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 Seleção natural moldando a cor da pele

Diversos estudos apontaram que a melanina em maior quantidade oferece uma certa
vantagem na sobrevivência dos povos de regiões com mais incidência de luz UV.

 Sabemos que a luz UV é mais energética do que os comprimentos de luz visível, e essa luz
UV pode ser absorvida pelas moléculas de DNA encontradas nas células da nossa pele. E
isso pode resultar em lesões no DNA, um exemplo de lesão são os dímeros de pirimidina,
esses distorcem a dupla hélice do DNA e quando não reparadas podem acabar causando
erros durante a replicação, o que resulta em mutações ou alterações na informação
genética. Esse processo está diretamente ligado ao envelhecimento da pele e ao
aparecimento da câncer de pele.

 Como a luz UV poderia afetar nosso sucesso reprodutivo?


Uma explicação para essa pergunta estaria relacionada ao ácido fólico, que é um tipo de
vitamina B. A exposição à luz UV muito intensa pode acabar degradando o ácido fólico que
circula nos vasos sanguíneos da pele. A melanina tem a função de proteção, evitando que a
luz UV adentre e quebre esse ácido que é muito importante na produção saudável de
espermatozoides e contribui no desenvolvimento embrionário.

 Mas, então por que não temos todos pele escura protegendo nosso ácido fólico?
Então, o que acontece é que a luz UV não é totalmente ruim. Ela é extremamente
necessária, afinal a sua ação na pele é a nossa principal fonte de vitamina D, que é muito
importante pois contribui para a nossa imunidade, saúde óssea, crescimento dentre
inúmeros outros benefícios. Para os ancestrais que habitavam na região equatorial, a pele
escura protegia o ácido fólico, mas a luz UV ainda era suficiente para produzir a vitamina D.

 O conceito de raças humanas


Então, com base nesse estudo é possível afirmar que raças humanas não passa de
construções sociais, elas não são características biológicas. Ao contrário desse termo, os
cientistas preferem se utilizar do termo ancestralidade, que reflete de forma mais fiel a
origem geográfica dos antepassados, baseando-se em análises de DNA. Dados genômicos
mostram cada vez mais que as diferenças entre as populações são mínimas enquanto as
semelhanças são bem mais evidentes, além disso a cor da pele foi uma característica que
evoluiu de forma independente.

 A discriminação racial ainda é um problema


Alguns grupos de supremacia branca se baseiam em dados genéticos para se dizerem
superiores as pessoas negras. Eles destacam que possuem de 1 a 4% de DNA de ancestrais
Neandertais enquanto as populações africanas não o possuem. Eles acreditam que
possuem um cérebro maior e consequentemente uma maior inteligência partindo do
princípio de que possuem crânios maiores herdados de seus ancestrais.

 Assim, é cada vez mais importante entendermos o que o nosso DNA nos diz sobre a nossa
espécie e ancestralidade e não alimentar ainda mais a divisão já existente na nossa
sociedade.

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