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MEU CEO SEXY

Série Profissões - Livro 1

B. TOMAZ
Direitos autorais © 2020 Bruna Alves Tomaz

Todos os direitos reservados

Os personagens e eventos retratados neste livro são fictícios. Qualquer semelhança com
pessoas reais, vivas ou falecidas, é coincidência e não é intencional por parte do autor.

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recuperação, ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico, mecânico,
fotocópia, gravação ou outro, sem a permissão expressa por escrito da editora.

Design da capa por: Kenia Costa (Drak)


Revisão por: Rita S. Pires

Impresso no Brasil
Dedico esse livro a você que gosta de um clichê de CEO arrogante e secretária
com personalidade forte, gostaria de dedicar especialmente a Kenia Costa, mais
conhecida como DRAK, por acompanhar todas as etapas da criação desse CEO sexy.

Obrigada Drak, sem você essa história não seria completa.


Índice
Página do título
Direitos autorais
Dedicatória
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Epílogo
Agradecimentos
Sobre o autor
Livros dessa série
Prólogo
Brooke F. Nielsen

Com os enormes saltos, que sou praticamente obrigada a usar,


tento correr o menos ridículo possível para conseguir entrar no táxi,
que por algum milagre divino parou no meu primeiro aceno. Não era
comum conseguir um carro vazio às cinco da tarde no meio de um
temporal como esse.
Como se fosse para provar meu ponto de vista, um trovão
extremamente alto retumba no céu com nuvens carregadas,
deixando o dia acinzentado e mais escuro que o normal.
Maldito dia para resolver fazer uma surpresa ao meu noivo.
Billy, conhecido e chamado carinhosamente pelos parentes e
amigos como Bil me conheceu na faculdade, não estudamos juntos,
o que foi uma verdadeira benção, já que provavelmente não
conseguiria estudar ou dedicar a minha atenção as matérias. Ele
estava ali para participar de uma feira de empreendimento.
Não me leve a mal, só imagine comigo, ok? Um homem medindo
cerca de um e oitenta de altura, a pele clara e macia, o corpo magro
daqueles que um terno fica mais do que perfeito, o pomo de adão
proeminente fazendo com que meus olhos se fixassem ali sempre
que ele engolia, o cabelo bem cortado na cor loiro escuro ou
castanho claro, ainda não consegui me decidir sobre isso, mas que
acompanha perfeitamente o tom de seus olhos e para terminar, sabe
muito bem usar o equipamento que tem entre as pernas.
Não é o maior e nem o pinto mais bonito do mundo, mas é
eficiente e sabe me deixar completamente maluca.
Olho para o retrovisor encontrando os olhos azuis do senhor
simpático e sorrio envergonhada por perceber que acabei de soltar
um gemido completamente malicioso.
— Senhorita, eu adoraria ler mentes, mas infelizmente Deus não
me deu este poder, então poderia me dizer para onde estamos indo?
— Seus olhos enrugados pela idade dão uma leve abaixada.
Ok, não tão simpático assim.
— Desculpe-me, senhor. — Limpo a garganta. — Upper East
Side, 12 East 80th Street, por favor. — Sorrio amarelo ao colocar
minha bolsa na frente da minha blusa molhada e completamente
transparente.
Nem acredito que consegui terminar de analisar a enorme pilha
de papel que meu querido chefe resolveu me passar, não que seja o
meu trabalho, afinal sou secretária de sua irmã e não dele, mas
como o senhor arrogante mesmo falou: “Aqui não tem essa de
funcionário servir apenas a um de nós, se quiserem continuar com o
emprego de vocês, devem aceitar tanto as ordens da senhora Leona,
como as minhas.”
Reviro os olhos exasperada e me encosto no banco do carro,
suspirando alto tanto pela minha indignação e cansaço com o
trabalho quanto pelos olhares safados e indiscretos do motorista.
— A senhorita se importa se eu colocar uma música? — Seus
olhos voltam a descer para os meus seios e me controlo para não
mostrar o dedo médio para esse senhor safado e sem educação.
— Contanto que pare de olhar para os meus peitos, você com
certeza pode colocar uma música! — Falo cínica e bufo ao ver seus
olhos com falsa surpresa.
A vá se catar, agora vai dizer que não estava olhando?
Sinto a vibração do meu celular e o pego rapidamente, torcendo
mentalmente para que seja meu futuro marido, meu Billy. — Suspiro.
— Eu realmente estou com saudades, o homem não parou de
trabalhar durante este último mês e não posso reclamar, já que é o
dono de uma rede de supermercados e precisa supervisionar todo o
trabalho para que continue prosperando.
“Estou com saudades, querida!”
“Vejo você mais tarde?”
“Estarei te esperando meu amor, eu te amo!”
Leio suas mensagens com um sorriso brotando em meus lábios.
Normalmente nas sextas-feiras costumo trabalhar até mais tarde,
porque meus chefes precisam de suas agendas completamente
fechadas para a próxima semana, ou aparecem viagens
mirabolantes de última hora em que preciso me virar do avesso para
achar um hotel, passagens e mais regalias que os dois adoram e
julgam indispensáveis.
— Chegamos. — Ouço a voz do motorista e sorrio ao olhar o
prédio onde moro com Bil, que claramente custou meu rim esquerdo,
mas graças as minhas economias de uma vida inteira, consegui
arcar com metade do valor, assim como Bil irá pagar a outra metade,
porém com muito mais facilidade que eu.
Sorrio pensando na expressão de surpresa, que irá se desenhar
no rosto bonito do meu companheiro, ao me ver atravessar a porta
do apartamento horas mais cedo do que o de costume. Sinto meu
ventre se aquecer com um simples pensamento em vê-lo.
É algo como uma necessidade, como se meu corpo dissesse:
preciso disso!
Deixo o dinheiro com o motorista e saio correndo do táxi evitando
me molhar ainda mais, o que não adianta muito, já que não tem
como ficar mais molhada que isso. Atravesso o hall de entrada,
depois de cumprimentar o simpático porteiro do prédio, e corro em
direção ao elevador. Adentrando a caixa metálica e apertada desse
prédio, aperto o último andar e enfio minha mão dentro da bolsa para
achar a chave da porta.
Ergo uma sobrancelha ao achá-la no instante que as portas do
elevador se abrem.
Aparentemente a sorte estava ao meu lado hoje, primeiro
consegui sair mais cedo do trabalho, depois achei um táxi vazio
mesmo com toda essa chuva e agora, contrariando o que
normalmente acontece, eu acho a chave antes mesmo de chegar na
porta do apartamento.
Hoje, definitivamente, era o meu dia.
Penso rodando o chaveiro em meu dedo indicador enquanto ando
a passos largos pela ansiedade de encontrar-me com Billy e encaro
a enorme porta de madeira.
— Billy, Billy ... Você não perde por esperar! — Sussurro para
mim mesma e abro a porta com cuidado.
Não poderia estar mais enganada, eu quem não perdia por
esperar pela imagem diante dos meus olhos fazendo um misto de
sentimentos passar em alta velocidade pelo meu corpo.
Raiva, desprezo, nojo, tristeza, decepção. É como se alguém
estivesse com a mão dentro do meu peito, apertando meu coração,
impedindo-o de bater normalmente e com a outra segurando meu
pescoço para não me deixar respirar.
Olho para as costas definidas do homem que iria jurar amar na
frente de todos os nossos amigos e familiares. Do homem que
passei os dias mais felizes da minha vida. A bunda musculosa dele
contraindo a cada estocada na vagabunda debaixo do seu corpo.
— Gostosa pra caralho! — Seu som gutural quase me fez
vomitar, mas me segurei, não iria perder o meu precioso café que
agora parece lava quente em meu estômago.
Estagnada, eu continuo ali, vendo seu pênis entrando e saindo da
boceta alheia. As lágrimas começam a apontar no canto dos meus
olhos, mas me recuso a chorar agora, me recuso a dar o gostinho
para esse filho da puta desgraçado.
Como ele pôde fazer isso comigo? Há quanto tempo tenho um
par de chifres em minha cabeça? Eu sou mesmo uma idiota em
confiar que todas as viagens que ele fazia eram apenas para
trabalho ou que quando ficava até tarde no escritório eram reuniões
com seus diretores.
O caralho que era! Ele estava enfiando seu pau torto em outras
mulheres.
Respiro fundo tentando definir o que fazer, mas antes que eu
possa pensar melhor e ter uma ideia simples como sair e fechar a
porta para sumir de vez da sua vida, ouço a voz da vagabunda,
reconheço imediatamente.
— Ah, Bil ... — Geme ofegante. — Me come com força, do jeito
que você não faz com a minha irmã.
Sim, vocês entenderam muito bem; aquela boceta alheia debaixo
do filho da puta do meu ex-noivo é da minha irmã! A mulher que
considerei minha família, sangue do meu sangue.
Aproximei-me dos dois com os pés batendo no chão como se
pesasse toneladas e mesmo com meus saltos martelando o piso, os
dois não perceberam minha presença. Mas é claro que não
perceberiam, os gemidos são tão altos que eu poderia ter batido a
porta com força que não escutariam.
Empurrei Billy com todas as minhas forças para o lado, fazendo-o
caiu no chão com o pau batendo continência na barriga, doido para
gozar e provavelmente insatisfeito por ter sido interrompido, seus
olhos arregalados e dilatados me encaram com surpresa.
— Amor? — Disse ofegante e suado, tentando esconder o pinto
com a mão.
Amor?! Ele ainda tem coragem de me chamar de amor?
Solto uma gargalhada sarcástica e maligna ao mesmo tempo,
mas minha vontade era de sentar e chorar, ou melhor, minha vontade
era ir até a cozinha, pegar uma faca de cozinha, cortar seu pau e
fazer a vagabunda da minha irmã comê-lo cru!
— Brooke? Desc... — A voz ofegante e arrastada da minha irmã
soou como uma faca em meu peito, mas a calei com um tapa
estralado e forte. Que fez meus dedos começarem a tomar forma em
sua bochecha já vermelha pelo esforço.
É típico dela fazer merda com a atitude pensada e depois quando
é pega no flagra pedir desculpa, sendo que nem se sentir culpada a
vagabunda se sente.
Isso deve ser doença.
— Desculpa? Vai me pedir desculpa? — Segurei seus cabelos
pela nuca e puxei com força a fazendo levantar com um grasnado de
dor saindo por seus lábios inchados pelos beijos trocados com o
idiota que ainda se mantém em choque colocando a mão em frente
ao seu membro.
Chorosa e ofegante a minha irmã solta um grito estrangulado
quando puxo ainda mais seu cabelo, as pernas fracas pelo sexo de
alguns segundos atrás a deixa cambaleante, mas nada irá fazer a
raiva dentro de mim se acalmar, nem se ela chorar sangue na minha
frente eu sou capaz de ter compaixão por ela.
Cruel? Sim, mas foda-se.
— Amor, foi um deslize. — Foi a voz do traíra filho da puta,
dessa vez. — Vamos conversar!
Ignorei-o, levando a vagabunda pelada até a porta e a jogando no
chão do corredor sem roupa alguma, apenas com as lágrimas de
crocodilo escorrendo por sua bochecha, ouço o barulho de sua pele
húmida em atrito com o mármore do chão, desejando internamente
que tenha alguma fissura para poder causar a ela um pouco de dor.
— Você não pode me deixar aqui sem roupa! — Disse se
apoiando nas mãos para se levantar.
Minhas lágrimas que antes estavam contidas começaram a cair
em minha bochecha, mas eu as limpo com rapidez e força. Fui
traída, pior, fui duplamente traída e eles não merecem sequer uma
lágrima minha. Sinto uma mão fechar em meu braço e viro
rapidamente com a mão livre acertando em cheio o rosto do traidor
comedor da irmã alheia.
Empurro-o para fora do apartamento que fiz a bobagem de
comprar com ele e fecho a porta, girando a chave uma, duas, três
vezes para trancá-la. Como imaginado, Billy começa a esmurrar e
gritar para que eu a abra, dizendo que não posso deixá-los pelados
lá fora, que eu preciso entender que ele tem necessidades e por isso
estava com Elle, mas simplesmente parei de ouvir. Conseguia
escutar apenas a voz na minha cabeça me chamando de burra,
idiota e corna.
Deslizei pela parede abraçando meu corpo, deixando as lágrimas
que antes estavam tímidas, descerem como uma cachoeira pelo meu
rosto, me permitindo sofrer hoje, porque amanhã seria o começo de
uma nova vida, que com certeza não terá os dois traidores.
— Abre a porta amor, não podemos ficar aqui ... pelados. — Sua
voz tinha um toque suave de medo e eu apenas não respondi, deixei
que os dois se virassem.
Meu coração estava machucado demais para ter compaixão por
dois traidores.
Levanto do chão cambaleando, ainda chocada e destruída pelo
que acabou de acontecer, encaro a cama onde dividia com Billy e
ainda mais lágrimas escorrem por meu rosto. E então, vou ao
banheiro.
Tomar banho deve me ajudar a acalmar meu corpo trêmulo e com
isso poderei pensar no que fazer, mas de uma coisa eu tenho
certeza: vou procurar um lugar para morar, de preferência bem longe
daqui, começar a viver a minha vida e reorganizar tudo dentro de
mim, inclusive passar uma cola em meu coração!
Capítulo 1
Jonathan B. Gilbert
Dois anos depois.

— Você sabe qual é a secretária que minha mãe vai designar


para mim? — Pergunto com o copo de whisky encostado na boca e
vejo meu amigo, Donavan dar de ombros com a pior expressão de
“não sei” no rosto.
Fazia um tempo que estava evitando voltar ao Canadá, para
assumir meu posto de CEO de uma das empresas que meu pai com
toda sua imensa glória criou, mas agora não há mais escapatórias,
fui convocado e devo assumir meu lugar de direito. Não que isso me
incomode, afinal passei por diversas empresas antes de aceitar o
pedido para começar a assumir o meu papel de herdeiro e controlar
a minha por um motivo. Aprendi com os melhores a gerir e com todo
o aprendizado de anos trabalhando em empresas extremamente
competentes serei capaz de alavancar o império que minha família
me deu. Aliás, pelo que soube de Don, a Bert B não está nada bem
em questão de administração, o CEO que ficou encarregado de
cuidar da empresa até eu assumir não se empenhou muito em
conduzir o negócio e o prosperar, confesso que isso me deixou um
tanto irritado.
— Não sei nada cara, mas segura seu pau nas calças. — Sorriu
de maneira cafajeste. — Aquela empresa tem muita mulher gostosa,
com certeza a sua vai ser, mas você sabe muito bem que sua mãe
arranca suas bolas se perturbar alguma delas.
Não podemos discordar, a última vez que estive na Bert B foi há
seis meses atrás, vim para uma confraternização, para conhecer um
pouco o ambiente e também os funcionários, devo dizer que esse
último não me desagradou nenhum pouco, as mulheres são de
variadas perfeições. — Bebo um gole do líquido âmbar em meu
copo. — Uma pena que minha velha fica no meu pé, dizendo que
não me quer assediando as funcionárias.
— Aliás, você não vai pedir Adele em casamento? — Sorrio
vendo seu semblante fechar.
— Vai se foder, Jon! — Bebe o líquido de seu copo de uma vez.
— Já disse que com Adele é apenas sexo.
Sorrio passando os olhos pelo local, passei minha infância e
adolescência aqui no Canadá. Esse pub em que estamos era um
dos pontos que usávamos para encontrar as meninas na época e
não posso deixar de reparar no quanto o lugar mudou. O que antes
era um lugar caótico onde o dono sempre estava tão bêbado que
nem se importava em vender bebidas para um adolescente, virou um
pub quase luxuoso, com seguranças olhando identidades e tudo
mais.
— Engraçado que eu não posso pegar ninguém da empresa,
mas você pode? — Indago com uma sobrancelha erguida, mas antes
que ele me responda uma mulher linda, com o cabelo loiro e
ondulado batendo até a metade das costas passa pela mesa com os
olhos verdes atentos em busca de alguém. — Mas que deusa é
esta?
O que era para ser ouvido apenas por Donavan fez a mulher se
virar, e meu pau bateu continência na hora, como se ele estivesse
pronto para servi-la das melhores e piores maneiras possíveis.
Umedeci os lábios e sorri para a loira maravilhosa em minha frente.
— Deusa? — Seus olhos verdes soltaram faíscas.
Quente! Eu gosto de mulheres quentes, elas são as melhores na
cama. Don ri alto e encara a mulher que por sua vez não desvia seus
olhos astutos dos meus.
— Brooke? — Meu amigo diz chamando sua atenção e a minha
também, mas não por muito tempo.
Assim como meu pau, meus olhos apontam na direção da mulher
sem pudor ou vergonha nenhuma, deixo-os passarem por suas
curvas e depois de inspecionar aquele corpo maravilhoso, fito seus
seios, que pelo fino tecido de seu vestido, deixa perceptível que
estão acesos.
Agora, a dúvida que não quer calar: ficaram assim por minha
atenção ou ela está com frio?
Que se foda! Prefiro pensar que foi a primeira opção e então eu
poderei dar a atenção que eles estão me pedindo.
— Oi, senhor Miller. — Cumprimentou Don com uma suavidade
em seu rosto e não voltou a me encarar.
Mas de jeito nenhum, linda!
— Brooke. — Digo saboreando o nome em minha boca, como
se fosse um doce. — Sente-se conosco, linda!
Seu olhar voltou a me dar atenção e meu pau pulsante contra a
calça que o diga o quanto gostou daquele fogo ali dentro.
— Não, obrigada! — Disse e desviou a atenção para Don. —
Tchau.
Virou e saiu rebolando os quadris, como se dissesse “olha aqui
como sou gostosa” e meu pau respondeu quase gritando que é
gostosa pra caralho!
Continuo acompanhando-a com o olhar discretamente, até que se
encontra com uma morena, também muito bonita, mas meus olhos
se recusam a deixar aquela pele sedosa, os seios pequenos, porém
firmes, a bunda durinha e proporcional ao corpo deliciosamente
esculpido.
— Quem é?
Don olha para mim achando graça de alguma coisa que não
consegui entender.
— Uma das secretárias da sua mãe. — Riu. — Eu disse que
elas são gostosas.
Olho novamente para a loira e sorrio ao vê-la desviar o olhar
rapidamente, tentando disfarçar que estava com os olhos em mim,
me observando. Mantenho meu olhar nela, por algum motivo,
querendo gravar seu sorriso ao falar alguma coisa com a amiga, seu
revirar de olhos quando algum homem fala ao seu ouvido e segui
assim por um bom tempo, observando suas expressões enquanto
meu amigo me contava sobre uma viagem que precisa fazer, mas
minha atenção está completamente voltada à loira que agora
conversa e ri de uma maneira mais solta com o grupo de mulheres.
Isso tudo está me excitando pra caralho.
— Vou indo, amanhã preciso estar em uma reunião para receber
o brocha do novo chefe. — Don diz sarcástico, toma o restante de
sua bebida e levanta com o capacete de sua moto pendurado no
braço. — Você não vai embora, brocha?
Sorrio sem me importar em retrucar e apenas aceno para ele ir
embora logo. Ouço seu tchau e me levanto, caminhando diretamente
para a loira, que está encostada no bar. Os cotovelos em cima do
balcão e o corpo balançando suavemente no ritmo da música.
— Oi. — Sussurro perto do seu ouvido. Imediatamente a sinto
pular e estremecer.
Apoio um cotovelo no balcão ao seu lado e me mantenho
encostado ali, encarando aqueles lábios tingidos de vermelho, o
nariz arrebitado e fino, e as bochechas em um tom adorável de rosa.
— O que quer? — Pergunta com o olhar caindo em meus lábios
e depois sobe para os meus olhos, mantendo-os ali.
Aproximo-me mais um pouco, deixando nossos rostos a poucos
centímetros de distância, controlando a vontade de puxá-la com
força, levando-a para qualquer lugar próximo que possamos foder.
— Tem certeza que quer saber o que quero? — Sussurro
levando os lábios perto de sua orelha e puxo o lóbulo com meus
dentes.
O corpo delicioso dessa mulher chega mais próximo do meu,
suas mãos apoiam em meu peito como se tivesse perdido o
equilíbrio e eu fosse a única coisa que a segurasse. Passo um braço
em volta da sua cintura e grudo ainda mais seu corpo ao meu,
deixando-a sentir minha ereção monstruosa que clama por tê-la.
— Eu quero sexo. — Diz de supetão, por um segundo me
deixando em choque e então solto uma gargalhada divertida. —
Bruto, duro, gostoso! — Ofega ao deixar sua mão passeando por
meu peitoral. — Você consegue me dar isso?
Ah, não precisa perguntar duas vezes, linda. Vou comer você
com toda certeza.
Com a mão livre, agarro a base de seus cabelos sedosos e grudo
minha boca na dela em um beijo lânguido. Nossas línguas se
encontrando fervorosamente, conhecendo o sabor uma da outra e
devo dizer que é o meu novo sabor preferido, morango misturado
com o sabor deliciosamente viciante dela. Sem conseguir se conter,
Brooke solta um gemido que eu engulo pela ânsia de aprofundar
ainda mais nosso beijo.
— Banheiro? — Sussurro entre seus lábios e sorrio ao vê-la
acenar. — Vá, me espera lá!
Afastei com os olhos nublados pelo desejo e fitei sua boca
inchada e o batom borrado, seus calcanhares giraram no chão e
antes que ela pudesse afastar dei um tapa em sua bunda, fazendo-a
dar um pulo pelo susto, mas o risinho em seguida foi a resposta de
que gostou.
Fica tranquila, loira, terá mais desses.
Pago a conta pelo que eu e Don consumimos e também a das
meninas, deixando um limite para que elas possam consumir mais
sem ter que gastar dinheiro. Assim que está tudo resolvido me dirijo
ao banheiro e entro, encontrando aquela mulher deliciosa, sentada
em cima do mármore da pia, encarando a porta como se estivesse
ansiosa para que eu passasse por ela.
— Esperou muito, linda? — Aproximei-me ficando entre suas
pernas.
Sem dar chance que aquela boca deliciosa pudesse fazer algo
além de me beijar, junto nossos lábios, deixando minhas mãos
passearem pela lateral do seu corpo e puxando-o mais para mim,
sentindo sua pele sedosa e quente me atiçando de maneiras
inimagináveis. Suspendi seu vestido, deixando-o enrolado em sua
fina cintura e fitei a calcinha de renda vermelha.
Puta que pariu, que mulher é essa?
Coloquei minha mão ali, sentindo-a úmida e sorri maliciosamente,
afastando um pouco e fitando seus olhos escurecidos e em chamas
pelo tesão.
— Quero ver seus peitos, querida. — Sussurrei com desejo.
Imediatamente suas mãos desceram as alças do vestido,
deixando aquela maravilha apontada para mim e como não sou um
cara que faz desfeita, caio de boca ali, chupando, mordendo,
lambendo e brincando com os mamilos rosados e deliciosamente
resetados para o meu prazer.
— Puta que pariu. — Gemeu, arqueando mais contra minha
boca.
Sorri mordendo seu mamilo e adentrando sua calcinha com
minha mão, encontrando-a completamente encharcada, o que já era
de se esperar de acordo com o quanto passou para o fino tecido de
sua pequena calcinha.
— Está molhadinha para mim, loira? — Sem esperar uma
resposta, sugo seu seio com força para dentro da minha boca,
ouvindo seu gemido sair mais grave. — Gostosa.
Encontro seu pontinho inchado e pedinte com a ponta dos dedos
e circulo preguiçosamente, fazendo-a dar um salto pequeno por
causa da sensibilidade, chupo seu outro seio com a mesma força
que utilizei no anterior e seus dedos se enfiam em meu cabelo,
pressionando minha boca ainda mais naquela maravilha.
— Merda. — Sussurra ondulando deliciosamente o quadril.
Penetro dois dedos em sua boceta lubrificada, enquanto com o
polegar, acaricio seu clitóris inchado com a velocidade certa. Afasto a
mão quando a sinto tremer contra ela e sorrio vendo sua expressão
de indignada.
— O que es... — Puxo-a da pia, calando e colocando-a contra a
parede.
Os seios deliciosos pressionados contra a parede gelada dão a
ela ainda mais arrepios, aliso sua bunda redonda e empinada antes
de dar um tapa forte e em seguida esfregar o lugar, a fazendo arfar e
pedir por mais.
— Você terá mais. — Sussurro dando um tapa na outra banda e
repetindo o processo de esfregar a mão ali.
Deslizo minha mão para o meio de suas pernas e volto a acariciá-
la, lambuzando sua boceta com seu próprio fluído, dou leves beijos
em seus ombros intercalando com mordidas e chupadas leves em
sua pele deliciosa.
— Primeiro você vai gozar, depois vou meter tão forte em você
que nós dois veremos estrelas. — Sussurro contra sua pele,
aumentando a velocidade dos meus dedos no paraíso.
Seus gemidos ficam mais altos à medida que o corpo vai
cedendo ao prazer. As pernas fracas me dizem que ela está muito
perto e que precisarei segurá-la, o que faço imediatamente. Envolvo
sua cintura com o braço livre e pressiono mais ainda meus dedos
contra seu clitóris, fazendo círculos pequenos e rápidos.
— Goza pra mim Brooke. — Sussurrei ao seu ouvido e sabia
que ela não ia durar muito mais tempo.
Dito e feito, mais algumas pressionadas contra seu delicioso e
pulsante clitóris e a loira se desmanchou em um grito rouco, e
caralho, quase gozei dando prazer a essa mulher.
— Você tem as mãos mágicas. — Sussurra ofegante, tentando
manter-se de pé.
— Não são só as mãos, querida! — Sussurro beijando sua pele
com uma fina camada de suor e ela se vira, capturando minha boca
em um beijo sensual, um beijo que inspira a sexo bom.
Sinto suas mãos esfregarem contra a minha calça jeans e me
permito fechar os olhos, soltando um gemido grave por sentir que
serei aliviado por uma mulher deliciosa. Apoio minhas mãos na
parede aproveitando o toque das suas em meu pau, e mesmo por
cima do tecido, é bom pra caralho.
Mas antes que ela pudesse abrir minha calça e me dar algum
alívio, a porta do banheiro se abre e duas mulheres entram rindo,
ainda sem perceber nossa presença. Brooke ajeita seu vestido em
um rompante e então os olhos questionadores das duas intrometidas
se pousaram em nós dois.
— Esse é o banheiro feminino, saia! — Disse uma baixinha, com
as mãos formadas em punhos.
Ergui as duas mãos em sinal de rendição e desviei o olhar para a
magnífica loira que sorriu com as bochechas ainda mais vermelhas e
me deu um beijo rápido nos lábios, como se estivesse se
despedindo.
— Vamos para um hotel? — Perguntei olhando em seus olhos.
Não me levem a mal, mas eu não era um cara acostumado a ser
rejeitado, então quando a vi hesitar, fiquei surpreso e um pouco
intrigado.
— Ok, agora me espera lá fora, preciso me limpar. — Disse com
ar de inocência enquanto a baixinha jogava indiretas sobre eu sair do
banheiro a base dos chutes, como se ela conseguisse alcançar a
minha bunda.
Saio dali excitado em níveis catastróficos e fico encostado na
parede, esperando aquele espetáculo de mulher sair pela porta. A
minha mente ainda estava nublada com a imagem daquela mulher
entregue e completamente rendida ao que meus dedos a estavam
proporcionando e estava prestes a me torturar ainda mais
imaginando todas as coisas que poderei fazer com aquele corpo
quente e macio quando meu celular começa a vibrar contra o bolso
da calça.
Respiro fundo ao pegá-lo e atender.
— Oi, Gabe. — Esfrego a mão no rosto.
— Cara, sua sobrinha vai nascer AGORA. — Gritou eufórico.
Gabriel é meu irmão mais velho, dois anos para ser mais exato,
se casou a pouco mais de dois anos e agora estão esperando minha
linda sobrinha, Mel. Pena que tinha que ser nesta exata hora,
infelizmente perderei uma foda épica com a gostosa Brooke.
— Estou indo cara. — Desencosto do balcão indo em direção ao
garçom, pedindo-o que avise à mesa das garotas que precisava ir
embora, mas que está tudo pago e escrevo em um guardanapo um
pequeno bilhete para entregarem à Brooke.

Foi um prazer ouvi-la gemer e presenciar o seu corpo


entregue ao orgasmo avassalador que a deixou com as pernas
bambas.
Ainda posso sentir seu cheiro em meus dedos.
É uma pena não poder ficar e acabar com todas as suas
forças e energias em cima de uma cama, sofá, mesa ... ou
qualquer superfície que poderíamos foder.
Quem sabe um dia terminamos o que vamos deixar
inacabado no momento? Vejo você por aí, loira.
PS: Sua bunda é espetacular.
Capítulo 2
Brooke F. Nielsen

Atravesso a recepção da empresa cumprimentando algumas das


meninas atrás do enorme balcão em mármore. E encaro Sallen, que
anda despreocupadamente ao meu lado, como se ela não tivesse
me dito a pouquíssimo tempo que o homem que me deu o melhor
orgasmo usando apenas os dedos e foi embora me deixando um
bilhete, seria nada mais, nada menos que meu mais novo chefe. Isso
mesmo, fui designada a trabalhar com aquele homem deliciosamente
esculpido em um conjunto de músculos revestidos naquela pele
dourada e quente. Deus, como aquele homem era quente!
Limpo a garganta ao entrar no elevador.
— Não acredito que me deixou ir para o banheiro com meu
chefe, Sal. — Acuso indignada ao ajeitar meu cabelo, que por obra
do demônio, fica caindo em meus olhos.
Ela ri divertida com meu sofrimento.
— Eu nem sabia que estava lá com aquele pedaço de mal
caminho, até o garçom vir dizer que ele havia pagado a nossa conta
e deixado um recado para você. — Se defende ao suspirar. — E não
foi nada doloroso para você, aquele homem é delicioso.
Reviro os olhos para ela não desconfiar de que lembrar dele me
deixa completamente fora de mim, como se eu fosse uma viciada em
sexo. Talvez seja a hora de procurar um psicólogo ou psiquiatra.
— E a traíra? — Seus olhos questionadores encaram os meus.
— Voltou a te ligar?
Suspiro irritada com o rumo do assunto, não com minha amiga,
mas com a tal pessoa que não nos dignamos a dizer o nome em voz
alta, minha irmã. Elle conseguiu meu número com nossos pais e
agora se mantém presente em minha caixa de mensagens,
perguntando quando vou perdoá-la, dizendo que foi enganada e
humilhada e agora não tem mais meu ex-noivo e nem a irmãzinha
querida dela.
Sabe, a minha vontade é de viajar para NY e dar uma surra
naquela vagabunda por ser tão escrota e dissimulada. Já se
passaram dois anos desde o ocorrido, em que deixei os dois pelados
para fora do apartamento e eu não consigo perdoar, nem ela e muito
menos ele.
— Com certeza, assim que saí da cama ela já estava falando
que tinha saudades. — Reviro os olhos saindo do elevador. —
Saudades de roubar as coisas que eu conquisto.
— Eu não consigo entender porque ela te apunhalou pelas
costas dessa forma, se tivesse me falado que foi chifrada por seu ex
com qualquer uma, eu iria dar de ombros e falar que os homens são
idiotas, mas sua irmã? — Sua voz fica um tom mais alto, mostrando
toda sua indignação. — Eu fico sem saber até como a xingar, parece
que ainda não inventaram uma forma de expressar o que ela é.
Sorrio solidária, também me sinto desta maneira, não consigo
colocar em palavras o quanto fiquei magoada e machucada com as
atitudes da pessoa que se dizia estar ao meu lado até o fim da vida.
— Parece que minha sala é essa. — Suspiro encarando a
enorme porta. — Vejo você no almoço?
— Pode apostar que sim! — Joga um beijo para o ar e sai
batendo seus saltos pelo chão.
Abro a porta e assim como todas as salas de secretárias, serve
de caminho para a sala do meu chefe, o homem que me levou ao
céu ontem e nem sequer esperou que eu pudesse retribuir o favor,
simplesmente foi embora. Talvez tivesse um compromisso ou não
gosta de orgasmos.
Se a segunda opção for o caso ele não sabe o que está
perdendo.
Mas pensando bem não faz sentido ele não gostar de orgasmos
deixando aquele bilhete para mim. Está decidido, a resposta é que
ele tinha um compromisso.
Ou não queria que EU fosse a pessoa a leva-lo ao paraíso.
Uma voz demoníaca em meu cérebro diz me provocando.
Minutos depois, já estou sentada em frente ao meu computador,
organizando toda a agenda do senhor Gilbert e me pego lembrando
de suas mãos grandes e possessivas em meu corpo, a boca
deixando rastro de beijos por minha pele. Se eu fechar os olhos e
imaginar consigo sentir o gosto do whisky e de sua língua atacando a
minha sensualmente.
— Oh ... — Ouço um gemido e imediatamente endireito as
costas, como se estivesse me repreendendo por deixar meu
murmúrio sair alto, mas percebo que esse gemido não saiu da minha
boca, está rouco e grave demais para a minha própria voz.
— Chupa mais forte, delicia.
Definitivamente não fui eu quem soltou esse gemido de voz
rouca. Levanto da cadeira caminhando seguramente até a porta do
meu chefe, eu deveria me estancar no lugar e esperar que ele
terminasse de fazer o que está fazendo, mas pode não ser ele e sim
algum funcionário engraçadinho entrando na sala que ninguém
ocupava até ontem para fazer suas “necessidades”.
Aqui poderia ser usado de “motel” por outros funcionários? E
agora desavisados estão transando na sala do meu chefe?
Balanço a cabeça negativamente para liberar meus pensamentos
e abro a porta afim de acabar com aquela palhaçada e dar uma
bronca gigantesca nos responsáveis, mas como tudo na minha vida
não é fácil, me deparo com os olhos negros do homem que me fez
subir pelas paredes ontem. A mão direita encaixada em cabelos
negros fazendo a cabeça da mulher subir e descer no meio de suas
pernas.
Sem reação alguma eu me mantenho ali, estagnada na porta
encarando aqueles olhos escuros como a noite, tão hipnóticos que
me fazem tremer pela inspeção em meu corpo. Seus lábios
volumosos me presenteiam com um sorriso sexy enquanto a mulher
chupando seu pau grunhe por provavelmente estar quase
engasgando com seu membro.
Não tive a oportunidade de vê-lo ontem, mas pelo que pude sentir
é grande, majestoso, imponente, assim como tudo que emana deste
homem que está me encarando enquanto outra o chupa.
Acorda Brooke.
— Quer se juntar a nós, querida? — Sua voz rouca e sexy me
atinge em cheio e consigo engolir em seco voltando à realidade.
A mulher, que até então estava tão entretida com o brinquedo
novo em sua boca, percebe que não estão mais sozinhos e vira me
olhando de cima abaixo em reconhecimento.
Claro que seria Ivy, a mulher que está se beneficiando do novo
chefe, a mulher já deu para todos os homens desta empresa e eu
devo parabenizá-la por conseguir manter a paz aqui dentro, afinal se
cada dia ela está com um, isso poderia causar confusão.
Fecho a porta com força e caminho trêmula até minha cadeira,
tentando tirar aquela imagem da minha mente, assim como a
sensação de uma leve inveja por querer estar no lugar dela, afinal
era para eu estar fazendo aquilo, porém ontem.
Argh, que brincadeira é essa?
Encaro a tela do computador a minha frente, respirando fundo
algumas vezes para tirar essa onda de sexo da minha mente e
conseguir me concentrar em trabalhar e como se fosse um presente
do destino pedindo desculpa, o telefone na minha mesa toca.
— Brooke Nielsen, sala do senhor Jonathan Gilbert. — Consigo
controlar minha voz trêmula.
— Bom dia senhorita Nielsen, aqui é Mary do escritório do
senhor Ryder, precisamos marcar uma reunião com caráter urgente
com o seu chefe ainda hoje. — Diz sem tomar tempo para respirar e
imediatamente abro a planilha que havia preenchido com os afazeres
de Jonathan.
— Ele tem uma hora vaga às duas e meia da tarde, posso
marcar este horário?
Aguardo-a confirmar e assim que o faz, atualizo a agenda do
homem que ainda deve estar com o pau enfiado dentro da boca da
Ivy, ou em outras partes do corpo dela. Desligo o telefone e volto a
atenção no computador, mas antes que eu possa fazer qualquer
coisa, ouço a voz grossa dizer meu nome.
Dizer não, gritar.
— Senhorita Nielsen, na minha sala!
Levanto rapidamente pegando um pequeno bloco de anotações,
juntamente com uma caneta e entro no antro de perdição do meu
chefe, encontrando Ivy se vestindo com o rosto vermelho e a
respiração ofegante e depois meu chefe, com uma cara de poucos
amigos olhando para algo em seu computador.
— Marcou uma reunião sem me avisar? — Rugiu e me esforcei
para não revirar os olhos. — Achei que as secretárias da minha mãe
fossem eficientes, mas pelo visto tem muito o que aprender.
Respiro fundo ignorando o acesso de raiva que sobe em meu
corpo e deixo-o falando sobre a irresponsabilidade de marcar uma
reunião sem a autorização dele. Forço-me a prestar atenção no que
a sua voz me repreende, mas vejo Ivy se levantar dar um beijo na
boca do homem o calando e depois passando por mim com um
sorrisinho vitorioso em seus lábios, como se estivesse feliz por dar
prazer ao chefe e também por me ver tomar uma bronca fodida.
Jonathan fica paralisado pela atitude da morena e fita suas costas
incrédulo, se ele não tivesse sido tão idiota ao gritar sobre marcar a
reunião eu teria gargalhado da sua expressão.
— Se o senhor não estivesse ocupado em comer uma das
funcionárias desta empresa, talvez eu pudesse conversar contigo
antes de ter aceitado a reunião. — Disse sem me preocupar com as
consequências. — Precisa de mais alguma coisa?
Encaro seus olhos pegando fogo de ódio pelo meu atrevimento e
espero pela resposta em me mandar sair da sua sala ou embora da
empresa para sempre, mas ele apenas levanta ajeitando o terno e se
aproxima, me fazendo recuar um passo para poder olhar em seu
rosto e não seu peito delicioso.
— Saia. — Sussurra perto do meu ouvido.
Não esperei outro comando, girei os calcanhares e saí da sua
vista, fechando a porta atrás de mim com força.

Me jogo no sofá ao lado de Sallen para assistirmos Netflix e sorrio


para ela ao pegar da sua preciosa e proibida pipoca.
— Ei! — Franze a testa escondendo o balde. — Faça para você,
essa aqui é minha!
Reviro os olhos ao me inclinar sobre ela e encher a mão da
pipoca, ignorando seus protestos.
— Deixa de ser egoísta, é só um pouco de pipoca. — Me
concentro na tela da TV esperando que Sal escolha um filme ou
série para que assistamos. — Aliás, você acredita que o meu chefe
estava comendo a Ivy hoje? Na verdade, ela que estava o chupando.
Sal vira para mim com os olhos arregalados e um sorriso no rosto
como se me pedisse para contar mais.
— Entrei dentro da sala achando que alguém a estava usando
para seu motel particular, nem imagina minha cara quando me
deparei com a cena. — Jogo a última pipoca em minha mão dentro
da boca.
— Não acredito que você flagrou o gostosão no maior boquete
com a Putivy. — Riu. — E o que aconteceu?
Reviro os olhos me lembrando do restante do dia infernal. Aquele
homem fez questão de me chamar de minuto em minuto apenas
para ter o prazer de me mandar fazer alguma coisa e depois quando
eu entregasse, dizia que o trabalho havia feito com má vontade.
Deus sabe quanto me segurei para não arrancar aquela língua dele
fora, pelo menos assim eu evitaria ouvir sua voz por um certo tempo.
— Ele ficou me olhando enquanto deixava a mulher continuar os
trabalhos. — Levanto indo em direção a cozinha. — Depois ainda me
convidou a participar, você acredita?
Minha amiga solta uma risada alta e desliga a TV, mantendo sua
atenção em mim, como se eu fosse uma atriz contracenando em seu
filme favorito.
— Isso está melhor que filme pornô. — Disse comendo pipoca.
— Melhor nada, não me juntei a Ivy. — Bebo um gole gigante de
água. — E depois provavelmente o enfrentei e ele não gostou, então
ficou dando ordens só para reclamar delas quando entregasse o que
foi pedido.
O que eu achei que seria uma boa, começar a trabalhar de
secretária para um dos donos da empresa, ter contato direto com
pessoas importantes e começar a moldar o meu futuro está
começando a cair por terra.
— Aliás, o Will da contabilidade perguntou se tem alguma
chance com você.
Me jogo no sofá com meu celular na mão e respiro fundo. Sal,
sabe muito bem porque não quero me envolver em um
relacionamento por enquanto, ainda estou magoada e sem
confiança, afinal se o cara que iria casar comigo me traiu junto com
minha irmã, quem não faria isso?
— Você sabe que Will procura uma mulher para namorar de
imediato, Sal. — Vejo o monte de notificações na tela do meu celular.
— Ele é um cara romântico e não vou ficar com ele sabendo que
deseja mais do que sexo.
— Credo Brooke. — Revira os olhos. — Você sabe que não
consegue ficar sem se apaixonar também, então seria uma boa ideia
namorar Will, ele é um cara legal.
Ignoro seu comentário e rolo a barra de notificações, vendo
diversas mensagens da traíra.
“Quanto tempo mais vai ficar com raiva?”
“Por favor Brooke, você sabe que me arrependo.”
“Foi um erro, me perdoe.”
“Ligue para conversar comigo, ou me diga onde está morando no
Canadá que vou te encontrar.”
“Brooke, Bil veio visitar nossos pais. Ele está com saudade de
você”
E as mensagens continuam, uma pior que a outra. Elle acha que
me engana com seu pedido de desculpa. Eu não duvido nada que
ela ainda esteja transando com o filho da puta que um dia cheguei a
amar, mas minha irmã sempre foi assim, sempre teve desejo pelo
que eu conquistava. Desde pequena quando ganhávamos uma
boneca, não importa se eram iguais, Elle queria a minha. Sei que
não faz sentido, nem eu entendo direito o que se passa em sua
mente, talvez tudo seja um desafio para ela, um jogo onde uma de
nós tem que se sair melhor que a outra.
Um jogo onde só ela joga!
Não preciso de uma pessoa desse tipo por perto, em meu ciclo
de convivência. Somos irmãs? Sim, mas apenas o sangue nos liga e
nem mesmo ele consegue me fazer perdoar o que ela e Billy fizeram.
Quero que os dois transem até explodirem.
— Sua irmã? — A voz de Sal me tira do transe assassino e
aceno para ela em confirmação. — Sua cara fica mortífera quando
recebe mensagens dela.
— Ela deveria me deixar em paz e transar com o brinquedo que
ela conseguiu roubar de mim, mais uma vez. — Suspiro impaciente.
— Deve estar querendo saber se conquistei mais alguma coisa para
vir tentar roubar para ela, já que não tem capacidade de almejar suas
próprias coisas.
Levanto irritada pelas lembranças e sensações que elas me
causam e vou até a porta, vestindo o sobretudo que havia deixado ali
quando cheguei em casa do trabalho. Preciso andar e tentar exalar
essa raiva ou tenho dó do meu humor amanhã para lidar com aquele
chefe sem educação e mais umas quinhentas funcionárias que irão
procurá-lo por sexo depois da enorme propaganda que Ivy fez sobre
seu pau sensacional tamanho GG.
— Onde você vai? Lá fora está congelando. — Se levanta
preocupada.
— Vou dar uma volta, ou não conseguirei dormir hoje e você sabe
como fico o cão quando não durmo direito. — Sorrio apenas para
tranquilizá-la. — E o clima congelante está presente o tempo todo
aqui, querida.
Dou um beijo em sua bochecha antes de sair do apartamento
rumo às ruas frias e desprovidas de pessoas.
Capítulo 3
Jonathan B. Gilbert.

— Estou esperando, senhorita Greta. — Suspiro alto mostrando


minha irritação.
O que vem acontecendo muito ultimamente, estou irritado pra
caralho com os funcionários desta empresa, meus funcionários. Há
duas semanas, assumi o posto de CEO, entrando no lugar de um
dos sócios e amigo do meu pai e me deparei com uma completa falta
de organização e comprometimento. Pedi relatórios a todos os
setores para analisar e me inteirar das coisas que aconteciam aqui
dentro, mas nenhum dos que chegou em minhas mãos pude
aproveitar.
Haviam erros que uma criança, se fosse ensinada apenas uma
vez, não cometeria e me coloquei a pensar. Como a empresa ainda
estava em dia com suas dívidas se era tão mal dirigida? A única
resposta para isso é que os modelos dos carros criados e vendidos
eram muito bem elaborados e feitos pelas únicas equipes que
sabiam o que faziam. Os engenheiros e também o pessoal da
produção são quem mantém esta empresa de pé até agora porque
se dependesse apenas dos funcionários do escritório, não haveria
mais Bert B para gerir.
Não sejamos injustos, com certeza alguém aqui dentro trabalha,
mas com certeza não são os diretores de cada setor, porque esses
não sabem o que acontecem debaixo do próprio nariz.
Passo a mão no rosto me sentindo cansado e mais puto que o
normal, a mulher a quem pedi uma apresentação sobre o novo
projeto do carro esportivo que será apresentado na próxima
exposição está a vinte minutos falando, falando e falando, mas até
agora não chegou ao assunto que deveria ser tratado: Os atributos
do carro. E para piorar, a deliciosa loira que inferniza a minha vida
está ao meu lado desenhando círculos em seu papel, onde deveria
estar anotando tudo de importante sobre a reunião.
Mas não posso culpá-la, posso? O que de importante está sendo
falado? Nada além das coisas que já sabemos.
— Então senhores, devo dizer que o nosso novo projeto foi
elaborado meses ...
— Chega! — Interrompo mais rude do que gostaria. — Estou
desde o dia que pisei aqui me perguntando o que todos vocês fazem
durante o expediente de trabalho.
Os olhos de todos presentes na sala esboçam surpresa, menos é
claro, os da minha secretária infernalmente gostosa que dá um leve
sorriso torto, como se já soubesse o que estava por vir e o pior, se
divertia com isso.
— Nenhum de vocês foi capaz de fornecer relatórios eficientes
na semana passada e agora estou aqui sentado a trinta minutos. —
Olho para o relógio. — Perdendo tempo com uma apresentação
cansativa e tediosa. Dei a vocês uma semana inteira para preparar e
o que fizeram? Ficaram conversando fiado no corredor?
Sim, inúmeras vezes que saí da minha sala, encontrava pessoas
encostadas nas paredes conversando ao invés de se ocuparem com
o monte de exigência e pedidos que fiz para me entregarem e é aí
que mora o mal de todos esses funcionários, acham que podem
fazer o que bem entendem.
— Não são pagos para conversar sobre quem dorme com quem
dentro desta empresa, deixe a conversa fiada para fora deste prédio
e este é o único aviso que darei a todos vocês. — Levanto da
cadeira assustando a quase todos os presentes. — Quero relatórios,
bem feitos desta vez, em cima da minha mesa até o final do dia de
hoje e a apresentação do novo projeto será feita na segunda-feira no
primeiro horário.
— Mas senhor, hoje é sexta-feira. — Uma voz conhecida diz e
me viro para Ivy Lancaster, a mulher que me chupou no meu primeiro
dia aqui.
Não me julguem mal, eu não estava esperando-a se ajoelhar
entre minhas pernas e me acariciar, mas assim que o fez não pude
evitar em deixá-la continuar, mas logo entendi o porquê fez aquilo. É
uma mulher atraente, mas quase um zero à esquerda,
provavelmente só tem um cargo alto de diretora de Marketing porque
deu para todos os chefes aqui em troca de sua posição, mas se acha
que a tratarei especialmente por causa de uma chupada, está muito
enganada. Aliás, devo ressaltar que o que me deixou mais excitado
naquele momento foi a loira gostosa na porta, congelada assistindo
outra mulher me chupar.
Será que gosta de observar? Ou estava desejando estar ali?
Sorrio maliciosamente me lembrando de sua expressão, dos
mamilos endurecendo e o trocar de peso entre as pernas tentando
esfregar aquelas coxas magníficas, mas antes que eu me perca em
lembranças, balanço a cabeça para voltar às pessoas sentadas me
olhando com expressões de confusão e um pouco de raiva.
— Vocês tiveram dias para fazer, mas ficaram entretidos com
fofocas ou sei lá o que conversam tanto quando deveriam estar
trabalhando. — Me dirijo a saída. — Nada mais justo que usar o
horário e dia que vocês tinham para descontrair para trabalhar, já
que o horário que tinham para isso foi usado de maneira indevida.
Abro a porta e ando a passos largos para a minha sala, sendo
seguido pela Brooke e também pela Ivy.
— Senhor Gilbert. — Viro encarando Brooke, a única funcionária
responsável no meio de todos os outros, apesar de não a deixar
perceber que gosto do que faz. — Temos mais uma reunião agora
com a equipe de engenheiros na sala de reunião três e em seguida o
senhor almoça com um possível cliente.
— Claro, só preciso pegar um documento em minha mesa. —
Digo entrando em minha sala e segurando forte meu cabelo pela
frustração.
A exposição é daqui a um mês, o tempo está correndo e o que
meus funcionários estão fazendo? A maioria, NADA! Só espero que
esta reunião com os engenheiros não traga ainda mais problemas ou
cabeças irão rolar aqui hoje.
— Senhor Gilbert, não podemos trabalhar até tarde em uma
sexta-feira ou no final de semana. — A voz da senhorita Lancaster
chega aos meus ouvidos e me viro encarando seu sorriso sedutor. —
Tenho uma festa para ir hoje senhor, não posso faltar.
Claro que não pode faltar e para o azar dela o relatório também
não pode esperar.
— Claro que podem e vão, ou nem precisa voltar na segunda-
feira, ou melhor volte e vá diretamente para o RH. — Rosno pegando
o documento que vim buscar e a encaro. — Pensasse nesta festa
antes de ficar conversando nos corredores ao invés de trabalhar.
Vou até a porta e a abro, esperando que a mulher, agora irritada,
passe marchando por mim e murmure algo para minha secretária
que revira os olhos.
— Vamos ou vai ficar aí escorada em sua mesa? — Saio da sala
com um sorriso por ouvir seus resmungos baixos.
Sei que ela é uma funcionária exemplar e gosto de sua maneira
de me tratar, nada de bajulações. Brooke é verdadeira e não tem
filtro com as coisas que fala por isso a deixo irritada as vezes, me
divirto com sua explosão, me dá uma sensação de tranquilidade ao
perceber que tenho pelo menos uma pessoa verdadeira ao meu lado
nesta empresa.
Entro dentro da sala encontrando as vinte mentes por trás dos
carros da Bert B. e cumprimento-os com apertos de mãos firmes
antes de me sentar na cadeira e esperar que minha linda e irritada
secretária cumprimente todos ali e se sente ao meu lado.
— Senhor Gilbert. — Uma das engenheiras mais experientes da
empresa começa falando com seu tom de voz exalando segurança.
— Terminamos os últimos ajustes do carro que será apresentado na
próxima exposição, como solicitado passamos as últimas
informações para os diversos setores e o testamos nas variadas
pistas designadas, também fizemos o teste de velocidade, mas como
o senhor disse que também queria testar esse último, o carro está
pronto, então é só marcarmos.
Sorrio com essa boa notícia e encaro a loira ao meu lado,
olhando-me com curiosidade, como se perguntasse se eu iria mesmo
fazer o teste de velocidade. Mal sabe ela que vou e que seu corpo
magnífico irá também.
— O que me dizem de amanhã às nove da manhã? — Sorrio
ansioso. — A senhorita Nielsen também estará presente.
— O QUÊ? — Sua voz demonstra surpresa e um pouco de
medo ao perceber que estará presente no excitante teste.
— Isso mesmo que ouviu, preciso da sua opinião sincera sobre
a velocidade do carro em questão. — Sem esboçar nenhuma reação,
além da surpresa ela acena. — Senhores é só isso? — Todos
acenam em conjunto e me levanto indo para o almoço com o cliente.
Temos dois tipos de serviços, o que chamamos de carros em
massa, que é feito milhares para a venda em toda e qualquer
concessionária de luxo e aquele feito sob medida, onde o cliente tem
dinheiro o suficiente para dizer o que quer ou não quer no carro, e
ditar o design desejado.
Eu considero um privilégio, quem não quer ter um carro único?
Capítulo 4
Brooke F. Nielsen

Sempre admirei as empresas da família Gilbert, mesmo quando


ainda estava em Nova York e não tinha contato nenhum com eles,
mas o trabalho e o faro para negócios que eles têm é admirável.
Tudo que constroem ou tocam vira um sucesso e as empresas de
diversos setores estão aí para comprovar, como a marca de roupas,
a joalheria e também a dos carros.
Termino de me ajeitar passando perfume, e pego o celular que
está vibrando como um louco em cima da cama. Leio as mensagens
deixadas nele com uma raiva subindo em meu âmago.
“Já era hora de te achar, meu amor.”
“Por favor Ursinha, perdoa o seu homem. Há dois anos que tento
descobrir onde você está, mas meus sogros não falam nada, você
sabe, eles são fiéis ao que você pede.”
Ah sim, sogros, deve estar em um relacionamento com minha
irmã para poder considerá-los assim. Aliás, deve ter sido aquela
vagabunda quem passou meu número a ele.
“Vamos conversar? Estou com saudades, Brooke.”
Acho que está na hora de mudar o número do meu celular, não
dá para ficar recebendo todos os dias milhões de mensagens dele e
também de Elle, o celular em minha mão começa a tocar com o
número desconhecido e não atendo, com medo de que seja Elle ou
Billy.
Saio do quarto indo até a sala, encontrando minha amiga ali,
sentada trabalhando em uma apresentação que sua chefe não
conseguiu fazer para Jonathan. Eu já sabia que muitas coisas na
Bert B não funcionavam perfeitamente devido ao serviço medíocre
que era feito pelos chefes de cada setor, mas não me surpreendia, já
que o antigo CEO não tinha culhões para mandar e desmandar ali.
Na verdade, ele não tinha interesse algum em alavancar as vendas
ou supervisionar de perto tudo que estava sendo feito, mas Jonathan
chegou com um propósito diferente.
Não me admira que tenha descoberto em apenas duas semanas
que os funcionários mais ficam conversando sobre a vida alheia do
que realmente trabalhando em prol da empresa e devo dizer que
adorei ver a cara da querida e chupadora de pau Ivy, saindo de sua
sala depois de levar um fora sobre não poder trabalhar até tarde.
— Aonde você vai? — Sal me tira dos devaneios com um sorriso
cansado.
— Aquele bruto está praticamente me obrigando a testar a
velocidade do carro que será exposto. — Sento ao seu lado e rejeito
mais uma chamada do número desconhecido.
Encaro minha amiga que me olha com curiosidade e divertimento.
— Tipo um teste drive, uh? — Ergue as sobrancelhas, mexendo-
as de forma sugestiva.
Jogo uma almofada em seu rosto.
— Cala a boca. — Reviro os olhos esperando que ela pare de
rir. — Aliás, você não deveria estar rindo, deveria estar puta por fazer
um trabalho que será apropriado por sua chefe incompetente.
Minha amiga dá de ombros colocando a almofada em suas
costas e suspira como se isso fosse o que faltasse para que ela
ficasse confortável.
— Não posso fazer nada quanto a isso, ela é a minha chefe e se
eu não elaborar uma das melhores apresentações de minha vida,
posso dizer adeus ao dinheiro que paga minhas contas. — Estica as
pernas no sofá. — Sabe, se eu não precisasse deste emprego iria
colocar nessa apresentação um monte de informações erradas,
apenas para ver aquela mulher com raiva novamente.
A batida na porta do apartamento fez nossa conversa cessar, me
levanto dirigindo até ela e a abro, dando de cara com o homem mais
quente e sexy que já vi em toda minha vida, seus lábios rosados e de
uma espessura totalmente perfeita para ser beijada se repuxa
apenas para um lado, dando um sorriso torto de lábios fechados,
seus olhos escuros como a noite me encaram com uma espécie de
irritação.
— Estou te ligando a uns vinte minutos senhorita Nielsen, tive
que subir até aqui para ver se tinha dificuldade em andar. — Diz um
pouco irritado e não consigo evitar o sorriso que se forma em meus
lábios.
— Deveria ter me ligado do seu número corporativo e não
pessoal, não atendo chamadas de números desconhecidos! —
Respondo e encaro Sal, dando um leve acenar e revirando os olhos,
para o seu olhar como se dissesse: “Vá fazer seu teste drive neste
homem.”
Andamos em silêncio até o elevador do prédio e continuamos
assim até chegar em seu enorme e imponente carro e só então o
escutei conversar, mas não foi comigo, de início ele disse algumas
coisas ao seu motorista e depois o celular tocou, tomando toda e
qualquer atenção deste homem, então senti meu celular vibrar
algumas vezes contra minha mão e suspirei irritada ao ver que se
trava das duas pessoas que mais desprezo no mundo.
Meu ex-noivo e minha ex-irmã.
Se houvesse possibilidade de cancelamento de contrato de
irmandade eu já o teria assinado a anos, por qual motivo não
podemos escolher nossa família? Com toda certeza do mundo não
escolheria Elle para ser minha irmã.
Silencio o celular guardando-o em seguida dentro da minha
bolsa, torcendo mentalmente para que ele encontre algum buraco ali
e nunca mais apareça.
— Está tudo bem?
Viro olhando para o meu chefe e pela primeira vez ouço sua voz
em um tom que não seja sarcástico, irritado ou sexy. Balanço a
cabeça para dizer que sim e tento um sorriso, que não sei se deu
certo, para tranquilizá-lo.
E assim continuamos o percurso até a pista onde iria, pela
primeira vez, entrar em um carro esportivo da Bert B. Encaro o carro
cinza chumbo, completamente maravilhada com seu design, as
portas erguidas para cima, mostrando todo o assento de couro na
cor bege claro, assim como o volante e quase tudo internamente da
mesma cor.
Acho que estou apaixonada por esse carro e a paixão é tão
grande que mesmo nunca tendo dirigido na vida cogito a hipótese de
pedir para fazer isso.
Quer dizer, nem tão apaixonada assim.
— É lindo! — Sussurro para mim mesma ao me aproximar e
inalar o cheiro do carro. — Ok, alguém poderia me dizer qual é o
nome deste perfume? Preciso comprar para mim.
— Continue com o seu, é melhor que qualquer outro. — A voz
rouca de Jonathan chega aos meus ouvidos em forma de sussurro e
não estava preparada para os arrepios incessantes em meu corpo só
de ouvir sua voz tão sexy e o corpo próximo do meu.
Me viro encarando seus olhos e o vejo sorrir maliciosamente
encarando meus lábios que chegam a formigar pela atenção.
O que esse homem tem que me deixa neste estado lastimável de
tesão?
— Senhor Gilbert, Senhorita Nielsen, bom dia. — Um dos
engenheiros se aproxima com um sorriso no rosto. — Estão prontos
para voar baixo?
Balanço a cabeça negativamente enquanto Jonathan ri
esfregando as mãos, como se fosse uma criança recebendo seu
mais novo e esperado presente na manhã de natal.
— Vou testar a velocidade olhando de fora, enquanto o senhor
Gilbert dirige. — Sorrio passando as palmas suadas na calça jeans.
— Entra logo nesse carro, Brooke. Confio na sua opinião e
preciso dela agora. — Diz se sentando atrás do volante. — Não me
faça sair desse carro e te colocar dentro dele.
Suspiro alto para que entenda o quanto não estou de acordo com
isso, mas dou a volta no carro sentando ao lado do senhor Gilbert.
Sinto seus olhos acompanhando cada movimento que faço em
colocar o sinto e assim que termino deixando minhas mãos apoiadas
sobre as coxas o encaro, admirando seu sorriso extremamente sexy
nos lábios.
Ele deveria sorrir mais.

— Você é completamente maluco Jonathan, porra! — Me seguro


como dá na porta do carro quando o filho da puta do meu chefe puxa
o freio de mão e acelera girando o volante, fazendo o pneu do carro
gritar assim como eu. — Vou matar você. — Rosno entredentes.
Ele ri, o desgraçado ri do meu desespero ante essa porcaria de
exibição.
Fecho os olhos com força quando o carro volta a atingir uma
velocidade absurda e mentalmente listo os porquês de não poder
estrangular o homem que está ao meu lado com um sorriso maior
que o rosto.
— Abra os olhos, Brooke. — O sorriso em sua voz é claramente
um convite que eu recuso.
— Não! Para logo esse carro que eu quero descer ou vou
vomitar em seu lindo modelo de exposição. — Ameaço ainda
agarrada a porta do carro.
Parece que toquei em um ponto chave, porque sinto a velocidade
diminuir gradativamente, até que o carro para, me fazendo abrir os
olhos e encarar o engenheiro com um sorriso enorme no rosto na
frente do carro, esperando que saíssemos para elogiar aquilo que ele
já sabia o efeito.
Sem olhar para o cretino do meu chefe, abro a porta quase
capotando para fora do carro, como se tivesse sido chutada de
dentro dele.
— E aí? A máquina está aprovada? — O homem pergunta com
expectativa.
Eu sorrio acenando, porque a minha voz acabou com o tanto que
gritei pelas loucuras que o senhor Gilbert fez. Então ouço sua risada
e por fim sua voz um pouco mais alta, mostrando o quanto gostou
daquilo, me viro e encontro seu olhar brilhante, o sorriso que não
consegue se desfazer continua ali.
— Claro que está aprovado. — Sua voz soa grave demais para
os meus sentidos e acabo sentindo um pulsar leve entre as pernas.
— Mas acho que a senhorita Nielsen não gostou muito.
Respira fundo Brooke, controle-se, deve ser a adrenalina te
deixando excitada.
Encaro o engenheiro, que nem sequer lembro o nome de tão
lesada que estou, e abro a boca para rebater que o senhor Gilbert
está equivocado, mas seu celular começa a tocar e ele se afasta um
pouco para atender.
— O que não gostou, Brooke? — Pergunta com um olhar
genuinamente preocupado. — Posso dar uma olhada se consigo
melhorar.
Sorrio para tranquilizá-lo enquanto coloco uma mão em seu braço
e imediatamente o sinto quente demais, ou minha mão que está fria
demais.
— Meu Deus, você está gelada! — Diz ainda mais preocupado e
eu dou uma risada alta.
— Não se preocupe, o carro é simplesmente maravilhoso, o que
deixou o senhor Gilbert com a sensação de que não gostei foi como
ele dirigiu. — Explico e ergo minhas duas mãos como se para
ilustrar. — E por isso estou gelada.
O entendimento fez seu rosto relaxar completamente, as rugas de
preocupação formadas ali antes, deram lugar às de felicidade e
divertimento.
— Não gosta de velocidade? — Sorriu.
— Hã, foi a primeira vez que estive em um carro tão veloz
assim, então foi só um choque. — Encaro Jonathan de costas,
deixando meus olhos percorrerem suas costas largas. — Mas não
diria que não foi bom, só assustador.
Capítulo 5
Jonathan B. Gilbert

Com meu pai ao telefone dizendo sobre o jantar beneficente que


precisamos comparecer, eu continuo com o sorriso em meu rosto, o
motivo dele? Acabei de ter uma das mais divertidas experiências da
minha vida, tudo bem que conseguiria fazer isso sem aquela loira
maravilhosa ao meu lado, mas seus gritos e palavrões proferidos a
cada manobra que eu fazia era muito mais engraçado, isso até ela
dizer meu nome ao invés de senhor Gilbert. Minha vontade era de
parar o carro na extremidade da pista onde estávamos sozinhos e
fazê-la gritar meu nome por outro sentido que não fosse a adrenalina
que estava sentindo por conta da velocidade.
— Filho, você estará presente? — Meu pai me chama para a
realidade.
— No jantar? Claro. — Respondo antes de me despedir e voltar
para perto da Brooke.
Encaro suas bochechas rosadas e sorrio ao me lembrar de como
suas mãos estavam apertadas no banco do carro e também na
porta.
— O senhor Yang disse que não poderia esperar muito, tinha
que voltar com o carro para a oficina antes que alguém pudesse vê-
lo. — Ela diz com a voz um pouco ofegante.
Será que te afeto tanto quanto me afeta, senhorita Nielsen? Ou
ainda está abalada pela velocidade?
— Não tem problema, vamos? — Encaro os olhos verdes
brilhantes dela, esperando-a assentir e assim que o faz andamos
lado a lado para o meu carro. — Louis, para o Joul por favor.
— Eu acho que preciso ir para casa sen... — A corto com um
aceno de mão.
— Vamos almoçar primeiro. — Sorrio. — Quero conversar com
você algumas coisas sobre a empresa.
Tenho coisas da empresa para conversar? Talvez, porém esse
não é nem de longe o motivo de estar chamando-a para almoçar,
tem algo em Brooke que me deixa completamente fora de mim,
como um adolescente que acabou de se descobrir interessado por
alguma menina.
Não sou um cara de me impressionar muito com as pessoas no
modo geral, ainda mais de primeira, mas há algo nessa mulher ao
meu lado, com as mãos sobre a bolsa tentando ignorar o toque do
celular, que me deixa intrigado e com vontade de saber mais,
conhecê-la a fundo e o mais assustador para mim, eu quero ficar
perto dela, ver seu revirar de olhos cada vez que a provoco ou
quando seu rosto fica rosado de raiva ou até mesmo quando me
enfrenta e discute sobre qualquer coisa.
— Eu não me importo. — Olho para sua bolsa.
— Com o quê? — Seus olhos verdes me encaram.
Uma coisa que aprendi com as empresas que ajudei a
administrar foi ler as pessoas, não profissionalmente falando, do tipo
que pode ajudar na polícia com análises de expressões, mas
geralmente percebo quando a pessoa tenta me passar a perna,
mentir ou como agora, que Brooke está se fingindo de boba,
ganhando tempo para achar uma saída e não me explicar porque
não vai atender seja quem for a pessoa que quer falar com ela
insistentemente, porque desde a hora que entrou neste carro pela
manhã seu telefone vibrou sem parar.
— Você pode atender, Brooke. — Falo pegando meu celular,
passando por alguns e-mails do novo cliente para tentar dar
privacidade a ela caso queira atender a ligação.
Brooke não responde com palavras, pelo canto do olho consigo
vê-la pegar o celular com movimentos bruscos, o que me deixa ainda
mais curioso para saber o que e quem a deixa tão nervosa desse
jeito. Ela digita uma mensagem rapidamente com os dedos em
conjunto com as unhas batendo na tela de seu celular que eu teria
que olhar para comprovar, mas tenho quase certeza que rachou.
Falo para mim mesmo que preciso deixá-la pelo menos com um
pouco de privacidade e volto minha atenção exclusivamente para o
celular em minha mão, vendo mais um e-mail do cliente.
Ontem quando o encontrei para conversarmos, ele me passou
uma série de exigências que queria em seu carro, a verdade é que
me passou referências do carro do famoso morcegão do cinema, o
Batman, como modelo e pediu que usasse minha criatividade para
modificar algumas coisas e deixar com um design único. Resumindo:
fechamos negócio e já passei para minha equipe de engenheiros
todo o esboço para que consigam fazer o mais rápido possível.
O carro para em frente ao Joul e saio rapidamente, esperando
que minha secretária saia pela mesma porta que eu, mas assim
como tudo que envolve Brooke, ela não faz o esperado,
simplesmente abre a outra porta e sai com um sorriso atrevido em
seu rosto, como se soubesse o que estou pensando.
Se soubesse mesmo, não estaria com esse sorriso, porque meu
pensamento agora é tirar sua roupa e fodê-la com força, do jeito que
prometi e não cumpri no dia do nascimento de minha sobrinha.
Andando lado a lado, mas sem tocar um no outro, nós entramos
no restaurante guiados por uma mulher muito bonita de cabelos
loiros e bem penteados em um coque, mas não me interessou, nem
quando mordeu o lábio inferior ao dizer que estava às ordens para
me ajudar com qualquer coisa, provavelmente estou doente por não
flertar e conseguir uma chupada de almoço.
É, só pode ser alguma doença.
Olho para Brooke que está alheia aos meus pensamentos, com
os olhos passeando ao nosso redor nas grandes pilastras feitas em
gesso com formatos em diversos cilindros e detalhes, o teto alto e
decorado com pinturas diversificadas e também as inúmeras cores
diferentes das mesas e do balcão, dando um contraste com a cor
branca das paredes e chão.
— Ai! — Suas mãos se apoiam em meu peito quando a salvo de
um roxo na linda perna. — Que susto, senhor Gilbert. —
Continuamos com o olhar pregado um no outro, uma conexão
estranha presente ali, tão forte que me deixou incapaz de desviar o
olhar.
Mas que porra está acontecendo comigo?
Ela se afasta envergonhada, ajustando inutilmente a calça jeans
e olhando diretamente para o vaso enorme em um formato quadrado
com pontas que com certeza iria acertar em sua coxa.
— Olha por onde anda, senhorita Nielsen. — Falo querendo
provocar, o que faz o efeito desejado, seu rosto atinge o tão adorável
tom de rosa. — Se não ficasse olhando para o teto, não precisaria te
puxar causando um enorme susto em você.
Sorrio enquanto ela bufa e revira os olhos em resposta, mas se
eu dissesse que gostei pra caramba dessa reação, eu seria um filho
da mãe estúpido? Provavelmente, mas preciso dizer que gostei de
vê-la distraída com as coisas ao seu redor e atenta à pintura do teto,
porque me lembro muito bem da primeira vez que estive aqui quando
criança, tive a mesma reação que ela, não conseguia parar de
admirar os peitos da mulher retratada no canto esquerdo.
Sem conseguir controlar, solto uma risada divertida e nostálgica
ao puxar a cadeira para que Brooke se sente e depois dou a volta,
sentando em sua frente.
— Você deveria sorrir mais. — Diz com aqueles lindos olhos
mirando meus lábios e a agracio com um sorriso. — Fica menos robô
quando o faz.
Dá de ombros com fingida inocência e encaro o garçom que pega
um bloco de papel para anotar nossos pedidos, pego o cardápio de
cima da mesa e passo os olhos pelas vastas opções ali.
— Vou querer um Carpaccio[1] tradicional e uma taça do Trio
Cabernet Sauvignon.[2] — Olho para Brooke que tem uma leve
careta ao ouvir meu pedido.
— Ótima pedida, senhor. — O homem elogia e se vira para
encarar Brooke com um sorriso.
Observo os olhos verdes da mulher à minha frente se estreitarem
ao passá-los nos nomes no cardápio, durante esses poucos dias que
trabalhamos juntos percebi que quando ela se concentra faz uma
cara como se não estivesse enxergando direito, estreita os olhos e
morde uma ponta do lábio inferior, assim como também percebi que
quando toma a decisão, seus dentes o solta, raspando-o e logo em
seguida dá um sorriso de lábios fechados como se estivesse
parabenizando a si mesma pela tomada de decisão.
Observo seus gestos com cuidado, anotando tudo em meu
caderno mental, ela tem um jeito que me deixa fascinado e louco. Ao
mesmo tempo que parece meiga, também é sexy como o inferno.
— Vou querer esse aqui. — Aponta no cardápio para não ter que
falar o nome, mas assim que o homem em pé ameaça se aproximar
para ler, eu seguro seu braço e olho para a loira em minha frente
com um sorriso de desafio.
— Diga em voz alta, senhorita Nielsen. — Peço mantendo o
garçom, com o bloco em mãos, parado.
Brooke revira os olhos exasperada e sorri parecendo um pouco
abalada com o que acabei de mandá-la fazer.
— Você é um idiota, senhor Gilbert. — Diz em alto e bom som,
mas resmunga baixinho um “vai se ferrar” que me faz gargalhar.
Ao invés de fazer o que pedi, ela se levanta fazendo,
propositalmente, a cadeira ranger no chão, chamando a atenção de
algumas pessoas para nossa mesa, então se aproxima e aponta
para o que ela quer, fazendo meu desejo aumentar ainda mais por
me desafiar assim.
— O vinho pode ser o mais caro que tem aqui, se possível a
garrafa inteira, já que não vou pagar por ele. — Me devolveu o olhar
de desafio e voltou a se sentar, fazendo barulho para voltar a cadeira
para o lugar.
Assim que anotou o pedido, o homem me olhou como se
perguntasse se poderia trazer o que ela havia pedido, e eu apenas
acenei em resposta fazendo-o se virar e ir embora.
— Então senhor, o que você gostaria de falar comigo sobre
trabalho? — Perguntou na defensiva.
Interessante, primeira vez que a vejo assim, talvez devesse me
desculpar? Não, nem fodendo. Não que eu não peça desculpas
nunca, mas não posso me desculpar por deixá-la tão deliciosamente
sexy assim.
— Porque está nervosa? — Pergunto encarando seus lábios
que estão brilhando pelo passar de sua língua ali.
— Não estou nervosa! — Tenta dar um sorriso para parecer
relaxada, mas que só denuncia que o que eu fiz a incomodou.
— Me desculpe por isso, achei que seria divertido te ver
frustrada, mas pelo visto a incomodou de verdade. — Falo olhando
seus olhos e percebendo que ela deu uma relaxada ao ouvir minhas
palavras.
E isso porque falei que nem fodendo pediria desculpa, não é?
Para vocês verem o quanto essa mulher me afeta, foi só ver em seus
olhos que eu realmente a incomodei que tratei de passar por cima
das minhas próprias palavras anteriores.
— Deixa pra lá. — Sorriu dessa vez verdadeiramente e colocou
uma mecha de cabelos dourados para trás do ombro, quando o
garçom voltou com a garrafa de vinho do Henri Jayer Richebourg
Grand Cru e já sei que essa brincadeira me custará mais de quinze
mil dólares.
Ele serviu o vinho a Brooke e deixou a garrafa na mesa, como foi
solicitado. Imediatamente a mulher na minha frente toma um pouco
do líquido dos deuses, sentindo o sabor em sua língua e minha boca
chega a salivar com vontade de provar, mas não da taça e sim de
seus lábios.
— Então, o que queria falar sobre a empresa comigo? — Volta
ao assunto anterior com um sorriso ao beber mais um gole de vinho.
Acorda Jon, porra!
— Quero que vá à exposição do carro, que testamos hoje, no
próximo mês. — Com sua atenção totalmente voltada a mim, eu
continuo. — Também tem um cliente que pediu para que você ande
no carro que faremos para ele e diga sua opinião.
Seus olhos arregalam em surpresa e me questionam
silenciosamente.
Mas como diabos eu sei disso?
— Eu? Mas por que especificamente eu? — Pergunta nervosa
me fazendo erguer uma sobrancelha intrigado.
— Não foi especificamente você, ele quer uma opinião de
alguém que não é técnico neste assunto e sugeriu minha secretária
já que normalmente secretárias não são formadas em engenharia. —
Explico. — Eu não ia lhe pedir isso, só o fiz porque vi que realmente
não tem muita experiência com carros e dará sua opinião sincera.
Brooke acena pensativa e abre a boca para responder, mas é
cortada pelo garçom anunciando que nossos pratos chegaram, nos
fazendo esperar alguns minutos para continuar, mas mesmo com a
interrupção nossos olhos não desgrudam um do outro.
— Sim, mas você vai dirigir e eu do lado? Como hoje? —
Perguntou antes de provar o gnocchi com cordeiro. — Eu não sei
dirigir. — Revela com um toque de vergonha em sua voz e, como se
fosse possível, fica ainda mais sexy.
Sorrio provando do meu prato e deixando o sabor delicioso
preencher minha boca.
— Sim, exatamente como hoje.
Não era isso, iria pedi-la para dirigir, mas confesso que gostei da
ideia de vê-la ao meu lado novamente dentro do carro esportivo,
quem sabe não consigo estrear o capô com ela também? Seria muita
falta de profissionalismo, mas estou disposto a falhar no profissional
para entrar em sua boceta molhada.
Meus sentidos são tomados pela noite que a toquei no banheiro
do bar, aquele pequeno pontinho do prazer pulsando em meus
dedos, sua voz sexy me dizendo que precisava foder forte e duro, a
respiração quente em meu pescoço e por fim o gosto de seus lábios.
Garanto que se fechar os olhos consigo sentir o morango misturado
com seu sabor delicioso.
Meus olhos imediatamente vão para seus lábios, permanecendo
ali, vendo o quão sexy é os movimentos que faz para mastigar.
— Jonathan? — Chama minha atenção e encaro seus olhos que
mostram uma certa surpresa e então ela corrige rapidamente como
se tivesse cometido um erro enorme. — Quer dizer, senhor Gilbert,
quando vamos fazer esse novo teste?
Sorrio tentando fazer meu cérebro voltar a funcionar em modo
trabalho, mas sua voz chamando meu nome acendeu algo em mim,
um desejo cru de vê-la sussurrar ofegante quando estiver comendo-
a, sinto meu pau pedir para sair da calça e olho para baixo, vendo
seu contorno visível ali.
Agora precisarei pensar em algo para fazer essa ereção
desaparecer antes de irmos embora ou será que Brooke engatinharia
debaixo da mesa e me chuparia? Puta que pariu, a imagem dela com
seus cabelos soltos, pelada engatinhando até chegar e abocanhar
meu pau, tomou conta da minha mente e por pouco não gozei nas
calças.
Merda Jon, você está entrando na puberdade novamente?
— Não sei ainda a data. — Respondo com a voz rouca demais e
continuo comendo, tentando mandar meu pensamento para o
cenário profissional ao invés de pensar na mulher à minha frente
montando em meu colo e engolindo meu pau com a boceta.
Chega Jonathan!
Capítulo 6
Brooke F. Nielsen

Quando o alarme do celular ao lado da cama começa a tocar pela


quinta vez seguida, anunciando que se não me levantar irei chegar
atrasada para atender aos caprichos do meu chefe temperamental,
eu acordo. Bom, não posso mentir, não é tão temperamental assim,
é que as vezes ele simplesmente me irrita com sua mania de me
provocar e o problema de tudo isso é que meu cérebro se recusa a
parar de pensar naquele homem com aparência aristocrática, o
semblante geralmente sério, mas quando sorri ilumina cada
centímetro de sua pele assim como esquenta a minha.
Brooke, Brooke, vamos mudar essa linha de pensamentos?
Levanto passando minhas mãos no rosto para em seguida me
arrastar até o banheiro porque Deus sabe o quanto Jonathan odeia
atrasos, e descobri isso porque a Gabi do financeiro tinha uma
reunião com ele na semana passada e chegou meia hora depois
dentro da sala.
A voz do homem não chegou a ficar alta, mas o jeito que falava
com certeza dava para perceber que era uma reprimenda daquelas,
mas não posso dizer que está errado. As pessoas na Bert B se
acostumaram mal com o antigo CEO que não cumpria horários de
reuniões e devo salientar que era bem raro acontecer, ele meio que
ligava o foda-se para a empresa e por isso os funcionários acham
que podem fazer tudo que der na telha.
Bom, eu generalizei, não são todos porque para a empresa não
quebrar alguém precisa fazer o trabalho corretamente, não é? E é
exatamente o que acontece, poucos são os que trabalham
seriamente ali, mas o que me impressiona as vezes é que isso tem
mudado, agora quando preciso passar pelos corredores não vejo
pessoas encostadas na parede conversando sobre a vida dos outros
Acho que no último mês a maioria das pessoas trabalharam muito
mais do que fizeram em anos ali e isso me deixa com o coração
cheio de orgulho do homem que está à frente da empresa. Jonathan,
assim como seus pais, sabe como tratar cada funcionário e não
estou falando que ele prioriza alguns, mas que sabe analisar como
cada um funciona, é algo parecido com o que pais responsáveis
fazem com seus filhos, ninguém é igual e por isso respondem a
tratamentos de formas diversas.
Por exemplo, eu não precisava de incentivo dos meus pais para
estudar e tirar notas acima da média, sempre fui daquelas que
detestava tirar nota baixa e por isso quando chegava com -A ou B na
prova em casa, meu pai dizia que eu precisava estudar mais aquela
matéria, eu poderia ter tirado milhões de +A e ele me parabenizava
por isso, mas quando acontecia de vir uma nota menor, dizia que eu
precisava melhorar naquela matéria, porque meu pai sabia que
precisava disso para me incentivar a não fazer de notas baixas uma
rotina escolar.
Já Elle, não estudava, dizia que detestava ter que ficar horas e
horas em frente à um livro lendo sobre algo que nunca iria utilizar na
vida porque seu sonho era ser atriz, por esse pensamento sem
sentido suas notas sempre foram F, D, C e quando ela conseguia um
B meu pai já abria aquele sorriso enorme e incentivava fazendo
elogios e dizendo que se ela se esforçasse conseguiria. Claro que na
adolescência eu ficava puta e pensava que meu pai a amava mais
do que a mim, porque se eu tirasse B era uma chamada de atenção
de que precisava melhorar, agora se ela tirasse B era palmas e
parabéns para todos os lados? Aquilo me matava de ciúmes, mas
com o tempo entendi o que ele estava fazendo.
Saio do banheiro com a toalha enrolada em meu corpo e vejo Sal
sentada na cama, olhando para o meu celular que tem a tela acesa
com notificações de mensagens e ligações.
— É hoje que você vai fazer outro teste drive? — Sua
sobrancelha se ergue ao me provocar.
Desde que contei a ela, há duas semanas atrás, que quase
coloquei meu estômago para fora naquela loucura que meu querido
chefe fez de correr e fazer manobras arriscadas com aquele carro
lindo e fomos ao restaurante depois, Sal não para de me infernizar
com o assunto, querendo saber se rolou alguma coisa além de eu ter
praticamente o falido com o vinho que pedi.
— Sim, mas não crie encontros românticos em sua mente fértil.
— Sorrio para ela ao começar a me vestir. — Hoje não é fim de
semana e iremos diretamente para uma reunião com o senhor e a
senhora Gilbert.
Seus olhos se arregalam e ela se ajeita na cama para ficar mais
confortável e ouvir o que tenho que dizer.
— Mas se é reunião dos Gilbert, por que você vai? — Fez a
mesma pergunta que tem martelado em minha mente desde que
Jonathan me disse.
— Não faço a mínima ideia e estou nervosa com isso, não faz
sentido eu ser chamada para a reunião com eles. — Suspiro ao ligar
o secador e tirar a umidade do meu cabelo recém lavado.
Eu realmente não consigo entender porque estarei presente na
reunião, talvez eu tenha entendido errado e não será somente eu,
Jonathan e seus pais. Pode ser que tenha mais pessoas e ele
precise de mim apenas para fazer anotações ou sei lá, vindo dele
quando quer me provocar eu esperaria até mesmo que ele me
fizesse servir seu café.
— Você sabe que estou esperando que você me conte o
restante dos acontecimentos no restaurante, não é? — Cruza os
braços de forma petulante e dou de ombros.
Contei a ela até a parte que ele pediu a conta e eu vi o valor da
garrafa de vinho que pedi, de início morri de vergonha por ter feito
aquilo, mas assim que meus olhos bateram naquele sorrisinho
sacana ao ver minha reação, eu sabia que ele não ligava e estava se
divertindo pra caramba com minha culpa, o que não contei é que
naquele almoço algo fez meu estômago revirar e não era a comida.
Mas o auge do dia foi quando para piorar a minha vida, eu não
me contive e assim que entramos no carro o ataquei sem pensar
duas vezes, talvez não tenha pensado nem uma vez. Montei no colo
do homem e o beijei sem dar espaço para ele fazer algo que não
fosse corresponder.
— Eu o beijei. — Confesso ao revirar os olhos e desligar o
secador.
— VOCÊ O QUÊ? — Sal levantou da cama sem se preocupar
em abaixar o vestido que subiu.
— Beijei ele Sal, montei nele dentro do carro e o beijei como se
não existisse o amanhã ou pior, como se ele não fosse a porra do
meu chefe. — Ajeito meu vestido que nem está fora do lugar e ouço
a gargalhada da minha amiga.
Já escutei várias pessoas rirem em toda a minha vida, mas
ninguém conseguiu fazer isso do jeito que Sal fazia, era uma
gargalhada que subia da sua alma e contaminava todo mundo,
porque neste momento eu estava rindo, não da situação, mas dá
risada dela.
— Sou sua fã, Brooke. — Riu novamente. — Chegaram nos
finalmente dessa vez?
Faço um leve suspense para que ela sofra um pouquinho e me
viro indo em direção à sala para pegar minhas coisas e ir para me
aventurar com meu delicioso e irritadiço chefe, nunca pensei que
ficaria tão ansiosa por fazer esse teste junto com ele novamente.
— Brooke! — Rosna, e é minha vez de rir.
— Não, amiga. — Visto o sobretudo quentinho para enfrentar o
frio lá de fora. — Mas foi quase, o homem sabe bem como tocar,
beijar e se não fosse minha consciência avisando que o motorista
dele estava ali, com certeza eu teria arrancado minha roupa.
Encaro minha amiga que por sua vez me olha com expectativa e
um sorriso enorme no rosto, se estivéssemos em um desenho
animado apareceria engrenagens girando em sua cabeça.
— A resposta para a pergunta que está na sua mente é não, nós
não nos beijamos mais depois daquilo e nem transamos. — Caminho
até a porta. — Você não vai descer também?
Ela pula acenando e corre em direção ao seu quarto
provavelmente para pegar o casaco, me deixando com meus
depravados pensamentos. Não sei o que me dá quando Jonathan
está perto, mas é simplesmente impossível de não me sentir como
uma menina que acabou de se descobrir apaixonada pelo
quarterback do time do colégio.
Como você é patética Brooke.
— Pronto, vamos? — Olho minha amiga e aceno saindo do
apartamento com os nossos saltos fazendo barulho em conjunto.
Me ajeito no banco confortável e espaçoso de couro preto, olho
para o painel do carro completamente maravilhada com o design. O
homem que fez as exigências para esse enorme e imponente carro
provavelmente não tem filhos, já que não há bancos traseiros e pelo
modelo quase cópia do Batmóvel diz claramente que deve ser um fã.
De uma coisa temos certeza, dinheiro ele com certeza tem,
porque o quanto gastou para ter um carro desse produzido pela Bert
B, com certeza absoluta não é uma quantia que seres humanos
desprovidos de milhões na conta conseguiria pagar.
Encaro minhas mãos frias pela adrenalina que virá enquanto
espero Jonathan que foi conversar com o cliente.
Assim que cheguei aqui, o vi todo lindo com seu terno cinza bem
comportado em seu corpo malhado, minhas pernas deram uma leve
tremida assim como meu coração bateu forte em meu peito. Encarei-
o por um tempo tentando descobrir o que tinha de diferente em sua
aparência e percebi que provavelmente ontem depois que saiu da
empresa foi cortar o cabelo, porque estava mais curto e ajeitado,
mas como eu já imaginava assim que abriu a boca eu simplesmente
quis enforcá-lo.
Sei que estava atrasada, tanto por causa das inúmeras sonecas
que ativei no celular, como pelo motorista do táxi que parecia apostar
corrida onde quem ganhava era o mais lento. Como eu fiquei
possessa com ele, eu que não sei dirigir, quase o pedi licença e
chutei-o do banco para poder acelerar aquela joça.
A porta do carro se abre e consigo ver apenas o corpo coberto
com um terno azul, imediatamente minha mente emite um alerta,
Jonathan não estava vestindo cinza? Meu coração acelerou
rapidamente a ponto de me fazer ter um ataque cardíaco quando o
homem entra e me olha com os olhos castanhos e sorri
carnivoramente.
Meu corpo entende o sinal de alerta que meu cérebro emitiu e
entra em curto ao ver Billy sentado ali, me olhando como se eu fosse
a sua presa mais difícil de caçar, busco com minhas mãos trêmulas a
porta.
Como isso foi acontecer? Billy é o cliente que sugeriu que eu
fizesse o teste, mas era Jonathan quem deveria dirigir e eu daria a
ele somente a minha opinião, não era? Mas que merda está
acontecendo? Assim que minha mão gelada consegue alcançar a
alavanca para abrir a porta e saltar daquele carro, a mão de Billy vai
para minha perna e aperta firmemente em um aviso.
— Oi, Ursinha. — Sorri como se não tivesse passado dois anos,
como se ele não tivesse comido metade de Nova York quando
estávamos juntos e não perdoou nem mesmo minha irmã. — Senti
saudades.
— Tira a mão de mim, seu filho da puta. — Dou um tapa
estalado e forte em seu braço o fazendo encolher para se esquivar
de um possível novo tapa.
Puxo a alavanca para sair dali, mas a porta não abre, puxo
novamente com mais força, mas nada acontece, com meu coração
batendo rapidamente e meu cérebro entrando em curto, eu
simplesmente congelo.
Droga!
— Me deixa sair dessa merda de carro! — Ordeno tentando não
sufocar com o bolo em minha garganta, mas Billy simplesmente
acelera.
O arranque fez meu corpo grudar do banco e assim permaneci,
tentando controlar as lágrimas que estavam queimando meus olhos,
o bolo em minha garganta estava aumentando, fazendo minha
respiração ficar pesada.
Eu estava com medo e irritada com várias perguntas em minha
mente, como ele me achou? Como soube que eu trabalhava na Bert
B? E se ele conseguiu descobrir isso, será que sabe onde eu moro?
Meu deus, será que ele vai ficar muito tempo no Canadá?
Mantenho meus olhos na grande pista enquanto o motor do carro
ruge ao ser levado ao limite da velocidade. Grudo minhas mãos no
banco do carro tentando controlar meu estômago que começou a
revirar pela mistura de sentimentos que se apossa de mim.
Medo, ódio, frustração, nojo.
— Por que fugiu, Brooke? — Era a voz do filho da puta e tinha
um toque de diversão.
Não respondi, apenas fiquei encarando a pista, sem esboçar
nenhum tipo de sentimento, o que não sei como estou conseguindo,
porque por dentro estou gritando todos os palavrões já existidos e
inventando mais alguns, criando vários cenários onde assassino o
homem ao meu lado.
Assim que chega na curva final da pista ele simplesmente faz a
mesma manobra que Jonathan fez semanas antes, mas com a
diferença que dessa vez eu não estava me divertindo e entregue à
adrenalina. O medo se apossou do meu corpo e me paralisou e a
felicidade do homem ao meu lado não tem nada a ver com o carro ou
com a velocidade e sim com o que ele está me fazendo passar.
Mantenho minhas mãos apertadas no banco enquanto ele grita
algumas perguntas que continuarão sem resposta, o carro atinge
uma velocidade que literalmente poderia nos matar caso desse algo
errado e tudo que minha mente consegue pensar é que eu não quero
morrer ao lado do homem que me fez amá-lo só para estraçalhar o
meu coração depois.
Alguns segundos depois, o que mais pareciam horas o carro para
perto de Jonathan, com o meu lado da porta de frente para ele. Sem
saber do inferno que estou passando aqui dentro, meu chefe têm um
sorriso brilhante e satisfeito no rosto o que faz minhas lágrimas
queimarem ainda mais, em conjunto com o meu estômago que
realmente me obriga a sair do carro. Por sorte, ouço a trava ser
desfeita e abro a porta com brusquidão, acertando-a no homem que
nada tem a ver com o que estou sentindo.
— Mas que merda. — Esbraveja ao sentir o baque.
Não dou importância, atravesso a pista chegando ao meio, onde
tem umas gramas e me deixo cair ali, colocando pra fora tudo que
comi na noite anterior e não foi digerido. Em segundos sinto uma
mão encostar em meu ombro, como um animal assustado, eu
simplesmente me jogo de bunda na grama, arrastando-me para
longe do contato de quem quer que seja.
— Calma, Brooke, sou eu. — Jonathan me olha assustado e
sem entender o que está acontecendo.
Por que Billy não seguiu sua vida? Por que ele veio atrás de mim
depois de anos?
— Você deveria ter me falado que não queria ir, Brooke. — Billy
disse com diversão e me olha sério.
Levanto com as pernas bambas e logo sinto as mãos de
Jonathan me equilibrando, mas desvio delas imediatamente indo em
direção ao filho da puta do meu ex-noivo, seu sorriso estava fazendo
meu estômago reclamar novamente, mas consegui chegar perto dele
e com toda a força que tinha acertei um tapa bem estalado em seu
rosto. Nenhum dos dois homens estava esperando por isso,
Jonathan por não saber o que estava acontecendo e Billy por achar
que eu não teria coragem de enfrentá-lo na frente dos outros, mas
ele estava muito enganado quanto a isso.
— Nunca mais chegue perto de mim! — Aponto para sua cara
que agora tem a marca dos meus dedos em seu rosto. — Por que
não vai comer a Elle? Ou sei lá, a metade de NY que você ainda não
comeu?
— Urs... — O calei com outro tapa e antes que eu começasse a
bater nele sem parar Jonathan segurou minha mão, me afastando.
— Que merda está acontecendo aqui? — Os olhos escuros em
chamas de ódio me encaram firmemente.
Não o culpo, ele está me condenando por possivelmente arruinar
sua venda com o homem à minha frente, que mesmo com o rosto
vermelho e possivelmente ardendo mantém o sorriso sarcástico no
rosto.
— Pergunta para o seu cliente o porquê dele ter lhe induzido a
me trazer para fazer o teste na porra do carro, senhor Gilbert. —
Esbravejo com a raiva me deixando fora de mim. — Pergunte a esse
filho da puta o que éramos a dois anos atrás e o porquê de não
sermos mais.
Os olhos do meu chefe mantêm o semblante raivoso, mas não
estou nem fodendo para o que ele está me crucificando, se quiser
me demitir, que faça isso logo e se quiser incorporar o chefe
ignorante e irritante agora que o faça e verá estrelas com minha mão
acertando seu rosto.
Calma Brooke, ele não tem nada a ver com isso.
Pego minha bolsa dentro do carro e saio correndo dali, deixando
os dois para se resolverem e conversarem, não quero mais ficar na
presença de Billy. Achei que minha raiva teria se desfeito depois
desses anos, mas pelo visto não! Eu continuo querendo esganar ele
e minha irmã.
Ouço a voz grossa do meu chefe me pedindo para esperar, mas
não paro, continuo meu caminho rumo à rua.
Capítulo 7
Jonathan B. Gilbert

— Brooke, porra! — Grito vendo-a correr com aqueles enormes


saltos que com certeza eu não consigo imaginar como é difícil se
equilibrar ali, quem dirá correr.
Mas que diabos acabou de acontecer aqui? A mulher deu dois
tapas no rosto de um cliente que está prestes a fazer uma compra
milionária com a Bert B e sinceramente, se ela não tiver uma ótima
desculpa para o que aconteceu, amanhã precisarei contratar outra
pessoa para substituí-la.
Os cabelos loiros e um pouco úmidos balançando de um lado
para o outro enquanto ela sai em disparada da pista particular para a
portaria, trombando em uma placa de propaganda no caminho, mas
nem mesmo isso a fez parar. A observei até seu corpo sair do meu
campo de visão e só então ouvi a voz de Billy nas minhas costas.
— Mulheres são temperamentais. — Diz com um sorriso
sarcástico.
Encaro o homem que deu um passo para ficar ao meu lado e
consigo ver nitidamente os dedos da mulher maluca em seu rosto.
— Senhor Nixon, me desculpe por isso. — Passo a mão
nervosamente no cabelo. — Não sei o que deu nela.
Encaro o lugar onde ela passou tentando entender o que
realmente aconteceu aqui, é certo que estava realmente abalada
quando saiu tropeçando do carro, além de ter me dado uma portada
que quase pegou no nariz, Brooke chegou até mesmo a vomitar, ela
não reagiria assim só porque de última hora Billy Nixon pediu para
que eu o deixasse dirigir, reagiria? Seria exagerado demais e por
mais que eu não a conheça a muito tempo, tenho certeza que não
faria esse show, colocando a venda milionária da empresa em risco.
Encaro o homem ao meu lado que mantém seus olhos pelo lugar
que Brooke passou.
O que aconteceu? Com certeza eles se conhecem, mas de onde?
E por que a reação dela foi tão extrema?
— Não se desculpe, Brooke é temperamental. — Diz ainda
olhando para a portaria e depois vira abruptamente para me encarar.
— Éramos noivos e pelo visto ela ainda não superou nossa
separação. Me desculpe, senhor Gilbert, não queria causar confusão
ao pedir que trouxesse sua secretária, não fazia ideia que era ela.
Aceno achando, por algum motivo, que aquela explicação não era
exatamente tudo, esse cara estava escondendo algo e eu iria
descobrir. Não quero acreditar que Brooke ficaria tão fora de si
apenas por não ter superado o fim do relacionamento.
— Espero que ainda queira o carro. — Dou um sorriso ensaiado
para o homem que retribui animado se virando completamente para
ver o carro, quase uma réplica do Batmóvel.
— Claro que quero, o restante do dinheiro será depositado na
tarde de hoje e amanhã passo para buscá-lo na Bert B. — Diz
animado, olhando o carro com os olhos brilhantes.
O restante do dia minha cabeça permaneceu na reação da
Brooke e nos possíveis cenários e motivos que ela poderia ter para
que isso acontecesse. Não queria pensar que ela realmente tenha se
comportado desta maneira apenas porque não aceita o término, se
esse for o caso serei obrigado a encaminhá-la para um psiquiatra.
Passei a reunião com meus pais no piloto automático, era para ela
estar aqui comigo, anotando e dando ideias que só sua mente
brilhante tem, acabou que meus pais perceberam que não estava em
condição de conversar sobre nada no momento e me enxotaram da
sala de reunião me mandando ir diretamente para casa, mas fiz um
caminho diferente e acabei em frente ao prédio da loira que têm me
contagiado com sua maluquice.
Saio do carro fechando o botão do paletó que soltei ao me sentar
e caminho até a portaria de seu prédio, pedindo o guarda ali para
avisá-la que quero conversar.
— Senhorita Nielsen, tem um senhor aqui querendo subir. —
Escuto-o falando. — Como é seu nome? — Ele me encara.
— Jonathan Gilbert.
Sem precisar falar meu nome para Brooke que provavelmente me
escutou, o homem abre a porta e caminho rapidamente até o
decadente elevador do prédio. Como os moradores confiam nessa
coisa caindo aos pedaços e rangendo a cada movimento, eu não
consigo entender, mas já que eles usam todos os dias e ainda não
caiu é porque deve ser seguro.
Ou não.
Assim que abre as portas metálicas já estou andando
rapidamente pelo corredor até estar de frente com sua porta que é
de longe a mais bem cuidada do prédio, provavelmente porque ela e
sua amiga fizeram questão de arrumá-la.
A porta se abre segundos depois que toco a campainha ao lado,
o que me faz pensar que Brooke só estava me esperando tocar para
abrir, provavelmente nervosa com o assunto que vamos tratar.
Só espero não levar dois tapas na cara também.
Entro no apartamento com as mãos no bolso e meus olhos vão
diretamente para o bilhete que deixei no guardanapo para ela no dia
que quase transamos, pendurado em um quadro onde há mais
alguns papéis com bilhetes ali, me parecem recados dela para sua
amiga e vice-versa.
Sento no sofá cinza claro sem esperar que ela convide e fico em
uma posição mais confortável possível para que me explique qual a
merda do problema e o porquê diabos agiu daquela forma com um
cliente, que descobri ser o ex-noivo dela.
Deixo meus olhos por um segundo passar por suas pernas nuas
e o traidor entre as minhas, se manifesta como se eu tivesse
perguntado: alguém aí quer comê-la? Umedeço meus lábios com a
língua e limpo a garganta para começar a falar.
— Você vai me explicar que merda aconteceu? Ou ficaremos
brincando de estátuas aqui? — Observo seu rosto ficar vermelho,
enquanto as mãos formam punhos. — Vamos Brooke! Começa a
falar antes que eu saia daqui entregando sua bunda para o RH!
Agora sim eu a deixei puta, os olhos verdes me encaram com as
chamas dançando, assim como seu rosto inteiro se fecha,
instintivamente coloco as mãos em minhas bolas para protegê-las,
mas ao invés de se aproximar, a mulher raivosa à minha frente fica
parada, cruza os braços, os descruza novamente e então explode.
— Sabe que merda aconteceu, seu idiota metido a rico? Aquele
seu cliente de contrato milionário é meu ex-noivo. — Agita as mãos
nervosa e o rosto fica ainda mais corado. — E sabe como
terminamos? Peguei aquele pau torto e pequeno se enfiando na
boceta da minha irmã, MINHA IRMÃ! — Grita com as lágrimas
escorrendo pelas bochechas e começa a andar de um lado para o
outro. — E não foi a porra da primeira vez, soube que o desgraçado
comeu metade de Nova York enquanto a idiota aqui estava
planejando o casamento dos sonhos, enquanto EU ESTAVA
SUSPIRANDO POR ELE.
Continuo calado, observando-a colocar toda a raiva e frustração
para fora, mas minha vontade era de ir atrás de Billy e dar um murro
nele, por que como alguém em sã consciência pode fazer uma
mulher sofrer assim? Pedir para que ela se comprometa para sempre
com ele, sendo que nas horas vagas ficava comendo todas por aí? E
ainda teve a cara de pau de me falar que o surto era porque ela não
tinha superado o término, saindo por cima de toda história.
— Então seu filho da mãe idiota, pode entregar minha bunda
para a porra do RH, aproveita e enfia toda aquela empresa na sua
pra ver se desce desse pedestal que subiu. — Aponta o dedo brava
pra caralho.
Mas olha o que você foi falar Jon, seu burro!
Levanto rapidamente puxando-a para os meus braços quando ela
marcha para a porta e seus punhos imediatamente batem em meu
peito repetidas vezes enquanto ela chora e me xinga ao mesmo
tempo, mas não a solto, pelo contrário, aperto ainda mais seu corpo
no meu.
— Se acalma, Tigresa. — Sussurro em seu ouvido.
— Tigresa é sua mãe, seu filho de uma ... — Ela não continua e
tenta se afastar novamente.
Deveria ter provocado sua ira ao entrar aqui? Claro que não, mas
dessa vez eu estava realmente puto com ela pelo que fez com o
cliente e agora, depois do que ela me disse desejei saber de tudo
isso na hora, porque com certeza teria o maior prazer em ajudá-la a
bater nele.
— Você sabe que eu não sabia, não é? — Pergunto ainda
segurando-a forte em meus braços. — Eu não te colocaria naquele
carro sozinha se soubesse tudo que aquele homem causa à você,
Brooke.
Ouvindo o que digo, Brooke para de se debater e me escuta,
ainda chorando, mas pelo menos está se acalmando aos poucos.
— Me desculpa pelo modo que falei, estava puto sem entender
nada do que aconteceu. — Afasto meu rosto um pouco para olhar
em seus olhos e os vejo vermelhos pelas lágrimas, alguma coisa
dentro de mim odiou vê-la assim, por isso resolvi provocá-la. — Não
quero dar sua bunda para o RH e definitivamente não quero enfiar a
empresa na minha, mas talvez eu pudesse enfiar algo na sua.
Meu coração acelera e se aquece ao ver seu sorriso em meio às
lágrimas, passo o polegar em seu lábio inchado e meus olhos
acompanham, desejando tomar aquela boca deliciosa novamente.
Desde o dia que nos beijamos depois do restaurante eu vivo uma
guerra interna em querer vê-la com raiva e depois devorar essa boca
esperta e gostosa.
Que se foda.
Entrelaço os dedos de uma mão em seu cabelo e trago sua boca
para a minha, tomando-a com força e desespero de um cara que
quer fazer isso há semanas, sinto seu sabor intoxicante adentrar em
mim e aquilo acordou um Jonathan completamente animalesco. Viro
e choco-a contra a parede ao lado da porta enquanto esmago sua
boca na minha.
— Jon... — Geme entre meus lábios enquanto suas mãos
alisam meu corpo.
Não quero me aproveitar da vulnerabilidade dela, mas porra essa
boca está deliciosa demais para que eu não aproveite ao máximo o
beijo, então apenas reivindico sua língua, sentindo-a brincar com a
minha, subo suas pernas para termos um contato maior e sinto o
calor de sua boceta pelo short fino que está vestindo.
— Merda! — Coloco-a no chão e me afasto um pouco, ainda
com os olhos nublados a encaro com uma expressão confusa no
rosto. — Não vou me aproveitar do seu momento de vulnerabilidade
para fazer isso, Brooke.
Me aproximo para tranquilizá-la e não deixar dúvidas do quanto a
quero, seguro sua mão colocando-a sobre minha virilha, para que
sinta o quão excitado estou e assim que sente o volume solta um
gemido que me fez querer ser um filho da puta e mandar um foda-se
para a minha consciência.
— Quero te foder desde o dia do bar Brooke, mas não hoje,
você está abalada e não vou me aproveitar desse momento para
entrar nessa bocetinha deliciosa. — Provoco e passo a língua em
seus lábios. — Já sei que o gosto da sua boca é viciante, mas me
pergunto qual será seu sabor entre as pernas? — Mordo seu queixo
devagar. — Amanhã quando estiver com a cabeça no lugar e
realmente quiser isso, me procura.
Seus olhos se mantêm presos aos meus e a beijo novamente,
envolvendo sua língua com a minha e me controlando para manter o
bom senso de ir para a casa bater uma e rezar para amanhã ela me
procurar e satisfazer esse desejo.
— Não preciso pensar, voc... — Tenta falar quando começo a
beijar seu pescoço, mas interrompo com minha boca novamente.
— Precisa sim, linda. — Sorrio contra seus lábios. — E eu vou
embora porque não conseguirei me conter se ficar mais tempo por
perto. — Aprofundo o beijo mais uma vez para beber tudo desta
mulher e me afasto relutantemente. — Vejo sua bunda gostosa no
meu escritório amanhã, sem atrasos senhorita Nielsen.
Abro a porta saindo de lá antes que meu pau comece comandar
minhas ações e vislumbro seu sorriso sedutor antes de entrar no
elevador e as portas fecharem.
Porra.
Capítulo 8
Brooke F. Nielsen

Jonathan.
Jonathan.
Jonathan.
É só nisso que minha mente conseguiu pensar desde o momento
que o vi em meu humilde apartamento e para piorar o desgraçado
me deixou completamente excitada, dizendo que não iria se
aproveitar do meu momento vulnerável. Sei muito bem que o que ele
fez foi o certo, foi cavalheiro, mas eu não precisava pensar para ter
certeza do que queria, queria gritar para se danar, ele e seu bom
senso.
Suspiro deixando o café em cima da minha mesa antes de sentar
na cadeira em frente ao meu computador que está iniciando suas
atividades preguiçosamente, diferente de mim que estou a mil por
hora.
Ouço uma leve batida na porta da minha sala e a encaro quando
Ivy Lancaster entrar com sua postura impecável, os saltos caríssimos
batendo no chão em mármore e o olhar superior, como se fosse mais
do que apenas um ser humano. Preciso confessar que apesar de
não concordar com sua atitude de dormir com todos os homens da
empresa para garantir seu lugar privilegiado de diretora, ela não é
uma vilã que vemos em filmes ou livros românticos, quer dizer, a
mulher é esnobe e não dá ideia para pessoas abaixo de sua função,
mas nunca a vi destratar uma pessoa apenas por diversão ou para
mostrar o quanto é superior.
— O senhor Gilbert está? — Me olha com desdém.
Ela não destrata, mas também não dá abertura para pessoas
como eu, uma simples secretária.
— Não senhorita Lancaster, ele ainda não chegou. — Sorrio.
Antes que ela possa apenas virar as costas e sair da mesma
maneira que entrou, a porta se abre mostrando um Jonathan
impecavelmente lindo. Como esse homem consegue fazer meu
cérebro virar pó em questão de segundos? Provavelmente eu e Ivy
temos a mesma expressão no rosto, que diz: “vou pular em você.”
Rio internamente e me obrigo a desviar o olhar daquele homem,
tentando fingir que ele não me afeta, se está dando certo eu não sei,
mas juro que estou tentando.
Jonathan entra iluminando a sala, assim como o rosto da mulher
que até segundos atrás estava com uma carranca, os olhos escuros
como a noite se fixam nos meus por alguns segundos antes de
desviar para Ivy, que agora parece uma garotinha em frente ao seu
maior e melhor presente de Natal.
— Preciso falar com você sobre a reunião hoje, senhor Gilbert.
— A morena diz com uma postura impecável e um sorriso
galanteador no rosto.
Claro que ela quer falar com ele sobre a reunião, o e-mail que
Jonathan enviou para a equipe foi bem claro, ele queria todos os
diretores em uma sala para apresentar os relatórios que pediu hoje
antes do horário de almoço.
— O que temos a tratar sobre isso será na reunião, senhorita. —
Desvia do corpo de Ivy e atravessa a minha sala com um sorriso
malicioso no rosto quando olha em minha direção.
Antes que eu possa levantar e dar continuidade ao que
começamos ontem, a diretora de Marketing o acompanha até sua
sala e entra fechando a porta atrás de si como se fosse dona da
empresa ou sei lá, esposa do Jonathan.
Fecho os olhos tentando relaxar na cadeira, o que não adianta
muito, meu corpo está tenso com essa atitude e na minha mente só
consigo ver a cena que presenciei no primeiro dia como secretária
dele, mas ao contrário daquele dia, uma raiva imensa sobe pelo meu
corpo, me deixando bufando.
Controle-se, Brooke, Jonathan não é nada seu!
Minha mente é inundada de imagens do que eles podem estar
começando a fazer lá dentro, será que ela irá chupá-lo novamente?
Beijá-lo? Transar com ele? Sem nem ao menos perceber, me levanto
com força, fazendo a cadeira de rodinhas bater na parede em um
baque alto e marcho como um soldado pronto para a guerra até a
porta do meu chefe.
Abro a porta sem me preocupar em bater e vejo Ivy sentada na
cadeira em frente à mesa de Jonathan, o homem em questão está
sentado na sua olhando um papel que possivelmente a diretora de
Marketing entregou, os olhos dos dois miram em mim, os de Ivy com
curiosidade e os de Jonathan com diversão.
Argh, odeio ele!
Respiro fundo tentando acalmar meus nervos e encontrar o
funcionamento para as minhas cordas vocais, assim como os do
meu cérebro para achar uma saída para esse papelão que estou
fazendo de estátua encarando os dois com um olhar assassino.
— O senhor Doublin ligou para agendar a sua visita. — Tento
controlar a rouquidão na minha voz, o que é quase impossível dado
o meu alto nível de constrangimento. — Quando devo marcar?
Com uma coragem renovada, levanto meus olhos até encarar
aquelas esferas negras brilhando em diversão e excitação por
perceber que minha intenção ao entrar daquele jeito em sua sala
nada tinha a ver com a visita que ele tinha que fazer ao seu possível
sócio, já que Jonathan estava querendo comprar uma parte de um
resort luxuoso, nada mais, nada menos que nas Maldivas. Sua
sobrancelha negra e encorpada se estica em um sinal claro de sua
diversão e sua língua aparece para umedecer os lábios, chamando
minha atenção para eles.
— Vamos conversar sobre isso mais tarde. — Diz com um toque
de sarcasmo em sua voz.
Idiota.
Aceno virando as costas quando seus olhos terminam a inspeção
em meu corpo e se fixam no papel em sua frente e Ivy volta sua
atenção para o homem terrivelmente irritante. Saio de sua sala
fechando a porta com cuidado e solto o ar com força, sentindo
minhas bochechas queimarem.
O que você está fazendo, Brooke?
Saio da minha sala indo à passos largos pelo corredor luxuoso da
empresa e entro no banheiro mais próximo, afim de lavar meu rosto
e me refrescar um pouco.
Eu não deveria ter entrado em sua sala daquele jeito, não tinha o
direito de fazer isso, mas porra, quando vi Ivy entrando e fechando a
porta com um sorriso malicioso como se ela fosse se satisfazer, uma
ira que nunca havia sentido antes por alguém correu minhas veias e
imediatamente entrei em curto.
Enxugo meu rosto sentindo-o esfriar um pouco com a ajuda da
água e respiro fundo, me preparando para voltar à minha mesa e
começar a fazer o que deveria estar fazendo: trabalhando.
Minutos depois estou exatamente concentrada com um arquivo
em minha frente, Jonathan me pediu para analisar alguns
documentos por e-mail enquanto continuava com sua conversa com
Ivy, mas agora com uma diferença, um de seus funcionários estava
lá dentro com ela, conversando sobre a reunião que iriam participar
em algumas horas.
Posso até imaginar do que se trata os assuntos, com certeza ela
deve estar pedindo para que seu funcionário eficiente apresente as
questões de marketing para ela, mas isso não me surpreende já que
provavelmente foi ele quem preparou tudo para a reunião.
O telefone em cima da minha mesa começa a tocar e o atendo
imediatamente.
— Almoçamos juntas? — A voz de Sal soou em meu ouvido e
sorri aliviada por não ser alguém avisando que Billy estaria subindo
para ver Jonathan e os dois irem almoçar e depois pegar o carro.
— Claro. — Sorrio desligando o telefone e levando minha
atenção para a porta do escritório de Jon que se abre em uma Ivy
com a cara vermelha de raiva e seu funcionário com um sorrisinho
vitorioso. Tenho a leve impressão que ele só está demonstrando
felicidade porque está atrás de sua chefe e consequentemente não
pode ver sua expressão.
Os dois passam por minha sala e fecham a porta assim que saem
dela, mas meus olhos não estão mais ali e sim no homem com o
terno impecável, encostado no batente da porta me olhando com um
tom de malícia em seus olhos escuros. Reviro os meus voltando
minha atenção para o telefone que voltou a tocar e atendo sem
querer encarar os olhos hipnotizantes do meu chefe que se
aproximou perigosamente de mim.
— O senhor Nixon está aguardando para subir. — A voz de uma
das meninas da recepção avisa me deixando desconfortável e alerta,
o que Jonathan percebe ao me olhar com preocupação substituindo
o desejo em sua feição.
Encaro-o engolindo em seco e respiro fundo para controlar meu
nível de estresse, o que ultimamente anda alarmante.
— O senhor Nixon está esperando. — Sussurro para ele que
entende imediatamente meu desespero e pega o telefone da minha
mão para responder em meu lugar.
— Diga para esperar que estou resolvendo um assunto
importante. — Desliga antes de dar tempo para a mulher responder e
sua boca cobre a minha possessivamente, reivindicando minha
língua, assim como minha atenção.
O que dá certo, porque não existe mais nada além da sua boca
tomando a minha, sua língua saboreando cada espaço da minha
assim como seus dedos subindo por minhas coxas, deixando-me
ainda mais sensível ao seu toque.
— Jon. — Suspiro entre seus lábios e o sinto sorrir.
— Achei adorável o começo do show que você deu em minha
sala, Tigresa! — Sussurra rouco antes de mordiscar meu pescoço e
deixar suas mãos aventurarem sob minha saia, até chegar em minha
calcinha completamente molhada. — Hum, molhadinha. — Seus
dedos ajeitaram minha calcinha colocando-a para o lado e abrindo os
lábios lambuzando-os completamente com minha excitação.
Sua boca volta para a minha em um beijo calmo e sensual, mas
seus dedos continuam explorando minha carne, passando em cima
do meu clitóris sensível apenas para me provocar e então descer e
me penetrar.
— Oh ... — Abro as pernas o máximo que consigo com a saia
limitando meus movimentos e aprofundo nosso beijo, mas Jonathan
afasta a boca com um semblante sedutor.
Depois de puxar meu lábio inferior com os dentes, ele tira os
dedos da minha boceta e coloca em minha boca para que eu chupe
sentindo meu próprio sabor, o tempo todo mantendo minha atenção
e meu olhar faminto no homem à minha frente e então ele toma
minha boca, provando minha excitação através de meus lábios.
Que homem é esse?
— Você quer gozar agora Brooke? — Perguntou com a voz
rouca e arrastada enquanto separava nossos lábios. Em seguida
lambeu os seus para não deixar nenhum resquício do meu sabor
longe de sua língua. — Ou quer que eu te deixe assim, necessitada
e mais tarde eu cuido de você no pacote completo?
Meus olhos se arrastam preguiçosamente para o volume entre
suas pernas e seu contorno me faz salivar.
— Se eu quiser gozar agora, terei o pacote completo mais tarde
também? — Encaro seus olhos mordendo meu lábio inferior que logo
escapa dos meus dentes quando sua boca toma a minha mais uma
vez de forma abrupta e deliciosa.
Sem me dar chance seus dedos voltam a ficar entre minhas
pernas encontrando meu clitóris completamente pulsante e ele se
dedica ali, me fazendo gemer entre seus lábios, mas o homem em
questão engole cada um dos sons que minha boca está disposta a
soltar.
Meu ventre se aquece com um orgasmo a caminho, mas não me
surpreendi pela velocidade em que ele se formou em meu corpo.
Jonathan consegue tirar as melhores e as piores sensações de mim
e isso me assusta, mas também me traz um sentimento de euforia e
felicidade.
Sinto seus dedos circularem mais rápido enquanto mexo meu
quadril, incapaz de ficar parada enquanto meu corpo todo treme e
tensiona a medida que me sinto mais quente e perdida, sua boca
habilidosa continua explorando a minha com vigor e minha vontade
de gritar somente é acalmada por ela, porque esse beijo está bom
demais para que eu separe nossos lábios para tentar expressar com
palavras o que estou sentindo e então uma explosão faz meu corpo
inteiro contrair e soltar.
Jonathan separa nossas bocas e fica me olhando como um
predador, gravando minhas reações ao atingir um orgasmo
avassalador que me deixou mole como gelatina, além de ofegante e
completamente sem energia.
Como ele conseguia fazer isso apenas com os dedos e beijos eu
não sei, mas estou ansiosa para sentir o pacote completo, como ele
disse.
— Você é deliciosa por natureza, mas quando goza fica
fascinante. — Seus olhos continuam incendiando minha pele por
onde passam e enfim ele me beija novamente, tirando os dedos
melado do meu sexo e separando nossas bocas para poder lamber.
— E seu gosto? Ah ... seu gosto é divino, linda. — Sorri e me beija
novamente me tirando todo o ar e o resquício de energia que me
sobrou.
Mas antes que ele se afaste e vá receber o maior filho da puta de
todos os tempos, eu simplesmente seguro o cós da sua calça
impedindo-o de sair, quero e vou dar algum alívio a ele.
— Me recuso a deixá-lo sair mais uma vez sem que eu tenha
dado algum alívio. — Sorrio ao abrir o zíper para fim liberar seu
membro glorioso da cueca.
E assim como o dono, o pênis à minha frente é grande, grosso,
com algumas veias saltadas deixando-o ainda mais apetitivo. A
cabeça rosada e redonda brilhando com o pré gozo me fez salivar e
sem perder tempo abocanho como se fosse um pedaço de carne
deliciosa, o fazendo grunhir em resposta.
— Que boca gulosa. — Sua voz rouca me excita e me dá ainda
mais incentivo a fazer esse homem ir ao céu, assim como acabou de
me fazer viajar de primeira classe para lá. — Chupa com força,
Brooke.
Sorri tirando-o da minha boca ao sugar apenas para voltá-lo para
o fundo da minha garganta, tocando-a e tirando-o novamente, os
sons que Jonathan faz estão me deixando ainda mais confiante em
colocá-lo ajoelhado de tanto prazer. Suas mãos seguram meus
cabelos, ajudando nos movimentos enquanto finco minhas unhas em
suas coxas aprofundando ainda mais seu pau em minha garganta,
chupando-o com força e raspando meus dentes ao chegar na cabeça
vermelha.
— Puta merda Brooke, não vou durar muito desse jeito. —
Geme fechando os olhos e o encaro ao engolir seu membro
novamente com fome.
Aperto suas bolas com uma das mãos e seu gemido de prazer
me faz tremer, continuo chupando da maneira como vi que ele gosta,
sempre com os olhos encarando-o, estou fascinada por conseguir
levá-lo ao limite desse jeito.
Não consigo ver seu corpo direito por causa das roupas, mas
tenho certeza que seu abdômen está se contraindo nesse momento,
seu pau inchou em minha boca e sua voz rouca e drogue soou pela
sala em silêncio.
— Linda, vou gozar. — Avisou para que se eu não quisesse em
minha boca, parasse imediatamente, mas eu queria.
Ah, como eu queria!
Chupei com mais força e devoção, afundei seu pau em minha
boca quando os jatos fortes do seu sêmen jorravam em minha
garganta, seus olhos fechados e lábios comprimidos me dizem que
ele está muito, mas muito satisfeito e assim que termina, o chupo
mais uma única vez para limpá-lo por completo, o que me rende um
olhar carinhoso e satisfeito do homem em questão.
Seus lábios tocam os meus com carinho antes de arrumar sua
roupa.
— Você com certeza ganhará o pacote completo mais tarde,
poderia te colocar nessa mesa e te comer com força. — Ofeguei. —
Mas preciso ir.
Seus lábios sugaram os meus em mais um beijo de adoração.
— Venha, vamos nos limpar em meu banheiro. — Estendeu sua
mão habilidosa para mim, que peguei sem hesitar.
Capítulo 9
Jonathan B. Gilbert

Assim que a mão macia de Brooke encosta na minha a puxo para


se levantar e andar na minha frente rumo à minha sala. Deixo meus
olhos acompanharem o movimento do quadril levando aquela bunda
durinha para um lado e para o outro antes de me aproximar e sem
conseguir me conter por muito tempo, passo meus braços em sua
cintura trazendo seu corpo quente e gostoso para mim, grudando
suas costas em meu peito enquanto andamos um pouco
desengonçados para chegar até o banheiro dentro da minha sala. No
caminho, deixo meus lábios passearem por sua pele sedosa e
cheirosa, causando arrepios.
— Jon, você está me deixando louca. — Sussurra colocando as
mãos para trás e deixando nossos corpos ainda mais colados,
fazendo meu pau se animar novamente.
Com certeza ele está animado, afinal foi bem tratado a alguns
minutos atrás, na verdade eu nunca senti alguém chupar do jeito que
essa loira faz. Tive que me concentrar muito para prolongar o prazer.
A começar por quando ela entrou na minha sala com seus olhos de
águia mirando tanto a mim quando a mulher que estava sentada
querendo me dizer que seu subordinado iria apresentar na reunião.
Naquele momento eu queria deitar Brooke em cima da mesa e me
afundar nela com força, ouvi-la gritar meu nome até que sua
expressão de raiva desse lugar a de prazer, mas então, me permiti
ser um filho da puta e apenas a encarei com um sorriso torto,
tentando não expressar meu desejo na frente de Ivy.
Não me levem a mal, não tem nada a ver com querer ficar com a
até então diretora de Marketing, mas quero manter esse lance entre
nós por enquanto, pelo menos até se concretizar. Já dizia minha
mãe: “A chance de alguém estragar o que temos é grande, então
não conte a ninguém sobre suas intenções antes de conquistar algo”
— É mesmo? — Sussurro virando-a para mim e tomando sua
boca com desejo, quase desesperado em me enterrar nela.
Sei que não seria o ideal, afinal tem um cliente esperando na
recepção, mas além de não me importar com isso, o cliente em si
merece um chá de cadeira para aprender a tratar uma mulher, ainda
mais essa preciosa loira com a boca sabor morango.
— Você não sai desse banheiro enquanto não cumprir com a
promessa que me fez naquele bar, Jonathan. — Sussurra em tom de
ordem o que me faz soltar uma gargalhada e voltar a tomar sua
boca, mordendo seu lábio com um pouco mais de força.
Exploro seu corpo com minhas mãos, sentindo sua pele macia
sob a roupa, aproveito esse reconhecimento para subir sua saia até
a enrolar na cintura e mesmo com dificuldade, eu me afasto para
admirar seu corpo. Gostosa!
— Quero que você tire a roupa. — Ela sorri ao se aproximar
puxando meu lábio inferior e se afasta novamente me olhando
realmente com expectativa em me ver tirar completamente a roupa.
— Então você também vai tirar! — Dou um sorriso torto para ela
e a vejo acenar mordendo os lábios quando começo a tirar as
primeiras peças de roupa.
Com os olhos cravados em meus movimentos, Brooke se encosta
na parede fazendo sua pele se arrepiar imediatamente pelo choque
de temperatura do corpo quente com o mármore gelado. Meus olhos
descem para seus seios resetados e meu pau fica ainda mais duro
com a expectativa do que está por vir.
Termino de tirar toda a roupa sob o olhar lascivo da mulher em
minha frente e sorrio me aproximando do seu corpo apenas para
sussurrar.
— Sua vez. — Abaixo a tampa do vaso e me sento em cima,
olhando Brooke ficar na minha frente.
Vendo seu olhar faminto em meu pau encostado em minha
barriga, decido provocá-la me acariciando lentamente enquanto ela
rebola sensualmente os quadris para tirar a saia. Seu olhar em
chamas encara o meu enquanto seus dentes seguram o lábio
inferior.
Puta merda.
Brooke vira de costas me dando plena visão da sua bunda nua
pela calcinha fio dental e tira a blusa sem cerimônia e sem esperar
seu sutiã desliza pelos braços e ganha o caminho até o chão, mas a
loira continua de costas, rebolando.
— Brooke. — Sussurro em tom gutural, mas ela não se vira para
mim, seus polegares seguram cada lado da calcinha e abaixa,
deixando a bunda empinada.
Caralho, que visão!
Sua boceta rosada e completamente encharcada está em minha
direção e eu não sei se já vi uma boceta tão bonita quanto essa.
Solto outro gemido que mais se assemelha com um rosnado e seus
olhos verdes encontram os meus, mostrando todo desejo que ela
sente. Inclino para frente com o braço estendido a fim de puxá-la, o
que ela aceita de bom grado. Passo o braço em sua cintura e a faço
sentar em meu colo, com uma perna de cada lado do meu corpo e o
centro molhado envolvendo meu pau em um sanduíche delicioso.
— Você é gostosa demais. — Sussurro contra seus lábios e a
beijo ferozmente mexendo seu quadril no processo, ganhando uma
fricção deliciosa e quente.
Porra, como ela é quente.
— Jon, por favor ... — Choraminga enfiando seus dedos em
meu cabelo.
Não precisa completar a frase, sei o que ela quer porque eu
também quero, preciso estar dentro dela urgentemente. Folgo meu
braço em sua cintura e alcanço a gaveta na pia ao meu lado e pego
a camisinha. Afasto-a do meu pau e rapidamente o encapo.
Vejo-a me observar com os olhos vidrados em meu membro e
então aquelas duas esmeraldas brilhantes e completamente
viciantes sobem e encaram meus olhos que no momento devem
pegar fogo, sorrio maliciosamente antes de beijá-la, puxo-a mais e
com uma mão consigo encaixar em sua entrada, fazendo-o entrar
devagar até estar completamente acomodado e apertado dentro de
seu calor.
— Você é deliciosamente apertada, linda. — Falo ao desviar
meus lábios para seu pescoço e mordiscar a pele sensível ali.
— Jonathan, mexe! — Ordena com as mãos segurando meu
ombro e ondulando o quadril me fazendo mexer dentro dela.
Sorrio ao segurá-la com força em mim e levanto só para chocá-la
contra parede e prendê-la entre meu corpo e o mármore. Seu
calcanhar se entrelaça com o outro em minhas costas a deixando
presa em minha cintura, com meu pau em seu maravilhoso calor.
Movimento meu quadril para frente e para trás, entrando e saindo
devagar, mas seus gemidos pedindo por mais me fazem acelerar e
em menos de um segundo eu estou estocando dentro dela com fúria,
mordendo seu lábio com força e preso em uma névoa viciante do
nosso suor, nosso cheiro se misturando e a sensação de tê-la me
apertando, me acomodando, fazendo-me perder em um prazer
intenso.
— Mais Jon. — Geme contra meus lábios. — Está tão bom, não
se atreva a parar. — Sussurra com a voz tremida pelas estocadas
fundas e rápidas que estou dando.
Nem se quisesse seria capaz de parar, ela é viciante demais para
que eu simplesmente me afaste e a deixe na mão. Encaro seus seios
balançando e me inclino para capturar um mamilo com meus dentes
o que me rende arranhões em minhas costas e sua voz pedindo por
mais forte, mais rápido.
Eu não consigo tirar da minha mente que essa mulher foi feita na
medida pra mim, ela é tudo que eu sempre quis e porra, transar com
esse furacão está me deixando louco.
— Gostosa. — Chupo seu seio com força e ela arqueia as
costas se oferecendo para mim, enquanto continuo estocando em
sua boceta apertada e encharcada, sinto-a contrair em volta do meu
pau, me avisando que ela está perto de se entregar completamente.
A faço colocar os pés no chão e imediatamente viro seu corpo,
prensando seus seios no mármore e antes que possa pensar, volto a
penetrar por trás, descendo as mãos por seu corpo suado até chegar
no meio das pernas e acariciá-la da maneira que percebi que gosta.
— Ah merda, não vou aguentar segurar. — Grita segurando meu
cabelo, forçando minha boca a beijar seu pescoço.
— Não é para se segurar, goza Brooke, goza pra mim linda. —
Sussurro contra seu ouvido e continuo penetrando-a e circulando seu
clitóris.
Seu corpo começou a dar espasmos mais fortes enquanto a
boceta me apertava com vontade e assim ela gozou e me puxou
junto, nos perdemos em um gemido em coro, com nossos corpos
suados e exaustos pelo esforço, mas também completamente
satisfeitos.
— Isso foi ... — Diz ofegante.
— Bom pra caralho. — Completo girando-a e beijando seus
lábios com carinho dessa vez, sentindo-os inchados pela brutalidade
dos meus beijos, mas ela não parece se importar, suas mãos
acariciam meus ombros subindo até meu cabelo e se enfiando ali,
me dando uma sensação gostosa. — Acho que vamos precisar de
um banho antes de voltar a trabalhar.
Brooke ri enquanto carrego seu corpo exausto para o chuveiro,
depois de ter tirado a camisinha e jogado no lixo, ligo-o ainda
beijando carinhosamente seus lábios, deixando a água lavar nossas
peles, acalmar nossos corações assim como deixando que
tomássemos novamente o fôlego.
— Com certeza eu vou querer repetir a dose. — Diz olhando
para mim com um sorriso sensual.
Claro que vamos repetir, hoje mesmo se for possível vou levá-la
para dormir em meu apartamento, passarei a noite inteira dentro dela
e só vamos parar para comer alguma coisa porque com certeza
vamos precisar de energia para dar conta da noite inteira regada a
sexo.
— Dorme comigo hoje? — Sorrio vendo sua sobrancelha
levantada. — Quer dizer, transa comigo a noite inteira hoje?
— Agora sim! — Diz divertida e captura meus lábios. — Acho
que vou te dar uma canseira hoje de noite, senhor Gilbert.
Assim eu espero loira, quero que você monte em mim como uma
amazona doida e que eu fique desidratado tanto de suor quanto de
porra, vou gastar meu estoque com você hoje.
Sorrio com o pensamento ainda dando beijos leves em seus
lábios.
Os minutos foram se passando enquanto nos lavamos com
cuidado e minha mente a todo vapor trabalhando em me dizer que
eu poderia fazer isso todos os dias da minha vida. O que me
assustou, mas também me alegrou porque seria divertido se eu
tivesse ao meu lado uma mulher forte, engraçada, sem filtro, gostosa
e quente para um inferno.
Ajeito o terno antes de sair do banheiro ao lado de Brooke que
mantém um sorrisinho sacana em minha direção toda vez que
encaro aqueles olhos brilhantes e brincalhões, isso me dá uma leve
sensação de que ela está aprontando.
— O que está armando? — Pergunto divertido pegando meu
celular.
— Eu? Nada. — Dá de ombros em fingida inocência e gira os
calcanhares para sair da minha sala e voltar ao trabalho, o que eu
deveria estar indo fazer também afinal faz uma hora que Billy está
esperando na recepção.
Agarro sua cintura antes que ela chegue até a porta e viro-a
bruscamente, chocando suas costas na porta e engolindo o gritinho
que soltou com um beijo faminto, como se não tivesse acabado de
transar loucamente com ela. Assim que separo nossas bocas seus
olhos estão nublados ainda com desejo o que me deixa com um puta
ego e seu sorriso que aparece depois de revirar os olhos em uma
falsa exasperação me diz que ela percebeu.
— O que está aprontando, linda? — Pergunto perto dos seus
lábios antes de beijá-la mais uma vez, mas antes que sua linda voz
soe pela sala me explicando o telefone em sua sala toca e eu tenho
um leve pressentimento que é a secretária da recepção pedindo para
me perguntar se ia demorar muito. — Se for uma das secretárias
avise que tive uma reunião indispensável de última hora, mas que
estou descendo.
Dou espaço para ela sair dos meus braços, mas Brooke
simplesmente passa os braços em volta do meu pescoço e me beija
profundamente antes de abrir a porta e ir rebolando os quadris até
sua mesa.
— Não se esqueça que temos a reunião com os diretores,
senhor Gilbert. — Morde o lábio antes de tirar o telefone do gancho e
falar com uma voz suave. — Escritório do senhor Jonathan Gilbert,
com quem eu falo?
Sorri balançando a cabeça negativamente, divertido e ansioso
para passar a noite ao lado dela e saio da sua sala indo em direção
ao elevador para encontrar com o trouxa do seu ex-noivo.
Falando nele, assim que coloco meus olhos no homem em
questão uma fúria começa a nascer dentro de mim, me deixando um
pouco surpreso por isso estar acontecendo, então me aproximo
segurando a vontade de ranger os dentes e me forço a sorrir,
inventando uma desculpa por fazê-lo esperar por mais de uma hora.
— Billy, me desculpe! — Aproximo quando ele se levanta
claramente irritado por ter esperado tanto tempo. — Tive um
imprevisto importante que não poderia esperar.
Sorrio ao lembrar do imprevisto, definitivamente ela não poderia
esperar.
— Tudo bem. — Seus olhos procuram algo nas minhas costas.
— Brooke está trabalhando?
Ok, isso me irritou muito mais do que eu gostaria, o que ele quer
com ela? Por que quer saber se está trabalhando? O que deveria ser
óbvio já que são duas da tarde e tecnicamente esse horário
praticamente todas as pessoas estão trabalhando.
— Sim, por que? — Ergo uma sobrancelha.
— Nada, só achei que ela viria junto com você. — Sorriu. — Mas
foi melhor assim, pelo menos não vai dar chilique novamente. —
Olha o celular despreocupadamente. — Podemos pegar o carro?
Aceno positivamente indicando o elevador para irmos ao
estacionamento onde deixei o carro e caminhamos lado a lado, o
tempo todo Billy falando coisas sobre Brooke que não acredito ser
verdade e embutindo perguntas no meio da conversa, como qual o
número da minha sala ou se ela tem se relacionado com alguém na
empresa. Quase ri e gritei batendo no peito, dizendo que eu estava
com ela, mas suspeitei que iria parecer um homem das cavernas,
então apenas ignorei todas as perguntas que ele fazia afim de
aprender sobre a vida da loira desviando o assunto, ou dizendo que
não sabia nada sobre a vida dela.
Capítulo 10
Brooke F. Nielsen

Desde o momento que aquele pedaço de mau caminho, ou


melhor o caminho mau inteiro, saiu pela porta da minha sala
deixando-me satisfeita e completamente exausta depois do
magnífico sexo que tivemos em seu banheiro, não consegui pensar
em muita coisa. Quer dizer fiz minhas tarefas que consistia em
analisar um arquivo que ele mesmo havia solicitado por e-mail horas
antes e depois saí para almoçar com Sal que com toda sua expertise
desconfiou que eu estava estranha, estava dispersa e sorrindo mais
do que o normal o que de acordo com ela era assustador, me ver
com os dentes à mostra todo o momento que me olhava, mas o que
posso fazer? Jonathan realmente conseguiu ativar uma chave dentro
de mim que me deixava assim e mesmo quando me faz raiva aquele
homem consegue ficar grudado em meu cérebro.
Ainda não avaliei em bom ou ruim essa questão dele ter se
impregnado em mim, mas no momento não consigo deixar de sorrir
quando minhas lembranças entram em ação, suas mãos em mim, os
beijos hora forte, hora sensual, o seu pau me deixando com uma
sensação de preenchimento que nunca havia sentido antes, o que
me surpreendeu.
Não tenho uma vida sexual badalada como Sal, mas pelos
poucos homens que tiveram a chance de ter uma relação sexual
comigo, nunca fizeram me sentir assim, nem mesmo com Billy
parecia tão certo.
— Gostaria de saber a opinião da senhorita Nielsen sobre isso.
— A voz profunda e sexy me chama dos meus pensamentos e tiro a
caneta da boca antes de responder.
— Hã. — Olho para o canalha ao meu lado que mantém o rosto
impassível, conheço esses olhos, são de desafio, de alguma maneira
ele conseguiu perceber que eu estava mais viajando dentro da minha
mente do que ouvindo as propostas que Carlos estava fazendo. —
Claro, o salão de festa da Hosten, de acordo com as imagens
apresentadas, é perfeitamente capaz de comportar o número de
pessoas que comparecerão.
Seus olhos me analisam com certo humor e eu sorrio triunfante,
afinal podia estar com meu pensamento exatamente nele, mas ainda
estava atenta à conversa em minha volta exatamente porque é típico
dele fazer as pessoas passarem vergonha.
Reviro os olhos quando seu olhar permanece insistente em minha
direção e Carlos continua falando sobre a feira de apresentação do
novo modelo esportivo desenvolvido pela Bert B, que será um
evento para a alta sociedade participar.
— Eu concordo com a senhorita Nielsen, o espaço é grande o
suficiente. — Ele finalmente desvia os olhos da minha direção. —
Senhorita Lancaster, pode começar nos dizendo como será feita sua
campanha de última hora?
A mulher em questão, que tem gotas de suor brotando em sua
testa, olha para ele e engole em seco antes de fechar os olhos com
força, limpar suas mãos provavelmente suadas em sua saia
vermelha.
Ela está muito nervosa.
— Conversamos sobre isso em sua sala, senhor.
— Não, não conversamos. — Jonathan diz sem alterar a voz,
mas pelo tom com certeza poderia ser comparado a um soco. — Seu
subordinado me disse as ideias, mas o restante dentro desta sala
não sabe o que foi falado, então quero que você nos explique.
Eu quase tenho dó da expressão completamente atônita da
mulher que se levanta tomando o lugar de Carlos, que se sentou em
sua cadeira com um suspiro seguido de sorriso de alívio por ter feito
seu trabalho e agradado ao chefe. Ivy por outro lado sorri sem graça
enquanto seus saltos são os únicos a serem ouvidos dentro da sala
completamente silenciosa.
— Como havia explicado, começaremos hoje mesmo com um
marketing agressivo para retomar o tempo perdido. — Ela pigarreia
nervosa e encara Jonathan que se mantém imperturbável, olhando-a
como se realmente esperasse que fizesse uma apresentação
impecável, a morena abre a boca e fecha, uma, duas, três vezes
antes que o Jon respire fundo de uma maneira completamente
audível que com certeza fez com que a diretora de Marketing se
encolhesse.
— Senhorita Nielsen. — Praticamente rosna olhando em minha
direção e tudo que posso fazer segurar a vontade de revirar os olhos,
porque sei que vai sobrar para a secretária aqui fazer alguma coisa.
— Vá buscar o senhor Parker para apresentar o plano de ação que a
diretora dele não consegue.
Se fosse outra ocasião e não tivesse vários olhos em cima de
mim esperando que eu me teletransportasse para que o chefe não
ficasse ainda mais puto, eu juro que faria hora só para vê-lo com
raiva, mas como uma pessoa que sabe a hora que deve ou não
enfrentá-lo, eu apenas saio da sala o mais rápido que consigo,
correndo pelo corredor vasto e vazio da Bert B até entrar no
elevador indo em direção ao andar de Marketing.
Sério? Tinha que ser eu a vir correndo buscar o homem? Não
podia ser a Ivy? Afinal ela quem não sabia os assuntos respectivos
ao seu próprio setor, mas é claro que o idiota do senhor Gilbert
mandaria a mim para correr maratonas com esse salto maldito.
— Senhor Parker. — Ofego puxando o ar com força pela falta de
preparo e anoto mentalmente que preciso urgente voltar a academia.
— O senhor Gilbert está solicitando a sua presença. — Respiro
fundo.
Argh, eu definitivamente vou procurar uma academia hoje
mesmo!
— Ok! — Ele sorri acenando, pega alguns papeis em sua mesa
e levanta me seguindo pelos infinitos corredores da empresa.
Tudo bem, eu posso estar exagerando um pouco, entramos no
elevador rapidamente e enquanto estou sentindo um calor absurdo
por ter corrido, o homem ao meu lado está quieto lendo
tranquilamente algo em seu papel.
— Senhorita Nielsen, não é? — Pergunta colocando seus olhos
azuis nos meus e eu sorrio acenando ainda com meu pulmão
reclamando pela corrida. — Sabe me dizer qual o assunto?
— Uh, você precisará apresentar o plano de ação do setor na
reunião, no lugar da senhorita Lancaster. — Aviso e saio do elevador
com ele andando sem dificuldade ao meu lado. — Boa sorte. — Digo
antes de abrir a enorme porta de madeira da sala de reunião.
A primeira coisa que vejo quando entro dentro da sala de reunião
é Ivy Lancaster sentada em minha cadeira, seus olhos ainda
demonstrando um certo desconforto me encaram e então se
direcionam para seu subordinado, que começa a andar depois que
ela o chama com um aceno brusco de mão. Espero alguns segundos
avaliando se realmente vai continuar sentada em meu lugar e então
caminho até a cadeira onde ela estava sentada antes.
— Senhorita Nielsen, sente-se em seu lugar! — Jonathan
ordena com a voz grave e grossa me fazendo congelar no lugar
enquanto Ivy olha para ele com os olhos arregalados. — E você,
senhorita Lancaster, não precisa estar presente nesta reunião, já que
o senhor Parker irá conduzi-la.
Se a mulher já estava chocada em Jon mandar eu voltar ao meu
lugar, agora ela estava quase aterrorizada por estar sendo
dispensada da reunião e algo me diz que ela não ficará no comando
do setor por muito tempo, o que considero uma atitude justa.
Caminho de volta até o meu lugar, parando perto da cadeira
enquanto a morena pega suas coisas e sai pela porta sem
acrescentar nada, ela apenas dá um olhar ameaçador para Frederico
Parker e segue seu rumo de cabeça erguida.
— Pode começar senhor Parker. — Jonathan diz depois de
soltar um suspiro cansado.

Olho o relógio pela milésima vez enquanto espero Ivy sair de


dentro da sala de Jonathan. Depois da reunião exaustiva que
tivemos esta tarde, não tive muito tempo para realizar qualquer
atividade que fosse para a empresa, já que estava quase na hora de
ir embora, mas precisei me sentar em frente ao computador porque
Ivy estava pacientemente esperando para falar com o chefe e desde
então, estou aqui esperando ela sair para podermos ir para sua casa
transar e esquecer todo esse estresse.
Levanto a fim de tirar a tensão do meu corpo e ando de um lado
para o outro enquanto checo as horas a cada passo, estava em um
círculo vicioso de andar e checar o horário como uma psicótica
quando uma cabeça com cabelos pretos aparece na porta e Ivy me
encara como se estivesse surpresa em me ver ali ainda.
— Senhorita Nielsen, pensei mesmo ter ouvido barulhos de
salto. — Seus olhos me analisam pela primeira vez em tempos e
então ela sorri com uma falsa carisma. — Você pode ir embora,
precisaremos de privacidade.
Quê?
Encaro-a congelada no lugar enquanto a morena sorri
teatralmente colocando mechas de cabelos atrás da orelha e então
algo chama sua atenção, ela pisca para mim antes de fechar a porta,
me deixando completamente desnorteada.
Jonathan não vai ... Arregalo meus olhos quando enfim minha
mente lenta entende o que ela estava dizendo e então pego minha
bolsa com brusquidão antes de sair da sala correndo, tentando não
derramar nenhuma lágrima, prometi a mim mesma que não choraria
mais por homem.
Você também prometeu não se apegar.
Minha consciência alerta enquanto saio do prédio imponente da
Bert B tentando achar um táxi vazio para me levar embora e eu
poder chorar afogando minhas mágoas em bebida, ou apenas
dormir, mas uma mão interrompe meus passos ao segurar meu
braço. Viro para despejar minha raiva em quem quer que esteja me
segurando, mas sou interrompida.
— Onde pensa que vai? — Rosna me fazendo revirar os olhos e
puxar o braço com força para longe do seu toque.
— Dessa vez foi rápido, hein? — Sorrio sem vontade e continuo
olhando para a rua. — Estavam tão necessitados assim?
Antes que eu possa ser um pouco mais sarcástica perguntando
se Ivy usou a mão, a boca ou a boceta, os braços de Jonathan me
puxam com força e não registro nada até estar encostada na parede
fria, me fazendo perceber que deixei o sobretudo dentro da minha
sala e minha raiva esquentou meu corpo porque eu realmente não
percebi estar com frio até agora, olhando os olhos negros com toque
de diversão em minha direção.
— O que? Acha que transei com a senhorita Lancaster? —
Arrepio por causa do frio, de jeito nenhum foi por causa do seu hálito
quente encostando em minha pele ou por seus lábios macios perto
do meu pescoço.
Solto uma risada desdenhosa enquanto espalmo minha mão em
seu peito e tento empurrá-lo.
— Eu não acho nada, senhor Gilbert. — Tento mais uma vez o
empurrar, mas o homem permanece com seu corpo me prendendo
na parede. — A senhorita Lancaster quem disse que eu estava
dispensada já que você precisaria de MUITA privacidade.
Seus dedos se fecham na base do meu cabelo, forçando-me a
olhar em seus olhos e então me permito admirar o grande e
iluminado sorriso gravado em seu rosto, com direito a covinhas e
tudo. Sua boca se aproxima da minha enquanto seu corpo pressiona
ainda mais o meu.
— Você recebe ordens minhas, não da senhorita Lancaster. —
Sussurra antes de chocar sua boca na minha.
Eu queria não corresponder, queria morder seu lábio até sair
sangue para dar o recado a ele, mas quando sua língua abriu espaço
em minha boca, explorando cada parte dela eu não tive forças para
afastá-lo, então correspondi com a mesma intensidade, agarrando
seus cabelos para aprofundar ainda mais nosso beijo. Prendo
minhas pernas em sua cintura, implorando sem usar palavras para
que ele me dê um pouco mais de contato e seus lábios se esticam
em um sorriso entre nosso beijo avassalador, seu corpo se espreme
ainda mais ao meu.
— Por você ter fugido, vou te comer aqui mesmo. — Ele
sussurra rouco. — O que acha de fazermos isso na rua?
Seu rosto se enfia em meu pescoço enquanto meus olhos se
arregalam e procuram por espectadores na rua, mas ela realmente
está escura e o farol dos carros não iluminam onde estamos, o que
me faz realmente cogitar a ideia de deixá-lo se afundar em mim aqui.
— Se alguém nos ver, Jon? — Sussurro entre gemidos quando
ele mordisca meu pescoço.
— Ninguém vai nos ver, linda. — Sorri levantando o rosto e
juntando seus lábios aos meus. — Agora me beija.
Capítulo 11
Jonathan B. Gilbert

— Tudo pronto para amanhã? — Don pega a garrafa de cerveja


em cima da mesa e se joga no sofá, tirando o sapato e colocando os
pés em cima da mesinha, como se fosse o maldito dono do
apartamento.
Esfrego o rosto algumas vezes, para poder mandar o estresse da
semana para puta que pariu, e bebo um longo gole da cerveja em
minhas mãos deixando o líquido amargo descer por minha garganta
enquanto relaxo no sofá. Foram os dias mais estressantes desde
que estou à frente da Bert B, precisei ficar em cima da equipe
fazendo reuniões para saber sobre tudo o que o meu pessoal estava
fazendo além da dor de cabeça com a diretora de Marketing. E para
piorar tive pouco contato com aquela loira espetacular, tive que
designá-la a um projeto junto com sua amiga Sallen, então passou a
semana inteira enfiada no quinto andar, mas não posso realmente
reclamar, já que quando dava hora de ir embora, Brooke ia até minha
sala e eu a trazia para cá comigo. Resumindo, passei a semana
inteira dormindo ao seu lado e confesso que já estou sentindo falta,
já que hoje ela disse que dormirá em seu apartamento para se
arrumar com a amiga.
— Está, tive que ir conferir com meus próprios olhos, você sabe.
— A porta do apartamento se abre em Gabriel, e ele chega do
mesmo jeito que Don, pegando uma cerveja e se jogando
confortavelmente no sofá. — Não confio na equipe.
— Problemas na empresa? — Gabe pergunta com uma cara
destruída.
A vida do meu irmão mudou muito quando Melissa nasceu, além
do que é de se imaginar depois que um bebê nasce, meu irmão teve
uma surpresa enorme quando chegou em casa depois de um dia
cansativo na joalheria e encontrou um bilhete da ex-esposa, falando
que não tinha vocação para ser mãe e que não o amava tanto a
ponto de desistir de toda a vida que ela poderia ter em NY, então
estava seguindo seu sonho de sair do Canadá e tentar carreira de
atriz. Preciso confessar que minha vontade era de caçar essa mulher
até o inferno e obrigá-la a voltar para casa e pedir perdão de joelhos
pela dor causada ao meu irmão e por abandonar a própria filha.
— O de sempre, funcionários incompetentes. — Sorrio
estendendo a garrafa para um brinde de longe e ele faz o mesmo. —
Como está?
Seu suspiro veio como resposta antes mesmo de suas palavras.
Meu irmão amava aquela mulher, ele era feliz e achava que a fazia
feliz também, mas pelo jeito realmente é uma ótima atriz já que
conseguiu enganar toda a família com seu sorriso falso de felicidade
quando estava com ele.
— Já pediu o divórcio e a guarda completa de Melissa? — Don
nos lembra de sua presença. — Se não, eu posso te ajudar com
tudo.
Meu irmão o encara com um sorriso triste no rosto e então solta
outro suspiro, como se estivesse se lembrando de algum momento
em que não gostaria de recordar e isso me doeu. Eu e Gabe sempre
fomos próximos, na verdade somos mais amigos do que realmente
irmãos e vê-lo desse jeito me deixa na pior.
— Já, chegaram hoje de manhã os papéis assinados e uma
carta junto. — Ele pega um papel dobrado no bolso do terno e
estende em minha direção.

Oi Gabe.
Você provavelmente está me crucificando e fazendo minha
caveira para todos os nossos amigos em comum, além de estar com
raiva pela circunstância da minha despedida. Eu sinto muito ter
apenas deixado uma carta contando a você sobre minha decisão em
abdicar da minha vida ao seu lado para seguir meu sonho, espero
que um dia possa me perdoar por fazer esta escolha.
Assinei os papéis, tanto os do divórcio como os da guarda, tenho
certeza que Melissa está sendo bem cuidada e amada por você,
Jonathan e seus pais.
Espero que me perdoe.

Passo o bilhete para Don, que já estava me olhando curioso para


saber o que havia nele e então coloco meus olhos nos do meu irmão,
sabendo que aquela carta foi tudo, menos um alívio.
— Cara, você precisa sair. — Termino minha cerveja. — Superar
essa mulher, como ela deixa um bebê recém-nascido em um berço
sozinho, apenas com algumas mamadeiras de leite materno dentro
da geladeira? E agora vem com um bilhete de espero que me
perdoe? Deus, deveria responder com um VAI SE FODER em letras
garrafais.
Passo a mão no rosto irritado com tudo que está acontecendo
com Gabriel e ao mesmo tempo me sentindo impotente porque não
tenho como tirar a dor dele, não sei como se faz isso.
— Eu realmente não entendo, ela poderia correr atrás do sonho
de ser atriz, apoiaria aquela mulher em tudo que quisesse e foi ela
quem quis engravidar, estávamos casados há mais de um ano
quando parou de tomar o anticoncepcional sem nem mesmo me
avisar e quando engravidou e me contou o que fez, chorou como
uma criança para que eu perdoasse sua atitude egoísta, dizendo
milhões de vezes que era seu sonho ser mãe. — Desabafa. — Como
poderia ser um sonho se em pouco tempo depois vai embora? Porra,
ela me deixou sem nem ao menos olhar na minha cara para fazer
isso!
— Você deveria ter deixado ela sem dinheiro nenhum. — Don
fala despreocupado.
— Casamos com comunhão de bens, então ela tinha direito a
metade de tudo que conquistei enquanto estávamos casados, mas
vamos mudar de assunto. — Gabriel me olha. — Amanhã é a feira?
E assim a conversa vai para outro lado completamente diferente
do que estávamos antes, bebemos mais cervejas enquanto conto a
eles tudo que aconteceu desde quando assumi a direção da Bert B,
sobre os funcionários e também contei sobre Brooke, afinal
considero que estamos em um relacionamento, já que não saio com
mais ninguém e ela tem dormido em minha cama quase todas as
noites, talvez eu devesse fazer um pedido.

Olho em volta à procura de olhos verdes expressivos e atrevidos,


mas não consigo encontrar aquela loira, faz quase trinta minutos que
as pessoas começaram a chegar e ainda não vi seu belo traseiro
passando pelo salão lotado o que provavelmente deve ser para me
provocar, vindo dela eu não duvido que esteja atrasada apenas para
me irritar, já que sabe perfeitamente que detesto.
Deixo um sorriso desenhar em meus lábios ao lembrar de como
ficou assustada, me olhando com grandes olhos surpresos ao fazer a
diretora do financeiro da empresa quase se encolher na sala de
reunião por ter chegado atrasada, eu não faria uma cena se fosse
um atraso de no máximo cinco minutos, mas estávamos esperando
há mais de meia hora e em um dia onde eu estava com o estresse
nas alturas.
Assim que a mulher entrou na sala completamente silenciosa e
fria, porque com certeza minha raiva conseguiu fazer cair uns dez
graus da temperatura corporal das pessoas presentes ali, ela tentou
entrar de fininho, encolhida nas plantas que minha mãe faz questão
de ter em toda empresa, mas não iria deixá-la se safar da minha
reprimenda, não naquele dia.
Chamei seu nome assim que ela deu dois passos na sala,
achando que estava com a capa da invisibilidade do Harry Potter,
seu rosto de branco foi para um vermelho vivo quando perguntei se
ela não tinha capacidade de pegar um telefone para nos avisar do
seu atraso, disse algumas coisas sobre como tempo é dinheiro, mas
o que me divertiu não foi aquela situação de desconforto e sim
quando cheguei na porta da minha sala.
— Não precisava ter sido tão duro com ela, talvez tenha
acontecido algo para explicar o atraso, mas você nem mesmo quis
saber.
Brooke teve a coragem de falar, mas por mais assustador que
possa parecer, naquele momento eu não fiquei com raiva e sim
divertido, já tinha percebido que com ela meus gritos ou minha raiva
não faziam efeito, ela não tinha medo. Pelo contrário, aquela mulher
vivia para me intrigar ao me enfrentar para dar sua opinião.
— Quando você for a chefe de alguma empresa, toma as
decisões por ela senhorita Nielsen, enquanto isso deixa que eu sei o
que estou fazendo.
Respondi não para ser grosso ou mal educado, mas para apenas
provocá-la, na época ainda estava com um desejo reprimido de
vontade de ver seus olhos pegarem fogo junto com seu rosto
atingindo um tom de rosa pela raiva.
— Oi meu amor. — A voz da minha mãe me tira das lembranças
e me viro com um sorriso enorme ao vê-la tão linda. — Você está tão
bonito.
— Você também, mãe. — Dou um beijo em sua testa e logo
encaro meu pai que acabou de se esquivar de um dos parceiros da
empresa para poder acompanhar a senhora Gilbert no meio de todos
esses convidados.
— Oi Jon. — Meu pai me saúda com um sorriso gigante
enquanto coloca a mão nas costas da minha mãe. — Sua mãe nem
espera eu me despedir e já sai andando apressada.
Dou uma risada relativamente alta, porque minha mãe realmente
faz isso, ela não suporta ficar sendo paparicada por pessoas que só
tem intenção de se aproximar por causa do dinheiro que temos.
Passo os olhos mais uma vez em minha volta para tentar localizar
minha sexy secretária, mas assim como as outras centenas de vezes
que o fiz, eu não a vejo em nenhum lugar.
Onde você está, senhorita Nielsen?
— Ora querido, se eu ficasse lá você não iria se despedir. —
Responde em um tom de voz sarcástico e faz um ajuste
desnecessário em minha gravata. — Está procurando alguém, meu
amor?
Sorrio como quando eu era um menino e tentava me safar de
algo que aprontei, me lembrando que minha mãe sempre dizia que
eu tinha o sorriso que conseguiria acabar com uma guerra mundial e
sua risada em resposta, me diz que ela percebeu o que estou
tentando fazer: desviar o assunto.
— Seu irmão vai vir? — Meu pai nos chama atenção e dou de
ombros.
Se para mim a situação da ex-esposa do meu irmão é difícil de
engolir, imagina para os meus pais que apoiaram, defenderam e
amaram aquela mulher como se fosse filha deles? Lembro de
quando Gabe chegou em casa com a filha chorando alto nos braços,
o olhar dele era perdido e estava vermelho por provavelmente
também ter chorado e então quando contou tudo. Minha mãe ficou
uma fera, queria encontrar com Ester e mostrar a ela como é que ela
age quando machucam seus filhos, meu pai por outro lado queria
atingir onde mais dói em pessoas como minha ex cunhada, ele disse
que daria um jeito para ela sair desse casamento sem nada. E os
dias que se seguiram foram assim, caóticos, era minha mãe
oscilando entre a raiva e tristeza, meu pai em um constante estado
de ódio e meu irmão se afundando em trabalho e bebida.
— Não sei, ele disse que iria ver o humor de Mel para ficar com
uma babá hoje. — Minha mãe franze a testa fazendo sua careta
clássica de desgosto e revira os olhos exasperada.
Já até sei o que está se passando por sua mente, que Ester
deveria estar lá ajudando-o, mas que preferiu fugir das
responsabilidades que a própria criou e deixou Gabe com a
responsabilidade de cuidar sozinho do que ela planejou sozinha.
— Nem acredito que tratei aquela ingrata como uma filha, como
pode machucar meu filho e largar minha neta? — Ajeita o cabelo
antes de fazer um ajuste na gravata do meu pai e pelo olhar
carinhoso dele em sua direção, sei que já o ajeitou muitas vezes.
A senhora Emília Gilbert sempre fica à procura de manter as
mãos ocupadas quando está nervosa, geralmente acontece quando
algo a incomoda muito e digamos que a conversa sobre Gabe e
Ester fez ela relembrar das feridas ainda vivas em seu coração, além
de estarmos em um lugar onde ela particularmente não gosta.
Apesar de ser boa com os negócios assim como meu pai, minha
mãe detesta estar envolta por falsidade.
Pego uma taça de champagne quando um dos garçons nos serve
e volto a passar meus olhos em volta, ficando irritado com a falta de
Brooke.
— Senhor Gilbert?
Essa voz ... me viro encarando grandes olhos verdes e aquela
boca carnuda coberta com um batom vermelho que ficaria perfeito
manchando meu pau. Desço os olhos por seu corpo, me deliciando
por cada curva dele e aproveito para fixar, com um pouco mais de
insistência, em seu decote.
Caralho, ela está linda.
— Senhora Gilbert, senhor Gilbert. — Brooke cumprimenta
apertando as mãos dos meus pais e logo vejo minha mãe me dar
aquele olhar de quando ela sabe o que está acontecendo com seu
filho. — Desculpe a demora, estava resolvendo um problema. —
Explica receosa.
— Que problema? — Pergunto começando a me preocupar. —
Já resolveu?
Ela acena grudando seus olhos nos meus e tudo que eu mais
queria neste momento era puxar sua cintura e dizer para todo mundo
aqui que a mulher mais linda está comigo, mas antes que eu possa
realmente o fazer, sinto uma mão em meu ombro.
— Oi família. — Don dá um beijo na bochecha da minha mãe e
depois se vira cumprimentando meu pai com um aperto de mão
caloroso. — Estou atrasado?
Encaro a cara lavada do filho da mãe que chamo de amigo desde
que nasci e minha mãe se aproxima arrumando sua gravata, o que
também não precisava de ajuste, já que Don é perfeccionista com
essas coisas, mas mesmo sabendo disso ele sorri agradecendo.
— Não perdeu muita coisa. — Minha mãe responde exasperada
e logo é puxada por meu pai para um grupo de executivos.
— Não importa quanto tempo passe, dona Emília sempre será
essa figura. — Don ri e encara a mulher ao meu lado. — Olha só,
Brooke você está linda!
Ela abre um sorriso grande presenteando meu amigo e
agradecendo-o pelo elogio enquanto me olha feio, como se eu
tivesse feito algo errado, ou eu tenha algum aroma que obrigue a
ficar nervosa ao me encarar.
— Você também não está nada mal. — Fala para Don com uma
voz suave, se vira em minha direção e quando penso que vem
também um elogio, ela apenas sorri como se pedisse licença e vira,
caminhando sensualmente até sua amiga Sal.
O quê? Pareço uma maldita criança birrenta, mas como assim ela
apenas vira e sai andando?
A passos largos consigo aproximar o bastante para segurar seu
cotovelo e virá-la para mim.
— Fugindo, senhorita Nielsen? — Sussurro próximo ao seu
ouvido, adorando vê-la se arrepiar com a proximidade. — Eu
também não estou bonito?
Dou um passo para trás com os braços abertos para ela ver
melhor e abro um pequeno sorriso quando a vejo inspecionar
minuciosamente cada parte do meu corpo e então dá de ombros.
— Eu estou bonita? — Rebate desafiadoramente.
Encaro seus olhos com certa surpresa pela pergunta e então me
lembro que eu não disse em palavras o quanto ela está linda, apenas
deixei que meus olhos falassem por mim, mas pelo jeito a diaba loira
aqui não entendeu.
— Bonita? Não, você está maravilhosa! — Sem me importar
com os espectadores, puxo-a para mim dando um selinho demorado
em seus lábios para ter certeza de que ela não se importa de estar
sendo beijada na frente de todo mundo. — Gostosa seria a palavra
exata.
— Você é louco em me beijar na frente de todo mundo assim?
— Olha para os lados assustada.
Encaixo meu rosto em seu pescoço para sussurrar e sinto mais
uma vez sua pele estremecer com o contato dos meus lábios.
— Você não reclamou quando te comi na rua da Bert B,
senhorita Nielsen. — Passo o nariz em seu pescoço até chegar com
a boca bem perto do seu ouvido e sussurro. — Talvez eu devesse te
fazer gritar aqui, como gritou na rua? Você se lembra do que me
disse?
Afasto meu rosto o suficiente para encará-la e forço uma
expressão pensativa enquanto ela sorri me dando um tapa ao
mesmo tempo, como se estivesse em dúvida se gostou ou não da
minha demonstração de afeto.
— Não achei que queria que nos vissem juntos e eu não gritei.
— Suas mãos alisam meus braços por cima do terno enquanto me
perco naquelas esmeraldas lindas que são seus olhos. — Você está
me olhando daquele jeito.
Ergo a sobrancelha com uma risada.
— Que jeito?
— Aquele de quem está em frente a um banquete e passou meses
sem se alimentar. — Sussurra.
— Ah sim, com certeza eu tenho esse olhar porque estou com
fome e meu banquete está bem aqui, uma loira estonteante com a
boca vermelha que irá ser fodida por meu pau mais tarde. —
Respondo beijando seu pescoço e um gemido baixo escapa de seus
lábios.
Capítulo 12
Brooke F. Nielsen

Se há alguns meses atrás alguém me dissesse que eu estaria em


um salão de festas luxuoso com pessoas tão ricas que
possivelmente limpam a bunda com papel de ouro, andando de um
lado para o outro com meu chefe, um dos homens mais lindos que
eu já vi em toda minha vida, com a mão em minhas costas me
guiando como se todos aqui não estivessem surpresos ao deduzirem
que existe algo entre mim e Jonathan, eu com toda certeza iria
gargalhar da cara das pessoas.
Confesso que me assustei quando ele simplesmente me beijou
quase no meio do salão e desde então para alguns funcionários
presentes na feira, eu e ele nos tornamos o centro das atenções e
não o carro que está em exposição neste momento.
— O chefão te deixou sentar com os menos desprovidos de
dinheiro? — Sal provoca quando me sento ao seu lado na mesa.
— Ele não sabe onde estou. — Sorrio triunfante por ter fugido de
sua supervisão sem que ele percebesse.
Na verdade, ele foi chamado por um dos sócios da empresa e
antes que pudesse segurar minha mão e me puxar com ele para
mais algumas horas de conversas e dor em meus pés por causa dos
saltos ridiculamente altos, fui chamada para resolver um problema na
cozinha, nada que uma ligação para o fornecedor que já havia sido
avisado sobre um possível pedido de última hora, não resolvesse.
— A gente não pode sair daqui? Tipo ir embora de fininho. —
Minha amiga faz uma cara de dor e para ilustrar coloca uma das
mãos no calcanhar. — Meus pés estão espremidos nestes sapatos,
eu sabia que deveríamos amaciá-lo primeiro antes de usar.
Sorri divertida, porque eu também sabia que seria melhor ter feito
isso, mas não tínhamos tempo e nem vontade de ficar andando pela
casa com saltos altos somente para amaciá-los, mas vejo que foi um
tremendo erro não fazer.
Posso sentir uma bolha sendo criada agora mesmo.
— Quem dera, do jeito que o senhor Gilbert é? — Solto o ar de
forma teatral. — Ele sentirá o nosso cheiro passando pela porta, vai
nos buscar e para castigar por ter tentado sair de fininho, eu e você
ficaremos em cima destes saltos até a morte.
Sal ri alto, chamando atenção das pessoas sentadas ao nosso
redor e depois de perceber que olhos estão nela, apenas dá de
ombros sem um pingo de vergonha. Ela sempre ri de coisas que não
tem graça, mas sua mente é fértil, então já sei que provavelmente
está imaginando algo a mais do que nós duas morrendo por causa
dos saltos altos.
— Não queria entrar neste assunto agora, mas seu ex-noivo
está andando em nossa direção. — Sal avisa sem mexer a boca e
pega sua taça de champagne, tomando quase tudo de uma vez.
Que merda, desde o momento que o vi entrar no salão sabia que
as horas aqui dentro não seriam fáceis e realmente não foram, tive
que ficar quase brincando de pega-pega com ele. Quando Billy
ameaçava chegar perto de mim, eu dava um jeito de me afastar,
puxando qualquer pessoa que via na minha frente para uma
conversa e dava um jeito de sair de perto, mas agora não consigo
ver ninguém que possa me salvar de ter que enfrentá-lo com calma,
porque Deus sabe que quando ele se aproxima tudo que eu quero é
jogar alguma coisa na cabeça dele e não posso usar Sallen, porque
ela está mais tensa e brava do que eu.
— Estava me perguntando se você iria arrumar uma rota de fuga
novamente. — Sua voz tem um tom de sarcasmo e ele coloca a mão
em meu ombro.
Eu sempre detestei esse tipo de contato da parte dele, é como se
quisesse me obrigar a fazer o que ele quer, como se fosse uma porra
de demonstração de superioridade e poder sobre mim, mas se acha
que pode ficar me tocando sem minha permissão e eu não farei um
pequeno show para colocá-lo em seu lugar só porque estamos em
público, esse filho da puta está muito, mas muito enganado mesmo.
Afasto sua mão com brusquidão e me levanto sendo
acompanhada por Sallen, que fecha suas mãos, transformando-as
em punhos e me viro para encarar o rosto do homem que um dia
pensei amar, aponto um dedo em sua cara sem ao menos me
preocupar com os espectadores da mesa.
— Não encosta em mim, não preciso de rota de fuga porque não
quero conversar com você e não vou. — Seguro o punho de Sal para
levá-la para longe desse ser tóxico. — Não se aproxime, da próxima
vez que chegar perto eu não me importarei de ser considerada louca,
irei colocar você no seu lugar com meu salto enfiado onde o sol não
toca. — Falo entre dentes e me viro puxando minha amiga pela mão,
que parece fazer força para ficar, encarando-o como um cão raivoso.
— Eu detesto esse homem. — Ela diz enfim deixando suas
pernas fazerem o trabalho de me seguir ao invés de ter que arrastá-
la pelo salão. — Toda vez que escutava sobre ele já tinha vontade de
apresentá-los ao João e à Maria. — Ela me mostra suas duas mãos
em punhos. — Agora vendo-o então? Eu daria tudo pra chutar sua
bunda.
Eu ri, deixando que ela me distraísse com seu humor e sua
vontade de dar uma surra em Billy, o que não posso deixar de firmar
que é completamente mútua, quase um sonho de princesa poder
acabar com aquele sorriso sarcástico.
— Vamos mudar de assunto, você vai viajar com o chefe? — Sal
me pergunta com um sorriso malicioso em seus lábios.
Reviro os olhos, mas não consigo evitar de sorrir, Jonathan veio
me dizer que irei com ele conhecer o tal resort que quer entrar como
sócio, segundo suas palavras “Nós vamos viajar na sexta-feira
depois do expediente, você está sendo convocada a ir então não tem
direito de recusa, loira.”
— Sim, de acordo com ele, eu não tenho escolha a não ser ir. —
Andamos em direção ao outro lado do salão para ficarmos o mais
longe possível de Billy. — Vamos para Maldivas, ficaremos
hospedados no resort para analisar se vale a pena investir, mas pelo
que vi em fotos é simplesmente maravilhoso.
— Ah, saindo de um lugar gelado para um quente. — Questiona
com uma sobrancelha erguida e depois sorri. — Ok, eu posso
entender já que passamos frio aqui quase todos os dias do ano.
Eu ri novamente me sentindo mais leve do que minutos atrás,
talvez seja culpa das taças de champagne que tomei para me
tranquilizar assim que coloquei meus pés no salão de festas e
descobri que a entrega dos canapés não havia chegado ainda, além
dos outros que precisei beber por causa da apresentação do carro.
— Achei você! — A voz que desperta o meu ser mais devasso
chega em meus ouvidos e viro junto com Sal, para encarar um
Jonathan com feições preocupadas.
— Não é como se tivéssemos atravessado o mundo, senhor
Gilbert. — Provoco. — Só atravessamos o lugar.
Ele ergue a sobrancelha, a diversão tomando suas feições
preocupadas, mas logo ela volta e eu me pergunto o que está
acontecendo para deixá-lo assim, será que deu alguma coisa
errada?
— Aconteceu algo? — Sal sai na minha frente e pergunta, mas
Jonathan mantém os olhos em mim, parecendo desconfortável.
— Acho que sua irmã está aí. — Diz com os olhos de águia em
mim.
Ele meio que fica em minha frente como se eu fosse pular e
chegar até Elle como um felino, matando-a com uma mordida no
pescoço, mas se achou que eu teria esta reação está muito
enganado, pelo contrário, sua revelação me deixou em choque.
É como se minhas pernas estivessem dormentes.
— Hã, como você sabe que é ela? — Pergunto olhando-o, ainda
tentando assimilar o que ele falou.
— Ela se apresentou como Elle Nielsen e está acompanhada de
Billy.
Passo mentalmente os rostos que vi em todo o salão e confesso
não me lembrar de ver minha irmã no meio deles, tudo bem que
evitava olhar na direção que Billy estava, mas se Elle estivesse
presente desde o começo ali eu teria percebido, não?
— Não tinha visto que ela estava aqui. — Sal veio ao meu
socorro novamente.
Será que ela estava aqui desde o começo? Olhando de algum
lugar como um urubu em cima da carniça, só esperando para
atacar? Ah meu Deus, se ela viu Jonathan me beijando com certeza
vai tentar seduzi-lo. Encaro o homem em minha frente, que mantém
seus olhos escuros em mim, pronto para me ajudar ou me segurar.
— Ela vai tentar alguma coisa com você, meu Deus, ela vai
tentar te roubar de mim, Jonathan. — Falo tão rápido que denuncia
minha aflição, mas Jon passa seus braços em minha cintura,
abraçando-me forte.
— Ninguém é capaz disso. — Sussurra alisando meu cabelo.
— Você não conhece Elle, ela consegue tudo o que eu tenho,
sempre conseguiu. — Afasto para encarar seus olhos. — Não deixa
ela se aproximar, por favor.
Seus polegares passam em minhas bochechas, limpando
lágrimas que não percebi ter deixado cair até este momento e então
ouço Sal dizer baixinho que vai dar uma volta no salão para ter
certeza se é mesmo minha irmã.
Ótima desculpa para não ficar de vela e nos dar privacidade, dou
um olhar agradecido em sua direção e ela se vai, deixando eu e
Jonathan sozinhos em um canto mais afastado do enorme salão e
neste momento eu realmente queria que estivéssemos sozinhos, em
sua casa de preferência, sem correr perigo de perdê-lo.
— Se acalma, linda. — Seus lábios encostam nos meus
rapidamente. — Ninguém vai conseguir me tirar de você.
— Jonathan, por favor não me faça sofrer. — Sussurro em
súplica e ele acena com os olhos brilhando em minha direção.
Eu já vi vários sentimentos se formarem ali, desafio, raiva,
felicidade, diversão, mas nunca havia presenciado este brilho em
seus olhos, é diferente de todos os outros e eu gostei tanto, que
estou hipnotizada.
— Escuta. — Suas duas mãos seguram meu rosto, me
obrigando a olhar para ele. — Ninguém vai me tirar de você, não sou
um brinquedo e muito menos parecido com seu ex-noivo filho da
puta. — Seu nariz se encosta no meu e fecho meus olhos. — Confie
em mim. — Seus lábios tomam os meus de forma possessiva, como
se ele estivesse tentando me mostrar ao invés de dizer que é meu e
eu sou dele.
Desligo meu cérebro, que grita me pedindo para levar Jonathan
para longe e guardá-lo até minha irmã resolver voltar para NY e
aproveito os lábios deliciosos do homem que está me segurando
como se quisesse fundir seu corpo no meu, me proteger de qualquer
coisa. Quando seus lábios afastam, eu os fito sorrindo ao ver seu
rosto borrado com meu batom vermelho e afundo na curva de seu
pescoço, não me importando nem um pouco em parecer uma
palhaça com o batom todo borrado.
Ficamos assim alguns minutos, ele me embalando enquanto seu
cheiro me deixa mais calma e confiante, mas a voz de Elle chega em
meus ouvidos, o que não é uma surpresa já que eu imaginava que
ela viria conversar comigo desde o momento que Jon avisou que
minha irmã se apresentou para ele.
— Oi mana, até que enfim te encontrei. — Suspira como se
estivesse cansada de procurar e a mesma raiva que senti quando a
expulsei do apartamento pelada, me toma, fazendo meu corpo
esquentar e estremecer com a raiva contida. — Precisamos
conversar.
— Não, não precisamos. — Solto Jonathan ficando em sua
frente como se pudesse protegê-lo dela. — Saia da minha vida, se
na primeira vez minhas ações não falaram claramente, agora estou
dizendo em palavras, SAIA DA MINHA VIDA!
Os olhos tão verdes quanto os meus se arregalam em uma falsa
surpresa e ressentimento, como se ela fosse inocente e não
soubesse porque estou sendo grossa e gritando.
Deus que me ajude a não fazer ela sair dessa festa pelos
cabelos.
— Nossa Brooke, já pedi perdão, eu e Billy procuramos você por
toda parte. — Ela desvia o olhar para Jon em minhas costas e isso
só alimenta ainda mais a minha raiva, mas sinto os braços protetores
e fortes em minha cintura, me segurando firme em seu peito.
Com certeza ele consegue ler mentes, porque realmente estou
prestes a segurá-la pelo pescoço e dar vida à várias imagens que
surgem em minha mente, como minhas mãos apertando seu
pescoço ou ela sendo arrastada pelos cabelos até a porta ou apenas
um soco bem dado nessa cara de pau. É como se eu estivesse
assistindo meu filme favorito e eu precisasse de uma pipoca para
acompanhar.
— Bom, não estão perdoados e não quero mais vê-la. — Rosno.
— Agora vá se foder em outro lugar antes que eu me solte e te tire
daqui arrastada pelos cabelos.
Acho que a minha preferência já foi dada, Elle odiaria pagar esse
mico de ser arrastada por todo esse lugar cheio de pessoas
importantes, conheço muito bem a cobra criada que ela é.
Seus olhos arregalam ainda mais e vejo entendimento passar por
sua feição, Elle sabe muito bem que cumpro minhas promessas e a
faria passar a vergonha do século se não se afastasse. Vejo suas
duas mãos se erguerem em rendição e continuo encarando-a
impassível enquanto seus pés a levam passo a passo para longe,
até ela enfim girar os calcanhares e sair andando como se fosse uma
maldita rainha.
— Eu quero muito fazê-la beijar o chão. — Rosno encarando as
costas dela.
— Linda, eu até gosto das suas unhadas quando estou dentro
de você, mas vai abrir um buraco desse jeito. — Sussurra divertido
perto do meu ouvido e olho para baixo vendo minhas unhas fincadas
com força em seu braço.
Solto-o rapidamente, vendo as marcas ficando ali e me viro para
encará-lo.
— Desculpa. — Sorrio sem vontade para ele que me abraça
depois de limpar minha boca, provavelmente o batom nela.
Talvez eu devesse fazer o mesmo com ele, mas seu corpo está
tão quente, me dando uma sensação de proteção tão grande que
tudo que eu quero é ficar aqui afugentada em seus braços para
sempre, mas infelizmente há uma vozinha em minha mente dizendo
que uma hora vou ter que enfrentar minha irmã, ela e Billy não
desistiram.
Também preciso fazer uma ligação aos meus pais para contar a
eles sobre Elle, sobre o que aconteceu no apartamento e o real
motivo de eu nunca mais ter colocado os pés em NY, claro que eles
sabem que Billy comeu metade da cidade, mas na época não
consegui contar aos meus pais a espécie de cobra criada que eles
ainda sustentam e agora me sinto no dever de abrir seus olhos para
o que minha irmã faz.
— Está com frio? — Pergunta ainda me abraçando forte ao me
sentir estremecer. — Posso te esquentar de uma maneira nada
convencional, envolve pau, mas nada de colocá-lo no fogo.
Eu ri, apoiando meu queixo em seu peito e observando sua
expressão brincalhona tomar conta do rosto inteiro.
Estou me apaixonando por você, ou melhor, estou apaixonada
por você.
Capítulo 13
Jonathan B. Gilbert

— Vejo você mais tarde, senhor Gilbert. — O senhor Doublin diz


com um sorriso no rosto enrugado, os olhos repuxados pela idade
com um brilho dentro deles que permaneceu ali durante toda a
conversa que tivemos sobre o resort.
O homem realmente ama e tem orgulho do que criou aqui e não
dá para julgá-lo por isso, já que o resort é simplesmente magnífico e
aconchegante, mas mesmo amando e admirando tudo que criou, o
amigo de longa data do meu pai precisa descansar, dividir um pouco
as responsabilidades e como perdeu toda sua família em um
acidente muitos anos atrás, não tem herdeiros para assumir seu
lugar, então decidi investir e comprar metade de tudo que vale o
resort hoje.
Uma fortuna, devo dizer, mas que o lucro do local me dará de
volta em pouco mais de dois anos.
Saio do seu escritório sentindo a mudança repentina de um
ambiente frio pelo ar condicionado e o calor dos infernos fora dele,
mas mesmo assim meus lábios não conseguem fazer outra coisa a
não ser sorrir olhando a paisagem magnífica que se desdobra diante
do meu olhar.
Foi uma viagem exaustiva até aqui, gastamos mais de dezesseis
horas dentro de um avião, tudo bem que não posso reclamar muito
pois estava muito bem acompanhado desfrutando da viagem de
primeira classe, mas nem por isso deixou de ser cansativo.
E para completar, depois de chegarmos no Aeroporto
internacional de Malé ainda tivemos que ir imediatamente pegar um
hidroavião para chegarmos até o resort do senhor Doublin, mas
assim que vi aqueles bangalôs sobre as águas, um sol quente
aquecendo minha pele já tão acostumada com o frio do Canadá,
fiquei com as energias quase renovadas, pelo menos foi o que eu
pensei até deitar na enorme e confortável cama que pareciam
nuvens me abraçando.
Eu e Brooke apagamos sem nem ao menos perceber e só
acordei hoje pela manhã como se um trator tivesse passado em cima
de mim e mesmo assim me obriguei a levantar e andar até o final da
enorme ponte de madeira que ligava os bangalôs aos restaurantes e
academias do resort. Treinei pesado até quase perder toda a água
do meu corpo e durante a longa corrida na esteira fiquei pensando
que teria sido ótimo se tivesse conseguido acordar a loira e ficar
olhando-a com uma calça apertada enquanto agachava na minha
frente, seria um incentivo muito bom correr com aquela visão.
Eu até tentei acordá-la, mas estava dormindo tão profundamente
que tudo que fazia era balbuciar coisas incoerentes então deixei um
bilhete dizendo onde estava, o que foi inútil porque quando voltei ela
estava da mesma maneira, apagada.
Pedi café no quarto e assim que chegou, obriguei Brooke a se
levantar, estava linda com os cabelos desgrenhados, os olhos ainda
sem conseguir abrir completamente e as marcas do travesseiro em
sua bochecha. A fiz comer alguma coisa e aproveitamos a manhã e
um pouco da tarde no mar. Quando deu a hora da reunião decidi vir
sozinho, deixá-la aproveitar mais um pouco a piscina do quarto e
agora estou quase correndo para voltar para nossa bolha particular,
aproveitá-la enquanto estamos longe de tudo e de todos.
— Brooke? — Entro em nosso bangalô e logo a vejo com um
copo de suco na mão, dentro da piscina enquanto olha para o céu
que começa a ficar uma mistura de cores pelo pôr do sol.
— Oi, lindo. — Se vira com um sorriso contagiante e tanto as
bochechas quanto o nariz vermelho de sol a deixam espetacular. —
Vem, dizem que o pôr do sol aqui é lindo, por enquanto não me
decepcionou.
Não esperei chamar duas vezes, arranquei o terno sufocante
neste calor e seus olhos sorriram antes do som da gargalhada dela
chegar aos meus ouvidos.
— Você foi para a reunião importantíssima de sunga por baixo
do terno? — Questiona erguendo uma sobrancelha e ri novamente.
Olho para baixo vendo minha sunga preta e dou de ombros, eu
queria estar pronto para assim que chegar aproveitar o máximo, até
porque temos poucos dias aqui.
— Não posso perder tempo, se eu não tivesse de sunga entraria
aí com você pelado. — Sorrio ao me aproximar e beijar seus lábios
com um gosto de suco de laranja. — Hm, gostinho de paraíso essa
sua boca tem.
Abraço-a pela cintura enquanto seu rosto se aconchega em meu
peito e merda, é errado eu querer amarrá-la aqui neste bangalô e
nunca mais deixar sair? Provavelmente sim, mas eu queria viver a
minha vida assim, com ela em meus braços, seu corpo quente
colado ao meu enquanto apreciamos uma bela paisagem como esse
pôr do sol maravilhoso, deixando um céu em vários tons de laranja,
roxo e rosa.
— Nossa, isso é lindo. — Sussurra maravilhada ao se virar,
encostando as costas em meu peito. — Sabe, se a câmera do celular
pegasse essa beleza eu tiraria uma foto.
Sorri, porque uma foto nunca conseguiria passar o quão lindo é
tudo isso aqui, mas não poderia deixá-la sem sua foto. Solto seu
corpo dando alguns passos para atrás e pego meu celular perto da
borda da piscina, miro-o em sua direção focando a foto e seu sorriso
aparece enquanto ela faz uma pose.
Tiro uma, duas, três ... várias imagens dela enchem a galeria do
meu celular.
— Vem, quero uma com você. — Puxa meu braço agarrando o
celular em seguida, abaixo um pouco para não ficar sem cabeça na
selfie e sorrio.
Brooke se vira encostando a boca na minha para tirar outra, mas
acabo sorrindo ao invés de fazer o bico clássico de fotos assim, o
que de algum jeito deixou a imagem ainda mais bonita, como se não
esperássemos por ela. Tiro o celular de sua mão puxando seu corpo
para mim enquanto coloco o aparelho no chão perto da piscina
novamente.
— Acho que vou te fazer derreter em minhas mãos olhando este
pôr do sol, o que me diz? — Sussurro mordiscando sua orelha no
processo, fazendo minha linda loira se arrepiar.
— Por favor. — Geme quando deslizo meus dedos até chegar
na pequena calcinha do biquini. — Jon...
Sorrio contra seu ombro ao ver seu corpo reagir sobre o contato
dos meus dedos com seu clitóris, levo nós dois para perto dos
degraus e saio da piscina sempre com meus dedos circulando,
deixando-a cada vez mais mole, mais entregue ao prazer do
momento.
— Olhe para o pôr do sol loira, assim que ele se for eu vou te
foder com força. — Sussurro apertando suas costas em meu peito
enquanto aumento um pouco a pressão em seu pontinho pedinte.
Sua excitação já fazendo um belo trabalho de lubrificá-la, deixando
sua boceta preparada para mim. Giro os dedos mais algumas vezes
antes de tirar e erguê-los, colocando em sua boca.
Meu pau já completamente em alerta pulsou contra o tecido da
sunga, pedindo pelo amor de Deus, que ele fosse liberado enquanto
Brooke chupa meus dedos ensopados com seu sabor, viro seu rosto
de lado encontrando sua boca, beijando-a languidamente para beber
o gosto divino que ela tem.
— Tsc tsc tsc. — Seguro seu quadril para impedi-la de se virar.
— O pôr do sol ainda não acabou, linda. — Sorrio ao ouvir seu
suspiro e volto os dedos para seu paraíso, circulando-o novamente.
— E você ainda não gozou.
Suas unhas fincam em meu antebraço que está segurando seu
corpo ao meu e sua cabeça encosta em meu ombro, o corpo corado
e completamente entregue a mim começa a estremecer à medida
que faço círculos mais curtos e rápidos, os gemidos começam a ficar
mais altos.
Caralho, sou capaz de gozar junto com ela.
— Jon, porra, eu vou gozar. — Geme movimentando o quadril
involuntariamente.
Isso, se perde para mim linda, beijo seu pescoço antes de subir
até sua orelha e então percebo seus lindos olhos verdes fechados,
sorrio e sussurro.
— Abre os olhos Brooke, é para gozar olhando o pôr do sol. —
Sorrio ao vê-la rosnar algo sobre não conseguir controlar seu corpo
mais e assim ela cede ao prazer, o corpo inteiro tremendo. A boceta
se contraindo algumas vezes enquanto se lubrifica ainda mais para
facilitar a minha entrada. — Você é deliciosa.
A levando com meus braços em volta da sua cintura e ando
alguns passos até jogá-la em cima da cama, ficando entre suas
pernas quase imediatamente, sem dar tempo de ela assimilar e
então seu sorriso preguiçoso aparece para me presentear com uma
das mais lindas visões de Brooke ainda grogue depois de gozar.
— O céu já está praticamente escuro, linda. — Sorrio como se
estivesse prestes a devorar o mais apetitoso pedaço de carne. — O
que eu disse que faria?
Beijo seu pescoço, na verdade eu devoro aquela pele sensível de
seu corpo, deixando-o ainda mais vermelho do que já estava por
causa do orgasmo. Tiro a parte de cima do seu biquini rapidamente e
me dedico aqueles dois seios deliciosos, com os bicos rosados
apontados para minha boca.
— Jon, meu Deus, isso é tão bom ... — Suas pernas se
prendem em minha cintura, deixando meu pau encostado em sua
boceta que mesmo sob panos, consigo sentir seu calor.
— Você não respondeu, Brooke. — Afasto o rosto depois de
chupar seu seio com força e encaro seus olhos nublados de desejo.
— O que eu disse que iria fazer quando o sol desaparecesse?
Esfrego minha ereção nela, esperando sua resposta.
— Me foder, com força. — Sussurra mordendo o lábio inferior e
eu a ataco.
Afasto rapidamente, não querendo perder mais tempo e tiro em
tempo recorde minha sunga e a parte do biquíni que me atrapalha
em ver sua carne lubrificada. Volto a ficar entre suas pernas,
esfregando-me nela sem nenhum pano para nos atrapalhar dessa
vez, sentindo meu pau deslizando facilmente em seu centro.
Que delícia. Acho que eu a amo.
Beijo sua boca carnuda sem me espantar com o pensamento
repentino que dançou em minha mente e encaixo meu pau pulsante
em sua entrada, colocando-o para dentro devagar, até estar
completamente acomodado e apertado em seu calor.
Bom pra caralho.
Mexo meu quadril provocando suspiros tantos meus quanto da
deliciosa mulher embaixo do meu corpo. Apoio os cotovelos ao lado
de sua cabeça e aprofundo nosso beijo, deixando minha língua
duelar com a sua para em seguida explorar o território.
Seus calcanhares se cruzam em minhas costas e a partir deste
momento eu não sei mais o que significa a palavra controle, minhas
estocadas começaram a ficar tão rápidas e fortes que precisei
separar nossas bocas para tanto eu, quanto ela conseguirmos
respirar, seus gemidos ficaram ainda mais altos enquanto as unhas
arranhavam minhas costas ou fincavam em minha bunda.
Porra, eu amo essa mulher! Sim caralho, eu a amo!
Fixo meus olhos naquele verde, que neste momento está mais
escuro que o normal por causa da excitação e me perco ali,
admirando a beleza de Brooke enquanto ela aguenta minhas
estocadas fortes, o corpo preso debaixo do meu e as unhas fazendo
um excelente trabalho em me deixar ainda mais animalesco.
— Porra, você é gostosa demais. — Sussurro ofegante em seu
ouvido e sinto seus dentes fincarem em meu ombro. — Brooke,
goza. Eu não vou aguentar muito mais tempo.
As mãos que antes estavam me arranhando se espalmam em
minha bunda e sobem para minhas costas, apertando seu corpo
ainda mais ao meu, fazendo com que à medida que me enterro,
consigo friccionar um pouco seu clitóris.
— Por favor ... quase. — Afasto um pouco apenas para beijá-la
e continuo movimentando, tentando controlar o orgasmo que está
descendo violento, porém sinto-a contrair em volta do meu pau no
mesmo momento que não aguento mais segurar.
É a primeira vez que gozo quase no mesmo instante que uma
mulher e eu devia ter feito isso antes, é simplesmente delicioso sentir
nosso pulsar junto.
Deixo o peso do meu corpo cair em cima dela que solta um
resmungo estrangulado, mas abraça minha cintura me fazendo
permanecer ali. Apoio um pouco o peso novamente nos cotovelos e
capturo seus lábios com os meus, beijando pausadamente para
recuperarmos o fôlego.
— Não usamos camisinha, linda. — Sussurro exausto. — Estou
limpo, você toma anticoncepcional?
— Também estou limpa e sim, eu tomo! — Beija meu queixo
antes de sorrir e o barulho da sua barriga roncando de fome me tira
do transe de ficar perdido em seu olhar. — Acho que estou com
fome. — Diz envergonhada e dou risada, saindo de cima dela e
puxando-a para um banho relaxante antes de irmos ao restaurante.
Duas horas depois e mais dois orgasmos na conta do dia, nós
entramos no restaurante debaixo d’água, os enormes vidros ovais
dando uma visão magnífica da cor azul-turquesa do mar, vários
peixes nadando por cima, dando um verdadeiro show sob nossas
cabeças. Com uma mão na base das costas de Brooke, eu a guio
para chegarmos à nossa mesa, mas seus olhos estão tão
encantados com a linda paisagem que tudo que seu cérebro
consegue fazer é mandá-la parar de andar e apenas admirar.
— Nossa, é tão lindo! — Sussurra maravilhada, enquanto
aproximamos da mesa reservada a nós dois.
Puxo a cadeira, ajudando a se sentar e seus olhos permanecem
vidrados nos peixes passando curiosos pelos vidros, sento na
cadeira do outro lado da pequena mesa de madeira e observo seu
fascínio.
— Olha aqui. — Chamo sua atenção apontando para o meu
lado, onde uma arraia nos agracia nadando próximo ao vidro.
— Ai meu Deus, tira uma foto Jonathan! — Empurra o celular
em minha mão apressadamente e me levanto com um sorriso idiota
em meu rosto, esperando-a fazer uma pose para eternizar esse
momento.

— Oi meu amor. — A voz da minha mãe soa pelo telefone


enquanto entro na Bert B. — Você está bem?
Franzo minha testa estranhando sua ligação apenas para
perguntar isso, afinal fui jantar com ela, meu pai, Gabe e Mel ontem
de noite para contar que estou em um relacionamento e em breve
apresentarei Brooke oficialmente para eles.
— Estou bem, mãe. — Entro no elevador. — Por quê?
Aperto o botão do último andar e aguardo o elevador fazer sua
lenta subida, como se estivesse conectado com minha vontade de vir
trabalhar depois de passar alguns dias no paraíso regado a Brooke.
Sorrio.
— Nada não, meu amor, só estou aflita. — Diz nervosa. — Não
sei, meu coração está apertado, acabei de falar com seu irmão e ele
me disse que estava bem, deve ser só cansaço mesmo.
— Então vai descansar, senhora Gilbert. — Falo em tom
divertido e quase chegando em frente à sala de Brooke começo a me
despedir. — Mãe, preciso desligar vou conversar com Brooke para
marcarmos de jantar aí.
— Tudo bem, eu te amo.
— Também te amo.
Desligo guardando o celular no bolso e travo com a mão na
maçaneta antes de abri-la.
— Abaixa isso, Billy. — A voz da minha linda loira está
suplicante. — Vamos conversar.
Mas que merda está acontecendo?
— Passa dias transando como uma puta com o chefe e agora
quer conversar? — A voz do Nixon chega aos meus ouvidos. —
Queria subir na empresa, vagabunda?
Ouço um baque alto e entro de supetão, vendo o rosto da mulher
que amo vermelho, coberto de lágrimas e assim que seus olhos me
encaram, terror passa por eles, se eu pudesse ler mentes neste
momento estaria surdo com seus gritos implorando para que eu
saísse dessa sala, mas não vou deixá-la nas mãos de um homem
completamente descontrolado e armado.
Por isso avanço em sua direção.
Vou proteger você pra sempre, linda.
Queria dizer a ela, mas apenas mantive o contato visual,
deixando-a saber que não sairia dali sem ela, enquanto continuei
com meus passos até o homem enlouquecido perceber a minha
presença próximo à Brooke.
— Olha só quem chegou para se juntar à festa, Brooke. — Diz
apontando a arma para ela, que me encara com dor. — Bom, se ela
não quer ficar comigo, não ficará com mais ninguém, não é Ursinha?!
Desespero, raiva, medo, dor, angústia, tudo isso se mistura em
meu corpo e só tenho tempo de largar tudo no chão, dar poucos
passos rápidos e pular. O barulho do tiro me deixa meio perdido
enquanto a voz da minha Brooke soa alto a princípio, mas vai ficando
cada vez mais distante, gritando, chorando e a escuridão me toma
ao ouvir sua voz chorosa.
— Por favor, meu amor, fica comigo. — Fungada. — Porra, eu te
amo Jonathan!
Capítulo 14
Brooke F. Nielsen

Angústia é tudo que meu corpo consegue sentir, embora o medo


de perder o homem que se infiltrou em minhas entranhas e
conquistou meu coração, seja enorme. Eu estou completamente
paralisada, aterrorizada somente com a ideia de não ouvir sua voz
grossa me irritando no primeiro horário do dia, em não sentir seus
braços em minha volta, seus beijos, seu calor.
Caralho, não posso perdê-lo.
Levanto-me em um rompante quando vejo jalecos brancos
andarem pelo enorme e gelado corredor sem vida do hospital,
porque é só isso que consegui ver desde que cheguei aqui, jalecos
brancos. Solto o ar com força enquanto observo o homem alto de
meia idade caminhar com segurança, mas antes que ele passe por
mim e vá falar diretamente com o pai ou a mãe de Jon, eu
simplesmente pulo em sua frente, impedindo-o de dar qualquer
passo para frente, observo seu rosto perder a cor pelo susto em um
milésimo de segundo antes de se recompor e me olhar com a testa
franzida, como se falasse: “Que susto, porra.”
Eu poderia rir do seu susto se eu não tivesse tão preocupada e
irritada pela falta de informação, há horas que eles levaram Jon para
a cirurgia de retirada da bala que disseram ter acertado seu ombro
direito e nada de aparecerem para avisar que estava tudo bem e
então fiquei horas aqui sentada, rezando para todos os santos que
podia lembrar.
— Como Jonathan está, doutor? — Encaro-o com expectativa.
Seus olhos claros se abaixam um pouco, como se estivesse
pegando forças de algum lugar dentro de si para dar a notícia e
então ele me encara com a expressão de “sinto muito” balançando a
cabeça em negativa.
Ok, esse gesto significa não. Não o que caralho?
— Eu sinto muito, o senhor Gilbert não resistiu à cirurgia. — As
palavras saem de sua boca como navalhas me cortando.
Sabe a sensação da alma saindo do corpo? Pois é, eu também
não, mas tenho certeza de que é como me sinto agora, como se
estivesse vendo a minha vida toda se ruir como uma mera
expectadora.
Sinto duas mãos em meus ombros, segurando meu corpo quando
minhas pernas vacilam, meus joelhos fazendo um caminho veloz
pelo ar até se chocar com o chão em um baque surdo para os meus
ouvidos, talvez o grito que saiu dos meus lábios me fez anular outros
sons.
— Não, meu Jon não morreu! — Apoio as mãos no chão sem ter
forças para sustentar meu corpo. — Volte para aquela sala e faça o
seu trabalho, Jonathan não morreu! — Ordeno levantando
meus olhos para encarar o médico mentiroso e para o meu pânico,
ele mantém sua expressão de sinto muito grudada em seu rosto.
Não, não, não, não ...
Pulo ao sentir uma mão me chacoalhar levemente e encaro os
olhos negros da senhora Gilbert, fico congelada por um momento
sem saber se foi sonho ou realidade, analiso seu rosto um pouco
inchado de chorar, mas as lágrimas estão secas. Se Jon tivesse
morto, ela estaria chorando ainda, não estaria?
— Querida, você estava tendo um pesadelo. — Alisa meu braço
afim de me confortar e continuo encarando seus olhos.
São tão parecidos com os do homem que salvou minha vida.
— Alguma notícia? — Esfrego as mãos no rosto, mas
imediatamente me arrependo pela dor latejante em meu maxilar.
Me esqueci completamente que Billy me acertou um soco, gemo
um pouco fechando os olhos para ver se alivia a dor e as mãos
quentes de Emília continuam me confortando.
— O médico passou a pouco tempo para falar que a cirurgia foi
ótima e ele está indo para o quarto. — Encaro-a novamente, com um
alivio grande tomando meu peito, fazendo meus olhos enxerem de
lágrimas.
E eu simplesmente choro diante da sensação de calor voltando
ao meu corpo, me lembrando do pânico ao ver Jonathan entrar na
minha sala, tudo que eu queria naquele momento era conseguir me
comunicar por telepatia e mandá-lo sair dali, mas quem eu quero
enganar? Aquele homem irritante não sairia daquela sala, ele nunca
me deixaria com um homem visivelmente transtornado, apontando
uma arma para minha cabeça.
Minha mente naquele momento estava tão concentrada no
homem da minha vida olhando a situação com medo ao mesmo
tempo que seu cérebro tentava achar uma saída, que não escutei
direito o que Billy dizia até ouvir o tiro e então tudo aconteceu rápido
demais, Jonathan pulou na frente, se fazendo de escudo.
Foi horrível! Foram os piores segundos da minha vida, mas eu
tinha que agir rápido, não poderia ficar parada olhando o sangue
manchar o terno impecável de Jon, mas antes que eu pudesse fazer
qualquer coisa Billy foi colocado no chão por dois homens gigantes
vestidos de preto, podia jurar que eles se teletransportaram.
Balanço a cabeça em uma tentativa de tirar a imagem do meu
lindo moreno caído no chão da minha sala, com os olhos
semicerrados, a respiração forte em meio aos gemidos de dor que
soltava antes de perder a consciência.
— Minha linda, você não quer tomar um banho? Tirar essa
roupa, descansar um pouco? — A voz da minha mãe chega aos
meus ouvidos.
— Mãe? — Levanto, correndo em sua direção e como se fosse
o meu refúgio, eu a abraço forte. — Como? Vocês chegaram que
horas? — Abraço meu pai apertado.
— Você estava dormindo, não quisemos te acordar. — Ela
passa as mãos em meus braços com carinho. — Vamos passar em
casa pra tomar um banho?
Balanço a cabeça negativamente, eu quero estar aqui quando
Jon abrir seus olhos, quero segurar sua mão e dizer que estou aqui,
além de me certificar que ele escutou quando disse que o amo.
— Quando posso vê-lo? — Encaro Emília que se sentou ao lado
de Gabe.
— Estão o colocando no quarto, depois disso podemos entrar
dois de cada vez. — Sua boca se repuxa para dar um sorriso
tranquilizador.
Eu aceno ao me jogar novamente nas cadeiras desconfortáveis,
esperando que me deixem vê-lo.
Minutos ou horas se passaram desde que estou aqui sentada,
esperando virem avisar que podemos entrar no quarto e só agora os
médicos aparecem me deixando apreensiva por um segundo ao me
lembrar do pesadelo que tive um pouco antes e se esse médico
disser que meu Jonathan está morto, eu o farei engolir suas
palavras, letra por letra.
— O senhor Gilbert ainda está dormindo, mas vocês podem
entrar para vê-lo. — O homem que deve ter por volta de cinquenta
anos diz com um sorriso simpático no rosto e sai andando apressado
pelo corredor quando seu pager começa a apitar.
— Você quer ir primeiro, querida? — Emília se aproxima com o
olhar cansado.
— Vocês não se importam? Eu posso vê-lo rapidinho, passar em
casa para tomar um banho e depois voltar para dormir aqui. — Digo
ansiosa por saber se ela permitirá que eu fique com seu filho, mas
Emília sorri de forma encantadora para mim e acena ao segurar
minha mão.
— Que tal fazermos assim. — Me encara como se eu fosse uma
criança. — Enquanto todos vão lá dentro, você passa em casa com
seus pais para poder tomar um banho. — Ela dirige seu olhar para
minhas costas, mais especificamente para os meus pais. — E aí
quando voltar você fica com ele?
Quando sinto a mão protetora do meu pai em meu ombro, eu
entendo perfeitamente o olhar que ela deu para eles, estava pedindo
que a ajudasse a me levar para casa e eu não a culpo, até porque
minha roupa está coberta de sangue do seu filho e estou
completamente acabada, o maxilar roxo, maquiagem completamente
borrada e sem falar no cabelo que parece ter criado um ninho de
passarinho.
Aceno em concordância e deixo meus pais me levarem para o
apartamento, onde Sal deve estar completamente fora de si por
causa de toda essa confusão, não tiro sua razão já que não tive
como avisá-la de que estava tudo bem comigo.
A viagem dentro do carro até o apartamento foi feito com
conversas do dia a dia e agradeço muito aos meus pais por deixar o
clima mais leve para mim, mas assim que pisei no apartamento e vi a
angústia da minha amiga, meu mundo desabou novamente, abracei
Sal no momento que ela se deu conta de eu estava ali, seus braços
quase me esmagando ao mesmo tempo que me dava alívio.
Deus, como ela pode ser tão forte?
— Você quer me matar do coração? O que aconteceu? Você
está bem? Nossa, seu rosto está roxo, me diz onde esse filho da
puta está que eu vou lá apresentá-lo ao João e Maria, porra eu vou
acabar com ele! — Fala rapidamente sem me dar tempo de
responder.
— Calma Sal, eu estou bem. — Sorrio para tranquilizá-la. —
Preciso tomar um banho para voltar pro hospital.
Minha mãe passa por nós dando um abraço em Sal e vai para a
cozinha dizendo que fará algo para que eu possa comer, meu pai dá
um oi ao se sentar no sofá e liga a televisão enquanto puxo minha
amiga comigo para o meu quarto.
— Me conta, o que aconteceu? Foi uma confusão lá na
empresa, só chegava informação picada para mim, uns falavam que
Jonathan tinha sido baleado, outros falavam que era você e ninguém
me deixava subir para fazer alguma coisa. — Seus olhos arregalados
me fariam rir se a situação não fosse tão trágica. — Fiquei com tanto
medo.
A abraço novamente, enquanto minha amiga se debulha em
lágrimas e ficamos assim por alguns minutos até ela me soltar, limpar
o rosto e fixar seu olhar em mim depois de soltar um longo suspiro.
— Vamos, me conta. — Pede.
— Cheguei mais cedo que Jon hoje na empresa porque
tínhamos uma reunião no primeiro horário e eu ainda precisava
resolver algumas coisas antes. — Começo a falar enquanto me
direciono para o banheiro sendo seguida de perto por Sallen. —
Resolvi tudo, imprimi todos os papéis que precisava e decorei os
nomes dos clientes porque Jonathan disse que eram famosos e não
gostavam de não serem reconhecidos pelos filmes que fizeram.
Reviro os olhos antes de tirar minha roupa ensanguentada,
colocando cada peça dentro de uma sacola para jogar fora, queimar
ou qualquer coisa que desse um fim nesta maldita lembrança. Me
enfio debaixo da água, deixando-a lavar toda a sujeira, sangue e
estresse do dia.
— Então a porta se abriu e eu achei que era o Jon, mas não,
quem estava diante de mim era um Billy completamente
desarrumado, com os cabelos nas alturas o rosto vermelho, assim
como os olhos. — Me arrepio fechando os olhos, estremecendo
apenas com a lembrança. — Eu soube na hora que tinha alguma
coisa errada, você sabe, ele jamais ficaria daquela forma na frente
de alguém, quem dirá em uma empresa como a Bert B.
Abro os olhos vendo minha amiga com a total atenção em minhas
palavras, tanto que se ajeita no vaso de modo a ficar mais
confortável.
— Então ele começou a andar de um lado para o outro, falando
de forma ameaçadora sobre onde eu estive durante a semana
passada, que já estava cansado de esperar que eu voltasse para os
seus braços. — Limpo uma lágrima teimosa. — Fiquei paralisada
diante das informações que me dava, quieta, tentando achar uma
saída e entender onde ele queria chegar, mas meu silêncio parece
ter provocado uma fúria crua, porque de uma hora para outra o vi
pegar a arma, apontando-a para mim sem pestanejar. — Esfrego
meu corpo com o sabão. — Implorei para ele me deixar sair dali,
disse que não falaria com ninguém sobre aquilo, mas ao invés de me
ouvir e sair, Billy simplesmente me acertou. — Aponto para a área
roxa em meu maxilar. — E então tudo aconteceu tão rápido, John
entrou, Billy falou alguma coisa sobre eu não ser de mais ninguém e
então o tiro soou, vi Jonathan pular em minha frente e cair como um
peso morto no chão.
Respiro fundo, sentindo o meu coração bater acelerado no peito,
como se estivesse revivendo todo aquele pesadelo novamente,
fecho os olhos com força e fico debaixo d’água, sentindo as gotas
levarem as lágrimas para longe.
— Eu tive tanto medo, mas por sorte os seguranças entraram
alarmados por causa do barulho e provavelmente do meu grito. —
Estremeço novamente com a lembrança. — Achei que ele ia morrer
Sal, eu achei que tinha perdido Jonathan para sempre. — Volto a
lavar meu rosto e então fecho o registro, saindo debaixo do chuveiro
e me enxugando enquanto a cena de tudo acontecendo se desenrola
em minha mente. — Ver seu corpo inerte no chão foi como se uma
grande parte de mim estivesse caindo junto com ele.
— Acabou amiga, acabou. — Sal sussurra mais para ela mesma
do que para mim enquanto me visto.
— Agora vou voltar para o hospital e só sairei de lá junto com
ele. — Abraço minha amiga com força. — Vou levar o carregador,
com essa confusão toda fiquei sem bateria por isso não consegui
ligar para te tranquilizar.

— Vem aqui, linda. — Jonathan chama do quarto me fazendo


sorrir. — Brooke ganhei alta a dois dias e você não quer me alegrar.
Solto uma gargalhada divertida do seu drama enquanto termino
de escovar os dentes, coloco minha cabeça na porta do banheiro
encarando seu rosto sério e sorrio ao passar meus olhos em todo
seu corpo, demorando mais na área do quadril.
— Você parece que está muito alegre, querido. — Sorrio ao
voltar para frente do espelho.
Ouço-o resmungar algo sobre me prender na cama por bem ou
por mal e em seguida um farfalhar de lençóis causado
provavelmente por Jonathan se levantando para me buscar. Dou
risada enquanto saio do banheiro e o vejo de pé, vestido apenas com
a calça do pijama, o membro ereto armando a barraca no tecido,
subo o olhar para o seu e encontro dois olhos famintos.
— Oi você. — Aproximo-me dele sem quebrar o contato visual e
beijo levemente seus lábios. — Você sabe que não pode fazer
esforço, por isso eu queria ficar no apartamento com Sallen.
Seus olhos oscilam entre excitação e irritação enquanto me
encara sério.
— Não tomei tiro no pinto, você pode cavalgar ou chupá-lo com
força. — Se senta na cama depois de segurar minha mão. — Eu voto
para fazer os dois, chupa e depois senta ou o contrário, você decide.
Solto uma gargalhada e me afasto do seu toque, provocando nele
um suspiro frustrado.
— Se eu te pegar vai ser pior, Brooke ... — Diz em tom de aviso.
Antes que comece a fazer seu discurso de que precisa de mim,
ou que meu mel é o remédio para curá-lo, eu abro o robe, deixando-
o deslizar por meus ombros até cair no chão, ficando completamente
nua em sua frente.
— Vai ser pior? — Apoio um joelho na cama e sento em seu
colo, deixando minha boca perto da dele. — O que você vai fazer,
Jonathan?
Aquelas duas esferas negras brilharam em malícia enquanto sua
boca avançava para me beijar, mas eu esquivei de última hora,
deixando-o tão impaciente que segurou minha cintura firmemente e
se inclinou sobre mim, capturando meus lábios de forma abrupta,
reivindicando o que já era dele.
— Você me deixou na geladeira por tanto tempo que vou gozar
em tempo recorde. — Reclama enquanto ondulo meu quadril,
sentido o tecido da sua calça de pijama roçar em meu centro.
Saio do seu colo para liberar qualquer empecilho que temos de
nos unir, mas ele me segura.
— Você não vai sair do meu colo por um bom tempo, linda,
vamos comece a rebolar. — Rosna e me beija, mantendo-me colada
em seu corpo.
— Jonathan. — Dou risada tentando afastar. — Vou tirar sua
calça, querido.
— Não precisa, é só baixá-la um pouco e meu pau mergulhará
no paraíso. — Sussurra mordendo levemente meu queixo, mas para
abruptamente.
Ergo minha cabeça para ver porque ele literalmente congelou e
vejo seus olhos fixos no meu maxilar, mais especificamente no lado
que está começando a sair o tom arroxeado, seguro seu rosto com
minhas mãos e levanto-o para forçar que ele encare meus olhos.
— Ei, pra onde foi o homem que estava até agora desesperado
para, como você diz? — Faço uma expressão pensativa. — Ah,
mergulhar no paraíso? — Seu sorriso aparece, mas não chegou aos
olhos. — É verdade! — Faço uma tentativa de chamar sua atenção
para o presente.
Seus olhos me fitam com surpresa e desentendimento.
— Verdade?
— Sim, é verdade que eu te amo. — Sussurro antes de beijá-lo.
Em questão de segundos estou presa com seu corpo em cima do
meu, o sorriso agora fazendo com que seus olhos brilhem e
imediatamente sua calça do pijama toma um rumo desconhecido,
deixando apenas pele encostada com pele.
— Eu também te amo! — Me beija enquanto penetra devagar.
Epílogo
Jonathan B. Gilbert
Seis anos depois.

Tiro os fones de ouvido ao entrar na sala e sigo em direção ao


cheiro gostoso de café que perfuma a casa inteira, vejo Brooke com
seus cabelos loiros caídos no meio das costas, o quadril mexendo ao
som de alguma música que está só em sua mente.
Alguns dias depois que voltamos a trabalhar na Bert B decidi que
Brooke era competente e merecia um cargo à altura, já que a maioria
dos meus diretores não faziam um bom trabalho, dispensei todos
eles e remanejei pessoas de acordo com suas competências.
Dei a notícia para Brooke, disse que ela seria a nova diretora de
Marketing, mas se estava esperando um sorriso, abraço ou até uma
chupada de agradecimento, eu estava muito enganado. Aquela loira
me deu um tapa forte no braço e começou a xingar, dizendo que ela
não tomaria o lugar de alguém só porque estava chupando o pau do
chefe.
Deus sabe o quanto foi difícil amansar a fera depois disso, tive
que jurar de joelhos, não é exagero, ela me fez literalmente ajoelhar
e jurar que eu não estava a promovendo porque chupa meu pau.
Solto uma risada alta que chama sua atenção, os olhos verdes
que acordam comigo todos os dias me olham com um brilho
particular, aquele brilho que só ela tem, o que me faz ser o homem
mais feliz do mundo.
— Oi linda. — Aproximo encaixando meu quadril em sua bunda.
— Oi, amor. — Sussurra apoiando o corpo no meu. — Do que
estava rindo?
Dou leves beijos em seu ombro, subindo pelo pescoço até
mordiscar o lóbulo de sua orelha, seu quadril balança um pouco e a
boca se abre soltando um gemido sexy.
— Estava lembrando de quando disse que você estava sendo
promovida e como a ingrata que você é, começou a me bater. —
Provoco mordendo seu ombro com um pouco mais de força e ela se
vira dando um tapa em meu braço no processo.
— Jonathan, Jonathan. — Cerra os olhos de modo desconfiado,
o que me faz soltar outra gargalhada antes de beijá-la.
Prendo seu corpo entre o meu e a pia aprofundando nosso beijo,
deixando que minha língua reconheça o local que ama estar, desço
minhas mãos pela lateral do seu corpo até chegar na bunda e aperto,
engolindo o gemido baixinho que solta.
— Eca, solta a mamãe. — Ouço a voz do meu filho, Theodore,
nas minhas costas e sorrio dando um último selinho em minha
esposa antes de pegá-lo em meus braços.
Um ano depois de toda a confusão na empresa pedi Brooke em
casamento e em menos de três meses estávamos dizendo nossos
votos na frente de todas as pessoas que amamos. Um mês depois
descobrimos que teríamos Theo e para completar nossa felicidade,
dois anos depois que o tivemos veio nossa princesinha, Emma.
— Papaiiii, mamaiiiii. — Ouço-a balbuciar junto com o barulho de
seus pezinhos descontrolados batendo no chão ao se aproximar.
Olho meus dois filhos, uma mistura perfeita de mim e da mulher
da minha vida, e sorrio com o amor e a felicidade tomando conta do
meu coração.
— Ô de casa? — Ouço a voz da amiga da minha mulher. —
Alguém poderia abrir essa porta antes que nós viremos pedras
gigantes de gelo?
Emma que estava mordendo o ombro da minha mulher encara a
porta com curiosidade, enquanto estica as mãozinhas indicando que
quer abrir, já Theo apoia seu rosto em meu ombro e suspira
cansado.
Sal entra de mãos dadas com meu irmão, enquanto Melissa
aparece logo atrás com suas bochechas coradas pelo frio, minha
sobrinha é dois anos mais velha que Theo e ele está começando a
entrar na fase do “não gosto de meninas”, por isso o suspiro ao ouvir
a voz da minha cunhada, porque sabia que Mel estaria aqui.
Beijo a testa de Theo para esconder meu sorriso.
— Oi tio Jon. — Mel aproxima olhando meu filho em meu colo e
dou um beijo em sua mão. — Oi Theo, quer brincar?
— Oi Mel. — Respondo e Theo se agarra ainda mais ao meu
pescoço. — Ele vai brincar daqui a pouco, pode ser?
Gabe e Sal entram se sentindo em casa enquanto sigo com
Brooke e nossos filhos para o quarto tomar um banho, minha loira se
vira franzindo a testa. Sei muito bem o que quer dizer essa
expressão, ela havia me pedido para conversar com Theo sobre falar
que meninas são nojentas.
— Você já sabe o que fazer, Jonathan. — Diz
ameaçadoramente.
— Sim, capitã. — Faço continência com a mão livre o que faz,
tanto Theo quanto Emma gargalharem.
— Isso mesmo soldado, você sabe quem sofrerá as
consequências depois. — Pisca e sai rebolando os quadris entrando
no nosso quarto, como a diaba que é.
Volto minha atenção para Theo que me encara como se quisesse
entender porque estou sorrindo como um psicopata, suspiro
entrando no quarto dele para arrumá-lo.
— Filho, por que você não quer mais brincar com sua prima? —
Pergunto tirando sua roupa.
— Porque meninas são nojentas. — Rebate rapidamente,
chegando exatamente no assunto que eu queria.
Minha mãe disse que eu falava a mesma coisa quando era
pequeno, mal sabia que quando eu crescesse ia achar a coisa mais
genial que Deus fez para ferrar um homem, no bom sentido.
E no mal também.
— Meninas não são nojentas, filho. — Levo-o para o banheiro.
— A mamãe e Emma são meninas, você as acha nojentas?
Seus olhos verdes me olham com curiosidade, como se nunca
tivesse parado para pensar que sua mãe e sua irmã são meninas,
sento no vaso enquanto supervisiono ele se lavar direito.
— Não, mas o Damon e Dylan disse que elas são nojentas. —
Confessa enquanto limpa aonde eu acabei de indicar.
— Você não precisa seguir o que eles falam, Theo. — Levanto e
começo a ajudá-lo a se lavar. — Tem que tomar decisões por si
mesmo, você gosta de brincar com a Mel? — Ele acena
positivamente. — Então pronto, vai brincar com ela.
Seguro-o assim que ele pula começando a correr para ir até a
sala e chamar a prima para brincar.
— Ei, tem que se vestir primeiro. — Aponto para o pinto que um
dia vai ser tão grande quanto o do pai.

Depois que meus pais, os pais de Brooke e os de Sallen foram


embora, sentei no sofá com meu irmão enquanto Emma brincava no
tapete, Theo e Mel corriam pela casa brincando com uns bonecos
dos Vingadores. Meus olhos imediatamente são atraídos pela mulher
da minha vida que pede espaço para sentar em meu colo.
Beijo seu ombro ao passar meus braços em sua cintura enquanto
dou uma rápida olhada na direção de Emma, para ver se ela ainda
está brincando e volto minha atenção para meu irmão e Sal.
— Então, Ester continua enchendo o saco? — Brooke pergunta
colocando as duas pernas em cima da minha livre e me dá um
selinho demorado.
Vejo meu irmão suspirar cansado alisando a perna da esposa que
suspira exasperada ao revirar os olhos, provavelmente cansada com
as investidas da ex-mulher de Gabe.
A alguns meses Ester voltou para o Canadá de mala e tudo, ficou
parada na porta da joalheria que meu irmão comanda esperando-o
chegar para poder pedir perdão e de acordo com suas palavras,
retomar sua vida de onde parou.
É claro que queria, durante esses seis anos tentando carreira em
NY como atriz ela realmente começou a fazer um pouco de sucesso,
mas não sei o que aconteceu que de um tempo para cá não ouvimos
mais sobre peças ou filmes que estava fazendo como figurante ou
papéis rápidos de poucas falas, mas chegou aos meus ouvidos que
seu mundo perfeito de atuação começou a ruir quando dormiu com o
marido de uma diretora famosa, era o primeiro filme que ela ia
aparecer de verdade e então foi pega no flagra e nunca mais foi
escalada, nem mesmo para peças de teatro.
Desde então vem cercando Gabriel, querendo voltar para a vida
boa que tinha e isso está deixando todo mundo estressado,
principalmente Melissa que não quer falar com a mãe de jeito
nenhum. De acordo com minha sobrinha na primeira vez que saiu
com Ester, tudo que ela queria saber era como estava o pai, se
estava mesmo casado, se Mel considerava Sallen sua mãe e
também perguntas sobre a situação financeira de Gabe, se continua
a mesma ou melhorou.
— Sério, se eu a ver mais uma vez vou voar naquele pescoço
depenado dela. — Sal ruge enquanto Gabe tentar acalmá-la dando
um beijo em sua boca.
— Se quiser ajuda, estou à disposição. — Brooke incentiva ao
dar de ombros e eu belisco sua bunda, mas ela revida me dando um
tapa forte no braço que faz Emma começar a chorar.
— Isso mesmo, filha, defenda o papai da sua mãe. — Digo
estendendo um braço para que ela venha engatinhando enquanto
dou risada da minha loira com os braços cruzados me olhando
seriamente.
— Isso, use sua filha. — Faz bico. — Vai dormir no berço dela
pra deixar de ser espertinho. — Sorri maliciosamente e puxo seu
rosto para colar nossas bocas, mas sinto as mãos de Emma se
apoiando em minha perna para ficar de pé, antes de provar sua
língua.
— Vou dormir na sua cama, dentro de você se for possível. —
Sussurro e sorrio satisfeito por vê-la se arrepiar antes de pegar
Emma e colocá-la no colo da mãe.
Olho para Gabe e Sal que estão conversando entre si e para dar
privacidade desvio o olhar para onde Mel e Theo ainda estão
brincando com os bonecos, volto a olhar para minha esposa que
sorri abraçando nossa filha.
Minha família, minha melhor parte.
Brooke F. Nielsen
Alguns anos depois.

Saio do carro depois de pedir Tyler, meu segurança e motorista,


que espere dentro dele e ando pelo caminho de pedra envolto de um
jardim lindo para esperar que minha pequena Emma saia da escola.
Emma faz quatro anos no fim de semana agora e Jonathan teve a
brilhante ideia de prometer que iriamos liberar a babá e buscaríamos
ela e Theo todos os dias da semana na escola, sim aquele cachorro
fez isso. Não me entendam mal, se eu pudesse os buscava todos os
dias, mas estou lotada de arquivos para analisar, reuniões e mais
reuniões, além de estar organizando a festinha da minha menina e
meu marido, aquele filho da mãe, prometeu dividir comigo os dias de
buscá-los, mas hoje é quinta-feira e adivinha quem os buscou todos
os dias? É claro que fui eu.
Olho para os lados sorrindo para algumas mães e pais que me
cumprimentam e logo o que portão se abre, entro com meus saltos
batendo no chão da escola, mas não é ouvido por ninguém já que as
crianças estão agitadas e loucas para irem embora.
— Oi, senhora Gilbert. — A simpática professora sorri e se vira
para procurar minha pestinha. — Emma, pegue suas coisas e venha,
sua mãe chegou.
Seus olhos verdes imediatamente me fitam na porta da sala e ao
invés de fazer o que a professora pediu, minha princesa corre em
minha direção, o que fez todos os dias que estive aqui para buscá-la.
Confesso que deixa meu coração apertado não poder dar a ela
essa alegria todos os dias, mas tentarei fazer isso mais vezes.
— Mamãe. — Grita abraçando minhas pernas.
— Oi, meu amor. — Abaixo com cuidado de não deixar minha
calcinha aparecer por causa da saia e seguro seu rostinho corado,
dando um beijo barulhento em sua bochecha. — Vá pegar suas
coisas pra gente ir embora.
Emma assente virando como um furacão e adentrando a sala da
mesma maneira que saiu, vejo-a pegar suas coisas com pressa
enquanto a professora fala com ela sobre não poder correr.
Seguro sua mochila assim que ela aparece na porta e pego-a no
colo indo em direção ao carro ouvindo-a me contar em detalhes
sobre tudo o que aconteceu hoje.
Eu e Jon acostumamos tanto ela como Theo a nos contar sobre
tudo que acontece e digamos que Emma levou isso ao pé da letra.
— Oi, tio Ty. — Cumprimenta assim que a coloco na cadeirinha.
— Oi, pequena. — O motorista com cara carrancuda sorri
amorosamente e Emma volta a contar tudo que aconteceu enquanto
nos dirigíamos para a escola de Theo.
Poucos minutos depois nós chegamos em frente à escola
enquanto Emma está tagarelando sobre como foi divertido a hora da
leitura, disse que fez amizade com uma menina de outra sala quando
foi ao banheiro e eu a esperei parar de falar ao pegar um folego para
abrir a porta.
— Mamãe vai buscar seu irmão, meu amor. — Faço um carinho
em seu joelho e ela sorri.
— Tudo bem, mamãe, depois eu te conto de novo. — Diz
animada e se vira para Tyler tirando uma mecha de cabelo escuro da
frente dos olhos. — Hãn, onde parei? Ah, então, aí eu perguntei a ela
se queria vir na minha festa...
Sorrio deixando os dois conversando e saio para buscar Theo. Ao
contrário da escola da Emma, aqui os pais esperam no grande pátio
por seus filhos, então fico ali apoiando o peso do corpo em uma das
pernas, quando uma sombra se formando ao meu lado no chão me
avisa que ou alguém vai passar por mim ou vai parar ao meu lado.
— Oi. — Um homem alto e moreno se aproxima, olha
rapidamente para as portas das salas e me encara.
— Oi. — Respondo sem encará-lo dando um leve passo para o
lado, afim de me afastar.
— Você é mãe solteira? — Pergunta ainda me encarando e o
fuzilo com o olhar, assim como sempre faço quando um
engraçadinho tenta a sorte. — É que nunca vejo você e o pai do
menino virem juntos, achei que poderíamos sair e conversar.
Quase sempre quem vem buscar meus filhos na escola é a babá
e quando eu e Jonathan decidimos fazer isso quase nunca dá para
virmos juntos, então sempre compensamos tomando, todos os dias,
café da manhã com eles e a partir das seis até às oito da noite nossa
atenção é exclusiva para Emma e Theodore, então possivelmente,
quem não nos conhece pode pensar que não somos casados ou que
não damos atenção para nossos filhos.
Abro a boca para responder, mas Theo chega correndo, as
bochechas vermelhas e seus olhos verdes fixos no homem ao meu
lado, sua mão segura a minha enquanto ainda mantém os olhos fixos
no homem.
— O que quer com a minha mãe? — Pergunta sem rodeios.
Deus do céu, vou matar Jonathan por ficar mandando Theo me
proteger, ele já é ciumento em relação a mim, depois que o pai deu
corda ficou mais ainda.
— Calma filho, só estou tentando ganhar o número da sua mãe.
— Diz para meu filho, mas olhando para mim.
Theo fecha a mão livre da minha em um punho sem deixar de
encarar o homem, sua postura é como se fosse mais alto, mais forte
e assim que se dá por satisfeito, aqueles olhos verdes encontram os
meus e eu sorrio para tranquilizá-lo.
— Senhor, eu sou muito bem casada. — Aperto suavemente a
mãozinha do meu filho para fazê-lo andar e ele obedece. — Você
está bem?
Ele olha para cima e a cópia do meu Jon sorri para me
tranquilizar, bagunço seus cabelos levando-o em direção ao carro e
enfim entro, pedindo Tyler para nos levar para a Bert B.
Um pouco mais de uma hora depois estamos andando em
direção a sala de Jonathan, avisei aos meninos que eles ficariam
com o pai, o que foi uma festa já que ficam felizes com qualquer um
de nós dois. Ajeito minha princesa em meus braços porque não se
pode brincar com Emma e balanço a mão de Theo.
— Jonathan está, Ben? — Pergunto ao secretário do meu
marido e ele sorri para mim e os meninos.
— Sim, cheio de pastas ao redor e tudo mais. — Avisa e volta a
encarar o computador na sua frente.
Ótimo, quero mesmo que ele esteja bem cheio de coisas para
fazer, principalmente se tiver que almoçar com uma ruiva peituda que
decidiu querer um carro personificado.
Sei muito bem o que ela quer.
Coloco Emma no chão antes de abrir a porta da sua sala,
fazendo Jonathan encará-la com ódio, por provavelmente pedir a
Bernardo que não o incomodem, mas assim que me vê e ouve os
gritos dos filhos sua expressão relaxa e um sorrisão se abre.
— Quem quer ficar com o papai? — Pergunto animada e eles
respondem mais animados ainda.
— EUUUU! — Os dois gritam com as mãos para cima enquanto
escalam o pai.
— Divirtam-se. — Saio da sala fechando a porta e correndo em
direção ao elevador para ir para a minha.

Viro a página do livro doida para saber o que vai acontecer, mas
a porta se abre em um Jonathan com um olhar predador, como se
fosse me matar lentamente.
Se for de prazer eu aceito.
Ele fecha a porta atrás de si e deixa seus olhos passarem em
meu corpo, a língua aparece para molhar os lábios.
Sei muito bem o que está deixando-o com esse pingo de irritação
nos olhos e não tem nada a ver com o que eu fiz de deixar as
crianças em sua sala e sim com o fato dos nossos filhos contarem
tudo para nós dois, ou seja, Theo contou ao pai sobre o homem na
porta da escola pedindo meu número.
— Talvez você queira me contar algo, senhora Gilbert? — Diz
enquanto tira a roupa.
Mordo o lábio inferior, largando completamente o livro na mesinha
ao lado da minha cama, balanço a cabeça negativamente para
provocá-lo sem nunca deixar de passar meus olhos em seu corpo, o
abdômen trincado, o peito esculpido, coxas definidas e o pau grosso,
grande, glorioso e completamente ereto.
— Não? Então não teve um homem cercando aquilo que é meu
hoje mais cedo? — Sussurrou em meu ouvido ao segurar meu
cabelo. — Responda esposa!
Arrepios incessantes invadem meu corpo quando sua boca beija
meu pescoço com vontade, inclino-me para deitar, mas Jon me
segura firmemente, os dedos entrelaçados nos fios de cabelo perto
da minha nuca, seu rosto afasta do meu pescoço para me olhar e
tento beijá-lo, mas não consigo me mexer.
— Não, teve um homem pedindo meu telefone, mas você não
deveria estar bravo afinal aquela ruiva tem o seu e eu não fiz nada.
— Falo em uma falsa inocência e meu marido delicioso ri contra a
minha boca.
— Você sabe muito bem que é trabalho, linda. — Diz mais suave
ao puxar meu lábio inferior com os seus e eu aceno.
Eu realmente sei que ela tem o número corporativo dele apenas
porque é sua cliente, eu só disse para implicar, apesar de realmente
ficar incomodada quando ela exige uma reunião somente com ele.
— Jon, você precisa para de incentivar Theo a ficar como um
touro bravo quando um homem se aproxima de mim. — Meu marido
me deita na cama e fica entre as minhas pernas, deixando seu
membro posicionado em cima da calcinha de renda que coloquei
para provocá-lo. — E também quando um garoto se aproxima da
Emma.
— Não, ele faz um excelente trabalho protegendo minhas duas
princesas. — Sua boca toma a minha com fome enquanto o quadril
mexe, esfregando a ereção em mim.
Caralho, que tesão.
— Você sabe que Emma dá nó em pingo d’água, não vai
adiantar fazer Theo espantar todos os meninos. — Digo apertando
sua bunda e dou risada ao ouvi-lo rosnar. — Agora esquece isso e
me fode, amor.
Não precisou falar duas vezes, em segundos ele já estava dentro
de mim, me provocando, me levando a loucura com suas mãos, sua
língua e seu mais precioso e delicioso pau e assim se seguiu pela
noite, meus gemidos sendo contidos por sua mão ou boca e nossa
pele roçando uma na outra, seu pau me preenchendo enquanto eu o
apertava cada vez mais forte.
A vida é definitivamente interessante quando se tem dois filhos
maravilhosos e um marido espetacular, eu estou preparada para o
futuro, com minha família, eu estou preparada para TUDO.

Fim.

[1]Carpaccio é um prato tradicional Italiano, feito com lascas de


carne crua, queijo parmesão ou pecorino e temperosfs.
[2] Trio Cabernet Sauvignon é um vinho.
Agradecimentos

Eu preciso reservar um espacinho do meu livro para agradecer a


minha família que sempre me apoia em tudo que eu faço, meus
parceiros literários que estão sempre surtando, divulgando e fazendo
da minha vida literária muito mais fácil, os leitores que sempre me
incentivam a continuar e principalmente aos meus dois anjos, que
pegaram em minha mão e me colocaram no caminho certo para
conquistar os meus objetivos, para saber o que eu realmente queria
e é graças a elas que comecei a escrever, então obrigada Karina e
Drak, vocês são mais do que essenciais em minha vida.

Eu amo vocês!
Sobre o autor
B. TOMAZ
B. TOMAZ, mora na região metropolitana de Belo Horizonte em
Minas Gerais junto com sua família. Se tornou escritora por incentivo
de suas amigas, ou como gosta de chamar "seus anjos", que a
incentivaram a conhecer um lado da sua personalidade que nunca
havia sido explorado. Formada em Administração, a autora decidiu
largar a vida dentro de um escritório para dar vida às histórias
criadas por sua mente e desde então as compartilha com o mundo.

Autora da Série Profissões


Instagram: @b.atomazautora
Livros dessa série
Profissões
São histórias CURTAS e PRECISAS, contando sobre as pessoas
que trabalham em profissões diversas. O intuito dos contos NÃO é
se aprofundar nas áreas de trabalho de cada personagem, mas sim
contar as histórias de cada casal.
Cada conto aborda um tema profundo além do romance caliente.

MEU ADVOGADO SEDUTOR


Livro Físico no site: WWW.EDITORASERPENTINE.COM.BR

MEU ADVOGADO SEDUTOR.


.
UMA MULHER DIVERTIDA
UM ADVOGADO MULHERENGO
.
Donavan nunca se apegou ou se apaixonou por alguém, talvez por
não permitir que outra pessoa chegasse perto demais ou por
simplesmente sair com mulheres que ele tinha certeza que não se
apaixonaria. Gostava desse estilo de vida e sentia que isso o
mantinha afastado de mais "problemas" e seguia vivendo sua vida da
maneira que achou que queria.

Será que ele era tão anti-relacionamentos assim ou tinha medo de se


entregar?

Louíse é uma mulher excêntrica e feliz com a vida, ela não tem ideia
nenhuma do quanto sua beleza mexe com as pessoas ao redor. Com
seu carisma natural essa mulher se joga de cabeça no que acredita,
faz o que tem que fazer, fala o que precisa ser dito e isso nos rende
boas risadas.
Mas aonde o seu senso de aventura a levará em seu novo emprego?
.
VENHA CONHECER O CASAL MAIS IMPROVÁVEL da Bert B e se
apaixone por Donavan e Louíse em um romance erótico pra lá de
divertido.
.
Adequado para maiores e 18 anos.

~~
Sobre a série Profissões:

São histórias CURTAS e PRECISAS, contando sobre as pessoas


que trabalham em profissões diversas. O intuito dos contos NÃO é
se aprofundar nas áreas de trabalho de cada personagem, mas sim
contar as histórias de cada casal.
Cada conto aborda um tema profundo além do romance caliente.

Esse é o segundo livro da Série Profissões e contarei a história do


nosso apaixonante ADVOGADO.

MEU COWBOY BRUTO


MEU COWBOY BRUTO.
.
UMA MULHER FERIDA.
UM HOMEM BUSCANDO REDENÇÃO.
.
Matthew se arrepende amargamente do que precisou fazer para
salvar as duas pessoas que mais amava. Sua intenção era de
proteger, mas acabou machucando profundamente o coração da
mulher de sua vida e agora precisava justificar o verdadeiro motivo
de suas ações.

Será que ele conseguiria o tão sonhado perdão?

Haylie é uma mulher forte que cresceu fazendo todo possível para
agradar uma das pessoas que amava e que na realidade não se
importava com ela. Mesmo com as inseguranças que esse
relacionamento familiar causou em sua vida e a dor de ser enganada
pelo único homem que já amou, ela conseguiu seguir em frente.

Mas agora ela teria que encarar e enfrentar o passado que tanto a
feriu. Será que Haylie superou mesmo o que aconteceu anos antes
ou apenas guardou sua dor?
.
VENHA DESCOBRIR A HISTÓRIA DO CASAL MAIS "CÃO E GATO"
da série e se apaixone por Matthew e Haylie em um romance erótico
pra lá de emocionante.
.
Adequado para maiores de 18 anos.

~~
Sobre a série Profissões:

São histórias CURTAS e PRECISAS, contando sobre as pessoas


que trabalham em profissões diversas. O intuito dos contos NÃO é
se aprofundar nas áreas de trabalho de cada personagem, mas sim
contar as histórias de cada casal.
Cada conto aborda um tema profundo além do romance caliente.

Esse é o terceiro livro da Série Profissões e contarei a história do


nosso apaixonante COWBOY.

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