Você está na página 1de 6

R S IVAS

D I SC U DO
S E S I DA
LI EV AS)
ANÁ IV A S D
E T R
R RAT JA EL
A E RE S
DAS
N
E ( PRO LH A
I S C E NT PL O SO
R P OD M Ú LTI
CO :
E T -MG
EF
DO C

(O r g.)
e s s a
L
m b er to
oH u
di
Cláu

Belo Horizonte
2019
Copyright © by CEFET-MG Diretor Geral:
Todos os direitos reservados. Prof. Flávio Antônio dos Santos

Vice-Diretora:
Profa. Maria Celeste Monteiro de Souza Costa

Chefia de gabinete:
Organização Profa. Carla Simone Chamon
Cláudio Humberto Lessa Diretoria de Educação Profissional e Tecnológica
Prof. Sérgio Roberto Gomide Filho
Conselho Editorial
Diretoria de Graduação
Giani David Silva (CEFET-MG) Profa. Danielle Marra de Freitas Silva Azevedo
Ida Lúcia Machado (UFMG)
Diretor de Pesquisa e Pós-Graduação:
Mariana Ramalho Procópio-Xavier (UFV) Prof. Conrado de Souza Rodrigues
Mônica Santos de Souza Melo (UFV)
Diretoria de Planejamento e Gestão
Prof. Moacir Felizardo de França Filho
Revisão
Diretoria de Extensão e Desenvolvimento Comunitário
Dilma Campelo e Viviane Netto Prof. Flávio Luis Cardeal Pádua

Diretoria de Governança e Desenvolvimento Institucional


Projeto gráfico, capa e diagramação Prof. Henrique Elias Borges
Letícia Santana Gomes
Coordenador do Programa de Pós-Graduação
em Estudos de Linguagens
Prof. Renato Caixeta

Chefe do Departamento de Linguagem e Tecnologia


Prof. Rogério Barbosa

Coordenador da graduação em Letras -


Tecnologias de Edição
Prof. Luiz Henrique Silva de Oliveira

L638a Análises discursivas das narrativas de vida do corpo discente


(PROEJA E LETRAS) do CEFET-MG : múltiplos olhares /
Cláudio Humberto Lessa (Org.). -- Belo Horizonte :
CEFET-MG, 2019.
248 p. : il.
ISBN: 978-85-99872-53-6

1. Narrativas de vida. 2. Educação de jovens e adultos. 3. Centro


Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. I. Lessa, Cláudio
Humberto. II. Título.

CDD: 401.41

Ficha elaborada pela Biblioteca - Campus I – CEFET-MG


Wagner Oliveira Braga CRB6 - 3261
SUMÁRIO

PREFÁCIO 5

INTRODUÇÃO 13

CEFET-MG: IMAGINÁRIOS E REPRESENTAÇÕES 27


Janine Marta Pereira Antunes da Silva, Leila Marli de Lima Caeiro
e Sheila Batista dos Santos

O MODAL “PODER” E A VISADA ETHÓTICA COMO ESTRATÉGIAS


DISCURSIVAS NA CONSTRUÇÃO DE NARRATIVAS DE ALUNOS DA EJA
NO CEFET-MG 53
Anna Gabriela Rodrigues Cardoso, Flávia Campos Silva
e Lílian Aparecida Arão

A ESCOLA EM MIM: NARRATIVAS, PROJEÇÕES DE IMAGENS E


RECONFIGURAÇÕES DE SI 71
Leilane Tolentino Stauffer e Letícia Santana Gomes

ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE SABERES DE CONHECIMENTO, DE


CRENÇA E IMAGINÁRIOS SOCIODISCURSIVOS EM NARRATIVAS DE
VIDA DO CORPO DISCENTE DO CEFET-MG: PROEJA E GRADUAÇÃO
EM LETRAS 91
Cláudio Humberto Lessa

DESIGUALDADES DE GERAÇÃO, DE CORPO E DE OPORTUNIDADES:


O MOSAICO DE DIFERENÇAS QUE CONSTITUI O “SER” CEFET-MG 115
Magali Simone de Oliveira, Marcos Maia e Mateus Esteves de Oliveira

3
NARRATIVAS DE VIDAS ACADÊMICAS:
O (RE) ENCONTRO COM A EDUCAÇÃO COMO UM IDEAL DE
EMANCIPAÇÃO DO SUJEITO-ALUNO 141
Ana Maria Blanco Teles Moulin, Georgiana Luna Batinga e Viviane Netto Silva

MEMÓRIAS DAS TRAJETÓRIAS ACADÊMICAS DE ALUNOS DE LETRAS


DO CEFET-MG: PARA ALÉM E APESAR DOS DISCURSOS DO OUTRO NO
PROCESSO DIALÉTICO DE SUBJETIVAÇÃO/OBJETIVAÇÕES 163
Luciana Aparecida Silva de Azeredo, Márcia Aparecida Amador Máscia
e Viviane Dinês de Oliveira Ribeiro Bartho

PODER E RESISTÊNCIA NO DISCURSO DE ALUNOS DO CEFET-MG 185


Carla Barbosa Moreira e Susana Nogueira Balsa Coelho

OS ETHÉ DE RESISTÊNCIA E DE EMPODERAMENTO NAS NARRATIVAS


DE VIDA DE ESTUDANTES MÃES DO CEFET-MG 201
Adriana Cunha e Nara Bretas

A NARRATIVA DE VIDA PODE SER ENTENDIDA COMO UMA


TENTATIVA DE RECONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE? 223
Lizainny Queiróz

4
A ESCOLA EM MIM: NARRATIVAS,
PROJEÇÕES DE IMAGENS E RECONFIGURAÇÕES DE SI

Leilane Tolentino Stauffer e Letícia Santana Gomes

71
REFLEXÕES INICIAIS: ESCOLA E EDUCAÇÃO LIBERTADORA

[...] não se trata só de prédios, salas, quadros,


programas, horários, conceitos.
Escola é, sobretudo, gente,
gente que trabalha, que estuda,
que se alegra, se conhece, se estima.
(A escola, Paulo Freire)

No país de Paulo Freire (1921-1997), filósofo e educador pernambucano,


reconhecido internacionalmente, buscamos olhar para a escola como espaço
de socialização do saber, como ambiente de construção crítica, e como meio de
fortalecimento da cultura humana. Conhecido pelo pensamento pedagógico como
postura política, Freire enfatiza em suas obras o objetivo maior da educação de
mostrar e de conscientizar alunos à margem da sociedade das suas condições de
oprimidos, e de estimular a luta a favor da libertação.
Na introdução do livro Educação como prática da liberdade (1967), o cientista
político Francisco Weffort defende que o ensaio proposto por Freire tem como
posição de relevo a visão da liberdade, concebida como

[...] a matriz que atribui sentido a uma prática educativa que só pode alcançar
efetividade e eficácia na medida da participação livre e crítica dos educandos.
É um dos princípios essenciais para a estruturação do círculo de cultura,
unidade de ensino que substitui a ‘escola’, autoritária por estrutura e tradição.
(WEFFORT, 1967, p. 4).

Freire (1967) introduz a discussão a respeito da educação libertadora partindo


da premissa da vida em sociedade. O autor defende que não é possível existir
educação dissociada das sociedades humanas, nem do homem existir no vazio. Na
visão de Freire (1967), o ser humano é o ser da integração e

a sua grande luta vem sendo, através dos tempos, a de superar os fatores que
o fazem acomodado ou ajustado. É a luta por sua humanização, ameaçada
constantemente pela opressão que o esmaga, quase sempre até sendo feita –
e isso é o mais doloroso – em nome de sua própria libertação. (FREIRE, 1967,
p. 42).

A escola se insere nesse espaço de humanização e reconhecimento. Na


ótica do filósofo, a busca por uma relação dialógica entre professores e alunos,
pautada pelo debate e pela vivência, abre as portas da afetividade, favorece a
compreensão da história e a construção de sentidos e liberta socialmente os
indivíduos de opressões. Weffort (1967, p. 12), nessa perspectiva, considera que
“o saber democrático jamais se incorpora autoritariamente, pois só tem sentido
como conquista comum do trabalho do educador e do educando”. Na concepção
freireana, a função da escola se encontra também em ensinar o aluno a ler o mundo
para que ele, então, transforme o mundo.

72 • A escola em mim: narrativas, projeções de imagens e reconfigurações de si

Você também pode gostar