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SEMINÁRIO – FILTROS
EQUIPE E
CURITIBA
2023
ANA CAROLINA NAKATANI
JULIA MARIA MARQUES CAETANO
LIVIA SALES ANTUNES
MARINA PIFFAR DE OLIVEIRA
SEMINÁRIO – FILTROS
CURITIBA
202
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 17
1.1 CLASSIFICAÇÃO DOS FILTROS ......................................................................... 18
7 SELEÇÃO DE UM FILTRO...................................................................................... 34
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 37
1 INTRODUÇÃO
A operação de filtração trata da separação mecânica de partículas sólidas
presentes em uma suspensão líquida, utilizando um meio poroso para realizar a
separação. Assim, o sólido suspenso é retido no meio filtrante, formando um depósito
denominado torta, e o líquido passa ao longo da superfície, formando o filtrado.
Enquanto no processo de decantação é o sólido que se movimenta ao longo do meio,
na filtração é a fase líquida que se movimenta através do sólido parado (GOMIDE,
1980).
A escolha da filtração frente a outros métodos de separação, tais quais a
decantação, centrifugação e a prensagem, depende do tipo de suspensão e dos
objetivos desejados. Assim, a filtração é indicada para (GOMIDE, 1980).:
2 FILTROS GRANULARES
Os filtros granulares, também chamados de filtros de leito poroso granular, são
tipos de filtro de pressão contínuo geralmente aplicados para retirar pequenas
quantidades de sólidos de grandes volumes de líquido. Sua principal utilidade é em
tratamento de efluentes, porém também servem para filtrar ferro, manganês,
compostos orgânicos como pesticidas e derivados de petróleo (GOMIDE, 1980).
Seu funcionamento é norteado pelas características da suspensão a ser filtrada
e seu modelo mais comum é uma caixa, com fundo falso perfurado no qual é colocado
o leito poroso granular. O líquido é alimentado sobre o leito, e o filtrado sai no fundo
da caixa. Porém, quando o leito entope a passagem, a água passa de baixo para cima
e os sólidos retidos são arrastados, voltando para a parte superior e escapando
(GOMIDE, 1980).
No interior do filtro existem os difusores de água, na parte superior, e as
crepinas, na parte inferior. Ambos possuem função de distribuir uniformemente o fluxo
de água na filtração e a retrolavagem. Já do lado de fora, existe uma série de tubos e
válvulas para auxiliar no controle de vazão e sentido de fluxo. É possível analisar um
esquema do funcionamento do filtro na FIGURA 02 (GOMIDE, 1980).
FIGURA 02 - FILTRO APLICADO PARA TRATAMENTO DE ÁGUA
Vantagens Desvantagens
• Os filtros granulares não apresentam • A dificuldade de observar as condições
problemas de pressão menor do que a do meio filtrante, como falta ou mistura
pressão atmosférica; das distintas camadas de material
• Por causa da pressão de saída do filtro, granular, podem gerar problemas
há maior disponibilidade de carga; operacionais;
• Os filtros granulares podem ser • Requer grande área para instalação por
automatizados; causa da baixa velocidade de filtração;
• Baixo custo de instalação, manutenção e • Se houver dependência da suspensão a
de operação; ser tratada, pode haver a necessidade de
• Os líquidos produzidos são límpidos por tratamento prévio antes da filtração.
conta da circulação do filtrado.
FONTE: Cremasco (2018), Gomide (1980).
3 FILTRO PRENSA
3.1 FILTRO PRENSA DE PLACAS
Um filtro prensa de placas é classificado como um filtro de pressão que opera
em batelada. Sua estrutura conta com uma cabeça móvel, uma cabeça fixa, uma
cabeça de macaco, placas filtrantes, uma unidade hidráulica que aciona o cilindro
hidráulico responsável por mover as placas e uma bomba que direciona a suspensão
para o filtro prensa. A filtração ocorre nas placas porosas que constituem essa
máquina, bem como no tecido de drenagem que reveste os quadros (CREMASCO,
2018).
Vantagens Desvantagens
• Implantação simples e econômica (baixo • Operação intermitente: filtração é
CAPEX). interrompida quando as câmaras estão
• Grande área filtrante por área de preenchidas pela torta.
implantação, implicando economia de • A lavagem e a manutenção do meio
espaço. tornam-se complicadas dependendo da
• É o filtro mais barato por unidade de área suspensão.
filtrante. • A eficiência da filtração é sensível às
• Pode trabalhar com altas pressões. variações das características dos
• Capacidade de filtrar tanto suspensões resíduos.
finas quanto densas.
• São a melhor escolha para filtrações de
larga escala e para aquelas com filtrado
de alta viscosidade.
• Produz um filtrado límpido, facilitando o
controle da qualidade: na saída de cada
placa, existem torneiras. Caso o líquido
que esteja saindo de uma torneira seja
turvo, essa pode ser desligada, retirando
de operação a placa que está resultando
nesse problema e mantendo a qualidade
da filtração.
Fonte: Gomide (1980), Cremasco (2018).
6 FILTROS ESPECIAIS
Esse tópico apresenta os filtros que desempenham funções especiais, ou
seja, não se encaixariam bem em nenhuma das subdivisões supramencionadas.
6.1 FILTROS A VÁCUO DE BATELADA
Os filtros a vácuo de batelada são os de Nutsch, semelhantes aos funis de
Büchner, são utilizados em operações de pequena escala e funcionam para filtração
de líquidos corrosivos. Baixo investimento ligado à uma mão de obra de operação
elevada, uma clara relação CAPEX versus OPEX. Esses filtros consistem em tanques
de 80 cm até 3 m de diâmetro, os quais são colocados sobre o piso ou enterrados,
apresentando um fundo falso de metal perfurado e recoberto com lona. O filtrado final
é retirado a vácuo (sendo possível operar sob pressão). A torta, cuja espessura varia
de 10 a 30 cm, é retirada manualmente, o que demonstra um fator da mão de obra
(GOMIDE, 1980).
6.3 METAFILTROS
Também denominados filtros de cartucho, os metafiltros são filtros especiais,
cuja função é clarificar líquidos que contém pequenas quantidades de sólidos muito
finos. Um tipo usual dessa classe apresenta uma série de discos metálicos finos, com
furo central, empilhados um sobre os outros em torno de um eixo central oco,
exemplificado na FIGURA 12. O espaçamento entre os discos internos é mínimo, para
que apenas o líquido consiga passar, enquanto o solido é retiro na periferia. A
suspensão é alimentada sob pressão no interior da carcaça, que abriga o cartucho, o
líquido sai pela parte superior e o sólido é retirado periodicamente, ao dar meia volta
no cartucho, o qual é penteado por uma série de lâminas fixas para retirada dos
sólidos. Por fim, a utilização dos metafiltros se dá para clarificação de águas, solventes
ou óleos vegetais e seu processo é muito econômico, além do fato de que alguns
modelos apresentam materiais muito baratos, como cartuchos de papel dobrado ou
discos de papelão perfurado (GOMIDE, 1980).
7 SELEÇÃO DE UM FILTRO
Ao selecionar um filtro, vários fatores devem ser considerados, tais como a
vazão, a temperatura, densidade, viscosidade, o tipo e a concentração da suspensão,
a granulometria, a heterogeneidade do sólido, entre outros aspectos. Mais do que
apenas elementos sobre o composto a ser separado, deve-se averiguar as
características da torta como a compressibilidade, propriedades físico-químicas,
uniformidade e pureza desejada. Todos esses fatores devem ser avaliados e, após a
realização de um levantamento das possibilidades, deve-se averiguar o que garante
economia e qualidade no produto. Desse modo, não há método ou passo a passo
para a seleção de um filtro, de modo que se optou por apresentar o QUADRO 03 com
o panorama geral de alguns filtros disponíveis no mercado, para facilitar na escolha
(GOMIDE, 1980).
QUADRO 03 – APLICAÇÃO DE ALGUNS FILTROS
Tipo de suspensão
Equipamento Observações
A B C D E
FOUST, A. S. et al. Princípios das Operações Unitárias. 2. ed. aum. LTC, 1982.