Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
virtuais de
?
Elaborado pela Prefeitura de São Paulo
1
Como fazer oficinas virtuais de
Linguagem Simples?
Elaborado pela Prefeitura de São Paulo
SECRETÁRIO
Bruno Lima
Esta publicação tem a cooperação da
SECRETÁRIO-ADJUNTO UNESCO no âmbito do Projeto Inovação
Humberto de Alencar como instrumento para aprimoramento
da Administração Pública Municipal. Seu
EQUIPE DO PROGRAMA MUNICIPAL DE
objetivo é fortalecer a abertura, o ambiente
LINGUAGEM SIMPLES
e o protagonismo da cidade de São Paulo na
Gabrielli dos Santos Martins
temática de inovação. As indicações de nomes
Ismáilla Carneiro
e a apresentação do material ao longo deste
Jéssica Fontes Brito
livro não implicam a manifestação de qualquer
Mar Alves
opinião por parte da UNESCO a respeito da
condição jurídica de qualquer país, território,
CONSULTORES UNESCO cidade, região ou de suas autoridades,
Ícaro Orací tampouco da delimitação de suas fronteiras
Mariana Fialho Leal de Moura ou limites. As ideias e opiniões expressas
nesta publicação são as dos autores e não
OPERAÇÕES refletem obrigatoriamente as da UNESCO nem
André Ruz Neves comprometem a organização.
Gabriela Lima Santos
Maio, 2023
Sumário
Introdução..................................................................................................................................................... 5
Conheça o (011).lab – Laboratório de Inovação em Governo da Prefeitura de
São Paulo........................................................................................................................................................ 6
O que é o Programa Municipal de Linguagem Simples?..................................................... 7
ETAPA 1
Montando uma oficina virtual
O que precisa ser feito antes da oficina?
ETAPA 2
Preparando a sala virtual
O que precisa ser feito no dia da oficina?
ETAPA 3
Aplicando a oficina
O que precisa ser feito ao longo da oficina?
3
Passo 11: Siga o fio lógico da oficina................................................................. 36
Passo 12: Introduza a oficina.................................................................................. 38
Passo 13: Apresente as 10 dicas de Linguagem Simples........................ 42
Passo 14: Aplique a atividade prática................................................................ 51
Passo 15: Encerre a oficina...................................................................................... 54
ETAPA 4
Quando a oficina acaba
O que precisa ser feito logo depois da oficina?
ETAPA 5
Avaliando a oficina
Fechamento.................................................................................................................................................. 62
Dúvidas Frequentes................................................................................................................................. 63
4
Introdução
Este guia busca te apoiar a fazer oficinas de Linguagem Simples. Você verá como a
linguagem é um ponto central para melhorar os serviços públicos e um importante ins-
trumento para promover a inclusão e garantir direitos.
Com este guia, você sentirá mais segurança na hora de facilitar oficinas de Linguagem
Simples e sempre poderá buscar respostas para as suas dúvidas. Com ele, você apren-
derá a mapear o público-alvo e temas sensíveis, qual o papel da pessoa que facilita,
como apresentar as 10 dicas de Linguagem Simples, e um método para avaliar a oficina.
5
Conheça o (011).lab – Laboratório de
Inovação em Governo da
Prefeitura de São Paulo
6
O que é o Programa Municipal
de Linguagem Simples
O Programa Municipal de Linguagem são analfabetos funcionais1. Ao mesmo
Simples foi criado no dia 11 de novembro tempo, só na cidade de São Paulo, 1 em
de 2019, a partir do Decreto nº 59.067, cada 5 habitantes da cidade não possui
com o objetivo de simplificar a lingua- instrução formal ou Ensino Fundamen-
gem da Prefeitura para que ela se torne tal completo – de um total de quase 3
acessível para toda a população. milhões de pessoas2.
7
ETAPA 1
Montando uma
oficina virtual
O que precisa ser feito
antes da oficina?
Passo 0
O que é Linguagem Simples?
Neste capítulo, você entenderá o conceito de Linguagem Simples, saberá como essa
pauta surgiu e como ela começou a ser desenvolvida no setor público do Brasil e do
mundo.
9
Linguagem Informal ou Coloquial O setor público brasileiro possui algumas
iniciativas de Linguagem Simples, por
A linguagem coloquial compreende a lin-
exemplo a Lei Federal nº 13.460, de 26
guagem informal, popular, que usamos
de junho de 2017, conhecida como Lei de
frequentemente em situações informais, Direitos do Usuário de Serviços Públicos.
como por exemplo em uma conversa Mas a primeira política pública para tratar
entre amigos, familiares, vizinhos etc. exclusivamente do tema de Linguagem
Quando usamos a linguagem coloquial, Simples surge em 2019, com a criação
do Programa Municipal de Linguagem
não estamos preocupados com as nor-
Simples, da Prefeitura de São Paulo, com
mas gramaticais da variedade padrão
base no Decreto nº 59.067/2019 e na Lei
da nossa língua. Por isso, falamos de
nº 17.316, de 6 de março de 2020.
maneira rápida, espontânea, descontraí-
da, popular e regional para interagir com
as pessoas.
10
Passo 1
Oficina presencial ou virtual?
Primeiro, é preciso saber o formato da sua oficina. Ela será oferecida presencialmente
ou por meio virtual? Neste guia, iremos dar dicas para o formato virtual. Então, confira
a seguir se este é o mais adequado para o seu contexto.
11
Passo 2
12
Algo bastante comum nesse meio são Ainda assim, provavelmente, será difícil
situações em que o documento ou con- para esse público entender de que forma
trato escrito não é entendido por quem usar a Linguagem Simples poderá facili-
o lê, justamente por conter termos pou- tar o seu trabalho ao invés de torná-lo
co usados ou muito formais, o que gera mais complexo. E é dessa premissa que
retrabalho e problemas de comunicação. você deverá partir ao preparar a oficina.
Quantidade de pessoas
Outro elemento importante é o número cessário mais pessoas como apoio nas
de pessoas que participarão da oficina. atividades.
Saber a quantidade esperada de pes-
soas ajudará a adequar o formato, defi- Além disso, é importante entender o
nindo se é possível fazer atividades mais perfil das pessoas participantes para
interativas entre as pessoas ou se um identificar possíveis dificuldades com o
formato mais expositivo será mais efi- uso de ferramentas digitais. Reflita se o
caz. Também ajudará a definir se é pos- público-alvo possui os recursos necessá-
sível oferecer a oficina com apenas uma rios para acessar a plataforma e os ma-
pessoa como facilitadora, ou se será ne- teriais que serão usados na oficina.
13
Passo 3
14
Entre em contato com o grupo e Uma sugestão de e-mail é a seguinte:
envie lembretes
Além do e-mail de divulgação, quando o Enviar Anexar Arquivos
dia da oficina estiver próximo, é importan- Para:
te enviar lembretes com instruções bási-
Assunto:
cas para que as pessoas acessem a plata-
forma com mais facilidade, por exemplo: Olá!
Esperamos que esteja bem.
• Lembrando qual será a plataforma;
• Sugerindo que abram a sala antes do Está chegando a hora da nossa Oficina de
Linguagem Simples. Ela vai acontecer no
horário da oficina; dia (inserir data), das (inserir horário de iní-
• Pedindo que entrem pelo computa- cio da oficina) às (inserir horário de término
dor, caso tenham acesso; da oficina), através da plataforma (inserir
nome da plataforma).
• Sugerindo que usem fone com micro-
Se possível, acompanhe a oficina por um
fone ou áudio do computador/celular. computador. Assim será mais fácil acessar
as ferramentas e participar das dinâmicas.
Entre alguns minutinhos antes para apro-
veitar melhor o nosso tempo!
Não se esqueça de separar papel e caneta
para anotações e para fazer as atividades
ao longo da oficina.
Para participar da oficina, clique aqui (in-
serir o link para a chamada).
Contamos com a sua presença!
Até logo,
Equipe do Programa Municipal
Imagem de wayhomestudio no Freepik de Linguagem Simples
(banco de imagens gratuitas).
15
Passo 4
16
pecificar gênero, evitando o masculino de e estimula a sensibilidade diante das
genérico. O senso comum e de certa for- nossas ações e da forma que estamos
ma conservador costuma ser resistente nos comunicando.
a tal dica, argumentando que o uso ape-
Em todos os passos da CNV, é neces-
nas do masculino faz parte da norma
sário praticar as técnicas da mediação,
culta, o que é verdade.
como a escuta ativa, que possui quatro
No entanto, é importante procurar dia- elementos principais:
logar com esse setor, explicando que o
fato de a maioria dos substantivos da
Língua Portuguesa serem apenas usa-
• Observar sem julgar: é
dos no masculino tem a ver com o pro-
o momento de analisar
cesso de formação do nosso país, em
todo o cenário e iden-
que durante muito tempo mulheres não
tificar cada parcela de respon-
podiam exercer determinadas funções.
sabilidade. Baseia-se na obser-
À medida que isso foi mudando, o voca-
vação do que está acontecendo,
bulário foi mudando também, embora
de fato, com foco na situação vi-
na prática ainda seja costume usarmos
venciada. É importante que essa
apenas a forma masculina.
observação seja feita sem jul-
Assim, as dicas têm como objetivo tornar gamentos ou preconceito. Aqui,
a linguagem do setor público mais inclusi- consideramos que julgamentos
va, contribuindo também para tornar co- são uma reação natural do nos-
mum o uso de palavras sem indicador de so corpo a situações em que nos
gênero ou mesmo o uso de palavras em sentimos ameaçados de alguma
ambos os gêneros. Falaremos especifica- forma. Assim, precisamos fazer o
mente sobre essa dica na página 44. exercício de abrir mão deles para
então observar o que realmente
Caso você queira se preparar melhor,
está acontecendo.
um bom material de estudo sobre esse
tema é o Manual para o uso não sexis-
ta da linguagem, lançado pela Secreta-
ria de Políticas para as Mulheres do Rio • Nomear os sentimen-
Grande do Sul. tos: é hora de enten-
der e comunicar as
Como mediar conflitos através da emoções que sentimos
Comunicação Não Violenta (CNV) durante o conflito, sem culpas ou
julgamentos. Ao falar sobre sen-
Para que a discussão aconteça de for-
timentos, não sobre posiciona-
ma assertiva, sugerimos que a facilita-
mentos, temos mais chances de
dora ou facilitador use a Comunicação
sermos ouvidos, ainda mais em
Não Violenta (CNV) para mediar possí-
um ambiente de conflito. Porém,
veis conflitos. Ela foi desenvolvida pelo
é preciso ter cuidado para não
psicólogo Marshall Rosenberg nos anos
expressar os seus sentimentos de
1960 e é uma forma de autoconexão
uma forma que coloque a culpa
que promove a comunicação com em-
nas pessoas com quem você está
patia, nos permite refletir sobre as par-
se comunicando.
tes que não enxergamos com facilida-
17
Para ilustrar como aplicar a CNV, separa-
mos um episódio que aconteceu em uma
• Identificar necessida-
das oficinas do Programa. Nela, tivemos
des: saber reconhe-
uma grande discussão em torno da ter-
cer as necessidades por trás de
ceira dica sobre Linguagem Simples:
cada sentimento que a pessoa
com quem falamos trouxe é ou-
tro passo importante para uma
Não use termos sexistas
comunicação não violenta. É 3 Prefira o plural indefinido
importante identificar as neces-
ou sempre use as palavras
sidades e nutri-las. Da mesma
nos dois gêneros
forma, ao entendermos o que
sentimos, torna-se mais fácil
Este é um direito básico
entender o que precisamos. As-
que deve ser garantido a
sim, ao nos colocarmos no lugar
todo cidadão
do outro, criamos uma conexão
que nos ajuda a perceber quais
Este é um direito básico
necessidades não estão sendo que deve ser garantido a
atendidas. todo cidadão e cidadã
18
Como poderíamos lidar com essa situação usando uma
Comunicação Não Violenta?
Usando a CNV, podemos conduzir essa discussão da seguinte forma:
Essa condução através da CNV é uma das formas para lidar com um conflito desse tipo.
Um outro aprendizado que tivemos na situação que citamos foi a necessidade de mu-
darmos a forma como a dica é apresentada. Ao invés de sugerir que as pessoas não
usem uma linguagem sexista, passamos a propor que usem uma linguagem inclusiva.
Assim, propomos que usem palavras neutras que já existem e são comuns em nossa
língua para evitar confusões.
Saiba mais sobre a linguagem inclusiva e suas diferenças para a linguagem neutra no
passo seguinte!
19
Passo 5
Linguagem neutra ou
linguagem inclusiva
Neste capítulo, você vai entender melhor o que é cada uma dessas linguagens e como
elas se diferenciam. Verá também qual é o posicionamento do Programa Municipal de
Linguagem Simples, que se baseia na linguagem inclusiva.
Linguagem neutra
A linguagem neutra tem o propósito de incluir todos os grupos de gênero na co-
municação. Ela também é conhecida como linguagem não binária e evita o uso
dos gêneros tradicionalmente aceitos pela sociedade (masculino e feminino),
substituindo os artigos feminino e masculino por um x, e ou @. Por exemplo:
20
Linguagem inclusiva Narrativa do Programa Municipal
A linguagem inclusiva, também chama- de Linguagem Simples
da de não sexista, busca promover uma O fio de condução das oficinas feitas
comunicação que não exclua ou invisibi- pelo Programa está de acordo com a
lize qualquer grupo social. Ela envolve to- linguagem inclusiva. Apoiamos a diversi-
das as pessoas, sem especificar gênero dade e acreditamos que temos o dever
e sem alterar a ortografia das palavras, de respeitar todas as pessoas, inclusive
evitando ainda o masculino genérico. pessoas trans e não binárias. Um exem-
plo disso está na nossa terceira dica, que
Por exemplo: fala sobre a linguagem inclusiva como
forma de incluir todas as pessoas.
• “Todos estão convidados” pode
ser substituído por “todas as pes-
soas estão convidadas”. Use uma linguagem inclusiva.
• “Leia sobre o direito do idoso” 3 Prefira o plural indefinido ou
pode ser substituído por “Leia so-
sempre use as palavras nos
bre o direito da pessoa idosa”.
dois gêneros.
• “Este é um direito básico que deve
ser garantido a todo cidadão” Leia sobre o direito do idoso.
pode ser substituído por “Este é
um direito básico que deve ser Leia sobre o direito da pessoa
garantido a toda a população ou idosa.
todas as pessoas”.
21
Passo 6
Adequando a linguagem
Quando o tema é linguagem, é fundamental que sempre
pensemos com quem estamos falando, e por isso a impor-
tância de adequarmos a linguagem da oficina ao nosso
público-alvo.
22
Adequando o material
Um dos objetivos da oficina é levar as pessoas a refletirem so-
bre a linguagem que usam. Assim, é fundamental que o tema
seja sempre tratado dentro de um contexto. Por isso, a primei-
ra etapa da oficina é um momento de reflexão, com perguntas
a respeito da linguagem no setor público, bem como no lugar
onde as pessoas trabalham. Tais perguntas aparecem na Apre-
sentação para oficina virtual, que você pode acessar pelo QR
code na página 25.
Adaptando o conteúdo
Outro ponto importante e que pode contribuir para que as pes-
soas se identifiquem melhor com o tema são os exemplos e ati-
vidades propostas ao longo da oficina. Trazer textos e documen-
tos relacionados com a sua área de atuação ou que tenham sido
produzidos pelo próprio órgão onde trabalham é uma forma de
mostrar a aplicação das técnicas de Linguagem Simples a partir
de algo próximo de seu cotidiano.
Uma forma de fazer isso é montar os exemplos da oficina a par-
tir desses documentos. Por exemplo, se o público-alvo da oficina
são servidores e servidoras da Secretaria da Fazenda, é interes-
sante trazer para a atividade feita ao final da oficina (slide 41 da
Apresentação para oficina virtual) documentos produzidos pela
própria Secretaria. Um exemplo é o documento de Contestação
do IPTU, que pode ser facilmente encontrado na internet, e tam-
bém na lista de materiais da oficina (página 25).
Além disso, você pode mandar um e-mail para a pessoa respon-
sável por agendar a oficina e pedir sugestões de documentos
considerados complexos ou problemáticos para incluir nas ativi-
dades da oficina.
23
Passo 7
Aplique o formulário de presença
Como forma de mapear o público presente na oficina, sugerimos que você aplique um
formulário para coletar algumas informações antes de a oficina começar. Nele, você
pode perguntar informações básicas sobre a pessoa, por exemplo nome, e-mail institu-
cional e órgão onde trabalha, e até mesmo informações específicas sobre o cargo e/ou
tempo de atuação.
Formulário de presença.
24
Materiais da oficina
Materiais
COMO ACESSAR?
Abra a câmera do seu
Outros materiais celular.
Aproxime a câmera do
• Documento-exemplo para atividade prática código acima.
Clique no link para abrir a
• Modelo de fio lógico para oficina pasta com os materiais.
• Formulário de presença
• Formulário de avaliação
Lista de verificação
25
ETAPA 2
Preparando a
sala virtual
O que precisa ser feito
no dia da oficina?
Passo 8
Depois de criar a sala, o primeiro passo é ● Dar instruções para que quem não
enviar o link para todas as pessoas par- conhece a plataforma ainda, se fami-
ticipantes. liarize com ela.
● Enviar o link da apresentação, para
que já acessem e se familiarizem.
Confira se o som e o vídeo estão
● Conferir se todas as pessoas estão
funcionando
com papel e caneta para as ativida-
Depois de criar a sala e enviar o link, des durante a oficina.
faça um teste de som e vídeo para ga-
● Comunicar bem as regras e combina-
rantir que tudo está funcionando. No
dos da oficina.
caso do Zoom, o teste de som e vídeo é
sugerido assim que você acessa a sala, Lembre-se de avisar todas as pessoas
tanto para quem a criou, quanto para quando a oficina estiver prestes a co-
os convidados. meçar!
É importante que o ambiente onde você
mediará a oficina esteja calmo e silen-
cioso no momento da oficina.
Em seguida, você deve:
27
ETAPA 3
Aplicando
a oficina
O que precisa ser feito
ao longo da oficina?
Passo 9
29
Parta das experiências das pes- “Quem pode começar respondendo a
soas participantes essa pergunta?”, sempre reafirmando
que não existe certo ou errado.
Uma das formas de chegar a essas res-
postas é partir sempre das experiências
e conhecimentos de quem participa da Papéis e responsabilidades
oficina. Isso fará com que se sintam mais
Além disso, é de extrema importância
próximas da temática e a vejam como
que as pessoas facilitadoras estejam ali-
algo aplicável e próximo ao seu dia a dia.
nhadas quanto aos conteúdos e seu pa-
Você deve sempre dar exemplos relacio-
nados ao contexto de trabalho delas, pel, para que estejam bem entrosadas
incentivá-las a falar e incluir na oficina na hora de facilitar. Por isso, reserve um
situações que elas mesmas trouxeram. tempo antes da oficina para vocês con-
versarem e fazerem seus combinados.
É importante sabermos o papel de cada
Diferentes contextos
pessoa na hora de facilitar. Segue uma
Um ponto importante é repensar as di- pequena explicação de cada papel:
nâmicas e o fio lógico para diferentes
contextos (número de pessoas, faixa
Facilitadora: é responsável por con-
etária, nível de interação etc.).
duzir o processo de forma neutra e
Uma possibilidade é, se você nunca teve sem julgamentos. Também deve en-
experiência com facilitação, fazer ofici- corajar os e as participantes a faze-
nas menores. Quando estiver com um rem as atividades propostas, bem
público jovem, tente usar atividades de como aplicar as dinâmicas e tirar dú-
interação e que mexam com o corpo. vidas sobre o conteúdo. Deve guiar
Se as pessoas não estiverem interagin- e facilitar discussões, conduzindo
do muito, traga exemplos da sua própria um processo de aprendizado com
vida, incentivando-as e encorajando-as escuta ativa. É importante que essa
a fazerem o mesmo. pessoa tenha um olhar observador
para entender como as participantes
Escute e incentive a fala estão absorvendo as informações, in-
centivando sempre a interação delas.
O processo de escuta ativa será muito
importante para incluir quem participa
da oficina como sujeito ativo e pensan-
Cofacilitadora: é o apoio geral e téc-
te. Então, escute atentamente tudo o
nico (enviar o link da apresentação
que as pessoas participantes têm a di-
pelo bate-papo, avisar a facilitadora
zer, validando suas opiniões como im-
caso surja alguma questão técnica,
portantes para a discussão.
tirar as dúvidas que possam surgir).
É provável que, de início, as pessoas não Ela também organiza a sala e divide
se sintam à vontade para falar, por se as participantes em salas menores
tratar de um tema novo. Por isso, é fun- na hora de fazer a atividade prática.
damental que quem esteja facilitando a Essa pessoa também pode intervir
oficina busque incentivá-las a falar, mes- ao longo da oficina para contribuir
mo quando o silêncio parecer constran- com as discussões e engajamento
gedor, com frases do tipo “Quem pode
das participantes.
nos dar um exemplo de tal situação?”,
30
Passo 9.1
Como facilitar oficinas virtuais
Além dos desafios naturais de se facilitar uma oficina, o momento atual exige adapta-
ção para o contexto virtual. Por isso, é fundamental que saibamos usar as ferramentas
que temos disponíveis.
31
forma, o tempo e as ferramentas são o
que determinará a dinâmica da oficina.
Elas podem:
Uma sugestão é que, em vez de simples-
mente apresentar os slides da oficina
● Assistir algum vídeo,
na própria plataforma, a apresentação
apresentação etc.;
seja interativa e possa ser acessada por
● Ouvir um áudio, uma música; todas as pessoas participantes. Dessa
● Interagir entre si. forma, as atividades, que seriam feitas
com papel e caneta no caso da oficina
presencial, passam a ser feitas em slides
Depois de definir a atividade das pessoas, da própria apresentação.
é preciso se perguntar: Como? Elas irão
Para isso, você precisará enviar o link
preencher o slide? Responder por chat?
da apresentação (em Power Point, Miro
etc.) pelo bate-papo da chamada. As-
Pense nas ferramentas sim, todas as pessoas poderão acessá-
-la e editar o material.
Além da plataforma, que outras ferra-
mentas podem ser usadas durante a Antes de enviar o link, lembre-se de libe-
oficina? O espaço, que é virtual, a plata- rar o acesso da apresentação:
32
dade a seguir, a partir do que aprende- inscrições, lista de presença, suporte com
mos até aqui. Você pode acessar o ar- dúvidas, além da própria facilitação).
quivo no link Planejamento da oficina.
No campo 4, você deve escrever o que
Lembre-se de criar uma cópia e manter
garantirá que as pessoas estejam jun-
o documento original sem alterações.
tas, ou seja, qual a plataforma escolhida,
No campo 0, você deve colocar o nome como ela será usada, através de que re-
da sua oficina, “Oficina de Linguagem cursos, e assim por diante.
Simples”, por exemplo. Depois, preencha
Já no campo 5, você deve escrever quais
o tempo de duração da oficina e o nú-
atividades serão feitas pelas pessoas
mero de participantes confirmados.
participantes. Tente descrever bem cada
No campo 1, você deve escrever as infor- uma das interações.
mações que você já sabe sobre quem irá
No campo 6, você deve escrever quais
participar.
são os resultados esperados com a ofi-
No campo 2, escreva o que você ainda cina, ou seja, os objetivos da oficina.
não sabe.
Por fim, no campo 7, escreva qual a ex-
No campo 3, escreva quem será respon- periência esperada para quem irá parti-
sável por fazer a facilitação (se have- cipar da oficina, com relação à dinâmi-
rá mais de uma pessoa, se haverá uma ca, interação e aprendizados, e também
equipe de comunicação) e quais serão para quem irá facilitar.
suas atividades (divulgação da oficina,
Atividade de
planejamento.
33
Passo 10
Faça combinados
Boa parte dos desafios de se fazer uma Alguns dos combinados
oficina virtual existem também para podem ser:
quem está participando da oficina. Co-
nexão ruim, falta de privacidade em • Desligar o microfone quando
casa, falta de familiaridade com a pla- alguém estiver falando. Isso
taforma, dificuldade para se concentrar evita ruídos e interrupções
em meios virtuais. Por isso, é importan- desnecessárias;
te que todo o funcionamento da oficina • Participar ativamente ao lon-
seja pactuado logo de início, para que go da oficina;
todos e todas saibam como vai fun-
• Se possível, deixar a câmera
cionar e tomem a responsabilidade de
ligada;
cumprir com o combinado.
• Fazer perguntas autorreflexi-
vas, em que você pergunta e já
Participação ativa procura a resposta para com-
partilhar com os demais;
Por se tratar de uma oficina virtual, não
há muitas formas de conferir ou garantir • Mandar perguntas sempre pelo
que todas as pessoas estejam de fato bate-papo quando alguém es-
prestando atenção. Por isso, é importan- tiver falando. Isso otimiza o
te que a dinâmica da oficina e as ativida- tempo da oficina;
des sejam pensadas também para man- • Manter o celular no silencioso;
ter a participação ativa, para que todos • Interagir através da apresenta-
e todas se sintam parte do processo de ção em slides compartilhada;
construção da oficina. Além disso, tam-
• Usar papel e caneta ou blo-
bém é importante que cada pessoa par-
co de notas virtual para fazer
ticipante seja responsável por se man-
anotações.
ter atenta durante a oficina e participar
ativamente.
34
Gerencie bem o tempo dizer: “estou enviando o link da apresen-
tação pelo bate-papo”, pergunte: “todo
É importante considerar que muitas
mundo conseguiu entrar? Basta clicar
pessoas passam a maior parte do seu
no link que a apresentação abre auto-
tempo em interações virtuais, seja no
maticamente”.
trabalho ou em outras interações so-
ciais. Por isso, é importante que o tempo
de duração da oficina seja respeitado.
Tente acompanhar as pessoas
Lembre-se: é papel da equipe facilitado-
ra conduzir o encontro, cuidar do tempo, Pergunte sempre se as pessoas estão
moderar e organizar. ouvindo, se estão conseguindo acessar
os links enviados, se estão acompanhan-
do a linha de raciocínio. Se em contextos
Faça um momento de chegada presenciais de aprendizagem já é impor-
Assim que todas as pessoas já estive- tante prestar atenção a isso, no contex-
rem na sala de reunião, faça um momen- to virtual se torna mais ainda, já que te-
to de chegada para que elas possam ir mos outras barreiras de comunicação.
se acomodando e se adaptando às fer-
ramentas e ao grupo. Esse momento
Faça momentos de checagem
deve servir também para tirar dúvidas,
perguntar como as pessoas estão e se Pause sempre a explicação para checar
estão tendo alguma dificuldade. se há algum problema e perceber o nível
de engajamento das pessoas. Pergunte-
-se: meu público está engajado? Todos
Dê instruções sempre, reforçan- e todas estão acessando a apresenta-
do comandos ção? Estão interagindo?
É importante que você sempre repita os
comandos que der, já que alguém pode
ter tido um problema de conexão ou só
Lembre-se de registrar a presença
não ter prestado atenção. E é impor- Por fim, é importante fazer o controle de
tante também dar instruções de como presença para saber quem de fato parti-
realizar aquele comando, já que muitas cipou da oficina. Então, não se esqueça
vezes as pessoas só não o fazem por- de enfatizar a importância de preenche-
que não sabem como, e ficam com ver- rem o formulário no início e no fim da
gonha de perguntar. Por exemplo, após oficina.
35
Passo 11
• Data da oficina;
• Objetivos;
• Resultados;
• Metodologia;
• Tempo de duração;
• Público-alvo;
• Materiais necessários.
36
Nele, você encontra os diferentes mo-
mentos que compõem a oficina, que 5 Questionamentos
são:
Momento em que o facilitador ou
facilitadora apresenta uma pergun-
1 Chegada ta aos e às participantes, fazen-
do com que reflitam a respeito da
Momento reservado para que os e linguagem no seu trabalho. Eles e
as participantes acessem e se am- elas são convidados a responder a
bientem à plataforma. Deve durar, pergunta “O que vocês acham da
em média, 10 minutos. Atente-se as comunicação do seu órgão? Ela é
pessoas que entram na sala virtual acessível para toda a população?
atrasadas, procurando sempre aco- Por quê?”, e a compartilharem com o
lhê-las e explicar o que estão fazendo restante do grupo, se quiserem, ge-
e em que momento estão na oficina. rando um primeiro momento de dis-
cussão. Dura, em média, 10 minutos.
2 Rodada de apresentação
6 Apresentação
Momento para que os e as partici-
pantes se apresentem, falem com Momento mais expositivo da ofici-
o que trabalham, contem um exem- na, em que as 10 dicas de Lingua-
plo de palavra difícil que escutam gem Simples são apresentadas e
muito em seu trabalho e digam discutidas junto aos e às participan-
qual sua expectativa para a oficina. tes. Dura, em média, 40 minutos.
Dura, em média, 10 minutos, depen-
dendo do número de participantes. 7 Atividade prática
8 Encerramento
37
Passo 12
Introduza a oficina
Agora que você já tem todas as ferramentas necessárias para realizar a oficina, iremos
passar por cada uma de suas etapas, explicando de forma mais detalhada a dinâmica
e metodologia.
Para além de conhecer as ferramen- A ideia é que o slide seja projetado en-
tas e o seu fio lógico, é importante que quanto as pessoas entram na sala e
você entenda com profundidade cada se familiarizam com a plataforma. En-
momento da oficina, o que também quanto isso, o facilitador ou facilitadora
dará confiança para conduzir e mediar deve pedir que acessem o formulário e
as discussões. Para isso, use como base respondam as perguntas sobre os seus
a Apresentação para oficina virtual e dados pessoais. Tal coleta é importan-
tente estudá-la ao máximo antes do te para que depois você possa identifi-
dia da oficina. car o público que realmente participou
da oficina.
Para começar, se apresente, falando
seu nome e órgão em que trabalha. Depois que todos e todas tiverem
Se quiser, inclua na sua apresentação preenchido o formulário de presen-
curiosidades sobre si e outras informa- ça, passe para o próximo slide e peça
ções que criem um espaço seguro, des- para que peguem o papel e a caneta
contraído e confortável para todas as que reservaram e façam a atividade de
pessoas presentes. simplificação do texto do Ministério da
Saúde. Nesse momento, é importante
Como explicado anteriormente, o pri-
ressaltar que não existe resposta cer-
meiro momento da oficina é o momen-
ta ou errada para a atividade e que ela
to da Chegada. Começando pelo slide
serve apenas para podermos avaliar
1, temos o formulário de presença que
como os e as participantes entram na
deve ser enviado pelo bate-papo:
oficina e como saem dela.
38
O slide seguinte é um espaço para que Em seguida, entramos no momento
se faça uma apresentação breve sobre da Rodada de apresentação. A ideia é
quem está oferecendo a oficina. que todos se apresentem, digam com
o que trabalham, deem um exemplo
de termo complexo que usam no am-
biente de trabalho e também digam o
que esperam da oficina. Para quebrar o
gelo, você pode falar o seguinte:
39
No slide seguinte, entramos no momento “Antes de falarmos sobre Linguagem
de apresentação da Agenda, que é quan- Simples, eu gostaria de fazer uma
do as etapas da oficina são apresenta- primeira pergunta para vocês. O
das. Um exemplo de fala é o seguinte: que vocês acham da comunicação
do seu órgão? Ela é acessível para
“Nossa oficina será dividida em qua-
toda a população? Se não, por quê?
tro momentos: primeiro contaremos
um pouco do que fazemos no Pro- Então eu vou pedir que vocês escre-
grama de Linguagem Simples; em vam a resposta nos post-its dos sli-
seguida passaremos para vocês as des seguintes”.
nossas 10 dicas para simplificar a
linguagem; depois, faremos uma ati- Lembre-se de enviar no bate-papo o
vidade prática para experimentar link da apresentação para que as pes-
como seria a primeira etapa da sim- soas consigam acessar os post-its indi-
plificação; por fim, encerraremos a cados para a atividade.
oficina compartilhando quais foram
os nossos aprendizados.”
40
“Aqui, temos alguns dados que expli- Um exemplo de leitura do slide é:
cam por que é tão importante que o
Governo pense em sua linguagem. 3 “Nesse contexto, as pessoas não en-
em cada 10 brasileiras e brasileiros tendem o que o Governo fala e têm
com idade entre 15 e 64 anos são dificuldade de acessar os serviços
analfabetos funcionais, o que sig- públicos. Como consequência disso,
nifica que têm dificuldade para en- o Governo gasta mais tempo e recur-
tender e interpretar textos básicos.
sos para prestar os serviços, o Gover-
Ao mesmo tempo, 1 em cada 5 ha-
no e as pessoas ficam mais distantes,
bitantes da cidade de São Paulo não
ampliando as desigualdades sociais.”
possui instrução formal, ou seja, não
foram à escola.” O slide seguinte vem como uma conclu-
são da linha de pensamento:
41
Passo 13
Apresente as 10 dicas de
Linguagem Simples
Este é o momento mais importante da oficina, em que as 10 dicas de Linguagem Sim-
ples são apresentadas e discutidas junto aos e às participantes. Por isso, é importante
que você conheça em detalhes cada uma delas.
O slide 13 serve para introduzir as dicas. Ele “Como você pode ver, partimos do
pode ser apresentado da seguinte forma: menor elemento do texto, que é a pa-
lavra; passamos pela frase e só então
“Agora nós iremos passar pelas 10 di-
pensamos na apresentação do docu-
cas de Linguagem Simples, que não
têm como objetivo servir de regras, mento. Mas os três aspectos se mistu-
mas são um conjunto de técnicas ram tanto no momento de começar a
práticas que vocês podem usar na escrever um texto do zero quanto na
hora de escrever ou revisar um texto.” hora de revisar um documento.”
42
Lembre-se de explicar o que são jar- O slide seguinte consiste em um exemplo
gões e termos técnicos e de mencionar para a próxima dica. Leia-o em voz alta
os exemplos que aparecem no slide, e convide os e as participantes a refleti-
além de outros: rem sobre o que há de errado na frase.
Espere para ver se alguém percebe que
“Normalmente, as siglas são abrevia- a discussão é sobre o termo “denegrir” e
ções de nomes de lugares e são usa- pergunte se conhece sua origem. Caso
das junto aos termos técnicos para ninguém responda, adiante a explicação.
se referir a órgãos e procedimentos.
Já os jargões são termos específicos “Segundo o dicionário Aurélio, a pa-
comuns a um determinado grupo de lavra ‘denegrir’ é definida por ‘tornar
pessoas. A chance de uma pessoa negro, escurecer’, e, na frase, tem o
que não pertence a esse grupo en- sentido negativo de ‘manchar a ima-
tender a palavra é baixa.” gem’. Assim são diversas outras pa-
lavras e expressões da Língua Por-
Você ainda pode completar: tuguesa, como ‘mulato’, ‘lista negra’,
‘macumbeiro’ etc. Embora muitas
“É preciso ter cuidado com as siglas.
pessoas usem essas palavras sem
Embora sirvam para agilizar a comu-
saber sua origem, são expressões
nicação, existem muitas siglas cujo
que reforçam um estereótipo nega-
significado as pessoas não conhe-
tivo da população negra.”
cem. Em especial, as siglas que re-
presentam órgãos e serviços e que Após essa breve explicação, passe para
mudam com muita frequência. o slide seguinte, que apresenta a se-
É comum uma pessoa procurar por gunda dica: Não use termos pejorati-
um serviço e não achar, já que, na vos ou discriminatórios.
maioria dos lugares, ele está repre-
sentado por sua sigla e não pelo seu
nome. O ideal é evitar ao máximo
o uso das siglas e termos técnicos,
mas, caso seja necessário usá-las,
explique o seu significado depois da
primeira vez que ela aparecer no tex-
to. Isso também vale para as siglas
que são mais conhecidas do que o
seu significado, como RG e CPF.”
43
Explique o que são termos pejorativos
e dê outros exemplos, além de explicar
que essa dica engloba também pala-
vras em outras línguas:
44
“Quando escrevemos para um pú- -se das dicas dadas no passo 4 – Mapeie
blico-alvo diverso, composto por ho- possíveis temas, dúvidas e polêmicas.
mens, mulheres e pessoas que não se
O slide seguinte traz um exemplo que
identificam nestes dois grupos, é im-
serve de introdução para a quarta dica.
portante que a pessoa que está len-
Nele, peça para que uma pessoa leia a
do se sinta incluída como público-alvo
frase em voz alta e, em seguida, ques-
daquela mensagem.”
tione: “O que a frase quer dizer? De que
O slide seguinte traz a orientação pro- outra forma poderia ser escrita?”.
priamente dita: Chame a atenção para o tamanho da pa-
lavra em destaque, e pergunte aos e às
participantes se essa é uma palavra que
usam muito em seu dia a dia. Peça para
que pensem em outras palavras seme-
lhantes e que dificultam a comunicação.
45
escrever pensando nas pessoas que mos e conceitos gramaticais, pode gerar
terão maior dificuldade para entender. dúvidas. Deixe claro que o foco não é a
E é nelas que se deve pensar quando gramática, mas sim como deixar o texto
avaliamos a dificuldade das palavras. mais simples.
Palavras difíceis são aquelas desco-
nhecidas ou que não sejam tão usadas “É muito comum que usemos outras
no dia a dia do seu público. Pergunte- palavras para expressar a ação no
-se: essa palavra é usada pela maior lugar dos verbos. Por exemplo: faça
parte da população? Se a resposta for a identificação do candidato. Nesse
não, você pode substituí-la por um si- caso, a ação principal é a de identificar,
nônimo ou expressão equivalente. que está descrita por meio do substan-
Palavras como ‘concomitantemente’, tivo ‘identificação’, e não do verbo da
‘outrossim’ ou ‘subsidiariamente’ fa- frase, o que torna tudo mais complexo.
zem parte de um vocabulário muito Mas o que queremos chamar a aten-
formal, bastante comum nos contex- ção nessa dica não é sobre a gramá-
tos acadêmico e jurídico. Essas pala- tica. O importante é deixar as ações
vras podem não fazer parte do voca- do seu texto diretas e fáceis de iden-
bulário de quem lê seu documento, tificar. Nos casos em que substantivos
o que dificulta muito o entendimen- estão no lugar dos verbos (como as
to da mensagem a ser passada. Ao palavras ‘identificação’, ‘processamen-
buscar por um sinônimo, você poderá to’, ‘requisição’, ‘realização’), simplifi-
trocá-las por palavras de mesmo sig- que trocando por verbos de ação di-
nificado, porém mais usuais. O uso de reta. Usar uma ação através do verbo
um vocabulário simples garante que torna a frase mais fácil de entender.
seu texto ou documento seja enten-
Prefira verbos que deixem clara a
dido pelo leitor ou pela leitora.”
ação a ser feita, como: faça, use,
Dê espaço para que tirem dúvidas, co- identifique, preencha etc. Assim, não
mentem situações em que usaram pa- haverá dúvidas sobre qual ação se es-
lavras do tipo no trabalho e escute os pera do público-alvo.”
exemplos que surgirem.
Após a explicação, pergunte se há dúvi-
O slide seguinte traz a quinta dica, últi- das e, se preciso, explique a dica de novo.
ma do grupo Escolha das palavras.
O slide seguinte traz a sexta dica e dá início
ao grupo focado na Estrutura das frases.
46
Antes de começar a explicar a dica, “Em uma primeira leitura, essa fra-
apresente o grupo: se pode soar natural, certo? Quem é
responsável pela entrega dos requeri-
“O segundo grupo de dicas trabalha mentos?”
a estrutura da frase pensando na im-
portância de escrevermos frases cur- A ideia é que identifiquem “a coorde-
tas e diretas para facilitar a leitura do nadora” como o sujeito verbal da frase.
texto. Nesse grupo, veremos 2 dicas.” Espere que tentem identificar sozinhos.
Caso não consigam, passe o slide. O sli-
Em seguida, explique a dica: de seguinte traz a mesma frase, com o
sujeito em destaque:
“Para evitar confusões, o ideal é que
as frases sejam objetivas, indo direto
ao ponto, sem muitos rodeios.
O uso de pontos-finais para quebrar
o texto em frases menores é uma das
formas de torná-lo mais objetivo. Um
texto mais limpo visualmente tam-
bém pode ajudar as pessoas a en-
tenderem as informações. Você pode
começar tirando as palavras que não
são essenciais e não fazem diferença
para o sentido da frase.”
Dê um tempo para que percebam a or-
Dê espaço para que façam comentários,
dem em que a frase foi escrita, deixando
pergunte se há dúvidas e, caso não haja,
o sujeito verbal no meio dela. Depois, es-
passe para a próxima dica.
timule-os a pensar como a frase ficaria
O slide seguinte traz um exemplo que ser- caso fosse invertida, colocando o sujeito
ve como introdução para a sétima dica. no início. Então, passe o slide, alterando
a ordem da frase.
Leia o exemplo em voz alta e peça que Chame a atenção para o fato de que al-
tentem identificar o elemento inadequa- terar a ordem da frase não altera o seu
do na frase. Sugestão: sentido, mas destaca uma informação
47
importante – no caso do exemplo, quem matação do texto para que ele seja en-
foi a pessoa responsável pela entrega tendido e interpretado por quem o lê.
dos requerimentos.
O slide seguinte traz a sétima dica: Use
frases na ordem direta.
48
Apresente dando dicas de como esco-
lher o título e subtítulos de um texto:
49
Gráficos, tabelas e diagramas apoiam Apresente a dica e busque dar exemplos
o leitor e a leitora a entender o con- relacionados com o trabalho feito pelas
teúdo do texto. pessoas participantes:
Mas, cuidado! Os elementos visuais
devem ser escolhidos com atenção, “A última dica tem a ver com o uso de
para que não compliquem a leitura. tópicos para ajudar a organizar infor-
Gráficos podem ser usados para apre- mações como listas de documentos,
sentar um conjunto grande de dados passo a passo de um processo etc.
numéricos. Já as tabelas podem ser Quando a pessoa procura por algu-
usadas para organizar informações, ma informação importante, faz muita
como números, nomes ou caracterís- diferença se a informação estiver no
ticas. Diagramas podem ser usados meio do texto, junto com uma série
para explicar um processo que possui de outras informações, ou se estiver
algumas etapas. fora do texto, em destaque, organiza-
É muito importante pensar no porquê da em tópicos.”
de você estar apresentando um cer-
O slide seguinte traz exemplos de como
to tipo de informação. Assim, vai ser
usar os recursos de organização em tó-
mais fácil escolher qual elemento vi-
picos em ferramentas de edição de tex-
sual você pode usar.
to como Word e Google docs.
Um lembrete importante é que todas
as imagens, ilustrações ou gráficos
precisam ter também uma descrição
por escrito, com a hashtag #ParaTo-
desVerem, pensando na acessibilida-
de e na inclusão de pessoas com defi-
ciência visual.”
50
Passo 14
Aplique a atividade prática
Depois de passar por cada uma das 10 dicas de Linguagem Simples, este é o momento
em que os e as participantes podem colocar em prática o que aprenderam, identifican-
do problemas em documentos reais.
51
Documentos para a atividade prática
ATIVIDADE PRÁTICA
Grife frases com Como vocês sabem, nem todos os(as) estudantes aprendem da mesma forma ou
Grife de amarelo no mesmo ritmo dos(as) colegas, alguns têm necessidade de mais oportunidades para
mais de 20 palavras consolidar a aprendizagem significativamente. A Recuperação Paralela é uma dessas
oportunidades, pois tem como objetivo oferecer apoio pedagógico aos(às) estudantes dos
três Ciclos de Aprendizagem do Ensino Fundamental que ainda não se apropriaram de
conhecimentos das competências leitora, escritora e resolução de problemas.
Grife siglas, jargões
Grife de rosa Dessa forma o(a) professor(a) poderá trabalhar de modo mais direcionado,
ou termos técnicos estimulando o gosto pela aprendizagem e o vínculo com a escola. Queremos que os(as)
estudantes avancem na progressão dos conhecimentos e que conquistem mais autonomia
na sua vida estudantil. Isso é muito importante, não apenas para o acompanhamento das
atividades escolares e futura continuidade dos estudos, como também para a vida social e,
Mude a cor de pala- muitas vezes, até para o fortalecimento da autoestima.
vras difíceis para o Pinte de verde Como não poderia deixar de ser, uma iniciativa tão importante como essa requer
seu público-alvo cumplicidade e parceria entre a escola e os responsáveis pelos estudantes. A escola, por
sua vez, se compromete a dar o apoio, oferecendo experiências e vivências motivadoras
que visam a aprendizagem efetiva, com professores experientes que estão embasados por
um cuidadoso planejamento de atividades.
Mude de cor informa- Em contrapartida, esperamos contar com a adesão à proposta por parte dos
ções que poderiam Pinte de azul familiares e/ou responsáveis, dando apoio e incentivo ao(à) estudante, bem como
cooperando com os professores e o acompanhando todo o processo.
estar em tópicos
Aos dezoito dias do mês de Dezembro do ano de dois mil e dezenove, às onze horas, na
Sr. Contribuinte, Sala de Licitações da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras - SIURB,
reuniram-se os membros da Comissão Permanente de Licitação – CPL ao final nomeados,
A Secretaria Municipal da Fazenda informa que houve a lavratura dos Autos de Infração e
instituída pela Portaria nº 012/SIURB/2019 a seguir denominada "Comissão", foram
Intimação - All abaixo relacionados e que, até a data da emissão deste comunicado,
reiniciados os trabalhos relativos à Licitação em epígrafe. Nesta sessão pública os
permaneciam pendentes de pagamento em nossos registros.
proponentes não se fizeram representar. No horário estabelecido, foram abertos os
Lembramos que se o autuado reconhecer a procedência do Auto de Infração, efetuando o envelopes 02 (Comprovação da Viabilidade dos Preços Propostos) das empresas
pagamento das importâncias exigidas dentro do prazo para impugnação, o valor das multas classificadas em 2ºe 3º lugar, quais sejam: POLOSUL ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES
será reduzido de 50% (cinquenta por cento), nos termos da legislação. EIRELI EPP e DB CONSTRUÇÕES LTDA, que foram examinados e rubricados pelos
presentes. Após análise dos documentos, a Comissão decidiu: I - SUSPENDER a sessão
Para regularização dos débitos, acesse o endereço www.prefeitura.sp.gov.br/GPA e emita a para julgamento das propostas , cujo resultado será divulgado oportunamente, por meio de
Guia para Pagamento de Auto de Infração - GPA ou, caso queira efetuar acordo de publicação no Diário Oficial da Cidade de São Paulo. II - Os Envelopes 2 (comprovação da
parcelamento, acesse o endereco www.prefeitura.sp.gov.br/parcelamentos. Caso haja viabilidade das propostas) e Envelopes 3 (Habilitação) dos demais proponentes foram
discordância em relação à autuação poderá ser protocolada impugnação, no prazo de 30 acondicionados em um terceiro envelope que após rubricado, ficou sob custódia da Divisão
(trinta) dias contados da data de notificação do All. Para protocolar impugnação acesse o Técnica de licitações. III - Os documentos serão digitalizados e anexados ao processo de
endereço https://sav.prefeitura.sp.gov.br, disponível de segunda a sexta-feira, das 06h00 às licitação.
23h59, acessível por meio de Senha Web ou certificado digital, sendo indispensável a
observância do prazo legal para a impugnação da exigência fiscal. AVISO DE ABERTURA DE LICITAÇÃO
Alertamos que a não quitação dos referidos débitos, se não impugnados, ensejará a A SECRETARIA MUNICIPAL DE INFRAESTRUTURA URBANA E OBRAS – SIURB
comunica aos interessados que o CADERNO DE LICITAÇÃO estará à disposição para
disponibilização dos débitos para inscrição em dívida ativa e suas consequências legais, como
consulta e poderá ser obtido gratuitamente mediante download na página
o ajuizamento e a cobrança judicial, bem como sujeitará o contribuinte aos efeitos da inclusão
http://e--negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br ou, mediante entrega de 01 (um) CD-ROM
no Cadastro Informativo Municipal CADIN.
VIRGEM, na Divisão Técnica de Licitações, situada na Av. São João, 473, 19º andar –
Solicitamos desconsiderar o presente comunicado se os débitos já foram quitados, incluídos no Edifício Olido, no horário das 9:30 às 11:30 e das 13:30 às 16:00h, a partir do dia
PAT nos termos da lei 14256/2006 ou se houve apresentação de impugnação nos termos do 19/12/2019.
artigo 36 da Lei no 14.107, de 12/12/2005. Neste último caso, informamos que a exigibilidade
do crédito tributário permanecerá suspensa até a conclusão do julgamento, se impugnação CONCORRÊNCIA Nº 013/19/SIURB PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº
tempestiva. 6018.2019/0040333-6 Objeto: EXECUÇÃO DE SERVIÇOS E OBRAS PARA CONCLUSÃO
DA CONSTRUÇÃO DA UPA TIPO III - PARELHEIROS PRAZO PARA CONSULTA E
OBS: Atendimento pessoal para eventuais esclarecimentos será feito mediante agendamento
AQUISIÇÃO: a partir de 19/12/2019 ENTREGA DOS ENVELOPES: 04/02/2020 – das 10:00
eletrônico disponível no endereço eletrônico abaixo. às 11:00 horas SESSÃO DE ABERTURA: dia 04/02/2020 às 11:00 horas INFORMAÇÕES:
www.prefeitura.sp.gov.br/agendamentosf. Fones: 3337-9874 e 3337-9936.
52
Além disso, no próprio documento, cada Depois que todas as duplas terminarem,
dupla receberá um comando com orien- pergunte o que acharam, quais dificul-
tações, por exemplo: Sublinhe as frases dades tiveram, e dê um tempo para que
que não estão em ordem direta. A dupla compartilhem suas impressões.
terá alguns minutos para aplicar a orien-
tação e deve ter a oportunidade de tes-
tar entre duas e três orientações, depen-
dendo do tempo que cada uma precisar.
53
Passo 15
Encerre a oficina
Esse é o momento final da oficina, em que todos e todas podem compartilhar o que
aprenderam, fazem novamente a atividade de simplificação e avaliam a oficina.
54
Dê alguns minutos para que façam isso.
Em seguida, passe para o último slide
que indica os contatos da equipe que
está conduzindo a oficina. Segue um
exemplo usado pelo Programa Municipal
de Linguagem Simples:
55
ETAPA 4
Quando a
oficina acaba
O que precisa ser feito
logo depois da oficina?
Passo 16
Arquivo de sistematização.
57
Passo 17
58
ETAPA 5
Avaliando
a oficina
Passo 18
60
Passo 19
61
Fechamento
Que bom que você chegou até aqui! Esperamos que este material ajude a facilitar ofici-
nas de Linguagem Simples. Lembre-se de aplicar as 10 dicas, elas ajudarão a pensar a
escolha das palavras, a estrutura das frases e a apresentação do documento.
Se mesmo assim você ainda tiver dúvidas de como conduzir sua ofi-
cina, entre em contato com a gente: https://linktr.ee/linguagemsimplessp,
ou escreva para nós através do nosso formulário de dúvidas e sugestões
que pode ser acessado em: https://bit.ly/formularioguiavirtual.
62
Dúvidas Frequentes
Aqui selecionamos as principais dúvidas que podem surgir quando você for facilitar uma
oficina. Elas também podem te ajudar na hora que não souber o que fazer ou na hora
que alguma eventualidade virtual de aspecto técnico ocorrer. Esperamos que seja útil!
Como definir o que são palavras difíceis? A cofacilitadora pode ter um papel mais
Palavras difíceis são aquelas desconhecidas ou ativo e ajudar na facilitação quando for
que não são tão usadas no dia a dia do seu preciso?
público. Pergunte-se: essa palavra é usada pela Sim, a cofacilitadora pode apoiar e intervir
maior parte das pessoas? Se a resposta for sempre que preciso, desde que vocês tenham
não, você pode substituí-la por um sinônimo. alinhado isso antes. Além disso, a participação
(ver p. 45) ativa da cofacilitadora torna o processo mais
dinâmico. (ver p. 30)
Como ter jogo de cintura com as questões
ou dúvidas apresentadas pelo público e Posso usar outros textos para a atividade
que não estão na apresentação? prática?
Uma dica é manter a neutralidade, ter empatia e Sim, você pode adaptar o texto da atividade prá-
escuta ativa para dialogar sobre os pontos que tica pensando sempre no público que participará
não estão na apresentação. Lembre-se de que da oficina. Por exemplo, se forem pessoas que
você não sabe tudo e tudo bem dizer que está atuam com a área da saúde, use textos do dia a
aprendendo. (ver p. 16) dia de trabalho delas. (ver p. 23)
Como mediar uma discussão que pode sur- Minha internet caiu, e agora?
gir sobre temas polêmicos?
Tudo bem, tente manter a calma e peça ajuda
Tente ser o mais neutro possível, usando a es- para a pessoa que está no papel de cofacili-
cuta ativa e empatia para lidar com as pessoas. tadora.
Reveja algumas dicas no nosso Passo 4 (p. 16),
elas irão te apoiar na condução desses temas. O que fazer se alguém que está participan-
do da oficina não está pelo computador,
O que fazer para não “travar” na hora de apenas pelo celular?
facilitar?
Tudo bem. Os recursos nas duas plataformas
Uma dica é reservar um tempo antes da ofici-
(computador e celular) são bem parecidos.
na começar para se concentrar. Você pode, por
O que pode acontecer é as pessoas não te-
exemplo, fechar os olhos, respirar fundo e con-
rem familiaridade com elas, sendo importante
tar até 10. Isso pode diminuir sua ansiedade, te
você estudar suas diferenças antes mesmo da
deixar mais presente e com atenção no “agora”.
oficina. Isso pode te ajudar a conduzir as dúvi-
(ver p. 29)
das de forma mais tranquila.
Como devo finalizar discussões que surgi-
Posso usar novas ferramentas virtuais
rem e forem muito longas?
criativas (por exemplo: Miro, Trello, Mural
Diga com gentileza que a discussão é muito
etc.) para conduzir minha oficina?
boa, mas que é preciso seguir a oficina por con-
Com certeza! Quanto mais interação a platafor-
ta do tempo. (ver p. 19)
ma proporcionar para os participantes, melhor
Posso trazer exemplos pessoais na hora da para o desenvolvimento da sua oficina. Porém,
facilitação? é importante que você se certifique de que to-
Com certeza! Isso facilita o entendimento, traz das as pessoas já tenham conhecimento delas,
mais proximidade e conexão com seu público. caso contrário é importante reservar um tempo
(ver p. 22) maior no início da sua oficina para ensiná-las.
63
Conta para a gente: o que você achou deste material?
Para nós, é muito importante saber a sua opinião: se está sendo útil,
se serviu de apoio em diferentes iniciativas, e também receber
dúvidas e sugestões de melhorias.
Criamos esse guia a partir da nossa experiência. Fique à vontade
para usar e adaptar sempre que quiser!
64
Este livro foi composto com as fon-
tes Helios Antique, O papel usado é
o Ofset FSC 90 g/m². A impressão
foi feita pela Cinelândia Gráfica e
Editora em São Paulo no ano de
2023.
65