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Instalações prediais

Professora: Simone Danielle Aciole Morais Marinho

Curso de Engenharia Civil


UEPB – CCTS - Campus VIII
Pressão
Conceito

Pressão é o efeito que uma força

produz em uma superfície de


contato sobre a qual ela é aplicada.

Na hidráulica também é assim. A


água dentro de um tubo contêm
peso, o qual exerce uma
determinada pressão nas paredes
do tubo.
Pressão
A pressão que a água exerce sobre uma superfície qualquer
depende da altura do nível da água até essa superfície, ou
seja, independe do volume da água contida no tubo.
Pressão
⚫ Nos prédios, o que ocorre com a
pressão exercida pela água nos
diversos pontos da canalização é o
mesmo que nos do exemplo anterior.

⚫ A pressão depende da altura do nível


da água, desde um ponto qualquer da
tubulação, até o nível d’água do
reservatório.
Se a altura for grande a pressão é grande. Se
a altura diminui a pressão diminui.
Pressão

⚫ Pressões são medidas em kgf/cm².

⚫ Há outras formas, no entanto, de expressarmos as medidas


de pressão: uma delas, também bastante usual é o m.c.a
(metro de coluna d’água), outra unidade de pressão é o
Pascal (Pa).

➢ Pode-se afirmar que:

1 kgf/cm2 = 10 m.c.a = 98100 Pa.


Pressão

PERGUNTA-SE:

⚫ Se você mora no 7º pavimento de um edifício de 10


andares a pressão no chuveiro é maior no seu
apartamento ou em um apartamento localizado no
3º andar?

⚫ Você poderia saber qual é exatamente a diferença


existente entre o nível da torneira e o da caixa
d’água?
Pressão estática, dinâmica e de serviço

⚫ Existem diferenças se as pressões nos tubos forem


medidas com a água parada (estática) e com a
água em movimento (dinâmica).

⚫ No primeiro caso dizemos que a pressão chama-se


pressão estática. No segundo caso, com água em
movimento, a pressão é denominada de pressão
dinâmica.

⚫ A pressão de serviço é a pressão máxima a que


podemos submeter um tubo, conexão, válvula,
registro ou outro dispositivo, quando em uso normal.
Perda de carga

Até agora demonstramos que a pressão só varia com a


altura da coluna de água.

Mas, como se explica então o fato de que podemos aumentar a


pressão em um chuveiro, por exemplo, simplesmente aumentando o
diâmetro da tubulação que abastece esse chuveiro?
Perda de carga
Com o aumento da velocidade na tubulação, o
líquido passa a se comportar de forma turbulenta
(agitada), causando grandes choques entre as
partículas.

Esses choques causam uma resistência ao movimento,


fazendo com que o líquido perca parte de sua
energia – É o mesmo que dizer que o líquido perde
pressão.

Isto acontece, em grande parte, devido a rugosidade


do tubo. Quanto mais rugoso for o material do tubo,
maior será o atrito interno e o choque das partículas
entre si. Consequentemente a perda de energia do
líquido será maior.
Perda de carga

Esta perda de energia que se traduz em


forma de perda de pressão é o que
denominamos perda de carga.

Daí a grande vantagem em se utilizar


materiais lisos em tubulações, como é o
caso do PVC.
Perda de carga localizada

➢ No caso em que a água sofre mudanças de


direção, como por exemplo em joelhos,
reduções, tês, ou seja, em que ela passa por
conexões ou registros, ocorre ali uma perda
de carga chamada localizada.

➢ Isto é fácil de entender, se pensarmos que


nestes pontos há uma grande turbulência
concentrada, a qual aumenta os choques entre
as partículas da água.
Norma

É por isso que, quanto maior for o número de conexões de um trecho


de tubulação, maior será a perda de pressão ou perda de carga nesse
trecho, diminuindo a pressão ao longo da rede.

➢ A norma estabelece alguns limites para essas pressões:

❖ Dinâmica: 0,5 mca

❖ Estática: 40 mca
Perda de carga localizada
➢ Resumindo:

Maiores comprimentos de tubos

+ Atritos e
choques
Maior número de conexões

+ Perdas de
carga
Tubos mais rugosos

- Pressão

Menores diâmetros
Cálculo das perdas de carga
⚫ Pode-se escrever a fórmula geral da perda de
carga da seguinte forma:
J = f . (1/d) . (v2 / 2g)

⚫ Nota-se que a perda de carga J varia:

➢ diretamente com o quadrado da velocidade v


➢ inversamente com o diâmetro d da tubulação
➢ diretamente com o coeficiente de atrito f
Cálculo das perdas de carga
⚫ Na prática recorre-se quase sempre às fórmulas empíricas
aplicáveis de acordo com o tipo de material de
encanamento. Podemos neste caso dividir o cálculo da
perda de carga em duas partes:

➢ Perda de carga normal, ou seja, ao longo de um


encanamento retilíneo, com diâmetro constante.

➢ Perda de carga devido às conexões, peças


especiais, válvulas, entradas e saídas de reservatórios.
São as perdas de cargas acidentais ou localizadas.
Cálculo das perdas de carga
⚫ Para calcular a perda de carga nos tubos, a NBR 5626
estabelece que podem ser utilizadas as expressões de
Fair-Whipple-Hsiao que são:

1. Tubos rugosos (aço carbono galvanizado ou não):


Ju = 20,2 x 105 x Q1,88 x D-4,88

2. Tubos lisos (plástico, cobre, ou liga de cobre):

Ju = 8,69 x 105 x Q1,75 x D-4,75

3. Perda de carga total:

J = Ju x L
Cálculo das perdas
de carga
⚫ O cálculo das perdas de
carga pode ser também
obtido através de ábacos.

Ábaco 3.1 – Ábaco de Fair-Whipple-Hsiao


para tubulações de aço galvanizado e ferro
fundido.
Cálculo das perdas
de carga

Ábaco 3.2 – Ábaco de Fair-Whipple-Hsiao para


tubulações de cobre e plástico.
Cálculo das perdas de carga localizada

A perda de energia nas conexões, deve ser expressa em termos


de comprimento equivalente desses tubos.

As Tabelas 3.1 e 3.2 apresentam esses comprimentos equivalentes


para diferentes conexões em função do diâmetro nominal de
tubos rugosos.
Cálculo das perdas de carga localizada

Tabela 3.1 – Perda de carga em conexões – comprimento equivalente para tubos rugosos (aço-
carbono, galvanizado ou não)
Cálculo das perdas de carga localizada

Tabela 3.2 – Perda de carga em conexões – comprimento equivalente para tubos rugosos
(plástico, cobre ou liga de cobre)
Cálculo das perdas de carga localizada
Cotovelo (joelho) 90° Cotovelo (joelho) 45° Curva 90º Curva 45°


Cálculo das perdas de carga localizada
Tabela 3.3 –Perda de
cargas localizadas – sua
equivalência em metros
de tubulação de PVC
rígido ou cobre

Fonte: H. Creder (1996)


Cálculo das perdas de carga localizada

Com o comprimento equivalente obtido pode-se calcular o comprimento


total da tubulação somando-se o comprimento real com equivalente e,
assim, determinar a perda de carga total.

Ltotal = Lreal + SLeq


Cálculo das perdas de carga localizada
⚫ Exemplo 1: Determinar o diâmetro e a perda de carga em um
tubo de PVC com 25 m de comprimento, sendo Q = 9 l/s e
desejando-se uma velocidade de escoamento de 5 m/s.

1. Pelo ábaco 3.2 obtemos:

➢ diâmetro : 50 mm;

➢ perda de carga unitária: Ju = 0,4 m/m

2. Para o comprimento L = 25 m, a perda de carga será:

J = Ju x L = 0,4 x 25 = 10 m.c.a.
Cálculo das perdas de carga localizada
⚫ Exemplo 2: Determinar a perda de carga na tubulação AB
abaixo, sendo esta de PVC e considerando seu diâmetro
igual a 25 mm e uma vazão de 0,5 l/s.

B
Cálculo das perdas de carga localizadas
1. Cálculo do comprimento equivalente (perda de carga localizada):

1 joelho 90º ------------------------------ 1,5 m


1 tê de passagem direta ----------- 0,9 m
Total --------------------------------- 2,4 m

2. Comprimento real:
Lreal = 2,85 + 0,70 = 3,55

3. Comprimento total:
L = 2,4 + 3,55 = 5,95 m
Cálculo das perdas de carga localizada

4. Perda de carga unitária obtida pelo Ábaco 3.2 para


Q = 0,5 l/s e D = 25 mm

Ju = 0,062 m/m

5. Perda de carga total:


J = L x Ju
J = 5,95 x 0,062 = 0,369 m.c.a
Vazão

⚫ A instalação predial de água fria deve ser dimensionada de modo


que a vazão de projeto estabelecida na Tabela 3.4 seja disponível
no respectivo ponto de utilização, se apenas tal ponto estiver em
uso.

⚫ No caso de funcionamento simultâneo não previsto pelo cálculo


de dimensionamento da tubulação, a redução temporária da
vazão, em qualquer um dos pontos de utilização, não deve
comprometer significativamente a satisfação do usuário.
Vazão
Tabela 3.4 – Vazão nos pontos de utilização do aparelho sanitário e da peça de utilização.
Golpe de Aríete

⚫ Nas instalações hidráulicas quando a água, ao descer com velocidade


elevada pela tubulação, é bruscamente interrompida, ficando os
equipamentos das instalações sujeitos a golpes de grande intensidade
(elevação de pressão) a esse fenômeno dá-se o nome de golpe de aríete.

⚫ Tal fenômeno provoca um aumento de pressão contra as paredes do


tubo, causando sérias consequências nas instalações.

⚫ No mercado existem algumas válvulas de descarga que possuem


dispositivos anti-golpe de aríete, os quais fazem com que o fechamento
da válvula se torne mais suave, amenizando quase que totalmente os
efeitos desse fenômeno.
Distribuição de água
A distribuição da água para um prédio, partindo de um reservatório
superior de acumulação, é feita por meio de um sistema de
encanamentos que compreende:

Sub-ramais.
Barrilete de
distribuição

Colunas de
alimentação

Ramais
Barrilete

Segundo a NBR 5626/98, é a tubulação que se origina no


reservatório e da qual derivam as colunas de distribuição,
quando o tipo do abastecimento é indireto. No caso de tipo de
abastecimento direto, pode ser considerado como a tubulação
diretamente ligada ao ramal predial ou diretamente ligada à
fonte de abastecimento particular.

Ou seja, é a canalização que interliga as duas metades do


reservatório e de onde partem as colunas d’água.
Barrilete
Barrilete concentrado

Abriga registros de
operação em área
restrita facilitando a
segurança e controle
do sistema e
possibilitando a criação
de um local fechado.
Barrilete
Barrilete ramificado

É mais econômico, pois possibilita uma quantidade


menor de tubulações junto ao reservatório, os
registros são mais espaçados e colocados antes do
início das colunas de distribuição.
Colunas de distribuição
⚫ Tubulação derivada do
barrilete e destinada a
alimentar os ramais.

⚫ Tem um desenvolvimento
predominantemente vertical
nos edifícios e são instaladas,
geralmente, embutidas em
alvenaria ou em enchimentos
de paredes.

Colunas de distribuição
Ramais e sub-ramais
⚫ Ramais → Tubulações derivadas da coluna de
distribuição e destinadas a alimentar os sub-ramais.

⚫ Sub-Ramais → São
as tubulações que
ligam os ramais aos
pontos de
utilização. Desta
forma, um ramal
pode alimentar
vários sub-ramais.
Como dimensionar?
Sub-ramais:

⚫ Cada sub-ramal serve a apenas uma peça. Desta


forma seu dimensionamento é realizado a partir dos
diâmetros mínimos recomendados (Tabela 3.5).

Tabela 3.5 - Diâmetro


mínimo dos sub-ramais
Como dimensionar?

Exemplo 3: Dimensione os sub-ramais conforme o


esquema abaixo, considerando estar localizado no
oitavo pavimento de um prédio residencial.

A.F.

pia de Vaso lavatório tanque


cozinha sanitário c/
válvula

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