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À Gloria do Grande Arquiteto do Universo

Trabalho sobre a quinta instrução de aprendiz maçom

De todas as instruções que tivemos até o momento, admito que esta foi a que
tive mais dificuldade em assimilar, devido a complexidade de seu conteúdo. Mesmo
cada vez tendo a pedra um pouco mais desbastada, quanto mais conhecimento
adquiro aqui com meus irmãos, nas instruções e na convivência, mais vejo o quanto é
vasto e o quanto ainda temos a frente para aprender sobre o universo e as coisas que o
compõem. Hoje vendo em perspectiva, percebo que as instruções se complementam e
tem toda uma lógica e porque são na sequência que as são.
A simbologia dos números desempenha um papel significativo em muitas
tradições culturais, filosóficas e religiosas ao longo da história. Um dos sistemas mais
influentes que envolve a simbologia dos números é o de Pitágoras. Este sistema de
interpretação dos números tem influenciado a maçonaria.
Pitágoras de Samos foi um filósofo e matemático grego que nasceu em Samos
entre cerca do ano 570 a.C. e 571 a.C. e morreu em Metaponto entre cerca do ano 496
a. C. ou 497 a.C. e sua biografia está envolta em lendas. Diz-se que seu nome
significa altar da Pítia ou o que foi anunciado pela Pítia, pois a mãe ao consultar a
pitonisa soube que a criança seria um ser excepcional. Pitágoras foi o fundador de uma
escola de pensamento grega denominada em sua homenagem de pitagórica.
Ensinando que havia um DEUS UNO, uma Unidade Divina, Ser e Principio de
todas as outras inteligências, Pitágoras acabou golpeando todas as raízes da Grécia
Antiga, reduzindo a zero todos os deuses e deusas gregas. Enquanto viveu, esse foi um
acontecimento provavelmente mais perigoso para si do que aqueles posteriores
verificados à época de Sócrates. Foi por puro temor que ele ensinou através de
símbolos com mensagens inteligíveis apenas aos adeptos, a quem a doutrina estava
privativamente confidenciada.
“O número é a essência (o Ser) ou o Primeiro Principio de todas as coisas”
Esta é a doutrina numeral na qual os pitagóricos, estudantes e seguidores da
doutrina de Pitágoras, centralizavam sua posição.
Os números estão em absolutamente tudo, com eles medimos tamanho de
objetos, séries, ciclos, relações de espaço e tempo. A Simbologia dos Números é uma
parte fundamental de muitas culturas e tradições e os números tem sido associados a
significados espirituais, místicos e simbólicos.
O número 1

Este número remete-nos ao início, começo. Há diferentes formas de interpretar


este início. O próprio Deus pode ser assim interpretado, pois Ele é a fonte e causa de
todas as coisas. O número 1 foi expresso simbolicamente para significar a singularidade
do UNO da Divindade. Quando a Bíblia diz: “No começo, Deus criou céu e a Terra”, o
começo indica tempo e uma ordem numérica, uma sequência, neste caso, no padrão
ou projeto do Criador. O Criador formou um céu incorpóreo e uma Terra invisível, e fez
o ar e o vácuo. Deu ao primeiro o nome de trevas e ao outro de abismo. O número 1 é
chamado de mónada. A Unidade Cósmica e o Começo. Considera-se que ele existe
sozinho e independente de todos os outros números. E a unidade nunca é chamada de
número, embora todos os números dela emanem e ela os contenha a todos. A Unidade
é o Princípio. O Um é o número de Deus e da felicidade. É o número da concórdia, da
amizade e da forma. A Unidade é a fonte e o original de todos os números, o início de
toda a multiplicidade. É indivisível e não tem partes. É o início e o fim de todas as
coisas. Todas as coisas desejam aquele um e se esforçam por retornar a ele.

O número 2

O número 2 é a dualidade. É o primeiro número que designa a separação da


unidade. Representa a oposição, a passividade que se opõe à atividade, representa os
contrários. o 2 representa o binário. É o número da confusão, controla a associação da
vontade do homem, representa o oposto, a dúvida e tudo que tem sua contraparte:
claro e escuro, dia e noite, bem e mal. Dualidade caracteriza a função do número dois,
significando de um lado a duplicidade e de outro o antagonismo. A vida é formada de
dualismo que representam o equilíbrio, viver seria monótono se não surgissem
momentos alternativos e contrários. Mesmo sendo o número 2 um numero terrível, é
imprescindível para a vida, da balanço e equilíbrio. No mundo não há contrários em si
mesmos, há a dualidade, fruto de uma cisão da Unidade o que, consequentemente,
produziu a Multiplicidade. Sem o antagonismo do número 2 não perceberíamos as
nuances dos diferentes, jamais saberíamos o que é o Bem, se não conhecêssemos o
Mal, não conheceríamos o justo se não entendêssemos o que é injusto, não
apreciáramos a Luz se não provássemos as Trevas. Antes de se falar em número
terrível, em número fatídico acerca do dois há que se compreender os perigos que
envolvem o aspecto negativo dos contrários e para esta compreensão é necessário que
se tenha o conhecimento do seu aspecto positivo, conhecer os dois lados opostos para
entender o todo.
O número 3

O número 3 é a tríade, representa os fenômenos resultantes do encontro do 1 e


2. No mundo imaterial, representa a trindade que constitui a Divindade; no mundo
material representa os três reinos da natureza: mineral, vegetal e animal, o
número três representa a lei de causa, efeito e resultado; ação, reação e efeito. O três é
um número muito associado à simbologia maçônica: os 3 Graus simbólicos, os 3
pontos, o triangulo, os 3 pilares: SABEDORIA, FORÇA e BELEZA e acredito que mais
símbolos que encontrarei em minha caminhada aqui na maçonaria. No 3 vemos a
perfeita lei do triangulo, que demonstra o perfeito equilíbrio.

O número 4

O número 4 é a tétrada. É a Estabilidade. É o número universal da perfeição


material. É o tetragrama, ou nome de quatro letras, dos poderes da Divindade. O
quatro transmite a solidez, cujas fundações nas coisas artificiais são geralmente
quadradas. Como vimos na instrução, no centro do Delta está a letra IOD, inicial do
Tetragrama (4 letras) IEVE, símbolo da grande evolução, do que existiu e do que
existirá. Representa o fogo, água, ar e terra, por fim, podemos dizer que o Quatro
representa a perfeição material, posto que superou a confusão do 2 para com o 1, e
reintegrou o 3 aos dois primeiros. Logo, como uma mesa e uma cadeira encontram a
sua perfeita estabilidade com quatro pernas, o número 4 encontra conforto na
paridade da sua quantidade, na força do seu equilíbrio ante a superação dos embates
antagônicos de outrora.
O Homem terá a sua sublime estabilidade, quando conseguir equilibrar a sua
vida emocional, espiritual, profissional e física.

O que nos foi ensinado da vida profana sobre os números e seu lado lógico e
racional, em matemática, física e química usamos os números para cálculos, formulas e
resultados científicos, sem qualquer ligação com “especulações” sobre Deus, sobre a
origem oculta da Natureza ou as Leis pelas quais Deus rege a sua Criação. É tarefa difícil
estudar os Números, pois nunca fomos incitados a refletir além da matemática, as
concepções espirituais e metafísicas sobre os números. Mesmo com todo o estudo que
desenvolveremos durante nossa vida profana e maçônica cabe a nós nos
conformarmos diante da nossa pequenez ante a grande inteligência viva dos Números
e a magnifica Obra do Grande Arquiteto do Universo.

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