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O
CEO
EA
Última
Virgem
(Traficadas – Parte I)
Uma história original de:
(Elena Cadena)

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Contra Capa

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Agradeço a todas as minhas leitoras.


Espero que desfrutem dessa história.

Agradeço também a minha irmã, sem


você eu não conseguiria...

Atenção:
Essa é obra de ficção que não tem o
menor vínculo com a realidade.

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O Tráfico humano movimenta por ano


cerca de 32 bilhões de dólares.
Vítimas saem dos países mais pobres
do mundo, e são exploradas
sexualmente.
Estima-se que 98% das pessoas
traficadas para fins sexuais sejam
mulheres.
Elas vão em busca de melhores
condições de vida, ajudar as famílias
ou sustentarem os filhos que já tiveram.
Porém se deparam com um verdadeiro
pesadelo...

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Prefácio
O que você faria pelo amor da sua vida?
Flávia vai em busca de uma vida melhor
em outro país, mas o pior acontece, a
brasileira é uma vítima a mais do
‘Tráfico Internacional de Mulheres’.
Apesar do pesadelo, ela acaba se
apaixonando pelo CEO Alemão Albert
Hans, herdeiro da Multinacional ‘Hans’.
O romance começa a ficar mais sério, no
entanto ele nem desconfia que na

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realidade Flávia seja uma garota
traficada.
Entre tramas mal resolvidas, segredos e
traições, ‘As Traficadas’ farão de tudo
para reconquistarem sua liberdade.
O que você faria se você fosse
traficada?
‘O CEO e a Última virgem’ (Traficadas
– Parte I)
Uma história onde todos procuram a
mesma coisa, a liberdade…
“A Distância faz ao amor aquilo que o
vento faz ao fogo: apaga o pequeno,
inflama o grande”
“O Tempo não faz alguém esquecer um
amor mal resolvido, o tempo só o
fortalece, pois tudo aquilo que não é
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vivido, não morre dentro da gente”.

“Tudo aquilo que não é


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vivido,
não morre dentro de
você”

Índice:
Capítulo um
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Capítulo dois
Capítulo três
Capítulo quatro
Capítulo cinco
Capítulo seis
Capítulo sete
Capítulo oito
Capítulo nove
Capítulo dez
Capítulo onze
Capítulo doze
Traficadas Parte II
Títulos da autora

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Capítulo um
Não me culpem, era 1998 e
eu era apenas uma garota de
18 anos.
Ainda me lembro daquele ano, foi um
dos piores da minha vida, tinha acabado
de enterrar o meu pai e minha mãe se foi
apenas dois meses depois, a minha vida
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desabou, meus parentes não foram muito
úteis naquela hora, na verdade eles
também me abandonaram, me vi sozinha
em um ‘mundo cão’ que parecia querer
me engolir, cansada de tantas pressões e
com a cabeça cheia, eu tentava, tentava
de verdade não ver tudo de uma maneira
negativa, mas isso parecia praticamente
impossível, é muito difícil ter que
aceitar que daqui para frente eu iria ter
que me virar sozinha.
Me lembro também da época da escola,
todas as garotas tinham ‘ficantes’ e
namorados, e eu ficava no zero a zero,
nunca tive certos traquejos para ser uma
garota que se doava, eu sempre fui muito
retida, foi por isso que minha virgindade
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foi preservada por muito tempo, tinha
tanto medo de fazer sexo, para os outros
parecia tão fácil, mas pra mim, sei lá…
parecia uma coisa muito incomoda,
primeiramente por causa da minha
autoestima, não me sentia a vontade com
o meu corpo, segundo porque eu achava
que nenhuma pessoa iria me amar, na
verdade eu dizia isso porque eu nunca
tinha sido amada por ninguém em toda
minha vida, então era extremamente fácil
pra eu acreditar no negativo, sabe, às
vezes as pessoas te colocam pra baixo, e
você começa a acreditar nelas.
Eu não estou reclamando ou sendo
demasiado dramática, é que na minha
história as tristezas são muitas, coisas
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horríveis aconteceram, eu pensei que
estava acabada, mas… teve alguém que
se sacrificou por mim, teve alguém que
me amou incondicionalmente, teve
alguém que me enxergou por trás das
minhas barreiras, essa pessoa, é a essa
pessoa que hoje eu agradeço pela minha
liberdade.

Era verão de 1998, como já relatei, um


dos anos que eu queria esquecer que
havia existido. Tinha acabado de
concluir o meu ensino médio, e só me
restava ingressar no mercado de
trabalho, sem os meus pais a situação
ficou ainda pior pra mim, eu não tinha
opção, as escolhas eram escassas, meu
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futuro era como um céu nublado, eu não
conseguia ver absolutamente nada, só
tinha o meu hoje, andava e andava, dava
voltas, nada… nada…
Até que uma esperança surgiu, estava
lendo o jornal, e foi quando vi que
estavam precisando de garotas entre 17
e 25 anos para fazer parte de um projeto
internacional, era necessário falar inglês
intermediário, e uma das coisas que eu
mais gostei no anúncio foi: ‘Viaje o
mundo inteiro com a JF’, me parecia
libertador, era exatamente o que eu
queria naquele momento da minha vida,
viajar, eu era só uma garota em busca de
um pouco de sossego, imagina, poder
trabalhar e viajar ao mesmo tempo?
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Parecia mesmo um sonho, um sonho
possível…
Me julgo muito por causa daquela
decisão, mas na verdade isso não
deveria acontecer, já que hoje vejo a
situação de uma maneira panorâmica,
vivi tudo aquilo, e aquela Flávia de 18
anos não tinha a menor ideia do que iria
acontecer com ela.
Eu era inocente demais, estava em um
péssimo momento financeiro, realmente
aquela proposta era como uma luz no
fim do túnel, sei que hoje as garotas
estão mais ligadas nessas ‘propostas
imperdíveis’, mas aquilo era em 1998,
as coisas eram bem diferentes e não
tínhamos tanta informação como temos
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agora.
Circulei aquele classificado e fui até
aquele endereço, a fachada não era
muito convidativa, mas mesmo assim
resolvi entrar, afinal o que eu tinha a
perder? Mal sabia eu, que tinha tudo a
perder.
Subi aquelas escadas vermelhas, até que
me deparei com aquela porta amarela,
bati duas vezes, e logo a vi, um dos
piores seres humanos que conheci na
minha vida, Cristina abriu a porta e
simultaneamente também abriu um
sorriso, ela era sem dúvida muito
amistosa, te tratava super bem, oferecia
as estrelas, o céu, a lua, tudo que eu
pedisse para ela naquele momento, ela
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estava disposta a me dar, parecia
realmente uma mulher incrível, depois
descobri sua verdadeira cara.
Ela me disse que eu trabalharia em um
navio fazendo cruzeiros pela Europa,
seria uma ‘faz tudo’, seria garçonete,
camareira, e teria que fazer qualquer
serviço na área de limpeza, porém seria
extremamente recompensada por isso, e
fora que viajaria para os quatro cantos
da Terra, parecia realmente algo
verídico, ela era muito convincente, me
mostrou os catálogos, e depois as rotas
de viagens, me deu os nomes das
empresas, e também os pré-contratos,
que eram chatos demais para eu ler,
lembro que ela me disse.
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- Flávia, não precisa ler muito, basta
apenas assinar, acredite eu estou te
fazendo um favor…
Os lugares que ela me mostrou... nossa!
Era um sonho, eu nunca tinha visto
lugares daquele jeito. Antes de começar
a trabalhar nos cruzeiros, eu tinha que
fazer um curso na Alemanha, coisa de
três meses no máximo, depois começaria
o meu novo ‘trabalho’.
O mais engraçado, foi que em nenhum
momento eu desconfiei dela, muito pelo
contrário, ela me guiava, era a primeira
pessoa em muito tempo que começava a
sorrir para mim, era uma época muito
vulnerável.
Passou um mês, eu assinei os papéis que
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ela me pediu, a papelada estava toda em
inglês, pois aquele tinha que ser um
documento universal, ela também
adiantou uma parcela do meu primeiro
salário, tirei o passaporte e também
comprei algumas roupas, também passei
nas e livrarias comprei vários livros de
inglês, queria aprimorar a língua, e
estudei, estudei como nunca tinha
estudado na minha vida, mais dois
meses se passou, até que Cristina
novamente entrou em contato, eu estava
pronta para recomeçar a minha vida, em
outro lugar, era exatamente o que eu
queria.
Sem nenhum receio, e com toda a
inocência do mundo, arrumei as minhas
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malas e fui até o aeroporto, a bagagem
estava um pouco pesada, afinal de
contas achei que não fosse mais voltar.
Um pouco desnorteada, vi Cristina me
esperando, fui até ela, que me fez uma
pergunta um pouco indiscreta:
- Você é virgem Flávia?
Eu estranhei, mas respondi com a
cabeça que sim, vi imediatamente um
sorriso sair do canto da sua boca,
quando uma garota é virgem ela vale o
triplo do preço para os atravessadores,
depois que eu fui sacar isso.
Quando estávamos passando pelo
controle, estranhei outra coisa, Cristina
disse que ela era minha tia, e que nós
íamos a passeio para Alemanha,
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voltaríamos no prazo de 90 dias no
máximo, não entendi por ela mentiu, mas
eu confiava tanto nela, que tudo o que
ela fazia parecia certo. Tanto que eu nem
a questionei sobre isso.
Depois de algumas escalas, lá
estávamos nós, Alemanha, eu nunca
tinha pisando em um país estrangeiro, a
sensação era boa, de recomeço de vida,
saímos do aeroporto, e Cristina pegou
um táxi, eu não sabia muito bem onde eu
estava, o nome da cidade, e nem nada
disso, apenas confiava em Cristina como
se ela fosse minha mãe.
Até que o táxi parou em uma esquina
deserta, tinha uma van branca, me
lembro que tinha dois homens, Cristina
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pediu para eu esperar, ela conversava
com aqueles homens, e entregou alguns
papéis, eles deram um envelope pra ela,
em seguida ela pediu para eu me
aproximar, eu fui, me lembro das portas
daquela van branca, elas se abriram, e
eu vi muitas garotas desmaiadas, antes
que eu pudesse gritar, me lembro de
Cristina rindo e dizendo:
- Boa sorte Flávia, tenha uma boa
vida…
Depois daquela frase não me lembro de
mais nada, tudo apagou, de tão forte que
foi a pancada que um daqueles homens
deram na minha cabeça.
Me lembro de recobrar a consciência, e
ouvir em inglês vozes dizendo….
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- Cuidado com a carga, cuidado com a
carga.
Estava em uma espécie de container,
todas desnorteadas, todas acordando
para um pesadelo, havia 12 meninas
agrupadas em um espaço mínimo, mal
dava para se mexer, algumas gritavam
outras não tinham força para fazê-lo,
ficavam caladas, esperando a caixa ser
aberta, só escutávamos ecos, e o que
seriam as tais cargas que eles falavam?
Éramos nós as cargas, pois eles não nos
viam como seres humanos, nós éramos
apenas mercadorias, que tinham que ser
vendidas.
A porta se abriu e vimos homens
armados até os dentes, o medo era
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latente, a qualquer momento alguma
coisa poderia acontecer, algumas
garotas gritavam em uma língua que eu
não entendia, mas pela dor com que elas
se expressavam, deveriam estar pedindo
socorro, e perguntando por que aquilo
estava acontecendo, nós não tínhamos a
menor noção do que estava acontecendo.
Nós levaram até uma casa, e que lugar
era aquele? Bem diferente daquelas
paisagens afrodisíacas que Cristina tinha
me mostrado.
Não tinha camas, apenas colchões
velhos, roupas sujas, era um lugar
deplorável, havia garotas nessa casa,
mas elas já não gritavam mais, na
verdade pareciam já estar conformadas
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com aquela situação, seus rostos tinham
uma expressão de derrotismo, e eu só
queria ir embora dali imediatamente.
Nos levaram até um quarto, que cheirava
mal, havia apenas três colchões e dois
pratos de comida. E nos deixaram lá,
estávamos catatônicas. Eu nem poderia
chorar, não conseguia, minha cabeça
doía muito e estava sangrando.
Ficamos assim por aproximadamente
duas horas, até que a porta do quarto se
abriu e eu o conheci, ele era a
personificação do mal, falava com
agressividade ao mesmo tempo em que
parecia um psicopata…
- Atenção, eu sou o encarregado por
essa leva…
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Encarregado é nome que eles dão para
os cafetões.
- Aqui quem não trabalha não come,
quem não trabalha não dorme, quem não
trabalha não vive. Se você consumiu
você tem que pagar, você já me devem
2.500 euros, e eu vou cobrar com juros,
todas vocês possuem uma caderneta,
onde será pautado todos os seus gastos,
esses 2.500 euros são os gastos das suas
passagens, e da primeira parcela do
salário de vocês.
Eu nem sabia o que pensar, nunca tinha
escutado o termo ‘Tráfico de mulheres’
na minha vida, e nem sabia que estava
sendo vítima disso.
As garotas que estavam comigo tentaram
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indagar o nosso cafetão, mas em vão, ele
deu um soco na boca de uma menina que
estava na minha frente, ele não gostava
muito daquelas que abriam a boca.
Seu nome era Klaus, e ele será um
personagem recorrente do meu pesadelo,
no final, ele nos disse porque aquelas 12
garotas estavam ali juntas, separadas
das outras.
- Vocês, são nossas últimas 12 virgens, e
acho melhor não fazerem nada com essa
virgindade que vocês possuem no meio
dessas pernas, pois é isso que fazem
vocês serem tão valiosas.
Era difícil conceber a ideia de que você
é apenas um parque de diversões de
cafetões e homens ricos, eu acreditava
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que a escravidão humana já havia
acabado, mas muito pelo contrário, ela
só se fortalece ao longo dos anos, e
continua girando bilhões e bilhões de
dólares todos os anos.
Com uma desesperança na mente, e um
grande desespero no coração, as horas
pareciam não passarem naquele lugar, as
garotas conversavam e tentavam
entender, eu já havia entendido,
seríamos escravas sexuais, objetos nas
mãos daqueles seres humanos
deploráveis, tão novas e tão indefesas,
as histórias eram sempre as mesmas,
garotas pobres que precisavam de
dinheiro o mais rápido possível, mas a
maioria delas não sabiam o que as
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aguardava.
Nós não falávamos a mesma língua,
tampouco tínhamos sido criadas sob a
mesma cultura, mas éramos irmãs, não
tinha como você passar por aquilo tudo
e não criar laços afetivos com aquelas
pessoas, era praticamente impossível.
Passou-se uma semana, o tempo não
passava naquele lugar, demorava para
anoitecer e demorava para amanhecer,
as horas eram enfadonhas, a comida
escassa e cara, quando chegava o prato
de comida os ‘guardas’ faziam questão
de anotar o que você estava consumindo,
e você teria de pagar na hora certa.
Das 12 virgens que foram compradas
por Klaus, apenas 6 realmente nunca
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haviam tido relações sexuais, e uma das
quais mentiu para o atravessador foi
Angélica, ela chegou encurvada, não
queriam que descobrisse que ela estava
grávida, ela acariciava sua barriga,
achou que indo para a Europa daria um
futuro melhor para o seu filho, mas ela
era uma carga, não um ser humano, e
seria tratada assim, como uma simples
mercadoria.
As náuseas foram ficando mais
frequentes, eu tentava ajudá-la, mais era
como tapar o sol com a peneira, eles
descobriam em poucos dias que a
‘virgem’ estava grávida, no dia seguinte
a levaram, não sabíamos o que iria
acontecer com Angélica, tememos pela
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sua vida, mas quando a noite caiu ela
estava de volta, serena, calada, e com
uma tristeza profunda no olhar, já não
sorria mais, já não passava mais a mão
na sua barriga.
Ninguém se atreveu a perguntar o que
tinha acontecido com Angélica, ela
apenas ficou quieta no seu canto. 4 dias
depois soubemos que eles pediram para
um veterinário fazer o aborto, e como o
procedimento foi feito de uma maneira
precária, Angélica veio a óbito algumas
horas depois de passar mal, ela
vomitava sangue, e estava tremendo, sua
boca estava branca.
Uma vida perdida para o tráfico, na
verdade duas…
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Capítulo dois
As seis virgens do harém
Quando você vê a primeira morte,
aquilo te abala e te revolta, e o pior foi
que as outras garotas pareciam não se
importam com isso, e era excelente para
aqueles cafetões, colocaram medo, e
Angélica tinha sido o primeiro exemplo,
seja obediente e nunca fique grávida.

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Parecia mesmo ser a primeira lição.
As 6 virgens que poderiam reder o que
foi investido eram: Angela, Ester,
Mônica, Sabine, Eva e eu.
As primeiras a serem vendidas eram as
mais bonitas, eu agradecia por ser uma
das menos favorecidas com a beleza que
eles cultuavam.
Mônica foi a primeira, um milionário
iria pagar muito dinheiro só para ser o
primeiro a passar uma noite com ela.
Mônica tomou banho, e a vestiram com
as melhores roupas, ela tinha que
aparentar ter 16 anos, mesmo tendo 19,
o magnata queria uma menininha,
considerava as maiores de 18 anos
‘muito maduras’.
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Mônica foi, e nós esperamos sua volta,
com um olhar de curiosidade, ela voltou
com a boca manchada, e marcas por
todo o seu corpo, Klaus a enganou,
primeiramente disse para ela que seria
um homem só. Ela voltou, e no seu
colchão, nos disse o segundo absurdo
que eu vivi dentro daquele lugar, nos
contou que foi obrigada a ter relações
sexuais com 5 homens, era uma orgia de
magnatas, ela disse que tinha que sorrir,
foi apenas a primeira vez dela, depois
disso ela voltava a ser prostituída por
um valor mais abaixo, e não ganhava
nada, já que devia mais do que
conseguia com o seu estupro coletivo.
Em um ritmo acelerado, era chegada a
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vez de mais uma garota perder a
virgindade, e a escolhida foi Angela.
A mais nova das 6, parecia um anjo,
quando eu a vi arrumada, parecia um
anjo que havia caído do céu. Sua doçura
era cativante, conseguia com um olhar
dizer o que sentia.
Ela foi, e mais uma vez esperávamos a
sua volta, o que aconteceria? Angela
voltou, completamente bêbada, mal se
aguentava em pé, mais uma vez, o corpo
estava cheio de marcas.
Angela dizia que aquele homem não a
tratava como uma pessoa, mas sim como
um objeto, que era usado e depois
descartado, um brinquedinho.
Ester, talvez a mais realista das seis, se
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preparou para tudo de ruim que poderia
acontecer, estava tentando se preparar
psicologicamente para o mal.
Mas uma vez, lá vai mais uma, e eu
ficava angustiada, estava chegando a
minha vez.
Ela foi e voltou, não havia marcas, mas
Ester nos contou uma das histórias mais
peculiares daquele lugar, quem havia a
contratado foi uma mulher, ela queria
que seu marido fizesse sexo com uma
virgem, e que ela presenciasse tudo, e
foi o que aconteceu, a mulher viu todo o
ato sexual, Ester contou que tudo foi
muito bizarro, mas que resolveu fingir
que não estava ali, pelo menos enquanto
acontecia.
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O que Sabine temia, aconteceu, era sua
vez de sacrificar-se, com medo, ela nem
conseguiu dormir, mas foi rápido, nos
contou, disse que era um só, e ele não
era velho, ela apenas tirou a roupa e se
deitou na cama, o resto ele fez, e deu
uma certa quantia a mais para Sabine.
Klaus disse que era a vez de Eva, que
ela deveria ser uma boa garota e
cumprir com a sua obrigação como
todas as outras tinham cumprido, porém
Eva era diferente, não aceitava tudo tão
fácil, ela resistia, não duraria muito
tempo ali.
Na noite anterior, Eva tentou fugir, mas
alguém já havia alertado Klaus sobre os
planos de Eva, ela levou uma surra, e
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ficou tão mal, que não tinha como fazer
o programa na noite seguinte, acabando
assim, que eu tive que substituí-la, e
assim é o destino, funciona de maneira
misteriosa e confusa, ainda me pergunto
se Eva tivesse ido no meu lugar, onde eu
estaria agora?
Klaus me avisou que eu substituiria Eva,
ele comprou um vestido e mandou eu me
maquiar, antes ele tinha uma conversa
com cada garota, era na verdade um
ultimato, ele dizia que eu tinha um
determinado tempo para voltar e fazer o
programa, se eu não voltasse até essa
hora, ele mataria uma garota a cada
hora, e a culpa seria minha, se eu
contasse para os clientes que eu estava
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sendo mantida em cárcere privado, e
sendo prostituída contra a minha
vontade, elas também sofreriam as
consequências.
Ele me disse que esse cliente não fazia
noção que aquilo era uma rede de tráfico
internacional, e que por isso eu não
poderia demostrar estar desconfortável,
eu era uma ‘dançarina’, e iria em uma
despedida de solteiro, o melhor amigo
do noivo tinha me ‘contratado’ para
‘alegrar’ a noite do solteiro.
Esse amigo do noivo era um dos homens
mais ricos da Alemanha, o nome dele
era Albert Hans, um CEO de uma
empresa familiar, era a festa das elites.
O motorista me levou até o prédio, a
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festa estava acontecendo na cobertura,
entrei no elevador, e quanto mais eu me
aproximava, mas a música parecia estar
alta, muita gente na piscina, bebidas por
todos os lados, e eu tinha que ir falar
com o homem que havia me contratado.
Chegando, foi a primeira vez que eu o
vi, ele estava falando ao telefone,
parecia realmente estar super ocupado,
ele era um homem muito atraente, e o
que ele tinha de bonito, ele tinha de
arrogante.
De cara eu não gostei dele ‘que tipo de
pessoa contrata uma mulher virgem, para
que o amigo se divirta na despedida de
solteiro?’ Deve ser um machista, que
acha que é melhor do que todo mundo só
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porque é rico, mas eu estava ali para
fazer aquilo o mais rápido possível, não
estava com medo tampouco nervosa, só
queria fazer para aquilo acabar.
Quando me viu, eu fui logo me
apresentando:
- Eu sou a garota do Klaus.
- Você é a garota do Klaus, ok… que
bom que você chegou…
- Onde está o meu cliente?
- Eu sou o seu cliente, eu te contratei
para o meu amigo, que aliás está caindo
de bêbado. De onde você é?
- Do mesmo lugar que você, do planeta
Terra.
- Você é interessante, mas aonde você
nasceu?
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- Brasil.
- Você é brasileira, é eu já sabia… O
Klaus me veio com uma conversa de que
você era virgem, na verdade isso não me
interessa, eu só queria uma garota de
programa.
- Mas eu sou virgem senhor, na verdade
eu achei que o senhor tinha me
contratado especialmente por isso.
- Eu não acredito nisso, isso é conversa,
também não me interessa muito se você
é virgem ou não.
- Então por que o senhor me contratou?
- Eu gosto como se pronuncia o seu
nome, Flávia…
- Você não deveria pagar o triplo do
preço por causa de um nome.
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- Quando eu gosto de algo, eu pago o
que for preciso para ter aquela coisa.
- Eu não sou uma coisa senhor.
- Eu sei disso. E em que lugar do Brasil
você nasceu?
- Eu sou do Rio de Janeiro…
- Rio de Janeiro, é uma dos lugares mais
bonitos do planeta…
- Você acha?
- Sim… O que uma brasileira veio fazer
na Alemanha?
- Eu acho que eu devo encontrar o seu
amigo agora, não é?
- Você está com pressa?!
- Não, apenas não estou entendendo o
propósito dessa conversa.
- Vou ser sincero com você, eu não gosto
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muito dessas festas, e na verdade eu não
conheço o seu ‘chefe’, na verdade acho
que foi um dos acionistas que contratou
você. A empresa achou que Sebastian
deveria ter uma despedida de solteiro
inesquecível, eu particularmente não
gosto desse tipo de coisa, você sabe,
contratar uma pessoa?!
- Então foi a empresa que me contratou?!
Isso não te livra de ser uma machista
que só vê nas mulheres um objeto?
- Me desculpa, mas você disse que esse
era o seu trabalho.
- Você já parou para pensar que as vezes
as pessoas não tem escolhas, e que são
obrigadas a fazerem coisas que elas não
querem fazer?! Nem todo mundo nasce
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com a sorte de ser rico e poder fazer o
que quiser na vida.
- Agora você vai me dar um sermão?!
- Não! Eu só estou dizendo que você não
é tão santo quanto aparenta ser, tenta se
livrar da culpa dizendo que foi a
diretoria da sua empresa, que me
contratou, mas você também foi
cúmplice!
- Eu não sei por que você está com tanta
raiva?!
- Acredite eu tenho meus motivos! Se eu
pudesse, eu iria embora agora!
- Tudo bem Flávia, ninguém está te
forçando a ficar!
- Então tudo bem, eu estou indo!
Flávia sai, vai até o elevador, mas se
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lembra que não pode voltar sem o
dinheiro, e volta….
Ela olha para Albert e diz…
- Eu não posso voltar sem o dinheiro
senhor Hans!
- Eu sei disso, eu iria pagar depois para
o seu ‘representante’.
- Se o senhor for gentil, por favor me
pague agora.
- Tudo bem, se é assim que você
prefere.
Albert abre a gaveta e pega um envelope
e dá para Flávia.
- E agora? Pergunta Flávia.
- Está tudo certo. Garante Albert.
- Você vai contar para o meu
‘representante’ que nada aconteceu?
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- Não, não tenho nenhuma intenção de
fazer isso!
- Ok, eu agradeço!
- Mas me diga uma coisa, por que você
está assim, tão nervosa, com raiva,
parece que está desconfortável?!
- É impressão do senhor!
- Você veio até a Alemanha obrigada?
- Não, eu vim porque eu quis!
Albert não era burro, concluiria a
verdade em pouco tempo.
Ele me olhava, até que Sebastian bateu a
porta, e entrou, logo perguntou:
- Esse é o meu presentinho?!
- Não, Sebastian, essa é uma convidada
minha, ela é a pianista que é uma das
candidatas para tocar no seu casamento.
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Disse Albert.
- Se ela é mesmo a pianista, pede para
ela tocar alguma coisa?!
- Não Sebastian, ela já estava de saída.
- Eu quero ouvir ela tocar.
Albert e eu nos entreolhamos, e
Sebastian foi até a sala e abriu o piano,
e pediu para a música parar, todos
olham para ouvir o que ele está
falando…
- Atenção, meus queridos amigos, eu
acho que o Albert quer ficar com o meu
presente, e inventou que essa moça aqui
era pianista! Essa é a piada do ano!
Mas para a surpresa de todos ali, eu fui
até o piano, abri e comecei a tocar,
minha mãe tinha me ensinado um pouco,
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o suficiente para me sair bem, afinal
aquelas pessoas estavam todas bêbadas,
para elas não faziam diferença de uma
ópera para um ‘dó, ré, mi, fá, sol, lá, si’.
Achei que depois daquilo poderia
finalmente ir embora, estava no lucro,
não precisei ficar com ninguém, e ainda
fui paga, parecia que foi a melhor coisa
que tinha acontecido. Além disso, me
livrei de Sebastian, que era um completo
idiota.
A única coisa que eu estranhava, era a
atração que estava sentido por aquele
idiota do CEO, ele me seduzia com os
olhos, um homem nunca tinha me olhado
daquele jeito, estranhamente nós não nos
comunicávamos bem, nossas conversas
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eram sem sentido, perguntávamos coisas
sem nexo, mas os olhares, os olhares
diziam tudo, era um pouco confuso, mas
eu gostava do jeito que ele me seduzia,
não sabia o que era aquilo, um homem
nunca havia demostrado interesse por
mim, eu estava vivendo um pesadelo,
mas ao mesmo tempo, eu não tinha me
arrependido de ter conhecido aquele
homem.
Acabei de tocar, e Sebastian já estava
disperso, encostado na pilastra, Albert
me observava, fui até o seu escritório
para pegar minha bolsa, que eu tinha
deixado lá.
- Eu não sabia que você era pianista?!
- Nem eu.
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- Você já vai?
- Acho melhor? Mas antes você poderia
me fazer um favor?
- O que eu poder ajudar?!
- Você poderia tirar minha virgindade, é
que eu vim aqui para isso!
Me lembro até hoje da expressão dele,
primeiro me olhou com espanto, e
depois sem falar uma palavra, me levou
até o quarto.
Ele acendeu a luz, e me deu um selinho
no canto da minha boca, ele era um
homem muito carinhoso, depois ele
começou a tirar os sapatos, a gravata, eu
tirei o vestido, e ele começou a beijar os
meus lábios novamente, ele pegou na
minha cintura, e não dizia nada, eu
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também achei que as palavras só iriam
atrapalhar naquele momento.
Ele me deitou na cama, tirou minha
calcinha, e ele tirou a calça, e aconteceu
o que tinha que acontecer, foi
extremamente prazeroso, ele chupava
levemente os meus seios, e me beijava
de uma maneira tão suave.
Eu achei que aquela noite iria ser
traumatizante, e de repente eu estava
gemendo de prazer em cima da cama de
um cara que eu nem conhecia direito, e
olha que era a minha primeira vez.
Aquilo era como acertar na loteria.
Eu definitivamente era a última virgem,
visto que algum tempo depois foi
descoberto que Eva tentou fugir, porque
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já não era mais virgem, e temia ser
castigada por causa disso.
Foi com ele que eu perdi a virgindade,
mas o meu tempo estava acabando, teria
que voltar, o motorista já devia estar me
esperando.
Depois, ele dormiu, e eu aproveitei para
sair sem ser percebida.
Quando desci, lá estava, meu carrasco a
minha espera…

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Capítulo três
Ainda bem que eu encontrei você

Voltei para aquele lugar, era tudo o que


me restava, a primeira coisa que era
para ser entregue era o dinheiro, não
poderia faltar nenhum centavo. O
desrespeito imperava, os homens de
Klaus, com um sorriso de canto de boca
me diziam:
- E aí, como foi sua primeira vez?
Eu estava completamente envergonhada,
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nunca pensei que me tornaria uma
prostituta, mesmo que eu não estivesse
me sentindo assim, na verdade aquilo
era uma grande sorte, pois o meu
‘cliente’ não me pediu para fazer nada
bizarro, tampouco me agrediu
fisicamente ou psicologicamente, eu
tinha adorado fazer sexo com ele, mas
não poderia transparecer isso, não
queria me sentir melhor do que as
outras, pois eu sei o quão traumatizante
havia sido suas experiências, contudo
também não queria mentir para elas,
achava isso injusto, então decidi dar
apenas alguns detalhes.
Quando cheguei no nosso quarto, todas
elas vieram me abordar, queriam saber o
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que tinha acontecido…
- Foi muito ruim Flávia?! Me perguntou
Mônica.
- Não, acho que foi normal.
- Doeu muito, ele te bateu? Falava
baixinho Ester, que estava reprimida por
aquele lugar.
- Não, ele não me bateu.
- Ele fez alguma coisa esquisita? Disse
Sabine.
- Não, foi algo bem natural, não teve
nada demais.
- Então você teve sorte. Concluiu Eva.
- Pode-se dizer que sim.
- Ela não quer falar, mas com certeza foi
a que teve mais sorte, dentre todas nós!
O cara era rico e jovem, quem aqui não
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queria ficar com alguém assim?!
E eu disse:
- Eu mesma Sabine! Não gostaria de
ficar com alguém com uma relação
simplesmente de dinheiro! Eu queria
ficar com alguém por amor!
- Amor? Riu Mônica! - Acorda pra vida,
olha onde você está?! E ainda vem falar
de amor?!
- Falo, que acredito nessas coisas, eu
acredito que as pessoas podem ficar
juntas por amor uma a outra!
- Não me venha com essas besteiras! A
única coisa que os homens querem de
nós, é o que temos no meio das pernas!
Conclui Angela!
Ester se interveio, e foi ao meu favor.
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- Eu também acredito que nós não
devemos julgar todos os homens pelos
lixos que vocês conheceram na vida, e
deram o nome de namorado! Seria uma
idiotice odiar as rosas, só porque uma te
espetou!
- Nossa! Que belas palavras da Ester,
disse tudo, e não disse nada ao mesmo
tempo! Parece realmente que você não
aterriza na realidade! Você é uma puta
de merda, que fica sonhando que há
pessoas diferentes lá fora, e que algum
desses homens com quem você fode, vai
te libertar, pelo amor de deus!!!!!!
Disse Mônica revoltada.
- Não sou tão pessimista quanto a
Mônica, acredito que tem pessoas boas
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no mundo, só que acho que nós estamos
muito longe delas. Falou Eva.
- Também acho, eu não disse que acho
que algum desse homens vão se casar
com a gente e realizar nossas fantasias
românticas, só acho que talvez alguém
pudesse ajudar a gente a sair daqui, não
sei, avisar alguém.
- Flávia, você acha que alguém
realmente iria se arriscar? As pessoas
são egoístas.
- Não sei Angela, talvez… Não estou
dizendo pra gente fazer isso com
qualquer cliente, nós poderíamos sondá-
los, ver se eles são de confiança ou se
são só uns filhos da puta!
- Isso parece muito perigoso, sabe o que
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aconteceria com a gente, caso alguns
desses homens dissessem que nós
estamos tentando fugir?!
- Mas é exatamente isso que eu estou
tentando dizer Sabine, eu disse pra
primeiro sondar, se você vê que o cara
tá na sua, e te faz algum tipo de pergunta
mais pessoal, aí sim, aí sim nós
podemos falar alguma coisa! Qual é o
nosso contato com o mundo lá fora? Só
os clientes podem ajuda a gente!
- Isso faz sentido Flávia! Mas isso tem
que ser feito com muita cautela, afinal
uma está se arriscando por todas!
- Eu sei Sabine, mas veja bem, é a única
chance que a agente tem, ou vocês
querem ficar aqui até o final de suas
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vidas?!
- Eu não quero! Disse Eva! - Estou com
você, acho que a gente tem que tentar
tudo! Isso não é vida, eles batem na
gente, fazem a gente trepar com aqueles
nojentos, pra eles ficarem com todo o
dinheiro!
- A Anett disse que nós ainda temos
sorte, daqui um tempo eles vão começar
a nos drogar, para manter a gente nesse
lugar horroroso! Eles só não fizeram
isso ainda, porque querem a gente limpa,
porque os clientes são Vips! A partir do
momento que isso mudar, eles vão
começar a nos tratar como fazem com as
outras! Primeiro o retorno, depois a
escravidão! Concluiu Eva.
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- Isso faz sentido, primeiro nos usam,
depois vem a parte mais difícil. Disse
Ester.
- Não acho que nós sejamos
beneficiadas, o que acontece é que
vocês não deram uma boa olhada
naquelas garotas lá fora, elas são
zumbis, mortas em vida, eles enchem
elas de drogas, e elas não conseguem
nem falar, uma me disse que todas
trabalham no bar aqui do lado, e que
depois de um tempo, nós vamos pra lá
também.
Nos informou Mônica.
- Eu sei, cada dia que a gente fica aqui é
pior! Esbravejou Eva.
- Por isso que tem que ser rápido!
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- Eu sei disso Flávia!
- Eu também sei disso Angela!
- E o plano b? Perguntou Sabine
- Que plano b? Indagou Ester.
- Se isso não funcionar, a gente tem que
dar um jeito de se proteger!
- Concordo, nós não podemos confiar
plenamente nos clientes!
- A Mônica tem razão, a gente precisa de
alguma coisa pra chantageá-los, algo
que eles tenham medo!
- Isso é genial Flávia, mas temos que ser
rápidas, não podemos ser notadas!
- Exato, por isso que é melhor ter
clientes fixos, assim você sabe da vida
do cara, e consegue alguma coisa mais
rápido!
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- Isso mesmo Sabine! Quanto mais você
conhece o cara, mais chances você tem
de pegar algum podre dele.
- E quem aqui tem mais chances de
saber disso?!
- A Flávia, ela disse que o cara não era
ruim!
- Mas eu também não disse que ele era
um cordeiro!
- Fala sério – Disse Mônica – O cara é
um CEO, podre de rico jovem e ainda te
tratou bem, quais são as chances que
temos de encontrar alguém assim?!
- Não sei Mônica, mas não vou sair
confiando assim em um cara com quem
eu fiquei só uma vez!
- Isso é verdade! Me defendeu Ester!
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- E o pior, eu nem sei se eu vou
encontrar com ele de novo!
- Quem gosta, sempre volta! Disse
Angela.
- Ainda não acredito nessa história,
você foi lá pra ficar com o noivo, e
acabou ficando com o amigo, e o pior, o
cara era podre de rico e gentil, você tem
mesmo muita sorte!
- Não sei se tanto Eva, mas foi
exatamente isso que aconteceu!
- Parece até mentira, mas pode me
agradecer! Pois esse cliente era para ser
meu! Brincou Eva!
- Quem mandou perder a virgindade na
hora errada! Disse Ester para Eva!
- Ester cala boca, eu não iria guardar
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uma coisa tanto tempo, igual você!
- Cala boca você Eva!
- Parem de brigar, temos que ficar
unidas! Apaziguou Sabine.
- E Eva, não leve os créditos por esse
cliente, você não viu que ele mudou de
ideia, ele escolheu a garota que se
chamava Flávia, porque gostou como o
nome soava! Me provocou Mônica!
- Isso é tão brega, parece aqueles filmes
românticos com aquelas falas ridículas!
Seguiu Angela!
- Eu gosto de filmes românticos com
falas bregas! Confessou Eva.
- É verdade, eu não posso ficar com os
créditos, já que o grande CEO gostosão,
que deve fazer sexo como um rei,
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escolheu a brasileirinha ali!
- Por favor parem de falar assim, vocês
parecem esquecer em quais
circunstâncias as coisas foram feitas!
- Para Flávia! Eu aqui posso falar por
experiência própria, já que vocês não
tinham experiência no assunto! Foder
com um homem bonito, é uma das três
melhores coisas do mundo!
- E quais são as outras duas Eva?!
Perguntou Ester!
- Ser rica, e foder com o cara com quem
você gosta!
- Eu pensei que você já tinha dito foder,
na verdade você disse a mesma coisa
duas vezes! Disse Sabine!
- Não, eu não disse isso! Eu disse três
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coisas, a primeira foder com um homem
bonito, a segunda ser rica, e a terceira é
foder com o homem com quem você
gosta!
Tem uma enorme diferença em fazer
sexo por fazer, e fazer sexo com quem
você gosta! É mil vezes melhor fazer
amor, do que transar por transar!
- Agora Eva virou uma garota idiota e
romântica!
- Eu não sou idiota Mônica por querer
fazer amor com o cara que eu gosto,
você que é burra demais para não
perceber que isso é realmente muito
bom! Assumam, o amor é o ingrediente
mais vital em uma boa foda! Disse a
poetiza Eva.
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- Olha do que vocês estão falando, as
vezes parecem que vocês perdem o
senso de realidade! Terra chamando!
- A Angela faz sempre questão de foder
com as nossas conversas! Disse Ester!
- Claro, ela é uma amargurada! Opinou
Sabine!
- Da próxima vez Sabine, que você dizer
isso, eu juro que vou quebrar a sua cara!
- Eu quero ver você quebrar de verdade!
- Quer saber… vai se foder e esquece
que eu existo!
- Atenção garotas, vamos manter o foco
no nosso plano A, e também no nosso
plano B! Precisamos nos unir e deixar
nossas diferenças de lado! Todo mundo
aqui tem o mesmo objetivo, que é sair
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daqui!
- A Flávia tem razão, temos que manter
focadas! Vamos ser garotas inteligentes!
Disse Ester!

Enquanto isso, do outro lado da


história…

Albert foi trabalhar no dia seguinte


normalmente, mas alguma coisa naquela
garota o deixava desconcertado, sua
arrogância se anulava na presença dela,
era como se ela o transformasse em
outra pessoa. Entre as doses de cafés
intermináveis, Cláudia foi fazer uma
visita…
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- Quem é vivo sempre aparece!
- Oi irmãozinho, vim ver como você
estava administrando os nossos milhões!
- É Cláudia, eu administro e você os
gasta!
- Você sempre foi melhor com números
do que eu!
- Isso com certeza é um fato, e uma das
coisas mais inteligentes que você vai
dizer hoje!
- Deixando um pouco de lado as suas
brincadeiras sem graça! Como foi a
despedida de solteiro ontem? Se
divertiu?!
- Sim, não posso negar que foi bem
proveitosa!
- E com quantas garotas o meu irmão
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incorrigível foi para cama?!
- Não vou falar as minhas intimidades
pra você!
- Ok, me desculpa se eu sou curiosa!
- Não fale assim! A festa foi normal! E
não me descreva como um homem
cafajeste, eu só amo as mulheres!
- Eu sei que você ama as mulheres, mas
o problema é que você ama todas elas!
- E tem alguma coisa de errado nisso?!
- Depende do ponto de vista de cada um!
- Exatamente!
- Um passarinho me contou que você
contratou até mesmo uma garota de
programa! E que o sotaque dela era bem
sexy!
- Por favor Cláudia! Pare de ouvir o que
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os funcionários dizem!
- O que eu posso fazer! Gosto de saber
de tudo!!!!!!!!!!! É o meu defeitinho…
- Com certeza você está sendo modesta,
quando diz que é um defeitinho!
- Meu Deus Albert! Você não me diz
nada! Eu quero saber se ela é brasileira!
Eu sempre gostei das brasileiras, elas
parecem tão bonitas! E o sotaque delas é
tão bonito! Me dá vontade de falar
igualzinho a elas!
- Não adianta Cláudia! Não vou dizer
nada!
- Tudo bem, não pergunto mais!
- Me diz, o que você vai fazer quando
sair daqui!
- Ah, deixa eu ver: Eu vou comprar,
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depois eu vou comprar mais um pouco, e
para finalizar eu vou comprar mais
metade da loja!
- Você é compulsiva!
- O que eu posso fazer! Fui criada
assim, não posso fazer nada para mudar!
Eu sou uma princesa! E vivo como
quero, ao contrário de você!
- O que você quer dizer com isso?
- Você é um bom CEO, mas tenho
certeza que seria um excelente
jornalista! Você nasceu para investigar!
- Pra você é fácil dizer isso, já que não
é você que tem que lidar com a pressão
do chefão!
- Você tem razão! Mas dei sorte, papai
me trata como uma princesa, deixa eu
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fazer tudo o que eu quero, não tenho
culpa se ele é mais seu ‘chefão’ do que
seu pai!
- Cláudia, se você não percebeu, eu
estou ocupado!
- Tudo bem, mas que tipo de irmão você
é?
- Do tipo, muito ocupado!
- Mas antes de ir embora, eu queria te
mostrar uma coisa!
- O que é?!
- Eu trouxe um presente!
- Pra mim?
- Pra mais quem seria?!
- E o que é?
Cláudia tira um embrulho da bolsa! E
depois pega sua máquina fotográfica.
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Albert abre o presente…
- Um porta-retratos? Eu já tenho um
milhão de porta-retratos!
- Mas você vai separar um espacinho
pro meu! Porque nós vamos tirar uma
foto agora! Diga X!!!!
Cláudia tirou a foto de surpresa!
- Meu Deus Cláudia! Você me pegou em
um péssimo ângulo!
- Você é lindo de qualquer jeito irmão!
- Eu não vou colocar essa foto no meu
escritório!
- Claro que vai! Pensa assim, um dia,
daqui a muitos anos, você vai olhar essa
foto, e você vai sentir saudade dessa
época, acredite em mim você vai sentir
saudades desse dia!
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- Acho que eu nunca vou sentir saudade
dessa foto!
- Claro que vai! Principalmente porque
você vai se lembrar que nessa época
você estava apaixonado!
- Meu Deus! Você é louca, por quem eu
estaria apaixonado?!
- Ainda não sei! Um dia vou conhecer
ela! Mas dá pra perceber que você está
apaixonado, o único problema é que
ainda não percebeu isso!
- Acho que você vê coisas demais.
- Não vejo coisas demais, apenas tenho
uma sensibilidade afiada para ver
apaixonados de longe! O que posso
fazer, é uma espécie de dom!
- Tudo bem, mas dessa vez, acredite…
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esse dom está descalibrado!
- Tudo bem! Vamos ver… agora eu tenho
que ir…
- Vai ao seu labor diário de todos os
dias, fazer compras até os cartões não
passarem mais!
- Meus cartões são iluminados, desculpa
por isso! Mas não esqueça de colocar
esse porta-retrato em um lugar bem
destacado!
- Pode deixar Cláudia, que não farei
isso!
- Tudo bem, eu tenho certeza que um dia
você amar essa foto, e que ainda vai
sentir falta dessa época!
- Tudo bem Cláudia, você e suas
previsões malucas!
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- Não vou tomar o seu tempo irmão!
Beijinhos e até a próxima!
- Até a próxima!
Cláudia foi embora, e Albert continuou a
fazer seu trabalho enfadonho, mas não
conseguia parar de pensar naquela
brasileira, ele ficou enfeitiçado pelo seu
jeito de falar, tudo nela o atraia, se
lembrava dos seus lábios, e das curvas
do seu corpo. Pensou naquilo o dia
inteiro.
Sua pela, seu toque, sua inexperiência
no sexo, o deixava ainda mais excitado,
era algo tentador, ele não sabia entender
que química era aquela, mas com certeza
sentia uma forte conexão.
Quando Albert olhou para Flávia, e
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Flávia olhou pra Albert, pronto… todo
mundo entendeu, não precisava dizer
mais nada, era algo, que em português
tinham 4 letras, e um super significado,
‘Amor’, uma das palavras mais bonitas
em qualquer língua…
O que será que as pessoas faziam por
amor?
Sacrifícios.
Juras eternas.
Correriam riscos.
Perderia tudo o que tem.
Viveria sem nada.
Jogaria tudo ao vento, só para viver
com aquela pessoa?
Era difícil saber, mas com certeza,
aquela não era uma história de amor
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convencional, os obstáculos eram reais
e assustadores, pois mostravas duas
faces do ser humano, a boa e a má,
mostrava o que os seres humanos
poderiam fazer de pior, e o que os seres
humanos poderiam fazer de melhor, mas
no final qual triunfaria, a generosidade
ou a ganância, a amizade ou a maldade,
o amor ou o ódio?!
As vezes, na vida real, as coisas não
acabam como nos contos de fadas, mas o
mundo ainda não está perdido, ainda há
esperança, afinal seria uma idiotice
odiar as rosas, só porque uma delas te
espetou...

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Capítulo quatro
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Eu quero a garota brasileira…

Em sua sala, por mais que Albert


tentasse se distrair, não tinha como,
sempre que estava ansioso cruzava os
braços, o CEO alemão simplesmente
não conseguia parar de pensar naquela
brasileira, era fatal, era algo inevitável,
o céu estava forrado de estrelas, e ele
olhava pela janela a vista, era uma vida
tão solitária, sozinho naquele escritório,
mal se notava a vida acontecendo lá
fora, o cheiro da vida, o gosto da vida, a
cor da vida, se há algo mais excitante do
que alguém que te desperta curiosidade,
isso é uma coisa que ainda não foi
descoberta.
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Ele pensou, pensou, tentou evitar,
analisou papéis e mais papéis, foi até a
sua mesa, queria se manter distraído,
mas tudo era em vão, não podia
controlar a sua vontade de ligar…
Depois de mais algumas tentativas
frustradas de tentar fazer alguma outra
coisa, Albert pegou o telefone, abriu a
gaveta onde tinha o contato de Klaus,
discou o número, e logo foi atendido…
- Senhor Albert Hans, um dos nossos
clientes mais vips! No que posso
ajudar?
- Eu queria saber se aquela garota que
você me mandou ontem está disponível?
- Qual garota?
- A brasileira?
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- A brasileira, o senhor ficou satisfeito
com os serviços dela, ou ela fez alguma
coisa que não o agradou?
- Eu só quero saber se ela está
disponível?!
- Calma senhor Hans, não se preocupe,
para clientes tão importantes como o
senhor temos garotas de alta classe,
alguém que se equivale ao seu nível!
- Eu não quero outra! Eu quero a garota
brasileira.
- Tudo bem se o senhor insiste! Mas tem
um problema aqui!
- Qual problema?
- É que a brasileira já tinha um cliente
hoje!
- E não dá para o senhor fazer nada?!
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- Sempre tem um jeito para fazer alguma
coisa, só que isso custa?
- Quanto?
- Não posso dispensar um cliente assim
em cima da hora! Terei que cobrar o
dobro da última vez.
- Não tem problema! Que horas e
aonde?
- Vou marcar com o senhor, daqui a uma
hora, ela encontrará o senhor!
- Vou estar esperando.
Klaus desligou o telefone e disse para
um de seus homens:
- Vai chamar a brasileira!
- Sim senhor!
- Essa garota ainda vai render muito
dinheiro pra gente! Ela é uma galinha
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dos ovos de ouro!

Enquanto isso no quarto…

Estávamos conversando, quando de


repente a porta se abre, e nós vemos um
dos capangas de Klaus…
- Ei você!
- Eu?!
- Sim, você, se arrume! Daqui a meia
hora eu vou voltar, esteja pronta, você
tem um programa!
Confesso que me espantei, estava muito
nervosa, eles não me disseram quem era
o cliente. Todas me olharam com um
olhar de pena! - Coitada! Mas um?- Por
mais que elas não dissessem com suas
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bocas, seus olhos diziam isso!
Fiz o que aquele traste me mandou, me
arrumei rapidamente, confesso que
estava devastada, sabia que não teria
sorte todas as vezes, e que me depararia
com algum crápula.
Exatamente 30 minutos depois, o
capanga abre a porta e me leva até
Klaus…
- É brasileira, continue assim e nós não
teremos problemas! Faça o que tenha
que fazer e volte com o dinheiro! E
lembre-se, sabemos exatamente quanto o
cliente vai pagar, por isso não queira
bancar a esperta, ouviu sua vagabunda!
- Sim!
- Eu disse pra você falar só sim?! É sim
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senhor! Me responde de novo!
- Sim senhor!
- Isso, você aprende rápido, continue
assim, e você vai longe garota, longe!
Agora vai, que eu não quero que o
cliente te espere por muito tempo.
- Sim senhor!
- Ivan, leva ela!
- Sim senhor!
Estava tão nervosa, que as mãos
tremiam, eu estava apavorada, era
apenas minha segunda vez, e eu ainda
não tinha me acostumado com aquilo,
mal tinha conseguido assimilar a
primeira, e já teria a segunda!
Ivan me levou até um hotel muito
discreto, sua fachada cinza, fazia minha
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curiosidade aumentar mais e mais,
porém ao mesmo tempo tentava tardar
aquela ‘sessão’, andava mais devagar,
mas Ivan estava ali para me apressar.
Dizia que eu não podia falhar, e que eu
tinha sorte, já que esse homem era muito
poderoso e que eu era uma felizarda por
passar uma noite com ele, ele ainda
ressaltava que o dinheiro que ele ia me
dar, eu não ganharia em um ano de
trabalho.
Obviamente eu achava aquilo uma
hipocrisia da parte dele, já que eu não
ficaria com nada! Tudo iria para os
bolsos sem fundos do meu cafetão, ele
sim poderia se vangloriar de quanto
ganhava por noite com cada garota, além
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dele não ter que submeter aquelas
humilhações, também ficava com 100%
do lucro, aquela exploração era
incabível.
Eu não era nem uma prostituta, pois eu
não ficava com um centavo do lucro da
venda do meu corpo.
Eu era sim uma traficada, sem direitos,
sem escolhas…
O número do quarto era 143, e eu andei
por aquele corredor muito lentamente,
em um percurso de 30 segundos, e
demorei 5 minutos, não queria ir, mas
era obrigada, sabia das regras.
Cheguei em frente a porta, e bati, porém
vi que ela estava entreaberta, pensei que
o cara era tão tarado, que não queria
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nem que eu batesse.
Vagarosamente, fui entrando, até que vi
um homem sentado em uma poltrona de
costas com um copo de uísque na mão,
seu relógio era redondo e preto, a fivela
de couro, não reconheci de cara, pois
estava espantada.
Segui lentamente, e comecei a falar…
- Olá… Eu sou a garota, você sabe…
- Alguma coisa me diz que você não tem
muita experiência no que está fazendo!
A poltrona se vira, e era ele, Albert
Hans, eu mal pude acreditar, relaxei na
hora e agradeci aos céus.
Mas ao mesmo tempo fiquei um pouco
desconfiada, afinal por que aquele
homem me chamou de novo? Minha
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autoestima não era tão alta assim para
pensar que eu era irresistível. Mas
Albert interrompeu os meus
pensamentos, fazendo uma pergunta que
eu não sabia como responder:
- Por que você foi embora daquele
jeito?!
- De que jeito?
- Você nem falou comigo, foi embora
enquanto eu estava dormindo!
- Eu achei que não era necessário, já que
nós já tínhamos feito o serviço!
- Você não se envolve com os seus
clientes, entendi!
- Na verdade eu não sei como são os
meus clientes, pois o senhor foi o meu
primeiro!
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- Primeiro?!
- Sim, você foi o primeiro com quem eu
fiz sexo na minha vida!
- Me desculpa se eu foi insensível, mas
na verdade eu nem percebi!
- Engraçado, porque você pagou
exatamente por isso!
- Na verdade, eu tinha pedido os seus
serviços para o meu amigo, e não para
mim!
- Eu sei disso.
- Você realmente era virgem?!
- Se a definição de virgem, é alguém que
nunca fez sexo, bom… sim, eu era
virgem.
- Você nunca teve um namorado?!
- Na verdade eu nunca me encaixei em
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relacionamentos! Acho que eu não nasci
para fazer parte de um.
- E por que?
- Porque eu me acho esquisita demais,
para ter que me adaptar a uma outra
pessoa!
-E por que aceitou se tornar garota de
programa?!
- As vezes as pessoas não tem tantas
opções, como você, que nasceu rico em
um país desenvolvido!
- Você é muito perspicaz, não entendo
como escolheu essa vida!
- Talvez eu goste, você não tem como
saber!
- Sim, é verdade, talvez eu não te
conheça tão bem!
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- E nem eu conheço você tão bem! Na
verdade esse é o segundo encontro, e
acho que já esperamos muitas coisas um
do outro!
- Por que você diz isso?
- Bom… é pra se desconfiar, um dia
você me contrata, e no dia seguinte
também, eu não sou tão egocêntrica de
pensar que você me chamou de novo
porque eu sou irresistível na cama!
- Sabe de uma coisa, você é irresistível!
Tem alguma coisa em você, alguma
coisa que eu não sei dizer o que é! Você
tenta dissimular, tem uma tristeza no
olhar, mas por algum motivo, você tenta
esconder. Primeiro esconder de mim, e
segundo, esconder de você mesma.
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- Nossa! Como o senhor é curioso, para
alguém que apenas administra empresas!
- Eu não sou apenas um administrador
de empresas, na verdade o que eu mais
queria fazer na vida era ser jornalista!
- E por que não foi?!
- Como você disse a pouco, nem todos
nós temos escolhas, o meu pai tinha
muitas expectativas sobre o meu futuro!
Ser CEO, foi quase uma obrigação!
- E por que você não larga tudo, e vai
viver a sua vida!
- É porque eu não sei exatamente o que
eu quero! Mas eu sei exatamente o eu
quero agora!
- E o que você quer?
- Eu quero você!
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Ele era extremamente sedutor, sua voz,
seu jeito de ser expressar, a maneira
como movimentava suas mãos, era muito
fácil se apaixonar por um homem assim.
A arrogância primária caiu, estava mais
doce, e mais atencioso, e aquilo me
amedrontava, eu não sabia, ele poderia
muito bem ser um lobo envolvido em
uma capa de cordeiro.
Mas como ele era encantador, isso eu
não poderia negar…
- Foi pra isso que você me pagou, não
é? Mas antes eu quero te fazer um
pedido!
- Qual pedido?!
- Me ensina!
- Ensinar o que?
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- Me ensina tudo o que você sabe sobre
fazer sexo!
- Você quer que eu seja o seu
professor?!
- Sim. Quero que você me ensine o que
fazer e como fazer!
- Com certeza você aprende rápido!
- Sim, eu aprendo rápido!
- E o que você acha de nós começarmos
essas aulas agora mesmo?!
- Pode ser!
Albert se aproximou de mim, sua camisa
branca estava com os dois primeiros
botões abertos, ele então sussurrou no
meu ouvido:
- Aula um…
Confesso que me arrepiei inteira, ele
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era sem dúvida um homem sensual…
- Quando você fazer amor com alguém,
toque suavemente no seu rosto, desse
jeito…
Ele acariciou a face do meu rosto,
quando ele me tocou, eu
instantaneamente senti o meu coração
bater mais forte.
- Depois de tocar, você fala bem
baixinho, e toca no cabelo dela, que
coincidentemente é muito bonito.
Após, beije a sua orelha, isso é muito
bom, nada de pressa, a pressa acaba
com a perfeição de uma boa transa.
- Tudo bem, eu prometo que eu estou
gravando tudo.
- Não fale, sinta, o sexo é pra ser
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sentido, e não comentado, por isso o
que você fizer entre quatro paredes,
deixe lá dentro, isso é privado, faça as
coisas mais proibidas, e não conte a
ninguém.
O beijo, não tem nada mais importante
do que o beijo, pode ser o primeiro ou
o último, mas se você não conseguir um
bom beijo, de nada vale, a transa será
fria, sem emoção, e uma transa sem
emoção é o mesmo que ver um belo
piano, e não poder tocá-lo, sabe, a
música é a sintonia entre os dedos e o
piano, na verdade a música não é nada
além do que o orgasmo de dois objetos,
a pessoa e o instrumento.
De nada vale ter um belo livro e não
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poder lê-lo.
Ele envolveu seu braço direito na
minha cintura, e tocou no meu rosto
com a mão esquerda, me lembro como
se fosse hoje.
Ele encostou seus lábios na minha boca
tão suavemente, depois delicadamente
chupou meu lábio inferior, e como
aquilo era excitante, me dava vontade
de beijar cada vez mais.
Não sei mais quantos anos vou viver,
mas com certeza aquele foi um dos
melhores beijos da minha vida. Depois
que ele me beijou daquele jeito, foi
muito difícil, pois não achei mais
ninguém que beijasse como ele o fazia,
ele tinha algo a mais nos lábios, uma
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coisa mágica que fazia você flutuar
sem tirar os pés do chão. Quando se
aproximava, quando me tocava, meu
coração parecia que iria parar, meus
pés saiam do chão, sentia borboletas
dentro do meu corpo, como ele beijava
bem. Bem que uma das minhas
conselheiras me disse:
- Não tem nada melhor do que foder
com o cara que você gosta.
Ele beijava, e de repente pausava, e
olhava profundamente dentro dos meus
olhos, e me paralisava, aqueles olhos,
eu tremia só de vê-los, era algo
perturbadoramente maravilhoso.
Depois de um longo beijo, e uma longa
troca de olhares, ele me deita
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lentamente na cama, eu já estava
completamente excitada, ele tirou a
camisa, e me disse…
- Quando você tirar a calcinha, faça
disso seu maior ato sedutor, hoje eu
vou te ensinar como.
- Como?
- Eu vou tirar pra você…
Ele tirou o meu vestido, e enquanto as
velas se apagavam, ele começou a tirar
a minha calcinha com a boca,
lentamente, a calcinha ia sendo
retirada, e por cada pedacinho do meu
corpo que ela ia passando, ia me dando
um prazer inexplicável, era bom,
simples e eficiente.
Em seguida ele tirou a parte de cima da
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minha lingerie, meus seios ficaram a
mostra, e ele encostou o peito dele
sobre o meu, e como aquele era
selvagem e doce, ele lambia os meus
seios, delicadamente, eu estava a flor
da pele, não sabia que fazer sexo era
algo tão prazeroso, na verdade nunca
senti aquilo antes, como dois corpos
podiam compartilhar sensações tão
deliciosas?!
Eu dava pequenos gemidos, segurava o
lençol com força, minhas pernas
tremiam, ele beijava cada pedacinho do
meu corpo, até que chegou na minha
vulva, ele começou a estimular o meu
clitóris, fazia questão que eu sentisse o
maior prazer que eu pudesse.
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Depois de muita estimulação, ele
finalmente tirou a calça social, a bunda
dele era muito bonita, e foi quando
começou a me penetrar, eu sentia muito
prazer, só me restava arranhas as suas
costas, os gritos ecoavam pelo quarto,
ele me olhava, e também gemia…

Meus dedos escorregavam pelas suas


costas….
Ele penetrava o mais profundo que
podia…
Me olhava, e me paralisava…
Depois me levantou, e me encostou na
parede…
Os beijos eram simples e constantes…
Os corpos suavam, e suavam…
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Dava pra ouvir o barulho do pênis dele
me penetrando…
Gemidos…
Gemidos…
Corpos unido….
Gemidos…
Beijos…
Aranhões…
Meu cabelo encostava na pele dele…
Meus pés tocavam em suas pernas…
Meus seios tocavam em seu peito
forte…
Uma tatuagem…
Eu dava pequenas mordidas em seu
pescoço…
Ele mordia os meus lábios…
De repente ele me virou..
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Apertou a minha bunda…
Depois a mordeu…
Penetrou…
Apertava os meus seios…
Tocava na minha vulva…
Gemidos..
Gemidos…
Minhas pernas tremiam…
Minha voz falhava…
Minhas mãos estavam encostadas na
parede…
Ele queria me dominar…
E eu deixei…
Fomos para o chão…
Tinha um pequeno espelho no teto…
Vi ele me penetrando…
Gostei da imagem...
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Estava quase lá…
Estava quase lá…
Faltava pouco…
Muito pouco…
Gozei…
Minhas penas relaxaram…
Ele gozou…
E me olhou…
Falou:
- E aí, gostou?
Não respondi…
Não precisava dizer nada..
- Essa foi a aula de hoje… Se você
quiser, o seu professor ainda tem muita
coisa para te ensinar.
Acabou?…
Me levantei, e coloquei a roupa, a
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parte boa tinha acabado, iria voltar
para a infelicidade…

- O dinheiro? Perguntei pra ele…


- Está aqui.
- Obrigada…
- Eu posso te chamar de novo?!
- Se você quiser?!
- Isso é tão estranho! Transamos e
depois dissemos adeus, assim?
- É assim que tem que ser!
- Sei lá, a gente poderia sair!
- Sem saídas, eu só sou uma garota de
programa, só uma garota de programa…
- Você é mais do que isso! Só que não
acredita!
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Eu sorri…
- Quanto você me cobraria por um beijo
a mais?
- Um beijo?
- Sim, um beijo?
- Não vou cobrar!
- Que bom, então vem aqui…
- Não vou cobrar, porque eu vou deixar
para uma próxima vez!
- Bem que você disse que aprende
rápido.
- Isso mesmo professor.

Capítulo cinco
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Enquanto o bem tira férias, o mal


trabalha dobrado…

Enquanto alguns tentam, outros


conseguem, o mal trabalha mais, e o
bem descansa mais.
É difícil saber ao certo como o jogo
funciona, regras, jogadores e jogadas,
a vida parece mesmo estar sempre
brincando, pra lá e pra cá, as vezes um
lado ganha e as vezes perde, e no meio
disso tudo estão as pessoas, que são
apenas peças em um imenso sistema de
corrupção.
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O tráfico de pessoas não é apenas feito
por ‘caras maus’, ele é feito por
‘caras’ que são super respeitados, e
que ninguém desconfiaria.
As aparências enganam, e como
enganam…

Mas um dia de trabalho, Albert


despertava tinha todo um império para
cuidar, e não sabia que uma das
pessoas que iria lhe fazer mais mal,
estava bem do seu lado.
Sebastian, o cara da despedida de
solteiro, era um dos melhores amigos
de Albert, se conheciam desde sempre,
e eram quase inseparáveis.
Sebastian sempre teve uma queda por
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Cláudia, irmã de Albert, mas isso
nunca foi correspondido, porque por
algum motivo, a irmã do CEO nunca foi
com a cara dele. Tinha alguma coisa de
esquisito.

Cláudia mais uma vez foi visitar o


irmão, só que desta vez, ele não estava
sozinho. Sebastian estava junto com o
CEO. Cláudia não se intimidava,
mesmo que tivesse um pé atrás.
- Olá irmão! Como está sendo o seu
dia.
- Está indo muito bem. Você não vai
falar com o Sebastian Cláudia?! Onde
está a sua educação?!
- Hoje eu deixei ela em casa!
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- Cláudia!
- Tudo bem Albert, não precisa obrigar
ela a falar comigo! Disse Sebastian se
fazendo de vítima.
- Nossa. Como ele está sensível hoje!
- Cláudia, pare de provocá-lo.
- Tudo bem Albert, não falo mais nada!
Desculpa eu bancar a chata! Mas vocês
dois não valem nada! A Isabel não
sabe, mas o que vocês fizeram foi
imperdoável!
- O que?
- Me admira você Albert, esse cara vai
se casar com a sua irmã, e você faz
uma despedida de solteiro pra ele?! Eu
até jurei que não iria falar nada! Mas
isso é muita sacanagem!
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- Eu já falei Cláudia, foi só uma festa
entre amigos, não teve nada demais! Se
retrata Albert.
- Nada demais?! Você contratou uma
prostituta para o seu futuro cunhado!
- Eu me arrependi Cláudia, tanto que
depois eu não deixei ele ficar com ela!
- Aí você ficou né Albert?! Comenta
Sebastian.
- Nossa, vocês dois são dois nojentos!
- Foi um erro Cláudia, não podemos
nos arrepender dos nossos erros?!
- Eu sei Albert que você pode ter dado
uma vacilada, em você eu confio, mas
nele não!
- Não fique com ciúmes Cláudia, se eu
escolhi a sua irmã, e não você!
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- HaHaHaHaHa!!!!!!!! Isso é uma
piada?!
- Não diz isso Sebastian! Diz Albert!
- Eu nunca quis ficar com você
Sebastian!
- Eu sei que você guarda
ressentimentos, mas você era muito
nova pra mim Cláudia!
- Desce dessa nuvem que você subiu!
Eu nunca quis nada com você, e você é
ridículo de supor uma coisa dessa!
- Vamos para com essa discussão!
Tenta harmonizar Albert.
- Eu não sou ridículo Cláudia, só que
nós homens temos necessidades!
- Não me venha com essa conversa
machista e sem nexo! E quer saber de
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uma coisa, hoje eu não saí de casa
para ouvir merda! Por isso vou sumir
daqui!
- E qual foi motivo da sua visita
Cláudia!
- O papai, ele me mandou para te
perguntar sobre os desfalques da
empresa!
- Isso sim está tirando o meu sono! Os
relatórios não fecham, tem alguém que
está nos roubando! Diz Albert.
- Isso é mesmo um problema sério!
Lealdade é tudo! Diz Sebastian.
- É difícil saber quem fez, pois o cara
camufla tudo, podemos culpar a pessoa
errada, e isso eu não me perdoaria!
- Realmente Albert, você deve agir com
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muita cautela!
- Cláudia, diz para ‘chefão’, que
depois nós resolvemos isso! Afinal
temos um casamento para comemorar!
- Infelizmente!
- Por favor Cláudia!
- Tudo bem Albert, não falo mais nada!
Minha boca é um túmulo!
Você sabe que eu e a Isabel não nos
damos muito bem, por isso não vou
mais falar desse aí, mas saibam que eu
não sou obrigada a guardar o
segredinho de vocês!
- Por favor Cláudia, não vá criar
problemas com a família, por causa de
nada! Diz Sebastian!
- Quer saber de uma coisa, eu não vou
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falar mais com você, finge que eu não
existo! Porque eu já faço isso há muito
tempo!
- Tudo bem Cláudia, se assim que você
prefere?!
- E para de se fazer de santo Sebastian,
porque você pode enganar todo mundo
aqui, mas a mim você não engana!
- Tudo bem!
- Estou indo!
- tchau Cláudia!
Cláudia saiu do escritório do irmão, foi
até o banheiro para retocar a
maquiagem, porém quando mesmo
esperava Sebastian aparece bem na sua
frente…
- O que você está fazendo aqui? Ficou
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louco de vez?!
- Não só vim até aqui pra te dizer que é
melhor você parar com essas ameaças!
Sebastian pega no braço de Cláudia…
- Você está me machucando Sebastian!
- E é pra machucar, aí de você se
continuar no meu caminho!
- Me solta! Descompensado! Eu não
tenho medo de você!
- Mas se você fosse uma garota
inteligente, teria muito medo de mim!
- E por que?
- Você não me conhece Cláudia! Não
sabe o que eu sou capaz!
- Eu não sei o que você é capaz, mas sei
que você não vale nada!
Sebastian tenta beijar Cláudia na boca,
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mas ela resiste…
- O que você está fazendo?!
- Me diz, você ainda é virgem ou aquele
idiota do seu namorado já se portou
como um homem de verdade, e deu o
que você merece?!
- Me solta seu porco! Eu não vou dizer
isso pra você!
- Tudo bem! Mas você é tão gostosinha!
Se eu tivesse a chance, você veria o que
é um homem com H maiúsculo!
- Duvido muito! Você é um covarde!
- Você não deveria tratar assim o noivo
da sua irmã!
- Pena que a Isabel seja tão burra, e não
perceba que você e nada são a mesma
coisa!
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- Você quer saber de uma coisa?! Eu
nunca gostei da sua irmã como eu gosto
de você!
- Se você tentar mais alguma coisa, eu
juro que eu conto tudo pro meu pai!
- Vai pode ir contando pro seu
papaizinho! Mas ninguém vai acreditar
em você! Todo mundo confia em mim!
Seu pai, seu irmão, sua irmã, inclusive
vou me casar com ela!
- Ela não gosta de você! Seu nojento!
- E quem disse que as pessoas se casam
porque são apaixonadas?! As pessoas se
casam porque isso é conveniente!
- Quer saber de uma coisa?! Se ela
quiser se enganar o problema é dela,
mas eu não sou obrigada a ficar aqui
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com você! Eu te odeio! E um dia, um dia
a sua máscara vai cair, e todo mundo vai
saber quem é você de verdade!
- Se conforme Cláudia! Esse dia não vai
chegar nunca!
- Se eu fosse você, eu não teria tanta
certeza assim! Porque nunca, é muito
tempo!
- Eu sempre quis te comer Cláudia!
- Sabe o dia que isso vai acontecer
Sebastian?! Nunca!
- Nunca, é muito tempo Cláudia!
Cláudia se solta, e vai embora,
transtornada! Mas não pode ir
imediatamente para casa, tem que
encontrar o seu namorado…
Ela pega o carro, e o espera em um café
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próximo de uma escola, é quando
Antônio chega até a mesa.
- Oi Cláudia.
- Meu Deus! Até quem em fim você
chegou! Sabe quanto tempo eu te
esperei?!
- Eu já disse pra você não chegar tão
cedo, eu estava dando aulas, e agora
tenho que fazer isso em dois turnos…
- Você trabalha demais amor! Eu já disse
que se você quiser eu te dou uma
ajudinha!
- Eu já disse que eu não quero o seu
dinheiro Cláudia! O seu pai já acha que
eu estou com você só por causa do seu
dinheiro! Quero dizer, todo mundo acha
isso! Alguém como você, não deveria
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ficar com alguém como eu!
- E por que não?! Eu te amo Antônio e é
isso que importa!
- Eu também te amo Cláudia! Mas…
- Mas o que? Deixa os outros pra lá
Antônio! Aqui, a única coisa que
importa é você e eu. Mas mudando de
assunto, como foi o seu dia?
- Um pouco estressante, mas eu estou
levando. E o seu?
- Também foi um pouco estressante, mas
eu também estou levando!
- O que você quer fazer?!
- Eu quero transar!
- Na minha casa ou na sua?!
- Na sua!
- Feito.
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Cláudia e Antônio saíram dali, e foram
direto para a casa dele. Tudo estava
bagunçado! Mas Cláudia não se
importava com isso, pulou no colo do
professor, e foi logo tirando a roupa,
Antônio por sua vez, um pouco
atrapalhado, estava tentando tirar a
blusa, mas não estava conseguindo,
depois deixou os óculos caírem.
Cláudia jogou um sapato para cada lado,
e Antônio não conseguia andar muito já
que ele não tinha tirado a calça por
completo, e ainda tinha que carregar
Cláudia, quase que ele tropeçou!
Ele estava se conduzindo para a cama,
mas Cláudia o interrompeu.
- Não, na cama não!
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- E aonde você quer?
- Em cima da máquina de lavar!
- A máquina de lavar roupa?!
- Sim! Eu quero lá em cima!
- Ok, vamos pra máquina de lavar!
- Não esquece de ligar ela!
- Você quer que a gente transe em cima
da máquina de lavar roupa ligada?
- Exatamente! Você tem algum problema
com isso?!
- De jeito nenhum! É por isso que eu te
amo!
- Vamos pra máquina!
- Vamos pra máquina!
Antônio chega até a máquina de lavar, a
liga, e os dois começam a transar ali
mesmo, o balanço não os incomodava!
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- E aí amor tá gostando?!
- Tô adorando amor! Balança um pouco,
mas depois de um tempo a gente se
acostuma!
- Isso aí amor! Não para não!
- Não vou parar amor!

30 minutos depois…
- E aí amor, gostou?
- Você tá brincando comigo?! Isso foi
muito bom! Disse Antônio!
- Sabe o que eu mais gosto em você?!
- O fato do professor aqui ser pobre!
- Não palhaço! É você me entender
assim! A gente se completa, sabe! Eu
sou a garota materialista, e você é o cara
que condena o consumismo! Realmente,
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os opostos se atraem.
- Realmente!
- Agora eu tenho que ir!
- Por que tão cedo?!
- Tem um jantar idiota na minha casa
hoje! “O casamento idiota da minha
irmã” se esqueceu?!
- Não, não me esqueci!
- Então hoje todo mundo vai resolver os
últimos detalhes dessa besteira, e eu
tenho que estar lá!
- Que pena! Você poderia ficar mais um
pouco!
- Esquece Antônio! Meu pai me obrigou
a ir! Não tenho como fugir, afinal de
contas, não vou perder o meu cartão de
crédito favorito, só por causa daquele
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idiota!
- Tudo bem, então quando vamos nos ver
de novo?!
- Eu te ligo!
- Ok, fico aguardando!
-Se eu não te ligar, eu venho aqui! Não
tem nenhum problema, não é?
- De nenhuma maneira! Se eu pudesse,
ficaria o dia inteiro com você!
- Fazendo o que?
- O que você mais gosta de fazer?!
- Não me faça essa perguntinha! Agora
vamos parar com a brincadeira, eu
realmente preciso ir!
- Tudo bem, vai lá amor! Mas eu vou
sentir saudades!
- Eu vou sentir mais!
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- Não, eu vou sentir mais!
- Me dá um beijo e me leva até a porta!
Antônio dá um beijo em Cláudia!
- E aí como foi esse beijo?!
- Esse beijo foi melhor do que o de
ontem! E o de amanhã, vai ser melhor do
que o de hoje!
- Você sempre diz isso Cláudia!
- As melhores coisas ainda vão
acontecer! Tchau!
- Tchau! Boa sorte!
- Me deseje mesmo! Porque eu vou
precisar!
Cláudia entra no carro, e manda um
beijo para Antônio!
A patricinha, chega em sua mansão, onde
está acontecendo um jantar muito
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importante, quando Cláudia chega, seu
pai vai em sua direção para abraçá-la.
Alexandre nunca fez questão de
esconder que Cláudia era sua filha
favorita. Isso incomodava algumas
pessoas.
Isabel, a irmã de Cláudia, e Sebastian os
observavam de longe, ele fazia questão
de destilar o seu veneno…
- Olha lá! Nem no jantar de organização
do seu casamento ele se lembra de você
Isabel! Ele a ama, e vai amar muito mais
os filhos que ela tiver! Você terá que se
contentar com as sobras!
- Por favor Sebastian! Será que você
pode parar de me provocar pelo menos
hoje?!
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- Isso não é provocação Isabel! Isso é
constatação! E eu nem sei por que você
fica tão nervosa com essa situação?!
Sempre foi assim, desde que ela nasceu,
roubou toda atenção!
- Ela não é perfeita!
- Claro que é! Olha só, todos gostam
dela, é autentica! Inclusive namora um
professorzinho barato, e ninguém se
opõe as suas vontades! Enquanto que
você se casará com o partido que lhe
corresponde! E ninguém te dá atenção!
Você faz tudo o que seu pai manda você
fazer, e mesmo assim ele não te ama,
como ama ela.
- Você pode parar com isso Sebastian!
- Não, não vou parar! Ela é um perigo!
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Eu já te avisei! Se você não fizer nada!
Ela sempre estará entre você e o amor
do seu pai! Lembra como ele te amava,
quando você ainda era a filha única?!
Hoje te resta apenas as migalhas!
- O que você quer que eu faça! Essas
suas conversas não vão nos levar a lugar
nenhum! Melhor você ficar quieto e
aceitar o lugar que a minha família está
te oferecendo!
- Atenção a todos, vamos a mesa! O
jantar está servido! Disse Alexandre!
E Sebastian solta o último comentário
venenoso…
- Claro, a filha favorita dele chegou,
agora nós podemos ir até a mesa!
Porque nós temos a noiva mais
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desimportante de todas!
Isabel não diz nada, mas está
envenenada por sua inveja, não
consegue mais dissimular todo o ódio
que sente pela sua irmã.
Todos vão até a enorme mesa de jantar
da família Hans.
Alexandre começa a falar…
- Antes de tudo, eu quero agradecer a
presença de todos, e dizer que quero dar
as boas vindas ao meu futuro genro,
Sebastian é um grande prazer recebê-lo
aqui!
- O prazer é todo meu senhor Alexandre,
estou muito feliz de poder fazer parte
dessa família tão especial!
- E você filha tem alguma coisa a dizer?
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Pergunta Alexandre para Isabel.
- Eu queria também agradecer a
presença de todos, e dizer que vou
realizar um sonho, me casarei com o
homem certo pra mim! Que manterá a
minha estirpe elevada! Ao contrário da
minha irmã! Que só dá dores de cabeça
para o meu pai!
- Vai começar! Sussurrou Albert.
- O que você quer dizer com isso
Isabel?! Pensei que hoje fosse o seu dia,
e que eu não devesse abrir a boca!
- Exatamente Cláudia! Mas ficamos aqui
a sua espera! O papai não queria que o
jantar fosse servido até você chegar!
Você sabia que hoje era um dia
importante para mim! Por que você não
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chegou?! Onde você estava?!
- Eu estava transando com o meu
namorado!
Todos se entreolham, Albert desaperta o
nó da gravata, Alexandre bebe um pouco
de vinho e Sebastian ri.
- Por favor Cláudia, não baixe o nível
dessa conversa! Disse Isabel.
- Me desculpa Isabel, mas quem baixou
o nível dessa conversa foi você! Rebate
Cláudia.
- Eu só perguntei onde você estava! Não
te pedi detalhes da sua vida privada!
- Você me provocou, eu só respondi a
altura!
Alexandre se mete na conversa…
- Por favor meninas, não vamos brigar!
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Vamos ficar em harmonia! O casamento
está chegando…
- Eu não acredito nisso pai! Ela fala uma
coisa nessa na mesa, e eu não posso nem
ao menos criticá-la! Esbraveja Isabel…
- Vamos manter a compostura Isabel!
- Diga isso para a Cláudia! Não fui eu
que disse que transei com o meu
namorado!
- E digo de novo Isabel! Transei com
ele! E foi muito bom! Ao contrário do
que você faz com esse crápula, que vai
ser o seu marido!
- Não chame ele de crápula Cláudia!
- Eu chamo sim! Porque é isso que ele é!
Um crápula! Você não percebe Isabel,
você vai cometer o maior erro da sua
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vida se casando com ele!
- Eu não vou cometer erro nenhum! Ele
será o maior acerto da minha vida! Não
sou eu que gosto de um homem de uma
classe inferior!
- Você é muito soberba! Julga os de
baixo e os de cima! E a única coisa que
realmente te importa é a classe social de
alguém, as contas bancárias! Mas me
diga uma coisa Isabel, você transa com
as contas bancárias do Sebastian?!
- Cláudia por favor! Diz Alexandre!
- Não pai, eu não vou me calar! Eu não
posso me calar! Eu sei que eu gosto de
comprar coisas, mas eu sei que no fundo
não é aquilo que me completa! E ela não
pode me julgar por eu namorar um cara
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pobre! Porque ela também já se
apaixonou por um!
Isabel se levanta e grita descontrolada…
- Cala boca!!! Você não tem o direito de
dizer isso!
Alexandre fala de novo…
- Por favor Cláudia, não nos lembre
desse episódio! Isso ficou no passado!
- Não, eu não vou fingir que nada
aconteceu! Por que a culpa também é sua
pai!
- Minha?!
- Sim, você sabe, no fundo a culpa é sua!
Não deixou a Isabel ficar com o
motorista, e olha só no que deu?! Caiu
de paraquedas nos braços desse
aproveitador!
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- Cala boca Cláudia! Você não tem o
direito de falar sobre isso! Isso não é
problema seu!
- Você tem razão! Se você é uma fraca, e
não conseguiu nem ficar com quem você
queria ficar de verdade, realmente isso
não é problema meu!
- Eu não sou fraca! Apenas obedeci o
meu pai!
- Se obedecer significa nunca fazer o
que se quer fazer, prefirio mil vezes
desobedecer!
- Vamos controlar os ânimos! Disse
Albert…
- Não se meta nesse assunto Albert, isso
não tem nada a ver com você! Diz
Cláudia.
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- Tudo bem…
- Um dia, vocês vão saber que esse cara
aí, que é tão estimado por vocês, não
vale absolutamente nada! Eu
sinceramente espero que não seja tarde
demais!
- Tarde demais para que? Pergunta
Sebastian ironicamente.
- As vezes não adianta dizer, mas o
tempo vai mostrar quem você é!
- Eu sou o que vocês estão vendo! Um
amigo da família! Vocês me conhecem
desde sempre! Acha que eu faria alguma
coisa?!
Alexandre responde…
- Claro que não Sebastian, você é de
casa, conheço seu pai desde que éramos
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adolescentes…
Albert também se manifesta a favor do
amigo…
- Por favor Cláudia, Sebastian é um
excelente amigo na vida pessoal, e um
ótimo parceiro nos negócios!
- Pensem o que vocês quiserem?! Em
terra de cego quem tem um olho é rei!
Diz Cláudia;
- Sabe Cláudia, por que você não fica
quieta?! É melhor, ninguém aqui liga
para sua opinião! Diz Isabel sorrindo.
- Não diga isso Isabel! É óbvio que nos
ligamos para o que a sua irmã pensa e
diz! Defende Alexandre!
- Claro pai, o jantar é meu, mas você
não para se orbitar em torno da Cláudia!
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- Por favor filha, não fique com ciúmes!
Eu amo vocês três da mesma maneira!
- Não diga isso, porque é uma mentira!
- E lá vem a Isabel se fazendo de
vítima!!! Diz Cláudia!
- Eu não me faço de vítima, eu apenas
estou constatando! Você faz tudo o que
ele desaprova, mas mesmo assim
continua sendo a favorita!
- Para com esses seus dramas! Não me
culpe pelas suas frustrações! Por que
você não desiste de tudo isso, e vai
correndo atrás daquele seu motorista!
- Olha ela me provocando pai!
- Por favor Cláudia, deixe a sua irmã em
paz! E esqueça desse assunto!
- Não. Não vou esquecer! Porque todo
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mundo acha que essa família é perfeita!
E isso é uma mentira! Uma hipocrisia!
Essa família está desabando, e ninguém
faz nada! Essa família está convidando
um inimigo pra fazer parte da mesa, e
não percebe, porque ele se disfarça de
cordeiro, mas ele é um lobo! Então eu
não vou fazer coro para loucuras de
vocês! Se você quiser se casar Isabel,
então case! Mas quero que você saiba,
que você ainda vai ser uma mendiga,
que vive implorando por amor, mas que
nunca vai recebê-lo em abundância!
Você deu as costas para você mesma!
Não coloque a culpa em mim, não fui eu
quem te traiu, você fez isso consigo
mesma!
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Todos ficam calados!
Cláudia se levanta da mesa, e vai
embora, e Alexandre anuncia…
- Acho que não temos mais clima para
jantar!
- Concordo pai! Diz Albert.
- Então, acho que devo dizê-los, que
tenho uma reunião com alguns clientes, e
como aqui acabou mais cedo, acho que
devo ir andando.
Diz Sebastian…
- Reunião a essa hora? Questiona
Alexandre…
- Sim, devo adiantar algumas
negociações antes do casamento…
- Entendo, então vá. Diz Alexandre…
- Vou indo Isabel.
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- Tudo bem.
Quando Sebastian estava de saída, ouvi
Alexandre dizer:
- Que bom que você veio Albert,
precisamos falar sobre os desfalques,
cada vez o rombo fica maior.
- Eu sei pai, não entendo como está
acontecendo, o controle é tão rígido!
Quem está fazendo isso, com certeza é
de confiança!
- Eu sei! Temos que descobrir quem é!

Sebastian vai embora, e vai ao encontro


‘dos clientes’ dele.

Chegando em um bar, ele pergunta…


- Eu quero falar com o chefe?
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- Quem deseja?
- Diz que é um grande amigo;
O homem vai até o ‘chefe’, e volta…
- O chefe disse que você pode entrar.
- Onde ele está?!
- Nos fundos.
Sebastian vai até uma sala que tinha nos
fundos do bar. E chegando lá tem três
homens, dois capangas, e o ‘chefe’, e ele
começa a falar…
- Pensei que você não fosse mais
aparecer?! Onde está o meu dinheiro
Sebastian?!
- Eu já estou providenciando chefe!
- Acho bom! Porque a sua dívida é
grande! Ou será que você quer pagar
com a vida!
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- De nenhuma maneira ‘chefe’! Eu vou
pagar, só que está cada vez mais difícil
desfalcar, notaram o rombo.
-Isso não é problema meu!
- Eu sei disso! Mas eu vou me casar!
Vou conseguir muito dinheiro com esse
casamento!
- Assim espero, mas lembre-se: Eu não
sou um homem muito paciente.
- Eu sei disso!
- E pra quando é o casamento?!
- Muito em breve chefe!
- Quantas vezes eu tenho que te dizer
para você parar de me chamar de
‘chefe’, afinal há quanto tempo nos
conhecemos?
- Faz muito tempo!
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- Então por que você não me chama pelo
meu nome?!
- Eu sei Klaus, prometo que vou te
chamar pelo seu nome! Klaus é um nome
muito forte!
- Foi isso que o meu pai disse quando
colocou esse nome em mim!
- Mas mudando um pouco de assunto! Eu
quero saber se você pode me fazer um
favor?!
- Depende que tipo de favor você está
pedindo!
- Eu quero que você dê um jeito em uma
garota!
- O que? Matá-la?!
- Não sei, o que você quiser! Afinal não
é isso que você faz? Você sabe lidar
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com as garotas!
- Ela é bonita?
- Sim.
- E é arisca?
- Muito!
- Adoro, adoro domar uma garota
arisca! Traz ela aqui, e a gente vê o que
faz com ela!
- Tudo bem!
- E o seu cunhado?! Ele gostou de uma
das minhas garotas! Aquela que foi pra
sua despedida de solteiro!
- Se eu fosse você abriria o olho, o
Albert não é burro, daqui a pouco ele
saca que você não é apenas um cafetão!
Em um piscar de olhos ele descobre que
a sua garota é traficada.
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Capítulo seis
Pedido de ajuda

Novamente lá estava eu, enfurnada


naquele lugar, e como eu odiava aquele
quarto, o pior era a sensação de estar
presa sem ter feito absolutamente nada.
Eu olhava as paredes, e confesso que
quase enlouqueci lá dentro. As horas
não passavam, e eu acho que estava
começando a me apaixonar por ele,
Albert parecia confiável, mas ainda não
tinha certeza se deveria contar alguma
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coisa para ele. Eu sabia que só tinha um
tiro, uma oportunidade, e se eu falhasse,
pagaria as consequências. Eu só queria
sair de lá, e tirar o máximo de garotas
que ali se encontravam, eu não queria
bancar a heroína, e nem nada disso! Eu
só queria ajudar quem foi retirada de
casa com falsas promessas, e que agora
eram escravizadas sexualmente.
Contei para as garotas que Albert tinha
me chamado novamente, e eles me
pressionaram, me perguntaram por que
eu não disse nada pra ele, eu tentava
explicar, mas elas não entendiam…
- Aí a Flávia vai encontrar o cara, e olha
o que acontece? Não fala nada! Você
sabe que talvez nós não vamos ter outra
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oportunidade como essa!!! Me disse
Mônica transtornada.
- Mônica, era só a segunda vez que eu
me encontrava com ele, não sei se ele é
confiável! Você sabe o que pode
acontecer com a gente se o cara saber de
toda essa merda aqui?!
- Flávia, não acho que ele saiba que nós
somos traficadas! O cara acha que você
é só uma prostituta! Disse Ester;
- Não sei, como ele sabe o contato do
Klaus?! Ele é tão ingênuo assim?! Ele
pode muito bem estar fingindo!
- Não acho que isso seja possível! Diz
Eva. - Ele pareceu mesmo achar que
você é só mais uma putinha em um país
estrangeiro.
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- Não sei, antes de abrir a boca,
devemos ter muito cuidado! E vocês me
julgam, mas não estou vendo nenhuma de
vocês se mexendo para resolver essa
situação! E os clientes de vocês?!
- É fácil falar né Flávia, os caras que
eles arranjam pra gente, é um pior do
que o outro!!! Diz Sabine. - Olha a cara
da Angela, você acha que aquele roxo
ele fez por que quis?!
- Eu sei Angela! Só estou tentando me
defender! Vocês ficam me pressionando!
- Me desculpa Flávia! Mas quem aqui
tem a melhor chance?! O cara é podre de
rico deve ser influente, conhecer um
monte de gente, pode colocar essa
merda toda no ventilador! Me adverte
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Mônica.
- Eu sei disso! Por isso não vou perdê-
lo de vista! Se tiver um terceiro
encontro, eu juro que vou pedir ajuda!
Vou dizer a verdade!
- Isso aí! Esse cara tem que ajudar a
gente! Afirma Ester.
- Mas sabem o que a Flávia não
contou?! Que o cara chamou ela, e eles
devem ter transado a noite inteira! Diz
Eva.
- Não vou falar isso com vocês!
- Qual é o problema de falar Flávia?!
Olha a nossa vida, você não pode nos
entreter um pouco?! Pergunta Eva.
- Não é isso! É que eu tenho vergonha!
- A coisa deve ter sido tão boa, que ela
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nem quer contar pra gente! Afirma
Angela!
- Foi bom, eu não posso negar!
Todas riem….
- Então conta pra gente! O que
aconteceu?! Como ele fez?! Perguntou
Ester.
- Primeiro a gente conversou um pouco!
Depois eu pedi pra ele me ensinar
algumas coisas! Depois a gente transou!
Foi mágico, pena que depois daquilo eu
tive que voltar pra cá!
- É, a carruagem vira abóbora depois da
meia-noite! Diz Eva.
- Infelizmente… Mas eu tenho
esperança, nós vamos sair daqui!
- Sim, vamos sair daqui! Eu já não
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aguento mais esse lugar! Confessou
Ester.
Alguns dias passaram, eu não tive mais
notícia do Albert, e estava começando a
ficar desesperançosa, ele era a minha
única esperança. Klaus começou a
perceber que nós, as seis, estávamos nos
reunindo demais. Aquilo me deixava
preocupada, mas eu tentava disfarçar
sempre que podia, ele não poderia
desconfiar de nada.
Anos mais tarde, fui saber que Albert
ligava todas as noites para saber se eu
estava ‘disponível’, e Klaus sempre
dizia que aquela noite eu não podia,
porque estava com outro cliente, o que
não era verdade. Ele queria me afastar
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de Albert, pois ele poderia causar
problemas para o seu negócio.

Enquanto isso na vida de Albert…

Sebastian chamou Albert para ir até uma


festa, mas o CEO parecia estar
desanimado.
- O que está acontecendo Albert? Vai ter
uma mulherada top lá! Eu sei que eu não
posso, mas você é livre, desimpedido.
Aproveita essa vida de solteiro!
- Eu não estou com vontade de ir nesses
lugares, cansei disso!
- Eu sei o que está acontecendo! Desde
que você conheceu aquela prostituta,
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você está esquisito! Fica olhando pro
nada! Pensando não sei no que!
- Não é isso Sebastian, eu só quero ficar
no meu canto! Curtindo a minha solidão!
- Não minta pra mim! Por que você não
vê a garota de novo!
- Bem que eu queria! Mas tem alguma
coisa de estranho! Não sei, o cafetão
dela, ela mesma, parece que está
escondendo alguma coisa! É tudo muito
nebuloso, por isso resolvi deixar isso
pra lá!
- E faz muito bem! Essa coisa de
prostituição é muito barra pesada! É
melhor você não se meter nisso!
- Mas você não acha que tem alguma
coisa de errado?!
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- Não, é assim mesmo cara, quem paga
mais leva a prostituta pra casa!
- Não sei!
-Lá vem você, montando castelos de
areia! Não tem nada cara, relaxa!
- Mas me diz uma coisa, como você
descobriu esse tal de Klaus, você
conhece ele faz muito tempo?!
- Que isso Albert?! Eu tendo relações
com cafetões? Por favor né?! Um
conhecido me passou o cotado dele, eu
nem conheço esse cara!
- Não só te perguntei, porque foi você
que tinha o contado dele.
- Eu sei disso, mas agora porque eu sei
o número de um cafetão, eu estou
envolvido com ele?
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- Eu não disse isso! Eu sei que você
jamais estaria envolvido com esse tipo
de pessoa!
- Ainda bem que você sabe disso!
- Bom, vou acabar de fazer esse
relatório e vou pra casa!
- Então tá ok! Amanhã a gente se fala.
- Tá certo! Tchau, e lembre-se que o
grande dia está chegando, não faça
nenhuma besteira!
- Pode deixar, tenho que ter
responsabilidades de um futuro homem
casado!
- Isso mesmo!
- Tchau, e não vá embora muito tarde!
- Pode deixar….
Sebastian vai embora, e Albert fica
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sozinho. O que será que está
acontecendo?!
Por mais que Albert tente negar para si
mesmo! Não consegue tirar aquela
garota da cabeça! Tem algum mistério
que sonda a vida dela, e cada vez ele
está mais curioso! Fora que o jeito como
ela é, o encantava.
- O que está acontecendo comigo?! Se
pergunta Albert.
Tentou fugir, andava de um lado para
outro, resolveu ir embora. Ele já não
conseguia se concentrar, não fazia nada
direito, aquilo nunca tinha acontecido!
Albert era um CEO muito competente,
focado, e ao que tudo indica, nunca
havia se apaixonado por ninguém.
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Chegou em seu apartamento, tudo estava
impecável, a decoração cinza, dava um
ar diferente ao ambiente.
Se tinha alguma coisa que Albert
adorava, era sua organização, nenhum
talher fora do lugar. Mas faltava algo
naquele apartamento tão luxuoso,
amor…
Lustres, luxo, uma vista impecável da
cidade, um lugar muito agradável, porém
também era muito frio. A solidão, algo
que Albert estava muito acostumado, de
repente começou a incomodá-lo. Faltava
algo, algo faltava…
Ele ainda não sabia o que era…
Com um uísque na mão, ele caminhava
pelo seu apartamento…
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- E se ela estivesse aqui? Pensava ele…
- Talvez se sentasse naquela cadeira ou
talvez caminhasse, e iria ver a
paisagem… Será que criticaria alguma
coisa? Ou diria que o lugar é muito
agradável?! - Meu Deus! O que eu estou
pensando?! Tenho que me afastar dela,
estou perdendo o controle! Estou
perdendo o controle! Ela me seduziu…
Albert achava que Flávia estava jogando
com ele, que o seu jeito tímido, era
apenas algo para atraí-lo, e que ela fazia
isso com todos…
Parecia estranho, outro uísque pronto, -
Será que ela faz isso com todos? - Meus
Deus por que eu não consigo parar de
pensar nessa mulher?! - Que tormento -
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O amor é um furacão, não se pode evitá-
lo, ele acontece, quando passa, que se
pode dar conta do tamanho do estrago
deixado por ele.
Uma tormenta, uma tormenta, não se
pode fugir, muito menos se esconder….
- E quando ela morde os lábios – Que
boca! Que boca!
Albert recordava os beijos, que foram
de tirar o fôlego!
Algo dentro dele o movia, tinha que
ligar, tinha que ligar, mas não poderia,
não poderia…
- Só mais uma vez! Só mais uma vez! E
isso tudo acaba!
Albert começou a mentir para si mesmo,
“Só mais uma vez”.
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“Só mais uma vez” Será que isso era
possível?
Quando acabou de tomar o terceiro
uísque, Albert pegou o telefone e ligou
novamente, Klaus não acreditou que o
CEO estava ligando novamente…
- Olá senhor Albert, no que posso
ajudar?!
- Eu quero saber se a brasileira está
disponível hoje?!
- Senhor Albert, como o senhor é um
cliente especial, hoje vou te mandar uma
garota top, jovem, e muito mais bonita
do que a brasileira! Também vou fazer
um preço especial para o senhor.
- Eu pago o dobro pela brasileira…
- Infelizmente hoje, ela não está
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disponível, senhor…
- Eu pago o triplo…
Klaus não acredita no que escuta, o
triplo, era uma oferta quase irresistível,
mas ele se manteve firme…
- Infelizmente, hoje ela não pode…
- Eu não quero nenhuma outra garota, e
não gosto de ficar negociando pessoas,
mas como isso é um negócio, eu pago 5
vezes mais do que o outro cliente está
pagando…
Klaus não poderia recusar aquela oferta,
era as regras do jogo, em um programa,
uma garota ganhar tanto assim, isso era
praticamente impossível…
- Ok senhor Albert, vou mandar a
brasileira. Qual o endereço?
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- No meu apartamento.
- Ok, dentro de uma hora ela chegará
aí…
- Estou esperando….
Quando desligou o telefone Albert
comemorou, iria finalmente encontrá-la
novamente…
Mas Klaus tinha outros planos….
- Arrume a Mônica, hoje ela tem um
programa, mas peça para ela se arrumar
bem, o cliente vai pagar uma fortuna…
- Mas senhor, o cliente não pediu a
brasileira?!
- Ele é um homem poderoso, vou mandar
a Mônica, ela é mais bonita que a
Flávia, e com certeza vai agradá-lo
mais! Também não quero que a
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brasileira se envolva muito com os
clientes, não quero que isso vire um
romance, você sabe como que é quando
eles se apaixonam!
- É verdade!
- Então vai logo, arrume a Mônica, peça
para ela ficar bem sensual, que hoje ela
vai encontrar um CEO.
- Sim senhor.
Ivan chega até o quarto e pede para
Mônica se arrumar…
- Mônica, vai se arrumar, hoje você tem
um programa;
- E com quem que eu vou me encontrar?!
- Isso não deveria te interessar! Mas
saiba que não vai ser nenhum sacrifício,
vai ser com um homem bem rico, um
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CEO.
Quando escuta aquilo, Flávia fica um
pouco receosa, será que era Albert, ela
só saberia quando Mônica voltasse…
Mônica se arrumou, colocou um vestido
do tipo ‘matador’, e foi ao encontro só
seu cliente.
Albert estava ansioso, ajeitou seu
cabelo, passou perfume, parecia até
mesmo um adolescente.
Andava de um lado para o outro,
aguardava a chegada dela…
Mônica chegou ao prédio de Albert, e
ficou impressionada com a riqueza do
lugar….
Subiu até a cobertura, tocou a campainha
e aguardou…
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Albert foi até a porta, e estava até
nervoso, porém quando abriu, se
deparou com Mônica, que com certeza
era uma mulher muito atraente, porém
Albert não conseguiu disfarçar a
frustração…
- Quem é você?
- O Klaus me mandou.
- Mas eu pedi a brasileira….
- Ela não pôde vir, foi aí que ele me
mandou…
- Me desculpa, mas eu queria mesmo a
Flávia…
- Olha pra mim, eu não sou atraente?!
- Não, eu não disse isso! É que eu
realmente estava a esperando! Você é
muito bonita, mas eu estou pagando 5
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vezes mais, porque eu queria que fosse
ela.
Mônica não aguentou a rejeição, não
poderia entender, se achava mais bonita
do que Flávia, então por que aquele
homem não queria transar com ela?
Mônica ficou surpresa, não esperava
que Albert fosse tão bonito e educado, o
que fez ela ficar com mais raiva ainda.
Ela começou a tirar a roupa, e Albert a
perguntou:
- O que você está fazendo?
- Olha pra mim! O meu corpo é perfeito,
por que a gente não faz o que temos que
fazer?!
Albert viu Mônica nua, e disse…
- Você realmente é muito bonita, mas eu
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não estou no clima! Vou te pagar o que
combinamos, mas por favor se vista!
- Tudo bem.
Mônica se sentiu humilhada…
- E você conhece a Flávia? Pergunta
curioso Albert…
- Sim, eu conheço ela! Adora seduzir
homens como você, ela se faz de tímida,
e fisga os clientes mais inocentes!
Mônica demostrava o seu veneno…
- Eu não acho ela falsa! Defende
Albert…
- Deve ser porque você não a conhece!
- Eu já percebi que você não gosta muito
dela!
- Não é isso! É que eu só não consigo
entender como alguém como o senhor,
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viu alguma coisa de especial nela.
- As vezes as palavras não conseguem
explicar os sentimentos.
- Eu acho melhor eu ir embora.
Albert pega a carteira, e dá o valor
acordado para Mônica…
- Aqui está, mas diga para o seu chefe
não me enganar mais!
- Muito obrigado por me pagar! Mesmo
a gente não tendo feito nada!
- Não precisa agradecer! Afinal você
veio até aqui!
- Em vão!
- É, foi em vão.
Albert abre a porta para Mônica ir
embora.
O CEO fica decepcionado, até pensa em
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ligar para Klaus para reclamar, mas
depois desiste!
Bebi mais três uísques e cai na cama.
Mônica volta até o seu cativeiro. Klaus
quer saber como foi o programa.
- E aí ele te pagou?
- Aqui está o dinheiro!
Klaus pega o dinheiro e mostra para
Ivan…
- Aqui Ivan, eu te falei que ele ia gostar
da Mônica, pagou cinco vezes mais… O
que você fez para ele gostar tanto de
você?
- Eu não fiz nada!
- Como assim você não fez nada?!
- Você enganou ele, disse que iria
mandar a Flávia, e me mandou! Ele não
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gostou disso!
- Se ele não gostou, por que te pagou 5
vezes mais?! Se ele não tivesse gostado
não teria nem te pagado!
- Ele me pagou porque é educado!
Porque ele não fez absolutamente nada
comigo, ele queria a brasileira!
- Como assim ele não fez nada com
você?!
- Ele não fez nada, eu fiquei nua na
frente dele, e ele pediu para eu me vesti
novamente! Nem me tocou.
- Você deve ter feito alguma coisa de
errado!
- Eu não fiz nada! Quero dizer, ele não
fez nada!
- Não estou gostando disso!
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- Volta para o seu quarto, e se alguém
perguntar, diga que o serviço foi feito!
- Então eu vou contar uma mentira?!
- Eu mando em você! E se eu mandar
você mentir, você simplesmente menti!
Você está me entendendo?! Ou quer ficar
uma semana sem comer?!
- Não!
- Então faça o que eu mandar você fazer!
- Sim senhor!
- Agora vai! Ivan leva ela!
- Sim senhor.
Ivan leva Mônica até o quarto.
Todas estão ansiosas para saber o que
aconteceu.
Ivan diz para Mônica que é melhor ela
fazer o que Klaus mandou, pois senão
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sofreria as consequências.
A porta abre…
A primeira a aborda Mônica é Eva…
- E aí, era o mesmo cara?
- Que cara?
- O CEO da Flávia, era o mesmo?
- Eu não sabia que a Flávia tinha um
CEO.
- Fala logo Mônica, era o mesmo cara?
Insiste Eva.
E Mônica responde…
- Sim, era ele mesmo.
Eu juro que eu poderia ouvir qualquer
coisa, menos aquilo, senti meu coração
apertado na hora que ela confirmou.
Todas ficaram perplexas.
- Por que ele não chamou a Flávia?
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Perguntou Ester.
- Porque ele queria uma coisa diferente.
- Como assim ele queria uma coisa
diferente? Insistiu Ester.
- Ele queria variar, o cara é rico pra
caramba, você acha que ele ia se ligar
em uma garota só?
- Não sei, isso está muito esquisito! Diz
Eva.
- Esquisito por que Eva?!
- Porque o cara parecia interessado
nela, e de repente pede uma outra
garota?! Você pode muito bem estar
mentindo!
- Eu não estou mentindo Eva, se você
quiser eu posso dar detalhes!
Aí eu me pronunciei…
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- Não precisa de detalhes Mônica!
- Mas eu quero saber Flávia! Quero
saber se isso é mesmo verdade, ou essa
aí está mentindo!
- Eva, eu não sou mentirosa! Eu já disse
que eu fiz o serviço, e ele gostou tanto,
que me pagou 5 vezes mais!!!
- Que?!!!!!!! Exclama Sabine…
- Sim, isso que vocês estão ouvindo, ele
me pagou 5 vezes mais, eu queria
perguntar para Flávia, se ele já pagou
tanto assim pra ela?!
Eu abaixei a cabeça, e disse..
- Não.
- Ela não tem nem vergonha de mentir
tanto! Contestou Eva.
- Eu já disse que não estou mentindo!
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- Mas eu não acredito em você!
- Eva, se não quer acreditar em mim,
não acredite!
Confesso que fiquei decepcionada.
- É parece que foi melhor eu não ter
falado nada! Ele não era de confiança!
- Como você sabe Flávia?! Me
perguntou Eva.
- Você não ouviu o que ela disse?! Eu
ache, eu achei…
- Achou o que Flávia?! Que ele estava
gostando de você?! Cai na real, eu sou a
mais bonita daqui, e todo mundo sabe
disso!
- Nossa! A humildade passou longe! Diz
Ester!
- Quem é bonita não precisa ser
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humilde!
- Mônica, por que você não cala essa
sua boca?!
- Por que? Quem vai calar, você Eva?!
- Se você dúvida eu posso aí fazer você
calar essa boca!
- Então vem…
Sabine se pronuncia…
- Por favor, não vão brigar por causa
disso!
- Como assim não vão brigar?! Essa
idiota acabou com a nossa única chance
de sair daqui! Grita Eva.
- Agora a culpa é minha?! Eu só fui lá
pra fazer um programa! Eu não tenho
culpa se ele gostou de mim!
- Ele gostou de você Mônica?! Faça-me
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o favor!!! Diz novamente Eva!
- Claro, quando eu fiquei nua, ele ficou
paralisado!
- Ninguém quer saber disso Mônica!
- Eu pensei que vocês queriam detalhes!
- Não, ninguém aqui quer saber de nada
disso!
- O cara é um garanhão, agora eu
entendo porque a Flávia sempre voltava
com um sorriso no rosto!
- Para de provocar ela Mônica!
- Será que dava pra vocês pararem com
isso! Se não conseguimos desse jeito,
vamos arrumar outra maneira! Agora eu
vou no banheiro tomar banho! Vou
pensar um pouco, vamos encontrar outro
jeito de sair daqui!
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Sai dali, entrei no banheiro, liguei o
chuveiro, e chorei, não podia evitar, as
palavras de Mônica me feriram
profundamente. Não queria que ninguém
percebesse, mas estava desolada.
Do lado de fora, Eva dizia:
- Aposto que ela está chorando! Ligou o
chuveiro pra gente não perceber!
- Também acho! Disse Ester.
- Ela gostava dele! Deve ter sido
decepcionante! Falou Ester.
- Você não tem pena do que você falou
pra garota?! Perguntou Eva para
Mônica.
- O mundo é cruel…

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Capítulo sete
A descoberta do desfalque

Faltavam poucos dias para o casamento


de Isabel e Sebastian, a cerimônia
contaria com centenas de convidados,
dentre os mais ilustres, o matrimônio
seria um acontecimento.
Contudo pouquíssimas pessoas sabiam a
real situação da Família do noivo, eles
estavam falidos a um bom tempo, e
iriam achar nesse casamento a ‘salvação
da lavoura’.
Sebastian conseguia dissimular e
enganar a todos ao seu redor, era como
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um malabarista, mentia tanto, que
esqueceu que a verdade existia, e via
nessa sua pior inimiga. A única pedra de
tropeço nos planos de Sebastian era
justamente sua cunhada, Cláudia estava
a alguns passos de descobrir toda a
verdade, e que era ele que vinha
desfalcando a empresa, a última pessoa
que ninguém suspeitava.
Isabel era sua cúmplice, sabia que ele
estava falido e mesmo assim aceitou se
casar com ele, ele parecia ser o ‘marido
ideal’, com algumas falhas, porém que
não influenciava tanto no final das
contas, ela era igualmente da mesma
estirpe, se não fosse pior.
As vésperas do grande dia, Sebastian
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chegou normalmente ao trabalho, e logo
foi ao seu escritório para fazer uma
ligação importantíssima.
Discou o número, e esperou chamar…
- Alô;
- Quem é?
- Eu, Sebastian?
- Você está com o dinheiro?
- Ainda não, mas como você quer que eu
arranje o dinheiro?! O Albert tem que
estar distraído! Você não deixa mais ele
ver a garota!
- Não sei, mas a minha intuição diz que
isso vai dar merda. É melhor ela não
voltar a vê-lo.
- Você tem que abrir uma exceção, ele tá
louco pela garota, se você deixar ele ver
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ela, com certeza vai ficar distraído, e aí
que a gente entra!
- Não me parece uma boa ideia!
- Vai por mim. Só mais uma vez, e
depois você some com essa garota do
mapa. Tudo depende de você, se quer o
dinheiro, dá a garota pra ele.
- Você está me ameaçando Sebastian,
porque se eu não estiver enganado, é
você que me deve dinheiro!
- Claro que não Klaus, eu só estou
dizendo, que se você quiser o seu
dinheiro de volta, dá mais uma noite pra
ele!
- Tudo bem, eu vou pensar no assunto,
mas depois disso eu vou sumir com ela
daqui!
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- Tudo bem! Por mim, tanto faz o que
você fizer ou deixar de fazer com ela.
- E Me diz uma coisa, e aquela garota
que você disse que ia trazer pra mim?!
- Fica calmo, por enquanto ela só
suspeita de mim, não tem nada de
concreto, talvez eu não precise mais da
sua ajuda!
- Que pena! Eu precisava de mais uma
garota, mas tudo bem eu arranjo em
outro lugar.
- Vai por mim, eu estou te livrando de
uma dor de cabeça.
- Tudo bem, vamos manter o contato, e
não se esqueça de pagar o que você
deve, de um jeito ou de outro.
- Claro, eu não vou te decepcionar mais
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uma vez!
- Assim espero.
Sebastian desliga o telefone, e gira
sentado em sua cadeira, mastiga o
chiclete incessantemente, mexe no seu
cabelo, e revisa alguns papéis. Se
levanta e decide ir até o escritório do
contador, e chegando lá, o homem não
fica muito contente de ver Sebastian
novamente.
- O que você quer?
- Eu vim até aqui para saber como está
indo os nossos negócios.
- Já é a terceira vez nesse mês!
- Que fosse a décima! Você vai fazer o
que eu estou mandando você fazer ou
não!
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- O senhor Albert vai descobrir tudo,
você está retirando muito dinheiro!
- Eu sei, e juro que quando eu me casar
com a Isabel, vou devolver tudo.
- Eu trabalho nessa empresa há anos! O
senhor Alexandre que me contratou, e
olha pra mim, estou roubando da
empresa dele.
- Você não está roubando! Apenas está
remanejando verbas, pense assim, é
menos dolorido!
- Eles vão descobrir Sebastian.
- Pra você, é senhor Sebastian. E agora
preste bem atenção, ou você faz o que eu
estou mandando ou todo mundo aqui vai
saber que você desviou dinheiro dessa
empresa, você quer passar por isso?
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- Não, de nenhuma maneira!
- Então faça o que eu te pedir!
- Mas o chefe, hoje ele trabalha até
tarde, vai desconfiar se eu ficar aqui até
mais tarde, ele precisa ir embora mais
cedo hoje!
- Já estou providenciando isso! Faça a
sua parte, que eu faço a minha!
- E quanto você quer dessa vez?!
- Eu quero o dobro da vez anterior!
- Mas isso é muito dinheiro?!
- Faça o que deve ser feito.
- Tudo bem, e aonde vamos nos
encontrar?!
- No lugar de sempre, perto da ponte.
- Eu sou vou ir até a minha casa, hoje é
o aniversário da minha filha!
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- Dê a ela minhas felicidades!
Sebastian sai da sala, e deixa o contador
sem reação, ele está nitidamente
nervoso, porém tem que disfarçar, já que
hoje é aniversário de sua filha.
Enquanto o contador demostra um pouco
de remorso, Sebastian caminha com total
serenidade e calma. Parece que nasceu
para fazer aquilo, dissimular era um
dom em sua percepção.
Casa do Contador – 1998 – Aniversário
de 21 anos de sua filha…
Era tarde, Irina estava completando 21
anos de idade, e jamais esqueceria
aquela data em específico.
O contador Clóvis chegou e deu um
beijo nela, a festa ainda estava sendo
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preparada, e entre as várias amigas de
Irina estava Cláudia, elas se conheciam
há muito tempo, e eram inseparáveis.
Toda vez que Clóvis iria se encontrar
com Sebastian, ele ia até o seu quarto e
pegava um revólver que ficava dentro
do seu cofre, o genro de Alexandre era
frio e calculista, e Clóvis não confiava
nele, a qualquer momento Sebastian
poderia tentar alguma coisa.
Enquanto a aniversariante abria os
presentes, Cláudia levantou para ira até
a cozinha pegar um copo d’água. Só que
em cima do balcão ela viu a pasta de
Clóvis, que estava escrito, ‘Desfalque
Sebas’, aquilo chamou a atenção de
Cláudia, que não podia conter sua
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curiosidade.
O que significava ‘Desfalque Sebas’?
Aquilo estava matando Cláudia, ela
pensou em perguntar para Clóvis, mas
tinha medo, será que era ele que estava
desfalcando a empresa?! Não, não podia
ser, Clóvis era amigo de longa data de
seu pai, e seria incapaz de fazer uma
coisa dessas!
Mas era a chance de Cláudia descobrir a
verdade, só lhe restava se aprofundar
naquela única pista que apareceu.
Ali mesmo decidiu seguir Clóvis.
Clóvis deu um abraço apertado em Irina,
e também beijou sua mulher, se despediu
de Cláudia e das outras amigas da filha,
e depois saiu.
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Cláudia deu uma desculpa esfarrapada,
e resolveu ir atrás de Clóvis, porém o
contador estava entrando na empresa, o
que fez Cláudia se sentir uma idiota, que
estava vendo coisas que não existiam.
Mas sua intuição, a dizia: ‘Corre atrás
dele, corre atrás dele, não desista’.
Cláudia não poderia desistir, algo muito
forte a deixava determinada, e hoje ela
descobriria o que havia por trás de tudo
aquilo.
As horas passavam, e nada de Clóvis
sair, mas lá estava Cláudia, escondida
em seu carro, do outro lado da rua.

20h00min
Cláudia estranha, era 20h e Albert sai
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apressado do trabalho – Pra onde ele
está indo? - Se perguntou ela, e com
tanta pressa assim?
Era estranho, pois Albert era um dos
últimos a saírem, mas passou mais
alguns minutos e nada de Clóvis sair…
Cláudia continuou esperando, alguma
coisa estava errada ali, ela não sabia o
que, mas hoje iria descobrir…
22h20min
Sebastian sai da empresa, algo
realmente estranho, já que ele teria um
jantar em breve com a Família Hans, era
demasiado tarde.
22h45min
Clóvis sai da empresa.
Cláudia segue Clóvis, sem que ele
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perceba, ela acelera o carro, parece que
está com muita pressa. Não era para ele
está na festa de Irina?
A intuição de Cláudia estava certa…
Clóvis vira duas vezes a esquerda, e
chega a uma ponte, lá estava Sebastian
sentado em um dos bancos, não havia
ninguém naquele lugar, os dois se
aproximam e se cumprimentam, mas
Cláudia não consegue ouvir
absolutamente nada, ela precisa se
aproximar, ela se esconde atrás de uma
pilastra, e percebe que Clóvis está
retirando alguma coisa do porta-malas.
Era uma bolsa, ele a entrega para
Sebastian, que a abre e confere, Cláudia
vê dinheiro, e fica espantada.
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- Eu sabia! Era ele o tempo todo!
Quando ia tirando a máquina de
fotografar de sua bolsa, Cláudia percebe
que Sebastian está se movimentando se
uma maneira estranha, ele toca no
sobretudo de Clóvis, e pega a sua arma.
Sebastian diz para Clóvis?
- Por que você trouxe isso ao nosso
encontro?
- Foi por segurança Sebastian!
- Você não estava pensando em atirar em
mim, estava?!
- Claro que não Sebastian, eu não sou
um assassino! Eu só quero ir embora e
ver a minha filha!
- Sabe qual é o seu maior problema
Clóvis? Você é muito medíocre! Sempre
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se satisfaz com pouco! Sempre
esperando as migalhas caírem da mesa!
E sabe qual é o problema disso
Clóvis?!Pessoas como você são
simplesmente esquecidas pela história!
Você é uma pessoa que não veio pra
acrescentar nada! É só um velho
decrépito que já não serve pra mais
nada.
- Por que você está me dizendo isso
Sebastian, eu não fiz tudo o que você
mandou?!
- Sim, você fez. Mas também trouxe um
problema junto!
- Que problema!
- Eu não sei como você pode ser tão
burro!
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- Você está sendo seguido, e nem se deu
conta disso!
- Seguido, eu? Impossível!
- Você trouxe a vagabundinha até aqui!
Seu desgraçado!
- Que vagabunda Sebastian, de quem
você está falando?!
- A Cláudia te seguiu, e está vendo tudo
o que nós estamos fazendo aqui, agora!
Você o tamanho do problema que você
me arranjou?! Agora como eu vou
limpar essa merda toda?!
- Não sei, hoje eu vi a senhorita Cláudia
na minha casa, ajudando minha filha no
aniversário dela!
- Ela deve ter visto alguma coisa!
- Deve ter sido a pasta que eu uso para
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maquiar os desfalques! ‘Desfalque
Sebas’!
- Mas me diga uma coisa, quem é que
desvia dinheiro, e coloca uma pasta com
o nome ‘Desfalque Sebas’? Você
realmente é um ser com uma inteligência
abaixo do normal.
- Mas ninguém nunca viu essa pasta.
- Parece que agora alguém viu! Vou ter
que arranjar um problema por sua causa!
- Você já não me serve para nada! Inútil.
Cláudia de longe fotografa, Sebastian
com uma arma na mão, e Clóvis com as
mãos levantadas.
- Solta a bolsa Clóvis!
- Não, não vou solta! Eu quero ir
embora!
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- Solta a bolsa, que eu deixo você ir
embora!
- Não, primeiro me devolve o revólver!
Clóvis fica com a bolsa em uma das
mãos, e vai se aproximando da porte.
Sebastian fica apontando o revólver
para a cabeça de Clóvis, Cláudia está
vendo tudo e também registrando…
- Me dá a merda do dinheiro Clóvis!
- Não, me deixa ir embora, eu tenho
família Sebastian, eles dependem de
mim! Hoje é aniversário da minha filha!
- Me dá o dinheiro e eu deixo você ir
pra casa!
- Não você está mentindo.
Clóvis não se dá conta que está andando
de costas diretamente para a ponte. Uma
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queda, seria fatal.
- Clóvis, raciocina! Você quer que aqui
seja o fim da linha pra você?! Pensa
bem, você não quer ver seus netos?!
Você é um homem honrado!
- Eu era um homem honrado, hoje eu sou
um ladrão!
- Ladrão todos nós somos um pouco, a
diferença é o que você está roubando!
- Eu nunca me senti bem com isso!
- Eu sempre soube que você era um
fraco.
- Se ser fraco é ser honesto, então eu sou
fraco!
- O mundo Clóvis, é dos mais fortes!
Quem vai sobreviver hoje?! Eu ou
você?!
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- Você é um louco!
- Não sou louco! Eu sou um jogador, e
quem deverá ganhar o jogo hoje sou eu!
- Não!
- Game Over…
Sebastian se aproxima dele e dá um tiro
a queima-roupa na cabeça de Clóvis,
com a própria arma do contador, e acaba
caindo da ponte com a bolsa nas mãos.
Cláudia vê aquela cena toda, e fica em
estado de choque, ela para de fotografar,
e corre até o seu carro, ela abre a porta,
e quando coloca a mão na chave,
percebe que ela não está lá.
- Cadê a chave?! Cadê?
Cláudia fica desesperada, e procura a
chave no porta-luvas, até que Sebastian
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aparece do lado de fora da outra porta, e
ele está com a chave nas mãos!
- Procurando alguma coisa,
cunhadinha?!
Cláudia fica branca, pega sua bolsa no
desespero e começa a correr, pedi
ajuda, mas ali é um lugar deserto,
ninguém a escuta…
- Pra onde você pensa que vai Cláudia?!
- O que você fez?! Você matou o
Clóvis?!!!!
- Sim matei! Algum problema com
isso?!
Cláudia está visivelmente abalada pelo
que viu!
- O que você vai fazer comigo?!
- Cláudia, eu falei pra você não se meter
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no meu caminho, e agora o que eu faço
com você?! Quer nadar com o contador
Clóvis!
Cláudia anda desesperada, e Clóvis ri…
- Olha pra você, ainda não se
recuperou?! É só uma morte, não é pra
tanto!
- Era você o tempo todo, eu sempre
soube! Mas todo mundo vai saber quem
você é!
- Será que vão mesmo?!!! Acho difícil!
- Você é um doente, você não vai se
casar com a minha irmã!!!
- E o que faz você acreditar que ela não
sabia de nada?! Só por ela é sua irmã?
- Do que você está falando, seu
assassino?!
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- Que os iguais se reconfortam! E eu e a
sua irmã somos iguais! Tão parecidos!
- Minha irmão não é igual a você
- Tem razão, ela deve ser pior!
- Você vai pagar pelo que acabou de
fazer!
- Eu, vou pagar pelo que? Não fiz nada!
- Você se acha um Deus! Que vai ficar
impune, mas saiba que eu tirei fotos!
- Quais, aquelas que eu posso queimar
na hora que eu quiser?!
- Eu vi tudo! Você acha que o meu pai
não vai acreditar em mim?!
- É verdade! Ele pode até acreditar em
você, mas isso se você fosse ver ele de
novo! Uma coisa que não vai acontecer
nunca mais!
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Uma coisa eu te prometo, nunca mais
você vai ver o seu querido papai!
- Por que? Você vai me matar?
- Deveria! Você só me traz problemas!
- Então me mata que eu quero ver se
você tem coragem!
- Não me desafie Cláudia! Você não me
conhece!
- Não, aí que você se engana! Eu sempre
soube quem você era! Sempre, soube
que você não valia nada!
- Agora você quer ser a esperta?! Ok!
- O que você vai fazer comigo?!
- Bom, eu vou te levar pra um lugar!
Você fez eu perde o meu dinheiro todo,
vou ter que consegui-lo de outra
maneira!
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- Do que você está falando?!
- Bom, até descobrirem o corpo do
nosso amigo ali, vai demorar uns três
dias! Enquanto isso, eu vou ver o que
vou fazer com você, mas te garanto,
você ferrou com tudo! Não vai dar para
se despedir da família! Que pena!
- Eles vão descobrir tudo Sebastian, mas
cedo ou mais tarde!
- Eu vou te falar uma coisa Cláudia que
não insiram na sua escola, as maiores
verdades do mundo, nunca vem a tona.
Nesse momento Sebastian dá um golpe
na cabeça de Cláudia, que desmaia na
hora, e a coloca dentro do porta-malas
dele.
Ele coloca um pano na boca dela, além
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de prender suas mãos.
Sebastian assovia, e fecha o porta-
malas, depois friamente dirige até a
mansão ‘Hans’, e Cláudia está
desacordada no porta-malas.
Chegando lá, há uma pequena festa,
porém o barulho é ensurdecedor.
Ele coloca o carro na garagem, entra na
mansão e socializa como se nada tivesse
acontecido.
Sebastian chama Isabel em um canto…
- Vai pegar o carro da sua irmã nesse
endereço…
Sebastian dá um papel para Isabel.
- Mas por que pegar o carro dela?
- Faz o que eu estou te mandando, some
com o carro dela!
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- Mas por que?
- Você o amor do seu pai de volta?!
Isabel diz que sim com a cabeça.
- Então faça o que eu estou te pedindo.
Isabel sai rapidamente, Sebastian dá a
desculpa que ela foi buscar uma amiga.
Isabel acha o carro de Cláudia, e o
esconde em um estacionamento
clandestino, onde ela dá um nome falso.
Ela regressa até sua festa, e Sebastian
pergunta se ela conseguiu…
- Consegui, sumi com o carro do radar, o
que aconteceu com ela?!
- Ela viu demais, ela está desacordada
no porta-malas do meu carro dentro da
garagem do seu pai!
- Desacordada ou morta?!
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- Desacordada!
- E por que você foi trazer ela
justamente pra cá Sebastian?!
- Eu precisava de um álibi?!
- De um álibi?!
- Depois eu te explico, agora haja
naturalmente?!
- Eu tenho que ir lá ver ela,
desacordada! Eu tenho que ver isso!
- É perigoso Isabel!
- Que seja! Eu vou lá!
Isabel abre a garagem, e vai até o carro
de Sebastian, chegando lá, ela abre o
porta-malas lentamente, com
tranquilidade ela o fazia, e com um
imenso prazer, não tinha perigo, o
barulho da festa não permitia ninguém
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ouvir algum pedido de socorro.
Ela abre e vê a Cláudia amarrada e
amordaçada, sua cabeça sangrava,
enquanto a olhava, Isabel sorria, por
dentro e por fora.
Cláudia despertava lentamente e quando
viu o rosto de Isabel, pediu ajuda com
os olhos, depois tentava falar mas era
em vão, Isabel sorria e disse…
- Era assim que eu sempre quis te ver na
vida, sem voz, assim você não pode
chamar a atenção de todo mundo, não é?
Cláudia chorava de desespero, estava na
casa de seu pai, mas não poderia pedir
ajuda…
- Tenta gritar Cláudia, ninguém vai te
ouvir…
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Enquanto estava com o porta-malas
aberto, Alexandre chega pela frente e
pergunta o que Isabel estava fazendo ali.
Isabel fica apreensiva.
- Estava guardando um presente pai.
- E a sua amiga, cadê ela?
- Que amiga papai?
- Sebastian disse que você saiu porque
iria busca uma amiga para a festa!
- Ha… Sim, ela não pode vir…
Cláudia tentava se mexer dentro do
carro, pois tinha escutado a voz do seu
pai…
- Que barulho é esse Isabel?
- Que barulho pai?
- Que está vindo do porta-malas?!
- Não ouvi nada, o barulho é da música!
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- Não Isabel, o barulho está vindo do
porta-malas! Deixa eu ver o que tem aí
dentro?!
- Não tem nada!
Cláudia fazia ainda mais barulho, e
Alexandre desconfiava! Isabel estava
nitidamente nervosa, já que se ele visse
Cláudia ali, tudo estaria acabado…
- Abra o porta-malas Isabel!
- Não tem nada aqui!
Alexandre vai em direção ao porta-
malas, porém quando estava bem perto,
a porta da garagem se abre, e Sebastian
está com o microfone na mão, chamando
o sogro para fazer um discurso, ela até
pensa em ver o porta-malas, mas
desiste, não queria deixar os convidados
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esperando.
Quando chega ao palco, Alexandre diz:
- Onde está a minha a Cláudia, alguém
viu ela hoje?
Isabel respira aliviada...

Capítulo oito
Traficadas...
Para despistar Albert, Klaus liga para
ele e diz que finalmente Flávia está

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disponível. O CEO não acredita, e logo
marca um encontro com a brasileira,
há dias Albert não conseguia dormir,
precisava encontrá-la, e assim, de
repente surgiu a oportunidade perfeita,
o irmão de Cláudia nem desconfiou do
“cafetão” de Flávia.
Novamente, o CEO marcou um
encontro em seu apartamento, e as
20h00minh ele saiu da empresa.
Enquanto isso no cativeiro…
Flávia não tinha acordado bem naquele
dia, estava com náuseas, além do mau
humor, a brasileira já não estava
aguentando mais aquela situação, ela
estava extremamente estressada.
A noite, Ivan chegou até o quarto das
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‘ex-virgens’, elas haviam brigado
tanto, que nenhuma dirigia mais a
palavra.
(Naquele dia eu estava muito fora de
mim, só conseguia chorar e chorar
mais, estava sensível por algum motivo,
já fazia alguns meses que eu estava ali,
e já não aguentava mais. Na minha
cabeça não iria ficar tanto tempo em
cativeiro, e lógico que isso começou a
abalar o meu psicológico, vomitava e
sentia uma azia terrível.
Eu só tinha 18 anos, meu Deus… como
o tempo voa, eu me lembro que naquela
semana foi muito difícil, eu não estava
falando com a Mônica, por mais que eu
não tivesse absolutamente nada com o
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Albert, estava profundamente
decepcionada com ele, senti como se
fosse uma traição, longe da minha
casa, longe do meu país, eu não
conhecia ninguém ali, estava rodeada
de pessoas estranhas, e era a única
coisa que eu tinha. Estava desolada,
me imaginei mais de um milhão de
vezes sendo resgatada, voltando para
minha casa, andando livremente pelas
ruas, mas infelizmente a minha
esperança estava se esgotando, já
havia chegado ao meu Limite.
Ainda assim, naquele dia anoiteceu, me
lembro de Ivan ter entrado no nosso
quarto e mandado eu me arrumar, tinha
um programa aquela noite, eu ainda
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estava dando sorte, não tinha me
relacionado com mais ninguém além de
Albert, mas eu sabia que uma hora
teria que enfrentar tudo aquilo.
Sem a ajuda de ninguém fui até o
banheiro, me olhei no espelho e pensei:
- Hoje eu vou fugir! Não me importa
mais! Eu não aguento mais isso! Está
me matando! - Mesmo eu sabendo que
se eu não voltasse, as outras iriam
pagar as consequências, porém quando
alguém está desesperado, não olha
muito que irá acontecer depois de um
ato precipitado. Eu tinha uma vida e
tinha que vivê-la, até ali, eu ainda
achava que poderia superar o fato de
ter sido traficada, poderia esquecer,
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passar uma borracha, recomeçar, mas a
realidade te alcança, te derruba, te
tortura…
Andei pelo corredor da morte, estava
de saco cheio daquele lugar, queria ir
embora sem olhar pra trás, a essas
alturas tanto fazia o que acontecesse,
inconsequentemente eu achei que não
tinha mais nada a perder, e a vida
depois me mostrou que eu tinha muito o
que perder, e que isso me deixaria
dilacerada.
Era um jogo de perdas e ganhos,
ganhei um amor, e perdi dois…
Era um edifício muito alto, tipicamente
de Classe A, mas já não importava,
fiquei em dúvida, não sabia se fugia
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dali mesmo ou se faria o programa
para roubar o dinheiro para poder me
sustentar por uns dias.
Quando estava dentro do elevador,
lembre dos rostos de Mônica, Eva,
Sabine, Angela e Ester, e de tantas
outras, me sentia culpada, o remorso
me consumia, mas era eu ou elas.
Já não podia mais aguentar aquilo
calada…
Cada garota traficada tem uma história
de sonhos destroçados para contar a
alguém, e isso era o mais encantador
em cada uma delas, suas histórias eram
motivadoras, até chegarem ali.
Sabe aquele sonho que te vendem, -
Seja Feliz, é pra isso que a gente
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nasceu, para ser feliz! Foi para isso
que Deus fez o ser humano! -
Bom, descobri que isso tudo não
passava de palavras bonitas, eu nunca
tinha sido feliz na minha vida, ninguém
nunca tinha me dito ‘Ei, eu te amo’, ou
coisas desse tipo, eu só era uma garota
querendo um pouco dessa tal
felicidade, que até agora nunca havia
chegando, será que é tão difícil
entender que a vida é mais dura pra
uma garota solitária?!
Abriu a porta do elevador, ela corria
para a direita, parecia que eu estava
entrando em um cemitério, não queria
vender o meu corpo, um tapete
vermelho conduzia até a grande porta
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branca, onde meu ‘cliente’ estava me
aguardando, os lustres eram
hipnotizantes, e havia um quadro,
coincidentemente uma garota
chorando, quando o vi, fiquei ainda
mais triste, não queria fazer aquilo.
A menina do quadro chorava, mas o
mais engraçado era que ela ainda
transparecia algum tipo de alívio, me
lembrei da minha infância, e depois
recordei que eu era tão romântica,
acreditava em coisa como ‘O amor da
sua vida’, e que um dia ele chega para
todos, será?
Estava exatamente a um passo da
porta, e não toquei, simplesmente
entrei.
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Albert estava sentado no sofá da sala,
quando o vi, mesmo não querendo, meu
coração bateu mais forte, olhei pra ele,
e senti um imenso alívio, e também
algum tipo estranho de felicidade
momentânea, ela sorriu, e veio até
mim, me abraçou, ele parecia estar
muito nervoso, e eu não sabia o por
que.
Quando ele me abraçou, sentia que os
meus problemas no espaço daquele
abraço, desapareciam, me sentia
confortável, quando ele me tocava,
sentia um ‘Choque’, desculpa, mas eu
não posso descrever de outra maneira,
saía faísca, mas eu não podia esquecer
que estava chateada, afinal de contas
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ele tinha transado com a Mônica, e
isso me partiu no meio, mesmo que eu
disfarçasse.
- Meu Deus! Eu achei que não iria te
ver mais!
Eu tentei ser bem fria, mas não me
contive e perguntei:
- Por que?
- Simplesmente porque eu estava tão
ansioso para te ver, eu precisava te ver,
eu precisava falar com você, eu
precisava te tocar.
- Não sei por que toda essa ansiedade?
- Deve ser porque eu gosto de você!
- Gosta mesmo?
- Por que você está me perguntando
isso?
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- Porque você contratou outra garota
de transou com ela.
- O que? Isso não é verdade! Eu não
transei com mais ninguém depois de
você!
- Não minta pra mim Albert, a Mônica
me contou que vocês transaram sim!
- Não, isso é uma mentira, e se eu
tivesse feito isso, te contaria!
- Não sei, por que a Mônica mentiria
pra mim?!
- Não sei, mas ela chegou a vir aqui,
mas eu juro que não aconteceu
absolutamente nada!
- E por que eu deveria acreditar em
você?!
- Por que você deveria acreditar em
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mim?! Bom, hoje eu tinha um festa de
família para ir, mas quando eu soube
que poderia me encontrar com você,
deixei tudo pra trás.
- Que festa?
- A minha irmã mais velha, ela vai se
casar em breve, e hoje tinha tipo uma
cerimônia pré casamento só para os
amigos e familiares. E deixei tudo, só
pra falar com você! Inclusive eu tinha
que falar com a Cláudia, mas hoje eu
não vi ela!
- Quem é Cláudia?!
- Minha irmã mais nova, quando você
conhecer ela, vocês vão se tornar
grandes amigas, disso eu não tenho
dúvida!
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- E quem disse pra você que eu vou
conhecer sua irmã?!
- Eu supus que sim.
- Baseado em que?
E Albert diz a frase que caiu como um
raio diretamente no coração de
Flávia…
- Deve ser porque Eu te amo.
Flávia não acredita no que escuta…
- Você o que?
- Eu sei que isso é estranho, mas eu
nunca senti isso, e cheguei a essa
conclusão…
- De que?…
- Eu te amo, tá na cara, Eu te amo
muito, não tenho como esconder isso…
- Você tem noção do que você está
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dizendo?! Está dizendo para uma
prostituta que ama ela!
Flávia começa a chorar, e Albert se
aproxima dela, e toca em seu rosto…
- Eu amo você, eu amo você desde a
primeira vez que te vi, u também não
sei explicar isso! Mas não me importa
que você seja uma prostituta, porque
desde o momento que eu te vi, tudo o
que é meu é seu, e tudo que é seu é
meu.
Eu sou seu, minha alma, meu corpo e
o meu coração te pertencem, estou
completamente enfeitiçado, eu tentei,
eu tentei fugir, mas todos os caminhos
me levavam direto pra você. Me deixe

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tentar te fazer feliz, e por favor, não
me negue essa oportunidade.
Foram as palavras mais bonitas que eu
tinha escutado na minha vida, fico
arrepiada só de recordá-las, como
quando se escuta uma música que você
gosta muito, e que faz anos que você
não a escutava. Essa era a sensação,
eu nem sabia o que dizer pra ele!
Fiquei ali, paralisada, estava
dominada por aquele sentimento, e
fiquei surpresa quando escutei aquilo,
logo eu que há pouco dizia que
ninguém nunca havia me dito Eu te
Amo, escutei várias vezes em um curto
intervalo de tempo.
Ele me olhou profundamente, me
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entendia completamente, eu só queria
que ele me beijasse, e com lágrimas
correndo pelo meu rosto, ele me beijou
da maneira mais perfeita que eu
pudesse imaginar nos meus sonhos
mais impossíveis.
Foi um beijo longo, doce e
apaixonado…
Ele sorriu, e eu soube que poderia
confiar nele, na ocasião não repeti
para ele que eu também o amava, ainda
estava me acostumando com aquelas
expressões, que foram tão raras até
então no vocabulário da minha vida.
Era ele, ele que poderia me ajudar, e
não só a mim, mas todas que se
encontravam naquela situação.
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Me sentei e comecei a dizer, aquilo
parecia tão secreto, que eu tinha medo
de falar em voz alta.
Ele viu a minha expressão e me
perguntou:
- O que foi?
- Eu tenho uma coisa pra te falar!
- O que, eu fiz ou disse alguma coisa de
errado?
- Não, não é nada relacionado a você, é
outra coisa!
- Então me diga!
- Eu, Albert, não estou aqui porque eu
quero!
- Como assim? Você queria estar aqui
no meu apartamento?!
- Não, eu estou falando que eu não vim
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até a Alemanha porque eu queria!
- Então veio por que?
- Eu fui obrigada a vir aqui!
- Obrigada?!
- Sim obrigada, sabe no Brasil eu não
era prostituta.
- Eu sabia disso, você não me disse que
era virgem?
- Exatamente isso, eu só estou aqui
porque eu era virgem.
- E que isso significa?!
- Virgens valem três vezes mais…
- Do que você está falando?
- Antes de te contar, eu tenho que voltar
um pouco a história.
- Tudo bem. Siga!
- Eu estava no Brasil, eu era pobre e
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não tinha nenhuma oportunidade a
vista, até que eu conheci uma pessoa.
- Quem?
- O nome dela era Cristina, ela parecia
um anjo, sempre disponível, sempre me
agradando, e eu estava tão suscetível
naquela época!
- O que ela fez com você?!
- Primeiro ela me ofereceu um emprego
com um salário exorbitante, era tanto,
que parecia irrecusável, eu não poderia
virar as costas pra aquela proposta.
- E então?
- Cristina me adiantou uma parte do
salário, e aí não tinha mais volta, eu
não podia mais recusar o trabalho.
Depois de um tempo, finalmente ela
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marcou a data da viajem, e tudo
parecia um sonho, iriam ter uma vida
em um outro lugar, mas eu não tinha a
menor ideia no que estava me metendo.
- O que aconteceu depois disso?
- Nós viajamos, e aí cheguei aqui na
Alemanha, logo Cristina me mostrou
sua verdadeira face, e descobri no que
eu iria trabalhar!
- Espera aí, você está querendo me
dizer que você foi…
- Sim, eu fui traficada, vivo em
cativeiro, e não só eu, dezenas de
garotas também estão. Elas são
mantidas como escravas sexuais,
vendem seu corpo, e não ficam com
absolutamente nada! Chegam aqui com
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promessas de uma vida nova, um sonho,
e acabam se tornando prostitutas de
homens ricos.
A Cristina foi a minha atravessadora,
Klaus o responsável pelo nosso grupo,
eu vivo em um quarto com outras 5
garotas!
Albert fica atordoado com as
revelações de Flávia.
- Mas por que você não me disse isso
desde a primeira vez?!
- Eu não podia, ele nos ameaça, diz que
se a gente abrir a boca, as outras vão
pagar! Nós ficamos totalmente
acuadas!
- Isso é muito grave Flávia!
- Eu sei disso! Você não tem ideia em
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que condições nós vivemos!
- Isso não pode continuar assim! Bem
que eu nunca confiei naquele homem!
- E como você conheceu ele?!
- E não o conhecia, quem me passou o
contato dele foi o Sebastian.
- Se ele souber que eu te contei tudo, eu
sou uma garota morta!
- Você não vai voltar pra lá Flávia, eu
vou te ajudar, a gente vai dar um jeito
de tirar aquelas garotas de lá!!!
- Você jura?!!
- O poder tem que servir pra alguma
coisa Flávia?!
- E o que a gente vai fazer?!
- Vamos pra impressa pra expor toda
essa sujeira! Depois vamos colocar
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todas essas pessoas atrás das grades!
- Você jura Albert?!!!
- Claro Flávia, o que você esperava,
que iria me contar tudo isso e eu iria
ficar quieto?!!!
- Não, eu sabia que você iria me
ajudar!!!
- Primeiro vamos até a casa do meu
pai! Ele é um homem influente, vai
saber o que fazer!
- Sim!
- Depois vamos salvar as outras! Mas
antes de tudo me diz o endereço do
lugar onde vocês estão sendo mantidas
me cativeiro!
- O endereço eu não sei ao certo, eles
tentam manter isso em silêncio! Mas eu
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sei que o nome do bar é ‘JF’.
Albert abre sua agenda e anota esses
nomes, Klaus, Cristina, bar Jf, e tráfico
de mulheres.
Ele pega a chave do carro e sai do
apartamento.
- Nós não podemos sair pela frente, o
motorista vai ver a gente.
Alerta Flávia.
- Não, tem uma saída por trás.
Ninguém vai ver a gente!
- Tudo bem!
Os dois descem até o subterrâneo, onde
fica a garagem.
Albert abre a porta do carro, e Flávia
também entra, os dois seguem até a
saída traseira do prédio.
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No carro, Albert acelera, está
visivelmente desnorteado, não
consegue acreditar em tudo o que está
acontecendo.
Ele coloca a mão sobre a mão esquerda
de Flávia e tenta tranquilizá-la:
- Vai dar tudo certo no final, você vai
ver!
- Eu sei Albert!
- Eu te amo!
Albert dá um selinho na boca de
Flávia, para acalmá-la e demostrar
apoio!
- Você não vai voltar pra aquele lugar
horrível! Eu te prometo!
- Jura pra mim!
- Eu juro Flávia, pra aquele lugar você
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não volta!
- Tudo bem, eu acredito em você!
Chegando perto da mansão de
Alexandre, Albert vê que a festa ainda
está rolando, mesmo que ele não de
importe nem um pouco com aquilo.
Ele estaciona o carro de qualquer
maneira, está com pressa para alar
com o pai.
Sai do carro e pega na mão de Flávia, e
eles entram na festa, os convidados
cumprimentam Albert, que nem se dá
conta disso, já que seu único objetivo
era falar com Alexandre.
Entrando na casa, Albert vai
diretamente ao escritório do pai, que
está sentado e pensativo, querendo
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saber onde Cláudia está.
Albert entra com Flávia e diz:
- Pai, precisamos conversar
urgentemente!!
Alexandre percebe que o filho está
muito abalado e também inquieto, e
estranha a reação dele. O que também
se dá conta é que o filho chegou com
uma garota de programa, o que não o
agrada nem um pouco!
- O está acontecendo Albert?
- Eu preciso da sua ajuda!
- Por que você está tão descomposto?
- Pai eu preciso que você faça…
- Antes de tudo, peça para a moça aí
esperar lá fora, se é uma conversa
importante, vamos conversar a sós.
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Albert pede para Flávia sair…
- Flávia, por favor, me espera lá fora,
eu juro que já te encontro!
- Tudo bem, eu te espero lá fora!
Flávia sai do escritório, e espera na
sala da mansão de Alexandre.
Sebastian percebe que Flávia está na
casa de seu sogro, e concluí que ela
tenha aberto a boca. Ele fica
preocupado, mas depois se acalma,
pois sabe que ela não sabe que ele e
Klaus são cúmplices.
Ele sobe as escadas e vai até o quero
de Isabel, pega o telefone e disca um
número.
- Alô.
- Quem é?!
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- É o Sebastian, quem mais seria!
- O que você quer agora?!
- Estou te ligando para te fazer um
grande favor; a sua garota, ela abriu o
bico! Está aqui na casa do meu sogro,
já deve ter contado tudo, com detalhes,
para o Albert, por isso se apressa, não
vai demorar muito pra polícia bater aí
no seu barzinho!
- Desgraçada! Eu sabia que ela iria
abrir a boca! Era tão óbvio! Vou ter
que tirar todo mundo daqui! Filha da
puta! Essa ela vai me pagar muito
caro!
- Isso mesmo, se eu fosse você,
começava a deslocar as mercadorias
agora mesmo!
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- Eu quero ela, Sebastian, fica de olho
e me diz tudo! Você acha que o seu
sogro vai fazer alguma coisa?!
- Acho que não, Alexandre é muito
egoísta para se preocupar com os
problemas de uma putinha! Mas te
mantenho informado de tudo o que
acontecer!
- Tudo bem!

No Escritório de Alexandre…

- Pai, eu ainda não sei como eu


consegui dirigir até aqui!
- O que foi que aconteceu de tão grave
assim?!
- Aquela moça que veio comigo, ela
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precisa de ajuda!!!
- Que tipo de ajuda! É dinheiro?! Não
sabia Albert, que você se envolvia com
garotas desse meio!
- Não é a hora de discutir sobre isso!
- Tudo bem, mas me diga o que te traz
até aqui?!
- Essa garota pai, essa garota não é
garota de programa!
- Claro que é, isso se percebe a
quilômetros de distância!
- Não pai, ela nem está aqui porque
quer!
- Então o que aconteceu?! Você está
começando a me deixar preocupado!
- Ela foi traficada pai! Ela saiu do país
dela pra ser prostituída aqui!
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- Nossa! Realmente é um fato
lamentável! Diz Alexandre friamente!
- Como assim lamentável?! Isso é um
crime, a gente tem que chamar a
polícia, colocar na imprensa! Procurar
os culpados, e libertar as vítimas!
- Calma Albert, você está querendo
apagar um incêndio, mas não tem água
para apagar uma fogueira! Você nem
sabe se isso é realmente verdade!
- E por que ela mentiria?!
- Não sei filho, ela é uma mulher da
vida, quem sabe não está apenas
jogando pra obter mais dinheiro?!
- E de que maneira ela ganharia
dinheiro com isso pai?!! Isso é um
absurdo!
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- Não, não é! Talvez ela esteja apenas
brincando com você!
- Pai, eu disse pra você que aquela
garota lá fora foi traficada, e você em
vez de estar telefonando pra polícia, só
sabe falar o meu nome, e o que
supostamente ela faria comigo!!! Você
tem noção da gravidade desse assunto!
- Eu sei Albert, mas você tem que
entender que isso não é problema
nosso!
Albert fica espantado com o egoísmo
do pai…
- Como assim, isso não é problema
nosso?!!!
- Isso não é relevante para nós, nossa
obrigação é cuidar da nossa família, e
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fazer a nossa parte, só isso! Os
problemas do mundo não nos interessa!
Se ela foi traficada, eu sinto muito, mas
eu não vou mover uma palha pra me
meter nesse assunto!
Albert fica indignado…
- O que?! Você é muito egoísta! Se da
porta pra dentro estiver tudo bem, que
se dane que tiver lá fora, não é?!! E se
fosse com você pai, se coloque no
lugar, se fosse a sua filha que fosse
traficada, você se importaria?!!!
- Não me diga isso Albert! Isso nunca
aconteceria!
- E por que não?!
- Porque nós somos ricos, estamos
acima disso! Fala aos gritos Alexandre!
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- Não é porque somos ricos, que
estamos acima do bem e do mal! Não
temos o peito de aço, e nem viveremos
mais do que os outros! Você me dá
vergonha! Mas tudo bem, se você não
me ajudar, eu faço isso sozinho!
- Albert, não se meta nisso! Isso é um
vespeiro! Não vale a pena!
- Sim, ela vale muito a pena!
- Você está cego, foi gostar logo de
uma prostituta Albert!
- Eu gosto de quem eu quiser pai, e nem
você e nem ninguém vai me parar! Por
ela, eu vou até o fim do mundo!
- Faça o que você quiser Albert! Mas
antes de fazer o que está pretendendo,
me diga onde está a sua irmã?!
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- Eu não vi a Cláudia hoje!
Albert sai do escritório do pai
decepcionado.
Flávia o vê saindo, e vai abordá-lo!
- E aí? Ele vai te ajudar?!
- Flávia, eu tenho que ligar pra
polícia!
Albert vai até o telefone, e liga para a
polícia, diz o que aconteceu, e fala o
endereço do local onde as garotas
estão sendo mantidas em cativeiro, o
policial diz que já está encaminhando
viaturas até o local.
Sebastian vê aquilo tudo e sussurra…
- Que comecem os jogos…
Albert diz para Flávia que ela não
precisa ir até o local, mas ela insiste…
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- Eu quero estar lá pra ajudar as
meninas!
- Tudo bem, vamos até lá!
Os dois entraram no carro, e seguiram
até o tal bar ‘JF’.
Se aproximando local, os dois
visualizam várias viaturas, e lá estava
o bar, e ao lado o cativeiro…
O delegado se aproxima do carro de
Albert…
- O senhor é Albert Hans? O cara que
fez a denúncia?!!
- Sim sou eu mesmo! Acharam as
garotas?!!!
- Deve ter havido algum engano, e nós
pedimos para que isso não aconteça
mais!
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- Que engano? O que aconteceu?!!!
- Acontece que isso aqui é só um bar, e
não tem nenhum cativeiro do lado,
ninguém habita aquele lugar! Também
não achamos ninguém chamado Klaus
e Ivan, e ninguém na região sabe de
algum movimento suspeito, ou ponto de
prostituição de estrangeiras por aqui!
- Como assim?!
- Aqui está tudo limpo! Tem certeza que
a sua amiguinha aí não viu coisas de
mais?!
Flávia fala espantada, pois até poucas
horas atrás, tudo estava ali! O bar com
as traficadas, e o cativeiro do lado! O
que tinha acontecido?!!
- Não delegado! Era aqui! Era aqui,
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que tudo acontecia! Estava tudo aqui!!!
O delegado ri e fala…
- Querida, então onde está todo
mundo?! Saíram voando, desaparecera
do mapa? Assim, se mais nem menos,
sem deixar vestígios?
- Eles estavam aqui até pouco tempo!
- AÍ, acho melhor o senhor não
acreditar em tudo que escuta por aí,
principalmente sobre um assunto tão
sério como o tráfico de pessoas! Diz o
delegado para Albert.
Albert olha para Flávia, que parece
não entender o que está acontecendo!
Ele dá a volta, e ela fica desolada, eles
conversam dentro do carro.
- Você deve estar achando que eu sou
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uma mentirosa!!!
- Não, eu acredito em você! Eles devem
ter saído as pressas, por isso a polícia
não acharam eles!
Flávia começa a chorar desesperada!
- Eu não sei o que está acontecendo!
Eu pensei que esse pesadelo tinha
acabado! Mas olha só, eles fugiram…
- Não tem problema Flávia, você está
salva! E vamos dar um jeito de ajudar
as outras! Vamos colocá-lo na prisão, e
eles vão pagar!
- Você me promete?!
- Sim, e eu tenho um outro plano!
Vamos chamar a atenção da mídia,
vamos pra casa de um amigo meu
jornalista! Lá você conta tudo que
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sabe, e ele com certeza vai nos ajudar!
Benjamin é um grande amigo!
- Ele pode ajudar a gente?
- Sim, com certeza ele vai ajudar!
- Tudo bem.
Albert vai até a casa de seu amigo
jornalista Benjamim. E chegando lá…
- Oi Benjamim, há quanto tempo eu não
te vejo?!
- Que surpresa, você por aqui!
Benjamim olha diretamente para
Flávia.
- Posso entra?!
- Claro Albert, somos ou não
amigos?!!!
- Sim, claro eu somos, e é por isso que
eu estou aqui!
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- Entra!
- Obrigado!
Flávia e Albert entram na casa de
Benjamim.
- Essa é a Flávia Benjamim, ela é
brasileira.
- Muito prazer Flávia!
- O prazer é meu!
- Nós estamos aqui para fazer uma
denúncia, aí você publica onde puder!
- E que tipo de denúncia! É uma coisa
muito grande?!
- Garotas que foram traficadas!
- Meu Deus! Isso é muito grande!
- Eu sei disso!
- A Flávia, é uma das vítimas do tráfico
humano!
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- Eu sinto muito Flávia, isso realmente
é muito triste e, infelizmente, comum!
Mas vamos trabalhar em cima disso!
- Você acha que pode expor isso?!
- Claro que posso!!! Eu pesquisei por
muitos anos o tráfico de mulheres!
Conheço o assunto, tudo o que eu
queria era chamar atenção pra isso, e
você me deu um caso, ou não?!!
- Sim, Flávia disse que tem centenas de
garotas, talvez milhares, isso é sistema
podre!
- Sim isso é um sistema, organizações,
empresários, até a própria mídia,
nunca se sabe quem está comprado, o
tráfico humano tem muito dinheiro!
- Eu sei que é um sistema corrupto!
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- Você nem imagina o quanto!
- Acho melhor, nós conversamos
amanhã! A Flávia está muito cansada,
ela conta tudo! Você concorda Flávia?
- Sim, amanhã!
- Acho melhor a gente ir indo… Diz
Albert..
- De nenhuma maneira Albert, dormi
aqui na minha casa, no quarto de
hóspedes!
- Eu não quero incomodar!
- Não é incômodo nenhum! Aí amanhã é
só pegar as informações e soltá-las.
- Você tem razão! Até porque nós não
podemos pro meu apartamento!
- Então, fique aqui!
- Tudo bem!
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Benjamim leva Albert e Flávia até o
quarto, e na porta o CEO diz:
- Ainda bem que ela está salva!
- É, ainda bem.
Albert fecha a porta, e pergunta se
Flávia está bem…
- Está tudo bem?
- Sim, eu acho que sim! Mas eu estou
um pouco preocupada com as garotas!
- Calma, vamos dar um jeito nisso!
Todo mundo vai acabar bem!
- Se você diz, eu acredito em você!
- No final tudo vai dar certo!
- Sim, no final tudo vai dar certo!
Albert tira os sapatos de Flávia, e a
deita na cama, em seguida ele também
dormi.
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Os dois são despertados pelas batidas
na porta de Benjamim…
Albert abre a porta…
- O que houve Benjamim?
- Seu pai está no telefone, diz que é
uma coisa importante.
Albert vai até o telefone, para saber o
que o pai quer…
- O que foi pai?
- Você tem que vir até a empresa?!
- Hoje eu não posso, tenho que resolver
uma coisa importante!
- Nada é mais importante do que isso!
- Diz logo o que aconteceu pai!
- Um ciclista passava por uma porte,
aquela que fica perto da empresa, ele
viu um corpo, era o contador, o Clóvis
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está morto, e ainda por cima, acharam
uma mala de dinheiro junto com ele.
- O Clóvis está morto?!!! Como assim?
- Morto! Uns dizem que foi suicídio,
outros que ele foi assassinado! Mas
ainda não se sabe ao certo! A filha dele
está desesperada! Você tem que vir pra
cá!
- Tudo bem, já estou indo!
Albert conta o que acontecei para
Benjamim e Flávia, e diz que tem que ir
até a empresa, é um assunto sério.
- Vamos Flávia, você vai comigo!
- Tudo bem!
- Mas Albert, ela tem que me contar o
que aconteceu, não é melhor você
deixá-la aqui? E depois que resolver
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aqueles problemas você vem até aqui
buscá-la.
Albert fica na dúvida, mas Flávia o
convence…
- Isso Albert, eu fico aqui, você vai lá,
vê o que está acontecendo e depois
volta. Eu te espero!
- Você tem certeza Flávia!
- Absoluta! Você já fez tanto por mim!
- Tudo bem, mas eu vou voltar o mais
rápido possível!
- Tudo bem, eu vou te esperar!
Albert pega suas coisas, e vai até a
porta, era impressionante a sequência
de coisas inacreditáveis que estavam
acontecendo, mal sabia ele que tudo
estava interligado!
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Na porta, Albert dá um beijo em Flávia,
e eles se despedem…
- Fica bem por favor, e não esquece que
Eu te amo…
- Tudo bem, vai tudo dar certo!
- Lembre-se, eu vou até o fim do
mundo pra te encontrar!
- Eu sei disso!
Os dois se beijam, e Benjamim vê tudo.
Antes de sair, Albert fala para seu
amigo…
- Cuida bem dela!
- Pode deixar! Eu vou cuidar bem
dela!
Albert olha pela última vez para
Flávia, e vai embora.

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Na mesma hora, Flávia se senta no
sofá, e Benjamim fala com ela:
- Vamos começar?
- Tudo bem!
- Você pode começar a contar a
história! Me diga detalhes, nomes,
lugares, coisas importantes, pra que
assim nós tenhamos uma matéria de
capa! Me ajude a te ajudar!
- Tudo bem…
Flávia começa a contar tudo para
Benjamim, de repente o telefone toca, e
ele vai atender…
Ele sussurra:
- Ela sabe demais…
- Quem é? Pergunta Flávia.
- Minha irmã, ela vai fazer uma prova,
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e está insegura, mas eu já disse que ela
sabe demais, não precisa ficar com
medo!
- Entendi!
Benjamim desliga o telefone, e
pergunta para Flávia:
- Como você vai fazer pra todo mundo
acreditar nessa história?
- Eu não sei, só estou dizendo a
verdade!
- As vezes a verdade não é o suficiente!
- Do que você está falando?!
- Já viu um castelo?
- Um castelo de verdade não!
- Não se constrói um castelo de cima
para baixo!
Primeira tem a base, e depois se faz o
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topo, e assim funciona, se todas as
partes do sistema do Castelo fizerem o
seu trabalho, o Castelo inteiro
funciona perfeitamente!
- Eu não sei por que você está me
dizendo isso!
- É que as vezes, as pessoas acham que
os Castelos são feitos de areia, porém
não sabem que eles são mais sólidos do
que suas próprias vidas!
- Você dá voltas demais!
- Não Flávia, o mundo é um oito, uma
hora em cima, a outra em baixo, e
assim ele funciona!
Assim o planeta Terra continua
girando.
Não se coloca a mão no vespeiro, e se
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sai sem nenhuma picada.
Flávia não entendi nada.
Benjamim se levanta e diz que vai até o
banheiro.
- Se alguém bater na porta você atende,
é a minha irmã, ela vai passar aqui pra
pegar algumas dicas comigo, ela está
muito nervosa pra prova!
- Tudo bem!
A campainha toca…
- Acho que a sua irmã!
- Pode abrir por favor.
Flávia abre a porta…

- Oi brasileira… Diz Klaus…

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Capítulo nove
A Ameaça

Enquanto tudo se encaminhava, lá


estava Cláudia, despertando
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lentamente, o despertar era o mais
difícil…
Ela já não estava mais no porta-malas
do carro de Sebastian, estava sentada
em uma pequena sala, que tinha uma
luminária bem fraca, e que ficava se
mexendo para lá e pra cá.
Cláudia estava desnorteada e sentia
muita dor de cabeça, por causa dos
golpes que Sebastian tinha dado nela.
Com as mãos amarradas e a boca
amordaçada, Cláudia se contorcia pra
ver se tinha algum jeito de sair dali,
mas não podia gritar, e estava fraca
para conseguir tirar as amarras.
O desespero começou a tomar conta
dela, começou a chorar, e ninguém,
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ninguém poderia ouvir seus anseios
por ajuda.
Até que a porta finalmente se abre, e
ela avista um homem que nunca tinha
visto na vida. Era Klaus, a primeira vez
que tinha visto aquele rosto, um
semblante aterrorizante, e uma imensa
cicatriz que percorria todo o lado
direito da sua face. Uma tatuagem no
braço esquerdo, era alto, e sua
presença impunha medo.
- Oi mocinha, dormiu bem?
Cláudia não diz nada…
- Quer que eu tire a sua mordaça, vou
fazer isso, e não pense em gritar,
porque ninguém vai te ouvir.
Klaus vai até Cláudia e tira sua
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mordaça…
- Pronto, assim é bem melhor, eu sabia
que você seria uma boa garota…
Cláudia olha pra ele e diz:
- Eu não vou gritar, não tenho força
pra isso! Eu só quero saber por que eu
estou aqui!!!
- Você está aqui porque quis bancar a
detetive, e descobriu coisas demais, e
quem sabe muito, sempre tem que ter a
boca calada, de um jeito ou de outro!
- O que foi? Você é o cúmplice do
Sebastian?!!
- Temos negócios juntos.
- Que tipo de negócios?
- Importações e exportações.
- E o que vocês importam e exportam?
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- Você logo vai saber!
- É você quem vai me matar.
- Talvez.
- Eu não sabia que o Sebastian era um
bandido tão barra pesada, pensei que
ele fosse só mais um parasita!
- Ele realmente tem muito talento pra o
mundo do crime; mas você não deveria
ter bancado a heroína que quer
desmascarar tudo e todos, o mundo é
assim, um derrubando os outros, e todo
mundo querendo o mesmo, poder. Seu
pai é um homem importante, logo você
também é, pagaria uma boa quantia
pra te ter de volta.
- Então é isso? Eu fui sequestrada,
você vai pedir o resgate?!
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- Calma, que eu não disse isso!
- Mas insinuou que isso aqui é um
sequestro!
- Não, eu só pensei alto; mas você não
é de e jogar fora, é bem bonita, iriam
chover cliente pra você…
Klaus chega perto de Cláudia, e
começa a passar a mão nos cabelos
dela…
- E ainda é bem tratada, sempre foi
rica, não é? Dá pra notar, nunca
passou por nenhuma necessidade nessa
vida, nunca soube o que significada a
palavra não. A princesa pedia, e papai
sempre dava, sempre foi assim, não é?
- Aonde você quer chegar com essa
conversa?
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- A lugar nenhum, mas as vezes assim é
a vida, estamos lá em cima, e de
repente caímos de uma só vez.
De repente Ivan bate na porta, e diz
para Klaus:
- Ele chegou.
- Então deixe ele entrar….
Sebastian entra na sala:
- Então esse aqui é o seu novo
esconderijo?!!
- Você não ideia como foi difícil tirar
tudo de lá tão rápido, ainda bem que a
equipe é grande.
Cláudia confronta Sebastian:
- Pra que você me trouxe aqui?!
- Você tem sorte de ainda está viva.
- Então por que você não me mata
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logo?!
- Vontade é o que não me falta.
Klaus acalma os ânimos…
- Calma, temos que seguir os planos
Sebastian, tudo deve ser feito com
paciência, a pressa é inimiga da
perfeição.
- Você tem razão! Só que as vezes eu
perco o controle, por causa dessa
vagabunda eu perdi uma mala de
dinheiro.
- Calma Sebastian, vão-se os anéis e
ficam os dedos. Diz Klaus.
- Já descobriram o corpo do maldito
contador! Eu achei que todo mundo só
iria saber daqui a três dias, mas um
ciclista filho da puta viu o corpo
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daquele desgraçado boiando.
- Calma, poderia ser pior! Vamos
seguir o plano!
- Eu estou nervoso, está todo mundo em
cima do caso, quem matou e essas
coisas! Acho bom esse seu plano
funcionar!
- Você está com a arma do crime?
- Sim.
- E o carro da garota?!
- Também está escondido!
- Já se deram conta que ela sumiu?!
- Já, o namorado estava preocupado e
foi procurar o meu sogro!
- O Antônio?! Pergunta desesperançosa
Cláudia!
- Cala a boca! Você nunca mais vai ver
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aquele professorzinho! Você me
entendeu?! Diz Sebastian.
- Presta atenção Sebastian, vamos
seguir com o plano!
- Ok, vamos seguir com o plano! E cadê
aquela vagabunda brasileira?
- O jornalista me entregou ela em uma
bandeja de prata!
- Quem, o Benjamim?
- Sim. Ele mesmo!
Quando escuta o nome Benjamim,
Cláudia estranha, será que seria o
amigo de Albert, mas o que ele teria a
ver com tudo isso?! E quem era a tal
brasileira?!
- E o que você fez com ela?
- Dei uma boa surra! Não aguentei,
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bati nela com o meu próprio cinto, eu
falei que aquela desgraçada iria me
pagar, mas ainda é pouco!
- E você confirmaram mesmo isso?!
- Sim, a amiga dela contou, e nós já
descobrimos, podemos colocar o plano
em prática agora mesmo!
- Vamos apresentar as cunhadas?! Diz
Sebastian rindo.
- Claro. Vou chamar ela agora mesmo!
Klaus abriu a porta, e deu uma ordem a
Ivan:
- Traz aquela piranha aqui!
- Sim chefe!
Flávia não conseguia andar sozinha,
sua boca estava sangrando, seu olho
estava roxo, suas costas estavam em
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carne viva por causa da surra que
tinha levado de Klaus, mas o mais
engraçado, é que ela não chorava, em
seu semblante só se via a dor de
alguém que viu a liberdade escapar
entre suas mãos…
Arrastada por Ivan, Flávia chega até a
salinha, e senta em uma cadeira de
frente para Cláudia, que vê aquela
moça toda surrada, e fica espantada, a
irmã de Albert nunca tinha visto a
violência tão de perto, indignada ela
pergunta:
- O que vocês fizeram com ela?!
Por mais que Flávia fosse uma
desconhecida para Cláudia, ela pode
sentir a dor que aquela moça estava
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sentindo.
- Bom, agora vamos apresentar, uma
para a outra, tudo bem?! Debocha
Sebastian…
- Vamos fazer o que deve ser feito!
- Nossa Klaus, você acabou com ela!
Está toda suja de sangue, por favor
diga pra ela se afastar de mim, não
quero que suje o meu terno! Diz
Sebastian!
Cláudia fica indignado com o que
Sebastian disse:
- Ela é um ser humano! Um ser
humano! Como você pode tratar
alguém assim?!!!
Ninguém responde…
- Vamos lá Cláudia, o plano é o
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seguinte, considere-se uma pessoa
morta! Você me viu matando o
contador, e se sair daqui vai contar
isso pra todo mundo!
- Com certeza! Diz Cláudia!
- É por isso que você vai morrer! Mas
antes disso, eu vou te dar a chance de
ligar para o seu pai, e se despedir, mas
obviamente você dirá o que eu mandar
você dizer!
- Nunca…
- Calma, eu ainda não acabei! Você vai
dizer que quem matou o Clóvis, foram
as mesmas pessoas que te
sequestraram, porque lembre-se, você
foi sequestrada, por esse mesmo motivo
que quando acharem o seu carro, vão
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encontrar a arma que matou o Clóvis,
eles vão demorar tanto tempo pra
desvendar esse caso!
Aí você se despedirá da sua amada
família!
- Se você me der um telefone, eu vou
gritar que foi você que matou o Clóvis
e está me mantendo em cárcere privado
junto com os seus bandidos!
- Eu acho que você não vai fazer isso!
- Tenha a certeza que sim!
- Sabe por que eu tenho certeza que
você vai fazer o que eu mandar você
fazer?! Porque você sempre quis
bancar a heroína, sempre… Sempre
quis salvar o mundo, sempre ajudando
o próximo…
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- Mas eu não vou te ajudar…
- Eu sei disso, na verdade eu nem
esperava isso!
- Então como você acha que eu vou
ligar pro meu pai e não vou contar
nada?!
Sebastian pega uma arma, vai até
Flávia, puxa o cabelo dela pra cima e
diz:
- Você não vai me ajudar, você vai
ajudá-la!
- O que, você vai me chantagear?!
- Sabe quem é essa moça aqui?! Ela é a
prostituta por quem o seu irmão estava
apaixonado! Ela é a brasileira!
- Eu não sabia!
- Agora sabe! E sabe qual é a melhor
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parte?!
- O que você quer Sebastian?
- Sabe o seu querido irmão? A
felicidade dele está em suas mãos,
agora eu quero ver se você é tão boa
quanto diz que é! As moças que
estavam no mesmo quarto de Flávia,
disseram que ela estava passando
muito mal, sabe! Depois Flávia foi
malcriada e contou para o seu irmão
que ela tinha sido traficada! O
Benjamim, sabe, o amigo jornalista do
Albert?! Ele entregou ela para o meu
amigo Klaus aqui! E você pode ver o
estrago, Klaus não teve nenhuma
piedade de Flávia, ele açoitou a
pobrezinha, depois fez um teste de
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gravidez nela! E sabe o que ele
descobriu, bingo… Flávia está grávida,
e sabe qual é a melhor parte?! Ela só
transou com o seu irmão, então essa
puta aqui, está esperando um herdeiro
do seu querido irmão, Albert Hans,
uma das maiores fortunas da
Alemanha, e olha onde está o filho
dele, no ventre de uma vagabunda de
rua!
- Grávida?! Diz espantada Cláudia.
- Grávida! Ela vai ter um filhinho ou
uma filhinha do seu querido
irmãozinho, você vai ser titia!
- O que você vai fazer com ela
Sebastian?!
- Bom, aí depende de você!
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- O que você quer que eu faça?!
Nessa hora, Sebastian aponta a arma
para a barriga de Flávia…
- Você vai ligar agora para o seu pai, e
vai dizer tudo o que eu mandar você
dizer, e se você for teimosa, na hora eu
dou um tiro no seu sobrinho, e você vai
ser a única culpada pela morte dele.
A tensão aumenta naquela sala, e
Cláudia começa a chorar, Flávia se
pronuncia…
- Não faça o que eles querem! Sussurra
a brasileira…
(Não faça o que eles querem!)
- Cala a boca, ou você quer perder esse
bebê que está dentro do seu ventre?!!
Diz Klaus…
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- Não vale a pena! Sussurra Flávia
novamente!
Nessa hora Klaus dá um tapa
fortíssimo em Flávia, e Cláudia grita
desesperada:
- Não faça isso com ela! Por favor!
Vocês já bateram muito nela!
Sebastian fala:
- Tem gente que não aprende nem
apanhando!
- Por que você tá fazendo isso
Sebastian?! Questiona Cláudia.
- Eu não tenho nenhum problema com
você, só que agora Cláudia você se
transformou em uma ameaça. Você
sabe demais! Daqui a pouco o seu pai
morre, nós sabemos que você e o Albert
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iriam ficar com quase tudo, Isabel iria
ficar apenas com as sobras, e nós não
podemos admitir! Tirando você da
jogada, o único que sobra é o Albert,
que vai estar tão distraído te
procurando, que não vai prestar
atenção em mais nada.
Sebastian continua apontando a arma
para o abdômen de Flávia.
- E aí Cláudia, vai ligar agora ou vai
esperar eu matar o seu sobrinho
primeiro?!
- Eu ligo. Diz Cláudia desesperada.
Klaus disca esse número aqui! Depois
passa o telefone para nossa querida
amiga ali.
Klaus começa a ligar, a tensão só
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aumenta, Flávia tem a boca
amordaçada, Sebastian fica um pouco
apreensivo, nada pode dar errado, sabe
que Alexandre está esperando o pior.
O telefone chama três vezes…
- Alô… Atende Alexandre…
Sebastian continua apontando a arma
para Flávia, está com o dedo trêmulo
no gatilho…
- Pai, sou eu Cláudia… Chorando ela
atende, sabe que a última vez que
ouvirá a voz do pai.
- Filha, onde você está?! Nós estamos
preocupados! Tá todo mundo te
esperando!
- Me sequestraram pai, as mesmas
pessoas que mataram o Clóvis, elas me
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sequestraram! Eu ia pra festa da filha
dele, e uns homens fecharam o carro,
mataram ele, levaram o meu carro, e eu
estou aqui!
Alexandre se surpreende com a
declaração de Cláudia, ele coloca a
mão no telefone e fala para Isabel,
Antônio e Albert…
- Ela foi sequestrada…
Antônio e Albert ficam espantados com
a revelação de Alexandre, Isabel finge
que também ficou surpresa…
- Tudo bem filha, quanto eles querem
pra te liberar, seja quanto for, eu pago!
- Eles ainda não falaram pai, mas por
favor fica tranquilo, eles disseram que
vão entrar em contato com você!
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Agora me escuta, eu vou ficar bem, diz
pro Albert que eu vou sentir muita falta
dele… Cláudia não consegue falar, os
nós em sua garganta deixam sua voz
travada, era um sacrifício, sua vida por
outra. Ela tinha que fazer isso, não
suportaria ter que conviver com a
morte do filho do seu irmão.
Mais difícil ainda eram as despedidas,
imagine ter que se despedir das
pessoas que mais ama na vida, e não
poder contar o que está acontecendo?!
Cláudia retomou, as lágrimas
deslizavam pelo seu rosto, o semblante
de dor era indescritível…
- Pai, eu te amo, Albert eu ti amo,
Antônio segue a tua vida…
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A ligação foi interrompida, não tinha
mais nada para ser dito…
Era o fim, o fim…
- Muito bem Cláudia, fez o que deveria
ser feito, estou orgulhoso de você! Diz
Sebastian, que abaixa a arma…
Do outro lado, todos ficam
apreensivos…
- Chame a polícia, Cláudia foi
sequestrada pelos homens que mataram
o Clóvis. Anuncia Alexandre…
- Mas pai, como assim?! Eles não
pediram o resgate?! Pergunta Albert
ansioso!
- Ainda não, são bandidos
profissionais. Primeiro criam a
expectativa, e depois ligam de novo.
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- Mas o que o senhor vai fazer?!
Pergunta Antônio.
- Já disse, vamos chamar a polícia.
O telefone toca novamente, Alexandre
corre para atender…
- Alô…
Alexandre escuta, e depois desliga…
- Quem era pai? Questiona Isabel.
- Era a polícia disseram que acharam o
carro da sua irmã, e também acharam a
arma que matou o Clóvis.
- São profissionais, não deixaram
pistas! Nenhuma sequer. Diz Isabel.
- Vamos esperar o próximo contato…
- Eu tenho que sair! Tenho que buscar a
Flávia, deixei ela com o Benjamim, e
depois de tudo que aconteceu, é melhor
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eu mantê-la por perto! Diz Albert.
- Sua irmã sequestrada, o mundo
desabando, e você só pensa nos
problemas alheios Albert, essa garota
não nos interessa! Diz Alexandre.
- Ela pode não interessar você, mas ela
me interessa e muito!
Albert sai e vai buscar Flávia na casa
de Benjamim…
- Onde está o Sebastian nessa hora?!!
Questiona Alexandre.
- Ele estava procurando a Cláudia
papai, você deveria ter mais
consideração com ele, afinal ele estava
super preocupado! Diz falsamente
Isabel.
Albert chega na casa de Benjamim, já
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era bem tarde, já havia passado da
hora, mas aquele dia não estava sendo
fácil pra ninguém…
Ele toca a campainha, Albert está
visivelmente alterado, ainda não tinha
dado tempo dele assimilar tudo o que
tinha acontecido, ele só queria pegar a
Flávia e ir embora…
Benjamim estava aguardado Albert, e
já tinha arranjado toda a farsa, tinha
acabado de limpar o sofá, que estava
sujo de sangue de Flávia, já que Klaus
tinha espancado a brasileira bem na
sua frente. Com uma frieza de
psicopata, ele abre a porta…
Albert entra…
- Tudo bem Albert?
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- Não, Benjamim, nada está bem!
Minha irmã foi sequestrada, nós
estamos desesperados, eu só vim aqui
pra buscar a Flávia e ir embora, sabe?!
Se não fosse tão grave…
- Que coisa mais lamentável Albert, a
Cláudia foi sequestrada?!
- Foi…
- Isso sempre acontece com as famílias
mais ricas…
- É, eu sei… Mas onde está a Flávia?!
- É isso que eu queria te contar.
- O que? Aconteceu alguma coisa com
ela?
- Sim.
- Onde ela está?
- Ela não está aqui Albert!
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- Como assim ela não está aqui?! Se
altera Albert.
- Ela quis ir embora.
- Por que?!
- Depois que eu descobri a farsa dela,
ela achou melhor ir embora!
- Que farsa?! Do que você está
falando?!!!
- Ela mentiu pra você Albert, eu
estranhei, a história dela estava cheia
de furos, você sabe que eu estudo com
tráfico de mulheres estrangeiras! E ela,
ela não me contou detalhes importantes
sobre como uma mulher era trafica, o
cativeiro também, você mesmo viu que
não tinha nenhum lugar, não havia
nenhuma garota sequer para confirmar
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a história dela, a polícia não achou um
vestígio! Tudo isso fez eu juntar as
peças do quebra-cabeça, ela era só
mais uma prostituta querendo se dar
bem com um homem rico.
- Do que você está falando Benjamim?!
Pergunta Albert furioso pegando na
camisa de Benjamim, e quase batendo
nele.
- Se acalme Albert, seu sei que você
gostava muito dela, mas acredite em
mim, ela era só uma golpista.
- Ela não era golpista, ela estava
falando a verdade, me disse que foi
obrigada a estar aqui! Então não me
venha com isso!
- Você é um homem inteligente Albert,
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ela tentou te envolver nessa história
desde começo. Primeiro te encontrou
na despedida de solteiro, depois veio
com aquela conversa de ser virgem, e
me responda agora, você se deu conta
que ela era virgem?
- Não, mas talvez eu…
- Não Albert, ela não era virgem coisa
nenhuma, ela apenas estava começando
a te manipular! Ela mesmo me contou!
- Te contou o que?
- Me contou que percebeu que você era
diferente dos outros clientes dela,
primeiro viu que você era um homem
muito rico e influente, ela e o cafetão
dela planejaram tudo, ela mesmo teria
pedido para ele dizer que ela não
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estava disponível para você, assim
manteria o interesse da sua parte,
depois as transas, todas sem
camisinha, ou eu estou errado?
- Não, nós não usamos camisinha.
- Exatamente por isso! Depois ela
sabia que tinha que te comover com
algo realmente grande, e inventou que
tinha sido traficada, porque assim você
ficaria do seu lado, e daria todo o
apoio necessário. Eu confesso que
telefonei para alguns contatos e
ninguém conhecia os nomes que ela
tinha dado, eram falsos.
- Por que ela faria isso?
- Dinheiro Albert, dinheiro, queria que
você ficasse com ela, ela mesmo me
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confessou…
- Ela disse tudo isso pra você?
- Sim. Me confessou tudo, depois que
eu a desmenti! Inclusive quis fazer um
programa comigo, obviamente eu não
aceitei!
- O que?
- Sim, ela disse que se eu quisesse nós
poderíamos dormir juntos!
- Isso é mentira!
- Não é Albert!
- Eu não acredito em você Benjamim!
- Em quem você prefere acreditar
Albert, em um amigo da vida toda ou
uma garota que você mal conhece?
Mas eu sabia que você custaria pra
acreditar, ela disse que ligaria daqui a
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pouco para aclarar as coisas, e eu
acho que você deve esperar, para ouvir
da própria boca dela…

Do outro lado…
Cláudia fica perplexa, tiram a mordaça
de Flávia, e em seguida Klaus começa
a falar com a brasileira…
- Presta bem atenção, seja grata com o
gesto da sua amiga ali, e comece a
falar agora, vou te dar a chance de
falar com o seu CEO, você vai dizer a
ele que tudo o que você disse era
mentira, e que só estava tentando sair
da vida, e que o usou por causa disso,
se você não for convincente, eu dou um
tiro na cabeça da irmã dele…
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Flávia olha pra Cláudia, e percebe que
vai ter fazer aquilo, pois ela tinha
acabado de salvar a vida do seu filho,
mesmo sem nunca antes ter conhecido
ela.
Klaus liga pra a casa de Benjamim…
O telefone toca, Albert fica apreensivo,
Benjamim vai atender o telefone…
Klaus aponta uma pistola para a
cabeça de Cláudia…
- Albert, é ela…
Albert se levanta e vai direto ao
telefone. Angustiado ele diz…
- Flávia, onde você está, eles te
pegaram de volta, te bateram, fizeram
alguma coisa com você?!! Me diz por
favor!
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- Não existe ninguém Albert, ninguém,
foi tudo uma mentira.
- Por que Flávia, por que?!
- Eu tive uma vida tão difícil, mais tão
difícil, eu só queria dinheiro, e você
tinha tanto Albert, queria engravidar,
mas eu não consegui! Aí eu pensei, ele
não vai querer ficar comigo! A não ser,
a não ser que ele tenha pena de mim. Aí
ele vai querer ficar comigo, mas eu
percebi que isso não era legal, sabe,
mentir só pra conseguir ficar com um
homem rico, e eu sempre menti pra
você, desde o princípio! Eu vi que você
era um homem com um coração de
ouro, e me aproveitei disso!
- Não Flávia, eu não consigo
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acreditar…
- Eu sei que é difícil, mas é verdade,
você era tão rico…
- Você então gostava do meu dinheiro!
Mas antes de tudo, me responda uma
coisa, você algum dia chegou a gostar
de mim?
Flávia fecha os olhos, a garganta
fecha, a voz não sai, e ela diz bem
baixinho…
- Não, eu nunca gostei de você, você é
muito inocente, pra não dizer bobo.
- Mas eu sim te amo…
- Você não deveria ter sentimentos tão
nobres por pessoas que só desejam o
seu dinheiro...
A ligação é finalizada...
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Capítulo dez
Vendida…

Naquela mesma salinha, Flávia e


Cláudia estavam desoladas, uma de
frente para outra. Sebastian e Klaus se
entreolhavam, felizes estavam os dois,
conseguiram seguir seus planos, e
parecia que absolutamente nada
poderia dar errado. Tinham se livrado
de Albert, Alexandre e Cláudia deixaria
de ser um problema em breve. E o que
aconteceria com Flávia e as outras
garotas?
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Os dois saíram por um momento, e Ivan
foi o responsável por tomar conta das
‘garotas’.
- Eu quero ela morta!
- Quem?
- A Cláudia, enquanto ela ainda
respirar será uma ameaça.
- Se você quer tanto isso Sebastian.
Mas eu estava aqui pensando, onde
está o dinheiro que você me deve?
- Eu pensei que depois de tudo aquilo
que eu fiz por você, o senhor poderia
pelo menos perdoar a minha dívida.
- Não, Klaus não perdoa dívidas, Klaus
vive disso.
- Depois do casamento eu pago o que te
devo.
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- Não, depois do casamento não. Eu
quero o dinheiro agora, faça o que
tenha que fazer, mas quero o dinheiro
nesse momento, não posso mais aliviar
pro seu lado.
- Tudo bem, mas o que você quer que eu
faça?
- Não sei, venda alguma coisa, pede
dinheiro emprestado pra sua noiva,
roube alguma coisa de valor da casa do
seu sogro.
- Eu não sou ladrão, e o meu ego é
muito grande pra eu ‘pedir’ alguma
coisa pra alguém.
- Dê o seu jeito, mas faça agora!
- Tudo bem, você tem alguma solução?
- Sim.
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- E qual?
- Eu quero a garota.
- Que garota?
- A tal Cláudia.
- O que?! Como assim você quer aquela
desgraçada?!
- Ela é bonita e também muito arisca.
Eu gosto disso em uma garota. Os
clientes vão adorar ela. Eu preciso
investir, e por isso eu quero ela, veio de
berço, rica, bem tratada, tudo isso só
aumenta o valor dela.
- Você só pode estar brincando!
- Nunca falei tão sério na minha vida!
- Você é louco ou você esqueceu que
ela sabe de tudo, e se um dia ela
escapar?
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- Isso não vai acontecer, daqui alguns
dias eu vou pra Espanha, vou levar
todas as minhas garotas, ordem de
cima, depois de toda aquela merda que
deu.
- Me desculpa, mas o seu plano me
parece inverossímil!
- Me escuta, ninguém nunca vai
descobrir de nada, é impossível!
- Um homem precavido vale por dois,
eu não posso deixar pontas soltas, ela
tem que estar bem morta, você me
entende.
- Tudo bem, já que você não quer me
vender a garota, arranje o dinheiro.
- Eu já disse que não tenho agora.
- Se vira, mas traga agora!
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Sebastian pensou e repensou, não tinha
como conseguir aquele dinheiro assim,
do nada, sabia que não podia dormir
no ponto com Klaus, quando se tratava
de dinheiro, ele não brincava em
serviço. Por mais que queria muito ver
Cláudia morta, ela viva iria pagar
todas as suas dívidas, e realmente, era
impossível alguém descobrir alguma
coisa, tudo estava indo muito bem.
- Quanto você me daria por ela.
- Pagaria a sua dívida, e você sabe que
não é pouco!
- Ela vai sofrer?
- Muito.
- Me prometa que ela vai sofrer!
- Não tenha a menor dúvida disso!
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- Então tudo bem, vendida…
- Isso que é uma escolha bem feita.
- Mas me jure que ela nunca vai fugir!
- Eu já disse que não tem como ela
fugir. Aqui os pássaros não voam.
- Tudo bem, eu já vou indo, tenho que
estar em casa quando a polícia chegar,
não quero levantar nenhuma suspeita,
mas antes de tudo, o que você vai fazer
com a tal brasileira?
- Eu tenho algo muito especial pra ela,
algo que ela nunca vai esquecer.
- Não faça nada antes de me consultar!
- Pode deixar, tudo vai ficar bem, eu
garanto, pode ir embora.

Na salinha…
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- Tem algum jeito de escapar daqui?
Pergunta Cláudia para Flávia.
- Não, não tem.
- Então você era a garota por quem
meu irmão estava apaixonado?!
- Eu acho que nesse momento ele deve
estar me odiando.
- Calma Flávia, vamos dar um jeito de
sair daqui!
- Você sabe o que está te aguardado
Cláudia, você sabe o que é isso aqui?
- Não.
- É uma rede internacional de tráfico
humano, e eles tiram o melhor de você,
te usam, te exploram, depois te jogam
fora, como se você não tivesse nenhum
valor.
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- Nós podemos fugir.
- Eu tentei fugir, e olha o que
aconteceu comigo, descobrir hoje que
eu estou grávida, e não tenho nenhuma
esperança, sei que não vou poder ficar
com o meu bebê.
- O que eles vão fazer com você?
- Eles vão me levar até um veterinário,
e ele vai fazer um aborto em mim. Uma
garota como eu, não posso me dar ao
luxo de ter um bebê nesse lugar.
Imagina se fosse uma menina então?
Iriam esperar ela crescer para ter o
mesmo destino da mãe.
- Isso não vai acontecer Flávia, me
escuta, tudo vai dar certo, nós vamos
sair daqui, e também vamos contar a
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verdade pra todo mundo, eles vão me
procurar.
- Mas quanto tempo será que eles vão
continuar te procurando. Eu aprendi na
vida, que não há um sentimento eterno,
as pessoas sempre te esquecem, de uma
maneira ou de outra, o tempo passa e
vai apagando tudo, qualquer amor,
qualquer lembrança, qualquer vestígio
de algo que algum dia foi muito bom.
As pessoas vão substituindo umas pelas
outras, e assim o tempo passa…
- Não Flávia, você vai nós vamos sair
daqui.
- Eu também já tive esperança, mas ela
morreu hoje.
- Flávia olha pra mim. Nós não vamos
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morrer aqui!
- Morrer, viver, qual é mesmo a
diferença?
Por mais que Cláudia se mostrasse
esperançosa, Flávia já tinha se se
entregado, estava rendida e sem forças,
perdeu o brilho da rebeldia, perdeu a
pouca fé que ainda tinha dentro dela.
Era o amor que alimentava Flávia, era
o amor que fazia ela se levantar cada
dia, e agora? Em um piscar de olhos,
ela tinha todas as chances do mundo, e
agora estava em um beco sem saída,
era o mundo, girava como um oito, pra
cima e pra baixo, de baixo pra cima.
Klaus chegou até a salinha, e chamou
Ivan.
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- Leve a brasileira até o meu quarto.
Flávia já nem fazia mais questão de se
debater, com hematomas por todo
corpo, Ivan a levou até o quarto.
Antes de sair, Klaus olhou pra Cláudia
e disse:
- Bem-vinda ao time.
Cláudia não entendeu muito bem o que
ele quis dizer com aquilo.
Depois disso Klaus deu outra ordem.
- Leve essa aqui pro quarto das
virgens.
- Sim senhor.
Era um corredor interminável, parecia
um esconderijo perfeito, ninguém iria
procurar em um hotel de beira de
estrada. Homens para todos os lados,
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faziam a segurança, e garantiam que
ninguém entrava e ninguém saia.
Carregada por Ivan, Flávia finalmente
chegou ao quarto de Klaus, era escuro,
sinistro, não se podia ouvir nada.
Ela se sentou em cima da cama, suas
costas doíam muito, seus joelhos
estavam arrebentados, e suas mãos
raladas.
Sua roupa estava ensanguentava, e ao
fundo poderia se ouvir uma canção no
rádio, era uma canção dos anos 60,
dizia que o amor vinha rápido e
demora pra ir embora, não adiantava,
os anos passavam e o esquecimento
não vinha, um grande amor é assim, o
tempo o alimenta e a espera o faz mais
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forte.
Era uma canção tão romântica, que
chegou como uma flecha no coração de
Flávia, ela chorava lágrima por
lágrima, passava a mão pela sua
barriga…
“O amor é assim, chega rápido, tão
rápido,
mas demora, como demora, pra ir
embora.
Os anos passam, e eu te amo mais.
Achei que algum dia iria te esquecer,
mas não adianta, não adianta.
Quando se ama alguém, como eu amo
você.
O tempo é alimento, e a espera o
fortalece.
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Quem dera, que eu pudesse te
encontrar de novo.
Só pra dizer que nunca gostei de
alguém, como eu gostei de você;
Por que? Por que? Por que você me
abandonou daquele jeito?
Eu não sei…
Eu não sei…
O amor é assim, chega rápido, como
uma flecha
Mas você já viu, como é doloroso tirar
uma flecha de um coração?
Você levou meu coração, no dia em que
você foi embora…
Desde aquele dia, não respiro, não
acordo, não vivo mais.
Por isso volte, volte… Traga de volta o
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que você levou contigo.
O amor demora, quem dera eu pudesse
te dizer...”
A canção rolava, e Flávia a ouviu,
porém de repente a porta rangeu, e era
ele, caminhava devagar, seus passos
eram assustadores, Flávia ia se
encolhendo, e ele ia ficando cada vez
mais gigante.
Ele desligou o rádio, e disse:
- Odeio essa rádio, só toca essas
porcarias românticas, pra tolas no
mundo inteiro, tolas como você.
Flávia não responde nada.
- Você tinha tanto potencial! Quando
eu bati o olho em você, sabia que seria
uma das melhores garotas daqui. Mas
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assim é a vida, quanto mais se espera,
mais se decepciona.
Por isso eu fiquei com tanta raiva, sabe
por que? Porque você era a garota dos
meus olhos, minha brasileirinha. Eu
paguei caro por você, esperei, te
resguardei, não injetei nenhuma
porcaria no seu corpo, e nem te
explorei, mas tudo isso vai mudar a
parti de agora. Não vou mais ser tão
bom, isso não funciona.
Você vai me pagar cada centavo que eu
investi em você, cada moeda, vai me
devolver cada grão que você comeu até
hoje.
Mas olha só pra ela! Parece que não
está ligando pra nada que eu digo, ela
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é superior?! Grita Klaus! Ela se acha
superior, só porque está grávida de um
CEO filho da puta, que não quer saber
mais dela!
Klaus bebe um drink, e solta suas
gargalhadas, Flávia fecha os ouvidos.
- Você não que ouvir?! Mas foi você
quem procurou por tudo isso! Iludida!
Iludida! Você não se enxerga? Você não
sabe o seu lugar? Veio daquela favela,
e achou que a vida iria te colocar no
topo do mundo?! Olha pra você!!! Uma
pobre coitada, o que você iria ser no
Brasil? Nada. Eu te dei a chance de
conhecer, ter clientes de luxo, e olha
como você me paga?! Me apunhalando
pelas costas.
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Mas tudo tem um preço, o que vai
sempre volta, e o mundo não é como
nos filmes, que os vilões são punidos
no final, e os mocinhos são felizes para
sempre, o mundo real não é assim
Flávia! No mundo real, existe um vilão
a cada esquina, disposto a foder com a
sua vida!!! Esse é o mundo real.
O que eu faço com você, e com esse seu
maldito bebê?!
O que eu faço.
Na hora que Klaus falou no bebê de
Flávia, ela levantou a cabeça e
demostrou interesse, com os seus olhos
tristes.
- Ah, ela se importa com o bebê dela!
Que bonito, só depende de você o que
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eu vou fazer com essa criança aí!
- Eu quero que ele viva!
- Fala mais alto que eu não estou te
escutando!
- Eu quero que ele viva!
- Isso só vai depender de você!
- O que eu tenho que fazer?!
- Bom, a partir de agora, você vai se
tratada como uma puta, vai trabalhar
bastante, e será um exemplo, quem
sabe eu não seja benevolente?!
- O que você quer?!
- Bom, eu poderia chamar o meu amigo
veterinário, sabe quantas vezes ele fez
isso pra mim?! Nossa, foram tantas
vezes que eu até já perdi a conta!
- Eu não quero abortar.
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- Você não tem querer aqui. Você vai
fazer o que quiser que você faça!
- Eu só quero que o meu bebê
sobreviva!
- É né, uma criança que foi feita com
tanto amor, não merece terminar assim,
não é verdade! Mas eu ainda vou
pensar no seu caso, bom por agora te
confesso que não posso te matar, seria
um tiro no pé, só mato uma garota
minha quando o caso é irreversível, o
que não é o seu caso. Quanto ao bebê,
ainda estou pensando.
- Por favor não me obrigue abortar, é
a única coisa que eu te peço!
- Não adianta pedir! Eu vou fazer o que
eu quero! Mas tem algo que pode
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amolecer meu coração!
- O que?
- Sabia, eu trabalho tanto, estou tão
estressado, e você está aqui, tão bonita,
sabia, que assim machucada, destruída,
você parece ser ainda mais bonita? Na
verdade eu sempre gostei da sua beleza
ocultada, a primeira vista é
imperceptível, mas quando se olha mais
de outra maneira, percebe-se que tem
algo especial em você!
Deve ser a sua nacionalidade, as
brasileiras são especiais, todo homem
sabe disso, por isso que vocês são as
mais caras, porque valem a pena.
- O que você quer?!
- Essa foi a pergunta mais inteligente
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que você fez hoje.
Klaus se aproxima de Flávia…
- Você foi a última virgem da minha
leva, sabia?! Não tem mais virgens por
aí, bem que você é praticamente virgem
ainda, só se dentou com um homem, e
poucas vezes…
Está quase intacta, o CEO teve muita
sorte de te pegar assim, virgem, pura…
Isso é raríssimo.
Klaus passa a mão nos cabelos de
Flávia…
- Minha última virgem, contou tudo pro
CEO ricaço, as mulheres sempre se
deslumbram com dinheiro e poder.
- O que você quer?!
- Fica de quatro…
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Flávia não se moveu.
- Fica de quatro agora!
Flávia vai para cima da cama.
- Eu não quero fazer isso!
- Desculpa amor, você não tem opção!
Talvez eu não seja tão romântico
quanto o seu CEO.
- Eu não quero!
- O que foi? Verdade, você só fez com
aquele idiota, mas não se preocupe,
agora você vai conhecer um homem de
verdade, e com deve-se tratar uma
mulher!
- Por favor, não!
- Não adianta pedir!
- Eu não quero, eu tô grávida!
- Isso não é problema meu!
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- Tira a roupa agora, ou amanhã o
veterinário vai vir cuidar de você
pessoalmente!
- Não, não!!!
- Fica de quatro, agachada… Tira a
calcinha agora.
Flávia pensou, não podia deixar Klaus
se livrar do seu bebê, então ela fez o
que tinha que ser feito, ela lutou pela
vida só seu filho.
Flávia ficou de quatro, Klaus segurou
seus cabelos.
- Agora você vai ver como um homem
de verdade pega uma mulher…
Puxando os cabelos de Flávia, Klaus
começou a estuprá-la em cima daquela
cama, o corpo da brasileira estava
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todo dolorido, mas isso já nem
importava, a tristeza nos olhos dela
demostravam seu sofrimento.
Klaus era cada vez mais agressivo,
batia nela, xingava, humilhava, aí
estava o seu prazer, ele repetia…
- Está gostoso ou o CEO fazia melhor?!
Hem, me responde…
Flávia não conseguia dizer nada, só
queria que aquilo acabasse logo…
Violência e estupro do seu corpo…
Ela só estava tentando proteger alguém
ainda nem tinha nascido…
O estupro, é a maior violência contra
um corpo…
O amor, é a maior força da natureza...

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Capítulo onze
O Casamento de Isabel e
Sebastian
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Alguns dias se passaram, na mansão


dos ‘Hans’ agentes entravam e saiam,
esperavam a ligação dos
‘sequestradores’, que nunca mais iriam
manter algum tipo de contato.
Os policiais chegaram a avisar a
família, que em casos de sequestros de
filhos ricos, a probabilidade da vítima
desaparecer ou morre são muito
grandes. Porém isso não tirava a fé de
Alexandre, ele queria encontrar sua
filha de qualquer maneira, gastaria o
quanto fosse preciso. Antônio não
estava nem conseguindo dar suas
aulas, foi acompanhar o desenrolar do
sequestro, porém Alexandre o olhava de
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uma maneira tão estranha, que ele
preferiu não voltar mais, mas sempre
mantinha contato com Albert, que
sempre tentava dar as informações
mais recentes.
Albert vai à casa de Antônio…
- Oi, tudo indo? Perguntou Albert.
- Não, não consigo comer, dormir nem
trabalhar.
- Mas as notícias não são animadoras.
- Alguma pista.
- Nada, desapareceu do mapa, nem os
agentes estão com esperança, disseram
que já era pra eles terem ligado.
- Não, mas temos que manter a
esperança, por que esses caras
sequestrariam uma garota rica? Eles
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estão querendo alguma coisa, tem
algum interesse.
- Eu sei, eu estou confiante, acho que
eles estão criando expectativa pra
pedirem mais dinheiro. Mas sei lá, para
que as desgraças não vem sozinhas.
- Por que? É a tal brasileira?
- Sim cara, ela me fez de trouxa, e eu
acreditei em tudo o que ela disse! Fui
muito burro mesmo!
- Não fique assim cara, você ainda vai
conhecer uma garota bacana, você vai
ver!
- Pior que eu gostava dela pra
caramba, não consigo entender por que
ela fez isso comigo!
- As pessoas sempre tentam se
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aproveitar. Ela viu que você era um
cara rico, ela só viu uma chance de
mudar de vida, também não vou culpá-
la por completo, vai saber em quais
condições a vida dela de desenvolveu,
talvez ela só queria uma oportunidade!
- Não acho que seja isso, ela quis me
fazer de otário, se o Benjamim não
tivesse descoberto tudo, quem sabe até
onde ela chegaria? Eu estava disposto
a tudo Antônio, eu queria me casar com
ela, você sabe o que é isso?! Eu nunca
quis me casar com ninguém, mas sei lá,
ela parecia tão diferente!
- Assim são as decepções, em um
momento você acha que a pessoa é a
certa, e depois descobrir que a tal
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pessoa não existe, era apenas uma
idealização da sua mente!
- É, talvez você esteja certo, acho que
eu idealizei demais. O erro foi meu, me
entregue muito rápido, deveria ter ido
mais devagar!
- E a paixão lá espera alguma coisa?
Quando você vê, já está completamente
dominado por ela. E assim são as
melhores coisas da vida, as que
acontecem rápido, e que demoram para
ir embora. Reserve algum tempo pra
esquecer essa mulher aí, dá pra
perceber que você está bem apaixonado
por ela.
- Se eu conseguir esquecer ela! Ainda
tem essa!
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- O tempo cura tudo, o tempo faz os
sentimentos ficarem mais fracos.
- E seu eu disse pra você esquecer a
Cláudia?! Você responderia da mesma
forma.
- Não.
- E por que não?
- Porque a Cláudia vai voltar em breve,
e nesse caso, o tempo só iria fazer eu
gostar mais dela.
- Pois a minha conclusão é quase a
mesma! Tudo o que não é vivido, não
morre dentro da gente, o tempo só iria
potencializar isso!
- Acho melhor nós pararmos com isso!
Vamos focar no sequestro, e vamos
fazer o possível para trazer a Cláudia
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de volta.
- Isso, enquanto isso eu esqueço aquela
mulher, que só me fez mal.
- Isso cara, esquece o que não te faz
bem.
- Eu vou esquecer, eu vou esquecer!

Enquanto isso na mansão Hans…

“Tudo o que respira, conspira”

Alexandre estava em seu quarto, e


Isabel chega para consolar o pai…
- Pai, por que você está tão triste?!
- Eu quero a minha filhinha de volta, a
minha filha querida.
Isabel fica insatisfeitíssima quando
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escuta aquilo, Alexandre não faz nem
questão de esconder que Cláudia é a
sua filha preferida.
- Eu sei pai, nós vamos encontrá-la em
breve, mas tudo aqui tem continuar
bem pra quando ela voltar.
- Do que você está falando Isabel?
- Eu soube que você está pensando em
cancelar o meu casamento papai?
- E como você acha que eu vou fazer
uma festa nesse momento Isabel, minha
filha está sequestrada.
- Mas papai, nós planejamos essa festa
durante vários meses, como eu vou
cancelar assim, em cima da hora?
- Não sei Isabel, mas cancele, eu não
vou abrir casa para festejar, olhe pra
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mim! Estou acabado, desde que sua
irmã se foi, não consigo nem levantar
dessa cama.
- Se eu fosse você papai, já me
prepararia para o pior, caso aconteça!
- Não diga uma coisa dessa Isabel, nem
de brincadeira, a sua irmã vai voltar
viva, e quando ela volta, esse vai ser o
segundo dia mais feliz da minha vida.
- E qual foi o primeiro dia mais feliz da
sua vida papai?
- Quando ela nasceu!
Aquelas palavras entram como uma
lâmina no coração de Isabel.
- Mas voltando aquele assunto papai,
não posso cancelar meu casamento,
tenho que fazer de qualquer jeito.
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- Por que tanta pressa Isabel?
- Não é pressa pai, só que eu esperei
demais por isso, não seria justo
comigo!
Alexandre muda de assunto do nada,
nem dá atenção para o que Isabel.
- Sabe qual era o meu maior sonho?!
Ter uma netinha, queria tanto que no
final da minha vida, uma netinha me
alegrasse, é o meu maior sonho, achei
que Albert seria o primeiro a me dar
netos, mas pelo que vejo isso não vai
acontecer. Depois eu achei que a
Cláudia me daria um neto, e agora
aconteceu isso.
- E eu papai, eu não poderia te dar
netos?
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- Se você me desse uma netinha, eu me
orgulharia tanto de você Isabel, você
me faria tão feliz.
Por alguns momentos, Isabel estava
convicta que se desse netos para o seu
pai, aquilo faria ele a amar mais.
Porém o que poucos sabiam, era que
Isabel não podia ter filhos, era um
segredo, que ela escondeu muito bem.
Era uma obsessão para Isabel ser mãe,
tinha uma crença que isso a ajudaria
na relação com o seu pai, que estava
distante dela. E tinha que ser uma
menina, ela precisava de uma filha,
mas aonde conseguiria uma filha, se
não podia ter filhos?
Isabel saiu do quarto de Alexandre
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maquinado seu plano, chegou até a sua
suíte e pensou: - Mas é claro, uma
neta, uma neta! É isso!
Assim ele vai deixar eu fazer o
casamento!
Isabel já tinha o plano todo em sua
cabeça, só faltava praticá-lo.
Voltando ao quarto de Alexandre…
- Pai, temos que fazer a festa do
casamento!
- Você de novo com isso Isabel, eu já
disse que não!
- Eu tenho que me casar pai, daqui a
pouco vai ficar perceptível!
- Perceptível o que?
- Eu estou grávida.
Alexandre fica surpreso.
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- Grávida?
- Sim, grávida. Por isso eu queria me
casar o mais rápido possível!
- Mas por que você não me contou
antes?!
- Eu até iria contar, mas você sabe,
tantos problemas, que eu até desisti!
- Mas isso é uma coisa maravilhosa!
Eu vou ser avô! Vibra Alexandre.
- De quanto tempo você está?
- Faz pouco tempo que eu descobri pai!
- E você sabe o sexo?!
- Ainda não! Mas acho que vai ser uma
menininha!
- É o meu sonho ser avô de uma
menininha Isabel! Meu sonho! Você vai
cumprir o meu sonho!!!
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Isabel achava que conseguiria fazer
Alexandre esquecer Cláudia, só pelo
fato dela dar uma neta pra ele. Mas o
que Isabel estava planejando, já que
ela não podia ter filhos?
Diante da novidade, Alexandre mudou
de ideia:
- Tudo bem filha, diante dessa notícia,
não posso continuar adiando o seu
casamento, mas por favor respeite a
ausência da sua irmã e faça uma coisa
mais simples.
- Claro papai, farei algo bem
reservado.
- Pelo menos uma notícia boa diante de
tanta desgraça!
- Você jura que você gostou pai?
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- Claro filha, eu sempre quis ser avô!
- Eu juro que você vai amar muito essa
criança!
- Eu já amo filha.

Na casa de Antônio…

“O lobo sabe que sua pele afasta as


pessoas, por isso roubou o pobre
cordeiro, e anda por aí com sua pele,
cara de santo com um coração cheio
de maldade.”

- E os negócios, estão sendo


comandados por que? Pergunta
Antônio.

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- Sebastian está controlando tudo,
nesse momento ele está se mostrando
uma pessoa incondicional, além de ser
da família, ele cuida dos negócios,
auxilia minha irmã, tenta ajudar a
polícia, meu pai está muito
impressionado com ele. Responde
Albert.
- Engraçado, a Cláudia sempre teve um
pé atrás com ele, dizia que não poderia
existir alguém assim.
- E veja só, é justamente ele que não
está medindo esforços para achá-la, eu
penso que ela não o conheceu muito
bem, senão se daria conta que ele é um
cara do bem, não faz mal pra uma
mosca. Mas Cláudia sempre foi
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desconfiada, você sabe né?!
- É, ela é muito desconfiada, acha que
nada é o que parece ser, pra ela todos
estão vestindo peles de cordeiro, mas
na realidade são lobos insaciáveis.
- Isso sim é verdade, mas o do
Sebastian, eu sempre soube que era
uma perseguição sem pé nem cabeça, o
cara é meu amigo faz anos, ele nunca
me deu nenhum motivo pra desconfiar
dele, sempre foi correto, seu único
defeito é ser mulherengo, mas aí já não
é problema meu, ou não?
- Depende.
- Do que?
- Bom, você conhece um homem pelo
jeito que ele trata uma mulher. Se ele é
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um mau-caráter, vai tratar uma mulher
de uma maneira nada elegante e
respeitosa, porém se ele é gentil e
amável, bom, esse cara vale a pena,
isso não é uma verdade absoluta e nem
nada disso, é apenas uma coisa que eu
acho.
- Faz sentido.
- E você, como trata as mulheres?!
- Sempre tratei bem, sei lá, um dia um
amigo me disse que estava apaixonado,
e que não conseguia pensar em mais
nada na vida, só na mulher por quem
ele estava apaixonado, um belo dia ele
me liga do Marrocos e diz que está lá
curtindo um dos melhores momentos da
sua vida, a mulher por quem ele estava
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procurando estava lá, e ele deixou tudo
pra trás só pra poder viver com ele, o
pai dele ficou puto da vida, ele era um
herdeiro de uma das maiores Indústrias
farmacêuticas, e deixou tudo por causa
dessa mulher, eu me lembro de ter
perguntado se tinha valido a pena, e
ele disse que foi a melhor coisa que ele
tinha feito na sua vida.
Bom, desde aí eu vivia me perguntando
se essa paixão avassaladora existia
mesmo, essa coisa de abandonar tudo e
ir atrás, era incrédulo até o dia que
conheci aquela brasileira, depois que
eu conheci aqueles olhos negros,
nossa! Não consegui mais esquecer, a
pele, o cheiro o gosto, tudo ficou
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marcado no meu corpo, agora mesmo,
eu sinto como se ela tivesse aqui, e
sabe por que? Porque ela está dentro
de mim. Pra todo lugar que eu olho,
pra cada pensamento do meu dia, lá
está ela, eu imagino ela indo e vindo,
pra lá e pra cá, é angustiante, e as
vezes eu acho que eu vou ficar louco,
mas não posso evitar, quanto mais eu
me esforço para esquecer, mas eu me
lembro.
Ela me cantou uma canção em
português, depois me contou o
significado, e eu não consigo parar de
ouvir essa música…
Ela disse que essa seria a ‘Nossa
Canção’…
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“Olha aqui
Preste atenção
Essa é a nossa canção
Vou cantá-la seja aonde for
Para nunca esquecer
O nosso amor.

Você partiu e me deixou


Nunca mais você voltou
Pra me tirar da solidão
E até você voltar
Meu bem eu vou cantar
Essa nossa canção”
- É meu amigo, torça pra isso não ser
amor. Porque se for, vai demorar pra ir
embora, vai demorar…
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- Não é amor não, eu vou conseguir, é
só uma questão de tempo, você vai ver,
mas agora eu tenho que me focar na
volta da minha irmã!

Mansão Hans…
Algumas semanas depois….
Dia do Casamento de Sebastian e
Isabel.

Alexandre até tentou, mas Isabel não


seguiu suas instruções, e fez uma festa
para 500 convidados, algo nada
aconselhável para uma família que
estava passando por um drama de um
sequestro.
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Semanas passaram, e A família Hans
não tinha recebido mais nenhum
telefonema dos sequestradores, a
polícia disse que estava desconfiada
que Cláudia poderia ter sido vendida,
ou no pior das hipóteses, poderia ter
morrido nas mãos dos tais bandidos.
Mas Alexandre não iria desistir assim,
queria encontrar Cláudia com vida de
qualquer maneira, mas não havia
rastro, nenhuma pista sequer que
pudesse mostrar o paradeiro da
herdeira dos Hans.
Era como procurar uma agulha em um
palheiro.
A festa começava, os convidados já
estavam em seus devidos lugares, tudo
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parecia muito luxuoso, Sebastian já
estava no altar, ao lado de Albert.
E chegou a hora de Isabel entrar, seu
vestido era deslumbrante, um modelo
original feito sob encomenda em Paris,
o custo era exorbitante, equivalia
quase ao custo final da festa, também
era cravejado em pedras preciosas.
Ela passou bem devagar pelo tapete
vermelho, seu maior orgulho, seu pai a
segurou pelo braço e a conduzia, não
existia mais o fantasma de Cláudia
para roubar a atenção de Isabel,
apenas ela brilhava, era novamente a
filhinha do papai, nem desconfiava que
ela e um futuro marido eram cúmplices
no desaparecimento de sua própria
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irmã, e o pior, sabiam do tráfico de
mulheres, e venderam Cláudia, assim
como na Bíblia, quando José foi
vendido pelos próprios irmãos, Isabel
não sentiu o menor remorso quando
soube que seu noivo tinha vendido
Cláudia para pagar dívidas com o
cafetão.
Era algo repulsivo, a inveja e o ódio
destroem elos fraternos, amizades
falsas, amores fingidos, a aparência
realmente engana, e os segredos que
estavam sendo guardados por Isabel e
Sebastian, teriam consequências
irreparáveis.
Quanta glória Isabel ostentava naquele
momento, com certeza era o momento
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de maior satisfação de sua vida.
Seu pai a conduzia, rumo ao pior
homem do mundo, mas ela não se
preocupava com isso, ela não o amava,
ele não a amava, era apenas interesses
e conveniências, algo que era o
bastante para os dois.
Quanto tempo aquele castelo de
mentiras permaneceria de pé?
Quanto tempo os segredos seriam
mantidos naquela família?
Por quanto tempo aquela Família
ficaria presa as aparências?
Por quanto tempo seriam mantidos
enganados?
E os destinos dessas pessoas?
E os inocentes?
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E os culpados?
Quais seriam seus desfechos?
Ou nada iria ser descoberto, e a
verdade nunca viria a tona?
“A mentira é um doce veneno que é
tomado em doses extrapoladas, e a
verdade é a coisa mais difícil de se
tragar, quando por muito tempo o que
se imperou foi uma ilusão.”
A mentira ilude corações que não
enxergam a beleza da verdade...
Isabel finalmente se casou com
Sebastian, sob os olhares de aprovação
de seu irmão e de seu pai, era
realmente um absurdo, até que ponto
alguém pode ser enganado dessa
forma?
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Enganar, iludir e omitir, três artes
dominadas por Isabel e Sebastian, os
dois realmente nasceram um para o
outro.

Na suíte dos recém-casados:


- De onde você inventou pro seu pai
que você está grávida?!
- Eu tenho um plano.
- Você vai fazer o que Isabel, roubar
uma criança da maternidade?
- Eu já disse que eu tenho um plano, e
você é muito burro mesmo!
- Desculpa se eu não acompanho a sua
cabeça, qual parte do você não pode
ter filhos você não entendeu?!
- Pode deixar, que daqui a pouco
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tempo, vai ter uma menininha chorando
pelos quatro cantos dessa casa!
- Você realmente está delirando! Ainda
vai ser uma menina?!!
- Fica calma, tudo vai dar certo, é só
você confiar em mim!
- Vai em frente Isabel, mostre-me do
que você é capaz!

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Capítulo doze
O nascimento dos gêmeos...

Era algo realmente estranho, eu estava


grávida, sentia uma enorme conexão
com o meu filho, mas estava tão triste
por não saber como ele estava, ou o
seu sexo. Eu estava ansiosa para ele
nascer, o Klaus havia me dito que
deixaria eu ter o bebê, se eu me
portasse bem. E foi assim que eu fiz,
fiquei calada, aceitei tudo, e o tempo
foi passando.
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Ainda me lembro das primeiras noites
que Cláudia foi mantida em cativeiro,
as garotas não gostavam muito dela,
pelo fato dela ser rica. Todas estavam
com muita raiva, já que o meu plano
tinha fracassado, elas também foram
terrivelmente agredidas.
Um dia Ivan entro em nosso novo
cativeiro e disse:
- Tem um cliente, vamos ver como vai
ser a sua primeira vez Cláudia?!
Ela ficou em pânico, não conseguia
falar absolutamente nada, Cláudia era
tão atenciosa, sempre me perguntava
como eu estava, mas eu via que ela não
estava nada bem, nunca antes tinha
vivido daquela maneira, sem respeito,
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sem dignidade, sem dinheiro, sem
poder ir e vir. Era uma escrava, e pela
primeira vez estava sentindo o que era
se sentir daquele jeito, uma
prisioneira, uma traficada…
Ela sabia que tinha que obedecer, mas
a alma de Cláudia era rebelde, por
mais que tentasse, ela não conseguia
abaixar a cabeça.
Angela disse:
- Agora você vai ver como é ser
estupradas todos os dias e não poder
fazer nada pra se libertar disso!
- Por que você está com tanta raiva da
garota Angela, ela nunca te fez nada!
Disse Eva
- Agora você vai defender a rica aí
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Eva! Respondeu Angela.
- Não é culpa dela, a gente estar aqui,
e nos odiar, não vai ajudar em
absolutamente nada! Completou Eva.
- Temos que nos unir, se não ficarmos
unidas, vamos perder tudo!
- Olha quem fala?! Logo você Flávia,
você estragou tudo, e foi tão burra que
ainda voltou pro cativeiro, e para
completar ainda mais a tragédia, está
grávida! Disse Sabine.
- Eu escolhi engravidar Sabine? Me
responda! E eu só estava tentando
ajudar!
- Que bela ajuda, todas aqui
apanharam por sua culpa, e ainda
temos que olhar pra sua cara!
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- Que ódio é esse Sabine?! Eu entendo
que todas nós estamos passando por
momentos difíceis, mas não desconte
em mim!
- E na sua cunhada pode?! A rica, a
alemãzinha, com ela ninguém mexe, e
agora você não quer deixar ela fazer
um programa com um velho nojento te
tocando sem você querer?! Por que?
Por que?
- Eu não disse isso Sabine, eu apenas
disse que não devemos no dividir,
vamos nos unir, eu vou ter um bebê
agora, e todas vocês serão as tias dele,
todas vocês, porque vocês são minhas
amigas! Vamos nos unir agora!
Cláudia no interrompeu:
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- E quando o bebê nascer, o que vai
acontecer?
- Eu vou trazer ele pra cá Cláudia,
junto comigo!
- E se eles não deixarem você ficar com
o bebê?!
- Claro que vão deixar Cláudia, o
Klaus me disse que eu posso ficar com
ele!
- Pelo pouco que eu conheço desse
lugar, a única pessoa que não deve
confiar é no cafetão. Ele pode tirar o
bebê de você!
- Claro que não Cláudia, o filho é meu!
- Isso não importa Flávia, ela pode
querer se vingar de você!
- Pelo que?
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- Você denunciou ele! Isso deve ter sido
o fim!
- Não, ele me estuprou, você sabe o que
é isso?! Ela já se vingou de mim! No
meu filho ele não toca!
- Tomara Flávia, tomara que esse
monstro não esteja planejando nada!
- O meu filho vai ficar comigo, assim
que vai ser!
- Tomara.
Mônica disse:
- Desculpa interromper a conversa das
convidadas vips, mas senhorita
Cláudia, está quase chegando a hora
de você encontrar o seu novo cliente.
- Eu não vou transar com ninguém,
ninguém vai tocar no meu corpo, sem a
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minha permissão!
Mônica riu:
- Parece mesmo que você não seu conta
ainda, olha onde você está! Você vai
ser obrigada, e se não cumprir as
consequências, vai pagar muito caro!
- Eu já disse, no meu corpo ninguém
toca!
Eu me senti totalmente incapaz de fazer
alguma coisa por Cláudia, era
extremamente difícil pra ela, naquela
primeira noite, ela apanhou do cliente,
porque não quis fazer nada com ele,
para e vingar de Cláudia, Klaus deixou
ela na solitária três dias, sem comida e
sem água. Quando ela voltou, estava
tão pálida, parecia tão frágil, eu tentei
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cuidar dela com o que tinha, logo a
resistência das garotas perante
Cláudia foi diminuindo, elas não a
enxergavam mais como uma inimiga, e
sim como mais uma vítima de tudo
aquilo.
Klaus pegou uma implicância de
Cláudia, começou a arranjar vários
clientes para ela, porém ela sempre
dava um jeito de sair daquela situação,
e sempre voltava para solitária,
quando voltava nós a ajudávamos, e
assim foi passando o tempo…
Um dia Ester chegou dizendo que
Klaus estava planejando uma viagem,
ele iria para a Espanha, e obviamente
iria nos levar também, estava muito
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perigoso ficar na Alemanha, a polícia
ainda estava procurando Cláudia, o pai
dela não deixava as buscas pararem.
Depois de um longo período, Cláudia
baixou a guarda, e teve o seu primeiro
programa, ela voltou arrasada, mas
tinha perdido as forças, parecia ter
entregado os pontos.
Seus olhos, que antes eram tão cheios
de vida, foram lentamente perdendo o
brilho, o tempo tinha o poder de fazer
um ser humano se adaptar a qualquer
tipo de situação.
E assim, 7 meses se passaram, sete
meses de espera, havia chegando o
grande momento…
As garotas estavam apreensivas, Klaus
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me levou ao hospital, e disse lá que eu
era sua esposa, as dores eram
insuportáveis, mas eu queria ver o meu
bebê o mais rápido possível, eu já o
amava tanto.
Entrei na sala, na verdade eu apaguei,
não pude fazer o parto normal, fui
obrigada a fazer uma cesariana.
Depois de um longo período, acordei
em um quarto, a enfermeira trazia dois
bebês, eu estranhei, já que eu só
aguardava um.
- Aqui senhora, seus gêmeos, lindos e
saudáveis, quais serão os nomes deles?
- Como assim gêmeos?! Disse eu
espantada!
- Sim, a senhora teve gêmeos, uma
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menina e um menino. Aqui estão,
segure.
Ela colocou as duas crianças em cima
do peito, eles eram tão pequenos, e tão
lindos, as mãozinhas fechadas, como eu
poderia sentir algo tão grande por
pessoinhas que eu havia acabado de
conhecer?! Era um sentimento
especial, fiquei com eles durantes 30
minutos.
Depois disse a enfermeira:
- A menina vai se chamar Lena, e o
menino vai se chamar Ben.
- Belos nomes.
- Eles são muito bonitos, eu nem
acredito que eu sou mãe agora!
- Me desculpe perguntar, mas de onde
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você é?
- Eu sou brasileira.
- Brasil, eu queria tanto conhecer um o
Brasil, quem sabe um dia eu vou lá!
- Quem sabe…
Ela disse que tinha que levar os bebês
para o berçário.
Eu olhei pra os dois, me despedi, e lá
se foram eles…

Alguns minutos depois:


Sebastian e Isabel avistam os bebês no
berçário…
- Eu quero a menina.
- Você tem certeza que você quer fazer
isso Isabel, ainda dá tempo pra
desistir!
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- Não vou desistir de nada! Eu quero a
menina.
- E o menino, o que você vai fazer com
o menino?!
- Não sei, coloca na adoção, ou sei lá,
pede pro cafetão dar um destino pra
ele, mas a menina não, a menina eu
quero pra mim.
- Você tem certeza?
- Sim.
Pra disfarçar a gravidez falsa, Isabel
viajou e disse que não poderia ficar na
Alemanha, por causa da dor de ‘perder’
a sua querida irmã, ela mandava fotos
com uma barriga falsa para seu pai e o
seu irmão.
Klaus havia se registrado como o
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marido de Flávia, por isso o hospital
liberou a sua saída com os bebês,
enquanto a brasileira repousava.
Klaus entregou Lena para Isabel. E
deixou Ben em um lar de adoção.
Quando foi buscar a brasileira no
hospital, ele disse que os bebês já
haviam sido levados para o cativeiro,
para não chamar tanta atenção.
Flávia acreditou na mentira de Klaus, e
quando chegou ao cativeiro, o cafetão
disse sorrindo que ela nunca mais
voltaria a ver os filhos, a brasileira
partiu pra cima dele, e teve um
colapso, teve que ser medicada, e ficou
vários dias gritando que queria seus
filhos de volta na solitária, isso era a
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única coisa que mantinha Flávia viva,
a esperança de voltar a ver seus filhos.
Cláudia também ficou revoltada, assim
como as outras garotas, ele não podia
tirar os filhos dela assim, mas essa era
a vingança de Klaus, ele não iria
deixar Flávia ficar com os filhos do
homem que ela amava.
Na mansão “Hans”, todos conheceram
a pequena Lena, e logo de cara
Alexandre caiu de amores pela menina,
Isabel ficou tão satisfeita de ver como
seu pai a agradecia por ela ter
cumprido o sonho dele.
- Agora só falta encontrarmos Cláudia,
pra nossa família ficar completa. Disse
Alexandre.
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E Isabel respondia:
- Claro que sim papai, nós vamos
encontrar minha querida irmã!
Foi a vez então de Albert conhecer
Lena, mal ele sabia que na verdade
estava segurando sua própria filha, era
uma emoção tão grande que ele sentia
quando segurava aquela menina.
- Que estranho. Disse Albert.
- O que tem de estranho? Perguntou
Sebastian…
- Parece que eu conheço essa
menininha, ela me lembra alguém!
- Quem? Indagou Isabel.
- Ela me lembra uma brasileira, que eu
conheci a algum tempo atrás, na
verdade ela é igualzinha a ela…
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Alexandre repreende Albert:
- Você vê essa brasileira em qualquer
lugar, agora diz que a sua sobrinha se
parece com ela, isso já passou dos
limites.
Isabel e Sebastian se entreolham…

O CEO e a Última Virgem -


(Traficadas – Parte II)
Albert não consegue se esquecer de
Flávia, e continua a procurando,
mesmo agora estando casado com
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Penélope.
O sofrimento das traficadas continua.
Alexandre sofre um infarto, e Isabel
conta toda a verdade para o pai.
Através de um exame de DNA, Albert
descobre que Lena é sua filha.
Antônio avista Cláudia na Espanha…
Klaus tenta matar o filho de Flávia e
Albert.
Depois de anos, Albert finalmente
reencontra por acaso Flávia em uma
festa.
As traficadas tentam se libertar…
Segredos revelados, mortes,
reencontros, não perca a segunda parte
da história.
O CEO e a Última Virgem – (Traficadas
ACHERON - NACIONAIS -
PERIGOSAS
– Parte II).

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