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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DA HUÍLA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA

SECÇÃO DE GEOGRAFIA

ANTE-PROJECTO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE


LICENCIATURA EM ENSINO DA GEOGRAFIA

TEMA:

O potencial geológico-mineral do município do Curoca e o seu


impacto na vida das populações.

O Estudante O Orientador

_________________________ ____________________________

Alfredo Tchindai Vaz Msc. Piedade Martins Wachilala


Índice

1. Introdução ............................................................................................... 1

2. Antecedentes do tema ............................................................................ 3

3. Justificativa do tema ............................................................................... 5

4. Problema de investigação ....................................................................... 6

5. Objectivos da investigação ..................................................................... 6

6. Metodologia da investigação .................................................................. 7

6.1. Métodos a utilizar na investigação ....................................................... 7

7. Técnicas para a recolha e tratamento dos dados ................................... 7

8. Cronograma de actividades .................................................................... 8

Bibliografia ..................................................................................................... 9
1. Introdução

Os dados arqueológicos mostram que, desde a antiguidade, o homem


sempre se interessou pelos materiais geológicos da Terra, vendo neles
qualidades estéticas ou procurando neles propriedades físico-mecânicas
úteis para a satisfação de muitas necessidades. É o caso do ouro, devido à
sua cor, brilho, estabilidade química e trabalhabilidade, ou da pederneira
(sílex), pela sua dureza, tipo de fractura e resistência ao desgaste.

Os recursos geológicos são bens naturais existentes na crusta terrestre


susceptíveis de aproveitamento económico no presente ou,
admissivelmente, no futuro. São recursos geológicos as substâncias
minerais (minérios metálicos, recursos energéticos, as rochas industriais e
minerais não metálicos), encaradas como recursos não renováveis e, por tal
razão, são geridas como um stock. Os recursos hidrominerais e geotérmicos
são encarados como recursos renováveis sendo, por isso, geridos como um
fluxo (Tadeu, 1986).

Admite-se que Angola é um país com importantes reservas minerais, sendo


que muitas destas (com maior realce as de petróleo e diamantes) vêm sendo
exploradas a muitas décadas. Para Araújo, Joaquim, Sunda, Voinovski,
Agueev, Poloskoi, Khódriev, Tselikovski, Kondratiev, Guimarães e
Perevalov,( 2001), constitui prerrogativa de cada Estado, possuir o
conhecimento do potencial minério do seu solo, do subsolo, do mar e das
demais áreas juridicionais em que o mesmo exerce soberania.

Se no princípio a utilidade dos recursos minerais destinava-se apenas a


aspectos estécticos, pode-se notar que hoje tais têm uma gama diversificada
de fins, associada as diversas áreas do sector industrial e económico, que
no contexto angolnao, dadas as suas potencialidades, tem sido notória a
preocupação de vários estudiosos, políticos, economistas, entre outros, o
que na visão de Chissingui, (2010), apesar dos inúmeros esforços, é
necessário que o Estado Angola desmonopolize as investigações e
produção de conhecimentos no domíneo dos recursos minerais para que as
riquezas naturais do solo angolano sejam grandemente descobertas e
contribuam em massa para o desenvolvimento do próprio povo angolano.

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É assim que desde 1990 para cá, o Estado tem vindo a aprovar leis para a
concessão de terras a empresas quer sejam públicas ou privadas para
efeitos de investigação, prospecção e comercialização de recursos minerais
(Araujo, 2001).

Os recursos geológicos e minerais de Angola constituem um activo


estratégico, ainda por prospectar e explorar no extenso território. Com o
propósito de melhorar o conhecimento desse potencial, o Executivo tem
vindo a implementar o Plano Nacional de Geologia (PLANAGEO).

De acordo com Plano de Desenvolvimento Nacional de Angola 2018-2022,


nas áreas onde se revelarem grandes interesses, no que concerne a
ocorrências de recursos minerais, serão desenvolvidos projectos de
prospecção e mineração, com o envolvimento de investidores e operadores
privados, sendo por isso importante que se façam investigações apuradas
(com a salvaguarda do factor ambiente, na visão de sustentabilidade) para a
subsequente publicidade dos recursos minerais que o nosso país ostenta.

Do ponto de vista geológico, a província do Cunene em geral encontra-se


numa zona composta por rochas eruptivas (alcalinas carbonatíticas), com
maior predomínância de granitos para aproveitamento de rochas
ornamentais (Atlas, 2013 & CESO CI, sem ano).

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2. Antecedentes do tema

A temática da localização, caracterização e exploração de recursos minerais


há muito tempo que vem sendo discutida por especialistas de vários estrato
da sociedade, dada a aplicação destes no ramo da construção civil, indústria
e tecnologia.

A mineralogia aplicada ao benefício de minério é um ramo da mineralogia


tradicional e clássica. O conhecimento das características principais dos
minerais contidos em amostras representativas do tipo “run of mine”, é feito
sobre fragmentos de rochas, e/ou em amostras e produtos granulares
representativos. Esse procedimento auxilia o engenheiro de processo com
informações que estejam relacionadas directamente ao desenvolvimento e
optimização das técnicas de benefício mineral para fins metalúrgicos
(Porphírio, Barbosa & Bertolino, 2010).

Para os autores supra-mencionados, nos relatórios de pesquisas geológicas


(principalmente geologia económica), é importante que não constem apenas
informações sobre as características físicas e químicas dos minerais
contidos nas rochas, mais que tais espelhem também dados quantitativos
para que se possa estimar o volume de produção ao longo dos anos e os
possíveis benefícios económicos e sociais para a região.

Dada a posição que o sector mineral actualmente ocupa na economia


mundial, torna-se imprescindível a descoberta de novos jazigos minerais, de
forma a conseguir-se um equilíbrio na geração de receitas para a satisfação
das inúmeras despesas a nível das nações.

Nas investigações geológicas, os especialistas recorrem a utilização cuidada


de vários métodos (com destaque ao Geofísico, Magnético e Geoquímico),
para o alcance de dados fiáveis e a formulação de hipóteses que estejam
relacionadas com os fenómenos geológicos ocorridos nos tempos remotos
da história da Terra, (Fernandes & Pedro, 2007).

A Geofísica é a aplicação dos princípios da Física no Estudo da Terra. Os


seus objectivos prendem-se com a detecção e localização de estruturas
geológicas no solo e subsolo, bem como a determinação da sua geometria e
dimensão Dohr (1974) e Khan (2000), mencionados por Chissingui (2010).

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Na aplicação do método Geofísico (no ponto de vista de investigação),
recorre-se a utilização de alguns métodos de prospecção, tais como: o
método Gravimétrico, Magnético, Electro-magnético, Sismico, Radiométrico
e Ground Penetrating Radar.

Chissingui (2010), acrescenta que ao seleccionar um método, é importante


saber o tipo de mineral em questão, dadas as características física-químicas
de determinados minerais não se adequarem a certos métodos.

Chissingui (2010), relacionando a vizinhança de Angola com a Namíbia e


África do Sul, argumenta que a região da África subsariana encontra-se
numa zona privilegiada em termos de recursos naturais, chamando assim a
atenção para estudos apurados, com recurso a tecnologia de ponta, no
estudo pormenorizado e aproveitamento destes recursos.

O território angolano, além das importantes reservas de petróleo nas


províncias de Cabinda, Zaire, Luanda, Cuanza-Sul, Benguela e Namibe,
ostenta também importantes reservas hidrográficas, florestais, bem como de
minerais metálicos e não metálicos como o granito que se estende em
sentido Sul-Norte, principalmente nas províncias do ocidente angolano, ouro,
ferro, entre outros.

Segundo Gouveia, Pedro, Monteiro, Nascimento e Neto, (sem ano ), a


província do Cunene geologicamente pertence ao Sistema Bembe, sendo
que esta enquadra-se numa zona predominantemente granítica na qual
jazem afloramentos de xistos, grés e conglomerados. Ainda com base na
pesquisa destes autores, na região do Curoca são frequentes, afloramentos
de doleritos que se admitem ser de idade mesozóica.

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3. Justificativa do tema
Desde o alcance da independência política, em Angola tem sido notória a
preocupação do Estado no domínio da atenção especial que deve ser dada
ao sector minério (sendo este o que mais tem contribuído para as receitas
do OGE desde então), facto que é justificado pela Lei nº5/79 de definiu a
política mineira em que ao Estado cabia a participação em todas as fases
deste sector, desde a descoberta até a exploração, a Lei nº 1/92, designada
lei das actividades geológicas e minerais que foi reforçada posteriormente
pela Lei nº16/94, Lei dos diamantes e mais recentemente a Lei nº31/11 que
reflecte-se no código mineiro de Angola.

De acordo com o PDN (2018-2022), no município do Curoca, embora haja


maior preponderância para os granitos de elevada qualidade rochas essas
essencialmente gresosas ( como grits, grés, quartzitos e por vezes xistos),
existem também algumas pedras preciosas, sendo que nesta senda,
Chissingui (2010), salienta que no Curoca também encontram-se jazigos
minerais de Ferro.

O município do Curoca, em relação aos demais da província do Cunene


considera-se o de menor número de populações, sendo também este o
município mais pobre de Angola, com uma população economicamente
dependente da pecuária (INE, 2016).

Assim sendo, em função do levantamento que ainda está sendo feito pelo
Estando angolano na pessoa do ministério dos recursos minerais, petróleo e
gás, constatou-se que no município do Curoca, jazem muitos recursos
minerais com aplicabilidades diversas, tanto para o ramo da construção civil,
joalharia e metalurgia, recursos este que se bem estudados e explorados
não só do ponto de vista da sua qualidade como também da quantidade ali
existente, podem vir a beneficiar a população local e o país em geral.

A pesquisa de que pretende iniciar, visa analisar os principais recursos


minerais existentes no município do Curoca, relacionar o valor económico
com a possível quantidade (em área) destes naquela circunscrição da
província do Cunene, bem como por esta via buscar soluções do ponto de
vista social que possam ter repercussão directa na vida da população local.

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4. Problema de investigação
A investigação científica, no seu percurso passa por várias fases com
obediência estreita ao método científico. Uma fase importante deste
percurso, consiste na identificação de um problema, partido da realidade
empírica em concreto, problema de investigação este que deverá ser
solucionado por métodos de índole científica (Barros & Lehfeld, 2008).

Hoje é consensual a preocupação da sociedade angolana, baseada na


solidariedade (projecto solidário, o Kwenda, entre outros) das vítimas
afectadas pela seca, e, visto que a população do Curoca encontra-se nesta
franja de vítimas, é necessário que sejam gizadas estratégias e políticas a
longo prazo que possam atrair investimentos naquela zona, capacitando a
juventude do ponto de vista profissional para que possa haver esperança de
um futura melhor sem dependência total das escassas quedas
pluviométricas e de ajudas vindas de outras regiões do país para a garantia
das necessidades básicas.

Tendo em conta o acima-disposto, elaborou-se o seguinte problema de


investigação científica: Quais são as principais reservas geológica-minerais
do município do Curoca, província do Cunene?

5. Objectivos da investigação

Para esta investigação, traçaram-se os seguintes objectivos:

 0.5.1. Objectivo geral: Analisar o potencial geológico-mineral do


município do Curoca;

5.2: Objectivos específicos:

1. Caracterizar a geologia do município do Curoca;


2. Avaliar o valor económico dos recursos minerais do município do
Curoca;
3. Despertar as autoridades sobre a importância da exploração dos
recursos minerais no desenvolvimento local.

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6. Metodologia da investigação

6.1. Métodos a utilizar na investigação

No ramo científico, os métodos são considerados caminhos a percorrer para


o alcance de determinados objectivos (Barros et al, 2008)

Para o sucesso desta investigação, serão utilizados os seguintes métodos:

6.2. Métodos empíricos: trabalho de campo e observação.

6.3. Métodos teóricos: pesquisa bibliográfica e documental, métodos


cartográficos e método matemático-estatístico.

7. Técnicas para a recolha e tratamento dos dados

Para a recolha dos dados que servirão de base desta investigação, serão
utilizadas as seguintes técnicas:

 Observação directa que será feita para aferir na área de estudo as


reais condições sociais e económicas das populações, isto é,
fotografando e registando este facto bem como visitar algumas minas
de exploração mineira e de inertes.
 Pesquisa bibliográfica e documental: esta técnica visa sobre tudo,
colher informações acerca dos recursos minerais em geral, isto é,
como são explorados, transformados e em que condições são
estabelecidos os preços, bem como que benefícios a exploração
destes pode gerar para a população humana;
 Utilizar-se-á um GPS para a colheita de coordenadas geográficas
para efeitos de mapeamento da área de estudo e de algumas minas e
pedreiras;
 Finalmente, será importante aferir mediante a aplicação de um
inquérito ao pessoal da administração local e às populações para
aferir as reais condições sociais desta, o nível de conhecimento sobre
o potencial mineral naquela área e que mudanças a exploração dos
recursos minerais pode gerar na vida das populações.

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8. Cronograma de actividades

Meses/Actividades Julho, Agosto e Outubro Dezembro e Fevereiro Março e Maio


Setembro Novembro Janeiro Abril

Selecção da bibliografia

Leitura da bibliografia

Tratamento da informação

Avaliação dos Resultados

Escrita dos capítulos de descrição e análise

Redacção do relatório

Apresentação final da monografia

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Bibliografia
A., J. P.-.. (2001). Catálogo de recursos minerais de Angola. Instituto
Geológico de Angola.

CESO CI, S. A. Estudo sobre as rochas ornamentais em Angola .

Chissingui, A. V. (2010). Aplicação dos Sistemas de Informação Geográfica


no Sector Mineral, caso de estudo: Município da Jamba. Lisboa - Portugal:
Intituto Superior de Ciências e Gestão de Informação da Universidade Nova
de Lisboa.

Conceição Fernandes., L. P. (2007). Manual de apoio de Geologia. 11ª


Classe. Luanda - Angola: Texto Editores. LDA.

Estatística, I. N. (2016). Recensiamento geral da população angolana.


Luanda: Angola.

J.A. da Cunha Gouveia, P. C. (sem ano). Riquezas Minerais de Angola.


Luanda - Angola: ICE.

Ney Hamilton Porphírio., M. I. (2010). Caracterização Mineralógica de


Minérios parte I. Rio de Janeiro - Brasil: CETEM.

Tadeu, D. (1986). Conceitos gerais e classificações de jazigos minerais.


Portugal: IST.

Barros., A. J., & Lehfeld, N. A. (2008). Fundamentos de Metologia científica.


Lisboa - Portugal: PEARSON.

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