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Autor (1) Anna Claúdia Chagas de Araújo; Co-autor (1) Jardênia Lucila Lisboa de Freitas;
Co-autor (2) Joseane Maria Araújo de Medeiros; Co-autor (3) Rita de Cássia Angelo da Silva
Centro Universitário Facex – UNIFACEX pedagogia@unifacex.edu.br
Resumo:
Introdução:
O presente artigo trata de uma pesquisa ação desenvolvida uma escola municipal da
cidade de Natal do estado do Rio Grande do Norte. Participaram do projeto duas turmas do
5ºano do ensino fundamental anos iniciais, totalizando 53 alunos. O projeto foi desenvolvido
pelos bolsistas do PIBID (programa institucional de iniciação de bolsa à docência) do curso
de Pedagogia do Centro universitário Facex - UNIFACEX.
O projeto contou com o objetivo de evidenciar a importância da literatura na formação
do aluno. O estudo foi motivado pelo diagnóstico apresentado pelas professoras titulares e
pela observação realizada no início do nosso processo de investigação. Nas duas turmas havia
alunos com desinteresse pela leitura e fragilidades na escrita.
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O aprendizado da leitura é algo fundamental para a preparação do indivíduo no
exercício da cidadania. É por meio dela enriquecemos nossa cultura bem como nosso
vocabulário, desenvolvemos a maleabilidade do pensamento e de nossa linguagem.
No acesso e prática efetiva da leitura descobrimos novas experiências, um mundo repleto de
novos conhecimentos, de imaginações e de ideias. Nesse contexto, a leitura deve ser vivida
pelo professor e pelos alunos no cotidiano do ambiente escolar, proporcionando aos seus
alunos um aporte literário para que eles aprendam o gosto pela leitura.
Conforme Amarilha (2013, p.83) o gosto de ler se relaciona aos aspectos afetivos e
morais que o texto proporciona ao leitor. Esses elementos se constituem no prazer estético
que se complementa com a função comunicativa. Este pode partir das experiências com o
texto literário, desse modo, compete ao professor ser o mediador nessa trajetória de
aprendizado da leitura; bem como, dar suporte para que seus alunos tenham entusiasmo ao ler
um livro e detenham deste saber durante a sua formação.
Ler de forma significativa é importante para quem estar imerso numa sociedade
letrada porque propicia o reconhecimento de direitos e deveres pelos cidadãos, logo, contribui
para o exercício da cidadania e para a produção de múltiplos conhecimentos. Partindo dessa
necessidade do homem aprender a ler e acima de tudo, gostar de ler, pode-se dizer que a
escola se torna parte responsável nesse processo, pois lhe compete a formação integral de seus
alunos para que desenvolva sua automia e criticidade frente às exigências de uma sociedade
tão complexa.
De acordo com Freire (1989), a leitura deve promover no leitor, além da compreensão
da palavra, um avanço acerca da inteligência do mundo, uma tomada de consciência da
posição do indivíduo dentro da sociedade, para entender as relações políticas e seu papel
nessas relações. Nesta perspectiva, somos sujeitos sociais e históricos que podemos
transformar a experiência do nosso educando por meio dos benefícios promovidos pela
leitura. Considerando o exposto, a prática pedagógica na escola deve constituir-se em um
meio suficientemente educativo e duradouro, no qual a leitura literária infantil seja essencial,
permeando todas as ações desenvolvidas, primeiramente em ambiente escolar e refletidos a
posteriori, em espaços externos e na vida cotidiana dos nossos alunos.
Corroboramos com as palavras de Freire, complementamos fazendo relação com o
pertencimento social e cultural através do pensamento da pesquisadora Amarilha (2013, p.37),
a saber: [...] a literatura muda à rotina da escola, melhora seu ambiente, muda à relação com a
palavra-veículo de interação – e a sonoridade – que
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valoriza a oralidade a partir do texto; muda a relação com o livro porque promove a inserção
social do leitor com sua cultura, seus valores e daqueles do seu meio.
Amarilha (2013) e Zilberman (2008) chamam a atenção que nas rotinas vivenciadas no
ambiente escolar, podemos testemunhar a contribuição que a leitura proporciona para a
efetiva transformação do espaço educativo e do indivíduo, principalmente no que se refere à
participação do aluno através da literatura e, da sua inserção social e cultural nesse processo
experiencial em sala de aula. É importante dizer que (ZILBERMAN, 2008) também traz sua
contribuição no que diz respeito às possibilidades e desenvolvimento da aprendizagem
advindos da prática da leitura ao afirmar:
Metodologia:
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PIBID/Pedagogia – UNIFACEX no processo de investigação e aplicação da pesquisa-ação.
Resultados e Discussão:
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passaram a tomar outra postura quando íamos ler uma história de ficção, um texto literário.
A sala que até então era barulhenta e desinteressada às atividades propostas, passa a
ser uma sala silenciosa, participativa e avida por novos conhecimentos em leitura, chegando a
nos receber com palmas a cada dia que entravamos em sala. Todos queriam participar daquele
momento de leitura. O sentimento bastante satisfatório tornou-se presente ao percebermos a
mudança extraordinária dos alunos com a literatura e consequentemente o exercício da leitura.
Obtivemos assim, a concretização do objetivo que estruturado no projeto de pesquisa.
É válido citar que, em virtude da experiência com o texto literário, houve uma
mudança significativa no comportamento de uma aluna, que chamaremos de Zara. Essa aluna
por sua vez, tinha destaque na sala por ser uma das mais tímidas, vivia isolada nos cantos da
sala, presa no seu mundo. Nada lhe interessava e nem era digno de sua atenção, apesar dos
constantes investimentos dos adultos e colegas. Não participava de nenhuma das atividades
propostas pela professora e nem mesmo a presença dos bolsistas do PIBID chamavam a
atenção da jovem.
No entanto, ao iniciar o trabalho com as histórias de literatura, percebemos de
imediato o interesse da Zara, que já passou a nos olhar enquanto leiamos a história. Este
comportamento antes não acontecia. Ela chegou a mudou de lugar, começou a sentar do meio
da sala para frente numa atitude de aproximação. Até que um dia, em um momento de leitura
pediu para participar lendo a história que estava sendo lida.
Quando discutimos sobre as contribuições que a literatura possibilita para a formação
do aluno, vimos algumas transformações comportamentais no ambiente da investigação,
envolvendo muito mais que uma dada emoção momentânea, mas o desenvolvimento da
capacidade de descobrir novos conhecimentos, de reconhecermos habilidades, participar e ser
protagonista dessa relação com o texto literário; como foi o percebido em Zara.
Além do mais, o trabalho com a literatura no ambiente de sala de aula possibilitou aos
alunos a socialização, uma vez que dividia com seus pares, a cultura, a solidariedade e as
aprendizagens. Dessa forma, se tornaram integrante da presente na dinâmica e nas atividades
imbrincadas no trabalho educativo que fomos propondo com base na leitura das histórias.
Nesse percurso contatual a literatura possibilitou que aos alunos adquirissem experiências
nunca vividas antes, estabelecessem a relação entre a ficção e a realidade, evoluindo na sua
capacidade de pensar, de raciocinar, de construir com cumplicidade e prazer promovidos
pelos textos narrativos.
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Fisgada pelos encantos da narrativa vimos o quanto a literatura foi inclusiva no caso
de Zara. Ela convoca o leitor e o ouvinte a se envolver e participar da história, independente
de sua condição no grupo, pois antes do trabalho ela não se sentia parte da sala, estava
distante da turma. O vínculo estabelecido pelas teias da escrita do enredo trouxe Zara ao
pertencimento do convívio social dos seus pares.
Diante desse episódio vivido em sala, atestamos o que Amarilha (2013) afirma:
[...] o leitor, em contato com a narrativa ficcional, experimenta, cognitivamente
emocionalmente, inúmeras possibilidades do destino humano, portanto, multiplica
seu conhecimento sobre o mundo e comportamento das criaturas, experimenta a
imersão em linguagem logicamente organizada, criativamente potencializada. (p.38).
Promover a evolução artística, emotiva, afetiva e lúdica ao aluno e fornecer meios para
ampliar seu mundo imaginário, através da escuta de contos, torna-se uma necessidade
essencial no ambiente escolar. A obtenção de saberes educativos com textos literários
compete ao professor/educador que integro no compromisso do seu trabalho, pois oportuniza
o aluno a desenvolver-se em vários aspectos essenciais de sua vida. Assim sendo, é dever do
professor enriquecer suas atividades de literatura e que seu planejamento, execução e
avaliação componham-se das reais necessidades dos alunos.
Acerca dessas afirmativas, Amarilha (1997) ainda afirma:
E por essa razão nos questionamos o motivo da escola nem sempre colocar a literatura
como uma prática importante e de destaque na sua rotina de ensino.
Conclusões
[...] cabe a participação do mediador como aquele que irá apoiar e incentivar o aluno
a ser a protagonista de sua própria formação, ser um par mais experiente e solidário
ao acompanha-lo a se adentrar no mundo literário. A participação do mediador pode
se dar desencadeando nos jovens o interesse pelo ficcional e, nesse sentido, ser leitor
de ficção e condição sine qua non para motivar jovens a lerem literatura.
Referências Bibliográficas:
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LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia
Científica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2003.
YUNES, Eliana. A experiência da leitura. Edição Loyola, São Paulo, 2003.
ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 11ª Ed. São Paulo: Global, 2003.
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