medi-
Apesar de pertencerem a épocas diferentes, as três das silábicas diferentes
pinturas se assemelham por explorarem a função » Verso livre: número variável de sílabas poé-
política da arte ao denunciar a realidade e provocar ticas
a reflexão do observador. » Rima: tipo de repetição de sons entre pala-
A relação que se estabelece entre dois textos, vras no interior ou no fim de versos
quando um texto já criado exerce influência na cri- » Verso branco: sem rima no final de versos
ação de um novo texto é chamada de intertextuali-
dade. Uma das formas mais utilizadas de intertex- 6. ESTILO INDIVIDUAL E ESTILO DE ÉPOCA
tualidade é a paródia.
• Estilo Individual: é a maneira particular que tem
um escritor em sua produção artística;
4. LITERATURA – A ARTE DA PALAVRA
A literatura é uma manifestação artística que tem • Estilo de Época: é o conjunto de características
como matéria-prima a palavra. O artista explora a comuns a vários escritores em uma determi-
palavra em sua totalidade (imagem, som e signifi- nada época.
cado).
Em toda obra literária há uma ideologia, isto é, uma 7. AS FIGURAS DE LINGUAGEM
postura do artista diante da realidade e das aspira- Para tornar seu texto mais expressivo, o escritor
ções humanas em diferentes épocas e sociedades. subverte os padrões da gramática normativa, impri-
mindo um estilo pessoal, utilizando determinadas
5. TEXTO LITERÁRIO E TEXTO NÃO LITERÁRIO construções e imagens que singularizam sua obra,
ou seja, ele faz uso das figuras de linguagem.
A diferença entre um texto literário e um não lite-
rário nunca se dá no assunto de que tratam. Qual- As figuras de linguagem se dividem em quatro gru-
quer assunto pode ser trabalhado de forma esté- pos:
tica. • Figuras de Palavras – são as que resultam da
• Texto não literário exploração do sentido das palavras, adquirindo
novos significados no texto; é o caso da metá-
» Linguagem Utilitária
fora e da metonímia.
» Denotação: sentido literal
» Função referencial da linguagem • Figuras de Pensamento – são as que resultam
de jogos de conceitos; é o caso da ironia, do eu-
» Plano do significado: o “que se diz”
femismo e da antítese.
» Uso convencional da linguagem
• Figuras de Construção ou de Sintaxe – são
• Texto literário aquelas que resultam de alterações na ordem
» Linguagem Estética convencional da estrutura da frase; é o caso do
» Conotação: sentido figurado hipérbato, do pleonasmo e do polissíndeto.
» Função poética (ou estética) da linguagem
• Figuras de Harmonia ou de Som – são as que
» Plano da expressão: o “como se diz” resultam da sonoridade significativa do texto; a
» Uso inovador da linguagem onomatopeia e a aliteração são as mais conhe-
cidas.
• Modos de Composição Literária
» Poesia
» Prosa
» Poesia em prosa ou prosa poética

ANGLOVINCI VESTIBULARES Literatura ∣ Setor 1552 ∣ 223


8. GÊNEROS LITERÁRIOS 4) Dramática (teatro)
Exemplos ENCOURADO - Vá vendo a falta de respeito, viu?
1) Poesia épica (heroica) JOÃO GRILO - Falta de respeito nada, rapaz! Isso
As armas e os Barões assinalados é o versinho de Canário Pardo que minha mãe
cantava para eu dormir. Isso tem nada de falta
Que da Ocidental praia Lusitana
de respeito!
Por mares nunca de antes navegados
Já fui barco, fui navio,
Passaram ainda além da Taprobana,
Mas hoje sou escaler.
Em perigos e guerras esforçados
Já fui menino, fui homem,
Mais do que prometia a força humana,
Só me falta ser mulher.
E entre gente remota edificaram
Valha-me Nossa Senhora,
Novo Reino, que tanto sublimaram;
Mãe de Deus de Nazaré.
(Camões, Os Lusíadas.)
Cena igual à da aparição de Nosso Senhor, e
2) Poesia lírica (expressão da subjetividade) Nossa Senhora, A Compadecida, entra.
No caminho do crer e não crer (Ariano Suassuna, “Auto da Compadecida”.)

Vivo na dúvida do milagre


Entre as brumas da uva e do vinho 9. PERIODIZAÇÃO DA LITERATURA
Sou eu quem destila o vinagre. Portugal
Era Medieval
Caminho no chão em busca do céu • Trovadorismo (séc. XII ao XIV)
Num fogo e água que não tem fim • Humanismo (séc. XV e início do XVI)
Porque Era Clássica
Não me esforço para acreditar em deus • Classicismo (séc. XVI)
Esforço-me para que deus acredite em mim. • Maneirismo (séc. XVI)
(Sergio Vaz, “O peregrino”.) • Barroco (séc. XVII)
3) Poesia satírica (crítica e/ou humorística) • Neoclassicismo-Arcadismo (séc. XVIII)
A cada canto um grande conselheiro, Era Romântica
Que nos quer governar cabana e vinha; • Romantismo (séc. XIX — 1ª- metade)
Não sabem governar sua cozinha, • Realismo / Naturalismo / Parnasianismo (séc.
E podem governar o mundo inteiro. XIX — 2ª
• metade)
Em cada porta um bem frequente olheiro,
• Simbolismo (fim do séc. XIX)
Que a vida do vizinho e da vizinha
• Modernismo (séc. XX)
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,
—1ª- Geração (1915…): Orpheu
Para o levar à praça e ao terreiro.
—2ª- Geração (1927…): Presença
Muitos mulatos desavergonhados, —3ª- Geração (1940…): Neo-Realismo
Trazidos sob os pés os homens nobres, Brasil
Posta nas palmas toda a picardia, Era Colonial
Estupendas usuras nos mercados, • Escritos de Formação* (séc. XVI)
Todos os que não furtam muito pobres: • Escritos de Informação* (séc. XVI)
E eis aqui a cidade da Bahia. • Barroco (séc. XVII)
• Neoclassicismo-Arcadismo (séc. XVIII)
(Gregório de Matos, “Descreve o que era naquele tempo a cidade da Ba-
hia”.)

224 ∣ Literatura ∣ Setor 1552 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Era Nacional
• Romantismo (séc. XIX — 1ª metade) TAREFA MÍNIMA
• Realismo / Naturalismo / Parnasianismo (séc.
XIX — 2ª metade) Texto para a questão 1.
• Simbolismo (fim do séc. XIX)
O olhar também precisa aprender a enxergar
• Modernismo (séc. XX)
Há uma historinha adorável, contada por Eduardo Ga-
—1ª- Geração (1922…) leano, escritor uruguaio, que diz que um pai, morador lá
—2ª- Geração (1930…) do interior do país, levou seu filho até a beira do mar. O
—3ª- Geração (1945…) menino nunca tinha visto aquela massa de água infi-
nita. Os dois pararam sobre um morro. O menino, segu-
rando a mão do pai, disse a ele: “Pai, me ajuda a olhar”.
5) Narrativa
Pode parecer uma espécie de fantasia, mas deve ser a
Julgando Lúcifer entristecido, eu procurava con- exata verdade, representando a sensação de faltarem
solá-lo: “Deixe estar, ainda há de haver no não só palavras mas também capacidade para entender
mundo muito orgulho, muita prostituição, o que é que estava se passando ali.
muito sangue, muito furor! Não lamente as fo-
Agora imagine o que se passa quando qualquer um de
gueiras de Moloque. Há de ter fogueiras de ju-
nós para diante de uma grande obra de arte visual:
deus.”
como olhar para aquilo e construir seu sentido na nossa
E ele, espantado: “Eu? Uns ou outros, que me percepção? Só com auxílio mesmo. Não quer dizer que
importa, Raposo? Eles passam, eu fico!” a gente não se emocione apenas por ser exposto a um
Assim, despercebido, a conversar com Satanás, clássico absoluto, um Picasso ou um Niemeyer ou um
achei-me no Campo de Santana. E tendo pa- Caravaggio. Quer dizer apenas que a gente pode ver
rado, enquanto ele desenvencilhava os cornos melhor se entender a lógica da criação.
dos ramos de uma das árvores, ouvi de repente
(Luís Augusto Fischer, Folha de S. Paulo.)
ao meu lado um berro: “Olha o Teodorico com
o Porco-Sujo!” Voltei-me. Era a Titi! A Titi, lívida,
terrível, erguendo, para me espancar, o seu li- 1. Relacionando a história contada pelo escritor uru-
vro de missa! Coberto de suor, acordei. guaio com “o que se passa quando qualquer um de
nós para diante de uma grande obra de arte”, o au-
(Eça de Queirós, “A relíquia”.)
tor do texto defende a ideia de que
a) a educação do olhar leva a uma percepção com-
preensiva das coisas belas.
b) o belo natural e o belo artístico provocam dis-
tintas reações de nossa percepção.
c) o belo artístico é tanto mais intenso quanto
mais espelhe o real.
d) a lógica da criação artística é a mesma que rege
o funcionamento da natureza.
e) a educação do olhar devolve ao adulto a espon-
taneidade da percepção das crianças.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Literatura ∣ Setor 1552 ∣ 225


2. Meu povo, meu poema 3. (Enem 2017) A lavadeira começou a viver como uma
Meu povo e meu poema crescem juntos serviçal que impõe respeito e não mais como es-
crava. Mas essa regalia súbita foi efêmera. Meus ir-
como cresce no fruto
mãos, nos frequentes deslizes que adulteravam este
a árvore nova novo relacionamento, eram dardejados pelo olhar
severo de Emilie; eles nunca suportaram de bom
No povo meu poema vai nascendo
grado que uma índia passasse a comer na mesa da
como no canavial sala, usando os mesmos talheres e pratos, e compri-
nasce verde o açúcar mindo com os lábios o mesmo cristal dos copos e a
mesma porcelana das xícaras de café. Uma espécie
No povo meu poema está maduro de asco e repulsa tingia-lhes o rosto, já não comiam
como o sol com a mesma saciedade e recusavam-se a elogiar os
na garganta do futuro pastéis de picadinho de carneiro, os folheados de
nata e tâmara, e o arroz com amêndoas, dourado,
Meu povo em meu poema exalando um cheiro de cebola tostada. Aquela mu-
se reflete lher, sentada e muda, com o rosto rastreado de ru-
como a espiga se funde em terra fértil gas, era capaz de tirar o sabor e o odor dos alimen-
Ao povo seu poema aqui devolvo tos e de suprimir a voz e o gesto como se o seu silên-
cio ou a sua presença que era só silêncio impedisse o
menos como quem canta
outro de viver.
do que planta
(HATOUM, M. Relato de um certo Oriente. São Paulo: Cia. das Letras, 2000.)

Assinale a alternativa incorreta.


Ao apresentar uma situação de tensão em família, o
a) O poema define um lugar para o poeta na soci- narrador destila, nesse fragmento, uma percepção
edade, ou seja, sua arte deve nascer do povo e das relações humanas e sociais demarcada pelo:
ser devolvida a ele.
a) predomínio dos estigmas de classe e de raça so-
b) O poeta, comprometido com suas convicções bre a intimidade da convivência.
políticas, abandona a reflexão metalinguística e
b) discurso da manutenção de uma ética domés-
faz um poema considerado "engajado".
tica contra a subversão dos valores.
c) O poeta crê na arte e na sociedade, pois poema
c) desejo de superação do passado de escassez em
e povo crescem juntos. Para ele, os versos não
prol do presente de abastança.
são meramente um "canto" e sim um plantio.
d) sentimento de insubordinação à autoridade re-
d) O quadro imagético do poema ("sol", "fruto",
presentada pela matriarca da família.
"árvore", "açúcar") aponta para uma visão oti-
mista da arte e da vida. e) rancor com a ingratidão e a hipocrisia geradas
pelas mudanças nas regras da casa.

226 ∣ Literatura ∣ Setor 1552 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. (Enem 2017) Nuances
TAREFA COMPLEMENTAR Euforia: alegria barulhenta. Felicidade: alegria silen-
ciosa.
1. (Fuvest 2017) Examine este cartaz, cuja finalidade é Gravar: quando o ator é de televisão. Filmar:
divulgar uma exposição de obras de Pablo Picasso. quando ele quer deixar claro que não é
de televisão.
Grávida: em qualquer ocasião. Gestante: em filas e
assentos preferenciais.
Guardar: na gaveta. Salvar: no computador. Salva-
guardar: no Exército.
Menta: no sorvete, na bala ou no xarope. Hortelã:
na horta ou no suco de abacaxi.
Peça: quando você vai assistir. Espetáculo: quando
Nas expressões “Mão erudita” e “Olho selvagem”, você está em cartaz com ele.
que compõem o texto do anúncio, os adjetivos (DUVIVIER G. Folha de S. Paulo, 24 de abril de 2014 – adaptado.)
“erudita” e “selvagem” sugerem que as obras do re-
ferido artista conjugam, respectivamente, O texto trata da diferença de sentido entre vocábu-
los muito próximos. Essa diferença é apresentada
a) civilização e barbárie.
considerando-se a(s):
b) requinte e despojamento.
a) alternâncias na sonoridade.
c) modernidade e primitivismo.
b) adequação às situações de uso.
d) liberdade e autoritarismo.
c) marcação flexional das palavras.
e) tradição e transgressão.
d) grafia na norma-padrão da língua.
e) categorias gramaticais das palavras.
2. Assinale a alternativa incorreta.
a) Enquanto a linguagem do historiador, do cien-
tista se define como denotativa, a linguagem do
autor literário se define como conotativa.
b) A obra literária não permite aos leitores gerar
várias ideias e interpretações, pois trabalha a
linguagem de forma exclusivamente objetiva.
c) A literatura não existe fora de um contexto so-
cial, já que cada autor tem uma vivência em
uma sociedade em determinada época.
d) A linguagem poética é constituída por uma es-
trutura complexa, pois acrescenta ao discurso
linguístico um significado novo, surpreendente.
e) Para o entendimento de um texto literário, é
necessário o conhecimento do código linguís-
tico e de uma pluralidade de códigos culturais
que se encontram na base estrutural do texto.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Literatura ∣ Setor 1552 ∣ 227


2 QUINHENTISMO BRASILEIRO

INTRODUÇÃO

Contexto histórico: Início da colonização do Brasil (séc.


XVI)
• Descobrimento do Brasil (1500) Carta de Pero Vaz
de Caminha
• Início da colonização (1530) por Martim Afonso
Sousa
• Capitanias hereditárias Anchieta Escrevendo na Areia, de Benedito Calixto.

• Presença do Jesuítas (Companhia de Jesus)


Literatura jesuítica: informativa em geral, porém desti-
nada à conversão dos indígenas. Destaque para o teatro
e a poesia de José de Anchieta.

CARACTERÍSTICAS
• Trabalho de catequese
• Ensino religioso
• Teatro pedagógico
• Poesias de devoção

OBRAS E AUTORES
• Poema à Virgem, Arte da gramática da língua mais
usada na costa do Brasil e Na festa de São Lourenço,
de José de Anchieta
• Cartas do Brasil e Diálogo sobre a conversão do gen-
Fac-símile da Carta de Pero Vaz de Caminha.
tio, de Manuel da Nóbrega.

Literatura informativa - cartas, relatórios, diários, do-


cumentos e mapas. Informação sobre o Brasil para os
europeus.

CARACTERÍSTICAS
• Literatura feita por viajantes
• Meramente descritiva
• Profundo valor histórico
• Levantamento da “terra nova”

OBRAS E AUTORES
• Carta a El-Rei D. Manuel sobre o achamento do Bra-
sil, de Pero Vaz de Caminha
• Tratado da Terra do Brasil, de Gabriel Soares de
Sousa
228 ∣ Literatura ∣ Setor 1552 ANGLOVINCI VESTIBULARES
TEXTOS ANOTAÇÕES

A terra
Esta terra, Senhor, me parece que, da ponta que
mais contra o sul vimos até outra ponta que contra o
norte vem, de que nós deste ponto temos vista, será ta-
manha que haverá nela bem vinte e cinco léguas por
costa. Tem, ao longo do mar, em algumas partes, gran-
des barreiras, algumas vermelhas, outras brancas; e a
terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvo-
redos. De ponta a ponta é tudo praia redonda, muito
chã e muito formosa.(...)
Nela até agora não pudemos saber que haja ouro,
nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem
lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, as-
sim frios e temperados como os de Entre-Douro e Mi-
nho.(...)
Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é gra-
ciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo
bem das águas que tem.(...)

O índio
A feição deles é serem pardos, maneira de averme-
lhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. An-
dam nus, sem cobertura alguma. Não fazem o menor
caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas, e nisso
têm tanta inocência como em mostrar o rosto. (...)
Os cabelos seus são corridos. E andavam tosquiados,
de tosquia alta, mais que de sobrepente, de boa gran-
dura e rapados até por cima das orelhas.
Carta do Descobrimento, Pero Vaz de Caminha

ANGLOVINCI VESTIBULARES Literatura ∣ Setor 1552 ∣ 229


EXERCÍCIOS

Textos para questão 1.

Texto I

Índio Tapuia, de Albert Eckout (1610-16660.Disponível em: <www.diaadia.pr.gov.br>. Acesso em: 9


jul. 2009.

Texto II
A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelha-
dos, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam
nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma
cousa cobrir, nem mostrar suas vergonhas. E estão
acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar
o rosto.
CAMINHA, P. V. A carta. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 12 ago. 2009.

1. (Enem 2009) Ao se estabelecer uma relação entre a


obra de Eckhout e o trecho do texto de Caminha,
conclui-se que:
a) ambos se identificam pelas características esté-
ticas marcantes, como tristeza e melancolia, do
movimento romântico das artes plásticas.
b) o artista, na pintura, foi fiel ao seu objeto, repre-
sentando-o de maneira realista, ao passo que o
texto é apenas fantasioso.
c) a pintura e o texto têm uma característica em
comum, que é representar o habitante das ter-
ras que sofreriam processo colonizador.
d) o texto e a pintura são baseados no contraste
entre a cultura europeia e a cultura indígena.
e) há forte direcionamento religioso no texto e na
pintura, uma vez que o índio representado é ob-
jeto da catequização jesuítica.
230 ∣ Literatura ∣ Setor 1552 ANGLOVINCI VESTIBULARES
Textos para questão 2. d) as duas produções, embora usem linguagens di-
ferentes — verbal e não verbal —, cumprem a
Texto I mesma função social e artística.
Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e e) a pintura e a carta de Caminha são manifesta-
daí a pouco começaram a vir mais. E parece-me que ções de grupos étnicos diferentes, produzidas
viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos em um mesmo momento histórico, retratando
e cinquenta. Alguns deles traziam arcos e flechas, que a colonização.
todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa
que lhes davam. […] Andavam todos tão bem-dispostos,
tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito
agradavam.
CASTRO, S. “A carta de Pero Vaz de Caminha”. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).

Texto II

2. (Enem 2015) Pertencentes ao patrimônio cultural


brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra
de Portinari retratam a chegada dos portugueses ao
Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que:
a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma
das primeiras manifestações artísticas dos por-
tugueses em terras brasileiras e preocupa-se
apenas com a estética literária.
b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com
corpos pintados, cuja grande significação é a
afirmação da arte acadêmica brasileira e a con-
testação de uma linguagem moderna.
c) a carta, como testemunho histórico-político,
mostra o olhar do colonizador sobre a gente da
terra, e a pintura destaca, em primeiro plano, a
inquietação dos nativos.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Literatura ∣ Setor 1552 ∣ 231


LEITURA TAREFA MÍNIMA

Formação ou Origens (séc. XVI) - Com a centralização Texto para questão 1.


política, as inovações tecnológicas marítima e o fim das “Nela até agora não pudemos saber que haja ouro, nem
guerras dentro do território ibérico, percebe-se um prata, nem nenhuma cousa de metal, nem de ferro: nem
passo importante, que garantiu tanto a Portugal quanto lho vimos. A terra, porém, em si, é de muitos bons ares,
a Espanha a primazia na grande expansão europeia, assim frios e temperados como os d’Antre Doiro e Mi-
sendo iniciada no século XV e consolida no século XVI. nho, porque neste tempo d’agora, assim os achávamos
Não houve em nenhuma outra época um movimento como os de lá. Águas são maitas, infindas. E em tal ma-
expansionista tão abrangente e importante. neira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á
nela tudo por bem das águas que tem. Porém o melhor
A conquista do continente americano somou-se a con-
fruito que nela se pode fazer me parece que será salvar
quista comercial dos países asiáticos e africanos. Seria
esta gente. E esta deve ser a principal semente que
um processo civilizatório que se estenderia por séculos
Vossa Alteza em ela deve lançar. E eu aí não houvesse
e mudaria radicalmente padrões sociais e culturais.
mais que ter esta pousada para esta navegação de Ca-
Dentro deste contexto de mudança visualiza-se a for- lecute, bastaria, quando mais disposição para se nela
mação do processo cultural nas Américas e no caso do cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, isto é,
Brasil as principais manifestações culturais são voltadas acrescentamento da nossa santa fé.”
a dois procedimentos: a literatura informativa e a lite-
ratura jesuítica.
1. Não se pode concluir da leitura do trecho acima
A literatura informativa - O grande destaque dessa lite- que:
ratura centra-se em um registro histórico do início do a) o texto é em prosa documental, tem caráter in-
processo de colonização. Expressam em sua grande formativo e está endereçado a uma alta autori-
maioria, sem maiores intenções artísticas, o contato dade;
dos europeus com o novo mundo. São documento que b) há ausência de preocupação material em rela-
registram e descrevem os aspectos a respeito das con- ção ao local, objeto da informação, predomi-
dições gerais da terra conquistada. A América surge nando a preocupação religiosa;
como um paraíso perdido com uma exuberância sem c) no texto, há tanto o interesse econômico como
igual. Porém, o interesse mercantil se sobrepõe a be- o religioso (pois a religião camuflava ideologica-
leza e o processo de colonização irá prejudicar princi- mente a atividade de expansão econômica por-
palmente o nativo. tuguesa);
d) as informações contidas no texto permitem
A literatura Jesuítica - Um dos pontos principais deste identificar o seu autor: Pero Vaz de Caminha;
período foi a conversão do gentio ao catolicismo. Entra e) o autor faz parte de um grupo cujo ponto de
então no contexto a Companhia de Jesus e a catequese
chegada não seria, com certeza, o Brasil.
que acabam sendo um instrumento de dominação cul-
tural sobre o indígena. No entanto, o trabalho de con-
2. O século XVI deve ser reconhecido, na história da
versão gera uma enorme contradição, pois de um lado
literatura brasileira, como um período de:
temos o império associando o espírito capitalista-mer-
cantil e do outro ideal religioso. a) Manifestações literárias voltadas basicamente
para a informação sobre a colônia e para a cate-
O instrumento mais utilizado para a catequese do indí- quese dos nativos.
gena e moralizar o colono foi o teatro. Nesse sentido b) Amadurecimento dos sentimentos nacionalistas
catequizar significa combater os costumes pagãos: a an- que logo viriam a se expressar no Romantismo.
tropofagia, o politeísmo, a união sem o casamento e di- c) Exaltação da cultura indígena, tema central dos
vulgar o cristianismo. poemas épicos de Basílio da Gama e Santa Rita
Durão.
d) Esgotamento do estilo e dos temas barrocos, su-
perados pelos ideais do Arcadismo.
e) Valorização dos textos cômicos e satíricos em
que foi mestre Gregório de Matos.

232 ∣ Literatura ∣ Setor 1552 ANGLOVINCI VESTIBULARES


TAREFA COMPLEMENTAR

1. Entende-se por literatura informativa no Brasil:


a) O conjunto de relatos de viajantes e missioná-
rios sobre a natureza e o homem brasileiro.
b) A história dos jesuítas que aqui estiveram no sé-
culo XVI.
c) As obras escritas com finalidade de catequese
indígena.
d) Os poemas do Padre José de Anchieta.
e) Os sonetos de Gregório de Matos.

2. Quando se fala em “literatura colonial”, o período


abarcado por essa expressão corresponde:
a) ao século XVI, quando se escreveram os primei-
ros relatos sobre a terra a ser colonizada;
b) ao século XVII, quando se intensificou a produ-
ção de uma literatura voltada para a catequese
dos índios e colonos;
c) ao século XVIII, quando se tornou presente em
muitas obras um sentimento de revolta contra
a condição colonial;
d) sobretudo aos três primeiros séculos de nossa
História, já que no início do século XIX o Brasil
se tornou independente;
e) sobretudo aos dois primeiros séculos de nossa
História, já que no século XVIII a literatura bra-
sileira está livre de influências externas.

3. Define-se a Literatura Informativa no Brasil como:


a) as obras que visam a tornar mais acessíveis aos
indígenas os dogmas do cristianismo.
b) a prova de que os autores brasileiros tinham em
mente emancipar-se da influência europeia.
c) o reflexo de traços do espírito expansionista da
época colonial.
d) a prova do sentimento de religiosidade que ca-
racterizou os primeiros habitantes da nova
terra descoberta.
e) a descrição dos hábitos de nomadismo predo-
minantes entre os índios.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Literatura ∣ Setor 1552 ∣ 233


3 BARROCO

CARACTERÍSTICAS
INTRODUÇÃO • Tentativa de unir valores opostos: Dualismo
• Antropocentrismo X Teocentrismo
Contexto histórico: Séc. XVII • Arte sinuosa → labiríntica
• Absolutismo • Ornamentalismo → figuras de linguagem:
• Capitalismo mercantilista - Antítese
• Crise de Portugal (União Ibérica) - Hipérbato
• Colonialismo - Ciclo da cana de açúcar - Hipérbole
- Sinestesia
O Barroco é a arte da Contrarreforma: Escultura, Pin- - Metáfora
tura, Arquitetura, Música e Literatura

A incredulidade de Tomé (1601), Caravaggio.

OS ESTILOS BARROCOS
• Conceptismo: esforço dialético no sentido de de-
senvolver um conceito (jogo de ideias/argumenta-
ção)
• Cultismo: esforço construtivo no sentido de produ-
zir um texto repleto de agudezas sensoriais (jogo de
palavras/metáfora)
O êxtase de Santa Teresa (1647-1652), de Bernini.

234 ∣ Literatura ∣ Setor 1552 ANGLOVINCI VESTIBULARES


A Jesus Cristo nosso senhor
TEXTOS Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Sermão do bom ladrão, de Padre Antônio Vieira Porque quanto mais tenho delinquido,
“Não são só ladrões – diz o Santo – os que cortam bolsas Vos tenho a perdoar mais empenhado.
ou espreitam os que vão banhar, para lhe colher a
Se basta a vos irar tanto pecado
roupa; os ladrões que mais própria e dignamente mere-
cem este título são aqueles a quem os reis encomendam A abrandar-vos sobeja um só gemido:
os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
administração das cidades, os quais já com manha, já Vos tem para o perdão lisonjeado.
com força, roubam e despojam os pobres. Os outros la-
drões roubam um homem, estes roubam cidades e rei- Se uma ovelha perdida e já cobrada
nos; os outros roubam debaixo de seu risco, estes sem Glória tal e prazer tão repentino
temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforca- Voz deu, como afirmais na sacra história,
dos, estes furtam e enforcam.” (...)
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
“Navegava Alexandre em uma poderosa armada pelo Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
mar Eritreu a conquistar a Índia; e como fosse trazido à Perder na vossa ovelha a vossa glória.
sua presença um pirata, que por ali andava, roubando
os pescadores, repreendeu-o muito Alexandre de andar
em tão mau ofício, porém ele, que não era medroso nem Moraliza o poeta nos Ocidentes do Sol a inconstância
lerdo, respondeu assim: Basta senhor, que eu, porque dos bens do mundo
roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais Nasce o Sol. E não dura mais que um dia,
em uma armada, sois imperador? Assim é. O roubar Depois da Luz se segue a noite escura,
pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com Em tristes sombras morre a formosura,
pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Ale- Em contínuas tristezas a alegria.
xandres.”
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Poemas, de Gregório De Matos Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Rompe o poeta com a primeira impaciência querendo Como a beleza assim se transfigura?
declarar-se e temendo perder por ousado Como o gosto da pena assim se fia?

Anjo no nome, Angélica na cara! Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,


Isso é ser flor, e Anjo juntamente: Na formosura não se dê constância,
Ser Angélica flor, e Anjo florente, E na alegria sinta-se tristeza.
Em quem, senão em vós, se uniformara: Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
Quem veria uma flor, que a não cortara,
A firmeza somente na inconstância.
De verde pé, de rama florescente;
E quem um Anjo vira tão luzente,
À Cidade da Bahia
Que por seu Deus, o não idolatrara? Triste Bahia! ó quão dessemelhante
Se como Anjo sois dos meus altares, Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Fôreis o meu Custódio, e minha guarda,
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.
Livrara eu de diabólicos azares.
A ti trocou-te a máquina mercante,
Mas vejo, que tão bela, e tão galharda,
Que em tua larga barra tem entrado,
Posto que os Anjos nunca dão pesares, A mim foi-me trocando, e tem trocado,
Sois Anjo que me tenta, e não me guarda. Tanto negócio e tanto negociante.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Literatura ∣ Setor 1552 ∣ 235


Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.

Oh se quisera Deus, que de repente


Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!

A uma freira, que satirizando a delgada fisionomia do


poeta lhe chamou “Pica-Flor”
Se Pica-Flor me chamais,
Pica-Flor aceito ser,
mas resta agora saber,
se no nome que me dais,
meteis a flor, que guardais
no passarinho melhor!
Se me dais este favor,
sendo só de mim o Pica,
e o mais vosso, claro fica,
que fico então Pica-Flor.

ANOTAÇÕES

236 ∣ Literatura ∣ Setor 1552 ANGLOVINCI VESTIBULARES


EXERCÍCIOS

1. (IFSP- 2017) Leia abaixo um dos sonetos de Gregó-


rio de Matos.

Moraliza o poeta nos ocidentes do Sol a inconstân-


cia dos bens do mundo

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,


Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém se acaba o Sol, por que nascia?


Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,


Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,


E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
DIMAS, Antônio. Gregório de Matos – Literatura comentada. 2. ed. São Paulo: Nova Cultural,
1988. p.157.

Analise as assertivas.
I. Pode-se depreender que o soneto apresentado
pertence à temática lírica-filosófica. No soneto,
afloram o pessimismo e a angústia que cerca o
mundo.
II. De acordo com os versos do soneto apresen-
tado, a beleza e a alegria são transitórias e pas-
sageiras.
III. As incertezas, a fugacidade do nosso espaço-
tempo e os demais desconcertos e dúvidas
acerca do mundo são considerados no soneto
apresentado. Pode-se perceber que, no soneto,
Gregório de Matos deixa evidente suas dúvidas
e questionamentos acerca do mundo.
IV. Pode-se depreender que o uso de frases inter-
rogativas faz o leitor refletir quanto à incerteza
e à dúvida do homem barroco e a ordem in-
versa das frases traduz como se estrutura o ra-
ciocínio do homem barroco, remetendo à falta
de clareza diante do mundo que o cerca.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Literatura ∣ Setor 1552 ∣ 237


É correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas. LEITURA
b) III e IV, apenas.
c) I e III, apenas. 1. ORIGEM DO BARROCO
d) II e IV, apenas. A produção literária feita no século XVII não funda-
e) I, II, III e IV. menta necessariamente um sistema literário, visto
que boa parte dos textos do período estão presos
aos padrões europeus, refletindo neles a marca da
2. (UNICAMP - 2019) Sobre as representações históri- submissão frente aos poderosos. Devido a isso, fa-
cas da morte no Ocidente, Philippe Ariès e Alcir lamos que essa literatura é transplantada/transla-
Pécora comentam: dada. Em Portugal, O Barroco tem seu início no ano
de 1580 com a União Ibérica e no Brasil, em 1601,
“O moribundo está deitado, cercado por seus ami-
com a publicação do poema Prosopopeia, de Bento
gos e familiares. Está prestes a executar os ritos que
Teixeira, dedicado ao governador da capitania de
bem conhecemos. (...) Seres sobrenaturais invadi-
Pernambuco.
ram o quarto e se comprimem na cabeceira do ‘ja-
cente’. A grande reunião que nos séculos XII e XIII
tinha lugar no final dos tempos se faz, então, a par- 2. CONTEXTO SOCIOCULTURAL
tir do século XV, no quarto do enfermo.” Dentro do século XVI Portugal passava pelo Renas-
(Philippe Ariès, História da morte no Ocidente: da Idade Média aos nossos dias. Rio de Ja- cimento Cultural que apresentou seu auge nas três
neiro: Nova Fronteira, 2012, p. 53.)
primeiras décadas. Fruto do Humanismo, o Renas-
cimento valoriza uma nova ideologia, o Antropo-
“(...) essa espécie de arte de morrer de Vieira se
centrismo, que afirmava a importância do ser hu-
opõe à tradição das artes moriendi fundadas na
mano, da experiência concreta e a racionalidade.
preparação para a ‘última prova’ que acontece ape-
Neste período há uma volta aos modelos da antigui-
nas no quarto do moribundo. Não é mais lá que se
dade clássica e o Classicismo busca através da imi-
decide a salvação ou a condenação do cristão, mas
tação dos artistas greco-latinos o ideal de perfeição
no exato momento de suas escolhas e ações ao
artística. Sendo assim, o Renascimento busca uma
longo da vida, vale dizer, na resolução adequada a
linguagem clara, objetiva e equilibrada e se contra-
ser tomada hic et nunc (aqui e agora).”
põe aos padrões da Era Medieval.
(Alcir Pécora, A arte de morrer, segundo Vieira, em Antonio Vieira, Sermões de quarta-feira
de cinza. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2016. p.51.)
Porém, fatos como a Reforma Protestante, a União
Com base nos excertos anteriores e na leitura dos Ibérica e a Contrarreforma desestabilizam o espírito
três Sermões de Quarta-feira de Cinza, assinale a al- de harmonia cultural do Classicismo. Dessa forma,
ternativa correta. a igreja católica irá retomar os valores do Teocen-
trismo em contraposição ao Antropocentrismo, sur-
a) Em Ariès, a salvação ou danação ocorre no
gindo assim uma crise no Renascimento chamada
quarto do moribundo, mas nos sermões de Vi-
de Maneirismo, que será o período de transição do
eira é a atenção ao momento presente e a de-
Classicismo para o Barroco.
cisão correta que importam para o cristão.
b) A afirmação de Alcir Pécora é válida somente Desse modo, o Barroco procura solucionar as crises
para o primeiro sermão, pois os dois últimos e os dilemas desse período de transição através de
sermões retomam o tema do fim dos tempos e uma volta a religiosidade e eliminar a perspectiva
da agonia do moribundo para a fé cristã. antropocêntrica do Renascimento, tentando conci-
c) Segundo Ariès, o drama da salvação se dá na liar os valores da Idade Média com os renascentis-
imagem do quarto do moribundo. Essa imagem tas.
é decisiva para a compreensão do terceiro ser-
mão.
d) Para Alcir Pécora, o que distingue os sermões
de Vieira dos discursos sobre a morte nesse pe-
ríodo é a ênfase do padre jesuíta na ação fu-
tura.

238 ∣ Literatura ∣ Setor 1552 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. CARACTERÍSTICAS DO BARROCO
A arte barroca caracteriza-se pela contrariedade, TAREFA MÍNIMA
fusionismo, ambiguidade, movimento, surpresa e
espanto. É provocante e procura comover através 1. (UFPR - 2016) O soneto “No fluxo e refluxo da maré
de recursos dramáticos e imprevistos. Vincula-se encontra o poeta incentivo pra recordar seus ma-
quase sempre a mensagens dogmáticas. Estamos les”, de Gregório de Matos, apresenta característi-
diante de uma estética de forma tumultuosa e con- cas marcantes do poeta e do período em que ele o
turbada que através da arquitetura irá refletir a ide- escreveu:
ologia fornecida pela Contrarreforma e na literatura
usa frequentemente antíteses, paradoxos, inver- Seis horas enche e outras tantas vaza
sões em um completo jogo verbal. A maré pelas margens do Oceano,
E não larga a tarefa um ponto no ano,
4. OBRAS E AUTORES Depois que o mar rodeia, o sol abrasa.
• Padre Antônio Vieira: através de seus sermões,
mostra uma preocupação com o homem. Apre- Desde a esfera primeira opaca, ou rasa
senta uma temática social e política. Destaque A Lua com impulso soberano
especial para Sermão da Sexagésima e Sermão
Engole o mar por um secreto cano,
do Bom Ladrão.
E quando o mar vomita, o mundo arrasa.
• Gregório de Matos: Poeta conhecido como o
Boca do Inferno, produziu poesias líricas e satí- Muda-se o tempo, e suas temperanças.
ricas. Suas poesias podem ser divididas em:
Até o céu se muda, a terra, os mares,
Poesia lírica:
E tudo está sujeito a mil mudanças.
- Lírica amorosa: ora “graciosa”, ora erótica,
ligada à passagem do tempo, à brevidade Só eu, que todo o fim de meus pesares
da vida. Eram de algum minguante as esperanças,
- Lírica religiosa: o homem ajoelhado diante Nunca o minguante vi de meus azares.
de Deus pedindo perdão pelos pecados co-
metidos. De acordo com o poema, é correto afirmar:
- Lírica reflexiva: reflete a angústia do ho- a) A temática barroca do desconcerto do mundo
mem dividido e os seus conflitos interiores. está representada no poema, uma vez que as
Poesia Satírica: coisas do mundo estão em desarmonia entre si.
- Satírica: ironiza todos os aspectos da vida b) A transitoriedade das coisas terrenas está em
colonial: os portugueses, padres, colonos, oposição ao caráter imutável do sujeito, sub-
mulatos, etc. metido a uma concepção fatalista do destino
humano.
c) A concepção de um mundo às avessas está figu-
rada no soneto através da clara oposição entre
o mar que tudo move e a lua imutável.
d) A clareza empregada para exposição do tema
reforça o ideal de simplicidade e bucolismo da
poesia barroca, cujo lema fundamental era a
aurea mediocritas.
e) A sintonia entre a natureza e o eu poético em-
basa as personificações de objetos inanimados
aliadas às hipérboles que descrevem o sujeito.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Literatura ∣ Setor 1552 ∣ 239


Texto para a questão 2. V. Dentre as categorias que caracterizam o con-
junto da obra de Gregório de Matos publicada
A Christo S. N. Crucificado estando o poeta na última pela Academia de Letras – Sacra, Lírica, Graci-
hora de sua vida. osa, Satírica e Ultima – este poema se insere na
segunda categoria.
Meu Deus que estais pendente em um madeiro,
Em cuja lei protesto de viver A alternativa em que todas as afirmativas indicadas
Em cuja santa lei hei de morrer estão corretas é a:
Animoso, constante, firme e inteiro. a) I e II.
b) II e IV.
Neste lance, por ser o derradeiro, c) IV e V.
Pois vejo a minha vida anoitecer, d) II, III e IV.
É, meu Jesus, a hora de se ver e) I, III e IV.
A brandura de um Pai, manso Cordeiro.

Mui grande é vosso amor e meu delito,


Porém pode ter fim todo pecar,
E não o vosso amor, que é infinito.

Esta razão me obriga a confiar,


Que por mais que pequei, neste conflito
Espero em vosso amor de me salvar.
MATOS, Gregório. In: AMADO, James (Org.) Obras Completas de Gregório de Matos. Salvador: Ed.
Janaína, 1968. V. I, p. 47.

2. (UEFS - 2017) Sobre as características do autor e do


momento literário que ele representa encontradas
no soneto, é correto afirmar:
I. O poema ilustra uma das razões de Gregório de
Matos ter sido chamado de “Boca do Inferno”:
a ousadia de criticar a igreja católica e o cons-
tante desafio dirigido a Deus, que, para provar
a infinitude de seu amor, seria obrigado a per-
doá-lo.
II. No poema, por força da iminência da morte, o
poeta se expressa numa contrição de fé religi-
osa, com a admissão humilde da condição de
pecador e a confiança de merecer a misericór-
dia de Deus, com o perdão de seus pecados.
III. Há, no poema, um jogo de ideias característico
desse momento literário, que se expressa numa
retórica de campos opostos: condição humana,
pecado e punição, de um lado e, de outro, con-
dição divina, misericórdia e perdão.
IV. As expressões “vejo a minha vida anoitecer” (v.
6) e “manso Cordeiro.” (v. 8), além das contra-
dições entre “viver” (v. 2) e “morrer” (v. 3) bem
como entre “ter fim” (v. 10) e “infinito” (v. 11)
revelam o uso de figuras de linguagem e de
pensamento que caracterizam o Barroco.

240 ∣ Literatura ∣ Setor 1552 ANGLOVINCI VESTIBULARES


2. Assinale a alternativa que aponta a afirmação correta:
TAREFA COMPLEMENTAR a) O texto afirma que a alegria é encontrada em con-
tínuas tristezas, devido ao desapontamento sen-
tido pelo poeta, diante do curso seguido pelas for-
Texto para responder às questões 1 e 2.
ças naturais, tais como o findar do dia e o início da
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, noite.
Depois da Lua se segue a noite escura, b) O alternar de dias e noites serve de expressão a
um estranho desejo do poeta de que, na tristeza,
Em tristes sombras morre a formosura, se desfrutem as alegrias e, nas sombras da noite,
Em contínuas tristezas a alegria. a formosura do dia.
c) O tema central do soneto de Gregório de Matos
Porém, se acaba o Sol, por que nascia? revela-se em sua última estrofe, e pode ser defi-
Se é tão formosa a Luz, por que não dura? nido como uma reflexão acerca da transitorie-
Como a beleza assim se transfigura? dade dos bens do mundo, cuja última firmeza é a
Como o gosto da pena assim se fia? inconstância.
d) O poema focaliza e acentua a ignorância do ser
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza, humano que, ao vivenciar a alegria, não sabe
Na formosura não se dê constância, retê-la, preferindo como o Sol, esconder-se nos
próprios sofrimentos.
E na alegria sinta-se tristeza.
e) O poema toca também na questão da inocência
pois, ao falar do mundo que se inicia pela ignorân-
Começa o mundo enfim pela ignorância,
cia, está fazendo referência à pureza primordial
E tem qualquer dos bens por natureza da infância, que se opõe à degradação dos bens
A firmeza somente na inconstância.” materiais.

1. Sobre as características barrocas desse soneto, con- Texto para a questão 3.


sidere as afirmações abaixo: “Não é o homem um mundo pequeno que está dentro do
I. Há nele um jogo simétrico de contrastes, ex- mundo grande, mas é um mundo grande que está dentro
presso por pares antagônicos como Sol/Lua, pequeno. Baste por prova o coração humano, que sendo
dia/noite, luz/sombra, tristeza/ alegria, etc., uma pequena parte do homem, excede na sua capacidade
que compõem a figura da antítese. a toda a grandeza do mundo. (...) O mar, com ser um
II. Esse é um soneto oitocentista, que cumpre os monstro indômito, chegando às areias, para; as árvores,
padrões da forma fixa, quais sejam, rimas ricas, onde as põem, não se mudam; os peixes contentam-se
interpoladas nas quadras (“A-B-A-B”) e alterna- com o mar, as aves com o ar, os outros animais com a
das nos tercetos (“A-B-B-A”). terra. Pelo contrário, o homem, monstro ou quimera de to-
dos os elementos, em nenhum lugar para, com nenhuma
III. O tema do eterno combate entre elementos
fortuna se contenta, nenhuma ambição ou apetite o falta:
mundanos e forças sagradas é indicado, ali, por
tudo confunde e como é maior que o mundo, não cabe
“ignorância do mundo” e “qualquer dos bens”,
nele”
por um lado, e por “constância”, “alegria” e “fir-
meza”, de outro.
3. Podemos reconhecer neste trecho do Padre Antônio
Vieira:
A respeito de tais afirmações, deve-se dizer que:
a) o caráter argumentativo típico do estilo barroco
a) somente I está correta.
(século XVII).
b) somente II está correta. b) a pureza de linguagem e o estilo rebuscado do es-
c) somente III está correta. critor árcade (século XVIII).
d) somente I e III estão corretas. c) uma visão de mundo centrada no homem, pró-
e) todas estão corretas. pria da época romântica (princípio do século XIX).
d) o racionalismo comum dos escritores da escola
realista (final do século XIX)
e) a consciência da destruição da natureza pelo ho-
mem, típica de um escritor moderno (século XX).
ANGLOVINCI VESTIBULARES Literatura ∣ Setor 1552 ∣ 241
4 ARCADISMO

CARACTERÍSTICAS
INTRODUÇÃO • racionalismo
• busca da simplicidade
Contexto histórico: Séc. XVIII (Arte ligada ao Iluminismo • imitação dos clássicos
e com recusa ao sistema Barroco) • retorno a natureza
• Iluminismo • pastoralismo
• Revolução Industrial • bucolismo
• Revolução Francesa • amor galante
• Inconfidência Mineira • temáticas latinas:
- fugere urbem (fugir da cidade)
O Arcadismo surgiu em oposição ao excesso de religio-
- locus amoenus ( lugar ameno)
sidade e obscurantismo do Barroco, buscando restaurar
o equilíbrio do Classicismo. O tema central é o buco- - carpe diem (aproveitar o dia)
lismo ou pastoralismo que procura imitar a vida simples - inutila trucat (cortar o inútil)
do campo.

TEXTOS

Já se afastou de nós o Inverno agreste


Envolto nos seus húmidos vapores;
A fértil Primavera, a mãe das florestas
O prado ameno de boninas veste.

Varrendo os ares o sutil Nordeste


Os torna azuis: as aves de mil cores
Adejam entre Zéfiros e Amores,
E torna o fresco Tejo a cor celeste;

Vem, oh Marília, vem lograr comigo


Destes alegres campos a beleza,
Destas copadas árvores o abrigo.

Deixa louvar da corte a vã grandeza:


Quanto me agrada mais estar contigo
O Balanço (1732), de Fragonard.
Notando as perfeições da Natureza!
Bocage

242 ∣ Literatura ∣ Setor 1552 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Quem deixa o trato pastoril, amado,
Pela ingrata, civil correspondência, ANOTAÇÕES
Ou desconhece o rosto da violência,
Ou do retiro a paz não tem provado.

Que bem é ver nos campos, trasladado


No gênio do Pastor, o da inocência!
E que mal é no trato, e na aparência
Ver sempre o cortesão dissimulado!

Ali respira Amor sinceridade;


Aqui sempre a traição seu rosto encobre;
Um só trata a mentira, outro a verdade.

Ali não há fortuna que soçobre;


Aqui quanto se observa é variedade:
Oh! ventura do rico! oh! bem do pobre!
Claudio Manuel da Costa

Lira I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
que viva de guardar alheio gado,
de tosco trato, de expressões grosseiro,
dos frios gelos e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto;
dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
das brancas ovelhinhas tiro o leite,
e mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela.
graças à minha Estrela!

Eu vi o meu semblante numa fonte:


dos anos inda não está cortado;
os Pastores que habitam este monte
respeitam o poder do meu cajado.
Com tal destreza toco a sanfoninha,
que inveja até me tem o próprio Alceste:
ao som dela concerto a voz celeste
nem canto letra, que não seja minha.
Graças, Marília bela.
graças à minha Estrela!
Tomás Antônio Gonzaga

ANGLOVINCI VESTIBULARES Literatura ∣ Setor 1552 ∣ 243


EXERCÍCIOS

Texto para questão 1.

Ai, palavras, ai, palavras


Que estranha potência a vossa!

Todo o sentido da vida


Principia a vossa porta:
O mel do amor cristaliza
Seu perfume em vossa rosa;
Sois o sonho e sois a audácia,
Calúnia, fúria, derrota...

A liberdade das almas,


ai! Com letras se elabora...
e dos venenos humanos
sois a mais fina retorta:
frágil, frágil, como o vidro
e mais que o aço poderosa!
Reis, impérios, povos, tempos,
pelo vosso impulso rodam...
MEIRELES, C. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985 (fragmento).

1. (Enem) O fragmento destacado foi transcrito do Ro-


manceiro da Independência, de Cecília Meireles.
Centralizada no episódio histórico da Inconfidência
Mineira, a obra, no entanto, elabora uma reflexão
mais ampla sobre a seguinte relação entre o ho-
mem e a linguagem:
a) A força e a resistência humanas superam os da-
nos provocados pelo poder corrosivo das pala-
vras.
b) As relações humanas, em suas múltiplas esfe-
ras, têm seu equilíbrio vinculado aos significa-
dos das palavras.
c) O significado dos nomes não expressa de forma
justa e completa a grandeza da luta do homem
pela vida.
d) Renovando o significado das palavras, o tempo
permite às gerações perpetuar seus valores e
suas crenças.
e) Como produto da criatividade humana, a lin-
guagem tem seu alcance limitado pelas inten-
ções e gestos.

244 ∣ Literatura ∣ Setor 1552 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Texto para a questão 2.
LEITURA
Torno a ver-vos, ó montes: o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
1. ORIGEM DO ARCADISMO OU NEOCLASSICISMO
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
O Arcadismo, também chamado de Neoclassicismo,
Pelo traje da Corte, rico e fino.
surgiu em oposição ao excesso de religiosidade e
obscurantismo do Barroco e restaura o equilíbrio
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
do Classicismo. Esta tendência artística reflete a
Os meus fiéis, meus doces companheiros, ideologia da aristocracia decadente e da alta bur-
Vendo correr os míseros vaqueiros guesia insatisfeita com o absolutismo real. Além
Atrás de seu cansado desatino. disso, o Arcadismo ao romper com o padrão rebus-
cado e confuso da estética Barroca procura simpli-
Se o bem desta choupana pode tanto, ficar a arte. Dentro do contexto histórico o período
Que chega a ter mais preço, e mais valia demonstra grandes transformações sociais e cultu-
rais como: a filosofia do Iluminismo, a Revolução In-
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto.
dustrial e a Revolução Francesa.
Aqui descanso a louca fantasia,
E o que até agora se tornava em pranto 2. CONTEXTO SOCIOCULTURAL
Se converta em afetos de alegria. O Arcadismo propõe um retorno a natureza bus-
cando assim um sentido de harmonia, verdade e
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. RJ: Nova Aguilar,
2002, p. 78/9. simplicidade que não se encontra na cidade. Dessa
forma, o homem entra em equilíbrio e o bucolismo
2. (Enem) Considerando o soneto de Cláudio Manoel torna-se o padrão social cujo ambiente campestre
da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo é o ideal de felicidade. Uma retomada dos padrões
brasileiro, assinale a opção correta acerca da rela- clássicos e principalmente das fontes latinas dão ao
ção entre o poema e o momento histórico de sua poeta árcade os temas e os motivos para a sua po-
produção: esia. Ele busca apenas seguir os modelos e só a imi-
tação dos clássicos garante o ideal de forma poé-
a) Os "montes" e "outeiros", mencionados na pri-
tica.
meira estrofe, são imagens relacionadas à Me-
trópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu No contexto brasileiro o Arcadismo tem o marco ini-
com traje "rico e fino". cial em 1768 com Obras poéticas, de Cláudio Ma-
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como nuel da Costa. A importância desse fato para nossa
núcleo do poema, revela uma contradição vi- história literária reside, não apenas, nas obras e na
venciada pelo poeta, dividido entre a civilidade formação das academias, mas também na forma-
do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade ção de um público leitor regular e permanente,
da terra da Colônia. tendo assim, o início de um sistema literária.
c) O bucolismo presente nas imagens do poema é
elemento estético do Arcadismo que evidencia
a preocupação do poeta árcade em realizar
uma representação literária realista da vida na-
cional.
d) A relação de vantagem da "choupana" sobre a
"Cidade", na terceira estrofe, é formulação lite-
rária que reproduz a condição histórica parado-
xalmente vantajosa da Colônia sobre a Metró-
pole.
e) A realidade de atraso social, político e econô-
mico do Brasil Colônia está representada este-
ticamente no poema pela referência, na última
estrofe, à transformação do pranto em alegria.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Literatura ∣ Setor 1552 ∣ 245


3. OBRAS E AUTORES
Portugal: TAREFA MÍNIMA
• Bocage: Poeta português considerado como o
melhor do Arcadismo, sendo que parte de sua Texto para a questão 1.
poesia antecipa temas românticos.
Soneto VII
Brasil: Onde estou? Este sítio desconheço:
• Cláudio Manuel da Costa: poeta de transição Quem fez tão diferente aquele prado?
entre o Barroco para o Arcadismo, cujo princi-
Tudo outra natureza tem tomado;
pal tema é o sofrimento. Suas produções literá-
rias são os livros Obras Poéticas (poemas líricos) E em contemplá-lo tímido esmoreço.
e Vila Rica (poemeto épico).
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
• Tomás Antônio Gonzaga: poeta tipicamente
árcade, preso aos esquemas bucólicos, pastoris De estar a ela um dia reclinado:
e galantes. O poeta tem duas obras: Marília de Ali em vale um monte está mudado:
Dirceu (poesia lírica) e Cartas Chilenas (poema Quanto pode dos anos o progresso!
satírico).
• Basílio da Gama: seu poema O Uraguay faz Árvores aqui vi tão florescentes,
uma apologia da expedição imperial enviada as Que faziam perpétua a primavera:
Missões, tendo a glorificação do homem natu- Nem troncos vejo agora decadentes.
ral que enfrenta os representantes da civiliza-
ção europeia. Eu me engano: a região esta não era;
• Santa Rita Durão: o poema Caramuru apre- Mas que venho a estranhar, se estão presentes
senta uma glorificação do colonizador branco, Meus males, com que tudo degenera!
porém há também a exaltação do índio que se
COSTA, C. M. Poemas. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 jul. 2012.
converte à religião do dominador luso e o auxi-
lia na conquista.
1. (Enem 2016) No soneto de Cláudio Manuel da
Costa, a contemplação da paisagem permite ao eu
lírico uma reflexão em que transparece uma:
a) angústia provocada pela sensação de solidão.
b) resignação diante das mudanças do meio ambi-
ente.
c) dúvida existencial em face do espaço desconhe-
cido.
d) intenção de recriar o passado por meio da pai-
sagem.
e) empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia
da terra.

246 ∣ Literatura ∣ Setor 1552 ANGLOVINCI VESTIBULARES


2. (Unifesp 2016) Assinale a alternativa na qual se
pode detectar nos versos do poeta português Ma- TAREFA COMPLEMENTAR
nuel Maria de Barbosa du Bocage (1765-1805) uma
ruptura com a convenção arcádica do locus amoe-
Texto para as questões 1 e 2.
nus (“lugar aprazível”).
a) “Olha, Marília, as flautas dos pastores Leia o soneto XLVI, de Cláudio Manuel da Costa (1729-
Que bem que soam, como estão cadentes! 1789), para responder à(s) questão(ões) a seguir.
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes Não vês, Lise, brincar esse menino
Os Zéfiros brincar por entre flores?” Com aquela avezinha? Estende o braço,
b) “O ledo passarinho que gorjeia Deixa-a fugir, mas apertando o laço,
Da alma exprimindo a cândida ternura, A condena outra vez ao seu destino.
O rio transparente, que murmura,
E por entre pedrinhas serpenteia:” Nessa mesma figura, eu imagino,
c) “Se é doce no recente, ameno Estio Tens minha liberdade, pois ao passo
Ver tocar-se a manhã de etéreas flores, Que cuido que estou livre do embaraço,
E, lambendo as areias e os verdores, Então me prende mais meu desatino.
Mole e queixoso deslizar-se o rio;”
Em um contínuo giro o pensamento
d) “A loira Fílis na estação das flores,
Tanto a precipitar-me se encaminha,
Comigo passeou por este prado
Que não vejo onde pare o meu tormento.
Mil vezes; por sinal, trazia ao lado
As Graças, os Prazeres e os Amores.” Mas fora menos mal esta ânsia minha,
e) “Já sobre o coche de ébano estrelado, Se me faltasse a mim o entendimento,
Deu meio giro a Noite escura e feia; Como falta a razão a esta avezinha.
Que profundo silêncio me rodeia (Domício Proença Filho (org.). A poesia dos inconfidentes, 1996.)

Neste deserto bosque, à luz vedado!”


1. (Unesp 2017) No soneto, o menino e a avezinha,
mencionados na primeira estrofe, são comparados,
respectivamente,
a) ao eu lírico e a Lise.
b) a Lise e ao eu lírico.
c) ao desatino e ao eu lírico.
d) ao desatino e à liberdade.
e) a Lise e à liberdade.

2. (Unesp 2017) O tom predominante no soneto é de


a) resignação.
b) nostalgia.
c) apatia.
d) ingenuidade.
e) inquietude.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Literatura ∣ Setor 1552 ∣ 247


Tarefa Complementar
GABARITO 1. B
2. E
Tema 1

Tarefa Mínima
1. A
2. B
3. A

Tarefa Complementar
1. E
2. B
3. B

Tema 2

Tarefa Mínima
4. B
5. A

Tarefa Complementar
4. A
5. D
6. C
7. D

Tema 3

Tarefa Mínima
1. B
2. D

Tarefa Complementar
1. A
2. C
3. A

Tema 4

Tarefa Mínima
1. E
2. E

248 ∣ Literatura ∣ Setor 1552 ANGLOVINCI VESTIBULARES


ENTENDIMENTO E PRODUÇÃO DE TEXTO
1 PRODUÇÃO DE TEXTO: CONCEITOS ELEMENTARES

ANOTAÇÕES

ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 249


TEMA DE REDAÇÃO

(Unesp 2017)
Texto 1
A distribuição da riqueza é uma das questões mais vivas
e polêmicas da atualidade. Será que a dinâmica da acu-
mulação do capital privado conduz de modo inevitável
a uma concentração cada vez maior da riqueza e do po-
der em poucas mãos, como acreditava Karl Marx no
século XIX? Ou será que as forças equilibradoras do cres-
cimento, da concorrência e do progresso tecnológico le-
vam espontaneamente a uma redução da desigualdade
e a uma organização harmoniosa da sociedade, como
pensava Simon Kuznets no século XX?
(Thomas Piketty. O capital no século XXI, 2014. Adaptado.)

Texto 2
Já se tornou argumento comum a ideia de que a me-
lhor maneira de ajudar os pobres a sair da miséria é per-
mitir que os ricos fiquem cada vez mais ricos. No en-
tanto, à medida que novos dados sobre distribuição de
renda são divulgados*, constata-se um desequilíbrio as-
sustador: a distância entre aqueles que estão no topo
da hierarquia social e aqueles que estão na base cresce
cada vez mais.
A obstinada persistência da pobreza no planeta que
vive os espasmos de um fundamentalismo do cresci-
mento econômico é bastante para levar as pessoas
atentas a fazer uma pausa e refletir sobre as perdas di-
retas, bem como sobre os efeitos colaterais dessa distri-
buição da riqueza.
Uma das justificativas morais básicas para a econo-
mia de livre mercado, isto é, que a busca de lucro indivi-
dual também fornece o melhor mecanismo para a busca
do bem comum, se vê assim questionada e quase des-
mentida.

* Um estudo recente do World Institute for Deve-


lopment Economics Research da Universidade das
Nações Unidas relata que o 1% mais rico de adultos pos-
suía 40% dos bens globais em 2000, e que os 10% mais
ricos respondiam por 85% do total da riqueza do mundo.
A metade situada na parte mais baixa da população
mundial adulta possuía 1% da riqueza global.
(Zygmunt Bauman. A riqueza de poucos beneficia todos nós?, 2015. Adaptado.)

250 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Texto 3
LEITURA
Um certo espírito rousseauniano parece ter se apo-
derado de nossa época, que agora vê a propriedade pri-
vada e a economia de mercado como responsáveis por 1. DISSERTAÇÃO
todos os nossos males. É verdade que elas favorecem a Ao longo deste ano a escrita estará presente em vá-
concentração de riqueza, notadamente de renda e pa- rios momentos da sua vida. Desde a resolução de
trimônio. uma equação matemática ao preenchimento de
Essa, porém, é só parte da história. Os mesmos me- sua ficha de inscrição no vestibular, escrever será
canismos de mercado que promovem a disparidade – inevitável. Como você pode notar, a escrita tem di-
eles exigem certo nível de desigualdade estrutural para versas funções, mas o curso de redação tem por ob-
funcionar – são também os responsáveis pelo mais ex- jetivo trabalhar apenas uma delas: a dissertação.
traordinário processo de melhora das condições materi- Com raras exceções (a Unicamp, por exemplo), os
ais de vida que a humanidade já experimentou. grandes vestibulares exigem do candidato textos
Se o capitalismo exibe o viés elitista da concentração dissertativos. Mas o que é dissertar?
de renda, ele também apresenta a vocação mais demo- Vejamos como os grandes vestibulares definem:
crática de tornar praticamente todos os bens mais » FUVEST: “é o texto do qual se espera que o
acessíveis, pelo aprimoramento dos processos produti- candidato, visando a sustentar um ponto de
vos. Não tenho nada contra perseguir ideias de justiça, vista sobre o tema proposto ou sugerido,
mas é importante não perder a perspectiva das coisas. demonstre capacidade de mobilizar conhe-
(Hélio Schwartsman. “Uma defesa da desigualdade”. Folha de S.Paulo, cimentos e opiniões; argumentar de forma
14.06.2015. Adaptado.)
coerente e pertinente; articular eficiente-
mente as partes do texto e expressar-se de
Com base nos textos apresentados e em seus próprios
modo claro, correto e adequado”.
conhecimentos, escreva uma dissertação, empregando
a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: » ENEM: “aplicar conceitos de várias áreas do
conhecimento para defender uma tese, res-
A RIQUEZA DE POUCOS BENEFICIA A SOCIEDADE peitando mecanismos linguísticos e elabo-
INTEIRA? rando uma proposta de intervenção ao pro-
blema”.
Em resumo: sua tarefa é defender sua opinião, to-
OLHO NA REDAÇÃO mando partido, de maneira clara e objetiva, na
questão proposta pela banca.
(Unesp 2017) A riqueza de poucos beneficia a sociedade DISSERTAR É DEFENDER UMA IDEIA CENTRAL
inteira?
Existem três tipologias textuais: a descritiva, a nar-
» Procure levar em consideração aspectos históricos rativa e a dissertativa.
do desenvolvimento brasileiro: em que sentido eles
se relacionam com o presente? Exemplos:
» Tipologia descritiva: o professor de química é
» Pense a respeito da meritocracia: existem oportuni-
inteligente, esportista e gente boa.
dades iguais para todos?
Exemplo 2: a cadeira é bela, confortável e muito
» Variáveis como a escravidão e o colonialismo são barata.
sempre relevantes na explicação da desigualdade
regional ou de grupos minoritários. » Tipologia narrativa: certo dia, estava eu admi-
rando a maravilhosa paisagem litorânea
» A estrutura política brasileira é justa? Em que me- quando percebi, subitamente, o sentido da
dida nosso sistema político ajuda na propagação da vida. Minha reflexão foi interrompida pela alga-
desigualdade? zarra de algumas crianças barulhentas.
» Não se esqueça de refletir sobre como a desigual- Exemplo 2: Sábado, quando sentei na cadeira
dade também impacta o acesso a direitos como sa- do dentista, senti uma vontade absurda de dor-
úde mir. Contudo, me lembrei quão doloridos se-
riam aqueles minutos e tive medo de adorme-
cer.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 251
» Tipologia dissertativa: para ser aprovado em » Reflita sobre o tema proposto para decidir
um bom vestibular é preciso foco, determina- como abordá-lo, qual será seu ponto de vista e
ção e vontade, mas, sobretudo, condições eco- como defendê-lo.
nômico-financeiras que permitam ao aluno pa- » Lembre-se de que cada parágrafo deve desen-
gar um bom cursinho ou uma boa escola. volver um tópico frasal.
Exemplo 2: as cadeiras contemporâneas estão » Examine, com atenção, a introdução e a con-
cada vez mais confortáveis. Ao contrário da ten- clusão para ver se há coerência entre o início e
dência do século XIX que se prezava por beleza o fim.
apenas.
Assim sendo, para que se construa um bom texto 4. CONCLUSÃO DA REDAÇÃO DISSERTATIVA-ARGU-
dissertativo-argumentativo é preciso compreender MENTATIVA
o assunto, o qual deve ser defendido por meio de A conclusão é o fechamento de seu texto, podendo
argumentos. Por isso, chamamos esse tipo de texto resumir as ideias apresentadas ao longo deste. Ou-
de dissertativo-argumentativo. Essa tipologia tex- tra possibilidade, como no caso das redações do
tual baseia-se em três partes fundamentais: a intro- ENEM, é apresentar uma solução, proposta de in-
dução, o desenvolvimento e a conclusão. Este tipo tervenção ao problema abordado pela banca.
de redação é pedido (ou esperado) pela maioria dos
vestibulares e concursos públicos do Brasil, mas 5. PERGUNTAS FREQUENTES
principalmente pelo ENEM.
É possível escrever o texto em primeira pessoa?
Não! A primeira pessoa não é aceita no texto disser-
2. INTRODUÇÃO DA REDAÇÃO DISSERTATIVA-ARGU-
tativo por conta de sua marca de pessoalidade.
MENTATIVA
Quando muito, em casos excepcionais, aceita-se a
A introdução é a parte em que se apresenta a tese,
primeira pessoa do plural (ex. Os brasileiros recla-
a ideia a ser discutida. Sendo o contato inicial do lei-
mam da política sem dela participarmos). Tal estra-
tor com o texto, deve atraí-lo, despertar-lhe o inte-
tégia, ao incluir o autor, diminui o pedantismo e o
resse. É importante que você deixe clara sua posi-
autoritarismo da argumentação.
ção frente ao problema apresentado: ao se posici-
onar, você facilita o entendimento posterior do Em que voz e pessoa devo escrever o texto?
texto. Usualmente escreve-se um texto dissertativo-argu-
mentativo indeterminando o sujeito (É preciso lutar
3. DESENVOLVIMENTO DA REDAÇÃO DISSERTATIVA- contra a desigualdade) ou usando a voz passiva sin-
ARGUMENTATIVA tética (pode-se afirmar que), a terceira pessoa do
O desenvolvimento do texto é a parte em que são singular e em casos excepcionais a primeira pessoa
utilizados os argumentos para fundamentar a tese, do plural.
ou seja, exemplos, comparações, dados históricos,
dados estatísticos, pesquisas, causas socioeconômi- Em que tempo verbal se escreve o texto disserta-
cas ou culturais, depoimentos – enfim, tudo o que tivo-argumentativo?
possa demonstrar que o ponto de vista defendido Ele deve ser redigido no presente do indicativo, pois
pelo autor tem consistência. O INEP (instituto que é um tipo textual que busca a generalização. Logi-
organiza a prova do ENEM) dá as seguintes dicas camente outros tempos verbais poderão ser usados
aos vestibulandos: conforme a necessidade do autor de voltar ao pas-
» Leia com atenção a proposta de redação e os sado ou de ir ao futuro.
textos motivadores, para compreender bem o
que está sendo solicitado. Como escrever um bom título?
» Evite ficar preso às ideias desenvolvidas nos Nem sempre ocorre a exigência de título em provas
textos motivadores, porque foram apresenta- de vestibular e concursos, mas é importante salien-
das apenas para despertar uma reflexão sobre tar que ele dá ao texto um aspecto formal. O bom
o tema e não para limitar sua criatividade. título é aquele que representa a ideia do texto. Tí-
» Não copie trechos dos textos motivadores. tulos como "O Amor", por exemplo, não são ade-
Lembre-se de que eles foram apresentados quados, pois são amplos e não possibilitam identifi-
apenas para despertar seus conhecimentos so- car as ideias do texto.
bre o tema. Evite também títulos excessivamente criativos.
252 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES
Algumas formas de estruturar o título: A grande política foi criada nessa duplicidade: os getu-
» A solidariedade é fundamental (um período) listas e lacerdistas, Arena e MDB, PT e PSDB. Briga de
torcidas sim, porque cada lado sempre retirou sua
» Solidariedade: ato de amor (pontuação inter-
agenda da outra facção. Mais do que briga, dança core-
mediária).
ografada. “Nós” somos éticos, “eles” são corruptos.
» Solidariedade Humana (sem pontuação e inici- “Nós” trabalhamos por um Brasil grande e disciplinado,
ais maiúsculas). empreendedor. “Eles” querem só as benesses do go-
verno numa vida ociosa e vampiresca. “Nós” sustenta-
mos o Brasil. “Eles” apenas se aproveitam. Qual o
EXERCÍCIO grande problema nacional? “Eles” não entendem que
“nós” estejamos corretos.

Leia o texto a seguir e identifique: A microfísica do poder e da sociabilidade repetia esse


a) Tese; padrão. No trânsito, o que atrapalha? Se eu for motoci-
b) Argumentos; clista, óbvio, carros, ônibus e pedestres não funcionam.
c) Conclusão. Sou taxista: esses carros particulares estão a passeio e
são descuidados. Ciclista estou? Falta cidadania aos ou-
O ódio nosso de cada dia tros. Infelizmente, todos erram e, desgraçadamente,
apenas eu sei dirigir.
Finda a eleição, numa ressaca nacional o Brasil desco-
briu-se raivoso: dormimos num vale suíço e acordamos O primeiro problema da nossa intensa violência no trân-
em Serra Leoa sito (estamos entre os quatro países que mais matam
O Brasil não tem terremotos ou furacões. Carecemos de pessoas) é que não participo, como sujeito histórico, da
tsunamis. O fundamentalismo religioso, aqui, é mais barbárie. A violência é do outro, nunca minha. Aliás,
lembrado pela estética da saia e cabelos compridos que rodo como um Gandhi orientado pela Madre Teresa de
por genocídios. Mesmo não sendo um paraíso, todo bra- Calcutá. Os outros? Gêngis Khan no banco de passagei-
sileiro sabe que não vivemos no inferno. A Terra de ros com Átila ao volante.
Santa Cruz é um cálido purgatório, no máximo.
O trânsito é uma metáfora trágica. Somos um país vio-
Esse quadro sem desastres naturais de monta nem lento. Violentos ao dirigir, violentos nas ruas, violentos
ódios ancestrais e genocidas foi passado a várias gera- nos comentários e fofocas, violentos ao torcer por nosso
ções, a minha inclusive. Em plena ditadura, na escola, time, violentos ao votar.
cantávamos “as praias do Brasil ensolaradas” onde
Deus plantara mais amor e onde “mulatas brotam Passei duas semanas fora do País às vésperas do se-
cheias de calor”. Nesse Éden tropical e erótico, nada se gundo turno presidencial. Desembarquei no sábado, fal-
falava sobre repressão a dissidentes. E, combinação ma- tando poucas horas para a abertura do horário de vota-
ravilhosa: o céu nos sorria e a terra jamais tremia. ção. Distante do meu país, fui invadido, via internet, por
Os momentos de polarização política, como 1935 (In- textos duros, propagandas furibundas, imagens de es-
tentona Comunista) ou 1964 (golpe militar), foram re- cárnio e análises corrosivas. Todas tinham um ponto em
tratados na versão oficial e conservadora como infiltra- comum: o outro era a fonte do deslize ético e do método
ção de doutrinas estrangeiras de ódio. Era o marxismo ilícito de campanha. A campanha do outro partido era
pantanoso em meio a um povo cristão e pacífico. Foram D-E-P-L-O-R-Á-V-E-L. “Nós” apenas nos defendíamos no
os primeiros momentos nos quais a elite pátria pensou interior do castelo puro da civilização, jogando contra-
em “nós”, ou seja, os pacifistas que queriam construir ataques em direção à horda nauseante.
uma país de progresso e prosperidade, contra “eles”, os
grevistas, sindicalistas, agitadores e outros que insis- Findo o pleito, uma ressaca nacional: o Brasil descobriu-
tiam em inocular no corpo nacional o vírus do dissenso. se raivoso. Os brasileiros ficaram surpresos com a carga
“Nós” correspondia aos patriotas, aos que só desejavam de ódio que fluiu pela rede. Estávamos ainda nas praias
a paz. “Eles” correspondia à cizânia e aos cronicamente do Brasil ensolaradas? Na terra do leite e do mel sem
insatisfeitos. Sempre fomos bons em pensamentos ma- terremotos? Este ainda seria o país do futuro? Dormi-
niqueístas, em dualismos morais perfeitos. Ninguém é mos num vale suíço e acordamos numa guerra em Serra
católico por séculos e emerge ileso desse destino... Leoa.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 253


Esse ódio sempre esteve lá. Ódio não é dado a ter infân-
cia. Nasce adulto em lugares úmidos onde o ressenti-
mento germina. O ódio é parte central da identidade de
indivíduos e grupos. Os regionalismos raivosos (calabre-
ses contra lombardos, bascos contra castelhanos, etc.)
sempre foram, antes de raivosos, regionalismos. Em ou-
tras palavras: eu preciso constituir uma região antes de
odiar outra. Mas ódios são circulares com a identidade:
eu preciso odiar também ANTES para constituir uma re-
gião. Uma contradição interessante.

Aqui começa a delícia do ódio. Ao vociferar contra ou-


tros, o ódio também me insere numa zona calma. Se
berro que uma pessoa x é vagabunda porque nasceu na
terra y, por oposição estou me elogiando, pois não nasci
naquela terra nem sou vagabundo. Se ironizo com pia-
das ácidas uma opção sexual, destaco no discurso
oculto que a minha é superior. Todo ódio é um autoelo-
gio. Todo ódio me traz para uma zona muito tranquila
de conforto. Não tenho certeza se sou muito bom, mas
sei que o outro partido é muito ruim, logo, ao menos,
sou melhor do que eles. É um jogo moral denunciado por
dois grandes judeus: Jesus e Freud.

Mas o ódio apresenta outra função interessante. Ela


aplaina as diferenças do meu grupo. O ódio, como vá-
rios ditadores bem notaram, serve como ponto de união
e de controle. O ódio é gêmeo xifópago do medo, e pes-
soas com medo cedem fácil sua liberdade de pensa-
mento e ação.

Seria bom perceber que o ódio fala muito de mim e


pouco do objeto que odeio. Mas o principal tema do
ódio é meu medo da semelhança. Talvez por isso os
ódios intestinos sejam mais virulentos do que os exter-
nos. Odeio não porque sinta a total diferença do objeto
do meu desprezo, mas porque temo ser idêntico. Posso
perdoar muita coisa, menos o espelho.

Mas o ódio é feio, um quasímodo moral. A ira continua


sendo um pecado capital. Assim, ele deve vir disfarçado
da defesa da ética, do amor ao Brasil, da análise econô-
mica moderna. Esses são os apolos que banham de luz
a fealdade. E, como queria o rebelde (que odiava o Es-
tado), sempre teremos 999 professores de virtude para
cada pessoa virtuosa. Em oposição, encerro acrescen-
tando: sempre teremos 999 pessoas odiando para cada
pessoa que pensa. Isso às vezes me dá um ódio...
*Leandro Karnal é historiador e professor de História Cultural da Unicamp

254 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES


2 PRODUÇÃO DE TEXTO: A TESE

ANOTAÇÕES

ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 255


TEMA DE REDAÇÃO

(FAMERP 2017)

Texto 1
O respeitabilíssimo Dicionário Oxford, o mais extenso da
língua inglesa, anunciou que um novo verbete passaria
a figurar em suas páginas: selfie, que reúne o substan-
tivo “self” (eu, a própria pessoa) e o sufixo “-ie”. Eis sua
definição: “Fotografia que alguém tira de si mesmo, em
geral com smartphone ou webcam, e carrega em uma
rede social.”
(Rafael Sbarai. “Selfie é a nova maneira de expressão e autopromoção”.
veja.abril.com.br, 23.11.2013. Adaptado.)

Texto 2
O professor de psicologia da Universidade da
Geórgia, nos Estados Unidos, Keith Campbell, sugere
que um dos motivos que nos fazem amar selfies é por-
que elas são uma forma de expressão criativa. Ele
afirma que a selfie é uma variação moderna dos autor-
retratos dos artistas.
As selfies também nos permitem exercer um nível de
controle maior sobre como os outros nos enxergam on-
line, e isso é um grande apelo. Graças às câmeras dos
celulares localizadas na frente, podemos tirar inúmeras
fotos de nós mesmos até conseguir a imagem que nos
mostra exatamente como queremos – uma imagem a
qual nos sentimos felizes de compartilhar com o mundo
online. Curioso notar que uma pesquisa sugere que essa
“auto representação seletiva” pode na verdade aumen-
tar nossa autoestima e confiança.
E os benefícios potenciais da selfie não param aí. As
selfies têm uma característica espontânea e íntima que
vem mudando a maneira com que documentamos,
compartilhamos e celebramos eventos. Quando encon-
tramos uma celebridade, não buscamos mais um
autógrafo impessoal, nem precisamos usar cartões pos-
tais para dividir as memórias de uma viagem bacana.
Pelo contrário, capturamos esses momentos únicos e
compartilhamos com nossos amigos imediatamente. A
Dra. Andrea Letamendi explica que “psicologicamente,
podem haver benefícios em se compartilhar selfies por-
que essa prática está impregnada em nossa cultura e é
uma maneira de se interagir socialmente com outros.”
(“O que seu selfie diz sobre você? A ciência por trás da nossa obsessão”. www.shut-
terstock.com. Adaptado.)

256 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Texto 3 » Qual a relação entre o capitalismo e fenômeno dis-
cutido? Pense com quais objetos e em quais lugares
Na mitologia grega, Narciso era conhecido por sua
as pessoas gostam de fazer selfies (perceba uma re-
beleza, mas, ao ver-se refletido nas águas de uma fonte,
lação direta com a ostentação).
apaixonou-se por si mesmo. E, em busca desse amor im-
possível, fundiu-se consigo mesmo e sucumbiu na » Qual o impacto da lógica narcisista em pessoas cuja
própria imagem. Trazendo para o atual contexto, pode- personalidade está em formação?
mos ver o narcisismo nas tecnologias, principalmente » Você consegue perceber um recorte de gênero no
com o uso das redes sociais e as tão faladas selfies, que problema? Ele impacta igualmente homens e mu-
não estariam ligadas apenas à intenção de se expor, lheres?
através de um autorretrato, mas também a uma busca
pelo elogio e pelo olhar do outro para ser admirado, re-
conhecido e, assim, amado. LEITURA
O que é muito discutido atualmente é se toda essa
exposição e busca revela um sintoma da sociedade,
cada vez menos interessada nas relações de fato e reais, 1. A TESE
à medida que apenas investe na proliferação de ima- O primeiro passo para a realização de um texto dis-
gens, que não necessariamente traduzem o sentido sertativo-argumentativo é a leitura adequada da
real, ou seja, se o indivíduo de fato está feliz e bem. Mas coletânea. Os textos sugeridos pela banca são
essa busca por ser admirado e amado, de modo tão ins- muito relevantes na medida em que nos direcionam
tantâneo, traduz os reais sentimentos? E, ao final, o in- e permitem que entendamos com maior precisão o
divíduo que terá muitas curtidas e elogios realmente se tema;
sentirá melhor?
O segundo passo para a realização adequada do
Dessa forma, cada vez mais as relações se tornam
planejamento é a escolha da tese. A tese é essencial
superficiais, ou seja, quando o indivíduo está realmente
para o planejamento e precede qualquer rascunho
em contato com o outro, pouco expõe o que deseja,
ou elaboração de argumentos:
sente, pensa, já que está tão voltado para a sua selfie.
» O objetivo central de todo texto dissertativo é
(“O narcisismo na contemporaneidade: o mal-estar da era das selfies”.
http://lounge.obviousmag.org, setembro de 2014. Adaptado.) defender a tese.
» A tese deve ser uma frase curta e objetiva que
Com base nos textos apresentados e em seus próprios
expresse a ideia central a ser defendida durante
conhecimentos, escreva uma dissertação, de acordo
a dissertação.
com a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o se-
guinte tema: » A tese não pode deixar de responder a banca
caso o tema seja uma pergunta.
SELFIES: MECANISMO DE INTERAÇÃO SOCIAL OU » A tese deve aparecer de maneira clara ao longo
NARCISISMO EM EXCESSO? do texto, preferencialmente na introdução.

Em resumo: sua tarefa é defender sua opinião, to-


mando partido, de maneira clara e objetiva, na
questão proposta pela banca.
OLHO NA REDAÇÃO

2. PROPOSTA DE REDAÇÃO: Violência Doméstica -


(FAMERP 2017) Selfies: mecanismo de interação social como combater?
ou narcisismo em excesso?
NÍVEL DE ABSTRAÇÃO:
» Em que medida o mundo digital e a posse de smar-
É preciso ter cautela para que a tese não fique
tphones acelera o processo descrito nos textos da
muito abstrata e nem muito específica. Esta escolha
coletânea? é determinante, pois irá restringir ou aumentar o
» Você considera esse processo saudável? Cuidado número de argumentos possíveis de serem utiliza-
para não ser moralista: avalie os impactos sociais do dos em seu texto.
fenômeno e evite termos como certo, errado, bom
e mau.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 257


TESTANDO A TESE: TESES PROBLEMÁTICAS:
» A tese é o núcleo de seu texto. Para verificar se a 1) A responsabilidade pela violência doméstica é do
tese é adequada é imprescindível pensar quais ar- machismo.
gumentos possíveis para defendê-la. O teste con-
siste em encontrar argumentos que comprovem di- Problema: erro EXTREMAMENTE comum nas reda-
retamente nossa tese. ções, a tese peca pela obviedade. O que acaba im-
pedindo que o candidato mostre sua capacidade ar-
» É praticamente impossível comprovar em um texto gumentativa e refine suas posições. Tal assertiva já
de 30 linhas a tese “A imensa maioria dos casos de é dada como certa pela banca.
violência doméstica não são solucionados adequa-
damente”. É por esta razão que ela foi classificada 2) A violência doméstica é um grave problema em
com uma tese muito específica. nossa sociedade e precisa ser combatida.
» Uma tese específica pode ser um bom argumento
Problema: erro mais frequente, a tese acima não
para uma tese um pouco mais genérica.
diz absolutamente NADA. Apenas reitera o pedido
da banca. É preciso notar a diferença sutil, porém
A violência doméstica deve ser combatida por meio central, para a tese anterior. Aquela, pelo menos,
da igualdade econômica entre homens e mulheres (I) estabelecia uma relação de causa e consequência.
e o fim da objetificação do corpo da mulher (II). Esta não faz conclusão alguma.

» As diferenças salariais entre homens e mulheres 3. PROPOSTA DE REDAÇÃO: É desejável e possível li-
afastam as mulheres do mercado de trabalho, o que mitar o poder do dinheiro?
as torna dependentes dos maridos (I).
TESE:
» O fato de a mulher ser vista como uma figura ma-
terna, a obriga cumprir o papel de mãe e a afasta A reificação das relações sociais tem por conse-
do controle econômico do lar (I). quência uma sociedade segregada e frustrada, ge-
rando a necessidade de limitação do poder do di-
» O homem agride a mulher pois crê que ela é seu ob- nheiro.
jeto, sua propriedade (II).
» A objetificação do corpo da mulher pode ser vista POSSÍVEIS ARGUMENTOS:
na mídia, comerciais e programas de TV. Cabe regu- » Bens essenciais à vida são mercantilizados: di-
lação (II). reitos não são mercadoria (saúde, educação,
transporte, lazer e moradia).

258 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES


» A vida transforma-se em uma corrida desenfre-
ada por dinheiro uma vez que este é o meio de EXERCÍCIOS
acesso a tudo.
» A posse de determinados bens passa a ser mo- Identifique o sentido argumentativo dos seguintes tex-
tivo de segregação social: ostentação e desi- tos separando a tese e o(s) argumento(s).
gualdade.
a) “Meu carro não é grande coisa, mas é o bastante
» A exclusão de determinado grupo social ou o para o que preciso. É econômico, nunca dá defeito
não acesso e bens de consumo gera frustração e tem espaço suficiente para transportar toda a mi-
e ansiedade. nha família.”
» A história sempre se mostrou uma narrativa b) “Veja bem, o Brasil a cada ano exporta mais e mais;
sem script, é papel da ideologia naturalizar fe- além disso, todo ano batemos recordes de produ-
nômenos que são HISTÓRICOS. ção agrícola. Sem contar que nosso parque indus-
trial é um dos mais modernos do mundo. Definiti-
TESES PROBLEMÁTICAS: vamente, somos o país do futuro.”
1) “O dinheiro substitui os verdadeiros valores da c) “Embora a gente se ame muito, nosso namoro tem
vida”. tudo para dar errado: nossa diferença de idade é
Problema: a tese adota uma crítica moralista do grande e nossos gostos são quase que opostos.
problema. O que são valores, existiriam valores Além disso, a família dela é terrível.”
corretos? Ao identificar o problema seja mais d) “Como o Brasil é um país muito injusto, toda polí-
objetivo! tica social por aqui implementada é vista como de-
magogia, paternalismo”.
2) “É preciso uma sociedade sem dinheiro onde
impere a fraternidade e a solidariedade”.

Problema: a tese ignora que uma das perspecti-


vas a serem abordadas é a POSSIBILIDADE de
um mundo sem dinheiro. Assim, a tese incorre
em idealismo.

4. CONCLUSÕES:
» Defender a tese é o objetivo principal de seu
texto. TODOS os argumentos só cabem no texto
se comprovam a tese.
» Não se começa nenhum texto dissertativo sem
a escolha da tese e planejamento.
» Teste sua tese pensando em possíveis argu-
mentos, e teste seus argumentos pensando se
defendem a tese.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 259


3 COMPETÊNCIAS DO ENEM – PARTE I

ANOTAÇÕES

260 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES


TEMA DE REDAÇÃO

(FAMEMA 2019)
Texto 1
Primeira jogadora transexual a atuar na Superliga
feminina, Tifanny Abreu marcou 39 pontos em um
mesmo jogo nesta terça-feira (30.01.2018) e quebrou o
recorde da principal competição nacional de vôlei – que
antes pertencia a Tandara, com 37 pontos. Tal fato
atiçou ainda mais o questionamento sobre a permissão
de atletas trans atuarem em esportes de alto rendi-
mento.
Ao entrar em quadra por uma liga profissional, Ti-
fanny carrega com ela a representatividade de toda
uma minoria social, que busca abrir oportunidades de
inserção em vários âmbitos da sociedade, inclusive no
mercado de trabalho. Então não seria diferente no es-
porte, que vem se profissionalizando cada vez mais nas
últimas décadas.
(Maíra Nunes. “Caso Tifanny: Proibir transexuais no esporte é solução?”.
http://blogs.correiobraziliense.com.br, 31.01.2018. Adaptado.)

Texto 2
Aos 33 anos, Tifanny Pereira de Abreu é a primeira tran-
sexual a disputar a Superliga feminina de vôlei. Mas, de-
pois de completar a transição de gênero, incluindo duas
cirurgias de mudança de sexo, e ser liberada pela Co-
missão Nacional Médica (Conamev) da Confederação
Brasileira de Vôlei (CBV), a atacante do Bauru (SP) tem
a condição feminina discutida. Isso porque a ciência
ainda não é capaz de determinar quanto tempo o corpo
precisaria para se adaptar à nova realidade, com testos-
terona compatível ao corpo de uma mulher. É por esta
razão que João Granjeiro, coordenador da Conamev,
responsável pela liberação da atleta para a disputa da
competição mais importante do vôlei nacional, acredita
que Tifanny não deveria atuar entre as mulheres: “Ela
nasceu homem e construiu seu corpo, músculos, ossos,
articulações com testosterona alta. Nenhuma mulher, a
não ser que tenha usado testosterona de origem ex-
terna ao organismo, conseguiria formar o mesmo
corpo. É só olhar para a atleta, alta e muito forte.”
(Carol Knoploch e João Pedro Fonseca. “Médicos que liberaram Tifanny acham que ela
não deveria atuar no feminino”. https://oglobo.globo.com, 03.01.2018. Adaptado.)

ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 261


Texto 3
O espaço conquistado de maneira íntegra por mulheres OLHO NA REDAÇÃO
no esporte está em jogo. Tenho orgulho de ser herdeira
dos va- lores que construíram a civilização ocidental, a
(FAMEMA 2019) Atletas transexuais devem participar
mais livre, próspera, tolerante e plural da história da hu-
de esportes competitivos sob o novo gênero?
manidade. Este legado sociocultural único permitiu que
nós mulheres pudéssemos conquistar nosso espaço na » Tenha clareza na distinção entre orientação sexual,
sociedade, no mercado e nos esportes. A verdade mais gênero e identidade de gênero.
óbvia e respeitada por todos os envolvidos no esporte é » Tome uma posição clara: responda à pergunta da
a diferença biológica entre homens e mulheres. Se não banca com um sim ou não.
houvesse, por que estabelecer categorias separadas en- » Adotar uma posição clara não implica ignorar com-
tre os sexos? O combate ao preconceito contra transe- pletamente argumentos contrários. Procure ponde-
xuais e homossexuais é uma discussão justa e perti- rar o que a posição contrária argumenta ao longo
nente. A inclusão de pessoas transexuais na sociedade de seu texto.
deve ser respeitada, mas essa apressada e irrefletida
decisão de incluir biologicamente homens, nascidos e » Evite a todo custo termos transfóbicos e desrespei-
construídos com testosterona, com altura, força e capa- tosos com a identidade de gênero alheia.
cidade aeróbica de homens, sai da esfera da tolerância » Considere ao mesmo tempo aspectos esportivos (a
e constrange, humilha e exclui mulheres. competição é justa?) e éticos (como combater a
(Ana Paula Henkel. “Carta aberta ao Comitê Olímpico Internacional”. https://poli- transfobia?).
tica.estadao.com.br, 16.01.2018. Adaptado.)

Texto 4
LEITURA
Para uma transexual entrar no mercado de trabalho, é
uma verdadeira via crucis. Elas enfrentam preconceito,
desconfiança e muita rejeição. Mas o desafio pode ser Em sua redação do ENEM você será avaliado em cinco
ainda pior para aquelas que sonham em seguir carreira competências distintas, cada uma delas valendo entre
como atleta. O esporte ainda é muito fechado para a 0 e 200. Sua nota total poderá, portanto, totalizar 1000
diversidade sexual e poucas esportistas chegam ao nível pontos. Ao longo das próximas aulas iremos estudar o
de alto rendimento. De acordo com a pesquisadora Joa- que fazer e o que não fazer no seu texto e como alcan-
nna Harper, do Providence Portland Medical Center, nos çar a nota máxima em cada uma destas competências.
Estados Unidos, “terapia hormonal para mulheres trans Os exemplos aqui utilizados foram, em sua maioria, ex-
normalmente envolve um bloqueador de testosterona e postos pelo próprio INEP em sua cartilha do partici-
um suplemento de estrógeno. Quando os níveis do pante.
‘hormônio masculino’ se aproximam do esperado para
a transição, a paciente percebe uma diminuição na
SITUAÇÕES QUE LEVAM À NOTA ZERO!
massa muscular, densidade óssea e na proporção de
células vermelhas que carregam o oxigênio no corpo”, 1. Qualquer texto que contenha partes desconecta-
diz Joanna. Ainda conforme pontuou a especialista, en- das do tema!
quanto isso, o estrógeno aumenta as reservas de gor- a) Bilhetes:
dura, principalmente nos quadris. Juntas, essas mu- “Obrigado, quero muito passar no ENEM, me
danças levam a uma perda de velocidade, força e re- ajude!”.
sistência — todos componentes importantes de um
atleta. Durante a terapia hormonal, Tifanny perdeu “Fiz o melhor que pude, favor compreender, sou
toda a potência e explosão. Se saltava 3,50 m quando péssimo em redação”.
homem, agora pula, no máximo, 3,25m.
(Juliana Contaifer. “Afinal, atletas transexuais têm mais força que as jogadoras
“Obrigado pela correção”.
cisgênero?”. www.metropoles.com, 11.03.2018. Adaptado.)
b) Orações;
Com base nos textos apresentados e em seus próprios
conhecimentos, escreva uma dissertação, empregando c) Trechos de música ou poemas sem relação
a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: com a dissertação;
ATLETAS TRANSEXUAIS DEVEM PARTICIPAR DE ES-
PORTES COMPETITIVOS SOB O NOVO GÊNERO?
262 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES
d) Reflexões sobre a prova ou o próprio desem- “Mas aí pergunto: é correto isto?”.
penho:
“Parabéns às autoridades que se preocupam com a
“Prova muito bem elaborada, parabéns”. população”.
“Algumas partes ficaram confusas, mas fiz o “Só assim, caro leitor, teremos uma efetiva lei
melhor que pude” seca”.
“A publicidade infantil, a meu ver nem deveria 2. Recados sobre rasuras.
ser tema de redação proposto pelo ENEM, te-
mos muitas outras coisas mais importantes 3. Cópia dos trechos motivadores.
para discutir como saúde, educação e segu- 4. Trechos de citações com palavrões ou ofensas.
rança”.
5. Marcas de outras tipologia textual: assinatura
e) Qualquer trecho na argumentação que não te- (carta), uso de travessão para falas (narração) e
nha relação com o assunto! etc.
“Sabe-se que, contemporaneamente, a suple- 6. Clichês:
mentação alimentar tem sido cada vez mais uti-
“Só sei que nada sei”.
lizada por jovens, sem orientação médica ou nu-
tricional”. “O brasileiro não desiste nunca”.
No excerto acima, o tema proposto era propa- “Caminhando sempre à frente, avante brasileiros!”
ganda destinada ao público infantil, caracteri-
7. Desrespeito aos direitos humanos:
zando fuga do tema.
• ideias de violência ou de perseguição contra se-
“Eu achei uma falta de respeito as pessoas que guidores de qualquer religião, filosofia, dou-
ia fazer as prova do ENEM por que ficamos o sol trina, seita, inclusive o ateísmo ou quaisquer
quente quando em nós a cabeça estava doendo outras manifestações religiosas (desde que es-
muito. No próximo ano faça melhor atendi- tas respeitem os direitos humanos);
mento com nós pobre”. • ideias que possam ferir o princípio de igualdade
entre as pessoas, atacando grupos religiosos,
f) Qualquer trecho em outro idioma!
bem como seus elementos de devoção, deuses
2. Texto insuficiente: 7 linhas ou menos. e ritos;
• ideias que levam à desmoralização de símbolos
3. Texto com palavras de baixo calão ou desenhos. religiosos;
“Pois como diz a música, povo ignorante nunca faz • ideias que defendam a destruição de vidas,
REVOLUÇÃO. E é isso que as crianças vem apren- imagens, roupas e objetos ritualísticos;
dendo ultimamente, é isso que o governo quer: • ideias de cerceamento da liberdade de ter ou
gente mal idealizada, que perdeu sua vontade de adotar religião ou crença de sua escolha e da li-
pensar. É samba mal feito, mulher com shorts enfi- berdade de professar religião ou crença, de
ado no cu e tudo isso é passado para a criança no forma individual ou coletiva, pública ou pri-
início da vida, que manipulada cai em tentações”. vada, por meio de culto ou celebração de ritos;
4. Fuga do tema. • ideias que difundem propostas de proibição de
fabricação, comercialização, aquisição e uso de
5. Fuga da modalidade dissertativa-argumentativa. artigos e materiais religiosos adequados aos
costumes e às práticas fundadas na respectiva
INSERÇÕES INDEVIDAS QUE LEVAM A PERDA DE religiosidade, ressalvadas as condutas vedadas
NOTA: por legislação;
1. Vocativos: • ideias que estimulem a violência contra infrato-
res da lei e/ou contra indivíduos intolerantes,
“Muito obrigado aos legisladores pela efetivação da
tais como: linchamento público, tortura, execu-
lei seca”.
ção sumária, privação da liberdade por agentes
“E quanto à você que lê essa redação, vai um conse- não legitimados para isso.
lho: se beber não dirija!”.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 263
Exemplos: • Uso de expressões informais como “pegou
“Por conseguinte, gera-se um ciclo interminável e que mal”, “não dá para acreditar”, “mas não é pos-
só terá fim caso pegarmos esses donos de empresas e sível”, “desde que o mundo é mundo”, “abrir o
colocarmos todos no mesmo lugar, reunidos, e assim, jogo”, “baixar a bola”, “arregaçar as mangas”,
explodirmos uma bomba, matando todos estes capita- “playboy” ou “mauricinho”, “bater na mesma
listas gananciosos com sede de lucro”. tecla”, “bater boca”, “com a faca e o queijo na
mão”, “fazer vista grossa”, “mudar da água
“Portanto, o governo e 90% dessas ONGs, ao ficar reo- para o vinho”.
cupado com o mínimo, deveriam era tornar essas leis • Uso de gírias: “TOP”, “Topper”, “Topíssimo”,
mais rigorosas punido as empresas que exploram o tra- “Topzera”.
balho infantil, castrando ou aplicando injeção nos pedó-
filo para que não tenham mais prazer sexual, e proibir 2. Precisão vocabular;
sim esses programas abusivos pornográficos em horá- Dica: evite procurar palavras no dicionário para ex-
rios impróprios em que a família está assistindo”. pandir seu vocabulário. O dicionário é um parceiro
“para combater a intolerância religiosa, deveria acabar importante para uma ortografia correta e para au-
xiliar no entendimento de expressões e palavras ad-
com a liberdade de expressão”.
quiridas por meio da LEITURA. O caráter polissê-
“podemos combater a intolerância religiosa acabando mico de algumas palavras pode fazer com que você
com as religiões e implantando uma doutrina única”. incorra em imprecisão vocabular.

“o Estado deve paralisar as superexposições de crenças Exemplo: A violência tem se tornado cada vez mais
e proibir as manifestações religiosas ao público”. comum no meio societário.

“a pessoa que não respeita a devoção do próximo não Societário


deveria ter direito social, como o voto”. 1. Que ou quem faz parte de uma sociedade cientí-
fica ou literária.
“a única maneira de punir o intolerante é o obrigando a
frequentar a igreja daquele que foi ofendido, para que 2. Sócio, associado (numa empresa).
aprenda a respeitar a crença do outro”. 3. Zool. Diz-se do animal que vive em sociedade.

“que o indivíduo que não respeitar a lei seja punido com 3. Obediência às regras de:
a perda do direito de participação de sua religião, que • concordância nominal e verbal;
ele seja retirado da sua religião como punição”.
• regência nominal e verbal;
“por haver tanta discriminação, o caminho certo que se • pontuação;
tem a tomar é acabar com todas as religiões”. • flexão de nomes e verbos;
“que a cada agressão cometida o agressor recebesse na
• colocação de pronomes oblíquos (átonos e tô-
mesma proporção, tanto agressão física como mental”.
nicos);
• grafia das palavras (inclusive acentuação grá-
“o governo deveria punir e banir essas outras “crenças”, fica e emprego de letras maiúsculas e minúscu-
que não sejam referentes a Bíblia”. las); e
• divisão silábica na mudança de linha (transline-
ação).
COMPETÊNCIA 1: DEMONSTRAR DOMÍNIO DA MODA-
LIDADE ESCRITA FORMAL DA LÍNGUA PORTUGUESA

Critérios de avaliação: COMPETÊNCIA 2: COMPREENDER A PROPOSTA DE RE-


1. Ausência de marcas de oralidade e de registro in- DAÇÃO E APLICAR CONCEITOS DAS VÁRIAS ÁREAS DE
formal; CONHECIMENTO PARA DESENVOLVER O TEMA, DEN-
TRO DOS LIMITES ESTRUTURAIS DO TEXTO
Exemplos: DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO EM PROSA.
• Uso do “e”, “aí”, “né”, “então” e “depois” como
elementos de conexão.
264 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES
Enem 2015: “A persistência da violência contra a mulher
ANÁLISE DO TEMA na sociedade brasileira”.
» Objetivo: a partir do pressuposto da necessidade
Enem 2013: “Efeitos da implantação da Lei Seca no Bra- de proteção à mulher como “urgente e inegável”, a
sil”. banca espera uma discussão do contexto institucio-
nal brasileiro com posterior solução do problema
» Objetivo: analisar os resultados práticos da criação (seja institucional ou sociológica/cultural).
da lei. Não se tratava de uma discussão abstrata so-
» Tangenciamento do tema: a discussão de leis ou
bre a concordância ou não com a lei! A partir da
outros instrumentos legais, a exemplo das leis Ma-
análise dos resultados, era preciso iniciar uma dis-
ria da Penha e do Feminicídio, sem relacioná-los ao
cussão sobre as medidas adequadas e necessárias
cenário da persistência da violência contra as mu-
para solução do problema.
lheres
» Tangenciamento do tema: abordagem de assunto
» Fuga do Tema: incorreu em fuga ao tema a redação
relacionado ao tema, como discutir a Lei Seca sem
que tratou, por exemplo, exclusivamente, de vio-
considerar seus efeitos; tratar exclusivamente das
lência, sem mencionar o recorte de gênero “contra
causas da Lei Seca; tratar da relação entre ingestão
a mulher”; da violência contra a mulher em diferen-
de álcool e direção (mesmo sem menção à Lei Seca,
tes países sem mencionar o Brasil (exceto quando
já que ela, nesse caso, está implícita), alcoolismo no
nada é dito sobre o lugar, mas infere-se que se trata
trânsito, tratamento do motorista alcoolizado ou
do Brasil); da violência feminina, praticada pelas
leis de trânsito para motoristas alcoolizados.
mulheres contra os homens; de feminismo/ma-
» Fuga do Tema: recebeu a rubrica de fuga ao tema a chismo, abordando apenas o movimento; do papel
redação que tratou, por exemplo, exclusivamente, da mulher na sociedade/família.
do problema de segurança no trânsito; da ingestão
de álcool, sem associá-la às leis de trânsito ou à Lei
Seca. Enem 2016: ”Caminhos para combater a intolerância
religiosa no Brasil”.
» Objetivo: a partir dessas informações, esperava-se
Enem 2014: “Publicidade infantil em questão no Brasil”. que, no Enem 2016, os textos produzidos se direci-
» Objetivo: a partir do pressuposto da vulnerabili- onassem para um contexto específico, como o con-
dade da criança, era necessário discutir a legislação texto legal, discutindo os pontos de fragilidade e/ou
atual, eventualmente compará-la com outros paí- aspectos positivos existentes na legislação perti-
ses, e sobretudo indicar soluções para o problema nente à liberdade religiosa, bem como a questão da
(seja via regulação estatal, seja via família). laicidade do Estado; o contexto de valorização cul-
» Tangenciamento do tema: o encaminhamento de tural, abordando o respeito a valores culturais mo-
assunto relacionado ao tema, como trabalho infan- tivados pela pluralidade religiosa; o contexto de
til no campo da publicidade; erotização da infância ações individuais, apresentando o respeito à reli-
no campo da publicidade; influência da publicidade gião como o respeito ao ser humano, ao livre arbí-
na vida da sociedade em geral. trio e ao sentimento de pertencimento em comuni-
dade; ou, ainda, o contexto das ações de religiosos,
» Fuga do Tema: incorreu em fuga ao tema a redação discutindo a intolerância a grupos sociais e à liber-
que tratou, por exemplo, exclusivamente, de con- dade individual de gênero e de sexualidade e a dis-
sumismo; publicidade; infância; liberdade de ex- criminação por raça, etnia e orientação política.
pressão; exploração sexual infantil; ou trabalho in-
fantil. » Tangenciamento do tema: No Enem 2016, foi con-
figurado como tangenciamento ao tema o encami-
nhamento que tratou, por exemplo, de violência re-
lacionada ao terrorismo religioso no plano interna-
cional, sem associá-la à questão da intolerância no
Brasil; discussão sobre as leis que subvencionam a
religião no Estado, sem relacioná-las à intolerância
religiosa no Brasil; a definição da intolerância religi-
osa sem efetiva discussão sobre formas de combate
a essa prática; ou, ainda, a caracterização de religi-
osos intolerantes
ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 265
» Fuga do Tema: no Enem 2016, recebeu a rubrica
fuga ao tema a redação estruturada integralmente
em assunto não solicitado, ou seja, qualquer enca-
minhamento que não tratou do tema ou, pelo me-
nos, de assunto a ele relacionado – por exemplo, a
abordagem, exclusivamente, de princípios e funda-
mentos doutrinários ou filosóficos das religiões; vi-
olência ou intolerância, de modo genérico, sem re-
lação com a questão da intolerância religiosa; nega-
ção da existência de intolerância religiosa; ateísmo,
como uma decisão de não vinculação a credos reli-
giosos (já a defesa da prática do ateísmo, livre de
preconceitos e de intolerância por parte de pessoas
adeptas de alguma religião, no entanto, é argu-
mento válido e está dentro da temática proposta,
desde que mencionadas as formas de combate à in-
tolerância religiosa); proselitismo, como estratégia
de convencimento e/ou defesa religiosa de qual-
quer espécie.

266 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES


4 COMPETÊNCIAS DO ENEM – PARTE II

ANOTAÇÕES

ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 267


TEMA DE REDAÇÃO

(Enem 2018) TEXTOS MOTIVADORES

Texto I
Às segundas-feiras pela manhã, os usuários de um ser-
viço de música digital recebem uma lista personalizada
de músicas que lhes permite descobrir novidades. Assim
como os sistemas de outros aplicativos e redes sociais,
este cérebro artificial consegue traçar um retrato auto-
matizado do gosto de seus assinantes e constrói uma
máquina de sugestões que não costuma falhar. O sis-
tema se baseia em um algoritmo cuja evolução e usos
aplicados ao consumo cultural são infinitos. De fato,
plataformas de transmissão de vídeos online começam
a desenhar suas séries de sucesso rastreando o big data
gerado por todos os movimentos dos usuários para ana-
lisar o que os satisfaz. O algoritmo constrói assim um
universo cultural adequado e complacente com o gosto
do consumidor, que pode avançar até chegar sempre a
lugares reconhecíveis. Dessa forma, a filtragem de in-
formação feita pelas redes sociais ou pelos sistemas de
busca pode moldar nossa maneira de pensar. E esse é o
problema principal: a ilusão de liberdade de escolha que
muitas vezes é gerada pelos algoritmos."
VERDÚ, Daniel. O gosto na era do algoritmo. Disponível em: https://brasil.elpais.com.
Acesso em: 11 jun. 2018 (adaptado).

Texto II
Nos sistemas dos gigantes da internet, a filtragem de
dados é transferida para um exército de moderadores
em empresas localizadas do Oriente Médio ao Sul da
Ásia, que têm um papel importante no controle daquilo
que deve ser eliminado da rede social, a partir de sinali-
zações dos usuários. Mas a informação é então proces-
sada por um algoritmo, que tem a decisão final. Os al-
goritmos são literais. Em poucas palavras, são uma opi-
nião embrulhada em código. E estamos caminhando
para um estágio em que a máquina decide qual notícia
deve ou não ser lida.
PEPE ESCOBAR. A silenciosa ditadura do algoritmo. Disponível em: http://outraspala-
vras.net. Acesso em: 5 jun. 2017. (adaptado).

268 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Texto III

Internet no Brasil em 2016. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 18 jun. 2018 (adaptado).

Texto IV
Mudanças sutis nas informações às quais somos expos- OLHO DA REDAÇÃO
tos podem transformar nosso comportamento. As redes
têm selecionado as notícias sob títulos chamativos
como 'trending topics' ou critérios como “relevância”. Enem 2018: “Manipulação do comportamento do usuá-
Mas nós praticamente não sabemos como isso tudo é rio pelo controle de dados na internet”
filtrado. Quanto mais informações relevantes tivermos » Pense no aspecto econômico: como suas buscas,
nas pontas dos dedos, melhor equipados estamos para acessos e preferências podem induzir anúncios para
tomar decisões. No entanto, surgem algumas tensões você?
fundamentais: entre a conveniência e a deliberação; en- » Outro aspecto relevante é o político: em que me-
tre o que o usuário deseja e o que é melhor para ele; dida a difusão de notícias para um grupo específico
entre a transparência e o lado comercial. Quanto mais pode influenciar seu comportamento?
os "sistemas" souberem sobre você em comparação ao
» A proteção de dados também não pode ser igno-
que você sabe sobre eles, há mais riscos de suas esco-
rada. Reflita sobre aspectos legislativos e até crimi-
lhas se tornarem apenas uma série de reações a "cutu-
nais!
cadas" invisíveis. O que está em jogo não é tanto a ques-
tão "homem versus máquina", mas sim a disputa "deci- » Você precisa elaborar uma proposta de interven-
são informada versus obediência influenciada. ção! Qual o papel das provedoras de conteúdo
CHATFIELD, Tom. Como a internet influencia secretamente nossas escolhas. Disponí- como o Google, Facebook, Instagram e Whatsapp?
vel em: www.bbc.com. Acesso em: 3 jun. 2017 (adaptado). Como envolver a sociedade civil na resolução do
problema?
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base
nos conhecimentos construídos ao longo de sua for-
mação, redija um texto dissertativo-argumentativo em
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre
o tema “Manipulação do comportamento do usuário
pelo controle de dados na internet”, apresentando pro-
posta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e co-
esa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de
vista.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 269
LEITURA

COMPETÊNCIA 3: SELECIONAR, RELACIONAR, ORGANIZAR E INTERPRETAR INFORMAÇÕES, FATOS, OPINIÕES E AR-


GUMENTOS EM DEFESA DE UM PONTO DE VISTA.

O que é coerência?
A coerência se estabelece com base nas ideias apresentadas no texto e nos conhecimentos dos interlocutores, ga-
rantindo a construção do sentido de acordo com as expectativas do leitor. A inteligibilidade de sua redação depende,
portanto, dos seguintes fatores:
• relação de sentido entre as partes do texto;
• seleção de argumentos;
• progressão temática adequada ao desenvolvimento do tema, revelando que a redação foi planejada e que as
ideias desenvolvidas são pouco a pouco apresentadas, em uma ordem lógica;
• apresentação clara da tese e seleção dos argumentos que a sustentam;
• encadeamento das ideias, de modo que cada parágrafo apresente informações novas, coerentes com o que foi
apresentado anteriormente, sem repetições ou saltos temáticos;
• adequação entre o conteúdo do texto e o mundo real.

I. Apresentar uma tese, desenvolver TESE – É a ideia que você vai defender no seu texto. Ela deve estar relaci-
justificativas para comprová-la e onada ao tema e deve estar apoiada em argumentos ao longo da redação.
uma conclusão que dê fecho à dis-
cussão elaborada no texto, com- ARGUMENTOS – É a justificativa para convencer o leitor a concordar com
pondo o processo argumentativo. a tese defendida. Cada argumento deve responder à pergunta “por quê?”
em relação à tese defendida.
II. Utilizar estratégias argumentati- ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS – São recursos utilizados para desen-
vas para expor o problema discu- volver os argumentos, de modo a convencer o leitor:
tido no texto e detalhar os argu- • exemplos;
mentos utilizados.
• dados estatísticos;
• pesquisa;
• fatos comprováveis;
• citações ou depoimentos de pessoas especializadas no assunto;
• pequenas narrativas ilustrativas;
• alusões históricas; e
• comparações entre fatos, situações, épocas ou lugares distintos.

Exemplo de texto superficial:


“A publicidade infantil está se tornando um assunto cada vez mais sério, levando até discussões de como deve ser
tratada pelo mundo todo, inclusive aqui.
Por mais que os anos passem, que a tecnologia avance, que se passem as gerações e que tudo mude, criança nunca
vai deixar de ser criança. Mesmo que elas não sejam mais as crianças de antigamente que não conheciam a tecnologia
e que se satisfaziam com as coisas simples da vida, pensamento de criança nunca muda.
E esse pensamento sempre estará voltado exclusivamente para sua própria diversão.
O que mais chama atenção de uma criança são coisas coloridas, chamativas, grandes e animadas. E são exatamente
esses artefatos que a mídia usa para atrair olhares infantis, levando-as a desejar tal coisa, mesmo sem saber se fará
bem ou mal a ela. Uma das condições mais lindas de ser criança é a sua inocência, fazendo com que ela não diferencia
bem ou mal. Aproveitar-se dessa inocência para induzi-las a cair no papo da mídia deveria ser proibido.

270 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Infelizmente, existem muitos pais que não são muito 1. Nossas cidades têm se tornado cada vez mais
ativos na vida de seus filhos, bastando seus filhos pedi- caóticas e desorganizadas. Precisamos repen-
rem para ganharem. A publicidade deve estar voltada sar nossas cidades para criarmos cidades cada
para quem tem a maturidade de saber se aquilo será vez mais democráticas e saudáveis.
benefício ou malefício, pois nem tudo que oferece é 2. Nossas cidades têm se tornado cada vez mais
bom”. caóticas e desorganizadas. Precisamos repen-
» Texto superficial: “Uma das condições mais lindas sar nossos espaços para criarmos um urba-
de ser criança é a sua inocência, fazendo com que nismo cada vez mais democrático e saudável.
ela não diferencia bem ou mal. Aproveitar-se dessa
inocência para induzi-las a cair no papo da mídia de- c) substituição de substantivos, verbos, períodos ou
veria ser proibido. fragmentos do texto por conectivos ou expressões
que resumam e retomem o que já foi dito;
» Texto aprofundado: “Outra discussão pertinente se
dá em torno dos limites e contornos da expressão 1. A degradação ambiental é, seguramente, um
da vontade. A vitória do iluminismo significou uma dos problemas mais graves com os quais a soci-
rígida separação entre o espaço público e o privado, edade contemporânea. Todavia, a degradação
ambiental tem sido ignorada pelos principais
sendo o segundo o reino da autonomia. Isto não sig-
nifica, contudo, que não haja condições mínimas agentes políticos do sistema internacional.
para o exercício da vontade: a infância é caso típico 2. A degradação ambiental é, seguramente, um
de desenvolvimento parcial das capacidades men- dos problemas mais graves com os quais a soci-
tais e, portanto, incapacidade de expressar dese- edade contemporânea. Todavia, tal entrave
jos”. tem sido ignorado pelos principais agentes po-
líticos do sistema internacional.

COMPETÊNCIA 4: DEMONSTRAR CONHECIMENTO DOS d) elipse ou omissão de elementos que já tenham sido
MECANISMOS LINGUÍSTICOS NECESSÁRIOS PARA A citados anteriormente ou sejam facilmente identifi-
CONSTRUÇÃO DA ARGUMENTAÇÃO cáveis.
Os aspectos a serem avaliados nesta competência di- 1. Nossas cidades têm se tornado cada vez mais
zem respeito à estruturação lógica e formal entre as caóticas e desorganizadas. Precisamos repen-
partes da redação. A organização textual exige que as sar nossas cidades para criarmos cidades cada
frases e os parágrafos estabeleçam entre si uma relação vez mais democráticas e saudáveis.
que garanta a sequenciação coerente do texto e a inter- 2. Nossas cidades têm se tornado cada vez mais
dependência das ideias. Esse encadeamento pode ser caóticas e desorganizadas. Precisamos re-
expresso por conjunções, por determinadas palavras, pensá-las para que sejam cada vez mais demo-
ou pode ser inferido a partir da articulação dessas cráticas e saudáveis.
ideias.

Dicas: Principais erros para o INEP:


Procure utilizar as seguintes estratégias de coesão para • frases fragmentadas que comprometam a estrutura
se referir a elementos que já apareceram anterior- lógico-gramatical;
mente no texto: • sequência justaposta de ideias sem encaixamentos
a) substituição de termos ou expressões por prono- sintáticos, reproduzindo usos típicos da oralidade;
mes pessoais, possessivos e demonstrativos, advér- • frase com apenas oração subordinada, sem oração
bios que indicam localização, artigos; principal;
1. A sociedade brasileira tem um histórico autori- • emprego equivocado de conector (preposição, con-
tário. junção, pronome relativo, alguns advérbios e locu-
2. A democracia da sociedade brasileira é frágil. ções adverbiais) que não estabeleça relação lógica
3. A sociedade brasileira tem um histórico autori- entre dois trechos do texto e prejudique a compre-
tário e SUA democracia é frágil ensão da mensagem;
• emprego do pronome relativo sem a preposição,
b) substituição de termos ou expressões por sinôni-
quando obrigatória; e
mos, antônimos, hipônimos, hiperônimos, expres-
sões resumitivas ou expressões metafóricas; • repetição ou substituição inadequada de palavras.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 271


COMPETÊNCIA 5: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO AVALIAÇÃO DA INTERVENÇÃO
Vejamos como o próprio INEP define a proposta de in- » Critérios Gerais:
tervenção:
a) presença de proposta x ausência de proposta;
“O quinto aspecto a ser avaliado em seu texto é a apre-
b) proposta com detalhamento dos meios para
sentação de proposta de intervenção para o problema
abordado. Por isso, a sua redação, além de apresentar sua realização x proposta sem o detalhamento
uma tese sobre o tema, apoiada em argumentos consis- dos meios para sua realização.
tentes, deve oferecer uma proposta de intervenção na
vida social. Essa proposta deve considerar os pontos
abordados na argumentação. A proposta deve manter
um vínculo direto com a tese desenvolvida no texto e
demonstrar coerência com os argumentos utilizados, já
que expressa a sua visão, como autor, das possíveis so-
luções para a questão discutida.”
» Um elemento central em sua proposta de interven-
ção é que ela seja consequência direta da tese de-
fendida ao longo do texto. Tal qual sua argumenta-
ção, a proposta de intervenção também visa com-
provar a validade e a efetividade da tese! É preciso
demonstrar que sua tese não é apenas uma vague-
ação teórica, mas pode transformar a realidade.
O INEP prossegue:
“A proposta de intervenção precisa ser detalhada; deve
conter, portanto, a exposição da intervenção sugerida
e o detalhamento dos meios para realizá-la. Deve re-
fletir os conhecimentos de mundo de quem a redige, de
modo que a coerência da argumentação será um dos
aspectos decisivos no processo de avaliação. É necessá-
rio respeitar os direitos humanos, não romper com va-
lores como cidadania, liberdade, solidariedade e diver-
sidade cultural.”
» Dois elementos compõem sua intervenção.
Intervenção = Exposição + Execução
» É fundamental que sua proposta respeite os direi-
tos humanos. Aqui vão alguns exemplos fornecidos
pelo próprio INEP:
• “ser massacrado na cadeia”;
• “deve sofrer os mesmos danos causados à ví-
tima, não em todas as situações, mas em algu-
mas ou até mesmo a pena de morte”;
• “fazer sofrer da mesma forma a pessoa que co-
mete esse crime”;
• “deveria ser feita a mesma coisa com esses
marginais”;
• “as mulheres fazerem justiça com as próprias
mãos”;
• “merecem apodrecer na cadeia”;
• “muitos dizem [...] devem ser castrados, seria
uma boa ideia”.

272 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Nota Exemplo
Não apresenta proposta de intervenção ou apresenta proposta não relacio-
0 Pontos
nada ao tema ou ao assunto
40 Pontos "Assim, é fundamental que o Estado resolva o problema da habitação. Não
Apresenta proposta de intervenção é aceitável que no século XXI pessoas não tenham onde morar. Para resolver
vaga, precária ou relacionada o problema, o Estado precisa garantir casas para todos os cidadãos brasilei-
apenas ao assunto ros. Só assim teremos uma sociedade justa e igualitária".

80 Pontos Tese: "É dever do Estado assegurar a todos o direito à moradia, garantindo
Elabora, de forma insuficiente, pro- moradia digna com saneamento básico."
posta de intervenção relacionada Intervenção: "Desta forma, é preciso assegurar um emprego digno a todos
ao tema ou não articulada com a dis- de modo que consigam de maneira honrada ou pagar um aluguel, ou , o que
cussão desenvolvida no texto seria ideal, comprar e realizar o sonho da casa própria".

120 Pontos "Assim, é fundamental que o Estado resolva o problema da habitação. Não
Elabora, de forma mediana, pro- é aceitável que no século XXI pessoas não tenham onde morar. Para resolver
posta de intervenção relacionada ao o problema, o Estado precisa ampliar seus programas de habitação popular
tema e articulada à discussão desen- e financiamento da casa própria. Só assim teremos uma sociedade justa e
volvida no texto. igualitária".
"Assim, é fundamental que o Estado resolva o problema da habitação. Não
160 Pontos é aceitável que no século XXI pessoas não tenham onde morar. Para resolver
Elabora bem proposta de interven- o problema, o Estado precisa fazer valer a função social da propriedade (de-
ção relacionada ao tema e articu- sapropriando imóveis desocupados). Além disso, é essencial que se amplie
lada à discussão desenvolvida no os programas de habitação pública seja com auxílio ao financiamento da
texto. casa própria ou criação de moradias estatais. Só assim teremos uma socie-
dade justa e igualitária".
Tese: moradia é direito e não mercadoria.
200 Pontos Intervenção: "Assim, é fundamental que o Estado resolva o problema da ha-
Elabora muito bem proposta de in- bitação tratando-a como direito e não mercadoria. É preciso pensar o pro-
tervenção, detalhada, relacionada blema coletivamente e assegurando o caráter social da propriedade: IPTU
progressivo no tempo e desapropriações em massa. O Estado não precisa
ao tema e articulada à discussão de- necessariamente financiar a casa própria, mas fundamentalmente, assegu-
senvolvida no texto. rar moradia: seja com alugueis sociais ou com moradias estatais. Só assim
garantimos uma sociedade justa e igualitária"

ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 273


274 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES
5 LEITURA, PROCESSAMENTO E CONHECIMENTOS TEXTUAIS

INTRODUÇÃO

O processo de leitura é uma atividade que vai além de


uma mera decodificação de palavras numa dada sen-
tença. À leitura é inerente o conhecimento linguístico,
porém entra em jogo para uma boa compreensão do
texto o conhecimento de mundo e interacional do lei-
tor.

ANOTAÇÕES

ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 275


EXERCÍCIOS

Texto para as próximas 2 questões:

Norma e padrão
Uma das comparações que os estudiosos de variação
linguística mais gostam de utilizar é a da língua com a ves-
timenta. Esta, como sabemos, é bastante variada, indo da
mais formal (longo e smoking) à mais informal (biquíni e
sunga, ou camisola e pijama). A ideia dos que fazem essa
comparação é a seguinte: não existem, a rigor, formas lin-
guísticas erradas, existem formas linguísticas inadequa-
das. Como as roupas: assim como ninguém vai à praia de
smoking ou de longo, também ninguém casa de biquíni e
de sunga, ou de camisola e de pijama (sem negar que estas
sejam vestimentas, e adequadas!), assim ninguém diz “me
dá esse troço aí” num banquete público e formal nem
“faça-me o obséquio de passar-me o sal” numa situação
de intimidade familiar.
1
Os gramáticos e os sociolinguistas, cada um com seu
viés, costumam dizer que o padrão linguístico é usado pe-
las pessoas representativas de uma sociedade. Os gramá-
ticos dizem isso, mas acabam não analisando o padrão,
2
nem recomendando-o de fato. Recomendam uma norma,
uma norma ideal. Vou dar uns exemplos: se o padrão é o
usado pelos figurões, então deveriam ser considerados pa-
drões o verbo “ter” no lugar de “haver”; a regência de
“preferir x do que y”, em vez de “preferir x a y”; o uso do
anacoluto (A inflação, ela estará dominada quando...); a
posição enclítica dos pronomes átonos. O que não significa
proibir as mais conservadoras. Algumas dessas formas
“novas” aparecem em muitíssimo boa literatura, em auto-
res absolutamente consagrados, que poderiam servir de
base para que os gramáticos liberassem seu uso – para os
que necessitam da licença dos outros.
3
Vejam-se esses versos de Murilo Mendes: “Desse lado
tem meu corpo / tem o sonho / tem a minha namorada na
janela / tem as ruas gritando de luzes e movimentos / tem
meu amor tão lento / tem o mundo batendo na minha me-
mória / tem o caminho pro trabalho. Do outro lado tem
outras vidas vivendo da minha vida / tem pensamentos sé-
rios me esperando na sala de visitas / tem minha noiva de-
finitiva me esperando com flores na mão / tem a morte, as
colunas da ordem e da desordem.”.
4
Faltou ao poeta acrescentar: tem uns gramáticos do
tempo da onça / de antes do tempo em que se começou a
andar pra frente.
Não vou citar Drummond de Andrade, com seu por de-
mais conhecido “Tinha uma pedra no meio do caminho...”,
nem o Chico Buarque de “Tem dias que a gente se sente /
como quem partiu ou morreu...”.
276 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES
Mas acho que vou citar “Pronominais”, do glorioso Os- 2. O autor defende no texto a seguinte tese:
wald de Andrade: Dê-me um cigarro / Diz a gramática / Do a) a norma gramatical, para ser coerente, deve ser
professor e do aluno / E do mulato sabido / Mas o bom baseada no padrão de uso de uma língua.
negro e o bom branco / Da nação brasileira / Dizem todos
b) a língua é variável e multiforme, razão pela qual
os dias / Deixa disso camarada / Me dá um cigarro.
as pessoas podem usá-la como quiserem.
Quero insistir: 5ao contrário do que se poderia pensar
c) as normas de bom uso da língua garantem a
(e vários disseram), não sou anarquista, defensor do tudo
quem fala e/ou escreve sucesso comunicativo.
pode, ou do vale tudo. Nem estou dizendo que “Nós vai” é
igual a “Tem muito filho que obedece os pais”. O que estou d) as formas linguísticas consideradas corretas são
fazendo é cobrar coerência, um pouquinho só: 6se o pa- aquelas usadas na língua escrita formal.
drão vem da fala dos bacanas, se os mais bacanas são os e) o padrão de uso de uma língua deve ser cuida-
poetas consagrados, por que, antes das dez, numa aula de dosamente preservado pelos gramáticos.
literatura, podemos curtir seu estilo e em outra aula, de-
pois das onze, 7dizemos aos alunos e aos demais interessa-
Texto para as próximas 2 questões:
dos: viram o Drummond, o Murilo, o Machado, o Guima-
rães Rosa? Que criatividade!!! Mas vocês não podem fazer
Leia a letra da canção e observe a pintura a seguir para
como eles.
responder à(s) questão(ões).
POSSENTI, Sírio. A cor da língua e outras croniquinhas de linguística.
Campinas: Mercado de Letras, 2001. p. 111-112. (Adaptado).
Metamorfose ambulante

1. Considere o seguinte trecho: Prefiro ser essa metamorfose ambulante


Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
“Os gramáticos e os sociolinguistas, cada um com
seu viés, costumam dizer que o padrão linguístico é Quero dizer agora o oposto do que eu disse antes
usado pelas pessoas representativas de uma socie- Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
dade. Os gramáticos dizem isso, mas acabam não Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
analisando o padrão, nem recomendando-o de fato. Sobre o que é o amor
Recomendam uma norma, uma norma ideal”. (ref.
Sobre o que eu nem sei quem sou
1).

Sírio Possenti apresenta nesse trecho uma caracte- Se hoje eu sou estrela amanhã já se apagou
rização da atividade dos gramáticos. Para isso, o au- Se hoje eu lhe odeio amanhã lhe tenho amor
tor: Lhe tenho amor
a) define a sociolinguística como uma área da lin- Lhe tenho horror
guística que visa estudar as formas linguísticas
Lhe faço amor
ideais e as formas linguísticas que de fato os fa-
lantes usam. Eu sou um ator
b) faz uma comparação entre a atividade proposta É chato chegar a um objetivo num instante
e a atividade efetivamente realizada, que con-
siste na recomendação de uma norma ideali- Quero viver nessa metamorfose ambulante
zada. Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
c) apresenta diversos exemplos de usos cotidianos
da língua que demonstram, de forma evidente, Vou desdizer aquilo tudo que eu lhe disse antes
o fato de que as línguas são inerentemente va- Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
riáveis. Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
d) cita uma autoridade acadêmica da área dos es-
tudos da linguagem a fim de validar as propostas Vivi a viver a vida no segundo e no instante
teóricas e analíticas relativas à variação linguís- Prefiro ser essa metamorfose ambulante
tica. Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
e) insere um quadro de definição dos vocábulos
SEIXAS, Raul. Metamorfose ambulante. Disponível em: <http://www.le-
técnicos relacionados à área de estudos socio- tras.com.br/#!raul-seixas/metamorfose-ambulante>. Acesso em: 02 set. 2015.
linguísticos a fim de facilitar a compreensão do
leitor.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 277
5. (UEG) É informação contida nos gráficos:
a) o número de chineses que não sabe ler nem es-
crever é maior do que o de brasileiros analfabe-
tos.
3. Em relação à letra da música, a pintura retrata uma b) entre 2000 e 2003, a queda do analfabetismo
cena foi maior do que a que se verificou entre 2004
e 2007.
a) discrepante, na medida em que faz referência
ao caráter estável de tudo quanto existe. c) no ano de 2010, o total da população conside-
rada analfabeta no Brasil era maior do que o de
b) complementar, na medida em que corrobora a
2006.
noção de que o ser humano é decidido e linear.
d) a diferença entre o porcentual de analfabetos
c) discrepante, na medida em que o trabalho com
no Brasil e na Argentina equivale ao porcentual
luzes e sombras simboliza a imutabilidade da
de analfabetos no Chile.
alma humana.
d) complementar, na medida em que alude, por
meio de jogos de luz, à passagem do tempo,
que tudo transforma.

4. Tanto a letra da canção quanto a pintura são para-


doxais porque expressam
a) exagero expressivo
b) aspecto satírico
c) ideias contrastantes
d) formas abstratas

Texto para a próxima questão:

Analfabetismo persistente
Com baixa taxa de eficiência, os atuais cursos de alfabe-
tização não conseguiram cumprir a meta de erradicar o
analfabetismo. O país ainda tem 14 milhões de jovens e
adultos que não sabem ler e escrever.

278 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Segundo a linguista Ingdore Villaça Koch (Koch,
LEITURA 2002;50), o falante ao ler um texto coloca em ação
várias estratégias sociocognitivas, por meios das
quais “realizam simultaneamente vários passos in-
1. A leitura de um texto pressupõe uma série de ativi-
terpretativos finalisticamente orientados, efetivos,
dades (estratégias) com as quais o leitor deve ope-
eficientes, flexíveis e extremamente rápidos”. Tais
rar, ainda que não tenha plena consciência dos atos
processamentos indicam que o falante cria hipóte-
envolvidos neste processo.
ses sobre o que é lido, reformula passagens, com-
Sabe-se que ao longo da vida o processo de leitura para o que está sendo lido com outros textos, con-
é um dos fatores primordiais para que o falante segue reconhecer um texto no outro, assim como
possa se situar no mundo enquanto cidadão, possa consegue perceber o sentido ideológico-discursivo
se orientar num dado espaço geográfico, possa das ideias que ao leitor são apresentadas por um
aprender habilidades novas e possa mentalmente texto.
se deslocar para outros pontos do tempo e do es-
A nossa intenção em desenvolver uma boa capaci-
paço (levando em conta a capacidade do texto lite-
dade de leitura é por um lado, tornar esses proces-
rário, histórico e geográfico de nos guiar para ou-
sos conscientes e funcionais na hora de interpretar
tros pontos da experiência e localização humanas
um texto (seja numa frugal situação de vida prática,
além da nossa, biográfica).
seja num tenso momento de vestibular, com per-
E para que toda essa jornada de crescimento e guntas orientadas), por outro desenvolver o gosto
aprendizagem possa ocorrer, o conhecimento dos por essa atividade tão essencial à vida e a nossa in-
fatores que promovem uma boa leitura se faz im- teração com o mundo.
prescindível.
Estudos da teoria do texto, da linguística e mesmo 2. Koch afirma que “para o processamento textual, re-
da sintaxe já hoje admitem que a mera leitura de corremos a três sistemas de conhecimento”. São
palavras e de suas relações sintáticas no período em eles:
que estão já não é suficiente para promover uma
boa interação com o texto. Obviamente que um 2.1. CONHECIMENTO LINGUÍSTICO
bom conhecimento linguístico é fundamental, no O conhecimento linguístico é aquele que se refere
entanto o repertório pessoal, enciclopédico, do lei- ao entendimento do material usado na superfície
tor é um fator de grande relevância na abordagem textual. Como estamos agora falando de textos ver-
de uma composição textual. bais, falamos então do conhecimento de palavras.
Quando mencionamos esse conhecimento enciclo- Não só o sentido de cada uma isoladamente (mais
pédico, não fazemos isso apenas para salientar o as- adiante falaremos da necessária conexão entre
pecto mais conteudista, no sentido de que o leitor texto e contexto), mas das relações sintáticas e or-
deve ser um grande sabedor das coisas do mundo ganizacionais que sustentam uma construção tex-
todo para conseguir ler um texto, mas damos ên- tual. Engloba-se também no conhecimento linguís-
fase a este aspecto no sentido de que há uma diver- tico as diversas formas de se referir ao mesmo
sidade de textos circulantes no mundo e de gêneros termo, expressão linguística ou ideia presentes no
variadíssimos, sendo que cada um desses textos em texto, como uso de pronomes, hipônimos e hiperô-
gêneros diversos exigirá habilidades e estratégias nimos (termos mais pontuais e mais abrangentes
diversas em sua leitura. Assim, o repertório não é em relação a outro tomado no mesmo contexto) e
apenas de conteúdo, mas também de leituras de elipses (supressão de termos ou passagens).
gêneros anteriores. Em outras palavras o conhecimento linguístico nos
Observando nossa situação contemporânea, em permite entender os elementos que envolvem a
que os meios digitais nos oferecem possibilidades construção do texto de uma maneira mais imedi-
diversas de interação com os outros e se utilizam ata. Provavelmente, ao tomar contato com o texto
para isso dos mais variados formatos de textos nas é essa habilidade que nos será solicitada num pri-
mais variadas finalidades de leitura e funcionali- meiro momento.
dade, a nossa capacidade de decodificação textual
é ampliada de forma bastante exigente (mais ainda Vejamos a seguir, como esse conhecimento nos
do que nos tempos em que apenas o papel era su- ajuda ater uma melhor apreensão da publicidade
porte genérico para a veiculação de texto). selecionada.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 279
https://www.asomadetodosafetos.com/2016/05/melhores-tirinhas-da-mafalda.html

Nessa tirinha, Mafalda comenta que fica com o co-


ração apertado ao ver “um pobre” e sua interlocu-
http://propagandatranscendental.blogspot.com/2011/02/propagandas-antigas-de- tora responde que também se sente da mesma
video-games.html
forma, no entanto no último quadrinho, dada a res-
Nesta peça publicitária dos anos 80 há uma promo- posta da interlocutora de que para solucionar o
ção sendo veiculada e observamos: problema bastaria esconder os pobres, observa-se
• o nome PLOC, que o leitor deve relacionar com que a interlocutora de Mafalda se ateve ao sentido
a foto do produto abaixo (marca de uma goma literal do verbo “ver (vejo)” usado no primeiro qua-
de mascar). drinho e julgou desnecessário tudo o que foi dito no
segundo.
• surge também no título o nome ATARI, que,
para aqueles pertencentes a essa geração, não
será um nome tão estranho, pois relacionando 2.2. CONHECIMENTO ENCICLOPÉDICO
esse nome com a foto, percebe-se que é o
nome de um modelo de videogame bastante
popular nos anos 80.
• Há também a palavra “cartucho”, nome dado
ao suporte do jogo que, ao contrário de supor-
tes mais modernos como cd’s ou mesmo jogos
online.
• No corpo do texto, percebe-se também a refe-
rência à “caixa postal” que, num tempo em que
se escreviam cartas para se participar de pro-
gramas e promoções, refere-se a um código
postal para o qual as cartas deveriam ser envi-
adas.

Vejamos a tirinha de Quino a seguir.

https://www.asomadetodosafetos.com/2016/05/melhores-tirinhas-da-mafalda.html

280 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES


O conhecimento enciclopédico se refere ao que o Este último conhecimento se refere às estratégias
leitor conhece do mundo. Pressupõe não só o co- utilizadas pelos falantes e nos textos que são pro-
nhecimento duzidos por eles para atingir a finalidade que se pre-
técnico das grandes áreas do saber, mas também o tende. Essa habilidade envolve o conhecimento de
conhecimento das atualidades, da cultura geral e gêneros textuais diversos (e aquilo que a cada gê-
dos temas mais em voga num determinado mo- nero é necessário e pertinente ao seu funciona-
mento. Como lidamos com provas de vestibular mento) e o conhecimento das diversas possibilida-
que além de cobrar a proficiência do conteúdo téc- des linguísticas (variantes). Assim, percebe-se que
nico de ensino médio já pressuposto em seus res- o cartum faz referência a um modo de falar tipica-
pectivos programas, buscam no candidato a aferi- mente associado ao universo rural: ao ouvir “pir” há
ção de temas e eventos recentes no momento de um estranhamento da galinha e a sua compreensão
elaboração da prova. de são galinhas “caipiras”. A pronuncia do fonema -
r na terminação de palavras é uma das marcas
Na tirinha selecionada acima, percebemos que o
dessa variante.
entendimento do que está sendo comentado em
tom de humor depende de informações prévias que
o leitor deve ter, a saber:
• Jazz é um gênero musical (há também a associ-
ação desse nome à dança que é feita ao som de
músicas de Jazz);
• O Jazz tem como base um tema musical que é
desenvolvido pelo improviso dos músicos;
• Instrumentos de sopro (os metais) são ampla-
mente utilizados nesse gênero;
• Entende-se que o Jazz é um estilo bastante difí-
cil de se executar e depende de muito talento e
habilidade dos músicos;
• O Jazz é reconhecido pelo exercício da livre cri-
atividade no improviso.
Assim, ao produzir alguns sons aparentemente im-
provisados e desconexos, Mafalda julga ter feito
uma música de Jazz.

2.3. CONHECIMENTO INTERACIONAL

http://eduqescola.blogspot.com/2017/03/variedade-linguistica-em-tirinhas-com.html

ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 281


Texto para as próximas 2 questões:
TAREFA MÍNIMA
Valter Hugo mãe, um escritor maiúsculo
Rodolfo Viana
Texto para a próxima questão:
Quando José Saramago diz que determinada obra é
A relação entre verdade e justiça um “tsunami linguístico, semântico e sintático”, não
Gostaria de me deter um instante na relação verdade- resta muito, exceto se deixar ser tragado pelo ir e vir do
justiça, porque, 2claro, é um dos temas fundamentais da oceano de palavras e se afogar nas páginas. Pois foi
filosofia ocidental. 3Afinal de contas, um dos pressupos- esse o termo que o único Nobel de Literatura da língua
tos mais imediatos e mais radicais de todo discurso ju- portuguesa usou para descrever o remorso de baltazar
diciário, político, crítico é o de que 4existe pertinência serapião, do conterrâneo valter hugo mãe.
essencial entre o enunciado da verdade e a prática da Sim, tudo em minúsculas. Obra e autor em letras di-
justiça. Ora, 5acontece que, no ponto em que 6vêm en- minutas, pois língua falada não tem caixa alta. Mas não
contrar-se a instituição destinada a administrar a jus- se engane: este é um escritor grandioso, criador de li-
tiça, de um lado, e as instituições qualificadas para vros imponentes.
enunciar a verdade, de outro, 7sendo mais breve, no O homem que tirou de Saramago o elogio foi o nome
ponto em que se encontram o tribunal e o cientista, mais aclamado dentre tantos literatos na Flip deste ano.
onde se cruzam a instituição judiciária e o saber médico Esgotou os 500 exemplares do seu mais recente ro-
ou científico em geral, nesse ponto são formulados os mance, a máquina de fazer espanhóis, no evento. Não é
enunciados que possuem o estatuto de discursos verda- para menos: a obra é um comovente relato sobre polí-
deiros, que detêm efeitos judiciários consideráveis e que tica e morte. Nele, antônio jorge da silva, barbeiro de 84
têm, no entanto, a curiosa propriedade de serem alheios anos e silva como muitos em Portugal, depara com a
a todas as regras, mesmo as mais elementares, de for- morte de laura, parceira de meio século. Este silva, que
mação dos discursos científicos, de serem alheios tam- traz consigo as cicatrizes da ditadura salazarista, acaba
bém às regras do direito e de serem, no sentido estrito, num asilo. Nas palavras do próprio, “a laura morreu, pe-
1
grotescos. garam em mim e pusera-me no lar com dois sacos de
Michel Foucault. Os anormais. São Paulo: Martins Fontes, 2002, p. 14-15. roupa e um álbum de fotografias. Foi o que fizeram. De-
pois nessa mesma tarde, levaram o álbum porque acha-
vam que ia servir apenas para que eu cultivasse a dor de
1. (UNB) Assinale a opção que está de acordo com as perder a minha mulher.”
ideias desenvolvidas no texto de Michel Foucault.
Neste lugar, em vez de esperar a morte chegar, ele
a) A perícia e a polícia técnica, ao fornecerem à jus-
encontra outros “silvas” com quem tudo é debatido –
tiça provas concludentes, criam novas formas
principalmente política. Um dos pontos levantados pe-
de se chegar à verdade indubitável.
los silvas é o sentimento de inferioridade que Portugal
b) Cada novo meio técnico-científico cria uma rede tem diante de Espanha. Essas conversas entre o bar-
discursiva capaz de fornecer à justiça elementos beiro e os outros velhinhos é a forma encontrada por
neutros de análise. silva de não morrer em vida, de ignorar a melancolia ao
c) Com o uso de novos meios técnicos de perícia, ver o fim se aproximar.
pretende-se criar um discurso neutro que incide Valter Hugo mãe, um escritor maiúsculo. Vida Simples, ed. 109, set. 2011, p. 74.
sobre a justiça, sobrepondo-se, muitas vezes, a
seus métodos.
2. (UEG) Com relação ao texto, é correto afirmar:
d) O discurso neutro subjacente aos novos meios
de perícia e polícia técnica possibilita que a ins- a) em “foi esse o termo que o único Nobel de Lite-
tituição judiciária evite o discurso subjetivo e, ratura da língua portuguesa usou para descre-
portanto, parcial. ver o remorso de baltazar serapião, do conter-
râneo valter hugo mãe”, o trecho destacado re-
fere-se a Saramago.
b) em “Neste lugar, em vez de esperar a morte
chegar, ele encontra outros silvas ‟com quem
tudo é debatido – principalmente política”, o
trecho destacado refere-se ao país onde o per-
sonagem vive.
282 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES
c) no período “Não é para menos: a obra é um co- Nóis demos gaitada... Aí correu mundo que Nhola
movente relato sobre política e morte”, o teve vertige de fraqueza, falta de cumê... A casa se
termo em destaque refere-se ao conjunto da encheu de vizinho. Cada um trazendo uma coisa pra
produção artístico-literária de José Saramago. nóis. Até pedaço de capado e cuia de sal; café pilado
d) no período “O homem que tirou de Saramago o e açúcar branco.
elogio foi o nome mais aclamado dentre tantos Nóis fiquemo tão contente... Nhola dava gaitada...
literatos na Flip deste ano”, a palavra destacada virou uma infância.
faz referência ao personagem da obra. CORALINA, Cora. Quadrinhos da vida. In: Estórias da casa velha da ponte. 13.
ed. São Paulo: Global, 2006. p. 39-40.

3. (UEG) Com relação ao trecho “Sim, tudo em minús- A temática da pobreza:


culas. Obra e autor em letras diminutas, pois língua a) é abordada de maneira análoga nos dois textos,
falada não tem caixa alta”, é correto afirmar: pois o primeiro sugere ajuda humanitária entre
a) o uso de letras minúsculas, embora em desa- as classes sociais, e o segundo explicita um
cordo com o padrão formal da língua, destaca o drama de ordem moral.
estilo do escritor. b) é tratada de modo igual em ambos os textos,
b) a expressão “caixa alta” faz uma referência à uma vez que os problemas aos quais aludem
utilização de letras maiúsculas na obra de Val- não são minimizados por quaisquer ações go-
ter Hugo Mãe. vernamentais.
c) para Rodolfo Viana, a língua falada e a língua c) surge associada a um problema de impossível
escrita apresentam características muito dife- solução nos quadrinhos e a uma questão polí-
rentes. tico-religiosa no excerto literário.
d) surge associada a uma questão político-social
d) o autor faz uma crítica à influência do uso do
nos quadrinhos e a um entrave social suavizado
computador para a produção de textos escri-
pela caridade no texto de Cora Coralina.
tos.

5. (UEG 2015)
4. (UEG)
Senhora, que bem pareceis!
Se de mim vos recordásseis
que do mal que me fazeis
me fizésseis correção,
quem dera, senhora, então
que eu vos visse e agradasse.

Ó formosura sem falha


que nunca um homem viu tanto
para o meu mal e meu quebranto!
Senhora, que Deus vos valha!
Por quanto tenho penado
seja eu recompensado
Acudiro. Nhola tinha ânsia, tonteira, celeração, vendo-vos só um instante.
corpo largado, não via nada, nem a lampa da can-
De vossa grande beleza
deia. Dei chá de goiabeira. Esperei clareá o dia, ban-
diei o corgo, fui na casa da Delíria. Aí falei: da qual esperei um dia
— Delíria, me prouve um insonso de sal, Nhola tá grande bem e alegria,
ruim... só me vem mal e tristeza.
Delíria me pruveu o sal. Sendo-me a mágoa sobeja,
Eu fiz um engrossado de farinha de milho, Nhola co- deixai que ao menos vos veja
meu, descansou, miorou e falou: no ano, o espaço de um dia.
— Nunca comi comesinho tão bão. Louvado seja Rei D. Dinis
CORREIA, Natália. Cantares dos trovadores galego-portugueses. Seleção, intro-
Deus. dução, notas e adaptação de Natália Correia. 2. ed. Lisboa: Estampa, 1978.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 283
Quem te viu, quem te vê A obra está dividida em onze capítulos nas suas 527
páginas e aborda temas de educação desde os eventos
Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
do famoso “Manifesto dos Pioneiros de 1932” à Consti-
Você era a favorita onde eu era mestre-sala tuição de 1988 e às gestões no MEC de 1988 a 2015. É
Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua destinada a pesquisadores da área de Educação e de-
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua mais interessados em entender certos aspectos do sis-
tema educacional brasileiro.
Hoje o samba saiu procurando você
ABRAMCZYK, Julio. Folha de S. Paulo, sábado, 5 mar. 2016, Ciência + Saúde, p. B9.
Quem te viu, quem te vê (Adaptado).

Quem não a conhece não pode mais ver pra crer


Quem jamais a esquece não pode reconhecer 6. (UEG 2016) De acordo com o texto, Célio da Cunha
[...] defende a seguinte tese a respeito da educação bra-
sileira:
Chico Buarque
a) A produção científica das universidades brasi-
A cantiga do rei D. Dinis, adaptada por Natália Cor- leiras precisa ser estimulada, reconhecida e am-
reia, e a canção de Chico Buarque de Holanda ex- plamente divulgada em âmbito internacional.
pressam a seguinte característica trovadoresca: b) A divulgação de listas de ranking da produção
a) a vassalagem do trovador diante da mulher científica das universidades é um instrumento
amada que se encontra distante. importante para se verificar a qualidade do en-
b) a idealização da mulher como símbolo de um sino.
amor profundo e universal. c) A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de
c) a personificação do samba como um ser que Pessoal de Nível Superior) é um órgão impor-
busca a plenitude amorosa. tante para o avanço do ensino superior no Bra-
d) a possibilidade de realização afetiva do trovador sil.
em razão de estar próximo da pessoa amada. d) As universidades brasileiras precisam prestar
contas de sua produção científica em relatórios
anuais, a fim de justificar sua relevância social.
Texto para as próximas 2 questões:
e) É necessário que a educação brasileira esteja
A democratização do conhecimento voltada para o futuro das novas gerações e des-
vinculada de compromissos ideológicos parti-
Em 1988, a Folha divulgou a então denominada “lista
culares.
improdutiva da USP”, relacionada à produção científica
das universidades. A celeuma provocada pela lista contri-
buiu para a criação de um programa de avaliação das 7. (UEG 2016) O enunciado “Célio da Cunha acumula
universidades brasileiras, mostrando que elas precisam conhecimento e experiência da área em funções na
prestar contas de sua produção científica. Unesco, CNPq [...] e universidades de Brasília e Fe-
deral de Mato Grosso há mais de 40 anos” cumpre,
Em março de 1990, controversa medida provisória de-
na organização retórico-argumentativa do gênero
terminava a extinção da Capes (Coordenação de Aperfei-
discursivo, o propósito de
çoamento de Pessoal de Nível Superior, do MEC), que fra-
cassou devido à mobilização da comunidade científica. a) apresentar as credenciais do autor, distin-
Esses são alguns dos muitos avanços e percalços da edu- guindo-o como uma autoridade no assunto.
cação brasileira tratados no livro O MEC pós-constitui- b) promover as instituições de ensino e pesquisa
ção, do professor Célio da Cunha e colaboradores, edi- nas quais o autor trabalhou durante 40 anos.
tado pela Liber Livro Editora em colaboração com a c) indicar o pioneirismo do autor no estudo de
Unesco e a Universidade Católica de Brasília. questões ligadas ao acesso à educação pública.
Célio da Cunha acumula conhecimento e experiência d) elogiar a trajetória política do autor, com o fim
da área em funções na Unesco, CNPq (Conselho Nacional de promover sua reputação e suas conquistas.
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e universi- e) tornar público o engajamento humanitário do
dades de Brasília e Federal de Mato Grosso há mais de 40 autor em campos e áreas de conflitos sociopo-
anos. Ele alerta para o fato de que a educação nacional líticos.
precisa se situar acima de conflitos ideológicos e interes-
ses partidários ou de grupos, visando ao futuro das novas
gerações.
284 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES
8. (Unesp 2018) Examine a tira do cartunista argentino
Quino (1932- ) para responder à questão a seguir. TAREFA COMPLEMENTAR

1. (Fuvest)
São Paulo gigante, torrão adorado
Estou abraçado com meu violão
Feito de pinheiro da mata selvagem
Que enfeita a paisagem lá do meu sertão
Tonico e Tinoco, São Paulo Gigante.

Nos versos da canção dos paulistas Tonico e Tinoco,


o termo “sertão” deve ser compreendido como
a) descritivo da paisagem e da vegetação típicas
do sertão existente na região Nordeste do país.
b) contraposição ao litoral, na concepção dada pe-
los caiçaras, que identificam o sertão com a pre-
sença dos pinheiros.
c) analogia à paisagem predominante no Centro-
Oeste brasileiro, tal como foi encontrada pelos
bandeirantes no século XVII.
d) metáfora da cidade-metrópole, referindo-se à
aridez do concreto e das construções.
e) generalização do ambiente rural, independen-
temente das características de sua vegetação.

a) Na tira, o que cada um dos dois grupos de pes- 2. (INSPER) Paralimpíadas é a mãe
soas representa?
Certamente eu descobriria no Google, mas me deu
b) Em português, empregamos a seguinte expres-
preguiça de pesquisar e, além disso, não tem impor-
são: “o tiro saiu pela culatra”. Explicite o sentido
tância saber quem inventou essa palavra grotesca,
dessa expressão e a relacione com a crítica vei-
que agora a gente ouve nos noticiários de televisão
culada pela tira.
e lê nos jornais. O surpreendente não é a invenção,
pois sempre houve besteiras desse tipo, bastando
lembrar os que se empenharam em não jogarmos
futebol, mas ludopédio ou podobálio. O impressio-
nante é a quase universalidade da adoção dessa pa-
lavra (ainda não vi se ela colou em Portugal, mas
tenho dúvidas; os portugueses são bem mais ciosos
de nossa língua do que nós), cujo uso parece ter sido
objeto de um decreto imperial e faz pensar em por
que não classificamos isso imediatamente como
uma aberração deseducadora, desnecessária e ina-
ceitável, além de subserviente a ditames saídos não
se sabe de que cabeça desmiolada ou que interesse
obscuro. Imagino que temos autonomia para isso e,
se não temos, deveríamos ter, pois jornal, telejornal
e radiojornal implicam deveres sérios em relação à
língua. Sua escrita e sua fala são imitadas e tidas
como padrão e essa responsabilidade não pode ser
encarada de forma leviana.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 285


Que cretinice é essa? Que quer dizer essa palavra, Para se entender o trecho como uma unidade de
cuja formação não tem nada a ver com nossa lín- sentido, é preciso que o leitor reconheça a ligação
gua? Faz muitos e muitos anos, o então ministro do entre seus elementos. Nesse texto, a coesão é cons-
Trabalho, Antônio Magri, usou a palavra "imexível" truída predominantemente pela retomada de um
e foi gozado a torto e a direito, até porque ele não termo por outro e pelo uso da elipse. O fragmento
era bem um intelectual e era visto como um alvo fá- do texto em que há coesão por elipse do sujeito é:
cil. Mas, no neologismo que talvez tenha criado, a) “[…] a palavra gripe nos chegou após uma série
aplicou perfeitamente as regras de derivação da lín- de contágios entre línguas.”
gua e o vocábulo resultante não está nada "errado",
b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe
tanto assim que hoje é encontrado em dicionários e
[…]”.
tem uso corrente. Já o vi empregado muitas vezes,
sem alusão ao ex-ministro. Infutucável, inesculham- c) “O primeiro era um termo derivado do latim
bável e impaquerável, por exemplo, são palavras medieval influentia, que significava ‘influência
que não se acham no dicionário, mas qualquer fa- dos astros sobre os homens’.”
lante da língua as entende, pois estão dentro do es- d) “O segundo era apenas a forma nominal do
pírito da língua, exprimem bem o que se pretende verbo gripper […]”.
com seu uso e constituem derivações perfeitamente e) “Supõe-se que fizesse referência ao modo vio-
legítimas. lento como o vírus se apossa do organismo in-
fectado.”
Por que será que aceitamos sem discutir uma ex-
crescência como "paralimpíada"?
4. (INSPER) Troque o verbo ou feche a boca
(João Ubaldo Ribeiro, O Estado de S. Paulo, 23/09/2012)

Rita Lee cantava uma música que dizia "o resto que
O que motivou a indignação do autor com a palavra se exploda, feito Bomba H". Será que na língua culta
“paralimpíadas” foi o(a): existe "exploda"? Explodir é verbo defectivo, ou
a) imposição da palavra, formada por um meca- seja, não tem conjugação completa. No presente do
nismo que dispensa elementos conhecidos da indicativo, deve-se conjugá-lo a partir da segunda
língua. pessoa do singular (tu explodes, ele explode etc.).
b) aceitação irrestrita do termo por parte da mí- Muita gente não sabe da existência dos defectivos
dia, especialmente pela televisão. e os "conjuga" em todas as pessoas.
c) fato de que, ao contrário do neologismo “imexí- (Pasquale Cipro Neto, http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1996/10/10/fo-
vest/8.html)
vel”, a palavra não foi incorporada aos dicioná-
rios.
A alternativa que exemplifica o que foi expresso no
d) tentativa de resgatar palavras arcaicas tal como último período é:
se fossem decretos imperiais.
a) Houveram dificuldades na resolução da ques-
e) recusa à adoção do neologismo pelos portugue- tão.
ses, cuja atitude revela-se conservadora.
b) Ficaremos felizes se vocês mantiverem a calma.
c) É preciso fazer contas para que a prestação
3. (Enem) Gripado, penso entre espirros em como a caiba no orçamento.
palavra gripe nos chegou após uma série de contá-
d) Empresário reavê judicialmente a posse de seu
gios entre línguas. Partiu da Itália em 1743 a epide-
imóvel.
mia de gripe que disseminou pela Europa, além do
vírus propriamente dito, dois vocábulos virais: o ita- e) Polícia deteu quase 60 torcedores nas imedia-
liano influenza e o francês grippe. O primeiro era ções do Morumbi.
um termo derivado do latim medieval influentia,
que significava “influência dos astros sobre os ho-
mens”. O segundo era apenas a forma nominal do
verbo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se que fi-
zesse referência ao modo violento como o vírus se
apossa do organismo infectado.
RODRIGUES, S. “Sobre palavras”. Veja, São Paulo, 30 nov. 2011.

286 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES


5. (ESPM)

A charge acima satiriza:


a) a presunção do consumidor quando este revela sua “esperteza” em comprar carro com IPI baixo e IOF redu-
zido.
b) a alienação do interlocutor por desconhecer as atuais formas facilitadas de pagamento propostas pelo go-
verno.
c) a visão excessivamente materialista da sociedade de consumo a qual vê o automóvel como um fetiche.
d) a postura paternalista que a população espera do governo nas relações econômicas.
e) o modelo econômico de redução de IPI e IOF para incentivar o desenvolvimento da indústria brasileira.

6. (Enem) Os objetivos que motivam os seres humanos a estabe-


lecer comunicação determinam, em uma situação de interlo-
cução, o predomínio de uma ou de outra função de linguagem.
Nesse texto, predomina a função que se caracteriza por:
a) tentar persuadir o leitor acerca da necessidade de se to-
marem certas medidas para a elaboração de um livro.
b) enfatizar a percepção subjetiva do autor, que projeta para
sua obra seus sonhos e histórias.
c) apontar para o estabelecimento de interlocução de modo
superficial e automático, entre o leitor e o livro.
d) fazer um exercício de reflexão a respeito dos princípios que
estruturam a forma e o conteúdo de um livro.
e) retratar as etapas do processo de produção de um livro, as
quais antecedem o contato entre leitor e obra.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 287


7. (INSPER) O poder da vírgula Mas o número é considerado alto. A América do Sul
é apontada como a maior responsável pela perda
Numa prova de português do ensino fundamental, de florestas do mundo, com cortes anuais de 4 mi-
ante a pergunta sobre qual era a função do após- lhões de hectares. A África vem em seguida, com 3,4
trofo, um aluno respondeu: "Apóstrofos são os ami- milhões de hectares/ano.
gos de Jesus, que se juntaram naquela jantinha que
O Estado de São Paulo, 26 mar. 2010.
o Leonardo fotografou".
A frase, além de alertar sobre os avanços que preci- Na notícia lida, o conectivo “mas” (terceiro pará-
samos na excelência da educação, é didática grafo) estabelece uma relação de oposição entre as
quanto aos cuidados no uso da língua portuguesa, sentenças: “Entre 2000 e 2009, esse número caiu
preciosidade que herdamos dos lusos, do galego e para 13 milhões de hectares” e “o número é consi-
do latim. derado alto”. Uma das formas de se reescreverem
O erro gritante que o aluno cometeu ao confundir esses enunciados, sem que lhes altere o sentido ini-
dois termos com sonoridade parecida foi agravado cial, é:
com a colocação da vírgula depois de "amigos de a) Porque, entre 2000 e 2009, esse número caiu
Jesus". para 13 milhões de hectares, o número é consi-
(Josué Gomes da Silva, Folha de S. Paulo, 02/09/2012) derado alto.
b) Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13
A respeito da falha de pontuação cometida pelo milhões de hectares, por isso o número é con-
aluno, é correto afirmar que o emprego da vírgula siderado alto.
a) revela o caráter restritivo da expressão antece- c) Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13
dente, indicando uma pausa desnecessária. milhões de hectares, uma vez que o número é
b) permite subentender que os apóstolos mencio- considerado alto.
nados não eram os verdadeiros amigos de Je- d) Embora, entre 2000 e 2009, esse número tenha
sus. caído para 13 milhões de hectares, o número é
c) produz uma informação incoerente, pois indica considerado alto.
que os apóstolos eram os únicos amigos de Je- e) Visto que, entre 2000 e 2009, esse número caiu
sus. para 13 milhões de hectares, o número é consi-
d) expressa desrespeito à figura religiosa, pois o derado alto.
aposto está associado a necessidades munda-
nas.
9. (Enem) Como ganhar qualquer discussão
e) provoca uma ambiguidade, pois o pronome re-
lativo pode se referir a “amigos” ou “Jesus”. A verdade nem sempre depende de fatos – nos jor-
nais, no Congresso ou no boteco, ela é frequente-
mente empacotada com táticas perversas e milena-
8. (Enem) Brasil é o maior desmatador, mostra es-
res. Conhecer essas técnicas é um bom jeito de se
tudo da ONU
defender contra elas (e fazer a sua opinião prevale-
O Brasil reduziu sua taxa de desmatamento em cer).
vinte anos, mas continua líder entre os países que 1. Capte a benevolência – Siga a dica da retórica
mais desmatam, segundo a FAO (órgão da ONU romana (captatio benevolentiae) e adule o inter-
para a agricultura). locutor.
A entidade apresentou ontem estudo sobre a cober- 2. Exagere o argumento do adversário – É a “téc-
tura florestal no mundo e o resultado é preocu- nica do espantalho”, também chamada de ampli-
pante: em apenas dez anos, uma área de floresta do ação indevida pelo filósofo Arthur Schopenhauer.
tamanho de dois estados de São Paulo desapareceu 3. Entre na onda – Concorde com parte dos argu-
do país. mentos do outro para, a partir daí, traçar a pró-
De forma geral, a queda no ritmo da perda de co- pria conclusão.
bertura florestal foi de 37% em dez anos. Entre 1990
e 1999, 16 milhões de hectares por ano sumiram. Outras dicas do mal:
Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 mi- – Mantenha a calma (o tom de fala vale mais que
lhões de hectares. bons argumentos).

288 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES


– Invalide as opiniões do adversário, desqualifi- a) expor as características comuns entre os povos
cando-o sem questioná-lo. indígenas no Brasil e suas ideias modernas e ci-
– Repita o argumento do outro, mas agora a seu fa- vilizadas.
vor. b) trazer uma abordagem inédita sobre os povos
indígenas no Brasil e, assim, ser reconhecido
– Revele que está usando uma tática para ganhar a
como especialista no assunto.
discussão (aproveite para fingir que você venceu).
c) mostrar os povos indígenas vivendo em comu-
NARLOCH, L. Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 27 out. 2011
(fragmento).
nhão com a natureza, e, por isso, sugerir que se
deve respeitar o meio ambiente e esses povos.
O fragmento, retirado de uma revista de divulgação d) usar a conhecida oposição entre moderno e an-
científica, constrói-se em tom de humor, a partir de tigo como uma forma de respeitar a maneira ul-
uma linguagem lúdica e despojada. O apelo a esse trapassada como vivem os povos indígenas em
recurso expressivo é adequado para essa situação diferentes regiões do Brasil.
comunicativa, porque e) apresentar informações pouco divulgadas a
a) converge para a subjetividade, característica respeito dos indígenas no Brasil, para defender
desse tipo de periódico. o caráter desses povos como civilizações, em
b) segue parâmetros textuais semelhantes aos das contraposição a visões preconcebidas.
publicações científicas.
c) confirma o próprio periódico como meio de co- Texto para as próximas 3 questões:
municação de massa.
“O homem não pode abster-se da filosofia”, diz Jaspers
d) atende a um leitor interessado em expandir co-
com razão. “Ela está presente em todo lugar e sempre.
nhecimento teórico.
A única questão que se apresenta é saber se ela é cons-
e) contraria o uso previsto para o registro formal ciente ou não, boa ou má, confusa ou clara”. Na verdade,
da língua portuguesa. a pesquisa da verdade científica, que só interessa aliás a
uma minoria, não exaure¹ em nada a natureza do ho-
10. (Enem) Na verdade, o que se chama genericamente mem, mesmo nessa minoria. Resta que o homem vive,
de índios é um grupo de mais de trezentos povos toma partido, crê em multiplicidade de valores, hierar-
que, juntos, falam mais de 180 línguas diferentes. quiza-os e dá assim um sentido à sua existência por op-
Cada um desses povos possui diferentes histórias, ções que ultrapassam sem cessar as fronteiras do seu co-
lendas, tradições, conceitos e olhares sobre a vida, nhecimento efetivo. No homem que pensa, essa coorde-
sobre a liberdade, sobre o tempo e sobre a natu- nação pode ser raciocinada, no sentido de que, para fa-
reza. Em comum, tais comunidades apresentam a zer a síntese entre aquilo em que acredita e que sabe, só
profunda comunhão com o ambiente em que vi- pode utilizar uma reflexão, seja prolongando seu saber
vem, o respeito em relação aos indivíduos mais ve- ou opondo-se a ele em um esforço crítico para determi-
lhos, a preocupação com as futuras gerações, e o nar suas fronteiras atuais e legitimar a colocação dos va-
senso de que a felicidade individual depende do lores que o ultrapassam. Essa síntese raciocinada entre
êxito do grupo. Para eles, o sucesso é resultado de as crenças, quaisquer que sejam, e as condições do sa-
uma construção coletiva. Estas ideias, partilhadas ber, é o que nós chamamos de uma “sabedoria” e tal nos
pelos povos indígenas, são indispensáveis para parece o objeto da filosofia.
construir qualquer noção moderna de civilização. (Piaget, Jean. Sabedoria e Ilusões da Filosofia. Tradução de Zilda Abujamra Daeir.
S.Paulo. Difusão Europeia do Livro)
Os verdadeiros representantes do atraso no nosso
país não são os índios, mas aqueles que se pautam ¹exaurir: esgotar
por visões preconceituosas e ultrapassadas de “pro-
gresso”.
11. (ESPM) Segundo o texto, o “homem que pensa” é
AZZI, R. “As razões de ser guarani-kaiowá”. Disponível em: www.outraspala-
vras.net. Acesso em: 7 dez. 2012.
aquele que:
a) tem fé nos seus valores.
Considerando-se as informações abordadas no b) sintetiza o que acredita e o que sabe.
texto, ao iniciá-lo com a expressão “Na verdade”, o c) se opõe à sabedoria filosófica.
autor tem como objetivo principal d) faz pesquisa da verdade científica.
e) afasta de si toda a crença religiosa.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 289
12. (ESPM) A posição do autor frente à de Jaspers
quanto à concepção da filosofia é:
a) antagônica
b) idêntica
c) análoga
d) contrária
e) contraditória

13. (ESPM) O propósito principal do texto é:


a) estabelecer um contraste entre o homem que
pensa e o homem que vive.
b) criticar os conceitos filosóficos tradicionais.
c) elaborar nova síntese entre filosofia e ciência.
d) teorizar a ciência e o existencialismo.
e) tecer considerações sobre o objeto da filosofia.

290 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES


6 TEXTO E CONTEXTO

INTRODUÇÃO

A noção de texto pressupõe uma série de arranjos em


linguagem verbal e/ou não verbal e que para serem
compreendidos devem motivar uma série de estraté-
gias do leitor a fim de que se torne ao final da leitura
um todo de sentido. No entanto, as partes da composi-
ção não devem ser observadas isoladas em sua signifi-
cação própria, mas conflitadas com as outras partes
componentes do texto (contexto) a fim de que se che-
gue a uma compreensão total do que se diz.

ANOTAÇÕES

ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 291


EXERCÍCIOS

1. (Enem 2018) Texto I

Texto II
A body art põe o corpo tão em evidência e o sub-
mete a experimentações tão variadas, que sua in-
fluência estende-se aos dias de hoje. Se na arte
atual as possibilidades de investigação do corpo pa-
recem ilimitadas – pode-se escolher entre represen-
tar, apresentar, ou ainda apenas evocar o corpo –
isso ocorre graças ao legado dos artistas pioneiros.
SILVA, P. R. Corpo na arte, body art, body modification; fronteiras. II. Encontro
de História da Arte: IFCH-Unicamp. 2006 (adaptado).

Nos textos, a concepção de body art está relacio-


nada à intenção de:
a) estabelecer limites entre o corpo e a composi-
ção.
b) fazer do corpo um suporte privilegiado de ex-
pressão.
c) discutir políticas e ideologias sobre o corpo
como arte.
d) compreender a autonomia do corpo no con-
texto da obra.
e) destacar o corpo do artista em contato com o
espectador.

292 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES


2. (Unicamp 2018)

Considerando os sentidos produzidos pela tirinha, é correto afirmar que o autor explora o fato de que palavras
como “ontem”, “hoje” e “amanhã”:
a) mudam de sentido dependendo de quem fala.
b) adquirem sentido no contexto em que são enunciadas.
c) deslocam-se de um sentido concreto para um abstrato.
d) evidenciam o sentido fixo dos advérbios de tempo.

3. (Enem 2018) Encontrando base em argumentos supostamente científicos, o mito do sexo frágil contribuiu histo-
ricamente para controlar as práticas corporais desempenhadas pelas mulheres. Na história do Brasil, exatamente
na transição entre os séculos XIX e XX, destacam-se os esforços para impedir a participação da mulher no campo
das práticas esportivas. As desconfianças em relação à presença da mulher no esporte estiveram culturalmente
associadas ao medo de masculinizar o corpo feminino pelo esforço físico intenso. Em relação ao futebol feminino,
o mito do sexo frágil atuou como obstáculo ao consolidar a crença de que o esforço físico seria inapropriado para
proteger a feminilidade da mulher “normal”. Tal mito sustentou um forte movimento contrário à aceitação do
futebol como prática esportiva feminina. Leis e propagandas buscaram desacreditar o futebol, considerando-o
inadequado à delicadeza. Na verdade, as mulheres eram consideradas incapazes de se adequar às múltiplas difi-
culdades do “esporte-rei”.
TEIXEIRA, F. L. S.; CAMINHA, I. O. Preconceito no futebol feminino: uma revisão sistemática. Movimento, Porto Alegre, n. 1, 2013 (adaptado).

No contexto apresentado, a relação entre a prática do futebol e as mulheres é caracterizada por um


a) argumento biológico para justificar desigualdades históricas e sociais.
b) discurso midiático que atua historicamente na desconstrução do mito do sexo frágil.
c) apelo para a preservação do futebol como uma modalidade praticada apenas pelos homens.
d) olhar feminista que qualifica o futebol como uma atividade masculinizante para as mulheres.
e) receio de que sua inserção subverta o “esporte-rei” ao demonstrarem suas capacidades de jogo.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 293


Texto para a próxima questão: Texto para a próxima questão:
A arqueologia não pode ser 1desvencilhada de seu
Para responder a questão, leia o trecho do livro Aboli-
caráter aventureiro e romântico, 2cuja melhor imagem
ção, da historiadora brasileira Emília Viotti da Costa.
talvez seja, desde 3há alguns anos, as saborosas aven-
Durante três séculos (do século XVI ao XVIII) a escra- turas do arqueólogo Indiana Jones. Pois bem, quando
vidão foi praticada e aceita sem que as classes dominan- do 4auge do sucesso de Indiana Jones, o arqueólogo bra-
tes questionassem a legitimidade do cativeiro. Muitos sileiro Paulo Zanettini escreveu um artigo no Jornal da
chegavam a justificar a escravidão, argumentando que Tarde, de São Paulo, intitulado “Indiana Jones deve
graças a ela os negros eram retirados da ignorância em morrer!”. Para ele, assim como para outros arqueólogos
que viviam e convertidos ao cristianismo. A conversão profissionais, envolvidos com um trabalho 5árduo, sério
libertava os negros do pecado e lhes abria a porta da e distante das 6peripécias das telas, essa imagem aven-
salvação eterna. Dessa forma, a escravidão podia até tureira é incômoda.
ser considerada um benefício para o negro! Para nós, O fato é que o arqueólogo, 7à diferença do historia-
esses argumentos podem parecer cínicos, mas, naquela dor, do geógrafo ou de outros estudiosos, possui uma
época, tinham poder de persuasão. A ordem social era imagem muito mais atraente, inspiradora não só de fil-
considerada expressão dos desígnios da Providência Di- mes, mas também de romances e livros os mais varia-
vina e, portanto, não era questionada. Acreditava-se dos.
que era a vontade de Deus que alguns nascessem no- Bem, para usar uma expressão de Eça de Queiroz,
bres, outros, vilões, uns, ricos, outros, pobres, uns, livres, 8
“sob o manto 9diáfano da fantasia” escondem-se as
outros, escravos. De acordo com essa teoria, não cabia histórias reais que fundamentaram 10tais percepções.
aos homens modificar a ordem social. Assim, justificada 11
A arqueologia surgiu no 12bojo do Imperialismo do sé-
pela religião e sancionada pela Igreja e pelo Estado – culo XIX, como um subproduto da expansão das potên-
representantes de Deus na Terra –, a escravidão não era cias coloniais europeias e dos Estados Unidos, que pro-
questionada. A Igreja limitava-se a recomendar paciên- curavam enriquecer explorando outros territórios. Al-
cia aos escravos e benevolência aos senhores. guns dos primeiros arqueólogos de fato foram aventu-
Não é difícil imaginar os efeitos dessas ideias. Elas reiros, responsáveis, e não em pequena medida, pela
permitiam às classes dominantes escravizar os negros fama que se propagou em torno da profissão.
sem problemas de consciência. Os poucos indivíduos
Adaptado de Pedro Paulo Funari, Arqueologia
que no Período Colonial, fugindo à regra, questionaram
o tráfico de escravos e lançaram dúvidas sobre a legiti-
midade da escravidão, foram expulsos da Colônia e o 5. (MACKENZIE 2018) Assinale a alternativa incorreta.
tráfico de escravos continuou sem impedimentos. Ape- a) A presença de aspas no texto (ref. 8) indica que
nas os próprios escravos questionavam a legitimidade o autor do texto faz referência a palavras de ou-
da instituição, manifestando seu protesto por meio de tro autor, que ele incorpora em seu texto.
fugas e insurreições. Encontravam, no entanto, pouca b) O trecho a partir da referência 11 até o final do
simpatia por parte dos homens livres e enfrentavam vi- texto, tem a função de justificar uma certa in-
olenta repressão. terpretação a respeito da figura do arqueólogo
(A abolição, 2010.) no imaginário popular.
c) Discursos como o da literatura e o do cinema
4. (UNIFESP 2018) “Acreditava-se que era a vontade prescindem de figuras da realidade, uma vez
de Deus que alguns nascessem nobres, outros, vi- que os tipos que elabora são puramente ficcio-
lões, uns, ricos, outros, pobres, uns, livres, outros, nais.
escravos.” (1º parágrafo) d) Atividades científicas que surgiram no contexto
No contexto em que se insere, o termo “vilão” deve de novos períodos de colonização e dominação
ser entendido na seguinte acepção: de territórios estiveram relacionadas com a no-
ção de aventura e descoberta.
a) “camponês medieval que trabalhava para um
senhor feudal”. e) Desvincular uma atividade como a arqueologia
do imaginário da aventura e do herói é como
b) “aquele que é indigno, abjeto, desprezível”.
descaracterizar a própria imagem popular da
c) “aquele que não pertence à nobreza, plebeu”.
profissão.
d) “aquele que não tem religião, ateu”.
e) “aquele que reside em vila”.
294 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES
6. (Enem 2ª aplicação 2016) Salvador, 10 de maio de
2012. LEITURA

Consultoria PC Speed
A pergunta “o que é um texto?” possui repostas varia-
Sr. Pedro Alberto
das de acordo com os autores ou linhas de pesquisa
Assunto: Consultoria adotados. No entanto, algumas particularidades persis-
tem a todas as concepções, a saber:
Prezado Senhor, » Texto tem origem na radical latino textum, o
Manifestamos nossa apreciação pelo excelente mesmo que deriva palavras em português como
trabalho executado pela equipe de consultores têxtil, tecido. Isso pressupõe que texto é uma tessi-
desta empresa na revisão de todos os controles in- tura, um arranjo organizado de elementos.
ternos relativos às áreas administrativas. » O texto, não importando qual seja, pressupõe um
As contribuições feitas pelos membros da equipe sentido global, em outras palavras, ao final da lei-
serão de grande valia para o aperfeiçoamento dos tura espera-se que haja entendimento de tudo o
processos de trabalho que estão sendo utilizados. que foi utilizado na composição do texto (gênero,
vocabulário, recursos estéticos, implícitos etc), as-
Queira, por gentileza, transmitir-lhes nossos sim como de todas as ideias que são sugeridas pela
cumprimentos. composição que se está lendo (valores sociais,
Atenciosamente, ideias filosóficas, valores de representatividade
etc).
Rivaldo Oliveira Andrade
Levando isso em conta, percebe-se que um texto, se-
Diretor Administrativo e Financeiro gundo José Luiz Fiorin em Da necessidade da distinção
Disponível em: www.pcspeed.com.br. Acesso em: 1 maio 2012 (adaptado). entre texto e discurso, (Texto e Discurso, 2012) comenta
que o texto “não é uma grande frase nem é um amon-
A carta manifesta reconhecimento de uma empresa toado de frases, mas se constitui de processos específi-
pelos serviços prestados pelos consultores da PC cos de composição. É um todo organizado de sentido
Speed. que é composto de procedimentos linguísticos pró-
prios”. Assim, entendemos aqui que Texto é o resultado
Nesse contexto, o uso da norma-padrão: de uma tessitura de palavras e outros recursos, inclu-
a) constitui uma exigência restrita ao universo fi- indo visuais, que comporta um ou alguns sentidos pre-
nanceiro e é substituível por linguagem infor- viamente arquitetados pelo autor.
mal.
Dessa maneira, devemos levar em consideração no ato
b) revela um exagero por parte do remetente e de leitura uma série de fatores, tais como autoria, gê-
torna o texto rebuscado linguisticamente. nero textual usado, vocabulário empregado, finalidade
c) expressa o formalismo próprio do gênero e atri- do gênero, assim como as articulações entre períodos e
bui profissionalismo à relação comunicativa. parágrafos no interior do texto (contexto) e teor do que
d) torna o texto de difícil leitura e atrapalha a com- está sendo dito para que possamos nos acercar de ele-
preensão das intenções do remetente. mentos, se não essenciais ao menos importantes na
e) sugere elevado nível de escolaridade do diretor construção de sentido.
e realça seus atributos intelectuais. Em outras palavras, estamos falando de Contexto.

1. ESPECIFICANDO A NOÇÃO DE CONTEXTO


Contexto então será entendido como um conjunto
de fatores textuais e extratextuais que nos ajudam
a situar o sentido de um texto qualquer. Como sa-
bemos que o sentido de um texto não se baseia
apenas no arranjo ordenado de palavras no interior
de uma composição textual é muitas vezes neces-
sário recorrer a informações outras para que haja a
compreensão.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 295


O gênero textual, a tematização, a data de publica- Observe que nas duas sentenças a palavra “mão”
ção, o meio de veiculação são conhecimentos que, foi utilizada, no entanto observando as palavras
segundo Koch, “constituem diferentes tipos de con- que foram empregadas no entorno e também soli-
textos subsumidos por um contexto mais abran- citando o conhecimento do falante situado em uma
gente, o contexto sociocognitivo”. cultura específica, nota-se que há sentido único da
palavra “mão” em cada uma das construções: na
A linguista Ingdore Villaça Koch menciona em seu primeira, o sentido de ajuda é construído e na se-
livro Ler e Compreender a metáfora do Iceberg para gunda, o sentido de direção da via.
traduzir a noção de contexto. O que nós lemos de
imediato no texto é apenas uma ponta de iceberg, Veja mais dois casos:
sendo a sua parte submersa (portanto, bem maior
que a ponta) toda a multiplicidade de sentidos e in- Exemplo: Ao ouvir o chamado do policial, o assal-
formações que são subjacentes à construção tex- tante levantou a mão.
tual. Para que se acesse essas informações é neces-
Exemplo: Ao final da partida, o juiz levantou a mão
sária a investigação das informações mencionadas
a apitou o fim do jogo.
assim como a ativação da memória enciclopédica
do leitor para que ele possa interagir com o texto e O segmento “levantou a mão” foi utilizado nas duas
contribuir com a formação do sentido final global construções, no entanto o nosso conhecimento de
do objeto de leitura. mundo, tanto de ações policiais como de partidas
de futebol, por exemplo, nos permite chegar com
Percebe-se que os mais diversos textos a que temos
precisão ao sentido almejado em cada uma.
acesso são textos que potencialmente podem dia-
logar com outros. Na história da atividade escrita e
de como a entendemos hoje, um texto não é uma » O uso de inferências
ilha isolada de outros textos, sem nenhuma cone- O contexto nos permite preencher lacunas textuais
xão com eles. Na verdade, e a atividade jornalística por meio de “inferências-ponte” e assim chegar ao
revela bem isso, muito do que lemos são comentá- sentido desejado, assim como há a produção de um
rios e referências a outros textos de mesmo gênero texto mais coeso (mais bem “amarrado” sintatica-
ou de gênero diverso escritos anteriormente. mente). Vejamos:
Assim, seja um texto literário, seja um texto cientí- Exemplo: A aula estava interessante. Logo, as mais
fico, seja um artigo de opinião ou um texto publici- diversas perguntas dos alunos surgiram.
tário, todos carregam de alguma forma uma cone-
xão com textos anteriores e esses, por sua vez, vão Neste pequeno caso, observa-se que o contexto
sendo relidos e reinterpretados ao passar dos anos nos permite inferir que seja comum às aulas a pre-
pelas futuras gerações. sença de alunos e, se ela está interessante, as per-
guntas possam ser feitas pelos alunos que estavam
presenciando aquela aula, especificamente. Ob-
2. FATORES CONTEXTUAIS
serva-se que o leitor ao ler um texto, utiliza-se de
Levando em conta que a leitura de um texto sem a Frames cognitivos (modelos dados pela experiên-
consideração do contexto é ineficaz, uma vez que cia), que permitem entender uma dada situação co-
“o contexto é um conjunto de suposições baseadas municacional. Neste caso, fica pressuposto que
nos saberes dos interlocutores, mobilizadas para a aula possui alunos e que as perguntas eram dos alu-
interpretação de um texto” (Koch, 2015), vamos si- nos presentes na aula e não outros.
nalizar alguns dos fatores contextuais a serem ob-
servados na leitura:

» A alteração proposital e sentido


» Uso polissêmico de termos
O conhecimento do contexto nos permite perceber
Vejamos os seguintes casos:
o uso de Ironias e a criação de efeitos de humor.
Exemplo: Quero que você me dê uma mão aqui Observe a tirinha a seguir:
nessa faxina!

Exemplo: Essa rua é de mão única?

296 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES


TAREFA MÍNIMA

1. (PUCCAMP 2016) Texto I

CAPÍTULO 8
AS EXTREMIDADES
8.4 OS PÉS

https://minilua.com/simplesmenteae-ironia/
2. O limpador de para-brisas
Quando se atenta à pergunta do primeiro persona- Posição: sentada com os braços atrás do corpo e as
gem “Você se lembra em que votou nas últimas elei- mãos apoiadas no chão
ções?”, num primeiro momento, pensamos ser uma − Gire os tornozelos para dentro e para fora;
intervenção comum e cotidiana que aciona o senso
comum sobre o brasileiro de que ninguém se lem- − Levante e abaixe os calcanhares mantendo as bar-
bra do candidato em quem se votou e de que o voto rigas das pernas no chão (os dois juntos; depois um
não possui muita importância. No entanto, a expec- de cada vez).
tativa mais séria é quebrada no segundo quadrinho,
quando a primeira personagem pede que o depu-
tado saia do carro, já que o segundo personagem
não se lembrava em quem havia votado, a situação
se torna então favorável à saída do deputado. Esse
final cômico nos leva ao contexto de que os políti-
cos no brasil têm fama de serem ladrões e corrup-
tos. Portanto, a atitude do deputado deve ser vista
como resultado de uma confirmação dessa opinião
geral.
Texto II
Assim, é fundamental que o leitor entenda a impor-
tância de se observar as informações contextuais, RECEITA DE ARROZ DOCE TRADICIONAL
sejam as pistas dadas pelo próprio texto, sejam as
referências que auxiliam o leitor a compor o sentido
INGREDIENTES
final do que lê.
1 litro e meio de leite
O leitor/ouvinte espera sempre um texto dotado de 2 xícaras de arroz branco (já lavado)
sentido e procura, a partir da informação contextu- 3 xícaras de açúcar
almente dada, construir uma representação coe-
rente, por meio da ativação de seu conhecimento Canela em pau (uso e quantidade a gosto)
de mundo e/ou deduções que o levam a estabele- 1 lata de leite condensado
cer relações de temporalidade, causalidade, oposi-
ção etc. Como diz a linguista Vanda Maria Elias MODO DE PREPARO
“para que duas ou mais pessoas possam compreen- Cozinhar o arroz no leite, juntamente com a canela.
der-se mutuamente, faz-se preciso que seus con-
20 minutos depois, mexer de tempos em tempos,
textos socio-cognitivos sejam, pelo menos, parcial-
acrescentar o açúcar, deixar mais 20 minutos e logo
mente semelhantes. É isso também me permite
em seguida acrescentar o leite condensado e deixar
afirmar que o contexto socio-cognitivo engloba to-
mais 20 minutos.
dos os outros tipos de contexto.” (Koch&Elias,
2015) Colocar em uma linda travessa.

Levando em conta os gêneros de textos, é correto


afirmar:

ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 297


a) têm como objetivo sugerir ao leitor a realização dai conta a Deus de tantas fazendas1, dai conta a Deus
de uma tarefa, apresentando o passo a passo de tantas honras, por uma omissão. Oh que arriscada
da atividade; em ambos os casos, o executor salvação! Oh que arriscado ofício é o dos príncipes e o
não tem espaço para livre escolha. dos ministros! Está o príncipe, está o ministro divertido,
b) distinguem-se totalmente: a) pela intenção da sem fazer má obra, sem dizer má palavra, sem ter mau
mensagem − I busca informar o interlocutor nem bom pensamento: e talvez naquela mesma hora,
acerca de cuidados com a saúde da criança, a por culpa de uma omissão, está cometendo maiores da-
receita, simples indicação de uma fórmula, nos, maiores estragos, maiores destruições, que todos
mostra como preparar um alimento; b) pela os malfeitores do mundo em muitos anos. O salteador
composição da mensagem − I admite ilustra- na charneca com um tiro mata um homem; o príncipe e
ção, a receita não admitiria. o ministro com uma omissão matam de um golpe uma
c) não podem ser aproximados sob nenhum crité- monarquia. A omissão é o pecado que com mais facili-
rio, pois, fazendo parte de universos absoluta- dade se comete e com mais dificuldade se conhece; e o
mente distintos − como o comprovam tanto o que facilmente se comete e dificultosamente se co-
assunto de cada um, quanto o estilo adotado nhece, raramente se emenda. A omissão é um pecado
em cada um deles −, jamais estarão inseridos que se faz não fazendo. [...]
em contextos comunicativos iguais ou somente Mas por que se perdem tantos? Os menos maus per-
parecidos. dem-se pelo que fazem, que estes são os menos maus;
d) apresentam traços distintos em sua composi- os piores perdem-se pelo que deixam de fazer, que estes
ção, como se nota pelo emprego do imperativo são os piores: por omissões, por negligências, por des-
(em I) e do infinitivo (na receita); entretanto, cuidos, por desatenções, por divertimentos, por vaga-
essa específica diferença não impede o reco- res, por dilações, por eternidades. Eis aqui um pecado
nhecimento de que partilham a mesma finali- de que não fazem escrúpulo os ministros, e um pecado
dade de instruir o receptor. por que se perdem muitos. Mas percam-se eles embora,
já que assim o querem: o mal é que se perdem a si e
e) implicam obrigatoriedade do interlocutor em
perdem a todos; mas de todos hão de dar conta a Deus.
cumprir o que está minuciosamente descrito
Uma das cousas de que se devem acusar e fazer grande
em cada um dos textos, mas distinguem-se: em
escrúpulo os ministros, é dos pecados do tempo. Porque
I, a prática vem investida de caráter lúdico, pelo
fizeram o mês que vem o que se havia de fazer o pas-
tipo específico de destinatário da mensagem,
sado; porque fizeram amanhã o que se havia de fazer
enquanto a receita remete a atividade rotineira
hoje; porque fizeram depois o que se havia de fazer
e desgastante.
agora; porque fizeram logo o que se havia de fazer já.
Tão delicadas como isto hão de ser as consciências dos
Texto para a próxima questão: que governam, em matérias de momentos. O ministro
que não faz grande escrúpulo de momentos não anda
Para responder à questão a seguir, leia o excerto do em bom estado: a fazenda pode-se restituir; a fama,
“Sermão da primeira dominga do Advento” de Antônio ainda que mal, também se restitui; o tempo não tem
Vieira (1608-1697), pregado na Capela Real em Lisboa restituição alguma.
no ano de 1650.
(Essencial, 2013. Adaptado.)
Sabei cristãos, sabei príncipes, sabei ministros, que 1
se vos há de pedir estreita conta do que fizestes; mas fazenda: conjunto de bens, de haveres.
muito mais estreita do que deixastes de fazer. Pelo que
2. (Unesp 2016) Em “Está o príncipe, está o ministro
fizeram, se hão de condenar muitos, pelo que não fize-
divertido, sem fazer má obra, sem dizer má palavra,
ram, todos. [...]
sem ter mau nem bom pensamento” (2º parágrafo),
Desçamos a exemplos mais públicos. Por uma omis- o adjetivo destacado não está empregado na acep-
são perde-se uma maré, por uma maré perde-se uma ção corrente de “alegre”; o contexto, porém, per-
viagem, por uma viagem perde-se uma armada, por mite recuperar a seguinte acepção:
uma armada perde-se um Estado: dai conta a Deus de
a) distraído
uma Índia, dai conta a Deus de um Brasil, por uma omis-
são. Por uma omissão perde-se um aviso, por um aviso b) debochado
perde-se uma ocasião, por uma ocasião perde-se um ne- c) empolgado
gócio, por um negócio perde-se um reino: dai conta a d) embriagado
Deus de tantas casas, dai conta a Deus de tantas vidas, e) malicioso
298 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES
3. (Enem PPL 2015) Quem não se recorda de Aurélia 4. (Enem PPL 2015) Texto I
Camargo, que atravessou o firmamento da corte Voluntário
como brilhante meteoro e apagou-se de repente no
meio do deslumbramento que produzira seu fulgor? Rosa tecia redes, e os produtos de sua pequena indús-
Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira tria gozavam de boa fama nos arredores. A reputação
vez na sociedade. Não a conheciam; e logo busca- da tapuia crescera com a feitura de uma maqueira de
ram todos com avidez informações acerca da tucum ornamentada com a coroa brasileira, obra de
grande novidade do dia. Dizia-se muita coisa que ingênuo gosto, que lhe valera a admiração de toda a
não repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a comarca e provocara a inveja da célebre Ana Rai-
verdade, sem os comentos malévolos de que usam munda, de Óbidos, a qual chegara a formar uma for-
vesti-la os noveleiros. Aurélia era órfã; tinha em sua tunazinha com aquela especialidade, quando a indús-
companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina tria norte-americana reduzira à inatividade os teares
Mascarenhas, que sempre a acompanhava na soci- rotineiros do Amazonas.
edade. Mas essa parenta não passava de mãe de SOUSA, I. Contos amazônicos. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

encomenda, para condescender com os escrúpulos Texto II


da sociedade brasileira, que naquele tempo não ti-
nha admitido ainda certa emancipação feminina. Relato de um certo oriente
Guardando com a viúva as deferências devidas à Emilie, ao contrário de meu pai, de Dorner e dos nos-
idade, a moça não declinava um instante do firme sos vizinhos, não tinha vivido no interior do Amazonas.
propósito de governar sua casa e dirigir suas ações Ela, como eu, jamais atravessara o rio. Manaus era o
como entendesse. Constava também que Aurélia ti- seu mundo visível. O outro latejava na sua memória.
nha um tutor; mas essa entidade era desconhecida, Imantada por uma voz melodiosa, quase encantada,
a julgar pelo caráter da pupila, não devia exercer Emilie maravilha-se com a descrição da trepadeira
maior influência em sua vontade, do que a velha pa- que espanta a inveja, das folhas malhadas de um tajá
renta. que reproduz a fortuna de um homem, das receitas de
ALENCAR, J. Senhora. São Paulo: Ática, 2006.
curandeiros que veem em certas ervas da floresta o
enigma das doenças mais temíveis, com as infusões de
O romance Senhora, de José de Alencar, foi publi- coloração sanguínea aconselhadas para aliviar trinta
cado em 1875. No fragmento transcrito, a presença e seis dores do corpo humano. “E existem ervas que
de D. Firmina Mascarenhas como “parenta” de Au- não curam nada”, revelava a lavadeira, “mas assa-
rélia Camargo assimila práticas e convenções soci- nham a mente da gente. Basta tomar um gole do lí-
ais inseridas no contexto do Romantismo, pois quido fervendo para que o cristão sonhe uma única
noite muitas vidas diferentes”. Esse relato poderia ser
a) o trabalho ficcional do narrador desvaloriza a
de duvidosa veracidade para outras pessoas, mas não
mulher ao retratar a condição feminina na soci-
para Emilie.
edade brasileira da época.
HATOUM, M. São Paulo: Cia. das Letras, 2008
b) O trabalho ficcional do narrador mascara os há-
bitos no enredo de seu romance. As representações da Amazônia na literatura brasi-
c) as características da sociedade em que Aurélia leira mantêm relação com o papel atribuído à região
vivia são remodeladas na imaginação do narra- na construção do imaginário nacional. Pertencentes a
dor romântico. contextos históricos distintos, os fragmentos diferen-
ciam-se ao propor uma representação da realidade
d) o narrador evidencia o cerceamento sexista à
amazônica em que se evidenciam:
autoridade da mulher, financeiramente inde-
pendente. a) aspectos da produção econômica e da cura na tra-
dição popular.
e) o narrador incorporou em sua ficção hábitos
b) manifestações culturais autênticas e da resigna-
muito avançados para a sociedade daquele pe-
ção familiar.
ríodo histórico.
c) Valores sociais autóctones e influência dos es-
trangeiros.
d) formas de resistência locais e do cultivo das su-
perstições.
e) costumes domésticos e levantamento das tradi-
ções indígenas.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 299
5. (Enem 2015) Embalagens usadas e resíduos devem insiste em ensinar um registro utilizado apenas em
ser descartados adequadamente contextos específicos, o que acaba por desestimular
o aluno, que não vê sentido em empregar tal mo-
Todos os meses são recolhidas das rodovias brasilei- delo em outras situações. Independentemente dos
ras centenas de milhares de toneladas de lixo. Só aparatos tecnológicos da atualidade, o emprego so-
nos 22,9 mil quilômetros das rodovias paulistas são cial da língua revela-se muito mais significativo do
41,5 mil toneladas. O hábito de descartar embala- que seu uso escolar, conforme ressalta a diretora de
gens, garrafas, papéis e bitucas de cigarro pelas ro- Divulgação Científica da UFMG: “A dinâmica da lín-
dovias persiste e tem aumentado nos últimos anos. gua oral é sempre presente. Não falamos ou escre-
O problema é que o lixo acumulado na rodovia, vemos da mesma forma que nossos avós”. Some-se
além de prejudicar o meio ambiente, pode impedir a isso o fato de os jovens se revelarem os principais
o escoamento da água, contribuir para as enchen- usuários das novas tecnologias, por meio das quais
tes, provocar incêndios, atrapalhar o trânsito e até conseguem se comunicar com facilidade. A profes-
causar acidentes. Além dos perigos que o lixo repre- sora ressalta, porém, que as pessoas precisam ter
senta para os motoristas, o material descartado po- discernimento quanto às distintas situações, a fim
deria ser devolvido para a cadeia produtiva. Ou de dominar outros códigos.
seja, o papel que está sobrando nas rodovias pode-
SILVA JR., M. G.; FONSECA. V. Revista Minas Faz Ciência, n. 51, set.-nov. 2012
ria ter melhor destino. Isso também vale para os (adaptado).
plásticos inservíveis, que poderiam se transformar
em sacos de lixo, baldes, cabides e até acessórios Na esteira do desenvolvimento das tecnologias de
para os carros. informação e de comunicação, usos particulares da
Disponível em: www.girodasestradas.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012. escrita foram surgindo. Diante dessa nova reali-
dade, segundo o texto, cabe à escola levar o aluno
Os gêneros textuais correspondem a certos padrões a:
de composição de texto, determinados pelo con- a) interagir por meio da linguagem formal no con-
texto em que são produzidos, pelo público a que texto digital.
eles se destinam, por sua finalidade. Pela leitura do
b) buscar alternativas para estabelecer melhores
texto apresentado, reconhece-se que sua função é:
contatos on-line.
a) apresentar dados estatísticos sobre a recicla-
c) adotar o uso de uma mesma norma nos dife-
gem no país.
rentes suportes tecnológicos.
b) alertar sobre os riscos da falta de sustentabili-
d) desenvolver habilidades para compreender os
dade do mercado de recicláveis.
textos postados na web.
c) divulgar a quantidade de produtos reciclados
e) perceber as especificidades das linguagens em
retirados das rodovias brasileiras.
diferentes ambientes digitais.
d) revelar os altos índices de acidentes nas rodo-
vias brasileiras poluídas nos últimos anos.
e) conscientizar sobre a necessidade de preserva-
ção ambiental e de segurança nas rodovias. Texto para a próxima questão:

Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook?


6. (Enem 2015) Embora particularidades na produção
mediada pela tecnologia aproximem a escrita da Uma organização não governamental holandesa
oralidade, isso não significa que as pessoas estejam está propondo um desafio que muitos poderão conside-
escrevendo errado. Muitos buscam, tão somente, rar impossível: 1ficar 99 dias sem dar nem uma “olhadi-
adaptar o uso da linguagem ao suporte utilizado: “O nha” no Facebook. O objetivo é medir o grau de felici-
contexto é que define o registro de língua. Se existe dade dos usuários longe da rede social.
um limite de espaço, naturalmente, o sujeito irá O projeto também é uma resposta aos experimentos
usar mais abreviaturas, como faria no papel”, psicológicos realizados pelo próprio Facebook. A dife-
afirma um professor do Departamento de Lingua- rença neste caso é que o teste é completamente volun-
gem e Tecnologia do Cefet-MG. Da mesma forma, é tário.
preciso considerar a capacidade do destinatário de Ironicamente, para poder participar, o usuário deve
interpretar corretamente a mensagem emitida. No trocar a foto do perfil no Facebook e postar um conta-
entendimento do pesquisador, a escola, às vezes, dor na rede social.
300 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES
Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e Trago esta referência – que Clastres denomina etno-
felicidade dos participantes no 33º dia, no 66º e no úl- centrismo – eloquente de uma xenofobia em sociedades
timo dia da abstinência. primitivas, porque ela é tentadora para propor origens
Os responsáveis apontam que os usuários do Face- precoces, quem sabe constitucionais ou genéticas, no
book gastam em média 17 minutos por dia na rede so- ódio ou recusa das diferenças.
cial. Em 99 dias sem acesso, a soma média seria equiva- A mesma precocidade, dizem alguns, encontra-se
lente a mais de 28 horas, 2que poderiam ser utilizadas nas crianças. Uma criança uruguaia, com clara ascen-
em “atividades emocionalmente mais realizadoras”. dência europeia, como é comum em nosso país, resul-
(http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.)
tado do genocídio indígena, denuncia, entre indignada
e temerosa, sua repulsa a uma criança japonesa que en-
trou em sua classe (fato raro em nosso meio) e argu-
menta que sua linguagem lhe é incompreensível e seus
7. (UNIFESP 2015) Examine as passagens do primeiro traços são diferentes e incomuns.
parágrafo do texto: Se as crianças e os primitivos reagem deste modo,
poder-se-ia concluir – precipitadamente – que o que
“Uma organização não governamental holandesa
manifestam, de maneira tão primária e transparente, é
está propondo um desafio.”
algo que os desenvolvimentos posteriores da civilização
“O objetivo é medir o grau de felicidade dos usuá- tornarão evidente de forma mais complexa e sofisti-
rios longe da rede social.” cada, mas com a mesma contundência elementar.
Por esse caminho, e com a tendência humana a bus-
A utilização dos artigos destacados justifica-se em car causalidades simples e lineares, estamos a um passo
razão: de “encontrar” explicações instintivas do ódio e da vio-
a) da retomada de informações que podem ser fa- lência, em uma hierarquização em que a natureza pre-
cilmente depreendidas pelo contexto, sendo cede a cultura, território de escolha das argumentações
ambas equivalentes semanticamente. racistas. A “natureza” – o “biológico” como “a” origem
b) de informações conhecidas, nas duas ocorrên- ou “a” causa – operam como explicação segura e tran-
cias, sendo possível a troca dos artigos nos quilizadora ante questões que nos encurralam na igno-
enunciados, pois isso não alteraria o sentido do rância e na insegurança de um saber parcial. [...]
texto. (VIÑAR, M. O reconhecimento do próximo. Notas para pensar o ódio ao estrangeiro.
In: Caterina Koltai (org.). O estrangeiro. São Paulo: Escuta; Fapesp, 1998)
c) da generalização, no primeiro caso, com a intro-
dução de informação conhecida, e da especifi- (*) Pierre Clastres (1934-1977)
cação, no segundo, com informação nova.
d) da introdução de uma informação nova, no pri- 8. (ITA 2015) No texto, pode-se depreender que a xe-
meiro caso, e da retomada de uma informação nofobia:
já conhecida, no segundo.
a) é comum entre os primitivos e as crianças, por
e) de informações novas, nas duas ocorrências, isso é inata.
motivo pelo qual são introduzidas de forma
b) tem sempre como fator gerador a aparência di-
mais generalizada.
ferente dos estrangeiros.
c) pode ter níveis diferentes de sofisticação, de-
pendendo do contexto social.
Texto para a próxima questão: d) ocorre apenas em relação aos estrangeiros ori-
undos de lugares distantes.
Nos estudos de antropologia política de Pierre Clas-
e) é um sentimento incontrolável por parte de
tres*, estudioso francês que conviveu durante muito
pessoas de qualquer cultura, por isso inevitável.
tempo com tribos indígenas sul-americanas, menciona-
se o fato de frequentemente os membros dessas tribos
designarem a si mesmos com um vocábulo que em sua
língua era sinônimo de “os homens” e reservavam para
seus congêneres de tribos vizinhas termos como “ovos
de piolho”, “sub-homens” ou equivalentes com valor pe-
jorativo.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 301
2. (Enem) Só há uma saída para a escola se ela quiser
TAREFA COMPLEMENTAR ser mais bem-sucedida: aceitar a mudança da lín-
gua como um fato. Isso deve significar que a escola
Texto para a próxima questão: deve aceitar qualquer forma da língua em suas ati-
vidades escritas? Não deve mais corrigir? Não!
“O planalto central do Brasil desce, nos litorais do Sul,
em 1escarpas inteiriças, altas e abruptas. Assoberba os Há outra dimensão a ser considerada: de fato, no
mares; e desata-se em chapadões nivelados pelos visos mundo real da escrita, não existe apenas um portu-
das cordilheiras marítimas, distendidas do Rio Grande a guês correto, que valeria para todas as ocasiões: o
Minas. 2Mas ao derivar para as terras setentrionais dimi- estilo dos contratos não é o mesmo do dos manuais
nui gradualmente de altitude, ao mesmo tempo que des- de instrução; o dos juízes do Supremo não é o
camba para a costa oriental em andares, ou repetidos so- mesmo do dos cordelistas; o dos editoriais dos jor-
calcos, que o despem da primitiva grandeza afastando-o nais não é o mesmo do dos cadernos de cultura dos
consideravelmente para o interior. mesmos jornais. Ou do de seus colunistas.
De sorte que quem o contorna, seguindo para o norte, POSSENTI, S. “Gramática na cabeça”. Língua Portuguesa, ano 5, n. 67, maio
observa notáveis mudanças de relevos: a princípio o traço 2011 (adaptado).

contínuo e dominante das montanhas, precintando-o,


com destaque saliente, sobre a linha projetante das praias, Sírio Possenti defende a tese de que não existe um
depois, no segmento de orla marítima entre o Rio de Ja- único "português correto". Assim sendo, o domínio
neiro e o Espírito Santo, um aparelho litoral revolto, feito da língua portuguesa implica, entre outras coisas,
da envergadura desarticulada das serras, riçado de cume- saber:
adas e corroído de angras, e escancelando-se em baías, e a) descartar as marcas de informalidade do texto.
repartindo-se em ilhas, e desagregando-se em recifes des- b) reservar o emprego da norma-padrão aos tex-
nudos, à maneira de escombros do conflito secular que ali tos de circulação ampla.
se trava entre os mares e a terra; em seguida, transposto c) moldar a norma-padrão do português pela lin-
o 15º paralelo, a atenuação de todos os acidentes — ser- guagem do discurso jornalístico.
ranias que se arredondam e suavizam as linhas dos talu-
des, fracionadas em morros de encostas indistintas no ho- d) adequar as formas da língua a diferentes tipos
rizonte que se amplia; até que em plena faixa costeira da de texto e contexto.
Bahia, o olhar, livre dos anteparos de serras que até lá o e) desprezar as formas da língua previstas pelas
repulsam e abreviam, se dilata em cheio para o ocidente, gramáticas e manuais divulgados pela escola.
mergulhando no âmago da terra amplíssima lentamente
emergindo num ondear longínquo de chapadas... 3. (Enem PPL) Entrevista – Tony Bellotto
Este facies geográfico resume a morfogenia do grande
maciço continental.” A língua é rock
Euclides da Cunha, Os Sertões.
Guitarrista do Titãs e escritor completa dez anos à
frente de programa televisivo em que discute a lín-
1. (MACKENZIE 2015) Assinale a alternativa incorreta so- gua portuguesa por meio da música
bre o contexto histórico e literário da prosa pré-mo-
dernista a que pertence o fragmento de Os Sertões. O que o atraiu na proposta de Afinando a Língua?
a) Os prosadores pré-modernistas produziram uma No começo, em 1999, a ideia era fazer um pro-
literatura problematizadora da realidade brasi- grama que falasse de língua portuguesa usando a
leira de sua época. música como atrativo, principalmente, para os jo-
b) Entre os temas pré-modernistas, está o subde- vens. Com o passar do tempo, ele foi se transfor-
senvolvimento do sertão nordestino. mando num programa sobre a linguagem usada em
c) A investigação social presente na prosa pré-mo- letras de música, no jornalismo, na literatura de fic-
dernista colabora para o aprofundamento do sen- ção e na poesia. Como não sou um cara de TV, trago
timento ufanista nacional. a experiência de escritor e músico, e sempre parti-
d) A prosa da época é marcada por obras de análise cipo de forma mais ativa do que como um mero
e interpretação social significativas para a litera- apresentador. Estou nas reuniões de pauta e faço
tura brasileira. sugestões nos roteiros. Mas o conteúdo é feito pelo
e) O pré-modernismo antecipou formal ou temati- pessoal do Futura.
camente práticas e ideias que foram desenvolvi-
das pelos modernistas.
302 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES
Quais as vantagens e desvantagens do ensino da Texto II
língua por meio das letras de música?
Só Deus pode me julgar
Não sou pedagogo ou educador, então só vejo van-
tagens, porque as letras de música usam uma lin- Soldado da guerra a favor da justiça
guagem que é a do dia a dia, principalmente, dos Igualmente por aqui é coisa fictícia
jovens. A música é algo que lhes dá prazer e, didati-
Você ri da minha roupa, ri do meu cabelo
camente, pode fazer as vezes de algo que o aluno
tem a noção de ser entediante – estudo da língua, Mas tenta me imitar se olhando no espelho
sentar e abrir um livro. Ao ouvir uma música, os Preconceito sem conceito que apodrece a nação
exemplos surgem. É a grande vantagem e sempre Filhos do descaso mesmo pós-abolição
foi a ideia do programa.
MV BILL. Declaração de guerra. Manaus: BMG, 2002 (fragmento).
Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br. Acesso em: 8 ago. 2012 (frag-
mento).
O trecho do rap e o grafite evidenciam o papel so-
cial das manifestações artísticas e provocam a:
Os gêneros textuais são definidos por meio de sua
estrutura, função e contexto de uso. Tomando por a) consciência do público sobre as razões da desi-
base a estrutura dessa entrevista, observa-se que: gualdade social.
a) a organização em turnos de fala reproduz o di- b) rejeição do público-alvo à situação represen-
álogo que ocorre entre os interlocutores. tada nas obras.
b) o tema e o suporte onde foi publicada justifi- c) reflexão contra a indiferença nas relações soci-
cam a ausência de traços da linguagem infor- ais de forma contundente.
mal. d) ideia de que a igualdade é atingida por meio da
c) a ausência de referências sobre o entrevistado violência.
é uma estratégia para induzir à leitura do texto e) mobilização do público contra o preconceito ra-
na íntegra. cial em contextos diferentes.
d) o uso do destaque gráfico é um recurso de edi-
ção para ressaltar a importância do tema para Texto para a próxima questão:
o entrevistador.
e) o entrevistado é um especialista em aborda- CAPÍTULO LXXI
gens educacionais alternativas para o ensino da
língua portuguesa. O senão do livro
Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me
4. (Enem PPL) Texto I canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir al-
guns magros capítulos para esse mundo sempre é ta-
refa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é
enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração ca-
davérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior de-
feito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhe-
cer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita
e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu
estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda,
andam e param, resmungam, urram, gargalham, ame-
açam o céu, escorregam e caem...
E caem! — Folhas misérrimas do meu cipreste, heis
de cair, como quaisquer outras belas e vistosas; e, se eu
tivesse olhos, dar-vos-ia uma lágrima de saudade. Esta
é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca
para rir, também não deixa olhos para chorar... Heis de
cair.
Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 303


5. (Fuvest) No contexto, a locução “Heis de cair”, na a) os fazendeiros podem contar com a comodi-
última linha do texto, exprime: dade de serem atendidos em suas fazendas.
a) resignação ante um fato presente. b) a parede de uma casa é um suporte eficiente
b) suposição de que um fato pode vir a ocorrer. para a divulgação escrita de um anúncio.
c) certeza de que uma dada ação irá se realizar. c) a letra de forma torna a mensagem mais clara,
d) ação intermitente e duradoura. de modo a facilitar a compreensão.
e) desejo de que algo venha a acontecer. d) os mecânicos especializados em máquinas pesa-
das são raros na zona rural.
Texto para a próxima questão: e) o contexto e a seleção lexical permitem que se
alcance o sentido pretendido.
Como percepção da sociedade moderna, não há nada que
se compare a ‘O Capital’, ao ‘Manifesto Comunista’ e aos
Texto para a próxima questão:
escritos sobre a luta de classes na França. A potência da
formulação e da análise até hoje deixa boquiaberto. Dito
A maçã de ouro
isso, os prognósticos de Marx sobre a revolução operária
não se realizaram, o que obriga a uma leitura distanciada. A Apple supera a Microsoft em valor de mercado, pre-
Outros aspectos da teoria, entretanto, ficaram de pé, mais miando o espírito visionário e libertário de Steve Jobs
atuais do que nunca, tais como a mercantilização da exis- 12
tência, a crise geral sempre pendente e a exploração do A Microsoft e a Apple vieram ao mundo pratica-
trabalho. Nossa vida intelectual seria bem mais relevante mente ao mesmo tempo, em meados dos anos 1970, cri-
se não fechássemos os olhos para esse lado das coisas. adas na garagem de jovens estudantes. Mas as empre-
sas não trilharam caminhos paralelos. A Microsoft de-
(Roberto Schwarz, “Por que ler Marx”, Folha de S.Paulo, 22.02.2013)
senvolveu o sistema operacional mais popular do
mundo e rapidamente se tornou uma das maiores cor-
6. (ESPM) No trecho: “... o que obriga a uma leitura
porações americanas, rivalizando com gigantes da ve-
distanciada.”, a expressão em destaque tem o valor
lha indústria. A Apple, ao contrário, demorou a decolar.
semântico de: 14
Fazia produtos inovadores, mas que vendiam pouco.
a) leitura nas entrelinhas, ou seja, do que está suben- 4
Isso começou a mudar quando Steve Jobs, um de seus
tendido. fundadores, 6que fora afastado nos anos 80, assumiu o
b) leitura que leva em conta o contexto temporal. comando criativo da empresa, em 1996. 11A Apple es-
c) leitura fantasiosa, imaginativa. tava à beira da falência e só ganhou sobrevida porque
d) leitura crítica, sem envolvimento emocional. recebeu um 10aporte de 150 milhões de dólares de Mi-
e) leitura interpretativa com uma óptica moderna. crosoft. Jobs iniciou o lançamento de produtos 8genui-
namente revolucionários nas áreas que mais crescem
7. (Enem) na indústria de tecnologia. Primeiro com o iPod e a loja
virtual iTunes. Depois vieram o iPhone e, agora, o iPad.
Desde o início de 2005, o preço das ações da empresa
foi multiplicado por oito. 3Na semana passada, a Apple
alcançou o cume. 15Tornou-se a companhia de tecnolo-
gia mais valiosa do mundo, superando a Microsoft. 13Na
sexta-feira, a empresa de Jobs tinha valor de mercado
de 233 bilhões de dólares, contra 226 bilhões de dólares
da companhia de Bill Gates.
2
A Marca, para além da disputa pessoal entre os
7
maiores gênios da nova economia, coroa a estratégia
definida por Jobs. Quando ele retornou à Apple, tama-
nha era a descrença no futuro da empresa que Michael
Dell, fundador da Dell, afirmou que o melhor a fazer era
Os textos relativos ao mundo do trabalho, geral- fechar as portas e devolver o dinheiro a 5seus acionistas.
mente, são elaborados no padrão normativo da lín- Hoje, a Dell vale um décimo da Apple. 1O mérito de Jobs
gua. No anúncio, apesar de o enunciador ter usado foi ter a 9presciência do rumo que o mercado tomaria.
uma variedade linguística não padrão, ele atinge BARRUCHO, Luís Guilherme & TSUBOI, Larissa. A maçã de ouro. In: Revista Veja, 02 de
seus propósitos comunicativos porque: jun. 2010, p.187. Adaptado.

304 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES


8. (EPCAR - AFA) As palavras genuinamente (ref. 8), pres- ¹vênia: licença, permissão
ciência (ref. 9) e aporte (ref. 10) só não podem ser ²discrepar: divergir de opinião, discordar
substituídas, correta e respectivamente, no contexto, ³bulldozer: (inglês) escavadeira
por:
a) originalmente; previsão; subsídio. 9. (ESPM) De acordo com o 2º parágrafo, a linguística:
b) basicamente; precaução; prêmio. a) estabeleceu, dentro da área de humanidades,
c) autenticamente; pressentimento; contribuição. uma linha de combate contra as violações à
d) propriamente; presságio; auxílio. norma culta da língua portuguesa.
b) foi pioneira na área de humanidades a desen-
Texto para as próximas 2 questões: volver pesquisas científicas sobre uma gramá-
tica universal.
A língua e o poeta c) era uma disciplina que se defendia de ataques
Hoje eu peço vênia¹ para discrepar do a suas teorias, tornando-se uma ciência articu-
grande Ferreira Gullar, que, no domingo, lada com outras áreas científicas.
escreveu um artigo defendendo o "modo d) outrora restrita aos meios acadêmicos, ganhou
correto" de usar a língua portuguesa. “status” de ciência e enredou-se com outras
Longe de mim propor que o poeta, eu e o leitor co- áreas do conhecimento.
mecemos a dizer “nós vai” ou “debateu sobre as alter- e) destacou-se nos últimos cinquenta anos, fa-
nativas”, mas não dá para comparar violações à norma zendo previsões sobre os rumos da língua por-
culta com um erro conceitual como afirmar que tuber- tuguesa.
culose não é doença, para ficar nos exemplos de Gullar.
Fazê-lo é passar com um “bulldozer”³ sobre o último 10. (ESPM) Segundo o texto, o autor:
meio século de pesquisas, em especial os trabalhos de
a) defende de forma incondicional, como Ferreira
Noam Chomsky, que conseguiram elevar a linguística de
Gullar, o “modo correto” de usar a língua portu-
uma disciplina entrincheirada nos departamentos de
guesa.
humanidades a uma ciência capaz de fazer previsões e
articular-se com outras, como psicologia, biologia, com- b) considera que ambiguidade seria mais “errada”
putação. do que um erro de próclise porque esta não apre-
senta distorção na comunicação.
Chomsky mostra que a capacidade para a linguagem
é inata. É só lançar uma criança no meio de uma comu- c) preconiza que uma frase com transgressões às
nidade que ela absorve o idioma local. O fenômeno das “caprichosas regras de colocação pronominal”
línguas crioulas revela que grupos expostos a «pidgins» prejudica o ato da fala.
(jargões comerciais que misturam vários idiomas, geral- d) prega o caráter supérfluo e vão das prescrições
mente falados em portos) desenvolvem, no espaço de gramaticais, linguísticas e estilísticas.
uma geração, uma gramática completa para essa nova e) reclama da natureza complexa e enfadonha do
linguagem. Mais do que de facilidade para o aprendi- estudo da gramática nas escolas.
zado, estamos falando aqui de uma gramática universal
que vem como item de fábrica em cada ser humano. Foi 11. (Enem) Era uma vez
a resposta que a evolução deu ao problema da comuni- Um rei leão que não era rei.
cação entre caçadores-coletores. Um pato que não fazia quá-quá.
Nesse contexto, o único critério para decidir entre o Um cão que não latia
linguisticamente certo e o errado é a compreensão da Um peixe que não nadava.
mensagem transmitida. Uma frase ambígua é mais "er- Um pássaro que não voava.
rada" do que uma que fira as caprichosas regras de co- Um tigre que não comia.
locação pronominal. Um gato que não miava.
Na verdade, as prescrições estilísticas que decora- Um homem que não pensava...
mos na escola e que nos habituamos a chamar de gra- E, enfim, era uma natureza sem nada.
mática são o que há de menos essencial e mais aborre- Acabada. Depredada.
cido no fenômeno da linguagem. Estão para a linguís- Pelo homem que não pensava.
tica assim como a pesquisa da etiqueta está para o es- Laura Araújo Cunha
CUNHA, L. A. In: KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção
tudo da história. textual. São Paulo: Contexto, 2011.

(HÉLIO SCHWARTSMAN, Folha de S.Paulo, 27 de março de 2012)


ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 305
São as relações entre os elementos e as partes do a) A supremacia das formas da língua em relação
texto que promovem o desenvolvimento das ideias. ao seu conteúdo.
No poema, a estratégia linguística que contribui b) A necessidade da norma padrão em situações
para esse desenvolvimento, estabelecendo a conti- formais de comunicação escrita.
nuidade do texto, é a:
c) A obrigatoriedade da norma culta da língua,
a) escolha de palavras de diferentes campos se- para a garantia de uma comunicação efetiva.
mânticos.
d) A importância da variedade culta da língua,
b) negação contundente das ações praticadas para a preservação da identidade cultural de
pelo homem. um povo.
c) intertextualidade com o gênero textual fábula e) A necessidade do dicionário como guia de ade-
infantil. quação linguística em contextos informais pri-
d) repetição de estrutura sintática com novas in- vados.
formações.
e) utilização de ponto final entre termos de uma 13. (Enem) Logia e mitologia
mesma oração.
Meu coração
12. (Enem) Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles de mil e novecentos e setenta e dois
muito sofre pelo meu descuido com o vernáculo. Por Já não palpita fagueiro
alguns anos ele sistematicamente me enviava mis- sabe que há morcegos de pesadas olheiras
sivas eruditas com precisas informações sobre as re- que há cabras malignas que há
gras da gramática, que eu não respeitava, e sobre a
cardumes de hienas infiltradas
grafia correta dos vocábulos, que eu ignorava. Fi-lo
sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra num no vão da unha da alma
desses meus badulaques. Acontece que eu, acostu- um porco belicoso de radar
mado a conversar com a gente das Minas Gerais, e que sangra e ri
falei em “varreção” – do verbo “varrer”. De fato, e que sangra e ri
trata-se de um equívoco que, num vestibular, pode-
ria me valer uma reprovação. Pois o meu amigo, pa- a vida anoitece provisória
ladino da língua portuguesa, se deu ao trabalho de centuriões sentinelas
fazer um Xerox da página 827 do dicionário, aquela do Oiapoque ao Chuí.
que tem, no topo, a fotografia de uma “varroa”
CACASO. Lero-lero. Rio de Janeiro: 7Letras; São Paulo: Cosac & Naify,2002.
(sic!) (você não sabe o que é uma “varroa”?) para
corrigir-me do meu erro. E confesso: ele está certo. O título do poema explora a expressividade de ter-
O certo é “varrição” e não “varreção”. Mas estou mos que representam o conflito do momento his-
com medo de que os mineiros da roça façam troça tórico vivido pelo poeta na década de 1970. Nesse
de mim porque nunca os vi falar de “varrição”. E se contexto, é correto afirmar que:
eles rirem de mim não vai me adiantar mostrar-lhes
a) o poeta utiliza uma série de metáforas zoológi-
o xerox da página do dicionário com a “varroa” no
cas com significado impreciso.
topo. Porque para eles não é o dicionário que faz a
língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Mi- b) “morcegos”, “cabras”, e “hienas” metaforizam
nas Gerais, fala “varreção” quando não “barreção”. as vítimas do regime militar vigente.
O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que c) o “porco”, animal difícil de domesticar, repre-
nunca tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é senta os movimentos de resistência.
bonito ou se é feio. Toma a minha sopa, não diz d) o poeta caracteriza o momento de opressão
nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato através de alegorias de forte poder de impacto.
está rachado. e) “centuriões” e “sentinelas” simbolizam os
ALVES, R. Mais badulaques. São Paulo: Parábola, 2004 (fragmento) agentes que garantem a paz social experimen-
tada.
De acordo com o texto, após receber a carta de um
amigo “que se deu ao trabalho de fazer um Xerox
da página 827 do dicionário” sinalizando um erro de
grafia, o autor reconhece:
306 ∣ Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ANGLOVINCI VESTIBULARES
Tema 6
GABARITO
Tarefa Mínima
Tema 5 1. D
2. A
Tarefa Mínima 3. D
1. C 4. A
2. A 5. E
3. D 6. E
4. A 7. D
8. C
5. E
6. A
7. a) Na tira publicada em “Potentes, prepotentes e Tarefa Complementar
impotentes”, Quino expõe a prepotência dos pode- 1. C
rosos sobre as outras pessoas que os cercam. O 2. D
grupo da esquerda, em cima de um monte de di- 3. A
nheiro, representa os ricos que jogam o que consi- 4. C
deram lixo para a o campo da direita, os pobres.
5. C
b) Tendo em conta que “culatra” designa a parte de
6. B
trás do cano de qualquer arma de fogo, deduz-se
que a expressão “o tiro saiu pela culatra” sugere 7. E
que aconteceu algo contrário ao que se esperava. 8. B
No caso, o lixo provocado pelo excesso de consumo 9. D
dos ricos acabou por elevar o nível de poluição am- 10. B
biental a ponto de afetá-los também, situação me- 11. D
taforicamente representada pela sombra que 12. B
cresce sobre eles.
13. D

Tarefa Complementar
1. E
2. A
3. E
4. D
5. D
6. D
7. C
8. D
9. C
10. E
11. B
12. C
13. E

ANGLOVINCI VESTIBULARES Entendimento e Produção de Texto ∣ Setor 1553 ∣ 307


HISTÓRIA
1 A AMÉRICA PORTUGUESA

INTRODUÇÃO

A colonização portuguesa da América demandou a ado-


ção de instituições administrativas (capitanias hereditá-
rias, governo geral, câmaras municipais) e o desenvolvi-
mento econômico da região. Se no século XVI foi a pro-
dução de açúcar o fenômeno de maior destaque, o sé-
culo seguinte foi marcado pelas Invasões Holandesas,
pelo Quilombo dos Palmares e pelo Bandeirantismo.
Por sua vez, o século XVIII seria o auge da extração de
ouro, que alterou profundamente a forma de coloniza-
ção e a organização do território.

ANOTAÇÕES

308 ∣ História ∣ Setor 1651 ANGLOVINCI VESTIBULARES


EXERCÍCIOS

1. (Unicamp) Os estudos históricos por muito tempo


explicaram as relações entre Portugal e Brasil por
meio da noção de pacto colonial ou exclusivo co-
mercial. Sobre esse conceito, é correto afirmar que:
a) Trata-se de uma característica central do sis-
tema colonial moderno e um elemento consti-
tutivo das práticas mercantilistas do Antigo Re-
gime, que considera fundamental a dinâmica
interna da economia colonial.
b) Definia-se por um sistema baseado em dois po-
los: um centro de decisão, a metrópole, e outro
subordinado, a colônia. Esta submetia-se à pri-
meira através de uma série de mecanismos po-
lítico-institucionais.
c) Em mais de uma ocasião, os colonos reclama-
ram e foram insubordinados diante do pacto
colonial, ao exigirem sua presença e atuação
nas Cortes dos reis ou ao pedirem a presença
do Marquês de Pombal na colônia.
d) A noção de pacto colonial é um projeto embri-
onário de Estado que acomodava as tensões
surgidas entre os interesses metropolitanos e
coloniais, ao privilegiar as experiências do “vi-
ver em colônia”.

ANGLOVINCI VESTIBULARES História ∣ Setor 1651 ∣ 309


Malograda a primeira tentativa (Salvador, 1624), foram
LEITURA bem sucedidos em tomar Pernambuco, que governa-
riam a partir de 1630. A partir do final da década de
1640, conflitos entre colonos e administradores holan-
A exploração da América dependia da montagem de um
deses se agravaram, levando enfim à expulsão destes
modelo de ocupação que garantisse a defesa e o desen-
em 1654. Apesar da retomada do território, os portu-
volvimento econômico do território. O primeiro modelo
gueses perderam o monopólio do açúcar no mercado
testado foi a divisão do território em capitanias, doadas
atlântico, tendo em vista que os holandeses levaram as
a indivíduos que teriam a responsabilidade de financiar técnicas produtivas para o Caribe, onde a difundiram
todas as etapas do projeto colonizador. O relativo fra- também para colônias francesas e inglesas.
casso dessa tentativa levou a Coroa portuguesa a criar
um Governo Geral, centralizado na cidade de Salvador, Durante as invasões holandesas, a metrópole passou a
que se tornou capital da colônia. Apesar dessa iniciativa estimular outras atividades nas demais regiões da colô-
mais interventora do Estado na colônia, predominou nia, a fim de compensar as perdas econômicas. É nesse
pelo território o domínio dos grandes fazendeiros, que contexto que se insere o Bandeirantismo, realizado por
ocupavam cargos nas Câmaras Municipais, órgãos res- homens da Capitania de São Vicente que atuariam
ponsáveis pela administração local. Assim, a empresa tanto na interiorização da colonização, quanto na per-
colonial foi marcada pelo entrelaçamento entre interes- seguição a escravos fugidos e quilombolas, na escravi-
ses públicos e privados, um legado impresso na política zação de indígenas e na busca por metais preciosos. Sua
brasileira até os dias atuais. Merece destaque ainda o atuação foi fundamental para a redefinição do território
papel da Companhia de Jesus, braço da Igreja Católica sob domínio português, enquanto a descoberta das pri-
que foi fundamental na colonização das Américas ao as- meiras jazidas de ouro redefiniu política e economica-
sumir a catequese dos povos indígenas e promover ati- mente a exploração colonial.
vidades econômicas nos aldeamentos.
O ouro alterou profundamente a América Portuguesa,
Com relação ao desenvolvimento econômico da colô- a começar pela reorientação geográfica, que passou a
nia, promoveram a produção em larga escala de cana- ter no Centro-sul, e não mais no Norte, seu principal
de-açúcar, em grandes latifúndios e com base no traba- eixo econômico e político. Além disso, o desenvolvi-
lho escravo – primeiro de indígenas, mas rapidamente mento econômico dessa região levou ao surgimento de
substituídos pelos africanos trazidos pelo tráfico atlân- um mercado interno, que integrou as demais regiões da
tico. Embora experimentada em outras regiões, a pro- colônia. A população cresceu vertiginosamente por
dução açucareira tendeu a com centrar-se na região conta da migração de europeus, atraídos pela notícia, e
Norte (atualmente Nordeste) da colônia, entre as capi- pela crescente demanda por escravos, que estimulou o
tanias de Bahia de e Pernambuco. Isso fez com que re- tráfico atlântico. Entre as mudanças sociais decorrentes
gião se tornasse a mais desenvolvida da América Portu- está o fato de que, diferentemente do que ocorrera nas
guesa, onde ganhou vida uma sociedade na qual gran- regiões açucareiras, o desenvolvimento econômico e
des senhores de engenho formavam a camada domi- urbano em torno da extração do ouro permitiu maior
nante e cuja base era composta essencialmente pelos diversificação de atividades e maior mobilidade social,
escravos. Autoridades metropolitanas responsáveis levando ao crescimento das camadas intermediárias
pela administração colonial também compunham a entre grandes proprietários e escravos. Por fim, é pre-
elite dominante, assim como comerciantes de destaque ciso ressaltar que o ouro atraiu uma atenção maior da
– responsáveis pelo trato do açúcar e pelo tráfico de es- Coroa, que passou a controlar mais a colônia por meio
cravos. A baixa mobilidade social caracterizaria a socie- de instituições e tributos, inclusive mudando a capital
dade do açúcar, que tinha nos engenhos sua célula de Salvador para o Rio de Janeiro. Essa presença mais
base, e na família patriarcal escravista o modelo hierár- intensa do Estado levaria, inclusive, a tensões com os
quico que marcaria por séculos a formação do povo bra- colonos, que culminaram em revoltas e até mesmo em
sileiro. um dos primeiros projetos de independência, com a
Conjuração Mineira (1789).
No final do século XVI, o Reino de Portugal foi unificado
ao da Espanha, dando início à União Ibérica, que duraria
de 1580 a 1640. Durante esse período, os Países Baixos
(Holanda) criaram a Companhia das Índias Ocidentais,
cuja principal missão seria financiar e promover a inva-
são da região açucareira da América Portuguesa.

310 ∣ História ∣ Setor 1651 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Nesse trecho, o autor afirma que, na América por-
TAREFA MÍNIMA tuguesa,
a) os escravos indígenas eram de mais fácil obten-
1. (UTFPR) O Brasil foi colonizado pelos portugueses ção do que os de origem africana, e por isso a
que estabeleceram o antigo sistema colonial. Este metrópole optou pelo uso dos primeiros, já que
sistema vigorou na maioria dos países latino-ameri- eram mais produtivos e mais rentáveis.
canos entre os séculos XV e XIX. b) os escravos africanos aceitavam melhor o tra-
Assinale a alternativa que explica o sistema colonial balho duro dos canaviais do que os indígenas, o
corretamente. que justificava o empenho de comerciantes
a) As metrópoles ajudaram na implantação das in- metropolitanos em gastar mais para a obten-
dústrias nas colônias. ção, na África, daqueles trabalhadores.
b) As colônias produziam produtos agrícolas e ma- c) o comércio negreiro só pôde prosperar porque
nufaturas livremente e podiam vender com lu- alguns mercadores metropolitanos preocupa-
cro para as metrópoles. vam-se com as condições de vida dos trabalha-
c) Os comerciantes das metrópoles traziam as dores africanos, enquanto que outros os consi-
mercadorias manufaturadas que vendiam nas deravam uma “mercadoria”.
colônias e estas podiam revender aos outros d) a rentabilidade propiciada pelo emprego da
países. mão de obra indígena contribuiu decisivamente
d) O comércio entre as colônias e as metrópoles para que, a partir de certo momento, também
era regulado por leis que não permitiam a ex- escravos africanos fossem empregados na la-
ploração das colônias. voura, o que resultou em um lucrativo comér-
e) As colônias produziam matéria-prima que ven- cio de pessoas.
diam as metrópoles e só podiam comprar pro- e) o principal motivo da adoção da mão de obra
dutos manufaturados das metrópoles. de origem africana era o fato de que esta preci-
sava ser transportada de outro continente, o
2. (Fuvest) Os indígenas foram também utilizados em que implicava a abertura de um rentável co-
determinados momentos, e sobretudo na fase ini- mércio para a metrópole, que se articulava per-
cial [da colonização do Brasil]; nem se podia colocar feitamente às estruturas do sistema de coloni-
problema nenhum de maior ou melhor “aptidão” ao zação.
trabalho escravo (...). O que talvez tenha importado
é a rarefação demográfica dos aborígines, e as difi- 3. (FATEC) "Os escravos são as mãos e os pés do se-
culdades de seu apresamento, transporte, etc. Mas nhor de engenho, porque sem eles no Brasil não é
na “preferência” pelo africano revela-se, mais uma possível fazer, conservar e aumentar fazenda."
(ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia,
vez, a engrenagem do sistema mercantilista de co- 1982, p. 89.)
lonização; esta se processa num sistema de relações No trecho citado, parte de uma obra publicada em
tendentes a promover a acumulação primitiva de 1711, o jesuíta Antonil:
capitais na metrópole; ora, o tráfico negreiro, isto é, a) torna evidente que o trabalho escravo consti-
o abastecimento das colônias com escravos, abria tuiu a base da exploração econômica em seto-
um novo e importante setor do comércio colonial, res essenciais da economia colonial.
enquanto o apresamento dos indígenas era um ne- b) fornece argumentos para o combate movido
gócio interno da colônia. Assim, os ganhos comerci- pela Igreja contra a escravização de indígenas e
ais resultantes da preação dos aborígines manti- africanos nos domínios coloniais portugueses.
nham-se na colônia, com os colonos empenhados c) explica por que a escravidão foi importante no
nesse “gênero de vida”; a acumulação gerada no empreendimento açucareiro, mas teve papel
comércio de africanos, entretanto, fluía para a me- secundário e marginal na exploração minera-
trópole; realizavam-na os mercadores metropolita- dora.
nos, engajados no abastecimento dessa “mercado- d) justifica a brandura da escravidão no Brasil e su-
ria”. Esse talvez seja o segredo da melhor “adapta- gere uma explicação para a “democracia racial”
ção” do negro à lavoura ... escravista. Paradoxal- predominante na sociedade colonial brasileira.
mente, é a partir do tráfico negreiro que se pode en- e) condena as tentativas de introduzir trabalhado-
tender a escravidão africana colonial, e não o con- res livres, trazidos da Europa, para substituir a
trário. mão de obra escrava nas lavouras de café.
Fernando A. Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São
Paulo: Hucitec, 1979, p. 105. Adaptado.
ANGLOVINCI VESTIBULARES História ∣ Setor 1651 ∣ 311
4. (UFTM) O chamado “monopólio colonial”, ou mais 7. (UPF) Sobre a mineração que se desenvolveu no
corretamente e usando um termo da própria época, Brasil colonial, podemos afirmar:
o regime do “exclusivo” metropolitano, constituía- a) Contribuiu para a decadência do ciclo açuca-
se pois no mecanismo por excelência do sistema, reiro, pois os grandes senhores de engenho
através do qual se processava o ajustamento da ex- abandonaram suas lavouras para se dedicar à
pansão colonizadora aos processos da economia e mineração.
da sociedade europeias em transição para o capita-
b) Contribuiu para o desenvolvimento da produ-
lismo integral. O comércio foi de fato o nervo da co-
ção açucareira, na medida em que gerava capi-
lonização do Antigo Regime, isto é, para incremen-
tais para serem investidos nesta atividade agro-
tar as atividades mercantis processava-se a ocupa-
exportadora.
ção, povoamento e valorização de novas áreas.
c) Contribuiu para o desenvolvimento do mer-
(Fernando A. Novais. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-
1808), 1981.) cado interno, na medida em que criou um im-
portante centro consumidor de produtos de
a) O que significam os termos “monopólio colo- subsistência de outras regiões.
nial” ou “exclusivo metropolitano” utilizados no
d) Não favoreceu em nada o mercado interno,
texto? A que conjunto de práticas econômicas
pois os raros produtos de subsistência que não
pode ser relacionado?
eram produzidos na região eram importados da
b) No texto, afirma-se que o comércio foi de fato o
Europa.
nervo da colonização do Antigo Regime. O que
significa o termo “Antigo Regime”? e) Não contribuiu em nada para o mercado in-
terno da Colônia, pois a zona de mineração era
centro consumidor de gêneros de subsistência
5. (CPS) O açúcar foi um dos mais importantes produ- em proporções insignificantes.
tos da economia colonial brasileira. Pensando nisso,
assinale a alternativa que descreve, corretamente,
o modelo socioeconômico de produção do açúcar
no Brasil, entre os séculos XVI e XIX.
a) Monocultura, grande propriedade, trabalho es-
cravo, produção para mercado externo.
b) Monocultura, média propriedade, trabalho ser-
vil, produção para comércio e indústria.
c) Policultura, grande propriedade, trabalho es-
cravo, produção agrícola exportadora.
d) Policultura, pequena propriedade, trabalho as-
salariado, produção para mercado interno.
e) Cultura de Subsistência, média propriedade,
trabalho assalariado, produção para consumo.

6. (IFCE) No período correspondente à expansão ma-


rítima europeia, as relações entre colônias e metró-
poles foram definidas pelo estabelecimento de um
pacto colonial, que expressava:
a) uma negociação caracterizada pela troca de fa-
vores entre metrópole e colônia.
b) o domínio político e econômico da metrópole
sobre a colônia.
c) um acordo visando ao bem comum entre me-
trópole e colônia.
d) um tratado que estabelecia a paz entre coloni-
zadores e colonos.
e) a subordinação da metrópole aos interesses co-
loniais em expansão.
312 ∣ História ∣ Setor 1651 ANGLOVINCI VESTIBULARES
2. (Enem) O açúcar e suas técnicas de produção foram
TAREFA COMPLEMENTAR levados à Europa pelos árabes no século VIII, du-
rante a Idade Média, mas foi principalmente a par-
tir das Cruzadas (séculos XI e XIII) que a sua procura
Texto para a próxima questão:
foi aumentando. Nessa época passou a ser impor-
Os africanos não escravizavam africanos, nem se reco- tado do Oriente Médio e produzido em pequena es-
nheciam então como africanos. Eles se viam como cala no sul da Itália, mas continuou a ser um pro-
membros de uma aldeia, de um conjunto de aldeias, de duto de luxo, extremamente caro, chegando a figu-
um reino e de um grupo que falava a mesma língua, ti- rar nos dotes de princesas casadoiras.
nha os mesmos costumes e adorava os mesmos deuses. CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil (1681-1716). São Paulo:
Atual, 1996.
(...) Quando um chefe (...) entregava a um navio euro-
peu um grupo de cativos, não estava vendendo africa- Considerando o conceito do Antigo Sistema Colo-
nos nem negros, mas (...) uma gente que, por ser consi- nial, o açúcar foi o produto escolhido por Portugal
derada por ele inimiga e bárbara, podia ser escravizada. para dar início à colonização brasileira, em virtude
(...) O comércio transatlântico (...) fazia parte de um pro- de:
cesso de integração econômica do Atlântico, que envol-
a) o lucro obtido com o seu comércio ser muito
via a produção e a comercialização, em grande escala,
vantajoso.
de açúcar, algodão, tabaco, café e outros bens tropicais,
um processo no qual a Europa entrava com o capital, as b) os árabes serem aliados históricos dos portu-
Américas com a terra e a África com o trabalho, isto é, gueses.
com a mão de obra cativa. c) a mão de obra necessária para o cultivo ser in-
(Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos, 2008. Adaptado.)
suficiente.
d) as feitorias africanas facilitarem a comercializa-
ção desse produto.
1. (Unesp) Ao caracterizar a escravidão na África e a
venda de escravos por africanos para europeus nos e) os nativos da América dominarem uma técnica
séculos XVI a XIX, o texto de cultivo semelhante.
a) reconhece que a escravidão era uma instituição
presente em todo o planeta e que a diferencia- 3. (Unesp) Entre as características da sociedade da re-
ção entre homens livres e homens escravos era gião das Minas Gerais no período da extração de
definida pelas características raciais dos indiví- ouro, no século XVIII, podemos citar:
duos. a) maior mobilidade social que no restante da co-
b) critica a interferência europeia nas disputas in- lônia.
ternas do continente africano e demonstra a re- b) pequeno desenvolvimento artístico e ausência
jeição do comércio escravagista pelos líderes de estímulo à produção cultural.
dos reinos e aldeias então existentes na África. c) predomínio do meio rural sobre o urbano,
c) diferencia a escravidão que havia na África da como no restante da colônia.
que existia na Europa ou nas colônias america- d) comércio interno restrito e ausência de setores
nas, a partir da constatação da heterogenei- sociais intermediários.
dade do continente africano e dos povos que lá
viviam. e) menor presença de irmandades religiosas que
no restante da colônia.
d) afirma que a presença europeia na África e na
América provocou profundas mudanças nas re-
lações entre os povos nativos desses continen-
tes e permitiu maior integração e colaboração
interna.
e) considera que os únicos responsáveis pela es-
cravização de africanos foram os próprios afri-
canos, que aproveitaram as disputas tribais
para obter ganhos financeiros.

ANGLOVINCI VESTIBULARES História ∣ Setor 1651 ∣ 313


4. (CFTRJ) A produção de açúcar da cana atravessa a) só havia duas classes conhecidas, e que nada é
praticamente toda a História Brasileira, do seu perí- sabido sobre indivíduos que porventura fizes-
odo colonial, como América Portuguesa, até os dias sem parte de outras.
de hoje. Durante o período colonial, é correto afir- b) havia muitas classes diferentes, mas só duas es-
mar sobre a produção e comercialização do açúcar, tavam diretamente ligadas a critérios econômi-
que: cos.
a) Até o início século XVIII, ela se constituiu no nú- c) todos os membros das classes existentes que-
cleo mais importante da economia colonial, a riam se transformar em proprietários rurais, ex-
partir do qual se desenvolveram diversas outras ceto os pequenos trabalhadores livres, semili-
atividades econômicas e se iniciaram várias ro- vres ou escravos.
tas de penetração territorial; d) diversas classes radicalmente distintas umas
das outras compunham um cenário complexo,
b) O exclusivo mercantil entre Metrópole e Colô-
marcado por conflitos sociais.
nia, estabelecendo como prioridade absoluta
e) a população se organizava em duas classes, cu-
para os portugueses a produção e exportação
jas gradações internas não alteravam a simpli-
de açúcar, resultou na inexistência da produção
cidade da estrutura social.
de outros bens comercializáveis no território
colonial;
6. (UFC) Por aproximadamente três séculos, as rela-
c) O fato de que a comercialização do açúcar es- ções de produção escravistas predominaram no
tava nas mãos da burguesia europeia sob orien- Brasil, em especial nas áreas de plantation e de mi-
tação mercantilista permite definir a agroma- neração. Sobre este sistema escravista, é correto
nufatura açucareira como atividade de natu- afirmar que:
reza capitalista, portadora das características a) impediu as negociações entre escravos e se-
fundamentais deste tipo de produção; nhores, daí o grande número de fugas.
d) A fragmentação do latifúndio em áreas deca- b) favoreceu ao longo dos anos a acumulação de
dentes ou periféricas às principais regiões pro- capital em razão do tráfico negreiro
dutoras de açúcar resultou no fortalecimento c) possibilitou a cristianização dos escravos, fa-
de setores sociais intermediários, formados zendo desaparecer as culturas africanas.
principalmente por pequenos produtores indí- d) foi combatido por inúmeras revoltas escravas,
genas e mestiços. como a dos Malês e a do Contestado.
e) foi alimentado pelo fluxo contínuo de mão de
obra africana até o momento de sua extinção
5. (Fuvest) É assim extremamente simples a estrutura
em 1822.
social da colônia no primeiro século e meio de colo-
nização. Reduz-se em suma a duas classes: de um
7. (Fuvest) “E o pior é que a maior parte do ouro que se
lado os proprietários rurais, a classe abastada dos
tira das minas passa em pó e em moeda para os rei-
senhores de engenho e fazenda; doutro, a massa da
nos estranhos e a menor quantidade é a que fica em
população espúria dos trabalhadores do campo, es-
Portugal e nas cidades do Brasil...”
cravos e semilivres. Da simplicidade da infraestru- João Antonil. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas, 1711.
tura econômica – a terra, única força produtiva, ab-
Esta frase indica que as riquezas minerais da colônia
sorvida pela grande exploração agrícola – deriva a
a) produziram ruptura nas relações entre Brasil e
da estrutura social: a reduzida classe de proprietá-
Portugal.
rios e a grande massa, explorada e oprimida. Há na-
b) foram utilizadas, em grande parte, para o cum-
turalmente no seio desta massa gradações, que as-
primento do Tratado de Methuen entre Portu-
sinalamos. Mas, elas não são contudo bastante pro-
gal e Inglaterra.
fundas para se caracterizarem em situações radical-
c) prestaram-se, exclusivamente, aos interesses
mente distintas.
mercantilistas da França, da Inglaterra e da Ale-
Caio Prado Jr., Evolução política do Brasil. 20ª ed. São Paulo: Brasiliense, p.28- manha.
29, 1993 [1942].
d) foram desviadas, majoritariamente, para a Eu-
Neste trecho, o autor observa que, na sociedade co- ropa por meio do contrabando na região do rio
lonial, da Prata.
e) possibilitaram os acordos com a Holanda que as-
seguraram a importação de escravos africanos.

314 ∣ História ∣ Setor 1651 ANGLOVINCI VESTIBULARES


2 O IMPÉRIO DO BRASIL

INTRODUÇÃO

Com a vinda da família real, em 1808, o Brasil deixaria


de ser propriamente colônia de Portugal, vindo a se tor-
nar independente em 1822. O reinado de D. Pedro I foi
bastante turbulento, assim como o período seguinte,
conhecido como a Regência e marcado por tensões e
revoltas políticas. O Segundo Reinado seria o momento
de consolidação da independência e da forma política
adotada pelo país, mas a escravidão e a monarquia en-
trariam em declínio as últimas décadas do século, le-
vando à Abolição e à Proclamação da República.

ANOTAÇÕES

ANGLOVINCI VESTIBULARES História ∣ Setor 1651 ∣ 315


EXERCÍCIOS

1. (Unesp) A primeira Constituição brasileira, de 1824,


foi:
a) aprovada pela Câmara dos Deputados e estabe-
leceu o voto censitário.
b) imposta por Portugal e determinou o monopó-
lio português do comércio colonial.
c) outorgada pelo imperador e definiu a existência
de quatro poderes.
d) promulgada por uma Assembleia Constituinte e
concentrou a autoridade no Poder Executivo.
e) determinada pela Inglaterra e estabeleceu o
fim do tráfico de escravos.

316 ∣ História ∣ Setor 1651 ANGLOVINCI VESTIBULARES


As duas décadas seguintes foram o auge do Segundo
LEITURA Reinado, período de relativa estabilidade política e de
revezamento dos dois principais partidos no poder (li-
berais e conservadores), pela mediação do imperador.
O Brasil se tornou independente em 1822, adquirindo a
Além disso, esse período foi caracterizado por esforços
forma de uma Monarquia Constitucional, que duraria
no sentido da construção da identidade nacional, como
até o ano de 1889. Houve três principais fases do Impé-
observado nas obras literárias inspiradas no Roman-
rio: o Primeiro Reinado, a Regência e o Segundo Rei-
tismo. No mesmo período, o país assumia uma posição
nado. intervencionista na região do Prata, que atingiu o seu
O reinado de D. Pedro I foi turbulento e marcado por ponto mais crítico com a Guerra do Paraguai, um con-
crises, a começar pelo fechamento da Assembleia Cons- flito extenso que terminaria com a vitória da Tríplice Ali-
tituinte em 1823 e à imposição de uma Constituição ança (Brasil, Argentina e Uruguai), com altos custos
pelo imperador. Em reação ao ato autoritário, parte das para o Brasil.
províncias do nordeste do país se rebelaram, decla- As últimas duas décadas do Império foram um período
rando independência em um movimento que ficou co- de crescente crise, tanto por razões econômicas e soci-
nhecido Confederação do Equador, e que foi dura-
ais quanto políticas. A crise da escravidão foi o principal
mente reprimido pelo governo. O início tenso se acirrou
eixo, como decorrência do isolamento internacional do
ainda mais nos anos seguintes por conta de diversos
Brasil, da ruptura do consenso político em favor do ca-
acontecimentos, como o pagamento de uma indeniza-
tiveiro, da ascensão do movimento abolicionista e da
ção a Portugal pela independência (gerando uma grave
resistência dos próprios escravizados. A Lei do Ventre
dívida externa), a Guerra da Cisplatina e a perda dessa
Livre (1871) foi uma tentativa de resolução gradual da
província, a sucessão ao trono português (o imperador
questão, mas o acirramento das tensões entre abolicio-
era o herdeiro direto e punha em risco a autonomia do nistas e escravistas na década de 1880 colocaria em xe-
Brasil), e a assinatura de tratados com a Inglaterra, nos
que o próprio regime político. Nesse contexto, crescia
quais o país se comprometia a encerrar o tráfico de es- paralelamente o movimento republicano, difundido es-
cravos – o que atingia setores da elite e a economia
pecialmente entre cafeicultores de São Paulo, membros
agroexportadora. Pressionado, o imperador renunciou
do Exército Nacional e camadas médias urbanas. Diante
em 1831, deixando seu filho Pedro, ainda menor de
da crise que atingia a própria monarquia, a família real
idade como sucessor.
tentou fazer da Lei Áurea (1888) uma estratégia de legi-
A regência consiste no período de governos exercidos timação da herdeira do trono, mas levou à perda de
em nome no imperador em sua menoridade, sendo apoio das elites escravistas. Um ano depois, o regime
marcadamente dividia em duas fases. Uma primeira fi- foi derrubado por militares, que proclamaram a Repú-
cou conhecida como o Avanço Liberal, por conta das re- blica.
formas descentralizadoras do poder. A segunda marca-
ria precisamente o movimento contrário, regido por po-
líticos do Regresso Conservador que questionavam os
excessos das reformas e as responsabilizavam pelas Re-
voltas Regenciais – movimentos diversos ocorridos em
regiões fora do eixo político-econômico do Sudeste e
regidos por diferentes setores da sociedade. Cabe des-
tacar ainda, que em 1831 havia sido promulgada uma
lei que proibia o tráfico de escravos, mas que passou a
ser sistematicamente burlada com a conivência do go-
verno a partir do Regresso, por conta da aliança entre
fazendeiros (principalmente cafeicultores) e políticos
conservadores. Antecipada a maioridade do imperador
em 1840, teve início o Segundo Reinado.

O reinado de D. Pedro II pode ser igualmente dividido


em três fases, sendo a primeira década marcada por um
processo de gradual estabilização do país, com o fim das
revoltas regenciais e com a promulgação da Lei Eusébio
de Queiroz (1850), que poria fim ao tráfico de escravos.
ANGLOVINCI VESTIBULARES História ∣ Setor 1651 ∣ 317
O historiador refere-se ao regime monárquico bra-
TAREFA MÍNIMA sileiro como “ficção parlamentar”, porque
a) o ordenamento político brasileiro era susten-
1. (MACKENZIE) “(...). Conquistar a emancipação defi- tado pelas tradições orais.
nitiva e real da nação, ampliar o significado dos b) os ministros podiam governar sem contar com
princípios constitucionais foi tarefa delegada aos o apoio do Parlamento.
pósteres”. c) o debate de ideias políticas no país estava inter-
COSTA, Emília Viotti da. Da monarquia à república: momentos decisivos. São ditado pelo governo imperial.
Paulo; Livraria Editora Ciências Humanas, 1979. P.50.
d) a manutenção de grupos dirigentes submetia-
A análise acima, da historiadora Emília Viotti da se ao exercício do poder moderador.
Costa, refere-se à proclamação da independência e) o poder absolutista do rei proibia a constituição
do Brasil, em 7 de setembro de 1822. A análise da de partidos políticos
autora, a respeito do fato histórico, aponta que
a) apesar dos integrantes da elite nacional terem 3. (ESPM) Assim, as províncias do nordeste, há muito
alcançado seu objetivo: o de romper com os es- insatisfeitas com a política da corte, e agitadas com
tatutos do plano colonial, no que diz respeito às essa guerra de palavras, manifestaram-se em uma
restrições à liberdade de comércio, e à con- nova explosão revolucionária.
quista da autonomia administrativa, a estrutura Contra decisões de D. Pedro I, conclamava o Typhis
social do país, porém, não foi alterada. Pernambucano: ‘Eia, pernambucanos! A nau da pá-
b) a independência do Brasil foi um fato isolado, tria está em perigo, cada um a seu posto, unamo-
no contexto americano de luta pela emancipa- nos com as províncias limítrofes. Escolhamos um pi-
ção das metrópoles. Isso se deu porque era a loto, que mareie a nau ameaçada de iminente e des-
única colônia de língua portuguesa, e porque fechada tempestade; elejamos um governo su-
adotava, como regime de trabalho, a escravi- premo, que nos conduza à salvação e à glória.’.
dão africana.
(Lúcia Bastos Pereira das Neves. "A Vida Política" in: Crise Colonial e Indepen-
c) caberia, às futuras gerações de brasileiros, o es- dência / coordenação Alberto da Costa e Silva)

forço no sentido de impor seus valores para


O contexto tratado deve ser relacionado com:
Portugal, rompendo, definitivamente, os im-
passes econômicos impostos à Colônia pela me- a) a Confederação do Equador
trópole portuguesa desde o início da coloniza- b) a Revolução Pernambucana de 1817
ção. c) a Praieira
d) apesar de alguns setores da elite nacional pos- d) a Sabinada
suírem interesses semelhantes à burguesia
e) a Cabanagem
mercantil lusitana e, portanto, afastando-se do
processo emancipatório nacional, com a emi-
nente vinda de tropas portuguesas para o país, 4. (CFTMG) A classe dominante brasileira era, em sua
passaram a apoiar a ideia de independência. maioria, conservadora (...). Desejava manter as es-
e) assim como Portugal passava por um processo truturas econômicas e sociais coloniais baseadas no
de reestruturação, após a Revolução Liberal do sistema agrícola, na escravidão e na exportação de
Porto; no Brasil, esse movimento emancipató- produtos agrícolas tropicais para o mercado euro-
rio apenas havia começado e só fora concluído, peu. Contudo, havia nas cidades (...) alguns liberais
com a subida antecipada ao trono, de D. Pedro que esperavam mudanças mais profundas na polí-
II, em 1840. tica e na sociedade: soberania popular, democracia
e mesmo uma república.
(BETHELL, Leslie. A independência do Brasil. In: História da América Latina. São
2. (UEFS) Por onde mais se distanciava a ficção parla- Paulo: EDUSP, 2009. V. 3, p. 213.)
mentar brasileira do modelo britânico era pelo fato
da subida ou da queda de um ministério depender A aceitação de D. Pedro pela elite senhorial, como
só idealmente, entre nós, de uma eventual maioria líder do processo de independência do Brasil, eclo-
na câmara popular. dido em 1822, visava a:
(Sérgio Buarque de Holanda. “Do Império à República”. In: O Brasil monárquico,
tomo II, vol 5, 1985.)
318 ∣ História ∣ Setor 1651 ANGLOVINCI VESTIBULARES
a) manter nosso país sob a tutela da metrópole lu- 6. (UDESC) A abdicação de Dom Pedro I, em 1831, foi
sitana. seguida por anos turbulentos, nos quais diferentes
b) evitar transformações mais bruscas na ordem grupos políticos defendiam distintos projetos para
social e política. os destinos da nação. Neste período – que, até a co-
roação de Dom Pedro II, é conhecido como “Perí-
c) defender a República como sistema de governo
odo Regencial” diversas revoltas eclodiram nas pro-
para o novo país.
víncias e reivindicavam, especialmente, autonomia
d) impossibilitar a escolha do regime monárquico em relação ao poder central.
após a emancipação.
Assinale a alternativa que contém apenas os nomes
das revoltas ocorridas durante o “Período Regen-
5. (FAC. PEQUENO PRÍNCIPE - MED) Na interpretação cial”.
mais conhecida sobre a História do Brasil, a data de a) Farroupilha, Cabanagem, Inconfidência Mi-
7 de setembro de 1822 representou um marco, neira, Revolta dos Malês.
pois, nesse dia, D. Pedro proclamou oficialmente a
b) Farroupilha, Sabinada, Balaiada, Cabanagem.
separação da Colônia da metrópole portuguesa.
c) Inconfidência Mineira, Revolução Pernambu-
Sobre o processo de Independência do Brasil, assi- cana, Conjuração Baiana, Sabinada.
nale a alternativa correta. d) Sabinada, Balaiada, Farroupilha, Coluna Pres-
a) As relações entre a Coroa portuguesa e o Brasil tes.
melhoraram quando Dom João VI, de Portugal, e) Cabanagem, Sabinada, Araguaia, Revolução
apoiado pela Corte portuguesa, assinou um de- Pernambucana.
creto concedendo o título de Regente do Brasil
a seu filho Dom Pedro. Entretanto, aprovei- 7. (Unesp)
tando-se da autoridade que lhe foi concedida,
no dia 7 de setembro de 1822, Dom Pedro rom-
peu politicamente com Portugal e proclamou a
Independência do Brasil.
b) A Independência brasileira foi um processo li-
derado, em grande parte, pelos setores sociais
que mais se beneficiavam com a ruptura dos la-
ços coloniais: os grandes proprietários de terra
e os grandes comerciantes, pois a separação ti-
nha como objetivo preservar a liberdade de co-
mércio e a autonomia administrativa. A maioria
da população permaneceu na situação anterior
à proclamação da Independência.
c) Após o processo de Independência, a economia É correto interpretar a charge, que representa D.
brasileira tornou-se competitiva no mercado in- Pedro II e foi publicada em 1887, como uma:
ternacional, pois devido ao apoio econômico in- a) demonstração da exaustão provocada pela di-
glês o Brasil começou a desenvolver a atividade versidade de atividades exercidas pelo impera-
industrial, o que era proibido pelo governo me- dor.
tropolitano. b) valorização do esforço do imperador em man-
d) A mudança mais significativa após a Indepen- ter-se atualizado em relação ao que acontecia
dência do Brasil ocorreu no âmbito econômico- no país.
social, pois com o desenvolvimento econômico c) crítica à passividade e à inoperância do impera-
surgiram novas classes sociais urbanas ligadas dor em meio a um período de dificuldades no
ao processo industrial. país.
e) A Inglaterra, interessada em manter os benefí- d) denúncia da baixa qualidade da imprensa mo-
cios comerciais garantidos pelos tratados de co- nárquica e de suas insistentes críticas ao impe-
mércio e navegação de 1810, foi a primeira na- rador.
ção a reconhecer a Independência do Brasil. e) celebração da serenidade e harmonia das rela-
ções sociais no país durante o Império.

ANGLOVINCI VESTIBULARES História ∣ Setor 1651 ∣ 319


3. (FGV) Terra do sonho é distante/e seu nome é Bra-
TAREFA COMPLEMENTAR sil/ plantarei a minha vida/ debaixo de céu anil/ Mi-
nha Itália, Alemanha/ Minha Espanha, Portu-
gal/talvez nunca mais eu veja/ minha terra natal.
1. (Enem) Com a Lei de Terras de 1850, o acesso à
terra só passou a ser possível por meio da compra Milton Nascimento. Sonho imigrante.

com pagamento em dinheiro. Isso limitava, ou Acerca do processo de imigração para o Brasil, re-
mesmo praticamente impedia, o acesso à terra para gistrado no século XIX, é correto afirmar:
os trabalhadores escravos que conquistavam a li-
berdade. a) O Brasil tornou-se o destino preferencial dos
imigrantes europeus graças à possibilidade de
OLIVEIRA, A. U. Agricultura brasileira: transformações recentes. In: ROSS, J. L. S.
Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2009.
se constituírem pequenos proprietários rurais
devido à promulgação da Lei de Terras em
O fato legal evidenciado no texto acentuou o pro- 1850.
cesso de: b) Desde a proclamação da independência do Bra-
a) reforma agrária. sil, a imigração europeia foi estimulada pelo go-
b) expansão mercantil. verno central como uma maneira de atender às
pressões inglesas pelo fim da escravidão no
c) concentração fundiária.
país.
d) desruralização da elite.
c) O fluxo imigratório só deslanchou no Brasil após
e) mecanização da produção. as alterações nas leis trabalhistas que garanti-
ram condições de trabalho análogas àquelas
2. (UECE) Entre 7 de abril de 1831 e 24 de julho de oferecidas no continente europeu.
1840, o Brasil foi governado por regentes. Isso de- d) A partir da década de 1870, com as iniciativas
veu-se à abdicação de D. Pedro I ao trono brasileiro do governo de São Paulo, intensificou-se o fluxo
em favor de seu filho que tinha então cinco anos e imigratório de europeus para a província pau-
quatro meses de idade. Esse Período regencial, de lista destinados, sobretudo, à produção cafe-
pouco mais de 9 anos, teve inicialmente duas re- eira.
gências trinas, e após um ato adicional, em 1834, e) A modernização das atividades agrícolas brasi-
que alterou o modelo de regência previsto na Cons- leiras iniciou-se a partir do declínio da produção
tituição Imperial de 1824, teve, também, duas re- canavieira e com o desenvolvimento do com-
gências unas. plexo cafeeiro na região do Recôncavo Baiano e
Essa época da história brasileira foi marcada por: do Sul da Bahia.
a) várias rebeliões em províncias do norte, nor-
deste e sul do país, algumas delas com objetivos 4. (UFRRJ) "O Acontecimento mais sério de que o Brasil
separatistas e outras com caráter de defesa da participou na América Latina foi também na Amé-
monarquia. rica Meridional envolvendo o Paraguai fortemente
b) grandes avanços nos direitos sociais e uma militarizado e Solano Lopez contra a Tríplice Aliança
maior unificação e pacificação interna, se com- (Brasil, Argentina e Uruguai). Conflito sangrento ini-
parada aos períodos de governo dos dois impe- ciado em 1865, só terminou cinco anos depois com
radores. a derrota do Paraguai".
(José Ribeiro Jr. 'O Brasil Monárquico em face das Repúblicas Americanas'. In:
c) acentuar o espírito republicano do povo brasi- Motta, Carlos Guilherme (org.). "Brasil em Perspectiva". São Paulo: DIFEL, 1968.
leiro, o que levou à crise e queda imediata da
monarquia e à adoção da república como forma a) Aponte duas razões para a eclosão da "Guerra
de governo. do Paraguai".
d) efetivar o consenso entre restauradores e tra- b) Explique uma consequência da guerra para a
balhistas que se mantiveram no poder alterna- vida política do Império brasileiro.
damente, mas não realizaram nenhuma inova-
ção federalista no modelo monárquico brasi-
leiro.

320 ∣ História ∣ Setor 1651 ANGLOVINCI VESTIBULARES


5. (FGV) A partir da década de 1970, ganhou espaço a 6. (UPE-SSA 2) Durante a segunda metade do século
interpretação de que o imperialismo inglês foi a XIX, o Brasil viveu um período extremamente turbu-
causa da Guerra do Paraguai, deflagrada em de- lento em sua História. Novos ideais emergiam di-
zembro de 1864. Segundo essa vertente, o trono bri- ante de uma estrutura política, que não atendia aos
tânico teria utilizado o Império do Brasil, a Argen- interesses de um grupo, a nova burguesia urbana,
tina e o Uruguai para destruir um suposto modelo que ascendia no cenário político da época, bus-
de desenvolvimento paraguaio, industrializante, cando representação e participação na vida política
autônomo, que não se submetia aos mandos e des- brasileira. Contudo, não encontravam espaço no
mandos da potência de então. Estudos desenvolvi- sistema, que vigorava até então. A base de susten-
dos a partir da década de 1980, porém, revelam um tação do Império – a monarquia monocultora e es-
panorama bastante distinto. cravista – via-se, então, em processo de desestrutu-
(Francisco Doratioto. Paraguai: guerra maldita. Em: Luciano Figueiredo, História
ração, sendo alvo de pesadas críticas.
do Brasil para ocupados, 2013. Adaptado)
CARVALHO, Mariana Nunes de. Intelectuais, imprensa e a contestação ao re-
gime monárquico. Fonte: http://www.encontro2008.rj.anpuh.org/resour-
Os novos estudos sobre a Guerra do Paraguai: ces/content/anais/1212976674_ARQUIVO_MARIANA-ANPUH-2008.pdf

a) questionam a superioridade militar da aliança


Esse momento relatado propiciou várias contesta-
entre Argentina, Brasil e Uruguai e consideram ções do sistema político brasileiro, as quais tinham
que a vitória dessas nações derivou mais de al- entre suas bandeiras:
gumas circunstâncias favoráveis do que da
competência bélica. a) o fim da monarquia e a abolição da escravidão.
b) apontam para o expansionismo territorial do b) a instituição do trabalho compulsório e da Re-
Império do Brasil como o principal causador pública.
dessa guerra, como pode ser verificado por c) o início da industrialização e a ampliação da es-
meio das pretensões brasileiras por territórios cravidão.
divisos com o Paraguai e a Argentina. d) o apoio à política migratória e a defesa do sis-
c) atribuem a responsabilidade do conflito aos tema parlamentar.
quatro países envolvidos, que estavam em um e) a reforma no modelo político e a demarcação
momento particular de suas histórias, porque das terras indígenas.
se encontravam em meio aos processos de
construção e consolidação dos Estados Nacio-
7. (Enem) A poetisa Emília Freitas subiu a um palan-
nais.
que, nervosa, pedindo desculpas por não possuir tí-
d) demonstram como a inabilidade diplomática tulos nem conhecimentos, mas orgulhosa ofereceu
das nações envolvidas provocou uma guerra a sua pena que “sem ser hábil, é, em compensação,
prolongada e muito cara, que, em última ins- guiada pelo poder da vontade”. Maria Tomásia pro-
tância, gerou forte dependência econômica da nunciava orações que levantavam os ouvintes. A es-
região durante o resto do século XIX. critora Francisca Clotilde arrebatava, declamando
e) realçam a importância do Uruguai e da Argen- seus poemas. Aquelas “angélicas senhoras”, “hero-
tina como provocadores desse conflito regional ínas da caridade”, levantavam dinheiro para com-
porque defendiam que a navegação do estuário prar liberdades e usavam de seu entusiasmo a fim
do Prata fosse exclusividade dessas nações, tra- de convencer os donos de escravos a fazerem alfor-
zendo imediato prejuízo à Inglaterra. rias gratuitamente.
MIRANOA, A. Disponível em: www.opovoonline.com.br. Acesso em: 10 jun.
2015.

As práticas culturais narradas remetem, historica-


mente, ao movimento:
a) feminista
b) sufragista
c) socialista
d) republicano
e) abolicionista

ANGLOVINCI VESTIBULARES História ∣ Setor 1651 ∣ 321


8. (IFPE) [...]
Eu quisera poder dar a esta data a denominação se-
guinte: 15 de novembro, primeiro ano da República;
mas não posso infelizmente fazê-lo. O que se fez é
um degrau, talvez nem tanto, para o advento da
grande era. [...]
Por ora, a cor do governo é puramente militar, e de-
verá ser assim. O fato foi deles, deles só, porque a
colaboração do elemento civil foi quase nula. O
povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso,
sem conhecer o que significava. Muitos acreditaram
seriamente estar vendo uma parada. [...]
LOBO. Aristides. Acontecimento único. Diário Popular, São Paulo, 18 nov. 1889.
Apud CARONE, Edgar. A Primeira República: texto e contexto. Rio de Janeiro: Di-
fel,1969, p.288-289.

Alguns dias após a proclamação da República no


Brasil, o republicano Aristides Lobo, autor do texto,
escreveu sobre os acontecimentos de 15 de novem-
bro para o Diário Popular. Considerando o texto, é
possível afirmar que Lobo:
a) rejeitava o levante popular que defendia a ins-
talação de uma República de caráter liberal.
b) censurava o movimento sedicioso, sem bases
sociais, provocado por militares.
c) desaprovava a organização de um governo de-
mocrático com liberdade de participação popu-
lar.
d) condenava os partidários do ideal positivista,
que defendiam uma ditadura de intelectuais ci-
vis.
e) intercedia em favor dos partidários de um go-
verno militar, com restrições quanto à partici-
pação popular.

322 ∣ História ∣ Setor 1651 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3 A REPÚBLICA DO BRASIL I

INTRODUÇÃO

A Primeira República teve início nas mãos de militares,


mas logo passou a ser regida pelas oligarquias rurais do
país, com destaque para mineiros e paulistas. A econo-
mia cafeeira seguiria sendo a base econômica do país
até a crise de 1929. Foi nesse momento que o regime
político entrou em colapso, o que culminou com a der-
rubada do governo e o início de uma nova fase da Re-
pública. A Era Vargas seria um período de intensas
transformações, com destaque para o processo de in-
dustrialização, a criação de leis trabalhistas, a conquista
do voto feminino, e a implementação de um regime au-
toritário.

ANOTAÇÕES

ANGLOVINCI VESTIBULARES História ∣ Setor 1651 ∣ 323


EXERCÍCIOS

1. (UERJ)

STORNI, 1927. In: LEMOS, Renato. Uma história do Brasil através da caricatura.
Rio de Janeiro: Bom Texto, Letras e Expressões, 2001.

A dominação dos grandes proprietários rurais du-


rante a República Velha deu origem à expressão po-
pular "voto de cabresto", mecanismo eleitoral que
resulta de:
a) influência política das oligarquias regionais
b) adaptação do campesinato à realidade do
mundo urbano
c) inconformismo do eleitor nas pequenas cidades
do interior
d) submissão dos trabalhadores rurais aos valores
soberanos das cidades

324 ∣ História ∣ Setor 1651 ANGLOVINCI VESTIBULARES


No campo da economia, a Era Vargas foi um período de
LEITURA grandes transformações, promovendo a industrializa-
ção do país. Sem abandonar imediatamente o suporte
à cafeicultura, Vargas progressivamente direcionou os
A Primeira República teve início com o governo de mili-
esforços do Estado ao desenvolvimento da indústria na-
tares, que promulgaram uma Constituição que previa,
cional. No que se refere à caracterização política do re-
para além da nova forma de Estado, um sistema presi-
gime, Vargas é um representante do populismo latino-
dencialista e federalista. A partir de 1894, a presidência
americano, a partir da adoção da posição de um líder
passou às mãos de civis, marcadamente vinculados às
carismático e nacionalista, cuja atuação se dá a partir
oligarquias rurais, com destaque para as de São Paulo e
de uma relação direta com as massas e os trabalhado-
Minas Gerais. O sistema político ficaria definido pelo
res, ao mesmo tempo em que promove uma mediação
domínio eleitoral dos potentados rurais, assim como
entre os interesses de classes distintas. O caráter auto-
pelo domínio das oligarquias sobre os poderes estadu-
ritário do governo gerava contestações, que se agrava-
ais – fenômeno conhecido com o coronelismo. A rela-
ram com a participação na Segunda Guerra Mundial
ção entre a presidência da República e os poderes esta-
junto aos Aliados contra os países nazi-fascistas. Pressi-
duais seria o resultado de uma troca de apoio, a Política
onado, o governo promoveu um processo de redemo-
dos Governadores. Esses mecanismos tendiam a refor-
cratização, com a convocação de eleições nas quais se
çar a manutenção das mesmas elites no poder, o que
cogitou o lançamento da candidatura do próprio Var-
justifica a definição desse sistema político como uma
gas. Esse movimento foi desbaratado pelos militares,
República Oligárquica. Apesar do domínio das elites, é
que depuseram o presidente e mantiveram o pleito.
preciso mencionar os importantes episódios de resis-
tência no período, como os movimentos sertanejos de
inspiração religiosa (Canudos e Contestado), as mobili-
zações de militares (Revolta da Chibata e o Tenen-
tismo), e movimentos urbanos, como a Revolta da Va-
cina e a Greve Geral de 1917 – a mais importante para-
lização de trabalhadores até então ocorrida.
A agroexportação continuou sendo a principal atividade
da economia nacional, baseada essencialmente na ca-
feicultura de São Paulo, que era promovida pelo próprio
Estado por meio da política de valorização do café. Cabe
mencionar que houve no período outros fenômenos
econômicos, como o surto da borracha e uma industri-
alização efêmera por substituição de importações du-
rante a Primeira Guerra Mundial. Ainda assim, a estru-
tura agrária e rural se manteve hegemônica no país.
A combinação de dissidências entre as oligarquias naci-
onais com o movimento tenentista, em um cenário
agravado pela crise econômica gerada pela Quebra da
Bolsa de Nova Iorque, em 1929, levou ao movimento li-
derado por Getúlio Vargas, que tomou o poder em
1930. A Era Vargas pode ser divida em três fases, sendo
a primeira o Governo Provisório que antecedeu a pro-
mulgação da Constituição de 1934. Em seguida, houve
um breve período democrático, marcado pela radicali-
zação política entre setores da esquerda, como a Ali-
ança Nacional Libertadora, e da direita, como a Ação In-
tegralista Brasileira. Com a aproximação de eleições,
Vargas promoveu um golpe de Estado em 1937, insti-
tuindo a ditadura do Estado Novo, um regime centrali-
zador e autoritário, que seria caracterizado pela mão
forte do Estado, tanto na gestão da economia quanto
na repressão a opositores.
ANGLOVINCI VESTIBULARES História ∣ Setor 1651 ∣ 325
3. (FGV) O ano de 2001 foi pródigo em acusações e de-
TAREFA MÍNIMA núncias a poderosos parlamentares brasileiros, as
quais redundaram em renúncias e perdas de man-
datos. Alguns desses representantes do Poder Le-
1. (UECE) Acerca da Ação Integralista Brasileira (AIB),
gislativo foram chamados de coronéis pela im-
é correto afirmar que:
prensa do país. De forma mais precisa, podemos de-
a) foi um movimento radical, sem expressão polí- finir o coronelismo como:
tica e sem alcance nacional, restrito às grandes
a) O fenômeno caracterizado pela influência de
cidades. determinados políticos, decorrente de sua vin-
b) dentre suas principais características, desta- culação com regimes militares, o que estreitou
cam-se o nacionalismo exacerbado, a existência seus contatos com generais e coronéis.
de pluralidade de partidos e a supremacia do
b) A prática de determinados setores do exército
Estado.
que pretendiam estabelecer uma ampla polí-
c) se tornou uma organização paramilitar, cujos tica de reformas no Brasil, durante a República
militantes andavam uniformizados e ideias fas- Velha.
cistas.
c) A ação política de poderosos proprietários ru-
d) seus principais opositores eram os católicos, os rais que controlavam a administração de deter-
conservadores, os comunistas e os positivistas. minados municípios e estabeleciam uma rela-
ção clientelista com seus eleitores.
2. (PUCSP) A República criou uma cidadania precária, d) A ação política de antigos membros das Forças
porque calcada na manutenção da iniquidade das Armadas vinculados à Ditadura Militar e que
estruturas sociais - acentuou as distâncias entre as dispõem, atualmente, de mandatos legislati-
diversas regiões do país, cobrindo-as com a roupa- vos.
gem do federalismo difuso da 'política dos governa- e) A atuação dos poderosos políticos nordestinos
dores', ou dando continuidade à geografia oligár- que controlam os investimentos e os órgãos do
quica do poder que, desde o Império, diluía o forma- Governo Federal em sua região.
lismo do Estado e das instituições.
(SALIBA, Elias Thomé. "Raízes do riso: a representação humorística na história
brasileira; da Belle Époque aos primeiros tempos do rádio". São Paulo: Compa-
4. (UERN) Observe as imagens.
nhia das Letras, 2002. p.67.)

O fragmento de texto acima refere-se aos primeiros


tempos da República no Brasil. É correto afirmar
que a implantação da República:
a) renovou as instituições políticas, ampliando o
poder do Estado e dissolvendo os poderes lo-
cais.
b) alterou radicalmente a estrutura social do Im-
pério, devido à ascensão da burguesia e declí-
nio da aristocracia.
c) introduziu um modelo federalista, que permitiu
maior autonomia local e integração nacional.
d) manteve os desníveis sociais presentes no Im-
pério e não ofereceu ampliação significativa
dos direitos de cidadania.
e) centralizou agudamente o poder nas mãos dos
governadores, diminuindo as atribuições das O cartaz em questão refere-se à:
instituições políticas e do Presidente da Repú- a) Revolução de 1930.
blica. b) Intentona Comunista.
c) Revolta do Forte de Copacabana.
d) Revolução Constitucionalista de 1932.

326 ∣ História ∣ Setor 1651 ANGLOVINCI VESTIBULARES


5. (IFPE) A Era Vargas, ou Período Getulista, como 7. (FATEC) A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
também ficou conhecida, teve início com a Revolu- aprovada por decreto de 1º de maio de 1943, repre-
ção de 1930, que deu fim à República dos Oligarcas, sentou a reunião e sistematização da vasta legisla-
afastando o então presidente Washington Luís e ção trabalhista produzida no país após a Revolução
uma série de governadores do poder. Essa era teve de 1930. Introduziu também novos direitos e regu-
seu fim em 1945, quando terminou a Segunda lamentações trabalhistas até então inexistentes,
Guerra Mundial e Vargas foi pressionado pelos mi- tratou minuciosamente da relação entre patrões e
litares a deixar o cargo e retirar-se para o Rio empregados e estabeleceu regras.
Grande do Sul, sua terra natal. (http://tinyurl.com/nsttkur Acesso em: 30.06.2014. Adaptado)

Identifique, nos itens abaixo, as principais mudan- Analisando o contexto histórico mencionado no
ças do período. texto, é correto afirmar que a CLT:
a) Os direitos trabalhistas concedidos permitiam a) evidenciou as relações estreitas do governo
plena liberdade de organização da classe traba- Vargas com o comunismo soviético.
lhadora sem nenhum controle do governo so-
b) contribuiu para a divulgação de uma imagem de
bre os sindicatos.
“pai dos pobres” para Getúlio Vargas.
b) Entre os direitos trabalhistas estavam o Décimo
c) ampliou a participação da classe operária em
Terceiro Salário, licença maternidade por 90
movimentos grevistas e comunistas.
dias e o adicional de um terço do salário no mês
de férias. d) proporcionou uma rebelião nas Forças Arma-
das, dando início às ditaduras militares.
c) A Constituição de 1934 adotou medidas demo-
cráticas e criou as bases da legislação traba- e) prejudicou as atividades produtivas do setor ca-
lhista. Além disso, sancionou o voto secreto e o feeiro, que se encontrava no auge.
voto feminino.
d) Houve a extinção do Ministério do Trabalho e
dos tribunais do trabalho, medidas que visavam
cortes nos gastos públicos para estabilizar o
país, que ainda sofria reflexos da Crise de 1929.

6. (Enem) A Justiça Eleitoral foi criada em 1932, como


parte de uma ampla reforma no processo eleitoral
incentivada pela Revolução de 1930. Sua criação foi
um grande avanço institucional, garantindo que as
eleições tivessem o aval de um órgão teoricamente
imune à influência dos mandatários.
TAYLOR, M. Justiça Eleitoral. In: AVRITZER, L.; ANASTASIA, F. Reforma política no
Brasil. Belo Horizonte: UFMG, 2006 (adaptado).

Em relação ao regime democrático no país, a insti-


tuição analisada teve o seguinte papel:
a) Implementou o voto direto para presidente.
b) Combateu as fraudes sistemáticas nas apura-
ções.
c) Alterou as regras para as candidaturas na dita-
dura.
d) Impulsionou as denúncias de corrupção admi-
nistrativa.
e) Expandiu a participação com o fim do critério
censitário.

ANGLOVINCI VESTIBULARES História ∣ Setor 1651 ∣ 327


c) Associou beleza e saneamento ao considerar
TAREFA COMPLEMENTAR que, em uma cidade moderna, além de se cons-
truírem avenidas e jardins, devia-se cuidar,
1. (UFRRJ) Leia a passagem abaixo, de um Relatório também, das instalações de água e esgoto, eli-
Ministerial. minando-se os odores fétidos e combatendo-se
a falta de asseio de seus habitantes.
"A guerra europeia... muito contribuiu para a retra- d) Transformou a cidade-capital em cidade mo-
ção do nosso intercâmbio, restringindo, com a de- derna, o que representou o avanço brasileiro
sorganização do crédito e as irregularidades no em direção ao modelo europeu. Pereira Passos
transporte, as possibilidades de exportarmos o que manteve o centro como cidade portuguesa e
tínhamos em stock." atuou, apenas, nas áreas periféricas.
Relatório de 1915 do Ministério da Fazenda apre- e) Atendeu às reivindicações de engenheiros e
sentado pelo ministro Pandiá Calógeras ao Presi- médicos que queriam uma cidade limpa, sane-
dente da República em VALLA, Victor. "A Penetra- ada, com características exclusivamente brasi-
ção norte-americana na economia brasileira" leiras e sem nenhuma semelhança com Paris.
(1898-1928). Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1978.
p.70. 3. (FATEC) "É tempo de tornarmos ao caminho certo.
Uma das consequências mais importantes para a E nos esforçarmos para importar tudo quanto eles
economia brasileira, na época, acerca dos proble- possam produzir em melhores condições do que
mas expostos no Relatório, foi: nós".
a) a derrocada do café com a falência de muitos
Declaração de Manuel Ferraz de Campos Sales. ln: MELO L. e César, L. "História
fazendeiros e a queima de milhões de sacas do do Brasil." São Paulo: Scipione, 1999.
produto.
b) a abertura das fronteiras comerciais brasileiras Sobre o governo de Campos Sales é correto afirmar:
através do livre-cambismo e de investimentos a) idealizou o sistema de alianças entre os gover-
do grande capital internacional. nadores dos estados e o governo federal, que
c) o processo de substituição de importações pelo consistia, basicamente, em uma troca de inte-
qual o Brasil obteve algum crescimento na pro- resses e favores e que ficou conhecido como
dução industrial. política dos governadores.
d) o fim da tradicional dependência econômica b) foi organizado o convênio de Taubaté, cuja fi-
brasileira para com a Inglaterra, então desgas- nalidade era encontrar solução para a crise da
tada pelo conflito mundial. superprodução do café.
e) a ascensão da borracha ao primeiro lugar de
c) sua intenção era tornar o Brasil um país indus-
nossa pauta de exportação, superando o café e
trializado, uma vez que a agricultura estava le-
o açúcar.
vando o país ao caos econômico.
2. (UFF) A questão da qualidade de vida já aparecia, d) foram iniciadas as reformas urbanas que ti-
no início do século XX, na reforma urbana realizada nham como objetivo transformar a cidade do
pelo prefeito Pereira Passos na cidade do Rio de Ja- Rio de Janeiro na "capital do progresso".
neiro. e) eclodiu, na Bahia, um grande movimento de
Identifique a opção que revela características dessa sertanejos, liderados por Antônio Mendes Ma-
reforma. ciel, que ficou conhecido como Guerra dos Ca-
a) Possibilitou que os grupos monarquistas fizes- nudos.
sem da capital uma cidade-corte, privilegiando
o embelezamento em detrimento da utilidade
econômica e política da cidade do Rio de Ja-
neiro.
b) Imitou as reformas de Paris realizadas pelo Ba-
rão Haussmann em 1850, trazendo para o Rio
de Janeiro um modo de vida europeu. Entre-
tanto, os vestígios da arquitetura colonial per-
maneceram no centro da cidade devido à força
política dos proprietários dos cortiços.

328 ∣ História ∣ Setor 1651 ANGLOVINCI VESTIBULARES


4. (FGV) A Revolução de 1930 põe fim à hegemonia da 6. (UERJ)
burguesia do café, desenlace inscrito na própria
forma de inserção do Brasil no sistema capitalista
internacional. Sem ser um produto mecânico da de-
pendência externa, o episódio revolucionário ex-
pressa a necessidade de reajustar a estrutura do
país, cujo funcionamento, voltado essencialmente
para um único gênero de exportação, se torna cada
vez mais precário.
FAUSTO, B. A Revolução de 1930. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 112.

A respeito da Revolução de 1930, é correto afirmar


que ela:
a) ocorreu devido à divisão das oligarquias brasi-
leiras num contexto de enfraquecimento da
economia paulista. Nascida em Capivari, no interior do estado de São
b) foi liderada pelos antigos tenentes e por Luís Paulo, Tarsila do Amaral (1886- 1973) cumpriu um
Carlos Prestes em aliança com a oligarquia gaú- papel fundamental na arte brasileira. A boa posição
cha. financeira herdada da família permitiu a ela viajar
c) foi desencadeada pelo movimento operário in- para a Europa várias vezes para estudar. A influên-
fluenciado pelo sucesso da Revolução Russa de cia marcou sua produção. Operários foi pintada em
1917. 1933 e exibe a força do estilo de Tarsila ao retratar
a população paulistana e, ao fundo, chaminés e fá-
d) aconteceu devido à desaceleração da indústria
bricas em formas geométricas.
paulista e às contestações das oligarquias nor-
destinas. Adaptado de vejasp.abril.com.br, 21/01/2011.

e) foi provocada pelas desavenças entre as oligar- A década de 1930, quando a tela Operários foi pin-
quias de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. tada, caracterizou-se pela deflagração do processo
de industrialização na sociedade brasileira.
5. (Enem) Em 1943, Getúlio Vargas criou o Departa- Nessa tela, por meio da representação proposta
mento de Propaganda e Difusão Cultural junto ao pela artista, pode-se observar o seguinte aspecto
Ministério da Justiça, esvaziando o Ministério da do operariado nacional na época:
Educação não só da propaganda, mas também do a) defasagem salarial
rádio e do cinema. A decisão tinha como objetivo
b) diversidade cultural
colocar os meios de comunicação de massa a ser-
viço direto do Poder Executivo, iniciativa que tinha c) associação sufragista.
inspiração direta no recém-criado Ministério da d) disparidade educacional
Propaganda alemão.
CAPELATO, M. H. Propaganda política e controle dos meios de comunicação. Rio 7. (Unesp) “A questão social é um caso de polícia” –
de Janeiro: FGV, 1999.
esta frase, atribuída a Washington Luís, presidente
No contexto citado, a transferência de funções en- da República de 1926 até a sua deposição em 1930,
tre ministérios teve como finalidade o(a): é geralmente apontada como o sintoma de como as
a) desativação de um sistema tradicional de co- questões relativas ao trabalho (a “questão social”)
municação voltado para a educação. eram descuidadas pelo Estado durante o período da
b) controle do conteúdo da informação por meio chamada República Velha (1889-1930). E, de fato, a
de uma orientação política e ideológica. questão social era um caso de polícia.
c) subordinação do Ministério da Educação ao Mi- (Kazumi Munakata. A legislação trabalhista no Brasil, 1981.)
nistério da Justiça e ao Poder Executivo.
Explique a frase final do texto, exemplificando-a, e
d) ampliação do raio de atuação das emissoras de
indique a principal alteração que ocorreu no trata-
rádio como forma de difusão da cultura popu-
mento da questão social pelo Estado, após 1930.
lar.
e) demonstração de força política do Executivo di-
ante de ministérios herdados do governo ante-
rior.
ANGLOVINCI VESTIBULARES História ∣ Setor 1651 ∣ 329
4 A REPÚBLICA DO BRASIL II

INTRODUÇÃO

A República Liberal foi um período marcado por gover-


nos como o de Juscelino Kubitschek e seu projeto de
modernização do país, assim como pelas tensões políti-
cas que culminariam na deposição do governo de João
Goulart. Com o golpe civil-militar teve início um regime
ditatorial, reconhecido pelo autoritarismo, pelo nacio-
nalismo e pelo crescimento econômico seguido de uma
grave crise a partir de meados da década de 1970. Na
década seguinte, o país passaria pela redemocratiza-
ção, consolidada com a Constituição de 1988 e a reto-
mada de eleições diretas para a Presidência da Repú-
blica.

ANOTAÇÕES

330 ∣ História ∣ Setor 1651 ANGLOVINCI VESTIBULARES


EXERCÍCIOS

1. (Enem) A democracia que eles pretendem é a demo-


cracia dos privilégios, a democracia da intolerância
e do ódio. A democracia que eles querem é para li-
quidar com a Petrobras, é a democracia dos mono-
pólios, nacionais e internacionais, a democracia que
pudesse lutar contra o povo. Ainda ontem eu afir-
mava que a democracia jamais poderia ser amea-
çada pelo povo, quando o povo livremente vem para
as praças – as praças que são do povo. Para as ruas
– que são do povo.
Disponível em: www.revistadehistoria.com.br/secao/artigosldiscurso-de-joao-
goulart-no-comicio-da-central. Acesso em: 29 out. 2015.

Em um momento de radicalização política, a retó-


rica no discurso do presidente João Goulart, profe-
rido no comício da Central do Brasil, buscava justifi-
car a necessidade de:
a) conter a abertura econômica para conseguir a
adesão das elites.
b) impedir a ingerência externa para garantir a
conservação de direitos.
c) regulamentar os meios de comunicação para
coibir os partidos de oposição.
d) aprovar os projetos reformistas para atender a
mobilização de setores trabalhistas.
e) incrementar o processo de desestatização para
diminuir a pressão da opinião pública.

ANGLOVINCI VESTIBULARES História ∣ Setor 1651 ∣ 331


na primeira metade da década de 1970, mas com au-
LEITURA mento da desigualdade. A economia foi abalada com a
Crise do Petróleo, declinando os anos seguintes. Diante
da perda de legitimidade do regime pelas denúncias de
O período entre 1946 e 1964 costuma ser definido
violação de Direitos Humanos e pela crise econômica, a
como a República Liberal, fase complexa e contraditória
ala mais moderada dos militares voltou ao poder, pri-
da política brasileira, tendo em vista a coexistência en-
meiramente com Geisel e depois com Figueiredo, de-
tre eleições periódicas e tentativas de golpes de Estado.
fendendo a agenda da abertura “lenta, gradual e se-
Após um governo pouco expressivo de Eurico Gaspar gura”. A oposição se fortaleceu na década de 1980, com
Dutra, as eleições trouxeram Vargas de volta ao poder movimentos que demandavam a anistia dos presos po-
em 1951. Na condição de presidente dentro dos marcos
líticos e eleições diretas para a presidência. A primeira
democráticos, ele enfrentou uma oposição intensa, es-
pauta foi incorporada e alterada pelo governo, a fim de
pecialmente após sua campanha pela criação da Petro-
incluir todos os crimes políticos cometidos no período,
brás. Enfrentando resistência externa e interna, o pre-
o que assegurava a impunidade de agentes do Estado
sidente foi acusado de ser o mandante da tentativa de
pelas violações perpetardas. Por sua vez, as “Diretas Já”
assassinato de seu opositor, Carlos Lacerda, em episó-
foram o maior movimento visto em décadas no país,
dio que culminou com a pressão por sua renúncia. Acu-
embora derrotado no Congresso Nacional.
ado, Vargas fez de sua morte uma última tacada polí-
tica, ao cometer suicídio e inviabilizar a tomada do po- Por meio de eleições indiretas, o poder passou às mãos
der por seus opositores. O vice-presidente Café Filho as- de civis com a vitória de Tancredo Neves, o que marcava
sumiu com a proposta de manter o calendário eleitoral, o fim do regime nos termos graduais dos militares. Com
mas seu breve governo ficou marcado por uma tenta- a morte precoce do presidente eleito, a Nova República
tiva de golpe contra a posse de Juscelino Kubitschek, se iniciou com o governo de José Sarney que, embora
que fora eleito em 1955. Por uma manobra militar lide- pouco expressivo no campo da economia, ficaria mar-
rada pelo Marechal Lott, conhecida como Golpe da Le- cado pela promulgação da Constituição de 1988, que
galidade, foi assegurada a sucessão presidencial. O implementou as diretrizes da democracia no país.
novo governo defendeu um projeto de modernização
do país, que teria no Plano de Metas e na construção de
Brasília seus principais símbolos. O modelo econômico
híbrido, que combinava o investimento estatal em seto-
res estruturais e a abertura ao capital estrangeiro, pro-
moveu um rápido crescimento, mas combinado o au-
mento da inflação e da dívida externa. Foi nesse cenário
ambíguo, de crescimento e crise, que Jânio Quadros foi
eleito, mas governou por poucos meses, renunciando
ao cargo. O vice-presidente João Goulart assumiu o
cargo em condições de radicalização política no país e
no mundo, vindo a ser deposto pelo Golpe Civil-Militar
de 1964.

Sob a alegação de que seria apenas uma intervenção


provisória e de que seriam mantidas as próximas elei-
ções, os militares chegaram ao poder. O governo de
Castelo Branco ficou marcado pelos primeiros Atos Ins-
titucionais, decretos que cerceavam liberdades, limita-
vam as eleições e instituíram o bipartidarismo. Seu su-
cessor, Costa e Silva, enfrentou uma forte oposição no
ano de 1968, o que o levou a decretar o AI-5, que inten-
sificou o caráter autoritário do regime. O governo de
Médici se tornaria o auge da ditadura, representado
pelo “milagre econômico”, pela forte propaganda de
Estado e pela repressão radical aos opositores. O mo-
delo econômico adotado pelos militares teve um saldo
ambíguo, pois promoveu um vertiginoso crescimento
332 ∣ História ∣ Setor 1651 ANGLOVINCI VESTIBULARES
3. (MACKENZIE) “As diferenças entre o regime repre-
TAREFA MÍNIMA sentativo, vigente entre 1945 e 1964, e o regime mi-
litar são claras”.
Boris Fausto, História do Brasil. 13ª ed. São Paulo: EDUSP, 2009, p. 513
1. (Enem) Texto I Dentre as diferenças mencionadas, é correto afir-
Programa do Partido Social Democrático (PSD) mar que:
Capitais estrangeiros a) a liberdade sindical e o pluripartidarismo, vi-
gentes no primeiro período, foram suplantados
É indispensável manter clima propício à entrada de pelo controle sindical por parte do governo e
capitais estrangeiros. A manutenção desse clima re- pela inexistência de partidos políticos de oposi-
comenda a adoção de normas disciplinadoras dos ção ao novo regime.
investimentos e suas rendas, visando reter no país a b) a plena democracia e a liberdade de expressão
maior parcela possível dos lucros auferidos. e a associação, vigentes no primeiro período,
foram suplantados pelos deputados classistas e
Texto II pela outorga da “Polaca”, em 1967.
Programa da União Democrática Nacional (UDN) c) as eleições indiretas e o poder decisório do
O capital Congresso, vigentes no primeiro período, foram
suplantados pela sistemática perseguição aos
Apelar para o capital estrangeiro, necessário para opositores e pela imposição dos Atos Instituci-
os empreendimentos da reconstrução nacional e, onais, a partir de 1965.
sobretudo, para o aproveitamento das nossas reser- d) a Constituição de 1946 e a liberdade de expres-
vas inexploradas, dando-lhe um tratamento equita- são, vigentes no primeiro período, foram su-
tivo e liberdade para a saída dos juros. plantados pela outorga da Constituição de 1967
CHACON, V. História dos partidos brasileiros: discurso e práxis dos seus progra- e pelas eleições diretas para a escolha dos pre-
mas. Brasília: UnB. 1981 (adaptado). sidentes militares.
e) o controle dos políticos profissionais e o poder
Considerando as décadas de 1950 e 1960 no Brasil,
decisório do Congresso, vigentes no primeiro
os trechos dos programas do PSD e UDN conver-
período, foram suplantados pela alta cúpula mi-
giam na defesa da:
litar, pelos órgãos de informação e repressão e
a) autonomia de atuação das multinacionais. pela burocracia técnica.
b) descentralização da cobrança tributária.
4. (Enem) Falavam em fuzilamentos, em gente que era
c) flexibilização das reservas cambiais.
embarcada nos aviões militares e atirada em alto-
d) liberdade de remessa de ganhos. mar. Havia muita confusão. Sempre que há mu-
e) captação de recursos do exterior. dança violenta de poder, a regra dos entendidos é
sumir, evaporar-se, não se expor, nos primeiros
2. (UECE) Como outros governantes brasileiros do sé- momentos da rebordosa, um sargento qualquer
culo XX, Jânio Quadros também não concluiu seu pode decidir sobre um fuzilamento. Depois as coi-
mandato presidencial. O fim precoce do governo de sas se organizam, até mesmo a violência é estrutu-
Jânio Quadros deveu-se: rada, até mesmo o arbítrio. Mas quem, no meio
tempo, foi fuzilado, fuzilado fica.
a) ao golpe civil-militar que, em março de 1964, CONY, C. H. Quase memória. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.
derrubou o governo e estabeleceu 21 anos de A narrativa refere-se ao seguinte aspecto da segu-
governo ditatorial conduzidos por militares. rança nacional durante a Ditadura Militar:
b) ao seu suicídio, ocorrido ainda em agosto de a) Institucionalização da repressão como política
1961, em função da grave crise econômica e po- estatal.
lítica em seu governo. b) Normatização da censura como mecanismo de
c) à sua inesperada renúncia apresentada ao con- controle.
gresso em uma carta na qual dizia ter forças ter- c) Legitimação da propaganda como estratégia
ríveis agindo contra ele. psicossocial.
d) ao processo de impeachment aberto contra ele d) Validação do conformismo como salvaguarda
a partir das denúncias de corrupção feitas pelo do consenso.
seu próprio irmão aos órgãos da mídia. e) Ordenação do bipartidarismo como prerroga-
tiva institucional.
ANGLOVINCI VESTIBULARES História ∣ Setor 1651 ∣ 333
5. (UECE) Atente ao seguinte excerto: “[...] Várias figu- c) Política econômica de investimentos unica-
ras importantes tiveram seus direitos políticos cas- mente estatais em diversos setores, desde pe-
sados. Muitas prisões, apreensões e queima de li- quenos produtores rurais a indústria de bens de
vros considerados subversivos foram feitos pelos ór- produção duráveis.
gãos repressivos. Reformas na máquina administra- d) Aceleração de consumo e ampliação do poder
tiva e mudanças nas leis trabalhistas foram promo- aquisitivo, principalmente devido ao aumento
vidas logo no início do governo Castelo Branco: as da igualdade social.
greves foram praticamente proibidas e os salários
e) Plano econômico do ministro da fazenda Delfim
arrochados, isto é, mantidos em níveis bastante bai-
Netto para conceder crédito ao empresariado,
xos”.
enquanto o governo também investia em polí-
Antônio Pedro e Lizânias de Souza Lima. História sempre presente. v. 3. 1ª ed. ticas sociais de combate a miséria.
São Paulo, FTD, 2010. p. 280.

O momento da História Republicana do Brasil a que 7. (UERJ) Preâmbulo da Constituição da República


o excerto acima se refere é: Federativa do Brasil (1988)
a) a implantação do Estado Novo, em 1937, Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em
quando o regime ditatorial se fez notar com to- Assembleia Nacional Constituinte para instituir um
das as suas características. Estado Democrático, destinado a assegurar o exer-
b) o início do período da Nova República, em cício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
1985, marcado pela liberdade de mercado e segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a
pelo forte controle social por parte do Estado. igualdade e a justiça como valores supremos de
c) o início do período dos Governos Militares ins- uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconcei-
talados após o golpe de 1964 que depôs o Pre- tos, fundada na harmonia social e comprometida,
sidente João Goulart e que durou até 1985. na ordem interna e internacional, com a solução pa-
d) o período posterior à morte do Presidente Ge- cífica das controvérsias, promulgamos, sob a prote-
túlio Vargas, em 1954, quando as forças oposi- ção de Deus, a seguinte Constituição da República
toras alcançaram o poder e impuseram sua po- Federativa do Brasil.
lítica. planalto.gov.br

A Constituição brasileira vigente promoveu mudan-


6. (PUCPR) “Nunca fomos tão felizes”, exclamava o ças que visam a assegurar o exercício dos direitos
slogan oficial difundido pela TV nos anos 1970, em sociais e individuais, como menciona seu preâm-
pleno “milagre econômico”, que pode ter uma lei- bulo.
tura ambígua. Como exclamação, traduz uma sen-
sação de felicidade coletiva inédita. Por outro lado, A premissa de garantir e valorizar esses direitos está
se dita em tom irônico, coloca em dúvida o próprio relacionada ao seguinte aspecto naquela conjun-
sentido propagandístico da frase. A ambiguidade tura do país:
traduz involuntariamente as contradições da eco- a) atendimento de pressões externas pela aber-
nomia brasileira, esfera em que o regime bradou tura do regime
seus maiores feitos.” b) aumento do extremismo ideológico pelos parti-
Fonte: NAPOLITANO, Marcos. 1964: História do Regime Militar Brasileiro. São dos políticos
Paulo: Contexto, 2014. P. 147
c) crise da economia nacional causada pela esca-
Durante o regime militar houve o chamado “mila- lada da inflação
gre econômico” que pode ser explicado como: d) crítica da repressão política instituída pelos go-
a) Um período de pleno emprego em que houve vernos autoritários
maior distribuição de renda e diminuição do
custo de vida.
b) O uso de fatores como isentar investidores es-
trangeiros de alguns impostos, conceder cré-
dito a empresários, e promover grandes obras
de infraestrutura.

334 ∣ História ∣ Setor 1651 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Está correto apenas o que se afirma em:
TAREFA COMPLEMENTAR a) I e IV.
b) II e IV.
1. (CFTMG) A industrialização realizada durante os c) I e III.
anos 50 trouxe consigo a modernização do Brasil. d) II e III.
Modernização dos homens, tornando-os cada vez
e) I, II e III
mais urbanos. Modernização de seus pensamentos
e hábitos, tornando-os consumistas. Modernização
do modo de vida, das cidades, da arquitetura, das 3. (UEMG) Após 21 anos de Ditadura Militar no Brasil,
artes, da técnica, da ciência. ocorreu a eleição do primeiro presidente civil.
(RODRIGUES, Marly. A década de 50: populismo e metas desenvolvimentistas Esse período histórico, que se convencionou chamar
no Brasil. São Paulo: Ática, 1992. p. 31) de “redemocratização”, compreendeu uma série de
medidas instauradas progressivamente. Integram
Sobre a modernização do modo de vida brasileiro
esse quadro de medidas:
nos anos 1950, é incorreto afirmar que:
a) atingiu de maneira uniforme todas as parcelas a) o fim do DIP (Departamento de Imprensa e Pro-
paganda); o slogan “Cinquenta Anos em Cinco”;
da população, independente de classe social e
de localização geográfica. o retorno ao pluripartidarismo; a revogação do
AI-5 de 1968.
b) teve como símbolo do progresso e da liberdade
b) a oposição ao comunismo; a Lei de Anistia; a
o automóvel, indispensável para vencer as dis-
Doutrina de Segurança Nacional; a dissolução
tâncias nas grandes cidades.
do Congresso Nacional.
c) consolidou o poder homogeneizador da indús-
c) a revogação do AI-5 de 1968; o retorno do pluri-
tria cultural, com o desenvolvimento da publi-
partidarismo; a Lei de Anistia; o fim da censura
cidade e o avanço dos meios de comunicação
prévia aos espetáculos e às publicações.
de massa.
d) a Doutrina de Segurança Nacional; o fim da cen-
d) representou a criação de novos hábitos, como
o uso de roupas de tecidos sintéticos, o con- sura prévia aos espetáculos e às publicações; a
sumo de alimentos enlatados e a aquisição de revogação do AI-5 de 1968.
eletrodomésticos.
4. (COL. NAVAL) Observe a imagem abaixo.
2. (UPF) Em 31 de março de 1964, ocorreu um Golpe
Militar, com a derrubada do presidente constituci-
onal João Goulart. Sobre esse golpe, analise as se-
guintes afirmativas:
I. Foi o resultado de uma conspiração civil-militar
alarmada com os rumos nacionalistas que o go-
verno João Goulart estava tomando.
II. Foi a forma encontrada pelo Alto comando mi-
litar para garantir a posse do novo presidente
recém-eleito, que a União Democrática Nacio-
nal (UDN) estava tentando impedir.
III. Representou a repulsa de setores da sociedade
brasileira diante da tentativa de João Goulart
Durante parte do Regime Militar (1964-1984), a
de aumentar a presença do capital estrangeiro
economia alcançou índices de crescimento econô-
no país.
mico elevados quando comparados a outros mo-
IV. Evitou que o Partido Comunista Brasileiro, os mentos da história do Brasil.
sindicatos de trabalhadores e setores do Par-
tido Trabalhista Brasileiro continuassem a exigir Assinale a opção que apresenta algumas das razões
do presidente a implementação imediata das para o seu crescimento econômico.
“reformas de base”.

ANGLOVINCI VESTIBULARES História ∣ Setor 1651 ∣ 335


a) A política de privatização de companhias esta- c) Durante a transição democrática, foram con-
tais, como a Vale do Rio Doce, Petrobras e a Fá- quistados o bipartidarismo, as eleições livres e
brica Nacional de Motores, o que gerou receitas gerais e a convocação da Assembleia Consti-
que foram investidas em grandes obras de in- tuinte.
fraestrutura. d) A lei de anistia aprovada pelo Congresso bene-
b) O controle da inflação por meio de uma política ficiou presos políticos e exilados, e também
econômica de aumento de taxa de juros (Selic), agentes da repressão.
o que tornou o Brasil atraente ao investidor es- e) O esquecimento e o perdão mencionados inte-
trangeiro. gravam a pauta da Teologia da Libertação, uma
c) O aumento do preço do petróleo e do minério importante diretriz da Igreja Católica.
de ferro no mercado internacional, o que fez do
Brasil uma potência econômica mundial, possi- 6. (Unicamp) A crise levaria o último governo da dita-
bilitando investimento em infraestrutura. dura, chefiado pelo general João Figueiredo (1979-
d) A oferta de empréstimos internacionais a juros 85), a tomar medidas drásticas. O objetivo inicial
baixos, o que proporcionou a realização de in- era deter a depreciação da moeda nacional, incen-
vestimento nos setores agrícola, industrial, tivar as exportações e fazer frente ao aumento do
energético e da construção civil. deficit em conta corrente. Assim, a moeda foi des-
e) A valorização do café no mercado internacio- valorizada em 30% no final de 1979. A medida acen-
nal, o que trouxe ao Brasil recursos necessários tuou a desaceleração econômica, o descontrole in-
para o investimento em setores estratégicos da flacionário e o desarranjo nas contas públicas. Em
economia nacional. 1980, a inflação batia a simbólica marca de 100%
ao ano e em 1981 o país entrava em uma recessão.
(Adaptado de Gilberto Marangoni, Anos 1980, década perdida ou ganha? Re-
5. (Fuvest) Não nos esqueçamos de que este é um vista Desafios do Desenvolvimento, São Paulo, Ano 9, Edição 72, 2012.)

tempo de abertura. Vivemos sob o signo da anistia A partir do texto acima e de seus conhecimentos so-
que é esquecimento, ou devia ser. Tempo que pede bre a Nova República no Brasil, assinale a alterna-
contenção e paciência. Sofremos todo ímpeto tiva correta.
agressivo. Adocemos os gestos. O tempo é de per- a) A concentração de renda gerada pelo milagre
dão. (...) Esqueçamos tudo isto, mas cuidado! Não econômico, as bolhas especulativas no mer-
nos esqueçamos de enfrentar, agora, a tarefa em cado financeiro brasileiro, as flutuações no
que fracassamos ontem e que deu lugar a tudo isto. preço do petróleo e a alta internacional dos ju-
Não nos esqueçamos de organizar a defesa das ins- ros ao longo da década de 1970 foram elemen-
tituições democráticas contra novos golpistas mili- tos decisivos para a superação da crise econô-
tares e civis para que em tempo algum do futuro mica dos anos de 1980.
ninguém tenha outra vez de enfrentar e sofrer, e de- b) No Brasil dos anos de 1980, a desaceleração
pois esquecer os conspiradores, os torturadores, os econômica, o descontrole inflacionário e o de-
censores e todos os culpados e coniventes que be- sarranjo nas contas públicas foram acompanha-
beram nosso sangue e pedem nosso esquecimento. dos pelo silenciamento dos movimentos pelas
Darcy Ribeiro. “Réquiem”, Ensaios insólitos. Porto Alegre: L&PM, 1979.
Diretas Já e dos direitos civis, sendo essa dé-
cada conhecida como a “década perdida”.
O texto remete à anistia e à reflexão sobre os im- c) A crise econômica que se instalou no Brasil a
passes da abertura política no Brasil, no período fi- partir de meados dos anos de 1970 gerou pres-
nal do regime militar, implantado com o golpe de são sobre o governo militar do General Figuei-
1964. Com base nessas referências, escolha a alter- redo, que, em resposta, aprovou a Lei da Anistia
nativa correta. e a Lei Orgânica dos Partidos, incentivou o mo-
a) A presença de censores na redação dos jornais vimento grevista e garantiu a realização de elei-
somente foi extinta em 1988, quando promul- ções de forma lenta, gradual e segura.
gada a nova Constituição. d) A chamada década perdida no Brasil foi mar-
b) O projeto de lei pela anistia ampla, geral e irres- cada por grave crise econômica, pela transição
trita foi uma proposta defendida pelos militares para o regime democrático, pela gradual nor-
como forma de apaziguar os atos de exceção. malização das instituições políticas próprias da
democracia, pelo fortalecimento dos movimen-
tos sociais e civis e pela efervescência cultural.
336 ∣ História ∣ Setor 1651 ANGLOVINCI VESTIBULARES
7. (UFRGS) Considere as seguintes afirmações sobre o
fim da ditadura civil-militar brasileira, nos anos GABARITO
1980.
I. Entre as principais consequências da ditadura, Tema 1
estão os altos índices de inflação, de endivida-
mento externo e de concentração de renda. Tarefa Mínima
II. Com o sucesso da política social elaborada pelo 1. E 2. E 3. A
governo Sarney, houve um processo de apazi- 4. a) Monopólio colonial ou exclusivo metropolitano
guamento dos conflitos rurais, que marcou a significa que a colônia era exclusividade da metró-
chamada “paz no campo”. pole não possuindo vida própria, sua função era
III. Com a função de elaborar uma nova constitui- complementar a economia metropolitana. No final
ção para o país, a Assembleia Nacional Consti- da Idade Média e início da Idade Moderna surgiram
tuinte foi formada por cidadãos que não ocupa- os Estados Nacionais Modernos que necessitavam
vam mandatos legislativos. de muitos recursos para montar e equipar exérci-
tos, montar e equipar a marinha bem como manter
Quais estão corretas? a burocracia estatal. A política econômica denomi-
a) Apenas I. nada de “Mercantilismo” tinha a função de gerar re-
b) Apenas II. cursos para o Estado, daí a colonização e o mono-
c) Apenas III. pólio colonial.
b) Antigo Regime é uma expressão utilizada para
d) Apenas I e II.
denominar a política na Idade Moderna (absolu-
e) I, II e III. tismo) e a economia (mercantilismo). O comércio
foi de fato a mola propulsora neste contexto cha-
8. (UEL) A letra da canção O Bêbado e o Equilibrista, mado de capitalismo comercial mercantil.
composta por João Bosco e Aldir Blanc, foi lançada 5. A 6. B 7. C
em 1978 e eternizada na voz de Elis Regina. A letra,
que tem os versos “Chora a nossa Pátria mãe gen- Tarefa Complementar
til/Choram Marias e Clarisses / No solo do Brasil”, 1. C 2. A 3. A 4. A 5. E 6. B 7. B
trata do período da redemocratização, já no final da
Ditadura Militar. Considerada como um hino da Tema 2
anistia, fala de personagens que ficaram conheci-
das, como as viúvas de presos políticos (Maria, es-
Tarefa Mínima
posa de Manuel Fiel Filho, e Clarisse, esposa de Vla-
1. A 2. D 3. A 4. B 5. B 6. B 7. C
dimir Herzog), e do retorno do exílio de militantes
políticos, como o sociólogo Betinho.
Tarefa Complementar
Com base no enunciado e nos conhecimentos sobre 1. C 2. A 3. D
o tema, discorra sobre os marcos históricos do Bra- 4. a) As disputas pela navegação nos rios da bacia pla-
sil do período conhecido como redemocratização tina; a existência de territórios fronteiriços em lití-
pós-1964. gio; as alianças e contra-alianças entre os países da
região (a intervenção do Brasil na política interna do
Uruguai, apoiando o Partido Colorado em oposição
ao Blanco; a aproximação entre Brasil e Argentina
de Mitre e o isolamento político do Paraguai de So-
lano López)
b) O fortalecimento da identidade nacional, atra-
vés dos voluntários e a valorização do hino e da
bandeira imperiais; a consolidação do Exército bra-
sileiro, até então desprestigiado frente ao poder da
Guarda Nacional; o avanço da questão abolicionista
pelo emprego de libertos e escravos na guerra.
5. C 6. A 7. E 8. B

ANGLOVINCI VESTIBULARES História ∣ Setor 1651 ∣ 337


Tema 3

Tarefa Mínima
1. C 2. D 3. C 4. D 5. C 6. B 7. B

Tarefa Complementar
1. C 2. C 3. A 4. A 5. B 6. B
7- Durante a República Velha, as reivindicações popu-
lares a favor de reformas sociais e políticas eram trata-
das com violência por parte do governo. Quem pusesse
em risco os interesses dos grupos conservadores seria
perseguido, preso ou até morto.
A partir de 1930, Vargas inicia uma política Populista em
que uma parte da elite assume a defesa das reivindica-
ções populares, controlando o movimento popular.
Dessa maneira, são atendidas apenas as necessidades
que não prejudiquem a elite.

Tema 4

Tarefa Mínima
1. E 2. C 3. E 4. B 5. D 6. C 7. D

Tarefa Complementar
1. A 2. A 3. C 4. D 5. D 6. D 7. A
8. Entre os anos de 1980 e 1985, alguns dos mecanis-
mos do Regime Militar – tortura, censura e repres-
são – começam a perder força devido à movimen-
tação e ao apelo popular. Nesse contexto, podemos
destacar como marcos da transição ditadura-demo-
cracia: (1) a aprovação da Lei da Anistia (1979), (2)
a campanha pelas Diretas Já (1985) e a escritura da
Constituição Cidadã (1988).

338 ∣ História ∣ Setor 1651 ANGLOVINCI VESTIBULARES


GEOGRAFIA
1 CONCEITOS DE GEOGRAFIA

INTRODUÇÃO

A Geografia descreve e interpreta fenômenos que ocor-


rem na superfície da Terra. O que a diferencia das de-
mais ciências é a preocupação geográfica com a obser-
vação dos fenômenos em relação aos seguintes concei-
tos-chave: ESPAÇO, TERRITÓRIO, PAISAGEM, LUGAR e
REGIÃO.

ANOTAÇÕES

ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 339


EXERCÍCIOS

1. (UECE 2017) O “poder” corresponde à habilidade


humana de não apenas agir, mas de agir em unís-
sono, em comum acordo. O poder jamais é proprie-
dade de um indivíduo; pertence ele a um grupo e
existe apenas enquanto o grupo se mantiver unido.
Arendt, H. Da violência. Brasília. Ed. UNB. 1985.

A ideia de poder proposta pelo autor está intrinse-


camente ligada à concepção de:
a) lugar
b) paisagem
c) território
d) método

2. (UEFS 2016) Numa paisagem podem ser observados


edifícios, áreas cultivadas, ruas, ferrovias, igrejas,
aeroportos, veículos, enfim vários objetos construí-
dos e modificados pela sociedade humana ao longo
da História, além de formas naturais (animais e
plantas, em geral) e as próprias pessoas. [...]
A simples observação da paisagem não nos traz ex-
plicações sobre as funções de cada uma das edifica-
ções, a organização do sistema de produção, as tec-
nologias empregadas, as relações comerciais, as re-
lações de trabalho, a organização política e social,
etc.
LUCCI, Elian A.; BRANCO, Anselmo; MENDONÇA, Cláudio. Geografia Geral e do
Brasil: Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2005, p.
12.

O estudo da Geografia propõe o conhecimento


dessa realidade dinâmica, investigando as causas,
os efeitos, a intensidade e a extensão dos fenôme-
nos, inclusive os da natureza.

A partir da leitura do texto, da informação e dos co-


nhecimentos sobre a temática apresentada, pode-
se corretamente afirmar que o objeto de estudo da
Geografia é:
a) o lugar
b) a região
c) o território
d) a paisagem
e) o espaço geográfico

340 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. (Enem) Portadora de memória, a paisagem ajuda a
construir os sentimentos de pertencimento; ela cria
uma atmosfera que convém aos momentos fortes
da vida, às festas, às comemorações.
CLAVAL, P. Terra dos homens: a geografia. São Paulo: Contexto, 2010 (adap-
tado).

No texto é apresentada uma forma de integração


da paisagem geográfica com a vida social. Nesse
sentido, a paisagem, além de existir como forma
concreta, apresenta uma dimensão:
a) política de apropriação efetiva do espaço.
b) econômica de uso de recursos do espaço. “Buraco do Cauê” (ou o que restou do Pico, após décadas de extração mineral),
2007.
c) privada de limitação sobre a utilização do es- http://revistadoispontos.com. Acessado em Outubro de 2016.
paço.
a) Considerando o texto e as imagens, explique por
d) natural de composição por elementos físicos do
que a paisagem herdada deve ser protegida das
espaço.
ações predatórias.
e) simbólica de relação subjetiva do indivíduo com
o espaço.

4. (Fuvest 2017) Todos os que se iniciam no conheci-


mento das ciências da natureza – mais cedo ou mais
tarde, por um caminho ou por outro – atingem a
ideia de que a paisagem é sempre uma herança. Na
verdade, ela é uma herança em todo o sentido da
palavra: herança de processos fisiográficos e bioló-
gicos, e patrimônio coletivo dos povos que histori-
camente as herdaram como território de atuação
de suas comunidades.
Ab’Sáber, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas.
Ateliê Editorial, 2003. Adaptado

b) Para alguns cientistas, as transformações provo-


cadas na superfície do planeta pelas atividades
humanas são significativas e irreversíveis. Expli-
que o porquê dessa irreversibilidade, conside-
rando a diferença entre tempo geológico e
tempo histórico

Pico do Cauê, Itabira/MG, 1942.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 341


Como afirmou Lacoste, a ciência deve ser analisada em re-
LEITURA lação a um objeto de estudo, independentemente se a vi-
são é escolar, acadêmica ou geopolítica. Porém aí encon-
A Geografia, como conjunto de conhecimentos acerca tramos um grande problema da Geografia: a falta de cla-
da superfície terrestre, é muito antiga e está ligada à reza em relação ao seu objeto de estudo, que seria muito
própria história da humanidade. Porém, a Geografia, abrangente, no caso o planeta Terra.
entendida como ciência acadêmica estruturada, possui As outras ciências também estudam a Terra e os fenôme-
história recente, pois seu reconhecimento como disci- nos que ocorrem nela, o que faz com que a Geografia te-
plina universitária provem do Século XVIII no contexto nha uma grande dificuldade de delimitar claramente seu
da formação ou do fortalecimento de Estados nacionais objeto de estudo sem “invadir o espaço” das demais ciên-
europeus, primeiramente na Alemanha e posterior- cias.
mente na França. Então chegamos a uma questão importante: O que dife-
renciaria a Geografia dos demais estudos científicos? Um
1. AS DIFERENTES GEOGRAFIAS
conjunto de práticas que são mais vinculados aos geógra-
Os conhecimentos geográficos sempre se mostra-
fos do que aos outros cientistas? Um “olhar geográfico”?
ram importantes para as sociedades e para os Esta-
dos, daí muitos destes enxergaram a necessidade Para sermos mais práticos, adotamos que a existência de
de se transferir tais conhecimentos através do en- determinados conceitos que são estudados de forma pri-
sino escolar, o que deu origem à chamada Geogra- oritária pela Geografia melhor definiria o que é essa ciên-
fia Escolar. cia. Tais conceitos são Espaço, Paisagem, Território Região
e Lugar.
Todos nós temos acesso a esta Geografia e a
exist6encia dela motivou a elaboração deste mate- 2. OS CONCEITOS-CHAVE DA GEOGRAFIA
rial, já que ela é objeto de cobrança em vestibulares Buscando uma maior objetividade, utilizamos defini-
e no ENEM. ções baseadas em termos encontrados no para elabo-
Por outro lado, a Geografia Acadêmica, ensinada rar esta seção encontrados nos dicionários Oxford de
nas universidades, é mais recente e por muito Geografia e de Geografia Humana para elaborar
tempo se diferenciou muito da sua versão escolar, Espaço geográfico: O ordenamento espacial e o ar-
ou seja, a Geografia que era ensinada aos professo- ranjo do mundo produzidos através de relações e
res em pouco se identificava com a Geografia que é práticas. Como muitos termos conceituais fundamen-
ensinada aos professores. tais, o espaço é compreendido de várias maneiras di-
ferentes, gerando intensas discussões de como ele
Podemos identificar uma terceira “Geografia”: a dos
pode ser analisado.
Estados (também conhecida como Geopolítica),
que seria ä “verdadeira geografia” na visão do geó- Paisagem: Compreende as características captadas
grafo francês Yves Lacoste, pelos sentidos de uma área de terra, especialmente as
características visíveis. Pode ser entendida como a
“Pois, a geografia serve, em princípio, para fazer a aparência de uma área, ou a percepção de objetos
guerra. Para toda ciência, para todo saber deve ser que produzem essa aparência. A paisagem indica "a
colocada a questão das premissas epistemológi- expressão da interação entre humanos e seu meio
cas*: o processo científico está ligado a uma história ambiente".
e deve ser encarado, de um lado, nas suas relações Território: Uma parte delimitada da superfície da
com as ideologias, de outro como prática ou como Terra reivindicada e ocupada por um determinado in-
poder”. divíduo, grupo ou instituição (incluindo Estados). O
(Trecho retirado de: LACOSTE, Yves. A Geografia, isso serve, em primeiro lugar, território se estabelece a partir de relações de poder
para fazer a guerra. Ed. Papirus: Campinas, 1988.)
entre sujeitos e um ambiente.
* epistemológica: referente à análise das relações Região: Área da superfície terrestre em que existe al-
entre sujeito e objeto de estudo. guma homogeneidade, ou seja, que possua carac-
Convém mencionar que tanto os vestibulares, terísticas naturais ou humanas, que a caracterizam
quanto a Geografia Escolar atual se encaminham no como diferente de outras áreas.
sentido de estudar aquilo que as “outras geogra- Lugar: O termo lugar remonta a escala da vida cotidi-
fias” também estudam. Em outras palavras, vem ana em que se estabelece uma relação de pertenci-
ocorrendo uma aproximação das três maneiras de mento ou de acolhimento. Trata-se de um locus de
se enxergar o mundo. identidade individual e grupal.
342 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES
2. ANALOGIA
LEITURA COMPLEMENTAR O princípio da analogia implica na tarefa de compa-
rar diferentes realidades encontrando semelhanças
OS PRINCÍPIOS DA GEOGRAFIA NOS VESTIBULARES e diferenças, como no caso de territórios vizinhos,
diferentes sistemas econômicos, formas de inserção
O estudo da Geografia exige a observação de diversas
na economia internacional, etc.
relações existentes entre fenômenos que ocorrem na
superfície da Terra, e muitos apontam a necessidade da Mas não se pode esquecer que tais realidades, por
observação de alguns princípios “norteadores” para a mais distintas que possam parecer, podem estar cor-
análise geográfica (extensão, analogia, causalidade, ati- relacionadas a um mesmo contexto, podendo ser
vidade e conexão). consideradas partes de um todo. Em muitos casos
essas comparações nos levam a entender que as di-
ferentes realidades são partes complementares de
1. EXTENSÃO uma dinâmica global-local.
É importante localizar e observar a extensão do am-
biente em que ocorrem os fenômenos a serem es-
Princípio da Analogia no Vestibular
tudados. Dimensões como área, população ou
quantidade de reservas de recursos são tradicionais (Fuvest 2014) A Coreia do Sul e a Coreia do Norte têm
para o estudo da Geografia e da Geopolítica. populações com a mesma composição étnica, mas mo-
delos políticos e econômicos contrastantes.
Convém lembrar que o ensino mais tradicional de
Geografia Escolar se focou demais na observação da
localização e da mensuração de fenômenos, o que
resultou em uma fama de “decoreba” que nossa dis-
ciplina acabou recebendo. Atualmente, se enfoca
muito mais a análise de fenômenos do que sua
mera localização ou quantificação, sendo que a ob-
servação da extensão serve quase sempre como um
ponto de partida para um estudo geográfico e difi-
cilmente será sua finalidade.

Princípio da Extensão no Vestibular


(Fuvest 2015) Observe o mapa

Com base nas informações acima e em seus conheci-


mentos,
a) descreva o processo de divisão política que levou à
formação desses dois países situados na península
Com base no mapa e em seus conhecimentos sobre os da Coreia, caracterizando seus respectivos regimes
EUA, políticos;
a) aponte duas razões da importância geopolítica b) explique qual é a posição de cada um desses países
desse país, na atualidade, considerando sua locali- em relação à questão nuclear atual;
zação e dimensão territorial; c) explique a situação atual de cada um desses dois
b) explique a importância econômica, para esse país, países, no contexto das exportações mundiais. Jus-
da região circundada no mapa, considerando os re- tifique com exemplos.
cursos naturais e os aspectos humanos.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 343


3. CAUSALIDADE Com base nos dados fornecidos e em seus conhecimen-
Uma tarefa fundamental para a Geografia Escolar tos, responda:
atual é a busca de explicações sobre fenômenos, ou a) Qual a rocha mais comum na formação de caver-
seja, encontrar os “porquês” dos fatos. nas?
A busca destas explicações implica na possibilidade b) Indique e explique um processo que ocorre para a
de aprofundar o conhecimento de determinados formação de cavernas.
assuntos, além de encontrar relações com outras ci- c) O clima da Tailândia é controlado pelas monções.
ências, pois na maioria dos casos não existe apenas Explique a relação entre esse tipo de clima e a
uma simples relação linear entre causa-efeito, o que dinâmica hídrica relacionada ao evento citado.
ocorre é uma complexa dinâmica de interações en-
tre sociedade e natureza que pode se explicada pela
política, economia, características físicas, composi- 4. ATIVIDADE
ção química, etc. As mudanças nos ambientes são constantes. Os fa-
tos são dinâmicos e é importante observar o pas-
sado para se entender melhor o presente e encon-
Princípio da Causalidade no Vestibular
trar tendências futuras. A relação tempo-espaço é
(Fuvest 2019) Em junho de 2018, 12 crianças de um time complexa e indica mudanças ou continuidades em
de futebol e seu treinador ficaram presos na caverna de escalas variadas, do local ao global, do tempo histó-
Tham Luang, no extremo norte da Tailândia. Por mais de rico ao tempo geológico.
duas semanas, a operação de resgate contou com equi-
pes e assistência técnica de vários países, sensibilizando
a população mundial. Princípio da Causalidade no Vestibular
No esquema a seguir, pode se observar a localização e o (Fuvest 2019) Observe a tabela:
perfil da caverna e, no gráfico, a pluviosidade média Brasil: área plantada com os 5 principais grãos da
mensal na Tailândia. produção nacional (em mil hectares)
Produto 2006/2007 2011/2012 2016/2017 2021/2022 2026/2027

Arroz 2.967 2.427 1.981 1.517 1.006


Feijão 4.088 3.262 3.180 2.662 2.142
Milho 14.055 15.178 17.592 17.061 17.580
Soja 20.687 25.042 33.909 39.180 44.101
Trigo 1.852 1.895 1.916 2.088 2.202

*projeção
Brasil. MAPA. Projeções do Agronegócio: 2017/18 a 2027/28. 2018. Adaptado.

a) Descreva a situação atual e a tendência futura da


área plantada de grãos no Brasil.

5. CONEXIDADE
As mudanças nos ambientes são constantes. Os fa-
tos são dinâmicos e é importante observar o pas-
sado para se entender melhor o presente. A relação

Princípio da Conexidade no Vestibular


Os fatos não ocorrem isolados. Existe um sistema de re-
lações entre eles. Grande parte da dificuldade no es-
tudo da Geografia vem de seu caráter de ciência de sín-
tese que engloba diversos conhecimentos entrelaçados
que trazem a interpretação de uma realidade complexa

344 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Geralmente, a utilização de dados presentes em tabe-
las, gráficos ou mapas nos auxilia na observação de cor- TAREFA MÍNIMA
relações entre as informações mais ou menos visíveis.
1. (UEPB) A figura mostra o muro que separa o México
Princípio da Conexidade no Vestibular dos Estados Unidos nas proximidades de Tijuana.
(Fuvest 2019) Observe a tabela: Assinale a alternativa que traz a categoria geográ-
fica que melhor explica a presença desse elemento
Brasil: área plantada com os 5 principais grãos da de separação entre os dois países.
produção nacional (em mil hectares)
Produto 2006/2007 2011/2012 2016/2017 2021/2022 2026/2027

Arroz 2.967 2.427 1.981 1.517 1.006


Feijão 4.088 3.262 3.180 2.662 2.142
Milho 14.055 15.178 17.592 17.061 17.580
Soja 20.687 25.042 33.909 39.180 44.101
Trigo 1.852 1.895 1.916 2.088 2.202

*projeção
Brasil. MAPA. Projeções do Agronegócio: 2017/18 a 2027/28. 2018. Adaptado.

b) Há uma correlação entre a atual configuração da


produção agrícola e a estrutura fundiária brasileira?
Justifique sua resposta.
c) Considerando os dados da tabela e os vetores de
expansão do cultivo de soja no território brasileiro
a) Paisagem, por ser um elemento geográfico que
na última década, aponte duas possíveis conse-
está ao alcance visual da população desses paí-
quências deste processo, sendo uma ambiental e
ses.
outra social.
b) Espaço, pois explica as relações sociedade/na-
tureza e as contradições presentes na constru-
ção histórica desses dois países.
c) Território, pois estabelece a linha divisória de
apropriação e delimitação dos poderes entre
duas nações.
d) Lugar, pois representa o zelo e a necessidade de
preservação do povo americano pelo país ao
qual pertence, vive suas relações cotidianas e
dedica o sentimento patriótico.
e) Região, pois a cidade de Tijuana é o mais impor-
tante centro metropolitano de influência na re-
gião de fronteira entre o México e os Estados
Unidos.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 345


2. (UFRGS 2017) Leia o segmento abaixo. 4. (Enem 2018) No Segundo Congresso Internacional
de Ciências Geográficas, em 1875, a que compare-
A realidade geográfica apresenta-se então como ceram o presidente da República, o governador de
composta por três elementos fundamentais: um Paris e o presidente da Assembleia, o discurso inau-
substrato plástico, uma energia de circulação, pro- gural predominante no encontro: “Cavalheiros, a
duzida pelos contatos entre forças opostas, e um Providência nos ditou a obrigação de conhecer e
conjunto de formas que são como que o efeito desta conquistar a terra. Essa ordem suprema é um dos
energia sobre o substrato, justamente sua inscrição. deveres imperiosos inscritos em nossas inteligências
É este último plano, o das inscrições, entendido e nossas atividades. A geografia, essa ciência que
como fisionomia da Terra, que é o plano propria- inspira tão bela devoção e em cujo nome foram sa-
mente geográfico, aquele onde houve, efetiva- crificadas tantas vítimas, tornou-se a filosofia da
mente, escrita da Terra. terra.”
BESSE, J.M. Ver a Terra. São Paulo: Perspectiva, 2006. p. 71.
SAID, E. Cultura e política. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.

O conceito geográfico referido pelo texto é: No contexto histórico apresentado, a exaltação da


a) lugar ciência geográfica decorre do seu uso para o(a):
b) território a) preservação cultural dos territórios ocupados.
c) espaço b) formação humanitária da sociedade europeia.
d) escala c) catalogação de dados úteis aos propósitos colo-
e) paisagem nialistas.
d) desenvolvimento de técnicas matemáticas de
3. (UECE 2018) Observe o que se diz a seguir a respeito construção de cartas.
do conceito de paisagem na geografia física: e) consolidação do conhecimento topográfico
como campo acadêmico.
“Por meio do conceito de paisagem, o imaginário
social transforma culturalmente a natureza, ao
mesmo tempo que os sistemas técnicos agregam ao
território as formas-conteúdo da paisagem consti-
tuídas por representações sociais”.
Vitte, Antônio Carlos, O Desenvolvimento do conceito de paisagem e a sua in-
serção na Geografia Física. Mercator - Revista de Geografia da UFC. 2007.

Considerando os aspectos relativos ao conceito de


paisagem na geografia física, como tratado no ex-
certo acima, é correto concluir que paisagem
a) é um elemento estático e imutável na escala de
tempo humana.
b) é tudo aquilo que pode ser visto e não pode ser
alterado.
c) possui um caráter dinâmico, podendo ser mo-
dificada e construída.
d) está restrita à dimensão física do espaço e é
composta por elementos abióticos.

346 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES


c) confirmada em sua essência, pois em várias
TAREFA COMPLEMENTAR áreas da África e da América Latina as condi-
ções climáticas adversas retardaram o pro-
gresso.
1. (Enem 2018)
d) contestada, pois não é o clima, mas o meio na-
Texto I
tural como um todo, o principal fator responsá-
Quando um exército atravessa montanhas, flores- vel pelo fraco desenvolvimento econômico de
tas, zonas de precipícios, ou marcha ao longo de várias partes do mundo, a exemplo do Sahael
desfiladeiros, alagadiços ou pântanos, ou qualquer africano.
outro terreno onde a deslocação é árdua, está em e) confirmada na Ásia das Monções, onde a forte
terreno difícil. O terreno onde é apertado e a sua sa-
concentração de chuvas num só período do ano
ída é tortuosa e onde uma pequena força inimiga
impediu que as influências da colonização euro-
pode atacar a minha, embora maior, é cercado.
peia promovessem o desenvolvimento da re-
TZU. S. A arte da Guerra. São Pulo: Martin Claret, 2001. gião.

Texto II
3. (UECE) Atente para as seguintes estrofes do poema
O objetivo principal era encontrar e matar Osama
de Cecília Meireles intitulado Província.
Bin Laden. Onde ele se esconde? Não podemos es-
quecer a dificuldade de ocupação do país, que pos- Província
sui um relevo montanhoso, cheio de cavernas, onde
Cidadezinha perdida
fica fácil, para quem está acostumado com esse re-
levo, esconder-se. no inverno denso de bruma,
que é dos teus morros de sombra,
OLIVEIRA, M. G.; SANTOS, M. S. Ásia: uma visão histórica, política e econômica
do continente. Rio de janeiro: E-Papers, 2009 (adaptado) do teu mar de branda espuma
As situações apresentadas atestam a importância (...)
da relação entre a topografia e o(a): Pela curva dos caminhos,
a) construção de vias terrestres. cheirava a capim e a orvalho
b) preservação do meio ambiente. e muito longe as harmônicas
c) emprego de armamentos sofisticados. riam, depois do trabalho
d) intimidação contínua da população local. (...)
e) domínio cognitivo da configuração especial. Que é feito de tua prosa,
onde a morena sorria
com toda noite nos olhos
2. (Fuvest) "Hoje, a civilização só parece progredir e na boca, todo dia.
onde existe um clima estimulante. Uma civilização MEIRELES, Cecília. Viagem.
de primeira categoria pode ser transportada de um
lugar para outro mas só pode crescer com vigor As estrofes acima exemplificam uma estreita rela-
onde o clima der energia aos homens." ção entre Geografia e Literatura. Em Província,
pode-se observar a presença de dois conceitos geo-
(Huntington, 1915)
gráficos. Assinale a opção que corresponde a esses
Na atualidade, considerando as linhas de pensa- dois conceitos.
mento geográfico mais modernas, a afirmação con- a) território e lugar
tida no texto pode ser: b) paisagem e lugar
a) confirmada em numerosas áreas de coloniza- c) região e território
ção europeia da África que não conseguiram se
d) paisagem e território
desenvolver em virtude dos climas áridos e se-
miáridos.
b) contestada em sua essência, pois não são exclu-
sivamente as condições naturais que justificam
o grau de desenvolvimento de uma região.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 347
4. (UEPB) [...] Essa manifestação musical é um exemplo do pro-
Inté mesmo asa branca cesso de globalização da cultura que envolve o con-
ceito de lugar, conforme definido pelo geógrafo
Bateu asa do sertão
Milton Santos. Considerando essas referências e o
Entonce eu disse adeus Rosinha exemplo citado, é correto afirmar que o conceito de
Guarda contigo meu coração lugar é:
I. objeto, ao mesmo tempo, de uma razão global
Hoje longe muitas légua
e de uma razão local, convivendo dialetica-
Numa triste solidão mente;
Espero a chuva cai de novo II. sujeito de uma mentalidade, ao mesmo tempo,
Prá mim vortá pro meu sertão. tecnológica e com tendências à autonomia e
[...] isolamento;
(“Asa Branca” — Composição de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira)
III. processo de interconexão entre saberes tradici-
onais do campo e saberes científicos de me-
O Sertão, na forma como os compositores utilizam trópoles regionais.
nas estrofes transcritas acima, pode ser definido
como: Está correto o que se afirma em:
a) Paisagem, pois nos remete a cenários distintos: a) I, apenas.
o cinza e a desolação da estação seca, que afu- b) II, apenas.
genta a asa branca e o verde e vivaz do período c) I e III, apenas.
chuvoso das plantações e que traz de volta o d) II e III, apenas.
migrante.
e) I, II e III.
b) Território, pois remete a um espaço de controle
das elites políticas e econômicas que se utilizam
do discurso da seca para tirar proveito em be- 6. (Fuvest-Transferência 2019) De certo modo, acabou
neficio dos seus interesses e continuar a exer- a natureza. Bem, dizer que a natureza acabou é
cer o poder sobre este espaço. uma forma de provocar uma discussão mais acesa.
c) Região, delimitada pelo critério exclusivamente Na realidade, a natureza, hoje, é um valor, ela não
econômico, que tem na divisão territorial do é natural no processo histórico. Ela pode ser natural
trabalho o papel de fornecedora de mão de na sua existência isolada, mas, no processo
obra desqualificada para o Centro-Sul do país. histórico, ela é social. Quer dizer, eu a valorizo em
função de uma história. Isso já ocorria antes, mas
d) Região, pois se refere à área delimitada pelo hoje é muito mais evidente. O valor da natureza
clima semiárido de ocorrência da caatinga e su- está relacionado com a escala de valores estabele-
jeita às secas periódicas, mas também tem o cida pela sociedade para aqueles bens que antes
sentido de Lugar, pois, ao se referir ao “meu eram chamados de naturais. Hoje, quando a econo-
sertão”, o autor demonstra o sentimento de mia e a mais valia se globalizam, a natureza globa-
pertencimento e de identidade para com esta lizada pelo conhecimento e pelo uso é tão social
parcela do espaço. como o trabalho, o capital, a política... .
e) Espaço, pois a dinâmica populacional está pre-
Território e Sociedade: entrevista com Milton Santos. Editora Fundação Perseu
sente através da migração do sertanejo que vai Abramo. São Paulo, 2000.
para outras regiões produzir bens e transfor-
mar as paisagens distantes, mas também se re- O texto refere se à:
produzir enquanto força de trabalho. a) idealização da natureza.
b) destruição da natureza provocada pela ação
5. (Fuvest-Transferência 2017) A banda Arandu Ara- humana.
kuaa, “saber dos ciclos dos céus” em tupi-guarani, c) mercantilização da natureza.
formou-se em 2008, com uma musicalidade que d) contradição entre condição humana e condição
mescla vertentes do rock pesado à música indígena natural.
e regional brasileira.
e) transformação da natureza pelos povos ori-
ginários.

348 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES


artefatos bélicos nucleares. Na última década, o go-
GABARITO verno norte-coreano realizou três testes atômicos,
sempre gerando grande apreensão internacional em
relação a esse poder bélico e seus objetivos.
Respostas possíveis dos exercícios presentes na Leitura
c) Os dois países apresentam diferenças significativas
Complementar em relação ao comércio externo. A Coreia do Sul pos-
1. a) Os Estados Unidos sob o ponto de vista geopolítico sui uma industrialização sólida, que apresentou forte
se apresentam como a principal potência do mundo crescimento a partir da década de 1970, estruturando-
atual. Sua localização e sua dimensão territorial são fa- se como uma plataforma de exportação. Hoje ela se
tores fundamentais para fortalecer essa condição. A caracteriza pela produção de bens de consumo durá-
extensa linha de costa, tanto atlântica quanto pacífica, veis de alto valor agregado, como eletrônicos, auto-
facilita trocas comerciais com importantes mercados móveis e produtos de informática. Esses produtos re-
localizados na Europa e na Ásia. Sua grande dimensão presentam grande parcela das exportações, além de
territorial, com integração e fluidez, possibilita a pre- possuírem alto valor. Já a Coreia do Norte se caracte-
sença de recursos naturais, a manutenção de um ele- riza por seu isolamento geopolítico e econômico, além
vado contingente populacional e a influência sobre o de um grande atraso tecnológico, tendo como pauta
continente americano. de exportação produtos minerais e bens de consumo
b) A região circundada no mapa foi fundamental para de baixo valor agregado, destacando-se carvão mine-
o desenvolvimento industrial dos Estados Unidos, pois ral e roupas.
suas reservas de carvão mineral e de minério de ferro, 3. a) Calcário.
aliadas à concentração populacional, deram origem, b) O grande volume de percolação da água das chuvas
no final do século XIX, a um vasto conjunto de comple- ou cursos d'água aumenta a dissolução do material ro-
xos industriais tradicionais conhecido como Manufac- choso de grande permeabilidade, criando ambientes
turing belt. Nas últimas décadas, a atividade industrial como galerias ou salões cavernosos.
sofreu um relativo declínio comparado a outras regi- c) O clima de monções caracteriza-se por duas esta-
ões do país, porém o elevado contingente demográ- ções bem definidas e condicionadas pela variação de
fico de alto poder aquisitivo e o desenvolvimento de temperatura e de pressão atmosférica. No verão do
atividades terciárias e administrativas serviram para Hemisfério Norte, a ocorrência de baixas pressões as-
minimizar os impactos negativos da desindustrializa- sociadas ao aquecimento do continente atrai ventos
ção. úmidos que se originam nos oceanos, provocando in-
2. a) No final da Segunda Guerra Mundial (1939-45), a tensas chuvas, como pode ser verificado no gráfico.
península coreana sofreu ocupação militar dos EUA e Observa-se nestas condições a elevação do nível das
da URSS. O objetivo dessa ação era retirar as tropas águas que preenchem o interior das cavernas locais.
japonesas que, desde o início do século XX, controla- 4. a) Observa-se, atualmente, um predomínio de áreas
vam a Coreia. Os soviéticos ocuparam a porção seten- com cultivo de soja e de milho. Tais culturas represen-
trional da península, enquanto os norte-americanos a tam quase 90% da área total indicada na tabela. En-
parte meridional. Com o fim da Segunda Guerra Mun- quanto que arroz, trigo e feijão ocupam pouco mais de
dial, começam as rivalidades entre EUA e URSS, as 10% da mesma. A tendência manifestada na tabela é
quais resultam no período denominado como Guerra de aumento dessa disparidade com grande expansão
Fria. As animosidades entre as duas superpotências territorial do cultivo de soja, produto que será respon-
nortearam a atual divisão política da península core- sável por aproximadamente 2/3 da área total repre-
ana: a porção setentrional, influenciada pelos soviéti- sentada na tabela em 2026/2027.
cos, adotou a estrutura sociopolítica socialista e foi de- b) Existe forte correlação entre a produção agrícola e
nominada República Popular Democrática da Coreia. a estrutura fundiária, sendo que predominam, em
Já a porção meridional, sob influência estadunidense, área, as culturas que se destacam em grandes propri-
adotou o capitalismo e passou a se chamar República edades e demandam grandes investimentos, como no
da Coreia. caso da soja e do milho.
b) A Coreia do Sul faz parte do Tratado de Não Prolife- c) Uma consequência ambiental ligada à expansão da
ração Atômica (TNP), pelo qual os países signatários cultura da soja é a devastação relacionada à apropria-
desenvolveriam tecnologia nuclear apenas para fins ção de áreas do Cerrado e da Amazônia. Em termos
pacíficos (energéticos) e seriam passíveis da fiscaliza- sociais, podemos indicar uma redução na oferta de
ção da Agência Internacional de Energia Atômica postos de trabalho em função da mecanização agrí-
(AIEA). Os únicos membros do TNP que podem manter cola ligada a esta cultura.
um arsenal nuclear são EUA, Rússia, China, Inglaterra
e França. A Coreia do Norte fez parte do TNP até 2003,
quando deixou o acordo e passou a desenvolver
ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 349
2 BRASIL: TERRITÓRIO E ESTADO

INTRODUÇÃO

A administração do TERRITÓRIO BRASILEIRO está à


cargo de uma República Federativa constituída por di-
ferentes PODERES que exercem suas atividades de
forma federada, ou seja com autonomia dos chamados
ENTES FEDERATIVOS.

ANOTAÇÕES

350 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES


EXERCÍCIOS

1. (PUC-RJ 2017)

A Constituição brasileira de 1988 definiu um fede-


ralismo tripartite no país, que é representado por
três níveis de divisão político-territorial.

O menor desses níveis, apresentado no cartograma


acima, é o(a):
a) Distrito
b) Estado
c) Macrorregião
d) Mesorregião
e) Município

ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 351


2. (Fuvest) Após o Tratado de Tordesilhas (1494), por 3. (UFPR-modificada) Há uma gama de opções dife-
meio do qual Portugal e Espanha dividiram as terras rentes para a organização institucional dos Estados,
emersas com uma linha imaginária, verifica-se um desenvolvida em função das particularidades histó-
“descobrimento gradual” do atual território brasi- ricas e geográficas de cada país. Sobre o tema, con-
leiro. sidere as seguintes afirmativas:

Tendo em vista o processo da formação territorial ( ) Nos estados unitários, as leis fundamentais
do País, considere as ocorrências e as representa- são estabelecidas pela constituição nacional,
ções abaixo: inexistindo constituições próprias das unida-
des político-administrativas.
Ocorrências:
( ) Nos estados federais, o presidencialismo é ne-
I. Tratado de Madrid (1750); cessário para preservar a unidade do território
II. Tratado de Petrópolis (1903); nacional.
III. Constituição da República Federativa do Brasil
(1988) / consolidação da atual divisão dos Esta-
dos. ( ) A característica fundamental do presidencia-
lismo é a concentração das funções de chefe
Representações: de estado e chefe de governo no cargo de pre-
sidente.
( ) A divisão do território em grandes regiões de
planejamento é a característica definidora do
sistema federativo.

4. (SANTA CASA 2019) De acordo com certas estimati-


vas, os lares mexicanos consagram cerca de 14% de
seus salários para satisfazer as exigências de funci-
onários corruptos – número que sobe para 33% nas
famílias que recebem um salário mínimo. Do lado
das empresas, mais de um terço declara ter pago
pro- pina para obter um contrato público e 36,7%
para obter uma simples ligação de água corrente.
(Renaud Lambert. “México: a tentação de ter esperança”. Le monde diplomati-
que Brasil, junho de 2018.)

Os dados estatísticos apresentados pelo texto:


a) são particulares à corrupção de regimes políti-
cos de partidos únicos.
b) relacionam a corrupção à natureza dos regimes
democráticos.
Associe a ocorrência com sua correta representa- c) vinculam a corrupção aos baixos salários dos
ção: funcionários públicos.
d) revelam o esforço dos governos latino-america-
I II III nos em combater a corrupção.
a) A C E e) mostram os efeitos socioeconômicos da cor-
b) B C E rupção do Estado.

c) C B E
d) A B D
e) C A D

352 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES


3. OS PODERES DA REPÚBLICA
LEITURA Os três Poderes que dirigem a República podem ser
classificados da seguinte forma:
1. O TERRITÓRIO BRASILEIRO Poder Legislativo: exercido pelo Congresso Nacio-
Território é um importante conceito da Geografia nal, composto pela Câmara dos Deputados e pelo
que compreende uma parcela delimitada da super- Senado Federal;
fície terrestre em que se estabelecem relações de
poder. O território brasileiro é vasto e o país se en- Poder Executivo: exercido pelo Presidente da Re-
contra entre os de maior dimensão no planeta, con- pública, auxiliado pelos Ministros de Estado;
forme podemos observar na tabela a seguir: Poder Judiciário: composto por: Supremo Tribunal
Países Área (km )2 Federal, Conselho Nacional de Justiça, Superior Tri-
bunal de Justiça, Tribunais Regionais Federais, Juí-
1. Rússia 17.098.200 zes Federais, Tribunais e Juízes do Trabalho, Tribu-
2. Canadá 9.984.670 nais e Juízes Eleitorais, Tribunais e Juízes Militares,
3. China 9.572.900 Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal
e Territórios.
4. Estados Unidos 9.525.067
5. Brasil 8.515.767 As funções de cada um dos três poderes pode ser
melhor entendida com o infográfico retirado da pá-
6. Austrália 7.692.202 gina Facebook do Senado Federal:
7. Índia 3.166.391
8. Argentina 2.780.400
9. Cazaquistão 2.724.900
10. Argélia 2.381.741
Fonte: Britannica

A maior parte dos países representados na tabela


se constituem como Estados Federados, ou seja,
são administrativamente subdivididos em unidades
menores e autônomas, como Estados, Províncias ou
Regiões. São os casos de Rússia (também conhecida
como Federação Russa), Canadá, Estados Unidos,
Brasil, Austrália, Índia e Argentina.

2. A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA DO BRASIL


A República Federativa do Brasil possui as seguintes
características:
Forma de Governo: República
Forma de Estado: Federação
Forma de Poder: Democracia
Sistema de Governo: Presidencialismo
Em termos territoriais, podemos dizer que a RFB é
composta pela União de 26 Estados, 5569 Municí-
pios e um Distrito Federal, sendo o termo “União”
ligado ao poder central exercido por Brasília. A or-
ganização republicana e federativa do Brasil pro-
vém de 1889 e vem sendo modificada a cada nova
edição da Constituição Federal. Os períodos consi-
derados mais autoritários da história do país se vin-
culam aos momentos de maior centralização do po-
der federal.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 353
4. OS ENTES FEDERATIVOS PARA SABER MAIS
A atual Constituição, de 1988, também define quais A Fundação Alexandre de Gusmão conta com uma loja
são as atribuições de cada um dos chamados entes virtual com vários títulos importantes e bastante inte-
federativos, sendo que cabe à União as matérias de ressantes, sendo que praticamente todos os títulos po-
interesse nacional, aos estados às matérias de inte- dem ser baixados gratuitamente no website
resse regional e aos municípios àquelas de interesse www.funag.gov.br/loja
local. Sugerimos a observação dos manuais do candidato à
Os estados federados possuem um determinado carreira diplomática. Grande parte do que é tratado
grau de autonomia dentro da União e são represen- nesta aula está contido no Manual de Noções de Direito
tados na administração federal através da ocupa- e de Direito Internacional, especialmente nos capítulos
ção dos Poderes da República, especialmente com 6, 7, 8 e 9.
relação ao legislativo, onde contam com Deputados
Federais e Senadores (São Paulo, por exemplo, é re-
presentado por 70 Deputados e 3 Senadores).
Uma questão importante a se discutir sobre a fede-
ração brasileira é a distribuição dos recursos finan-
ceiros recolhidos dos contribuintes. Existe um con-
senso entre os especialistas de que a União concen-
tra muitos tributos em detrimento aos demais en-
tes, fato que pode ser comprovado ao se observar
como se distribui a carga tributária brasileira, e que
indica o poder do governo central sobre os entes lo-
cais.
BRASIL: ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS POR ENTE
FEDERATIVO – 2017

Entidade Milhões de % da arre-


% do PIB
Federativa reais cadação
União 1.447.106 68,02 22,06
Estados 547.073 25,72 8,34
Municípios 133.189 6,26 2,03
Total 2.127.369 100 32,43
Fonte: Receita Federal do Brasil – Carga Tributária no Brasil, 2017

5. CIDADANIA
Na Constituição Federal de 1988 estão indicados os
mecanismos que organizam o Estado Brasileiro,
além de estarem definidos os direitos e as garantias
daqueles que habitam o país. Tais direitos podem
ser classificados da seguinte forma:
Direitos Individuais ou Coletivos: englobam a invi-
olabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade;
Direitos Sociais: ligados à educação, à saúde, à ali-
mentação, ao trabalho, à moradia, ao lazer, à segu-
rança, à previdência social, à proteção à materni-
dade e à infância, à assistência aos desamparados;
Direitos Políticos: ligados à manutenção da sobera-
nia popular exercida através do voto direto, secreto
e de igual valor para todos.
354 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES
c) Gerou uma malha rodoviária, que dela parte e
TAREFA MÍNIMA que permitiu a melhor integração das diversas
regiões brasileiras e do conjunto do território
nacional.
1. (UTFPR 2016) Baseando-se no mapa do Brasil a se-
guir, e com os seus conhecimentos sobre as formas d) Valorizou espaços como os do sul de Goiás, Tri-
de orientação no espaço, assinale a única alterna- ângulo Mineiro, leste de Mato Grosso, que de-
tiva correta. senvolveram suas cidades e sua produção.
e) Facilitou, a longo prazo, a ocupação agrícola das
áreas dos cerrados, hoje um dos novos espaços
incorporados a uma agricultura mais moderna.

3. (UERJ - modificada) Em 1940, o Brasil contava com


1.574 municípios distribuídos em 21 estados, en-
quanto que, no ano 2000, eram 5.507 municípios
dentro de 26 estados.
A mudança verificada na malha municipal do Brasil,
no período entre 1940 e 2000, é resultado das par-
ticularidades do processo de ocupação do território
nacional e das alterações na organização política do
país. A alternativa que contém duas causas que le-
varam a essa mudança é:
a) urbanização litorânea - transferência para os
estados do poder de instituição de municípios
durante o regime militar
b) modernização do campo - prioridade para os
governos municipais na repartição da receita
tributária desde a década de 1960
a) A noroeste do Paraná encontram-se os estados c) industrialização desconcentrada - alteração do
de São Paulo e Rio. critério para criação de novos municípios a par-
b) O Sol nasce antes nos estados situados a oeste tir do segundo governo Vargas
do Distrito Federal. d) interiorização do povoamento - flexibilização
c) O estado da Bahia está situado a sudeste do es- dos parâmetros legais para a emancipação mu-
tado de Pernambuco. nicipal após a Constituição de 1988
d) O estado do Acre está situado na região mais
oriental (leste) do Brasil. 4. (Enem)
e) Os estados com maior extensão estão a oeste
da Região Nordeste.

2. (CESGRANRIO) A criação de Brasília, na década de


60, representa uma ação que teve fortes conse-
qüências na organização do espaço brasileiro. Assi-
nale a afirmativa que não corresponde a este fato.
a) Colocou em pleno Planalto Central uma cidade,
hoje com cerca de 1,5 milhões de habitantes,
de alto poder de consumo, ampliando o mer-
cado regional.
b) Permitiu melhor planejamento econômico das
diversas regiões brasileiras, feito de acordo
com as peculiaridades de cada área (Sudene,
Sudam - por exemplo).
ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 355
A discussão levantada na charge, publicada logo 6. (UEL 2017) Leia o texto a seguir.
após a promulgação da Constituição de 1988, faz re-
ferência ao seguinte conjunto de direitos: Uma parte considerável dos novos ativistas já com-
pareceu a protestos e a encontros presenciais, mas
a) Civis, como o direito à vida, à liberdade de ex-
há muitos que se manifestam exclusivamente na In-
pressão e à propriedade.
ternet sob a forma de textos, hashtags e vídeos. E o
b) Sociais, como direito à educação, ao trabalho e volume de informação produzido por eles sinaliza a
à proteção à maternidade e à infância. centralidade que a política assumiu no dia a dia dos
c) Difusos, como direito à paz, ao desenvolvi- brasileiros.
mento sustentável e ao meio ambiente saudá- (Adaptado de: CIRNE, S. Somos todos ativistas. Galileu. abr. 2016. p.41.)
vel.
d) Coletivos, como direito à organização sindical, As formas de ativismo on-line e off-line, no Brasil,
à participação partidária e à expressão religi- demonstram a emergência, na sociedade civil, de
osa. novos atores políticos, que se articulam por meio
e) Políticos, como o direito de votar e ser votado, de ações coletivas em rede.
à soberania popular e à participação democrá- Com base no texto e nos conhecimentos sobre as
tica. recentes formas de mobilização dos atores da soci-
edade civil, assinale a alternativa correta.
5. (UFPR) Para se compreender a divisão do território a) As ações coletivas em rede podem ser compa-
radas aos movimentos sindicais brasileiros da
brasileiro em estados e, consequentemente, a exis-
década de 1970, por adotarem práticas de or-
tência dos estados federados e a desigualdade de
seu desenvolvimento, torna-se necessário compre- ganização e de mobilização em defesa da esfera
ender também o processo de transformação do es- privada contra a opressão estatal.
paço brasileiro em território, o processo de povoa- b) As manifestações políticas organizadas em re-
mento, as motivações que o provocaram e os per- des de movimentos caracterizam-se pela parti-
calços encontrados durante cinco séculos de povoa- cipação de diversos grupos e de múltiplos ato-
mento. res imersos na vida cotidiana, com militância
parcial e efêmera.
(Fonte: ANDRADE, M. C. de. A Federação brasileira – uma análise geopolítica e
geossocial. São Paulo: Contexto, 1999.) c) O atual ativismo político no Brasil, a exemplo do
mundo, mobiliza entidades e organizações ide-
Com base nesse texto, assinale a alternativa cor- ologicamente unificadas e com práticas co-
reta. muns no mercado, a fim de obter vantagens co-
a) Mesmo após cinco séculos de ocupação e povo- letivas trabalhistas e salariais.
amento, a divisão dos estados brasileiros e sua d) O ciberativismo, na contemporaneidade, en-
configuração atual resultam da implantação
volve, como no passado, a mobilização das
das capitanias hereditárias.
grandes classes e a afirmação do movimento
b) As motivações para o povoamento do território operário como principal protagonista das trans-
estiveram ligadas à existência dos estados fede- formações socioeconômicas.
rados e à desigualdade de desenvolvimento e) Os sujeitos dos movimentos favoráveis às polí-
existente entre eles. ticas neoliberais, na atualidade brasileira, orga-
c) Alguns estados brasileiros têm maior popula- nizam-se em rede para a defesa da intervenção
ção e são considerados mais desenvolvidos pela e da regulação da economia e das relações de
forma como ocorreu sua divisão. trabalho, pelo Estado.
d) A divisão do território brasileiro e suas caracte-
rísticas podem ser compreendidas pela forma
histórica como ocorreu a ocupação e o povoa-
mento do espaço.
e) A forma como foram criados os estados federa-
dos gerou um país com distribuição populacio-
nal e desenvolvimento desiguais.

356 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES


7. (UPF) Sobre a organização política e administrativa Uma diferença entre as manifestações populares na
do Brasil, assinale a alternativa correta. sociedade brasileira datadas do ano de 1968 e as
a) A partir da Constituição de 1988, o território ocorridas em junho de 2013 está associada hoje à
brasileiro é constituído por 26 estados, pelo vigência de:
Distrito Federal e pelo Território independente a) restrição ao voto
de Fernando de Noronha. b) estado de direito
b) Os municípios apresentam, necessariamente, c) soberania do legislativo
áreas urbanas e rurais e são as unidades políti-
cas de maior hierarquia na organização político- d) supremacia do executivo
administrativa do Brasil.
c) O Distrito Federal, que abriga a sede do go- 9. (UEM 2016) Considerando as eleições realizadas no
verno federal, fica no estado de Goiás e está di- Brasil em outubro de 2014, e ainda a forma de go-
vidido em 35 municípios. verno e o regime político vigentes no país, assinale
d) Conforme regulamentação da Constituição de a(s) alternativa(s) correta(s).
1988, a faixa de fronteira abrange uma área de 01) O Brasil é uma República Federativa Presidenci-
50 quilômetros de largura e está situada ao alista. O presidencialismo é uma forma de go-
longo das divisas entre os estados da federa- verno na qual representantes eleitos pelo povo
ção. Serviços, obras e explorações que ocorrem governam por tempo determinado.
nesse local são de competência dos governado- 02) O parlamentarismo, adotado no Brasil a partir
res dos estados. da promulgação da Constituição de 1988, atri-
e) O território brasileiro está organizado em cinco bui ao Presidente da República as funções de
macrorregiões com características semelhantes chefe de Estado e ao primeiro ministro as fun-
a partir de critérios definidos pelo IBGE, sendo ções de chefe de governo.
que, delas, a Norte é a mais extensa e menos 04) No Brasil, o presidente da República é eleito por
densamente povoada. voto direto para um período de quatro anos,
podendo ser reeleito para mais quatro. O
8. (UERJ) Em junho de 2013, várias manifestações mo- mesmo acontece com os governadores dos es-
bilizaram a população das capitais brasileiras. A fo- tados e os prefeitos dos municípios.
tografia mostra a ocupação da área externa do
08) O voto no Brasil é obrigatório para todos os ci-
Congresso Nacional por manifestantes:
dadãos, mesmo analfabetos, com idade entre
17 e 70 anos. É opcional para quem tem entre
15 e 16 anos, para as pessoas com mais de 70
anos e para quem tem alguma deficiência física.
16) O regime político brasileiro é a democracia, ca-
racterizada, entre outros aspectos, pela garan-
tia do direito de voto e pelo respeito aos direi-
tos individuais e coletivos. Apesar disso, a popu-
lação conheceu períodos de autoritarismo,
É inevitável a comparação com as grandes manifes- como o do Estado Novo (1937-1945) e o do re-
tações ocorridas anteriormente, como a Passeata gime militar (1964-1985).
dos Cem Mil, no Rio de Janeiro, em 1968. Se, nesta,
a extensão e o tipo de repressão policial aumenta-
ram o custo da participação e restringiram o escopo
da manifestação a um grupo mais restrito e especí-
fico de manifestantes, na de agora, 45 anos depois,
o uso de meios não letais de repressão baixou o
risco de danos e aumentou, por consequência, a
presença de uma gama mais ampla de setores da
sociedade. Uma coisa é bala de chumbo e o grito de
“abaixo a ditadura”; outra é bala de borracha e o
aviso de que o “pote de mágoa vazou”.
Marly Motta. Adaptado de noticias.uol.com.br

ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 357


10. (UEMA) Cidadania diz respeito a direitos e a deve-
res dos membros do Estado. É um termo polissê- TAREFA COMPLEMENTAR
mico, perceptível nos fragmentos da letra da mú-
sica “Pacato cidadão”.
1. (PUC-RS) Observe o mapa do Brasil abaixo:
Oh! Pacato cidadão!
Eu te chamei atenção
Não foi à toa, não
C’est fini la utopia
Mas a guerra todo dia
Dia a dia, não...
[...]
Pra que tanta TV
Tanto tempo pra perder
Qualquer coisa que se queira
Saber querer
Tudo bem, dissipação... Considerando as mudanças na divisão política do
[...] território brasileiro, as áreas identificadas com os
Pacato cidadão! números 1, 2 e 3 correspondem, respectivamente,
ao:
É o pacato da civilização
a) antigo território federal do Acre, ao antigo es-
Pacato cidadão!
tado do Pará e ao antigo estado do Tocantins.
É o pacato da civilização [...] b) antigo território federal de Roraima, ao atual
Samuel Rosa e Chico Amaral. “Pacato cidadão”. In: Calango, Skank. Brasil: SM estado de Goiás e ao atual estado do Mato
Publishing-Edições Musicais Ltda, 1994.
Grosso.
Estes fragmentos expressam a cidadania como um c) atual estado do Amapá, ao antigo território fe-
dos vários direitos civis, os quais têm seus sentidos deral de Rondônia e ao atual estado de Tocan-
e seus significados interpretados, de acordo com o tins.
contexto em que se aplica. d) atual estado de Rondônia, ao antigo estado do
Mato Grosso e ao atual estado de Goiás.
O conceito de Cidadania é:
e) atual estado de Roraima, ao antigo território fe-
a) identidades pessoal e civil que possibilitam o deral do Amapá e ao atual estado do Mato
autodesenvolvimento em relação ao mundo Grosso do Sul.
circundante.
b) processo humano e seus múltiplos valores que 2. (CTFSC) Sobre o território brasileiro, assinale a al-
permeiam o modo de vida característico de um ternativa correta:
determinado grupo social.
a) Possui um território federal: Fernando de Noro-
c) Status concedido àqueles que são membros in- nha.
tegrais de uma comunidade. Todos são iguais b) No Sudeste, destacam-se, principalmente, as
com respeito aos direitos e às obrigações perti- regiões metropolitanas de São Paulo (SP) e do
nentes ao status. Rio de Janeiro (RJ).
d) classe social que assegura direitos especiais a c) Apresenta vantagem econômica em relação ao
seus membros constituintes e não admite per- transporte marítimo, porque dispõe, no conti-
tencimento a qualquer outro indivíduo de outra nente americano, do maior litoral voltado para
estirpe. o Oceano Pacífico.
e) categoria política que expressa as singularida- d) As cidades de Recife (PE) e do Rio de Janeiro (RJ)
des de um determinado grupo social identifi- foram capitais federais antes de Brasília (DF).
cado a partir de seu nascimento. e) Após a criação do estado de Tocantins, em
1988, este foi anexado à Região Centro-Oeste.
358 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES
3. (UFF) O texto a seguir questiona o uso de uma ex- A dimensão política da transformação sugerida no
pressão que faz parte das representações geográfi- texto teve como condição necessária a:
cas do Brasil. a) ampliação da noção de cidadania.
Do Chuí ao Oiapoque b) reformulação de concepções religiosas.
Me desculpem a maneira de escrever quando se c) manutenção de ideologias conservadoras.
trata de situar geograficamente nosso país. Todo d) implantação de cotas nas listas partidárias.
mundo, em todos os cursos primários, quando quer e) alteração da composição étnica da população.
se referir ao Brasil todo, ou quando qualquer dema-
gogo em véspera de eleição quer bancar o patriota,
começa sua aula ou seu discurso assim: "Brasileiros, 5. (UNIOESTE) De acordo com o sociólogo inglês T. S.
com a mesma franqueza com que me habituei a fa- Marshall, a cidadania moderna se define em um
lar-vos do Oiapoque ao Chuí...". E o cara recomeça... longo processo histórico que envolve o reconheci-
"somos um todo". E por aí vai o negócio. De norte mento do cidadão como portador de Direitos Civis,
para sul. Direitos Políticos e Direitos Sociais. Com base nas
reflexões propostas por Marshall, é correto afirmar
Eu também, que não posso deixar de ser provinci- que
ano porque sou brasileiro e adoro meu país, tenho
a mania de inverter os pontos cardeais por puro pa- a) no Brasil, não existe cidadania porque o voto é
triotismo de bairro, de província. Ao contrário, ja- obrigatório.
mais falei ou falarei do Oiapoque ao Chuí. Morro di- b) cidadania é algo que só existe na Europa e nos
zendo: do Chuí ao Oiapoque. Paciência. Como nasci Estados Unidos da América.
no Rio Grande, é ali que eu acho que começa o Bra- c) a liberdade e a participação política dos cida-
sil. dãos são fundamentais para a contínua geração
Adaptado de João Saldanha, "Vida que Segue", Nova Fronteira, 2006, p. 118
de novos direitos.
(publicado originalmente em "O Globo", 17/03/1970).
d) a conquista de direitos de cidadania no Brasil
Tendo em vista o questionamento apresentado, as- foi um processo que se encerrou com a promul-
sinale a opção que melhor explica a atitude do au- gação da Constituição em 1988.
tor ao inverter a consagrada expressão "Do Oiapo- e) a cidadania no Brasil foi imposta por Getúlio
que ao Chuí". Vargas durante a vigência do Estado Novo.
a) Preocupação em corrigir os pontos extremos do
País 6. (UFG) O Estado exerce um papel jurídico-político na
b) Precariedade de conhecimento geográfico do organização territorial da sociedade. Uma das for-
Brasil mas dessa organização é realizada por meio da divi-
c) Manifestação de uma identidade regional são administrativa do território nacional. A divisão
administrativa do território brasileiro, promovida
d) Inconformismo quanto à vulgarização da lingua-
pela Constituição Federal de 1988, culminou na
gem geográfica
a) criação de novos municípios nas regiões Sudeste
e) Reação política contra o uso patriótico do dis-
e Sul.
curso geográfico
b) extinção dos territórios federais e na criação dos
estados do Amapá, de Roraima e do Tocantins.
4. (Enem) Tenho 44 anos e presenciei uma transfor-
c) elevação dos distritos municipais à categoria de
mação impressionante na condição de homens e
municípios.
mulheres gays nos Estados Unidos. Quando nasci,
relações homossexuais eram ilegais em todos os Es- d) extinção da Região Leste e na criação das regi-
tados Unidos, menos Illinois. Gays e lésbicas não po- ões Sudeste e Nordeste.
diam trabalhar no governo federal. Não havia ne- e) redefinição das regiões Sudeste e Sul com a in-
nhum político abertamente gay. Alguns homossexu- corporação do estado de São Paulo à Região Su-
ais não assumidos ocupavam posições de poder, deste.
mas a tendência era eles tornarem as coisas ainda
piores para seus semelhantes.
ROSS, A. “Na máquina do tempo”. Época, ed. 766, 28 jan. 2013.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 359


7. (Fuvest) O Brasil é uma República Federativa que c) Instituir as regiões metropolitanas, as aglome-
apresenta muitas desigualdades regionais. Con- rações urbanas e as microrregiões administrati-
frontando-se dois aspectos – a igualdade jurídica vas constituídas por agrupamentos de municí-
entre os Estados-membros e as disparidades eco- pios limítrofes.
nômicas entre as regiões – pode-se afirmar que: d) Organizar e prestar, diretamente ou sob regime
a) o desequilíbrio econômico regional vem sendo, de concessão ou permissão, serviços públicos
ao menos parcialmente, atenuado pelo menor de interesse local, incluído o transporte cole-
número de representantes do Sudeste no Con- tivo.
gresso Nacional, em comparação aos do Norte
e Nordeste.
10. (UEPG) Sobre a Capital Federal do Brasil, assinale o
b) a região Norte é a menos representada no Con- que for correto.
gresso Nacional, fato notável principalmente
no Senado, derivando daí uma situação de de- 01) Brasília está localizada na Região Centro-Oeste
sigualdade perante as demais regiões. do Brasil e aí, nessa cidade, estão estabelecidos
os três poderes da União: Executivo, Legislativo
c) a região Sul goza de ampla maioria de represen-
e Judiciário.
tação no Congresso Nacional, o que lhe tem
permitido obter vantagens na redistribuição 02) O Distrito Federal, além da Capital, contém ou-
dos repasses federais. tras cidades satélites de Brasília como: Gama,
d) o princípio da igualdade, garantido pelo nú- Brazlândia, Planaltina, Samambaia, Guará, den-
mero fixo de senadores por Estado, permite tre outras.
uma distribuição equilibrada dos repasses fede- 04) Brasília foi uma cidade planejada e tem pouco
rais, entre as diferentes regiões do país. mais de 50 anos de existência, tendo sido inau-
e) os Estados nordestinos, apesar de sua pouca re- gurada em 21 de abril de 1960.
presentatividade no Congresso, vêm assu- 08) Antes de Brasília, o Brasil teve Salvador e Rio de
mindo liderança na definição das políticas mo- Janeiro como capitais federais.
netária e cambial no país. 16) Brasília foi construída a partir de um plano pi-
loto e os trabalhadores imigrantes que a cons-
8. (UPE) A República Federativa do Brasil constitui-se truíram eram chamados de candangos.
em Estado Democrático de Direito e tem como Fun-
damentos todos os que são mencionados a seguir,
11. (UFG) O Estado exerce um papel jurídico-político na
exceto:
organização territorial da sociedade. Uma das for-
a) o pluralismo político.
mas dessa organização é realizada por meio da divi-
b) o direito de greve em empresas públicas. são administrativa do território nacional. A divisão
c) a soberania. administrativa do território brasileiro, promovida
d) os valores sociais do trabalho e da livre inicia- pela Constituição Federal de 1988, culminou na
tiva.
a) criação de novos municípios nas regiões Su-
e) a dignidade da pessoa humana.
deste e Sul.
b) extinção dos territórios federais e na criação
9. (Unicamp 2016) A Constituição Federal promulgada
dos estados do Amapá, de Roraima e do Tocan-
em 1988 define que a República Federativa Brasi-
tins.
leira compreende a União, os Estados Federados, o
Distrito Federal e os municípios, todos autônomos. c) elevação dos distritos municipais à categoria de
municípios.
Das alternativas a seguir, aponte aquela que apre-
d) extinção da Região Leste e na criação das regi-
senta corretamente atribuições que são de compe-
ões Sudeste e Nordeste.
tência exclusiva da União.
a) Promover o adequado ordenamento territorial, e) redefinição das regiões Sudeste e Sul com a in-
mediante planejamento e controle do uso, do corporação do estado de São Paulo à Região Su-
parcelamento e da ocupação do solo urbano. deste.
b) Explorar os serviços e instalações nucleares e
exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a
lavra e o enriquecimento de minérios nuclea-
res.
360 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES
12. (UFPR) Na Constituição do Brasil, consta que o país 15. (Unicamp) O golpe civil-militar de 1964 completou
adota o regime republicano, com a organização po- 50 anos e motivou novas interpretações a fim de
lítica baseada no federalismo. Defina o que é uma melhor se compreender suas repercussões na soci-
Federação e como é o ordenamento federativo do edade brasileira. Uma dessas repercussões diz res-
Estado brasileiro. peito ao tolhimento da cidadania que dele resultou
e à restituição e alargamento dessa cidadania. Só o
exercício pleno da cidadania pode resultar na aqui-
13. (UERJ) Considere a hipótese de que todos os novos
sição de outros direitos. Por isso, a cidadania está
estados indicados no mapa acima sejam criados,
sempre em construção, mesmo hoje, depois da
sem que haja alteração nas regras de representação
“Constituição Cidadã” de 1988. A cidadania possui,
de deputados e senadores por unidade federativa.
pelo menos, três dimensões: os direitos civis, os di-
Explique o que ocorreria com o número de deputa-
reitos políticos e os direitos sociais.
dos federais e de senadores no Congresso Brasi-
leiro. a) Diferencie direitos civis e direitos políticos.
b) Em junho de 2013 assistimos, em todo o Brasil,
a manifestações sociais que tiveram como esto-
pim o aumento da tarifa de transporte público.
Além do transporte público, indique outros dois
direitos sociais e explique porque o exercício da
cidadania não pode ser praticado se um dos
três direitos não for observado.

16. (Unicamp) É interessante notar que o Brasil “pa-


dece” de quase todas as “patologias” institucionais
identificadas como fatores responsáveis pela eleva-
ção do custo de governar: tem um sistema presiden-
cialista; é uma federação; possui regras eleitorais
que combinam um sistema de lista aberta com re-
presentação proporcional; tem um sistema multi-
partidário com partidos políticos considerados dé-
beis na arena eleitoral; e tem sido governado por
uma ampla coalizão no Congresso.
(Adaptado de Carlos Pereira e Bernardo Mueller, “Comportamento estratégico
em presidencialismo de coalizão: as relações entre o Executivo e Legislativo na
elaboração do orçamento brasileiro”. Dados – Revista de Ciências Sociais. Rio de
Janeiro, 2002, v. 45, n. 2, p. 2.)

a) O Congresso Nacional no Brasil é formado pelo


14. (UFPR) No livro O fim do Estado-nação, de Kenichi Senado Federal e pela Câmara dos Deputados,
Ohmae, a existência do Estado-nação é questio- exercendo as funções de legislar e fiscalizar.
nada. Entretanto, ainda se observa que muitos po- Qual a diferença básica, no sistema bicameral,
vos reivindicam a criação de um Estado para si, entre o Senado Federal e a Câmara de Deputa-
como é o caso dos palestinos e dos curdos. Carac- dos?
terize o que é um Estado e por que os povos buscam
b) Qual a diferença entre Estado e governo?
criá-lo.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 361


3 POPULAÇÃO BRASILEIRA

INTRODUÇÃO

A população deve ser analisada além de suas caracterís-


ticas DEMOGRÁFICAS, ou seja, além de números e es-
tatísticas. É importante entender a formação da atual
sociedade brasileira, destacando as MIGRAÇÕES e as
POPULAÇÕES TRADICIONAIS do país.

ANOTAÇÕES

362 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES


EXERCÍCIOS

1. (UFRGS 2018) Observe o mapa abaixo.

O conjunto de áreas e pontos, destacados no mapa,


indica:
a) terras indígenas demarcadas.
b) terras de remanescentes quilombolas.
c) áreas de extração de minérios.
d) áreas de grande pluviosidade.
e) áreas destinadas à agropecuária.

2. (UERJ 2018) Convenção ratificada pelo Brasil em


2004
Aplica-se aos povos tribais em países independen-
tes, cujas condições culturais, sociais e econômicas
os distingam de outros setores da coletividade naci-
onal, e que estejam regidos, total ou parcialmente,
por seus próprios costumes ou tradições; aos povos
em países independentes, considerados indígenas
pelo fato de descenderem de populações que habi-
tavam o país ou uma região geográfica na época da
conquista ou da colonização. A consciência de sua
identidade indígena ou tribal deverá ser conside-
rada como critério fundamental para determinar os
grupos aos que se aplicam as disposições da pre-
sente Convenção.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 1989. Adaptado de pla-
nalto.gov.br.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 363


a) da Lei de Cotas em II, com o controle sobre a
entrada de estrangeiros, para evitar o aumento
do desemprego no país.
b) da Primeira Guerra Mundial em III, com o desin-
teresse pelo país devido à oposição à Tríplice
Aliança.
c) das leis de redução e abolição da escravatura
em I, com o incentivo à vinda de imigrantes
para compor a mão de obra nas fazendas cafe-
eiras.
d) da Segunda Guerra Mundial em IV, com a inter-
rupção no fluxo de imigrantes alemães a partir
da adesão brasileira ao Eixo.
e) do regime militar em V, com o combate à en-
trada de latino-americanos, em prol da euro-
peização da sociedade brasileira.

4. (Fuvest)
A partir do exposto no texto, a mudança nos dados
demográficos apresentados no gráfico entre 2000 e
2010 está associada à seguinte atitude:
a) promoção da permanência de grupos nativos
nas áreas de reserva
b) adoção da autodeclaração como critério de
pertencimento étnico
c) aprimoramento do controle jurídico nos pro-
cessos de demarcação de terras
d) ampliação do processo de preservação das tra-
dições das comunidades da floresta

3. (Unesp 2019) Na análise dos movimentos mi- a) O que são as Terras de Negros no Brasil?
gratórios ao Brasil, o gráfico expressa os impactos

b) Explique sua distribuição geográfica no país.

364 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES


5. (Fuvest 2015)
LEITURA

1. A MATRIZ DA POPULAÇÃO
1.1. Os Indígenas
Estima-se em 1 milhão de habitantes a população in-
dígena no início do momento da instalação dos colo-
nizadores portugueses no Brasil, contingente este
que chegou a mais de 2,5 milhões no decorrer do Sé-
culo XVI, mas que decaiu a longo dos séculos seguin-
tes num processo que pode ser descrito como “des-
povoamento”.
Com base nos números apresentados na tabela Os últimos dados dos censos demográficos do IBGE
acima, identifique e explique o fator determinante indicam que a população indígena teve um grande
para o aumento populacional registrado entre: acréscimo nas duas últimas décadas, passando de
294 mil indivíduos, em 1991, para 817 mil indivíduos,
a) 1700 e 1770.
em 2010.
b) 1920 e 1970.
1.2. Os Portugueses
Os portugueses compõem o principal grupo de imi-
grantes que se dirigiram para o Brasil ao longo da his-
tória, porém, seu fluxo foi bastante irregular no de-
correr dos anos. Entre os Séculos XVI e XVII, cerca de
700 mil portugueses emigraram para outras regiões
do Império Português, sendo que apenas 100 mil
destes se direcionaram para a América Portuguesa.
Nos sessenta anos seguintes (de 1701 a 1760), o
fluxo de lusitanos para o Brasil aumentou considera-
velmente, chegando a 600 mil imigrantes, motivados
pela economia da mineração que se desenvolvia na-
quele período.
Um novo impulso à imigração para o Brasil ocorre
entre 1850 e 1930, quando mais de 1 milhão de por-
tugueses ingressam no país, naquilo o que se con-
vencionou chamar de período da “imigração de
massa”.
1.3. Os Africanos
Acredita-se que, entre os Séculos XVI e XIX, 12 mi-
lhões de homens mulheres e crianças foram retira-
dos do continente africano a partir de um tráfico in-
ter-oceânico de mão-de-obra destinada à escravi-
dão. Coube ao Brasil ser o destino de mais de um
terço deste contingente e, assim, se tornar o princi-
pal “importador“ de mão-de-obra escrava das Amé-
ricas.
Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro
concentravam mais de 70% da população escrava do
país em 1864, quando a soma total dessa população
era de 1,7 milhão de pessoas e constituía uma par-
cela bastante considerável dentre os aproximada-
mente 9 milhões de brasileiros que habitavam o país
naquele momento.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 365
2. AS MIGRAÇÕES O extrativismo é a principal atividade que desempe-
nham essas populações. Existem como povos indí-
2.1. Migrações Externas genas, seringueiros, quilombolas, varjeiros, ribeiri-
Alguns momentos são importantes para explicar as nhos, babaçueiros, quebradeiras de côco, casta-
grandes ondas imigratórias que se dirigiram ao Bra- nheiros, faxinalenses, marisqueiros, caiçaras, pan-
sil a partir do Século XIX: a Independência do Brasil taneiros, entre outros.
(1822); a expansão da cultura cafeeira (1850-1930)
e a intensificação da urbanização (a partir do início
4. COR DE PELE OU RAÇA DA POPULAÇÃO
do Século XX).
O IBGE classifica a população brasileira em suas pes-
O primeiro momento se relaciona à busca de uma
quisas utilizando o conceito de cor ou raça que seria
construção de identidade nacional e afastamento
“característica declarada pelas pessoas de acordo
da influência portuguesa buscando um novo mo-
com as seguintes opções: branca, preta, amarela,
delo econômico, em regiões mais remotas (princi-
parda ou indígena”.
palmente no sul do país), baseado em pequenas
propriedades, aliado a um ideal racista de “embran- Brasil: Populaçăo residente, por cor ou raça
quecimento da população”.
O desenvolvimento da cafeicultura traz a imigração Cor de pele 1991 2010
em massa, especialmente de italianos e japoneses ou raça População % População %
para o Estado de São Paulo.
Branca 75.704.923 51,6 91.051.646 47,7
A urbanização por sua vez, diversifica bastante a
Preta 7.335.139 5,0 14.517.961 7,6
imigração para o Brasil, pois algumas cidades brasi-
leiras recebem importantes grupos de portugueses, Parda 62.316.060 42,4 82.277.333 43,1
espanhóis, árabes, judeus, japoneses, entre outros. Amarela 630.659 0,4 2.084.288 1,1
Indígena 294.131 0,2 817.963 0,4
2.2. Migrações Internas
Sem
As principais migrações dentro do território brasi- 526.870 0,4 6.608 0,0
declaração
leiro variam de acordo com o momento histórico e
podem ser explicadas principalmente por motiva- Total 146.828.788 100 190.755.799 100
ções econômicas. O principal tipo de migração que
ocorre no país até a década de 1980 é de tipo rural- PARA SABER MAIS
urbano e de longa distância. Grandes reservatórios
O tópico “Índios no Brasil / Quem são” do website da
de mão-de-obra, tais quais Minas Gerais e o Nor-
Funai (Fundação Nacional do Índio) é uma importante
deste fornecem um grande número de trabalhado-
fonte de informações sobre os indígenas brasileiros
res para as regiões mais dinâmicas do Sudeste, em
(http://goo.gl/VT37Ro). O IBGE também possui um web-
especial São Paulo.
site temático sobre indígenas que conta com muitos da-
A partir dos anos 1980, a migração de longas distân- dos numéricos e principalmente territoriais que também
cias perde parte de sua importância e os movimen- podem ser úteis (http://indigenas.ibge.gov.br).
tos migratórios passam a ser cada vez mais regio-
Consulte alguns termos relacionados à escravidão e à
nais, com destaque para o maior crescimento de ca-
abolição na obra “Vocabulário Controlado sobre escra-
pitais e centros regionais, em detrimento das gran-
vidão, abolição e pós-abolição: a representação dos con-
des metrópoles.
ceitos” de Isabel Cristina Borges de Oliveira, vinculada
`Fundação Casa de Rui Barbosa. Disponível em:
3. AS POPULAÇÕES TRADICIONAIS http://goo.gl/Nf2Aow
As populações tradicionais são aquelas que se esta-
beleceram em regiões geralmente mais remotas e
cuja cuja relação econômica com o ambiente natu-
ral é bastante intensa. Assim se estabelece um forte
componente de identidade cultural com o espaço
em que se inserem, incluindo práticas conservacio-
nistas.

366 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES


Essa diretriz paulista era parte integrante da política
TAREFA MÍNIMA nacional da época que visava à garantia da:
a) oferta de mão de obra para a cafeicultura
1. (UFRGS) Nos últimos tempos, o Brasil tem sido es- b) ampliação dos núcleos urbanos no interior
colhido como destino de emigrantes africanos de c) continuidade do processo de reforma agrária
diversos países. Segundo dados da Polícia Federal, d) expansão dos limites territoriais da federação
viviam, em 2000, no Brasil, 1.054 africanos regula-
rizados de 38 nacionalidades, mas o número saltou,
em 12 anos, para 31.866 cidadãos legalizados, pro- 3. (Fatec 2016) O Brasil vem recebendo uma quanti-
venientes de 48 das 54 nações do continente. dade significativa de imigrantes haitianos à procura
de trabalho e de melhores condições de vida. A en-
Considere as afirmações abaixo, sobre esse fluxo
trada de haitianos cresceu bastante depois do ter-
migratório crescente.
remoto que devastou o Haiti, em 2010.
I. A imagem de nação emergente no cenário in-
ternacional levou o Brasil a ser visto pelos afri- A principal porta de entrada desses imigrantes no
canos como um destino mais atraente, com Brasil é a cidade de:
maior oferta de empregos e possibilidade de a) Belém, no Pará, uma vez que a maioria desses
melhoria de renda. imigrantes faz o percurso por via marítima.
II. Uma parcela dos imigrantes que recentemente b) Assis Brasil, no Acre, pois grande parte dos imi-
chegou ao país apresenta formação educacio- grantes haitianos segue uma rota pelo Peru
nal e profissional qualificada e é economica- para chegar ao território brasileiro.
mente ativa.
c) Santos, em São Paulo, em razão de ter o maior
III. A recente epidemia do vírus ebola nos países da porto do mundo e apresentar facilidades para a
África ocidental gerou a saída de um número entrada clandestina de imigrantes.
expressivo de africanos.
d) Natal, no Rio Grande do Norte, haja vista que,
Quais estão corretas? cartograficamente, essa é a cidade brasileira
mais próxima da América Central Insular.
a) Apenas I.
e) Foz do Iguaçu, no Paraná, onde, em função da
b) Apenas II.
grande quantidade de turistas, os imigrantes
c) Apenas III. têm maiores facilidades de ultrapassar a fron-
d) Apenas I e II. teira.
e) I, II e III.
4. (UEL 2017) Os movimentos migratórios existentes
2. (UERJ) A restituição da passagem no Brasil, a partir de 2001, mostram que 41% dos
As famílias chegadas a Santos com passagens de 3ª habitantes do país não eram naturais do município
classe, tendo pelo menos 3 pessoas de 12 a 45 anos, de residência e cerca de 16% deles não eram proce-
sendo agricultores e destinando-se à lavoura do es- dentes da Unidade Federativa em que moravam.
tado de São Paulo, como colonos nas fazendas ou Considerando a realidade exposta, assinale a alter-
estabelecendo-se por conta própria em terras ad- nativa que apresenta, corretamente, motivos que
quiridas ou arrendadas de particulares ou do go- estimularam fluxos migratórios nesse período.
verno, fora dos subúrbios da cidade, podem obter a a) A ausência de ciclos econômicos e de investi-
restituição da quantia que tiverem pago por suas mentos produtivos, públicos ou privados.
passagens. b) A contínua e crescente desintegração dos espa-
Adaptado de O immigrante, nº 1, janeiro de 1908 ços urbanos e rurais.
c) A migração pendular, que provoca um estado
A publicação da revista O immigrante fazia parte
de crise permanente de repulsão da população.
das ações do governo de São Paulo que tinham
como objetivo estimular, no final do século XIX e iní- d) A saída do campo para a cidade devido às pre-
cio do XX, a ida de imigrantes para o estado. Para cárias condições de trabalho lá existentes.
isso, ofereciam-se inclusive subsídios, como indica e) O desenvolvimento dos sistemas de transpor-
o texto. tes, energia e comunicações.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 367


5. (Fuvest 2016) Observe os mapas. 7. (Enem) O Projeto Nova Cartografia Social da Ama-
zônia ensina indígenas, quilombolas e outros gru-
pos tradicionais a empregar o GPS e técnicas mo-
dernas de georreferenciamento para produzir ma-
pas artesanais, mas bastante precisos, de suas pró-
prias terras.
LOPES, R. J. O novo mapa da floresta. Folha de S. Paulo, 7 maio 201 (adaptado).

A existência de um projeto como o apresentado no


texto indica a importância da cartografia como ele-
mento promotor da:
a) expansão da fronteira agrícola.
b) remoção de populações nativas.
c) superação da condição de pobreza.
Dentre as seguintes alternativas, a única que apre-
senta a principal causa para o correspondente fluxo d) valorização de identidades coletivas.
migratório é: e) implantação de modernos projetos agroindus-
a) I: procura por postos de trabalho formais no se- triais.
tor primário.
b) II: necessidade de mão de obra rural, devido ao 8. (Enem 2014) Parecer CNE/CP nº 3/2004, que
avanço do cultivo do arroz. instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
c) III: necessidade de mão de obra no cultivo da Educação das Relações Étnico-Raciais e para o
soja no Ceará e em Pernambuco. Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
d) IV: procura por postos de trabalho no setor ae- Africana.
roespacial. Procura-se oferecer uma resposta, entre outras, na
e) V: migração de retorno. área da educação, à demanda da população
afrodescendente, no sentido de políticas de ações
6. (Udesc) Historicamente, as cidades de São Paulo e afirmativas. Propõe a divulgação e a produção de
do Rio de Janeiro atraíram muitos migrantes nor- conhecimentos, a formação de atitudes, posturas
destinos entre as décadas de 1950 e 1970. Sobre o que eduquem cidadãos orgulhosos de seu
processo migratório brasileiro, assinale a alterna- pertencimento étnico-racial — descendentes de
tiva correta. africanos, povos indígenas, descendentes de
europeus, de asiáticos — para interagirem na
a) A estrutura fundiária do sertão do nordeste,
construção de uma nação democrática, em que
onde predominam latifúndios para o cultivo da
soja, favorece a repulsão populacional. todos igualmente tenham seus direitos garantidos.
b) A inauguração de Brasília, em 1960, reverteu BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Disponível em: www.semesp.org.br.
Acesso em: 21 nov. 2013 (adaptado).
esse quadro migratório, fazendo a migração
para São Paulo e Rio de Janeiro entrar em A orientação adotada por esse parecer fundamenta
franco declínio nos anos seguintes. uma política pública e associa o princípio da
c) As crises econômicas ocorridas a partir da dé- inclusão social a:
cada de 1980 impactaram fortemente a região a) práticas de valorização identitária.
sudeste, reduzindo a oferta de empregos em b) medidas de compensação econômica.
suas metrópoles e, com isso, reduzindo o fluxo
de migrantes nordestinos para a região. c) dispositivos de liberdade de expressão.
d) Os imigrantes nordestinos ocuparam postos de d) triunfo da nação sobre os países africanos.
destaque na industrialização do sudeste, de- e) instrumentos de modernização jurídica.
vido à elevada qualificação e ao baixo custo de
sua mão de obra.
e) As fortes secas ocorridas no sertão nordestino,
no início da década de 1980, forçaram o re-
torno dos migrantes nordestinos às suas regi-
ões de origem.
368 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES
O texto a seguir está vinculado às questões 9 e 10. d) ao projeto de colonização de novos territórios
e de seus respectivos povos pelos portugueses
e à implantação de um empreendimento mer-
Surgimos da confluência, do entrechoque e do caldea- cantil, voltado a atender às demandas do mer-
mento do invasor português com índios silvícolas e cam- cado externo.
pineiros e com negros africanos, uns e outros aliciados
como escravos. Nessa confluência, que se dá sob a re- e) ao propósito de conquista de novos territórios
gência dos portugueses, matrizes raciais díspares, tradi- pelos europeus e à implantação de um modelo
ções culturais distintas, formações sociais defasadas se de desenvolvimento econômico autônomo,
enfrentam e se fundem para dar lugar a um povo novo. voltado a atender às demandas do mercado lo-
Novo porque surge como uma etnia nacional, que se vê cal.
a si mesma e é vista como uma gente nova, diferenciada
culturalmente de suas matrizes formadoras. Velho, po- 10. (Unesp) De acordo com Darcy Ribeiro, dois movi-
rém, porque se viabiliza como um proletariado externo, mentos caminharam concomitantemente ao longo
como um implante ultramarino da expansão europeia do processo de formação do povo brasileiro:
que não existe para si mesmo, mas para gerar lucros ex-
a) a produção de uma unidade étnica nacional e a
portáveis pelo exercício da função de provedor colonial
conformação de uma cultura nacional homogê-
de bens para o mercado mundial, através do desgaste
nea.
da população. Sua unidade étnica básica não significa,
porém, nenhuma uniformidade, mesmo porque atua- b) a produção de uma sociedade nacional multiét-
ram sobre ela forças diversificadoras: a ecológica, a eco- nica e a coexistência de culturas regionais em
nômica e a migração. Por essas vias se plasmaram his- extinção.
toricamente diversos modos rústicos de ser dos brasilei- c) a produção de uma sociedade nacional multiét-
ros: os sertanejos, os caboclos, os crioulos, os caipiras e nica e a conformação de culturas regionais
os gaúchos. Todos eles muito mais marcados pelo que transplantadas de outros países.
têm de comum como brasileiros, do que pelas diferen- d) a produção de uma unidade étnica nacional e a
ças devidas a adaptações regionais ou funcionais, ou de conformação de diversidades socioculturais re-
miscigenação e aculturação que emprestam fisionomia gionais.
própria a uma ou outra parcela da população. e) a produção de uma sociedade nacional multiét-
(Darcy Ribeiro. O povo brasileiro, 1995. Adaptado.)
nica e a coexistência de culturas regionais frag-
mentadas.

9. (Unesp) De acordo com o excerto, a gênese do povo


brasileiro está associada
a) ao propósito de ocupação de novos territórios
pelos portugueses e à implantação de um em-
preendimento de povoamento, voltado à cons-
trução de um mercado interno amplo e diversi-
ficado.
b) à conquista de novos territórios pelos povos
africanos, ameríndios e europeus e à implanta-
ção de um modelo de desenvolvimento econô-
mico autônomo, voltado a atender às deman-
das do mercado externo.
c) ao ímpeto pela descoberta de novos territórios
pelos povos ameríndios e africanos e à implan-
tação de um modelo de desenvolvimento social
e econômico de inspiração europeia, dirigido
ao progresso técnico e econômico nacional.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 369


Com base na tabela e em seus conhecimentos, está
TAREFA COMPLEMENTAR correto o que se afirma em:
a) Mato Grosso do Sul é o estado que concentra o
1. (Fuvest) A colonização, apesar de toda violência e maior número de indígenas no País, segundo o
disrupção, não excluiu processos de reconstrução e Censo Demográfico 2010, o que explica o per-
recriação cultural conduzidos pelos povos indíge- centual elevado de sua participação no número
nas. É um erro comum crer que a história da con- total de indígenas assassinados.
quista representa, para os índios, uma sucessão li- b) A quantidade de indígenas assassinados no País
near de perdas em vidas, terras e distintividade cul- diminuiu, principalmente, no Mato Grosso do
tural. A cultura xinguana – que aparecerá para a na- Sul, em função do maior número de homologa-
ção brasileira nos anos 1940 como símbolo de uma ções de terras indígenas, efetivadas por pressão
tradição estática, original e intocada – é, ao inverso, da bancada ruralista no Congresso Nacional.
o resultado de uma história de contatos e mudan- c) No Mato Grosso do Sul, a maior parte dos con-
ças, que tem início no século X d.C. e continua até flitos que envolvem indígenas está relacionada
hoje. com projetos de construção de grandes usinas
Carlos Fausto. Os índios antes do Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
hidrelétricas.
Com base no trecho acima, é correto afirmar que: d) O grande número de indígenas assassinados no
a) o processo colonizador europeu não foi vio- Mato Grosso do Sul explica-se pelo avanço da
lento como se costuma afirmar, já que ele pre- atividade de extração de ouro em terras indíge-
servou e até mesmo valorizou várias culturas nas.
indígenas. e) No período abrangido pela tabela, a participa-
b) várias culturas indígenas resistiram e sobrevive- ção do Mato Grosso do Sul no total de indígenas
ram, mesmo com alterações, ao processo colo- assassinados é muito alta, em consequência,
nizador europeu, como a xinguana. principalmente, de disputas envolvendo a
c) a cultura indígena, extinta graças ao processo posse da terra.
colonizador europeu, foi recriada de modo mi-
tológico no Brasil dos anos 1940.
d) a cultura xinguana, ao contrário de outras cul- 3. (Unicamp) O território brasileiro se caracteriza por
turas indígenas, não foi afetada pelo processo uma vasta gama de usos agrícolas em função de sua
colonizador europeu. sociodiversidade, que inclui as populações caiçaras,
as geraizeiras, as ribeirinhas e as faxinalenses. São
e) não há relação direta entre, de um lado, o pro-
características dessas populações:
cesso colonizador europeu e, de outro, a mor-
talidade indígena e a perda de sua identidade a) dedicação à pesca artesanal, agricultura de
cultural. pousio, espaços destinados a usos comuns e
cultivo de gêneros alimentícios voltado para a
2. (Fuvest) Considere a tabela abaixo. subsistência e o mercado local.
Assassinatos de Indígenas no Brasil e no Mato b) dedicação à pesca predatória, agricultura de
Grosso do Sul pousio, espaços destinados ao arrendamento e
cultivo de cana-de-açúcar voltado para a produ-
Ano Brasil MS MS (%)
ção de biocombustível.
2003 42 13 31%
2004 37 16 43% c) dedicação à pesca artesanal, agricultura cientí-
fica de precisão, espaços destinados a usos pri-
2005 43 28 65%
vados e cultivo de gêneros alimentícios voltado
2006 58 28 48%
para o mercado local.
2007 92 53 58%
2008 60 42 70% d) dedicação à pesca predatória, agricultura equi-
2009 60 33 55% parável ao agronegócio, espaços destinados a
2010 60 34 57% usos comuns e cultivo de plantas voltado para
a indústria química.
2011 51 32 63%
2012* 51 31 61%
Total 554 310 56%
*De janeiro a novembro de 2012.
www.cimi.org.br. Acessado em 10/07/2013
370 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES
4. (Unicamp 2016) Considerando as atuais caracterís- ( ) O modelo econômico brasileiro praticado en-
ticas demográficas da população indígena brasi- tre as décadas de 1970 — 1980 induziu a po-
leira, assinale a alternativa correta. pulação a migrar para regiões cujo meio ambi-
a) Ainda existem etnias indígenas isoladas no inte- ente estava preservado, o qual agora sofre um
rior da Amazônia, vivendo em grandes aldeias, grave processo de devastação.
com predominância de idosos, e desenvol- ( ) Os fluxos migratórios para o interior do terri-
vendo roças para o autoconsumo. tório brasileiro são uma comprovação cada vez
b) A atual população indígena brasileira supera, mais intensa da presença de atividades econô-
em contingente e em etnias, os habitantes na- micas, como, por exemplo, a pecuária e a agri-
tivos encontrados no início da colonização no cultura em regiões antes íntegras, como o do-
século XVI. mínio dos Cerrados e o da Amazônia.
c) Enquanto a população indígena do centro-sul ( ) As migrações indicam a inserção de diversas
obteve crescimento demográfico, a população regiões na lógica econômica brasileira como
habitante da Amazônica apresentou forte redu- um sintoma de amadurecimento político e
ção de contingente. econômico do país.
d) Verifica-se a tendência de reversão da curva de- ( ) A ocupação do território brasileiro é muito ir-
mográfica, tendo em vista o crescimento atual regular, e essa distribuição mantém uma rela-
da população indígena no país, sendo que a ção direta com a dispersão das atividades eco-
maior parcela desse contingente vive em áreas nômicas pelo território.
rurais.
6. (UECE 2015) Considere as seguintes afirmações so-
5. (UFSM 2015) Observe o mapa: bre a mobilidade da população brasileira:
I. As diferenças regionais, no que concerne ao de-
senvolvimento socioeconômico, provocaram
um intenso fluxo populacional, sobretudo a
partir da região norte do país, tendo como prin-
cipal vetor, a concentração fundiária, fato este
que contribuiu para uma intensa migração da-
quela região para o Nordeste do país.
II. O fluxo migratório para a região norte teve
como suporte a construção da rodovia Belém-
Brasília, contribuindo assim para a formação de
uma fronteira agrícola na região amazônica. Às
margens dessa rodovia estruturaram-se assen-
tamentos rurais e paulatinamente foram sur-
gindo núcleos urbanos na região.
III. No final do século XX e início deste, observam-
se as migrações de retorno de nordestinos pro-
Os termos emigração, imigração e migração têm
venientes da região sudeste, principalmente do
significados distintos. Emigração é o movimento de
Estado de São Paulo. Esse fenômeno migratório
saída de população. Imigração é o movimento de
indica que os estados do Nordeste além de re-
chegada de população. Migração é o termo gené-
terem a população, também começaram a re-
rico para qualquer deslocamento populacional.
ceber de volta aqueles que saíram de seus esta-
Fonte: TAMDJIAN, J.O.; MENDES, I.L. Geografia Geral e do Brasil: estudos para a dos de origem em direção ao centro-sul do país.
compreensão do espaço - ensino médio. São Paulo: FTD, 2005. p.96.

Com base no mapa e em seus conhecimentos sobre Está correto o que se afirma em:
migrações, assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em a) III apenas.
cada afirmativa a seguir. b) II e III apenas.
c) I apenas.
d) I, II e III.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 371


7. (Fuvest 2017) 8. (UEM 2017) A respeito dos movimentos migratórios
registrados no território brasileiro, assinale a(s) al-
ternativa(s) correta(s).
01) Análises de dados do Censo Demográfico de
2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística (IBGE), indicam que, em ge-
ral, o quadro de migrantes é caracterizado por
pessoas com baixa qualificação no mercado
profissional.
02) Desde o tempo da colonização, os movimentos
migratórios estão associados a fatores
econômicos, tais como os ciclos da cana-de-
açúcar na região Nordeste, o ciclo do ouro em
Minas Gerais e o ciclo do café no Sudeste.
04) A partir da década de 1970, devido ao processo
de desconcentração espacial da indústria e às
Em 1932, o Estado Brasileiro instalou campos de políticas públicas de incentivo à ocupação das
concentração de flagelados no Ceará, desde a re- regiões Norte e Centro-Oeste, as migrações em
gião do Cariri até Fortaleza, destinados a isolar os direção ao Sudeste diminuíram significativa-
retirantes que saíam do interior. No total, esses mente.
campos chegaram a concentrar mais de 73 mil pes- 08) A respeito dos municípios de pequeno porte,
soas vivendo sob condições precárias. dentre as principais motivações recentes para a
emigração está o baixo desempenho da econo-
Sobre o tema das secas no Nordeste, é correto afir- mia e das administrações locais.
mar que: 16) O mapeamento dos fluxos populacionais reali-
a) o chamado “Polígono das Secas”, abrangendo a zado com base na hierarquia e na estrutura da
Zona da Mata, desde a Bahia até o Maranhão, rede urbana permite identificar os centros que
foi oficialmente demarcado nos anos 1930, no atuam como focos de atração e de evasão po-
contexto da grande seca. pulacional e ressalta aspectos espaciais da cir-
b) grandes levas de retirantes flagelados do Ceará culação da população, como a concentração e a
saíam do sertão e se direcionavam ao agreste seletividade nas escalas urbanas.
nordestino, em busca de trabalho nos canavi-
ais, ou às capitais do Sudeste, à procura de em- 9. (Unicamp) Em novembro de 2011, o cacique Nísio
prego no comércio. Gomes de Tekoha Guaiviry foi morto nas proximida-
c) o projeto de transposição de águas do rio São des da rodovia MS-386, entre os municípios de
Francisco, implantado na atualidade como me- Ponta Porã e Amambaí, no Estado do Mato Grosso
dida de combate à seca, resultará em desasso- do Sul (MS). O assassinato de indígenas nessa re-
reamento desse canal fluvial. gião é um fato frequente. Os povos indígenas Gua-
d) a ocorrência de campos para flagelados explica- rani e Kaiowá vivem em situações precárias e em
se pela ausência de políticas de combate às se- constantes conflitos com os fazendeiros da região.
cas, implantadas apenas em 1960 pela Sudene (Adaptado de “Documento Final Aty Guasu Kaiowá e Guarani: Aldeia Rancho Ja-
caré–Laguna”. CIMI-Regional Mato Grosso do Sul.)
– Superintendência de Desenvolvimento do
Nordeste. a) Apresente os principais motivos de conflitos en-
e) a explicação do fenômeno de migração para as tre indígenas e fazendeiros como os da região
cidades como decorrente da pobreza no sertão mencionada no texto.
e exclusivamente relacionada à seca é insufici- b) Cite duas ações coordenadas pela FUNAI direci-
ente, pois omite a lógica da concentração fun- onadas para a proteção das populações indíge-
diária e suas consequências. nas brasileiras.

372 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES


10. (Fuvest) Observe a tabela ( ) Para a área da Companhia de Terras Norte do
Paraná, dirigiram-se imigrantes que fugiam de
IMIGRAÇÃO: BRASIL 1881-1930
perseguições ou de conflitos bélicos em seus
(EM MILHARES)
países.
Ano Chegadas
( ) Alemães, italianos e japoneses emigraram
1881-1885 133,4
para o norte do Paraná e se dedicaram à
1886-1890 391,6 cafeicultura.
1891-1895 659,7
( ) A Companhia de Terras Norte do Paraná
1896-1900 470,3
recebeu em sua área refugiados da
1901-1905 279,7 desestruturação do Império Turco-Otomano,
1906-1910 391,6 especialmente os curdos, que chegaram na
1911-1915 611,4 região após 1934.
1916-1920 186,4 ( ) Para o norte do Paraná, dirigiram-se paulistas,
1921-1925 386,6 mineiros e catarinenses interessados em
1926-1930 453,6 ocupar uma fronteira agrícola recém-aberta,
Total 3.964,30 destinada à cafeicultura.
( ) Árabes de diferentes nacionalidades,
Os dados apresentados na tabela se explicam, den-
libaneses, egípcios e sírios fixaram-se no norte
tre outros fatores:
do Paraná, após a década de 1930, como
a) pela industrialização significativa em estados
refugiados dos conflitos religiosos em seus
do Nordeste do Brasil, sobretudo aquela ligada
países.
a bens de consumo.
b) pela forte demanda por força de trabalho cri-
ada pela expansão cafeeira nos estados do Su- 12. (Unicamp) No Brasil, os remanescentes de antigos
deste do Brasil. quilombos, também conhecidos como "mocam-
bos", "comunidades negras rurais", "quilombos
c) pela democracia racial brasileira, a favorecer a
contemporâneos", "comunidades quilombola" ou
convivência pacífica entre culturas que, nos
"terras de preto", constituem um patrimônio terri-
seus continentes de origem, poderiam até
torial e cultural inestimável e em grande parte des-
mesmo ser rivais.
conhecido pelo Estado, pelas autoridades e pelos ór-
d) pelos expurgos em massa promovidos em paí-
gaos oficiais. Muitas dessas comunidades mantêm
ses que viviam sob regimes fascistas, como Itá-
ainda tradições que seus antepassados trouxeram
lia, Alemanha e Japão.
da África, como a agricultura, a medicina, a religião,
e) pela supervalorização do trabalho assalariado a mineração, as técnicas de arquitetura e constru-
nas cidades, já que no campo prevalecia a mão ção, o artesanato, os dialetos, a culinária, a relação
de obra de origem escrava, mais barata. comunitária de uso da terra, dentre outras formas
de expressão cultural e tecnológica.
11. (UEL-modificada 2016) Leia o texto a seguir. (Adaptado de Rafael Sanzio Araújo dos Anjos, "Territórios das comunidades re-
manescentes de antigos quilombos no Brasil. Primeira configuração espacial". 2 a
Construído em 1934 por Eugenio Viktor Lariónoff, o ed., Brasília: Editora Mapas, 2000, p.10.)

Hotel Rolândia tinha a finalidade de atender aos a) Tomando como referência o texto apresen-
inúmeros interessados em adquirir terras nessa tado, discuta o significado do reconhecimento
região. O hotel cumpriu sua função complementar de territórios quilombolas como possibilidade
à Companhia de Terras e à estrada de Ferro. Era a de manutenção das tradições culturais africa-
“casa dos de fora”, daqueles que se interessavam nas.
em comprar lotes para posteriormente se fixarem
b) As populações quilombolas são consideradas
no local.
tradicionais, tais como as indígenas e as caiça-
(Adaptado de: CERNEV, J. (org.) Memória e cotidiano: cenas do norte do Paraná.
Londrina: IPAC/MEC-SESU, 1995. p.24-25.)
ras. Identifique duas características em comum
entre quilombolas e caiçaras.
Em relação ao texto e aos conhecimentos sobre as c) Que tradições trazidas pelos antepassados afri-
migrações internas e as imigrações para o Brasil, no canos foram mantidas nas comunidades rema-
século XX, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às nescentes de quilombos?
afirmativas a seguir.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 373
13. (FGV) Dezenas de milhares de migrantes sul-ameri- Caracterize o que são população tradicionais, ci-
canos chegaram ao Brasil a partir dos anos 1990, de tando exemplos e aponte as razões do aumento da
forma lenta e contínua. Ou talvez centenas, não se violência relacionada a essas populações.
sabe bem. Deles ouvimos falar pouco e, em geral,
pejorativamente [...]. Com a crise econômica no Ve-
15. (Unicamp) A foto A mostra famílias de colonos
lho Continente, nos últimos anos, cresceu igual-
imigrantes alemães que participaram do
mente a migração de europeus. Mas foi a recente
povoamento do Paraná e a foto B mostra colonos
chegada de alguns milhares de migrantes negros
italianos na cidade de Caxias do Sul (RS).
que levou a política migratória brasileira à pauta
das grandes redações, quase sempre apresentando
a migração como "problema" ou "crise" a solucio-
nar.
http://www.cartacapital.com.br/sociedade/divida-historica-uma-lei-de-migra-
coes-para-o-brasil-9419.html

Sobre esse tema, é correto afirmar:


a) Entre os países em desenvolvimento, o Brasil é
único destino importante das migrações inter-
nacionais, que, em sua grande maioria, se diri-
gem aos países desenvolvidos.
b) De acordo com a maioria dos especialistas, o
Brasil deve adotar políticas mais restritivas à
entrada de imigrantes, já que a presença de es-
trangeiros no país ultrapassou o percentual de
10% da população.
c) O Estatuto do Estrangeiro, que regula a política
imigratória brasileira, é considerado uma das
leis mais avançadas no que diz respeito à prote-
ção dos imigrantes, o que se reflete no trata-
mento dado ao imigrante que chega ao país.
d) Parte desse contingente de novos imigrantes
que chegaram ao Brasil está em situação irre-
gular e, portanto, não usufrui dos direitos reser-
vados aos demais trabalhadores no país.
e) Ao longo de sua história, o Brasil jamais adotou
medidas de restrição à imigração para grupos
étnico-culturais ou nacionais, fato que explica a
atual diversidade étnica e cultural do país.
A primeira grande política regional executada pelo
14. (UFPR) Entre as categorias que sofreram ações vio-
nascente Estado nacional brasileiro foi a
lentas, as Populações Tradicionais, desde a segunda
colonização dirigida na Região Sul do Brasil.
metade dos anos 2000, se destacam. Em 2013, do
total de vítimas fatais (assassinatos), 61,3% perten- a) Identifique os objetivos do governo brasileiro
cem a grupos/classes sociais/etnias caracterizados quando formulou a política de povoamento da
como Populações Tradicionais. Estas correspondem Região Sul com populações imigrantes, especi-
a 58,8% do total das categorias sociais que sofre- almente europeus.
ram ações violentas. Em todas as macrorregiões do b) Aponte duas características que predominaram
país, mais de 50% das categorias sociais envolvidas no tipo de povoamento empreendido pela co-
em conflitos são Populações Tradicionais, exceto na lonização dirigida na Região Sul, uma referente
região Sudeste. Das Populações Tradicionais que, ao regime de propriedade da terra adotado e
em 2013, foram vítimas de algum tipo de violência, uma referente às formas de cultivo da terra.
55% se localizavam na Amazônia [...]
PORTO-GONÇALVES, C.W.; CUIN, D.P. “Geografia dos Conflitos por Terra no Bra-
sil (2013) Expropriação, violência e r-existência. In: CANUTO, A. et al. Conflitos
no Campo – Brasil 2013. PT Nacional – Brasil, 2013, p. 18-26.
374 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES
16. (UERJ)

Fluxos migratórios brasileiros mais importantes na segunda metade do século XX e no início do século XXI

Identifique, no conjunto dos três mapas, a macrorregião do país com os maiores fluxos emigratórios e a
macrorregião com os maiores fluxos imigratórios. Em seguida, indique um fator de atração e um de repulsão para
o fluxo da região Sul para as regiões Norte e Centro-Oeste, observado no mapa 3.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 375


4 INDICADORES SOCIOECONÔMICOS

INTRODUÇÃO

As CONDIÇÕES DE VIDA de uma população devem ser


analisadas a partir de seus INDICADORES. Além do IDH,
existem inúmeros dados que podem ajudar a melhor
compreender as diferenças existentes entre REGIÕES,
sejam elas em nível local, nacional ou global.

ANOTAÇÕES

376 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES


EXERCÍCIOS

1. (Unesp 2016) A charge ironiza uma das variáveis


que compõem o cálculo do Índice de Desenvolvi-
mento Humano proposto pela Organização das Na-
ções Unidas, a saber,

a) a renda, pela referência ao dia em que as per-


sonagens almoçaram.
b) a expectativa de vida, pela alusão ao condicio-
namento físico da personagem que move o car-
rinho.
c) a renda, pela referência aos objetos de alto va-
lor agregado que as personagens carregam.
d) a escolaridade, pela alusão à língua portuguesa
empregada em sua forma padrão pelas perso-
nagens
e) a mobilidade, pela referência ao meio de trans-
porte utilizado pelas personagens.

2. (Unesp 2019) O cálculo do Produto Interno Bruto


(PIB) busca expressar o dinamismo de uma econo-
mia a partir da soma das riquezas produzidas por
um país durante determinado período. No entanto,
o cálculo do PIB ignora:
a) os valores consumidos pelas importações, o que
artificializa cálculos superavitários.
b) os gastos do governo, o que interfere na pro-
dução de bens e serviços.
c) a dimensão territorial, condição que interfere
na paridade do cálculo.
d) os investimentos de empresas, mascarados em
balanços comerciais positivos.
e) a apropriação da riqueza gerada, o que preju-
dica análises sociais.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 377


3. (Fuvest 2019) Segundo a Organização das Nações 4. (Fuvest 2016) De acordo com o IBGE, domicílio com
Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Segurança Alimentar é aquele em que seus
anualmente, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos moradores relatam, principalmente, não ter havido
(30% da produção total no planeta) é perdido em falta de alimentos em quantidade e qualidade
dois processos: o desperdício que se relaciona ao suficientes nos três meses anteriores à coleta de
descarte de alimentos em bom estado e a perda ao dados
longo da cadeia produtiva. O desperdício repre-
senta 46% e é muito maior nas regiões mais ricas.
As perdas relativas ao circuito de produção repre-
sentam 54% do total e são maiores nos países em
desenvolvimento.
https://nacoesunidas.org/fao-30-de-toda-a-comida-produzida-no-mundo-vai-
parar-no-lixo. Adaptado.

Percentual de pessoas em estado de insegurança


alimentar grave*

Local 2017
África 29,8%
América Laina 9,8%
Ásia 6,9%
América Setentrional e Europa 1,4% a) Como se deu, em 2013, a distribuição regional
Mundo 10,2% da Segurança Alimentar no país? Considere, em
FAO. El estado de la seguridad alimentaria y la nutrición en el mundo. 2018. sua análise, a situação do domicílio (urbano e
Adaptado. rural).
*pessoa que está sem alimento e/ou que ficou um
dia todo sem comer várias vezes ao ano.

Com base nas informações da FAO e em seus co-


nhecimentos, indique a afirmação correta.
a) A produção de alimentos vem decaindo mundi-
almente devido aos problemas na logística de
produção, o que tem provocado aumento da in-
segurança alimentar.
b) Nos continentes mais desenvolvidos, a perda
de alimentos devido ao sistema de transporte e
b) Indique as regiões com a maior e com a menor
armazenamento é a principal causa da ine-
Segurança Alimentar na zona rural, em 2013.
xistência da insegurança alimentar.
Explique as razões que justificam essa diferença
c) O fato de parte significativa da população afri- na condição de Segurança Alimentar, tendo em
cana estar em estado de insegurança alimentar vista a estrutura e ocupação agrária de cada
ocorre devido ao desperdício das monoculturas uma delas.
de cereais.
d) O controle rigoroso do desperdício explica o
baixo percentual de pessoas em situação de in-
segurança alimentar na América Setentrional e
na Europa.
e) Os dois diferentes processos que causam a
enorme perda de alimentos no mundo refletem
as desigualdades econômicas e sociais existen-
tes entre os continentes.

378 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES


LEITURA

1. INDICADORES SOCIAIS
Segundo o IBGE, Indicadores Sociais são estatísticas sobre aspectos da vida de uma nação que, em conjunto,
retratam o estado social dessa nação e permitem conhecer o seu nível de desenvolvimento social. Os Indicadores
Sociais constituem um sistema, isto é, para que tenham sentido, é preciso que sejam vistos uns em relação aos
outros, como elementos de um mesmo conjunto.

2. O DESENVOLVIMENTO HUMANO: IDH E IDHM


Um dos indicadores sociais mais conhecidos é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que é resultado de
uma síntese de indicadores de saúde, educação e renda. Anualmente são divulgados os IDHs de todos os países
cujos indicadores são conhecidos pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), organismo
da ONU responsável pelos relatórios de desenvolvimento e, respectivamente, pelo cálculo do IDH.
Existe uma variante deste índice conhecida como IDHM (IDH Municipal), cujo cálculo se restringe aos estados e
municípios brasileiros sendo que os indicadores utilizados provém de dados fornecidos a partir do IBGE, princi-
palmente dos censos demográficos.
IDHM Brasil 2010: Os 10 municípios com maior índice
Rank Município Unidade Federativa IDHM
1 São Caetano do Sul São Paulo 0,862
2 Águas de São Pedro São Paulo 0,854
3 Florianópolis Santa Catarina 0,847
4 Balneário Camboriú Santa Catarina 0,845
4 Vitória Espírito Santo 0,845
6 Santos São Paulo 0,840
7 Niterói Rio de Janeiro 0,837
8 Joaçaba Santa Catarina 0,827
9 Brasília Distrito Federal 0,824
10 Curitiba Paraná 0,823
Brasil 0,727
Fonte: PNUD/ONU

IDHM Brasil 2010: Os 10 municípios com menor índice


Rank Município Unidade Federativa IDHM
5556 Itamarati Amazonas 0,477
5557 Cachoeira do Piriá Pará 0,473
5558 Bagre Pará 0,471
5559 Jordão Acre 0,469
5560 Chaves Pará 0,453
5560 Uiramutã Roraima 0,453
5562 Marajá do Sena Maranhão 0,452
5563 Atalaia do Norte Amazonas 0,450
5564 Fernando Falcão Maranhão 0,443
5565 Melgaço Pará 0,418
Brasil 0,727
Fonte: PNUD/ONU

ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 379


IDHM Brasil 2010: Unidades Federativas
Rank Unidade Federativa Região IDHM
1 Distrito Federal Centro-Oeste 0,824
2 São Paulo Sudeste 0,783
3 Santa Catarina Sul 0,774
4 Rio de Janeiro Sudeste 0,761
5 Paraná Sul 0,749
6 Rio Grande do Sul Sul 0,746
7 Espírito Santo Sudeste 0,740
8 Goiás Centro-Oeste 0,735
9 Minas Gerais Sudeste 0,731
10 Mato Grosso do Sul Centro-Oeste 0,729
11 Mato Grosso Centro-Oeste 0,725
12 Amapá Norte 0,708
13 Roraima Norte 0,707
14 Tocantins Norte 0,699
15 Rondônia Norte 0,690
16 Rio Grande do Norte Nordeste 0,684
17 Ceará Nordeste 0,682
18 Amazonas Norte 0,674
19 Pernambuco Nordeste 0,673
20 Sergipe Nordeste 0,665
21 Acre Norte 0,663
22 Bahia Nordeste 0,660
23 Paraíba Nordeste 0,658
24 Piauí Nordeste 0,646
24 Pará Norte 0,646
26 Maranhão Nordeste 0,639
27 Alagoas Nordeste 0,631
Brasil 0,727
Fonte: PNUD/ONU

PARA SABER MAIS


O PNUD-Brasil possui um website que traz informações sobre desenvolvimento, IDH e IDHM, além de contar com o
Atlas de Desenvolvimento dos Municípios brasileiros.
Disponível em http://goo.gl/itdnBA

380 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES


TAREFA MÍNIMA

1. (UFAC) A esperança (ou expectativa) de vida, ao nascer, juntamente com a taxa de mortalidade infantil, são im-
portantes indicadores da qualidade de vida da população de um país.

Esperança de Vida ao Nascer - 2005 Mortalidade Infantil (por mil) - 2005


Regiões
Total Homens Mulheres Total
Norte 71,0 68,2 74,0 26,6
Nordeste 69,0 65,5 72,7 38,2
Sudeste 73,5 69,5 77,7 18,9
Sul 74,2 70,8 77,7 17,2
Centro-Oeste 73,2 69,8 76,7 20,1
Brasil 71,9 68,1 75,8 25,8
Fonte: SÍNTESE de indicadores sociais 2006. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em 26 jan. 2007.

Ao se analisar os dados da tabela acima, é possível constatar:


a) As regiões Sul e Sudeste apresentam os piores índices de mortalidade infantil, quando comparadas às demais
regiões brasileiras.
b) O Brasil se enquadra nos padrões mundiais, o número de nascimento de homens supera o de mulheres. O
mesmo acontece com a expectativa de vida ao nascer, que é maior para os homens e menor para as mulhe-
res.
c) No Brasil, os contrastes entre as regiões são muito acentuados. A Região Sul, por exemplo, possui uma taxa
de mortalidade infantil de 17,2‰, enquanto a Região Nordeste apresenta o maior índice de mortalidade
infantil de todo o país.
d) As condições socioeconômicas das regiões Norte e Nordeste não justificam os altos índices de mortalidade
infantil.
e) O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é constituído por três variáveis: a renda per capita, a expectativa
de vida e a taxa de mortalidade infantil.

2. (UFAC) Ainda com relação à tabela anterior, pode- 3. (FATEC) Enquanto países europeus como a Bélgica
mos afirmar que: e a Suíça apresentam taxas de mortalidade infantil
a) A esperança de vida dos homens se mostra in- inferiores a 5 por mil, países como Serra Leoa, An-
ferior a das mulheres em todas as regiões bra- gola e Somália, na África, apresentam taxas de mor-
sileiras. talidade infantil acima de 100 por mil.
b) É possível observar maiores diferenciações en- A comparação entre essas taxas nos revela que:
tre as regiões dentro do indicador esperança de a) as condições climáticas temperadas são mais
vida do que em relação ao indicador mortali- favoráveis à vida humana que as tropicais.
dade infantil. b) países de povoamento muito antigo tiveram
c) As regiões Sudeste e Sul apresentam sempre os mais condições de superar os problemas demo-
melhores indicadores entre todas as regiões. gráficos que os países novos.
d) A região brasileira que mais se aproxima dos in- c) os efeitos dos avanços alimentares e médico-
dicadores nacionais é o Centro-Oeste. sanitários não atingem de forma semelhante os
e) As regiões brasileiras mostram um aspecto ho- vários países do mundo.
mogêneo em relação à esperança de vida e à d) apesar das diferenças na mortalidade infantil, a
mortalidade infantil. expectativa de vida aumenta na mesma propor-
ção nos dois grupos de países.
e) as taxas de mortalidade mais elevadas tornam
a estrutura da população dos países africanos
semelhante à dos países europeus.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 381


4. (Fuvest) Observe os seguintes mapas do Brasil.

Os mapas representam, respectivamente, os temas;


I II III
a) Natalidade Mortalidade Infantil IDH
b) Mortalidade Infantil Alfabetização Trabalho Infantil
c) Alfabetização Trabalho Infantil IDH
d) Natalidade IDH Trabalho Infantil
e) Alfabetização Mortalidade Infantil Natalidade

382 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES


5. (Unesp) O Brasil tem a metade de seus municípios III. Na América Latina, em termos absolutos, as
com esgotamento sanitário (52,2%). Dos 14,5 mi- pessoas em condições de extrema pobreza re-
lhões m³ coletados diariamente, são tratados 5,1 sidentes em zonas rurais superam numerica-
milhões m³. mente aquelas que residem nas zonas urbanas.
IV. A África Subsaariana tem ficado essencial-
Proporção de municípios, por condição
mente à margem da prosperidade vivida pela
Grandes de esgotamento sanitário
maior parte do mundo nas últimas décadas.
Regiões Coleta e
Sem Coleta Só Coleta Assinale a alternativa correta.
Trata
Norte 92,9 3,5 3,6 a) Somente as afirmativas I e III são corretas.
Nordeste 57,1 29,6 13,3 b) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas I e II são corretas.
Sudeste 7,1 59,8 33,1
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
Sul 61,1 17,2 21,7
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Centro-Oeste 82,1 5,6 12,3
Brasil 47,8 32,0 20,2 7. (Fuvest) Considere o mapa do IDHM – Renda (Índice
IBGE, 2000 - Adaptado
de Desenvolvimento Humano Municipal – Renda)
A partir da análise da tabela e de seus conhecimen- da região Sudeste.
tos, pode se afirmar que:
a) a região com menor porcentagem de municí-
pios que só coletam esgoto é a Norte e a com
maior é a Sudeste.
b) as regiões com maior e menor porcentagens de
municípios que só coletam esgoto são, respec-
tivamente, a Sul e a Centro-Oeste.
c) a pior porcentagem de municípios sem coleta
de esgoto é a da região Sudeste, que supera os
dados da região Centro-Oeste.
d) a tabela expressa porcentagens de esgota-
mento sanitário excelentes, que se refletem na
boa qualidade de nossas águas.
e) as regiões Norte e Centro-Oeste, juntas, totali-
zam valores maiores nas porcentagens de mu-
nicípios que só coletam esgoto, quando compa- A leitura do mapa permite identificar que o IDHM –
radas à região Sudeste. Renda, no Sudeste, é, predominantemente,
a) alto no Vale do Paraíba do Sul e no Vale do Je-
quitinhonha.
6. (UEL) Com base nos conhecimentos sobre a distri- b) médio no Polígono das Secas e no Vale do Aço
buição de renda na escala mundial, considere as mineiro.
afirmativas a seguir. c) baixo no Pontal do Paranapanema e no norte
I. No início do século XXI, cerca de 2,8 bilhões de do Espírito Santo.
pessoas - duas entre cada cinco no planeta - so- d) baixo no Polígono das Secas e no Vale do Jequi-
breviviam com menos de US$ 2 por dia, o que tinhonha.
as Nações Unidas e o Banco Mundial conside-
e) médio na área petrolífera da Bacia de Campos
ram como mínimo para atender às necessida-
e no Triângulo Mineiro.
des básicas.
II. Também no início do século XXI, aproximada-
mente 1,2 bilhão de pessoas viviam sob "ex-
trema pobreza", medida por uma renda diária
média de US$ 1.
ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 383
8. (Fuvest) Considere que a motorização de um país
constitui um importante indicador para o planeja- TAREFA COMPLEMENTAR
mento dos transportes e da mobilidade urbana.
Esse indicador pode ser obtido, por exemplo, com 1. (Fuvest-Transferência 2016) Segundo as séries es-
base na relação entre o número de habitantes e o tatísticas do IBGE – 2012, a taxa de trabalho infantil
de autoveículos, tal como expresso no gráfico é mais acentuada nos estados indicados em
abaixo. Destaque-se o fato de que, quanto menor
essa relação, maior a motorização de um país.

Com base no gráfico e em seus conhecimentos, é


correto afirmar que a motorização:
a) aumentou, discretamente, na Alemanha, gra-
ças à estabilidade econômica do país.
b) diminuiu, sensivelmente, no Brasil, em função
das altas taxas de juros para o financiamento de
autoveículos.
c) manteve-se alta nos Estados Unidos, no Japão 2. (UEMG 2014) Minas Gerais retrata o índice de de-
e na França, apesar da reconhecida qualidade senvolvimento humano brasileiro
do transporte público desses países. O Índice de Desenvolvimento Humano dos Municí-
d) diminuiu na Argentina e na Coreia do Sul, em pios (IDHM) mostra a realidade complexa do País,
decorrência da recessão econômica que atingiu dentro do estado de Minas. Reflexo de sua posição
esses países. geográfica e características históricas, o estado se
e) manteve-se baixa na Itália, apesar de fortes in- aproxima das regiões mais desenvolvidas do Brasil
vestimentos na indústria automobilística. quando avaliados os dados colhidos em municípios
do Sul, Centro e Triângulo Mineiro, mas se mantém
com níveis preocupantes quando são consideradas
as estatísticas das regiões Norte e dos vales do Je-
quitinhonha e Mucuri. A ambiguidade nacional se
repete na avaliação geral de Minas em comparação
com os últimos anos. Se, por um lado, o estado
avançou do patamar de médio para o de alto desen-
volvimento, por outro, está na última colocação da
Região Sudeste e fica atrás de todos os estados do
Sul. A educação, apesar de registrar avanços na úl-
tima década, continua sendo o setor mais atrasado
tanto nos municípios mineiros como no País.(...)
(www.em.com.br . Acesso: 30/7/2013. Adaptado.)
384 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES
Marque a opção que sintetiza corretamente as in- 4. (PUCRJ) Os cartogramas selecionados dimensionam
formações obtidas no texto: o planisfério, a partir do quantitativo de população
a) O IDHM do estado de Minas avança, mas ainda mundial nos países e da repartição da riqueza
reflete as desigualdades regionais e os proble- mundial entre eles.
mas observados em todo o País.
Com base nas informações contidas nos
b) O IDHM é um relatório que aborda dados rela- cartogramas:
tivos à expectativa de vida, renda e taxa de de-
semprego da população.
c) Apesar da distância geográfica, as regiões do
Triângulo Mineiro e do Vale do Jequitinhonha
apresentam realidades semelhantes no que diz
respeito aos critérios de escolaridade e renda.
d) O IDHM de Minas Gerais acelera, entretanto os
índices de educação do estado são os piores do
País, em comparação com os índices das de-
mais regiões.

3. (Fuvest-Transferência 2016) Examine os gráficos,


que contêm informações sobre:
• Taxa de Urbanização (TU);
• População Economicamente Ativa (PEA);
• Acesso à Internet (AI);
• Taxa de Alfabetização (TA);
• Rede de Esgoto (RE).

a) explique por que o tamanho das


representações referentes à China e Índia
aparece inversamente proporcional às
dimensões do Japão;
b) compare o indicador econômico renda per
capita entre os EUA e o Brasil.

Os gráficos I, II e III referem-se, respectivamente,


aos seguintes estados:
a) GO, BA e PI
b) PI, RS e SP
c) MG, AL e GO
d) SP, RS e MG
e) BA, MG e AL
ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 385
5. (UFRGS-modificada 2015) Considere a tabela a seguir, sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que é
uma medida comparativa usada para classificar a qualidade de vida oferecida por um país aos seus habitantes.

Expectativa de Média de anos de Rendimento Nacional Bruto


País IDH
Vida escolaridade (dólar)
1o Noruega 0,943 81,1 12,6 47.557
4o EUA 0,910 78,5 12,4 43.557
45o Argentina 0,797 75,9 9,3 14.527
51o Cuba 0,776 79,1 9,9 5.416
84o Brasil 0,718 73,5 7,2 10.162
173o Zimbábue 0,376 51,4 7,2 376
174o Etiópia 0,363 59,3 1,5 971
Disponível em: <http://www.pnud.org.br/atlas/ranking/
IDH_global_2011.aspx>. Acesso em: 8 set. 2014.

Com base na tabela, considere as seguintes afirmações.

Quais estão corretas?


( ) Cuba apresenta expectativa de vida, média de anos de escolaridade e rendimento per capita superiores aos
do Brasil.
( ) Brasil e Zimbábue apresentam, em média, a mesma escolaridade.
( ) Zimbábue apresenta maior IDH em relação à Etiópia, devido à média de anos de escolaridade.

6. (Unicamp) O índice de mortalidade infantil é um dos indicadores do grau de desenvolvimento de um país, junta-
mente com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), sendo este composto pelos índices de expectativa de
vida, escolaridade e PNB per capita. Observe os gráficos a seguir e responda às questões.

Índice de Mortalidade Infantil, PNB Per Capita e IDH de países da América, 2006

a) Além dos índices que compõem o IDH, indique outros dois fatores que exercem uma influência positiva na
queda dos índices de mortalidade infantil.
b) Compare, analisando os dados de IDH e PNB per capita, as taxas de mortalidade infantil de Cuba e Bolívia.

386 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES


independentemente do seu número de habitantes.
GABARITO Dessa forma, caso um ou mais dos novos estados
viesse a ter um total populacional cuja cota de par-
lamentares fosse inferior a oito, o imperativo con-
Tema 1
stitucional de garantir esse mínimo exigiria o au-
mento do quantitativo nacional fixado na Constitu-
Tarefa Mínima ição. No caso do Senado, a criação de novos estados
1. C 2. E 3. C 4. C resultaria obrigatoriamente no aumento do
número de senadores, uma vez que cada unidade
federativa tem direito a três desses representantes.
Tarefa Complementar
14. O candidato deve argumentar que o Estado é o
1. E 2. B 3. B 4. D 5. A 6. C exercício do poder soberano, através de um con-
junto de instituições, sobre um dado espaço, que
Tema 2 passa a constituir o território daquela sociedade. A
criação do Estado, com fronteiras e território reco-
Tarefa Mínima nhecidos possibilita o exercício do poder político e
a organização daquele povo com base nos valores e
1. E 2. B 3. D 4. B 5. D 6. B identidade própria, ou seja, o direito a não submis-
7. E 8. B 9. 01 + 04 + 16 = 21 10. C são a outros estados. A criação do estado permite o
reconhecimento da existência política de um povo,
Tarefa Complementar a criação, organização e legitimação da autoridade
política interna (governo próprio) e a inserção no
1. B 2. B 3. C 4. A 5. C 6. C
sistema internacional de relações.
7. A 8. B 9. B
15. a) O direito civil está relacionado com a igualdade
10. 01 + 02 + 04 + 08 + 16 = 31 11. B jurídica de todos os cidadãos, para que possam
12. Existem três tipos de Estados: Federação, Confede- exercer individualmente sua liberdade de ir e vir.
ração e Estado Unitário. A Federação é um tipo de Perante a lei todos são iguais e podem usufruir dos
Estado cujo sistema político – o federalismo – mesmos direitos, independentemente de sua cor,
agrega unidades políticas diferentes com autono- raça, crença, preferência sexual ou política. Nos di-
mia territorial e constitucional, embora estejam reitos civis incluímos a liberdade de expressão e de
agregadas a um poder maior que é a União, ou o imprensa, daí a necessária existência do Estado de
poder federal, cuja soberania agrega e representa o Direito. O direito político é aquele que confere ao
poder do país, inclusive sendo o único representa- cidadão a liberdade de organização política e o di-
tivo nas relações internacionais, sejam elas econô- reito de participar do exercício do poder político, de
micas ou políticas. No Brasil o grau de autonomia votar e de ser votado em qualquer circunscrição
das unidades federativas é considerado pequeno e territorial, municipal, estadual e federal.
variou no decorrer da história política, sendo bas- b) Os direitos sociais referem-se ao bem-estar e se-
tante reduzido em períodos de governos ditatoriais gurança que devem ser extensivos ao conjunto da
e centralizadores. sociedade, como saúde, habitação e seguridade so-
13. As regras constitucionais da representação par- cial. Os três direitos (civis, políticos e sociais) devem
lamentar nas duas casas legislativas que compõem ser garantidos pelo Estado por meio de legislações
o Congresso Brasileiro obedecem a duas lógicas dis- e instituições, contudo a cidadania não se restringe
tintas, mas relacionadas ao regime federativo bra- a um status sob a autoridade do Estado. A cidadania
sileiro. No caso da Câmara dos Deputados Federais, é “direito a ter direitos”, portanto, pressupõe igual-
a Constituição Federal fixa em 513 o total nacional dade, liberdade e dignidade, que estão permanen-
de parlamentares. No caso de criação de novos es- temente em construção por meio das lutas sociais
tados, em princípio, esse número não seria al- e dos sujeitos sociais atuantes pelo reconheci-
terado, havendo uma redistribuição do número de mento e redistribuição de todo tipo de direito. Só o
deputados federais em cada unidade federativa pleno exercício da vida cívica, social e política por
que sofreu desmembramento territorial, em pro- parte dos cidadãos garante que os direitos sejam
porção ao seu total populacional. Por outro lado, a observados e respeitados.
Constituição Federal também estabelece o mínimo
de oito deputados federais por unidade federativa,
ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 387
16. a) O sistema bicameral adotado pelo Brasil prevê a b) A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) tem muitas
manifestação das duas Casas na elaboração das atribuições associadas à proteção e à promoção dos di-
normas jurídicas. As duas podem elaborar leis, com reitos das populações indígenas brasileiras, desta-
preponderância da casa iniciadora: se uma matéria cando-se, entre outras, as seguintes funções: formula-
tem início na Câmara dos Deputados, o Senado fará ção de políticas que visem a assegurar a preservação da
a sua revisão, e vice-versa, à exceção de matérias vida, das terras, dos costumes e das línguas dos povos
privativas de cada órgão. Cabe às duas Casas fisca- indígenas; administração dos bens do patrimônio indí-
lizar o poder Executivo. A Câmara dos Deputados é gena; promoção e levantamento censitários e pesqui-
representante do povo brasileiro, sendo que a re- sas científicas sobre as populações indígenas com in-
presentação é feita por proporção da população (os tuito de divulgação da cultura desses povos; acompa-
Estados menos populosos têm no mínimo oito de- nhamento das ações direcionadas à promoção da saúde
putados e os Estados mais populosos têm no má- e da educação indígenas; demarcação, homologação e
ximo 70 deputados). A Câmara dos Deputados é a acompanhamento de ações sustentáveis nas terras in-
Casa em que tem início o trâmite da maioria das dígenas.
proposições legislativas (projetos de leis) e é ela 10. B
que fiscaliza o emprego dos recursos arrecadados
11. V V F V F
pelos Poderes da União. O Senado representa os Es-
tados (UFs) brasileiros, sendo que cada unidade da 12. a) O reconhecimento dos territórios quilombolas
federação elege três senadores, em um total de 81 deu-se com a constituição de 1988, que permitiu aos
senadores no país. O Senado Federal tem algumas descendentes de quilombos a posse coletiva da terra,
atribuições específicas, em especial na área de con- contribuindo para que o impacto do mercado imobiliá-
trole e do endividamento dos entes federados e de rio em terras rurais não os alcançasse. Permitiu também
concessão de créditos da União. Tem também a que a identidade comunitária fosse fortalecida, dando
prerrogativa de julgar altas autoridades da Repú- novo impulso para a retomada de práticas culturais tra-
blica (presidente, magistrados, etc.). Na prática, dicionais, sobretudo no que concerne às festas, às ervas
tem uma função revisora, com poder de veto das medicinais, às práticas de cura, à alimentação, aos ritos
matérias apreciadas pela Câmara, efetivando o religiosos e à língua. Permitiu ainda a conformação de
aprimoramento das leis. Além disso, controla o po- projetos sociais e de políticas públicas direcionadas às
der Executivo, tendo iniciativa de lei em matéria fi- populações quilombolas.
nanceira, com predomínio de deliberações de inte- b) Os quilombolas e os caiçaras são populações tradici-
resse nacional ao invés de regional ou estadual. onais que se caracterizam por: forte relação com a na-
b) O Estado é uma estrutura político-organizacional tureza; presença do tempo cíclico; agricultura tradicio-
formada por um poder político soberano, um povo, nal, calcada em instrumentos rudimentares de cultivo;
um território e um governo. O governo é o núcleo regras de sociabilidade bastante rígidas se comparadas
decisório do Estado, encarregado da gestão pública. com as das sociedades urbano-industriais; apropriação
Enquanto o Estado é permanente, o governo é tran- comunal das terras; manutenção de tradições; e econo-
sitório nas democracias. mia de subsistência.
c) Agricultura, medicina, religião, mineração, técnicas
Tema 3 de arquitetura e construção, artesanato, dialetos, culi-
Tarefa Mínima nária, relação comunitária de uso da terra.
1. D 2. A 3. B 4. E 5. E 13. D
6. C 7. D 8. A 9. D 10. D 14. O candidato deverá argumentar que:
Tarefa Complementar Populações tradicionais são conhecidas como aque-
1. B 2. E 3. A 4. D 5. V V V V las que, com o passar dos anos, estabeleceram vín-
6. B 7. E 8. 02 + 04 + 08 + 16 = 30 culos com o território que ocupam, criando formas
9. a) Os conflitos entre indígenas e fazendeiros no Mato particulares de organização social, de uso da terra e
Grosso do Sul (MS), especialmente na região oeste do dos recursos, que muitas vezes são comunitárias;
Estado, estão frequentemente associados ao avanço do de modo geral causam menos impactos ao ambi-
agronegócio, sobretudo a expansão da soja e da cana- ente em que se encontram inseridos; são exemplos
de-açúcar. Outro ponto de conflito a ser destacado são dessas populações: quilombolas, ribeirinhos, serin-
as crescentes reivindicações para demarcação de terras gueiros, entre outros.
indígenas na região.
388 ∣ Geografia ∣ Setor 1751 ANGLOVINCI VESTIBULARES
A ampliação das terras dedicadas ao agronegócio, a Tarefa Complementar
construção de grandes obras de infraestrutura, a 1. B 2. A 3. C
criação de Unidades de Conservação de proteção 4. a) No cartograma sobre a população mundial, a
integral, a visibilização e auto-identificação dessas China e a Índia apresentam dimensões maiores em
comunidades reclamando seus direitos e a impuni- relação ao Japão, na medida em que são os dois pa-
dade são algumas das causas desse aumento na vi- íses mais populosos do mundo. Já no cartograma re-
olência. ferente à repartição da riqueza mundial, o Japão se
15. a) O Estado nacional brasileiro, constituído em destaca em dimensão, pois apresenta um produto
1822, teve como um dos seus principais objetivos a nacional bruto bem superior ao da China e Índia.
formulação de políticas regionais que garantissem b) Sendo a renda per capita de um país o indicador
o povoamento dos espaços de fronteira, a econômico calculado pela divisão entre o produto
manutenção da unidade nacional, o aumento da nacional bruto e o total da sua população, podemos
produção de alimentos e a adoção de regime de concluir que a renda per capita norte-americana é
trabalho livre, com população branca de origem bem superior à brasileira. Isso pode ser explicado
europeia. Para tanto, uma das ações empreendidas pelo fato de que o produto nacional bruto dos EUA
pelo governo imperial foi a colonização dirigida na é bem superior ao do Brasil, enquanto o número de
Região Sul do Brasil, especialmente nos Estados do habitantes dos dois países é bastante próximo.
Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a qual consistia, 5. F V V
basicamente, em incentivar a imigração de 6. a) Outros fatores que exercem influência positiva na
população europeia para o país e a sua instalação queda de mortalidade infantil são: melhoria nas con-
na mencionada região, sobretudo em zonas dições médico sanitárias e nas políticas públicas;
fronteiriças com os países do Rio da Prata ou em maior difusão de infra estrutura médico-sanitária e
áreas de baixo povoamento nos planaltos, pela hospitalar; melhor distribuição de medicamentos;
presença de florestas, e nos vales dos rios. campanhas eficazes de vacinação; melhoria no pa-
b) O regime de propriedade adotado na colonização drão alimentar da população e diminuição da subnu-
dirigida era o de pequena propriedade; o cultivo trição; mais informação às mães e cuidadores de cri-
nos lotes, frequentemente com rotação de terras anças; participação de ONGs, igrejas e entidades filan-
com várias culturas, era realizado com trópicas na orientação às mães; campanhas de difu-
instrumentos simples e força de trabalho familiar, são de amamentação no seio materno; melhorias nas
voltado predominantemente para a subsistência. condições de vida; melhor conscientização da popula-
ção sobre saúde.
16. De acordo com as representações nos mapas, o
b) Analisando os dados de IDH e PNB per capita e com-
Nordeste é a macrorregião com os maiores fluxos
parando as taxas de mortalidade infantil de Cuba e da
emigratórios a partir da segunda metade do século
Bolívia, verifica-se que: para as taxas de mortalidade
XX, já que é dela que parte o maior número de setas
infantil, Cuba apresenta um índice inferior a 10 por
que indicam esses deslocamentos. O Sudeste, por
mil, um dos mais baixos dos países americanos repre-
sua vez, registra os mais intensos fluxos
sentados, enquanto a Bolívia se aproxima de um ín-
imigratórios no período, já que esse é o destino da
dice de mortalidade perto de 80 por mil. Quanto aos
maior parte das setas nos mapas. A partir de 1990,
indicadores de PNB per capita, nota-se que ambos os
as regiões Norte e Centro-Oeste tornaram-se polos
países apresentam patamares semelhantes, próximos
de atração populacional em virtude da expansão
de cinco mil dólares. Quanto aos indicadores de IDH,
das áreas de fronteira agrícola. Já a região Sul
há contraste entre Cuba, com um IDH próximo a 0,85,
expulsou população em virtude de mudança no seu
e a Bolívia, com 0,70, o que indica que o índice de IDH
espaço agrário, tais como o elevado custo da terra,
é mais sensível do que o PNB per capita na represen-
o fracionamento da propriedade rural e a
tação das condições sócioeconômicas dos diferentes
dificuldade de concorrência do pequeno
países. No caso cubano, no que se refere ao Índice de
proprietário sulista com a grande propriedade
Mortalidade Infantil, a maior participação do Estado
mecanizada.
nas políticas de saúde e educação explica os melhores
indicadores; já a Bolívia apresenta grandes desigual-
Tema 4 dades sociais, uma vez que até recentemente o Es-
tado não tem sido capaz de fazer a provisão de políti-
Tarefa Mínima cas públicas, de forma que é o segundo país latino-
americano mais pobre.
1. C 2. A 3. C 4. C 5. A 6. D 7. D 8. C
ANGLOVINCI VESTIBULARES Geografia ∣ Setor 1751 ∣ 389
INGLÊS
1 PERSONAL PRONOUNS

Ex.: I like this watch. It is very trendy.


RESUMO TEÓRICO O pronome it refere-se a watch, que é uma coisa,
um objeto.
» SUBJECT PRONOUNS (antes do verbo) Ex.: The baby is due this year. It is going to be loved.
I We Uma vez que não conhecemos o sexo do bebê, po-
You You demos utilizar o pronome it.
He They
She
It

» OBJECT PRONOUNS (depois do verbo / preposição) Abertos!


Me Us Quando os pronomes se referem a algo já mencio-
You You nado no texto, dizemos que há uma anáfora. Quando
Him Them o pronome é introduzido pela primeira vez em um pe-
Her ríodo, temos uma catáfora.
It As palavras whether e although do glossário são
exemplos de conjunções comuns em exames vestibu-
lares, especialmente o da UNESP e da UNIFESP.
» REGRA GERAL
A estrutura das orações em inglês (e outros idio-
mas), geralmente, segue essa ordem
Sujeito + Verbo + Objeto ANOTAÇÕES
Ex.: John likes music.
S V O
Nessa oração podemos substituir o Sujeito John
pelo Subject Pronoun He (antes do verbo) e o Ob-
jeto music pelo Object Pronoun it (depois do verbo)
Ex.: He likes it.
S V O

» O PRONOME IT
O pronome it substitui o nome de
• coisas
• animais
• lugares
• sexo indeterminado

390 ∣ Inglês ∣ Setor 1851 ANGLOVINCI VESTIBULARES


ANGLOVINCI VESTIBULARES Inglês ∣ Setor 1851 ∣ 391
EXERCÍCIOS

C.D.C. May Warn Pregnant Women Against Travel to


Countries With Zika Virus
By DONALD G. McNEIL Jr.
JAN. 13, 2016

Federal health officials are debating whether1 to


warn pregnant women against travel to Brazil and other
Latin American and Caribbean countries where mosqui-
toes are spreading the Zika virus, which has been linked
to brain damage in newborn babies.
Officials say it could be the first time the Centers for
Disease Control and Prevention advises pregnant
women to avoid a specific region during an outbreak.
Some infectious disease specialists say such a warn-
ing is warranted, although2 it could have a devastating
effect on travel and tourism. A spokesman for the C.D.C.
said the agency hoped to make a final announcement
Thursday or Friday.
The virus first appeared on the South American con- Fonte: http://www.gocomics.com/calvinandhobbes/2016/01/06. Acesso em
13/01/2016.
tinent in May. Although it often causes only mild rashes3
and fevers4, women who have had it, particularly in the
first trimester of pregnancy, appear to be much more 3. Explicite os elementos aos quais os pronomes us e
likely5 to have children with small heads and damaged it fazem referência.
brains, a condition called microcephaly.
Fonte: http://www.nytimes.com/2016/01/14/health/zika-virus-cdc-travel-war-
ning-brazil-caribbean.html?_r=0?login=google. Adaptado. Acesso em 14/01/2016

Vocabulary
1. whether:
2. although:
3. rashes:
4. fevers:
5. likely:
4. Qual é a conotação da fala do tigre Haroldo no úl-
timo quadrinho? Justifique.
1. Onde foi o primeiro lugar em que o Zika vírus apa-
receu?

2. Qual é a relação entre grávidas e o Zika vírus?

392 ∣ Inglês ∣ Setor 1851 ANGLOVINCI VESTIBULARES


TAREFA MÍNIMA TAREFA COMPLEMENTAR

1. Use the correct personal pronouns in the blanks be-


low.
a) Come with _____ (he; him)
b) You have to talk to _____.(she; her)
c) John and _____ are looking for a job. (I, me)
d) Wait for _____, please. (I; me)
e) Mary showed _____ the new dictionary. (they;
them)
f) You and _____ can eat here. (he; him)
g) Bring _____ a cup of coffee, please. (we; us)
h) Go after _____, please (they; them)
i) They live near _____ (we; us)
j) You and _____ have to stay here. (I; me)

1. The pronouns he and him refer to:


a) all three beings.
b) both men.
c) the man on the left.
d) the parrot.
e) the man on the right.

2. According to the strip, the parrot


a) can repeat what other people say, but this is
not good for a manager.
b) cannot repeat what people say.
c) isn't a manager, but it is interested in becoming
one.
d) isn't a manager and it is not interested in be-
coming one.
e) is a manager because it has the necessary qual-
ities of one.

Fonte: http://www.gocomics.com/garfield/2016/01/09. Acesso em 13/01/2016

2. Explique como o terceiro quadrinho quebra a ex-


pectativa gerada pelos dois primeiros quadrinhos.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Inglês ∣ Setor 1851 ∣ 393


2 FORMAÇÃO DE PALAVRAS

» FORMADORES DE ADJETIVOS: -ful, -less, -ly, -ious


RESUMO TEÓRICO
useful - útil;
hopeless - desesperado;
Durante a leitura de textos, é essencial que saibamos as
classes gramaticais das palavras. Em Inglês, os afixos friendly - amigável;
são os elementos formadores de substantivos, adjeti- likely - provável;
vos e advérbios. Eles podem ser classificados como pre- delicious - delicioso.
fixos (quando usados antes do radical) e sufixos
(quando usados depois).
» FORMADORES DE ADVÉRBIOS: -ly, -ward
De modo geral, temos os seguintes prefixos em Inglês:
friendly - amigavelmente;
likely - provavelmente;
» IDEIA DE NEGAÇÃO: dis-, un-, in-, im-, mis-
slowly - lentalmente.
Exemplos: downward - para baixo;
disadvantage - desvantagem; northward - para o norte.
unlikely - improvável;
incredible - incrível;
» FORMADORES DE VERBOS: - ate, -en, -ify,
impatient - impaciente;
misunderstaning - mal-entendido. to complicate - complicar;
to weaken - enfraquecer;
» IDEIA DE SUPERESTIMAÇÃO, EXAGERO: over- to intensify - itensificar.

to overreact - exagerar;
É importante destacar que uma palavra pode ter um
to overestimate - superestimar.
prefixo e um sufixo em sua composição:

» IDEIA DE SUBESTIMAÇÃO, MENOSPREZO: under- underdevelopment - subdesenvolvimento;


overestimation - superestimação.
to underestimate - subestimar;
to underestimate - subestimar. Ou ainda dois sufixos, por exemplo:

uselessness - inutilidade;
De modo geral, temos os seguintes sufixos em Inglês:
likelihood - propensão, probabilidade.

» FORMADORES DE SUBSTANTIVOS: -ness, -hood, -


ship, -ion, -er, -ment, -ior

happiness - felicidade;
childhood - infância;
relationship - relacionamento; Abertos!
information - informação; O sufixo -ly pode formar tanto adjetivos quanto ad-
vérbios.
laughter - risada;
development - desenvolvimento; A palavra fast pode tanto ser o adjetivo "rápido"
quando o advérbio "rapidamente". No entanto,
savior - salvador;
"quick" é rápido e "quickly" rapidamente.
behavior - comportamento.

394 ∣ Inglês ∣ Setor 1851 ANGLOVINCI VESTIBULARES


ANOTAÇÕES

ANGLOVINCI VESTIBULARES Inglês ∣ Setor 1851 ∣ 395


EXERCÍCIOS

(Unicamp)

Laughter is the Best Medicine


Humor is infectious. The sound of
roaring laughter1 is far more con-
tagious than any cough, sigh, or sneeze. When laughter
is shared2, it binds people together and increases happi-
ness and intimacy. In addition to3 the domino effect of
joy and amusement, laughter also triggers healthy phys-
ical changes in the body. Humor and laughter
strengthen4 your immune system, boost your energy, di-
minish pain, and protect you from the damaging effects
of stress. Best of all, this priceless medicine is fun, free,
and easy to use.
Adaptado de http://www.helpguide.org/life/humor_laughter_health.htm. Acesso em
21/08/2010

Vocabulary
1. laughter:
2. to share:
3. in addition to:
4. to strenghten:

1.
a) O texto considera o riso mais contagioso do que
outras manifestações físicas. Indique duas des-
sas outras manifestações.

b) Explicite os efeitos positivos do bom humor e do


riso para a saúde física das pessoas.

c) Identifique quatro palavras do texto formadas


por sufixação. Em seguida, escreva suas respec-
tivas classes gramaticais.

396 ∣ Inglês ∣ Setor 1851 ANGLOVINCI VESTIBULARES


TAREFA MÍNIMA TAREFA COMPLEMENTAR

(UEG 2016 - adaptado) (Enem)

The art of happiness


Nearly every time you see him, he’s laughing or at least
smiling. And he makes everyone else around him feel
like smiling. He’s the Dalai Lama, the spiritual and tem-
poral leader of Tibet, a Nobel Prize winner, and an in-
creasingly popular speaker and statesman. Why is he so
popular? Even after spending only a few minutes in his
presence you can’t help feeling happier. If you ask him if
he’s happy, even though he’s suffered the loss of his
country, the Dalai Lama will give you an unconditional
yes. What’s more, he’ll tell you that happiness is the pur-
pose of life, and that “the very motion of our life is to-
wards happiness”. How to get there has always been
the question. He’s tried to answer it before, but he’s
never had the help of a psychiatrist to get the message
across in a context we can easily understand.
LAMA, D.; CUTLER, H. The Art of Happiness: a handbook for living. Putnam Books,
1998.

1. Pelo título e pela sinopse do livro de Lama e Cutler,


1. According to the ideas expressed in the text, constata-se que o tema da obra é
a) there are many more learning possibilities in a a) o sucesso dos autores no Tibet.
heterogeneous school environment. b) a busca da felicidade no cotidiano.
b) homogeneity in education is responsible for a c) o Prêmio Nobel recebido por Lama.
more creative learning environment.
d) a liderança de Dalai Lama no Tibet.
c) the amount of questions asked in a class
e) a discussão de Lama e seu psiquiatra.
measures the ignorance of the students.
d) educating people is similar to industrializing
milk, so homogeneity is necessary. 2. The suffix -ness in "happiness" creates ___(I)___.
Another suffix with the same function is ___(II)___.
Choose the alternative that fills in both blanks cor-
2. Choose the word that suffered the same formation rectly:
process of "discovery":
a) nouns; -ly
a) impatient
b) nouns; -hood
b) behavior
c) adjectives; -ship
c) unlike
d) adverbs; -less
d) disrespect
e) verbs; -ate

ANGLOVINCI VESTIBULARES Inglês ∣ Setor 1851 ∣ 397


3 POSSESSIVES

RESUMO TEÓRICO

» POSSESSIVE ADJECTIVES
Abertos!
My – meu(s); minha(s)
Your – seu(s); sua(s) É importante lembrar que em referências anafóricas
o referente sempre se encontra antes do pronome
His – dele
utilizado. Às vezes, ele se encontra até mesmo em pe-
Her - dela+ NOUN ríodos anteriores.
Its – dele(a)
Our – nosso(s); nossa(s)
Their – deles; delas
ANOTAÇÕES
Os Possessive Adjectives (P.A) têm a mesma função
de um adjetivo, por isso devem sempre ser segui-
dos por um substantivo.
Ex.: my friend
your money
their children
P.A. NOUN

» POSSESSIVE PRONOUNS
Mine - meu(s); minha(s)
Yours – seu(s); sua(s)
His - dele
Hers - dela
Its – dele(a)
Ours – nosso(s); nossa(s)
Theirs – deles; delas
Os Possessive Pronouns (P.P) servem para substi-
tuir o substantivo, o nome.
Ex.: - Is this your car?
- No, it’s not mine. (= my car) It’s my father’s.
Double Possessives (A friend of…, a teacher of...)
Os double possessives devem ser seguidos pelos
possessive pronouns.
Ex.:
She’s a friend of mine.
John is a teacher of hers.
Márcia is a cousin of his.
Renato is an uncle of ours.
Jorge is a nephew of theirs.

398 ∣ Inglês ∣ Setor 1851 ANGLOVINCI VESTIBULARES


ANGLOVINCI VESTIBULARES Inglês ∣ Setor 1851 ∣ 399
2. Segundo o autor, há limites para o humor?
EXERCÍCIOS

What is the limit, or is there a limit, to "humor"?


Mike Mendis

When humour is done artfully1 and tastefully2, there


are no limits. All topics are fair game. However3, when
done poorly and in bad taste, so-called "jokes" can come
across as offensive. As long as3 humour serves as social
commentary, as long as it sheds light on something that 3. Qual é a característica dos comediantes de maior
is fundamentally true about human nature, it is ac- sucesso?
ceptable, no matter what the topic. If it is mean-spirited,
nasty, demeaning, then it is not acceptable, regardless
of the topic.
The most successful comedians are the ones who
make us laugh at our own weaknesses (and at human
weakness in general). They make us realize that we are
all human, and that humans are not perfect. We can ac-
cept human nature with all its weaknesses4 and quirks5
and foibles6 more easily if we can see the funny side of
these weaknesses and quirks and foibles. Our weak-
nesses somehow become more tolerable because they
are cast in a humourous light. Humour helps us not to
take human weaknesses too seriously.
Fonte: https://www.quora.com/What-is-the-limit-or-is-there-a-limit-to-humor. Acesso
em 13/01/2016.

Vocabulary
1. artfully:
2. tastefully: Fonte: http://www.gocomics.com. Acesso em 13/01/2016.

3. however:
4. as long as: 4. Que palavra encontra-se subentendida pelo posses-
5. mean-spirited: sivo yours no último quadrinho?
6. nasty: a) nicer
7. demeaning: b) fact
8. weakness(es): c) sweater
9. quirk(s): d) dog
10. foible(s): e) clothes

1. O pronome its refere-se anaforicamente a um subs-


tantivo. Identifique-o.

400 ∣ Inglês ∣ Setor 1851 ANGLOVINCI VESTIBULARES


TAREFA MÍNIMA TAREFA COMPLEMENTAR

1. Peter has lost _______ umbrella; perhaps you can


lend him _______.
a) your – your
b) yours – yours
c) yours - his
d) his - yours
e) her - her

2. _______ is the best disco in town.


a) Ours disco
b) Hers disco
c) Ours
d) It disco
e) Our

3. The primary purpose of luggage is to protect


_______ contents from harm.
a) its
b) him
c) hers
d) theirs Fonte: www.cartoonstock.com. Acesso em 19/01/2016.
e) his
1.
4. I’ll pay for _______ services and you’ll pay for a) A quem se refere o primeiro it?
_______, ok? b) A frase possui um erro gramatical. Corrija-a.
a) my – your
b) your – my Let the future tell the truth, and evaluate each one
according to his work and accomplishments. The
c) your - mine
present is theirs; the future, for which I have really
d) yours – mine worked, is mine.
Nikola Tesla. Serbian physicist (1856 - 1943)
5. (ITA) A alternativa que corretamente preenche as Fonte: www.brainyquote.com/quotes/quotes/n/nikolatesl401271.html. Acesso
em 13/01/2016.
lacunas I, II e III de “The blue pencil is not __I__ and
it is not __II__ either; it is __III__.
2.
I II III
a) Identifique os referentes de his, theirs e mine.
a) my his hers
b) Como Nicola Tesla se coloca em relação a seus
b) your of her our colegas cientistas?
c) mine of him your
d) yours hers mine
e) yours his her

ANGLOVINCI VESTIBULARES Inglês ∣ Setor 1851 ∣ 401


(UDESC) English as an international language 5. English is a popular language because
About one hundred years ago many educated people a) English is easy to learn.
4
learned and spoke French when they 5met people from b) everybody loves McDonald's and Hollywood
other countries. Today most people speak English when movies.
they meet foreigners. It has become the new interna-
c) it is the language of business and the American
tional language. There are more people who speak Eng-
culture is all over.
lish as a second language than people who speak Eng-
lish as a first language. Why is this? d) the world is global and we need to communi-
cate somehow.
There are many reasons why English has become so
popular. One of them is that English has become the lan- e) Chinese is more difficult to learn than English.
guage of business. Another important reason is that
popular American culture (like movies, music, and 6. “Its” (ref. 3) refers to:
McDonald's) has quickly spread throughout the world. a) English
It has 6brought its language with it.
b) culture
Is it good that English has spread to all parts of the
c) world
world so quickly? I don't know. It's important to have a
language that the people of the earth have in common. d) hand
Our world has become very global and we need to com- e) learn
municate with one another. 2On the other hand, English
is a fairly complicated language to learn and it brings
3 7. It’s correct to say that:
its culture with it. Do we really need that?
a) Esperanto will take over English.
Scientists have already 7tried to create an artificial
language that isn't too difficult and doesn't include any b) Esperanto is difficult and it’s not popular.
one group's culture. It is called Esperanto. But it hasn't c) Esperanto is an artificial language created by
become popular. But maybe the popularity of English scientists.
won't last that long either. Who knows? There are more d) English language is being changed by Espe-
people in the world 1who speak Chinese than any other ranto.
language. Maybe someday Chinese will be the new in- e) Both English and Esperanto will be spoken pop-
ternational language. ularly in the future.
www.5minuteenglish.com. Accessed on June 19th

3. ____________ ago many educated people learned


and spoke French when they met people from other
countries.
The correct alternative which best completes the
sentence above is:
a) 1000 years
b) 10 years
c) 1100 years
d) 110 years
e) 100 years

4. The language that is spoken as a foreigner language


by many people nowadays, is:
a) French
b) Esperanto
c) Chinese
d) Artificial language
e) English
402 ∣ Inglês ∣ Setor 1851 ANGLOVINCI VESTIBULARES
4 EFEITOS DE HUMOR

Exercício Resolvido
RESUMO TEÓRICO

É muito comum em vestibulares encontrarmos ques-


tões sobre efeitos de humor. Eles podem ser causados
por uso de palavras com ambiguidade, situações que
quebram expectativas geradas anteriormente, críticas a
comportamentos da sociedade, ironia, entre outras ma-
neiras.

Veremos a seguir exemplos de tais efeitos.

Exercício Resolvido

Fonte: http://www.gocomics.com/. Acesso em 14/01/2016


Fonte: http://www.gocomics.com/. Acesso em 14/01/2016

1. O que causa o efeito de humor da tirinha? 2. O que causa o efeito de humor da tirinha?
O paciente queixa-se de possuir perda auditiva. No primeiro quadrinho, o rapaz diz que irá adotar
Quando o médico pergunta sobre qual seria o ou- uma atitude mais positiva perante a vida. No se-
vido (ear) afetado, o paciente entende que a per- gundo quadrinho, o silêncio entre as personagens
gunta havia sido sobre o ano (year) presente. Assim, mostra certa tensão entre elas. Por fim, no terceiro
o efeito de humor é causado pelo fato de ear (ou- quadrinho o rapaz diz que tomará tal atitude ape-
vido) e year (ano) terem o mesmo som. sar do gato, isto é, o gato não atrapalhará os planos
do rapaz mesmo com sua má vontade. O gato ter-
mina o diálogo dizendo que aceita o desafio. Assim,
o efeito de humor é causado pelo uso da conjunção
in spite of (apesar de), mostrando que o gato Garfi-
eld traz negatividade à vida do rapaz.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Inglês ∣ Setor 1851 ∣ 403


Abertos!
Quando uma questão pede o efeito de humor ou cô-
mico, nunca responda que ela não tem graça! Efeito
cômico é a sensação de estranheza ou espanto que
uma palavra ou grupo de palavras causam no leitor,
independentemente de fatores subjetivos.

ANOTAÇÕES

404 ∣ Inglês ∣ Setor 1851 ANGLOVINCI VESTIBULARES


EXERCÍCIOS

Fonte: http://www.gocomics.com/ Acesso em 12/01/2016

1. Como o garoto entende o uso de "my year"? Expli-


que usando sua fala no último quadrinho.

“When the light turns green, this horn will honk so driv-
ers look up from their phones”.
Fonte: http://www.gocomics.com/ Acesso em 12/01/2016

2. The comic strip wants to highlight the idea that


a) people won´t have cars in the near future.
b) traffic lights had to be modified due to people's
habit of talking on the phone while driving.
c) phones are useless objects that will be replaced
by traffic lights.
d) traffic lights are going to be able to make phone
calls in the future.
e) traffic lights will have their colors changed.

ANGLOVINCI VESTIBULARES Inglês ∣ Setor 1851 ∣ 405


The real problem is not whether machines think but
whether men do. TAREFA MÍNIMA
B. F. Skinner. US psychologist (1904 - 1990)

Fonte: www.quotationspage.com. Acesso em 08/12/2015

3.
a) O verbo do está substituindo qual verbo da
frase?

b) Explicite o efeito cômico da frase.

Fonte: http://www.gocomics.com/ Acesso em 14/01/2016

1. Por que o gato agiu dessa maneira?

Fonte: http://www.gocomics.com/. Acesso em 14/01/2016

4. Qual é o efeito cômico da tirinha? Fonte: http://www.gocomics.com/ Acesso em 14/01/2016

2. O último quadrinho dá a entender que Calvin fez


um pedido a sua mãe.
a) Qual seria o pedido feito por Calvin?
b) O que a mãe responde e qual seria o motivo de
não acatar tal pedido?

406 ∣ Inglês ∣ Setor 1851 ANGLOVINCI VESTIBULARES


1.
TAREFA COMPLEMENTAR a) Quais são as duas doenças mencionadas pela
menina na primeira estrofe?
I cannot go to school today! b) Na nona estrofe, a menina diz que está com
By Shel Silverstein uma temperatura de 108 graus. Que escala ter-
mométrica ela provavelmente utiliza?
"I cannot go to school today"
c) Nas últimas estrofes, a menina se surpreende
Said little Peggy Ann McKay. por algo. Qual é o motivo de sua surpresa e o
"I have the measles and the mumps, que ela faz depois?
A gash, a rash and purple bumps.

My mouth is wet, my throat is dry.


I'm going blind in my right eye.
My tonsils are as big as rocks,
I've counted sixteen chicken pox.

And there's one more - that's seventeen,


And don't you think my face looks green?
My leg is cut, my eyes are blue,
It might be the instamatic flu.

I cough and sneeze and gasp and choke,


I'm sure that my left leg is broke.
My hip hurts when I move my chin,
My belly button's caving in.

My back is wrenched, my ankle's sprained,


My 'pendix pains each time it rains.
My toes are cold, my toes are numb,

I have a sliver in my thumb.

My neck is stiff, my voice is weak, Fonte: http://www.gocomics.com/ Acesso em 12/01/2016

I hardly whisper when I speak.


My tongue is filling up my mouth, 2. Quais são os significados das frases "lasted almost
two minutes" e "longer than last year" presentes no
I think my hair is falling out. último quadrinho e como elas se relacionam à tiri-
nha?
My elbow's bent, my spine ain't straight,
My temperature is one-o-eight.
My brain is shrunk, I cannot hear,

There's a hole inside my ear.

I have a hangnail, and my heart is ...


What? What's that? What's that you say?
You say today is .............. Saturday?

G'bye, I'm going out to play!"


Fonte: http://www.poemhunter.com/ Acesso em 18/01/2016
ANGLOVINCI VESTIBULARES Inglês ∣ Setor 1851 ∣ 407
2.
GABARITO a) His refere-se a cada cientista contemporâneo
de Tesla, theirs refere-se a todos os cientistas e
Tema 1 mine à Tesla.
b) Tesla se vê como um cientista voltado ao fu-
Tarefa Mínima turo. Seus colegas são vistos por ele como pes-
1. soas presas ao presente.
a) Him 3. E
b) Her 4. E
c) I 5. C
d) Me 6. A
e) Them 7. C
f) He
g) Us
Tema 4
h) Them
i) Us
Tarefa Mínima
j) I
2. Nos dois primeiros quadrinhos, Garfield fala sobre 1. Porque o gato se sentiu ofendido por ter sido cha-
que ele, como um gato doméstico, ainda possui a mado de gordo.
selvageria típica de seus ancestrais felinos. No en- 2.
tanto, o terceiro quadrinho mostra a personagem a) Provavelmente o garoto pediu a sua mãe per-
chamando um táxi, ação que em nada se assemelha missão para fazer um boneco de neve que se
às características violentas de seus antepassados. parecesse anatomicamente com um homem.
b) A mãe responde que não há possibilidade do
Tarefa Complementar pedido de Calvin ser aceito. O motivo para tal
1. D recusa, provavelmente, seria o constrangi-
2. E mento que tal boneco pudesse causar na vizi-
nhança.
Tema 2
Tarefa Complementar
Tarefa Mínima Tarefa Complementar
1.
1. A 1. B
2. B 2. B a) Measles (sarampo) e mumps (caxumba).
b) Escala Fahrenheit, pois seria equivalente a uma
Tema 3 febre altíssima (mais de 41°C).
c) Ela se surpreende que seja sábado, decidindo
Tarefa Mínima então brincar.
1. D 2. Os significados são respectivamente “durou quase
2. C dois minutos” e “mais tempo do que no ano pas-
3. A sado”. Tais expressões referem-se à tentativa da ga-
4. C rota de ter uma atitude mais positiva em relação à
5. D escola em que estuda. Tal atitude durou mais
tempo do que no ano anterior, assim, em certo sen-
Tarefa Complementar tido, seu esforço teve um resultado melhor.
1.
a) O primeiro it refere-se ao rapaz sentado em
frente ao computador. O aparelho encara o ra-
paz como um objeto, por isso usa o subject pro-
noun it para referir-se a ele.
b) A frase correta é: "I'm sure it's got a mind of its
own".

408 ∣ Inglês ∣ Setor 1851 ANGLOVINCI VESTIBULARES

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