Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
649122
649122
M
2023
Universidade do Porto
Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
outubro de 2023
ii
Avisos legais
Estudo em Colaboração
iii
Agradecimentos
À Professora Raquel Barbosa que sempre se mostrou disponível, que dispôs do seu
tempo para esclarecer todas as dúvidas, os meus mais sinceros agradecimentos. Pela
acessibilidade, partilha de saber, rigor, orientação científica e esclarecimentos constantes.
Foi, sem dúvida, a melhor decisão que eu poderia ter tomado e a maior ajuda durante todo
o projeto.
À avó Aurora, por ser sempre, durante toda a minha vida, uma peça fundamental.
À que está sempre presente, à que faz tudo parecer mais fácil, obrigada.
Aos meus pais, que tornaram tudo isto possível, são e sempre serão inalcançáveis.
Por todo o esforço, empenho, apoio e tanto mais. Obrigada por todos os dias acreditarem
em mim, até quando eu própria duvidei e me terem dito sempre “eu sei que tu consegues”.
Por toda a confiança depositada e por serem sempre os que fazem parte de todas as
conquistas, agradeço a todos os familiares e amigos que, de uma forma ou outra, se fizeram
presentes.
iv
Resumo
v
Abstract
This study explores the impact of empathy and emotional regulation on the
psychological well-being of these professionals. Furthermore, it assesses how these
variables relate to sociodemographic characteristics, such as gender, the need for
emotional support, and professional recognition.
vi
Resumen
vii
Índice
I. Introdução ...................................................................................................................... .1
1.1. Cuidados Paliativos .................................................................................................... .1
1.2. O bem-estar dos profissionais de saúde em CP ................................................... ......3
1.2.1. Fatores de risco e fatores protetores .............................................................. .5
1.2.2. A empatia e a regulação emocional ............................................................... .7
II. Método .......................................................................................................................... 10
2.1. Objetivos .................................................................................................................. 10
2.1.1. Objetivo principal ......................................................................................... 10
2.1.2. Objetivos específicos .................................................................................... 10
2.2. Hipóteses de investigação ........................................................................................ 10
2.3. Participantes ............................................................................................................. 12
2.4. Instrumentos ............................................................................................................. 12
2.4.1. Questionário sociodemográfico .................................................................... 12
2.4.2. Índice de Reatividade Interpessoal ............................................................... 13
2.4.3. Escala de Dificuldades de Regulação Emocional ......................................... 13
2.4.4. Escala de Bem-Estar Psicológico ................................................................. 14
2.5. Procedimentos .......................................................................................................... 14
2.5.1. Procedimentos de recolha da amostra .......................................................... 14
2.5.2. Procedimentos éticos .................................................................................... 15
2.5.3. Procedimentos estatísticos ............................................................................ 15
III. Resultados ................................................................................................................... 17
3.1. Análises descritivas .................................................................................................. 17
3.2. Diferenças na empatia, no BEP e na DERS em função do género, da formação e da
categoria profissional ...................................................................................................... 18
3.3. Associação do BEP com o tempo de serviço, a necessidade de apoio emocional e a
perceção de reconhecimento pelo seu trabalho ................................................................ 20
3.4. Relações entre a empatia, o BEP e a DERS ............................................................. 20
3.5. Preditores do BEP .................................................................................................... 20
IV. Discussão ..................................................................................................................... 22
V. Conclusão ..................................................................................................................... 28
Referências Bibliográficas ................................................................................................... 30
viii
Acrónimos
CP – Cuidados Paliativos
ix
I - Introdução
Os CP são uma forma de cuidado ativo, coordenado e global, prestados por unidades e
equipas específicas, em internamento ou no domicílio, a doentes que se encontram numa
situação de sofrimento decorrente de doença incurável ou grave, em fase avançada e progressiva,
assim como às suas famílias. O principal objetivo é promover o bem-estar e a qualidade de vida
dos doentes, através da prevenção e alívio do sofrimento físico, psicológico, social e espiritual,
com base na identificação precoce e no tratamento rigoroso da dor e de outras questões físicas
associadas, mas também psicossociais e espirituais (OMS, 2020).
Estes cuidados envolvem equipas interdisciplinares que têm como objetivo primordial,
garantir a melhor qualidade de vida possível ao paciente, perante o estado da sua doença
(Nardino et al., 2021). As equipas são constituídas por médicos especialistas e generalistas,
enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais (Comissão Nacional de Cuidados Paliativos, 2021).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a assistência prestada neste tipo de cuidados
prevê, não só a conceção de um suporte ao doente que enfrenta problemas associados a uma
doença que lhe ameaça a própria vida como, também, envolve a inclusão dos familiares durante
1
todo o processo, auxiliando-os a compreender o processo de doença e a enfrentar o processo de
luto.
É importante salientar que os CP não devem ser vistos apenas como relevantes para
pacientes em estágio terminal. Quando integrados numa fase precoce da vida de indivíduos que
sofrem de doenças graves ou crónicas progressivas, paralelamente com os cuidados ditos
curativos, são garantidos benefícios significativos e uma melhor qualidade de vida ao longo de
todo o processo de progressão da doença, independentemente do prognóstico (American College
of Surgeons, 2017). Tendo em conta os reconhecidos benefícios que advêm da assistência
paliativa, é necessário que esta atuação não seja efetuada apenas nos últimos dias de vida, mas
sim integrada desde o início do curso da doença, conforme preconizado pela Associação
Portuguesa de Cuidados Paliativos (s.d.).
Este nível de cuidados pode ser prestado por todos os profissionais de saúde que tenham
o devido treino e qualificação na área. É de notar que existem dois níveis distintos de CP: a) Os
Cuidados Paliativos Gerais, fornecidos por profissionais de atenção primária e aqueles que
orientam a sua prática para doenças potencialmente fatais, tendo um nível de conhecimento em
CP considerável; b) Cuidados Paliativos Especializados, prestados apenas por profissionais com
uma vasta formação e reconhecida competência na área (Gamondi et al., 2013). Os CP também
envolvem ações terapêuticas que não têm o intuito de curar, mas sim de minimizar as
consequências negativas da doença sob o bem-estar do paciente. Estas ações podem ser
aplicadas em casos de doenças crónicas progressivas ou em situações onde a condição de saúde
é completamente irreversível. Estas podem ser realizadas em hospitais, centros de saúde e/ou em
áreas de cuidados continuados (Direção-Geral da Saúde, 2005).
1. Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos (ECSCP) que conta com uma
constituição autónoma quando as necessidades o exigem (e.g. aumento da densidade
populacional);
2
3. Unidades de Cuidados Paliativos (UCP), que estão localizadas nos hospitais
oncológicos, gerais e universitários, podendo estas estar ou não integradas na Rede Nacional de
Cuidados Continuados Integrados. Este nível de cuidados também pode ser implementado nos
centros de dia e podem ser constituídas Equipas de Cuidados Paliativos Domiciliários (Comissão
Nacional de Cuidados Paliativos, 2021).
3
satisfação de acordo com domínios específicos, sendo este último tipo o mais focado em certas
áreas da vida pessoal em particular, como o casamento, o trabalho ou a saúde do indivíduo
(Diener & Scollon, 2014).
O bem-estar subjetivo está, portanto, associado à avaliação que o indivíduo faz acerca da
sua própria vida a nível cognitivo, incluindo a comparação entre as suas expectativas e a
realidade em que se encontra (Diener & Ryan, 2009). Contudo, Ryff (1989; 2002) é um dos
autores que reconhece o conceito de bem-estar subjetivo como sendo bastante restrito. A autora
argumenta que as bases teóricas desse conceito são frágeis, faltando-lhe conceções sólidas
referente ao funcionamento psíquico e uma base teórica consistente na área.
Posto isto, é proposto o conceito de bem-estar psicológico (BEP), sendo este por si só
bem mais complexo que o BES. O BEP pode ser operacionalizado através de seis dimensões
distintas, conforme definido por (Ryff, 1989). Essas dimensões são as seguintes:
2. Relações positivas com os outros: Esta dimensão remete para a qualidade das relações
interpessoais do indivíduo. Envolve a construção de relações assentes em confiança e
afetividade, construindo, por isso, relações seguras, íntimas e satisfatórias;
4. Domínio do ambiente: Esta dimensão está relacionada com a capacidade que o sujeito
tem para optar, organizar e desenvolver um espaço, onde consiga realmente satisfazer as suas
necessidades e lidar com quaisquer adversidades que possam ocorrer;
4
psicológico ao nível teórico e operacional (Elvira et al., 2023). Adicionalmente, Ryff (2002)
defende que o BEP é identificado pela presença de recursos psicológicos eficazes, num dado
indivíduo. Portanto, o BEP é definido como a capacidade do indivíduo satisfazer as suas
necessidades, enquanto lida com o meio envolvente (Melo, 2014). É uma perspetiva que se
concentra no desenvolvimento psicológico e emocional positivo, inserindo-se numa visão
eudemónica (Vale, 2012).
No presente estudo o BEP dos profissionais de saúde será avaliado, tendo em conta a sua
complexidade e a sua dependência de fatores que abrangem os aspetos físicos, psicológicos,
sociais e espirituais (Elvira et al., 2023).
Por outro lado, segundo Taylor e Aldridge (2017), o investimento emocional, que é
essencial para o desempenho da profissão, pode, também, colocar em risco o bem-estar dos
profissionais quando estes estabelecem e mantêm relacionamentos próximos com os pacientes e
os seus familiares. Um estudo efetuado por Kase e colaboradores (2019) indicou que a fadiga
por compaixão tem um impacto negativo no bem-estar dos profissionais, tal como o burnout ou
esgotamento emocional (Kase et al., 2018).
Ainda que este estudo não tenha o burnout como o seu foco principal, é relevante abordar
brevemente esta questão para se destacar o desgaste enfrentado pelos profissionais da área, visto
que a exposição aos fatores de risco psicossociais frequentemente resulta em estados de
profunda exaustão física e psicológica (Pereira et al., 2011). Para contextualizar a relevância
deste problema é relevante mencionar que a síndrome de burnout tem uma prevalência
significativa, afetando aproximadamente 54,5% dos profissionais de saúde que trabalham no
5
âmbito dos CP, com 15,6% deles a evidenciarem alterações ao nível de mais do que uma
dimensão do burnout (Fernández-Sánchez et al., 2018).
É de salientar que os estudos efetuados até então junto da população-alvo deste projeto
(profissionais de saúde que trabalham em CP), tendem a estar mais focados nas questões
associadas ao desenvolvimento do burnout (Fernández-Sánchez et al., 2018; Oldenburger & De
Roo, 2023; Pereira et al., 2014) e referentes análises e comparações estatísticas entre diferentes
contextos clínicos e/ou classes profissionais (Parola et al., 2017; Pereira et al., 2011), do que no
construto de bem-estar psicológico (Kaur et al., 2022; Moreno-Milan et al., 2021).
Não obstante, entre os fatores de risco que afetam o bem-estar dos profissionais, são,
ainda, encontrados os conflitos entre os membros da equipa interdisciplinar, pressões
interpessoais, sobrecarga horária, pressão laboral, questões burocráticas consideradas excessivas
(Pereira et al., 2011) e a falta de reconhecimento profissional (Dias, 2012). Além disso, questões
sociais como as altas expetativas da população e respetivas exigências em relação aos
profissionais que prestam um serviço clínico à comunidade, também desempenham um papel
importante (Moreno-Milan et al., 2021).
Tendo tudo isto em conta, é fulcral identificar e compreender que tipo de fatores
protetores podem contribuir para minimizar as consequências negativas advindas dos fatores de
risco aos quais estão sucessivamente expostos estes profissionais de saúde. Ou seja,
6
reconhecendo o desgaste significativo ao qual eles estão sujeitos, é importante explorar e
potenciar aquilo que contribui para o bem-estar destes profissionais. Investir neste sentido é
fundamental para minimizar as repercussões indesejadas.
Foram encontrados mais estudos internacionais (Back et al., 2016; Cosentino et al., 2021;
Moreno-Milan et al., 2019) que abordam a importância de identificar os fatores protetores e
positivos para o bem-estar destes profissionais, do que estudos nacionais. Não foi encontrado
nenhum estudo específico em Portugal relacionando o BEP com esta população-alvo.
Além disso, fatores contextuais, como a qualidade de vida profissional (Carvalho, 2011),
o significado do trabalho (Moreno-Milan et al., 2019) ou a importância do clima organizacional
(Moreno-Milan, 2021) também desempenham um papel importante no bem-estar dos
profissionais de saúde que trabalham em CP.
Porém, estes fatores podem variar entre os diferentes membros da equipa de CP e podem
ter impactos distintos em enfermeiros, médicos, psicólogos, assistentes sociais e outros
profissionais envolvidos neste contexto. Portanto, a investigação e a implementação de
estratégias de apoio devem ter em consideração esta diversidade de papéis e desafios enfrentados
pelos profissionais de saúde neste âmbito.
7
melhoria do bem-estar no trabalho (Caro et al., 2017). Em termos de competência profissional,
esta habilidade é descrita como sendo predominantemente cognitiva, visto que envolve a
compreensão das preocupações, das necessidades, das experiências e das perspetivas do
paciente. No entanto, a empatia tem, obviamente, uma enorme carga emocional envolvida e que
é tida em conta nas relações interpessoais estabelecidas, nomeadamente nas que são
estabelecidas entre os profissionais e o doente (e os seus familiares).
No que diz respeito à população-alvo dos estudos constatou-se que estes são bastante
direcionados e quase que restritos aos enfermeiros. Contudo, os enfermeiros são os profissionais
de saúde que, no geral, passam mais tempo nas instituições de saúde, podendo ser este um dos
fatores que influencia o foco neste tipo de profissionais (Pereira et al., 2011). Ademais, todos os
estudos encontrados focam-se bastante no efeito da empatia no bem-estar subjetivo propriamente
dito e, praticamente, não é evidenciado o conceito de bem-estar psicológico, sendo evidentes
8
referências a apenas algumas das dimensões constituintes do mesmo.
A investigação que aborda a maneira como a gestão da carga emocional é feita pelos
profissionais que trabalham em contexto de paliativos, é insuficiente e inconsistente (Morita et
al., 2004).
Alguns estudos referem que cerca de 50% dos profissionais de saúde corre o risco de
enfrentar uma redução significativa no seu bem-estar psicológico (Kamau et al., 2014).
A investigação neste âmbito é bastante escassa (Barrué & Sánchez-Gómez, 2021), não
tendo sido encontrado qualquer estudo anteriormente levado a cabo acerca dos fatores protetores
no contexto de CP, nomeadamente a importância de se considerar fatores emocionais e de
empatia ao avaliar o bem-estar dos profissionais que trabalham nesta área.
9
II - Método
2.1. Objetivos
Este estudo tem como principal objetivo explorar o impacto da empatia e da regulação
emocional no bem-estar psicológico dos profissionais de saúde que atuam em CP.
Além disso, um dos objetivos deste estudo é ampliar o foco da população-alvo, indo além
dos enfermeiros e médicos, que têm sido os principais focos de estudos anteriores, incluindo,
também, outros profissionais.
10
2.2. Hipóteses de investigação
H1. (H1.1) Espera-se que as mulheres obtenham níveis mais elevados de empatia
(Chakrabarti & Baron-Cohen, 2006; Davis, 1980; Limpo et al., 2010), de BEP (Garcia-Alandete
et al., 2013) e de dificuldades de regulação emocional (Pereira, 2014), comparativamente aos
homens. (H1.2.) Relativamente à categoria profissional, não foram encontrados estudos que
sustentem hipóteses de investigação, já que nenhum estudo encontrado explorou as categorias
profissionais consideradas neste estudo. Ainda assim, espera-se que os enfermeiros e terapeutas
tenham valores superiores de BEP, comparativamente aos médicos e psicólogos em CP (Maffoni
et al., 2021) e (H1.3.) Espera-se que os profissionais com formação específica, e mais
prolongada (> 6 meses), em CP obtenha níveis mais elevados de empatia, BEP e DERS (Kolben
et al., 2018).
H2. (H2.1) Devido ao risco de fadiga de compaixão e stress vicariantes (Barbosa et al.,
2014; Silva, 2021), potenciados pela exposição recorrente e prolongada aos fatores de risco, a
preocupação e o cuidado para com o outro diminuem significativamente. Assim, pensa-se que
existirá uma associação negativa entre o BEP dos profissionais de saúde e o tempo de serviço
nos CP. (H2.2.) Ainda neste sentido, visto que cerca de metade dos profissionais correm o risco
de enfrentar uma redução significativa do seu BEP (Kamau et al., 2014) e lidam regularmente
com situações de uma carga emocional imensa (Portoghese et al., 2020), espera-se que os
profissionais que tenham sentido, com maior frequência, necessidade de recorrer a apoio
emocional sejam os que experimentam menor sensação de BEP (Barbosa et al., 2014; Silva,
2021). (H2.3.) Tendo em conta que a falta de reconhecimento no trabalho é um fator de risco e
que afeta a qualidade de vida no trabalho dos profissionais de saúde (Dias, 2012), espera-se que
o oposto, ou seja, sentir-se reconhecido no trabalho, esteja associado a um nível superior de
BEP. Ou seja, espera-se que exista uma relação positiva entre o BEP e a perceção de
reconhecimento do seu trabalho, já que o reconhecimento é considerado um fator que promove a
motivação e satisfação dos profissionais, contribuindo, consequentemente, para a melhoria do
ambiente organizacional (Dias, 2012).
11
H3. Prevê-se uma associação negativa e significativa entre as dificuldades na regulação
emocional e o BEP dos profissionais (Santana & Godim, 2016), bem como uma relação positiva
entre o BEP e a empatia (Caro et al., 2017), sendo estas consideradas fatores protetores
importantes e essenciais do bem-estar no contexto de serviço em CP.
2.3. Participantes
12
2.4. Instrumentos
Esta escala revelou bons níveis de consistência interna na versão portuguesa (α global de
.73, Limpo et al., 2010) e na amostra deste estudo (α global de .79).
13
2010). Esta é uma escala de autorrelato constituída por 36 itens, avaliados através de uma escala
de Likert de 5 pontos, sendo que 1 corresponde a “quase nunca se aplica a mim” e 5 “aplica-se
quase sempre a mim”. É constituída por seis subescalas que exploram os níveis característicos da
desregulação emocional consoante: a) a não aceitação das emoções negativas (não aceitação), b)
a incapacidade de se comportar conforme o objetivo quando experiencia emoções negativas
(objetivos), c) as dificuldades em controlar impulsos aquando à presença dessas emoções
(impulsos), d) o acesso limitado a estratégias de regulação emocional efetivas (estratégias), e) a
falta de consciência (consciência) e f) a falta de clareza emocional (clareza). Também foi
utilizada apenas a pontuação global da escala. Pontuações elevadas refletem maiores
dificuldades de regulação emocional.
Os itens da EBEP podem ser agrupados em seis dimensões do BEP (Ryff, 1989) que
pretendem avaliar: a autonomia, o domínio do meio, o crescimento pessoal, as relações
positivas, os objetivos na vida e a aceitação de si. Neste estudo será utilizada apenas a pontuação
global do BEP. Quanto mais elevada a pontuação, maior o bem-estar.
14
2.5. Procedimentos
Este projeto teve o parecer positivo da Comissão de Ética da FPCEUP (Ref.ª 2022/01-
07b). Além disso, todos os participantes foram prévia e devidamente informados acerca das
condições de participação no estudo, inclusive sobre o direito à confidencialidade e anonimato,
bem como aos objetivos e procedimentos do estudo, posto isto, assinaram o consentimento de
forma livre e esclarecida.
15
considerando-se: |d|= .20 como efeito pequeno; |d|= .50 como efeito moderado; e |d|= .80 como
efeito elevado (Cohen, 1988).
Finalmente, foi realizada uma regressão linear múltipla, método confirmatório, para
avaliar quais os preditores do BEP. Foram cumpridos todos os pressupostos, nomeadamente a
independência de resíduos (teste de Durbin-Watson entre 1.7 e 2.3, d = 2.12), ausência da
multicolinearidade (t > .20), a homocedasticidade e a distribuição normal dos resíduos
(Tabachnick & Fidell, 2019).
Recorreu-se ao programa estatístico IBM SPSS® versão 29.0 para a análise dos dados.
16
III - Resultados
Relativamente aos valores médios obtidos nas principais variáveis nesta amostra (ver
Tabela 1), constatou-se que, relativamente aos níveis de empatia, a amostra se situa ligeiramente
acima do ponto médio de respostas da IRI, sendo esse de 48. Quanto ao BEP, o ponto médio de
respostas é de 126, logo, a amostra deste estudo obteve um bom valor de BEP, situando-se acima
da média. Por fim, quanto à DERS, sendo o ponto médio de 90, esta amostra situa-se abaixo do
mesmo, indicando que, embora revele dificuldades de regulação emocional, estes valores
encontram-se abaixo do ponto médio da escala.
17
Tabela 1.
O género e ter ou não formação especializada foram analisadas através de um teste t para
amostras independentes. Verificaram-se diferenças significativas de género na empatia, t (114) =
2.82, p = .01, d = 8.20, IC95% [2.43; 13.96], com os profissionais do género feminino a
apresentarem níveis de empatia superiores quando comparados com o género masculino (M =
56.61; DP = 9.54 e M = 48.42; DP = 9.62, respetivamente). Foram observadas também
diferenças de género no BEP, t (114) = -2.23, p = .03, d = 15.50, IC95% [-29.28; -1.71]), neste
caso com os homens a registarem valores superiores de BEP, quando comparados com as
mulheres (M = 202.83; DP = 17.88 e M = 187.34; DP = 23.29, respetivamente). Não foram
encontradas diferenças quanto à regulação emocional (ver Tabela 2).
Relativamente ao facto dos profissionais terem ou não uma formação específica em CP,
não foram encontradas diferenças significativas na empatia, t (114) = -.82, p = .42, d = 1.97,
IC95% [-6.77; 2.82], na DERS t (114) = -1.97, p = .06, d = 12.07, IC95% [-24.78; .63] e no BEP
t (114) = 1.54, p = .14, d = 11.41, IC95% [-3.99; 26.80] (ver Tabela 2).
18
Tabela 2.
EMPATIA M 56.61 48.42 2.82 .01 8.20 55.43 57.40 -.82 .42 1.97
DERS M 73.30 70.50 .47 .64 2.80 70.93 83.00 -1.97 .06 12.07
BEP M 187.34 202.83 -2.23 .03 15.50 190.91 179.50 1.54 .14 11.41
Tabela 3.
19
3.3. Associação do BEP com o tempo de serviço, a necessidade de apoio emocional e a
perceção de reconhecimento pelo seu trabalho
Tal como esperado, foi encontrada uma correlação negativa e moderada entre o BEP e
a necessidade de apoio, r (116) = -.36, p < .001, isto é, quanto maior a necessidade de obter
apoio emocional, menor é a perceção de BEP destes profissionais de saúde. Relativamente ao
reconhecimento pelo seu trabalho, foi encontrada uma associação positiva e moderada com o
BEP, r (116) = .39, p < .001 indicando que, quanto maior a perceção de reconhecimento
profissionalmente pela instituição, mais elevados serão os níveis de BEP. Finalmente, não foi
encontrada uma associação significativa entre o BEP e o tempo de serviço, r (116) = .14, p =
.142.
Com o intuito de perceber como é que as variáveis se organizam para predizer o BEP,
foi realizada uma regressão hierárquica, com o BEP como VD e o género, a necessidade de
apoio emocional, o reconhecimento do seu trabalho, a empatia e a DERS como VIs. No
primeiro bloco foi colocado o género, no segundo foi-lhe adicionada a necessidade de apoio e
a perceção de reconhecimento e, por fim, no último bloco constam as variáveis psicológicas
(empatia e DERS). Os três modelos são estatisticamente significativos, sendo que o primeiro
20
explica 4% da variância, F (1, 114) = 4.96, p = .03, R² = .04, o segundo explica mais 25%, F
(3, 112) = 12.49, p = < . 001, R² = .25, e, por fim, o terceiro acrescenta 58% da variância, F
(5, 110) = 30.22, p = <. 001, R² = .58. A partir da análise do segundo e do último bloco,
verificou-se que sentir uma menor necessidade de obter apoio emocional, β = -.274, t = -3.26,
p = .001), ser homem, β = .160, t = 2.47, p = .02, sentir-se mais reconhecido
profissionalmente, β = .179, t = 2.47, p < .001 e ter menos dificuldades de regulação
emocional, β = -.644, t = -9.24, p < .001 prevê significativamente o BEP (ver Tabela 4).
Tabela 4.
21
IV. Discussão
Através da análise de resultados, é importante destacar que apenas parte das hipóteses
previamente propostas foram confirmadas. Embora haja alguma divergência na literatura
(Monahan, 1989), a maioria dos autores concorda que as mulheres tendem a ser mais
empáticas que os homens (Baron-Cohen & Wheelwright, 2004; Macaskill et al., 2002;
Rueckert & Naybar, 2008). A verdade é que, no presente estudo, também encontrámos
diferenças significativas entre homens e mulheres, sendo que as últimas revelaram níveis de
empatia mais elevados.
22
e intensidade de emoções positivas e negativas do que os homens (Diener & Ryan, 2009).
Tendo em conta que estamos a estudar uma amostra de profissionais que trabalha num
contexto emocionalmente desafiante, onde lidam regularmente com a dor, a perda e a
angústia, a frequência e a intensidade das emoções nas profissionais do género feminino
podem não ser benéficas, pois podem estar associadas ao desgaste emocional (Portoghese et
al., 2020). Além disso, é notável que as profissionais femininas não revelaram diferenças
significativas na regulação emocional, em comparação com os homens, apesar de terem mais
emoções para regular. Isto pode explicar o facto de os homens terem atingido valores
superiores de BEP neste estudo, já que não foram encontrados estudos que tenham replicado
estes resultados com as escala global do BEP.
É importante verificar que a maioria dos profissionais neste estudo (54%) não teve
programas educacionais considerados longos. Esta observação sugere que a adoção de
formações mais intensivas e prolongadas no tempo pode ser crucial para gerar resultados
significativamente diferentes e benéficos. Isto destaca a importância do investimento em
educação contínua e da formação neste contexto profissional. Esta não contribui apenas para
o desenvolvimento de novas habilidades clínicas e de comunicação, mas também ajuda os
profissionais a lidar com o processamento das emoções, contribuindo positivamente para a
regulação emocional, a empatia e o bem-estar dos profissionais.
A hipótese relativa ao tempo de serviço também não foi confirmada, visto que não se
verificou uma associação significativa com o BEP. Esperava-se que, devido à exposição
recorrente aos fatores de risco, o BEP diminuísse ao longo do tempo (Barbosa et al., 2014;
Silva, 2021). Este resultado pode estar relacionado com o perfil da maioria dos participantes
da amostra (83%) que, independentemente dos anos de serviço em CP, possui formação
especializada na área. Cerca de 64% dos participantes relatou ter recebido mais que 10 horas
de formação em técnicas de comunicação, 79% tiveram formação sobre reflexões acerca do
processo de morrer e a dimensão ética em fim de vida, e 83% tiveram formação sobre o luto.
Segundo Mol e colaboradores (2015), a investigação tem verificado a importância dos
programas educacionais junto dos profissionais de saúde no que concerne ao aprender a lidar
com o sofrimento e à aquisição de competências de comunicação, mencionadas como
possíveis prevenções do seu bem-estar. Atualmente, a aquisição de estratégias não ocorre
apenas através dos anos de experiência profissional mas também é influenciada pelos
programas e formação oferecidos pelas instituições de saúde. Esta perspetiva ressalta, mais
uma vez, a importância das instituições de saúde em investirem em programas de formação e
desenvolvimento profissional para garantir o bem-estar emocional dos profissionais e a
qualidade dos cuidados prestados aos pacientes em situações de fim de vida. Por outro lado,
pode estar relacionado com o facto de que esses profissionais desenvolvem uma maior
capacidade de autoaceitação e de resiliência com a experiência profissional, ao longo da sua
carreira (Lopes, 2010).
24
A hipótese de que os profissionais que sentem necessidade de obter apoio emocional
com maior frequência revelam níveis inferiores de bem-estar foi confirmada. Esta tendência
é especialmente evidente em situações de trabalho desafiantes, onde há uma carga emocional
significativa a ser processada (Santana-López et al., 2022).
Finalmente, foi, também, confirmada a hipótese de que existe uma associação positiva
entre a perceção de reconhecimento pelo seu trabalho e o BEP dos profissionais de saúde. Isto
sugere que, quando os profissionais de saúde se sentem valorizados e apreciados pelo que
fazem, isso pode ter um impacto positivo na sua saúde mental. Este reconhecimento pode
25
ocorrer quando os profissionais se sentem valorizados pela instituição onde trabalham, através
do feedback positivo dos seus pacientes e famílias ou quando existe um ambiente solidário
com colegas e supervisores, o que pode ter um papel fundamental na redução do stress e na
promoção do BEP.
26
outros fatores previamente mencionados: género, necessidade de apoio e regulação
emocional.
27
V - Conclusão
Ao mesmo tempo, sugere-se que estudos futuros considerem a análise das dimensões
do BEP em função das diferenças de género, a fim de se perceber se os resultados comumente
encontrados na literatura (Li et al., 2015; Matud et al., 2019; Ryff & Keyes, 1995) se replicam
mesmo em contexto de CP. Da mesma forma, seria interessante explorar as variáveis
estudadas em diferentes categorias de profissionais de saúde, uma vez que as caraterísticas
psicológicas e sociais podem ter impactos distintos em grupos profissionais diversos. Estas
abordagens mais específicas podem enriquecer ainda mais a nossa compreensão sobre os
fatores que afetam o BEP dos profissionais de saúde em CP.
29
Referências Bibliográficas
Ahrens, C., & Ryff, C. (2006). Multiple roles and well-being: Sociodemographic and
Psychological Moderators. Sex Roles 55, 801–815). https://doi.org/10.1007/s11199-
006-9134-8
Altmann, T., & Roth, M. (2021). The risk of empathy: longitudinal associations between
empathy and burnout. Psychology & health, 36(12), 1441–1460.
https://doi.org/10.1080/08870446.2020.1838521
American College of Surgeons (2017). ACS TQIP Palliative Care Best Practices Guidelines.
https://www.facs.org/media/g3rfegcn/palliative_guidelines.pdf
Back, A., Steinhauser, K., Kamal, A., & Jackson, V. (2016). Building Resilience for
Palliative Care Clinicians: An Approach to Burnout Prevention Based on Individual
Skills and Workplace Factors. Journal of Pain and Symptom Management, 52(2), 284-
291. https://doi.org/10.1016/j.jpainsymman.2016.02.002
Barbosa, S., Souza, S., & Moreira, J. (2014). A fadiga por compaixão como ameaça à
qualidade de vida profissional em prestadores de serviços hospitalares. Revista
Psicologia Organizações e Trabalho, 14(3), 315-323.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-
66572014000300007
30
Baron-Cohen, S., & Wheelwright, S. (2004). The Empathy quotient: An investigation of
adults with Asperger syndrome or high functioning autism, and normal sex
differences. Journal of Autism and Developmental Disorders, 34, 163-175.
https://doi.org/10.1023/b:jadd.0000022607.19833.00.
Barrué, P., & Sánchez-Gómez, M. (2021). The emotional experience of nurses in the Home
Hospitalization Unit in palliative care: A qualitative exploratory study. Enfermeria
clinica (English Edition), 31(4), 211–221. https://doi.org/10.1016/j.enfcle.2020.11.005
Boylan, J. & Ryff, C. (2015). Psychological well-being and metabolic syndrome: findings
from the midlife in the United States national sample. Psychosomatic medicine,
77(5), 548-558. http://dx.doi.org/10.1097/ PSY.0000000000000192
Brotheridge, C., & Lee, R. (2003). Development and validation of the emotional labour
scale. Journal of occupational and Organizational Psychology, 76(3), 365-379.
Bunin, J., Shohfi, E., Meyer, H., Ely, E. W., & Varpio, L. (2021). The burden they bear: A
scoping review of physician empathy in the intensive care unit. Journal of critical
care, 65, 156–163. https://doi.org/10.1016/j.jcrc.2021.05.014
Caro, M., San-Martín, M., Delgado-Bolton, R., & Vivanco, L. (2017). Empathy, loneliness,
burnout, and life satisfaction in Chilean nurses of palliative care and homecare
services. Enfermeria clinica, 27(6), 379–386.
https://doi.org/10.1016/j.enfcli.2017.04.007
Carvalho, P. (2011). Estudo da Fadiga por Compaixão nos Cuidados Paliativos em Portugal:
tradução e adaptação cultural da escala “Professional Quality Of Life 5”
[Dissertação de Mestrado, Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica
Portuguesa]. Repositório Institucional da Universidade Católica Portuguesa.
https://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/8918/1/8918.pdf
Cohen, J. (1988). Statistical Power Analysis for the Behavioral Sciences (2nd ed.). Lawrence
Erlbaum.
31
Comissão Nacional de Cuidados Paliativos (2021). Plano Estratégico para o
Cosentino, C., D'apice, C., Del Gaudio, M., Bertoletti, C., Bini, M., Liotti, M. C., Melli, E.,
Tesa, F., Sarli, L., & Artioli, G. (2021). Effectiveness of Expressive Writing protocol
in Palliative Care Healthworkers: a quantitative study. Acta bio-medica: Atenei
Parmensis, 92(2). https://doi.org/10.23750/abm.v92iS2.11468
Coutinho, J., Ribeiro, E., Ferreirinha, R., & Dias, P. (2010). Versão portuguesa da Escala de
Dificuldades de Regulação Emocional e sua relação com sintomas psicopatológicos.
Rev. Psiquiatr. Clínica, 37(4), 145–151. https://doi.org/10.1590/S0101-
60832010000400001
Diener, E., & Ryan, K. (2009). Subjective well-being: A general overview. South African
Journal of Psychology, 39(4), 391–406. https://doi.org/10.1177/008124630903900402
Diener, E., & Scollon, C. (2014). The what, why, when, and how of teaching the science of
subjective well-being. Teaching of Psychology, 41(2), 175-183.
Elvira, T., Ibáñez del Prado, C., & Cruzado, J. (2023). Psychological well-being in palliative
care: A systematic review. OMEGA - Journal of Death and Dying, 87(2), 377–400.
https://doi.org/10.1177/00302228211019203
32
Erikson E. (1963). Childhood and Society. (2nd ed). Norton.
Fernández Sánchez, J., Pérez Mármol, J., & Peralta Ramírez, M. (2017). Influencia de
factores sociodemográficos, laborales y de estilo de vida sobre los niveles de burnout
en personal sanitario de cuidados paliativos. Anales del sistema sanitario de Navarra,
40(3), 421–431. https://doi.org/10.23938/ASSN.0114
Fernández-Sánchez, J., Pérez-Mármol, J., Santos-Ruiz. A., Pérez-García, M., & Peralta-
Ramírez, M. (2018). Burnout y funciones ejecutivas en personal sanitario de Cuidados
Paliativos: influencia del desgaste profesional sobre la toma de decisiones. Anales del
sistema sanitário de Navarra, 41(2), 171-180. https://doi.org/10.23938/ASSN.0308
Freire, R., Sousa, M., Pereira, F., & Martins, T. (2019). Estudo das propriedades
psicométricas da Escala de Bem-Estar Psicológico de 42 itens. Revista Portuguesa
de Enfermagem de Saúde Mental, (21), 31-39.
http://dx.doi.org/10.19131/rpesm.0235
Galiana, L., Sansó, N., Muñoz-Martínez, I., Vidal-Blanco, G., Oliver, A., & Larkin, P.
(2022). Palliative care professionals’ inner life: Exploring the mediating role of self-
compassion in the prediction of compassion satisfaction, compassion fatigue, burnout
and wellbeing. Journal of Pain and Symptom Management, 63(1), 112-123.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jpainsymman.2021.07.004
Gamondi, C., Larkin, P., & Payne, S. (2013). Core competencies in palliative care: An EAPC
white paper on palliative care education - Part 2. European Journal of Palliative Care,
20(3), 140-145. https://www.sicp.it/wp-
content/uploads/2018/12/6_EJPC203Gamondi_part2_0.PDF
Garcia, A., Ferreira, A., Silva, L., Conceição, V., Nogueira, D., & Mills, J. (2022). Mindful
Self-Care, Self-Compassion, and Resilience Among Palliative Care Providers
During the COVID-19 Pandemic. Journal of pain and symptom management, 64(1),
33
49–57. https://doi.org/10.1016/j.jpainsymman.2022.03.003
Garcia-Alandete, J., Soucase, B., Selles, P., & Martinez, R. (2013). Papel preditivo do sentido
da vida sobre o Bem-Estar Psicológico e diferenças de género. Acta Colombiana de
Psicología 26(1), 17-24.
Gillman, L., Adams, J., Kovac, R., Kilcullen, A., House, A., & Doyle, C. (2015). Strategies to
promote coping and resilience in oncology and palliative care nurses caring for adult
patients with malignancy: a comprehensive systematic review. JBI database of
systematic reviews and implementation reports, 13(5), 131–204.
https://doi.org/10.11124/jbisrir-2015-1898
Giorgi, G., Lecca, L., Leon-Perez, J., Pignata, S., Topa, G., & Mucci, N. (2020). Emerging
Issues in Occupational Disease: Mental Health in the Aging Working Population and
Cognitive Impairment-A Narrative Review. BioMed research international.
https://doi.org/10.1155/2020/1742123
Gross, J. (1998). The emerging field of emotion regulation: An integrative review. Review of
General Psychology, 2(5), 271-299. https://doi.org/10.1037/1089-2680.2.3.271
Holland, K. D., & Holahan, C. K. (2003). The relation of social support and coping to
positive adaptation to breast cancer. Psychology & Health, 18(1), 15–29.
https://doi.org/10.1080/0887044031000080656
34
Kamau, C., Medisauskaite, A., & Lopes, B. (2014). Orientations can avert psychosocial risks
to palliative staff. Psycho-oncology, 23(6), 716–718. https://doi.org/10.1002/pon.3496
Kase, S., Waldman, E., & Weintraub A. (2018). Cross-Sectional Pilot Study of Compassion
Fatigue (CF), Burnout (BO), and Compassion Satisfaction (CS) in Pediatric Palliative
Care (PPC) Providers (S704). Journal of Pain and Symptom Management, 55(2), 657–
658. https://doi.org/10.1016/j.jpainsymman.2017.12.358
Kase, S., Waldman, E., & Weintraub, A. (2019). A cross-sectional pilot study of compassion
fatigue, burnout, and compassion satisfaction in pediatric palliative care providers in
the United States. Palliative & supportive care, 17(3), 269–275.
https://doi.org/10.1017/S1478951517001237
Kaur, A., Sharma, M., & Chaturvedi, S. (2022). Psychological Well-Being amongst Cancer
Palliative Care Professionals working in Bengaluru, India. Indian journal of palliative
care, 28(1), 37–42. https://doi.org/10.25259/IJPC_115_21
Kline, R. (2011). Principles and practice of structural equation modeling (3rd ed.). Guilford
Press.
Kolben, T., Haberland, B., Degenhardt, T., Burgmann, M., Koenig, A., Kolben, T. M.,
Ulbach, K., Mahner, S., Bausewein, C., Harbeck, N., & Wuerstlein, R. (2018).
Evaluation of an interdisciplinary palliative care inhouse training for professionals in
gynecological oncology. Archives of gynecology and obstetrics, 297(3), 767–773.
https://doi.org/10.1007/s00404-018-4681-0
Li, R., Kao, C., & Wu, Y. (2015). Gender differences in psychological well-being: tests of
factorial invariance. Quality of life research: an international journal of quality of life
aspects of treatment, care and rehabilitation, 24(11), 2577–2581.
https://doi.org/10.1007/s11136-015-0999-2
Limpo, T., Alves, R., & Castro, S. (2010). Medir a empatia: Adaptação portuguesa do Índice
de Reactividade Interpessoal. Laboratório de Psicologia, 8(2), 171–184.
https://doi.org/10.14417/lp.640
Macaskill, A., Maltby, J., Day, L. (2002). Forgiveness of self and others and emotional
empathy. The Journal of Social Psychology, 142, 663-665.
Macuka, I., & Junaković, I. (2021). A Cross-Sectional Study of Job Satisfaction and Intention
to Leave Job in Palliative Care in Croatia. Journal of palliative care.
https://doi.org/10.1177/08258597211046704
Maffoni, M., Zanatta, F., Setti, I., Giorgi, I., Velutti, L., & Giardini, A. (2021). SMiLE to
Life: Meaning in life in healthcare professionals working in palliative care and
rehabilitation medicine. La Medicina del lavoro, 112(5), 387–400.
https://doi.org/10.23749/mdl.v112i5.11408
Matud, M., López-Curbelo, M., & Fortes, D. (2019). Gender and Psychological Well-Being.
International journal of environmental research and public health, 16(19).
https://doi.org/10.3390/ijerph16193531
Moir, C., Roberts, R., Martz, K., Perry, J., & Tivis, L. J. (2015). Communicating with patients
and their families about palliative and end-of-life care: comfort and educational needs
of nurses. International journal of palliative nursing, 21(3), 109–112.
https://doi.org/10.12968/ijpn.2015.21.3.109
Mol, M., Kompanje, E., Benoit, D., Bakker, J., & Nijkamp, M. (2015). The Prevalence of
Compassion Fatigue and Burnout among Healthcare Professionals in Intensive Care
Units: A Systematic Review. PloS one, 10(8).
https://doi.org/10.1371/journal.pone.0136955
Monahan, M. (1989). Gender Differences in Empathy: Are Women Really More Empathic tha
Men?
Moreno-Milan, B., Breitbart, B., Herreros, B., Olaciregui Dague, K., & Coca Pereira, M.
(2021). Psychological well-being of palliative care professionals: Who cares?.
36
Palliative & supportive care, 19(2), 257–261.
https://doi.org/10.1017/S1478951521000134
Moreno-Milan, B., Cano-Vindel, A., Lopez-Dóriga, P., Medrano, L. A., & Breitbart, W.
(2019). Meaning of work and personal protective factors among palliative care
professionals. Palliative & supportive care, 17(4), 381–387.
https://doi.org/10.1017/S147895151800113X
Morita, T., Miyashita, M., Kimura, R., Adachi, I., & Shima, Y. (2004). Emotional burden of
nurses in palliative sedation therapy. Palliative Medicine, 18, 550-557.
https://doi.org/10.1191/0269216304pm911oa
Moudatsou, M., Stavropoulou, A., Philalithis, A., & Koukouli, S. (2020). The role of empathy
in health and social care professionals. Healthcare, 8(1), 1–9.
https://doi.org/10.3390/healthcare8010026
Nardino, F., Olesiak, L. R., & Quintana, A. M. (2021). Significações dos cuidados paliativos
para profissionais de um serviço de atenção domiciliar. Psicologia: Ciência e
Profissão, 41, 1-16. https://doi.org/10.1590/1982-3703003222519
Nolen-Hoeksema, S., & Aldao, A. (2011). Diferenças de género e idade nas estratégias de
regulação emocional e sua relação com sintomas depressivos. Personalidade e
diferenças individuais, 51 (6), 704–708. https://doi.org/10.1016/j.paid.2011.06.012
Oldenburger, E., & De Roo, M. (2023). Burnout of healthcare professionals in supportive and
palliative care: a summary of recent literature. Current opinion in supportive and
palliative care, 17(1), 77–83. https://doi.org/10.1097/SPC.0000000000000638
O'Mahony, S., Ziadni, M., Hoerger, M., Levine, S., Baron, A., & Gerhart, J. (2018).
Compassion Fatigue Among Palliative Care Clinicians: Findings on Personality
Factors and Years of Service. The American journal of hospice & palliative care,
35(2), 343–347. https://doi.org/10.1177/1049909117701695
Parola, V., Coelho, A., Cardoso, D., Sandgren, A., & Apóstolo, J. (2017). Prevalence of
burnout in health professionals working in palliative care: a systematic review. JBI
database of systematic reviews and implementation reports, 15(7), 1905–1933.
37
https://doi.org/10.11124/JBISRIR-2016-003309
Pereira, J. (2014). Dificuldades de Regulação Emocional e Estratégias de Resolução de
Conflitos com indivíduos num relacionamento íntimo [Dissertação de Mestrado].
Repositório da Universidade do Porto. https://repositorio-
aberto.up.pt/bitstream/10216/79356/2/34432.pdf
Pereira, L. M., Andrade, S. M., & Theobald, M. R. (2022). Cuidados paliativos: desafios para
o ensino em saúde. Revista Bioética, 30(1), 149–161. https://doi.org/10.1590/1983-
80422022301515PT
Pereira, S. M., Fonseca, A. M., & Carvalho, A. S. (2011). Burnout in palliative care: A
systematic review. Nursing ethics, 18(3), 317–326.
https://doi.org/10.1177/0969733011398092
Pereira, S., Teixeira, C., Ribeiro, O., Hernández-Marrero, P., Fonseca, A., & Carvalho, A.
(2014). Burnout em médicos e enfermeiros: estudo quantitativo e multicêntrico em
unidades de cuidados paliativos em Portugal. Revista de Enfermagem Referência,
4(3), 55-64. http://dx.doi.org/10.12707/RIII13178
Pestana, M. & Gageiro, J. (2008). Análise de dados para ciências sociais - a
complementaridade do SPSS (5a ed.). Edições Sílabo.
Portoghese, I., Galletta, M., Larkin, P., Sardo, S., Campagna, M., Finco, G., & D’Aloja, E.
(2020). Compassion fatigue, watching patients suffering and emotional display rules
among hospice professionals: a daily diary study. BMC Palliative Care, 19(1), 1–7.
https://doi.org/10.1186/s12904-020-0531-5
Rossi, V., Martins, M., Tashima-Cid, D., & Dias, M. (2020). Reflexões sobre bem-estar
subjetivo, bem-estar psicológico e bem-estar no trabalho. Revista Organizações Em
Contexto, 16(31), 151–175. https://doi.org/10.15603/1982-8756/roc.v16n31p151-175
Rueckert, L., & Naybar, N. (2008). Gender differences in empathy: The role of the right
hemisphere. Brain and Cognition, 67, 162-167.
https://doi.org/10.1016/j.bandc.2008.01.002
38
Ryff, C. (1989). Happiness is everything, or is it? Explorations on the meaning of
psychological well-being. Journal of Personality and Social Psychology, 57(6), 1069-
1081. http://doi.org/10.1037/0022-3514.57.6.1069
Ryff, C. (2002). Optimizing well-being: the empirical encounter of twon traditions. Journal of
personality and social psychology, 82(6), 1007-1022. https://doi.org/10.1037/0022-
3514.82.6.1007
Ryff, C., & Keyes, C. (1995). The structure of psychological well-being revisited. Journal of
personality and social psychology, 69(4), 719–727. https://doi.org/10.1037//0022-
3514.69.4.719
Sansó, N., Galiana, L., Oliver, A., Pascual, A., Sinclair, S., & Benito, E. (2015). Palliative
Care Professionals' Inner Life: Exploring the Relationships Among Awareness, Self-
Care, and Compassion Satisfaction and Fatigue, Burnout, and Coping With Death.
Journal of pain and symptom management, 50(2), 200–207.
https://doi.org/10.1016/j.jpainsymman.2015.02.013
Santana, V., & Gondim S. (2016). Regulação emocional, bem-estar psicológico e bem-estar
subjetivo. Estudos de Psicologia, 21 (19), 58-68. https://doi.org/10.5935/1678-
4669.20160007
Santana-López, B., Santana-Padilla, Y., Bernat-Adell, M., González-Martín, J., & Santana-
Cabrera, L. (2022). The Need for Psychological Support of Health Workers during the
COVID-19 Pandemic and the Influence on Their Work. International journal of
environmental research and public health, 19(15).
https://doi.org/10.3390/ijerph19158970
Segrin, C., & Taylor, M. (2007). Positive interpersonal relationships mediate the association
between social skills and psychological well-being. Personality and Individual
Differences, 43(4), 637–646. https://doi.org/10.1016/j.paid.2007.01.017
Seow, H., Bishop, V., Myers, J., Stajduhar, K., Marshall, D., Incardona, N., Levine, O.,
Steinberg, L., & Bainbridge, D. (2023). Outcome measures in palliative care
training interventions: a systematic review of trial-based studies. Annals of
palliative medicine, 12(2), 399–417. https://doi.org/10.21037/apm-22-947
Tabachnick, B., & Fidell, L. (2019). Using Multivariate Statistics (7th ed.). Pearson.
39
Tamir, M. (2011). The Maturing Field of Emotion Regulation. Emotion Review, 3(1), 3–7.
https://doi.org/10.1177/1754073910388685
Tamres, L., Janicki, D., & Helgeson, V. (2002). Sex Differences in Coping Behavior: A
Meta-Analytic Review and an Examination of Relative Coping. Personality and
Social Psychology Review, 6(1), 2-30.
https://doi.org/10.1207/S15327957PSPR0601_1
Taylor, J., & Aldridge, J. (2017). Exploring the rewards and challenges of paediatric
palliative care work – a qualitative study of a multi-disciplinary children's hospice
care team. BMC PalliatCare, 16(1), 73. https://doi.org/10.1186/s12904-017-0254-4
Téo, I., Ng, S., Bundoc, F. G., Malhotra, C., Ozdemir, S., Steel, J., & Finkelstein, E. (2023).
A prospective study of psychological distress among patients with advanced cancer
and their caregivers. Cancer medicine, 12(8), 9956–9965.
https://doi.org/10.1002/cam4.5713
Wong, K., Chow, A., & Chan, I. (2022). Effectiveness of Educational Programs on Palliative
and End-of-life Care in Promoting Perceived Competence Among Health and Social
Care Professionals. The American journal of hospice & palliative care, 39(1), 45–53.
https://doi.org/10.1177/10499091211038501
Yan, Z., Zeng, X., Su, J., & Zhang, X. (2021). The dark side of empathy: Meta-analysis
evidence of the relationship between empathy and depression. PsyCh journal, 10(5),
794–804. https://doi.org/10.1002/pchj.482
Zhou, T., Xu, C., Wang, C., Sha, S., Wang, Z., Zhou, Y., Zhang, X., Hu, D., Liu, Y., Tian, T.,
Liang, S., Zhou, L., & Wang, Q. (2022). Burnout and well-being of healthcare
workers in the post-pandemic period of COVID-19: a perspective from the job
demands-resources model. BMC health services research, 22(1), 284.
https://doi.org/10.1186/s12913-022-07608-z
40