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HSI: História Sob Investigação 9

Salazar justifica a necessidade


de um executivo forte

Salazar justifica a necessidade de um executivo forte


Todos sabemos de onde vimos – de uma das maiores desorganizações que em
Portugal se devem ter verificado na economia, nas finanças, na política, na
administração pública. […] Não há Estado forte onde o Poder Executivo o não é, e o
enfraquecimento deste é a característica geral dos regimes políticos dominados pelo
liberalismo individualista ou socialista, pelo espírito partidário e pelos excessos e
desordens do parlamentarismo.

O princípio salutar da divisão, harmonia e independência dos poderes está


praticamente desvirtuado pelos costumes parlamentares e até por normas incertas
nas constituições relativas à eleição presidencial e à nomeação e demissão dos
ministros. Essas normas vêm sujeitando, de facto, o Poder Executivo ao Legislativo,
exercido por maiorias variáveis e ocasionais, e à mercê também de votações de
centros partidários estranhos aos Poderes Públicos. É uma necessidade fundamental
restituir esse princípio a alguma coisa de real e de efetivo, e, bem observados os
acontecimentos políticos da Europa nos últimos anos, pode afirmar-se que, tendo-se
tornado inevitáveis pelas desordens daquelas engrenagens, tudo aí gira à volta da
preocupação dominante de achar o sistema que dê ao Poder Executivo independência,
estabilidade, prestígio e força.

Salazar, Discurso, em 1930-06-30

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