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Orientação para estágios Orientação –

Estágio e Supervisão de Estágio em


Psicologia
Orientação Conselho Regional de Psicologia
As orientações sobre estágio em Psicologia são pautadas na Lei nº 11.788/2008 (Lei dos
Estágios) e também pelas Resoluções CFP nº 003/2007 (que institui a Consolidação das
Resoluções do Conselho Federal de Psicologia) e CFP nº 010/2005 (Código de Ética
Profissional do Psicólogo). Confira abaixo algumas informações essenciais:

Quais são as exigências previstas na Lei de Estágio para a realização de estágio em


Psicologia?

Segundo a Lei nº 11.788/2008, que dispõe sobre o estágio de estudantes e dá outras


providências:

Art. 3o – O estágio, tanto na hipótese do § 1o do art. 2o desta Lei quanto na prevista no


§ 2o do mesmo dispositivo, não cria vínculo empregatício de qualquer natureza,
observados os seguintes requisitos:

I – matrícula e frequência regular do educando em curso de educação superior, de


educação profissional, de ensino médio, da educação especial e nos anos finais do
ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos e
atestados pela instituição de ensino;

II – celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do


estágio e a instituição de ensino;

III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas


no termo de compromisso.


o 1o – O estágio, como ato educativo escolar supervisionado, deverá ter
acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por
supervisor da parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios referidos no
inciso IV do caput do art. 7o desta Lei e por menção de aprovação final.
o 2o – O descumprimento de qualquer dos incisos deste artigo ou de qualquer
obrigação contida no termo de compromisso caracteriza vínculo de emprego do
educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação
trabalhista e previdenciária.

CAPÍTULO III

DA PARTE CONCEDENTE
Art. 9o – As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública
direta, autárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, bem como profissionais liberais de nível superior
devidamente registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização profissional,
podem oferecer estágio, observadas as seguintes obrigações:

I – celebrar termo de compromisso com a instituição de ensino e o educando, zelando


por seu cumprimento;

III – indicar funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou experiência


profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para
orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários simultaneamente; (grifo nosso)

O que o Conselho Federal de Psicologia recomenda acerca de estágios?

Conforme a Resolução CFP nº 003/2007, que institui a Consolidação das Resoluções do


Conselho Federal de Psicologia:

CAPÍTULO I: DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL E DOS ESTÁGIOS DE


APRENDIZAGEM

Art. 51 – O psicólogo é pessoalmente responsável pela atividade profissional que


exercer.

Art. 52 – Sem prejuízo do caráter privativo da atividade profissional, o psicólogo


poderá delegar funções a estagiário, como forma de treinamento.

1º – O psicólogo supervisor de estágio deverá estar inscrito no Conselho Regional da


jurisdição na qual exerce sua atividade.

2º – A concessão de estágio ocorrerá somente nos casos em que fique caracterizada


a natureza didática da atividade a ser realizada pelo estagiário e sob condições em
que seja possível supervisionar o trabalho, respeitado o disposto na legislação sobre
estágio, previsto na Lei nº 6.494, de 07 de dezembro de 1977, alterada pela Lei nº 8.859
de 23 de março de 1994.

3º – O psicólogo responsável obriga-se a verificar pessoalmente a capacitação técnica


de seu estagiário, supervisionando-o e sendo responsável direto pela aplicação
adequada dos métodos e técnicas psicológicas e pelo respeito à ética profissional.

4º – Considera-se estagiário o estudante do ciclo profissional de curso de graduação de


psicólogo, em situação regular junto ao MEC e/ou outro órgão competente, seja pela
autorização ou reconhecimento, regularmente matriculado, cursando disciplina
profissionalizante com atividade prática e que atenda à legislação sobre o estágio […]
(grifo nosso)
A Resolução CFP nº 010/2005, que aprova o Código de Ética Profissional do Psicólogo,
coloca:

Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos:

b) Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais esteja


capacitado pessoal, teórica e tecnicamente;

c) Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e


apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas
reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação
profissional;

e) Estabelecer acordos de prestação de serviços que respeitem os direitos do usuário ou


beneficiário de serviços de Psicologia;

Art. 17 – Caberá aos psicólogos docentes ou supervisores esclarecer, informar,


orientar e exigir dos estudantes a observância dos princípios e normas contidas neste
Código. (grifo nosso)

É obrigatório que a(o) supervisor(a) de estágio seja Psicóloga(o)?

Conforme estabelece a Lei nº 11.788/2008, não há obrigatoriedade de que o(a)


profissional supervisor(a) da parte concedente do estágio seja Psicóloga(o), desde que
tal profissional tenha experiência na área de conhecimento desenvolvida; no entanto, em
se tratando de atividades privativas da Psicologia, é necessário que seja Psicóloga(o)
com registro ativo. Lembramos que o(a) professor(a) orientador(a) da Instituição de
Ensino deverá ser Psicóloga(o) e ter registro ativo no CRP.

As legislações citadas acima afirmam que é possível que seja ofertado estágio em
Psicologia, com os termos de compromisso devidamente estabelecidos, e desde que a(o)
estudante seja contratada(o) para treinamento; para isso, é importante que já tenha tido
em sua formação as disciplinas referentes às atividades que irá executar, sendo que deve
ter um(a) supervisor(a), orientador(a) de suas atividades, tanto no local de trabalho
quanto na Instituição de Ensino (docente). Cabe ao(à) professor(a) orientador(a) da
Instituição de Ensino e ao(à) supervisor(a) da parte concedente do estágio analisar a
viabilidade do desenvolvimento do estágio, levando em consideração a natureza do
serviço e trabalho a ser prestado, além da capacitação técnica da(o) estagiária(o) e a
capacitação das(os) supervisoras(es).

Antes de o trabalho ser iniciado, recomenda-se que o usuário seja informada(o) quanto à
prestação de serviço por estagiária(o).

Leis e Resoluções Relacionadas


LEI Nº 11.788, DE 25 DE SETEMBRO DE 2008 – Dispõe sobre o estágio de
estudantes; altera a redação do art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT,
aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e a Lei no 9.394, de 20 de
dezembro de 1996; revoga as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23
de março de 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de
1996, e o art. 6o da Medida Provisória no 2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e dá outras
providências.

RESOLUÇÃO CFP Nº 010/05 – Aprova o Código de Ética Profissional do Psicólogo.

RESOLUÇÃO CFP Nº 003/2007 – Institui a Consolidação das Resoluções do


Conselho Federal de Psicologia.

Notas técnicas, referências e outros documentos sobre a


temática
 Cartilha Esclarecedora sobre a Lei do Estágio: Lei nº 11.788/2008 – publicada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego. O documento está estruturado em formato de perguntas
e respostas relacionadas ao tema:
 Resolução CNE/CES nº 05/2011 – Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de
graduação em Psicologia, disponível no portal do MEC.
 Caderno de Orientações aos Serviços-Escola CRP-PR – Apresenta orientações acerca do
conceito, da organização e do funcionamento dos Serviços-Escolas de Psicologia das
Instituições de Ensino Superior do Estado do Paraná.
 Nota CFP – Estágio Remoto – Práticas e estágios remotos em Psicologia no contexto da
pandemia da Covid-19
 Ofício CFP – Informações sobre documento “Práticas de estágios remotos em Psicologia no
contexto da pandemia da Covid-19″.

OPERACIONALIZAÇÃO DOS ESTÁGIOS BÁSICOS 5.1. Estágio Básico I O Estágio Básico I é


caracterizado pela imersão dos estudantes na área de atuação da Psicologia escolhida no
Requerimento de Estágio (ANEXO I). Esse Estágio deverá acontecer na rede de serviços de Pará
de Minas e região que mantém convênio de cooperação técnica com a FAPAM e que conta
com um Psicólogo ou profissionais de áreas afins (sob avaliação do professor orientador) em
seu quadro de profissionais. Tem como objetivo a observação e descrição dos espaços
estruturais e organizacionais de uma instituição, bem como do serviço prestado pelo
profissional da psicologia e/ou equipe interdisciplinar e o perfil dos usuários. Além disso, neste
estágio, o aluno deverá construir, a partir desse levantamento, um plano de intervenção que
envolva práticas grupais no campo de estágio escolhido, a ser implementado no Estágio Básico
II, relacionando, assim, a produção teórica estudada nas disciplinas e a vivência prática no
campo. Para além da imersão em um campo específico, o aluno deverá realizar visitas técnicas
e participações em atividades acadêmicas e científicas. As instituições visitadas deverão,
necessariamente, contar com a presença de um Psicólogo em seu quadro de profissionais.
Para o cumprimento da carga horária de visitas técnicas e/ou participação em eventos
científicos o estudante deverá realizar, no mínimo, duas visitas por ele organizada, podendo
ser feitas nos diferentes campos de atuação em que o Psicólogo está inserido. Além disso, o
discente deverá participar de atividades acadêmicas e científicas para cumprir o restante da
carga horária. Dessa forma, os alunos deverão realizar durante o Estágio Básico I: a) Estudos e
orientações do estágio. b) Inserção no campo escolhido, acompanhado pelo supervisor da
instituição. c) Visitas técnicas, observações no local visitado e entrevistas com os profissionais
que nele atuam. d) Participação em eventos científicos. Faculdade de Pará de Minas – Fapam |
Página 8 de 25 e) Entrevistas com os profissionais e usuários do serviço para o levantamento
de informações acerca do serviço ofertado, com o objetivo de buscar informações para o
projeto de intervenção. f) Análise das informações coletadas. g) Construção de um plano de
intervenção a partir da demanda do serviço e dos usuários, que será desenvolvido no Estágio
II. h) Elaboração do referencial teórico sobre a atuação do Psicólogo no contexto de
observação escolhido no Requerimento de Estágio. i) Elaboração dos Objetivos e Método do
trabalho acadêmico.

AVALIAÇÃO

A avaliação do desempenho do aluno será realizada de maneira continuada, com base nos
aspectos constantes na Ficha de Avaliação do Estagiário (ANEXO II), que servirá de guia para o
orientador. Serão considerados os seguintes aspectos: a) Cumprimento das atividades do
estágio; b) Interesse demonstrado em relação ao estágio; c) Comparecimento e pontualidade
nas orientações e atividades de estágio; d) Cumprimento e qualidade da atuação nas
atividades de estágio; e) Participação e contribuição na sistematização dos conteúdos que
norteiam a orientação; f) Postura ética na atuação; g) Conhecimento teórico sobre a área de
estágio; h) Utilização adequada e responsabilidade com materiais, prontuários, relatórios e
outros recursos necessários à atividade de estágio.

Fonte : Guia de Orientação – Estágio e Supervisão de Estágio em Psicologia – CRP-PR


(crppr.org.br).

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