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A NUMEROLOGIA E A MAÇONARIA

Na Maçonaria, sempre nos implicou o fato de que os Rituais, dos três Graus Simbólicos,
incluíssem em suas instruções o estudo dos Números, sem esclarecimentos outros que uma
simples súmula dos assuntos! Implicou, ainda, o método como têm sido ministradas estas
Instruções: uma simples leitura, nenhum comentário e deixando ressaltar a impressão de que
todos se encontram aflitos para se livrarem daqueles textos incompreensíveis!
A numerologia é uma ciência pouco divulgada, mas de grande valor para o estudo dos
números, em relação aos planetas, ao universo, aos sons, às cores, às auras dos seres em geral
e, principalmente, para o estudo da Maçonaria. Deus, o Grande Arquiteto do Universo, é,
também, o Supremo Geômetra, e o Supremo Matemático do Universo.
Por tudo isto, a Maçonaria, em sua parte esotérica, preocupa-se com os números e seu
estudo. Hoje, quando o homem, assoberbado com as preocupações da vida moderna, reserva
quase nenhum ou mesmo nenhum tempo para cogitações de ordem filosófica, torna-se cada
vez mais difícil o estudo dos números e a compreensão da sua simbologia. Não obstante isto, a
Maçonaria recomenda tal estudo e inclui mesmo, como parte obrigatória de seus
ensinamentos, a simbologia numérica nas instruções a serem ministradas aos Aprendizes, aos
Companheiros e aos Mestres Maçons. Esta aprendizagem é obrigatória e, diga-se de
passagem, ela simplesmente não se faz. Não se faz porque, não havendo conhecimento maior,
os Rituais limitam-se apenas a “dar notícia da simbologia numérica”, a título de Instrução e,
mesmo assim, esta “notícia” é apenas lida em Loja sem maiores comentários! A inclusão de
Instrução, especialmente dedicada ao estudo dos números, no Ritual do Primeiro Grau, nos
leva à convicção de que a Maçonaria acha necessário o seu conhecimento, para que possa o
Aprendiz galgar outros Graus mais elevados. O Ritual do Primeiro Grau recomenda ao Aprendiz
familiarizar-se com os quatro primeiros números.
Ao Aprendiz Maçom que inicia a sua caminhada na senda, é de suma importância que
penetre, desde logo, nos segredos dos números 1, 2, 3 e 4, de vez que tal conhecimento lhe
proporcionará chaves vitais para seu desbastamento da Pedra Bruta, o escopo principal do
trabalho a ser desenvolvido na Coluna do Norte.
O número UM, Alfa, é o símbolo da Causa sem Causa, do Princípio, é a representação de
DEUS manifestado, é tudo aquilo que surgiu do Caos, é o “faça-se a LUZ e a LUZ se fez...” Aqui
a Unidade não pode nem deve ser confundida com o TODO, pois não passa de um ponto de
partida, e, não é mais do que uma manifestação do G.'. A.'. D.'. U.'., ou seja: começo de alguma
coisa, produto da preexistência de uma CAUSA SEM CAUSA.
Para algumas Escolas Iniciáticas, o número DOIS é o número do Equilíbrio; para outras
ele é o símbolo terrível da Dúvida, um número perigoso, porque duas forças iguais e
antagônicas se antepõem uma à outra, na luta pelo domínio do UM sobre o outro UM. DOIS
seria, então, símbolo da luta eterna que travam o Bem e o Mal; a Luz e a Treva; o Sim e Não; o
Macho e Fêmea, etc.
Se levarmos em conta, entretanto, que tudo que existe no Universo são apenas
diferentes e antagônicas partes de um Único Todo, chegaremos a entender e compreender
que o Bem e o Mal são DEUS; que a Luz e as Trevas são DEUS; que o macho e a Fêmea são
DEUS, etc. . Porque Bem e Mal, Luz e Trevas, Sim e Não, Macho e Fêmea, etc., são apenas
resultados de pontos de vista de um observador, que se coloca em determinada posição no
Plano Manifestado, e enxerga as coisas do seu próprio ponto de vista pessoal.
E, se conseguirmos eliminar este ponto de vista pessoal ao encarar diferentes aspectos
de um mesmo problema, acabaremos por entender que tudo é TUDO, e que, o número DOIS é
apenas o número UM que se repete a Si mesmo, sendo, portanto, igual a si próprio...
O verdadeiro segredo da PAZ, da Tranquilidade, do Bem-Estar, enfim, daquele estado
da alma conhecido pelos orientais como Nirvana, é a Criatura viver em EQUILÍBRIO... Em todo
Universo existe uma luta eterna e terrível, travada sempre entre duas forças antagônicas e
violentas que, por sua própria natureza intrínseca, procuram dominar e destruir uma à outra.
E, qualquer criatura que consiga se situar num ponto equidistante entre elas duas passa a ser
de detentor de uma Força ainda maior que as outras duas, e que se chama EQUILÍBRIO.
EQUILÍBRIO é, portanto, um terceiro elemento que surge, pois com seu aparecimento é
que cessarão a dúvida, a luta e antagonismo do número DOIS. Eis que surge o TRÊS, o Filho,
produto da Harmonia, do Equilíbrio da Compreensão, da união entre dois oponentes eternos.
É agora que surge afinal o número do equilíbrio total, no qual o UM se manifesta no
TRÊS, para que o DOIS se harmonize consigo próprio. O Filho é igual ao Pai e ambos são iguais
a DEUS, e, se DEUS é igual ao Pai e ao Filho, todos são iguais entre si, e, se todos são iguais
entre si, são portanto UM apenas, que se manifesta sob a Tríplice aparência do Equilíbrio.
O maior segredo do conhecimento do simbolismo do número TRÊS talvez estejam na
compreensão de que ele é o produto do Amor, da União, da Harmonia e do equilíbrio entre
duas forças opostas e seu significado maravilhoso de que, com ele, começa a perpetuação de
tudo que existe no Universo.
TRÊS são as qualidades exigidas para aqueles que postulam as suas Iniciações: Vontade,
Amor e Inteligência. Sem estas três qualidades o homem não passa de um aleijado, pois de
nada adiantarão a Vontade e a Inteligência, se o Coração do Homem não estiver pleno de
Amor para com tudo e com todos. Todo Maçom que quiser ser digno deste nome deve cultivar
igualmente essas três qualidades.
Finalmente é sobre três importantíssimos pontos que se deve apoiar todo Maçom, que
se preze e se julgue digno de ser chamado de Irmão: LIBERDADE, IGUALDADE e
FRATERNIDADE. É num ponto equidistante deste Triângulo Sagrado, que se deve colocar o
verdadeiro Maçom e aí se apoiar, pois é numa base quadrada que se origina uma Pirâmide, a
qual em sua ascensão para a Unidade, tem seus quatro lados formados por um Triângulo.
QUATRO é o número do Tetragrama Sagrado IOD, EH, VAU EH ou IEVE, ou JEHOVAH,
nome com qual os Hebreus caracterizavam a divindade Manifestada, e que, no Sagrado
Triângulo do Maçom aparece como o quarto elemento, simbolizado pelo Olho da DIVINDADE,
o Divino Centro – o Equilíbrio que tudo vê, fazendo justiça e dando a cada um segundo
suas obras.

Irmão Mestre Instalado José Carlos Lopes, Oriente de Curitiba - PR

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