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ENGENHEIRO FLORESTAL: MAURÍCIO

ENGENHEIRO AMBIENTAL: LUAN RIBEIRO

PROJETO TECNICO DE ATIVIDADE


DE EXTRAÇÃO MINERAL DE QUARTZITO: ROCHA
ORNAMENTAL

TRINDADE AREAL E QUARTZITOS LTDA

GUAPÉ / MG

MAIO 2021
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Av. Princesa do Sul, nº 2480, Jardim Ribeiro - Varginha/MG - CEP: 37.068-002
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ENGENHEIRO AMBIENTAL: LUAN RIBEIRO

SUMÁRIO

1. INFORMAÇÕES GERAIS .................................................................................................... 4


1.1 – QUALIFICAÇÃO DO REQUERENTE: .................................................................. 4
1.2 – IDENTIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE: ............................................................... 4
1.3 – RESPONSÁVEL TÉCNICO: .................................................................................... 4
2. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4
2.1 – LOCALIZAÇÃO E ACESSO: .................................................................................... 4
2.2 – DESCRIÇÃO DA ÁREA JUNTO A DNPM:............................................................. 6
3. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS REGIONAIS .................................................................. 8
3.1 – CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS: ........................................................ 8
3.2 – VEGETAÇÃO: ............................................................................................................ 8
3.3 – CLIMA: ..................................................................................................................... 11
3.4 – BACIA HIDROGRÁFICA: ...................................................................................... 12
3.5 – RELEVO E SOLOS: ................................................................................................. 13
4. ASPECTOS GEOLÓGICOS ............................................................................................ 14
4.1 – GEOLOGIA REGIONAL: ........................................................................................ 14
4.2 – ESTRATIGRAFIA: .................................................................................................. 16
4.3 – GEOLOGIA LOCAL: ............................................................................................... 20
4.4 – GÊNESE DA JAZIDA: ............................................................................................ 21
5. ASPECTOS ECONÔMICOS............................................................................................ 21
5.1 – PANORAMA DO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS: ................................. 21
5.2 – QUALIDADE E UTILIZAÇÃO DO QUARTZITO: ............................................... 26
6. ASPECTOS TÉCNICOS E AMBIENTAIS .................................................................... 28
7. LAVRA E MEDIDAS DE CONTROLE AMBIENTAL ................................................ 29
7.1 – ORGANIZAÇÃO DA OPERAÇÃO DA LAVRA: ................................................... 30
7.2 – DESMONTE DE ROCHAS: .................................................................................... 33
7.3 – PLANO DE FOGO: .................................................................................................. 34
7.4 – FORNECIMENTO DE ÁGUA: ............................................................................... 35
7.5 – FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA: ................................................... 35
7.6 – TRANSPORTE E MOVIMENTAÇÃO DE PESSOAL: ......................................... 35
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7.7 – RECOMPOSIÇÃO PAISAGÍSTICA: ...................................................................... 36


7.8 – RECOMPOSIÇÃO TOPOGRÁFICA: ..................................................................... 37
7.9 – DEPOSIÇÃO DE REJEITO/ESTÉRIL: ................................................................. 37
7.10 – DRENAGEM DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS: ....................................................... 38
7.11 – MONITORAMENTO AMBIENTAL: ...................................................................... 39
7.12 – PROJETO TÉCNICO DE ATIVIDADE: ................................................................ 40
7.13 – RELATÓRIO FOTOGRÁTICO DO EMPREENDIMENTO: ............................... 43
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 44
9. ELABORAÇÃO: ................................................................................................................... 45

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1. INFORMAÇÕES GERAIS

1.1 – QUALIFICAÇÃO DO REQUERENTE:


• NOME: TRINDADE AREAL E QUARTZITOS LTDA;
• CNPJ: 13.255.804/0002-64;
• ENDEREÇO: Fazenda Serrinha, km 06 Dist. Posse, S/N, Zona Rural;
• MUNICÍPIO: Guapé – MG. CEP: 37.177-000;
• TEL.: (35) 998332480;
• E-MAIL: engenheiro.luanribeiro@gmail.com

1.2 – IDENTIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE:


• DENOMINAÇÃO: Fazenda Serrinha;
• ÁREA TOTAL: 77,06 hectares;
• MATRICULA: 13.820 Livro: 02 Fls.: 02. Comarca: Guapé/MG;
• MUNICÍPIO: Guapé/MG;
• LOCALIZAÇÃO: Zona rural;
• CAR: MG-3128105-4616310DB38F412E85FC582F415FA65C.

1.3 – RESPONSÁVEL TÉCNICO:


• ENGENHEIRO FLORESTAL: Maurício (CREA: )
• ENGENHEIRO AMBIENTAL: Luan Ribeiro (CREA-MG nº 141984485-7)

2. INTRODUÇÃO

2.1 – LOCALIZAÇÃO E ACESSO:


A área alvo da pesquisa (lavra experimental), está localizada na Região Sudoeste
do Estado de Minas Gerais, no município de Guapé, no local denominado Fazenda
Serrinha, nas coordenadas UTM X = 0390448.653, Y = 7696801.061 (23K), e
coordenadas geográficas, Latitude S 20° 49' 31, 72" e Longitude W 46° 03' 10, 19" -
SIRGAS 2000.

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Figura 1 - Mapa de localização da área total do empreendimento. Fonte: Google Earth, 2020.

Vale ressaltar que a área fica próxima ao centro urbano do distrito de Santo
Antônio, município de Guapé, onde se concentram os pequenos mineradores de
quartzito da região e onde o comercio atacadista de pedras é mais forte.

A cidade de Guapé está localizada a aproximadamente 288 km de Belo


Horizonte, 450 Km de São Paulo, e a 132 km de Passos, maior município da região.

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Figura 1 – O acesso a Faz. Serrinha a partir do centro de Guapé seguindo por 28,3km
por estrada vicinal de Santo Antônio das Posses. Fonte: Google Maps.
O acesso à área alvo de requerimento se dá em relação a Belo Horizonte através
da Rodovia MG 050, sentido São Sebastião do Paraíso. A partir da Rodovia MG 050,
próximo à ponte sobre o Rio Grande, no trevo de acesso à Vila da Hidrelétrica de
Furnas, segue-se pela estrada de acesso à Furnas (7 km). Na vila residencial de Furnas
pega-se outra estrada asfaltada que liga Furnas a São José da Barra (5 km). Cruzando a
cidade, pega-se a estrada que liga São José da Barra a Guapé. Seguindo por 15 Km de
asfalto e mais 8 km de terra até a Balsa de travessia do lago de Furnas. Do outro lado do
lago segue-se por mais 17 km até chegar ao bairro de Santo Antônio das Posses, dentro
do vilarejo toma-se a estrada rural que dá acesso a área (7 km), até a entrada da
propriedade (Fazenda Serrinha), que se encontra identificada.

2.2 – DESCRIÇÃO DA ÁREA JUNTO A DNPM:


A área em questão é definida pela poligonal formada por 4 vértices, com o
primeiro vértice a 2.753 metros no rumo verdadeiro 90° 00' NE, do ponto de
amarração localizado na desembocadura do Córrego da Tábua na Represa de
Furnas, nas coordenadas 20° 48' 59.2" SE e 46° 04' 53.2" W. Gr.

A partir do vértice 01, a poligonal apresenta os seguintes comprimentos e


rumos verdadeiros, no sentido horário (área total do requerimento igual a
162,5ha).

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POLIGONAL DNPM - PROCESSO Nº 831.480/2004

do vértice ao vértice Distância (m) Rumo


01 02 1300 E
02 03 1250 s
03 04 1300 w
04 01 1250 .N

Figura 2 – Poligonal DNPM do Processo nº 831.480/2004. Fonte: ANM.

Em 08/04/2004, foi protocolizado no 3° Distrito do DNPM - Departamento


Nacional da Produção Mineral, o Requerimento de Pesquisei Mineral, gerando 6
processos nº 831.480/2004, tendo como titular do processo, o Sr. Assad Picanço
Félix.

Aprovado, o Requerimento de Pesquisa Mineral originou o Alvará de


Pesquisa nº 5763, publicado no DOU - Diário Oficial da União de 15/06/2004,
autorizando o titular a pesquisar quartzito (rocha ornamental) em uma área de
162,50 hectares pelo prazo de 02 (dois) anos. cujo prazo não foi prorrogado.

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Em 16/06/2006, conforme o previsto no código de Mineração e seu


Regulamento. foi apresentado o Relatório Final de Pesquisas Positivo, aprovado
posteriormente e publicado no DOU de 27/07/2009.

Em 27/07/2010, visando o requerimento de lavra, o titular cede os


direitos minerários sobre a totalidade da área à uma empresa de mineração
constituída, mediante o processo de Cessão Total de Direitos Minerários,
apresentando juntamente na mesma data o PAE - Plano de Aproveitamento
Econômico.

3. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS REGIONAIS

3.1 – CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS:


A jazida está situada a aproximadamente 20 Km da área urbana do município de
Guapé/MG, cidade que se localiza na região sudoeste de Minas Gerais, criada pela
formação da Hidroelétrica de Furnas em consequência da inundação da cidade velha.
Limita-se ao norte com o município de Capitólio, a oeste com o município de
Alpinópolis e a leste/sul com o município de Ilicínea. A sede do município encontra-se
a 760 metros de altitude com uma área de 937,2 Km2 e uma população acima de 14.000
habitantes. É dotada de toda infraestrutura: água tratada, esgoto, luz elétrica, correio,
banco, hotel, escolas: estadual e municipal (Rural).

O município de Guapé tem como atividades econômicas principais o turismo, a


produção de energia, o cultivo de café e cana de açúcar, a agropecuária em geral, além
da extração de quartzitos foliados.

3.2 – VEGETAÇÃO:
Na área predomina dois tipos de vegetação:
Campo Limpo: Constitui a formação predominante na área. Corresponde a
uma vegetação baixa, exibindo um conjunto herbáceo-graminoso, com raros
subarbustos ou arbustos muitos distanciados, o qual reveste grandes extensões de
solos compactos, na maioria das vezes cobertos por fragmentos de concreções
ferruginosas (lateritas), das antigas couraças formadas abaixo dos níveis das
chapadas.

Algumas vezes há solos arenosos. Aparecem nas chapadas arenosas,


formadas de arenitos e quartzitos. Sua flora depende das condições climáticas locais
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geradas pelas diferenças de relevo dentro da área geral do campo e seus


componentes revelam os caracteres organográficos comuns: esclerofilia e microfilia
dominantes.

Campo Sujo: Apresenta ocorrência de forma mais discreta na área. É uma


vegetação campestre com denso manto graminoso, onde sobressaem algumas
árvores ou arbustos de pequeno porte. Por vezes, os campos sujos se mostram
intricados devido à existência de numerosos subarbustos e cipós rastejantes.

Quando prevalece um quadro pedregoso, seja de concreção ferrosa formando


couraça. seja de afloramentos quartzosos mostrando solo arenoso, a vegetação
campestre recebe a denominação de Campo Rupestre.

A vegetação da área do empreendimento é de campo, típico do bioma Cerrado,


“A vegetação é composta por gramíneas, arbustos e árvores de pequeno porte. “O
bioma de Campo de Altitude ou Rupestre se caracteriza por uma cobertura vegetal de
menor porte com uma grande variedade de espécies, com predomínio da vegetação
herbácea em que os arbustos são escassos e as árvores raras e isoladas. É encontrado nos
pontos mais elevados das serras da Mantiqueira, Espinhaço e Canastra.” (IEF).

Figura 3 – Imagem geral da vegetação da área. Fonte: IDE-SISEMA. As APP’s da


área da Fazenda Serrinha apresentam-se conservadas.

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• Fauna e Flora

A fauna mineira, devido aos seus três biomas – Mata Atlântica, Cerrado e
Caatinga –, é uma das mais ricas do Brasil. Sabe-se que graças à fartura de rios, lagos,
lagoas, há uma vasta diversidade de peixes: das 3 mil espécies brasileiras, 380 ocorrem
em Minas (12,5%). E das 1.678 espécies de aves brasileiras, 46,5% (780 delas) foram
verificadas no Estado, várias endêmicas, como o joão-cipó (Asthenes luizae) que habita
os campos rupestres da Serra do Espinhaço. Há em Minas Gerais 190 espécies de
mamíferos não-aquáticos - o que representa 40% dos catalogados no Brasil; 180
espécies de répteis entre serpentes, lagartos e jacarés, com destaque para as 120 de
serpentes - quase metade das catalogadas no país; 200 espécies de anfíbios – um terço
das que ocorrem no país – sendo vários os gêneros endêmicos de anuros (sapos, rãs e
pererecas) da Mata Atlântica e das serras do Cipó e da Canastra. Minas Gerais abriga
cerca de 70% das espécies de mamíferos que ocorrem em todo o Domínio da Mata
Atlântica. Ainda que existem poucas indicações sobre o tamanho das populações e a
dinâmica dos animais que ali vivem, não há dúvida de que a riqueza de espécies e
endemismos sejam as características mais importantes dessa fauna. Há algumas
ocorrências que podem ser apontadas como típicas nesse bioma. É o caso da jibóia (Boa
constrictor), da cascavel (Crotalus durissus), de várias espécies de jararaca, do lagarto
teiú (Tupinambis merianae), da ema (Rhea americana), da seriema (Caraiama cristata),
do joão-de-barro (Furnarius rufus), do anu-preto (Crotophaga ani), da curicaca, do
urubu-caçador, do urubu-rei, de araras, tucanos, papagaios e gaviões, do tatu-peba, do
tatu-galinha, do tatu-canastra (Priodontes maximus), do tatu-de-rabo-mole, do
tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e do tamanduá-mirim, do veado-
campeiro (Ozotocerus bezoarticus), do cateto, da anta, do cachorro-do-mato, do
cachoro-vinagre (Speothos venaticus), do lobo-guará (Crysocyon brachyurus), da
jaguatirica, do gato-mourisco, e muito raramente da onça-parda (Puma concolor) e da
onça-pintada (Panthera onca). “Atualmente, as principais causas de extinção são a
degradação e a fragmentação de ambientes naturais, resultado da abertura de grandes
áreas para implantação de pastagens ou agricultura convencional, extrativismo
desordenado, expansão urbana, ampliação da malha viária, poluição, incêndios
florestais, formação de lagos para hidrelétricas e mineração de superfície. Esses fatores
reduzem o total de habitats disponíveis às espécies e aumentam o grau de isolamento

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entre suas populações, diminuindo o fluxo gênico entre estas, o que pode acarretar
perdas de variabilidade genética e, eventualmente, a extinção de espécies.”

As informações sobre a distribuição das espécies, foram complementados com


um levantamento bibliográfico. Considerando que destes dados é originária de fontes
secundárias (literatura técnica) e que, para alguns aspectos, o nível de conhecimento da
ocorrência local de determinadas espécies da fauna pode não ser suficientemente
preciso.

3.3 – CLIMA:
O clima na região é classificado como Tropical de Altitude subsequente
semiúmido com 4 a 5 meses secos.

Nas áreas de clima sub quente é característica de apresentar pelo menos um mês
com temperatura média inferior a 18ºC, o mês mais frio (junho ou julho) varia de 18º a
15ºC, com médias da mínimas diárias de 10º a 6ºC, geralmente. A temperatura média
anual é quase inferior a 22ºC variando principalmente em 20º a 18ºC.

Seu verão, embora não registre máxima diária muito elevada, é, no entanto,
quente, uma vez que seu mês mais quente acusa média superior a 27ºC em quase todo
seu domínio.

O balanço hídrico da região mostra um déficit hídrico pequeno entre 10 e 30 mm


a mais. A evapotranspiração potencial anual varia entre 800 e 850mm.

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Figura 4 – Gráfico de temperatura e pluviosidade – Guapé-MG. Fonte: ANA.

3.4 – BACIA HIDROGRÁFICA:


Área está localizada na subbacia do Rio Grande, que forma juntamente com
outros rios a Bacia do Paraná. O Rio Grande junta-se com o Rio Paranaíba na
fronteira entre Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul e forma o Rio
Paraná. A Bacia do Paraná abrange regiões do Brasil, Argentina, Uruguai e
Paraguai, sendo assim considerada uma das principais bacias hidrográficas do
mundo.

Nesta região encontra-se o reservatório onde foi instalada a Usina


Hidrelétrica de Furnas, construída em 1960, para atender a demanda de energia
elétrica, principalmente dos estados do sudeste. Toda a faixa norte do município,
limitando com Capitólio e São José da Barra é banhada pelas águas do Lago de
Furnas, que atualmente recuperou sua capacidade máxima, o que pode controlar a
demanda de energia elétrica para o período da seca.

A rede hidrográfica local é muito expressiva e propicia aos moradores e


turistas uma série de cachoeiras, cascatas, lagos e montanhas, o que faz dessa
região um local de belo aspecto cênico.

As drenagens estão condicionadas à estruturação tectônica regional.


Apresentam um padrão tipicamente influenciado pela ocorrência de escarpas na

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região, resultantes da erosão diferenciada e dos "fronts" das falhas de empurrão.


As drenagens seguem aproximadamente o "trend" dessas falhas, SE-NW, sendo
invariavelmente desviadas na direção N-S devido à ocorrência de estruturas
sobreposta aquelas pnnc1pa1s.

Na área de influência indireta o principal curso d'água é o Córrego da Tábua


que possui em toda a sua extensão algumas cachoeiras de beleza considerável e
corre na porção oeste da área.

3.5 – RELEVO E SOLOS:


A região do Médio Rio Grande, está inserida na unidade geomorfológica
do Planalto Dissecado do Sul de Minas, que se estende para norte em direção a
Serra da Canastra. Esta unidade está atualmente fragmentada em blocos devido
à abertura da depressão do Rio Grande e ao trabalho erosivo de seus principais
afluentes da margem esquerda, os rios Sapucaí e Verde.

Nas proximidades do Rio Grande são identificadas cristas que atingem até 1.600
m, e que são, em sua grande maioria, quartzíticas, seguindo um alinhamento de direção
SW-NE. Muitas vezes estas cristas encontram-se erodidas, formando a zona rebaixada
de morros e de esporões, na qual são identificados níveis de terraços fluviais de abrasão.

O chapadão de topo truncado, característico da Serra da Canastra, na área de


Franca, desdobra-se para o sul, na altura da cidade de Capitólio. Na área de Furnas, as
áreas aplainadas de topo estão recobertas por sedimentos terciários.

Outras formas de revelo apresentam-se como colinas de topo arredondado,


vertentes côncavo-convexas e algumas planícies aluvionares abertas, que
constituem uma superfície com altitudes predominantes entre 1.000 e 1.100 metros.

A região de localização do empreendimento tem em sua predominância do solo


tipo LVd2 Associação de LATOSSOLO VERMELHO + NITOSSOLO HÁPLICO
ambos Distróficos típicos A proeminente textura argilosa álicos fase floresta subtropical
perenifólio relevo suave ondulado. Apresentam cores vermelhas acentuadas, devido aos
teores mais altos e à natureza dos óxidos de ferro presentes no material originário em
ambientes bem drenados, e características de cor, textura e estrutura uniformes em
profundidade.

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Figura 1: Mapa de solo da área do empreendimento.

4. ASPECTOS GEOLÓGICOS

4.1 – GEOLOGIA REGIONAL:


A região que compreende o Sul do Estado de Minas Gerais foi e tem sido
alvo de sucessivos estudos por diversos pesquisadores desde o século IX,
principalmente DERBY (1886; apud CPRM, 1978). No início do século passado os
trabalhos foram intensificados principalmente por RIMANN (1917); ERICHSEN &
BASTOS (1972); FREYBERG (1932; apud CPRM, 1978), objetivando uma divisão
das diversas litologias estudadas até então, buscando um melhor entendimento
geológico da região.

A partir da década de 1950, importantes trabalhos elevaram o nível de


conhecimento acerca da região, onde podemos citar os trabalhos realizados por
BARBOSA (1954, 1970; apud FUCK & MARINI, 1981), além dos projetos de
geologia básica como o Projeto RADAMBRASIL (1983).

A área em questão está sobre uma sequência metassedimentar composta por


muscovitaclorita-xisto e quartzitos, correspondente ao Grupo Araxá-Canastra,

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estruturalmente sobreposta a uma sequência metassedimentar de baixo grau


metamórfico.

A área se encontra inserida basicamente no Complexo Furnas, no qual foram


individualizadas duas unidades: Unidade Passos e Unidade ltaú.

A unidade Passos apresenta três conjuntos litológicos distintos,


caracterizados por rochas quartzosas semelhantes àquelas do Complexo Canastra,
por uma faixa de rochas de aspecto filítico, sendo provenientes de rochas vulcânicas
básicas e finalmente o terceiro conjunto litológico formado por micaxistos
feldspáticos à biotita e muscovita, frequentemente granatíferos e com intercalações
de rochas gnáissicas. Os micaxistos feldspáticos estão muitas vezes associados às
zonas de falhas e tem na sua composição microclínio, indicando serem originadas
dos xistos, principalmente por apresentar uma feldspatização mais intensa.

Os três tipos de rochas componentes da Unidade Passos são de idades


diferentes e suas origens também. A não existência de datações geocronológicas
impossibilitou o estabelecimento da coluna geológica. As rochas englobadas nesta
unidade, apesar disto, apresentam alguns tipos que pela sua transformação completa
e pela sua grande relação com as outras rochas reconhecidamente mais velhas,
possuem idade pré-cambriana, enquanto que outras ocorrem em diques
preenchendo fraturas ou falhas de idade cretácea.

O pacote quartzítico, sobrepondo o muscovitaclorita-xisto e formando uma


sequência estratificada, iniciando com um quartzito com micas esverdeadas, com
níveis de um quartzito muito fino e recristalizado, com cores azul e cinza escuro,
níveis de quartzomuscovita-xistoe metagrauvaca laminada. O pacote quartzítico
principal ocorre sobre esta sequência estratificada e compõem-se por: Quartzitos
micáceos, quartzito tipo "mil folhas", quartzito fino recristalizado com cores azul a
cinzenta e quartzito foliado. Este banco quartzítico principal sustenta a linha de
serras que se estende desde ltaú de Minas até a Serra do Ferreira, localizada a norte
da cidade de Carmo do Rio Claro.

Na região de Alpinópolis, a estratigrafia das rochas do grupos Araxá e Canastra


foi detalhada por TEIXEIRA & DANNI (1978) separando-as em três sequências, da
base para o topo: Sequência ltaú, composta por filitos e clorita-xistos com leitos de

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metacalcários; Sequência Serra da Ventania, composta por quartzitos muscovíticos e


muscovita-xistos interestratificados, e por intercalações de rochas metapiroclásticas,
sobrepostas ao pacote principal de quartzitos, finamente laminados e com intercalações
de muscovita-xistos no topo, que sustenta as cristas das serras que vão de ltaú de Minas
até Carmo do Rio Claro; e a Sequência Passos composta por gnaisses e granada-biotita-
(cianita)-xistos..

Nas áreas onde ocorrem rochas quartzosas geralmente deformadas


cataclasticamente (quartzitos foliados) com maior ou menor intensidade, aparecem
as formas topográficas de maior expressão, atingindo cotas de até 1.300 metros,
como no Chapadão da Babilônia, Serra da Pimenta, Serra do Mundo Novo, Serra da
Boa Esperança e o cinturão constituído pelas Serras da Ventania, de Alpinópolis, da
Pindaíba, dos Pinheiros, etc. Estas serras geralmente apresentam relevo acidentado,
com escarpas com topos aplainados.

A unidade ltaú se apresenta bordejando todo o cinturão de Serras de Alpinópolis,


que vai desde a Serra da Ventania até a Serra dos Pinheiros, com direção Leste-Oeste,
em forma de faixa, composta de rochas filíticas com intercalações de lentes e grandes
lentes de calcário de cor cinza, dobrado e com aspecto de mármore. Observam-se
intercalações centimétricas de clorita-xisto nestes calcários, concordantes com o
bandamento existente.

Segundo o Código Brasileiro de Mineração a lavra é o conjunto de operações


coordenadas que têm como objetivo o aproveitamento industrial de jazida, desde a
extração de substâncias minerais úteis até o seu beneficiamento. Esse processo é
classificado em dois grandes grupos: lavra subterrânea e lavra a céu aberto. Isso porque
os dois grupos possuem diferentes técnicas de explotação do minério, chamadas de
métodos de lavra.

4.2 – ESTRATIGRAFIA:
Uma divisão estratigráfica definitiva para a região que engloba a área da
presente proposta, ainda não pode ser determinada devido à complexidade geológica
e principalmente a heterogeneidade com que se distribuem as diversas litologias.
Estes aspectos são mais evidentes entre as formações pré-cambrianas que ocorrem,
não permitindo a possibilidade de uma correlação concisa entre as suas unidades.

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Mesmo assim, com base nos diversos trabalhos realizados na região, podemos
reconhecer o arcabouço geológico da região próxima a cidade de Alpinópolis como
constituído por cinco unidades lito-estratigráficas distintas. Esta divisão adotada é
representada por: Complexo Campos Gerais e sequência Carmo do Rio Claro
(Complexo Granito-Gnáissico), Grupos Araxá, Canastra e Bambuí.

• Complexo Campos Gerais

Corresponde as rochas mais antigas da área. formando um embasamento


granítico-gnáissico­migmatitico (Fonseca et al. 1979; apud Alm t ida & Ebert,
1998), com sequências Vulcano sedimentares tipo "greenstone belt" inclusas.

Além destas podem ocorrer ainda: gnaisses migmatitizados apresentando


estruturas variadas cataclasitos, metabasitos, metaultrabasitos, dioritos,
granodioritos, granitos, rochas xistosas e quartzozas.

As sequências vulcano-sedimentares ocorrem em faixas de metassedimentos


associadas com xistos máficos e ultramáficos de idade arqueana a proterozóica.
Foram denominados por Teixeira (1978) de sequência Vulcano-Sedimentar do
Morro do Ferro.

O complexo Campos Gerais pode ser subdividido em três domínios:

A) Domínio dos ortognaisses, migmatitos e granitóides;

B) Domínio dos paragnaisses e rochas metassedimentares psamo-pelíticas


(cianita granada biotita xisto, quartzitos, etc...).

C) Domínio das sequências vulcano-sedimentares com um significativo


componente ultramáfico (greenstone belts).

Conforme o Projeto Mantiqueira-Furnas, na região próxima à área da


presente proposta, estas litologias ocorrem junto ao limite sudeste da Bacia do
Bambuí, onde serviram de base para a deposição de pelitos. Nesta região não
ocorrem domínios vulcano-sedimentares com participação de rochas ultramáficas,
ocorrendo predominantemente gnaisses afetados por falhamentos transcorrentes
reativados N70°W, originando uma foliação ou transformando-as em milonitos.

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Em geral as litologias próximas da área são representadas por ortognaisses,


migmatitos e granitóides, correspondendo ao domínio A.

• Sequência Carmo do Rio Claro

Esta sequência constitui-se numa unidade menor em relação às demais, sendo


definida por Heibron et al. (1987) entre os municípios de Carmo do Rio Claro e ltaú
de Minas. É uma unidade de baixo grau metamórfico, composta por
metadiamictitos, ardósias, metagrauvacas, metassiltitos e bancos de mármore.

Ocorre estruturalmente sotoposta ao Grupo Araxá-Canastra e sobreposta ao


embasamento devido à tectónica. Sua origem poderia ser autóctone e cronocorrelata ao
Grupo Araxá­ Canastra ou representar a sequência metassedimentar associada ao
conjunto vulcano­ sedimentar que ocorre próximo à cidade de P1umhi.

• Grupo Araxá

Definido inicialmente por Barbosa (1955, apud Fuck & Marini, 1981) o
Complexo Metamórfico Pré-Cambriano constituído de migmalitos, xistos verdes,
mica-xistos, quartzitos e filitos foi dividido provisoriamente nas formações
Canastra e Araxá. Já sob a denominação de Grupo Araxá Barbosa et al (1981b,
apud RADAMBRASIL, 1983), o Grupo Araxá foi depositado no Proterozóico
Inferior, sendo deformado e metamortizado nos ciclos Uruaçuano e Brasiliano.

Dividido provisoriamente nas formações Canastra e Araxá. Já sob a


denominação de Grupo Araxá Barbosa et al (1970, apud Fuck & Marini, 1981)
individua lizaram as formações Ibiá e Canastra. Segundo Drago et al (1981b, apud
RADAMBRASIL, 1983), o Grupo Araxá foi depositado no Proterozóico Inferior,
sendo deformado e metamortizado nos ciclos Uruaçuano e Brasiliano.

Na região de Furnas predominam metamorfitos de fácies epidoto-anfibolito,


constituído predominantemente por micaxistos a duas micas (muscovitabiotita xisto
e quartzo muscovita biotita xisto), ocasionalmente granitíferos, com cianita e/ou
estaurolita, e secundariamente por quartzitos e anfibolitos. Em alguns locais, como
nas proximidades da área abordada, pode ocorrer uma transição entre micaxisto a
xisto gnaissóide até gnaisse.

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Em geral, o Grupo apresenta contato basal discordante com o embasamento


ou sobre o cinturão vulcano-sedimentar. Segundo Szabó (1989), nas proximidades
de Passos estaria invertido em função da existência de uma megaanticlinal
recumbente, de flanco invertido, empurrada como uma nappe sobre o embasamento
em direção ao cráton.

• Grupo Canastra

O complexo Metamórfico Pré-Cambriano foi descrito primeiramente por


Barbosa (1955, apud Fuck & Marini, 1981) com composto de quartzitos e filitos,
com algumas lentes de calcário. Posteriormente, Barbosa (1970, apud Fuck &
Marini, 1981) denomina parte destas rochas de Grupo Canastra.

Dentre as rochas que compõem este Grupo predominam amplamente os


quartzitos e secundariamente os quartzo-biotita-muscovita-xistos, as vezes contendo
granadas.

Os espessos pacotes quartzíticos sustentam a sequência de serras


assimétricas da região. São, em geral, de tonalidade esbranquiçada à rósea e de
granulação fina à grossa. Os quartzitos mais finos em geral apresentam
plaqueamento milimétrico, enquanto que os mais grossos apresentam aspecto
sacaroidal e podem apresentar granada e cianita. Em algumas regiões estas rochas
quartzosas apresentam-se intensamente deformadas cataclasticamente.

Já nas proximidades da cidade de Passos, predominam filitos prateados


sericlticos, as vezes grafitosos, ora granitíferos. Estes, na maioria, são quartzo-
filitos, formados por lâminas de filito intercaladas a lâminas de quartzito de
granulação muito fina e síltica.

• Grupo Bambuí

O termo Bambuí foi utilizado primeiramente por Rimann (1917; apud


CPRM, 1978), para a sequência pelítico-carbonática que ocorre na bacia do rio São
Francisco. A primeira divisão estratigráfica se deve a Costa & Branco (1961),
através das formações Sete Lagoas e Paraopeba. Contudo, a Divisão de Braun
(1968; apud Teixeira & Danrn, 1978) é a mais utilizada onde estas rochas são elevadas

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à cond1çao de Grupo e subdivididas em três formações, da base para o topo: Paranoá,


Paraopeba e Três Marias.

As rochas no geral apresentam incipiente metamorfismo, constituindo-se de


calcários, arenitos quartzíticos, arcósios, conglomerados, siltitos, margas e filitos
ardosianos.

Nas proximidades da região abordada, estas rochas ocorrem principalmente à


norte, constituindo uma sequência de cobertura plataformal sobrepostas as demais
rochas pré­ cambrianas, representadas pela formação Paraopeba.

Segundo o Projeto Mantiqueira-Furnas. a formação Paraopeba é composta


predominantemente p r argilitos, siltitos, calcários, margas, arenitos. diamictitos. Filitos,
arenitos arcosianos e conglomerados. Nas proximidades da cidade de Carmo do Rio
Claro observa-se um relevo ondulado com morros abaulados de flancos suaves devido a
intercalação entre argilitos e conglomerados.

4.3 – GEOLOGIA LOCAL:


A área pesquisada e resume ao pacote de quartzito plaqueado, pertencente a
Unidade Passos do Complexo Fumas do Projeto Mantiqueira-Furnas e correspondendo
a Formação Guarita do Grupo Canastra. do Projeto RADAMBRASlL.

Este pacote exibe um mergulho suave, em média de cinco graus, com variações
locais e mostra uma direção preferencial leste-oeste e mergulho norte-noroeste.

Pare efeito de cubagem, extrapolou-se um posicionamento horizontal para estes


quartzitos, já que as curvas de nível topográficas estão preferencialmente na direção
noroeste.

Este quartzito macroscopicamente possui uma cor esbranquiçada, com tons de


cremes a levemente rosados, granulação fina, foliada (cognominado por Octávio
Barbosa de quartzito “mil folhas") e soltando placas milimétricas a centimétricas,
constituindo por grãos de quartzo, com alguma orientação e palhetas de moscovita
dispostas em lâminas. Ao longo da foliação é muito comum aparecer manchas escuras
principalmente detritos de óxido de ferro/manganês, ou pseudofósseis.

Estes quartzitos são muito diaclasados e apresentam deslocamento a foliação,


caracterizando uma importância econômica, facilitando o trabalho de extração das
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placas. Estas inúmeras fraturas do quartzito, denominadas localmente de “trinca ou


divisa da pedra", não são muito contínuas, mostrando uma extensão de centimétrica a
decimétrica.

4.4 – GÊNESE DA JAZIDA:


Os quartzitos da região de Guapé têm sua gênese no metamorfismo dos arenitos
formados pela deposição típica de ambientes litorâneos, onde os sedimentos que deram
origem a este pacote de rochas eram bastante puros, constituídos quase que
exclusivamente por areia.

Fenômenos tectônicos provocaram a litogênese e a deformação das rochas, bem


como originaram as atuais feições planares que, transpuseram totalmente o acamamento
sedimentar original.

A jazida pode ser comparada as da região de São Tomé das Letras, pelo mesmo
tipo de ocorrência e pela boa qualidade e aceitação do produto.

5. ASPECTOS ECONÔMICOS

5.1 – PANORAMA DO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS:


As rochas ornamentais e de revestimento abrangem os tipos litológicos que
podem ser extraídos em blocos ou placas, cortados em formas variadas e beneficiados
através de esquadrejamento, polimento, lustro etc. Seus principais campos de aplicação
incluem tanto peças isoladas, como esculturas, tampos e pés de mesa, balcões, lápides e
arte funerária em geral, quanto edificações, destacando-se, nesse caso, os revestimentos
internos e externos de paredes, pisos, pilares, colunas, soleiras etc.

Cerca de 80% da produção mundial é atualmente transformada em chapas e


ladrilhos para revestimentos, 15% desdobrada em peças para arte funerária e 5% para
os outros campos de aplicação. Aproximadamente 60% dos revestimentos referem-se
a pisos, 16% a fachadas externas, 14% a interiores e 10% a trabalhos especiais de
acabamento.

A oferta mundial de rochas ornamentais e de revestimento em 1997, com dados


de produção e exportação, é mostrada no Quadro 01. A produção mundial em 1997 foi
de 45,7 milhões de toneladas. com crescimento de 6,5% em relação a 1996. Dentre os

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dez principais países produtores (Itália, China, Espanha, Brasil, Grécia, Índia, França,
Portugal, USA e Coréia do Sul,), seis pertencem ao grupo dos principais consumidores
e exportadores de rochas processadas, atestando a ligação direta entre consumo,
produção e volume de negócios.

As exportações mundiais totalizaram 14,9 milhões de toneladas em 1997,


com incremento de 11,5% em relação a 1996. Essas exportações mundiais
envolveram 57,9% de materiais brutos (45,4% de granitos e 12,5% de mármores) e
42,1% de rochas processadas. Em relação a 1996, as exportações de rochas
processadas cresceram 10,5%, as de mármores brutos 21% e as de granitos brutos
10%.

Registra-se que em valor de faturamento, as rochas processadas responderam


por cerca de · 80% do total movimentado nas exportações, enquanto as rochas
brutas por apenas 20%. Registra-se ainda que o comércio internacional cresceu
aproximadamente 60% entre 1989 e 1995, discriminando-se nesse período um
incremento de 81% para rochas processadas, 52% para mármores brutos e 45% para
granitos brutos.

Os países que têm se destacado quanto ao crescimento do volume físico total


de exportações são a Turquia, Índia, China, EUA e Itália. Os destaques no segmento
de produtos acabados/semiacabados, também quanto ao incremento das
exportações, são a Índia, Alemanha, Turquia, China, Brasil e Espanha.

Atualmente os países predominantemente produtores, em especial de rochas


silicáticas brutas, destacam-se a Índía (18,2%), a África do Sul (11,7%), China
(10,4%) e Brasil (9,91%). Dentre s países predominantemente consumidores, os
Estados Unidos (16,9%) e o Japão (15,7%) destacam-se como os maiores
importadores de produtos. acabados, porém, quanto à importação de rochas brutas, a
Itália desponta como o maior importador mundial de rochas silicatadas em bruto.

• Situação Brasileira

O quadro setorial brasileiro pode ser ilustrado pela produção de 500 a 550 tipos
comerciais de rochas, entre granitos, mármores, quartzitos. ardósias e serpentinitos,
derivados de 1.000 a1.200 lavras. São registradas cerca de 300 empresas mineradoras e

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250 empresas de beneficiamento de granitos e mármores, operando aproximadamente


1.400 teares para corte de blocos, além de 6.000 marmoraria5.

Refere-se que perto de 180 razões sociais participam de exportações e 150 de


importações de rochas no Brasil. No mercado interno, as transações comerciais
apenas com mármores e granitos atingem US$ 600 milhões/ano, USS 540 milhões
dos quais relativos à venda de chapas e US$ 60 milhões à de blocos.

• Produção

Dados da Abirochas apontam que os mármores representam 45% da produção


mundial, com 40% atribuídos aos granitos, 5% aos quartzitos e similares, e 5% às
ardósias. A participação dos granitos elevou-se de um patamar de 15% no início da
década de 1950, para 22% na de 1970; 38% em meados da década de 1980, até os
atuais 40%, incrementando a demanda global sem restringir a utilização dos mármores.

Segundo dados do Sumário Mineral Brasileiro - SMB, a produção nacional


de granitos e mármores situou-se em um patamar de 2.18 milhões de toneladas no
ano de 1998. Essa produção, da qual os granitos perfazem 80% e os mármores 20%,
teria sofrido incremento de 3,3% de 1997 para 1998. Vale ressaltar que o SMS não
inclui a produção de ardósias e quartzitos, por exemplo.

A crise mundial provocou uma queda de 13.17% nos resultados das


exportações brasileiras de rochas ornamentais em 2008, totalizando USS 954,54
milhões - USS 145 ,46 milhões a menos que o montante registrado em 2007. Foram
exportados 1,99 milhões de toneladas, 20,98% a menos do que as 2,52 milhões
toneladas do ano anterior.

O setor brasileiro de rochas ornamentais movimenta atualmente cerca de


USS 2,1 bilhões/ano, incluindo-se a comercialização nos mercados interno e externo
e as transações com máquinas, equipamentos, insumos, materiais de consumo e
serviços. O mercado interno é responsável por quase 90% das transações comerciais
e as marmorarias representam 65% do universo das empresas do setor. O setor gera
cerca de 105 mil empregos diretos em aproximadamente dez mil empresas.

• Produção

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No ano de 1997, o Brasil teria mantido sua participação relativa na produção


mundial (4,6%) reduzindo sua participação nas exportações de mármores brutos (de
0,8% para 0,4%) elevando os níveis de faturamento global (de 2.4% para 3.0%) ,
de exportações de rochas silicatadas (de 10.8 % para 11,7 %), de rochas processadas
(de 1,3 % para 1,6 %) e os índices

no volume físico do intercâmbio mundial (5,6 % para 6,0 %). Esse desempenho
posicionou o Brasil como quinto maior exportador mundial de rochas em volume
físico, atrás da Itália, Chile, Índia e Espanha. Quanto às exportações de granitos
brutos, o Brasil colocou-se em terceiro lugar com 11,7%, atrás da Índia (20,8 %} e
China (16,7%).

• Exportações

De acordo com o SMB, de 1997 para 1998 as exportações brasileiras de


rochas ornamentais e de revestimento sofreram incremento de 5,6% em valor e
0.4% em peso, totalizando respectivamente USS 202,2 milhões e 906.775 t.

Em volume físico as rochas processadas representaram 12,5% do total


exportado, enquanto em valor (USS 84,34 milhões) corresponderam a 41,7% do
faturamento. neste caso com incremento de 24,3% em relação a 1997.

Apesar dos incrementas nas exportações de rochas processadas, o Brasil ocupa


a 10ª posição no mercado mundial e sua participa o relativa é de apenas 1,6% em
volume físico e 1.2% do faturamento. bastante aquém da posição da China e Índia
que são nossos mais diretos concorrentes.

Atualmente, o desempenho das exportações brasileiras tem sido regulado pelas


vendas aos EUA, vendas estas que recuaram 49.09% em valor e 46,75% em peso frente
ao 1° quadrimestre de 2008.

Essas exportações para os EUA sornaram USS 80,41 milhões e 97.858,99t.


representando assim 44,90% do total do faturamento e 23.96% do total do volume físico
das exportações brasileiras de rochas.

Em termos de faturamento a participação dos EUA, no total das exportações


brasileiras de rochas, variou de 53% em 2008 para os atuais 44,90%, prevendo-se que
este patamar recue ainda mais, talvez até 40% ao final de 2009.
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• Importações

No quadro do SMS, as importações brasileiras cresceram substancialmente em


1998, seguindo uma tendência forte de incremento, em valor e volume físico, a partir de
1993. Os números apresentados para 1998, totalizaram 73.517 (+18,9%) e US$ 32,37
milhões (+13,7%), com 90,6% em peso (66.659 t) e 90,5% em valor (US$ 29,31 milhões)
correspondentes sobretudo a chapas de mármores e travertinos.

As importações de rochas no 1º quadrimestre de 2009 somaram US$ 9,72 milhões


e 19.250,89 toneladas, o que representou variação negativa de respectivamente 38,50% e
30,85% frente ao mesmo período de 2008. As importações de chapas aglomeradas, que
estão sendo efetuadas pelas posições 6810.19.00 e 6810.99.00, somaram US$ 3,97 milhões
e 4.963,79t, marcando variação negativa de respectivamente 14,93% e 34,45%.

Os índices de variação em valor (US$) e volume físico (toneladas) indicam queda


do preço médio dos produtos de materiais rochosos naturais e aumento do preço médio das
chapas aglomeradas. Tais índices também permitem vislumbrar o crescimento da
participação de chapas aglomeradas entre os produtos importados.

• Consumo Interno

Pelas bases de cálculo do SMS, o consumo interno aparente foi de 1,39


milhões de toneladas no ano de 1998 (6,0% superior ao ano anterior). Esse valor
seria equivalente a 14,4 milhões de m2/ no e corresponderia a 3% do consumo
mundial de chapas, traduzindo um consumo per capita d 7 a 8 kg/ano de mármores
e granitos. Se forem considerados os quartzitos, ardósias, Pedra M1racema e pedra
sabão, estima-se um consumo de 40-50 milhões de m2/ano no Brasil equivalentes a
20 kg per capita.

• O Mercado de Rochas Ornamentais

A região sudeste do Brasil detém a liderança nacional no setor de rochas


ornamentais e de revestimento, respondendo por cerca de 70% da produção e 80%
do consumo brasileiro, bem como concentrando o maior parque de transformação e
comercialização da América Latina. Nesse contexto está inserido o Estado de Minas
Gerais, com ótima situação geográfica em relação aos principais mercados regionais

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e portos marítimos de exportação, além de um comprovado potencial geológico


para diversas rochas de interesse comercial.

Qualitativamente, registra-se a lavra de grani os, ardósias, quartzitos,


mármores, Pedra Lagoa Santa, serpentinitos, pedra sabão, pedra talco (esteatito) e
Pedra Preta Mariana, que compõem uma diversidade notável em termos nacionais e
até mundiais.

O Quadro 01 quantifica as lavras dos diferentes tipos de rochas cadastradas


neste trabalho (base 1998) e relaciona-os com os municípios produtores.

De uma produção total estimada em 1,28 milhões de Uano, 608,4 mil t são
relativas a granitos, 41O mil t a ardósias, 220 mil t a quartzitos, 21,6 mil t a
mármores, 11 mil t a pedra sabão, 4,5 mil t a serpentinitos, 6 mil t a Pedra Lagoa
Santa e 0,86 mil t a Pedra Preta Mariana (Quadro 05). Para granitos, o Estado
responde por quase 35% da produção e 41% das exportações brasileiras com 57%
(347.000 Uano) de sua produção de blocos sendo exportada. Para ardósias,
quartzitos, serpentinito se pedra sabão, a participação percentual é ainda mais
significativa nacionalmente, assumindo-se que o Estado responda pela quase
totalidade da produção e exportações brasileiras.

No ano de 1998 foram exportadas 386 mil t, equivalentes a 30% da produção.


Estas exportações representaram um valor FOB declarado de quase US$ 68,3
milhões. Aproximadamente 350 mil t (90,6%) e US$ 51,5 milhões (75,4%),
correspondem a granitos, seguindo-se as ardósias com 33,0 mil t (8,5%) e US$ 14,6
milhões (21,3%). Destaca-se que o principal destino das exportações de granitos é a
Itália, e das ardósias os Estados Unidos.

No mercado interno, apenas para as empresas de lavra e beneficiamento, as


transações comerciais das rochas ornamentais e de revestimento extraídas em Minas
Gerais movimentam atualmente aproximadamente US$ 150 milhões/ano.

5.2 – QUALIDADE E UTILIZAÇÃO DO QUARTZITO:


A qualidade do quartzito, para o uso em pisos e revestimentos, está
relacionada aos seguintes fatores:

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• Dureza;

• Espessura;

• Clivagem;

• Cor;

• Elasticidade;

Atualmente no Brasil, a qualidade desse material é geralmente obtida pelo


conhecimento prático e não por testes de laboratório.

A dureza do quartzito é uma variação do grau de intemperismo.


Normalmente é fácil distinguir uma pedra de boa dureza de outra quebradiça ou
intemperisada.

A amostragem feita na jazida demonstrou que a rocha está bastante sã e com


boa dureza.

A espessura é fator importante por estar relacionada ao estra1o natural da


rocha, sendo a espessura comercializável de 1 a 4 cm. Nos cortes de pesquisa pôde
se verificar que esta faixa corresponde cerca de 70% do maciço.

A clivagem é a capacidade da rocha se abrir em faces planas sem rugosidade


ou mistura de dois estratos. Na jazida. a clivagem é muito satisfatória com a maioria
dos estratos com faces planas, conforme mostra a foto anexa.

A cor é fundamental na “qualidade" do quartzito, pois está relacionada a beleza


visual que é o principal item para o consumidor, a cor creme clara ou escura com
matizes de vermelho, devido ao óxido d e ferro e matrizes cinzas de biotita ou outro
mineral escuro. A jazida em questão, possuí a cor amarela predominante. com matrizes
de creme escuro, tons avermelhados., castanhos e cinzas em certos pontos. Pode ser
considerada de grande beleza natural.

A elasticidade é útil para o manuseio e assentamento. quando a pedra é submetida


a uma certa pressão. sem quebra. Nos testes realizados a elasticidade corresponde ao
índice satisfatório.

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A cor é fundamental na “qualidade" do quartzito. pois está relacionada a beleza


visual que e o principal item para o consumidor é característica desta pedra, a cor creme
clara ou escura com matizes de vermelho, devido ao óxido de ferro e matrizes cinzas de
biotita ou outro mineral escuro. A jazida em questão, possuí a cor amarela predominante.
com matizes de creme escuro, tons avermelhados, castanhos e cinzas em certos pontos.
Pode ser considerada de grande beleza natural.

A elasticidade é útil para o manuseio e assentamento. quando a pedra é submetida


a uma certa pressão, sem quebra. Nos testes realizados, a elasticidade corresponde ao
índice satisfatório.

A utilização do quartzito destaca-se pela propriedade de pouca


condutibilidade térmica, o que torna obrigatória, nos pisos de área de piscina. Por
sua beleza e rusticidade, é muito usada nos revestimentos internos de paredes e
muros.

A sobra da pedra cortada ou -cacos· são utilizados em pisos e revestimentos


menos nobres.

Os matacões acima de 5cm de espessura são utilizados em pisos de curral,


alicerce ou como material de aterro, sendo considerado como subproduto da jazida.

6. ASPECTOS TÉCNICOS E AMBIENTAIS

As características de solo da referida área facilitam a decapagem e extração do


minério, pela inclinação do terreno de 25 a 30 graus e uma vez que as placas de
quartzito afloram na superfície por toda a área. Nas partes em que há necessidade de
decapeamento, a remoção do solo formado por uma cobertura de substrato pedregoso,
com espessura variando de 10 a 40cm, será executada por trator de esteira da marca Fiat
modelo D7-B, acumulando o material em talude à jusante, próxima à área, para futura
utilização como cobertura de revegetação da mesma área.

O material estéril resultante da lavra será removido através de carregadeira Case


W 20 e caminhão basculante tipo “brook” com capacidade para carga de 4m³ de
material. O rejeito será removido para os locais de “bota-fora” distantes
aproximadamente 50 metros das frentes da lavra pré definidas, em áreas próprias, alvo
de licenciamento junto à FEAM e IEF, onde se aplicará a técnica de aterramento por
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taludes de 6 metros de altura com a aplicação de contenção de águas pluviais por meio
de gabiões e muros de pedra, com a revegetação dos mesmos utilizando plantas nativas
da região.

Com a remoção do material estéril, serão expostas na jazida 3 (três)


bancadas de cerca de 60 metros de extensão por 06 metros de altura. Com a
facilidade de extração, será utilizada tão somente a mão de obra manual para
desplacamento do foliado exposto superficialmente. A técnica empregada é a de
talha manual das placas de quartzito com espessura de 1 a 3 cm, utilizando martelos
e talhadeiras para o esquadrejamento rústico da pedra nos tamanhos padronizados
pelo mercado de rochas ornamentais. A talha manual será realizada no próprio local
do desplacamento. É realizado o empilhamento das pedras classificadas por
tamanhos e um caminhão monoeixo, com capacidade de carga para 250 m de
pedras, recolhe as pilhas conforme o ritmo de produção. Como o comércio da
produção será baseado somente na pedra rústica talhada manualmente, sem
beneficiamento portanto, o transporte da produção será realizado por conta do
comprador, que retirará no local a quantidade adquirida.

7. LAVRA E MEDIDAS DE CONTROLE AMBIENTAL


Com o objetivo de se controlar e minimizar os possíveis impactos negativos
originados pela implantação e operação do empreendimento, definem-se através
deste projeto técnico as propostas, medidas mitigadoras e estratégias de segurança e
saúde dos trabalhadores.

A regulamentação da mineração no Brasil é feita pela Agência Nacional de


Mineração, ANM, que é responsável pela pesquisa, exploração, explotação, comércio e
uso sustentável dos recursos minerais.
A ANM regula a lavra através das Normas Regulamentadoras de Mineração (NRM).
Para as minas a céu aberto existem duas:
NRM-02 – Lavra a céu aberto, que indica os princípios que deve ser seguidos para a
atividade, além das definições de bancadas e taludes;
NRM-19 – Disposição de estéril, rejeitos e produtos, que indica as definições e o modo
de deposição do estéril, do rejeito e do produto da explotação. Todas essas disposições
podem ser lidas neste arquivo do antigo DNPM.
As vantagens desse tipo de mina são:
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• Utilização de equipamentos de grande porte, aumentando a produção;


• Facilidades de observações e supervisão dos serviços;
• O escoamento, a iluminação e a higiene são facilitados.
Em contrapartida, as desvantagens são:
• Imobilização de grandes áreas superficiais com a lavra do minério e com a
construção de depósitos de estéreis e barragens de rejeitos;
• O clima e o tempo do local influenciam na operação;
• O impacto ambiental e os gastos com a recuperação são maiores.

7.1 – ORGANIZAÇÃO DA OPERAÇÃO DA LAVRA:


Controle de impacto ambiental. bem como da segurança dos trabalhadores,
tem início na própria concepção da operação do empreendimento. Ao definir todas
as etapas e estabelecer limites operacionais com a organização racional do
desmonte, extração e manejo dos produtos gerados, quer sejam úteis
comercialmente ou rejeitas que voltarão para o meio ambiente a operação em si
deve contemplar em todas as suas etapas mecanismos voltados para conservação
ambiental e manutenção das condições de segurança e saúde dos funcionários. O
processo completo será dividido em 5 fases distintas: (A) Preparação, [B]
Mineração, (C] Maneio. [D] Beneficiamento e [E] Recuperação Ambiental.

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Figura 9: Organização da operação da lavra.


O quartzito extraído é carregado diretamente em caminhões fora de estrada ou
para os pátios de estocagem, mediante o uso de pás carregadeiras ou forma manual. Os
caminhões usados no transporte do quartzito para os consumidores podem ter volumes
variados, O transporte responde por cerca de 2/3 do preço final dos produtos.

MEDIDAS
FASES ETAPAS IMPACTOS
METIGADORAS
ESTOCAGEM DO
MATERIAL FÉRTIL E
SUBSTRATO PARA
DECAPEAMENTO E REMOÇÃO DA
[A] FASE DE UTILIZAÇÃO
EXPOSIÇÃO DA CAMADA FÉRTIL DO
PREPARAÇÃO POSTERIOR NA
ROCHA SOLO
MESMA ÁREA E NAS
PILHAS DE REJEITO
ESTÉRIL

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FORMAÇÃO DE
PILHAS DE VOLUME
O ESTOQUE DE
LIMITADO E
SUBSTRATO
COMPATÍVEL COM
OCUPARÁ ÁREA
AS
TRANSPORTE E PRÓXIMA DA LAVRA,
CARACTERÍSTICAS
ESTOCAGEM DO PROVOCANDO
NECESSÁRIAS PARA
SUBSTRATO SUPRESSÃO
REAPROVEITAMENTO
TEMPORÁRIA DA
DO AMTERIAL E
VEGETAÇÃO NESTE
RECONSTITUIÇÃO DO
LOCAL
SOLO DO LOCAL
POSTERIOR
O MÉTODO
ETAPA DA APLICADO FAZ COM
OPERAÇÃO COM O QUE O DESMONTE É
PERFURAÇÃO E MAIOR VOLUME DE EXECUTADO DE
DESMONTE DA REJEITO GERADO FORMA A AGRUPAR
ROCHA FORMADO DE EM PEQUENAS
PLACAS DE PEDRAS PILHAS PARA
[B] FASE DE
NÃO COMERCIAIS POSTERIOR
MINERAÇÃO
REMOÇÃO
GERAÇÃO DE
O REJEITO GERADO É
REJEITO EM VOLUME
DESPLACAMENTO INCORPORADO ÀS
MENOR COM
E CLASSIFICAÇÃO PILHAS PEQUENAS
OPERAÇÃO MANUAL
DAS PLACAS PARA POSTERIOR
DE DESPLACAMENTO
REMOÇÃO
E CLASSIFICAÇÃO
ALTERAÇÃO DO
SOLO EM 1500M²
REMOÇÃO DA PARA OCUPAÇÃO DE ALTERAÇÃO DO
PRODUÇÃO DE ÁREA PARA PÁTIO DE SOLO NA
PLACAS DEPÓSITOS E PROPRIEDADE
ESTOQUES DUARNTE
A VIDA DA EMPRESA
GERAÇÃO DE A DEPOSIÇÃO DO
ESTOQUESDE PILHAS MATERIAL SERÁ
REMOÇÃO DO DE MATERIAL EXECUTADA DE
[C] FASE DE
REJEITO E ESTÉRIL COM FORMA A CONSTRUIR
MANEJO
MATERIAL ESTÉRIL PROPENSÃO DE TALUDES E BERMAS
LIXIVIAÇÃO DE CONFORME PADRÕES
RESÍDUOS ARENOSOS ESTABELECIDOS
ACOMODAÇÃO E
IMPACTO VISUAL PREPARAÇÃO DA
TEMPORÁRIO E PILHA A
FORMAÇÃO DAS
ALTERAÇÃO DA REVEGETAÇÃO
PILHAS DE REJEITO
CARACTERÍSTICA DO ASSIM QUE ATINGIR
SOLO AS MEDIDAS LIMITES
DO TALUDE

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ALTERAÇÃO DO
SOLO EM 1500M²
RECLASSIFICAÇÃO PARA OCUPAÇÃO DE ALTERAÇÃO DO
E LOGÍSTICA DA ÁREA PARA PÁTIO DE SOLO NA
PRODUÇÃO DEPÓSITO E PROPRIEDADE
ESTOQUES DURANTE
A VIDA DA EMPRESA
A TALHA MANUAL
REMOÇÃO DIÁRIA DO
PARA
[D] FASE DE TALHA MANUAL REJEITO DA TALHA
ESQUADRAMENTO
BENEFICIAMENTO EM MEDIDAS MANUAL PARA O
GERA APARAS QUE
COMERCIAIS DEPÓSITO DE
SÃO CLASSIFICADAS
REJEITO
COMO REJEITO
INCORPORAÇÃO
GERAÇÃO DE
DESTE REJEITO
REMOÇÃO DO REJEITO ADICIONAL
ADICIONAL AS
REJEITO GERADO NA ÁREA DE
PILHAS FORMADAS
PELA TALHA DEPÓSITO E
COM O MANEJO DA
BENEFIAMENTO
FASE C
RECONFORMAÇÃO
TOPOGRÁFICA
ALTERAÇÃO DA UTILIZANDO PARTE
RECOMPOSIÇÃO DE TOPOGRAFIA E DO REJEITO E
LAVRAS CARACTERÍSTICAS REVEGETAÇÃO DA
PARALISADAS DO SOLO NO LOCAL ÁREA COM O
DA LAVRA SUBSTRATO
ESTOCADO NA FASE
[E] FASE DE A
RECUPERAÇÃO APÓS ACOMODAÇÃO
AMBIENTAL DO MATERIAL
ATRAVÉS DOS
IMAPCTO VISUAL E TALUDES E BERMAS
REVEGETAÇÃO
ALTERAÇÃO DO DE CONTENÇÃO
DAS PILHAS DE
SOLO NA ÁREA DAS PLUVIAL É FEITA A
REJEITO
PILHAS DE REJEITO REVEGETAÇÃO COM
O SUBSTRATO
ESTOCADO NA FASE
A

7.2 – DESMONTE DE ROCHAS:


O início da lavra se dará pela remoção da cobertura estéril, ou
decapeamento, utilizando-se explosivos industriais disponíveis no mercado.

A perfuração será executada com perfuratriz manual (martelete pneumático)


no diâmetro de 1¼" e comprimento igual a 1,50 m.
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A malha de perfuração definida deverá obedecer a malha quadrada de 1,70 x


1,70 m, em perfuração vertical, onde o número de linhas de furos variará entre 2 a
6. O número de furos poderá ter grande variação, pois cada frente de lavra tem
características diferentes.

O perfil geral de carregamento deverá obedecer a seguinte descrição:


Escorva de explosivo gelatinoso, ½ banana (1 x 8") na parte inferior, ou carga de
fundo, o restante do furo será carregado com explosivo granulado tipo AN/FO
(carga de coluna 80 cm). Após o carregamento do furo é realizado tamponamento
com material detrítico reservado na área de detonação.

Após a realização de todos os procedimentos de segurança será realizada


pelo Blaster (Cabo de Fogo) a detonação propriamente dita, desmontando o volume
de material estéril previsto e afrouxando as placas do maciço remanescente, ou seja.
o produto.

Após o carregamento do material estéril com a utilização de pá carregadeira


em caminhões que o transportarão até as pilhas do depósito de estéril, será então
realizada a explotação manual do material de interesse. As placas de tamanhos
variados serão retiradas do maciço rochoso com o auxílio de cunhas e marretas.

Após o desplacamento um outro grupo de operários utilizará talhadeiras,


marretas, e gabaritos para conformar as placas retiradas, obedecendo as dimensões
especificadas pelo mercado.

O subproduto chamado localmente de caco é originado a partir das etapas


de recorte, seleção quanto ao tamanho e seleção quanto a resistência;

O material estéril será carregado em caminhões com auxílio de pá


carregadeira. ou carregado manualmente em caçambas "brook", e transportado
até o depósito de estéril.

7.3 – PLANO DE FOGO:


O desmonte de rocha por explosivo será utilizado quase que somente
para a remoção do capeamento, material estéril, podendo eventualmente ser
utilizado no material de interesse económico, minério, em furos isolados para o
afrouxamento das placas de quartzito.

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Abaixo seguem os parâmetros referentes ao plano de fogo a ser utilizado


no material estéril, entretanto estes mesmos parâmetros podem ser utilizados
para os furos isolados para o afrouxe de material econômico.

Afastamento = 1,7m;
Espaçamento = 1,7m;

7.4 – FORNECIMENTO DE ÁGUA:


O Diretor Geral do INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS –
IGAM, certifica que a exploração de 1,250 m³/h de águas subterrâneas, durante 08:00
hora(s)/dia, totalizando 10,000 m³/dia, por meio de Captação de água em surgência
(nascente), no ponto de coordenadas geográficas de latitude 20º49’14,0” S e de
longitude 46º 3’ 5,0” W, para fins de Beneficiamento de Minerais, Consumo Humano,
realizado por TRINDADE AREAL E QUARTZITOS LTDA, portador do CPF/CNPJ
nº13.255.804/0002-64, no Município de GUAPÉ-MG, é uso de recurso hídrico
considerado como insignificante de acordo com a Deliberação Normativa CERH-MG nº
09 de 16 de junho de 2004, e, nos termos do 1º do art. 18 da Lei Estadual nº 13.199 de
29 de janeiro de 1999, não está sujeito a outorga de direito de uso de recursos hídricos,
mas tão somente a cadastro.

O número da Certidão é 0000255136/2021

7.5 – FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA:


Não haverá a necessidade do uso de energia elétrica, pois todos os equipamentos
envolvidos serão movidos a óleo diesel e não ocorrerá operação em período noturno.

7.6 – TRANSPORTE E MOVIMENTAÇÃO DE PESSOAL:


Todo o transporte dos trabalhadores até as frentes de lavra será efetuado em
veículo próprio da empresa requerente ou de serviço terceirizado. Tais veículos
comportarão todos os requisitos necessários à segurança, em termos de transporte de
pessoal e serão objeto de constantes manutenções, visando sempre à maior segurança.

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7.7 – RECOMPOSIÇÃO PAISAGÍSTICA:


Parte da área pesquisada encontra-se em uma encosta levemente inclinada, em
terreno rochoso, com possibilidade de desenvolvimento de atividade agropecuária
(criação de gado). Sendo assim, propõem-se que tão logo a pesquisa esteja exaurida, a
área seja recuperada como o florescimento de espécies nativas consorciadas a espécies
de gramíneas e subarbustos características de pastagens. Para tanto, a área deverá sofrer
um processo de reconformação topográfica, além da correção dos parâmetros físico-
químicos do solo. O monitoramento dessas atividades será constante.

As frentes de pesquisa definidas para a amostragem, ao término das


operações, assim como qualquer área aberta deverão ser preenchidas com o rejeito e
solo, recolocado manualmente ou com auxílio de trator. A superfície final deverá ser
a mais regular possível em toda a área, seguindo a sua geomorfologia, para facilitar
a recomposição topográfica e a recuperação final. A inclinação final do rejeito
recolocado não deverá ultrapassar 26º evitando que as águas pluviais o lixiviem.

A construção de estradas de acesso às frentes de pesquisa seguirá o perfil


topográfico da área. As estradas internas acompanharão o gradiente natural, para
evitar cortes e aterros desnecessários. Será realizado o encascalhamento do leito da
estrada, assim como a construção de um sistema de drenagem com locais de saída
de água, no sentido de evitar a erosão destas estradas e consequente carreamento de
sólidos.

As medidas construtivas da salda d'água do leito da estrada constarão de:

• reconformação dos leitos nos locais onde se encontrarem salientes;

• realização de plantio de gramas em torno de toda a estrada;

• construção de saídas de água de 20 em 20 metros;

• construção de soleiras dispersoras;

• colocação de pedras de mão ao longo da estrada para servir de anteparo

Finalmente, a área será totalmente isolada com cercas de arame para evitar o
trânsito de pessoas e gado na área trabalhada, garantindo assim o sucesso do
processo de recomposição paisagística da área.

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7.8 – RECOMPOSIÇÃO TOPOGRÁFICA:


O nível de controle de poluição e mitigação dos impactos depende
primordialmente da maneira pela qual a substância mineral é pesquisada. Dessa
forma, o método de pesquisa pode · contribuir substancialmente nas alterações
estéticas da paisagem original.

Na mina em questão, para a implantação das frentes de pesquisa, instalação


de infraestrutura (depósito) e abertura de estradas internas haverá a necessidade de
remoção de pequenos volumes de terra. Esta remoção promoverá, em pequena
escala, a descaracterização do relevo original.

A recomposição topográfica é parte do processo de revegetação e


recomposição paisagística da área do empreendimento.

7.9 – DEPOSIÇÃO DE REJEITO/ESTÉRIL:


A amostragem proposta de quartzito gera um grande volume de
estéril/rejeito que é composto por placas e fragmentos de rocha fora das
especificações do mercado. Como vimos, este material deverá ser utilizado na
recomposição topográfica das frentes de lavras inativas.

Os locais definidos para a deposição e formação das pilhas de rejeito deverão


ser preparados, sendo retirada a camada de solo juntamente com a vegetação
rasteira. Esta camada será estocada momentaneamente em pilhas ou usada
imediatamente na recuperação de outras áreas.

A deposição deverá ser de baixo para cima, com bancadas sobrepostas, onde
a bancada inicial ocupará a cota mínima planejada para a pilha. Os taludes
formados por "ponta de aterro" deverão ter uma inclinação máxima de 1V:1H e
altura máxima de 6 metros, o que garante o fator de segurança do talude.

Deverão ser constituídas bermas com uma pequena inclinação de 2% em


direção contaria (direção do pé do talude). O objetivo é impedir a formação de
focos erosivos sobre o talude. As águas das enxurradas serão captadas pelo sistema
de drenagem da mina.

Na base dos taludes dos depósitos de estéril/rejeito deverá ser criado um


enrrocamento utilizando como matéria prima o "Pedrão", de preferência, os matacões

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que deverão ser empilhados ou mesmo dispostos em forma de leira, com cerca de 1,5
metros de altura, aproximadamente. Estas muretas ou eiras serão responsáveis pela
estabilidade do talude e contenção de partículas finas que por acaso escorregam do
talude.

Nas pilhas de rejeitas, em processo de desativação será lançado um fino


capeamento de solo proveniente dos topos das frentes de pesquisa e posteriormente
deverão ser plantadas gramíneas com a finalidade de aumentar a resistência à
erosão.

Após a estabilização, as pilhas e seu entorno serão revegetadas com


gramíneas e sub arbustos nativos.

7.10 – DRENAGEM DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS:


O impacto na qualidade das águas superficiais será minimizado pela execução de
um sistema de drenagem eficaz. Além das drenagens a serem implantadas nas vias de
acesso, será implantado um sistema de drenagem constituído por pequenas bacias de
decantação, pequenos diques de contenção (enrrocamento) e canaletas.

O sistema de drenagem é de suma importância no sentido de carrear as águas de


influência na mineração para as barragens de decantação e desviar as águas que não
interferem com o trabalho destas barragens, evitando assim possíveis rompimentos
devido à sobrecarga na bacia de acumulação das barragens.

Deverá ser implantado um sistema integrado de drenagem capaz de coletar as


águas pluviais e conduzi-las para fora da área da mina, direcionando-as para as vertentes
naturais.

O sucesso deste sistema, considerando como um fator decisivo para a obtenção


de bons resultados na futura reabilitação da área, depende de alguns aspectos como:

• Todas as águas de drenagem das pilhas de estéril/rejeito deverão ser conduzidas


para as vertentes naturais;

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• Deverão ser construídos pequenos diques de contenção e filtragem de finos


sólidos carreados pelas águas pluviais direcionados para jusante. Tais diques
deverão ser construídos com fragmentos de quartzito, sendo os de maior
granulometria na parte externa e os de menor granulometria na parte interna;

• Locação conveniente das valetas para orientar as águas pluviais em direção aos
diques de contenção;

• Nas pilhas de estéril devem ser abertas valetas periféricas para evitar que águas
superficiais drenem para o depósito, comprometendo sua estabilidade.

A inspeção do sistema deverá ser constante evitando problemas de erosão por


vazões excepcionais, assim como a limpeza periódica da bacia de decantação, e seu
desassoreamento quando se fizer necessário.

Também uma série de bacias de decantação deverão ser instaladas nas principais
linhas de drenagem da área em posição mais à jusante. Estas barragens deverão ser a
tecedidas por pequenos diques de enrrocamento responsáveis pela dissipação da energia
das águas pluviais. Serão pequenos diques construídos com fragmentos de quartzito, nos
locais onde a água da chuva passará.

A ligação entre os diques e as respectivas bacias de decantação serão realizadas


por canaletas bem dimensionadas escavadas formando sulcos no próprio solo/rocha ou
construídas em concreto.

7.11 – MONITORAMENTO AMBIENTAL:


Considerando-se que o projeto não prevê geração de resíduos industriais ou
outras formas de poluentes do meio físico, que os impactos negativos detectados são de
abrangência local e de durabilidade temporária, e que as medidas mitigadoras dos
impactos serão implementadas na fase de implantação do projeto. conclui-se que o
monitoramento ambiental na fase de operação do projeto é desprezível para a grande
maioria dos impactos detectados.

No entanto, o acompanhamento e a confirmação da eficácia das medidas e


técnicas propostas, mesmo que qualitativa, torna-se imprescindível para a sua
manutenção. correção ou possível adaptação e complementação. O processo de

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revestimento vegetal deverá ser documentado por meio de levantamento fotográfico


visando comparação dos resultados com as técnicas propostas.

A eficácia da drenagem da área deverá ser acompanhada nas épocas de chuvas


intensas. São muito importantes a manutenção e a conservação desta drenagem interna
para evitar focos de erosão e instabilidade dos taludes. A figura abaixo demonstra o
estudo do perfil da lavra a partir do levantamento planialtimétrico com GPS
georreferenciado, onde nos baseamos para o estudo e planejamento da recomposição
topográfica e orientação para a disposição dos taludes de rejeito em sua conformação
final.

7.12 – PROJETO TÉCNICO DE ATIVIDADE:


O Projeto Técnico de Atividade de Extração de quartzitos pela TRINDADE
AREAL E QUARTZITOS LTDA com atividades ligadas Lavra a Céu Aberto – Rocha
Ornamentais e de Revestimento com produção Bruta anual de 3.960 m3/ano, Pilha de
rejeito/estéril de rocha ornamentais e de Revestimento com área útil de 0,35 ha,
Unidade de Tratamento de Minerais – UTM, com Tratamento a Seco, Capacidade
Instalada 15900t/ano, sem supressão de vegetação e fora de áreas de preservação
permanente localizada na Fazenda Serrinha, município de Guapé/MG, tem como
finalidade a implantação de estruturas ligadas as atividades de mineração de acordo com
a autorização DNPM: 830247/2004.

Figura 10: Mapa de localização do DNPM.


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• Área de intervenção:
Serão feitas intervenções em 0,35 hectares destacado no mapa.

Figura 11: Mapa de localização da área da lavra, Fazenda Serrinha – Guapé/MG.

Figura 12: Localização da área de intervenção.

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Será feita intervenção em área de preservação permanente, ocupando 0,35


hectares, Memorial descritivo da área de intervenção: Inicia-se a descrição desse
perímetro no vértice PT_V001, de coordenadas N 7.696.885,4280 m. e E 390.839,1100
m. deste, segue confrontando com os seguintes azimutes e distancias: 153°55'54,83" e
20,986 m., até o vértice PT_V002, de coordenadas N 7.696.866,5770 m. e E
390.848,3320 m.; 169°3'5,34" e 22,572 m., até o vértice PT_V003, de coordenadas N
7.696.844,4160 m. e E 390.852,6190 m.; 192°45'8,91" e 77,132 m., até o vértice
PT_V004, de coordenadas N 7.696.769,1870 m. e E 390.835,5930 m.; 338°19'0,77" e
112,430 m., até o vértice PT_V005, de coordenadas N 7.696.873,6620 m. e E
390.794,0530 m.; 90°0'0,00" e 0,000 m., até o vértice PT_V006, de coordenadas N
7.696.873,6620 m. e E 390.794,0530 m.; 75°21'53,42" e 46,568 m., até o vértice
PT_V001, onde teve início essa descrição. Todas as coordenadas aqui descritas estão
georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro, a partir da estação ativa da RBMC
de Belo Horizonte de coordenadas E 612.507,807 e N 7.794.587,926 e encontram-se
representadas no Sistema UTM referenciadas ao Meridiano Central 45.

• Método de lavra a céu aberto:


Em princípio, a classificação dos métodos provém da opção escolhida para se
processar a lavra, ou seja, a céu aberto ou subterrânea. Para tal definição, leva-se em
conta a situação dos operadores, e não a da jazida. A lavra é considerada a céu aberto se
não há necessidade de acesso humano ao meio subterrâneo para realizá-la. A ocorrência
de certas operações subterrâneas, tais como o transporte por poços de extração, não
descaracteriza uma lavra a céu aberto, da mesma forma que uma lavra subterrânea
sempre envolve vários serviços auxiliares executados a céu aberto.
Os principais métodos de lavra a céu aberto (com as correspondentes
denominações em língua inglesa, internacionalmente consagradas) são aqueles de
explotação a seco, ou seja, a lavra por bancadas (open pit mining), a lavra em tiras ou
fatias (strip mining ou open cast mining), a lavra de pedreiras (quarry mining ou
dimensioned stones mining).

As condições de lavra dos quartzitos foliados são, no geral, rudimentares, com


algumas empresas já experimentando processos de modernização. O beneficiamento é
também ainda bastante simples e efetuado basicamente através do corte manual ou
serrado, de lajotas, registrando-se, contudo, a disseminação de novas tecnologias de
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processo e diversificação dos produtos comerciais (CHIODI, 2003). Segundo operários


das mineradoras, o aproveitamento na extração não passa de 40%. Todo o resto vira
rejeito, acomodado em montanhas de pedra, com altura máxima de 5m, que modificam
a topografia da cidade, fazendo surgir no horizonte montanhas quadradas e sem
cobertura vegetal (FLEISCHER, 2006).

A extração do quartzito na região de Guapé é feita de maneira rudimentar sendo


feita a céu aberto com a formação de pedreiras, sem a necessidade de acesso humano ao
meio subterrâneo.
Método adotado para produção de rochas ou minerais para extrair materiais de
construção, sendo normalmente menos profundas do que outros tipos extração mineral.
Como exemplos de materiais extraídos podem ser citados os granitos.
O estéril gerado pela movimentação de terra e a própria operação necessitam de
tratamento específico para evitar contaminação com o solo e a água.

• Pedreiras
Corresponde ao termo empregado no Brasil para denominar minas que lavram
materiais para uso direto na construção civil, como pedras para revestimento e pisos e
britas em geral. Tal produção é também chamada de produção de granulados. Nela,
geralmente há uma padronização de tamanhos em decorrência do desmonte de rochas
seguido pela britagem. Esse método é aplicado, por exemplo, nas explotações de
calcários, granitos e gnaisses. O método de pedreira é mais utilizado para rochas e
minerais utilizados na construção civil. Além disso, são pouco profundas e o estéril é
precisa ser tratado antes de ser guardado.

7.13 – RELATÓRIO FOTOGRÁTICO DO EMPREENDIMENTO:

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Av. Princesa do Sul, nº 2480, Jardim Ribeiro - Varginha/MG - CEP: 37.068-002
ENGENHEIRO FLORESTAL: MAURÍCIO
ENGENHEIRO AMBIENTAL: LUAN RIBEIRO

Figura 13: Banco de pedra do empreendimento. Figura 14: Quartzito do empreendimento.

Figura 15: Localização do empreendimento. Figura 16: Quartzito do empreendimento.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• http://mineralis.cetem.gov.br/bitstream/cetem/2052/1/Cap%2010%20Op.%20de
%20Lavras.pdf. Acessado dia 27/112019.
• https://pt.wikipedia.org/wiki/Aluvi%C3%A3o. Acessado 10/06/2019
• https://www.minasjr.com.br/aluviao-o-que-e/. Acessado 14/06/2019

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ENGENHEIRO FLORESTAL: MAURÍCIO
ENGENHEIRO AMBIENTAL: LUAN RIBEIRO

• https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2995862/mod_resource/content/1/Aula
%202.pdf. Acessado 14/06/2019
• https://www.nucleodoconhecimento.com.br/meio-ambiente/portos-de-areias.
Acessado 14/06/2019
• https://www.cdeglobal.com/br/aplica%C3%A7%C3%B5es/ouro/minera%C3%A
7%C3%A3o-de-ouro-de-aluvi%C3%A3o Acessado. 15/06/2020
• https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3147/tde-30092008-
155243/publico/DISSERTACAO_LILIAN_ROUSE_LIMA.pdf Acessado.
15/06/2020
• Código Florestal “LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012”
• https://www.minasjr.com.br/lavra-o-que-e-metodos-regulamentacao/. Acessado
dia 19/03/2021.
• https://www.ofitexto.com.br/comunitexto/classificacao-dos-metodos-de-lavra-a-
ceu-aberto/. Acessado dia 19/03/2021.
• Guapé- SF.23-V-B-IV, escala 1:100.000: nota explicativa integrada com
Alpinópolis./Cláudio de Morisson Valeriano, Ronaldo Mello Pereira, Júlio César
Horta de Almeida, Beatriz Paschoal Duarte, Caio Turbay, Apoena Rossi,
Ambrosina Gontijo, André Ribeiro, José Renato Nogueira, Mônica Heilbron,
Cassiano Castro, Thiago da Cruz Falcão, Victor Gstavo Mund da Rocha Silva, -
Minas Gerais: UERJ/CPRM, 2007.Site: -
http://www.cprm.gov.br/publique/media/geologia_basica/pgb/rel_guape.pdf.
Acessado dia 15/04/2021.

9. ELABORAÇÃO:
Maurício
Engenheiro florestal
CREA:

Luan Ribeiro
Engenheiro Ambiental
CREA-MG nº 141984485-7

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