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JQMOSABERA

VONTADE DE DEUS
Até que enfim, uma lição sobre isso! \
Salmos 23.1-4 '\
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LEITURA DIÁRIA
ciclo da Bíblia. É no conhecimento do Senhor
O S\_119.1 O~ - Lu~ p~ra o caminho
revelado como pastor que acharemos consolo
SI 5.8 - Guia na just!ça enquanto andamos pelo vale sombrio. Nós,
S\ 25.5 - Ensinando a verdade suas ovelhas, somos guiados por ele (v.3).
Pv 11.3 - Sabedoria que guia Tolos e altamente capazes de extravias,
1
- - Deus não nos deixa vagar perdidos, sem
Q Pv 23.19-Caminhar responsável
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S _M_! ?3 ·.l O..:- ~~rem<? _guia
segurança e provisão. Por isso, encontramos
no verso 1 seu nome composto: o "Senhor
j _Is 48.1 ? :- Cami~ho p_ara andar pastor". Esse nome apresenta o Senhor que
tem preocupação por suas ovelhas, dando-lhes
INTRODUÇÃO o necessário para a sua subsistência (v.2).
De maneira geral, os evangélicos são Também lemos que esse "Senhor pastor"
apreensivos quanto à direção divina, e dificil- é "meu". Deus também é apresentado como a
mente alguma outra preocupação suscita maior proteção, o sustento e o refrigério do seu povo.
interesse ou inspira maior ansiedade atualmen- Ele se compromete a cuidar de nós, orientar
te do que descobrir a vontade de Deus. nossa jornada, ficar conosco e nos trazer ao
Esta lição trata do elemento da "religião lar em segurança. E ele não falhará em seu
vida mansa" que procura livrar os cristãos da comprorrus_so.
responsabilidade de tomar decisões sábias e
responsáveis, esperando que o Senhor revele, li. PERIGOS NA JORNADA
de algum modo, sua vontade específica para O salmo 23.3 faz referência à orientação di-
cada um deles. vina sob a qual devemos andar para trilharmos
Por trás desse interesse se esconde um as veredas da justiça. Essa expressão diz res-
perigo: pessoas ansiosas são atraídas por tod a peito àquela obediência aos seus mandamentos
e qualquer forma de certeza que se ofereça, que lhe agrada. Certam ente, estão incluídas
por mais irracio nal que seja. decisões vocacionais prudentes, mas a ideia
Existe, po rém, um lado bom na busca por básica é que nosso Deus santo nos chama paro
querer co nhecer a direção de D eus. Sem dúvi- sermos santos. A questão que se impõe, emào,
da, a pró pria busca é sinal de saúde espiritual. é como decidir conforme a ,--o nmde de Deus.
Crentes sadios querem agradar a D eus e, pnra Como viver uma vida debaixo de sua santa
isso, é necessário conhecer sua vontade. Mas orientt1çuo? i\ quesriio quebrem tanta ansiedade
aí surge a pergunta: como D eus nos oricnm, lignun ao conhecimento <la vontade de Deus
guia e revela sua vontade fl nós? pnrn nossa vida é o me<lo da ru(na espiritual.
Primeiro,
. tememos compreender mal o
1. UM GUIA NA VEREDA DA JUSTIÇA <li. recmruunento de Deus e, assim , colocar em
O salmo 23 é provRYelmenre o m.nis conhe- nsco nos~o bem-estar espiritual e no
· ssarelaçao
_

l
A . Um relacionamento amoroso com o Guia
n lffi Deus. E sse medo se manifesta quando
Primeiro, precisamos lidar com o medo, por-
abrigamos a distorção da verdade em que
que esse medo pode ser um sinal de descrença
caem com facilidade aqueles com propensão
impensada e não leva em conta que nosso rela-
ao legalismo, que tendem a ver a Deus como
cionamento com Deus está baseado em amor.
um bicho-papão.
Esse medo é fruto do um entendimento
O medo não é o único perigo para o viajan-
equivocado da jornada que trilhamos nesta
te que inicia a jornada. Outro é uma admirável,
vida. Isso pode ser ilustrado da seguinte forma:
porém irânica, humildade para decidir. Os
quem pensa assim vê o plano de Deus para
crentes não confiam em si mesmos para
discernir a linha de ação ideal a ser tomada e sua vida como um roteiro preparado por um
querem que ela lhes seja revelada diretamente. agente de viagens. O segredo para uma viagem
Há, ainda, a ideia falsa de que aquilo que bem-sucedida, pensam eles, é estar no lugar
Deus quer que seus filhos façam é irracional certo na hora certa, para tomar o avião, trem
por padrões comuns e não algo a que a sabe- ou ônibus, e tudo irá bem. Mas, se perderem
doria nos iria dirigir. Outra é a cogitação de uma dessas conexões pré-planejadas, o roteiro
que, visto cada cristão ser objeto especial do estará destruído, e eles, perdidos para sempre.
amor de Deus, ele pode esperar instruções O grão de verdade desse pensamento está no
especiais de Deus, sempre que tiver de tomar fato de que, realmente, más decisões podem
uma decisão significativa - uma ideia ima- trazer tristes consequências das quais não
ginosa que parece refletir tanto um egoísmo podemos esperar ser resguardados. Mas, além
imaturo quanto uma fé subdesenvolvida. Há disso, o medo descrito expressa descrença
na Escritura narrativas de direção recebida com respeito à bondade, à sabedoria e, prin-
que envolvem revelação direta, narrativas que cipalmente, ao poder de Deus, pois ele pode
servem de modelo verbal às narrações atuais restituir e realmente restitui os anos que foram
de orientação, deixando a impressão de que consumidos pelos gafanhotos Ql 2.25).
a direção é usualmente dada dessa maneira. O nosso relacionamento com Deus, que nos
Mas não é. guia, é um relacionamento de amor. Não primei-
ramente o nosso amor por ele, mas o dele por
Ili. TRILHANDO A JORNADA nós (1Jo 4.18-19). A certeza do amor de D eus
COM SABED.ORIA por nós é a segurança de que não trilharemos
Buscar a direção de D eus não é com o sozinhos o caminho, ainda que pelo vale escuro.
procurar um adivinho ou consultar oráculos ,
astrólogos e clarividentes para que nos deem ~- Buscando sabedoria na palavra
informações sobre o futuro; nem a experiência E verdade que ideias errô neas sobre a
interior de ser divinamente dirigido é aquela direção de Deus conduzem a conclusões
em que vemos sinais ou ouvimos vozes, e sim erradas sobre a coisa certa a fazer, mas con-
a de sermos capacitados a ir trabalhando e ce~er mal a vontade de Deus é menos peca-
descobrindo a melhor coisa a fazer. Em outras mmoso do c1ue conhecê-la e não fazê-la. o
palavras, esse direcionamento é comparável à saJn~sta <li~ "guia-_me"; isso significa que pela
consideração cotidiana de opções alternativas sua mstruçao providencial ele nos dá sabedo ria
em dadas situações, para determinar o melhor para tomar decisões sábias.
caminho aberro diante de nós. l\fas como Deus ~ á muitas ~ituações nas quais os princípios
dá esse discernimento? geta.1s da Bíblia são tudo de que precisamos
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ou que receberemos para nosso direciona- IV. UM ALERTA AOS VIAJANTES
mento. Deus muitas vezes n os guia d eixando E m Romanos 8.14 e Gálatas 5.18 lemo:
que usemos a inteligência que ele nos d eu que devemos ser "guiados pelo Espírito". Ma~
para implem entar da melhor forma possível o que isso significa?
os princípios e prioridades bíblicas. É parte Primeiro, levemos em conta gue o contex-
do processo pelo qual ele nos faz crescer e to se refere à resistência contra impulsos pe-
caminosos e não à tomada de decisões. Mas,
amadurecer em Cristo.
De maneira geral, a lei de Deus revelada na de fato, o Espírito nos dirige ajudando-nos
Escritura é o manual de normas para todos os a entender as diretrizes bíblicas dentro das
seus filhos. Mas desejamos saber a vontade de quais devemos nos manter, os alvos bíblicos
Deus em detalhes, personalizada para cada um que devemos alcançar e os modelos bíblicos
de nós nos mais variados interesses. Supomos que devemos imitar. O Espírito também nos
que ele vai nos dizer a cor do carro que com- orienta por meio da oração e do conselho
de outras pessoas, dando-nos sua sabedoria
praremos. Entretanto, nenhuma direção deve
quanto à maneira melhor de seguir o ensino
ser esperada nessas áreas, a não ser as regras ge-
rais de usar a liberdade com responsabilidade. bíblico.
Portanto, Deus não nos promete uma
É importante diz~ que a lei moral delimita
manifestação direta da sua parte de modo
a área dentro da qual a escolha pode ser feita,
específico. Não há passagem na Escritura que
porque o pecado deve estar sempre fora dos
nos encoraje a buscar ou esperar por isso.
limites da escolha do cristão. Mas, se buscamos
a Deus, então a direção é a dádiva de Deus CONCLUSÃO
àqueles que estão olhando para ele. O Senhor promete estar conosco, guiando-
-nos por caminhos que lhe agradam. Ela fará
C. Companhia para prosseguir J
isso basicamente por sua palavra, pela comu-
Sabemos, quer pelo salmo 23 quer por nidade da fé e pela sabedoria que ele mesmo
outros textos da Bíblia, que nunca estamos opera em nosso coração pela ação e presença
sós porque Deus sempre está conosco. Mas ao
do Espírito Santo.
enfatizar a onipresença de Deus, não podemos Qualquer suposto direcionamento que
esquecer a importância da coletividade na divergir da Bíblia, dos limites da possibilidade
qual fomos redimidos - a Igreja. ~ão colocados pela divina providência e do discer-
feitos nem redimidos para uma vida solitarta nimento do coração regenerado quanto ao que
de autossuficiência, mas para uma vida como
mais traz honra e agrado a nosso Deus terá de
povo, no meio do qual há segurança (Pv 11.14).
Nunca devemos deixar que o orgulho ser julgado falso e enganoso.
nos impeça de buscar e aceitar conselhos de
pessoas mais sábias e piedosas do que nós.
APLICAÇÃO
Saiba que D eus não o desamparará na
O Espírito Santo costuma utilizar-se da co-
munhão do corpo de Cristo para aprofunda.r busca por orientação. Confie em seu amor
nosso discernimento da vontade de D eus. sempre presente.
D esse modo, não de,·emos esperar que nossa Procure orientação na palavra e na Igreja,
sabedoria e nosso discernimento bastem, sem por parte <laqueies irmãos mais maduros na fé.
o necessário e abençoador suplemento vindo Exercite a sabedoria cristã, tornando de-
de fontes externas. cisões responsá,~eis que honrem ao Senhor.

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