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Resumo
1. O modelo padrão de comércio obtém uma curva de oferta relativa mundial das possibilidades de
produção e uma curva de demanda relativa das preferências. O preço das expor- tações em relação às
importações, ou melhor, os termos de comércio de um país, são determinados pela interseção da oferta
relativa mundial e das curvas de demanda. Se tudo o mais permanecer igual, um aumento nos termos de
comércio de um país aumenta seu bem -estar. Contrariamente, um declínio nos termos de comércio de um
país leva -o a uma situação pior.
3. A direção dos efeitos dos termos de comércio depende da natureza do crescimento. O crescimento
que é enviesado pela exportação (crescimento que expande a habilidade de uma economia em produzir
bens que exportava inicialmente mais do que expande a habilidade da economia em produzir bens que
competem com as importações) piora os termos de comércio. Contrariamente, o crescimento que é
enviesado pela importação, que aumenta desproporcional- mente a habilidade de produzir bens que
competem com a importação, melhora os termos de comércio do país. É possível para o crescimento
enviesado pela importação no exterior prejudicar um país.
4. Tarifas de importação e subsídios à exportação afetam tanto a oferta relativa e quanto a demanda
relativa. Uma tarifa aduaneira aumenta a oferta relativa do bem importado por um país ao mesmo tempo
em que reduz a demanda relativa. Uma tarifa aduaneira inequivocamente melhora os termos de comércio
de um país à custa do resto do mundo. Um subsídio à exportação tem o efeito reverso, aumentando a
oferta relativa e reduzindo a demanda relativa para o bem de exportação do país e, portanto, piorando seus
termos de comércio. Os efeitos dos termos de comércio de um subsídio à exportação prejudicam o país
subsidiário e beneficiam o resto do mundo, enquanto os efeitos da tarifa aduaneira fazem o contrário. Isso
sugere que os subsídios à exportação não fazem sentido de um ponto de vista nacional e que os subsídios à
exportação estrangeiros deveriam ser bem-vindos em vez de contestados. Tanto as tarifas aduaneiras
quanto os subsídios, entretanto, têm fortes efeitos na distribuição de renda dentro dos países, e esses
efeitos frequentemente pesam mais em políticas do que em preocupações com os termos de comércio.
5. Empréstimos internacionais podem ser vistos como um tipo de comércio internacional, mas um que
envolve negociações de consumo atual por consumo futuro em vez de comércio de um bem por outro. O
preço relativo no qual esse comércio intertemporal situa-se é 1 mais a taxa de juros real.
Termos-chave
comércio intertemporal, p. 106 linhas de isovalor, p. 94
crescimento empobrecedor, p. 101 modelo padrão de comércio, p. 94
crescimento enviesado, p. 99 preços externos, p. 104
crescimento enviesado pela exportação, p. 100 preços internos, p. 104
crescimento enviesado pela importação, p. 100 subsídio à exportação, p. 105
curvas de indiferença, p. 95 tarifas de importação, p. 104
fronteira de possibilidade de produção taxa de juros real, p. 107
intertemporal, p. 107 termos de comércio, p. 94
Os capítulos anteriores desenvolveram inúmeros modelos diferentes de comércio internacional, cada um deles
faz diferentes suposições sobre os determinantes das possibilidades de produção. Para mostrar pontos importantes,
cada um desses modelos deixa de fora aspectos da realidade que os outros realçam. Esses modelos são:
O modelo ricardiano. As possibilidades de produção são determinadas pela alocação de um único
recurso, mão de obra, entre setores. Este modelo transmite a ideia essencial da vantagem comparativa,
mas não nos permite falar sobre a distribuição de renda.
O modelo de fatores específicos. Este modelo inclui múltiplos fatores de produção, mas alguns são
específicos dos setores nos quais são utilizados. O modelo também apresenta as consequências em
curto prazo do comércio na distribuição renda.
O modelo de Heckscher -Ohlin. Os múltiplos fatores de produção neste modelo podem mover- -se
através de setores. As diferenças em recursos (a disponibilidade desses fatores em nível de país) guiam
os padrões de comércio. O modelo também apresenta as consequências em longo prazo do comércio na
distribuição de renda.
Resultando em um modelo padrão de uma economia de negociação mundial, do qual os modelos dos capítulos 3
e 5 podem ser considerados casos especiais, e usamos esse modelo para perguntar como uma variedade de
mudanças em parâmetros subjacentes afetam a economia mundial
1. São inclinadas para baixo: se um indivíduo recebe menos alimentos (A), então para ficar
igualmente em boas condições, ele deve receber mais tecido (T);
2. Quanto mais longa e mais para a direita uma curva de indiferença se situa, maior o nível
de bem -estar ao qual corresponde: um indivíduo vai preferir ter mais de ambos os bens do
que menos;
e 3. Cada curva de indiferença fica mais achatada conforme nos movemos para a direita
(elas curvam -se para a origem): quanto mais T e menos A um indivíduo consome, mais
valiosa é a unidade de A na margem em comparação com a unidade de T, então mais T
deverá ser fornecido para compensar por qualquer redução adicional em A.
O painel (a) na Figura 6.4 mostra esses efeitos. Primeiro, a economia produz mais T e menos
A, mudando a produção de Q1 paraQ2. Isso muda, de VV 1 para VV 2 , a linha de isovalor na qual o
consumo deve situar -se. A opção de consumo da economia, portanto, também muda de D1 para D2 .
A mudança de D1 para D2 reflete dois efeitos do aumento em P T /PA. Esses dois efeitos são
familiares da teoria de economia básica. O aumento no bem -estar é um efeito renda (tende a
aumentar o consumo de ambos os bens, a economia moveu -se para uma curva de indiferença mais
alta, o que significa que está em melhor situação, quando exportadora do bem, possui vantagem); a
mudança no consumo em qualquer nível de bem -estar é um efeito substituição (age para fazer a
economia consumir menos T e mais A, uma vez que o tecido agora é relativamente mais caro).
Esse movimento na oferta relativa mundial é mostrado no painel (a) da Figura 6.7 pelo
movimento de RS1 para RS2. Isso resulta em uma diminuição do preço relativo do tecido de
(PT /PA)1 para (PT /PA) 2, uma piora nos termos de comércio de Doméstica e uma melhora nos termos
de comércio de Estrangeira.
Na verdade, alguns estudos mostram que a maioria das flutuações no PIB em vários países
em desenvolvimento (onde as flutuações do PIB são bem grandes em relação às flutuações do PIB
em países desenvolvidos) podem ser atribuídas às flutuações em seus termos de comércio.
Empréstimos internacionais
Qualquer transação internacional que ocorra ao longo do tempo tem um aspecto financeiro e
esse aspecto é um dos principais tópicos que abordamos na segunda metade deste livro. Entretanto,
também podemos abstrair daqueles aspectos financeiros e pensar em empréstimos internacionais
como outro tipo de comércio: em vez de comercializar um bem por outro em um ponto do tempo,
trocamos bens hoje em troca de alguns bens no futuro. Esse tipo de comércio é conhecido como
comércio intertemporal.