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Instalações prediais

Professora: Simone Danielle Aciole Morais Marinho

Curso de Engenharia Civil


UEPB – CCTS - Campus VIII
Instalação predial de água fria
Instalação predial de água fria

Ramal predial

⚫ Para fins de dimensionamento, admite-se as seguintes


premissas:

1. Que o abastecimento da rede seja contínuo;


2. Que a vazão seja suficiente para suprir o consumo
diário de 24h;
3. Que a velocidade varie na faixa de 0,60m/s a 1m/s.
Instalação predial de água fria
Ramal predial

⚫ A vazão a ser considerada no ramal predial é dada


pela seguinte equação:

⚫ Onde:
⚫ Qmin = vazão mínima (L/s)
⚫ Cd = consumo médio diário
⚫ 86400 = quantidade de segundos do dia
Instalação predial de água fria
Ramal predial

⚫ A partir da vazão e de equações fundamentais da


hidráulica, é determinado o diâmetro do ramal
predial:

⚫ Onde:
⚫ Dmin = diâmetro mínimo (mm)
⚫ Qmin = vazão mínima (l/s)
⚫ V = velocidade (m/s)
Instalação predial de água fria
Ramal predial

⚫ Exemplo: Um edifício tem um consumo diário


de 33600 litros. Dimensione o seu ramal
predial.
Instalação predial de água fria
Alimentador predial

⚫ Depois do dimensionamento do ramal, basta


adotar o mesmo valor para o alimentador
predial.
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Ramais:

⚫ O dimensionamento dos ramais pode ser realizado


através de dois critérios:

1. Consumo máximo possível


2. Consumo máximo provável
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Ramais:

⚫ Método do consumo máximo possível

❑ Este método é baseado na hipótese de que os diversos aparelhos


servidos pelo ramal são utilizados simultaneamente, de forma que a
descarga na montante do ramal será a soma das descargas em cada
um dos sub-ramais.

❑ Esta hipótese ocorre, geralmente, em instalações onde o regime de


uso determina essa ocorrência, como no caso de fábricas,
estabelecimentos de ensino, quartéis, etc.

❑ Segundo Macintyre, este método aplica-se também em residências


que exista apenas um ramal alimentando as peças nos banheiros,
cozinha e área de serviço, pois é possível que funcionem ao mesmo
tempo a descarga do vaso, a pia da cozinha e o tanque de lavar.
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Ramais:

⚫ Método do consumo máximo possível

O dimensionamento é realizado usando o Método das


Seções Equivalentes, em que todos os diâmetros são expressos
em função da vazão obtida com o tubo de 15 mm (1/2”).

A Tabela 4.1 fornece, para os diversos diâmetros, o número


de tubos de 15 mm que seriam necessários para permitir a
mesma descarga com base no diâmetro mínimo dos sub-
ramais (Tabela 3.5).
Instalação predial de água fria
Ramais:

⚫ Método do consumo máximo possível


Tabela 4.1 – Correspondência de tubos de diversos diâmetros com o de 15 mm (1/2”)
Instalação predial de água fria
Exemplo: Dimensione o ramal conforme o esquema abaixo,
segundo o método do consumo máximo possível:

A.F.
15,8 A 14,8 B 3,9 C 2,9 D

1 10,9 1 2,9

pia de Vaso lavatório tanque


cozinha sanitário c/
válvula
(15 mm) (32 mm) (15 mm) (20 mm)

Pela tabela 4.1 temos que a Trechos Equivalência Diâmetros


seção do encanamento de 20
CD 2,9 20
mm equivale a 2,9 vezes a do
encanamento de 15, e assim por BC 3,9 25

diante. AB 14,8 40
OA 15,8 40
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Ramais:

LAV.
Exercício 1: No último
pavimento de um edifício
comercial foi construído um LAV.
restaurante, cuja instalação
sanitária contém 2 lavatórios,
2 mictórios de descarga MIC.

descontínua e 1 chuveiro,
conforme mostrado abaixo.
MIC.
Dimensione o ramal e os sub-
ramais.
CH.
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Ramais:

⚫ Método do consumo máximo provável

❑ Este método é baseado na hipótese de que o uso simultâneo


de todos os aparelhos em um mesmo ramal é pouco provável
e essa probabilidade de funcionamento simultâneo diminui
com o aumento do número de aparelhos.

❑ Existem diversos métodos de dimensionamento baseados


neste critério. Vamos estudar nesta disciplina o método
recomendado pela NBR 5626 – Método da Soma dos Pesos.
Instalação predial de água fria
Ramais:

⚫ Método do consumo máximo provável

1) Verificar o peso relativo de cada aparelho sanitário conforme


indicado na Tabela 4.2.

2) Somar os pesos dos aparelhos alimentados em cada trecho de


tubulação.

3) Calcular a vazão em cada trecho da tubulação através da


equação abaixo ou do ábaco 4.1.

Q = 0,3   Pesos
Instalação predial de água fria
Ramais: ⚫ Método do consumo máximo provável
Tabela 4.2 – Pesos relativos nos pontos de utilização identificados em função do aparelho sanitário e da
peça de utilização.

Fonte: NBR 5626, 2020


Ramais:

Ábaco 4.1 – Diâmetros e vazões


em função dos pesos.
Instalação predial de água fria
Ramais:

4) Determinar o diâmetro de cada trecho da tubulação através do


ábaco 4.1 ou da Figura 4.1.

5) Verificar se a velocidade atende ao limite estabelecido por norma.

Segundo a NBR 5626, as tubulações devem ser dimensionadas de


modo que a velocidade da água, em qualquer trecho de
tubulação, não atinja valores superiores a 3 m/s.

A velocidade pode ser calculada pela fórmula clássica vazão sobre área:

V = Q/A
Instalação predial de água fria
Ramais:

Figura 4.1 : Diâmetro correspondente aos pesos dos pontos de utilização.


Instalação predial de água fria
Ramais:

ou, como no caso a seção é circular, temos:


V = 4000.Q/(.D2)
onde:
V = velocidade em m/s;
Q = vazão, em l/s;
D = diâmetro da tubulação, em mm.

6) Verificar a perda de carga nos tubos e nas conexões

7) Verificar se a pressão se situa dentro dos limites estabelecidos por norma.

A pressão dinâmica disponível em qualquer trecho pode ser obtida através da


seguinte expressão:

Pjusante = Pmontante ± Desnível – J


Instalação predial de água fria
Ramais:

❑ A NBR 5626, estabelece que em qualquer ponto de utilização da


rede predial deve-se ter:

Pestática < 40mca


Pdinâmica > 0,5mca

❑ A Tabela 4.3 apresenta as pressões dinâmicas mínimas para as


peças de utilização conforme recomendações da NBR 5626.
Instalação predial de água fria
Tabela
Ramais: 4.3– Pressão dinâmica mínima nos pontos de utilização identificados em função do aparelho
sanitário e da peça de utilização.

Fonte: NBR 5626


Instalação predial de água fria

Exemplo: Uma coluna de água


fria alimenta, no 4° pavimento
de um edifício residencial de
seis andares, um ramal cuja
derivação tem uma pressão
disponível de 7,30 m.c.a,
conforme isométrico dado a
seguir. Dimensione os sub-
ramais, o ramal e ache as
pressões disponíveis nos pontos
de ligação das peças de
utilização. Considere a
tubulação de ferro fundido e
despreze as perdas por
redução.
Instalação predial de água fria

RESOLUÇÃO DO EXEMPLO

A) Cálculo do sub-ramal:
Utilizando as Tabelas 3.4 e 3.5 e o ábaco 3.1 (Aula 3), temos:

Sub-ramal Q(l/s) Diametro (mm)


4-a (Chuveiro) 0,20 15
5-b (caixa de descarga) 0,15 15
6-c (ducha) 0,10 15
7-d (lavatório) 0,15 15
Instalação predial de água fria
Tabela 3.4 – Vazão nos pontos de utilização do aparelho sanitário e da peça de utilização.
Instalação predial de água fria
Tabela 3.5 - Diâmetro mínimo dos sub-ramais
Instalação predial de água fria

RESOLUÇÃO DO EXEMPLO

B) Cálculo do ramal:
1) Utilizando a Tabela 4.2, temos:

Aparelho Peso
Chuveiro 0,4
Ducha 0,4
Caixa de descarga 0,3
Lavatório 0,3
Instalação predial de água fria
Tabela 4.2 – Pesos relativos nos pontos de utilização identificados em função do aparelho sanitário e da
peça de utilização.
Instalação predial de água fria
Aparelho Peso
Chuveiro 0,4
RESOLUÇÃO DO EXEMPLO
Ducha 0,4
Caixa de descarga 0,3
2) Soma dos pesos:
Lavatório 0,3

Ramal Peças SPeso


1-2 Lavatório + Cx. Descarga + ducha + Chuveiro 1,4
2-3 Lavatório + Cx. Descarga + ducha + Chuveiro 1,4
3-4 Lavatório + Cx. Descarga + ducha + Chuveiro 1,4
4-5 Lavatório + Cx. Descarga + ducha 1,0
5-6 Lavatório + ducha 0,7
6-7 Lavatório 0,3
Instalação predial de água fria

RESOLUÇÃO DO EXEMPLO

3) Cálculo da Vazão:

Q = 0,3   Pesos
Ramal Peças SPeso Q (l/s)
1-2 Lavatório + Cx. Descarga + ducha + Chuveiro 1,4 0,35
2-3 Lavatório + Cx. Descarga + ducha + Chuveiro 1,4 0,35
3-4 Lavatório + Cx. Descarga + ducha + Chuveiro 1,4 0,35
4-5 Lavatório + Cx. Descarga + ducha 1,0 0,30
5-6 Lavatório + ducha 0,7 0,25
6-7 Lavatório 0,3 0,16
Instalação predial de água fria

Ábaco 4.1 – Diâmetros e vazões


em função dos pesos.
Instalação predial de água fria

Figura 4.1 : Diâmetro correspondente aos pesos dos pontos de utilização.


Instalação predial de água fria

RESOLUÇÃO DO EXEMPLO

4) Determinar o diâmetro de cada trecho da tubulação através do ábaco


4.1 ou Figura 4.1:

Ramal Peças SPeso Q (l/s) D


(mm)
1-2 Lavatório + Cx. Descarga + Ducha + Chuveiro 1,4 0,35 25
2-3 Lavatório + Cx. Descarga + Ducha + Chuveiro 1,4 0,35 25
3-4 Lavatório + Cx. Descarga + Ducha + Chuveiro 1,4 0,35 25
4-5 Lavatório + Cx. Descarga + Ducha 1,0 0,30 20
5-6 Lavatório + Ducha 0,7 0,25 20
6-7 Lavatório 0,3 0,16 20
Instalação predial de água fria

RESOLUÇÃO DO EXEMPLO

5) Verificar se a velocidade atende ao limite estabelecido por norma:


V = 4000.Q/(.D2)

Ramal Peças SPeso Q (l/s) D (mm) V (m/s)


1-2 Lavatório + Cx. Descarga + Bidê + 1,4 0,35 25 0,71
Chuveiro
2-3 Lavatório + Cx. Descarga + Bidê + 1,4 0,35 25 0,71
Chuveiro
3-4 Lavatório + Cx. Descarga + Bidê + 1,4 0,35 25 0,71
Chuveiro
4-5 Lavatório + Cx. Descarga + Bidê 1,0 0,30 20 0,95
5-6 Lavatório + Bidê 0,7 0,25 20 0,79
6-7 Lavatório 0,3 0,16 20 0,51
Instalação predial de água fria

RESOLUÇÃO DO EXEMPLO

6. Verificar a perda de carga nos tubos e nas conexões:


a) Encontrar a perda de carga unitária – Ábaco 3.1

Sub-ramal Q(l/s) D (mm) V(m/s) Ju (m/m)


4-a 0,20 15 1,00 0,16
(Chuveiro)
5-b (caixa de 0,15 15 0,70 0,06
descarga)
6-c (bidê ou 0,10 15 0,40 0,03
ducha)
7-d 0,15 15 0,70 0,06
(lavatório)
Instalação predial de água fria

Ábaco 3.1 – Ábaco de Fair-Whipple-Hsiao


para tubulações de aço galvanizado e ferro
fundido.
Instalação predial de água fria

Ramal Peças SPeso Q (l/s) D (mm) V (m/s) Ju(m/m)


1-2 Lavatório + Cx. Descarga + 1,4 0,35 25 0,71 0,04
Ducha + Chuveiro
2-3 Lavatório + Cx. Descarga + 1,4 0,35 25 0,71 0,04
Ducha + Chuveiro
3-4 Lavatório + Cx. Descarga + 1,4 0,35 25 0,71 0,04
Ducha + Chuveiro
4-5 Lavatório + Cx. Descarga + 1,0 0,30 20 0,95 0,09
Ducha
5-6 Lavatório + Ducha 0,7 0,25 20 0,79 0,065
6-7 Lavatório 0,3 0,16 20 0,51 0,030
Instalação predial de água fria

2,20
b) Encontrar comprimento virtual da tubulação, devido as

2,00
perdas de carga normal e localizadas – Tabela 3.1:

Trecho 4-a:
Lreal ----------------------------------- 1,90 m
1 registro de pressão (globo)---- 4,90 m
1 tê de saída de lado -------------- 1,00 m
1 joelho de 90o --------------------- 0,50 m
L = 8,30 m

Trecho 5-b:
Lreal ----------------------------------- 0.00 m
1 tê de saída de lado -------------- 1,00 m
L = 1,00 m
Instalação predial de água fria

Tabela 3.1 – Perda de carga em conexões – comprimento equivalente para tubos rugosos (aço-
carbono, galvanizado ou não)
Instalação predial de água fria
Instalação predial de água fria

b) Encontrar comprimento virtual da tubulação, devido as


perdas de carga normal e localizadas – Tabela 3.1:

Trecho 4-a:
Lreal ----------------------------------- 1,90 m
1 registro de pressão (globo)---- 11,1 m
1 tê de saída de lado -------------- 1,00 m
1 joelho de 90o --------------------- 0,50 m
L = 14,50 m

Trecho 5-b:
Lreal ----------------------------------- 0.00 m
1 tê de saída de lado -------------- 1,00 m
L = 1,00 m
Instalação predial de água fria

Trecho 6-c:
Lreal ----------------------------------- 0,00 m
1 tê de saída de lado -------------- 1,00 m
L = 1,00 m

Trecho 7-d:
Lreal ----------------------------------- 0,30 m
2 joelhos de 90o -------------------- 1,00 m
L = 1,30 m
Instalação predial de água fria

Trecho 1-2:
Lreal ------------------------------------- 0,30 m
1 joelho de 90o ---------------------- 0,70 m
1 tê de saída de lado -------------- 1,00 m
L = 2,00 m
Trecho 2-3:
Lreal -------------------------------------- 1,90 m
1 registro de gaveta -----------------0,10 m
1 joelho de 90o ----------------------- 0,70 m
L = 2,70 m

Trecho 3-4:
1 tê de passagem direta ---------- 0,40 m
Lreal ----------------------------------- 0,70 m
L = 1,10 m
Instalação predial de água fria

Trecho 4-5:
1 tê de passagem direta ----------- 0,40 m
Lreal ------------------------------------- 1,85 m
L = 2,25 m
Trecho 5-6:
1 tê de passagem direta ---------- 0,40 m
Lreal ----------------------------------- 0,40 m
L = 0,80 m

Trecho 6-7:
Lreal ----------------------------------- 0,70 m
L = 0,70 m
Instalação predial de água fria

c) Encontrar a perda de carga no sub-ramal:

Sub-ramal Q(l/s) D (mm) V(m/s) Ju (m/m) L(m) J (m)

4-a 0,20 15 1,00 0,16 14,50 2,32


(Chuveiro)
5-b (caixa 0,15 15 0,70 0,06 1,00 0,06
de
descarga)
6-c 0,10 15 0,40 0,03 1,00 0,03
(ducha)
7-d 0,15 15 0,70 0,06 1,3 0,078
(lavatório)
Instalação predial de água fria

d) Encontrar a perda de carga no ramal:

Ramal SPeso Q (l/s) D (mm) V (m/s) Ju(m/m) L(m) J (m)


1-2 1,1 0,31 25 0,71 0,04 2,20 0,088
2-3 1,1 0,31 25 0,71 0,04 2,70 0,11
3-4 1,1 0,31 25 0,71 0,04 1,10 0,044
4-5 0,7 0,25 20 0,95 0,09 2,25 0,201
5-6 0,4 0,19 20 0,79 0,065 0,80 0,052
6-7 0,3 0,16 20 0,51 0,030 0,70 0,021
Instalação predial de água fria

7. Verificar a pressão em cada ponto.

P1 = 7,30 m.c.a.
P2 = 7,30 – 0,088 = 7,212 m.c.a.
P3 = 7,212 + 1,90 – 0,11 = 9,00 m.c.a.
P4 = 9,00 – 0,044 = 8,96 m.c.a.
Pa = 8,96 – 1,90 – 2,32 = 4,74 m.c.a.
P5 = 8,96 – 0,201 = 8,76 m.c.a.
Pb = 8,76 – 0,06 = 8,70 m.c.a.
P6 = 8,76 – 0,052 = 8,71 m.c.a.
Pc = 8,71 – 0,03 = 8,68 m.c.a.
P7 = 8,71 – 0,021 = 8,69 m.c.a.
Pd = 8,69 – 0,30 – 0,078 = 8,312 m.c.a.

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