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O
CEO
EA
Última
Virgem
(Traficadas – Parte I)
Uma história original de:
(Elena Cadena)
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Contra Capa
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Atenção:
Essa é obra de ficção que não tem o
menor vínculo com a realidade.
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Prefácio
O que você faria pelo amor da sua vida?
Flávia vai em busca de uma vida melhor
em outro país, mas o pior acontece, a
brasileira é uma vítima a mais do
‘Tráfico Internacional de Mulheres’.
Apesar do pesadelo, ela acaba se
apaixonando pelo CEO Alemão Albert
Hans, herdeiro da Multinacional ‘Hans’.
O romance começa a ficar mais sério, no
entanto ele nem desconfia que na
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realidade Flávia seja uma garota
traficada.
Entre tramas mal resolvidas, segredos e
traições, ‘As Traficadas’ farão de tudo
para reconquistarem sua liberdade.
O que você faria se você fosse
traficada?
‘O CEO e a Última virgem’ (Traficadas
– Parte I)
Uma história onde todos procuram a
mesma coisa, a liberdade…
“A Distância faz ao amor aquilo que o
vento faz ao fogo: apaga o pequeno,
inflama o grande”
“O Tempo não faz alguém esquecer um
amor mal resolvido, o tempo só o
fortalece, pois tudo aquilo que não é
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vivido, não morre dentro da gente”.
Índice:
Capítulo um
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Capítulo dois
Capítulo três
Capítulo quatro
Capítulo cinco
Capítulo seis
Capítulo sete
Capítulo oito
Capítulo nove
Capítulo dez
Capítulo onze
Capítulo doze
Traficadas Parte II
Títulos da autora
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PERIGOSAS
Capítulo um
Não me culpem, era 1998 e
eu era apenas uma garota de
18 anos.
Ainda me lembro daquele ano, foi um
dos piores da minha vida, tinha acabado
de enterrar o meu pai e minha mãe se foi
apenas dois meses depois, a minha vida
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desabou, meus parentes não foram muito
úteis naquela hora, na verdade eles
também me abandonaram, me vi sozinha
em um ‘mundo cão’ que parecia querer
me engolir, cansada de tantas pressões e
com a cabeça cheia, eu tentava, tentava
de verdade não ver tudo de uma maneira
negativa, mas isso parecia praticamente
impossível, é muito difícil ter que
aceitar que daqui para frente eu iria ter
que me virar sozinha.
Me lembro também da época da escola,
todas as garotas tinham ‘ficantes’ e
namorados, e eu ficava no zero a zero,
nunca tive certos traquejos para ser uma
garota que se doava, eu sempre fui muito
retida, foi por isso que minha virgindade
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foi preservada por muito tempo, tinha
tanto medo de fazer sexo, para os outros
parecia tão fácil, mas pra mim, sei lá…
parecia uma coisa muito incomoda,
primeiramente por causa da minha
autoestima, não me sentia a vontade com
o meu corpo, segundo porque eu achava
que nenhuma pessoa iria me amar, na
verdade eu dizia isso porque eu nunca
tinha sido amada por ninguém em toda
minha vida, então era extremamente fácil
pra eu acreditar no negativo, sabe, às
vezes as pessoas te colocam pra baixo, e
você começa a acreditar nelas.
Eu não estou reclamando ou sendo
demasiado dramática, é que na minha
história as tristezas são muitas, coisas
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horríveis aconteceram, eu pensei que
estava acabada, mas… teve alguém que
se sacrificou por mim, teve alguém que
me amou incondicionalmente, teve
alguém que me enxergou por trás das
minhas barreiras, essa pessoa, é a essa
pessoa que hoje eu agradeço pela minha
liberdade.
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Capítulo dois
As seis virgens do harém
Quando você vê a primeira morte,
aquilo te abala e te revolta, e o pior foi
que as outras garotas pareciam não se
importam com isso, e era excelente para
aqueles cafetões, colocaram medo, e
Angélica tinha sido o primeiro exemplo,
seja obediente e nunca fique grávida.
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Parecia mesmo ser a primeira lição.
As 6 virgens que poderiam reder o que
foi investido eram: Angela, Ester,
Mônica, Sabine, Eva e eu.
As primeiras a serem vendidas eram as
mais bonitas, eu agradecia por ser uma
das menos favorecidas com a beleza que
eles cultuavam.
Mônica foi a primeira, um milionário
iria pagar muito dinheiro só para ser o
primeiro a passar uma noite com ela.
Mônica tomou banho, e a vestiram com
as melhores roupas, ela tinha que
aparentar ter 16 anos, mesmo tendo 19,
o magnata queria uma menininha,
considerava as maiores de 18 anos
‘muito maduras’.
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Mônica foi, e nós esperamos sua volta,
com um olhar de curiosidade, ela voltou
com a boca manchada, e marcas por
todo o seu corpo, Klaus a enganou,
primeiramente disse para ela que seria
um homem só. Ela voltou, e no seu
colchão, nos disse o segundo absurdo
que eu vivi dentro daquele lugar, nos
contou que foi obrigada a ter relações
sexuais com 5 homens, era uma orgia de
magnatas, ela disse que tinha que sorrir,
foi apenas a primeira vez dela, depois
disso ela voltava a ser prostituída por
um valor mais abaixo, e não ganhava
nada, já que devia mais do que
conseguia com o seu estupro coletivo.
Em um ritmo acelerado, era chegada a
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vez de mais uma garota perder a
virgindade, e a escolhida foi Angela.
A mais nova das 6, parecia um anjo,
quando eu a vi arrumada, parecia um
anjo que havia caído do céu. Sua doçura
era cativante, conseguia com um olhar
dizer o que sentia.
Ela foi, e mais uma vez esperávamos a
sua volta, o que aconteceria? Angela
voltou, completamente bêbada, mal se
aguentava em pé, mais uma vez, o corpo
estava cheio de marcas.
Angela dizia que aquele homem não a
tratava como uma pessoa, mas sim como
um objeto, que era usado e depois
descartado, um brinquedinho.
Ester, talvez a mais realista das seis, se
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preparou para tudo de ruim que poderia
acontecer, estava tentando se preparar
psicologicamente para o mal.
Mas uma vez, lá vai mais uma, e eu
ficava angustiada, estava chegando a
minha vez.
Ela foi e voltou, não havia marcas, mas
Ester nos contou uma das histórias mais
peculiares daquele lugar, quem havia a
contratado foi uma mulher, ela queria
que seu marido fizesse sexo com uma
virgem, e que ela presenciasse tudo, e
foi o que aconteceu, a mulher viu todo o
ato sexual, Ester contou que tudo foi
muito bizarro, mas que resolveu fingir
que não estava ali, pelo menos enquanto
acontecia.
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O que Sabine temia, aconteceu, era sua
vez de sacrificar-se, com medo, ela nem
conseguiu dormir, mas foi rápido, nos
contou, disse que era um só, e ele não
era velho, ela apenas tirou a roupa e se
deitou na cama, o resto ele fez, e deu
uma certa quantia a mais para Sabine.
Klaus disse que era a vez de Eva, que
ela deveria ser uma boa garota e
cumprir com a sua obrigação como
todas as outras tinham cumprido, porém
Eva era diferente, não aceitava tudo tão
fácil, ela resistia, não duraria muito
tempo ali.
Na noite anterior, Eva tentou fugir, mas
alguém já havia alertado Klaus sobre os
planos de Eva, ela levou uma surra, e
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ficou tão mal, que não tinha como fazer
o programa na noite seguinte, acabando
assim, que eu tive que substituí-la, e
assim é o destino, funciona de maneira
misteriosa e confusa, ainda me pergunto
se Eva tivesse ido no meu lugar, onde eu
estaria agora?
Klaus me avisou que eu substituiria Eva,
ele comprou um vestido e mandou eu me
maquiar, antes ele tinha uma conversa
com cada garota, era na verdade um
ultimato, ele dizia que eu tinha um
determinado tempo para voltar e fazer o
programa, se eu não voltasse até essa
hora, ele mataria uma garota a cada
hora, e a culpa seria minha, se eu
contasse para os clientes que eu estava
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sendo mantida em cárcere privado, e
sendo prostituída contra a minha
vontade, elas também sofreriam as
consequências.
Ele me disse que esse cliente não fazia
noção que aquilo era uma rede de tráfico
internacional, e que por isso eu não
poderia demostrar estar desconfortável,
eu era uma ‘dançarina’, e iria em uma
despedida de solteiro, o melhor amigo
do noivo tinha me ‘contratado’ para
‘alegrar’ a noite do solteiro.
Esse amigo do noivo era um dos homens
mais ricos da Alemanha, o nome dele
era Albert Hans, um CEO de uma
empresa familiar, era a festa das elites.
O motorista me levou até o prédio, a
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festa estava acontecendo na cobertura,
entrei no elevador, e quanto mais eu me
aproximava, mas a música parecia estar
alta, muita gente na piscina, bebidas por
todos os lados, e eu tinha que ir falar
com o homem que havia me contratado.
Chegando, foi a primeira vez que eu o
vi, ele estava falando ao telefone,
parecia realmente estar super ocupado,
ele era um homem muito atraente, e o
que ele tinha de bonito, ele tinha de
arrogante.
De cara eu não gostei dele ‘que tipo de
pessoa contrata uma mulher virgem, para
que o amigo se divirta na despedida de
solteiro?’ Deve ser um machista, que
acha que é melhor do que todo mundo só
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porque é rico, mas eu estava ali para
fazer aquilo o mais rápido possível, não
estava com medo tampouco nervosa, só
queria fazer para aquilo acabar.
Quando me viu, eu fui logo me
apresentando:
- Eu sou a garota do Klaus.
- Você é a garota do Klaus, ok… que
bom que você chegou…
- Onde está o meu cliente?
- Eu sou o seu cliente, eu te contratei
para o meu amigo, que aliás está caindo
de bêbado. De onde você é?
- Do mesmo lugar que você, do planeta
Terra.
- Você é interessante, mas aonde você
nasceu?
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- Brasil.
- Você é brasileira, é eu já sabia… O
Klaus me veio com uma conversa de que
você era virgem, na verdade isso não me
interessa, eu só queria uma garota de
programa.
- Mas eu sou virgem senhor, na verdade
eu achei que o senhor tinha me
contratado especialmente por isso.
- Eu não acredito nisso, isso é conversa,
também não me interessa muito se você
é virgem ou não.
- Então por que o senhor me contratou?
- Eu gosto como se pronuncia o seu
nome, Flávia…
- Você não deveria pagar o triplo do
preço por causa de um nome.
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- Quando eu gosto de algo, eu pago o
que for preciso para ter aquela coisa.
- Eu não sou uma coisa senhor.
- Eu sei disso. E em que lugar do Brasil
você nasceu?
- Eu sou do Rio de Janeiro…
- Rio de Janeiro, é uma dos lugares mais
bonitos do planeta…
- Você acha?
- Sim… O que uma brasileira veio fazer
na Alemanha?
- Eu acho que eu devo encontrar o seu
amigo agora, não é?
- Você está com pressa?!
- Não, apenas não estou entendendo o
propósito dessa conversa.
- Vou ser sincero com você, eu não gosto
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muito dessas festas, e na verdade eu não
conheço o seu ‘chefe’, na verdade acho
que foi um dos acionistas que contratou
você. A empresa achou que Sebastian
deveria ter uma despedida de solteiro
inesquecível, eu particularmente não
gosto desse tipo de coisa, você sabe,
contratar uma pessoa?!
- Então foi a empresa que me contratou?!
Isso não te livra de ser uma machista
que só vê nas mulheres um objeto?
- Me desculpa, mas você disse que esse
era o seu trabalho.
- Você já parou para pensar que as vezes
as pessoas não tem escolhas, e que são
obrigadas a fazerem coisas que elas não
querem fazer?! Nem todo mundo nasce
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com a sorte de ser rico e poder fazer o
que quiser na vida.
- Agora você vai me dar um sermão?!
- Não! Eu só estou dizendo que você não
é tão santo quanto aparenta ser, tenta se
livrar da culpa dizendo que foi a
diretoria da sua empresa, que me
contratou, mas você também foi
cúmplice!
- Eu não sei por que você está com tanta
raiva?!
- Acredite eu tenho meus motivos! Se eu
pudesse, eu iria embora agora!
- Tudo bem Flávia, ninguém está te
forçando a ficar!
- Então tudo bem, eu estou indo!
Flávia sai, vai até o elevador, mas se
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lembra que não pode voltar sem o
dinheiro, e volta….
Ela olha para Albert e diz…
- Eu não posso voltar sem o dinheiro
senhor Hans!
- Eu sei disso, eu iria pagar depois para
o seu ‘representante’.
- Se o senhor for gentil, por favor me
pague agora.
- Tudo bem, se é assim que você
prefere.
Albert abre a gaveta e pega um envelope
e dá para Flávia.
- E agora? Pergunta Flávia.
- Está tudo certo. Garante Albert.
- Você vai contar para o meu
‘representante’ que nada aconteceu?
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- Não, não tenho nenhuma intenção de
fazer isso!
- Ok, eu agradeço!
- Mas me diga uma coisa, por que você
está assim, tão nervosa, com raiva,
parece que está desconfortável?!
- É impressão do senhor!
- Você veio até a Alemanha obrigada?
- Não, eu vim porque eu quis!
Albert não era burro, concluiria a
verdade em pouco tempo.
Ele me olhava, até que Sebastian bateu a
porta, e entrou, logo perguntou:
- Esse é o meu presentinho?!
- Não, Sebastian, essa é uma convidada
minha, ela é a pianista que é uma das
candidatas para tocar no seu casamento.
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Disse Albert.
- Se ela é mesmo a pianista, pede para
ela tocar alguma coisa?!
- Não Sebastian, ela já estava de saída.
- Eu quero ouvir ela tocar.
Albert e eu nos entreolhamos, e
Sebastian foi até a sala e abriu o piano,
e pediu para a música parar, todos
olham para ouvir o que ele está
falando…
- Atenção, meus queridos amigos, eu
acho que o Albert quer ficar com o meu
presente, e inventou que essa moça aqui
era pianista! Essa é a piada do ano!
Mas para a surpresa de todos ali, eu fui
até o piano, abri e comecei a tocar,
minha mãe tinha me ensinado um pouco,
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o suficiente para me sair bem, afinal
aquelas pessoas estavam todas bêbadas,
para elas não faziam diferença de uma
ópera para um ‘dó, ré, mi, fá, sol, lá, si’.
Achei que depois daquilo poderia
finalmente ir embora, estava no lucro,
não precisei ficar com ninguém, e ainda
fui paga, parecia que foi a melhor coisa
que tinha acontecido. Além disso, me
livrei de Sebastian, que era um completo
idiota.
A única coisa que eu estranhava, era a
atração que estava sentido por aquele
idiota do CEO, ele me seduzia com os
olhos, um homem nunca tinha me olhado
daquele jeito, estranhamente nós não nos
comunicávamos bem, nossas conversas
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eram sem sentido, perguntávamos coisas
sem nexo, mas os olhares, os olhares
diziam tudo, era um pouco confuso, mas
eu gostava do jeito que ele me seduzia,
não sabia o que era aquilo, um homem
nunca havia demostrado interesse por
mim, eu estava vivendo um pesadelo,
mas ao mesmo tempo, eu não tinha me
arrependido de ter conhecido aquele
homem.
Acabei de tocar, e Sebastian já estava
disperso, encostado na pilastra, Albert
me observava, fui até o seu escritório
para pegar minha bolsa, que eu tinha
deixado lá.
- Eu não sabia que você era pianista?!
- Nem eu.
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- Você já vai?
- Acho melhor? Mas antes você poderia
me fazer um favor?
- O que eu poder ajudar?!
- Você poderia tirar minha virgindade, é
que eu vim aqui para isso!
Me lembro até hoje da expressão dele,
primeiro me olhou com espanto, e
depois sem falar uma palavra, me levou
até o quarto.
Ele acendeu a luz, e me deu um selinho
no canto da minha boca, ele era um
homem muito carinhoso, depois ele
começou a tirar os sapatos, a gravata, eu
tirei o vestido, e ele começou a beijar os
meus lábios novamente, ele pegou na
minha cintura, e não dizia nada, eu
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também achei que as palavras só iriam
atrapalhar naquele momento.
Ele me deitou na cama, tirou minha
calcinha, e ele tirou a calça, e aconteceu
o que tinha que acontecer, foi
extremamente prazeroso, ele chupava
levemente os meus seios, e me beijava
de uma maneira tão suave.
Eu achei que aquela noite iria ser
traumatizante, e de repente eu estava
gemendo de prazer em cima da cama de
um cara que eu nem conhecia direito, e
olha que era a minha primeira vez.
Aquilo era como acertar na loteria.
Eu definitivamente era a última virgem,
visto que algum tempo depois foi
descoberto que Eva tentou fugir, porque
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já não era mais virgem, e temia ser
castigada por causa disso.
Foi com ele que eu perdi a virgindade,
mas o meu tempo estava acabando, teria
que voltar, o motorista já devia estar me
esperando.
Depois, ele dormiu, e eu aproveitei para
sair sem ser percebida.
Quando desci, lá estava, meu carrasco a
minha espera…
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Capítulo três
Ainda bem que eu encontrei você
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Capítulo quatro
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Eu quero a garota brasileira…
Capítulo cinco
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30 minutos depois…
- E aí amor, gostou?
- Você tá brincando comigo?! Isso foi
muito bom! Disse Antônio!
- Sabe o que eu mais gosto em você?!
- O fato do professor aqui ser pobre!
- Não palhaço! É você me entender
assim! A gente se completa, sabe! Eu
sou a garota materialista, e você é o cara
que condena o consumismo! Realmente,
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os opostos se atraem.
- Realmente!
- Agora eu tenho que ir!
- Por que tão cedo?!
- Tem um jantar idiota na minha casa
hoje! “O casamento idiota da minha
irmã” se esqueceu?!
- Não, não me esqueci!
- Então hoje todo mundo vai resolver os
últimos detalhes dessa besteira, e eu
tenho que estar lá!
- Que pena! Você poderia ficar mais um
pouco!
- Esquece Antônio! Meu pai me obrigou
a ir! Não tenho como fugir, afinal de
contas, não vou perder o meu cartão de
crédito favorito, só por causa daquele
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idiota!
- Tudo bem, então quando vamos nos ver
de novo?!
- Eu te ligo!
- Ok, fico aguardando!
-Se eu não te ligar, eu venho aqui! Não
tem nenhum problema, não é?
- De nenhuma maneira! Se eu pudesse,
ficaria o dia inteiro com você!
- Fazendo o que?
- O que você mais gosta de fazer?!
- Não me faça essa perguntinha! Agora
vamos parar com a brincadeira, eu
realmente preciso ir!
- Tudo bem, vai lá amor! Mas eu vou
sentir saudades!
- Eu vou sentir mais!
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- Não, eu vou sentir mais!
- Me dá um beijo e me leva até a porta!
Antônio dá um beijo em Cláudia!
- E aí como foi esse beijo?!
- Esse beijo foi melhor do que o de
ontem! E o de amanhã, vai ser melhor do
que o de hoje!
- Você sempre diz isso Cláudia!
- As melhores coisas ainda vão
acontecer! Tchau!
- Tchau! Boa sorte!
- Me deseje mesmo! Porque eu vou
precisar!
Cláudia entra no carro, e manda um
beijo para Antônio!
A patricinha, chega em sua mansão, onde
está acontecendo um jantar muito
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importante, quando Cláudia chega, seu
pai vai em sua direção para abraçá-la.
Alexandre nunca fez questão de
esconder que Cláudia era sua filha
favorita. Isso incomodava algumas
pessoas.
Isabel, a irmã de Cláudia, e Sebastian os
observavam de longe, ele fazia questão
de destilar o seu veneno…
- Olha lá! Nem no jantar de organização
do seu casamento ele se lembra de você
Isabel! Ele a ama, e vai amar muito mais
os filhos que ela tiver! Você terá que se
contentar com as sobras!
- Por favor Sebastian! Será que você
pode parar de me provocar pelo menos
hoje?!
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- Isso não é provocação Isabel! Isso é
constatação! E eu nem sei por que você
fica tão nervosa com essa situação?!
Sempre foi assim, desde que ela nasceu,
roubou toda atenção!
- Ela não é perfeita!
- Claro que é! Olha só, todos gostam
dela, é autentica! Inclusive namora um
professorzinho barato, e ninguém se
opõe as suas vontades! Enquanto que
você se casará com o partido que lhe
corresponde! E ninguém te dá atenção!
Você faz tudo o que seu pai manda você
fazer, e mesmo assim ele não te ama,
como ama ela.
- Você pode parar com isso Sebastian!
- Não, não vou parar! Ela é um perigo!
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Eu já te avisei! Se você não fizer nada!
Ela sempre estará entre você e o amor
do seu pai! Lembra como ele te amava,
quando você ainda era a filha única?!
Hoje te resta apenas as migalhas!
- O que você quer que eu faça! Essas
suas conversas não vão nos levar a lugar
nenhum! Melhor você ficar quieto e
aceitar o lugar que a minha família está
te oferecendo!
- Atenção a todos, vamos a mesa! O
jantar está servido! Disse Alexandre!
E Sebastian solta o último comentário
venenoso…
- Claro, a filha favorita dele chegou,
agora nós podemos ir até a mesa!
Porque nós temos a noiva mais
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desimportante de todas!
Isabel não diz nada, mas está
envenenada por sua inveja, não
consegue mais dissimular todo o ódio
que sente pela sua irmã.
Todos vão até a enorme mesa de jantar
da família Hans.
Alexandre começa a falar…
- Antes de tudo, eu quero agradecer a
presença de todos, e dizer que quero dar
as boas vindas ao meu futuro genro,
Sebastian é um grande prazer recebê-lo
aqui!
- O prazer é todo meu senhor Alexandre,
estou muito feliz de poder fazer parte
dessa família tão especial!
- E você filha tem alguma coisa a dizer?
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Pergunta Alexandre para Isabel.
- Eu queria também agradecer a
presença de todos, e dizer que vou
realizar um sonho, me casarei com o
homem certo pra mim! Que manterá a
minha estirpe elevada! Ao contrário da
minha irmã! Que só dá dores de cabeça
para o meu pai!
- Vai começar! Sussurrou Albert.
- O que você quer dizer com isso
Isabel?! Pensei que hoje fosse o seu dia,
e que eu não devesse abrir a boca!
- Exatamente Cláudia! Mas ficamos aqui
a sua espera! O papai não queria que o
jantar fosse servido até você chegar!
Você sabia que hoje era um dia
importante para mim! Por que você não
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chegou?! Onde você estava?!
- Eu estava transando com o meu
namorado!
Todos se entreolham, Albert desaperta o
nó da gravata, Alexandre bebe um pouco
de vinho e Sebastian ri.
- Por favor Cláudia, não baixe o nível
dessa conversa! Disse Isabel.
- Me desculpa Isabel, mas quem baixou
o nível dessa conversa foi você! Rebate
Cláudia.
- Eu só perguntei onde você estava! Não
te pedi detalhes da sua vida privada!
- Você me provocou, eu só respondi a
altura!
Alexandre se mete na conversa…
- Por favor meninas, não vamos brigar!
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Vamos ficar em harmonia! O casamento
está chegando…
- Eu não acredito nisso pai! Ela fala uma
coisa nessa na mesa, e eu não posso nem
ao menos criticá-la! Esbraveja Isabel…
- Vamos manter a compostura Isabel!
- Diga isso para a Cláudia! Não fui eu
que disse que transei com o meu
namorado!
- E digo de novo Isabel! Transei com
ele! E foi muito bom! Ao contrário do
que você faz com esse crápula, que vai
ser o seu marido!
- Não chame ele de crápula Cláudia!
- Eu chamo sim! Porque é isso que ele é!
Um crápula! Você não percebe Isabel,
você vai cometer o maior erro da sua
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vida se casando com ele!
- Eu não vou cometer erro nenhum! Ele
será o maior acerto da minha vida! Não
sou eu que gosto de um homem de uma
classe inferior!
- Você é muito soberba! Julga os de
baixo e os de cima! E a única coisa que
realmente te importa é a classe social de
alguém, as contas bancárias! Mas me
diga uma coisa Isabel, você transa com
as contas bancárias do Sebastian?!
- Cláudia por favor! Diz Alexandre!
- Não pai, eu não vou me calar! Eu não
posso me calar! Eu sei que eu gosto de
comprar coisas, mas eu sei que no fundo
não é aquilo que me completa! E ela não
pode me julgar por eu namorar um cara
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pobre! Porque ela também já se
apaixonou por um!
Isabel se levanta e grita descontrolada…
- Cala boca!!! Você não tem o direito de
dizer isso!
Alexandre fala de novo…
- Por favor Cláudia, não nos lembre
desse episódio! Isso ficou no passado!
- Não, eu não vou fingir que nada
aconteceu! Por que a culpa também é sua
pai!
- Minha?!
- Sim, você sabe, no fundo a culpa é sua!
Não deixou a Isabel ficar com o
motorista, e olha só no que deu?! Caiu
de paraquedas nos braços desse
aproveitador!
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- Cala boca Cláudia! Você não tem o
direito de falar sobre isso! Isso não é
problema seu!
- Você tem razão! Se você é uma fraca, e
não conseguiu nem ficar com quem você
queria ficar de verdade, realmente isso
não é problema meu!
- Eu não sou fraca! Apenas obedeci o
meu pai!
- Se obedecer significa nunca fazer o
que se quer fazer, prefirio mil vezes
desobedecer!
- Vamos controlar os ânimos! Disse
Albert…
- Não se meta nesse assunto Albert, isso
não tem nada a ver com você! Diz
Cláudia.
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- Tudo bem…
- Um dia, vocês vão saber que esse cara
aí, que é tão estimado por vocês, não
vale absolutamente nada! Eu
sinceramente espero que não seja tarde
demais!
- Tarde demais para que? Pergunta
Sebastian ironicamente.
- As vezes não adianta dizer, mas o
tempo vai mostrar quem você é!
- Eu sou o que vocês estão vendo! Um
amigo da família! Vocês me conhecem
desde sempre! Acha que eu faria alguma
coisa?!
Alexandre responde…
- Claro que não Sebastian, você é de
casa, conheço seu pai desde que éramos
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adolescentes…
Albert também se manifesta a favor do
amigo…
- Por favor Cláudia, Sebastian é um
excelente amigo na vida pessoal, e um
ótimo parceiro nos negócios!
- Pensem o que vocês quiserem?! Em
terra de cego quem tem um olho é rei!
Diz Cláudia;
- Sabe Cláudia, por que você não fica
quieta?! É melhor, ninguém aqui liga
para sua opinião! Diz Isabel sorrindo.
- Não diga isso Isabel! É óbvio que nos
ligamos para o que a sua irmã pensa e
diz! Defende Alexandre!
- Claro pai, o jantar é meu, mas você
não para se orbitar em torno da Cláudia!
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- Por favor filha, não fique com ciúmes!
Eu amo vocês três da mesma maneira!
- Não diga isso, porque é uma mentira!
- E lá vem a Isabel se fazendo de
vítima!!! Diz Cláudia!
- Eu não me faço de vítima, eu apenas
estou constatando! Você faz tudo o que
ele desaprova, mas mesmo assim
continua sendo a favorita!
- Para com esses seus dramas! Não me
culpe pelas suas frustrações! Por que
você não desiste de tudo isso, e vai
correndo atrás daquele seu motorista!
- Olha ela me provocando pai!
- Por favor Cláudia, deixe a sua irmã em
paz! E esqueça desse assunto!
- Não. Não vou esquecer! Porque todo
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mundo acha que essa família é perfeita!
E isso é uma mentira! Uma hipocrisia!
Essa família está desabando, e ninguém
faz nada! Essa família está convidando
um inimigo pra fazer parte da mesa, e
não percebe, porque ele se disfarça de
cordeiro, mas ele é um lobo! Então eu
não vou fazer coro para loucuras de
vocês! Se você quiser se casar Isabel,
então case! Mas quero que você saiba,
que você ainda vai ser uma mendiga,
que vive implorando por amor, mas que
nunca vai recebê-lo em abundância!
Você deu as costas para você mesma!
Não coloque a culpa em mim, não fui eu
quem te traiu, você fez isso consigo
mesma!
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Todos ficam calados!
Cláudia se levanta da mesa, e vai
embora, e Alexandre anuncia…
- Acho que não temos mais clima para
jantar!
- Concordo pai! Diz Albert.
- Então, acho que devo dizê-los, que
tenho uma reunião com alguns clientes, e
como aqui acabou mais cedo, acho que
devo ir andando.
Diz Sebastian…
- Reunião a essa hora? Questiona
Alexandre…
- Sim, devo adiantar algumas
negociações antes do casamento…
- Entendo, então vá. Diz Alexandre…
- Vou indo Isabel.
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- Tudo bem.
Quando Sebastian estava de saída, ouvi
Alexandre dizer:
- Que bom que você veio Albert,
precisamos falar sobre os desfalques,
cada vez o rombo fica maior.
- Eu sei pai, não entendo como está
acontecendo, o controle é tão rígido!
Quem está fazendo isso, com certeza é
de confiança!
- Eu sei! Temos que descobrir quem é!
Capítulo seis
Pedido de ajuda
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Capítulo sete
A descoberta do desfalque
20h00min
Cláudia estranha, era 20h e Albert sai
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apressado do trabalho – Pra onde ele
está indo? - Se perguntou ela, e com
tanta pressa assim?
Era estranho, pois Albert era um dos
últimos a saírem, mas passou mais
alguns minutos e nada de Clóvis sair…
Cláudia continuou esperando, alguma
coisa estava errada ali, ela não sabia o
que, mas hoje iria descobrir…
22h20min
Sebastian sai da empresa, algo
realmente estranho, já que ele teria um
jantar em breve com a Família Hans, era
demasiado tarde.
22h45min
Clóvis sai da empresa.
Cláudia segue Clóvis, sem que ele
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perceba, ela acelera o carro, parece que
está com muita pressa. Não era para ele
está na festa de Irina?
A intuição de Cláudia estava certa…
Clóvis vira duas vezes a esquerda, e
chega a uma ponte, lá estava Sebastian
sentado em um dos bancos, não havia
ninguém naquele lugar, os dois se
aproximam e se cumprimentam, mas
Cláudia não consegue ouvir
absolutamente nada, ela precisa se
aproximar, ela se esconde atrás de uma
pilastra, e percebe que Clóvis está
retirando alguma coisa do porta-malas.
Era uma bolsa, ele a entrega para
Sebastian, que a abre e confere, Cláudia
vê dinheiro, e fica espantada.
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- Eu sabia! Era ele o tempo todo!
Quando ia tirando a máquina de
fotografar de sua bolsa, Cláudia percebe
que Sebastian está se movimentando se
uma maneira estranha, ele toca no
sobretudo de Clóvis, e pega a sua arma.
Sebastian diz para Clóvis?
- Por que você trouxe isso ao nosso
encontro?
- Foi por segurança Sebastian!
- Você não estava pensando em atirar em
mim, estava?!
- Claro que não Sebastian, eu não sou
um assassino! Eu só quero ir embora e
ver a minha filha!
- Sabe qual é o seu maior problema
Clóvis? Você é muito medíocre! Sempre
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se satisfaz com pouco! Sempre
esperando as migalhas caírem da mesa!
E sabe qual é o problema disso
Clóvis?!Pessoas como você são
simplesmente esquecidas pela história!
Você é uma pessoa que não veio pra
acrescentar nada! É só um velho
decrépito que já não serve pra mais
nada.
- Por que você está me dizendo isso
Sebastian, eu não fiz tudo o que você
mandou?!
- Sim, você fez. Mas também trouxe um
problema junto!
- Que problema!
- Eu não sei como você pode ser tão
burro!
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- Você está sendo seguido, e nem se deu
conta disso!
- Seguido, eu? Impossível!
- Você trouxe a vagabundinha até aqui!
Seu desgraçado!
- Que vagabunda Sebastian, de quem
você está falando?!
- A Cláudia te seguiu, e está vendo tudo
o que nós estamos fazendo aqui, agora!
Você o tamanho do problema que você
me arranjou?! Agora como eu vou
limpar essa merda toda?!
- Não sei, hoje eu vi a senhorita Cláudia
na minha casa, ajudando minha filha no
aniversário dela!
- Ela deve ter visto alguma coisa!
- Deve ter sido a pasta que eu uso para
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maquiar os desfalques! ‘Desfalque
Sebas’!
- Mas me diga uma coisa, quem é que
desvia dinheiro, e coloca uma pasta com
o nome ‘Desfalque Sebas’? Você
realmente é um ser com uma inteligência
abaixo do normal.
- Mas ninguém nunca viu essa pasta.
- Parece que agora alguém viu! Vou ter
que arranjar um problema por sua causa!
- Você já não me serve para nada! Inútil.
Cláudia de longe fotografa, Sebastian
com uma arma na mão, e Clóvis com as
mãos levantadas.
- Solta a bolsa Clóvis!
- Não, não vou solta! Eu quero ir
embora!
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- Solta a bolsa, que eu deixo você ir
embora!
- Não, primeiro me devolve o revólver!
Clóvis fica com a bolsa em uma das
mãos, e vai se aproximando da porte.
Sebastian fica apontando o revólver
para a cabeça de Clóvis, Cláudia está
vendo tudo e também registrando…
- Me dá a merda do dinheiro Clóvis!
- Não, me deixa ir embora, eu tenho
família Sebastian, eles dependem de
mim! Hoje é aniversário da minha filha!
- Me dá o dinheiro e eu deixo você ir
pra casa!
- Não você está mentindo.
Clóvis não se dá conta que está andando
de costas diretamente para a ponte. Uma
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queda, seria fatal.
- Clóvis, raciocina! Você quer que aqui
seja o fim da linha pra você?! Pensa
bem, você não quer ver seus netos?!
Você é um homem honrado!
- Eu era um homem honrado, hoje eu sou
um ladrão!
- Ladrão todos nós somos um pouco, a
diferença é o que você está roubando!
- Eu nunca me senti bem com isso!
- Eu sempre soube que você era um
fraco.
- Se ser fraco é ser honesto, então eu sou
fraco!
- O mundo Clóvis, é dos mais fortes!
Quem vai sobreviver hoje?! Eu ou
você?!
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- Você é um louco!
- Não sou louco! Eu sou um jogador, e
quem deverá ganhar o jogo hoje sou eu!
- Não!
- Game Over…
Sebastian se aproxima dele e dá um tiro
a queima-roupa na cabeça de Clóvis,
com a própria arma do contador, e acaba
caindo da ponte com a bolsa nas mãos.
Cláudia vê aquela cena toda, e fica em
estado de choque, ela para de fotografar,
e corre até o seu carro, ela abre a porta,
e quando coloca a mão na chave,
percebe que ela não está lá.
- Cadê a chave?! Cadê?
Cláudia fica desesperada, e procura a
chave no porta-luvas, até que Sebastian
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aparece do lado de fora da outra porta, e
ele está com a chave nas mãos!
- Procurando alguma coisa,
cunhadinha?!
Cláudia fica branca, pega sua bolsa no
desespero e começa a correr, pedi
ajuda, mas ali é um lugar deserto,
ninguém a escuta…
- Pra onde você pensa que vai Cláudia?!
- O que você fez?! Você matou o
Clóvis?!!!!
- Sim matei! Algum problema com
isso?!
Cláudia está visivelmente abalada pelo
que viu!
- O que você vai fazer comigo?!
- Cláudia, eu falei pra você não se meter
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no meu caminho, e agora o que eu faço
com você?! Quer nadar com o contador
Clóvis!
Cláudia anda desesperada, e Clóvis ri…
- Olha pra você, ainda não se
recuperou?! É só uma morte, não é pra
tanto!
- Era você o tempo todo, eu sempre
soube! Mas todo mundo vai saber quem
você é!
- Será que vão mesmo?!!! Acho difícil!
- Você é um doente, você não vai se
casar com a minha irmã!!!
- E o que faz você acreditar que ela não
sabia de nada?! Só por ela é sua irmã?
- Do que você está falando, seu
assassino?!
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- Que os iguais se reconfortam! E eu e a
sua irmã somos iguais! Tão parecidos!
- Minha irmão não é igual a você
- Tem razão, ela deve ser pior!
- Você vai pagar pelo que acabou de
fazer!
- Eu, vou pagar pelo que? Não fiz nada!
- Você se acha um Deus! Que vai ficar
impune, mas saiba que eu tirei fotos!
- Quais, aquelas que eu posso queimar
na hora que eu quiser?!
- Eu vi tudo! Você acha que o meu pai
não vai acreditar em mim?!
- É verdade! Ele pode até acreditar em
você, mas isso se você fosse ver ele de
novo! Uma coisa que não vai acontecer
nunca mais!
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Uma coisa eu te prometo, nunca mais
você vai ver o seu querido papai!
- Por que? Você vai me matar?
- Deveria! Você só me traz problemas!
- Então me mata que eu quero ver se
você tem coragem!
- Não me desafie Cláudia! Você não me
conhece!
- Não, aí que você se engana! Eu sempre
soube quem você era! Sempre, soube
que você não valia nada!
- Agora você quer ser a esperta?! Ok!
- O que você vai fazer comigo?!
- Bom, eu vou te levar pra um lugar!
Você fez eu perde o meu dinheiro todo,
vou ter que consegui-lo de outra
maneira!
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- Do que você está falando?!
- Bom, até descobrirem o corpo do
nosso amigo ali, vai demorar uns três
dias! Enquanto isso, eu vou ver o que
vou fazer com você, mas te garanto,
você ferrou com tudo! Não vai dar para
se despedir da família! Que pena!
- Eles vão descobrir tudo Sebastian, mas
cedo ou mais tarde!
- Eu vou te falar uma coisa Cláudia que
não insiram na sua escola, as maiores
verdades do mundo, nunca vem a tona.
Nesse momento Sebastian dá um golpe
na cabeça de Cláudia, que desmaia na
hora, e a coloca dentro do porta-malas
dele.
Ele coloca um pano na boca dela, além
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de prender suas mãos.
Sebastian assovia, e fecha o porta-
malas, depois friamente dirige até a
mansão ‘Hans’, e Cláudia está
desacordada no porta-malas.
Chegando lá, há uma pequena festa,
porém o barulho é ensurdecedor.
Ele coloca o carro na garagem, entra na
mansão e socializa como se nada tivesse
acontecido.
Sebastian chama Isabel em um canto…
- Vai pegar o carro da sua irmã nesse
endereço…
Sebastian dá um papel para Isabel.
- Mas por que pegar o carro dela?
- Faz o que eu estou te mandando, some
com o carro dela!
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- Mas por que?
- Você o amor do seu pai de volta?!
Isabel diz que sim com a cabeça.
- Então faça o que eu estou te pedindo.
Isabel sai rapidamente, Sebastian dá a
desculpa que ela foi buscar uma amiga.
Isabel acha o carro de Cláudia, e o
esconde em um estacionamento
clandestino, onde ela dá um nome falso.
Ela regressa até sua festa, e Sebastian
pergunta se ela conseguiu…
- Consegui, sumi com o carro do radar, o
que aconteceu com ela?!
- Ela viu demais, ela está desacordada
no porta-malas do meu carro dentro da
garagem do seu pai!
- Desacordada ou morta?!
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- Desacordada!
- E por que você foi trazer ela
justamente pra cá Sebastian?!
- Eu precisava de um álibi?!
- De um álibi?!
- Depois eu te explico, agora haja
naturalmente?!
- Eu tenho que ir lá ver ela,
desacordada! Eu tenho que ver isso!
- É perigoso Isabel!
- Que seja! Eu vou lá!
Isabel abre a garagem, e vai até o carro
de Sebastian, chegando lá, ela abre o
porta-malas lentamente, com
tranquilidade ela o fazia, e com um
imenso prazer, não tinha perigo, o
barulho da festa não permitia ninguém
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ouvir algum pedido de socorro.
Ela abre e vê a Cláudia amarrada e
amordaçada, sua cabeça sangrava,
enquanto a olhava, Isabel sorria, por
dentro e por fora.
Cláudia despertava lentamente e quando
viu o rosto de Isabel, pediu ajuda com
os olhos, depois tentava falar mas era
em vão, Isabel sorria e disse…
- Era assim que eu sempre quis te ver na
vida, sem voz, assim você não pode
chamar a atenção de todo mundo, não é?
Cláudia chorava de desespero, estava na
casa de seu pai, mas não poderia pedir
ajuda…
- Tenta gritar Cláudia, ninguém vai te
ouvir…
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Enquanto estava com o porta-malas
aberto, Alexandre chega pela frente e
pergunta o que Isabel estava fazendo ali.
Isabel fica apreensiva.
- Estava guardando um presente pai.
- E a sua amiga, cadê ela?
- Que amiga papai?
- Sebastian disse que você saiu porque
iria busca uma amiga para a festa!
- Ha… Sim, ela não pode vir…
Cláudia tentava se mexer dentro do
carro, pois tinha escutado a voz do seu
pai…
- Que barulho é esse Isabel?
- Que barulho pai?
- Que está vindo do porta-malas?!
- Não ouvi nada, o barulho é da música!
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- Não Isabel, o barulho está vindo do
porta-malas! Deixa eu ver o que tem aí
dentro?!
- Não tem nada!
Cláudia fazia ainda mais barulho, e
Alexandre desconfiava! Isabel estava
nitidamente nervosa, já que se ele visse
Cláudia ali, tudo estaria acabado…
- Abra o porta-malas Isabel!
- Não tem nada aqui!
Alexandre vai em direção ao porta-
malas, porém quando estava bem perto,
a porta da garagem se abre, e Sebastian
está com o microfone na mão, chamando
o sogro para fazer um discurso, ela até
pensa em ver o porta-malas, mas
desiste, não queria deixar os convidados
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esperando.
Quando chega ao palco, Alexandre diz:
- Onde está a minha a Cláudia, alguém
viu ela hoje?
Isabel respira aliviada...
Capítulo oito
Traficadas...
Para despistar Albert, Klaus liga para
ele e diz que finalmente Flávia está
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disponível. O CEO não acredita, e logo
marca um encontro com a brasileira,
há dias Albert não conseguia dormir,
precisava encontrá-la, e assim, de
repente surgiu a oportunidade perfeita,
o irmão de Cláudia nem desconfiou do
“cafetão” de Flávia.
Novamente, o CEO marcou um
encontro em seu apartamento, e as
20h00minh ele saiu da empresa.
Enquanto isso no cativeiro…
Flávia não tinha acordado bem naquele
dia, estava com náuseas, além do mau
humor, a brasileira já não estava
aguentando mais aquela situação, ela
estava extremamente estressada.
A noite, Ivan chegou até o quarto das
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‘ex-virgens’, elas haviam brigado
tanto, que nenhuma dirigia mais a
palavra.
(Naquele dia eu estava muito fora de
mim, só conseguia chorar e chorar
mais, estava sensível por algum motivo,
já fazia alguns meses que eu estava ali,
e já não aguentava mais. Na minha
cabeça não iria ficar tanto tempo em
cativeiro, e lógico que isso começou a
abalar o meu psicológico, vomitava e
sentia uma azia terrível.
Eu só tinha 18 anos, meu Deus… como
o tempo voa, eu me lembro que naquela
semana foi muito difícil, eu não estava
falando com a Mônica, por mais que eu
não tivesse absolutamente nada com o
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Albert, estava profundamente
decepcionada com ele, senti como se
fosse uma traição, longe da minha
casa, longe do meu país, eu não
conhecia ninguém ali, estava rodeada
de pessoas estranhas, e era a única
coisa que eu tinha. Estava desolada,
me imaginei mais de um milhão de
vezes sendo resgatada, voltando para
minha casa, andando livremente pelas
ruas, mas infelizmente a minha
esperança estava se esgotando, já
havia chegado ao meu Limite.
Ainda assim, naquele dia anoiteceu, me
lembro de Ivan ter entrado no nosso
quarto e mandado eu me arrumar, tinha
um programa aquela noite, eu ainda
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estava dando sorte, não tinha me
relacionado com mais ninguém além de
Albert, mas eu sabia que uma hora
teria que enfrentar tudo aquilo.
Sem a ajuda de ninguém fui até o
banheiro, me olhei no espelho e pensei:
- Hoje eu vou fugir! Não me importa
mais! Eu não aguento mais isso! Está
me matando! - Mesmo eu sabendo que
se eu não voltasse, as outras iriam
pagar as consequências, porém quando
alguém está desesperado, não olha
muito que irá acontecer depois de um
ato precipitado. Eu tinha uma vida e
tinha que vivê-la, até ali, eu ainda
achava que poderia superar o fato de
ter sido traficada, poderia esquecer,
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passar uma borracha, recomeçar, mas a
realidade te alcança, te derruba, te
tortura…
Andei pelo corredor da morte, estava
de saco cheio daquele lugar, queria ir
embora sem olhar pra trás, a essas
alturas tanto fazia o que acontecesse,
inconsequentemente eu achei que não
tinha mais nada a perder, e a vida
depois me mostrou que eu tinha muito o
que perder, e que isso me deixaria
dilacerada.
Era um jogo de perdas e ganhos,
ganhei um amor, e perdi dois…
Era um edifício muito alto, tipicamente
de Classe A, mas já não importava,
fiquei em dúvida, não sabia se fugia
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dali mesmo ou se faria o programa
para roubar o dinheiro para poder me
sustentar por uns dias.
Quando estava dentro do elevador,
lembre dos rostos de Mônica, Eva,
Sabine, Angela e Ester, e de tantas
outras, me sentia culpada, o remorso
me consumia, mas era eu ou elas.
Já não podia mais aguentar aquilo
calada…
Cada garota traficada tem uma história
de sonhos destroçados para contar a
alguém, e isso era o mais encantador
em cada uma delas, suas histórias eram
motivadoras, até chegarem ali.
Sabe aquele sonho que te vendem, -
Seja Feliz, é pra isso que a gente
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nasceu, para ser feliz! Foi para isso
que Deus fez o ser humano! -
Bom, descobri que isso tudo não
passava de palavras bonitas, eu nunca
tinha sido feliz na minha vida, ninguém
nunca tinha me dito ‘Ei, eu te amo’, ou
coisas desse tipo, eu só era uma garota
querendo um pouco dessa tal
felicidade, que até agora nunca havia
chegando, será que é tão difícil
entender que a vida é mais dura pra
uma garota solitária?!
Abriu a porta do elevador, ela corria
para a direita, parecia que eu estava
entrando em um cemitério, não queria
vender o meu corpo, um tapete
vermelho conduzia até a grande porta
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branca, onde meu ‘cliente’ estava me
aguardando, os lustres eram
hipnotizantes, e havia um quadro,
coincidentemente uma garota
chorando, quando o vi, fiquei ainda
mais triste, não queria fazer aquilo.
A menina do quadro chorava, mas o
mais engraçado era que ela ainda
transparecia algum tipo de alívio, me
lembrei da minha infância, e depois
recordei que eu era tão romântica,
acreditava em coisa como ‘O amor da
sua vida’, e que um dia ele chega para
todos, será?
Estava exatamente a um passo da
porta, e não toquei, simplesmente
entrei.
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Albert estava sentado no sofá da sala,
quando o vi, mesmo não querendo, meu
coração bateu mais forte, olhei pra ele,
e senti um imenso alívio, e também
algum tipo estranho de felicidade
momentânea, ela sorriu, e veio até
mim, me abraçou, ele parecia estar
muito nervoso, e eu não sabia o por
que.
Quando ele me abraçou, sentia que os
meus problemas no espaço daquele
abraço, desapareciam, me sentia
confortável, quando ele me tocava,
sentia um ‘Choque’, desculpa, mas eu
não posso descrever de outra maneira,
saía faísca, mas eu não podia esquecer
que estava chateada, afinal de contas
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ele tinha transado com a Mônica, e
isso me partiu no meio, mesmo que eu
disfarçasse.
- Meu Deus! Eu achei que não iria te
ver mais!
Eu tentei ser bem fria, mas não me
contive e perguntei:
- Por que?
- Simplesmente porque eu estava tão
ansioso para te ver, eu precisava te ver,
eu precisava falar com você, eu
precisava te tocar.
- Não sei por que toda essa ansiedade?
- Deve ser porque eu gosto de você!
- Gosta mesmo?
- Por que você está me perguntando
isso?
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- Porque você contratou outra garota
de transou com ela.
- O que? Isso não é verdade! Eu não
transei com mais ninguém depois de
você!
- Não minta pra mim Albert, a Mônica
me contou que vocês transaram sim!
- Não, isso é uma mentira, e se eu
tivesse feito isso, te contaria!
- Não sei, por que a Mônica mentiria
pra mim?!
- Não sei, mas ela chegou a vir aqui,
mas eu juro que não aconteceu
absolutamente nada!
- E por que eu deveria acreditar em
você?!
- Por que você deveria acreditar em
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mim?! Bom, hoje eu tinha um festa de
família para ir, mas quando eu soube
que poderia me encontrar com você,
deixei tudo pra trás.
- Que festa?
- A minha irmã mais velha, ela vai se
casar em breve, e hoje tinha tipo uma
cerimônia pré casamento só para os
amigos e familiares. E deixei tudo, só
pra falar com você! Inclusive eu tinha
que falar com a Cláudia, mas hoje eu
não vi ela!
- Quem é Cláudia?!
- Minha irmã mais nova, quando você
conhecer ela, vocês vão se tornar
grandes amigas, disso eu não tenho
dúvida!
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- E quem disse pra você que eu vou
conhecer sua irmã?!
- Eu supus que sim.
- Baseado em que?
E Albert diz a frase que caiu como um
raio diretamente no coração de
Flávia…
- Deve ser porque Eu te amo.
Flávia não acredita no que escuta…
- Você o que?
- Eu sei que isso é estranho, mas eu
nunca senti isso, e cheguei a essa
conclusão…
- De que?…
- Eu te amo, tá na cara, Eu te amo
muito, não tenho como esconder isso…
- Você tem noção do que você está
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dizendo?! Está dizendo para uma
prostituta que ama ela!
Flávia começa a chorar, e Albert se
aproxima dela, e toca em seu rosto…
- Eu amo você, eu amo você desde a
primeira vez que te vi, u também não
sei explicar isso! Mas não me importa
que você seja uma prostituta, porque
desde o momento que eu te vi, tudo o
que é meu é seu, e tudo que é seu é
meu.
Eu sou seu, minha alma, meu corpo e
o meu coração te pertencem, estou
completamente enfeitiçado, eu tentei,
eu tentei fugir, mas todos os caminhos
me levavam direto pra você. Me deixe
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tentar te fazer feliz, e por favor, não
me negue essa oportunidade.
Foram as palavras mais bonitas que eu
tinha escutado na minha vida, fico
arrepiada só de recordá-las, como
quando se escuta uma música que você
gosta muito, e que faz anos que você
não a escutava. Essa era a sensação,
eu nem sabia o que dizer pra ele!
Fiquei ali, paralisada, estava
dominada por aquele sentimento, e
fiquei surpresa quando escutei aquilo,
logo eu que há pouco dizia que
ninguém nunca havia me dito Eu te
Amo, escutei várias vezes em um curto
intervalo de tempo.
Ele me olhou profundamente, me
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entendia completamente, eu só queria
que ele me beijasse, e com lágrimas
correndo pelo meu rosto, ele me beijou
da maneira mais perfeita que eu
pudesse imaginar nos meus sonhos
mais impossíveis.
Foi um beijo longo, doce e
apaixonado…
Ele sorriu, e eu soube que poderia
confiar nele, na ocasião não repeti
para ele que eu também o amava, ainda
estava me acostumando com aquelas
expressões, que foram tão raras até
então no vocabulário da minha vida.
Era ele, ele que poderia me ajudar, e
não só a mim, mas todas que se
encontravam naquela situação.
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Me sentei e comecei a dizer, aquilo
parecia tão secreto, que eu tinha medo
de falar em voz alta.
Ele viu a minha expressão e me
perguntou:
- O que foi?
- Eu tenho uma coisa pra te falar!
- O que, eu fiz ou disse alguma coisa de
errado?
- Não, não é nada relacionado a você, é
outra coisa!
- Então me diga!
- Eu, Albert, não estou aqui porque eu
quero!
- Como assim? Você queria estar aqui
no meu apartamento?!
- Não, eu estou falando que eu não vim
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até a Alemanha porque eu queria!
- Então veio por que?
- Eu fui obrigada a vir aqui!
- Obrigada?!
- Sim obrigada, sabe no Brasil eu não
era prostituta.
- Eu sabia disso, você não me disse que
era virgem?
- Exatamente isso, eu só estou aqui
porque eu era virgem.
- E que isso significa?!
- Virgens valem três vezes mais…
- Do que você está falando?
- Antes de te contar, eu tenho que voltar
um pouco a história.
- Tudo bem. Siga!
- Eu estava no Brasil, eu era pobre e
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não tinha nenhuma oportunidade a
vista, até que eu conheci uma pessoa.
- Quem?
- O nome dela era Cristina, ela parecia
um anjo, sempre disponível, sempre me
agradando, e eu estava tão suscetível
naquela época!
- O que ela fez com você?!
- Primeiro ela me ofereceu um emprego
com um salário exorbitante, era tanto,
que parecia irrecusável, eu não poderia
virar as costas pra aquela proposta.
- E então?
- Cristina me adiantou uma parte do
salário, e aí não tinha mais volta, eu
não podia mais recusar o trabalho.
Depois de um tempo, finalmente ela
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marcou a data da viajem, e tudo
parecia um sonho, iriam ter uma vida
em um outro lugar, mas eu não tinha a
menor ideia no que estava me metendo.
- O que aconteceu depois disso?
- Nós viajamos, e aí cheguei aqui na
Alemanha, logo Cristina me mostrou
sua verdadeira face, e descobri no que
eu iria trabalhar!
- Espera aí, você está querendo me
dizer que você foi…
- Sim, eu fui traficada, vivo em
cativeiro, e não só eu, dezenas de
garotas também estão. Elas são
mantidas como escravas sexuais,
vendem seu corpo, e não ficam com
absolutamente nada! Chegam aqui com
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promessas de uma vida nova, um sonho,
e acabam se tornando prostitutas de
homens ricos.
A Cristina foi a minha atravessadora,
Klaus o responsável pelo nosso grupo,
eu vivo em um quarto com outras 5
garotas!
Albert fica atordoado com as
revelações de Flávia.
- Mas por que você não me disse isso
desde a primeira vez?!
- Eu não podia, ele nos ameaça, diz que
se a gente abrir a boca, as outras vão
pagar! Nós ficamos totalmente
acuadas!
- Isso é muito grave Flávia!
- Eu sei disso! Você não tem ideia em
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que condições nós vivemos!
- Isso não pode continuar assim! Bem
que eu nunca confiei naquele homem!
- E como você conheceu ele?!
- E não o conhecia, quem me passou o
contato dele foi o Sebastian.
- Se ele souber que eu te contei tudo, eu
sou uma garota morta!
- Você não vai voltar pra lá Flávia, eu
vou te ajudar, a gente vai dar um jeito
de tirar aquelas garotas de lá!!!
- Você jura?!!
- O poder tem que servir pra alguma
coisa Flávia?!
- E o que a gente vai fazer?!
- Vamos pra impressa pra expor toda
essa sujeira! Depois vamos colocar
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todas essas pessoas atrás das grades!
- Você jura Albert?!!!
- Claro Flávia, o que você esperava,
que iria me contar tudo isso e eu iria
ficar quieto?!!!
- Não, eu sabia que você iria me
ajudar!!!
- Primeiro vamos até a casa do meu
pai! Ele é um homem influente, vai
saber o que fazer!
- Sim!
- Depois vamos salvar as outras! Mas
antes de tudo me diz o endereço do
lugar onde vocês estão sendo mantidas
me cativeiro!
- O endereço eu não sei ao certo, eles
tentam manter isso em silêncio! Mas eu
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sei que o nome do bar é ‘JF’.
Albert abre sua agenda e anota esses
nomes, Klaus, Cristina, bar Jf, e tráfico
de mulheres.
Ele pega a chave do carro e sai do
apartamento.
- Nós não podemos sair pela frente, o
motorista vai ver a gente.
Alerta Flávia.
- Não, tem uma saída por trás.
Ninguém vai ver a gente!
- Tudo bem!
Os dois descem até o subterrâneo, onde
fica a garagem.
Albert abre a porta do carro, e Flávia
também entra, os dois seguem até a
saída traseira do prédio.
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No carro, Albert acelera, está
visivelmente desnorteado, não
consegue acreditar em tudo o que está
acontecendo.
Ele coloca a mão sobre a mão esquerda
de Flávia e tenta tranquilizá-la:
- Vai dar tudo certo no final, você vai
ver!
- Eu sei Albert!
- Eu te amo!
Albert dá um selinho na boca de
Flávia, para acalmá-la e demostrar
apoio!
- Você não vai voltar pra aquele lugar
horrível! Eu te prometo!
- Jura pra mim!
- Eu juro Flávia, pra aquele lugar você
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não volta!
- Tudo bem, eu acredito em você!
Chegando perto da mansão de
Alexandre, Albert vê que a festa ainda
está rolando, mesmo que ele não de
importe nem um pouco com aquilo.
Ele estaciona o carro de qualquer
maneira, está com pressa para alar
com o pai.
Sai do carro e pega na mão de Flávia, e
eles entram na festa, os convidados
cumprimentam Albert, que nem se dá
conta disso, já que seu único objetivo
era falar com Alexandre.
Entrando na casa, Albert vai
diretamente ao escritório do pai, que
está sentado e pensativo, querendo
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saber onde Cláudia está.
Albert entra com Flávia e diz:
- Pai, precisamos conversar
urgentemente!!
Alexandre percebe que o filho está
muito abalado e também inquieto, e
estranha a reação dele. O que também
se dá conta é que o filho chegou com
uma garota de programa, o que não o
agrada nem um pouco!
- O está acontecendo Albert?
- Eu preciso da sua ajuda!
- Por que você está tão descomposto?
- Pai eu preciso que você faça…
- Antes de tudo, peça para a moça aí
esperar lá fora, se é uma conversa
importante, vamos conversar a sós.
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Albert pede para Flávia sair…
- Flávia, por favor, me espera lá fora,
eu juro que já te encontro!
- Tudo bem, eu te espero lá fora!
Flávia sai do escritório, e espera na
sala da mansão de Alexandre.
Sebastian percebe que Flávia está na
casa de seu sogro, e concluí que ela
tenha aberto a boca. Ele fica
preocupado, mas depois se acalma,
pois sabe que ela não sabe que ele e
Klaus são cúmplices.
Ele sobe as escadas e vai até o quero
de Isabel, pega o telefone e disca um
número.
- Alô.
- Quem é?!
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- É o Sebastian, quem mais seria!
- O que você quer agora?!
- Estou te ligando para te fazer um
grande favor; a sua garota, ela abriu o
bico! Está aqui na casa do meu sogro,
já deve ter contado tudo, com detalhes,
para o Albert, por isso se apressa, não
vai demorar muito pra polícia bater aí
no seu barzinho!
- Desgraçada! Eu sabia que ela iria
abrir a boca! Era tão óbvio! Vou ter
que tirar todo mundo daqui! Filha da
puta! Essa ela vai me pagar muito
caro!
- Isso mesmo, se eu fosse você,
começava a deslocar as mercadorias
agora mesmo!
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- Eu quero ela, Sebastian, fica de olho
e me diz tudo! Você acha que o seu
sogro vai fazer alguma coisa?!
- Acho que não, Alexandre é muito
egoísta para se preocupar com os
problemas de uma putinha! Mas te
mantenho informado de tudo o que
acontecer!
- Tudo bem!
No Escritório de Alexandre…
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Na mesma hora, Flávia se senta no
sofá, e Benjamim fala com ela:
- Vamos começar?
- Tudo bem!
- Você pode começar a contar a
história! Me diga detalhes, nomes,
lugares, coisas importantes, pra que
assim nós tenhamos uma matéria de
capa! Me ajude a te ajudar!
- Tudo bem…
Flávia começa a contar tudo para
Benjamim, de repente o telefone toca, e
ele vai atender…
Ele sussurra:
- Ela sabe demais…
- Quem é? Pergunta Flávia.
- Minha irmã, ela vai fazer uma prova,
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e está insegura, mas eu já disse que ela
sabe demais, não precisa ficar com
medo!
- Entendi!
Benjamim desliga o telefone, e
pergunta para Flávia:
- Como você vai fazer pra todo mundo
acreditar nessa história?
- Eu não sei, só estou dizendo a
verdade!
- As vezes a verdade não é o suficiente!
- Do que você está falando?!
- Já viu um castelo?
- Um castelo de verdade não!
- Não se constrói um castelo de cima
para baixo!
Primeira tem a base, e depois se faz o
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topo, e assim funciona, se todas as
partes do sistema do Castelo fizerem o
seu trabalho, o Castelo inteiro
funciona perfeitamente!
- Eu não sei por que você está me
dizendo isso!
- É que as vezes, as pessoas acham que
os Castelos são feitos de areia, porém
não sabem que eles são mais sólidos do
que suas próprias vidas!
- Você dá voltas demais!
- Não Flávia, o mundo é um oito, uma
hora em cima, a outra em baixo, e
assim ele funciona!
Assim o planeta Terra continua
girando.
Não se coloca a mão no vespeiro, e se
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sai sem nenhuma picada.
Flávia não entendi nada.
Benjamim se levanta e diz que vai até o
banheiro.
- Se alguém bater na porta você atende,
é a minha irmã, ela vai passar aqui pra
pegar algumas dicas comigo, ela está
muito nervosa pra prova!
- Tudo bem!
A campainha toca…
- Acho que a sua irmã!
- Pode abrir por favor.
Flávia abre a porta…
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Capítulo nove
A Ameaça
Do outro lado…
Cláudia fica perplexa, tiram a mordaça
de Flávia, e em seguida Klaus começa
a falar com a brasileira…
- Presta bem atenção, seja grata com o
gesto da sua amiga ali, e comece a
falar agora, vou te dar a chance de
falar com o seu CEO, você vai dizer a
ele que tudo o que você disse era
mentira, e que só estava tentando sair
da vida, e que o usou por causa disso,
se você não for convincente, eu dou um
tiro na cabeça da irmã dele…
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Flávia olha pra Cláudia, e percebe que
vai ter fazer aquilo, pois ela tinha
acabado de salvar a vida do seu filho,
mesmo sem nunca antes ter conhecido
ela.
Klaus liga pra a casa de Benjamim…
O telefone toca, Albert fica apreensivo,
Benjamim vai atender o telefone…
Klaus aponta uma pistola para a
cabeça de Cláudia…
- Albert, é ela…
Albert se levanta e vai direto ao
telefone. Angustiado ele diz…
- Flávia, onde você está, eles te
pegaram de volta, te bateram, fizeram
alguma coisa com você?!! Me diz por
favor!
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- Não existe ninguém Albert, ninguém,
foi tudo uma mentira.
- Por que Flávia, por que?!
- Eu tive uma vida tão difícil, mais tão
difícil, eu só queria dinheiro, e você
tinha tanto Albert, queria engravidar,
mas eu não consegui! Aí eu pensei, ele
não vai querer ficar comigo! A não ser,
a não ser que ele tenha pena de mim. Aí
ele vai querer ficar comigo, mas eu
percebi que isso não era legal, sabe,
mentir só pra conseguir ficar com um
homem rico, e eu sempre menti pra
você, desde o princípio! Eu vi que você
era um homem com um coração de
ouro, e me aproveitei disso!
- Não Flávia, eu não consigo
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acreditar…
- Eu sei que é difícil, mas é verdade,
você era tão rico…
- Você então gostava do meu dinheiro!
Mas antes de tudo, me responda uma
coisa, você algum dia chegou a gostar
de mim?
Flávia fecha os olhos, a garganta
fecha, a voz não sai, e ela diz bem
baixinho…
- Não, eu nunca gostei de você, você é
muito inocente, pra não dizer bobo.
- Mas eu sim te amo…
- Você não deveria ter sentimentos tão
nobres por pessoas que só desejam o
seu dinheiro...
A ligação é finalizada...
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Capítulo dez
Vendida…
Na salinha…
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- Tem algum jeito de escapar daqui?
Pergunta Cláudia para Flávia.
- Não, não tem.
- Então você era a garota por quem
meu irmão estava apaixonado?!
- Eu acho que nesse momento ele deve
estar me odiando.
- Calma Flávia, vamos dar um jeito de
sair daqui!
- Você sabe o que está te aguardado
Cláudia, você sabe o que é isso aqui?
- Não.
- É uma rede internacional de tráfico
humano, e eles tiram o melhor de você,
te usam, te exploram, depois te jogam
fora, como se você não tivesse nenhum
valor.
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- Nós podemos fugir.
- Eu tentei fugir, e olha o que
aconteceu comigo, descobrir hoje que
eu estou grávida, e não tenho nenhuma
esperança, sei que não vou poder ficar
com o meu bebê.
- O que eles vão fazer com você?
- Eles vão me levar até um veterinário,
e ele vai fazer um aborto em mim. Uma
garota como eu, não posso me dar ao
luxo de ter um bebê nesse lugar.
Imagina se fosse uma menina então?
Iriam esperar ela crescer para ter o
mesmo destino da mãe.
- Isso não vai acontecer Flávia, me
escuta, tudo vai dar certo, nós vamos
sair daqui, e também vamos contar a
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verdade pra todo mundo, eles vão me
procurar.
- Mas quanto tempo será que eles vão
continuar te procurando. Eu aprendi na
vida, que não há um sentimento eterno,
as pessoas sempre te esquecem, de uma
maneira ou de outra, o tempo passa e
vai apagando tudo, qualquer amor,
qualquer lembrança, qualquer vestígio
de algo que algum dia foi muito bom.
As pessoas vão substituindo umas pelas
outras, e assim o tempo passa…
- Não Flávia, você vai nós vamos sair
daqui.
- Eu também já tive esperança, mas ela
morreu hoje.
- Flávia olha pra mim. Nós não vamos
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morrer aqui!
- Morrer, viver, qual é mesmo a
diferença?
Por mais que Cláudia se mostrasse
esperançosa, Flávia já tinha se se
entregado, estava rendida e sem forças,
perdeu o brilho da rebeldia, perdeu a
pouca fé que ainda tinha dentro dela.
Era o amor que alimentava Flávia, era
o amor que fazia ela se levantar cada
dia, e agora? Em um piscar de olhos,
ela tinha todas as chances do mundo, e
agora estava em um beco sem saída,
era o mundo, girava como um oito, pra
cima e pra baixo, de baixo pra cima.
Klaus chegou até a salinha, e chamou
Ivan.
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- Leve a brasileira até o meu quarto.
Flávia já nem fazia mais questão de se
debater, com hematomas por todo
corpo, Ivan a levou até o quarto.
Antes de sair, Klaus olhou pra Cláudia
e disse:
- Bem-vinda ao time.
Cláudia não entendeu muito bem o que
ele quis dizer com aquilo.
Depois disso Klaus deu outra ordem.
- Leve essa aqui pro quarto das
virgens.
- Sim senhor.
Era um corredor interminável, parecia
um esconderijo perfeito, ninguém iria
procurar em um hotel de beira de
estrada. Homens para todos os lados,
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faziam a segurança, e garantiam que
ninguém entrava e ninguém saia.
Carregada por Ivan, Flávia finalmente
chegou ao quarto de Klaus, era escuro,
sinistro, não se podia ouvir nada.
Ela se sentou em cima da cama, suas
costas doíam muito, seus joelhos
estavam arrebentados, e suas mãos
raladas.
Sua roupa estava ensanguentava, e ao
fundo poderia se ouvir uma canção no
rádio, era uma canção dos anos 60,
dizia que o amor vinha rápido e
demora pra ir embora, não adiantava,
os anos passavam e o esquecimento
não vinha, um grande amor é assim, o
tempo o alimenta e a espera o faz mais
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forte.
Era uma canção tão romântica, que
chegou como uma flecha no coração de
Flávia, ela chorava lágrima por
lágrima, passava a mão pela sua
barriga…
“O amor é assim, chega rápido, tão
rápido,
mas demora, como demora, pra ir
embora.
Os anos passam, e eu te amo mais.
Achei que algum dia iria te esquecer,
mas não adianta, não adianta.
Quando se ama alguém, como eu amo
você.
O tempo é alimento, e a espera o
fortalece.
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Quem dera, que eu pudesse te
encontrar de novo.
Só pra dizer que nunca gostei de
alguém, como eu gostei de você;
Por que? Por que? Por que você me
abandonou daquele jeito?
Eu não sei…
Eu não sei…
O amor é assim, chega rápido, como
uma flecha
Mas você já viu, como é doloroso tirar
uma flecha de um coração?
Você levou meu coração, no dia em que
você foi embora…
Desde aquele dia, não respiro, não
acordo, não vivo mais.
Por isso volte, volte… Traga de volta o
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que você levou contigo.
O amor demora, quem dera eu pudesse
te dizer...”
A canção rolava, e Flávia a ouviu,
porém de repente a porta rangeu, e era
ele, caminhava devagar, seus passos
eram assustadores, Flávia ia se
encolhendo, e ele ia ficando cada vez
mais gigante.
Ele desligou o rádio, e disse:
- Odeio essa rádio, só toca essas
porcarias românticas, pra tolas no
mundo inteiro, tolas como você.
Flávia não responde nada.
- Você tinha tanto potencial! Quando
eu bati o olho em você, sabia que seria
uma das melhores garotas daqui. Mas
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assim é a vida, quanto mais se espera,
mais se decepciona.
Por isso eu fiquei com tanta raiva, sabe
por que? Porque você era a garota dos
meus olhos, minha brasileirinha. Eu
paguei caro por você, esperei, te
resguardei, não injetei nenhuma
porcaria no seu corpo, e nem te
explorei, mas tudo isso vai mudar a
parti de agora. Não vou mais ser tão
bom, isso não funciona.
Você vai me pagar cada centavo que eu
investi em você, cada moeda, vai me
devolver cada grão que você comeu até
hoje.
Mas olha só pra ela! Parece que não
está ligando pra nada que eu digo, ela
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é superior?! Grita Klaus! Ela se acha
superior, só porque está grávida de um
CEO filho da puta, que não quer saber
mais dela!
Klaus bebe um drink, e solta suas
gargalhadas, Flávia fecha os ouvidos.
- Você não que ouvir?! Mas foi você
quem procurou por tudo isso! Iludida!
Iludida! Você não se enxerga? Você não
sabe o seu lugar? Veio daquela favela,
e achou que a vida iria te colocar no
topo do mundo?! Olha pra você!!! Uma
pobre coitada, o que você iria ser no
Brasil? Nada. Eu te dei a chance de
conhecer, ter clientes de luxo, e olha
como você me paga?! Me apunhalando
pelas costas.
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Mas tudo tem um preço, o que vai
sempre volta, e o mundo não é como
nos filmes, que os vilões são punidos
no final, e os mocinhos são felizes para
sempre, o mundo real não é assim
Flávia! No mundo real, existe um vilão
a cada esquina, disposto a foder com a
sua vida!!! Esse é o mundo real.
O que eu faço com você, e com esse seu
maldito bebê?!
O que eu faço.
Na hora que Klaus falou no bebê de
Flávia, ela levantou a cabeça e
demostrou interesse, com os seus olhos
tristes.
- Ah, ela se importa com o bebê dela!
Que bonito, só depende de você o que
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eu vou fazer com essa criança aí!
- Eu quero que ele viva!
- Fala mais alto que eu não estou te
escutando!
- Eu quero que ele viva!
- Isso só vai depender de você!
- O que eu tenho que fazer?!
- Bom, a partir de agora, você vai se
tratada como uma puta, vai trabalhar
bastante, e será um exemplo, quem
sabe eu não seja benevolente?!
- O que você quer?!
- Bom, eu poderia chamar o meu amigo
veterinário, sabe quantas vezes ele fez
isso pra mim?! Nossa, foram tantas
vezes que eu até já perdi a conta!
- Eu não quero abortar.
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- Você não tem querer aqui. Você vai
fazer o que quiser que você faça!
- Eu só quero que o meu bebê
sobreviva!
- É né, uma criança que foi feita com
tanto amor, não merece terminar assim,
não é verdade! Mas eu ainda vou
pensar no seu caso, bom por agora te
confesso que não posso te matar, seria
um tiro no pé, só mato uma garota
minha quando o caso é irreversível, o
que não é o seu caso. Quanto ao bebê,
ainda estou pensando.
- Por favor não me obrigue abortar, é
a única coisa que eu te peço!
- Não adianta pedir! Eu vou fazer o que
eu quero! Mas tem algo que pode
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amolecer meu coração!
- O que?
- Sabia, eu trabalho tanto, estou tão
estressado, e você está aqui, tão bonita,
sabia, que assim machucada, destruída,
você parece ser ainda mais bonita? Na
verdade eu sempre gostei da sua beleza
ocultada, a primeira vista é
imperceptível, mas quando se olha mais
de outra maneira, percebe-se que tem
algo especial em você!
Deve ser a sua nacionalidade, as
brasileiras são especiais, todo homem
sabe disso, por isso que vocês são as
mais caras, porque valem a pena.
- O que você quer?!
- Essa foi a pergunta mais inteligente
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que você fez hoje.
Klaus se aproxima de Flávia…
- Você foi a última virgem da minha
leva, sabia?! Não tem mais virgens por
aí, bem que você é praticamente virgem
ainda, só se dentou com um homem, e
poucas vezes…
Está quase intacta, o CEO teve muita
sorte de te pegar assim, virgem, pura…
Isso é raríssimo.
Klaus passa a mão nos cabelos de
Flávia…
- Minha última virgem, contou tudo pro
CEO ricaço, as mulheres sempre se
deslumbram com dinheiro e poder.
- O que você quer?!
- Fica de quatro…
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Flávia não se moveu.
- Fica de quatro agora!
Flávia vai para cima da cama.
- Eu não quero fazer isso!
- Desculpa amor, você não tem opção!
Talvez eu não seja tão romântico
quanto o seu CEO.
- Eu não quero!
- O que foi? Verdade, você só fez com
aquele idiota, mas não se preocupe,
agora você vai conhecer um homem de
verdade, e com deve-se tratar uma
mulher!
- Por favor, não!
- Não adianta pedir!
- Eu não quero, eu tô grávida!
- Isso não é problema meu!
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- Tira a roupa agora, ou amanhã o
veterinário vai vir cuidar de você
pessoalmente!
- Não, não!!!
- Fica de quatro, agachada… Tira a
calcinha agora.
Flávia pensou, não podia deixar Klaus
se livrar do seu bebê, então ela fez o
que tinha que ser feito, ela lutou pela
vida só seu filho.
Flávia ficou de quatro, Klaus segurou
seus cabelos.
- Agora você vai ver como um homem
de verdade pega uma mulher…
Puxando os cabelos de Flávia, Klaus
começou a estuprá-la em cima daquela
cama, o corpo da brasileira estava
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todo dolorido, mas isso já nem
importava, a tristeza nos olhos dela
demostravam seu sofrimento.
Klaus era cada vez mais agressivo,
batia nela, xingava, humilhava, aí
estava o seu prazer, ele repetia…
- Está gostoso ou o CEO fazia melhor?!
Hem, me responde…
Flávia não conseguia dizer nada, só
queria que aquilo acabasse logo…
Violência e estupro do seu corpo…
Ela só estava tentando proteger alguém
ainda nem tinha nascido…
O estupro, é a maior violência contra
um corpo…
O amor, é a maior força da natureza...
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Capítulo onze
O Casamento de Isabel e
Sebastian
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Na casa de Antônio…
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- Sebastian está controlando tudo,
nesse momento ele está se mostrando
uma pessoa incondicional, além de ser
da família, ele cuida dos negócios,
auxilia minha irmã, tenta ajudar a
polícia, meu pai está muito
impressionado com ele. Responde
Albert.
- Engraçado, a Cláudia sempre teve um
pé atrás com ele, dizia que não poderia
existir alguém assim.
- E veja só, é justamente ele que não
está medindo esforços para achá-la, eu
penso que ela não o conheceu muito
bem, senão se daria conta que ele é um
cara do bem, não faz mal pra uma
mosca. Mas Cláudia sempre foi
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desconfiada, você sabe né?!
- É, ela é muito desconfiada, acha que
nada é o que parece ser, pra ela todos
estão vestindo peles de cordeiro, mas
na realidade são lobos insaciáveis.
- Isso sim é verdade, mas o do
Sebastian, eu sempre soube que era
uma perseguição sem pé nem cabeça, o
cara é meu amigo faz anos, ele nunca
me deu nenhum motivo pra desconfiar
dele, sempre foi correto, seu único
defeito é ser mulherengo, mas aí já não
é problema meu, ou não?
- Depende.
- Do que?
- Bom, você conhece um homem pelo
jeito que ele trata uma mulher. Se ele é
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um mau-caráter, vai tratar uma mulher
de uma maneira nada elegante e
respeitosa, porém se ele é gentil e
amável, bom, esse cara vale a pena,
isso não é uma verdade absoluta e nem
nada disso, é apenas uma coisa que eu
acho.
- Faz sentido.
- E você, como trata as mulheres?!
- Sempre tratei bem, sei lá, um dia um
amigo me disse que estava apaixonado,
e que não conseguia pensar em mais
nada na vida, só na mulher por quem
ele estava apaixonado, um belo dia ele
me liga do Marrocos e diz que está lá
curtindo um dos melhores momentos da
sua vida, a mulher por quem ele estava
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procurando estava lá, e ele deixou tudo
pra trás só pra poder viver com ele, o
pai dele ficou puto da vida, ele era um
herdeiro de uma das maiores Indústrias
farmacêuticas, e deixou tudo por causa
dessa mulher, eu me lembro de ter
perguntado se tinha valido a pena, e
ele disse que foi a melhor coisa que ele
tinha feito na sua vida.
Bom, desde aí eu vivia me perguntando
se essa paixão avassaladora existia
mesmo, essa coisa de abandonar tudo e
ir atrás, era incrédulo até o dia que
conheci aquela brasileira, depois que
eu conheci aqueles olhos negros,
nossa! Não consegui mais esquecer, a
pele, o cheiro o gosto, tudo ficou
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marcado no meu corpo, agora mesmo,
eu sinto como se ela tivesse aqui, e
sabe por que? Porque ela está dentro
de mim. Pra todo lugar que eu olho,
pra cada pensamento do meu dia, lá
está ela, eu imagino ela indo e vindo,
pra lá e pra cá, é angustiante, e as
vezes eu acho que eu vou ficar louco,
mas não posso evitar, quanto mais eu
me esforço para esquecer, mas eu me
lembro.
Ela me cantou uma canção em
português, depois me contou o
significado, e eu não consigo parar de
ouvir essa música…
Ela disse que essa seria a ‘Nossa
Canção’…
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“Olha aqui
Preste atenção
Essa é a nossa canção
Vou cantá-la seja aonde for
Para nunca esquecer
O nosso amor.
Mansão Hans…
Algumas semanas depois….
Dia do Casamento de Sebastian e
Isabel.
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Capítulo doze
O nascimento dos gêmeos...
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