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COORDENADORA TERRITORIAL: ALESSANDRA PANTA E SILVA

PROFESSOR: JOSÉ PEDRO DA COSTA


EIXO TEMÁTICO III (2020) – QUESTÃO AGRÁRIA E ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DO
CAMPO
COMUNIDADE IPA – ANOS FINAIS – SERRA TALHADA

ATIVIDADE DE CIÊNCIAS (PERÍODO DE QUARENTENA) – 16/04/2020

OBSERVAÇÃO: Ler o texto abaixo sobre a Caatinga e responder as questões


propostas.

SEU ECOSSISTEMA, A CAATINGA

A Caatinga é um ecossitema com cerca de 800.000 Km2 que cobre parte do nordeste
brasileiro, atingindo uma área de aproximadamente 11% do território nacional. Distribui-
se pelos estados de Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio
Grande do Norte, Ceará e Piaui. A vegetação desse ecossistema apresenta uma enorme
variedade quanto à sua aparência e composição de espécies, resultando no que os
pesquisadores chamam de diversas caatingas, podendo ser classificada, pelo seu porte:
Arbórea ou Arbustiva e quanto a seu arranjo: Aberta ou Fechada.
Por estar no domínio da região semiárida ou sertões, a Caatinga é um ecossistema
adaptado a mudanças climáticas que ocorrem nesta área ao longo do ano. Nos períodos
de secas, a vegetação toma uma forma totalmente diferente, pois algumas plantas
perdem as folhas e as cascas para resistir ao momento em que a oferta de água é menor.
Com este fenômeno sua coloração toma tons de cinza esbranquiçados, fato que originou
seu nome nas línguas indígenas (CAA= Floresta, TINGA=Branca). No período chuvoso,
que é desigual no sertão iniciando em outubro indo até abril do ano subsequente, esta
mata fica exuberantemente verde. Neste momento, tudo floresce e a mata renasce dando
continuidade a sua história cíclica.
Dessa forma, a Caatinga, apesar de viver sob uma situação de estresse, ou seja:
seca, insolação, chuvas, perdas de folhas e cascas entre outros, é muito diversificada
podendo ser encontrada cerca de 550 espécies entre os estratos arbóreo/arbustivo e
herbáceo. Pesquisadores já apresentaram uma lista de 101 espécies lenhosas para a
Caatinga, indicando sua capacidade e potencial energético, mas que deve ser utilizada de
forma sustentável e através de um controle técnico rígido pelos órgãos ambientais.
A fauna da Caatinga tem surpreendido pesquisadores, pela sua rusticidade e
capacidade de adaptação a condições extremas de calor e falta de água. Desde insetos
até grandes predadores como a onça parda - ou bodeira, resistem aos ciclos climáticos
de forma inesperada e imprevisível. Estudos recentes sobre as aves da caatinga, apontam
a existência de 510 espécies, sendo que 92% reproduzem na região. Estudos sobre
mamíferos apontam a existência de 143 espécies para este ecossistema. Quanto aos
répteis, hoje se conhece cerca de 47 espécies de lagartos, 62 espécies de cobras e 43
anfíbios. Também há milhares de espécies de insetos habitando a caatinga. Todas essas
informações indicam que o ecossistema Caatinga não é tão pobre como antes alguns
imaginavam.
Como no período seco aumenta a evaporação da água armazenada em açudes,
cacimbas, barreiros, rios e riachos, as pessoas que vivem nesta região criaram estratégias
de convivência com a falta de água, com técnicas como: a silagem da produção de grãos
para consumo humano e ração para o gado, barragens subterrâneas para manutenção do
estoque hídrico no subsolo, armazenamento de águas de chuvas em cisternas para
consumo humano, uso das áreas de baixios com plantas de ciclos curtos, entre outras,
que renderam ao sertanejo a famosa designação de serem homens fortes conhecidos no
Brasil inteiro pela sua criatividade, musicalidade e valentia.
Apesar da principal atividade produtiva desta região estar centrada na pecuária de
caprinos e ovinos, o Nordeste semiárido tem se mostrado como uma nova fonte de
produtos especializados como a apicultura, fruticultura, extração de essências exóticas
para a indústria farmacêutica e cosmética entre outras tendências e atributos
desconhecidos ou pouco explorados na região.
No entanto, a região das Caatingas também abriga a miséria e a fome,
características das contradições de uma sociedade baseada na exploração. Desta forma
este cenário também contribui para o desaparecimento de algumas espécies,
principalmente, da fauna nativa que são capturadas para alimentar o tráfico de Animais
Silvestres, como é caso da ararinha-azul, extinta na natureza no ano 2000.
Em 1992 o mundo inteiro ouviu falar sobre a Conferência de Meio Ambiente que
aconteceu na cidade do Rio de Janeiro, a qual ficou conhecida como RIO 92. Nesta
Conferencia realizou-se uma Convenção sobre a Diversidade Biológica. Em
cumprimento às obrigações do Brasil junto à citada Convenção alguns estudos foram
desenvolvidos nos diversos biomas brasileiros.
Sob a ótica da conservação, o estabelecimento de ações prioritárias para a Caatinga
pode ser considerado uma das ações mais urgentes no Brasil. Por que?
 Porque a Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro;
 Porque a Caatinga abriga uma fauna e flora única, com muitas espécies endêmicas,
ou seja, que não são encontradas em outros lugares do planeta;
 Porque ela é um dos biomas mais ameaçados do Brasil, com grande parte de sua
área tendo sido modificada pelas atividades humanas. Estudos também apontam
que a vegetação nativa da região encontra-se reduzida a menos da metade.

QUESTÕES PARA RESPONDER


01- Pesquise o nome de 10 plantas existentes na Caatinga.

02- Dê o significado das palavras abaixo (use um dicionário, livro didático, revistas
e/ou internet).

caatinga ecossistema vegetação arbórea fauna aves répteis


mamíferos cacimba barreiro rio riacho pecuária caprinos
ovino apicultura fruticultura anfíbios fauna bioma cisterna
insetos açúde predador evaporação clima semiarido

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