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A restauração da paz no Norte de Moçambique vai contar com uma missão conjunta entre a União

Europeia e países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

África do Sul, Botsuana, Tanzânia e Angola confirmaram o envio de tropas.

Do terreno, há já relatos de confrontos entre as forças extremistas islâmicas e o exército do Ruanda,


“ao abrigo do acordo bilateral entre os nossos dois países no âmbito da segurança”, esclareceu
Nyusi.

O combate terrorista em Moçambique tem sido travado por tropas locais, às quais no passado, se
juntaram mercenários russos e sul-africanos.

Mas a influência do autoproclamado Estado Islâmico e da Al-Qaeda no norte do país continua a


aumentar.

O clima de terror e a instabilidade em abril deste ano, levaram a que a petrolífera Total suspendesse
o projeto de exploração de gás natural na região.

De acordo com o presidente moçambicano, a paragem do projeto, considerado o maior


investimento privado em África, teve um impacto negativo direto de 99 milhões de euros.

Desde outubro de 2017, os ataques terroristas em Cabo Delgado já provocaram mais de dois mil
mortos e 817 mil deslocados. : https://pt.euronews.com/2021/07/26/inundacoes-em-londres-
provocam-cheias-nas-estacoes-de-metro.

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Conflito em Cabo Delgado

Introdução

A província de Cabo Delgado situa-se no norte de Moçambique, a mais de 1600 quilómetros da


capital, Maputo. Em 2017 assistiu ao despoletar de um violento conflito armado que é hoje
responsável por perto de 1 milhão de deslocados internos, segundo os mais recentes dados da
Organização Internacional para as Migrações (OIM) e mais de 4.000 mortes de acordo com o projeto
ACLED (Armed Conflict Location & Event Data Project). A autoria dos sucessivos ataques levados a
cabo ao longo dos últimos cinco anos é reivindicada pelo grupo terrorista “Ansar-Al-Sunaa”
(conhecidos em Moçambique por “mashababos”), que possui ligações com o autoproclamado
Estado Islâmico e que conduz a sua ação por via de violentos ataques a aldeias e aos residentes,
incluindo os próprios islamitas. A província de Cabo Delgado possui uma enorme reserva de gás
natural, sendo por isso palco de um número muito significativo de investimentos privados de
grandes dimensões que contrastam em larga escala com os índices de pobreza da região, uma das
mais pobres do país. Nos últimos anos, o papel da comunidade internacional tem sido fundamental
no apoio direto a Cabo Delgado, não só ao nível do auxílio de Estados vizinhos como o Ruanda ou,
numa maior proximidade, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), mas também
proveniente de países Ocidentais como Portugal, Estados Unidos da América ou a própria União
Europeia. Os últimos contornos revelam uma melhoria nas condições de segurança ilustrada na
reabertura dos serviços públicos em regiões mais afetadas, como é exemplo o distrito de Mocímboa
da Praia, apesar de um eventual cenário de paz parecer ainda bastante distante.

Não obstante a pertinência de outras teorias, é evidente que as motivações que suscitaram o
conflito em Cabo Delgado são de natureza religiosa e seguem uma ideologia e um modelo
civilizacional próprio inspirado nas interpretações mais radicais do Islamismo, nomeadamente nos
termos do movimento salafita, procurando implementar na população os seus costumes e hábitos
religiosos e também sociais, como explica Fernando Jorge Cardoso, especialista em assuntos
africanos. Existe, porém, um conjunto de outros fatores que influenciam o desenrolar do conflito em
Cabo Delgado. Sendo certo que os cérebros do grupo que atormentam a região são provenientes de
outros países como a Tanzânia em conjunto com indivíduos moçambicanos radicalizados, um dos
grandes motores da ação terrorista prende-se com o recrutamento de jovens moçambicanos que
veem na adesão uma oportunidade para atingir melhores níveis de vida, irrealistas numa
comunidade que evidencia dificuldades em acompanhar o desenvolvimento que se verifica em
outras partes do país e que, de certa forma, se sente abandonada e distante do governo central.

Soluções

O desenrolar dos acontecimentos em Cabo Delgado despertou o governo de Maputo, que adotou,
desde cedo, uma postura fortemente direcionada para uma resposta armada, que revelar-se-ia
insuficiente, pouco organizada, reveladora da falta de preparação e de equipamento das forças
militares moçambicanas, e ao mesmo tempo marcada pela contratação de empresas de segurança
privada estrangeiras, que mais serviram para prestar segurança aos investimentos relacionados com
o gás natural do que propriamente para combater efetivamente a ameaça terrorista. De certa
forma, o comportamento belicoso assumido pelas entidades governativas de Moçambique levanta
algumas questões quanto à sua eficácia tendo em conta as especificidades que compõem a dinâmica
terrorista sentida na região.

A adesão em grande escala de jovens moçambicanos parece ser motivada mais por uma questão de
revolta face às falhas do modelo governativo, afastando-se, em parte, de matrizes religiosas
fundamentalistas. Neste contexto, as soluções e os mecanismos de resposta ao terrorismo devem
ser equacionados além do combate armado por si só. O diálogo, a proximidade e o investimento na
população de Cabo Delgado devem complementar a ação militar no combate ao terrorismo,
sobretudo no seio desta fação jovem que luta pela sua sobrevivência mais do que luta por ideais ou
por uma identidade.

Por sua vez, o diálogo direto com a associação terrorista, cenário já mencionado por alguns
analistas, parece constituir uma possibilidade menos viável por duas razões essenciais: por um lado,
seria naturalmente desafiante dialogar com um tipo de estrutura que carece de um líder assumido e,
portanto, de um rosto com o qual seja possível chegar a alguma via de consenso; numa outra visão,
é difícil crer ser possível chegar a pontos e considerações comuns, sabendo antecipadamente da
existência de posições antagónicas, para além de ser fictício pensar que o grupo terrorista reúne
disponibilidade para iniciar algum tipo de conversação.

No que diz respeito às propostas de soluções para o conflito no norte de Moçambique existem ainda
outros aspetos a considerar que complementam o diálogo e a ação da força militar. Neste ponto,
olhemos para o papel dos atores oriundos do próprio continente africano, que devem olhar para
uma ideia de paz em Cabo Delgado como forma de garantir também a paz e a segurança no
continente africano como um todo. O Institute for Security Studies (ISS Africa) através de uma das
suas publicações aponta para a coordenação como o fator crucial para uma solução em Cabo
Delgado. Efetivamente, os diferentes atores africanos devem adotar uma postura de colaboração
mútua e maior capacidade de organização, desenvolvendo a comunicação entre partes envolvidas,
cooperando com vista a desenvolver uma solução de longo prazo para o conflito na região e
trabalhar no sentido de intervir junto das populações com o objetivo de evitar recrutamentos.

Papel do Ocidente

Face às notórias dificuldades do Governo de Maputo em conter as ofensivas terroristas, a


importância do apoio da comunidade internacional e de atores externos Ocidentais adquire um
ainda maior significado, particularmente se tivermos em consideração as debilidades na estrutura e
organização de entidades do continente africano, como no caso da União Africana (UA), cuja reação
às diferentes fases do conflito nem sempre ocorreu a tempo e teve, por vezes, influência limitada,
considerando a dimensão da organização no quadro do continente. Assim, Estados como os EUA ou
Portugal contribuíram significativamente em termos do fornecimento de equipamento e da
capacitação das impreparadas forças moçambicanas, através de treinos conjuntos e partilhas de
experiências militares. A formação com vista à contenção da ameaça conta também com a ajuda da
União Europeia, que lançou no final do ano transato a Missão de Formação Militar da União
Europeia em Moçambique, que resulta de um esforço conjunto de Estados-Membros da UE. O papel
do Ocidente desenrola-se, do mesmo modo, na vertente humanitária, onde o elevado número de
deslocados desencadeia situações de pobreza extrema, fome e propagação de doenças. Destaca-se
ainda o papel das ajudas financeiras, que auxiliam a componente militar e na salvaguarda das
populações afetadas, como é exemplo a recente notícia de um apoio adicional por parte da União
Europeia a Moçambique no valor de 15 milhões de euros.

O interesse em garantir a paz na província de Cabo Delgado tem vindo a ser uma prioridade na
agenda da UE, mesmo depois de uma fase inicial em que a pandemia Covid-19 ofuscou a
problemática vivida. Recentemente, o Alto Representante da União Europeia para os Negócios
Estrangeiros e a Política de Segurança afirmou que na ótica da União “um Moçambique seguro e
próspero dará um contributo importante para a segurança, a paz e a prosperidade de todo o mundo
– e também nossa”, declaração que enfatiza a ideia de um sistema internacional disciplinado capaz
de servir e beneficiar todos, também numa perspetiva de multilateralismo e cooperação.
Adicionalmente, situações como a que sucede em Cabo Delgado podem vir a trazer consequências
no seio da própria União Europeia, no que concerne, por exemplo, a refugiados de guerra que
migram para solo europeu, fator que tem gerado discussão, cisões internas e problemas logísticos
para a UE, sendo, portanto, do seu maior interesse minimizar este tipo de ocorrências. Por outro
lado, é também importante considerar os exemplos em que conflitos localizados e distantes da
realidade europeia se expandem e tomam outras proporções, afetando de maneira mais ou menos
direta todo o globo: a atual guerra na Ucrânia é prova clara de um problema localizado que tem
implicações em todo o mundo, designadamente, no fornecimento de cereais. É igualmente esta
amplificação que um conflito pode atingir que deve alertar não só a Europa, mas a generalidade dos
Estados, tendo em conta a dinâmica de um mundo globalizado.

No seguimento do raciocínio que invoca a prática de uma estratégia de diálogo como via de
resolução, os atores ocidentais devem empenhar-se em estabelecer mecanismos de comunicação no
interior das populações afetadas com vista a procurar opções para esfriar revoltas violentas de
indivíduos radicalizados e precaver uma possível nova investida no recrutamento de jovens.

Atual Cenário

A situação em que se encontra atualmente o conflito de Cabo Delgado transmite a ilusão de uma
acalmia no cenário dos ataques. Na verdade, o clima de segurança na região sofreu consideráveis
progressos no decorrer do ano de 2021, conjuntura que se estendeu ao presente ano civil e surge
por consequência das intervenções militares bem-sucedidas por parte das tropas provenientes do
Ruanda no âmbito da missão militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM).
Factualmente, o clima de violência na região melhorou substancialmente com a chegada destas
tropas que aterrorizam o grupo terrorista islâmico. Fontes do próprio grupo declaram até que os
seus membros “fogem assim que ouvem os primeiros tiros ruandeses”, tendo ordens dos líderes
para não atacar de volta. Esta situação representa uma evidência do êxito da cooperação
internacional na resolução do conflito, com especial valor tendo em conta que acontece dentro do
continente africano.
Surge, no entanto, um outro problema. A realidade demonstra que apesar das intervenções
militares triunfantes, a província de Cabo Delgado encontra-se ainda afastada de um cenário de paz.
Perante as intervenções ruandesas, o grupo rebelde desorganizou-se, separou-se e atua agora sem o
habitual rigor através de ataques isolados e espalhados geograficamente, esquecendo, por vezes, a
componente estratégica que outrora marcava a sua atuação e que teve a vila de Mocímboa da Praia
como exemplo da procura de pontos estratégicos. Consequentemente, existe agora o perigo de
assistirmos à extensão do conflito a outros locais fora da província de Cabo Delgado como aliás
aconteceu na vizinha província de Nampula, em que os ataques provocaram cerca de 47 mil
deslocados no passado mês de setembro. A realidade de Nampula é merecedora de atenção, na
medida em que pode significar não apenas uma expansão geográfica do problema, como também
ser sinónimo do advento da radicalização em outras áreas do Estado de Moçambique. Ao mesmo
tempo, Moçambique vai reforçando os acordos de cooperação com outros atores do mesmo
continente, desta vez com a Tanzânia, Estado fronteiriço que poderá ter um papel importante no
desenrolar dos acontecimentos, não só pela participação militar nas forças da SADC, mas também
no combate à radicalização no seio das populações e no controlo das deslocações dos terroristas
provenientes daquele país.

Ao longo do recente mês de setembro, a situação no norte de Moçambique tem assistido a alertas
de expansão do conflito ao mesmo tempo que a situação em Cabo Delgado melhora e onde já se
iniciam processos de realojamento. Por outro lado, as respostas em termos da segurança e da
defesa ganham agora outro tom, através de reforços no policiamento e pela atribuição do pacote de
ajuda em armamento não-letal por parte da União Europeia. Existe ainda outra dimensão do conflito
bastante ativa e que tem a ver com o ataque a indivíduos católicos sediados na região onde
predomina a religião islâmica. Neste aspeto, a Igreja Católica tem desempenhado um papel
importante no campo da ajuda humanitária por meio de associações e missionários, mas também na
resistência ao radicalismo. Com as complicações derivadas do conflito entre a Rússia e a Ucrânia
abre-se uma nova porta no que toca à questão do gás em Cabo Delgado, que pode neste momento
constituir uma nova solução à crise que se faz sentir em solo europeu. Porventura, Cabo Delgado
poderá tirar proveito desta situação, precisamente, por haver um interesse acrescido na resolução
do conflito que assombra o território, ainda que as explorações de gás natural, forçadas suspender
os trabalhos perante o clima de insegurança, ainda não regressaram à atividade, não existindo para
já nenhuma previsão para tal.

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Moçambique encontra-se desde 2017 a enfrentar ataques terroristas na província de Cabo Delgado,
que constituem uma ameaça à segurança nacional e regional. Perante a extensão e a amplitude da
ameaça, o Governo Moçambicano solicitou apoio internacional para conter o terrorismo e fortalecer
as capacidades das Forças de Defesa e Segurança (FDS). Foi neste contexto que a SADC e a União
Europeia (UE) manifestaram o seu apoio à Moçambique, através duma Missão da SADC, a SAMIM,
(SADC Mission in Mozambique) e uma missão de treinamento da UE, a EUTM-Moz (European Union
Military Training Mission in Mozambique).

O objectivo do evento foi de explicar o processo de coordenação e cooperação entre os vários


intervenientes. Os participantes debateram sobre os resultados alcançados e os desafios
enfrentados pelas forças da SAMIM e da EUTM em Moçambique. Aqui, um aspecto muito
importante foi a perspectiva para a continuidade do combate ao extremismo violento em
Moçambique, pós-presença das forças estrangeiras.

Durante o debate, o Comandante da Missão da União Europeia, o Brigadeiro-General Nuno Lemos


Pires, afirmou a importância do desenvolvimento económico e da segurança e o envolvimento da
sociedade civil para uma paz duradoura. Por sua vez, o Prof. Mpho G. Molomo, Chefe de Missão da
SADC em Moçambique salientou a importância da cooperação das diferentes forças armadas e
policiais e a necessidade de entender as reais causas do conflito. :Café de Paz “Cooperação
Internacional para o Combate ao Extremismo Violento em Moçambique”
https://mozambique.fes.de/
Moçambique e Estados Unidos Formam Parceria para Prevenir Conflitos e Promover a Estabilidade

1 de Abril de 2022 – O governo dos E.U.A. anunciou hoje que Moçambique foi seleccionado como
um país prioritário para a Estratégia dos E.U.A. para Prevenir Conflitos e Promover a Estabilidade.
Esta Estratégia delineia a cooperação com o governo de Moçambique e a sociedade civil a níveis
nacional e local para investir numa abordagem de longo prazo, liderada localmente para abordar as
causas de conflito e reforçar os alicerces de estabilidade.

Os Estados Unidos e Moçambique têm um interesse comum em alcançar a estabilidade em Cabo


Delgado e províncias limítrofes (vizinhas??). Desde 2017, terroristas têm perpetuado uma violência
brutal no norte de Moçambique, causando milhares de mortes, deslocando cerca de 800.000
pessoas das suas casas, destruindo áreas residenciais e infra-estrutura essencial. Para além de
assistência à segurança, são necessários investimentos de longa duração para assegurar uma paz
sustentável.

A Estratégia dos E.U.A. para Prevenir Conflitos e Promover a Estabilidade providencia recursos
adicionais para promover a estabilidade e fortalecer a resiliência de comunidades moçambicanas
afectadas pelo extremismo violento e terrorismo. Ao trabalhar com o governo de Moçambique, a
sociedade civil, o sector privado, e parceiros regionais e internacionais, os Estados Unidos irão
coordenar a sua assistência ao desenvolvimento, diplomático, e ao sector de segurança através de
um plano de dez-anos que inclui programas de prevenção de conflitos e de estabilização para apoiar
uma governação democrática, transparência, e desenvolvimento inclusivo.

“Os Estados Unidos estão comprometidos a ajudar os nossos parceiros em Moçambique para
prevenir a violência, promover a estabilidade, e construir resiliência”, disse a Encarregada de
Negócios da Embaixada dos E.U.A., Abigail Dressel. “Além disso, o respeito pelos direitos humanos e
pelo estado de direito são primordiais para combater eficazmente o terrorismo, uma vez que a
ausência de tais princípios possa alimentar ainda mais o extremismo violento”, disse.

No desenvolvimento deste plano de dez-anos, a prioridade máxima do governo dos E.U.A. será o
apoio aos parceiros locais, tanto governamentais como não-governamentais, que estão a
desenvolver e a implementar soluções para os desafios mais prementes desta crise. Isto significa
consultar com as contrapartes locais e incorporar a perícia dos intervenientes dos E.U.A.
especializados nestas áreas.

Moçambique é um dos cinco locais prioritários seleccionados para esta Estratégia dos E.U.A. para
Prevenir Conflitos e Promover Estabilidade. Em estreita colaboração com o Governo da República
de Moçambique, o governo dos E.U.A. disponibiliza anualmente mais de US$ 500 milhões em
assistência para ajudar Moçambique a construir um país mais saudável, mais seguro, mais
democrático, e mais próspero para todos os cidadãos. https://mz.usembassy.gov/pt/mozambique-
and-united-states-partner-to-prevent-conflict-and-promote-stability-pt/

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