Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Geração de Energia Elétrica de Fontes Alternativas
Geração de Energia Elétrica de Fontes Alternativas
Londrina
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
2020
2
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Nirse Ruscheinscky Breternitz
Revisor
Paulo Takao Okigami
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Gilvânia Honório dos Santos
Hâmila Samai Franco dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
ISBN 978-65-86461-17-6
CDD 621.472
____________________________________________________________________________________________
Jorge Eduardo de Almeida CRB-8/8753
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
3
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA DE
FONTES ALTERNATIVAS
SUMÁRIO
Energia eólica ________________________________________________________ 05
Geração distribuída__________________________________________________ 48
4
Energia eólica
Autoria: Giancarlo Michelino Gaeta Lopes
Leitura crítica: Paulo Takao Okigami
Objetivos
• Compreender as características dos ventos a fim
de saber definir a instalação de turbinas eólicas
em determinada região.
5
1. Introdução e evolução histórica
6
2. Caracterização dos ventos
7
Sabe-se que os ventos não possuem uma velocidade e direção
constantes e que essas variações podem ser temporais ou espaciais,
havendo diferentes parâmetros que influenciam o perfil do vento. Dentre
as variações temporais existem as variações interanuais, sazonais,
diárias e de curta duração. Já as variações espaciais, estão relacionadas
à topografia e rugosidade do terreno, assim, os principais fatores
espaciais que influenciam na velocidade do vento, são: os obstáculos,
como edifícios, silos e árvores; a rugosidade do terreno, como o tipo de
utilização da terra, construções e vegetação; e a orografia, que indica a
existência de colinas e depressões (FADIGAS, 2011).
(1)
8
mesma velocidade média dos ventos apresentem diferentes potências
eólicas. Isso pode ser confirmado matematicamente pela expressão que
determina a massa específica do ar, dada pela Equação 2:
(2)
(3)
9
3. Turbinas eólicas
10
Figura 2 – Turbinas eólicas horizontais e verticais
11
As turbinas eólicas são divididas em quatro classes em relação a seu
projeto e condições de vento do local onde serão instaladas. O principal
fator que determina a classe da turbina é o nível da velocidade do vento,
sendo considerada a média anual do vento, a velocidade de rajada do
vento e o percentual de turbulência (PINTO, 2013). Desta forma, no
momento de se indicar o modelo de turbina a ser instalada, determinar
a classe a ser utilizada é fundamental.
4. Aerogeradores
12
Figura 3 – Partes de um aerogerador
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Wind_turbine_int_pt.svg.
Acesso em: 14 jan. 2020.
13
• Torre: é o elemento de sustentação do aerogerador. Pode ser do
tipo tubular cônico (mais comum), construído em aço ou concreto,
ou treliçado, construído em aço.
14
• Gerador: é o elemento responsável pela geração da energia
elétrica a partir da energia mecânica gerada pela turbina e
transmitida pela caixa de engrenagens. Podem ser utilizados
geradores de corrente contínua, de ímã permanente, síncronos e
de indução (assíncrono). Mais detalhes sobre o processo geração
estão citados na próxima seção.
15
Figura 4 – Gerador síncrono acoplado diretamente na rede elétrica
16
5.2 Sistemas geradores com velocidade variável
Quando a operação da turbina acontece com velocidade variável,
inevitavelmente a tensão de saída do gerador alternado terá uma
frequência variável. Dessa forma, é necessário utilizar um inversor de
frequência para adequar a frequência da corrente gerada, que varia, em
uma corrente com frequência fixa para ser acoplada a rede.
17
Como forma de reduzir o custo do gerador e aumentar a sua robustez,
mantendo a possibilidade de operação com velocidade variável da
turbina, pode-se optar pela substituição do gerador síncrono da
topologia anterior por um gerador de indução com rotor de gaiola, o
que elimina a necessidade da excitatriz. Nessa configuração o controle
de reativos passa a ser feito pelo inversor e a caixa multiplicadora de
velocidades ainda é necessária.
18
Figura 7 – Gerador síncrono com ímã permanente
acoplado diretamente à turbina
Referências bibliográficas
AMARANTE, O. A. C. do; BROWER, M.; ZACK, J.; SÁ, A. L. de. Atlas do potencial
eólico brasileiro. Brasília, DF, 2001. Disponível em: http://www.cresesb.cepel.
br/publicacoes/download/atlas_eolico/Atlas%20do%20Potencial%20Eolico%20
Brasileiro.pdf. Acesso em :14 jan. 2020.
ANEEL. Sistema de Informações de Geração da ANEEL – SIGA. 2020. Disponível
em: https://www.aneel.gov.br/siga. Acesso em: 18 jun. 2020.
IBERDROLA. Evolução da energia eólica na Europa: o vento, a melhor forma de
apostar no futuro. 2020. Disponível em: https://www.iberdrola.com/meio-ambiente/
evolucao-energia-eolica-europa. Acesso em: 27 jan. 2020.
PINTO, M. O. Fundamentos de energia eólica. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
19
Energia solar fotovoltaica
Autoria: Giancarlo Michelino Gaeta Lopes
Leitura crítica: Paulo Takao Okigami
Objetivos
• Compreender o funcionamento de uma célula
solar e de fatores que determinam a sua eficiência
na produção de energia elétrica.
20
1. Introdução e evolução histórica
A energia solar pode ser utilizada para diversos fins, como em processos
de aquecimento residencial e industrial, dessalinização e para a geração
de energia elétrica (KALOGIROU, 2016). Nesse último, quando se
deseja fazer a conversão direta de energia solar para elétrica, se faz
necessária a utilização de módulos fotovoltaicos que possuem diversas
especificações e parâmetros que determinam a sua eficiência e forma de
instalação, com o objetivo de maximizar a conversão de energia.
21
2. Módulos solares e regras de instalação
22
• Filmes finos: fabricados a partir da deposição de finas camadas de
materiais (silício e outros) sobre uma base. Podem ser encontrados
células com filmes finos de silício amorfo, silício microcristalino,
telureto de cádmio e CIGS (cobre-índio-gálio-selênio).
23
É importante saber que um módulo fotovoltaico não apresenta
uma tensão de saída constante em seus terminais, sendo que ela é
dependente de sua corrente e vice-versa. Assim, o ponto de operação
do painel depende da carga que está conectada a ele. Desta forma, é
possível traçar curvas que indicam a relação entre corrente e tensão, e
potência e tensão em um painel fotovoltaico, como estão apresentados
na Figura 2. Analisando as curvas é possível perceber três pontos
distintos: o ponto de máxima potência, onde idealmente o painel deve
operar para maximizar a sua eficiência; a corrente de curto-circuito, que
ocorre quando os terminais do módulo são curto-circuitados, atingindo
a sua máxima corrente; e a tensão de circuito aberto, obtida com a
medição dos terminais do módulo sem carga, indicando a maior tensão
que ele pode fornecer.
24
gerada, como pode ser visto na Figura 3(a). Na condição ideal de
radiação solar, a corrente nominal do módulo acontece na temperatura
de 25 °C. Temperaturas superiores a essa também causam uma redução
na corrente gerada, como pode ser visto na Figura 3(b).
25
seguindo a Tabela 1, a fim de otimizar a produção no decorrer
do ano. Lembrando que, na prática, o instalador deve calcular a
altura da haste de fixação (h) em um triângulo pitagórico, sendo
função do comprimento do módulo (L) e do ângulo escolhido (ϕ),
conforme a relação (VILLALVA; GAZOLI, 2012):
(1)
26
3. Sistemas fotovoltaicos autônomos
Também chamados de sistemas fotovoltaicos isolados, os sistemas
autônomos são aqueles que não são ligados na rede elétrica, por isso,
em inglês, recebem o nome de offgrid. Usualmente, tais sistemas são
utilizados em locais que não são atendidos pela rede elétrica, como
por exemplo em zonas rurais remotas ou comunidades isoladas da
Amazônia. Eles são usados, inclusive, para o fornecimento de energia
para veículos terrestres e náuticos ou para a alimentação de pequenos
aparelhos eletrônicos portáteis.
3.1 Baterias
Em um sistema autônomo, a geração de energia, que varia durante
o dia devido à radiação solar, dificilmente coincide com o consumo.
Assim, é necessário um elemento que seja capaz de armazenar a energia
gerada, a fim de proporcionar o fornecimento de energia para o usuário,
mesmo em momentos em que a geração seja mínima ou inexistente,
como no período da noite ou em dias nublados e chuvosos. O elemento
responsável por isso é a bateria.
27
agrupadas em série, permitindo a obtenção de tensões maiores, ou
em paralelo, aumentando a capacidade de corrente. Pode ainda ser
feita uma mescla entre as duas formas de ligação. Vale ressaltar que
podem ser encontradas no mercado baterias de 12 V, 24 V e 48 V, e
que a capacidade de tensão e corrente do banco devem entender as
especificações de operação do controlador de carga e do inversor.
28
3.2 Controlador de carga
O controlador de carga é o dispositivo que faz o controle da carga do
banco de baterias de um sistema autônomo, evitando que a bateria seja
sobrecarregada ou excessivamente descarregada. Especificamente, as
funções que o controlador de carga desempenha são (BALFOUR et al., 2016):
29
carga quando descarregada. Podem ser construídos com a chave
que conecta os painéis à bateria em série ou em paralelo.
3.3 Inversor
30
Figura 4 – Formas de onda que podem ser encontradas
na saída de um inversor
31
• Qual o tipo de controlador e suas especificações?
Vale ressaltar que esse tipo de sistema também pode ser utilizado na
construção de usinas de geração de energia, que caracterizam sistemas
com potência acima 1 MW. Porém, tais sistemas possuem a topologia
de diversos sistemas de minigeração ligados em conjunto. Dessa forma,
conhecer a topologia de sistemas com potências menores é suficiente
para o projeto de sistemas maiores. Lembrando que um sistema é
caracterizado como sendo de microgeração quando possui uma potência
instalada de até 100 kW, já um sistema de minigeração possui potência
instalada superior a 100 kW e menor ou igual a 1 MW (ANEEL, 2014).
32
de tal sistema é a sua modularidade, permitindo que novos painéis e
inversores sejam acrescentados em paralelo com o sistema, de acordo
com a capacidade de geração desejada.
33
As características dos inversores ongrid são diversas e as que requerem
maior atenção no momento da aquisição são: faixa útil de tensão
contínua na entrada; tensão contínua máxima de entrada; número
máximo de strings de entrada; tensão de operação na conexão com
a rede; frequência da rede elétrica; distorção da corrente injetada na
rede; potências CC de entrada e CA de saída; e rendimento. Assim,
conhecendo as características desse tipo de inversor, é possível chegar a
sua especificação.
Referências bibliográficas
ANEEL. Sistema de Informações de Geração da ANEEL – SIGA. 2020.
Disponível em: https://www.aneel.gov.br/siga. Acesso em: 18 jun. 2020.
ANEEL. Micro e minigeração ditribuída: sistema de compensação de energia
elétrica. 1. ed. Brasília: ANEEL, 2014. Disponível em: https://www2.aneel.gov.br/
biblioteca/downloads/livros/caderno-tematico-microeminigeracao.pdf. Acesso em:
7 fev. 2020.
BALFOUR, J.; SHAW, M.; NASH, N. B. Introdução ao projeto de sistemas
fotovoltaicos. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
KALOGIROU, S. A. Engenharia de energia solar: processos e sistemas. 2. ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
VILLALVA, M. G; GAZOLI, J. R. Energia solar fotovoltaica: conceitos e aplicações.
1. ed. São Paulo: Érica, 2012.
ZILLES, R. et al. Sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica. 1. ed.
São Paulo: Oficina de Textos, 2012.
34
Biomassa e energia geotérmica
Autoria: Giancarlo Michelino Gaeta Lopes
Leitura crítica: Paulo Takao Okigami
Objetivos
• Compreender como é feito o processamento da
biomassa e como ela é uma importante fonte
energética no cenário nacional.
35
1. Biomassa
36
açúcar. Somente o bagaço de cana de açúcar responde por 6,47% de
toda a energia elétrica gerada no país, sendo a fonte de biomassa mais
utilizada, com uma capacidade de geração de aproximadamente 11.500
MW distribuída em 405 usinas termoelétricas (ANEEL, 2020).
37
A maioria das usinas termoelétricas que utilizam a biomassa como
fonte na geração de energia elétrica se baseiam na transformação de
calor em trabalho útil, operando como máquinas térmicas. A grande
maioria das máquinas térmicas opera segundo um determinado ciclo
termodinâmico e depende de uma fonte ou reservatório térmico
de fornecimento de calor de alta temperatura, um reservatório ou
absorvedouro de rejeição de calor de baixa temperatura e da máquina
de conversão de calor em trabalho útil, a qual fica ligado um gerador
elétrico. Tais componentes estão relacionados entre si, conforme
mostra a Figura 1.
38
Um dos ciclos utilizados em centrais termoelétricas é o ciclo de
Rankine, que possui diversas variações. O ciclo de Rankine simples faz
somente algumas alterações no ciclo de Carnot, que é o ciclo ideal,
a fim de torná-lo realizável na prática. Contudo, esse ciclo possui
susceptibilidade ao aparecimento de erosões na turbina, o que é
evitado no ciclo de Rankine com superaquecimento, que tem os
componentes e fases do ciclo apresentados na Figura 2a. Comparando
o esquema da Figura 2a com o gráfico da Figura 2b, que relaciona a
temperatura em função da entropia específica, é possível identificar
em quais pontos do ciclo se encontram os elementos necessários para
o seu funcionamento e estabelecer uma ordem para o fluxo do fluido
no sistema. O processo se inicia com a bomba injetando o líquido
no gerador de vapor, que joga o vapor gerado ao superaquecedor,
que por sua vez aplica o vapor na turbina. Após passar pela turbina
e gerar trabalho, o vapor segue para o condensador, onde volta a se
tornar líquido, encerrando o ciclo. Lembrando que o gerador elétrico
é acoplado à turbina e que o calor utilizado no gerador de vapor e no
superaquecedor advêm da queima da biomassa ou combustível fóssil.
39
As biomassas que possuem as melhores características para a
combustão e utilização no ciclo de Rankine são as de estado sólido,
como o bagaço de cana de açúcar. No caso de biomassas em estados
gasosos, como o biogás e outros gases obtidos em processos de
gaseificação, a melhor opção é utilizar o ciclo de Brayton.
40
criar um ciclo combinado, formado por uma turbina a gás e uma
turbina a vapor, chamado de Brayton-Rankine, que tem seu diagrama
apresentado na Figura 4. Essa combinação tem como objetivo maximizar
o aproveitamento dos combustíveis e da energia térmica gerada no
processo geração.
41
A partir dos ciclos apresentados, a tecnologia mais eficiente para a
conversão termoelétrica é a de ciclo combinado. Porém, a produção
de gás de síntese para operacionalizar um sistema de ciclo combinado
de grande porte não tem se mostrado viável, devido à dificuldade
de limpeza adequada dos gases após o processo de gaseificação da
biomassa sólida. Assim, atualmente, a maioria das termoelétricas de
grande porte que operam com biomassa como fonte de energia utilizam
o ciclo de Rankine como base, ao passo que os outros ciclos estão sendo
utilizados em sistemas de pequeno porte (MOREIRA, 2019).
Como foi dito, para uma central de geração de pequeno porte, o uso de
sistemas de ciclo combinado é uma opção. Dessa forma, é importante
conhecer o processo de gaseificação, que gera como produto final o gás
de síntese utilizado em tais sistemas.
42
Além da utilização de máquinas térmicas e turbinas a gás, uma central
geradora que utiliza a biomassa como fonte de energia pode trabalhar
baseada em motores de combustão interna. Nesse caso, podem ser
utilizados diversos tipos de biomassa, como etanol, biodiesel e biogás.
43
ciclo de funcionamento. Assim, um motor de quatro tempos possui
as seguintes fases de operação: admissão, na qual o pistão em
deslocamento descendente aspira a mistura de ar e combustível através
da válvula de admissão; compressão, quando o pistão atinge a sua
excursão mínima, ele começa a subir, comprimindo a mistura de ar
e combustível; combustão, em que próximo do pistão atingir o nível
máximo, ocorre a combustão, o que impulsiona o pistão para baixo;
exaustão, na qual o pistão atinge o seu nível mínimo após a combustão
e se abre a válvula de exaustão, que serve de caminho para a descarga
dos produtos da combustão.
44
a passagem dos líquidos e faz a remoção dos nutrientes orgânicos,
gerando o gás. Para resíduos sólidos urbanos, o biogás pode ser
coletado de um aterro sanitário. Este tipo de resíduo também pode ser
incinerado, e o calor gerado na queima aproveitado para a geração de
energia elétrica (MOREIRA, 2019).
2. Energia geotérmica
45
A energia geotérmica pode ser utilizada para a produção de energia
elétrica quando o vapor está disponível a altas temperaturas (150 ºC a
200 ºC). Assim, também estando em alta pressão, o vapor aciona uma
turbina, que está acoplada a um gerador elétrico.
46
• Magma: em algumas localizações é possível extrair calor
diretamente do magma, injetando água, que se solidifica e
fratura, criando um buraco trocador de calor. Esse calor é então
aproveitado para gerar eletricidade.
Referências bibliográficas
ANEEL. Sistema de Informações de Geração da ANEEL – SIGA. 2020. Disponível
em: https://www.aneel.gov.br/siga. Acesso em: 18 jun. 2020.
ANEEL. Atlas de energia elétrica do Brasil. 3. ed. Brasília: Aneel, 2008. Disponível
em: http://www2.aneel.gov.br/arquivos/PDF/atlas3ed.pdf. Acesso em: 3 fev. 2020.
MOREIRA, J. R. S. [org.] Energias renováveis, geração distribuída e
eficiência energética. 1. ed. [Reimpr.]. Rio de Janeiro: LTC, 2019.
REIS, L. B. dos. Geração de energia elétrica. 2. ed. Barueri, SP: Manole, 2011.
47
Geração distribuída
Autoria: Giancarlo Michelino Gaeta Lopes
Leitura crítica: Paulo Takao Okigami
Objetivos
• Relacionar os diferentes tipos de fontes alternativas
de energia com a sua aplicabilidade dentro do
sistema elétrico e a forma que elas podem ser
conectadas à rede.
48
1. Introdução
As fontes renováveis apresentam um papel fundamental na matriz
energética encontrada no Brasil, em especial quando tratamos da
fonte mais utilizada no país, a fonte hidráulica. Quando tratamos de
fontes alternativas, menos usuais, como a solar, eólica e biomassa, é
importante saber que elas são utilizadas majoritariamente em pequenas
centrais de geração. Essa fragmentação na geração é o ponto de estudo
da geração distribuída.
49
2. Impacto das fontes renováveis de energia no
sistema elétrico
50
• Plantas de geração altamente despacháveis: são plantas que
podem rapidamente aumentar a sua capacidade produtiva,
partindo de sua capacidade mínima de geração até atingir a
sua potência instalada (máximo que pode ser gerado). Quanto
maior essa diferença entre o máximo e mínimo de geração, mais
despachável é a planta.
51
3. Geração distribuída de energia elétrica
52
é perceptível que a classificação depende do nível de tensão de
alimentação, potência instalada dos sistemas e energia consumida,
ao passo que a divisão é feita em dois grandes grupos. O grupo B é
tarifado somente pelo consumo efetivo da energia (tarifa monômia),
em kWh ou MWh, e é composto por unidades consumidoras
alimentadas com tensão inferior a 2,3 kV. No grupo A, composto por
unidades consumidoras atendidas com tensão maior ou igual a 2,3 kV,
além do consumo, também é tarifada a demanda contratada (tarifa
binômia) (ANEEL, 2010).
53
Além disso, é possível que um consumidor industrial ou comercial se
enquadre em diferentes subgrupos de consumo, desta forma, a Tabela
1 apresenta os números por classe econômica, sem considerar a
classificação de grupos do Quadro 1.
54
posteriormente consumida. Esse sistema é base de operação de
centrais fotovoltaicas instaladas nos consumidores, que durante
o dia injetam o excedente de produção na rede e, quando não há
geração (momentos sem sol ou à noite), consomem energia da rede.
55
Quando tratamos de indústrias e outros empreendimentos que
possuem uma capacidade produtiva maior, os sistemas de minigeração
são os mais comuns, como acontece em um sistema de cogeração
industrial. Nessa situação, a indústria deve ponderar a adoção do
sistema de compensação de energia elétrica e o autoconsumo remoto,
ligado diretamente à rede de distribuição, em relação à venda direta
de energia elétrica por meio de leilões de energia, descaracterizando
a geração distribuída. A escolha pelo melhor modelo a ser utilizado
depende da intermitência da geração, possiblidade do autoconsumo
remoto e da potência gerada.
56
do ciclo corrente, não deve ser debitado o montante de energia
equivalente ao custo de disponibilidade, que é aplicado aos
consumidores do grupo B.
57
Figura 1 – Diagrama de medição de um sistema com geração distribuída
58
utilização de fontes renováveis de energia. Contudo, traz também
algumas desvantagens e desafios para todo o sistema elétrico, podendo
criar problemas técnicos, operacionais e econômicos. O principal
entrave fica nos sistemas de distribuição, que foram projetados para o
fluxo unidirecional de energia e passam a ter um fluxo bidirecional com
a inserção de consumidores que também são geradores de energia
elétrica. De imediato, essa mudança torna necessária a redefinição de
sistemas de proteção, e a longo prazo, pode ocasionar outros problemas.
4. Redes inteligentes
59
Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), com as tecnologias
associadas às redes elétricas (MOREIRA, 2019).
60
O uso desse tipo de medidor ainda é incipiente no Brasil, onde
existem apenas projetos piloto em algumas regiões do país. Contudo,
espera-se que futuramente a utilização desse medidor seja difundida,
proporcionando uma melhoria na eficiência da medição, além de
permitir a detecção de fraudes e o corte e religamento de forma
remota (MOREIRA, 2019).
Referências bibliográficas
ANEEL. Resolução Normativa n. 414, de 9 de setembro de 2010. Brasília, DF, 2010.
Disponível em: http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2010414.pdf. Acesso em: 9 fev.
2020.
ANEEL. Resolução Normativa n. 482, de 17 de abril de 2012. Brasília, DF, 2012.
Disponível em: http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2012482.pdf. Acesso em: 9 fev.
2020.
ANEEL. Resolução Normativa n. 687, de 24 de novembro de 2015. Brasília, DF, 2015.
Disponível em: http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2015687.pdf. Acesso em: 11 fev.
2020.
61
ANEEL. Outorgas e registros de geração: unidades consumidoras com geração
distribuída. 2020. Disponível em: https://www.aneel.gov.br/outorgas/geracao/-/
asset_publisher/mJhnKIi7qcJG/content/registro-de-central-geradora-de-capacidade-
reduzida/655808. Acesso em: 9 fev. 2020.
BAJAD, S. et al. Geração distribuída e eficiência energética: reflexões para o
setor elétrico de hoje e do futuro. Campinas: International Energy Initiative –
IEI Brasil, 2018.
MOREIRA, J. R. S. [org.] Energias renováveis, geração distribuída e eficiência
energética. 1. ed. [Reimpr.]. Rio de Janeiro: LTC, 2019.
ROMEIRO, D. L. As contradições entre a expansão renovável e a flexibilidade térmica
no Brasil. In: Energia Elétrica, Blog Infopetro, 19 abr. 2016. Disponível em: https://
infopetro.wordpress.com/2016/04/19/as-contradicoes-entre-a-expansao-renovavel-
e-a-flexibilidade-termica-no-brasil/. Acesso em: 11 fev. 2020.
62
BONS ESTUDOS!
63