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CURSO DE BACHAREL EM ENGENHARIA CIVIL

A POLÍTICA DE HABITAÇÃO POPULAR NO BRASIL NO


SÉCULO XXI

FELLIPE PRUDENTE SIQUEIRA LIMA - RA 4201787


HÉMERSON SOEIRO GOMES - RA 3769267
JOSÉ ROBERTO DE SOUZA - RA:4580141
RONI DE SOUZA MACHADO - RA 3612163

Parauapebas – Pará
2022
FELLIPE PRUDENTE SIQUEIRA LIMA - RA 4201787
HÉMERSON SOEIRO GOMES - RA 3769267
JOSÉ ROBERTO DE SOUZA - RA:4580141
RONI DE SOUZA MACHADO - RA 3612163

A POLÍTICA DE HABITAÇÃO POPULAR NO BRASIL NO SÉCULO XXI

O Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à disciplina de TCC IV – do Curso de Bacharel
em Engenharia Civil – da Universidade de Santa
Amaro - UNISA, como exigência parcial para a
obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Jailton Antonio Prado da Silva

Parauapebas - PA
2022
A POLÍTICA DE HABITAÇÃO POPULAR NO BRASIL NO SÉCULO XXI

FELLIPE PRUDENTE SIQUEIRA LIMA - RA 4201787


HÉMERSON SOEIRO GOMES - RA 3769267
JOSÉ ROBERTO DE SOUZA - RA:4580141
RONI DE SOUZA MACHADO - RA 3612163

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado do


grau de Bacharel em Engenharia Civil, sendo-lhe
atribuída à nota “______”
(_____________________________), pela
banca examinadora formada por:

___________________________________________
Presidente: Prof.

____________________________________________
Membro: Prof.

____________________________________________
Membro: Prof.

Parauapebas – PA

2022
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todas as famílias em


vulnerabilidade social que estão em luta
contínua por moradias neste país.
AGRADECIMENTOS
Os agradecimentos são sempre momentos de reconhecimentos àqueles que, ao
longo desta jornada, nunca mediram esforços no apoio, na dedicação, sobretudo na
compreensão dos momentos de tensão. Ao agradecer, devemos ter a consciência
do quanto estas pessoas foram importantes para que pudéssemos concluir esse
TCC e produzir essa produção. Primeiramente, agradecemos a Deus, que é a
inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, princípio dos princípios, por
nos fazer crer que tudo é possível, basta que tenhamos fé. Agradecemos a minhas
famílias, em especial as mães, esposas e nossos filhos, que souberam
pacientemente entender os vários momentos de minha ausência do lar. Por conta
disso, eles proporcionaram a tranquilidade necessária para que eu pudesse concluir
mais uma etapa na minha vida. Agradecemos à UNISA - nesta jornada.
Agradecemos aos meus colegas de jornada do curso de Engenharia Civil, pelo
apoio, incentivo, debate de ideias, que tanto enriqueceram este trabalho.
Agradecemos a todos os professores e tutores pelo acréscimo de conhecimento.
Isso foi fundamental para que este trabalho acontecesse.

A todos o meu muito obrigada!


“Nenhuma Engenharia constrói caráter,
mas com caráter se faz os melhores
engenheiros”.
Jordan Lucas.
RESUMO

O estudo da pesquisa está pautado sobre a política de habitação popular no Brasil


no século XXI – revisão bibliográfica. Sabe-se que essa temática tem origem desde
o período colonial brasileiro, sendo pautado em vários planos, projetos e programas
de ordem política social e econômica. Porém, somente na década de 40 do século
XXI iniciaram a elaboração de programas habitacionais populares através de
políticas públicas visando equacionar essa demanda de ordem social. O objetivo
geral é analisar os fundamentos políticos e sociais que permeiam a política de
habitação popular no século XXI. Para fundamentar a pesquisa, usamos como
metodologia a pesquisa bibliográfica, através da descrição e estudo dialético,
aprofundando os conhecimentos através de revistas, periódicos, livros e sites nos
últimos 10 anos, sendo a mídia eletrônica um acervo relevante. A conclusão da
pesquisa mostra que, apesar de ser oferecido vários programas para atender a
habilitação populacional, através de projetos planejados para atender a classe dos
menos favorecidos economicamente, há o risco de se atender apenas parcialmente,
o que, de alguma forma, já seria benéfico. As estratégias e princípios que visam
produções habitacionais no século XXI propõe pensar novas possibilidades de
moradias que atendam a uma demanda carente.

Palavras-Chave: Assistência. Contemporaneidade. Moradia popular. Políticas


Públicas.

SUMMARY

The research study is based on the popular housing policy in Brazil in the 21st
century – bibliographic review. It is known that this theme has its origins since the
Brazilian colonial period, being based on various plans, projects and programs of a
social and economic political order. However, it was only in the 40s of the 21st
century that the development of popular housing programs began through public
policies aimed at equating this demand for social order. The general objective is to
analyze the political and social foundations that permeate the popular housing policy
in the 21st century. To support the research, we used the bibliographic research
methodology, through description and dialectical study, deepening knowledge
through magazines, periodicals, books and websites in the last 10 years, with
electronic media being a relevant collection. The conclusion of the research shows
that, despite the fact that several programs are offered to meet the needs of the
population, through projects designed to meet the needs of the economically
disadvantaged, there is a risk of meeting only partially, which, in some way, would
already be beneficial. The strategies and principles that aim at housing productions in
the 21st century propose to think about new possibilities of housing that meet a
needy demand.

Keywords: Assistance. Contemporaneity. Popular housing. Public policy.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

QUADRO 1: Artigos levantados nas bases de dados sobre a revisão bibliográfica. 21


SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................10
2. DESENVOLVIMENTO...........................................................................................11
2.1. HISTÓRIA DA POLÍTICA HABITACIONAL BRASILEIRA...........................................11
2.2 CASAS POPULARES – DEMANDA MAIOR QUE A OFERTA....................................13
2.3. POLÍTICAS PÚBLICAS DIRECIONADAS PARA HABITAÇÃO POPULAR NO BRASIL
............................................................................................................................................16
3 RESULTADOS........................................................................................................20
4 DISCUSSÃO...........................................................................................................24
8 CONCLUSÃO.........................................................................................................25
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 27
10

INTRODUÇÃO

Neste século XXI a necessidade de moradia para atender a população de


baixa renda e em vulnerabilidade social é uma realidade cada vez mais evidente nas
cidades brasileiras.
Há a emergência em se promover políticas públicas direcionadas a promoção
da construção de habitações visando permitir a presença destes cidadãos dentro
das cidades com dignidade social e humana.
Contudo, os especialistas nos estudos das questões habitacionais
contemporâneas estão realmente preocupados e, fazendo vários levantamentos das
necessidades da produção e organização do espaço geográfico urbano para atender
as pessoas carentes e necessitadas de morar com dignidade.
Logo, nosso objetivo geral será analisar os fundamentos políticos e sociais
que permeiam a política de habitação popular no século XXI.
Assim, a política de habitação popular no Brasil no século XXI, precisa ser
estudada e realizado um levantamento bibliográfico para que possamos agregar
sugestões e repassar aos nossos legisladores, metodologia usada durante a
pesquisa, sendo também, dialética e explicativa.
Para tanto, é relevante que os profissionais da Engenharia Civil possam fazer
parte dessa temática que, está em franca evidência, pois nos programas de
atendimento à população carente em relação às moradias, o engenheiro civil tem
uma participação efetiva, desde o planejamento até a execução dos projetos.
Na realidade da moradia, os moradores controlam o espaço, ou seja,
promovem a territorialidade, sendo fundamental ter o domínio desse espaço para se
sentirem seguros e proprietários.
A manutenção da casa, a colocação de objetos com significado especial
dentro e fora da casa é um desejo do proprietário, que vê a possibilidade de poder
fazer o arranjo que desejar no seu imóvel.
Podemos então afirmar, que, ter uma casa de sua propriedade, faz com que a
população de baixa renda ou em vulnerabilidade social tenha sua identidade pessoal
e social respeitada dentro de uma comunidade.
Assim, nossa pesquisa poderá nos dar suporte para responder à questão
problema: Quais as diretrizes das políticas públicas que irão favorecer a política de
habitação popular no século XXI?
11

Eis a importância de se fazer um estudo sobre a política de habitação popular


no século XXI, onde as classes menos favorecidas sentem-se desprezadas e, cada
vez mais vem aumentando o déficit habitacional para esse grupo social.
É bem verdade que, as pessoas que formam a população menos favorecida,
mesmo sem intenção de falar sobre sua posição social, estas, por não ter moradia
sofrem a discriminação dentro da sociedade onde mantém suas relações sociais.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. HISTÓRIA DA POLÍTICA HABITACIONAL BRASILEIRA

A urbanização brasileira, ocorrida a partir do processo colonial brasileiro, teve


seu ápice a partir do século XX, onde as ações do poder público primaram pelo
embelezamento e modernização de áreas centrais, contudo, as áreas periféricas das
cidades brasileiras, emergia um vultuoso volume de assentamentos precários.
Risério (2012) relata sobre como se deu o processo de urbanização no Brasil
indicando que antes do final do século XIX as cidades no Brasil eram raras, e, com a
abolição da escravatura e a advento da República, surgem novos ideais e novas
necessidades na organização dos centros urbanos das cidades. As propostas de
desenvolvimento a partir do fim do século XIX apontam uma trajetória retilínea, cheia
de determinação, que passa pelas cidades sem se importar muito com os efeitos
indesejados que causavam.
Esse desenvolvimento das cidades vai priorizar a valorização do centro
urbano dando prioridade para o comércio, pequenas fábricas e, principalmente, para
que as famílias abastadas financeiramente, construíssem suas casas suntuosas.
Segundo Rubio (2014, p. 5):

O caos urbano, melhor dizendo, o crescimento desordenado,


tem reflexo direto sobre a questão habitacional onde o território
acaba por oferecer à população de baixa renda opções nem sempre
adequadas de moradia. A forma como o Estado e a sociedade têm
tratado desta questão ainda não alcançou denominador que promova
ofertas adequadas à demanda tanto social quanto cultural, além de
um ambiente urbano equilibrado.

Segundo estudiosos, os assentamentos precários construídos pela população


urbana, nos centros urbanos, podemos dizer que foi uma forma de protesto e
12

resistência, pois, no centro é onde estavam os empregos dos cidadãos pobres,


longe das áreas que foram designadas para sua habitação.
O problema habitacional brasileiro passa a ser considerado uma questão
social já em 1880, século XIX, quando as cidades recebem as atividades associadas
ao processo da produção do café, principalmente na Região Sudeste (BONDUKI,
2002) e quando o crescimento urbano passa a ser intenso, aumentando a densidade
demográfica, mudando a paisagem da cidade e transformando-a em um ambiente
desordenado e caótico.
Esse caos pode ser identificado nas atuais áreas das capitais do Sudeste,
onde temos uma ocupação desordenada, sem suporte técnico da engenharia civil e,
principalmente construídas em áreas que são periodicamente vítimas de enchentes
ou deslizamentos de terras.
Segundo Rubio (2014), no decorrer do século XX, no Brasil o debate sobre o
ambiente urbano se assemelhava ao que ocorria na Europa, ou seja, o ambiente
urbano era centrado na moralidade, na higiene, na disciplina e no controle dos
habitantes. Logo, as cidades não estavam sendo preparadas para o “progresso”,
para as mudanças a partir da ocupação e do uso do solo. Passou-se a ter a visão
que a população era a vilã da história devido as construções desordenadas.
Essas dificuldades encontradas pela demanda social no Brasil, justifica a falta
de políticas públicas direcionadas para promover a construção de casas populares
em áreas que promova moradia digna na sociedade.
A crescente urbanização aliada à insuficiência da infraestrutura reforçou os
mecanismos de segregação social e espacial da população mais pobre, acentuando
a distância entre os diferentes grupos sociais que, por sua vez, fragmentaram a
cidade (ANTONUCCI, et al, 2008).
É notório que ao longo do processo histórico brasileiro, a questão da
habitação brasileira só tem se agravado e deixado os cidadãos em vulnerabilidade
social mais excluído dos centros urbanos e áreas nobres das cidades.
Segundo Arretche (1990), na década de 1960 o déficit do país estaria em
torno de oito milhões de moradias, concentrado na população de baixa renda que,
submetida a condições precárias de higiene e saneamento, vivia em “condições
subumanas”. Essas informações são aprofundadas através de um estudo do
Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC, 1974) indicando que 6,5 milhões
dos domicílios particulares urbanos (29% do total), em 1960, não possuíam água
13

corrente e que 21% das moradias não contavam com instalação sanitária de
qualquer natureza (apud CARMO, 2006).
Essas condições precárias e subumanas configuram a realidade do povo
brasileiro que vive exilado nas periferias das cidades, até os dias de hoje.
Durante o advento do Banco Nacional da Habitação (BNH) há a informação,
disponibilizada pelo próprio Banco, de que “o déficit do país estaria estimado em 6,7
milhões de moradias no início da década de 1980, com a informação diferencial de
que este déficit se concentraria nas regiões nordeste e sudeste” (apud CARMO,
2006, p.5).
Esse período do século XX, foi dado o ponta pé inicial para criação de
programas que visavam a promoção da construção de habitações populares para
atender a sociedade carente.
Deste modo entende-se que é necessário aprofundar o conhecimento sobre
as populações a serem atendidas nos planos, programas e projetos habitacionais
tanto do que diz respeito à urbanização de assentamentos precários, quanto aos
projetos para as unidades habitacionais para provisão e diminuição do déficit
habitacional junto à população de menor renda no país (RUBI, 2014).
Esses estudiosos fizeram a análise da necessidade do Estado em atender a
carência da habitação popular urbana no Brasil no século XX e XXI, esse estudo se
estende até hoje, pois, nossos legisladores ainda não conseguiram encontrar um
meio de criar as leis para atender a essa necessidade, porém, para muitos cidadãos,
consideram um descaso político e social com as camadas menos favorecidas
economicamente.

2.2 CASAS POPULARES – DEMANDA MAIOR QUE A OFERTA

O processo de urbanização no Brasil é uma realidade secular, que perpassa


por fatores que corroboram para confirmar que até a presente data ainda não temos
uma oferta que atenda a necessidade da demanda social que requer moradia.
A urbanização é o processo pelo qual há a transformação de uma sociedade
ou região para urbano, por conseguinte, não representa somente o crescimento da
população das cidades, mas também a um conjunto de técnicas e de obras que
permitem dotar uma cidade ou área da cidade de condições de infraestrutura,
planejamento e organização administrativa. Assim, para que ela ocorra é necessário
14

um conjunto de mudanças que irão se expressar tanto na paisagem urbana da


cidade como no comportamento e estilo de vida das pessoas, tanto da área central,
como na periferia (MONTEIRO; VERAS, 2017).
Dentro dessa realidade, vê-se a dificuldade de atender a demanda da
necessidade de moradias para pessoas de classe menos favorecida
economicamente, que vai crescendo ao longo do processo histórico brasileiro.
De acordo com Santos (2009) a urbanização iniciou-se no século XVIII, com a
Revolução Industrial, no entanto, somente no século XX e principalmente a partir da
década de 40, que a urbanização ocorre de forma intensa no Brasil resultando em
amplas mudanças na morfologia e expansão das cidades e na distribuição da
população pelo território nacional.
Nesse período da história do Brasil, muitas cidades foram recebendo a
notoriedade de cidades onde as indústrias brasileiras, inicialmente de pequeno
porte, iriam formar seus centros urbanos e, consequentemente promovendo um
êxodo rural em direção a formação de bairros populosos e, sem estrutura para
atender todos que se encaminhassem para viver na cidade.
O forte movimento de urbanização verificado a partir do fim da Segunda
Guerra Mundial, na década de 40 é contemporâneo de um intenso crescimento
demográfico, resultado de uma natalidade elevada e de uma mortalidade em
descenso, cujas causas essenciais são os progressos sanitários, a melhoria relativa
nos padrões de vida e a própria urbanização (SANTOS, 2009).
Na contemporaneidade a urbanização ganha força, provocando uma
ocupação desordenada da maioria das cidades brasileiras, principalmente no
Sudeste, favorecendo o aparecimento de favelas e palafitas.
Conforme Maricato (2011) temos que levar em consideração que as periferias
das metrópoles cresceram mais do que as áreas centrais resultando assim na
expansão das regiões pobres. Isso ocorre principalmente pela elevação dos preços
dos terrenos e das moradias nas regiões mais centrais e bem localizadas da cidade,
restando aos mais carentes apenas as áreas menos valorizadas e desprivilegiadas.
Essa realidade vai tomando grandes proporções ao longo dos anos, pois, a
desigualdade social com a evolução do processo histórico brasileiro tem aumentado
e promovendo um elevado número de pessoas de pouco poder aquisitivo com
moradias em nossa sociedade.
15

Silva (1989) afirma que é a acomodação de interesses basicamente


econômicos e culturais que faz da cidade capitalista um espaço socialmente
construído e que abriga também classes sociais com interesses conflitantes e
antagônicos, transformando o urbano num dos lócus privilegiados do capitalismo e
também da luta de classes, sempre prevalecendo a classe que detém o poder
aquisitivo.
Em função disto, no espaço urbano vimos ser criada uma grande divergência
entre as classes sociais. O crescimento pela luta de moradia nos centros urbanos,
por uma habitação, vai constituir um problema para aqueles que dispõe de poucos
recursos financeiros, elencando a necessidade de criar políticas públicas para
atender o déficit habitacional das famílias carentes.
Verifica-se, dessa maneira, que o SNHIS (Sistema Nacional de Habitação de
Interesse Social), expressão da política habitacional, instrumentalizado pelo PlanHab
(Plano Nacional de Habitação) e pelo FNHIS (Fundo Nacional de Habitação de
Interesse Social) assim como por planos e fundos locais de habitação, passou a ter,
a partir de 2009, um direcionamento quase que exclusivo para ações de urbanização
de assentamentos precários, incluindo o apoio a ações já em andamento no âmbito
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), enquanto a provisão
habitacional passou a ser executada por intermédio, também quase que exclusivo,
do Programa MCMV – Minha Casa Minha Vida para atender a parcela da população
brasileira menos favorecida economicamente (KRAUSE; BALBIM; NETO, 2013).
Essas ações financeiras, alicerçadas em pesquisas pelas instituições
financeiras, estatísticas e de planejamento social visam priorizar o atendimento às
famílias de baixa renda, com a finalidade de diminuir o déficit habitacional e
promover a melhoria da qualidade de vida dessa classe social.
Assim, a faixa que concentra a maior parte do déficit, de famílias que têm
renda mensal de até três salários mínimos (SMs), corresponde no Programa Minha
Casa Minha Vida - MCMV, grosso modo, à Faixa I, de renda familiar de até R$
1.600,7 (salário de 2009) atendida conjuntamente pelo FAR (Fundo de
Arrendamento Residencial), que atua principalmente nas cidades médias e grandes,
e pela Oferta Pública de Recursos (OPR) a instituições financeiras autorizadas pelo
Banco Central do Brasil (BCB) e a agentes financeiros do Sistema Financeiro da
Habitação (SFH), de modo a operacionalizar a subvenção econômica do programa
em municípios com população de até 50 mil habitantes. O MCMV tem, ainda, uma
16

modalidade voltada a cooperativas e associações habitacionais, o chamado


Programa Habitacional Popular-Entidades (PHPE), e outra à habitação rural
(KRAUSE; BALBIM; NETO, 2013).
Dentro desse contexto, podemos dizer que o Programa Minha casa, Minha
vida é um arcabouço instrumental de política habitacional, que dispõe de
instrumentos financeiros os quais podem ser utilizados pelos municípios, de forma
legal, na gestão do uso do solo ou de regularização fundiária para atender a
viabilização de empreendimentos habitacionais, que ainda persiste a demanda maior
que a oferta das moradias.

2.3. POLÍTICAS PÚBLICAS DIRECIONADAS PARA HABITAÇÃO POPULAR NO


BRASIL

Na década de 60 do século XX, no Brasil entra em operação o BNH e tem


lugar a montagem do Sistema Financeiro da Habitação, SFH. Favorecendo um
grande número de cidadãos, em virtude do número de unidades financiadas para o
mercado popular, totalizando mais de 400 mil residências, destinadas a mercado
popular, mercado econômico e mercado médio.
Os anos foram passando e, no período de 1970 a 1974 os recursos para
habitação popular não deixam de decrescer, alcançando nesse último ano o menor
financiamento da história do Banco Nacional de habitação - BNH, ou seja, apenas
7.831 casas. Vale lembrar que nem o chamado “milagre brasileiro” foi capaz de
inverter a curva descendente do mercado de habitação popular (AZEVEDO;
ANDRADE, 2011).
As dificuldades de encontrar mecanismos para elaboração de políticas
públicas para atender a construção de casas populares é uma realidade que
antecede a Constituição Federal.
Sabe-se que os programas tradicionais das COHABS, nas décadas de 70 e
80 tendem a privilegiar os setores mais bem aquinhoados do mercado popular (três
a cinco salários). Por meio destes não é possível atingir uma massa considerável
das famílias que ganham mensalmente entre um e três salários. Isto significa que, a
nível de políticas de habitação social, o governo dá prioridade aos setores populares
vinculados diretamente ao mercado formal de trabalho, ou seja, aqueles que
ganham salários mais altos, têm carteira de trabalho assinada, renda estável,
17

deixando as camadas menos favorecidas sem acesso a esses programas


(AZEVEDO E ANDRADE, 2011).
Essa realidade vai favorecer o aparecimento de mais programas visando
novas estratégias de diminuir o déficit de habitação popular.
Resultado, quanto à grande massa de trabalhadores urbanos não
qualificados, será destinada, através de programas tipo PROFILURB (Programa de
Financiamento de Lotes Urbanizados) e FICAM (Programa de Financiamento da
Construção, Aquisição ou Melhoria de Habitação de Interesse Social), uma menor
porção de seus investimentos. Apesar disso, esse montante deverá ser
consideravelmente superior ao que até o momento foi gasto, uma vez que, na
atualidade, a importância política dessa população passou a ser maior. Dessa forma,
o PROFILURB, que, até o final de 1980, tinha aproximadamente 43 mil lotes,
provavelmente passe a alguns milhares nos próximos anos sem, contudo, ameaçar
a performance das construções de conjuntos tradicionais.
Essas obras financiadas por estes programas, era executada pelo próprio
beneficiário final, obedecendo o regime de administração direta, pela empresa
construtora cadastrada junto ao agente financeiro, devendo sempre estar sob a
orientação e fiscalização deste.
Segundo Azevedo e Andrade (2011, p.93):

A primeira linha de política busca facilitar o acesso à terra,


pagando o mínimo possível pelo solo urbano. A nível institucional das
COHABS, isso pode ser feito através da criação de estoques de
terreno para utilização em programas de habitação popular, seja pela
compra contínua de terra no mercado livre, seja pela desapropriação
de áreas por interesse social. Pode-se também controlar a
especulação da terra urbana através de mecanismos fiscais (por
exemplo, tributação progressiva) ou de regulamentação rígida do uso
do solo.
A segunda linha de política se refere ao processo de
construção. Aqui, consiste em enfatizar a produção de habitação
como elemento de uso, por parte do próprio interessado, retirando o
capitalista do processo produtivo. Trata-se, na verdade, de incentivar,
simplificar e facilitar uma prática habitual entre as classes de baixa
renda, ou seja, a autoconstrução.

Essas linhas de políticas vêm ao encontro das necessidades dos cidadãos


que vivem em vulnerabilidade social, que precisam sair do aluguel ou das invasões
que estão aumentando nos grandes centros urbanos nas cidades brasileiras.
18

Segundo Azevedo e Andrade (2011), na maioria dos países capitalistas


avançados, o problema da habitação popular tem sido equacionado através de
subsídios governamentais, o mesmo não tem ocorrido com os países
subdesenvolvidos, como é o caso do Brasil, seja em função do montante de recurso
exigido, seja pelas precárias condições socioeconômicas das classes populares. No
caso brasileiro, mesmo que o BNH destinasse, por hipótese, a maior parte dos seus
recursos para os programas tradicionais das COHABS, uma enorme parcela da
população (com renda de até três salários-mínimos) provavelmente continuaria fora
do mercado. Isso significa que, mesmo raciocinando com a possibilidade de um
governo “reformista” e de grande sensibilidade social, a autoconstrução continuaria
na ordem do dia. Em suma, nos marcos de uma economia de mercado
subdesenvolvida, o estímulo à autoconstrução parece ser uma resposta possível
para atenuar as necessidades habitacionais de amplas camadas populares.
Porém, realmente não resultou no equacionamento das situações de crise
habitacional das cidades no Brasil, resultando na falência do BNH no final do século
XX.
A partir dos anos de 2000, pôde-se perceber a retomada de ação do governo
na questão, com destaques para eventos importantes, tais como: a inclusão da
moradia como direito social na Constituição Brasileira em 2000; a promulgação do
Estatuto das Cidades no ano de 2001, que trouxe a afirmação da função social da
propriedade; a criação, em 2003, do Ministério das Cidades; o estabelecimento da
Política Nacional de Habitação e do Plano Nacional de Habitação em 2004 e 2007,
respectivamente (RODRIGUES; MOREIRA, 2016).
A contemporaneidade do século XXI surge com novas perspectivas para
promover a construção de casas populares e minimizar o déficit habitacional
existente em nosso país.
No entanto, mesmo o governo apresentando planos significativos, estes não
foram realizadas em sua totalidade, causando muita decepção aos cidadãos menos
favorecidos. Até que em 2009, é possível dizer que em resposta à crise de 2008, foi
criado o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV). O intuito do programa era
ampliar o mercado de habitação para o atendimento de famílias cuja renda não
ultrapassasse 10 salários-mínimos, esse em circunstâncias especiais onde o
subsídio se introduz ao crédito, quando há um grande medo da queda do crédito e
baixa dos ativos das firmas, nesse cenário que mais uma vez a habitação é posta
19

como a grande “tática econômica, política e ideológica” em resposta à crise. Para


tanto o governo garantiria o subsídio para famílias com renda de até R$: 1.600,00
adquirirem a casa própria e facilitaria o caminho de aquisição para as famílias com
renda de até R$: 5.000,00 (RODRIGUES; MOREIRA, 2016).
Essas propostas de políticas públicas em prol de um grupo social mais
específico foi visto como uma alternativa para diminuir os déficit habitacionais neste
século XXI.
Da mesma forma que os demais programas de grande destaque (FCP e o
BNH), o PMCMV privilegiou a iniciativa privada, se configurando como protagonista
da oferta habitacional. 97% do financiamento público foram designados a ofertar e
produzir habitações por intermédio de construtoras privadas e somente 3%
destinados a cooperativas e organizações sociais. Isso fez com que os recursos se
concentrassem na produção maciça de moradias para atender as famílias com
renda de 3 a 10 salários-mínimos, reforça Motta, (2014).
Embora a maior necessidade seja na produção habitacional para atender as
famílias de 0 a 3 salários-mínimos. Não o bastante, esse conjunto de ações
incentivava certos tipos de urbanização e a captação de recursos públicos, fazendo
com que as prefeituras perdessem poder, dificultando a aplicação do Estatuto das
Cidades, já que ele elenca diversos instrumentos de reforma urbana e um deles é a
participação no planejamento e implementação de políticas urbanas, o que não
acontece com a iniciativa privada sendo agente promotor da política (RODRIGUES;
MOREIRA, 2016).
Apesar de todo o emprenho para minimizar a necessidade habitacional nas
cidades brasileiras, a ausência de um planejamento no qual a reforma urbana
estivesse bem esclarecida dentro dos grupos responsáveis pelo processo de
execução, fez com que o Estatuto das Cidades não atingisse seus objetivos em sua
totalidade.
Atualmente, segundo Rodrigues e Moreira (2016) continuamos com um
governo neoliberal. Em 13 de janeiro de 2021, através da lei 14.118, foi instituído o
Programa Casa verde e Amarela, substituindo o PMCMV. O Programa de duas
cores não fez alteração nenhuma na política habitacional. Camufla-se através de
novas taxas de juros e mudança de nome, mas que na realidade nada mais é que
mais uma artimanha para invisibilizar, calar e retirar direitos dos mais pobres. A casa
própria que a nova política habitacional neoliberal propõe construir é um modelo
20

velho que continua abaixo das condições mínimas habitacionais em que um ser
humano deve viver.
Dentro desse contexto, os profissionais da área da construção civil, de forma
organizada devem participar ativamente das políticas públicas de suas cidades a fim
organizar, planejar e direcionar programas que realmente equacionem o déficit de
moradias para atender a população de baixa renda e em vulnerabilidade social.

3 RESULTADOS

A pesquisa foi realizada com alguns instrumentos, apresentando os


resultados de acordo com as categorias de análises preestabelecidas em termos de
autoria, ano de publicação, método, sujeito, local e principais resultados.
A pesquisa, realizada através da revisão bibliográfica ofereceu ao leitor
identificar os estudos sobre a política de habitação popular no Brasil no século XXI,
através de trabalhos publicados entre os anos de 2011 a 2021.
As investigações realizadas nas 06 (seis) produções selecionadas têm como
objetivo analisar os fatores que levam as mulheres a deixar de realizar a prevenção
contra o câncer de mama. Visando minimizar a problemática, ao longo da pesquisa
foi realizada abordagens descritiva e qualitativa nos trabalhos selecionados.
Quanto ao tipo de estudo, dentre as 06 (seis) produções selecionadas, 04
(quatro) foram descritivas e 02 (duas) qualitativas. Quanto os sujeitos da pesquisa,
podemos observar os cidadãos em vulnerabilidade social.
Assim, depois da análise dos dados das pesquisas bibliográficas, percebe-se
a predominância da abordagem descritiva e qualitativa como método de análise.
Sobre os instrumentos de coleta de dados, em todos os 06 (seis) estudos realizados,
utilizou-se a análise da literatura dos artigos publicados nos últimos 10 anos.
21

Quadro 1 Artigos levantados nas bases de dados sobre a revisão bibliográfica


Nº PROCEDÊN TITULO AUTORES PERIÓDICO MÉTODOS SUJEITOS LOCAL PRINCIPAIS
CIA RESULTADOS
01 Scielo Política RUBIO, V. M. III ENANPARQ. São Paulo - SP, 2014. Descritivo Cidadão sem São Paulo - Descreve tipo de
habitacional moradia. SP intervenções e das
brasileira: um tipologias construtivas
que vem sendo
caminho
implantadas nos últimos
para anos, para a habitação
reprodução social, o atual panorama
da habitacional brasileiro
desigualdade aponta para um ciclo
. reprodutivo da
segregação e da
desigualdade.

02 Scielo Minha Casa, KRAUSE, C.; Texto para Discussão, Nº. 1853, Instituto Qualitativo Casas Brasília-DF O trabalho propõe,
Google Minha Vida, BALBIM, R.; de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), habitacionais ainda, formas
Acadêmico nosso NETO, V. C. Brasília, 2013. simplificadas de
monitoramento do
crescimento: L.
MCMV e sugere
Onde fica aspectos a serem
política considerados em sua
habitacional? eventual revisão.

03 Scielo A questão MONTEIRO, Mercator, Fortaleza, 2017. Disponível em: Descritivo Habitantes Fortaleza-CE Discute a habitação
habitacional A. R.; https://www.scielo.br/j/mercator/a/ZkVrVH sem moradias no Brasil, um dos
no Brasil. VERAS, A. T. ZqbHWQwK6HRpGrcXN/?lang=pt. principais problemas
Acesso em: 16/08/2022. urbanos na
DE R.
contemporaneidade.
22

N PROCEDÊNCIA TITULO AUTORES PERIÓDICO MÉTODOS SUJEITOS LOCAL PRINCIPAIS


º RESULTADOS
0 Scielo A trajetória AZEVEDO, Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Descritivo Programas Rio de Janeiro Analisou-se o BNH de
4 recente da S.; Pesquisas Sociais, 2011 habitacionais uma forma ampla: o seu
política de ANDRADE, surgimento, a
habitação vinculação da política
L.A.G.
popular. In: habitacional com o novo
Habitação e regime, e a implantação
poder: da e transformação de
Fundação da algumas de suas
Casa diretrizes básicas.
Popular ao
Banco
Nacional
Habitação.
0 Google Habilitação e RODRIGUES Revista Brasileira Gestão Urbana, Qualitativa Habitações Curitiba-PR O emprego de
5 Acadêmico políticas , L. P. D.; Curitiba-PR, 2016. populares pesquisas de cunho
públicas: o MOREIRA, V. avaliativo que envolviam
programas habitacionais
que se rem DE S.
de abrangência
pesquisado a nacional, como o
respeito? Programa Minha Casa,
Minha Vida e o
Programa de
Arrendamento
Residencial, executados
a nível local.
23

N PROCEDÊNCIA TITULO AUTORES PERIÓDICO MÉTODOS SUJEITOS LOCAL PRINCIPAIS


º RESULTADOS
0 Scielo Verdadeiras JESUS, J. R. Trabalho de Conclusão de Curso. Descritiva População Aracaju-SE Discute a questão da
6 questões e DE. Universidade Federal de Sergipe. sem habitação habitação de interesse
falsos Laranjeira-SE, 2021. social em Aracaju/SE, a
debates atuação do poder
sobre a público junto à essa
habitação de camada da população e
interesse a luta para adquirir uma
social: moradia ao longo dos
invisibilidade anos quando o governo
das atua contrariando os
narrativas interesses dos mais
dos necessitados.
excluídos.
Estudo de
caso
loteamento
São
Sebastião e
Joel
Nascimento,
Em
Aracaju/SE.

Fonte: Próprios autores, 2022


24

4 DISCUSSÃO

Em toda pesquisa realizada, visa-se uma discussão coerente e visível dos


resultados encontrados aos questionamentos realizados no decorrer do processo de
investigação, porque, durante o processo de estudo sobre a política de habitação
popular no Brasil no século XXI têm uma significativa parcela de suporte profissional,
social e econômico.
É relevante que a pesquisa venha contribuir para elaborar mecanismos de
luta e conscientização da importância em atender a população de baixa renda com
habitação popular, a fim de evitar a ocupação desordenada das diversas áreas
geográficas nas cidades brasileiras.
Conforme Maricato (2011) temos que levar em consideração que as periferias
das metrópoles cresceram mais do que as áreas centrais resultando assim na
expansão das regiões pobres. Isso ocorre principalmente pela elevação dos preços
dos terrenos e das moradias nas regiões mais centrais e bem localizadas da cidade,
restando aos mais carentes apenas as áreas menos valorizadas e desprivilegiadas.
Em função do crescimento da periferia, no espaço urbano vimos ser criada
uma grande divergência entre as classes socais. O crescimento pela luta de moradia
nos centros urbanos, por uma habitação, vai constituir um problema para aqueles
que dispõe de poucos recursos financeiros, elencando a necessidade de criar
políticas públicas para atender o déficit habitacional das famílias carentes.
Assim, a faixa que concentra a maior parte do déficit, de famílias que têm
renda mensal de até três salários mínimos (SMs), corresponde no Programa Minha
Casa Minha Vida - MCMV, grosso modo, à Faixa I, de renda familiar de até R$
1.600,7 (salário de 2009) atendida conjuntamente pelo FAR (Fundo de
Arrendamento Residencial), que atua principalmente nas cidades médias e grandes,
e pela Oferta Pública de Recursos (OPR) a instituições financeiras autorizadas pelo
Banco Central do Brasil (BCB) e a agentes financeiros do Sistema Financeiro da
Habitação (SFH), de modo a operacionalizar a subvenção econômica do programa
em municípios com população de até 50 mil habitantes. O MCMV tem, ainda, uma
modalidade voltada a cooperativas e associações habitacionais, o chamado
Programa Habitacional Popular-Entidades (PHPE), e outra à habitação rural
(KRAUSE; BALBIM; NETO, 2013).
25

No entanto, mesmo o governo apresentando planos significativos, estes não


foram realizadas em sua totalidade, causando muita decepção aos cidadãos menos
favorecidos. Até que em 2009, é possível dizer que em resposta à crise de 2008, foi
criado o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV). O intuito do programa era
ampliar o mercado de habitação para o atendimento de famílias cuja renda não
ultrapassasse 10 salários-mínimos, esse em circunstâncias especiais onde o
subsídio se introduz ao crédito, quando há um grande medo da queda do crédito e
baixa dos ativos das firmas, nesse cenário que mais uma vez a habitação é posta
como a grande “tática econômica, política e ideológica” em resposta à crise. Para
tanto o governo garantiria o subsídio para famílias com renda de até R$: 1.600,00
adquirirem a casa própria e facilitaria o caminho de aquisição para as famílias com
renda de até R$: 5.000,00 (RODRIGUES; MOREIRA, 2016).
Essas propostas de políticas públicas em prol de um grupo social mais
específico foi visto como uma alternativa para diminuir os déficit habitacionais neste
século XXI.
Dentro desse contexto, podemos dizer que o Programa Minha casa minha
vida é um arcabouço instrumental de política habitacional, que dispõe de
instrumentos financeiros os quais podem ser utilizados pelos municípios, de forma
legal, na gestão do uso do solo ou de regularização fundiária para atender a
viabilização de empreendimentos habitacionais, que ainda persiste a demanda maior
que a oferta das moradias.

8 CONCLUSÃO

O estudo realizado sobre a importância do estudo sobre a política de


habitação popular no Brasil no século XXI demonstra a relevância do profissional da
engenharia civil não se limitar em seu conhecimento de academia, sendo necessário
ficar atentos para as pesquisas que estão sendo realizadas ao longo desse século
XXI.
É legítimo afirmar que os autores relatam em suas publicações que desde a
década de 40 do século XX, inúmeras políticas públicas foram elaboradas para
atender a demanda habitacional da população menos favorecida economicamente,
porém, os recursos públicos disponibilizados não atendiam a demanda estabelecida.
26

Entre os fatores que fazem com que a população de baixa renda fique de fora
dos programas sociais de habitação, está na renda estabelecida para que a família
tenha acesso às moradias estabelecidas e ofertadas pelas políticas públicas.
Porém, os estudos mostram que, os profissionais da engenharia civil, vêm
desenvolvendo ações como a participação ativa nos fóruns sobre os Programas
como Minha Casa Minha Vida, que visam atender a necessidade de moradia dos
expropriados socialmente.
É lamentável que, os grupos sociais que estão em vulnerabilidade social
tenham que viver em ocupações desordenadas, viver em busca de locais que
possam ter dignidade, contudo, dependem das organizações políticas e econômicas
dos governantes para ter acesso a essa tão sonhada moradia.
Apesar de ser oferecido vários programas para atender a habilitação
populacional, através de projetos planejados para atender a classe dos menos
favorecidos economicamente, há o risco de se atender apenas parcialmente, o que,
de alguma forma, já seria benéfico. As estratégias e princípios que visam produções
habitacionais no século XXI propõe pensar novas possibilidades de moradias que
atendam a uma demanda carente.
Esses novos desenhos para o espaço doméstico devem ser constantemente
desenvolvidos e avaliados quando se organizarem as políticas públicas, ressaltando
a necessidade de profissionais da área de engenharia civil para dar sugestões e
contribuir nos programas habitacionais populares.
É bom salientar que muitos ganhos na qualidade da habitação podem ser
obtidos com decisões simples na fase do projeto, tanto no que se refere à definição
dos espaços como nas tecnologias adotadas por profissionais da área. Realmente,
graus leves de flexibilidade e de tecnologia são suficientes para gerar mais
qualidade para a habitação e, proporcionar possibilidades real de atender a
população necessitada neste século XXI de moradia digna de sobrevivência.
27

REFERÊNCIAS

ANTONUCCI, D. et al. 30 anos do HABITAT e as transformações da


urbanização. Relatório de Pesquisa, São Paulo: MackPesquisa, 2008.
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Política. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) - Departamento de Ciências
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atuação da Caixa Econômica Federal. 191 f. Tese (Doutorado em Economia) –
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Conclusão de Curso. Universidade Federal de Sergipe. Laranjeira-SE, 2021.

KRAUSE, C.; BALBIM, R.; NETO, V. C. L. Minha Casa, Minha Vida, nosso
crescimento: Onde fica política habitacional? Texto para Discussão, Nº. 1853,
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MARICATO, E. Brasil, cidades. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. 204p.


28

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São Paulo, 2009. 176p.

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RODRIGUES, L. P. D.; MOREIRA, V. DE S. Habilitação e políticas públicas: o que
se rem pesquisado a respeito? Rev. Bras. Gestão Urbana, Curitiba-PR, 2016.

RUBIO, V. M. Política habitacional brasileira: um caminho para reprodução da


desigualdade. III ENANPARQ. São Paulo-SP, 2014.

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