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“Porque, antes de tudo, estou informado haver divisões entre vós quando vos
reunis na igreja; e eu, em parte, o creio.” (I Coríntios.11.18)
É natural que ocorram conflitos nas relações humanas. É como o atrito que
existe entre as engrenagens de um motor. Porém, há uma solução bem
simples para isso: basta que o motor seja desmontado e que cada peça seja
cuidadosamente guardada em uma embalagem separada. O conflito estará
resolvido, mas o motor já não existirá, nem as suas inúmeras utilidades. Não
haverá choques, nem desgastes. Também não haverá movimento nem
produção de energia. Temos então uma solução destrutiva e inadequada.
Como foi exposto no início, alguns conflitos podem ter causas naturais e outros
podem até ser necessários. Contudo, o perigo sempre existe. O conflito é como
o fogo. Muitas vezes utilizamos o fogo em nossas casas. Ele é necessário, útil,
embora se trate de uma força destruidora. Se perdermos o controle sobre o
fogo que usamos, então tudo pode ser destruído repentinamente.
O conflito precisa ser administrado, controlado, afim de que não se desenvolva
numa sequência mortal como esta: discordância, discussão, contenda, divisão,
guerra.
A contenda acontece quando uma das partes quer impor a sua idéia, ou
quando a parte que deveria se submeter se nega a fazê-lo “E, do modo por que
Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade. São
homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé;” (II Timóteo3.8).
A bíblia diz que “Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a
contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente,”
(II Timóteo 2.24). Chegamos ao nosso limite. Daí em diante, o fogo começa a
se alastrar.
Contudo, mesmo que seja necessária, a divisão não deve ser estimulada por
nós, cristãos, já que Deus não nos deu o poder para separar o joio do trigo
“Deixai-os crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi aos
ceifeiros: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o
trigo, recolhei-o no meu celeiro.” (Mateus 13.30). O problema se agrava
quando, depois da divisão, as partes querem continuar o conflito. Então, está
declarada a guerra.
Exercerá seu poder a partir de: Gritos, a incontinência verbal, os maus tratos
e a desvalorização contínua de seus semelhantes.
O pior é que a agressão verbal não só nos faz sentir incomodados, mas que
alcança seu objetivo: tirar o foco da meta que seria o diálogo civilizado, assim
nos preocupamos mais pelo tom de voz com que nos fala.
Lembre-se que a pessoa violenta sabe que não é querida nem aceita; é por
isso que tratará de demonstrar sua raiva e seu ressentimento, chamando sua
atenção com ira, maltratando as pessoas verbalmente e incluso fisicamente.
Mantenha-se alerta: o violento verbal tentará por todos os lados fazer com que
seja parte da discussão, usará mil estratégias para ver seu nível de paciência.
O irado esperará a “ira” como resposta.
Evitar o choque e o conflito deve ser nossa meta, assim como também
alcançar que o agressivo fique livre de sua ira.
Com uma pessoa violenta sempre é prudente ser razoável e pensar antes de
começar uma conversa. Nosso objetivo é poder nos relacionar da melhor forma
possível.
Para todo violento, ele sempre encontrará uma mais violenta que ela.
ADMINISTRANDO O CONFLITO
Algumas pessoas acham que sempre devem brigar por seu direito. O apóstolo
Paulo nos orienta que, algumas vezes, em determinados casos, é melhor o
cristão sofrer algum dano do que criar uma disputa “O só existir entre vós
demandas já é completa derrota para vós outros. Por que não sofreis, antes, a
injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano?” (I Coríntios 6.7). Afinal, não foi
isso que Cristo ensinou, quando falou em “dar a outra face”, “entregar a capa” e
“caminhar a segunda milha”?
Como dissemos, o conflito pode ser necessário. Nesse caso, precisamos saber
administrá-lo, dirigindo bem nosso barco por entre as ondas, sem deixá-lo virar.
Existe uma tênue linha que separa uma discussão sadia de uma contenda.
Precisamos então ter em mente alguns limites que não ultrapassaremos.
Nossas discussões deverão ser pautadas pelo respeito. Não devemos usar
palavras torpes ou agressivas, pois estas têm o poder de suscitar a ira “A
resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.”
(Provérbios15.1). Palavras mansas e sadias podem desarmar o ânimo
agressivo da outra parte “linguagem sadia e irrepreensível, para que o
adversário seja envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a
nosso respeito.” (Tito 2.8). Um conflito mal conduzido resultará em ofensas e
deixará marcas. Podemos expor nossas opiniões, por mais divergentes que
sejam, sem usar de agressividade.
Se vamos discutir sobre alguma coisa, precisamos deixar o orgulho de fora da
conversa. Em algum momento, poderá ser necessário admitir que o outro está
certo. E, se não estiver, talvez possamos desistir do conflito a favor da outra
parte. Logicamente, não devemos aceitar o pecado nem o erro, mas muitas
vezes não é isso que está em jogo, e podemos muito bem abrir mão da nossa
proposta em benefício do nosso próximo. Isso pode ser um sinal de
maturidade. Veja o exemplo de Abraão que, podendo escolher a terra diante de
si, deixou que Ló escolhesse. Será que as minhas idéias devem prevalecer
sempre? A opinião dos outros está sempre errada? Quem pensa ou age desse
modo está carente de humildade e tem a grande habilidade de criar confusões
por onde anda.
Se a discussão parece não produzir acordo, então é bom que a mesma seja
interrompida. Se uma das partes é autoridade sobre a outra, então caberá a
essa pessoa decidir sobre o assunto, ou voltar à questão em outra ocasião.
Se você foi ofendido, perdoe. Não espere que o agressor venha pedir perdão.
Perdoe. Seja qual for a ofensa. Perdoe. Mais do que isso Jesus sofreu, e
mesmo assim perdoou.
A Bíblia nos ensina a amar, suportar e sujeitar uns aos outros “Rogo-vos, pois,
eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que
fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade,
suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por
preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; há somente um corpo e um
Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa
vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de
todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.”
(Efésios.4.1-6). O apóstolo Paulo usou a palavra “suportar” (sustentar) porque
já sabia que o relacionamento entre os irmãos teria muitas dificuldades.
Contudo, não deixaremos de ser irmãos.
PRINCÍPIOS PREVENTIVOS