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1 ONDAS VIAJANTES
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Sistemas elétricos em alta tensão
Equipamento Ocorrência
Disjuntores 4%
Transformadores 6%
Erro humano 5%
Barramentos 1%
Geradores 1%
Outros 1%
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Pode até parecer estranho, à primeira vista, comparar as grandezas, indutância e
capacitância à velocidade; porém, o fato é que podem ser comparadas, pois o resultado
tem como origem as suas grandezas, dado que a indutância é expressa em Henry por
unidade de comprimento e, a capacitância, em Faraday por unidade de comprimento,
pois quando se multiplica L x C, obtém-se a dimensão de segundo ao quadrado, como
se pode verificar na Equação 1.1, chamada de Equação de Ressonância de um circuito
série simples, o que permite que seja obtida a velocidade angular.
�= = (1.1)
Sendo assim, pode-se obter a velocidade da onda (θ) em uma linha de transmissão
a partir da densidade linear da indutância e da capacitância de uma linha de transmissão,
como é mostrado na Equação 1.2.
= = (1.2)
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Sistemas elétricos em alta tensão
(1.3)
onde:
𝐷0𝜗– distância da falta ao terminal A por ondas viajantes;
L – comprimento da linha;
𝜗𝑝 – velocidade de propagação da onda;
t A – tempo quando a falha é percebida pelo terminal A;
tB – tempo quando a falha é percebida pelo terminal B;
Com a diferença de tempo com que a perturbação chega aos dois terminais da
linha de transmissão e a velocidade da onda, é possível estimar a distância a um terminal
que ocorre a falta. Vale ressaltar que, além de um sistema de sincronização global de
tempo (GPS) individual, é necessário um canal de comunicação entre os dois terminais,
sincronizando-os e permitindo a troca de dados de tempo e informações da onda que chega
ao outro terminal. Assim, é possível obter dados confiáveis para a aplicação deste método.
Uma vantagem deste método sobre técnicas baseadas em impedância é a
persistência de pré-falta, falta e resistência de aterramento da linha com carga. A
desvantagem dos algoritmos por ondas viajantes é que eles não podem ser usados em
cabos subterrâneos, pois, como as alterações de impedância aumentam drasticamente
entre eles, resultam em grandes imprecisões na localização da falha. A precisão pode
ser afetada mediante erros na detecção das ondas, causados por grandes barramentos
no sistema de energia, que influenciam a tensão e a corrente devido à impedância de
linha, podendo reduzir a amplitude das ondas de tensão tornando-as mais difíceis de
detectar e reduzindo, assim, a sua precisão.
Para obter resultados satisfatórios, é necessário que os parâmetros da linha
estejam bem distribuídos para que o comportamento transitório de uma onda na linha
possa ser bem representado, pois assim é permitido que a teoria de ondas viajantes
sejam corretamente aplicada.
Existem algoritmos de localização de falta também baseados no método de
ondas viajantes muito interessantes, por exemplo, aqueles que utilizam a reflexão
da onda de falta que se propaga ao longo das duas linhas. Neste método, é possível
localizar a falta através dos dados apenas de um dos terminais de linha, não sendo
necessária a sincronização dos terminais e um canal de comunicação dedicado, pois
não há a necessidade de um localizador de um terminal se comunicar com o do outro
terminal. Muito viável para aplicações nas quais se podem ter dois equipamentos
diferentes e até mesmo de fabricantes diferentes, assim, não se tornam dependentes
da comunicação entre eles e/ou interferência no outro terminal de linha.
Na linha de transmissão, qualquer perturbação, seja por descargas atmosféricas
ou por condições permanentes, dá a origem a ondas viajantes, que se propagam nas
direções dos terminais da linha onde são refletidas. Ao longo desta reflexão da onda,
a mesma é atenuada pela perda resistiva da linha e corrente de fuga.
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A Figura 1.2 mostra como são formadas as reflexões das ondas através de
uma linha temporal na vertical e uma linha horizontal representando a distância
entre os terminais.
Figura 1.2: Diagrama de reflexão das ondas viajantes em uma linha de transmissão de dois terminais.
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Sistemas elétricos em alta tensão
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Figura 1.5: Campo eletromagnético de uma linha monofásica ideal: condutor imagem.
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Sistemas elétricos em alta tensão
Seja:
●● c a capacitância por unidade de comprimento em F/m;
●● ℓ a indutância por unidade de comprimento em H/m;
●● r a resistência por unidade de comprimento Ω/m;
●● g a condutância por unidade de comprimento Ω-1/m.
O comprimento do elemento deve ser pequeno, pois é preciso supor-se ora a
corrente, ora a tensão constante ao longo dele.
Aplicando-se a Lei da Indução de Faraday ao caminho pontilhado da Figura
1.6, tem-se:
(1.4)
(1.5)
(1.6)
φ = ℓ . dx . i (1.7)
19
Essa equação é aproximada, pois o cálculo do campo magnético é feito supondo-
se uma corrente constante ao longo do comprimento dx da linha. Essa aproximação
só é válida se a distância entre os dois condutores da linha – ou entre o condutor
e a terra, em uma linha monofásica – for pequena em relação ao comprimento da
onda viajante. Nesse caso, somente correntes percorrendo as partes do condutor
mais próximas contribuem para a criação desse campo vetorial no ponto sob exame.
Considerando-se, portanto, as Equações 1.5, 1.6 e 1.7, pode-se escrever:
(1.8)
entre essas duas correntes deve-se à corrente que sai pelo lado do cilindro em direção
ao outro condutor. Essa corrente é proporcional à tensão e é igual a 𝑣 (x, t) . g. dx.
(1.9)
(1.10)
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Sistemas elétricos em alta tensão
Portanto,
(1.11)
Essa equação significa que a variação espacial da corrente ao longo da linha deve-se
à fuga de cargas para o outro condutor, e também ao seu acúmulo na superfície deste.
Escrevendo as duas equações obtidas para a tensão e corrente, tem-se:
(1.12)
(1.13)
(1.14)
(1.15)
(1.16)
(1.17)
21
Derivando-se a Equação 1.16 em relação a x e substituindo-se a derivada da
corrente em relação a x pela Equação 1.17 e fazendo-se o mesmo para a equação da
corrente, substituindo a derivada da tensão, tem-se:
(1.18)
(1.19)
(1.21)
em que Zc(s) = .
(1.22)
(1.23)
em que v = 1/ .
Para a definição de uma linha sem distorção, é necessário fazer primeiro:
(1.24)
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Sistemas elétricos em alta tensão
(1.25)
em que
δ= é o fator de atenuação;
σ= é o fator de distorção.
Uma linha sem distorção é definida como sendo aquela em que σ = 0. Assim.
simplificar, a notação Zc, sem o (s), será usada para representar indistintamente a
impedância característica de uma linha com ou sem distorção ou perdas. Quando o
contexto deixar alguma dúvida, explicitar-se-á a dependência com a frequência.
As Equações 1.20 e 1.21 se transformarão em
(1.26)
(1.27)
23
Figura 1.8: Energização de uma linha semi-infinita.
(1.28)
(1.29)
(1.30)
O significado físico dessa equação fica claro quando a análise é feita no domínio
do tempo, utilizando-se o teorema da translação da transformada de Laplace (se f(t)
. u(t) tem uma transformada de Laplace F(s), então, a transformada de Laplace de f
(t – T) . u (t – T) é e -sT. F(s)).
(1.31)
Isto é,
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Sistemas elétricos em alta tensão
Com base na definição da função degrau u(t), sabe-se que v(x, t) = u(t – x/v) =
1, se (t – x/v) > 0 e u (t -x/v) = 0 para os outros pontos. Quando se fotografa a tensão
em todos os pontos da linha em um determinado instante de tempo t = T, o resultado
está mostrado na Figura 1.9, item a. Fotografias tiradas subsequentemente, com o
passar do tempo, ou seja, com o aumento contínuo de T, vão mostrar um valor unitário
constante de tensão propagando-se ao longo da linha.
Considerem-se duas fotografias tiradas em dois instantes T1 < T2. Podem-se ver
nelas dois pontos X1 = v T1 e X 2 = v T2 sendo energizadas pela tensão. A velocidade
(1.33)
25
1.4.1 Linhas finitas: reflexões em descontinuidades
Para linhas monofásicas sem perdas com as duas extremidades acessíveis –
linhas finitas – vale a solução geral, em qualquer ponto da linha:
(1.34)
(1.35)
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Sistemas elétricos em alta tensão
(1.36)
Essa condição não pode ser satisfeita nem por um par (tensão/corrente) de ondas
progressivas, cuja relação é Zc, nem por um par de ondas regressivas, cuja relação
é Zc. Ambos os pares de ondas devem existir, obrigatoriamente, na descontinuidade,
a despeito de, inicialmente, só existir o par de ondas progressivas. É comum dizer-se
que a descontinuidade gera o outro par regressivo, porém, na verdade, o que gera o
par de ondas regressivo é a condição de contorno do problema na descontinuidade,
que deve ser obedecida pela equação da linha.
No início, tem-se
e (1.37)
e (1.38)
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e
(1.41)
(1.42)
(1.43)
ou seja,
(1.44)
Tensão
Corrente
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Sistemas elétricos em alta tensão
Tensão
Corrente
Note-se que, para o caso de linhas sem perdas, Zc é um número real, o que
implica fatores de reflexão e refração reais. Não há, portanto, deformação da onda
incidente quando ela se reflete e se refrata nessa terminação.
Dois casos extremos são os da terminação aberta (R → ∞) e do curto-circuito (R = 0).
No caso do circuito aberto, por manipulações algébricas simples, chega-se a este quadro:
Análise análoga àquela apresentada para o circuito aberto pode ser feita.
Nesses dois casos extremos, ou a tensão ou a corrente refratada dobra após a
incidência. Esse fenômeno não ocorre em circuitos com parâmetros concentrados. É
possível entendê-lo a partir de considerações sobre a energia eletromagnética que
se propaga na linha.
Já foi dito que as tensões e corrente na linha estão ligadas a campos eletromagnéticos
em torno de seus condutores (Figura 1.4). A energia divide-se, igualmente, entre energia
(1.46)
29
A energia total, após a incidência, só será magnética e pode ser dada por
(1.47)
(1.48)
Figura 1.12: Efeito da carga resistiva nos terminais da linha, na forma de onda da tensão.
A Figura 1.12 - item a) mostra a linha com terminal em aberto (R → ∞), em que
o coeficiente de reflexão da tensão é igual a 1. A tensão no terminal aberto é o dobro
da tensão incidente.
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Sistemas elétricos em alta tensão
A Figura 1.12 - item b) mostra a linha conectada a uma resistência igual à sua
impedância de surto (R = Z); o coeficiente de reflexão da tensão e corrente são nulos,
não havendo reflexão. A tensão na carga é a própria onda incidente no terminal.
A Figura 1.12 - item c) mostra a terminação em curto-circuito (R = 0), em que a
onda de tensão refletida é igual e tem sinal contrário ao da onda incidente.
A Figura 1.12 - item d) mostra a terminação em um centelhador, que se comporta
como um circuito aberto até atingir a tensão de ruptura. Em seguida, comporta-se
como um curto-circuito.
Tensão
Corrente
(1.49)
(1.50)
31
A tensão refletida pode ser colocada na forma
(1.51)
(1.52)
(1.53)
ou seja,
(1.54)
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Sistemas elétricos em alta tensão
Tensão
Corrente
(1.55)
ou no domínio do tempo,
(1.56)
Análise semelhante à anterior leva aos gráficos da Figura 1.15. Vê-se que o
capacitor se comporta como um curto-circuito inicialmente e depois, como um circuito
aberto (diferentemente do caso do indutor, a energização de cargas capacitivas por meio
de linhas de transmissão causa correntes elevadas na terminação – também chamadas
de correntes inrush de banco de capacitores, essa corrente dobra inicialmente, e
depois, tende a zero exponencialmente).
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Das análises anteriores, pode-se ver que, nas terminações capacitivas e indutivas,
a impedância característica (Zc) se comporta como um resistor na composição da
constante de tempo dos fenômenos. Mais uma vez, essa grandeza surpreende mediante
comportamentos inesperados.
1.5.1 O método
O método do diagrama de reflexões é uma simplificação bidimensional de um
problema tridimensional. A representação de uma onda, por exemplo, de tensão,
propagando-se em uma linha, demanda três eixos: o eixo das amplitudes, o eixo dos
tempos (t) e o eixo das distâncias (x). O eixo das amplitudes contém a informação
sobre a forma da onda propagante. Esse eixo é posteriormente omitido armazenando-
se sua informação de outra forma. Esse é, na verdade, o princípio da simplificação
mencionada acima.
Um exemplo simples ilustra o procedimento. A Figura 1.16 mostra uma linha
monofásica de impedância característica Zc, tempo de trânsito τ terminada por um
resistor R e energizada em t = 0, por uma fonte de tensão contínua de amplitude V.
(o tempo de trânsito é o tempo gasto pela onda para propagar-se entre a fonte e a
terminação R, ou seja, ele é igual ao comprimento da linha dividido pela velocidade
de propagação). Os eixos x e t e as linhas retas inclinadas que representam a onda
se propagando de uma extremidade a outra da linha são traçados. Cada segmento
de reta inclinado representa uma onda progressiva ou regressiva, dependendo de
sua direção de propagação. Sua inclinação é numericamente igual à velocidade de
propagação. A informação perdida com a omissão do eixo das amplitudes é restituída,
se, ao lado de cada segmento, for anotada a forma de onda – progressiva ou regressiva.
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Sistemas elétricos em alta tensão
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Figura 1.17: Diagrama de reflexões para o cálculo da tensão no ponto central da linha.
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Sistemas elétricos em alta tensão
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Pode-se, igualmente, calcular a corrente em qualquer ponto, bastando, para isso,
que se faça o diagrama de reflexões para a corrente, como o mostrado na Figura 1.21.
Note-se que os coeficientes de reflexão da corrente são diferentes dos da tensão.
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Sistemas elétricos em alta tensão
A diferença do cálculo em relação aos anteriores é que, nesse caso, a tensão que
começa a se propagar na linha precisa ser calculada. Em t = 0, a fonte que alimenta
a linha enxerga o resistor de pré-inserção em série com a impedância característica
da linha. Assim, há uma divisão de tensão, sendo que a que começa a propagar-se é
(1.57)
Agora, o cálculo pode ser feito como anteriormente. É o que mostram as Figuras
1.23 e 1.24. O resistor de pré-inserção permanece por alguns milissegundos conectado.
Depois do tempo de inserção (t1), o contato principal do disjuntor se fecha e o resistor
é desconectado. Tanto a conexão quanto a desconexão do resistor geram transitórios.
Os transitórios mostrados se referem apenas à inserção (em t = 0) do resistor e não
ao desligamento do mesmo (em t = t1).
Figura 1.23: Resistor de pré-inserção: cálculo da tensão no final da linha para R = Zc/10.
Figura 1.24: Resistor de pré-inserção: cálculo da tensão no final da linha para R = Zc.
39
O resistor de pré-inserção diminui a tensão no final da linha mediante a absorção
da energia da sobretensão. No caso em que R = Zc, não há sobretensão alguma no
final da linha, sendo essa a situação ideal.
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Sistemas elétricos em alta tensão
Figura 1.26: Escoamento de cargas residuais: diagrama de reflexões. Tensão no terminal em aberto.
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A abertura de uma chave entre dois nós é simulada pela inclusão de uma fonte de
corrente que anula a corrente que flui entre os dois nós, após o momento de abertura
dela. O cálculo total, então, é feito para os dois momentos, antes e depois da inclusão
da fonte, separadamente e, depois, somados temporalmente, como mostrado na Figura
1.28. Note-se que, quando se consideram as fontes de cancelamento, as fontes reais do
sistema devem ser mortas, isto é, os ramos das fontes de tensão devem ser substituídos
por curtos-circuitos e os das fontes de corrente, por circuitos abertos.
Figura 1.28: Fontes de cancelamento para consideração de condições iniciais em problemas de cálculo
de transitórios.
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Sistemas elétricos em alta tensão
43
Figura 1.31: Modelagem do para-raios.
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Sistemas elétricos em alta tensão
ω é tratado como parâmetro. A solução v(x, t) é válida para qualquer valor de ω e V (ω).
Essa tensão (na verdade, há, também, uma solução análoga para a corrente) é
a solução das Equações 1.12 e 1.13 desde que
(1.59)
45
γ = ± (α + j β) e (1.60)
Tem-se
(1.61)
(1.62)
sendo:
γ - fator de propagação;
∧ - comprimento da onda;
α - fator de atenuação;
β - fator de fase. Ele determina a periodicidade espacial da onda quando sua
velocidade de propagação 𝑣 = , para cada componente periódico de frequência ω.
Então,
(1.64)
46
Sistemas elétricos em alta tensão
A essas ondas de tensão estão associadas ondas de corrente, que podem ser
obtidas tomando v (x, t) = V(ω) e jωt ± γ x, supondo i(x, t) = I (ω) e jωt ± γ x e usando a
Equação 1.12 com
47
(1.65)
e (1.66)
(1.67)
(1.68)
Como
(1.69)
(1.70)
48
Sistemas elétricos em alta tensão
(1.71)
Assim,
(1.72)
(1.73)
(1.75)
49
A Equação 1.76 pode ser escrita como Vx (ω) = Vk (ω) (1 + Z Y1) – Z Ik (ω).
Substituindo-se esse valor na Equação 1.77, tem-se
Comparando-se as duas últimas equações com as Equações 1.74 e 1.75, nota-se que
1 + Z Y1 = 1 + Z Y2 = cosh (γ x) (1.79)
(1.81)
e γ (ω) = j β = j ω (1.83)
e (1.84)
50
Sistemas elétricos em alta tensão
(1.86)
(1.87)
Figura 1.36: Diagrama simplificado de uma linha de transmissão, mostrando uma fase e o retorno pelo
neutro. Estão indicadas as nomenclaturas para a linha e para o elemento de comprimento.
51
o comprimento do elemento será chamado de ∆x. Então, z ∆x será a impedância em
série, e y ∆x a admitância em derivação do elemento da linha. A tensão ao neutro na
extremidade do elemento do lado da carga é V, que é a expressão complexa do valor
eficaz da tensão, cujas amplitude e fase variam com a distância da linha. A tensão
na extremidade do lado do gerador é V + ∆V. A elevação de tensão neste elemento
da linha no sentido do crescimento de x é ∆V, que é a tensão na extremidade do lado
do gerador menos a tensão no lado da carga. Esta elevação de tensão é também o
produto da corrente que circula em direção oposta ao crescimento de x ela impedância
do elemento, ou I z ∆x. Então
∆V = I z ∆x (1.88)
ou
(1.89)
(1.90)
Da mesma forma, a corrente que flui para fora do elemento no lado da carga é
I. A amplitude e a fase da corrente I variam com a distância ao longo da linha, devido
à admitância em derivação distribuída pela mesma. A corrente que flui dentro do
elemento, do lado do gerador, é I + ∆I. A corrente que entra no elemento pelo lado
do gerador é maior do que a que sai pelo lado da carga de uma quantidade ∆I. Esta
diferença de corrente é a corrente V y ∆x que flui pela admitância em derivação do
elemento. Portanto,
∆I = V y ∆x (1.91)
e, através de passos semelhantes aos seguidos nas Equações 1.88 e 1.89, obtém-se
(1.92)
(1.93)
(1.94)
Se os valores de dI/dx e dV/dx das Equações 1.90 e 1.92 forem substituídos nas
Equações 1.93 e 1.94, respectivamente, obtém-se
52
Sistemas elétricos em alta tensão
(1.95)
(1.96)
Agora, tem-se uma Equação 1.95, onde as únicas variáveis são V e x e outra
Equação 1.96 na qual as únicas variáveis são I e x. As soluções das Equações 1.95
e 1.96 para V e I, respectivamente, devem ser expressões de modo que, quando
derivadas duas vezes em relação a x, levem à expressão original multiplicada pela
constante y z. Por exemplo, a solução de V quando derivada duas vezes em relação
a x deve dar y z V. Isto sugere uma solução exponencial.
Supõe-se que a solução da Equação 1.95 seja
(1.97)
(1.98)
(1.99)
VR = A1 + A 2 (1.100)
(1.101)
(1.102)
53
(1.103)
γ=α+jβ (1.104)
(1.105)
(1.106)
54
Sistemas elétricos em alta tensão
O segundo termo da Equação 1.103 [(VR + IR Zc)/2] ε-αx ε-jβx diminui em amplitude e
se atrasa em fase da barra receptora para a barra transmissora. Ele é chamado tensão
refletida. Em qualquer ponto ao longo da linha, a tensão é a soma das componentes
incidente e refletida naquele ponto.
Como a equação da corrente é semelhante à equação da tensão, ela também
pode ser considerada composta de correntes incidente e refletida.
Se uma linha for conectada à sua impedância característica Zc, a tensão na
barra receptora VR será igual a IR Zc e não haverá ondas refletidas de corrente nem
de tensão, como se pode ver trocando VR por IR Zc nas Equações 1.103 e 1.104. Uma
linha que alimenta a sua impedância característica é chamada linha plana ou linha
infinita. A segunda denominação se baseia no fato de que uma linha infinita não pode
produzir onda refletida. Normalmente, as linhas de potência são assim projetadas de
modo a eliminar a onda refletida. Um valor típico de Zc é de 400 Ω para uma linha
aérea de circuito simples e de 200 Ω para dois circuitos em paralelo. O ângulo de fase
de Zc situa-se quase sempre entre 0º e -15º. As linhas de cabos múltiplos possuem
valores de Zc mais baixos porque possuem valores menores de L e valores maiores
de C do que as linhas com um único condutor por fase.
Em sistemas de potência, a impedância característica é frequentemente chamada
impedância de surto. Este termo é, no entanto, reservado apenas para linhas sem perdas.
Se uma linha é sem perda, ela possui resistência e condutância nulas, e a impedância
característica se reduz a , que é uma resistência pura. Quando se estudam altas
frequências ou surtos devidos a descargas atmosféricas, as perdas são quase sempre
desprezadas e a impedância de surto se torna importante. O carregamento de uma linha
impedância de surto (SIL) é a potência fornecida por uma linha a uma carga resistiva
pura igual a sua impedância de surto. Nestas condições, a linha fornece uma corrente de
(1.107)
(1.108)
(1.109)
55
Um comprimento de onda λ é a distância entre dois pontos da linha correspondente
a um ângulo de fase de 360º ou 2 𝜋 rad. Se β for o defasamento em radianos por
quilômetro, o comprimento de onda em quilômetros será
(1.110)
(1.111)
Se a linha estiver em vazio, IR será igual a zero, e como foi determinado pelas
Equações 1.103 e 1.104, as ondas incidente e refletida são iguais em amplitude e em
fase na barra receptora. Neste caso, as correntes incidente e refletida são iguais em
amplitude, mas defasadas de 180º na barra receptora. Então, as correntes incidente
e refletida se cancelam na barra receptora de uma linha em aberto, mas não em
qualquer outro ponto da mesma, a menos que a linha seja inteiramente sem perdas
de modo que a atenuação α seja nula.
(1.112)
e pode-se escrever
(1.113)
56
Sistemas elétricos em alta tensão
Figura 1.37: Diagrama simplificado de uma seção elementar de uma linha de transmissão, mostrando uma
fase e o retorno pelo neutro. A tensão v e a corrente i são funções de x e de t. a distância x
é medida a partir do terminal transmissor da linha.
(1.114)
Pode-se dividir ambos os termos das Equações 1.13 e 1.14 por ∆x e, como foi
considerado somente uma linha sem perdas, são iguais a zero, resultando em
(1.115)
=-C (1.116)
= (1.117)
v = 𝑓 (x – v t) (1.118)
57
Esta função é indefinida, mas deve ser unívoca. A constante v é dimensionada
em metros por segundo se x for dado em metros e t em segundos. Pode-se verificar
esta solução substituindo esta expressão de v na Equação 1.117 para determinar v.
Primeiro, se faz a troca de variáveis
u=x–vt (1.119)
e escreve-se
Logo,
(1.121)
(1.122)
Da mesma se obtém
(1.123)
(1.124)
(1.125)
A tensão representada pela Equação 1.118 é uma onda viajante que se desloca no
sentido positivo de x. A Figura 1.38 mostra uma função de (x – v t) que é semelhante à
forma de uma onda de tensão provocada por uma descarga atmosférica que se desloca
através de uma linha. A função é mostrada para dois valores de tempo t1 e t 2, t 2 > t1.
Um observador que se desloque junto com a onda, e permaneça no mesmo ponto
sobre ela, não perceberá variação de tensão naquele ponto. Para este observador
x – v t = constante (1.126)
(1.127)
58
Sistemas elétricos em alta tensão
Figura 1.38: Uma onda de tensão que é função de (x – v t) é mostra para os valores de t iguais a t1 e t 2.
Uma onda de (x + v t) também é uma solução da Equação 1.117, como pode ser
comprovado; e, por um raciocínio semelhante, pode ser interpretada como uma onda
que se desloque no sentido negativo de x. A solução geral da Equação 1.117 é, então,
v = 𝑓1 (x – v t) + 𝑓2 (x – v t) (1.128)
v + = 𝑓1 (x – v t) (1.129)
Resultará uma onda de corrente das cargas que se movem, que será representada por
(1.130)
que pode ser verificada por substituição destes valores de tensão e corrente na Equação
1.117, considerando que v é igual a 1/ .
Da mesma forma, para uma onda que se desloque para trás, onde
v - = 𝑓2 (x + v t) (1.131)
a corrente correspondente é
(1.132)
(1.133)
59
(1.134)
(1.135)
(1.136)
(1.137)
60
Sistemas elétricos em alta tensão
(1.138)
(1.139)
(1.140)
(1.141)
61
segunda linha até o seu final onde ocorrerá uma onda refletida. As bifurcações de
uma linha também provocarão ondas refletidas e refratadas.
Deve-se, agora, ser evidente que um estudo subsequente de transitórios em
linhas de transmissão é um problema complicado. Evidencia-se, entretanto, que um
surto de tensão como aquele mostrado na Figura 1.38 ao encontrar uma impedância
no final de uma linha sem perdas (por exemplo, em uma barra transformadora) fará
com que uma onda de tensão com mesma forma viaje de colta para a fonte do surto.
A onda refletida será reduzida em amplitude se a impedânica no terminal da linha for
diferente de um curto-circuito ou de um circuito aberto, mas este estudo mostrou que
se ZR for maior do que Zc a tensão terminal de pico será, muitas vezes, maior do que
quase o dobro da tensão de pico de surto.
O equipamento terminal é protegido por para-raios. Um para-raios ideal conectado
da linha a um neutro aterrado deveria:
●● Tornar-se condutor a uma tensão especificada em projeto acima da tensão
nominal do para-raios;
●● Limitar a tensão em seus terminais ao seu valor especificado em projeto;
●● Tornar-se novamente não condutor quando a tensão entre fase e neutro cair
abaixo do valor de projeto.
(1.142)
(1.143)
(1.144)
62
Sistemas elétricos em alta tensão
(1.145)
(1.146)
(1.147)
(1.148)
(1.149)
(1.150)
63
ou, mais simplificadamente,
(1.151)
Note-se que as derivadas de V1 (x, s) e de V2 (x, s) são funções das duas tensões,
o que dificulta a solução de cada uma das subequações da equação matricial. A
forma usual de resolver uma tal equação matricial consiste em transformá-la em uma
equação matricial equivalente, em que cada uma das derivadas das funções auxiliares
seja função apenas de uma delas.
Transformam-se os vetores de tensão [V1, V2]t e corrente [I1, I2]t das fases nos
vetores modais e , respectivamente, fazendo
(1.152)
(1.153)
(1.154)
(1.155)
Para que a equação (x, s) só dependa de (x, s), o mesmo valendo para
(x, s), calcula-se a matriz de transformação de tal forma que
(1.156)
seja uma matriz diagonal. O mesmo deve ocorrer em relação às correntes. Uma
possível forma de e é
(1.157)
64
Sistemas elétricos em alta tensão
(1.158)
em que = e =
Assim, em uma linha de dois fios, há duas ondas modais viajantes de tensão,
com velocidades diferentes ( e ), cada uma delas composta por uma onda
progressiva e uma regressiva (esse resultado é generalizável para uma linha de n
fios). A partir das tensões, é possível calcular as correntes da mesma forma que no
caso monofásico.
Para isso, usa-se a primeira das Equações matricias 1.144 para uma linha
sem perdas.
(1.161)
(1.162)
65
As correntes modais podem ser, agora, calculadas, derivando-se o vetor [Vmod]
em relação a x, o que resulta em
(x, s) = - (1.163)
(x, s) = + (1.164)
em que
= (1.165)
= (1.166)
= . (1.167)
Como =½ , então,
66
Sistemas elétricos em alta tensão
= (1.168)
ou
67
a correlação cruzada entre uma seção da primeira onda viajante direta, detectada e
armazenada, e a segunda onda viajante reversa que reflete no ponto de falta e retorna
ao ponto do relé. Com isso, se consegue estimar o intervalo de viagem dos transitórios,
determinando-se assim a distância da falta. Essa abordagem é mais eficaz quanto
mais adequada for a largura da janela de dados para armazenar o formato da primeira
onda viajante. Uma vez que essa seleção da largura da janela depende da localização
da falta, em principio desconhecida, o tamanho da janela permanece uma questão
não resolvida para a implementação prática do método.
Dentre as limitações dos métodos que trabalham com ondas viajantes, o
requisito de elevadas taxas de amostragem é frequentemente considerado. Cabe
mencionar porém que, atualmente, a tecnologia de conversores A/D de alta velocidade
e de processadores de sinais digitais (DSPs) de alto desempenho, como também
dos transdutores óticos de corrente e tensão têm permitido operações a elevadas
taxas de amostragem. Além disso, técnicas com processamento paralelo tendem a
viabilizar altas velocidades de execução de tais tarefas.
Recentemente, tem sido proposto o uso de redes neurais (RNs) para localização
de faltas. Fica evidente, porém, que o uso de componentes na frequência do sistema,
extraídos no período pós-falta, é mais vantajoso, implicando em RNs de menor
dimensão, treinamento mais rápido e melhores resultados. Sendo assim, quaisquer
componentes de alta frequência, como ondas viajantes, harmônicos, etc., devem
ser pré-filtrados. Nesse caso, métodos baseados em RNs tornam-se muito similares
aos métodos baseados na forma de onda, os quais podem estar sujeitos a erros
como anteriormente mencionado.
Considerando-se que as ondas viajantes geradas por uma falta aparecem
como distúrbios impulsivos superpostos aos sinais de frequência fundamental, a
transformada de Wavelet (TW) se torna muito mais adequada para a obtenção da
localização da falta. Neste item, será apresentada uma abordagem baseada na
teoria de ondas viajantes associada à transformada de Wavelet dos sinais de tensão.
A Transformada de Wavelet tem sido usada com sucesso na análise de transitórios
em sistemas de potência. Diferentes propostas de aplicação foram introduzidas com
obejtivo principal de avaliar aspectos de qualidade de energia elétrica. Relacionadas à
área de proteção/supervisão, poucas contribuições foram apresentadas até o momento,
destacando-se a: detecção de faltas de alta impedância, localização de falta e identificação
de faltas.
Agora serão introduzidas algumas novas habilidades como a identificação
das fases envolvidas na falta e uma mais adequada política de descriminação da
metade faltosa da linha.
Seja o sistema de transmissão da Figura 1.40.
68
Sistemas elétricos em alta tensão
(1.173)
onde * denota o conjugado complexo e as funções ψab (t) são versões escaladas e
transladadas de uma dada função ψ (t), denominada Wavelet mãe, e dadas por:
(1.174)
69
Quando a função a ser analisada é uma série temporal 𝑓 (k), então deve-se
utilizar a Transformada Wavelet Discreta ou simplesmente DWT (Discret Wavelet
Transform) definida por:
(1.175)
(1.176)
onde as amostras g (k) são definidas como o produto interno de ϕ (x) e ϕ (2x – n)
representando os coeficientes do filtro de escalamento.
Em contrapartida, a função Wavelet mãe ψ (x), também pode ser obtida de
modo similar:
(1.177)
formarem uma base ortogonal para L2 (R), vantagens adicionais são obtidas.
Com um conjunto de funções ϕk (x) e ψj,k (x) gerando um espaço L2 (R), qualquer
função 𝑓 ∈ L2 (R) pode ser escrita como uma expansão em série de n termos das
funções Wavelet e escalamento. Assim
(1.179)
70
Sistemas elétricos em alta tensão
primeiros coeficientes podem ser vistos como resposta ao impulso de filtros digitais
e os dois últimos como sinais digitais propriamente ditos.
Assim, a TW, quando usada para analisar um sinal discreto, pode ser implementada
usando-se dois filtros digitais: um passa-altas, h(n), relacionado a uma dada Wavelet mãe
ψ (x), e sua versão espelhada passa-baixas g (n), associada à função escalamento ϕ (x).
De posse destes filtros, uma estrutura de filtragem para decompor um sinal
em diferentes níveis de resolução pode ser construída, tal como a que é mostrada
na Figura 1.41. Nessa estrutura, c0 (n) representa as amostras 𝑓(x), cj (n) é a versão
alisada (passa-baixas) e dj (n) é a versão detalhada (passa-altas) de c j-1 (n). o número
de níveis de decomposição depende da aplicação desejada.
A operação de dizimação por um fator dois, representada por ↓2 nas saídas dos
filtros, realiza um escalamento no sinal para o processamento do estágio subsequente.
Desse modo, o sinal decomposto tem a metade das amostras do sinal anterior (metade
da largura de banda). Contudo, em muitas aplicações, a operação de dizimação pode
ser omitida. São usados filtros Wavelet do tipo Daubechies com quatro coeficientes,
omitindo-se a operação de dizimação com decomposição apenas na primeira escala.
Essas características de filtragem mostraram-se suficientes para capturar eficazmente
as informações relevantes à identificação e à localização das faltas.
71
Figura 1.42: Diagrama de Lattice.
(1.180)
(1.181)
72
Sistemas elétricos em alta tensão
73
O detalhe de uma das saídas, por exemplo, a saída 7, mostra que o ponto de falta
pode ser localizado com precisão se os instantes exatos dos valores máximos dos
dois primeiros picos que se referem às duas primeiras ondas viajantes forem obtidos.
A detecção do primeiro pico é baseada em limiares previamente definidos, os
quais são ajustados em função do histórico do nível de ruído em regime permanente
presente no sinal. Após essa detecção, o instante de ocorrência do valor máximo
do primeiro pico é obtido. Por sua vez, o segundo pico é detectado utilizando-se um
segundo limiar que considera os amortecimentos das ondas viajantes. Após a detecção,
o instante do valor máximo do segundo pico é obtido.
Assim, utilizando-se a velocidade do modo aéreo, qualquer uma das sete saídas
(exceto as não excitadas) servirá para o cálculo da distância da falta usando a Equação
1.180. No caso particular do exemplo apresentado, tem-se ∆ti = t 2 – t1 -= 0,017495 –
0,016955 s, o qual fornecerá uma distância de 80,42 km (θ1 = 297.856 km/h)
No caso das faltas aterradas, a saída 1 (modo terra) também será ativada
com picos de coeficientes Wavelet. Além disso, o primeiro pico da saída 1 estará
atrasado em relação ao primeiro pico das demais saídas. Isso é facilmente entendido,
considerando que a velocidade do modo terra é menor do que a do modo aéreo.
Com tais características, a metade faltosa da linha pode ser determinada. Dois
encaminhamentos têm sido experimentados;
i. Havendo um canal de comunicação entre os terminais da linha de transmissão,
medem-se em cada terminal os intervalos de tempo (∆te) existentes entre o primeiro
pico da saída 1 e o primeiro pico das demais saídas. Assim, esses intervalos (∆te)
podem então ser comparados. Se ∆teA < teB significa falta na primeira metade da linha,
caso contrário, a falta estará na segunda metade e a distância é determinada pela
Equação 1.181. Não há necessidade de medição sincronizada.
ii. Com o intervalo de tempo (∆ti) entre as duas primeiras subsequentes ondas
de uma mesma saída, pode-se calcular uma distância x1 usando a Equação 1.180 e
outra distância x 2 pela Equação 1.181 (complemento de x1). Ainda, com o intervalo de
tempo ∆te e sabendo-se o tempo total de propagação da onda (τ) por toda a linha de
transmissão, dois valores de θ 0 podem ser calculados:
(1.182)
(1.183)
74
Sistemas elétricos em alta tensão
75
1.12.3.1 Características dos dados simulados
(1.184)
76
Sistemas elétricos em alta tensão
Figura 1.46: Sinais de tensão (falta AT) e instantes de ocorrência das ondas viajantes fornecidas nas
saídas 1 e 7.
77
1.13 exemplo
Figura 1.47: Esquema do circuito para o exemplo 1.1, onde a resistência na barra é de 90 Ω.
Solução:
Quando S é fechado, a onda incidente de tensão inicia a viagem através da linha
e é representada pela equação
v = 120 U (vt – x)
onde U(vt – x) é a função degrau unitário que é igual a zero quando (vt – x) é negativo
e igual à unidade quando (vt – x) é positivo. Não existirá onda refletida enquanto a
onda incidente não atingir o final da linha. A impedância à onda incidente é Zc = 30 Ω.
Como a resistência da fonte é nula, v+ = 120 V
e, assim,
vR = 120 + 60 = 180 V
Quando t = 2 T, a onda refletida chega à barra transmissora, onde o coeficiente
de reflexão ρs da barra transmissora é calculado pela Equação 1.141:
78
Sistemas elétricos em alta tensão
Figura 1.48: Diagrama de treliça para o exemplo 1.1, onde a resistência na barra é de 90 Ω.
Figura 1.49: Gráfico da tensão em função do tempo para o exemplo 1.1, onde a resistência na barra é de 90 Ω.
79
Se a resistência do final da linha do exemplo 1.1 for reduzida para 10 Ω como
é mostrado no circuito da Figura 1.50 - item a), o diagrama de treliças e o gráfico da
tensão toma a forma apresentada nas Figuras 1.50 - itens b) e c). A resistência de 10 Ω
dá um valor negativo para o coeficiente de reflexão para a tensão, que sempre ocorrerá
para resistência quando ZR for menor do que Zc. Como se pode ver comparando as
Figuras 1.48, 1.49 e 1.50, um valor negativo de ρR provoca um salto inicial de tensão
a um valor maior do que o aplicado originalmente na barra transmissora.
Figura 1.50: Esquema do circuito, diagrama de treliças e gráfico da tensão em função do tempo quando
a resistência da barra receptora do exemplo 1.1 é modificada para 10 Ω.
80
Sistemas elétricos em alta tensão
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