Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 29

Instalações Eléctricas I

Dimensionamento do Cabo
Alimentador
CONTEÚDOS
1. Etapas a seguir no dimensionamento;
2. Método de Aquecimento em Regime
Permanente;
3. Método de Aquecimento na ocorrência de
Curto-Circuito; e
4. Método da queda de tensão.
ETAPAS
1º - Determinar a Intensidade de corrente a Transmitir
através do cabo;

2º - Determinar as Secções Mínimas que Permitam


Respeitar as Condições seguintes: Aquecimento da alma
condutora (em Regime normal e em Curto-circuito) e
Queda de tensão;

3º - Escolher a Maior Secção das Diversas Secções,


previamente determinadas.
1. Determinação da Intensidade de Corrente
Na Determinação da Intensidade de Corrente a transmitir, através do
cabo, é necessário conhecer-se a tensão da rede e a potência absorvida
pelos receptores, conforme expressões a seguir.

Rede Monofásico Rede Trifásico


𝑆 𝑃 𝑆 𝑃
I= ou I = I= ou I =
𝑈 𝑈 cos 𝜑 3𝑈 3𝑈 cos 𝜑
𝑈 = 220𝑉 𝑈 = 380𝑉
Onde: P – Potência Activa [W]; S – Potência Aparente [VA];
U – tensão da rede
1. Determinação da Intensidade de Corrente
Na determinação da potência absorvida pelas cargas deve-se ter
em conta os seguintes aspectos:

 Potência eléctrica realmente absorvida em um determinado


instante por um aparelho ou um sistema (Demanda); e

 Crescimento previsível das necessidades em energia, da


instalação e extensões futuras;
𝑃𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑃𝐼𝑙𝑢.𝑇𝑈𝐺 × 𝐹𝑑1 + 𝑃𝑇𝑈𝐸 × 𝐹𝑑2

𝑃𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑐𝑟𝑒𝑠. = 𝑃𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 × 𝐹𝐴𝐶


1. Determinação da Intensidade de Corrente
Resumindo

𝑃𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑃𝐼𝑙𝑢.𝑇𝑈𝐺 × 𝐹𝑑1 + 𝑃𝑇𝑈𝐸 × 𝐹𝑑2


𝑃𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑐𝑟𝑒𝑠.
𝑃𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑐𝑟𝑒𝑠. = 𝑃𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 × 𝐹𝐴𝐶 ⟹ 𝑆𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑐𝑟𝑒𝑠. =
cos 𝜑

Rede Monofásico Rede Trifásico


𝑆𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑐𝑟𝑒𝑠. 𝑆𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑐𝑟𝑒𝑠.
𝐼𝑆 = 𝐼𝑆 =
𝑈 3𝑈
𝑃𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑐𝑟𝑒𝑠. 𝑃𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴𝑐𝑟𝑒𝑠.
𝐼𝑆 = 𝐼𝑆 =
𝑈 cos 𝜑 3𝑈 cos 𝜑
𝑈 = 220𝑉 𝑈 = 380𝑉
2. Método de Aquecimento em Regime
Permanente
A Corrente máxima admissível, em regime
permanente, de uma canalização, é o valor da
intensidade que provoca o aquecimento da alma dos
condutores até ao valor máximo permitido.

A Corrente fictícia é aquela que causaria o mesmo


aquecimento da alma condutora que a intensidade a
transmitir, se a canalização estivesse instalada, nas
condições consideradas nos quadros de características.
2. Método de Aquecimento em Regime
Permanente
2.1. Método de Cálculo
1º — Definir, de maneira precisa, as condições de instalação e do
local previsto, não omitindo nenhum factor susceptível de ter
uma influência determinante;

2º — CALCULAR A CORRENTE FICTÍCIA SE ESSAS


CONDIÇÕES SÃO DIFERENTES DAS DE
REFERÊNCIA.
2. Método de Aquecimento em Regime
Permanente
A Corrente fictícia é determinada dividindo a corrente a
transmitir pelos coeficientes de correcção sucessivos, que
traduzem a influência das diferenças relativas às condições de
instalação e do local.
𝐼𝑆
𝐼𝑓 = ; ⇒ 𝐾 = 𝑘1 × 𝑘2 × 𝑘3 × 𝑘4
𝐾

Depois de determinar a Corrente fictícia, retirar, do quadro de


características do condutor ou cabo escolhido (Quadro 110), a
menor secção que permite transportar a intensidade fictícia.
2.2. Cabos Colocados ao Ar Livre
As capacidades de transporte, indicadas nos quadros de
características são referentes a:
 Cabo multipolar ou terno de cabos unipolares
juntivos, colocados na superfície do solo, ou em
suportes (tabuleiros, caminhos de cabos ...), ou fixos
nas paredes, ao abrigo da radiação solar e sem
aquecimento mútuo com outras canalizações situadas
nas proximidades;
 Uma temperatura máxima do ar livre de 30 °
2.2.1 Canalizações Juntivas e nao Juntivas
2.2.1 Coeficiente de temperatura (𝒌𝟏 )
2.2.2 Outros Coeficiente de Correcção para
Cabos Colocados ao Ar Livre

Existem outros coeficientes de Correcção para cabos


colocados ao Ar Livre, nomeadamente coeficiente de:
 Exposição à Radiação Solar (𝒌𝟐 );
 Proximidade Térmica com outras Canalizações de
Potência (𝒌𝟑 ); e
 Confinamento do Ar na Vizinhança do Cabo (𝒌𝟒 ).
2.3. Cabos Colocados no Solo

Colocados, quer directamente no solo, quer numa caleira


de betão cheia de areia, a 0,80m de profundidade, com
uma temperatura do solo igual a 20° C e resistividade
térmica 0,85 ou 1K.m/W, sem aquecimento mútuo com
outras canalizações de potência colocadas nas
proximidades.
2.3.1 Coeficiente de temperatura
2.3.2 Outros Coeficiente de Correcção para
Cabos Colocados no Solo
Existem outros coeficientes de Correcção para cabos
colocados no solo, nomeadamente coeficiente de:

 Profundidade de Colocação;
 Resistividade Térmica do Solo;
 Proximidade Térmica com outras Canalizações de
Potência.
3. Método de Aquecimento em Caso de
Curto-Circuito
Em caso de curto-circuito, os cabos veiculam uma
intensidade muito mais elevada que a sua capacidade de
transporte em regime permanente.

O tempo de passagem desta intensidade de corrente,


correspondente ao tempo necessário ao corte pelos
dispositivos de protecção.
3. Método de Aquecimento na ocorrência de
Curto-Circuito
Devido à curta duração dos curtos-circuitos, admite-se
que as perdas térmicas originadas durante o defeito, só
provocam o aquecimento da alma e que a dissipação
progressiva das mesmas, para o resto do cabo e o meio
envolvente, só acontece posteriormente.

Esta hipótese permite o cálculo da densidade de corrente


admissível da alma, em função da duração do curto-
circuito e das temperaturas limites.
3. Método de Aquecimento na ocorrência de
Curto-Circuito
3.1. Método de Cálculo
A secção a escolher é o valor normalizado imediatamente
superior a:
𝐼𝑐𝑐 𝛿𝑜 𝑡
𝑆= ; 𝛿= ⇒ 𝑆 = 𝐼𝑐𝑐 × Onde:
𝛿 𝑡 𝛿𝑜
2
𝑆 – Secção do condutor [𝑚𝑚 ];
𝐼𝑐𝑐 - Corrente d curto – circuito [A];
𝛿 - densidade de corrente admissível [A/𝑚𝑚2 ]
3. Método de Aquecimento na ocorrência de
Curto-Circuito
O gráfico seguinte indica o valor δο para uma duração do curto-
circuito igual a um segundo, em função da:

 Natureza do metal condutor (Cobre ou Alumínio);


 Temperatura da alma antes do curto-circuito (𝜃𝑑 ); e
 Temperatura máxima admissível, para o isolante considerado,
no final do curto-circuito (𝜃𝑓 ).
3.2 Método Aproximado
Uma boa aproximação da secção poderá ser obtida pela
expressão:
𝐼𝑐𝑐 𝑡
𝑆=
𝐾 𝜃𝑓 − 𝜃𝑑
O coeficiente K é teoricamente função de 𝜃𝑓 , 𝜃𝑑 e da natureza do
metal condutor. Podemos, no entanto, adoptar, em primeira
aproximação:
 Para o alumínio: K =7;
 Para cobre: K=11.
4. Método de Queda de Tensão

A tensão disponível, em qualquer ponto da instalação de


utilização, deve permitir um funcionamento satisfatório
dos receptores alimentados.

Isto significa que, a queda de tensão, produzida pela


canalização, não deve ultrapassar um determinado valor .
4.2. Valores Admissíveis para a Queda de
Tensão
Aqueda de tensão, a não ultrapassar, depende em cada caso das
características dos receptores alimentados.
Para cabos de instalações alimentadas directamente a partir de
uma rede de distribuição pública em baixa tensão, os valores
admissíveis para a queda de tensão são:
 3% para iluminação;
 5% para outras utilizações.
4.2. Valores Admissíveis para a Queda de
Tensão
Se a instalação é alimentada por um posto de transformação
particular ou por um posto de transformação a partir de uma
instalação de alta tensão, os limites anteriores podem ser
elevados, se necessário, a 6% e 8% respectivamente.

Nas redes de distribuição em centros urbanos, recomenda-se que


as variações de tensão em relação ao valor nominal não excedam
±5 %.
4.2. Valores Admissíveis para a Queda de
Tensão
O quadro seguinte indica, para redes em baixa tensão, a
correspondência entre o valor absoluto (em volt) e o valor
relativo (em % ) da queda de tensão.
4.3. Método de Cálculo
Tendo em posso a tensão nominal da rede (𝑈), queda de tensão
percentual admissível (Δ𝑈% ×), a corrente a transportar (𝐼𝑆 ), e o
𝑉
comprimento do cabo (𝑙), Calcula-se a queda de tensão em ( ).
𝐴.𝑘𝑚
Δ𝑈% × 𝑈 Δ𝑈
Δ𝑈 = ⟹ Δ𝑈𝐶𝑎𝑙. =
100 𝑙×𝐼
Depois de calculada a queda de tensão [V/A.km], retirar, do
quadro de características do condutor ou cabo escolhido
(Quadro 110), a menor secção que satisfaça a queda de tensão.

Você também pode gostar