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FACAM – FACULDADE DO MARANHÃO

SOMAR SOCIEDADE MARANHENSE DE ENSINO SUPERIOR LTDACNPJ 04.855.275/0001-68


GRADUAÇÃO – PÓS-GRADUAÇÃO – ENSINO À DISTÂNCIA

DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL E AGRÁRIO


PROFESSORA: DRA. BRUNAFOLHA DE RESPOSTAS
FEITOSA SERRA DE
ARAÚJOCURSO: DIREITO PERÍODO: 8º
TURNO: NOTURNO DATA: / /

ALUNO:
O sacrifício de animais em rituais religiosos é algo que vem sendo debatido a alguns anos,
entre representantes das religiões de matrizes africanas e aqueles que defendem a extinção
de tal prática, porém, sem chegar a um consenso.

Ora a liberdade de culto é um direito constitucional fundamental, uma vez, que o Estado
brasileiro é laico, tais práticas está contidas dentro dessa garantia pois ela firmam a fé dessas
práticas com o sagrado daquela religião, sem entrar no mérito que é uma garantia antiga
vindo de constituições anteriores a de 1988, fazendo com que os adeptos se sintam atacados
por aqueles que a desconhecem e por pessoas de outras religiões.

Historicamente o sacrifício de animais não é algo exclusivo das religiões de matrizes


africanas, mas também do cristianismo, fato este comprovado pela bíblia em seu antigo
testamento, será mesmo que o impasse é pelo bem dos animais ou só mais um preconceito
religioso?

O sacrifício de animais em rituais religiosos é uma prática que remonta desde os primórdios
da humanidade, o que se verificar em diversos textos bíblicos Passando pelas mais diversas
civilizações da antiguidade e na atualidade, é tido como manifestação cultural de diversos
povos espalhados pelo mundo. No Brasil, esta prática encontra adeptos e contrários,
sobretudo nas religiões de matrizes africanas. O que para muitos é um direito de expressão
religiosa para outros se trata de crime ambiental.

Alguns autores que se aprofundaram a respeito e perceberam um conflito de princípios,


entre o ART.5°, VIII e o Art.225,§1°,VII, pois esse último fala sobre a proteção dos animais da
fauna, conflitando de certa forma com essa pratica. Uns chegam a defender o ato através do
princípio existente juntamente com o princípio da dignidade da pessoa uma que inclui a
liberdade de expressão através da externação da crença e outros criticam alegando que isso
prejudicara as gerações futuras com tal matança citando o direito a vida. Como a exemplo,
Paulo Affonso Leme que trás a visão do ex Ministro relator Celso de Mello do STF:
[...] como um típico direito de terceira geração que assiste, de modo subjetivamente indeterminado, a todo o
gênero humano, circunstância essa que justifica a especial obrigação que incumbe ao Estado e a própria
coletividade de defendê- lo e preservá-lo em benefício de presentes e futuras gerações.

De acordo com Paulo Affonso Leme Machado, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 225, dimensiona
o meio ambiente como bem de uso comum do povo, ampliando o conceito já existente. Desta forma inseriu a
função social da propriedade.

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Ainda, de acordo com seus escritos, o Poder Público passou a ser um gestor de bens ambientais, dentre eles,
a fauna objeto deste estudo. Assim, uma vez aceita esta concepção jurídica, o Poder Público abriu uma clareira
na relação jurídica entre Estado e povo, dando a possibilidade de uma maior participação da sociedade civil, na
gestão desses bens ambientais, de uso comum do povo, como manda os princípios norteadores de um Estado
Democrático e Ecológico de Direito, conforme determina os artigos 225 e 170 da Constituição Federal.
Paulo Affonso Leme, afirma que os Legisladores Constituintes, ao tratarem do tema, poderiam simplesmente
trabalhar as questões inerentes ao meio ambiente sadio, no entanto, na opinião do doutrinador, os legisladores
foram além.

As constituições brasileiras nunca deixaram de elencar no rol dos direitos fundamentais, o direito à vida. Com
a promulgação da Carta Magna de 1988, os legisladores promoveram um avanço nesse sentido, ao resguardar
no texto constitucional a dignidade da pessoa humana, conforme artigo 1º, inciso III, já mencionado
anteriormente e introduz o direito à sadia qualidade de vida.

Por que matar animais?


Mas como seria essa “matança”?
Ela afetaria as Gerações futuras?
Será que o animal oferecido sofre crueldade?

“Os sacrifícios visam fazer circular a energia que anima tudo no mundo, o axé”, diz o
pesquisador Rodrigo Pereira. “Ao se sacrificar um animal, não está se matando uma vida,
mas sim fazendo essa energia que anima orixás e homens ser redistribuída.” Ou seja, o
sangue, fonte de axé, é doado aos deuses.

Bom sobre a matança, os animais (oferendas) são bem tratados, seguido de ritual de
oração antes do seu sacrifício para que ele seja entregue limpo a entidade designada, ou
seja, ele não pode sofrer antes ou durante seu abate e os restos servem para alimentar os
devotos. Informação esta dada por seguidores da religião a fim de sanar tais
questionamentos feitos pela sociedade em geral.

A questão de afetar a resposta é simples, Não! Já que os animais oferecidos são animais
utilizados fazem parte do consumo diário, como galinhas, patos, pombos, bodes, carneiros e
até mesmo bois inteiros.

Entrando no mérito da pauta a oferenda dos alimentos, inclusive com a sacralização dos
animais, faz parte indispensável da ritualística das religiões de matriz africana. Impedir a
sacralização seria manifestar claramente a interferência na liberdade religiosa”. A liberdade
para prática religiosa no Brasil está prevista no artigo 5º da Constituição nacional, ou seja,
totalmente constitucional e legal.

Dito isso, vale não só para as religiões de matriz africana, mas para todas as religiões,
implicando que a regra seja aplicada por todos os tribunais e juízes do país sempre que
julgarem casos desse tipo. A respeito dos maus tratos já existe uma legislação vigente, que
prevê pena de prisão de três meses a um ano detenção

Referências:

Casa de umbanda Areia branca, www.jusbrasil.com. br,www.revistaseletronicas.pucrs.br

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