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Kult-UR

#05

A Runa Yr – Wegwisir
O Declínio das Religiões e dos Cultos - Der Galster
Orkorei / Asgardsrei – Ekmond Baerrik
O Cartaz da Hofbräuhaus – Ekmond Baerrik
EDITORIAL
Não ficando preso em conceitos
tradicionalmente materiais, o conteúdo
desta publicação deve ser encarado com
visão espiritualista e cultural.

Nada visto aqui deve ser tomado como


político. Nem como contracultura.

Kult-UR
Que o fogo que a tudo queima,
A tudo purifique.
Esoterismo
Ekmond

A RUNA YR

Como símbolo de “mudança”, a runa Yr demonstra que somos


somente breves passageiros dentro do ciclo da matéria. Tanto a vida
quanto a morte fazem parte do ciclo existencial na matéria e o fim
desse ciclo marca somente um ponto onde o Ser evolui ou faz um
trânsito.

Nossos antepassados acreditavam que existiam dois modos de


morrer, mas que nenhum deles era o verdadeiro fim. Um dos modos
era o de morrer numa batalha, onde seriam premiados com o ingresso
aos Salões de Walhall, local onde ficariam se preparando e festando
até que fossem convocados para a batalha final. Acreditavam que
somente um bom guerreiro tinha o espírito puro o suficiente para
adentrar tais salões. Então quem morria de maneiras “comuns” como
doença ou velhice teriam como destino os domínios de Hel,
Nebelheim. Em Nebelheim esses espíritos não-livres aguardavam
para a volta, onde teriam uma nova chance de ter uma nova vida e se
purificar o suficiente para adentrar os salões de Walhall. Acreditava-se
também que a cada retorno, o Ser voltava um pouco mais puro, uma
vez que o destino de todos seria a eternidade. Sendo a lenda
verdadeira ou não, ela nos remete a somente uma realidade: Puros
de espírito são aqueles que lutam pelo seu povo, ou seja, aqueles que
“perdem a vida” lutando por ele – lembrando que o conceito de povo
provém de um grupo homogêneo de pessoas, com semelhança racial
e cultural.
Numa visão menos fantasiosa, morrer em uma batalha é um tanto
quanto hipotético. Se pararmos para observar a realidade atual, a
batalha se move de maneiras diversas, e não somente no campo. Do
mesmo modo que muitos guerreiros entravam em campo somente
com a missão de carregar o estandarte ou tocar os tambores e
cornetas de guerra, temos hoje muitos escritores, artistas e
pensadores que “levam nosso estandarte e tocam nossos tambores” –
alguns desses acabaram contribuindo mais para a nossa causa do
que muitos dos indivíduos belicosos que vemos nesse novo mundo
degenerado. De qualquer modo, devemos dar valor a todos os nossos
guerreiros, tenham eles vencido ou não, pois somente aqueles que
lutam têm a oportunidade de enganar o destino.

Mas a lenda ainda dizia que mesmo os guerreiros que morriam


numa batalha deveriam passar antes por Nebelheim. Ou seja, todos
passavam pela morte no ciclo da matéria. Então teria sido a batalha
física a única importante? Segundo a lenda, Wotan ao se crucificar na
Yggdrasil, teve que morrer, para assim obter os conhecimentos de
vida e morte. Para tal ele não morreu numa batalha física
propriamente dita, mas meditou pacientemente enquanto sua vida
material era drenada. Ainda assim, hoje Wotan é a maior inspiração
para o nosso povo, pois em uma batalha espiritual, com a ajuda de
sua mulher, conseguiu não só sua ascensão como também todo o
conhecimento espiritual e sua transliteração – por nós conhecida
através das runas. Em outras palavras, como a Yggdrasil é conhecida
como a Árvore da Vida e da Morte ou como a o “centro do mundo
nórdico”, Wotan meditou no plano material até obter sua passagem
espiritual, e no fim, voltando de modo transcendental por intermédio
do autoconhecimento.

Na transliteração dessa lenda é que se encaixa a runa Yr. Ela


simboliza o fim da trajetória material.

Simbolizando a morte, a runa Yr não deve ser vista com medo ou


desdém. Vida e morte andam lado a lado, uma inicia aonde a outra
termina. A união dessas duas runas forma a runa Hagal – a runa da
saúde e do eterno ciclo.
Do mesmo modo em que a runa Man no mundo material,
representa a ligação eterna com a origem, a runa Yr no mundo
material também tem um significado específico: a Passagem.

Pergunto-lhes: de que modo alcançaríamos a origem sem o


intermédio de algum tipo passagem, de uma fuga do mundo material?
Essa passagem serve como um tipo de catalisador para a evolução
espiritual.

Como já dito, com a junção entre Man e Yr podemos ver a


formação da runa Hagal. Man representando a vida, o masculino, a
copa da Árvore da Vida e da Morte e a ascensão de Wotan. Yr
representando a morte, o feminino, a raiz da Árvore da Vida e da
Morte e o mergulho de Wotan em sua busca espiritual. Juntas formam
todo o complexo do ciclo, a raiz e a copa da árvore – que possuem o
mesmo tamanho e que demonstram a forma perfeita de equilíbrio.

Como ponto de transição, uma morte burra, um suicídio


desnecessário, ou uma morte comum ao fim de uma vida patética,
apática ou idiota acarreta somente em atraso, seja para o próprio
espírito em si como para o povo como um todo – que não pode contar
com a sua ajuda na vida material, e como também não contaria com a
sua espada na batalha final, no caso da lenda.

Buscai vossas origens!

Extraído do extinto blog Wegwisir.


-- por Ekmond Baerrik
Espiritual
Der Galster

O DECLÍNIO DAS
RELIGIÕES E DOS
CULTOS
Desde o culto às religiões étnicas,
chamadas na época pela igreja católica
de paganismo até as religiões mais
modernas e reformadas, a palavra que
resume sua aplicação é: controle. Desde
os tempos antigos as religiões tinham o
objetivo de guiar a população para um
estágio menor de barbárie.

Na religião judaica mandamentos foram trazidos para o povo, na


religião cristã que veio a seguir, foram abrandadas ou reformadas
algumas leis (ex: na Torá havia um mandamento que dizia “não
matarás do povo judeu”, enquanto na versão cristã foi alterado para
“não matarás”. Nas religiões germânicas a religião era usada
principalmente para tornar os homens guerreiros implacáveis. Nas
religiões celtas, para dar poder a druidas que mandavam mais do que
os próprios líderes tribais. Na religião Hindu a religião serviu para
separar a sociedade em castas. Sem entrar no mérito ético, as
religiões tiveram seus papéis humanizadores e pacificadores, pois em
caso contrário, espíritos inferiores em corpos com mentes primais
causariam somente caos e maldade, sem medo de punições divinas.
Mesmo os povos mais bárbaros e belicosos foram abrandados com
mandamentos divinos e alegorias.
Mas conforme a sociedade evoluía, as religiões
precisavam se atualizar. Eram criados deuses,
messias, santos e diversas personalidades com
intuito de continuarem atuais perante a sociedade.
Conforme a precária ciência evoluía, se faziam
cada vez menos necessários certos rituais e
crenças, sapos não eram mais espancados para
que chovesse no momento em que a humanidade
passou a entender um pouco melhor sobre
fenômenos naturais, guerreiros de tribos rivais não
precisavam mais ser sacrificados para que
lâminas espadas fossem feitas com ferro e ossos
e temperadas em sangue para criar um tipo
primitivo de aço carbono. Devido a isso, as
religiões, cultos e líderes espirituais passaram a
ser cada vez menos influentes.
A redução da influência espiritual
estava então sendo causada pela
evolução. E a evolução estava sendo
causada pelo avanço material. A
inferioridade da psique humana sempre
fez com que a humanidade buscasse por
status, e poder sempre foi o maior status.
Se a humanidade não se atraía mais pelo
lado espiritual, as lideranças deveriam
dominar pelo material. E foi isso que as
religiões fizeram. Se aliaram a reis,
compartilharam poder com reis, e por
alguns séculos até mesmo tiveram mais
poder que os reis.

Estes séculos podem ser chamados


de “elo perdido espiritual”, na qual
criaram um distanciamento quase
intransponível entre os cultos de foco
espiritual para os cultos de foco cultural
(radicalmente material). Durante essa
lacuna, causada principalmente pelo
cristianismo, a maioria dos cultos antigos
foram demonizados. Após a dominação
cristã na Europa, as práticas passaram a
ser classificadas como inocentes ou
nocivas de acordo com o que poderia ou
não criar problemas para a igreja.
De grosso modo, a maioria das práticas germânicas foram
classificadas como inocentes ou sem potencial risco, incorporando
muitos deuses e heróis transformando-os em santos (ex: O ritual de
Walpurgisnacht, que era um culto aos espíritos ancestrais ter sido
abafado e afastado do seu objetivo espiritual ao se tornar uma festa
para a nova Santa Valburga). Isso se deu muito ao fato de que os
povos dominantes da Europa a partir do século VIII eram germânicos
e que já estavam mais corrompidos pelos minérios e poder de
compra. Os povos célticos já haviam praticamente desaparecido, e
tribos germânicas já haviam se espalhado pela Ibéria e península
itálica. Devido a isso, cultos celtas passavam a ser menos
materialistas e mais selvagens, tornando as religiões celtas mais
nocivas à igreja. Embora os druidas sempre fossem homens, eram as
mulheres que tinham status de bruxas, pois eram elas as sacerdotisas
da deusa mãe – e isso as tornou presas fáceis para a Igreja Católica
que era paternalista devido a soma dos costumes judaicos da bíblia e
da dominância dos fisicamente mais fortes vindas da cultura
germânica que formou a sociedade europeia. Religiões gregas e
romanas eram apenas resquícios que habitavam obras de arte e não
geravam preocupação real e as religiões eslavas habitavam as
sombras e aos poucos foram reduzidas a nada pela Igreja Ortodoxa.
Durante o mesmo período a religião islâmica subjugou cultos antigos
no Oriente Médio e norte da África. Tivemos então no mundo
conhecido 3 grandes religiões aonde apenas 2 tinham real poder, e a
outra não passava de fugitivos e odiados pelas duas dominantes.

Durante o período de dominação que dividia o


mundo conhecido entre cristianismo e islã, o
lado espiritual destas religiões foi cada vez mais
deixado de lado e qualquer prática que mexia
com energias (animismo) era considerada
satânica. Passados alguns séculos, a maioria
dos encarnados não tem o menor conhecimento
anímico, os poucos que o tem são taxados de
loucos, doentes ou pecadores, e a maioria
absoluta desacredita ou ignora a questão. Não
que na antiguidade todos eram animistas ou
médiuns, mas os que não eram apoiava,
seguiam ou deixavam em paz os que
tinham/conheciam tais faculdades.
Ainda assim as religiões mantinham
um fino elo anímico que fazia algumas
pessoas manifestarem algum grau de
mediunidade em cultos e rodas de
oração, algo que mais raramente
acontece em círculos particularmente
materialistas, se torando cada vez
mais raros os fenômenos anímicos e
mediúnicos – com isso a mediunidade
e o animismo se tornaram fenômenos
exclusivos e seus portadores se
tornaram excêntricos.
A necessidade de evolução sempre atraiu os espíritos encarnados
mais evoluídos, que agora sem guias encarnados e materiais de
estudo, se aproximavam de figuras excêntricas com visões alteradas
das faculdades anímicas e mediúnicas. Aos poucos o animismo
passou a se tornar um show de horrores que tirou a credibilidade até
de teorias de renome (ex: as cartas do além na Teosofia). Diversas
tentativas sérias fadaram ao fracasso devido a embates com os
mestres do materialismo, tal como a Armanenschaft e a Sociedade
Thule que sucumbiram após o fim da Segunda Guerra devido a sua
ligação com o partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães.
Atualmente a necessidade de evolução fez que que nascessem
diversos grupos esotéricos e vias de estudo, porém todas
corrompidas por visões egoístas ou pseudolibertárias dos seus
criadores ou divulgadores. Uma pequena fatia das religiões e seitas
que buscam reformar animismo e mediunidade são as religiões
étnicas como Umbanda, Candomblé e Quimbanda, o espiritismo
kardecista e iniciativas pseudocientíficas como a conscienciologia.

A era das religiões chegou ao fim e a massa mesmo sem perceber


vai aos poucos deixando-as de lado. A lavagem cerebral feita em
cultos evangélicos reformados continua crescendo no Brasil e se
tornando um perigo político e anti-anímico, uma vez que o interesse
dessas seitas não é nem mesmo interpretar os livros sagrados da
forma correta, mas o de enriquecimento da instituição. A nova era de
pseudotransição causada pelos círculos esotéricos também tende a
atrapalhar a evolução dos espíritos, uma vez que acabam tendo
acesso a informação demais e prática de menos (causada pela
dificuldade de domínio de tanta coisa e de tanta coisa deturpada e
impraticável).
Finaliza na próxima edição com:
SE AS RELIGIÕES SÃO UM ATRASO,
COMO MANTER O FOCO CULTURAL?
AS RAZÕES
HISTÓRICAS E
MÍTICAS POR DETRÁS
DO OSKOREI
A conexão musical (entre Oskorei e arte) deve ser frenética e
melancólica.

Frenética por se referir a Asgardsrei/Oskorei ao exército de


mortos-vivos ou não-mortos de Wotan. Wotan não é somente o
deus da eloqüência, magia e sabedoria, mas é também o deus da
guerra e da morte – o aspecto mais melancólico da vida.

O Asgardsrei/Oskorei está para todos aqueles guerreiros que


ofereceram suas vidas em ritual para Wotan., e também para os
espíritos dos guerreiros que caíram na batalha por Wotan ao
longo dos anos. Os guerreiros teriam sido chamados de mortos-
vivos, pois seriam submetidos a um ritual de iniciação onde o
guerreiro seria pendurado em uma árvore e depois retornado de
volta à vida. Assim o guerreiro aprenderia sobre as runas
(traduzido como “segredos”) do “outro lado”. São designados
“não-mortos” ou “mortos-vivos”.

Os Guerreiros de Odinn, o Asgardsrei/Oskorei consiste de reis


e condes, guerreiros e demais nobres, e também de ladrões e
assassinos, criminosos e bandidos. Odinn é de fato o deus dos
nobres e dos velhacos, e ele sabe disso, pra ele se tratam do
mesmo tipo de pessoas.
Eu gostaria de tomar Hitler... como exemplo para essa afirmação:
Hitler fora um condecorado herói da I Guerra Mundial. Após o fracasso
do Putsch de Munique tornouse um criminoso. Depois se tornou o
Führer do Império Alemão, e por fim foi retirado e condenado como
“criminoso de guerra” e amaldiçoado. O ponto agora é que tanto reis e
assassinos como criminosos e guardiões da lei, tendem
frequentemente a trocar posições entre si, como no caso das demais
pessoas.

Heróis e criminosos tem muito em comum... Todos eles são


“psicopatas” e mesmo assim são bem vindos no Exército de Berserker
de Odinn no esforço da guerra. Os guerreiros do Oskorei eram
Berserker (vestidos em peles de urso), Ulfhednir (vestidos em peles
de lobo) ou se vestiam somente com trapos. Eles se pintavam com
pinturas de guerra para que parecessem ainda mais assustadores,
pintavam seus escudos de preto ou os decoravam com caveiras. Eles
normalmente atacavam seus inimigos durante a noite – enquanto
“choviam” pra fora da escuridão, pareciam cadáveres, morto-vivos ou
meioanimais. Essa é a verdadeira origem do lobisomem – Mito da
Noruega.
O Oskorei também é um
culto ao mistério, com rituais
ocultistas sob a Lua Cheia.
Por causa da preocupação de
agir como num culto de
guerra, esses rituais muitas
vezes acabavam como um
frenesi. Com isso muitas
aldeias inocentes foram
afetadas, e assim foram
criadas as lendas dos ditos
lobisomens...

Texto por: Varg Q.L.F Vikernes


Presente no EP original “Asgardsrei”, da banda alemã “Absurd”, em 1999.
(Imagem acima)

Traduzido por Ekmond Baerrik


Ekmond
Cultura

O CARDÁPIO DA
HOFBRÄUHAUS
Alguém que já visitou algum bar da Hoffbräuhauss já notou isso? Se
prestar atenção, vemos que é uma bela representação da antiga
cultura germânica.
No cartaz, vemos ao centro, um pilar... um mastro, na verdade.
Sobre ele, salsichas brancas, Pretzels, folhas e flores. Observando,
mesmo sem prestar muita atenção, vemos um Irminsul.

O Irminsul aparece de diferentes formas na cultura germânica, mas


de modo geral, era uma árvore (ou um pilar) que ligava Mittgard com
Asgard.

Então, podemos notar que na base desse pilar, temos 7 barris (que
correspondem aos 7 mundos) e um instrumento musical no centro dos
barris, simbolizando Mittgard – o local onde os beberrões estariam
querendo festar. No "mundo" nórdico antigo, Mittgard ficava no tronco
da Árvore da Vida, e era circulado pelos 7 mundos que ficavam junto
as raizes, uns mais abaixo que outros.

Ao topo do pilar, logo vemos a Cervejaria Hoff-Brau, simbolizando


Asgard, mais precisamente um castelo muito famoso, e Hall dos
heróis - conhecido por Walhall. Essa cervejaria, "por coincidência"
correga uma faixa com a frase "Das Berühmbeste Wirtshaus der Welt"
– O que poderia ter sido melhor anfitrião na "antiga crença" do que as
guardiãs de Walhall (as Valkirias)?

Junto ao castelo, vemos árvores, simbolizando o topo da Árvore da


Vida. Seria Bilskirnir, aquele castelo no lado esquerdo?

Se quiserem comparar, basta ver agora


uma imagem sobre a disposição do
mundo na antiga crença.

Mas e a Serpente que circulava o


mundo? Não sei dizer. Mas é bem raro
que os filhos de Loki (ou o próprio Loki)
aparecessem nas religiões germânicas
fora da Escandinávia.
EM COMEMORAÇÃO DA
BATALHA DA FLORESTA DE TEUTOBURGO
09/09 DO ANO 9 DC

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