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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos

Licenciatura em Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos

Diversidade biológica da avifauna em plantações florestais - caso


Green Resources

Sheila Tomás Ernesto Tomás

Número: 711190184

Lichinga, Setembro de 2023


Diversidade biológica da avifauna em plantações florestais - caso
Green Resources

Sheila Tomás Ernesto Tomás

Número: 711190184

Monografia submetida à Faculdade de Gestão de Recursos


Florestais e Faunísticos (FAGREFF) da Universidade Católica
de Moçambique (UCM) como requisito parcial para a
obtenção do grau de licenciatura em Gestão de Recursos
Florestais e Faunísticos.

Supervisor:
________________________________
Dr. Dércio Victor Constantino

Lichinga, Setembro de 2023


2
Índice
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE ......................................................................... I

DEDICATÓRIA ............................................................................................................... II

AGRADECIMENTOS ................................................................................................... III

RESUMO ....................................................................................................................... IV

ABSTRACT .....................................................................................................................V

LISTA DE ABREVIATURAS/ ACRÓNIMOS E SÍMBOLOS .................................... VI

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO........................................................................................ 1

1.1 Contextualização ........................................................................................................ 1

1.2 Problematização.......................................................................................................... 2

1.3 Objectivo .................................................................................................................... 3

1.3.1 Objectivo Geral........................................................................................................ 3

1.3.2 Objectivos específicos ....................................................................................... 3

1.5. Hipóteses ................................................................................................................... 3

1.6. Justificativa/Relevância ............................................................................................. 3

1.7.3. Relevância Pessoal ................................................................................................. 3

1.7.4. Relevância Académica ........................................................................................... 4

1.7.5. Relevância Ambiental............................................................................................. 4

1.8. Delimitação do estudo ............................................................................................... 4

1.8.1. Delimitação temática .............................................................................................. 4

1.82. Delimitação temporal .............................................................................................. 4

1.8.3. Delimitação espacial ............................................................................................... 5

CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................... 6

2.1. Características das aves ............................................................................................. 6

2.2. Ameaças..................................................................................................................... 7

2.2.1. Incêndio florestal .................................................................................................... 7

2.2.1.1. Incêndios subterrâneos ........................................................................................ 8

3
2.2.1.2. Incêndios de superfície ........................................................................................ 8

2.2.1.3. Incêndios de copa ................................................................................................ 9

2.3. Sistemas de acasalamento........................................................................................ 10

1.3.1. Classificação das aves quanto ao sistema de acasalamento ............................. 10

2.4. Nidificação............................................................................................................... 11

2.4.1. Ninhos abertos ...................................................................................................... 11

2.4.2. Ninhos fechados ................................................................................................... 11

2.4.3. Espécies Nidiparasitas .......................................................................................... 12

2.5. Migração .................................................................................................................. 13

2.6. Classificação das aves quanto o tipo de alimento ................................................... 14

2.6.1. Insetívoras ............................................................................................................. 14

2.6.2. Omnívoras ............................................................................................................ 14

2.6.3. Granívoras ............................................................................................................ 14

2.6.4. Carnívoras ............................................................................................................. 14

2.6.5. Necrófagas ............................................................................................................ 15

2.6.6. Frugívoras ............................................................................................................. 15

2.7. O papel das aves no processo de propagação das sementes .................................... 15

2.8. O papel das plantações florestais na conservação das aves ..................................... 15

2.9. Levantamento da avifauna ....................................................................................... 16

2.10. Riqueza e a composição de aves em plantações florestais .................................... 18

2.10.1. Frequência .......................................................................................................... 18

2.10.2. Índices de abundância ......................................................................................... 19

2.10.3. Estimava de riqueza Jackknife ........................................................................... 19

2.10.4. Diversidade ......................................................................................................... 19

2.10.5. O Índice de Diversidade de Shannon-Wiener .................................................... 19

CAPÍTULO III: ASPECTOS METODOLÓGICOS ...................................................... 21

3.1. Quanto a abordagem ................................................................................................ 21

4
Mista ............................................................................................................................... 21

3.2. Quanto aos objectivos.............................................................................................. 21

Descritiva ........................................................................................................................ 21

3.3.1. Sanga .................................................................................................................... 24

3.3.3. Chimbunila ........................................................................................................... 24

3.3. 4.Lago ...................................................................................................................... 24

3.3.5. Lichinga ................................................................................................................ 25

3.4. Quanto ao procedimento .......................................................................................... 26

Trabalho de campo ......................................................................................................... 26

3.5. Colecta de dados de dados ....................................................................................... 26

3.5.1. Contagem por pontos (ponto fixo, pointcount) .................................................... 26

3.5.2. Listas de MacKinnon ............................................................................................ 26

3.5.4. Trajetos (Linetransects) ........................................................................................ 27

3.5.5. Contagem em Agregados ..................................................................................... 28

3.5.6. Camera Fotográfica .............................................................................................. 28

3.5.7. Shannon-Wiener (H') ............................................................................................ 28

3.5.5. Jackknife ............................................................................................................... 28

3.6. Universo/População ................................................................................................. 29

3.6.1. Tipos de amostras ................................................................................................. 29

3.7. Técnicas e Instrumento de colecta de dados ............................................................ 29

3.8. Limitação de pesquisa ............................................................................................. 29

3.9. Ética de pesquisa ..................................................................................................... 29

3.10. Modelo de Analise de dados .................................................................................. 30

CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS 31

CAPÍTULO VI: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO ........................................... 42

5.1. Conclusão............................................................................................................. 42

5.2. Recomendações ................................................................................................... 43

5
Referências bibliográficas .............................................................................................. 44

6
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE
Eu, Sheila Tomás Ernesto Tomás, declaro por minha honra que o presente trabalho é
inteiramente de minha autoria, e todas as fontes consultadas estão devidamente citadas
no texto do trabalho, e referenciadas na bibliografia final.

Declaro ainda que este trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição
académica, para obtenção de qualquer grau académico.

A autora

___________________________________

Sheila Tomás Ernesto Tomás

I
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à:
Meu pai: Tomás Ernesto Tomás
Minha mãe: Maria Nina Jaime
Meus irmãos: Olidio Tomás Ernesto Tomás, Dalva Olivet Tomás Ernesto Tomás e Tomás
Ernesto Tomás Júnior

Meus tios: Pedro Ernesto Tomás, Rahema Momad, Vidal Jaime Fambane, Vanucha
Jaime Fambane, Laura Ernesto Tomás e Manuel Ernesto Tomás

II
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus por cuidar de mim, a graça do senhor me manteve
firme e perseverante ao longo dos 4 anos de minha formação académica.

Ao decorrer deste percurso foram várias as pessoas que com as críticas, encorajamento e
apoio diverso tornaram possível o término da presente monografia. Nesta senda, gostaria
de agradecer especialmente às seguintes pessoas:

Ao meu supervisor Dércio Victor Constantino, por sua entrega incansável na supervisão
desta monografia pela atenção, apoio e paciência demonstrados no decurso deste trabalho,
em especial por me encorajar a seguir com o tema quando pensei em desistir.

Aos meus docentes do departamento de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos,


pelos conhecimentos desenvolvidos e experiências compartilhadas ao longo do percurso,
que se têm mostrado de grande importância no desenvolvimento deste trabalho.

Aos meus amigos: Oliveira Adriano Guacha, Edson Mário Máquina, Julito Samuel, Nelo
Samuel Manuel e meus primos Herminio Leonardo Mahoche, Edson da Vânia. Lourenço
Zeferino.

Quero agradecer em especial do fundo meu ser a minha família, sem a qual não estaria
aqui. Meus irmãos Olidio Tomás Ernesto Tomás, Dalva Olivet Tomás Ernesto Tomás e
Tomás Ernesto Tomás Júnior por sempre estarem presentes em minha vida me dando
força e amor incondicionais. Aos meus pais Tomás Ernesto Tomás e Maria Nina Jaime,
a quem palavras não seriam suficientes para minha gratidão pelo amor, apoio, conselhos,
por acreditarem em mim e me ajudar a enfrentar e superar minhas fobias.
E como eu sempre vos digo, “a mim calhou a melhor família do mundo”.

Expressos meus agradecimentos a todos os familiares e amigos cujos nomes não pude
mencionar pelo apoio dispensado.

III
RESUMO
A presente pesquisa versa sobre a Diversidade Biológica da Avifauna em Plantações
Florestais, caso Green Resources. Trata-se de uma pesquisa descritiva realizada em
quatro distritos da província de Niassa (Lago, Sanga, Chimbunila e Lichinga) no período
de 9 meses correspondente a Outubro de 2022 a Maio de 2023. A pesquisa objectiva
compreender os Índices de Biodiversidade de Aves em Plantações Florestais, tendo como
caso a Green Resources e a sua efectivação baseou-se no uso de Contagens por pontos,
Transetos (linetransects), Listas de MacKinnon, Contagens em agregações, Playback e
Camera fotográfica, o que permitiu colectar diversas informações sobre a dispersão de
diversas aves e informações relativas a distribuições e abundâncias de espécies de Aves,
formas de nidificação, sua classificação quanto ao tipo de alimento, o papel das Aves no
processo de dispersão das sementes e o papel das Florestas na Conservação das Aves,
estimavas de riqueza e a composição de Aves em plantações florestais, identificação da
composição de Aves em plantações florestais, o que resultou no registo de 866 aves de
16 ordens, 28 famílias, 45 géneros e 57 espécies. Dos métodos aplicados para
levantamento de Avifauna, a lista de MacKinnon mostrou-se mais eficiente em relação
aos outos metodos. Com a pesquisa realizar foi possível comprovar que as plantações
florestais possuem uma grande diversidade biológica de avifauna, variando elas em
tamanho, cor, sons e outras características peculiares.
Palavras-chaves: Diversidade Biológica, Avifauna, Plantações Florestais, ordem.

IV
ABSTRACT
This research deals with the Biological Diversity of Avifauna in Forest Plantations, in the
case of Green Resources. This is a descriptive research carried out in four districts of the
province of Niassa (Lago, Sanga, Chimbunila and Lichinga) over a period of 9 months
corresponding to October 2022 to May 2023. The research aims to understand the Bird
Biodiversity Indexes in Forest Plantations, taking Green Resources as a case and its
implementation was based on the use of Point Counts, Transects (linetransects),
MacKinnon Lists, Counts in aggregations, Playback and Camera, which allowed
collecting diverse information about dispersion of various birds and information
regarding distributions and abundances of Bird species, nesting forms, their classification
according to the type of food, the role of Birds in the seed dispersal process and the role
of Forests in the Conservation of Birds, estimates of wealth and the composition of Birds
in forest plantations, identification of the composition of Birds in forest plantations, which
resulted in the registration of 866 birds from 16 orders, 28 families, 45 genera and 57
species. Of the methods applied to survey Avifauna, MacKinnon's list proved to be more
efficient compared to other methods. With the research carried out, it was possible to
prove that forest plantations have a great biological diversity of birdlife, varying in size,
color, sounds and other peculiar characteristics.
Keywords: Biological Diversity, Avifauna, Forest Plantations, order.

V
LISTA DE ABREVIATURAS/ ACRÓNIMOS E SÍMBOLOS
∑FA - somatório das frequências absolutas de todas as espécies amostradas.

A -Acústico;

CBRO- Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos;

FA- Frequência absoluta

FAi - Frequência absoluta de uma determinada espécie.

FR- Frequência Relativa

h- Hora

H’- Índice de Shannon-Wiener;


INE- Instituto Nacional de Estatística

IUCN- União Internacional para Conservação da Natureza

Kg- Quilograma

Km- Quilómetros

LC- Pouco preocupante

Ln-logaritmo de base neperiano (e);


m- Metros

N- número total de indivíduos amostrados.

Ni-número de indivíduos amostrados para a espécie i;


P -Número total de parcelas (unidades amostrais) na amostra.

P- Pisto ou vestígio;

Pi- proporção de indivíduos da i-ésima espécie;

VI
UC- Unidade de Coleta

V- Visual;

Lista de figuras

Figura 1: Mapa de localização das áreas de estudo ................................................................... 23

VII
Lista de tabelas

Tabela 1: Lista da avifauna encontrada nas plantações- Green Resources ................................ 33

VIII
Lista de gráficos

Gráfico 1: Número de espécies de uma determinada ordem ...................................................... 34


Gráfico 2: Número de espécies de uma Família ........................................................................ 35
Gráfico 3: Número de espécies de um género............................................................................ 36
Gráfico 4: Frequência absoluta .................................................................................................. 37
Gráfico 5: Frequência Relativa .................................................................................................. 38
Gráfico 6: Índice de abundância ................................................................................................ 39
Gráfico 7: Estimativa de Riqueza de Jackknife ......................................................................... 40
Gráfico 8: Índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’)........................................................ 41

IX
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
A natureza constituiu, desde os primórdios da humanidade, o maior património que se
pode obter. Nela encontramos as mais diversas espécies de seres vivos que se subdividem
em diversas tipologias tendo em conta variadas formas de classificação. É interessante
notar que os animais sofreram metamorfoses ou evolução com o desenrolar da história, o
que significa que nem sempre estiveram da maneira que os conhecemos hoje. Esse
processo de evolução, é explicado por diversas teorias, dentre as quais a mais aclamada é
a teoria evolucionista de Charles Darwin.
Assim como os outros grupos de seres vivos que habitam a terra, as aves não surgiram da
maneira que as vemos actualmente, elas sofreram o efeito da evolução que modificou a
sua estrutura e também os seus hábitos devido as mudanças que se tem operado, tanto por
conta de questões naturais, ou por causas humanas. No entanto, elas sempre tiveram
características distintivas entre os outros grupos animais.
As aves são facilmente distinguidas de outros animais devido às suas características
peculiares pois elas apresentam plumagem que pode ser de diversas colorações e que não
é apenas por questões de estética, mas são funcionais para a sua proteção contra as
condições climáticas, servem também para camuflagem e auxiliam no voo, elas também
têm asas que geralmente as permitem voar e tem também bicos que as facilitam no
processo de alimentação.
Outro aspecto interessante a respeito delas é a oviparidade que é obviamente vantajosa
para criaturas que voam, pois, as fêmeas não enfrentam o problema de carregar os filhotes
pesados durante o voo. Os seus ovos são protegidos e chocados em um ninho, que pode
ser desde uma simples depressão no solo até estruturas elaboradas e bem acabadas,
construídas com materiais diversos. Cavidades escavadas na terra e ocos de árvores
também podem ser utilizados para a nidificação.
Quando uma floresta é plantada em área de vegetação natural ou seminatural, isso
certamente acarretará algum efeito sobre a fauna e a flora da região, pois, como apontam
Poore & Fries (1985), isso pode gerar competição entre as espécies por abrigos, pela água
e nutrientes entre outros.
Em função do exposto o trabalho em alusão, traz como contributo, informações referentes
a distribuições de abundâncias de espécies de aves, quantas espécies de aves podem ser
encontradas, formas de nidificação esta informação é de grande relevância para a

1
manutenção dos ecossistemas, classificação das aves quanto ao tipo de alimento, o papel
das aves no processo de dispersão das sementes e o papel das florestas na conservação
das aves, estimar a riqueza e a composição de aves em plantações florestais.
Em suma, este trabalho poderá permitir que outros pesquisadores da área tenham uma
base ou diretrizes para o desenvolvimento de pesquisas similares, pois ainda há muito por
se explorar sobre este grupo de vertebrados na província do Niassa e noutros pontos.

1.2 Problematização
A redução da biodiversidade é causada maioritariamente pela fragmentação e conversão
dos habitats naturais das espécies o que influi de maneira directa na sua distribuição e
abundância (Saunders, Hobbs, & Margules, 1991; Wiens & Crist, 1996).
Embora as aves sejam importantes para os processos ecológicos na natureza tais como
equilíbrio da cadeia alimentar, disseminação de sementes entres outros papéis
desempenhados na natureza, poucos são os estudos realizados sobres elas nas plantações
florestais em Moçambique e, a maior parte das informações registadas são de origem
estrangeira (em maioria brasileira). Não obstante, os manuais de identificação de aves
africanas existentes têm conteúdo exposto de forma superficial.
Em Moçambique, na província do Niassa, no caso específico das plantações florestais da
Green Resources, poucos estudos foram realizados sobre as aves ali existentes. Este facto
acarreta severas consequências pois, a falta de dados ou registos sobre as aves como
índice de abundância, densidade, ocorrência e/ou ocupação, estimativas de tamanho
populacional, distribuições de abundâncias de espécies de aves, estado de conservação,
dificulta no desenvolvimento de estratégias eficazes para a sua preservação e aumenta o
risco de extinção pela degradação de seus habitats ou pela caça furtiva.
A falta de estudos sobre este grupo de vertebrados nas plantações florestais tem
contribuído bastante para a desatenção a respeito do papel importante desempenhado
pelas aves na natureza como ajudar no processo de decomposição de animais mortos,
dispersão de sementes, equilíbrio ecológico e desempenham um papel importante na
cadeia alimentar. Bem como dificulta na realização de pesquisas académicas ou mesmo
para conhecimento geral auxiliado a redução, modificação de habitat e isolamento sobre
a avifauna.
A escassez de informações sobre a riqueza e composição da avifauna nas plantações da
Green Resources, parece ser um problema bastante profundo pois, nem mesmo os
Serviços do Ambiente têm dados ou registos sobre as espécies de aves que predominam

2
na província de forma detalhada. Diante dos factos observados, coloca-se a seguinte
questão como ponto de partida: “Qual é a diversidade biológica de Avifauna em
plantações florestais da Green Resources?”

1.3 Objectivo
1.3.1 Objectivo Geral
 Compreender os índices de biodiversidade de aves em plantações florestais, caso
da Green Resources.
1.3.2 Objectivos específicos
 Identificar a composição das aves através dos métodos de levantamento da
avifauna;
 Estimar a riqueza e a composição de aves em plantações florestais, caso da Green
Resources;
 Comparar a distribuição da biodiversidade de aves em plantações florestais, caso
da Green Resources.

1.5. Hipóteses
H1: As plantações florestais da Green Resources possuem uma grande diversidade
biológica da avifauna.
H2: As plantações florestais não possuem uma diversidade biológica da avifauna.

1.6. Justificativa/Relevância
A presente pesquisa objetiva trazer informações inerente a distribuições de abundâncias
de espécies de aves, formas de nidificação, sua classificação quanto ao tipo de alimento,
o papel das aves no processo de dispersão das sementes e o papel das florestas na
conservação das aves, estimavas de riqueza e a composição de aves em plantações
florestais, identificação da composição de aves em plantações florestais. Pois, as aves
desempenham um papel importante na propagação da vegetação e na recuperação de
ambientes degradados.

1.7.3. Relevância Pessoal


A preferência por pesquisar a respeito desta temática deve-se a paixão pelas aves por
conta das vivências de infância da proponente e sua admiração por elas desde as suas
características morfológicas que muito dizem a seu respeito e ao encanto do seu acústico
e sua companhia, pois o seu canto é audível por todos os lados.

3
1.7.4. Relevância Académica
O desenvolvimento desta pesquisa trará subsídios sobre Índices de abundância,
densidade, ocorrência ou ocupação, estimativas de tamanho populacional, distribuições
das abundâncias de avifauna, para além de identificar quais espécies de aves ocorrem em
plantações florestais, o estado de conservação dessas aves.
Para Accordi (2003)
Um dos instrumentos mais importantes para promover a conservação de espécies e seus
habitats é, sem dúvida, a informação. Ela possibilita formar uma consciência mais ampla
sobre o que, por que, onde e como queremos conservar. Além disso, é essencial que as
ações de conservação estejam fundamentadas em bases científicas (p. 21).

Documentar as espécies de aves e seus hábitos não é uma tarefa simples. A informação
joga um papel fulcral no processo de produção de conhecimento sobre as aves e nos
permite criar uma consciência adequada sobre a conservação das espécies. No entanto, é
necessário que essas informações colectadas sejam organizadas de maneira que possam
ser utilizáveis e acções práticas sejam tomadas para a conservação da avifauna.
Nesse contexto, esta pesquisa pode servir de norte para outros pesquisadores que
procurem dados sobre a avifauna existente ou predominante na província de Niassa para
o desenvolvimento de outras pesquisas.

1.7.5. Relevância Ambiental


Os dados colectados na realização desta pesquisa sobre a população e espécies de aves
permitem perceber os riscos de extinção de espécies e com isso uma melhor fiscalização
da caça. As aves são consideradas importantes agentes de bio controle e reduzindo
populações de insectos – praga (Whelan, Wenny, &Marquis, 2008; Wenny, et al., 2011).
As aves na natureza desempenham diversos papéis importantes, tanto para a expansão de
espécies florísticas, decomposição de animais mortos, equilíbrio da cadeia alimentar, mas
também tem uma função estética pois são interessantes de observar devido a sua beleza e
o seu som acústico.

1.8. Delimitação do estudo

1.8.1. Delimitação temática


A presente pesquisa é intitulada Diversidade biológica de aves nas plantações florestais.

1.82. Delimitação temporal


O desenvolvimento deste tema foi realizado num período de 9 meses, isto é, de Outubro
de 2022 a Maio de 2023, para melhor obtenção e análise de dados.
4
1.8.3. Delimitação espacial
A presente pesquisa foi realizada nas plantações florestais da Green Resources nos
distritos de: Sanga, Lago, Chimbunila e Lichinga.

5
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Dentre as diversas teorias acerca da origem das aves, a mais aceite e difundida hoje é a
que defende que os animais evoluíram a partir de algumas espécies de dinossauros1. Esta
teoria foi fundamentada na descoberta de um fóssil de dinossauro em 1861 na Alemanha
cuja presença de penas chamou atenção.

2.1. Características das aves


Dentre as características que as aves apresentam, Alexandre (2006), destaca as seguintes:

1. Corpo geralmente fusiforme, dividido em quatro partes: cabeça, pescoço, tronco


e cauda; Pescoço desproporcionalmente longo para equilíbrio (balanceamento) e
armazenamento de alimento;
2. Membros pares com os anteriores geralmente modificados para o voo; os
posteriores são fortes e adaptados para correr, caminhar, nadar ou saltar, pés com
4 dedos (em geral);
3. Cobertura epidérmica por penas e escamas nas pernas; derme e epiderme
delgadas, sem glândulas sudoríparas, presença de glândula oleosa na cauda; pina
do ouvido rudimentar;
4. Esqueleto completamente ossificado com cavidades aéreas nos ossos; ossos do
crânio e da coluna ligados por um côndilo occipital; presença de bico, ausência de
dentes; cauda curta, esterno com ou sem quilha, osso único no ouvido médio;
5. Sistema nervoso com 12 pares de nervos cranianos;
6. Sistema circulatório com quatro câmaras no coração, com o arco aórtico direito
persistente, sistema porta renal reduzido, células sanguíneas vermelhas nucleadas;
7. Endotérmicos;
8. Respiração pulmonar, presença de sacos aéreos entre os órgãos viscerais e o
esqueleto; presença de siringe (órgão vocal das aves) entre a traqueia e os
brônquios;
9. Sistema excretor formado por rins; uréteres abrem-se na cloaca, ausência de
bexiga urinária, urina semissólida composta por ácido úrico;

1
A ideia da evolução das aves a partir dos dinossauros ou répteis, foi defendida inicialmente pelo biólogo
Thomas Henry Huxley. Essa ideia é bem desenvolvida no artigo de Favretto M. A. (2009) Sobre a origem
das aves. Atualidades Ornitológicas. Brasília. Disponível em Sobre a origem das aves (Theropoda: Aves)
(conhecer.org.br).

6
10. Sexos separados, testículos pares, com vasos deferentes abrindo-se na cloaca;
fêmeas com apenas ovário e oviduto esquerdos, poucas aves apresentam órgão
copulatório (patos, gansos, ratitas e outras).
11. Fertilização interna, ovos amnióticos com grande reserva vitelina e casca rígida
calcária, presença de membranas embrionárias durante o desenvolvimento,
incubação externa; jovens ativos (percócias) ou inativos e desplumados
(altriciais), determinação sexual pelas fêmeas (fêmeas heterogenéticas).

2.2. Ameaças
Os caçadores utilizam pios (apitos) para atrair as aves ou guiam-se pela vocalização e
pelo forte barulho de asas que fazem ao decolarem em direção ao poleiro noturno para
localizá-las à noite, quando então se tornam alvos fáceis (Sick, 1997), este método
consiste em atrair as aves através dos pios a uma emboscada. Esta é uma técnica de caça
para emboscar as aves através da vocalização.
A caça por pios provavelmente incide mais fortemente sobre as fêmeas, que defendem
territórios, o que pode desequilibrar a razão entre os sexos e diminuir o sucesso
reprodutivo e a vitalidade das populações. A caça ainda é comum em várias partes da
província ocorre inclusive dentro das plantações florestais.
A construção de estradas, os frequentes desmatamentos para dar lugar aos campos
agrícolas, produção de carvão vegetal e o corte seletivo em florestas ameaçam romper a
continuidade de habitats seguros para as aves. A baixa tolerância a alterações no ambiente
e o fato de necessitar condições específicas para sobreviver fazem com que algumas
espécies particularmente sensíveis aos efeitos da degradação e fragmentação do habitat
reduzam sua ocorrência.

2.2.1. Incêndio florestal


Segundo Batista & Soares (1997)

Incêndio florestal é o termo utilizado para definir um fogo incontrolado que se propaga
livremente e consome os diversos tipos de materiais combustíveis existentes em uma
floresta. Apesar de não ser muito apropriado, o termo “incêndio florestal” é, muitas vezes,
generalizado para definir incêndios em outros tipos de vegetação, tais como capoeiras,
campos e pradarias (p. 53).

Devido a dificuldade ou até mesmo impossibilidade de determinar o espaço onde este


incendio deva ocorrer, os seus efeitos também não podem ser controlados pois podem ir
de uma pequena área da floresta, até a proporções extremas, causando a destruição de
espécies florísticas e também faunísticas e/ou causando o seu deslocamento.

7
Segundo Ribeiro (2002),
A classificação mais adequada para definir os tipos de incêndios se baseia no grau de
envolvimento de cada estrato do combustível florestal, desde o solo mineral até o topo
das árvores, no processo da combustão. Nesse caso, os incêndios são classificados em
subterrâneos, superficiais e de copa, (p. 37).

A classificação dos incêndios pode ser feita tendo em conta três aspectos básicos, tendo
em conta o envolvimento de cada extracto combustível. No entanto, alguns outros
aspectos podem causar diferenciação dentro dos substratos de sua classificação.

2.2.1.1. Incêndios subterrâneos


São geralmente definidos pelo fogo que queima sob a superfície do solo, devido à grande
acumulação de matéria orgânica, húmus ou turfa em determinados tipos de florestas,
como, por exemplo, nas zonas boreais com predominância de florestas de coníferas
(Goldammer, 1982).
Segundo Batista & Soares (1997),
Os locais típicos de acumulação de material orgânico ocorrem em florestas, normalmente
em áreas alagadiças, comumente conhecidas como brejos ou pântanos. Nesses locais,
após o lento acúmulo de material orgânico, formam-se 13 espessas camadas denominadas
de turfa. Na ocorrência da drenagem desses locais, a turfa pode servir de material
combustível altamente inflamável, alimentando o incêndio subterrâneo, (p. 76).

As áreas de acúmulo de água frequentes nas florestas que propiciam um maior


crescimento da vegetação, o que é proveitoso para o desenvolvimento de diversas
espécies, no entanto, constitui ao mesmo tempo perigo para o alastramento do fogo no
caso de um incendio subterrâneo.
Devido ao seu lento avanço, pouca fumaça e ausência de chamas, esse tipo de incêndio é
difícil de ser detetado. Proporciona grandes danos às raízes e a fauna de solo, causando a
morte dos mesmos e a consequente morte da árvore (Batista & Soares, 1997). Algumas
vezes, um incêndio subterrâneo se transforma em superficial. Contudo, conforme Ribeiro
(2002), o contrário pode ocorrer, ou seja, o incêndio subterrâneo pode ser precedido por
um incêndio superficial, uma vez que a presença de oxigênio é reduzida na superfície do
solo, dificultando a combustão do material.

2.2.1.2. Incêndios de superfície


Segundo Cianciulli (1981), Batista e Soares (1997) e Ribeiro (2002), os incêndios
superficiais são os mais comuns, e todos os incêndios pertencem a essa classificação,
evoluindo para outros tipos, conforme as circunstâncias que encontram em seu caminho.

8
Soares e Batista (2007)
Denominam incêndios superficiais como os que ocorrem na superfície do piso florestal,
consumindo as plantas e demais componentes da serapilheira em diferentes estágios de
decomposição, tais como folhas, galhos, estruturas de reprodução, enfim, todo o material
combustível até cerca de 1,80 m de altura (p. 132).

Ainda a este respeito, Ribeiro (2002) acrescenta que “o material presente até a altura de
1,80 m normalmente é composto por material de pequena espessura, geralmente bastante
inflamável”. Essa característica do material combustível, aliada a outras características
como, por exemplo, a direção e intensidade do vento, ou ainda o grau de inclinação do
terreno, podem proporcionar incêndios florestais superficiais com uma propagação
relativamente rápida, abundância de chamas e muito calor.
Esses incêndios são os mais comuns de todos os tipos, podendo existir em todas as regiões
onde ocorra vegetação; é também a forma pela qual começam quase todos os incêndios,
isto é, praticamente todos iniciam como fogos superficiais. Havendo situações favoráveis,
tais como tipo de vegetação, material combustível, intensidade de fogo, condições
atmosféricas, os incêndios superficiais podem dar origem tanto a incêndios de copa como
subterrâneos, quer as condições favoreçam a um ou outro tipo. Como aponta Gabriel, et
al., (2013), em condições normais, nas plantações de Eucalyptusssp., geralmente
desenvolvem-se incêndios superficiais, devido às características do material combustível
existente no sub-bosque e das próprias árvores, nas quais é difícil o fogo subir até as
copas.
O autor ressalva que isso não significa que as copas não possam queimar, pois um fogo
intenso poderá secá-las através do calor irradiado, e num segundo estágio destruí-las
totalmente. A maneira de queimar, a forma final da área incendiada, a rapidez de
propagação e a intensidade do fogo dependem das características e quantidade de material
inflamável, topografia e condições atmosféricas, que serão analisadas mais adiante.

2.2.1.3. Incêndios de copa


São considerados incêndios de copa os que queimam combustíveis acima de 1,80 m de
altura. Com exceção de casos excepcionais, como raios, todos os incêndios de copa
originam-se de incêndios superficiais; nesse tipo de incêndio, é característico o consumo
pelas chamas de toda a folhagem, e geralmente a morte das árvores atingidas pelas chamas
(Batista & Soares, 1997). As condições fundamentais para que haja ocorrência de
incêndios de copa são folhagem combustível e presença de vento para transportar o calor
de copa em copa.

9
Esses incêndios propagam-se rapidamente, liberando grande quantidade de calor, e são
sempre seguidos por um incêndio superficial. Isso porque o incêndio de copa espalha
fagulhas em outros materiais, que acesos irão gradativamente queimando a vegetação
rasteira e demais materiais combustíveis na superfície do solo.
Em todos os incêndios de copa, o fator que influi na sua propagação é o vento, de tal
maneira que quando este inexiste, dificilmente o fogo atinge e se expande pela copa das
árvores.
É interessante notar a abordagem de Cianciulli (1981), segundo ele:
Normalmente, o fogo avança a uma velocidade de 3 a 4 km h-1, dependendo das espécies
que caracterizam o bosque incendiado. As coníferas e outras espécies resinosas queimam
mais rapidamente do que as folhosas. Em condições favoráveis, a velocidade de avanço
do fogo pode atingir até 15 km/h-1 (p. 54).

Esse tipo de incêndio desenvolve-se especialmente em povoamentos de coníferas, embora


existam também algumas espécies de folhosas com folhagem inflamável, e por essa razão
também sujeitas aos incêndios de copas.
Além das diferentes características de inflamabilidade nas espécies florestais, a
disposição dos estratos dentro da floresta pode ser um grande facilitador na transformação
de incêndios superficiais em incêndios de copa, especialmente quando o arranjo desses
estratos forma espécies de escadas, que conduzem as chamas da superfície do solo até as
copas das árvores.

2.3. Sistemas de acasalamento


Em aves, o comportamento reprodutivo é bem estudado, pois os primeiros estudos
utilizaram este grupo como modelo (Pough, Janis, & Heiser, 2008). Por outra o
comportamento reprodutivo constitui uma característica importante para o agrupamento
e classificação das aves.
Segundo Reynolds (1996),
Os diferentes sistemas de acasalamento requerem maior habilidade de um dos sexos, criar
mecanismos para atrair um parceiro para reprodução, como também ajudar na defesa do
território e dos recursos de acasalamento. Durante o acasalamento geralmente o macho é
responsável por atrair a fêmea mostrando suas habilidades de defesa de território,
construção de ninhos, sua plumagem e porte são aspetos considerados atraentes pelas aves
fêmeas (p. 24).

1.3.1. Classificação das aves quanto ao sistema de acasalamento


Krebs & Davies (1996) classificam as aves em 5 tipologias a saber:

 Monogamia que é o sistema de acasalamento definido quando um macho e uma


fêmea formam um par unido tanto a curto como a longo prazo e está presente em

10
91,6% das aves. É o sistema de acasalamento mais comum entre as aves. As aves
neste sistema o macho e a fêmea formam um par pelo menos durante o período
reprodutivo, em algumas espécies de aves o sistema monogâmico é permanente,
ou seja, formam um par por toda vida, independentemente do período reprodutivo
como é o caso de algumas aves pertencentes a família anseriformes;
 Poligamia neste sistema de acasalamento tanto o macho quanto a fêmea podem
possuir vários parceiros reprodutivos durante o período de reprodução;
 Poligenia neste sistema de reprodução, um macho pode acasalar com mais de uma
fêmea em cerca de 2% das aves;
 Poliandria sistema em que uma fêmea acasala com mais de um macho, tem uma
ocorrência de cera de 0,4% das aves;
 Promiscuidade os machos e a fêmea acasalam com mais de um indivíduo,
representando cerca 6% das aves.

2.4. Nidificação
Nidificação é a ação de nidificar, de construir um ninho, falando especialmente de certas
aves que constroem seus ninhos durante o período de incubação pelo qual passam seus
ovos (Dicio, 2023). Os ninhos não são necessidades uma exclusividade dos ovíparos,
estas construções são feitas por aves, mas também por alguns insetos e alguns peixes fazem para
depositar os ovos, chocá-los e criar os filhotes.
Segundo Trajano (2012), os ninhos podem ser divididos em dois grandes grupos, que
consistem de ninhos abertos, geralmente com forma de taça, e os ninhos fechados,
geralmente encontrados em cavidades.

2.4.1. Ninhos abertos


Segundo Trajano (2012), dentre os ninhos abertos, existem tipos bem simples, onde o
ninho é apenas uma ligeira depressão no solo, onde as fêmeas realizam a postura. Outras
espécies que constroem ninhos no solo podem incluir uma maior quantidade de material,
como o observado nos Anseriformes patos, onde penas são arrancadas das regiões peitoral
e depositadas no ninho, funcionando como um bom isolante térmico e auxiliando na
manutenção da temperatura ideal para a incubação.

2.4.2. Ninhos fechados


Para Trajano (2012), dentre os ninhos contruídos em árvores, os mais simples estão
certamente entre os representantes das espécies da família Columbidae (Pombos e Rolas).

11
Esse ninho consiste em um grupo de gravetos amontoados e mal-arranjados, onde,
algumas vezes, pode-se observar até mesmo o número de ovos postos. Entre os
Apodiformes as andorinhas observam-se uma diversidade de formas de ninhos. Muitas
espécies de andorinhas constroem o ninho apenas com saliva, que endurece em contacto
com o ar.
As aves nidificam em árvores ou penhascos e muita das vezes nas proximidades da água.
Elas colocam de um a três ovos, que são chocados por cerca de 30 dias; e depois dos ovos
eclodirem os filhotes permanecem dentro do ninho por mais quarenta dias
aproximadamente e a sua incubação e alimentação normalmente é realizada pelas fêmeas
principalmente (del Hoyo, Elliott , & Sargatal, 1994).
Ao que parece, constrói um ninho de gravetos forrado internamente com capins, pondo
quatro ovos (de la Peña, 1992).
Em relação à reprodução, T. alba coloca os ovos diretamente no substrato, A. Clamator
em meio ao capim ou no solo e a A. Cunicularia se instala em tocas no chão, forrando o
ninho com esterco ou capim seco (Sick, 1997).
O mesmo autor refere que Tyto alba incuba os ovos por um mês e os filhotes abandonam
o ninho com mais ou menos dois meses de idade, sendo o tempo de incubação de A.
Cunicularia é menor.
Segundo Fry & Harwin (1988), os Caprimungida e, em geral, nidificam sempre em solos,
com pouco ou nenhum arranjo de folhas secas junto aos ovos, enquanto os demais
Caprimungiformes da Subordem Caprimungiformes (Nyctibiidae, Podargidae e
Aegothelidae) o fazer sempre sobre as arvores.

2.4.3. Espécies Nidiparasitas


Segundo Mernoz & Reboreda (1996),
O parasitismo interespecífico de ninhadas é uma estratégia reprodutiva na qual o parasita
coloca seus ovos no ninho de outras espécies hospedeiras e estas realizam todo o cuidado
parental. Os parasitas de ninhadas ou nidoparasitas são classificados como generalistas
ou especialistas, dependendo do número de espécies hospedeiras que os mesmos
parasitam (p. 132).

Para Alcock (2009).


Espécies monogâmicas apresentam maior sucesso reprodutivo espécies poligâmicas,
porque as primeiras possuem um parceiro fixo e a transmissão dos seus genes para a prole
é garantida, bem como o cuidado biparental, o qual maximiza as chances de sobrevivência
dos filhotes diferentemente destas últimas que geralmente há um macho dominante com
a taxa de reprodutiva mais elevada do que os demais machos do grupo (p. 71).

12
Podemos então dizer que o sucesso do processo reprodutivo das aves é influenciado por
diversos factores, alguns externos como a presença de outras espécies parasitas que
podem afectar negativamente e, outros factores referentes aos hábitos das próprias aves
como a monogamia por exemplo que pode aumentar a dance de sobrevivência dos filhotes
pois estes têm maior protecção por parte de seus progenitores.

2.5. Migração
As aves migratórias são um grupo de aves que realizam migrações. Migração é o
movimento direccional em massa de indivíduos de uma determinada espécie que se
desloca da área de reprodução para áreas de alimentação e descanso em uma determinada
época do ano.

Segundo Maria (2007),


Em outra época do ano, os animais retornam para suas áreas de reprodução, repetindo
esse ciclo anualmente. Esse fenômeno é amplamente difundido entre as aves e tem como
uma das causas a oferta de alimento sazonalmente disponível. Nas regiões mais frias, a
intensidade de luz diária tem sido indicada como um factor que estimula o movimento de
migração. Já nas regiões tropicais, onde há pouca variação no fotoperíodo, factores como
a precipitação e, consequentemente a floração e a frutificação, podem servir como
estímulo para as migrações. As aves migratórias são subdivididas em três grupos: as do
Hemisfério Norte, do Hemisfério Sul e Neotropicais (p. 28).

Nunes & Tomas (2008) diz que:

Estes deslocamentos, que podem cobrir metade do globo terrestre, exigem resistência e
habilidade. Antes da migração, as aves passam por um período de alimentação intensa e
de engorda pré-migratória. A gordura é o principal estoque energético para os animais
nesse período, e seus depósitos na cavidade do corpo e nos tecidos subcutâneos aumentam
dez vezes, alcançando de 20% a 50% da massa corpórea não gordurosa (p. 56)

Maria (2007) refere que a orientação e navegação necessárias para que esses animais
encontrem o caminho são complexas e baseiam-se em muitas indicações sensoriais, como
localização pela luz do sol, diferentes odores do ar, magnetismo e o movimento das
estrelas.
A mesma autora acrescenta que:
As distâncias percorridas variam de acordo com cada espécie, sendo que podem ocorrer
variações no comportamento migratório. Se ao longo das movimentações ocorrem
eventos que possam causar grandes mortalidades, como a descaracterização da área por
drenagem, contaminação por óleos combustíveis ou redução da quantidade e
acessibilidade aos recursos alimentares, as populações rapidamente respondem de forma
negativa (p. 42).

13
As migrações fazem parte dos hábitos de muitas espécies aves que se movimentam de um
ponto para o outro por conta das condições de vida por razoes naturais como a busca por
alimentos e locais com temperaturas mais adequadas. No entanto, a acção humana sobre
a natureza como a poluição dos solos e da água, assim como as queimadas como
apontamos anteriormente, podem também causar a sua movimentação migratória.

2.6. Classificação das aves quanto o tipo de alimento


Segundo Dário, De Vincenzo, & de Almeida (2002), a alimentação e uma das
características usadas para o agrupamento das aves. Nesta senda quanto a alimentação as
aves podem ser classificadas em:
 Insetívoras
 Omnívoras
 Granívoras
 Carnívoras
 Necrófagas
 Frugívoras
2.6.1. Insetívoras
São aquelas aves que se alimentam exclusivamente de incestos. Exemplo: Andorinha.

2.6.2. Omnívoras
Refere se às aves que cujos alimentos são de origem animal e vegetal. Exemplo: Corvo,
Codornas e Galinha.

2.6.3. Granívoras
São aquelas aves cujo alimento principal ou exclusivo são as sementes de plantas ou
grãos. As espécies granívoras agem como predadoras de sementes e podem ter um
impacto considerável no sucesso reprodutivo das plantas (Janzen, 1969; Galetti &
Rodrigues, 1992; Figueiredo, Girnos, & Santos, 2008). Exemplo: a Galinha de mato e o
Corvo.

2.6.4. Carnívoras
Refere se as aves que alimentam se de animas que capturam, tal como é o exemplo da
Águia e do Mocho, bem como também das corujas que se alimentam predominantemente
de insectos, pequenos vertebrados como roedores, anfíbios, répteis e pequenas aves (Sick,
1997).

14
2.6.5. Necrófagas
Refere se às aves que se alimentam de cadáveres, ou seja, alimentam se dos restos de
alimentos capturados por outros animais.

2.6.6. Frugívoras
São aquelas aves que se alimentam exclusivamente de frutas, sem danificar as sementes,
depositando deste modo as no ambiente em condições viáveis de germinação. Exemplo:
Pardal.

2.7. O papel das aves no processo de propagação das sementes


é um facto que a dispersão de sementes é um processo-chave no ciclo biológico das
plantas e de grande importância para a manutenção da biodiversidade das florestas
tropicais (Wang & Smith, 2002). Howe & Miriti (2004), referem que ao serem removidas
das proximidades da planta-mãe, as sementes obtêm maior chance de sucesso na
germinação e as plântulas, de se estabelecer, pois diminui o risco de morte por ataques de
peptógenos e sofrem menos com a competição por nutrientes com outras plantas da
mesma espécie.
No processo de dispersão das sementes, as aves estão entre os mais importantes pois, nas
suas movimentações e migrações, estas transportam sementes de diferentes espécies de
plantas para diversos pontos. (Jordano, 1994).
Pizo & Galetti (2010) e Wenny, Sekercioglu, Cordeiro, Rogers, & Kelly (2016), reforçam
esta ideia ao referir que dentre os animais que dispersam sementes, as aves possuem papel
de destaque, sendo consideradas um dos principais dispersores, tanto pela grande
quantidade de espécies que são frugívoras, ou incluem frutos em sua dieta, quanto pela
grande mobilidade, o que permite que levem essas sementes a distâncias seguras, além de
explorar vários ambientes, dispersando espécies vegetais presentes nos mais variados
habitats.

2.8. O papel das plantações florestais na conservação das aves


Gabriel, Vasconcelos, de Lima, Cassola, Barretto, & de Brito (2013) referem que:
O manejo do eucalipto influencia diretamente na presença destas espécies, sendo que,
quanto maior o tempo para o corte e menor a intensidade dos tratos silviculturas, maior é
a probabilidade do surgimento destas e de outras espécies ameaçadas, as quais podem ser
manejadas diferenciadamente pelas empresas florestais (p. 49).
Podemos perceber inicialmente que as plantações florestais desempenham um papel
importante na conservação das espécies faunísticas de uma maneira geral e das aves de

15
maneira mais particular pois estas propiciam condições para o seu desenvolvimento e
reprodução.

2.9. Levantamento da avifauna


Kenderigh (1944), considera que quando se estuda populações de aves, existem dois aspetos
que devem ser considerados: (i) a obtenção de um índice para cada espécie que permita uma
comparação de abundância relativa entre espécies diferentes e (ii) a determinação do número atual
de aves de cada espécie em uma área de tamanho conhecido, permitido comparar a abundância
entre espécies diferentes ou dentro da mesma espécie em épocas diferentes.

Dos Anjos, (1996), acrescenta que não existe metodologia perfeita para ser aplicada no
levantamento quantitativo de aves. Cada uma apresenta pontos favoráveis e desfavoráveis que
devem se ponderadas, para a realização deste trabalho foram aplicados os métodos de
levantamento de aves de forma combinada para obter maior precisão dos dados. De acordo com
Almeida (1981), a obtenção de dados quantitativos para populações de aves é problemática e
pouco precisa.

Segundo Dawson (1981),


O próprio habitat estudado, a o momento do estudo, o período do dia, o clima, o ruído
ambiental presente, o observador, entre outros, são alguns dos fatores que podem
influenciar a contagem de aves terrestres. Por esse motivo, a anos o método de ponto fixo
atrai a atenção de vários pesquisadores que buscam testar sua eficiência e aplicabilidade
em relação aos tais fatores (p. 31).

Como apontam Ralph & Scott, 1981; Ralph, Geupel, Pyle, Martin, & da Sant (1993) e
Bibby, Burgess, Hill, & Mustoe (2000), no método de transições são estabelecidas trilhas
ao longo da área de estudo, onde o pesquisador irá percorrer realizando a identificação e
a contagem das aves observado. Neste, a preocupação está principalmente focada na
alocação das trilhas e dos pontos e, como apontam Kepler & Scott (1981), na habilidade
do observador em identificar as espécies.

Já o método de ponto fixo, consiste em realizar a observação das aves ocorrentes no


ponto estudado via registos auditivos e visuais, com o observador mantendo-se fixo no
ponto e coletando os dados dentro de um intervalo de tempo pré-determinado.

Ao falar sobre o método de ponto fixo, Reynalds, Scott, & Nusssbaum (1980), afirma
que,
Um observador em um ponto fixo dispõe de mais tempo para observar as aves, não
perdendo tempo olhando o chão durante seu deslocamento, o que é muito importante em
se tratando de vegetação alta e densa, ou em terreno acidentado; afirmam ainda que esse
método propicia ao observador maior probabilidade de contatos visuais e auditivos com
as espécies de aves do que um observador caminhando (p. 67).

16
Anderson et al, (1979) reforçam essa ideia ao referir que,
O fato de o observador fixo dispor de mais tempo para observar as aves de uma
comunidade do que um observador em movimento, e a afirmativa que os pontos fixos
cobrem uma maior uniformidade da área estudada, são os argumentos mais fortes
daqueles que defendem o uso de censos por pontos fixos (p. 45).

Ambos os métodos permitem a reunião de dados qualitativos, ou seja, saber quais espécies
ocorrem no ponto, e permitem também a reunião de dados quantitativos, ou seja, levantar
a abundância relativa das espécies observadas. A coleta de dados qualitativos foca a
reunião de espécies novas e a frequência em que tais espécies são observadas, por este
motivo, este tipo de levantamento é menos exigente quanto a cuidados a serem tomados
durante a amostragem.

Bibby, Burgess, Hill, & Mustoe (2000), chamam a atenção na sua utilização ao referir
que, para a reunião de dados quantitativos, ambos os métodos exigem cuidados extras a
fim de evitar sub ou super estimativas de abundância das aves observadas, já que se corre
o risco de serem feitas recontagens de indivíduos. Ralph & Scott, (1981), sugerem que os
métodos devem ser usados com cuidado e preferencialmente associados a outros,
possibilitando a obtenção de dados mais seguros.

Em relação ao método dos Trajetos Lineares, estes são muito aplicados em ecologia
vegetal, mas para estimativa de populações animais podem ser desaconselháveis,
principalmente devido à sua locomoção. Burham, Anderson, & Laake, (1980), explicam
a maneira prática para utilização do método e afirmaram que, se o animal em estudo é
muito móvel, uma ave, por exemplo, essa movimentação pode acarretar sérios problemas,
tornando o método inviável, pois ela poderá ser registada mais de uma vez. Para a
aplicação do método, os autores partiram da concepção de uma área com divisas e
tamanhos conhecidos, com o objetivo de estimar a abundância de determinada população
biológica.
Diversos autores Almeida (1981), dos Anjos (1992), Barbosa (1992) e Machado (1997)
são unanimes em afirmar que o grau de conspicuidade das espécies é fator relevante nas
análises e possível fonte de erro. Quanto mais agitada a espécie maior o risco de ser
registada mais de umas vezes o mesmo individuo.

17
2.10. Riqueza e a composição de aves em plantações florestais
2.10.1. Frequência
Frequência indica a uniformidade de distribuição de uma espécie sobre uma determinada
área, ou seja, a sua dispersão média. Pode também ser entendida como a percentagem de
ocorrência de uma espécie em um número de áreas de igual tamanho, dentro de uma
comunidade (Moscovich, 2010).

Mueller-Dombois & Ellenberg (1974), afirmam,


A Frequência Absoluta (FA) é definida pela proporção entre o número de unidades
amostrais, na qual a espécie ocorre e o número total de unidades amostrais, expressa em
percentagem. E a Frequência Relativa (FR) pela proporção, expressa em percentagem,
entre frequência de cada espécie e a frequência total por hectare (p.199).

Frequência exprime a distribuição espacial de cada espécie na área. Ou seja, indica o


número de unidades amostrais que uma espécie ocorre e relação ao número total de
unidades amostrais.

Frequência absoluta (FA) indica, segundo Mueller-Dombois & Ellenberg (1974), a


percentagem (ou proporção) de ocorrência de uma espécie em uma determinada área.

𝐹𝐴 = 𝑝𝑖𝑃∗ 100

Pi = número de parcelas (unidades amostrais) com ocorrência da espécie i.

P = número total de parcelas (unidades amostrais) na amostra.

Frequência Relativa (FR) é segundo Mueller-Dombois & Ellenberg (1974), a relação entre
a frequência absoluta de determinada espécie com a soma das frequências absolutas de
todas as espécies.

𝐹𝑅 = 𝐹𝐴𝑖 ∑𝐹𝐴∗ 100

FAi = Frequência absoluta de uma determinada espécie.

∑FA = somatório das frequências absolutas de todas as espécies amostradas.

A frequência fornece uma informação a respeito da dispersão das espécies.

Espécies com um elevado número de indivíduos podem apresentar baixos valores de


frequência em função de seus indivíduos estarem agrupados, ao passo que outras espécies

18
podem apresentar 100% de frequência por seus indivíduos encontrarem-se distribuídos
em todas as parcelas amostradas (Alteff, 2009).

Colquhoun (1940) afirmou que a frequência de ocorrência de espécies pode ser expressa
através de uma lista de espécies observadas em cada visita ao habitat, podendo ser
indicada pelo número de vezes que a espécie ocorre, multiplicando-se por 100 e
dividindo-se pelo número de visitas. O autor acredita que, em amostragens de florestas, a
unidade de tempo é preferível à de espaço, com uma movimentação lenta durante as
observações, as quais, sendo feitas ao acaso, são melhores que um curso fixo.

2.10.2. Índices de abundância


Ʃ𝒀𝒐𝒊
A= 𝒉

Onde: A-Abundancia; Yoi-espécies observadas e h-Horas/Tempo


O índice de abundância A é expresso pelo somatório dos indivíduos de uma espécie
observados Yoi em um determinado ambiente, dividido pelo tempo total em horas de
observação aplicado neste ambiente.

2.10.3. Estimava de riqueza Jackknife


∑𝑛 ∗
𝑗=1 𝑆−𝑗

𝑆−1 = 𝑛 ∙ 𝑆 − (𝑛 − 1) ∙ 𝑆−1e 𝑆̂ =
𝑛

2.10.4. Diversidade
Segundo a Alcock (2009), diversidade significa variedade, diferença e multiplicidade
entre diferentes objectos ou realidades. A diversidade compreende uma mistura colectiva
de todas as diferenças e semelhanças existentes entre as espécies.
O conceito de diversidade de espécie envolve o conhecimento da riqueza e da abundância
das espécies no local, enquanto riqueza é o número de espécies de plantas presentes em
uma área.
Diversidade é relativa ao número de espécies e suas abundâncias em uma comunidade ou
habitat. Com a finalidade de fazer distinção entre a diversidade encontrada dentro de uma
comunidade e a diversidade de uma paisagem ou região na qual observa-se uma mistura
de habitats, Whittaker sugeriu os seguintes conceitos de diversidade (Magurran, 1988).

2.10.5. O Índice de Diversidade de Shannon-Wiener


H’= -Σpi * LN∙pi;

19
A Diversidade se refere à heterogeneidade florística da área em questão. As medidas de
diversidade mais amplamente usadas são os índices da teoria da informação. Estes índices
baseiam-se na lógica de que a diversidade ou a informação em um sistema natural pode
ser medida de um modo similar à informação contida em um código ou mensagem
(Magurran1989).
Shannon e Wiener obtiveram a função conhecida como Índice de Diversidade de Shannon
(H’)2. Este índice considera que os indivíduos são amostrados ao acaso, a partir de uma
população indefinidamente grande, isto é, uma população efetivamente infinita
(Felfilietal. 2011). O índice também assume que todas as espécies estão representadas na
amostra e seu valor vária de 1,5 a 3,5 (raramente passa de 4,5). De acordo com Boligon
(2005), o índice de Shannon é o mais usado, pois combina o número de espécies presentes
e a densidade relativa da espécie em um único valor.

2
O Índice de Diversidade de Shannon-Wiener (H'), que é também chamado de Índice de Shannon-Weaver,
baseado na teoria da informação, foi desenvolvido entre 1948-1949, por Claude Elwood Shannon, e
constitui um dos índices mais utilizados para medir diversidade em dados categóricos.

20
CAPÍTULO III: ASPECTOS METODOLÓGICOS
As metodologias constituem os caminhos e meios pelos quais a pesquisa deve enveredar
com vista a alcançar os objectivos para si desenhados. Não obstante, elas são
imprescindíveis na produção de conhecimento científico pois permitem, de maneira
mensurável, perceber a extensão do problema proposto ou mesmo a eficácia de sua
solução, se for esse o caso.

Para atribuirmos uma classificação a uma pesquisa, existem diversos aspectos que devem
ser observados, como aponta Gil (2008), existem várias formas de classificar as
pesquisas, podendo ser feita sob ponto de vista de abordagem do problema, dos
objectivos, de sua natureza e do ponto de vista dos procedimentos técnicos.

3.1. Quanto a abordagem


Mista
No que diz respeito a forma de abordagem, adoptou-se inicialmente o método
quantitativo, este que se caracteriza, segundo Gil (2008), pelo emprego de quantificação,
tanto nas modalidades de colecta de informações, quanto no tratamento delas por meio
de técnicas estatísticas, desde as mais simples até as mais complexas.

Este método nos permitirá colectar aspectos quantitativos referentes às quantidades de


populações de aves existentes no local de estudo.

Por outro lado, o método qualitativo, que segundo Gil (2008), na pesquisa qualitativa, o
pesquisador busca compreender os aspectos que vão além dos números, pois estes podem
ser influenciados por diversos outros factores, no nosso caso de estudo, o número de aves
presentes e suas variedades podem ser influenciadas pela disposição dos recursos que
garantem a sua subsistência e outros aspectos interessantes para a sua compreensão.

Deste modo, esta constitui-se uma pesquisa mista pois concilia aspectos das duas
metodologias apresentadas anteriormente.

3.2. Quanto aos objectivos


Descritiva
Segundo Gil (2008). Estudos descritivos tem por objetivo descrever as características de
certa população ou fenómeno e estabelecer relações entre as variáveis, sem sua
manipulação.

21
No caso da nossa pesquisa que procuramos compreender e descrever a extensão da
avifauna nas plantações da Green Resources onde não há muitos dados que apontam de
maneira específica para os diferentes tipos de aves ali existentes, aspecto que
procuraremos desenvolver na nossa pesquisa.

22
3.3.Caracterização da área de estudo

Legenda

Distrito de Sanga
Distrito de Lago

Distrito de Lichinga

Distrito de Chimbunila

Figura 1: Mapa de localização das áreas de estudo

23
3.3.1. Sanga
Segundo o Ministério da Administração Estatal (2016), o Distrito de Sanga está
localizado na parte Norte da Província do Niassa a 60 Km da capital provincial –
Lichinga, e tem os seus limites a Norte com a República da Tanzânia, a Sul com o distrito
de Lichinga, a Leste com os distritos de Muembe e Mavago e a Oeste com o distrito de
3.3.2.Lago

O Distrito tem uma superfície total de 12.185 km2 e, segundo dados do Instituto Nacional
de Estatística (2023) a sua população é de 90.516 habitantes, 4,5% da população da
província de Niassa. Com uma densidade populacional aproximada de 7,4 hab/km2,
prevê-se que o distrito em 2020 venha a atingir os 80 mil habitantes.

O Ministério da Administração Estatal (2016) acrescenta que a estrutura etária do distrito


reflete uma relação de dependência económica de 1:1, isto é, por cada 10 crianças ou
anciões existem 10 pessoas em idade ativa. Com uma população jovem (48%, abaixo dos
15 anos), tem um índice de masculinidade de 96% (por cada 100 pessoas do sexo
feminino existem 96 do masculino) e uma taxa de urbanização do distrito é de 6%,
concentrada na Vila de Unango.

3.3.3. Chimbunila
Segundo MAE (2016), é localizado a norte da cidade de Lichinga, a sul com Distrito de
Ngaúma, através do Chinenge, a oeste com a República do Malawi através da Localidade
de Chala Posto Administrativo de Lione e este com distrito de Majune através do rio
Icuvi.

Chimbunila é composto por dois postos administrativos e cinco localidades numa


superfície de 5 422 km2.A população é em 2021 era de 83.544 habitantes, de acordo com
o INE (2023) e tem uma densidade populacional de 15 habitantes/ km2.

3.3. 4.Lago
Está localizado na parte Norte da Província do Niassa, confinando a Norte com a
República Unida da Tanzânia, a Sul com o Distrito de Lichinga, a Este com o distrito de
Sanga e a Oeste com o Lago Niassa, fronteira com a República do Malawi (MAE, 2016).

24
A superfície do distrito é de 6.528 km2 e a sua população está estimada em 128.204
habitantes em 2021 segundo dados do INE (2023). Com uma densidade populacional
aproximada de 19 hab/km2.

3.3.5. Lichinga
Segundo MAE (2016) “Esta localizado na parte oeste da província de Niassa, confinado
a Norte pelos distritos de Sanga, Lago e Muembe, a Sul com o distrito de Ngaúma, a Leste
com o distrito de Majune e a Oeste coma República de Malawi.

A superfície do distrito de Lichinga é de 2.719 km2 e a sua população está estimada em


290.205 habitantes em 2021 segundo dados do INE (2023), que correspondem a 11,5%
da população da província. Com uma densidade populacional aproximada de 85 hab/km2.

25
3.4. Quanto ao procedimento
Trabalho de campo
O trabalho de campo é caracterizado, segundo Gil (2008), pela investigação realizada
junto ao objecto de estudo. No caso de nossa pesquisa, apesar de tomar este método como
base devido a natureza do estudo, ele foi consubstanciado pela pesquisa bibliográfica que
nos forneceu dados sobre a avifauna existentes em outros pontos e os factores que a
influenciam e, por termos uma circunscrição territorial com características especificas de
interesse para o desenvolvimento da avifauna de maneira particular, desenvolvemos um
estudo particularizado a que designamos como estudo de caso.

3.5. Colecta de dados de dados


Deste modo a escolha de método de levantamento de dados é um especto muito
importante a ser observado neste tipo de pesquisa, pois são vários os fatores que podem
influenciar os resultados obtidos, tais como a limitação de recursos financeiros, tempo e
estrutura e composição da vegetação a ser estudada.

Sendo este um estudo pioneiro sobre riqueza e composição de aves realizado na faculdade
optou se por aplicar todos os métodos de identificação das aves visto que cada um
apresentam vantagem e desvantagem que podem se acentuar conforme o meio.

3.5.1. Contagem por pontos (ponto fixo, pointcount)


Para amostrar a avifauna nas plantações florestais, foram percorridos a pé ao longo de
nove meses, totais de 160 Transetos com 2 km de comprimento cada, este método
consistiu em observar as aves ao redor do pesquisador parado em um ponto fixo, sem se
preocupar com outros elementos do meio.

3.5.2. Listas de MacKinnon


O Método proposto por MacKinnon & Phillips (1993) é uma ferramenta eficiente para
avaliar a estimativa de riqueza da Avifauna. Os registos comporão as listas de 10 que
segundo (Ribbon, 2010), a listas de Mackinnon consiste no registo de dez espécies
identificadas por lista.

Para determinar a riqueza e composição da avifauna serão utilizadas as Listas de


Mackinnon percorrendo-se trilhas e estradas pré-existentes nas áreas de amostragem. A
partir dos dados obtidos, elaborar uma lista base de aves relacionadas à UC. Preencher a

26
FICHA DA LISTA com a data, horário, espécie e tipo de registo (acústico = A, visual =
V, pisto ou vestígio = P).

Na utilização das listas de Mackinnon, Herzog, Kessler, & Cahill (2002), recomendam
que (1) a coleta de dados seja realizada por pessoa experiente e familiarizada com as aves
daquela região, (2) uso de gravação, indispensável para identificação posterior de
indivíduos com vocalização não familiar e bandos mistos, (3) utilizar horários distintos
de amostragem para contemplar o período de todas as atividades (inclusive noturnas), (4)
não amostrar a mesma trilha na mesma expedição, (5) não considerar espécies de
passagem que não são comuns àquele ambiente, (6) caso encontre alguma espécie não
anotada nesta trilha, pode anotar na Lista.
A vantagem da Lista de Mackinnon é a melhoria na qualidade dos dados, quando
comparada à lista simples, além do controle no tamanho das amostras, o que permite a
comparação mais confiável entre locais diferentes. Outra vantagem é a liberdade de
interromper a amostragem a qualquer momento sem prejuízo à qualidade dos dados.
Segundo Herzog, Kessler, & Cahill (2002), o método de lista de Mackinnon, combinado
com a estimativa estatística de riqueza, é sem dúvida muito mais padronizado e válido
para comparações simples de lista de espécies e representa uma ferramenta compatível
para a avaliação de conservação e estudos de padrões de aves no neotrópico.
Para padronizar o esforço sugere-se utilizar em campo o estimador Jackniffe, para
comparar o número estimado e observado de espécies (idem). Os produtos obtidos neste
método serão a lista de aves da UC, com indicação da localidade e tipo de registo, além
do valor observado e estimado de espécies.
3.5.3. Play back
Em cada ponto de escuta foram investidas diariamente quatro horas das quais, 10 minutos
aplicados para observação, escuta e gravação de cantos de espécies por meio do uso de
Play Back em cada ponto. Este método serve para gravar som de aves para posterior
reconhecimento.

3.5.4. Trajetos (Linetransects)


Para Cardoso, Witt, & Bertoti, (2022)

Este método consistem em percorrer, em velocidade constante, um trajeto pré-definido,


no qual o observador registra as espécies detectadas. Tal técnica pode ser utilizada em
grandes áreas, porém os Transetos devem ser estabelecidos de maneira aleatória, com
uma distância mínima de 100 metros entre elas, para que não ocorram interceptações.

27
3.5.5. Contagem em Agregados
Este método consiste em registar aves que vivem em conjunto ou simplesmente registar
o conjunto de indivíduos.

3.5.6. Camera Fotográfica


Segundo (Maxwell, 2023) “O método consiste inicialmente em capturar imagens
fotográficas de um ambiente, de momentos ou de espécies para posterior
reconhecimento”.

3.5.7. Shannon-Wiener (H')


Segundo Alexandre (2006), o Índice de Diversidade de Shannon-Wiener (H’), que é
também denominado Índice de Shannon, Weaver, foi desenvolvido no período de 1948-
1949, por Claude Elwood Shannon, e é actualmente um dos índices mais utilizados para
realizar a medição da diversidade em dados categóricos e tem a sua base na teoria da
informação.
H’= -Σpi * LN∙pi;
pi = ni/N
Onde:
H’: é Índice de Shannon-Wiener;
pi: é proporção de indivíduos da i-ésima espécie;
LN: é logaritmo de base neperiano (e);
ni: é número de indivíduos amostrados para a espécie;
N: é número total de indivíduos amostrados.

3.5.5. Jackknife
O Jackk1 leva em consideração as espécies raras. Ou seja, as que ocorrem em apenas uma
∑𝑛 ∗
𝑗=1 𝑆−𝑗

amostra (uniques). 𝑆−1 = 𝑛 ∙ 𝑆 − (𝑛 − 1) ∙ 𝑆−1 e 𝑆̂ = 𝑛

Onde:
S*= riqueza estimada
n = número de amostras
S= número total de espécies
S-1= número de espécies menos uma UA

28
3.6. Universo/População
O estudo teve como universo avifauna da província do Niassa, tendo como amostra as
aves das plantações florestais da empresa de exploração florestal Green Resource nos
distritos de Lago, Chimbunila, Sanga e Lichinga.

3.6.1. Tipos de amostras


O trabalho de pesquisa privilegiou a amostragem aleatória simples sendo esta o processo
mais elementar e frequentemente utilizado. Corresponde a uma amostra de elementos
retirados ao acaso da população, isto é, cada indivíduo é escolhido completamente ao
acaso e cada membro da população tem a mesma probabilidade se ser incluído na amostra.

3.7. Técnicas e Instrumento de colecta de dados


 Contagem por pontos (ponto fixo, pointcount)
 Trajetos (linetransects)
 Listas de MacKinnon
 Contagens em agregações
 Playback
 Câmera fotográfica

3.8. Limitação de pesquisa


Há poucos estudos sobre as estimativas de riqueza de biodiversidade de aves que ocorrem
em Moçambique em geral e na província do Niassa em particular, devido a diversos
fatores limitantes, tais como o tempo para a obtenção de dados em função da sazonalidade
das aves, recursos e materiais para pesquisas de inventário da biodiversidade de aves, que
implica a questão financeira e logística.
3.9. Ética de pesquisa
 Respeitar os direitos de privacidade das famílias e das Organizações.
 Respeitar o direito à intimidade das pessoas e da família.
 Respeitar o direito ao anonimato e à confidencialidade.
 Respeitar o direito a um tratamento justo e adequado das informações.
 Respeitar o direito das aves, não caçar e não interferir nas interações ecológicas.
 Citação dos autores das obras consultadas e suas respetivas referências
bibliográficas.

29
3.10. Modelo de Analise de dados
A análise quantitativa envolve a aplicação de modelos estatísticos e matemáticos usados
para problemas financeiros, de negócios e de gerenciamento de riscos. Os modelos usados
especificamente para realização dentre trabalho foram: o Excel e o Rstudio. Onde os
dados foram processados no Excel, e posteriormente colocados no Rstudio como forma
de comprovar a veracidade dos resultados obtidos. E foi observado que os resultados
obtidos não alteram independentemente do programa usados para o processamento dos
mesmos.
Que são uma importante ferramenta orientada por dados, usada por analistas financeiros,
cientistas e pesquisadores por conta da sua facilidade de compreensão de conceitos e
desafios complexos, além da sua eficiência na análise e processamento de dados.

30
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
 Identificar a composição das aves através dos métodos de levantamento da
avifauna
O total de aves registadas do somatório das unidades amostrais é de 866 aves no período
de 9 meses correspondente a 864 horas das quais 4 horas de observação diariamente, em
um total de 6.480 pontos gerados. Deste modo o distrito de Sanga com 202 aves, o
Lichinga com 203 aves, Chimbunila 258 aves e Lago 203 aves registadas.

Foram observadas 16 ordens e a ordem com maior número de espécies é a ordem


Piciformes com 9 espécies, as ordens Coliformes e Gruiformes com uma espécie cada.
Das 28 Famílias a família com maior número de espécies é Columbídea com 5 espécies.
Dos 45 géneros, o género com maior número de espécies é o género Mérops com 3
espécies de aves, dando um total de 57 espécies.

No estudo realizado por Alexandre (2006) sobre a “composição e estrutura da


comunidade de aves na paisagem fragmentada do Pontal do Paranapanema”, registou
13.677 contatos, que representam 159 espécies. Na sua pesquisa para o levantamento de
avifauna, usou o método de pontos de escuta, adaptado aos trópicos por Vielliard & Silva
(1990), sem um raio fixo para observações.
A composição das aves através dos métodos de levantamento da avifauna identificou:
Contagem por pontos (ponto fixo, pointcount): 5 espécies nomeadamente: Euplectes
axillaris (Viúva de espaduas vermelhas), Columba lívia (Pomba domestica), Nilausafer
(Brubru), Stephanoaetus coronatus, (Águia coroada africana) e Ardea purpúrea (Garça-
vermelha).

Trajetos (linetransects): 12 espécies nomeadamente: Dendropicos stierlingi (Pica-pau-


de stierling), Stactolae maleucotis (Barbete-de-orelha-branca), Pogoniulus bilineatus
(Passarinho-de-cauda-amarela), Lybius torquatus (Barbete-de-colar preto), Lybius
melanopterus (Barbete de peito castanho), Rinopomas uscianomelas (Bico-de-bico-
comum), Coracias garrulus (Rola europeu), Merops pusillus (Abelharuco-pequeno),
Merops hirundineus (Abelharuco- andorinha), Merops persicus (Abelharuco de bochecha
azul), Colius striatu (Rato Salpicado) e Clamador jacobinus (Cuco Jacobino).

Listas de MacKinnon: 29 espécies nomeadamente: Numidameleagris (Galinha do


mato), Caprimulgusfóssil (Noitibó-de-moçambique), Streptopeliacapicola (Rola),
Crithagra moçambicana (Canarinho-de-Moçambique), Smithorniscapensis (Broadbill

31
africano), Columba guinea (Pombo-malhado), Schoutedenapusmyoptilus (Andorinhão-
de-shoa), Francolinussephaena (Francolim-de-crista), Ptemistisswainsonii (Francolim de
Swainson), Coturnixdelegorguei (Cordona), Alopochenaegyptiaca (Ganso do Egipto),
Anas sparsa (Pato preto africano), Indicatorindicator (Indicador grande), Indicatorminor
(Indicador menor), Cloropicusnamaquus (Pica-pau barbudo), Cuculuscanorus (Cuco
comum), Ceuthmocharesaereus (Cuco azul), Cuculusgularis (Cuco africano),
Telacanthuraussheri (Rato-de-espinho manchado), Neafrapusboehmi (Rabo-espinhoso-
de-bohm), Cypsiurusparvus (Andorinhão palmeira africana), Tauracoporphyreolophus
(Taruco de crista roxa), Corythaixoides concolor (Pássaro cinzento), Tyto alba (Mocho
das torres),Bubo africanus (Mocho bufo-real), Strixwoodfordii (Coruja africana),
Glaucidiumperlatum (Corujinha), Caprimulguspectoralis (Frasco noturno) e
Streptopeliacapicola (Pomba do pescoço anelado).

Contagens em agregações: 1 espécie nomeadamente: Laniarius aethiopicus (Boubou


tropical).

Playback: 3 espécies nomeadamente: Glaucidiumperlatuma (Mocho - perlado), Crexcrex


(Codornizão) e Accipiterovampensis (Gavião-do-ovambo através de registos sonoros.

Camera fotográfica, 7 espécies encontradas: Corvus albus (Corvo), Passebr


domesticusg (Pardal), Turtur afer (Rola de manchas azuis), Motacilla aguimp (Alvéola-
aranha africana), Pogoniulus chrysoconus (Barbadinho-de-testa-amarela), Euplectes
aedens, (Viúva- de- colar- vermelho), Ardea melanocephala (Garça-real).

Alteff (2009), em sua pesquisa intitulada “estimativa de riqueza, composição espécies e


composição da avifauna na extinção ecológica de Panga”, utilizou o método das listas
de Mackinnon, tendo usado listas de 10, 15, e 20 espécies. Para compor no final a listagem
de 234 espécies.
Um aspecto a ressalvar na pesquisa realizada por Alexandre é que o levantamento não foi
feito com chuva e ventos fortes, pois esses factores poderiam afectar na abundância.
Este facto pode explicar a diferença nos resultados obtidos no presente estudo, pois, o
levantamento das aves foi realizado em todos dias, independentemente da condição
meteorológica, deste modo, houve contacto com aves principalmente as insectívoras após
a precipitação, pois verifica-se a presença de vários insectos em busca de raios solares.

32
Tabela 1: Lista da avifauna encontrada nas plantações- Green Resources

Espécie Nome Vernacular IUCN


Numidameleagris, Linnaeus, C 1758 Galinha-do-mato LC
Turturafer, Linnaeus, C 1766 Rola de manchas azuis LC
Caprimulgusfóssil, Linnaeus, C.1758 Noitibó-de-moçambique LC
Glaucidiumperlatum, Vieillot, 1817 Mocho - perlado LC
StreptopeliacapicolaSundevall, 1857 Rola LC
PasserdomesticusLinnaeus, C, 1758 Pardal LC
Crithagra moçambicana Muller, PLS, LC
1776 Canarinho -de- Moçambique
Euplectesaedens, Boddaert, 1783 Viúva- de- colar- vermelho LC
Smithorniscapensis, Smith, A, 1839 Broadbill africano LC
Corvusalbus, Müller, PLS, 1776 Corvo LC
Euplectesaxillaris, Smith, A 1838 Viúva de espaduas vermelhas LC
Columba livia, Gmelin, 1789 Pomba domestica LC
Nilausafer, Latam, 1801 Brubru LC
Stephanoaetuscoronatus, Linneaus, C, LC
1766 Águia coroada africana
Ardeapurpúrea, Linnaeus, C, 1766 Garça-vermelha LC
Columba guinea, Linnaeus, C, 1758 Pombo malhado LC
Schoutedenapusmyoptilus, Salvadori, AT, LC
1888 Andorinhão - de- shoa
Francolinussephaena, Smith, A, 1836 Francolim-de-crista LC
Ptemistisswainsonii, Smith, A, 1836 Francolim de Swainson LC
Coturnixdelegorguei, Delegorgue, LA LC
1847 Cordona
Alopochenaegyptiaca, Linneaus, C, 1766 Ganso do Egito LC
Anas sparsa, Eyton, 1838 Pato preto africano LC
Indicatorindicator, Sparrman, 1777 Indicador grande LC
Indicatorminor, Estevão, JF 1815 Indicador menor LC
Cloropicusnamaquus, Lichtenstein, AAH LC
1793 Pica-pau barbudo
Dendropicosstierlingi, Reichenow, 1901 Pica-pau-de-stierling LC
Stactolaemaleucotis, Sundevall, CJ 1850 Barbete-de-orelha-branca LC
Pogoniulusbilineatus, Sundeval, CJ 1850 Passarinho-de-cauda-amarela LC
Pogoniuluschrysoconus, Temminck, CJ LC
1832 Barbadinho-de-testa-amarela
Lybiustorquatus, Dumont, CHF 1805 Barbete-de-colar-preto LC
Lybiusmelanopterus, Peters, 1854 Barbete de peito castanho LC
Rinopomastuscianomelas, Vieillot, 1819 Bico-de-bico-comum LC
Coraciasgarrulus, Linnaeus, C1758 Rola europeu LC
Meropspusillus, Müller, 1776 Abelharuco-pequeno LC
Meropshirundineus, Lichtenstein, AAH LC
1793 Albelharo- andorinha
Meropspersicus, Palas, 1773 Abelharuco de bochecha azul LC

33
Coliusstriatus, Gmelin, JF 1789 Rato Salpicado LC
Clamador jacobinus, Boddaert, 1783 Cuco-jacobino LC
Cuculuscanorus, Linnaeus, 1758 Cuco comum LC
Ceuthmocharesaereus, Vieillot, LJP 1817 Cuco azul LC
Cuculusgularis, Stephens, 1815 Cuco africano LC
Telacanthura ussheri, Sharpe, RB 1870 Rabo-de-espinho manchado LC
Neafrapus boehmi, Schalow, H 1882 Rabo-espinhoso-de-bohm LC
Cypsiurusparvus, Lichtenstein, MHC LC
1823 Andorinhão palmeira africana
Tauracoporphyreolophus, Vigors, NA LC
1831 Taruco de crista roxa
Corythaixoides concolor, Smith, A 1833 Pássaro cinzento LC
Tyto alba, Scopoli, 1769 Mocho das torres LC
Bubo africanus, Temminck, CJ 1821 Mocho bufo-real LC
Strixwoodfordii, Vieillot, 1817 Coruja africana LC
Glaucidiumperlatum, Vieillot, 1817 Corujinha LC
Caprimulguspectoralis, Cuvier, 1816 Frasco noturno LC
Streptopeliacapicola, Sundevall, 1857 Pomba do pescoço anelado LC
Crexcrex, Linnaeus, C1758 Codornizão LC
Accipiterovampensis, Gurney, 1875 Gavião-do-ovambo LC
Laniariusaethiopicus, Gmelin, JF1788 Boubou tropical LC
Motacillaaguimp, Temminck, CJ 1829 Alvéola-aranha africana LC
Ardeamelanocephala Garça-real LC
Fonte: adaptado pela autora
Foram registadas 57 espécies de aves e o seu estado de conservação segundo a IUCN é
pouco preocupante.

10
9
8 9 9
7
6
5
4 5 5
3 4 4 4 4
2
1 2 1 1 2 2 1 2 2
0

Gráfico 1: Número de espécies de uma determinada ordem


Fonte: A autora
No estudo realizado foram registadas 16 ordens de aves, das quais as com maior
representatividade são a ordem Passeriformes e Piciformes com nove (9) espécies cada,
esses valores são explicados por vários fatores associados.

34
Em relação à alimentação das Ordens supracitadas, é possível afirmar que elas possuem
gostos e preferências bem semelhantes. Em geral, os alimentos preferidos variam entre as
sementes, frutos, invertebrados menores, peixes, roedores, insetos entre outros. (Alves,
2023)
As ordens Strigiformes e Cuculiformes apresentam o segundo valor mais alto de números
de espécies com cinco (5) espécies cada seguido pelas ordens Columbiformes,
Apodiformes, Galliformes e Coraciiformes com quatro (4) espécies de aves cada ordem.
As ordens Anseriformes, Musophagiformes, Caprimulgiformes, Accipitriformes e
Pelecaniformes foram registadas duas (2) espécies de aves para cada.
As ordens com os valores mais baixo de espécies registadas são Bucerotiformes e
Coliiformes com uma (1) espécie para cada. As espécies da ordem Bucerotiformes são
insectívoras e com comportamento sazonal não migratório, estes fatores explicam a sua
baixa ocorrência tendo sido registados apenas em duas unidades amostrais em
Chimbunila e Lago.

6 5
5 4 4 4
4 3 3 3
3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1
Caprimulg…

Calyptom…

Musophag…
Ramphasti…
Malaconot…

Phoeniculi…

0
Ardeidae

Coraciidae
Meropidae

Rallidae
Fringillidae

Corvidae

Tytonidae
Coliidae

Motacillidae
Numididae

Phasianidae

Cuculidae
Indicatoridae
Columbidae

Apodidae

Lybiidae
Passeridae

Ploceidae

Accipitridae
Strigidae

Anatidae

Picidae

Gráfico 2: Número de espécies de uma Família


Fonte: A autora
Da pesquisa realizada nas plantações florestais o registou um total 28 Famílias. Destas a
família Columbiadae destacou-se por apresentar maior valor número com cinco (5)
espécies, seguindo-se as famílias Strigidae, Phasianidae e Cuculidae com quatro (4)
espécies cada. Na terceira colocação estão as famílias Anatidae, Ramphastidae e
Meropidae com três (3) espécies cada. Com uma representatividade de duas (2) espécies
estão as seguintes famílias: Camprimulgidae, Ploceidae, Malaconotidae, Accipitridae,
Ardeidae, Apodidae, Indicatoridae, Picidae, Lybiidaee Musophagidae. Por fim, seguem-
se as famílias Numididae, Passeridae, Fringillidae, Calyptomenidae, Corvidae,
Phoeniculidae, Coraciidae, Coliidae, Tytonidae, Rallidae e Motacillidae com uma (1)
espécie cada.

35
3,5
3
2,5 3
2
1,5 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
1
0,5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
0

Gráfico 3: Número de espécies de um género


Fone: A autora
Em resultado da pesquisa realizada foram registados 45 géneros de aves, sendo o género
Merops representada por três (3) espécies. Os géneros Caprimulgus, Glaucidium,
Indicator, Ardea, Pogoniulus, Lybius, Streptopelia, Cuculus, Columba, Euplictes com
duas (2) espécies cada género e, com a representação de uma (1) espécie cada género
estão Guttera, Turtur, Passer, Crithagra, Crex, Anas, Corvus, Motacilla, Clamador,
Laniaarius, Accipiter, Bubo, Tyto, Strix, Tauraco, Smithomis, Nilaus, Colius, Coracias,
Francolinus, Corythaixoides, Neafrapus, Cypsiurus, Telacanthura, Ceuthmochares,
Rinopomastus, Stactolaema, Dendropicos, Cloropicus, Alopochen, Schoutedenapus,
Ptermistis, Stephanoaetus e Coturnix.

Na pesquisa realizada por Barbosa & de Almeida (2008), intitulada “Avifauna de uma
mata de Araucaria e Podocarpus do Parque Estatual de Campos do Jordão” percebeu
que as aves da Ordem Passeriformes foram os dominantes com 74 espécies e 64 gêneros,
sendo que as famílias que dominaram em número de espécies foram Tyrannidae, com 18
espécies e 17 gêneros e Furnariidae, com 10 espécies e 14 gêneros.
A diferença e semelhança das ordens registadas nos dois estudos devem de os hábitos
alimentares das espécies, distribuição geográfica, formas de nidificação, regimes de
acasalamento, fragmentação e o tempo de pesquisa.

36
 Comparar a distribuição da biodiversidade de aves em plantações florestais, caso
da Green Resources.

120

100
97
80 84

60
55
40 49
45
39

20 29
26
23
12 9 5 8 11 10 3 6 6 2 8 12 9 2 8 2 8 14 5 4 6 12 17 7 7 10 10 4 17 121414 7 6 1011151115141011 7 3 11 7 6 1

Tauraco…
Pogoniulus…
Alopochen…

Caprimulgus…
Crithagra…

Schoutedenapus…

Coracias garrulus
Caprimulgus fossil

Cuculus canorus
Euplectes axillaris

Cuculus gularis
Numida meleagris

Ptemistis swainsonii

Lybius melanopterus

Tyto alba
Merops hirundineus
Streptopelia capicola

Ardea purpurea

Indicator indicator
Cloropicus namaquus

Colius striatus

Neafrapus boehmi

Crex crex
Stactolaema leucotis
Smithornis capensis

Nilaus afer

Strix woodfordii

Laniarius aethiopicus
Ardea melanocephala
Gráfico 4: Frequência absoluta
Fonte: A autora

A frequência fornece uma informação a respeito da dispersão das espécies, diante disto
as espécies que se destacaram com maior frequência são Corvosalbus com 97 indivíduos,
Passerdomesticus com 84 indivíduos, Columba livia com 55 indivíduos, Euplectesaedens
com 49 indivíduos, Motacillaaguimp com 45 indivíduos, Numidameleagris com 39
indivíduos, Streptopeliacapicola com 29 indivíduos, Stactolaemaleucotis com 26
indivíduos, Coraciasgarrulus com 23 indivíduos, Pogoniuluschrysoconus
Meropspersicus com 17 indivíduos. Estas foram observadas nas 4 unidades amostrais,
excepto a Meropspersicus que não foi registada em Lichinga.

É interessante observar que as espécies de aves com frequência medianas obtiveram


número de indivíduos que variou de 11 a 15 indivíduos.

As espécies de aves com menor frequência obtiveram número de indivíduos que variou
de 1a 10 indivíduos. Ardea melanocéfala com 1 individuo.

“A frequência absoluta é a quantidade de vezes que ocorre cada item de uma pesquisa
estatística. Esse número representa quantas vezes uma variável foi respondida ou
observada”. (Asth, 2023)

37
18%
16%
14%
12%
10%
8%
6%
4%
2%
0%
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57

Sanga Lichinga Chimbunila Lago

Gráfico 5: Frequência Relativa


Fonte: A autora

Para a frequência relativa obteve-se as seguintes:

Para Lichinga Corvus albus 15%, Passer domesticus 13% e Euplectes aedens 8%,
Motacilla aguimp 7% e as menores frequências variaram de 1 a 6%.

Para Sanga a espécie com maior frequência são Corvus albus 14%, Passer domesticus
9% as menores variam de 1 a 4%.

Para Chimbunila Columba livia 9%, Passer domesticus, Euplectes aedens e Corvus albus
7%, Numida meleagris 6% Motacilla aguimp 5% e as menores frequências variaram de
1 e 3%.

Para Lago Passer domesticus 10%, Corvus albus 9%, Columba livia 7%, as menores
frequências variam de 1 a 5%.

Barbosa (1992)

Realizou uma pesquisa denominada “Avifauna de uma mata de Araucaria e Podocarpus


do Parque Estadual de Campos de Jordão” onde observou que como as espécies,
frequentemente eram encontradas em mais de um estrato considerou-se aquele que ela
teve maior frequência de observação, como o preferido. A Poos pizalateralis é um
exemplo de ocupação múltipla de estratos, sendo, sendo visto 58,47% das vezes no sub-
bosque e 41,52 das vezes vista no estrato medio.

Estas diferenças devem se a capacidade de adaptação de cada espécie em determinadas


condições do meio (disponibilidade de alimentos, o tipo de vegetação, as condições
edafoclimáticas e as interceções ecológicas), umas podendo ocorrer em diversos meios e

38
outras em meio específicos e característicos esta adaptação pode ser condicionada pela
alimentação, reprodução e refúgio.

Sanga
9,0 Lichinga
Chimbunila
8,0 Lago

7,0

6,0

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

0,0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57

Gráfico 6: Índice de abundância


Fonte: A autora

Foram aplicadas 4h de observação em cada unidade amostral obtendo-se os seguintes


índices de abundância: Corvos albuscom apresentou maior índice de abundância em
Sanga e Lichinga com 7,3 e 7,8 respectivamente, Passer domesticus com o índice de
abundância no Lago 5,3 e Lichinga com 6,8, Columba livia 5,8 em Chimbunila e 3,8
Lago, Euplectes aedens 4,5 em Chimbunila e 4,3 em Lichinga, Motacilla aguimp 3,8 em
Lichinga e 3,0 em Chimbunila, Numida meleagris 4,0 Chimbunila e 2,5 Lichinga,
Streptopelia capicola 2,3 Sanga e 2,0 Lichinga, Stactolaema leucotis 2,3 Chimbunila e
1,5 no Lago e Lichinga, Coracias garrulus em 2,0 Chimbunila e 1,5 Sanha e Lago,
Pogoniulus chrysoconus 1,8 em Sanga, Merops persicus 2,0 em Chimbunila.

As espécies de aves com índice de abundância mediana obtiveram índice de 0,3 a 1,4.

As espécies exclusivas são Ardea melanocéfalo índice de abundância com 0,3 em


Lichinga apenas Euplectes axillaris 0,8 apenas em Chimbunila.

Na pesquisa de Bueno (2013) conhecida como “Riqueza e Abundância de aves na Estação


Ecológica de Taiamã, Cáceres, Mato Grosso” considerando os três períodos (seca, cheia
e vazante) e as duas áreas amostradas (mata ciliar não inundável e mata ciliar inundável),
39
as espécies mais abundantes foram Myiopsittamonachus 7,83, Brotogerischiriri 6,44,
Patagioenascayennensis 5,61 e Ramphoceluscarbo 5,11.
Pelas plantações de eucalipto oferecerem um abrigo seguro, os corvos acabam sendo as
aves mais abundantes dentre todas registadas na presente pesquisa. O tipo de floresta em
que as duas pesquisas foram realizadas influência de forma significativa nos resultados
obtidos.

 Estimar a riqueza e a composição de aves em plantações florestais, caso da Green


Resources.

60,5
60
59,5
59
58,5
58
57,5
57
56,5
56
55,5
Sanga Lichinga Chimbunila Lago

Gráfico 7: Estimativa de Riqueza de Jackknife


Fonte: A autora
Riqueza de espécies é representada pelo número total de espécies em um local. Diante
disso, em termos de estimativa de riqueza os distritos de Sanga e Lago apresentam menor
estimativa de riqueza com 57 espécies registadas enquanto os distritos de Lichinga e
Chimbunila apresentam uma estimativa riqueza de 60 espécies.
Estes valores são influenciados pela observação de duas espécies exclusivas dessas
regiões a Euplectesaxillaris observada, apenas em Chimbunila e a Ardeamelanocéfala
observada apenas em Lichinga.
A média gerada pela estimativa de riqueza de Jackknife é de 59 espécies com um desvio
padrão de 2, podendo se obter uma Riqueza mínima de 57 espécies (media 59 - desvio
padrão 2) e uma Riqueza máxima de 60 espécies (media 59 + desvio padrão 2).

“Biodiversidade e Conservação dos vales dos Rios Jaquitinhonha e Mecuri“ obra escrita
pelos autores Ribon, Mattos, Luiz, Morares, & Morais, (2006) retratam que no Brasil, em
uma área de floresta tropical de 934 há em Salto de Divisa, MG as estimativas variaram
ente 208,7 (± 7,1) pelo Jacknife 2, sendo conferenciadas 68 listas de 10- espécies, obtidas

40
em aproximadamente 40 horas de observação”. “O desvio padrão aprestado pelo
estimador de jackknife é de 5,83 ” na obra Estimativa de riqueza, composição de espécies
e conservação da avifauna na Estacão Ecológica do Panga de Alteff (2009).
Esta diferença nos resultados deve - se ao número de espécies raras de cada região, visto
que o estimador de riqueza de Jackknife refere - se a quantidade de espécie de uma
determinada área, outro aspecto que pode justificar a diferença nos resultados obtidos e a
distribuição geográfica das espécies em relação a sua especificidade biológica.

3,6
3,5
3,4
3,3
3,2
3,1
3
2,9
Sanga Lichinga Chimbunila Lago

Gráfico 8: Índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’)


Fonte: A autora
Diversidade de espécies, que é uma medida que inclui tanto o número de espécies quanto
sua abundância relativa partindo deste pressuposto foram obtidos os seguintes índices de
diversidade:
Lichinga apresentou o menor índice de diversidade com 3,1, seguido de Sanga com 3,4 e
os índices de diversidade mais altos foram registados em Chimbunila e Lago com 3,5.

Os autores Barbosa & de Almeida (2008),


Na pesquisa sobre “Levantamento quantitativo da avifauna em uma mata de Araucaria
E Podocarpus, no Parque Estadual de campos do Jordão de São Paulo ” o Índice de
Diversidade de Shannon-Wiener (H’) calculado para as 39 espécies capturadas, resultou
no valor de 2.97, o qual, considerando o número de espécies, é relativamente alto.
A diferença nos valores do índice de diversidade são explicado pela distribuição e
ocorrência das espécies, algumas espécies podem ocorrer em maior quantidade em um
determinado habitat em relação a outras, ou seja, a riqueza pode ser maior que a
distribuição ou vice-versa em determinada região.

41
CAPÍTULO VI: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO

5.1. Conclusão
É um facto que dentre os sons aleatórios que ouvimos no decorrer dos dias um deles é o
de pássaros que se diferem uns dos outros, uns mais agudos e outros mais graves e que
variam de lugar para lugar. Uma nossa pesquisa, ao procurar identificar as espécies que
ocorrem em Niassa, encontrou-se uma vasta variedade de espécies. No entanto, nem todas
as espécies que identificou-se ou a quantidade de aves é regular uma vez que a sua
ocorrência ou abundância é influenciada por diversos factores. Há aves que são por
natureza “viajantes” e outras que são mais permanentes no local.
A pesquisa identificou um total 16 ordens de aves, cada uma com diversas espécies, o que
nos conduz a concluir que há uma grande diversidade avifauna nas plantações da Green
Resources, o que comprova a primeira hipótese de nosso trabalho.

Deste modo importa referir que sobre a diversidade biológica de Avifauna em Plantações
Florestais caso Green Resources foi realizado em 4 distritos da província do Niassa
nomeadamente, Lago, Sanga, Chimbunila e Lichinga. Obtendo-se o resultado de 866 aves
em um período de 9 meses que corresponde a 864 horas das quais 4 horas de observação
diariamente, de um total de 6 480 pontos gerados deste modo Sanga 202, Lichinga 203,
Chimbunila 258 e Lago 203 aves registadas. Foram observadas 16 ordens, 28 Famílias,
45 géneros e 57 espécies. Contagens por pontos 5, Trajectos (linetransects) 11, Listas de
MacKinnon 29, Contagens em agregações 1, Playback 3, Camera fotográfica 7 espécies.
A frequência fornece uma informação a respeito da dispersão das espécies, diante disto
as espécies que se destacaram com maior frequência 97 a 17 indivíduos, frequências
medianas variou de 11 a 15 indivíduos e as menores frequências obtiveram número de
indivíduos que variou de 1 a 10 indivíduos. Para Lichinga 15% a 7% e as menores
frequências variaram de 1 a 6%. Para Sanga as maiores frequências variam de 14% a 9%
as menores variam de 1 a 4%. Para Chimbunila 9% a 5% e as menores frequências
variaram de 1 e 3%. Para Lago 10% a 7%, as menores frequências variam de 1 a 5%.
Foram aplicadas 4h de observação em cada unidade amostral para obter índices de
abundância. Em termos de riqueza obteve-se 57 para Sanga e Lago e 60 para Chimbunila
e Lichinga, a média é de 59 espécies (media 59 ± desvio padrão 2). Lichinga apresentou
o menor índice de diversidade com 3,1, seguido de Sanga com 3,4 e os índices de
diversidade mais altos foram registados em Chimbunila e Lago com 3,5.

42
5.2. Recomendações
Recomendamos para a Green Resources:
 A realização regular de pesquisas para controlar o desenvolvimento da avifauna;
 Monitoramento das espécies com vista a reduzir o risco de esticão;
 A criação de um organismo que vele pela protecção da avifauna.

43
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51
Glossário
Acasalamento é o ato de união de um indivíduo macho e uma fêmea de uma dada espécie
animal, com a finalidade de possibilitar a junção das gametas e a geração de um novo ser
daquela espécie gerando assim novos descendentes.

Acústico1. Relativo à acústica ou à parte da física que se ocupa dos sons (ex.: estudo
acústico). 2. Relativo à propagação do som num espaço (ex.: isolamento acústico;
verificaram as condições acústicas da sala).

Camuflagem é a habilidade que alguns seres vivos apresentam de se tornarem


praticamente invisíveis no ambiente em que estão.

Côndilo occipital é uma formação óssea da base do crânio que apresenta forma oval e se
articula com a 1ª vértebra cervical.

Decomposição- 1) é a transformação de um organismo morto em matéria orgânica e


inorgânicas (minerais) através a atuação de microorganismos como fungos e bactérias,
permitindo que estes sejam utilizados pelas plantas ou outros organismos para seu
desenvolvimento. (2) Modificação de resíduos vegetais e/ou animais através de processos
microbianos transformando a matéria orgânica imobilizada em minerais e outras matérias
orgânicas de maior facilidade de absorção por outros organismos vivos.

Disseminação - ato ou efeito de espalhar, difundir ou propagar em um meio uma doença


ou praga através de um veículo que pode se um vegetal, animal ou um meio físico.

Dispersão - faculdade que têm os seres vivos de se propagarem pela biosfera,


aumentando seu domínio e facilitando a cada espécie proliferar e encontrar novos meios
onde possa viver de acordo com suas adaptações.

Doubletons - as espécies com somente dois indivíduos.

Duplicates - as espécies que ocorrem em somente duas amostras.

Ecossistema (1) – é o conjunto de comunidades associadas a um ambiente físico aberto


(2) ambiente em que há troca de energia entre o meio e seus habitantes.
Espécie: grupo de organismos capazes de reproduzir-se e originar descendentes férteis.

52
Fusiforme - um objeto ou organismo em forma de fuso (antigo instrumento usado para
fiar), ou seja, alongado e com as extremidades mais estreitas que o centro; elipsoide
alongado.

Fragmentação - se refere às alterações em um habitat original, terrestre ou aquático.


Trata-se de um processo no qual um habitat contínuo é dividido em manchas, ou
fragmentos, mais ou menos isolados.

Gênero: constituído por um conjunto de espécies;

Gravetos -fragmento de ramo de árvore; pedaço pequeno de madeira

Ovíparas - são aqueles que fazem postura de ovos. O embrião se desenvolve no interior
dessas estruturas, as quais não têm nenhuma ligação com o corpo da mãe.

Ordem -é um taxon de alto nível hierárquico utilizado no sistema de classificação


científica dos seres vivos para agrupar famílias constituídas por espécies que apresentam
entre si um elevado grau de semelhança morfofuncional.

Patógenos - organismo capazes de atacar outros organismos vivos (plantas e animais) e


causar doenças, geralmente são bactérias, fungos ou vírus.

Plântulas - embrião em desenvolvimento, após a germinação da semente; planta recém-


nascida.

Singletons - as espécies com somente um indivíduo.

Turfa - material de solo não consolidado, constituído em grande parte por matéria
orgânica (resíduos de carbono) não decomposta ou em ligeiro estado de decomposição
sob condições de umidade excessiva.

Uniques - as espécies que ocorrem em somente uma amostra.

53
Anexos

54
Anexo 1: Desenho esquemático de um incêndio subterrâneo

Fonte: Schumacher & et al. (2013)

Anexo 2: Desenho esquemático de um incêndio de superfície

Fonte: Schumacher & et al. (2013)

55
Anexo3: Desenho esquemático de um incêndio de copa

Fonte: Schumacher et al. (2013).

56
Apêndices

57
Apêndice A: Forno de carvão vegetal - plantação no Distrito de Lichinga (Lulimile) –
ameaça a Avifauna

Fonte: Autora, 2022


Apêndice B: perda da fauna durante o incêndio florestal – plantação no distrito de Lago
(Bandeze)

Fonte: Autor (2022)

58
Apêndice C: Ninho de Pardal Lichinga (Lulimile)

Fonte: Autora (2023)

Apêndice D: Alvéola-aranha Africana-Motacila aguimp (Temminck, CJ (1829))

Fonte: autora (2022)

59
Apêndice E: Ficha de Campo
Lista de Mackinnon
Espécie Data Local Coordenada Período Observação
1
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9
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