Você está na página 1de 10

11 de fevereiro de 2024

REVISTA JOVENS - Lição 07: A doutrina que dá a vida e expulsa


demônios

TEXTO PRINCIPAL
“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e
achará pastagens. O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu
vim para que tenham vida e a tenham com abundância” (Jo 10.9,10)

Entenda o Texto Principal:

- Esses dois versículos são uma maneira proverbial de insistir que a fé em Jesus como o Messias
e o Filho de Deus é o único meio para ser "salvo" do pecado e do inferno, e receber vida eterna.
Somente Jesus Cristo é a única fonte verdadeira de conhecimento de Deus e a única base para a
segurança espiritual.

RESUMO DA LIÇÃO
A doutrina de Jesus reflete o seu caráter, razão pela qual ela liberta e dá
vida aos que creem e a obedecem.

Entenda o Resumo da Lição:

- Caráter é como uma marca impressa que distingue o ser humano, é a soma total de todas as
influências positivas ou negativas aprendidas no decorrer da vida, se manifesta através de
valores, motivações, atitudes e sentimentos. O caráter refletirá os traços da natureza
pecaminosa (influenciado pelo mundo), ou os traços da natureza divina (influenciado pela
Palavra de Deus). Em Hebreus 1.3 está escrito que Cristo é o próprio caráter de Deus “O qual,
sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa”. O caráter de Deus que foi
impresso em Jesus Cristo precisa ser impresso nos discípulos (nós) para que, desta forma, o
mundo creia em Deus. Nossa primeira decisão é crer e depois sermos feitos conforme a Sua
própria imagem, sendo assim identificados como cristãos “Porque os que dantes conheceu
também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8.29), “Assim como
tivemos a imagem do homem terreno, teremos também a imagem do homem celestial” (1Co
15.49). O propósito de Deus é que o ser humano se torne à imagem do seu Filho, o Senhor
Jesus Cristo.

TEXTO BÍBLICO
Marcos 1.21-28
Entenda o Texto Bíblico:
21 Entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, indo ele à sinagoga, ali
ensinava.

- Cafarnaum. Uma próspera vila de pescadores na costa noroeste do mar da Galileia,


Cafarnaum era uma cidade mais importante que Nazaré. Havia ali uma guarnição romana e ela
estava localizada junto a uma estrada mais movimentada. Jesus fez dessa cidade seu quartel-
general (cf. 2.1) depois de ter sido rejeitado em Nazaré (Mt 4.13; Lc 4.16-31). sinagoga. O lugar
onde o povo judeu se reunia para adoração ("sinagoga" é a transliteração de uma palavra grega
que significa "reunir"). As sinagogas tiveram início no cativeiro babilônico, depois da
destruição do templo em 556 a.C. por Nabucodonosor. Elas serviam como locais de adoração e
instrução. Jesus ensinou várias vezes nas sinagogas (cf. v. 39; 3.1; 6.2), assim com o Paulo (At
13.5; 14.1; 17.1). ensinar. Marcos menciona com frequência o ministério de ensino de Jesus (cf.
2.13; 4.1-2; 6.2.6,34; 10.1; 11.17; 12.35; 14.49).
22 E maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo
autoridade e não como os escribas.

- autoridade. O ensino de Jesus com autoridade, como a Palavra de Deus falada, contrastava
nitidamente com o dos escribas (especialistas na Escritura do AT), que baseavam amplamente
sua autoridade na de outros rabis. O ensinamento direto, pessoal e substancioso de Jesus era
tão estranho à experiência das pessoas que as que o ouviam “maravilhavam-se" (cf. Tt 2.15).
23 E estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo, o qual
exclamou, dizendo:

- um homem... bradou. Satanás e suas hostes demoníacas se opuseram à obra de Jesus durante
todo o seu ministério, que culminou na cruz. Jesus sempre triunfou sobre os seus esforços vãos
(cf. 2.15), tendo demonstrado a sua vitória definitiva de maneira convincente a o ressuscitar,
espírito imundo. Isto é, moralmente impuro. O termo é usado no NT de modo intercambiável
com a palavra "demônio ".
24 Ah! Que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei
quem és: o Santo de Deus.

- Que temos nós contigo...? Ou, possivelmente, "por que interferes conosco?". O demônio
estava profundamente consciente de que ele e Jesus pertenciam a dois reinos radicalmente
distintos e, assim, não tinham nada em comum. O fato de o demônio ter usado o pronome
plural "nós" indica que ele falou por todos os demônios. Nazareno. Nazaré, uma vila obscura
(não mencionada no AT e no Talmude, e nem por Josefo) a cerca de 110 km ao norte de
Jerusalém, que não desfrutava de reputação favorável (cf. Jo 1.46). Ao que parece, Jesus viveu
ali antes de aparecer publicamente para israel. o Santo de Deus! Cf. Sl16.10; Dn 9.24; Lc 4.34;
At 2.27; 3.14; 4.27; Ap 3.7. De modo surpreendente, o demônio declarou a impecabilidade e a
divindade de Jesus – verdades que muitos em Israel negaram e ainda hoje negam.
25 E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te e sai dele.

- Cala-te. Jesus não queria um testemunho da verdade vindo do reino demoníaco de modo a
fomentar acusações de que ele possuía uma aliança com Satanás (Mc 3.22; At 16.16-18).
26 Então, o espírito imundo, agitando-o e clamando com grande voz, saiu
dele.

- o espírito imundo, agitando-o. Lucas 4.35 diz: “Quando ele o jogou no meio”. Crueldade
maligna – apenas mostrando o que ele teria feito, se fosse permitido ir mais longe; era o último
arremesso! e clamando com grande voz. a voz de submissão forçada e desespero. saiu dele.
Lucas 4:35 acrescenta: “e não o feriu”. Assim, impotente era a malignidade e a ira do espírito
impuro quando sob a restrição “do mais forte que o forte armado” (Lc 11.21-22). [Jamieson;
Fausset; Brown, aguardando revisão]
27 E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é
isto? Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos
imundos, e eles lhe obedecem!

- Com autoridade. Jesus tinha autoridade absoluta sobre as suas ações, bem com o sobre as
suas palavras (Mt 28.18).
28 E logo correu a sua fama por toda a província da Galileia.

- por toda a província da Galileia. mais literalmente, toda a região da Galiléia, ao redor; e as
melhores leituras adicionam “em todos os lugares” (πανταχοῦ εἰς ὅλην τὴν περίχωρον τῆς
Γαλιλαίας). É claro que isso é dito por antecipação. [Pulpit, aguardando revisão]

INTRODUÇÃO
Por intermédio do ministério terreno de Jesus, podemos ver que doutrina e
obras caminham unidas. As obras realizadas pelo Senhor Jesus revelam o
seu caráter e a natureza da sua doutrina. Portanto, além de relacionar a
doutrina de Cristo com suas obras, esta lição mostrará que ambas são
inseparáveis e que as obras do Senhor são firmadas em quem Ele é.

- "Com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja
edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e
cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.” (Ef 4.11-13);

- “A eles quis Deus dar a conhecer entre os gentios a gloriosa riqueza deste mistério, que é Cristo
em vocês, a esperança da glória. Nós o proclamamos, advertindo e ensinando a cada um com toda
a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo.” (Cl 1.27,28),

- "Exortando, consolando e dando testemunho, para que vocês vivam de maneira digna de Deus,
que os chamou para o seu Reino e glória." (1Ts 2.12).

- Nosso modelo supremo de formação de caráter é nosso Senhor Jesus Cristo. Ter um modelo é
fundamental na formação do caráter, e Ele nos ensina a aplicar, viver e frutificar em tudo que
vimos acima. Que possamos afirmar, assim como o apóstolo Paulo, que somos imitadores de
Jesus. Para tal, devemos sempre: conhecê-lo, submeter-se ao seu senhorio, ter uma obediência
irrestrita e negar a si mesmo. Que possamos caminhar moldando nosso caráter de glória em
glória (2 Co 3.18), como um aroma suave subindo à presença de Deus, um verdadeiro meio de
adoração.

I. A AUTORIDADE DA DOUTRINA DE CRISTO


Caixa de texto: A
produção de um
1. O conceito de autoridade. Autoridade é um termo amplo e
plano de aula como
abrangente, motivo pelo qual precisamos defini-lo. O sentido de
subsídio é
autoridade utilizado aqui diz respeito à doutrina de Cristo,
trabalhoso e
referindo-se à sua fonte divina, o que faz dela ser digna de toda
desgastante.
aceitação (1 Tm 1.15), Certa vez, os discípulos de Jesus recuaram e
Considere citar a
já não andavam mais com Ele (Jo 6.66). Então, o Mestre indagou aos
fonte ao reproduzir o
12 discípulos dizendo: “Quereis vós também retirar-vos?” (v. 67).
texto. Considere
Pedro então disse: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as
também ser
palavras da vida eterna” (v. 68). Pedro estava afirmando a
autoridade da doutrina que procede de Jesus. Portanto, a autoridade da
doutrina de Cristo está relacionada ao fato de Ele ser Deus, e a fonte de
toda autoridade (Rm 13.1-4).
- Ter autoridade significa ter o direito de governar, ter o Senhorio. No dia a dia de nossas vida e
lares. Cristo é de fato o Senhor. Quando, muitas vezes, a Palavra de Deus se torna muito difícil
para ser obedecida, começamos a modificá-la e dar um jeitinho para que ela se adapte ao que
nós e os nossos queremos. “A atual posição de Cristo nas igrejas evangélicas pode ser comparada
àquela do rei de uma monarquia limitada. Ele é enaltecido, apoiado. Mas a sua autoridade real é
pequena. Normalmente esse rei é o cabeça sobre tudo, mas em cada crise outra pessoa toma as
decisões. (…) Entre igrejas evangélicas, Cristo é agora um pouco mais do que um símbolo amado.
Todo louvor e poder ao nome de Jesus é um hino nacional da igreja e a cruz é a sua bandeira
oficial. Mas nos serviços da semana na igreja e na conduta do dia a dia dos membros, outro
alguém, não Cristo, toma as decisões”. A. W. Tozer (citado por Dennis e Barbara Rainey. Meditações diárias
para casais).
2. Autoridade que habilita. A autoridade de Jesus tem o propósito de
habilitar os seus discípulos a cumprirem a sua missão (Lc 10.19). No texto
de Lucas 9.1-6 o Senhor Jesus designa os seus discípulos a representá-lo em
expedições missionárias. O poder prometido seria para habilitar os
discípulos a realizarem milagres no nome de Jesus. A autoridade tem
relação direta com a representação da pessoa de Jesus e isso por meio da
exposição da mensagem do Evangelho. A autoridade é uma resolução a fim
de que possamos representar uma pessoa, razão pela qual Jesus mostra
aos discípulos que eles não deveriam desfalecer quando fossem rejeitados,
pois na verdade, as pessoas estariam rejeitando ao próprio Senhor que os
enviou. Sendo assim, a autoridade de Cristo confere todas as condições
necessárias em favor do avanço de seu Reino, inclusive na difusão de sua
doutrina.

- Autoridade, Grego exousia. Eu te dou poder – Ou seja, eu continuo com você; e nada te
machucará – Nem o poder, nem a sutileza de Satanás. Jesus afirma aos seus discípulos a sua
onipotência e soberania universal. Nada existe fora do controle absoluto e soberano do Cristo
ressurreto. É neste fundamento que os discípulos deveriam ir e fazer discípulos de todos os
povos. E o mesmo princípio se aplica a todos nós.
3. Autoridade confirmada. A autoridade exercida no ministério de Jesus
contribuiu para que suas palavras e ações fossem confirmadas pelo povo.
Na conclusão do Sermão do Monte, vemos que os ouvintes ficaram
maravilhados, pois o Mestre “os ensinava com autoridade e não como os
escribas” (Mt 7.29). A autoridade de Jesus o distingue dos escribas, cujos
discursos eram vazios e desconexos da verdadeira autoridade, enquanto o
Senhor a possui, como explica Mattew Henry: “Cristo, sobre a montanha
mostrava mais autoridade que os escribas na cadeira de Moisés. Dessa
forma, quando Cristo ensina às almas através do seu Espírito, Ele ensina
com autoridade. Ele disse: ‘Haja luz. E houve luz'”, A autoridade de Jesus
faz dEle digno de ser ouvido e a sua doutrina digna de toda aceitação, haja
vista ser ela de natureza divina.

- Mateus 7.29 nos mostra que Jesus ensinava não como os escribas. Os escribas citavam outros
para estabelecer a autoridade de seus ensinos; Jesus tinha a sua própria autoridade (28.18).
Essa questão de autoridade era uma questão importante entre Jesus e os judeus, que sentiam
que a autoridade deles estava sendo ameaçada (Veja Mt 21.23; Mc 1.22; 11.28-33; Lc 4.32; 20.2-8;
Jo 12.49-50; 14.10). A autoridade de Jesus é soberana absoluta — senhorio sobre tudo, "no céu e
na terra". Essa é uma prova clara da divindade de Jesus. O tempo de sua humilhação havia
chegado ao fim e Deus o exaltou acima de todas as coisas (Fp 2.9-11). A Bíblia nos ensina que
Jesus teve toda exousîa, tanto cósmica quanto histórica, para ensinar (Mt 7.29; Mc 11.28; Mt 9.8;
Lc 4.36), curar (Mt 9.1-13), expulsar demônios (Mc 3.15), e para perdoar pecados (Mt 9.6; Mc
2.10). Assim demonstrava na sua pessoa que o reinado de Deus prometido desde a antiguidade
estava finalmente presente, um momento inédito em que o próprio atrairia as pessoas para Si.
A autoridade de Jesus nos traz completa libertação, restauração com Deus, o perdão dos nossos
pecados, nada menos que vida abundante, inclusão na intimidade com Deus como filhinhos do
próprio Criador, dá propósito para nossas vidas, e este propósito é essencialmente missionário.

II. A DOUTRINA DE CRISTO DÁ VIDA AO HOMEM

1. Morte espiritual. O pecado tornou a morte e os seus danos uma triste


realidade, inclusive a morte espiritual, já que biblicamente, o homem sem
Deus é descrito como morto espiritualmente. Nesse caso, qual o sentido da
morte espiritual? Em Efésios 2.1-3, Paulo ensina que o homem sem Deus se
encontra morto em suas ofensas e pecados e nos mostra algumas
características dessa condição, como por exemplo: cometer práticas ilícitas
deliberadamente; viver de acordo com os padrões deste mundo que é
inimigo de Deus; desobediência e seguir os desejos da carne. Sendo assim,
a morte espiritual faz do homem inimigo de Deus (Tg 4.4), que pratica tudo
o que desonra e contraria ao Senhor (Rm 1.29- 31), e somente o Espírito
pode reverter tal situação (GL 5.16,17).
- Ser espiritualmente morto é estar separado de Deus. Quando Adão pecou em Gênesis 3.6, ele
inaugurou a morte para toda a humanidade. O mandamento de Deus a Adão e Eva foi de que
eles não podiam comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Isso veio com a
advertência de que a desobediência poderia resultar em morte: "Ordenou o Senhor Deus ao
homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente; mas da árvore do
conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres,
certamente morrerás." A frase "certamente morrerás" poderia ser traduzida literalmente
"morrendo você morrerá." Isso significa um estado contínuo de morte que começou com a
morte espiritual, continua ao longo da vida como uma degradação gradual do corpo e termina
com a morte física. A morte espiritual imediata resultou na separação de Adão de Deus. O seu
ato de se esconder de Deus (Gênesis 3.8) demonstra essa separação, assim como a sua tentativa
de transferir a culpa do pecado para a mulher (Gênesis 3.12).
2. A vida de Cristo. Jesus é o bom Pastor que “dá a vida pelas suas
ovelhas” (Jo 10.11). Mas, afinal de contas, que vida é esta? Há muito o que
dizer sobre a vida de Cristo, afinal, Ele é a própria vida (Jo 14.6). Esta vida
contrasta com a morte espiritual, conforme descrita anteriormente. Paulo
afirma que o homem é salvo por meio da vida de Cristo como fruto da
reconciliação adquirida pelo seu sofrimento na cruz (Rm 5.10), que faz do
reconciliado uma nova criatura tanto em suas práticas como em sua
posição diante de Deus e dos homens (Cl 1.21-23). Jesus disse a Nicodemos
sobre a nova vida que Ele dá e que somente por ela é que o homem pode
ver e fazer parte do Reino de Deus (Jo 3.3).
- Jesus afirma dele próprio: "Eu sou o bom pastor" em contraste com a liderança perversa de
Israel daquela época (Jo 9.40-41). O termo "bom" traz a ideia de "nobre" e está em contraste com
"mercenário" que cuida apenas por interesse pessoal. Esse bom pastor dá a sua vida pelas
ovelhas. Isso é uma referência à morte vicária de Jesus na cruz em favor dos pecadores (Jo
10.15; 6.51; 11.50-51; 17.19; 18.14). O termo usado para vida (zoê) tem seu sentido natural, do
mesmo modo como a Bíblia o emprega desde Gênesis 2.7 (“e lhe soprou nas narinas o fôlego de
vida”), sendo por isso, o homem, uma criatura viva ou vivente. O destino original do homem
não era morrer, mas viver. Para nos ajudar a entender isso, João estabelece todo o seu
evangelho no contexto da criação. Por que a criação? Porque na criação, Deus criou toda a vida.
A primeira linha de João ecoa Gênesis 1: “No princípio era o Verbo”. João segue nos revelando
que o “Verbo” é Jesus Cristo, e que Cristo é o criador de todas as coisas (v. 2-3). Em seguida, João
faz esta declaração: “a vida estava nele e a vida era a luz dos homens” (v. 4). João está nos
dizendo aqui que se você quiser a verdadeira vida, você poderá encontrá-la somente em Jesus
Cristo, ele mesmo o Criador de toda a vida. Jesus mais adiante diz: “Eu sou o caminho, e a
verdade, e a vida” (14.6). Aqui está o primeiro ponto importante: nós nunca realmente
“vivemos” até conhecermos Jesus Cristo. Ele é quem nos dá vida.
3. Doutrina de vida. Jesus é a vida, Logo suas palavras e os seus
ensinamentos também são vida. O conceito de vida pode ser encontrado
em vários ensinos de Jesus, como na conclusão da parábola do Filho
Pródigo (Lc 15.11-32), no diálogo com a mulher Samaritana (Jo 4.14), na
mensagem que pregou após a multiplicação dos pães e peixes (Jo 6.1-15),
na conversa com Marta enquanto a consolava pela morte de Lázaro (Jo
11.25), além de tantos outros textos bíblicos que confirmam essa verdade.
Jesus disse que as suas palavras são “espírito e vida” (Jo 6.63). Esse texto
reafirma a natureza espiritual e divina das palavras de Jesus e o fato de
que as suas palavras produzem vida. Portanto, a resposta à pergunta: “que
nova doutrina é esta?” É uma doutrina de vida.

- “O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e
vida” (Jo 6.63) - Essas palavras foram entendidas de maneiras diferentes. A palavra “Espírito”,
aqui, evidentemente não se refere ao Espírito Santo, pois ele acrescenta: “As palavras que eu
vos digo, são espírito”. Ele se refere aqui, provavelmente, à doutrina que ele vinha ensinando
em oposição às noções e desejos deles. “Minha doutrina é espiritual; está preparado para
acelerar e nutrir a alma. É do céu. Sua doutrina ou seus pontos de vista são terrestres e podem
ser chamados de carne ou de carne, pertencendo apenas ao apoio do corpo. Você atribui um
grande valor à doutrina que Moisés alimentou o corpo; contudo, que não lucrou
permanentemente, pois seus pais estão mortos. Você também procura comida de mim, mas
suas opiniões e desejos são grosseiros e terrestres. Calvino comentando João 6.63, escreve: “Por
essas palavras, Cristo mostra a razão pela qual os judeus não se beneficiaram com sua doutrina:
que, sendo espiritual e vivificante, não encontra ouvidos bem preparados. Mas, como essa
passagem foi exposta de várias maneiras, será importante primeiro verificar o significado natural
das palavras; a partir do qual será fácil perceber a intenção de Cristo. Quando ele afirma que a
carne não adianta nada, Crisóstomo indevidamente, na minha opinião, refere-se aos judeus, que
eram carnais, reconheço prontamente que, nos mistérios celestes, todo o poder da mente humana
é absolutamente inútil; mas as palavras de Cristo não têm esse significado, se não forem
violentamente torturadas. Igualmente forçada seria essa opinião, conforme aplicada à cláusula
correspondente; a saber, é a iluminação do Espírito que vivifica. Também não aprovo as opiniões
daqueles que dizem que a carne de Cristo é proveitosa até o ponto em que foi crucificado, mas que,
quando é comida, não é vantajosa para nós; pois, pelo contrário, devemos comê-lo, para que,
depois de crucificado, possa beneficiar. Agostinho pensa que devemos fornecer a palavra apenas,
ou por si só, como se tivesse sido dito: “A carne sozinha, e por si mesma, não é proveitosa” (173),
porque deve ser acompanhada pelo Espírito. Esse significado concorda bem com o escopo do
discurso, pois Cristo se refere simplesmente à maneira de comer. Ele não exclui, portanto, todo
tipo de utilidade, como se nada pudesse ser obtido de sua carne; mas ele declara que, se for
separado do Espírito, será inútil. Pois de onde a carne tem poder de acelerar, mas porque é
espiritual? Por conseguinte, quem quer que restrinja toda a sua atenção à natureza terrena da
carne, nela nada encontrará senão o que está morto; mas aqueles que elevam os olhos ao poder
do Espírito, que é difundido sobre a carne, aprenderão com o efeito real e com a experiência da fé,
que não é sem razão que se chama vivificação. Agora entendemos de que maneira a carne é
verdadeiramente comida, e ainda assim não é proveitosa. É comida, porque por ela a vida é
adquirida para nós, porque nela Deus se reconcilia conosco, porque nela temos todas as partes da
salvação cumpridas. Não tem proveito, se for estimado por sua origem e natureza; pois a semente
de Abraão, que em si mesma está sujeita à morte, não concede vida, mas recebe do Espírito seu
poder de nos alimentar; e, portanto, também de nossa parte, para que possamos ser
verdadeiramente nutridos por ela, devemos trazer a boca espiritual da fé”.

III. A DOUTRINA DE CRISTO E OS DEMÔNIOS

1. A doutrina de Cristo e suas obras. Jesus se manifestou “para desfazer


as obras do diabo” (1 Jo 3.8). Ele percorreu vários lugares anunciando “o
evangelho do Reino” e “fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do
diabo” e anunciando “o evangelho do Reino” (Mt 9.35; At 10.38). Observe
que as obras de Jesus sempre estiveram conectadas à sua mensagem e aos
seus ensinos. Suas obras nunca estão separadas de sua doutrina, inclusive
o seu poder de expulsar demônios. A doutrina de Cristo é ampla e tem
como propósito: “(…] que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a
Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Ela se fundamenta em quem Ele é,
conforme a declaração de Pedro (Mt 16.16-18).

- Cristo veio para destruir as obras do maior pecador, Satanás. O diabo ainda está operando,
mas foi derrotado e, em Cristo, nós escapamos de sua tirania. Chegará o dia em que toda a
atividade de Satanás cessará no universo e ele será enviado para o inferno para sempre (Ap
20.10). “Obras do diabo” resume uma variedade de atividades do diabo: pecado, rebelião,
tentação, domínio do mundo, perseguição e acusação dos santos, instigação dos falsos mestres,
poder da morte (Lc 8.12; Jo 8.44; At 5.3; 1Co 7.5; 2Co 4.4; Ef 6.11-12; ITs 2.18; Hb 2.14; Ap 12.10).
2. Os demônios reconhecem Jesus. Os demônios conhecem a Jesus,
sabem de sua natureza, reconhecem a sua divindade e se encurvam diante
do seu poderio (Mt 8.28-34). Os Evangelhos relatam que quando a Legião
que aprisionava e atormentava o Gadareno viu a Jesus de Longe, se
prostrou e o adorou (Mc 5.6). O reconhecimento dos demônios em relação
a Jesus pode parecer um ato de adoração, mas segundo Lawrence Richards
“este não foi em absoluto um ato de adoração, mas um reconhecimento
forçado dos espíritos imundos diante de um homem com a superioridade
de Jesus”. Os demônios se submetem e respeitam tanto a Jesus como à sua
autoridade.

- Quando lemos o episódio do endemoninhado de Cafarnaum relatado em Lucas 4 31-36, não


conhecemos a causa dessa possessão. Mas podemos afirmar que a presença de Jesus foi
suficiente para agitar o espírito mal e a autoridade de Jesus expulsou o demônio, deixando o
homem liberto. “A libertação de um homem possesso Muitas vezes, Marcos enfatizou a luta
sobrenatural entre Jesus e Satanás. O objetivo era controlar os seres humanos em quem
habitavam; o objetivo de Jesus era libertar as pessoas do pecado e do controle de Satanás. Os
demônios sabiam que não tinham poder sobre Jesus, por isso, quando o viam, imploravam para
não serem enviados para lugares distantes (o abismo, descrito em Lucas 8.31). Então, pediram a
Jesus que lhes concedesse entrar na vara de porcos (Mc 513). Ele permitiu, mas colocou um ponto
final em sua obra destruidora na vida daquele homem e de muitas outras pessoas. Talvez Jesus
tenha permitido que os demônios destruíssem os porcos para demostrar que seu poder era muito
superior à força destrutiva dos espíritos malignos. Ele poderia ter enviado os demônios para o
inferno, mas não o fez, porque o dia do Juízo ainda não tinha chegado. No final, o Diabo e todos os
seus anjos serão enviados ao fogo eterno" (Mt 25.41)" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro:
CPAD, p.1300).
3. Os demônios são expulsos. Depois de uma expedição missionária, os
discípulos com entusiasmo deram o seguinte relato a Jesus: “Senhor, pelo
teu nome, até os demônios se nos sujeitam” (Lc 10.17). Os discípulos
estavam corretos, pois o Mestre, ao realizar milagres, inclusive libertando
pessoas de espíritos imundos, mandou que os discípulos de João Batista —
que estava preso — testemunhassem acerca disso (Lc 7.21,22). O domínio
de Jesus sobre os demônios advém de sua natureza e autoridade divinas,
bem conhecidas pelos espíritos maus que o reconhecem (At 19.13-16).
Embora tenha sido reconhecido pelos demônios, o Senhor Jesus não
interrogou ou estabeleceu qualquer diálogo com eles. Jesus não dependia
que a sua identidade fosse confirmada pelo Diabo. O que fica claro é a
autoridade de Jesus e de seus ensinos ser reconhecido até mesmo entre os
demônios.
- “Muitas vezes, Marcos enfatizou a luta sobrenatural entre Jesus e Satanás. O objetivo era
controlar os seres humanos em quem habitavam; o objetivo de Jesus era libertar as pessoas do
pecado e do controle de Satanás. Os demônios sabiam que não tinham poder sobre Jesus, por
isso, quando o viam, imploravam para não serem enviados para lugares distantes (o abismo,
descrito em Lucas 8.31). Então, pediram a Jesus que lhes concedesse entrar na vara de porcos
(Mc 513). Ele permitiu, mas colocou um ponto final em sua obra destruidora na vida daquele
homem e de muitas outras pessoas. Talvez Jesus tenha permitido que os demônios destruíssem
os porcos para demostrar que seu poder era muito superior à força destrutiva dos espíritos
malignos. Ele poderia ter enviado os demônios para o inferno, mas não o fez, porque o dia do
Juízo ainda não tinha chegado. No final, o Diabo e todos os seus anjos serão enviados ao fogo
eterno" (Mt 25.41)" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p.1300).

CONCLUSÃO
Infelizmente, é muito comum tratar as obras de Jesus sem que se leve em
consideração os seus ensinos, e isso tem causado danos dos mais variados
à sua igreja, Por isso, essa lição buscou apresentar a inabalável verdade de
que a doutrina de Cristo também reflete o seu poder, razão pela qual ela
também dá vida e expulsa os demônios. A doutrina de Cristo é fonte de
vida e de poder para todos os crentes.

- “… Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 4.17b). Foi para isso que ele veio ao
mundo, iniciar o reino de Deus na terra através dos discípulos. Jesus queria que seus discípulos
adotassem princípios corretos. Os princípios são forças poderosas para a construção do caráter.
Jesus apresentou princípios retos e justos. “Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celestial”
(Mt 5.48). Ele procurou de modo especial dar a todos uma compreensão mais clara da natureza
de Deus e de sua atitude para com a humanidade. Jesus evidenciou as qualidades e práticas que
deveriam caracterizar os cidadãos do Reino, tanto na vida particular como em suas relações
públicas.

_______________

Pb Francisco Barbosa

@Pbassis

Esse artigo foi útil?


Considere fazer uma contribuição
Chave PIX: assis.shalom@gmail.com

HORA DA REVISÃO
1. Qual o sentido da palavra “autoridade” utilizado na lição?
O sentido de autoridade utilizado diz respeito à doutrina de Cristo,
referindo-se à sua fonte divina, o que faz dela digna de toda aceitação (1
Tm 1.15).
2. A autoridade da doutrina de Cristo está relacionada a que fato?
A autoridade tem relação direta com a representação da pessoa de Jesus, e
isso por meio da exposição da mensagem do Evangelho.
3. Qual o propósito da autoridade de Jesus?
A autoridade de Jesus tem o propósito de habilitar os seus discípulos a
cumprirem a sua missão (Lc 10.19).
4. Como é descrito em Efésios o homem sem Deus?
Em Efésios 2.1-3. Paulo ensina que o homem sem Deus se encontra morto
em suas ofensas e pecados.
5. Para que Jesus se manifestou?
Jesus se manifestou “para desfazer as obras do diabo” (1 Jo 3.8).

Francisco Barbosa

Compartilhar

ALSO ON AUXILIO AO MESTRE

Auxílio ao Mestre: Lição Auxílio ao Mestre: Auxílio ao Mestre: Lição 0


12: O Modelo de … Comentário das … REVISTA ADULTOS se man
2 months ago 2 months ago a month ago 23 days a
TEXTO ÁUREO “ E, servindo Em 2024 abordarei as duas TEXTO ÁUREO “ Porque, TEXTO P
eles ao Senhor e jejuando, revistas de escola dominical assim como o corpo é um e não, fica
disse o Espírito Santo: da CPAD, para Jovens e tem muitos membros, e não serv
0 Comments 
1 Login

Start the discussion…

LOG IN WITH OR SIGN UP WITH DISQUS ?

Name

 Share Best Newest Oldest

Be the first to comment.

Subscribe Privacy Do Not Sell My Data

‹ Página inicial ›
Ver versão para a web

Francisco Barbosa
Campina Grande, Paraíba, Brazil
Ver meu perfil completo

Tecnologia do Blogger.

Você também pode gostar