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AUGUSTO PINTO BOAL: VIDA E OBRA

Augusto Pinto Boal foi um diretor, autor e teórico sobre o teatro e se


tornou uma das mais importantes figuras para a dramaturgia brasileira e
latina-americana, ele se tornou uma referência ao expandir a prática para
a conceitualização teórica, além de ser a principal liderança do Teatro de
Arena e o criador da metodologia conhecida como teatro do oprimido.
Sua jornada pelo mundo da arte teatral começa quando o mesmo
frequentou aulas na Columbia University, em Nova York e paralelamente
fez mais de 20 pesquisas e estudos sobre o âmbito teatral. Após isso Boal
integra em um grupo de dramaturgos e ganha seu primeiro
reconhecimento junto a esse grupo, em um concurso de peças realizado
também na Columbia University, como dramaturgo. Antes de voltar ao
Brasil, Augusto também encenou duas peças de sua autoria junto ao
grupo.
Ao voltar o Brasil, o diretor estreia no Brasil como dramaturgo da comédia
“Marido Magro, Mulher Chata” e organiza um curso de dramaturgia
aberto ao público.
No teatro da Arena, Boal teve seus textos submetidos a análise estética e
política, além de ter dirigido e participado de diversas produções. Augusto
também cria o laboratório de dramaturgia e o laboratório de
interpretação, formando no Brasil uma espécie de escola de escrita
dramatúrgica, com as técnicas que aprendeu em Nova York.
A partir do golpe militar de 1964, Augusto Boal encenou diversas peças
provocativas que emitiam críticas as censuras o que o tornaram um alvo.
Depois de viajar por países como México, Argentina e peru o mesmo foi
preso, torturado e passou por um longo período de exílio. Durante esse
período o dramaturgo passou primeiro em Buenos Aires, Argentina, e
depois fez trabalhos humanitários como programas de alfabetização e
projetos artísticos no Peru e Equador. Após isso, tendo que estar distante
de seu país, Boal também residiu em Portugal e na França.
Foi durante essa época que ele criou o Teatro Oprimido, um método
teatral que reunia exercícios, jogos e técnicas teatrais para
democratização dos meios de produção teatral e transformação da
realidade por meio do diálogo. O teatro oprimido foi uma forma de
dialogar entre a arte cênica e prática política, dando ao público a
formação de sujeitos sociais que se tornam multiplicadores da luta pela
cidadania. O Teatro Oprimido ainda se mostra extremamente presente até
hoje
Nomeado “Embaixador do Teatro” pela Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Boal enfrentou uma
leucemia e faleceu por insuficiência respiratória em maio de 2009, no Rio
de Janeiro. No dia de seu falecimento, o MST fez um texto de despedida e
homenagem, ressaltando a importância de sua passagem pelo
movimento, a tradição de luta e tentativa de junção da arte com a política
foi uma experiência que alterou os rumos da história do teatro. Ele
também acredita que o legado de Augusto Boal ainda tem um
potencial construtivo para todos os movimentos populares.

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