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Artigos 312 A 326 Do Código Penal II
Artigos 312 A 326 Do Código Penal II
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em
razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
1. Análise do núcleo do tipo. A conduta consiste em dar aplicação, e tem como objeto
as verbas ou rendas públicas.
2. Sujeitos:
a) ativo: funcionário público.
b) passivo: o Estado, secundariamente, a entidade de direito público prejudicada.
3. Elemento subjetivo do tipo. Dolo, não se exige elemento subjetivo específico, nem
se pune a forma culposa.
4. Objetos material e jurídico. Objeto material é a verba ou a renda pública, objeto
jurídico é a administração pública, em seus interesses patrimonial e moral.
5. Classificação. Crime próprio, material, de forma livre, comissivo e,
excepcionalmente, omissivo impróprio, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente;
admite tentativa.
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
aceitar promessa de tal vantagem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
10.763, de 12.11.2003)
1. Crime comum ou militar. A corrupção passiva está tipificada tanto no direito penal
ordinário (art. 317 do CPB) quanto no direito penal militar (art. 308 do CPM)
3. Análise do núcleo do tipo. O tipo penal descrito no art. 317 do CPB é composto por
três verbos: solicitar, receber, aceitar. Diz respeito ao indivíduo que solicita, recebe ou
aceita promessa de vantagem indevida.
9. Causa de aumento de pena. Está prevista no §1º do art. 317 do CP, configura a
chamada corrupção exaurida (A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência
da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de
ofício ou o pratica infringindo dever funcional).
10. Pena. A corrupção passiva é punida com reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. Pena
determinada pela Lei 10.763/03. Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda
ato de ofício, com infração do dever funcional, cedendo a pedido ou influência de
outrem, a pena é detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137,
de 27.12.1990)
4. Competência. Pelo disposto no art. 144 da CF/88, julgar pessoas incursas na prática
do presente delito é de competência da justiça federal, sendo a polícia federal a
competente para efetuar as prisões.
6. Exceção à teoria unitária. Se alguém facilita a prática do delito previsto no art. 334
do CP deveria responder pelo delito previsto no art. 318 do CPB (facilitação de
contrabando ou descaminho) bem como pelo contrabando ou descaminho (art. 334 do
CPB), entretanto, temos aqui mais uma vez a teoria pluralística sendo aplicada,
configurando mais uma exceção à teoria unitária, vez que uma pessoa é quem facilita
o contrabando ou descaminho e outra é quem pratica o contrabando ou descaminho.
Prevaricação
2. Sujeito
b) Passivo. O Estado
4. Classificação. Crime próprio - somente pode ser praticado por funcionário público,
se retirada a qualidade o fato torna-se atípico - formal - comissivo - instantâneo -
unissubjetivo - plurissubsistente - de ação múltipla - de conteúdo variado ou
alternativo.
8. Legislação especial
art. 10, §4º -> lei 1521/51 => crimes contra a economia popular;
art. 23 -> lei 7492/81 => lei do sistema financeiro (justiça federal);
art. 15, §2º -> lei 6938/81 => previsão na lei do meio ambiente.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu
dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que
permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído
pela Lei nº 11.466, de 2007).
2. Sujeito
a) Ativo. Funcionário público no exercício da função
b) Passivo. O Estado
O tipo caçula do Código Penal merece alguns momentos de atenção. Em seu elemento
objetivo, primeiramente o tipo abrange aparelhos telefônicos, podendo ser móveis ou
fixos, pois não faz ressalvas. Veda também o acesso do preso a rádios, que, no sentido
do texto, devem ser aparelhos de radiodifusão, quer sejam transceptores
(transmissores e receptores), apenas transmissores ou apenas receptores, mas,
obviamente, se excluindo rádios receptores de meios de comunicação (AM, FM, OC,
etc.).
Ainda sobre computadores, com fio ou wireless, poderia se argumentar que os dados
ficariam gravados e mesmo se apagados, poderiam ser desvendados mediante
perícias. Porém o usuário teria como usar códigos e cifras e mais ainda, o problema do
segredo não componente do tipo penal, mas responsabilidade do usuário, por sua
conta e risco. E o acesso a aparelhos telegráficos ou telex que funcionam como linhas
telefônicas? São aparelhos telefônicos ou similares a rádios? A questão toda recai
sobre a interpretação da lei penal, ampliativa ou restritiva, diante do princípio da
reserva legal e a tecnicidade do aparelho acessível, pelo que, não se apresenta tão
clara e resolutivo essa nova modalidade criminosa.
Denota-se que o espírito legislativo foi impedir a comunicação entre presos ou destes
com pessoas fora do estabelecimento, não importando o assunto a ser tratado. Não
obstante, poderá acontecer o acesso e a comunicação entre presos e funcionários no
ambiente interno do estabelecimento com os aparelhos mencionados no artigo, pelo
que, também ao que consta, deve se afigurar atípica essa situação, pois a lei é expressa
ao vedar o acesso para comunicação entre presos e o ambiente externo, e claramente,
quem está no interior do presídio não está em ambiente externo. Quid juris? Aflora
mais um problema de interpretação legal. Como se proíbe o acesso aos aparelhos, não
se exige o uso pelo indivíduo preso, que é consequência (pos factum impunível).
Condescendência criminosa
3. Sujeitos
b) passivo. O Estado
5. Condutas típicas
8. Classificação.
Advocacia administrativa
1. Definição jurídica. O termo advocacia é impróprio e indevido pois nada tem a ver
com a função do advogado. O delito consiste em "patrocinar, direta ou indiretamente,
interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de
funcionário; punível com pena de detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa. Se o
interesse é ilegítimo a pena é de detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, além da
multa". No Direito Penal Militar a incorreição no nomem iuris é desfeita, naquele
diploma legal a nomenclatura usada é "patrocínio indébito". Importa salientar que no
projeto de reforma do CPB o presente tipo adota a nomenclatura do CPM.
3. Sujeitos
5. Outras condutas
Lei 8137/90, art. 3º, inc. III funcionário público patrocinado interesse privado contra
a Administração Fazendária;
Violência arbitrária
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.
1. Revogação do artigo 322 pela Lei de Abuso de Autoridade. GUILHERME NUCCI crê
estar revogado este tipo penal pela vigência da Lei 4.898/65, que disciplinou,
integralmente, os crimes de abuso de autoridade. Assim, a violência praticada no
exercício da função ou a pretexto de exercê-la deve encaixar-se em uma das figuras
previstas na referida lei, não havendo mais necessidade de se utilizar o art. 322.
Abandono de função
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
1. Definição jurídica. O delito consiste em "abandonar cargo público, fora dos casos
permitidos em lei; punível com pena de detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou
multa. Se do fato resulta prejuízo público a pena é de detenção, de 3 (três) meses a 1
(um) ano, e multa. Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira a
pena é de detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. É o cidadão que investido em
cargo público, por nomeação ou contratação, abandona-o. No Direito Penal Militar
tem-se a figura do abandono de cargo e do abandono de posto (figura do sentinela na
guarita).
2. Sujeitos.
a) ativo: somente funcionário público nomeado, porém sem ter tomado posse; na
segunda hipótese, há de estar afastado ou exonerado.
b) passivo: Estado.
3. Elemento subjetivo do tipo. É o dolo. Não se exige elemento subjetivo específico,
nem se pune a forma culposa. Na segunda figura, há apenas o dolo direto. Inexiste
forma culposa.
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer
em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime
mais grave.
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
2. Sujeitos
a) ativo: o funcionário público, abrangendo o aposentado ou em disponibilidade.
3. Elemento subjetivo do tipo. O dolo, não existe a forma culposa, nem se exige
elemento subjetivo do tipo específico.