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3 características da paternidade divina

Paternidade é uma palavra que nos remete a muitas características, memórias, saudades,
dores e até traumas. Mas é uma necessidade do ser humano. Todos temos um pai e
precisamos de um pai; alguns são pais biológicos e outros vivem a paternidade do coração.

Agora, há um Pai de todos, com quem um dia nos encontraremos pessoalmente, mas que já
foi revelado através de Seu Filho e nosso irmão Jesus. Seu amor é infinito e insubstituível,
zeloso e cura todas as ausências paternas da vida humana.

Neste dia dos pais, em homenagem a cada homem que assumiu essa vocação divina,
queremos honrar o Pai do céu, modelo de toda paternidade natural e espiritual. Afinal, Ele é
consolo, proteção e providência para vida de cada pai da terra.

Significado de Paternidade

O dicionário explica a palavra paternidade como qualidade ou condição de pai; ou como um


vínculo sanguíneo que une filho e pai! Realmente, são elementos que se encontram; são
relações que nascem e se tornam dependentes; um só existe por causa do outro – o pai é por
causa do filho e vice-versa.

Logo, paternidade é uma qualidade de quem se tornou pai e vive como tal. Não apenas gerou
biologicamente, mas expressa amor, zelo, cuidado e responsabilidade. Não é um super-herói,
porém é mais que isso: é alguém que assume a vida de outro até o fim.

E quando se trata de Deus Pai, todo seu empenho, através de Jesus, foi para que
descobríssemos que somos seus filhos, não apenas criaturas, mas filhos amados. Essa é a
grande novidade do Evangelho: Deus é Pai e fez de nós Seus filhos queridos!

Foi Jesus quem nos apresentou a paternidade de Deus. Ele o chamava de abá – pai em
aramaico – e essa forma de falar não era apenas um símbolo para Jesus, mas como disse o
Papa Francisco era todo o mundo de Jesus derramado em seu coração.

Ou seja, chamar Deus de abá demonstrava afeto, amor de criança, sem qualquer
intenção, mas de modo completamente terno. O santo padre ainda diz que se
experimentarmos esse amor que Jesus tinha pelo Pai, rezaremos o Pai-Nosso com um coração
de criança.

Três qualidades da paternidade divina

É Jesus por excelência quem nos apresenta a paternidade de Deus, e o Evangelho de São João
é o texto onde Ele mais fala do Pai, por isso é lá que encontramos características da
paternidade divina que encantam os olhos e enchem o nosso coração de amor pelo Pai.

E quando um homem se torna pai, passa a entender os sentimentos do Coração de Deus mais
do que o próprio Jesus deixou por escrito, porque corre em seu íntimo, em suas entranhas, o
amor próprio de quem gera e participa da criação junto com o Criador!

E esse Deus que é Pai, entre tantas qualidades, se expressa assim: “… o Pai me ama…” (Jo
17,18).
Jesus pronunciou essas palavras com segurança, mesmo sendo julgado por elas, porque
ninguém chamava a Deus de Pai naquela época. Isso tem muito sentido para nós até
hoje. Amar é a maior qualidade paterna, isso implica em perdão e paciência.

É importante associarmos a paternidade de Deus em nossa vida como uma presença amorosa,
compassiva e paciente; que cuida de nós e se preocupa com cada filho(a) sem preconceito ou
julgamento. Então, seremos curados de qualquer ferida através do amor.

“…Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também…” (Jo 5,17)

Deus Pai é trabalhador e essa qualidade não é apenas física, mas emocional, mental e
principalmente educacional. Parece estranho imaginar que Deus trabalhe, mas o trabalho
divino é uma ação integral em benefício do ser humano e isso é trabalhoso.

Ele está o tempo inteiro preocupado conosco e não nos impede de fazer nada; coloca pessoas
em nosso caminho quando precisamos; nos ajuda a resolver problemas; inspira ações e
palavras sábias quando os pais precisam corrigir seus filhos etc.

“…Eu e o Pai somos um” (Jo 10,30)

Deus Pai é uma companhia constante, mesmo no silêncio. Jesus, no extremo do Seu
sofrimento na cruz, gritou pelo Pai. Ele não respondeu na hora, mas estava com Ele na dor
profunda e o ressuscitou no momento certo, porque Ele e o Pai estavam juntos sempre.

A paternidade de Deus é uma companhia eterna! Pelo batismo, somos seus filhos para
sempre, ainda que O esqueçamos, mas Ele não volta atrás. Há em Deus uma insistência em
nos amar que nos constrange, como diz São Paulo (II Cor 5,14).

Façamos a experiência do amor do Pai!

Não é possível descrever todas as qualidades da paternidade divina! Seria preciso toda a
eternidade para isso, mas há uma oração que agrada o Coração de Deus e compensa todos os
elogios – o louvor! É como dizer obrigado por tudo que Ele é e faz por nós.

Da mesma forma, no dia dos pais, o maior presente é o reconhecimento dessa vocação; é
acolher o esforço, os erros, as lágrimas, as alegrias, as renúncias e tudo o que a paternidade
pede de cada pai ao longo do seu caminho.Então, parabéns ao pais! Obrigado a cada pai e viva
o Pai do Céu – modelo de amor e dedicação paterna.

CASAIS COM PAZ E VIDA

“Mas agora, ó SENHOR, tu és nosso Pai; nós barro e tu o nosso oleiro; e todos nós a
obra das tuas mãos” (Is 64:8).
Tu és nosso Pai, ainda que Abraão não nos conhece, e Israel não nos reconhece; tu,
ó SENHOR, és nosso Pai;
nosso Redentor desde a antiguidade é o teu nome (Is 63:16)”.
Na Bíblia, Deus se revela como Criador, Ele assume essa função e age como tal. E
o homem é apresentado como criatura, feita à imagem e semelhança de Deus. O
pecado é o agente destruidor dessa imagem, e Jesus Cristo é o Recriador, que faz
do homem convertido uma nova criatura. Mas, Deus também se revela como Juiz
e exerce essa função, mostrando que o homem é jurisdicionado às Suas Leis, e
que o pecado é a transgressão da Lei, e que Jesus Cristo é o Réu, Advogado,
Supremo Juiz, Sumo-Sacerdote, Rei, Senhor e Pastor.

Várias passagens das Escrituras falam de Deus como o Pai de Israel, Pai de Cristo,
Pai dos anjos, e do homem. E como Criador deles (Jó 1:6; 2:1; 38:7). Deus criou a
nação de Israel (Dt 32:6 e Ml 32:10) cuidou dela estabelecendo um relacionamento
especial, e esse cuidado de Deus por Israel mostra que esse povo primogênito de
Deus possui posição privilegiada (Êx 4:22; Jr 31:9), e tem grandes promessas (Jr
2:19). Por tal privilégio, Israel deveria honrar e servir a Deus (Êx 4:23 e Ml 1:6),
porque, Deus sustenta Israel e a faz crescer cotidianamente (Jr 3:19; Sl 103:13; Pv
3:12; Dt 14:1; 2 Sm 7:14; Os 11:1; 2 Sm 7:14; Sl 2:7, 89:26; Dt. 1:31; 8:5). Porém,
Deus requeria como resposta um amor filial, expressado por obediência (Ml 1:6) e
visto que esse amor era com frequência recusado pelo seu povo escolhido, então
surgiu o conceito da paternidade de Deus mais abrangente: Pai da nação como um
todo (Sl 103:13; Ml 3:17), e foi confirmado pelos ensinos de Jesus.

O número de ocorrências da palavra “Pai” aplicada a Deus nos evangelhos é mais


que o dobro dos demais livros do Novo Testamento. Só no Evangelho de João há
107 ocorrências. Jesus tinha consciência de estar num relacionamento íntimo sem
paralelo com o Pai. Ele declarava ser o Filho preexistente eterno, co-igual ao Pai,
que se encarnou para cumprir o propósito de salvação, tendo sido nomeado como
único Mediador entre Deus e os homens (Mt 11:27; Jo 8:58; 10:30, 38; 14:9; 16:28;
5:22). Jesus ensinava, também, que o pecado havia produzido uma mudança nos
homens, tornando necessário o novo nascimento e a reconciliação com Deus (Jo
3:3; 8:42; 14:6). Em harmonia com esse ensino a pessoa pode se tornar filha de
Deus, mediante a fé em Cristo e receber o Espírito de adoção (Jo 1:12; Gl 3:16; 4:5:
Rm 8:15). Tal filiação dá direito à herança (Mt 5:16; Rm 8:29; 1 Jo 3:2, Rm 8:17).
Assim, o Pai é revelado como soberano, santo, justo e misericordioso. Daí
podermos nos dirigir ao Pai em oração em Nome de Jesus (Mt 6:32; Jo 17:11; 25;
14:13-14). Esse tema é um dos mais lindos, profundo, e emocionante que temos
na Bíblia: a Paternidade de YAHVEH-DEUS, o único (Dt 6:4) porque Ele é Pai, o
Altíssimo (Sl 97:9); (Is 40:12-31); Criador (Gn 1:1); o homem é filho, e o pecado é a
desobediência dos filhos ao Pai e o Senhor Jesus Cristo é o Unigênito do Pai que
restaura os direitos políticos e econômicos dos filhos na família de Deus. As
relações familiares de Deus estão descritas na Bíblia e classificadas em dois
níveis: celestial e terreno; Deus é Pai de Jesus Cristo, Pai dos anjos, no âmbito
celestial. E Deus é Pai da humanidade, compreendendo os judeus e os gentios
cristãos, em nível terreno. A paternidade de Deus sobre Jesus é um mistério. A
Cristologia trata da pessoa de Jesus, e está fundamentada num binômio
paradoxal: “geração eterna”. Isto quer dizer que a divindade e a eternidade de
Cristo se concentram numa afirmação inexplicável, pois a geração é a reprodução
de uma vida, que tem um começo, enquanto que a eternidade não tem começo
nem fim (Jo 17:24; At 17:19; Cl 1:15-17: Hb 5:5-6). No Antigo Testamento, Jesus foi
identificado como Messias e como Filho de Deus:

1) Seu nascimento virginal já indicava Sua santidade e Sua existência


transcendental (Mt 1:18-25; Lc 1:26-38.

2) O testemunho dos anjos, e dos pastores (Lc 2:8-20);

3) O testemunho de João Batista (Mt 3:13-17).

4) O testemunho do Diabo (Mt 4:1-11);

5) Sua morte por se dizer “Filho de Deus” (Jo 5:1-18). Todavia, os judeus sensíveis
ao monoteísmo, perceberam que Jesus quando se dizia filho de Deus, não o fazia
para se nivelar aos homens, mais para firmar-se como o próprio Deus. Na verdade,
Jesus queria mostrar que tinha uma relação familiar distinta dos demais seres
humanos. A Bíblia distingue a relação filial de Jesus com Maria, de quem ele era o
primogênito (Lc 2:7, 23), e de Jesus com Deus Pai, como o Unigênito (Jo 1:14-18;
3:16,18; 1 Jo 4:9.
A paternidade de Deus sobre os anjos. Esse tema é apresentado nas Escrituras:
Gn 6:1-4, que muitos interpretam como “filhos de Deus” porém, perde significado
com a afirmação de Jesus: “os anjos não se casam nem se dão em casamento”
(Lc 20:35-36). Essa dificuldade não existe em Jó 1:6 e 2:1, onde a referência é aos
anjos. E são suficientes para configurar a relação entre Deus e seus anjos, em
termos familiares.

A paternidade de Deus sobre a humanidade. Essa é a paternidade universal,


segundo a qual Deus é Pai da humanidade, Deus é Pai de todos os seres humanos.
Mas a paternidade universal de Deus é cara, porque custou a vida do Senhor Jesus
Cristo, que se esvaiu em sangue na cruz do Calvário, para salvar a humanidade,
isto é, todo pecador que confessa ao Senhor Jesus Cristo como seu Único,
Suficiente, Exclusivo e Eterno Salvador é salvo para a glória de Deus Pai. A Bíblia
diz que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26-27). A
palavra “imagem” em hebraico zalen, refere-se a forma exterior (objetiva) de um
ser, e a palavra “semelhança”, no hebraico demoten, tem a ver com a forma interior
(subjetiva). Assim, a frase sugere uma relação metafórica onde a criatura se liga
ao seu Criador de forma intensa e extensa. Numa ligação multiforme tendo em
vista a “imagem e semelhança” quando corretamente interpretada. A resposta a
essa questão está em Gn 5:3: “Adão… gerou um filho à sua semelhança, conforme à
sua imagem”. Portanto, com traços físicos, psíquicos e espirituais, que um filho
tem e se assemelha ao pai.

É inegável que Adão fora criado por Deus, mas a frase “imagem e semelhança”
indica que ele fora criado para viver uma relação familiar com Deus, tão íntima
como a relação que existe entre pai e filho humanos. Deus, o Criador diz que o
homem foi feito à Sua imagem e semelhança, portanto ficou definida a relação
entre o Criador e a criatura feita do pó da terra. A Bíblia diz textualmente que Adão
foi criado, não como uma mera criatura, mas como um ser capaz de se relacionar
como filho de Deus. A frase “Adão de Deus” (Lc 3:38) tem a
palavra “filho” subentendida por elipse. O apóstolo Paulo, no Areópago, de Atenas,
perante os sábios gregos, mostrou que a doutrina da paternidade de Deus, não era
exclusivamente hebraica, mas que concordava com as mais remotas tradições
filosóficas gregas (At 17:26-29). Note no v. 29, no qual o apóstolo Paulo usa o
argumento da relação familiar do homem com Deus, para condenar a idolatria
grega que produzia e adorava as inúmeras imagens de seres mortais (Is 40:18-25;
Rm 1:23).

É importante salientar que o apóstolo Paulo demonstrou que a doutrina hebraica


da paternidade de Deus não deveria ser aceita como uma novidade, posto que os
filósofos mais antigos da Grécia já a conheciam. Isso prova que a doutrina da
paternidade universal de Deus não é originária da Grécia, e nem conflita com a
doutrina cristã da filiação do homem a Deus por meio de Jesus Cristo. Referindo-
se à criação do homem, o apóstolo Paulo diz que “De um só fez todas as raças dos
homens, para habitarem sobre toda a face da terra, determinando-lhes os tempos já
dantes ordenados e os limites de sua habitação: para que buscassem a Deus, se
porventura, tateando o pudessem achar, o qual, todavia, não está longe de cada ser
humano, porque nele vivemos, e nos movemos, e, existimos como também alguns
dos poetas disseram: “Pois dele também somos geração. Sendo, pois, geração de
Deus não deve pensar que a divindade seja semelhante ao ouro ou a prata, ou a
pedra esculpida pela arte e imaginação dos homens (At 17:26-29).” O apóstolo Paulo
diz que a humanidade é geração de Deus. O fato da Bíblia afirmar que Adão foi
criado como filho de Deus e que Ele é o pai da humanidade mostra que a
paternidade de Deus sobre a humanidade é uma realidade inquestionável.

A paternidade de Deus sobre os judeus. A Bíblia é a história do homem e das


instituições judaicas. Nela, surge o primeiro homem, sua descendência e suas
instituições. Da linhagem de Adão surgiram os adamitas, semitas, hebreus,
israelitas e judeus. Por causa de Adão surge a chamada especial de Deus a Sete, a
Noé, a Abraão e a Jacó (que teve seu nome trocado para Israel). E Israel tornou-se
a nação de Deus e os israelitas foram agraciados com a condição de “filhos de
Deus” (Jr 31:9). A parábola do filho perdido, chamada de “Filho Pródigo”, contada
por Jesus (Lc 15:11-32), é uma parábola que retrata a situação de uma família
judaica, no contexto da paternidade de Deus sobre os judeus. O filho mais velho
representava o judeu justo, zelador da lei, ortodoxo. O filho mais novo representa o
judeu injusto, transgressor da lei que se rebelou contra a vontade de Deus. O pai
representa o Deus de Israel, Deus misericordioso, que perdoa e restaura o filho aos
direitos da família.

A paternidade de Deus sobre os cristãos. Deus chamou Abraão para que ele
começasse uma nova raça, nova nação e nova religião. E, porque Israel falhou
como povo e nação escolhida de Deus, então enviou Jesus ao mundo. A missão de
Jesus foi restabelecer o Reino de Deus entre os homens, tendo a fé como a
condição de naturalidade e não mais a Lei. Neste sentido, Jesus estava dando
seguimento a religião de Abraão (Gn 15:5-6).

Na visão cristã, os filhos de Deus não são os que estão ligados geneticamente a
Abraão, mas os que passam por uma conversão (mudança de vida) a Cristo,
produzida pela fé (Jo 3:1-12). Jesus ensinou que os filhos de Deus são os que
nascem de novo, que são regenerados em Cristo, pelo poder do Espírito Santo de
Deus. Estes adquirem o direito de serem filhos de Deus e os direitos inerentes a
essa condição de filhos (Jo 1:12; Rm 8:17). O novo nascimento é experiência
interior, que ocorre pela conversão do ser humano a Jesus Cristo (Jo 3:3-7).

Uma das qualidades de Deus, que a doutrina da paternidade ressalta, é o seu amor
pela humanidade. Deus é amoroso (Dt 7:7-8; Nm 14:17-19; Jo 3:16: 1Jo 4:8,16). A
palavra amar vem do latim amare. No hebraico é ahab. No grego é agapáo. Em
todas as línguas ela significa gostar de algo ou de alguém. Vale dizer que Deus
tem necessidades afetivas, isto é, Ele tem prazer em se comunicar com os outros
seres, como tem prazer em se fazer útil. Por isso, o amor de Deus é afetivo (que
leva a sentir), e efetivo (que leva a agir). O amor é uma abertura mental, que leva à
aceitação do outro como ele é. É assim, o amor de Deus.

A Bíblia afirma que o homem fora criado como filho de Deus, mas que o pecado
cortou-lhe as relações familiares e o destituiu da herança, na família de Deus. Do
ponto de vista genético e familiar, o pecado foi um ato de desobediência do
homem à lei de Deus (Gn 2:16-17). No sentido genético, o pecado matou o homem
e destruiu a imagem de Deus que estava nele. E, no sentido familiar, o pecado o
destituiu dos direitos econômicos e políticos de filho. A desobediência do homem
a Deus-Pai, custou-lhe o corte de sua amizade com Ele, a perda de seus direitos na
família de Deus e a sua expulsão da casa paterna.

A Bíblia descreve a condição do homem pecador como: 1. Um filho deserdado (Lc


15:11-14); 2. Um filho separado (Is 59:2); 3. Um filho perdido (Lc 19:10); 4. Um filho
morto para o pai (Lc 15:24 a); 5. Um filho do Diabo (Jo 8:44; 1 Jo 3:8). Por tudo
isso, veio Jesus ao mundo. Ele veio reatar as relações familiares do homem com
Deus. Veio fazer as pazes, a reconciliação para que o homem volte a ter amizade
com o Deus Pai; os direitos na herança como filhos de Deus e para que volte a
morar na Casa do Deus Pai (Rm 5:10,11; Jo 1:12; Rm 8:17; 1Tm 3:15). Em Cristo, os
filhos perdidos e mortos renascem na família de Deus (Jo 2:3), e morrem para as
trevas do Diabo (Ef 5:8), e readquirem o direito de serem filhos de Deus (Jo 1:12).

A palavra chave para a comunhão do filho com o Pai é o amor demonstrado pela
obediência, fidelidade e solidariedade Jo 10:30: “Eu e o Pai somos um”. Pv 23:26:
“Dá-me filho meu, o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos”. Mt
5:48: “sede vós perfeito, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus”. Ef 3:14,15:
“Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, do
qual toda a família nos céus e na terra toma o nome”.

Por Valdely Cardoso Brito


ctos emocionais
causados pela
ausência da figura
paterna
A figura paterna é um dos fatores decisivos para o
desenvolvimento cognitivo social. O abandono pode gerar
conflitos emocionais na vida da criança

Muitos filhos não têm os pais biológicos por perto, mas a figura paterna é responsável por
boa parte da identidade destes indivíduos(foto: StockSnap/Pixabay )

No mês em que se comemora o Dia dos Pais, é importante refletir sobre a


importância da construção da personalidade e da maturidade de um indivíduo
com a presença do pai.
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A psicanalsita e psicopedagoga, Andréa Ladislau, destaca que o papel do pai no
desenvolvimento da criança e na interação entre pai e filho é um dos fatores
decisivos para o fortalecimento cognitivo e social, facilitando a capacidade de
aprendizagem e a integração da criança na comunidade e no universo em que
ela está inserida.

"Muitas crianças não têm contato permanente com seus pais biológicos, por
diversos motivos. E que, ao longo da vida, esse papel de acaba sendo
desempenhado por um avô, um tio, um padrasto ou um irmão. No entanto, a
figura paterna é responsável por uma boa parte da identidade deste
indivíduo", lembra a psicanalista.

Leia também:

Boticário: pesquisa destaca impacto da paternidade na educação das crianças.

Psicanaliticamente falando, Andréa Ladislau enfatiza que a figura paterna traz


a representatividade da ordem, da tradição e da autoridade. "Sabemos que a
carência de amor e de afeto comprometem o desenvolvimento da criança e do
adolescente. E quando as interações entre pais e filhos são mal adaptativas ou
desajustadas os resultados poderão levar a formas de comportamento
antissocial. Portanto, fica evidente que, o abandono também pode gerar
grandes conflitos emocionais na vida da criança seja por separação conjugal
ou abandono dos filhos."

As principais consequências da ausência


paterna
Psicanalista Andréa Ladislau alerta que tanto o afeto paterno quanto materno representam
a possibilidade do equilíbrio como regulador da capacidade da criança ou do jovem investir
no mundo real(foto: Arquivo Pessoal)

Na prática, no dia-a-dia, quais seriam as principais consequências desta


ausência paterna? Conforme Andréa Ladislau, algumas crianças podem
apresentar conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo, bem como
na elaboração de distúrbios de comportamento agressivos.

"Isso porque elas elas tendem a desenvolver sentimento de insegurança e


também manifestar graves transtornos de ansiedade, já que a construção
psicoafetiva apresenta deficiências. Além disso, elas também sofrem por não
conseguirem desenvolver as habilidades adequadas para a convivência em
sociedade, o que justifica a tendência a se isolar e não conseguir interagir de
forma saudável com o outro", alerta a psicanalista.

Um outro fator importante, lembra a psicanalista, é a incapacidade de seguir


leis ou respeitar autoridades, "pois as crianças com pais ausentes,
especialmente as do sexo masculino, podem não conseguir se submeter a uma
figura de autoridade, e como resultado disso podem se tornar rebeldes e
adeptos da violação das regras, criando sérias consequências negativas para
ela no futuro."

Complexo de inferioridade e rejeição


Para Andréa Ladislau, a presença da figura paterna é um dos fatores decisivos
para o desenvolvimento cognitivo social, facilitando a capacidade de
aprendizagem e a integração da criança na sociedade. "Se a criança acreditar
que a falta de um pai faz dela uma pessoa defeituosa, ela pode desenvolver um
complexo de inferioridade, se sentir rejeitada e desenvolver depressão e
outras doenças psíquicas".

Neste cenário, a psicanalista destaca que "isso pode prejudicaro a autoestima


da criança, levando-a a ter problemas de insegurança com relação a si mesma
no futuro, por se achar menos digna que os outros. É claro que isso não tem
nada a ver com a realidade, no entanto, o sentimento persiste e precisará ser
tratado com terapia, caso contrário, essa criança vai sempre se sentir
inferior."

Portanto, chama a atenção Andréa Ladislau, "se você pode desempenhar o seu
papel de pai, não perca a oportunidade, pois tanto o afeto paterno quanto
materno, representam a possibilidade do equilíbrio como regulador da
capacidade da criança ou do jovem investir no mundo real. Porém, a ausência
ou o abandono, é extremamente prejudicial ao desenvolvimento dos vínculos
de sobrevivência do indivíduo, propiciando alterações comportamentais que
acionam o sinal de alerta demonstrando que algo está em desequilíbrio ou
mesmo, favorecendo o desenvolvimento de transtornos emocionais, como:

a depressão infantil, as neuroses oriundas da ansiedade generalizada, o


agravamento de TDAH, os distúrbios de sono, as alterações de humor
neurótico e o aumento de fobias."

Leia também:

Estudo: solidão na infância pode predizer futuro alcoolismo de crianças.

Por isso, o estímulo ao convívio entre pais e filhos, certamente é "um forte
instrumento na construção e no desenvolvimento equilibrado de uma
maturidade emocional saudável e livre de transtornos e traumas", alerta a
psicanalista.

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