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Ebook Cohousing e Condomínio Convencional Dois Estilos de Moradia, Duas Filosofias de Vida
Ebook Cohousing e Condomínio Convencional Dois Estilos de Moradia, Duas Filosofias de Vida
e condomínio
convencional:
dois estilos de moradia,
duas filosofias de vida.
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O envelhecimento da população, com seu consequente isolamento
e solidão, tem levado à busca de soluções de moradia e vida mais
satisfatórias, ainda não contempladas pela sociedade em geral.
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No condomínio o foco está na individualidade absoluta
representada pela casa ou pelo apartamento. Normalmente as pessoas
pouco se conhecem e não há proposta ativa de uma vida comunitária.
O cohousing, por outro lado, se baseia em dois pilares fundamentais:
privacidade e comunidade. Cada pessoa tem sua casa ou apartamento
como no condomínio, o que garante a privacidade. Mas o cohousing tem
algo a mais: uma comunidade. Esta comunidade é deliberadamente
criada, através de reuniões, normalmente conduzidas por um facilitador,
onde vão se formando subgrupos que irão cuidar de todos os aspectos da
vida comunitária, como jardinagem e paisagismo; programação social e
cultural; afiliação; vida comunitária; cuidar e aconselhar; construções;
guardiães da missão e visão; finanças; casa comum, entre outros...
O modelo se assenta sobre a autogestão.
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Diferentemente de qualquer outro modelo de moradia,
notadamente dos condomínios, o cohousing é uma comunidade
intencional, onde todos têm uma voz. E diferentemente das organizações
a que estamos acostumados, onde existem sistemas hierárquicos,
diretorias, etc, o cohousing é uma comunidade horizontal,
autogovernada. Aqui não existem administradora nem síndico. As
decisões são tomadas em conjunto, os membros dividem as
responsabilidades, dividindo-se em grupos, que na Sociocracia são
chamados de Círculos, e os líderes e facilitadores são definidos apenas
para levar o trabalho adiante, com um rodízio entre os membros.
E isto exige a participação de todos, num processo contínuo de
auto-aperfeiçoamento e auto-conhecimento.
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Para que as pessoas possam ser vistas quando saem ou quando
chegam, caminhando de seus carros a suas casas. Sendo que os
caminhos normalmente passam perto da Casa Comum, ou Centro de
Convivência, para que as pessoas possam saber o que está acontecendo e
interagir.
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Aspectos
Jurídicos
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Conforme comentando acima por
Edgar Werblowsky:
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1.
Introdução:
O presente artigo tem como objetivo identificar o panorama atual
da legislação que trata dos “empreendimentos imobiliários” e os motivos
pelos quais os modelos jurídicos e institucionais disponíveis no
ordenamento jurídico existente não atendem aos Cohousings de maneira
adequada e integral.
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Neste sentido, discorre Giuliana Capello, autora do Livro “Ecovilas e
Meio Ambiente”, ao falar da “cola” no contexto das Comunidades. Nos
Cohousings, Colivings, Ecovilas e Ecoaldeias, espécies do gênero
Comunidades Intencionais, segundo Giuliana, a “cola” é o que se registra
e, um dos documentos imprescindíveis para organização do grupo, sendo
o conjunto de ideais, visão, ideias “que constituem a razão fundamental”
a base a partir da qual nasce uma Comunidade, ou seja, os Cohousings.
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Assim, este artigo traz um apanhado de dispositivos, posicionamentos
e percepções, extraídos da legislação e da doutrina, que evidenciam que
a forma como pessoas em fase de envelhecimento querem e podem
viver, carece, atualmente, de um enquadramento jurídico já
determinando, demandando, portanto, que se crie novos conceitos e
estruturas que respaldem tal nova forma viver.
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2.
Premissa da necessidade de exclusividade
no uso e detenção da propriedade privada:
“(...)
Por fim, faculta-se ao condômino a extinção do condomínio.
De fato, a situação de indivisão é passageira. A copropriedade
vai de encontro com a natureza humana de domínio que
aponta para a exclusividade do direito. Tanto é assim que
todos os regimes que tencionaram extirpar ou tornar a
propriedade um bem de uso comum não conseguiram êxito.
Portanto, a lei presume o incômodo e facilita a extinção
do condomínio, evitando conflitos de maior proporção que
a situação condominial é capaz de gerar. Essa noção decorre
do Direito Romano, onde já se afirmava que o condomínio é “a
mãe das rixas”(communio mater rixarum). Posta assim a
questão, a lei facilita a divisão da coisa entre os condôminos
ou, impossível a divisão, a venda da coisa comum.Inicialmente,
se o bem for divisível, o condômino pode exigir a divisão da
coisa, respondendo a parte de cada um pelas despesas de
divisão (...).”
Com base na citação acima, fica claro que, certamente, temas como
a Sociocracia, a CNV - Comunicação Não Violenta, o olhar sistêmico, não
são familiares para nosso ordenamento jurídico tradicional.
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3.
Institutos jurídicos brasileiros que tratam sobre
as formas de desenvolvimento imobiliário,
para fins de ocupação humana:
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3.1.1. Loteamento fechado e a justificativa da necessidade de sua
instituição:
“(...)
Mister se faz acentuar que a aprovação do loteamento
fechado em nada difere do loteamento comum, com o
acréscimo de alguns elementos que adiante veremos.
Todavia, a Lei 6.766/1979 nada dispôs acerca do loteamento
fechado, até porque, na década de setenta não havia tanta
insegurança pública quanto à existente atualmente.
É preciso observar que a fonte do Direito é o fato dotado
de relevância.”
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3.2. Condomínio Edilício – Lei 4.591/1964
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4.
A inovação trazida pelos Cohousings:
E porque a ausência de
previsão jurídica específica pode ser
considerada uma benção? Porque
não há formas engessadas e
restritivas trazidas pela Lei, que
obriguem os grupos de Cohousing e
Comunidades Intencionais de modo
geral, a se organizarem de
determinada maneira.
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Tais estruturas, combinados e acordos podem ser regulados,
portanto:
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5.
Tabela comparativa:
Comunidades Intencionais
Condomínio Loteamento Cohousings/Colivings/
Ecovilas/Ecoaldeias
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Comunidades Intencionais
Condomínio Loteamento Cohousings/Colivings/
Ecovilas/Ecoaldeias
Estrutura aprovada pela Estrutura aprovada pela Estrutura não precisa ser
aprovada por órgãos que
Municipalidade e Municipalidade e
regulam Loteamentos e
registrada perante o registrada perante o Condomínios embora seja
Cartório de Registro de Cartório de Registro de integralmente recomendável
Imóveis, para fins de Imóveis, meramente o registro dos documentos
desmembramento de para desmembramento de formalização do coletivo
unidades autônomas e dos lotes, não havendo perante os órgãos competentes
regulação do coletivo qualquer regramento (Cartório de Registro Civil de
sobre convivência Pessoas Jurídicas, Junta
Comercial, Receita Federal, etc.)
As chancelas e licenças
para uso e ocupação do solo
DEVEM ser obtidas perante
órgãos públicos ambientais,
havendo, nesta modalidade
de comunidades intencionais,
a tendência à preocupação
real com o a preservação,
manutenção e regeneração
do meio ambiente natural.
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6.
Conclusão:
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Para falar com
os autores:
Luciana Nandini
luciana@mvtlaw.com.br
www.instagram.com/luciana_nandini
Edgar Werblowsky
edgar@freeway.tur.br
www.instagram.com/edgarwerblowsky