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AGRESSIVIDADE

“Porque, antes de tudo, estou informado haver divisões entre vós quando vos
reunis na igreja; e eu, em parte, o creio.” (I Coríntios.11.18)

O sujeito agressivo pode ser identificado através de comportamentos como


atacar as pessoas e os acontecimentos. Falam alto, gritam, quebram objetos,
interrompem os outros enquanto os outros se expressam, desgastam
psicologicamente as pessoas.

O seu objetivo principal é ganhar sobre os outros, dominar e forçar os outros a


perder ou desistir. A maioria das vezes ganha através da humilhação, controle
e “domínio” dos outros, não lhes dando sequer a oportunidade de se
defenderem.

Os agressivos são pessoas difíceis, complicadas, seres que minuto a minuto


dificulta nossa existência. São pessoas cuja violência verbal flui através de
seus poros, produzindo um desgaste impressionante naqueles que convivem
com eles.

É natural que ocorram conflitos nas relações humanas. É como o atrito que
existe entre as engrenagens de um motor. Porém, há uma solução bem
simples para isso: basta que o motor seja desmontado e que cada peça seja
cuidadosamente guardada em uma embalagem separada. O conflito estará
resolvido, mas o motor já não existirá, nem as suas inúmeras utilidades. Não
haverá choques, nem desgastes. Também não haverá movimento nem
produção de energia. Temos então uma solução destrutiva e inadequada.

Assim também acontece no Corpo de Cristo. Já nos primeiros anos da era


cristã, aconteciam desentendimentos e colisões humanas na igreja. Em Atos
15.39 temos o relato de um desacordo entre Paulo e Barnabé “Houve entre
eles tal desavença, que vieram a separar-se. Então, Barnabé, levando consigo
a Marcos, navegou para Chipre.”. Outro exemplo é o que acontecia na igreja de
Corinto. Paulo disse que havia entre eles dissensões “Porque, antes de tudo,
estou informado haver divisões entre vós quando vos reunis na igreja; e eu, em
parte, o creio.” (I Coríntios.11.18). O mesmo apóstolo escreveu aos gálatas
comparando-os aos animais, tamanha era a agressividade entre eles “Se vós,
porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais
mutuamente destruídos.” (Gálatas 5.15).

Mencionamos alguns exemplos que, apesar de terem em comum a questão do


conflito, têm diferenças profundas e evidentes que estão relacionadas às
origens do problema. Precisamos perguntar: por quê está acontecendo esse
conflito? Vamos mencionar aqui quatro tipos de causa: pessoal, doutrinária,
carnal e diabólica.
1 – Causa pessoal – Ocorre quando os conflitos se dão por uma questão de
gosto, opinião, opção ou estilo individual. Por exemplo, se uma família vai
viajar, alguns podem preferir a praia, outros, o campo. Esse tipo de conflito é
natural, mas precisa ser bem conduzido e bem resolvido para não gerar
problemas maiores. Enquadra-se nesse item o caso de Paulo e Barnabé, cuja
questão foi em torno de uma viagem e se deveriam ou não levar consigo o
jovem Marcos.

2 – Causa doutrinária – É o caso de haver dentro da igreja um grupo que


defende uma interpretação bíblica sobre um assunto e outro grupo que entende
diferente. Foi a situação da igreja de Corinto. Esse tipo de desentendimento
não pode ser simplesmente desconsiderado nem sumariamente proibido. O
próprio Paulo não proibiu nem poderia fazê-lo. Disse até que isso poderia ser
necessário. Certamente, se surge uma heresia na igreja, é bom que surja o
conflito para que o mal seja eliminado, esteja ele do lado que estiver. Quando
existe um corpo estranho no organismo, como uma farpa de vidro ou um
espinho, é natural que haja o inchaço, a dor, e talvez até a febre, como sinais
que alertam contra uma anomalia. E assim continua até que o mal seja
extirpado. Este tem sido o principal motivo do surgimento de tantas
denominações evangélicas: conflitos doutrinários. Tais problemas devem ser
resolvidos pelos líderes eclesiásticos, conforme modelo de Atos 15:7,
“Havendo grande debate, Pedro tomou a palavra e lhes disse: Irmãos, vós
sabeis que, desde há muito, Deus me escolheu dentre vós para que, por meu
intermédio, ouvissem os gentios a palavra do evangelho e cressem.” “Pois
pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além
destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos,
bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais
ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Saúde.” (Atos 15:28,29).
Para tão nobre tarefa, é mister que os líderes estejam cheios do Espírito Santo,
como também é biblicamente natural que estejam “Mas, irmãos, escolhei
dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria,
aos quais encarregaremos deste serviço;” (Atos 6:3).

3 – Causa carnal – A problema dos gálatas foi a carnalidade, isto é, a


condução da vida e do comportamento de acordo com as inclinações da
natureza pecaminosa, a qual está diretamente ligada aos desejos físicos e
egoístas. Observe que o conflito de causa pessoal ou doutrinária pode ser
também carnal, bastando que um dos envolvidos esteja dominado pela
carnalidade. A própria heresia, que, a princípio pode surgir de uma simples
falta de entendimento bíblico, pode também ser obra da carne, conforme
Gálatas 5.20 “idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias,
dissensões, facções,”.

É o caso de pessoas que “forçam” a interpretação de textos bíblicos para


atender aos seus próprios desejos carnais. O conflito carnal entre os gálatas
tinha cunho doutrinário mas parecia envolver também a cobiça por posições de
destaque ou desejo de reconhecimento “Não nos deixemos possuir de
vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros.” (Gálatas
5.26). Daí surgiam as disputas dentro da igreja. Sobre esse tipo de discórdia,
veja também Tiago 4.1-2 “De onde procedem guerras e contendas que há
entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais
e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer
guerras. Nada tendes, porque não pedis;”.

4 – Causa diabólica – Muitos conflitos são, certamente, idealizados por


Satanás. Ele é o maior semeador de contendas entre os irmãos, mas o que ele
faz na maioria das vezes é “aproveitar a nossa lenha para fazer sua fogueira”.
Então, os conflitos pessoais, que podem ter até uma causa natural, ou os
conflitos carnais e doutrinários, podem acabar se tornando instrumento nas
mãos do inimigo. O seu maior desejo é ver o povo de Deus lutando consigo
mesmo, quando deveríamos, juntos, lutar contra as forças das trevas. Veja que
isso foi o que ele fez no céu, até que os anjos, que antes faziam parte do
mesmo exército, começaram a lutar entre si “Houve peleja no céu. Miguel e os
seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus
anjos;” (Apocalipse12.7), surgindo então o exército demoníaco.

Como foi exposto no início, alguns conflitos podem ter causas naturais e outros
podem até ser necessários. Contudo, o perigo sempre existe. O conflito é como
o fogo. Muitas vezes utilizamos o fogo em nossas casas. Ele é necessário, útil,
embora se trate de uma força destruidora. Se perdermos o controle sobre o
fogo que usamos, então tudo pode ser destruído repentinamente.
O conflito precisa ser administrado, controlado, afim de que não se desenvolva
numa sequência mortal como esta: discordância, discussão, contenda, divisão,
guerra.

A discordância é normal. Somos pessoas diferentes e muitas vezes teremos


pontos de vista distintos e preferências divergentes. A discordância pode fazer
com que cada um parta num sentido diferente. Foi o que aconteceu com Paulo
e Barnabé. Cada um viajou para um lugar diferente. Entretanto, se o problema
é entre marido e mulher, não é bom que cada um saia numa direção, ou, se a
questão é doutrinária e existe boa intenção nas pessoas envolvidas, então será
útil e necessário que se passe à discussão, a qual não é sinônimo de briga mas
de debate, exposição de idéias com o objetivo de se chegar a uma conclusão
proveitosa. Discutir a questão é melhor do que o silêncio, o qual pode ocultar o
problema e criar inimizades.

A contenda acontece quando uma das partes quer impor a sua idéia, ou
quando a parte que deveria se submeter se nega a fazê-lo “E, do modo por que
Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade. São
homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé;” (II Timóteo3.8).
A bíblia diz que “Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a
contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente,”
(II Timóteo 2.24). Chegamos ao nosso limite. Daí em diante, o fogo começa a
se alastrar.

A divisão já é uma atitude extrema. Em alguns casos ela é correta, em outros


não “Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na
congregação dos justos.” (Salmo 1.5); “Eles saíram de nosso meio; entretanto,
não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam
permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que
nenhum deles é dos nossos.” (I João 2.19).

Contudo, mesmo que seja necessária, a divisão não deve ser estimulada por
nós, cristãos, já que Deus não nos deu o poder para separar o joio do trigo
“Deixai-os crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi aos
ceifeiros: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o
trigo, recolhei-o no meu celeiro.” (Mateus 13.30). O problema se agrava
quando, depois da divisão, as partes querem continuar o conflito. Então, está
declarada a guerra.

Veremos agora algumas características das pessoas violentas e agressivas.

Características do violento verbal:

O agressivo verbal é crítico, intimidante, ofensivo: sem se importar qual seja o


tema sobre o que está expressando, seu objetivo será despertar medo e a
intimidação dos outros. Sua própria insegurança é que impede estabelecer
vínculos sadios e relações interpessoais prosperas. É sarcástico e colérico.

Exercerá seu poder a partir de: Gritos, a incontinência verbal, os maus tratos
e a desvalorização contínua de seus semelhantes.

O agressivo verbal terá como objetivo fazer as pessoas se sentirem incapaz,


débil, inseguro e menosprezado. Seu fim é acreditar que sabe tudo e além de
saber, pensa que tem a capacidade e a autoridade para terminar tudo o que se
proponha sozinho.

Sempre dizem em reiteradas oportunidades para aqueles que são receptores


dessa violência verbal do tipo: “O que eu fiz para que ele ou ela me trate
assim?” A resposta é: Você não fez nada!

Fazendo ou não fazendo, o violento verbal sempre encontrará motivos para


discutir e estabelecer conflitos.

O que quer dizer a Violência Verbal.

Distinguimos, para começar as características de um “violento verbal”: Colérico,


agressivo, manipulador, ambivalente, instável e sarcástico.
Tudo o que ele lhe diga, mesmo que seja uma adulação, lhe fará com um tom
irônico. Se está procurando algo em sua casa e não encontra, não perguntará
onde está o que lhe falta, se não dirá: “Quem guardou minhas coisas? São
todos inúteis, eu os proíbo de tocar nas minhas coisas!”

Sua rotina é emitir mensagens confusas e conversações difíceis de sustentar.


Um dia te ama e no mesmo instante te odeia. Em um determinado momento
poderá te dizer que é a melhor pessoa, a única na qual que pode contar, e um
segundo depois tratar como incompetente e incapaz. E assim acontece em
meio a essa “bipolaridade”, o manipulador te desestabiliza e te faz duvidar
sobre suas emoções para com ele.

No entanto, se perdem os objetivos e as metas para as quais está enfocado, e


acaba se concentrando na pessoa violenta: a única coisa que a pessoa
violenta, agressiva pensa é de que forma falar, ou se apresentar diante dessa
pessoa; talvez até se prepare com antecipação o discurso que dará, deduzindo
as possíveis respostas, porém atenção; se você faz isso, lembre-se que um dia
haverá um valente maior que você, porque o valente só é valente até chegar
um maior que você.

O objetivo do “violento verbal” sempre será confundir as pessoas, fazer passar


o normal por anormal e vice-versa.

Tratará de todas as formas de intimidar suas ações e restringir suas


expressões.

Ele conhece muito bem o impacto de suas manipulações e registra a perfeição


e o efeito de seus gritos. Sabe que com sua violência conseguirá intimidar a
todos, despertando esse medo que faz as pessoas querer aprisionar-se em si
mesmas.

O pior é que a agressão verbal não só nos faz sentir incomodados, mas que
alcança seu objetivo: tirar o foco da meta que seria o diálogo civilizado, assim
nos preocupamos mais pelo tom de voz com que nos fala.

Formas de Tratar com um Violento Verbal

Lembre-se que a pessoa violenta sabe que não é querida nem aceita; é por
isso que tratará de demonstrar sua raiva e seu ressentimento, chamando sua
atenção com ira, maltratando as pessoas verbalmente e incluso fisicamente.

Mantenha-se alerta: o violento verbal tentará por todos os lados fazer com que
seja parte da discussão, usará mil estratégias para ver seu nível de paciência.
O irado esperará a “ira” como resposta.

Evitar o choque e o conflito deve ser nossa meta, assim como também
alcançar que o agressivo fique livre de sua ira.
Com uma pessoa violenta sempre é prudente ser razoável e pensar antes de
começar uma conversa. Nosso objetivo é poder nos relacionar da melhor forma
possível.

Para todo violento, ele sempre encontrará uma mais violenta que ela.

ADMINISTRANDO O CONFLITO

Antes de tudo, devemos perguntar: Vale a pena começar a questão?


Cada um deve fazer a si mesmo esta pergunta antes de levantar uma
polêmica. Analise a causa do conflito antes de começá-lo. Será que vale a
pena criar um problema no ônibus por causa de um centavo de troco? Quanto
vale a nossa paz e a tranquilidade da nossa consciência?

Algumas pessoas acham que sempre devem brigar por seu direito. O apóstolo
Paulo nos orienta que, algumas vezes, em determinados casos, é melhor o
cristão sofrer algum dano do que criar uma disputa “O só existir entre vós
demandas já é completa derrota para vós outros. Por que não sofreis, antes, a
injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano?” (I Coríntios 6.7). Afinal, não foi
isso que Cristo ensinou, quando falou em “dar a outra face”, “entregar a capa” e
“caminhar a segunda milha”?

Dê a Deus a oportunidade de resolver o problema. Ore ao Senhor antes de agir


ou falar.

Outro ponto a ser observado: Se você começar a questão, terá condições de


levar até às últimas consequências, ou sairá envergonhado no meio da briga?
“Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro
para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?”
(Lucas14.28). Portanto, muitas vezes, o melhor é não iniciar o conflito. Muitos
problemas seriam evitados se parássemos para refletir antes de começar.

NO MEIO DO CAMINHO: COMO CONDUZIR O CONFLITO?

Como dissemos, o conflito pode ser necessário. Nesse caso, precisamos saber
administrá-lo, dirigindo bem nosso barco por entre as ondas, sem deixá-lo virar.
Existe uma tênue linha que separa uma discussão sadia de uma contenda.
Precisamos então ter em mente alguns limites que não ultrapassaremos.
Nossas discussões deverão ser pautadas pelo respeito. Não devemos usar
palavras torpes ou agressivas, pois estas têm o poder de suscitar a ira “A
resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.”
(Provérbios15.1). Palavras mansas e sadias podem desarmar o ânimo
agressivo da outra parte “linguagem sadia e irrepreensível, para que o
adversário seja envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a
nosso respeito.” (Tito 2.8). Um conflito mal conduzido resultará em ofensas e
deixará marcas. Podemos expor nossas opiniões, por mais divergentes que
sejam, sem usar de agressividade.
Se vamos discutir sobre alguma coisa, precisamos deixar o orgulho de fora da
conversa. Em algum momento, poderá ser necessário admitir que o outro está
certo. E, se não estiver, talvez possamos desistir do conflito a favor da outra
parte. Logicamente, não devemos aceitar o pecado nem o erro, mas muitas
vezes não é isso que está em jogo, e podemos muito bem abrir mão da nossa
proposta em benefício do nosso próximo. Isso pode ser um sinal de
maturidade. Veja o exemplo de Abraão que, podendo escolher a terra diante de
si, deixou que Ló escolhesse. Será que as minhas idéias devem prevalecer
sempre? A opinião dos outros está sempre errada? Quem pensa ou age desse
modo está carente de humildade e tem a grande habilidade de criar confusões
por onde anda.

Se a discussão parece não produzir acordo, então é bom que a mesma seja
interrompida. Se uma das partes é autoridade sobre a outra, então caberá a
essa pessoa decidir sobre o assunto, ou voltar à questão em outra ocasião.

DEPOIS DA TEMPESTADE: O QUE FAZER?

Se a contenda aconteceu, será necessário um conserto. É natural que muitos


ímpios sejam irreconciliáveis, incapazes de perdoar. Porém, não faz sentido um
cristão guardar mágoa contra ninguém e, principalmente, contra outro irmão em
Cristo. Não é um procedimento cristão um irmão ficar com raiva do outro,
deixar de conversar, ficar “de mal”. O Senhor nos mandou amar os nossos
inimigos. Se não começarmos amando os nossos irmãos, como seremos
capazes de amar os inimigos?

Se você foi ofendido, perdoe. Não espere que o agressor venha pedir perdão.
Perdoe. Seja qual for a ofensa. Perdoe. Mais do que isso Jesus sofreu, e
mesmo assim perdoou.

Se você ofendeu, peça perdão. O perdão é o remédio divino para os conflitos


mal conduzidos e mal resolvidos. A falta do perdão torna-se uma chaga na
alma. A mágoa guardada causa maior mal a quem a guardou. Se não
perdoarmos aos nossos ofensores, também Deus não nos perdoará “Assim
também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu
irmão.” (Mateus 18.35); “e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós
temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação;
mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre.
Amém]! Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso
Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas
ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.” (Mateus 6.12-
15).

Isso é muito sério. Se não perdoarmos aos nossos irmãos em Cristo,


estaremos interrompendo o fluir da bênção de Deus através do Corpo de
Cristo. Esse tipo de problema causa frieza espiritual. Cada membro depende
do outro para receber a corrente sanguínea, assim como os galhos da videira
dependem uns dos outros para receber a seiva. Se existirem bloqueios entre
nós, a produção do fruto do Espírito ficará comprometida.

A Bíblia nos ensina a amar, suportar e sujeitar uns aos outros “Rogo-vos, pois,
eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que
fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade,
suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por
preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; há somente um corpo e um
Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa
vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de
todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.”
(Efésios.4.1-6). O apóstolo Paulo usou a palavra “suportar” (sustentar) porque
já sabia que o relacionamento entre os irmãos teria muitas dificuldades.
Contudo, não deixaremos de ser irmãos.

PRINCÍPIOS PREVENTIVOS

No início dessa mensagem, comparamos os conflitos interpessoais com o atrito


entre as peças de um motor em funcionamento. O que podemos fazer para
reduzir esse atrito e minimizar seus efeitos negativos? Lubrificar o motor. O
óleo é um símbolo bíblico do Espírito Santo. Precisamos dessa unção em
nossas vidas. Assim, quando formos atacados por alguém, teremos uma
palavra mansa para aplacar-lhe o furor. Teremos o amor do Senhor em nossos
corações, o qual produzirá sempre uma pré-disposição de aceitar os irmãos.
Essa pré-disposição não permitirá o preconceito. Então, não haverá entre nós
barreiras, muitas das quais se formam sem a menor razão. A operação do
Espírito Santo será o antídoto contra as antipatias gratuitas e desmotivadas, e
também o remédio para as mágoas e as inimizades. Esta unção nos torna
capazes de renunciar, de negar a nós mesmos, considerando que o nosso
irmão é superior “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por
humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo.”
(Filipenses 2.3), é digno de todo o nosso respeito e de todo o nosso apreço.
Parece até que estamos falando de uma utopia. Contudo, esse estilo de vida é
a proposta de Deus para nós, afim de que não sejamos um reino dividido, mas
um corpo que, unido por juntas e medulas, possa crescer na presença do
Senhor “de quem todo o corpo, bem-ajustado e consolidado pelo auxílio de
toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio
aumento para a edificação de si mesmo em amor.” (Efésios 4.16).

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