UNIVERSIDADE DE CABO VERDE

CENTRO DE INVESTIGAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO

LOCAL
E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
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CARACTARIZACAO BIOFÍSICA DAS ZONAS DE DESENVOLVIMENTOS

TURÍSTICO (ZDTI) DA ILHA DE SANTIAGO

1. Enquadramento

A criação das Zonas Turísticas Especiais, em Cabo Verde teve por finalidade, preservar
áreas de grande valor paisagístico para assentamentos turísticos, mas também, “dotar o
País de infraestruturas turísticas que integrem oferta de qualidade, o que pressupõe a
definição de uma política de solos que permita ao Estado, em tempo, dispor
oportunamente dos terrenos necessários à realização de planos de desenvolvimento
turístico e preservar e valorizar as condições naturais, vg., as praias, as belezas naturais
e o clima, que contribuem em muito para o nosso turismo seja de alto nível”.

O Decreto Legislativo no 2/93 de 1 de Fevereiro instituiu “zonas turísticas especiais que

abrangem áreas dotadas de especiais aptidões para o turismo existente nas diversas ilhas
e estabelecem-se, em linhas gerais, as formas de apropriação de solos das mesmas zonas
e as modalidades da sua cedência aos promotores de turísticos”.

Nos termos do supracitado diploma, considera as “as zonas turísticas base inicial do
desenvolvimento turístico nacional e um bem escasso e frágil sob o ponto de vista do
meio ambiente e paisagístico” atribui ao Estado a gestão directa das Zonas Turisticas
Especiais, que no entanto conta com a colaboração dos municípios e de outras entidades
públicas e privadas.

Apesar de terem sido criadas e delimitadas ainda na década de noventa do seculo passado,
as Zonas de Desenvolvimento Turístico da ilha de Santiago não avançaram nenhum
projecto turístico consistente. Actualmente estão delimitadas oito zonas de
desenvolvimento turístico (ZDTI) que aguardam projectos sustentáveis. O conhecimento
das potencialidades paisagísticas e funcionais dessas ZDTI poderão contribuir para o seu
desencravamento.

2. Objectivos

2.1. Objectivo geral

- Delimitar e caracterizar as Zonas de Desenvolvimento Turístico Integral (ZDTI) da ilha

de Santiago
- Fazer o levantamento das potencialidades paisagísticas e funcionais das ZDTI da ilha
- Inferir o impacte potencial do funcionamento das ZDTI da ilha
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2.2. Objectivos específicos

- Delimitar a fazer o levantamento das ZDTI da ilha de Santiago;

- Caracterizar os diversos recursos paisagísticos do ZDTI da ilha;
- Identificar constrangimentos potenciais de funcionamento das ZDTI da ilha
- Identificar modalidades alternativas de funcionamento das ZDTI;
- Inferir um turismo alternativo para as ZDTI da ilha

3. Metodologia

A execução do presente projeto deve partir da atualização do estado da arte em

matéria de caracterização paisagística e uso de espaços naturais, nomeadamente nos
assentamentos turísticos. Levantamento de cartografia de base, cartografia temática que
permitem melhor caracterização paisagística e patrimonial das Zonas Classificadas como
ZDTI na ilha de Santiago. Actualização do conhecimento do quadro jurídico e
institucional sobre as Zonas Turísticas Especiais de Cabo Verde.
Visitas de campo tendo em conta os locais as áreas classificadas e outras de grande
potencialidade paisagística. Cruzamento de dados recolhidos na cartografia e nas visitas
de terreno com outros usos de potenciais de recursos paisagísticos e outras actividades de
grande incidência territorial.

4. Base de dados

Para a elaboração do presente projecto serão utilizados como base de dados:

- Documentos escritos, livros, memórias, teses, dissertações, artigos de revistas sobre a
geologia, geografia, recursos naturais, e temas afins abarcando a ilha de Santiago.
- Cartografia de base – Carta Militar a escala 1: 25 000; Cobertura Ortofotométrica da
ilha de Santiago; Cartas Geológicas; Cartas de solos; Carta Agro-ecológica e de
Vegetação da ilha de Santiago à escala 1:50 000;
- Planos e Documentos de Ordenamento do Território – Directiva Nacional do
Ordenamento do Território; Esquema Regional do Ordenamento do Território da ilha de
Santiago; Plano de Desenvolvimento Municipal dos Municípios da ilha de Santiago.
- Dados recolhidos no terreno através de fichas de análise ambiental; fotografias; recolha
de amostras e resultados de análises laboratoriais.

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5. Equipa de pesquisa

- Dr. José Maria Monteiro Semedo – Director do CIDLOT

- Dr. Romualdo Correia – docente do Departamento de Ciências e Tecnologias
da UNICV
- Estagiária do CIDLOT- Janira dos Santos – Finalista do Curso de Geografia
e Ordenamento do Território.

6. Produto final

- Relatório de pesquisa com delimitação cartográfica e caracterização biofisica.

- Apresentação em Conferencia;
- Publicação e difusão em meios adequados

7. Plano Geral dos trabalhos

Actividades Quinzenas
1 Recolha de informação bibliográfica e cartográfica
2 Actualização bibliográfica
3 Estado da arte
4 Identificação dos recursos geológicos da ilha
5 Trabalhos de campo e recolha de dados no terreno
6 Interpretação e cartografia das informações
7 Síntese das informações de relatório final

8. Bibliografia

Alves, C., Macedo J., Silva, L., Serralheiro, A. & Faria, A. (1979). Estudo Geológico,
Petrológico e Vulcanológico da ilha de Santiago (Cabo Verde). Garcia da Orta, Série de
Geologia, Lisboa, 3, pp. 47-74.

Agencia Japonesa de Cooperação Internacional; Instituto Nacional de Gestão do

Recursos Hídricos (1999) – Estudo sobre o desenvolvimento da água subterrânea na ilha
de Santiago (Cabo Verde) – Relatório Final – Kokusai Kogyo, Lda Tokio

Assunção, C.T. (1968) – Geologia da Província de Cabo Verde – in Curso de Geologia

do Ultramar, JIU Lisboa. Pag. 3-52.

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Barker, A., Holm, P., Peate, D. & Baker, J. (2009). A 5 million year record of
compositional variations in mantle sources to magmatism on Santiago, southern Cape
Verde archipelago. Mineralogy & Petrology, 160: 33-154. DOI: 10.1007/S00410.009-
0470.
Bernard-Griffiths, J., Cantagrel, J., Alves, C., Mendes, E., Serralheiro, A. &
Macedo, J. (1975). Données radiométriques Potassium-Argon sur quelques formations
magmatiques des îles de l’Archipel du Cap Vert. C. R. Academic Science, 280: pp. 2429-
2432.

Bebiano, B. A. (1932) – Geologia do Arquipélago de Cabo Verde – Comunicação ao

Serviço Geológico de Portugal, Lisboa.

Castanheira Diniz, A. Cardoso de Matos G. (1993) – Carta de Zonagem Agro-

Ecológica e da Vegetação de Cabo Verde. I – Ilha do Santiago. Lisboa.

DIRECÇÃO GERAL DO AMBIENTE (2004) - PLANO AMBIENTAL

MUNICIPAL, Cidade da Praia

DIRECÇÃO GERAL DO AMBIENTE (2013) – Livro Branco sobre o Estado do

Ambiente em Cabo Verde.

DIRECÇÃO GERAL DO TURISMO (2010) – Plano Estratégico de Desenvolvimento

do Turismo em Cabo Verde.

GOVERNO DE CABO VERDE – Esquema Regional de Ordenamento do Território

(EROT) da ilha de Santiago

Instituto de Investigação Científica Tropical (1976) - Carta Geológica da Ilha de

Santiago 1: 25 000. Lisboa.

Martins, S., Mata, J., Munhá J., Madeira, J. & Moreira, M. (2008). Evidências
Geológicas e Geoquímicas para a existência de duas unidades estratigráficas distintas na
Formação do Pico de Antónia (ilha de Santiago, Cabo Verde). Memórias e Notícias, nº 3
(Nova Série), Universidade de Coimbra, pp. 123-128.
Martins, S., Mata, J., Munhá, J., Mendes, M. H., Maerschalk, C., Caldeira, R. &
Mattielli, N. (2010). Chemical and mineralogical evidence of the occurrence of mantle
metasomatism by carbonate-rich melts in an oceanic environment (Santiago Island, Cape
Verde). Mineralogy and Petrology, 93, pp. 43-65.

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Serralheiro, A. (1976). A Geologia da ilha de Santiago (Cabo Verde). Boletim do Museu
do Labortaóri Mineralógico e Geológico da Faculdade de Ciências da Universidade de
Lisboa, 14 (2). Tese de Doutoramento, Universidade de Lisboa, 218 p.

Serviços Cartográficos do Exército de Portugal (1974) – Carta Militar da Ilha de

Santiago 1:25 000. Cabo Verde.

Silva Teixeira, A. J. & Grandvaux Barbosa, L.A. (1958) – A Agricultura do

Arquipélago de Cabo Verde - cartas agrícolas, problemas agrícolas. Memórias da JIU
Lisboa.

Decreto Regulamentar No 7/94 de 23 de Maio (B.0.) I série No 20 de 23 de Maio de

1994

Cria as ZDTI de:

a) Zona Norte da Cidade da Praia:

b) Zona de Achada Baleia:
c) Zona de Porto Coqueiro
d) Zona de Achada Laje
e) Zona de Mangue Monte Negro

Decreto Regulamentar No 9/98 de 31 de Dezembro – B.O. I Série No 48 de 31 d

Dezembro de 1998.

Declara ZDTI de Santiago Golf Resort

Decreto-Regulamentar nº 13/2007: Declara Achada Rincão, localizada em Santa

Catarina, na ilha de Santiago, como Zona de Desenvolvimento Turístico Integral.

Decreto-Regulamentar nº 14/2007: Declara a zona de Alto Mira, localizada em Tarrafal,

ilha de Santiago, como Zona de Desenvolvimento Turístico Integral.

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