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DOSIMETRIA DAS RADIAÇÕES - DOSÍMETROS

Gabriel Gomes do Nascimento

Tecnólogo em Radiologia – FASM


Iniciação Tecnológica – IPEN
Mestrando em Tecnologia Nuclear - IPEN
Docente na Escola Grau Técnico
DOSIMETRIA DAS RADIAÇÕES

O QUE É? FINALIDADE
A dosimetria das radiações consiste na A dosimetria individual tem como finalidade
determinação da dose absorvida num quantificar o nível de dose de radiação
determinado material ou tecido, resultante recebida pelo usuário como decorrência de
da exposição à radiação ionizante. seu trabalho.

“PÚBLICO-ALVO”
Nos processos de dosimetria, a dose entregue ao
material ou, no caso de tratamentos médicos, a dose
entregue ao paciente, deve ser experimentalmente
verificada para garantir qualidade, assegurar uma alta
precisão e eficiência no processo.
DOSÍMETRO PESSOAL EXTERNO

O QUE É?
O dosímetro é um monitor utilizado para
quantificar a dose que o Individuo
Ocupacionalmente Exposto (IOE)
recebe.
Esse “registro” só é possível devido a composição
química do dosímetro
• CaSo4:Dy;
• LiF:Mg, Ti.

A adição das terras raras aumenta o número de


armadilhas de elétrons do dosímetro, logo, o dosímetro
é capaz de interagir com mais elétrons, de modo que
registre de forma mais precisa a dose recebida.
DOSÍMETRO PESSOAL EXTERNO
DOSÍMETRO

DOSÍMETRO AMBIENTAL/ÁREA DOSÍMETRO AMBIENTAL/ÁREA

Dosímetro ambiental/área

Dosímetro de controle/padrão

Imagem autoral. Imagem autoral.


PROPRIEDADES DE UM DOSÍMETRO

• Alta precisão e exatidão (eficiência na emissão de luz associada aos processo de recombinação);

• Linearidade do sinal em um grande intervalo de dose;

• Pequena dependência de dose e taxa de dose;

• Baixa dependência energética (resposta pouco dependente da energia dos fótons);

• Pequena dependência direcional (lado);

• Alta concentração de armadilha de elétrons.


EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL

De acordo com o ICRP (International Comission on Radiological Protection) em sua


Publicação 103, a exposição ocupacional refere-se a toda exposição incorrida pelos
trabalhadores durante o período de atividade profissional com exceção das:
• Qualquer exposição médica;
• Radiação local ou de fundo.
EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL

Algumas atividades de rotina em que os trabalhadores estão em situação de exposição à


radiação são:
• Atuação em diferentes estágios do ciclo do combustível;
• Atividades que envolvam o manuseio de radionuclídeos, como por exemplo, a produção
de radiofármacos;
• Uso de fontes radioativas e equipamentos de Raios X na medicina, pesquisa cientifica,
agricultura e indústria.
GRANDEZAS RADIOLÓGICAS E UNIDADES

GRANDEZAS FÍSICAS FUNDAMENTAIS – ICRU


Dose absorvida, Kerma, Fluência, Exposição, etc.

GRANDEZAS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA – ICRP


(Limitação de Dose)
Dose equivalente, Dose efetiva

GRANDEZAS OPERACIONAIS - ICRU


Hp(d) – Equivalente de Dose Pessoal
H*(d) – Equivalente de Dose Ambiente
GRANDEZAS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

DOSE EQUIVALENTE
É a grandeza física fundamental em dosimetria, é a dose absorvida em um
ponto.
Em proteção radiológica, a grandeza básica é a dose absorvida média no órgão
ou tecido humano.

DOSE EFETIVA
A dose efetiva reflete o detrimento combinado dos efeitos estocásticos causados
pelas doses equivalentes em todos os órgãos e tecidos do corpo.
Assim, a dose equivalente em cada órgão e tecido é multiplicada pelo respectivo
fator de ponderação do tecido wt, sendo então, feito o somatório desses
produtos para obter a dose efetiva.
LIMITES DE DOSES ANUAIS
Limites de Doses Anuais

Indivíduo
Indivíduo do Público
Grandeza Órgão Ocupacionalmente
(IP)
Exposto (IOE)

Dose Efetiva Corpo Inteiro 20 mSv/ano 1 mSv/ano

15 mSv/ano
Cristalino 20 mSv/ano

Dose Equivalente
Pele 500 mSv/ano 50 mSv/ano

Extremidade 500 mSv/ano ---

Adaptado de CNEN – NN -3.01


NÍVEIS DE REGISTRO, INVESTIGAÇÃO OU
INTERVENÇÃO
Nível Área de Aplicação Grandeza Limitante Valor

Registro Monitoração do IOE Dose Efetiva 0,20 mSv

Monitoração Individual 6 mSv/ano ou 1 mSv


Dose Efetiva
do IOE em qualquer mês

150 mSv/ano ou 20
Investigação Pele, mãos e pés Dose Equivalente mSv em qualquer mês

50 mSv/ano ou 6 mSv
Cristalino Dose Equivalente
em qualquer mês

Intervenção Equipe de Emergência Dose Efetiva < 100 mSv

Adaptado de CNEN – NN -3.01


Grandeza Hp(10)

Grandeza Hp(3)

Grandeza Hp(0,07)
INTERNATIONAL COMMISION RADIATION
Grandezas Operacionais UNITS AND MEASUREMENTS
Equivalente de dose pessoal
Corpo inteiro – Hp(10)

Grandezas para Equivalente de dose pessoal


Equivalente de dose pessoal
monitoração individual Extremidades – Hp(0,07)

Equivalente de dose Grandeza para monitoração Equivalente de dose pessoal


ambiente de área Cristalino – Hp(3)
Hp(d)

Grandeza Nova

Radiação Externa Monitoração de área Monitoração pessoal


d=mm externa d=mm

Fortemente penetrante H*(10) Hp(10)

Fracamente Pele H*(0,07) Hp(0,07)


penetrante Cristalino H*(3) Hp(3)
CALIBRAÇÃO DE UM DOSÍMETRO

Adaptado de DIETZE, G. Dosimetric concepts and calibration of instruments, 2001.


PHANTOM OU SIMULADOR

Imagem autoral.

Adaptado de HOEDLMOSER, H. The ISO water


slab phatom in a nêutron reference field, 2012.
Imagem autoral.
REQUISITOS DE CALIBRAÇÃO
1. Homogeneidade do lote;
2. Reprodutibilidade;
3. Linearidade;
4. Limite inferior de detecção;
5. Auto-irradiação;
6. Estabilidade dos dosímetros sob diferentes condições climáticas;
7. Sinal residual;
8. Efeito da luz sobre os dosímetros;
9. Dependência energética;
10. Dependência angular;
11. Influência da presença de um fantoma;
12. Influência da irradiação póstero-anterior;
13. Resistência a impactos.
DOSIMETRIA TERMOLUMINESCENTE

O principal objetivo da dosimetria termoluminescente é determinar a


quantidade de energia absorvida pelo material durante o período de irradiação
utilizando o processo termoluminescente.
TERMOLUMINESCENCIA

Imagem autoral.
LEITORA TERMOLUMINESCENTE

Leitora termoluminescente.

Cartão dosímetro e leitora termoluminescente.


LEITURA

Pastilhas de LiF:Mg, Ti.

Cartão dosimétrico.
Leitora termoluminescente.
LEITURA DO DOSÍMETRO

Imagem autoral.
A Comissão Nacional de A Agência Nacional de Vigilância O Centro de Radiofármacia (CR)
Energia Nuclear (CNEN) é Sanitária (ANVISA) do Ministério do IPEN é um dos responsáveis
responsável pela área de da Saúde é responsável pela pelo abastecimento de
medicina nuclear através da área de Raios-x diagnóstico. radiofármacos.
norma CNEN-NN-3.05.
Manipulação de radiofármacos Procedimento realizado com as
Produção de radiofármacos
para aplicações em pacientes mãos próximas ao feixe primário
REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS
ANVISA, AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada – RDC nº 330, de 20 de
dezembro de 2019. Diário Oficial da União, 20 dez 2019a. p. 92
CNEN, Comissão nacional de energia nuclear. NN 3.01: Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica, 2014.
CNEN, Comissão nacional de energia nuclear. NN 3.05: Requisitos de Radioproteção e Segurança para Serviços de
Medicina Nuclear, 2013.
DIETZE, G. Dosimetric concepts and calibration of instruments. International Radiation Protection Association, 2001.
HOEDLMOSER, H., HEATLAND. O. S., MAYER, S. The ISO water slab phantom in a nêutron reference field.
International Radiation Protection Association, 2012.
ICRU, International Comission on Radiation Units and Measurements. Fundamental Quantities and Units for Ionizing
Radiation, 1998.
L. L. Campos. Termoluminescência de materiais e sua aplicação em dosimetria da radiação, 1998.
NASCIMENTO, G. Implementação da Grandeza Hp(0,07) na dosimetria individual de extremidade no modelo anel do
IPEN, utilizando dosímetros de LiF:Mg, Ti. Dissertação de mestrado (mestrado em Tecnologia Nuclear) – Instituto de
Pesquisas Energéticas e Nucleares, Universidade de São Paulo, SP, 2019 – andamento.
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