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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO SOCIOECONÔMICO
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL

Disciplina: DSS7104-02309 - Oficina Serviço Social e Produção Textual


Turma: 2024-1
Profa. Dra. Sirlândia Schappo
Semestre: 2024.1

Resenha
O direito e o tempo na perspectiva da construção do ser criança
Alex Romeiro Sagaz
Universidade Federal de Santa Catarina

RESENHA:VERONESE, Josiane Rose Petry (org.) Criança e seus Direitos: entre


violações e desafios. Capítulo 1: O direito e o tempo na perspectiva da construção do ser
criança

O capítulo analisado inicia trazendo como as crianças nem sempre foram consideradas
como seres de direitos, mas muitas vezes tratados como coisas, ou como coisa alguma, ou
seja, a autora quer dizer que elas eram extensões de seus responsáveis, não tendo falas
próprias, opiniões próprias ou sequer vontades e o exercício dessas mesmas.Reflete ainda que
foi a partir do século XX que se teve a afirmação dos Direitos da Criança e do Adolescente,
com a instituição da Doutrina da Proteção Integral, trazida pela Convenção sobre os Direitos da
Criança de 1989, que afirma o valor intrínseco da criança(pessoa menor de 18 anos, para a
Convenção) como ser humano.Portanto, devemos considerar a importância e a relevância que
o texto traz a esses fatores, podendo ainda refletir sobre a significância que o DIreito da
Criança e do Adolescente traz à sociedade, sendo uma proteção das futuras gerações quando
se trata, tanto da saúde mental, quanto da saúde física do menor de idade. Além disso, é de
suma importância mencionar o fato de que o texto traz muito bem pontuado essa constatação
da conjuntura dos Direitos da Criança e do Adolescente.
O capítulo revela também informações sobre 2 Convenções Internacionais adotadas
pelo Brasil quanto a discussão do trabalho infantil, são essas a Convenção nº138, que
caracteriza limites gerais de idade miníma para o trabalho e a Convenção nº182 que é voltada
a eliminação imediata das piores formas de trabalho infantil. A autora não traz uma reflexão
crítica e analítica sobre esses fatos, pecando nesse ato, ao passo que é necessário uma
declaração para garantir a reflexão quanto a importância dessas Convenções nas leis
brasileiras contra o trabalho infantil. Sendo esse último algo que degrada e prejudica a criança
e o adolescente não completamente desenvolvido.
Apresenta, além dos apontamentos anteriores, a Doutrina da Proteção Integral, que
garante à criança e ao adolescente direitos os quais devem ser garantidos pela trilogia de
responsabilidade compartilhada: a família, a sociedade e o Estado. A autora declara também
que, em 1990, foi sancionado o Estatuto da Criança e do Adolescente, o qual tem como
fundamento a Doutrina da Proteção Integral, situando a criança e o adolescente como sujeitos
de direitos, em crítica ao adultocentrismo.
Reflete ainda sobre as ações político-sociais quanto a criança e o adolescente,
considerando-as necessárias, ao mesmo passo que apesar de sua relevância, atuam sobre os
efeitos e não as causas da estrutura social, essa a qual reproduz e possibilita o fluxo da
marginalização social, que é uma resultante da estrutura social. Dessa forma, é necessário
entender o tipo de Estado no qual a sociedade brasileira desenvolveu-se para então
desmascarar e solucionar as causas da estrutura social que discrimina e aparta os fragilizados.
Traz também no capítulo, que o atual século tem como marco histórico o
reconhecimento dos direitos sociais, entretanto,o mesmo século que reconhece esses direitos,
faz encenações políticas e políticas públicas que disfarçam e escondem as reais situações
violentadoras da infância e da adolescência brasileira, sem a real efetivação quanto a
erradicação de tais. Nessa reflexão, a autora se posiciona de maneira convicta e crítica ao
descaso governamental do atual século quanto à resolução de disfunções sociais que põem
em risco o bem estar social da criança e do adolescente, garantindo ao leitor uma interpretação
direcionada aos malefícios desses fatos.
Apresenta, juntamente aos fatos anteriores, que temos durante todo o período do
estado brasileiro, uma imaturidade política, a qual se explica ao passo que o poder gira em
torno da preocupação com status ao invés da preocupação com as necessidades dos
cidadãos. Refletindo que o interesse principal é voltado à economia e não ao bem estar social,
caracterizando todo um processo político de enaltecimento do processo econômico. O Estado
do bem estar social surgiu tempos depois e ataca somente os sintomas e não a origem da
exclusão e apartação social, gerando políticas públicas com objetivo de promoção da
cidadania.
Pode-se então perceber uma disposição de fatos e de opiniões as quais possibilitam a
assimilação clara e objetiva sobre os Direitos da Criança e do Adolescente pelo leitor,
permitindo-o a formação de posicionamentos concretos baseados nas questões que o capítulo
dispõem.

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