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As referências feitas a respeito das pessoas singulares e colectivas, na enun-

ciação dos princípios fundamentais do Direito Civil moçambicano, permitem agora

ser muito breve a identificação sumária das modalidades de pessoas jurídicas.

Existindo o direito em função do Homem já se deixa ver que a este há-de

caber, primordialmente, a qualidade de pessoa jurídica. Poderia mesmo pen-

sar-se ser esta uma verdade axiomática do Direito, no sentido de a todos os

homens – e só a eles – dever ser reconhecida a qualidade de pessoa jurídica.

Mas a História do Direito e o Direito Comparado mostram que nem sem-

pre foi assim. Houve, com efeito, épocas em que a certos homens foi negada

a qualidade de pessoa jurídica, sendo eles então tratados pelo Direito como

coisas. Por outras palavras, tais homens não tinham, nas relações a eles respei-

tantes, a qualidade de pessoas, ocupando antes a posição de objecto de direito.

Era o caso dos escravos.

Não é hoje esta a situação, nomeadamente no Direito português, reconhe-

cendo-se, em geral, a qualidade de pessoa a todos os Homens.

Mas a correspondência entre a qualidade de pessoa jurídica e a de

Homem continua a não ser exacta, agora num sentido diverso do acima refe-

Rido: não já pela exclusão de certos homens da qualidade de pessoa, mas pela

Atribuição desta qualidade a entidades diferentes do ser humano.


Neste outro sentido, em muitos sistemas jurídicos, nomeadamente no por-

Tuguês, identificam-se como pessoas as chamadas pessoas colectivas, por contra-

Posição aos homens, que são, para o Direito, pessoas singulares.

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