Você está na página 1de 15

Fichamento 4

Livro: Economia Internacional - 10° Edição - Krugman


Nome: Jamylli Marques da Cruz DRE: 121156354

Resumo
1. O modelo padrão de comércio obtém uma curva de oferta relativa mundial das possibilidades de
produção e uma curva de demanda relativa das preferências. O preço das expor- tações em relação às
importações, ou melhor, os termos de comércio de um país, são determinados pela interseção da oferta
relativa mundial e das curvas de demanda. Se tudo o mais permanecer igual, um aumento nos termos de
comércio de um país aumenta seu bem -estar. Contrariamente, um declínio nos termos de comércio de um
país leva -o a uma situação pior.

2. Crescimento econômico significa uma mudança no exterior da fronteira de possibilidade de


produção de um país. Tal crescimento é geralmente enviesado, isto é, a fronteira de possibilidade de
produção move -se mais na direção de alguns bens do que de outros. O efeito imediato do cresci- mento
enviesado é causar, se o resto se mantiver igual, um aumento na oferta relativa mundial dos bens aos quais
o crescimento é enviesado. Esse movimento na curva de oferta relativa mundial, por sua vez, leva a uma
mudança nos termos de comércio de um país que cresce, o que pode ir em qualquer direção. Se os termos
de comércio do país que cresce melhoram, isso reforça o crescimento nacional inicial, mas prejudica o
crescimento no resto do mundo. Se os termos de comércio do país que cresce pioram, esse declínio
compensa alguns dos efeitos favoráveis do crescimento nacional, mas beneficia o resto do mundo.

3. A direção dos efeitos dos termos de comércio depende da natureza do crescimento. O crescimento
que é enviesado pela exportação (crescimento que expande a habilidade de uma economia em produzir
bens que exportava inicialmente mais do que expande a habilidade da economia em produzir bens que
competem com as importações) piora os termos de comércio. Contrariamente, o crescimento que é
enviesado pela importação, que aumenta desproporcional- mente a habilidade de produzir bens que
competem com a importação, melhora os termos de comércio do país. É possível para o crescimento
enviesado pela importação no exterior prejudicar um país.

4. Tarifas de importação e subsídios à exportação afetam tanto a oferta relativa e quanto a demanda
relativa. Uma tarifa aduaneira aumenta a oferta relativa do bem importado por um país ao mesmo tempo
em que reduz a demanda relativa. Uma tarifa aduaneira inequivocamente melhora os termos de comércio
de um país à custa do resto do mundo. Um subsídio à exportação tem o efeito reverso, aumentando a
oferta relativa e reduzindo a demanda relativa para o bem de exportação do país e, portanto, piorando seus
termos de comércio. Os efeitos dos termos de comércio de um subsídio à exportação prejudicam o país
subsidiário e beneficiam o resto do mundo, enquanto os efeitos da tarifa aduaneira fazem o contrário. Isso
sugere que os subsídios à exportação não fazem sentido de um ponto de vista nacional e que os subsídios à
exportação estrangeiros deveriam ser bem-vindos em vez de contestados. Tanto as tarifas aduaneiras
quanto os subsídios, entretanto, têm fortes efeitos na distribuição de renda dentro dos países, e esses
efeitos frequentemente pesam mais em políticas do que em preocupações com os termos de comércio.

5. Empréstimos internacionais podem ser vistos como um tipo de comércio internacional, mas um que
envolve negociações de consumo atual por consumo futuro em vez de comércio de um bem por outro. O
preço relativo no qual esse comércio intertemporal situa-se é 1 mais a taxa de juros real.

Termos-chave
comércio intertemporal, p. 106 linhas de isovalor, p. 94
crescimento empobrecedor, p. 101 modelo padrão de comércio, p. 94
crescimento enviesado, p. 99 preços externos, p. 104
crescimento enviesado pela exportação, p. 100 preços internos, p. 104
crescimento enviesado pela importação, p. 100 subsídio à exportação, p. 105
curvas de indiferença, p. 95 tarifas de importação, p. 104
fronteira de possibilidade de produção taxa de juros real, p. 107
intertemporal, p. 107 termos de comércio, p. 94

Os capítulos anteriores desenvolveram inúmeros modelos diferentes de comércio internacional, cada um deles
faz diferentes suposições sobre os determinantes das possibilidades de produção. Para mostrar pontos importantes,
cada um desses modelos deixa de fora aspectos da realidade que os outros realçam. Esses modelos são:
 O modelo ricardiano. As possibilidades de produção são determinadas pela alocação de um único
recurso, mão de obra, entre setores. Este modelo transmite a ideia essencial da vantagem comparativa,
mas não nos permite falar sobre a distribuição de renda.
 O modelo de fatores específicos. Este modelo inclui múltiplos fatores de produção, mas alguns são
específicos dos setores nos quais são utilizados. O modelo também apresenta as consequências em
curto prazo do comércio na distribuição renda.
 O modelo de Heckscher -Ohlin. Os múltiplos fatores de produção neste modelo podem mover- -se
através de setores. As diferenças em recursos (a disponibilidade desses fatores em nível de país) guiam
os padrões de comércio. O modelo também apresenta as consequências em longo prazo do comércio na
distribuição de renda.

Resultando em um modelo padrão de uma economia de negociação mundial, do qual os modelos dos capítulos 3
e 5 podem ser considerados casos especiais, e usamos esse modelo para perguntar como uma variedade de
mudanças em parâmetros subjacentes afetam a economia mundial

Cap 6: Modelo Padrão de Comércio


Apesar das diferenças em seus detalhes, os modelos que estudamos (ricardiano; de fatores
específicos e o de Heckscher - Ohlin) compartilham uma série de características:
1. A capacidade produtiva de uma economia pode ser resumida por sua fronteira de
possibilidade de produção e as diferenças nessas fronteiras dão origem ao comércio;
2. As possibilidades de produção determinam o planejamento de oferta relativa de um país;
3. O equilíbrio do mundo é determinado pela demanda relativa do mundo e um
planejamento de oferta mundial relativa que se situa entre os planejamentos nacionais de
oferta relativa.

Por causa dessas características em comum, os modelos que estudamos (ricardiano; de


fatores específicos e o de Heckscher - Ohlin) podem ser vistos como casos especiais de um modelo
mais geral de economia comercial mundial (entendimentos da teoria do comércio internacional que
não dependem fortemente dos detalhes da economia de oferta). Existem muitas questões
importantes em economia internacional cujas análises podem ser conduzidas nas condições desse
modelo geral, com os detalhes dependendo somente de qual modelo especial você escolher. Essas
questões incluem os efeitos das mudanças na oferta mundial, resultantes de um crescimento
econômico, e mudanças simultâneas na oferta e demanda, resultantes das tarifas aduaneiras e
subsídios à exportação

Um modelo padrão de uma economia comercial


O modelo padrão de comércio é construído sob quatro relações chave:
(1) a relação entre a fronteira de possibilidade de produção e a curva de oferta
relativa;
(2) a relação entre preços relativos e demanda relativa;
(3) a determinação do equilíbrio do mundo pela oferta mundial relativa e a demanda
mundial relativa;
e (4) o efeito dos termos de comércio — o preço da exportação de um país dividido
pelo preço de suas importações — no bem -estar de uma nação.

Possibilidades de produção e oferta relativa


(1) Relação entre a fronteira de possibilidades de produção e a curva de oferta relativa
Para os propósitos do nosso modelo padrão, assumimos que cada país produz dois bens,
alimento (A) e tecido (T), e que a fronteira de possibilidade de produção de cada país é uma curva
suave, como a que está ilustrada por TT na Figura 6.1

Ponto em que a economia produz: no ponto


mais alto de produto possível (determinado
pela tangente da linha de isovalor com a
fronteira de possibilidades de produção)
Linha de isovalor (linhas ao longo das quais o
valor de saída/produto é constante): P TQT +
PAQA = V, ou, reorganizando, QA = V /PA −
(PT / PA)QT, onde V é o valor de saída (ou
valor do produto) e quanto maior ele for, mais
para fora será a linha de isovalor. A
declividade é
(-PT / PA)

Na Figura 6.2, a maior linha de isovalor que a


economia poderia alcançar antes da mudança
em PT /PA é indicada por VV1 ; a linha mais
alta após a mudança de preço é VV2 , o ponto
no qual a produção econômica muda de Q1
para Q2 .
Portanto, como deveríamos esperar, um aumento no preço relativo do tecido leva a
economia a produzir mais tecido e menos alimentos. A oferta relativa de tecido irá, portanto,
aumentar quando o preço relativo do tecido aumentar. Essa relação entre preços relativos e
produção relativa é refletida na curva de oferta relativa da economia, indicada na Figura 6.2b
Preços relativos e demanda
A Figura 6.3 mostra a relação entre produção, consumo e comércio no modelo padrão. O
valor do consumo de uma economia se iguala ao valor de sua produção: P AQA + PTQT = PTDT +
PADA = V, onde DT e DA são o consumo de tecido e alimentos, respectivamente. A equação diz que
a produção e consumo devem situar -se na mesma linha de isovalor [ PTQT + PAQA = V, ou,
reorganizando, QA = V /PA − (PT / PA)QT].
Os gostos de um indivíduo(representativo) podem ser representados graficamente por uma
série de curvas de indiferença (traça um conjunto de combinações de consumo de T e A que deixa o
indivíduo igualmente em boas condições). As curvas de indiferença têm três propriedades:

1. São inclinadas para baixo: se um indivíduo recebe menos alimentos (A), então para ficar
igualmente em boas condições, ele deve receber mais tecido (T);
2. Quanto mais longa e mais para a direita uma curva de indiferença se situa, maior o nível
de bem -estar ao qual corresponde: um indivíduo vai preferir ter mais de ambos os bens do
que menos;
e 3. Cada curva de indiferença fica mais achatada conforme nos movemos para a direita
(elas curvam -se para a origem): quanto mais T e menos A um indivíduo consome, mais
valiosa é a unidade de A na margem em comparação com a unidade de T, então mais T
deverá ser fornecido para compensar por qualquer redução adicional em A.
O painel (a) na Figura 6.4 mostra esses efeitos. Primeiro, a economia produz mais T e menos
A, mudando a produção de Q1 paraQ2. Isso muda, de VV 1 para VV 2 , a linha de isovalor na qual o
consumo deve situar -se. A opção de consumo da economia, portanto, também muda de D1 para D2 .
A mudança de D1 para D2 reflete dois efeitos do aumento em P T /PA. Esses dois efeitos são
familiares da teoria de economia básica. O aumento no bem -estar é um efeito renda (tende a
aumentar o consumo de ambos os bens, a economia moveu -se para uma curva de indiferença mais
alta, o que significa que está em melhor situação, quando exportadora do bem, possui vantagem); a
mudança no consumo em qualquer nível de bem -estar é um efeito substituição (age para fazer a
economia consumir menos T e mais A, uma vez que o tecido agora é relativamente mais caro).

O efeito de bem-estar das alterações nos termos de comércio


(2) Efeito dos termos de troca sobre o bem-estar da nação
Definimos os termos do comércio como: o preço do bem que o país exporta inicialmente
dividido pelo preço do bem que o país importa inicialmente. A afirmação geral, então, é a de que
um crescimento nos termos do comércio aumenta o bem -estar de um país, enquanto um declínio
nos termos do comércio reduz seu bem-estar (nunca diminuem o bem-estar abaixo de seu nível de
bem -estar em caso de ausência de comércio (representado pelo consumo em D 3 , ↑ (PT /PA) → ↓ (PA
/PT).
As mesmas referências anteriormente discutidas também são aplicadas: ganhos agregados
raramente são distribuídos de modo uniforme, o que leva tanto a ganhos como perdas para os
consumidores individuais
Determinação dos preços relativos
(3) Relação entre preços relativos e demanda relativa
Valor de consumo de uma economia = Valor de sua produção
Os termos de comércio de Doméstica são mensurados por PT /PA, enquanto os de Estrangeira
são mensurados por PT /PA* (padrões de comércio induzidos por diferenças na capacidade de
produção de Doméstica e Estrangeira), a curva de oferta relativa para o mundo deve situar -se entre
as curvas de oferta relativa para ambos os países [(QT + QT*) /(QA + QA*)], e a demanda relativa para
o mundo também agrega a demanda para tecido e alimentos pelos dois países: [(DT + DT *) /(DA +
DA*)], têm as mesmas preferências e, por isso, a mesma curva de demanda relativa. Em qualquer
preço relativo dado, PT /PA, Doméstica vai produzir respectivamente quantidade de tecido e
alimentos QT e QA, enquanto Estrangeira produz quantidades QT* e QA*, onde QT / QA > QT*/ QA*. Já
que não existem diferenças nas preferências dos dois países, a curva de demanda relativa para o
mundo sobrepõe -se à mesma curva de demanda relativa para cada país como representado pelas
curvas de oferta relativa associadas no painel (a) da Figura.
Agora que sabemos como a oferta relativa, a demanda relativa, os termos de comércio e o
bem -estar são determinados no modelo padrão, podemos utilizá-los para entender uma série de
questões em economia internacional.
Crescimento econômico: um deslocamento da curva RS
Os efeitos do crescimento econômico em uma economia mundial de negociação são uma
fonte permanente de preocupação e controvérsia.
A primeira é: o crescimento econômico em outros países é bom ou ruim para a nossa nação?
E a segunda: o crescimento em um país é mais ou menos valioso quando essa nação é parte de uma
economia mundial rigorosamente integrada?
De um lado, o crescimento econômico no resto do mundo pode ser bom para nossa
economia, porque significa mercados maiores para nossas exportações e preços mais baixos para
nossas importações ou aumento da competição para nossos exportadores e produtores domésticos,
que precisam concorrer com exportadores estrangeiros.
Crescimento e a fronteira de possibilidade de produção
(Crescimento econômico = deslocamento para fora da fronteira de possibilidades de produção)
Crescimento econômico significa uma mudança externa da fronteira de possibilidade de
produção de um país que pode resultar tanto de aumentos nos recursos ou de melhorias na eficiência
com que esses recursos são utilizados (mudanças na função de produção- variações na dotação e/ou
tecnologia: ∆ AF(∆K, ∆L)).
O crescimento tendencioso resulta do fato de que tal crescimento tipicamente tem um viés (quando
a fronteira de possibilidades de produção se desloca para fora, mais em uma direção do que em
outra). O viés se dará na direção ou do bem para o qual o fator é específico, ou do bem cuja
produção é intensiva no fator cuja oferta aumentou. O painel (a) da Figura 6.6 ilustra o crescimento
enviesado para o tecido (move-se de TT1 para TT2), enquanto o painel (b) mostra o crescimento
enviesado para os alimentos (move-se de TT1 para TT3).
Dois motivos para o crescimento viesado:
1) Modelo Ricardiano mostra que progresso tecnológico em um setor expandirá as
possibilidades de produção da economia mais na direção da produção daquele
setor do que na do outro.
2) Modelo das Proporções de Fatores mostra que se a oferta de um fator de
produção de um país aumentar, ocorrerá uma expansão viesada das
possibilidades de produção.

Portanto, as mesmas considerações que aumentam o comércio internacional também conduzirão o


crescimento enviesado em uma economia de negociação.

Oferta mundial relativa e os termos de comércio


Em geral: crescimento enviesado pela exportação (crescimento que expande,
desproporcionalmente, as possibilidades de produção de um país na direção do bem que ele
exporta) tende a piorar os termos de comércio de um país em crescimento em benefício do resto do
mundo; crescimento enviesado pela importação (expande, desproporcionalmente, as possibilidades
de produção de um país na direção do bem que ele importa. Não é uma possibilidade improvável e
toda vez que o resto do mundo vivencia tal crescimento isso piora nossos termos de comércio) tende
a melhorar os termos de comércio de um país em crescimento à custa do resto do mundo. Perceba
que a consideração importante aqui não é qual economia cresce, mas sim o viés desse crescimento

Esse movimento na oferta relativa mundial é mostrado no painel (a) da Figura 6.7 pelo
movimento de RS1 para RS2. Isso resulta em uma diminuição do preço relativo do tecido de
(PT /PA)1 para (PT /PA) 2, uma piora nos termos de comércio de Doméstica e uma melhora nos termos
de comércio de Estrangeira.

Efeitos internacionais de crescimento


Crescimento empobrecedor: situação que o crescimento viesado para exportações nos países
mais pobres piora tanto seus termos de troca que elas ficariam em pior situação do que se não
tivessem crescido. Pode ocorrer em condições extremas: crescimento fortemente viesado para
exportações combinado com curvas de RS e RD muito inclinadas, para que a mudança nos termos
de comércio seja grande o suficiente para equilibrar os efeitos favoráveis diretos de um aumento na
capacidade produtiva de um país. Agora, a maioria dos economistas vê o conceito de crescimento
empobrecedor como um ponto mais teórico do que um problema do mundo real.
A maioria dos países desenvolvidos tende a vivenciar oscilações leves em seus termos de
comércio, em torno de 1% ou menos por ano (em média), que geram mudanças substanciais no
bem-estar (por que o comércio é concentrado em um número pequeno de setores e representa uma
porcentagem substancial do PIB). Entretanto, algumas exportações dos países em desenvolvimento
estão fortemente concentradas em setores minerais e de agricultura (preços desses bens nos
mercados mundiais são muito voláteis e levam a grandes oscilações nos termos de comércio).

Na verdade, alguns estudos mostram que a maioria das flutuações no PIB em vários países
em desenvolvimento (onde as flutuações do PIB são bem grandes em relação às flutuações do PIB
em países desenvolvidos) podem ser atribuídas às flutuações em seus termos de comércio.

Tarifas aduaneiras e subsídios à exportação: desvios simultâneos em RS e RD


Tarifas de importação (impostos cobrados em importações) e subsídios à exportação
(pagamentos feitos aos produtores domésticos que vendem um bem ao exterior) não costumam ser
colocados em posição de afetar os termos de comércio de um país, criam uma diferença entre os
preços nos quais os bens são comercializados no mercado mundial e os preços nos quais os bens
podem ser comprados dentro de um país. Essas intervenções governamentais no comércio
geralmente acontecem para a distribuição de renda, para a promoção do que a indústria pensa ser
crucial.
O efeito direto de uma tarifa aduaneira é fazer bens importados serem mais caros dentro de
um país do que eles são fora dele. Um subsídio de exportação dá aos produtores um incentivo para
exportar.
Quando os países são grandes exportadores ou importadores de um bem (relativo ao
tamanho do mercado mundial), as mudanças de preço causadas pelas tarifas aduaneiras e pelos
subsídios alteram tanto a oferta quanto a demanda relativa nos mercados mundiais. O resultado é
uma mudança nos termos de comércio, tanto do país que impõe a política de mudança quanto do
resto do mundo.
Demanda relativa e efeitos de fornecimento de uma tarifa aduaneira
Tarifas aduaneiras e subsídios causam um atrito entre os preços sob quais os bens são
comercializados internacionalmente (preços externos) e os preços sob os quais eles são trocados
dentro de um país (preços internos). Isso significa que temos de ter cuidado ao definir os termos de
comércio que pretendem medir a relação na qual os países trocam os bens. Do ponto de vista do
mundo como um todo, a oferta relativa de tecido vai cair (de RS 1 para RS2, na Figura 6.9), enquanto
a demanda relativa por tecido vai aumentar (de RD1 para RD2).
Claramente, o preço relativo mundial
do tecido aumenta de (PT /PA)1 para (PT /PA)2 ,
e por conseguinte os termos de comércio de
Doméstica melhoram à custa de Estrangeira.

Quando analisamos os efeitos de uma


tarifa aduaneira ou de um subsídio de
exportação, portanto, queremos saber como
essa tarifa aduaneira ou esse subsídio afeta a
oferta relativa e a demanda como uma função
dos preços externos.
A extensão desse efeito dos termos de
comércio depende de o quão grande é a tarifa
aduaneira imposta pelo país em relação ao
resto do mundo. Se o país é somente uma
pequena parte do mundo, não pode ter muito
efeito na oferta e demanda relativas mundiais
e, portanto, não pode ter muito efeito nos
preços relativos.

Efeitos de um subsídio à exportação


Tarifas aduaneiras e subsídios à exportação são frequentemente tratados como políticas
similares, já que ambos parecem apoiar os produtores nacionais, mas eles têm efeitos opostos nos
termos de comércio.
Como ilustrado na Figura 6.10, o
subsídio vai aumentar a oferta relativa
mundial de tecido (de RS1 para RS2) e
diminuir a demanda relativa mundial por
tecido (de RD1 para RD2), movendo o
equilíbrio do ponto 1 para o ponto 2. Um
subsídio à exportação de Doméstica piora os
termos de comércio de Doméstica e melhora
os de Estrangeira
Implicações dos efeitos dos termos de comércio: quem ganha e quem perde?
Os ganhos dos termos de comércio prevalecerão sobre as perdas de distorção somente
enquanto a tarifa aduaneira não for muito grande.
O uso de subsídios à exportação como uma ferramenta política geralmente tem mais a ver
com as peculiaridades das políticas de comércio do que com a lógica econômica.

Empréstimos internacionais
Qualquer transação internacional que ocorra ao longo do tempo tem um aspecto financeiro e
esse aspecto é um dos principais tópicos que abordamos na segunda metade deste livro. Entretanto,
também podemos abstrair daqueles aspectos financeiros e pensar em empréstimos internacionais
como outro tipo de comércio: em vez de comercializar um bem por outro em um ponto do tempo,
trocamos bens hoje em troca de alguns bens no futuro. Esse tipo de comércio é conhecido como
comércio intertemporal.

Possibilidades de produção intertemporais e comercialização


Mesmo na ausência de movimento de capital internacional, qualquer economia enfrenta uma
troca entre consumo agora e consumo no futuro.
Imaginemos uma economia que consome somente um bem e existirá somente por dois
períodos, os quais chamaremos de atual e futuro. Então existirá uma troca entre produção atual e
futura do consumo do bem, o que pode ser resumido ao desenhar uma fronteira de possibilidade de
produção intertemporal. Tal fronteira é ilustrada na Figura 6.11. Ela se parece exatamente com as
fronteiras de possibilidade de produção entre dois bens em um ponto do tempo que estivemos
desenhando.
A forma da fronteira de possibilidade
de produção intertemporal vai diferir entre
países. Alguns terão possibilidades de
produção enviesadas à saída atual, enquanto
outras serão enviesadas à saída futura

A taxa de juros real


Um país comercializar ao longo do tempo por meio de empréstimos, ele efetivamente trocou
consumo futuro por consumo atual (como um indivíduo), inicialmente ele poderá ser capaz de
consumir acima de sua de sua produção. Entretanto, mais tarde ele deve pagar o empréstimo com
juros e, portanto, no futuro ele vai consumir menos do que produz. Supondo que os contratos de
empréstimo são especificados em termos “reais”: quando um país pega um empréstimo ele tem o
direito de comprar uma quantidade de consumo agora em troca do pagamento de uma quantia maior
no futuro. Especificamente, a quantidade do pagamento no futuro será (1 + r) vezes a quantidade
emprestada no presente, onde r é a taxa de juros real do empréstimo. Já que a troca é uma unidade
de consumo atual por (1 + r) unidades no futuro, o preço relativo do consumo futuro é 1/(1 + r).
Quando esse preço relativo do consumo futuro aumenta (isto é, a taxa de juros real r cai), um
país responde investindo mais. Isso aumenta a oferta do consumo futuro relativo para o consumo
atual (um movimento para a esquerda ao longo da fronteira de possibilidade de produção
intertemporal na Figura 6.11) e implica uma curva de oferta relativa com inclinação ascendente para
o consumo futuro.
Um consumidor também terá preferências ao longo do tempo para capturar a extensão do
que ele está disposto a substituir entre consumo atual e futuro. Esses efeitos substituição também
são capturados por uma curva de demanda intertemporal relativa, que relaciona a demanda relativa
por consumo futuro (a relação de consumo futuro para consumo atual) ao seu preço relativo 1/(1 +
r). O paralelo com o nosso modelo padrão de comércio está completo agora. Se empréstimos
internacionais são permitidos, o preço relativo do consumo futuro e, por- tanto, a taxa de juros real
mundial, serão determinados pela oferta relativa mundial e demanda pelo consumo futuro. A
determinação do preço relativo de equilíbrio 1/(1 + r 1) é mostrada na Figura 6.12 (note o paralelo
com troca em bens e o painel (a) da Figura 6.5).
Na taxa de juros real de equilíbrio Doméstica vai exportar o consumo atual em troca de importações
do consumo futuro. Isto é, Doméstica vai emprestar para Estrangeira no presente e receber o
pagamento no futuro.

Vantagem comparativa internacional


As origens da vantagem comparativa intertemporal são um pouco diferentes daquelas que
promovem o comércio comum. Um país que tem uma vantagem comparativa na produção futuro do
consumo de bens é um país que na ausência de empréstimos internacionais teria um preço relativo
baixo de consumo futuro, isto é, uma alta taxa de juros real. Essa taxa de juros real corresponde a
um alto retorno em investimento, ou seja, um alto retorno para desviar recursos da produção atual
de consumo de bens para a produção de bens capitais, construção e outras atividades que aumentam
a habilidade futura de produzir da economia.
Então, países que tomam empréstimo no mercado internacional serão aqueles nos quais altas
oportunidades de investimento produtivo estão disponíveis relacionadas à capacidade produtiva
atual, enquanto países que emprestam serão aqueles nos quais tais oportunidades não estão
disponíveis internamente

Você também pode gostar