Geovana Souza Fontes

Carlos Matheus Costa Santos

Maria Luiza Oliveira Silva
Douglas Eduardo da Silva Almeida

Hipertensão arterial em cães

RESUMO
A hipertensão arterial sistêmica, definida também como diastólica e sistólica, é
uma doença que afeta cães, e pode ser de forma secundária com outras enfermidades
simultaneamente, como: diabetes, nefropatia e cardiomiopatia. A elevação do fluxo
sanguíneo sobre a parede das artérias por um longo período, pode acometer outros
órgãos e trazer graves consequências. O objetivo deste artigo foi efetuar análises da
hipertensão arterial dos cães de acordo com os dados da tabela. Sendo assim,
realizamos cálculo da média de pressão dos dados apresentados para obter um
parâmetro de pressão dos cães da raça golden, feito o cálculo de variância e desvio
padrão dos dados, apresentados pelos alunos do módulo de habilidades e atitudes em
ciências agrárias, tendo como hipóteses peso, idade e sexo dos animais levados em
consideração nos resultados como influência de possíveis alterações.

Palavras chaves: Cálculo, média, pressão, dados e resultados.

1 INTRODUÇÃO
O aumento da pressão arterial está relacionado com o aumento da pressão
sanguínea, podendo ser considerada também como primária (idiopática), ou secundária
que é a mais comum entre os cães e que pode ocorrer devido a presença de alguma
comorbidade. (HENIK; BROWN, 1998).
Segundo Ware (2006), disfunções que podem estar associadas a elevação da
HAS (hipertensão arterial sistêmica) incluem cardiopatias, hipertireoidismo e doença
renal, além do estresse, influências da idade, sexo, raça e quadro clínico em geral.
Conforme Egner (2003), cães da raça Golden Retriever e outras raças de cães
maiores, tendem a ter a PA mais baixa, enquanto que raças de cães menores possuem
tendência a ter uma pressão mais elevada. Quanto ao sexo, foi analisado que nas
fêmeas a PA é mais baixa do que nos machos (Montoya et al., 2006; Brown et al., 2007;
Schellenberg et al., 2007).
De acordo com (Dukes, 1992; Cunnigham, 2004), a relação entre a hipertensão
e obesidade são propostas, tanto em Cães quanto nos humanos, ocasionando o
aumento do fluxo sanguíneo.
A pressão Arterial Sistólica (PAS) é identificada como o maior número, é a
pressão que o sangue exerce nos vasos e ocorre quando o coração contrai e bombeia a
fim de impulsionar o sangue para o corpo. O aumento da PAS está associado a
contração do coração, sendo assim, quanto mais o músculo se contrai, maior será a
pressão sistólica.
As constantes elevações da pressão podem acarretar graves problemas clínicos
(Ware, 2010).
1
Os tratamentos da HAS em Cães consistem em Dietéticos ou farmacológicos,
geralmente seguidos por protocolos (Brown e Henik, 2002). Estão incluídos nos
tratamentos farmacológicos os bloqueadores de canais de cálcio, vasodilatadores,
diuréticos e novas drogas que estão sendo desenvolvidas e estudadas.
Pressão Arterial Diastólica (PAD) é o menor valor medido da pressão arterial do
sangue contra as paredes das artérias, é quando acontece o relaxamento entre cada
batimento cardíaco.
A pressão arterial pode ser baixa, normal ou alta, e está interligada entre as duas
pressões (diastólica e sistólica), para estar normal, tem que ter pressão sistólica de 120 e
80 de diastólica, para está na faixa baixa tem que ter 90 ou menos de pressão sistólica,
ou 60 ou menos de diastólica.
A pressão alta pode ser dividida em 4 partes: elevada, hipertensão do estágio 1,
hipertensão do estágio 2 e crise hipertensiva. Pressão elevada é pressão sistólica na
faixa de 120 para 129 e 80 diastólica.
Hipertensão do estágio 1 é com pressão de 130 a 139 de sistólica alta e 80 até
89 de diastólica alta.
Hipertensão do estágio 2 é com pressão de 140 sistólica ou 90 diastólica. Crise
hipertensiva é com pressão maior que 180 de sistólica e/ou maior que 120 diastólica.
O artigo expõe que o cão da raça golden sofre de uma doença conhecida como
cardiomiopatia, que ocorre quando o músculo cardíaco está debilitado, impedindo assim
que o coração exerça seu trabalho de contração corretamente. Sob esse viés, o principal
objetivo é comparar os dados contidos na tabela e descobrir possíveis valores de
referência adequados para pressão sistólica e diastólica para estes cães.

METODOLOGIA

Iniciou-se com a apresentação dos dados, com as pressões dos cães da raça
Golden Retriever, pelos dados trazidos pelo Professor Alfredo (UFS/Campus Sertão).
Com a análise desses dados foi feita a separação desses cães por classes de idade,
para melhor análise desses dados apresentados, pela grande dimensão de diferença
entre a pressão dos cães abaixo de 12 meses , para os a partir de 12 meses. O Grupo 1
(Abaixo de 12 meses) possui os dados de 20 cães, o Grupo 2(A partir de 12 meses)
ficou com os dados dos outros 18 cães.

Algumas áreas de conhecimento precisaram ser utilizadas para a construção de

agrupamentos que seriam melhor analisados e para obtenção dos dados pertinentes.
Entre esses áreas de conhecimento foi usado:

Média
A média é calculada pela soma dos valores de um conjunto dividido pela
quantidade de valores no conjunto. “A média aritmética também é de fundamental
importância, pois a partir dela são calculadas outras medidas, como, por exemplo, a
variância, o desvio padrão, o coeficiente de variação, de correlação dentre outras.”
(CAZORLA, 2001, pág. 3). Usada para calcular média das pressões diastólicas e
sistólicas dos cães da pesquisa, dos pesos e idades.

2
Desvio Padrão

Tem como função calcular a variância entre valores de um conjunto de

elementos, usando alguns valores presentes na amostra. A fórmula do desvio padrão
pode ser observada na Figura 1, logo abaixo.
 Figura 1: Fórmula de Desvio Padrão

Resolução pelo valor individual (xi), média dos valores do conjunto (x) e total de
valores no conjunto (n). Essa área de conhecimento, foi usada para demonstrar a
variância entre entre pressões dos cães nas duas formas medidas, dos pesos e idades.

Distribuição de Frequência

É uma estatística que organiza dados em classes ou categorias estabelecidos

convenientemente. Usado para organização dos dados e padronização de pesquisa,
para melhorar a forma de entendimento.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

MPD: Média das pressões diastólicas

MPS: Média das pressões sistólicas
D.P.(P.D.): Desvio padrão das pressões diastólicas D.P.(P.S.): Desvio
padrão das pressões sistólicas M.(P): Média dos pesos
D.(P): Desvio padrão dos pesos
M.(I): Média das idades
D.(I): Desvio padrão das idades

3
Tabela 1;

Tabela de dados gerais por faixa de pesos

D.P. Classes fi M.P.D.
D.P.
(P.D.) M.P.S.
(P.S.) M. (P.) D.P. (P.)

75,334
2 |- 5 6 3,432115,62
2.571,6
367,22835
8 4,559
67
 77
5.020,0
71,933
5 |- 8 1 902 115 1
00 0
70,567
3,251120,47
9.260,0
1417,4272
8 |- 11 3
8 20,335
00
47
11 |- 14 0
14 |- 17 0
154,16
19.170,
1202,0815
17 |- 20 2 88,252 5,946
7 11,161
0
28
138,57
22.216,
849,72544
20 |- 23 3 86,576 10,095
9 9,680
7
59
157,10
26.693,
23 |- 26 3 98,740 11,757
6 12,462
3 150,11107
151,58
29.650,
792,32374
26 |- 29 13 96,569 7,077
4 9,149
0
89
104,62
6993,72
157,99
30.501,
563,98665
29 |- 32 7
 0
6
3 6.917
4
98
Total fi
38
Fonte: Próprio autor 2022

Essa tabela mostra dados de divisão de faixas por pesos com a quantidade de cães por
faixa de peso, mostrando as médias e desvios padrões das pressões sistólica e diastólica,
além d desvio padrão e média dos pesos, a fim de entender o aumento e redução das
pressões de acordo com o peso dos cães.

Tabela 2;

Tabela de dados gerais de cães até 12 meses

D.P. Classes fi M.P.D.
D.P.
(P.D.) M.P.S.
(P.S.) M. (I.) D.P. (I.)

1 |- 4 8 74,501 3.367 116.975 9.266 2,637 0,59266348

4
4 |- 7 2 69.817 3.622 117.201 19.200 4,0 0
0,9581728
7 |- 10 7 87.878 7.727 147.401 12.151 8,385 64
0,5773502
10 |- 13 3 91.556 2.789 152.000 8.352 10,6 69
Total fi
20
Fonte: Próprio autor 2022

Essa tabela mostra dados de divisão de faixa de idade até 12 meses, mostrando
as médias e desvios padrões das pressões sistólica e diastólica, além do desvio padrão
e média dos pesos, a fim de entender o aumento e redução das pressões de acordo com
a idade dos cães.

Tabela 3;

Tabela com dados gerais de cães acima de 12 meses

D.P. Classes fi M.P.D.
D.P.
(P.D.) M.P.S.
(P.S.) M. (I.) D.P. (I.)

0,7559289
 97.203
8.015 152.424 10.085 14
13 |- 16 8 46
16 |- 19 5 102.553 6.188 159.115 6.923 16,8 119 |- 22 2 102.950 7.505 157.687 8.451,00 20
09.545,31
13.575,1
0,5773502
22 |- 25 3 98.213
8 152.059
8 24,3
69
Total fi
18Fonte: Próprio autor 2022

Essa tabela mostra dados de divisão de faixa de idade acima 12 meses,

mostrando as médias e desvios padrões das pressões sistólica e diastólica, além do
desvio padrão e média dos pesos, a fim de entender o aumento e redução das pressões
de acordo com a idade dos cães.

Fonte:

Próprio autor 2022

Nesse gráfico, mostra os desvios padrões das pressões sistólica e diastólica dos
animais até 12 meses, o que mostrará como funciona as duas pressões nos primeiros
meses de vida do animal, a fim de encontrar valores padrões de cães saudáveis.
 Fonte:

Próprio autor 2022

Nesse gráfico, mostra os desvios padrões das pressões sistólica e diastólica dos
animais acima 12 meses, o que mostrará como funciona as duas pressões em cães com
mais tempo de vida, a fim de encontrar um padrão que seja de animais saudáveis.

Fonte:

Próprio autor 2022

É um histograma sobre as pressões diastólica das fêmeas, o que mostra como

funcionam as pressões nas fêmeas, a fim de verificar um padrão saudável entre elas.
 Fonte:

Próprio autor 2022

É um histograma sobre as pressões diastólica dos machos, o que mostra como

funcionam as pressões nos machos, a fim de verificar um padrão saudável entre eles.

Fonte:

Próprio autor 2022

É um histograma sobre as pressões sistólicas das fêmeas, o que mostra como

funcionam as pressões das mesmas, a fim de verificar um padrão saudável entre elas.
 Fonte:

Próprio autor 2022

É um histograma sobre as pressões sistólicas dos machos, o que mostra como

funcionam as pressões nos machos, a fim de verificar um padrão saudável entre eles.

Fonte: Próprio autor 2022

Nesse gráfico mostra a comparação dos pesos entre cães até 12 meses e acima
de 12 meses, tendo em vista que está organizado na ordem crescente, a fim de verificar
o ganho de peso, e encontrar valores considerados saudáveis, assim, comparando com
as pressões sistólicas e diastólicas dos mesmos, a fim de entender qual a interação
entre essas pressões e os pesos dos animais, e o quanto o peso influencia nisso.

CONCLUSÃO
 Foi abordado o problema de cálculo da média de pressão de cachorros da raça
golden. Onde foram dadas 38 amostras de cães de idades entre 1,9 a 25 meses sendo
fêmeas e machos.
A partir das análises dos gráficos conclui-se que os principais resultados obtidos
através dos dados apresentados são levados em consideração o peso a ideade e sexo
do animal.
As fêmeas possuem pressão diastólica maior do que a dos machos, cerca de
60% das fêmeas possuem pressão entre 83.000, 100.000 , 30% 66.000, 83.000 e 20%
entre 100.000, 117.000 e 47,3% dos machos possuem pressão entre 70.000 e 87.000
42,5% entre 87.000, 104.000 e 10,2% de 104.000, 121.000.. E cerca de 55% das fêmeas
possuem pressão sistólica entre 130.000, 155.000 25% 105.000, 130.000 e 20% de
155.000, 180.000 enquanto os machos 42,5% possuem entre 110.000, 136.000 e outros
42,5% entre 136.000, 162.000 e 15% têm pressão entre 162.000 e 188.000.

9
É perceptível que a pressão sistólica é superior nos cães abaixo dos 12 meses
enquanto a diastólica se encontra inferior e nos cães a partir dos 12 meses tanto a pressão
diastólica como a sistólica se aproximam dos seus valores.
O peso demonstra que animais com menos peso tendem a ter pressões mais
regulares.
Foi possível perceber que fêmeas acima de 12 meses e com peso menor
possuem pressão maior e mais regular do que dos machos. Não foi possível perceber
com essa pesquisa se o tipo de alimentação e hábitos dos cães influenciam ou não para
os valores obtidos.
Com o objetivo de que a partir das informações obtidas com as amostras e os
cálculos feitos com base nestas informações a fim de realizar e demonstrar um
parâmetro entre esses cães para aferir a pressão e obter conhecimento se estão
saudáveis e com pressão regular para sua idade, peso e gênero.

REFERÊNCIAS

BROWN, S.A.; HENIK, R.A. Hipertensão Sistêmica. In: TILLEY, L.P.; GOODWIN, J.K.
Manual de Cardiologia para Cães e Gatos. São Paulo:Editora Rocca, 3 ed. p.313-
319,2002.

PELLEGRINO, A.; PETRUS, L. C.; YAMAKI, F. L. Valores de pressão arterial de cães da

raça Golden Retriever clinicamente sadios. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., v.47, p.307-
314,
2010.

SILVEIRA, Joelma.Hipertensão arterial sistêmica em cães: Revisão de literatura. curitibanos,

p.40, 03 de Julho de 2018.
10