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Literatura Inclusao Social
Literatura Inclusao Social
INCLUSÃO ESCOLAR
Com isso, nos referimos a obras que possuem qualidade literária e que, por
isso, expõem e problematizam as ideologias como algo que pode ser questionado
(CULLER,1999). É importante destacar que os contos da tradição literária se
destacam nessa desautomatização de ideologias, pois a Literatura é o “habitat
natural” e o “palco democrático” de personagens e leitores excluídos. Em
concordância com Culler (1999), Lajolo (1982, p.64) testemunha essa função da
literatura clássica.
Além desse papel social, Caldin (2004) percebe na leitura de Literatura Infantil
uma função libertária e desencadeadora de experiências, pois o leitor, no processo
de co-autoria do texto, protagoniza a situação de leitura e ganha uma existência
importante: inventa significados, pode aderir à brincadeira, se recusar a vestir um
personagem ou criar um novo final para a trama. Isto é, durante essa co-autoria,
pode experimentar ser ele mesmo, despindo-se das máscaras que a vida no mundo
adulto e excludente impõe.
Nessa perspectiva, outros estudiosos têm privilegiado a leitura de Literatura
Infantil, no trabalho com crianças que possuem necessidades especiais. Pereira
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EPISÓDIO 1
P: Quem tem um bichinho de estimação? Um de cada vez.
Rubi: Eu tenho, eu tenho, eu, eu, o meu é um passarinho.
Lamec: Eu tive um cachorro branquinho. Ele fugiu.
Samira: Uma vez eu tive um gato que morreu com uma doença no
rabo. Ele fazia tudo que um cachorro faz.
Arafat: Eu sei que Silas tem bicho-de-pé.
Silas: Mentira professora. É mentira.
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EPISÓDIO 2
P: Alguém aqui também já teve um bicho-de-pé de estimação?
Safira: Eu já tive, e ele fazia cócegas igual ao da história.
Mohamed: Eu já tive demais. Às vezes, quando eu passo no pé de
caju eles entram no meu pé.
Abdã: Eu já tive bicho-de-pé, mas eu não gostava dele não.
EPISÓDIO 3
P: O que vocês sentiram ao lermos essa história?
Zaira: Eu senti que a gente não pode falar do bicho-de-pé do amigo.
Rubi: Eu achei engraçado ter bicho-de-pé, porque a gente ri muito.
Kalil: Eu fiquei com saudade do mico que aparecia no quintal lá de
casa. Ele nunca mais foi lá. Eu dava banana pra ele.
Zarabe: Eu fiquei com pena do bicho-de-pé da menina porque ela
tirou ele com uma agulha.
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