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Escola Superior de Relações Internacionais

Relações Internacionais e Desenvolvimento

Cadeira: Diplomacia e Política Externa

POLICY PAPER

TEMA:
POLÍTICA EXTERNA DE MOÇAMBIQUE FACE AO TERRORISMO EM CABO
DELGADO

Mestrando:
Morílio Nério Urgente

Docente:
Prof. Dr. Válter Fainda

Maputo, Junho de 2023


A POLÍTICA EXTERNA DE MOÇAMBIQUE FACE AO TERRORISMO EM
CABO DELGADO

CONTEXTO

O terrorismo vem a preocupar os Estados a partir do ano de 2001 com o 11 de Setembro,


é dai que este fenómeno é securitizado e considerado problema de segurança nacional e
internacionais. Nesse contexto, surgem em unanimidade a partir de um esforço entre os
Estados na criação de um regime internacional coercivo de modo a conter essa ameaça,
promovendo uma política externa coerciva caracterizada por intervenções armadas em
várias partes do mundo (Cunha, 2010: 10)1. Entretanto, o tersíssimo é um problema
internacional que predominantemente muda a agenda de política externa dos Estados. É
nesse contexto que procura aqui abordar da Política Externa de Moçambique de
Moçambique face ao Terrorismo em Cabo Delgado.

PROBLEMA

Moçambique atualmente enfrenta este “cancro internacional” que constitui um sério


problema àquilo que é a segurança nacional do Estado e, consequentemente, afeta o
desenho da Política Externa do Estado na medida em que este fenómeno do terrorismo
em Moçambique não é um caso isolado na região, entretanto, o Estado por um problema
que traz consequências multidimensionais, desde a dimensão de segurança nacional à
segurança humana e alimentar. Contudo, o terrorismo em Moçambique é problema real,
tal como deixa entender Nhamire (2021)2 que Moçambique enfrenta, desde outubro de
2017, ataques terroristas perpetrados por grupos extremistas violentos na província mais
setentrional de Cabo Delgado, que causaram a morte de 20.001 a 30.002 pessoas. O
número de deslocados internos foi superior a 730 000. Está evidente que é um problema
que muda em parte a configuração e ambições da política externa de Moçambique.

PARTES OU ATORES

Relativamente as partes, este conflito conto com várias partes sendo que as partes
primarias: O governo moçambicano que levado a cabo esforços de fazer face aos ataques
terroristas e também tido pelos terroristas como sendo o inimigo dai que neste paper o

1
Cunha, CIRO (2010). Terrorismo internacional e política externa brasileira após o 11 de setembro.
Fundação Alexandre de Gusmão. Brasil.
2
Namhire, Borges (2021). Irá a intervenção estrangeira pôr fim ao terrorismo em Cabo Delgado?
Policy Brief. Moçambique.

1
governo é tido também como parte. Os Terroristas (por vezes chamados, Al-Shabaab e
Estado Islâmico) é parte que protagoniza ofensivas ao governo sem nenhuma
reivindicação, porem, continuam com ataques em Cabo Delgado. Partes secundarias
temos: A SAMIM e o Ruanda, esses atores fazem parte do conflito resultando da política
externa de Moçambique na região. E partes terciarias: As Nações Unidas e seus respetivos
programas no âmbito da ajuda humanitária à população de Cabo Delgado; A União
Europeia, entre outros, é tida como parte por conta de seu apoio no concernente ao
treinamento das forcas Moçambicanas e envio de homens para o devido apoio.

CAUSAS

Entretanto, a literatura mostra que o terrorismo surge na base de variadas causas,


dependendo da realidade de cada país. Entretanto, importa aqui reflectir em torno das
causas de baixo desse problema (terrorismo) em Moçambique. Para Cardoso (2021)3
existem algumas teses que olham para a guerra em Cabo Delgado como originada por
ressentimentos acumulados, pela frustração de populações que veem as riquezas naturais
e a terra a serem exploradas sem que daí advenham (ainda) benefícios evidentes, por
ausência de oportunidades de emprego para os jovens que entram na vida ativa e por uma
revolta popular contra desmandos de autoridades. Estas realidades têm sido
documentadas com alguma frequência e credibilidade, não é por acaso que, até
recentemente, a presença de jornalistas na Província era malvista por parte do Governo.

Contudo, as causa do problema vem de vários canais, dentre os quais temos, o


ressentimento da população muçulmana; a falta de emprego em Cabo Delgado;
desmandos por parte do Governo, entre outros mencionados acima. Isso é tido como causa
porque torno o território preparado ou fértil para subsequente instrumentalização para o
terrorismo.

RISCOS

Essa situação traz consigo vários riscos, primeiro à segurança nacional na medida em que
o terrorismo em parte fragiliza o Estado demostrando a incapacidade de este promover
um dos interesses vitais da Política Externa que é Integridade territorial. Também
apresenta riscos de sentimentos de exclusão por parte da população de Cabo Delgado pelo
facto deste conflito ser localizado e há um sentimento de falta de proteção por parte da

3
Cardoso, Fernando (2021). Cabo Delgado: insurgentes, jihadistas ou terroristas? Moçambique.

2
população perante o governo, isso por consequente, gera um sentimento irredentista ou
mesmo de não pertença à nação, portanto, com o risco de uma secessão.

RECOMENDAÇÕES

No concernente às recomendações, o Estado Moçambicano deve direcionar a sua Politica


Externa de modo a reforçar a coordenação entre as forças estrangeiras presentes em Cabo
Delgado; Potencializar a sua presença militar na fronteira com a Tanzânia; apoiar e
intensificar o diálogo inter-religioso em curso; implementar programas de
desradicalização e reintegração dos jovens capturados pelos terroristas; aumentar as
missões de reconhecimento e intensificar o trabalho dos serviços de inteligência militar.
Portanto, a literatura visitada mostra que a Política Externa de Moçambique tem esses
desafios face ao Terrorismo em Cabo Delgado a criar condições de combate ao mesmo,
isto porque o terrorismo não é o fenómeno novo no sistema internacional e Moçambique
pode obter mais apoio e experiência na comunidade tanto regional assim como
internacional.

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